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1 – INTRODUÇÃO
1.1 O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO
Considerando o envelhecimento dos seres vivos, é de fundamental importância
distinguir o que é decorrente desse processo, daquilo que é secundário a processos patológicos
que são freqüentes nessa fase da vida. Dessa maneira, senescência, senectude ou
envelhecimento normal são as alterações orgânicas, funcionais e psicológicas próprias que
ocorrem em conseqüência desse processo, e a senilidade ou envelhecimento usual são as
modificações determinadas pelas afecções que freqüentemente acometem os indivíduos
idosos. Existem situações nas quais há grande dificuldade em definir se uma determinada
alteração é manifestação de senescência ou de senilidade (FREITAS et al., 2002; GEIB et al.,
2003).
De acordo com Vieira (1996), o envelhecimento é definido como: “Fenômeno do
processo de vida que, assim como a infância, a adolescência e a maturidade, é marcado por
mudanças bio-psico-sociais específicas, associadas à passagem do tempo”.
Segundo Papaléo Netto (2002), o envelhecimento pode ser conceituado como a
incapacidade de manter o equilíbrio homeostático sob condições de descarga funcional,
acarretando maior vulnerabilidade a processos patológicos, que terminam por levar o idoso à
morte.
O estudo do processo de envelhecimento do ponto de vista científico sempre ficou
em segundo plano, pois não havia interesse em estudar uma fase do ser vivo em que ele deixa
de ser produtivo e se torna cada vez mais dependente. Outro fator que impediu este processo
de conhecimento foi que o envelhecimento era considerado como um estado patológico,
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estimulando a tentativa de combatê-lo em vez de entendê-lo (FREITAS et al., 2002). Para
estes autores, o aumento acentuado do número de idosos nas últimas décadas e o fato de
grande parte deles permanecer em atividade e com autonomia, fez com que o interesse pelo
estudo do envelhecimento fosse se dando progressivamente. No século XX, mais
precisamente em 1903, foi criada a especialidade “gerontologia” que estuda as características
do processo de envelhecimento e seus determinantes biopsicossociais. Em 1909, criou-se a
especialidade denominada “geriatria” que tem sob seus domínios os aspectos curativos e
preventivos da atenção à saúde.
Segundo Gordilho et al. (2000), no Brasil, o crescimento da população de idosos
teve grande avanço a partir da década de 1970.
Para Freitas et al. (2002), esse aumento importante da proporção de idosos é
resultante do conjunto de medidas como as vacinas, assepsia, antibióticos, quimioterápicos e
exames complementares de diagnóstico, entre outros que, de uma forma geral, contribuíram
na adoção de medidas preventivas e para a cura de muitas doenças, resultando, portanto, em
uma queda da mortalidade e, conseqüentemente, em um aumento da expectativa de vida ao
nascer.
De acordo com Guccione (2002), os ganhos da expectativa de vida no século XX
ocorreram pelos avanços obtidos na assistência pós-natal e à criança, mais do que nos avanços
na assistência ao adulto e ao idoso.
Dados do Censo de 2000 apontaram que indivíduos com idade acima de 60 anos
representam 8,56% da população brasileira, dos quais 55% são mulheres. A expectativa de
vida da população brasileira foi estimada em 68 anos e 7 meses. Os homens vivem, em média,
64,8 anos e as mulheres, 72,6 anos; em média estas últimas têm, portanto, oito anos a mais de
vida (IBGE, 2000).
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Segundo Forlenza & Caramelli (2000) e Garrido & Menezes (2002), a demanda
social de idosos tem gerado preocupações não somente em relação aos custos elevados para o
Estado, mas com as condições de saúde, a qualidade de vida, a autonomia e a independência
desta parcela da população que envelhece, necessitando, portanto, de políticas sérias e
consistentes a respeito.
Para Papaléo Netto (2002), os elevados custos para o Estado são decorrentes das
despesas com os cuidados à saúde dos idosos, tais como: o crescente aumento dos custos para
internações hospitalares e o atendimento médico, além dos recentes métodos terapêuticos e
diagnósticos.
Segundo Garrido & Menezes (2002), a convivência com o fenômeno do
envelhecimento e com as suas conseqüências (elevados custos para o Estado) não são
presenciadas somente pela atualidade. Alguns países como a China, Japão e outros da Europa
e América do Norte já convivem com este fato há muito tempo. Para Linhares et al. (2003), a
busca de capacitação profissional e um melhor planejamento das políticas de saúde tornam-se
cada vez mais necessários e devem beneficiar essa população.
No decorrer do processo de envelhecimento encontramos alguns fatores que
contribuem para a perda da autonomia e independência, destacando-se as condições
patológicas como: instabilidade, imobilidade, incontinência urinária, insuficiência cerebral e
iatrogenia (RODRIGUES, 1993).
Para Karsch (2003), as transições demográfica e epidemiológica no Brasil
apresentam, cada vez mais, um quadro de sobrevivência de idosos na dependência de uma ou
mais pessoas que suprem as suas incapacidades para a realização das atividades de vida diária.
Estas pessoas são familiares dos idosos, especialmente, mulheres, que, geralmente, residem
no mesmo domicílio e se tornam as cuidadoras de seus maridos, pais e até mesmo filhos. Por
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causas predominantemente culturais, o papel da mulher cuidadora, no Brasil, ainda é uma
atribuição esperada pela sociedade.
Para Savonitti (2000), o número crescente de separações conjugais, a progressiva
inserção da mulher no mercado de trabalho, são transformações pelas quais vem passando a
estrutura familiar, que acabam dificultando a prestação de cuidados aos idosos pela família.
Navarro (2004), relata que a urbanização intensa, crises econômicas, somadas às
mudanças na estrutura familiar, podem transformar o idoso num problema para a família,
sendo a institucionalização, uma das alternativas para os que envelhecem.
1.2 A INSTITUCIONALIZAÇÃO
De acordo com Chaimowicz; Ferreira; Miguel (2000), os principais motivos para
a institucionalização são as dependências causadas pela demência tipo Alzheimer,
osteoartrose, cardiopatias e doenças pulmonares.
Cunha (2003), em seu trabalho realizado em uma instituição asilar do município
de Uberaba, verificou que a falta de recursos para suprir as necessidades básicas e para o
tratamento de saúde, somados à falta de vínculo familiar são os principais motivos da
institucionalização.
Segundo Freitas et al. (2002), os principais fatores de risco que levam à
institucionalização são: depressão, demência, imobilidade, problemas médicos, incontinência
urinária, ser do sexo feminino, ter idade acima de 70 anos, ser solteiro, não ter filhos, morar
só e ter baixa renda. Estes autores ainda relatam que há uma imagem negativa associada a
entidades que abrigam os idosos, para as quais a denominação popular “asilo” continua a
prevalecer ou, no melhor dos casos, se encontra atenuada na expressão “instituição asilar”.
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“A instituição é definida como um local de residência e trabalho onde um grande
número de indivíduos com situação semelhante, separados da sociedade mais ampla por
considerável período de tempo, levam uma vida fechada e formalmente administrada”
GOFFMAN (1961 apud FREITAS et al., 2002).
Segundo Papaléo Netto (2002), os asilos constituem a modalidade mais antiga e
universal de atenção ao idoso fora de sua família e têm como inconveniente conduzi-lo ao
isolamento e à inatividade física em decorrência dos elevados custos dos serviços de apoio.
Diante disso, devem representar a última alternativa a ser considerada entre os serviços
sociais oferecidos aos idosos.
De acordo com a literatura (Fabrício; Rodrigues; Costa Júnior, 2002), os idosos
institucionalizados apresentam maior incidência de quedas, uma vez que se encontram mais
fragilizados e, conseqüentemente, com diminuição da capacidade funcional.
Para Carvalhaes et al. (1998), um dos motivos das taxas de quedas ser maiores nas
instituições é que nestas o ambiente parece ser menos complexo e mais restrito quando
comparado à comunidade. Além disso, as instituições são cuidadosas em documentar cada
queda, e, na comunidade, há sub-notificação e algumas nem são lembradas.
Segundo Papaléo Netto (2002), entre os idosos residentes nas casas de repouso,
aproximadamente a metade sofre uma queda todo ano, em que 10 a 15% apresentam
conseqüências graves.
Para Guccione (2002), as estimativas de idosos que sofrem quedas a cada ano são:
indivíduos com mais de 65 anos em torno de 30%; outros com mais de 80 anos com 40% e
aqueles institucionalizados com 66%.
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1.3 QUEDAS EM IDOSOS
Segundo Carvalhaes et al. (1998), “a queda é definida como sendo um evento não
intencional que tem como resultado a mudança de posição do indivíduo para um nível mais
baixo em relação à sua posição inicial”.
Para Close et al. (1999) e Steadman; Donaldson; Kalra (2003), as quedas são
problemas comuns em idosos. Uma ou mais quedas têm sido relatadas por um terço da
população acima de 75 anos de idade e são responsáveis por 2/3 dos acidentes em casa.
De acordo com Ramos (1985); Tinetti (1986); Carvalhaes et al. (1998) e Carvalho
& Coutinho (2002), as quedas entre pessoas idosas constituem importante problema de saúde
pública devido à sua alta incidência, às complicações para a saúde e aos custos assistenciais.
Segundo Gawryszewski; Jorge; Koizumi (2004), no Brasil, 2.030 mortes foram
determinadas por quedas, durante o ano de 2000, na faixa de 60 anos ou mais de idade,
ocupando o terceiro lugar na mortalidade por causas externas, tanto entre os homens quanto
entre as mulheres.
A freqüência de quedas em pessoas idosas, na realidade, é muito mais alta do
que se imagina, pois os idosos a aceitam como um fato comum do envelhecimento e,
portanto, não se queixam do evento (MARTINS, 1999).
De acordo com Carvalhaes et al. (1998), a incidência anual de quedas na
comunidade aumenta com o avançar da idade, sendo que as mulheres caem mais que os
homens até os 75 anos, a partir daí as freqüências tornam-se semelhantes em ambos os sexos.
Segundo Perracini & Ramos (2003), as causas para a ocorrência de quedas ser
maior no sexo feminino permanecem ainda pouco esclarecidas, mas sugerem como causas a
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maior fragilidade em relação aos homens, assim como maior prevalência de doenças crônicas
e maior exposição às atividades domésticas.
As quedas em idosos são resultantes da combinação de fatores médicos,
ambientais, psicológicos e sociais que interagem com mudanças fisiológicas relacionadas com
a idade (CRWIKEL et al., 1995).
Segundo Carvanillas (2000); Guccione (2002), as causas de quedas em idosos
podem ser multifatoriais, envolvendo elementos intrínsecos e extrínsecos.
Carvalhaes et al. (1998), relataram que os fatores intrínsecos são aqueles
provenientes das alterações fisiológicas decorrentes da idade e de processos patológicos, além
dos fatores psicológicos e efeitos colaterais de medicamentos.
Entre as causas intrínsecas, basicamente, estão as doenças cardiovasculares
(insuficiência cardíaca, arritmias e hipotensão ortostática), neurológicas (acidente vascular
encefálico), sensoriais (transtornos de visão, audição e tátil), reumatológicas (osteoartrose) e
doenças endocrinológicas, tais como: diabetes Mellitus e insuficiência adrenal (FABRÍCIO;
RODRIGUES; COSTA JÚNIOR, 2002).
Alguns autores também relataram que a perda da massa, força e qualidade do
músculo esquelético contribuem para as alterações da marcha e do equilíbrio, aumentando o
risco de quedas e a perda da independência física (MARTINS, 1999; PEREIRA; BASQUES;
MARRA, 1999; MATSUDO; MATSUDO; NETO, 2000).
Segundo Ramos (1985), com o avançar dos anos, há uma diminuição gradativa da
massa muscular e, conseqüentemente, da força do músculo, com um declínio de 10 a 15%,
tornando-se aparente somente a partir dos 50 anos de idade. Esse declínio, porém, chega aos
30% a partir dos 70 aos 80 anos de idade.
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A diminuição da força muscular afeta a atividade motora e a capacidade laboral,
pois contribui para a redução das amplitudes de movimentos e a diminuição da flexibilidade
articular, assim como a adaptabilidade ao ambiente, contribuindo para a ocorrência de quedas
em idosos (PEREIRA; BASQUES; MARRA, 1999; FREITAS et al., 2002).
Outros fatores como os distúrbios de visão e audição, doenças articulares que
afetam principalmente a coluna vertebral e os membros inferiores, causando dor e
instabilidade, alterações cardiovasculares, como arritmias e infarto agudo do miocárdio,
alterações neurológicas como as crises convulsivas, alterações psicológicas e psiquiátricas
como ansiedade e depressão também estão associadas à ocorrência de quedas nos idosos
(GUCCIONE, 2002).
A abundância de diagnósticos incorretos provoca outros problemas comuns em
pacientes idosos como o uso inadequado de drogas e a polifarmácia. A prescrição
medicamentosa do idoso deve considerar, além das peculiaridades da farmacocinética e
farmacodinâmica desta faixa etária, o custo e as dificuldades em se obter aderência ao
tratamento. São exemplos os déficits de memória e as dificuldades para distinguir e manipular
diversos medicamentos por pacientes com distúrbios visuais e táteis (CHAIMOWICZ et al.
2000).
Para Rozenfeld (2003), os idosos são passíveis de acometimento simultâneo de
disfunções em diferentes órgãos ou sistemas e, portanto, candidatos ao “multiuso”. A
preocupação com o uso irracional de medicamentos, em instituições geriátricas, levou ao
desenvolvimento de listas de drogas a serem evitadas em idosos, ou usadas apenas em
circunstâncias excepcionais. Nesse sentido, a proporção de usuários de fármacos inadequados
é um importante indicador de qualidade de assistência médico-sanitária de casas de repouso.
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As drogas podem diminuir o alerta, assim como a função psicomotora, ou causar
fraqueza muscular, tontura, arritmia, hipotensão postural, principalmente quando em doses
inapropriadas (GUCCIONE, 2002; REKENEIRE et al. 2003).
De acordo com Chaimowicz et al. (2000), os ansiolíticos, antidepressivos,
anticonvulsivantes e anti-hipertensivos são inadequados para a população idosa e sua
utilização está associada à ocorrência de quedas.
Segundo Anjos (1993), o estado nutricional, como o déficit energético-protéico
está relacionado à imunossupressão e maior risco de infecções, sendo importante causa de
morbimortalidade em idosos e o aumento de propensão a quedas.
Segundo Martins (1999), os fatores extrínsecos ou ambientais oferecem riscos de
quedas, pois criam desafios ao equilíbrio. Estes incluem ambientes desarrumados ou
confusos, iluminação deficiente, tapetes em superfícies lisas, presença de degraus de altura ou
largura irregulares, ausência de corrimãos, cama e cadeira com alturas inadequadas, uso de
chinelos ou sapatos mal ajustados e com solados escorregadios, entre outros. Este autor ainda
relata que o grau de perigo oferecido pelos fatores extrínsecos depende da vulnerabilidade e
da freqüência do idoso exposto a situações potencialmente desestabilizadoras, tais como:
andar em pisos encerados ou molhados, caminhar em lugares desorganizados e com objetos
dispersos, iluminação deficiente, além de outras situações.
A probabilidade de cair depende não só da influência dos fatores ambientais, mas
também do estado funcional do idoso, pois, quanto mais frágil, mais suscetível às quedas ele
estará (CARVALHAES et al., 1998).
Nos idosos com boa aptidão física, ficou demonstrado através de estudos, que as
quedas foram causadas por fatores ambientais ou por um grande deslocamento do centro de
gravidade ou de sua base de suporte. Portanto, deve-se ressaltar o nível de intensidade das
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atividades, pois, aqueles idosos muito ativos apresentam o aumento de risco de quedas.
Assim, quanto mais vigorosa for a atividade, maior a probabilidade de quedas com
conseqüências graves (CARVALHAES et al., 1998).
Tanto os fatores intrínsecos como os extrínsecos propiciam as quedas com graus
variados de gravidade, desde escoriações leves até complicações graves como as fraturas de
colo de fêmur e vertebral.
Durante a vida todos os indivíduos de diversas idades sofrem quedas. As crianças
e os adultos não sofrem grandes conseqüências com esse evento, mas quando a ocorrência é
relacionada com idosos é a principal causa de mortalidade e morbidade (VIEIRA, 1996;
GUCCIONE, 2002).
Segundo Fabrício; Rodrigues; Costa Júnior (2002), as conseqüências decorrentes
de queda podem ser de ordem física, psicológica e social. Como conseqüências físicas
podemos citar as fraturas, contusões e lesões neurológicas. Dentre as conseqüências
psicológicas cita-se a síndrome pós-queda, caracterizada pelo medo de voltar a cair, perda da
autonomia e auto-estima e pela modificação dos hábitos anteriores de vida. Já entre as
conseqüências sociais merece destaque a necessidade de mudança de domicílio para receber
cuidados em hospitais ou em instituições. Estes autores relatam também que as conseqüências
psicológicas e sociais aparecem mais tardiamente, mas são tão ou mais deletérias que as
conseqüências físicas.
De acordo com Baloh et al. (2003), as quedas, além de contribuírem para a
ocorrência de fraturas, geram altas despesas no cuidado com a saúde, pois exigem maior
número de internações, cuidados domiciliares e uso de medicamentos. De acordo com
Gawryszewski; Jorge; Koizumi (2004), em relação à morbidade, as quedas aumentam sua
importância, ocupando o primeiro lugar entre as internações.
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A fratura destaca-se como a mais importante conseqüência de quedas no idoso,
devido ao sofrimento do trauma, as condições em que se efetuam certos tratamentos, as
complicações em geral e os longos períodos de reabilitação, que levam muitas vezes à morte
(Jensen et al., 2003). As fraturas de coluna são muito comuns após os 70 anos no homem e a
partir da menopausa na mulher. Essas fraturas acometem principalmente os corpos vertebrais
da coluna torácica, produzindo alterações cifóticas com conseqüências respiratórias
(MARTINS, 1999).
Para Baloh et al. (2003), quedas são as principais causas de morbidade e
mortalidade entre os idosos.
Para Rocha & Cunha (1994), uma das principais doenças relacionadas à
ocorrência de quedas é a depressão, que resulta em perda de energia, fraqueza intensa e
conseqüentemente dificuldade na marcha.
Segundo Linhares et al. (2003), a depressão se encontra como um dos transtornos
mais comuns em idosos, sendo mais freqüentemente encontrada em idosos mais avançados. A
prevalência de depressão varia de 1 a 16% entre idosos vivendo na comunidade, sendo maior
em indivíduos portadores de doenças clínicas.
Segundo Coutinho & Silva (2002), as quedas repercutem entre os cuidadores,
principalmente os familiares, que devem se mobilizar em torno de cuidados especiais,
adaptando toda a rotina em função da recuperação após a queda.
De acordo com Brouwer et al. (2003), as quedas levam à imobilização, isolamento
social, depressão e ansiedade, reduzindo, portanto, a qualidade de vida dos idosos.
A identificação dos fatores de risco de quedas é importante para a implementação
de um programa de prevenção, buscando a melhoria da qualidade de vida dos idosos
institucionalizados (BOERS et al., 2001).
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O evento queda deve merecer atenção especial pelas conseqüências desastrosas
que pode acarretar na capacidade funcional dos idosos. As instituições asilares, na maioria das
vezes, apresentam áreas físicas limitadas para atender essa clientela mais frágil e com
dificuldades de mobilização. Frente a essa constatação e na tentativa de conhecer melhor a
situação atual dos idosos institucionalizados no município de Catanduva, o presente estudo
visa uma análise conjunta dessa situação, para que medidas de intervenção possam ser
adotadas para combatê-las.
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Objetivos
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2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral:
Estudar a ocorrência de quedas em idosos institucionalizados e os fatores
associados.
2.2 Objetivos Específicos:
- Caracterizar idosos que sofreram quedas nas instituições assistenciais do
município de Catanduva-SP, no ano de 2004.
- Analisar os fatores determinantes de quedas referidas pelos idosos,
considerando fatores intrínsecos (índice de massa corporal, estado de saúde, presença de
doenças, força de preensão palmar, acuidade visual e auditiva, uso de medicamentos,
problemas nos pés, estados do equilíbrio e marcha, função cognitiva e presença de depressão)
e extrínsecos (local da ocorrência da queda, tipo de piso e estado do piso no local do acidente,
tipo do calçado e seu solado quando usado no momento da queda, presença de degraus,
rampas e corrimãos no local do evento, iluminação do ambiente e a presença de tapetes e ou
animais que dificultavam a passagem).
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Casuística e Métodos
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3 CASUÍSTICA E MÉTODOS
3.1 Área do estudo
Catanduva, cidade de médio porte na região Noroeste, no Estado de São Paulo,
ocupando uma área territorial de 292 Km² (IBGE, 2000).
Segundo o Censo Populacional de 2000, em Catanduva totalizam-se 105.847
habitantes, com cerca de 13.090 pessoas (12,4 %) com idade igual ou superior a 60 anos.
Registrados no Conselho Municipal do Idoso e com alvará de funcionamento, há
um total de quatro instituições asilares, classificadas como sendo filantrópicas (não têm fins
lucrativos), abrigando em torno de 130 idosos, de ambos os sexos. Estes dados nos permitem
afirmar que 1% dos idosos reside nas instituições asilares do município, percebendo-se,
portanto, que a institucionalização do idoso não é uma estratégia muito utilizada para
solucionar os problemas de moradia e abandono, muitas vezes vivenciados por esta
população. Segundo Chaimowicz, (1999 apud Navarro, 2004), taxas de institucionalização
são dependentes de múltiplos fatores, tais como: estrutura etária ou desenvolvimento de um
país, grau de suporte familiar, disponibilidade de serviços diversos, contexto cultural e
cobertura dos sistemas de seguridade social.
Além dos fatores acima citados, há de se mencionar as notícias, no Brasil,
acusando de maus-tratos aos idosos que vivem em asilos. Fatos como estes, deixam a
população temida, criando assim uma imagem impresumível a respeito da institucionalização.
Por outro lado, percebe-se que aos filhos, mais designadamente às filhas, competi o dever de
cuidar dos pais. Talvez estes sejam os motivos da baixa taxa de institucionalização encontrada
no município de Catanduva.
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3.2 Delineamento e local do estudo
Trata-se de um estudo descritivo transversal, realizado nas instituições asilares:
Associação “São Vicente de Paulo”, Recanto “Monsenhor Albino”, Recanto “Nosso Lar” e
Sociedade Espírita Boa Nova todas do município.
3.3 População de estudo
A população de estudo foi constituída por todos os idosos (130), de ambos os
sexos, moradores nas instituições asilares já referidas acima.
Os entrevistados eram pessoas com idade igual ou superior a 60 anos (segundo
recomendação da Organização Mundial de Saúde), conscientes e orientados no tempo e no
espaço, capazes de interagirem em uma entrevista e aqueles que estiveram institucionalizados
por um período igual ou superior a seis meses. Com o intuito de minimizar o possível viés de
memória. Quando os idosos se apresentaram confusos e incapazes de responder, o cuidador da
referida instituição respondeu pelo mesmo.
Das 130 pessoas residentes nas instituições, 105 foram incluídas no estudo. Entre
as 25 não participantes, 14 foram excluídas, por não se enquadrarem no critério idade, ou seja,
apresentaram idade inferior a 60 anos; houve 4 recusas em participar da pesquisa e 7 estavam
institucionalizadas por um período inferior a seis meses.
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3.4 Métodos
Inicialmente a pesquisadora realizou uma visita no mês de outubro de 2003 nas
instituições asilares com o intuito de estabelecer contato com os respectivos presidentes. Estes
foram inteirados dos objetivos e metodologia da pesquisa a ser realizada, ressaltando a
importância da participação destas instituições. Em acordo com o projeto, os presidentes
consentiram a realização da pesquisa, mediante assinatura da carta de consentimento
(apêndice 1).
No mês de janeiro de 2004, a pesquisadora agendou, por meio de uma ligação
telefônica, o dia para iniciar o trabalho. Em seguida fez uma visita onde foi feito um
levantamento do número de idosos que se encontravam institucionalizados por um período
igual ou superior a 06 meses.
Uma vez obtida a relação dos idosos, a pesquisadora fez a leitura do termo de
consentimento (apêndice 2) aos mesmos, que assinaram este documento concordando em
participar da pesquisa.
Para a coleta dos dados utilizou-se entrevista com um instrumento - questionário
(apêndice 3), composto por 2 perguntas abertas e 32 fechadas, o qual foi previamente testado
com 25 idosos e a seguir, realizadas as modificações necessárias.
As entrevistas foram realizadas no mês de janeiro de 2004 pela pesquisadora. Os
idosos foram entrevistados em locais variados das instituições, mais especificamente nas salas
e quartos. Os dias das entrevistas foram agendados com os presidentes das instituições e os
horários foram escolhidos de acordo com a disponibilidade da pesquisadora.
O questionário foi elaborado baseado nos estudos de Perracini (2000) e Oliveira
(2002) e está distribuído em quatro partes, e indicadores, a saber:
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I - Identificação e perfil social dos sujeitos: nome, sexo, data de nascimento e
escolaridade.
II - Refere-se a avaliação das condições intrínsecas, tais como: índice de massa
corporal (IMC) , estado de saúde, prática de atividade física, presença de doenças neurológica,
musculoesquelética, pulmonar, cardiovascular, genitourinário e metabólica, força muscular,
acuidade visual e uso de lentes corretivas, alterações auditivas e uso de aparelho auditivo, uso
de medicamentos, presença de problemas nos pés, estados do equilíbrio e marcha, função
cognitiva e presença de depressão, descritos a seguir:
O Índice de Massa Corporal foi calculado a partir da divisão da massa corporal
em quilogramas pela estatura em metro elevado ao quadrado (Kg/m²). O peso atual foi obtido
através de balança portátil da marca PLENNA. Os idosos tiveram que se apresentar sem
calçados e com roupas leves. Foram excluídos todos aqueles idosos que, por algum motivo
específico, não puderam se manter em pé para a tomada de medida de peso. A estatura foi
obtida em centímetros por fita métrica. Para a medida da estatura, o idoso manteve-se em
posição ereta, com o olhar para o horizonte e com os pés juntos. Os pontos de corte foram os
recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para a avaliação da população
adulta e idosa: magreza (IMC<18.5), adequado (18.5<IMC<25.0), sobrepeso (IMC >24)
(WHO, 1995).
A força muscular foi mensurada pela medida da força de preensão palmar através
do dinamômetro analógico Kratos, graduado em kilograma-força (Kg.F), equipado com alça
metálica para acoplamento da mão. Para a realização das mensurações os idosos foram
posicionados sentados, com o braço aduzido paralelo ao tronco, cotovelo flexionado a 90º e
antebraço e punho em posição neutra. Foram realizadas três medições com intervalo de 60
segundos entre elas, alternadas entre os lados dominantes e não dominantes, anotando o maior
valor como adotado na literatura (CAPORRINO et al., 1998; FERNANDES et al., 2003).
21
Segundo Fernandes et al. (2003), a medida da força de preensão palmar tem sido
um dos meios para a avaliação das características físicas e o grau de incapacidade. De acordo
com Carvalhaes et al. (1998), o aperto de mão é um indicador de força muscular generalizada
e tem correlação forte com o risco de quedas.
Os estados do equilíbrio e marcha foram avaliados através da “Escala de
Avaliação do Equilíbrio e Marcha de Tinetti” (anexo 1). De acordo com Tinetti (1986), esta
escala foi criada para ser aplicada em estudos sobre quedas. Além disso, é uma escala que não
requer equipamento sofisticado, é confiável para detectar as mudanças significativas durante a
marcha e exige pouca habilidade para aplicá-la. É composta por 16 questões, com pontuação
de 0 a 2 cada e contém informações sobre: equilíbrio sentado e se levantando de uma cadeira
(sem braços), tentativas de se levantar, equilíbrio em pé, impacto esternal com os olhos
abertos e fechados, giro de 360 graus e equilíbrio sentando. A marcha é avaliada analisando o
seu início; comprimento, altura, simetria e continuidade dos passos; direção; oscilação do
tronco; desvio da trajetória e distância dos tornozelos. O escore total é igual a 28 pontos sendo
que escore menor que 19 indica risco cinco vezes maior de quedas. Segundo Whitney; Poole;
Cass (1998), a escala apresenta confiabilidade interativa adequada e validade de conteúdo.
A função cognitiva foi avaliada através do Mini Exame do Estado Mental –
MEEM (Folstein; Folstein; Mchugh, 1975) - (anexo 2), ou seja, é um instrumento de rastreio
de comportamento cognitivo mais amplamente utilizado em estudos epidemiológicos
populacionais (BRUCKI et al. 2003).
Para Almeida (1998), este instrumento é simples de usar e pode ser facilmente
administrado em 5-10 minutos. O MEEM é composto por diversas questões agrupadas em 6
categorias: orientação para tempo (5 pontos), registro de 3 palavras (3 pontos), atenção e
cálculo (5 pontos), lembrança de 3 palavras (3 pontos), linguagem (8 pontos) e capacidade
construtiva visual (1 ponto). O seu escore pode variar de um mínimo de zero até um total
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máximo de 30 pontos, entretanto, o desempenho depende do nível de escolaridade do
indivíduo, portanto, foram utilizados pontos de corte distintos conforme o nível educacional,
tais como: 20 pontos para analfabetos, 25 (1 à 4 anos de escolaridade), 26 (5 à 8 anos), 28 (9
à 11 anos de escolaridade) e 29 para indivíduos com escolaridade superior a 11 anos
(BRUCKI et al., 2003).
A Escala de Depressão Geriátrica – GDS (YESAVAGE, 1988) - (anexo 3), foi
utilizada para rastreamento e classificação da depressão. É composta por 15 questões
fechadas, com pontuação de 0 a 1 cada. Almeida & Almeida (1999), demonstram que a
versão brasileira da GDS de 15 itens oferece medidas válidas para o diagnóstico de depressão
entre os idosos. Os pontos de corte utilizados foram: (0 a 5) ausência de depressão, (6 a 10)
depressão moderada e (11 a 15) depressão grave, utilizados no estudo de LINHARES et al.
(2003).
III - É composta por informações sobre quedas, tais como: ocorrência de quedas e
sua freqüência nos últimos seis meses, o que fazia no momento da queda, conseqüências do
evento, uso de bebida alcoólica, uso de medicamentos, período da ocorrência e por que o caiu.
IV - Informações sobre as condições extrínsecas ou ambientais, tais como: local
do acidente dentro das instituições, tipo e estado do piso encontrado no local do evento, tipo
de calçado e solado do calçado usado na ocorrência de quedas, presença de degraus, rampas e
corrimãos no local do acidente, iluminação do local, presença de tapetes, objetos e animais
que dificultaram a passagem.
23
3.5 Análise dos dados
A análise dos dados foi feita pelo método de tabela de contingência, para verificar
a existência de associação entre variáveis categorizadas, como recomendado por Rouquayrol
& Almeida Filho (1999). Foram usados os testes de qui-quadrado e o teste exato de Fisher, de
acordo com a indicação de uso preconizado para cada teste, ou seja, quando o número de
contagem esperado para determinada célula da tabela era menor que cinco, usou-se o teste
exato de Fisher, e o teste Qui-quadrado nos outros casos. Os pacotes Epi-info e STATA
foram utilizados na análise estatística dos dados.
3.6 Aspectos Éticos da Pesquisa
O projeto foi submetido à Comissão de Ética em Pesquisa do Centro de Saúde
Escola de Ribeirão Preto, obtendo aprovação, como mostra o apêndice 4.
24
Resultados e Discussão
25
4 - RESULTADOS E DISCUSSÃO
A coleta dos dados nas instituições asilares transcorreu satisfatoriamente devido à
colaboração dos idosos e cuidadores que responderam as perguntas sem restrições. Em
algumas questões, os idosos não responderam com precisão por não se lembrarem, como por
exemplo, a data de nascimento, o número e os nomes dos medicamentos utilizados e se havia
a presença de corrimão no local do evento. Nestes casos, a pesquisadora juntamente com os
funcionários (enfermeiros) buscou dados nos arquivos de saúde dos asilados e se dirigiu aos
locais referidos pelos idosos para verificar se havia a presença de corrimão.
Encontrou-se um total de 130 pessoas residentes nas instituições, sendo que 105
foram incluídas no estudo.
Tabela 1- Distribuição do número de idosos participantes residentes nas 4 instituições asilares,
Catanduva, 2004.
Instituição n %
A 10 9.5
B 42 40,0
C 13 12,4
D 40 38,1
TOTAL 105 100,0
Notou-se que duas das instituições (A e C) apresentaram um número menor de idosos incluídos no
trabalho (10 e 13 respectivamente) e as demais, de 42 a 40 idosos.
Somente as instituições B e D recebem pessoas de ambos os sexos. As instituições
A e C recebem somente pessoas do sexo feminino como pode ser observado na Tabela 2.
26
Tabela 2 – Distribuição do número de idosos institucionalizados, segundo sexo e instituição,
Catanduva, 2004.
Instituição
Sexo
A
B
C
D
TOTAL
Feminino 10 22 13 17 62
Masculino - 20 - 23 43
TOTAL 10 42 13 40 105
4.1 Características Sócio-demográficas
Dos 105 idosos, 62 (59%) eram do sexo feminino. A idade dos idosos variou de 60 a 97 anos, com
média de 79,2 ± 9,7 anos para o sexo feminino e 73,2 ± 9,3 anos para o sexo masculino. A mediana foi de 78
anos para as mulheres e 72 anos para os homens.
Verificou-se ainda que havia maior número de mulheres com idade igual ou
superior a 80 anos (29) do que os homens (11), ou seja, 27,6,% das mulheres e 10,4% dos
homens tinham oitenta anos ou mais de idade. A distribuição dos idosos institucionalizados
segundo faixa etária e sexo pode ser observada na Tabela 3.
27
Tabela 3 – Distribuição dos idosos institucionalizados, segundo faixa etária e sexo, Catanduva, 2004.
Faixa etária
Sexo
60-69
70-79
≥ 80
TOTAL
Feminino 8 25 29 62
Masculino 19 13 11 43
TOTAL 27 38 40 105
Houve associação estatisticamente significante entre sexo e faixa etária (p =
0,001).
Semelhante percentual foi encontrado por Rezende (2001), Oliveira (2002) e Navarro (2004).
Freitas et al. (2002) e Papaléo Netto (2002), apontam para “feminização na
velhice”, argumentando que a população feminina cresce com maior rapidez quando
comparada a masculina, provavelmente por um índice de mortalidade maior no sexo
masculino. Esse fato implica na maior expectativa de vida na população feminina.
No que tange à escolaridade, dos 105 idosos que participaram do estudo, 62 (59%)
eram analfabetos, 33 (31,4%) apresentaram 1 a 4 anos de escolaridade, 4 (3,8%) 5 a 8 anos e
apenas 6 (5,8%) apresentaram escolaridade igual ou superior a 9 anos. Verificou-se que a
grande maioria dos idosos (94,2%) não ultrapassou o primeiro grau de escolaridade, sendo
que somente 6 (5,8%) atingiram graus mais elevados de escolaridade.
Dados semelhantes foram referidos nos estudos de Oliveira (2002) e Linhares et
al. (2003).
Para Linhares et al. (2003), o analfabetismo está relacionado ao nível sócio
econômico, ou seja, é freqüentemente encontrado entre os idosos mais pobres.
28
Segundo Berquó (1996 apud Fabrício 2002), essa característica de ser analfabeta é
esperada, visto que o acesso à educação era bem menor em tempos passados, sendo mais
freqüente entre as pessoas mais velhas.
4.2 Quedas
Dos 105 idosos que participaram da pesquisa, 42 (40%) relataram ter caído nos
últimos 6 meses. O número de quedas sofridas pelos idosos nos últimos 6 meses variou de 1
a 10. Dos 42 idosos que caíram, 23 (54,7%) referiram 1 a 2 quedas, 11 (26,2%) 2 a 4, 5 (12%)
5 a 6 e 3 (7,1%) referiram ter tido mais que 8 quedas.
Dos 42 idosos que caíram, 30 (71,4%) eram do sexo feminino e 12 (28,6%) do
sexo masculino. Houve associação estatisticamente significante entre queda e o sexo dos
idosos. (p=0,035). A distribuição da ocorrência de quedas, segundo sexo pode ser observada
na Tabela 4.
Tabela 4 – Distribuição dos idosos, segundo queda e sexo, Catanduva, 2004.
Sexo
Queda
Fem. Masc. TOTAL
Não 32 31 63
Sim 30 12 42
TOTAL 62 43 105
Os dados encontrados foram semelhantes aos presentes nos estudos de Cavanillas
et al. (2000), Perracini (2000), González; Marín; Pereira (2001), Fabrício (2002), Gac et al.
29
(2003), Gratão et al. (2003), Jensen et al. (2003), Rekeneire et al. (2003) e Fabrício;
Rodrigues; Costa Júnior (2004).
Perracini (2000) verificou que a prevalência de quedas observadas através de dois
inquéritos realizados numa coorte de idosos residentes na cidade de São Paulo foi de 30,9%
no primeiro e 29,1% no segundo, sendo mais freqüente no sexo feminino.
Ramos (1985), verificou em seu estudo, que a ocorrência de quedas em mulheres
idosas foi 2,76 vezes maior do que entre os homens.
Para Perracini & Ramos (2003) as quedas são mais freqüentes no sexo feminino
devido a uma maior fragilidade em relação aos homens, maior prevalência de doenças
crônicas, assim como maior vínculo às atividades domésticas.
Fried et al. (2001) relataram que a probabilidade de se tornar frágil é mais alta
entre as mulheres, pelo fato de que a qualidade de massa muscular e força é menor do que nos
homens.
Para Gac et al. (2003), as quedas ocorrem mais no sexo feminino devido ao menor
estado funcional, maior morbidade e maior presença de osteoartrose. Estes autores relatam
também que as mulheres apresentam perda de massa óssea resultante da redução do estrógeno
a partir dos quarenta anos de idade, o que também contribui para deteriorar o seu estado
funcional.
No que se refere à faixa etária dos idosos, pode-se verificar que dos 42 que
sofreram quedas, 17 (40,5%) tinham idade igual ou superior a 80 anos, 16 (38%) entre 70 e 79
anos e 9 (21,5%) tinham idade entre 60 e 69 anos.
Não houve associação estatisticamente significante entre queda e a faixa etária
(p=0,714). Porcentagem semelhante foi encontrada nos estudos de Ramos (1985) e Myers;
Young; Langlois (1991).
30
No presente estudo, apesar de não ter havido relação entre queda e idade
avançada, na literatura há vários estudos que os apontam como importante fator de risco,
como os de Myers; Young; Langlois (1996), Cavanillas et al. (2000), González; Marín;
Pereira (2001), Oliveira (2002), Fabrício; Rodrigues; Costa Júnior (2002), Baloh et al. (2003)
e Gratão et al. (2003).
Para Gac et al. (2003), os idosos com idade acima de 85 anos apresentam menor
número de quedas devido à maior restrição da atividade física possivelmente presente nessa
faixa etária.
Quanto à escolaridade, dos 42 idosos que caíram, 26 (61,9%) eram analfabetos, 15
(35,7%) cursaram 1 a 4 anos de escolaridade e apenas 1 (2,4%) cursou a escola por um
período igual ou superior a 5 anos.
Não houve associação estatisticamente significante entre queda e escolaridade
(p=0,264).
Apesar de não ter havido associação significativa entre estes fatores, Ramos
(1985), relata que a baixa escolaridade oferece risco às quedas por interferir no estado
cognitivo dos idosos.
Segundo Guccione (2002), o dano cognitivo aumenta o risco de quedas devido à
desorientação visuo-espacial, levando a uma má percepção dos perigos ambientais e a uma
avaliação errônea das próprias habilidades.
4.3 Condições intrínsecas
Atividade Física
Do total dos idosos entrevistados, 70 (66,7%) não adotaram qualquer tipo de
atividade física em sua vida.
31
A atividade praticada pelos 35 idosos (33,3%) foi a fisioterapia, realizada em
média 3,5 vezes semanais.
Semelhante percentual foi encontrado por Rezende (2001).
Infelizmente, grande parte da população idosa ainda mantém um estilo de vida
sedentário, embora já tenha sido confirmado que a atividade física é muito importante na vida
do ser humano, podendo evitar sérios danos à saúde.
Para Matsudo; Matsudo; Neto (2000) e Gazalle et al. (2004), à medida que
aumenta a idade cronológica, as pessoas se tornam menos ativas. Suas capacidades físicas
diminuem e, com as alterações psicológicas que acompanham a idade, tais como o estresse e a
depressão, existe ainda diminuição maior da atividade que conseqüentemente contribui para
deteriorar o processo de envelhecimento.
Na Tabela 5 é possível observar que os idosos que não exerciam atividade física
atingiram a mais elevada taxa de queda (78,6%).
Tabela 5 – Distribuição da ocorrência de quedas na população idosa, segundo atividade física,
Catanduva, 2004.
Queda
Ativ. Física
Sim
Não
TOTAL
Sim 9 26 35
Não 33 37 70
TOTAL 42 63 105
Houve associação estatisticamente significante entre o evento e a prática de
atividade física por parte dos idosos (p=0,035).
32
Semelhante percentual foi encontrado por Ramos (1985) e González; Marín;
Pereira (2001).
Brouwer et al. (2003), realizaram um estudo com 38 idosos para determinar a
relação dos efeitos de educação e de programa de atividade física na redução de quedas. Estes
autores verificaram que as quedas foram significantemente reduzidas naqueles que receberam
ambas intervenções.
Segundo Boers et al. (2001); Lima-Costa; Barreto; Giatti (2003), exercícios
físicos são benéficos para a saúde, melhoram a densidade mineral óssea e reduzem o risco de
fraturas.
Segundo Benson & Lusardi (1995); Freitas et al. (2002), a alta taxa de morbidade
e mortalidade entre a população idosa, têm como causa a baixa aptidão física e falta de bem
estar funcional. Estes autores relataram também que a atividade física irá prevenir ou
minimizar as mudanças decorrentes do processo de envelhecimento, reduzindo a incidência e
gravidade das quedas, melhorando, portanto, a qualidade de vida desta população.
Problemas de Saúde
No presente estudo, todos os idosos entrevistados referiram ter algum problema de
saúde. As queixas mais freqüentes foram: reumatismo (54,3%), incontinência urinária
(45,7%), fratura (28,6%), hipertensão arterial (27,6%) e asma e derrame com percentual igual
a 17,1%. A demência tipo Alzheimer esteve presente em 14,3% e arritmia em 13,3%.
33
Os problemas de saúde referidos pelos idosos estão representados na Figura
abaixo.
Figura 1 – Problemas de saúde referidos pelos idosos institucionalizados, Catanduva, 2004.
No estudo de Fabrício; Rodrigues; Costa Júnior (2002), os problemas osteo-
musculares foram queixas comuns entre os idosos, seguido de confusão mental, incontinência
urinária, hipertensão, entre outros.
Lima-Costa; Barreto; Giatti (2003), realizaram um estudo baseado na Pesquisa
Nacional por Amostra de Domicílios para descrever as condições de saúde da população idosa
brasileira. Os resultados mostraram que a prevalência de hipertensão foi de 43,9%, de doenças
reumáticas foi de 37,5% e diabetes com 10,3%.
A associação entre as ocorrências de quedas e os problemas de saúde relatados
pelos idosos foi estudada. A análise estatística mostrou que não houve evidência de
associação entre queda e a presença de Derrame (p=0,245); Labirintite (p=0,668); Convulsão
(p=0,434); Parkinson (p=0,215), Asma (p=0,285); Diabetes (p=1,000) e Arritmia (p=0,160).
1 4 ,3 0 %1 7 ,1 0 %
6 ,7 0 %
1 7 ,1 0 %
9 ,5 0 %
2 8 ,6 0 %2 7 ,6 0 %
4 5 ,7 0 %
4 ,8 0 % 5 ,7 0 %
5 4 ,3 0 %
6 ,0 0 %
0 ,0 0 %
1 0 ,0 0 %
2 0 ,0 0 %
3 0 ,0 0 %
4 0 ,0 0 %
5 0 ,0 0 %
6 0 ,0 0 %
Alz
heim
er
Asm
a
Con
vuls
ão
Der
ram
e
Dia
bete
s
Fra
tura
Hip
erte
nsão
Inco
ntin
ênci
a
Lab
irin
tite
Par
kins
on
Reu
mat
ism
o
Out
ras
34
Houve associação estatisticamente significante entre queda e a presença de
doenças reumáticas (p=0,000).
A distribuição da ocorrência de quedas na população idosa, segundo a presença de
doenças reumáticas pode ser observada na Tabela 6.
Tabela 6 - Distribuição da ocorrência de quedas na população idosa, segundo a presença de doenças
reumáticas, Catanduva, 2004.
Reumatismo
Queda
Sim
Não
TOTAL
Não 25 38 63
Sim 32 10 42
TOTAL 57 48 105
Segundo Linhares et al. (2003), as doenças articulares são freqüentes na
população idosa e contribuem para a incapacidade funcional dessa população.
Para Myers; Young; Langlois (1996), a osteoartrose resulta em dor e imobilidade
favorecendo, portanto, a ocorrência de quedas.
Alguns estudos da literatura apontam que o surgimento de doenças na população
idosa como, por exemplo, a osteoartrose, ocasiona redução da capacidade física, refletindo no
controle postural do indivíduo ou, ainda, influenciando no equilíbrio (FABRÍCIO;
RODRIGUES; COSTA JÚNIOR, 2004).
Ao buscar a associação entre quedas e queixas de doenças, pode-se observar ainda
que os idosos vítimas de quedas foram os que mais referiram queixas de doenças. E dentre os
que caíram, a taxa mais elevada foi atingida pelos idosos que afirmaram ter quatro ou mais
35
doenças (47,6%), vindo a seguir aqueles que se referiram ter 3 doenças (23,8%) e os que
referiram apenas duas doenças (16,6%).
Houve associação estatisticamente significante entre o número de doenças
referidas pelos idosos e a ocorrência de quedas (p=0,004).
A distribuição da ocorrência de quedas na população idosa, segundo o número de
doenças referidas pelos mesmos pode ser observada na Tabela 7.
Tabela 7 - Distribuição da ocorrência de quedas na população idosa, segundo o número de doenças,
Catanduva, 2004.
Nº Doenças
Queda
ausente
1
2
3
≥ 4
TOTAL
Não 5 19 17 6 16 63
Sim - 5 7 10 20 42
TOTAL 5 24 24 16 36 105
Porcentagem semelhante foi encontrada no estudo de Rekeneire et al. (2003).
Para Tinetti (1986), as doenças crônicas e as deficiências físicas presentes nos
idosos contribuem para a ocorrência de quedas. Esta autora também relata que o risco de
queda aumenta linearmente com o número de anormalidades existentes.
36
Depressão
No presente estudo, a depressão foi referida por 42 idosos, ou seja, 40% dos
casos.
Percentual semelhante foi encontrado nos estudos de Linhares et al. (2003) e
Rinaldi et al. (2003).
De acordo com Snowdon (2002), sintomas depressivos são altamente prevalentes
em fases tardias da vida no Brasil e no mundo todo.
Segundo Rinaldi et al. (2003), a depressão é um dos maiores problemas de saúde
pública na população idosa. Cerca de 3% dessa população sofre de depressão maior, sendo
que de 10 a 15% necessitam de hospitalização e tratamento domiciliar.
De acordo com Gazalle et al. (2004), dentre os diversos transtornos que afetam
idosos, a depressão merece a atenção especial, uma vez que apresenta freqüência elevada e
conseqüências negativas na vida dos indivíduos acometidos.
Para Pereira; Basques; Marra (1999), a ansiedade e depressão são fatores que
levam os idosos às quedas.
A associação entre a ocorrência de quedas e a presença de depressão foi estudada.
Pode-se verificar que as quedas foram mais freqüentes entre os idosos que se apresentaram
deprimidos (52,4%).
Houve associação estatisticamente significante entre queda e a presença de
depressão (p=0,034).
A distribuição dos idosos, segundo queda e presença de depressão pode ser
observada na Tabela 8.
37
Tabela 8 - Distribuição dos idosos, segundo queda e presença de depressão, Catanduva, 2004.
Depressão
Queda
Presente
Ausente
TOTAL
Não 20 43 63
Sim 22 20 42
TOTAL 42 63 105
Alguns autores apontam a depressão como fator de risco para quedas (BENSON
& LUSARDI, 1995; MYERS; YOUNG; LANGLOIS, 1996; PEREIRA; BASQUES;
MARRA, 1999).
Cavanillas et al. (2000), realizaram um estudo prospectivo para identificar os
fatores de risco de quedas em 190 idosos residentes em dois centros na cidade de Granada,
Espanha. Estes autores verificaram que as quedas foram significantemente maiores entre os
idosos que se apresentaram deprimidos.
Intervenções clínicas para depressão na velhice devem ser enfatizadas. A alocação
de recursos para treinar profissionais na avaliação e no tratamento desses pacientes, bem
como promover mais pesquisas nessa área seria uma estratégia importante para reduzir a
incidência de depressão e, conseqüentemente, as suas conseqüências.
38
Estado de Saúde
Apesar de a população relatar algum problema de saúde, 51 (48,6%) consideraram
sua saúde como sendo boa, 29 (27,6%) como sendo regular e somente 25 (23,8%) má.
Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Carvalho & Coutinho
(2002).
De acordo com Helmer et al. (1999) apud Lima-Costa; Barreto e Giatti (2003), a
percepção da própria saúde é um forte indicador do estado de saúde dos idosos porque prediz
de forma consistente a sobrevida dessa população.
De acordo com o Ministério da Saúde (2004), mais da metade dos brasileiros
(54%) consideram sua saúde boa ou muito boa, 38% regular e apenas 9% consideram sua
saúde ruim ou muito ruim. Idosos, mulheres e aqueles com menores graus de escolaridade
foram os que apresentaram porcentagens mais elevadas de percepção pior de saúde.
Ao buscar a associação entre queda e estado de saúde, pode-se verificar que as
quedas ocorreram em maior freqüência entre os idosos que referiram ter sua saúde má
(42,8%).
A distribuição da ocorrência de quedas na população idosa, segundo estado de
saúde pode ser observada na Tabela 9.
39
Tabela 9 - Distribuição da ocorrência de quedas na população idosa, segundo estado de saúde,
Catanduva, 2004.
Saúde
Queda
Boa
Regular
Má
TOTAL
Não 40 16 7 63
Sim 11 13 18 42
TOTAL 51 29 25 105
Houve associação estatisticamente significante entre queda e estado de saúde
(p=0,000).
Uso de Medicamentos
O uso de medicamentos esteve presente em 89,5% dos idosos institucionalizados,
ou seja, apenas 10,5% não faziam uso de nenhuma substância medicamentosa. Todos os
medicamentos foram receitados por médicos.
Semelhante percentual foi encontrado por Navarro (2004).
Na Tabela 10 observa-se que 57 idosos (60,7%) faziam uso de 4 ou mais
fármacos. Somente 37 (39,3%) faziam uso de 1 a 3 fármacos.
40
Tabela 10 – Distribuição do número de medicamentos usados pelos idosos, Catanduva, 2004.
Medicamentos Nº %
1 a 3 37 39,3
≥ 4 57 60,7
TOTAL 94 100,0
Segundo Rozenfeld (2003), a maioria dos idosos consome pelo menos, um
medicamento, e cerca de 1/3 deles cinco ou mais simultaneamente. Esta autora também
relatou que a farmacologia para os indivíduos idosos tem peculiaridades, pois com a idade há
redução da massa muscular e da água corporal. O metabolismo hepático e a capacidade de
filtração e excreção pelos rins podem se apresentar diminuídos. Disso decorre a dificuldade de
eliminação de catabólitos, acumulando, portanto, substâncias tóxicas e produzindo reações
adversas.
Figura 2 – Proporção de idosos institucionalizados que faziam uso de classes terapêuticas, Catanduva,
2004.
50,50%
6,60%9,50% 7,60%
37,10%
16,20%
28,50%
19,0%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
Anti-
hipe
rtens
ivo
Anti-
arrít
mic
o
Anti-
psic
ótic
o
Car
diot
ônic
o
Hip
oglic
emia
nte
Neu
rolé
ptil
Seda
tivos
Vaso
dila
tado
r
41
Pode-se observar na Figura 2, que os medicamentos mais utilizados pelos idosos
foram Anti-hipertensivo (50,5%), seguido por Neuroléptil (37,1%) e Vasodilatadores
(28,5%).
O Anti-hipertensivo também foi o medicamento mais utilizado pelos idosos no
estudo de Fabrício; Rodrigues; Costa Júnior (2004) e Navarro (2004).
Quedas foram mais freqüentes entre aqueles que afirmaram fazer uso de remédios
(97,6%).
Estatisticamente, houve associação entre queda e uso de medicamentos pelos
idosos
(p= 0,047).
A distribuição da ocorrência de quedas na população idosa, segundo uso de
medicamentos pode ser observada na Tabela 11.
Tabela 11 - Distribuição da ocorrência de quedas na população idosa, segundo uso de medicamentos,
Catanduva, 2004.
Uso de Medicamentos
Queda
Sim
Não
TOTAL
Não 53 10 63
Sim 41 1 42
TOTAL 94 11 105
O uso de medicamentos tem sido abordado em vários estudos como um dos
fatores de risco para quedas.
42
Rekeneire et al. (2003), realizaram um estudo longitudinal com 3.075 idosos com
idade entre 70 e 79 anos, cujos objetivos foram identificar os fatores de risco para quedas.
Estes autores verificaram que as quedas foram mais freqüentes entre aqueles que faziam uso
de medicamentos.
No estudo de Tinetti et al. (1994), as quedas foram mais freqüentes entre os idosos
que faziam uso de quatro ou mais fármacos.
Oliveira (2002) também verificou em seu estudo com idosos que o uso de
medicamentos é um fator de risco significativo para quedas.
Coutinho & Silva (2002) realizaram um estudo caso-controle para avaliar o papel
do uso de medicamentos como fator de risco para quedas entre pessoas com 60 anos ou mais.
De acordo com esse estudo, há um aumento no risco de quedas para o uso de drogas
bloqueadoras dos canais de cálcio, benzodiazepínicos e vasodilatadores.
O aumento no risco de quedas entre idosos usuários de benzodiazepínicos tem
sido atribuído à atividade sedativa e à probabilidade de hipotensão postural.
Robbins et al. (1998) verificaram que o uso de 4 ou mais fármacos, por idosos,
pode aumentar o risco de queda.
Myers; Young; Langlois (1991) verificaram que o uso de antidepressivos, anti-
hipertensivos, tranquilizantes e vasodilatadores, aumentam, de forma significativa, o risco de
quedas.
No presente estudo, não houve associação estatisticamente significante entre
queda e Anti-hipertensivo (p=0,265); Anti-arrítmico (p=0,700); Cardiotônico (p=0,497);
Neuroléptil (p=0,516); Anti-psicótico (p=0,310); Hipoglicemiantes (p=0,711) e
Vasodilatadores (p=1,000).
43
De acordo com Guccione (2002), as drogas podem diminuir o alerta, assim como
a função psicomotora ou causar fraqueza muscular, tontura, arritmia, hipotensão postural,
principalmente quando em doses inapropriadas.
Por fim, os medicamentos devem ser analisados, pois eles contribuem com o
desequilíbrio, principalmente os sedativos, tranqüilizantes, antidepressivos e anti-
hipertensivos.
Há necessidade da elaboração de uma campanha educativa a ser desenvolvida
sobre o uso racional de medicamentos nas instituições asilares, visando a conscientização dos
profissionais de saúde e dos asilados sobre os perigos deste uso indiscriminado.
Estados visual e auditivo
Dos 105 idosos entrevistados, 41 (39,0%) referiram ter boa visão, 38 (36,2%)
regular e apenas 26 (24,8%) referiram ter visão ruim.
O uso de lentes corretivas foi visto em apenas 27 idosos (25,7%), sendo que
apenas 10 (9,5%) referiram ter melhora total.
Tabela 12 – Distribuição da ocorrência de quedas na população idosa, segundo acuidade visual,
Catanduva, 2004.
Visão
Queda
Boa
Regular
Ruim
TOTAL
Não 31 18 14 63
Sim 10 20 12 42
TOTAL 41 38 26 105
44
As quedas estiveram presentes, em maior freqüência, entre os idosos que
referiram ter sua visão regular (47,6%) e ruim (28,5%).
Houve associação estatisticamente significante entre queda e acuidade visual
referida pelos idosos (p=0,029).
Dados semelhantes foram encontrados nos estudos de Myers; Young; Langlois
(1991), Perracini (2000), Cavanillas et al. (2000) e Baloh; Ying; Jacobson (2003).
Segundo Guccione (2002), o sistema visual determina a posição do corpo no
espaço e visualiza os objetos ao seu redor; como na posição em pé, a visão envia informações
ao Sistema Nervoso Central (SNC) e detecta os deslocamentos posturais sobre a posição e os
movimentos do corpo em relação ao ambiente externo. Para manter o controle postural há
componentes da visão que são muito importantes, entre eles estão as acuidades que detectam
as diferenças nas letras e nas formas; a sensibilidade ao contraste que mostra as diferenças nos
sombreamentos; a visão periférica que detecta a visão lateral quando se olha para frente e a
percepção de profundidade que diferencia as distâncias.
No estudo de Perracini & Ramos (2003), cujos objetivos foram identificar os
fatores associados a quedas e às quedas recorrentes em idosos vivendo na comunidade, idosos
com leve e severa diminuição na função visual apresentaram, respectivamente, 1,4 e 2,2 vezes
mais riscos de quedas.
Segundo Ivers et al. (1998), a dificuldade na visão está associada com duas ou
mais quedas em pessoas idosas.
Campbell et al. (1989) realizaram um estudo prospectivo com idosos com idade
igual ou superior a 70 anos e verificaram que as quedas foram significantemente mais
freqüentes nos idosos que referiram ter visão ruim quando comparados com de boa visão.
Quanto à audição, a maior parte dos idosos afirmou não ter dificuldade de audição
(75,3%).
45
A associação entre a ocorrência de quedas e a dificuldade de audição relatada
pelos idosos foi estudada. A análise mostrou que não houve evidências de associação entre
queda e dificuldade auditiva (p=0,105).
Dados semelhantes foram encontrados nos estudos de Ramos (1985) e Fabrício
(2002).
No presente estudo, apesar de não ter havido relação entre queda e dificuldade
auditiva, na literatura (Martins, 1999) aponta que a diminuição da sensibilidade auditiva
resulta em vertigens e dificulta o controle postural, principalmente em movimentos bruscos e
mudanças de direção favorecendo, portanto, a ocorrência de quedas.
Equilíbrio e Marcha
Segundo Carvalhaes et al. (1998), “o andar do idoso assemelha-se ao de alguém
andando sobre uma superfície escorregadia, ou de alguém que não tem informação sensitiva,
como se estivesse andando no escuro”.
Para Tinetti (1986), os idosos adotam mecanismos compensatórios para manter a
postura adequada e uma marcha funcional, tais como: alargamento da base de suporte,
diminuição do comprimento e altura do passo e a redução da velocidade e do impulso. Diante
disso, o idoso está mais susceptível a tropeçar e a cair.
De acordo com Whitney; Poole; Cass (1998) e Pereira; Basques; Marra (1999), o
equilíbrio e marcha são resultantes da interação harmônica entre os sistemas neurológicos,
vestibular, sensorial e músculo-esquelético.
A atuação do sistema visual no controle postural já foi mencionada anteriormente.
Quanto ao sistema vestibular, este envia informações ao SNC sobre a posição e movimento da
cabeça, seus estímulos são usados para dar respostas posturais (GUCCIONE, 2002).
46
Para Guccione (2002); Freitas et al. (2002), outro fator importante para se obter o
equilíbrio são os estímulos proprioceptivos que estão localizados nos receptores articulares,
musculares e tendinosos, que enviam informações referentes à sustentação e movimentação
dos segmentos corporais entre si. Estes autores também colocam que estes estímulos
proprioceptivos estão alterados nos idosos, bem como suas sensações de vibração e o seu
sistema efetor, contribuindo, portanto, para a ocorrência de quedas nessa faixa etária.
No presente estudo, a dificuldade no equilíbrio e marcha foi vista em 49,5% dos
casos.
Ao buscar a associação entre a ocorrência de quedas e a dificuldade no equilíbrio
e marcha, pode-se concluir que as quedas foram mais freqüentes (61,9%) entre os idosos que
se apresentaram com pontuação inferior a 19 na escala de Tinetti, ou seja, naqueles que
apresentaram maiores dificuldades no equilíbrio e marcha.
Houve associação estatisticamente significante entre queda e dificuldade no
equilíbrio e marcha (p=0,038). Estes dados podem ser observados na Tabela 13.
Tabela 13 - Distribuição dos idosos, segundo queda e dificuldade no equilíbrio e marcha, Catanduva,
2004.
Dificuldade
Queda
Sim
Não
TOTAL
Não 26 37 63
Sim 26 16 42
TOTAL 52 53 105
Resultados semelhantes foram encontrados nos estudos de Pereira; Basques; Marra
(1999), González; Marín; Pereira (2001) e Baloh; Ying; Jacobson (2003).
47
Becker et al. (2003) realizaram um estudo prospectivo para avaliar os efeitos do treino
de resistência e equilíbrio nas quedas em pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. De
acordo com este estudo, a incidência de quedas foi significantemente menor no grupo de
idosos que recebeu a intervenção.
De acordo com os resultados, os programas de exercícios e treinamento do equilíbrio e
marcha devem ser enfatizados, pois são medidas restaurativas potencialmente úteis para
combater os distúrbios da marcha e equilíbrio e, portanto, contribuir para a redução de quedas.
Estado Cognitivo
Dos 105 idosos entrevistados, 89 apresentaram déficit cognitivo (84,7%).
Segundo Almeida (1998), a demência é hoje um problema de saúde mental que mais
rapidamente cresce. Sua prevalência aumenta exponencialmente com a idade, passando de 5%
entre aqueles com mais de 60 anos para 20% naqueles com idade superior a 80 anos.
Vários estudos apontam o fato de que a deterioração cognitiva em idosos, como por
exemplo a demência tipo Alzheimer, está associada a um aumento do risco de quedas
(BENSON & LUSARDI, 1995; GAC et al. (2003); JENSEN et al., 2003; REKENEIRE et al.,
2003 ).
Para Visser (1983 apud Gratão et al., 2003), a demência é um fator de risco para a
queda, uma vez que o equilíbrio e a marcha são mais afetados nos portadores dessa doença do
que em idosos que não a apresentam.
Gratão et al. (2003) realizaram um estudo prospectivo para identificar a ocorrência de
quedas em um grupo de idosos demenciados, atendidos em um hospital de uma cidade no
interior do Estado de São Paulo. Dos 31 idosos que apresentaram quedas, 17 (54,8%)
revelaram déficit cognitivo grave, 5 (16,2%) moderado e 9 (29%) leve.
48
Carvalho & Coutinho (2002) realizaram um estudo caso-controle de 404 idosos, da
cidade do Rio de Janeiro, visando estimar a associação entre demência e ocorrência de
quedas. O estudo mostrou associação positiva entre presença de demência e quedas. Para
esses autores, a simples mudança de um degrau ou até a mudança para outra casa, podem
significar aumento do risco de quedas, devido à dificuldade de memorização de informações
novas para os idosos que se apresentam com deficiência cognitiva.
No presente estudo, não houve associação estatística entre queda e baixo estado
cognitivo (p=0,739).
Para Perracini & Ramos (2003), a estimulação cognitiva é uma estratégia importante
para se prevenir quedas. Em contrapartida, Jensen et al. (2003) verificaram que o estado
cognitivo interfere, de forma significativa, na reabilitação do paciente, pois o grupo de idosos
que se apresentou com baixo estado cognitivo, não obteve resultados favoráveis com a
intervenção terapêutica, quando comparado ao grupo de idosos que apresentou cognição
normal.
Força Muscular
No decorrer do processo de envelhecimento, o músculo esquelético apresenta
alterações morfológicas bem documentadas. Dentre elas, merece destaque a sarcopenia,
definida como a perda de massa e de força muscular relacionada à idade (DAVINI & NUNES,
2003).
Segundo Sverzut (2003), o processo de “sarcopenia” vem tornando-se conhecido
como causa de alta morbidade e disfunção nos idosos, comprometendo a mobilidade e as
atividades de vida diária e aumentando os riscos de quedas nesta população.
49
A diminuição da força muscular em idosos é decorrente da redução da área de
secção transversal das fibras do músculo esquelético em função de uma atrofia seletiva das
fibras musculares do tipo II (FREITAS et al., 2002).
Para Fernandes et al. (2003), a fraqueza muscular no indivíduo idoso pode ser
resultante de doenças, imobilizações prolongadas ou desuso. Estes autores ainda relataram
que um programa de exercícios de fortalecimento da musculatura é uma estratégia importante
para combater a fraqueza muscular e as suas conseqüências.
Ao buscar a associação entre a média de força de preensão palmar e a ocorrência
de quedas, pode-se observar que a média de força de preensão palmar foi menor (10,13Kgf)
entre os idosos que caíram.
A distribuição da média de força de preensão palmar, segundo ocorrência de
quedas, pode ser observada na Tabela 14.
Tabela 14 – Distribuição da média de força de preensão palmar, segundo ocorrência de quedas,
Catanduva, 2004.
Queda
Média de força
(Kgf)
SD
Não 14,23 Kgf 9,5
Sim 10,13 Kgf 5,7
Houve associação estatisticamente significante entre o déficit de força de preensão
palmar e queda (p=0,0165).
Resultados semelhantes foram encontrados no estudo de Rekeneire et al. (2003).
Para Tinetti et al. (1994) e Gac et al. (2003), a diminuição da força muscular é um importante
fator de risco para quedas.
50
De acordo com Davini & Nunes (2003), a redução da força muscular em idosos,
afeta diretamente suas habilidades em tarefas simples como caminhar e dificulta a realização
de atividades de vida diária.
Para Davini & Nunes (2003) e Sverzut (2003), o aumento de força e de massa
muscular pode ser obtido através de exercícios físicos regulares, mantendo o estado funcional
e a independência do idoso.
Índice de Massa Corporal
A associação entre a ocorrência de quedas e o índice de massa corporal foi estudada.
Não houve associação estatisticamente significante entre eles (p=0,272).
Apesar de não ter havido associação positiva entre estes fatores, Carvalhaes et al.
(1998), relataram que a magreza oferece risco às quedas. Para Anjos (1993), a má nutrição
leva a um déficit energético e à osteoporose, contribuindo, portanto, para a ocorrência de
quedas.
Alterações nos pés
Segundo Pereira; Basques; Marra (1999), a presença de dores nos pés, especialmente
em indivíduos afetados por calosidades, deformidades do hálux, dedos em garra, pés planos e
edema, constituem causas de limitação funcional da marcha e contribuem para a ocorrência de
quedas.
Para Carvalhaes et al. (1998), as anormalidades nos pés são fatores de risco
significativos.
51
No presente estudo, não houve associação estatisticamente significante entre queda e a
presença de problemas nos pés (p=0,731).
O cuidado adequado com os pés é uma estratégia importante na prevenção de déficits
da marcha em idosos, podendo reduzir o risco de quedas nesses indivíduos.
Uso de álcool
Quanto ao uso de álcool no momento da ocorrência do evento, todos os idosos
afirmaram não fazer uso.
O uso de álcool, apesar de não ter sido relatado pelos idosos que sofreram quedas,
é um importante contribuidor para anormalidades no equilíbrio e marcha e,
conseqüentemente, predispõem os usuários a uma maior ocorrência de quedas (OLIVEIRA,
2002).
4.4 Condições extrínsecas
Em relação ao local de ocorrência de quedas, 14 (33,3%) ocorreram no banheiro, 10
(23,8%) no quarto, 7 (16,7%) na sala, 7 (16,7%) na varanda e apenas 4 (9,5%) ocorreram na
cozinha.
Quanto ao período de ocorrência das quedas, 18 (42,9%) ocorreram no período da
manhã, 16 (38,1%) à tarde, 4 (9,5%) à noite e 4 (9,5%) de madrugada.
Semelhante percentual foi encontrado nos estudos de González; Marín; Pereira (2001),
Carvalho & Coutinho (2002), Oliveira (2002) e Gac et al. (2003).Como pode ser observado,
uma parcela pequena dos idosos caiu de madrugada, contrariando uma idéia do senso comum
de que esses indivíduos caem mais durante esse período, quando se levantam para ir ao
banheiro ou para beber água.
52
A maior parte dos acidentes ocorreu em ambiente claro (92,9%). Esse achado foi
referido por outros autores (CARVALHO & COUTINHO, 2002).
Quanto ao tipo de piso do local do acidente, destacou-se o liso (97,6%), sendo que 24
(57,1%) se apresentaram secos, 15 (35,7%) molhados e 3 (7,1%) encerados.
Resultados semelhantes foram referidos no estudo de Oliveira (2002).
No estudo de Fabrício; Rodrigues; Costa Júnior (2004), as quedas foram resultantes de
pisos escorregadios.
O fato de saber o local onde ocorreu a queda é importante para identificar fatores
extrínsecos que predispõem à ocorrência da mesma e criar medidas preventivas.
Nenhum dos locais da ocorrência de quedas se apresentou com rampas ou degraus. A
presença de corrimão esteve presente em apenas um local, ou seja, a maior parte dos acidentes
ocorreu em locais sem a presença de corrimão (97,6%).
Para Berg & Felter (1994 apud Pereira; Basques; Marra, 1999) e Boers et al. (2001),
fatores ambientais, como pisos irregulares ou molhados e escadas sem corrimão, são fatores
que predispõem os idosos às quedas; e esses fatores são susceptíveis a alterações, podendo ser
usados em programas de prevenção das mesmas.
Dos 42 idosos que relataram quedas, 26 (61,9%) faziam uso de chinelos, 10 (23,8%)
encontraram-se descalços e apenas 6 (14,3%) faziam uso de sapatos fechados.
Dados semelhantes foram verificados no estudo de Oliveira (2002).
Quanto ao solado do calçado usado no momento da ocorrência da queda, a maior parte
(70,6%) era de borracha.
No estudo de Oliveira (2002), o uso de chinelo no momento da queda também esteve
presente na maioria dos casos (84%).
Carvalhaes et al. (1998) e Fabrício (2002), verificaram que o uso de calçados
inadequados, como chinelos, solados em mau estado de conservação favorecem as quedas.
53
Os idosos não relataram a presença de tapetes no local do acidente. Apenas 3 (7,1%)
referiram a presença de objetos e animais dificultando a passagem.
Carvalhaes et al. (1998), relataram que obstáculos ambientais podem tornar-se
forte ameaça à segurança e mobilidade naqueles que já apresentam distúrbios do equilíbrio e
marcha.
Quanto à atividade realizada no momento da queda, 20 idosos (47,6%) relataram
estar caminhando, 8 (19%) tomando banho, 7 (16,7%) se transferindo da cama ou cadeira, 4
(9,5%) realizando atividades de limpeza e 3 (7,2%) afirmaram estar urinando no momento da
ocorrência do evento. Outros estudos apontaram a atividade “caminhar” como a mais
freqüente no momento da queda (CARVALHO & COUTINHO, 2002; GAC et al., 2003).
Desta forma, é relevante planejar programas específicos de intervenção ambiental
para a eliminação dos fatores de risco relacionados com a ocorrência de quedas.
4.5 Causas de quedas referidas pelos idosos
Houve a preocupação de se pesquisar junto aos idosos investigados, a opinião de
cada um, o que foi manifestado com precisão e segurança. Como se constata através da Figura
3, o maior número de quedas foi resultante de chão molhado (40,5%), seguido de falta de
equilíbrio (24%).
54
Figura 3 – Causas das quedas referidas pelos idosos, Catanduva, 2004.
40,50%
11,90% 11,90%
7,20%
24,0%
4,50%
0,00%
5,00%
10,00%
15,00%
20,00%
25,00%
30,00%
35,00%
40,00%
45,00%C
hão
mol
hado
Falta
de
equi
líbrio
Fraq
ueza
mus
cula
r
Tont
ura
anim
al/o
bjet
o
Não
soub
ere
lata
r
Diante disso, é necessário que a equipe responsável pelos cuidados dos idosos em
cada instituição se preocupe em cuidar do ambiente, mantendo o piso enxuto, assim como
aumentar a atenção com aqueles que têm mais chances de quedas.
4.6 Conseqüências
O estudo demonstra que dos 42 idosos que caíram, 24 (57,1%) referiram ter tido
conseqüências decorrentes do evento. Foram elas: contusões, fraturas e medo de andar
novamente. A distribuição das conseqüências referidas pelos idosos, decorrentes do evento,
estão representadas na Figura 4.
55
Figura 4 – Conseqüências referidas pelos idosos, decorrentes do evento, Catanduva, 2004.
62,50%
33,30%
4,20%
0,00%
10,00%
20,00%
30,00%
40,00%
50,00%
60,00%
70,00%
Con
tusõ
es
Frat
ura
Med
o de
anda
r
Como pode ser observado na Figura 4, medo de voltar a cair ou também chamada
de “síndrome pós-queda” foi relatado por um idoso. Esta conseqüência também foi relatada
por outros autores como Fabrício, Rodrigues e Costa Júnior, 2004.
Para Perracini & Ramos (2003), as conseqüências decorrentes de queda são: risco
de morte, fraturas, medo de cair, declínio na saúde, aumento do risco de institucionalização,
bem como o aumento dos custos com os cuidados da saúde, expressos pela hospitalização e
serviços especializados.
Gratão et al. (2003), em estudo com idosos com demência e sua relação com
quedas, observaram que 10,9% das quedas resultaram em fraturas. Nesta pesquisa, entretanto,
foi encontrada maior freqüência (33,3%).
No estudo de Fabrício (2002), a conseqüência mais freqüente da queda sofrida
pelos idosos foi a fratura (64%). Esta autora também observou que a queda interferiu nas
56
atividades de vida diária dos idosos, ou seja, trouxe para os mesmos, maior dependência para
realização de atividades como caminhar, tomar banho, subir escadas, entre outras.
Nikolaus & Bach (2003), realizaram um estudo com idosos, cujo objetivo foi
avaliar a efetividade de uma estratégia multifatorial de redução de risco na diminuição da
chance de quedas entre idosos na comunidade do sul da Alemanha. Foi observada uma
associação significativa, entre os grupos de intervenção e controle, no período de tempo para
a ocorrência de queda.
Diante disso, é importante se investir em atividades preventivas, garantindo ao
idoso melhor autonomia e, portanto, melhor qualidade de vida.
57
CONCLUSÕES
58
5 – CONCLUSÕES
O estudo descritivo da ocorrência de quedas e seus fatores determinantes na
velhice, realizado em uma população de 105 idosos residentes em instituições asilares do
município de Catanduva, utilizou metodologia adequada e decorreu de maneira satisfatória.
A participação dos funcionários, especificamente dos enfermeiros e auxiliares de
enfermagem foi de maneira voluntária. Esta participação foi fundamental para a realização
deste estudo, pois sem o vosso auxílio, algumas informações não seriam obtidas.
O presente estudo permitiu as seguintes conclusões:
I – As quedas atingiram 40 % da população estudada, sendo mais freqüente no sexo feminino
(71,4%).
II – Verificou-se que a ocorrência de quedas esteve associada ao exercício de atividade física,
apurando-se um percentual de 78,6% entre aqueles que não a praticava.
III – Concluiu-se também que as ocorrências estavam associadas com a presença de
osteoartrose e depressão, ficando constatado que os casos envolvidos com depressão
apresentaram maior número de quedas, atingindo o índice de 52,4%.
IV – Evidenciou-se que houve vínculo entre os eventos e os estados de equilíbrio e marcha,
apurando-se que os idosos que caíram foram aqueles que apresentaram menor desempenho na
escala de Tinetti.
V – Queda esteve associada com o estado de saúde. Os idosos que referiram ter sua saúde má
experimentaram maior número de quedas (42,8%), como também aos casos em que foram
manifestados as existências de quatro ou mais doenças.
VI – Notou-se que dos 42 idosos que sofreram quedas, 97,6% faziam uso de medicamentos, e
que 76,1% dos acidentados apresentaram visão deficiente.
VII - Os idosos com médias mais baixas de força de preensão palmar se acidentaram mais.
59
VIII - O local de maior ocorrência de quedas foi o banheiro (33,3%), seguido do quarto e sala
com igual percentual (16,7%).
IX - O tipo de piso mais encontrado no local do acidente foi o liso (97,6%) e a ausência de
corrimão no local do evento esteve presente em 97,6% dos casos.
X – As conseqüências da ocorrência do evento foram relatadas pela maioria dos casos
(57,1%).
De acordo com a literatura consultada e dados obtidos neste estudo, verificou-se
que a queda é um evento importante na população idosa institucionalizada e traz
conseqüências que de uma forma geral, interferem na qualidade de vida dessa população.
Visando possibilitar o controle e prevenção de quedas em idosos residentes em
instituições asilares algumas medidas podem ser realizadas, tais como:
• Avaliar os idosos que têm maior predisposição às quedas, identificando os
fatores de risco intrínsecos e extrínsecos;
• Realizar exames periódicos com a finalidade de avaliar o estado de saúde,
incluindo a avaliação cognitiva, acuidade visual e auditiva, condições do
equilíbrio e marcha e força muscular;
• Incentivar a prática de atividade física, pois uma atividade bem planejada e
adequada individualmente ao idoso traz melhorias físicas, psicológicas e
sociais;
• Avaliar os medicamentos utilizados pelos idosos, bem como reconhecer os
riscos do multiuso;
• Orientar quanto ao uso apropriado de vestuário e calçados;
• Instalar medidas de segurança ambientais, tais como: rampas, piso
antiderrapante, iluminação e móveis adequados, corrimãos nos locais de maior
risco e retirada de tapetes;
60
• Conscientizar as instituições asilares de que o idoso necessita manter a sua
auto-estima, independência e segurança.
Desta forma, é indispensável uma avaliação adequada dos idosos e do ambiente
em que eles vivem, o que deve ser efetuado por profissionais qualificados para essa atividade,
pois uma vez diagnosticados todos os fatores de risco envolvidos, quer intrínsecos ou
extrínsecos, é possível realizar intervenções, com a finalidade de evitar quedas e suas
conseqüências tanto para o idoso quanto para a instituição asilar e o sistema de saúde.
61
Referências Bibliográficas
62
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Apêndices
75
APÊNDICE 1
CARTA DE ANUÊNCIA
Autorizo a pesquisadora Daniela Cristina Lojudice, responsável pelo trabalho
“Quedas de idosos institucionalizados: ocorrência e fatores associados” a coletar os dados
necessários dos idosos, a fim de contribuir para o desenvolvimento da referida pesquisa.
Catanduva,______de__________________de2004.
________________________________
Presidente da instituição
76
APÊNDICE 2
Departamento de Medicina Social – Hospital das clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo.
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Nome Da Pesquisa: “Quedas de idosos institucionalizados: ocorrência e fatores associados.” Pesquisadores Responsáveis:
• Prof. Dr. Milton R. Laprega – Crm-Sp 17504 Orientador: Professor – Doutor Do Dept. Medicina Social Da Faculdade De Medicina De Ribeirão Preto-Usp.
• Daniela Cristina Lojudice – Crefito-3/32622-F Mestranda Do Dept. Medicina Social Da Faculdade De Medicina De Ribeirão Preto-Usp. Telefone: (0xx17) 35246861
1) JUSTIFICATIVA E OBJETIVO DA PESQUISA
Até a década de 60, todos os grupos etários apresentavam um crescimento quase idêntico; a partir
daí, o grupo de idosos passou a se destacar nesse crescimento.
Entre os tipos de acidentes encontrados na velhice, as quedas ocupam a liderança em 60.5% e
suas conseqüências representam um problema crescente para o idoso e sociedade, sendo suas causas e fatores de
risco múltiplos, necessitando do cuidado de uma equipe multidisciplinar.
Diante disso, o nosso Objetivo é verificar a ocorrência de quedas e seus fatores determinantes em
idosos residentes nas instituições asilares do município de Catanduva, para que posteriormente possam ser
adotadas medidas preventivas.
PROCEDIMENTOS A SEREM UTILIZADOS
O (a) senhor (a) está sendo solicitado a participar desta pesquisa e voluntariamente responder a
algumas perguntas, bem como realizar alguns testes que lhe serão colocados pela pesquisadora. As suas
informações e respostas serão anotadas em um questionário, que será mantido em sigilo.
As pessoas não serão identificadas, e as informações serão consideradas como confidenciais.
2) DESCONFORTOS E RISCOS OPERADOS
Não há nenhum desconforto ou risco para o (a) senhor (a) em participar. A única coisa que lhe
pedimos é o tempo que o (a) senhor (a) terá que gastar para responder às perguntas e realizar alguns testes. O
tempo para a entrevista fica em torno de 50 minutos.
77
3) BENEFÍCIOS
As informações que o (a) senhor (a) nos der serão muito úteis para podermos
melhorar o planejamento dos serviços de saúde.
Com a sua participação o (a) senhor (a) estará contribuindo para a construção de
conhecimentos e para o entendimento da realidade frente às quedas em idosos.
Destaco que são esses os seus direitos ao participar da nossa pesquisa (Resolução 196/96 do Conselho Nacional
de Saúde/Ministério da Saúde):
1. A garantia de receber a resposta a qualquer pergunta ou esclarecimento a qualquer dúvida a cerca dos
procedimentos, riscos, benefícios e outros relacionados com a pesquisa a que será submetido. 2. A liberdade de retirar o se consentimento a qualquer momento e deixar de participar no estudo, sem que
isso traga prejuízo à continuação de seu atendimento e tratamento habitual neste serviço; 3. A segurança de não ser identificado e do caráter confidencial de toda a informação relacionada com sua
privacidade; 4. O compromisso de receber informação atualizada durante o estudo, mesmo que esta afete sua vontade
de continuar participando; 5. A disponibilidade do tratamento médico e indenização a que legalmente tem direito, por parte da
instituição de saúde, em caso de danos justificados, causados diretamente pela pesquisa; 6. Se existem gastos adicionais, estes serão absorvidos pelo orçamento da pesquisa. 7.
TERMO DE CONSENTIMENTO:
Eu, Sr (a).
RG: _________________________________, abaixo assinado, tendo recebido as informações sobre a pesquisa e sobre os meus direitos acima relacionados, declaro estar ciente e devidamente esclarecido e de que consinto em participar deste estudo. Catanduva, data_____/_____/_____. a)___________________________________________ Assinatura do sujeito da pesquisa (Assinatura digital), com o polegar direito, caso não puder escrever. b)____________________________________________ Assinatura do responsável, tutor legal, ou parente responsável; (Quando for incapaz de compreender) (Assinatura digital, com o polegar direito, quando não puder es-). crever).
78
APÊNDICE 3
Instrumento de Coleta de Dados – Entrevista.
Data___________________________________________ NÚMERO: _____________
INSTITUIÇÃO__________________________________________________________
RESPOSTA OBTIDA DO: ( 1 ) IDOSO ( 2 ) CUIDADOR ( 3 ) AMBOS
I –IDENTIFICAÇÃO E PERFIL SOCIAL DO IDOSO
1- INICIAIS:_______________________________________________________________
2- QUAL É O SEU SEXO? (somente observar)
(1 ) FEMININO
(2 )MASCULINO
3- QUAL É A SUA DATA DE NASCIMENTO? _____/_____/______ ( consultar cuidador)
(4- ) QUAL É A SUA ESCOLARIDADE? (ler as alternativas) ( 1 )ANALFABETO (considerar quem nunca estudou) ( 2 )PRIMÁRIO INCOMPLETO (1ª à 4ª série) ( 3 )PRIMÁRIO COMPLETO ( 4 )GINÁSIO INCOMPLETO (5ª à 8ª série) ( 5 )GINÁSIO COMPLETO ( 6 )COLEGIAL INCOMPLETO (2ºgrau) ( 7 )COLEGIAL COMPLETO ( 8 )CURSO SUPERIOR INCOMPLETO ( 9 )CURSO SUPERIOR COMPLETO
II – CONDIÇÕES INTRÍNSECAS
5- PESO E ALTURA (Pesar em balança portátil e medir a altura com fita métrica) PESO: _______________________________________ ALTURA: ____________________________________ IMC: ________________________________________
79
6- EM GERAL O (A) SENHOR (A) DIRIA QUE SUA SAÚDE É: ( ler as alternativas) (1) ÓTIMA (2) BOA (3) REGULAR (4) MÁ (5) PÉSSIMA (9) NS (NÃO SABE) (0) NR (NÃO RESPONDEU)
7- O (A) SENHOR (A) PRATICA ALGUM ESPORTE REGULARMENTE? (não ler as alternativas)
(1) SIM (Especifique:______________________________________x semana) (2) NÃO (9) NS (0) NR
8- O (A) SENHOR (A) NO MOMENTO TEM ALGUM DESTES PROBLEMAS DE SAÚDE? (ler as alternativas)
PROBLEMASs
SIM (1)
NÃO ( 2)
NS (9)
NR (0)
a) DERRAME
b) LABIRINTITE
c) CONVULSÕES
d) PARKINSON
e) REUMATISMO
f) FRATURA DE COLUNA E/OU SEGMENTO
g) ASMA OU BRONQUITE
h) PRESSÃO ALTA
i) INCONTINÊNCIA URINÁRIA
j) DIABETES
k) ARRITMIA CARDÍACA
L) OUTRAS
Especifique:
80
9) TESTE DE PREENSÃO PALMAR
MÃO
PRIMEIRA TENTATIVA
SECUNDA TENTATIVA
TERCEIRA TENTATIVA
DIREITA
ESQUERDA
10- O (A) SENHOR (A) USA ÓCULOS? (ler as alterantivas) (1 )SIM, COM MELHORA TOTAL (2 )SIM, COM MELHORA PARCIAL (3 )NÃO, MAS NECESSITARIA (4 )NÃO, NÃO TEM NECESSIDADE (9 ) NS (0 ) NR 11- COMO O (A) SENHOR (A) DIRIA QUE ESTÁ A SUA VISÃO NO MOMENTO? (SEM OS ÓCULOS, SE FOR O CASO)? (ler as alterantivas) (1 )CEGA (2 )RUIM (3 )REGULAR (4 )BOA (5 )EXCELENTE (9 ) NS (0 ) NR 12- O (A) SENHOR (A) USA APARELHO DE AUDIÇÃO? (ler as alternativas) (1 )SIM, COM MELHORA TOTAL (2 )SIM, COM MELHORA PARCIAL (3 ) NÃO, MAS NECESSITARIA (4 ) NÃO, NÃO TEM NECESSIDADE (9 ) NS (0 ) NR 13- COMO O (A) SENHOR (A) DIRIA QUE ESTÁ A SUA AUDIÇÃO NO MOMENTO? (SEM O APARELHO, SE FOR O CASO)? (ler as alternativas) (1 )SURDO (2 )RUIM (3 )REGULAR (4 )BOA (5 )EXCELENTE (9 ) NS (0 ) NR
81
14- O (A) SENHOR (A) USA ALGUM MEDICAMENTO? (ler as alternativas) (1 ) SIM, RECEITADO PELO MÉDICO (2 ) SIM, ADQUIRIDO POR CONTA PRÓPRIA (3 ) SIM, RECEITA MÉDICA E POR CONTA PRÓPRIA (4 )NÃO FAZ USO (5 ) OUTRA Especifique:______________________________________________________________ (9 ) NS (0 ) NR 15- QUAIS OS REMÉDIOS QUE O (A) SENHOR (A) USA REGULARMENTE E QUAIS OS HORÁRIOS DE TOMADA: (consultar cuidador) ( )___________________________________X POR_______________________________ ( )___________________________________X POR_______________________________ ( )___________________________________X POR_______________________________ ( )___________________________________X POR_______________________________ ( )___________________________________X POR_______________________________ ( )___________________________________X POR_______________________________ 16- O (A) SENHOR (A) APRESENTA PROBLEMAS NOS PÉS: (observar) (1 ) CALOSIDADES (2 ) FERIDAS (3 ) UNHA ENCRAVADA (4 ) HÁLUX VALGO (5 ) DEDOS EM GARRA (6 ) NÃO APRESENTA (7 ) OUTROS Especifique:_________________________________________________________________
III- INFORMAÇÕES SOBRE QUEDAS
17- O (A) SENHOR (A) SOFREU ALGUMA QUEDA NOS ÚLTIMOS 6 MESES ? (não ler as alternativas) (1 )SIM (2 )NÃO Para quem respondeu que sim, especifique o número de vezes :________________________
INFORMAÇÕES SOBRE A ÚLTIMA QUEDA:
18- O QUE O (A) SENHOR (A) FAZIA NO MOMENTO DA QUEDA? _______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 19- A OCORRÊNCIA DE QUEDA LHE TROUXE ALGUM PREJUÍZO? (não ler as alternativas) (1 )SIM (2 )NÃO Para quem respondeu que sim, especifique: _____________________________________________________________________
82
20- O (A) SENHOR (A) FEZ USO DE BEBIDA ALCOÓLICA NO DIA DA OCORRÊNCIA DA QUEDA? (1 )SIM (2)NÃO
Para quem respondeu que sim: TIPO DE BEBIDA: ______________________________________________________________ QUANTIDADE: (1 ) DOSE (considerar meio copo) (2 ) COPO (considerar um copo) (3 ) LITRO (considerar uma garrafa) 21- O (A) SENHOR (A) TOMOU ALGUM REMÉDIO NO DIA DA OCORRÊNCIA DA QUEDA? (consultar o cuidador) ( 1 )SIM (2 )NÃO Para quem respondeu que sim: QUAL? 1- __________________________________FREQUÊNCIA_______XPOR_____________ 2____________________________________FREQUENCIA_______XPOR_____________ 3____________________________________FREQUENCIA_______XPOR_____________ 4____________________________________FREQUENCIA_______XPOR_____________ 5____________________________________FREQUENCIA_______XPOR_____________ 22- QUAL FOI O PERÍODO DA OCORRÊNCIA DA QUEDA? ( ler as alternativas) ( 1) MANHÃ (considerar das 06:00 até 11:59) ( 2 ) TARDE (considerar das 12:00 até 17:59) ( 3 ) NOITE (considerar das 18:00 até 11:59) ( 4 ) MADRUGADA (considerar das 00:00 até 5:59) (9 ) NS (0 ) NR 23- POR QUE O (A) SENHOR (A) ACHA QUE CAIU?
IV- CONDIÇÕES EXTRÍNSECAS 24- QUAL FOI O LOCAL DO ACIDENTE? (ler as alternativas) (1 )BANHEIRO (2 )QUARTO (3 )SALA (4 )COZINHA ( 5 )VARANDA ( 6 )OUTRO Especifique:_________________________________________________________________ (9 ) NS (0 ) NR
83
25- QUAL O TIPO DE PISO ENCONTRADO NO LOCAL DO ACIDENTE? (ler as alternativas) (1 ) LISO (2 ) ÁSPERO (3 ) OUTRO Especifique:_________________________________________________________________ (9 ) NS (0 ) NR 26- QUAL O ESTADO DO PISO NO LOCAL DO ACIDENTE? (ler as alternativas) (1 )SECO (2 )MOLHADO (3 )TACO SOLTO (4 ) ENCERADO (5 )BURACOS NO CHÃO (6 )OUTRO Especifique:_________________________________________________________________ (9 ) NS (0 ) NR 27- QUAl O TIPO DO CALÇADO USADO NA OCORRÊNCIA DA QUEDA? (ler as alternativas) (1 ) SAPATO FECHADO (2 ) CHINELO (3 ) SANDÁLIA (4 ) OUTRO Especifique:_________________________________________________________________ (9 ) NS (0 ) NR 28- QUAL O TIPO DE SOLADO DO CALÇADO: (ler as alternativas) (1 ) COURO (2 ) BORRACHA (3 ) OUTRO Especifique:_________________________________________________________________ (9 ) NS (0 ) NR 29- HAVIAM DEGRAUS NO LOCAL DO ACIDENTE? (não ler as alternativas) (1 )SIM (2 )NÃO (9) NS (0) NR 30- HAVIA A PRESENÇA DE RAMPAS NO LOCAL DO ACIDENTE? (não ler as alternativas) (1 ) SIM (2 ) NÃO (9 ) NS (0 ) NR 31- HAVIA A PRESENÇA DE CORRIMÃO NO LOCAL DO ACIDENTE? (não ler as alternativas) (1 ) SIM (2 ) NÃO (9 ) NS (0 ) NR
84
32- COMO ESTAVA A ILUMINAÇÃO DO LOCAL DO ACIDENTE? (ler as alternativas) (1 ) CLARO (2 ) ESCURO (9 ) NS (0 ) NR 33- HAVIA TAPETES NO LOCAL DA QUEDA? (não ler as alternativas) (1 ) SIM (2 ) NÃO (9 ) NS (0 ) NR 34- NO LOCAL DA QUEDA HAVIAM ANIMAIS OU OBJETOS QUE DIFICULTAVAM A PASSAGEM? (não ler as alternativas) (1 ) SIM (2 ) NÃO (9 ) NS (0 ) NR
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APÊNDICE 4
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Anexos
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ANEXO 1
Escala de Avaliação do Equilíbrio e da Marcha de Tinetti - (TINETTI, 1986)
EQUILÍBRIO
O paciente deve estar sentado em uma cadeira sem braços. 1. Equilíbrio sentado: 0 - Escorrega
1 – Equilibrado 2. Levantando: 0 – Incapaz 1 – Usa os braços 2 – Sem os braços
3. Tentativas de se levantar: 0 – Incapaz 1 – Mais de 1 tentativa 2 – Única tentativa
4. Assim que levanta (primeiros 5 segundos): 0 – Desequilibrado 1 – Estável, mas usa suporte. 2 –Estável sem suporte 5. Equilíbrio em pé: 0 – Desequilibrado 1 – Suporte ou base de sustentação > 12 2 – Sem suporte e base estreita
6. Teste dos 3 tempos (examinador empurra levemente o esterno do paciente, que deve ficar de pés juntos):
0 – Começa a cair 1 – Agarra ou balanço(braços)
2 – Equilibrado 7. Olhos fechados (mesma posição do item 6): 0 – Desequilibrado, instável 1 – Equilibrado
8. Girando 360: 0 - Passos descontínuos 1 – Passos contínuos 0 - Instável (desequilíbrios) 1 – Estável (equilibrado)
9. Sentando: 0 – Inseguro (erra distância, cai na cadeira) 1 – Usa os braços ou movimentação abrupta 2 – Seguro, movimentação suave.
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MARCHA
Paciente de pé caminha pelo corredor ou pela sala com passo normal, depois volta a passos rápidos, mas com segurança (usando o suporte habitual, tal como bengala ou andador) 10. Início da marcha: 0 – Hesitação ou várias tentativas para iniciar 1 – Sem hesitação 11. Comprimento e altura dos passos: a) Pé direito: 0 – não ultrapassa o pé esquerdo 1 – Ultrapassa o pé esquerdo 0 – Não sai completamente do chão 1 _ Sai completamente do chão b)Pé esquerdo: 0 – Não ultrapassa o pé direito 1 – Ultrapassa o pé direito 0 – Não sai completamente do chão 1 – Sai completamente do chão 12. Simetria dos passos: 0 – Passos diferentes 1 – Passos semelhantes 13.Continuidade dos Passos: 0 – Parada ou passos descontínuos 1 – Passos contínuos 14. Direção: 0 – Desvio nítido 1 – Desvio leve ou moderado ou uso de apoio 2 – Linha reta sem apoio (bengala ou andador) 15. Tronco: 0 - Balanço grave ou uso de apoio 1 – Flexão dos joelhos ou dorso, ou abertura dos braços enquanto anda
2 – Sem flexão, balanço, não usa os braços nem apoio
16. Distância dos tornozelos: 0 – Tornozelos separados 1 – Tornozelos quase se tocam enquanto anda Escore total:_______________________
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ANEXO 2
MINI EXAME DO ESTADO MENTAL - (FOLSTEIN et al, 1975)
ORIENTAÇÃO – 10 PONTOS
Dia da semana ( ), dia do mês ( ), Mês ( ), Ano ( ), Hora aproximada ( ), local específico ( ), Setor ( ), Bairro/Rua ( ), Cidade ( ), Estado ( ). MEMÓRIA IMEDIATA – 03 PONTOS Repita as palavras: PENTE ( ), VASO ( ), LARANJA ( ). ATENÇÃO E CÁLCULO – 05 PONTOS Subtraia 7 de 100 cinco vezes ou soletre MUNDO de trás para frente (1 ponto para cada subtração ou letra soletrada) ( )93 ( )86 ( )79 ( ) 72 ( )65 EVOCAÇÃO – 03 PONTOS Diga novamente as três palavras que mencionei anteriormente (1 ponto para cada palavra certa) LINGUAGEM – 08 PONTOS Nomear um RELÓGIO ( ) e uma CANETA ( ) – 02 pontos Repita: “NEM AQUI, NEM ALÍ, NEM LÁ” ( ) – 01 ponto Obedeça ao comando: “PEGUE ESTE PAPEL COM A MÃO DIREITA ( ), DOBRE AO MEIO ( ) e COLOQUE NO CHÃO ( ) – 03 pontos Leia o que está escrito: “FECHE OS OLHOS” ( ) – 01 ponto Escreva ou diga uma frase ( ) – 01 ponto ATIVIDADE REMOTA – 01 PONTO Copiar um desenho ( ).
ESCORE:_____________
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ANEXO 3
ESCALA DE DEPRESSÃO GERIÁTRICA (GDS) - (YESAVAGE, 1988).
01) Você está satisfeito com a sua vida? SIM/ NÃO 02) Você interrompeu muitas vezes suas atividades? SIM/ NÃO 03) Você sente sua vida vazia? SIM/ NÃO 04) Você fica com freqüência aborrecido? SIM/ NÃO 05) Você está de bem com a vida a maior parte do tempo? SIM/ NÃO 06) Você tem medo de que algo de ruim vai lhe acontecer? SIM/ NÃO 07) Você se sente alegre a maior parte do tempo? SIM/ NÃO 08) Você com freqüência se sente inútil? SIM/ NÃO 09) Você prefere ficar em casa em vez de sair e fazer coisas novas? SIM/ NÃO 10) Você sente que está freqüentemente tendo problemas de memória? SIM/NÃO 11) Você pensa que é maravilhoso estar vivo agora? SIM/NÃO 12) Você pensa que não vale a pena viver como está vivendo agora? SIM/NÃO 13) Você se sente cheio de energia? SIM/NÃO 14) Você sente que a situação não tem solução? SIM/NÃO 15) Você pensa que muita gente é melhor do que você? SIM/NÃO
ESCORE:______________________________________
RESULTADO:____________________________________