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Zonas da TerraA inclinac;ao do eixo de rotac;ao da Terra e de 66°33'
em relac;ao ao plano da translac;ao, denominado eclipti-ca. 1550 significa que 0 Equador terrestre esta 23°27' oblf-quo em relac;ao ao plano da 6rbita da Terra. A chamadaobliquidade da ecliptica e, pois, de 23°27', como se podever na figura abaixo.
Essa realidade astron6mica e responsavel pela defi-nic;ao dos paralelos mais importantes - os tr6picos e oscfrculos polares:• a 23°27' de latitude norte - 0 tr6pico de Cancer;• a 23°27' de latitude sui - 0 tr6pico de Capric6rnio;• a 66°33' de latitude norte - 0 cfrculo polar Artico;• a 66°33' de latitude sui - 0 cfrculo polar Antartico.
A importancia dos tr6picos e dos cfrculos polaresdeve-se sobretudo ao fato de eles delimitarem as zonastermicas conhecidas como zonas da Terra (figura abaixo):
• zona tropical ou intertropical - localizada entre osdois tr6picos;
• zonas temperadas - compreendidas cada qual entre 0
tr6pico e 0 cfrculo polar do hemisferio correspondente;
• zonas polares - localizadas alem dos cfrculos polares.
A importancia da obliqUidadeda ecliptica
A obliquidade da eclfptica e a responsavel pelas
diferenc;as de durac;ao do dia e da noite no decor-
rer do ano, de acordo com a latitude; por conse-guinte, contribui para a desigualdade de insolac;ao
e, consequentemente, de luz e calor nas diferentes
zonas termicas da Terra.
Mas as diferenc;as de temperatura estao basica-
mente relacionadas a forma do planeta, que faz com
que sua superficie nao seja atingida igualmente pe-105 raios solares.
raios solares
Mesma insola~ao em area menor= maior concentra~ao de calor= mais quente
Mesma insola~ao em area maior= maior dispersao de calor= mais frio
Se a ecliptica nao fosse oblfqua, isto e, se 0 eixode rotac;ao estivesse perpendicular (a 90°) ao plano
da translac;ao, nao haveria estac;6es do ano, as va-
riac;6es de temperatura seriam bem menores do
que saG hoje nos diferentes locais da superficie ter-
restre, mas seriam muito maiores entre as diferen-tes zonas do planeta. Tal qual se imaginava na An-tiguidade, a zona intertropical seria t6rrida, bem
mais quente do que e, e as zonas polares seriam
muita mais geladas, rigorosamente sem vida.
o tr6pico esta a 23°27'da linha do Equador porque,
tendo a latitude igual ao angulo da obliqOidade da eclfp-
tica, e 0 paralelo sobre 0 qual os raios solares incidemverticalmente no solstfcio de verao, ao meio-dia dessedia. Adiante do tr6pico, isso nunca acontece. Nas latitudesinferiores a do tr6pico, 0 Sol fica "a pino" em dois dias doano, quando se diz que "esta no zenite".
Portanto, a zona intertropical e a que recebe mais
luz e calor do Sol, e on de a dura<;ao do dia e da noite va-ria muito pouco durante 0 ano. Ao mesmo tempo, as di-
feren<;as entre as esta<;6es do ana sac pouco percebidas.
Adiante dos tr6picos, nas zonas temperadas, a ra-dia<;ao solar tem sempre incidencia oblfqua, com a incli-
na<;ao variando conforme a epoca do ana e na razao di-
reta da latitude. Tambem as ?iferen<;as de dura<;ao entre
o dia e a noite sac diretamente proporcionais a latitude,atingindo 0 maximo por ocasiao dos solstfcios - no deinverno, longa noite; no de verao, longo dia.
o cfrculo polar esta a 66°33' de latitude porque esseparalelo, com valor igual ao angulo de inclina<;ao do eixo
de rata<;ao da Terra, e 0 limite exato em que, no solstfcio
correspondente, tanto a noite (no de inverno) quanta 0dia (no de verao) duram 24 horas. A partir do cfrculo po-lar, dia e noite duram cada qual mais de 24 horas, au-mentando com a latitude ate que, no p610, durariam seismeses cada um. A realidade nao e bem essa porque aTerra nao e uma esfera perfeita.
As zonas temperadas, portanto, apresentam esta<;6es
definidas e sensfveis varia<;6es de dura<;ao entre 0 dia e anoite, ao longo do ano.
Nas zonas polares, as diferen<;as entre luz e sombra
ao Ion go do ana atingem tal magnitude que dia e noite,cada qual sempre superior a 24 horas no solstfcio corres-
pondente, e aumentando com a latitude, acabam par se
confundircom as duas unicas esta<;6es, respectivamenteverao e inverno, 0 primeiro com baixas e 0 segundo com
baixfssimas temperaturas reinantes.
Marca~ao do tempoo tempo e uma referencia indispensavel aos ho-
mens, tanto quanta 0 espa<;o em que vivem - a super-ffcie terrestre. t precise localizar os fatos nao s6 no lugar
em que estao, mas tambem no momenta em que ocar-
rem, pois cada um deles tem 0 seu espa<;o-tempo.
Cada astra tem uma referencia de tempo pr6pria.Para localizar um acontecimento no ano, muitos povosantigos usavam como referencia 0 movimento de transla-
<;aoda Lua, ou seja, os 28 dias que leva para dar uma vol-
ta ao redor da Terra. Adotavam, assim, 0 calendario lunar,
cujo ana tem 354 dias. Ainda hoje, os mu<;ulmanos, porexemplo, marcam seu tempo pela Lua.
No mundo judaico-cristao, a contagem do temposempre foi feita tomando como referencia 0 movimento
da Terra ao redar do Sol; baseia-se, portanto, no ana so-
lar. Embora muitos povos 56 0 tenham adotado muito
depois, 0 calendario atual foi implantado em 1582, por
iniciativa do papa Greg6rio XIII. Par isso, e chamado decalendario gregoriano. r--
Assim, para determinar um acontecitTIento no ano,
usamos 0 dia, isto e, cada uma das 3~5 posi<;6es da
Terra ao longo da sua 6rbita em torno do Sol. Para loca-
lizar um fa to no dia, usamos as horas, ou seja, as 24 par-
tes em que foi dividido 0 tempo de uma rota<;ao. Por sua
vez, uma hora e dividida em 60 minutos e cada minuto
em 60 segundos.
Em cada ponto da superffcie terrestre, cada hara
corresponde a uma determinada posi<;ao do Sol em seu
movimento aparente. Portanto, cada lugar tem sua hora
real ou hora solar. 0 momenta em que 0 Sol esta mais
alto, por exemplo, e meio-dia ou 12 horas. Somente os
lugares localizados sobre um mesmo meridiana tem amesma hora solar.
Como calcular a diferen~ade horarios
Tendo os respectivos meridianos, isto e, as longitu-
des de dois lugares, podemos calcular a diferen<;a de ho-
rario entre eles. Por exemplo:
Vit6ria, capital do estado do Espfrito Santo, tem 40°de longitude oeste; T6quio, capital do Japao, tem140° de longitude leste. Qual a diferen<;a de horarioentre as duas capitais?
Primeiramente, temos que saber a diferen<;a longitu-
dinal entre elas. Os dados nos dizem e qualquer mapa do
mundo nos mostra que Vit6ria esta a oeste de Green-
wich, enquanto T6quio esta a leste do meridiana central.
Portanto, neste caso, devemos somar as longitudes para
obtermos 0 afastamento longitudinal entre as duas cida-
des. Entao, como 40° + 140° = 180°, a diferen<;a de lon-
gitude e de 180°.
50"
40"
30'
20"
10"
0"
10"
20"..
30"
40"
50"
60"
70"
80"
Agora, pensemos um pouco. Uma rota<;ao e feitaem 24 horas e cada volta da Terra, no caso, tem 360°, ouseja, 0 valor de uma circunferencia. Dividindo 360 por24, teremos 0 numero de graus percorridos por umponto qualquer da superficie em uma hora. 0 resultadodessa divisao e 15. 1550 significa que um ponto percorre15° de circunferencia em uma hora. Em 24 horas, 0
mesmo ponto tera percorrido os 360° da circunferencia,po is 24 x 15 = 360.
Desse modo, cada 15° de afastamento longitudinalcorresponde a uma hora de diferen<;a entre dois locais dasuperffcie terrestre.
Ora, entre Vit6ria e T6quio ha uma diferen<;a longi-tudinal de 180,°, a qual, dividida por 15°, nos da 12.Portanto, a diferen<;a de horario entre as duas cidades ede 12 horas.
Agora, e precise saber qual das duas esta com 0
horario adiantado em rela<;ao a outra. 1550 se resolvefacilmente.
Como a Terra gira de oeste para leste, 0 Sol vai nas-cer primeiro nos lugares localizados a leste em rela<;aoaos que estao a oeste. Portanto, um lugar localizado aleste de outro tera seu horario adiantado em rela<;ao aoque Ihe esta a oeste.
Assim, enquanto sac 10 horas em Vit6ria, serao 22horas em T6quio, pois a capital japonesa esta 180° aleste da capital capixaba.
70'
~~Co
20'
Leste
No entanto, quando do is lugares estao no mesmohemisferio em rela<;ao a Greenwich, precisamos diminuirsuas respectivas longitudes, a fim de obtermos 0 afasta-mento longitudinal entre elas. 56 entao podemos calcu-lar a diferen<;a de horario. Por exemplo:
Las Vegas, nos Estados Unidos, esta a 115° delongitude oeste, tal qual Vit6ria. Qual a diferen<;a dehorario entre as duas cidades?
Precisamos, entao, diminuir a longitude de Vit6ria(40° oeste) da longitude de Las Vegas (115° oeste). 0 re-sultado - 75° - eo afastamento longitudinal procurado.Agora, dividindo 75 por 15 temos 5, 0 que significa que adiferen<;a de horario entre as duas cidades e de 5 horas.
Como Vit6ria esta a leste de Las Vegas, seu horarioesta adiantado. Assim, por exemplo, enquanto e meio-dia em Las Vegas, em Vit6ria sac 5 horas da tarde, oumelhor, 17 horas.
Em tempos remotos, 0 homem usava 0 rel6gio solarpara medir 0 tempo durante 0 dia. Desenhado no chao,o rel6gio solar tinha um ponteiro que era uma vara fin-cada na posi<;ao vertical, cuja sombra indicava as horas.
,-1 I 0 I +1 I-12 1-11 1-10 -9 1-8 -7
Fusos horarios
~1~
1-6 1-5 1-4 1-3 1-2
o modo de constru~ao de um relogio solar varia confor-me a latitude de cada lugar, que, a rigor, tem sua horasolar verdadeira. Mas de ha muito 0 relogio solar esta emcompleto desuso, pois nao e possivel obedecer ao hora-rio solar local ..
Para facilitar a comunica~ao entre os diferenteslugares da superffcie terrestre, foi instituida ja no final doseculo XIX a hora legal.
A Terra foi dividida em 24 "gomos" iguais, ou seja,
24 faixas longitudinais, cada uma com 15°. A soma dessas
24 faixas perfaz os 360° da circunferencia. Cada uma des-
sas faixas longitudinais constitui um fuso horario. Portan-to, a Terra esta dividida em 24 fusos horarios.
Dentro de um mesmo fuso horario todos os relogiosdevem marcar a mesma hora, que sera a hora daquele
fuso. A hora legal e uma hora convencionada entre os
povos, pois, em geral, nao coincide com 0 horario solar(figura acima).
o fuso de Londres foi escolhido como referencia paraa marca~ao do tempo. E, portanto, 0 fuso inicial. No meio
",-1/" ~~i"~. ~r-+2 I +3 I +4 +5 +6 +7 +8
desse fuso, com 15° como todos os outros, passa 0 meri-
diano de Greenwich. 0 mundo todo marca 0 tempo com
base no chamado GMT - Greenwich Mean Time (hora
media de Greenwich). Os fusos a leste de Londres tem 0
seu horario adiantado em rela~ao ao fuso central. E os
fusos a oeste tem 0 seu horario atrasado.
Se adotasse rigorosamente os limites dos fusos esta-belecidos mundialmente, 0 Brasil enfrentaria muitos pro-blemas praticos. 0 Rio Grande do Sui, por exemplo, seriaatravessado ao meio pelo limite entre dois fusos, que atemesmo dividiria cidades.
Para evitar problemas desse tipo, 0 pars adaptou
seus fusos horarios, fazendo-os, na medida do possivel,I coincidir com limites estaduais. Assim, ha quatro fusosI horarios no Brasil, todos atrasados em rela~ao ao fuso de
ILondres, pois 0 territorio brasileiro esta inteiramente aoeste do meridiano de Greenwich. Quando, por exem-
Limite te6rico
Limite priltico
10, e meio-dia na capital federal e na maior parte doafs, saD 11 horas no Amazonas e 10 horas no Acre.,as, no arquipelago de Fernando de Noronha, saD 13
oras. Veja 0 mapa acima.
Com 0 proposito de aproveitar melhor a luz dos lon-os dias da esta<;ao e redistribuir os horarios de consumoe energia eletrica, 0 Brasil estabeleceu 0 horario de ve-
-ao. Durante sua vigencia, os horarios saG adiantados em
ma hora nos estados que 0 adotam.
A representa~ao do espa~o I
Ha varias maneiras de representar 0 espa<;o em queemos: fotografias, filmes, etc. Para representar a Terra,
~ meio mais preciso e 0 globo terrestre artificial, pois e 0
3ue guarda maior fidelidade a forma esferica do planeta.::or sua praticidade, no entanto, 0 mapa e 0 meio mais-5ado para a representa<;ao do espa~o.
Um mapa, ou carta geogrMica, e uma representa-
;30 total ou parcial da superffcie terrestre em uma folha
:e papel. Hoje, a cartografia moderna dispoe de recursos:ecnicos muito avan~ados, que se baseiam em informa-~- es coletadas por sensoriamento remoto e processadas~ r computadores. Por constituir uma reprodu<;ao de~ a superffcie curva ou esferica em uma superffcie pla--a, por mais preciso que seja, 0 mapa implica uma maior
menor distor<;ao, uma certa infidelidade da represen-
'Arq.Fernandode Noronha
J
I ()
! ~~,tI ,,\I!'?-
~OJC;<v~!o I
JIIIIIII
tac;ao grMica em relac;ao a realidade retratada. A supera-c;ao desse problema depende da adequada utilizac;ao dasprojec;oes cartogrMicas.
Proje~6es cartograficasProje~oes cartogrMicas saGos artiffcios e procedimen-
tos usados para projetar 0 espac;o terrestre em uma folha
de papel, tendo em vista a produ~ao do mapa desejado.
Diversas questoes estao envolvidas em uma proje-c;ao, a serem decididas pelo cartografo encarregado defazer 0 mapa. Por exemplo: Onde colocar 0 foco da luzprojetora, que corresponde aos olhos do observador?
Porem as questoes mais importantes saD:
1~) Que forma ou figura geometrica assumira a fo-
Iha de papel sobre a qual sera feita a proje~ao?
2~)0 que se pretende evitar ou diminuir na distor<;aoda representa~ao - as areas, as formas ou as dist2lncias?
Tipos de proje~aoQuanto a primeira questao, as projec;oes saG de tres
tipos principais, cada qual comportando um sistema pro-prio: cilfndricas, conicas ou planas (azimutais).
Projec;oes ciHndricas - Consistem em envolver a
esfera terrestre em um cilindro de papel, sobre 0 qual serafeita a projec;ao a partir de um foco no interior do globo.