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UniAGES Centro Universitário Bacharelado em Fisioterapia WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NOS IMPACTOS NA SAÚDE DO TRABALHADOR DECORRENTES DAS MODALIDADES DE TRABALHO REMOTAS EM PROFESSORES ATUANDO EM HOME OFFICE: revisão integrativa Paripiranga 2021

WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

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Page 1: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

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UniAGES Centro Universitário

Bacharelado em Fisioterapia

WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NOS IMPACTOS NA SAÚDE DO TRABALHADOR DECORRENTES

DAS MODALIDADES DE TRABALHO REMOTAS EM PROFESSORES ATUANDO EM HOME OFFICE:

revisão integrativa

Paripiranga 2021

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WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NOS IMPACTOS NA SAÚDE DO TRABALHADOR DECORRENTES

DAS MODALIDADES DE TRABALHO REMOTAS EM PROFESSORES ATUANDO EM HOME OFFICE:

revisão integrativa

Monografia apresentada no curso de graduação do Centro Universitário AGES, como um dos pré-requisitos para a obtenção do título de bacharel em Fisioterapia. Orientador: Prof. Me. Fabio Luiz Oliveira de Carvalho

Paripiranga 2021

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Dantas, Wackssia Luana Araújo, 1998

Atuação da fisioterapia nos impactos na saúde do trabalhador decorrentes das modalidades de trabalho remotas em professores atuando em Home Office: Revisão Integrativa / Wackssia Luana Araújo Dantas. - Paripiranga, 2021.

68f.: il. Orientador (a): Prof. Me. Fabio Luiz Oliveira de Carvalho Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Fisioterapia) –

UniAGES, Paripiranga, 2021. 1. DORT 2. Home Office. 3. Fisioterapia. I. Título. II. UniAGES

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WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NOS IMPACTOS NA SAÚDE DO TRABALHADOR DECORRENTES

DAS MODALIDADES DE TRABALHO REMOTAS EM PROFESSORES ATUANDO EM HOME OFFICE:

revisão integrativa

Monografia apresentada como exigência parcial para obtenção do título de bacharel em Fisioterapia à Comissão Julgadora designada pela Coordenação de Trabalhos de Conclusão de Curso do UniAGES. Paripiranga, 30 de novembro de 2021.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Fabio Luiz Oliveira de Carvalho UniAGES

Prof. Dalmo de Moura Costa UniAGES

Prof. Igor Macedo Brandão UniAGES

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Sem a direção dada por Deus, a conclusão deste trabalho não seria possível, dedico

esta monografia a Ele e à minha família, por todo apoio e pelos incentivos. Em

especial, aos meus pais, Fernando e Dulcilene; ao meu noivo, Claudiano, e ao meu

filho, Luís Augusto, por ser minha fonte de força.

Page 6: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente, a Deus, em Sua infinita bondade, pela benção que é estar

vivendo esse momento único, a realização de um sonho meu e dos meus familiares.

Obrigado, Senhor, por me proporcionar saúde, força e sabedoria para enfrentar os

cincos anos de graduação, pois não foi fácil encarar todos os dias a estrada e os

desafios presentes na realização desde sonho.

Foram cincos anos de muita dedicação e muitos estudos durante esse período,

tendo que conciliar trabalho, estudos e a viagem diariamente. Foi muito cansativo,

porém, foi possível graças à minha rede de apoio, os meus familiares, que sempre me

ajudaram. Agradeço aos meus pais, Fernando e Dulcilene, que me fortaleceram

emocionalmente e me ajudaram como puderam durante este período, em especial, a

minha mãe, que sempre fez de tudo por mim e meus irmãos para que estudássemos

e pudéssemos realizar nossos sonhos. Quero agradecer aos meus irmãos, Wackssio

e Kauã, e aos meus avós paternos, Antônio e Maria, por me apoiarem sempre. E aos

meus avós maternos, Déda e Madalena (in memoriam), pois sei que estariam felizes

com este momento. Aos demais familiares que me apoiaram com frases de incentivos,

obrigada!

Ao meu noivo, Claudiano, quero agradecer pelo companheirismo em toda

trajetória e por sempre incentivar o melhor em mim, estando ao meu lado em todos os

momentos e me ajudando no que fosse preciso, me deixando mais calma e mostrando

que tudo iria dar certo e por ter paciência com minhas crises nos finais de todos os

períodos. Ao meu filho, Luís Augusto, que acabou de chegar em minha vida e me deu

ainda mais força para concluir essa trajetória.

E nestes cincos anos de dedicação aos estudos, quero ressaltar o quanto é

importante as amizades e agradecer a Andriele Alves e Raiane Nogueira, por sempre

acreditarem que eu conseguiria e não se afastarem mesmo quando nossas

prioridades mudaram. A Jane, minha ex-colega de trabalho, que se tornou minha

amiga, obrigada por tudo, principalmente, por me ouvir sempre que eu precisei. E à

minha cunhada e amiga, Eduarda França, pelas palavras de incentivo que sempre me

ajudaram.

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Aos colegas de curso, obrigada pelos momentos juntos de aprendizado e

também descontração, lembrarei com carinho de cada um, principalmente, dos que

tive mais proximidade, em especial, a Elisangela Pimentel, uma amiga que a

fisioterapia me deu! Aos colegas do ônibus, quero dizer que somos fortes de encarar

essas viagens todos os dias e não desistir, em especial, quero agradecer a Bianca

Stefane e a Milena Daniela, por tornarem a viagem mais suportável, e a João Wictor,

que foi meu colega de curso e do ônibus, pela prontidão quando eu precisava!

Enfim, quero finalizar agradecendo aos professores que fizeram parte desta

trajetória, em especial, Fabio Luiz, pelos ensinamentos e pela orientação; Gisele

Dosea, Thiago Zago, Elenilton Souza e Erika Santana, pela contribuição para minha

formação acadêmica e por compartilharem experiências de vida, vocês são fontes de

inspiração como profissionais.

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Frequentemente, é necessário ter mais coragem

para ousar fazer o certo do que temer fazer o

errado.

Abraham Lincoln

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RESUMO

Com o avanço da pandemia da COVID-19, diversos setores de trabalhos passaram a ser realizados de forma remota, inclusive, o da educação, quando os docentes migraram da sala de aula para dentro da sua casa, como forma de prevenção à contaminação do coronavírus. Dessa forma, o home office se instalou de maneira inevitável e está permanecendo até o momento. Neste novo cenário, a carga horária desses profissionais aumentou bastante em relação ao tempo em sala de aula. Os professores agora passam muito tempo sentados em frente às tecnologias de informações, executando movimentos repetitivos, muitas vezes, com posturas inadequadas e desfavoráveis condições ergonômicas, o que são alvos muito suscetíveis para o acometimento das doenças do trabalho. A fisioterapia atua nessa área promovendo a prevenção de LER/DORT, bem como no tratamento. Esta pesquisa tem como objetivo geral apresentar a importância de compreender a atuação da fisioterapia frente aos impactos na saúde do trabalhador decorrentes das modalidades de trabalho remotas nos professores atuando em home office, devido à pandemia do COVID-19, e como objetivos específicos, identificar os impactos decorrentes das modalidades de trabalho remotas em professores atuando em Home Office; analisar de que forma as modalidades de trabalho remotas influenciam na qualidade de vida dos professores; buscar maneiras de prevenções para a saúde do trabalhador através da fisioterapia. Portanto, o presente trabalho trata de uma revisão integrativa e, para a realização deste estudo, foram utilizadas as seguintes palavras-chave: “Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho”, “atuação fisioterapêutica”, “teletrabalho”, “telework”, “Home Office”, “COVID-19” e “ergonomia”, em idiomas como português, inglês e espanhol. Foram utilizados estudos publicados entre os anos de 2011 e 2021, em bases de dados como: LILACS, SciELO, Scholar Google e a biblioteca na plataforma Ulife. É possível concluir que este novo cenário está contribuindo como fonte de estresse e adoecimento para estes profissionais, reduzindo, significativamente, a qualidade de vida e impactando na sua saúde física e mental. Desta forma, buscou-se identificar as contribuições da fisioterapia na vida destes profissionais, em que ficou nítido que a fisioterapia tem muito a acrescentar na rotina laboral, buscando prevenir possíveis comprometimentos, tratar os distúrbios presentes e promover melhor qualidade de vida, através dos conhecimentos técnicos científicos desta profissão. PALAVRAS-CHAVE: Docentes. Home Office. Fisioterapia. DORT.

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ABSTRACT

With the advance of COVID-19 pandemic, several sectors of work started to be carried out remotely, including education, when teachers migrated from the classroom to their homes, as a way to prevent coronavirus contamination. This way, the home office was inevitably installed and has remained so far. In this new scenario, the workload of these professionals has increased significantly in relation to time in the classroom. Teachers now spend a lot of time sitting down in front of information technologies, performing repetitive movements, often with inadequate postures and unfavorable ergonomic conditions, which are very susceptible targets for the onset of occupational diseases. Physiotherapy works in this area by promoting RSI/WRMD prevention, as well as treatment. This research has as general objective to present the importance of understanding the role of physiotherapy in the face of impacts on workers’ health arising from remote working modalities on teachers working in the home office, due to the COVID-19 pandemic, and as specific objectives, to identify the impacts arising from remote work modalities on teachers working in home office; to analyze how remote work modalities influence the teachers’ quality of life; to look for ways to prevent workers’ health through physical therapy. Therefore, this work is an integrative review and, for this study, the following keywords were used: ‘Work-related musculoskeletal disorders’, ‘physiotherapeutic performance’, ‘telework’, ‘telework’, ‘Home Office’, ‘COVID-19’ and ‘ergonomics’, in languages such as Portuguese, English and Spanish. Studies published between 2011 and 2021 were used, in databases such as: LILACS, SciELO, Scholar Google and the library on the Ulife platform. It is possible to conclude that this new scenario is contributing as a source of stress and illness for these professionals, significantly reducing their quality of life and impacting their physical and mental health. Thus, it was tried to identify the contributions of physiotherapy in these professionals’ lives, in which it was clear that physiotherapy has a lot to add to the work routine, trying to prevent possible impairments, treat present disorders and promote a better quality of life, through knowledge scientific technicians of this profession. KEYWORDS: Teachers. Home Office. Physiotherapy. WRMD.

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LISTAS

LISTA DE FIGURAS

1: Percentual de trabalhadores atuando de forma remota em 2020 19

2: Equipamentos utilizados para o trabalho remoto 20

3: Cômodos utilizados para o teletrabalho 20

4: Desafios do ensino remoto 21

5: Sintomas nos últimos 12 meses (%) 25

6: Avaliação das condições de trabalho na modalidade remota quanto à

ergonomia 29

7: Posturas inadequadas de trabalho e possíveis queixas 29

8: Exemplo de um posto de trabalho em que a trabalhadora exerce as suas funções

na posição sentada e utilizando um monitor 31

9: Exigências posturais em um posto de trabalho para uso de computador 32

10: Como tem se sentido na maior parte do tempo 34

11: A atuação do fisioterapeuta do trabalho tem no seu centro o trabalhador 39

LISTA DE QUADROS

1: Esquematização do processo de aquisição do corpus 44

2: Dados analíticos para abordar o impacto do teletrabalho para os profissionais e

a atuação da Fisioterapia nos distúrbios osteomusculares relacionados ao

trabalho 45

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 13

2 DESENVOLVIMENTO 18

2.1 Referencial Teórico 18

2.1.1 Impactos na saúde do trabalhador decorrentes das modalidades de

trabalho remotas em professores atuando em home office 18

2.1.2 Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORTs) 23

2.1.3 Importância da ergonomia no trabalho remoto 27

2.1.4 Influência das modalidades de trabalho remotas na qualidade de vida

(QV) em professores atuando em home office 33

2.1.5 Contribuição da fisioterapia na prevenção e tratamento dos distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho 37

3 METODOLOGIA 42

3.1 Tipo de Pesquisa 42

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 45

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 62

REFERÊNCIAS 64

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1 INTRODUÇÃO

Diante do cenário pandêmico que o mundo enfrenta desde o ano de 2020, com

o avanço do vírus Severe Acute Respiratory Syndrome 2 (SARS-CoV-2), conhecido

como novo coronavírus, o aumento rápido nos números de pessoas infectadas e de

mortos pela doença, foram necessárias mudanças na forma como a sociedade estava

acostumada a viver e se relacionar. O isolamento social foi uma mudança que trouxe

uma série de desafios, várias atividades tiveram que ser adaptadas, entre elas, os

cenários laborais, como restaurantes, centros comerciais, empresas e as unidades de

ensino, mais especificamente, as salas de aula (QUEIROGA, 2020).

Com o avanço da pandemia da COVID-19, o home office se instalou de maneira

inevitável e está permanecendo até o momento. Dentre os benefícios dessa

modalidade, está a segurança dos profissionais, a qual evita a exposição frente ao

vírus. No que abrange à docência, essa modalidade está sendo benéfica para que os

alunos não fiquem sem contato com as disciplinas, no entanto, percebe-se que houve

um aumento na carga horaria de trabalho dos professores, um aumento à exposição

às telas de computadores/celulares e também o ambiente familiar que seria um lugar

para o descanso, foi invadido pelas atividades laborais (QUEIROGA, 2020).

Atualmente, a profissão de educador tem sido um assunto muito abordado na

área da saúde, os pesquisadores buscam entender os riscos relacionados a esta

profissão, visto que os docentes estão expostos a doenças como a fadiga mental,

estresse, sobrecarga psíquica com frequência, apresentam irritações e alergias

provocadas pelo pó de giz, sobrecargas musculares e problemas no sistema

circulatório provocados por excessiva permanência em posição incômoda e a

jornadas excessivas (SAKAI, 2015).

Em sua rotina laboral, geralmente, os docentes estão realizando muitos

movimentos repetitivos, muitas vezes, com posturas inadequadas e desfavoráveis

para as condições ergonômicas necessárias, tornando-se altamente suscetíveis ao

acometimento das doenças do trabalho, pois, através da realização de atividades,

como escrever em lousa com os membros superiores por muito tempo acima da

cabeça, digitar provas e aulas, corrigir trabalhos e, agora, com o home office, ficam

muito tempo sentados frente ao computador, levam a problemas nas articulações que

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podem causar sérios danos, e que acarretam desconfortos físicos e psíquicos na vida

do profissional, causando uma redução na qualidade de vida (SANCHEZ et al., 2019).

Segundo Marques et al. (2021), os problemas de saúde decorrentes da relação

de trabalho vêm se tornando um fenômeno mundial, destacando-se aqueles

relacionados às doenças ocupacionais. Atualmente, os desgastes nas estruturas do

sistema musculoesquelético que afetam diversas categorias profissionais são

denominados pelo Ministério da Saúde como lesões por esforços repetitivos (LER) e

distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT).

Na literatura, os achados acerca da dor relacionada ao trabalho são descritos

desde a antiguidade, no entanto, foi na revolução industrial que os registros se

tornaram mais recorrentes (BRASIL, 2012). É sabido que o mundo do trabalho passou

e ainda passa por intensas mudanças provenientes do processo de globalização, com

as inovações tecnológicas e as exigências de qualidade e produtividade, é possível

identificar um crescimento nas exigências junto aos trabalhadores e isso vem afetando

a saúde desses indivíduos, tanto no aspecto físico, quanto mental (ALENCAR; OTA,

2011).

O Ministério da Saúde (BRASIL, 2012) evidenciou que o elevado número de

pessoas com LER/DORT se caracteriza pelo estabelecimento de metas e

produtividade por parte das instituições, sem levar em consideração os limites físicos

e psíquicos de cada trabalhador. No caso do professor, a prevalência deste tipo de

lesão e distúrbio está mais relacionada com a falta de condições ergonômicas no

cenário de trabalho, do tempo de trabalho sentados em frente às telas, mas, também,

sofre influência da alta demanda da produtividade e responsabilidade que a profissão

exige.

Atualmente, os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho são

considerados um grande problema de saúde pública, pois, devido ao elevado número

de pessoas diagnosticadas com o DORT, aumenta-se a procura pelos serviços

públicos de saúde e também acarreta um número altíssimo de pedidos de

afastamento do trabalho (PAULA; AMARALA, 2019). O estudo de Assunção e Abreu

(2017) observou que, nos últimos dez anos, houve uma maior prevalência de pedidos

de benefícios do tipo auxílio doença, na Previdência Social, por indivíduos

diagnosticados com distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.

Sabe-se que a docência é uma profissão que exige uma demanda muito alta,

em que o desgaste intelectual e emocional está sempre presente, tornando os

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profissionais expostos a riscos de saúde. O ambiente laboral pode ser considerado

como um espaço de reafirmação da autoestima, de desenvolvimento de habilidades,

de expressão das emoções, podendo se tornar gerador de desgaste físico e

emocional, causando comprometimentos à saúde física e mental do professor. A

qualidade de vida dos docentes está diretamente ligada às condições de trabalho em

que eles se encontram e a satisfação em exercer a profissão (SANCHEZ et al., 2019).

A atuação da fisioterapia em profissionais acometidos por lesões por esforço

repetitivo e distúrbios osteomusculares (LER/DORT) é de suma importância, pois o

fisioterapeuta atua tanto na prevenção, quanto no tratamento destas lesões,

oportuniza melhor qualidade de vida e proporciona que o profissional retorne ao

trabalho, reduzindo o número de afastamento. O presente trabalho visa apresentar a

importância das atividades preventivas que podem ser aplicadas pelo fisioterapeuta,

como a implementação da ginástica laboral durante as atividades no trabalho, com

planos de prevenção que diminuam a sobrecarga e aliviem as tensões existentes,

associadas à prática de atividade física pelo indivíduo.

A fisioterapia contribui, de maneira favorável, na vida do profissional docente,

tornando-se imprescindível, pois visa prevenir os danos causados pela profissão e

tratar as lesões presentes, com o intuito de reestabelecer a funcionalidade e a

qualidade de vida. Esta pesquisa tem como objetivo geral apresentar a importância

de compreender a atuação da fisioterapia frente aos impactos na saúde do trabalhador

decorrentes das modalidades de trabalho remotas nos professores atuando em home

office, devido à pandemia do COVID-19. Os objetivos específicos visam identificar os

impactos decorrentes das modalidades de trabalho remotas em professores atuando

em home office; analisar de que forma as modalidades de trabalho remotas

influenciam na qualidade de vida dos professores; buscar maneiras de prevenções

para a saúde do trabalhador através da fisioterapia.

No desenvolvimento deste trabalho estão apresentados, no primeiro capítulo,

os impactos na saúde do trabalhador decorrentes das modalidades de trabalho

remotas em professores atuando em home office; no segundo capítulo, é discutida a

influência das modalidades de trabalho remotas na qualidade de vida em professores

atuando em home office, por fim, o terceiro capítulo descreve as contribuições da

fisioterapia na prevenção e no tratamento dos Distúrbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho. Esta pesquisa traz discussões a partir dos levantamentos

dos problemas, em que é realizada uma análise através dos conhecimentos nas

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16

pesquisas bibliográficas, que trazem informações acerca das LER/DORT nos

professores.

O presente trabalho surgiu a partir do interesse em compreender a atuação da

fisioterapia nos impactos na saúde do trabalhador decorrentes das modalidades de

trabalho remotas em professores atuando em home office, em tempos de pandemia,

quando esses profissionais precisaram se reinventar e se adaptar a esta nova

modalidade. O DORT é um problema que atinge, direta e indiretamente, a vida desses

profissionais, assim como o seu rendimento no trabalho, tornando-se um problema de

saúde pública. Acarretam várias alterações funcionais que causam muita dor, redução

da amplitude de movimento dos membros, formigamentos, entre outros sintomas, o

que, consequentemente, podem gerar limitações funcionais nos indivíduos. Dessa

forma, torna-se evidente que é um problema para a qualidade de vida destes

profissionais e a atuação da fisioterapia é imprescindível para reestabelecer a

funcionalidade e evitar possíveis complicações.

Esta pesquisa contempla discussões a partir dos problemas que os distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho causam na vida dos acometidos e como a

fisioterapia atua na melhora desses distúrbios, visando sempre a qualidade de vida,

funcionalidade e a autonomia. Este estudo apresenta grande relevância social,

acadêmica e cientifica, pois, se trata da contribuição da fisioterapia na prevenção e no

tratamento dos professores acometidos pelo DORT, quando buscamos evitar a

prevalência de afastamentos do trabalho. Além disso, é de grande valia enfatizar que

o trabalho está embasado na literatura científica através de uma revisão integrativa.

Com o surgimento da pandemia da COVID19, todos tiveram que se adaptar ao

novo cenário do país e os ambientes laborais sofreram alteração. É perceptível que,

atualmente, com o home office, o trabalhador está passando por um momento de

adaptação ao novo modelo de trabalho, isto abrange a área da educação, em que os

docentes estavam acostumados com o modelo tradicional da aula presencial. Diante

das mudanças, as aulas remotas está sendo um desafio para todos, a modalidade

exige que o professor passe muitas horas diante das tecnologias de informações

ministrando e preparando conteúdos para as aulas, e isto pode acarretar em danos à

saúde física e mental do trabalhador.

As lesões por esforços repetitivos, também conhecidas como distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho (LER/DORT), atingem pessoas que

trabalham por longos períodos de tempo durante o dia realizando movimentos

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17

repetitivos ou inadequados, como é o caso especifico dos professores, que passam

horas ministrando aulas e realizando movimentos repetitivos, trazendo uma sequência

de sintomas que podem estar associados com sensação de fadiga muscular, dor,

formigamentos ou pontadas principalmente em membros superiores.

Neste novo cenário, é possível identificar que a carga horária desses

profissionais aumentou bastante em relação ao tempo em sala de aula. Os

professores agora passam muito tempo sentados em frente às telas do celular,

computador e/ou notebook, na maioria dos casos, ultrapassando a carga horária

habitual estabelecida pelas escolas. Os professores, por estarem sempre executando

movimentos repetitivos, muitas vezes, com posturas inadequadas e desfavoráveis

condições ergonômicas, são alvos muito suscetíveis para o acometimento das

doenças do trabalho. A fisioterapia atua nessa área promovendo a prevenção de

LER/DORT, bem como no tratamento.

A escolha do tema foi ligada à satisfação de conhecer um pouco mais sobre a

atuação da fisioterapia na saúde do trabalhador, a fim de identificar especificamente

a atuação da fisioterapia nos impactos na saúde do trabalhador decorrentes das

modalidades de trabalho remotas em professores atuando em home office. Este

trabalho é de suma importância, pois, visa buscar esclarecer as causas do problema

e maneiras de preveni-lo através da fisioterapia, que vai influenciar na melhora da

qualidade de vida dos professores e na diminuição do afastamento do trabalho.

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18

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Referencial Teórico

2.1.1 Impactos na saúde do trabalhador decorrentes das modalidades de

trabalho remotas em professores atuando em home office

A Organização Mundial da Saúde declarou, em março de 2020, a Covid-19

como uma pandemia mundial. Segundo Ferreira et al. (2020), esta pandemia gerada

pelo novo Coronavírus trouxe uma perturbação sem precedentes e está sendo um

grande desafio para a saúde pública lidar com este vírus. Sabe-se que o vírus do

COVID-19 causa infecções respiratórias, que podem surgir de diversas formas, tanto

assintomática como levar à morte da pessoa infectada, principalmente, se tratando de

grupos de riscos em que o vírus costuma se apresentar de forma mais severa

(CAMPOS; COSTA, 2020).

De acordo com Silva (2020), o novo Coronavírus trouxe com ele uma pandemia

mundial, que está provocando inúmeras mudanças em diversos setores e, para evitar

danos maiores, foi necessário pensar em estratégias para evitar a disseminação do

vírus. O isolamento social foi visto como a medida mais eficaz para a prevenção,

considerando a inexistência de protocolos de tratamento e vacinas cientificamente

comprovados no início. Nesse sentido, é primordial que o processo de trabalho seja

considerado na elaboração e implantação de estratégias de enfrentamento a essa

pandemia, pois as atividades laborais são fontes potenciais de exposição ao vírus e

território de disseminação da doença (LOPES NETO et al., 2020).

À medida que o isolamento social se tornou realidade, assim como as medidas

restritivas à circulação de pessoas com o lockdown do comércio, aumentam as

reflexões sobre os efeitos econômicos e sociais ocasionados, isso porque já estão em

evidência os impactos que as empresas, os comércios e o mercado econômico

brasileiro e mundial vêm passando. Sabendo disso, nota-se que, para tentar

permanecer no mercado de trabalho, as empresas e os profissionais precisaram

Page 19: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

19

adaptar-se à nova realidade, se reinventando e aderindo, assim, à realização de

trabalhos em espaço optativo, que é definido como home office (SILVA, 2020).

Do mesmo modo, o computador e o celular, antes mais utilizados para lazer e

comunicação, passaram a ser ferramentas de trabalho, em que os professores

precisaram vencer desafios e quebrar paradigmas na utilização das tecnologias

digitais para o desenvolvimento do seu trabalho. Diante desta nova realidade, entra

em evidencia o home office, que, apesar de ainda ser um termo muito recente, com o

desenvolvimento e a facilidade de todos terem acesso à tecnologia, os trabalhos vêm

se desenvolvendo e evoluindo a cada dia, e se tornou muito comum ver pessoas

trabalhando em computadores ou celulares de forma remota (CAMPOS; FREITAS;

2021).

No entanto, a população não esperava que se tornaria uma realidade para a

maioria dos trabalhadores. O home office é também chamado de trabalho remoto,

trabalho à distância ou teletrabalho, e é uma forma de trabalho flexível que vem sendo

muito usada, em casa, utilizando computadores e celulares. Vale destacar que esta

foi uma maneira de evitar prejuízos maiores à população (CAMPOS; FREITAS, 2021).

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realizou uma pesquisa

acerca do teletrabalho em 2020, quando se constatou que 96% dos participantes

abordados estão trabalhando neste regime (Figura 1), e a combinação celular e

notebook se mostrou o principal meio de realização do teletrabalho (Figura 2), apenas

32% dos trabalhadores possuíam um cômodo específico para a realização do

teletrabalho (Figura 3) e houve um percentual expressivo dos trabalhadores que

realizaram o teletrabalho em dias considerados de descanso, quando 50% realizaram

alguma atividade de trabalho aos sábados e 37% aos domingos (IBGE, 2020).

Figura 1: Percentual de trabalhadores atuando de forma remota em 2020. Fonte: IBGE (2020).

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Figura 2: Equipamentos utilizados para o trabalho remoto. Fonte: IBGE (2020).

Figura 3: Cômodos utilizados para o teletrabalho. Fonte: IBGE (2020).

A pandemia exigiu que a educação se reinventasse na forma de chegar até os

alunos, pois, com os riscos, não foi mais viável reunir alunos e professores em sala

de aula. Anteriormente ao isolamento social, a educação era caracterizada pelo

ensino convencional, tradicional, quando o professor transmitia o conhecimento que

possui, através de aulas expositivas, para seus alunos e era obrigatório ser de caráter

presencial, podendo utilizar ferramentas digitais apenas de forma complementar.

Porém, com a disseminação do vírus e impedimento da realização das aulas

presenciais, o MEC liberou aulas em meios digitais, enquanto durar a situação de

pandemia da COVID-19 (BAAD et al., 2020).

Page 21: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

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Figura 4: Desafios do ensino remoto. Fonte: Instituto Península (2020).

Um dos grandes desafios para os docentes e alunos foi reconstruir o espaço

da sala de aula. Com isso, professores e alunos passaram a se relacionar através das

tecnologias, em suas casas, em isolamento social. Diante dessas transformações no

aspecto laboral, compreende-se que tais profissionais tendem a direcionar suas

funções que antes eram designadas e exercidas somente no seu ambiente de

trabalho, para dentro das suas próprias casas, gerando novos desafios, o que pode

interferir e prejudicar na qualidade de vida no trabalho (QVT) (QUEIROGA, 2020).

O estudo de Losekann e Mourão (2020) sobre os desafios do teletrabalho na

pandemia COVID-19 ressaltou a importância do home office neste período

pandêmico, pois esta modalidade oferece relevante oportunidade de manutenção das

ocupações, além da proteção contra o novo coronavírus, reduzindo o contato social

e, consequentemente, atenuando a curva de infectados com o objetivo de evitar o

colapso do sistema de saúde. Porém, os trabalhadores enfrentam o desafio da rápida

adaptação e a necessidade do rápido aprendizado de novas tecnologias, além do

controle do tempo e do esforço de trabalho, somando a isto, as famílias passaram a

dividir em um mesmo ambiente as atividades laborais, escolares, domésticas e de

lazer.

Diante das pesquisas de Campos e Freitas (2021), observa-se que o home

office apresenta vantagens e desvantagens, por um lado, é mais cômodo, pois pode-

se trabalhar no lazer de casa e fazer a jornada de trabalho no período do dia que for

mais conveniente, por outro lado, tem a dificuldade do funcionário em estabelecer e

Page 22: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

22

seguir metas, uma vez que se torna mais fácil a distração, ficar tentado a fazer outra

coisa ou, até mesmo, procrastinar, pois, acaba tornando-se mais complicado de

organizar a rotina e manter a disciplina com o trabalho.

Os professores tem sido um assunto muito estudado pelos pesquisadores da

área da saúde. Estes buscam entender os riscos relacionados a esta profissão, visto

que os docentes estão expostos a doenças como: fadiga mental, estresse, sobrecarga

psíquica, com frequência, apresentam irritações e alergias provocadas pelo pó de giz,

sobrecargas musculares e problemas no sistema circulatório provocado por excessiva

permanência em posição incômoda e a jornadas excessivas (SAKAI, 2015).

Para os professores, essa mudança para a modalidade home office foi radical

em sua vida pessoal e profissional, pois o trabalho passou a ser feito em casa.

Segundo Campos e Freitas (2021), sabendo dessas mudanças nos ambientes

laborais, atualmente, as aulas são ministradas a partir de chamadas de vídeo, os

conteúdos são disponibilizados em sistemas de ensino e as atividades devem ser

feitas e entregues de forma online. No entanto, o ensino remoto e suas especificidades

assumidos no contexto da pandemia não se tratam de ensino à distância (EAD)

(BERNARDO; MAIA; BRIDI, 2020).

Com esta nova realidade, alunos e professores permanecem mais tempo

sentados em frente aos dispositivos de tecnologias, na maioria do tempo, em posturas

nada ergonômicas, como com o pescoço em flexão, coluna torácica flexionada e

inclinada, coluna lombar retificada ou flexionada, punhos e dedos começam a

incomodar pelo uso excessivo da digitação. De acordo com o estudo de Sanchez et

al. (2019), os docentes estão geralmente realizando muitos movimentos repetitivos

em sua rotina de trabalho, muitas vezes, com posturas inadequadas e desfavoráveis

para as condições ergonômicas necessárias, tornando-se altamente suscetíveis ao

acometimento das doenças do trabalho.

Na rotina desses profissionais, inclui a realização de atividades como escrever

em lousa com os membros superiores por muito tempo acima da cabeça, digitar

provas e aulas, corrigir trabalhos e agora, com o home office, ficam muito tempo

sentados frente ao computador, o que leva a problemas nas articulações que podem

causar sérios danos, como os distúrbios osteomusculares, que acarretam

desconfortos físicos e psíquicos na vida do profissional, causando uma redução na

qualidade de vida (SANCHEZ et al., 2019).

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23

De modo geral, é evidente que os profissionais docentes sofrem de distúrbios

de voz, distúrbios osteomusculares e, principalmente, problemas relacionados à

saúde mental. Destacam-se vivências de sofrimento psíquico e sintomas de mal-estar,

esgotamento mental, estresse, ansiedade, irritabilidade, depressão, medo, cansaço e

perturbações do sono, como insônia ou sono que não é reparador. Diante do cenário

pandêmico, ficou ainda mais perceptível o sofrimento psíquico nesses profissionais,

pois, o confronto com o desconhecido pode gerar angústia e se transformar em

ansiedade, pânico e, dependendo da forma como se lida com a situação, sobretudo

naqueles que já apresentavam algum tipo de sintoma (SOUZA et al., 2021).

Contudo, pode-se observar que, diante do exposto, tanto antes quanto depois

da pandemia, os docentes são grupos suscetíveis para o acometimento de doenças

ocupacionais, como os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, com as

doenças crônicas como hipertensão arterial, problemas no sistema circulatório,

alergias e estresse ocupacional, que foi o mais observado nos estudos acima citados

no período pandêmico. Estes problemas são vistos com fatores que influenciam

negativamente para a saúde do docente, consequentemente, pode causar redução

na qualidade de vida.

2.1.2 Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORTs)

As doenças ocupacionais estão relacionadas com o exercício da atividade

laboral. Existem inúmeros fatores que podem favorecer o aparecimento dessas

disfunções, como esforço repetitivo, exposição a agentes tóxicos ou a ruídos intensos,

entre outros. Os problemas de saúde decorrentes da relação de trabalho vêm se

tornando um fenômeno mundial, destacando-se aqueles relacionados às doenças

ocupacionais. Atualmente, os desgastes nas estruturas do sistema

musculoesquelético que afetam diversas categorias profissionais são denominados

pelo Ministério da Saúde como lesões por esforços repetitivos (LER) e distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT) (MARQUES et al., 2021).

Os dados do Ministério da Saúde (BRASIL, 2012) trazem que o elevado número

de pessoas com LER/DORT se caracteriza pelo estabelecimento de metas e

produtividade por parte das instituições, sem levar em consideração os limites físicos

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e psíquicos de cada trabalhador. No caso do professor, a prevalência deste tipo de

lesão e distúrbio está mais relacionada com a falta de condições ergonômicas no

cenário de trabalho, do tempo de trabalho sentados em frente das telas, mas, também,

sofre influência da alta demanda da produtividade e responsabilidade que a profissão

exige.

Atualmente, os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho

representam no mundo diversos problemas de saúde na vida dos trabalhadores.

Segundo Viegas e Almeida (2016), os Distúrbios Osteomusculares Relacionadas ao

Trabalho (DORT) se destacam pelo número de notificações e pelo impacto econômico

e social, gerando dor, incapacidades, sofrimento e afastamentos do trabalho. Os

DORTs têm etiologia multifatorial, e são resultados de um desequilíbrio entre as

exigências das tarefas realizadas no trabalho e as capacidades funcionais individuais,

que podem gerar sobrecarga osteomuscular, representam um grupo de doenças que

acometem estruturas musculares, tendíneas e de nervos periféricos, podendo causar

a incapacidade laboral temporária ou permanente.

De acordo com Souza et al. (2021), inúmeras condições podem ser

consideradas doenças ocupacionais, entre elas, destacam-se as doenças

osteomusculares relacionadas ao trabalho, como tendinite, tenossinovite, bursite,

epicondilite, cistos sinoviais, síndromes por compressão neural, deformidades,

doenças respiratórias, como a asma, a perda auditiva induzida por ruído, doenças de

pele, como as dermatites e o câncer de pele, incluindo também as doenças

psicossociais que são estresse, ansiedade e depressão.

Como descrito por Freitas et al. (2011) apud Mendes et al. (2020), é possível

identificar que a lombalgia é a afecção mais frequente quando se trata dos DORTs,

pois a região lombar acomoda maior carga de peso. É sabido que a etiologia da

lombalgia é multifatorial, diversos aspectos podem influenciar, enfatizando a

biomecânica, as características individuais e os fatores ocupacionais, como longos

períodos na posição sentada antiergonômica

Segundo Marques et al. (2021), os DORTs caracterizam-se pela incapacidade

laboral, temporária ou permanente, resultante da combinação de sobrecarga do

sistema osteomuscular com falta de tempo para recuperação dos músculos, podendo

causar limitação funcional e transtorno psicossocial. Neste estudo, os autores

enfatizam que ensinar é uma atividade estressante, com repercussões evidentes na

saúde física, mental e no desempenho profissional dos professores, nos últimos 12

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25

meses, a presença de dor foi encontrada com maior frequência, na região do pescoço,

dorsal, lombar, tornozelos e pés e menor frequência em ombros, membros superiores,

inferiores e quadril (Figura 5) (MARQUES; REIS; GUIMARAES, 2021).

Figura 5: Sintomas nos últimos 12 meses (%). Fonte: Marques; Reis; Guimarães (2021).

Os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho vêm sendo

considerado um grande problema de saúde pública, pois, devido ao elevado número

de pessoas diagnosticadas com o DORT, aumenta-se a procura pelos serviços

públicos de saúde e também acarreta um número altíssimo de pedidos de

afastamento do trabalho (PAULA; AMARALA, 2019).

Segundo o estudo de Souza et al. (2021), atualmente, cerca de 30 disfunções

cinético-funcionais podem ser consideradas DORT. Elas são ocasionadas por

inúmeros fatores, como permanência na mesma posição por muito tempo, posturas

antiergonômicas, execução de movimentos repetitivos, trabalho estático e condições

psicossociais. Em suma, os DORTs ocorrem devido ao excesso de uso das

composições anatômicas do sistema musculoesquelético, principalmente, em

posturas que não favorecem a biomecânica corporal e a falta de tempo para se

recuperar.

É sabido que o trabalho pode ser fonte de saúde e de adoecimento dos

trabalhadores, geralmente, os DORTs se instalam através de uma combinação de

fatores biomecânicos da atividade, decorrentes do excessivo uso do sistema

musculoesquelético, como posturas inadequadas no posto de trabalho, fatores

ergonômicos inadequados, exposição a temperaturas extremas e outros

psicossociais, da organização e dinâmica do trabalho como monotonia da tarefa,

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26

expropriação do controle sobre a atividade, percepção individual sobre a carreira

profissional. Apresentam sintomas característicos como dor crônica, parestesia,

sensação de peso, fadiga muscular (VIEGAS; ALMEIDA, 2020).

O estudo de Sanchez et al. (2019) também apresenta como fator existente o

processo saúde-doença dos professores, este também é construído no trabalho, de

forma biológica, psicológica e social, fazendo com que se remeta a possibilidades

variadas de consumo, satisfação e adoecimento. Assim, o trabalho pode ser tido como

um espaço de reafirmação da autoestima, de desenvolvimento de habilidades e de

expressão das emoções. Entretanto, o ambiente de trabalho pode produzir

enfermidades ocupacionais, comprometendo a saúde física e mental do professor

(SANCHEZ et al., 2019).

É possível identificar que as condições de precarização do trabalho são

caracterizadas por ritmos intensos e aumento da competitividade, falta de

reconhecimento e valorização social, dentre outros fatores que podem levar o

trabalhador ao adoecimento físico e mental. O estudo de Moreira e Rodrigues (2018)

apud Pereira, Santos e Manenti (2020) traz que o contexto trabalhista está interligado

com alguns transtornos e algumas doenças que possuem determinações diretas

advindas dos novos formatos e das constituições do mundo do trabalho, marcadas

por modelos de gestão que solicitam mudanças constantes. Este é o caso do que está

acontecendo com a pandemia do COVID-19, o que acarreta pressões constantes por

padrões de eficiência na atuação dos profissionais da educação. Essas condições de

trabalho podem desencadear problemas relacionadas à saúde mental, como

síndrome de Burnout, ansiedade, depressão, abuso de álcool e outras drogas.

Os autores Tostes et al. (2018) apud Pereira, Santos e Manenti (2020) abordam

que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) indica que a classe docente é a

segunda categoria profissional a portar doenças de caráter ocupacional, incluindo de

reações alérgicas, distúrbios vocais, distúrbios osteomusculares, gastrite e até

esquizofrenia ou problemas psicológicos. O estresse que acomete os professores é

considerado pela OIT não somente como um fenômeno isolado, mas um risco

ocupacional significativo da profissão, este geralmente causa uma menor qualidade

de vida nos docentes.

Outra realidade do impacto dos DORTs na vida dos trabalhadores é que,

quando a dor começa a repercutir nas atividades da vida diária e laborais, os sujeitos

passam a praticar a automedicação para alívio de sintomas dolorosos e para o

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27

atendimento das demandas de trabalho. Dessa forma, torna-se fundamental um

acompanhamento interdisciplinar, por meio da atuação integrada de profissionais de

diferentes áreas, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida e a capacidade

funcional, e não apenas o alívio da dor, como ocorre nos modelos tradicionais de

reabilitação de trabalhadores (SOARES et al., 2020).

As medidas restritivas de prevenção à infecção do vírus, que limitam as

interações presenciais e relações sociais, restringem a realização de atividades de

lazer, entretenimento e atividades laborais, sendo estes também considerados como

potenciais fatores de risco à saúde mental e ao bem-estar emocional, influenciando

negativamente na qualidade de vida de todos (PEREIRA; SANTOS; MANENTI, 2020).

Desta forma, é importante aprofundar o conhecimento sobre a saúde em professores,

explorando mecanismos biológicos, ergonômicos, ocupacionais e psicossociais de

ensino, bem como investir em práticas que melhoram a relação de convivência entre

os trabalhadores.

2.1.3 Importância da ergonomia no trabalho remoto

A fisioterapia junto à engenharia de saúde e à segurança do trabalho é uma

especialização profissional que contempla a ergonomia, permitindo que os

fisioterapeutas do trabalho atuem com ergonomia sem a necessidade de realizarem

uma especialização na área. A ergonomia tem o objetivo de compreender a relação

do homem com seu trabalho, propondo melhorias que visam adaptar o trabalho ao

homem, e nunca o homem ao trabalho. É considerada uma boa postura no ambiente

de trabalho quando o sistema musculoesquelético do trabalhador se encontra

fisiologicamente adequado e equilibrado enquanto este realiza as atividades laborais

(SOUZA et al., 2021).

Geralmente, os distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho surgem

devido à falta de medidas ergonômicas no ambiente laboral, falta de medidas

preventivas e jornadas excessivas de trabalho. A ergonomia se encarrega do estudo

do relacionamento entre o homem e seu trabalho, e da aplicação dos conhecimentos

de anatomia e fisiologia na solução dos problemas que surgirem decorrente dos

problemas ergonômicos no ambiente laboral, melhorando a eficiência da produção e

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28

evitando os problemas de saúde. A ergonomia trata de aspectos que envolvem

questões anatômicas, antropométricas, fisiológicas e biomecânicas dos trabalhadores

e propõe ofertar um ambiente de trabalho melhor (SATO, 2019).

A ergonomia busca melhorar a qualidade de vida do trabalhador, assim como

o aumento da produtividade, por meio do estudo do ambiente laboral e realizando

adequações entre o homem e o trabalho. A ergonomia pode contribuir para o projeto

e a modificação de ambientes de trabalho maximizando a produtividade, como

também determinando a saúde e o bem-estar dos trabalhadores, analisando a

temperatura do ambiente de trabalho, iluminação, presença de ruído no ambiente e

também as medidas entre os móveis em que o trabalhador exerce seu trabalho

(SAKAI, 2015).

É importante evidenciar que existem normas específicas que visam

proporcionar ao trabalhador saúde e segurança no trabalho. As NRs fazem parte de

um grupo de normas que visam apontar diretrizes para a regulamentação de diversos

aspectos relacionados à saúde e segurança do trabalho. O estudo de Souza et al.

(2021) afirma que existem 36 normas, e aquela que versa especificamente sobre a

ergonomia é a NR17. Estas foram aprovadas pela Portaria do Ministério do Trabalho

e Previdência Social (MTPS) e exercem caráter obrigatório para todas as empresas

regidas pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

O estudo de Bernardo, Maia e Bridi (2020), sobre as configurações do trabalho

remoto da categoria docente no contexto da pandemia COVID-19, trouxe em um

gráfico a avaliação das condições de trabalho na modalidade remota quanto à

ergonomia (Figura 6), em que 38,2% dos participantes apontam ser excelente a

ergonomia para execução do trabalho em casa, pois possuem escritório com mesa e

cadeiras adequadas, 53,8% consideram razoável, pois não dispõem de um espaço

específico, mas possuem mesa e cadeira e 8% consideram péssimo o ambiente para

execução das atividades laborais, pois não têm mesas, cadeiras ou locais apropriados

para o trabalho remoto.

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Figura 6: Avaliação das condições de trabalho na modalidade remota quanto à ergonomia. Fonte: Bernardo; Maia; Bridi (2020).

De acordo com Sato (2019), as posturas desfavoráveis podem conduzir ao

desenvolvimento de DORT. Tratam-se de posturas estáticas ou de variações posturais de

grande amplitude durante a execução da tarefa. O trabalho de professor é uma atividade que

contém, em si, o fator básico para a ocorrência de lesões por esforços repetitivos nos

membros superiores. Atualmente, com a adoção da modalidade do trabalho remoto, os

docentes passam muito tempo sentados.

Figura 7: Posturas inadequadas de trabalho e possíveis queixas. Fonte: Souza et al. (2021, p.79).

Devido a isso, tornou-se cada vez mais frequente a posição de sedestação nos

postos de trabalho, sendo essa atualmente a mais adotada devido ao home office, em

que o trabalho dos professores acontece frente aos computadores e celulares. De

acordo com Marques et al. (2021), a continuação prolongada desta posição pode

sobrecarregar as estruturas do sistema musculoesquelético, proporcionar posturas

inadequadas e, a partir disso, resultar em quadros álgicos e disfunções na coluna

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lombar. Esta postura também tem como desvantagens os movimentos repetitivos, as

posturas viciosas e o sedentarismo.

Tratando-se do home office, em que os professores estão trabalhando em

postos de trabalho eletrônicos, através do computador, notebook e/ou celular, na

maior parte do tempo sentados, o profissional deve atentar-se quanto ao ambiente

que está trabalhando em sua residência. O livro Fisioterapia: Saúde do Trabalhador

aponta algumas observações sobre este cenário:

Em postos que envolvem o processamento eletrônico de dados com terminais de vídeo (computadores), apontam-se as seguintes observações (BRASIL, 1990): a) proporcionar condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador; b) o teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao tra-balhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas; c) a tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de maneira que as distâncias olho-tela, olho-teclado e olho-documento sejam aproximadamente iguais; d) os computadores devem ser posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável (SOUZA et al., 2021, pp.74-75).

A postura sentada, segundo Aroeira et al. (2017), tem ampla relação com a

anteriorização da cabeça, associando-se a distúrbios musculoesqueléticos crônicos e

funcionais na região craniofacial, no pescoço e nos ombros, quando o centro de massa

se move em direção à tuberosidade isquiática, a pelve fica inclinada, alterando a

curvatura lombar, sendo favorável para o acometimento de dores na coluna, este

movimento também cria um outro mais longo para os membros superiores, podendo

gerar quadros álgicos.

Para Sakai (2015), a postura sentada é favorável para o trabalhador, pois o

esforço postural estático e as solicitações sobre as articulações são limitadas. Ela

permite um melhor controle dos movimentos, pois o esforço de equilíbrio postural é

reduzido, mas a permanência prolongada da postura sentada tem seus agravantes. A

ação de se inclinar para frente, quando o docente está sentado, associado à

permanência na mesma posição por longos períodos de tempo, tem como

consequência o aumento da pressão intradiscal, acelerando o processo de desgaste

dos discos da coluna que levam a alterações, como a hérnia de disco.

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Figura 8: Exemplo de um posto de trabalho em que a trabalhadora exerce as suas funções na posição sentada e utilizando um monitor. Fonte: Souza et al. (2021, p.101) apud Igdeeva Alena/Shutterstock.com.

O estudo de Sakai (2015) sobre a ergonomia do trabalho na postura sentada

mostrou que, quanto aos membros superiores, existem dois movimentos do braço que

ocorrem com frequência, o deslocamento do braço para frente e o deslocamento do

braço para o lado. Esses movimentos são prejudiciais quando forem amplos e

frequentes. Ademais, quando um indivíduo permanece nesta posição por mais de

quatro horas diárias, sua postura poderá afetar pescoço, ombros e costas, bem como

membros inferiores. Além disso, a altura e a inclinação do assento da cadeira, a

posição, forma e inclinação do encosto e a presença de outros tipos de apoio

influenciam na postura, portanto, é de suma importância que a cadeira permita

alterações posturais.

De acordo com Martins e Barreto (2007) apud Figueira, Almeida e Cusca

(2014), quando o trabalhador se senta numa cadeira comum, pode acontecer uma

retificação da coluna lombar, em que os ligamentos da região posterior do tronco e as

fibras dos discos intervertebrais são tensionados gerando um desgaste na coluna para

manter esta postura. Sabe-se que a hérnia de disco geralmente é uma lesão

associada ao trabalho pesado, mas alguns estudos recentes têm relatado cada vez

mais esse distúrbio em indivíduos que trabalham na postura sentada. Além disso, a

permanência prolongada nessa postura tende a reduzir a circulação de retorno dos

membros inferiores, promover desconfortos na região do pescoço e nos membros

superiores, principalmente, quando são executados movimentos repetitivos ou

associados ao uso de força (SAKAI, 2015).

No home office, o trabalhador deve atentar-se quanto à postura, neste cenário

laboral, em que os docentes se encontram atualmente com a pandemia, utilizando as

ferramentas digitais, a estação laboral deve estar adequada. Os pés do trabalhador

devem estar em contato com o solo, e a profundidade do assento deve ser suficiente

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32

para que não haja compressão em região de fossa poplítea. Além disso, as regiões

da coluna lombar e torácica têm que possuir apoios, bem como os antebraços. A tela

do computador permite a visualização sem que sejam realizados movimentos

cervicais de flexão ou extensão, e os materiais de uso estão disponíveis em zonas em

que é possível o alcance sem grandes amplitudes de movimento dos membros

superiores (SOUZA et al., 2021).

Figura 9: Exigências posturais em um posto de trabalho para uso de computador. Fonte: Souza et al. (2021, p.101) apud Lukasik-Fisch/Shutterstock.com

A cadeira é uma ferramenta ergonômica importante e o corpo deve estar em

conformidade com as curvas do assento e do encosto, quando o trabalhador fica muito

tempo na mesma posição, no caso, sentado, os assentos das cadeiras devem apoiar

o corpo como um todo. Pois, mesmo que o estofado seja confortável, com bordas

arredondadas, apoio para antebraços e a coluna toracolombar, o corpo experimenta

uma série de reações, se a postura for mantida por longos períodos, como o aumento

da carga compressiva dos discos intervertebrais, fluxo sanguíneo reduzido para os

músculos e pode resultar em doenças vasculares, além de queixas de dor e cansaço,

contração da musculatura postural constante, causando cansaço e fadiga. No entanto,

apesar de o design da cadeira ser importante para a estação de trabalho, outros

fatores têm que estar alinhados, como a altura da superfície de trabalho, o teclado, o

mouse e o monitor (SOUZA et al., 2021).

É importante destacar que a ergonomia é aplicada por uma equipe

multidisciplinar, composta por médico do trabalho, engenheiro de segurança do

trabalho, fisioterapeutas, gerente de recursos humanos, assistente social e outros

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profissionais. Estes atuam com o objetivo de reduzir as doenças ocupacionais

causadas por atividades desenvolvidas de maneira incorreta, e executam programas

preventivos (FIGUEIRA; ALMEIDA; CUSCA, 2014).

2.1.4 Influência das modalidades de trabalho remotas na qualidade de vida

(QV) em professores atuando em home office

É perceptível que as cobranças por produtividade no trabalho são cada vez

maiores em meio à pandemia do Covid-19, as jornadas de trabalho excessivas são

uma das principais formas de adoecimento do trabalhador, redução da qualidade de

vida e está relacionada à possibilidade de depressão e ao transtorno de ansiedade. A

literatura científica mostra que qualidade de vida está diretamente associada ao

processo saúde-doença. A QV foi definida como a percepção do indivíduo de sua

posição na vida no contexto da cultura e sistema de valores, nos quais ele vive em

relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações (GUEDES, 2021).

Segundo Watson e Thompson (2020) apud Guedes (2021), a qualidade de vida

refere-se a percepções da experiência humana que se relacionam à satisfação de

nossas necessidades. Para evitar efeitos negativos na saúde mental do trabalhador,

deve-se atentar à quantidade de horas trabalhadas, o tempo prolongado de

isolamento social, a inadequação ergonômica no espaço laboral que leva ao

acometimento dos DORTs e às interferências do ambiente familiar no

desenvolvimento do trabalho.

Os profissionais da educação foram uma das categorias mais afetadas pela

atual pandemia de Covid-19. O estudo de Galdino et al. (2021) observou 368

docentes, com idade mediana de 53 anos, sendo a maioria mulheres, possuíam filhos,

trabalhavam em regime de dedicação exclusiva ou integral no ano de 2018, antes do

período pandêmico. O autor concluiu que o trabalho em excesso interfere na relação

de satisfação e prazer que o indivíduo tem com o trabalho e na qualidade de vida,

visto que a sua percepção é temporal e circunstancial. Dessa forma, a Qualidade de

Vida no Trabalho (QVT) visa garantir maior eficácia e produtividade e, ao mesmo

tempo, o atendimento das necessidades básicas dos trabalhadores.

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Sabe-se que os distúrbios decorrentes do sistema musculoesquelético podem

levar ao aparecimento de diversos sinais, como a dor e incapacidade funcional,

provocando repercussões importantes sobre a qualidade de vida dos indivíduos

acometidos. O desgaste do professor tem consequências devastadoras para ele e

para a qualidade da educação, como menor satisfação laboral, menores níveis de

comprometimento, intenção de abandonar sua posição docente, tudo isso influencia

negativamente na sua QV (VIEGAS; ALMEIDA, 2016).

Figura 10: Como tem se sentido na maior parte do tempo. Fonte: Instituto Península (2020).

Inúmeros são os impactos causados à saúde do trabalhador tendo em vista as

modalidades de trabalho remotas do teletrabalho e home office, apresentando

desvantagens para o trabalhador e influenciando na sua QV. O principal impacto

causado é em sua saúde emocional, mental e social, tendo em vista os danos sofridos

causados pelo isolamento social, não possuindo contato com colegas de trabalho e

colaboradores, com consequente queda na produtividade e autoestima. Com as

modalidades remotas, os trabalhadores ficam mais depressivos e ansiosos, o que foi

agravado principalmente nos períodos pandêmicos devido ao isolamento social

(FERREIRA, 2021).

Fazendo um estudo sobre o atual cenário de trabalho, percebe-se que a rapidez

dos avanços tecnológicos e as mutações organizacionais são desafiadoras para o

trabalhador. Diante disso, é imprescindível que o trabalhador esteja em constante

aprendizado e aperfeiçoamento profissional devido à pressão sobre seu desempenho

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35

e sua capacitação, o docente, além de necessitar das habilidades específicas

presentes na sua profissão, também tem que se esforçar por alcançar constantemente

as características exigidas aos trabalhadores atuais, dessa forma a qualificação e a

demanda profissional, torna-se geradas de conflitos que se manifestam por meio de

estresse e de esgotamento emocional (D'OLIVEIRA et al., 2020).

É sabido que tanto a saúde física como a mental é vinculada à sua atividade

profissional e ao seu contexto laboral. A complexidade e o ritmo acelerado do trabalho

dos professores impõem um processo de esforço permanente a esses profissionais.

A classe de docentes é uma das que mais tem evidenciado uma elevada carga de

estresse, desenvolvendo comprometimento ao bem-estar físico e mental, trazendo

consequências para a sua saúde e, posteriormente, para o seu ambiente de trabalho.

Os docentes sofrem exposição aos riscos no ambiente laboral constantemente, pois

este local tem se mostrado, por muitas vezes, conflituoso, associado ainda a uma

elevada exigência profissional, levando ao professor insatisfação profissional

(JÚNIOR; SILVA, 2014).

No estudo de Junior e Silva (2014), dos docentes avaliados, 87,7% relataram

sentir algum nível de cansaço. Este cansaço pode estar associado ao sedentarismo,

que pode tornar o indivíduo mais propenso a doenças, interferindo diretamente sobre

o nível de cansaço e, assim, reduzir a produtividade no ambiente de trabalho. Devido

ao número de alunos por turma, a quantidade de turmas ministradas pelo mesmo

docente e a alta demanda do trabalho, é importante que este profissional esteja com

o condicionamento bom, e o sedentarismo agrava ainda mais a situação desse

profissional.

Segundo D’Oliveira et al. (2020), observou-se que as tecnologias da

informação, como computadores e smartphones, ao serem inseridas na rotina laboral,

contribuem para este processo de adoecimento, pois o docente vai além da carga

horária remunerada, extrapolando as aulas, passando a trabalhar também dentro de

casa, muitas vezes abdicando de seu horário de lazer e descanso. Embora a

oportunidade de trabalhar fora do local convencional conceda aos trabalhadores mais

liberdade para gerenciar sua atividade laboral, por outro lado, impõe-lhes demandas

altas no sentido de ter que estabelecer limites.

Conforme abordado por Moreira e Rodrigues (2018) apud Pereira, Santos e

Manenti (2020), algumas doenças que estão relacionadas ao contexto trabalhista

possuem determinações diretas advindas dos novos formatos e constituições do

Page 36: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

36

mundo do trabalho, marcadas por modelos de gestão que solicitam mudanças e

acarretam pressões constantes por padrões de eficiência na atuação dos profissionais

da educação. Aqueles trabalhadores que operam em domicílio tendo em vista o

período pandêmico que o país e o mundo está passando, encontram dificuldades em

adaptar-se à nova rotina de trabalho, bem como conciliá-la com a convivência familiar

e os espaços físicos e tecnológicos oferecidos por sua residência, tendo muitas vezes

que gerar uma reestruturação nos espaços da casa, adaptando-os para o trabalho

remoto (FERREIRA, 2021).

Vários são os fatores que tornam a função de docentes propensa a doenças de

cunho psicoemocional, tais como as exigências referentes à alta produtividade,

necessidade de constante atualização, as longas jornadas de trabalho, inclusive, nos

fins de semana e feriados, falta de equipamentos e condições de trabalho, que

acarretam em estresse. A carreira de docência se faz por grande empenho e

comprometimento por parte dos docentes, todavia, as peculiaridades inerentes a tal

função interferem negativamente em aspectos ligados à saúde com reflexo na QV e

QVT do docente, tal como baixa qualidade do sono, poucas atividades de lazer, baixo

índice de atividade física e má alimentação (SANCHEZ et al., 2019).

Diante da nova realidade, está evidente que a fadiga emocional e mental

desenvolvida nesse cotidiano os tornam frágeis, irritados e angustiados, alterando as

necessidades fisiológicas relacionadas ao descanso físico e mental. Conforme o

estudo de Von Randow et al. (2021), tem aumentado drasticamente o número de

trabalhadores com sintomas de ansiedade e depressão no Brasil. Diante disso, quanto

mais o indivíduo trabalha, ele quer ser reconhecido. Dessa forma, o trabalhador se

torna cada vez mais suscetível a sofrer esgotamento físico e mental associado ao

trabalho, surgindo, assim, a síndrome de Burnout, também conhecida como síndrome

do esgotamento profissional.

Segundo Galdino et al. (2021), a síndrome de Burnout é preocupação constante

que vem sendo muito abordada na saúde dos professores, é uma síndrome

psicológica em resposta à sobrecarga e aos estressores interpessoais crônicos

provenientes do ambiente ocupacional e resulta no esgotamento do indivíduo. Esta

síndrome pode impactar a saúde com problemas crônicos cardiovasculares,

respiratórios, gastrointestinais, musculoesqueléticos e alterações nas experiências

álgicas.

Page 37: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

37

2.1.5 Contribuição da fisioterapia na prevenção e tratamento dos

distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho

O novo perfil de assistência integral em saúde aumentou as possibilidades para

a atuação de muitos profissionais envolvidos na saúde coletiva, incluindo o

fisioterapeuta. O Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO)

publicou a Resolução nº. 259/03, a qual reconhece, qualifica e habilita o fisioterapeuta

a atuar na prevenção, na promoção e na restauração da saúde do trabalhador

(SOUZA et al., 2021).

O fisioterapeuta do trabalho realiza a avaliação funcional, utilizando várias

ferramentas para complementar a avaliação, como questionários, testes funcionais,

escalas análogas e exames complementares, para confirmar o diagnóstico e o

prognóstico fisioterapêuticos. Tem competência profissional para planejar e executar

medidas de prevenção e redução de risco, por meio da implantação de programas de

cinesioterapia laboral, levantamento e análise ergonômica do trabalho, assim como

por meio do uso dos recursos terapêuticos de domínio da sua profissão (SOUZA et

al., 2021).

O livro Fisioterapia: Saúde do Trabalhador aponta que existem 12

competências gerais do fisioterapeuta especialista em fisioterapia do trabalho:

Existem 12 competências gerais do fisioterapeuta especialista em fisioterapia do trabalho: 1. Realizar a avaliação e a consulta fisioterapêuticas. 2. Utilizar recursos fisioterapêuticos, como cinesioterapia, terapias ma-nuais, infravermelho, crioterapia, eletroanalgesia e eletroestimulação, laserterapia, ultrassonoterapia, entre outros. 3. Atuar em ergonomia, seja nas análises, nos relatórios, nos laudos ou nos pareceres. Nessa competência, cabe salientar que a fisioterapia do trabalho é uma das poucas especialidades que chancela ao espe-cialista a atuação em ergonomia, sem a necessidade de realização de uma especialização específica nessa área. 4. Propor ações que envolvam a cultura de saúde e segurança no trabalho e ergonomia, promovendo um ambiente com qualidade de vida no trabalho. 5. Atuar na gestão em ergonomia e participar ativamente na organização e nas atividades das Semanas Internas de Prevenção de Acidentes no Trabalho (SIPAT), além de compor as CIPAs (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes). 6. Elaborar, implantar, coordenar e auxiliar os Comitês de Ergonomia (COERGO). 7. Estabelecer nexo nos diagnósticos fisioterapêuticos e nas perícias ergonômicas. Nexo é a relação entre causa e efeito. Por exemplo, existe nexo entre ter dor lombar e pegar um objeto muito pesado do chão e caminhar por 20 metros com ele, 100 vezes por turno.

Page 38: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

38

8. Avaliar, elaborar, implantar e gerenciar a qualidade de vida no trabalho, bem como projetos e programas com esse objetivo e que visem à promoção da saúde dos trabalhadores (obesidade, gestação, hiper-tensão, etc.). 9. Atuar em programas de reabilitação profissional, reintegrando o tra-balhador à atividade laboral. 10. Atuar no âmbito forense, quer seja em questões judiciais, quer seja em questões extrajudiciais, na qualidade de perito ou assistente técnico. 11. Elaborar, implantar e gerenciar programas de processos e produtos relacionados à tecnologia assistiva. 12. Auxiliar e participar dos processos de certificação, sejam eles nacionais ou internacionais (SOUZA et al., 2021, p.52-53).

O fisioterapeuta atua também nos Centros de Referência em Saúde do

Trabalhador (Cerest) que promovem ações de vigilância em saúde, segundo o modelo

de atenção orientado pela promoção, prevenção e proteção da saúde do trabalhador.

Os Cerests compõem a rede de informações e práticas de saúde da Rede Nacional

de Atenção à Saúde do Trabalhador (Renast). Esses centros atuam nos âmbitos

estaduais, regionais e municipais e funcionam como polos de referência técnica e

científica em saúde do trabalhador para as unidades de atenção básica do SUS. A

inserção do profissional fisioterapeuta nos Cerests no país reflete na ampliação da

percepção do campo de atuação da fisioterapia no âmbito da vigilância dentro do SUS

(MELO et al., 2017).

O fisioterapeuta tem conhecimentos sobre o movimento humano, pois faz parte

da formação básica desse profissional da saúde e é fundamental para a atuação do

profissional, incluindo para a fisioterapia do trabalho. A atuação do fisioterapeuta na

saúde do trabalhador é de suma importância, pois, muitos dos DORTs podem ser

evitados com orientações postural e de mobiliário corretas. Sendo assim, o

fisioterapeuta do trabalho se destaca nas avaliações biomecânicas ocupacionais em

virtude da alta qualidade das suas análises e interpretações, traçando relações com

fisiopatologias (SOUZA et al., 2021).

A biomecânica é uma das áreas da cinesiologia que estuda o movimento do

corpo, bem como as forças atuantes a cada movimento, explicando como funciona a

geração de força para o exercício e comparar com outras atividades para ver o que

se encaixa melhor para a reabilitação e o treinamento do indivíduo. O estudo e a

compreensão da cinesiologia e biomecânica é imprescindível, pois, ao conhecer os

efeitos e as mudanças desencadeadas pelo movimento, podemos estabelecer os

limites para as estruturas do corpo, bem como direcionar uma melhor prescrição do

exercício em conformidade com a estrutura física individual (SILVA, 2015).

Page 39: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

39

Ajustes de mobiliário, como o uso de suportes para notebook, teclado e mouse

corretamente posicionados, cadeira com regulagem de altura, assentos acolchoados

e apoios para os pés são algumas das orientações e implementações ergonômicas

que o fisioterapeuta pode realizar junto à empresa ou instituição em que atua, com o

intuito de reduzir os riscos dos DORTs nos profissionais, no caso dos docentes que

estão trabalhando em casa sem auxílio, o fisioterapeuta pode prestar orientações para

melhorar o ambiente laboral (SOUZA et al., 2021).

O fisioterapeuta atua na saúde do trabalhador com o tratamento de pessoas

acometidas pelos DORTs, bem como atua na prevenção e promoção da saúde. Na

prevenção de DORT, o fisioterapeuta do trabalho possui diferentes técnicas e

abordagens terapêuticas para prevenir e reabilitar os trabalhadores. Além dos

conhecimentos de fisiologia e biomecânica, o fisioterapeuta apresenta competência

técnica relacionada à ergonomia e legislação trabalhista, o que abrange aos objetivos

atuais de uma visão integrada da saúde. Sendo assim, o fisioterapeuta do trabalho é

um profissional essencial no desenvolvimento de projetos e planejamentos que visem

à saúde e à segurança do trabalhador, e também aos ganhos de produtividade e

financeiro das empresas por meio da redução dos custos gerados pelas faltas e pelos

afastamentos provocados pelos DORTs (SOUZA et al., 2021).

Figura 11: A atuação do fisioterapeuta do trabalho tem no seu centro o trabalhador. Fonte: Souza et al. (2021, p.54).

A fisioterapia atua na saúde do trabalhador promovendo a prevenção e tratando

os DORTs. O fisioterapeuta investiga no ambiente laboral as possíveis causas que

podem levar ao acometimento do indivíduo e busca corrigi-la, adaptando o ambiente

laboral ao trabalhador. A cinesioterapia laboral, através de movimentos direcionados

para melhorar ou prevenir os DORTs, traz benefícios diversos para o trabalhador,

aumentando a produtividade e promovendo mais qualidade de vida. A cinesioterapia

Page 40: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

40

laboral visa diminuir os problemas de saúde do trabalhador, diminui os afastamentos

e as faltas ao trabalho, aumentando, assim, a produtividade (SOUZA et al., 2021).

Dessa forma, a fisioterapia preventiva vem a ser um conjunto de ações que visam,

fundamentalmente, atuar na amenização das causas das dores e dos desconfortos no

trabalho. Quando se trata de DORT, a fisioterapia vem a ser um complemento da

ergonomia na orientação de posturas e movimentos mais funcionais e menos críticos a

serem adotados durante as atividades de trabalho (CABRAL et al., 2020).

A atuação do fisioterapeuta na ginastica laboral é cada vez maior e de

importância ímpar, principalmente, quando, além da prevenção, existe o trabalho de

reabilitação ou reinserção do trabalhador em seu posto de trabalho. Mesmo quando o

foco da ginástica é preventivo, seja durante uma ginástica laboral preparatória,

compensatória ou de relaxamento, o olhar terapêutico do profissional auxilia para que

outras lesões ou disfunções preexistentes não sejam agravadas (SOUZA et al., 2021).

De modo geral, a ginástica laboral se caracteriza por um conjunto de exercícios

específicos e de prevenção, planejados de acordo com as características de cada

setor, realizados durante a jornada de trabalho. A prática regular da ginástica laboral

proporciona a prevenção da fadiga muscular, a correção de vícios posturais e o

aumento da disposição durante a jornada de trabalho, a principal vantagem é que a

prática possui curta duração, de 10 a 15 minutos e o trabalhador não corre riscos

associados a um possível cansaço físico (SOUZA et al., 2021).

O fisioterapeuta atua com a cinesioterapia, em que trabalha com movimentos

terapêuticos que procuram normalizar fisiologicamente o comportamento postural. A

cinesioterapia utiliza exercício físico para favorecer o retorno da função

musculoesquelética. Os exercícios terapêuticos têm como objetivo melhorar a

estrutura muscular, promovendo funcionalidade ao indivíduo. Ela estimula a adoção

de práticas saudáveis contribuindo para o aumento do bem-estar do profissional. O

programa de Cinesioterapia Laboral vem sendo implantado com o objetivo de

melhorar a qualidade de vida no trabalho e motivar os trabalhadores para uma

mudança de estilo em relação à saúde (FIGUEIRA; ALMEIDA; CUSCA, 2014).

Segundo Souza et al. (2021), o fisioterapeuta do trabalho pode atuar como

perito em perícia ergonômica e assistência técnica judicial e extrajudicial, emitindo

laudos e estabelecendo nexo causal com fins de diagnóstico de capacidade funcional,

além de elaborar programas de reabilitação profissional, visando à reintegração do

trabalhador às suas atividades laborais. Contudo, a especialidade em fisioterapia do

Page 41: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

41

trabalho é uma área que se mantém em expansão, entretanto, os profissionais ainda

enfrentam desafios no desempenho de suas funções.

É imprescindível na atuação do fisioterapêutica a utilização de técnicas de

terapias manuais no tratamento de seus pacientes, inclusive, se tratando de indivíduos

acometidos pelo DORT, as técnicas de terapia manual são manipulações,

mobilizações e exercícios específicos com o objetivo de estimular a propriocepção,

produzir elasticidade a fibras aderidas, estimular o líquido sinovial e promover a

redução da dor. O terapeuta manual procura a causa da sua sintomatologia em seu

organismo e, no caso de uma dor reversível, encontrar uma solução definitiva. A

mobilização é uma técnica eficaz no tratamento de disfunções articulares, controlando

a dor e devolvendo os movimentos normais (CABRAL et al., 2020).

É evidente na literatura científica que o acesso rápido a fisioterapeutas pode

reduzir o tempo que as pessoas passam doentes e é vital para prevenir que um novo

problema agudo se torne crônico e duradouro. A fisioterapia possui conhecimentos

sobre terapêuticas tradicionais que incluem os exercícios de fortalecimento,

estimulação elétrica, cinesioterapia, hidroterapia e acupuntura. Essas modalidades

têm o objetivo de reduzir a dor, inflamação, aumentam a força e promovem a

cicatrização do tecido (CABRAL et al., 2020).

Quando o paciente já se encontra acometido pelo DORT, os benefícios da

fisioterapia são evidentes na melhora dos sintomas apresentados pelos acometidos,

pois, propiciam ao paciente um melhor controle da dor, tensão muscular; estimula a

consciência corporal. Dentre as alternativas terapêuticas de reabilitação

fisioterapêutica, inclui técnicas, a exemplo da acupuntura, massagem, hidroterapia,

dos exercícios de relaxamento e alongamentos. Com a aplicação dos seus

conhecimentos técnicos e científicos, a fisioterapia visa melhorar a qualidade de vida

dos profissionais acometidos e devolver a funcionalidade, propiciando o retorno ao

trabalho (SILVA; MORSCH, 2019).

Contudo, é evidente que a fisioterapia possui papel fundamental, ao avaliar o

posto de trabalhos com o intuito de minimizar o aparecimento de queixas de dor e

doenças ocupacionais, bem como, ao tratar os indivíduos acometidos pelo DORT.

Logo, deve-se incentivar as empresas e instituições a realizarem trabalhos

preventivos, com o objetivo de diminuir ainda mais o quadro de DORTs que afetam os

trabalhadores, evitando que ocorra perda da funcionalidade e redução na QV dos

trabalhadores (SOUZA, 2020).

Page 42: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

42

3 METODOLOGIA

3.1 Tipo de Pesquisa

Segundo Gil (2002), a pesquisa é uma metodologia racional e sistemática que

tem como objetivo possibilitar soluções aos problemas que são propostos. Há

inúmeras razões que determinam a realização de uma pesquisa, que podem ser de

ordem intelectual e de ordem prática. Este trabalho é uma pesquisa bibliográfica, pois

utiliza como base os artigos científicos para realizar a fundamentação teórica, em que

são verificados os efeitos que a fisioterapia proporciona aos docentes com distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho. Entende que a principal vantagem da

pesquisa bibliográfica é dar possibilidade ao pesquisador a cobertura de uma gama

de fenômenos muito mais ampla do que aquela que poderia pesquisar diretamente,

principalmente, quando o estudo necessita de dados muito dispersos pelo espaço

(GIL, 2002).

Diante do estudo acima, é possível evidenciar que o nível de conhecimento da

pesquisa é descritivo, visa descrever os impactos do home office na qualidade de vida

dos docentes diante da pandemia e a atuação da fisioterapia. Compreende-se que a

coleta de dados por meio da observação sistemática é uma das características

fundamentais da pesquisa descritiva (GIL, 2002). É qualitativo, pois aborda as

alterações na qualidade de vida que podem surgir devido aos distúrbios

osteomusculares apresentados pelos professores, decorrente da sua profissão.

Segundo Severino (2007), a pesquisa qualitativa foca no campo do conhecimento, na

discussão e na descrição das particularidades do problema que está sendo

trabalhado, a pesquisa qualitativa foca na qualidade da pesquisa.

Seu método é hipotético-dedutivo, quando foram levantadas hipóteses sobre

os impactos causados pelo teletrabalho em professores durante o período pandêmico

e as contribuições da fisioterapia, mostrando uma provável causa na redução da

qualidade de vida. Este método irá buscar levantar fatos que levem à possível causa

do problema e através das hipóteses e da dedução uma possível solução para a

investigação. Quanto ao desenho da investigação, é observacional, pois apenas são

Page 43: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

43

observados os dados, a fim de identificar as consequências que os distúrbios

osteomusculares trazem à qualidade de vida dos docentes e qual a prevalência

desses distúrbios (MARCONI; LAKATOS, 2003).

A monografia foi realizada entre os meses de agosto e novembro de 2021, visto

que, nesse período, foi feita uma pesquisa sistemática diante do tema do trabalho.

Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, realizada no Centro

Universitário AGES, em Paripiranga-Bahia. A revisão integrativa permite a síntese de

múltiplos estudos publicados e possibilita conclusões gerais a respeito de uma

particular área de estudo. É denominada integrativa porque fornece informações mais

amplas sobre um assunto/problema, constituindo, assim, um corpo de conhecimento.

Esse método de pesquisa objetiva traçar uma análise sobre o conhecimento já

construído em pesquisas anteriores sobre um determinado tema, possibilitando a

síntese de vários estudos já publicados, permitindo a geração de novos

conhecimentos, pautados nos resultados apresentados pelas pesquisas anteriores

(MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2019).

Para o cumprimento do objetivo proposto neste estudo, as seguintes etapas

foram cumpridas: elaboração da pergunta norteadora; definição dos critérios de

inclusão e exclusão dos estudos; categorização e estimativa das pesquisas, extração

e interpretação dos resultados e, por fim, a síntese do conhecimento. Para a

realização deste estudo, foram utilizadas as seguintes palavras-chave: “Distúrbios

osteomusculares relacionados ao trabalho”, “atuação fisioterapêutica”, “teletrabalho”,

“telework”, “Home Office”, “COVID-19” e “ergonomia”, em idiomas como português,

inglês e espanhol, a partir de textos na íntegra e temas compatíveis ao pesquisado

neste trabalho.

No que diz respeito ao período de publicação, foram de estudos publicados

entre os anos de 2011 e 2021. Foram escolhidas e utilizadas para o levantamento da

literatura as seguintes bases eletrônicas de dados: Literatura Latino-Americana e do

Caribe em Ciências da Saúde (LILACS), e Scientific Electronic Library Online

(SciELO), Scholar Google (Google Acadêmico) e minha biblioteca na plataforma Ulife.

Ao todo, foram encontrados 102 estudos quando uma primeira seleção foi realizada,

e, mediante a exclusão de duplicidades nas bases de dados, restaram 86

documentos. Em seguida, ocorreu a apreciação dos títulos e as leituras dos seus

resumos, acarretaram a exclusão de 24 publicações que não versavam sobre o tema

compatível ao pesquisado. Restaram, então, 62 estudos que foram analisados com a

Page 44: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

44

leitura na íntegra e, posteriormente, houve a eliminação daqueles que não atendiam

aos objetivos propostos neste trabalho. Ao finalizar a seleção, foram utilizados nesta

monografia 52 estudos. Destes, 13 foram utilizados para elaboração dos resultados e

das discussões sobre o impacto do teletrabalho na pandemia da COVID-19 e a

atuação da fisioterapia nos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho.

Esquematização do processo de aquisição do corpus

Identificação

102 artigos - Base de dados: LILACS,

SciELO, Scholar Google e minha

biblioteca na plataforma Ulife.

Triagem

86 publicações após eliminação de

duplicidade.

62 publicações identificadas pelos

títulos.

Elegibilidade

10 publicações não versavam sobre o

tema compatível ao pesquisado após

leitura na íntegra.

INCLUSÃO

52 artigos estudos analisados com a

leitura na íntegra. Onde 13 estudos que

foram destinados, exclusivamente, para

os resultados e as discussões sobre o

impacto do teletrabalho na pandemia da

COVID-19 e a atuação da fisioterapia

nos distúrbios osteomusculares

relacionados ao trabalho.

Quadro 1: Esquematização do processo de aquisição do corpus. Fonte: Dados da pesquisadora (elaborado em 2021).

Page 45: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

45

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

O presente tópico inicia-se a partir da demonstração de dados analíticos com

títulos, autores/anos, métodos e conclusões dos estudos (Quadro 2) que foram

selecionados somente para esta etapa, sendo possível verificar que a apresentação

destas informações tem por finalidade sintetizar as principais propriedades

metodológicas e conclusivas destes estudos elegíveis sobre o impacto do teletrabalho

para os profissionais e a atuação da Fisioterapia nos distúrbios osteomusculares

relacionados ao trabalho.

Títulos dos

estudos Autores/Anos Metodologia Resultados/Conclusões

Teletrabalho e

impactos na

saúde e bem-

estar do

Teletrabalhador:

revisão

sistemática.

MISHIMA-

SANTOS, V.;

RENIER, F.;

STICCA, M.,

2020.

Foram

escolhidas e

utilizadas para o

levantamento da

literatura as

seguintes bases

eletrônicas de

dados, SciELO,

Pepsic,

PsycINFO e

Redalyc.

Os autores analisaram

que o teletrabalho

apresenta pontos

positivos: redução do

tempo no trânsito, na

autonomia, flexibilidade

de rotina e no aumento de

produtividade. E pontos

negativos: a falta de

interação social e

“abandono” por parte dos

supervisores.

Teletrabalho na

perspectiva da

Saúde

Ocupacional.

SANTOS, M. et

al., 2020

Trata-se de uma

revisão

bibliográfica,

iniciada através

de uma pesquisa

realizada em

abril de 2020,

nas bases

de dados

“CINALH plus

with full text,

Medline with full

text, Data base of

Abstracts of

Percepção das vantagens

e desvantagens depende

das caraterísticas do

funcionário (como

personalidade,

flexibilidade, autonomia,

competência,

necessidade de

socialização, postura e

empenho perante o

trabalho); caraterísticas

do empregador (gestão,

maleabilidade,

valorização dos recursos

humanos, meios e

Page 46: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

46

Reviews of

Effects,

Cochrane

Central Register

of Controlled

Trials, Cochrane

Database of

Systematic

Reviews,

Cochrane

Methodology

Register,

Nursing and

Allied Health

Collection:

comprehensive,

MedicLatina,

SCOPUS e

RCAAP”.

procedimentos); tarefas

em si (facilidade ou não

de serem

teletrabalhadas);

caraterísticas da família

(número de elementos,

idade dos filhos e

qualidade relacional);

domicílio (tamanho,

iluminação, mobiliário,

equipamentos, área

reservada ou não para o

Teletrabalho); trânsito,

poluição e segurança

urbana; bem como

consequências para a

relação com a empresa,

trabalho e vida pessoal

(família e sociedade); ou

seja, um mesmo aspeto

tanto pode ser

considerado uma

vantagem, como uma

desvantagem, em função

do contexto global. Para

além disso, na realidade,

o Teletrabalho tem tanta

diversidade de condições

e caraterísticas, que

conclusões consensuais

não são possíveis.

Professores da

educação básica

no Brasil em

tempos de

covid-19.

BAADE et al.,

2020

A pesquisa é de

natureza

aplicada, com

objetivo

exploratório e

descritivo.

Utilizou-se como

instrumento

um questionário

estruturado

aplicado em

formato digital,

Sobre o que mais

ocupava o tempo no dia a

dia antes e depois do

isolamento social, entre

os participantes da

pesquisa, tanto antes,

quanto depois dos

decretos de fechamento

das escolas, a maioria

ainda ocupa a maior parte

do tempo em função do

trabalho. A rotina dos

professores foi afetada

Page 47: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

47

distribuído

conforme a

técnica bola de

neve, no prazo

de dez dias, em

que cada

respondente era

convidado a

repassar o

questionário a

outros sujeitos

que exerciam à

docência na

educação

básica.

Obtiveram-se

272 respostas de

professores que

atuam na

educação

básica,

constituindo uma

amostra não

probabilística. A

análise dos

dados é quali-

quantitativa.

pela pandemia da

COVID-19, tanto

relacionada ao seu

trabalho quanto à sua

vida pessoal,

influenciando na sua

qualidade de vida. Os

docentes que

participaram da pesquisa

relataram redução

expressiva do convívio e

existência social, o

aumento de ansiedade e

estresse, a redução de

atividades físicas e a

flexibilidade de horário.

Concluiu-se que o

isolamento social afetou

expressivamente a vida

pessoal e profissional dos

professores. A

intensificação da vida

familiar mostrou-se um

fenômeno ambíguo. A

vida profissional também

foi drasticamente afetada,

levando à necessidade de

se conhecerem novas

ferramentas e modos de

desempenhar a função,

demandando mais tempo

e esforço. O exercício das

atividades profissionais

em casa ainda levou ao

esmaecimento das

fronteiras entre uma

esfera e outra.

Prevalência de

Transtornos

Musculosquelé-

ticos em

Professores

Universitários

que executam

GARCÍA-

SALIRROSAS,

E.E.;

SÁNCHEZ-

POMA, R.A.,

2020

Foi realizada

uma

amostragem não

probabilística por

conveniência

para um total de

110 professores

Em relação ao horário de

trabalho em frente ao

computador durante o dia,

o tempo mais longo era:

mais de 10 horas

(39,09%) e 8-10 horas

(35,45%), seguido por 8/6

Page 48: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

48

Teleworking em

Tempos de

COVID-19.

universitários

que

estavam em

teletrabalho no

semestre letivo

de 2020-I,

durante o

confinamento

social devido ao

COVID-19, em

Lima, Peru. A

variável de

estudo foi

percepção dos

sintomas de

distúrbios

musculoesquelé-

ticos em

professores e

estudantes

universitários.

Para a sua

avaliação, o

questionário

Nórdico Kuorinka

foi aplicado a

obter

informações

sobre os

sintomas

musculoesquelé-

ticos em regiões

do corpo, como:

ombros,

cotovelos,

punhos,

pescoço, região

dorsal e região

lombar;

aconteceu nos

últimos 12

meses até 7 dias

antes da

horas (22,73%) e a menor

foi de 6 horas (2,73%). A

maior proporção dos dias

que trabalharam uma

semana no computador

foi de 5 a 7 dias (82,73%).

Os MSDs mais

prevalentes de

professores foram

encontrados

principalmente no dorso-

lombar (67,27%) e

pescoço (64,55%),

seguido de ombro

(44,55%), punho / mão

(38,18%) e cotovelo /

antebraço. A maior

frequência encontrada na

região dorso-lombar foi de

2 a 4 meses (30,00%),

seguido do pescoço de 7

a 30 dias (27,27%),

ombro de 2 a 4 meses

(22,73%), cotovelo/

antebraço de 2 a 4 meses

(14,55%) e punho/mão de

7 a 30 dias (15,45%).

Mostra também que no

último ano o desconforto

ocorreu principalmente no

pescoço (50,00%) e na

região dorso-lombar

(49,09%). O domínio da

condição de desconforto

foi mais no lado direito da

mão/punho (25,45%),

ombro (23,64%) e

cotovelo/antebraço

(12,73%). Quanto à

percepção dos

incômodos relatados

pelos professores, estes

afirmaram que 50,00%

apareceram na região

Page 49: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

49

aplicação do

questionário.

dorso-lombar, 42,00% no

pescoço, 41,10% na

região do ombro, 36,40%

cotovelo-antebraço e

26,80% punho-mão; qual

associado principalmente

com a postura

prolongada, as longas

jornadas de trabalho e no

caso de 24,40% mão-

punho relacionados a

movimentos repetitivos.

21,70% com desconforto

doloroso no pescoço

percebido que era devido

ao estresse do trabalho,

bem como ao 21,20% no

cotovelo-antebraço. Os

resultados deste estudo

mostram que 100% dos

teletrabalhadores

apresentaram

desconforto doloroso em

diferentes regiões do

corpo.

Contribuição da

Ginástica

Laboral para a

Qualidade de

Vida no

ambiente de

trabalho

técnico-

administrativo

de uma

Instituição de

Ensino Superior.

LUNKES, R.C.;

et al., 2020

A população

deste estudo

incluiu 71

indivíduos, foram

selecionados

trabalhadores

em regime

integral (44h

semanais) de

ambos os

gêneros do

Centro

Universitário de

Lavras dos

setores técnico-

administrativos

que praticavam a

ginástica laboral

fornecida pela

Após a análise descritiva

dos dados obtidos através

dos questionários,

observa-se que a

execução do programa de

ginástica laboral está

associada a possíveis

efeitos benéficos na

saúde ocupacional dos

trabalhadores. Os

resultados obtidos

demonstram que a maior

incidência de dores nos

12 meses anteriores à

pesquisa (Pescoço,

Ombros, Parte superior

das costas, Punhos e

Parte

Page 50: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

50

Instituição com

mínimo de 3

vezes na

semana. A coleta

de dados

ocorreu

mediante um

Questionário de

anamnese,

desenvolvido

pelo pesquisador

e o Questionário

nórdico de

sintomas

osteomusculares

(QNSO).

inferior das costas) está

relacionada com as

funções exercidas em

ambiente escritorial,

justificadas pela demanda

repetitiva e postural. Para

os voluntários avaliados,

apesar de a dor estar

presente no ambiente de

trabalho na maioria dos

participantes nos últimos

12 meses, a proposta de

prática de ginástica

laboral parece apresentar

efeitos positivos, já que o

número de trabalhadores

impedidos de exercer

suas funções devido às

dores apresentadas foi

muito baixo. Os

trabalhadores avaliados,

em sua maioria, não

viram necessidade em

buscar ajuda médica

devido aos problemas

com as dores

apresentadas. Tal fato

aumenta ainda mais a

chance de a ginástica

laboral associar-se a

efeitos positivos.

Efeitos da

Ginástica

Laboral na

Saúde do

Trabalhador:

uma revisão da

literatura.

SERRA,

M.V.G.B.;

PIMENTA, L.C.;

QUEMELO,

P.R.V. 2014

Trata-se de um

estudo de

Revisão

Bibliográfica

Integrativa. Os

bancos de dados

utilizados foram

as publicações

encontradas nas

bibliotecas

eletrônicas

Scientific

Electronic

Os resultados sugerem

que a ginástica laboral

pode ser uma forma

potencial de intervenção

para minimizar os

problemas de saúde no

local de trabalho.

Entretanto, o presente

estudo apresentou

algumas limitações, como

a utilização de apenas

duas bases de dados e

três palavras-chave que

Page 51: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

51

Library Online

(SciELO)

e National

Center for

Biotechnology

Information

(PubMed).

obtiveram seis

combinações de pesquisa

e como objetivo central a

qualidade de vida. Nota-

se que, apesar da seleção

das palavras-chave e dos

critérios de inclusão e

exclusão, a escolha

destes pode ter sido o

principal fator do limitado

número de artigos.

Os benefícios

da Fisioterapia

nas

Doenças

Osteomuscula-

res

associadas ao

Trabalho.

SILVA, L.P.S.;

MORSCH, P.,

2019

Trata-se de uma

revisão de

literatura de

caráter

descritivo,

desenvolvida por

meio de consulta

em base de

dados indexadas

como Scientific

Eletronic Library

Online SCIELO),

Biblioteca Virtual

em Saúde do

Ministério da

Saúde (BVSMS),

Google

Acadêmico, bem

como no acervo

literário da

Biblioteca Júlio

Bordignon, da

Faculdade de

Educação e Meio

Ambiente

(FAEMA), tendo

como descritores

em português

para realização

das buscas as

palavras-chave

DORT;

Fisioterapia;

Em relação ao tratamento

fisioterapêutico, o

emprego de recursos

físicos é de fundamental

importância para o

controle da dor destes

indivíduos, e os recursos

analgésicos devem ser

relacionados à

cinesioterapia para que

se alcance a diminuição

do edema e da

inflamação, bem como o

relaxamento da

musculatura, melhora das

condições circulatórias, a

redução da dor e uma

potencialização da

capacidade funcional

desses pacientes. A

fisioterapia preventiva e

profilática atua

diminuindo as causas das

dores e dos desconfortos

no trabalho.

Page 52: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

52

Saúde do

Trabalhador; e

seus

correspondentes

em inglês

(Cumulative

Trauma

Disorders;

Physical therapy;

Occupational

Health).

Cinesioterapia

Laboral como

método

eletivo na

melhora do

quadro

físico e

psicológico da

Síndrome de

BURNOUT em

profissionais da

saúde.

POLICARPO,

D.S.;

NÓBREGA,

R.R. 2020.

Esta pesquisa é

uma revisão de

literatura

integrativa para

qual foi realizado

o levantamento

bibliográfico.

Foram incluídos

artigos, livros e

revistas de

estudos de

casos e revisões

bibliográficas

referentes ao

tema proposto

publicados nos

períodos de

2005 a 2019, os

quais foram

publicados nos

sites do LILACS

(Literatura

Latino-

americana e do

Caribe em

Ciências da

Saúde) e SciELO

(Scientific

Electronic

Library Online),

pois se tratam de

sites confiáveis.

Foram também

Pode-se notar a

importância da

implantação de

programas de

Cinesioterapia Laboral no

ambiente de trabalho,

uma vez que a atividade

laboral é vantajosa para

os participantes e para a

própria empresa,

reduzindo as chances de

afastamentos de

profissionais devido à

Síndrome de Burnout.

Page 53: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

53

excluídos artigos

publicados em

outras línguas,

incluído somente

literatura em

português.

Aplicação da

Ginástica

Laboral na

prevenção de

Ler/Dort no

setor

administrativo

da Prefeitura

municipal de

PARACATU-MG.

DUARTE, T.V.;

LIMA, M.F.

2020.

Foi realizado

através de

pesquisas

bibliográficas em

livros e artigos

científicos

confiáveis, o

mesmo foi

efetuado com a

implantação de

um protocolo de

Ginástica

Laboral com

trabalhadores

administrativos

da Prefeitura

Municipal de

Paracatu-MG,

classificando-se

assim, como um

estudo de

campo, que

baseia-se na

análise de fatos

ou fenômenos

que ocorrem de

forma

espontânea, na

coleta de dados

referentes a eles

para que sejam

avaliados.

Após 67 dias da aplicação

da GL, verificou-se que

houve uma leve melhora

quanto às dores

causadas pelo trabalho e

melhora na disposição

para trabalhar. Apesar de

o resultado deste estudo

não ter surtido o efeito

esperado, conclui-se que

a GL é sim eficaz na

prevenção de doenças

ocupacionais. Não tendo

sido aqui evidenciado

devido ao curto espaço de

tempo utilizado na

realização deste estudo.

Pois, segundo autores

mencionados neste

trabalho, a GL mostra-se

mais eficaz quando

realizada em maior

período de tempo,

estimado entre 3 meses e

1 ano.

A Importância

da Ginástica

Laboral na

Empresa.

ARAÚJO,

V.B.de. 2021.

Foram

realizadas

leituras em

vários artigos

científicos sobre

A Ginástica Laboral tem a

relação aos seus

resultados positivos, em

que se destacam a

diminuição dos casos de

Page 54: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

54

a ginástica

laboral nas

empresas,

verificando os

aspectos físicos,

psicológicos e

sociais de

funcionários das

empresas

submetidos ao

programa de

Ginástica

Laboral. O

levantamento

dos artigos

científicos foi

realizado no mês

de março de

2021, nas

seguintes bases

de dados:

PubMed/MEDLI

NE, SciELO e

Google

Acadêmico.

LER/DORT, o alívio das

dores corporais, o

aumento da produtividade

e um maior retorno

financeiro para as

empresas.

Ginástica

Laboral e

Redução de Dor

em

Trabalhadores:

uma revisão

sistemática.

SANTOS, S. N.

dos., 2020

Foi realizada

uma revisão

sistemática da

literatura

científica. Os

artigos foram

selecionados e

analisados

baseados na

Escala PEDro -

para avaliação

de sua qualidade

metodológica.

Foram incluídos

somente estudos

randomizados

controlados que

realizaram

exercícios

O tipo de ginástica laboral

mais utilizado foi do tipo

preparatória com

exercícios de

alongamento muscular

pelo tempo médio de dez

minutos. A prática de

exercícios foi realizada no

local de trabalho, a

maioria dos exercícios foi

supervisionado por

profissionais da área da

saúde, no período diurno,

antes ou durante o horário

de trabalho do

funcionário, com

frequência semanal

diversificada. Além disso,

foram também relatados

Page 55: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

55

laborais no

ambiente

ocupacional,

tendo como

desfecho, o

alívio de dores

musculoesquelé-

ticas.

desfechos, tais como:

redução dos sintomas

depressivos, melhoria do

bem-estar individual e

social, do convívio entre

funcionários e aumento

na qualidade de vida. O

estudo mostrou que há

evidências de que os

exercícios realizados no

ambiente de trabalho,

com características de

ginástica laboral do tipo

preparatória, podem

reduzir sintomas

dolorosos em vários

segmentos corporais.

Impactos de um

programa de

Ginastica

Laboral na

Qualidade de

Vida de

trabalhadores

do setor

administrativo

de uma empresa

de Belo

Horizonte/

MG

SOUSA, A.A.;

PESSOA, C.G.;

METZKER,

C.A.B., 2020

Foi realizado um

estudo de campo

descritivo e

quantitativo, em

que oito

participantes

foram

submetidos a um

programa de GL

durante seis

semanas, cinco

vezes por

semana. O

questionário SF-

36 foi aplicado

pré e pós-

implantação do

programa de GL

com a intenção

de avaliar a

percepção da

qualidade de

vida dos

participantes.

Os resultados apontaram

que dos itens avaliados

pelo SF-36 destacaram-

se a melhora da dor, dos

aspectos emocionais e da

percepção da saúde. Ao

final do estudo, pode-se

concluir que a GL foi

benéfica na qualidade de

vida dos profissionais

avaliados. Sugerem-se

novos estudos que

utilizem frequência das

atividades, número de

repetições e tipo de GL

diferentes das aplicadas

nesse estudo, a fim de

que se possa verificar

resultados da GL em

outros cenários.

Caracterização

dos Sintomas

SOUSA, A.N.,

2020

Trata-se de uma

pesquisa

Por meio do questionário

sociodemográfico,

Page 56: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

56

Osteomioarti-

culares em

trabalhadores

usuários de

terminais de

computador sob

intervencão

fisioterapêuti-

ca.

transversal e de

caráter descritivo

realizada com 45

trabalhadores,

maiores de

dezoito anos,

com carga

horária de

trabalho diário

de seis a nove

horas diárias,

que faziam uso

do computador

em suas

atividades

laborais, que

aceitaram

participar

assinando o

Termo de

Consentimento

Livre e

Esclarecido e

que estavam sob

intervenção

fisioterapêutica.

Foram aplicados

o questionário

sociodemográfi-

co, criado para a

realização desse

estudo com

intuito de traçar

o perfil

sociodemográfi-

co dos

participantes e o

Questionário

Nórdico de

Sintomas

Osteomuscula-

res (QNSO) na

versão traduzida

e validada para

verificou-se que a média

de idade dos

trabalhadores era de 31

anos; sendo a maioria do

sexo feminino, com carga

horária diária de 9 horas,

passava de 2 a 6 horas

sentados durante a

jornada de trabalho,

participava das sessões

de exercícios laborais.

Por meio do QNSO, 12

meses e 7 dias,

constatou-se que 75,6%

dos participantes tinham,

pelo menos, um sintoma

de dor nos últimos 12

meses e apenas 37,8%

nos últimos 7 dias.

Observou-se que as

regiões dolorosas mais

referidas nos últimos 12

meses foram lombar,

pescoço, ombro direito,

punho/mãos direitos e

joelhos; em relação aos

QNSO - 7 dias, notou-se

prevalência de dor na

coluna lombar e no

pescoço. No QNSO-

atividade, as regiões de

maior incidência foram

punho/mão direito; região

lombar e ombros direito.

Nos resultados da

comparação do QNSO 12

meses e 7 dias com o

perfil sociodemográfico e

laboral, foi observado

significância no tópico

participa dos exercícios

laborais com QNSO 7

dias e do QNSO 12

meses e 7 dias com as

Page 57: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

57

a população

portuguesa.

queixas de

dor/desconforto e perfil

clínico, constatou-se

significância nos tópicos

queixa de dor, doenças

osteomioarticulares e

doença ocupacional no

período de 12 meses.

Constatou-se a incidência

de queixas dolorosas,

sendo na maior parte

caracterizadas como

crônicas. As regiões mais

referidas foram coluna

lombar, pescoço, ombro

direito, punhos/mãos

direitos e joelhos. Em

virtude da alta presença

de dor, ressalta-se a

importância do

fisioterapeuta como forma

de se prevenir e tratar os

sintomas

osteomioarticulares.

Quadro 2: Dados analíticos para abordar o impacto do teletrabalho para os profissionais e a atuação da Fisioterapia nos distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho. Fonte: Dados da pesquisadora (elaborado em 2021).

A partir da análise dos estudos avaliados, observa-se que o home office é

também chamado de trabalho remoto, trabalho à distância ou teletrabalho, é uma

forma de trabalho flexível que vem sendo muito utilizada, em casa, com o uso de

computadores e celulares. Esta foi uma maneira de evitar prejuízos maiores à

população durante o período pandêmico que o mundo está vivenciando desde o ano

de 2020, com o novo coronavírus (MISHIMA-SANTOS; RENIER; STICCA, 2020.) O

primeiro estudo analisado apresenta os pontos positivos e negativos desta

modalidade de trabalho, quando ficou evidente que a redução do tempo no trânsito,

autonomia, flexibilidade de rotina e aumento de produtividade foram pontos positivos

do teletrabalho, já a falta de interação social e a falta de incentivo por parte dos

supervisores, foi visto como ponto negativo.

De acordo com Santos et al. (2020), sobre o Teletrabalho na perspectiva da

Saúde Ocupacional, há percepção diferente sobres as vantagens e desvantagens e

Page 58: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

58

estas dependem das caraterísticas do funcionário, como personalidade, flexibilidade,

autonomia, competência, necessidade de socialização, postura e empenho perante o

trabalho, caraterísticas do empregador, as tarefas em si, caraterísticas familiar,

domicílio, trânsito, poluição e segurança urbana; bem como consequências para a

relação com a empresa, o trabalho e a vida pessoal, ou seja, um mesmo aspecto tanto

pode ser considerado uma vantagem, como uma desvantagem, em função do

contexto global. Para além disso, na realidade, o Teletrabalho tem tanta diversidade

de condições e caraterísticas, que conclusões consensuais não são possíveis.

Já a pesquisa de Baade et al. (2020), sobre os professores da educação básica

no Brasil em tempos de covid-19, após aplicação de um questionário estruturado

aplicado em formato digital, obtive 272 respostas de professores que atuam na

educação básica, constituindo uma amostra não probabilística. Os autores

questionaram aos docentes sobre o que mais ocupava o tempo no dia a dia antes e

depois do isolamento social, entre os participantes da pesquisa, tanto antes, quanto

depois dos decretos de fechamento das escolas, a maioria ainda ocupa a maior parte

do tempo em função do trabalho. O autor afirma que a rotina dos professores foi

afetada pela pandemia da COVID-19, tanto relacionada ao seu trabalho quanto à sua

vida pessoal, influenciando na sua qualidade de vida. Os docentes que participaram

da pesquisa relataram redução expressiva do convívio e da existência social, o

aumento de ansiedade e estresse, a redução de atividades físicas e a flexibilidade de

horário.

De acordo com esta pesquisa, o isolamento social afetou expressivamente a

vida pessoal e profissional dos professores. A intensificação da vida familiar mostrou-

se um fenômeno ambíguo. A vida profissional também foi drasticamente afetada,

levando à necessidade de se conhecerem novas ferramentas e novos modos de

desempenhar a função, demandando mais tempo e esforço. O exercício das

atividades profissionais em casa ainda levou ao esmaecimento das fronteiras entre

uma esfera e outra (BAADE et al., 2020).

A pesquisa sobre a prevalência de transtornos musculoesqueléticos em

Professores Universitários que executam Teleworking em tempos de COVID-19,

realizada com 110 professores universitários que estavam em teletrabalho no

semestre letivo de 2020-I, durante o confinamento social devido ao COVID-19, em

Lima, no Peru, identificou que, em relação ao horário de trabalho em frente ao

computador durante o dia, o tempo mais longo foi mais de 10 horas e 8-10 horas,

Page 59: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

59

seguido por 8/6 horas e a menor foi de 6 horas. A maior proporção dos dias que

trabalharam uma semana no computador foi de 5 a 7 dias semanais (GARCÍA-

SALIRROSAS; SÁNCHEZ-POMA, 2020).

Os sintomas musculoesqueléticos mais prevalentes de professores foram

encontrados, principalmente, no dorso-lombar e pescoço, seguido de ombro,

punho/mão e cotovelo/antebraço. A maior frequência encontrada na região dorso-

lombar foi de 2 a 4 meses, seguido do pescoço de 7 a 30 dias, ombro de 2 a 4 meses,

cotovelo/antebraço de 2 a 4 meses e punho/mão de 7 a 30 dias. O domínio da

condição de desconforto foi mais no lado direito da mão/punho, ombro e

cotovelo/antebraço. Estes sintomas estão associados principalmente com a postura

prolongada, as longas jornadas de trabalho e no caso da mão-punho relacionado a

movimentos repetitivos. Os desconfortos dolorosos no pescoço percebido, era devido

ao estresse do trabalho. Os resultados deste estudo mostram que 100% dos

teletrabalhadores apresentaram desconforto doloroso em diferentes regiões do

corpo (GARCÍA-SALIRROSAS; SÁNCHEZ-POMA, 2020).

A partir da análise dos estudos avaliados, observa-se que a fisioterapia atua na

saúde do trabalhador com o tratamento de pessoas acometidas pelos DORTs, mas

também atua na prevenção e promoção da saúde. Na prevenção de DORT, o

fisioterapeuta do trabalho possui diferentes técnicas e abordagens terapêuticas para

prevenir e reabilitar os trabalhadores. A partir dos estudos publicados, analisamos as

contribuições da fisioterapia na saúde do trabalhador.

O estudo de Lunkes et al. (2020), sobre a contribuição da ginástica laboral para

a QV no ambiente de trabalho, após a coleta de dados através do questionário de

anamnese, desenvolvido pelo pesquisador e o questionário nórdico de sintomas

osteomusculares em 71 trabalhadores, evidenciou que a execução do programa de

ginástica laboral está associada a possíveis efeitos benéficos na saúde ocupacional

dos trabalhadores. Os resultados obtidos demonstraram que a maior incidência de

dores nos 12 meses anteriores à pesquisa (pescoço, ombros, parte superior das

costas, punhos e parte inferior das costas) está relacionada com as funções exercidas

em ambiente laboral, justificadas pela demanda repetitiva e postural na utilização de

computadores.

No estudo sobre a cinesioterapia laboral como método eletivo na melhora do

quadro físico e psicológico da Síndrome de Burnout, pode-se notar a importância da

implantação de programas de cinesioterapia laboral no ambiente de trabalho, uma vez

Page 60: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

60

que a atividade laboral é vantajosa para os participantes e para a própria empresa,

reduzindo as chances de afastamentos de profissionais devido à Síndrome de Burnout

(POLICARPO; NÓBREGA, 2020). Os efeitos da ginástica laboral na saúde do

trabalhador surgem como uma forma potencial de intervenção para minimizar os

problemas de saúde no local de trabalho (SERRA; PIMENTA; QUEMELO, 2014).

Os autores Duarte e Lima (2020) efetuaram a implantação de um protocolo de

Ginástica Laboral com trabalhadores administrativos e, após 67 dias da aplicação da

GL, verificou-se que houve uma leve melhora quanto às dores causadas pelo trabalho

e melhora na disposição para trabalhar. Os autores destacam que a GL apresenta

melhores resultados a médio e longo prazo, estimado entre 3 meses e 1 ano. Diante

dos estudos, fica evidente que a GL tem a relação aos seus resultados positivos, em

que se destacam a diminuição dos casos de LER/DORT, o alívio das dores corporais,

o aumento da produtividade e um maior retorno financeiro para as empresas

(ARAÚJO, 2021).

A pesquisa de Santos (2020) sobre ginástica laboral e redução de dor em

trabalhadores mostrou que a prática de exercícios foi realizada no local de trabalho, a

maioria dos exercícios foi supervisionado por profissionais da área da saúde, no

período diurno, antes ou durante o horário de trabalho do funcionário, com frequência

semanal diversificada. O tipo de ginástica laboral mais utilizado foi do tipo preparatório

com exercícios de alongamento muscular pelo tempo médio de dez minutos. Além

disso, foram também relatados desfechos, tais como: redução dos sintomas

depressivos, melhoria do bem-estar individual e social, do convívio entre funcionários

e aumento na qualidade de vida. Souza e Metzker (2020), em seus estudos,

concluíram que a GL foi benéfica na qualidade de vida dos profissionais avaliados, os

resultados apontaram que, dos itens avaliados pelo SF-36, se destacaram a melhora

da dor, dos aspectos emocionais e da percepção da saúde.

Sousa (2020), por meio do questionário sociodemográfico, verificou-se que dos

45 trabalhadores que participaram da pesquisa, com carga horária diária de 9 horas,

passava de 2 a 6 horas sentados durante a jornada de trabalho, participava das

sessões de exercícios laborais, 75,6% dos participantes tinham, pelo menos, um

sintoma de dor nos últimos 12 meses e apenas 37,8% nos últimos 7 dias. Nos

resultados, constatou-se a incidência de queixas dolorosas, sendo na maior parte

caracterizadas como crônicas. As regiões mais referidas foram coluna lombar,

pescoço, ombro direito, punhos/mãos direitos e joelhos. Em virtude da alta presença

Page 61: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

61

de dor, ressalta-se a importância do fisioterapeuta como forma de se prevenir e tratar

os sintomas osteomioarticulares.

Os benefícios da fisioterapia nos DORTs, em relação ao tratamento

fisioterapêutico, o emprego de recursos físicos é de fundamental importância para o

controle da dor destes indivíduos, e os recursos analgésicos devem ser relacionados

à cinesioterapia para que se alcance a diminuição do edema e da inflamação, bem

como o relaxamento da musculatura, melhora das condições circulatórias, a redução

da dor e uma potencialização da capacidade funcional desses pacientes. A fisioterapia

preventiva e profilática atua diminuindo as causas das dores e desconfortos no

trabalho (SILVA; MORSCH, 2019).

Page 62: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

62

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao iniciar a construção deste trabalho de conclusão de curso, era notória a

existência de carência de publicações sobre o tema devido ao cenário pandêmico

ocasionado pela COVID-19 ser uma situação nova para todos. O isolamento social,

visto como principal medida eficaz para a prevenção do contágio ao vírus, fez com

que as empresas e os profissionais precisaram adaptar-se à nova realidade, se

reinventando e aderindo, assim, a realização de trabalhos em espaço optativo, que é

definido como home office, teletrabralho ou trabalho remoto. O que culminou na

justificativa de buscar, de modo ampliado e em plataformas de estudos,

comprovações científicas que abordassem uma análise sobre os impactos na saúde

do trabalhador decorrentes das modalidades de trabalho remotas em professores.

Diante disso, no decorrer da monografia, fica evidente a necessidade de

conhecer os impactos do teletrabalho na vida das pessoas, em especial, para os

docentes, que precisaram se adaptar a esta nova realidade, muitos, sem nenhum

preparo com a tecnologia e sem ambiente próprio em casa. O que causa grande

transtorno na vida desses profissionais, que precisão aprender a lidar com as

tecnologias de informações, conseguir administrar a carga horária de trabalho,

adaptar um ambiente laboral propício e conseguir conciliar o trabalho em ambiente

familiar.

Sendo assim, é possível concluir que este novo cenário está contribuindo como

fonte de estresse e adoecimento para estes profissionais, reduzindo,

significativamente, a qualidade de vida e impactando na sua saúde física e mental.

Desta forma, buscou-se identificar as contribuições da fisioterapia na vida destes

profissionais, quando ficou nítido que a fisioterapia tem muito a acrescentar na rotina

laboral, buscando prevenir possíveis comprometimentos, tratar os distúrbios

presentes e promover melhor qualidade de vida, através dos conhecimentos técnicos

científicos desta profissão.

Portanto, o trabalho teve como objetivo geral compreender a atuação da

fisioterapia frente aos impactos na saúde do trabalhador decorrentes das modalidades

de trabalho remotas nos professores atuando em home office, devido à pandemia do

COVID-19, e é de grande valia enfatizar que o mesmo foi atingido, pois, no trabalho,

Page 63: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

63

foi observado, a partir dos estudos, o impacto dessa modalidade na vida desses

profissionais. Além disso, os objetivos específicos também foram atingidos, pois ficou

evidente neste trabalho a influência do home office na qualidade de vida dos

professores e demostraram-se maneiras de prevenções para a saúde do trabalhador

através da fisioterapia.

Evidenciando, deste modo, que o fisioterapeuta poderá atuar na saúde do

trabalhador com o tratamento de pessoas acometidas pelos DORTs, mas, também,

atua na prevenção e promoção da saúde. Na prevenção de DORT, o fisioterapeuta

do trabalho possui diferentes técnicas e abordagens terapêuticas para prevenir e

reabilitar os trabalhadores. Sendo assim, o fisioterapeuta do trabalho é um profissional

essencial no desenvolvimento de projetos e planejamentos que visem à saúde e à

segurança do trabalhador, mas, também, aos ganhos de produtividade e à redução

dos afastamentos provocados pelos DORTs.

Portanto, conclui-se que as informações contidas nesta monografia são

provenientes de artigos e documentos científicos sobre o tema, podendo identificar

como limitação a restrição teórica encontrada devido a se tratar de uma situação nova.

Todavia, apesar dessa dificuldade, os conhecimentos obtidos nas investigações foram

suficientes para alcançar os objetivos delimitados e, assim, poder produzir um estudo

relevante para a sociedade e para as comunidades acadêmica e científica, provindo

um trabalho voltado, especificamente, com relação ao cenário atual da saúde mundial.

Page 64: WACKSSIA LUANA ARAÚJO DANTAS

64

REFERÊNCIAS

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