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Volvo EuRodo EuRodo PUBLICAÇÃO DA VOLVO DO BRASIL VEÍCULOS LTDA. 2006 EDIÇÃO ESPECIAL Volvo Ocean Race VIDA AO EXTREMO! Volvo Ocean Race VIDA AO EXTREMO!

Volvo Ocean Race Volvo Ocean Race

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Page 1: Volvo Ocean Race Volvo Ocean Race

Volvo

EuRodoEuRodoP U B L I C A Ç Ã O D A V O L V O D O B R A S I L V E Í C U L O S L T D A . ◆ 2 0 0 6 ◆ E D I Ç Ã O E S P E C I A L

Volvo Ocean RaceVIDA AO EXTREMO!

Volvo Ocean RaceVIDA AO EXTREMO!

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Page 4: Volvo Ocean Race Volvo Ocean Race

7Vida ao extremo

8O percurso

10Os desafios da rota

14O barco

16As equipes

20Um grande negócio

22Entrevista: Robert Scheidt

Revista editada pela Volvo do BrasilVeículos Ltda.Avenida JuscelinoKubitschek de Oliveira,2600 • CICCx Postal 7981CEP 82260-900Curitiba, PRFone 41 3317 8736Fax 41 3317 8403www.volvo.com.br

Editor Executivo:Solange Fusco

Editor:Marco Antonio Greiffo

Redação:Angela Wanke (MTB 8294/67)

Projeto Gráfico:Saulo Kozel Teixeira

Revisão:Silmara Vitta

Tratamento deimagens:Paulo Azarão

Diagramação eEditoração Eletrônica:SK Editora

Fotos:Divulgação Volvo OceanRace, Equipe Brasil 1,Eduardo Monteiro earquivo Volvo

Impressão:Posigraf

Tiragem:20.000 exemplares

Filiada à Aberje.

Informações obtidasjunto aos sites oficiaisda Volvo Ocean Racee Brasil1

Volvo Ocean Race l 20064 ■

Page 5: Volvo Ocean Race Volvo Ocean Race

24Brasil 1 iça suas velas

26Passo-a-passo daconstrução

27Entrevista: TorbenGrael

28Rio de Janeiro seprepara para a regata

23Curiosidades

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F oi dada a largada a mais um desafio dos mares. A Volvo Ocean Race, umadas mais importantes provas náuticas do mundo, iça as velas cruzando os

cinco continentes do globo. Com corajosos velejadores, equipes altamenteprofissionais e o uso da mais potente e eficiente tecnologia da vanguardanáutica, a Volvo Ocean Race segue a tradição de uma prova que há mais de 30anos instiga a bravura, o desejo, o desafio de superar limites e desafiar a forçada mãe natureza, com o devido respeito ao ambiente navegado. Não é semmotivo que a Volvo dá nome a esta competição cujas características seencaixam nos valores fundamentais da marca: qualidade, segurança e respeitoao meio ambiente. Além do planejamento, da tecnologia, do trabalho em equipee da coragem para realizá-lo.

Como competição que não confere prêmios em dinheiro, mas apenastroféus e o próprio prestígio decorrente da envergadura do empreendimento, aVolvo Ocean Race distingue-se de qualquer outra do gênero por diversosfatores.

A Volvo Ocean Race é a interação do homem com a natureza. Por meiodela, a companhia pretende ensinar o respeito ao meio ambiente. Para atingiressa meta criou o Volvo Adventure, um dos mais importantes prêmios depreservação ambiental do planeta, que tem o apoio do UNEP (United NationsEnvironment Programme) e da ONU (Organização das Nações Unidas).

As sete equipes que disputam a competição, nesta edição, trazem a bordo avanguarda da tecnologia náutica, mas não é só isso. Os barcos recebem osequipamentos de segurança mais modernos da atualidade. Pelo monitoramentopor satélite sabe-se o tempo todo a localização exata deles. Os motores daVolvo Penta, dotados do que há de mais avançado em tecnologia, só podem serusados em situações de emergência. Os valores da Volvo se interligam aindaquando se fala em qualidade, pois sem qualidade não há segurança. Os barcos(VO 70) têm que ser confiáveis quando a equipe está trabalhando no limite. Jáo respeito ao meio ambiente é indissociável do esporte a vela. Os atletasrespeitam e compreendem o planeta, afinal precisam tirar dele o melhor proveitopara vencer.

Nesta edição, nós brasileiros temos um motivo a mais para acompanhar aregata. Pela primeira vez na história da prova, um barco brasileiro participa daVolvo Ocean Race: o Brasil 1. Uma participação louvável, pois o barco, que temcomo capitão o medalhista olímpico Torben Grael, participa da prova emcondições de igualdade com os maiores velejadores do mundo. Além do Torben,um time de elite da vela brasileira dá força ao projeto. Isso é um orgulho paranós, que vemos que uma prova como esta atrai a atenção do mundo e vaicontribuir para a divulgação da marca Brasil em todos os cantos do planeta.

Mais uma vez, acreditamos que o site www.VolvoOceanRace.org irásuperar o recorde de ter sido o mais visitado entre todos os eventos esportivosdo mundo até hoje. Na edição 2001/2002, o site recebeu mais de 3 milhõesde acessos. Também esperamos uma cobertura maciça da imprensa de todo omundo. Na última prova, além dos mais de 15 mil artigos publicados em jornaise revistas, a regata alcançou uma audiência acumulada superior a 800 milhõesde espectadores, computando-se apenas a exposição nos programas de TV.

Enfim, preparamos também esta edição para que você possa acompanhardetalhes sobre a prova. Conheça a estrutura das equipes, obarco, a dinâmica de pontuação, o trabalho desenvolvido emterra, as expectativas com a prova e, especialmente, a equipeque leva a bordo a bandeira brasileira.

Que os bons ventos nos acompanhem! Boa leitura!

Solange FuscoGerente de Comunicação Corporativa da Volvo do Brasil e coordenadora da etapa brasileira da VOR

Que os bons ventosnos acompanhem

Volvo Ocean Race l 2006

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Volvo Ocean Race l 20066 ■

A VOLVO OCEAN RACEERA ORIGINALMENTECONHECIDA COMOWHITBREAD ROUNDTHE WORLD RACE. A PRIMEIRA REGATAPARTIU DAINGLATERRA EMSETEMBRO DE 1973.DESDE ENTÃO, ACOMPETIÇÃOACONTECE A CADAQUATRO ANOS.

CURIOSIDADES

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Olimpo, lugar dos deuses. Na travessia,nossos valentes velejadores seguem...abençoados por Netuno. Está dada alargada para a maior competiçãonáutica da face da terra.

Volvo Ocean Race l 2006 71■

EM NOVEMBRO, FOI DADA A LARGADA DE MAISUMA EDIÇÃO DA VOLVO OCEAN RACE. UMA DAS MAIS DURAS PROVAS DE TRAVESSIAMARÍTIMA DA ATUALIDADE. IÇE AS ÂNCORAS EACOMPANHE AGORA ESSE DESAFIO.

Vida ao extremo!

Navegar os mares do mundo.Percorrer 32.700 milhas náuticas(60.560 km) marcadas por condiçõesextremas: tempestades, mar revolto,icebergs, baleias, ondas gigantescasou calmarias, que podem deixar atripulação por horas, dias a fio, aderiva. Assim é a arena em que setegrupos da elite da vela náutica mundialse enfrentam na maior regataoceânica de todos os tempos: a VolvoOcean Race. Um espetáculo quedesafia o homem e a tecnologiadurante os oito meses que dura opercurso. A maior regata náutica daatualidade movimenta milhões dedólares, centenas de participantes emilhões de espectadores ao redor daterra. E você deve estar seperguntando: por quê? Ora, pelo prazerde vencer limites. Pela intensidade dacompetição. Pela superação dascondições impostas pela mãe natureza.Pela aventura. Pela deliciosa sensaçãode, a cada etapa, chegar ao seudestino. A vitória é mais do que opódium. É o próprio navegar. Vencequem possuir o melhor arsenal,composto pela alta tecnologia debarcos potentes e uma afinada equipe,com os melhores velejadores domundo. Na edição da Volvo OceanRace 2005-2006, sete barcos, 84velejadores participam da disputa.Além de ótimos profissionais, osvelejadores devem ter o perfiladequado para viver em equipe, num

espaço mínimo, onde passam dias edias velejando em condições extremasde calor, frio, desconforto, cansaço, emuita, mas muita competição.Certamente homens bravios queprecisam ser ótimos, mais que isso,excelentes. Sem isso, não chegam aofinal da prova que é tida como oEverest da vela oceânica. Tal comonuma escalada, a regata é compostapor várias etapas, chamadas pernas.Vencer uma a uma é seguir rumo ao

Quando tudo começou

A Volvo Ocean Race está em sua nona edição. Realizada a cada quatro anos, amais famosa das regatas de volta ao mundo começou em um bar. Em 1971,

em uma roda de amigos, surgiu a idéia de criar o “Everest da vela”: uma viagem de27 mil milhas náuticas que levaria os marinheiros aos limites do planeta. A idéiaestava lançada, mas sua realização estava distante. Nenhuma outra corrida, no marou na terra, exigia tanto de homem e equipamento. Quem iria bancar umempreendimento tão ousado, tão arriscado? Além disso, uma corrida dessasproporções exigiria portos e fiscais espalhados pelo planeta, para garantirlegitimidade. Sem contar que, até 1971, barcos particulares não faziam aventurasdesse tipo. Uma regata de volta ao mundo já tinha sido realizada, em 1967, comfinal desastroso: dos oito barcos que largaram, só um chegou ao final. Com tantasdificuldades, a “maratona de volta ao mundo” foi salva pela Marinha Real daInglaterra, que considerou uma corrida desse porte como uma boa oportunidade detreinamento para oficiais. Depois do apoio oficial, o patrocínio privado apareceu. Em8 de setembro de 1973, 17 barcos, de sete países, com 167 tripulantes, largaramda base naval de Portsmouth, na Inglaterra, para a primeira volta ao mundo. Catorzebarcos conseguiram chegar ao final da travessia. Surgia a “Whitbread Round theWorld Race”. A Volvo entrou como patrocinadora na edição 1997-1998 quando otroféu levava seu nome. A partir da edição de 2001-2002 assumiu também aorganização e a competição passou a se chamar Volvo Ocean Race.

POR SER UM DOS MAIORES DESAFIOSDO HOMEM E DA TECNOLOGIA, A

REGATA TEM OS MESMOS VALORESDEFENDIDOS PELO GRUPO VOLVO:

QUALIDADE, SEGURANÇA E RESPEITOPELO MEIO AMBIENTE.

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Volvo Ocean Race l 20058 ■

AS INOVAÇÕESNESTA EDIÇÃO DAVOLVO OCEANRACE – VOR -COMEÇARAM LOGONA LARGADA. ACORRIDACOMEÇOU EMSANXENXO, NAREGIÃO DA GALÍCIA,ESPANHA. APRIMEIRA ETAPAFOI UMA “INPORTRACE”, UMA REGATAEM RAIA DEFINIDA,PRÓXIMA À COSTA,NO DIA 5 DENOVEMBRO. OOBJETIVO FOIAPROXIMAR OPÚBLICO, QUEPODÊ VER ACOMPETIÇÃO.CINCO DIAS DEPOISA CORRIDAINICIAVA SUAPRIMEIRA ETAPAOCEÂNICA, TAMBÉMCHAMADA COMOPERNA, PARTINDODO PORTO DE VIGO,NA ESPANHA.

Por dentrodo percursoPor dentrodo percurso

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9■Volvo Ocean Race l 2006

CALENDÁRIO12/Nov/2005

Vigo

2/Jan/2006 Cidade do Cabo

12/Fev/2006 Melbourne

19/Fev/2006 Wellington

2/Abr/2006 Rio de Janeiro

7/Mai/2006 Baltimore/Annapolis

11/Mai/2006New York

3/Jun/2006 Portsmouth

15/Jun/2006Roterdã

17/Jun/2006 Gotemburgo

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aguardado pelos competidores: oparalelo 40. A área é famosa porventos fortíssimos, ondas gigantes,tempestades, neblinas e icebergs. Arazão para tudo isso é a proximidadedo pólo e ausência de barreirasterrestres para os ventos seguirem deleste a oeste.Barcos e tripulações são testados aoextremo e, segundo velejadoresexperientes é esta a etapa maisemocionante da corrida. Aorganização da prova tambémimplantou portões de pontuação,predeterminando uma rota para oscompetidores.

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Os desafios ao longo da rota

Etapa 1 VIGOCIDADE DO CABO

A primeira etapa da VOR 2005-2006é também a mais longa: são cerca de6.400 milhas náuticas entre Vigo naEspanha e Cidade do Cabo, na Áfricado Sul (ou 11.852 km) . Além disso,logo no começo da corrida oscompetidores enfrentam um grandedesafio: os “doldrums”, a área decalmarias tropicais, fruto do encontroentre os ventos vindos do sul e donorte.Nesta etapa, os veleiros terão decruzar o Atlântico duas vezes,

passando pelo arquipélago deFernando de Noronha, na costa doBrasil, que será um “portão depontuação”. No percurso, osvelejadores enfrentarão ainda bruscasmudanças climáticas, passando doinverno do sul europeu ao solescaldante dos trópicos e terminandono verão da África do Sul.

Etapa 2 CIDADE DO CABOMELBOURNE

Etapa longa (6.100 mn / 11.297 km),que conta com o trecho mais

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Etapa 3 MELBOURNEWELLINGTON

A terceira etapa termina no primeiropit-stop da VOR 2005-2006. DeMelbourne, os barcos atravessam omar da Tasmânia, na Austrália, echegam em Wellington, capital daNova Zelândia. Lá, ficam apenas portrês dias e partem em direção aoBrasil. Mesmo pequena, a etapapromete ser das mais competitivas.Os táticos deverão levar em conta aotraçar suas rotas as regiões de altapressão, com pouco vento. Alémdisso, é nas etapas mais curtas queas tripulações menos dormem, pois adisputa é muito acirrada.

Etapa 4 WELLINGTONRIO DE JANEIRO

Após o pit-stop em Wellington, aVOR penetra ainda mais ao sul doglobo, na segunda etapa mais longada corrida, com 6.700 mn (12.408km). Os barcos vão passar peloparalelo 40 e devem navegar peloparalelo 50, novamente aproveitandoa força dos ventos do extremo sul. Omaior desafio da etapa, porém, nãosão os ventos fortes da região, masa passagem pelo Cabo Horn, outroportão de pontuação, que apresentaum dos climas mais duros doplaneta. Após a passagem, porém, arota fica bem mais fácil para oscompetidores, que podem aproveitara corrente de Falkland para chegaraté a costa brasileira, aportando noRio de Janeiro.

Etapa 5 BRASILBALTIMORE

A quinta etapa passa pela costabrasileira e vai para os EstadosUnidos, cruzando o Caribe. Ao sairdo Rio de Janeiro, os velejadoresterão de tomar algumas decisões.Seguir pela costa, navegando contraa corrente marítima do Brasil, ou irpara mar aberto, um percurso maislongo, mas com mais vento. NoNordeste brasileiro, os barcos terãode passar novamente por Fernandode Noronha, depois seguem mais

uma vez para os “doldrums”, ascalmarias equatoriais. Já existiramequipes, em edições anteriores, queficaram dias e dias paradas pelatotal falta de vento. A etapa tambémé considerada dura, devido ao calora bordo, que deixa os velejadoresbastante irritados e cansados.

Etapa 6 ANNAPOLIS NOVA YORK

A sexta etapa da VOR 2005-2006 vaide Annapolis, cidade próxima aBaltimore, até Nova York. Uma dascidades mais famosas dos EstadosUnidos, a “Big Apple” recebe pelaprimeira vez uma etapa da corrida. Opercurso é um dos menores e maisrápidos da corrida (400 mn ou 740km), com a corrente do Golfo atuandoem favor dos veleiros.

Etapa 7 NOVA YORKPORTSMOUTH

A sétima etapa da VOR 2005-2006atravessa o Atlântico, de Nova York atéPortsmouth, na costa sul da Inglaterra.A travessia será uma corrida pelosrecordes. Com os novos VO 70, mais leves evelozes que os barcos anteriores dacorrida, os competidores devemquebrar o recorde de travessiaatlântica de oeste para leste,atualmente em pouco mais de quatro

dias e meio. Para o recorde conta opercurso desde o farol de Ambrose, nacosta norte-americana, até a penínsulade Lizard, no sudoeste da Inglaterra.

Etapa 8 PORTSMOUTHROTERDÃ

A oitava etapa terá 1.500 milhasnáuticas (2.778 km) e promete sermuito exigente. Os velejadoressaem do sul da Inglaterra, emPortsmouth, passam novamentepela península The Lizzard,contornam a Ilha da Grã-Bretanha eda Irlanda pelo norte, para entãoenfrentar as difíceis condições doMar do Norte. Outro problema égrande tráfego marítimo da região.A chegada será em Roterdã,Holanda, um dos maiores portoscomerciais do mundo.

Etapa 9 ROTERDÃGOTEMBURGO

A etapa será uma das mais curtas dacorrida, com 500 milhas náuticas oucerca de 926 km . Como será umaperna rápida, os velejadores devemdormir pouco e correr muito. O finalpromete ser apoteótico, já que naúltima edição da Volvo, Gotemburgo,terra do Grupo Volvo, foi a cidade quemelhor acolheu os velejadores, commilhares de pessoas nas praias eencostas esperando pelos barcos.

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Page 12: Volvo Ocean Race Volvo Ocean Race

Velas ao vento, velocidade máxima. O show nos mares será um desfile demodernidade. Os barcos que disputarão a Volvo Ocean Race são a obra-prima datecnologia náutica. Eles estão mais modernos, leves e velozes. Feitos de carbono, emalgumas partes do barco, a tecnologia é a mesma utilizada na construção deaeronaves, ônibus espaciais e carros de Fórmula 1. Uma mudança de regras nesta

edição trouxe alterações significativaspara a concepção dos barcos. Osnovos VO 70 são mais longos que osVO 60 usados nas regatas anteriores.A denominação quer dizer Volvo Open70 e o número se refere aocomprimento do barco em pés. Ummastro 5,5 metros mais alto

possibilitou velas bem maiores. Outra grande inovação deste ano é a utilização daquilha basculante, que deixou os barcos mais leves, pois não é mais necessáriolevar 2.500 kg de água como lastro. Essa é a primeira competição em que esseequipamento é obrigatório. Com tudo isso, espera-se que os barcos sejam capazesde percorrer uma média de 900 km diários e de atingir picos de velocidade de 70km/h. A previsão, inclusive, é de que os barcos completem a regata 20 dias maisrápido que na edição anterior. Em contrapartida, as tripulações serão menores, comdez integrantes contra os 12 da última regata, o que exige muito esforço de cadamembro da equipe.

A VOLVO OCEAN RACE É UMAREGATA MONOTIPO, OU SEJA,TEM APENAS UM MODELO DEBARCO PARTICIPANDO.

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Velocidade, períciae muita tecnologiaVelocidade, períciae muita tecnologia

Page 13: Volvo Ocean Race Volvo Ocean Race

Oque atrai centenas de velejadoresque sonham em participar da

Volvo Ocean Race certamente não é oconforto. Os barcos, equipados comtecnologia de ponta, deixam de ladoaquelas condições que para muitosseriam indispensáveis: um banhoquente, uma cama macia e um banheirorazoável. No interior de cada barco nãohá espaço para luxo e todo o excesso ésimplesmente descartado, afinal, o queinteressa mesmo é deixar o barco omais leve possível, para ganharvelocidade. Assim, dentro do barco háo mínimo indispensável. Uma cozinha éequipada para esquentar a água que iráhidratar a comida. O cardápio écomposto geralmente por porçõescertas para cada velejador, que já têmconsciência de que não devem esperarmuito sabor no que comem. Umdessalinizador transforma a água domar em água potável. E na hora de

dormir, outro desafio. As “ camas” sãona verdade pequenas redes acopladasà estrutura do barco. O desconforto, apouca ventilação e o calor da cabinenão deixam lá muita chance parasonhos tranqüilos. Na hora da higieneesqueça os banhos quentes, nomáximo, algumas toalhas umedecidas.Mas pelo menos não é preciso bater naporta do banheiro para entrar,simplesmente porque não há porta.

O barco conta ainda com ummotor a diesel, que só pode serusado em situação de emergência.Também há um posto de navegaçãocom equipamentos de comunicação,rádio de ondas curtas, GPS, telefonevia satélite, computador conectado àinternet e o barômetro digital. Agora,pergunte se existe alguma chance deum velejador desistir da prova poressas condições tão duras? Ora,nem pensar.

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Como é feita apontuação

O sistema de pontuação da VolvoOcean Race 2005/2006 é bastante

interessante. Todas as etapas, sejam ospercursos entre as pernas, as regatas emraia definida ou mesmo os pit-stops, sãoconsideradas para efeitos de pontuação.Nas etapas mais longas, por exemplo,serão utilizados portões (locaispredeterminados no oceano) paraatribuição de pontuações extras. Ao passarpor um portão será atribuída a metade depontos dada para uma etapa inteira. Oprimeiro barco que passar por um portãode pontuação já conquista 3,5 pontos.Serão dois pit-stops durante a regata, ouseja, pequenos percursos que duram entre24 e 48 horas mas valem, na pontuação,como uma etapa normal. O primeiro seráem Wellington, Nova Zelândia, e osegundo, em Nova York. Uma outrainovação nesta edição da Volvo OceanRace será a inclusão de sete regataslocais, com pontos válidos para o resultadofinal. O limite de tripulantes para as regataslocais, que ocorrerão próximas aos portos,será ampliado visando permitir umtripulante extra, eventualmente um membrodo time de apoio em terra, um velejador dedestaque local, um especialista em regatasou um especialista local. Três convidadosserão adicionados em cada barco, sendoum nomeado pela equipe, um membro damídia e um representante da organização(VOR). No Rio de Janeiro haverá umadessas regatas. O vencedor da competiçãoserá aquele queobtiver a maiorpontuaçãoacumuladadurante todaa regata.

Conforto. O que é isso?

O “WaterfordCrystal Trophy” éo grande prêmioque oscompetidoresrecebem ao finalde cada perna.O troféu édestinado aoprimeiro,segundo eterceirolugares decada etapa

Page 14: Volvo Ocean Race Volvo Ocean Race

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O barco1 Vela mestra

Mede 172 metros quadrados e é feita de kevlar, o mesmo material usado em coletes à prova de balas.

2 Botes salva-vidasSuficientes para todos os tripulantes.

3 Comunicação por satéliteMensagem e informação da posição.

4 Painel de instrumentosAqui, dados essenciais como a velocidade, profundidade e direção ficam indicados. Cada um deles é detectado por sensores de bordo.

5 RadarEnvia ondas de rádio e localiza objetos usando o tempo e a direção do eco.

6 Vela de proa (“Jib”)Para ventos fortes, ajuda a aumentar a velocidade.

7 Quilha basculanteÉ uma inovação em relação ao barco da regata passada que usava grandes tanques de água com lastro. A quilha é móvel e permite mais agilidade na navegação.

8 Timões gêmeosOs barcos de competição não possuem apenas umtimão e sim dois, além de um número diferente de “steeres”, que mudam adireção do leme.

9 MastroFeito de fibra de carbono seis vezes mais forte que o aço, fica a 31,5 metrosacima da água. É a mesma altura que um prédio de 9 andares.

10 BocaÚnico acesso ao interior do barco.

11 MotorÉ responsável pela geração de energia que alimenta os equipamentos detransmissão, faz a geração de luz para a cabine e também para odessalinizador.

12 Motor de emergênciaMotor Volvo Penta só utilizado em situação de extrema emergência. Seu usoinadequado desclassifica o barco.

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COMBUSTÍVEL

CADA BARCO TERÁ 120 LITROS DECOMBUSTÍVEL DE EMERGÊNCIA.AS HÉLICES LIGADAS AO MOTORSÃO RETRÁTEIS. OUTRO MOTORTERÁ CAPACIDADE DE 230 LITROS,USADO PARA GERAR ENERGIAPARA O SISTEMA DE NAVEGAÇÃO,INSTRUMENTOS, LUZES,PURIFICAÇÃO DA ÁGUA SALGADA,MOVIMENTAR A QUILHA,COMUNICAÇÃO ETC.

SELOS

ANTES DA LARGADA DE CADAETAPA, VÁRIOS ITENS SÃOSELADOS: ÂNCORA, MOTOR, BOTESALVA-VIDAS, LEME DEEMERGÊNCIA, ENTRE OUTROS.

TESTES INDISPENSÁVEIS

CADA BARCO TEVE DE PASSARPOR UM TESTE DE PELO MENOS2.000 MILHAS VELEJADAS ANTESDE 28 DIAS DO INÍCIO DA REGATA.

EQUIPAMENTOSOBRIGATÓRIOS DESEGURANÇA

ÂNCORAS E CABOS COM 80METROS DE COMPRIMENTO;INSTRUÇÕES DE COMO DESVIRARO BARCO; CARTAS NÁUTICAS;BÚSSOLAS; DUAS MÁQUINAS DEPURIFICAÇÃO DE ÁGUA SALGADA;50 LITROS DE ÁGUA DEEMERGÊNCIA;TRÊS EXTINTORESDE INCÊNDIO; BUZINA DENEBLINA/LANTERNAS;COMBUSTÍVEL DE EMERGÊNCIA;ROUPAS DE EMERGÊNCIA COMCORES LARANJA E GPS, CABOPARA CINTO DE SEGURANÇA AOLONGO DO CONVÉS; FACAS PARACADA TRIPULANTE; BOTES SALVA-VIDAS COM MANUAL; RADAR;REFLETOR DE RADAR; SEXTANTE;VELAS DE TEMPORAL; SALVA-VIDAS; CINTO DE SEGURANÇA; EROUPA DE SOBREVIVÊNCIA.

Page 15: Volvo Ocean Race Volvo Ocean Race

Sistema métrico

Comprimento total 21,5 m

Boca 4.7 m – 5.7 m

Calado 4.5 m

Área da vela mestra 172 m2

Área da vela Genoa (“jib”) 140 m2

Área da vela “Spinnaker” 500 m2 (máx)

Altura do mastro 31,5 m acima da água

Peso 12.500 kg a 14.000 kg

Quilha 4.500 kg

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� SindicatoNome dado às equipes da Volvo OceanRace.

� PernaRegata entre dois portos. A Volvo OceanRace tem nove pernas.

� Pit-stopParada curta entre duas etapas, ou duaspernas.

� PortõesSão locais predeterminados no oceano,por onde os barcos devem passar emsua rota e onde há atribuição depontuações extras. A Ilha de Fernandode Noronha, no Brasil, é um dessesportões.

� Inport raceÉ uma regata em raia definida, próximaà costa, onde a população poderá ver deperto os barcos. No Rio de Janeiro estáprevista uma regata desse tipo.

� BolinaPeça móvel encaixada na parte de baixodo casco, que fica submersa e impedeque o barco seja levado lateralmentepelos ventos.

� QuilhaPeça da parte de baixo do casco, quefica submersa e impede que o barcoseja levado lateralmente pelos ventos.

� BombordoLado esquerdo (olhando para a proa).

� BoresteLado direito.

� ContraventoVento que vem pela frente do barco.

� TravésVento que vem pelos lados do barco.

� Vento de popaVento que vem por trás do barco.

DICIONÁRIO DA VOR

Page 16: Volvo Ocean Race Volvo Ocean Race

As equipes da Volvo Ocean Race,que são chamadas de sindicatos,precisam investir alto para participar daregata. Estima-se que cada uma gasteno total perto de US$ 15 milhões,quantia que inclui o custo dobarco, os equipamentos, ossalários da tripulação, apromoção, os testes (develas, por exemplo) e odeslocamento para osonze portos da regata.Além da equipe develejadores, cadasindicato possuiuma bemestruturada equipede terra, que seencarrega de toda a logística:alimentação, transporte, hospedagem,reposição de peças, mecânica e apromoção da equipe em cada parada.

Sete veleiros participam danona edição. São eles o ABNAMRO 1 e ABN AMRO 2,ambos de bandeira holandesa,com um barco formado por umatripulação experiente e outro com jovenstalentos da vela, pinçados entre osprincipais mercados do banco ABN,entre eles o Brasil. O Ericsson RacingTeam é o barco de bandeira sueca. Obarco do Team Pirate, de bandeiranorte-americana, é patrocinado pela

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As equipes

A CHEGADA MAIS APERTADADA HISTÓRIA DA COMPETIÇÃOACONTECEU EM SYDNEY EM1997, QUANDO NOVE BARCOSCRUZARAM A LINHA NUMINTERVALO DE APENAS 1H40,DEPOIS DE PERCORREREM2.200 MILHAS NÁUTICAS.

As equipesWalt Disney Company. Assim como oveleiro Ericsson Racing, serágerenciado em terra pelo sindicatosueco Atlant Ocean Racing. OSunergy and Friends é orepresentante da Austrália, onde osesportes a vela são extremamentepopulares. A Espanha serárepresentada pelo barco MoviStarpatrocinado pela multinacional

espanhola Telefónica. Embora sejaa primeira representaçãobrasileira na Volvo OceanRace, o sindicato Brasil 1já entra como um dosfavoritos, pois junta umprojeto da Farr YatchDesign a um comandantecomo Torben Grael,considerado um dosgrandes nomes do esporte

pela comunidade da velamundial.

Page 17: Volvo Ocean Race Volvo Ocean Race

A equipe holandesa, patrocinadapelo banco ABN Amro, entra

com a maior verba da VOR2005/2006: 20 milhões de euros,para dois barcos. O capitão dobarco principal é o neozelandêsMike Sanderson, recordista daregata Sydney-Hobart. O segundo éformado por velejadores com menosde 30 anos e terá dois brasileiros,os cariocas Lucas Brun e AndréMirsky. Os dois barcos foramprojetados pelo argentino JuanKouyoumdjian, projetista em duasAmerica's Cup (La Defi-1995 ePrada-2000).

Barco 1Projetista:Juan Kouyoumdjian (ARG)Comandante:

Mike Sanderson (NZL)Tripulação:Brad Jackson (NZL),David Endean (NZL), JanDekker (FRA), RobertGreenhalgh (ING), StanHoney (EUA), TonyMutter (NZL), JustinSlattery (IRL), SidneyGavignet (FRA) e Mark

Christensen (NZL).Construção:Lelystad (HOL)Encarregados da construção:Killian Bushe (IRL)Batizado:Janeiro de 2005

Barco 2Projetista:Juan Kouyoumdjian (ARG)

Comandante:Sebastien Josse (FRA)Tripulação:Simon Fisher (ING), NickBice (AUS), Scott Beavis(NZL), Phil Harmer (AUS),Luke Malloy (AUS), LucasBrun (BRA), André Mirsky(BRA), Gerd-Jan Poortman(HOL), Simeon Tienport

(HOL), Andrew Lewis (EUA) eGeorge Peet (EUA)Construção: Lelystad (HOL)Encarregado da construção: Killian Bushe (IRL)Batizado: Agosto de 2005

O Sunergy and Friends é o representante da Austrália, onde os esportes a velasão extremamente populares e foi o primeiro a confirmar a participação na

Volvo Ocean Race 2005/2006. Será um time com forte apelo nacional, pois seuskipper (comandante) - Grant Wharington - e o projetista - Don Jones - sãoaustralianos. O barco foi construído com ajuda de recursos do governo local. A equipenão usou a Farr Yacht Designs para projetar seu barco. Quem ficou com a tarefa foi oaustraliano Don Jones, acostumado a desenhar embarcações com uma das maioresinovações do VO 70, a quilha basculante.

Projetista: Don Jones (AUS)Comandante: Grant Wharington (AUS)Tripulação: Ian “Barney” Walker (AUS) Will Grieve Oxley (AUS),Adam Hawkins (AUS), Andrew Henderson (AUS), Ben Jones(AUS), Graeme Taylor (AUS), Ian Johnson (AUS), Jeremy Era(AUS) e Micheal Blackburn (AUS)Construção: Mornington (AUS)Encarregado da construção: Mal Hart (AUS)Batizado: Junho 2005

Volvo Ocean Race l 2006 17■

ABN AMR O ONE E TWO (HOL)

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Volvo Ocean Race l 200618 ■

O time sueco na VOR será patrocinado pela Ericsson. Os encarregados pelaequipe são veteranos nas regatas de volta ao mundo. Os suecos Richard

Brisius e Johan Salén defendem uma tradição: nas três últimas edições da corrida,eles terminaram no pódio. Outro sueco, Magnus Olsson, que disputou cinco regatasde volta ao mundo, também está envolvido no projeto. O capitão do time será oinglês Neal McDonald, que levou o barco sueco Assa Abloy ao vice-campeonato naúltima VOR. O Ericsson Racing Team é gerenciado em terra pelo sindicato AtlantOcean Racing.

Projetista: Bruce Farr (Farr Yachts)Comandante: Neal McDonald (ING)Tripulação: Steve Hayles (ING), Richard Mason (AUS),Guillermo Altadill (ESP), Tom Braidwood (AUS), JasonCarrington (ING), Tony Kolb (ALE), John Kostecki (USA), TimPowell (ING), David Peter Rolfe (NZL) e Magnus Woxen (SWE)Construção: Lymington (ING)Encarregado da construção: Jason Carrington (ING)Batizado: Julho 2005

A Espanha volta com força totalpara a VOR, após 12 anos de

ausência. O barco espanholMoviStar é patrocinado pelamultinacional espanhola Telefónica.Tem como skipper o holandêsBouwe Bekking, mas seu gerentede terra merece destaque. Ele éPedro Campos, o velejador espanholmais experiente, que acumula títulosem uma dezena de competiçõesinternacionais e participou de trêsAmerica’s Cup. A equipe é umaforte candidata, pois já deu a voltaao mundo durante os treinos equebrou o recorde mundial develocidade. O timoneiro é IkerMartinez, espanhol que ganhou amedalha de ouro nas Olimpíadas deAtenas 2004.

Projetista: Bruce Farr (Farr Yachts)Comandante:

Bouwe Bekking (HOL)Tripulação: Pedro Campos (ESP),Iker Martínez (ESP), PepeRibes (ESP), ChrisNicholson (AUS), XabiFernández (ESP), AndrewCape (AUS) e StuBannatyne (NZL)Construção:

Sydney (AUS)Encarregado da construção:Estaleiro BoatSpeed (AUS)Batizado: Março 2005

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POR REGULAMENTO,CADA BARCO PODERÁUSAR NO MÁXIMO 11

VELAS POR PERNA DACOMPETIÇÃO. NO TOTAL,SERÁ PERMITIDO O USO

DE 24 VELAS, MUITASESPECÍFICAS PARA

CADA TIPO DECONDIÇÃO CLIMÁTICA A

SER ENCONTRADA.

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Volvo Ocean Race l 2006 19■

O único barco norte-americano da regata é também o mais inusitado de toda a prova. Patrocinado pelaWalt Disney Company, a equipe recebeu o nome de “Pirates of the Caribean II – Dead man’s chest”. A

participação na regata de volta ao mundo faz parte da estratégia de divulgação do segundo filme da sériePiratas do Caribe, com Johnny Depp. O nome do barco é “Black Pearl” (Pérola Negra), como o navio piratado filme. A coordenação da equipe é dos suecos Richard Brisius e Johan Salén, responsáveis também peloEricsson. Assim como o veleiro Ericsson Racing, também será gerenciado em terra pelo sindicato suecoAtlant Ocean Racing. O barco tem no comando o legendário Paul Cayad, vencedor da Whitbread, pelo TroféuVolvo em 1997/1998.

Projetista: Bruce Farr (Farr Yachts)Comandante: Paul Cayard (USA)Tripulação: Julian ‘Jules’ Salter, Freddie Loof, Rodney Ardern, Dirk de Ridder, NigelKing, Craig Satterthwaite, Justin Ferris, Curtis Blewett, Jerry Kirby e Justin ‘Juggy’ClougherConstrução: Lymington (ING)Encarregado da construção: Jason Carrington (ING)Batizado: Setembro 2005

E mbora seja a primeirarepresentação brasileira na Volvo

Ocean Race, a equipe Brasil 1 já entracomo um dos favoritos, pois junta umprojeto da Farr Yatch Design a umskipper como Torben Grael, consideradoum dos grandes nomes do esporte pelacomunidade da vela mundial, não sópelas cinco medalhas olímpicas, mastambém pelas participações naAmerica’s Cup. Outros dois brasileirosmedalhistas olímpicos estão natripulação; Marcelo Ferreira, que ganhouduas medalhas de ouro e uma debronze ao lado de Torben na ClasseStar, e Kiko Pelicano, que foi bronze naClasse 49er em Atlanta 1996, ao ladode Lars Grael. O gerente da equipe deterra é Alan Adler, campeão mundial daClasse Star em 1989. A navegadoraaustraliana Adrienne Cahalan será aúnica mulher da flotilha.

Projetista: Bruce Farr (Farr Yachts)Comandante:

Torben Grael (BRA)Tripulação: Marcelo Ferreira, KikoPellicano, André Fonsecae Joca Signorini (BRA),Adrienne Cahalan e JustinClougher (AUS),Guillermo Altadill eRoberto “Chuny”Bermudez (ESP), Stuart

Wilson (NZL) e Knut Frostad (NOR)Construção: ML Boats (BRA)Encarregado da construção: Marco Landi (BRA)Batizado: Junho 2005

BRAS

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O SITE OFICIAL DA REGATAWWW.VOLVOOCEANRACE.ORG É ATUALIZADO ACADA 20 MINUTOS. COM ISSO É POSSÍVELOBSERVAR QUASE QUE INSTANTANEAMENTE ODESENVOLVIMENTO DA PROVA. É COMO QUESE FOSSE POSSÍVEL NAVEGAR LADO A LADOCOM OS VELEJADORES, 24 HORAS POR DIA.

Enquanto os velejadores buscam irao extremo da aventura, as empresasque patrocinam a prova estão de olhonos bons negócios que podem sergerados por um evento como esse.Assim, todo investimento realizado émedido centavo a centavo em retornode exposição da marca. Para a Volvo,este é o principal investimento daplataforma de divulgação da marca emtodo o mundo em 2005 e 2006. Naúltima edição, a regata computou naexposição dos programas de TV pagauma audiência acumulada superior a

800 milhões de espectadores. Somenteem cobertura da imprensa escrita, forampublicados mais de 15 mil artigos,computando os 11 países por onde aprova passou. Mas os números nãoficam aí. Mais de 3 milhões de pessoasingressaram na página oficial da regata.Nas rádios do mundo, calcula-se queum bilhão de pessoas tenha ouvidoprogramas sobre a competição. Oretorno estimado dos investimentosrealizados para colocar uma equipe nomar gira em torno de 200 a 300%. Eessa não é uma quantia modesta, já quecada equipe investe cerca de US$ 15milhões de dólares para participar daprova. A regata também é tida comouma das mais estratégicasoportunidades de exposição de marca,para companhias globais, como é o casoda maioria dos patrocinadores. Osnomes dos barcos começam a correr omundo assim que as inscrições iniciais

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Um grande negóciosão feitas, muito antes da largada,estendendo-se pelos oito meses daregata. Além de promover a exposiçãoda marca, as companhias têm chancede se aproximar de mercados jáatendidos ou abrir novas oportunidadesem mares nunca antes navegados.Nesta edição, por exemplo, um dosbarcos da equipe ABN Amro tem suaequipe formada pelos melhoresvelejadores entre os mercados ondeatua, dois brasileiros fazem parte daequipe. Já o Team Pirate, ou PérolaNegra, cujos patrocinadores majoritáriossão a Wall Disney Company e a VolvoCars, vai utilizar a regata para divulgar ofilme “Os Piratas do Caribe II”, quenovamente é estrelado por JohnnyDepp como o Capitão Jack Sparrow. Acontinuação do sucesso internacional de2003, que está sendo filmadaatualmente em Los Angeles e Caribe,será lançada em julho de 2006.

Um grande negócio

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Tommy Svensson:a importância da Volvo Ocean RaceTommy Svensson:a importância da Volvo Ocean RaceA ORGANIZAÇÃO DE UMA PROVA ESPORTIVA MUNDIAL EXIGE MUITAPREPARAÇÃO, UMA LOGÍSTICA APURADA, E A CERTEZA DE MESES DE INTENSOTRABALHO. TODO ESTE ESFORÇO, CONTUDO, GERA BENEFÍCIOS IMENSOS.GANHAM AS EQUIPES E AS EMPRESAS PATROCINADORAS, QUE SE TORNAMCONHECIDAS AO REDOR DO MUNDO. GANHAM OS PAÍSES E CIDADES-PORTOSQUE RECEBEM MILHARES DE TURISTAS E VISIBILIDADE MUNDIAL. DE FATO, ESTEÉ UM MOMENTO ÍMPAR. NESTA ENTREVISTA, O PRESIDENTE DA VOLVO DO BRASIL,TOMMY SVENSSON, FALA SOBRE A IMPORTÂNCIA QUE ISSO TEM PARA OGRUPO, PARA A VOLVO DO BRASIL E TAMBÉM PARA NOSSO PAÍS, JÁ QUE PELAPRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA DA VOLVO OCEAN RACE, UMA EQUIPE BRASILEIRAPARTICIPA DA PROVA.

Por que a Volvo apóia um evento de iatismo?Trata-se de um esporte ambientalmente correto, que tem familiaridade com os valores Volvo - baseadona qualidade, segurança e respeito ao meio ambiente -, e ainda reúne outros atributos como ousadia,espírito de equipe, coragem, determinação. Sentimentos bastante valorizados também no mundocorporativo em todos os lugares onde a Volvo atua. Particularmente no Brasil, esperamos que o iatismodeixe de ser um esporte de elite, como foi o tênis, e se popularize. Acredito que a participação de umbarco brasileiro nesta edição contribua fundamentalmente para isso. O país tem uma costa atlânticaestupenda, já tem muitos esportistas náuticos mundialmente reconhecidos, veja o caso de Torben eLars Grael, Robert Scheidt, e pode vir a descobrir talentos despertados pelo conhecimento de umaprova como a Volvo Ocean Race, que desafia o homem e a tecnologia, num dos sonhos queacompanha a humanidade há séculos: o desafio de dar a volta ao mundo.

Os investimentos financeiros da Volvo na promoção de uma regata como essa sãoconsideráveis. Qual é o retorno esperado?De fato, há investimentos diretos que são aportados pelo Grupo Volvo e em cada mercado asunidades locais também disponibilizam recursos para otimizar o retorno de imagem da marca junto aosseus clientes e à comunidade, como é o caso da Volvo do Brasil. Hoje, a Volvo Ocean Race é a açãodo Grupo que recebe o maior investimento financeiro em promoção de imagem. O foco é a visibilidadeda marca. Visibilidade que é atingida de maneira estratégica, afinal, são realizados esforços decomunicação, ao longo de oito meses, em todos os países por onde a regata passa. Há o entusiasmodos meses que antecedem a chegada ao porto, a própria competição, e depois o reflexo de continuarsintonizado na marca, acompanhando o desenrolar da regata. Nos grandes mercados da Volvo, comoo europeu e o americano, a valorização dos esportes náuticos está para eles como o futebol está para

os brasileiros. Outras grandes empresas já perceberam que essa éuma grande estratégia global de fixação da marca e fazem

investimento na prova. Se o retorno não fosse garantido,certamente não contaríamos com a participação de tãoimportantes empresas globais.

Essa é a primeira vez que a prova conta com umaequipe brasileira. Que análise o senhor faz desta

participação?Em primeiro lugar, diria que ficamos muito orgulhosos. Foi umagrata surpresa ter a presença do capitão Torben Grael e o

empresário Alan Adler, da Vela Brasil, na fábrica da Volvo,de posse deste projeto ambicioso. Ver hoje o barco no

mar, e ter acompanhado o desenvolvimento doprojeto, é sensacional. Como já disse, o investimentopara estruturar uma equipe na competição é alto, e aequipe brasileira já é vencedora por isso: terconseguido transformar o sonho em realidade.Desde a primeira edição da prova, o Brasil estevepraticamente em todas as provas da regata, comoum dos portos de destino da competição. Agoranão. Mais do que isso, o Brasil ganhou o mundo.Está competindo em condições de igualdade com

outras equipes já tradicionais na prova. Sintoque todos os brasileiros devem se sentir

orgulhosos por isso. É a bandeirado Brasil que tremula pelos maresdo mundo. O difícil, realmente, émanter a imparcialidade na torcida.

Preservaçãodo albatroz

A Volvo Ocean Race juntou-se aorenomado cineasta e naturalista David

Attenborough na campanha “Save theAlbatross”, da BirdLife International, que visaa preservação dos albatrozes. Um tipo muitoantigo de pássaro, que consegue sobreviverem ambientes marinhos hostis, mas nãoescapa das linhas de pesca. Cerca de 100mil albatrozes morrem por ano –aproximadamente um a cada cinco minutos– afogados ao tentar comer as iscas deanzóis em linhas e rede de pesca. Oresultado é que 19 das 21 espécies queexistem no mundo estão ameaçadas deextinção. A Volvo Ocean Race aderiu aoprojeto porque, durante as etapas da regataque passam pelo Oceano Glacial Antártico,as equipes vão passar por algumas daságuas mais ricas do mundo em espécies dealbatroz. Com isso, poderão contribuir com adivulgação da campanha e mobilização daspopulações na necessidade de preservaçãoda espécie. “Os albatrozes têm sobrevividonos ambientes marinhos mais hostis por 50milhões de anos; a maioria das pessoasnunca viu um albatroz, mas ficarão chocadaspelo fato de que, num período de 8 meses,mais de 60 mil se afogam devido aos anzóisdas longas linhas de pesca”, destaca oexecutivo chefe da campanha, GrahamWynne. A campanha visa a realização deações simples e eficientes. Pessoastreinadas serão colocadas em embarcaçõespesqueiras que usam linha de pesca paraensinar às tripulações práticas para impedirmortes de aves marinhas. Entre as técnicasestá a fixação de flâmulas nas linhas depesca para espantar os pássaros, o uso delinhas mais pesadas para fazer os anzóisafundarem mais rápido e tingir as iscas paratorná-las menos visíveis. Mais informaçõesno site www.savethealbatross.net .

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Volvo Ocean Race l 200622 ■

Interessebrasileiro

Esta edição da regata deve trazertambém um grande apelo comercial e

de visibilidade para as marcas no Brasil jáque esta é a primeira vez que o país teráuma equipe verde-amarela na competição.Desde a primeira edição da prova, em1973, o Brasil esteve praticamente emtodas as provas da regata como destino deuma das pernas da competição. Nestaedição, os maiores patrocinadores do barcobrasileiro – VIVO, Motorola, Qualcomm eApex – traçam estratégias especiais paraum melhor aproveitamento comercial daregata. A Nívea, que também patrocinacotas da equipe, já gravou um comercialespecial com a modelo Gisele Bünchen,que deverá ser exibido durante a prova.Estima-se que centenas de estrangeirosacompanhem a prova no Rio de Janeiro. Jáé quase impossível encontrar vaga noshotéis durante o período em que a regataestará aqui.

O VELEJADOR ROBERT SCHEIDT, BICAMPEÃO OLÍMPICO EOCTACAMPEÃO MUNDIAL DA CLASSE LASER, É NOVAMENTE OPORTA-VOZ DA VOLVO OCEAN RACE NO BRASIL. ELE JÁ EXERCEUESSA FUNÇÃO NA EDIÇÃO DE 2001-2002. NAQUELA ÉPOCA, SEUPAPEL FOI FUNDAMENTAL, POIS OS ESPORTES A VELA, APESAR DEACUMULAREM DEZENAS DE TÍTULOS MUNDIAIS E 14 MEDALHAS EMOLIMPÍADAS (SEIS DE OURO), AINDA NÃO SÃO DE FÁCILCOMPREENSÃO PARA O GRANDE PÚBLICO. ROBERT AJUDOUESPECTADORES E JORNALISTAS A ENTENDER AS PARTICULARIDADESDE UMA REGATA DE VOLTA AO MUNDO, EM ARTIGOS PARA JORNAIS EDEZENAS DE ENTREVISTAS. NESTA EDIÇÃO, ELE SERÁ NOVAMENTE OINTERLOCUTOR DA VOLVO OCEAN RACE NO BRASIL.

Novamente você é o porta-voz da prova no Brasil, que importância dá a isso?Para mim, é uma honra muito grande ser novamente o porta-voz dessa regata. A meu ver, a VOR forma atríade de importância máxima como competição a vela, com as Olimpíadas e a America’s Cup. Além disso,posso ter contato com alguns dos maiores velejadores do mundo que competem na Volvo Ocean Race.Vou ter bastante o que aprender com eles, o que vem ao encontro do meu interesse no momento atual,porque quero aumentar meu conhecimento sobre “barcos grandes”.

Você, que acaba de conquistar o octacampeonato da Classe Laser, já pensou em participar daprova, como um dos velejadores?A VOR é “o grande desafio” para qualquer velejador, e com certeza no futuro terei a oportunidade deconcretizá-lo. Meu foco está na carreira de velejador olímpico, pelo menos até Pequim 2008, quandoespero ter a chance de mais uma vez representar o Brasil.

Você acredita que a Volvo Ocean Race possa contribuir para a popularização do esporte?A VOR já contribui decisivamente para a popularização da vela no Brasil, mesmo porque é uma regata quetem encantos maiores do que simplesmente vencer. A própria questão do desafio inerente ao dar a voltaao mundo está presente no imaginário de todos - que atire a primeira pedra quem nunca pensou nisto. Ofato de contarmos, pela primeira vez, com a participação de uma tripulação brasileira no Brasil 1,comandada pelo Torben Grael, maior medalhista olímpico do país, trará ainda mais emoção, sem contartoda a mídia gerada pelo barco Black Pearl (Pérola Negra) patrocinado pela Disney, que faz parte daestratégia de marketing do lançamento do filme Piratas do Caribe II.

Esta é a primeira vez que um barco brasileiro participa da prova. Quais são as chances de umavitória verde-amarela?Ah, assim não vale! Será que vou ter que quebrar a minha imparcialidade de porta-voz da VOR? A disputaserá acirradíssima. Veja só, os mais experientes velejadores estarão competindo, com sindicatos (é assimque se chama a equipe de vela em campeonatos) com patrocinadores fortíssimos, o que significainvestimentos pesados, que podem fazer diferença, como maior tempo para treinar e entrosar a equipe. Porexemplo, o barco espanhol já bateu recordes de velocidade, a equipe holandesa tem dois barcos nadisputa, e os americanos estão arregimentandouma tripulação vencedora das versõesanteriores da VOR. Lógico que comobrasileiro que sou, o Brasil 1 tem a minhatorcida, e acredito sim nas suas chances devencer, que aumentariam muito se maispatrocinadores aderirem ao projeto. Tudo issoé mais um motivo para acompanharmos de pertoa competição!

Robert Scheidté o porta-voz da VOR no BrasilRobert Scheidté o porta-voz da VOR no Brasil

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23■

A VOLVO OCEAN RACE É UMA DAS TRÊS COMPETIÇÕES ESPORTIVASMAIS VISTAS AO REDOR DO MUNDO, SEGUIDA DE PERTO PELASOLIMPÍADAS E PELA FÓRMULA 1. A ÚLTIMA EDIÇÃO DA PROVAALCANÇOU UM PÚBLICO ACUMULADO DE MAIS DE 800 MILHÕES DETELESPECTADORES. ESPERA-SE QUE A EDIÇÃO 2005-2006ULTRAPASSE ESSE NÚMERO, POIS AS REGATAS LOCAIS DEVERÃODESPERTAR MAIOR INTERESSE DO PÚBLICO. OUTRO FATORDETERMINANTE PARA CATIVAR A AUDIÊNCIA É O FATO DE QUE ESTEANO TODAS AS EQUIPES INSCRITAS SÃO DE PAÍSES QUE ABRIGAMPORTOS DE PARADA.

✔ Nos oito meses da regata, os barcos irão passar por quatro oceanos ecinco continentes.

✔ As tripulações experimentam variações de temperatura de –50OCa + 40OC.

✔ O grande objetivo dos barcos é levar o mínimo de peso a bordo, porqueisso impacta na velocidade. Os velejadores chegam ao cúmulo de cortaro cabo de suas escovas de dente, eliminando com isso um pesodesnecessário a bordo.

✔ As escalas nos portos têm duração de seis a 32 dias.

✔ O número de 10 tripulantes foi estipulado para que os barcos tenhamgente suficiente trabalhando 24 horas por dia, para velejar emvelocidade máxima.

✔ Noventa e sete velejadores de 16 países competiram nos oitobarcos da regata de 2001-2002. Ao todo, 1.875 velejadores jáparticiparam da competição. O país que mais teve participantes é aInglaterra, com 457.

✔ O website oficial foi introduzido pela primeira vez na edição de 1997. Naépoca, a posição dos barcos era atualizada a cada seis horas. Hoje aposição é atualizada a cada 20 minutos.

✔ Cada barco tem dez câmeras de vídeo, que devem render 20 minutosde gravação semanal obrigatória.

✔ Todos os dias um membro da tripulação escala o mastro de 31,5metros ou nove andares acima do deck, para checar danos.

✔ A velocidade dos barcos passa freqüentemente dos 30 nós (70 km/h).

✔ Não há comida fresca a bordo. A tripulação recebe alimentosdesidratados congelados, que são reidratados com água do mardessalinizada.

✔ Esta edição da Volvo Ocean Race deverá empregar, diretamente, nosnove portos de parada até junho de 2006 cerca de 5 mil pessoas.

Um mundo decuriosidadesUm mundo decuriosidades

Volvo Ocean Race l 2006

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Volvo Ocean Race l 200624 ■

Brasil 1iça suas velasBrasil 1iça suas velas

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Volvo Ocean Race l 2006 25■

A Volvo Ocean Race 2005-2006terá um atrativo especial para osbrasileiros. O sonho, há muito tempoacalentado por velejadores eesportistas, finalmente tornou-serealidade. Pela primeira vez, o Brasilingressa na Volvo Ocean Race. E jáiça as velas conquistando o respeitodos adversários. Também, não é paramenos. O projeto batizado comoBrasil 1 leva a bordo a elite náuticanacional. No comando nada menosque Torben Grael, dono de seis títulosmundiais e de cinco medalhasolímpicas. A iniciativa de inscrever osindicato brasileiro na competição foida empresa de marketing esportivoVela Brasil. Sonho de um grupo develejadores liderados por Alan Adler,um dos grandes nomes da vela noBrasil. “Participar da VOR era umprojeto muito difícil de se realizar, masé assim que são realizados os sonhos.Batalhamos muito para concretizá-lo.Desenvolvemos um projeto audaciosode patrocínio. Batemos de porta emporta e gradativamente fomos vendoque nosso sonho foi se tornandorealidade. A emoção de ver o barco

na largada da prova é indescritível.Mas isso é apenas o começo, temosmais oito meses pela frente”, destacaAlan Adler, da Vela Brasil. Cerca deUS$ 15,8 milhões estão sendoinvestidos ao longo de três anos. Aparticipação da equipe só foi possívelgraças a um bem sucedido projetode marketing que reuniupatrocinadores da iniciativa privada epública. A VIVO, maior operadora detelefonia móvel do Hemisfério Sul, éa patrocinadora master, mas outrasempresas se reuniram ao projetocomo: Motorola, Qualcomm,ThyssenKrupp, Nivea Sun, ÁgoraSenior Corretora de Valores etambém o Governo Brasileiro atravésda Apex (Agência de Promoção dasExportações do Brasil), Ministério daIndústria, Desenvolvimento eComércio Exterior, Ministério doTurismo e Ministério dos Esportes,além de um apoio especial da Varig.Agora, para quem pensa que o Brasilestará na competição apenas apasseio, lá vai um aviso do capitão:“O objetivo é entrar na competiçãopara brigar pela vitória”.

A IMAGEM DE ARROJO ETECNOLOGIA DESSE SEGMENTOESPORTIVO, ALÉM DO ESPÍRITO DEEQUIPE, DA LIDERANÇA E DOSUCESSO DOS ATLETASENVOLVIDOS, SÃO ALGUNS DOSCONCEITOS QUE A VIVO QUERMANTER ASSOCIADOS À SUAMARCA.

Francisco Padinha, presidente da VIVO

ESTAMOS MUITO ANIMADOSCOM ESSA PARCERIA QUE ASSOCIAA IMAGEM DA MAIOR REGATA DEVOLTA AO MUNDO À NOSSAEMPRESA, TRANSMITINDO VALORESCOMO PIONEIRISMO, GARRA ECORAGEM. A MOTOROLA ACREDITANOS ATLETAS BRASILEIROS E, PORISSO, NOS ORGULHAMOS DE ESTARENVOLVIDOS COM A VOLVO OCEANRACE.

Luis Carlos Cornetta, presidente da Motorola

TEMOS O MAIOR PRAZEREM ASSOCIAR A MARCA QUALCOMM,QUE SEMPRE ESTEVE NAVANGUARDA DASTELECOMUNICAÇÕES COM SUAINOVADORA TECNOLOGIA CDMA, AUM PROJETO ARROJADO COMO ODO BRASIL 1. ESSA AÇÃO RESSALTATAMBÉM NOSSO PROPÓSITO DEINCENTIVAR O ESPORTE NACIONAL EDIVULGAR A IMAGEM DO PAÍS NOEXTERIOR.

Marco Aurelio Rodrigues, presidente da Qualcomm do Brasil

A ESTRUTURAORGANIZADA PARA A PARTICIPAÇÃODO BRASIL NA VOLVO OCEAN RACEDEVERÁ MARCAR HISTÓRIA NODESENVOLVIMENTO DA PARCERIAESPORTIVA ENTRE EMPRESASPRIVADAS E O ESPORTE. NUNCA OPAÍS INVESTIU TANTO NUM PROJETOESPORTIVO COMO NESTE. TEMOSORGULHO EM TER CONQUISTADO ACONFIANÇA DOS NOSSOSPARCEIROS E AGORA IREMOSTRABALHAR PARA QUE O RETORNOSEJA UMA RECOMPENSA PARATODOS.

Enio Ribeiro, diretor de marketing da Vela Brasil, empresaresponsável pelo projeto Brasil 1

Uma vitrine para o mundo

O primeiro grande impulso que o Brasil 1 recebeu foi o apoio do ministrodo Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Luiz Fernando Furlan, que

tem trabalhado pela viabilidade do projeto desde junho de 2003. Naspalavras do próprio ministro, “esta é uma forma criativa e inovadora demostrar uma faceta surpreendente do Brasil, assim como surpreendente é apauta exportadora brasileira”. Usando o próprio Ministério doDesenvolvimento, o Ministério do Turismo e a Apex (Agência de Promoçãode Exportações do Brasil) no projeto, o país terá a chance de mostrar aomundo justamente essa diversidade.

OPINIÃO

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A construção do Brasil 1começou em setembro de 2004,quando a equipe do engenheiropaulista Marco Landi iniciou amontagem dos moldes do casco e doconvés. As duas peças são construídasseparadamente. Os moldes sãomontados com peças de madeiracortada a laser. O processo duroucerca de um mês e meio, depois,começou a laminação. Casco e convéssão feitos de fibra de carbono, comrecheio de nomex. Fornos de alumíniosão montados ao redor dos moldes. Acombinação garante resistência eleveza, duas características essenciaisnos barcos de competição. Em marçode 2005, a laminação foi concluída e aequipe do estaleiro passou a montaras estruturas internas. Além dasinstalações elétricas e dosequipamentos eletrônicos, foi montadotambém o sistema hidráulico que vaimover a quilha basculante, a maiorinovação nas embarcações da Volvo

O passo-a-passoda construção

UM TESTE RIGOROSO EXIGIDO PELA PROVA É O TESTE DE INVERSÃO. OOBJETIVO É VERIFICAR SE O BARCO TEM CAPACIDADE DE VOLTAR ÀPOSIÇÃO ORIGINAL EM CASO DE ACIDENTE DURANTE ALGUMA ETAPA DA PROVA. O TESTE REALIZADO PELO BRASIL 1, EM JULHO DE 2005,DUROU CERCA DE 15 MINUTOS. LEVANTADO POR UM GUINDASTE EDEIXADO DE PONTA-CABEÇA, O BARCO VOLTOU À POSIÇÃO NORMALASSIM QUE FOI LIBERADO. DENTRO DO BARCO ESTAVAM OCOMANDANTE TORBEN GRAEL, ANDRÉ FONSECA E KIKO PELICANO E ONEOZELANDÊS ANDY MEIKLEJOHN. TODO O PROCESSO FOIACOMPANHADO POR UM REPRESENTANTE DA ORGANIZAÇÃO DA REGATA.

Ocean Race deste ano. Em Indaiatuba,até 25 pessoas, contabilizando maisde 35.000 horas, trabalharamsimultaneamente no veleiro.

Volvo Ocean Race l 200626 ■

Como nasceum campeão

O primeiro veleiro nacional naregata de volta ao mundo tem

peças e matérias-primas de dezpaíses. A quilha e o bulbo sãonorte-americanos. O sistemahidráulico que os move vieram daItália. As velas são neozelandesas eo leme, australiano. No total, o Brasil1 “nasceu” em dez diferentespaíses. Além de Estados Unidos,Itália, Nova Zelândia e Austrália, oveleiro de 70 pés tem ainda peçasou matérias-primas provenientes deFinlândia, Suécia, França, Inglaterrae Dinamarca. Além, claro, do Brasil,local de construção da embarcação,a primeira do gênero feita naAmérica Latina. O barco foiconstruído no estaleiro ML Boats,em Indaiatuba, no interior de SãoPaulo, sob a coordenação de MarcoLandi. “É um orgulho construir umveleiro tão moderno no nosso país,mas isso também representa umproblema”, conta Alan Adler, diretordo projeto e velejador campeãomundial de Star em 1989. “Temosmateriais vindos de todas as partesdo mundo e a liberação naalfândega não era imediata.”

Logística precisa

E m média, o Brasil 1 teve queesperar 25 dias entre a

chegada de um material ao país esua liberação legal. A solução paraisso foi adiantar todos os pedidos. Aquilha e a bolina, por exemplo, foramencomendados 3 meses antes. Asduas peças, aliás, são chave paradefinir o peso final do barco. Pelas regras, o Brasil 1 tem de ter13.850 kg sem as velas e tripulação.O objetivo é que o bulbo seja o maispesado possível. Para os que nãosão iniciados na área náutica, valeuma explicação. Enquanto a quilha –a parte alongada na parte inferior dobarco, serve para dar rumo ao barco,evitando o deslocamento lateral dobarco (veja pág. 12), o bulbo é umpeso situado no final da quilha, queevita que o barco vire com a forçado vento nas velas. No caso dosbarcos VO 70, cujo mastro têm 31,5metros, é fundamental que o bulboseja bem pesado, para permitir umequilíbrio seguro à embarcação. Porisso, tudo o que pode ser mais leveé construído mais leve. Até 100gramas fazem diferença. Quantomais peso é colocado no bulbo, maisrápido torna-se o barco.

O passo-a-passoda construção

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Volvo Ocean Race l 2006 27■

Logísticaminuciosaem terra

Em cada perna, antes de o barcochegar ao seu destino, a equipe

de terra já está toda pronta pararecebê-lo, com contêineres arrumados,peças prontas e fornecedorescontatados. Os contêineres, inclusive,são o ponto central do trabalho daequipe de terra. A organização dosbastidores é extremamenteinteressante. O Brasil 1 tem doisconjuntos de três contêineres, onde étransportado tudo o que o time iráprecisar em cada parada, das velasque não foram usadas em determinadaetapa, oficinas para executar o reparodos barcos, escritório e até bicicletas,para o transporte nas paradas. Como otransporte é feito por navio, mais lentodo que o Brasil 1, os conjuntos sãoiguais. Enquanto um era usado emVigo, na Espanha, por exemplo, o outroestava chegando à Cidade do Cabo,na África do Sul.

O Brasil há muito tempo sonhava com a possibilidade de participar daVOR. Como foi possível realizar esse sonho? Nos últimos anos a vela tem ganhado uma exposição muito grande. Já são trêsOlimpíadas seguidas com medalhas olímpicas e três bicampeões olímpicos, eu,Marcelo (Ferreira), que também está no Brasil 1, e Robert Scheidt. Com toda aatenção que essas medalhas geraram, os patrocinadores também acordaram para avela e o potencial do esporte. E, com patrocinadores fortes, pudemos finalmentedar um passo mais ambicioso, que é o Brasil 1 e a volta ao mundo.

Quais são os ganhos que a participação do Brasil 1 traz para o esportenáutico nacional? O Brasil 1 é um projeto pioneiro. Vai abrir as portas para a vela brasileira. É,certamente, uma maneira de conseguirmos viabilizar, por exemplo, uma participaçãobrasileira na America’s Cup, uma das mais celebradas provas náuticas daatualidade. Os velejadores também vão lucrar com isso. Certamente cresce omercado para os brasileiros em competições importantes.

Você poderia falar um pouco da composição da equipe e se há chance devitória ou esta é uma pretensão muito alta, já que o Brasil é um estreantena prova? O time foi montado com base em duas coisas: potencial e experiência. O Brasil 1 éum projeto brasileiro e por isso a tripulação tinha de ser muito brasileira. Mas comonão temos experiência em regatas longas, os estrangeiros escolhidos trouxeramessa bagagem. E essa mistura tem tudo para dar certo. A viagem até Portugalmostrou aos estrangeiros que eles podem confiar nos brasileiros e, com isso, aconfiança geral cresceu. Não é absurdo pensar em vitória. Temos uma novageração de barcos e quatro dos sete inscritos são do mesmo projetista. Isso querdizer que todos os times vão andar muito próximos e a diferença será oentrosamento da tripulação.

Quais foram os maiores desafios encontrados para a concretização doprojeto? O projeto é muito complexo e exigiu muito trabalho. Não é fácil tornar viável umainiciativa de mais de US 15 milhões. Foram necessárias muita conversa e reuniõescom patrocinadores, além do apoio de órgãos governamentais.

Quais foram as maiores surpresas já vividas com este projeto?Apesar de todas as dificuldades naturais, conseguimos cumprir os cronogramas deconstrução do barco no Brasil. Este era um desafio enorme, já que todo o materialfoi importado de vários países do mundo.Na viagem do Brasil para Portugal, oentrosamento da tripulação foi muitorápido. Os estrangeiros viram que osbrasileiros são bons também em travessiase não só na vela olímpica. Confiávamos muitono projeto e, por isso, o barco só ratificou anossa confiança com sua velocidade eresistência.

E, por fim, o que você espera da torcidabrasileira? Desde que o barco entrou na água estamosrecebendo centenas de e-mails da comunidadenáutica brasileira e de muita gente que torcepara o nosso sucesso. Esse apoio só tende aaumentar com o desenrolar da regata. Achoque a grande festa será feita na parada daVolvo no Rio de Janeiro, em marçode 2006. Esperamos contar comuma grande torcida!

Com a palavra, o capitão do Brasil 1

Torben GraelCom a palavra, o capitão do Brasil 1

Torben Grael

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Alguns dos participantes da equipe do Brasil 1, velejadores e equipe de terra se esforçarão ao máximo em busca do pódio

Um grande trunfo do Brasil 1 na prova é suaequipe, formada por 11 velejadores de seispaíses. Os barcos são muito parecidos. Dos seteinscritos, quatro são do mesmo projetista. Tenhocerteza que, no final, o vencedor será o barco coma tripulação que trabalhou melhor”, explica Torben.Entre os velejadores estão a primeira mulher abater um recorde de navegação de volta aomundo, a australiana Adrienne Cahalan, dois vice-campeões da última edição da regata, osneozelandeses Andy Meiklejohn e Stuart Wilson, eo espanhol Roberto “Chuny” Bermudez, cominúmeras participações em regatas de volta aomundo, além de campanhas da America's Cup,uma das mais importantes provas náuticasmundiais. O norueguês Knut Frostad, quedisputou três Volvo/Whitbread, as duas últimascomo comandante, também está no grupo. Eainda o irlandês Damian Foxallo. Além de TorbenGrael, os brasileiros são Marcelo Ferreira, KikoPellicano, João Signorini, André Fonseca e oreserva Eduardo Penido, todos da elite nacional davela. A cada regata, dez estarão a bordo do Brasil1, o velejador Knut Frostad participará apenas dasetapas mais difíceis nos mares do Sul.

Equipe de estrelasEquipe de estrelas

Page 29: Volvo Ocean Race Volvo Ocean Race

E m cada parada da regata, umaverdadeira Vila da Volvo nasce em

torno do porto onde os barcos estãoancorados. É ali, na Ocean Village, quese concentram os quartéis-generais dasequipes, restaurantes, bares, e tambémestandes de exposições dospatrocinadores. O Brasil estáaproveitando o espaço para divulgar o país ao longo dos oito meses em que dura a prova,por regiões do mundo bastante seletas. Uma estratégia que é fundamental para adivulgação institucional, onde se pretende mostrar a diversidade cultural e empresarialbrasileira, com foco em negócios e parcerias comerciais ao redor do mundo. O PavilhãoBrasil organizado pela Apex (Agência de Promoção de Exportações do Brasil) em parceriacom o Brasil 1, já é um sucesso. No primeiro fim de semana da prova, em Sanxenxo,região da Galícia, o Pavilhão Brasil recebeu cerca de 50 mil visitantes. O público foiatraído pelo clima descontraído do local e pela boa música do espaço, embalado pelabossa nova eletrônica, pelo chorinho e pelo samba. No local, sete estandes mostramalguns aspectos da indústria brasileira, da aeronáutica (Embraer) ao artesanato (ProjetoTerra), passando pela indústria têxtil (Bia Brasil, Pantanal Fashion, Flor Brasil) e chegandoao sabor do café brasileiro (Fazenda Vista Alegre). O Bar Brasil, entre um sábado edomingo vendeu mais de 2.000 caipirinhas e foram consumidos 50 barris de chope. Aprevisão é que o sucesso se repita a cada parada. Ótimo para os expositores. Ótimo parao Brasil, que mostra sua cara e, principalmente, suas potencialidades.

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Paraacompanhara regata

M esmo estando emterra firme a milhas

de distância da competição,será possível acompanharcada instante dacompetição graças àtecnologia a bordo dosbarcos que transmite viasatélite a posição de cadaum 24 horas por dia. Naregata 2005-2006 osbarcos vão enviar suasposições por satélite a cada20 minutos para o EscritórioCentral. Essas informaçõespoderão ser acompanhadaspelo website oficialwww.volvooceanrace.orgNa edição anterior, aposição era enviada de horaem hora. Hoje é possívelacompanhar a regata cominformações atualizadas de20 em 20 minutos. Cadabarco possui dez câmarasfixas, que proporcionarão 20minutos de gravaçãoobrigatória por semana.Além disso, um botãovermelho no convés podeser acionado sempre que atripulação entender que omomento pode render umaboa seqüência de cenas.Pelo website oficial épossível ler e-mails e ouvirligações das tripulações,vindos dos mais remotosmares do planeta.

N a travessia dos oceanos o Brasil 1 tem uma importante função:valorizar a marca Brasil no exterior. Assim, todo o estilo da marca

e até mesmo o nome do barco têm razões de ser. O veleiro épredominantemente azul e amarelo, enfatizando a brasilidade doprojeto sem apropriação literal dos símbolos nacionais. O desenho écomposto por um losango amarelo, também presente na bandeira

brasileira. Para reforçar a relação com a água, os contornos da marca são formados por gotas,forma que sugere dinâmica e movimento. O nome Brasil 1 já tinha sido escolhido porrepresentar um projeto pioneiro e inovador, com reais chances de vitória e formado por umatripulação experiente, além de remeter, também, à primeira colocação, ao topo do pódio.

A cara do Brasil

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Primeira viagem

A cara do Brasil

O transporte do Brasil 1 do estaleiro ML, onde foi construído, na cidade de Indaiatuba,interior de São Paulo, até a Marina da Glória, no Rio de Janeiro, foi uma operação

logística e tanto. Um caminhão FH12 Globetrotter transportou o veleiro por um trajeto de540 quilômetros. Foram necessários três dias para completar a operação. O veleiro, com21,5 metros e 4 toneladas chamou muita atenção por onde passou.

Primeira viagem

Pavilhão BrasilPavilhão Brasil

Page 30: Volvo Ocean Race Volvo Ocean Race

Depois de passar pelo ventosfortes do temido Cabo Horn, bem aoextremo sul do mundo, e navegar poruma das etapas mais longas dopercurso – 6.700 mn (12.408 km) –a Volvo Ocean Race deve chegar aoRio de Janeiro na metade do mês demarço de 2006. Na paisagem, umCristo de braços abertos para esperaros corajosos velejadores. A Marina daGlória será o palco do evento, quesediará a regata até a partida dasequipes no dia 2 de abril de 2006. Aorganização da parada foi destaquena última edição da prova, em2001/2002, recebendo elogios comoum dos locais mais apreciáveis dopercurso. Os ingredientes continuamos mesmos: a paisagem de um dosmais celebrados cartões-postais domundo e a alegria n´alma, que épeculiar aos brasileiros. Pela presença

de um barco brasileiro na prova, aexpectativa é que o evento atraia paraa Marina da Glória milhares deespectadores. O lugar, que irátambém sediar as provas de vela dosJogos Pan-Americanos, em 2007,está recebendo investimentosespeciais em sua infra-estrutura. Masé para o show da Volvo Ocean Raceque a Marina se prepara. Linda,glamourosa e cheia de entusiasmo.

O que vai acontecer

O Race Village daMarina da Glóriaserá aberto aopúblico já a partirdo dia 8 demarço de 2006,quando as

equipes de terra se preparam parareceber os velejadores. Mas é a partirdo dia 15 de março que aprogramação promete ser agitada.Aos finais de tarde, com a paisagemdo Pão de Açúcar como testemunha,a Marina da Glória será palco deapresentações musicais. A bossanova, estilo musical que nasceu noRio de Janeiro e ganhou o mundo, osamba e o chorinho embalarão asconversas na Praça de Alimentação.No dia 18 de março está prevista arealização da Regata Volvo Optimist,uma regata local com barcosconvidados. A visitação de alunos de

escolas públicas aos barcostambém será promovida enquantoa flotilha estiver ancorada naMarina da Glória. Uma forma deaproximar a comunidade aoevento. E, para quem pensa quea parada só será de esportes

Volvo Ocean Race l 200630 ■

No Brasil, o Rio de JaNo Brasil, o Rio de Ja

Page 31: Volvo Ocean Race Volvo Ocean Race

Um parceirofundamental

AVolvo Penta do Brasil maisuma vez dará suporte às

equipes na parada da flotilha noRio de Janeiro. O presidente daunidade, Eli Werneck, lembraque este apoio é fornecidodesde que a prova chegou aoBrasil. “Nas edições maisrecentes, como a realizada emSão Sebastião no litoral paulistaem 1997-98, e a última provano Rio de Janeiro na versão2001/2002, montamos umposto de atendimento junto àOcean Village para darassistência direta às equipes.Nesta edição, tambémestaremos na Marina da Glóriaoferecendo esse apoio”,esclarece Werneck. Os barcosda Volvo Ocean Race sãoequipados com poderososmotores Volvo. Um motorauxiliar a diesel de 19 hp éutilizado para gerar,continuamente, a energiaelétrica necessária para osequipamentos de comunicação,as transmissões ao vivo, oauxílio à navegação, para ailuminação. Este motor tambémfornece água potável,permitindo o funcionamento dodessalinizador mantido a bordo.Já o motor D2-55 é utilizadopara realizar a propulsão naentrada e na saída dos portosou ainda para situações deemergência. Este motor élacrado pela organização daprova que, inclusive, podedesclassificar o barco se omotor for usadoinadequadamente. Durante aregata, apenas a força do ventopode impulsionar os barcos.

Volvo Ocean Race l 2006 31■

náuticos, se engana. Jogos de vôlei,com os tripulantes nas areias deCopacabana, serão momentos dedescontração. No dia 25 de março,um sábado, acontecerá às 11 h, naBaía da Guanabara, a In Port Race,prova que garante pontuação àsequipes. Um show à parte, já que osbarcos disputam a regata bempróximo às margens da baía,permitindo que o público acompanhee torça por seus favoritos. À noite, émomento da Cerimônia de Premiaçãodos vencedores da quarta etapa daprova, o percurso entre Welligton, naAustrália, e o Rio de Janeiro.

O dia da partida

No dia 2 de abril, as equipespartem para uma nova etapa dadisputa, rumo a Baltimore, nosEstados Unidos. A Marina da Glóriase vestirá para a festa de partida.Estão sendo esperados centenas debarcos para acompanhar as primeiras

milhas da regata. Os hotéisno Rio de Janeiro já estão com

a capacidade próxima à máximaaté o dia da regata. A abertura da

Marina para o público será às 11 h. Acerimônia da largada seráemocionante, com a Banda daMarinha Brasileira. O navio CisneBranco, um verdadeiro ícone daMarinha, será responsável por dar otiro de largada da prova. Às 13 h, dodia 2 de abril, as equipes partem paramais uma etapa da aventura. “QueNossa Senhora dos Navegantes osproteja”, comenta Ingrid Schimidt,madrinha do barco brasileiro e mãedo capitão Torben Grael.

8 de marçoAbertura do Race Village

18 de marçoRegata Volvo Optmist

25 de março11 h, na Baía da GuanabaraInport Race21 h, no Iate Clube, Cerimônia de Premiação da 4ª etapa da Volvo Ocean Race

2 de abril11h45Cerimônia de partida13hLargada prova, rumo aBaltimore\Estados Unidos

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8 de marçoAbertura do Race Village

18 de marçoRegata Volvo Optmist

25 de março11 h, na Baía da GuanabaraInport Race21 h, no Iate Clube, Cerimônia de Premiação da 4ª etapa da Volvo Ocean Race

2 de abril11h45Cerimônia de partida13hLargada prova, rumo aBaltimore\Estados Unidos

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