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CADERNO DE RESUMOS VIII ENCONTRO INTEGRADO DE PSICOLOGIA DA PUC MINAS SÃO GABRIEL PSICOLOGIA: ENTRE A TRADIÇÃO E A INOVAÇÃO 05 a 7 de abril de 2016 Belo Horizonte PUC-MG 2016

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CADERNO DE RESUMOS

VIII ENCONTRO INTEGRADO DE PSICOLOGIA DA PUC MINAS SÃO GABRIEL

PSICOLOGIA: ENTRE A TRADIÇÃO E A INOVAÇÃO

05 a 7 de abril de 2016

Belo HorizontePUC-MG

2016

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Angela Maria SimanEni Ribeiro da Silva João César Fonseca

Maria Auxiliadora da SilvaMirelle França Michalick TriginelliNanci das Graças Carvalho Rajão

Stela Maria Simionato Tozo(Organizadores)

VIII ENCONTRO INTEGRADO DE PSICOLOGIA DA PUC MINAS SÃO GABRIEL

PSICOLOGIA: ENTRE A TRADIÇÃO E A INOVAÇÃO

1ª Edição

Belo HorizontePUC-MG

2016

© Autores, 2016É permitida a reprodução desta publicação, desde que sem alterações e citada

a fonte.Diagramação do Caderno de Resumos: Angela Maria Siman

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FICHA CATALOGRÁFICAElaborada pela Biblioteca da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

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Encontro Integrado de Psicologia da PUC Minas São Gabriel (8. : 2016: Belo Horizonte, MG)E56c Caderno de resumos [do] VIII Encontro Integrado de

Psicologia da PUC Minas São Gabriel: psicologia: entre a tradição e a inovação / Organizadora Angela Maria Siman ... [et al.]. Belo Horizonte: Puc Minas, 2016.

57 p. : il.

ISBN: 978-85-8239-037-5

1. Formação profissional - Psicologia. 2. Psicologia. I. Siman, Angela Maria. II. Título.

CDU: 159.9:378

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VIII Encontro Integrado de Psicologia da PUC Minas São Gabriel

Psicologia: entre a tradição e a inovação

Belo HorizontePUC-MG

2016

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS4

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Apresentação Institucional

Dom Walmor Oliveira de AzevedoGrão-Chanceler

Prof. Dom Joaquim Giovanni Mol GuimarãesReitor

Profª. Patrícia BernardesVice-reitora

Prof. Alexandre Rezende GuimarãesPró-reitor da PUC Minas - São Gabriel

Prof. Cláudio Listher Marques BahiaDiretor de Graduação da Puc Minas – São Gabriel

Profª Betania Diniz GonçalvesDiretora da Faculdade de Psicologia

Profª Maria Madalena Silva de AssunçãoCoordenadora do Curso de Psicologia da PUC Minas - São Gabriel

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Comissão OrganizadoraAngela Maria SimanEni Ribeiro da Silva João Cesar Fonseca

Maria Auxiliadora da SilvaMirelle França Michalick TriginelliNanci das Graças Carvalho Rajão

Stela Maria Simionato Tozo

Logomarca do Encontro Integrado de PsicologiaAgência Beta de Comunicação – Curso de Comunicação da PUC Minas São

GabrielApoio

Conselho Regional de Psicologia 04D.A. Psicologia – PUC Minas São Gabriel

Monitores

Ana Claudia Mourão De Lacerda Mendes Anna Juliane Barbosa Ricardo da Silva

Debora Barros Vieira Fernanda Torres

Francine Sthepanhie Esteves FerreiraIsabela Pereira Fonseca

Jenifer Camila S. J. Dos Santos Jessica Emenuelle F. Sá De Almeida

Juliana Thereza Ferreira Ribeiro Margareth Patrícia Pires Michele de Assis Vieira

Raffaela Vidal Gomes Alves NovaesSarah Carneiro

Sinval Marcos De Oliveira SilvaTâmara Rayana Alves Melges

Tayná Farias De Oliveira Thais Marcela Lages Fialho Vera Lucia de Oliveira Silva

Wallison Farley Ferreira Yulianny Desiré Rodrigues

FuncionáriosAdriano Henrique da Silva

Judy Hellen CamposLetícia Aparecida Fonseca Pereira

Mariana Fraga DavidTiago Moreira da Silva

Banca organizadora do concursoProfessora Maria Auxiliadora da Silva (curso de graduação PUC Minas Unidade

São Gabriel)6

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Professora Roberta Carvalho Romagnoli (curso de pós graduação PUC Minas Unidade Coração Eucarístico)

 Pareceristas

Flávia Barros; Maria do Carmo Sousa; Andréa Batista de Andrade Castelo Branco; Ana Pereira dos Santos; Fabiana Cristina Teixeira; Dinazilda Cunha de Oliveira; Cláudio Eduardo Resende Alves; Crisane Costa Rosseti; Aline Luiza de Carvalho

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EDITORIALEDITORIAL

O presente caderno apresenta, de modo sistematizado, os resumos dos trabalhos desenvolvidos durante o Encontro. Trata-se de um registro formal que, por um lado, legitima as iniciativas e preocupações teóricas e práticas que estão no cotidiano da formação e da profissão e, por outro lado, pode contribuir para, despertar e ampliar o interesse dos leitores por temas de grande relevância da psicologia e da sociedade.

O caderno está organizado de acordo com a programação do evento, ou seja, na primeira parte estão apresentados os resumos relativos às Conferências de Abertura e Encerramento, e na segunda parte os resumos das atividades desenvolvidas nas Mesas Redondas e Rodas de Conversas. São trabalhos propostos e coordenados pelos professores e alunos em conjunto ou individualmente.

A terceira parte consta dos trabalhos apresentados por profissionais e alunos em Minicursos, Oficinas, Cinema Comentado, Atração Cultural e Lançamento de Livro.

Não é demais reafirmar a relevância do VIII Encontro Integrado para a formação dos alunos. Trata-se de um momento de reflexão, de construção e reconstrução cuja finalidade última é propiciar aos alunos a vivência acadêmica em todas as suas dimensões, seja para ampliar conhecimentos relativos à própria formação, seja para incitá-los a vivenciar outro momento da sua trajetória na definição profissional, seja para possibilitar o encontro entre eles e entre eles e o corpo docente, desfazendo barreiras e fortalecendo o espírito de convivência entre iguais e diferentes.

O tema desse encontro, “PSICOLOGIA: ENTRE A TRADIÇÃO E A INOVAÇÃO”, foi escolhido em acordo com o Projeto Pedagógico do curso de Psicologia que busca desenvolver um profissional como resultado da imbricação de três dimensões básicas: teórico-técnica, política e ética.

Sem perder de vista as experiências acumuladas, ao longo dos já mais de cinquenta anos de existência da instituição, hoje fazemos uso dessa história, respeitando a tradição e inovando, avançando nessa experiência procurando formar um profissional comprometido com seu tempo e com a construção de uma sociedade igualitária, plural, democrática e justa.

Sendo assim a programação apresenta olhares novos para os temas tradicionais e por outro lado temas inovadores buscando um diálogo com a psicologia e trazendo frescor a essa sem perder a qualidade e compromisso com o saber científico.

Considerando a importância da continuidade dessa iniciativa, agradecemos à Coordenação do Curso de Psicologia, ao Conselho Regional de Psicologia e a todos que contribuíram para a realização do VIII Encontro Integrado de Psicologia.

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Comissão Organizadora do Encontro

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SUMÁRIOSUMÁRIO

CONFERÊNCIA DE ABERTURA Psicologia: entre a tradição e a inovação............................................................................................................................10

CONFERÊNCIA DE ABERTURA: o estudo da prostituição e desafios metodológicos para a Psicologia ......................................................................10

MESAS REDONDAS

Mesa redonda: Medidas socioeducativas: propostas de atuação e desafios da Psicologia...........................................................................................................................................10Mesa redonda: Praticas interdisciplinares na formação em Psicologia..............................10Mesa redonda: A maternidade hoje...........................................................................................12Mesa redonda: A construção de caso clinico na politica publica de segurança: as medidas socioeducativas em foco..............................................................................................14Mesa redonda: Inclusão: na família na universidade e seus efeitos..................................16 Mesa redonda: Dialogo em direitos humanos: gênero, classe social e adolescência.......17Mesa redonda: Contribuições da espiritualidade no tratamento da dependência química...........................................................................................................................................Mesa redonda: Grupo de Pesquisa “Psicologia”, religião e Subjetividade........................19 Mesa redonda: Identidades, subjetividades e posição do sujeito na escola: uma rede de significações...............................................................................................................................19 Mesa redonda: O significado do trabalho na vida de comerciários de um hipermercado na cidade de Belo Horizonte e sua relação com a saúde psíquica.......................................20 Mesa redonda: Pesquisa em debate............................................................................................21 Mesa redonda: Sexualidade: Do prescrito a Diversidade .................................................,.22Mesa redonda: Clinica da Toxicomania....................................................................................25Mesa redonda: Apenas uma incrível aventura Superpoderosa: Discutindo os desenhos animados e o estudo de gênero...................................................................................................27

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Mesa redonda: As praticas de orientação profissional no âmbito das politicas publicas.............................................................................................................................................27Mesa redonda: Sexualidade, subjetivação e liberdade em mulheres jovens e sujeitos idosos................................................................................................................................................29 Mesa redonda: Psicologia e saúde coletiva...............................................................................30 Mesa redonda: Psicologia, religião e subjetividade................................................................31 Mesa redonda: Questões de família..........................................................................................32 Mesa redonda: A interface da psicologia na saude..............................................................33

RODAS DE CONVERSA

Roda de Conversa: Contribuições da espiritualidade no tratamento de dependência química..............................................................................................................................................34 Roda de Conversa: Psicologia e as relações étnicas raciais.................................................35 Roda de Conversa: Como me vejo e como sou visto? A construção da auto imagem no adolescentes a partir do uso do facebook...............................................................................36 Roda de Conversa: Psicologia e religião: Um dialogo possível?...........................................37 Roda de Conversa: O psicólogo no contexto ambulatorial: atuação junto a pacientes com doenças crônicas....................................................................................................................37 Roda de Conversa: Clinica Psicanalítica na atualidade...........................................................38Roda de Conversa: Tribos universitárias da Puc Minas São Gabriel..................................39 Roda de Conversa: A terapia online: limites e possibilidades..............................................40 Roda de Conversa: Interface entre academia e politicas publica: uma experiência com acompanhamento familiar e parceria com o CREAS da Regional Norte de Belo Horizonte........................................................................................................................................40 Roda de Conversa: Psicologia e Saúde coletiva: Experiências que marcam.....................41 Roda de Conversa: Eis que a psicologia descobriu o marketing...........................................42 Roda de Conversa: O crime de parricídio: influencia da mídia na opinião publica..........42

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Roda de Conversa: Obesidade, seus conflitos e possíveis relações: chega de engolir sofrimentos.....................................................................................................................................43 Roda de Conversa: Bullying e violência intrafamiliar: os possíveis efeitos das relações familiares no comportamento agressivo na escola.................................................................44 Roda de Conversa: A construção de caso clinico na saúde mental.....................................44 Roda de Conversa: A clinica da alegria.....................................................................................45 Roda de Conversa: A formação de profissionais em saúde – enquanto antes e depois................................................................................................................................................46 Roda de Conversa: A questão da saúde mental no Brasil, e o que temos a ver com isso?..................................................................................................................................................46 Roda de Conversa: Reflexões acerca do luto na hipermodernidade..................................47 Roda de conversa: Pesquisa e Extensão na formação do aluno e atuação profissional......................................................................................................................................48

MINI CURSOS

Mini Curso: A biologia do conhecer de Humberto Maturana: Contribuições à psicologia..........................................................................................................................................49 Mini Curso: Física quântica aplicada a Psicologia....................................................................49 Mini Curso: Trabalho no SUS: Experiência de ações e resistência...................................50Mini Curso: Empreendedores em formação..............................................................................51

OFICINAS

Oficina – Oficina de forro...........................................................................................................52 Oficina: Qual a nossa responsabilidade naquilo que queixamos? Articulação entre Comunidade e Academia...............................................................................................................52 Oficina: Arte e expressividade: a arterapia como proposta..............................................53

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Oficina: oficina de Meditação....................................................................................................53

CINEMAS COMENTADOS

Cinema Comentado: Ultimas conversas.....................................................................................54Cinema Comentado: A função da escrita de Nagiko no filme “O livro de cabeceira”...54

LANÇAMENTOS DE LIVROS

Lançamentos de Livro: Trilogia Lu Fernandes........................................................................55 Lançamentos de Livro: “Trabalho e saúde: cenários, impasses e alternativas no contexto brasileiro”......................................................................................................................55

PALESTRA DE ENCERRAMENTO: Panorama da psicologia no Brasil.................................................................................................................56

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CONFERÊNCIA DE ABERTURACONFERÊNCIA DE ABERTURAPsicologia: Psicologia: entre a tradição e a inovaçãoentre a tradição e a inovação

Conferencista: ANA MERCÊS BAHIA BOCK. Psicóloga, possui graduação em Psicologia (1975), mestrado (1991) e doutorado (1997) em Psicologia Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Atualmente é professora titular da mesma Universidade, onde ministra aulas no curso de graduação em Psicologia e no curso de Pós-Graduação em Psicologia da Educação. Tem várias publicações como organizadora, autora ou co-autora. Participa de comissões editoriais de várias revistas na área de Psicologia. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia Sócio Histórica, atuando e pesquisando principalmente nos seguintes temas: psicologia, educação, psicologia sócio-histórica, profissão e compromisso social e dimensão subjetiva da desigualdade social. Coordena grupo de pesquisa: A Dimensão Subjetiva da Desigualdade Social: suas diversas expressões. Foi presidente do Conselho Federal de Psicologia por três gestões. Preside o Instituto Silvia Lane - Psicologia e Compromisso Social.A Psicologia, como área de conhecimento e como atividade prática tem  enfrentado, como as demais ciências humanas,  um grande desafio: acompanhar o processo acelerado de desenvolvimento da sociedade, principalmente,  aqueles que impactam a vida do indivíduo no seu cotidiano. Questões importantes, afeitas às teorias que sempre dominaram nas explicações  sobre a subjetividade,  tem sido colocadas na pauta da discussão científica seja para reafirmá-las, seja para incorporar a elas outras abordagens  que saem do campo puramente psicológico, para introduzir o papel da sociedade  na determinação da  subjetividade. Esse é fio condutor dessa apresentação que também aborda o problema da elitização da Psicologia, sempre na perspectiva de considerar o seu movimento e, nesse sentido, enfatiza, por um lado, e  a ausência de abordagens psicológicas sobre a negritude, considerando que 51% da população brasileira é negra,  mas que por outro lado, como uma decorrência desse movimento, destaca o papel importante da psicologia com compromisso social, no cenário da contemporaneidade.  

CONFERÊNCIA DE ABERTURA CONFERÊNCIA DE ABERTURA O estudo daO estudo da prostituição e desafios metodológicos para aprostituição e desafios metodológicos para a

PsicologiaPsicologia

Palestrante: Letícia Cardoso BarretoDoutora formada pelo Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas na UFSC pesquisando produção do conhecimento sobre prostituição em Belo Horizonte. É mestre em Psicologia, com área de concentração em Psicologia Social, e psicóloga pela UFMG. Atua como Gerente do Programa de

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Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (PETP/MG), vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social (SEDS) do Governo de Minas Gerais. Possui experiência profissional em pesquisa; ensino em psicologia; atendimento psicossocial; mapeamento e diagnóstico psicossocial; identificação e capacitação de lideranças; promoção, facilitação e análise de grupos focais; gerência de equipe. Parecerista ad hoc das revistas Sexualidad, Salud y Sociedad, Temas em Psicologia e Pesquisas e Práticas Psicossociais.

Mesa redonda: Medidas socioeducativas: propostasMesa redonda: Medidas socioeducativas: propostas de atuação e desafios da Psicologiade atuação e desafios da Psicologia

Mediadora: Profa. Dra. Isabela Saraiva de Queiroz Mestre e Doutora em Psicologia Social, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas.Carolina Flecha (Psicóloga, Referência Técnica na Gerência das Medidas Socioeducativas / PBH)Maria Aparecida Marques Vasconcelos (Psicóloga, Mestre em Psicologia, Diretora de Gestão da Medida de Semiliberdade / SUASE)Elisa de Santa Cecília Massa (Psicóloga, Mestre em Psicologia, Diretora de Orientação Socioeducativa / SUASE)

Nesta mesa serão apresentadas as medidas socioeducativas (prestação de serviços à comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internação)

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previstas no Estatuto da Criança e do Adolescente. Serão discutidos os eixos organizadores de cada medida e seus pressupostos teóricos e metodológicos, além de serem problematizados seus limites e os desafios cotidianos vivenciados pelo psicólogo no campo de atuação. Palavras-chave: ECA; Medidas socioeducativas; Psicologia

Mesa Redonda – Práticas interdisciplinares na formação em Psicologia

Mediador: Rubens Ferreira do Nascimento – Mestre UFMG, Professor da Faculdade de Psicologia da PUC Minas Amanda Luiza Soares - Graduanda em Psicologia - PUC Minas São GabrielCinthia Lorena Corrêa Domingos Santos - Graduada em Psicologia - PUC Minas São GabrielGenésio Alves da Silva – Graduando em Psicologia - PUC Minas Coração EucarísticoIolanda Maria Correia De Resende - Graduanda em Direito - PUC Minas São GabrielMaria Cecília Martins Xavier – Graduanda em Psicologia - PUC Minas São GabrielMarlyson Henrique Ribeiro Reis - Graduando em Direito - PUC Minas Coração EucarísticoNayene Ludmila Gonçalves Sellera - Graduada em Direito - PUC MinasRosangela Lopes dos Santos Oliveira - Graduanda em Psicologia - PUC Minas São GabrielTaissa Silva Meireles - Graduanda em Direito - PUC Minas São Gabriel

Projeto MeDH & Ação Comunitária: Mediação de Conflitos e Direitos Humanos aproximando psicólogos(as) e advogados(as) em formação.O projeto de extensão intitulado MeDH & Ação Comunitária: Mediação, Direitos Humanos e Ação Comunitária, tem como objetivo geral a consolidação do processo de implementação de um instituto de mediação familiar e comunitária no bairro São Gabriel, através de práticas didáticas em Mediação de Conflitos e educação comunitária em Direitos Humanos. Tais práticas tem reunido professores e alunos dos cursos de Psicologia e Direito em duas frentes de ação:a) Mediação de Conflitos e Ações Educativas em Direitos Humanos: práticas de mediação de conflitos no bairro São Gabriel e RMBH e práticas psicossociais e de educação em direitos humanos no bairro São Gabriel e entorno e b) Socioambiental e desenvolvimento comunitário: com presença no “Movimento Deixem o Onça beber água limpa” na região do baixo Onça — Ribeiro de Abreu - e nas redes sociais dos bairros São Gabriel e Jardim Felicidade.O projeto em foco tem possibilitado, em suas ações e reflexões, a compreensão da mediação de conflitos como uma prática possível para estudantes que se colocam como educadores em direitos humanos, sendo eles, psicólogos e operadores do direito em formação ou representantes de outras ciências e profissões onde as dimensões: pedagógica, clínica e psicossocial se fazem presentes. Possibilita também a reflexão sobre uma

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formação universitária humanística articulada com políticas públicas e práticas comunitárias. Palavras-chave: Mediação de Conflitos; Educação em Direitos Humanos; Interdisciplinaridade; Psicologia; Direito

O Transtorno Alimentar Restrititvo/Evitativo sob as perspectivas da Psicologia e da Nutrição. Adriana Alcantara, Adriana Henrique – Graduandas em Nutrição na PUC MinasNayane Ribeiro - Graduanda em Psicologia na PUC Minas São Gabriel

Inicialmente conhecido como Transtorno Alimentar Seletivo (TAS) foi oficialmente adicionado à quinta edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais em maio de 2013, e renomeado como Transtorno Alimentar Restritivo/Evitado (TARE).O TARE é um distúrbio alimentar caracterizado pela recusa a muitos alimentos. Dessa forma a dieta torna-se restrita a poucos tipos de comidas, preferencialmente aos carboidratos e alimentos ricos em açucares e processados. As pessoas sofrem com os julgamentos alheios que consideram esse transtorno como “frescura”. Em muitos depoimentos notamos constrangimentos e angústia vivenciados em encontros sociais simples como almoços em família ou no trabalho. Algumas pessoas apresentam deficiência nutricional em virtude da seletividade de seu cardápio. A literatura técnica ainda é muito singela acerca do assunto. Não há muito que dizer cientificamente sobre o tratamento, mas depoimentos previamente examinados em redes sociais apontam a alta ineficácia nas tentativas de intervenções, até mesmo em função da falta de conhecimento da população e de muitos profissionais ligados à Nutrição e à Psicologia. A proposta é apresentar o TARE a partir do olhar de acadêmicas de Psicologia e também de acadêmicas da Nutrição evidenciando a importância do investimento interdisciplinar em iniciativas de sistematizar conhecimento científico sobre os transtornos alimentares.Palavras-chave: Transtorno Alimentar Restritivo/Evitativo; Transtorno Alimentar Seletivo; Seletividade Alimentar.

Mesa Redonda : A maternidade hoje

Gravidez na adolescência: Uma saída ou um problema?Renata Lucindo Mendonça – Pós graduanda em Psicologia na PUC Minas.

Na atualidade as politicas públicas e a Organização Mundial da Saúde1 veem a gravidez na adolescência como um problema a ser tratado e todo tratamento realizado até o momento não solucionou está questão. Muitas respostas sobre esse acontecimento se referem às situações sociais econômicas e culturais, desresponsabilizando a adolescente e responsabilizando somente fatores externos a elas mesmas.

1 Resumo do relatório da ONU – Situação da População Mundial de 2013 http://www.onu.org.br/gravidez-na-adolescencia-e-tema-do-relatorio-anual-do-unfpa

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Este trabalho pretende abordar esta questão utilizando-se da teoria psicanalítica que reconhece singularidade, a responsabilização do sujeito e é orientada pelo o caso a caso. E se utilizará, também, da experiência de trabalho na ONG Manjedoura que atende gestantes em Bh e grande Bh, com a pergunta: “O que significa gravidez e adolescência na atualidade? O que podemos dizer sobre a maternidade hoje?”Freud localiza a adolescência como a saída da infância em que vários sintomas surgem e que o sujeito precisa encontrar um modo de se encontrar no mundo.2 Lacadée nos avisa que não é possível entender a adolescência como compreendíamos no século passado3, o que temos de novo? Verificamos que no mundo atual um bebê surge também como um produto de troca representado pelas barrigas de aluguel. Seria a gravidez na adolescência uma saída ou um problema? Seria um substituto do falo e uma resposta do que ser uma mulher?

A relação mãe filha e o despertar da sexualidade a partir da vacinação contra o HPVAna Luísa Lana Pinto - Pós graduanda em Psicologia na PUC Minas.

O tema do presente artigo originou-se do projeto de pesquisa a ser desenvolvido no Programa de Pós- Graduação em Psicologia da PUC/MINAS e nasceu de indagações surgidas a partir dos efeitos da campanha nacional de vacinação contra o HPV em meninas de 09 a 13 anos. Tais efeitos envolveram as meninas e suas mães, de diferentes maneiras. As meninas são convocadas a se vacinar em um momento delicado de suas vidas, no qual, assim como a separação dos pais, o real do sexo se apresenta. Exacerba-se também a especificidade da relação mãe e filha, que diz respeito à dificuldade da menina de se separar da mãe. O caminho para a sexualidade feminina envolve uma intensa e prolongada duração da ligação da menina com sua mãe, a ligação pré-edípica, que terá uma grande significação na vida de uma mulher. As meninas que são público alvo das campanhas de vacinação estão, de acordo com as teorias psicanalíticas, vivendo o momento do despertar da sexualidade. A vacinação contra o HPV evidencia a questão da sexualidade pelas características de transmissão e prevenção da doença. As especificidades da relação mãe e filha também fazem parte deste cenário. Neste texto, pretendemos articular a questão da relação entre mãe e filha com a questão do despertar da sexualidade, a partir da vacinação contra o vírus HPV. Palavras-chave: vacinação; sexualidade; relação mãe-filha.

A maternidade de um filho portador de doença falciformeDébora Kristina Tussi - Pós graduanda em Psicologia na PUC Minas.

A Doença Falciforme acomete 1:1.400 crianças nascidas e triadas no estado de Minas Gerais, trata-se de uma desordem genética levando à produção de uma 2FREUD, Sigmund. Três ensaios sobre a teoria da sexualidade (1905). Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud. Vol. VII. R J: Imago, 1969.3 LACADÉE, Philippe. “O Despertar e o Exílio: ensinamentos psicanalíticos da mais delicada das transições, a adolescência”. Contra Capa, 2011.

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hemoglobina anômala: a hemoglobina S (Hb S) nas hemácias, o que faz com que essas hemácias adquiram a forma de foice, daí o nome falciforme. Há uma grande variabilidade clínica da doença, com quadros de grande gravidade e inúmeras complicações com frequentes hospitalizações até os de menor complexidade quase assintomáticos. Porém, com baixíssima possibilidade de cura, essa só se daria com um transplante de medula óssea e no Brasil sua indicação é remota. A mãe do portador que já passou por no mínimo nove meses de espera e angustia idealizando o que haveria de vir, agora com aproximadamente trinta dias após o nascimento do filho, depara-se com a informação de que ele possui a Doença Falciforme. É um momento que será compreendido com o auxilio da psicanálise, levando em consideração que a criança estaria solidificada no narcisismo dos pais respondendo a uma ficção criada por eles que muitas vezes vem pelo “desejo de filho” em um imperativo egóico narcísico. Portanto, essas mães poderão tocar, novamente, algo da falta primordial implicando-as em posições subjetivas mais arcaicas.Palavras-Chave: Maternidade, doença falciforme, psicanálise, narcisísmo.

Mesa Redonda: Construção do caso clínico na política pública de segurança:as medidas socioeducativas em foco

Proponente: Eveline Correa Miranda Araújo – Psicóloga na Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas

A noção de “caso” e o seu efeito no estudo de caso em uma equipe multidisciplinar

A noção de “caso” em uma equipe multidisciplinar provoca efeitos diversos nos estudos de caso, pois as especificidades de cada área de saber trazem em seu bojo um conhecimento sobre o objeto de estudo. Segundo Peres e Santos (2005) os estudos de caso têm sido cada vez mais empregados e se caracterizam por buscar uma análise mais aprofundada de um objeto e por se preocupar com o aspecto unitário deste objeto de estudo. O desafio deste estudo em uma equipe multidisciplinar reside em olhar o caso como algo único, permeado de nuances que se interligam e possibilitam uma leitura para além das especificidades disciplinares. O método de estudo de caso poderá problematizar a generalização que está presente na teoria e que muitas vezes se apresenta avessa ao singular que se faz implicado no inconsciente (VORCARO, 2010), propondo assim, uma escrita clínica analítica (GUIMARÃES; BENTO, 2008). Desse modo, o “caso” será sempre uma construção temporária que possibilita o surgimento de elementos que produzem efeitos, acadêmicos, de intervenções e de abertura ou restrição de novos conhecimentos. É pensando nessas questões que propomos uma discussão com o objetivo de pensar os efeitos da noção do caso no estudo de caso realizado pelas equipes multidisciplinares.

A contribuição do olhar do psicólogo na construção de caso em uma equipe multidisciplinar

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Bianca Ferreira Rocha - Psicóloga na Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas

O profissional da psicologia é um dos atores principais de composição de equipes multidisciplinares em atuação nas políticas públicas. Tal profissional lança luz neste espaço diverso para a escuta do discurso do sujeito, o que o sujeito traz de subjetivo em sua fala que permeia suas atuações e propostas de intervenção com vistas à possibilidades de resiginificação da sua trajetória de vida e atuação, “o adolescente não pode não fazer de outra forma senão deixar-se capturar por esta atração de um ato a ser efetuado, como se ele fosse mais autentico do que as palavras” (LACADÈE, 2007). Tal profissional possibilita em seu olhar a linha que costura a construção do caso quando se enfatiza o que é do sujeito e como ele mesmo irá trazer as respostas para a condução do seu caso dentro da sua trajetória de vida a partir do conteúdo do discurso apresentado.O trabalho em uma equipe multidisciplinar possibilita o encontro de saberes e olhares de formações distintas sobre um mesmo sujeito contemplando toda sua dimensão existencial e possibilita uma intervenção pré disposta pelo universal da política pública dentro do que cabe ao singular do sujeito; se tornando eficaz quando atende à necessidade de cada um.

O saber do adolescente na construção do caso nas medidas socioeducativasNúbia Vieira de Souza – Psicóloga na Subsecretaria de Atendimento às Medidas Socioeducativas

A noção de caso que vamos trabalhar aqui está vinculada ao que Viganò (2010) nos ensina. Trata-se da junção de narrativas dos atores que trazem algum saber sobre o sujeito. O autor afirma que a falta de saber, “o ponto cego” do caso, é o “lugar do sujeito e da doença que o acometeu” (VIGANÒ, p.2, 2010). É justamente neste ponto que entra em cena o saber do adolescente. Nesse sentido, o sujeito vai conduzir a direção da construção do caso, vai nos ensinando o que de fato em sua história possui alguma relevância. Não se trata de descobrir o que é verdade e o que é fantasia, trata-se, porém, de acolher a forma como o sujeito se apresenta, e de compreender que mesmo na fantasia existe uma verdade: a verdade do sujeito.E nesse universo é preciso entender qual o sentido do ato infracional, o que ele diz sobre o indivíduo, compreendendo o que o adolescente não consegue traduzir em palavras e apresenta em ato. Dessa forma, não basta somente reunir os elementos de sua história para realizar uma construção de caso, é necessário extrai aquilo que vai além do relatado, escutando qual o papel que o adolescente ocupa em sua família, identificar os pontos de repetição, de angústia, de agitação e de apaziguamento, enfim, tudo aquilo que o sujeito demostra sobre sua posição na vida.

Mesa Redonda: Inclusão: na família, na universidade e seus efeitos

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Experiências da monitoria de acompanhamento de alunos do curso de Psicologia com deficiência e/ou dificuldadesRafaella Vidal Gomes Alves Novaes – Graduanda em Psicologia na PUC Minas

O objetivo do presente trabalho é apresentar o conceito de Inclusão de forma abrangente e com o foco nas pessoas com deficiência, além de exemplificar uma prática que se encaixa no modelo dessa proposta. A Inclusão visa garantir, proteger direitos e, concomitantemente, promover o acesso, a participação e a permanência das pessoas marginalizadas nos diversos âmbitos da sociedade. A experiência da monitoria no projeto de “Acompanhamento de Alunos com Deficiência e/ou Dificuldades no Curso de Psicologia da PUC Minas-São Gabriel” ilustrará uma proposta inclusiva no espaço universitário. O projeto será apresentado abordando sua história, objetivos e práxis.

Os efeitos da práticas de inclusão da PUC Minas nos seus alunos com deficiência Darciane Helena de Souza – Graduanda em Psicologia na PUC Minas

A presente pesquisa objetivou-se a conhecer os efeitos das práticas de inclusão nos alunos com deficiência da PUC Minas e quais eram as suas percepções sobre tais práticas. Optou-se por esse estilo por acreditar que a opinião dos alunos sobre algo que é feito para eles é de extrema importância. Além do objetivo geral, houve também objetivos específicos, que eram: pesquisar teoricamente sobre Inclusão, Integração, Exclusão, Deficiência e a prática inclusiva no Ensino Superior; compreender a maneira com a qual os alunos lidam com a deficiência, inclusão e exclusão; desafios e obstáculos enfrentados pelos alunos na vida acadêmica e no cotidiano; identificar os cursos e os tipos de deficiências mais comuns; obstáculos e desafios na vida acadêmica; envolvimento dos alunos no processo de inclusão escolar; percepções sobre as práticas inclusivas. O método utilizado foi o qualitativo, a técnica escolhida foi a de entrevista semi-estruturada e para a análise de dados contou-se com a análise de conteúdo. Foram realizadas, também, pesquisas sobre os demais projetos de inclusão e suas influências na sociedade. Constatou-se que os alunos com deficiência evidenciam efeitos positivos das práticas de inclusão e que essas os auxiliam no processo de inclusão escolar, apesar de fazerem críticas que contribuiriam para a melhora de tais propostas e os alunos não possuem conhecimento de outras iniciativas de inclusão que não as relacionadas às pessoas com deficiência. Percebeu-se também que a maioria das pessoas com deficiência entrevistadas buscavam de alguma forma seus direitos e lutavam contra a exclusão e o preconceito.

O papel da família no processo de socialização do filho surdoLuana Pereira de Oliveira Rodrigues Trindade

O presente trabalho buscou investigar qual o papel da família no processo de socialização do filho surdo, considerando a família como importante nesse contexto. Buscando compreender como os pais ouvintes lidam com o diagnóstico de ter um filho surdo (a). Na revisão de literatura discorreu-se sobre a família, seu processo de construção social e a socialização primária e a

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secundária de Berger e Luckmann (2008). Para compreender a família e suas transformações também foram utilizados autores como, Bruschini (1997), Macedo (2015). Para que os objetivos propostos pudessem ser alcançados foi conduzida uma pesquisa qualitativa, que contou com a participação de pais de surdos. Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas a fim de levantar dados sobre o processo da socialização em famílias formadas por pais ouvintes e filhos surdos. Para analisar os dados coletados foi feita a análise de conteúdo. Os resultados deste estudo evelaram que os pais enfrentam dificuldades no processo de socialização dos filhos e também dificuldades na comunicação, quando não sabem a Língua Brasileira de Sinais- Libras. O surdo, no processo de socialização secundária, terá mais autonomia para esse aprendizado, diferentemente do estágio da socialização primária, quando dependia inteiramente dos pais para um desenvolvimento satisfatório. É importante destacar que, na socialização secundária, pode sim haver variações; entretanto, para uma pessoa surda, mesmo que sua socialização primária não tenha sido efetiva no tempo esperado, ainda haverá possibilidades de um bom desenvolvimento social.

Mesa Redonda: Diálogos em Direitos Humanos: gênero, classe social e adolescência

Direitos fundamentais dos adolescentes e o papel das políticas públicasBianca Ferreira Rocha - Psicóloga na Secretaria de Estado de Defesa Social – Mestre em Psicologia pela UFMG

O presente trabalho tem o objetivo de promover uma reflexão sobre os direitos dos adolescentes e a falta de acesso a estes direitos, o que acarreta na situação de vulnerabilidade que muitos vivem. As mudanças na política de atendimento às crianças e aos adolescentes possibilitaram o reconhecimento deste público como sujeito prioritário de direitos. Nesse sentido houve um avanço na concepção destes direitos, principalmente a partir da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA – Lei Federal Nº8069/1990, estabelecendo novas diretrizes para o trabalho com este público. No ECA são propostas nove medidas protetivas que visam resguardar os direitos fundamentais da crianças e adolescentes, considerando-os como sujeitos de direitos e deveres. As medidas protetivas são aplicadas quando os direitos deste público, forem ameaçados ou violados; por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis e em razão da própria conduta. Quando os adolescentes vivenciam situações de vulnerabilidade e violência percebemos que as políticas públicas de garantia de direitos não atuou no sentido de garantir a proteção deste adolescente, ou seja, as medidas protetivas falharam em sua aplicação e execução. O fortalecimento de políticas públicas para adolescentes com o intuito de garantir os direitos fundamentais destes, se apresenta como um fator protetivo para adolescentes em situação de vulnerabilidade. Assim sendo, são necessárias mais ações que possam fortalecer e integrar políticas

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públicas de assistência social, educação e segurança para que o ECA possa cumprir o seu objetivo de proteção aos adolescentes.

Gênero e Direitos Humanos: subversão e corpo no discurso de mulheres transAtaiana de Araújo Rosa – Graduanda na FEAD. João Henrique de Sousa Santos - Mestre em Psicologia, Professor na FEAD.

O conceito de gênero como algo naturalmente adquirido é questionado pelas teorias feministas, que compreende o gênero como algo socialmente construído. Partindo dos estudos de Judith Butler, para quem o gênero é compreendido como ato performático, discutiremos a transexualidade como uma performance. O trabalho tem como objetivo apresentar e discutir, a partir dos discursos produzidos por mulheres trans, a noção de corpo e a relação com os mesmos. O estudo dialóga com as teorias feministas, sendo realizado uma pesquisa bibliográfica sobre produções com temáticas de gênero, transexualidade e corpo. Foi realizado, ainda, duas entrevistas semiestruturadas com mulheres trans. No que diz respeiro aos relatos coletados, é possível identificar um desconforto e inadequação com o próprio corpo, o que provoca sofrimento. O órgão genital, como algo desajustado, também aparece como elemento ponderante nas entrevistas. Contudo, a possibilidade de modificá-lo é evidencia mediante esse desconforto. Há, também, uma relação de prazer com o corpo na medida em que ele é modificado e passa a despertar o olhar e desejo do outro além do sentimento de adequação a uma identidade performativamente constituída. Na dinâmica relacional de sofrimento e prazer com corpo, ele é concebido como transgressor de padrões heteronormativos, um significante cultural e dispositivo de identidades. As vivências relacionadas a este corpo, vão constituindo sua performance.

Classe social e direitos humanos: um diálogo mediado pelo cinemaPaola Lorena Eleutério Borges - Graduanda na FEAD. João Henrique de Sousa Santos - Mestre em Psicologia, Professor na FEAD.

O cinema é um importante instrumento da arte que permite colocar em discussão temas variados e, por vezes, velados na sociedade. Esse trabalho tem como objetivo discutir a temática de gênero, classe social e direitos humanos na produção cinematográfica brasileira, especialmente nos filmes Que horas ela volta (2015); Domésticas (2001) e Casa Grande (2014) . O estudo dialoga com as teorias pós-estruturalistas, considerando a construção de modos de subjetivação ao longo das experiências vividas. Os três filmes foram analisados à luz das temáticas gênero, classe social e direitos humanos, buscando categorias que pudessem explicitar essas temáticas nas cenas apresentadas. Compara-se, ainda, as narrativas cinematográficas com a realidade social. A dinâmica cinematográfica se aproxima da realidade quando temas como gênero, classe social e direitos humanos estão em discussão. Nos filmes pode-se verificar situações em que ficção e realidade se misturam, mostrando ao espectador a incoerência da dinâmica social que, por vezes, se mostra silenciada no cotidiano dos sujeitos. Regras instituídas, normalizações

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de comportamentos, objetivação de indivíduos e a manuntenção de um status quo, mesmo que sobre pena de violação dos Direitos Humanos, parece, ainda nos dias atuais, perpetuar na sociedade brasileira. O filme como material de elucidação da realidade aparece como importante componente de denúncia de temas que são caros à sociedade.

Mesa Redonda: Grupo de Pesquisa “Psicologia, religião e subjetividade”

Soraya Cristina Dias Ferreira - Psicóloga, Mestre em Ciências da Religião; Lauro Eustáquio Guirlanda de Moura - Psiquiatra, Pós graduando em Ciências da Religião na PUC Minas.

Mesa Redonda: Identidades, subjetividades e posições do sujeito na escola: uma rede de significações

Robson Figueiredo Brito – Psicólogo; Professor do Departamento de Filosofia da PUC Minas, Mestre e Doutorando em Linguística e Língua Portuguesa na PUC Minas Pós Letras. Daniela Faria Prado - Professora de Língua Portuguesa e Inglesa. Instituto Federal Tecnológico de Minas Gerais - Campus Paracatu e Doutoranda em Linguística e Língua Portuguesa pela PUC Minas Pós Letras . Fernanda Santana Gomes - Professora de Língua Portuguesa, Pedagoga, Especialista em Educação a Distância da PUC Minas Virtual e Mestranda em Linguística e Língua Portuguesa pela PUC Minas Pós Letras.

O foco desta mesa redonda está organizado em torno da discussão de redes de significação que se organizam na direção de pensar as identidades, subjetividades e posições de sujeito, na Escola. Sob a perspectiva de práticas de pesquisas qualitativas, no âmbito de Mestrado e Doutorado, na linha de pesquisa de estudos da língua(gem) processos discursivos e enunciação, do Pós-Letras da PUC Minas vamos discutir e refletir: i) a formação inicial de professores, no PIBID ( Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência) tomando a noção de posicionamento identitário, vindo da Psicologia Social, calcados na Teoria do Posicionamento, de Davies e Harré, como um fenômeno psicológico que se produz nas práticas discursivas dos sujeitos e, por essa razão, perpassam as relações presentes no cotidiano da escola e da universidade; ii) o debate sobre o discurso de outrem, posicionamentos identitários e implicações pedagógicas no Estágio Supervisionado na formação final de professores; iii) a questão dos desafios do Letramento Digital, como uma prática social organizada, para a constituição novas identidades do professor. Cabe ressaltar que se faz necessário debater, nos tempos atuais, a relação entre Psicologia, Letras, e a Educação presente em pesquisas desse porte, posto que é preciso pensar e identificar sobre que formação social e discursiva se filiam os futuros docentes e que identidades de professor vêm se evidenciando no decorrer de sua preparação para o exercício do Magistério, na Educação Básica, modalidade de educação tão desvalorizada, em nosso país com intuito de contribuir para a interdisciplinaridade nesse campo.

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Palavras–chave: identidades, subjetividades, posições de sujeito, formação de professores.

Mesa Redonda: o significado do trablaho na vida de comerciários de um hipermercado da cidade de Belo

Horizonte e sua relação com a saúde psíquica

Luana Pinto Moraes – Pós-graduanda em Psicologia na PUC Minas

Este estudo busca verificar o sentido do trabalho para os comerciários do setor do varejo e analisar a saúde psíquica desses trabalhadores. O setor varejista brasileiro tem apresentado profundas mudanças culturais e estruturais, sendo atualmente um dos segmentos que mais geram oportunidades de emprego no mercado de trabalho. A análise proposta por este estudo é compreender o valor psicológico e social das atividades dos profissionais deste setor. Os dados desta investigação foram obtidos mediante pesquisa de campo em uma empresa do varejo (hipermercado) na cidade de Belo Horizonte. Além da pesquisa bibliográfica em vista de sua fundamentação teórica, o estudo de campo incluiu a observação participante e a coleta de dados, através de entrevistas semi-estruturadas. Na ótica da abordagem qualitativa, foram realizadas 22 entrevistas com pessoas de ambos os sexos trabalhando no nível operacional da empresa pesquisada. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas através da análise de conteúdo. A abordagem teórica prevalente foi a psicossociologia, através da qual se buscou analisar os processos de subjetivação no campo do trabalho. Os resultados parciais desta pesquisa mostram que a maioria dos sujeitos entrevistados, quando se fala sobre o trabalho, apresentam o dinheiro como o principal objetivo. Assim, a atividade do trabalho em si não é vista como fonte de realização, mas apenas como um meio de se atingir algo externo que tenha significado em suas vidas, como sustentar a família, pagar um curso superior, comprar uma casa, entre outros objetivos futuros desses trabalhadores. Palavras-Chave: Psicologia do trabalho; Sentido do Trabalho; Saúde Psíquica; Hipermercado.

Mesa Redonda: Pesquisa em debate

Relato de experiências a partir da pesquisa "Laços sociais de crianças após o cárcere"Ilka Franco Ferrari - Doutora, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Suzana Faleiro Barroso - Doutora, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Núbia Pereira Ferreira - Graduanda no Curso de Psicologia da PUC Minas

A pesquisa “Laços sociais das crianças após o cárcere” teve início em 2015, com o objetivo de conhecer possíveis efeitos da convivência dualizada entre

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mãe e filho (a) para a socialização da criança após sua saída do “Centro de Referência à Gestante Privada de Liberdade”. Esse Centro de Referência é uma unidade prisional inaugurada em 2009, na cidade de Vespasiano, MG, destinada ao abrigo de prisioneiras a partir do 7º mês de gravidez, em instalações sem grades e celas. Ali elas permanecem com seus filhos até o primeiro ano de suas vidas, com o propósito de fortalecer o vínculo afetivo entre a mãe e a criança. Ao final deste tempo, se a mãe precisa seguir ingressada, ela vai para outro presídio e um juiz determina a guarda da criança. Essa pesquisa busca, exatamente, escutar mães, responsáveis pela guarda e juízes envolvidos nestes processos, por meio de entrevistas semiestruturadas, além de realizar observações com algumas crianças em seus espaços naturais de convivência e na sala de jogos da clínica da PUC Minas. O trabalho se desenvolverá como um estudo exploratório, portanto não comportando construção de hipóteses, em parâmetros de pesquisa qualitativa e tendo a psicanálise como orientação teórica. A pesquisa conta com o financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) tendo como previsto ser finalizada em 2017.Palavras- chave: Cárcere; Laços sociais; Mães; Crianças; Psicanálise.

Reflexões sobre laços sociais de crianças após saída do cárcere e separação das mães. Márcio Heber Andrade Mendonça – Pós graduando em Psicologia na PUC Minas

O presente trabalho propõe apresentar experiências vividas por dois alunos, bolsistas de iniciação científica, graduandos de psicologia, ocorridas durante a realização da pesquisa “Laços sociais das crianças após o cárcere”, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG), iniciada em 2015 com previsão de término em 2017. Serão focalizadas vivências proporcionadas pelas observações interativas com as crianças que passaram um tempo de vida com a mãe no cárcere, entrevistas com responsáveis pela guarda das crianças, já que as mães continuam presas, e transcrições de entrevistas com as mães prisioneiras. Serão descritos também alguns dos sentimentos, experiências e pensamentos proporcionados, a partir de observações com as crianças em seus espaços de convivência, como casa onde vive e escola, visitas às famílias e escutas realizadas durante a pesquisa. Escuta que se apresenta como um dos principais meios de apropriação de conhecimentos e práticas dentro do meio acadêmico. Este trabalho ainda propõe descrever como ocorreu o processo para o encontro com essas crianças e responsáveis, incluindo autorização das mães prisioneiras, contato com a família e buscas dos locais em que as famílias participantes moram. Algumas dificuldades e impasses serão circunscritos, mas também boas e ricas experiências de aprendizagem, já que a pesquisa é aberta justamente por não haver uma construção de hipóteses, dispondo da complexidade dos casos e centrada em descobrir o novo, consequentemente não limitando o olhar.Palavras- chave: Entrevistas; Crianças; Guarda dos filhos; Sistema Prisional; Mães.

Mesa Redonda: Sexualidades: do prescrito à diversidade22

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Mediadora: Maria Madalena Silva de Assunção - Psicóloga, Mestre e Doutora em Educação, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas.

Essa temática se enquadra no cenário histórico, cultural e social e visa apresentar conceitos que venham contribuir para o entendimento da sexualidade como uma experiência que se encontra em constante processo de construção, e não como algo dado, definido biológica e compulsoriamente ao nascer. Além disso, busca-se compreender como mães vivenciaram a notícia da homossexualidade do filho ou filha, destacando as reações e consequências dessa realidade na vida dessas mães e no contexto geral da família, que costuma ser rodeado de conflitos, tabus e preconceitos. Construímos historicamente fundamentos que normatizam as práticas sexuais e mesmo que tenhamos atualmente um discurso de aceitação e respeito às múltiplas formas de se viver a sexualidade, há uma distância abissal entre esses discursos e os comportamentos cotidianos que discriminam e marginalizam pessoas que ousaram romper com os princípios heteronormativos. Romper com tais padrões é sujeitar-se a viver sob a égide do medo e da constante ameaça da barbárie, alimentada pelo ódio e pela intolerância extremada que coloca nosso país na liderança dos crimes homo/transfóbicos.

Sexualidades em construçãoMaria Madalena Silva de Assunção

A heteronormatividade é o fio condutor que define modos de viver, de relacionar, de amar, de perpetuar a espécie, de organizar as experiências e expectativas pessoais e sociais em nossa cultura. Em decorrência disso, vivências identitárias de gênero divergentes das socialmente aceitas são patologizadas e discriminadas. O descompasso entre o deliberado culturalmente e a concepção de que a sexualidade é um projeto em aberto, continuamente reinventado, gera a intolerância que, no extremo, promove o assassinato de pessoas que ousaram construir novos modos de viver a sexualidade, sendo o Brasil o país onde mais se registram mortes dessa natureza. Necessário e urgente, portanto, que a violência de gênero e os crimes de ódio (homo/transfóbicos) ganhem espaço para uma discussão que ultrapasse a ordem individual e atinja a dimensão cultural, institucional e política. Palavras-chave: Sexualidades. Homofobia/Transfobia.

Aceitar, rejeitar, conformar: Ambivalências em narrativas de mães diante da “descoberta” da homossexualidade do/a filho/aJefferson Silveira Silva – Graduando em Psicologia na PUC Minas

Essa pesquisa se origina do trabalho de monografia e busca compreender como mães vivenciaram a notícia da homossexualidade do filho ou filha, destacando as reações e consequências dessa realidade na vida dessas mães e no contexto geral da família. Essa temática se enquadra no cenário histórico e social da homossexualidade e visa conhecer o posicionamento dos pais e mães perante essa situação, que costuma ser rodeada de conflitos, tabus e preconceitos. A pesquisa teve escopo qualitativo e a entrevista narrativa foi

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utilizada para coleta de dados. Foram entrevistadas quatro mães de pessoas de orientação homossexual. No trabalho de análise, foram utilizadas ferramentas da análise de narrativa, considerando elementos estruturais, temáticos e dialógicos para articulação e interpretação dos dados das entrevistas. Os resultados obtidos demonstram que existem distintas formas de reação de cada família diante da declaração da homossexualidade dos/as filhos/as e que nem todas as famílias reagem de forma aversiva a tal realidade. Mesmo com a reação mais tolerante e acolhedora de algumas mães foi observado que todas as famílias vivenciaram sentimentos e comportamentos de negação, medo, preconceitos, decepções, discórdias, hostilidades, conflitos e angústias, decorrentes da orientação homossexual declarada e assumida. Em alguns fragmentos narrativos demarca-se aceitação, em outras, conformação e também aversão e fuga dessa realidade. O tempo, a relação amistosa entre mãe e filho/a, a empatia, a firmeza no enfrentamento de preconceitos, realidades parecidas vivenciadas pelas mães, sentimentos de amor aos/as filhos/as, foram decisivos nesse processo. Palavras-chave: Homossexualidade. Mães. Processo de subjetivação. Homofobia familiar

O processo de identificação do transgênero e suas implicações sociais, psicológicas e afetivasIsabela Ferreira Torres, Larissa Pereira Wilike, Nathália Ribeiro Dias Guimarães, Paôla Cristina Mendes de Souza, Thaynara Bárbara Martins – Graduandas em Psicologia na PUC Minas.

Tendo em vista a concepção de que a psicologia está constantemente acompanhando as mudanças culturais e sociais, contamos, a cada época, com o surgimento de alguns temas que demandam reflexões desta área do conhecimento. Nessa direção, o termo “transgeneridade” vem ganhando espaço nas discussões acadêmicas nos últimos anos e nos mostrando o sofrimento e a discriminação sofrida pelo indivíduo que assim se identifica. Nesse estudo buscamos compreender sobre a construção identitária dos transgêneros e suas implicações sociais, psicológicas e afetivas, destacando as diversas formas de identificação de gênero e as diferenças entre elas. Para tal, foi essencial o entendimento e discussão de termos que compõem esse universo, tais como: transgênero, identidade de gênero, orientação sexual, sexo, heteronormatividade, fobia, homofobia, lesbofobia, transfobia, intersexualidade, travestis, transexual, transformista, cirurgia de transgenitalização, drag queens, drag Kings, crossdress, cisgênero, teoria queer, nome social. Pretendemos compartilhar conhecimentos e breves experiências relatadas em entrevistas, bem como contribuir com a conscientização dos grupos sociais e das instituições, mostrando a necessidade de acolher e respeitar o sujeito transgênero.Palavras-chave: construção identitária. Identidade de gênero. Universo trans.

Mesa Redonda: Clínica da toxicomania

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Mediadora: Ilka Franco Ferrari – Psicóloga, Doutora, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas.

O objetivo da mesa consiste em trazer informações sobre pesquisas em andamento, no Programa de Pós-graduação da PUC Minas, que contam com a psicanálise como campo de conhecimento para refletir e articular questões da atualidade de nossa realidade social.

Reflexões sobre a ética que rege o tratamento da toxicomania em Comunidades TerapêuticasIlka Franco Ferrari – Psicóloga, Doutora, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Marcelo Soares Cotta – Pós graduando em Psicologia na PUC Minas professora na graduação

Na atualidade uma das formas de tratamento da toxicomania é a internação em Comunidades Terapêuticas (CTs). Estudo tem mostrados que ali o toxicômano é afastado da sociedade ampliada e assujeitado a determinadas normas e regras de conduta, através de discurso totalitário que busca conter o gozo pela pedagogia e abstinência. Ademais, tenta homogeneizar comportamentos e valores em torno dos pilares da instituição, reduzindo a liberdade de ação dos internos. Insteressa, portanto, o estudo da ética que rege esse tratamento, forma de controle social, reprodução moderna das práticas manicomiais onde os mecanismos institucionais são legitimados sob o véu do tratamento, e as queixas dos pacientes consideradas como sintomas e sinais de perturbação. A psicanálise é a abordagem teórica que permitira os contrapontos, ao considerar que os discursos totalitários podem exercer, sobre o sujeito, efeitos de obediência cega, fascinação, alienação, contágio emocional e sugestão. O profissional orientado pela psicanálise, nestas instituições, encontra desafios éticos em suas decisões, uma vez que seu trabalho é dirigido ao sujeito, enquanto a instituição, muitas vezes, justifica sua existência em nome da civilização. O tratamento, pelo viés psicanalítico, busca que o sujeito reconheça seu desejo e não permaneça em uma posição de subjugado em relação às virtudes determinadas pelo Outro. Este trabalho percorrerá um pouco o tensionamento entre estas duas posições: de um lado um ideal coletivo estabelecendo identificações que sustentam a instituição e, de outro, a consideração das singularidades de modo de gozo de cada interno.Palavras-chave: Comunidade Terapêutica. Toxicomania. Ética. Psicanálise

Desinserção : um sintoma social na clínica de adolescentes usuários de drogas atendidos nos CAPSiMônica Eulália da Silva – Pós graduando em Psicologia na PUC Minas.

O texto apresenta parte da pesquisa doutoral, em andamento, no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da PUC Minas, abordando as dificuldades dos adolescentes, usuários de drogas, em aderir ao tratamento nos Centros de Atenção Psicossocial – CAPSi. A pesquisa investiga como o estudo destas dificuldades pode contribuir para que estes sujeitos se beneficiem de um tratamento nas políticas de saúde mental. Foram realizadas visitas em 5 CAPSi do Estado de Minas Gerais, e entrevistas semiestruturadas com adolescentes e

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trabalhadores destes locais. O fundamento teórico repousa na psicanálise de orientação lacaniana, e essa situação é considerada sintoma social, tal como trabalhado por Ferrari (2008), Ramírez (2007) e Kehl (2009), ou seja, uma resposta do sujeito que se desconecta dos significantes mestres que funcionam como imperativos na sociedade atual, levando à noção de desinserção. As dificuldades de inserção dos adolescentes usuários de drogas, nos CAPSi, permite compreender este fenômeno como uma inserção às avessas. A adolescência é abordada a partir das considerações de Stevens (2004), que a concebe como um modo singular do adolescente fazer a travessia do real da puberdade. O uso de drogas é visto como um modo ao qual o sujeito recorre para lidar com os imperativos hegemônicos do mundo contemporâneo, levando à compreensão da desinserção como um sintoma que, em desacordo com a normatividade social, denuncia as contradições do discurso do mestre. Palavras-chave: adolescência; toxicomania; sintoma social; desinserção

Resto não mediável e mediação de conflitos.Charlisson Mendes Gonçalves – Pós graduando em Psicologia na PUC MinasO trabalho é oriundo de uma dissertação em andamento, e apresenta reflexão sobre a técnica da mediação de conflitos, utilizada no Programa Mediação de Conflitos (PMC) da Secretaria de Defesa Social do Estado de Minas Gerais. A psicanálise é a teoria escolhida para orientar a resposta dada à pergunta acerca da existência de resto não mediável na teoria e nas práticas desse Programa. O resto não mediável foi abordado a partir da noção de inconsciente, em Freud e Lacan, constituição de parcerias amorosas, noções de conflito, agressividade e violência e, também do ideal de felicidade e mal estar na civilização. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e teórica em psicanalise, que contou com relato de dois casos de mediação de conflitos, publicados pelo Programa, um deles considerado exitoso e outro não, ali permitindo verificar que os mediadores do PMC se preocupam mais com a técnica, não considerando o resto não mediável, próprio de cada sujeito. Esses casos tiveram como contraponto, outros conduzidos por psicanalistas também em situação de mediação, onde se observa presença com os aspectos subjetivos. Não se trata de defender que os mediadores devam ser todos psicanalistas, mas, de colocar na cena a existência e algo impossível de mediar, que não se cala diante da objetividade dos fatos, da racionalidade cerebral, possibilitando incluir o mal estar no cotidiano da comunicação. Sua consideração poderá, ainda, aliviar o mediador do peso de garantir a paz no território em que o programa se insere, fará sua tarefa menos árdua.Palavras-chave: Mediação de conflitos. Psicanálise. Resto não mediável

Mesa Redonda: Apenas uma incrível aventura superpoderosa: discutindo os desenhos animados e o

estudo de gênero.

Ana Cláudia Mourão de Lacerda Mendes; Francielle Cristiane Pinto; Henrique Fernando Rodrigues Sousa; Tâmara Rayana Alves Melges; Vítor Miranda Batista Pereira – Graduandos em Psicologia na PUC Minas.

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Atualmente, as discussões acerca do gênero e suas implicações vêm de um processo inaugurado por feministas ao longo dos anos. Considerar as questões que dão caráter problemático ao debate é de fundamental importância para orientar ações e medidas para compreender a grande complexidade atrelada ao tema. Porém, este processo de apreensão do significado do gênero é algo que ocorre em todos os níveis e camadas sociais, uma vez que, o próprio movimento feminista busca a equidade de papeis e o mesmo acesso a oportunidades tanto para homens quanto para mulheres. Com isso, através das manifestações e preferências tidas na infância, é possível compreender melhor esta lógica. De fato, o desenho animado se torna uma categoria de análise, uma vez que, crianças aprendem e imitam a arte, se sentem super heróis e super heroínas, se orientam através dos personagens e criam fantasias acerca dessa realidade imaginária. É proposta aqui, uma análise dos processos e maneiras com que o desenho animado pode influenciar no comportamento, vestuário, atitudes, personalidade e na compreensão do gênero pelas crianças. Explicita-se então, as questões que dizem respeito à forma com que as crianças apreendem essa realidade, como se socializam e constroem seu conhecimento. Há de desconsiderar o fato de que a infância é uma fase de aprendizado, pois é nesse momento que se constroem as primeiras bases tanto a nível cognitivo e físico quanto ao nível social, do que é viver no mundo.

Mesa Redonda; As práticas de orientação profissional no âmbito das políticas públicas

Mediadora: Nanci Rajão – Mestre, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas

A inserção das práticas de orientação profissional – conformação e dilemas Mara Marçal Sales - Mestre e Doutora em Psicologia Social, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas

Há uma crescente presença da psicologia nas diferentes políticas públicas. Esta presença assume diferentes conotações e adota perspectivas teóricas igualmente diversas. No tocante à orientação profissional – uma das mais tradicionais atividades do campo da psicologia – pode-se também divisar sua inserção em políticas públicas. Sua entrada ocorreu já há algumas décadas, notadamente em iniciativas do campo da educação. Paulatinamente, práticas e aspectos da orientação profissional passaram a ser introduzidas em políticas do campo da assistência social e de trabalho. Esta inserção, contudo, não se fez de forma equânime. Ela tampouco levou ao desenvolvimento de embasamentos teóricos que tratem das especificidades das políticas públicas. Frequentemente, a entrada de ações de orientação profissional baseia-se na simples transposição de práticas típicas da clínica liberal para o contexto público. Há, todavia, características e demandas específicas que marcam a oferta da orientação profissional no âmbito das políticas públicas. Aspectos como o financiamento, a articulação entre políticas, os fluxos institucionais e

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os contornos metodológicos assumem características peculiares nestes contextos. A produção teórica que se dedica ao tema da orientação profissional tem dedicado pequena atenção a estes temas. Ao mesmo tempo, deve-se notar que há uma expectativa crescente de que as ações de orientação profissional possam ser ampliadas e contribuir, cada vez mais, para a oferta de diferentes serviços públicos.

A experiência de inserção das práticas de orientação profissional na prefeitura de Nova Lima Camila Pereira Lisboa - Mestre em Psicologia, Psicóloga na Prefeitura de Nova Lima

A iniciativa a ser descrita na presente mesa refere-se às ações que estão sendo desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social da Prefeitura de Nova Lima. Nova Lima é uma das mais antigas cidades do estado de Minas Gerais. Ela está localizada a aproximadamente vinte e dois quilômetros de Belo Horizonte e conta com população de cerca de oitenta mil habitantes. Ela possui um dos mais elevados Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado. Apesar disto, o município conta também com significativo número de habitantes que se encontram em vulnerabilidade social. Tal fato pressiona a gestão municipal no sentido de desenvolver ações destinadas a enfrentar os desafios socioeconômicos. A inserção da orientação profissional, neste contexto, associa âmbitos da política de Assistência Social à política de geração de trabalho, emprego e renda. Esta associação expressava, inicialmente, o desafio de construir estratégias capazes de contribuir para a ascensão social de famílias beneficiárias de programas de transferência de renda. Mas, paulatinamente, outros públicos também passaram a ser enfocados, o que ampliou o escopo do programa. A realização das ações assenta-se no desenvolvimento de propostas que – por serem flexíveis – se adaptam às circunstâncias específicas das políticas públicas. Elas, também, se adéquam às demandas imprevistas que surgem no cotidiano da execução dos programas públicos.Palavras-chave: orientação profissional; políticas públicas; psicologia

Mesa redonda: Sexualidade, subjetivação e liberdade em mulheres jovens e sujeitos idosos

Mediador: Rubens Ferreia do NascimentoMestre emm Psicologia na UFMG; Professor do Curso de Psicologia na Faculdade de Psicologia da Puc Minas

Trabalho 1 – A prática sexual de mulheres jovensAna Cláudia Mourão de Lacerda Mendes; Débora Silva Braga; Grazielle Brenda Silva Rodrigues; Jessica Karoline da Silva Santana; Thábata Kódato; Tayná Stefany, Soledade Mayer – Graduandas em Psicologia da PUC Minas

A investigação sobre a liberdade das mulheres jovens na contemporaneidade sob a perspectiva de diferentes gêneros e gerações (Estágio práticas investigativas II e III – ano 2015) proporcionou conhecer teorias sobre o feminismo e suas reivindicações e sobre representações das mulheres jovens

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na atualidade. A pesquisa foi realizada a partir dos dados coletados por meio oito entrevistas semi-estruturadas com quatro homens e quatro mulheres classificados como representantes das gerações X, pós X, Y e Z.Foi notável nos resultados a constatação de que as mulheres conquistaram um lugar mais igualitário em relação aos homens e possuem espaços para se expressar e opinar dentro de seus relacionamentos.Identificou-se que há uma evolução em direção a um pensamento mais igualitário entre os gêneros. As gerações Y e Z, mais contemporâneas, não apresentam falas distintas enquanto nas geração X e pós-X foram encontrados discursos caracterizados por uma posição tradicional e machista.A pesquisa realizada foi de caráter exploratório e convia a novas investigações acerca do tema como, por exemplo: porque há a reprodução do discurso machista entre a geração pós-X? Qual a influência da mídia no processo de subjetivação do sujeito? Pode-se também estudar a reprodução do pensamento patriarcal nas obras literárias. Essas representações sobre a liberdade sexual da mulher jovem constituem uma singularidade de pensamento que há sobre o tema e nos mostra como não se tem uma homogeneidade de pensamento e sim uma pluralidade que é perpassada por diversos aspectos do sujeito.Palavras-chave: Mulheres Jovens; Liberdade Sexual; Distintas Gerações; Feminismo

Trabalho 2: Processos de subjetivação nas práticas sexuais de idososAmanda Luiza Soares; Francielle Cristiane Pinto; Henrique Fernando Rodrigues Sousa; Lucas Rodrigues Coelho; Sabrina Azevedo Miranda Araújo - Graduandas em Psicologia da PUC Minas

O objetivo geral da pesquisa foi investigar e analisar as práticas sexuais dos idosos considerando os processos de subjetivação relacionados à velhice e à sexualidade. Buscou-se criticar a compreensão naturalizante de que o avanço da idade é um fator determinante para o impedimento na prática sexual havendo a crítica também ao senso comum que infantiliza e pressupõe a assexualidade do idoso. Procurou-se compreender a velhice como construída socialmente entendo-se como fundamental contemplar a sexualidade nesta etapa da vida. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas com sujeitos idosos e idosas e analisados por meio da análise do discurso e a utilização dos repertórios interpretativos. Diante da pesquisa realizada percebeu-se que os processos de subjetivação interferem nas práticas sexuais de idosos. Durante a análise das entrevistas, notou-se que o significado de ser velho na sociedade contemporânea produz modos de pensar, de agir e de vivenciar a prática sexual na velhice. Há uma influência do discurso religioso, machista, da imagem inativa do idoso e das idades cronológica, biológica e psicológica. Observou-se um discurso paradoxal relacionado à sexualidade. Ao mesmo tempo em que se resiste à imagem do idoso inativo que não possui práticas sexuais, percebeu-se que os mesmos buscam encaixar a vida sexual ativa nos padrões sociais. Observou-se o idoso como sujeito social ativo que constrói suas próprias verdades, reflete sobre si, suas experiências e, a partir disso, não aprisiona a vida sexual a padrões estipulados socialmente, mas lida com a sexualidade do seu modo.

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Palavras-chave: Idosos; Sexualidade; Práticas sexuais; Processos de Subjetivação

Mesa Redonda: Psicologia e saúde coletiva

Mediadora: Patrícia Pinto de Paula – Doutora em Psicologia; Professora na PUC Minas. Bruna de Souza e Silva, Bruna Rafaela Melo Berlote; Gabriela Mendes Loiola; Giovana Alberto da Silva; Lorena Oliveira de Paula; Mariana Cecília Nogueira Morais; Vivian Patrícia Silva - Graduandas em Psicologia da PUC Minas

O Laboratório de Saúde Coletiva da PUC Minas- São Gabriel tem como uma de suas principais atividades a pesquisa. Queremos proporcionar ao aluno contatos com o meio de produção acadêmica e desenvolver senso crítico através dessas relações. Trazemos as alunas do projeto Vivências cotidianas e a vulnerabilidade da profissão de cabos e soldados da Polícia Militar de Minas Gerais para contribuírem com suas experiências acerca do assunto. Essa pesquisa teve como objetivo conhecer um pouco mais sobre essa profissão bem como analisar os principais riscos de acidente de trabalho envolvidos durante o exercício. Os dados coletados a partir de entrevistas semi-estruturadas foram analisados a partir de um embasamento teórico a respeito da Psicodinâmica do Trabalho. Essa pesquisa possibilitou uma compreensão mais ampla a respeito da profissão de Polícia Militar, além de permitir relacionar conteúdos aprendidos em sala de aula com a prática. A partir disso, esperamos incentivar outros alunos à escrita e produção de conteúdos acadêmicos. Outra pesquisa que será apresentada é sobre a implementação de equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família, que contou com a investigação em três municípios do Estado de Minas Gerais.

Mesa Redonda: Psicologia, religião e subjetividade

Mediador: Alexandre Frank Silva Kaitel. Psicólogo, Mestre em Psicologia, Doutorando em Ciências da Religião na PUC MinasSamuel Rodrigues Fazendeiro - Psicólogo, Mestre em Ciências da Religião pela PUC Minas

Espiritualidade e subjetividade: um estudo sobre a transmissão dos valores espirituais na comunidade Noiva do Cordeiro

A comunidade Noiva do Cordeiro é um distrito de Belo Vale, a 100 quilômetros de Belo Horizonte. A história da comunidade perpassou pela religião católica, protestante e atualmente apresenta uma ruptura com a religião. A comunidade Noiva do Cordeiro optou por uma “vida sem religião” porém sem a ruptura com valores espirituais.

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O objetivo geral foi identificar como se dá o processo subjetivo de transição de uma religião convencional e o abandono da mesma para a construção de novas práticas/vivências espirituais no mundo contemporâneo a partir da Comunidade Noiva do Cordeiro. Para isso, como objetivos específicos foi estudada a vida religiosa da comunidade e o processo de ruptura com a religião; identificamos como os valores religiosos são transmitidos a partir das gerações e como foram se modificando nas diferentes gerações da comunidade e compreender como os indivíduos constroem em sua subjetividade a noção de valores religiosos. Utilizamos a fenomenologia e foi realizada uma pesquisa empírica com gravação das entrevistas a partir da história oral da comunidade. A entrevista foi desenvolvida com 3 grupos de diferentes gerações da comunidade separadas da seguinte forma – idades entre 18 e 25 anos, 25 e 45 anos e acima de 45 anos. Todos os grupos contavam com 7 participantes. Concluímos que a transmissão dos valores espirituais dentro da comunidade são realizados a partir da experiência que os indivíduos tem com a espiritualidade. Palavras-chave: espiritualidade, subjetividade, comunidade, transmissão de valores

Mesa Redonda: Questões de família

Mediadora: Marcia Stengel – Psicóloga, Mestre e Doutora em Psicologia Social, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas

Sociodinâmica familiar incestuosaAline Luiza de Carvalho – Graduanda em Psicologia na PUC Minas São Gabriel

São inegáveis as várias transformações ocorridas na estrutura e dinâmica familiar até os dias atuais, porém também é evidente que mesmo dentre discursos que declaram o desgaste, ou mesmo falência desta organização, muitos estudos estão sendo realizados ampliando o olhar para ela e os sujeitos que a compõem. Longe de ser um modelo a ser sugerido, as relações familiares com vivências incestuosas é uma realidade presente em todas as sociedades e desde muitos séculos. A ofensa sexual incestuosa está relacionada a um tipo de envolvimento entre crianças, adolescentes e adultos de uma mesma família, seja ela consanguínea ou não, e que contemplam atividades de cunho sexual entre eles. São caracterizadas por serem relações fechadas, confusas, com papéis embaralhados, em que pais e filhos assumem responsabilidades e funções diferenciadas. Diferente do que se pode imaginar, o incesto e estas características relacionais não revelam a fragilidade de vínculos, pelo contrário: esconde uma luta incansável para manterem-se unidos e evitar a desintegração do grupo, mesmo que custe um preço emocional muito alto para muitos dos envolvidos. Particularidades como estas provocam representações e sentimentos prolixos e ambíguos a todos, principalmente às crianças e adolescentes, os maiores prejudicados, perturbando fantasias e expectativas de quaisquer outros tipos de relacionamento futuros e que se diferencie

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deste. Diante o exposto, pesquisar a sua dinâmica e formas de apoio aos pais

Os desafios da adoção de crianças e adolescentes com deficiência Rafael Silva Guilherme – Pós graduando em Psicologia na PUC Minas

A adoção de crianças e adolescentes com deficiência é um tema pouco discutido. De acordo com o Cadastro Nacional de Justiça - CNJ, o Brasil possui cerca de 8% de adoções de crianças e adolescentes com deficiência, o que nos faz entender que o desejo da adoção para pessoas com deficiência é ainda insuficiente se comparado ao valor total de crianças e adolescentes que estão no cadastro de adoção e que 90% dos inscritos não têm interesse em adotar pessoas com deficiência. Diante deste quadro, o intuito deste trabalho é analisar a família que adotou crianças ou adolescentes com deficiência e quais foram os principais impactos ocorridos na relação familiar.

Conjugalidade no meio cristão protestante batistaLiliam Pacheco Pinto de Paula - Pós graduanda em Psicologia na PUC Minas

Aborda-se a conjugalidade no meio cristão protestante batista a partir da discussão de suas características peculiares, dos princípios que orientam os casais nos seus relacionamentos e da repercussão destes na construção da vivência do casal. Dentro do meio batista há uma delimitação dos papéis de homens e mulheres dentro do casamento. A mulher deve ser submissa ao marido, à sua missão, as responsabilidades com casa e filhos cabe a elas e seu espaço de atuação se volta mais para o mundo privado. O homem é o sacerdote da casa, o provedor e tem o espaço público como seu lugar de maior atuação. Os membros do meio protestante vivem em dois universos: a igreja e o mundo. Por isso, sofrem influência dos dois universos, o que pode trazer dificuldades na construção e condução da conjugalidade na medida em que têm princípios, às vezes, conflitantes. Para a igreja, o casamento é indissolúvel, as pessoas têm que se esforçar para sua manutenção e a ideia de perdão é trabalhada para que as dificuldades sejam superadas. No entanto, elas são influenciadas por ideais que orientam os cônjuges para uma maior valorização dos indivíduos e da satisfação de suas necessidades pessoais o que torna a construção da conjugalidade algo mais difícil, pois esta exige da pessoa um investimento no contexto compartilhado. Palavras-chave: conjugalidade, protestantismo e individualidade

Mesa Redonda: As interfaces da Psicologia na saúde

Mediadora: Luciana Kind – Psicóloga, Mestre em Psicologia Social, Doutora e Pós Doutora. Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Marina da Silva Assis; Maristela Julia Fernandes; Maria Angélica Silva Vaccarini – Pós graduandas em Psicologia na PUC Minas.

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O câncer de mama é uma doença curável, que possui uma estigmatização negativa representada por tratamentos delicados e dolorosos. O diagnóstico pode trazer grandes impactos emocionais para a paciente, que relacionados com a ansiedade e depressão, acabam por potencializar a aversão a doença e as dificuldades frente ao tratamento. A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), é uma psicoterapia que consiste em um conjunto de técnicas compostas pela abordagem Cognitiva e um conjunto de procedimentos comportamentais. Visa ensinar ao paciente a identificar, avaliar e responder a suas crenças disfuncionais e distorções cognitivas, utilizando uma variedade de técnicas para mudar o pensamento, o humor e o comportamento. Busca-se por meio da intervenção no Acompanhamento Terapêutico (AT) domiciliar, investigar as emoções, cognições e comportamentos da paciente com câncer de mama, afim de auxilia-la no processo de desenvolvimento das habilidades de enfrentamento da enfermidade, buscando na relação terapêutica, ampliar o seu repertório comportamental, modificando seus pensamentos disfuncionais e distorções cognitivas, por meio da TCC. Direcionaremos o Acompanhamento Terapêutico (AT) a pacientes/usuárias oncológicas, com idade entre 18 e 60 anos, com detecção recente de câncer de mama, identificado como curável, vinculadas as instituições ORCCA – Organização Regional de Combate ao Câncer) e/ou ao CETUS Oncologia, residentes no município de Betim, MG. O AT ocorre com visitas domiciliares semanais, com sessões com duração de cerca de 50 min, por 9 meses. Houve também a aplicação das escalas de Beck para Depressão (BDI) e Ansiedade (BAI) e gravação das sessões com transcrição para análise e coleta de dados. Os resultados ainda estão sendo tratados. Mas já pode-se antecipar a efetividade do AT, como parte da rede de cuidados, para potencializar os comportamentos de enfrentamento da doença.

Roda de Conversa: Contribuições da espiritualidade no tratamento da dependência química

Moderador: Edward Neves Monteiro de Barros Guimaraes, Mestre e Doutorando em Ciência da Religião, Professor no Departamento de Filosofia da PUC Minas em Teologia Sistemática (2006), professor de Cultura Religiosa na PUC Minas e membro da Sociedade de Teologia e Ciências da Religião (SOTER).Lucas Ramos dos Santos Almeida - Graduando do 9º período em Psicologia pela PUC Minas São Gabriel.Mariana Lourenço de Andrada - Graduanda do 9º período em Psicologia pela PUC Minas São Gabriel.Thiago de Assis Silva - Coordenador da Comunidade Terapêutica Ele Clama. Formação em Gestão das Organizações do Terceiro Setor pela UEMG.

A organização desse trabalho tem por objetivo discutir as contribuições da espiritualidade no tratamento da dependência química. Com base nas experiências e reflexões do professor de Cultura Religiosa Edward Guimarães (PUC Minas), e do coordenador da Comunidade Terapêutica Ele Clama Thiago de Assis, utilizaremos a roda de conversa com o intuito de compartilharmos a diversidade de saberes, inquietações e possíveis dúvidas sobre a relevância da espiritualidade no tratamento da dependência química. A proposta nasceu de

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observações cotidianas dos graduandos em psicologia Lucas Almeida e Mariana Lourenço, que se implicaram em pesquisar a temática, tendo como referência os autores Giovanetti (2004) e Amatuzzi (2001). Para os autores citados, as variadas formas de espiritualidade podem servir como recurso terapêutico inclusive para o sentido da vida. Nesse aspecto, o psicólogo Viktor Frankl escreveu em seu livro “Em Busca de Sentido”, que os prisioneiros dos campos de concentração tinham um forte senso de dever, de missão e de obrigação para com a fé religiosa e recorriam às orações e preces, como alento para a dor física, o cansaço, a fome, a incerteza e a angústia. Será que poderíamos pensar em práticas espirituais sendo desenvolvidas no tratamento da dependência química como possível fonte para o sentido da vida? Essa e muitas outras questões farão parte da roda de conversa, incluindo a modernidade líquida denunciada por Bauman (2001), que valoriza a busca do prazer momentâneo resultando também no uso abusivo de drogas. Palavras-chaves: Espiritualidade; Dependência Química; Tratamento; Comunidade Terapêutica.

Roda de Conversa: Psicologia e as relações étnicos raciais

Proponente: Rozangela da Piedade Leite – Psicóloga, Mestre em Psicologia Social.

Apesar do último censo do IBGE (2010), apontar que a população de pretos e pardos são hoje a maioria no Brasil, ou seja, em torno de 50,7%, da população brasileira, ainda sim lamentavelmente, as questão que envolvem o tema como o racismo e a discriminação racial não fazem parte do processo formativo do psicólogo no Brasil. Embora, existam muitos profissionais de psicologia no mercado, esse serviço, na área clínica, ainda tem sido acessível apenas para população de classe médica e alta, em sua maioria branca. Por uma questão financeira e também cultural, a clínica tem sido um serviço ainda, inacessível para a população de baixa renda, em sua maioria negra. Essa população ainda compreende que esse serviço é para as pessoas “loucas” e “problemáticas” e/ou para as pessoas ricas, e não como um espaço de organização emocional para qualquer cidadão, de que dela necessita. Segundo Bell hoolks (2008), a população negra pela trajetória cultural da escravidão, aprendeu durante muitos anos a reprimir seus sentimentos como estratégia de sobrevivência, construindo assim suas barreiras emocionais, apesar desses sujeitos serem em sua maioria, as maiores vítimas de qualquer tipo de violência existente hoje.Diante desse cenário, como as crianças, os jovens, as mulheres, os homens, os idosos negros tem trabalhado suas questões emocionais? Em que espaços essa escuta é atendida? Quando tentando falar sobre racismo discriminação racial, quase sempre são visto como vítima. Como os psicólogos sem a devida formação nessa área de conhecimento escutam essas questões relacionadas às dimensões subjetivas de relações raciais? Esse tema e essas indagações já me acompanham há alguns anos, antes, durante o meu processo de formação em graduação em psicologia na PUC São Gabriel, o que me instigou para um processo de iniciação científica, e logo depois na finalização do mestrado relacionados ao tema. Atrelado a essas experiências acadêmicas, sempre estive atenta a essas questões durante a

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minha trajetória profissional em projetos sociais, em minha atuação na política pública, como professora e orientadora em cursos de psicologia, e principalmente como psicóloga clínica individual e grupal. Nesse último, em alguns casos que acompanhei e que venho acompanhando, constato cada vez mais a necessidade de uma escuta diferenciada para essa população e para esse público.Assim, o meu objetivo é através da apresentação de um caso clínico, sensibilizar e ampliar esse debate junto os futuros profissionais de psicologia e demais colegas que já atuam no mercado das possíveis peculiaridades que estam envolvidas nessa escuta.

Roda de Conversa: Como me vejo e como sou visto? A construção da auto imagem no adolescente a partir do uso

do facebook

Caroline Raquel Mota Dias; Filipe Martins de Souza; José Wilson de Resende; Lorrane Catarina Lima Castro Nascimento; Paula Larissa Gomes Pinheiro; Wellerson Matheus da Silva. – Graduandos em Psicologia na PUC Minas.

O uso da internet e variadas tecnologias vem ganhando cada vez mais espaço no contexto atual, sendo os maiores usuários os adolescentes. Entende-se que a adolescência é uma fase de desenvolvimento em que ocorrem diversas transformações como: cognitivas, fisiológicas (com o início da puberdade), em suas relações com a família e amigos, além de ser um período de descobertas afetivas, do próprio corpo e de sua auto imagem, bem como a sua identidade. O presente artigo possui o intuito de apresentar análises e reflexões frente à compreensão do adolescente de 12 a 15 anos acerca de sua auto imagem e como isso se revela através do seu uso do Facebook. A investigação foi realizada utilizando-se o método de pesquisa qualitativo, realizando-se uma coleta de dados a partir de entrevistas e análise do instrumento Facebook. As análises de dados foram construídas através da análise de conteúdo. A pesquisa revelou que a maioria dos adolescentes se vê conforme é visto pelo meio, e as suas movimentações e características estão relacionadas com o retorno positivo ou negativo que recebem através de seus amigos, observando, dessa forma, que o ambiente social influencia na construção da auto imagem, a partir dos feedbacks positivos e negativos dados pelos mesmos.

Roda de Conversa: Psicologia e Religião: um diálogo possível?

Proponente: Felipe da Silva Souza; Luís Felipe Assis Rezende - Graduandos em Psicologia na PUC Minas.

As mais diversas áreas do saber sempre tiveram um olhar atendo para aspectos relacionados a vida psicológica, na busca de compreender e explicar

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os fenômenos ocorrentes no âmbito da alma humana. Neste contexto é possível encontrar a religião – presente desde os mais remotos tempos através de suas diversas práticas – buscando dar respostas para as limitações da vida humana. No decorrer da história novas normas e regras de conduta religiosas tiveram grande impacto e interferência na realidade política, sociocultural e psíquica do sujeito. Por outro lado, a psicologia, ciência que busca compreender e estudar cientificamente a psique humana. Sabendo disso pretendemos proporcionar um espaço para reflexão do fenômeno religioso de um ponto de vista psicológico e crítico - utilizando de contribuições da psicanálise, filosofia, logoterapia e de textos que abordam a conduta ética do profissional da Psicologia - apontando para as possíveis divergências e convergências.

Roda de Conversa: O psicólogo no contexto ambulatorial:atuação junto a pacientes com doenças

crônicas.

Luana Vieira da Silva - Graduanda em Psicologia na PUC Minas. Lúcia Efigênia Gonçalves Nunes - Mestre em Psicologia pela UFRJ, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas.

Este escrito problematiza sobre a prática do acolhimento ambulatorial no campo da saúde pública para pacientes com doenças crônicas. A atuação do psicólogo na saúde pública deu-se a partir da década de 80. Com a implantação do SUS a saúde passou a ser pensada não apenas como ausência de doença, mas como um bem-estar físico, mental e social, segundo a Organização Mundial da Saúde. O psicólogo a frente do acolhimento que é uma das principais diretrizes da Política de Humanização do SUS, utilizando de uma escuta diferenciada, propicia que os usuários alcancem o lugar de protagonistas no processo do qual fazem parte. Essa escuta com embasamento psicanalítico promove um espaço de abertura para a subjetividade, mesmo que o psicólogo não consiga que o paciente tenha uma demanda de análise, de acordo com os fundamentos da teoria, é possível que este se responsabilize por seu sintoma. Assim, o foco primordial será escutá-lo para além dos contornos patológicos, lançando-o em um processo na busca pelo autoconhecimento. Buscar-se-á com esse trabalho discutir sobre a atuação do psicólogo no contexto ambulatorial com orientação psicanalítica, ressaltando as suas contribuições bem como desafios do cotidiano de trabalho. O público-alvo são alunos de todos os períodos interessados sobre a temática. A metodologia utilizada será a roda de conversa, que possibilita uma troca de diálogos, de experiências, um espaço de formação. Dentro da roda acontece um momento único de partilha, pois os participantes realizam um exercício de escuta e fala.

Roda de Conversa: Clínica Psicanalítica na atualidade

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Carla de Abreu Machado Derzi – Doutora em Psicanálise, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Flávio Durães – Mestre, Professor na Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Hélio Cardoso Miranda Júnior – Mestre e Doutor em Psicologia, Professor na Faculdade de Psicologia da PUC Minas.

A proposta da mesa é debater algumas questões da prática clínica psicanalítica atual. Mesmo que os fundamentos da clínica psicanalítica, criados por Freud, continuem possuindo validade, o contexto histórico, baseado em laços sociais de cada época, interfere de modo relevante na experiência do sofrimento humano. Assim, a cada época histórica correspondem determinados sintomas, demandas e experiências de sofrimento. Hoje fala-se muito de depressão, anorexia, síndrome do pânico, toxicomania, consumismo desenfreado, etc. Estes são novos nomes e expressões para questões estruturais relacionadas ao desejo e à demanda de amor. Tais formas de expressão do mal-estar podem se relacionar a alguns pontos típicos de nossa época, como o declínio da função paterna, que implica problemas em relação ao valor da palavra e do simbólico, a promessa de gozo implícita nos objetos oferecidos pela ciência e pelo mercado de consumo e o enfraquecimento dos laços sociais que antes mantinham o sujeito ancorado em redes menos virtuais.  Debater as estratégias de tratamento clínico na atualidade é muito relevante para que se possa encontrar novas maneiras de intervir no mal-estar, seja nos consultórios particulares ou em instituições. É preciso  criar espaços nos quais a possibilidade de falar e ser ouvido seja concreta, propor intervenções que deem voz ao sujeito, o que significa não ceder ao discurso contemporâneo no qual a ciência aliada à produção degadgets oferece muitas maneiras de tentar enganar o desejo oferecendo objetos e respostas para supostamente alcançar o silêncio da demanda. Além do trabalho essencial do consultório, onde a clínica psicanalítica se faz no um a um, o trabalho nas instituições é muito importante. Atualmente dois campos se destacam nesta interface: a saúde mental e o direito

Roda de Conversa: Tribos universitárias da PUC Minas São Gabriel

Isabela Saraiva de Queiroz – Psicóloga, Mestre e Doutora em Psicologia Social, Professora no Curso de Psicologia da PUC Minas; Felipe Sette Martino Braga, Fábio Silvestre da Silva Miranda, Gabriela Felizardo Ribeiro, Karolina Tháis Maya Campos, Luiz Henrique Souza Santos, Poliana Melina Leão Lessa – Graduandos em Psicologia na PUC Minas.

Este resumo é resultado do trabalho realizado no estágio praticas investigativas II e III, cujo objetivo geral era identificar e descrever as tribos universitárias presentes na unidade São Gabriel da PUC Minas. Os objetivos específicos eram: apresentar o desenvolvimento sócio histórico do conceito de território, juventude e tribos juvenis; discutir a instituição universidade na sociedade brasileira contemporânea; discorrer sobre a história da unidade São Gabriel da PUC Minas; mapear os territórios de socialização dentro desta unidade; e caracterizar as tribos universitárias do campus São Gabriel. Sobre a

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metodologia, a técnica de grupo focal foi utilizada enquanto instrumento de pesquisa sobre as tribos, e foram avaliadas as seguintes características: relações inter e intra grupais, território, estereótipo e território. Por fim, o grupo de pesquisadores decidiu investigar três possíveis tribos universitárias presentes na unidade São Gabriel: os maconheiros, o grupo de cristãos e os alunos de jogos digitais. Dos três grupos propostos, dois foram caracterizados enquanto tribos universitárias, sendo o grupo de jogos, uma incógnita na conclusão do grupo. Assim, percebe-se no resultado obtido a relação entre esses alunos e a territorialidade de espaços específicos da universidade, carregados de um significado único. Essa pesquisa obteve resultados que auxiliam no estudo do perfil do campus São Gabriel, sua divergência em relação a outras unidades da PUC Minas e suas peculiaridades, atravessada pela subjetividade dos alunos e na manifestação desses grupos juvenis presentes na universidade.

Roda de Conversa: terapia online:limites e possibilidades

Maria Cristina Martins de Andrade – Psicóloga, Mestre, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas; Bárbara Santana da Silva, Keisiany Kimberly Carlos Mendes, Jennifer Antonelle de Moura, Tamires Silva Coelho – Graduandos em Psicologia na PUC Minas.Inicialmente torna-se necessário conceituar Psicoterapia Online para entendermos essa nova prática. Trata-se da psicoterapia realizada por psicólogos, na internet, por meio de diversas ferramentas como e-mail, chats e videoconferências entre outros, sem necessariamente, excluir as sessões presenciais. (PIETA; GOMES, 2014).Esta prática já vem sendo realizada em outros países como EUA, Austrália e Reino Unido para tratamentos como depressão, fobia, transtornos alimentares e psicose. Tem se mostrado eficiente também em tratamento de pessoas tímidas e que possuem dificuldades de estabelecer relações interpessoais.No entanto, a despeito dessas práticas, esta nova modalidade de atendimento tem incitado questionamentos tanto a respeito de sua eficácia como de uma possível dificuldade no estabelecimento de vínculo entre terapeuta e terapeutizando.Considerando a expansão do uso da internet (42% da população mundial), os diversos e diferentes serviços aí oferecidos – agora incluídos alguns da psicologia – e o fato de que as novas gerações estarão mais e mais imersas nesse ambiente, acreditamos ser importante abrir espaço para essa discussão. Nosso objetivo é então oferecer espaço para o estudante de psicologia discutir a temática da psicoterapia online e suas implicações no processo psicoterapêutico, bem como propiciar uma reflexão crítica sobre a psicologia frente às novas formas de comunicação que emergem na sociedade contemporânea.

Roda de Conversa: Interface entre academia e políticas públicas: uma experiência com acompanhamento familiar

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em parceria com o CREAS da Regional Norte de Belo Horizonte

Marcia Mansur Saadallah – Psicóloga, Mestre, Professora no Curso de Psicologia da PUC Minas; Lorena Alves Machado e Lilian Rocha da Silva Barros – Psicólogas, Analista de Políticas Públicas de Serviço de Proteção e Atendimento Especializado à Famílias e Indivíduos (PAEFI) na Região Norte. Mariana Lourenço de Andrade – Graduanda em Psicologia na PUC Minas.

Este trabalho se propõe a apresentar fragmentos do acompanhamento familiar em uma perspectiva psicossocial realizado pelos estagiários de Psicologia da Puc Minas, São Gabriel em parceria com Serviço de Acompanhamento e Proteção Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) que compõe o Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) da Regional Norte no município de Belo Horizonte. Ressaltando que o CREAS é um equipamento público estatal que oferece diferentes serviços cuja proposta é o acompanhamento socioassistencial de famílias que se encontram em situação de violação de direitos. Neste sentido, a parceria estabelecida foi um elemento importante para auxiliar o grupo familiar para a garantia e promoção dos seus direitos. Também teve como objetivo a reflexão das possíveis contribuições da Psicologia na implementação e consolidação dessa política. E ainda, reafirmar a necessidade da interface entre o universo acadêmico e as políticas públicas em busca da produção de referências teóricas e metodológicas que promovam transformações sociais em busca da promoção e defesa dos direitos. Embasaremos a discussão em Bronzo (2009) com sua discussão sobre vulnerabilidade, empoderamento e metodologias centradas na família, Afonso e Cols. (2012) a partir das reflexões sobre a psicologia no Sistema Único de Assistência Social, além das Orientações Técnicas do PAIF, material produzido pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à FomePalavras-chaves: Acompanhamento familiar; Psicologia; Assistência Social; Perspectiva psicossocial.

Roda de Conversa: Psicologia e saúde coletiva: experiências que marcam

Tatiane Pereira Santos – Psicóloga pela PUC Minas; aluna no Curso de Especialização em Clínica Psicanalítica do IEC; Gabriela Mendes Loiola e Sandy Gomes Alves – Graduandas em Psicologia na PUC Minas.

O trabalho em saúde no Brasil atual tem se mostrado cada dia mais complexo e desafiador. Embora o SUS (Sistema Único de Saúde) seja uma política de saúde reconhecida internacionalmente devido a potência de sua lógica estrutural, a realidade prática não é das mais animadoras (ALMEIDA, 2013). Os profissionais têm de lidar com inúmeros desafios diariamente, (re)inventando seu fazer e (re)adequando-se às necessidades para melhor atender à população. Com isso, se faz imprescindível que os mesmos tenham uma formação adequada para atuar neste cenário, desenvolvendo habilidades que atendam as demandas dos usuários (CECCIM; FERLA, 2009), de maneira efetiva e com base nos princípios da ética e do cuidado humanizado. Pensando

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nos futuros profissionais que irão se inserir no sistema de saúde pública, algumas práticas têm sido pensadas para que os alunos vivenciem o cotidiano deste contexto e atuem sobre ele. Com base nestas considerações, o presente trabalho tem como intuito discutir as experiências de alunas do curso de Psicologia no campo da saúde coletiva por meio do PET-Saúde e do VER-SUS, bem como suas contribuições na formação dos mesmos. Essas discussões serão manejadas por meio de uma roda de conversa, proporcionando um espaço de participação coletiva, problematização e reflexão crítica, no qual os participantes poderiam compartilhar de suas práticas, expor suas ideias e impressões, considerando principalmente o olhar ímpar que a Psicologia tem sobre os fatos e os contextos

Roda de Conversa: Eis que a Psicologia descobriu o marketing

Leni de Oliveira; Windsor Ramos - Graduandos em Psicologia na PUC Minas.

Há tempos o marketing vem se apropriando da psicologia em seus estudos. Comportamento do consumidor, criação de demandas de produtos e serviços, emoções e respostas diante de ações planejadas são apenas alguns exemplos dessa aproximação de áreas. Com a evolução do marketing a uma visão mais humanizada das trocas com fins lucrativos, observamos profissionais da psicologia fazendo o movimento inverso: a utilização dos conhecimentos do marketing para impulsionar suas carreiras. O exercício da profissão na maioria das vezes, é separado da dimensão econômica. Não é raro escutarmos que psicologia e lucro são coisas independentes. Através de exemplos práticos de profissionais que se aventuraram nessa união, propomos pensar nas possibilidades de aplicação do marketing como estratégia do psicólogo. Será possível essa conciliação sem ferir o Código de ética Profissional do psicólogo? Quais são os erros mais comuns praticados por aqueles que utilizam as tecnologias na divulgação do seu trabalho? O conhecimento da psicologia pode ser visto como produto?Falar de marketing nos remete imediatamente à imagem e à identidade publicitária. Pensar neste contexto nos leva à reflexão sobre qual é a imagem social do psicólogo e quais as representações criadas a partir desta. Como o marketing pode contribuir para a consolidação de uma imagem positiva deste profissional diante da sociedade, pode ser um diferencial na forma de se praticar a psicologia na atualidade.

Roda de Conversa: O crime de parricídio:influência da mídia na opinião pública

Flávio Durães – Psicólogo, Mestre, Professor no Curso de Psicologia da PUC Minas. Nayane Cristina de Almeida Ribeiro Santos, Simone Alves da Silva – Graduandas em Psicologia na PUC Minas.

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O objetivo de apresentar o projeto de pesquisa é promover uma discussão sobre o que vem a ser o crime de parricídio e a influência que a mídia exerce na opinião pública com relação ao mesmo. O caso utilizado como base foi o polêmico caso ocorrido com a família Von Richthofen que em 2002 gerou grande repercussão social, midiática e passou a ser alvo de especulações e divulgação nos principais meios de comunicações nacionais, através das mídias escritas e televisivas. Abordaremos os principais motivos levantados hipoteticamente a principio pela imprensa para a explicação de um crime de caráter impactante, que fere os princípios morais, a ética e os bons costumes com base nos paradigmas burgueses. Intencionamos conduzir a apresentação desse projeto em forma de uma roda de conversa onde será possível informar e discutir sobre o tema proposto através do que foi obtido na nossa coleta e análise de dados e relatar sobre nossas perspectivas iniciais e os resultados obtidos até o presente momento.

Roda de Conversa: Obesidade, seus conflitos e possíveis soluções:chega de engolir sofrimentos

Mediadora: Kátia Tomagnini Passaglio – Doutora, Bióloga, Psicóloga, Professora na Faculdade de Psicologia e no Instituto de Ciências da PUC MinasLuciane Cristina de Souza Fernandes – Graduanda em Psicologia na PUC Minas; Hêmerson Paul Vieira Marques - Cirurgião Geral e do Aparelho Digestivo. Membro Titular das Sociedades de Cirurgia Digestiva, Colégio Brasileiro dos Cirurgiões e da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. Mestre em Princípios de Cirurgia pelo Instituto de Pesquisas Médicas do Paraná. Médico nos Hospitais Mater Dei, Unimed e Hospital Ciências Médicas.

Questões emocionais e nutricionais estão diretamente ligadas a obesidade, que também é ligada a determinantes genéticos. É uma doença multifatorial, que exige um tratamento com a mesma característica fatorial. A convivência com seus efeitos, durante muitos anos, propicia a experimentação de transtornos e dissabores, que tornam o enfrentamento muito dispendioso. As sequelas emocionais deixadas pelo preconceito, discriminação e exclusão, muitas vezes chegam a ser tão sérias quanto os danos físicos. Os transtornos como depressão, ansiedade e compulsões são facilmente observados em pessoas que convivem com os distúrbios alimentares e estes podem desencadear várias comorbidades. O posicionamento favorável da família, bem como o acompanhamento psicológico e medidas educativas adotadas no ambiente escolar, são algumas das possíveis formas de amenizar o problema, quando este tem início na infância. A associação de uma alimentação balanceada a algum tipo de atividade física regular pode ter muitos efeitos positivos e evitar que, a criança gordinha de hoje, venha a se tornar o adulto obeso de amanhã. Uma vez instalada na vida adulta, os conflitos ganham proporções maiores e as formas tradicionais de enfrentamento da doença passam a ser menos eficazes, sendo necessárias medidas mais drásticas e invasivas, em grande parte dos casos. Esta roda de conversa tem como objetivo analisar e valorizar a inserção profissional da psicologia, em uma

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equipe multiprofissional, direcionada pelo olhar de uma paciente. Esta é uma pessoa que viveu todos os processos, etapas e momentos especiais, que se apresentaram e busca na formação profissional, o aperfeiçoamento para um enfrentamento qualificado no auxilio a tantas outras. As palavras chaves da roda de conversa são atuação profissional.

Roda de Conversa: Bullying e violência intrafamiliar:os possíveis efeitos das relações familiares no comportamento

agressivo na escola

Grazielle Baracho da Silva Jardim - Graduanda em Psicologia na PUC Minas.

O bullying é um dos comportamentos agressivos que pode surgir no contexto escolar. Essa pesquisa teve como objetivo compreender o relacionamento familiar do adolescente agressor do bullying e a possível relação ao comportamento agressivo com seus pares em ambiente escolar. Para isso, foi necessário identificar os adolescentes agressores do fenômeno bullying e os tipos de comportamentos agressivos usados pelos mesmos para com seus pares; conhecer quais são os comportamentos adotados pela família na educação do adolescente agressor do fenômeno bullying e nas resoluções de conflitos e problemas; investigar a compreensão que o adolescente tem sobre as formas da família lidar com sua educação e as situações de conflitos/problemas em seu cotidiano, e seu relacionamento na escola; relacionar os comportamentos mais comuns adotados pela família na resolução de conflitos/problemas e na educação com os mais comumente usados pelo adolescente agressor do fenômeno bullying. Foi utilizado como técnica, a aplicação de questionários e entrevistas semi-estruturadas com adolescentes das escolas pública e privada. Dados quantitativos apontam para correlação positiva entre agressões psicológicas na escola (tanto como vítimas como agressores) e práticas de educação pautadas na agressão psicológica. Aponta também que as práticas indutivas, consideradas positiva na socialização do adolescente, estão presentes naqueles que se apresentam como agressores. É apontado também, que a maior parte dos adolescentes se posiciona como ambos (agressor e vítima), e que esta distinção está mais presente na literatura do que na prática; e que há uma generalização desnecessária do termo, no qual “tudo é bullying”.

Roda de Conversa: A construção do caso clínico em saúde mental

Viviane Andrade Pinheiro – Pós graduanda em Psicologia na PUC Minas.

O momento atual, que é o da passagem da consideração da loucura como doença, para a loucura como saúde mental, configura-se como importante. Porém, faz-se necessário destacar que essa passagem não seja marcada pelo que na Itália chamou-se cronicidade. Ou seja, elimina-se o significante doença, mas cria-se o tratamento do usuário por toda a vida. Para evitar esse tipo de

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acontecimento é preciso reencontrar a dimensão da clínica, introduzindo-se então a construção do caso clínico e o trabalho em equipe tomado de um debate democrático. A decisão do plano terapêutico do usuário dos serviços de saúde mental deve passar pela expressão de sua subjetividade, contando com a singularidade do caso a caso. Senão, corre-se um sério risco de passar da exclusão à segregação. ALKIMIM (2007) aborda sobre essa questão em seu Projeto de Pesquisa e discursa sobre os efeitos da ‘capscização’. Termo criado para dizer dos impasses e avanços surgidos com a implantação dos serviços substitutivos em Saúde Mental. VIGANÓ (2010) cita que a luta antimanicomial, que traz a abertura dos antigos hospícios, não significa o fim da segregação e que lugares similares podem ser criados, mascarados e intitulados como instituições de tratamento de saúde mental em liberdade e afirma que apenas a construção do caso clínico exclui do isolamento criado desde antes.

Roda de Conversa: A clínica da alegria

Adriana Maria Brandão Penzim - Doutora em Psicologia Social, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas, Analista Institucional. Patrícia Ayer de Noronha - Esquizoanalista, Mestre em Psicologia Clínica, Professora Colaboradora do Instituto Félix Guattari.

Integrando a reflexão sobre as práticas contemporâneas no campo psi, propõe-se uma roda de conversa à luz de teóricos esquizoanalistas, sobretudo Gilles Deleuze e Félix Guattari, em que se abordará a chamada Clínica da Alegria, a qual se assenta no entendimento da alegria como potência do devir ético e afirmativo do homem. Sem representantes, nem governantes e avessa aos poderes — do Eu, do Meu grupo, da Especialidade, do Modelo, do Ideal — a alegria é força propriamente política, autogestionária e instituinte de modos de subjetivação, de relações e de corpos sociais afeitos à pluralidade e à diversidade. Trata-se de uma prática afirmadora das linhas de diferenciação que se estão engendrando na realidade, criando e multiplicando as possibilidades de ação sobre essa mesma realidade. À luz da ética da intensificação da vida, a partir da qual nos colocamos, a cada momento, em nossos afazeres clínicos, institucionais, políticos, artísticos, sociais, propõe-se a questão: que teor de vida está presente no que fazemos?

Roda de Conversa: A formação dos profissionais em saúde-enquanto antes e depois

Maria Cristina Martins de Andrade – Psicóloga; Mestre em Psicologia; Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Tatiane Pereira Santos – Psicóloga pela PUC Minas, aluna do Curso de Especialização em Clínica Psicanalítica do IEC.

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O envelhecimento populacional tornou-se fenômeno de dimensão mundial e vem crescendo progressivamente, principalmente no Brasil (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). A mudança no panorama geral da população traz consigo inúmeras questões, inclusive no que tange a prestação de serviços diversos aos idosos. A saúde, um dos setores mais requisitados, enfrenta um período de adaptação a essa realidade que exige um olhar diferenciado dos profissionais, com relação às demandas em saúde do idoso (FONSECA; BITTAR, 2014). Diante disto, se faz necessário que os profissionais estejam capacitados para este trabalho e, logo, tenham uma formação adequada e abrangente que se fundamente no saber teórico e prático e na integração ensino-serviço que veja o idoso através de uma lente biopsicossocial. Com base nestas afirmativas, a proposta dessa roda de conversa surge como possibilidade de apresentar e discutir os achados de duas pesquisas referentes à formação em saúde, com ênfase na saúde do idoso, abrindo espaço para troca de experiências, de ideias e para reflexões. Lugar por excelência de produção de conhecimento e fomento dessas práticas a academia deve sustenta-las, sobretudo se consideramos que o tema em pauta - o envelhecimento no Brasil - já traz demandas de extrema complexidade e impacta de maneira sócio-historica e cultural o trabalho de todas as áreas da saúde, inclusive a Psicologia. As pesquisas a serem apresentadas abordam: a primeira, a formação de profissionais já atuantes na saúde pública, inseridos na atenção primária; e a segunda, a formação de futuros profissionais da saúde e as contribuições gerais do PET-Saúde.

Roda de Conversa: A questão da saúde mental no Brasil, e o que temos a ver com isso?

Flávio Durães – Psicólogo, Mestre, Professor na Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Igor Alves Benedito, Manoela da Silva Costa Marra; Paula Priscilla Pimenta Custódio – Graduandos em Psicologia na PUC Minas

O Brasil passa por um importante momento na história da saúde mental. Enquanto tivemos grandes avanços no processo de ruptura com o até então sistema de internação nos chamados manicômios, surge outro assunto que abalada toda a comunidade envolvida, a eleição de Valencius Wurch para coordenador geral de Saúde Mental, Álcool e outras Drogas do Ministério da Saúde. Deste modo, passam a surgir em todo Brasil movimentos de resistência contra este retrocesso na Luta Antimanicomial, pelo histórico de Valencius, onde já foi diretor da Casa de Saúde Dr. Eiras de Paracambi, na região metropolitana do Rio de Janeiro, o maior manicômio privado da América Latina. Ainda com todo este movimento de luta e resistência, Belo Horizonte fecha, em Março de 2016 seu último manicômio da cidade, a Clínica Serra Verde, transferindo os pacientes para casas terapêuticas. Entendemos que estes movimentos não devem ser omissos aos nosso olhos. O que o aluno de psicologia tem a ver com isso? Como pode fazer diferença? Queremos que os alunos se envolvam com o tema e possam ampliar suas visões críticas. A proposta da roda é discutir junto com profissionais da saúde mental os desafios que envolvem suas atuações profissionais, integrando o Laboratório

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de Saúde Coletiva e também o Diretório Acadêmico de Psicologia. A ideia é possibilitar debates, reflexões entre alunos de psicologia com outros profissionais, com o objetivo de ampliar o diálogo sobre a reforma psiquiátrica e discutir a relação entre cidadania e saúde mental.

Roda de Conversa: Reflexões acerca do luto na hipermodernidade

Emilene Araújo de Souza – Pós graduanda em Psicologia na PUC Minas

Ao longo dos tempos e de acordo com cada cultura a vivência do luto toma formas distintas. Mudam os rituais de passagem, muda a forma como se lida com a morte e mudam as maneiras possíveis de se assimilar e elaborar sentimentos oriundos das perdas. O presente trabalho toma como pano de fundo a hipermodernidade na sociedade ocidental, em que reina o ideário da felicidade plena e uma tentativa de ocultação da morte e do sofrimento. Propõe-se, portanto, uma reflexão teórica acerca dos processos de luto por morte neste contexto, com foco nas práticas de cuidado. Ao mesmo tempo em que a morte é banida dos meios sociais, bem como a dor da perda e o subsequente processo de luto, surgem novos arranjos e expressões, nos quais o processo de luto tem espaço e voz frente ao silêncio social instituído ao redor do assunto. Destacam-se as manifestações de possibilidades de expressão e elaboração de sentimentos oriundos da perda e da relação com a morte. Observamos a emergência de estruturas de suporte ao trabalho de luto, tais como: terapias de luto, grupos de apoio a enlutados, iniciativas que utilizam recursos tecnológicos para abrir espaço para debates e informações sobre o tema, além de expressões nos campos da literatura e da arte. Os levantamentos parecem apontar para uma tentativa de construção de espaços e formas de (re)familiarização com a morte e permissão de vivência da dor e do luto com o intuito de superação e reconexão com a vida.

Roda de Conversa: Pesquisa e extensão na formação do aluno e na atuação profissional

Patrícia Pinto de Paula – Psicóloga, Mestre e Doutora, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Valéria Freire de Andrade - Psicóloga, Mestre e Doutora, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Paula Priscila Pimenta Custódio, Igor Alves Benedito; Lorena Oliveira de Paula; Leandro Paulino Silva – Graduandos em Psicologia na PUC Minas.

Uma universidade não existe apenas com o ensino, é necessário também a pesquisa e a extensão, as quais contribuem para o aluno sair da zona de conforto e poder articular com outras áreas de conhecimento. Essa roda de conversa é um momento ao qual alunos e professores terão a chance de dividir suas experiências, dificuldades, aprendizagens, vivências no campo da pesquisa e na extensão. Cursos, programas, projetos, eventos, práticas extensionistas, são alguns exemplos de atividades que podem ser realizadas. Cada uma com sua especificidade e possibilitando ir além da sala de aula, com

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práticas multidisciplinares, ou seja, um campo do saber não determinado por um curso único, mas que ao se integrarem funcionam como uma colcha retalhos, onde cada pedacinho de tecido contribui para a construção de uma grande obra.Mas então, por onde começar? Com quem falar? Onde me inscrever? Em quê me inscrever? Percebemos que muitos alunos chegam à universidade e se sentem perdidos, sem saber por onde começar, mas com aquela vontade de se envolver. Essas perguntas nem sempre são respondidas. Nossa proposta é apresentar as contribuições dessas áreas de conhecimento para a aprendizagem do aluno e também quais as maneiras que este pode se inserir na pesquisa e na extensão.

Mini Curso: A Biologia do conhecer de Humberto Maturana: contribuições à Psicologia

Proponente: Maria Clara Carneiro Santiago – Pós graduanda em Psicologia na PUC Minas

Levando em conta a formação do psicólogo, este minicurso pretende oferecer uma visão epistemológica e crítica do pensamento de Humberto Maturana, identificando os pressupostos teóricos básicos do autor e suas contribuições para a distinção da abordagem sistêmica na referência da Ciência Contemporânea. Especial atenção será dada à dimensão ética das ideias novo-paradigmáticas de Maturana, articulando-as à prática clínica e reconhecendo sua importância na promoção e no desenvolvimento de práticas no campo da saúde e da educação.Tendo em vista a relevância das contribuições dos trabalhos de Maturana para o processo de desdobramento da revolução paradigmática iniciada no século passado, cabe pensar como se estrutura o campo da terapia familiar e das práticas sistêmicas, de maneira geral, dentro dos marcos paradigmáticos da contemporaneidade. Neste sentido, esta proposta acolhe a necessidade de uma visão amplificadora das possibilidades de atuação do psicólogo, implicado com a dimensão ética em seu trabalho, pensadas a partir de sua formação acadêmica.

Mini Curso – Física quântica aplicada à Psicologia

Coordenador: Alexandre Kaitel – Mestre em Psicologia, Doutorando em Ciências da Religião, Professor na Faculdade de Psicologia da PUC Minas.Leandro Junqueira Pedrosa – Graduando em Psicologia na PUC Minas

A Física Quântica faz parte da Física Moderna e estuda o mundo subatômico que norteia a existência material do Universo. Os princípios da Física Quântica apontam para um novo paradigma no qual o olhar do observador influencia a realidade a ser observada. A compreensão da teoria quântica nos leva a compreender que a linguagem do Universo é energia que se manifesta através de frequências. As descobertas da física quântica influenciaram pensadores de

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diversas áreas. Na psicologia, influenciou novas propostas epistemológicas e ontológicas, e propostas de cura através da consciência. A consciência é a base de todo ser; a matéria consiste de possibilidades da própria consciência. Esta dimensão quântica da existência nos convida a olhar para o mundo como uma teia de interconexões interdependentes na qual as partes só podem ser explicadas através das suas interações e relações. Nessa perspectiva, transformamos o mundo ao nos transformar e estamos num processo de aprender a fazer as melhores escolhas dentre as infinitas possibilidades. “Penso, logo escolho”, portanto, implica na nossa responsabilidade pela construção do mundo que queremos. Desse modo, a Física Quântica nos possibilita as ferramentas necessárias para a autotransformação que implica na transformação do mundo exterior. E é neste sentido que se faz possível a conexão com o campo de conhecimento da Psicologia. No mini-curso pretendemos descrever algumas descobertas da física quântica e apontar a utilização da lógica quântica em processos psicológicos.

Mini curso: Trabalho no SUS:experiências de ação e resistência

Crisane Costa Rossetti – Pós-graduanda em Psicologia na PUC Minas.

A complexidade das conformações políticas e ideológicas contemporâneas do mundo do trabalho se estende às mais diversas segmentações do mercado. As exigências crescentes por resultados, características das organizações privadas, alcançaram também o serviço público, fragilizando as possibilidades de organização e construção dos coletivos de trabalho e vínculos solidários. Nesse contexto, insere-se a Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, onde formas de gestão descontextualizadas do processo sócio-histórico do Sistema Único de Saúde, SUS, e da especificidade inerente ao exercício do cuidado, minam a saúde do trabalhador e a vivência do trabalho humanizado. O trabalhador da saúde, pressionado entre indicadores de produtividade, e os princípios e diretrizes do SUS, resiste e insiste em levar adiante o projeto democrático de saúde, universal e igualitário. Adoecimentos, absenteísmo, conflitos, assédio moral, são algumas das consequências que vemos emergir desse cenário e que vem caracterizando de forma marcante o cotidiano desses servidores. Este mini curso propõe um debate sobre as estratégias de resistência e ação dos trabalhadores do SUS, desenvolvidas a partir dos enfrentamentos do trabalho entre os médicos do Programa de Saúde da Família. Temos como foco desse estudo o movimento criativo, a resistência, a reinvenção: reações de saúde naqueles que se dedicam ao cuidado com o outro. Esperamos contribuir com novas discussões e com a construção de dispositivos técnicos e políticos que possam melhorar as condições de trabalho e saúde desses trabalhadores. Os resultados até agora levantados ressaltam os valores, as relações de poder e as formações ideológicas que incidem sobre o contexto de trabalho. Palavras chave: Trabalho. Resistência. Saúde.

Mini curso: Empreendores em formação

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Cínthia Oliveira Demaria - Jornalista, Especialista em Imagens e Culturas Midiáticas e Graduanda em Psicologia na PUC Minas. Esse projeto tem por objetivo realizar uma “Terapia empreendedora” com alunos que estão concluindo o curso e tem o desejo de empreender em qualquer área da Psicologia. A partir da vivência na sala de aula, percebeu-se uma angústia dos alunos em saber em qual área atuar depois da formação. Questionamentos como Será preciso me submeter a um concurso público para garantir a minha inserção no mercado?,” “Será que é possível trabalhar com o que eu gosto?”, “O que é preciso para abrir um consultório?”, dentre outras dúvidas, favoreceram a ideia de que tal projeto teria pertinência se implementado. Para tanto, foi realizada uma pesquisa online no segundo semestre de 2015 para sondar o interesse dos alunos e ver o que de fato faria sentido propor no projeto, para que ele tivesse uma característica prática, voltada completamente para a realidade ‘de como fazer’. A demanda coletada provou que de fato seria uma área de interesse.Para o modelo simplificado do projeto proposto neste minicurso, serão disponibilizadas até 25 vagas para os alunos interessados. O encontro acontece em uma sala, no formato de roda de conversa para propor uma reflexão em torno de quatro questões: “Em quais áreas é possível abrir um negócio?” / “Quais são os riscos de abrir uma empresa?” / “Quais são os benefícios de abrir um empresa?” / “O que me impediria hoje de ter o meu negócio?”. Os alunos serão divididos em grupos para debater sobre esses temas e depois abriremos para toda a roda.

Oficina – Oficina de forró

Douglas Henrique Gomes; Ingrid Rafaella Silva Sampaio; Luiz Henrique Souza Santos; Mariana Silva Britto – Graduandos em Psicologia na PUC Minas.

Iniciaremos a oficina nos apresentando e fazendo um breve alongamento. Logo em seguida apresentaremos os passos básicos do forró, a postura de dança e os principais ritmos que o constituem. Nos dividiremos entre os alunos para que todo consigam aprender um pouco dos passos. Finalizaremos a aula deixando o espaço livre para que os alunos possam dançar entre si.

Oficina: Qual é a nossa responsabilidade naquilo que queixamos? Articulação entre comunidade e academia

Márcia Mansur Saadallah – Psicóloga, Mestre e Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Manoela da Silva Costa Marra, Maria da Penha Nunes Alves, Mariana Gonçalves de Deus Alves, Márcia Nunes da Silva, Milton Roberto Garcia Ventura, Ôni Márcia Jardim – Graduandas(o) em Psicologia na PUC Minas.

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Esta oficina tem como objetivo apresentar à comunidade interna e externa a universidade o trabalho realizado no projeto “Articulando redes, fortalecendo comunidades”, realizado pela pró-reitoria de extensão da PUC Minas, com o apoio do CNPq. O projeto objetiva desenvolver ações por meio de metodologias participativas que contribuam para o fortalecimento e articulação de redes comunitárias e equipamentos políticos em três comunidades de Belo Horizonte: Lajedo, São Gabriel e Vila Cemig. São desenvolvidas atividades locais em cada comunidade, utilizando-se de intervenções psicossociais, além de estratégias audiovisuais e multimídias. A oficina aqui proposta,  visa discutir as implicações de estudantes e comunidades com as questões sociais, as queixas que trazem no seu cotidiano, refletindo possibilidades de intervenção sobre elas a partir da responsabilidade ética e política do dia a dia. Além disso objetivamos com a oficina possibilidades de aproximação entre as comunidades envolvidas no projeto e a universidade,  efletindo sobre a importância da Extensão na formação dos alunos e na valorização do seu compromisso social. Contará com a presença dos extensionistas do projeto, professora orientadora e convidada,  e lideranças comunitárias das comunidades onde acontece o trabalho em rede. Nosso trabalho segue orientado pela literatura que versa sobre a Psicologia Social Comunitária e Psicologia Social, tendo como autores de referência Sawaia (1996), Pereira (2001), Vasconcelos (1985), dentre outros.

Oficina: Oficina de meditação

Leandro Junqueira Pedrosa – Graduando em Psicologia na PUC Minas

Meditação visa o desenvolvimento de certos estados da consciência e a cultivação de estabilidade e tranquilidade da mente. A meditação vem sendo cada vez mais praticada entre os ocidentes e a ciência nos mostra através de muitas evidências os benefícios da prática. A meditação nada mais é do que um treinamento mental onde a atenção plena é trabalhada e onde se pode alcançar foco e paz interior. Por estarmos estudando o comportamento humano e os fenômenos da consciência, a meditação oferece ferramentas necessárias e eficientes para o autoconhecimento e eventualmente, para a autotransformação. São várias as técnicas utilizadas, no entanto pretendo introduzir uma simples oficina para que os interessados possam experimentar um pouco do que a meditação pode possibilitar. Utilizaria de uma apresentação com slides para explicar o que é e como funciona e logo uma prática de 40 minutos deixando o tempo que restar para conversas e dúvidas. Por estes e outros motivos que vejo na meditação algo que todos os estudantes de psicologia que se identifiquem com a busca de melhor qualidade mental devem ao menos conhecer e tentar praticar incluindo não só em suas vidas, mas também em possíveis pacientes que demonstram stress e falta de controle em suas atividades.

Cinema Comentado: Últimas conversas

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Maria Cristina Andrade – Mestre, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas. Mara Marçal Sales – Mestre e Doutora em Psicologia Social, Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas.

Documentário dirigido por Eduardo Coutinho. Esse documentário foi montado por Jordana Berg e terminado por João Moreira Salles, em função da morte do diretor pouco depois da realização das entrevistas.Nesse documentário Eduardo Coutinho nos oferece, através de entrevistas, as histórias, sonhos e projetos de diferentes adolescentes cursando o 3º ano do Ensino Médio de escolas públicas estaduais do Rio de Janeiro.

Cinema comentado: A função da escrita de Nagiko no filme “O livro de cabeceira”

Carla de Abreu Machado Derzi - Doutora em Psicanálise; Professora na Faculdade de Psicologia da PUC Minas.É a partir da aproximação do cinema com o funcionamento do inconsciente que este trabalho se propõe a escutar a função da escrita de Nagiko no filme “O livro de cabeceira”. Esse filme se caracteriza por imagens e texto, em que a primeira cena traumática determina o sintoma de Nagiko. Entretanto, é só quando o filme termina que podemos construir, retrospectivamente, seu ponto de início. Esse efeito “a posteriori” que acontece nos filmes, acontece também na clínica psicanalítica. Essa obra de arte esclarecerá a dimensão clínica do conceito de gozo, na medida em que Nagiko tenta cifrar a experiência de gozo através de sua escrita. Esse filme mostra o real. Não se trata, então, de decifrar os escritos de Nagiko, ou, ainda, de escutá-los como um saber a ser revelado, pois a função dessa escrita é exatamente alcançar o que está fora de alcance. Os efeitos desse filme destacam não apenas um encontro entre imagens e olhar, encontro de um produtor e um espectador, mas também entre uma personagem e o campo psicanalítico. Assim sendo, esse filme ilumina a psicanálise.

Lançamento de Livro: Trilogia Lu Fernandes

Luciane Cristina de Souza Fernandes – Graduando em Psicologia na PUC Minas

Lançamento de livro: Trabalho e saúde: cenários, impasses e alternativas no contexto brasileiro

“Trabalho e saúde: cenários, impasses e alternativas no contexto brasileiro”ARAÚJO, José Newton Garcia; FERREIRA, Mário César; ALMEIDA, Cleverson Pereira (Org.). Co-autores: FONSECA, João César de Freitas e outrosOs leitores encontrarão nesta obra relatos singulares e contribuições valiosas para melhor compreender a dramaticidade dos trabalhadores que buscam viver do próprio trabalho, em diferentes contextos organizacionais. Sabemos que o trabalho é uma fonte ambivalente, ora como via de realização do sujeito, ora como origem de sofrimento, adoecimento, acidentes e mesmo de mortes.

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Este livro contém estudos relativos a pesquisas e intervenções, além de contribuições teóricas específicas sobre o vasto campo que é o trabalho humano. As abordagens teórico-metodológicas convergem, em sua maioria, em torno da psicologia do trabalho, cujas principais vertentes (Ergologia, Clínica da Atividade, Psicossociologia do Trabalho, Ergonomia da Atividade) são contempladas. As investigações e intervenções relatadas ocorreram em diversos ambientes laborais, tais como: órgãos públicos, setor rural, hospitais, serviços de saúde do SUS, serviços de atenção à saúde do servidor público, ambientes virtuais, serviços de teleatendimento, prisões, construção civil, além de situações de desemprego e trabalho precário, especialmente entre jovens. A expectativa do coletivo de autores é que esta obra possa contribuir para que se repensem, criticamente, os impasses que afetam, negativamente, as relações trabalho/saúde. Por outro lado, as reflexões aqui colocadas apontam também para as iniciativas emancipatórias, nas quais o coletivo de trabalhadores busca seu lugar de sujeito, relativamente à apropriação de suas atividades profissionais e, principalmente, de seu lugar político, no interior das organizações de trabalho

Palestra de Encerramento: Panoramada Psicologia no Brasil

Antonio Virgílio BastosMestre em Educação/ UFBA, Doutor em Psicologia /UnB. Professor Titular do Instituto de Psicologia da Universidade Federal da Bahia. Superintendente de Avaliação e Desenvolvimento Institucional da Universidade Federal da Bahia. Coordenador de Área de Psicologia na Capes. Membro da Comissão do ENADE da área de Psicologia no INEP. Ex membro e presidente do Comitê Assessor de Psicologia do CNPq. Membro da Comissão de Especialistas de Psicologia da SESU responsável pelas Diretrizes Curriculares para os Cursos de Psicologia.

A apresentação tem como objetivo central apresentar um panorama da psicologia como ciência e profissão no Brasil. Apresenta dados de um estudo nacional sobre o exercício da psicologia no Brasil, discutindo os desafios que cercam a formação e a atuação do Psicólogo. Adicionalmente, apresenta dados de uma segunda pesquisa sobre o ensino de Psicologia no Brasil, com indicação das questões que cercam a formação do psicólogo no nível de graduação. Por fim, apresenta dados sobre a pesquisa e a pós-graduação em psicologia. O conjunto de dados pretende traçar um perfil sobre a formação e exercício profissional da Psicologia no Brasil, nos seus diferentes níveis e espaços, refletindo sobre os desafios que cercam a valorização do trabalho do psicólogo entre nós.

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