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D1 TERÇA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2016 Nº 2627 O ESTADO DE S. PAULO Chile Pág. 8 Herança colonial http://www.estadão.com.br Pág. 10 Férias no computador Acampamento ensina programação para crianças Comece a treinar Como fazer uma mala de 10 kg para levar na cabine do avião No norte do Chile, a região de Arica e Parinacota guarda igrejas simples e cheias de história e povoados quase esquecidos pelo tempo, que agora veem no turismo nova fonte de renda JUAN JAEGER/DIVULGAÇÃO Casa caiada. Igreja de Saint Martin de Tours, em Codpa, uma das 32 restauradas numa parceria entre moradores e a Fundación Altiplano TUDO EM ATÉ 12X SEM JUROS ÚLTIMA SEMANA DA PROMOÇÃO COM AINDA MAIS OFERTAS

[VIAGEM - 1] EST SUPL1/VIAGEM/PAGINAS 20/12/16 · quantos mirantes quiser antes de o sol se pôr. Não faça a rota à noite ou no período de chuvas (de dezembro a março)

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%HermesFileInfo:D-1:20161220:D1 TERÇA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2016 Nº 2627 O ESTADO DE S. PAULO

Chile

Pág. 8

Herança colonial

http://www.estadão.com.br

Pág. 10

Férias no computadorAcampamento ensina programação para crianças

Comece a treinar Como fazer uma mala de 10 kg para levar na cabine do avião

No norte do Chile, a região de Arica e Parinacota guarda igrejas simples e cheias de históriae povoados quase esquecidos pelo tempo, que agora veem no turismo nova fonte de renda

JUAN JAEGER/DIVULGAÇÃO

Casa caiada. Igreja de Saint Martin de Tours, em Codpa, uma das 32 restauradas numa parceria entre moradores e a Fundación Altiplano

TUDO EM ATÉ 12XSEM JUROS

ÚLTIMA SEMANADA PROMOÇÃO COMAINDAMAIS OFERTAS

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D4 Viagem TERÇA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2016 O ESTADO DE S. PAULO

OndeficarCom o turismo ainda emdesenvolvimento na região,a maioria das pousadas ésimples. Há poucas hospe-darias em Belén e, noParque Nacional de Lauca,é possível acampar. EmArica, há mais opções dequalidade – há opções depasseios bate-volta para aregião com agências lo-cais. Por causa da localiza-ção central, Codpa acabasendo base para algunsbate-voltas.

l CodpaNos alojamos no Codpa Val-ley Lodge (codpavalleylod-ge.blogspot.com.br; diárias aUS$ 100 o casal), com chaléscharmosos e individuais, pisci-na, Wi-Fi e café da manhã. Opovoado só tem energia elétri-ca até às 22h30 – depois des-se horário, troque a tela docelular pela iluminação dasestrelas. É possível ver até aVia Láctea.

Jantamos em outra pousa-da, a Samkanjama (face-book.com/hospedaje.codpa),que significa “como um so-nho” (de certa forma, era co-mo nos sentíamos naquelemomento). Ali, dona Olga ofe-rece alojamento para 19 pes-soas e restaurante com comi-da caseira e orgânica – todosali têm um grande quintal,onde podem plantar o queconsomem. A diária custa14 mil pesos, pouco mais deR$ 65.

Outra opção de hospeda-gem por ali é o Centro Turísti-co Vila Vila, onde tomamoscafé na manhã seguinte. Emmeio a um grande pomar,com muitas flores, temperose o som do riacho, a senhoraHaydee Montecinos tambémoferece alojamentos. Comdireito a ofurô, café da manhãno jardim, pão quentinho feitopor ela mesma e frutas locaiscolhidas do pé na hora. A diá-ria com café da manhã custa40 mil pesos (R$ 190).

Ao nosso convite dona Hay-dee e seu marido Omar sen-tam-se à mesa para tomarcafé conosco para comparti-lhar algumas de suas histó-rias e um pouco da culturada região.

Juliana Mezzaroba / ARICA

Às 19h45, o sol se pu-nha no horizonte doOceano Pacífico en-quantoo avião pousa-

va no aeroporto à beira-mar emArica. O primeiro detalhe quechama a atenção é a ausência daareia fina e a grande quantidadede cascalho marrom por toda aorla da praia. O que apresenta,para quem nunca esteve na re-gião, o clima desértico costeiro.A estrada de pedregulhos corde café claro nos acompanha pe-los pouco mais de 700 quilôme-tros percorridos em quatrodias de viagem.

O mapa mostra que estamosem um pontinho no extremonorte do Chile, quase frontei-

ra com o Peru e Bolívia. Apesarde pequena, essa região apre-senta uma grande diversidadede experiências. É possível,em apenas 4 horas de carro,sair do nível do mar, com tem-peraturas na casa dos 19 grauso ano, e subir 4.300 metros atéchegar ao altiplano, com tem-peraturas abaixo de zero nasnoites de inverno.

Faça o trajeto sem pressa. Nascurvas do Deserto do Pacífico,quem reina é o sol forte e o céuazul-turquesa contrasta com omarrom das montanhas. Emmeio à paz e solitude do deserto,se revelam vales pontuadoscom o verde das plantações, on-de podemos ver sinal de civiliza-ção em pequenos povoados. EmCodpa, por exemplo, há energia

elétrica por apenas 2 horas du-rante a noite. E, quando as luzesse apagam, a magia vem do céu,tãoestrelado que atéparece ima-gem de planetário.

A chegada ao altiplano é oponto alto da viagem, com o per-dão do trocadilho. Montanhascom picos nevados, vulcões, sa-linas que se apresentam comoum tapete branco para os delica-dos flamingos viverem tranqui-lamente ao lado de lhamas e al-pacas que habitam no local. Ecomo se contemplar esse cená-rio cinematográfico já não fos-se suficiente, ainda é possível sebanhar e relaxar em termas na-turais e praticamente exclusi-vas, já que a região ainda é pou-co visitada por turistas.

Além do espetáculo natural,

há mais de 90 igrejas entre Aricae Parinacota, erguidas pelos co-lonizadores espanhóis entre osséculos 16 e 17. Elas vêm sendoreformadas aos poucos e têmgrande importância para os mo-radores. Sempre simpático ebem receptivo, o povo andinofaz questão de mostrar um pou-co de sua cultura para quem visi-ta a região. Abrem suas casas pa-ra hospedagem, preparam refei-ções com carinho e estão sem-preprontos paracontar uma his-tória, geralmente, lembrandoseus antepassados. Confira nos-so trajeto nas próximas páginas.

Entre

montanhas

Chile Pelas estradas sinuosas do Deserto do Pacífico, a paisagem em tons terrosos reserva surpresas acada curva. Codpa, primeira parada a partir de Arica, dá as boas-vindas à rota das missões chilenas

A REPÓRTER VIAJOU A CONVITE

DA FUNDACIÓN IMAGEN DE CHILE

DIVULGAÇÃO

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O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2016 Viagem D5

Para diminuir os efeitos da altitude, tome bastantelíquido, especialmente sopas e chás. Evite bebidas alcoólicase procure descansar no dia da chegada. Se possível,aclimate-se aos poucos e respire profunda e pausadamente

Não há sinal de celular nas estradas – estude bem o ma-pa para não ter problemas. Saia cedo, para poder parar emquantos mirantes quiser antes de o sol se pôr. Não faça arota à noite ou no período de chuvas (de dezembro a março)

Saibamais

As mais de 90 igrejas – 32 restaura-das – fizeram com que a região de Arica e Parinacota ganhasse o no-me de Rota das Missões. Construí-das durante a catequização espa-nhola, elas hoje integram um circui-to de turismo patrimonial, organiza-do pela Fundação Altiplano.

A bordo de um 4X4, iniciamosnossa rota cruzando a cidade por-tuária de Arica rumo ao povoadode Codpa – 5 horas em um trajetolongo e sinuoso, com muitas subi-das e descidas. Depois de 1h40 deviagem, chegamos a Caleta Vítor,um vale no meio do deserto, ondeo rio subterrâneo faz com que apaisagem de cor café com leite,com muita areia grossa e pedra,ganhe o verde das plantações delocoto (tipo de pimenta vermelha).

Depois de 15 minutos pela plan-tação, a Praia da Caleta surgiuquase deserta, com apenas doispescadores. O mar azul estavaagitado e a areia, tão abundantena região, ali era substituída porcascalho. Algumas fotos depois,seguimos viagem.

Pela estrada, montículos de pe-dras empilhadas denunciam quenão estamos tão sozinhos quantoimaginamos. Don Vicente, guia emorador da região, explica quesão apachetas, altares em honraaos deuses incas, onde os viajan-tes vão deixando suas pedras em-pilhadas para pedir e agradecer àPachamama (Mãe Terra) e aosApus (deuses das montanhas).Acredita-se que deixar uma pedraprotege o viajante que passa porali – por isso, deixamos as nossastambém.

No começo da tarde, chegamosa Codpa, vilarejo de cerca de 200habitantes, e logo fomos almoçar.Conhecemos Fely, dona do Resto-ran Doña Fely. Com um sorriso norosto, ela descreve o menu do dia:cazuela de pollo (sopa com fran-go e legumes) e pollo asado y en-salada (frango assado, arroz esalada). Com taça de vinho e so-bremesa, a refeição custa 5 milpesos (R$ 25).

O vale possui um rico patrimô-nio natural e cultural. É bom reser-var pelo menos duas horas paraconhecer a igreja de San Martinde Tours, os petroglifos de Ofra-gía e a vinícola Pitantani, uma dasmais antigas do Chile, com quase400 anos. Herança dos espanhóisque aproveitaram as condiçõesclimáticas ideais: “Um vale e mui-to sol são um luxo para a produ-ção de vinho", diz Rodrígo Sozaprodutor e herdeiro da Pitantani.

A bebida era levada pelas monta-nhas até o Peru e a Bolívia em mu-las, através da Rota da Prata, entreos séculos 16 e 17. Nesse período,tornou-se a principal atividade eco-nômica local. São quatro tipos devinho, todos com sabor forte e do-ce, semelhante ao vinho do Porto –garrafas a 7 mil pesos (R$ 35).

0 100km

N

ARGENTINA

Belén

OCEANOPACÍFICO

Santiago

Arica

Codpa

Guallatiri

CHILE

BRASIL

PARAGUAI

BOLÍVIA

PERU

Parinacota

CODPA

l Aéreo: São Paulo – Ari-ca – São Paulo, com cone-xão em Santiago, custa des-de R$ 1.774,67 na Latam(latam.com)

l Operadoras: o site ruta-delasmisiones.cl, mantidopela Fundación Altiplano,reúne operadoras locais,sugestões de roteiros, ho-téis e explicações sobre osprojetos de turismo susten-tável realizados com as co-munidades da região de Ari-ca e Parinacota. Também épossível agendar passeiosa partir de Arica

JUAN JAEGER/DIVULGAÇÃO

Estrelado.Com luzelétrica

limitada,aproveite

paraobservaro céu em

Guallatiri

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Outras missões

l Brasilsaomiguel-rs.com.brSe quiser fazer as três mis-sões na mesma viagem, a bra-sileira está a cerca de 4 horas de Posadas, na Argentina. A partir de Porto Alegre, são cer-ca de cinco horas de viagem por Carazinho, que, segundo Ricardo Freire, tem o asfalto melhor do que pelo caminho mais curto, via Cruz Alta. Fun-dada em 1632, tem o museu mais rico de todas as missões, embora haja poucas constru-ções de pé. Nas ruínas de São Miguel, o ingresso custa R$ 5 – veja as dicas e o roteiro sugeri-do por Ricardo Freire para per-correr as três missões em bit.ly/saomiguelbr.

l Argentinamisiones.tur.arCapital da província argentina de Misiones, Posadas está a cerca de 4h30 de carro de Puerto Igua-zú, vizinha da brasileira Foz de Iguaçu (alugue do lado argenti-no para evitar problemas). Você pode se hospedar em Posadas, mais distante, ou sem San Igná-cio – o sítio principal é o de San Ignácio Miní, que conta com um belo espetáculo de som, luz e holografias noturno. Nosso colu-nista Ricardo Freire esteve lá ano passado e achou dispensá-vel esticar ao sítio de Nuestra Señora de Loreto. O ingresso custa 150 pesos (R$ 27) – confi-ra as dicas do Turista Profissio-nal em bit.ly/missaoargentina.

l Paraguaiparaguay.com/turismoPara quem vai conhecer os sítios de Trinidad e de Jesús, vale também ficar hospedado em Posadas – as missões ficam do outro lado do Rio Paraná, em Encarnación, a menos de 60 km da cidade. A entrada custa 25 mil gua-ranís (R$ 14,50) e vale para três dias de visita. Assim como as missões ar-gentinas, trata-se de um patrimônio da humanidade da Unesco

De Codpa a Belén são 81 quilôme-tros em estrada de terra, com cur-vas sinuosas. Uma subida em mar-cha lenta, a cerca de 40 quilôme-tros por hora, para evitar também o mal-estar ocasionado pelo ar rarefeito.

Não há postos de gasolina no caminho, por isso é importante estar prevenido. Nosso guia trou-xe tudo o que precisaríamos: água, comida e combustível.

Don Vicente preparou um pique-nique à sombra de eucaliptos, no povoado de Ticnamar. Ali, mais uma vez, os traços da colonização espanhola são evidentes – até os eucaliptos que nos proporcionaram sombra foram plantados por espa-nhóis para que a madeira pudesse ser utilizada na construção de casas.

De volta à estrada, a paisagem come-ça a se transfor-mar. O marrom do cascalho vai ga-nhando o verde da vegetação pré-cor-dilheira, que recebe água das geleiras do altiplano. Aqui já é possí-vel ver mais vida, plantações, fa-zendas com criação de vacas, ove-lhas, lhamas que nos observam com curiosidade. As paradas para fotos são inevitáveis.

No meio da tarde chegamos a Belén sob um sol que já não es-quentava. Estamos a 3.300 me-tros de altitude, em um povoado onde vivem apenas oito famílias – pouco mais de 50 pessoas. Ali co-nhecemos mais sobre o trabalho da Fundação Altiplano, que junto com os moradores restaurou as três igrejas da cidade, afetadas pelo terremoto de magnitude 8,2 que atingiu a região em 2014.

As capelas são modestas, pe-quenas, com poucas imagens e

alguns bancos de madeira. Suas maiores riquezas são a simplicida-de e a fé de quem as frequenta. Os moradores que encontramos tentam explicar a necessidade de ter um lugar, mesmo que peque-no, para cultivar sua crença e se-guirem passando seus valores de geração para geração.

Além da reforma nos templos, a população também demonstrou interesse em transformar o lugar, com o objetivo de ser mais atraen-te e acolhedor para o turismo. As-sim fez Adela Cutipa, dona da pou-sada La Paskana (reservas em [email protected]). Nascida em Belén, morou 27 anos em Arica e decidiu voltar à cidade de origem para empreender. “O turismo é

uma atividade muito bonita, as pessoas se interes-

sam pelo lugar onde você mora e você pode mostrar o que tem para elas”.

Novos amigos. Durante o jantar,

conhecemos o único turista da Rota das Mis-

sões além do nosso grupo. O alemão Peter, de 73 anos, deci-diu vir passar 2 meses na região justamente por não se tratar de uma rota de turismo convencional pelo Chile. Quando perguntado por que não quis ir para um destino mais conhecido, como San Pedro de Atacama, ele franze a testa e move a cabeça em negativa. Rea-ção parecida com a da dona pousa-da que está à mesa conosco. Ela conta que o local necessita de tu-rismo, mas nada muito grande, que bagunce a cidade e acabe com a paz local como em San Pedro.

A hospedagem com jantar e ca-fé custa 22 mil pesos, pouco mais de R$ 100. O bate-papo e a simpa-tia da dona são de graça.

Chile

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DENIS BALIBOUSE/REUTERS

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BELÉN

Esqueça as multidões: chegamos aos 4.300 metros de altitude, em uma região pouco habitada, mas repleta de encantos: vulcões, lagos, lhamas, flamingos e termas exclusivas

Pela estrada. O guia Don Vicente mostra as ‘apachetas’; abaixo, lhamas

JULIANA MEZZAROBA/ESTADÃO

BRAGANÇA PAULISTA3 SÃO LOURENÇO3

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D6 Viagem TERÇA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2016 O ESTADO DE S. PAULO

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O ESTADO DE S. PAULO TERÇA-FEIRA, 20 DE DEZEMBRO DE 2016 Viagem D7

Arica é conhecida como a “cidade da eterna primavera”, com praias boas para esportes aquáticos. Se quiser esticar a San Pedro de Atacama, vá de avião para Calama (5 horas) – o Viagem esteve lá recentemente; leia embit.ly/viaatacama

A tranquilidade dos vilarejos só é interrompida pelas festas tradicionais. Os dias de santos de devoção são celebrados com música, dança e vinhos locais. Uma das maiores festas é o carnaval andino, em fevereiro

No alto do altiplano, o povoado de Guallatiri tem apenas uma igreja e uma pousadinha. Chegar ali é real-mente guardar o melhor para o final – afinal, o pequeno povoado é ponto de partida para o Parque Nacional Lauca e para o Salar de Surire, as últimas paradas de nos-so roteiro.

Para chegar a Guallatiri, parti-mos bem cedo de Belén, antes mesmo de o sol começar a ilumi-nar o vilarejo. O trajeto durou cer-ca de 3 horas, indo devagar, apre-ciando o horizonte e nos acostu-mando com o ar rarefeito das alti-tudes andinas. A orientação é respi-rar mais fundo para enganar o cor-po, que receberá uma quantidade de oxigênio menor. Quando final-mente alcançamos os 4.300 me-

tros de altitude, foi como um corte bruto em uma de cena de filme: finalmente, chegamos ao grande objetivo da viagem.

O parque foi nossa primeira pa-rada. Vulcões, lagoas cristalinas, montanhas, sítios arqueológicos, vegetação endêmica, lhamas, fla-mingos, vicunhas e alpacas compõem a área de preservação de 138 mil hectares na fronteira do Chile com a Bolívia.

A natureza exuberante é per-meada pelos vulcões Parinacota (6.342 metros de altitude) e Pome-rape (6.280 metros sobre o nível do mar). Majestosos, se apresen-tam com formas diferentes, mas com uma camada de gelo que lem-bram marshmallows derretidos, com o céu espelhado nos lagos ao

seu redor. O principal deles é o Lago Chun-

gará, que reflete em suas águas verde-esmeralda a imagem cônica perfeita, coberta de neve, do vulcão Parinacota. O lago é um dos mais altos do mundo, a mais de 4.500 metros sobre o nível do mar.

Os dois gigantes ficam ainda mais bonitos à medida em que se avança pelo parque. O local ainda é pouco visitado – em 2015, foram apenas 150 mil turistas. E nem é preciso pagar para entrar.

Considerado Reserva Mundial da Biosfera, o Parque Lauca tem muito a oferecer. É o lar de mais de 130 espécies de aves que vi-vem próximas aos lagos e córre-gos formados pelas águas do Rio Lauca.

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Saindo do Parque Nacional de Lau-ca, pegamos a estrada sentido ao povoado de Guallatiri. No caminho está a última atração da nossa viagem: o Salar de Surire, a aproxi-madamente 160 quilômetros de distância do Lago Chungará. Com apenas 175 quilômetros quadra-dos, tem uma área muito menor do que os impressionantes 10 mil quilômetros quadrados do famo-so Salar de Uyuni, na Bolívia. Ain-da assim, é branquinho, extenso e fascinante.

Foram muitos cliques e inúme-ras paradas para garantir a recor-dação da paisagem. Parecia ser impossível pensar em algo ainda melhor no trajeto – e o que era bom ficou ainda mais interessan-te. Depois de 30 minutos de carro, encontramos um lugar para des-cansar e recarregar as energias, as Termas de Polloquere.

É um privilégio ter aquela água

azul-turquesa, quentinha, rodeada por um cenário paradisíaco e sem ninguém por perto. Mesmo com o vento forte e temperatura de 16 graus do lado de fora das piscinas naturais, o mergulho é inevitável – vale a pena passar um pouco de frio ao sair da água.

Para fazer um passeio comple-to por essa região do altiplano, reserve ao menos dois dias intei-ros. É possível acampar nas proxi-midades do salar, mas saiba que as temperaturas ficam abaixo de zero durante a noite. Outra opção é se hospedar por 15 mil pesos (R$ 76) no albergue Familia San-chez, uma hospedaria simples em Guallatiri.

Mesmo com o cartão de memó-ria da câmara cheio, as fotos pare-ciam não traduzir o que os olhos puderam ver ali. Experiência para ser guardada na mente – e no co-ração.

Solidão. Vai ser difícil encontrar com outros turistas nas Termas de Polloquere – aproveite o visual como companhia

SALAR DE SURIrE

Paradas. Interior de igreja em Belén; à esq., visual no caminho para Codpa

CRISTÓBAL CORREA/DIVULGAÇÃO

FOTOS JUAN JAEGER/DIVULGAÇÃO