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REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE CONTA GERAL DO ESTADO ANO 2011 VOLUME I Maputo, Maio de 2012

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  • REPBLICA DE MOAMBIQUE

    CONTA GERAL DO ESTADO

    ANO 2011

    VOLUME I

    Maputo, Maio de 2012

  • i

    CONTA GERAL DO ESTADO DO ANO 2011

    NDICE

    I PARTE

    RELATRIO DO GOVERNO SOBRE OS RESULTADOS DA

    EXECUO ORAMENTAL

    1 INTRODUO ........................... 1

    2. OBJECTIVOS DA POLTICA ECONMICA E SOCIAL ......................... 11

    2.1 Poltica Oramental ...................................................................... 13

    2.2 Poltica Fiscal .............................................................................................. 18

    2.3 Poltica Monetria e Cambial .......................................................................... 20

    2.4 Balana de Pagamentos .................................................................................. 24

    3. EXECUO DO ORAMENTO DO ESTADO ................. 27

    3.1 Cobrana de Receitas ............... 31

    3.2 Realizao de Despesas ............................................................................... 37

    3.2.1 Despesa de Funcionamento ............................................... 37

    3.2.1.1 Despesa de Funcionamento por mbito e por Fonte de Recursos ...... 42

    3.2.2 Despesa de Investimento .................................................. 45

    3.2.2.1 Despesa de Investimento por mbito e por Fonte de Recursos ........................ 48

    3.2.3 Despesa Segundo a Classificao Funcional ............. 53

    3.2.4 Despesa dos Sectores Prioritrios que integram o PARP ......................................... 55

    3.2.5 Operaes Financeiras .............................................................................. 57

    3.2.5.1 Operaes Financeiras Activas .......................................................................... 57

    3.2.5.2 Operaes Financeiras Passivas ................................................................................. 59

    3.3 Financiamento do Oramento do Estado ......60

    3.4 Dvida Pblica .................................................................. 61

    3.5 Responsabilidades Diversas ............................................................................................. 62

  • ii

    LISTA DOS QUADROS DO RELATRIO

    Quadro 1 Indicadores Oramentais ......................................................... 16

    Quadro 2 Pincipais Indicadores Monetrios ...... 21

    Quadro 3 Balana Comercial .. 24

    Quadro 4 Balana de Servios e Rendimentos ... 25

    Quadro 5 Balana de Transaces Correntes .. 26

    Quadro 6 Donativos e Emprstimos Externos 26

    Quadro 7 Equilbrio Oramental ................................... 27

    Quadro 8 Cobrana de Receitas ................................................. 31

    Quadro 9 Benefcios Fiscais . 36

    Quadro10 Despesas de Funcionamento .......................................................................... 37

    Quadro 11 Despesa de Funcionamento por mbito e Fonte de Recursos .......................... 42

    Quadro 12 Despesa de Funcionamento por mbitos ... 43

    Quadro 13 Despesa de Investimento ................................................................................... 45

    Quadro 14 Despesa de Investimento por mbito e Fonte de Recursos .............................. 48

    Quadro 15 Componente Interna da Despesa de Investimento .................................... 50

    Quadro 16 Componente Externa da Despesa de Investimento ........................................... 52

    Quadro 17 Despesa de Funcion. e de Invest.Segundo a Class. Funcional ......................... 53

    Quadro 18 Despesa dos Sectores Prioritrios do PARP ...................................................... 55

    Quadro19 Operaes Financeiras ........................... 57

    Quadro 20 Emprstimos por Acordos de Retrocesso . 58

    Quadro 21 Financiamento Global do Oramento do Estado .............................................. 60

    Quadro 22 Dvida Pblica .. 61

  • iii

    II PARTE

    MAPAS DA CONTA GERAL DO ESTADO

    Mapa I Mapa Global de Receitas, Despesas e Financiamento do Estado

    Mapa I-1 Resultados Globais da Execuo Oramental

    Mapa I-1-1 Resumo da Despesa Total dos Sectores/Instituies Prioritrios

    Mapa I-1-2 Resumo da Despesas Total Segundo a Classificao Funcional

    Mapa I-2 Movimento dos Activos Financeiros do Estado

    Mapa I-3 Movimento da Dvida Pblica

    Mapa I-4 Movimento das Operaes de Tesouraria

    Mapa I-5 Mapa dos Saldos das Recebedorias

    Mapa I-6 Mapa do Movimento de Conhecimentos de Cobrana

    Mapa I-7 Mapa do Movimento de Valores Selados nas Recebedorias

    MAPAS DE RECEITA DO ESTADO E DO FINANCIAMENTO DO DFICE

    Mapa II Receitas do Estado, Prevista e Cobrada, Segundo a Classificao Econmica

    mbitos Central, Provincial e Distrital

    Mapa II-1 Receitas do Estado, Prevista e Cobrada, Segundo as Classificaes Econmica e

    Territorial Receita da Administrao Central

    Mapa II-2 Receitas do Estado, Prevista e Cobrada, Segundo as Classificaes Econmica e

    Territorial Receita da Administrao Provincial

    Mapa II-3 Receitas Consignadas da Administrao Central, Segundo a Classificao

    Orgnica, em Comparao com a Previso

    Mapa II-4 Receitas Prprias da Administrao Central, Segundo a Classificao Orgnica,

    em Comparao com a Previso

    Mapa II-5 Financiamento do Dfice, Segundo a Classificao Econmica e Territorial, em

    Comparao com a Previso

    Mapa II-6 Donativos e Emprstimos Externos por Fontes e Modalidades

  • iv

    MAPAS RESUMO DA DESPESA DE FUNCIONAMENTO

    Mapas III a III-6-3-10- Resumos da Despesa de Funcionamento, segundo os diversos

    mbitos e classificadores oramentais, em comparao com as dotaes

    MAPAS RESUMO DA DESPESA DE INVESTIMENTO

    Mapas IV a IV-8- Resumos da Despesa de Investimento, segundo os diversos mbitos e

    classificadores oramentais, em comparao com as dotaes

    MAPA RESUMO DAS OPERAES FINANCEIRAS

    Mapa V Resumo das Operaes Financeiras, segundo as classificaes econmica e de

    fonte de recursos, em comparao com as dotaes

    III PARTE

    DESENVOLVIMENTO DAS DESPESAS DO ESTADO E OPERAES FINANCEIRAS

    Mapas de Desenvolvimento da Despesa de Funcionamento

    Mapas VI a IX-11-90111 Desenvolvimentos da Despesa de Funcionamento, segundo os

    diversos mbitos e classificadores oramentais, em comparao com as dotaes

    Mapas de Desenvolvimento da Despesa de Investimento

    Mapa X a XII-10-012210070 Desenvolvimentos da Despesa de Investimento, segundo os

    diversos mbitos e classificadores oramentais, em comparao com as dotaes oramentais

    Mapas de Despesa de Investimento, por Projectos

    Mapa XIII a XV-10-012210070 Desenvolvimento da Despesa de Investimento, por

    mbitos, classificao orgnica e projectos, em comparao com as dotaes

  • v

    IV PARTE

    ANEXOS INFORMATIVOS

    VOLUME III

    1. Resumo das Receitas, Despesas e Saldos das Instituies Autnomas

    2. Resumo das Receitas, Despesas e Saldos dos Municpios

    3. Resumo das Receitas, Despesas e Saldos das Empresas Pblicas

    4. Relao das Empresas Beneficirias de Subsdios

    4-a Participaes Financeiras do Estado

    5. Movimento dos Crditos do Estado

    5-a Movimento de Conhecimentos de Cobrana por Classificao Econmica

    5-b Relao de Responsabilidades Diversas

    6. Movimento da Dvida Externa por Credores

    6-a Alteraes Oramentais

    VOLUME IV

    7. Inventrio do Patrimnio do Estado

    7.1 Relatrio Analtico sobre o Inventrio do Patrimnio do Estado

    7.2 Resumo dos Valores do Mapa Consolidado Orgnico

    7.3 Mapa Consolidado do Inventrio do Patrimnio do Estado

    7.4 Mapa Consolidado Orgnico do Patrimnio do Estado

    7.5 Mapa Consolidado do Inventrio Orgnico do Patrimnio do Estado

    7.6 Mapa Consolidado do Inventrio Territorial do Patrimnio do Estado

    7.7 Mapa Consolidado do Inventrio Territorial do Patrimnio do Estado

    7.8 Mapa Consolidado dos Bens Patrimoniais Inventariveis das Empresas Pblicas

    7.9 Mapa do Inventrio do Patrimnio Autrquico

    7.10 Mapa do Inventrio do Patrimnio Autrquico

  • I PARTE

    RELATRIO DO GOVERNO SOBRE OS

    RESULTADOS DA EXECUO ORAMENTAL

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011

    CONTA GERAL DO ESTADO DE 2011

    I PARTE

    RELATRIO DO GOVERNO SOBRE OS RESULTADOS DA

    EXECUO ORAMENTAL

    1. INTRODUO

    Em cumprimento do disposto no artigo 50 da Lei n. 9/2002, de 12 de

    Fevereiro, o Governo elaborou a Conta Geral do Estado, referente ao exerccio

    econmico de 2011.

    A Conta Geral do Estado o documento do Governo que tem por objectivo

    evidenciar a execuo oramental e financeira, bem como apresentar o

    resultado do exerccio econmico e a avaliao do desempenho dos rgos e

    instituies do Estado.

    O Oramento do Estado para o ano 2011, aprovado atravs da Lei n. 1/2011,

    de 5 de Janeiro, estabeleceu a meta de 132.403,1 milhes de Meticais para os

    recursos totais, sendo 73.274,8 milhes de Meticais de Receitas do Estado,

    1.063,5 milhes de Meticais de Emprstimos Internos e 58.064,8 milhes de

    Meticais de Donativos e Crditos Externos.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 2

    As despesas totais foram fixadas em 132.403,1 milhes de Meticais, sendo

    68.785,1 milhes de Meticais para as de Funcionamento, 60.043,9 milhes de

    Meticais para as de Investimento e 3.574,1 milhes de Meticais para as

    Operaes Financeiras.

    No entanto, em resultado da mudana da conjuntura macroeconmica, os

    limites oramentais foram alterados atravs da Lei n. 9/2011, de 13 de Junho,

    tendo-se incrementado a previso das Receitas do Estado para 79.158,0

    milhes de Meticais, dos Emprstimos Internos para 2.618,6 milhes de

    Meticais, dos Donativos Externos para 35.284,5 milhes de Meticais e dos

    Emprstimos Externos para 24.696,1 milhes de Meticais, perfazendo

    141.757,2 milhes de Meticais, o valor da previso de recursos.

    O incremento nos recursos permitiu o aumento do limite das Despesas de

    Funcionamento para 73.648,7 milhes de Meticais e das Despesas de

    Investimento para 64.751,7 milhes de Meticais, tendo as Operaes

    Financeiras passado para 3.356,8 milhes de Meticais.

    O Oramento do Estado para 2011 foi elaborado e executado em ambiente do

    e-SISTAFE, com base nos procedimentos da Lei n. 9/2002, de 12 de

    Fevereiro, e do Regulamento do SISTAFE, aprovado pelo Decreto n. 23/2004,

    de 20 de Agosto.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 3

    No mbito do prosseguimento da implementao de reformas na

    administrao financeira do Estado, particularmente no que concerne

    elaborao e execuo do Oramento do Estado, h a destacar, no exerccio

    econmico de 2011, o seguinte:

    A consolidao do Plano Econmico e Social na planificao e

    oramentao por programas;

    A reviso da Viso Estratgica das Finanas Pblicas 2009-2020 e

    elaborao da proposta da Viso das Finanas Pblicas 2011-2025;

    A realizao de campanhas de educao fiscal atravs dos rgos de

    comunicao social;

    O estabelecimento de um sistema de gesto e controlo da dvida

    tributria nas 28 Direces das reas Fiscais;

    A submisso Assembleia da Repblica da proposta de Lei que

    estabelece o regime jurdico das Empresas Pblicas, a qual foi aprovada

    em 2012 atravs da Lei n. 6/2012, de 8 Fevereiro, em substituio da

    Lei n. 7/91, de 3 de Agosto;

    A instalao e operacionalizao de 78 novos pontos do e-SISTAFE,

    perfazendo 573, sendo 148 a nvel central, 323 a nvel provincial e 102 a

    nvel distrital, bem como a formao dos respectivos usurios;

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 4

    A formao de tcnicos de 67 instituies no mbito da reciclagem e

    reforo da capacidade dos utilizadores para os vrios perfis em uso no

    e-SISTAFE;

    O prosseguimento da implementao do mdulo de pagamento de

    salrios (e-Folha), tendo sido integrados 409 novos rgos e instituies

    do Estado, perfazendo 431, sendo 138 a nvel central e 293 a nvel

    provincial;

    O prosseguimento da implementao da execuo oramental pela via

    directa, tendo sido pago aos fornecedores/credores, por esta via, 42,2%

    do total da despesa oramental;

    A aprovao do Decreto n. 45/2011, de 21 de Setembro, que altera o

    artigo 45 do Regulamento de Contratao de Empreitada de Obras

    Pblicas, Fornecimento de Bens e Prestao de Servios ao Estado;

    A reviso do Manual de Procedimentos de Contratao de Empreitada

    de Obras Pblicas, Aquisio de Bens e Prestao de Servios ao Estado;

    A elaborao de brochuras e instrues sobre procedimentos especficos

    de contratao pblica;

    A superviso de 109 Unidades Gestoras e Executoras das Aquisies, a

    nvel central, provincial e distrital, com vista a aferir o grau de

    cumprimento dos procedimentos de contratao pblica pelos rgos e

    instituies do Estado;

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    Conta Geral do Estado de 2011 5

    A revitabilizao de 10 rgos de Controlo Interno, sendo 5 a nvel

    central e 5 a nvel provincial, elevando-se para 82 rgos criados;

    A aprovao do detalhamento do Classificador Econmico da Despesa

    (CED) que permite maior controlo da execuo oramental e do

    patrimnio do Estado;

    A introduo de uma funcionalidade no e-SISTAFE que obriga o registo

    da conformidade dos actos de gesto;

    A elaborao de uma Circular que obriga as Unidades de Auditoria

    Interna ou os Ordenadores de Despesa a emitir um Parecer sobre a

    Conta de Gerncia, antes de submisso ao Tribunal Administrativo;

    A realizao de aces de formao destinadas aos Secretrios Gerais e

    Permanentes dos rgos e instituies de nvel central e provincial e aos

    Gestores de instituies de nveis central e provincial, no mbito da

    conformidade dos actos de gesto;

    A realizao de um trabalho de verificao das despesas sem suporte

    documental, no valor de 120.658.298,90 Meticais, apuradas pelo

    Tribunal Administrativo, no mbito da anlise da Conta Geral do

    Estado de 2010, tendo-se recuperado justificativos de despesas no

    montante de 105.147.658,00 Meticais. Prosseguem ainda trabalhos com

    vista obteno dos justificativos em falta, no valor de 15.510.640,90

    Meticais; e

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    Conta Geral do Estado de 2011 6

    A cobrana de 282,2 milhes de Meticais, no mbito do trabalho em

    curso visando a recuperao dos crditos do Tesouro, tendo trs

    empresas solicitado reprogramao das suas dvidas, com incio de

    pagamento em 2012.

    Na execuo do Oramento do Estado de 2011 e na elaborao da respectiva

    Conta foram observadas as recomendaes da Assembleia da Repblica,

    constantes da Resoluo n. 2/2011, de 22 de Julho, que aprova a Conta Geral

    do Estado de 2009, bem como as constantes do Relatrio e Parecer do

    Tribunal Administrativo sobre a mesma Conta, sendo de destacar o seguinte:

    Recomendao: Adoptar um Classificador Econmico da Receita que permita a

    desagregao em receitas de concesses, receitas de alienao do patrimnio do Estado,

    entre outras.

    Prosseguiu-se com o trabalho de reviso do Classificador Econmico da

    Receita, com vista a sua implementao no mbito do projecto e-

    Tributao, a partir do Oramento do Estado de 2014. Entretanto, a

    presente Conta apresenta informao detalhada sobre as receitas de

    concesses e de alienaes do patrimnio do Estado.

    Recomendao: Observar, integralmente, o estabelecido nos artigos 33 e 47 da Lei

    que cria o SISTAFE, quanto tramitao, para a cobrana coerciva, dos documentos

    de cobrana.

    Foi realizado um trabalho de harmonizao de procedimentos na

    tramitao dos conhecimentos para a cobrana coerciva da dvida fiscal,

    visando melhorar a contabilizao total da dvida efectiva de todas as

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 7

    Unidades de Cobrana e sua incluso nas Contas Gerais do Estado. Para

    o efeito, foram produzidos vrios instrumentos, com destaque para a

    Circular n. 12/GAB-DGI/2010, de 28 de Dezembro.

    Recomendao: As entidades devem observar estritamente as normas de execuo

    do Oramento do Estado.

    Prosseguiu-se com a disseminao do Manual de Administrao

    Financeira e Procedimentos Contabilsticos pelos rgos e instituies

    de nvel central, provincial e distrital.

    Procedeu-se divulgao dos procedimentos sobre a Administrao e

    Execuo do Oramento do Estado, visando assegurar a correcta

    utilizao dos fundos do Oramento do Estado.

    Foram realizados seminrios de sensibilizao sobre matrias

    relacionadas com instrumentos de gesto para melhoria dos sistemas de

    controlo interno, destinados aos membros dos Conselhos Consultivos

    dos Ministrios, membros dos Governos Provinciais, Administradores e

    Secretrios Permanentes Distritais, Inspectores e Chefes de

    Departamento de Administrao e Finanas ao nvel central, provincial

    e distrital.

    Foram realizados seminrios sobre matria de gesto financeira no

    mbito do e-SISTAFE, visando capacitar os Agentes de Controlo Interno

    do SISTAFE ao nvel central, provincial e distrital.

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    Conta Geral do Estado de 2011 8

    Recomendao: Criar mecanismos que permitam a utilizao eficiente dos recursos

    financeiros disponveis, de modo a evitarem-se saldos ociosos.

    Foi desenvolvido no e-SISTAFE uma funcionalidade que permite a

    gesto e recolha de recursos financeiros ociosos, como forma de

    recuperar as quotas financeiras libertas e no usadas.

    Recomendao: Tomar providncias para que se faa um levantamento exaustivo de

    todas as empresas participadas pelo Estado, incluindo as que esto sob controlo dos

    Ministrios sectoriais e outros entes pblicos, em cumprimento do disposto no

    Estatuto Orgnico do Instituto de Gesto das Participaes do Estado.

    Foi realizado um trabalho de levantamento de todas as empresas

    participadas pelo Estado, incluindo as que esto sob controlo dos

    Ministrios sectoriais e outros entes pblicos, estando em curso a

    harmonizao dos seus cadastros.

    Recomendao: O Governo deve melhorar as regras e procedimentos atinentes

    gesto do patrimnio do Estado nas instituies e sectores de uma forma proactiva e

    com formao contnua e regular dos funcionrios e agentes do Estado.

    Foi aprovado o Modelo Conceptual do Subsistema do Patrimnio do

    Estado, que consiste na viso actual dos processos inerentes gesto

    patrimonial, prevendo-se que em 2014 seja implementado no e-SISTAFE

    o Mdulo de Gesto do Patrimnio do Estado que, de entre outras

    funcionalidades, integra o Cadastro de Empreiteiros e Fornecedores e o

    Catlogo de Materiais e respectivos Preos.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 9

    Recomendao: O Governo deve desenvolver esforos para a divulgao do Decreto

    n. 15/2010, de 24 de Maio, e intensificar aces de monitoria da implementao.

    Foram formados 1.761 funcionrios e agentes do Estado afectos s

    Unidades Gestoras Executoras das Aquisies (UGEAs) de nvel

    central, provincial e distrital, no mbito do Regulamento de

    Contratao de Empreitada de Obras Pblicas, Fornecimento de Bens e

    Prestao de Servios, aprovado pelo Decreto n. 15/2010, de 24 de

    Maio;

    Foram capacitados 3.059 funcionrios e agentes do Estado de nvel

    central, provincial e distrital, no mbito do Regulamento de Gesto do

    Patrimnio do Estado, aprovado atravs do Decreto n. 23/2007, de 9 de

    Agosto.

    Foram realizadas aces de formao destinadas aos Secretrios Gerais

    e Permanentes a nvel central, aos Directores das reas de

    Administrao, Finanas e Planificao de todos os Ministrios e aos

    docentes do Instituto Superior de Administrao Pblica (ISAP) e do

    Instituto de Formao em Administrao Pblica (IFAPA), no mbito

    dos Decretos n. 15/2010, de 24 de Maio e 23/2007, de 9 de Agosto.

    Foram realizadas aces de superviso a 109 UGEAs, com vista aferir o

    grau de cumprimento dos procedimentos de contratao pblica pelos

    rgos e instituies do Estado.

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    Conta Geral do Estado de 2011 10

    Recomendao: O Governo deve inventariar todos os imveis e veculos do Estado,

    de modo a que os mesmos sejam registados como propriedade do Estado.

    Prosseguiu-se com aces junto s Conservatrias e ao Ministrio das

    Obras Pblicas e Habitao, visando o registo de todos os imveis e

    veculos do Estado, incluindo plantas topogrficas, coordenadas

    geogrficas e fotografias.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 11

    2. OBJECTIVOS DA POLTICA ECONMICA E SOCIAL

    O Plano Econmico e Social para 2011 definiu como principais objectivos os

    seguintes:

    i. Alcanar um crescimento econmico de cerca de 7,2%;

    ii. Conter a taxa de inflao mdia anual em cerca de 8,0%;

    iii. Atingir um nvel de USD 2.402 milhes de dlares, em exportaes

    de bens;

    iv. Atingir um nvel de Reservas Internacionais Lquidas que financiem

    cerca de 4,3 meses de importaes de bens e servios no factoriais;

    v. Prosseguir com a criao de oportunidades de emprego e de um

    ambiente favorvel ao investimento privado e desenvolvimento do

    empresariado nacional;

    vi. Melhorar em quantidade e qualidade os servios pblicos de

    educao, sade, gua e saneamento, estradas e energia; e

    vii. Prosseguir com a consolidao de uma Administrao Local do

    Estado ao servio do cidado.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 12

    No entanto, em resultado da mudana da conjuntura macroeconmica, foram

    revistas as metas do crescimento econmico e da inflao mdia anual para

    7,4% e 9,5%, respectivamente.

    O balano anual indica o alcance dos seguintes resultados:

    i. Crescimento do Produto Interno Bruto de 7,2%;

    ii. Taxa de inflao mdia anual (IPC de Maputo) de 10,35%;

    iii. As exportaes totais de bens situaram-se em USD 2.687 milhes, o

    que representa um grau de realizao de 79% em relao ao

    objectivo do Plano; e

    iv. As Reservas Internacionais Lquidas atingiram em Dezembro de

    2011 o saldo de USD 2.226,7 milhes, cobrindo 5,2 meses de

    importaes.

    Para o crescimento do PIB tiveram maior contribuio os sectores da

    agricultura, da indstria transformadora, dos transportes e comunicaes e do

    comrcio e servios de reparao.

    A seguir so apresentadas as principais medidas e aces de poltica que

    nortearam as actividades realizadas durante no de 2011

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 13

    2.1- Poltica Oramental

    A poltica oramental de 2011 foi implementada num quadro conjuntural

    caracterizado pela prevalncia de presses inflacionrias, aliada volatilidade

    dos preos de combustveis a nvel internacional e subida dos preos de

    alimentos.

    Para a materializao dos objectivos preconizados no Plano Quinquenal do

    Governo e no Plano Econmico e Social para 2011, a despesa pblica foi

    orientada para aces conducentes ao crescimento econmico, com incidncia

    em aces na rea de desenvolvimento rural, combate pobreza urbana,

    proviso de servios sociais bsicos e infra-estruturas, criao de

    oportunidades de emprego, bem como de um ambiente favorvel ao

    investimento privado.

    A poltica oramental esteve igualmente orientada no sentido de incrementar

    os nveis de arrecadao de receitas do Estado, atravs do alargamento da

    base tributria e combate fraude e evaso fiscais, o que a mdio prazo

    contribuir para a reduo do dfice oramental.

    A poltica oramental foi ainda orientada para o aprofundamento da

    coordenao entre as polticas fiscal, monetria e cambial, com vista a

    fortalecer o clima de confiana do sector privado e contribuir para o

    incremento do investimento interno e do investimento directo estrangeiro,

    como forma de fomentar a criao de emprego.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 14

    As principais aces priorizadas na realizao da despesa pblica em 2011,

    cujo impacto reveste-se de importncia particular na esfera poltica,

    econmica e social do pas e com nveis de absoro de recursos que merecem

    destaque, so os seguintes:

    Prosseguimento da implementao do Plano de Aco para a Produo

    de Alimentos;

    Promoo de projectos de gerao de rendimento, emprego, auto

    emprego e produo de alimentos a nvel local, com enfoque no

    melhoramento da gesto do Fundo de Investimento de Iniciativa Local;

    Prosseguimento da implementao do Subsdio de Localizao;

    Manuteno dos subsdios ao preo da farinha de trigo atravs das

    panificadoras e ao preo dos transportes urbanos de passageiros, com

    vista a minimizar o custo de vida das camadas sociais mais vulnerveis;

    Construo e manuteno de infra-estruturas scio-econmicas bsicas,

    tais como estradas, pontes, energia e outras; e

    Implementao de aces no mbito do Programa Estratgico para a

    Reduo da Pobreza Urbana.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 15

    Para a implementao da poltica oramental, o Oramento do Estado para

    2011, aprovado atravs da Lei n. 9/2011, de 13 de Junho, estabeleceu os

    seguintes valores globais, em milhes de Meticais:

    Receitas do Estado 79.158,0

    Despesas do Estado 141.757,2

    Dfice Global 62.599,2

    Do montante estabelecido para as despesas do Estado, 73.648,7 milhes de

    Meticais foram destinados s Despesas de Funcionamento, 64.751,7 milhes

    de Meticais ao investimento, sendo 20.581,7 milhes de Meticais na

    componente interna e 44.170,0 milhes de Meticais na componente externa, e

    3.356,8 milhes de Meticais s Operaes Financeiras.

    A execuo do Oramento do Estado no exerccio econmico de 2011

    apresenta os seguintes resultados, em milhes de Meticais:

    Receitas do Estado 81.058,5

    Despesas do Estado 127.935,2

    Dfice Financiado 46.876,7

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 16

    No Quadro 1, apresentam-se os resultados do desempenho oramental em

    2011, comparativamente a 2010, em termos do PIB, que mostram o nvel de

    cumprimento dos objectivos estabelecidos no Oramento do Estado de 2011.

    Valor % do PIB Valor % do PIB

    Receitas do Estado 63,566.1 20.32 81,058.5 21.83

    Correntes 62,167.9 19.88 79,268.3 21.35

    Capital 1,398.2 0.45 1,790.1 0.48

    Despesas de Funcionamento 59,356.3 18.98 70,989.2 19.12

    Despesas de Investimento 43,680.7 13.97 51,011.5 13.74

    Componente Interna 20,032.3 6.41 20,411.0 5.50

    Componente Externa 23,648.3 7.56 30,600.5 8.24

    Operaes Financeiras Activas 2,386.3 0.76 4,371.1 1.18

    Saldo Corrente 2,811.5 0.90 8,279.2 2.23

    Dfice Global Antes de Donativos -41,857.2 -13.38 -45,313.3 -12.20

    Donativos 27,318.4 8.73 27,379.7 7.37

    Consignados a Projectos e Ac. Retrocesso 16,010.3 5.12 14,859.6 4.00

    Contravalores no consignados 11,308.2 3.62 12,520.1 3.37

    Dfice Global Aps de Donativos -14,538.8 -4.65 -17,933.6 -4.83

    Emprstimos Externos Lquidos 13,473.6 4.31 13,724.6 3.70

    Consignados a Projectos e Ac. Retrocesso 10,523.5 3.36 13,578.3 3.66

    Contravalores no consignados 3,993.9 1.28 1,296.9 0.35

    Amortizaes -1,043.8 -0.33 -1,150.6 -0.31

    Crdito Interno Lquido 1,065.1 0.34 4,209.0 1.13

    P/ Memria: PIB 312,751.5 371,314.9

    Quadro 1- Indicadores Oramentais

    Ano 2010 Ano 2011

    (Em Milhes de Meticais)

    Conforme se pode observar, as receitas do Estado cresceram em 1,51 pontos

    percentuais do PIB, em relao ao ano anterior, devido sobretudo s receitas

    correntes, que passaram de 19,88% do PIB em 2010 para 21,35% em 2011.

    As Despesas de Funcionamento aumentaram em 0,14 pontos percentuais do

    PIB, e as de investimento diminuram em 0,23 pontos percentuais.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 17

    Face ao aumento do peso das receitas correntes, superior ao da Despesas de

    Funcionamento, o saldo corrente passou de um supervit de 0,90% do PIB, em

    2010, para um supervit de 2,23% do PIB, em 2011.

    As Operaes Financeiras Activas aumentaram em 0,42 pontos percentuais do

    PIB, por influncia de emprstimos por Acordos de Retrocesso que

    aumentaram em 0,41 pontos percentuais.

    Como resultado do aumento do peso das Despesas de Funcionamento e das

    Operaes Financeiras Activas, bem como da diminuio do peso das

    Despesas de Investimento, o dfice global antes de donativos aumentou em

    1,18 pontos percentuais do PIB e o dfice global aps donativos diminuiu em

    0,18 pontos percentuais.

    Os emprstimos externos lquidos diminuram em 0,61 pontos percentuais,

    em termos do PIB, o que fez com que o crdito interno lquido se tenha

    traduzido num aumento correspondente a 0,79 pontos percentuais do PIB em

    relao ao ano anterior.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 18

    2.2 Poltica Fiscal

    Para a materializao dos programas previstos no Plano Econmico e Social,

    o Governo implementou as seguintes medidas de Poltica Fiscal:

    Realizao de aces de educao fiscal e disseminao e popularizao

    do imposto;

    Realizao de 1.241 aces de auditoria e fiscalizao, com incidncia no

    Imposto sobre o Valor Acrescentado, no Imposto sobre o Rendimento

    de Pessoas Colectivas, no Imposto sobre o Rendimento de Pessoas

    Singulares e no Imposto sobre o Comrcio Externo;

    Atribuio de 327.602 NUITs, dos quais 321.297 de pessoas singulares

    e 6.305 de pessoas colectivas, sendo que do total, 46.315 NUITs so

    relativos ao Imposto Simplificado de Pequenos Contribuintes;

    Abertura de 13 novos postos de cobrana de impostos, sendo 2 na

    regio norte (Monapo e Mogovolas), 6 na regio centro (Cheringoma,

    Muanza, Chemba, Machanga, Muxngue e Mutarara) e 6 na regio sul

    (Inhassoro, Vilankulos, Namaacha, Machava, Jardim e Xipamanine);

    Concepo e disseminao do sistema de gesto e controlo da dvida

    tributria, visando flexibilizar a tramitao dos processos;

    Lanamento formal do projecto da Janela nica Electrnica, aps a

    operacionalizao do centro de dados, testagem dos sistemas, formao

    dos usurios e incio do piloto no porto de Maputo;

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 19

    No mbito da reforma legislativa foram aprovados os seguintes dispositivos:

    Lei n. 2/2011, de 11 de Janeiro de 2011, que aprova o Regime

    Aduaneiro Aplicvel aos Mineiros na Repblica da frica do Sul;

    Lei n. 4/2011, de 11 de Janeiro de 2011, que cria a Cmara dos

    Despachantes Aduaneiros de Moambique;

    Lei n. 8/2011, de 11 de Janeiro de 2011, que aprova o Regime

    Excepcional de Regularizao de Dvidas Tributrias;

    Decreto n. 2/2011, de 16 de Maro, que aprova os procedimentos com

    vista a operacionalizar a Lei n. 8/2011, de 11 de Janeiro;

    Decreto n. 3/2011, de 16 de Maro, que aprova os procedimentos com

    vista a operacionalizar a Lei n. 2/2011, de 11 de Janeiro;

    Decreto n. 16/2011, de 26 de Maio, que aprova o Estatuto da Cmara

    dos Despachantes Aduaneiros de Moambique;

    Decreto n. 18/2011, de 26 de Maio, que estabelece os requisitos e

    procedimentos para o exerccio da actividade de despacho de

    mercadorias;

    Decreto n. 21/2011, de 1 de Junho, que aprova o Regulamento da Taxa

    de Sobrevalorizao da Madeira; e

    Diploma Ministerial n. 244/2011, de 18 de Outubro, que altera o n. 1

    do artigo 3 do Regulamento de Inspeco Pr-Embarque, aprovado pelo

    Diploma Ministerial n. 19/2003 de 19 de Fevereiro.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 20

    2.3 Poltica Monetria e Cambial

    A poltica monetria em 2011 foi consentnea com o programa econmico do

    Governo, que estabelecia uma taxa de crescimento econmico de cerca de

    7,4%, uma inflao mdia anual de 9,5% e uma posio das reservas

    internacionais brutas que cobrisse cerca de 4,5 meses de cobertura de

    importaes de bens e servios no factoriais, incluindo as dos grandes

    projectos.

    As principais metas do programa monetrio para o perodo eram as

    seguintes:

    Saldo das Reservas Internacionais Lquidas de 2.030 milhes de dlares

    norte americanos;

    Expanso da Base Monetria de 13,2%;

    Expanso dos meios totais de pagamento na ordem dos 11,7%; e

    Expanso do crdito economia no superior a 19,5%.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 21

    No entanto, em resultado da mudana da conjuntura macroeconmica, foram

    revistas as projeces dos restantes agregados monetrios referentes a

    Dezembro de 2011, conforme ilustra a informao resumida no Quadro 2,

    onde tambm so apresentados os nveis de realizao at Dezembro de 2010,

    comparada com a realizao de Dezembro de 2011:

    Agregados Dez/2010 Dez/2011Programa

    Dez/2011

    Reservas Internacionais Lquidas (milhes USD) 1 908 2 240 2 030

    Base Monetria (saldo mdio) 31 851 33 275 36 053

    Base Monetria (fim de perodo) 31 618 34 311 35 792

    Crdito Lquido ao Governo -1 189 3 360 2 896

    Massa Monetria - M3 133 412 143 861 146 838

    Crdito Economia 92 372 98 173 108 787

    Base Monetria 8.5% 13.2%

    Massa Monetria - M3 7.8% 10.1%

    Crdito Economia 6.3% 17.8%

    Quadro 2 - Principais Indicadores Monetrios em Dezembro de 2010 e 2011

    Saldos em milhes MT

    Variao Anual dos Saldos (fim de perodo)

    Do Quadro acima destaca-se o seguinte:

    Base Monetria: A base Monetria expandiu 8,5%, ou seja, abaixo da

    meta programada para o perodo em 4,7%;

    Reservas Internacionais Lquidas: Foram constitudas reservas

    internacionais lquidas no valor de 332 milhes de dlares, elevando o

    respectivo saldo para 2.240 milhes de dlares, acima da meta

    programada em 210 milhes de dlares. Com aquele nvel, at

    Dezembro de 2011, o saldo das reservas internacionais brutas

    representava 5,2 meses de cobertura de importao de bens e servios

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 22

    no factoriais, incluindo os grandes projectos, contra os 4,5 meses

    programados para o mesmo perodo;

    Crdito Lquido ao Governo: A posio lquida do Estado junto do

    sistema bancrio nacional, traduziu-se, at Dezembro de 2011, numa

    constituio lquida de 3.360,4 milhes de meticais, face a uma

    constituio de 2.896 milhes de meticais inicialmente programados

    para Dezembro de 2011; e

    Crdito Economia: A informao estatstica reportada ao ms de

    Dezembro de 2011, indica que o endividamento privado junto do

    sistema bancrio nacional foi de 98.172,8 milhes de Meticais,

    correspondente a um aumento anual de 4.195,8 milhes de Meticais

    (6,3%). No entanto, os sectores mais endividados so os particulares

    com 25,0% do total do crdito, comrcio com 21,1%, transportes e

    comunicaes com 9,9% e indstria com 8,9%.

    No mbito da poltica monetria, a conjuntura econmica e financeira em

    2011 foi caracterizado por dois momentos:

    Primeiro perodo: de presso inflacionria iniciada em 2010, que

    determinou que o Banco de Moambique prosseguisse, em Janeiro de

    2011, com uma poltica monetria mais prudente, tendo sido tomadas as

    seguintes medidas:

    Aumento da Taxa de juro das Facilidades Permanentes de

    Cedncia de Liquidez em 100 pontos base (pb) para 16,5%;

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 23

    Incremento da taxa de juro das Facilidades Permanentes de

    Depsitos em 100 pontos base (pb), para 5,0%;

    Aumento do coeficiente de Reservas obrigatrias em 50pb, para

    9%;

    Intensificao das intervenes no Mercado Cambial

    Interbancrio (MCI) para satisfazer a demanda de divisas no

    mercado; e

    Reforo das intervenes no Mercado Monetrio Interbancrio

    (MMI) visando a esterilizao de Liquidez excedentria,

    geradora de presses inflacionrias.

    Segundo perodo: retorno estabilidade e, em face das previses

    optimistas de inflao e dos agregados monetrios, o Banco de

    Moambique decidiu:

    Reduzir a taxa de juro das Facilidades Permanentes de Cedncia

    em 150pb (50pb em Agosto e 100pb em Dezembro), para 15%;

    Rever em baixa o coeficiente de Reservas Obrigatrias em 50 pb

    (25pb em Agosto e 25pb em Dezembro) para 8,5%, esta ltima

    reviso com efeitos a partir do perodo de constituio que

    iniciou a 7 de Janeiro de 2012;

    Garantir espao monetrio, comprando divisas no MCI (em 2011

    foram comprados cerca de 181 milhes de dlares norte

    americanos, contra 41,3 milhes de dlares norte americanos at

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 24

    Dezembro de 2010) e reduzir os montantes dos bilhetes de

    tesouro emitidos; e

    Manter a postura de participao total na cobertura cambial da

    factura lquida de combustvel, que vem sendo implementada

    desde Agosto de 2011.

    2.4 Balana de Pagamentos

    As exportaes totais de bens atingiram USD 2.776,3 milhes, o que

    representa um crescimento em 19,0%, comparativamente a 2010, decorrente

    do crescimento das exportaes realizadas pelos grandes projectos em 20,8%,

    bem como as exportaes dos restantes sectores da economia em 14,4%,

    conforme se mostra no Quadro 3:

    2010 2011Variao

    (%)

    Exportaes (fob) 2 333.3 2 776.3 19.0

    sendo grandes projectos 1 668 2 015.3 20.8

    Exportaes sem grandes projectos 665.1 761.0 14.4

    Importaes (fob) -3 512.4 -4 187.1 19.2

    sendo grandes projectos -899.7 -1 547.1 72.0

    Importaes sem grandes projectos -2 612.7 -2 640.0 1.0

    Saldo -1 179.1 -1 410.8 19.7

    Saldo sem grandes projectos -1 947.6 -1 879.0 -3.5

    Fonte: DEE-Banco de Moambique.

    Quadro 3 - Balana Comercial(Em Milhes de USD)

    Por outro lado, as importaes de bens foram de USD 4.187,1 milhes, o que

    representa um crescimento de 19,2% relativamente a 2010, devido ao

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 25

    aumento das importaes da principais matrias primas, bens intermdios e

    bens de capital.

    A Balana Comercial encerrou com um dfice de USD 1.410,8 milhes,

    superior ao registado em 2010 em 19,7%, tendo o dfice sem os grandes

    projectos sido de USD 1.879,0 milhes, correspondente a um decrscimo de

    3,5%.

    O dfice da Balana de Servios e Rendimentos situou-se em USD 1.002,2

    milhes, representando um aumento de 36,9% em relao a 2010, conforme o

    Quadro seguinte:

    2010 2011Variao

    (%)

    Receitas 809.2 838.7 3.6

    Despesas -1 541.3 -1 840.9 19.4

    Saldo -732.1 -1 002.2 36.9

    Juros de dvida 30.1 35.0 16.3

    Saldo excluindo juros -702.0 -967.2 37.8

    Fonte: DEE-Banco de Moambique.

    Quadro 4 - Balana de Servios e Rendimentos(Em Milhes de USD)

    A Balana de Transaces Correntes, sem incluir as transferncias correntes,

    passou de um dfice de USD 1.911,1 milhes em 2010, para um dfice de USD

    2.413,0 milhes em 2011, o que representa um crescimento de 26,3%.

    Entrando em linha de conta com as transferncias correntes, que foram de

    USD 661,3 milhes em 2010 e USD 797,7 milhes em 2011, a Balana de

    Transaces Correntes passou de USD 1.249,8 milhes em 2010 para USD

    1.615,3 milhes em 2011, o que equivale a um agravamento de 29,2%,

    conforme se pode observar no Quadro 5:

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 26

    2010 2011Variao

    (%)

    Exportaes (fob) 2 333.3 2 776.3 19.0

    sendo grandes projectos 1 668.1 2 015.3 20.8

    Export. sem grandes projectos 665.1 761.0 14.4

    Importaes (fob) -3 512.4 -4 187.1 19.2

    sendo grandes projectos -899.7 -1 547.1 72.0

    Import. sem grandes projectos -2 612.7 -2 640.0 1.0

    Servios e Rendimentos -732.0 -1 002.2 36.9

    Saldo de Bens, Servios e Rendimentos -1 911.1 -2 413.0 26.3

    Transferncias Correntes 661.3 797.7 20.6

    Saldo -1 249.8 -1 615.3 29.2

    Fonte: DEE-Banco de Moambique.

    Quadro 5 - Balana de Transaces Correntes

    (Em Milhes de USD)

    O total do financiamento externo, constitudo por donativos e emprstimos,

    cresceu em 20,2% de 2010 para 2011, resultante de aumento de USD 241,7

    milhes em donativos e USD 67,30 milhes em emprstimos. Assim, o

    financiamento por emprstimos ao sector pblico aumentou em 13,4% e

    diminuiu em 0,8% ao sector privado, como se mostra a seguir:

    2010 2011Crescim.

    em %

    Donativos 791.5 1 033.2 30.5

    Emprstimos 729.5 795.0 9.0

    Pblicos 501.5 568.8 13.4

    Privados 228.0 226.2 -0.8

    Total 1 521.0 1 828.2 20.2

    Fonte: DEE-Banco de Moambique.

    Quadro 6 - Donativos e Emprstimos Externos

    (Em Milhes de USD)

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 27

    3. EXECUO DO ORAMENTO DO ESTADO

    A execuo do Oramento do Estado para 2011, em termos globais, teve os

    resultados que se apresentam nos Mapas I e I-1 da II Parte da presente Conta

    e se resumem no Quadro 7:

    Classifi-

    cao Ora- Reali- Taxa % do Reali- Taxa % do

    Econmica mento zao (%) PIB Lei 1/2011 Lei 9/2011 Final zao (%) PIB

    Recursos Internos 65,960.6 67,983.7 103.1 21.74 74,338.3 81,776.6 81,776.6 83,677.1 102.3 22.54

    Receitas do Estado 57,431.8 63,566.1 110.7 20.32 73,274.8 79,158.0 79,158.0 81,058.5 102.4 21.83

    Emprstimos Internos 8,528.8 4,417.6 51.8 1.41 1,063.5 2,618.6 2,618.6 2,618.6 100.0 0.71

    Recursos Externos 52,016.6 41,835.9 80.4 13.38 58,064.8 59,980.6 59,980.6 42,254.9 70.4 11.38

    Donativos 33,776.3 27,318.4 80.9 8.73 35,768.8 35,284.5 35,284.5 27,379.7 77.6 7.37

    Emprstimos 18,240.3 14,517.4 79.6 4.64 22,296.0 24,696.1 24,696.1 14,875.2 60.2 4.01

    Total de Recursos 117,977.2 109,819.6 93.1 35.11 132,403.1 141,757.2 141,757.2 125,932.0 88.8 33.92

    Desp. de Funcionamento 61,913.6 59,356.4 95.9 18.98 68,785.1 73,648.7 74,968.9 70,989.2 94.7 19.12

    Desp. de Investimento 56,233.7 43,680.7 77.7 13.97 60,043.9 64,751.7 66,424.5 51,011.5 76.8 13.74

    Componente Interna 21,219.2 20,032.3 94.4 6.41 18,839.5 20,581.7 22,254.5 20,411.0 91.7 5.50

    Componente Externa 35,014.5 23,648.3 67.5 7.56 41,204.3 44,170.0 44,170.0 30,600.5 69.3 8.24

    Operaes Financeiras 4,646.0 4,048.5 87.1 1.29 3,574.2 3,356.8 6,694.3 5,934.6 88.7 1.60

    Activas 2,795.2 2,386.3 85.4 0.76 1,213.9 1,118.3 4,455.8 4,371.1 98.1 1.18

    Passivas 1,850.8 1,662.1 89.8 0.53 2,360.2 2,238.5 2,238.5 1,563.5 69.8 0.42

    Emprstimos Externos 1,232.5 1,043.8 84.7 0.33 2,046.7 1,685.2 1,685.2 1,150.6 68.3 0.31

    Emprstimos Internos 618.3 618.3 ### 0.20 313.5 553.3 553.3 412.9 74.6 0.11

    Total de Despesa 122,793.3 107,085.5 87.2 34.24 132,403.1 141,757.2 148,087.7 127,935.2 86.4 34.45

    Variao de Saldos -4,816.1 2,734.1 0.87 0.0 0.0 -6,330.5 -2,003.2 -0.54

    Total de Aplicaes 117,977.2 109,819.6 93.1 35.11 132,403.1 141,757.2 141,757.2 125,932.0 88.8 33.92

    Por memria:

    Crdito Interno Lquido 12,726.5 1,065.2 8.4 0.3 750.0 2,065.3 8,395.8 4,209.0 50.1 1.1

    Produto Interno Bruto 312,751.5 371,314.9

    Ano 2010

    Quadro 7 - Equilbrio Oramental(Em Milhes de Meticais)

    Oramento

    Ano 2011

    Os recursos mobilizados atingiram o montante de 125.932,0 milhes de

    Meticais, correspondente a 88,8 do oramento anual, tendo os recursos

    internos ultrapassado a previso em 2,3%, como resultado do bom

    desempenho registado na arrecadao de Receitas do Estado.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 28

    As Receitas do Estado totalizaram o valor de 81.058,5 milhes de Meticais, o

    financiamento interno por via de emisso de Obrigaes do Tesouro foi de

    2.618,6 milhes de Meticais e o financiamento externo atingiu o montante de

    42.254,9 milhes de Meticais.

    O financiamento externo, representando 33,6% dos recursos totais

    mobilizados, foi constitudo por Donativos e Crditos no valor de 27.379,7

    milhes de Meticais e 14.875,2 milhes de Meticais, respectivamente.

    Em termos de repartio percentual dos recursos, as Receitas do Estado

    representaram 64,4% do total dos recursos mobilizados, os Emprstimos

    Internos 2,1%, os Donativos 21,7% e os Emprstimos Externos 11,8%,

    conforme se espelha no grfico seguinte:

    Os recursos mobilizados financiaram as Despesas de Funcionamento pelo

    montante de 70.989,2 milhes de Meticais, as Despesas de Investimento

    51.011,5 milhes de Meticais e as Operaes Financeiras 5.934,6 milhes de

    Meticais. O valor total da despesa realizada durante o ano ultrapassou o valor

    Receitas do Estado64.4%

    Emprstimos Internos

    2.1%

    Donativos Extermos21.7%

    Emprstimos Externos

    11.8%

    Grfico 1- Estrutura de Recursos

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 29

    dos recursos mobilizados, tendo a diferena, no valor de 2.003,2 milhes de

    Meticais, sido financiado pelos saldos transitados do exerccio anterior.

    O valor com sinal negativo, na coluna do Oramento Final, corresponde ao

    reforo dos limites oramentais das despesas associadas a Receitas Prprias e

    Consignadas, pagamento da divida pblica e acordos de retrocesso,

    efectuado nos termos do artigo 6 da Lei n. 1/2011, de 5 de Janeiro, o qual

    autoriza o Governo a usar os recursos extraordinrios para a cobertura do

    dfice, pagamento da dvida pblica e financiamento de projectos

    prioritrios.

    Com efeito, no exerccio econmico de 2011 o limite da despesa foi reforado

    em 6.330,5 milhes de Meticais, com recurso a saldos do exerccio anterior,

    excesso na arrecadao de Receitas do Estado e desembolsos de

    financiamento externo para acordos de retrocesso.

    Em termos de repartio percentual, as Despesas de Funcionamento

    representaram 55,5% do total das utilizaes, as Despesas de Investimento

    39,9% e as Operaes Financeiras 4,6%, conforme se observa no Grfico 2:

    Despesas de Funcionamento

    55.5%

    Despesas de Investimento

    39.9%

    Operaes Financeiras

    4.6%

    Grfico 2 - Estrutura das Utilizaes

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 30

    Dado que os saldos das contas do Estado diminuram em 2.003,2 milhes de

    Meticais e os emprstimos internos aumentaram em 2.205,7 milhes de

    Meticais (emprstimos de 2.618,6 milhes de Meticais e amortizaes de 412,9

    milhes de Meticais), o Crdito Interno Lquido ao Governo totalizou 4.209,0

    milhes de Meticais.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 31

    3.1 Cobrana de Receitas

    A arrecadao das Receitas do Estado atingiu, no exerccio em anlise, o

    montante de 81.058,5 milhes de Meticais, correspondente a 102,4% da

    previso. Em percentagem do PIB, a arrecadao atingiu 21,83%, isto , um

    incremento de 1,51 pontos percentuais, conforme se observa do Quadro 8:

    Variao

    Pre- Reali- Taxa % do Reali- Taxa % do 2010/11

    viso zao (%) PIB Le i 1/2011 Le i 9/2011 zao (%) PIB a/

    RECEITAS CORRENTES 56,159.8 62,167.9 110.7 19.88 71,954.2 77,187.0 79,268.3 102.7 21.35 26.2%

    Receitas Fiscais 47,310.8 53,708.5 113.5 17.17 60,796.3 66,775.0 68,263.1 102.2 18.38 27.5%

    Imposto sobre o Rendimento 16,770.1 18,480.1 110.2 5.91 23,365.1 22,687.2 24,895.8 109.7 6.70 23.5%

    Impostos sobre Bens e Servios 28,290.8 32,888.4 116.3 ### 34,415.9 41,417.1 40,490.1 97.8 ### 30.9%

    Outros Impostos 2,250.0 2,340.1 104.0 0.75 3,015.3 2,670.7 2,877.2 107.7 0.77 11.4%

    Receitas No Fiscais 4,590.3 4,069.5 88.7 1.30 6,314.1 5,533.0 5,230.5 94.5 1.41 16.5%

    Sendo: Receitas Prprias 2,236.4 2,218.8 99.2 0.71 3,720.2 3,114.8 2,947.5 94.6 0.79 20.4%

    Receitas Consignadas 4,258.6 4,389.9 103.1 1.40 4,843.8 4,879.0 5,774.8 118.4 1.56 19.2%

    Sendo: Taxa s/ os Combustveis 2,800.5 2,934.7 104.8 0.94 2,884.5 2,764.0 3,388.2 122.6 0.91 4.6%

    RECEITAS DE CAPITAL 1,272.0 1,398.2 109.9 0.45 1,320.6 1,971.0 1,790.1 90.8 0.48 16.0%

    Alienao de Bens 333.0 200.2 60.1 0.06 8.1 0.5 93.5 18772.9 0.03 -57.7%

    Alienao do Patrim. do Estado 333.0 200.2 60.1 0.06 8.1 0.5 93.5 18772.9 0.03 -57.7%

    Outras Receitas de Capital 939.1 1,198.0 127.6 0.38 1,312.5 1,970.5 1,696.6 86.1 0.46 28.3%

    Dividendos 468.4 139.4 29.8 0.04 550.0 1,208.0 323.0 26.7 0.09 110.0%

    Outras 470.6 1,058.6 224.9 0.34 762.5 762.5 1,373.5 180.1 0.37 17.6%

    Sendo: Taxa de Concesso 387.0 873.6 ### 0.28 496.7 0.13 -48.5%

    RECEITAS TOTAIS 57,431.8 63,566.1 110.7 20.32 73,274.8 79,158.0 81,058.5 102.4 21.83 26.0%

    P/Memoria: PIB

    a / - Em termo s rea is , co m inflao mdia a 10,35% e variao cambia l de -14,4%.

    Ano 2010

    Quadro 8 - Receitas do Estado

    (Em Milhes de Meticais)

    312,751.5 371,314.9

    Classificao Econmica Previso

    Ano 2011

    As Receitas Correntes alcanaram o montante de 79.268,3 milhes de Meticais

    e as Receitas de Capital 1.790,1 milhes de Meticais, correspondendo a 102,7%

    e 90,8% da previso, respectivamente.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 32

    O bom desempenho na arrecadao de receitas foi influenciado pelo

    comportamento positivo verificado nas Receitas Fiscais e Receitas

    Consignadas, as quais alcanaram taxas de realizao de 102,2%, e 118,4%,

    respectivamente.

    A cobrana dos Impostos sobre o Rendimento atingiu o montante de 24.895,8

    milhes de Meticais, equivalente a 109,7% da previso anual e a um

    crescimento real 23,5% em relao a 2010, tendo concorrido para este bom

    desempenho as aces contnuas de educao fiscal, formao, sensibilizao

    e divulgao da legislao fiscal.

    A cobrana dos Impostos sobre Bens e Servios situou-se em 40.490,1 milhes

    de Meticais, isto , 97,8% da meta fixada para o ano, tendo registado um

    crescimento real de 30,9% relativamente igual perodo de 2010, como

    resultado das seguintes acces:

    recuperao do IVA apurado no Procedimento de Auditoria e

    Fiscalizao Tributrias, incluindo a de mercadorias em circulao;

    gesto rigorosa do calendrio fiscal;

    intensificao do controlo de facturao; e

    pagamentos de valores dos anos anteriores, em regime de recuperao

    da Dvida Tributria, no mbito da Lei n. 8/2011, de 11 de Janeiro, que

    aprova o Regime Excepcional de Regularizao das Dvidas Tributrias.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 33

    O nvel de cobrana do Imposto sobre o Valor Acrescentado foi influenciado

    pela componente das importaes, cuja realizao situou-se em 90,3% da

    meta prevista para o ano, devido aos seguintes factores:

    reduo da matria colectvel em sede do IVA, como consequncia do

    desarmamento tarifrio em curso sob a gide do Protocolo Comercial da

    SADC; e

    forte apreciao do Metical face ao Rand sul-africano e ao dlar

    americano, tendo influenciado na base colectvel dos impostos

    aduaneiros (direitos, IVA e ICE).

    A cobrana de Outros Impostos atingiu o montante de 2.877,2 milhes de

    Meticais, representando 107,7% da previso anual e um crescimento de 11,4%

    em termos reais relativamente a igual perodo de 2010, devido ao bom

    desempenho verificado nos sectores de produo mineira. H ainda a

    destacar neste grupo o Imposto Simplificado de Pequenos Contribuintes, que

    teve um desempenho notvel, ao atingir uma cobrana correspondente a

    133,7% da meta estabelecida, em virtude de uma maior adeso dos

    contribuintes, como resultado do intenso trabalho de divulgao.

    As Receitas No Fiscais, que compreendem as Taxas Diversas de Servios,

    Compensao de Aposentao e Outras Receitas no Fiscais, totalizaram

    5.230,5 milhes de Meticais, representando 94,5% da previso anual e um

    crescimento real de 16,5%, em relao a 2010. Neste grupo h a destacar o

    bom desempenho das Taxas Diversas de Servios, resultante do trabalho de

    sensibilizao junto s instituies do Estado, no sentido de procederem

    entrega das receitas por elas cobradas dentro dos prazos estabelecidos.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 34

    As Receitas Consignadas atingiram o valor de 5.774,8 milhes de Meticais,

    correspondente a 118,4% da previso anual e a um crescimento real de 19,2%

    em relao cobrana de igual perodo do exerccio econmico anterior.

    As Receitas de Capital registaram uma realizao de 1.790,1 milhes de

    Meticais, correspondente a 90,8% do respectivo programa para o ano e a um

    crescimento real de 16,0% quando comparado com igual perodo de 2010.

    Este grupo de receitas integra Dividendos e Taxas de Concesso.

    A cobrana de Dividendos atingiu o valor de 323,0 milhes de Meticais,

    sendo provenientes das seguintes empresas:

    Banco Internacional de Moambique, 134,7 milhes de Meticais;

    Hidroelctrica de Cahora Bassa, 109,0 milhes de Meticais;

    Caminhos de Ferro de Moambique, 39,9 milhes de Meticais;

    Instituto de Gesto das Participaes do Estado, 19,2 milhes de

    Meticais;

    Companhia Moambicana de Hidrocarbonetos, 10,2 milhes de

    Meticais;

    Moambique Celular (mCel), 7,5 milhes de Meticais

    Cimentos de Moambique, 2,3 milhes de Meticais; e

    DOMUS, 0,2 milhes de Meticais

    As Taxas de Concesses no valor de 496,7 milhes de Meticais, so

    provenientes das empresas HCB, 427,8 milhes de Meticais e Maputo Port

    Development Company (MPDC), 68,9 milhes de Meticais.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 35

    Na repartio percentual das Receitas do Estado, os Impostos sobre Bens e

    Servios representam 50,0% das receitas totais cobradas, os Impostos sobre o

    Rendimento 30,7%, as Receitas Consignadas 7,1%, as Receitas No Fiscais

    6,5%, os Outros Impostos 3,5% e as Receitas de Capital 2,2%, conforme ilustra

    o Grfico 3:

    Do valor total da cobrana de Receitas do Estado, isto , 81.058,5 milhes de

    Meticais, os Mega Projectos contriburam com 2.763,9 milhes de Meticais, o

    equivalente a 3,4% daquele valor, com a distribuio que se apresenta a

    seguir:

    Imposto s/

    Produo

    Produo de Energia 151.1 51.2 0.0 109.0 427.8 739.1

    Explorao de Petrleo 61.9 660.7 113.4 0.0 0.0 836.1

    Explorao de Recursos Minerais 605.6 100.9 39.5 0.0 0.0 746.1

    Outros Mega Projectos 164.1 278.6 0.0 0.0 0.0 442.7

    Total 982.7 1,091.5 153.0 109.0 427.8 2,763.9

    Quadro 8.1 - Contribuio dos Mega Projectos

    (Em Milhes de Meticais)

    Mega Projecto IRPS IRPC Concesses TotalDividendos

    Imposto sobre o Rendimento

    30.7%

    Imposto s/ Bens e Servios50.0%

    Outros Impostos3.5%

    Receitas No Fiscais6.5%

    Receitas Consignadas

    7.1% Receitas de Capital2.2%

    Grfico 3 - Estrutura das Receitas do Estado

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 36

    Os Benefcios Fiscais concedidos em 2011 totalizaram 7.213,4 milhes de

    Meticais, tendo registado um crescimento de 64,4%, em termos reais,

    relativamente ao exerccio anterior, conforme mostra o Quadro 9:

    Ano Ano Variao

    2010 2011 (%) a/

    Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Colectivas 2 722.9 2 886.3 -3.9

    Imposto sobre o Rendimento de Pessoas Singulares 3.4 5.0 70.0

    Direitos Aduaneiros 992.8 1 207.8 42.1

    Imposto s/ Consumo Espec. de Produtos Importados 240.1 89.7 -56.3

    Imposto sobre o Valor Acrescentado (na importao) 706.5 3 024.6 400.1

    Total 4 665.7 7 213.4 64.4

    a/ - Em termos reais, com inflao mdia a 10,35% e variao cambial mdia a -14,4%.

    Quadro 9 - Benefcios Fiscais

    (Em Milhes de Meticais)

    Classificao Econmica

    O comportamento dos Benefcios Fiscais foi derivado do aumento do volume

    de isenes em projectos de investimento nas reas mineira, petrolfera e

    turstica, que determinaram o crescimento registado no Imposto sobre o Valor

    Acrescentado e nos Direitos Aduaneiros.

    Analisando o movimento dos crditos do Estado por receitas, conforme se

    mostra no Mapa I-6 (Movimento de Conhecimentos de Cobrana), verifica-se

    que o saldo inicial dos conhecimentos de cobrana era de 1.468,3 milhes de

    Meticais, foram debitados 739,6 milhes de Meticais, cobrados 130,0 milhes

    de Meticais e anulados 353,0 milhes de Meticais, resultando um saldo final

    de 1.724,9 milhes de Meticais, com a distribuio por impostos e taxas que se

    apresenta no Anexo Informativo 5-b.

    O Movimento dos Valores Selados nas Recebedorias, conforme se mostra no

    Mapa I-7, apresentava um saldo inicial de 7 mil Meticais, foram anulados 6

    mil Meticais, resultando um saldo final de 2 mil Meticais.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 37

    3.2 Realizao de Despesas

    3.2.1 Despesas de Funcionamento

    A realizao das Despesas de Funcionamento no exerccio econmico de 2011

    atingiu o valor global de 70.989,2 milhes de Meticais, correspondente a cerca

    de 19,1% do PIB e a 94,7% da dotao oramental, conforme se observa do

    Quadro 10:

    Variao

    Classificao Ora- Reali- Taxa % do Reali- Taxa % do 2010/11

    Econmica mento zao (%) PIB Lei 1/2011 Lei 9/2011 Final zao (%) PIB (%) a/

    Despesas c/ o Pessoal 29 631.3 29 106.2 98.2 9.31 36 250.0 36 250.0 36 694.7 35 806.8 97.6 9.64 11.5

    Salrios e Remuneraes 27 380.6 27 004.5 98.6 8.63 34 870.7 33 814.3 34 388.7 33 683.6 97.9 9.07 13.0

    Outras Despesas c/ Pessoal 2 250.7 2 101.7 93.4 0.67 1 379.3 2 435.7 2 306.0 2 123.2 92.1 0.57 -8.5

    Bens e Servios 10 779.1 10 126.2 93.9 3.24 9 763.5 11 501.9 12 524.9 10 988.6 87.7 2.96 -1.7

    Encargos da Dvida 2 672.9 2 672.9 100.0 0.85 3 594.0 3 306.1 3 501.0 3 501.0 100.0 0.94 28.4

    Juros Internos 1 860.4 1 860.4 100.0 0.59 2 662.5 2 230.5 2 507.2 2 507.2 100.0 0.68 22.1

    Juros Externos 812.5 812.5 100.0 0.26 931.4 1 075.6 993.8 993.8 100.0 0.27 42.9

    Transferncias Correntes 10 480.6 9 431.9 90.0 3.02 11 503.5 12 246.7 12 271.5 11 286.4 92.0 3.04 12.1

    Transfer. a Admin. Pblicas 1 731.7 1 701.0 98.2 0.54 2 201.9 2 216.0 2 316.9 2 152.6 92.9 0.58 31.2

    Autarquias 709.7 709.1 99.9 0.23 913.0 1 001.6 1 002.7 1 001.6 99.9 0.27 28.0

    Embaixadas 940.9 940.8 100.0 0.30 1 089.9 1 029.9 1 150.9 1 071.6 93.1 0.29 33.1

    Outras 81.2 51.0 62.8 0.02 199.0 184.5 163.3 79.3 48.6 0.02 40.8

    Transfer. a Admin. Privadas 365.6 324.9 88.9 0.10 498.8 623.8 861.0 783.4 91.0 0.21 118.5

    Transferncias a Famlias 8 210.5 7 243.8 88.2 2.32 8 534.4 9 137.2 8 826.6 8 098.1 91.7 2.18 1.3

    Penses 6 299.4 5 646.5 89.6 1.81 6 672.3 7 162.3 6 853.6 6 540.2 95.4 1.76 5.0

    Despesas Sociais 589.7 527.3 89.4 0.17 760.3 797.3 776.0 613.3 79.0 0.17 5.4

    Outras 1 321.4 1 070.0 81.0 0.34 1 101.8 1 178.6 1 197.1 944.6 78.9 0.25 -20.0

    Transferncias ao Exterior 172.9 162.2 93.8 0.05 268.4 269.6 266.9 252.3 94.5 0.07 81.7

    Subsdios 5 259.1 5 259.1 100.0 1.68 2 965.2 5 573.6 5 573.6 5 238.0 94.0 1.41 -9.7

    Sendo:

    Subsdio aos Combustveis 4 691.5 4 093.1 -20.9

    Subsdio Farinha de Trigo b/ 55.1 358.8 490.1

    Subsdio ao Transportado 0.0 97.9

    Outras Despesas Correntes 2 540.5 2 528.8 99.5 0.81 4 344.9 4 367.7 3 969.0 3 919.1 98.7 1.06 40.4

    Exerccios Findos 12.0 8.6 71.9 0.00 46.4 43.4 46.4 35.5 76.5 0.01 272.7

    Despesas de Capital 538.1 222.7 41.4 0.07 317.6 358.3 387.8 213.7 55.1 0.06 -13.1

    Total 61 913.6 59 356.4 95.9 18.98 68 785.1 73 647.7 74 968.9 70 989.2 94.7 19.12 9.4

    P/ Memria: PIB

    a/- Variao em temos reais, com inflao a 10,35% e variao cambial a -14.4%. b/- Farinha de trigo destinada ao fabrico de po.

    312 751.5 371 314.9

    Quadro 10 - Despesa de Funcionamento, Segundo a Classificao Econmica

    (Em Milhes de Meticais)

    Ano 2010

    Oramento

    Ano 2011

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 38

    As Despesas com o Pessoal tiveram uma realizao de 35.806,8 milhes de

    Meticais, correspondente a cerca de 9,6% do PIB e a 97,6% da dotao

    oramental. Deste montante, 33.683,6 milhes de Meticais foram aplicados no

    pagamento de Salrios e Remuneraes aos funcionrios e agentes do Estado

    e 2.123,2 milhes de Meticais nas Outras Despesas com o Pessoal.

    Relativamente ao exerccio anterior as Despesas com o Pessoal registaram um

    crescimento de 11,5% em termos reais, tendo os Salrios e Remuneraes

    crescido em 13,0% e as Outras Despesas com o Pessoal diminudo em 8,5%.

    O nvel de crescimento de Salrios e Remuneraes foi influenciado pela

    implementao do Subsdio de Localizao, introduzido no final de 2010, bem

    como pela admisso de novos funcionrios no aparelho do Estado, com

    destaque para os sectores da Educao e da Sade.

    O decrscimo registado nas Outras Despesas com o Pessoal justifica-se pela

    no realizao das despesas inscritas para serem financiadas por Receitas

    Prprias e por Receitas Consignadas.

    As despesas com Bens e Servios registaram uma realizao de 10.988,6

    milhes de Meticais, correspondente a cerca de 3,0% do PIB e a 87,7% da

    dotao oramental. Relativamente ao ano anterior as despesas desta rubrica

    reduziram em 0,28%, em termos reais, por influncia da fraca realizao das

    despesas financiadas por Receitas Prprias e Receitas Consignadas.

    Os Encargos da Dvida tiveram uma realizao de 3.501,0 milhes de

    Meticais, equivalente a cerca de 0,9% do PIB e a 100,0% da dotao

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 39

    oramental, tendo registado um crescimento real de 28,4% relativamente a

    2010, influenciado tanto pelos juros internos como pelos juros externos, cujos

    crescimentos foram de 22,1% e 42,9%, respectivamente.

    O comportamento dos juros internos explica-se pelos crditos contrados em

    2010 para subsidiar o preo dos combustveis, bem como pelos crditos

    destinados construo de edifcios pblicos. Quanto aos juros externos, o

    crescimento registado foi originado pelo aumento do saldo acumulado da

    dvida externa, resultante de novos desembolsos para projectos de

    investimento.

    As Transferncias Correntes tiveram uma realizao de 11.286,4 milhes de

    Meticais, equivalentes a cerca de 3,0% do PIB e a 92,0% da dotao

    oramental, tendo registado um crescimento real de 12,1% relativamente ao

    ano anterior.

    O nvel de realizao das Transferncias Correntes foi influenciado pela no

    implementao da Lei n. 16/2011, de 10 de Agosto, que estabelece a base

    jurdica para a prossecuo, defesa e proteco dos direitos e deveres do

    Veterano da Luta de Libertao Nacional e do Combatente da Defesa da

    Soberania e da Democracia, no que se refere ao pagamento do bnus de

    reinsero social.

    Os Subsdios atingiram uma realizao de 5.238,0 milhes de Meticais,

    correspondentes a cerca de 1,4% do PIB e a 94,0% da dotao oramental,

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 40

    tendo registado um decrscimo na ordem de 9,7% em termos reais

    comparativamente a 2010.

    As Outras Despesas Correntes tiveram uma realizao de 3.919,1 milhes de

    Meticais, correspondente a cerca de 1,1% do PIB e a 98,7% da dotao

    oramental, tendo registado um crescimento de 40,4% em termos reais, como

    resultado da realizao de Eleies Intercalares nos Municpios de Cuamba,

    Pemba e Quelimane, bem como do aumento dos reembolsos do IVA, que

    passaram de 1.322,8 milhes de Meticais em 2010 para 2.999,9 milhes de

    Meticais em 2011.

    Os Exerccios Findos atingiram uma realizao de 35,5 milhes de Meticais, o

    equivalente a 76,5% do oramento anual e a um crescimento real de 272,7%

    em relao ao exerccio anterior, o que se deve ao facto de uma parte daquele

    valor ter sido aplicada no pagamento de salrios relativos s admisses

    ocorridas no ltimo trimestre de 2010.

    As Despesas de Capital tiveram uma realizao de 213,7 milhes de Meticais,

    equivalentes a cerca de 0,1% do PIB e a 55,1% da dotao oramental, tendo

    registado um decrscimo de 13,1% em termos reais, devido melhorias

    registadas na classificao das despesas.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 41

    A repartio percentual da Despesas de Funcionamento apresentada no

    Grfico 4:

    Conforme se pode observar do Grfico, as Despesas com o Pessoal

    absorveram o equivalente a 50,4% do total das Despesas de Funcionamento,

    as Transferncias Correntes 15,9%, os Bens e Servios 15,5%, os Subsdios

    7,4%, as Outras Despesas Correntes 5,5%, os Encargos da Dvida 4,9% e os

    Exerccios Findos e Despesas de Capital 0,4%.

    Despesas com o Pessoal50.4%

    Bens e Servios15.5%

    Encargos da Dvida4.9%

    Transferncias Correntes

    15.9%

    Subsdios7.4%

    Outras Despesas Correntes

    5.5% Exerccios Findos e Despesas de Capital

    0.4%

    Grfico 4 - Estrutura da Despesa de Funcionamento

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 42

    3.2.1.1 Despesas de Funcionamento por mbito e por Fonte de Recursos

    As Despesas de Funcionamento financiadas por Recursos do Tesouro

    atingiram o montante de 69.223,4 milhes de Meticais, as financiadas por

    Receitas Consignadas 707,4 milhes de Meticais e as financiadas por Receitas

    Prprias 1.058,4 milhes de Meticais, equivalentes a 98,1%, 49,1% e 35,6 do

    oramentado, respectivamente.

    Em termos de repartio percentual constata-se que as despesas financiadas

    por Recursos do Tesouro representam 97,5% das Despesas de Funcionamento,

    tendo as Receitas Consignadas e as Receitas Prprias financiado o equivalente

    a 1,0% e 1,5%, respectivamente, conforme mostra o Quadro 11:

    Taxa

    mbito mbito mbito mbito Realiz.

    Valor Peso (%) Central Provincial Distrital Autrquico Valor Peso (%) (%)

    70 558.6 94.1 36 693.9 18 071.6 13 456.2 1 001.6 69 223.4 97.5 98.1

    1 441.4 1.9 665.8 37.6 4.0 0.0 707.4 1.0 49.1

    2 968.9 4.0 905.2 108.1 45.0 0.0 1 058.4 1.5 35.6

    Despesa Valor 74 968.9 100.0 38 265.0 18 217.3 13 505.2 1 001.6 70 989.2 100.0 94.7

    Total Peso (%) 53.9 25.7 19.0 1.4 100.0

    Valor 40 737.8 18 952.2 14 277.2 1 001.6 74 968.9

    Peso (%) 54.3 25.3 19.0 1.3 100.0

    Taxa de Realizao (%) 93.9 96.1 94.6 100.0 94.7

    Recursos do Tesouro

    de

    Recursos

    Oramento

    Quadro 11 - Despesa de Funcionamento por mbito e Fonte de Recursos

    (Em Milhes de Meticais)

    Total

    Receitas Consignadas

    RealizaoOramento

    Anual

    Fonte

    Receitas Prprias

    A repartio percentual por mbitos, mostra que o mbito central absorveu o

    equivalente a 53,9% do total, o provincial 25,7%, o distrital 19,0% e as

    autarquias 1,4%. Em termos de desempenho o mbito central atingiu o

    correspondente a 93,9% do oramentado, o provincial 96,1%, o distrital 94,6%

    e as transferncias s autarquias foram realizadas em 100,0%.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 43

    No Quadro 12 apresenta-se a distribuio territorial das Despesas de

    Funcionamento, em comparao com a dotao oramental e a realizao no

    exerccio econmico de 2010:

    Classificao Variao

    Territorial Ora- Reali- Taxa % do Ora- Reali- Taxa % do 2010/11

    mento zao (%) PIB mento zao (%) PIB a/

    mbito Central 34 207.3 32 046.3 93.7 10.25 40 737.8 38 265.0 93.9 10.31 10.1%

    mbito Provincial 22 135.9 21 780.1 98.4 6.96 18 952.2 18 217.3 96.1 4.91 -24.2%

    Niassa 1 781.1 1 763.8 99.0 0.56 1 351.3 1 324.2 98.0 0.36 -32.0%

    Cabo Delgado 2 467.9 2 437.5 98.8 0.78 2 672.2 2 599.7 97.3 0.70 -3.3%

    Nampula 3 336.6 3 283.3 98.4 1.05 2 777.2 2 643.6 95.2 0.71 -27.0%

    Zambzia 2 867.0 2 811.2 98.1 0.90 1 486.3 1 412.7 95.0 0.38 -54.5%

    Tete 2 142.2 2 086.1 97.4 0.67 1 399.5 1 330.2 95.0 0.36 -42.2%

    Manica 1 948.8 1 929.1 99.0 0.62 1 548.0 1 534.2 99.1 0.41 -27.9%

    Sofala 2 680.5 2 620.2 97.7 0.84 2 241.9 2 092.7 93.3 0.56 -27.6%

    Inhambane 1 184.0 1 163.1 98.2 0.37 965.0 893.8 92.6 0.24 -30.4%

    Gaza 849.6 837.2 98.5 0.27 1 016.9 959.1 94.3 0.26 3.8%

    Maputo 1 149.9 1 126.6 98.0 0.36 1 434.9 1 386.4 96.6 0.37 11.5%

    Cidade de Maputo 1 728.2 1 722.1 99.7 0.55 2 059.1 2 040.6 99.1 0.55 7.4%

    mbito Distrital 4 860.8 4 820.9 99.2 1.54 14 277.2 13 505.2 94.6 3.64 153.9%

    Distritos de Niassa 98.8 96.2 97.4 0.03 812.8 806.0 99.2 0.22 659.0%

    Distritos de Cabo Delgado 685.8 679.7 99.1 0.22 1 231.8 1 212.2 98.4 0.33 61.6%

    Distritos de Nampula 897.0 886.2 98.8 0.28 3 025.3 2 369.3 78.3 0.64 142.3%

    Distritos de Zambzia 228.4 223.9 98.0 0.07 2 249.8 2 223.8 98.8 0.60 800.1%

    Distritos de Tete 131.1 127.1 97.0 0.04 1 213.5 1 192.8 98.3 0.32 750.2%

    Distritos de Manica 160.6 159.5 99.3 0.05 978.3 964.2 98.6 0.26 447.8%

    Distritos de Sofala 171.8 168.9 98.3 0.05 1 212.9 1 198.5 98.8 0.32 543.1%

    Distritos de Inhambane 687.2 685.8 99.8 0.22 1 318.9 1 311.7 99.5 0.35 73.3%

    Distritos de Gaza 940.2 938.9 99.9 0.30 1 186.4 1 182.4 99.7 0.32 14.1%

    Distritos de Maputo 860.0 854.5 99.4 0.27 1 047.5 1 044.2 99.7 0.28 10.7%

    mbito Autrquico 709.7 709.1 99.9 0.23 1 001.6 1 001.6 100.0 0.27 28.0%

    Total 61 913.6 59 356.4 95.9 18.98 74 968.9 70 989.2 94.7 19.12 9.4%

    a/- Em temos reais, com inflao a 10,35% e variao cambial a -14,4%.

    Quadro 12 - Despesas de Funcionamento por mbitos (Em Milhes de Meticais)

    Ano 2010 Ano 2011

    312 751.5 371 314.9

    Conforme se verifica, as Despesas de Funcionamento passaram de 18,98% do

    PIB em 2010 para 19,12% em 2011, tendo registado um aumento em 0,14

    pontos percentuais. As despesas dos rgos e instituies de mbito central e

    provincial diminuram em 0,06 e 2,05 pontos percentuais, respectivamente,

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 44

    tendo estas redues sido compensadas pelos aumentos registados nos rgos

    e instituies de mbito distrital, os quais cresceram em 2,10 pontos

    percentuais do PIB em relao ao exerccio anterior.

    Em termos de variao, relativamente ao exerccio anterior, a Despesas de

    Funcionamento registou um crescimento real de 9,4%, com destaque para os

    distritos, com um crescimento de 153,9%, como resultado da descentralizao

    de despesas dos rgos e instituies de mbito provincial para os rgos e

    instituies de mbito distrital.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 45

    3.2.2 Despesas de Investimento

    A realizao das Despesas de Investimento atingiu o valor de 51.011,5

    milhes de Meticais, equivalente a 13,74% do PIB e a 76,8% da dotao

    oramental, tendo registado um crescimento real de 24,2% em relao ao

    exerccio econmico anterior, conforme se pode observar no Quadro 13:

    Variao

    Financiamento Ora- Reali- Taxa % do Reali- Taxa % do 2010/11

    mento zao (%) PIB Lei 1/2011 Lei 9/2011 Actual zao (%) PIB (%) a/

    INTERNO 21 219.2 20 032.3 94.4 6.41 18 839.5 20 581.7 22 254.5 20 411.0 91.7 5.50 -7.7

    EXTERNO 35 014.5 23 648.3 67.5 7.56 41 204.3 44 170.0 44 170.0 30 600.5 69.3 8.24 51.2

    Donativos 23 516.1 15 810.0 67.2 5.06 24 026.5 24 098.4 26 274.2 18 429.1 70.1 4.96 36.2

    Fundos Comuns 11 815.2 9 005.3 76.2 2.88 8 540.5 8 485.5 13 806.7 9 606.1 69.6 2.59 24.6

    FC-PROAGRI 1 578.3 1 369.8 86.8 0.44 516.1 489.7 1 143.3 932.6 81.6 0.25 -20.5

    FC-FASE 4 427.2 3 380.0 76.3 1.08 3 152.4 2 826.2 5 412.9 3 752.7 69.3 1.01 29.7

    FC-PROSADE 3 800.6 2 965.4 78.0 0.95 2 660.0 2 382.0 3 379.8 2 972.2 87.9 0.80 17.1

    FC-SAUPROV 11.7 0.0 0.0 0.00 0.0 0.0 0.0 0.0 0.00

    FC-HIVSIDA 383.6 157.7 41.1 0.05 158.1 141.7 134.2 94.0 70.0 0.03 -30.4

    FC-UTRAFE 118.9 99.8 83.9 0.03 371.7 333.3 730.3 340.5 46.6 0.09 298.5

    FC-UTRESP 310.0 117.3 37.8 0.04 142.3 127.6 188.7 137.9 73.1 0.04 37.3

    FC-Apoio ao Tribunal Admin. 145.3 145.1 99.9 0.05 102.7 92.1 183.3 159.2 86.9 0.04 28.2

    FC-INE 265.8 199.2 74.9 0.06 201.1 424.3 299.5 168.7 56.3 0.05 -1.1

    FC-AAT 112.1 102.8 91.7 0.03 69.4 62.2 259.9 148.2 57.0 0.04 68.4

    FC-PPFD 58.1 26.0 44.8 0.01 0.0 512.5 656.4 241.2 36.7 0.06 983.7

    FC-PESCAS 346.0 205.7 59.5 0.07 294.3 263.9 821.0 229.0 27.9 0.06 30.1

    FC-ESTRADAS 0.0 0.0 0.00 345.5 309.7 0.0 0.0 0.00

    FC-PRONASA 140.3 107.2 76.4 0.03 478.2 411.6 411.1 285.9 69.5 0.08 211.5

    FC-ASAS 117.4 129.2 110.1 0.04 48.5 108.7 186.3 144.1 77.4 0.04 30.3

    Outros Fundos 11 700.9 6 804.7 58.2 2.18 15 485.9 15 612.9 12 467.5 8 823.0 70.8 2.38 51.5

    Outros Fundos via CUT 1 221.7 516.6 42.3 0.17 1 196.5 1 789.5 2 880.4 779.7 27.1 0.21 76.3

    Outros Fundos Fora da CUT 10 479.1 6 288.2 60.0 2.01 14 289.4 13 823.3 9 587.1 8 043.3 83.9 2.17 49.4

    Crditos 11 498.4 7 838.3 68.2 2.51 17 177.9 20 071.6 17 895.8 12 171.3 68.0 3.28 81.4

    Outros Fundos via CUT 516.2 293.5 56.9 0.09 737.5 1 968.7 2 994.0 844.6 28.2 0.23 236.2

    Outros Fundos Fora da CUT 10 982.2 7 544.8 68.7 2.41 16 440.4 18 102.9 14 901.8 11 326.8 76.0 3.05 75.4

    Total 56 233.7 43 680.6 77.7 13.97 60 043.9 64 751.7 66 424.5 51 011.5 76.8 13.74 24.2

    P/ memria: PIB

    a/- Em termos reais, com inflao mdia a 10,35% e variao cambial mdia a -14.4%.

    Oramento

    Quadro 13 - Despesa de Investimento(Em Milhes de Meticais)

    Ano 2010

    312 751.5 371 314.9

    Ano 2011

    Do montante global da Despesas de Investimento, 20.411,0 milhes de

    Meticais foram financiados por recursos internos e 30.600,5 milhes de

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 46

    Meticais por recursos externos, representando 5,50% e 8,24% do PIB,

    respectivamente.

    A componente financiada por fundos internos corresponde a 91,7% da

    dotao oramental e a um decrscimo de 7,7% em termos reais relativamente

    ao ano anterior, o que foi influenciado pelas despesas financiadas pelas

    Receitas Prprias e pelas Receitas Consignadas, cujos nveis de realizao

    foram de 79,0% e 8,4% do oramentado, respectivamente, tendo as despesas

    financiadas por Recursos do Tesouro atingido 99,9%.

    A componente externa foi financiada em 18.429,1 milhes de Meticais por

    donativos e em 12.171,3 milhes de Meticais por crditos, equivalente a 70,1%

    e 68,0% do oramentado, respectivamente.

    Relativamente ao exerccio anterior, o nvel de realizao da componente

    externa de investimento superou o do exerccio anterior em 0,68 pontos

    percentuais, tendo registado um crescimento de 51,2% em termos reais, facto

    que se explica pela melhoria na prestao de informao sobre a despesa

    financiada por fundos que no transitam pela Conta nica do Tesouro.

    No obstante a melhoria registada na componente externa em 2011, o

    desempenho em alguns sectores ficou muito abaixo da taxa realizao mdia

    de 76,8%, devido aos seguintes factores:

    Atraso no lanamento de concursos de contratao pblica, o que

    influenciou o incio da execuo dos projectos;

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 47

    Fraco desempenho de alguns empreiteiros, o que levou resciso dos

    respectivos contratos;

    Cancelamento de concursos devido fraca qualidade das propostas

    apresentadas pelos concorrentes;

    Desembolso tardio de fundos por parte de alguns parceiros de

    cooperao internacional;

    Falta e/ou informao incompleta da utilizao de fundos que no

    transitam pela Conta nica do Tesouro.

    O grfico seguinte mostra a estrutura de financiamento do investimento,

    constatando que os fundos internos contriburam com o equivalente a 40,0%

    da despesa total, os donativos com 36,1% e os crditos externos com 23,9%.

    Financiamento Interno40.0%

    Donativos Externos36.1%

    Crditos Externos23.9%

    Grfico 5 - Estrutura do Financiamento da Despesa de Investimento

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 48

    3.2.2.1 Despesas de Investimento por mbito e por Fonte de Recursos

    As despesas da componente interna de investimento financiadas por Recursos

    do Tesouro atingiram o montante de 16.280,5 milhes de Meticais, as

    financiadas por Receitas Consignadas 4.061,8 milhes de Meticais, as

    financiadas por Receitas Prprias 68,8 milhes de Meticais, equivalentes a

    99,9%, 79,0% e 8,4 do oramentado, respectivamente.

    As despesas da componente externa de investimento foram financiadas em

    17.505,5 milhes de Meticais por Donativos Externos em Moeda, em 931,5

    milhes de Meticais por Donativos Externos em Espcie e em 12.163,5 milhes

    de Meticais em Crditos Externos em Moeda, correspondentes a 70,8%, 59,4%

    e 68,0% do oramentado, respectivamente, conforme ilustra o Quadro 14:

    Taxa

    mbito mbito mbito mbito Realiz.

    Valor Peso (%) Central Provincial Distrital Autrquico Valor Peso (%) (%)

    Internos 22 254.5 33.5 15 408.0 2 312.6 2 094.4 596.0 20 411.0 40.0 91.7

    Recursos do Tesouro 16 295.7 24.5 11 286.9 2 304.1 2 093.5 596.0 16 280.5 31.9 99.9

    Receitas Consignadas 5 143.6 7.7 4 053.3 8.5 0.0 0.0 4 061.8 8.0 79.0

    Receitas Prprias 815.2 1.2 67.9 0.0 0.9 0.0 68.8 0.1 8.4

    Externos 44 170.0 66.5 26 896.5 3 439.7 264.3 0.0 30 600.5 60.0 69.3

    Donativos Ext. em Moeda 24 714.8 37.2 13 891 3 389 225 0.0 17 505.5 34.3 70.8

    Donativos Ext. em Espcie 1 567.2 2.4 916.7 14.8 0.0 0.0 931.5 1.8 59.4

    Crditos Ext. em Moeda 17 887.9 26.9 12 089.1 35.5 38.9 0.0 12 163.5 23.8 68.0

    Despesa Valor 66 424.5 100.0 42 304.5 5 752.3 2 358.7 596.0 51 011.5 100.0 76.8

    Total Peso (%) 82.9 11.3 4.6 1.2 100.0

    Valor 54 880.1 7 474.6 3 473.8 596.0 66 424.5

    Peso (%) 82.6 11.3 5.2 0.9 100.0

    Taxa de Realizao (%) 77.1 77.0 67.9 100.0 76.8

    Oramento

    Quadro 14 - Despesas Investimento por mbito e Fonte de Recursos

    (Em Milhes de Meticais)

    Oramento

    Anual

    Realizao

    Total

    Fonte

    de

    Recursos

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    Conta Geral do Estado de 2011 49

    Na repartio das Despesas de Investimento por mbitos, verifica-se que o

    mbito central absorveu o equivalente a 82,9% da despesa total, o mbito

    provincial 11,3%, o mbito distrital 4,6% e as autarquias 1,2%. Em termos de

    desempenho o mbito central atingiu o correspondente a 77,1% do

    oramentado, o provincial 77,0%, o distrital 67,9% e as transferncias s

    autarquias foram realizadas em 100,0%.

  • ____________

    Conta Geral do Estado de 2011 50

    O Quadro 15 mostra a distribuio territorial da componente interna de

    investimento, em comparao com a dotao oramental e a realizao no

    exerccio econmico de 2010:

    Classifi- Variao

    cao Ora- Reali- Taxa % do Reali- Taxa % do 2010/11

    Territorial mento zao (%) PIB to Final zao (%) PIB (%) a/

    mbito Central 15 796.6 14 633.6 92.6 4.68 17 140.8 15 408.0 89.9 4.15 -4.6

    mbito Provincial 3 317.5 3 306.7 99.7 1.06 2 412.2 2 312.6 95.9 0.62 -36.6

    Niassa 106.1 106.1 100.0 0.03 71.1 71.1 100.0 0.02 -39.2

    Cabo Delgado 183.6 183.6 100.0 0.06 200.4 194.9 97.3 0.05 -3.8

    Nampula 775.1 775.1 100.0 0.25 378.3 347.6 91.9 0.09 -59.4

    Zambzia 398.6 396.7 99.5 0.13 353.2 347.0 98.3 0.09 -20.7

    Tete 236.7 236.7 100.0 0