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INTRODUÇÃO Bom dia, senhoras e senhores, e bem-vindos à conference call da Vale para discutir os resultados do 3T12. Se você não tiver em mãos uma cópia dos press release relevante, o mesmo está disponível no website da empresa em: www.vale.com na seção de Investidores. No momento, todos os participantes estão em modo ouvinte apenas. Posteriormente, realizaremos uma sessão de perguntas e respostas e as instruções para participação serão devidamente dadas. Se precisar de ajuda durante a conference call, digite asterisco seguido de zero. Lembramos que esta conference call está sendo gravada. Para acessar a gravação, digite (55 11) 4688- 6312 – código de acesso 6213907#. O arquivo também será disponibilizado no website da empresa em www.vale.com, na seção de Investidores. Esta conference call e a apresentação de slides estão sendo transmitidas também pela internet. É possível acessar o webcast fazendo login no website da Empresa, www.vale.com, seção de Investidores ou www.prnewswire.com.br . Antes de prosseguir, gostaria de mencionar que as declarações de expectativas futuras estão sendo feitas segundo as normas da Lei de Reforma de Litígio de Títulos Privados de 1996. O desempenho real poderá variar significativamente das projeções e dos principais comentários de expectativas futuras, devido às condições macroeconômicas, risco de mercado e outros fatores. Hoje, contamos com a presença de: Sr. Luciano Siani – Diretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores – CFO; Sr. José Carlos Martins – Diretor Executivo de Ferrosos e Estratégia; Sr. Galib Chaim – Diretor Executivo de Implantação de Projetos de Capital; Sr. Peter Poppinga – Diretor Executivo de Base Metals e Tecnologia da Informação. Inicialmente, o Sr. Luciano Siani dará andamento à introdução e em seguida abriremos para Perguntas e Respostas. Tenho o prazer de transferir a palavra ao Sr. Luciano Siani. Senhor, pode começar. Luciano Siani: Obrigado. Antes de mais nada, o Sr. Murilo Ferreira pede desculpas por não estar aqui, ele teve uma emergência e não pode ficar. Obrigado por sua participação. Temos uma apresentação que foi disponibilizada no site, dividida em três partes. Não vou seguir slide por slide, mas sim fazer observações sobre algumas das informações. A apresentação começa com uma visão geral da abordagem que adotamos quanto à estratégia e disciplina de capital, e em seguida detalhamos o desempenho do segundo trimestre. Ao final da apresentação, incluímos alguns números sobre nossas operações na China, que é nosso principal mercado, com dados e informações adicionais para que vocês mesmos formem

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INTRODUÇÃO

Bom dia, senhoras e senhores, e bem-vindos à conference call da Vale para discutir os resultados do 3T12. Se você não tiver em mãos uma cópia dos press release relevante, o mesmo está disponível no website da empresa em: www.vale.com na seção de Investidores. No momento, todos os participantes estão em modo ouvinte apenas. Posteriormente, realizaremos uma sessão de perguntas e respostas e as instruções para participação serão devidamente dadas. Se precisar de ajuda durante a conference call, digite asterisco seguido de zero. Lembramos que esta conference call está sendo gravada. Para acessar a gravação, digite (55 11) 4688-6312 – código de acesso 6213907#. O arquivo também será disponibilizado no website da empresa em www.vale.com, na seção de Investidores. Esta conference call e a apresentação de slides estão sendo transmitidas também pela internet. É possível acessar o webcast fazendo login no website da Empresa, www.vale.com, seção de Investidores ou www.prnewswire.com.br. Antes de prosseguir, gostaria de mencionar que as declarações de expectativas futuras estão sendo feitas segundo as normas da Lei de Reforma de Litígio de Títulos Privados de 1996. O desempenho real poderá variar significativamente das projeções e dos principais comentários de expectativas futuras, devido às condições macroeconômicas, risco de mercado e outros fatores.

Hoje, contamos com a presença de: Sr. Luciano Siani – Diretor Executivo de Finanças e Relações com Investidores –

CFO; Sr. José Carlos Martins – Diretor Executivo de Ferrosos e Estratégia; Sr. Galib Chaim – Diretor Executivo de Implantação de Projetos de Capital; Sr. Peter Poppinga – Diretor Executivo de Base Metals e Tecnologia da

Informação.

Inicialmente, o Sr. Luciano Siani dará andamento à introdução e em seguida abriremos para Perguntas e Respostas. Tenho o prazer de transferir a palavra ao Sr. Luciano Siani. Senhor, pode começar.

Luciano Siani: Obrigado. Antes de mais nada, o Sr. Murilo Ferreira pede desculpas por não estar aqui, ele teve uma emergência e não pode ficar. Obrigado por sua participação. Temos uma apresentação que foi disponibilizada no site, dividida em três partes. Não vou seguir slide por slide, mas sim fazer observações sobre algumas das informações. A apresentação começa com uma visão geral da abordagem que adotamos quanto à estratégia e disciplina de capital, e em seguida detalhamos o desempenho do segundo trimestre. Ao final da apresentação, incluímos alguns números sobre nossas operações na China, que é nosso principal mercado, com dados e informações adicionais para que vocês mesmos formem

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suas opiniões quanto à forma como este importante mercado irá se desenvolver no futuro. Certamente teremos a oportunidade de falar mais sobre isso na sessão de Perguntas & Respostas.

A primeira coisa que gostaria é enfatizar novamente que vamos priorizar apenas os investimentos em ativos de classe mundial, o que pode resultar no melhor retorno de investimento a nossos acionistas. Isso é muito importante neste momento em que enfrentamos o desafio de combinar nosso fluxo de caixa com nosso programa de investimentos. Assim, quanto a isso, não mais buscamos diversificação per se. A diversificação será consequência de termos ativos de classe mundial em diferentes commodities, mas não é uma meta per se. Ter a meta de operar e desenvolver apenas em ativos de classe mundial significa que vamos reavaliar com bastante cuidado todos os nossos ativos que não se encaixem nessa caracterização.

E gostaríamos de reforçar nosso compromisso em devolver dinheiro a nossos acionistas e manter nossos investimentos em um nível prudente em nosso balanço patrimonial, assim, para nós, no futuro, o desafio mais significativo é como solucionar o trilema: adaptar fluxos de caixa, política de dividendos, investimentos e balanço patrimonial.

Outro resultado importante desta estratégia é que reduziremos nossas despesas com P&D, a necessidade de reduzir o programa de investimentos significa que hoje temos mais opções de crescimento do que precisamos para os próximos anos, e não faz sentido continuar a gerar novas opções de crescimento até que haja uma consequência imediata, que é uma redução nas despesas com P&D.

Também é preciso ter em mente que o capex terá picos em 2012. Não será tão alto quanto anunciamos em 2011 quando fizemos o plano, e estamos nos esforçando para atingir um número mais baixo. É possível notar por meio dos números acumulados nos primeiros 9 meses de 2012 e certamente em 2013 nossa meta é ter um número ainda mais baixo, ainda significativo uma vez que temos importantes oportunidades de crescimento, mas ainda assim um número mais baixo do que a tendência para 2012.

Outra mensagem importante é que em nosso negócio principal, onde se localizam os mais importantes ativos de classe mundial, que é o minério de ferro, acreditamos que estamos em um ponto de virada, porque hoje temos todas as condições de retomar o crescimento no negócio de minério de ferro. Estamos com um ótimo desempenho em licenças ambientais este ano, as autoridades já concederam 72 licenças, comparado a pouco mais de 20 licenças no ano anterior. Isso significa que estamos aptos a abrir novos poços, poderemos desenvolver nossos projetos de classe mundial e com o tempo não só aumentaremos o volume, mas recuperaremos a qualidade que sempre caracterizou o minério de ferro da Vale.

Assim, nesta perspectiva, S11D é nossa prioridade assim como os projetos Itabirites no sistema Sul e Sudeste, descritos no press release, que contam com um objetivo duplo de não só substituir e expandir de forma marginal a capacidade no sistema Sul e Sudeste, mas também de recuperar a qualidade. Junto com plus40 e Serra Leste, estes são os pilares de nosso crescimento nos negócios de minério de ferro. Será possível perceber crescimento

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nas taxas de produção no segundo semestre de 2013 e mais explicitamente em 2014, e continuando com S11D em 2016 e além, será possível notar importante crescimento.

O minério de ferro continua sendo nossa prioridade essencial. Obviamente, precisamos concluir os projetos em andamento - Salobo, Long Harbor, e outros, o que coloca certa pressão sobre nosso capex no curto prazo também, e fora do mercado de minério de ferro também temos ativos de classe mundial onde devemos continuar investindo, dos quais destaco a mina de carvão de Moatize.

Também é importante notar no curto prazo, o fato de termos recebido a licença para abrir a mina N5 Sul em Carajás é um catalista de curto prazo para recuperação da qualidade e da produção, especialmente na região de Carajás. Em nosso relatório de produção publicado há alguns dias, é possível perceber que houve uma queda na produção do sistema Norte de 4% comparado aos primeiros nove meses de 2011, muito mais relacionado ao processo de licenciamento ambiental. Mas, como eu disse, estamos trabalhando com as autoridades, melhoramos nossos processos internos, recebemos mais licenças, é apenas uma questão de tempo para retomar a flexibilidade que não tivemos no terceiro trimestre.

Ao observar fora do mercado de minério de ferro, nossa abordagem é bastante rigorosa, como eu disse, especificamente em base metals, que são fonte de preocupação para alguns investidores. Acreditamos que temos boas notícias para vocês, qual seja, o início da produção de Salobo. Já estamos funcionando com 40% da capacidade de produção, e já estamos observando produção de cobre nos relatórios de produção no item outras contas, aumento na produção de ouro. Salobo 1 e 2 são capazes de produzir mais de 300 mil onças de ouro, o que é bastante atraente considerando-se os preços globais de ouro atualmente. Portanto, será possível perceber um início de produção normal em Salobo, o que acrescentará resultados em base metals.

Na Nova Caledonia também retomamos as operações de todos os circuitos, e esperamos mantê-los informados depois de termos sinais claros de estarmos aptos a retomar o início da produção na Vale Nova Caledonia também, mas é preciso ter em mente que já retomamos a produção na planta.

Temos o compromisso de gerar valor no negócio de níquel, é o negócio principal. Recentemente anunciamos o fechamento de duas minas para cuidado e manutenção. Ambas são minas que não agregam valor com os preços atuais, pelo contrário, estavam perdendo dinheiro. Esta também é uma abordagem diferente, no passado, quando privilegiávamos volumes sobre valor, não fizemos esse tipo de análise detalhada para tentar compreender quais ativos específicos estão contribuindo com valor a nossos acionistas, mas hoje temos o compromisso de não operar estes ativos que não agregam valor. É importante perceber que mesmo se fecharmos algumas minas no Canadá, não significa que a produção de níquel diminuirá porque com o crescimento esperado na Indonésia, que vai muito bem, supriremos as plantas no Canadá com material originário da Indonésia, esta é a estratégia daqui para a frente. Veremos melhorias no valor no negócio de níquel sem perda na produção. E por fim, vamos desinvestir em ativos que não agregam valor deste negócio.

Outra mensagem essencial que gostaria de deixar é que um importante impulsionador para ajustar a dimensão do programa de gastos de capital a partir de agora é a realização de

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parcerias. Assim, a Vale está ativamente procurando parceiros para os projetos mais importantes. Preferimos desenvolver uma oportunidade em parceria se temos limites de caixa, de forma a diminuir a exposição de caixa à oportunidade ao invés de não aproveitá-la. Nossa primeira opção preferida é tentar encontrar parceiros para desenvolver algumas das oportunidades e isso é algo que gostaria de deixar para vocês, pois é possível que haja novidades nos próximos meses. No Vale Day, apresentaremos mais detalhes sobre estas parcerias.

Ao examinar os resultados do terceiro trimestre, vou começar falando sobre destaques adicionais na produção, depois falarei de preços, analisarei a demonstração de rendimentos, vamos falar um pouco sobre custo e despesas, e galarei também dos rendimentos líquidos, e o impacto fiscal sobre os rendimentos líquidos. Na sequência falarei rapidamente sobre o balanço e seguiremos para a sessão de perguntas e respostas.

Em termos de produção, eu já mencionei que houve uma queda na produção de minério de ferro em 3T12 comparado a 3T11, no entanto, gostaria de ressaltar que hoje temos uma estratégia por todo o empreendimento e temos nossa própria frota, inventários de minério de ferro, mesmo inventário de produtos acabados na cadeia de suprimentos. Isso significa que se perdermos produção em, um trimestre, não significa que vamos perder vendas, temos a flexibilidade para lidar com estas variações. Isso significa que estamos confiantes quanto à recuperação da perda de produção, sem impactos sobre as vendas, como foi visto.

Em termos das plantas de pelotas, também interrompemos a produção em três plantas, que são menos competitivas que as plantas mais novas, e mais uma vez aparece a equação de valor. Obviamente, estamos reagindo às condições de mercado onde pela qualidade que é aplicada no produto como pelota não é recompensada como deveria, estamos mudando, temos a opção de mudar de produção de pelotas para produção de pelotas e forjados. Optamos pela alternativa que oferece mais valor a nossos acionistas.

Também como diretriz, quando comparamos os preços realizados de pellets com os preços realizados de minério de ferro, é possível perceber um grande prêmio ao analisar os números. No entanto, os preços de minério de ferro são muito influenciados pelo mercado spot e os pellets são vendidos na maioria através de contratos, de forma que ainda refletem a fórmula de precificação que carrega os preços mais altos do trimestre anterior. Essa é uma razão por trás desta grande diferença. Falando de maneira marginal, estamos acompanhando de perto o prêmio de pellets e o custo de transformação para constantemente avaliar as vantagens e desvantagens de vender pellets no mercado.

Em termos de carvão, retomamos a produção em Carborough Downs depois do fechamento, o que é uma boa notícia. Nossas minas na Austrália estão finalmente operando com boas taxas, todas elas, e devemos ver melhorias na produção na Austrália. Em Moçambique, como vimos, a produção este trimestre foi menor do que no trimestre anterior, não porque houve qualquer problema no início da produção da mina, mas devido a gargalos na logística. Não estamos estocando carvão, porque não é um produto que devemos estocar, manter em inventário, por degradar a qualidade. Estamos desacelerando a produção na mina, mas esperamos solucionar o gargalo da ferrovia ao Beira Corridor e

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retomar o início da produção, o início da produção na mina e na planta de processamento no Moçambique está indo bem.

Em termos de níquel, a produção, observando os nove meses, foi afetada pelo fechamento de segurança no segundo trimestre em Surdbury, quando infelizmente perdemos algumas vidas, e decidimos fechá-la para reavaliar nossas plantas. Mas neste trimestre, a diminuição da produção em Ontário se refere mais ao fechamento de manutenção da planta do que outros problemas, portanto devemos ver a retomada da produção em Surdbury.

Em cobre, já mencionamos o início de produção bem sucedido em Salobo, e também indicamos que agora produzimos o primeiro concentrado em nossa mina de Lubambe em nosso JV na Zâmbia, que é avaliada de forma marginal a médio prazo. Na área de fertilizantes, tivemos uma produção recorde de pedra fosfato principalmente de nossa mina Bayóvar no Peru, que vai bem.

Falando em preços, como eu disse, a queda nos preços de minério de ferro IODEX 62% não se refletiu totalmente na queda dos preços realizados da Vale. Há algumas razões para isso. Tenho certeza que falaremos disso na sessão de Perguntas & Respostas, mas embora certamente tenha havido fatores de mercado, também houve o efeito de estratégias comerciais bem sucedidas que implantamos para lidar com um cenário onde temos mais vendas no mercado spot, e os clientes valorizam os tempos de entrega de nossos produtos. Outro destaque em termos de preços são os preços de fertilizantes que caminharam em outra direção que outros preços de recursos, o que demonstra a natureza contra cíclica desse negócio, e adaptamos nosso mix de produtos para aproveitar ao máximo estas oportunidades em produtos específicos também.

Ao perceber como isso foi traduzido em uma perda de receita, os preços em queda mitigados por estratégias comerciais bem sucedidas geraram receitas em queda de aproximadamente 1,2 bilhões neste trimestre, que impactaram diretamente o EBITDA. Isso aconteceu porque as contas de despesas permaneceram bastante estáveis neste trimestre. Estamos falando em custos operacionais, em despesas em SG&A e P&D. Ao observar o custo de produtos vendidos, há diversas análises no press release que mostram alguns poucos itens subindo e descendo, mas acredito que a perspectiva é bastante voltada para estabilidade, o que acho que sejam boas notícias neste cenário inflacionário. E esperamos, nos próximos meses, começar a perceber se podemos reverter a trajetória não só estabilizando os custos, mas fazendo com que desçam. Há várias iniciativas para conseguir isso. No entanto, posso destacar que para outras contas, acredito que podemos estar mais confiantes quanto a um caminho de queda, sendo que a primeira destas áreas inclui as despesas em P&D. Se compararmos as despesas em P&D do terceiro trimestre com o segundo trimestre, estas permaneceram estáveis, mas se compararmos com 3T11, há uma diminuição significativa. Na Vale, o terceiro e o quarto trimestre são tradicionalmente onde mais gastamos em P&D, e em investimentos de apoio e projetos de capital. Assim, esta estabilidade é o primeiro sinal de que estamos em contenção, há várias iniciativas em andamento, por exemplo, o fechamento de vários escritórios de exploração pelo mundo, que foram reavaliados, e devemos perceber uma redução nas despesas com P&D, como a redução em termos absolutos a partir de agora. O mesmo se aplica a SG&A, que está

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estável neste trimestre, mas estamos confiantes de que retomarão uma trajetória de queda em breve.

Assim, temos um EBITDA de US$ 3,7 bilhões neste trimestre, que é impactado por uma provisão para uma disputa fiscal, o chamado CFEM, royalties no Brasil. Estabelecemos esta provisão há um mês, e a mesma foi comunicada ao mercado, em agosto, eu acho, e isso reflete nossa avaliação quanto à probabilidade de pagamentos a partir de agora. Também estamos fazendo provisões de valores para impostos estaduais sobre mineração, que apresentaram desenvolvimentos recentemente, especificamente os estados de Pará e Minas Gerais. O estado do Pará publicou um decreto com a redução dos impostos estaduais. O estado de Minas Gerais aprovou ontem a possibilidade de o governo estadual fazer ajustes. Estes desenvolvimentos certamente estão ligados com as conversas mantidas com os governos do Pará e de Minas Gerais, com o objetivo de esclarecer todas as questões fiscais passadas, presentes e futuras de todas as nossas operações nestes estados. É um esforço completo, em parceria com as autoridades, com entendimentos mútuos, que tem sido bem sucedido. Estamos aguardando os procedimentos formais e documentos que confirmarão nossos entendimentos, e assim que estiverem disponíveis , podemos fazer uma conferência específica sobre isso, mas acredito que os recentes desenvolvimentos mostram que estas questões estão sendo tratadas cuidadosamente. NO estado do Pará, por exemplo, o valor dos impostos estaduais foi reduzido em 2/3, assim, no futuro, as provisões e/ou pagamentos devem ser apenas 1/3 do que foi provisionado para este trimestre, que é o maior valor, sendo que de US$ 145 milhões, responde por aproximadamente US$ 100 milhões.

Considerando tudo isso, o EBITDA ajustado de US$ 3,7 bilhões, se comparar o EBITDA ajustado deste trimestre com o trimestre anterior, como disse, a diferença é de US$ 1,2 bilhão, que é basicamente a perda de receitas. Quanto ao rendimento líquido, é possível perceber como as diferentes contas levam a rendimentos líquidos de US$ 1,7 bilhões aproximadamente.

Agora sobre o balanço patrimonial, gostaria de chamar sua atenção para a página 18 da apresentação, que é a única página que vou destacar. Para aqueles que não têm a apresentação, vou descrevê-la. A página mostra como geramos caixa nos primeiros nove meses de 2012 e como usamos o caixa, e a mensagem principal aqui é que adaptamos nosso programa de investimentos a nossas entradas de caixa. É possível perceber que o aumento da dívida líquida no período foi de apenas US$ 1 bilhão. O fluxo de caixa de operações mais desinvestimentos que fizemos, desinvestimentos líquidos visto que houve pequenas aquisições também, foi suficiente não só para pagar o programa de investimentos, mas para retorno de capital aos acionistas. Esse é o tipo de combinação que estamos buscando a partir de agora. No passado, falamos de um uso moderado do balanço patrimonial, e é isso o que chamamos de moderado, um aumento de dívida líquida de US$ 1 bilhão nos últimos 9 meses e isso é algo que estamos apreciando, manter nosso nível de investimento, e nossa classificação como está. Vamos administrar esta equação de maneira prudente a partir de agora.

Tendo dito isso, vou abrir o microfone para a sessão de Perguntas e Respostas e meus colegas estão aqui para ajudar a responder.

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Q&A

Operador: Obrigado. Senhoras e senhores, daremos início à sessão de perguntas e respostas. Se tiver uma pergunta, pressione a tecla estrela seguido da tecla 1 no touch phone. Se a qualquer tempo quiser se retirar da fila de perguntas, pressione estrela, e 2. Por favor, limitem-se a duas perguntas por vez. Nossa primeira pergunta é feita pelo Sr. Felipe Hirai da Merrill Lynch.

Felipe Hirai: Bom dia e boa tarde a todos. Tenho duas perguntas. A primeira relacionada com o potencial desinvestimento dos ativos que mencionou que poderiam ser vendidos se não agregassem qualquer valor. Gostaria de entender quando esta decisão seria tomada, se há algum tipo de prazo para que os ativos se tornem lucrativos ou não. E minha segunda pergunta se refere ao potencial de redução de valor de ativos, ainda não vimos reduções significativas em alguns dos ativos não operacionais, seria possível que isso ocorresse até o fim do ano, e se pudesse dar uma ideia dos ativos para os quais isso poderia ocorrer. Obrigado.

Luciano Siani: A primeira pergunta sobre a venda de ativos. Eu diria que temos uma ideia clara sobre quais ativos queremos desinvestir ou procurar parceiros. Nesse momento a questão, estas transações, como vocês sabem, levam tempo para se desenvolver, e seguem um curso normal de negócios. Mas em termos de uma decisão, ela já foi tomada. Uma exceção que você pode ter em mente é Nova Caledonia, na qual estamos retomando o início das operações de forma bem sucedida e portanto ainda não estamos em posição de tomar uma decisão quanto as este ativo, precisamos aguardar o próximo desenvolvimento, e provavelmente vamos tomar a decisão até o fim do primeiro trimestre ou começo do segundo trimestre de 2013. Nas outras frentes, as decisões foram tomadas, mas ainda estamos explorando os mercados para avaliar qual a possibilidade de realizar valor com a venda. Não vamos vender qualquer ativo de forma barata, sabemos quais são seus valores, acho que temos muitas possibilidades, e vamos administrá-las de forma cuidadosa.

Quanto à redução de valor, como indicamos no press release, vamos reduzir o valor do ativo Onça Puma neste trimestre, não aguardaremos o final do quarto trimestre e o demonstrativo financeiro do ano. Vamos anunciar a redução este ano. Já temos um business case revisado para Onça Puma, e estamos aguardando a confirmação de nossas expectativas quanto aos valores a ser recebidos dos seguradores, para determinar os números finais, e assim que os tivermos, divulgaremos os valores de redução. Mas é bastante provável que o valor de ativo revisado seja inferior a US$ 1 bilhão, assim, qualquer valor acima disso terá de ser compensado.

Para outras reduções de valor, estamos fazendo uma reavaliação completa dos ativos com menor probabilidade de retorno de valor contábil integral, mas para isso provavelmente teremos uma avaliação de todos os ativos e reduções, se alguma for feita, no momento da preparação da demonstração financeira do ano.

Operador: A próxima pergunta é do Sr. Rodolfo De Angele do JP Morgan.

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Rodolfo De Angele: Obrigado. Gostaria de voltar para a discussão de preços e perguntar, a partir de agora, como mencionado na apresentação, houve alguns problemas que fizeram com que a empresa apresentar preços realizados melhores do que aqueles esperados pelos investidores. Alguns relacionados com estratégias comerciais da Vale, discutimos na apresentação anterior, especificamente, frete e outros, como o nível de impurezas. Devemos continuar esperando que estes se mantenham em vigor? Devemos trabalhar com preços realizados melhores para os próximos trimestres? Minha segunda pergunta é sobre projetos. Gostaria de ter uma atualização da administração quanto a Simandou e Onça Puma, por favor. Obrigado.

Luciano Siani: Vou começar com os projetos. Vou falar sobre Simandou e depois passo a palavra a meu colega Peter Poppinga /para falar sobre Onça Puma. Depois voltamos para o Sr. Martins para falar sobre preços realizados.

Simandou é uma importante opção de crescimento para a empresa. Como vocês sabem, nossa prioridade agora é S11D, assim os recursos da empresa estarão concentrados em S11D e não em Simandou. No entanto, estamos aguardando que o cenário regulatório da Guiné fique claro, e isso inclui a solução logística. Segundo o governo, este cenário pode ser alterado comparado ao que foi acordado há dois anos. Assim, essa mudança, se houver, e é possível que haja, exigirá novos estudos, estudos de engenharia, para avaliar o valor do novo projeto revisto. A participação que o governo da Guiné quer ter no projeto também não está definida, assim como os royalties. Há muitas incertezas no cenário regulatório na Guiné, o que impede que façamos avanços nesse momento, o que são pré-requisitos para tomarmos outras decisões firmes sobre o ativo. Nossa expectativa é que o tempo necessário para chegar a estas soluções, mais o tempo necessário para desenvolver os estudos para o projeto, estarão combinados com a estratégia atual da empresa, portanto inicialmente vamos concentrar em S11D, no ativo de minério de ferro que temos no Brasil, e depois, somente se todos os ativos estiverem resolvidos, Simandou será uma opção de crescimento para o futuro próximo.

Com relação a Onça Puma, gostaria de pedir a meu colega Sr. Peter Poppinga que respondesse esta pergunta.

Peter Poppinga: Rodolfo, obrigado pela pergunta. A resposta é bem direta. Os problemas com a fornalha de Onça Puma mostraram-se mais sérios do que esperávamos, houve significativos danos refratários, devido a falhas de design relacionadas à qualidade refratária o que causou umidade em algumas camadas. A fornalha deve ser reconstruída, e esperamos que a produção seja retomada somente na metade do próximo ano. Esta é a realidade de Onça Puma.

José Carlos Martins: Rodolfo, na verdade, tivemos um desempenho muito melhor do que no último trimestre. As razões estão relacionadas principalmente com o desempenho de frete, que foi quase US$ 2 melhor que no trimestre anterior em termos de custo, e temos um preço FOB muito melhor depois da dedução do frete mais baixo. A penalidade de silício, que apareceu aparentemente começa a ser vendida no mercado spot, também foi reduzida. Praticamente desapareceu. E em nossas vendas, principalmente de minério de Carajás no mercado spot, conseguimos um prêmio melhor até do que mostra o Índice Platts, assim, os

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US$ 2,30 que normalmente é acrescido como VIU no caso de vendas no mercado spot de minério de Carajás, conseguimos um prêmio melhor para isso. No final, conseguimos realização de preço quase alinhada com Platts depois de dedução de frete, umidade, e depois de acrescentar VIU. Parte deste desempenho foi causado realmente por melhores condições de mercado, e também porque aprendemos. Temos de reconhecer que a Vale era recém-chegada no mercado spot, costumávamos fazer 100% de nossas vendas por meio de contrato. Depois do sistema de referência, continuamos a vender com base no preço trimestral, mas com preço administrativo. E agora estamos entrando de maneira mais decisiva no mercado spot de vendas. Estamos aprendendo mês a mês como melhor operar neste mercado. Fiz este comentário antes, o tempo de mercado está se tornando uma questão muito importante que não existe em um sistema de preços fixos. Mas agora que os preços são principalmente baseados em preços de mercado e diários, o tempo para vendas é muito importante, estamos administrando melhor a qualidade que oferecemos no mercado. Mesmo os volumes de nossos navios precisamos administrar melhor a quantidade que vendemos ao vender no mercado spot, pois às vezes o cliente quer comprar volumes menores do que um grande navio consegue entregar. Estamos considerando tudo isso em nossa estratégia de marketing, mas todo trimestre, todo mês é uma história diferente, é preciso adaptar muito rápido e é isso o que estamos fazendo. Com o passar do tempo, realmente acreditamos que sempre podemos comandar um prêmio em nosso minério, considerando que nossa qualidade média é melhor do que de nossos concorrentes. Estes são os principais aspectos que eu gostaria de comentar e acredito que nosso desempenho pode melhorar a partir de agora.

Operador: A próxima pergunta é do Sr. Rodrigo Barros do Deutsch Bank.

Rodrigo Barros: Muito obrigado, e parabéns pelos bons resultados em um cenário desafiador. Tenho duas perguntas. Primeiro para Martins. Se pudesse fazer por pelotas o mesmo que fez pelo minério de ferro, explique quanto está vendendo trimestralmente por contrato no VIM, quanto em contratos mensais e no mercado spot, porque este é um número que estamos constantemente errando em nosso caso, sendo muito conservadores. E minha segunda pergunta é para Luciano, sobre eventos corporativos. Vimos que a Vale vendeu uma parte da planta de pelotas de Omã neste trimestre, e vimos a Vale aumentando a participação em VNC, se pudesse comentar estes três eventos, seria ótimo. Muito obrigado.

José Carlos Martins: No que se refere ao sistema de precificação de pelotas, vendemos a média, vendemos 20% neste último trimestre no sistema de precificação, e isso ajudou as pelotas muito mais do que o minério de ferro, pois grande parte de nossos clientes de pelotas continuam a comprar neste sistema. Não tenho números específicos para isso, mas no caso das pelotas temos mais da média de 20% do que temos no sistema. Os preços de pelotas foram favorecidos pela situação, desde que o preço continue a cair em média, que ajudará, mas quando o preço se movimentar no sentido contrário, haverá uma influência negativa no preço. Uma regra geral que sempre vendemos nossas pelotas ao menos com o custo de pelotização pois podemos vendê-las, e sempre consideraremos qual é a melhor opção entre vender pelotas ou matéria prima para pelotas. Sempre administraremos esta diferença. Além do prêmio da pelotização, também há o prêmio de qualidade, visto que as pelotas têm em média um teor de minério de ferro maior do que no minério de ferro per se.

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Estes fatores criam um prêmio muito melhor para as pelotas, mas estão em vigor principalmente somente neste trimestre devido ao sistema usado. A partir de agora, não podemos esperar que o prêmio das pelotas seja muito maior que US$ 40 e muito menor que US$ 35, essa é a melhor estimativa considerando uma situação de preços estável.

Luciano Siani: Martins, talvez você possa falar também sobre a venda de nossa participação na planta de pelotas de Omã, que é outra pergunta.

José Carlos Martins: Quando começamos a construir nossa usina de pelotização em Omã, fizemos um acordo com o governo local que permitia que comprassem 30% da usina. Mas isso não teve qualquer impacto sobre o negócio, visto que a usina de pelotização trabalha como prestadora de serviços, e compramos apenas a taxa de produzir as pelotas. É muito importante termos o governo local conosco pois dependemos muito da infraestrutura fornecida pelo governo para nossa operação, eletricidade e gás. Acreditamos que é uma parceria muito boa para nós e não gera qualquer ônus à nossa lucratividade, o que é justo considerando o retorno de capital da planta de pelotização. Acreditamos que esta operação é muito boa para a empresa e para nossos acionistas.

Luciano Siani: Na Vale Nova Caledonia, ao contrário do que podem estar esperando, e podem estar pensando que como a Vale aumentou sua participação, a empresa colocou dinheiro na operação, o que não é o caso. A Vale Nova Caledonia, na verdade, estamos reconhecendo formalmente uma situação que ocorria de facto, que nosso parceiro SMA, uma joint venture entre Sumitomo e Mitsui, deixou de financiar o projeto em 2010, depois do acidente com as colunas. Assim, a Vale já aplicou o dinheiro que deveria ter sido aplicado pelo parceiro, o estamos apenas reconhecendo, estão sendo diluídos enquanto nossa participação aumenta, reconhecendo o que acontece na realidade. A partir de agora, as boas novas é que vão voltar a financiar o projeto, estamos confiantes que o projeto pode ser bem sucedido, e vão retomar o financiamento de acordo com a nova divisão de participação. Essa é a situação, não envolve qualquer fluxo de saída de caixa ou desembolso por parte da Vale, pelo contrário, devemos esperar que o parceiro volte a aplicar fundos no projeto.

Operador: A próxima pergunta vem do Sr. Alex Hacking do Citibank.

Alex Hacking: A primeira pergunta é sobre cobre. Pode dar algumas explicações sobre quanto de venda de cobre devemos esperar para o próximo ano de Salobo e da Zâmbia. E a segunda pergunta se refere às possíveis parcerias, obviamente foi discutido com Rio Colorado, mas está sendo considerada também para Moçambique com o carvão, e faz sentido ter algum tipo de parceria com Rio Tinto, na plataforma de logística.

Luciano Siani: Para falar sobre cobre, passo a palavra para o Sr. Peter Poppinga.

Peter Poppinga: Obrigado pela pergunta. Como sabem, estamos estudando Lubambe e terminamos em outubro. É uma capacidade de 45.000 toneladas para JV, na verdade entre Vale e ARM, e também com participação do governo. Está indo bem, e é claro que esperamos que o início das operações seja normal, sem grandes obstáculos. Eu não me sinto confortável em dizer quanto vamos produzir no próximo ano, seria uma previsão, mas espero ultrapassar facilmente 50% da capacidade. Em Salobo, já produzimos este ano 5.000 toneladas de cobre. Se considerar as últimas semanas de produção e estudá-las de

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forma anual, para avaliar o ritmo, estamos alcançando 40% e ultrapassando, provavelmente, 50% da capacidade em termos de ritmo este ano, o que esperamos para o próximo ano é que Salobo esteja perto da capacidade, o que na verdade é bem parecido com o que ocorreu com o início de produção de Sossego. Aprendemos algumas lições, as planilhas são similares, e não esperamos nenhuma grande surpresa em Salobo. Com relação a Canada, como sabem, o cobre canadense é consequência de nossas minas em Sudbury, que estão crescendo de novo, voltando aos antigos níveis de produtividade que havia antes da greve. Ainda há muito o que fazer, para a produção d e cobre do próximo ano, com certeza será maior também em Sudbury. Não sei se respondi sua perguntam mas é o que temos para o momento.

Luciano Siani: Com relação a parcerias, de forma geral, eu diria que sim, já que estamos ativamente procurando fazer parcerias para muitos de nossos projetos. Entendemos que isso é necessário para Rio Colorado, precisamos de um parceiro para seguir adiante com Rio Colorado. Em Moçambique, é uma ideia que estamos avaliando também, o único obstáculo é que já temos parceiros em Moçambique, o governo é parceiro no corredor ferroviário, há alguns investidores privados, e todas as conversas precisam envolver o governo também.

Operador: A próxima pergunta vem do Sr. Carlos de Alba, do Morgan Stanley.

Carlos de Alba: Bom dia, senhores, obrigado por receber meinha pergunta. A primeira é qual a ideia para manter o negócio dos serviços de logística, percebemos que o desempenho está fraco, mas gostaria de saber se há algo relacionado entre este negócio e suas operações de mineração no Brasil que possam impedi-los de desinvestir neste ativo, além das ferrovias. A segunda pergunta é, se puder, Martins, explique um pouco, vocês vendem mais no mercado spot hoje, talvez precisem de navios menores, e o fato que a Vale está com mais Valemax que são obviamente maiores, como a empresa pretende reconciliar esta tendência.

Luciano Siani: Em logística, vou lhe dar a mesma resposta, diria que como estamos reavaliando todos os nossos ativos, como o novo cenário regulatório no Brasil mudou e incentivou a entidade de um operador de logística, houve uma separação entre a entidade do titular da concessão e o operador, e como você disse, o valor oferecido pelo negócio talvez não esteja alinhado com a melhor expectativa dos acionistas, este também é um negócio que estamos constantemente avaliando para encontrar as melhores soluções, e avaliar como seguir adiante. Para a segunda pergunta sobre minério de ferro, passo a palavra para o Sr. Martins.

José Carlos Martins: Ok Carlos, essa é uma pergunta interessante e tenho prazer em responder. Antes de mais nada, claro, para minimizar o custo de frete, realmente é preciso grandes embarcações. Quanto maior a embarcação, menor o custo de frete, e mais eficiente será o consumo de energia, não só em termos de custo, mas impacto ambiental também. Como vocês provavelmente sabem, provavelmente haverá nova tributação sobre navios com emissão de carbono, o que aumentaria as vantagens de usar grandes navios com menor consumo de energia. Mas por outro lado, muitos dos players no mercado spot na China são consumidores pequenos. Eles preferem comprar menores quantidades e nossos

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concorrentes estão mais perto e normalmente vendem 80.000 toneladas. Isso faz com que sejam mais atraentes para estes consumidores. Como sabem, o que estamos fazendo é construir um centro de distribuição na Malásia, que entrará em operação até o final do próximo ano, ou início de 2014, de forma que os navios grandes façam a maior parte do trajeto, otimizando os custos de frete, e depois distribuímos em embarcações menores. Estaremos no meio da Ásia, e distribuiremos facilmente usando embarcações com o tamanho certo para cada situação. Acima de tudo, temos nossa estação flutuante de transferência nas Filipinas, na Subic Bay, onde podemos mover o minério dos grandes navios para embarcações menores ou mesmo armazená-lo na estação flutuante. E estamos construindo uma segunda estação flutuante e, se necessário, podemos construir uma terceira. Mas acreditamos que com duas estações flutuantes, e com o centro de distribuição que temos em Omã, e o centro de distribuição que teremos na Malásia, podemos resolver este problema. O navio Valemax está sendo aceito em muitos outros portos, além de Omã, Taranto e Roterdã, também estamos levando nossos grandes navios para Japão, Oita, e para as Filipinas, na planta GFE que é mantida ali. Novos portos passarão a aceitar o Valemax nos próximos meses. Claro que há alguns obstáculos, claro que haverá alguns custos adicionais, mas em geral, estamos melhorando nossas operações dia a dia com grandes navios melhorando as soluções que temos. Realmente acreditamos que depois da Malásia, estaremos em uma boa posição, e também esperamos entregar usando grandes navios na China para grandes consumidores. Pequenos consumidores que compram no mercado spot, preferem embarcações menores, mas grandes consumidores que compram com base em contratos, preferem grandes navios. Com o passar do tempo, vemos muitas melhorias que pode agregar à realização dos preços melhorando nossas operações com grandes navios.

Operador: A próxima pergunta é de Chelsea Konsko do TIAA-CREF.

Chelsea Konsko: Gostaria de saber se podem falar sobre o que gera maior demanda para matéria prima em pó ou pelotas no mercado, e quando esperam que este quadro seja revertido, para que voltem a operar as usinas de pelotização que foram fechadas.

José Carlos Martins: Pelotas são sempre mais voláteis do que pó, porque os clientes usam as pelotas principalmente quando precisam de alta produtividade na fornalha. No cenário em que muitos de nossos clientes estão operando com taxas baixas, o uso de pelotas não é tão conveniente para eles. Portanto, a resposta vai depender do comportamento do mercado, e enquanto precisarem de mais produtividade, voltarão para pelotas, mas não posso afirmar com certeza quando isso vai acontecer.

Operador: A próxima pergunta vem de Marina Melemendjian do Credit Suisse.

Marina Melemendjian: Boa tarde a todos, obrigado por receber minha pergunta. Minha pergunta se refere a volumes de vendas de minério de ferro, a Vale atingiu o valor de 220 milhões de toneladas de finos e pelotas, e estão prevendo o volume de 310 milhões de toneladas para o ano, o que implica em grande crescimento de volume n o último trimestre. Gostaria de saber se acreditam que esta previsão tem probabilidade de ser alcançada, e, se sim, quando vamos ver o aumento na produção. Obrigado.

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José Carlos Martins: Mantemos nossa meta, como o Sr. Luciano Siani explicou, fizemos uma extensão do empreendimento, além da quantidade que podemos produzir no quarto trimestre, também temos minério de ferro disponível e podemos faturar um pouco mais se as condições de mercado permitirem, e se não tiver qualquer impacto não previsto em nossa produção. Mantemos nossa meta e esperamos alcançá-la.

Operador: A próxima pergunta é do Sr. Jonathan Brandt do HSBC.

Jonathan Brandt: Bom dia, boa tarde, obrigado por receber minha pergunta. A primeira pergunta se refere à pressão capex, e pressão de custo operacional. Vimos muitas manchetes não só da Vale, mas também algumas grandes e pequenas empresas, falando sobre cortes no capex. Você perceberam ou esperam diminuição do capex no futuro, ou caminhões e pneus ainda sofrem muita pressão de capex, e relacionado à parte de custo operacional. Se puderem explicar um pouco quais são seus planos para cortar custos operacionais ou devemos pensar mais ligado ao BRL e a fraqueza potencial respectiva. Segundo, se puderem falar nos níveis de dívida que vêm aumentando um pouco nos últimos três trimestres, há algum nível máximo para eles, algum nível máximo que as agências de classificação permitem, e por último, se precisarem aumentar a dívida, vocês considerariam fazer nova dívida conversível. Obrigado.

Luciano Siani: Vou começar com o capex. É uma situação diferente no mercado de equipamentos e de serviços. No mercado de equipamentos, vemos alguma mobilidade e possivelmente facilidade na inflação de custo, talvez até desinflação. No entanto, na parte de serviços, especialmente no Brasil, não vemos de forma tão clara, e o mercado para serviços de construção no Brasil continua a ser muito apertado.

Em termos de custos operacionais, além da depreciação do BRL, estamos enfocando iniciativas de estrutura e além dos programas de cortes de custos graduais normais, eu diria que há algumas iniciativas de estrutura, sendo que a primeira é a reavaliação de ativos com baixo valor agregado. Portanto, é a mesma coisa que falamos sobre as minas de níquel, esse tipo de avaliação está sendo feito em todas as minas e plantas de processo, acreditamos que há espaço para otimização de planilhas, fluxos de materiais, para aproveitar ao máximo ou interromper os ativos não operacionais, e conseguir o maior valor de nossas operações. O segundo seria do lado de compras. A Vale tradicionalmente sempre deu muita atenção aos itens de grande monta, que são aqueles produzidos globalmente. Estamos voltando a atenção para os itens menores, que embora sejam em maior número, em conjunto criam um valor de gasto considerável, quase 50% de toda a despesa opex é advinda de itens menores. Estamos lidando com isso internamente e tentando alterar nossa abordagem quanto a isso também.

Em termos de níveis de dívidas, mencionei na apresentação uma dívida líquida que aumentou um pouco nos últimos nove meses, apenas US$ 1 bilhão. É verdade que a dívida bruta aumentou mais, mas fizemos uma provisão em termos de caixa para o futuro, o que era uma estratégia deliberada também, para operar com níveis mais altos de caixa para ter maior flexibilidade. As agências de classificação não têm uma meta de nível de dívida, elas penalizam uma empresa com alto perfil capex. De que forma? Se considerar a dívida líquida normal sobre EBITDA, a dívida bruta sobre EBITDA, ou cobertura de pagamento de juros,

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as taxas usuais que as agências usam para uma classificação final de um emissor, a classificação implícita que a Vale teria seria A+ ou A, mas que está acima da classificação que a Vale atualmente tem. Isso porque as agências de classificação determinam uma penalidade para o programa capex, elas acham que querem ver que há espaço para gerenciar o programa capex, visto que consideram um fluxo de saída de caixa que não está disponível para pagamento de dívida. Achamos que mostramos a disciplina de capital e mostramos que podemos gerenciar capex de forma eficiente a partir de agora, e que a penalidade, com o tempo, será desconsiderada, e seremos classificados mais de acordo com nossas taxas fundamentais. Neste sentido, os níveis de dívida hoje não são a preocupação principal das agências de classificação, não os níveis de dívida atuais que são baixos, mas em conjunção com a flexibilidade de gerenciar o programa capex. O programa de financiamento do próximo ano, vamos considerar todas as alternativas, e parte da dívida vence no próximo ano e teremos de refinanciar, e como sempre buscaremos nossas novas fontes de fundos para nosso programa de financiamento.

Operador: A próxima pergunta é do Sr. Marcos Assumpção do ITAU BBA.

Marcos Assumpção: Boa tarde a todos, minha pergunta é sobre níquel. Gostaria que falasse um pouco sobre a produção esperada para VNC e Onça Puma em 2013, e sobre as despesas pré-operacionais, como espera que isso se comporte em 2013. E minha segunda pergunta é sobre a provisão CFEM, se puder apresentar uma atualização sobre estas discussões entre a Vale e o governo sobre as diferenças de cálculos no passado, se este aumento nas provisões mostra que a empresa está perto de uma solução no curto prazo com o governo., e se este valor na provisão tem probabilidade de ser mantido neste nível ou se deve aumentar em algum momento.

Luciano Siani: Sobre níquel, passo a palavra para o Sr. Peter Poppinga.

Peter Poppinga: Marcos, obrigado pela pergunta. Em termos de níquel, você falou especificamente sobre Onça Puma e VNC, e como eu disse, Onça Puma está reconstruindo a fornalha devido a uma falha no projeto. esta fornalha foi construída em 2008, e por questões de segurança temos de reconstrui-la. Se começarmos no meio do próximo ano, esperamos um início de produção normal, e não seria muito diferente do início de operações de fornalhas similares, agora que o problema foi resolvido. Quanto à Nova Caledonia, como eu disse e o Luciano mencionou, recomeçamos a produção com sucesso, todas as colunas afetadas foram reparadas, o projeto foi alterado. Demos início há algumas semanas ao preenchimento do oleoduto, e em novembro a planta de ácidos será reiniciada, e o níquel final será produzido. No 1T 2013, vamos avaliar para decidir se é uma operação viável em, termos de capacidade e como segue o início das operações. Com certeza, se produzir com duas autoclaves, das três autoclaves, como prevemos, devemos ter produção de níquel no próximo ano que deve estar próxima da metade da capacidade, e o restante virá em 2014.

Luciano Siani: Em termos de despesas pré-operacionais, apenas para destacar o que é possível ver no balanço patrimonial, houve uma alteração nos resultados, aproximadamente US$ 300 milhões a cada trimestre, não tenho os números exatos aqui. Mas não vamos tolerar esta situação como constante, e temos o compromisso de reduzir o nível, e isso se aplica principalmente às duas operações mencionadas, Onça Puma e Vale Nova Caledonia,

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e a razão porque vamos reavaliar na primeira metade do próximo ano para Nova Caledonia, é não perpetuar a situação.

Em termos de CFEM, a provisão foi feita quando nossas discussões com as autoridades reconheciam que o valor de R$ 1,2 bilhões, US$ 540 milhões, eram parte de nossa discussão, ficando claro que a probabilidade de perder a disputa é muito alta. As discussões e negociações continuam, e não sei se devemos esperar uma mudança em termos de acordo a ser finalizado. Eu diria que as negociações continuam, mas estamos confiantes que o valor provisionado é o valor de desembolso final, mas as negociações ainda não acabaram.

Operador: Assim concluímos a sessão de perguntas e respostas. Sr. Luciano Siani, volto a passar a palavra para encerrarmos.

Luciano Siani: Acreditamos que a mensagem que estamos passando recentemente sobre disciplina de capital, valor a acionistas e consciência de custo, estão em aberto. E repetimos várias vezes, mas temos de nos basear nos resultados , e acreditamos que começamos a dar exemplos e mostrar algumas ações e resultados preliminares, e nossas discussões e ações altamente alinhadas com a estratégia que temos comunicado aos investidores. Acreditamos que no futuro poderemos gerar um fluxo contínuo de melhorias adicionais nos números, e decisões adicionais alinhadas, e entregar nossas promessas. Espero que nossos investidores e acionistas, com os resultados preliminares, deem a confiança e temos certeza de que a Vale entregará resultados com a direção e abordagem recém-estabelecidas. Obrigado por sua participação e nossa equipe de relações com investidores está disponível para responder qualquer dúvida.

Operador: Obrigado, assim concluímos a conference call do 3T12 da Vale hoje. Muito obrigado pela participação e tenham um bom dia.