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*^V-?áX ^'TÍ^& IddAdú. :WXr^':'X^ X^ IDA - FIM ll iii n IC11 5?Ó II via, I ii --o por ciílrc o horror da (empe.-!, \ •«» brilhar a iu/ da meiga estrella, Unico norte meu. <. *i ^dW< yr- , ' A » XXM p-AieA / ^TO^roi- 'x°J .•""Vi; cos, lançando o homem sohre a terrn, pcimitlio que elle em sua rnocidade pudesse amar com paixão, para quecomprehendesse a existência celeste. Deu-lhe essas horas de delicias que não se reproduzem mais no meio dia e na tarde da vida, para que elle soubesse amar ao seu Deos, ao seu creador. De feito jamais prova elle no caminhar do mundo prazer tão ineffavel como na paixão, que o arrasta para a escolhida do coração. Nascemos solitários, e com o correr dos annos sentimos que o nosso ser não é completo sem estar ligado a um ente que nos seja caro. ITahi a ori- gem dos mais suaves gozos da vida humana. A ambição, a fome de gloria, o ódio, são paixões que cansão, e cedem ao tempo; o sentimento do amor não se fatiga, e conserva em si mesmo o alimento das forças que o vigorão. Todas as paixões são egoístas, o amor é cheio de sublimes ahnegaçoes. Cozamos tanto nos bens que espalhamos sobre outrem, que nos esquecemos Iomo íí. —- Agosto de 1865.8

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*^V-?áX ^'TÍ^&IddAdú.

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IDA

- FIM

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iii n IC11 5?Ó II via,

I ii --o por ciílrc o horror da (empe.-!,\ •«» brilhar a iu/ da meiga estrella,Unico norte meu.

<.*i ^dW< yr- , ' A

» XXM p-AieA/ ^TO^roi- 'x°J

.•""Vi;

cos, lançando o homem sohre a terrn, pcimitlioque elle em sua rnocidade pudesse amar com paixão,para quecomprehendesse a existência celeste. Deu-lheessas horas de delicias que não se reproduzemmais no meio dia e na tarde da vida, para que ellesoubesse amar ao seu Deos, ao seu creador. De feito

jamais prova elle no caminhar do mundo prazer tãoineffavel como na paixão, que o arrasta para a escolhida do coração.

Nascemos solitários, e com o correr dos annos sentimos que o nosso sernão é completo sem estar ligado a um ente que nos seja caro. ITahi a ori-

gem dos mais suaves gozos da vida humana. A ambição, a fome de gloria, oódio, são paixões que cansão, e cedem ao tempo; o sentimento do amornão se fatiga, e conserva em si mesmo o alimento das forças que o vigorão.Todas as paixões são egoístas, o amor só é cheio de sublimes ahnegaçoes.Cozamos tanto nos bens que espalhamos sobre outrem, que nos esquecemos

Iomo íí. —- Agosto de 1865. 8

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22G JORNAL DAS IAM I UAS.

lo nosso eu, dedicados inteiramente á felicidade estranha. E o complemento

Ia perfeição humana, porque revela a natureza immortal do homem, fazendo

stimara existência physica unicamente pela posse da Felicidade moral. Esle1 \>

sentimento évrande e poderoso no homem, mas toma maior intensidade e

duração na mulher. E a historia inteira na vida da mulher, e um episódio nao

vida do homem.Pela gravidade da paixão podemos medir o gráo do sofirimento da perda

do objecto de nossas caras affeições. A nào ser Deos, que vela sempre pornós, mostrando sua bondade em nossos sofírimentos, creando até doçuras

nas penas do coração, enviando o tempo para mitigar c cicatrizar as mais

dolentes feridas, essa dòr serio superior á força humana. Com a morte do

ente que amamos appareco primeiramente a dòr extrema, que nos fulmina;

depois chega o sentimento calmo da perda; e Gnalmente nos recebo a dòrmelancólica, mas suave das recordações. N'este estado a vida alimenta-se uni-

camente com o passado; e quem lhe arrancasse uma só d'essas lembrançassaudosas deixaria a morte em seu lugar. Corre cila no tumulto do mundo so-iitaria, e lembra-se do futuro somente para saudar n'élle o realisar dc uniaesperança : a reiiniâò çUâlém-tumulo na eternidade com o ser que temosamado sobre a terra.

N'esle ultimo periodo da dòr se achava Ida depois áo^ factos que narra-inos. Para atar porém o fio dos acontecimentos convém que o leitor nos acorri-

panhe a Pacajá

Oueni houvesse conhecido no passado a pittoresca habitação do Pacajá,vendô-a então bella, risonha e respirando o prazer por todos os lados, a devconheceria agora. Os lugares onde vivemos, testemunhas mudas dos diffe-rentes estados de nossa vida, se reseiitem das mudanças que o tempo operaem nós. A felicidade nào se concentra na pessoa que a goza, costuma espalharseus reflexos pelos objectos que nos cereão. A dòr é recolhida, e foge do ruido,levada por força irresistível para a soidão, o produz o abandono das cousasexternas, de tudo o que nào lem ligação com ella. Assim attentando para qual-quer lugar onde habite o homem, podemos ler iielle, como em uni livroaberto, longas paginas da vida d'esse homem.

0 asseio de todas as peças, a elegância.d'ellas, uma espécie dc luxo namatéria, nas fôrmas e nas cores, que desce mesmo até a modesta pobreza,alegra-nos sempre, porque a alma tem presentido a felicidade no autor detodas essas cousas. 0 abandono das peças, a faltado asseio, a confusão emtodas as partes, a desharmonia das collocações e das cores, entristece-nos,porque a alma tem conhecido a desgraça no habitador <l'essc lugar, e á pri-

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JORNAL li.\S LAMILIAS. .,..-** — i

meira vista. Ü verde arvoredo, erguendo-se de Um solo limpo e ben, tratadoostentava en, outro tempo Ioda a belleza de suas fôrmas; agora confundiào-sòos altivos troncos com os rebeliões nocivos, e erão escondidos pelo matto, quea forra da vegetação havia feito nascer c crescer .sem ob.slaci.lo. Os galhosseccos, deixados por entre a viçosa ramagem, desagradava,, os olhos c tiravaolodo o brilho das coro.- das copadas arvores. A herva invadia os passeios ecobria quasi toda a arca fronteira á casa. As flores, mal tratadas, curvavão-separa a terra, e parecião prever seu próximo fim; e abriáo-se, eemmurcheciáosen, as caricias de mão amiga. A casa tomava a apparencia triste de tudo oque a cercava; e as trepadeiras chegavão-lhe alé o tecto. As janellas nãoImliào mais o delicioso ornato de aromaticas llôres, que oulrora espallniváoa poesia e a vida. .Xinguem diria que alli vivião os mesmos seres de outrotempo. O silencio mesmo faria crer que o sitio fòr;, abandonado pelosseus antigos possuidores. Parecia que a negra peste, ou a gelada máoda morte, linha passado por aquelles lugares, transformando-os em umdeserto.

Ida sabia todos os dias tPessa melancólica casa, apoiada em Lòiá, e se di-ligia para un, lugar silo na margem do rio. Con, a justeza e regularidade deuma machina, a hora certa da tarde ebegava-se a pobre mãi, e lhe pedia quea acompanhasse em seu costumado passeio. Alli, entregue toda á sua saudade,esquecia-se ,1o Loia, de tudo. Vivia n'aqueÍlas horas só com os seus pensa-mentos, e eom as mudas testemunhas da ventura passada. As águas do rio, ohorizonte opposto, as pedras, as arvores, ludo tinha uma linguagem para cila,Xma doce ligação com os dias de felicidade. Foi sobre aquetlas agüas emdele.tosos passeios, debaixo da influencia ,1'aquellas vistas encantadoras asombra do florente arvoredo, o recliiiada .sobre as toscas pedras da riba, queella experimentou suprema ventura pela primeira vez na vida. Desde a fatalprisão de seu amante ella o julgou perdido para sempre, porque entreaquelles selvagens nào havia esperança de salvação para um só prisioneiro. Jauão era a mesma moça que pintámos ao despontar da vida; as cores do rostoerão extinetas, e a vivacidade dos olhos substituída pelo movimento lento,preguiçoso, da dòr meditativa. O mundo era perdido para ella, e sua almaanciava a hora da partida, como o desterrado a pátria. Em sua dòr não sol-lava uma só queixa contra a bondade de Deos. Elle havia-lhe dado ^aquellesdias de amor todos os bens da vida, c ella, gozando-os, tinha sentido tantafelicidade, qun uma existência dc séculos não compensaria.

Loia, assim como tinha adivinhado o amor em sua filha, conhecia a forca_¦»

¦

da dôr, e silenciosa respeitava essa dòr. Dava-lhe todo o aflécto c consolaçãodc mãi, e perdoava nella o esquecimento de sua terna amizade, porque sa-

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-228 JOP.NAL DAS FAMÍLIAS.

bia que no mundo lia dores que não podem ser curadas, nem mesmo com o

amor maternal.Um dia Ida encontrou ein seu passeio um pequeno tecido de sensitivas,

representando uma cruz, o que, na singela linguagem dc signaes, usada

entre os seus, queria dizer: acautela-te! Certo que algum ente mysterioso

a guardava e protegia contra inimigo desconhecido. Waquelle abandono do

existir cm que sc achava, pouca sensação lhe produzio este acontecimento.

Demais, a ninguém temia ou tinha por inimigo, segregada dos homens na-

quelle solitário retiro. Porém parou defronte da cruz e levantou-a. As folhi-

nhas com o toque dos dedos murcharão logo; e ella banhou-as coin suas

lagrimas, lembrando-seque, como cilas, murchavào tambem seus viçosos dias

com o toque da desventura. Uma força oceulta obrigou-a a conservar-se poralgum tempo attenta sobre esse signal, como formado por mão querida, e

alli depositado pela amizade. Nào pôde mais deixal-o e guardou-o, movida

talvez pela virtude da gratidão. Desde eutào misturava-se ao sentimento me-

lancolico dos passeios algum outro desejo, ou esperança vaga, que ella mesma

não podia explicar. Seus olhos volviào-se com mais curiosidade para os lu-

gares vizinhos, como se procurasse alguma cousa esperada. Como este niys-terioso aviso rcpetírào-se outros, que erão recebidos já com fé e conliança.Ida perdia-se em suas idéas quando procurava conhecer o ente amigo quevelava por ella. Emquanto aos perigos (jue corria, segundo os avisos, nàoera tanta a difliculdade para achar o autor d'elles, pois que em tudo lia onome de Aley-Assú. Se bem que ella nào o visse entre os rebeldes na oc-casião da prisào de Vimy, bastante o conhecia e temia para fazer logo este

juizo sobre elle. A sua ausência mesmo d'ac]uelles lugares em tempos tàoagitados, a prisão do amante e a perseguição contra ella claro o diziào. Mas a

quem podia mais ter por amigo sobre a terra depois da perda de Vimy?Assim correrão alguns mezes ifesse viver entre a dòr e a duvida. . .

Em uma tarde, na mesma época em que appareciáo os avisos inysteriosos,e no mesmo lugar de Pacajá, achava-se Aley-Assú sentado sobre a relva, pertode uma tosca pedra, onde serecostava Ida em seus passeios. Tinha deixadoas vestes vermelhas, distinetivo das forças rebeldes, e parecia mesmo querercobrir o aspecto feroz que havia tomado entre aquella gente, com fingida côrde brandura e timidez. Olhava lixo para a quebrada da estreita picada d'ondcesperava ver Ida; levantava-se ao menor ruido produzido pela queda dcUma folha, ou pelo vento nas ramagens do arvoredo. Defronte d'elle, e in-teiramente encoberto pelo matto, estava um homem nào menos agitado; masao contrario deixava este mostrar-se livremente no semblante a paixão (pie

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.101!NAL DAS FAMÍLIAS: oo-)

o dominava. Estava armado com uma clavina, e a encostava ao tronco deuma arvore corn a mira na direcção de Aley-Assú. Nao defitava os olhos d'elle:e ao menor movimento que sentia enliava a vista pela mira, e tomava logoa posição de quem queria fazer partir o tiro. Havia no semblante d'essehomem tanta expressão de ódio e vingança, que nào padecia duvida que umdrama horrível estava próximo a dar-se. 0 suor lhe cahia em bagas do rosto, eo peito arfava-lhe com amiudado palpitar de violento sentimento. A vida deum crestes homens pendia por delgado (io da bocado cano da clavina; euma leve pressão do dedo no gatilho podia mudar a marcha do destino demuitas pessoas!

Ida e sua mâi appareccrão logo, demandando o sitio onde costumarão des-cansar, entregando-se ambas á meditação do passado por aturado tempo. Sevolvêssemos os olhos nessa oecasião para o homem da clavina, o veriamostodo tremulo, como se a vinda d'essas mulheres lhe annunciasse a hora der-cadeira da vida. Aley-Assú encaminhou-se para ellas, que nào puderao oc-euitar o choque que sentirão quando se aperceberão dc sua presença.

Os dias correm bem máos e arriscados na época actual, ninguém se

pôde julgar seguro hoje. Duas pobres mulheres sem defesa, como sois, pre-cisào de mn homem que vide por ellas. Aqui estou, e derramarei por vós omeu sangue. Serei ainda mal recebido?

Nào precisamos de ti, Aley-Assú! respondeu Ida com o semblante car-regado. Eu creio que o unico inimigo que temos está agora diante de nós.Tupana te julgará, quando deixares a morada dos crimes; e então não poderássoster a mascara que hoje trazes.

És injusta para mim. Pensei que a morte do homem que amavas hon-vesse arrancado a venda que te occultava o amor mais apaixonado que é pos-si vel votar a uma mulher. Dei-te o tempo e a liberdade precisa para mejulgares em minha ausência. Deixei correr livremente tuas lagrimas sobre amemória do desgraçado, e quando as julguei seccas me abalancei a dizer-tcoutra vez: — Eu te amo! — Um homem que te conhece e te ama pôde serteu inimigo?

Loia se conservava muda entre a lilha e Aley-Assú; mas antevendo os re-sultados d'essa luta, e percebendo o.s primeiros indicias de cólera, que malerào contidos por Alev-Assú, quiz adorar o amargor de tào desagradável en-trevista, o disse :

— Nào conheces bem o coração da mulher, pedindo um segundo amor a

quem ainda tem mal curadas as mágoas do primeiro. Podcrias soffrer nashoras de doce amor uma só lembrança d'aqueüe que foi leu rival no coraçãoda mulher (pie apertas em teus braços? Nào procures aggravar teus lormentos,

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) (>

2Õ0 JORNAL DAS FAMÍLIAS.

creando um estado tão doloroso; esquece-te dc Ida, foge (Testes lugaresse não podes dar a felicidade ;i mulher que amas, dá-lhe ao menos a paz c aliberdade das lagrimas.

Mal pensarão, se esperào que eu hoje me retire tào facilmente comooutrora. Lembro-me que então jurei que te havia dc possuir. Á fé que sim!lu serás hoje minha.

Assassino! lhe replicou Ida, o meu coração diz-me (pie tuas mãosestão vertendo sangue de meu amante. Nunca, nunca me possuirás. Olha parao céo! elle alli está, e chama-me para junto de si. Elle, que foi lào feliz aquina terra comigo, o será também na eternidade. Maldilo (pie és, que nào

gozaste, e que nunca gozarás ventura igual.Aley-Assú deu um rugido horrível, o no auge da desesperaçào levou aos

lábios uma tosca buzina que trazia, e tirou cPelIa um som forte que relunibou

pela malta.Outro rugido lhe respondeu do lado opposto, -e logo se ouvio o estampido

de um tiro, euma bala sibilou-llie nos ouvidos no momento em que elle seprecipitava sobre Ida para arrebatal-a dos braços da mãi. Nào leve tempopara consummar seu damnado intento, e de um salto embrenhou-se por umamouta vizinha.

Elle e seu bando, que perto estava, pensarão que erão cercados pelas tropasimperiaes, e procurarão a salvação em precipitada fuga.

IV

I rígariõ lisongoiro tia oxisleiicia,Que verdade cruel te lia dissipad .?Quo Ímpia mão le ceifou no ardor da sósia.Rosa d'an.0.1, rosa purpureii c nelía?

Entrava o anno de 1856 sol, felizes auspícios pnra a provincia ,1o fará'approximava.se o memorável dia 13 «lo Maio, no qual foi restaurada a suacapital. Antes porém desse faustissi.no acontecimento os rebeldes já erãobatidos em muitos pontos do interior da provincia, e desanimados poucaresistência apresentado ás forças imperiaes. Nào erão protegidos mais pelavietôna, porque passado o primeiro torpor, produzido pelo inesperado mo-v-mento revolucionário, havia surgido d'entre os povos a coragem e a resolü-çao da defesa. E os próprios insurgentes apressavão a sua queda com as fre-quentes divisões que creavào a inveja e a ambição entre elles. Erão mui

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JÕIÍNAL HAS FAMÍLIAS. o-,I

repetidos os assassinatos nos seus principaes chefes com o próprio punhal darevolta. Assim Deos os exterminava, dirigindo contra o assassino a sua mesmaarma.

Aley-Assú era uni dos chefes que tinhão soffrido muitas derrotas, e a essemal se ajuntava a pena, maior para elle, de nào haver podido chegar a possuirIda. Conhecia que a hora da queda eslava próxima a soar, e nào via depois(folia unia só esperança dr felicidade para seu amor. Tudo se tinha voltado

contra elle, e depois de lauta luta era tào longe de seu lim como na primeirahora em que soube (pie nào era amado. Nào se lembrava de outro meio dealcançar Ida a nào ser pela força. Era mister empregar quanto antes os seusúltimos recursos. . . . . . ....

Quando encetámos esta historia pintámos a existência plácida e feliz das

duas principaes personagens (1'ella; e quem nào invejou então esse viver des-cuidado e venturoso de duas almas puras, aniaudo-se uo meio de uma natu-reza bella e grandiosa? Bastou porém a passagem de alguns mezes sobreessa mansão deliciosa, para que si1 trocassem as cores de tào suave quadro!Vsrora que havemos chegado ao desfecho dos acontecimentos, é triste a com--"Dl '

paraçào do passado com o presente. Testemunhando tanta innocencia e ven-

tura ninguém pensaria entretanto (pie a desgraça pousasse mn dia sobre

aquella casa! Alli vivião messa época dous seres felizes; uni no lim da in-

nocencia, e outro no principio d'clla. No insondavel futuro estava escripto

que o mais bello dVilos, o que apenas passava os umbraes da vida, cahirialogo esmagado pela dòr. lia porém sobre a terra existências votadas desde o

berço á infelicidade; uma eadea de amargo soffrimento as liga á morte. Para

essas crealuras, estrangeiras na pátria dos prazeres, é a vida um presentebem pesado. Coube-lhes todavia um dom, que nào possuem os felizes da

tsrra : conhecer com mais perfeição a alma humana. Como o enfermo quese revolve no leito de dòr procura, e a final encontra a posição menos peni-vel, assim os infelizes, separados pelo infortúnio das distracçoes do prazer,asylào-se em seus próprios pensamentos, e trabalhando-os laniiliarisào-se com

a alma. E (dia, a alma, acaba sua penosa viagem, regenerada pelos padeci-mentos moraes.

Tudo mudou, dissemos nós, ii'essà habitação do Paeajá: mas a naturezaconservou a mesma vida e alegria. Nos dramas humanos existe quasi sempre

esse contraste entre a natureza e as dores do mundo.Revolta-nos messas horas de amargura a indifferença de um sol brilhante

e alegre, como era nos dias de doces gozos, de urna manhã com seu ho-

ri/.onte puro e trajado com as mais ricas galas, quando c negra nossa alma.

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252 JORNAL DAS FAMÍLIAS.

Insensatos! Queremos que tudo sinta, quando nós soffremos. Nunca sedeu pois um dia mais almo do que aquelle no qual houve a scena lamentòsa

que vamos narrar. Ella se passou na habitação dc Ida. .... . .

Pouco tempo depois do ultimo acontecimento dcscripto no precedentecapitulo, muitos homens armados occupavão a sala principal da casa, tendoá sua testa Aley-Assú. Aos pés d'elle estava Loia em dolorosa supplica ajoe-lhada, sem poder arrancar d'aquelle semblante frio e liso como a pedra umunico signal de compaixão.

Idaachava-scem outro aposento immediato,entregue ao somno dainnocencia.Por piedade deixa-me a triste filha, nào me roubes com ella a vida... dizia

Loia a Aley-Assú, banhada em lagrimas.Não!... Retira-te, mulher! Nào podes mudar minha vontade. Forào to-

dos bárbaros comigo quando humildemente pedia que respondessem á minhapaixão. Desprezárão-me, aviltárão-me a ponto de fazerem-me testemunha deestranhos amores com um outro, que cerío nào podia despender tanto affecto,tanta paixão, como esta alma dava. Soffri muito, bebi o calix de amarguraaté esgotal-o. E ella era feliz com elle, emquanto eu carpia acerbas dores!Nâo, não mais.

Porém, desgraçado! tu a matas. Sc a levares nào resistirá essa almaenferma a tanta desventura. Perdes a mulher com a honra.

Embora... Não será de ninguém mais.Oh! este homem é nm tigre

Depois d'estas palavras Loia ergueu-se, e pareceu pensar em um meio desalvação; e por algum tempo ficou calada com os olhos baixos. Abandonouporém a idéa de abrandar aquelle coração dc lera: conheceu que a desgraçaera infallivel. 0 que lhe doia mais, a ella, descendente de honrada tribu,era ver profanada a santidade d'essc primeiro amor de sua lilha. Nunca umsó de seus maiores desceu tão baixo, que quebrasse um voto, ainda mesmosob a influencia de força irresistível, c tambem nunca um só d'elles haviatemido a morte, quando a extrema dor c a continuada infelicidade lhe diziaque elle era um conviva importuno no mundo, mostrando-lhc a aguda pontade uma flecha. Levantou a cabeça corn nobre orgulho, e fixou vista seguraem Aley-Assú. 0 reflexo de um pensamento elevado derramou-se por aquellerosto, e emprestou-lhe um aspecto varonil.

Espera um pouco, Aley-Assú, lhe disse ella, cu vou preparar minhafilha para receber-te.

E sahio da sala.

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JORNAL DAS FAMÍLIAS. *>V,

N'essa hora cm que Aley-Assú, seguro da victoria, concedia alguns mo-mentos á infeliz mãi dc Ida para despedir-se da filha, tres montarias, peja-das dc gente armada, aportavão no sitio de Pácajá. Mal chegavào á praia,saltou dc uma d'ellos uni homem, e correu para a porta principal da casa,emquanto os outros se preparavão para acompanhai-o, com as vestes molha-das, e os cabeilos em desordem. Alcançou logo a sala, e mostrou-se entreos rebeldes, como uma appariçào sobrenatural. Um grito geral o recebeu emsua entrada.

Vimy! exclamou Aley-Assú coin os olhos espantados, deixasle a moradados finados para meu martyrio?

Assassino!... tuas ordens não forão cumpridas. Teu amigo não pôdematar-me, porque a compaixão embargou-lhe o passo. Nem todos são ferascepo tu Mais cedo me terias encontrado em teu caminho, se cu não ti-resse jurado, a pedido de teu amigo, esconder-me a todas as vistas. Hoje foinecessário que eu me achasse diante de ti para oppôr-me a uma infâmia.Cheguei ainda a tempo.

Mal erão ditas essas palavras appareçeu Loia com uma faca ensangüentadana mão direita, e abrindo a porta do aposento de Ida de par em par des-cobrio ás vistas assombradas dos rebeldes um quadro lastimoso.

Aley-Assú! alli tens a mulher que pretendes roubar. Entra, toma-a,nào treinas!

N'essas palavras Loia gastou o ultimo esforço da intelligencia. Olhou es-pautada para todos os lados, arremessou a faca para longe de si, e chegan-do-se para uma das janéllas saltou para o jardim. A desgraçada estavadoutl"-

Ida era deitada em um Topét no meio de uni lago dc sangue. No lugar docoração se via uma larga ferida, d'onde corria em borbotões o sangue. Emmudos braços estava a cabeça reclinada, sahindo ainda bella do fundo negroformado pelo cabello disperso. Com os olhos cerrados elh parecia dormirainda o somno da vida!

Leitor! nào duvides da existência e verdade da acção piiucipal e domi-nante d'esta historia. Só os lugares e os nomes forão mudados.

Factos como estes, de subido esforço moral, se derão no Pará, e passarãoobscuros por entre a confusão e ondas de sangue d'aquella lutuosa época.

VIRIATO B. DUARTE.

T. lii. 8*

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CINCO MULHERES

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C/x'4 ** CtfâCd ^nv

;^^!'%:^/^Bs\ ¦*! I •

qui vai uni grupo dc cinco mulheres, differentesentre si, partindo de diversos pontos, mas reunidas

L na mesma collecção, como cm um albuni dc photogra-phias.

Desenhei-as rapidamente, conforme appareciào, semintenção de precedência, nem cuidado de escolha.

Cada uma d'ellas forma um esboço á parte; mas todas

podem ser examinadas entre o charuto c o cale.

<*&X%::iã^£tk

MARGELLIM

Mârcelliua era unia creatura débil como uma haste de flor; dissera-se quea vida lhe fugia em cada palavra que lhe sabia dos lábios rosados e linos.Tinha um olhar languido como os últimos raios do dia. A cabeça, mais ange-lica do que feminina, aspirava ao céo. Quinze annos contava, como Julieta.Como Ophelia, parecia que estava destinada a colher a um tempo as floresda terra c as flores da morte.

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JO 11.NAL DAS FAMÍLIAS. «,,,.

De todas as irmãs, - erào cinco, - era Marcellina a única a quem a na-tureza tinha dado tão pouca vida. Todas as mais pareciào ter seiva de sobraErào mulheres altas e reforçadas, de olhos vivos e cheios dc fogo. Alfenimera o nome que davão a Marcellina. Ninguém a convidava para as fadigas deum baile ou para os grandes passeios. A boa menina fraqueava depois denina valsa ou no lim de cincoenta passos do caminho.

Era ella a mais querida dos pais. Tinha na sua fragilidade a razão da pre-ferencia. Im instinclo secreto dizia aos velhos que ella não havia de vivermuito; e como que para des forra 1-a do amor que havia de perder, elles aamarão mais do .pie ás outras filhas. Era ella a mais moça, circumstanciaque accrcscia áquella, porque ordinariamente os pais amão o ultimo filhomais do que os primeiros, sem que cs primeiros percào inteiramente no seucoração.

Marcellina tocava piano perfeitamente. Era a sua distracçào habitual;tinha o gosto da musica no mais apurado gráo. Conhecia os escriptores maisestimados, Mozarl, Weber, Bcethoven, Palestrona. Quando .se assentava aopiano para executar as obras dos seus autores favoritos, nenhum prazer daterra a tiraria d'alli.

Chegara á idade em que o coração da mulher começa a interrogal-a secre-lamente; mas ninguém conhecia um .sentimento só de amor no coração deMarcellina. Talvez não fosse a hora, mas todos que avião acreditavào que ellanão pudesse amar na terra, tão do céo parecia ser áquella delicada creatura.

I iu poeta de vinte annos, virgem ainda nas suas illusões, teria encontradonVlla o mais puro ideal dos seus sonhos; mas nenhum havia na roda quefreqüentava a casa da moça. Os homens que lá iào preferiâo a tagarellice emsóssa e incessante das irmãs á compleição frágil e á recatada modéstia de Mar-cellina.

A mais velha das irmãs tinha um namorado. As outras sabino do namoro co prolegiào na medida dos seus recursos. Do namoro ao casamento poucotempo mediou, apenas uni mez. O casamento foi lixado para um dia de Junho;O namorado era um bello rapaz de vinte e seis annos, alto, moreno, de olhose cabellos pretos. Chamava-se Júlio.

No dia seguinte em que se annunciou o casamento de Júlio, Marcellina nàose levantou da cama. Era uma ligeira febre que cedeu no lim dc dous diasaos esforços de um velho medico, amigo do pai. Mas ainda assim, a mãi dcMarcellina chorou amargamente, o não dormio uma hora. Nunca houvecrise séria na moléstia da (ilha, mas o simples facto da moléstia bastou paraque a boa mãi perdesse a cabeça, Quando a vio de pé regou de lagrimasos pés de uma imagem da Virgenf, que era a sua devoção particular.

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256 JORNAL DAS FAMÍLIAS.

Entretanto seguiao os preparativos do casamento. Devia effectuar-se dvalii

a quinze dias. Julio estava radiante de alegria, c nao perdia oceasião dc com-

municar a todos o estado cm que se achava. Marcellina ouvia-o com tristeza;

dizia-lhe duas palavras de comprimento e desviava a conversa cPaquelle as-

sumpto, que lhe parecia penoso. Ninguém reparava, menos o medico, queum dia, em que ella se achava ao piano, disse-lhe com ar pèzarósò :

Menina, isso faz-lhe mal.Isso que?Suffoque o que sente, esqueça uni sonho impossível, e nào vá adoecer

por um sentimento sem esperança.Marcellina cravou os olhos nas teclas do piano c levantou-se a chorar.0 doutor sahio mais pezaroso do que eslava.

Está morta, dizia elle descendo as escadas.Ü dia do casamento chegou. Foi uma alegria na casa, mesmo pára Mareei-

lina, que cobria a irmã de beijos; aos olhos de todos era a affeiçáo fraternal

que se manifestava assim num dia dc júbilo para a irmã; mas a um olharexperimentado nào escaparia a tristeza escondida debaixo d'aquellas dcinons-trações tào fervorosas.

Isto nào ó um romance, nem uin conto, nem uin episódio; — nào me oc-cuparei, portanto, com os acontecimentos dia por dia. Um mez se passoudepois do casamento de Julio com a irmã de Marcellina. Era o dia marcadopara o jantar commeinorativo em casa de Julio. Marcellina foi com repu-gnancia, mas era preciso; simular uma doença era impedira festa; a boamenina não quiz. Foi.

Mas quem pódc responder pelo futuro? Marcellina, duas horas depois dcestar em casa da irmã, teve uma vertigem. Foi levada para um sola, mastornada a si achou-se doente. Foi transporlada para casa. Toda a familia aacompanhou. A festa não teve lugar.

Declarou-se uma nova febre.0 medico, que sabia o fundo da doença de Marcellina, procurou curar-lbc

u uin tempo o corpo e o coração. Os remédios do corpo pouco fa/.iào, porqueo coração era o mais doente. O medico quando empregava uma dose nocorpo, empregava doas no coração. Erào os conselhos brandos, as palavraspersuasivas, as caricias quasi fraternaes. A moça respondia a tudo com umsorriso triste, — era a unica resposta.

Quando o velho medico lhe dizia :Menina, esse amor é impossível...

Ella respondia :Oiití amor?

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JORNAL DAS FAMÍLIAS. 057Esse : o dc seu cunhado.Está sonhando, doutor. Eu não amo ninguém.

E debalde que procura occultar.Um dia, como ella insistisse em negar, o doutor ameaçou-a sorrindo que ia

contar tudo á mãi.A moça empallideccu mais do que eslava.

Não, disse ella, não diga nada.Então, é verdade?

A moça não ousou responder: fez um leve signal com a cabeça..Mas não vê que é impossivel? perguntou o doutor.Sei.Então porque pensar n'isso?Nào penso.Pensa. E por isso que está tão doente...Nào ereia, doutor; estou doente porque Deos o quer; talvez lique

boa, talvez nào; é indifferente para mim; só Deos é quem manda estascousas.

Mas sua mãi?...Ella irá ter comigo, se eu morrer.

0 medico voltou a cabeça para o lado de uma janella que se achava meiaaberta.

Esta conversa reproduzio-se muitas vezes, sempre com o mesmo resul-tado. Marcellina definhava a ollios vistos. No fun de alguns dias o medico decla-rou que era impossivel salval-a.

A familia íicou desolada com esta noticia.Júlio ia visitar Marcellina coin sua mulher; nessas occasiòes Marcellina

sentia-se elevada a uma esphera de bemaventurança. Vivia da voz de Júlio.As faces se lhe colorião e os ollios readquiriào um brilho celeste.

Depois voltava ao seu estado habitual.Mais de uma vez quiz o medico declarar á familia qual era a verdadeira

causa da moléstia de Marcellina; mas que ganharia coin isso? Não viria d'ahio remédio, e a boa menina ficaria do mesmo modo.

A mãi, desesperada com aquelle estado de cousas, imaginou todos os meiosde salvar a filha; lembrou a mudança dc ares, mas a pobre Marcellina rarasvezes deixava de arder em febre.

Um dia, era um domingo de Julho, a menina declarou que desejava com-municar almima cousa ao doutor.

Todos os deixarão'a sós.Q\w quer? perguntou o medico.

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238 JORNAL DAS FAMÍLIAS.Sei que é nosso amigo, e sobretudo meu amigo. Sei quanto sente

a minha doença, e como lhe dóe que eu não possa ficar boa,..Ha de ficar, não fálle assim...Qual doutor! eu sei o que sinto;! Se lhe quero fallar é para dizer-lhe

uma cousa. Quando eu morrer nào diga a ninguém qual foi o motivo daminha morte.

Não falle assim... interrompeu o velho levando o lenço aos olhos.Dil-o-ha somente a uma pessoa, continuou Marcellina; é a minha mãi.

Essa sim, coitada, que tanto me ama e que vai ter a dor de me perder!Quando lhe disser entregue-lhe então este papel.

Marcellina tirou debaixo do travesseiro uma folha de papel dobrada emquarto, e atada por uma fita roxa.

Escreveu isto? Quando? perguntou o medico.Antes de adoecer.

O velho tomou o papel das mãos da doente e guardou-o no seu bolso.Mas, venha cá, disse elle, que idéas são essas de morrer? Tão moça!

Começa apenas a viver: outros corações podem ainda receber os seus afleclos:para que quer tão cedo deixar o mundo? Pode ainda encontrar ..'elle umafelicidade digna da sua alma e dos seus sentimentos... Olhe cá, ficando boairemos todos para fora. A menina gosta da roça. Pois toda a familia irá paraa roça...

Basta, doutor! É inútil.D'ahi em diante Marcellina pouco fallou.No dia seguinte á tarde Júlio e a mulher vieráo visilal-a. Marcellina acln-va-se pe,or. Toda a familia estava ao pé da cama. A mãi debruçada a cabeçachorava silenciosamente.Quando veio a noite fechada, declarou-se a crise da morte. Houveentao uma explosão de soluços; porém a menina, serena e calma, a Iodos

procurava consolar dando-lhes a esperança de que iria orar por todosno ceo.Qui. ver o piano em que tocava; mas era difficil. satisfazer-lhe o desejo ecia facilmentes« ee„.,„ee„. Hâo desistia ,,„,.,„ de „,. as ,M18K,IS: „„,,„Ih as derao distnbuio-as pelas irmãs.- Quanto a mim vou tocar outras musicas no céoPedio algumaa flores .«eas „Ue .„.k tímt ,,„ , iMmente pelas pessoas presentes. °As oito horas expirou.üm mez depois o velho medico, fiel á promessa que fizera a moribunda

pedio uma conferência particular á infeliz mãi.

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JORNAL DAS FAMÍLIAS. 239Sabe de que morreu Mareellina? perguntou elle; nâo foi de uma febre,

foi dc um amor.Ab!

Vj verdade.Ouein era?

A pobre menina pôz a sua felicidade íFum desejo impossiVel; mas nâose revoltou contra a sorte; resignou-se e morreu.

Quem era? perguntou a mãi.Seu genro.E possível? disse a pobre mãi dando uni grito.F verdade. Eu o descobri, c cila m'o confessou. Sabe como eu era amigo

d-ella; liz tudo quanto pude para desvial-a de semelhante pensamento; mastinha chegado tarde. A sentença estava lavrada; ella devia amar, adoecer esubir ao céo. Que amor, e que destino!

O velho tinha os olhos rasos de lagrimas; a mãi de Marcellino chorava esoluçava que cortava o coração. Quando ella pôde ficar um pouco calma, omedico continuou :

A entrevista que ella me pedio nos seus ultimos dias foi para dar-meum papel; disse-me então que lh'o entregasse depois da morte. Aquio tem.

O medico tirou do bolso o papel que recebera dc Mareellina e lh'o entre-gou intacto.

Leia-o, doutor. O segredo é nosso.O doutor leu eni voz alta c com voz tremula :« Devo morrer d^ste amor. Sinto que é o primeiro e o ultimo. Podia ser

a minha vida e é a minha morte. Porque? Deos o quer.(( Nâo vio elle nunca que era eu a quem devia amar? Não lhe dizia acaso

um secreto instincto que eu carecia (Pelle para ser feliz? Cego! foi procuraro amor de outra, tao sincero como o meu, mas nunca tâo grande e tâo ele-vado! Deos o faça feliz!

« Escrevi um pensamento máo. Porque me hei de revoltar contra minhairmã? Não pôde ella sentir o que eu sinto? Se eu soffro por não ler a felici-dade de possuil-o, não soffreria cila, se elle fosse meu? Querer a minha feli-cidade á custa d'ella, é um sentimento máo que mamai nunca me ensinou,Que ella seja feliz e soffra eu a minha sorle.

« Talvez eu possa viver; e n'esse caso, ó minha Virgem da Conceição, eusó te peço que me dés a força necessária para ser feliz só com avista dY/7<\embora elle me seja indifferenle.

« Se mamai soubesse disto talvez ralhasse comigo, mas eu acho que. . »

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240 JORNAL DAS FAMÍLIAS.O papel achava se interrompido ii'este ponto.O medico acabou estas linhas banhado em lagrimas. A mãi chorava igua;-

mente. O segredo condado aos dous morreu com ambos.Mas um dia, tendo morrido a velha mãi de Marcollina, e procedendo-se ao

inventario, foi achado o papel pelo cunhado de Marcellina... Júlio conheceuenlão a causada morte da cunhada. Lançou os olhos para um espelho, pro-curando nas suas feições um raio de sympathia que inspirara a Marcellina, eexclamou :

— Pobre menina!Acendeu um charuto c foi ao theatro.

ii

Avrom

*v;

A historia conhece um typo da dissimulação, que resume todos os outros,como a mais alta expressão de todos : — é Tiherio. Mas nem esse chegaria avencer a dissimulação dos Tibcrios femininos, armados de olhos e sorrisoscapazes de frustrar os planos mais bem combinados e enfraquecer as vontadesmais resolutas.

Antonia era uma mulher assim.Quando eu a conheci era ella casada de doze mezes. O marido tinha ifella

a mais plena confiança. Amavão-se ambos com o amor mais ardente eapaixonado que ainda houve. Era uma alma só em dons corpos. Se elle sedemorava fóra de casa, Antonia, não só velava todo o tempo, como desfazia-se em lagrimas de saudades e dc dôr. Apenas elle chegava, não havia o des-enlace commum das recriininaçòes estéreis; Antonia lançava-se-lhe aos bra-ços e tudo voltava em bem.

Onde um não ia, nào ia o outro. Para que, se a felicidade d'elles residiaem estarem juntos, viverem dos olhos um do outro, fóra do mundo e dosseus vãos prazeres.Assim ligadas estas duas creaturas davào ao mundo o doce espectaculo deuma un.ào perfeita. Erão o enlevo das famílias e o desespero dos mal ca-sados.Antonia era bella; tinha vinte e seis annos. Estava no pleno desenvolvi-mento de uma dessas bellezas robustas e destinadas a resistir a acção dotempo. Ohveira, seu marido, era o que se podia chamar um Apollo. Via-se

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JORNAL DAS FAMÍLIAS. m

que aquella mulher devia amar aquello homem e aquelle homem devia amaraquella mulher.

Frequentavão a casa de Oliveira alguns amigos, uns da infância, outros dedata recente, alguns de menos de um anno, isto é, da data do casamento deOliveira. A amizade é o melhor pretexto, até hoje inventado, para que umindivíduo pretenda tomar parte na felicidade dc outro. Os amigos de Oliveira,que nao primava!) pela originalidade dos costumes, nào ficarão isentos deencantos que a belleza de Antonia produzia em Iodos. Uns, menos corajosos,desanimarão diante do extremoso amor que ligava o casal; mas um houve,menos limido, que assentou do si para si tomar lugar á mesa da ventura do-mestiça do amigo.

Era um tal Moura.Nào sei dos primeiros passos de Moura: nem das esperanças qne elle pôdeir concebendo á proporoào que corria o tempo. Um dia, porém, a noticia

de que entre Moura e Antonia havia uni laço de sympathia amorosa sorpren-deu a todos.

Antonia era até então o svnibolo do amor e da felicidade coniueal. Onedemônio lhe soprara ao ouvido tào negra resolução de illudir a confiança e oamor do marido? Uns duvidarão, outros se irritarão, alguns esfregarão asmãos de contentes, animados pela idéa de (pie o primeiro erro devia ser umaarma e um incentivo para os erros futuros.

Desde que a noticia, contada á meia voz, e com a mais perfeita discrição,correu de boca mu boca, todas as attefi.co.es voltárão-se para Antonia eMoura. Um olhar, um gesto, um suspiro, escapão aos mais dissimulados;os olhos mais experimentados virão logo a veracidade dos boatos; se os dousse nào amaváo, estavão pei|o do amor.

Deve-se acerescentar que ao pé de Oliveira, Moura fazia o papel de deosPan ao pé do deos Phebo. Era uma figura vulgar, ás vezes ridículo, sem nadaque pudesse legitimar a paixão de uma mulher bella e altiva. Mas assim acomteceu, a grande apraziniento da sombra de La Bruvère.

Uma noite uma familia da amizade de Oliveira foi convidal-a para irem aotheatro Lyrico. Antonia mostrou grande desejo de ir. Cantava então nâo seique celebridade italiana. •

Oliveira, por doente ou por enfado, nào quiz ir. As instâncias da familiaque os convidara forão inúteis, Oliveira teimou em ficar.

Oliveira insistia em licar, Antonia em ir. Depois de muito tempo o maisque se conseguio foi que Antonia fosse em companhia das amigas, que a tra-riào depois para casa.

Oliveira ficara em companhia de um amigo.

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o.« JORNAL DAS FAMÍLIAS.

Mas antes dc sabircm todos, Anlonia insistio de novo com o marido para

que fosse.[as se eu não quero ir? dizia elle. Vai tu, eu ficarei, conversando

eom ***

É que se tu nào fores, disse Anlonia, o espectaculo nào vale nada para

mim. Anda!Vai, querida, eu irei ern outra oceasião,Pois não vou!

E sentou-se disposta a não ir ao theatro.

As amigas exclamarão em coro :Como é isso! nào ir? Que massada! Era o que faltava! anda, anda!Vai, sim, disse Oliveira. Então porque eu nào vou, nào le queres di-

vertir?Antonia levantou-se :

Está bem, disse ella, irei.De que numero é o camarote? perguntou bruscamente Oliveira.

ir- Vinte, segunda ordem, disserão as amigas de Anlonia.Antonia empallideceu ligeiramente.

Então, irás depois, não é? disse ella,Nào, decididamente, nào.Kze, se vai.Não, fico, é decidido.

Sabírão para o thealro Lyrico.Sob pretexto de que desejava ir ver a celebridade tomei o chapéo e fui ao

theatro Lvrico.«i

Moura estava lá!

OB

Continuar-se-ha.

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\^y^>W^'<:xodas as cousas nVste mundo h'in a sua philosophia;os mais modestos objectos que nos cercào têm a suasignificação; equando os interroga o pensamento, mui-tas vezes respondem eom uma lição inesperada.

Um éspirituosp escriptor descreveu outr'ora, nào merecordo onde, a philosophia do dedal, d'essa pequena efrágil armadura que consegue na verdade afastar da

lema cutisdas senhorasalgurrias picadas, mas que nào pôde poupai as todas ásua sensibilidade!

Desejara hoje dizer algumas simples palavras a respeito da cesta.De qual d"ellas? perguntar-me-hão immediatamente.De todas, se nTo consentirem, porque Iodas ligào-se uma á outra por

ij.rti laço invisível e eneerrãoa mesma lição moral.Direi quasi da cesta que o ella o resumo dá vida humana.E uma cosia aquelle leve berço de vime que acolhe a criança na sua vinda

:'!) mundo: é uma cesta, symbolo de doces alegrias, que o homem joven o

s

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244 JORNAL DAS FAMÍLIAS.

amante offerecc á sua noiva feliz e risonha : é muitas vezes ívuma fraca e tristecesta que o pobre errante e o cego recebem o obolo da caridade; e nào é aindaao redor de uma cesta que ambições ardentes jogão na Poisa esses terríveislances que fazem e desfazem as fortunas?

A cesta, como se vê, encerra tudo : a ventura e as lagrimas, o velludo e oandrajo, a miséria e o bilhete do banco, a iunocencia da criança e as paixõesdo homem! A cesta é a humanidade!

A primeira lição que a cesta dá ás senhoras é a do trabalho.E entre os seus ramos entrelaçados que todas as noites ellas põem e todas as

manhãs tirão os delicados instrumentos, ia quasi dizer a ferramenta, com asquaes a joven dos salões combate o aborrecimento e a das nguas-furladas ga-nha o pão diário.

A ambas ensina a cesta o valor da occupaçáo, proporcionando a uma asprofundas doçuras da beneficência, á outra o austero encanto do dever cum-prido.

E nas horas em que o perigoso scismar, o desanimo, a indolência, aeonsc-lhão secretamente a ociosidade, lá está a cesta, guarda severa, que silencio-samente recorda a lei!

A cesta, demais, toma mil fôrmas e surge a cada instante na vida da moca.ô

Quando a deixais um pouco de lado na sala, amável leitora, não a tornaisa encontrar nos jardins, florida c embalsamadacomo a vossa mocidade? E nomeio dos vossos brincos, não é ainda ella que vos occupa quando dirigis ásvossas companheiras essa maliciosa pergunta :

— 0 quese póe nella?Põe-se, amável leitora, novellos de linha cm abundância, e trapos com

profusão para entregar-se com applicação á confecção dc trabalhos de todasorte, de que o pobre tiritando precisa na estação invèrnosa !

^ Deixo na sombra a cesta onde se agitào os lentos do jogo, - cesta inoffen-

siva na mesa do pai de familia, mas terrível no verde tapete das casas dcjogo clandestinas! A primeira não passa de complico innocente de unipassatempo; a ultima é muitas vezes a sombria testemunha da ruina e dadesgraça!

' E a lição muda que ella dá nào está conforme coin a de sua irmã ? Uma di/.:«Fugi á paixão que desvaira! » a outra : « Evitai a ociosidade que corrompe!»e ambas: «E ao trabalho que cumpre pedir o pão, a fortuna, e fora d'este_bens, a distracçâo do espirito e a paz do coração! »

Para a moça, porém, a primeira, a única cesta, a que merece este nomepor excellencia, é a cesta de noivado. Oh! esta entrevê-se mui cedo em so-nhos, compõe-se conforme um ideal seduetor, a imaginação enche-a de todos

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JORNAL DAS FAMÍLIAS. 245os deslumbramentos, e admira-se de antemão, com os olhos fechados, todasas suas fantásticas maravilhas!

Nem que a felicidade tivesse de estar em razão do brilho das jóias; nemque o futuro tivesse por fiador o numero das peças de seda ede rendas!

A felicidade! mui raras vezes acompanha o que brilha! Os esplendoresmais a afugentào do que a altrahem, e se quereis ter certeza dc encontral-a,procurai-a menos nas alturas scintillantes do que nas regiões mais humildes,onde a calma e a modéstia lhe proporcionào uni retiro mais ao seu gosto!

Lembrai-vos de que esse setim, essas nielanias, todas essas magniíicencias(pie cncantào a vaidade o demasiadas vezes nào adornào senão o orgulho, sótem, como a mocidade, uma duração ephemera, e passão, com o tempo, dacesta encantada,das nupeias para outra cesta de vhnc, hedionda e desforme,a que chamão alcofa do Irapeiro! Assim como esses jornaes cuja abrasadorapolemica agita o inundo, e essas cartas de negocio ou de coração que cxeitàolautas anxiedadcs e soliciludes, cahem, depois dc apaixonarem os homens,na cesta dos papeis velhos e das aparas! alli é (pie a seda c o jornal expiàocruelmente os seus delidos!

E quando está tudo acabado, quando a creatüra esgotou a somma desigualdas alegrias e dos pezares, e viveu o seu ultimo dia, (pie monumento, quesignal (Pella restào sobre a terra por onde passou?

Uma cesta de pobres flores inclinadas sobre unia sepultura eque perfumàoa saudade!

LEON LAYEDAN

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ECONOMIA DOMESTICA

BISCOUTOS BOCA DE DATVTA

fazem-se cslcs biscoutos eni uma bacia. Põe-se para cada ovo mu punhadode farinha dc Ligo, assucar refinado, conforme so querem mais ou menosdoces, essência de cidra, de baunilha ou casca dc limão ralada, mexe-se tudomuito bem com uma colher, attendendo que a massa devo ficar moia molle,porém nào demais, para se nào derramar muito quando se puzer sobro os la-boleiros de folha. Põe-se sobre os ditos taboleiros uma ligeira camada de oleode amêndoas doces, c depois, vai-se com a colher fazendo pequenos monlinho,um tanto separados uns dos outros da massa que se k-,., e vdo para o forno,que deve ter um calor brando. Quando se julgarem bastante cozidos tirào-se,pois estão promptos.

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POESIA

ÜKCOlíliACAO

Cabia a tarde — da nianguéira ao longeNos brincos infantis,

Tua mana pequena contemplavaDa serra os alcantis.

I'_ nós contemplando a natureza...

Da briza o murmurar,Admiramos do céo a gentileza...Da nuvem diaphana a ligeireza

Nos céos a divagar!

Alli, sob o copado da mangueira,No ermo do jardim,

Longe cio mundo — e a sós comtig...pOue bello viver assim !

Como as horas volviào ligeiras,

Da tarde ao declinar;

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248 JORNAL DAS FAMÍLIAS.

Brandas auras a correr fagueirasBrincando cntr'as folhas das roseiras

• A fronte te iâo beijar.

E nossos olhos lixos no horizonte,Da noite ao descahir,

Divisarão no âmbito das trevasUma estrella a fulgir.

Era a hora final — o passamento —Do dia que reinou :

Veio após elle o meu tormèhtoAdherido aos echos de lamento

Do sino que dobrou!

E tua mana pequena já de voltaAos brincos infantis,

Descia da encosta pressurosa,E esquecia os alcantis.

J. L. TEIXEIRA DE MACEDO.

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MODAS

DESCR1PÇÃ0 DO FÍQUMNO Dt; MODAS.

Vestido de seda da índia còr dc malva com quadradinhos côr sobre côr] forma impe-ratriz. Enfeites de nassamanos de seda roxa misturados com aco. Saia lisa, iruarneeida

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eom torçal de seda roxa. Toucado cnm t irinhas, á ffrêffa.a> *l

Vestido dc cassa branca, bordado. Corpinho e mangas leitos com entremeio bor-dado. Pequeno cossolete dè tafetá verde guarnecido cie renda guipare e bordado deazevicho. Chapéo redondo, de palha de Italia, com ramalhete dt1 llôres silvestres e pe-queno véo de renda preta.

TRABALHOS

PEQUENO TAPETE PARA ALAMPADAS, K° 4.

Matériaes vara o par : 2 peças de cordão de seda liso;,50 grammas de lã ouro epreto; 4 matizes de là verde, I grossa meiada década matiz; I grossa meiada de lãGÒrdérosa; I grossa meiada de lã branca; 5 pequenas meiaclasfdBIa amarella;

1 grossa meiada de là preta; lalào.Este pequeno tapete paia alampacla ou frasquiriho.é do mais lindo effeito que sc

possa ver, com a sua grinalda de narcisos brancos e cor de rosa misturados com folha-gem verde. É todo feito dé awchet. Comecemos pelo fundo. Faz-se de crochet sobrecordão de seda liso. Principia-se pelo meio com a là prela, Irabalba-se virando sempreo cordão e auamenlaiido as malhas de crochet em cada roda para conservar o trabalhobem chato. Fazem-se dez rodas de là preta; depois torna-se o verde mais escuro eacaba-se o redondo com o mais claro. Este redondo deve ter W2Ü centímetros de dia-metro. Rorda-se no meio, com agulha, a estrella verde matizada com nervuras, em

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250 ,1 Oli .NAL II AS FAMÍLIAS.

ponto lance, com lá ouro e preto. E preciso 5 flores brancas e 5 flores còv de rosa.Fazem-se do seguinte modo : começa-se pelo centro, com Ia amarella, de crochet du-pio, 2 malhas primeiro; depois, virando sempre, complctar-scdiao 12. malhas, to-mando-se a Ia branca. A flor tem 0 pétalas; para cada uma lar-se-ha 1 malha dupla,7) b'irrettes) 1 malha dupla em uma só malha; entre cada pétala faz-se I malha simples.

Para cada flor sao precisas tres folhas. Fazem-se coiu differentes verdes. Para cadafolha armao-se 11 malhas chaínettes, fazem-se barrettes sobre essas malhas dimi-unindo a altura na extremidade, afim de dai á folha uma fôrma alongada; güarnece-se com uma roda de malhas simples de là ouro e preto.

Por baixo década uma das Ilores e das folhas ata-se um lio de latao pnra as prenderá roda do fundo. Collooão-se em distancias iguaes, pondo tres folhas entre cada flor.Çorta-se um pedaço de papelão forrado de ambos os lados com paiminho \cw\c o ala-seem baixo do redondo tle crocliet.

BOLSA PARA FUMO, N° li).

Materiaes : A bolsa de couro desenhada e os aviamentos.0 nosso desenho representa a metade da bolsa dc tamanho natural; tem a forma

de um porta-moeda e dobra-se em dous em baixo; arma-se com dous pedaços á ma-neira de folies. A bolsa é de couro pardo preparado, os attributos do fumante, ca-cllimbo e charuto, bordao-se de matiz muito cm relevo, com retroz pardo do mesmomatiz do couro. O laço queime o cachimbo com o charuto borda-se chato. Para fazer ascartas de jogar recorta-se a sua forma no couro e colla-se por baixo um pedaço dotafetá branco sobre o qual se terá bordado, de matiz chato, as copas e os ouros comretroz encarnado, as espadas e os páos com retroz preto. Cereao-se com pequena sou-tache parda. Com a mesma soutache faz-se a moldura, que é igual para ambos os la-dos; tres pequenos pontos atados de retroz pardo estão dispostos entre os recortes.Póde-se repetir os mesmos attributos do outro lado, porém as mais das vezes prefere-sebordar ahi iniciaes com cordãozinlio de ouro. Forra-se a bolsa com pellica branca;põe-se um fecho de aço dourado com um limpa-cachimbo.

LIMPA-PENNAS, N° 22.

Materiaes : Um redondo de couro desenhado, contas c retroz.O fundo deste pequeno trabalho é um lindo couro pardo avermelhado. A beira ex-

tenor é formada com ovados allernadaniento cheios com uma grade de retroz domesmo matiz com quadradinhos do mesmo retroz, e com tres contas pretas cercadascom cordãozinlio de ouro. O duplo contorno d'est,es ovados é de napolitaine (pie secose como soutache, da mesma còr. As linhas coneentricas tambem estão alterna-das: umas têm uma haste de cordãozinlio de ouro com pontos lances de cada ladocom retroz còr dc couro;'as outras con. contas pretas. 0 redondo do meio é uni cr-dãozinhode ouro com uma conta preta em cada ilbó. No centro prende-se uni pe-queno enfeite dourado sobre o «pud pregão-se redondos de panno preto para limpai aspennas.

EXPLICAÇÃO DA ESTAMPA DE BORDADOS.

N° .*• ~ Pflueim tira recortada com triângulos en. ponto russo de retroz prelo;

guarnição lacil de fazer pnra vest idos de criança.Nü 2. — B. S. Iniciaes entrelaçadas. Ponto de relevo.

_ *? 5,' A",001'111'1'1'0 á marinbeira, para bordar em ponto de relevo sobre fazendadupla; bainha pespontadii.

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JORNAL DAS FAMÍLIAS. o-,-

N" \, — Pequeno tapete para alampadas, (Vidros trabalhos.)V» 5. - - //. M. Iniciaes entrelaçadas com coroa de conde. Ponto dc relevo c ponto

iVarmes.\" 6. — M. A. Iniciaes entrelaçadas dentro de um escudo. Ponlo de relevo e ponlo

(Y armes.N" 7. — Punhos altos. Soutache de algodão branco e bordado russo com retro/

preto,8. — P. B. Iniciaes imdozas, ornadas. Ponto de relevo.

.V' 9. — Melania. Lettras golhicas com grosso cordãozinho de algodão branco epesponto de cim' por cima.

N° IH* S. L. B. Iniciaes inglezas. Cordãozinho.N" 11 * F> N. Iniciaes inglezas. Ponlo de relevo.\" 12. --Sophia. Letirasgothicas. Grosso cordãozinho.N° 15. — Metade das costas de um mantéo de cassa. Recorte c ponto de relevo.X" 14. — Quarta parle de mn lenço, desenho de ponlo de Bruxellas, parn bordar

cm applicação de cassa sobre filo de Bruxellas.N" 15. — Canto de lenço. Ponto do relevo e ponto àeplume.

lf>* F. *V. Iniciaes imdezas, ornadas. Ponto de relevo.\" 17. - lira recortada, bordado ponto de relevo e grãos.V' 1.8'. — A. I). Iniciaes entre laça d a Si. Ponto de relevo e ponlo Carmes,N" 19. -— bolsa boi dada snbre couro. {Vide os trabalhos.)N" 20. /,. D. Iniciaes inglezas. Cordãozinho e grãos.NQ 21. - Collarinho irmào dos punhos n" 7.N° 22.— Limpa-pcnnas. i^ideost^c&aüiosy)N° 2o. - />, /,. Iniciaes inglezas com firma. Cordãozinho e ponto de relevo.N" 2í. —Margarida. Lettras inglezas ornadas com margaridas. Duplo cordão-

/inbo e ponto de relevo,N" 25. -¦ S. /,. Iniciaes inglezas, Ponto.dc relevo.\ ' 26, — //. M. E. Iniciaes entrelaçadas e firma. Cordãozinho e ponto de relevo.Nv 27. — Punhos altos irmãos do collarinho u" 5.\" 28. --¦- A. I>. Lettras encadeadas [Lira lenço de homem. Ponlo de relevo e ponlo

\X armes. •X" 29. - - Frente (lo mantéo n" lõ.N' 50. — Quarta parte cie um lenço; beira recortada em ponto de rose, bordado

russo.N° 51. — II. M. Iniciaes entrelaçadas, com coroa de visconde por cima. Ponto de

relevo c ponto Carmes.Y' 52. - S. P. Iniciaes entrelaçadas. Ponto de relevo e ilhós.•Y' 5o. — )l. C. Iniciaes entrelaçadas. Ponto de relevo.N" 54. — Tira recortada, bordado russo.

EXPLICAÇÃO DA ESTAMPA DK MOLDES.

Molde de collete para senhora, com bordado de soutache e bordado russo.Nü I. —¦ Frente do ('011011' com bolso.-V 2. — Metade das costas.N° 5. — Collarinho.N° 4. — Quarta parte de genuíloxorio. (Vide a explicarão da tapeçaria colo-

rida.)Nü 5. — Alpbabelo, lettras romanas ornadas. Duplo cordãozinho e ponto de relevo.

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¦252 JORNAL DAS FAMÍLIAS.

No g. __ 2, L. Iniciaes entrelaçadas, ponto tle recorte, para roupa de mesa.

N° 7. — As mesmas iniciaes mais pequenas.j\o £ _ Bertha, doutro de um escudo florido. Ponto de relevo e ponto (Yarmes,

Canto de lenço.N.° 9. — M. ii. sobre quadradinhos.]\to \q „ ^f j), Iniciaes para roupa de mesa. Ponto de relevo.pjp lj._ Saia com molas. Todas as divisões perpendiculares estão separadas

limas das outras e dão extrema flexibilidade á saia.

EXPLICAÇÃO DA ESTAMPA DE CPtOCIlET.

C0LLA|13NH0 COM FOLHAS DF, TREVO, N° 1.

ja carreira. —Fazem-se 25 malhas cIMnettes, mettè-se a ultima na 20a; tem-se

uma pontinha, sobre esta pontinha fazem-se de novo outras tres de C malhas chai-nettes cada uma; passa-se o crochet debaixo das chainettes, sé a ultima deve-se mel-ter na malha 20a que forma a primeira pontinha; fazem-se de novo 25 malhas chaí-nèttés, mette-se a ultima malha chainette na 20a, depois, sobre esla primeirapontinha, fazem-se como acima o outras pontinhas de 6 malhas chainettes; fazem-seassim 22 pontinhas, com 5 outras pontinhas por cima de cada uma.

2a carreira. — Começa-se esta carreira sobre a 12a malha clia/inetle da primeiracarreira. Fazem-se 2 malhas chainettes, I barrette, c assim h vezes; depois faz-se,

passnndo o crochet por baixo da primeira das tres pontinhas tpie estão sobre a pon-tinha de 5 chainettes, faz-se, digo, I malha simples, i) barrettes; as do meio devemser menos apertadas; depois 1 malha simples; faz-se o mesmo para a 2a pontinha ea'5a: em seguida fazem-se 2 malhas chainettes^ 1 bãrfette que se mette sobre a 5amalha chainette da Ia carreira. Fazem-se assim k outras barrcttes separadas.entre si

por 1 só malha cíicúnette de cima e 2 malhas chainettes da Ia carreira; depois faz-sede novo 1 malha simples, k barrettes, depois fi malhas chainettes; mette-se a ultimana 5a malha cliainette, 4 outras malhas chuincttes; mette-se a ultima na ¥ barretteda ul ima pontinha, depois h malhas chainettes; mette-se a ultima na Ia, depois 9malhas chainettes, mette-se-a ultima na 5a; cm seguida outras 9 malhas chainettes,mette-se a ultima na 5a; em seguida fazem-se 2 malhas chni)iettes e continua-se apontinha fazendo ainda 2 barrettes, depois 1 malha simples. As 4a, 2a e 5a ponti-nhas estão ainda feitas, 1 malha simples, 0 barrettes e 1 malha simples; em seguidacontinúa-se 1 malha chainette, 1 barrette que se mette sobre a 5a malha chainette daroda precedente c faz-se como a outra, k outras barrettes separadas entre si por 1 ma-lha chainett», depois torna-se a fazer de novo 1 malha simples, h barrettes, e fazem-se, como acima, 6 mMw chainettes: mette-se a ullima na 5a, 4 outras malhaschainettes; mette-se a 1a, e assim por diante conforme a precedente explicação. Con-timia-sc em seguida a pontinha, e fazem-se as oulras 2 com 1 malha simples, Gbarrettes, c assim para toda a carreira.

5a carreira. — Esta carreira, bem como a ¥, faz-se exactamente como as prece-dentes, só com a differença que em lugar de 5 barrettes fazem-se 7, e na 5a barrette,para toda a carreira, faz-se 1 barrette, que se mette por cima da primeira pontinhaque se acha entre as folhas já feitas. As folhas (Festa carreia devem ser desencontra-das com as outras.

5a carreira. —Faz-se como as precedentes: augmenta-se para as malhas chainettesconforme a grossura do crochet, afim de poder fazer para a fia carreira 8 barrettes emcima d'essas malhas chainettes.

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.101.NAL DAS IAM IMÃS iDO

7a e ultima carreira. — Comeea-sè logo a folha de trevo. ) malha simples 4 bar-redes; fazem-se em seguida 8 malhas chaineltes, mette-se a ultima na 5a, depois 12malhas chaiuettes; mette-se a ultima na 8°; em seguida oulras 5 malhas MineUès,o mette-se a ultima na Ia malha chainette da primeira carreira; depois 7 malhascltainetles; mette-se a ultima na ,V e fazem-se assim outras 5 pontinhas separadasentre si por 2 malhas chaiuetles; continúa-se em seguida a fólha como as precedentes.Fazem-se depois 8 barreUes, G começa-se de novo outra folha que se faz como a cpieaciabamos de explicar na 4a barrei te; fazem-se 8 chaiuetles, mette-se a ultima na h\e assim por diante para toda a carreira. Deve haver 20 folhas.

Para dar-lhe bem a fôrma faz-se I malha chainette toda em roda do pescoço li-ando-a ao collarinho com ò malhas simples enlre cada folha.

COU.AlU.MK) DR GI.OCHET, N" í.

Faz-se o collarinho com malhas simples.Arma-se certo numero de pontos de chatneltes conforme a grossura do pescoço••

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sobre esses pontos faz-se uma carreira de malhas simples, depois sohre as 55 ultimasmalhas de cada lado fazem-se 14 pequenas carreiras de malhas simples, diminuindosempre, para que fiquem só í malhas simples sobre a ultima pequena carreira. Nãose deve romper a linha, mas no principio de cada carreira volta-se o trabalho, e Ira-balha-se ao avesso como ao direito; o crochet deve ser apertado, alim de formar bema cote.

Depois ile feitas I i catT< iras de cada Indo, rompe-se a linha, e começa-se a 2a car-reira do collarinho. Fazem-se 5 malhas chaineUes. mette-se a ultima malha na «>, etem-se uma pontinha; fazem-se de novo 5 malhas r//'/....7/c-s', depois4 malhas simples,(pie se inettein sohre o lado das ES carreiras de malhas simples já feitas. Fazem-se denovo |0 malhas chaiuettes, mette-se a ultima na Ò:|, e tem-se uma pontinha, depois8 chaiuettes, mette-se a ultima na 4a; fazem-se de novo ò malhas chaiuettes, depoisi malhas simples. Faz-se o mesmo para toda a carreira : somente tenha-se cuidadoque uma pontinha se ache de cada lado década canto, e em vez de fazer 4 malhassimples entre cada pontinha, faça-se só uma, que se ríi et te sohre o canto.

Õ;| carreira. — Fazem-se S malhas chuinctl.es que se niettem com I malha simplessobre a 9" malha clinintlle que se acha enlre cada ponlinha. lista carreira toda éigual; sóiiièiiLc para que os cantos nào lação pregas, em vez de 8 malhas chainettcsfazem-se 12.

4a carreira, — Fazem-se ò malhas chwiMlles bem apertadas, depois sohre a õ'\¦K 5a e 6" chainetles da precedente carreira íazein-se 4 malhas simples, depois 3malhas chainettcs e 4 malhas simples, como acima, e assim por diante para toda acarreira; em cada canto porém fazem-se também 5 malhas chaineltes, 4 malhassimples, 3 malhas chaiuettes. depois, sem deixar espaço entre as 4 ultimas malhassimples, fazem-se de novo 4, e assim para o outro canto.

As 5a, 6a, 7" e 8n carreiras lazein-se com malhas simples, sempre sem romper alinha, e quando chegar-se a cada canto, niette-se 2 vezes e até 5 vezes na mesmamalha, alim de formar bem o canto.

9* carreira. — Faz-se esta carreira como a 2a; 5 malhas chainetles, mette-se atdtima malha na 5a, fazem-se de novo b malhas chaíneltes, depois 4 malhas simples,depois s malhas chainettcs; mette-se a ultima na 5a, 0 malhaschcânettes,mette-se aultima na 5?j depois õ \m\\m chuinettes; metteni-se na 0a malha chainette que seacha depois das malhas simples; e assim para toda a carreira.

10a e ultima carreira. --Fazem-se (j malhas chainetles, mette-se a ultima na 2a

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254 JOP.NAL DAS FAMÍLIAS.malha cludnette; fazem-se assim outras 5 pontinhas sem deixar espaço; ua ultimapontinha faz-se 1 malha chainette que se mettè sobre a 2* chainette das õ malhasehainettes que scacbaoentreas 2 pequenas pontinhas da precedente carreira. Começa-se de novo afazer outras 5 pontinhas como acima ; mette-se a ultima sobre a L);t inalíiadas ehainettes que se achào entre as pontinhas da ordem precedente; faz-se o mesmopara toda a carreira.

GHA3NDE 1'l.nilÀo IIOFO, V 2.

I.;az-se uni aniiel de 10 malhas ehainettes.1;1 roda.;-4 malhas eliaüiettes como 1» barrette, depois *Ú íualhas cliatnéttes-melte-se voltando na 5» d'essas malhas e faz-se I malha dupla; depois fcsÈ 7 vezesseguidas 1 malha chainette, I .«.r/W... passando I malha sob a cfâneto, depoismalha simples, e ler-se-ha coberto as 24 malhas que formão a nervura de um riodo florão. fazem-se 4 malhas ehainettes, % passa-se 1 malha do aniiel, faz-se 1 duplaterr^erepele-sc l vezes desde Ht&#. No fim da ,aula re„ne-se a ultima c/^/iie/ca Ia barrette. nu,mui.

2" ;'0í'";-^

malhas duplas sobre as 4 malhas c/....«e...^ depois á roda da nor-vura I malha simples 4 malhas duplas, I malha dupla, nma volta de 7 malhas chai-volta 1 malha dupla na malha seguinte. Repete-se 2 vezes desde *, depois l.abaí;i ::r tt °,Jado opposto do ram°> ^ - «^ ú™™^

pule de tias e deixando as voltas livres por cima. Volta-se ainda à roda d'esse mesmoramo d esta vez com malhas duplas, e prende-se cada volta de 7 malhas k Snia da roda dç k.rc/to com I malha simples, o que forma o desenho 1Depois de cercado o ramo repete-se 7 vezes desde o começo efesta roda Ao , '

^uios seguintes, prenden,-sc uns com os outros por meio de uma iu ,iu 2a volta, na ultima roda de malhas duplas

deSst ÍcdfrÍ (,"""" Ví C pra°'dM0 Cnlre a 2" e a 5" Ponünlia, faz-se

cacha da m nf itV - "T?" ('C malha8 c/lflteíto & pontinhas que

Prâ nta o Z™ M_ "r "^ 1"üílel°- ° MBm debuxo cP'e «8» « flor eS

E com vo^ , Íi0' T Um a,Uiel <IC 8 malhaS' um» ''°da de filias du-

.1.^1^ nJ í C ^F at,áS #**> uma ^ ''<' -lhas duplasujgaí picndem-se as voltas, e uma roda de recortes de malhas c/i.M.e.to de pon-

FLOllAO, V 5,

1 W^lí1'5" ^í ff6m"Se 9 malhas ctóéíte> * nietUH» na 1", laz-se

2" roda n íi i i ' mada por 4 malhas c/Mítóto.4l* í i"í«£?~ **»: « -*. *mm l «li.'•ani; em seguida trlll i 1 ' ' f T°d° a fonnar ° col,toi'no du I'™»'' -íha dupC X Ss tuniir r'ila gram,e vQlía fi,,c sc aca,ja Je ^pois trabalha-se ainda to o m ,'t "^

S° na'P0nt< S^V'm' da Volta- 1)c-pontinha, 5 malhas it ;,,

d° a,U0' como «^egue : 0 nialbas duplas, *|

m cuidado em ter Í iiln ,ln "'""'í "^ " * todo em redor'

6 malhas duplas, como1 Í „^ ^* ° T' rf^ ?

'"^ ^2 faz^tes duplas denois com Si ,„ ° malhas duPlas na abertura entrerette. Fazemi 9 maZ Si s eTÍ

'í'110 Fr ^ da ^ ^üx""a ^enamettes, e, contando para trás, 1 torre.... i,a 7^ malha

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JORNAL OAS FAMÍLIAS. 9^

ehainelle, 2 malbas chainettes, passão-se2 malhas, 1 barrelle na 5a, 2 malhas chai-nelles, passao-se 2 malhas, I barrelle, 2 malbas chainettes; passão-sc 2 malhasI barrette, 2 malhas chàmettes, I malha simples na ultima malha do ramo. Traba-lba-se cm seguida todo cm redor (Leste segundo ramo, fazem-se malhas duplas aper-tadas nicltendo nas malhas chavrtettes, depois I pontinha por cima de cada batrette euma na ponta superior do ramo. Depois de rodeado o ramo fazem-se 6 malhas naabertura ila roda precedente, entre 2 barrettes duplas, e repete-se o primeiro ramo,depois o segundo até completar ao todo tres de cada espécie, o que íinalisa a 2a roda!5* roda. — Fazem-se 0 ou II) malhas chainettes entre cada ramo e ligào-se as

pontinhas que se achão na ponta dos ramos com malhas simples.4P roda. — Malhas duplas.•V' roda.- I barrelle, 2 malhas chainettes, passão-se 2 malhas; repete-se omesmo (odo em redor.6n roda. —Malhas duplas.7=' roda. — 2 malhas duplas, 1 barrelle, 1 malha chaMtie, \ pontinha, I malha

chainette, passão-se 2 malhas, I barreíte, 5 malhas chainettes, 1 pontinha, I malhachainette, I pontinha, I malha eliaineüe, I pontinha, 5 malhas chainettes, 1 bar-rette ao lado da ultima, I malha ehainelle, I pontinha, 1 malha chainelte, passão-sc2 malhas, l barrelle; repete-se desde.*. Com esta roda íinalisa o grande ilorao.

Para cada uni dos pequenos desenhos que se põem nos intervallos entre os florões,az-sc nn annel de 5 malhas cliaíneltes, depois duas rodas de malhas duplas augmen-

tando gradualmente.,?• roda. — I barrelle, í) malhas chainettes; repete-se T> vezes collocando as qua-Ivo barrettes em igiiaes distancias.V1 roda. — Malhas duplas augnieiitando de modo a formar os cantos.5a roda. —- No centro de cada lado do modelo forma-se o dente aberto, como sc-

gue : I malha dupla, 7 malhas cliaweítes, passao-se 5 malhas, 1 barrette dupla,7 malhas chainettes, passão-se õ-malhas, 1 malha dupla, depois.volta-se á roda dodente, lazem-se 7 malhas duplas, õ malhas na barrette do meio, 7 malhas duplas,volta-se ainda fazendo malhas duplas; c preciso por 2 pontinhas de cada lado e umaua ponta superior do dente. Entre cada um dos quatro dentes lazem-se malhas sim-pies, com uma pontinha em cada canto. Com esta roda fica completo o pequenodesenho.

DESENHO DE TAPEÇARIA PRETA.

.\o VERSO;

liste dchuxo apresenta a quarta parte de uma almoláda dc tapeçaria dc Auhussou.lí este modelo de inagniíico effeito. As cores, indicadas na lista, são pouco numerosas,o ipie torna mui fácil a execução (Leste trahalho.

A tira apresentada na nossa estampa nào faz parle da almoláda; entretanto podeservir para cobrir-lhe a grossura. Serve para cercadura dc reposteiros, de cortina-dos, etc.

ESTAMPA DE TAPEÇARIA COLORIDA.

GENUFLEXORÍO.i

Damos mais da quarta parto do desenho para que se possa mais facilmente repro-duzil-o no seu todo, e como a parte superior do genuílexorio não tem a mesma iorma

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256 JORNAL DAS FAMÍLIAS.

nue. parte inlerior, mandámos debuxar um risco da segunda Amaria parte a do

cima »o verso da estampa de bordados, sol, n° 4 Riscando este debuxo na talaga sa

rico e serio ao mesmo tempo, rom as miciaes d,- Nosso Senhor es s-th isto, lepetiüa

i;t-ezesemum lummlso .esplendor; ellas por s, sos dao ,_.! o el« Jb

de còr frouxa e á triste coroa de espinhos. O branco e a cor de ouro sao de letio., o

mais é de lã.

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