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UTILIZAÇÃO DO PENSAMENTO
SISTÊMICO COMO FERRAMENTA
PARA A BUSCA DE UMA MELHOR
COMPREENSÃO DAS VARIÁVEIS QUE
ENVOLVEM VIOLÊNCIA BRASILEIRA
RAFAEL MOZART DA SILVA (unisinos)
Andre Diehl de Deus (unisinos)
Este artigo aborda uma discussão sobre a violência, cujo objetivo foi a
compreensão da violência e as diversas relações sistêmicas que podem
ser percebidas entre os diversos fatores considerados. Diante desse
cenário o artigo busca a compreeensão do problema e as diversas
inter-relações sistêmicas que podem ser percebidas através de um
método aplicado a solução de problemas, conhecido como método do
pensamento sistêmico. A discussão foi baseada em artigos e
documentos da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) e
Organização Mundial da Saúde (OMS), onde foram discutidos e
compreendidos conceitos e fatores que possuem relação sistêmica em
seus desencadeamentos. Como resultados do trabalho, foi possível
elaborarmos um mapa sistêmico, identificar alguns pontos de
alavancagem, compreender melhor o problema em estudo e a
importância da compreensão sistêmica dos fatos.
Palavras-chaves: Pensamento sistêmico; Violência; Caso prático;
Mapa sistêmico
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
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1.1
1. Introdução
O conceito de violência é muito amplo e variado, assim como as suas formas de manifestação.
De acordo com a definição da Organização Mundial da Saúde (OMS), violência é “o uso
intencional de força ou poder físico, na forma real ou de ameaça, contra si mesmo, contra
outra pessoa, ou contra um grupo ou comunidade, que resulta ou tem grandes chances de
resultar em ferimentos, morte, danos psicológicos, subdesenvolvimento ou privação”
(Organização Mundial da Saúde, 2002).
O processo de constituição dos centros metropolitanos do país foi acompanhado pela sensível
elevação das taxas de criminalidade. Roubos, seqüestros, furtos e, sobretudo, homicídios vêm
afetando de modo intenso e cada vez mais grave o cotidiano das grandes capitais. Entre 1980
e 2004, a taxa de homicídios praticamente triplicou. Atualmente, com aproximadamente 48
mil mortes por ano (SENASP, 2009), o Brasil é um dos países que detêm uma das maiores
taxas de homicídios no mundo. Paralelamente, crimes contra o patrimônio também tiveram
um aumento significativo. Dados dos últimos cinco anos mostram um crescimento médio de
23% entre os crimes dessa natureza, espalhados pelas principais capitais (SENASP, 2009).
O fenômeno da violência e da criminalidade no Brasil se apóia em bases individuais,
comunitárias, estruturais e institucionais e demanda que seu enfrentamento seja feito de modo
a articular e contemplar todas as frentes envolvidas. Por oposição, essa multiplicidade de
fatores parece encontrar um denominador comum. A persistência crescente dos indicadores de
vitimização chama atenção para a fragilidade e pouca eficácia histórica das ações
desenvolvidas pelo Estado brasileiro nos diversos níveis governamentais.
Diante do agravamento da criminalidade, o aparato estatal mostrou-se pouco eficaz na
contenção da violência e, sobretudo, não sendo capaz de promover uma convivência pacífica.
Não raras vezes, na sua atuação o Estado torna-se um promotor da violência e da sensação de
insegurança, não obtendo êxito na sua tarefa de reprimir o crime. Tampouco, é competente na
missão de oferecer oportunidades de reintegração social (SENASP, 2009).
Para Heijden (2004), a incerteza nas ações tem o efeito de mover a chave do sucesso da
“estratégia ótima” para o “processo de estratégia mais hábil”. Surge então idéia do
Planejamento de Cenários, a técnica de imaginar possíveis cenários do futuro, fruto da
iniciativa da Royal Dutch/Shell na década de 70. Ela se opõe ao pensamento linear, permite
que se ponham de lado improvisações de curto prazo e se encare estrategicamente um futuro
em que as regras do ambiente serão diferentes.
O aspecto mais fundamental da introdução da incerteza na equação estratégica é que ela
transforma o planejamento para o futuro de atividade episódica em proposição do aprendizado
contínuo. Em uma situação de incerteza, o planejamento passa a ser aprendizado, o qual
nunca pára (HEIJDEN, 2004). Para auxiliar o planejamento de cenários dentro da idéia de
aprendizagem organizacional têm-se o Pensamento Sistêmico. O Pensamento Sistêmico,
oriundo da dinâmica de sistemas, fornece subsídios para o entendimento de uma situação
complexa como auxílio à tomada de decisões.
A partir do ano de 1999 observa-se um aumento nos investimentos em segurança pública,
porém, uma série de indicadores deflagraram que mesmo com o aumento dos investimentos,
aumentam também as taxas de criminalidade (Tribunal de Contas da União, 2009), sendo
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assim, procurar compreender sistemicamente o que levou a esse aumento vem de encontro
para aplicação de um método para a compreensão dessa situação.
2. Pensamento Sistêmico
As características que o Pensamento Sistêmico incorporou ao longo dos anos leva a perceber
o mundo de uma maneira específica, e a tentar resolver os problemas desta maneira. Houve
uma mudança gradual de ênfases, afastando a nova forma de pensar das características do
pensamento mecanicista. A partir de um novo conjunto de ênfases, foi-se caracterizando um
novo paradigma (ANDRADE et al.,2006).
Para Andrade et al.(2006), erceber a realidade dessa nova maneira é percebê-la de uma
maneira sistêmica. E resolver os problemas com base nessa percepção, leva a um tipo de ação
sistêmica. De acordo com um conjunto de vertentes sistêmicas, o Pensamento Sistêmico pode
ser caracterizado conforme as seguintes mudanças de ênfase.
2.1. Das partes para o todo
Para Andrade et al. (2006), no pensamento mecanicista, o processo analítico tem função
primordial. Busca-se a compreensão dos objetos delimitando claramente sua fronteira e
decompondo-os em partes menores de mais simples compreensão. A decomposição visa a
busca de elementos de maior simplicidade, mais compreensíveis e de características mais
essenciais que o próprio todo. Esse movimento é chamado de reducionismo. Essa busca pelo
essencial parte do pressuposto de que haverá uma parte muito pequena, indivisível, cujas
propriedades desmistificariam a complexidade inerente ao todo. Esse movimento é
denominado atomismo.
As principais dificuldades desse processo dizem respeito a três aspectos. O primeiro é
derivado da perda dos relacionamentos do todo com o ambiente apartado pelo processo de
delimitação de fronteiras. O todo é isolado do seu ambiente para que possa ser mais bem
controlado no processo de conhecimento. Como decorrência desse princípio, ocorre a segunda
dificuldade, pois também as partes componentes são isoladas, apartando assim os
relacionamentos com as demais partes e com o todo maior. E terceiro, o reducionismo e o
atomismo passam a permear o pensamento científico e tecnológico, assim como o raciocínio
diário, fazendo com que as pessoas acreditem que aquilo que não for detalhado não é
sistemático, e por isso não é conhecimento verdadeiro. O reducionismo e o atomismo
exagerados levam as pessoas a “afogarem-se” em um oceano de dados, dos quais é difícil
extrair uma visão estratégica, sistêmica (ANDRADE et al., 2006).
O Pensamento Sistêmico busca reequilibrar as coisas, passando a olhar no sentido contrário
do reducionismo e do atomismo, e dando maior ênfase ao todo do que à parte. Inicialmente
ele estabelece uma fronteira do sistema, mas que é “fraca” e mais ou menos arbitrária, para
que sucessivos entendimentos posteriores possam determinar exatamente de que escopo se
está falando. Isso permite a inclusão, durante o processo, de aspectos importantes, como
relacionamentos com o ambiente e com outros sistemas. Deste modo, obter-se-á as
características essenciais do todo integrado e dinâmico, características essas que não estão em
absoluto nas partes, mas nos relacionamentos dinâmicos entre elas, entre elas e o todo, e entre
o todo e outros todos (ANDRADE et al., 2006).
2.2. Dos objetos para os relacionamentos
Uma vez conhecida a importância dos relacionamentos para o entendimento do todo, faz
mais sentido buscar um entendimento da realidade não por meio de coleções de objetos, mas
por meio de redes de relacionamentos incorporadas em redes maiores. A busca da
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generalização no Pensamento Sistêmico não se dá por classificação de objetos isolados com
as mesmas características, mas com o estudo dos padrões de organização. Nesse processo,
observam-se repetidamente os mesmos padrões – configurações de relacionamentos – em
diferentes sistemas. Há uma mudança de foco, do que o sistema é composto (conteúdo), para
padrões de relacionamentos (ANDRADE et al., 2006).
Para Andrade et al. (2006), aquilo que é denominado objeto, ou parte de objeto, é apenas um
padrão abstrato arbitrado dentro de uma teia inseparável de relações. Em última análise, não
há objetos ou partes em absoluto, mas padrões de relacionamentos mais ou menos estáveis.
Este padrão de organização, que denominamos sistema, está em permanente co-evolução por
meio de interações.
2.3. Das hierarquias para as redes
Para Andrade et al. (2006), no pensamento analítico, objetivos são decompostos
hierarquicamente em partes, que por sua vez são novamente decompostos em partes menores,
inferiores dentro da hierarquia. O concito de hierarquia permeia todo o processo analítico,
conferindo aos níveis inferiores graus decrescentes de importância na medida do avanço do
processo analítico. Transferido aos sistemas sociais, o pensamento hierárquico impregna a
compreensão e a intervenção na realidade com uma degradação da importância na medida em
que se desce na hierarquia, que é nociva à complexidade da realidade social.
Além disso, o processo analítico confere um caráter de cerceamento das partes ao interior do
objeto em análise, o que nem sempre é o caso, pois sistemas complexos aninhados dentro de
sistemas complexos nem sempre se limitam às fronteiras do sistema maior. Indivíduos dentro
de organizações são muito mais que partes confinadas dentro de uma empresa. São sistemas
complexos em interação com vários sistemas em vários níveis. Por isso, as fronteiras entre
sistemas, separando os organismos vivos de seu ambiente, são frequentemente de difícil
distinção. A interdependência e a coordenação de coletividades de seres vivos geram um
contato tão estreito, que o sistema acaba por se parecer com um grande organismo
(ANDRADE et al., 2006).
Assim, a capacidade de entendimento da realidade reside em deslocar a atenção de um lado
para outro entre níveis sistêmicos, por meio de uma ampla rede de relações do mundo vivo.
Perceber essa ampla teia traduz-se em utilizar um pensamento em rede, outra das
características do Pensamento Sistêmico. Uma série de descrições interconectadas de
fenômenos é construída por meio da descrição do funcionamento da rede, na medida em que
percebemos a realidade como relacionamentos (ANDRADE et al., 2006).
2.4. Da causalidade linear para a circularidade
Para Andrade et al. (2006), pelo pensamento mecanicista, o entendimento da realidade
científica passa do levantamento dos dados para o reconhecimento dos padrões, e daí para
explicações causais dos fenômenos. Porém, a tradição de estudos de causalidade sempre
esteve limitada ao reconhecimento dos padrões lineares de conexão. Por considerar,
implicitamente, as relações tautológicas (de causalidade circular) anômalas ou de exceção,
relegou-as ao segundo plano (ANDRADE et al., 2006).
Porém, a partir da nova ciência, que tem origem na cibernética e na engenharia de controle,
essa relação acabou por inverter-se. Essas novas ciências reconhecem a importância e a
essencialidade das relações circulares. Em função da inclusão do ambiente contextual na
compreensão dos sistemas complexos, a cibernética começou a notar a participação cada vez
maior das relações circulares de causa e efeito na explicação do comportamento e da
sustentação dos sistemas complexos. Tais relações são também chamadas de feedback loops,
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ou enlaces de retroalimentação. Sem o entendimento de tais relações circulares, a
compreensão do todo fica limitada. Por isso, o Pensamento Sistêmico tende a buscar um
entendimento integral da realidade por meio dos fluxos circulares, em vez de apenas por meio
de relações lineares de causa e efeito (ANDRADE et al., 2006).
2.5. Da estrutura para o processo
Para Andrade et al. (2006), outra mudança que se configura com o Pensamento Sistêmico é
oriunda de um duplo reconhecimento. O primeiro é de que a estrutura de um sistema
complexo é o influenciador fundamental do funcionamento dos seus processos. Mas o
segundo é o principal: são os processos fundamentais que estabelecem padrões de
organização, e que acabam por se materializar em uma estrutura. Dentro do Pensamento
Sistêmico, a busca essencial é a do entendimento dos processos subjacentes que organizam
um padrão, e que, por fim, dão origem a uma estrutura materializada. Dessa forma, o
Pensamento Sistêmico pode ser entendido como um “pensamento de processo”, que considera
a natureza dinâmica da realidade. Nesse entendimento, a rede inteira de relacionamentos é
vista como intrinsecamente dinâmica, e a estrutura rígida cede lugar a manifestações flexíveis
de processos subjacentes (ANDRADE et al., 2006).
2.6. Da metáfora mecânica para a metáfora do organismo vivo e outras não-mecânicas
O Pensamento Sistêmico dá especial ênfase ao uso da metáfora do organismo vivo, em
contraposição à dominante metáfora mecanicista. O “sistema vivo” tem se mostrado uma
metáfora útil na compreensão da nova ciência, pois conceitos como contexto, ambiente,
relações, mutualidade, fluxos, fronteiras permeáveis, processos, desenvolvimento e evolução
são conceitos muito mais próximos dos objetivos de estudo da biologia e ecologia do que das
máquinas. A metáfora mecanicista para compreensão e construção das organizações começa a
dar sinais de esgotamento quando vivemos em um mundo cada vez mais interconectado,
dinâmico e em mudança (ANDRADE et al., 2006).
Também a metáfora mecânica precisa dar cada vez mais espaço ao uso das metáforas sociais
para compreensão da realidade organizacional. Como o mecanicismo coloca ênfase quase
exclusiva na dimensão tecnológica, frequentemente ficam esquecidas as dimensões política e
cultural das organizações, em muito responsáveis por sucessos ou fracassos de iniciativas de
mudança. À medida que a metáfora do organismo e as novas teorias dos sistemas vivos vão
sendo adotadas, um novo conjunto de aplicações conceituais vai se incorporando à forma
sistêmica de encarar o mundo (ANDRADE et al., 2006).
2.7. Do conhecimento objetivo para o conhecimento contextual e epistêmico
O conhecimento objetivo refere-se ao campo da experiência independente dos interesses e
emoções do observador individual. É um conhecimento obtido por métodos acordados por
diversos especialistas, em que as subjetividades são apartadas do processo, tornando-o
“neutro”. Porém, a arbitrariedade na seleção das teias de relacionamentos a serem observadas,
analisadas ou resolvidas está longe de ser um procedimento “neutro”. Os cientistas e gerentes
podem concordar sobre um método para realizar uma investigação, mas a teia específica de
relacionamentos a ser investigada, bem como suas fronteiras, dependem amplamente da
subjetividade, dos interesses, das crenças e dos paradigmas daqueles que a selecionaram
(ANDRADE et al., 2006).
Para Andrade et al. (2006), principalmente em função dessa dependência é que começa a ser
necessária uma contextualização dos pressupostos básicos de trabalho do investigador
científico ou do líder da mudança nas organizações. Se o ator é um “mecanicista clássico”,
abordará a organização como se fosse uma máquina que necessita de controle, e implementará
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mecanismos para controlá-la. Não há nenhum problema inerente nessa postura, desde que sua
ontologia e sua epistemologia sejam expressamente declaradas. Ou seja, o ator da mudança,
ou o investigador científico, precisa declarar sua visão sobre como a realidade é, e de como o
conhecimento se constrói. Isso se torna necessário para que ele possa receber apoio coerente
ao seu movimento, ou críticas bem embasadas, impossíveis sem uma declaração dos seus
pressupostos a respeito da natureza da organização, do ser humano e da realidade
(ANDRADE et al., 2006).
Para Andrade et al. (2006), como os pressupostos relacionados ao processo de conhecimento,
suas teorias, modelos e formas de mensuração dependem do paradigma em uso, e como há
diferentes paradigmas disponíveis, o observador-participante precisa explicitamente declarar
sua epistemologia em uso. Nesse sentido, a epistemologia em uso é parte do processo de
observação e, ao mesmo tempo, o influencia. Já o Pensamento Sistêmico, em função da
precariedade cognitiva humana, também estabelece “fronteiras” ao redor de sistemas. No
entanto, adota uma postura diferenciada na medida em que imprime permeabilidade e
interconexão por meio “dessa fronteira”. Logo, passa a haver cada vez mais a necessidade de
uma mudança de postura a respeito do processo de observação e de conhecimento, que deixa
de ser objetivo e passa a ser contextual e epistêmico (ANDRADE et al., 2006).
2.8. Da verdade para as descrições aproximadas
O que torna ainda válida a busca pelo conhecimento da verdade, e o reconhecimento de que a
abordagem sistêmica ainda seja uma forma científica, é o entendimento de que há
conhecimento aproximado, apesar da impossibilidade de abarcar o todo em sua complexidade
e infinita conexão. A postura sistêmica é a do reconhecimento de que todas as concepções e
todas as teorias científicas são limitadas e aproximadas. Na ciência, sempre se lida com
descrições limitadas e aproximadas da realidade (modelos) (ANDRADE et al., 2006).
Assim, o Pensamento Sistêmico é, em essência, pensamento de modelagem, e admite que
todos os conceitos, teorias e modelos são limitados e aproximados. Por isso, Pensamento
Sistêmico implica um deslocamento da busca da verdade para a busca de descrições
aproximadas úteis dentro de um contexto (ANDRADE et al., 2006).
2.9. Da quantidade para a qualidade
Para Andrade et al. (2006), como o Pensamento Sistêmico abandona a ênfase nos objetos para
concentrar-se nos padrões e nas formas, ele implica uma mudança de ênfase na mensuração
quantitativa dos objetos para uma postura de mapeamento e visualização. Na medida em que
objetos possuem propriedades intrínsecas próprias, como pressupõe o pensamento analítico,
distingui-los seria uma tarefa de compará-los com padrões universais, ou seja, o processo de
medir e quantificar. Porém, diante do pressuposto do Pensamento Sistêmico de que
propriedades são dependentes de contextos, relações, formas e padrões, essas mensurações
necessitam contextualização na teia maior de relacionamentos. Como relacionamentos,
formas e padrões são difíceis de serem mensurados, torna-se necessária uma atitude mais
flexível, envolvendo visualização e mapeamento. Assim, pensar em termos de padrões
implica uma mudança de quantidade para qualidade (ANDRADE et al., 2006).
2.10. Do controle para cooperação, influenciação e ação não-violenta
Por fim, para Andrade et al. (2006), o reconhecimento dos padrões de comportamento da vida
leva ao entendimento de que a evolução depende de um equilíbrio dinâmico entre competição
e cooperação. A ecologia e o estudo da evolução dos sistemas vivos complexos demonstram
que os organismos no mundo natural têm grande tendência para associação, cooperação e
simbiose, equilibrando competição e mútua dependência. Esse equilíbrio gera organismos e
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coletivos de organismos em ordens estratificadas que, na medida em que há tanto competição
quanto cooperação, não existe razão para controle unilateral. Nesse entendimento, a
importância da ordem estratificada advém da organização da complexidade, não da
transferência do controle, como na organização humana dos últimos 10 mil anos. A hipótese
dos estudiosos ligados à ecologia é que os sistemas humanos hierárquicos que trabalham sob
controle unilateral são insustentáveis, e que a imitação da natureza, na complementaridade de
tendências auto-afirmativas e integrativas, torna-se necessária à permanência da condição
humana sobre a Terra (ANDRADE et al., 2006).
3. O pensamento sistêmico
O Pensamento Sistêmico pode ser entendido como um modo de entender e visualizar as
interrelações e forças que moldam uma realidade ou futuro desejado, atuando nas estruturas
sistêmicas do mesmo, com objetivo de manter conversações estratégicas contínuas. Abrange
diversos métodos, ferramentas e princípios, todos visando examinar a inter-relação entre
forças dentro de um sistema, e vê-las como parte de um processo comum. Seu âmbito vai da
cibernética a teoria do caos, entre diversos outros ligados a inúmeras disciplinas. Porém, essas
metodologias possuem uma idéia comum: “que o comportamento de todos os sistemas segue
certos princípios comuns, cuja natureza está sendo descoberta e articulada” (SENGE et al., p.
83, 1995).
Um sistema é “um todo percebido, cujos elementos mantêm-se juntos porque afetam
continuamente uns aos outros ao longo do tempo, e atuam para um propósito comum” Senge
et al. (1995, p. 84). Como sugere a origem da palavra sistema, que deriva do verbo grego
sunistánai e significa originalmente “fazer ficar juntos”, a qualidade da percepção com a qual
o observador faz o sistema permanecer unido está incluída na estrutura do sistema. A
estrutura, no pensamento sistêmico, é o padrão de inter-relações entre componentes-chaves do
sistema. Em organizações, pode incluir a hierarquia e fluxos de processos, mas também
incluem opiniões e percepções, a qualidade dos produtos, o processo como se tomam
decisões, e outros fatores. As estruturas sistêmicas são por vezes invisíveis, até a identificação
por algum indivíduo (SENGE et al., 1995). São construídas a partir de escolhas feitas pelas
pessoas, de forma consciente ou inconsciente, ao longo do tempo.
O pensamento sistêmico pode ser visto, como uma importante ferramenta para o
encaminhamento de soluções de problemas. Senge et al. (1995) crêem que sua importante
contribuição seja sua utilização como uma linguagem, aumentando e alterando os modos
como as pessoas pensam e falam acerca de temas complexos.
De acordo com Roberts e Kemeny (1995) quando se pratica o pensamento sistêmico, diversas
questões devem ser observadas. A primeira é que não existem respostas corretas. Uma vez
que a dinâmica de sistemas elucida as interdependências dentro do sistema atual, é pouco
provável que exista uma resposta certa para qualquer pergunta. A disciplina revela diversas
ações potenciais que se pode adotar, algumas de alta e outras de baixa alavancagem. Cada
ação produzirá alguns resultados desejados e, certamente, consequências não projetadas em
outra parte do sistema. O pensamento sistêmico inclui aprender a reconhecer as ramificações
e as possíveis consequências da ação que se escolhe. Outra questão é que não se pode dividir
o sistema. Não se pode reprojetar o sistema dividindo-o em partes, e as pessoas devem olhar o
todo unido. Portanto, é melhor praticar o pensamento sistêmico em grupo, pois para se obter
resultados satisfatórios num sistema complexo pressupõem coletar o maior número possível
de perspectivas.
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Assim sendo, ao utilizar-se pensamento sistêmico, causa e feito não estarão estreitamente
relacionados no tempo espaço. Não se busca alavancagem junto aos sintomas do problema. A
ação mais eficaz pode ser, por vezes, sutil. Em alguns casos, não tomar ações e deixar que o
sistema faça sua própria correção ou guie a ação, pode ser aconselhável. Em outros casos,
encontra-se a alavancagem em uma fonte imprevista. Além disso, outra questão está
relacionada aos atrasos. Ao propor soluções de sistemas, as pessoas devem certificar-se de
considerar os atrasos necessários. Aspectos sutis do sistema e atrasos tornam-se evidentes
com o tempo e a experimentação. Deve haver empenho em examinar continuamente como o
sistema está funcionando.
Por vezes, a saída considerar de maior facilidade pode reconduzir ao problema. É preciso ter
cautela com a solução de maior rapidez ou facilidade. A maioria das pessoas prefere
modificar os elementos mais visíveis, que requerem pouca habilidade para serem trabalhados,
tais como regras e estrutura física. No entanto, quando se avança em direção aos elementos
mais intangíveis, como opiniões e crenças arraigadas das pessoas, a alavancagem para
mudança eficaz aumenta. Recomenda-se examinar as razões por que regras e estrutura física,
por exemplo, assumem sua forma atual.
A partir de então, surge a necessidade de aplicação do pensamento sistêmico, através do
método sistêmico.
O método sistêmico é apresentado na Figura 1 através de um esquema que faz a junção entre
os níveis de percepção da realidade e os passos que serão detalhados mais adiante. Os níveis
de percepção são representados pela metáfora do iceberg, onde numa visão superficial só
percebe-se a ponta do iceberg (os eventos) da realidade e à medida que evoluímos na
percepção da realidade, aprofunda-se nos níveis desta realidade até os níveis mais essenciais.
Figura 1 – Esquema do método sistêmico
Fonte: Adaptada pelos Autores de Andrade et al. (2006)
A seguir, segue uma síntese dos passos de como procedermos à aplicação do método
sistêmico (ANDRADE, 1997):
a) Definindo uma Situação Complexa de Interesse: essa etapa tem como objetivo definir
claramente uma situação de interesse. Deve-se, portanto, identificar uma situação
relevante para a organização ou para o conjunto de indivíduos envolvidos;
b) Apresentando a História Através de Eventos: aqui o objetivo é trazer a tona à(s) história(s)
subjacente(s) ao problema definido. Desenvolve-se uma teoria ou hipótese que faça
sentido e tenha consistência lógica, que busca explicar por que o sistema está gerando o(s)
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problema(s) percebido(s);
c) Identificando os Fatores-Chave: uma vez relatados os eventos, é necessário identificar que
fatores ou variáveis podem ser considerados como chave para a compreensão da situação;
d) Traçando o Comportamento: necessitam-se traçar o comportamento passado e as
tendências futuras dos fatores-chave, buscando penetrar o nível dos padrões de
comportamento;
e) Identificando as Influências: o objetivo nessa etapa é identificar as relações causais entre
os fatores, a partir da comparação das curvas, hipóteses preliminares e intuições a respeito
das influências recíprocas;
f) Identificando Modelos Mentais: nessa etapa busca-se identificar os modelos mentais
atuantes. Isso implica explorar as crenças ou pressupostos que os indivíduos envolvidos na
situação mantêm em suas mentes. Deve-se também identificar como as crenças e
pressupostos influenciam seus comportamentos, gerando estruturas no mundo real;
g) Transformando Modelos Mentais em Elementos do Sistema: é necessário transformar os
modelos mentais presentes em elementos da estrutura sistêmica a fim de enriquecer o
quadro;
h) Aplicando Arquétipos: existindo certo domínio sobre o uso de arquétipos, pode-se obter
mais insights sobre a situação ou a identificação de padrões comuns da natureza atuando
na questão;
i) Modelando Computacionalmente: ao utilizar arquétipos, os elementos de um sistema
permanecem vagamente definidos, e pode-se especular sobre os padrões de
comportamento que os sistemas produzirão. No modelo computadorizado, pode-se
verificar o que ocorre quando se toma essas suposições para chegar a conclusões lógicas.
A modelagem torna-se, portanto, uma investigação relevante;
j) Reprojetando o Sistema: reprojetar o sistema significa planejar alterações na estrutura
buscando alcançar os resultados desejados e avaliando as consequências sistêmicas destas
alterações.
3. Estudo de Caso: Aplicação do método de Pensamento Sistêmico
Baseando-se em subsídios teóricos e literaturas disponíveis, procura-se relatar as experiências
desenvolvidas durante a aplicação do método de Pensamento Sistêmico para o problema da
violência e os aprendizados gerados.
3.1 O problema da violência
O comportamento crescente da violência indica a existência de vários fatores que se inter-
relacionam, reforçando-se em algo que poderia ser chamada de espiral de violência. O
entendimento destes fatores e das relações existentes é fundamental para o estabelecimento de
ações eficientes para a promoção da segurança pública (WAISELFISZ, 2009).
O cenário conjugado dos diversos fatores que assolam a segurança pública tem conseqüências
em campos diversos e que podem ser percebidas pelos diferentes setores da sociedade
brasileira. Além de produzir um número alarmante de vítimas, o crescimento da criminalidade
urbana carrega em si o aumento do medo e da sensação de insegurança, transforma o
cotidiano das cidades e aparta, de maneira profunda, grupos sociais (SENASP, 2009).
Outra dimensão igualmente grave são os custos elevados que os crimes expressos pelas altas
taxas representam para o país. Os valores gastos com o sistema de saúde em função da
violência, as perdas resultantes do comprometimento da força produtiva, os investimentos que
a criminalidade é capaz de afastar de determinadas regiões, ou mesmo os custos simbólicos
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para uma sociedade que se representa, também, por meio da violência ajudam a circunscrever
a gravidade do fenômeno.
A percepção de que os níveis de violência alcançados nos dias atuais alimentam a descrença e
desconfiança institucional completa o quadro, o que acaba por enfatizar estratégias privadas
de resolução do problema. Fica estabelecido, assim, um ciclo no qual as soluções, ao mesmo
tempo em que demandam urgência, aparentam ser mais distantes e improváveis (SENASP,
2009).
O problema central escolhido para aplicação do método de Pensamento Sistêmico foi o
problema da violência com a seguinte questão de estudo: “Compreender as principais inter-
relações dos elementos constituintes da violência e identificar possíveis pontos de
alavancagem”.
4. O mapa sistêmico da violência
A figura 2 apresenta um breve entendimento do problema central escolhido.
Marginalizados
Crescimento demográfico desordenado
Periferia
Abandono
Cooptação
Criminosos
Cadeias lotadas
Risco de fuga
Recuperação dos criminosos
é difícilFugas
ImpunidadeIneficiência
Recursos disponíveis
Processos morosos
Corporativismo
Visibilidade
“Imunidade aos criminosos” Corrupção
Direitos Humanos
“Exigência em ser politicamente correto”
Falso dilema entre abuso de poder e punição
ParalisiaRito processual com muitos recursos e
agravos
R3
R1
R2
-
-
Crimes
VítimasTráfico de drogas
Tráfico de armas
Mortes
Aumento do medo e sensação de insegurança
Gastos com o sistema de segurança e saúde
Oportunidades de empregos
Desespero das pessoas
1
1Investimentos de empresas
na região
-
Descrença e desconfiança
institucional no governo
Violência
2
2
3
3-
Corrupção do poder público
R4
4
4
5
5
Oportunidades de estudo
--
Política pública de sociedade igualitária
-
Fonte: Adaptada pelos Autores de Andrade et al. (2006)
Figura 2 – Mapa Sistêmico da Violência
4.1 Análise e Discussões
Diante desse cenário, a constatação mais importante é que tamanha vitimização deixa claro
que há ainda no país um abismo referente à garantia de direitos, que impede que a cidadania
seja uma experiência integral, assegurada ao conjunto da sociedade. Se por um lado a
violência alimenta cotidianamente o ciclo de desigualdades no país, por outro é preciso
reconhecer que a segurança – e sua garantia na condição de direito de todo cidadão e cidadã –
é uma premissa essencial à efetivação de uma noção plena de cidadania, além de ser um
direito fundamental previsto na Constituição Federal de 1988 (SENASP, 2009).
XXXI ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO Inovação Tecnológica e Propriedade Intelectual: Desafios da Engenharia de Produção na Consolidação do Brasil no
Cenário Econômico Mundial Belo Horizonte, MG, Brasil, 04 a 07 de outubro de 2011.
11
A implantação de um projeto político que tenha no seu horizonte a promoção de uma
sociedade igualitária e justa deve incluir no seu compêndio de temas e objetivos a segurança
de cada cidadão, combinada com a segurança da coletividade. Isso, no entanto, não é tarefa
simples. Os desafios impostos pelo cenário deflagrado evidenciam o grau de complexidade
que caracteriza o fenômeno da violência e da criminalidade urbana.
Conforme evidenciado no mapa sistêmico (figura 2), as interpretações apontam um feixe
variado de elementos explicativos: o acesso difundido às armas de fogo e sua ilegalidade e a
fragilidade das instituições no Brasil; uma sociabilidade constituída sobre bases perversas,
capaz de cristalizar uma cultura violenta da resolução de conflitos; a criminalidade
transnacional, expressa pelo tráfico de drogas, armas e pessoas; as disparidades de ordem
estrutural que ainda flagelam o país; além das políticas sociais que ainda não conseguem
beneficiar, suficientemente, a sociedade no seu conjunto.
4. Aprendizados e Conclusões
A compreensão do problema da violência não é tarefa fácil, pois envolve os mais diversos
pontos de vista de atores envolvidos em torno de encontrar respostas para um conjunto de
ações reativas, que se manifestam através de eventos diários com impactos diretos na
sociedade.
Porém, o uso do pensamento sistêmico evidenciou que procurar compreender estes diversos
fatores de modo relacionado, nos orienta e fornece subsídios para lidar com a complexidade
dinâmica, trazendo a tona às relações entre as variáveis.
Através do mapa sistêmico, foi possível compreender alguns fatores que atuam no problema
central da violência, como por exemplo: a gestão ineficiente de uma política pública
igualitária, a corrupção e impunidade no poder público, acesso à educação, entre outros. Para
análises futuras deste tema, o método sistêmico, através da detecção de padrões de
comportamento, possibilita a estruturação e as inter-relações variadas reforçado pela
construção dos arquétipos, que possibilitam interligar padrões de comportamento e tendência
de limite de crescimento evidente, ou seja, nos qualifica a compreender melhor as ações
responsivas da metáfora do iceberg.
Um problema não pode ser solucionado se o foco de estudo, ou seja, o que o grupo realmente
está buscando solucionar não estiver bem definido. Expor os modelos mentais de atores de
classes e instituições envolvidos neste tema também é outro fator relevante que deve ser
considerado para futuras análises, pois permite enxergar o problema de vários pontos de vista
e torna a visualização do problema ainda mais clara.
O problema da violência não foi solucionado, nem mesmo um plano de ação para a busca da
solução foi construído, porém um estudo de compreensão sistêmica de alguns fatores que se
interrelacionam no problema central da violência, e alguns pontos de alavancagem
destacados, podem também contribuir para a concretização de cenários futuros possíveis.
5. Referências
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Organizacional. REAd - Revista Eletrônica de Administração. ed. 5, v. 3, n. 1, 1997.
ANDRADE, A.; SELEME, A.; RODRIGUES, L. H.; SOUTO, R. Pensamento Sistêmico Caderno de Campo.
1. ed. Porto Alegre: Bookman, 2006.
HEIJDEN, K. Planejamento de Cenários: a arte da conversação estratégica. Porto Alegre: Bookman, 2004.
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ROBERTS, C.; KEMENY, J. O que se pode esperar... Quando se pratica pensamento sistêmico. IN: SENGE,
P. et al. A quinta disciplina caderno de campo. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed. 1995.
SENASP (Secretaria Nacional de Segurança Pública). Texto-Base da 1a Conferência Nacional de Segurança
Pública. Brasília, 2009.
SENGE, P. et al., A quinta disciplina: caderno de campo: estratégias e ferramentas para construir uma
organização que aprende. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed. 1995.
WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da violência dos municípios brasileiros 2008. 1. ed. São Paulo: RITLA,
2008.