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CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
NAIARA DIEDRICH RODRIGUES
USO DE L-VALINA E
L-GLUTAMINA + L-ÁCIDO GLUTÂMICO
EM DIETAS PARA LEITÕES NO PERÍODO PÓS-DESMAME
LONDRINA
2013
NAIARA DIEDRICH RODRIGUES
USO DE L-VALINA E
L-GLUTAMINA + L-ÁCIDO GLUTÂMICO
EM DIETAS PARA LEITÕES NO PERÍODO PÓS-DESMAME
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciência Animal, da Universidade
Estadual de Londrina, como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre em Ciência Animal.
Orientador: Prof. Dr. Caio Abércio da Silva
Coorientador: Dr. Eduardo Terra Nogueira
LONDRINA
2013
NAIARA DIEDRICH RODRIGUES
USO DE L-VALINA E
L-GLUTAMINA + L-ÁCIDO GLUTÂMICO
EM DIETAS PARA LEITÕES NO PERÍODO PÓS-DESMAME
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Ciência Animal da Universidade
Estadual de Londrina, como requisito parcial à
obtenção do título de Mestre em Ciência Animal.
BANCA EXAMINADORA
________________________________________________
Orientador: Prof. Dr. Caio Abércio da Silva
Universidade Estadual de Londrina - UEL
________________________________________________
Prof. Dr. Alexandre Oba
Universidade Estadual de Londrina - UEL
________________________________________________
Prof. Dr. Marcos Augusto Alves da Silva
Universidade Estadual do Norte do Paraná -
UENP
Londrina, 26 de agosto de 2013.
À minha avó Olinda (in memorian), uma mulher forte e bondosa,
simples e sábia, generosa e meiga. Agradeço a Deus por me levar
para perto de ti e me permitir desfrutar tua companhia, e por meu
filho ter recebido teu amor, carinho e proteção enquanto esteve
conosco.
Aos meus pais Zilmar e Cristina, e à minha tia Ana, pelo exemplo
de bondade, perseverança e honestidade, por todo amor, incentivo,
noites mal dormidas, puxões de orelha, que me ajudaram a
construir minha identidade pessoal e profissional. Pelo amor
carinho e apoio dispensado durante toda minha vida, sem medir
esforços nem sacrifícios para me dar tudo o que precisei nesta
caminhada.
Ao meu filho Pedro, pelos dias que deixamos de brincar e passear
nas ausências de sua mãe. Você é o meu pequeno herói, a razão da
minha felicidade e motivo do meu crescimento.
À pessoa que me fez acreditar que eu realmente posso ser melhor,
Leonardo, meu namorado e melhor amigo, pelo apoio e carinho
quando em muitas vezes me senti fraca. Você é meu yin e trouxe a
alegria para minha vida. Obrigada por tudo!
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, por estar sempre comigo e me dar força e amparo nos momentos
difíceis, pela imensa proteção pelas minhas jornadas e pelos anjos que sempre encontro em
meu caminho!
Agradeço também a Universidade Estadual de Londrina, especialmente ao
Departamento de Zootecnia, por me acolherem na realização deste trabalho e ao meu
orientador o Prof. Dr. Caio Abércio da Silva, pelo exemplo de profissional e por ter aceitado a
missão de ser meu orientador, pela amizade construída, paciência, incentivo e confiança,
acima de tudo.
Gostaria de agradecer ao grupo Ajinomoto do Brasil – Animal Nutrition, pela parceria e
financiamento de parte do projeto, em especial ao meu coorientador, Dr. Eduardo Terra
Nogueira por ter acreditado, pela amizade, ensinamentos e incentivo, e à Marianne
Kutschenko, pela contribuição.
Agradeço também a M.Cassab, à todos os colegas de empresa que de alguma forma
contribuíram, em especial à Débora Barbosa Braz, Ulisses Toucheton, Pedro Bertolani,
Rovério M. de Freitas, Cristina Satie Hideshima e minha chefe, Denise H. B. Gregori, que
permitiu que este trabalho fosse realizado concomitante às minhas atividades de trabalho na
M.Cassab, sem seu apoio incondicional esta conquista não seria possível.
Não poderia deixar de agradecer ao colega Rodrigo Azambuja, pela amizade construída
e boa camaradagem, e ajuda nos momentos em que estive distante.
À colega e irmã Cristiane Abade e à (minha) família londrinense, (Tio) Antonio F.
Abade e (Tia) Conceição A. Abade, Vinícius S. Abade e Paulo H. Massi, minha imensa
gratidão pela generosidade, ajuda e amizade e por fazer meus dias em Londrina mais alegres.
Vocês me acolheram em seu lar, alimentaram meu corpo, minha mente e minha alma. Vocês
estarão para sempre em meu coração!
À toda equipe e colegas da suinocultura, em especial aos que contribuíram na realização
dos trabalhos: Eduardo Raele de Oliveira, Arturo Pardo Lonzano, Roberta Abrami Monteiro
Silva e Graziela Drociunas Pacheco, agradeço a todos por me receberem tão bem no grupo,
pela colaboração, dedicação e companheirismo nos momentos laboriosos do experimento e
pelos momentos de alegria e descontração que ficarão guardados para sempre. Aos estagiários
Giovani, Carlão, Júlio, Aliny, Guilherme e Daniel, agradeço pelo empenho, dedicação, auxílio
e participação, que foram essenciais para conclusão deste trabalho.
Um agradecimento especial ao Eduardo Raele de Oliveira, por ter arrumado um teto
para mim durante o experimento e ter sido parceiro em tantos momentos, por sua disposição e
força de vontade, pelas conversas e risadas, e pelas colaborações com os dados estatísticos.
À professora Ana Paula Bracarense, agradeço pela contribuição, e à sua orientada e
colega de pós-graduação Karina Basso, pela amizade e pela realização das análises
morfométricas.
À minha mãe, minha tia Ana e minha falecida avó, agradeço por serem exemplos de
mulher, pelas orações, carinho, conselhos e paciência, por guiarem meus passos com seus
exemplos e ensinamentos, e por cuidarem tão bem do Pedro durante minhas ausências. E ao
meu pai, por sempre se preocupar com meu futuro, por proporcionar meus estudos, por ser
meu modelo de honestidade. Obrigada por acreditarem em mim, por estarem sempre ao meu
lado e me apoiarem. A vocês minha eterna admiração.
Ao meu namorado, Leonardo, agradeço pelo carinho e companheirismo, por seu apoio
incondicional e imprescindível, por acreditar na minha capacidade e me incentivar a concluir
este trabalho.
Meu muito obrigada a todas as pessoas que contribuíram, direta ou indiretamente, para
que mais esse sonho se tornasse realidade.
“É muito melhor lançar-se em busca de conquistas
grandiosas, mesmo expondo-se ao fracasso, do que
alinhar-se com os pobres de espírito, que nem gozam
muito nem sofrem muito, porque vivem numa
penumbra cinzenta, onde não conhecem nem vitória,
nem derrota.”
Theodore Roosevelt
RODRIGUES, N. D. Uso de L-valina e L-glutamina + L-ácido glutâmico em dietas de
leitões no período pós-desmame. 2013. 79p. Dissertação (Mestrado em Ciência Animal) –
Universidade Estadual de Londrina, Londrina. 2013.
RESUMO
O período de desmame é reconhecidamente um momento crítico para os leitões, desafiando os
nutricionistas na busca por estratégias que minimizem o impacto desta fase no
desenvolvimento e na eficiência alimentar dos animais, com rações economicamente viáveis.
O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos da suplementação dos aminoácidos industriais
L-Valina e L-Glutamina + L-Ácido Glutâmico em rações experimentais formuladas para
suínos nas fases pré-inicial e inicial e sua viabilidade econômica. Foram avaliados os
parâmetros de desempenho, frequência de diarréia, peso dos órgãos, pH da digesta no
intestino delgado, morfometria intestinal e custo dos tratamentos. Para tanto, 72 leitões
machos castrados e fêmeas de genética comercial, com peso vivo inicial de 7,53 ± 0,84 kg,
foram testados em quatro tratamentos e seis repetições, com delineamento experimental de
blocos casualizados. Os tratamentos consistiram em rações complexas sendo uma controle e
outras três, suplementadas com glutamina + ácido glutâmico, com a associação glutamina +
ácido glutâmico + valina, e com valina, isolísinicas e isoenergéticas, sendo atendidas as
exigências dos aminoácidos com adição de lisina, metionina, treonina e triptofano. A inclusão
de glutamina + ácido glutâmico e valina se deu durante as fases pré-inicial I (24 aos 35 dias
de idade) e pré-inicial II (36 aos 46 dias de idade). Todos os animais receberam a mesma
ração experimental no período inicial, de 47 a 65 dias de idade, para se avaliar os efeitos dos
tratamentos experimentais ao final do período de creche. Não foram observados efeitos para
os parâmetros de desempenho nas fases pré-iniciais I e II, porém para o período total (24 a 65
dias) os leitões alimentados com a associação glutamina + ácido glutâmico + valina
consumiram menos ração e tiveram melhor conversão alimentar em relação aos tratados com
valina. Para os leitões na fase inicial (47 a 65 dias) houve diferença significativa para
ocorrência de diarréia entre os tratamentos controle e glutamina + ácido glutâmico, com 1 e 6
animais, respectivamente, apresentando quadros diarréicos. Leitões recebendo o tratamento
valina apresentaram maior peso de estômago, quando comparados ao controle. Os tratamentos
não influenciaram o pH da digesta, o comprimento do intestino delgado e altura de
vilosidades. Houve efeito para maior profundidade de cripta do íleo de leitões recebendo a
suplementação de glutamina + ácido glutâmico, em relação à controle e valina. A relação vilo:
cripta foi menor para o tratamento valina, quando comparado a controle. A avaliação
econômica de todo o período pré-inicial (24 a 46 dias de idade) evidenciou menor custo
médio (R$/kg) para as rações com valina. Concluiu-se que a formulação de dietas de
desmame com os aminoácidos L-Valina e L-Glutamina + L-Ácido Glutâmico e sua
associação não afetaram os parâmetros de desempenho e morfologia intestinal de leitões em
fase de creche, e o uso da L-Valina nas rações de leitões pode proporcionar vantagem
econômica por substituir parcialmente os ingredientes protéicos e por flexibilizar a
formulação de dietas com fontes protéicas alternativas ao farelo de soja.
Palavras-chave: Aminoácidos. Creche. Desempenho. Intestino. Suínos.
RODRIGUES, D. R. Use of dietary L-valine and L-glutamine + L-glutamic acid in post-
weaned piglets. 2013. 79p. Dissertation (Master Degree in Animal Science) – State
University of Londrina, Londrina. 2013.
ABSTRACT
The weaning period is recognized as a critical time for the piglets, challenging nutritionists in
the search for strategies to minimize the impact of this phase in the development and feed
efficiency of the animals, with diets economically viable. The aim of this study was to
evaluate the effects of supplementation of industrial amino acids L-Valine and L-Glutamine +
L-Glutamic Acid in experimental diets formulated for pigs in the pre-starter and starter phases
and its economic viability. The performance parameters, frequency of diarrhea, organ weight,
pH of digesta in the small intestine, intestinal morphology and cost of treatments were
evaluated. Therefore, 72 barrows and gilts from commercial genetic, with initial weight of
7.53 ± 0.84 kg were tested in four treatments and six replicates of a randomized block
experimental design. The treatments consisted of complex diets being one control and three
other, supplemented with glutamine + glutamic acid, with the association glutamine +
glutamic acid + valine, and with valine, isolisinic and isocaloric, being met with the
requirements of amino acids with the addition of lysine, methionine, threonine and
tryptophan. The inclusion of glutamine + glutamic acid and valine occurred during the pre-
starter I (24 to 35 days old) and the pre-starter II (36 to 46 days of age). All animals received
the same experimental diet in the initial period, from 47 to 65 days of age, to assess the effects
of experimental treatments at the end of the nursery period. No effects were observed for the
performance parameters in the pre-starter I and II, but for the full term (24-65 days) piglets
fed the association glutamine + glutamic acid + valine consumed less feed and had better
feed: gain ratio compared to those treated with valine. For piglets in the initial phase (47-65
days) there was a significant difference for the occurance of diarrhea between control
treatment and glutamine + glutamic acid with 1 and 6 animals, respectively, presenting
diarrhea. Effect was observed for stomach weight of piglets receiving treatment valine
compared to control. Treatments did not affect the pH of digesta, the length of the small
intestine and villi height. There was an effect for greater crypt depth in the ileum of piglets
receiving supplemental glutamine + glutamic acid in relation to the control and valine. The
villous crypt ratio relation: was lower for valine treatment when compared to control. The
economic evaluation of the entire pre-starter period (24-46 days of age) showed lower average
cost (R$/kg) in diets with valine. It was concluded that the formulation of weaning diets with
the amino acids L-Valine and L-Glutamine + Glutamic acid and its association did not affect
the performance parameters and intestinal morfology of piglets in the nursery phase, and the
use of L-Valine in diets for piglets can provide economic advantage by partially replace
protein ingredients and flexible formulation of diets with protein sources alternative to
soybean meal.
Key words: Amino acids; Nursery; Performance; Gut; Swine.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 – Funções da glutamina. (GABA = ácido gama-aminobutírico) .............................. 30
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Classificação dos aminoácidos para suínos................................ 20
Tabela 2 – Composição centesimal das dietas da fase pré-inicial I.............. 49
Tabela 3 – Composição centesimal das dietas das fases pré-inicial II e
inicial...........................................................................................
50
Tabela 4 – Composição química das dietas para a fase pré-inicial I............ 51
Tabela 5 – Composição química das dietas para as fases pré-inicial II e
inicial...........................................................................................
52
Tabela 6 – Desempenho dos leitoões durante as fases pré-inicial I e pré-
inicial I + II.................................................................................
56
Tabela 7 – Desempenho dos animais para o período total........................... 58
Tabela 8 – Frequência de diarréia observada nos períodos experimentais... 62
Tabela 9 – Peso relativo dos órgãos coletados, pH e comprimento de
intestino delgado de leitões desmamados...................................
63
Tabela 10 – Análises morfométricas do intestino delgado dos leitões........... 65
Tabela 11 – Análise econômica das rações propostas.................................... 67
LISTA DE ABREVIATURAS
CA: conversão alimentar
CDR: consumo diário de ração
Cont: dietas com controle
E. coli: Escherichia coli
Glut: dietas com L-Glutamina + L-Ácido Glutâmico
Glut+Val: dietas com L-Glutamina + L-Ácido Glutâmico + L-Valina
Val: dietas com L-Valina
GPD: ganho de peso diário
MHA: Metionina Hidróxi Análoga
PB: proteína bruta
PI: peso inicial
PF: peso final
PM: peso médio
PV: peso vivo
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13
2 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................................ 15
2.1 Desmame ................................................................................................................... 15
2.2 Alterações Morfofisiológicas do Desmame .............................................................. 17
2.3 Aminoácidos essenciais, condicionalmente essenciais e limitantes ......................... 20
2.4 Valina ........................................................................................................................ 25
2.5 Glutamina e Ácido Glutâmico .................................................................................. 28
3 REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 34
4 OBJETIVOS ........................................................................................................................ 43
4.1 Objetivo geral ............................................................................................................ 43
4.2 Objetivos específicos ................................................................................................ 43
5 ARTIGO PARA PUBLICAÇÃO......................................................................................... 44
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 46
MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................. 47
RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................... 55
CONCLUSÃO ................................................................................................................ 66
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 66
ANEXOS ................................................................................................................................ 71
ANEXO A - Normas para preparação de trabalhos científicos para publicação na Revista
Brasileira de Zootecnia ............................................................................................................. 72
13
1 INTRODUÇÃO
O período imediatamente após o desmame de leitões é geralmente caracterizado por um
baixo desempenho dos mesmos. Diversos fatores como idade, peso e estresse do desmame,
baixo consumo de alimento, composição da dieta, imaturidade digestiva e o ambiente
influenciam neste período de restrição ao crescimento. (CAMPBEL; CRENSHAW; POLO,
2013). Desta forma, na formulação de dietas de desmame devem ser selecionados
ingredientes de alta digestibilidade e que estimulem o consumo, proporcionando uma
quantidade adequada de aminoácidos altamente digestíveis, preparando os leitões para as
dietas das fases seguintes (RIBEIRO; PEDROZZO; KESSLER, 2006).
Nesta fase deve-se ainda levar em conta que o leitão deixa de receber, via leite materno,
os nutrientes necessários à sua mantença, produto este rico em glutamina livre (TUCCI et al.,
2011), e que a sua produção endógena não é capaz de atender às suas necessidades
nutricionais ao desmame, fazendo da glutamina um aminoácido condicionalmente essencial,
principalmente para esse período (NOGUEIRA et al., 2012).
A suplementação deste aminoácido pode contribuir para minimizar as perdas
morfofuncionais da mucosa intestinal e, consequentemente, melhorar a eficiência na
utilização de nutrientes alimentares no intestino e reduzir o impacto sobre o desempenho dos
leitões (WU et al., 2011).
Procedimentos anteriores adotavam o recurso da oferta de dietas com elevado teor de
proteína (ZANGERONIMO; FIALHO; LIMA, 2006) como forma de compensar o atraso
inerente verificado nas fases posteriores ao desmame. Entretanto o desbalanço entre
aminoácidos que esta prática pode trazer, além de proporcionar conseqüências negativas sobre
as condições sanitárias dos animais, torna esta conduta onerosa e ineficiente (NONES et al.,
2002).
A disponibilidade e viabilidade econômica de aminoácidos sintéticos como ingredientes
das rações possibilita formulações com fontes alternativas de proteína e com níveis mais
baixos de proteína (NONES et al., 2002), a preços competitivos, sem afetar o desempenho dos
animais (RIBEIRO; PEDROZZO; KESSLER, 2006).
Entre os aminoácidos essenciais, a lisina geralmente é o primeiro aminoácido limitante
em dietas convencionais para suínos. A valina tem sido normalmente relatada como o quinto
aminoácido limitante em dietas a base de milho e farelo de soja para suínos (GAINES et al.,
2011), demonstrando a importância da suplementação e balanceamento das rações com L-
14
valina. As exigências de lisina para leitões na fase inicial pode variar de 0,95 a 1,65% na
ração em função de vários fatores, dentre estes, os níveis dos outros aminoácidos limitantes.
Desta forma, é provável que se não forem suplementadas, as rações iniciais poderão ser
deficientes em alguns aminoácidos essenciais (RIBEIRO; PEDROZZO; KESSLER, 2006),
entre eles a valina.
Existem poucas informações sobre o uso associado de glutamina, ácido glutâmico e
valina em formulações para leitões. Assim, este trabalho objetivou avaliar os efeitos de dietas
suplementadas com estes aminoácidos sobre o desempenho, peso de órgãos e morfologia da
mucosa do intestino delgado de leitões na fase inicial de crescimento.
15
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Desmame
A idade de desmame dos leitões foi reduzida de 56 para 21-28 dias em menos de quatro
décadas. Atualmente é praticada em média aos 21 dias de idade com foco no aumento da
produtividade, possibilitando um menor intervalo entre partos e um maior número de leitões
porca/ano (LIMA; MORÉS; SANCHES, 2009).
Todavia, o momento é reconhecidamente um dos períodos mais críticos na vida dos
leitões, onde a separação da matriz, a transferência para um ambiente estranho; associado
muitas vezes com o reagrupamento com animais de outras leitegadas, além da transição da
alimentação à base de leite materno para dieta sólida, representam ações estressantes para o
recém-desmamado (PLUSKE; HAMPSON; WILLIAMS, 1997; LALLÈS et al., 2007; LIMA;
MORÉS; SANCHES, 2009).
A combinação destes fatores resulta em ingestão insuficiente dos alimentos, digestão
incompleta, alterações na estrutura do epitélio intestinal, diminuição da imunidade e
ocorrências de diarréias (ROBLES-HUAYNATE et al., 2013), refletindo em grandes perdas
econômicas na indústria suína (LALLÈS et al., 2007). Segundo estes autores, o desmame
precoce (21 a 35 dias de idade) nos sistemas de produção intensiva provavelmente
exacerbaram os níveis de estresse destes animais imaturos, afirmação esta sustentada por
Domeneghini et al. (2004), que relataram que as primeiras 48 horas pós-desmame foram
caracterizadas por um consumo irregular de alimento pelos leitões, como consequência
provável do estresse fisiológico provocado pelas transições relacionadas ao período.
Bruinix, Van Der Peet-Schwering e Schrama (2001) observaram que 45% dos leitões
desmamados permanecem em jejum durante as 15 primeiras horas após o desmame e 10%
permanecem sem se alimentar por mais de 40 horas após o desmame. Para Wu et al. (2011) e
Xiao et al. (2012), dentro de 7 dias após o desmame é possível observar uma redução no
consumo alimentar, diminuição da capacidade digestiva, danos no epitélio intestinal e
aumento na ocorrência de doenças entéricas e diarréias.
Segundo Nogueira (2005), o aumento de proteína não digerida eleva o pH intestinal,
provendo substrato para a proliferação de microorganismos patogênicos no intestino e ainda
altera o equilíbrio eletrolítico intestinal, podendo prejudicar o estado sanitário do rebanho
pelas desordens intestinais que acometem os leitões.
16
De acordo com Dong e Pluske (2007) estas adaptações a que os leitões são submetidos
refletem em um maior requerimento de energia para a mantença na primeira semana após o
desmame. As lutas pela formação da dominância hierárquica após o reagrupamento ou baixas
temperaturas na creche podem aumentar esta necessidade.
Paralelamente, a capacidade de ingestão é muito limitada nos primeiros dias pós-
desmame em função da substituição do leite materno como alimento principal, ocorrendo não
somente um drástico decréscimo no aporte de imunoglobulinas, mas também de nutrientes
essenciais e de diversos fatores de crescimento (MORES; AMARAL, 2001). De acordo com
Lima, Morés e Sanches (2009) e Tucci et al. (2011) o desmame precoce de leitões é
frequentemente acompanhado de atraso no crescimento, muitas vezes com significativa perda
de peso e diarréia. Para Dong e Pluske (2007), e Lima, Morés e Sanches (2009), os distúrbios
gastrointestinais comumente são de origem multifatorial, prevalecendo aqueles de caráter
nutricional, microbiológico e ambiental. Neste aspecto, a inevitável exposição aos
microrganismos do ambiente aliada a baixa digestibilidade de nutrientes pode potencializar os
quadros diarréicos (DONG; PLUSKE, 2007).
Neste período os leitões possuem uma limitada capacidade de produzir ácido clorídrico
e ao deixarem de ingerir o leite materno tem uma menor ingestão de lactose, e
consequentemente, a produção de ácido lático no estômago é reduzida, provocando um
aumento do pH, favorecendo a passagem e reprodução de patógenos no trato gastrointestinal
(MEDEL; LATORRE; MATEOS, 1999; PUPA, 2008).
Nesta fase o sistema digestório do leitão precisa se adaptar rapidamente a esta nova
condição alimentar, com o pH, a secreção enzimática, a motilidade e a absorção intestinal
identificadas com as mudanças resultantes do novo regime alimentar (CERA et al., 1990;
LALLÈS et al., 2007). Contudo, até os 21-28 dias de idade, o sistema digestório não produz
quantidades suficientes de enzimas para degradar os nutrientes presentes nas matérias-primas
de origem vegetal. Este desenvolvimento comumente não é completo até oito semanas de
idade (MEDEL; LATORRE; MATEOS, 1999).
Segundo Lallès et al. (2007) o desmame induz a mudanças agudas transitórias,
provavelmente relacionadas ao período de jejum, seguindo por um período de maturação
intestinal correspondente a retomada do consumo voluntário de alimentos. A imaturidade do
sistema digestório de leitões desmamados precocemente acarreta uma limitada capacidade de
digestão e absorção de nutrientes, justificando a perda de peso no período. Este conjunto de
componentes, por sua vez, promove mudanças no lúmen intestinal que ocasionam alterações
17
na estrutura e na função do intestino delgado, principalmente sobre o tamanho dos vilos e a
produção de enzimas digestivas (XU; WANG; ZHANG, 2000).
2.2 Alterações Morfofisiológicas do Desmame
O leite da matriz suína corresponde a um alimento específico para o leitão, sendo
altamente palatável e digestível (CAMPBEL; CRENSHAW; POLO, 2013) devido seu
conteúdo de ácidos graxos, lactose e perfil aminoacídico (RYDHMER et al., 2001),
identificando-se com o sistema enzimático do trato gastrointestinal, otimizando a digestão e a
absorção destes nutrientes (VAN DIJK et al., 2002). A substituição da dieta líquida pela dieta
seca de menor digestibilidade para o leitão por si pode provocar distúrbios gastrointestinais
que elevam o risco de ocorrência de diarréias e resultam no retardo do crescimento e no
aumento da mortalidade (VIOLA; VIEIRA, 2004; CAMPBEL; CRENSHAW; POLO, 2013).
O sistema gastrointestinal desempenha diversas funções como, digestão e absorção de
nutrientes e eletrólitos, manutenção do equilíbrio hídrico, secreção de mucinas,
imunoglobulinas, enzimas digestivas e muitos outros componentes, além da barreira de
proteção seletiva contra antígenos e patógenos nocivos (LALLÈS et al., 2007; CAMPBEL;
CRENSHAW; POLO, 2013).
Desta forma, a integridade gastrointestinal é fundamental para que os processos
digestivos possam ocorrer normalmente. Durante a lactação a relação entre altura de
vilosidades e profundidade de criptas se mantém em equilíbrio principalmente por dois
fatores. O primeiro tem relação com a descamação de células nesta fase, que é mínima, já o
segundo, corresponde à capacidade das células das criptas de substituir as células das
vilosidades na mesma velocidade em que se descamam (ALLEE; TOUCHETTE, 1999).
Neste período, as vilosidades intestinais são mais largas, bem estruturadas e eficientes na
absorção de nutrientes quando comparadas aos primeiros dias após o desmame, quando então
pode se observar redução na altura das vilosidades e aumento na profundidade das criptas
(VAN DIJK et al., 2002).
Segundo Makkink et al. (1994), tanto o consumo alimentar como a composição da dieta
são importantes fatores para o desenvolvimento dos órgãos digestivos de leitões recém-
desmamados.
Para Dong e Pluske (2007), o processo estressante do desmame e a exposição do
intestino a novas dietas causam alterações morfológicas que levam à perda deste equilíbrio,
18
ocasionando o encurtamento dessas vilosidades, alteração no aspecto dos vilos do formato
tipo dedo para forma de língua, hiperplasia das células de cripta e aumento da descamação
epitelial, culminando no declínio das funções intestinais, refletindo em reduzida atividade das
enzimas de borda em escova, provocando a redução da digestão e, conseqüentemente,
absorção de nutrientes. A redução do consumo neste período e a ausência de estímulo no
epitélio intestinal por partículas de alimento (CERA et al., 1988; PLUSKE; WILLIAMS;
AHERNE, 1996) podem levar à atrofia das vilosidades intestinais, que nas regiões proximais
pode chegar a 45-70% (PLUSKE; HAMPSON; WILLIAMS, 1997). Consequentemente
observa-se aumento dos quadros diarréicos e baixo desempenho dos leitões recém-
desmamados (DONG; PLUSKE, 2007).
A atrofia das vilosidades após a desmama é causada ou pela maior taxa de perda celular
ou pela menor taxa de renovação das células, decorrente da redução da divisão celular nas
criptas (TUCCI et al., 2011). Assim, a primeira condição é causada, normalmente, pela
presença de componentes antigênicos de alimentos e desafios microbianos, e a segunda,
ocasionada principalmente pelas condições de restrição de alimento imposto naturalmente
pelo estresse da fase e pela inabilidade do leitão em consumir a nova dieta (MORES;
AMARAL, 2001). Segundo Allee e Touchette (1999), o aumento no consumo levaria à
hipertrofia da mucosa intestinal, enquanto períodos de consumo reduzido causam atrofia neste
órgão. Dong e Pluske (2007) afirmam que a redução do consumo de alimentos ou de energia
imediatamente após o desmame, independente do tipo de dieta, é responsável pela atrofia de
vilosidades e pela taxa de crescimento reduzida em leitões recém-desmamados. De acordo
com Pupa (2008), um trânsito intestinal mais lento ou atrofia intestinal podem favorecer a
fixação de bactérias no trato gastrointestinal, e o alimento não digerido passa a servir de
substrato para o crescimento bacteriano indesejável.
De acordo com Cera et al. (1988) e Molino (2009), o baixo consumo, aliado à transição
para a dieta de pós-desmame, pode ser um fator que contribui para a redução abrupta da altura
dos vilos. Esta resposta negativa imediata ao desmame sugere que os ingredientes usualmente
utilizados, como grãos de cereais e óleos vegetais, e/ou as práticas inadequadas de manejo de
desmame, predispõem e frequentemente acentuam estas respostas. Entretanto, os autores
afirmam que a composição da dieta, através do uso de ingredientes de alta digestibilidade e
absorção, podem influenciar positivamente a recuperação morfológica do epitélio intestinal do
desmamado, minimizando essas alterações.
19
Segundo Pluske, Williams e Aherne (1996), uma vez que existe uma relação linear entre
ingestão de alimentos e a altura das vilosidades, e por sua vez a altura das vilosidades é
positivamente correlacionada com o ganho de peso após o desmame, um melhor resultado
pode ser alcançado desde que os leitões desmamados venham a comer suficientemente logo
após a desmama.
Como tratado, o desmame precoce é complexo, uma vez que os leitões são também
imaturos imunologicamente por depender do suprimento de fatores imunes não-específicos
presentes no leite materno para proteção, desenvolvimento e sobrevivência. Este déficit
imunitário coincide com a queda nos níveis de anticorpos passivos e a baixa atividade de
enzimas digestivas (LALLÈS et al., 2007). Assim, qualquer estresse associado a problemas
digestivos e de manejo pós-desmame pode afetar o sistema fisiológico do leitão e aumentar a
possibilidade de enfermidades em momentos críticos do ponto de vista imunológico.
Entretanto, no contexto de exposição a uma série de antígenos associados a patógenos e
bactérias comensais dos alimentos, a imuno-competência pode ser definida como a habilidade
de prover respostas apropriadas aos antígenos, incluindo a habilidade de gerar tolerância aos
alimentos e seus antígenos, assim como ativar as respostas imunes aos patógenos (LALLÈS et
al., 2007).
A ativação do sistema imunológico pode alterar a orientação desejada de
aproveitamento dos nutrientes, principalmente da proteína e da energia, pelo aumento da taxa
metabólica basal, com maior utilização dos carboidratos, de forma que parte expressiva da
glicose disponibilizada pelos alimentos venha ser destinada aos tecidos periféricos e parte
venha ser utilizada na ativação do sistema imunológico, o que leva a uma exigência energética
maior no período (WILLIAMS; STHALY; ZIMMERMAN, 1997). Dong e Pluske (2007)
afirmaram que leitões que demandam esta ativação imunológica apresentaram baixo
desempenho.
Compreendendo estas mudanças importantes na morfologia intestinal na fase de
desmame e os fatores que influem em sua recuperação, podem ser desenhadas dietas mais
adequadas que busquem a redução da atrofia ou facilitem a recuperação (ALLEE;
TOUCHETTE, 1999), melhorem o consumo e reduzam o estresse do desmame (CAMPBEL;
CRENSHAW; POLO, 2013) e que minimizem os problemas de má absorção e de proliferação
microbiana no intestino dos leitões, refletindo diretamente na incidência de diarréia
(PEDROZO, 2002).
20
Dentre as estratégias para reduzir o impacto da transição da dieta, deve-se buscar
produtos que melhoram a ingestão de alimento, influenciam positivamente a morfologia
intestinal e possibilitam níveis aceitáveis de crescimento neste período, mesmo quando o
consumo de alimento for baixo (DONG; PLUSKE, 2007). Atualmente existem diversas
matérias-primas de alta digestibilidade, boa palatabilidade e livres de fatores antinutricionais
que o nutricionista pode utilizar nas formulações quando seu custo estiver mais atrativo.
2.3 Aminoácidos essenciais, condicionalmente essenciais e limitantes
Os aminoácidos são os produtos finais da digestão das proteínas no organismo e
constituem as unidades estruturais através das quais as proteínas corporais são sintetizadas
(ZARDO; LIMA, 1999). Os 20 aminoácidos primários que formam as proteínas corporais são
provenientes da síntese orgânica ou da alimentação. Os primeiros são classificados como não
essenciais, não precisando, portanto ser supridos através das dietas, já os últimos, que são
obtidos exclusivamente a partir da alimentação, (BERTECHINI, 2006) para atender as
demandas necessárias para manutenção, crescimento e reprodução, são chamados
aminoácidos essenciais. Entretanto, em algumas situações a síntese de aminoácidos pode ser
limitada pela disponibilidade de quantidades de nitrogênio metabólico e, sob certas condições,
as taxas de utilização são maiores que a taxa de síntese. Estes aminoácidos são considerados
condicionalmente essenciais (NATIONAL RESEARCH CONCIL, 2012).
Tabela 1 – Classificação dos aminoácidos para suínos
Não essenciais Condicionalmente essenciais Essenciais
Alanina
Arginina
Histidina
Asparagina Cisteína Isoleucina
Aspartato Glutamina Leucina
Glutamato Prolina Lisina
Glicina Tirosina Metionina
Serina
Fenilalanina
Treonina
Triptofano
Valina
Fonte: Adaptado de National Research Concil (2012)
21
Os aminoácidos também podem ser caracterizados como nutrientes limitantes. Este
conceito está apoiado nas relações que os aminoácidos têm com os demais nutrientes da dieta.
Aminoácidos limitantes são aqueles que estão na dieta em uma concentração inferior ao
requerido para o máximo crescimento animal, limitando, portanto, o seu desempenho
(BERTECHINI, 2006).
Neste conceito, quando não há adequação aminoacídica da dieta às demandas
nutricionais dos suínos observa-se redução do ganho de peso, piora da conversão alimentar e
baixo desempenho reprodutivo (PENZ JÚNIOR; VIOLA, 1998). O que determina, portanto, a
relação ideal de aminoácidos para o ótimo aproveitamento nutricional não é o total de
proteína fornecida na dieta, mas a quantidade de aminoácidos necessários para uma nutrição
adequada (ROSTAGNO et al., 2011).
O crescimento animal é dependente de mecanismos de expressão gênica através dos
quais ocorre a síntese de proteínas que são necessárias para o desenvolvimento dos diferentes
tecidos. Esta classe de nutrientes é responsável pela musculatura do suíno, o tecido mais
valorizado no segmento. Num suíno com peso de abate, de 35 a 40% corresponde à
musculatura estriada esquelética, que perfaz aproximadamente 80% de todo tecido muscular e
50% de toda a proteína corporal (GONZALES; SARTORI, 2002).
Para darmos a condição ótima para a expressão desta característica essencial na
produção de suínos, é importante considerar que os fatores que determinam as exigências
nutricionais podem variar com a genética, sexo, o tipo de alimentação, consumo de ração,
disponibilidade de nutrientes, a digestibilidade dos nutrientes, o ambiente, a forma de manejo,
as condições sanitárias, a ativação do sistema imune e o estresse calórico, entre outros.
Consequentemente, as formulações devem ser adequadas de acordo com a variação e
intensidade desses fatores (NOGUEIRA, 2005; ROSTAGNO et al., 2011), e o conhecimento
das exigências nas diferentes fases proporciona melhor desempenho dos animais e
economicidade das dietas (BERTECHINI, 2006).
A formulação com base na determinação de proteína bruta não leva em conta a
digestibilidade dos nutrientes nas diferentes matérias-primas e até mesmo em um mesmo
alimento (KIEFER et al., 2005a), nem considera as necessidades reais de aminoácidos de cada
categoria ou espécie animal, apenas sugere o mínimo de proteína total que esta dieta deve
conter para suprir as exigências fisiológicas e de desempenho, definindo um excesso de
aminoácidos, que deverão ser metabolizados e eliminados nas fezes, acarretando prejuízos
22
econômicos, de eficiência zootécnica e ambiental, pela eliminação do nitrogênio para o
ambiente (NONES et al., 2002).
De maneira geral, o excesso de proteína nas rações causa sobrecarga nos rins e fígado,
pois estes são responsáveis pela eliminação do nitrogênio em excesso. O aumento da excreção
de nitrogênio propicia a ocorrência de problemas sanitários, a diminuição do desempenho
resultando em perdas econômicas (OLIVEIRA et al., 2004; BERTECHINI, 2006).
A disponibilidade de aminoácidos sintéticos e o conhecimento da digestibilidade dos
aminoácidos dos alimentos favoreceram o surgimento do conceito de proteína ideal que se
refere a dietas que possuem o perfil de aminoácidos nas proporções exatas da necessidade
absoluta de todos os aminoácidos requeridos para a manutenção e deposição máxima de
proteína corporal (BERTECHINI, 2006).
Na formulação baseada no conceito da proteína ideal, a relação de aminoácidos da dieta
seria estabelecida de forma a atender sem excesso ou deficiência a exigência destes nutrientes,
permitindo ao nutricionista formular rações mais adequadas às exigências nutricionais de cada
fase e uma utilização mais eficiente dos nutrientes dos alimentos pelos animais, possibilitando
máxima deposição protéica e reduzindo a excreção de nitrogênio (OLIVEIRA et al., 2004;
ZANGERONIMO; FIALHO; LIMA, 2006; LOHMAN et al., 2012). Neste modelo a redução
da porcentagem de proteína bruta da dieta não levaria a danos no desempenho do animal
(OLIVEIRA, 2002) desde que todos os requerimentos nutricionais do período sejam
atendidos (LOHMAN et al., 2012). A suplementação das rações comerciais com aminoácidos
sintéticos facilita o ajuste das formulações, possibilitando a obtenção dos níveis exigidos de
aminoácidos essenciais (OLIVEIRA et al., 2004).
O maior entrave para o uso de dietas formuladas sob a condição de proteína ideal está
no risco que a eventual limitação de um aminoácido pode provocar sobre a utilização dos
demais. Neste sentido, o conceito de proteína ideal implica em conhecer efetivamente os
ingredientes da ração, com destaque aos ingredientes bases da suinocultura nacional, milho e
soja, que têm uma relação de aminoácidos amplamente conhecida e que permite que as
formulações sejam dirigidas em função dos mesmos (NOGUEIRA et al., 2012).
Segundo Nogueira (2005), rações com altos níveis de proteína bruta durante o período
de creche são inadequadas para leitões, pois favorecem a ocorrência de desordens intestinais.
Segundo Dong e Pluske (2007), neste período a digestão protéica dos leitões fica reduzida em
função da transição de dieta; pela imaturidade do sistema digestório, que produz menos ácido
clorídrico e enzimas para digestão de proteínas; pelo estresse sócio-ambiental, entre outros
23
fatores. O aumento de proteína não digerida eleva o pH intestinal e fornece substrato para a
proliferação de microrganismos patogênicos no intestino, alterando o balanço hidroeletrolítico
no órgão, podendo levar à diarréia e menor desempenho dos animais (NOGUEIRA, 2005;
DONG; PLUSKE, 2007).
Os leitões desmamados são especialmente sensíveis à quantidade e à qualidade da
proteína da dieta devido ao aumento do requerimento energético da fase; a uma capacidade de
ingestão limitada; e pela susceptibilidade a processos entéricos, dada a maior presença de
proteína não digerida no intestino grosso. Neste contexto, a proteína dietética deve ser de alta
qualidade e digestibilidade, e as fontes protéicas serem isentas ou conter baixas doses de
fatores antinutricionais (MEDEL; LATORRE; MATEOS, 1999; DONG; PLUSKE, 2007).
A suplementação da ração com aminoácidos sintéticos industriais possibilita o
balanceamento destas rações com uma menor inclusão de ingredientes protéicos, resultando,
assim, na diminuição do nível de proteína bruta, sendo então uma estratégia utilizada para
diminuir custos com formulação, reduzindo ingredientes protéicos de alta digestibilidade que
encarecem a ração ou ingredientes de baixa digestibilidade que podem agir como fatores
antinutricionais, prejudicando a saúde intestinal do leitão (ROSTAGNO et al., 2011).
Para a aplicabilidade deste conceito levam-se em conta os principais aminoácidos
limitantes em dietas de suínos, que são a lisina, a metionina, a treonina e o triptofano
(BERTECHINI, 2006). A lisina é o principal aminoácido responsável pelo incremento
protéico muscular, com 6,5 a 7% de participação, sendo, portanto, um aminoácido limitante
do crescimento muscular de suínos (MACHADO; FONTES, 2005).
Sendo assim, considerando-se que a proteína bruta do alimento não estabelece a
composição em aminoácidos e que o balanceamento das dietas através deste parâmetro é
deficiente, estabelece-se a necessidade de se trabalhar com valores em aminoácidos, através
das necessidades do animal e da composição dos alimentos, com atenção aos mais limitantes.
Dessa forma, para os suínos com dieta à base em milho e farelo de soja, os aminoácidos mais
limitantes em ordem de importância são lisina, triptofano, treonina e metionina (ZARDO;
LIMA, 1999).
O uso do conceito de proteína ideal consiste em selecionar um aminoácido como
referência (SOUZA et al., 2009) e basear as exigências dos outros aminoácidos por meio de
um percentual do aminoácido referência, sendo imprescindível que estas percentualidades
sejam respeitadas no momento da formulação (ARAÚJO et al., 2001).
24
Neste conceito, o aminoácido padrão utilizado é a lisina e, desta maneira, todos os
demais aminoácidos são expressos em relação à sua participação ou demanda (CHUNG;
BAKER, 1992). Esta referência nutricional se deve ao fato da lisina ser um aminoácido
estritamente essencial, não sintetizada pelos suínos, e também por ser o primeiro aminoácido
limitante para a síntese de proteína muscular (SOUZA et al., 2009), ou seja, a deposição de
proteína corporal é limitada se não há lisina disponível para o metabolismo, enquanto os
demais aminoácidos são catabolizados como fonte de energia (BERTECHINI, 2006;
NOGUEIRA et al., 2012).
A lisina também é referência porque sua determinação laboratorial nos ingredientes, nas
rações e nos tecidos corporais é acurada; suas exigências nutricionais para todas as categorias
e faixas etárias dos suínos são amplamente e bem definidas; e ainda porque sua
suplementação é economicamente viável por meio de L-Lisina industrial (NOGUEIRA,
2005).
Atualmente a suplementação com aminoácidos é uma prática comum no arraçoamento
de suínos, permitindo uma otimização da relação custo de produção/desempenho dos animais.
Assim a lisina, a metionina, a treonina e o triptofano participam das formulações, permitindo
a redução do teor de proteína bruta mantendo-se os níveis recomendados dos aminoácidos
essenciais (ROSTAGNO et al., 2011).
A metionina é normalmente o segundo aminoácido limitante nas dietas à base de milho
e farelo de soja para suínos (MICHELS; CELLA; BERTOLDO, 2011). Este aminoácido
sulfurado funciona como doador de radicais metil para a biossíntese de carnitina, creatina,
poliaminas, epinefrina, colina e melatonina, componentes corporais fundamentais para o
desenvolvimento padrão dos animais (KIEFER et al., 2005b).
A treonina pode ser o segundo ou terceiro aminoácido limitante para leitões alimentados
à base de milho e farelo de soja (RIBEIRO; PEDROZZO; KESSLER, 2006). É responsável
por integrar proteínas do sistema imune, formar a estrutura de imunoglobulinas, do sistema
gastrointestinal, a partir da mucina, e participa também da síntese protéica muscular. Devido a
esses papéis no organismo, sua exigência em relação à lisina e ao consumo do animal
aumenta com a idade e o peso do animal (PEDERSEN; BOISEN; FERNANDEZ, 2002).
O triptofano tem sido considerado o terceiro ou quarto aminoácido limitante em dietas à
base de milho e farelo de soja para leitões. É um dos principais aminoácidos relacionados ao
controle de apetite por ser precursor de substâncias importantes como a serotonina (DONG;
PLUSKE, 2007; OLIVEIRA JUNIOR, 2012) e seu uso tem sido sugerido para leitões em fase
25
inicial de crescimento visando aumentar o consumo de alimentos destes animais
(NOGUEIRA, 2005).
Segundo Nogueira (2005), o uso de aminoácidos industriais, que são aminoácidos livres
e prontamente absorvíveis, permite a formulação de rações com níveis reduzidos de proteína
bruta e adequação do consumo dos aminoácidos essenciais, com consequente melhora no
desempenho de leitões em crescimento e porcas sob estresse térmico, além de trazer
benefícios ambientais pela redução das perdas de nutrientes não digeridos nas fezes.
2.4 Valina
A valina é um aminoácido essencial e é o quarto ou quinto aminoácido limitante para
suínos nas rações comumente utilizadas na América Latina (FIGUEROA et al., 2003;
GAINES et al., 2011). Entretanto, quando ingredientes alternativos são utilizados em uma
dieta a base de milho e farelo de soja, a ordem de limitação dos aminoácidos torna-se incerta
(LORDELO et al., 2008).
A valina e a isoleucina são similares na estrutura e juntamente com a leucina, pertencem
ao grupo dos aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA’s). Também possuem funções
fisiológicas semelhantes, como a regulação da tradução e início da síntese de proteína em
vários tecidos (SHIMOMURA; YAMAMOTO; BAJOTTO, 2006).
A L-Valina, a valina sintética, é fabricada a partir da fermentação de fontes de
carboidrato, por extração de hidrolisados de proteína animal e também por resolução ótica da
forma DL, que é produzida por síntese química usando isobutilaldeído como material de
partida (AJINOMOTO, 2011).
Assim como a lisina, a treonina, a metionina e o triptofano, a valina é importante para a
deposição protéica, uma vez que rações deficientes em valina reduzem a eficiência de
utilização dos primeiros aminoácidos limitantes para deposição muscular (CHUNG; BAKER,
1992). Segundo Shimomura, Yamamoto e Bajotto (2006), a valina possui a função de
regulação da tradução e início da síntese de proteína em vários tecidos. Ou seja, se a proteína
bruta da dieta for reduzida, é necessária a suplementação de valina para se atender às
exigências de desempenho dos leitões.
Segundo Barea et al. (2009), a suplementação de dietas à base de milho e farelo de soja
para leitões de 10 a 25 kg com os aminoácidos lisina, metionina, treonina, triptofano, valina
(0,19%), isoleucina e histidina resultaram em aumento do consumo e ganho de peso.
26
De acordo com Lordelo et al. (2008), a suplementação de valina (0,15%) em uma dieta
com redução protéica (17% PB) para leitões entre 28 e 56 dias de idade com peso inicial de
6,92 ± 0,61 kg melhorou o consumo e a taxa de crescimento dos leitões, quando em
comparação a uma dieta controle (17% PB) sem suplementação deste aminoácido, porém sem
efeitos sobre a eficiência alimentar. Para os autores, dietas de baixa proteína bruta baseadas
em milho, farelo de soja e trigo, desde que suplementadas com lisina, triptofano, treonina,
metionina e valina, podem resultar em desempenho ótimo dos leitões.
Figueroa et al. (2003) observaram que a adição de valina (0,28%) a uma dieta com
redução protéica (11% PB), suplementada com lisina, triptofano, treonina, e em alguns casos
metionina, elevaram o consumo e o ganho de peso diário, mas não aumentaram a eficiência
alimentar em marrãs entre 20 a 45 kg. Trabalhando também com monogástrico, Campos et al.
(2012) observaram que a adição de valina resultou em melhor ganho de peso e conversão
alimentar de aves no período inicial (7 a 21 dias), e melhor ganho de peso no período de
crescimento (28 a 40 dias de idade).
Russell, Kerr e Easter (1987) observaram melhora no ganho diário de peso e ausência
de efeitos na conversão alimentar de suínos entre 20 a 45 kg quando a valina participou de
uma dieta a base de milho e farelo de soja com 11% de proteína bruta suplementada com
0,40% de L-Lisina.
Segundo James et al. (2001), leitões em fase de creche (28 a 49 dias de idade)
recebendo dietas com 14,2% de proteína bruta suplementadas com diferentes níveis de valina
apresentaram maior ganho diário de peso e melhor conversão alimentar quando comparados
com leitões que foram tratados com uma dieta controle sem valina.
Para Gaines et al. (2011), leitões de 13 a 32 kg ao receberem uma dieta deficiente em
valina demonstraram pior desempenho quando comparados com animais que consumiram
rações com a suplementação (0,055; 0,111; 0,146; 0,165; 0,221 e 0,278%) deste aminoácido.
Também observaram que leitões desmamados recebendo dietas suplementadas com valina
apresentaram melhor recuperação no desempenho quando comparados com animais
recebendo as dietas sem valina.
A adição de valina a uma dieta a base de milho e farelo de soja com 11% de proteína
bruta suplementada com lisina, triptofano e treonina para leitões em crescimento (21 a 38 kg)
resultou em melhora no ganho de peso diário, mas não afetou a eficiência alimentar
(RUSSELL; KERR; EASTER, 1987). Com base nos resultados deste trabalho, a valina foi
27
determinada como o quarto aminoácido limitante. Entretanto os próprios autores concluem
que este resultado não é definitivo e que outras possibilidades não devem ser excluídas.
De acordo com Theil, Fernandez e Danielsen (2004), a redução do nível de proteína
bruta não afetou o ganho de peso diário ou a taxa de conversão alimentar em leitões
desmamados, e a redução da relação valina: lisina de 72% para 59% diminuiu o ganho de
peso diário de 457 para 361 g/dia e, concomitantemente, aumentou a taxa de conversão
alimentar. Os autores observaram que a redução do fornecimento de proteína bruta e
aminoácidos essenciais em 15% diminuíram a taxa de crescimento em 8%.
Roux et al. (2011) conduziram um experimento para determinar o quinto aminoácido
limitante em uma dieta à base de milho e farelo de soja com 0,335% de L-lisina para leitões
entre 20 a 45 kg. A isoleucina e a valina foram calculadas para serem deficientes nesta dieta,
entretanto, quando estes aminoácidos foram suplementados individualmente, não houve
melhora no ganho diário de peso ou na conversão alimentar, indicando que eles são
igualmente limitantes, ou que algum outro nutriente é limitante.
Este resultado difere do encontrado por Russell, Kerr e Easter (1987) e Figueroa et al.
(2003), no qual, respectivamente, observaram uma melhora no ganho diário de peso e
ausência de efeitos na conversão alimentar de suínos entre 20 a 45 kg, quando a valina
participou de uma dieta a base de milho e farelo de soja com 11% de proteína bruta
suplementada com 0,40% de L-Lisina. Os autores verificaram que a valina era o quarto ou
quinto aminoácido limitante, seguido pela histidina ou isoleucina, numa dieta a base de milho
e soja com 11% de proteína bruta, suplementada com lisina, metionina, treonina e triptofano.
Nyachoti et al. (2006), trabalhando com leitões com peso vivo inicial de 6,2 kg
observaram uma redução no ganho de peso diário dos leitões quando a proteína bruta da ração
foi reduzida de 21,0 para 17,0%, revelando que as rações experimentais apresentaram
deficiência de isoleucina e valina, sugerindo que a valina e algum outro aminoácido essencial
poderiam ter limitado o desempenho dos animais.
Para Brudevold e Southern (1994) a adição de valina em dietas com 12% de proteína
bruta não resultou em melhor desempenho de leitões com peso entre 10 e 20 kg, sendo que a
adição de histidina, isoleucina e triptofano foi necessária para que o crescimento fosse
semelhante ao obtido com a dieta controle positivo (21,81% de proteína bruta). Os resultados
deste trabalho sugerem que tanto a valina como a histidina, isoleucina e triptofano podem ser
os terceiros aminoácidos limitantes em dietas a base de sorgo e farelo de soja, sendo lisina e
28
metionina o primeiro e segundo aminoácidos limitantes, respectivamente (BRUDEVOLD;
SOUTHERN, 1994).
Por outro lado, Mavromichalis et al. (1998) estudando a ordem de limitação dos
aminoácidos em dietas complexas (à base de milho, farelo de soja e soro de leite) com
redução protéica (13,5% PB, 0,64% lisina) para leitões entre 35 e 56 dias de idade (PI = 8,8
kg) observaram que suplementação de valina (0,71%) melhorou o consumo e o ganho de peso
dos leitões em comparação a uma dieta controle (19,2% PB, 1,15% lisina) sem
suplementação, porém sem efeitos sobre a eficiência alimentar. Para estes autores os
resultados encontrados sugerem em dietas à base de milho e farelo de soja com redução
protéica (13,5% PB) suplementadas com 8% de soro de leite para leitões de 10 kg, a lisina é o
primeiro aminoácido limitante e triptofano, treonina, metionina e valina são igualmente
segundo limitante.
Lohmann et al. (2012), avaliando níveis crescentes de valina digestível (0,60, 0,67,
0,74, 0,81 e 0,88%) para suínos machos castrados dos 15 aos 30 kg de peso, utilizando rações
à base de milho e farelo de soja (15,2% de proteína bruta, 1,15% lisina) suplementadas com
lisina, metionina, treonina, triptofano, valina, isoleucina e ácido glutâmico, observaram que
não houve influência dos níveis de valina digestível para CDR e CA.
Mavromichalis et al. (1998), Lordelo et al. (2008) e Lohmann et al. (2012) encontraram
resultados semelhantes onde não houve influência da suplementação de valina para a
conversão alimentar. Entretanto, Mavromichalis et al. (1998) verificaram que a eficiência
alimentar piorou em leitões alimentados com uma ração controle negativo (13,50% de
proteína bruta, sem adição de valina), em relação a leitões alimentados com um nível
adequado de valina (19,20% de proteína bruta, sem adição de valina).
2.5 Glutamina e Ácido Glutâmico
Segundo Wu et al. (2011) a glutamina foi por muito tempo ignorada na nutrição animal,
fato que pode ser explicado por dois motivos. Primeiramente, haviam dificuldades técnicas
em analisar a glutamina em alimentos e proteína animal porque a glutamina é completamente
convertida em glutamato sob condições ótimas de hidrólise ácida. Segundo, porque os
nutricionistas tinham pouco conhecimento sobre este aminoácido.
De acordo com Wu et al. (2011), a glutamina é tradicionalmente considerada um
aminoácido não essencial, sintetizado de acordo com a necessidade do organismo. É o
29
aminoácido livre mais abundante no plasma, músculo esquelético, fluído fetal e no leite, onde
a glutamina e o acido glutâmico livres estão presentes em razões elevadas. Porém, em
situações de estresse ou outros momentos que ocasionam um catabolismo intenso como a
lactação ou o período de desmame, a glutamina não é produzida em quantidade suficiente
para atender às exigências nutricionais das categorias envolvidas, apesar da sua condição de
aminoácido não essencial (DOMENEGHINI et al., 2006). Por isso a glutamina pode ser
considerada um aminoácido condicionalmente essencial, pois dependendo do estado
fisiológico ou da saúde do animal, a glutamina deverá ser suplementada na dieta (MANSO,
2006).
O ácido glutâmico é um aminoácido não-essencial, glicogênico, fabricado por
fermentação a partir de fontes de carboidrato. Em seu metabolismo, por desaminação é
convertido a ácido a-cetoglutárico, que é um importante substrato para o ciclo de Krebs. É
usado para a síntese do glicogênio pelo ácido succínico, ácido fumárico, ácido málico, ácido
oxaloacético, etc. É mutuamente transformado com a prolina via ácido-Y-semialdeído
glutâmico. O ácido glutâmico tem uma função chave nas vias metabólicas dos aminoácidos
como um fator principal nos processos de transaminação e um profundo envolvimento no
metabolismo de carboidratos e ácidos graxos. Através de transformação mútua para
glutamina, ele controla o armazenamento e a liberação de amônia. No cérebro, ele age como
um substrato chave para a detoxificação da amônia sendo concomitantemente metabolizado
no neurotransmissor ácido gama-aminobutírico (GABA) sob a ação de descarboxilases e
precursor da glutationa, um antioxidante intracelular que auxilia na manutenção da
integridade intestinal (AJINOMOTO. 2013).
A glutamina apresenta funções únicas no organismo, o que reforça seu papel relevante
tanto em estados normais como fisiopatológicos (Figura 1), principalmente para o trato
gastrointestinal, o principal órgão de consumo e utilização da glutamina. É utilizada em altas
taxas por células de divisão rápida, como enterócitos e leucócitos, fornecendo energia e
favorecendo a biossíntese de nucleotídeos, além de atuar tanto no anabolismo protéico quanto
na promoção do processo de adaptação e crescimento de tecidos altamente especializados
(BORGES; ROGERO; TIRAPEGUI, 2008; WU et al., 2011). Para Domeneghini et al. (2006),
a deficiência na disponibilidade de glutamina pode levar à atrofia das vilosidades intestinais e
diminuição nas defesas do organismo.
30
Figura 1 – Funções da glutamina. (GABA = ácido gama-aminobutírico)
Fonte: Borges et al. (2008)
De acordo com Pierzynowski et al. (2001) e Wu et al. (2011), a glutamina desempenha
papel-chave na manutenção da estrutura e função intestinal, sendo indispensável como
combustível metabólico para ser oxidado pela mucosa intestinal, além de importante fonte de
nitrogênio para as células de divisão rápida, como enterócitos e linfócitos, com regulador na
expressão dos genes e múltiplas sínteses metabólicas para a síntese de hexosaminas
(componentes de glicoproteínas e aminoaçúcares), para a síntese de ácidos nucléicos como
purinas e pirimidinas, que são fundamentais para a manutenção da integridade intestinal
(ABREU; DONZELE, 2008; MOLINO et al., 2012).
Para Abreu et al. (2010) a inclusão de glutamina (1%), isoladamente, a uma dieta à base
de milho e farelo de soja com 22% de proteína bruta (1,4% lisina digestível) não foi eficiente
(P>0,05) em melhorar o desempenho de leitões entre 21 e 42 dias de idade e também não
influenciou a morfologia intestinal. Segundo estes autores, o baixo grau de desafio sanitário
no período experimental pode justificar a ausência de efeito da glutamina no desempenho dos
animais. Entretanto, a associação da glutamina com plasma suíno (2%) promoveu melhores
31
respostas para ganho de peso diário e consumo de ração. Os autores atribuíram estes
resultados ao estímulo do plasma no apetite dos animais.
Por outro lado, Lopes e Rostagno (2007) avaliaram o desempenho e a incidência de
diarréia em leitões desmamados aos 21 dias de idade, comparando os efeitos dos diferentes
níveis de inclusão de L-Glutamina + L-Ácido Glutâmico com uma dieta controle positivo
contendo 4% de plasma. Os autores observaram que a inclusão de 0,8% dos aminoácidos
promoveu melhores taxas de ganho de peso, de conversão alimentar e índices de diarréia, em
relação ao controle (4% plasma).
O uso de glutamina na dieta de leitões tem mostrado resultados positivos na manutenção
da estrutura morfológica do intestino ao desmame, tendo em vista a ação trófica direta sobre a
mucosa intestinal, contribuindo para sua renovação ou integridade (PLUSKE; WILLIAMS;
AHERNE, 1996; WU; MEIER; KNABE, 1996; ABREU et al., 2010; CALDARA et al.,
2010).
Wu, Meier e Knabe (1996) e Lopez, Borbolla e German (1997) observaram que a
inclusão de 1% de glutamina na dieta de leitões dos 7 aos 28 dias de idade melhorou a
integridade da mucosa intestinal, evitando parte dos efeitos deletérios na morfologia intestinal
após o desmame. Wu, Meier e Knabe (1996) também observaram que a inclusão de 1% de
glutamina em dietas á base de milho e farelo de soja (21,09% PB e 1,30% lisina digestível)
proporcionou melhora de 25% na conversão alimentar e evitou a atrofia dos vilos, além de
melhorar a resposta imune frente à infecção por Escherichia coli, reforçando a hipótese da
ação benéfica da glutamina na integridade do trato intestinal, com consequente melhora na
digestão e na absorção de nutrientes na fase pós-desmame (CERA et al., 1988). Da mesma
forma, Yi et al. (2005) observaram que a suplementação de dietas à base de milho e farelo de
soja (22,71% PB, 1,6% lisina digestível) com lisina, metionina, treonina e glutamina (2%)
melhorou o desempenho e as repostas imunes, e evitou a atrofia dos vilos em leitões com peso
inicial de 5,32 kg, desmamados aos 17 ± 2 dias de idade e desafiados com E. coli K88+. Para
Wu et al. (2011) estes achados indicam que a glutamina é um aminoácido nutricionalmente
essencial para leitões no período de desmame.
Segundo Molino et al. (2012), a suplementação de rações à base de milho e farelo de
soja de leitões desmamados aos 21 dias de idade com lisina, metionina, treonina e triptofano,
com a adição de 0,8% (dos 21 aos 35 dias) e 0,6% (dos 36 aos 49 dias) de L-Glutamina + L-
Ácido Glutâmico com diferentes níveis de lactose (4 ou 8%) e 21% de proteína bruta afetou
positivamente o ganho de peso de leitões entre 21 e 49 dias de idade (PI = 6,12 ± 0,70 kg) e
32
aumentou a altura das vilosidades de duodeno, jejuno e íleo, independente da adição de
lactose.
Domeneghini et al. (2004), trabalhando com leitões dos 21 aos 49 dias de idade (PI =
4,97 kg), comparando uma dieta base controle isoprotéica (18% PB) suplementada com lisina,
metionina e treonina com dietas suplementadas com glutamina (0,5%) associada ou não a
nucleotídeos (0,05%), observaram aumento significativo para altura de vilos e profundidade
de criptas, e conseqüente redução na relação vilosidade: cripta do íleo para a dieta
suplementada com glutamina (independente da adição de nucleotídeos), demonstrando o
efeito positivo deste aminoácido sobre o crescimento e a maturação da mucosa ileal.
Yu et al. (2002) observaram maior tamanho das vilosidades do duodeno e jejuno e
melhor consumo alimentar em leitões desmamados recebendo uma dieta suplementada com
glutamina (1%) e nucleotídeos (1.000 ppm).
Alguns estudos mostram que a glutamina modula a resposta inflamatória no intestino.
Esse fato é de extrema importância, uma vez que a intensificação da resposta inflamatória do
epitélio intestinal, após colonização bacteriana, pode acarretar um aumento da expressão de
mediadores pró-inflamatórios como a interleucina (IL-8), que estimula a migração de
leucócitos polimorfonucleares na fase inicial da inflamação, podendo levar à lesão tecidual
local e também de outros órgãos (BORGES; ROGERO; TIRAPEGUI, 2008).
Segundo Neu e Li (2007), dentre os mecanismos propostos para explicar de que forma a
glutamina regularia a resposta inflamatória originada no intestino e a subsequente propagação
desta para outros órgãos, estão: aumento da capacidade antioxidante do intestino por meio do
aumento da síntese de glutationa, diminuição da apoptose de células intestinais, preservação
da integridade da barreira intestinal e modulação direta da resposta inflamatória. Outro
mecanismo proposto para a modulação da inflamação pela glutamina refere-se à manutenção
da integridade das junções intercelulares, visto que alterações na barreira paracelular podem
permitir a passagem de antígenos que estimulariam a resposta inflamatória.
A suplementação com glutamina diminui a suscetibilidade a apoptose de enterócitos e
aumenta a altura dos vilos em leitões após o desmame. Além disso, a suplementação com
glutamina e nucleotídeos atua sinergicamente no estímulo à proliferação celular intestinal
(DOMENEGHINI et al., 2004).
Embora seja considerado um aminoácido não-essencial, estudos recentes demonstram
que o estoque de glutamina endógena e a capacidade de síntese podem não ser suficientes
para suprir as necessidades do organismo durante longos períodos de estresse, estados
33
hipercatabólicos e hipermetabólicos, ou durante jejum prolongado (BOZA et al., 2000;
CLAEYSSENS et al., 2000). Em função do estresse a que os leitões são submetidos no
período do desmame e a redução drástica na ingestão de alimento, é possível que seus
estoques de glutamina sejam reduzidos. Isso explicaria a resposta positiva na redução do
tempo de renovação da mucosa intestinal dos leitões que receberam ração suplementada com
glutamina (CALDARA et al., 2010).
A suplementação com glutamina na dieta de suínos tem-se apresentado benéfica na
maioria dos trabalhos publicados, tanto sobre o desempenho animal como na manutenção da
integridade da mucosa intestinal, principalmente em condições onde exista desafio, tornando-
se uma ferramenta importante para o bom desenvolvimento e mantença do estado fisiológico
de animais em condições de depressão ou estresse.
34
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43
4 OBJETIVOS
4.1 Objetivo geral
Avaliar os efeitos da suplementação dietética de L-Valina e da associação L-
Glutamina + L-Ácido Glutâmico em rações formuladas para atender as exigências de leitões
nas fases pré-inicial I (24 aos 35 dias de idade), pré-inicial II (36 aos 46 dias de idade) e
inicial (47 aos 65 dias de idade).
4.2 Objetivos específicos
Avaliar o desempenho zootécnico de leitões submetidos a dietas com L-Valina e L-
Glutamina + L-Ácido Glutâmico no período de creche.
Identificar os efeitos das dietas sobre a frequência de diarréia.
Avaliar os efeitos do uso de L-Valina e da associação da L-Glutamina + L-Ácido
Glutâmico sobre o peso de vísceras, pH e morfologia do intestino delgado dos leitões.
Avaliar a viabilidade econômica da inclusão destes aminoácidos na dieta de leitões
pós-desmame.
44
5 ARTIGO PARA PUBLICAÇÃO 1
2
Uso de L-valina e L-glutamina + L-ácido glutâmico em dietas para leitões no 3
período pós-desmame 4
5
RESUMO - Para avaliar os efeitos da suplementação de valina (Val) e glutamina 6
+ ácido glutâmico (Glut) em rações complexas à base de milho e farelo de soja sob 7
desempenho, incidência de diarréia, peso dos órgãos, pH da digesta, morfologia 8
intestinal e sua viabilidade econômica para leitões nas fases pré-inicial I (24 aos 35 dias 9
de idade), pré-inicial II (36 aos 46 dias) e inicial (47 aos 65 dias), foram utilizados 72 10
leitões (PV = 7,53 ± 0,84 kg), recebendo uma dieta chamada controle (Cont), não 11
suplementada, e outras três, contendo Glut; ou Glut+Val; ou Val. O delineamento 12
experimental foi de blocos ao acaso, com seis repetições e três suínos por unidade 13
experimental. Dos 47 aos 65 dias os animais receberam a mesma dieta experimental 14
controle. Não foram observados efeitos para o desempenho nos períodos pré-iniciais I e 15
II, porém para o período total (24 a 65 dias) os leitões recebendo Glut+Val consumiram 16
menos ração e tiveram melhor CA, em relação aos tratados com Val. Observou-se efeito 17
para a ocorrência de diarréia no período inicial entre os tratamentos Cont e Glut, com 1 18
e 6 animais, respectivamente, apresentando quadros diarréicos. Os leitões recebendo 19
Val apresentaram maior peso de estômago. Para os parâmetros morfométricos, houve 20
maior profundidade de cripta do íleo dos leitões recebendo a ração Glut, em relação à 21
Cont e Val. A relação vilo: cripta foi menor para a dieta Val, quando comparada à Cont. 22
A suplementação com valina proporcionou melhor viabilidade econômica às rações Val. 23
Concluiu-se que os aminoácidos estudados e sua associação não afetaram os parâmetros 24
de desempenho e morfométricos de leitões em fase de creche, e que a valina pode 25
proporcionar vantagem econômica por favorecer a formulação com fontes protéicas 26
alternativas. 27
28
Palavras-chave: creche, desempenho, glutamina, intestino, suínos, valina 29
30
45
Use of dietary L-valine and L-glutamine + L-glutamic acid in post-weaned piglets 31
32
ABSTRACT - To evaluate the effects of supplementation of valine and glutamine 33
+ glutamic acid in complex diets based on corn and soybean meal on performance, 34
diarrhea incidence, organ weight, pH of digesta, intestinal morphology and viability 35
economical for piglets in the pre-starter I (24 to 35 days old), pre-starter II (36 to 46 36
days) and starter (47 to 65 days), 72 piglets were used (PV = 7.53 ± 0, 84 kg) receiving 37
a diet called control (Cont), unsupplemented, and three other, containing Glut, or 38
Glut+Val, or Val. The experimental design was a randomized block with six replicates 39
and three pigs per experimental unit. From 47 to 65 days the animals received the same 40
experimental control diet . No effects were observed for the performance parameters in 41
the pre-starter I and II, but for the full term (24-65 days) piglets fed Glut+Val consumed 42
less food and had better feed: gain ratio compared to those treated with Val. Effect was 43
observed for the occurrence of diarrhea in the initial period between control treatment 44
and Glut with 1 and 6 animals, respectively, presenting diarrhea. There was effect for 45
stomach weight of piglets receiving treatment Val. For morphometric parameters the 46
supplementation of Glut, compared to Cont and Val increased the crypt depth of the 47
ileum. The villous: crypt ratio relation was lower for Val treatment, when compared to 48
Cont. There was economic advantage to the diets supplemented with valine. It was 49
concluded that the amino acids studied and its association did not affect the 50
performance and morphometric parameters of piglets under nursery phase, and valine 51
can provide economic advantage by encouraging the formulation with alternative 52
protein sources. 53
54
55
Key words: glutamine, gut, nursery, performance; swine, valine 56
57
46
INTRODUÇÃO 58
59
A associação dos fatores estressantes relacionados ao desmame precoce de leitões 60
normalmente resultam em redução no consumo, especialmente na primeira semana, 61
caracterizando o baixo desempenho apresentado pelos animais neste período (Campbel 62
et al., 2013). Como conseqüência verifica-se maior descamação do epitélio intestinal, 63
resultando em atrofia de vilos e aumento na profundidade de cripta, diminuindo as 64
capacidades digestivas e absortivas do intestino delgado (Scandolera et al., 2005). Desta 65
forma, as dietas pré-iniciais e iniciais representam uma importante ferramenta na 66
superação dos desafios inerentes ao processo de desmame. 67
A glutamina é um aminoácido especialmente utilizado pelos tecidos com altas 68
taxas de renovação celular, como a mucosa intestinal e seus enterócitos, principalmente 69
em estados de estresse, como o desmame, favorecendo a recuperação das vilosidades 70
intestinais e a melhora das defesas do organismo (Xiao et al., 2012). Este quadro, por 71
sua vez, contrasta com o reduzido aporte que o leitão passa a receber do aminoácido, 72
antes provenientes pelo leite da porca (Tucci et al., 2011). 73
Na composição das dietas tradicionais no Brasil, à base de milho e farelo de soja, 74
a valina é considerada o quarto ou quinto aminoácido limitante para suínos (Gaines et 75
al., 2011), e assim como os demais aminoácidos limitantes, a valina é importante para 76
deposição protéica , uma vez que sua deficiência pode limitar a utilização dos primeiros 77
aminoácidos limitantes (Chung & Baker, 1992). Sua utilização nas formulações permite 78
a redução da proteína bruta na dieta e, consequentemente, da incidência de diarréia, 79
além de um melhor balanceamento das dietas, determinando melhor desempenho dos 80
animais, e de permitir também às formulações a oportunidade de complementá-las com 81
47
ingredientes protéicos alternativos ou regionais, resultando em redução de custos 82
(Nogueira, 2005). 83
Há poucos estudos sobre os efeitos do uso associado de glutamina, ácido 84
glutâmico e valina em formulações para leitões. Diante do exposto, o objetivo deste 85
trabalho foi avaliar a influência destes aminoácidos sobre a morfologia intestinal, peso 86
de órgãos e desempenho zootécnico de leitões em fase inicial de crescimento. 87
88
MATERIAL E MÉTODOS 89
90
O experimento foi conduzido nas instalações de creche do Setor de Suinocultura 91
da Fazenda Escola da Universidade Estadual de Londrina durante os meses de abril e 92
maio de 2012, com duração de 42 dias. Foram utilizados 72 leitões de genética 93
comercial, desmamados com idade média inicial de 23 dias e peso médio de 7,53 ± 0,84 94
kg. Os animais passaram previamente por um período de adaptação, recebendo uma 95
dieta base identificada com a dieta controle desde o 10º até o 23º dia de idade, quando 96
foram transferidos da maternidade para a creche, onde foram alojados em uma 97
instalação de alvenaria, com pé direito de 3,0 m, e com cortinas nas laterais para 98
auxiliarem no controle da ventilação. Os animais ocuparam 24 baias de estrutura 99
metálica suspensa, com 1,5m2, com piso ripado plástico, equipadas com lâmpada 100
infravermelha para aquecimento, bebedouro tipo chupeta e comedouro tipo calha com 4 101
bocas. 102
Para o monitoramento do ambiente, durante o período experimental, foram 103
instalados no interior do galpão dois data loggers da marca HOBO®, um de cada lado 104
do galpão, na altura dos animais, nos quais as temperaturas e umidades relativas do ar 105
foram obtidos dos data loggers no fim do período experimental. Também foi instalado 106
48
um termômetro de máxima e mínima na altura do piso das baias para monitoramento 107
diário do conforto térmico e auxílio no controle das cortinas. As temperaturas mínimas 108
e máximas médias da creche, registradas no período experimental, foram de 23,14 ± 109
1,24°C e 28,71 ± 2,66°C, respectivamente. A umidade relativa média do ar, pela manhã 110
e pela tarde, foi de 77,21 ± 6,2% e 60,27 ± 10,51%, respectivamente. 111
Os animais foram distribuídos em um delineamento experimental em blocos ao 112
acaso, com 4 tratamentos, 6 repetições e 3 animais por unidade experimental (baia). 113
Como critério para a formação dos blocos foi adotado o peso médio inicial, sendo 114
alojados por baia 2 machos castrados e 1 fêmea. 115
As exigências nutricionais dos animais e a composição dos ingredientes foram 116
baseadas nas recomendações de Rostagno et al. (2011), e as rações experimentais foram 117
formuladas para as fases pré-inicial I (administrada dos 24 aos 35 dias de idade), pré-118
inicial II (oferecida dos 36 aos 46 dias de idade) e inicial (ofertada dos 47 aos 65 dias de 119
idade). Rações e água foram fornecidas à vontade durante todo o período experimental. 120
A inclusão de L-Glutamina + L-Ácido Glutâmico e L-Valina se deu apenas 121
durante as fases pré-inicial I e pré-inicial II. Todos os animais receberam a mesma ração 122
experimental no período de 47 a 65 dias de idade para se avaliar os efeitos dos 123
tratamentos experimentais ao final do período de creche. 124
Os aminoácidos sintéticos utilizados foram L-Lisina, Metionina Hidroxi Análoga 125
(MHA), L-Treonina, L-Triptofano, L-Valina e L-Glutamina + L-Ácido Glutâmico 126
(AminoGut®), onde os níveis destes aminoácidos alcançaram ou excederam 127
ligeiramente as recomendações sugeridas por Rostagno et al. (2011). 128
As rações experimentais, à base de milho, farelo de soja, soro de leite em pó e 129
suplemento vitamínico e mineral, consistiram de uma dieta chamada controle (Cont), 130
sem a suplementação de valina e/ou glutamina + ácido glutâmico, e outras três, 131
49
contendo glutamina + ácido glutâmico (Glut); ou glutamina + ácido glutâmico + valina 132
(Glut + Val); ou valina (Val), formuladas para atender as exigências nutricionais 133
preconizadas por Rostagno et al. (2011). A composição percentual calculada para as 134
dietas estudadas estão representadas nas Tabelas 2 e 3. 135
136
Tabela 2 - Composição centesimal das rações experimentais para leitões na fase pré-137
inicial I (24 aos 35 dias de idade). 138
Ingredientes (%) Pré-Inicial I
Contª Glutª Glut + Valª Valª
Milho 37,724 36,948 38,880 39,769
Protenose 1,900 1,800 1,900 1,900
Farelo de soja 15,400 15,500 13,000 13,000
Concentrado protéico de soja - - 1,800 1,700
Hemácias em pó 1,927 1,902 0,149 0,163
Soro de Leite 2,985 2,985 2,985 2,985
Supl. Pré-I¹ 40,000 40,000 40,000 40,000
L-Glutamina + L-Ác. Glutâmico - 0,800 0,800 -
L-Lisina HCL, 99% - - 0,200 0,200
L-Treonina, 98,5% 0,056 0,057 0,111 0,110
L-Triptofano, 98% 0,008 0,008 0,027 0,027
L-Valina - - 0,148 0,146
ªCont = dieta sem valina e/ou glutamina + ácido glutâmico; Glut = dieta suplementada com glutamina + 139
ácido glutâmico; Glut + Val = dieta suplementada a associação glutamina + ácido glutâmico + valina; Val 140
= dieta suplementada com valina. 141
¹Supl. Pré-I, níveis de garantia por kg do produto: Umidade: 120g, Proteína Bruta: 205g, Extrato Etéreo: 142
31g, Fibra Bruta: 26g, Matéria Mineral: 106g, Cálcio: 14-21g, Fósforo: 8.800mg, Flúor: 88mg, Lactose: 143
200g, Lisina: 18g, Metionina: 8.700mg, Treonina: 10,5g, Triptofano: 3.070mg, Sódio: 8.000mg, Colina: 144
1.188mg, Vitamina A: 25.200UI, Vitamina D3: 6.300UI, Vitamina E: 126,5UI, Vitamina K3: 1,57mg, 145
Vitamina B1: 4,72mg, Vitamina B2: 15,7mg, Vitamina B6: 6,3mg, Vitamina B12: 63mcg, Niacina: 146
80mg, Ácido Pantotênico: 34,7mg, Ácido Fólico: 2,6mg, Biotina: 0,19mg, Ferro: 234mg, Cobre: 500mg, 147
Manganês: 155,8mg, Zinco: 7.500mg, Iodo: 2,32mg, Selênio: 0,89mg, Xilanase: 0,175U/g, 148
Betaglucanase: 0,25U/g, B. licheniformis: 1,6X10E6UFC, B. subtilis: 1,6X10E9UFC e Halquinol: 149
300mg. 150
151
152
153
154
50
Tabela 3 – Composição centesimal das rações experimentais para leitões nas fases pré-155
inicial II (36 aos 46 dias de idade) e inicial (47 aos 65 dias de idade). 156
Ingredientes (%) Pré-inicial II Inicial
Contª Glutª Glut + Valª Valª Contª
Soja micronizada - - - - 0,025
Milho 38,402 37,501 40,963 41,770 62,184
Farelo de soja 25,600 25,700 22,000 22,000 31,400
Plasma em pó 0,200 0,200 0,200 0,200 -
Soro de Leite 8,955 8,955 8,955 8,955 2,985
Suplemento Pré-II¹ 25,000 25,000 25,000 25,000 -
Núcleo Inicial² - - - - 3,000
L-Glutamina +
L-Ác. Glutâmico - 0,800 0,800 -
-
Metionina, 84% 1,780 1,780 1,799 1,800 0,093
L-Lisina HCL, 99% 0,005 0,005 0,119 0,117 0,250
L-Treonina, 98,5% 0,038 0,039 0,089 0,086 0,063
L-Triptofano, 98% 0,020 0,020 0,020 0,020 -
L-Valina - - 0,055 0,052 -
ªCont = dieta sem valina e/ou glutamina + ácido glutâmico; Glut = dieta suplementada com glutamina + 157
ácido glutâmico; Glut + Val = dieta suplementada a associação glutamina + ácido glutâmico + valina; Val 158
= dieta suplementada com valina. 159
¹Supl. Pré-II, níveis de garantia por kg do produto: Umidade: 120g, Proteína Bruta: 170g, Extrato Etéreo: 160
34,3g, Fibra Bruta: 27,7g, Matéria Mineral: 110g, Cálcio: 23,4-28,5g, Fósforo: 12,8g, Flúor: 128mg, 161
Lactose: 80g, Lisina: 16,3g, Metionina: 6.770mg, Treonina: 8.450g, Triptofano: 2.140mg, Sódio: 11g, 162
Colina: 650mg, Vitamina A: 40.000UI, Vitamina D3: 10.000UI, Vitamina E: 200UI, Vitamina K3: 163
17,8mg, Vitamina B1: 7,5mg, Vitamina B2: 25mg, Vitamina B6: 10mg, Vitamina B12: 100mcg, Niacina: 164
125mg, Ácido Pantotênico: 55,2mg, Ácido Fólico: 4mg, Biotina: 0,26mg, Ferro: 374mg, Cobre: 165
1.000mg, Manganês: 248mg, Zinco: 8.000mg, Iodo: 3,8mg, Selênio: 1,4mg, Fitase: 2,0FTU/g, B. 166
licheniformis: 2,6X10E6UFC, B. subtilis: 2,6X10E9UFC e Halquinol: 480mg. 167
²Núcleo Inicial, níveis de garantia por kg do produto: Cálcio: 168-252g, Fósforo: 76,5g, Flúor: 850mg, 168
Sódio: 59,5g, Colina: 7.385mg, Vitamina A: 300.000UI, Vitamina D3: 100.000UI, Vitamina E: 1.333UI, 169
Vitamina K3: 150mg, Vitamina B1: 83,3mg, Vitamina B2: 233,3mg, Vitamina B6: 100mg Vitamina B12: 170
1.333mcg, Niacina: 1.333mg, Ácido Pantotênico: 833,3mg, Ácido Fólico: 40mg, Biotina: 3,34mg, Ferro: 171
5.000mg, Cobre: 8.333mg, Manganês: 1.333mg, Zinco: 4.166,6mg, Iodo: 33,34mg, Selênio: 10mg, 172
Fitase: 16,67FTU/g e Colistina: 1.333,33mg. 173
174
As dietas experimentais foram formuladas com base nos valores de aminoácidos 175
digestíveis para lisina, metionina, metionina + cistina, treonina, triptofano e valina, 176
considerando o atendimento das exigências para esses nutrientes, com os níveis de 177
proteína e aminoácidos variando conforme a recomendação proposta por Rostagno et al. 178
51
(2011), com a inclusão de fontes alternativas de proteína em substituição parcial ao 179
farelo de soja, para atender os níveis de lisina digestível, conforme apresentados nas 180
Tabelas 4 e 5. 181
182
Tabela 4 - Composição nutricional e energética calculada das rações experimentais para 183
leitões na fase pré-inicial I (24 aos 35 dias de idade). 184
Ingrediente Pré-Inicial I
Contª Glutª Glut + Valª Valª
Proteína bruta, % 22,34 22,70 21,58 21,13
Energia metabolizável, μcal/kg 3,29 3,29 3,29 3,29
Cálcio, % 0,78 0,78 0,78 0,78
Fósforo digestível, % 0,48 0,47 0,47 0,47
Sódio, % 0,35 0,35 0,34 0,34
Lisina digestível, % 1,45 1,45 1,45 1,45
Metionina digestível, % 0,57 0,57 0,56 0,56
Metionina + Cistina digestível, % 0,85 0,84 0,82 0,82
Treonina digestível, % 0,94 0,94 0,94 0,94
Triptofano digestível, % 0,26 0,26 0,26 0,26
Arginina digestível, % 1,26 1,25 1,20 1,20
Isoleucina digestível, % 0,80 0,80 0,80 0,80
Histidina digestível, % 0,51 0,51 0,38 0,38
Leucina digestível, % 1,88 1,86 1,66 1,67
Fenilalanina + Tirosina digestível, % 0,96 0,95 0,88 0,88
Valina digestível, % 1,01 1,01 1,00 1,00
Alanina digestível, % 0,14 0,14 0,01 0,01
ªCont = dieta sem valina e/ou glutamina + ácido glutâmico; Glut = dieta suplementada com glutamina + 185
ácido glutâmico; Glut + Val = dieta suplementada a associação glutamina + ácido glutâmico + valina; Val 186
= dieta suplementada com valina. 187
188
189
190
52
Tabela 5 - Composição nutricional e energética calculada das rações experimentais para 191
leitões nas fases pré-inicial II (36 aos 46 dias de idade) e inicial (47 aos 65 dias de 192
idade). 193
Ingrediente Pré-Inicial II Inicial
Contª Glutª Glut + Valª Valª Contª
Proteína bruta, % 21,98 22,42 21,21 20,78 20,24
Energia metabolizável, μcal/kg 3,28 3,28 3,29 3,29 3,20
Cálcio, % 0,77 0,77 0,76 0,76 0,76
Fósforo disponível, % 0,49 0,49 0,48 0,48 0,38
Sódio, % 0,34 0,34 0,34 0,34 0,23
Lisina digestível, % 1,35 1,35 1,35 1,35 1,15
Metionina digestível, % 0,41 0,41 0,39 0,39 0,35
Metionina + Cistina digestível,
% 0,80 0,80 0,77 0,77
0,64
Treonina digestível, % 0,88 0,88 0,88 0,88 0,75
Triptofano digestível, % 0,24 0,24 0,24 0,24 0,21
Arginina digestível, % 1,32 1,32 1,21 1,22 1,24
Isoleucina digestível, % 0,83 0,83 0,77 0,77 0,74
Histidina digestível, % 0,43 0,43 0,39 0,39 0,36
Leucina digestível, % 1,64 1,64 1,55 1,56 1,58
Fenilalanina + Tirosina
digestível, % 1,22 1,22 1,11 1,11
1,51
Valina digestível, % 0,94 0,94 0,93 0,93 0,84
Alanina digestível, % 0,07 0,07 0,07 0,07 -
ªCont = dieta sem valina e/ou glutamina + ácido glutâmico; Glut = dieta suplementada com glutamina + 194
ácido glutâmico; Glut + Val = dieta suplementada a associação glutamina + ácido glutâmico + valina; Val 195
= dieta suplementada com valina. 196
197
As variáveis de desempenho como ganho de peso, consumo de ração, conversão 198
alimentar e índice de diarréia foram avaliadas durante as 3 fases e também no período 199
total do experimento. 200
Para a avaliação do desempenho os animais foram pesados no início e ao final dos 201
períodos experimentais, e as rações fornecidas e as sobras foram pesadas nas trocas de 202
53
fase para averiguação do consumo de ração, ganho de peso, conversão alimentar e 203
índice de diarréia. A mortalidade foi monitorada e considerada no cálculo da conversão 204
alimentar. 205
A observação da ocorrência de diarréia foi feita diariamente através da avaliação 206
da consistência das fezes, anotando o número do(s) animal(s) com o quadro clínico. A 207
consistência das fezes foi classificada de acordo com Sobestianski & Barcellos (2007): 208
1- fezes líquidas; 2- fezes cremosas; 3- fezes pastosas; 4- fezes normais. 209
Aos 10 dias pós-desmame (idade média de 32 dias) foi selecionado para sacrifício 210
um animal de cada baia (totalizando 24 animais) de acordo com o peso vivo, sendo 211
utilizado aquele que apresentou o peso mais próximo da média dos animais de cada 212
bloco. O sacrifício foi precedido pela insensibilização elétrica, seguido da sangria dos 213
grandes vasos da região do pescoço. Após o abate os animais foram eviscerados para 214
avaliação do peso do estômago, baço, fígado, intestino delgado e ceco, comprimento do 215
intestino delgado e também o pH da digesta no intestino delgado, por intermédio de um 216
potenciômetro digital, padronizado à temperatura de 25ºC e 95% de sensibilidade. 217
Após a remoção do conteúdo foi coletado um fragmento de cada uma das três 218
regiões do intestino delgado: 1 - a 20 cm do esfíncter pilórico; 2 - na metade de seu 219
comprimento e; 3 - a 20 cm do esfíncter íleo-cecal. Os fragmentos intestinais, de 220
aproximadamente 3 cm de comprimento, foram lavados em solução fisiológica e então 221
seccionados transversalmente e longitudinalmente para expor o lúmen intestinal. Após 222
24 horas na solução fixadora (formol 10%) os fragmentos foram lavados e imersos em 223
álcool 70% e armazenados à temperatura ambiente. Os fragmentos foram recortados em 224
amostras de aproximadamente 0,5 cm de comprimento, desidratados em álcool, 225
diafanizados em xilol e incluídos em parafina. Em cada lâmina foram dispostas quatro 226
secções semi-seriadas com 5 µm de espessura, obtidas com micrótomo American 227
54
Optimal, sendo que entre uma secção e a subseqüente foram desprezadas 30 secções 228
(Bertoletto, 2005). As lâminas foram coradas com hematoxilina/eosina. As análises 229
histológicas foram realizadas no Laboratório de Anatomia Patológica da Universidade 230
Estadual de Londrina. 231
A avaliação morfométrica foi realizada em microscópio óptico Zeiss Axioskop, 232
com objetiva de 10 vezes. Foram analisadas pelo menos 30 vilosidades e 30 criptas por 233
segmento, e consideradas as médias como unidade experimental. A relação vilosidade: 234
cripta também foi determinada. 235
Para avaliar a viabilidade econômica dos diferentes programas nutricionais foram 236
levantados preços das matérias-primas no mercado e calculado o custo da ração por 237
quilograma de peso vivo ganho (CR), segundo Bellaver et al. (1985) conforme descrito 238
abaixo: 239
Yi (R$/kg) = Qi x Pi / Gi, em que: Yi = custo da ração por kg de peso vivo ganho 240
no i-enésimo tratamento; Qi = quantidade de ração consumida no i-enésimo tratamento; 241
Pi = preço por kg da ração utilizada no i-enésimo tratamento; Gi = ganho de peso do i-242
enésimo tratamento; 243
Foi calculado também o Índice de Eficiência Econômica (IEE) segundo 244
metodologia proposta por Barbosa et al. (1992): IEE (%) = MCe/CTei X 100, em que: 245
MCe = menor custo da ração por kg ganho observado entre os tratamentos; Ctei = custo 246
do tratamento i considerado. 247
Para o cálculo dos custos foram considerados os valores dos ingredientes da ração 248
no mês de março de 2012 (R$/kg): Milho: 0,55/kg; Farelo de soja: 1,01/kg; Soja 249
micronizada: 2,06/kg; Protenose: 2,00/kg; Concentrado protéico de soja: 1,5/kg; Soro de 250
leite em pó: 2,43/kg; Plasma em pó: 2,05/kg; Hemácias em pó: 11,3/kg; Suplemento 251
Pré-inicial I: 3,07/kg; Suplemento Pré-inicial II: 2,66/kg; Núcleo Inicial: 1,82/kg; MHA 252
55
82%: 5,78/kg; L-Lisina HCL: 5,33/kg; L-Threonina: 6,00/kg; L-Triptofano: 37,00/kg; 253
L-Valina: 12,00/kg e AminoGut®: 7,74/kg. 254
As análises estatísticas para os dados paramétricos foram submetidas à análise de 255
variância e ao Teste de Tukey a 5% de probabilidade, utilizando-se o procedimento 256
ANOVA por meio do programa SAS (Statistical Analysis System, versão 6). Para os 257
dados de diarréia foi empregado o teste de Qui-quadrado. 258
259
RESULTADOS E DISCUSSÃO 260
261
Não houve efeito (P>0,05) dos tratamentos sobre as variáveis de desempenho nos 262
períodos pré-inicial I (24 a 35 dias de idade) e pré-inicial I + II (24 a 46 dias de idade), 263
conforme apresentado na Tabela 6. 264
265
Tabela 6 - Desempenho dos animais durante as fases pré-inicial I e pré-inicial I + II 266
(valores expressos em gramas). 267
Tratamentos Pré-inicial I Pré-inicial I + II
GPDᵇ CDRᵇ CAᵇ GPDᵇ CDRᵇ CAᵇ
Contª 218 305 1,40 389 541 1,39
Glutª 201 276 1,39 381 526 1,38
Glut + Valª 201 271 1,36 378 488 1,30
Valª 216 273 1,41 367 540 1,49
Média 209 282 1,39 379 524 1,39
P valor 0,823 0,472 0,995 0,655 0,107 0,149
CV (%)¹ 22,55 18,72 22,06 10,39 9,34 10,19
ªCont = dieta sem valina e/ou glutamina + ácido glutâmico; Glut = dieta suplementada com glutamina + 268
ácido glutâmico; Glut + Val = dieta suplementada a associação glutamina + ácido glutâmico + valina; Val 269
= dieta suplementada com valina. 270
ᵇGPD = ganho de peso diário; CDR = consumo diário de ração; CA = conversão alimentar. 271
¹Coeficiente de variação. 272
273
56
Os resultados encontrados corroboram com os encontrados por Zangeronimo et al. 274
(2006), que trabalhando com leitões com peso médio inicial e final de 8,5 e 25 kg, 275
respectivamente, tratados com rações com redução do nível de proteína bruta (21,0; 276
19,5; 18,0 e 16,5%) e redução da inclusão do farelo de soja, sustentadas pela 277
suplementação de aminoácidos sintéticos (lisina, metionina e treonina), não verificaram 278
diferenças para os parâmetros de desempenho. 279
Para Abreu et al. (2010) a inclusão de glutamina (1%) a uma dieta a base de milho 280
e farelo de soja com 22% de proteína bruta não foi eficiente (P>0,05) em melhorar o 281
desempenho de leitões entre 21 e 42 dias de idade. 282
Estes resultados, todavia, diferem dos obtidos por Santiago et al. (2004), que 283
trabalhando com leitões entre 21 e 42 dias de idade e peso médio inicial de 6 kg, 284
tratados com rações com diferentes níveis de proteína bruta (17%, 19%, 21% e 23%) 285
sendo todas isolisínicas (1,4%) e isoenergéticas (3.265 kcal/kg de energia 286
metabolizável) e suplementadas com lisina e metionina, verificaram melhores 287
resultados de GPD e CA para os animais que consumiram a ração com o nível mais alto 288
de proteína (23%). Segundo estes autores, a melhoria na CA, causada pelos níveis 289
crescentes de proteína bruta nas rações, mostrou que a dieta contendo 23% foi utilizada 290
com maior eficiência, ou seja, melhor aproveitamento dos nutrientes. 291
A ausência de efeitos significativos para os parâmetros de desempenho nestas 292
primeiras fases (pré-inicial I e pré-inicial I + II), contradizem os resultados observados 293
por Wu et al. (1996), Molino et al. (2012) e Xiao et al. (2012), que verificaram efeitos 294
significativos no ganho de peso de leitões desmamados aos 21 dias de idade e 295
suplementados, respectivamente, com 1,0% de glutamina e 21,1% de proteína bruta; 296
0,8% de glutamina e 21% de proteína bruta; 1,0% de glutamina e 21,5% de proteína 297
bruta. 298
57
Para o período experimental total (Tabela 7), os leitões que receberam as dietas 299
Glut + Val apresentaram menor (P<0,05) consumo alimentar (CDR) e melhor conversão 300
alimentar (CA) (P<0,05) em relação aos tratados com Val, indicando que a associação 301
destes aminoácidos sintéticos nas dietas pós-desmame favoreceram os resultados no 302
período total, apontando efeitos remanescentes para os parâmetros de desempenho, 303
concordando com Pluske et al. (2003), que afirmaram que o fornecimento de dietas 304
iniciais de qualidade e apropriadas à leitões desmamados precocemente podem 305
melhorar o consumo voluntário e acelerar as taxas de crescimento com potencial de 306
aumentar a produtividade da atividade. 307
308
Tabela 7 - Desempenho dos suínos durante as fases pré-inicial I+II+inicial (24 a 65 dias 309
de idade) (valores expressos em gramas). 310
Tratamentos Pré-inicial I + II + Inicial
GPDᵇ CDRᵇ CAᵇ
Contª 554 910ab 1,64ab
Glutª 533 876ab 1,64ab
Glut + Valª 539 840b 1,56a
Valª 561 929a 1,66b
Média 547 888 1,62
P valor* 0,413 0,022* 0,055*
CV (%)¹ 8,02 8,43 4,29
*Médias com letras iguais na mesma coluna não diferem entre si para ANOVA e Tukey a 5%. 311
ªCont = dieta sem valina e/ou glutamina + ácido glutâmico; Glut = dieta suplementada com glutamina + 312
ácido glutâmico; Glut + Val = dieta suplementada a associação glutamina + ácido glutâmico + valina; Val 313
= dieta suplementada com valina. 314
ᵇGPD = ganho de peso diário; CDR = consumo diário de ração; CA = conversão alimentar. 315
¹Coeficiente de variação. 316
317
Estes resultados diferem dos relatados por Lohmann et al. (2012), que avaliando 318
níveis crescentes de valina digestível (0,60, 0,67, 0,74, 0,81 e 0,88%) para suínos 319
machos castrados dos 15 aos 30 kg de peso em rações à base de milho e farelo de soja 320
58
(15,2% de proteína bruta, 1,15% lisina) suplementadas com lisina, metionina, treonina, 321
triptofano, valina, isoleucina e ácido glutâmico, observaram que não houve influência 322
dos níveis de valina digestível para CDR e CA. 323
Ribeiro et al. (2006), estudando a relação lisina: treonina no desempenho de 324
leitões desmamados aos 21 dias de idade com peso médio inicial de 6,06 kg recebendo 325
dietas com teores de proteína bruta de 19,1% (pré-inicial, dos 25 aos 39 dias de idades) 326
e 17,5% (inicial, dos 40 aos 53 dias de idades) observaram que a falta de efeitos das 327
dietas sobre o desempenho dos leitões deve-se em parte aos baixos níveis de proteína 328
total empregados no experimento, que podem ter limitado a expressão do potencial 329
genético de crescimento dos animais. 330
Oliveira et al. (2004), por sua vez verificaram desempenho semelhante entre 331
leitões (de 15 a 30 kg) recebendo dietas com teores reduzidos de proteína dietética 332
(entre 16,86 e 18,73%) suplementadas com aminoácidos (lisina, metionina, treonina e 333
triptofano). Resultados similares foram encontrados por Ferreira et al. (2006) e Kiefer & 334
Quadros (2009), que não verificaram efeitos negativos sobre este parâmetro para leitões 335
de 15 a 30 kg alimentados com dietas com diferentes níveis de proteína bruta (entre 14 e 336
21%), suplementadas com aminoácidos sintéticos (lisina, metionina, treonina, 337
triptofano). 338
Da mesma forma, Oliveira et al. (2004) que verificaram que animais alimentados 339
com dietas com nível reduzido de proteína bruta (16,76 e 17,79%), formuladas no 340
conceito de proteína ideal, suplementadas com lisina, metionina e treonina, tiveram 341
desempenho semelhante àqueles alimentados com dietas com nível maior de proteína 342
(18,73%), sem suplementação de aminoácidos sintéticos. Este fato pode estar associado 343
à adequada relação dos aminoácidos essenciais necessários para suprir as exigências 344
requeridas na manutenção e deposição protéica corporal dos animais. 345
59
Considerando que o desbalanço de aminoácidos pode influenciar negativamente o 346
consumo de ração (Ferreira et al, 2006), pode-se inferir, com base no resultado obtido, 347
que a suplementação de aminoácidos essenciais limitantes nos diferentes tratamentos 348
não comprometeu a qualidade da proteína, evidenciando, assim, que as relações entre os 349
aminoácidos essenciais e a lisina utilizadas neste trabalho foram adequadas para esta 350
categoria animal. 351
Neste aspecto deve-se considerar os possíveis efeitos benéficos da participação de 352
ingredientes altamente digestíveis nestas rações, como hemácia em pó, concentrado 353
protéico de soja, plasma em pó e o soro de leite em pó. Segundo Junqueira et al. (2013), 354
dietas altamente digestíveis e absorvíveis podem minimizar as mudanças abruptas 355
durante a fase transitória de duas semanas pós-desmame. Da mesma forma, Cera et al. 356
(1988) e Berto et al. (1997) afirmam que dietas com ingredientes de alta digestibilidade 357
e boa absorção estimulam o consumo e minimizam o impacto da nutrição pós-desmame 358
sobre a morfologia da mucosa intestinal dos leitões. 359
Também deve-se levar em conta que a conduta do manejo de alimentação à 360
vontade pode ter favorecido a utilização eficaz dos aminoácidos (D’Mello, 1993). 361
Para a ocorrência de diarréia (Tabela 8) houve diferença (P<0,05) apenas na fase 362
inicial (47 aos 65 dias de idade) entre os tratamentos Cont e Glut, onde no primeiro 363
grupo somente um animal apresentou diarréia, enquanto no tratamento Glut seis animais 364
apresentaram o quadro. Contudo esta diferença não pode ser explicada ou relacionada 365
aos tratamentos dirigidos nas fases pré-inicial I e II (24 aos 35 e 36 aos 46 dias de 366
idade) e tampouco à fase inicial, pois todos os animais receberam a mesma ração 367
experimental neste mesmo período. Também este quadro não foi suficientemente crítico 368
a ponto de comprometer o ganho de peso e conversão alimentar dos animais. 369
370
60
Tabela 8 - Freqüência de diarréia (%) de leitões nas fases pré-inicial I (24 aos 35 dias de 371
idade), pré-inicial II (36 aos 46 dias de idade) e inicial (47 aos 65 dias de idade) para os 372
tratamentos estudados. 373
Tratamentos Fases experimentais
Pre I Pre II Inicial
Contª 16,67 0 8,33a
Glutª 27,7 0 50,00b
Glut + Valª 11,11 0 33,33ab
Valª 16,67 11,11 16,66ab
P valor* 0,157 - 0,032*
*Médias com letras iguais na mesma coluna não diferem entre si para ANOVA e Tukey a 5%. 374
ªCont = dieta sem valina e/ou glutamina + ácido glutâmico; Glut = dieta suplementada com glutamina + 375
ácido glutâmico; Glut + Val = dieta suplementada a associação glutamina + ácido glutâmico + valina; Val 376
= dieta suplementada com valina. 377
378
Na fase pré-inicial I, dos 14 animais que apresentaram sinais clínicos de diarréia 379
(3 animais para Cont, 5 animais para Glut, 2 para Glut + Val e 4 animais para Val), 4 380
animais (5,55%) foram classificados com escore 1 (2 animais do tratamento Glut e 2 381
animais do tratamento Val ) apresentando quadro diarréico por 3 dias ou mais, e 10 382
animais apresentaram quadro clínico com escores entre 1 (2,77%), 2 (8,33%) e 3 383
(2,77%) que não persistiu por mais de 2 dias, caracterizando a diarréia por aspecto 384
nutricional. 385
Para o peso relativo dos órgãos (Tabela 9), houve diferença (P<0,05) para o peso 386
do estômago entre os tratamentos com suplementação de valina (Val) e o controle 387
(Cont), com o primeiro sendo superior em 0,150 kg. 388
Os maiores valores de pesos de estômago observados nos animais que receberam 389
o tratamento Val não são explicados, uma vez que o consumo de ração (Tabela 6) não 390
foi influenciado no período. 391
Os dados obtidos se identificam com os resultados de Zangeronimo et al. (2006), 392
que verificaram que dietas com redução do nível protéico e de farelo de soja, 393
61
suplementadas com aminoácidos sintéticos, fornecidas para leitões desmamados (com 394
peso vivo inicial de 8,55 ± 0,81 kg), não determinaram alterações no desenvolvimento 395
dos órgãos (peso relativo do fígado, baço e pâncreas) sete dias após o início dos 396
tratamentos. 397
398
Tabela 9 - Peso (em quilograma) do estômago, fígado, baço, intestino delgado e grosso, 399
pH e comprimento de intestino delgado (em metros) de leitões aos 30 dias de idade. 400
Tratamentos
Parâmetros
Estômago Fígado Baço Intestino
Delgado
Intestino
Grosso
Comprim.
I.D.
pH
intestinal
Contª 0,726b 1,964 0,187 3,646 3,48 8,583 6,99
Glutª 0,815ab 1,895 0,221 3,798 2,764 7,790 7,15
Glut + Valª 0,782ab 2,098 0,231 3,955 3,142 9,433 6,95
Valª 0,870a 1,978 0,201 3,973 2,712 8,442 6,92
Média 0,791 1,984 0,210 3,843 3,026 8,563 7,01
P valor* 0,026* 0,420 0,725 0,855 0,359 0,627 0,492
CV%¹ 12,10 10,48 34,74 18,27 27,67 24,42 3,86
*Médias com letras iguais na mesma coluna não diferem entre si para ANOVA e Tukey a 5%. 401
ªCont = dieta sem valina e/ou glutamina + ácido glutâmico; Glut = dieta suplementada com glutamina + 402
ácido glutâmico; Glut + Val = dieta suplementada a associação glutamina + ácido glutâmico + valina; Val 403
= dieta suplementada com valina. 404
¹Coeficiente de variação. 405
406
Não houve efeito (P<0,05) dos tratamentos para o comprimento do intestino 407
delgado. Também não se observou efeito (P<0,05) dos tratamentos para o pH da digesta 408
(Tabela 9) do intestino delgado. A medida do pH intestinal foi mensurada para sinalizar 409
o efeito dos tratamentos sobre os indicadores de saúde intestinal, já que um pH elevado 410
pode favorecer a colonização dos vilos com bactérias enterotóxicas como E. coli, 411
desencadeando um quadro diarréico. Por outro lado, pH baixo pode favorecer o 412
desenvolvimento de bactérias benéficas e/ou inibir o desenvolvimento de bactérias 413
patogênicas (Wu et al., 2011). 414
62
Não se observou efeito (P<0,05) das dietas sobre a altura das vilosidades do 415
duodeno, jejuno e íleo, conforme apresentado na Tabela 10. Os resultados obtidos são 416
similares aos observados por Scandolera et al. (2005), que avaliaram o efeito da 417
substituição parcial do farelo de soja por fontes protéicas alternativas, fornecendo dietas 418
isonutritivas e isoprotéicas (22% de proteína bruta) para leitões recém-desmamados, 419
também não observaram alterações morfológicas significativas; sustentados por 420
Zangeronimo et al. (2006), que também não observaram diferenças na altura das 421
vilosidades entre leitões que receberam dietas com diferentes níveis de proteína bruta 422
(16,5 a 21%) suplementadas com aminoacidos sintéticos. 423
Abreu et al. (2010) avaliando o efeito da inclusão de glutamina (1%) em dietas 424
complexas à base de milho e farelo de soja com 22% de proteína bruta para leitões 425
desmamados aos 21 dias de idade com peso inicial de 6,35 kg também não encontraram 426
diferenças para altura de vilosidades e profundidade de criptas, assim como a população 427
de leucócitos e linfócitos não foram influenciadas. 428
Cera et al. (1988) observaram que as maiores mudanças na morfologia do trato 429
intestinal ocorrem de 3 a 7 dias após o desmame, com a redução na altura das 430
vilosidades e o aumento na profundidade das criptas. Segundo estes autores o avanço do 431
desenvolvimento dos leitões é, consequentemente, acompanhado de melhor uso da 432
energia da dieta. Segundo Ribeiro et al. (2006) isto se deve ao grau de amadurecimento 433
do trato gastrointestinal (tanto das vilosidades como das enzimas digestivas, que 434
atingem grau de atividade satisfatório em média aos 42 dias de idade), uma vez que a 435
recuperação do epitélio intestinal e de suas funções está associada à sua maturação, que 436
segue uma evolução mais rápida de acordo com a idade cronológica e com o peso do 437
animal ao desmame (Pluske et al., 2003; Smith et al., 2007; Abreu et al., 2010). 438
439
63
Tabela 10 – Análise morfológica do intestino delgado de leitões aos 32 dias de idade 440
consumindo as dietas propostas. 441
Parâmetros Tratamentos
Contª Glutª Glut + Valª Valª Média P valor* CV%¹
Duodeno
Altura de
vilos 213,7 224,0 221,1 213,7 218,1 0,970 20,15
Profundidade
de criptas 131,8 156,0 140,9 132,2 140,2 0,269 15,76
Vilo: cripta 1,6 1,4 1,5 1,6 1,5 0,858 17,82
Jejuno
Altura de
vilos 221,3 224,9 213,0 173,6 208,2 0,161 19,68
Profundidade
de criptas 129,5 150,9 137,9 138,7 139,2 0,539 17,03
Vilo: cripta 1,7a 1,5ab 1,5ab 1,2b 1,5 0,084** 19,84
Íleo
Altura de
vilos 210,1 232,4 237,7 217,6 224.4 0,649 17,99
Profundidade
de criptas 127,8b 156,5a 133,1ab 128,5b 136,5 0,030* 12,09
Vilo: cripta 1,6 1,5 1,8 1,7 1,6 0,539 21,09
*Médias com letras iguais na mesma linha não diferem entre si para ANOVA e Tukey a 5%. 442
**Médias com letras iguais na mesma linha não diferem entre si para ANOVA e Tukey a 10%. 443
ªCont = dieta sem valina e/ou glutamina + ácido glutâmico; Glut = dieta suplementada com glutamina + 444
ácido glutâmico; Glut + Val = dieta suplementada a associação glutamina + ácido glutâmico + valina; Val 445
= dieta suplementada com valina. 446
¹Coeficiente de variação. 447
448
Houve diferença (P<0,05) para profundidade de cripta do íleo dos tratamentos 449
Cont e Val, quando comparados aos animais tratados com Glut. Este dado pode estar 450
relacionado a ocorrência de diarréia observada no período, conforme apresentado na 451
64
Tabela 8. Segundo Lima et al. (2009) a alta atividade proliferativa celular pode indicar 452
uma injúria da mucosa por processo inflamatório e as alterações morfológicas podem 453
acarretar em declínio das funções intestinais resultando em diarréia. Entretanto não se 454
observou comprometimento do desempenho destes animais no período. 455
Domeneghini et al. (2004), trabalhando com leitões dos 21 aos 49 dias de idade 456
(PI = 4,97 kg) quando foram abatidos para as análises morfométricas, comparando uma 457
dieta base controle isoprotéica (18% PB) suplementada com lisina, metionina e treonina 458
com dietas suplementadas com glutamina (0,5%) e/ou nucleotídeos (0,05%), 459
observaram aumento significativo para altura de vilos e profundidade de criptas, e 460
conseqüente redução na relação vilosidade: cripta do íleo para a dieta suplementada com 461
glutamina (independente da adição de nucleotídeos) quando comparada com o 462
tratamento controle, sugerindo que este aminoácido tem potencial para promover a 463
restauração da mucosa, possibilitando melhora na eficiência absortiva e nos processos 464
digestivos. 465
Zangeronimo et al. (2006), observaram diferença (P>0,05) para profundidades de 466
criptas na primeira semana pós desmame de leitões recebendo uma dieta com 21% de 467
proteína bruta suplementada com lisina e metionina. 468
Houve efeito (P>0,10) para relação vilo: cripta do jejuno para o tratamento Val 469
quando comparado a dieta controle, corroborando os resultados de Domeneghini et al. 470
(2004) e Yi et al. (2005). Segundo Santos et al. (2002 apud Scandolera et al., 2005) uma 471
boa relação altura do vilo/profundidade de cripta ocorre quando os vilos se apresentam 472
altos e as criptas pouco profundas, proporcionando boa absorção de nutrientes. 473
Entretanto, estes resultados de morfologia favoráveis ao tratamento valina foram 474
inconsistentes, pois não foram suficientes para alterar a saúde e as funções intestinais a 475
ponto de influenciar no desempenho dos leitões. 476
65
Os resultados da análise econômica encontram-se na Tabela 11. Para os custos 477
dos tratamentos dispensados às duas primeiras fases do pós-desmame (24 aos 46 dias de 478
idade), quando foram suplementados às dietas os aminoácidos valina e glutamina + 479
ácido glutâmico, as análises consideraram a somatória destes períodos, demonstrando 480
vantagem para as rações suplementadas com valina. 481
A redução dos teores protéicos proporcionados pela valina aliados aos altos custos 482
do farelo de soja e do milho no período da aquisição dos ingredientes favoreceram este 483
resultado, demonstrando que a viabilidade econômica das formulações vai depender da 484
relação de preços entre os ingredientes, especialmente farelo de soja e aminoácidos 485
sintéticos ou outras fontes protéicas alternativas. 486
Desta forma, em função da flutuação dos custos dos insumos no mercado, para 487
obter maiores chances de vantagem econômica a formulação das dietas deve considerar 488
os custos dos ingredientes disponíveis no mercado. 489
490
Tabela 11 - Avaliação econômica das rações experimentais para leitões nas fases pré-491
inicial I e II (24 aos 46 dias de idade). 492
Variáveis Tratamento
Contª Glutª Glut + Valª Valª
Preço da ração pré-inicial I (R$/kg) 1,75 1,80 1,82 1,76
Preço da ração pré-inicial II (R$/kg) 1,58 1,64 1,83 1,59
Custo médio alimentação/kg suíno (R$/kg) 2,25 2,32 2,36 2,16
Índice de custo médio 104,00 106,90 108,48 100,00
Índice de eficiência econômica 96,00 93,10 91,52 100
ªCont = dieta sem valina e/ou glutamina + ácido glutâmico; Glut = dieta suplementada com glutamina + 493
ácido glutâmico; Glut + Val = dieta suplementada a associação glutamina + ácido glutâmico + valina; Val 494
= dieta suplementada com valina. 495
496
497
498
66
CONCLUSÃO 499
500
De acordo com as condições deste experimento, a associação dos aminoácidos 501
sintéticos valina e glutamina + ácido glutâmico não influenciou os parâmetros de 502
desempenho, morfométricos e incidência de diarréia de leitões entre 7,5 e 30,5 kg, e a 503
inclusão de glutamina + ácido glutâmico promoveu aumento da profundidade de cripta 504
do íleo. Os custos destas rações favoreceram a utilização da valina, entretanto os valores 505
dos ingredientes devem considerados regularmente em detrimento de obter vantagem 506
econômica. 507
508
REFERÊNCIAS 509
510
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BARBOSA, H.P.; FIALHO, E.T.; FERREIRA, A.S. et al. Triguilho para suínos nas 514
fases inicial de crescimento, crescimento e terminação. Revista da Sociedade 515
Brasileira de Zootecnia, Viçosa, MG, v.21, n.5, p.827-837, 1992. 516
BAREA, R.; BROSSARD, L.; LE FLOC`H, N. et al. The standardized ileal digestible 517
valine-to-lysine requirement ratio is at least seventy percent in post weaned piglets. 518
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BELLAVER, C.; FIALHO, E.T.; PROTAS, J.F.S. et al. Radícula de malte na 520
alimentação de suínos em crescimento e terminação. Pesquisa Agropecuária 521
Brasileira, Brasília, v.20, n.8, p.969-974. 1985. 522
BERTO, D.A.; KRONKA, R.N.; THOMAZ, M.C. et al. Efeito do tipo de dieta e do 523
sistema de alimentação na fase inicial sobre o desempenho de leitões. Revista da 524
Sociedade Brasileira de Zootecnia, Viçosa, MG, v.26, n.1, p.144-152. 1997. 525
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isquemia-reperfusão sob oxigenação hiperbárica. 2005, 65 f. Dissertação 527
(Mestrado em Ciências) - Escola Paulista de Medicina, Universidade Federal de São 528
Paulo, São Paulo, SP, 2005. 529
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DOMENEGHINI, C.; DI GIANCAMILLO, A.; SAVOINI, G. et al. Structural patterns 540
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ileal digestible valine-to-lysine ratio in 13- to 32-kilogram pigs. Journal of Animal 549
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RIBEIRO, A.M.L.; PINHEIRO, C.C.; GIANFELICE, M. Nutrientes que afetam a 584
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níveis de proteína bruta sobre o desempenho zootécnico e bioeconômico de leitões 591
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SANTOS, W.G.; FILGUEIRAS, E.P.; SILVA, H.O. et al. Efeito da manose como 594
prebiótico sobre a morfologia intestinal (relação vilosidade/cripta) de leitões na fase 595
de creche. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE 596
ZOOTECNIA, 39., 2002, Recife: Anais... Recife: Sociedade Brasileira de 597
Zootecnia, 2002. CD-ROM. 598
SCANDOLERA, A.J.; THOMAZ, M.C.; KRONKA, R.N. et al. Efeitos de fontes 599
protéicas na dieta sobre a morfologia intestinal e o desenvolvimento pancreático de 600
leitões recém-desmamados. Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, MG, v.34, 601
n.6, p.2355-2368. 2005. 602
SMITH, A.L.; STALDER, K.J.; SERENIUS, T.V. et al. Effect of piglet birth weight on 603
weights at weaning and 42 days post weaning. Journal of Swine Health and 604
Production, Bloomington, v.15, n.4, p213-218. 2007. 605
SOBESTIANSKY, J.; BARCELLOS, D.E.S.N. Monitoramentos clínicos. In: 606
Doenças dos Suínos. Ed. SOBESTIANSKY, J. & BARCELLOS. Goiânia: Cânone 607
Editorial, p.723-726. 2007. 608
TUCCI, F.M.; THOMAZ, M.C.; NAKAGHI, L.S.O. et al. Efeito da adição de agentes 609
tróficos na dieta de leitões desmamados sobre a estrutura e ultraestrutura do intestino 610
delgado e sobre o desempenho. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e 611
Zootecnia, Belo Horizonte, v.63, n.4, p.931-940. 2011. 612
WU, G.; MEIER, S.A.; KNABE, D. Dietary glutamine supplementation prevents 613
jejunal atrophy in weaned pigs. Journal of Nutrition, Bethesda, v.126, p.2578-614
2584. 1996. 615
WU, G.; BAZER, F.W.; JOHNSON, G.A. et al. TRIENNIAL GROWTH 616
SYMPOSIUM: Important roles for l-glutamine in swine nutrition and production. 617
Journal of Animal Science, Champaign, v.89, n.7, p.2017-2030. 2011. 618
XIAO, Ying-ping.; WU, Tiang-xing; HONG, Qi-hua, et al. Response to weaning and 619
dietary L-glutamine supplementation: metabolic analysis in piglets by gas 620
chromatography/mass spectrometry. Journal of Zhejiang University – Science B 621
(Biomedicine & Biotechnology). v.13, n.7, p.567-578. 2012. 622
YI, G.F.; CARROL, J.A.; ALLE, G.L. et al. Effect of glutamine and spray-dried plasma 623
on growth performance, small intestinal morphology, and immune responses of 624
Escherichia coli K88+ -challenged weaned pigs. Journal of Animal Science, 625
Champaign, v.83, n.3, p.634-643. 2005. 626
ZANGERONIMO, M.G.; FIALHO, E.T.; LIMA, J.A.F. Redução do nível de proteína 627
bruta da ração com suplementação de aminoácidos sintéticos para leitões na fase 628
inicial. Revista Brasileira de Zootecnia. Viçosa, MG, v.35, n.3, p.848-856. 2006. 629
71
ANEXOS
72
ANEXO A - Normas para preparação de trabalhos científicos para publicação na
Revista Brasileira de Zootecnia
73
Normas para preparação de trabalhos científicos para publicação na Revista
Brasileira de Zootecnia
Instruções gerais
A RBZ publica artigos científicos originais nas áreas de Aquicultura; Forragicultura;
Melhoramento, Genética e Reprodução; Ruminantes; Não-Ruminantes; e Sistemas de
Produção Animal e Agronegócio. O envio dos manuscritos é feito exclusivamente pelo
site da SBZ (http://www.sbz.org.br), menu Revista (http://www.revista.sbz.org.br),
juntamente com o termo de compromisso, conforme instruções no link “Submissão de
manuscritos”. O texto deve ser elaborado segundo as normas da RBZ e orientações
disponíveis no link “Instruções aos autores”. O pagamento da taxa de tramitação (pré-
requisito para emissão do número de protocolo), no valor de R$ 45,00 (quarenta e cinco
reais), deve ser realizado por meio de boleto bancário ou cartão de crédito, conforme
instruções no site da SBZ (http://www.sbz.org.br), link "Pagamentos". A taxa de
publicação para 2011 é diferenciada para associados e não associados da SBZ.
Considerando-se artigos completos, para associados, a taxa é de R$ 140,00 (até 8
páginas no formato final) e R$ 50,00 para cada página excedente. Uma vez aprovado o
manuscrito, todos os autores devem estar em dia com a anuidade da SBZ do ano
corrente, exceto co-autores que não militam na área, desde que não sejam o primeiro
autor e que não publiquem mais de um artigo no ano corrente (reincidência). Para não
associados, serão cobrados R$ 110,00 por página (até 8 páginas no formato final) e R$
220,00 para cada página excedente.
Idioma: inglês.
Atualmente, são aceitas submissões de artigos em português, os quais deverão ser
obrigatoriamente vertidos à língua inglesa (responsabilidade dos autores) após a
aprovação pelo conselho editorial. As versões em inglês deverão ser realizadas por
pessoas com fluência na língua inglesa (serão aceitas versões tanto no inglês norte
americano como no inglês britânico). Constitui prerrogativa do corpo editorial da RBZ
solicitar aos autores a revisão de sua tradução ou o cancelamento da tramitação do
manuscrito, mesmo após seu aceite técnico-científico, quando a versão em língua
inglesa apresentar limitações ortográficas ou gramaticais que comprometam seu correto
entendimento.
74
Tipos de Artigos
Artigo completo: constitui o relato completo de um trabalho experimental. O texto deve
representar processo de investigação científica coesa e propiciar seu entendimento, com
explanação coerente das informações apresentadas. Comunicação: constitui relato
sucinto de resultados finais de um trabalho experimental, os quais possuem plenas
justificativas para publicação, embora com volume de informações insuficiente para
constituir artigo completo. Os resultados utilizados como base para a feitura da
comunicação não poderão ser posteriormente utilizados parcial ou totalmente para
apresentação de artigo completo. Nota técnica: constitui relato de avaliação ou
proposição de método, procedimento ou técnica que apresenta associação com o escopo
da RBZ. Quando possível, a nota técnica deve apresentar as vantagens e desvantagens
do novo método, procedimento ou técnica proposto, bem como sua comparação com
aqueles previamente ou atualmente utilizados. Deve apresentar o devido rigor científico
na análise, comparação e discussão dos resultados. Revisão: constitui abordagem do
estado da arte ou visão crítica de assuntos de interesse e relevância para a comunidade
científica. Somente poderá ser submetida a convite do corpo editorial da RBZ. Editorial:
constitui abordagem para esclarecimento e estabelecimento de diretrizes técnicas e/ou
filosóficas para estruturação e feitura de artigos a ser submetidos e avaliados pela RBZ.
Será redigida por ou a convite do corpo editorial da RBZ.
Estrutura do artigo (artigo completo)
O artigo deve ser dividido em seções com título centralizado, em negrito, na seguinte
ordem: Resumo, Abstract, Introdução, Material e Métodos, Resultados e Discussão,
Conclusões, Agradecimentos (opcional) e Referências. Não são aceitos subtítulos. Os
parágrafos devem iniciar a 1,0 cm da margem esquerda.
Formatação de texto
O texto deve ser digitado em fonte Times New Roman 12, espaço duplo (exceto
Resumo, Abstract e Tabelas, que devem ser elaborados em espaço 1,5), margens
superior, inferior, esquerda e direita de 2,5; 2,5; 3,5; e 2,5 cm, respectivamente. O
manuscrito pode conter até 25 páginas. As linhas devem ser numeradas da seguinte
forma: Menu ARQUIVO/CONFIGURAR PÁGINA/LAYOUT/NÚMEROS DE
LINHA.../ NUMERAR LINHAS (numeração contínua) e a paginação deve ser
contínua, em algarismos arábicos, centralizada no rodapé. O arquivo deverá ser enviado
75
utilizando a extensão.doc. Não enviar arquivos nos formatos pdf, docx, zip ou rar.
Manuscritos com número de páginas superior a 25 (acatando-se o máximo de 30
páginas) poderão ser submetidos acompanhados de carta encaminhada ao Editor
Científico contendo justificativa para o número de páginas excedentes. Em caso de
aceite da justificativa, a tramitação ocorrerá normalmente e, uma vez aprovado o
manuscrito, os autores deverão arcar com o custo adicional de publicação por páginas
excedentes. Caso não haja concordância com a justificativa por parte do Editor
Científico, o manuscrito será reencaminhado aos autores para adequação às normas, a
qual deverá ser realizada no prazo máximo de 30 dias. Em caso do não-recebimento da
versão neste prazo, proceder-se-á ao cancelamento da tramitação (não haverá devolução
da taxa de tramitação).
Título
Deve ser preciso, sucinto e informativo, com 20 palavras no máximo. Digitá-lo em
negrito e centralizado, segundo o exemplo: Valor nutritivo da cana-de-açúcar para
bovinos. Deve apresentar chamada de rodapé “1” somente quando a pesquisa foi
financiada. Não citar “parte da tese...”.
Autores
A RBZ permite até oito autores. A primeira letra de cada nome/sobrenome deve ser
maiúscula (Ex.: Anacleto José Benevenutto). Não listá-los apenas com as iniciais e o
último sobrenome (Ex.: A.J. Benevenutto). Digitar os nomes dos autores separados por
vírgula, centralizado e em negrito, com chamadas de rodapé numeradas e em
sobrescrito, indicando apenas a instituição à qual estavam vinculados à época de
realização da pesquisa (instituição de origem), e não a atual. Não citar vínculo
empregatício, profissão e titulação dos autores. Informar o endereço eletrônico somente
do responsável pelo artigo.
Resumo
Deve conter no máximo 1.800 caracteres com espaços. As informações do resumo
devem ser precisas. Resumos extensos serão devolvidos para adequação às normas.
Deve sumarizar objetivos, material e métodos, resultados e conclusões. Não deve conter
introdução nem referências bibliográficas. O texto deve ser justificado e digitado em
parágrafo único e espaço 1,5, começando por RESUMO (ABSTRACT), iniciado a 1,0
76
cm da margem esquerda. A partir da obrigatoriedade de tradução dos manuscritos para a
língua inglesa, a versão final (artigo formatado) apresentará somente o resumo em
inglês (abstract). Assim, manuscritos submetidos em português deverão conter apenas o
RESUMO, o qual será posteriormente vertido para o inglês, e manuscritos submetidos
em inglês deverão apresentar somente o ABSTRACT.
Palavras-chave
Apresentar até seis (6) palavras-chave (key words) imediatamente após o resumo
(abstract), respectivamente, em ordem alfabética. Devem ser elaboradas de modo que o
trabalho seja rapidamente resgatado nas pesquisas bibliográficas. Não podem ser
retiradas do título do artigo. Digitá-las em letras minúsculas, com alinhamento
justificado e separadas por vírgulas. Não devem conter ponto-final. Seguindo-se o
padrão de normas para o resumo/abstract, manuscritos submetidos em português
deverão conter somente palavras-chave, as quais serão traduzidas posteriormente à
aprovação, e artigos em inglês, somente key words.
Introdução
Devem conter no máximo 2.500 caracteres com espaços, resumindo a contextualização
breve do assunto, as justificativas para a realização da pesquisa e os objetivos do
trabalho. Evitar discussão da literatura na introdução. A comparação de hipóteses e
resultados deve ser feita na discussão. Trabalhos com introdução extensa serão
devolvidos para adequação às normas.
Material e Métodos
Se for pertinente, descrever no início da seção que o trabalho foi conduzido de acordo
com as normas éticas e aprovado pela Comissão de Ética e Biossegurança da
instituição. Descrição clara e com referência específica original para todos os
procedimentos biológicos, analíticos e estatísticos. Todas as modificações de
procedimentos devem ser explicadas.
Resultados e Discussão
É facultada ao autor a feitura desta seção combinando-se os resultados com a discussão
ou em separado, redigindo duas seções, com separação de resultados e discussão. Dados
suficientes, todos com algum índice de variação, devem ser apresentados para permitir
77
ao leitor a interpretação dos resultados do experimento. Na seção discussão deve-se
interpretar clara e concisamente os resultados e integrá-los aos resultados de literatura
para proporcionar ao leitor uma base ampla na qual possa aceitar ou rejeitar as hipóteses
testadas. Evitar parágrafos soltos, citações pouco relacionadas ao assunto e
cotejamentos extensos.
Conclusões
Devem ser redigidas em parágrafo único e conter no máximo 1.000 caracteres com
espaço. Resuma claramente, sem abreviações ou citações, as inferências feitas com base
nos resultados obtidos pela pesquisa. O importante é buscar entender as generalizações
que governam os fenômenos naturais, e não particularidades destes fenômenos. As
conclusões são apresentadas usando o presente do indicativo.
Agradecimentos
Esta seção é opcional. Deve iniciar logo após as Conclusões. Abreviaturas, símbolos e
unidades Abreviaturas, símbolos e unidades devem ser listados conforme indicado na
página da RBZ, link “Instruções aos autores”, “Abreviaturas”. Deve-se evitar o uso de
abreviações não-consagradas, como por exemplo: “o T3 foi maior que o T4, que não
diferiu do T5 e do T6”. Este tipo de redação é muito cômoda para o autor, mas é de
difícil compreensão para o leitor. Os autores devem consultar as diretrizes estabelecidas
regularmente pela RBZ quanto ao uso de unidades.
Estrutura do artigo (comunicação e nota técnica)
Devem apresentar antes do título a indicação da natureza do manuscrito (Comunicação
ou Nota Técnica) centralizada e em negrito. As estruturas de comunicações e notas
técnicas seguirão as diretrizes definidas para os artigos completos, limitando-se,
contudo, a 14 páginas de tamanho máximo. As taxas de tramitação e de publicação
aplicadas a comunicações e notas técnicas serão as mesmas destinadas a artigos
completos, considerando-se, porém, o limite de 4 páginas no formato final. A partir
deste, proceder-se-á à cobrança de taxa de publicação por página adicional.
Tabelas e Figuras
É imprescindível que todas as tabelas sejam digitadas segundo menu do Microsoft®
Word “Inserir Tabela”, em células distintas (não serão aceitas tabelas com valores
78
separados pelo recurso ENTER ou coladas como figura). Tabelas e figuras enviadas
fora de normas serão devolvidas para adequação. Devem ser numeradas
sequencialmente em algarismos arábicos e apresentadas logo após a chamada no texto.
O título das tabelas e figuras deve ser curto e informativo, evitando a descrição das
variáveis constantes no corpo da tabela. Nos gráficos, as designações das variáveis dos
eixos X e Y devem ter iniciais maiúsculas e unidades entre parênteses. Figuras não
originais devem conter, após o título, a fonte de onde foram extraídas, que deve ser
referenciada. As unidades, a fonte (Times New Roman) e o corpo das letras em todas as
figuras devem ser padronizados. Os pontos das curvas devem ser representados por
marcadores contrastantes, como círculo, quadrado, triângulo ou losango (cheios ou
vazios). As curvas devem ser identificadas na própria figura, evitando o excesso de
informações que comprometa o entendimento do gráfico. As figuras devem ser
gravadas nos programas Microsoft® Excel ou Corel Draw® (extensão CDR), para
possibilitar a edição e possíveis correções. Usar linhas com no mínimo 3/4 ponto de
espessura. As figuras deverão ser exclusivamente monocromáticas. Não usar negrito nas
figuras. Os números decimais apresentados no interior das tabelas e figuras dos
manuscritos em português devem conter vírgula, e não ponto.
Citações no texto
As citações de autores no texto são em letras minúsculas, seguidas do ano de
publicação. Quando houver dois autores, usar & (e comercial) e, no caso de três ou mais
autores, citar apenas o sobrenome do primeiro, seguido de et al. Comunicação pessoal
(ABNT-NBR 10520). Somente podem ser utilizadas caso sejam estritamente
necessárias ao desenvolvimento ou entendimento do trabalho. Contudo, não fazem parte
da lista de referências, por isso são colocadas apenas em nota de rodapé. Coloca-se o
sobrenome do autor seguido da expressão “comunicação pessoal”, a data da
comunicação, o nome, estado e país da instituição à qual o autor é vinculado.
Referências
Baseia-se na Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT (NBR 6023). As
referências devem ser redigidas em página separada e ordenadas alfabeticamente pelo(s)
sobrenome(s) do(s) autor(es). Digitá-las em espaço simples, alinhamento justificado e
recuo até a terceira letra a partir da segunda linha da referência. Para formatá-las, siga as
seguintes instruções: No menu FORMATAR, escolha a opção PARÁGRAFO...
79
RECUO ESPECIAL, opção DESLOCAMENTO... 0,6 cm. Em obras com dois e três
autores, mencionam-se os autores separados por ponto-e-vírgula e, naquelas com mais
de três autores, os três primeiros seguidos de et al. As iniciais dos autores não podem
conter espaços. O termo et al. não deve ser italizado nem precedido de vírgula.
Indica(m)-se o(s) autor(es) com entrada pelo último sobrenome seguido do(s)
prenome(s) abreviado (s), exceto para nomes de origem espanhola, em que entram os
dois últimos sobrenomes. O recurso tipográfico utilizado para destacar o elemento título
é negrito. No caso de homônimos de cidades, acrescenta-se o nome do estado (ex.:
Viçosa, MG; Viçosa, AL; Viçosa, RJ).
Obras de responsabilidade de uma entidade coletiva
A entidade é tida como autora e deve ser escrita por extenso, acompanhada por sua
respectiva abreviatura. No texto, é citada somente a abreviatura correspondente. Quando
a editora é a mesma instituição responsável pela autoria e já tiver sido mencionada, não
deverá ser citada novamente. ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL
CHEMISTRY - AOAC. Official methods of analysis. 16.ed. Arlington: AOAC
International, 1995. 1025p.
Livros e capítulos de livro
Os elementos essenciais são: autor(es), título e subtítulo (se houver), seguidos da
expressão “In:”, e da referência completa como um todo. No final da referência, deve-se
informar a paginação. Quando a editora não é identificada, deve-se indicar a expressão
sine nomine, abreviada, entre colchetes [s.n.]. Quando editor e local não puderem ser
indicados na publicação, utilizam-se ambas as expressões, abreviadas, e entre colchetes
[S.I.: s.n.]. LINDHAL, I.L. Nutrición y alimentación de las cabras. In: CHURCH, D.C.
(Ed.) Fisiologia digestiva y nutrición de los ruminantes. 3.ed. Zaragoza: Acríbia, 1974.
p.425-434. NEWMANN, A.L.; SNAPP, R.R. Beef cattle. 7.ed. New York: John Wiley,
1997. 883p.
Teses e Dissertações
Recomenda-se não citar teses e dissertações. Deve-se procurar referenciar sempre os
artigos publicados na íntegra em periódicos indexados. Excepcionalmente, se necessário
citar teses e dissertações, indicar os seguintes elementos: autor, título, ano, página, nível
e área do programa de pós-graduação, universidade e local. CASTRO, F.B. Avaliação
80
do processo de digestão do bagaço de cana-de-açúcar auto-hidrolisado em bovinos.
1989. 123f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Escola Superior de Agricultura
“Luiz de Queiroz”/Universidade de São Paulo, Piracicaba. SOUZA, X.R.
Características de carcaça, qualidade de carne e composição lipídica de frangos de corte
criados em sistemas de produção caipira e convencional. 2004. 334f. Tese (Doutorado
em Zootecnia) – Universidade Federal de Lavras, Lavras.
Artigos
O nome do periódico deve ser escrito por extenso. Com vistas à padronização deste tipo
de referência, não é necessário citar o local; somente volume, intervalo de páginas e
ano. MENEZES, L.F.G.; RESTLE, J.; BRONDANI, I.L. et al. Distribuição de gorduras
internas e de descarte e componentes externos do corpo de novilhos de gerações
avançadas do cruzamento rotativo entre as raças Charolês e Nelore. Revista Brasileira
de Zootecnia, v.38, p.338-345, 2009. Citações de artigos aprovados para publicação
deverão ser realizadas preferencialmente acompanhadas do respectivo DOI.
FUKUSHIMA, R.S.; KERLEY, M.S. Use of lignin extracted from different plant
sources as standards in the spectrophotometric acetyl bromide lignin method. Journal of
Agriculture and Food Chemistry, 2011. doi: 10.1021/jf104826n (no prelo).
Congressos, reuniões, seminários etc.
Citar o mínimo de trabalhos publicados em forma de resumo, procurando sempre
referenciar os artigos publicados na íntegra em periódicos indexados. CASACCIA, J.L.;
PIRES, C.C.; RESTLE, J. Confinamento de bovinos inteiros ou castrados de diferentes
grupos genéticos. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE
ZOOTECNIA, 30., 1993, Rio de Janeiro. Anais... Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira
de Zootecnia, 1993. p.468.
Artigo e/ou matéria em meios eletrônicos
Na citação de material bibliográfico obtido via internet, o autor deve procurar sempre
usar artigos assinados, sendo também sua função decidir quais fontes têm realmente
credibilidade e confiabilidade. Quando se tratar de obras consultadas on-line, são
essenciais as informações sobre o endereço eletrônico, apresentado entre os sinais < >,
precedido da expressão “Disponível em:” e a data de acesso do documento, precedida
da expressão “Acesso em:”. NGUYEN, T.H.N.; NGUYEN, V.H.; NGUYEN, T.N. et al.
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[2003]. Effect of drenching with cooking oil on performance of local yellow cattle fed
rice straw and cassava foliage. Livestock Research for Rural Development, v.15, n.7,
2003. Disponível em: <http:// www.cipav.org.co/lrrd/lrrd15/7/nhan157.htm> Acesso
em: 28 jul. 2005. REBOLLAR, P.G.; BLAS, C. [2002]. Digestión de la soja integral en
rumiantes. Disponível em: <http://www.ussoymeal.org/ruminant_s.pdf.> Acesso em: 12
out. 2002. SILVA, R.N.; OLIVEIRA, R. [1996]. Os limites pedagógicos do paradigma
da qualidade total na educação. In: CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA
UFPe, 4., 1996, Recife. Anais eletrônicos... Recife: Universidade Federal do
Pernanbuco, 1996. Disponível em: <http:// www.propesq.ufpe.br/ anais/anais.htm>
Acesso em: 21 jan. 1997.
Citações de softwares estatísticos
A RBZ não recomenda a citação bibliográfica de softwares aplicados a análises
estatísticas. A utilização de programas deve ser informada no texto (Material e
Métodos) incluindo o procedimento específico e o nome do software com sua versão
e/ou ano de lançamento. “... os procedimentos estatísticos foram conduzidos utilizando-
se o PROC MIXED do SAS (Statistical Analysis System, versão 9.2.)”.