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Estudo sobre as Universidades Corporativas. O que são, como funcionam e como os autores e organizações tratam essa nova metodologia de aprendizado no trabalho.
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SÃO SÃO PAULOFACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, CONTABILIDADE E
ATUARIAISCURSO DE ADMINISTRAÇÃO
UNIVERSIDADES CORPORATIVAS
ROBERT MELORAPHAEL BARBOZA DA MATA
Barueri - SP2013
ROBERT MELO – RA00072880RAPHAEL BARBOZA DA MATA - RA
UNIVERSIDADES CORPORATIVAS
Atividade semestral da disciplina de Gestão de Pessoas V, curso de Administração, da Faculdade de Economia, Administração, Contabilidade e Atuária, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, para avaliação do Professor Dr. Jean Pierre Marras.
Barueri - SP2013
SUMÁRIO
Introdução ...............................................................................................
O Conceito - Fundamentação Teórica ....................................................
Origem ....................................................................................................
O Novo Paradigma .................................................................................
A Implementação da Universidade Corporativa ....................................
Conclusão................................................................................................
Referências Bibliográficas .....................................................................
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RESUMO
UNIVERSIDADES CORPORATIVAS
O presente trabalho busca explicar a conceito de UCs (Universidades Corporativas),
método de aprendizagem que de início compreende uma evolução do tradicional
Treinamento e Desenvolvimento, mas que conforme nos aprofundamos no seu
entendimento, vemos que mais do que substitui-lo, as UCs têm uma abordagem derivada
de um novo paradigma e uma nova era, onde a revisão do que se conhece e abordagem vão
além das fronteiras da empresa e se estende a todo o ambiente onde a organização se
encontra, compondo todo a cadeia de valor e componentes ainda mais externos como o
governo e a comunidade.
Em acordo com as novas tendências onde a integração da organização com a comunidade é
incentivada e o conhecimento nas organizações é fator chave para o sucesso, as UCs têm
uma origem que remonta à década de 50, apesar de que só se popularizaram a partir dos
anos 90. A discussão começou no meio acadêmico e chegou as organizações, que, com
foco em resultados e eficiência, desenvolveram rapidamente o conceito. Hoje, como
veremos, a idéia de UCs já se consolidou nos EUA (onde surgiu) e já está também
estabelecida no Brasil.
Já são muitos os autores e instituições de ensino que tratam do assunto, e é factível visto
que o tema abrange também essas instituições, portanto, vários são os estudos que abordam
diretamente como funciona efetivamente esse conceito e como tem sido aplicado nas
diversas organizações atualmente.
INTRODUÇÃO
O objetivo do presente trabalho é apresentar os conceitos e contextualização das
Universidades Corporativas por alguns dos autores da administração que já têm trabalhado
com o assunto, que tem se mostrado cada vez mais relevante num ambiente organizacional
onde o capital intelectual é reconhecido como fator importante para garantir a
competitividade das organizações e também como fator crucial para a retenção de talentos,
afim de garantir o sucesso do negócio no mercado global.
Através do estudo e compreensão do trabalho elaborado por esses autores, vamos tentar
entender onde e como surgiu o conceito de Universidades Corporativas e como se encaixa
no paradigma atual da gestão do conhecimento, onde o conhecimento é peça chave para o
desenvolvimento e manutenção das organizações.
As organizações atuais investem como nunca no desenvolvimento de pessoas e a gestão de
pessoas é trabalhada de forma estratégica no nível executivo das organizações de mais
sucesso no mundo. Isso deve-se incialmente ao estudo da administração científica que
evoluiu desde o século passado o princípio do preparo dos trabalhadores. No passo mais
recente do desenvolvimento do conhecimento nas organizações observou-se que, conforme
Munno (2000, p. 143) o sistema de ensino não é adequado para formar os profissionais, no
Brasil principalmente por esse sistema já ser deficiente, mas no geral pelo currículo
acadêmico estar distante do que é exercido no mercado de trabalho. A educação
corporativa vem suprir essa necessidade principalmente por meio das UCs.
Nos EUA a educação corporativa já é uma realidade e as UCs já estão ultrapassando as
instituições de ensino superior convencionais em número. Inicialmente esse fato colocaria
em alerta essas instituições, mas, ainda, a medida que as UCs e seu conceito avançam,
surge uma oportunidade para essas instituições convencionais se reinventarem e exercerem
papel fundamental para a consolidação do novo paradigma, pois seu know how é um
instrumento necessário as organizações que vão implementar projetos de UCs em suas
unidades de negócios.
No Brasil as UCs já têm uma história que vem desde 1987 com a Amil e apesar de não tão
desenvolvida como nos EUA, segundo Najjar (2001, p. 171) a globalização tem se
constituído fator importante para a pesquisa e o desenvolvimento, que propiciam
avançarmos em conjunto com o mercado sem atrasos mais significantes.
Ainda nesse texto, vamos tentar repassar o que para esses autores seria essencial para que
as UCs tenham sucesso nas organizações em que são adotadas. Esses objetivos de início
são tratadas implicitamente por esses autores, mas também é sintetizado por alguns o que
seriam as diferenças fundamentais entre esse novo processo de aprendizagem e o T&D
convencional, para tanto, o método utilizado consistiu-se de pesquisa empírico cientifica
em artigos, teses, publicações em revistas de administração e livros que abordem o tema
afim de levantar dados consistentes sobre a evolução e aplicação do conceito de
Universidades Corporativas no ambiente organizacional atual.
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O CONCEITO – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
As Universidades Corporativas surgem de uma necessidade dentro de um novo paradigma.
Modelos anteriores sempre foram muito estáticos e principalmente conceituados na era da
revolução industrial. Hoje estamos na era do conhecimento e o conceito de organizações
que aprendem, inicialmente trazido para discussão por Senge, é o marco dessa nova fase
nas instituições de ensino e por seguinte nas organizações.
Antes de tudo é necessário deixar claro que os autores estudados compreendem as UCs não
como um prédio ou uma área da organização, mas um processo de aprendizagem que deve
envolver toda a empresa em todos os níveis.
As UCs são uma das extensões do Learning Organization:
“O aparecimento do Learning Organization deve-se ao esgotamento
dos modelos administrativos tradicionais. Por mais de 300 anos
esses modelos foram mecanicistas, racionais, no sentido cartesiano
do termo, e tinham suas raízes fincadas na Revolução Industrial.
Como tais, tratavam o trabalho – e tudo o que a ele se relacionava -
de maneira isolada, desconectada do todo.
Uma vez que os modelos tradicionais não atendiam mais às
necessidades emergentes, era preciso buscar novos modelos, novos
sistemas. Era preciso aproximar o modelo empresarial do lado
humano.” (MUNNO, 2000, p. 143).
Conforme Najjar (2001, p. 179) a Educação Corporativa evolui no espaço organizacional
justamente pelas UCs. Como estratégia de gestão permite às organizações entenderem a
importância para a valorização do capital intelectual e da gestão do conhecimento que
compreendem, portanto, um novo paradigma. Najjar ainda deixa claro que o processo de
aprendizagem das UCs, baseado no meio acadêmico, deve substituir a burocracia do T&D.
Para Vergara (2002, p. 82) as UCs são um esforço para que a aprendizagem na organização
seja continua e alinhada aos negócios da organização. As UCs visam deixar o modelo
estático e reativo do antigo T&D.
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Diante dessas afirmações podemos pensar: onde se encaixariam então as instituições de
ensino superior que em tese formam o profissional para esse mercado. Estariam elas
formando acadêmicos ainda não preparados para o mercado de trabalho?
Munno (2000, p. 143) enfatiza que a educação corporativa dimimui a distância entre o que
se aprende na escola e o que se pratica no mercado de trabalho.
Verifica-se mais factível esse desvio entre o que seria esperado das instituições de ensino
superior e o que as organizações demonstram precisar no seguinte trecho:
“A proliferação de universidades corporativas, ao mesmo tempo
em que abre possibilidade concretas para transformar em realidade
o velho sonho de integração escola-empresa, tem gerado muita
discussão e polêmica nos círculos acadêmicos. A grande questão
que se coloca é: As universidade corporativas constituem ameaça
ou para as escolas tradicionais de administração?” (Eboli, 1999, p.
56).
No trecho seguinte a autora já responde essa questão, que com dados históricos já
demonstra que o novo paradigma constitui sim uma oportunidade para essas instituições de
ensino superior, onde são desenvolvidas parcerias, citadas nesses e em outros estudos
como parte do desenvolvimento das UCs.
As UCs têm papel fundamental também como ferramenta para aumentar a retenção de
talentos, envolvendo a disseminação da cultura da organização no processo de
aprendizagem continuo. “As empresas progressistas querem cultivar em seus funcionários
uma noção de vínculo e orgulho. Para tanto, estão treinando seus funcionários formalmente
nos valores, cultura e tradições que só aquela organização possui...” Meister (1999) apud
Vergara (2002, p. 88).
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ORIGEM
As UCs fundamentam seu desenvolvimento na educação corporativa desenvolvida na
década de 90 sob o tema organizações que aprendem, mas existem desde a década de 50.
Esse estudo associado a outros fatores propiciou que as UCs se tornassem relevantes a
partir dos anos 90, como cita Vahdat (2008, p. 69), a aceleração da globalização dos
mercados, aumento da concorrência e a insatisfação com as instituições de ensino superior
tradicionais levaram muitas organizações a criarem universidade empresariais. O intuito
era prover aos funcionários um conjunto de conhecimentos, técnicas, experiências e
habilidades (corpo), valores, aspirações, crenças e princípios (alma) diferenciando sua
organização das demais.
Os EUA foram pioneiros em perceber a necessidade e então desenvolverem o modelo de
educação corporativa por meio das UCs, que buscava ser uma evolução radical do T&D.
Atualmente, nos EUA, a quantidade de UCs já está ultrapassando as instituições de ensino
superior em número.
No Brasil, atualmente, as UCs já estão bem estabelecidas e possibilitam estudos internos
de casos onde a implantação tem sido um sucesso. Na Europa o conceito chegou mais tarde
assim como nos demais países da américa latina.
Apesar do fechamento de muitas universidades tradicionais nos EUA em pleno surgimento
das UCs, a história mostra que desde o início e nos casos de maior sucesso houveram
parcerias entre as organizações e as universidades tradicionais.
Em seu trabalho, Vahdat (2008) cita a GE, com um modelo de UC tão sólido que chegou a
ser considerada a Harvard do ambiente corporativo. No estudo, cita-se a vantagem que
estar próximo de algumas das melhores universidades dos EUA foi para a GE conseguir
docentes dessas instituições em seu quadro. Outros fatores ainda contribuíram para a GE
conseguir formar um negócio capaz de formar alguns dos melhores profissionais do
mercado mundial.
A expressão universidades corporativas vem dos EUA e conforme Eboli (2002) apud
Vahdat (2008, p. 71) é principalmente uma referência às escolas tradicionais de
administração, tanto por se afastarem da realidade empresarial quanto por conciliarem
pesquisa, docência e prestação de serviços.
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O NOVO PARADIGMA
O cenário atual, onde o desenvolvimento e inovação são constantes é fruto da era do
conhecimento, onde o estudo e a globalização geram evolução e possibilitam um ciclo de
vida mais curto para tudo que consumimos, inclusive o conhecimento.
Tradicionalmente os departamentos de treinamento e desenvolvimento operam a
disseminação do conhecimento nas organizações, mas conforme Vergara (2002), sua
atuação constitui um movimento reativo, esperando que novas ideias e conhecimento
sejam desenvolvidos para que então a organização adote-os e repasse.
Na concepção das UCs, as organizações devem aprender a aprender, de forma a tanto
treinar, quanto estimular o conhecimento e a criação por seus funcionários do
conhecimento que será no futuro a chave para a competividade. Ainda, segundo Senge
(1990), citado por Vergara (2002, p. 84) a organização deve ensinar seus profissionais a
pensar e criar, renovando o conhecimento constantemente, fundamental para manter a
organização como um todo competitiva. Esse mesmo funcionário deve ser valorizado e
retido pela organização, pois sua capacidade é essencial para o sucesso, pois conforme
Vahdat (2008) gera valor para o negócio. A organização atual propicia uma estrutura
hierárquica mais plana e flexível, com maior integração entre o saber e o fazer.
Aumentando a necessidade de compreender a importância do capital intelectual e da
retenção, uma nova geração toma conta do mercado atual. A geração que substitui os baby
boomers mostra um perfil mais inovador, porém menos fiel as organizações. As UCs
viabilizariam trabalhar essa capacidade de desenvolvimento e criação e ao mesmo tempo
diminuiriam a perda desses talentos para o mercado.
Para Munno (2000, p. 153) Os profissionais hoje têm que dar continuidade à sua educação
e reconhecem que o trabalho e a aprendizagem estão ocorrendo em conjunto. E essa
aprendizagem permanente supera as fronteiras do trabalho e está presente na vida pessoal
de cada um desde que as tecnologias evoluem, e atualmente mais rápido do que nunca.
Quadro – Papéis das Universidades Tradicionais e das Universidades Corporatvas
Universidade Tradicional Universidade Corporativa
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Desenvolve competências essenciais para
o mundo do trabalho.
Desenvolve competências essências para
o sucesso do negócio.
Aprendizagem baseada em sólida
formação conceitual e universal.
Aprendizagem baseada na pratica dos
negócios.
Sistema educacional formal. Sistema de desenvolvimento de pessoas
pautado pela gestão por competências.
Ensina crenças e valores universais. Ensina crenças e valores da empresa e do
ambiente de negócios.
Desenvolve cultura acadêmica. Desenvolve cultura empresarial.
Forma cidadãos competentes para gerar o
sucesso das instituições e da comunidade.
Forma cidadãos competentes para gerar o
sucesso da empresa e dos clientes.
Fonte: Munno (2000)
Esse novo paradigma que surge possibilita uma maior intergração entre empresa, escola e
governo, visto que é entendido nesse contexto a empresa como principal cliente das
instituições de ensino, o governo como agente fundamental para desenvolver ou ao menos
flexibilizar o sistema acadêmico para o desenvolvimento de metodologias e currículos
mais adequados as necessidades organizacionais e as próprias instituições de ensino em se
reinventarem para que atendam e possam ser parceiras dar organizações nesse
empreendimento. Assim podemos entender a conceituação de Najjar (2001, p. 175) sobre
as UCs atenderem a toda a cadeia de valor e a comunidade de interesse.
Vahdat (2008, p. 95) trata de forma mais aberta das comunidades corporativas, onde
grupos de empresas trabalham em conjunto colaborativamente. Essas redes colaborativas
permitem a co-evolução das organizações envolvidas. Logo podemos chegar a conclusão
que numa rede mutuamente benéfica, a extensão do conhecimento e difusão da cultura da
organização por toda a rede pode retornar benefícios a organização que está dentro dessa
rede investindo na educação corporativa.
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A IMPLEMENTAÇÃO DA UNIVERSIDADE CORPORATIVA
“A Universidade Corporativa é um dos principais instrumentos de apoio ao alcance dos
objetivos organizacionais, através da criação e gestão dos processos de aprendizagem na
organanização.” (NAJJAR, 2001, P. 174).
A UC compreende uma mudança profunda na organização, e portanto deve ser apoiada por
um modelo de gestão de pessoas alinhado a esse novo modelo de gestão. Para isso os
processos educacionais das UCs devem substituir a burocracia do T&D.
Pode-se sintetizar algumas das considerações relevantes para a implementação de uma UC:
Investimento – A UC é uma célula de resultados. O investimento necessário à sua
concretização não passa, obrigatoriamente, pela construção de sede própria e
aparelhamento de salas de aula.
Estrutura – A prática mundial demonstra a importância de sua localização junto ao
órgão máximo de decisão da organização.
Implementação – Cuidados estratégicos como designar um conselho executivo
como equipe de implantação são necessários para apoiar a fase inicial do projeto, e
sugere-se incluir a área financeira no projeto para controlar e aprovar os
investimentos.
Estratégias Educacionais – A educação de adultos deve ser dirigida por estratégias
didáticas que se relacionem com a andragogia.
Parcerias – Deverá ser criada uma rede de parcerias com os fornecedores da
Universidade visando a redução de custos, a manutenção de um nível ótimo de
conteúdo e a possibilidade de poder realizar ações educacionais que atendam
plenamente às necessidades do negócio.
Programas – Os programas a serem oferecidos deverão responder principalmente
aos quesitos: “por que” e “para que”, evitando-se o investimento em iniciativas que
não atendam exatamente as necessidades do negócio.
Corpo docente – Os critérios para montar o corpo docente devem condizer com o
ambiente e o público. É importante a participação de profissionais da organização
como facilitadores.
Avaliação – É importante executar a avaliação do projeto para mensurar se está
atendendo as necessidades da organização. Nesse sentido, indicadores de nível de
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aprendizagem, nível de aplicabilidade e resposta da aplicação do conhecimento são
utilizados.
Fonte: Najjar (2001) com adaptações.
É preciso entender também no que e como se diferencia o conceito de UC do T&D. Para
tanto temos o quadro a seguir:
Quadro – O Treinamento e Desenvolvimento e a Educação Corporativa
Treinamento e Desenvolvimento Educação Corporativa
Voltada ao treinamento de pessoas.
Contabilização de horas de treinamento
por funcionário/ano
Voltada ao negocio via processos
educacionais contínuos
Voltada aos funcionários das
organizações
Voltada para toda a cadeia de produção
Centros de custos Centros de resultados. Unidades de
negócios
Enfoque burocrático Enfoque competitivo
Cultura organizacional não impacta sua
atividade
Cultura organizacional é ponto de partida
do projeto
Locais tradicionais de realização O “locus” do processo da aprendizagem
foi deslocado para onde melhor atender
às necessidades e às expectativas dos
clientes da universidade
Validação burocrática Validação do conteúdo, do facilitador e
dos alunos é parte integrante do processo
de aprendizagem
Facilitadores e instrutores externos Conta também com facilitadores e
instrutores escolhidos entre os
funcionários da organização
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Tecnologia ditada pelo facilitador Utilização dos recursos tecnológicos
disponíveis no mercado, mas a tecnologia
é entendida como um item do processo de
aprendizagem
Fonte: Najjar (2001).
Ainda, é extremamente importante citar, apesar de inicialmente causar descrença,
conforme Vergara (2002, p. 95), as tecnologias de informação apoiam a aprendizagem
estrategicamente, possibilitando a aprendizagem a qualquer hora e lugar e possibilitando a
gestão do conhecimento. Essas ferramentas estão presentes constantemente nas UCs: “Nas
universidades corporativas em estágio iniciante, tanto a infraestrutura técnica, quanto o
sistema gerenciado de conhecimento e aprendizagem, com frequência, são contratados de
terceiros... nas universidades corporativas especialistas, ou em estágio avançado, já é
possível encontrar uma única plataforma técnica de gestão do conhecimento e
aprendizagem.” (VAHDAT, 2008, p. 80)
E por último, “...as chances de sucesso de uma empresa, no mundo atual, são tão grandes
quanto a capacidade de seus funcionários em aprender novas tecnologias e métodos de
trabalho, conhecimentos e habilidades...” (VAHDAT, 2008, p. 86), sendo necessário
cultivar nos funcionários essa habilidade que se espera que a empresa adquira como um
todo para que efetivamente a educação corporativa tenha êxito onde está sendo implantada.
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CONCLUSÃO
A mudança de uma economia do trabalho braçal para focar no trabalhador do
conhecimento tem ínicio com a administração cientifica, mas o mais pleno
desenvolvimento desse conceito e então abandono de métodos arcaicos em todos os níveis
organizacionais é mais presente no contexto atual, onde a tecnologia e a evolução humana
juntaram esforços e criaram um terreno mais propício ao seu desenvolvimento.
A educação corporativa na era da gestão do conhecimento compreende uma importante
ferramenta, e, ao lado de adoção de tecnologias e novas estruturas de gestão que permitam
uma administração mais aberta, possibilitam as organizações evoluírem junto com seus
funcionários em um impulso mútuo.
A educação corporativa ao mesmo tempo compreende e se encaixa nas muitas das novas
tendências atuais de mercado, como cadeias de valor agindo em conjunto, através da
abertura das UCs aos integrantes dessa cadeia, maior valorização do capital humano a
partir do entendimento e investimento para o desenvolvimento e compreensão do negócio
como um todo pelo funcionário, relacionamento com a comunidade a partir de parcerias
com as universidades tradicionais, gestão de pessoas estratégica com a reformulação dessa
área precedendo a implantação da UC, reconhecimento do trabalho como um local de
aprendizagem contínuo incentivado pela gestão e por último estimular a inovação, com
uma estrutura que incentive a criação e participação dos funcionários em todos os níveis
organizacionais e se envolver na organização como um todo, não só sua área, contribuindo
com idéias.
A educação corporativa aparece num momento onde o profissional percebe que o trabalho
e a aprendizagem ocorrem em conjunto e que essa a aprendizagem permanente está
também fora da empresa, ou seja, o profissional entende também que sua vida não se
divide mais entre fase escolar (de aprendizagem) e fase de trabalho, mas constitui-se de um
agregação da competência de executar enquanto continua a renovar seu conhecimento.
Podemos concluir que as UCs têm duas finalidades principais, primeiramente de alinhar o
conhecimento e as competências às necessidades do sucesso da organização, com métodos
de aprendizagem que acompanhem a rotina da organização, aprendendo a qualquer
momento, e a segunda de cultivar no funcionário a imagem e valores da organização. Essas
duas finalidades atendem às necessidades de um contexto global e competitivo que evolui
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exponencialmente, com ciclos de vida de tudo, desde a tecnologia produzida até as
metodologias aplicadas, cada vez mais curtos.
Com um novo paradigma de gestão, novas tendências de mercado e organizações com
visões mais amplas e abertas, as UCs contribuem em seu conceito mais profundo a chave
para que a organização se encaixe nesse novo panorama através de uma mentalidade mais
flexível, criativa e aberta à mudanças.
Fica evidente nos estudos, também, o papel de agentes externos ativamente para
desenvolver as comunidades onde as organizações estão, no Brasil principalmente, afim de
reciclar seu sistema acadêmico, que já é precário, para que adapte-se ao meio
organizacional, onde a eficiência e, atualmente, o fator humano são trabalhados a favor da
sustentabilidade de todo o meio, por interesse da organização sobre seus clientes e por
meio dos demais agentes viverem nesse meio.
Por fim, entendemos que na era do conhecimento o fator conhecimento tem tanta ou mais
importância que o trabalho e capital, devido seu potencial pode definir o nível de sucesso e
vida de uma organização, sendo assim valorizado e desenvolvido paralelamente a
organização como um todo, e não limitando-se a sua especifidade departamental, porém é
mais complexo e pela própria natureza humana mais instável, podendo ser desenvolvidos
ainda muitos estudos, mas isso não é problema, pois nunca a aprendizagem foi tão
incentivada e deu tantos frutos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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