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1 UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Análise das concepções de ensino-aprendizagem de alguns licenciandos de uma Universidade particular de São Paulo, SP Diogo Destro Barcellos São Paulo 2010

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE · educativos são interpretados por Mizukami (1986). Dos diversos autores que analisam e comparam as abordagens do processo de ensino e aprendizagem,

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Análise das concepções de ensino-aprendizagem de al guns

licenciandos de uma Universidade particular de São Paulo, SP

Diogo Destro Barcellos

São Paulo

2010

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Análise das concepções de ensino-aprendizagem de al guns

licenciandos de uma Universidade particular de São Paulo, SP

Diogo Destro Barcellos

Professora orientadora:

Dra. Magda Medhat Pechliye

São Paulo

2010

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Resumo

O presente trabalho destina-se a verificação e análise das concepções de

ensino-aprendizagem de licenciandos de um curso de Ciências Biológicas de uma

Universidade particular de São Paulo. Foram aplicados aos licenciandos do

segundo e sexto semestre, um questionário que teve a intenção de coletar as

concepções de ensino-aprendizagem deles. A partir desta coleta, os dados foram

analisados qualitativa e quantitativamente. Diante do material analisado e do

referencial proposto, observou-se que as concepções de ensino-aprendizagem dos

licenciandos do segundo semestre, são aliadas às experiências vivenciadas na

formação escolar. Ou seja, estes possuem entendimento de ensino-aprendizagem

relacionado com a abordagem de ensino tradicional, uma das concepções mais

enraizada no sistema nacional brasileiro. A tendência seria que os alunos, os quais

vivenciam este tipo de abordagem, dariam continuidade a esta tradição. Porém os

licenciandos do sexto semestre já demonstram concepções de ensino-aprendizagem

diferentes. Estes apresentam uma aversão à abordagem tradicional e utilizam

elementos que se assemelham a concepção construtivista. Estes alunos tiveram um

maior contato com as diversas abordagens de ensino-aprendizagem ao longo do

curso de licenciatura e tiveram um repertório mais elaborado para responderem as

perguntas da ficha de coleta de dados. O estudo, reflexão e interpretação das

abordagens de ensino-aprendizagem apresentadas nos cursos de licenciatura, são

de grande importância para a formação e atuação dos futuros professores.

Palavras-chave: concepções, ensino-aprendizagem, li cenciandos, alunos,

atuação, abordagem tradicional, construtivismo e fo rmação de professores.

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Abstract

This work is intended to verify and analyze the conceptions of teaching and

learning of undergraduates in a course in Biological Sciences from a private

university in São Paulo. Were applied to the licensees of the second and sixth

semester, a questionnaire, which collected conceptions of teaching and learning.

Through this collection, the data were analyzed quantitative and qualitatively. Before

the material analyzed and the proposed reference, we observed that the conceptions

of teaching and learning of undergraduates in the second semester, are allied to

those experiences in classes when the performance of students in their school. They

have understanding of teaching and learning related to the traditional approach to

teaching, conceptions of a more rooted in the Brazilian national system. The trend is

that students who live and take root with this type of approach, would continue this

tradition. But the sixth semester of undergraduate students already demonstrate

concepts of teaching and learning different. Already the sixth semester of

undergraduate students, have a aversion the traditional approach and use elements

that resemble constructivist design. These students had greater contact with the

various approaches to teaching and learning throughout the degree course and had

a repertoire more prepared to answer the questions of form to collect data. The

study, reflection and interpretation of the teaching and learning approaches

presented in the undergraduate programs, are of great importance for the formation

and performance of future teachers.

Key-words: conceptions, teaching and learning, stud ent teachers, pupils,

acting, traditional approach, constructivism, and t eacher training.

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Sumário

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................06

2. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................08

2.1. Abordagem de ensino tradicional.............................................................09

2.2. Abordagem de ensino construtivista.........................................................12

2.3. Posicionamento frente às abordagens.....................................................14

2.4. Abordagens das concepções de ensino e aprendizagem na formação de

professores.................................................................................................................15

3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS...............................................................18

4. RESULTADOS.......................................................................................................23

5. ANÁLISE................................................................................................................42

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................51

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................52

8. APÊNDICE I – FICHA DE COLETA DE DADOS...................................................54

9. ANEXO I – RESPOSTAS DA FICHA DE COLETA DE DADOS............................56

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1. INTRODUÇÃO

De alguma maneira a educação sempre foi objeto de preocupação da

sociedade e de seus dirigentes, notadamente em seus aspectos formais, em seu

conteúdo e em sua utilidade cultural enquanto instrumento de socialização.

Diferentes tipos de abordagens educacionais têm sido estudados e analisados de

diferentes maneiras. Neste estudo serão apresentadas algumas das abordagens de

ensino-aprendizagem em relação aos seus pressupostos comuns e diferentes, que

procuram explicar o processo de ensino-aprendizagem.

Essas correntes teóricas (abordagens de ensino) procuram compreender o

fenômeno educativo a partir de diferentes enfoques, muitos deles relacionados com

o momento histórico de sua criação e do desenvolvimento da sociedade na qual

estavam inseridas. O fenômeno educativo é concebido de várias maneiras. Há

muitas interpretações sobre o conhecimento dos fenômenos educativos. É um

fenômeno histórico, humano e multimensional (MIZUKAMI, 1986, p. 107).

Tendo a preocupação de uma melhora e eficácia da educação brasileira em

relação ao processo de ensino-aprendizagem, no sentido de que as abordagens

poderiam ser mais bem trabalhadas, debatidas, formando desta maneira opiniões.

Os alunos precisam ter um maior contato com as abordagens de ensino-

aprendizagem existentes para poderem definir a sua prática de atuação. Tais

preocupações não são apenas de muitos profissionais e autores acadêmicos, como

também do autor do presente estudo, diante de questões referente à atuação do

professor e da função do aluno frente às abordagens de ensino, o presente trabalho

visa verificar e analisar as concepções de ensino-aprendizagem de licenciandos de

um curso de Ciências Biológicas de uma Universidade particular de São Paulo.

O primeiro capítulo desse trabalho trata das concepções de ensino-

aprendizagem com a visão de diferentes autores. Neste capítulo são descritos: a

concepção de ensino tradicional, trazendo seus princípios, função do professor e do

aluno frente a esta abordagem, como o conhecimento é considerado e como ocorre

a aprendizagem. Procurando manter a mesma forma descrita na abordagem

tradicional, foi mantido neste tópico as mesmas pautas abordadas no tópico anterior,

só que se tratando da abordagem de ensino construtivista; em um momento o autor

do estudo se filia a uma abordagem, justificando a sua escolha e finalmente no

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último tópico é descrito a importância da apresentação e conhecimento por parte dos

alunos no curso de licenciatura.

No segundo capítulo são descritos os procedimentos metodológicos onde são

expostos os meios em que o trabalho foi realizado com justificativas

correspondentes aos mesmos. É descrito também a forma com que a coleta de

dados fora realizada, a partir de um questionário contendo quatro perguntas abertas

e duas fechadas.

No terceiro capítulo, os dados coletados foram organizados, descritos e

classificados. Os dados foram confrontados com a literatura que compõe o

referencial teórico, formando desta maneira a análise do presente estudo, sendo

este então o quarto capítulo.

O último capítulo é destinado para as considerações finais, que retoma a

discussão, concluindo o presente estudo referente a análise das abordagens de

ensino-aprendizagem dos alunos de uma Universidade particular de São Paulo.

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2. REFERENCIAL TEÓRICO

O processo de ensino e aprendizagem tem sido estudado segundo diferentes

enfoques. O fenômeno educativo é concebido de várias maneiras. Há muitas

interpretações sobre o conhecimento dos fenômenos educativos. Como um

fenômeno histórico, humano e multimensional o conhecimento dos fenômenos

educativos são interpretados por Mizukami (1986).

Dos diversos autores que analisam e comparam as abordagens do processo

de ensino e aprendizagem, vale destacar o trabalho de Mizukami (1986), a qual

descreve as abordagens teóricas mais difundidas no meio da educação: a

cognitivista, sócio-cultural, a tradicional, a comportamentalista e a humanista.

A abordagem tradicional parte do pressuposto que somente o professor

detém o saber e os alunos devem absorver todos os conhecimentos que o professor

lhes oferece (MIZUKAMI, 1986). A abordagem comportamentalista acredita que o

elogio, o prêmio são formas de incentivar e de fazer com que o aluno aprenda.

A abordagem humanista é totalmente voltada a iniciativa do aluno, o qual

deve decidir o que e como aprenderá (MIZUKAMI, 1986). A cognitivista (Piaget e

Vygotsky) acredita que provocar a dúvida no aluno faz com que este tenha vontade

de aprender e a abordagem sócio-cultural, desenvolvida por Paulo Freire, demonstra

a preocupação com a vida e os conhecimentos prévios do aluno, procurando

entende-lo e interessá-lo pelo aprendizado, aproximando o aprendizado com seu

cotidiano (MIZUKAMI, 1986).

A abordagem construtivista, muito conhecida no meio acadêmico atualmente

possui algumas idéias das abordagens cognitivista e sócio-culturais, pois acredita

que provocar a dúvida estimula o aluno, porém também conhecer seu cotidiano e

seus conhecimentos prévios e utilizá-los para proporcionar um melhor aprendizado

dos alunos é essencial.

Tendo em vista verificar e analisar as concepções de ensino-aprendizagem

de licenciandos de um curso de Ciências Biológicas de uma Universidade particular

de São Paulo, interessa neste trabalho, abordar apenas duas das linhas

pedagógicas ou tendências no ensino brasileiro, as quais são o tema chave do

presente estudo, sendo estas aqui denominadas de abordagem tradicional e

abordagem construtivista. Essa escolha foi motivada pelo fato da abordagem

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tradicional estar arraigada desde o ensino básico brasileiro até nas Universidades.

Mesmo sabendo da existência de outras abordagens de ensino, escolhemos a

construtivista pelo fato desta ser polêmica e na maioria das vezes utilizada como

jargão (caráter propagandístico através de suas propostas). Nenhumas das

abordagens citadas no presente estudo são mais importantes do que as outras, o

que vale considerar a sua eficácia no processo de ensino-aprendizagem. Os autores

citados nos tópicos seguintes analisam as abordagens a partir de seus princípios,

dos componentes necessários ao fenômeno educativo e de seus efeitos sobre o

indivíduo e a sociedade.

2.1. Abordagem de ensino tradicional

Esta abordagem é caracterizada por se preocupar mais com a variedade e

quantidade de noções, conceitos e informações do que com a formação do

pensamento reflexivo do aluno. É por via da linguagem que uma pessoa ou

comunidade transmitem um conhecimento para alguém quando supõem terem

produzido alguma coisa e que julgam ser importante para alguém que não a tem. A

linguagem é o recurso mais poderoso, econômico e analógico que conhecemos para

compartilhar um acontecimento com alguém que só por ter acesso a ele por via

indireta (MACEDO, 1994). Há ênfase no verbalismo do mestre e pela memorização

do aluno. O aluno se limita a passivamente escutar o conteúdo pronto, trazido pelo

professor (MIZUKAMI, 1986, BECKER, 1994). Mizukami (1986), Becker (1994) e

Freire (1970), descrevem que o homem é considerado uma tabula rasa no início de

sua vida, na qual progressivamente são impressas informações e imagens

fornecidas pelo ambiente.

Neste tipo de abordagem educacional, evidencia-se o caráter cumulativo do

conhecimento humano, adquirido pelo indivíduo por meio de transmissão, de onde

se supõe o papel importante da educação formal e da instituição escolar

(MIZUKAMI, 1986). Como produto acabado, reproduzido, a concepção de

conhecimento concreto se faz presente na aula expositiva. Há professores que

consideram uma boa aula, aquela que o professor dá uma aula da forma expositiva,

onde a sala de aula pode ser comparada quase como um auditório (BECKER, 2002;

MIZUKAMI, 1986). O educador que é adepto a este tipo de abordagem de ensino

acredita que somente ele pode produzir algum tipo de conhecimento no aluno,

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sendo então a função do aluno de somente aprender e a do professor de ensinar,

formando desta maneira a relação de pólos dicotômicos onde o aluno jamais

ensinará e o professor jamais aprenderá (BECKER, 1994).

A concepção tradicional de ensino considera que a aprendizagem depende

diretamente da influência do professor (faz com que a atividade de aprendizagem do

aluno seja estimulante ou desestimulante) e da metodologia de ensino utilizada

(COLL, 1994). Quem concede a palavra e determina quem deve falar, quando,

quanto e o que pode ou não ser dito é o professor. A sala de aula se torna um

micromundo como nos demais setores de nossa sociedade autoritária, onde a

maioria deve-se submeter á minoria que detém os meios de produção (FREITAS,

1998). Pede-se o silêncio e a contemplação dos ouvintes para que o conferencista

possa extasiá-los com seus conhecimentos e sua sabedoria (MACEDO, 1994). Cabe

ao educador, dar, entregar, levar, transmitir o seu saber aos educandos (FREIRE,

1970). “O professor fala e o aluno escuta; o professor dita e o aluno copia; o

professor decide o que fazer e o aluno executa; o professor ensina e o aluno

aprende” (BECKER, 1994, p.89).

Becker (1994) descreve as características que um professor tradicional

apresenta: observa a entrada de seus alunos na sala de aula e aguarda que estes

se sentem em suas carteiras enfileiradas e afastadas umas das outras para não

promover nenhum tipo de interação e espera que seus alunos aguardem sentados,

quietos e silenciosos. O professor tomará atitudes como de gritar e xingar um aluno

ou outra aluna, caso o silêncio e quietude não estiverem presentes, até que a

palavra dele seja a única, o professor toma consentimento de que sua aula irá iniciar

(BECKER, 1994). O educador é um agente indiscutível, real sujeito que tem o papel

de “encher” os educandos dos conteúdos de sua narração. Os conteúdos são

retalhos sem interligação da realidade e em cuja visão ganhariam significação

(FREIRE, 1970).

Segundo Mizukami (1986), Snyders é um grande defensor do ensino

tradicional verdadeiro. O professor é um elemento imprescindível na transmissão de

conteúdos. Já Paulo Freire (1970), critica a abordagem de ensino tradicional e a

compara com depósito bancário. O educador narra sistematicamente e o educando

memoriza mecanicamente o conteúdo narrado. “...a narração os transforma em

“vasilhas”, em recipientes a serem “enchidos” pelo educador. Quanto mais vá

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“enchendo” os recipientes com seus “depósitos”, tanto melhor educador será.

Quanto mais se deixem docilmente “encher”, tanto melhores educandos serão”

(FREIRE, 1970, p. 58). “Desta maneira, a educação se torna um ato de depositar,

em que os educandos são os depositários e o educador o depositante” (FREIRE,

1970 p. 58).

Para Freire (1970), a educação bancária mantém e estimula a contradição:

“O educador é o que educa, os educandos, os que são educados; o educador é o que sabe, os educandos, os que não sabem; o educador é o que pensa, os educandos, os pensados; o educador é o que diz a palavra, os educandos, os que a escutam docilmente; o educador é o que disciplina, os educandos, os disciplinados; o educador é o que opta e prescreve sua opção, os educandos, os que seguem a prescrição; o educador é o que atua, os educandos, os que têm a ilusão de que atuam, na atuação do educador; o educador escolhe o conteúdo programático, os educandos, jamais ouvidos nesta escolha, se acomodam a ele; o educador identifica a autoridade do saber com sua autoridade funcional, que opõe antagonicamente à liberdade dos educandos, estes devem adaptar-se às determinações daquele; o educador, finalmente, é o sujeito do processo, os educandos, meros objetos” (FREIRE, 1970, p. 59).

A sala é entendida como o lugar privilegiado da educação formal. Porém a

ideia difundida pelo sistema (educacional, social) é que esse é o único espaço de

aquisição de conhecimento. Daí, por exemplo, o valor atribuído à atenção do aluno

na sala de aula e a frequência às aulas pela avaliação institucional (FREITAS,

1998). Para Freitas (1998), ocorre a redução da possibilidade de conhecimento ao

âmbito da sala de aula serve para legitimar o saber oficial (conhecimentos

transmitidos na escola) e é negado a possibilidade de outros saberes (ex. cultura

popular). “A expressão escolar clássica do conhecimento, entendido

pedagogicamente como algo que pode ser transmitido, é a aula expositiva”

(BECKER, 2002, p. 106).

Em qualquer situação de ensino, o ato de aprender é considerado como uma

cerimônia. O ensino desta maneira fica formalizado. Na concepção tradicional ocorre

a distanciamento entre o professor que palestra e ao aluno que escuta. O professor

é considerado como uma autoridade intelectual e moral para o aluno, formando

assim uma relação social vertical desta concepção (MIZUKAMI, 1986). Para

aprender neste tipo de abordagem educacional, o aluno tem que apenas escutar o

professor, manter o silêncio, ficar atento, repetir tantas vezes quanto forem

necessárias, escrever, ler e aderir em sua mente o que o professor passou

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(BECKER, 1994). Freitas (1998) atenta que segundo a concepção de ensino

tradicional, aprender é reproduzir o modelo concebido pelo professor. A repetição

também serve como prova de que a criança sabe. Se ela repete, é porque aprendeu

(FREITAS, 1998). Zabala (2006) critica o recurso de “repetição verbal” e

memorização. Argumenta que ambos não garantem a aprendizagem. Só será

conseguido que os alunos sejam capazes de lembrar e repetir as definições de

forma mecânica. Para que a aprendizagem ocorra, é necessária a intervenção do

professor. Esse tipo de intervenção visa apenas a atuação de um dos pólos da

relação, o do professor. É neste aspecto que muitas críticas são realizadas a esse

modelo de ensino (MIZUKAMI, 1986).

2.2. Abordagem de ensino construtivista

A concepção construtivista é um referencial explicativo que parte das

considerações sociais e socializadora da educação escolar (SOLÉ, 2006). Esta

abordagem de ensino prioriza o desenvolvimento da inteligência com as atividades

do sujeito, considerando-o inserido numa situação social (contempla como

verdadeira aprendizagem o exercício operacional da inteligência), ou seja, a

aprendizagem ocorre quando o aluno elabora seu conhecimento (MIZUKAMI, 1986).

Na concepção construtivista, a educação escolar trata de promover a

atividade mental construtiva do aluno na base dos processos de desenvolvimento

pessoal (COLL, 1994). Segundo Gil-Pérez e Carvalho (2000), o modelo

construtivista é composto por três elementos básicos: os programas de atividades

(situações problemáticas suscetíveis de colocar os alunos em uma pesquisa

dirigida), o trabalho em pequenos grupos e os intercâmbios entre os referidos grupos

e a comunidade científica (representada pelo professor, por textos e etc.). O

individuo é considerado como um ser inacabado, em reestruturações sucessivas em

busca de um estágio final nunca acabado por completo (MIZUKAMI, 1986).

Na pedagogia relacional há ação do sujeito que aprende, constrói, desta

maneira nomearam esta abordagem como construtivismo (BECKER, 1994).

Mizukami (1986) afirma que o objetivo da educação no interacionismo não consiste

na transmissão de verdades, informações, demonstrações, modelos, etc, e sim fazer

com que o aluno aprenda por si só. Um dos objetivos é que a partir da educação,

cada aluno chegue à autonomia intelectual (assegurada pelo desenvolvimento da

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personalidade e pela aquisição de instrumental lógico-racional) (MIZUKAMI, 1986).

Este tipo de abordagem tira a figura autoritária do professor representada por este e

ultrapassa o dogmatismo do conteúdo (BECKER, 1994). Ser construtivista implica

em tratar a prática pedagógica como uma investigação, como uma experimentação.

Não é fazer uma coisa uma única vez, mas sim praticá-la, exercitá-la com sentido de

pesquisa, de descoberta, de invenção de construção e etc. (MACEDO, 1994).

O professor é um agente ativo do processo de construção de conhecimento.

O centro de aprendizagem não é a matéria, é o aluno que atua sobre o conteúdo

que devem aprender (MAURI, 2006). O professor considera duas condições para

que o conhecimento novo seja construído: ação do aluno (assimilação) no material

que o professor trouxe para trabalhar; e que o aluno responda seus próprios

questionamentos surgidos na problematização (mecanismos e ações sobre o

material) fazendo refletir. O professor não crê na eficiência do ensino convencional

ou tradicional, pois não acredita que um conhecimento possa ser transmitido através

do ensino (BECKER, 1994). O professor faz a ponte entre o conhecimento e o

produtor (aluno), fazendo mediação, transformando conhecimentos científicos em

noções, promove assimilação de imagens e conteúdos, mas também, os educandos

trabalham para que os alunos entrem em contato com suas próprias hipóteses, com

suas formas de fazer e compreender as coisas (MACEDO, 1994).

Conhecimento é considerado como uma construção contínua em que a

passagem de um estado de desenvolvimento para o próximo é sempre

caracterizado pela formação de novas estruturas que não existiam antes no

indivíduo (MAURI, 2006). Segundo Mizukami (1986) conhecimento é definido como

produto da interação entre o homem e o mundo sujeito e objeto, não se enfatizando

nenhum dos pólos da relação. Os conhecimentos dos alunos não são formados

apenas e durante as aulas. Segundo Macedo, na concepção construtivista, um

conhecimento a respeito de algo, só pode ocorrer se houver uma teorização a qual

produz esse conhecimento (MACEDO, 1994).

Para Mauri (2006), o conhecimento é construído por diferentes meios, sendo

eles por experiências, exploração física e social do meio, escutam relatos,

programas de rádio e televisão, livros, etc. Ainda que parcialmente, construir

conhecimento implica em deduzi-lo a partir de um outro já sabido (MACEDO, 1994).

Os alunos constroem seu próprio conhecimento desenvolvendo atividades que

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desenvolvem e atribuem significados aos conteúdos escolares apresentados.

Ninguém pode realizar no lugar do aluno o processo de elaboração pessoal na

construção do conhecimento (MAURI, 2006).

A inteligência é utilizada necessariamente como instrumento de

aprendizagem para a construção de conhecimentos (MIZUKAMI, 1986). O aluno não

é considerado como uma tabula rasa. O professor acredita que tudo o que o aluno

construiu até hoje em sua vida serve de patamar para continuar a construir, ou em

outras palavras, o professor tem a crença de que seu aluno é sempre capaz de

aprender (BECKER, 1994). O objeto de aprendizagem no construtivismo é a

elaboração, representação pessoal do conteúdo. Tal representação não é realizada

em uma mente em branco (MAURI, 2006).

Aprender pressupõe atribuir um sentido e construir os significados implicados

em tal conteúdo. A construção não é elaborada a partir do zero. O aluno constrói

pessoalmente um significado com base nos significados que pode construir

previamente (MIRAS, 2006; MAURI, 2006; SOLÉ, 2006). Não é um processo de

acumulação de novos conhecimentos (SOLÉ, 2006). O aluno precisa do auxílio do

professor (intervenção paralela daqueles que estão culturalmente mais preparados)

no processo de aprendizagem (MAURI, 2006). A atividade individual do aluno já não

é mais a unidade básica do processo de ensino e aprendizagem e sim a atividade

conjunta do aluno e professor em torno da interação com o objeto de aprendizagem

(COLL, 1994).

2.3. Posicionamento frente às abordagens

Mediante a contextualização das abordagens de ensino exposta pelos autores

tratados no presente trabalho, a abordagem de ensino construtivista será

privilegiada na escolha. Um grande motivo para a realização desta escolha fora por

esta abordagem favorecer a inteligência, o pensamento, o conhecimento prévio e

outros fatores que possibilitam a ação do aprendiz para a elaboração do processo

de construção de seu próprio conhecimento com a mediação de uma pessoa com

maior conhecimento de cultura (professor).

O processo ensino-aprendizagem é composto por: ensinar, que exprime uma

atividade. Aprender envolve certo grau de realização de uma determinada tarefa

com êxito. Aprendizagem é uma construção pessoal que o aluno realiza com a ajuda

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que recebe de outras pessoas (ZABALA, 2006). O aluno aprende exercitando a

mente e não absorvendo o conhecimento. Ensinar é a intervenção, desestabilização

do atuante (o professor) sobre um conhecimento presente de uma maneira

construído (hipótese, conhecimentos prévios) pelo aprendiz (aluno). Utiliza-se o

conhecimento prévio do aluno para então amadurecer, aprofundar, efetuar novas

construções de conhecimento através da mediação, trabalho conjunto com o

professor.

2.4 Abordagens das concepções de ensino e aprendiza gem na formação de

professores

São apresentadas nos cursos de licenciatura, disciplinas pedagógicas que

possibilitam ao futuro professor contato com diferentes tipos de abordagens (corpo

organizado de idéias) que justifiquem a prática educativa. Porém vale ressaltar que

cada professor faz das abordagens uma interpretação individual e intransferível

(MIZUKAMI, 1986). “A concepção de ensino e as práticas realizadas pelo professor

certamente terão de ser diferenciadas conforme os objetivos se direcionem à

internalização ou a conscientização” (CUNHA, 2000, p.31).

Para Piaget (1970), a formação de professores é longa e complexa (apud

MACEDO, 1994). Macedo (1994) considera quatro pontos fundamentais durante

este processo:

“Primeiro: é importante para o professor tomar consciência do que faz ou pensa a respeito de sua prática pedagógica. Segundo, ter uma visão crítica das atividades e procedimentos na sala de aula e dos valores culturais de sua função docente. Terceiro, adotar uma postura de pesquisador e não apenas de transmissor. Quarto, ter um melhor conhecimento dos conteúdos escolares e das características do desenvolvimento e aprendizagem de seus alunos” (MACEDO, 1994, p. 59).

As teorias não são as únicas fontes de respostas possíveis, completas e

incorrigíveis para as diversas situações de ensino-aprendizagem. Elas são

elaboradas para explicar um processo de discussão permanente entre teoria e

prática (MIZUKAMI, 1986). “Um dos grandes problemas dos cursos de licenciatura é

que os futuros professores raramente chegam a vivenciar propostas que foram

discutidas” (MIZUKAMI, 1986, p.108).

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Mizukami (1986) propõe uma forma para a solução de tal problema,

estruturando os cursos de licenciatura de forma que teorias e práticas pedagógicas

não sejam consideradas distintas e que através de discussões, análises, reflexões,

questionamentos e críticas, diferentes opções teóricas em confronto com esta

mesma prática. Unir ensino e pesquisa significa caminhar para que a educação seja

integrada, envolvendo estudantes e professores numa criação do conhecimento

comumente partilhado (CUNHA, 2000). “Trata-se, então, de orientar o trabalho de

formação dos professores como uma pesquisa dirigida, contribuindo assim, de forma

funcional e efetiva, para a transformação de suas concepções iniciais” (GIL-PÉREZ

& CARVALHO, 2000, p.15).

A crítica ao ensino tradicional, efetuada pelos professores em formação, virou

senso comum. Geralmente professores em formação rejeitam a prática do ensino

tradicional (transmissão de conhecimentos já elaborados), mas há evidências de que

apesar de todas as repulsas, continua-se ainda hoje fazendo-se aulas praticamente

idênticas que as aulas dos anos 60 (GIL-PÉREZ & CARVALHO, 2000). O ensino

tradicional esta profundamente impregnada ao longo dos muitos anos em que os

professores em formação, na posição de alunos, acompanharam as atuações de

seus professores. Convém trabalhar no curso de formação de professores, até que

ponto é válida a repulsa por esta abordagem de ensino. Vale também questionar as

idéias docentes de senso comum. É de grande importância uma representação

teorizada (elaboração de um corpo coerente de conhecimentos que vai além de

aquisições pontuais e dispersas) das abordagens de ensino no curso de formação

de professores e submeter o que foi tomado como consciência uma reflexão crítica

(GIL-PÉREZ & CARVALHO, 2000).

As práticas dos professores geralmente possuem características de várias

abordagens, ou podem tender para alguma delas. Isso ocorre porque a prática, a

metodologia de um professor, é construída por ele, através de sua personalidade e

vivência na profissão. É importante conhecer as abordagens, discutir sobre seus

pontos positivos e negativos e suas implicações na aprendizagem dos alunos, para

que os futuros professores possam escolher que características gostariam de

possuir em suas práticas. Atualmente há uma repulsa a abordagem tradicional, mas

ela é a mais comumente praticada e mesmo os alunos de licenciatura, ao se

formarem, acabam algumas vezes tendenciado a esta prática, pela falta de

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experiência, por estarem acostumados com ela, pois se vivenciou esta abordagem

como alunos na escola básica e também na superior e por ela ser menos trabalhosa

que as outras práticas que exigem maior tempo de elaboração de planos e

atividades bem como maior orientação aos alunos.

Um curso de formação de professores tem que possibilitar confrontos entre

abordagens entre seus princípios, contrastes e convergências, possibilitando ao

futuro professor a análise da própria atuação pedagógica, implicações, pressupostos

e criticas, fazendo com que se conscientize de sua ação para que pudesse além de

interpretá-la e contextualizá-la, superá-la constantemente (MIZUKAMI, 1986).

Estudar o que e porque acontece dentro da sala de aula, é tarefa de quem esta

envolvido com a educação de professores e comprometido com uma prática

pedagógica competente (CUNHA, 2000).

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3. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Tendo o objetivo de verificar e analisar sobre o que os licenciandos do curso

de Ciências Biológicas de uma Universidade particular de São Paulo entendem de

ensino-aprendizagem, o presente trabalho realizou uma análise qualitativa e

quantitativa das concepções dos alunos participantes da amostra pesquisada. As

concepções de ensino-aprendizagem dos licenciandos amostrados foram coletadas

através da aplicação de um questionário, que esta disponível em apêndice I.

Há duas amostragens de indivíduos participantes desta pesquisa: 21

estudantes do segundo semestre e 17 alunos do sexto semestre de licenciatura. Os

dados obtidos no segundo semestre foram coletados no dia 12 de abril de 2010. Os

dados do sexto semestre foram coletados no dia 29 de março de 2010. Pelo motivo

do autor do presente estudo ter estudado no curso mencionado anteriormente, e ter

a curiosidade de saber se há uma diferença referente às concepções de ensino-

aprendizagem perguntadas na ficha de coleta de dados, esta amostragem foi

escolhida para compor o estudo.

Para a coleta dos dados desejados, foi utilizado um questionário composto de

seis perguntas, as quais compõem a ficha de coleta de dados. Das seis questões,

duas são perguntas fechadas e quatro são perguntas abertas.

Referente ao instrumento de coleta utilizado, Vianna (2007), considera que o

questionário efetua a coleta dos dados de interesse do pesquisador. Um

questionário pode ser composto de pergunta fechada, aberta ou mista. O

questionário com pergunta fechada é um instrumento em que as perguntas ou

afirmações apresentam categorias ou alternativas de respostas fixas. O autor da

resposta deve responder as alternativas que mais se ajusta as idéias de sua

resposta (RICHARDSON, 2008). Já o questionário com pergunta aberta, é

caracterizada por apresentar perguntas que levam o entrevistado a escrever suas

respostas utilizando frases e orações (RICHARDSON, 2008). As respostas são

examinadas a fim de se envolver conceitos que possam parecer fecundos

(RICHARDSON, 2008).

Está presente na ficha de coleta dados, um cabeçalho que: informa ao

participante da coleta de dados, do que e para qual finalidade da participação do

entrevistado; um pedido para que se responda da forma mais sincera (para que se

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preze a seriedade da análise dos dados que o entrevistado irá dispor); pedido para

que se responda na ordem numérica das perguntas dispostas no questionário e por

último é informado que o anonimato do autor das respostas será garantido.

Ainda na ficha de coleta de dados, para se saber o semestre da amostra

participante da coleta de dados, a primeira questão do questionário possuía esta

função. Através de uma questão fechada, os alunos apenas selecionavam o seu

semestre. A pergunta foi: “Seu semestre é: 2º ( ) ou 6º ( )”. A segunda pergunta do

questionário (“Para você o que é ensino?”) teve o objetivo de obter a concepção de

ensino dos alunos de maneira direta. A terceira questão (aberta) procurava saber o

que os alunos entendiam de aprendizagem. A questão utilizada para extrair

objetivamente esta concepção foi: “O que é aprendizagem?”. As duas questões

abertas seguintes (quarta questão e quinta) pesquisavam com o objetivo de saber a

concepção que os alunos tinham referente a transmissão de conhecimento e a

construção de conhecimento. A questão quatro do questionário foi: “O que você

entende por transmissão de conhecimento?” e a quinta questão: “O que você

entende por construção de conhecimento?”.

O último item (questão 6) da ficha de coleta de dados foi composta por uma

pergunta fechada. Nesta questão os alunos teriam que se posicionar em um

momento da questão como professor e em outro momento como aluno. Esta

questão apresentava a proposta de atuação de três professores:

. O professor A dá uma aula expositiva dialogada em que ele instiga seu aluno a ter

dúvidas e vai mediando conforme as dúvidas forem surgindo;

. O professor B traz a aula pronta e expõe para os alunos o conhecimento que

acumulou durante os anos de sua experiência;

. O professor C sugere que os alunos levantem questionamentos e dúvidas sobre

um tema específico. O professor recolhe esse material e junto aos alunos monta

pequenos projetos. Tanto o professor quanto os alunos buscam solucionar as

questões de cada projeto.

Consideramos a proposta do professor A como diferente da tradicional, pois a

aula não é centrada nos conhecimentos do professor. O professor instiga seus

alunos a terem dúvidas e através destas, os alunos efetuam a construção de seus

próprios conhecimentos. O professor efetua a mediação deste processo. A proposta

do professor B foi considerada como tradicional, pois o professor apenas transmite o

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conhecimento acumulado. A aula é centrada no professor e não há ação do aprendiz

para a elaboração do processo de construção de seu próprio conhecimento. A

proposta do professor C foi considerada como diferente da tradicional, pois com o

levantamento das dúvidas e curiosidades dos alunos, referente a algum assunto a

ser trabalhado proposto pelos próprios alunos, os alunos são ativos em sua

aprendizagem. Como na proposta A, o professor efetua a mediação da

aprendizagem dos alunos.

Com o objetivo de identificar estas preferências e se elas eram iguais nas

duas possibilidades em que os alunos assumiriam, a questão 6 foi disposta para os

alunos: “Na tabela abaixo, a primeira coluna descreve uma das diversas propostas

de estratégia de aula. Leia as propostas de cada professor (A, B e C) e enumere na

segunda coluna (assumindo você o papel de professor) em uma ordem numérica (1

para maior concordância, 2 para concordância intermediária e 3 para menor

concordância). Agora assuma o papel de aluno, qual das propostas de trabalho você

gostaria de participar da aula como aluno? Para responder esta pergunta, preencha

a terceira coluna enumerando de 1 a 3 como já descrito.”

Após as coletas de dados, as fichas de coleta de dados foram numeradas, ex.

licenciando 1, licenciando 2 e assim por diante. Como uma possibilidade de análise,

os dados foram categorizados. É de conhecimento que esta não é a única maneira

de visualizar os dados obtidos para o presente estudo. Bardin (2004) considera que

um dos processos dos procedimentos de análise é a categorização dos dados. A

categorização tem como objetivo condensar e simplificar os dados brutos. Bardin

(2004) considera que a categorização é:

“Uma operação de classificação de elementos constitutivos de um conjunto, por diferenciação e, seguidamente, por reagrupamento segundo o gênero (analogia), com os critérios previamente definidos. As categorias são rubricas ou classes, que reúnem um grupo de elementos (unidades de registro, no caso da análise de conteúdo) sob um título genérico, agrupamento esse efetuado em razão dos caracteres comuns destes elementos” (BARDIN, 2004, p.111).

As respostas das questões abertas (da questão 2 à questão 5) elaboradas

pelos alunos participantes das duas amostras, segundo semestre e sexto semestre

de licenciatura, foram digitadas e organizadas em quadros. Estes quadros estão

disponíveis em Anexo I. Para facilitar a organização dos dados, as seguintes siglas

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foram implantadas nos quadros: L.1 (licenciando 1); L.2 (licenciando 2 e assim por

diante); Q.1 (questão 1); Q.2 (questão 2 e assim por diante); R: (resposta). As

respostas de cada questão foram lidas e extraídas destas os elementos (palavras)

considerados como chave e/ou principal da resposta. As palavras chave foram

apenas grifadas, sem haver nenhuma interferência nas respostas e na escrita dos

licenciandos.

Para cada questão e para cada semestre, foi elaborada uma tabela com a

primeira coluna, intitulada de “Categorias”, a qual continha a categoria criada

segundo a “palavra chave” presente nas respostas dos alunos. A segunda coluna

intitulada de “Explicação”, a qual explicava teoricamente o que se esperava que

fosse aparecer nas respostas dos alunos para se enquadrar em uma categoria. A

terceira coluna, intitulada de “Palavras chave”, tinha os elementos estruturais que

compunha a resposta do aluno para a questão. Estas tabelas estão disponíveis e

descritas em “Resultados” (capítulo 4).

As palavras chave retiradas das respostas dos alunos foram agrupadas na

tabela de categorização já descrita e presente no próximo capítulo. Segundo Bardin

(2004), a utilização do que cada um dos elementos possuem em comum com os

outros são classificados em categorias. O que permite a classificação é a parte

semelhante em comum com outros.

O agrupamento em categorias das palavras chave foram contabilizados

numericamente e foi efetuado um cálculo de frequência relativa em porcentagem.

Este cálculo compôs o valor em porcentagem da utilização de cada categoria. No

capítulo seguinte (Resultados) foram elaborados alguns gráficos que demonstram a

frequência relativa em porcentagem das categorias presente nas respostas dos

alunos em cada questão e em cada semestre.

Para a organização dos dados obtidos com a questão 6, foi contabilizado o

número de licenciandos que escolheram a mesma forma de atuação, tanto como

professor, tanto como de aluno, conforme era requerido na tabela da questão.

Depois desta contabilização, foi verificado então a partir das escolhas iguais de

proposta (tanto como professor, como de aluno) a escolha da proposta do de um

dos professores como última opção de escolha; Foi contabilizado o número de

alunos que escolheram a proposta de qual professor como primeira opção. Das

respostas coletadas dos 21 alunos do segundo semestre, 15 licenciandos

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responderam de acordo com as instruções da questão 6 (efetuar a escolha das

propostas de aulas disponíveis, utilizando a numeração de 1 a 3, sendo esta a

ordem de preferência). Apenas 6 alunos ao invés de utilizar a ordem de preferência

de 1 a 3, repetiram o número 1 ou o 2 nas colunas de resposta do exercício.

Portanto, para critério de análise dos dados coletados desta questão no segundo

semestre, foi considerado como mesmo patamar de escolha e preferência, os

números que foram repetidos nas colunas de resposta. Dos 17 alunos participantes

da coleta de dados da segunda amostra (dados coletados no sexto semestre) para o

presente trabalho, as resposta para a questão 6 de um aluno do sexto semestre teve

que ser desconsiderada para análise pelo motivo deste não completar todas as

lacunas requeridas para a conclusão da resposta deste exercício.

Dentre as múltiplas formas possíveis de análise do presente trabalho, no

capítulo 5, foram montadas frases com as categorias (consideradas com a utilização

das palavras chave nas respostas dos alunos) que apresentaram maiores

frequências em porcentagem nas respostas dos alunos para cada questão, fazendo

assim uma síntese do que os licenciandos de cada semestre responderam nas

questões e foram retirados fragmentos dos textos do “referencial teórico” (capítulo 1)

para uma visualização pontual das preocupações abordadas no “referencial teórico”

em relação ao que foi relatado pelos alunos amostrados.

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4. RESULTADOS

Serão apresentadas a seguir, as tabelas elaboradas a partir da leitura das

respostas da segunda questão do questionário, a qual perguntava: “Para você o que

é ensino”. A tabela 1 apresenta a categorização das palavras chave dos alunos do

segundo semestre de licenciatura.

Tabela 1 – Categorização das palavras chave a partir da análise das respostas da segunda questão

do questionário (“Para você o que é ensino?”) respondida pelos alunos do segundo semestre.

Categorias Explicação Palavras chave

Passar/transmitir/adquirir o conhecimento/informação

Ensinar é: passar informação, passar conhecimento, transmitir conhecimento e adquirir conhecimento.

"passar adiante o seu conhecimento as coisas que você aprendeu"; "passagem de conhecimento"; "passar conhecimento para outro onde uma pessoa ensina"; "cultura que é passada"; "Ensino é todo conhecimento adquirido sobre determinado assunto e que deverá ser passado para outros”; "passar conhecimento"; "é todo o conhecimento fornecido para pessoas que não o possuem"; "passar seus conhecimentos a outras pessoas"; "passar uma informação"; "de uma pessoa para outra"; "transmitir conhecimento"; "maneira de transmitir o conhecimento"; "transmite para outra(s) pessoa(s) um certo, conhecimento"; "conhecimento transmitido"; "conhecimento adquirido"; "fato de mostrar ou ensinar algo novo para alguém";

Ensinar é passar conhecimento de alguém que

sabe para alguém que não sabe

Frases que dizem que o ensino ocorre através de uma pessoa que possui mais conhecimento do que a outra.

"através de profissionais capacitados"; "de algo ou alguém que tenha experiências";

Método de aprender Ensinar esta ligada com metodologia.

"método de aprender"; "é o jeito que com que o professor consegue transmitir o conhecimento";

A figura 1 apresenta a frequência relativa em porcentagem da ocorrência das

categorias nas respostas dos licenciandos do 2˚ semestre para a segunda questão

do questionário (“Para você o que é ensino?”). A categoria: Passar/transmitir/adquirir

o conhecimento/informação, representou 78% de frequência, dominante em relação

às outras categorias, que representaram valores entre 10% e 6% de frequência

relativa nas respostas dos licenciandos.

.

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Fig. 1 – Frequência relativa em porcentagem das categorias presentes nas respostas da segunda

questão (“Para você o que é ensino?”) do questionário, respondida pelos licenciandos do 2º

semestre.

A tabela 2 apresenta a categorização das palavras chave das

respostas sobre a mesma questão (“Para você o que é ensino?”) dos alunos do

sexto semestre de licenciatura.

Tabela 2 – Categorização das palavras chave a partir da análise das respostas da segunda questão

do questionário (“Para você o que é ensino?”) respondida pelos alunos do sexto semestre.

Categorias Explicação Palavras chave

Mediar/auxiliar o aluno

Frases que consideram que ensinar tem a haver com a mediação, auxílio do professor para com o aluno.

"mediar"; "o principal papel do educador é de mediador"; "mediação da aprendizagem do aluno"; "guiar, ou direcionar alguém na construção de conhecimentos"; " você ensina alguém quando você o auxilia a construir conceitos "; " O papel do professor será portanto, o de um mediador”; “ensino é juntos professor e aluno trabalham”;

Construção de conhecimento

Ensinar esta relacionada com a construção de conhecimentos.

"é tudo aquilo que promove a construção do conhecimento de um indivíduo"; “construção do conhecimento do aluno”; "professor e aluno trabalham para construírem algum conhecimento"; "construir conceitos";

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"auxilio que este professor dá para que o aluno construa o seu próprio conhecimento"; "construir com o aluno idéia";

Planejar intencional

Ensinar é uma atividade intencional e planejada, podendo estar relacionado este planejamento pelo professor.

"atividade planejada e intencional"; "a forma que o professor dá sua aula"; "ensino esta mais ligado ao professor"; "apresentar um conteúdo valor"; "expor algo que temos como significado a alguém e lhe faça sentido."; "construir com o aluno idéia que este utilizará para a sua vida";

Troca de experiências/conhecimentos

entre professor e aluno

Ensinar é uma troca de experiências e conhecimentos entre professor e aluno e assim os dois socializam o conhecimento.

"professor e o aluno ambos trocam experiências e conhecimentos"; "um professor que ensina um aluno"; "conteúdos ele considera importante que seus alunos saibam"; “expor algo que temos como significado a alguém”; "conhecimento é socializado";

Complexidade Ensinar é uma atividade muito complexa.

"é muito complexo"; "atividade muito complexa";

Aprender novos conteúdos/conhecimentos

Ensinar é quando o aluno aprende novos conceitos ou conteúdos.

"aluno aprende novos conteúdos"; "buscar novos conhecimentos";

Questionar

Frases que consideram que o questionamento de conceitos, tem sua parcela por parte do aluno.

"de modo que o aluno tenha vontade de questionar”;

Conhecimentos prévios

Ensinar leva em consideração os conhecimentos prévios dos alunos.

"quando o professor sabe levar em consideração os conhecimentos que o aluno já possui";

Transformar

Frases que dizem que ensinar é transformar algo ou formar pessoas.

"transformar de alguma forma"; "formar pessoas";

É apresentada na figura 2, a frequência relativa em porcentagem da presença

das categorias nas respostas da segunda questão do questionário (“Para você o que

é ensino?”) da ficha de coleta de dados, aplicado no 6º semestre. A categoria:

Mediar/auxiliar o aluno, demonstrou 26% de frequência relativa, e próxima a este

valor, com 24% a categoria: construção de conhecimento, enquanto as demais

categorias ficaram com frequências inferiores, entre 16% e 3%.

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Fig. 2 – Frequência relativa em porcentagem das categorias presentes nas respostas da segunda

questão (“Para você o que é ensino?”) do questionário, respondida pelos licenciandos do 6º

semestre.

É apresentada na tabela 3, a categorização das palavras chave, utilizadas

nas respostas dos alunos do segundo semestre de licenciatura, sobre a terceira

questão do questionário, a qual perguntava: “O que é aprendizagem?”.

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Tabela 3 – Categorização das palavras chave a partir da análise das respostas da terceira questão do

questionário (“O que é aprendizagem?”) respondida pelos alunos do segundo semestre.

Categorias Explicação Palavras chave

Modo de receber/passar/entender/abso

rver e/ou adquirir conhecimento transmitido

Aprender é um modo de receber conhecimento de outra pessoa; quando se passa conhecimento; quando se entende um conhecimento passado; quando se adquiri um conhecimento; quando se absorve um conhecimento; quando se capta um conhecimento.

"modo de receber o conhecimento de outra pessoa"; "método de comunicação"; "absorver determinada informação transmitida"; "adquirimos conhecimento que nos é passado por pessoas de maior conhecimento e experiência"; "é você entender o que você ouviu alguém te explicar"; "capacidade de compreender e aplicar os conhecimentos"; "entender o que se passa"; "conhecimento transmitido"; "reter o conteúdo dado"; "compreende o conhecimento transmitido"; "capacidade de reter conhecimento"; "capacidade de reter, entender o conhecimento transmitido"; "transmitir um certo conhecimento"; "processo pelo qual um determinado conhecimento é passado"; "adquirir este conhecimento"; "o que foi ensinado foi absorvido"; "adquirir conhecimento"; "absorver o conhecimento passado"; "captação de conhecimento";

Tem relação com ensino Frases que relacionam ensino com aprendizagem.

"complementa a questão anterior"; "é parecido com ensino"; "o que foi ensinado"; "conhecimento que adquirimos por meio do ensino"; "forma com que adquirimos o ensino"; "entende e compreende algo que foi ensinado"; "é quando o que está sendo ensinado foi absorvido";

Aprender através de meios de comunicação (livros, jornais,

televisão e etc)

Frases que consideram que aprendizagem ocorre através de livros, jornais, internet, pesquisa e etc.

"aprende através de livros, jornais, internet"; "através de livros"; "por uma pessoa ou por um livro"; "física a um objeto de leitura"; "entender o que você pesquisou";

Aquisição de valores Aprendizagem é a aquisição de valores.

"são valores adquiridos durante o desenvolvimento de uma pessoa";

A frequência relativa em porcentagem da utilização das categorias presentes

nas respostas dos licenciandos do 2˚ semestre, para responder a terceira questão

do questionário (“O que é aprendizagem?”), são apresentadas na figura 03. A

categoria que representou maior importância para responder a terceira questão foi:

Modo de receber/passar/entender/absorver e/ou adquirir conhecimento transmitido,

com 55%. As categorias: Tem relação com ensino; Aprender através de meios de

comunicação (livros, jornais, televisão e etc), apresentaram valores de frequência

próximos, sendo estes valores: 23% e 19%.

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Fig. 3 – Frequência relativa em porcentagem das categorias presentes nas respostas da terceira

questão (“O que é aprendizagem?”) do questionário, respondida pelos licenciandos do 2º semestre.

A tabela 4 apresenta a categorização das palavras chave retiradas das

respostas da terceira questão (“O que é aprendizagem?”) do questionário

respondidos pelos alunos do sexto semestre de licenciatura.

Tabela 4 – Categorização das palavras chave a partir da análise das respostas da terceira questão do

questionário (“O que é aprendizagem?”) respondida pelos alunos do sexto semestre.

Categorias Explicação Palavras chave

Construir conhecimento Aprendizagem é a construção de conhecimentos.

"é construir conhecimento"; "é todo aquele conhecimento construído"; "a aprendizagem é construída"; "processo de construção de conhecimento"; "aluno e professores constroem conhecimentos"; "aprendizagem é tudo que o aluno constrói"; "é a construção deste conhecimentos"; " a construção do conhecimento"; "se apropriar de um dado conhecimento";

Utilização de conhecimentos prévios ou experiências

Aprendizagem é quando os conhecimentos prévios dos alunos são utilizados como ponto de partida para a construção de novos conhecimentos.

"e em conhecimentos prévios"; "a partir de conhecimentos prévios, experiências"; "reoorganiza conhecimentos prévios"; "conhecimentos que o aluno já possui"; "é constante e por toda vida"; "realidade em que o sujeito vive"; "conhecimento perdurar por mais tempo"

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Novas informações/conceitos

Frases que dizem que aprendizagem ocorre com base de novos conceitos ou informações.

"com base em novas informações"; "criar um novo conhecimento"; "elaboração de conceitos novos e reelaboração de conceitos"; "relacionar conteúdos"; "assimilar conteúdos novos"; "acrescentar novos conhecimentos";

Elaboração pessoal Aprendizagem é uma elaboração pessoal, feita pelo aluno.

"é uma elaboração pessoal"; "reformulação feita pelo aluno"; "cada um vê essa realidade do seu próprio jeito"; "conhecimento que ele formou para si"; "forma de adequar a sua forma de pensar"; "o aluno reelabora suas idéias";

Metodologia/sentido do ensino

Aprendizagem é considerada como uma forma metodológica que faz o ensino ter sentido.

"formas, estratégias, não há uma metodologia padronizada"; "a forma como este ensino é feito"; "faça sentido real"; "fazer o ensino ter sentido";

Auxílio do professor

A aprendizagem ocorre com a interação e auxílio do professor com o aluno.

"auxílio de um professor ou qualquer pessoa"; "interações com o professor";

Questionar

A aprendizagem está relacionada com o questionamento dos conceitos.

"se questiona o que esta aprendendo";

Formação do indivíduo

Frases que relacionam aprendizagem com a formação do indivíduo.

"a partir de uma fonte do ensino na formação do indivíduo";

É apresentado na figura 4 a frequência relativa das categorias que foram

usadas para compor as respostas da terceira questão do questionário (“O que é

aprendizagem?”), dos licenciandos do 6º semestre. As categorias: Construir

conhecimento, Utilização de conhecimentos prévios ou experiências, representaram

grande importância para compor as respostas dos alunos nesta questão. Estas

categorias apresentaram valores de 25% e 22%. Próximo a estes valores, as

categorias: Elaboração pessoal; e Novas informações/conceitos, apresentaram 17%

e 16% de frequência relativa nas respostas para a terceira questão do questionário

(“O que é aprendizagem?”).

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Fig. 4 – Frequência relativa em porcentagem das categorias presentes nas respostas da terceira

questão (“O que é aprendizagem?”) do questionário, respondida pelos licenciandos do 6º semestre.

Para a questão: “O que você entende por transmissão de conhecimento?”,

foram feitas categorias a partir das palavras chave retiradas das respostas dos

alunos do segundo semestre. Esta categorização é demonstrada na tabela 5.

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Tabela 5 – Categorização das palavras chave a partir da análise das respostas da quarta questão do

questionário (“O que você entende por transmissão de conhecimento?”) respondida pelos alunos do

segundo semestre.

Categorias Explicação Palavras chave

Passagem/transmissão de conhecimento acumulado

Transmissão de conhecimento é: passagem de conceitos; transmissão de conceitos; expressar algum assunto que se tenha conceito; transmitir conhecimento (acumulado); compartilhar conhecimento adquirido.

"passar as coisas que você aprendeu"; "passagem de conceitos, conteúdos"; "passagem de conhecimento"; "passagem de um conteúdo ou de um conhecimento"; "transmissão de conhecimento é a passagem e a demonstração teórica e prática"; "expressar qualquer assunto do qual se tem certo conhecimento"; "passar conhecimento"; "passa/transmite “teoricamente” o que você aprendeu"; "passar ou transmitir o conteúdo de algum assunto"; "uma pessoa possui de conhecimento acumulado e que irá ser transmitido"; "o conhecimento adquirido é compartilhado"; "passar algo de conhecimento próprio para outra pessoa"; "passar alguma experiência, alguma lição que você aprendeu"; "passar informações fundamentais"; "uma pessoa passa adiante o conhecimento que ela possui";

Tem relação com ensino

Frases que consideram que transmissão de conhecimento esta relacionado com o ensino.

"é como o ensino"; "é a forma mais literal de ensinar"; "algo parecido com o ensino"; "maneira como é explicada ou ensinada alguma coisa";

Tem um detentor do conhecimento

Transmissão de conhecimento ocorre através de uma pessoa que possui mais conhecimento do que a outra.

"alguém que detenha um conhecimento na área"; "modo na qual aquele que ensina utiliza para passar o que ele sabe para outras pessoas";

Utilizar meio de comunicação para ensinar

O conhecimento é transmitido através dos meios de comunicação para ensinar.

"utiliza-se de qualquer meio de comunicação para ensinar"; "forma seja por televisão, rádio ou aula de transmitir suas informações";

A figura 5 demonstra a frequência relativa em porcentagem das categorias

utilizadas pelos licenciandos do 2º semestre para compor as respostas da quarta

questão do questionário (“O que você entende por transmissão de conhecimento?”).

A categoria que apareceu em maior frequência nas respostas dos alunos foi:

Passagem/transmissão de conhecimento acumulado, com 67% de frequência

relativa. Foi a categoria que representou maior importância para responder a quarta

questão do questionário para o 2˚ semestre. Com apenas 17% a categoria: Tem

relação com ensino, foi utilizada nas respostas e com valores iguais de 8%,

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apareceram as categorias: Utilizar meio de comunicação para ensinar; e Tem um

detentor do conhecimento.

Fig. 5 – Frequência relativa em porcentagem das categorias presentes nas respostas da quarta

questão (“O que você entende por transmissão de conhecimento?”) do questionário, respondida pelos

licenciandos do 2º semestre.

Da mesma forma que foi demonstrado na tabela 5, a tabela 6 demonstra a

categorização das palavras chave para as respostas do sexto semestre de

licenciatura.

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Tabela 6 – Categorização das palavras chave a partir da análise das respostas da quarta questão do

questionário (“O que você entende por transmissão de conhecimento?”) respondida pelos alunos do

sexto semestre.

Categorias Explicação Palavras Chave

Transmissão de algo/passagem de

conhecimento (aluno reprodutor)

Transmissão de conhecimento é: transmitir algo, passagem de conhecimento, passagem de informações.

"transmitiu algo comunicar, como uma informação que é diferente de conhecimento"; "uma pessoa tem o conhecimento de um determinado assunto e “passa” para outra pessoa"; "informar alguém sobre fatos"; "repasse de informações do professor para o aluno"; "transmite essa sabedoria"; "você transmite"; "o conhecimento é transmitido via cabo"; "quando o professor apenas passa novas informações"; "quando o professor simplesmente transmite o conteúdo"; "simples transferência de um saber"; "dar o conhecimento a alguém"; "passar de forma unilateral algum conhecimento para outra pessoa"; "o locutor informa ao ouvinte um conhecimento seu"; "fala-se o conteúdo para o aluno"; "aluno o balde a ser enchido"; "se torna um copiador destas informações"; "absorvem esse conhecimento da forma como ele é passado"; "outro absorve"; "ao seu foco: o aluno"; "o aluno recebe o conteúdo sem questionamento"; "o receptor fosse uma esponja que vai absorvendo tudo"; "geralmente repete este conhecimento pronto"; "sem a preocupação de se a pessoa aprendeu ou não"; "não se tem o cuidado de tentar fazer com que o aluno aprenda"; "não havendo a compreensão desse conhecimento";

Maneira errônea de compreender o ensino

Frases que criticam a transmissão do conhecimento e consideram que a transmissão de conhecimento é uma maneira errônea de compreender o ensino.

"forma errônea de compreender o ensino"; "não acredito em transmissão de conhecimento"; "não é pela transmissão que você adquire conhecimento"; "não entendo transmissão de conhecimento"; "o processo de ensino-aprendizagem não ocorre nesta situação"; “o professor, quanto o aluno se tornam alienados a comportarem como instrumentos de uma máquina, chamada escola”;

Professor detentor da sabedoria

Na transmissão de conhecimento, o professor é o detentor do saber.

"O professor seria a torneira e o aluno o balde a ser enchido"; "professor é detentor da sabedoria"; “a explique ação do professor como certa e única";

Conhecimento acabado/pronto/ acumulado

Na transmissão do conhecimento, o conhecimento transmitido é acabado, pronto e acumulado.

"o conhecimento seja uma coisa acabada"; "informar alguém sobre fatos considerados reais e imutáveis"; "uma única interpretação";

Forma de ensino que não leva Frases que "sem levar em conta a realidade do aluno";

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em conta a realidade do aluno consideram a transmissão de conhecimento uma forma de ensino que não leva em conta a realidade do aluno.

Memorizar informação

Na transmissão de conhecimento tem que ter alguém (aluno) que memorize as informações transmitidas.

"esse alguém memorize essas informações";

Na figura 6, é possível visualizar a frequência relativa em porcentagem das

categorias utilizadas pelos licenciandos do 6º semestre nas respostas da quarta

questão (“O que você entende por transmissão de conhecimento?”) da ficha de

coleta de dados. A categoria: Transmissão de algo/passagem de conhecimento

(aluno reprodutor) foi a que apresentou maior importância nas respostas dos

licenciandos, com 63% de frequência relativa. As outras categorias apresentaram

valores de frequência relativa em porcentagem entre 16% e 2%.

Fig. 6 – Frequência relativa em porcentagem das categorias presentes nas respostas da quarta

questão (“O que você entende por transmissão de conhecimento?”) do questionário, respondida pelos

licenciandos do 6º semestre.

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É apresentada na tabela 7, a categorização das palavras chave, utilizadas

nas respostas da quinta questão do questionário (“O que você entende por

construção de conhecimento?”), pelos alunos do segundo semestre de licenciatura.

Tabela 7 – Categorização das palavras chave a partir da análise das respostas da quinta questão do

questionário (“O que você entende por construção de conhecimento?”) respondida pelos alunos do

segundo semestre.

Categorias Explicação Palavras chave

Adquirir conhecimentos através de meios (livros, jornais, televisão e etc)

Construção de conhecimentos ocorre através de meios de comunicação, pesquisa, formação e etc.

"através de vários meios, livros, mídia, jornais, escola"; "adquire conhecimento"; "várias idéias por diferentes fontes"; "todo o conhecimento adquirido por uma pessoa durante a sua formação";

Questionar/pesquisar/busca/prática do conhecimento

Frases dos licenciandos que entendem que construção de conhecimentos é pesquisar, questionar o que se aprende, buscar novos conhecimentos e praticar os conhecimentos aprendidos.

"focados em questionar, pesquisar"; "reúne diversas fontes de determinado assunto"; "quando a própria pessoa (aluno) vai atrás de algo que vai aprimorar seus conhecimentos"; "se vai atrás de várias informações que estão relacionadas com um mesmo"; "experimentos testes"; "seria você praticar, aprender na prática"; "juntar diversas informações sobre assuntos variados, experiências de vida etc"; "conhecimento aprendido por toda a vida"; "experiências que outras pessoas passam";

Acumular conhecimentos

Frases que consideram que acumular conhecimentos e aprender sobre as coisas, adquirir conhecimento é construir conhecimentos.

"acumulando o conhecimento e o adquirindo"; "ao longo do tempo"; "organizar todas as informações que adquiriu com o passar do tempo"; "juntar diversas informações"; "a obtenção de certos valores"; "a aprendizagem é eficiente"; "aprender sobre as coisas"; "para obter um resultado concreto do assunto em estudo";

Aprimoramento/construção das próprias idéias

A construção de conhecimentos é considerada como aprimoramento e construção das próprias idéias ou conhecimentos.

"assim vai construindo as suas próprias idéias e maneiras de pensar"; "é aquilo que guardamos de aprendizado que adquirimos ao longo de um certo tempo"; “conhecimento aprendido por toda a vida sendo absorvido, montado e aprimorado"; "quando você terá o seu conhecimento e o organiza de uma forma prática e fácil";

Trabalho em grupo Construir conhecimento é trabalhar em grupo.

"união de grupos";

Forma pedagógica de transmitir conhecimento

Construção de conhecimento é uma forma pedagógica de transmitir conhecimento.

"formas pedagógicas de transmitir conhecimento";

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A frequência relativa em porcentagem das categorias presentes nas

respostas dos licenciando do 2º semestre, nas respostas da quinta questão do

questionário (“O que você entende por construção de conhecimento?”) é

apresentado na figura 7. Houve uma grande distribuição das categorias presentes

nas respostas desta questão para os alunos segundo semestre. As categorias:

Questionar/pesquisar/busca/prática do conhecimento; Acumular conhecimentos; e

Adquirir conhecimentos através de meios (livros, jornais, televisão e etc),

representaram valores próximos de frequência, sendo estes na sequência: 32%,

28% e 18%. As outras categorias restantes representaram valores entre 14% e 4%

de frequência relativa.

Fig. 7 – Frequência relativa em porcentagem das categorias presentes nas respostas da quinta

questão (“O que você entende por construção de conhecimento?”) do questionário, respondida pelos

licenciandos do 2º semestre.

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A categorização das palavras chave, utilizadas nas respostas dos

licenciandos do sexto semestre, da quinta questão, a qual perguntava: “O que você

entende por construção de conhecimento?”, segue na tabela 8.

Tabela 8 – Categorização das palavras chave a partir da análise das respostas da quinta questão do

questionário (“O que você entende por construção de conhecimento?”) respondida pelos alunos do

sexto semestre.

Categorias Explicação Palavras Chave

Aluno faz: construção de idéias/conhecimentos

A construção de conhecimento é feita pelo aluno, o qual constrói novas idéias sobre o que esta sendo aprendido, se apropria do que se aprendeu e etc.

"formar novas idéias"; "construindo seu conhecimento novo"; "construir de idéias"; "construir um entendimento novo"; "promover o pensar"; "os indivíduos projetam suas idéias"; "não dando respostas, mas a ferramenta para tal"; "manipular o conhecimento e se apropriar dele"; "aluno é o “construtor” do conhecimento"; "participar ativamente da elaboração do conhecimento"; "o ouvinte/locutor é agente na construção do seu conhecimento"; "construção do conhecimento o aluno é participante ativo de sua formação"; "deve questionar, dar a sua opinião, pesquisar sobre o conteúdo, entre outros";

Mediação/interação/auxílio do professor com o aluno

A construção de conhecimento é: a mediação, iteração, auxílio do professor para com o aluno.

"mediação do professor"; "papel do professor é o de mediar o ensino"; "professor é o mediador"; "professor precisa instigar os seus alunos"; "ajuda do locutor (mediador, professor)"; "o professor tenta fazer com que o aluno fique instigado"; "ocorre por via dupla de aprendizagem entre alunos e professores"; "professor junto com o aluno constroem o conhecimento"; "interação entre professor e o aluno"; "conjunta com o aluno"; "diálogo estabelecido entre eles"; "professor ou qualquer pessoa que auxilia a outro"; "locutor auxiliando o ouvinte";

Interligação de conhecimentos prévios com

novas informações

Frases que dizem que a construção de conhecimento é quando ocorre a interligação dos conhecimentos prévios com as novas informações (conhecimentos).

"une seus conhecimentos prévios com novas informações"; "conhecimentos que o indivíduo carrega"; "conhecimentos prévios"; "conhecimentos prévios do aluno são reorganizados"; "aluno sabe fazer relação com o que se sabe com o que se esta aprendendo"; "traça paralelos com o que já sabe";

Conhecimento como um processo

A construção de conhecimento é considerada como um processo.

"construção é um processo"; "construção do conhecimento nunca acaba"; "processo onde a pessoa tem uma idéia e a partir de novos conhecimentos muda, ou não";

Contextualização (levar em conta a realidade do aluno)

A construção de conhecimento é uma forma de contextualização

“levar em conta a realidade do aluno”; “contextualizam os conteúdos”;

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(levar em conta a realidade do aluno).

A figura 8 demonstra a frequência relativa em porcentagem das categorias

presentes nas respostas dos licenciandos do 6º semestre para responder a quinta

questão (“O que você entende por construção de conhecimento?”) da ficha de coleta

de dados. As categoria que apresentaram maior importância para responder a quinta

questão foram: Aluno faz: construção de idéias/conhecimentos, com 37% e a

categoria: Mediação/interação/auxílio do professor com o aluno, com 32% de

frequência relativa.

Fig. 8 – Frequência relativa em porcentagem das categorias presentes nas respostas da quinta

questão (“O que você entende por construção de conhecimento?”) do questionário, respondida pelos

licenciandos do 6º semestre.

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A última questão do questionário (questão 6) demonstrava a proposta de aula

de três professores. As propostas de aulas dispostas na questão eram:

. O professor A dá uma aula expositiva dialogada em que ele instiga seu aluno a ter

dúvidas e vai mediando conforme as dúvidas forem surgindo;

. O professor B traz a aula pronta e expõe para os alunos o conhecimento que

acumulou durante os anos de sua experiência;

. O professor C sugere que os alunos levantem questionamentos e dúvidas sobre

um tema específico. O professor recolhe esse material e junto aos alunos monta

pequenos projetos. Tanto o professor quanto os alunos buscam solucionar as

questões de cada projeto.

Após a leitura das propostas de aula dos professores, os licenciandos

escolheram por ordem de preferência, numerando de 1 a 3, as aulas que eles

gostariam que acontecessem em dois momentos. O primeiro momento de escolha

seria quando os licenciando estivessem atuando como professor, e o segundo

momento seria quando eles estivessem na atuação de aluno.

Primeiramente será apresentado as respostas elaboradas pelo segundo

semestre e logo em seguida as respostas dos licenciandos do sexto semestre.

Segue então as escolhas efetuadas pelo segundo semestre:

Dos 21 licenciandos participantes da coleta de dados através da resposta da

sexta questão do questionário, apenas 5 alunos escolheram a mesma opção de

proposta de aula dos professores, tanto como na atuação de professor, como na

posição de aluno.

Para os licenciandos que efetuaram mesma escolha de preferência das

propostas de aula dos professores disponíveis, assumindo a atuação tanto de

professor e quando de aluno:

Cinco licenciandos escolheram como primeira opção a proposta de aula do

professor C e como última escolha a proposta de aula do professor B.

Para os licenciandos que a escolha de preferência das propostas de aulas

disponíveis foram diferentes das atuações (como professor e aluno):

Seis licenciandos escolheram como primeira opção a proposta de aula do

professor A, quando na atuação de professor;

Cinco licenciandos escolheram como primeira opção a proposta de aula do

professor C, quando na atuação de professor;

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Somente um licenciando escolheu a proposta do professor C como última

opção de escolha, quando na atuação de professor;

Oito licenciandos escolheram como última opção a proposta de aula do

professor B e somente 2 alunos escolheram a proposta de aula do professor A como

última opção quando na atuação de professor;

Oito licenciandos escolheram a proposta de aula do professor C como

primeira opção quando assumem o papel de alunos;

Apenas três licenciandos escolheram a proposta de aula do professor A como

primeira opção quando estão atuando como alunos;

Dez licenciandos escolheram como última opção de escolha a proposta de

aula do professor C quando estão no papel de atuação de alunos;

Apenas um licenciando escolheu como última opção de preferência de

proposta de aula do professor C quando esta na posição de atuação de aluno;

Apenas um licenciando deixou como última opção de escolha de proposta de

aula do professor A, quando assume o papel de aluno;

Dois licenciandos escolheram como primeira opção de escolha duas

propostas simultâneas, sendo estas consideradas no mesmo nível de importância as

propostas do professores A e C. Deixaram como última opção de escolha a aula do

professor B, quando na atuação de professor;

Dois licenciandos escolheram como última opção de preferência as propostas

de aula dos professores A e B simultaneamente;

Dois licenciandos escolheram como primeira opção as propostas de aulas dos

professores A, B e C simultaneamente, quando estavam na posição de atuação de

professor;

Apenas dois licenciandos escolheram como primeira opção de preferência as

propostas de aula dos professores A e B;

Três licenciandos escolheram como última opção de escolha as propostas de

aula dos professores A e B, quando estão na atuação de aluno;

As respostas elaboradas pelos licenciandos do sexto semestre de licenciatura

são explicitadas a seguir:

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Dos 16 participantes da coleta de dados através da resposta da sexta

questão, 10 licenciandos optaram pela mesma escolha de atuação tanto como

professor, tanto quando aluno.

Para os licenciandos que efetuaram mesma opção de preferência de escolha

das propostas de aula dos professores disponíveis, assumindo a atuação tanto de

professor e quando de aluno:

Nenhum dos licenciandos escolheram a proposta do professor B como

primeira opção;

Oito licenciandos escolheram a proposta do professor C como primeira opção;

Apenas dois licenciandos escolheram como última opção, tanto atuando como

professor, tanto quando atuando como aluno na proposta do professor B;

Para os licenciandos que a escolha de preferência das propostas de aulas

disponíveis foram diferentes nas atuações (como professor e aluno):

Cinco licenciandos escolheram como primeira opção quando estão na

atuação de professor a proposta de aula do professor C e como alunos, a primeira

opção foi a proposta do professor A;

Apenas dois licenciandos escolheram como primeira opção a proposta do

professor A quando estão na atuação de professor, mas quando estão na posição

de aluno, a primeira opção de escolha deles foi a proposta do professor C;

Cinco licenciandos deixaram como última opção a proposta do professor B,

na posição como professor e aluno, mas apenas dois alunos deixaram como última

opção a proposta do professor B quando estavam no posicionamento de professor,

mas quando na atuação de aluno, escolheram a ultima opção a proposta do

professor C.

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5. ANÁLISE

De acordo com os objetivos do trabalho, os quais são de verificar e analisar

as concepções de ensino-aprendizagem de licenciandos de um curso de Ciências

Biológicas de uma Universidade particular de São Paulo, a análise pertencente a

este capítulo é uma das interpretações possíveis dos dados.

Os alunos do segundo semestre de licenciatura entendem que ensino é a

passagem, transmissão e aquisição de conhecimento/informação. Este

entendimento esta vinculado com a linguagem. A linguagem é uma das vias que

uma pessoa ou uma comunidade podem utilizar para transmitirem um conhecimento

para outra pessoa. A linguagem é o recurso mais poderoso, econômico e analógico

que conhecemos para compartilhar um acontecimento com alguém que só por ter

acesso a ele por via indireta (MACEDO, 1994).

É possível que os alunos do segundo semestre de licenciatura entendam que

o ensino é a passagem ou transmissão de conhecimento, por eles terem vivenciado

ou então estarem acostumados com o tipo de ensino em que educador é um agente

indiscutível, real sujeito que tem o papel de “encher” os educandos dos conteúdos

de sua narração. Os conteúdos são retalhos sem interligação da realidade e em cuja

visão ganhariam significação (FREIRE, 1970). Apesar de haverem outros tipos de

abordagens de ensino, esta abordagem esta arraigada no sistema educacional

brasileiro.

Já os licenciandos do sexto semestre, para definirem ensino, em suas

respostas foram presentes as categorias: mediar/auxiliar o aluno, com 26% de

frequência relativa e com 24% a construção de conhecimento. Portanto, os

licenciandos do sexto semestre entendem que ensino é composto por dois

elementos: o processo de construção de conhecimento e a mediação do professor.

Estas idéias estão presentes nos estudos de Macedo (1994) e Mauri (2006).

Os alunos constroem seu próprio conhecimento desenvolvendo atividades

que desenvolvem e atribuem significados aos conteúdos escolares apresentados.

Ninguém pode realizar no lugar do aluno o processo de elaboração pessoal na

construção do conhecimento (MAURI, 2006). O professor faz a ponte entre o

conhecimento e o produtor (aluno), fazendo mediação, transformando

conhecimentos científicos em noções, promove assimilação de imagens e conteúdos

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dos alunos, mas também, os educandos trabalham para que os alunos entrem em

contato com suas próprias hipóteses, com suas formas de fazer e compreender as

coisas (MACEDO, 1994). Os alunos do sexto semestre de licenciatura respondem

com estes argumentos em suas respostas, pois possuem o conhecimento de outras

abordagens de ensino. Provavelmente em algum momento do curso de licenciatura,

eles estudaram as abordagens de ensino existentes e por este motivo utilizaram

argumentos diferentes dos utilizados pelos alunos do segundo semestre de

licenciatura, os quais geralmente possuem conhecimento apenas das abordagens

de ensino que vivenciaram na formação escolar.

Apenas manter-se na posição de ouvinte, recebendo o conhecimento

transmitido, é o que os alunos do segundo semestre de licenciatura entendem de

aprendizagem. Relacionam aprendizagem como um modo de receber, passar,

entender, absorver e/ou adquirir conhecimento transmitido. Segundo Becker (1994),

o educador que é adepto a este tipo de abordagem de ensino acredita que somente

ele pode produzir algum tipo de conhecimento no aluno, sendo então a função do

aluno de somente aprender e a do professor de ensinar, formando desta maneira a

relação de pólos dicotômicos onde o aluno jamais ensinará e o professor jamais

aprenderá. Na abordagem de ensino tradicional, há ênfase no verbalismo do mestre

e pela memorização do aluno. O aluno se limita a passivamente escutar o conteúdo

pronto, trazido pelo professor (MIZUKAMI, 1986, BECKER, 1994). Para aprender

neste tipo de abordagem educacional, o aluno tem que apenas escutar o professor,

manter o silêncio, ficar atento, repetir tantas vezes quanto forem necessárias,

escrever, ler e aderir em sua mente o que o professor passou (BECKER, 1994).

Freitas (1998) atenta que segundo a concepção de ensino tradicional, aprender é

reproduzir o modelo concebido pelo professor.

Com frequência relativa de 55%, os alunos do segundo semestre de

licenciatura relacionam aprendizagem como um modo de receber, passa, entender

e/ou adquirir conhecimento transmitido, por ainda não conhecerem as outras

abordagens de ensino que são apresentadas no curso de licenciatura. São

apresentadas nos cursos de licenciatura, disciplinas pedagógicas que possibilitam

ao futuro professor contato com diferentes tipos de abordagens (corpo organizado

de idéias) que justifiquem a prática educativa. Porém vale ressaltar que cada

professor faz das abordagens uma interpretação individual e intransferível

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(MIZUKAMI, 1986). Parece que os licenciandos dos semestres iniciais do curso de

licenciatura, frente a perguntas referentes a concepções de ensino-aprendizagem,

respondem a estas questões com argumentos formulados através das experiências

que possuem e vivenciaram em suas formações escolares.

Os licenciandos do sexto semestre desenvolvem idéias diferentes das dos

alunos do segundo semestre de licenciatura. As categorias que apareceram com

maiores frequências nas respostas dos alunos foram: construir conhecimento,

utilização de conhecimentos prévios ou experiências. Estas representaram grande

importância para compor as respostas dos alunos para esta questão. Estas

categorias apresentaram valores de 25% e 22% de frequência relativa. Próximo a

estes valores, as categorias: elaboração pessoal; e novas informações/ conceitos,

apresentaram 17% e 16% de freqüência relativa.

Juntando as maiores freqüências das categorias presentes nas respostas,

pode-se dizer que os alunos do sexto semestre entendem que aprendizagem é

quando os alunos constroem seus conhecimentos, utilizam conhecimentos prévios

ou experiência, efetuam uma elaboração pessoal de novas informações e conceitos.

As categorias presentes nas respostas dos alunos se assemelham com as idéias

dos autores: Mizukami (1986), Macedo (1994), Miras (2006), Mauri (2006) e Solé

(2006).

Segundo Solé (2006), a concepção construtivista é um referencial explicativo

que parte das considerações sociais e socializadora da educação escolar. Esta

abordagem de ensino prioriza o desenvolvimento da inteligência com as atividades

do sujeito, considerando-o inserido numa situação social (contempla como

verdadeira aprendizagem o exercício operacional da inteligência), ou seja, a

aprendizagem ocorre quando o aluno elabora seu conhecimento (MIZUKAMI, 1986).

Para que a aprendizagem seja eficaz, é muito importante que o professor utilize o

conhecimento em que o aluno já possui para dar continuidade à construção que o

aluno desenvolve. Para Macedo (1994), construir conhecimento implica em deduzi-lo

a partir de um outro já sabido. A construção não é elaborada a partir do zero. O

aluno constrói pessoalmente um significado com base nos significados que pode

construir previamente (MIRAS, 2006; MAURI, 2006; SOLÉ, 2006).

A maior frequência relativa foi de 67% para a categoria:

passagem/transmissão de conhecimento acumulado, a qual foi presente nas

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respostas dos licenciandos do segundo semestre para a questão que perguntava “O

que você entende por transmissão de conhecimento?”. Com a predominância desta

categoria nas respostas dos licenciandos, podemos dizer então que eles consideram

que transmissão de conhecimento é quando ocorre a passagem, transmissão de um

conhecimento acumulado. Já os licenciandos do sexto semestre, entendem que a

transmissão de conhecimento ocorre quando há a transmissão de algo, ou

passagem de conhecimento, onde o aluno é apenas reprodutor. Segundo Mizukami

(1986), neste tipo de abordagem educacional (tradicional), evidencia-se o caráter

cumulativo do conhecimento humano, adquirido pelo indivíduo por meio de

transmissão, de onde se supõe o papel importante da educação formal e da

instituição escolar.

Como se pode observar, os alunos de licenciatura mesmo estando em

processos diferentes de amadurecimento e interpretações das abordagens de

ensino, por estarem em semestres diferentes, definem transmissão de conhecimento

de forma semelhante. O que talvez diferencia os licenciandos frente a esta resposta,

é que em algumas respostas dos alunos do sexto semestre foram presentes

algumas críticas à transmissão de conhecimento, o que não foi presente nas

respostas dos alunos do segundo semestre de licenciatura. Talvez por

desconhecerem outras propostas de ensino e apenas terem vivenciado experiências

da abordagem tradicional (a mais comum e utilizada), não tiveram argumentos para

criticar.

Os alunos do segundo semestre de licenciatura entendem que construção de

conhecimento são vários elementos, os quais são: questionamentos, pesquisa,

busca e prática do conhecimento, acumular conhecimentos e adquirir

conhecimentos através de meios (livros, jornais, televisão e etc). Os elementos

utilizados para comporem as respostas dos licenciandos como “questionamentos,

pesquisa, busca e prática do conhecimento” e “adquirir conhecimentos através de

meios...” são citados também pelos autores Mizukami (1986) e Macedo (1994). Ser

construtivista implica em tratar a prática pedagógica como uma investigação, como

uma experimentação. Não é fazer uma coisa uma única vez, mas sim praticá-la,

exercitá-la com sentido de pesquisa, de descoberta, de invenção de construção e

etc. (MACEDO, 1994). Para Mauri (2006), o conhecimento é construído por

diferentes meios, sendo eles por experiências, exploração física e social do meio,

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escutam relatos, programas de rádio e televisão, livros, etc. Segundo Mizukami

(1986) conhecimento é definido como produto da interação entre o homem e o

mundo sujeito e objeto, não se enfatizando nenhum dos pólos da relação. Os alunos

formam seu próprio conhecimento não apenas durante as aulas.

Há uma contradição nas respostas dos licenciandos do segundo semestre,

quando definem construção de conhecimento, dizendo que é uma forma de

acumular conhecimento, pois segundo a concepção construtivista, o conhecimento

não é acumulado, ele é continuamente construído. O individuo é considerado como

um ser inacabado, em reestruturações sucessivas em busca de um estágio final

nunca acabado por completo (MIZUKAMI, 1986). Diferente da concepção tradicional,

a qual considera o aluno como uma tabula rasa, uma mente em branco na qual são

impressos e depositados os conhecimentos transmitidos por uma outra pessoa.

Já os alunos do sexto semestre de licenciatura, entendem que construção de

conhecimento é quando o aluno é construtor ativo de idéias e conhecimentos

ocorrendo a mediação, interação e auxílio do professor com o aluno. A unidade

básica do processo de ensino e aprendizagem é a atividade conjunta do aluno e

professor em torno da interação com o objeto de aprendizagem (COLL, 1994). O

professor é um agente ativo do processo de construção de conhecimento. O centro

de aprendizagem não é a matéria, é o aluno que atua sobre o conteúdo que deve

aprender (MAURI, 2006). O professor considera duas condições para que o

conhecimento novo seja construído: ação do aluno (assimilação) no material que o

professor trouxe para trabalhar; e que o aluno responda seus próprios

questionamentos surgidos na problematização (mecanismos e ações sobre o

material) fazendo refletir. O aluno precisa do auxílio do professor (intervenção

paralela daqueles que estão culturalmente mais preparados) no processo de

aprendizagem (MAURI, 2006).

A última questão do questionário (questão 6) demonstrava a proposta de aula

de três professores. As propostas de aulas dispostas na questão eram: O professor

A dá uma aula expositiva dialogada em que ele instiga seu aluno a ter dúvidas e vai

mediando conforme as dúvidas forem surgindo; O professor B traz a aula pronta e

expõe para os alunos o conhecimento que acumulou durante os anos de sua

experiência; O professor C sugere que os alunos levantem questionamentos e

dúvidas sobre um tema específico. O professor recolhe esse material e junto aos

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alunos monta pequenos projetos. Tanto o professor quanto os alunos buscam

solucionar as questões de cada projeto. Vale lembrar que a proposta do professor A

foi considerada pelos autores desta questão como diferente da tradicional, a do

professor B como tradicional e a proposta do professor C como diferente da

tradicional. A questão pedia para que os licenciandos escolhessem por ordem de

preferência, numerando de 1 a 3, as aulas que eles gostariam que acontecessem

em dois momentos. O primeiro momento de escolha seria quando os licenciando

estivessem atuando como professor e o segundo momento seriam quando eles

estivessem na atuação de aluno.

Dos 21 licenciandos do segundo semestre, apenas cinco alunos escolheram

as mesmas propostas de aula dos professores, tanto como na atuação de professor,

como na posição de aluno. Já os licenciandos do sexto semestre, dos 16

participantes da coleta de dados, 10 licenciandos elegeram pela mesma escolha de

atuação tanto como professor, tanto quando aluno. “Um dos grandes problemas dos

cursos de licenciatura é que os futuros professores raramente chegam a vivenciar

propostas que foram discutidas” (MIZUKAMI, 1986, p.108). Há possibilidade de que

os 16 licenciandos do segundo semestre e os seis licenciandos do sexto semestre

não terem escolhido as mesmas propostas de aula dos professores nas atuações de

professor e aluno, pois talvez eles ainda não imaginaram, não se colocaram como

atuantes da profissão em que estão se preparando. Por este motivo não escolheram

as mesmas opções de atuação como professor e aluno, frente as propostas de aula

dos professores A, B e C.

Por não vivenciarem ou não terem a experiência de praticar a atuação de

professor, talvez os licenciandos ainda enxergam uma dicotomia entre as duas

atuações. Mizukami (1986) propõe uma forma para a solução de tal problema,

estruturando os cursos de licenciatura de forma que teorias e práticas pedagógicas

não sejam consideradas distintas e que através de discussões, análises, reflexões,

questionamentos e críticas, diferentes opções teóricas em confronto com esta

mesma prática. Segundo Cunha (2000), unir ensino e pesquisa significa caminhar

para que a educação seja integrada, envolvendo estudantes e professores numa

criação do conhecimento comumente partilhado.

Nenhum dos licenciandos participantes da coleta de dados do presente

trabalho escolheu a proposta do professor B como primeira opção. Geralmente

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professores em formação rejeitam a prática do ensino tradicional (transmissão de

conhecimentos já elaborados), mas há evidências de que apesar de todas as

repulsas, continua-se ainda hoje fazendo-se aulas praticamente idênticas que as

aulas dos anos 60 (GIL-PÉREZ & CARVALHO, 2000).

O ensino tradicional esta profundamente impregnado ao longo de muitos anos

em que os professores em formação, na posição de alunos, acompanharam as

atuações de seus professores. Convém trabalhar no curso de formação de

professores, até que ponto é válida a repulsa por esta abordagem de ensino. Vale

também questionar as idéias docentes de senso comum. É de grande importância

uma representação teorizada (elaboração de um corpo coerente de conhecimentos

que vai além de aquisições pontuais e dispersas) das abordagens de ensino no

curso de formação de professores e submeter o que foi tomado como consciência

uma reflexão crítica (GIL-PÉREZ & CARVALHO, 2000). Vale lembrar que não se

pode garantir que as propostas de aula escolhidas pelos licenciandos sejam

utilizadas pelos mesmos em suas práticas docentes, pois muitos destes ainda não

praticaram e não praticam ainda a profissão. Apenas estudam teoricamente e

observam a prática de outros professores.

Através da análise das respostas dos alunos do segundo semestre de

licenciatura, foi possível perceber que eles acharam uma grande semelhança nas

propostas de aula dos professores A e B. Isto se confirma ao observar os resultados

de suas escolhas simultâneas de proposta de aula, onde: dois licenciandos

escolheram como última opção de preferência as propostas de aula dos professores

A e B simultaneamente quando estão na atuação de professor; dois licenciandos

escolheram como primeira opção de preferência as propostas de aula dos

professores A e B, quando estão na atuação de aluno e três licenciandos

escolheram como última opção de escolha as propostas de aula dos professores A e

B, quando estão na atuação de aluno. A proposta do professor B esta de acordo

com Becker (2002), quando descreve a abordagem de ensino tradicional, dizendo

que há professores que consideram uma boa aula aquela em que o professor dá

uma aula da forma expositiva, onde a sala de aula pode ser comparada quase como

um auditório. Nas duas propostas de aula (A e B) os professores estão em

evidencia, o que diferencia nas duas propostas é a atuação do professor. Na

proposta A o professor é um instigador de duvidas e mediador do processo de

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aprendizagem dos alunos. Na proposta de aula B o professor é o centro do

conhecimento. Os alunos não atuam em momento algum. Os licenciandos do sexto

semestre não efetuaram escolhas simultâneas de preferências das propostas de

aula dos professores disponíveis.

Na proposta de aula B, a qual fora considerada pelos elaboradores desta

proposta como tradicional, o professor traz a aula pronta e expõe para os alunos o

conhecimento que acumulou durante os anos de sua experiência. O conhecimento é

considerado acumulado. Como produto acabado, reproduzido, a concepção de

conhecimento concreto se faz presente na aula expositiva. A proposta de aula do

professor A, a qual fora considerada diferente da tradicional, o professor A dá uma

aula expositiva dialogada em que ele instiga seu aluno a ter dúvidas e vai mediando

conforme as dúvidas forem surgindo. Este tipo de abordagem tira a figura autoritária

do professor representada por este e ultrapassa o dogmatismo do conteúdo

(BECKER, 1994). Segundo Gil-Pérez e Carvalho (2000), o modelo construtivista é

composto por três elementos básicos: os programas de atividades (situações

problemáticas suscetíveis de colocar os alunos em uma pesquisa dirigida), o

trabalho em pequenos grupos e os intercâmbios entre os referidos grupos e a

comunidade científica (representada pelo professor, por textos e etc.).

Segundo a proposta de modelo construtivista por Gil-Pérez e Carvalho (2000),

a proposta do professor A atende a um dos programas de atividades, dos três

elementos básicos. A intenção da confecção da proposta de aula do professor A, foi

de demonstrar a interação do professor com o aluno, a desestabilização provocada

pelo professor e o seu auxílio para que o aluno construa seu conhecimento.

Possivelmente estes aspectos foram percebidos pelos alunos de licenciatura do

sexto semestre e para os licenciandos do segundo semestre, associaram a proposta

do professor A muito próxima a do professor B, os quais colocaram em ordem de

preferência simultaneamente destas duas propostas na opção de escolha, quando

estavam na atuação de professor ou aluno.

Para os licenciandos que efetuaram mesma escolha de preferência das

propostas de aula quando no papel de professor e quando assumem o de aluno:

cinco licenciandos do segundo semestre e oito licenciandos do sexto semestre

escolheram como primeira opção a proposta de aula do professor C. Na proposta C,

onde o professor C sugere que os alunos levantem questionamentos e dúvidas

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sobre um tema específico. O professor recolhe esse material e junto aos alunos

monta pequenos projetos. Tanto o professor quanto os alunos buscam solucionar as

questões de cada projeto. Nesta proposta, os três elementos básicos que compõem

o modelo construtivista, segundo Gil-Pérez e Carvalho (2000) são atendidos. Há

nesta proposta os programas de atividades, o trabalho em pequenos grupos e os

intercâmbios entre os referidos grupos e a comunidade científica.

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6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho foi realizado com o intuito de verificar e analisar as

concepções de ensino-aprendizagem de licenciandos de um curso de Ciências

Biológicas de uma Universidade particular de São Paulo. Diante do material

analisado e do referencial proposto, observa-se que as concepções de ensino

aprendizagem dos alunos do segundo semestre do curso de Licenciatura de

Ciências Biológicas, são aliadas às experiências vivenciadas na formação escolar.

Ou seja, estes possuem entendimento de ensino-aprendizagem relacionado com a

abordagem de ensino tradicional, uma das concepções mais enraizada no sistema

nacional brasileiro. A tendência seria que os alunos, os quais vivenciam este tipo de

abordagem, dariam continuidade a esta tradição. Porém os licenciandos do sexto

semestre já demonstraram concepções de ensino-aprendizagem diferentes.

Os licenciandos do sexto semestre do curso de Licenciatura de Ciências

Biológicas apresentam uma aversão à abordagem tradicional e utilizam elementos

que se assemelham a concepção construtivista. Estes alunos tiveram um maior

contato com as diversas abordagens de ensino-aprendizagem ao longo do curso de

licenciatura e tiveram um repertório mais elaborado para responderem as perguntas

da ficha de coleta de dados. Vale lembrar que as concepções elaboradas pelos

alunos participantes do presente trabalho, não garantem que suas atuações na

futura profissão sejam as relatadas, pois estes ainda não tiveram experiência e

atuação prática.

O estudo, reflexão e interpretação das abordagens de ensino-aprendizagem

apresentadas nos cursos de licenciatura, são de grande importância para a

formação e atuação dos futuros professores.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARDIN, L., A Categorização. In: BARDIN, L., Análise de conteúdo, 3º edição, Ed.

Edições 70, 2004, p. 111-125.

BECKER, F., Modelos pedagógicos e modelos epistemológicos. In: Educação e

Realidade, Porto Alegre, 19 (1): 89-96, Jan/Jun 1994.

BECKER, F., A origem do conhecimento. In: BECKER, F., A epistemologia do

professor: o cotidiano da escola, 8º edição, Editora Vozes, Rio de Janeiro, 8º edição,

2002, p. 35-109.

COLL, C., Aprendizagem escolar e construção do conhecimento, 1º edição, Ed.

Artmed, Porto Alegre, 1994.

CUNHA, I. M., Fundamentos Teóricos-Metodológicos: Por que o professor? In:

CUNHA, I. M., O bom professor e sua prática, 10º edição, Editora Papirus, 2000, p.

27-33.

FREIRE, P., A concepção Bancária da educação como instrumento da opressão.

Seus pressupostos, sua crítica. In: FREIRE, P., Pedagogia do oprimido, 17º edição,

Editora Paz e Terra, Coleção o Mundo Hoje, v.21, Rio de Janeiro, 1970, p. 57-75.

FREITAS, L., A produção de ignorância na escola, 4º edição, Editora Cortez, 4º

edição, 1998.

GIL-PÉREZ, D.; CARVALHO, P. M. A., Formação de professores de Ciências, 4º

edição, Ed. Cortez, 2000.

MACEDO, L., Ensaios Construtivistas, 4º edição, Ed. Casa do Psicólogo, São Paulo,

1994.

MAURI, T., O que faz com que o aluno e a aluna aprendam os conteúdos escolares?

In: COLL, C.; MARTÍN, E.; MAURI, T.; MIRAS, M.; ONRUBIA, J.; SOLÉ, I.; ZABALA,

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A., O Construtivismo na sala de aula, 6º edição, Editora Ática, São Paulo, 2006, p.

79-122.

MIRAS, M., Um ponto de partida para a aprendizagem de novos conteúdos: os

conhecimentos prévios. In: COLL, C.; MARTÍN, E.; MAURI, T.; MIRAS, M.;

ONRUBIA, J.; SOLÉ, I.; ZABALA, A., O Construtivismo na sala de aula, 6º edição,

Editora Ática, São Paulo, 2006, p. 58-77.

MIZUKAMI, N. G. M., Ensino: As abordagens do processo, 6º edição, Editora

Pedagógica e Universitária, 1986.

RICHARDSON, J. R., Questionário. In: RICHARDSON, J. R., Pesquisa social:

métodos e técnicas, 3º edição, Ed. Atlas, 2008, p.189-198.

SOLÉ, I.; COLL, C., Os professores e a concepção Construtivista. In: COLL, C.;

MARTÍN, E.; MAURI, T.; MIRAS, M.; ONRUBIA, J.; SOLÉ, I.; ZABALA, A., O

Construtivismo na sala de aula, 6º edição, Editora Ática, São Paulo, 2006, p. 09-28.

VIANNA, M. H., Metodologia da observação: observação: validade e confiabilidade.

In: VIANNA, M. H., Pesquisa em Educação: a observação, 1º Edição, Liber Livro

Editora, 2007, p. 62-70.

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8. APÊNDICE I – FICHA DE COLETA DE DADOS

Este questionário tem como objetivo coletar dados para a realização do TCC de

Licenciatura de Ciências Biológicas, do aluno Diogo Destro Barcellos, estudante da

Universidade Presbiteriana Mackenzie. Para dar sentido a análise desta coleta de

dados, responda da forma mais sincera e na ordem numérica das perguntas. O

anonimato será garantido. Obrigado.

1. Seu semestre é: 2º ( ) ou 6º ( )

2. Para você o que é ensino?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3. O que é aprendizagem?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4. O que você entende por transmissão de conhecimento?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

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5. O que você entende por construção de conhecimento?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6. Na tabela abaixo, a primeira coluna descreve uma das diversas propostas de

estratégia de aula. Leia as propostas de cada professor (A, B e C) e enumere na

segunda coluna (assumindo você o papel de professor) em uma ordem numérica (1

para maior concordância, 2 para concordância intermediária e 3 para menor

concordância). Agora assuma o papel de aluno, qual das propostas de trabalho você

gostaria de participar da aula como aluno? Para responder esta pergunta, preencha

a terceira coluna enumerando de 1 a 3 como já descrito.

Propostas de trabalho

Como

professor

Como

aluno

O professor A dá uma aula expositiva dialogada em que

ele instiga seu aluno a ter dúvidas e vai mediando

conforme as dúvidas forem surgindo.

O professor B traz a aula pronta e expõe para os alunos o

conhecimento que acumulou durante os anos de sua

experiência.

O professor C sugere que os alunos levantem

questionamentos e dúvidas sobre um tema específico. O

professor recolhe esse material e junto aos alunos monta

pequenos projetos. Tanto o professor quanto os alunos

buscam solucionar as questões de cada projeto.

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9. ANEXO I – RESPOSTAS DA FICHA DE COLETA DE DADOS

Serão apresentados a seguir, quadros com as respostas do questionário

pertencente a ficha de coleta de dados, efetuada nas amostras do 2º e 6º semestre

de licenciatura do curso de ciências biológicas. Encontra-se a seguir em quadros, as

respostas de cada licenciando da segunda questão: “Para você o que é ensino?”.

L.1 2º semestre Q.2

R: Na minha opinião ensino ou ensinar é passar a diante o seu conhecimento as

coisas que você aprendeu para outras pessoas.

L.2 2º semestre Q.2

R: Transmitir conhecimento, com as responsabilidades de garantir um bom

conteúdo e de formas diversificadas.

L.3 2º semestre Q.2

R: Ensino é uma maneira de transmitir o conhecimento de uma pessoa para outra.

L.4 2º semestre Q.2

R: Passagem de conhecimento através de profissionais capacitados.

L.5 2º semestre Q.2

R: Ensino é a transmissão de conhecimento de disciplinas ou de ensinamentos

sociais.

L.6 2º semestre Q.2

R: Ensino é a transmissão de conhecimentos sobre qualquer assunto, de algo ou

alguém que tenha experiências para alguém em processo de aprendizagem.

L.7 2º semestre Q.2

R: Ensino é quando se transmite para outra(s) pessoa(s) um certo, conhecimento

a respeito de um tal assunto.

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L.8 2º semestre Q.2

R: Ensino é um método de aprender, passar conhecimento para outro onde uma

pessoa ensina.

L.9 2º semestre Q.2

R: Ensino é o conhecimento transmitido tanto pelos pais, professores, colegas,

uma cultura que é passada de geração que você passa o que você adquiriu e

aprende com outras pessoas também.

L.10 2º semestre Q.2

R: Ensino é o jeito que com que o professor consegue transmitir o conhecimento

de forma clara.

L.11 2º semestre Q.2

R: Ensino é todo conhecimento adquirido sobre determinado assunto e que deverá

ser passado para outros.

L.12 2º semestre Q.2

R: É quando o conhecimento é passado e também o “pensar” é estimulado.

L.13 2º semestre Q.2

R: Ensino para mim e uma forma de transmitir conhecimento seja um

conhecimento universal ou cultural.

L.14 2º semestre Q.2

R: É o ato de passar conhecimento a outra pessoa.

L.15 2º semestre Q.2

R: Ensino é todo o conhecimento fornecido para pessoas que não o possuem.

L.16 2º semestre Q.2

R: Ensino é todo conhecimento adquirido.

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L.17 2º semestre Q.2

R: Ensino é a prática de passar seus conhecimentos a outras pessoas, desde

matérias de currículo escolar ou não.

L.18 2º semestre Q.2

R: O ensino é o fato de mostrar ou ensinar algo novo para alguém.

L.19 2º semestre Q.2

R: Ensino é a transmissão de conhecimento passado de uma pessoa para outra.

L.20 2º semestre Q.2

R: Ensino é a passagem (transmissão) de conhecimentos.

L.21 2º semestre Q.2

R: É o ato de passar uma informação para outra pessoa, seja ela didática ou

prática.

Os quadros a seguir apresentam as respostas da segunda questão (“Para

você o que é ensino?”) da ficha de coleta de dados, respondidas pelos licenciandos

do 6º semestre.

L.1 6º semestre Q.2

R: É mediar a construção do conhecimento do aluno, ajudá-lo a organizar seus

conhecimentos e apresentar a ele novas formas de buscar novos conhecimentos.

L.2 6º semestre Q.2

R: É muito complexo, mas podemos dizer que é tudo aquilo que promove a

construção do conhecimento de um indivíduo e pode partir de várias fontes e

diversas maneiras.

L.3 6º semestre Q.2

R: Uma forma de expor algo que temos como significado a alguém e lhe faça

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sentido.

L.4 6º semestre Q.2

R: Ensino é juntos professor e aluno trabalham para construírem algum

conhecimento, sendo o principal papel do educador é de mediador.

L.5 6º semestre Q.2

R: Você ensina alguém quando você o auxilia a construir conceitos.

L.6 6º semestre Q.2

R: Do ponto de vista de um quase professor é auxiliar e construir com o aluno

idéia que este utilizará para a sua vida; Uma atividade muito complexa que gasta

tempo (bom sentido), trabalho e idéias para vislumbrar todos os caminhos para

auxiliar seu aluno.

L.7 6º semestre Q.2

R: Por parte de um professor que ensina um aluno, ensino é o auxilio que este

professor dá para que o aluno construa o seu próprio conhecimento. Isso é uma

visão geral do que é ensino de acordo com a minha visão construtivista. Agora,

como fazer isso é outra questão, mais complicada.

L.8 6º semestre Q.2

R: Ensino é a atividade planejada e intencional de guiar, ou direcionar alguém na

construção de conhecimentos, em mudanças no comportamento e até mesmo em

valores e projetos pessoais de vida.

L.9 6º semestre Q.2

R: É uma via dupla onde o professor e o aluno, ambos trocam experiências e

conhecimentos aprendendo de maneira mútua.

L.10 6º semestre Q.2

R: Ensino é uma ferramenta utilizada que vai fazer a mediação da aprendizagem

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do aluno.

L.11 6º semestre Q.2

R: Ensino tem relação com aprendizagem, tanto o professor quanto o aluno

promovem o ensino e a aprendizagem da sala de aula. Ensinar é você construir o

conhecimento juntamente com seus alunos a partir de conhecimentos prévios do

mesmo.

L.12 6º semestre Q.2

R: É apresentar um conteúdo valor, etc, de modo que o aluno tenha vontade de

questionar e ir atrás de aprender mais sobre o tema. O papel do professor será

portanto, o de um mediador da curiosidade e aprendizado.

L.13 6º semestre Q.2

R: É quando o professor sabe levar em consideração os conhecimentos que o

aluno já possui e a partir deste conteúdo inicia a construção do conhecimento,

relacionando o que já se sabe e acrescentar novos conhecimentos. Ensino é o

processo onde o aluno aprende novos conteúdos.

L.14 6º semestre Q.2

R: Para mim, ensino esta mais relacionado com a forma que o professor dá sua

aula, qual postura será tomada, quais conteúdos ele considera importante que

seus alunos saibam, entre outros.

L.15 6º semestre Q.2

R: Ensino é a maneira pela qual um conhecimento é socializado. O ensino pode

ser entre pessoas ou individualmente.

L.16 6º semestre Q.2

R: Ensino esta mais ligado ao professor, ele é quem ensina, ele é o ensino (na

escola). Ensino é buscar conhecimento, saber o porque das coisas.

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L.17 6º semestre Q.2

R: Ensino é o ato de você transformar de alguma forma o conteúdo interno de

outra pessoa (atitudinal, conceitual e outros) seja formalmente em cursos, escola e

outros ou informalmente, numa conversa na rua, por telefone e outros. Este pode

ser feito atemporalmente em qualquer local com qualquer pessoa.

L.18 6º semestre Q.2

R: Ensino é formar pessoas sob diversos aspectos, para diversos fins e de

diferentes formas. Por exemplo, cada professor possui objetivos que quer alcançar

ao ensinar seu aluno e o ensinar no caso são o conteúdo, os objetivos por trás de

ensinar este conteúdo de sua disciplina, os valores, as habilidades que ele

entende como necessário para a formação dos mesmos.

Os quadros a seguir apresentam as respostas efetuadas pelos licenciandos,

os quais responderam a terceira questão, a qual perguntava: “O que é

aprendizagem?”. São apresentados abaixo as respostas do 2º semestre.

L.1 2º semestre Q.3

R: Agora aprendizagem na minha opinião complementa a questão anterior porque

nem sempre quando você ensina algo a pessoa vai aprender ou entender o que

você está falando, ou seja aprendizagem é você entender o que você ouviu

alguém te explicar ou o que você pesquisou.

L.2 2º semestre Q.3

R: São valores adquiridos durante o desenvolvimento de uma pessoa, em escolas,

famílias e assim na sociedade.

L.3 2º semestre Q.3

R: É um modo de receber o conhecimento de outra pessoa.

L.4 2º semestre Q.3

R: Capacidade de reter conhecimento.

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L.5 2º semestre Q.3

R: É a capacidade de reter, entender o conhecimento transmitido por alguém ou

através de livros.

L.6 2º semestre Q.3

R: Aprendizagem é a capacidade de compreender e aplicar os conhecimentos

ensinados.

L.7 2º semestre Q.3

R: Aprendizagem é o método de comunicação que será utilizado para transmitir

um certo conhecimento.

L.8 2º semestre Q.3

R: Aprendizagem é parecido com ensino, só que você aprende através de livros,

jornais, internet.

L.9 2º semestre Q.3

R: Aprendizagem é o que a pessoa aprende o conhecimento transmitido, entender

o que se passa.

L.10 2º semestre Q.3

R: Aprendizagem é a capacidade do aluno em reter o conteúdo dado ou até

mesmo estudado posteriormente.

L.11 2º semestre Q.3

R: Aprendizagem é o processo pelo qual um determinado conhecimento é

passado. É a forma pela qual uma pessoa irá adquirir este conhecimento.

L.12 2º semestre Q.3

R: É quando o que foi ensinado foi absorvido.

L.13 2º semestre Q.3

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R: É uma forma de absorver determinada informação transmitida seja por uma

pessoa ou por um livro.

L.14 2º semestre Q.3

R: É o ato de adquirir conhecimento seja de uma pessoa física a um objeto de

leitura.

L.15 2º semestre Q.3

R: Aprendizagem é aquele conhecimento que adquirimos por meio do ensino.

L.16 2º semestre Q.3

R: Aprendizagem é a forma com que adquirimos o ensino.

L.17 2º semestre Q.3

R: Aprendizagem é uma forma de absorver o conhecimento passado.

L.18 2º semestre Q.3

R: A aprendizagem é quando uma pessoa entende e compreende algo que foi

ensinado.

L.19 2º semestre Q.3

R: É quando aquele que está sendo ensinado compreende o conhecimento

transmitido.

L.20 2º semestre Q.3

R: A captação de conhecimento.

L.21 2º semestre Q.3

R: Quando adquirimos conhecimento que nos é passado por pessoas de maior

conhecimento e experiência.

As respostas da terceira questão (“O que é aprendizagem?”) da ficha de

coletada efetuadas pelo 6º semestre são apresentadas nos quadros seguintes.

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L.1 6º semestre Q.3

R: É construir conhecimento com base em novas informações e em

conhecimentos prévios.

L.2 6º semestre Q.3

R: É todo aquele conhecimento construído a partir de uma fonte do ensino na

formação do indivíduo e esta é constante e por toda vida.

L.3 6º semestre Q.3

R: A elaboração pessoal que torna capaz a possibilidade de relacionar conteúdos

e criar um novo conhecimento que faça sentido real.

L.4 6º semestre Q.3

R: Aprendizagem é a reformulação feita pelo aluno de um determinado conteúdo,

da forma a adequar a sua forma de pensar.

L.5 6º semestre Q.3

R: O aluno aprende quando reelabora suas idéias e visão de mundo.

L.6 6º semestre Q.3

R: A aprendizagem é construída, esta pode ter o auxílio de um professor ou

qualquer pessoa, ou pode se aprender pelo erro. A construção deve ser construída

de acordo com o que esta aprendendo, dentro do seu tempo e dificuldade.

L.7 6º semestre Q.3

R: De acordo com a mesma visão da questão acima, aprendizagem é o processo

de construção de conhecimento sobre um determinado assunto ou conteúdo. Ser

capaz de realiza alguma habilidade específica também se enquadra na concepção

acabada de aprendizagem.

L.8 6º semestre Q.3

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65

R: Aprendizagem é o entendimento por processo cognitivos da realidade em que o

sujeito vive, sendo que cada um vê essa realidade do seu próprio jeito.

L.9 6º semestre Q.3

R: É um processo onde aluno e professores constroem conhecimentos, a partir de

conhecimentos prévios, experiências de vida e elaboração de conceitos novos e

reelaboração de conceitos vistos como verdades pela sociedade.

L.10 6º semestre Q.3

R: Aprendizagem é tudo que o aluno constrói utilizando seus conhecimentos

prévios e suas interações com o professor, e com todos os meios que envolvam

algum tipo de conteúdo.

L.11 6º semestre Q.3

R: Aprendizagem é a construção deste conhecimento, o que “ficou” desta relação

ensino-aprendizagem.

L.12 6º semestre Q.3

R: É a capacidade de assimilar conteúdos novos, ao mesmo tempo em que

reoorganiza conhecimentos prévios com os conhecimentos novos.

L.13 6º semestre Q.3

R: É quando o professor sabe levar em consideração os conhecimentos que o

aluno já possui e a partir deste conteúdo inicia a construção do conhecimento,

relacionando o que já se sabe e acrescentar novos conhecimentos.

L.14 6º semestre Q.3

R: Aprendizagem é como o aluno se posicionará em relação a aula do professor,

se ele concorda, se questiona. Então, envolve diversos fatores que estão inseridos

no papel do aluno e como este interage com o conteúdo dado e a maneira como o

professor expõe a sua aulas.

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L.15 6º semestre Q.3

R: É a capacidade que um indivíduo tem de se apropriar de um dado

conhecimento. Pode-se conceber a aprendizagem de diversas maneiras, formas,

estratégias, não há uma metodologia padronizada, comum a todas.

L.16 6º semestre Q.3

R: Aprendizagem é fazer o ensino ter sentido para você, ou seja, se usarmos um

conhecimento apenas naquele momento e depois esquecermos, não aprendemos,

mas se esse conhecimento perdurar por mais tempo então ele é uma

aprendizagem.

L.17 6º semestre Q.3

R: É a forma como este ensino é feito, o ato de ensinar algo se constitui num

processo de aprendizagem, todas as diversas variáveis que influenciam nestes

processos como, afinidade, dificuldade do conteúdo a ser passado, afinidade com

a pessoa, falta de atenção e outros.

L.18 6º semestre Q.3

R: Aprendizagem é o caminho traçado pelo aluno por exemplo, e as idéias que ele

pensou durante este caminho, as mudanças e as conclusões a que ele chegou no

final do processo (caminho) fazendo uma síntese disso (do caminho e do que

aconteceu nele) temos o que o aluno aprendeu, o conhecimento que ele formou

para si.

Para a visualização das respostas efetuadas pelos licenciandos amostrados,

a quarta questão, a qual perguntava: “O que você entende por transmissão de

conhecimento?”, são demonstradas nos próximos quadros. Primeiramente serão

apresentadas as respostas dos licenciandos do 2º semestre.

L.1 2º semestre Q.4

R: Entendo que transmitir é passar as coisas que você aprendeu da melhor

maneira possível, de uma forma que todos entendam.

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L.2 2º semestre Q.4

R: Passagem de conceitos, conteúdos didáticos.

L.3 2º semestre Q.4

R: Eu entendo que é como o ensino, pois o ensino é a transmissão de

conhecimento.

L.4 2º semestre Q.4

R: Passagem de conhecimento, onde o interessado em aprender consegue

compreender o que o outro diz.

L.5 2º semestre Q.4

R: Passagem de um conteúdo ou de um conhecimento para uma outra pessoa.

L.6 2º semestre Q.4

R: Transmissão de conhecimento é a passagem e a demonstração teórica e

prática sobre qualquer assunto, de algo ou alguém que detenha um conhecimento

na área para alguém que esteja em processo de aprendizagem.

L.7 2º semestre Q.4

R: Transmissão de conhecimento é quando utiliza-se de qualquer meio de

comunicação para ensinar ou expressar qualquer assunto do qual se tem certo

conhecimento.

L.8 2º semestre Q.4

R: Eu entendo que é uma forma de passar conhecimento para outra pessoa.

L.9 2º semestre Q.4

R: Entendo que você passa/transmite “teoricamente” o que você aprendeu.

L.10 2º semestre Q.4

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R: É quando o professor consegue passar ou transmitir o conteúdo de algum

assunto, não necessariamente com a matéria que leciona.

L.11 2º semestre Q.4

R: Transmissão de conhecimento é o que uma pessoa possui de conhecimento

acumulado e que irá ser transmitido.

L.12 2º semestre Q.4

R: Quando o conhecimento adquirido é compartilhado.

L.13 2º semestre Q.4

R: Transmissão de conhecimento é a forma seja por televisão, rádio ou aula de

transmitir suas informações.

L.14 2º semestre Q.4

R: Passar algo de conhecimento próprio para outra pessoa.

L.15 2º semestre Q.4

R: Transmissão de conhecimento é o modo na qual aquele que ensina utiliza para

passar o que ele sabe para outras pessoas.

L.16 2º semestre Q.4

R: Entendo que é a forma mais literal de ensinar.

L.17 2º semestre Q.4

R: É passar alguma experiência, alguma lição que você aprendeu a outras

pessoas algo parecido com o ensino.

L.18 2º semestre Q.4

R: A transmissão de conhecimento é a maneira como é explicada ou ensinada

alguma coisa.

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L.19 2º semestre Q.4

R: Passar informações fundamentais de geração em geração.

L.20 2º semestre Q.4

R: É a passagem de conteúdo de uma pessoa para outra.

L.21 2º semestre Q.4

R: Quando uma pessoa passa adiante o conhecimento que ela possui.

Os quadros a seguir apresentam as respostas da quarta questão (“O que

você entende por transmissão de conhecimento?”) da ficha de coleta de dados,

respondidas pelos licenciandos do 6º semestre.

L.1 6º semestre Q.4

R: É uma forma errônea de compreender o ensino. O professor não detém o poder

absoluto e nem vai transmiti-lo ao seu aluno cabe ao professor mediar a

aprendizagem de seu aluno e ajudá-lo a construir seu conhecimento.

L.2 6º semestre Q.4

R: É apenas a reposição de idéias sem a preocupação de se a pessoa aprendeu

ou não, apenas transmitiu algo comunicar, como uma informação que é diferente

de conhecimento.

L.3 6º semestre Q.4

R: Não acredito em transmissão de conhecimento.

L.4 6º semestre Q.4

R: Transmissão do conhecimento é uma forma de ensinar, sem levar em conta a

realidade do aluno. O professor seria a torneira e o aluno o balde a ser enchido.

L.5 6º semestre Q.4

R: Quando se transmite conhecimento não se tem o cuidado de tentar fazer com

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que o aluno aprenda. Apenas fala-se o conteúdo para o aluno.

L.6 6º semestre Q.4

R: Para muitos é o ato de ensinar, mas para mim é incoerente utilizar essa

terminologia, pois não é pela transmissão que você adquire conhecimento e sim

com a construção do conhecimento.

L.7 6º semestre Q.4

R: Quando uma pessoa tem o conhecimento de um determinado assunto e

“passa” para outra pessoa. Essa “passagem” de conhecimento pode ser

relacionada com a resposta da primeira questão ou não, de forma “tradicional”,

fazendo com que o conhecimento seja uma coisa acabada.

L.8 6º semestre Q.4

R: Informar alguém sobre fatos considerados reais e imutáveis e pressupor que

esse alguém memorize essas informações.

L.9 6º semestre Q.4

R: Entendo pelo mero repasse de informações do professor para o aluno que se

torna um copiador destas informações. Com isso, tanto o professor, quanto o

aluno se tornam alienados a comportarem como instrumentos de uma máquina,

chamada escola.

L.10 6º semestre Q.4

R: Forma tradicional de ensino onde o professor é detentor da sabedoria e

transmite essa sabedoria. Os alunos por sua vez, absorvem esse conhecimento

da forma como ele é passado.

L.11 6º semestre Q.4

R: Entendo que você transmite e o outro absorve, mas na relação ensino-

aprendizagem é desta forma que acontece, portanto não entendo transmissão de

conhecimento e sim construção de conhecimento.

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L.12 6º semestre Q.4

R: O conhecimento é transmitido “via cabo” ou “via satélite” ao seu foco: o aluno.

L.13 6º semestre Q.4

R: Transmissão de conhecimento é quando o professor apenas passa novas

informações, não havendo a compreensão desse conhecimento.

L.14 6º semestre Q.4

R: Entendo este quando o professor simplesmente transmite o conteúdo sem se

preocupar com seus alunos, sem estimulá-los a questionar, a pesquisar, etc.

Assim, o aluno recebe o conteúdo sem questionamento, tendo a “explicação” do

professor como certa e única.

L.15 6º semestre Q.4

R: Transmitir um conhecimento é a simples transferência de um saber. É frio,

impessoal e direciona em uma única interpretação a gama de possibilidades de

um raciocínio.

L.16 6º semestre Q.4

R: Dar o conhecimento a alguém, parece que o conhecimento é uma coisa

palpável.

L.17 6º semestre Q.4

R: É você passar de forma unilateral algum conhecimento para outra pessoa,

como se o receptor fosse uma esponja que vai absorvendo tudo.

L.18 6º semestre Q.4

R: Para mim é informar, é uma via única onde só o locutor fala e o ouvinte escuta,

neste caso o locutor informa ao ouvinte um conhecimento seu, já estabelecido e

repassa-o para o ouvinte e este geralmente repete este conhecimento pronto, ele

não escuta, entende e cria o seu próprio, porque o locutor ao passá-lo já pronto

não lhe dá condições de deixá-lo criar seu próprio conhecimento porque o

processo de ensino-aprendizagem não ocorre nesta situação.

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Os quadros abaixo apresentam a respostas elaboradas frente a quinta

questão, a qual perguntava: “O que você entende por construção de

conhecimento?”. São apresentados primeiramente as respostas dos licenciandos do

2º semestre.

L.1 2º semestre Q.5

R: Construção de conhecimento é quando a própria pessoa (aluno) vai atrás de

algo que vai aprimorar seus conhecimentos quando a pessoa se interessa e luta

para conseguir aprender.

L.2 2º semestre Q.5

R: União de grupos, focados em questionar, pesquisar diferenciar e associar

assuntos.

L.3 2º semestre Q.5

R: É construir o conhecimento é aprender sobre as coisas.

L.4 2º semestre Q.5

R: Adquire-se conhecimento através de vários meios, livros, mídia, jornais, escola.

L.5 2º semestre Q.5

R: Através de experimentos testes ou lendo em diversos livros aos poucos ir

acumulando o conhecimento e o adquirindo.

L.6 2º semestre Q.5

R: Construção de conhecimento é o processo de aprendizagem acumulado ao

longo do tempo.

L.7 2º semestre Q.5

R: Construção de conhecimento é quando se vai atrás de várias informações que

estão relacionadas com um mesmo assunto em comum, para obter um resultado

concreto do assunto em estudo.

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L.8 2º semestre Q.5

R: Quando você adquire conhecimento.

L.9 2º semestre Q.5

R: Construção seria você praticar, aprender na prática, sendo assim construído um

conhecimento seu, e que outras pessoas te ajude e te ensine também.

L.10 2º semestre Q.5

R: É quando se reúne diversas fontes de determinado assunto e faz ligações entre

os assuntos as fontes.

L.11 2º semestre Q.5

R: Construção de conhecimento é a maneira em que um indivíduo irá administrar o

seu conhecimento como ele irá organizar todas as informações que adquiriu com o

passar do tempo.

L.12 2º semestre Q.5

R: Quando uma pessoa adquire várias idéias por diferentes “fontes” e assim vai

construindo as suas próprias idéias e maneiras de pensar.

L.13 2º semestre Q.5

R: São as formas pedagógicas de transmitir conhecimento.

L.14 2º semestre Q.5

R: Juntar diversas informações sobre assuntos variados, experiências de vida etc.

L.15 2º semestre Q.5

R: Construção do conhecimento é aquilo que guardamos de aprendizado que

adquirimos ao longo de um certo tempo.

L.16 2º semestre Q.5

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R: Entendo que ocorre quando a aprendizagem é eficiente.

L.17 2º semestre Q.5

R: Uma junção entre bases educacionais aprendidas na escola e experiências que

outras pessoas passam para você.

L.18 2º semestre Q.5

R: Eu entendo que construção de conhecimento é todo o conhecimento adquirido

por uma pessoa durante a sua formação.

L.19 2º semestre Q.5

R: O conhecimento aprendido por toda a vida sendo absorvido, montado e

aprimorado.

L.20 2º semestre Q.5

R: Construção de conhecimento é a obtenção de certos valores afim de “montar”

uma base de conhecimento.

L.21 2º semestre Q.5

R: É quando você terá o seu conhecimento e o organiza de uma forma prática e

fácil.

As respostas da quinta questão (“O que você entende por construção de

conhecimento?”) da ficha de coletada de dados, efetuadas pelo 6º semestre são

apresentadas nos quadros seguintes.

L.1 6º semestre Q.5

R: Com a mediação do professor, o aluno une seus conhecimentos prévios com

novas informações aprendidas e assim, consegue formar novas idéias,

construindo seu conhecimento novo.

L.2 6º semestre Q.5

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R: É a partir de idéias por exemplo alguém se preocupar em promover o pensar, o

construir de idéias a partir por exemplo de uma indagação e assim o indivíduo

passa a construir seu conhecimento

L.3 6º semestre Q.5

R: Construir um entendimento novo a partir de ferramentas disponibilizadas.

L.4 6º semestre Q.5

R: Levar em conta a realidade do aluno, onde o papel do professor é o de mediar

o ensino, usando os instrumentos a serem utilizados e o papel do aluno é o de

manipular o conhecimento e se apropriar dele.

L.5 6º semestre Q.5

R: Na construção do conhecimento o aluno é participante ativo de sua formação.

O professor tenta fazer com que o aluno fique instigado e busque pesquisa para

então elaborar conceitos.

L.6 6º semestre Q.5

R: É o ato do professor ou qualquer pessoa que auxilia a outro organizar ou junto

a ele montar, organizar seus conhecimentos. Vendo que a construção é um

processo necessário acompanhar o aluno nas diferentes atividades.

L.7 6º semestre Q.5

R: Que o conhecimento é um processo que vai se construindo ao longo do tempo.

A construção do conhecimento nunca acaba. Refiro-me a este conhecimento

como sendo sobre um determinado assunto ou conteúdo ou habilidade.

L.8 6º semestre Q.5

R: A partir de conhecimentos que o indivíduo carrega, adquiridas em experiências

anteriores, novas experiências fazem com que a pessoa, aos poucos, mude a sua

visão de mundo.

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L.9 6º semestre Q.5

R: Entendo que é um processo de ensino e aprendizagem que ocorre por via

dupla de aprendizagem entre alunos e professores. O professor é o mediador

deste processo e o aluno é o “construtor” do conhecimento. Ambos aprendem no

sentido de que os professores refletem sobre sua prática e os alunos aprendem a

aprender e constroem novos conhecimentos.

L.10 6º semestre Q.5

R: Construir conhecimento é participar ativamente da elaboração do

conhecimento. Exige uma desconstrução dos conhecimentos prévios e uma

reelaboração.

L.11 6º semestre Q.5

R: É a partir de conhecimentos prévios o professor junto com o aluno constroem o

conhecimento, fazem ligações entre os conteúdos, contextualizam os conteúdos.

L.12 6º semestre Q.5

R: O mesmo que escrevi sobre aprendizagem: conhecimentos prévios do aluno

são reorganizados de acordo com o que vai aprendendo ao longo de sua vida.

L.13 6º semestre Q.5

R: Construção de conhecimento é quando um aluno sabe fazer relação com o que

se sabe com o que se esta aprendendo. É saber relacionar os conhecimentos.

L.14 6º semestre Q.5

R: É a interação entre professor e o aluno, ou seja, como estes vão se posicionar

em relação um ao outro. O professor precisa instigar os seus alunos, encontrar

maneiras diferentes de realizar uma aula, que tipo de avaliação aplicará, entre

outros. O aluno em relação a posição do professor, deve questionar, dar a sua

opinião, pesquisar sobre o conteúdo, entre outros.

L.15 6º semestre Q.5

R: É o contrário da transmissão. Na construção não há linearidade. Os indivíduos

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projetam suas idéias, inferências e relações em conformidade com suas

convicções, traça paralelos com o que já sabe, sente que a compreensão de um

dado faz sentido.

L.16 6º semestre Q.5

R: Processo onde a pessoa tem uma idéia e a partir de novos conhecimentos

muda, ou não, essa idéia.

L.17 6º semestre Q.5

R: É você trabalhar de forma minuciosa, conjunta com o aluno, não dando

respostas, mas a ferramenta para tal.

L.18 6º semestre Q.5

R: A construção de conhecimento é o locutor auxiliando o ouvinte que agora é

locutor também, a expor suas idéias, perante o assunto existente em um diálogo

estabelecido entre eles, expor suas dúvidas e realizar atividades que o levem a

criar seu conhecimento sobre o assunto falado. Neste caso o ouvinte/locutor é

agente na construção do seu conhecimento com a ajuda do locutor (mediador,

professor).

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Estou ciente do conteúdo da Monografia “Análise das concepções de

ensino-aprendizagem de alguns licenciandos de uma U niversidade particular

de São Paulo, SP ”

____________________________________________

Professora Doutora Magda Medhat Pechliye

(Orientadora – Universidade Presbiteriana Mackenzie)

____________________________________________

Diogo Destro Barcellos

(Aluno – Código de Matrícula: 407.17.10-0)

Trabalho a ser apresentado em 17 de Junho de 2010.