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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAMZONIA CAMPUS-CAPITAO POCO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS OFICINAS OU PALESTRAS: QUAL É A MELHOR FORMA PARA SE TRABALHAR EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO FORMAL? CAPITAO POÇO/PA 2019

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAMZONIAbdta.ufra.edu.br/jspui/bitstream/123456789/1166/4...M552o Meranda, Rafael da Silva Oficinas ou palestras: qual é a melhor forma para se trabalhar

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  • UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAMZONIA

    CAMPUS-CAPITAO POCO

    CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

    OFICINAS OU PALESTRAS: QUAL É A MELHOR FORMA PARA SE

    TRABALHAR EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO FORMAL?

    CAPITAO POÇO/PA

    2019

  • RAFAEL DA SILVA MERANDA

    VISITAS OU PALESTRAS: QUAL É A MELHOR FORMA PARA SE TRABALHAR

    EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO FORMAL?

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado

    ao curso de Ciências Biológicas da

    Universidade Federal Rural da Amazônia como

    requisito para obtenção do grau de Bacharel em

    Ciências Biológicas.

    Área de concentração: Educação Ambiental.

    Orientadora: Drª. Fernanda Carneiro

    Romagnoli.

    CAPITÃO POÇO

    2019

  • Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)

    Biblioteca Maria Auxiliadora Feio Gomes / UFRA - Capitão Poço

    M552o Meranda, Rafael da Silva

    Oficinas ou palestras: qual é a melhor forma para se trabalhar educação

    ambiental não formal?. / Rafael da Silva Meranda. - Capitão Poço, 2019.

    56f., il.; color.

    Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Biológicas) -

    Universidade Federal Rural da Amazônia, Capitão Poço, 2019.

    Orientadora: Profª. Dra. Fernanda Carneiro Romagnoli.

    1. Ensino-aprendizagem. 2. Desenvolvimento sustentável. 3. Metodologia de

    ensino. I. Romagnoli, Fernanda (Orient.). II. Título.

    CDD 23.ed: 370.1523

    Ficha Catalográfica / Bibliotecária - Documentalista: Vanessa Baía - CRB/2 1322

  • RAFAEL DA SILVA MERANDA

    VISITAS OU PALESTRAS: QUAL É A MELHOR FORMA PARA SE TRABALHAR

    EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO FORMAL?

    Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Ciências Biológicas da Universidade

    Federal Rural da Amazônia como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Ciências

    Biológicas. Área de concentração: Educação Ambiental.

    _12 de julho de 2019_

    Data da Aprovação

    Banca Examinadora:

  • AGRADECIMENTOS

    Primeiramente, quero agradecer a Deus por ter me concedido o dom da vida, e me

    protegido durante a jornada acadêmica, aos meus familiares, minha mãe Rosevanda Silva, por

    estar sempre ao meu lado durante os momentos difíceis e apoiar financeiramente, além de puxar

    minha orelha nos meus erros e privilegiar-me com uma ótima educação, ao meu pai Laurindo

    Miranda, que mesmo à distância não faltou com suas obrigações, além de apoiar

    financeiramente e por atentar-me sobre os erros da vida. À minha segunda mãe, Tereza Silva,

    que sempre aconselhou a triar um bom caminho e nunca esquecia desta pessoa em suas orações,

    minha irmã Rafaela Miranda que sempre me acolheu em sua casa, além de ser peça fundamental

    na minha formação.

    À minha orientadora e professora Fernanda Romagnoli que proporcionou o ensinamento

    e a paciência para orientar-me além de despertar a paixão pela educação ambiental, a todos os

    professores que contribuíram na minha formação, em especial meu orientador de ESO,

    professor Fabio Lucas, a Michel Sauma que aceitou ser suplente nesta banca de TCC e aos

    membros do projeto Sala Verde, que auxiliaram no desenvolvimento das atividades.

    Aos meus amigos de turma que sempre me apoiaram na vida de universitário e nunca

    me deixarem na mão, principalmente, Suelen Souza, Francinei Albuquerque e Camila Rocha.

    Os amigos que sempre estiveram ao meu lado, Neto Marly que dividiu o aluguel durante o

    período da universidade, Elton Aragão por sempre se mostrar um bom amigo, Paulo Marcelo

    que contribuiu na minha formação e por ser disponibilizar a ser meu paraninfo, Leidiane

    Gonçalves que auxiliou na escrita deste trabalho, Renata Barbosa que esteve ao meu lado nos

    momentos difíceis, Paulo Renato amigo de longas datas, ao grupo Alcateia que sempre me

    possibilitou bons momentos, as academias de jiu-jitsu Hadha Dojo e Brutal, que ensinou além

    das técnicas marciais, a importância de respeitar o próximo, independente da classe cor ou

    religião.

    À escola Mariana das Graças Aguiar, em nome do coordenador pedagógico Orlando

    Júnior, que não mediu esforços em disponibilizar os alunos para realização deste trabalho, assim

    como os professores que se mostraram coerentes na concretização das atividades. À minha

    banca examinadora, Cassio Rafael e José Rondinelle que aceitaram com nenhuma dificuldade

    julgar este TCC e à Secretaria de Educação do município de Capitão Poço, em nome da Neuma,

    que disponibilizou o transporte escolar.

  • Resumo

    O ensino de ciências no Brasil ainda constitui um paradigma a ser melhorado, pois é possível

    notar que existem diversos problemas, como a falta de estrutura e tecnologias que auxiliem

    tanto alunos, quanto professores. Atualmente, a escola é responsável por construir o

    conhecimento dos estudantes, porém o processo ensino-aprendizagem vai além dos muros da

    escola, métodos de ensino como a educação não formal e informal, são exemplos de que é

    possível obter conhecimento através de métodos de ensino diferentes. Notamos que o processo

    histórico da educação no Brasil é longo, e muitas mudanças foram feitas até chegar o momento

    em que nós estamos, e ainda existe um longo trabalho a ser feito, pois o Brasil se encontra em

    uma posição distante em relação a países desenvolvidos. O trabalho consistiu em levar o projeto

    Sala Verde Amanajé para dentro da escola e também trazer os alunos até a UFRA- Capitão

    Poço, para que pudessem conhecer o projeto na íntegra, dividido em vários momentos, visando

    ensinar conteúdos voltados a educação ambiental, como, meio ambiente, compostagem,

    reciclagem, interação homem natureza, preservação, desenvolvimento sustentável entre outros

    de temáticas ambientais. Esta era verificada através de um questionário semiestruturado com

    19 perguntas abertas e fechadas, sendo 11 para os alunos e 8 para os professores, como, “o que

    é meio ambiente”, “o que devemos fazer com o lixo”, “o que é compostagem”, assim por diante.

    Após isto, verificou-se qual metodologia tinha sido melhor para aprendizagem dos alunos.

    Dentre os momentos do projeto foram realizadas diversas atividades com os alunos para que

    eles pudessem verificar como ocorrem processos como reciclagem, reutilização, compostagem

    hortas convencionais, horta em mandala entre outras. Realizou-se as análises dos questionários,

    sendo possível verificar a compreensão dos alunos sobre os temas abordados, além de comparar

    as diferentes metodologias, possibilitando verificar qual teria melhor rendimento para

    determinado assunto exposto, as perguntas de cunho fechado foi criada categorias que

    pudessem englobar as respostas dos alunos, possibilitando a utilização do programa Excel,

    assim como às perguntas fechadas sendo obtidos os resultados. O trabalho teve como objetivo

    realizar uma pesquisa com o objetivo de analisar qual a eficácia de palestras e oficinas na escola

    Municipal de Ensino Fundamental Mariana das Graças da Silva Aguiar, localizada no

    município de Capitão Poço/PA, com as turmas do 5º, 6º,7º, 8º e 9º ano, com idades que variaram

    de 10 a 17 anos, e também com alguns professores da instituição. O trabalho foi essencial para

    a quebra de pensamentos reducionistas, possibilitando mostrar aos alunos e professores práticas

    que podem ser estendidas para fora do ambiente escolar podendo, assim, despertar o interesse

    e a preocupação, além de promover o conhecimento sobre educação ambiental.

    Palavras chaves: Ensino-aprendizagem, Desenvolvimento sustentável e metodologia de ensino.

  • ABSTRACT

    Science education in Brazil is still a paradigm to be improved, because it is possible to notice

    that there are several problems, such as the lack of structure and technologies that help both

    students and teachers. At present, the school is responsible for building students' knowledge,

    but the teaching-learning process goes beyond the walls of the school, teaching methods such

    as non-formal and informal education are examples of learning through teaching methods many

    different. We note that the historical process of education in Brazil is long, and many changes

    have been made until the moment we are there, and there is still a long work to be done, as

    Brazil is in a position far away from developed countries. The work consisted in taking the

    Green Room Amanajé project inside the school and also bringing the students to UFRA -

    Captain Poço, so they could get to know the project in its entirety, divided in several moments,

    aiming to teach contents aimed at environmental education, environment, composting,

    recycling, man nature interaction, preservation, sustainable development among others

    environmental themes. This was verified through a semi-structured questionnaire with 19 open

    and closed questions, 11 for the students and 8 for the teachers, such as "what is environment",

    "what we should do with garbage", "what is composting ", so on. After this, it was verified

    which methodology had been better for students' learning Among the moments of the project,

    several activities were carried out with the students so that they could verify how processes

    occur, such as recycling, reuse, composting, conventional vegetable gardening, mandala

    gardening among others. The analyzes of the questionnaires were carried out, it was possible to

    verify the students' understanding of the topics covered, in addition to comparing the different

    methodologies, allowing to verify which would have the best performance for a given subject,

    closed questions were created categories that could encompass the students' responses, making

    possible the use of the Excel program, as well as the closed questions and obtaining the results.

    The objective of this study was to analyze the effectiveness of lectures and workshops at the

    Municipal School of Elementary School of Mariana das Graças da Silva Aguiar, located in the

    municipality of Capitão Poço / PA, with classes of 5th, 6th, 7th, 8th and 9th grades, with ages

    varying from 10 to 17 years old, and also with some teachers of the institution. The work was

    essential for the reduction of reductionist thoughts, making it possible to show students and

    teachers practices that can be extended out of the school environment, thus raising interest and

    concern, as well as promoting knowledge about environmental education.

    Keywords: Teaching-learning, Sustainable development and teaching methodology

  • LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Mapa de Capitão Poço ............................................................................................. 22 Figura 2: Estrutura geral da Sala Verde Amanajé ................................................................... 23 Figura 3: Material usado .......................................................................................................... 26 Figura 4: Alunos na prática da horta suspensa ........................................................................ 26 Figura 5: Uma das palestras sendo ministrada ........................................................................ 27 Figura 6: Primeiro momento da visita ..................................................................................... 28 Figura 7: Didáticas elaboradas na visita a Sala Verde Amanajé ............................................. 29 Figura 8: Criação de uma compostagem ................................................................................. 29 Figura 9: Estrutura geral do minhocário .................................................................................. 30 Figura 10: Alunos na pratica do minhocário ........................................................................... 38 Figura 11: Desenho representando a horta .............................................................................. 42 Figura 12: Desenho do minhocário ......................................................................................... 43 Figura 13: Desenho da composteira e minhocário .................................................................. 43 Figura 14: Desenho Geral da Sala Verde ................................................................................ 44

  • LISTA DE TABELAS

    Tabela 1: Cronograma das palestras e visitas. ......................................................................... 25 Tabela 2. Percentual das respostas sobre “O que é meio Ambiente?”. ................................... 32 Tabela 3.Percentual das respostas sobre “O que devemos fazer com o lixo?”........................ 34 Tabela 4.Percentual das resposta sobre “O que é compostagem?” ......................................... 35 Tabela 5. Percentual das respostas sobre “O que são agrotóxicos?” ....................................... 36 Tabela 6. Percentual das respostas sobre “De qual atividade você mais gostou?”.................. 37 Tabela 7. Percentual das respostas sobre “O que se faz em um minhocário?” ....................... 38 Tabela 8. Percentual das respostas sobre “O que é meio ambiente?” ..................................... 39 Tabela 9. Percentual das respostas sobre “O que devemos Fazer com o lixo?” ...................... 40 Tabela 10: Percentual das resposta "O que é compostagem?" ................................................ 40 Tabela 11.Percentual das categorias expressas nos desenhos ................................................. 42 Tabela 12: Analise comparativa para a pergunta "O que é meio ambiente?" ......................... 45 Tabela 13: Analise comparativa para a pergunta "O que devemos fazer com o lixo". ........... 46 Tabela 14: Analise comparativa sopre a pergunta "O que é compostagem?". ........................ 47

  • SUMÁRIO

    1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10

    2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 11

    2.1. Educação no Brasil ........................................................................................................ 11

    2.2. Educação formal ............................................................................................................ 14

    2.3. Educação não-formal ..................................................................................................... 15

    2.4. Educação informal ......................................................................................................... 17

    2.5 Desenvolvimento Sustentável ......................................................................................... 18

    2.6. Educação Ambiental ...................................................................................................... 19

    2.7. Sala Verde ...................................................................................................................... 21

    3.MATERIAL E METODOS ................................................................................................... 22

    3.1. Local de estudo .............................................................................................................. 22

    3.2 Público-alvo .................................................................................................................... 24

    3.3 Aplicação e coleta de dados ............................................................................................ 24

    3.4. Palestras e oficinas na escola. ........................................................................................ 25

    3.5.Visitas e oficinas na Sala Verde...................................................................................... 28

    3.6 Análise dos dados ........................................................................................................... 31

    4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 32

    4.1. Análise das palestras ...................................................................................................... 32

    4.2. Analise das Visitas à Sala Verde Amanajé .................................................................... 37

    4.3. Analise dos desenhos das visitas. .................................................................................. 41

    4.4. Analise comparativa dos questionários das visitas e palestras. ..................................... 44

    5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 47

    6. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 48

    6. Apêndices ............................................................................................................................. 52

    Apêndice A: questionário do aluno, palestra. ....................................................................... 52

    Apêndice B: questionário do professor, palestra. ................................................................. 53

    Apêndice C: questionários do aluno, visita. ......................................................................... 54

    Apêndice D: questionário do professor, visita. ..................................................................... 55

  • 10

    1. INTRODUÇÃO

    Entre os vários modelos educacionais existentes no Brasil, o que ainda sobressai no

    ensino de Ciências é aquele onde o professor é o detentor do saber e, repassa ao aluno os

    conceitos científicos aprimorados ao longo de sua vida profissional, sendo o aluno apenas um

    receptor passivo (GALHADA, 2017). Contudo, no mundo atual dinâmico e em constante

    transformação, o modelo tradicional de ensino encontra-se defasado, onde a escola não pode se

    estabelecer como um espaço inerte às constantes mudanças da sociedade que exigem

    transformações nas formas de relações e interações, no tratamento da informação e na

    construção de conhecimentos, permitindo aos estudantes participar ativamente na realidade

    (JESUS et al, 2015).

    Como exemplifica Leão (1999), que a escola tradicional sofreu várias transformações

    ao longo do tempo, mesmo com isso continua resistindo, onde o questionamento é sobre a

    adequação nos novos modelos educacionais exigido constante pela atualidade, isso é mostrado

    em boa parte das escolas do pais.

    Isso é ainda mais evidente no que concerne às questões ambientais. O meio ambiente

    vem sendo utilizado de forma impensada e insustentável e é urgente a necessidade de formação

    de cidadãos comprometidos com a melhoria da qualidade ambiental (PHILIPPI; PELICIONI

    2014). Porém, não é possível pensar e, menos ainda, propor soluções aos problemas ambientais,

    partindo-se de conhecimentos disciplinares isolados, fragmentados, que não favoreçam uma

    visão sistêmica e dinâmica (BERTALANFFY, 2015).

    Nesse sentido, a educação ambiental emerge como área do conhecimento que se propõe

    de ser um grande integrador de diferentes áreas do conhecimento. Na educação ambiental,

    várias áreas do conhecimento são integradas, como biologia, física, química, sociologia,

    filosofia, psicologia, política, artes, entre outras na busca de contribuir para a formação de um

    cidadão integral PHILIPPI; PELICIONI (2014). Para isso, a educação ambiental precisa dispor

    de métodos e técnicas educativas que também atendam a este objetivo. Métodos que integrem

    a compreensão de conceitos científicos junto ao desenvolvimento da capacidade de observar,

    refletir, interagir, discutir e propor soluções são indispensáveis.

    Assim, este trabalho teve como objetivo desenvolver roteiros flexíveis para trabalhar

    educação ambiental não formal, de maneira a testá-los, verificando qual seria mais viável e

    satisfatório. O trabalho foi desenvolvido no município de Capitão Poço, em parte no espaço do

    Projeto de Extensão da UFRA Sala Verde Amanajé e em parte na Escola Municipal de Ensino

    Fundamental Mariana das Graças da Silva Aguiar. O público-alvo foram estudantes do 5º ao 9º

  • 11

    ano do ensino fundamental desta mesma escola. Os temas abordados no desenvolvimento dos

    métodos foram: conceitos de meio ambiente, alimentação saudável, lixo doméstico,

    sustentabilidade, poluição, compostagem, os 5 Rs (reciclar, reutilizar, recusar, repensar,

    reduzir), agrotóxicos e hortas escolares.

    Foram desenvolvidos dois métodos: visitas técnicas na Sala Verde com a realização de

    oficinas e palestras junto à realização de oficinas.

    2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

    2.1. Educação no Brasil

    No Brasil, a educação apresenta vários modelos, principalmente aquele adotado

    comumente em sala de aula, onde o professor é o agente principal e o possuidor do saber. Até

    hoje, esse método ainda é aplicado nos vários níveis da educação, sendo o docente o

    influenciador direto que busca transmitir as informações adquiridas ao longo de sua formação,

    e o aluno somente o receptor passivo. Este modelo prioriza a educação formal e dificulta que o

    ensinamento ultrapasse os muros das escolas (SILVA; SILVA, 2017).

    A educação no Brasil enfrenta diversos problemas em relação a outros países. O nível

    de educação que ainda se espera está longe de ser alcançado, e isto se dá pelo fato do país ter

    sido colônia por muitos anos e o processo de desenvolvimento ser lento, como afirma

    ABRUCIO; SIMIELLE (2015). Desde a chegada dos europeus às Américas, a educação passou

    a ser utilizada para atender às necessidades dos colonizadores, impondo determinadas formas

    de ver e compreender o mundo.

    Thomas (2011) coloca que, desde 1988, a constituição brasileira afirma que a educação

    é um direito de todos, sendo um dever do estado e da família. Porém, para que esse conceito

    fosse empregado, foi necessário passar por diversos períodos, e para entender como ocorreu

    essa evolução, faz-se necessário rever o período histórico do país. Analisando desde o período

    jesuítico, onde em 1549 começou a chegada dos padres jesuítas e estes foram os responsáveis

    por catequisar e “civilizar” os indivíduos que aqui já residiam.

    Em 1759, iniciou-se o período pombalino, onde o Marquês de Pombal ficou responsável

    por transformar o cenário, já que os jesuítas haviam sidos expulsos pela coroa portuguesa. Neste

    momento, havia a necessidade de continuar o processo de educação, porém agora o latim era a

    prioridade e os professores não precisavam ter algum tipo de especialização, eram mal pagos,

    e podiam trocar informações com os alunos e entre os professores. Neste momento, a educação

    estava reduzida a quase nada. Seguindo a linha de raciocínio, durante o ano de 1808, com a

  • 12

    chegada da família real, a educação ainda estava reduzida ao plano secundário (QUEIROS;

    MOITA, 2007).

    Segundo Ribeiro (2000), alguns fatores levaram o governo português a mudar suas

    perspectivas em relação à Colônia e houve a necessidade de fazer mudanças no processo de

    colonização, devido a muitos fracassos, como das capitanias hereditárias; a escassez do pau-

    Brasil na região costeira; a não submissão dos nativos ao trabalho escravo; as dificuldades em

    encontrar ouro e pedras preciosas e os sérios riscos de perder o território para a França. Então,

    a solução foi alterar o cenário da educação.

    O cenário brasileiro mudou diversas vezes, passando por várias modificações, e com

    isto, a educação também passou por transformações durante o período Joanino (1808-1821).

    Foram abertas escola militares, de medicina e direito estipuladas por João IV, mas ainda assim

    a educação era de importância secundária. Já no período imperial (1822- 1889), instituiu-se o

    período Lancaster, um método de ensino mútuo, onde os alunos poderiam ensinar outros alunos,

    mas a partir desse momento colégios começaram a ser construídos, e pedagogias para o ensino

    primário foram implementadas, foram estipulados exames para seleção de professores, porém

    o período foi curto para que todos os objetivos que foram estabelecidos pudessem ser

    alcançados. A República Velha (1889-1929), já constituía um sistema presidencialista e

    protestos exigindo melhoras no sistema de educação começaram a surgir. Houve reformas nas

    constituição, a ideia era que o ensino pudesse formar alunos em níveis superiores e não apenas

    para ensino preparador (THOMAS, 2011).

    O Estado Novo, um período conturbado no país, durante os anos de 1937 a 1945,

    começou a trazer a necessidade de produzir muito, pois o país tornou-se extremamente

    capitalista, e para que a mão de obra fosse qualificada, foi preciso criar método de formá-la,

    sendo liberadas áreas como a arte, a ciência, e abrindo portas para cursos profissionalizantes

    (BELLO, 1998).

    Durante a República Nova, marcado nos anos de 1946 a 1963, houve diversas mudanças

    e muitas novidades para o setor educacional. Começou-se a ter vários centros de educação e as

    reinvindicações também começaram a vir à tona. Criou-se, então, um ministério que visasse a

    educação, criando metodologias e abordagens diferentes, como a melhora na didática, e também

    para a cultura. Esta mudança foi proposta em Pernambuco por Paulo Freire, que lançou a ideia

    de alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos. Em1962 foi criado o Conselho Federal de

    Educação, que substituiu o Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de

    Educação, neste mesmo ano foi criado o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional

  • 13

    de Alfabetização, pelo Ministério da Educação e Cultura, inspirado no Método Paulo Freire

    (THOMAS, 2011).

    A LDB (1996), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, tem como função

    definir e regularizar o sistema educacional, composta por mais de 90 artigos, levou anos até

    conseguir traçar princípios educativos, especificar modalidades e ainda trabalhar em cima do

    sistema de ensino nacional, mostrando que sempre a escola e a família são os principais

    responsáveis pela formação do cidadão, no Artigo 2º - A Educação, dever da Família e do

    Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por

    finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo par ao exercício da cidadania e

    sal qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).

    Os PCN’S (Parâmetros Curriculares Nacionais), foram criados nos anos de 1997 e 1998,

    ferramentas que vem para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes

    brasileiros e orientar os professores como cumprir seu papel. Tem um papel primordial durante

    o ensino, pois facilita tanto para o educando, quanto para o educador, pois nele é possível traçar

    o perfil da turma que vai ser trabalhada, estipulando limites dos conteúdos que podem ser

    ministrados durante o ano letivo.

    Dentre os espaços educacionais, há diferentes formas de se trabalhar com educação,

    portanto, entre as modalidades de ensino apresentam-se diversos conceitos, entre eles a

    educação formal a não formal e a informal. Cada uma se define e caracteriza-se de maneira

    única, segundo (ALMEIDA, 2014):

    A educação não formal ocorre fora dos espaços escolares,

    sendo, portanto no próprio local de interação do indivíduo, sofre as

    mesmas influências do mundo contemporâneo como as outras formas

    de educação, mas, pouco assistida pelo ato pedagógico e desenvolve

    uma ampla variedade de atividades para atender interesses específicos

    de determinados grupos. A educação informal, por sua vez, é resultado

    das ações que permeiam a vida do indivíduo. Ocorre nas experiências

    do dia-a-dia, tem função adaptadora e os conhecimentos adquiridos são

    passados para as gerações futuras. A educação formal é uma educação

    institucionalizada, ocorre em espaços sistematizados, suas atividades

    são assistidas pelo ato pedagógico e preocupa-se com a aquisição e

    construção do conhecimento que atendam as demandas da

    contemporaneidade, nas diferentes disciplinas escolares (ALMEIDA,

    2014).

  • 14

    Neste sentindo, é comum afirmar que o ensino caracteriza-se de diferente formas, o

    aprendizado não se restringe ao espaço habitualmente conhecido (educação formal). No

    entanto, a cadeia educativa entrepassa por diversos âmbitos, social, técnico científico e

    informacional, além dos conhecimentos empíricos, sendo apropriados nos mais diversos

    espaços (ALMEIDA, 2014).

    Para Marandino (2002), a atualização dos espaços é de suma importância, mostrando

    que o ensino de ciências pode ser feita em vários locais e que é importante retirar o aluno do

    ambiente onde ele está acostumado e apresentar algo novo, mesmo que seja com auxílio de

    tecnologias que muitas vezes são vistas de maneira negativa, mas proporcionam ao educando e

    ao educador uma maior facilidade em determinadas atividades.

    Gohn (2014) retrata que o aprendizado e o saber, podem ser gerados fora dos espaços

    escolares, construindo-o de acordo com sua realidade, interesses e experiências, sendo uma

    produção de conhecimento no mundo contemporâneo em ações diversas.

    Gohn (2017), ressalta que os tipos de educação (formal, não-formal e informal), podem,

    por momentos, ser comparadas umas com as outras, mas é importante designar e demarcar as

    diferenças entre esses conceitos, porém o mesmo não impede que essas práticas caminhem

    juntos, fomentando a interação dentre elas, mas para se adentrar neste conceitos é necessário

    compreender o intermeio e a cronologia desses conceitos.

    2.2. Educação formal

    A educação formal é um exemplo de um tipo de ensino que segue uma linha de

    raciocínio e padrão, como por exemplo, o ensino fundamental, o médio e o superior, que

    proporcionam, currículos, certificados e outros. São instituições antigas, que seguem um

    modelo tanto na forma de educação, quanto no modelo estrutural, físico, em relação ao espaço.

    (GASPAR, 2002).

    Gohn (2010) explica como a educação formal ocorre. Segundo a autora, ocorre em

    espaços de território escolar, que são locais regulamentados por lei, certificadoras, e

    organizadas segundo as diretrizes nacionais. Seguindo a mesma linha de raciocínio teórico da

    autora, o ensino formal é desenvolvido a partir de conteúdos estipulados dentro de uma proposta

    curricular, este ensino é marcado pela intencionalidade.

    No entanto, entendemos que a partir das relações poder-saber, essa intencionalidade está

    presente em qualquer contexto, pois por um motivo ou outro, toda ação educativa esconde uma

    intenção. A educação formal tem como finalidade, relatividade nas formas de ensino e

    aprendizagem de conteúdos historicamente sistematizados, normatizados por leis, dentre os

  • 15

    quais o indivíduo visa ser formado como um cidadão ativo, desenvolver habilidades e

    competências, desenvolver a criatividade, percepção (GOHN, 2010).

    Baseados nos artigos e estatutos que amparam o direito da criança, como a Constituição

    Federal, promulgada em 1988 (BRASIL, 1988), e também Lei 9.394/96 das Diretrizes e Bases

    da Educação (BRASIL, 1996) que estabelece em seu artigo 26 que os currículos do ensino

    Fundamental e Médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada

    sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas

    características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. Para

    Almeida (2014), todos esses parâmetros amparam para crianças, jovens e adultos tenham por

    direito obter um espaço adequado para receber educação com qualidade. Mostrando que o

    dentro do espaço escolar é exigido que aja uma linha de raciocínio e todos esses deverem ser

    cumpridos, assegurando por direito uma educação igualitária para todos os indivíduos que estão

    inseridos, mesmo que aja vários entraves devido a vários fatores que o Brasil enfrenta.

    As práticas educativas da educação formal têm como objetivo a aquisição e construção

    de conhecimentos que atendam às demandas da contemporaneidade. É, portanto, nos espaços

    educativos ou escolares que se desenvolve com maior frequência essa modalidade de ensino e

    coloca em evidência as figuras do professor e do aluno; o professor como sujeito de ensino e o

    aluno como sujeito de aprendizagem. O formato em que o processo ensino-aprendizagem

    ocorre, pode se apresentar de forma bastante diferenciada dentro de um espaço formal para

    outro (OLIVEIRA, 2009).

    A educação formal preocupa-se com o letramento científico de forma que os atores do

    processo ensino e aprendizagem possam aplicar os conhecimentos científicos, adquiridos nos

    espaços formais de educação, de maneira coerente na vida social. Neste sentido, a prática do

    professor se expressa na reflexão, no modo de ação e na transformação do sujeito nos diferentes

    espaços educacionais (ALMEIDA, 2014).

    2.3. Educação não-formal

    Gohn (2006) diz que educação não-formal é um processo com várias vertentes, sendo

    elas: a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; a capacitação dos

    indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou desenvolvimento de

    potencialidades; a aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se

    organizarem com objetivos comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos

    cotidianos; a aprendizagem de conteúdos que possibilitem aos indivíduos fazerem uma análise

    de acordo com a sua percepção, em relação ao mundo, é sua própria opinião, tanto sobre

    educação quanto utensílios eletrônicos,

  • 16

    Santos (2006) afirma que a educação não-formal, começa a acelerar a partir das

    mudanças na economia, sociedade e na vida do trabalhador, onde o Terceiro Setor (associações

    sem fins lucrativos), entram como elo em meio ao Estado e a sociedade promovendo novas

    ações e projetos curriculares, propondo aos jovens e adolescente interações ao meio social e

    educacional.

    Durante os anos 80 a educação não-formal, era um campo de menor importância no

    Brasil, onde a educação formal comandava, tanto nas políticas públicas quanto na classe

    educadora. Só nos anos 90, com a valorização do ensino-aprendizagem em grupos, e com

    destaques nos valores culturais, esse novo método educativo começa a ganhar “mercado” nos

    novos planos de ensino. O mesmo não vem para tomar ou anular o espaço da educação formal,

    mas sim contribuir e capacitar os indivíduos além de integrá-los à sociedade (ROCHA;

    GUARÇONI, 2017).

    Gohn (2006), reforça que a educação não-formal tem papéis diversos no aprendizado

    do cidadão, sendo eles: de caráter político viabilizando o direito do cidadão na sociedade,

    funcionalidade do indivíduo em relação a sua capacidade trabalho de acordo com o seu

    conhecimento e práticas, capacidade de interação com o meio social, relações comunitárias aos

    problemas coletivos e sua capacidade de solução dos mesmos, senso crítico nos diversos

    assuntos retratado no cotidiano, entre outros aspectos. Afirma também que na educação não

    formal, o grande educador é o “outro”, aquele com quem interagimos ou nos integramos.

    A educação não-formal designa um processo com várias dimensões tais

    como: a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; a

    capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades

    e/ou desenvolvimento de potencialidades; a aprendizagem e exercício de práticas que

    capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltadas para

    a solução de problemas coletivos cotidianos; a aprendizagem de conteúdos que

    possibilitem aos indivíduos fazerem uma leitura do mundo do ponto de vista de

    compreensão do que se passa ao seu redor; a educação desenvolvida na mídia e pela

    mídia, em especial a eletrônica etc. Em suma, consideramos a educação não-formal

    como um dos núcleos básicos de uma Pedagogia Social. (GOHA, 2017).

    Lopes et al. (2017), fala sobre a educação não-formal tem papel fundamental na

    formação do cidadão, pois proporciona novos meios de aprendizado que são fora do ambiente

    escolar, motivando o aluno nos diversos campos além de aguçar a curiosidade para novos

    assuntos, além de evidenciar que o aluno molda-se conforme o ambiente no qual está inserido.

  • 17

    Santos et al (2017) afirmam que a educação não-formal contribui de maneira importante

    e diversificada, sendo fonte de conhecimento para os alunos. Em seus estudos propõem que,

    este meio de ensino-aprendizado contribui expressivamente com a compreensão dos estudantes

    em determinados conceitos, assim facilitando a absorção da informação.

    Mas para que a educação não-formal funcione, alguns passos precisam ser seguidos. De

    acordo com Queiroz et al (2011), o professor ou o responsável pelas atividades extra classe,

    necessitam de um planejamento que estabeleça as práticas, objetivos e as metas a serem

    alcançadas, essas sendo esse os principais motivos para frustação envolvendo este método de

    ensino. Porém este tipo de metodologia pode ser realizada, em parques, museus, praças e outros

    locais, onde o professor não tem um papel tão relevante.

    Lopes et al (2017) descrevem a educação não-formal como estilo educacional que não

    se encaixa em um eixo especifico, não comporta uma didática ou planejamento pedagógico

    estabelecido, igualmente a educação formal, pois é dependente do contexto da instituição onde

    está inserido.

    2.4. Educação informal

    A educação informal é um âmbito, com conceitos muitos amplos de aprendizagem, não

    sendo limitados, situa-se em meios, familiares, pessoais e meios de comunicação. São marcados

    por referências, religiões, idade, etnia, sendo marcados pela espontaneidade do ambiente ao

    qual o indivíduo está inserido “A educação informal está associada ao processo de socialização

    dos indivíduos, e, neste sentido, desenvolve hábitos, atitudes, comportamentos, modos de

    pensar e de se expressar segundo valores e crenças do grupo a que se pertence ou se frequenta.”

    (BRUNO, 2014)

    A educação informal tem como finalidade, segundo Gohn (2010), visa socializar os

    indivíduos, desenvolver hábitos, atitudes, comportamentos, modos de pensar e de se expressar

    no uso da linguagem, segundo valores e crenças de grupos que se frequenta ou que pertence

    por herança, desde o nascimento Trata-se do processo de socialização dos indivíduos

    A educação informal é um processo permanente onde não existe uma organização, neste

    sentindo o indivíduo desenvolve ações, comportamentos, modo de pensar, expressões,

    vocabulários e tudo de acordo com o ambiente onde estar inserido. Assim, não são esperados

    resultados a priori, eles acontecem a partir do desenvolvimento do senso comum dos indivíduos

    que orienta as suas formas de pensar e de agir espontaneamente. Ou seja, é um processo de

    aprendizado que ocorre de acordo com o processo de socialização do indivíduo. (GOHN, 2006).

  • 18

    A educação informal corresponde, assim, a uma dimensão menos visível do iceberg

    educativo, o que muitas vezes mascara importância estratégica e decisiva destes processos

    educativo. (BRUNO, 2014).

    Libâneo (2010), afirma que todos estão sujeitos a educação, e que os primeiros

    responsáveis pelos ensinamentos são os pais, e esta afirmação é ressaltada neste trecho:

    “Na casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos nós

    envolvemos para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para

    fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação.

    Com uma ou com várias: educação? Educações. (...) Não há uma forma única nem um

    único modelo de educação; a escola não é o único lugar em que ela acontece e talvez

    nem seja o melhor; o ensino escolar não é a única prática, e o professor profissional

    não é seu único praticante” (LIBÂNEO, p.26, 2010).

    Para Siqueira (p.43, 2004) “A pessoa se educada se constrói em diversos ambientes a

    escola juntamente com o as experiências no cotidiano foram o conhecimento, porém a

    instituição tem um enorme valor que estão agregados aos tipos de informações que são baseadas

    em teorias.” A escola tem a função de oferecer uma formação pela qual o educando torna-se

    capaz de fazer análises científicas, críticas e reflexivas a respeito dos temas.

    Durante uma análise sobre a visão de educação de entrevistados, Vangrelino (p. 80,

    2004) mostra que o processo educacional ocorre na vida, no cotidiano das relações, sejam elas

    familiares, em grupo de amigos ou profissionais (...). Cada um em uma perspectiva, colocando

    de formas diferentes explicando como conseguem absorver certos tipos de conhecimentos de

    acordo com o seu hábito, durante o seu dia-a-dia.

    2.5 Desenvolvimento Sustentável

    Barbosa (2008) diz que os estudos das Organizações das Nações Unidas sobre as

    mudanças climática traz a preocupações, neste contexto surge o termo “Desenvolvimento

    Sustentável”, sendo na segunda metade do século XX, o mundo sofria com uma crise social e

    ambiental. Já o Brasil nos anos de 1960 passava por uma grande crescimento urbano, neste

    momento a crise ambiental se intensifica, juntamente com a crise do petróleo que vai até meados

    dos anos 70, assim o termo “desenvolvimento Sustentável” se intensifica no pais.

    Na Comissão de Brundtland que foi um processo preparatório para a “Rio92”, elaborou-

    se a definição mais difundida sobre o tema expondo que “o desenvolvimento sustentável é

    aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as

    gerações futuras atenderem suas próprias necessidades” (BABOSA, 2008).

  • 19

    O termo desenvolvimento sustentável remete preocupações dando ênfase as questões

    sociais, principalmente no que se refere ao uso da terra, sua ocupação, suprimento de água,

    abrigo e serviços sociais, educativos e sanitários, além de administração do crescimento urbano,

    sempre se preocupando como o uso desses meios naturais assim como o extrativismo e outros

    que de atinge de forma significativa as gerações futuras. Nesse contexto permite-se a criação

    de órgão que se preocupem com a sustentabilidade e as gerações futura, como, ONGs,

    cooperativas, associações, ou até mesmo empresas que enfatizam a colaboração com ações

    beneficentes ao meio ambiente, onde o desenvolvimento possa acontecer mas sem afetar o

    presente e nem o futuro (SEVERO; GUIMARÃES, 2014).

    2.6. Educação Ambiental

    A educação ambiental apesar de ser um ramo novo na educação, atualmente

    ganhou um espaço enorme no que se refere às leis que regem a educação, como por exemplo,

    as leis de diretrizes e bases, nela afirmam que:

    "Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o

    indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,

    atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso

    comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade." Política

    Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º. Ministério do Meio

    Ambiente- 2019.

    O termo Environmental Education (Educação Ambiental) surgiu em março de 1965,

    durante a 5° Conferência em Educação na Universidade Keele, Grã-Bretanha. Na ocasião, foi

    aceito que a educação ambiental devesse se tornar parte essencial da educação de todos os

    cidadãos e seria vista como sendo essencialmente conservação ou ecologia aplicada,

    (MEDEIROS et al.,2011).

    A educação ambiental, apesar de ser um termo muito falado atualmente, a mesma tem

    sido enxergada com um olhar mais crítico a pouco tempo, com base na Lei n° 9.795/1999, que

    também instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental – ProNEA, e tem por objetivo

    assegurar, através da Educação, equilibrar e integrar as dimensões da sustentabilidade

    (ambiental, social, ética, cultural, econômica, espacial e política) e o desenvolvimento do país,

    resultando em melhoria da qualidade de vida população. A importância da Educação Ambiental

    é reconhecida logo nos primeiros artigos da referida lei (ABREU, 2002).

    Entretanto a educação ambiental ainda passa por diversas situações, como, a falta de

    conscientização sobre a educação ambiental, fata de material didático na escolas, baixa na

  • 20

    formação de profissionais nesta área, trabalhar e educação ambiental de forma interdisciplinar,

    entre outros aspectos, pois mesmo que atualmente na lei 221 de 15/04/2015, que objetiva a

    inclusão da Educação Ambiental como disciplina específica no Ensino Fundamental e Médio.

    É possível notar que em muitas instituições esta lei ainda não é aplicada, por falta de estrutura

    nas escolas e até mesmo profissionais qualificados para poder ministrar alguns conceitos que

    devem ser lecionados, pois não se restringe apenas no ensino da ciência, deve ser aplicada nas

    demais disciplinas por se tratar de um tema amplo (ABREU, 2002).

    Atualmente, a Educação Ambiental deve ser aplicada dentro do âmbito escolar, pois

    dentro desse espaço é mais importante abordar conceitos de uma maneira mais didática e ampla.

    Segundo a UNESCO (2005, p. 44), “Educação ambiental é uma disciplina bem estabelecida

    que enfatiza a relação dos homens com o ambiente natural, as formas de conservá-lo, preservá-

    lo e de administrar seus recursos adequadamente”

    Segundo Segura (2001, p.165) Quando a gente fala em educação ambiental podemos

    viajar em muitas coisas, mais a primeira coisa que se passa na cabeça ser humano é o meio

    ambiente. A uma restrição física sobre o meio ambiente, isso quer dizer, que utilizamos o ar, a

    terra, os rios e florestas etc. Para definimos o que é meio ambiente as pessoas tem que

    perceberem a importância e a ligação do meio ambiente, no geral, no todo e que faz parte deles.

    A conscientização é muito importante e isso tem a ver com a educação no sentido mais amplo

    da palavra primeiro devemos conhecer para depois aprender amar, principalmente, de respeitar

    o ambiente.

    A partir disto, nota-se a importância da educação ambiental durante a infância, pois

    desperta na criança a consciência de preservação e de cidadania. A criança passa a entender,

    desde cedo, que precisa cuidar, preservar e que o futuro depende do equilíbrio entre homem e

    natureza e do uso racional dos recursos naturais. (MEDEIROS et al.,2011).

    Vendo isto, cabe destacar que a educação ambiental assume cada vez mais uma função

    transformadora, na qual tem como responsabilidade tornar os indivíduos essenciais para

    promover um novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável. Entende-se,

    portanto, que a educação ambiental é condição necessária para modificar um quadro de

    crescente degradação socioambiental, mas ela ainda não é suficiente. (JACOBI, 2003).

    Tamaio (2001), diz que é importante a educação ambiental é utilizado como método de

    “ferramenta de mediação necessária entre culturas, comportamentos diferenciados e interesses

    de grupos sociais para a construção das transformações desejadas”. O educador tem a função

    de mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos

    para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza.

  • 21

    Para que um espaço haja um determinado equilíbrio é necessário obter um espaço

    estruturado, um ambiente saudável implica no desenvolvimento de iniciativas visando os

    aspectos relacionados à cidade e à sua comunidade tendo como finalidade a melhoria da

    qualidade de vida da população, podendo ser entendida como o direito do indivíduo a um meio

    ambiente equilibrado, às condições básicas para a sua sobrevivência e exercício da cidadania

    (COELHO, et al 2002).

    Para Jacobi (2003), a educação no conceito social, tem o papel fundamental de promover

    possibilidades de motivar e sensibilizar o ser humano, assim transformando as várias formas de

    participação em caminhos de dinamização da sociedade e de concretização tendo como base a

    educação para a participação.

    Oliveira et al (2015) ressalta que a educação ambiental pode ser trabalhada em todos as

    áreas das ciências, pois não é restrita somente a uma área especifica, assim a

    interdisciplinaridade pode ser um dos métodos de ensino que busca da ênfase a esta área tão

    importante no ensino de qualquer cidadão.

    2.7. Sala Verde

    As Salas Verdes são uma proposta do Ministério do Meio Ambiente que promove

    teorias e práticas sobre educação ambiental sejam eles públicos ou privados, frisando conceitos

    relacionados ao meio ambiente. O espaço deve cumprir um papel dinamizador, numa

    perspectiva articuladora e integradora, viabilizando iniciativas que propiciem uma efetiva

    participação dos diversos segmentos da sociedade na gestão ambiental, seguindo uma pauta de

    atuação permeada por ações educacionais, que caminhem em direção à sustentabilidade (MMA,

    2019). No ano 2000, o ministério do meio ambiente junto a outras entidades governamentais

    viu que havia a necessidade de realizar práticas voltadas a questões ambientais, porém enfrentou

    diversas dificuldades como a carência de informações, falta da garantia de materiais e entre

    outros. A partir disso, foi possível integrar diversas salas pelo país, dentro das escolas.

    Atualmente existem mais de 100 espalhadas pelo Brasil, dados que foram atualizados, no dia

    03/08/2018.

    Foi então que durante os anos de 2000 a 2004, começou-se a cogitar que espaços onde

    deveriam ser integrados os conceitos de educação ambiental e outras práticas. Começou a

    iniciar o incentivo das salas verde pelo país e sua criação, durante a fase de implantação do

    processo de Salas Verdes baseou-se no modelo de atendimento a demandas espontâneas,

    seguindo a estratégia descrita acima, alcançando resultados satisfatórios, que objetiva

    fundamentar os educandos acerca da Educação ambiental, bem como promover a sensibilização

  • 22

    para questões ambientais de forma abrangente para o exercício da cidadania a partir de reflexões

    sobre os processos socioeconômicos, políticos e culturais, além de estimular a aquisição de

    hábitos mais sustentáveis no cotidiano (MMA, 2019).

    3.MATERIAL E METODOS

    3.1. Local de estudo

    Este trabalho foi desenvolvido no município de Capitão Poço - Pará, que fica situado no

    nordeste paraense na microrregião do Guamá. Estima-se em média 51.893 habitantes, sendo

    em 2017 o salário médio mensal por pessoa de 1,4 salários mínimos de acordo com o último

    censo do IBGE (2010). As principais atividades rentáveis desenvolvidas no município é

    agricultura e a pecuária principalmente os cítricos e a produção bovina. Esta cidade conta com

    156 escolas das redes privadas e públicas sendo municipais e estatuais, onde no ano de 2018 o

    ensino infantil teve 2.134 alunos matriculados, no ensino fundamental 9.447 matriculas e no

    ensino médio 2.135, totalizando 13,716 alunos matriculados no ano letivo de 2018, IBGE.

    Figura 1: Mapa de Capitão Poço

    Fonte: O Autor.

    Partes das atividades foi aplicada no espaço do Projeto Sala Verde Amanajé, localizado

    na UFRA-Capitão Poço. Este projeto foi montado entre março e agosto de 2018, após ser

    aprovado pelo ministério do meio ambiente, começaram a ser pensadas na maneira como o

    local seria organizado, foram feitas diversas reuniões com todos os estagiários para que o layout

    pudesse ser formado. Foi um processo demorado, a construção ainda é constante, mas cada

    visita contribuiu de forma significativa para a existência do projeto.

  • 23

    Hoje, conta com um espaço mais harmonizado, e com de espécies de plantas que ainda

    não é o suficiente, mas deixa o espaço mais confortável para poder receber os alunos. Contém

    três leiras convencionais, onde é feito o plantio com as turmas que vem conhecer o projeto,

    hortas suspensas, horta em mandala que ainda está em construção, composteiras, canteiro de

    flores, e alguns vasos utilizados como viveiro. A sala verde ainda não possui uma cobertura

    adequada o que dificulta algumas a execução de algumas atividades devido as condições

    climáticas da região.

    O projeto Sala Verde Amanajé, que tem como objetivo Fundamentar os educandos

    acerca da Educação ambiental, bem como promover a sensibilização para questões ambientais

    de forma abrangente para o exercício da cidadania a partir de reflexões sobre os processos

    socioeconômicos, políticos e culturais, além de estimular a aquisição de hábitos mais

    sustentáveis no cotidiano.

    Figura 2: Estrutura geral da Sala Verde Amanajé

    Fonte: O Autor.

    Outro local de realização do projeto foi a Escola Municipal de Ensino Fundamental

    Mariana das Graças da Silva Aguiar que fica na cidade de Capitão Poço/PA, mas precisamente

    no bairro Eurique Siqueira. A escola possui atualmente um total de 830 alunos de ensino

    fundamental e 55 professores. Seu espaço não foi projetado, inicialmente, para ser uma escola.

    Por isso, no decorrer de seu uso, seu espaço foi sendo adaptado da melhor forma possível para

    atender os alunos.

    Hoje a escola conta com uma infraestrutura boa, pois tem um grande espaço, com

    bastante salas de aula que são divididas em blocos, contém um local adequado para que os

    alunos possam fazer as refeições. Atualmente a escola tem a proposta de construir um espaço

    verde, onde alguns modelos de hortas serão implantados com a ajuda os estudantes e

    professores.

  • 24

    3.2 Público-alvo

    O projeto foi realizado com alunos do 5º ao 9º ano do ensino fundamental, com idade

    variando de 10 a 17 anos, no total de 164 alunos. Os participantes do projeto residem,

    principalmente, nos bairros Eurico Siqueira Goiabarana, Ceilândia e jardim, Goiânia, sendo

    estes os bairros que ficam ao entorno da escola. De modo geral se caracterizam por serem

    conjuntos habitacionais e bairros carentes, principalmente por terem surgidos em função de

    invasões de terra, mas nos dias atuais a infraestrutura vem melhorando e promovendo aos

    moradores uma melhor qualidade de vida. Além das crianças e adolescentes, os professores da

    escola Mariana, também participaram do projeto somando no total 13 docentes.

    3.3 Aplicação e coleta de dados

    O trabalho foi desenvolvido no contexto do projeto Sala Verde Amanajé assim, os

    métodos desenvolvidos tiveram a preocupação em sintetizar alguns temas, entre eles: o que é

    meio ambiente, agricultura orgânica, agrotóxicos e alimentação saudável, compostagem, hortas

    escolares, resíduos sólidos 5 R’s (reciclar, reutilizar, repensar, reduzir e recusar) e principais

    impactos causados pelo homem à natureza. A partir destes temas, dois métodos foram

    desenvolvidos: visitas técnicas à Sala Verde com a realização de oficinas e aplicação de

    palestras na Escola Mariana das Graças junto à realização de oficinas.

    Para avaliar o envolvimento dos alunos e a eficácia dos métodos propostos, foram

    desenvolvidas entrevistas semiestruturadas (apêndice A e C) adaptadas às diferentes faixas

    etárias, para os alunos de 5º ano. A linguagem foi mais simples, houve o cuidado em explicar

    de forma mais coesa o que se queria saber, todos os conceitos abordados com cuidado, e auxilio

    na hora de responderem os questionários, pois muitos ainda não sabem ler e sentiam dificuldade

    em interpretar as perguntas, a linguem adotada para os alunos de 6, 7º, 8º, 9º foram mais

    parecidas, pois elas já detinham uma faixa etária maior e conseguiam acompanhar de forma

    mais acelerada o que repassado durante os slides, todas turmas assistiram a vídeos educativos

    com temas sobre a importância de cuidar do meio ambiente, compostagem, como cuidar do seu

    lixo e etc.

    As entrevistas foram aplicadas sempre após a realização da intervenção. As perguntas

    eram as mesmas, para todas as turmas, pois o objetivo era comparar as respostas dos

    entrevistados, apenas os formulários dos professores eram diferentes dos alunos, como uma

    forma de saber qual a opinião em relação as visitas e as palestras e de que formas poderíamos

    melhorar as atividades executadas. As visitas e palestras ocorreram de acordo com a Tabela 1

  • 25

    Tabela 1: Cronograma das palestras e visitas.

    Turma Dia Turno Visita Palestra Nº de alunos

    8º e 9º ano A 17/04/2019 Tarde X ---- 20

    7º ano A e B 02/05/2019 Tarde X ---- 33

    7º ano A e B 03/05/2019 Tarde ----- X 33

    6º ano B e D 09/05/2019 Tarde X ---- 21

    6º ano B e D 10/05/2019 Tarde ------ X 19

    6º ano A e B 17/05/2019 Tarde ------ X 34

    5º ano B e C 22/05/2019 Manhã ----- X 48

    5º ano B e C 23/05/2019 Manhã X ----- 51

    5º ano A 30/05/2019 Manhã X ---- 32

    5º ano A 31/05/2019 Manhã ----- X 30

    Fonte: O Autor

    3.4. Palestras e oficinas na escola.

    Ao todo, foram realizadas cinco palestras, sendo duas no turno da manhã e três no turno

    da tarde, somando no total 164 alunos (tabela 1). Entre, eles 94 eram meninos e 68 eram

    meninas, além de 2 que não identificaram o sexo, com faixa etária entre 10 a 17 anos. Era

    utilizada uma apresentação em slides com data show e a exibição de vídeos educativos

    relacionados com os temas (figura 5), no final eram aplicados questionários com 11 perguntas

    sobre os temas abordados para os alunos e 8 perguntas para os professores.

    Em média, as palestras duravam 45 minutos. Ao final eram realizadas as oficinas. O

    intuito de cada atividade era mostrar que com pequenos instrumentos, como prego, tesoura,

    garrafa pet, arame, e tintas para colorir e pincel, (figura 3) era possível criar um espaço de horta

    suspensa, proporcionando uma dinâmica, envolvendo a reutilização de materiais que seriam

    descartados e de fácil acesso (garrafas pet), além de promover um espaço agradável para a

    escola.

  • 26

    Figura 3: Material usado

    Fonte: O Autor

    Cada turma era responsável por montar uma pequena parte da horta suspensa. Os

    vasos eram montados no mesmo espaço onde a palestra se desenvolvia e após a montagem, os

    alunos se deslocavam para os corredores da escola para fixá-los (Figura 4).

    Figura 4: Alunos na prática da horta suspensa

    Fonte: O Autor

    Para a confecção da horta suspensa, a primeira turma recebeu as garrafas já cortadas

    e pintadas. Os alunos, divididos em equipes, fizeram pequenos furos em cada garrafa com o

    auxílio de pregos e tesouras, adicionaram o arame, dispondo de três em três garrafas. Dentro de

    cada vaso foi adicionado húmus de minhoca e foram plantadas mudas doadas pela Sala Verde.

    Assim, cada equipe suspendeu a sua garrafa pet com mudas em um local determinado pela

    coordenação da escola.

  • 27

    Na segunda turma, os alunos ficaram responsáveis por trazer garrafas pet de casa,

    estimulando-se o hábito da coleta seletiva e da reutilização. Durante a realização da oficina,

    cada aluno ficou incumbido por pintar a sua garrafa da forma como achasse melhor.

    Na terceira turma, os temas abordados foram os mesmos, porém a prática foi outra.

    Nesta, os alunos tinham que cortar as garrafas na horizontal, retirar apenas uma pequena parte,

    pinta-las com tinta xadrez, fazer pequenos buracos nas garrafas para que pudesse haver a

    passagem da água, colocar o arame e dispor cada garrafa de três em três, e adicionar o arame,

    porém não foi possível suspender, pela falta de mudas neste dia, porém o material

    confeccionado ficou guardado na escola em um local adequado.

    Figura: uma das palestras sendo ministrada.

    Figura 5: Uma das palestras sendo ministrada

    Fonte: o autor.

    Na quarta e quinta visitas as atividades continuaram de forma demonstrativa por

    questão de tempo, pois os alunos teriam outras atividades escolares após a palestra. Assim, não

    foi possível realizar as oficinas. No entanto, foram exibidas as hortas suspensas feitas pelas

    turmas anteriores.

    Sempre que possível os professores da escola Mariana acompanhavam as

    palestras, o que facilitava a organização dos alunos. Para os professores, também foi aplicada

    uma entrevista (apêndice B). Nele existiam oito perguntas abertas e fechadas, que possibilitava

    ao professor dar opinião sobre os temas tratados, assim como sugestões para melhoria das

    atividades.

  • 28

    3.5.Visitas e oficinas na Sala Verde.

    As visitas ocorriam no espaço da Sala Verde Amanajé na UFRA- Campus Capitão

    Poço (Figura 2). Em função da distância entre a escola e a universidade, se fazia necessário a

    disponibilidade de transporte, feita pela Secretaria Municipal de Educação, ao todo, foram feitas

    cinco visitas com alunos do 5º ao 9º ano, do ensino fundamental, sempre acompanhados de seus

    professores. Cento e quarenta e sete alunos entre eles 84 meninos, 66 meninas e 7 pessoas que

    não identificaram o sexo, com faixa etária entre 10 a 17 anos visitaram o espaço, sendo duas

    visitas no turno da manhã e três no turno da tarde.

    A visita ocorria em dois momentos diferentes. No primeiro, os alunos eram

    encaminhados para uma sala especifica do campus (figura 6), onde apresentava-se o projeto

    com o auxílio de data show, assim como outros temas voltados a educação ambiental, como

    resíduos sólidos, os 5 Rs, compostagem, tipos de hortas, minhocário, conceitos básicos sobre

    meio ambiente, sustentabilidade, principais impactos promovidos pelo homem à natureza.

    Figura 6: Primeiro momento da visita

    Fonte: O Autor

    No segundo momento, os alunos eram encaminhados ao espaço da Sala Verde

    Amanajé, para pôr em práticas algumas atividades, entre elas: observação do minhocário, onde

    é produzido adubo orgânico a partir de húmus de minhoca, observação de hortas, demonstração

    da montagem de composteiras, e leiras. Neste momento, primeiramente eles ouviam sobre

    como eram executadas as atividades práticas na sala Verde.

  • 29

    Figura 7: Didáticas elaboradas na visita a Sala Verde Amanajé

    Fonte: o autor

    Um subprojeto da Sala Verde, conhecido como “A revolução dos baldinhos” também

    era explicitado aos alunos. O mesmo realiza coleta de resíduos orgânicos de casas cadastradas

    ao redor da universidade para a construção das composteiras. O resíduo é recolhido três vezes

    por semana. A partir daí, era explicado sobre outros elementos utilizados na compostagem,

    como esterco bovino, folhas secas e verdes e resíduos orgânicos. Estes são dispostos em uma

    pilha em um formato quadrangular, com um tamanho de 1m de altura, 1m de comprimento e

    1m de largura, que durante a semana deve ser revolvido e acrescentado água três vezes para

    deixar mais homogênea possível o material. Isso facilita a ação dos microrganismos e diminui

    a temperatura da composteiras.

    Figura 8: Criação de uma compostagem

    Fonte: O Autor

  • 30

    Como o assunto neste momento são métodos de produção de adubo orgânico, os

    visitantes são levados até o minhocário para conhecer o processo da verme compostagem, com

    o produto final o húmus. As minhocas estão dispostas em uma estrutura de alvenaria com

    dimensões 2m de comprimento, 1m de largura e 40cm de altura. Nela contem minhocas

    californianas Eisnia fetida, assim como esterco de gado e folhas secas que servem para

    alimentação das minhocas. O minhocário também dispõe de uma cobertura para proteção contra

    chuva e Sol. (Figura 9)..

    Figura 9: Estrutura geral do minhocário

    Fonte: O Autor.

    Durante a visita os alunos conhecem também a horta em mandala, um tipo de horta

    que visa minimizar o espaço, reduzir a necessidade de insumos e a dificuldade de irrigação e

    promover uma maior produção de hortaliças. Mesmo ainda não estando finalizada os alunos

    conseguem compreender como ficaria, e também são convidados a participar da produção,

    doando garrafas pet para cobrir os entorno das leiras.

    Além da horta mandala, os alunos conheciam no espaço da Sala Verde diversos tipos

    de hortas, como as convencionais em leiras diretamente no chão com dimensões de 1m de

    largura e 2m de comprimento, ou hortas suspensas feitas com bambu e garrafas pet. Nesse

    momento, os discentes eram convidados a plantar algumas mudas disponibilizadas pelo projeto.

    Uma outra atividade feita pelos estudantes sempre que possível, era a produção de

    alguns utensílios, reaproveitado material que provavelmente iria parar no lixo, como CDs,

    papeis de livros sem serventia, garrafas pet, pneus, papelão. Com o auxílio de tesouras, cola,

    pincel e tinta os alunos os transformavam em porta canetas e vasos.

  • 31

    Após a visita ao espaço, os alunos eram convidados a lavar as mãos para que

    pudessem fazer um lanche natural, à base de frutas. Em geral, nos lanches oferta-se melancia,

    de modo a não gerar resíduos inorgânicos. Os resíduos orgânicos eram utilizados na

    composteira. Em seguida, os visitantes retornavam à sala de aula e assistiam a mais um vídeo

    educativo sobre a temática abordada.

    Ao final de cada visita, os alunos e professores respondiam a uma entrevista com

    pergunta fechada e aberta, no total de 11 sendo, 10 perguntas e 1 desenho sobre a visão da sala

    verde para os alunos e 8 perguntas para os professores (apêndice C e D), sobre o tema em

    questão. Essa entrevista possibilitava verificar a compreensão dos alunos sobre os temas e

    também sobre o seu nível de satisfação com a visita em si. Já entre as perguntas aos professores,

    havia a possibilidade de opinar sobre a necessidade de possíveis melhorias nas visitas.

    3.6 Análise dos dados

    Posteriormente, as perguntas de cunho aberto tanto para as palestra quanto das visitas,

    (apêndice A e C) necessitou criar categorias onde pudessem englobar as respostas dos alunos.

    Essas categorias foram criadas de acordo com as respostas dos discentes, já as perguntas

    fechadas não precisou deste argumento, pois a forma de analise era bem mais simples

    Para a análise dos dados foi necessária estipular métodos específicos por exemplo, para

    perguntas abertas foi necessário criar categorias já que se tratava de diversas repostas. Foi

    pensado em categorizar de acordo com as respostas, como por exemplo: para a pergunta “o que

    é meio ambiente?”, uma das categorias criadas foi “o meio ambiente é tudo que está ao nosso

    redor”, e para a pergunta “o que se faz em um minhocário” uma das categorias foi” “adubo

    orgânico”, após a análise destas, as respostas foram colocadas no programa Excel 2013, gerando

    números em porcentagem para dados do projeto.

    Para as perguntas fechadas foram analisadas de maneira estatística, quantas respostas

    foram dadas para cada pergunta contabilizando o número de respostas sobre a vista ou palestra,

    sendo as opções péssimas, ruins, regulares, boas, excelentes. Assim possibilitando, a geração

    das tabelas e analise mais acessível.

    Para analisar os desenhos feitos pelos alunos, foram criadas também categorias para

    facilitar o entendimento sobre o que os visitantes queriam nos passar em relação a sua visão da

    visita na sala verde, as categorias eram: hortas, minhocário, geral, sala verde, compostagem.

    Sendo assim, tabuladas e posteriormente feito um percentual com o auxílio de calculadora

    cientifica, assim gerando dados para ser discutido.

    Todas as repostas foram avaliadas de maneira minuciosa, para poder apresentar a forma

    como os alunos escreviam e a visão real do seu conhecimento e entendimento. Foi criada

  • 32

    diversas tabelas no Excel para poder facilitar a geração de dados e percentual que foram

    discutidos no decorrer do trabalho, com estatísticas descritivas.

    4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

    4.1. Análise das palestras

    Cada pergunta descrita da entrevista foi analisada particularmente, pois percebeu-se discrepância nas respostas dos alunos para uma só pergunta em função da idade, sendo que os

    questionários eram aplicados sempre após as atividades.

    A pergunta aberta “O que é meio ambiente?” permitiu a criação das seguintes

    categorias:

    1- É tudo o que está ao nosso redor;

    2- É cuidar do nosso planeta;

    3- É onde nós vivemos;

    4- É não jogar lixo nas ruas;

    5- São as árvores, florestas, rios e animais.

    6- São as árvores, florestas, rios, animais e todos nós;

    7- Não se aplica;

    8- Não foi possível compreender a escrita;

    9- Não respondeu.

    A categoria “não se aplica”, foi usada quando as respostas dos alunos não se

    encaixavam em nenhuma das outras.

    Tabela 2. Percentual das respostas sobre “O que é meio Ambiente?”.

    Pergunta Percentual de respostas

    O que é meio ambiente? 7º ano A e

    B

    (33

    alunos)

    6º ano B e D

    (19 alunos)

    6º ano A e

    B

    (34 alunos)

    5º ano B e C

    (48 alunos)

    ano

    A

    (30

    alun

    os)

    1 É tudo o que está ao

    nosso redor

    27,27% 15,78% 20,58% 0% 43,3

    3%

    2 É cuidar do nosso

    planeta

    0% 0% 8,82% 4,16% 0%

    3 É onde nós vivemos 0% 10,50% 14,70% 10,41% 3%

    4 É não jogar lixo nas

    ruas

    6,06% 10,50% 0% 6,25% 16,6

    6%

  • 33

    Fonte: O autor.

    Krzysczak (2006) coloca que o meio ambiente é percebido de diferentes formas pelos

    indivíduos. Essa heterogeneidade de percepção é resultado do modo como interagimos com ele.

    Por isso, apresentamos alguns subsídios para entendermos as diferentes concepções ambientais.

    Analisando as respostas dos alunos sobre “o que é meio ambiente?” foi possível

    perceber que houve diferentes argumentos a uma só pergunta. No 5º ano A, por exemplo, 43,33

    % responderam que o meio ambiente é “tudo que está ao nosso redor”, já no 7º ano A e B, a

    maioria afirmou que o meio ambiente “são as arvores florestas rios animais e todos nós”, um

    dos motivos a levar este desequilíbrio é pela diferença ente as turmas, sendo que o nível de

    escolaridade e idade é maior no 7º ano, o que influencia diretamente nas resposta dos alunos,

    sendo que ambas as respostas são aceitáveis e corretas, percebeu-se apenas uma simplicidade

    maior nas respostas dos alunos do 5° ano..

    Outro aspecto importante e até preocupante é quando os alunos não respondem à

    pergunta, como ocorreu significativamente na turma do 6º ano B e D, em que 21,05% dos alunos

    deixaram a questão em branco. Neste dia a palestra transcorreu com maiores dificuldades e com

    menor envolvimento dos alunos, pela falta de interesses além de estarem com pressa pra

    deixarem a sala em função do intervalo que havia sido sinalizado.

    Outro aspecto a se analisar na tabela 2 é a categoria “não se aplica”, onde todas as

    turmas tiveram representantes. Este também é um fator preocupante, pois mesmo com todas as

    categorias, algumas respostas dos alunos não encaixava em nenhuma das alternativas, como

    por exemplo “é uma forma legal” ou “banana” isso mostra a não compreensão ou a falta de

    atenção ao tema exposto.

    Assim, pode-se afirmar que as turmas dos 7º anos A e B tiveram maior compreensão

    dos temas abordados, uma vez nenhuma resposta foi enquadrada nas categorias “não se aplica”

    5 São as árvores,

    florestas, rios e

    animais...

    18,18% 26,31% 14,70% 22,91% 13,6

    6%

    6 São as árvores,

    florestas, rios,

    animais e todos nós

    42,42% 5,26% 20,58% 12,50% 6,66

    %

    7 Não se aplica 6,06% 5,26% 11,76% 29,16% 10%

    8 Não foi possível

    compreender a

    escrita

    0% 5,26% 2,94% 4,16% 3,33

    %

    9 Não respondeu 0% 21,05% 5,80% 10,41% 3,33

    %

    Total 100% 100% 100% 100% 100

    %

  • 34

    e “não respondeu”. Entretanto, os 5° anos B e C tiveram maior dificuldade em responder, pois

    somando quem não respondeu, quem deu respostas não aplicáveis ou teve escrita não

    compreendida, resultou em 50% das respostas, uma das ações que levaram a esse resultado

    especificamente neste dia foi, a falta de atenção e estimulo a imperatividade, dificuldade de

    concentração, além de ser uma turma com faixa etária de idade baixa, tudo isto ocasionou o mal

    desempenho TORRES et al, (2016).

    Quando a pergunta era “O que devemos fazer com o lixo?”, as categorias foram:

    1- Jogar no lixo em local adequado;

    2- Reciclar ou reutilizar;

    3- Não se aplica;

    4- Não foi possível compreender a escrita;

    5- Não respondeu

    As respostas para a pergunta “o que devemos fazer com o lixo?” foram bastante

    homogêneas, com algumas exceções por exemplo, as duas turmas do 7º ano que teve o índice

    de 75,75% na categoria de número 2, assim com os 5º anos B e C, que representou 72,91% para

    a categoria de número 1, ambas indicadas na tabela 3.

    De acordo com a Política Nacional de Resíduas Sólidos no que concerne à destinação

    correta do lixo, o bom manuseio, reciclagem, reaproveitamento e o destino correto BRASIL

    (2010). Assim, as respostas fornecidas, em sua maioria, foram satisfatórias. Entretanto, houve

    representantes nas categorias 3 e 5 (Tabela 3). Isto mostra que uma pequena porção dos alunos

    não compreendeu o assunto.

    Tabela 3.Percentual das respostas sobre “O que devemos fazer com o lixo?”.

    Fonte: O Autor.

    Pergunta Percentual de cada resposta.

    O que devemos fazer

    com lixo?

    7º ano A

    e B

    Nº 33

    alunos

    6º ano B e

    D

    Nº 19

    alunos

    6º ano A e

    B

    Nº 34

    alunos

    5º ano B e

    C

    Nº 48

    alunos

    5º ano A

    Nº 30 alunos

    1 Jogar o lixo em

    local adequado

    18,18% 36,84% 26,47% 72,91% 20%

    2 Reciclar ou

    reutilizar

    75,75% 47,36% 61,76% 15,58% 63,33%

    3 Não se aplica 6,06% 5,26% 8,82% 2,08% 3,33%

    4 Não foi possível

    compreender a

    escrita

    0% 5,26% 0% 2,08% 10%

    5 Não respondeu 0% 5,26% 2,94% 8,33% 3,33%

    Total 100% 100% 100% 100% 100%

  • 35

    Para a pergunta “O que é compostagem?”, as categorias criadas a partir das respostas

    obtidas, foram:

    1- É adubo

    2- Reaproveitamento de restos de legumes, frutas ou resíduos orgânicos;

    3- É resto de alimentos que viram adubo;

    4- Não se aplica;

    5- Não foi possível compreender a escrita;

    6- Não respondeu.

    Tabela 4.Percentual das resposta sobre “O que é compostagem?”

    Fonte: O Autor.

    Entre todas as perguntas abertas, esta foi a que apresentou mais disparidade nas

    respostas, assim como baixa compreensão. Um dos motivos é que em quase 100% das turmas,

    este era um assunto novo, com exceção dos dois 7º anos que demostraram o melhor

    aproveitamento, com 42,42%, para a categoria de número 3 (tabela 4).

    As categorias de número 4 e 6 (tabela4) tiveram alta representatividade entre as

    respostas dos alunos. Além da ausência de conhecimento prévio sobre o tema, a compostagem

    é um tema abstrato, que envolve muitos conceitos como decomposição, medidas, entre outros.

    Além disso, há a necessidade de compreensão dos aspectos técnicos, tais como manter, como

    montar, temperatura, quantidade de água, entre outros detalhes, que de certa forma necessitaria

    de mais tempo para uma ampla compreensão MONTEIRO, (2016).

    Pergunta Percentual de cada resposta

    O que é

    compostagem?

    7º ano A

    e B

    Nº 33

    alunos

    6º ano B e

    D

    Nº 19

    alunos

    6º ano A e

    B

    Nº 34

    alunos

    5º ano B e

    C

    Nº 48

    alunos

    5º ano A

    Nº 30 alunos

    1 É adubo 12,12% 10,50% 8,82% 34,41% 10%

    2 Reaproveitamento

    de resto de

    legumes, frutas ou

    resíduos

    orgânicos

    33,33% 0% 8,82% 4,16% 26,66%

    3 É resto de

    alimentos que

    viram adubo

    42,42% 26,31% 26.47% 31,25% 6,66%

    4 Não se aplica 3,03% 36,84% 32,35% 6,25% 33,33%

    5 Não foi possível

    compreender a

    escrita

    0% 0% 2,94% 2,08% 6,66%

    6 Não respondeu 9,01% 26,31% 20,58% 20,83% 16,66%

    Total 100% 100% 100% 100% 100%

  • 36

    O mesmo foi feito para pergunta “o que são agrotóxicos?”. Este tema era exclusivo na

    entrevista das palestras, pois nas visitas este assunto não era abordado. As categorias criadas a

    partir das respostas obtidas foram:

    1- Venenos;

    2- São produtos químicos;

    3- Não se aplica;

    4- Não foi possível compreender a escrita;

    5- Não respondeu.

    Tabela 5. Percentual das respostas sobre “O que são agrotóxicos?”

    Fonte: O Autor.

    De acordo com Brasil (2017), agrotóxicos são produtos e agentes de

    processos físicos, químicos ou biológicos que são usados no setor de

    produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas,

    pastagens, proteção de florestas, nativas ou plantadas e de outros

    ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais.

    Relacionando aos resultados obtidos com as palestras, percebeu-se que, em sua

    maioria, os alunos entenderam agrotóxicos como venenos, principalmente os do 6º ano A e B

    que representou 70,58% (tabela 5). Outros não conseguiram dar uma definição plausível ou que

    se encaixasse em umas das categorias criadas, por este motivo várias resposta se apresentaram

    como “não aplicável” representadas com a categoria de número 3.

    Pergunta Percentual de cada resposta.

    O que são

    agrotóxicos?

    7º ano A

    e B

    Nº 33

    alunos

    6º ano B e

    D

    Nº 19

    alunos

    6º ano A

    e B

    Nº 34

    alunos

    5º ano B e C

    Nº 48

    alunos

    5º ano A

    Nº 30 alunos

    1 Venenos 45,45% 52,63 70,58% 58,33% 56,66%

    2 São produtos

    químicos

    24,24% 0% 14,70% 2,08% 3,33%

    3 Não se aplica 24,24% 10,50% 5,88% 8,33% 10%

    4 Não foi possível

    compreender a

    escrita

    3,03% 31,57% 0% 29,16% 30%

    5 Não respondeu 3,03% 5,26 8,82% 2,08% 0%

    Total 100% 100% 100% 100% 100%

  • 37

    4.2. Analise das Visitas à Sala Verde Amanajé

    Assim como nas palestras, as visitas tiveram algumas perguntas exclusivas, como “De

    qual atividade você gostou mais?”, e “O que se faz em um minhocário?”. Para estas perguntas,

    foram criadas as seguintes categorias, respectivamente:

    De qual atividade você mais gostou?

    1. Minhocário;

    2. De plantar mudas;

    3. Da compostagem;

    4. De todas;

    5. Não se aplica;

    6. Não foi possível compreender a escrita;

    7. Não respondeu.

    Tabela 6. Percentual das respostas sobre “De qual atividade você mais gostou?”

    Fonte: O Autor.

    A observação do minhocário foi a atividade preferida entre os alunos, com exceção

    dos 5º anos B e C (Tabela 6), em seguida foi “plantar mudas”, com o segundo maior percentual.

    A resposta referente à categoria de número 5 dos anos 6º B e D e o 5º A, mostrou-se

    bastante significativa. Isto se deu por conta dos alunos, na hora de responder à pergunta,

    confundirem com as disciplinas escolares, pois foi possível visualizar respostas que não faziam

    parte de nenhuma das atividades da visita como: Geografia, Matemática, História etc.

    Foi possível observar durante as visitas o quanto os alunos se interessavam pelo

    minhocário. Esta atividade proporcionava a eles uma nova experiência, permitindo que os

    estudantes manuseassem as minhocas.

    Pergunta Percentual de cada resposta.

    De qual atividade você

    gostou mais?

    7º ano A e

    B

    Nº 33

    alunos

    6º ano B e

    D

    Nº 19

    alunos

    8º e 9º ano

    A

    Nº 20

    alunos

    5º ano B e

    C

    Nº 48

    alunos

    5º ano A

    Nº 30

    alunos

    1 Minhocário 69,69% 23,80% 40% 23,52% 43,75%

    2 De plantar mudas 6,06% 23,80% 25% 41,17% 9,37%

    3 Da compostagem 12% 5% 10% 2% 6%

    4 De todas 6,06% 14,28% 20% 17,64% 6%

    5 Não se aplica 6,06% 33,33% 0% 13,72% 34,37%

    6 Não foi possível

    compreender a

    escrita

    0% 0% 0% 2% 0%

    7 Não respondeu 0% 0% 5% 0% 0%

    Total 100% 100% 100% 100%

  • 38

    Figura 10: Alunos na pratica do minhocário

    Fonte: O Autor

    Outra pergunta aberta realizada após as vistas foi: “O que se faz em um minhocário?”

    As categorias de respostas foram:

    1. Produz húmus;

    2. Adubo;

    3. Cria Minhoca;

    4. Cocô de minhoca;

    5. Não se aplica;

    6. Não foi possível compreender a escrita;

    7. Não respondeu.

    Tabela 7. Percentual das respostas sobre “O que se faz em um minhocário?”

    Fonte: O Autor.

    Pergunta Percentual de cada resposta.

    O que se faz em um

    minhocário?

    7º ano A e

    B

    Nº 33

    alunos

    6º ano B e

    D

    Nº 19

    alunos

    8º e 9º ano

    A

    Nº 20

    alunos

    5º ano B e

    C

    Nº 48

    alunos

    5º ano A

    Nº 30

    alunos

    1 Produz Humos 0% 0% 15% 0% 0%

    2 Adubo 48,48% 28,57% 40% 41,17% 46,17%

    3 Cria minhoca 27,27% 19% 10% 5,88% 18,75%

    4 Cocó de minhoca 0% 0% 0% 7,84% 3,13%

    5 Não se aplica 21,21% 42,85% 30% 21,56% 31,25%

    6 Não foi possível

    compreender a

    escrita

    0% 0% 0% 7,84% 0%

    7 Não respondeu 3% 9,52% 5% 16% 0%

    Total 100% 100% 100% 100% 100%

  • 39

    Um minhocário produz húmus através das minhocas, mas de acordo com Schiedeck

    et al (2014), esse método, junto com os microrganismos, acelera o processo de decomposição

    dos resíduos orgânicos, na verdade, o que ocorre é que a minhoca humifica a matéria

    orgânica, fazendo com que esta matéria orgânica fique mais decomponível para

    os micro organismos, o que facilita a liberação de nutrientes minerais para as

    plantas. Este processo pode ser totalmente orgânico, o que pode favorecer plantios sem uso de

    qualquer aditivo químico.

    Em relação às respostas dos alunos sobre este tema, é possível observar que a maioria

    respondeu que o minhocário produz adubo e não húmus. Talvez este novo termo possa ter

    influenciado nas respostas, pois poucos foram os alunos que respondera