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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAMZONIA
CAMPUS-CAPITAO POCO
CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
OFICINAS OU PALESTRAS: QUAL É A MELHOR FORMA PARA SE
TRABALHAR EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO FORMAL?
CAPITAO POÇO/PA
2019
RAFAEL DA SILVA MERANDA
VISITAS OU PALESTRAS: QUAL É A MELHOR FORMA PARA SE TRABALHAR
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO FORMAL?
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao curso de Ciências Biológicas da
Universidade Federal Rural da Amazônia como
requisito para obtenção do grau de Bacharel em
Ciências Biológicas.
Área de concentração: Educação Ambiental.
Orientadora: Drª. Fernanda Carneiro
Romagnoli.
CAPITÃO POÇO
2019
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
Biblioteca Maria Auxiliadora Feio Gomes / UFRA - Capitão Poço
M552o Meranda, Rafael da Silva
Oficinas ou palestras: qual é a melhor forma para se trabalhar educação
ambiental não formal?. / Rafael da Silva Meranda. - Capitão Poço, 2019.
56f., il.; color.
Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharelado em Ciências Biológicas) -
Universidade Federal Rural da Amazônia, Capitão Poço, 2019.
Orientadora: Profª. Dra. Fernanda Carneiro Romagnoli.
1. Ensino-aprendizagem. 2. Desenvolvimento sustentável. 3. Metodologia de
ensino. I. Romagnoli, Fernanda (Orient.). II. Título.
CDD 23.ed: 370.1523
Ficha Catalográfica / Bibliotecária - Documentalista: Vanessa Baía - CRB/2 1322
RAFAEL DA SILVA MERANDA
VISITAS OU PALESTRAS: QUAL É A MELHOR FORMA PARA SE TRABALHAR
EDUCAÇÃO AMBIENTAL NÃO FORMAL?
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Ciências Biológicas da Universidade
Federal Rural da Amazônia como requisito para obtenção do grau de Bacharel em Ciências
Biológicas. Área de concentração: Educação Ambiental.
_12 de julho de 2019_
Data da Aprovação
Banca Examinadora:
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, quero agradecer a Deus por ter me concedido o dom da vida, e me
protegido durante a jornada acadêmica, aos meus familiares, minha mãe Rosevanda Silva, por
estar sempre ao meu lado durante os momentos difíceis e apoiar financeiramente, além de puxar
minha orelha nos meus erros e privilegiar-me com uma ótima educação, ao meu pai Laurindo
Miranda, que mesmo à distância não faltou com suas obrigações, além de apoiar
financeiramente e por atentar-me sobre os erros da vida. À minha segunda mãe, Tereza Silva,
que sempre aconselhou a triar um bom caminho e nunca esquecia desta pessoa em suas orações,
minha irmã Rafaela Miranda que sempre me acolheu em sua casa, além de ser peça fundamental
na minha formação.
À minha orientadora e professora Fernanda Romagnoli que proporcionou o ensinamento
e a paciência para orientar-me além de despertar a paixão pela educação ambiental, a todos os
professores que contribuíram na minha formação, em especial meu orientador de ESO,
professor Fabio Lucas, a Michel Sauma que aceitou ser suplente nesta banca de TCC e aos
membros do projeto Sala Verde, que auxiliaram no desenvolvimento das atividades.
Aos meus amigos de turma que sempre me apoiaram na vida de universitário e nunca
me deixarem na mão, principalmente, Suelen Souza, Francinei Albuquerque e Camila Rocha.
Os amigos que sempre estiveram ao meu lado, Neto Marly que dividiu o aluguel durante o
período da universidade, Elton Aragão por sempre se mostrar um bom amigo, Paulo Marcelo
que contribuiu na minha formação e por ser disponibilizar a ser meu paraninfo, Leidiane
Gonçalves que auxiliou na escrita deste trabalho, Renata Barbosa que esteve ao meu lado nos
momentos difíceis, Paulo Renato amigo de longas datas, ao grupo Alcateia que sempre me
possibilitou bons momentos, as academias de jiu-jitsu Hadha Dojo e Brutal, que ensinou além
das técnicas marciais, a importância de respeitar o próximo, independente da classe cor ou
religião.
À escola Mariana das Graças Aguiar, em nome do coordenador pedagógico Orlando
Júnior, que não mediu esforços em disponibilizar os alunos para realização deste trabalho, assim
como os professores que se mostraram coerentes na concretização das atividades. À minha
banca examinadora, Cassio Rafael e José Rondinelle que aceitaram com nenhuma dificuldade
julgar este TCC e à Secretaria de Educação do município de Capitão Poço, em nome da Neuma,
que disponibilizou o transporte escolar.
Resumo
O ensino de ciências no Brasil ainda constitui um paradigma a ser melhorado, pois é possível
notar que existem diversos problemas, como a falta de estrutura e tecnologias que auxiliem
tanto alunos, quanto professores. Atualmente, a escola é responsável por construir o
conhecimento dos estudantes, porém o processo ensino-aprendizagem vai além dos muros da
escola, métodos de ensino como a educação não formal e informal, são exemplos de que é
possível obter conhecimento através de métodos de ensino diferentes. Notamos que o processo
histórico da educação no Brasil é longo, e muitas mudanças foram feitas até chegar o momento
em que nós estamos, e ainda existe um longo trabalho a ser feito, pois o Brasil se encontra em
uma posição distante em relação a países desenvolvidos. O trabalho consistiu em levar o projeto
Sala Verde Amanajé para dentro da escola e também trazer os alunos até a UFRA- Capitão
Poço, para que pudessem conhecer o projeto na íntegra, dividido em vários momentos, visando
ensinar conteúdos voltados a educação ambiental, como, meio ambiente, compostagem,
reciclagem, interação homem natureza, preservação, desenvolvimento sustentável entre outros
de temáticas ambientais. Esta era verificada através de um questionário semiestruturado com
19 perguntas abertas e fechadas, sendo 11 para os alunos e 8 para os professores, como, “o que
é meio ambiente”, “o que devemos fazer com o lixo”, “o que é compostagem”, assim por diante.
Após isto, verificou-se qual metodologia tinha sido melhor para aprendizagem dos alunos.
Dentre os momentos do projeto foram realizadas diversas atividades com os alunos para que
eles pudessem verificar como ocorrem processos como reciclagem, reutilização, compostagem
hortas convencionais, horta em mandala entre outras. Realizou-se as análises dos questionários,
sendo possível verificar a compreensão dos alunos sobre os temas abordados, além de comparar
as diferentes metodologias, possibilitando verificar qual teria melhor rendimento para
determinado assunto exposto, as perguntas de cunho fechado foi criada categorias que
pudessem englobar as respostas dos alunos, possibilitando a utilização do programa Excel,
assim como às perguntas fechadas sendo obtidos os resultados. O trabalho teve como objetivo
realizar uma pesquisa com o objetivo de analisar qual a eficácia de palestras e oficinas na escola
Municipal de Ensino Fundamental Mariana das Graças da Silva Aguiar, localizada no
município de Capitão Poço/PA, com as turmas do 5º, 6º,7º, 8º e 9º ano, com idades que variaram
de 10 a 17 anos, e também com alguns professores da instituição. O trabalho foi essencial para
a quebra de pensamentos reducionistas, possibilitando mostrar aos alunos e professores práticas
que podem ser estendidas para fora do ambiente escolar podendo, assim, despertar o interesse
e a preocupação, além de promover o conhecimento sobre educação ambiental.
Palavras chaves: Ensino-aprendizagem, Desenvolvimento sustentável e metodologia de ensino.
ABSTRACT
Science education in Brazil is still a paradigm to be improved, because it is possible to notice
that there are several problems, such as the lack of structure and technologies that help both
students and teachers. At present, the school is responsible for building students' knowledge,
but the teaching-learning process goes beyond the walls of the school, teaching methods such
as non-formal and informal education are examples of learning through teaching methods many
different. We note that the historical process of education in Brazil is long, and many changes
have been made until the moment we are there, and there is still a long work to be done, as
Brazil is in a position far away from developed countries. The work consisted in taking the
Green Room Amanajé project inside the school and also bringing the students to UFRA -
Captain Poço, so they could get to know the project in its entirety, divided in several moments,
aiming to teach contents aimed at environmental education, environment, composting,
recycling, man nature interaction, preservation, sustainable development among others
environmental themes. This was verified through a semi-structured questionnaire with 19 open
and closed questions, 11 for the students and 8 for the teachers, such as "what is environment",
"what we should do with garbage", "what is composting ", so on. After this, it was verified
which methodology had been better for students' learning Among the moments of the project,
several activities were carried out with the students so that they could verify how processes
occur, such as recycling, reuse, composting, conventional vegetable gardening, mandala
gardening among others. The analyzes of the questionnaires were carried out, it was possible to
verify the students' understanding of the topics covered, in addition to comparing the different
methodologies, allowing to verify which would have the best performance for a given subject,
closed questions were created categories that could encompass the students' responses, making
possible the use of the Excel program, as well as the closed questions and obtaining the results.
The objective of this study was to analyze the effectiveness of lectures and workshops at the
Municipal School of Elementary School of Mariana das Graças da Silva Aguiar, located in the
municipality of Capitão Poço / PA, with classes of 5th, 6th, 7th, 8th and 9th grades, with ages
varying from 10 to 17 years old, and also with some teachers of the institution. The work was
essential for the reduction of reductionist thoughts, making it possible to show students and
teachers practices that can be extended out of the school environment, thus raising interest and
concern, as well as promoting knowledge about environmental education.
Keywords: Teaching-learning, Sustainable development and teaching methodology
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Mapa de Capitão Poço ............................................................................................. 22 Figura 2: Estrutura geral da Sala Verde Amanajé ................................................................... 23 Figura 3: Material usado .......................................................................................................... 26 Figura 4: Alunos na prática da horta suspensa ........................................................................ 26 Figura 5: Uma das palestras sendo ministrada ........................................................................ 27 Figura 6: Primeiro momento da visita ..................................................................................... 28 Figura 7: Didáticas elaboradas na visita a Sala Verde Amanajé ............................................. 29 Figura 8: Criação de uma compostagem ................................................................................. 29 Figura 9: Estrutura geral do minhocário .................................................................................. 30 Figura 10: Alunos na pratica do minhocário ........................................................................... 38 Figura 11: Desenho representando a horta .............................................................................. 42 Figura 12: Desenho do minhocário ......................................................................................... 43 Figura 13: Desenho da composteira e minhocário .................................................................. 43 Figura 14: Desenho Geral da Sala Verde ................................................................................ 44
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Cronograma das palestras e visitas. ......................................................................... 25 Tabela 2. Percentual das respostas sobre “O que é meio Ambiente?”. ................................... 32 Tabela 3.Percentual das respostas sobre “O que devemos fazer com o lixo?”........................ 34 Tabela 4.Percentual das resposta sobre “O que é compostagem?” ......................................... 35 Tabela 5. Percentual das respostas sobre “O que são agrotóxicos?” ....................................... 36 Tabela 6. Percentual das respostas sobre “De qual atividade você mais gostou?”.................. 37 Tabela 7. Percentual das respostas sobre “O que se faz em um minhocário?” ....................... 38 Tabela 8. Percentual das respostas sobre “O que é meio ambiente?” ..................................... 39 Tabela 9. Percentual das respostas sobre “O que devemos Fazer com o lixo?” ...................... 40 Tabela 10: Percentual das resposta "O que é compostagem?" ................................................ 40 Tabela 11.Percentual das categorias expressas nos desenhos ................................................. 42 Tabela 12: Analise comparativa para a pergunta "O que é meio ambiente?" ......................... 45 Tabela 13: Analise comparativa para a pergunta "O que devemos fazer com o lixo". ........... 46 Tabela 14: Analise comparativa sopre a pergunta "O que é compostagem?". ........................ 47
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 10
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 11
2.1. Educação no Brasil ........................................................................................................ 11
2.2. Educação formal ............................................................................................................ 14
2.3. Educação não-formal ..................................................................................................... 15
2.4. Educação informal ......................................................................................................... 17
2.5 Desenvolvimento Sustentável ......................................................................................... 18
2.6. Educação Ambiental ...................................................................................................... 19
2.7. Sala Verde ...................................................................................................................... 21
3.MATERIAL E METODOS ................................................................................................... 22
3.1. Local de estudo .............................................................................................................. 22
3.2 Público-alvo .................................................................................................................... 24
3.3 Aplicação e coleta de dados ............................................................................................ 24
3.4. Palestras e oficinas na escola. ........................................................................................ 25
3.5.Visitas e oficinas na Sala Verde...................................................................................... 28
3.6 Análise dos dados ........................................................................................................... 31
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................................... 32
4.1. Análise das palestras ...................................................................................................... 32
4.2. Analise das Visitas à Sala Verde Amanajé .................................................................... 37
4.3. Analise dos desenhos das visitas. .................................................................................. 41
4.4. Analise comparativa dos questionários das visitas e palestras. ..................................... 44
5. CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 47
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 48
6. Apêndices ............................................................................................................................. 52
Apêndice A: questionário do aluno, palestra. ....................................................................... 52
Apêndice B: questionário do professor, palestra. ................................................................. 53
Apêndice C: questionários do aluno, visita. ......................................................................... 54
Apêndice D: questionário do professor, visita. ..................................................................... 55
10
1. INTRODUÇÃO
Entre os vários modelos educacionais existentes no Brasil, o que ainda sobressai no
ensino de Ciências é aquele onde o professor é o detentor do saber e, repassa ao aluno os
conceitos científicos aprimorados ao longo de sua vida profissional, sendo o aluno apenas um
receptor passivo (GALHADA, 2017). Contudo, no mundo atual dinâmico e em constante
transformação, o modelo tradicional de ensino encontra-se defasado, onde a escola não pode se
estabelecer como um espaço inerte às constantes mudanças da sociedade que exigem
transformações nas formas de relações e interações, no tratamento da informação e na
construção de conhecimentos, permitindo aos estudantes participar ativamente na realidade
(JESUS et al, 2015).
Como exemplifica Leão (1999), que a escola tradicional sofreu várias transformações
ao longo do tempo, mesmo com isso continua resistindo, onde o questionamento é sobre a
adequação nos novos modelos educacionais exigido constante pela atualidade, isso é mostrado
em boa parte das escolas do pais.
Isso é ainda mais evidente no que concerne às questões ambientais. O meio ambiente
vem sendo utilizado de forma impensada e insustentável e é urgente a necessidade de formação
de cidadãos comprometidos com a melhoria da qualidade ambiental (PHILIPPI; PELICIONI
2014). Porém, não é possível pensar e, menos ainda, propor soluções aos problemas ambientais,
partindo-se de conhecimentos disciplinares isolados, fragmentados, que não favoreçam uma
visão sistêmica e dinâmica (BERTALANFFY, 2015).
Nesse sentido, a educação ambiental emerge como área do conhecimento que se propõe
de ser um grande integrador de diferentes áreas do conhecimento. Na educação ambiental,
várias áreas do conhecimento são integradas, como biologia, física, química, sociologia,
filosofia, psicologia, política, artes, entre outras na busca de contribuir para a formação de um
cidadão integral PHILIPPI; PELICIONI (2014). Para isso, a educação ambiental precisa dispor
de métodos e técnicas educativas que também atendam a este objetivo. Métodos que integrem
a compreensão de conceitos científicos junto ao desenvolvimento da capacidade de observar,
refletir, interagir, discutir e propor soluções são indispensáveis.
Assim, este trabalho teve como objetivo desenvolver roteiros flexíveis para trabalhar
educação ambiental não formal, de maneira a testá-los, verificando qual seria mais viável e
satisfatório. O trabalho foi desenvolvido no município de Capitão Poço, em parte no espaço do
Projeto de Extensão da UFRA Sala Verde Amanajé e em parte na Escola Municipal de Ensino
Fundamental Mariana das Graças da Silva Aguiar. O público-alvo foram estudantes do 5º ao 9º
11
ano do ensino fundamental desta mesma escola. Os temas abordados no desenvolvimento dos
métodos foram: conceitos de meio ambiente, alimentação saudável, lixo doméstico,
sustentabilidade, poluição, compostagem, os 5 Rs (reciclar, reutilizar, recusar, repensar,
reduzir), agrotóxicos e hortas escolares.
Foram desenvolvidos dois métodos: visitas técnicas na Sala Verde com a realização de
oficinas e palestras junto à realização de oficinas.
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. Educação no Brasil
No Brasil, a educação apresenta vários modelos, principalmente aquele adotado
comumente em sala de aula, onde o professor é o agente principal e o possuidor do saber. Até
hoje, esse método ainda é aplicado nos vários níveis da educação, sendo o docente o
influenciador direto que busca transmitir as informações adquiridas ao longo de sua formação,
e o aluno somente o receptor passivo. Este modelo prioriza a educação formal e dificulta que o
ensinamento ultrapasse os muros das escolas (SILVA; SILVA, 2017).
A educação no Brasil enfrenta diversos problemas em relação a outros países. O nível
de educação que ainda se espera está longe de ser alcançado, e isto se dá pelo fato do país ter
sido colônia por muitos anos e o processo de desenvolvimento ser lento, como afirma
ABRUCIO; SIMIELLE (2015). Desde a chegada dos europeus às Américas, a educação passou
a ser utilizada para atender às necessidades dos colonizadores, impondo determinadas formas
de ver e compreender o mundo.
Thomas (2011) coloca que, desde 1988, a constituição brasileira afirma que a educação
é um direito de todos, sendo um dever do estado e da família. Porém, para que esse conceito
fosse empregado, foi necessário passar por diversos períodos, e para entender como ocorreu
essa evolução, faz-se necessário rever o período histórico do país. Analisando desde o período
jesuítico, onde em 1549 começou a chegada dos padres jesuítas e estes foram os responsáveis
por catequisar e “civilizar” os indivíduos que aqui já residiam.
Em 1759, iniciou-se o período pombalino, onde o Marquês de Pombal ficou responsável
por transformar o cenário, já que os jesuítas haviam sidos expulsos pela coroa portuguesa. Neste
momento, havia a necessidade de continuar o processo de educação, porém agora o latim era a
prioridade e os professores não precisavam ter algum tipo de especialização, eram mal pagos,
e podiam trocar informações com os alunos e entre os professores. Neste momento, a educação
estava reduzida a quase nada. Seguindo a linha de raciocínio, durante o ano de 1808, com a
12
chegada da família real, a educação ainda estava reduzida ao plano secundário (QUEIROS;
MOITA, 2007).
Segundo Ribeiro (2000), alguns fatores levaram o governo português a mudar suas
perspectivas em relação à Colônia e houve a necessidade de fazer mudanças no processo de
colonização, devido a muitos fracassos, como das capitanias hereditárias; a escassez do pau-
Brasil na região costeira; a não submissão dos nativos ao trabalho escravo; as dificuldades em
encontrar ouro e pedras preciosas e os sérios riscos de perder o território para a França. Então,
a solução foi alterar o cenário da educação.
O cenário brasileiro mudou diversas vezes, passando por várias modificações, e com
isto, a educação também passou por transformações durante o período Joanino (1808-1821).
Foram abertas escola militares, de medicina e direito estipuladas por João IV, mas ainda assim
a educação era de importância secundária. Já no período imperial (1822- 1889), instituiu-se o
período Lancaster, um método de ensino mútuo, onde os alunos poderiam ensinar outros alunos,
mas a partir desse momento colégios começaram a ser construídos, e pedagogias para o ensino
primário foram implementadas, foram estipulados exames para seleção de professores, porém
o período foi curto para que todos os objetivos que foram estabelecidos pudessem ser
alcançados. A República Velha (1889-1929), já constituía um sistema presidencialista e
protestos exigindo melhoras no sistema de educação começaram a surgir. Houve reformas nas
constituição, a ideia era que o ensino pudesse formar alunos em níveis superiores e não apenas
para ensino preparador (THOMAS, 2011).
O Estado Novo, um período conturbado no país, durante os anos de 1937 a 1945,
começou a trazer a necessidade de produzir muito, pois o país tornou-se extremamente
capitalista, e para que a mão de obra fosse qualificada, foi preciso criar método de formá-la,
sendo liberadas áreas como a arte, a ciência, e abrindo portas para cursos profissionalizantes
(BELLO, 1998).
Durante a República Nova, marcado nos anos de 1946 a 1963, houve diversas mudanças
e muitas novidades para o setor educacional. Começou-se a ter vários centros de educação e as
reinvindicações também começaram a vir à tona. Criou-se, então, um ministério que visasse a
educação, criando metodologias e abordagens diferentes, como a melhora na didática, e também
para a cultura. Esta mudança foi proposta em Pernambuco por Paulo Freire, que lançou a ideia
de alfabetizar em 40 horas adultos analfabetos. Em1962 foi criado o Conselho Federal de
Educação, que substituiu o Conselho Nacional de Educação e os Conselhos Estaduais de
Educação, neste mesmo ano foi criado o Plano Nacional de Educação e o Programa Nacional
13
de Alfabetização, pelo Ministério da Educação e Cultura, inspirado no Método Paulo Freire
(THOMAS, 2011).
A LDB (1996), Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, tem como função
definir e regularizar o sistema educacional, composta por mais de 90 artigos, levou anos até
conseguir traçar princípios educativos, especificar modalidades e ainda trabalhar em cima do
sistema de ensino nacional, mostrando que sempre a escola e a família são os principais
responsáveis pela formação do cidadão, no Artigo 2º - A Educação, dever da Família e do
Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por
finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo par ao exercício da cidadania e
sal qualificação para o trabalho (BRASIL, 1988).
Os PCN’S (Parâmetros Curriculares Nacionais), foram criados nos anos de 1997 e 1998,
ferramentas que vem para auxiliar o processo de ensino-aprendizagem dos estudantes
brasileiros e orientar os professores como cumprir seu papel. Tem um papel primordial durante
o ensino, pois facilita tanto para o educando, quanto para o educador, pois nele é possível traçar
o perfil da turma que vai ser trabalhada, estipulando limites dos conteúdos que podem ser
ministrados durante o ano letivo.
Dentre os espaços educacionais, há diferentes formas de se trabalhar com educação,
portanto, entre as modalidades de ensino apresentam-se diversos conceitos, entre eles a
educação formal a não formal e a informal. Cada uma se define e caracteriza-se de maneira
única, segundo (ALMEIDA, 2014):
A educação não formal ocorre fora dos espaços escolares,
sendo, portanto no próprio local de interação do indivíduo, sofre as
mesmas influências do mundo contemporâneo como as outras formas
de educação, mas, pouco assistida pelo ato pedagógico e desenvolve
uma ampla variedade de atividades para atender interesses específicos
de determinados grupos. A educação informal, por sua vez, é resultado
das ações que permeiam a vida do indivíduo. Ocorre nas experiências
do dia-a-dia, tem função adaptadora e os conhecimentos adquiridos são
passados para as gerações futuras. A educação formal é uma educação
institucionalizada, ocorre em espaços sistematizados, suas atividades
são assistidas pelo ato pedagógico e preocupa-se com a aquisição e
construção do conhecimento que atendam as demandas da
contemporaneidade, nas diferentes disciplinas escolares (ALMEIDA,
2014).
14
Neste sentindo, é comum afirmar que o ensino caracteriza-se de diferente formas, o
aprendizado não se restringe ao espaço habitualmente conhecido (educação formal). No
entanto, a cadeia educativa entrepassa por diversos âmbitos, social, técnico científico e
informacional, além dos conhecimentos empíricos, sendo apropriados nos mais diversos
espaços (ALMEIDA, 2014).
Para Marandino (2002), a atualização dos espaços é de suma importância, mostrando
que o ensino de ciências pode ser feita em vários locais e que é importante retirar o aluno do
ambiente onde ele está acostumado e apresentar algo novo, mesmo que seja com auxílio de
tecnologias que muitas vezes são vistas de maneira negativa, mas proporcionam ao educando e
ao educador uma maior facilidade em determinadas atividades.
Gohn (2014) retrata que o aprendizado e o saber, podem ser gerados fora dos espaços
escolares, construindo-o de acordo com sua realidade, interesses e experiências, sendo uma
produção de conhecimento no mundo contemporâneo em ações diversas.
Gohn (2017), ressalta que os tipos de educação (formal, não-formal e informal), podem,
por momentos, ser comparadas umas com as outras, mas é importante designar e demarcar as
diferenças entre esses conceitos, porém o mesmo não impede que essas práticas caminhem
juntos, fomentando a interação dentre elas, mas para se adentrar neste conceitos é necessário
compreender o intermeio e a cronologia desses conceitos.
2.2. Educação formal
A educação formal é um exemplo de um tipo de ensino que segue uma linha de
raciocínio e padrão, como por exemplo, o ensino fundamental, o médio e o superior, que
proporcionam, currículos, certificados e outros. São instituições antigas, que seguem um
modelo tanto na forma de educação, quanto no modelo estrutural, físico, em relação ao espaço.
(GASPAR, 2002).
Gohn (2010) explica como a educação formal ocorre. Segundo a autora, ocorre em
espaços de território escolar, que são locais regulamentados por lei, certificadoras, e
organizadas segundo as diretrizes nacionais. Seguindo a mesma linha de raciocínio teórico da
autora, o ensino formal é desenvolvido a partir de conteúdos estipulados dentro de uma proposta
curricular, este ensino é marcado pela intencionalidade.
No entanto, entendemos que a partir das relações poder-saber, essa intencionalidade está
presente em qualquer contexto, pois por um motivo ou outro, toda ação educativa esconde uma
intenção. A educação formal tem como finalidade, relatividade nas formas de ensino e
aprendizagem de conteúdos historicamente sistematizados, normatizados por leis, dentre os
15
quais o indivíduo visa ser formado como um cidadão ativo, desenvolver habilidades e
competências, desenvolver a criatividade, percepção (GOHN, 2010).
Baseados nos artigos e estatutos que amparam o direito da criança, como a Constituição
Federal, promulgada em 1988 (BRASIL, 1988), e também Lei 9.394/96 das Diretrizes e Bases
da Educação (BRASIL, 1996) que estabelece em seu artigo 26 que os currículos do ensino
Fundamental e Médio devem ter uma base nacional comum, a ser complementada, em cada
sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da clientela. Para
Almeida (2014), todos esses parâmetros amparam para crianças, jovens e adultos tenham por
direito obter um espaço adequado para receber educação com qualidade. Mostrando que o
dentro do espaço escolar é exigido que aja uma linha de raciocínio e todos esses deverem ser
cumpridos, assegurando por direito uma educação igualitária para todos os indivíduos que estão
inseridos, mesmo que aja vários entraves devido a vários fatores que o Brasil enfrenta.
As práticas educativas da educação formal têm como objetivo a aquisição e construção
de conhecimentos que atendam às demandas da contemporaneidade. É, portanto, nos espaços
educativos ou escolares que se desenvolve com maior frequência essa modalidade de ensino e
coloca em evidência as figuras do professor e do aluno; o professor como sujeito de ensino e o
aluno como sujeito de aprendizagem. O formato em que o processo ensino-aprendizagem
ocorre, pode se apresentar de forma bastante diferenciada dentro de um espaço formal para
outro (OLIVEIRA, 2009).
A educação formal preocupa-se com o letramento científico de forma que os atores do
processo ensino e aprendizagem possam aplicar os conhecimentos científicos, adquiridos nos
espaços formais de educação, de maneira coerente na vida social. Neste sentido, a prática do
professor se expressa na reflexão, no modo de ação e na transformação do sujeito nos diferentes
espaços educacionais (ALMEIDA, 2014).
2.3. Educação não-formal
Gohn (2006) diz que educação não-formal é um processo com várias vertentes, sendo
elas: a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; a capacitação dos
indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades e/ou desenvolvimento de
potencialidades; a aprendizagem e exercício de práticas que capacitam os indivíduos a se
organizarem com objetivos comunitários, voltadas para a solução de problemas coletivos
cotidianos; a aprendizagem de conteúdos que possibilitem aos indivíduos fazerem uma análise
de acordo com a sua percepção, em relação ao mundo, é sua própria opinião, tanto sobre
educação quanto utensílios eletrônicos,
16
Santos (2006) afirma que a educação não-formal, começa a acelerar a partir das
mudanças na economia, sociedade e na vida do trabalhador, onde o Terceiro Setor (associações
sem fins lucrativos), entram como elo em meio ao Estado e a sociedade promovendo novas
ações e projetos curriculares, propondo aos jovens e adolescente interações ao meio social e
educacional.
Durante os anos 80 a educação não-formal, era um campo de menor importância no
Brasil, onde a educação formal comandava, tanto nas políticas públicas quanto na classe
educadora. Só nos anos 90, com a valorização do ensino-aprendizagem em grupos, e com
destaques nos valores culturais, esse novo método educativo começa a ganhar “mercado” nos
novos planos de ensino. O mesmo não vem para tomar ou anular o espaço da educação formal,
mas sim contribuir e capacitar os indivíduos além de integrá-los à sociedade (ROCHA;
GUARÇONI, 2017).
Gohn (2006), reforça que a educação não-formal tem papéis diversos no aprendizado
do cidadão, sendo eles: de caráter político viabilizando o direito do cidadão na sociedade,
funcionalidade do indivíduo em relação a sua capacidade trabalho de acordo com o seu
conhecimento e práticas, capacidade de interação com o meio social, relações comunitárias aos
problemas coletivos e sua capacidade de solução dos mesmos, senso crítico nos diversos
assuntos retratado no cotidiano, entre outros aspectos. Afirma também que na educação não
formal, o grande educador é o “outro”, aquele com quem interagimos ou nos integramos.
A educação não-formal designa um processo com várias dimensões tais
como: a aprendizagem política dos direitos dos indivíduos enquanto cidadãos; a
capacitação dos indivíduos para o trabalho, por meio da aprendizagem de habilidades
e/ou desenvolvimento de potencialidades; a aprendizagem e exercício de práticas que
capacitam os indivíduos a se organizarem com objetivos comunitários, voltadas para
a solução de problemas coletivos cotidianos; a aprendizagem de conteúdos que
possibilitem aos indivíduos fazerem uma leitura do mundo do ponto de vista de
compreensão do que se passa ao seu redor; a educação desenvolvida na mídia e pela
mídia, em especial a eletrônica etc. Em suma, consideramos a educação não-formal
como um dos núcleos básicos de uma Pedagogia Social. (GOHA, 2017).
Lopes et al. (2017), fala sobre a educação não-formal tem papel fundamental na
formação do cidadão, pois proporciona novos meios de aprendizado que são fora do ambiente
escolar, motivando o aluno nos diversos campos além de aguçar a curiosidade para novos
assuntos, além de evidenciar que o aluno molda-se conforme o ambiente no qual está inserido.
17
Santos et al (2017) afirmam que a educação não-formal contribui de maneira importante
e diversificada, sendo fonte de conhecimento para os alunos. Em seus estudos propõem que,
este meio de ensino-aprendizado contribui expressivamente com a compreensão dos estudantes
em determinados conceitos, assim facilitando a absorção da informação.
Mas para que a educação não-formal funcione, alguns passos precisam ser seguidos. De
acordo com Queiroz et al (2011), o professor ou o responsável pelas atividades extra classe,
necessitam de um planejamento que estabeleça as práticas, objetivos e as metas a serem
alcançadas, essas sendo esse os principais motivos para frustação envolvendo este método de
ensino. Porém este tipo de metodologia pode ser realizada, em parques, museus, praças e outros
locais, onde o professor não tem um papel tão relevante.
Lopes et al (2017) descrevem a educação não-formal como estilo educacional que não
se encaixa em um eixo especifico, não comporta uma didática ou planejamento pedagógico
estabelecido, igualmente a educação formal, pois é dependente do contexto da instituição onde
está inserido.
2.4. Educação informal
A educação informal é um âmbito, com conceitos muitos amplos de aprendizagem, não
sendo limitados, situa-se em meios, familiares, pessoais e meios de comunicação. São marcados
por referências, religiões, idade, etnia, sendo marcados pela espontaneidade do ambiente ao
qual o indivíduo está inserido “A educação informal está associada ao processo de socialização
dos indivíduos, e, neste sentido, desenvolve hábitos, atitudes, comportamentos, modos de
pensar e de se expressar segundo valores e crenças do grupo a que se pertence ou se frequenta.”
(BRUNO, 2014)
A educação informal tem como finalidade, segundo Gohn (2010), visa socializar os
indivíduos, desenvolver hábitos, atitudes, comportamentos, modos de pensar e de se expressar
no uso da linguagem, segundo valores e crenças de grupos que se frequenta ou que pertence
por herança, desde o nascimento Trata-se do processo de socialização dos indivíduos
A educação informal é um processo permanente onde não existe uma organização, neste
sentindo o indivíduo desenvolve ações, comportamentos, modo de pensar, expressões,
vocabulários e tudo de acordo com o ambiente onde estar inserido. Assim, não são esperados
resultados a priori, eles acontecem a partir do desenvolvimento do senso comum dos indivíduos
que orienta as suas formas de pensar e de agir espontaneamente. Ou seja, é um processo de
aprendizado que ocorre de acordo com o processo de socialização do indivíduo. (GOHN, 2006).
18
A educação informal corresponde, assim, a uma dimensão menos visível do iceberg
educativo, o que muitas vezes mascara importância estratégica e decisiva destes processos
educativo. (BRUNO, 2014).
Libâneo (2010), afirma que todos estão sujeitos a educação, e que os primeiros
responsáveis pelos ensinamentos são os pais, e esta afirmação é ressaltada neste trecho:
“Na casa, na rua, na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos nós
envolvemos para aprender, para ensinar, para aprender-e-ensinar. Para saber, para
fazer, para ser ou para conviver, todos os dias misturamos a vida com a educação.
Com uma ou com várias: educação? Educações. (...) Não há uma forma única nem um
único modelo de educação; a escola não é o único lugar em que ela acontece e talvez
nem seja o melhor; o ensino escolar não é a única prática, e o professor profissional
não é seu único praticante” (LIBÂNEO, p.26, 2010).
Para Siqueira (p.43, 2004) “A pessoa se educada se constrói em diversos ambientes a
escola juntamente com o as experiências no cotidiano foram o conhecimento, porém a
instituição tem um enorme valor que estão agregados aos tipos de informações que são baseadas
em teorias.” A escola tem a função de oferecer uma formação pela qual o educando torna-se
capaz de fazer análises científicas, críticas e reflexivas a respeito dos temas.
Durante uma análise sobre a visão de educação de entrevistados, Vangrelino (p. 80,
2004) mostra que o processo educacional ocorre na vida, no cotidiano das relações, sejam elas
familiares, em grupo de amigos ou profissionais (...). Cada um em uma perspectiva, colocando
de formas diferentes explicando como conseguem absorver certos tipos de conhecimentos de
acordo com o seu hábito, durante o seu dia-a-dia.
2.5 Desenvolvimento Sustentável
Barbosa (2008) diz que os estudos das Organizações das Nações Unidas sobre as
mudanças climática traz a preocupações, neste contexto surge o termo “Desenvolvimento
Sustentável”, sendo na segunda metade do século XX, o mundo sofria com uma crise social e
ambiental. Já o Brasil nos anos de 1960 passava por uma grande crescimento urbano, neste
momento a crise ambiental se intensifica, juntamente com a crise do petróleo que vai até meados
dos anos 70, assim o termo “desenvolvimento Sustentável” se intensifica no pais.
Na Comissão de Brundtland que foi um processo preparatório para a “Rio92”, elaborou-
se a definição mais difundida sobre o tema expondo que “o desenvolvimento sustentável é
aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as
gerações futuras atenderem suas próprias necessidades” (BABOSA, 2008).
19
O termo desenvolvimento sustentável remete preocupações dando ênfase as questões
sociais, principalmente no que se refere ao uso da terra, sua ocupação, suprimento de água,
abrigo e serviços sociais, educativos e sanitários, além de administração do crescimento urbano,
sempre se preocupando como o uso desses meios naturais assim como o extrativismo e outros
que de atinge de forma significativa as gerações futuras. Nesse contexto permite-se a criação
de órgão que se preocupem com a sustentabilidade e as gerações futura, como, ONGs,
cooperativas, associações, ou até mesmo empresas que enfatizam a colaboração com ações
beneficentes ao meio ambiente, onde o desenvolvimento possa acontecer mas sem afetar o
presente e nem o futuro (SEVERO; GUIMARÃES, 2014).
2.6. Educação Ambiental
A educação ambiental apesar de ser um ramo novo na educação, atualmente
ganhou um espaço enorme no que se refere às leis que regem a educação, como por exemplo,
as leis de diretrizes e bases, nela afirmam que:
"Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o
indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades,
atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso
comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade." Política
Nacional de Educação Ambiental - Lei nº 9795/1999, Art 1º. Ministério do Meio
Ambiente- 2019.
O termo Environmental Education (Educação Ambiental) surgiu em março de 1965,
durante a 5° Conferência em Educação na Universidade Keele, Grã-Bretanha. Na ocasião, foi
aceito que a educação ambiental devesse se tornar parte essencial da educação de todos os
cidadãos e seria vista como sendo essencialmente conservação ou ecologia aplicada,
(MEDEIROS et al.,2011).
A educação ambiental, apesar de ser um termo muito falado atualmente, a mesma tem
sido enxergada com um olhar mais crítico a pouco tempo, com base na Lei n° 9.795/1999, que
também instituiu a Política Nacional de Educação Ambiental – ProNEA, e tem por objetivo
assegurar, através da Educação, equilibrar e integrar as dimensões da sustentabilidade
(ambiental, social, ética, cultural, econômica, espacial e política) e o desenvolvimento do país,
resultando em melhoria da qualidade de vida população. A importância da Educação Ambiental
é reconhecida logo nos primeiros artigos da referida lei (ABREU, 2002).
Entretanto a educação ambiental ainda passa por diversas situações, como, a falta de
conscientização sobre a educação ambiental, fata de material didático na escolas, baixa na
20
formação de profissionais nesta área, trabalhar e educação ambiental de forma interdisciplinar,
entre outros aspectos, pois mesmo que atualmente na lei 221 de 15/04/2015, que objetiva a
inclusão da Educação Ambiental como disciplina específica no Ensino Fundamental e Médio.
É possível notar que em muitas instituições esta lei ainda não é aplicada, por falta de estrutura
nas escolas e até mesmo profissionais qualificados para poder ministrar alguns conceitos que
devem ser lecionados, pois não se restringe apenas no ensino da ciência, deve ser aplicada nas
demais disciplinas por se tratar de um tema amplo (ABREU, 2002).
Atualmente, a Educação Ambiental deve ser aplicada dentro do âmbito escolar, pois
dentro desse espaço é mais importante abordar conceitos de uma maneira mais didática e ampla.
Segundo a UNESCO (2005, p. 44), “Educação ambiental é uma disciplina bem estabelecida
que enfatiza a relação dos homens com o ambiente natural, as formas de conservá-lo, preservá-
lo e de administrar seus recursos adequadamente”
Segundo Segura (2001, p.165) Quando a gente fala em educação ambiental podemos
viajar em muitas coisas, mais a primeira coisa que se passa na cabeça ser humano é o meio
ambiente. A uma restrição física sobre o meio ambiente, isso quer dizer, que utilizamos o ar, a
terra, os rios e florestas etc. Para definimos o que é meio ambiente as pessoas tem que
perceberem a importância e a ligação do meio ambiente, no geral, no todo e que faz parte deles.
A conscientização é muito importante e isso tem a ver com a educação no sentido mais amplo
da palavra primeiro devemos conhecer para depois aprender amar, principalmente, de respeitar
o ambiente.
A partir disto, nota-se a importância da educação ambiental durante a infância, pois
desperta na criança a consciência de preservação e de cidadania. A criança passa a entender,
desde cedo, que precisa cuidar, preservar e que o futuro depende do equilíbrio entre homem e
natureza e do uso racional dos recursos naturais. (MEDEIROS et al.,2011).
Vendo isto, cabe destacar que a educação ambiental assume cada vez mais uma função
transformadora, na qual tem como responsabilidade tornar os indivíduos essenciais para
promover um novo tipo de desenvolvimento – o desenvolvimento sustentável. Entende-se,
portanto, que a educação ambiental é condição necessária para modificar um quadro de
crescente degradação socioambiental, mas ela ainda não é suficiente. (JACOBI, 2003).
Tamaio (2001), diz que é importante a educação ambiental é utilizado como método de
“ferramenta de mediação necessária entre culturas, comportamentos diferenciados e interesses
de grupos sociais para a construção das transformações desejadas”. O educador tem a função
de mediador na construção de referenciais ambientais e deve saber usá-los como instrumentos
para o desenvolvimento de uma prática social centrada no conceito da natureza.
21
Para que um espaço haja um determinado equilíbrio é necessário obter um espaço
estruturado, um ambiente saudável implica no desenvolvimento de iniciativas visando os
aspectos relacionados à cidade e à sua comunidade tendo como finalidade a melhoria da
qualidade de vida da população, podendo ser entendida como o direito do indivíduo a um meio
ambiente equilibrado, às condições básicas para a sua sobrevivência e exercício da cidadania
(COELHO, et al 2002).
Para Jacobi (2003), a educação no conceito social, tem o papel fundamental de promover
possibilidades de motivar e sensibilizar o ser humano, assim transformando as várias formas de
participação em caminhos de dinamização da sociedade e de concretização tendo como base a
educação para a participação.
Oliveira et al (2015) ressalta que a educação ambiental pode ser trabalhada em todos as
áreas das ciências, pois não é restrita somente a uma área especifica, assim a
interdisciplinaridade pode ser um dos métodos de ensino que busca da ênfase a esta área tão
importante no ensino de qualquer cidadão.
2.7. Sala Verde
As Salas Verdes são uma proposta do Ministério do Meio Ambiente que promove
teorias e práticas sobre educação ambiental sejam eles públicos ou privados, frisando conceitos
relacionados ao meio ambiente. O espaço deve cumprir um papel dinamizador, numa
perspectiva articuladora e integradora, viabilizando iniciativas que propiciem uma efetiva
participação dos diversos segmentos da sociedade na gestão ambiental, seguindo uma pauta de
atuação permeada por ações educacionais, que caminhem em direção à sustentabilidade (MMA,
2019). No ano 2000, o ministério do meio ambiente junto a outras entidades governamentais
viu que havia a necessidade de realizar práticas voltadas a questões ambientais, porém enfrentou
diversas dificuldades como a carência de informações, falta da garantia de materiais e entre
outros. A partir disso, foi possível integrar diversas salas pelo país, dentro das escolas.
Atualmente existem mais de 100 espalhadas pelo Brasil, dados que foram atualizados, no dia
03/08/2018.
Foi então que durante os anos de 2000 a 2004, começou-se a cogitar que espaços onde
deveriam ser integrados os conceitos de educação ambiental e outras práticas. Começou a
iniciar o incentivo das salas verde pelo país e sua criação, durante a fase de implantação do
processo de Salas Verdes baseou-se no modelo de atendimento a demandas espontâneas,
seguindo a estratégia descrita acima, alcançando resultados satisfatórios, que objetiva
fundamentar os educandos acerca da Educação ambiental, bem como promover a sensibilização
22
para questões ambientais de forma abrangente para o exercício da cidadania a partir de reflexões
sobre os processos socioeconômicos, políticos e culturais, além de estimular a aquisição de
hábitos mais sustentáveis no cotidiano (MMA, 2019).
3.MATERIAL E METODOS
3.1. Local de estudo
Este trabalho foi desenvolvido no município de Capitão Poço - Pará, que fica situado no
nordeste paraense na microrregião do Guamá. Estima-se em média 51.893 habitantes, sendo
em 2017 o salário médio mensal por pessoa de 1,4 salários mínimos de acordo com o último
censo do IBGE (2010). As principais atividades rentáveis desenvolvidas no município é
agricultura e a pecuária principalmente os cítricos e a produção bovina. Esta cidade conta com
156 escolas das redes privadas e públicas sendo municipais e estatuais, onde no ano de 2018 o
ensino infantil teve 2.134 alunos matriculados, no ensino fundamental 9.447 matriculas e no
ensino médio 2.135, totalizando 13,716 alunos matriculados no ano letivo de 2018, IBGE.
Figura 1: Mapa de Capitão Poço
Fonte: O Autor.
Partes das atividades foi aplicada no espaço do Projeto Sala Verde Amanajé, localizado
na UFRA-Capitão Poço. Este projeto foi montado entre março e agosto de 2018, após ser
aprovado pelo ministério do meio ambiente, começaram a ser pensadas na maneira como o
local seria organizado, foram feitas diversas reuniões com todos os estagiários para que o layout
pudesse ser formado. Foi um processo demorado, a construção ainda é constante, mas cada
visita contribuiu de forma significativa para a existência do projeto.
23
Hoje, conta com um espaço mais harmonizado, e com de espécies de plantas que ainda
não é o suficiente, mas deixa o espaço mais confortável para poder receber os alunos. Contém
três leiras convencionais, onde é feito o plantio com as turmas que vem conhecer o projeto,
hortas suspensas, horta em mandala que ainda está em construção, composteiras, canteiro de
flores, e alguns vasos utilizados como viveiro. A sala verde ainda não possui uma cobertura
adequada o que dificulta algumas a execução de algumas atividades devido as condições
climáticas da região.
O projeto Sala Verde Amanajé, que tem como objetivo Fundamentar os educandos
acerca da Educação ambiental, bem como promover a sensibilização para questões ambientais
de forma abrangente para o exercício da cidadania a partir de reflexões sobre os processos
socioeconômicos, políticos e culturais, além de estimular a aquisição de hábitos mais
sustentáveis no cotidiano.
Figura 2: Estrutura geral da Sala Verde Amanajé
Fonte: O Autor.
Outro local de realização do projeto foi a Escola Municipal de Ensino Fundamental
Mariana das Graças da Silva Aguiar que fica na cidade de Capitão Poço/PA, mas precisamente
no bairro Eurique Siqueira. A escola possui atualmente um total de 830 alunos de ensino
fundamental e 55 professores. Seu espaço não foi projetado, inicialmente, para ser uma escola.
Por isso, no decorrer de seu uso, seu espaço foi sendo adaptado da melhor forma possível para
atender os alunos.
Hoje a escola conta com uma infraestrutura boa, pois tem um grande espaço, com
bastante salas de aula que são divididas em blocos, contém um local adequado para que os
alunos possam fazer as refeições. Atualmente a escola tem a proposta de construir um espaço
verde, onde alguns modelos de hortas serão implantados com a ajuda os estudantes e
professores.
24
3.2 Público-alvo
O projeto foi realizado com alunos do 5º ao 9º ano do ensino fundamental, com idade
variando de 10 a 17 anos, no total de 164 alunos. Os participantes do projeto residem,
principalmente, nos bairros Eurico Siqueira Goiabarana, Ceilândia e jardim, Goiânia, sendo
estes os bairros que ficam ao entorno da escola. De modo geral se caracterizam por serem
conjuntos habitacionais e bairros carentes, principalmente por terem surgidos em função de
invasões de terra, mas nos dias atuais a infraestrutura vem melhorando e promovendo aos
moradores uma melhor qualidade de vida. Além das crianças e adolescentes, os professores da
escola Mariana, também participaram do projeto somando no total 13 docentes.
3.3 Aplicação e coleta de dados
O trabalho foi desenvolvido no contexto do projeto Sala Verde Amanajé assim, os
métodos desenvolvidos tiveram a preocupação em sintetizar alguns temas, entre eles: o que é
meio ambiente, agricultura orgânica, agrotóxicos e alimentação saudável, compostagem, hortas
escolares, resíduos sólidos 5 R’s (reciclar, reutilizar, repensar, reduzir e recusar) e principais
impactos causados pelo homem à natureza. A partir destes temas, dois métodos foram
desenvolvidos: visitas técnicas à Sala Verde com a realização de oficinas e aplicação de
palestras na Escola Mariana das Graças junto à realização de oficinas.
Para avaliar o envolvimento dos alunos e a eficácia dos métodos propostos, foram
desenvolvidas entrevistas semiestruturadas (apêndice A e C) adaptadas às diferentes faixas
etárias, para os alunos de 5º ano. A linguagem foi mais simples, houve o cuidado em explicar
de forma mais coesa o que se queria saber, todos os conceitos abordados com cuidado, e auxilio
na hora de responderem os questionários, pois muitos ainda não sabem ler e sentiam dificuldade
em interpretar as perguntas, a linguem adotada para os alunos de 6, 7º, 8º, 9º foram mais
parecidas, pois elas já detinham uma faixa etária maior e conseguiam acompanhar de forma
mais acelerada o que repassado durante os slides, todas turmas assistiram a vídeos educativos
com temas sobre a importância de cuidar do meio ambiente, compostagem, como cuidar do seu
lixo e etc.
As entrevistas foram aplicadas sempre após a realização da intervenção. As perguntas
eram as mesmas, para todas as turmas, pois o objetivo era comparar as respostas dos
entrevistados, apenas os formulários dos professores eram diferentes dos alunos, como uma
forma de saber qual a opinião em relação as visitas e as palestras e de que formas poderíamos
melhorar as atividades executadas. As visitas e palestras ocorreram de acordo com a Tabela 1
25
Tabela 1: Cronograma das palestras e visitas.
Turma Dia Turno Visita Palestra Nº de alunos
8º e 9º ano A 17/04/2019 Tarde X ---- 20
7º ano A e B 02/05/2019 Tarde X ---- 33
7º ano A e B 03/05/2019 Tarde ----- X 33
6º ano B e D 09/05/2019 Tarde X ---- 21
6º ano B e D 10/05/2019 Tarde ------ X 19
6º ano A e B 17/05/2019 Tarde ------ X 34
5º ano B e C 22/05/2019 Manhã ----- X 48
5º ano B e C 23/05/2019 Manhã X ----- 51
5º ano A 30/05/2019 Manhã X ---- 32
5º ano A 31/05/2019 Manhã ----- X 30
Fonte: O Autor
3.4. Palestras e oficinas na escola.
Ao todo, foram realizadas cinco palestras, sendo duas no turno da manhã e três no turno
da tarde, somando no total 164 alunos (tabela 1). Entre, eles 94 eram meninos e 68 eram
meninas, além de 2 que não identificaram o sexo, com faixa etária entre 10 a 17 anos. Era
utilizada uma apresentação em slides com data show e a exibição de vídeos educativos
relacionados com os temas (figura 5), no final eram aplicados questionários com 11 perguntas
sobre os temas abordados para os alunos e 8 perguntas para os professores.
Em média, as palestras duravam 45 minutos. Ao final eram realizadas as oficinas. O
intuito de cada atividade era mostrar que com pequenos instrumentos, como prego, tesoura,
garrafa pet, arame, e tintas para colorir e pincel, (figura 3) era possível criar um espaço de horta
suspensa, proporcionando uma dinâmica, envolvendo a reutilização de materiais que seriam
descartados e de fácil acesso (garrafas pet), além de promover um espaço agradável para a
escola.
26
Figura 3: Material usado
Fonte: O Autor
Cada turma era responsável por montar uma pequena parte da horta suspensa. Os
vasos eram montados no mesmo espaço onde a palestra se desenvolvia e após a montagem, os
alunos se deslocavam para os corredores da escola para fixá-los (Figura 4).
Figura 4: Alunos na prática da horta suspensa
Fonte: O Autor
Para a confecção da horta suspensa, a primeira turma recebeu as garrafas já cortadas
e pintadas. Os alunos, divididos em equipes, fizeram pequenos furos em cada garrafa com o
auxílio de pregos e tesouras, adicionaram o arame, dispondo de três em três garrafas. Dentro de
cada vaso foi adicionado húmus de minhoca e foram plantadas mudas doadas pela Sala Verde.
Assim, cada equipe suspendeu a sua garrafa pet com mudas em um local determinado pela
coordenação da escola.
27
Na segunda turma, os alunos ficaram responsáveis por trazer garrafas pet de casa,
estimulando-se o hábito da coleta seletiva e da reutilização. Durante a realização da oficina,
cada aluno ficou incumbido por pintar a sua garrafa da forma como achasse melhor.
Na terceira turma, os temas abordados foram os mesmos, porém a prática foi outra.
Nesta, os alunos tinham que cortar as garrafas na horizontal, retirar apenas uma pequena parte,
pinta-las com tinta xadrez, fazer pequenos buracos nas garrafas para que pudesse haver a
passagem da água, colocar o arame e dispor cada garrafa de três em três, e adicionar o arame,
porém não foi possível suspender, pela falta de mudas neste dia, porém o material
confeccionado ficou guardado na escola em um local adequado.
Figura: uma das palestras sendo ministrada.
Figura 5: Uma das palestras sendo ministrada
Fonte: o autor.
Na quarta e quinta visitas as atividades continuaram de forma demonstrativa por
questão de tempo, pois os alunos teriam outras atividades escolares após a palestra. Assim, não
foi possível realizar as oficinas. No entanto, foram exibidas as hortas suspensas feitas pelas
turmas anteriores.
Sempre que possível os professores da escola Mariana acompanhavam as
palestras, o que facilitava a organização dos alunos. Para os professores, também foi aplicada
uma entrevista (apêndice B). Nele existiam oito perguntas abertas e fechadas, que possibilitava
ao professor dar opinião sobre os temas tratados, assim como sugestões para melhoria das
atividades.
28
3.5.Visitas e oficinas na Sala Verde.
As visitas ocorriam no espaço da Sala Verde Amanajé na UFRA- Campus Capitão
Poço (Figura 2). Em função da distância entre a escola e a universidade, se fazia necessário a
disponibilidade de transporte, feita pela Secretaria Municipal de Educação, ao todo, foram feitas
cinco visitas com alunos do 5º ao 9º ano, do ensino fundamental, sempre acompanhados de seus
professores. Cento e quarenta e sete alunos entre eles 84 meninos, 66 meninas e 7 pessoas que
não identificaram o sexo, com faixa etária entre 10 a 17 anos visitaram o espaço, sendo duas
visitas no turno da manhã e três no turno da tarde.
A visita ocorria em dois momentos diferentes. No primeiro, os alunos eram
encaminhados para uma sala especifica do campus (figura 6), onde apresentava-se o projeto
com o auxílio de data show, assim como outros temas voltados a educação ambiental, como
resíduos sólidos, os 5 Rs, compostagem, tipos de hortas, minhocário, conceitos básicos sobre
meio ambiente, sustentabilidade, principais impactos promovidos pelo homem à natureza.
Figura 6: Primeiro momento da visita
Fonte: O Autor
No segundo momento, os alunos eram encaminhados ao espaço da Sala Verde
Amanajé, para pôr em práticas algumas atividades, entre elas: observação do minhocário, onde
é produzido adubo orgânico a partir de húmus de minhoca, observação de hortas, demonstração
da montagem de composteiras, e leiras. Neste momento, primeiramente eles ouviam sobre
como eram executadas as atividades práticas na sala Verde.
29
Figura 7: Didáticas elaboradas na visita a Sala Verde Amanajé
Fonte: o autor
Um subprojeto da Sala Verde, conhecido como “A revolução dos baldinhos” também
era explicitado aos alunos. O mesmo realiza coleta de resíduos orgânicos de casas cadastradas
ao redor da universidade para a construção das composteiras. O resíduo é recolhido três vezes
por semana. A partir daí, era explicado sobre outros elementos utilizados na compostagem,
como esterco bovino, folhas secas e verdes e resíduos orgânicos. Estes são dispostos em uma
pilha em um formato quadrangular, com um tamanho de 1m de altura, 1m de comprimento e
1m de largura, que durante a semana deve ser revolvido e acrescentado água três vezes para
deixar mais homogênea possível o material. Isso facilita a ação dos microrganismos e diminui
a temperatura da composteiras.
Figura 8: Criação de uma compostagem
Fonte: O Autor
30
Como o assunto neste momento são métodos de produção de adubo orgânico, os
visitantes são levados até o minhocário para conhecer o processo da verme compostagem, com
o produto final o húmus. As minhocas estão dispostas em uma estrutura de alvenaria com
dimensões 2m de comprimento, 1m de largura e 40cm de altura. Nela contem minhocas
californianas Eisnia fetida, assim como esterco de gado e folhas secas que servem para
alimentação das minhocas. O minhocário também dispõe de uma cobertura para proteção contra
chuva e Sol. (Figura 9)..
Figura 9: Estrutura geral do minhocário
Fonte: O Autor.
Durante a visita os alunos conhecem também a horta em mandala, um tipo de horta
que visa minimizar o espaço, reduzir a necessidade de insumos e a dificuldade de irrigação e
promover uma maior produção de hortaliças. Mesmo ainda não estando finalizada os alunos
conseguem compreender como ficaria, e também são convidados a participar da produção,
doando garrafas pet para cobrir os entorno das leiras.
Além da horta mandala, os alunos conheciam no espaço da Sala Verde diversos tipos
de hortas, como as convencionais em leiras diretamente no chão com dimensões de 1m de
largura e 2m de comprimento, ou hortas suspensas feitas com bambu e garrafas pet. Nesse
momento, os discentes eram convidados a plantar algumas mudas disponibilizadas pelo projeto.
Uma outra atividade feita pelos estudantes sempre que possível, era a produção de
alguns utensílios, reaproveitado material que provavelmente iria parar no lixo, como CDs,
papeis de livros sem serventia, garrafas pet, pneus, papelão. Com o auxílio de tesouras, cola,
pincel e tinta os alunos os transformavam em porta canetas e vasos.
31
Após a visita ao espaço, os alunos eram convidados a lavar as mãos para que
pudessem fazer um lanche natural, à base de frutas. Em geral, nos lanches oferta-se melancia,
de modo a não gerar resíduos inorgânicos. Os resíduos orgânicos eram utilizados na
composteira. Em seguida, os visitantes retornavam à sala de aula e assistiam a mais um vídeo
educativo sobre a temática abordada.
Ao final de cada visita, os alunos e professores respondiam a uma entrevista com
pergunta fechada e aberta, no total de 11 sendo, 10 perguntas e 1 desenho sobre a visão da sala
verde para os alunos e 8 perguntas para os professores (apêndice C e D), sobre o tema em
questão. Essa entrevista possibilitava verificar a compreensão dos alunos sobre os temas e
também sobre o seu nível de satisfação com a visita em si. Já entre as perguntas aos professores,
havia a possibilidade de opinar sobre a necessidade de possíveis melhorias nas visitas.
3.6 Análise dos dados
Posteriormente, as perguntas de cunho aberto tanto para as palestra quanto das visitas,
(apêndice A e C) necessitou criar categorias onde pudessem englobar as respostas dos alunos.
Essas categorias foram criadas de acordo com as respostas dos discentes, já as perguntas
fechadas não precisou deste argumento, pois a forma de analise era bem mais simples
Para a análise dos dados foi necessária estipular métodos específicos por exemplo, para
perguntas abertas foi necessário criar categorias já que se tratava de diversas repostas. Foi
pensado em categorizar de acordo com as respostas, como por exemplo: para a pergunta “o que
é meio ambiente?”, uma das categorias criadas foi “o meio ambiente é tudo que está ao nosso
redor”, e para a pergunta “o que se faz em um minhocário” uma das categorias foi” “adubo
orgânico”, após a análise destas, as respostas foram colocadas no programa Excel 2013, gerando
números em porcentagem para dados do projeto.
Para as perguntas fechadas foram analisadas de maneira estatística, quantas respostas
foram dadas para cada pergunta contabilizando o número de respostas sobre a vista ou palestra,
sendo as opções péssimas, ruins, regulares, boas, excelentes. Assim possibilitando, a geração
das tabelas e analise mais acessível.
Para analisar os desenhos feitos pelos alunos, foram criadas também categorias para
facilitar o entendimento sobre o que os visitantes queriam nos passar em relação a sua visão da
visita na sala verde, as categorias eram: hortas, minhocário, geral, sala verde, compostagem.
Sendo assim, tabuladas e posteriormente feito um percentual com o auxílio de calculadora
cientifica, assim gerando dados para ser discutido.
Todas as repostas foram avaliadas de maneira minuciosa, para poder apresentar a forma
como os alunos escreviam e a visão real do seu conhecimento e entendimento. Foi criada
32
diversas tabelas no Excel para poder facilitar a geração de dados e percentual que foram
discutidos no decorrer do trabalho, com estatísticas descritivas.
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Análise das palestras
Cada pergunta descrita da entrevista foi analisada particularmente, pois percebeu-se discrepância nas respostas dos alunos para uma só pergunta em função da idade, sendo que os
questionários eram aplicados sempre após as atividades.
A pergunta aberta “O que é meio ambiente?” permitiu a criação das seguintes
categorias:
1- É tudo o que está ao nosso redor;
2- É cuidar do nosso planeta;
3- É onde nós vivemos;
4- É não jogar lixo nas ruas;
5- São as árvores, florestas, rios e animais.
6- São as árvores, florestas, rios, animais e todos nós;
7- Não se aplica;
8- Não foi possível compreender a escrita;
9- Não respondeu.
A categoria “não se aplica”, foi usada quando as respostas dos alunos não se
encaixavam em nenhuma das outras.
Tabela 2. Percentual das respostas sobre “O que é meio Ambiente?”.
Pergunta Percentual de respostas
O que é meio ambiente? 7º ano A e
B
(33
alunos)
6º ano B e D
(19 alunos)
6º ano A e
B
(34 alunos)
5º ano B e C
(48 alunos)
5º
ano
A
(30
alun
os)
1 É tudo o que está ao
nosso redor
27,27% 15,78% 20,58% 0% 43,3
3%
2 É cuidar do nosso
planeta
0% 0% 8,82% 4,16% 0%
3 É onde nós vivemos 0% 10,50% 14,70% 10,41% 3%
4 É não jogar lixo nas
ruas
6,06% 10,50% 0% 6,25% 16,6
6%
33
Fonte: O autor.
Krzysczak (2006) coloca que o meio ambiente é percebido de diferentes formas pelos
indivíduos. Essa heterogeneidade de percepção é resultado do modo como interagimos com ele.
Por isso, apresentamos alguns subsídios para entendermos as diferentes concepções ambientais.
Analisando as respostas dos alunos sobre “o que é meio ambiente?” foi possível
perceber que houve diferentes argumentos a uma só pergunta. No 5º ano A, por exemplo, 43,33
% responderam que o meio ambiente é “tudo que está ao nosso redor”, já no 7º ano A e B, a
maioria afirmou que o meio ambiente “são as arvores florestas rios animais e todos nós”, um
dos motivos a levar este desequilíbrio é pela diferença ente as turmas, sendo que o nível de
escolaridade e idade é maior no 7º ano, o que influencia diretamente nas resposta dos alunos,
sendo que ambas as respostas são aceitáveis e corretas, percebeu-se apenas uma simplicidade
maior nas respostas dos alunos do 5° ano..
Outro aspecto importante e até preocupante é quando os alunos não respondem à
pergunta, como ocorreu significativamente na turma do 6º ano B e D, em que 21,05% dos alunos
deixaram a questão em branco. Neste dia a palestra transcorreu com maiores dificuldades e com
menor envolvimento dos alunos, pela falta de interesses além de estarem com pressa pra
deixarem a sala em função do intervalo que havia sido sinalizado.
Outro aspecto a se analisar na tabela 2 é a categoria “não se aplica”, onde todas as
turmas tiveram representantes. Este também é um fator preocupante, pois mesmo com todas as
categorias, algumas respostas dos alunos não encaixava em nenhuma das alternativas, como
por exemplo “é uma forma legal” ou “banana” isso mostra a não compreensão ou a falta de
atenção ao tema exposto.
Assim, pode-se afirmar que as turmas dos 7º anos A e B tiveram maior compreensão
dos temas abordados, uma vez nenhuma resposta foi enquadrada nas categorias “não se aplica”
5 São as árvores,
florestas, rios e
animais...
18,18% 26,31% 14,70% 22,91% 13,6
6%
6 São as árvores,
florestas, rios,
animais e todos nós
42,42% 5,26% 20,58% 12,50% 6,66
%
7 Não se aplica 6,06% 5,26% 11,76% 29,16% 10%
8 Não foi possível
compreender a
escrita
0% 5,26% 2,94% 4,16% 3,33
%
9 Não respondeu 0% 21,05% 5,80% 10,41% 3,33
%
Total 100% 100% 100% 100% 100
%
34
e “não respondeu”. Entretanto, os 5° anos B e C tiveram maior dificuldade em responder, pois
somando quem não respondeu, quem deu respostas não aplicáveis ou teve escrita não
compreendida, resultou em 50% das respostas, uma das ações que levaram a esse resultado
especificamente neste dia foi, a falta de atenção e estimulo a imperatividade, dificuldade de
concentração, além de ser uma turma com faixa etária de idade baixa, tudo isto ocasionou o mal
desempenho TORRES et al, (2016).
Quando a pergunta era “O que devemos fazer com o lixo?”, as categorias foram:
1- Jogar no lixo em local adequado;
2- Reciclar ou reutilizar;
3- Não se aplica;
4- Não foi possível compreender a escrita;
5- Não respondeu
As respostas para a pergunta “o que devemos fazer com o lixo?” foram bastante
homogêneas, com algumas exceções por exemplo, as duas turmas do 7º ano que teve o índice
de 75,75% na categoria de número 2, assim com os 5º anos B e C, que representou 72,91% para
a categoria de número 1, ambas indicadas na tabela 3.
De acordo com a Política Nacional de Resíduas Sólidos no que concerne à destinação
correta do lixo, o bom manuseio, reciclagem, reaproveitamento e o destino correto BRASIL
(2010). Assim, as respostas fornecidas, em sua maioria, foram satisfatórias. Entretanto, houve
representantes nas categorias 3 e 5 (Tabela 3). Isto mostra que uma pequena porção dos alunos
não compreendeu o assunto.
Tabela 3.Percentual das respostas sobre “O que devemos fazer com o lixo?”.
Fonte: O Autor.
Pergunta Percentual de cada resposta.
O que devemos fazer
com lixo?
7º ano A
e B
Nº 33
alunos
6º ano B e
D
Nº 19
alunos
6º ano A e
B
Nº 34
alunos
5º ano B e
C
Nº 48
alunos
5º ano A
Nº 30 alunos
1 Jogar o lixo em
local adequado
18,18% 36,84% 26,47% 72,91% 20%
2 Reciclar ou
reutilizar
75,75% 47,36% 61,76% 15,58% 63,33%
3 Não se aplica 6,06% 5,26% 8,82% 2,08% 3,33%
4 Não foi possível
compreender a
escrita
0% 5,26% 0% 2,08% 10%
5 Não respondeu 0% 5,26% 2,94% 8,33% 3,33%
Total 100% 100% 100% 100% 100%
35
Para a pergunta “O que é compostagem?”, as categorias criadas a partir das respostas
obtidas, foram:
1- É adubo
2- Reaproveitamento de restos de legumes, frutas ou resíduos orgânicos;
3- É resto de alimentos que viram adubo;
4- Não se aplica;
5- Não foi possível compreender a escrita;
6- Não respondeu.
Tabela 4.Percentual das resposta sobre “O que é compostagem?”
Fonte: O Autor.
Entre todas as perguntas abertas, esta foi a que apresentou mais disparidade nas
respostas, assim como baixa compreensão. Um dos motivos é que em quase 100% das turmas,
este era um assunto novo, com exceção dos dois 7º anos que demostraram o melhor
aproveitamento, com 42,42%, para a categoria de número 3 (tabela 4).
As categorias de número 4 e 6 (tabela4) tiveram alta representatividade entre as
respostas dos alunos. Além da ausência de conhecimento prévio sobre o tema, a compostagem
é um tema abstrato, que envolve muitos conceitos como decomposição, medidas, entre outros.
Além disso, há a necessidade de compreensão dos aspectos técnicos, tais como manter, como
montar, temperatura, quantidade de água, entre outros detalhes, que de certa forma necessitaria
de mais tempo para uma ampla compreensão MONTEIRO, (2016).
Pergunta Percentual de cada resposta
O que é
compostagem?
7º ano A
e B
Nº 33
alunos
6º ano B e
D
Nº 19
alunos
6º ano A e
B
Nº 34
alunos
5º ano B e
C
Nº 48
alunos
5º ano A
Nº 30 alunos
1 É adubo 12,12% 10,50% 8,82% 34,41% 10%
2 Reaproveitamento
de resto de
legumes, frutas ou
resíduos
orgânicos
33,33% 0% 8,82% 4,16% 26,66%
3 É resto de
alimentos que
viram adubo
42,42% 26,31% 26.47% 31,25% 6,66%
4 Não se aplica 3,03% 36,84% 32,35% 6,25% 33,33%
5 Não foi possível
compreender a
escrita
0% 0% 2,94% 2,08% 6,66%
6 Não respondeu 9,01% 26,31% 20,58% 20,83% 16,66%
Total 100% 100% 100% 100% 100%
36
O mesmo foi feito para pergunta “o que são agrotóxicos?”. Este tema era exclusivo na
entrevista das palestras, pois nas visitas este assunto não era abordado. As categorias criadas a
partir das respostas obtidas foram:
1- Venenos;
2- São produtos químicos;
3- Não se aplica;
4- Não foi possível compreender a escrita;
5- Não respondeu.
Tabela 5. Percentual das respostas sobre “O que são agrotóxicos?”
Fonte: O Autor.
De acordo com Brasil (2017), agrotóxicos são produtos e agentes de
processos físicos, químicos ou biológicos que são usados no setor de
produção, armazenamento e beneficiamento de produtos agrícolas,
pastagens, proteção de florestas, nativas ou plantadas e de outros
ecossistemas e de ambientes urbanos, hídricos e industriais.
Relacionando aos resultados obtidos com as palestras, percebeu-se que, em sua
maioria, os alunos entenderam agrotóxicos como venenos, principalmente os do 6º ano A e B
que representou 70,58% (tabela 5). Outros não conseguiram dar uma definição plausível ou que
se encaixasse em umas das categorias criadas, por este motivo várias resposta se apresentaram
como “não aplicável” representadas com a categoria de número 3.
Pergunta Percentual de cada resposta.
O que são
agrotóxicos?
7º ano A
e B
Nº 33
alunos
6º ano B e
D
Nº 19
alunos
6º ano A
e B
Nº 34
alunos
5º ano B e C
Nº 48
alunos
5º ano A
Nº 30 alunos
1 Venenos 45,45% 52,63 70,58% 58,33% 56,66%
2 São produtos
químicos
24,24% 0% 14,70% 2,08% 3,33%
3 Não se aplica 24,24% 10,50% 5,88% 8,33% 10%
4 Não foi possível
compreender a
escrita
3,03% 31,57% 0% 29,16% 30%
5 Não respondeu 3,03% 5,26 8,82% 2,08% 0%
Total 100% 100% 100% 100% 100%
37
4.2. Analise das Visitas à Sala Verde Amanajé
Assim como nas palestras, as visitas tiveram algumas perguntas exclusivas, como “De
qual atividade você gostou mais?”, e “O que se faz em um minhocário?”. Para estas perguntas,
foram criadas as seguintes categorias, respectivamente:
De qual atividade você mais gostou?
1. Minhocário;
2. De plantar mudas;
3. Da compostagem;
4. De todas;
5. Não se aplica;
6. Não foi possível compreender a escrita;
7. Não respondeu.
Tabela 6. Percentual das respostas sobre “De qual atividade você mais gostou?”
Fonte: O Autor.
A observação do minhocário foi a atividade preferida entre os alunos, com exceção
dos 5º anos B e C (Tabela 6), em seguida foi “plantar mudas”, com o segundo maior percentual.
A resposta referente à categoria de número 5 dos anos 6º B e D e o 5º A, mostrou-se
bastante significativa. Isto se deu por conta dos alunos, na hora de responder à pergunta,
confundirem com as disciplinas escolares, pois foi possível visualizar respostas que não faziam
parte de nenhuma das atividades da visita como: Geografia, Matemática, História etc.
Foi possível observar durante as visitas o quanto os alunos se interessavam pelo
minhocário. Esta atividade proporcionava a eles uma nova experiência, permitindo que os
estudantes manuseassem as minhocas.
Pergunta Percentual de cada resposta.
De qual atividade você
gostou mais?
7º ano A e
B
Nº 33
alunos
6º ano B e
D
Nº 19
alunos
8º e 9º ano
A
Nº 20
alunos
5º ano B e
C
Nº 48
alunos
5º ano A
Nº 30
alunos
1 Minhocário 69,69% 23,80% 40% 23,52% 43,75%
2 De plantar mudas 6,06% 23,80% 25% 41,17% 9,37%
3 Da compostagem 12% 5% 10% 2% 6%
4 De todas 6,06% 14,28% 20% 17,64% 6%
5 Não se aplica 6,06% 33,33% 0% 13,72% 34,37%
6 Não foi possível
compreender a
escrita
0% 0% 0% 2% 0%
7 Não respondeu 0% 0% 5% 0% 0%
Total 100% 100% 100% 100%
38
Figura 10: Alunos na pratica do minhocário
Fonte: O Autor
Outra pergunta aberta realizada após as vistas foi: “O que se faz em um minhocário?”
As categorias de respostas foram:
1. Produz húmus;
2. Adubo;
3. Cria Minhoca;
4. Cocô de minhoca;
5. Não se aplica;
6. Não foi possível compreender a escrita;
7. Não respondeu.
Tabela 7. Percentual das respostas sobre “O que se faz em um minhocário?”
Fonte: O Autor.
Pergunta Percentual de cada resposta.
O que se faz em um
minhocário?
7º ano A e
B
Nº 33
alunos
6º ano B e
D
Nº 19
alunos
8º e 9º ano
A
Nº 20
alunos
5º ano B e
C
Nº 48
alunos
5º ano A
Nº 30
alunos
1 Produz Humos 0% 0% 15% 0% 0%
2 Adubo 48,48% 28,57% 40% 41,17% 46,17%
3 Cria minhoca 27,27% 19% 10% 5,88% 18,75%
4 Cocó de minhoca 0% 0% 0% 7,84% 3,13%
5 Não se aplica 21,21% 42,85% 30% 21,56% 31,25%
6 Não foi possível
compreender a
escrita
0% 0% 0% 7,84% 0%
7 Não respondeu 3% 9,52% 5% 16% 0%
Total 100% 100% 100% 100% 100%
39
Um minhocário produz húmus através das minhocas, mas de acordo com Schiedeck
et al (2014), esse método, junto com os microrganismos, acelera o processo de decomposição
dos resíduos orgânicos, na verdade, o que ocorre é que a minhoca humifica a matéria
orgânica, fazendo com que esta matéria orgânica fique mais decomponível para
os micro organismos, o que facilita a liberação de nutrientes minerais para as
plantas. Este processo pode ser totalmente orgânico, o que pode favorecer plantios sem uso de
qualquer aditivo químico.
Em relação às respostas dos alunos sobre este tema, é possível observar que a maioria
respondeu que o minhocário produz adubo e não húmus. Talvez este novo termo possa ter
influenciado nas respostas, pois poucos foram os alunos que respondera