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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE INSTITUTO BIOMÉDICO - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTU SENSU EM MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA APLICADAS MARIANA DOS SANTOS LOPES OCORRÊNCIA E ESTUDO TAXONÔMICO DE ACANTOCEPHALA PARASITOS DE PEIXES PROVENIENTES DO RESERVATÓRIO DA USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU BINACIONAL E DO SEU HABITAT NATURAL, RIO PARANÁ. Niterói, RJ 2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO BIOMÉDICO - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E

PARASITOLOGIA

PÓS-GRADUAÇÃO STRICTU SENSU EM MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA

APLICADAS

MARIANA DOS SANTOS LOPES

OOCCOORRRRÊÊNNCCIIAA EE EESSTTUUDDOO TTAAXXOONNÔÔMMIICCOO DDEE AACCAANNTTOOCCEEPPHHAALLAA

PPAARRAASSIITTOOSS DDEE PPEEIIXXEESS PPRROOVVEENNIIEENNTTEESS DDOO RREESSEERRVVAATTÓÓRRIIOO DDAA

UUSSIINNAA HHIIDDRREELLÉÉTTRRIICCAA DDEE IITTAAIIPPUU BBIINNAACCIIOONNAALL EE DDOO SSEEUU HHAABBIITTAATT

NNAATTUURRAALL,, RRIIOO PPAARRAANNÁÁ..

Niterói, RJ

2010

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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

INSTITUTO BIOMÉDICO - DEPARTAMENTO DE MICROBIOLOGIA E

PARASITOLOGIA

PÓS-GRADUAÇÃO STRICTU SENSU EM MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA

APLICADAS

MARIANA DOS SANTOS LOPES

OOCCOORRRRÊÊNNCCIIAA EE EESSTTUUDDOO TTAAXXOONNÔÔMMIICCOO DDEE AACCAANNTTOOCCEEPPHHAALLAA

PPAARRAASSIITTOOSS DDEE PPEEIIXXEESS PPRROOVVEENNIIEENNTTEESS DDOO RREESSEERRVVAATTÓÓRRIIOO DDAA

UUSSIINNAA HHIIDDRREELLÉÉTTRRIICCAA DDEE IITTAAIIPPUU BBIINNAACCIIOONNAALL EE DDOO SSEEUU HHAABBIITTAATT

NNAATTUURRAALL,, RRIIOO PPAARRAANNÁÁ..

ORIENTADORES: DR.OTÍLIO MACHADO PEREIRA BASTOS

DRª SIMONE COHEN

CO-ORIENTADORA: DRª ANNA KOHN

Niterói, RJ

2010

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-graduação em Microbiologia e Parasitologia Aplicadas da Universidade Federal Fluminense, requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Área de Concentração: Microbiologia e Parasitologia.

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MARIANA DOS SANTOS LOPES

OOCCOORRRRÊÊNNCCIIAA EE EESSTTUUDDOO TTAAXXOONNÔÔMMIICCOO DDEE AACCAANNTTOOCCEEPPHHAALLAA PPAARRAASSIITTOOSS DDEE

PPEEIIXXEESS PPRROOVVEENNIIEENNTTEESS DDOO RREESSEERRVVAATTÓÓRRIIOO DDAA UUSSIINNAA HHIIDDRREELLÉÉTTRRIICCAA DDEE

IITTAAIIPPUU BBIINNAACCIIOONNAALL EE DDOO SSEEUU HHAABBIITTAATT NNAATTUURRAALL,, RRIIOO PPAARRAANNÁÁ..

Aprovada em 28 abril de 2010.

BANCA EXAMINADORA

Dr. Marcelo Knoff

Dra. Márcia Cristina Nascimento Justo

Dra. Beatriz Brener de Figueiredo

Niterói

2010

Dissertação apresentada ao Curso de Pós-graduação em Microbiologia e Parasitologia Aplicadas da Universidade Federal Fluminense, requisito parcial para obtenção do grau de Mestre. Área de Concentração: Microbiologia e Parasitologia.

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À Deus por me sustentar em cada momento

deste projeto, por me levar cada vez mais além dos meus sonhos.

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Ao meu amor André Felipe, pelo incentivo, atenção e amor.

Por estar ao meu lado nesta trajetória.

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Aos meus pais e ao meu irmão, pelo apoio, pelo carinho e pelo grande amor.

Amo vocês.

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Agradecimentos

À Dra. Anna Kohn, do Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes, Instituto Oswaldo

Cruz, pela orientação, amizade, atenção, apoio e ensinamentos durante todo meu

desenvolvimento científico.

À Dra. Simone Cohen, do Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes, Instituto Oswaldo

Cruz, pela orientação, amizade, atenção, apoio e ensinamentos.

Ao Dr. Otílio Machado Pereira Bastos, Diretor do Centro de Ciências Médicas – UFF, pela

orientação e atenção.

À Universidade Federal Fluminense / UFF - Instituto Biomédico pela oportunidade de

realização deste Mestrado.

Ao Instituto Oswaldo Cruz – FIOCRUZ por ter viabilizado o desenvolvimento desta

dissertação.

Às amigas, Dra. Márcia Cristina Nascimento Justo, Dra. Berenice Maria Fernandes de Lima e

Dra. Melissa Querido Cárdenas Rossas, do Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes,

Instituto Oswaldo Cruz, pela amizade, apoio e contribuições durante o desenvolvimento desta

dissertação.

À José Paulo Roberto de Almeida, do Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes, Instituto

Oswaldo Cruz, pela colaboração no que fosse preciso durante esta dissertação.

À Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, por viabilizar e financiar parte do desenvolvimento

desta dissertação, em especial à Dra. Carla Canzi pela atenção e presteza.

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Àos amigos do Curso de Mestrado, Tatiana da Silva Fonseca, Lavicie Rodrigues Arais, Erika

Peixoto Ferreira, Leonardo Silva Barbedo, Camila Hamond Regua Motta, Luciana Justo

Beserra e Priscila Nakamura, pela amizade, incentivo e companheirismo.

Ao Rodrigo Mexas, do Laboratório de imagens, Instituto Oswaldo Cruz, pela atenção e

presteza durante a elaboração das fotomicrografias apresentadas nesta dissertação.

Ao Pedro Paulo de Abreu Manso, do Departamento de Patologia do Instituto Oswaldo Cruz,

pela atenção e presteza durante a elaboração das fotomicrografias de microscopia de

varredura a laser confocal presentes neste trabalho.

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RESUMO

A prática da piscicultura no Brasil iniciou, sobretudo, nos represamentos originados com a

construção de grandes hidrelétricas. Os represamentos tornam-se um habitat confinado de peixes

e outros organismos aquáticos, o que pode causar desequilíbrio no sistema auto-imune destes

organismos, abrindo portas para agentes biológicos como os helmintos. Os helmintos estudados

no presente trabalho pertencem ao filo Acanthocephala e foram coletados no intestino de peixes

provenientes do rio Paraná em seu habitat natural e no reservatório da Usina Hidrelétrica de

Itaipu Binacional nas localidades de Foz do Iguaçu, Santa Helena, Guaíra e Missal. As espécies

coletadas foram Bergiaria westermanni (Lütken, 1874) – “mandi-beiçudo”; Hypostomus regani

(Ihering, 1905) – “cascudo”; Hypostomus cochliodon Kner, 1854 – “cascudo”; Pimelodus

maculatus Lacèpéde, 1803 – “mandi-amarelo”; Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) –

“curimbatá”; Schizodon fasciatus Spix & Agassiz, 1829 – “piava”; Schizodon knerii

(Steindachner, 1875) – “piau-moça”; Oxydoras kneri Bleejer, 1862 – “abotoado”; Locaricaria sp.

– “cascudo” e Brycon orbignyanus (Valenciennes, 1850) – “piracanjuba”. Nestes hospedeiros

foram coletadas cinco espécies de Acanthocephala: Gorytocephalus elongorchis Thatcher,1979,

Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) curemai Noronha, 1973, Neoechinorhynchus

(Neoechinorhynchus) pimelodi Brasil-Sato & Pavanelli, 1998, Octospiniferoides incognita

Schmidt & Hugghins, 1973 e Paracavisoma impudica (Diesing, 1851) Kritscher, 1857. Na

presente dissertação as espécies parasitas de peixes foram redescritas, adicionando dados

morfométricos. Neste estudo são apresentadas ainda três novas ampliações geográficas e seis

novos hospedeiros.

Palavras-chaves: Acanthocephala. Rio Paraná. Parasitas de peixes.

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ABSTRACT

The practice of fish farming in Brazil began with the impoudments originated with the

construction of hydroelectric power station. The impoundments become an confined habitat for

fishes and other aquatic organisms, which can cause inbalance to the auto–imune system of these

organisms, becoming more susceptible to biological agents, such as helminths. The helminths

studied in the present paper belongs to the phylum Acanthocephala and were collected from the

intestine of fishes from the Parana River and the reservoir of the Itaipu Hydroelectric Power

Station in the localities of Foz do Iguaçu, Santa Helena, Guaíra and Missal. Fish species collected

were Bergiaria westermanni (Lütken, 1874) – “mandi-beiçudo”; Hypostomus regani (Ihering,

1905) – “cascudo”; Hypostomus cochliodon Kner, 1854 – “cascudo”; Pimelodus maculatus

Lacèpéde, 1803 – “mandi-amarelo”; Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) – “curimbatá”;

Schizodon fasciatus Spix & Agassiz, 1829 – “piava”; Schizodon knerii (Steindachner, 1875) –

“piau-moça”; Oxydoras kneri Bleejer, 1862 – “abotoado”; Locaricaria sp. – “cascudo” e Brycon

orbignyanus (Valenciennes, 1850) – “piracanjuba”. From these hosts, five species of

Acanthocephala were recovered: Gorytocephalus elongorchis Thatcher,1979,

Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) curemai Noronha, 1973, Neoechinorhynchus

(Neoechinorhynchus) pimelodi Brasil-Sato & Pavanelli, 1998, Octospiniferoides incognita

Schmidt & Hugghins, 1973 and Paracavisoma impudica (Diesing, 1851) Kritscher, 1857.

Parasites species have been redescribed, adding morphometric data. Three new geographical

extensions and six new hosts are herein presented.

Palavras-chave: Acanthocephala. Paraná river. Parasites of fishes.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO........................................................................................................................17

1.1 Área de estudo.....................................................................................................................25

1.2 Objetivos .............................................................................................................................29

2 MATERIAL E MÉTODOS .....................................................................................................30

2.1 Coleta e processamento dos hospedeiros.............................................................................30

2.2 Coleta e fixação dos parasitos........................................................................................... ..32

2.3 Microscopia.........................................................................................................................33

3 HOSPEDEIROS.......................................................................................................................34

3.1 Loricaria sp.........................................................................................................................34

3.2 Hypostomus cochliodon Kiner, 1854....................................................................................35

3.3 Hypostomus regani (Ihering, 1905) ....................................................................................36

3.4 Bergiaria westermanni (Liitken, 1874) ..............................................................................37

3.5 Pimelodus maculatus Lacèpéde, 1803 ................................................................................38

3.6 Oxydoras kneri Bleejer, 1862 .............................................................................................39

3.7 Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836)….....................................................................40

3.8 Schizodon knerii (Steindachner, 1875)................................................................................41

3.9 Schizodon fasciatus (Spix & Agassiz, 1829).......................................................................42

3.10 Brycon orbignyanus (Valenciennes, 1850).......................................................................43

4 RESULTADOS................................................................................................................. .......44

4.1 DESCRIÇÃO DOS ACANTOCÉFALOS ENCONTRADOS...........................................44

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4.1.1 Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979....................................................................44

4.1.2 Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) curemai Noronha, 1973...............................57

4.1.3 Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) pimelodi Brasil-Sato & Pavanelli, 1998.......66

4.1.4 Octospiniferoides incognita Schmidt & Huggins, 1973...................................................74

4.1.5 Paracavisoma impudica (Diesing, 1851) Kritscher, 1995...............................................81

5 Discussão

....................................................................................................................89

6 Conclusões

....................................................................................................................93

7 Bibliografia

....................................................................................................................94

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LISTA DE FIGURAS

Fig. 1 Ciclo Acanthocephala...........................................................................................23

Fig. 2 Mapa do rio Paraná, com localidades de estudo destacadas.................................26

Fig. 3 Tanque de peixes na Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional..............................27

Fig. 4 Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, PR, Brasil.............................................27

Fig. 5 Processo de anestesia dos hospedeiros.................................................................30

Fig. 6 Processo de medição dos hospedeiros..................................................................31

Fig. 7 Processo de pesagem dos hospedeiros..................................................................31

Fig. 8 Necropsia dos hospedeiros....................................................................................32

Fig. 9 Coleta dos helmintos.............................................................................................32

Fig. 10 Coleta dos acantocéfalos no intestino dos hospedeiros........................................33

Fig. 11 Loricaria sp...........................................................................................................34

Fig. 12 Hypostomus cochliodon Kner, 1854.....................................................................35

Fig. 13 Hypostomus regani (Ihering, 1905)......................................................................36

Fig. 14 Bergiaria westermanni (liitken, 1854)..................................................................37

Fig. 15 Pimelodus maculatus Lacèpéde, 1803..................................................................38

Fig. 16 Oxydoras kneri Bleejer, 1862...............................................................................39

Fig.17 Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836)……..………………………………40

Fig. 18 Schizodon knerii (Steindachner, 1875)...……….…………………………….…41

Fig.19 Schizodon fasciatus (Spix & Agassiz, 1829)........................................................42

Fig. 20 Brycon orbgnyanus (Valenciennes, 1850)............................................................43

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Fig. 21 Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Vista lateral do holótipo (macho),

detalhe: tromba estendida, mostrando ganchos. Segundo Thatcher,

1979......................................................................................................................46

Fig. 22 Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção anterior

do macho, revelando a probóscide, receptáculo da probóscide, núcleo

hipodérmico na parede do corpo e lemniscos. Barra: 1mm..................................47

Fig. 23 Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis, Thatcher, 1979. Probóscide com

ganchos laterais.....................................................................................................48

Fig. 24 Fotomicrografia de varredura a laser confocal de Gorytocephalus elongorchis

Thatcher, 1979. Núcleos hipodérmico na parede do

corpo......................................................................................................................49

Fig. 25 Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção mediana

do macho, revelando núcleos hipodérmicos na parede do corpo e

testículos................................................................................................................50

Fig. 26 Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção posterior

do macho, revelando aparelho

reprodutor..............................................................................................................51

Fig. 27 Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção posterior

do macho, com bursa copulatória..........................................................................52

Fig. 28 Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis, Thatcher, 1979. Porção mediana

da fêmea com núcleos ovígeros e núcleos hipodérmicos......................................53

Fig. 29 Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção posterior

da fêmea, revelando aparelho reprodutor..............................................................54

Fig. 30 Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção posterior

da fêmea. Aparelho reprodutor – Núcleos ovígeros, ovejetor e poro

terminal..................................................................................................................55

Fig. 31 Fotomicrografia de varredura a laser confocal de Gorytocephalus elongorchis,

Thatcher, 1979. Porção posterior da fêmea, revelando ovejetor, ovos e postura de

ovos pelo ovejetor.................................................................................................56

Fig. 32 Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) curemai Noronha, 1973. Segundo,

Kohn et al, 1985....................................................................................................58

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Fig. 33 Fotomicrografia de Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) curemai Noronha,

1973. Porção anterior do macho, com probóscide e ganchos laterais...................59

Fig. 34 Fotomicrografia de varredura a laser confocal Neoechinorhynchus

(Neoechinorhynchus) curemai Noronha, 1973. Visão frontal da probóscide e

ganchos..................................................................................................................60

Fig. 35 Fotomicrografia de Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) curemai Noronha,

1973. Porção mediana do macho, revelando núcleos hipodérmicos e

lemniscos...............................................................................................................61

Fig. 36 Fotomicrografia de varredura a laser confocal Neoechinorhynchus

(Neoechinorhynchus) curemai Noronha, 1973. Porção mediana do macho, com

núcleo hipodérmico na parede do corpo...............................................................62

Fig. 37 Fotomicrografia de Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) curemai Noronha,

1973. Porção mediana do macho, revelando testículos e núcleos hipodérmicos..63

Fig. 38 Fotomicrografia de Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) curemai Noronha,

1973. Porção posterior do macho, com bursa copulatória....................................64

Fig. 39 Fotomicrografia de varredura a laser confocal de Neoechinorhynchus

(Neoechinorhynchus) curemai Noronha, 1973. Porção posterior do macho, com

bursa copulatória...................................................................................................65

Fig. 40 Foto do intestino do hospedeiro Brycon orbignyanus (Valenciennes, 1805)

parasitado por Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) pimelodi Brasil-Sato &

Pavanelli, 1998......................................................................................................68

Fig. 41 Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) pimelodi Brasil-Sato & Pavanelli,

1998. Visão lateral de exemplar macho. Segundo Brasil-Sato & Pavanelli,

1998.......................................................................................................................69

Fig. 42 Fotomicrografia de varredura a laser confocal de Neoechinorhynchus

(Neoechinorhynchus) pimelodi Brasil-Sato & Pavanelli, 1998. Visão da

probóscide e ganchos............................................................................................70

Fig. 43 Fotomicrografia de Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) pimelodi Brasil-

Sato & Pavanelli, 1998. Exemplar macho. Testículos, glândula de cemento,

reservatório de cemento e vesícula seminal..........................................................71

Fig. 44 Fotomicrografia de Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) pimelodi Brasil-

Sato & Pavanelli, 1998. Exemplar fêmea. Probóscide invaginada, lemniscos e

núcleos ovígeros................................................................................................... .72

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Fig. 45 Fotomicrografia de varredura a laser confocal de Neoechinorhynchus

(Neoechinorhynchus) pimelodi Brasil-Sato & Pavanelli, 1998. Porção posterior

da fêmea, revelando ovejetor, ovos e postura de ovos pelo

ovejetor..................................................................................................................73

Fig. 46 Octospiniferoides incognita Schmidt & Hugghins, 1973. Visão lateral da fêmea e

do macho. Segundo Thatcher, 1998......................................................................75

Fig. 47 Fotomicrografia de Octospiniferoides incognita Shimidt & Hugghins, 1973.

Porção anterior do macho, com probóscide, receptáculo da probóscide e

lemniscos...............................................................................................................76

Fig. 48 Fotomicrografia de Octospiniferoides incognita. Shmidt & Hugghins, 1973.

Porção anterior do macho, com probóscide, ganchos laterais e receptáculo da

probóscide.............................................................................................................77

Fig. 49 Fotomicrografia de varredura a laser confocal de Octospiniferoides incognita

Schmidt & Hugghins, 1973. Porção anterior do macho, com probóscide e

ganchos..................................................................................................................78

Fig. 50 Fotomicrografia de Octospiniferoides incognita Shimidt & Hugghins, 1973.

Porção mediana do macho, revelando testículos...................................................79

Fig. 51 Fotomicrografia de Octospiniferoides incognita Shimidt & Hugghins, 1973.

Porção posterior do macho, revelando bursa copulatória.....................................80

Fig. 52 Paracavisoma impudica (Diesing, 1851) Kritscher, 1995. Visão lateral macho.

Segundo Schmidt & Hugghins, 1973. Probóscide, receptáculo da probóscide,

lemniscos e testículos............................................................................................82

Fig. 53 Fotomicrografia de Paracavisoma impudica (Diesing, 1851) Kritscher, 1995.

Probóscide e ganchos............................................................................................83

Fig. 54 Fotomicrografia de varredura a laser confocal de Paracavisoma impudica

(Diesing, 1851) Kritscher, 1995. Probóscide e ganchos.......................................84

Fig. 55 Fotomicrografia de Paracavisoma impudica (Diesing, 1851) Kritscher, 1995.

Porção mediana do macho revelando testículos....................................................85

Fig. 56 Fotomicrografia Paracavisoma impudica (Diesing, 1851) Kritscher, 1995. Porção

posterior do macho, com bursa copulatória..........................................................86

Fig. 57 Fotomicrografia de Paracavisoma impudica Diesing, 1851) Kritscher, 1995.

Ovo........................................................................................................................87

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17

1. INTRODUÇÃO

O interesse pela aquicultura e pela piscicultura tem se difundido em todo o mundo,

principalmente no que se refere à exploração de organismos dulcícolas. Estas atividades vêm

sendo praticadas há alguns séculos, uma vez que existem registros do cultivo de carpas em

viveiros datados do século V a.C. Especula-se que a aqüicultura tenha raízes ainda mais remotas,

nas civilizações do oriente que eram altamente organizadas e voltadas para o mar e os peixes

constituíam um importante componente na dieta.

As atividades de piscicultura ou icitiocultura integram todas as ações relacionadas à

produção mais econômica de peixes para consumo humano ou de repovoamento de numerosos

cursos de água tais como, lagos, lagunas, reservatórios, oceanos e mares, onde a produção de

ovos e de peixes jovens é destinada a aumentar ou manter o equilíbrio das populações piscícolas.

A piscicultura ao redor do mundo tem causado benefícios nutricionais e sociais significativos,

além de não acarretar grandes custos ambientais. Já a aqüicultura tem se tornado um dos setores

de produção de alimentos em elevada expansão mundial, passando nas últimas décadas de

modelos rudimentares de economia familiar para atividade empresarial, em muitos casos

altamente tecnificada (CARVALHO-VARELA 2005).

No Brasil, principalmente na região sul, a prática da piscicultura vem atuando como

grande fonte econômica, através do cultivo de diversas espécies de peixes. Entre 1994 e 2000, a

produção mediada pela aqüicultura e piscicultura duplicou, atingindo previamente as estimativas

para 2010 (CARVALHO-VARELA 2005).

A piscicultura no Brasil iniciou, sobretudo, nos represamentos originados com a

construção de grandes hidrelétricas, estes que tornam-se um habitat confinado de peixes e outros

organismos aquáticos. Em regime de confinamento, os peixes ficam submetidos a um estresse

crônico resultante da alta densidade, manipulação inerente aos cultivos – desinfecção, tratamento,

transporte, reprodução artificial e de degradação da qualidade da água por produtos estranhos ou

de excreção. Porém, o confinamento não traz só estresse fisiológico ao organismo, mas também

modificações que se refletem na disponibilidade dos recursos alimentares. Por conseqüência,

podem alterar a composição da dieta dos peixes, levando à uma disfunção nutricional e também

interferindo na reprodução destes. Além de tudo, o confinamento também pode causar a

diminuição do forrageio, que consiste em um potencial de distanciamento de seu habitat como

objetivo de caça (CARVALHO- VARELA 2005).

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Outro fator importante, e que vem sendo discutido amplamente pela comunidade

científica, consiste no fato de que as hidrelétricas proporcionam um sistema de confinamento que

incide em imposição de barreira geográfica, podendo então desencadear problemas de

especiação. A especiação é definida como um processo evolutivo onde novas espécies se formam

(PEREIRA & SOARES-GOMES 2002). Este processo pode se dar através de uma transformação

gradual de uma espécie em outra ou pela divisão de uma espécie em duas. Este fenômeno age

fazendo com que alelos evolutivos não se perpetuem e tornando aquela espécie restrita àquela

localidade, que implicará tanto em restrição alimentar, como em alterações de comportamento e

especificidade de um determinado parasito.

Todos estes fatores causam um desequilíbrio no sistema auto-imune, abrindo portas para

agentes biológicos oportunistas como fungos, bactérias, vírus, protozoários e helmintos, causando

doenças, com possível mortandade naquela população, ou ainda a disseminação destes agentes

patogênicos por todo um habitat. Isto vem ocorrendo principalmente em regiões onde os sistemas

de confinamento são implantados, como pisciculturas, mariculturas ou ainda de forma não

intencional em hidrelétricas, onde além do fato de haverem espécies nativas com seu sistema

imune abalado fisiologicamente (abertas à invasão de agentes patogênicos), há também muitas

vezes introdução de espécies exóticas. Embora sejam específicos para seus hospedeiros e capazes

de infectar uma espécie ou um número limitado, as espécies introduzidas transportam geralmente

agentes patogênicos de outras regiões. Estes podem tornar-se mais agressivos para os organismos

nativos que se tornam hospedeiros paratênicos viáveis, ampliando a sua distribuição geográfica e

desequilibrando o ecossistema local. Uma vez presentes em um ambiente fragilizado pelo fator

confinamento e encontrando espécies viáveis, estes organismos introduzidos poderão se

estabelecer e causar doenças em novos hospedeiros. Neste caso podem causar patogenias mais

severas que se antes em seus hospedeiros não causavam problemas, em hospedeiros nativos

poderão até levar à óbito. Patógenos podem ainda se disseminar por outro habitat através de água

contaminada ou pelo contato entre animais saudáveis e portadores, afetando não somente uma

população como um ecossistema inteiro.

Este fato vem ocorrendo em hidrelétricas que são constituídas em rios onde, após a

construção de barragens, espécies nativas são confinadas e muitas vezes espécies exóticas são

introduzidas, a fim de favorecer a população de pescadores e aumentar a renda local através da

pesca e criação. O estudo das doenças dos peixes também denominado por “Patologia piscicola”

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ou “Ictiopatologia” é um ramo da ciência relativamente recente. CARVALHO-VARELA (2005)

relata que esta linha de estudo originou-se em 1904, a partir de trabalhos realizados pelo

professor Hofer, na Faculdade Veterinária de Munique. Porém, somente em 1960 o conhecimento

das doenças dos peixes e de outros animais aquáticos, induzido pelo imperativo econômico do

desenvolvimento da aqüicultura, se difundiu por todo o mundo.

Desde então, muitos estudos têm demonstrado que a maior parte dos grupos de parasitos

de peixes, salvo os de restrita especificidade ao hospedeiro, são cosmopolitas tornando as

doenças de peixes não somente um problema local, mas sim mundial (CARVALHO- VARELA

2005).

A investigação dos problemas que os parasitas causam é de grande interesse,

principalmente nos hospedeiros que estão com seus estoques comprometidos, como espécies

endêmicas e migratórias. O maior desafio de veterinários e produtores está no diagnóstico, já que

o conhecimento sobre a manifestação da doença nos peixes é extremamente complexo, pois os

aspectos sintomáticos e lesionais são em geral, muito comuns em vários processos patológicos.

Isto se torna preocupante já que muitos parasitos são considerados agentes patológicos primários.

As parasitoses geralmente são registradas quando o peixe é descarregado e as lesões são óbvias

obrigando então a rejeição do peixe pelo próprio pescador ou pela inspeção sanitária. Em

populações cultivadas, os hábitos gregários dos cardumes e as alterações do meio, podem

favorecer a reprodução de certas espécies parasitárias, aumentando o seu número e poder de

transmissão, tornando-se direta ou indiretamente, bastante patogênicas.

O Brasil apresenta o maior número espécies de peixes de água doce, possuindo 2122

espécies catalogadas constituindo cerca de 21% das espécies conhecidas do mundo. Bacias

hidrográficas isoladas podem apresentar elevado endemismo, por exemplo, 60% das 75 espécies

de peixes do rio Iguaçu são endêmicas. Provavelmente 30 a 40% dos peixes neotropicais de

águas interiores ainda não foram descritas e, assim, um número mais realista para as águas

brasileiras pode ser 5000 espécies (REIS et al. 2003).

Os parasitos estudados no presente trabalho pertencem ao filo Acanthocephala. Os

acantocéfalos foram inseridos por muitos anos em Nematoda, porém hoje, constitui um grupo

zoológico isolado, o filo Acanthocephala, que possui cerca de quarenta espécies associadas a

peixes do Brasil (SANTOS et al. 2008).

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Os acantocéfalos apresentam sexos separados apresentando dimorfismo sexual. Suas

principais características morfológicas são a probóscide, o receptáculo da probóscide, glândulas

alongadas ligadas ao receptáculo da probóscide e um emaranhado de tubos na parede do corpo

constituindo o sistema lacunar. A probóscide é constituída por um saco muscular alongado, cujos

músculos vão de uma a outra extremidade e são responsáveis pelos movimentos do corpo deste

parasito. Apresenta ainda ganchos quitinosos implantados na camada muscular por meio de raízes

que podem ser definidas como simples ou duplas, em forma de U invertido, podendo dirigir-se

tanto para a extremidade do corpo quanto para a extremidade da probóscide. Em todos os

acantocéfalos a probóscide é invaginável durante a fase larvar. Durante a fase adulta, a

probóscide pode se invaginar inteiramente, porém em alguns grupos, não se invagina na fase

adulta. Na extremidade posterior da bainha se inserem músculos, chamados retináculos e o

ligamento central. Em muitas espécies,a parte do corpo junto à probóscide é diferenciada em

pescoço que é geralmente provido de pequenos ganchos e retrátil para dentro da cavidade do

corpo (TRAVASSOS 1950).

Alguns autores consideram o pescoço como fazendo parte da probóscide.

Funcionalmente, isto é exato em muitos casos, mas o estudo comparativo de diversos tipos

demonstra que trata-se de uma diferenciação da porção anterior do corpo cujas etapas evolutivas

são passiveis de observação nas várias espécies.

A superfície do corpo geralmente é revestida pelo tegumento, onde muitas vezes

encontram-se ganchos, sobretudo na região anterior. Na hipoderme, o sistema lacunar está

presente e provavelmente funciona como um primitivo sistema circulatório, distribuindo

nutrientes para as células. Pode haver numerosos fragmentos de núcleo ou um número pequeno

de núcleos gigantes, que são utilizados como característica taxonômica (TRAVASSOS 1950).

O sistema nervoso desses helmintos consiste num gânglio central situado junto ou no

interior da bainha da probóscide e de nervos longitudinais dirigidos para a probóscide ou para a

extremidade posterior do corpo. Esses nervos passam da bainha da probóscide para a parede do

corpo por dois troncos envolvidos de fibrilas musculares e são dispostos em espiral muito unida,

de maneira a poder sofrer uma distensão mais ou menos acentuada. Dos nervos longitudinais

originam-se ramos que se dirigem às diversas partes do organismo. O ligamento central é um

ligamento de tecido conjuntivo, guarnecido de alguns músculos, que se estendem da extremidade

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posterior da bainha da probóscide à extremidade posterior do corpo, estes músculos servem para

fixação e sustentação dos órgãos genitais (TRAVASSOS 1950).

Os sexos são separados e os machos possuem dimensões um pouco inferiores às das

fêmeas. O aparelho genital do macho é constituído pelos testículos, canais deferentes, canal

ejaculador, pênis, bursa copulatória e glândula de cemento. Os testículos, em um número de dois,

são esféricos, elipsóides ou alongados, situados geralmente na parte média do corpo ou às vezes

próximo de uma das extremidades. Seguem então as glândulas de cemento, que podem variar sua

forma de acordo com a espécie. O reservatório da glândula de cemento e os canais deferentes

reúnem-se para formar o canal ejaculador. Este é guarnecido por alguns músculos que abrem-se

na extremidade formando então o pênis, que é constituído por uma saliência cônica das paredes

do corpo. O poro genital é rodeado por ductos que o ligam ao pênis, formando uma bursa

copulatória. A bursa copulatória é uma expansão campanular da extremidade posterior que se

pode retrair completamente no corpo. Ocorre ainda um órgão adicional de lubrificação na maioria

dos acantocéfalos, comumente conhecido como bolsa de Saffitigen (THATCHER 2006).

As glândulas de cemento são geralmente unicelulares, com núcleo volumoso, disposta em

número de 6 e 8, ou podem ainda constituir um só órgão, com várias células ou sincício, cujas

dimensões e formas são muito variáveis. Podem ser arredondadas ou elipsóides e podem ser

alongadas. Quando alongadas freqüentemente se fusionam em parte do percurso, para se isolarem

novamente na porção terminal e apresentarem os ductos independentes. Possuem 1, 6 ou 8 canais

excretores que acompanham os canais deferentes e ejaculador e apresentam dilatações em forma

de vesícula. Abrem-se no canal ejaculador pouco antes de sua terminação, podendo apresentar

aspectos muito diversos (THATCHER 2006).

Nas fêmeas, os órgãos reprodutivos originam-se por ligamentos, estruturas tubulares que

se estendem até a porção posterior do corpo. Os órgãos genitais são constituídos por duas partes:

ovejetor e núcleos ovígeros. Os núcleos ovígeros ficam situados livres na cavidade geral, caso em

que a campainha se abre nesta cavidade, ou ficam em dois estojos de tecido conjuntivo, formados

às expensas do ligamento central, constituindo dois sacos conjuntivos (ovário e útero). Nos

núcleos ovígeros desenvolvem-se os ovos, que possuem uma cápsula constituída por três ou

quatro membranas (TRAVASSOS 1950). Após sua maturação são armazenados no útero, sendo

mais tarde fecundados e expelidos pelo poro vaginal. Os ovos maduros geralmente consistem de

uma larva armada com seis ganchos. O ovejetor é constituído pela campainha e pela vagina,

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primeiramente parece destinado unicamente à condução centrípeta dos espermatozóides durante o

processo de fecundação. Porém os ovos podem ser postos pela ruptura das paredes do corpo do

parasito e neste caso são armazenados em sacos conjuntivos. A campainha é um órgão muscular,

campanular, tendo a abertura voltada para a extremidade anterior. No fundo da campainha uma

abertura com esfíncter que se comunica com a vagina, está presente podendo apresentar também,

lateralmente, duas aberturas que comunicam-se com duas cavidades sacciformes. A vagina possui

continuidade anatômica com a campainha e com a abertura externa, possui a parte média dilatada

e a mais externa provida de fortes esfíncteres. A vulva fica situada no fundo de uma das

numerosas pregas do corpo, na extremidade posterior (THATCHER 2006).

Durante a copulação, o macho converge sua bursa copulatória na extremidade posterior da

fêmea. Neste momento, as glândulas de cemento começam a secretar o cemento. O pênis é

inserido na vagina e os espermatozóides são injetados na cavidade úterina. Os ovos fecundados

são eliminados para o ambiente através das fezes do hospedeiro definitivo. A larva não se

desenvolve até que seja ingerida pelo hospedeiro intermediário. No intestino do hospedeiro

intermediário, os ovos liberam a larva acantor que penetra na parede intestinal por meio dos

ganchos, e no tubo digestório do hospedeiro intermediário, sofre transformação desenvolvendo

uma espécie de probóscide provida de ganchos e passa a ser denominado acantela (THATCHER

2006).

A evolução dos acantocéfalos ocorre através de um hospedeiro intermediário, geralmente

invertebrado. No ambiente aquático, o hospedeiro intermediário é geralmente um microcrustáceo.

As larvas parecem não ser exigentes quanto à escolha do hospedeiro intermediário; os adultos,

porém, tem maior especificidade, cada espécie parasitando determinados hospedeiros

(TRAVASSOS 1950).

As larvas completamente evoluídas apresentam a probóscide já formada, guarnecida

anteriormente de vários ganchos quitinosos, com os quais perfura as paredes do tubo digestório

do hospedeiro intermediário, enquistando-se na cavidade geral ou nos músculos. Os ganchos da

probóscide são característicos para cada espécie, apenas apresentando dimensões menores

comparando com os adultos. O corpo é elipsóide e muito reduzido em relação à probóscide.

Todos os órgãos já estão formados, mas são de dimensões muito reduzidas (THATCHER 2006).

Se o hospedeiro intermediário contém uma acantela, o hospedeiro desenvolve o estágio

adulto do parasito em seu intestino. Se a acantela for ingerida por um hospedeiro inapropriado,

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ocorre a penetração do parasito na parede intestinal e permanece encistado até que haja condições

para a passagem à um hospedeiro definitivo correto. Estes hospedeiros são chamados de

transporte, já que não há desenvolvimento desta fase larvar no período em que permanece

encistada. Os peixes podem servir como hospedeiros definitivos ou hospedeiros de transporte,

sendo comum o encontro de acantelas encistadas no mesentério, fígado e outros órgãos pequenos.

Os peixes podem adquirir os acantocéfalos adultos através da ingestão de crustáceos ou de

pequenos peixes que servem como hospedeiros de transporte (THATCHER 2006).

Figura 1: Ciclo Acanthocephala

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Observa-se freqüentemente nestes helmintos o fenômeno do reencistamento quando

conduzidos em hospedeiro inapropriado, as larvas podem ser encontradas em insetos ou mesmo

em animais predadores de insetos (THATCHER 2006).

São considerados patogênicos por serem dotados de ganchos na região anterior de

probóscide que são utilizados para fixação na parede do intestino do hospedeiro (THATCHER

1991). Esta fixação pode provocar uma reação inflamatória localizada, ou até mesmo desenvolver

peritonite, provocando grandes danos aos seus hospedeiros (EIRAS et al. 1995). Também podem

provocar outras lesões como ocasionar a curvatura da espinha dorsal do hospedeiro, compressão

e erosão da mucosa, formação de cápsula fibrosa ao perfurar o intestino – que muitas vezes

atingem o fígado, segregando enzimas com atividades semelhantes a triptosina que degradam o

colágeno e diminuição das nadadeiras abdominais (DEZFULI et al. 2008).

As infecções parasitárias por espécies deste grupo são consideradas uma grave ameaça

para o desenvolvimento dos peixes, tanto na natureza como nas explorações industriais. Nestas

condições o parasitismo massivo pode causar, em certos casos, graves conseqüências aos

hospedeiros, devido aos ganchos cefálicos do parasito, que podem provocar hemorragias e

grandes lesões necróticas da mucosa intestinal (CAMPOS 2006).

Quanto à casos de zoonoses, OWEN (2005) registrou em Papua, Nova Guiné, uma

infecção causada por Macracanthorhynchus hirudinacus (Pallas, 1781) em uma criança de 3

anos. No Brasil uma espécie de Acanthocephala é relacionada à zoonose principalmente em

crianças, Moniliformis moniliformis (Bremser, 1811) Travassos, 1915, que é transmitida durante

a ingestão acidental de baratas ou contato com ratos, que atuam como hospedeiros intermediários

(MIYAZAKI 1991).

Nesta dissertação foram analisadas dez espécies de peixes dulcícolas, provenientes do rio

Paraná, PR, Brasil em seu habitat natural e do reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu, nas

localidades de Foz do Iguaçu, Santa Helena, Guaíra e Missal, PR, Brasil, parasitadas por

Acanthocephala.

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1.1 ÁREA DE ESTUDO

O local de estudo foi o rio Paraná, em seu ambiente natural e no reservatório da Usina

Hidrelétrica de Itaipu Binacional nas localidades de Foz do Iguaçu, Guaíra, Santa Helena e

Missal (Fig. 1).

O rio Paraná é um rio sul-americano que nasce entre os estados de São Paulo, Minas Gerais,

Mato Grosso do Sul e Paraná, na confluência de dois importantes rios brasileiros: Grande e

Parnaíba. Durante seu percurso, banha também o estado do Paraná, apresentando extensão total

de 3.998 km, que lhe renderia o posto de nono rio mais extenso do mundo, caso fosse contado o

trecho do rio Paranaíba. O rio Paraná demarca a fronteira entre Brasil e Paraguai, numa extensão

de 190 km até a foz do rio Iguaçú. Na confluência do rio Paraguai, o rio Paraná entra

inteiramente em terras argentinas e passa a percorrer a direção sul, desaguando no delta do

Paraná. A sua vazão na foz, é comparável à de rios como o rio Mississipi e o rio Grande.

O reservatório de Itaipu, localizado no rio Paraná (24°05’ e 25°33’S, 54°00’ e 54°37’W),

ao longo da fronteira do Brasil e Paraguai, foi fechado em outubro de 1982. O lago artificial

possui uma extensão de cerca de 150km e uma área de 1.350km² no Paraguai), apresentando uma

bacia de drenagem que envolve quase 10% do território brasileiro (820.000km²) (PAVANELLI

et al. 1997). A região do reservatório de Itaipu, em sua margem esquerda, era coberta por floresta

pluvial subtropical que cobria os vales dos rios do sul do Brasil em altitudes inferiores a 500m.

Até 1960, esta vegetação cobria cerca de 75% do extremo oeste do estado do Paraná, tendo sido

reduzida, em menos de 20 anos, para aproximadamente 8,6%. Em 1982, quando o reservatório

foi fechado, nenhuma área arborizada de dimensões significativas foi alagada em território

paranaense. O reservatório de Itaipu apresenta gradiente longitudinal bem definido, com três

zonas distintas, ou seja, zona fluvial, de transição e lacustre (AGOSTINHO et l. 1995, PAGIORO

1999).

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Figura 2: Mapa rio Paraná, com localidades de estudos destacadas.

Fonte: Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional

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Figura 3: Tanque de peixes na Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional – Foz do Iguaçu.

Fonte: Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes, Instituto Oswaldo Cruz – FIOCRUZ

Figura 4: Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, PR, Brasil.

Fonte: Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes, Instituto Oswaldo Cruz – FIOCRUZ

A Itaipu Binacional é gestora da Usina Hidrelétrica de Itaipu, responde por 25% da

energia consumida no Brasil e 95% no Paraguai. Cerca de 60% do PIB brasileiro é gerado

utilizando energia de Itaipu (Figs. 2 e 3). O constante monitoramento ambiental, ao longo do

tempo, vem indicando a perspectiva de assoreamento, decorrente da erosão dos solos agrícolas

nas bacias hidrográficas de influência ao reservatório. Mediante à fatores de responsabilidade

social da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, foi determinada a melhoria da qualidade do

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reservatório, dando ênfase ao que refere-se à áreas de apoio às atividades de pesca profissional

(pontos de pesca), para atender a cerca de 800 pescadores artesanais na linha traçada pelo

Governo Federal: gerar proteína animal a partir da piscicultura em tanques-rede, como forma de

integrar Itaipu aos programas de erradicação da fome no País (Fonte: Usina Hidrelétrica de Itaipú

Binacional).

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1.2 OBJETIVOS

Objetivo geral:

Estudo taxonômico e apresentação de dados sobre a ocorrência de helmintos pertencentes

ao filo Acanthocephala parasitos de peixes provenientes do rio Paraná, em seu ambiente natural e

no reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional.

Objetivos específicos:

Registrar o parasitismo do filo Acanthocephala nos hospedeiros examinados.

Identificar os acantocéfalos encontrados nos diferentes hospedeiros.

Registrar a ocorrência de novos hospedeiros de acantocéfalos nas localidades do rio

Paraná, em seu ambiente natural e no reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu

Binacional.

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2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1 COLETA E PROCESSAMENTO DOS HOSPEDEIROS

Durante o período de 1985 a 2009 foram examinadas 99 espécies diferentes de peixes

provenientes do rio Paraná e do reservatório da Usina Hidrelétrica de Itaipu Binacional, nas

localidades de Foz do Iguaçu, Santa Helena, Guaíra e Missal por pesquisadoras do Laboratório de

Helmintos Parasitos de Peixes, do Instituto Oswaldo Cruz. As espécies identificadas parasitadas

por Acanthocephala foram: Loricaria sp. – “cascudo” (Fig. 4); Hypostomus cochliodon Kner,

1854 – “cascudo” (Fig. 5); Hypostomus regani (Ihering, 1905) – “cascudo” (Fig. 6); Bergiaria

westermanni (Lütken, 1874) – “mandi-beiçudo” (Fig. 7); Pimelodus maculatus Lacèpéde, 1803 –

“mandi-amarelo” (Fig. 8); Oxydoras kneri Bleejer, 1862 – “abotoado”, “botoado” ou “armado”

(Fig. 9); Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) – “curimbatá” (Fig. 10); Schizodon Knerii

(Steindachner, 1875) – “piau-moça” (Fig. 11); Schizodon fasciatus Spix & Agassiz, 1829 –

“piava” (Fig. 12); Brycon orbignyanus (Valenciennes, 1850) – “piracanjuba” (Fig. 13). As

informações sobre as espécies de peixes estão de acordo com FROESE & PAULY (2009). Os

peixes foram sedados com uma solução de Eugenol 1ml/10 litros e após o exame foram utilizados

para alimentação dos animais do Criadouro de Animais Silvestres da Itaipu Binacional.

Figura 5: Processo de anestesia dos hospedeiros.

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Figura 6: Processo de medição dos hospedeiros.

Figura 7: Processo de pesagem dos hospedeiros.

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2.2 COLETA E FIXAÇÃO DOS PARASITOS

Os helmintos coletados nestes peixes foram processados de acordo com a metodologia

específica para cada grupo e estudados pela equipe do laboratório. Os acantocéfalos,

objeto de estudo desta dissertação, foram coletados no intestino de seus hospedeiros, resfriados

em geladeira tipo doméstica por 24 horas em solução salina 0,85%, para que a probóscide fosse

totalmente extrovertida, fixados em formol 5% ou A.F.A. e posteriormente foram armazenados

em álcool 70º.

Figura 8: Necropsia dos hospedeiros.

Figura 9: Coleta dos helmintos.

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Figura 10: Coleta dos acantocéfalos no intestino dos hospedeiros.

2.3 MICROSCOPIA

Para o estudo taxonômico e sistemático, os acantocéfalos foram corados utilizando

carmim ácido de Mayer, desidratados por diferentes concentrações de etanol (EIRAS 2000) e

clarificados em creosoto de Faia por 48 horas (LASKOWSKI & ZDZITOWIECKI 2004). As

lâminas foram montadas em balsamo do Canadá e depositadas na Coleção Helmintológica do

Instituto Oswaldo Cruz (CHIOC). Os helmintos foram estudados pela microscopia de luz e pela

microscopia de varredura a laser confocal. As fotomicrografias foram realizadas utilizando

câmeras digitais acopladas aos microscópios Nikon E800 e Zeiss Axioscope 2, além do

microscópio de varredura a laser confocal Zeiss LSM 510. Todas as estampas apresentadas são

originais, exceto os desenhos dos exemplares inteiros, onde a autoria é indicada na legenda da

figura. Os helmintos foram medidos com o auxilio de uma ocular micrométrica e as medidas

apresentam-se em micrometros ou milímetros e com médias entre parênteses.

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3. HOSPEDEIROS

Todas as espécies estudadas pertencem à classe Actinopterygii, caracterizam-se por

reproduzirem-se em pequena faixa de tempo, aproximadamente 15 meses, e por habitarem as

bacias hidrográficas da América do Sul, principalmente o rio Paraná no Brasil. Segundo dados

registrados por CARVALHO-VARELA (2005) os gêneros Hypostomus, Oxydoras, Prochilodus

e Schizodon possuem espécies de peixes potenciais para cultivo no Brasil.

3.1 Loricaria sp. (Siluriformes, Loricariidae)

Figura 11: Loricaria sp. (Fonte: Graça & Pavanelli 2007. 121f).

Possui coloração amarelada ou amarronzada. Seu valor econômico é agregado ao comércio

freqüente para uso em aquários. Alimenta-se de detritos e sedimentos. Vulgarmente é conhecido

como “cascudo”. (GRAÇA & PAVANELLI 2007).

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3.2 Hypostomus cochliodon Kner, 1854 (Siluriformes, Locariidae)

Figura 12: Hypostomus cochliodon Kner, 1854 (Fonte: Graça & Pavanelli 2007).

Habita a bacia hidrográfica do rio Paraná estabelecendo-se na região após a inundação da

região das Sete Quedas pela construção do reservatório de Itaipu (GRAÇA & PAVANELLI

2007). Chega a medir 23cm de comprimento e alimenta-se de detritos, sedimentos e larvas de

insetos (GARAVELLO & GARAVELLO 2004). Vulgarmente é conhecido como “cascudo-

pintado”.

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3.3 Hypostomus regani (Ihering, 1905) (Siluriformes, Locariidae)

Figura 13: Hypostomus regani (Ihering, 1905) (Fonte: www.israquarium.com.br - Acessado em: 08/09/09)

Habita as bacias hidrográficas do Paraguai e o rio Paraná, caracteriza-se por apresentar listras

dorsais e ventrais, corpo escuro com pintas claras e pode medir até 40cm de comprimento total.

Possui alimentação a base de larvas de insetos, detritos e sedimentos, e vulgarmente é conhecido

como “cascudo” (GRAÇA & PAVANELLI 2007).

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3.4 Bergiaria westermanni (Liitken, 1874) (Siluriformes, Pimelodidae)

Figura 14: Bergiaria westermanni (Liitken, 1874) (Fonte: Godoy, 1986, f. 56).

Morfologicamente esta espécie caracteriza-se por possuir o lábio superior mais grosso do que

as demais espécies deste gênero, projetando-se para frente (GODOY1986). Seus hábitos

alimentares baseiam-se em detritos depositados no fundo do rio. É conhecido vulgarmente com

“mandi-beiçudo”,

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3.5 Pimelodus maculatus Lacèpéde, 1803 (Siluriformes, Pimelodidae)

Figura 15: Pimelodus maculatus Lacàpéde, 1803 (Fonte: www.fishbase.org - Acessado em 14/10/09)

Espécie com ampla distribuição no Brasil e em várias bacias hidrográficas sul americanas é

muito apreciado na pesca profissional e esportiva. Mede até 50cm de comprimento total. De

hábito alimentar onívoro, possuindo tendência à ictiofagia. Este peixe é popularmente conhecido

como “mandi- pintado” (GODOY 1986).

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3.6 Oxydoras kneri Bleejer, 1862 (Siluriformes, Doradidae)

Figura 16: Oxydoras kneri Bleejer, 1862 (Fonte: planetcatfish.com - Acessado em: 03/10/08)

Pode ser encontrada em maior quantidade na região de cabeceira, seu sitio reprodutivo

(GRAÇA & PAVANELLI 2007). Caracteriza-se por ser um peixe de porte médio, chegando a

medir 70cm e por ser uma espécie não selecionadora de alimento, verificando assim uma

plasticidade alimentar, conforme a disponibilidade e a necessidade. É vulgarmente conhecida

como “abotoado”.

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3.7 Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) (Characiformes, Prochilodontidae)

Figura 17: Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836) (Fonte: tritongroup.biz - Acessado em: 03/10/08)

Diferencia-se das demais espécies do gênero por apresentar duas fileiras de dentes. Apresenta

comportamento migratório, deslocando-se para longas distâncias e sempre em grandes cardumes.

Mede até 80cm de comprimento total. Alimenta-se de matéria orgânica de substratos lamosos e

de fauna bentônica, para qual sua boca é especialmente adaptada. Comumente conhecido como

“curimbatá” (GRAÇA & PAVANELLI 2007).

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3.8 Schizodon Knerii (Steindachner, 1875) (Characiformes, Anostomidae)

Figura 18: Schizodon knerii (Steindachner, 1875) (Fonte: sfrancisco.bio.br - Acessado em: 03/10/08)

Este peixe possui importância na pesca profissional na represa de Três Marias onde chega a

atingir 25cm. Vulgarmente conhecido como “piau- moça” (GRAÇA & PAVANELLI 2007).

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3.9 Schizodon fasciatus (Spix & Agassiz, 1829) (Characiformes, Anostomidae)

Figura 19: Schizodon fasciatus (Spix & Agassiz, 1829) (Fonte: www.fishbase.org - Acessado em: 10/01/10)

Reproduz-se uma vez por ano no inicio das enchentes. Seus alevinos costumam se

desenvolver em áreas restritas, como lagos e poças. É uma espécie herbívora, se alimentando

principalmente de algas, sementes e folhas de gramíneas aquáticas. Seu comprimento total pode

chegar a 30cm. Comumente conhecido como “piava” (GRAÇA & PAVANELLI 2007).

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3.10 Brycon orbignyanus (Valenciennes, 1850) (Characiformes, Characidae)

Figura 20: Brycon orbignyanus (Valenciennes, 1850) (Fonte: www.geocites.com - Acessado em: 08/10/09)

De corpo alongado, vive em rios alimentando-se de insetos. Bastante apreciado na pesca e

comumente utilizado na piscicultura, por ter seu tempo de engorda mais curto. Seu comprimento

tota chega a 80cm. É conhecido vulgarmente como “piracanjuba” (GRAÇA & PAVANELLI

2007).

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4. RESULTADOS

Foram examinados 1150 espécimes de peixes pertencentes a 99 diferentes espécies, de

1985 a 2009, pelos pesquisadores do Laboratório de Helmintos Parasitos de Peixes do Instituto

Oswaldo Cruz. Destas espécies, 80% encontraram-se parasitadas por pelo menos uma classe de

helminto, sendo que os acantocéfalos apresentaram prevalência de 14% (KOHN et al. 2003).

4.1 DESCRIÇÃO DOS ACANTOCÉFALOS ENCONTRADOS

Classe Eoacanthocephala

Ordem Neoechinorhynchida

Família Neoechinorhynchidae

4.1.1 Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979 (Figs. 21 - 31) (Tabela 1)

Hospedeiros: Hypostomus cochliodon Kiner, 1854; Hypostomus regani Ihering, 1905 e Loricaria

sp. (Novos hospedeiros).

Localidades: Foz do Iguaçu (rio Paraná) e Guaíra (reservatório).

CHIOC nº 37378; 37379; 37380 a-b; 37381 a-b.

Tronco cilíndrico, ligeiramente recurvado ventralmente. Parede do corpo proeminente ao

longo do corpo, contendo núcleos hipodérmicos em forma irregular, arranjados em cinco dorsais

e um ventral ramificado. Probóscide arredondada, pequena, armada com 18 ganchos arranjados

em 3 fileiras circulares com 6 ganchos cada. Receptáculo composto por músculos espessos.

Gânglio esférico na base do receptáculo da probóscide. Lemniscos com largos núcleos, um destes

possui dois núcleos e o outro apenas um.

Machos:

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Medidas e descrição baseada em 2 exemplares: Tronco medindo 10,0 e 11,60mm x 1,32 e

1,54mm. Parede do corpo medindo em sua altura máxima 0,36mm – 0,38mm e 0,08mm –

0,16mm em sua altura mínima. Ganchos grandes medindo 26–30μ (28μ) x 8–10μ (8,55μ) (n=7).

Ganchos pequenos com 8–12μ (12,7μ) x 2–4μ (4μ) (n=8). Lemnisco maior 1,05 e 1,37mm x

0,12mm e lemnisco menor com 1,05 e 1,37mm x 0,10mm de largura. Testículo anterior com 1,60

e 1,75mm x 0,65 e 1,75mm. Testículo posterior com 1,55 e 2,25mm x 0,70 e 0,72mm.

Fêmeas:

Medidas e descrição baseadas em 4 exemplares: Tronco medindo 14.8 - 23,7mm

(18,2mm) x 1,17– 2,50mm (1,9mm). Parede do corpo medindo em sua altura máxima 0,28mm –

0,50mm e 0,08mm – 0,24mm em sua altura mínima. Probóscide com 100-135μ (120μ) x 85-95μ

(91,2μ). Ganchos grandes com 26-30μ (29μ) x 6-12μ (9,7μ) (n=20). Ganchos pequenos com 8-

12μ (11μ) x 2-4μ (3μ) (n=18). Lemnisco maior 1,35-3,15mm (2,38mm) x 0,10-0,27mm (10mm).

Lemnisco menor com 1,54-2,07mm (1,83mm) x 0,06-0,07mm (0,07mm). Ovos com 30-40μ

(32μ) x 8-14μ (8μ) (n=15).

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46

Figura 21: Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Vista lateral do holótipo

(macho), detalhe: tromba estendida, mostrando ganchos. Segundo Thatcher, 1979.

21

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Figura 22: Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção anterior do macho, revelando a probóscide (seta grossa preta), receptáculo da probóscide (seta grossa branca), núcleo hipodérmico na parede do corpo (seta fina preta) e lemniscos (asteriscos). Barra: 1mm

22

*

*

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48

Fig. 2

23

Figura 23: Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Probóscide

com ganchos laterais (setas). Barra: 0,10mm.

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Fig.6

Figura 24: Fotomicrografia de varredura a laser confocal de Gorytocephalus elongorchis,

Thatcher, 1979. Núcleo hipodérmico na parede do corpo (asterisco). Barra: 1mm

24

*

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50

25

Figura 25: Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção mediana do macho, revelando núcleos hipodérmicos na parede do corpo (setas pretas) e testículos

(setas brancas). Barra: 1mm

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51

26

Figura 26: Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção posterior

do macho, revelando o aparelho reprodutor. Barra: 0,10mm

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Figura 27: Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção

posterior do macho, com bursa copulatória. Barra: 0,45mm

27

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Figura 28: Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção mediana da fêmea

com núcleos ovígeros (setas) e núcleos hipodérmicos (asteriscos). Barra: 0.3mm

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Figura 29: Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção

posterior da fêmea, revelando aparelho reprodutor. Barra: 0,25mm

29

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55

30

Figura 30: Fotomicrografia de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção posterior da fêmea. Aparelho reprodutor - Núcleos ovígeros (setas), ovejetor

(asterisco) e poro terminal (seta grossa). Barra: 0,30mm

*

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Figura 31: Fotomicrografia de varredura a laser confocal de Gorytocephalus elongorchis Thatcher, 1979. Porção posterior da fêmea, revelando ovejetor (asterisco), ovos (setas) e

postura de ovos pelo ovejetor (seta preta). Barra: 0,10mm

*

31

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4.1.2 Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) curemai Noronha, 1973 (Figs. 32 – 39) (Tabela 1)

Hospedeiro: Prochilodus lineatus (Valenciennes, 1836)

Localidades: Guaíra, Lagoa Saraiva e Foz do Iguaçu (rio Paraná).

CHIOC n° 37372; 37373; 37374a-d.

Tronco com cinco núcleos hipodérmicos dorsais e um ventral. Probóscide curta e

ligeiramente globular, armada com três círculos de 6 ganchos cada. Receptáculo da probóscide

inserido na base da probóscide, provido de uma única parede. Dois lemniscos significativamente

diferentes no comprimento, um binucleado maior do que o outro uninucleado. Dois testículos

elípticos. Glândulas de cemento alongadas com o reservatório de cemento arredondado.

Machos (Adultos):

Medidas e descrição baseada em 4 exemplares: Tronco medindo 15,5 - 21,5mm (17,9mm)

x 0,87-1,05mm (0,96mm). Probóscide com 150-200µ (160µ) x 120- 180µ (140µ), ganchos

apicais com 36-54µ (43µ) x 8-14µ (10µ) (n=12). Ganchos medianos 30-32µ (30µ) x 6-8µ (5µ)

(n=7) e ganchos basais com 30-32µ (30µ) x 6µ (n=3). Receptáculo da probóscide com 0,45-

0,7mm (0,56mm) x 0,15-0,2mm (0,17mm). Lemnisco menor 2,87-3,62mm (3,21mm) x 0,12-

0,17mm (0,15mm). Lemnisco maior com 3,32-4,25mm (3,93mm) x 0,1-0,22mm (0,16mm).

Testículo anterior com 1 mm x 0,35 e 0,37mm. Testículo posterior com 2 e 2,1mm x 0,2 e

1,12mm.

Machos (Imaturos):

Medidas e descrição baseada em 2 exemplares: Tronco medindo 5,5mm x 0,55mm.

Probóscide com 130 e 200µ x 120 e 150µ. Ganchos apicais com 40-50µ (43µ) x 8-10µ (10µ)

(n=9), ganchos medianos com 30-36µ (32µ) x 6µ (n=6) e ganchos basais com 30-36µ (34µ) x 6-

8µ (6µ) (n=8). Receptáculo da probóscide com 0,3 e 0,4mm x 0,12 e 0,25mm. Lemnisco menor

com 1,12mm x 0,07mm. Lemnisco maior com 1,45mm x 0,12mm.

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Figura 32: Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) curemai Noronha, 1973. Segundo,

Kohn et al. 1985. Barra: 1mm.

25

a b

32

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59

Figura 33: Fotomicrografia de Neoechinorhynchus (N.) curemai Noronha, 1973. Porção anterior do macho, com probóscide (seta grossa) e ganchos laterais (setas). Barra:

0,15mm

33

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60

Figura 34: Fotomicrografia de varredura a laser confocal de Neoechinorhynchus (N.) curemai Noronha, 1973. Visão frontal da probóscide e ganchos (setas). Barra: 0,05mm

34

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35

Figura 35: Fotomicrografia de Neoechinorhynchus (N.) curemai Noronha, 1973. Porção mediana do macho, revelando núcleos hipodérmicos (setas) e lemniscos (asteriscos). Barra:

0,5mm

*

*

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37

Figura 37: Fotomicrografia de Neoechinorhynchus (N.) curemai Noronha, 1973. Porção mediana do macho, com testículos (setas) e núcleos hipodérmicos

(asterisco). Barra: 1mm.

*

*

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38

Figura 38: Fotomicrografia de Neoechinorhynchus (N.) curemai Noronha, 1973. Porção

posterior do macho, com bursa copulatória. Barra: 0,35mm

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4.1.3 Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) pimelodi Brasil-Sato & Pavanelli, 1998 (Figs. 40 –

45) (Tabela 1)

Hospedeiros: Pimelodus maculatus Lacèpéde, 1803 (hospedeiro tipo); Bergiaria westermanni

(Lütken, 1874); Brycon orbignyanus (Valenciennes, 1850) e Schizodon Knerii (Steindachner,

1875) (Novos hospedeiros).

Localidades: Guaíra, Santa Helena e Missal (rio Paraná) e Foz do Iguaçu (reservatório).

CHIOC nº 37367a-g; 37368a- e; 37369a-c; 37370; 37371

Tronco com cinco núcleos hipodérmicos dorsais e um ventral. Ganchos da probóscide

arranjados em três círculos de diferentes tamanhos. No primeiro circulo, os ganchos são mais

alongados e recurvados, com raízes únicas que alongam-se até a metade do comprimento de seus

ganchos. Os ganchos do segundo e terceiro circulo são menores e ligeiramente recurvados, com

pequenas raízes, de tamanhos intermediários. Pescoço alongado nos machos, jovens e fêmeas

maduras, podendo ser maiores do que a probóscide em fêmeas grávidas. O gânglio central situa-

se na porção distal. Apresentam dois lemniscos, um uninucleado e outro binucleado, de tamanhos

semelhantes.

Machos:

Medidas e descrição baseada em 8 exemplares: Tronco medindo 1,0 – 4,0mm (1,2mm) x

0,3 – 0,9mm (0,6mm). Probóscides invaginadas. Ganchos apicais com 68-112µ (84µ) x 8-16µ

(10µ) (n=33), ganchos medianos 24-50µ (30µ) x 5- 8µ (7µ) (n=12) e ganchos basais 20-30µ

(24µ) x 4-6µ (5µ) (n=14). Receptáculo da probóscide com 300–500µ (383µ) x 150–200µ (173µ).

Lemnisco menor medindo 350–1700µ (960µ) x 80-250µ (153µ). Lemnisco maior medindo 850-

1750µ (1196µ) x 160-220µ (186µ). Testículos arredondados, medindo anterior 600 e 760 x 450 e

650, posterior medindo 550 e 560 x 500 e 820. Glândula de cemento apresenta numerosos

núcleos.

Fêmeas:

Medidas e descrição baseadas em 9 exemplares: Tronco medindo 0,90 – 4,75 mm

(2,02mm) x 0,50 - 0,87mm (0,70mm). Probóscide medindo 100-240µ (179µ) x 150-200µ (181µ).

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Ganchos apicais 45-100µ (51µ) x 10-20µ (12µ) (n=43), ganchos medianos com 20-76µ (47µ) x

6-10µ (8µ) (n=16) e ganchos basais com 14- 40µ (26µ) x 4-8µ (6µ) (n=21). Receptáculo da

probóscide 150µ x 60µ. Lemnisco menor 825–1500µ (1250µ) x 170-240µ (196µ). Lemnisco

maior com 675-1725µ (1480µ) x 130-250µ (205µ). Ovos com 10-25µ (16µ) x 5- 15µ (10µ).

Núcleos ovígeros numerosos, distribuídos por todo o corpo, medindo 50-100µ (87µ) x 47-110µ

(66µ) (n=35). Ovos arredondados medindo 10-25µ (16µ) x 5-15µ (10µ) (n=35).

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Figura 40: Foto do intestino do hospedeiro Brycon orbignyanus (Valenciennes, 1805) parasitado

por Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) pimelodi Brasil-Sato e Pavanelli, 1998 (Setas).

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41

Figura 41: Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) pimelodi Brasil-Sato & Pavanelli, 1998. Visão lateral de exemplar macho. Segundo Brasil-Sato & Pavanelli, 1998. Receptáculo da probóscide (asterisco) e núcleos hipodérmicos (setas pretas).

Barra: 250µm.

*

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70

Figura 42: Fotomicrografia de varredura a laser confocal de Neoechinorhynchus (N.) pimelodi Brasil-Sato & Pavanelli, 1998. Visão da probóscide e ganchos (setas). Barra:

90µm.

42

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71

Figura 43: Fotomicrografia de Neoechinorhynchus (N.) pimelodi Brasil-Sato & Pavanelli, 1998. Exemplar macho. Testículos (setas pretas), glândula de cemento (asterisco),

reservatório de cemento (seta branca) e vesícula seminal (seta grossa). Barra: 1mm.

43

*

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Figura 44: Fotomicrografia de Neoechinorhynchus (N.) pimelodi Brasil-Sato & Pavanelli, 1998. Exemplar fêmea. Probóscide invaginada (seta grossa), lemniscos

(asteriscos) e núcleos ovígeros (setas pretas). Barra: 0,50mm

*

*

44

*

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Figura 45: Fotomicrografia de varredura confocal a laser de Neoechinorhynchus (N.) pimelodi Brasil-Sato & Pavanelli, 1998. Porção posterior da fêmea, revelando ovejetor (asterico), ovos (setas) e postura de ovos pelo ovejetor (seta grossa). Barra: 60µm.

45

*

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74

4.1.4 Octospiniferoides incognita Schmidt & Huggins, 1973 (Figs. 46 – 51) (Tabela 1)

Hospedeiro: Schizodon fasciatus (Spix & Agassiz, 1829) (Hospedeiro tipo).

Localidade: Guaíra (rio Paraná).

CHIOC n° 37375; 37376; 37377a-b

Tronco com cinco núcleos hipodérmicos dorsais e um ventral. Sua probóscide cilíndrica é

rodeada por três círculos irregulares com dez ganchos cada. Um dos lemniscos possui dois

núcleos e o outro apenas um. Receptáculo da probóscide inserido na base da probóscide e menor

do que os lemniscos. Núcleos ovígeros espalhados por todo corpo da fêmea. Dois testículos

elípticos.

Macho:

Medidas e descrição baseadas em 2 exemplares:Tronco medindo 12 e 13,37mm x 2,15 e

2,45mm. Probóscide medindo 250 e 275µ x 250µ. Ganchos apicais 46-60µ (53µ) x 6-14µ (11µ)

(n=9), ganchos medianos com 40-44µ (41µ) x 6-8µ (7µ) (n=9). Ganchos basais com 30-36µ

(33µ) x 6µ (n=8). Receptáculo da probóscide com 400 e 430µ x 300µ. Lemnisco menor com

0,94mm x 0,12mm. Lemnisco maior com 1,1mm x 0,13mm.

Fêmea:

Medidas e descrição baseada em 2 exemplares: Tronco medindo 14 e 19,87mm x 1,95 e

3,25mm. Probóscide medindo 300 e 325µ x 250 e 275µ. Ganchos apicais 50-70µ (58µ) x 8-14µ

(11µ) (n=10). Ganchos medianos com 34-46µ (39 µ) x 6- 8µ (7µ) (n=9). Ganchos basais com 30-

50µ (34µ) x 6-8µ (6µ) (n=8). Receptáculo da probóscide 450µ x 150µ. Ovos ausentes. Núcleos

ovígeros 84-120µ (103µ) x 62- 80µ (73µ) (n=10).

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46

Figura 46: Octospiniferoides incognita Schmidt & Hugghins, 1973. Visão lateral da

fêmea e do macho. Segundo Thatcher (1998).

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Figura 47: Fotomicrografia de Octospiniferoides incognita Schmidt & Hugghins, 1973. Porção anterior do macho, com probóscide, ganchos laterais (setas) e receptáculo da

probóscide (asterisco). Barra: 0,20mm.

40 47

*

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50

Figura 50: Fotomicrografia de Octospiniferoides incognita Schmidt & Hugghins, 1973.

Porção mediana do macho, revelando os testículos (setas). Barra: 0,70mm

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51

Figura 51: Fotomicrografia de Octospiniferoides incognita Schmidt & Hugghins, 1973. Porção posterior do macho, com bursa copulatória (seta).

Barra: 0,360mm

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Classe Palaeacanthocephala

Order Echinorhynchida

Família Cavisomidae

4.1.5 Paracavisoma impudica (Diesing, 1851) Kritscher, 1957 (Fig. 52 –57) (Tabela 1)

Hospedeiro: Oxydoras kneri (Bleejer, 1862)

Localidade: Foz do Iguaçu (rio Paraná).

CHIOC nº 37366a-p

Corpo cilíndrico, provido de probóscide claviforme com a porção anterior mais larga e

posterior mais estreita. Numerosos ganchos, distribuídos em 45 a 48 fileiras longitudinais de 23 a

27 ganchos cada. Os ganchos apicais distribuem- se em 30 a 40 ganchos mais finos, os medianos

em 50 a 56 ganchos mais robustos e os basais em 44 a 50 ganchos delgados e recurvados.

Lemniscos equivalentes ao receptáculo da probóscide, contendo gânglio central na porção final.

Poro genital subterminal. Machos com testículos alongados. Ovos alongados nas fêmeas.

Macho:

Medidas e descrição baseadas em 7 exemplares: Tronco medindo 3,5-7,75mm (5,89mm)

x 0,52-1mm (0,76mm). Probóscide com 470-1120µ (900µ) x 180-370µ (320µ). Ganchos apicais

medindo 28-46µ (34µ) x 8-12µ (8µ) (n=30), ganchos medianos com 26-42µ (32µ) x 2-14µ (7µ)

(n=30) e ganchos basais com 14-40µ (25µ) x 2-8µ (6µ) (n=30). Receptáculo da probóscide com

1,15-1,85mm (1,45mm) x 0,5-0,25m (0,26mm).

Fêmea:

Medidas e descrição baseadas em 10 exemplares: Tronco medindo 3-5,87mm (5,06mm) x

0,67-0,8mm (0,71mm). Probóscide com 0,75-1,12mm (1,04mm) x 0,25-0,42mm (0,37mm).

Ganchos apicais com 26-60µ (36µ) x 6-14µ (9µ) (n=45), ganchos medianos medindo 20-54µ

(38µ) x 6-14µ (9µ) (n=45) e ganchos basais medindo 20-36µ (27µ) x 6-14µ (7µ) (n=45).

Receptáculo da probóscide com 1,25- 1,67mm (1,35mm) x 0,15-0,25mm (0,19mm). Ovos

medindo 80-125µ (96µ) x 12- 22 (18µ) (n=15).

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Figura 52: Paracavisoma impudica (Diesing, 1851) Kritscher, 1995. Visão lateral do macho, segundo Schmidt & Hugghins, 1973. Probóscide (seta grossa preta), receptáculo da probóscide (asterisco), lemniscos (seta grossa

branca) e testículos (setas pretas).

52

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Figura 53: Fotomicrografia de Paracavisoma impudica (Diesing, 1851) Kritscher,

1995 . Probóscide e ganchos. Barra: 0,50mm.

53

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51

54

Figura 54: Fotomicrografia de varredura a laser confocal de Paracavisoma impudica

(Diesing, 1851) Kritscher, 1995. Probóscide e ganchos. Barra: 0,10mm.

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55

Figura 55: Fotomicrografia de Paracavisoma impudica (Diesing, 1851) Kritscher, 1995. Porção mediana do macho, revelando testículos (setas). Barra: 0,300mm

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56

Figura 56: Fotomicrografia Paracavisoma impudica (Diesing, 1851) Kritscher, 1995. Porção

posterior do macho, com bursa copulatória (seta). Barra: 1mm

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57

Figura 57: Fotomicrografia de Paracavisoma impudica (Diesing, 1851) Kritscher,

1995. Ovo (seta). Barra: 35µm.

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TABELA I: Acanthocephala parasitas de peixes do rio Paraná examinados em 1985, 1991, 1992, 1995,

2003 e 2009.

(Os números entre parênteses indicam o número de peixes parasitados / número de peixes examinados).

Acanthocephala Hospedeiros Rio Reservatório Anos de

coletas

Gorytocephalus elongorchis Hypostomus cochliodon

(3/3)

- Foz do Iguaçu 2003

Hypostomus regani

(3/11)

- Guaíra 1995

Loricaria sp.

(1/4)

Foz do Iguaçu

-

1992

Neoechinorhynchus

(Neoechinorhynchus) curemai

Prochilodus lineatus (10/45)

Guaíra - 1985 e 1995

Foz do Iguaçu 1992

Foz do Iguaçu - 1991

Lagoa Saraiva - 1995

Neoechinorhynchus

(Neoechinorhynchus)

pimelodi

Schizodon knerii

(2/7)

Guaíra

- 1985

Bergiaria westermanni

(2/5)

Guaíra - 1985

Pimelodus maculatus (5/29)

Guaíra - 1985

Santa Helena - 1995

- Foz do Iguaçu 2003

Brycon orbignyanus

(1/2)

Missal - 2009

Octospiniferoides incognita Schizodon fasciatus

(4/5)

Guaíra - 1985

Paracavisoma impudica Oxydoras kneri

(1/3)

Foz do Iguaçu

-

1992

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5. DISCUSSÃO

Gorytocephalus elongorchis foi descrito por THATCHER (1979), parasitando Hypostomus

carinatus Steindachner, 1881 do Lago Janauacá, Bacia do Rio Amazonas. No presente trabalho,

esta espécie é referida em três novos hospedeiros: Hypostomus cochliodon, Hypostomus regani e

Loricaria sp., com ampliação de sua distribuição geográfica para a bacia do rio Paraná. Esta

espécie aproxima-se mais da espécie tipo do gênero, G. plecostomorum Nickol & Thatcher, 1971

e distingue- se desta por possuir testículos alongados e não arredondados. Embora as probóscides

das duas espécies sejam aproximadamente do mesmo tamanho, suas formas são diferentes. A

probóscide de G. elongorchis é esférica e a de G. plecostomorum é cilíndrica. NICKOL &

THATCHER (1971) consideram a forma cilíndrica da probóscide como característica de

importância genérica. THATCHER (1979) afirma que aparentemente esta característica não é

constante no gênero e que geograficamente as duas espécies estão separadas pela cordilheira

Andina e provavelmente estão adaptadas a diferentes espécies de hospedeiros. A morfologia dos

espécimes estudados estão em acordo com a descrição original.

AMIN (2002) publicou uma revisão do gênero Neoechinorhynchus Stiles & Hassall,

1905, propondo seu rearranjo em dois subgêneros: Neoechinorhynchus (Hebesoma) Van Cleave,

1928 e Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) Stiles & Hassall, 1905. O autor propõe que as

espécies com ovos de forma ovóide, elíptica ou alongada e com prolongamento polar da

membrana de fertilização, sejam incluídos no subgênero Neoechinorhynchus (Hebesoma); as

espécies cujos ovos possuem formas esférica, ovóide ou elíptica, com camadas concêntricas e

sem prolongamento polar da membrana de fertilização, foram incluídos no subgênero

Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus). Com esta revisão, das 109 espécies descritas como

pertencentes a Neoechinorhynchus, 48 formaram o subgênero Neoechinorhynchus

(Neoechinorhynchus), entre as quais 6 foram descritas no Brasil. No presente trabalho duas destas

espécies são redescritas.

Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) curemai Noronha (1973) foi descrita

parasitando Prochilodus lineatus Valenciennes, 1836 (= Prochilodus scrofa Steindachner, 1881)

do rio Amazonas, com um adendo sobre as medidas dos ganchos pela mesma autora em 1984.

KOHN et al. (1985) e KOHN & FERNANDES (1987) registraram N. (N.) curemai neste mesmo

hospedeiro do rio Mogi Guassu, Pirassununga, São Paulo. FORTES et al. (2000) registraram N.

(N.) curemai em Mugil curema (Cuvier & Valenciennes, 1836) no rio Potengi, Natal. Este

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parasito foi redescrito por MARTINS et al. (2000) em Prochilodus lineatus proveniente do

reservatório de Volta Grande, Minas Gerais, em 2001 MARTINS et al, publicam estudos

ecológicos e histológicos sobre este parasitismo. Esta associação é registrada ainda por

RANZANI-PAIVA et al. (2000), SANTOS et al. (2003, 2005), PAVANELLI et al. (2004) e

LIZAMA et al. (2005; 2006) no rio Paraná. No presente estudo, esta espécie é redescrita do

intestino de P. lineatus de diferentes localidades do rio Paraná, sendo que a morfologia e medidas

dos seis exemplares estudados, apresentam-se de acordo com as descrições de NORONHA

(1973), Kohn et al. (1985) e MARTINS et al. (2000).

Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) pimelodi foi descrita por BRASIL-SATO &

PAVANELLI (1998) de Pimelodus maculatus do rio São Francisco, Minas Gerais, e no ano

seguinte, esses autores publicaram os dados ecológicos deste parasitismo (BRASIL–SATO &

PAVANELLI, 1999). SANTOS & BRASIL-SATO (2004) referiram esta espécie em outro

hospedeiro, Franciscodoras marmoratus Reinhardt, 1874 do rio São Francisco. N. (N.) pimelodi

difere de N. (N.)curemai por apresentar a probóscide mais alongada, dimensões maiores dos

ganchos da probóscide, das estruturas do sistema reprodutivo em ambos os sexos. Neste estudo,

N. (N.) pimelodi é redescrita do hospedeiro tipo, P. maculatus e de três novos hospedeiros:

Bergiaria westermanni, Brycon orbignyanus e Schizodon Knerii, com registro no rio Paraná,

nova localidade para esta espécie.

Octospniferoides incognita foi descrita por SCHMIDT & HUGGHINS (1973)

parasitando Schizodon fasciatus do Lago Tumichucua, Bolívia. PAVANELLI et al. (2004) e

MACHADO et al. (1994; 1996) registraram este parasito em Schizodon borelli (Boulenger,

1900) do rio Paraná e posteriormente THATCHER (1998) redescreve esta espécie em S. fasciatus

do rio Guaporé, Rondônia. GUIDELLI et al. (2006) registraram O. incognita parasitando os

hospedeiros Leporinus lacustris (Amaral Campos, 1945) e Leporinus friderici (Bloch, 1794) no

rio Paraná. Neste trabalho O. incognita está sendo redescrita do hospedeiro tipo, S. fasciatus, do

rio Paraná, porém as medidas do comprimento do corpo (Exemplares fêmeas deste estudo,

medem no comprimento: 14-19,8mm e os exemplares machos medem no comprimento: 12-

13,4mm; enquanto que as medidas do comprimento registradas por Thatcher, 1998 são, fêmeas:

4,2-10,7mm e fêmeas: 3,7-4,9mm; e as medidas do comprimento registradas por Schmidt &

Hugghins, 1973, machos: 2.0mm), lemniscos (Exemplares machos deste estudo: 940µ e 1100µ x

120µ e 130µ; Machos registrados por Thatcher, 1998: 305µ x 157µ; Machos registrados por

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Schmidt & Hugghins, 1973: 600µ de comprimento) e testículos (Exemplares machos deste

estudo: 1500µ e 2075µ x 1100µ e 1425µ; Machos registrados por Thatcher, 1998: 531µ x 530µ;

Schmidt & Hugghins, 1973 não apresentaram estas medidas) apresentaram-se bastante maiores

do que as medidas descritas por SCHMIDT & HUGGHINS (1973) e THATCHER (1998), isto

pode estar relacionado ao fato de os exemplares desta dissertação terem sofrido compressão no

momento da fixação, aumentando então as dimensões de alguns órgãos.

Paracavisoma impudica foi descrita por DIESING (1851) parasitando Oxydoras niger

Valenciennes, 1817 do Mato Grosso, e redescrita por KRITSCHER (1957) com base no material

coletado em Oxydoras niger [=Rhinodoras niger (Valenciennes, 1821); = Pseudodoras niger

(Valenciennes, 1821)], também do Mato Grosso. TRAVASSOS et al. (1928), registraram este

parasita no mesmo hospedeiro e no estado, referindo as medidas citadas por DIESING (1851).

SCHMIDT & HUGGHINS (1973) redescreveram somente a fêmea desta espécie, do mesmo

hospedeiro do rio Ucayalli, Peru. RÊGO & VICENTE (1988) e EIRAS et al. (1995) registraram

este parasito em O. knerii do Mato Grosso. No presente trabalho, as medidas do comprimento do

corpo das fêmeas apresentaram-se menores em comparação com as mesmas descritas por

SCHMIDT & HUGGHINS (1973) e THATCHER (2006). As medidas do corpo das fêmeas e dos

machos estão de acordo com YAMAGUTI (1963). Neste estudo, P. impudica está sendo referida

em O. knerii no rio Paraná, ampliando sua distribuíção geográfica.

Todas as espécies estudadas no presente trabalho apresentaram machos com a bursa

copulatória extrovertida e fêmeas com ovos maduros, indicando que os exemplares estudados

estavam em fase de reprodução, adaptados à seus hospedeiros definitivos.

Neste trabalho foi observado que as espécies N. (N.) pimelodi e G. elongorchis foram

registradas parasitando mais de um hospedeiro. MARCOGLIESE (2002) afirma que uma mesma

espécie de endoparasito presente em mais de uma espécie hospedeira pode indicar a ocorrência

de novos hospedeiros intermediários no habitat e ainda que estes parasitos compartilham um ou

mais itens alimentares.

G. elongorchis apresentou-se parasitando duas espécies de peixes pertencentes ao mesmo

gênero, H. cochliodon, que só se instalou na área estudada somente após a abertura das Sete

Quedas, durante a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipú Binacional e H. regani, peixe

comumente encontrado no rio Paraná. Estudos sobre a alimentação deste gênero revelam a

predileção por sementes e insetos, que são depositados no fundo do rio, material este também

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utilizado na alimentação do hospedeiro Loricaria sp. Desta forma é possível relacionar a

ocorrência de espécies de Acanthocephala parasitando H. regani, H. cochliodon e Loricaria sp.

aos hábitos alimentares deste gênero, uma vez que se alimentando de insetos ou qualquer outro

material depositado no fundo rio, onde habitam crustáceos, estes peixes possam ingerir

acidentalmente o hospedeiro intermediário.

Neste estudo N. (N.) pimelodi é registrado parasitando três novos hospedeiros: Bergiaria

westermanni, Brycon orbignyanus e Schizodon Knerii. Estas espécies ainda não haviam sido

registradas parasitadas por N.(N.) pimelodi. Este novo registro de parasitismo do filo

Acanthocephala nestes hospedeiros, pode ser relacionado a difícil captura destes hospedeiros. As

informações sobre o hospedeiro B.westermanni e S. knerii são escassas, e bibliografias sobre a

fauna do rio Paraná não apresentam esta espécies como pertencentes ao ecossistema, isto

demonstra que talvez a ocorrência destas não seja freqüente no rio Paraná, tornando mais difícil

seu estudo e dos parasitos relacionados a esta espécie. B. orbignyanus está presente em

bibliografias sobre a fauna do rio Paraná, porém GRAÇA & PAVANELLI (2007) afirmam que a

ocorrência deste hospedeiro na área estudada é considrada rara, o que dificultaria sua captura e

consequentemente o estudo de sua helmintofauna.

Apesar de apenas dois espécimes de B. orbignyanus terem sido examinados no presente

trabalho, um destes apresentou um grande número de exemplares coletados (34 espécimes). É

importante ressaltar que o parasitismo por Acanthocephala nunca havia sido registrado

anteriormente neste hospedeiro. Trabalhos publicados sobre helmintos parasitos de peixes,

registram o parasitismo deste peixe, somente por Monogenea e Nematoda.

PAVANELLI et al (2004) afirmam que na Planície de inundação do alto rio Paraná, o

grupo de helmintos menos freqüente é o Acanthocephala e que estes são mais abundantes em

habitats lênticos e lóticos, sendo insignificantes em habitats semilóticos. POULIN &

MOUILLOT (2005) ressaltam ainda que a especificidade parasitária pode garantir altas

abundâncias e altas prevalências, pois parasitos específicos necessitam investir menos em evasão

do sistema imune e podem investir mais em altas abundâncias. Além disso, a especificidade pode

garantir um elevado grau de especialização para o encontro do hospedeiro apropriado o que

levaria à alta taxa de prevalência.

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6. CONCLUSÕES

Foram redescritas as espécies Gorytocephalus elongorchis, Neoechinorhynchus

(Neoechinorhynchus) curemai, Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) pimelodi,

Octospiniferoides incognita e Paracavisoma impudica com novos dados morfométricos.

Três novos hospedeiros, Hypostomus cochliodon, Hypostomus regani e Loricaria sp., foram

registrados parasitados pela espécie Gorytocephalus elongorchis:

Três novos hospedeiros, Bergiaria westermanni, Brycon orbignyanus e Schizodon knerii,

foram registrados parasitados por Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) pimelodi.

Gorytocephalus elongorchis, Neoechinorhynchus (Neoechinorhynchus) pimelodi e

Paracavisoma impudica foram registradas como novas ocorrências o que amplia a

distribuição geográfica para estas espécies e aumenta o conhecimento da diversidade de

espécies de parasitas no habitat natural rio Paraná e no reservatório da Usina Hidrelétrica de

Itaipu Binacional.

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