104
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO CURSO DE TURISMO DEPARTAMENTO DE TURISMO O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO NOS BACHARELADOS EM TURISMO: UM ESTUDO DE CASOS NA MICRORREGIÃO DO RIO DE JANEIRO FILIPE LIMA FARIAS DE MOURA NITERÓI 2009

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

FACULDADE DE ADMINISTRAÇÃO, CIÊNCIAS CONTÁBEIS E TURISMO

CURSO DE TURISMO

DEPARTAMENTO DE TURISMO

O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO NOS BACHARELADOS EM TURISMO:

UM ESTUDO DE CASOS NA MICRORREGIÃO DO RIO DE JANEIRO

FILIPE LIMA FARIAS DE MOURA

NITERÓI

2009

Page 2: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

FILIPE LIMA FARIAS DE MOURA

O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO NOS BACHARELADOS EM TURISMO:

UM ESTUDO DE CASOS NA MICRORREGIÃO DO RIO DE JANEIRO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

curso de graduação em Turismo da Universidade

Federal Fluminense, como requisito parcial de

avaliação para obtenção do grau de Bacharel em

Turismo.

Orientador: Prof. M.Sc. Carlos Alberto Lidízia Soares

NITERÓI

2009

Page 3: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO NOS BACHARELADOS EM TURISMO:

UM ESTUDO DE CASOS NA MICRORREGIÃO DO RIO DE JANEIRO

Por

FILIPE LIMA FARIAS DE MOURA

Trabalho de Conclusão de Curso aprovado pelo

curso de graduação em Turismo da Universidade

Federal Fluminense, como requisito parcial de

avaliação para obtenção do grau de Bacharel em

Turismo.

Niterói, 09 de dezembro de 2009.

_______________________________________________

Prof. M.Sc. Carlos Alberto Lidízia Soares

Orientador – UFF

_______________________________________________

Prof. M.Sc. Eduardo Antonio Pacheco Vilela

Convidado – UFF

_______________________________________________

Prof. Dr. Osíris Ricardo Bezerra Marques

Departamento de Turismo – UFF

Page 4: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

Esta obra é para aqueles que conseguem

definir a partir do indefinido; os

empreendedores.

Page 5: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradecer a Deus se faz necessário, não como parte de um

ritual convencionado, mas como reconhecimento genuíno de sua graça e amor

presentes em todos os momentos da minha vida.

Aos meus pais, Paulo Roberto Farias de Moura e Marli Lima Farias de

Moura, pelo apoio incondicional e por me ensinarem o caminho em que se deve

andar. E aos meus irmãos e seus cônjuges por completarem esta família,

constituindo o maior patrimônio que possuo na vida.

A todos que me ajudaram na minha longa jornada acadêmica: funcionários,

colegas, amigos e professores; dos quais espero revê-los em uma outra

oportunidade. Em especial ao meu professor-orientador, Carlos Alberto Lidízia

Soares, com quem não tive o privilégio de ser aluno, mas pude aprender de maneira

significativa com sua pessoa.

Por fim, agradeço ao professor Aguinaldo César Fratucci, coordenador do

curso de Turismo em grande parte do meu caminhar, pelo zelo de nível paternal com

que cuidou do corpo discente.

Page 6: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

“O empreendedorismo é uma revolução silenciosa, que será para

o século XXI mais do que a Revolução Industrial foi para o século XX.”

Jeffry Timmons, 1990.

Page 7: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

RESUMO

O empreendedorismo, como campo de estudo, tem merecido atenção de pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento. Os estudos apontam na direção que o seu ensino contribui na formação profissional, com vistas a capacitar o indivíduo para suceder em um cenário de incertezas sociais e econômicas que atingem amplamente o mundo globalizado. Atenta a esta realidade, as Instituições de Ensino Superior – IES – do Brasil vem consolidando ações na busca por disseminar o ensino de empreendedorismo em seu ambiente acadêmico, esperando dessa forma, que os ingressantes obtenham competências empreendedoras e não apenas aquelas que só os habilite a entrar no mercado de trabalho. Neste sentido, o ensino de empreendedorismo se apresenta com uma abordagem possível de ser praticada nos bacharelados em Turismo, pois como atividade socioeconômica, o turismo se destaca por sua capacidade de gerar emprego, mobilizar diversos setores econômicos e interagir com diferentes atores sociais na construção da sua atividade. Assim, a presente pesquisa buscou mediante uma análise qualitativa, respaldada por um estudo de caso múltiplo, descrever como está estruturado o ensino de empreendedorismo nos três bacharelados públicos em Turismo presentes na microrregião do Rio de Janeiro, Brasil. A saber, os cursos de turismo da UFRRJ, UNIRIO e UFF. Para tanto, realizou-se em campo a aplicação de questionários e entrevistas presenciais com os profissionais de coordenação. Os resultados apontaram que os coordenadores reconhecem a importância do ensino de empreendedorismo em um curso superior de turismo. Porém, a prática de seu ensino é recente, fazendo com que o mesmo se encontre em um estágio experimental. Conclui-se, que o ensino de empreendedorismo precisa ser consolidado e que isto ocorrerá junto com o amadurecimento dos próprios cursos, em virtude da pouca idade que possuem.

PALAVRAS-CHAVES : Empreendedorismo; Ensino de empreendedorismo; Bacharelados em Turismo.

Page 8: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

ABSTRACT

Entrepreneurship, as a field of study, has deserved attention of researchers from the most different fields of knowledge. Their studies have pointed in the direction that its teaching contributes to the professional training, with a view to enabling the individual to succeed in a setting of social and economic uncertainties that affecting largely the globalized world. Attentive to this reality, the Higher Education Institutions – HEI – from Brazil has consolidated actions in a purpose of spreading the entrepreneurship teaching in their academic environment, hoping in this way, that the fresh students gets entrepreneurial skills and not just those that only enable to enter in the labor market. In this sense, the entrepreneurship teaching presents with a possible approach to be practiced in the Tourism’s bachelors, cause as social-economic activity, tourism stands out by its ability to generate employment, raise several economic sectors and social actors interact in the construction of its activity. Thus, this search sought through a qualitative analysis, endorsed by a multiple case study, describe how is structured the entrepreneurship teaching in the three public Tourism’s bachelors present at micro region of Rio de Janeiro, Brazil. Namely, tourism courses from UFRRJ, UNIRIO and UFF. To this end, took place at field implementation of questionnaires and face to face interviews with professionals’ coordination. The results showed that the coordinators recognize the importance of entrepreneurship teaching in a higher course of tourism. Although, the practice of its teaching is recent, causing the same is an experimental stage. It is concluded, that entrepreneurship teaching needs to be consolidated and that will occur along with the maturing of own courses, cause of the young age that they have.

KEYWORDS: Entrepreneurship, Entrepreneurship teaching, Tourism’s Bachelors.

Page 9: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Tabela 1 Distribuição da economia dos países desenvolvidos............... 21

Figura 1 Representação gráfica do Modelo Schumpeter sobre “Entrepreneurial Innovation”.....................................................

26

Figura 2 Modelo esquemático da “Teoria das necessidades de McClelland”...............................................................................

29

Figura 3 Quadro sobre os mitos que cercam a figura do empreendedor...........................................................................

32

Figura 4 Quadro do histórico dos bacharelados em Turismo na microrregião do Rio de Janeiro.................................................

41

Figura 5 Quadro de informações sobre a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro......................................................................

56

Figura 6 Gráfico da carga-horária de empreendedorismo no curso de Turismo da UFRRJ...................................................................

58

Figura 7 Quadro de informações sobre a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro..........................................................

61

Figura 8 Gráfico da carga-horária de empreendedorismo no curso de Turismo da UNIRIO..................................................................

64

Figura 9 Quadro de informações sobre a Universidade Federal Fluminense................................................................................

67

Figura 10 Gráfico da carga-horária de empreendedorismo no curso de Turismo da UFF........................................................................

70

Tabela 2 Abrangência do ensino de empreendedorismo nos cursos pesquisados..............................................................................

73

Page 10: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

LISTA DE SIGLAS E ABREVIAÇÕES

ABAV Associação Brasileira das Agências de Viagens ABIH Associação Brasileira da Indústria de Hotéis BRAZTOA Associação Brasileira das Operadoras de Turismo CEFEI Centro Empresarial de Formação Empreendedora de Itajubá (EFE) CESAR Centro de Estudos Avançados do Recife CIAGE Centro Integrado de Gestão Empreendedora (FGV-SP) CIDE Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro CNI Confederação Nacional da Indústria CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. EFE Escola Federal de Engenharia de Itajubá EMBRATUR Instituto Brasileiro de Turismo ENE Escola de Novos Empreendedores (UFSC) FACEPE Fundação de Apoio à Ciência do Estado de Pernambuco FGV Fundação Getúlio Vargas FUMSOFT Sociedade Mineira de Software GEPE Grupo de Estudos da Pequena Empresa (UFMG) IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IEL Instituto Evaldo Lodi (CNI) IES Instituições de Ensino Superior INEI Instituto Nacional de Empreendedorismo e Inovação INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira MEC Ministério da Educação MTur Ministério do Turismo ONG Organização-não-governamental PIB Produto Interno Bruto PUC Pontifícia Universidade Católica REUNE Rede de Ensino Universitário de Empreendedorismo SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SOFTEX Sociedade Brasileira para a Promoção da Excelência do Software

Brasileiro SOFTSTART Programa de Ensino de Empreendedorismo na Área de Software TURISRIO Companhia de Turismo do Estado do Rio de Janeiro UFF Universidade Federal Fluminense UFMG Universidade Federal de Minas Gerais UFPE Universidade Federal de Pernambuco UFRRJ Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro UFRS Universidade Federal do Rio Grande do Sul UFSC Universidade Federal de Santa Catarina UnB Universidade de Brasília UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura UNIRIO Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro USP Universidade de São Paulo

Page 11: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO............................................................................................... 12

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA................................ ..................................... 17

2.1 O PAPEL DO CONHECIMENTO E DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE ATUAL............................................................................................................

17

2.2 O MUNDO ATUAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA OCUPAÇÃO PROFISSIONAL.............................................................................................

19

2.3 EMPREENDEDORISMO: HISTÓRICO E CONCEITUAÇÃO........................ 22

2.3.1 Uma análise etimológica................................................................................ 23

2.3.2 Economistas: os pioneiros no estudo............................................................. 24

2.3.3 Comportamentalistas: quem é o empreendedor?.......................................... 27

2.3.4 Pós-comportamentalistas: o que faz o empreendedor?................................. 30

2.4 O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO....................................................... 35

2.4.1 O histórico do ensino de empreendedorismo no Brasil.................................. 37

2.5 O ENSINO DE TURISMO.............................................................................. 40

2.5.1 Panorama histórico dos cursos de Turismo no Brasil.................................... 40

3 METODOLOGIA DA PESQUISA.............................. ..................................... 46

3.1 TIPOS DE PESQUISA................................................................................... 47

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA............................................................................... 48

3.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO......................................................................... 50

3.4 COLETAS DE DADOS................................................................................... 51

3.5 SELEÇÃO DOS SUJEITOS........................................................................... 51

3.6 LIMITAÇÕES DO MÉTODO........................................................................... 52

4 O ESTUDO DE CASO................................................................................... 54

4.1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO......................... 54

4.1.1 Histórico e organização institucional.............................................................. 55

4.1.2 O curso de turismo da UFRRJ....................................................................... 57

4.1.3 Análise do curso de turismo da UFRRJ......................................................... 59

Page 12: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

4.2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO................ 60

4.2.1 Histórico e organização institucional.............................................................. 60

4.2.2 O curso de turismo da UNIRIO....................................................................... 62

4.2.3 Análise do curso de turismo da UNIRIO......................................................... 64

4.3 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE................................................... 66

4.3.1 Histórico e organização institucional.............................................................. 66

4.3.2 O curso de turismo da UFF............................................................................ 69

4.3.3 Análise do curso de turismo da UFF.............................................................. 71

4.4 ANÁLISE DOS CURSOS PESQUISADOS.................................................... 72

5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS...................... ....................... 76

REFERÊNCIAS.............................................................................................. 79

ANEXOS........................................................................................................ 85

APÊNDICES................................................................................................... 98

Page 13: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

1 INTRODUÇÃO

No Brasil até o fim dos anos 70, era considerado um devaneio um jovem

recém-formado aventurar-se na criação de um negócio próprio, pois os empregos

oferecidos pelas empresas nacionais e multinacionais, bem como a estabilidade que

se conseguia nos empregos das repartições públicas eram muito convidativos; com

bons salários, status e possibilidade de crescimento dentro das organizações.

Naquela época, o governo e as grandes empresas eram os suportes

econômicos de importância e interesse da sociedade brasileira. Como a inovação

era importada, o ensino vigente nas Instituições de Ensino Superior (IES) estava

voltado para este foco: formar profissionais para trabalhar em grandes empresas e

não para criar novos negócios.

A partir dos anos 80, esse cenário começa a mudar, tendo como pano de

fundo a mundialização dos mercados e, conseqüentemente, o aumento da

concorrência somado ao advento de novas tecnologias. Dessa forma, nem os

profissionais experientes, tão pouco os jovens à procura de uma oportunidade e nem

as universidades e centros de formação profissional no Brasil estavam preparados

para esse novo contexto.

Surge então, a necessidade de transformação da qualificação profissional.

E, uma vez que esta necessidade foi estabelecida, não bastava mais formar técnicos

era preciso formar empreendedores (MONNERAT, 2003).

Dornelas (2005, p.22) afirma que “[...] o momento atual pode ser chamado

de a era do empreendedorismo”. Porque são os profissionais empreendedores, que

atuam de forma inovadora no mundo: eliminando barreiras comerciais e culturais,

encurtando distâncias entre mercados, criando novas relações de trabalho e

Page 14: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

13

proporcionando novos empregos; gerando dessa forma riqueza para a sociedade

em que atuam (ibidem).

O ensino de empreendedorismo quando se iniciou no Brasil, na primeira

metade da década de 1980, estava voltado às áreas de administração (business) e

de tecnologia (software). Portanto, graduações como: administração de empresas,

engenharia de produção, ciências da computação e informática; foram os primeiros

cursos a ministrarem conteúdos de empreendedorismo a seus alunos.

Em virtude das crescentes exigências que atingem amplamente a formação

profissional, o ensino de empreendedorismo, por ser multidisciplinar, não pode ficar

restrito àquelas áreas de conhecimento. É necessário, cada vez mais ampliar o

ensino vigente de empreendedorismo para outras áreas. Principalmente, aquelas de

relevante capacidade de gerar emprego, mobilizar diversos setores econômicos e

interagir diferentes agentes sociais na construção da sua atividade, como o turismo.

A presente pesquisa justifica-se de outra forma, pela crescente

conscientização dos setores privados, governo e sociedade civil, quanto ao papel

desempenhado pela universidade. Que pese, entre outros aspectos, o sentido de

proporcionar aos alunos ingressos outras competências, que não apenas aquelas

que só os habilite a entrar no mercado de trabalho. Mas, que também os prepare

para progredir em um mercado altamente competitivo do ambiente globalizado nos

tempos atuais (MONNERAT, 2003).

Segundo Maia e Peccioli Filho (2003), tanto do ponto de vista cultural como

socioeconômico, as instituições de ensino não podem se limitar a formar

profissionais para atuarem em ambientes estáveis, pois podem incidir em um grande

risco, quanto à utilidade de sua mão-de-obra tornar-se superada pela sociedade

globalizada.

Diante do exposto, as IES devem reavaliar as suas práticas em função das

vastas e diversas mudanças que ocorrem atualmente no cenário socioeconômico

mundial, e que repercutem intensamente no ambiente brasileiro.

Some-se o fato da sociedade contemporânea se caracterizar pela

disseminação das informações, devido ao uso dos recursos tecnológicos disponíveis

aplicados, principalmente, aos meios de produção. Em que, tornam quase tudo

obsoleto em questão de poucos anos ao mesmo tempo em que fornecem novas

Page 15: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

14

possibilidades para antigas profissões e novas profissões para mercados ainda

pouco explorados. Dessa forma, o turismo e suas áreas correlatas: hospedagem,

eventos, transportes, lazer, alimentos e bebidas; estão inseridos nesse contexto

(TRIGO, 2003).

Por isso, é notória a capacidade da atividade turística, quanto a sua geração

de emprego e renda, entre outros importantes aspectos. O estímulo a uma postura

empreendedora, durante a formação do aluno ingresso nos cursos de bacharelado

em Turismo visa, principalmente, fornecer-lhe competências e habilidades para criar

e inovar frente a um ambiente em constantes transformações.

Dessa forma, o jovem profissional de turismo mediante sua atuação nos

setores público, privado ou em organizações-não-governamentais (ONGs), realizaria

ações que conduzissem a uma modificação da estrutura vigente no mercado

turístico brasileiro, quer seja pela introdução de novos produtos e/ou serviços, novas

formas de organização ou pela exploração de novos recursos. Assim, contribuiria

para o pleno desenvolvimento do potencial turístico que este país possui.

Para corroborar, é importante ressaltar que alguns setores, conforme

Dornelas (2005) afirma, evoluem em menor velocidade do que outros como os de

alta tecnologia, por exemplo. Nestes casos o que mais importa é o serviço prestado

aos clientes. Esse é o caso do setor de turismo no Brasil, ainda não desenvolvido de

forma satisfatória.

Diante dessa necessidade, deve-se preparar a visão do turismólogo

fornecendo-lhes ferramentas para que se obtenha resultados consistentes ao

enfrentar a realidade a partir de uma visão inovadora (OLIVEIRA, 2006).

Profissionais de turismo formados com esse perfil poderiam ter características de um

empreendedor.

Notadamente, o Rio de Janeiro é um dos principais estados brasileiros no

setor de turismo, com os principais indicadores e com os atrativos turísticos mais

visitados do país. Frente a esta confirmação, torna-se relevante identificar os cursos

de bacharelados em Turismo no Rio de Janeiro, que valorizam em seu ambiente

educacional o ensino de empreendedorismo, assim como, verificar os respectivos

mecanismos utilizados para o seu ensino.

Page 16: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

15

O presente trabalho busca através de sua pesquisa, descrever como se

encontra o ensino de empreendedorismo nos cursos de bacharelado em Turismo na

microrregião1 do Rio de Janeiro. Por meio da aplicação de questionários

padronizados, entrevistas presenciais e análises dos documentos relativos aos

cursos.

São oferecidos pelas Instituições de Ensino Superior variados modos de

graduação em Turismo. Entretanto, a presente pesquisa optou por delimitar o

mapeamento aos cursos de bacharelado oferecidos pelas IES públicas na região

geográfica escolhida.

Quanto à pesquisa realizada junto aos bacharelados em Turismo, foram

lançados objetivos específicos que o presente estudo buscou alcançar:

• Identificar nos bacharelados públicos em Turismo na microrregião do

Rio de Janeiro, Brasil mediante a visão de seus coordenadores,

disciplinas presentes na matriz curricular voltadas ao ensino de

empreendedorismo, assim como, projetos de pesquisa e/ou extensão

que abordem esta temática.

• Apresentar a reflexão dos coordenadores sobre o ensino de

empreendedorismo em um bacharelado em Turismo.

• Comparar a abrangência das disciplinas apontadas pelos

coordenadores referentes ao ensino de empreendedorismo na carga

horária total dos cursos pesquisados.

• Destacar a importância de uma postura empreendedora para

desenvolvimento da atividade turística no Brasil.

Com bases nos objetivos apresentados e nos resultados alcançados, o

trabalho está estruturado em cinco capítulos que pretendem contribuir

individualmente para a compreensão do tema como um todo.

1 Por microrregião do Rio de Janeiro, adota-se a definição utilizada desde o ano de 2005 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e também pelo Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (Fundação CIDE), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Trata-se de uma divisão regional, inserida na mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro e composta ao todo por 16 municípios, sendo eles: Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti e Tanguá.

Page 17: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

16

Assim, no primeiro capítulo apresenta-se a “Introdução” – contendo a

apresentação em linhas gerais do tema de estudo, a justificativa de sua escolha sob

o foco a ser abordado, bem como, sua relevância para os estudos no Turismo. Após,

segue-se para o objetivo geral e os específicos da pesquisa.

No segundo capítulo, consta a revisão da literatura pertinente ao papel que

desempenha a educação e o conhecimento na sociedade atual. Em seguida, é

abordado o mercado de trabalho resultante das transformações estruturais e sua

implicação nos profissionais que trabalham no setor de turismo. É neste ponto que

fica evidenciada a formação empreendedora, como suporte para superar as

dificuldades deste ambiente competitivo. A partir daí, é abordado diretamente o

empreendedorismo, mediante sua análise histórica (etimologia e estudos) e a prática

do seu ensino no Brasil. Ainda neste capítulo apresenta breve histórico do ensino de

Turismo no Brasil finalizando sobre a necessidade do ensino de empreendedorismo

nos cursos de turismo.

No terceiro capítulo é apresentada a metodologia que conduziu a pesquisa

deste estudo. Assim como: a identificação do tipo de pesquisa, suas formas de

obtenção dos dados, tratamento adequados aos mesmos e também as limitações

inerentes ao método escolhido.

Após, no quarto capítulo são apresentados os resultados da pesquisa

realizada, tendo como objeto de estudo, os cursos de bacharelado públicos em

Turismo na microrregião do Rio de Janeiro; de forma individual e posteriormente em

conjunto.

No quinto e último capítulo apresentam-se as considerações finais, mediante

o panorama obtido pela pesquisa. Assim como, sugestões que venham contribuir

para o aprofundamento do tema abordado.

Page 18: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Neste capítulo procurou-se realizar uma abordagem teórica necessária a

compreensão das transformações que vem passando a sociedade. Bem como, as

implicações decorrentes dessas mudanças na atividade turística refletidas na

necessidade de formação de profissionais capacitados para agirem de maneira

inovadora em um cenário instável, do ponto de vista econômico e social.

Parte-se do pressuposto, que na sociedade contemporânea, fica

evidenciada a necessidade de uma formação empreendedora no ambiente

acadêmico. Dessa forma, as IES contribuem com valor positivo para a sociedade,

mediante a formação de indivíduos preparados e comprometidos com o

desenvolvimento do meio em que atuam.

2.1 O PAPEL DO CONHECIMENTO E DA EDUCAÇÃO NA SOCIEDADE ATUAL

Em toda a história da humanidade, a sociedade nunca experimentara um

momento como o atual, na qual as mudanças oriundas dos avanços tecnológicos

tenham provocado alterações tão intensas nas suas diversas formas de se organizar

e relacionar. O pano de fundo para esse quadro pode ser encontrado na capacidade

de trabalho de indivíduos e equipes na busca por criar, recriar e inovar em coisas

para a comunicação, saúde, transportes, lazer, entre outros.

Page 19: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

18

Nesta conjuntura, a informação tornou-se um bem extremamente valioso

para a sociedade contemporânea. A sua posse confere uma posição privilegiada ao

seu proprietário, pois mediante os recursos tecnológicos capazes de processar e

armazenar grandes volumes de dados, chega-se ao conhecimento (TRIGO, 2003).

Este é o relevante papel que a informação juntamente com o conhecimento tem

adquirido na sociedade.

Conforme Trigo (2003) destaca, inseridos neste contexto estão a pesquisa

científica e o ensino, que em virtude dos avanços tecnológicos ficaram

condicionadas as possibilidades técnicas dos equipamentos e outros sistemas de

alta tecnologia. O referido autor apresenta sua observação:

Se a revolução industrial do século XIX deixou claro que sem riqueza não há condições para desenvolver a ciência e a tecnologia, a condição pós-moderna vem demonstrando o contrário, ou seja, que sem ciência e tecnologia não se pode produzir riqueza. (TRIGO, 2003, p.51)

Na sociedade contemporânea, Drucker (1997) observa que o papel do

conhecimento tem despontado como novo fator da economia, junto às variáveis

tradicionais: capital, mão-de-obra e terra.

Se o conhecimento adquire o papel de gerador de riquezas para um país,

tem-se um desafio histórico conforme D`Alberto (2005, p. 37) pontua “... transformar

a produção para que ela deixe de ser fundamentada na mão-de-obra e passe a se

fundamentar no conhecimento.”

Para Moesch (2000) o conhecimento adquire a função de compreensão da

totalidade da realidade. Ao lançar mão daquilo que já está posto (senso-comum) e o

que se possui a partir da história de vida de cada indivíduo junto com o saber

científico produzido ao longo da história da humanidade. Forma-se, assim, um

quadro referencial no qual se encontram condições para produzir o novo,

possibilitado pela aplicação eficaz da informação baseada no conhecimento.

A educação se insere neste cenário como uma alavanca para o

desenvolvimento intelectual, social e econômico de um país, pois norteia que os

Page 20: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

19

conhecimentos adquiridos possam ser utilizados não apenas para uma inserção

qualificada do indivíduo no mercado de trabalho; mas que o estimule a pensar e agir

como cidadão comprometido em desenvolver as potencialidades do país no qual faz

parte.

Conforme Trigo (2003, p.153) afirma: “o dinheiro e a tecnologia são

importantes como meio, não como fim”. O mais importante é a educação de forma

integral. Pois, adquire a dimensão do fim e ao mesmo tempo do meio, para permitir

ao ser humano atingir patamares mais altos de civilização e cultura. (TRIGO, 2003)

No cenário atual, a educação também busca suprir as exigências advindas

do universo profissional, conforme Da Re (2002, p.8) afirma:

“Nunca a educação foi tão associada ao trabalho quanto nesta virada de século. Estar em constante processo de aprendizagem tornou-se condição obrigatória para inserir-se profissionalmente no mercado e nele permanecer.”

Portanto, convém que o mundo da educação se aproxime do mundo do

trabalho. Com vistas, além de, fornecer ao ser humano maior consciência em

relação ao meio e sobre si mesmo, lhe proporcione melhores condições para que se

insira mediante o conhecimento adquirido em um concorrido cenário profissional.

2.2 O MUNDO ATUAL E SUAS IMPLICAÇÕES NA OCUPAÇÃO PROFISSIONAL

Foi durante a segunda metade do século XX, neste curto período de tempo,

que as conquistas tecnológicas aplicadas aos modos produção se aceleraram. E,

por conseqüência, proporcionaram o consumo de bens e serviços em nível global.

Dessa forma, expandiu-se o fenômeno da globalização.

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

20

Com a globalização, novos padrões sociais e econômicos surgem,

provocando um contexto de transformações na vida das pessoas, mediante a

incorporação de novos hábitos e rotinas ao cotidiano. Essas mudanças, não ocorrem

apenas no nível individual, mas países são levados a organizarem-se em blocos

econômicos, quando buscam superar as suas fragilidades frente ao mercado global.

Em decorrência deste processo, barreiras comerciais diminuem e aumenta-

se o fluxo comercial internacional, favorecendo a prosperidade de organizações

inovadoras e a circulação de capital, bens, serviços e pessoas. Neste cenário, tem-

se um quadro favorável a descobertas de novas demandas de consumo, o que

estimula a atuação de profissionais empreendedores.

Gerber (1996, p.129) confirma esta tendência, ao afirmar que “quanto mais

complexo se torna o mundo, e as mercadorias, mais variadas, mais urgente, menos

racional, mais inconsciente torna-se a necessidade de sensações.”

Contudo, os mesmos avanços tecnológicos que permitiram levar a

humanidade para sofisticados níveis de produção e consumo, também a conduziram

para elevados patamares de concorrência. E, dessa forma, criou-se um ambiente

competitivo e excludente em todos os segmentos mercadológicos, este entendido

mediante a possibilidade de gerar e emprego e renda.

Diante deste quadro, houve um agravamento das questões relacionadas a

inserção profissional. Atualmente, pode-se observar a crise do desemprego

qualificado, em que pessoas com formação de nível superior não conseguem

emprego no seu campo de formação ou especialização (LEITE, 2002 apud

AZEVEDO, 2004).

De fato, o mercado de trabalho é um dos setores da sociedade que mais

vem passando por alterações. Na observação de Da Re (2002), por estar mudando

as relações formais de trabalho neste início de século, o emprego cede cada vez

mais espaço a novas formas de participação profissional.

Porém, ainda que conturbado, o mercado de trabalho continua a ocupar uma

categoria central na sociedade atual. Só que, em virtude das mudanças que o

afetaram em sua forma de organização e na maneira de produzir, adquiriu uma face

heterogênea, complexa e fragmentada ao mesmo tempo (SOUZA, 2006).

Page 22: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

21

Neste cenário instável, surgem novas possibilidades profissionais ligadas ao

vasto e complexo setor terciário da economia, como um alívio necessário para a

crise do trabalho que ronda, principalmente, o setor secundário (industrial). De

acordo com Trigo (2003), merece destaque as áreas de: educação, artes e cultura,

lazer e turismo, entre outras.

Em relação ao setor terciário, ligado ao comércio e aos serviços, no qual o

turismo e suas atividades correlatas (hospedagem, eventos, transportes, lazer,

alimentos e bebidas) estão inseridos, pode ser observado, segundo o mesmo autor,

a sua predominância na participação no Produto Interno Bruto (PIB) em diversos

países desenvolvidos e em desenvolvimento, como o Brasil. E igualmente, a maior

parte da população economicamente ativa desses países, encontra-se trabalhando

neste setor, muitos como imigrantes oriundos das reestruturações que passou o

setor industrial (TRIGO, 2003).

Para melhor ilustrar, apresenta-se a seguir a tabela 1 demonstrando como a

economia madura dos países desenvolvidos está distribuída, em média, pelos seus

diversos setores:

Tabela 1 – Distribuição da economia dos países desenvolvidos

SETOR

PORCENTAGEM

Primário

5 a 10%

Secundário

10 a 40%

Terciário

30 a 65%

Fonte: Trigo 2003, p.81.

O quadro exposto demonstra que nos países desenvolvidos, a economia

está orientada para o setor terciário (na economia dos países em desenvolvimento

este setor cada vez mais aumenta sua participação no PIB). Isto tem favorecido em

diversos países o crescimento da atividade turística, ao mesmo tempo, em que

causa implicações quanto a formação de uma mão-de-obra a altura para responder

as exigências que se apresentam no setor.

Page 23: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

22

Para Trigo (2003, p.11) “Algumas pessoas trabalham onde outras se

divertem.” Este é um axioma presente em grande parte do universo profissional de

trabalhadores que atuam no setor de turismo. Além de estarem conscientes desta

realidade, devem ser profissionais especializados e ao mesmo tempo compreender

as problemáticas contemporâneas que afetam o setor.

Segundo Moesch (2000, p.9) “O turismo nasceu e se desenvolveu com o

capitalismo. A cada avanço capitalista, há um avanço do turismo.” Para Trigo (2003),

em virtude da conjuntura internacional que favorece a disseminação do

conhecimento, ocasiona um crescente grau de exigência por parte dos clientes de

serviços turísticos. Não se pode realizar o planejamento em turismo sem levar em

consideração a qualidade da mão-de-obra formada para trabalhar no setor.

Nesta linha de raciocínio, Da Re (2002, p.13) afirma que o mercado de

trabalho no turismo passa a exigir profissionais com: “flexibilidade, atualização

constante, domínio de novos conhecimentos, busca de criatividade e inovação, ou

seja, competências empreendedoras para intervir na realidade da profissão.”

A capacidade empreendedora surge como um dos principais diferenciais

para o profissional moderno. Por ser dinâmico, o setor turístico pode se beneficiar

com profissionais que atuem com iniciativa e autonomia. E, isto deve ser levado em

conta pelas IES durante a formação do ingresso.

2.3 EMPREENDEDORISMO: HISTÓRICO E CONCEITUAÇÃO

O empreendedorismo é um dos campos em que mais se pesquisa

ultimamente. É observado que pesquisadores das mais diversas áreas têm lançado

seus olhares sobre este fenômeno, contribuindo para a sua corporificarão teórica e

auxiliando na compreensão de sua relação com as outras áreas do conhecimento. A

seguir realiza-se uma abordagem do desenvolvimento dos estudos sobre o

empreendedorismo e o empreendedor até o momento desta pesquisa.

Page 24: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

23

2.3.1 Uma análise etimológica

A disseminação do termo empreendedorismo na língua portuguesa se deu

através de textos escritos em inglês, mediante o uso da palavra francesa

entrepreneur. Na língua portuguesa é utilizado de modo abrangente designando:

criação de empresas, novos negócios, auto-emprego/trabalho autônomo,

empreendedores comunitário/coorporativo, entre outros (DOLABELA 2006;

DORNELAS, 2005).

Dolabela (2006), afirma que empreendedorismo é considerado um

neologismo derivado da livre tradução da palavra inglesa entrepreneurship, que

seria “espírito empreendedor”, termo que contém idéias de iniciativa e inovação.

Entretanto, Gomes (2005, p.2) em sua análise etimológica, discorda de

Dolabela, ao afirmar que: “empreendedorismo ou empreendedor são substantivos

derivados do verbo empreender que, por sua vez, tem sua origem na forma verbal

latina imprehendo ou impraehendo que significa ‘tentar executar uma tarefa’.”

Para referida autora, a entrada desse termo no léxico português se deu

diretamente do latim e não através do francês entrepreneur. E ressalta que, mesmo

no francês arcaico, esse verbo tinha uma forma bem próxima — emprendre — do

latim e do português moderno, assim como de outras línguas neolatinas: italiano,

provençal, espanhol e catalão (GOMES, 2005).

Segundo Gomes (2005), na luz dessa discussão vale ressaltar, que o

substantivo “empreendedor” apareceu pela primeira vez na língua portuguesa em

um texto escrito em 1563, no livro “Imagem da Vida Christam ordenada per diálogos

como membros de sua composiçam; Compostos per Frey Hector Pinto, frade

Ieronymo”.

Por conseguinte, Gomes (2005, p.2) estende sua análise a

“empreendedorismo”, ao recordar que na língua portuguesa é:

Page 25: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

24

muito comum a formação de palavras através de derivação com uso do sufixo grego –ismos, ûs, ou através de sua vertente latina –ismus, i.” E dessa forma resume que: “imprehendo > empreendo + or (sufixo latino que indica agente) = empreendedor + ismo = empreendedorismo.

Importante considerar, que independente da origem etimológica de

empreendedor e empreendedorismo. Estes por serem fenômenos locais, segundo

Dolabela (2006), recebem significados, interpretações e definições que refletem o

meio (época e lugar) em que ocorrem. E, por serem temas que vem despertando

interesse de pesquisadores em diversas áreas do conhecimento, suscita debates e

questionamentos que contribuem para o refinamento de seu conteúdo.

2.3.2 Economistas: os pioneiros no estudo

Os economistas clássicos foram os primeiros a desenvolver estudos ligados

ao empreendedorismo. Na época, o foco estava na identificação dos resultados

oriundos de ações empreendedoras para o desenvolvimento econômico de um país.

Os pesquisadores do empreendedorismo concordam em afirmar que a

origem desse conceito está nas obras publicadas do economista Richard Cantillon

(FILION, 2001).

Data de 1755, ano em que Cantillon, um banqueiro de origem irlandesa que

residia em Paris, empregou pela primeira vez o conceito de empreendedorismo, com

o objetivo de designar o indivíduo que organiza e assume o risco2 de um

empreendimento, objetivando auferir lucros do mesmo (Leite, 2002, apud Monnerat,

2003).

2 Entende-se como risco do empreendedor na definição de Cantillon, qualquer ameaça passível de ser sofrida pelo individuo durante o desenvolvimento de seu negócio próprio, podendo ser de ordem: física, psicológica, social ou financeira.

Page 26: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

25

Cantilon era um banqueiro, que no século XVIII buscava nichos de mercado

para investimentos lucrativos, atualmente seria classificado como investidor em

capital de risco. Para ele “o empreendedor era aquele que comprova matéria-prima

por um preço certo para revendê-la a preço incerto.” Se o indivíduo neste processo

lucrasse além do esperado, significava que havia feito algo diferente e novo (FILION,

2001).

De acordo com Dornelas (2005) coube a Cantillon tal primazia, ao fazer a

distinção entre o papel do empreendedor; aquele que assumia os riscos do

desenvolvimento de um negócio, do capitalista; aquele que financiava para que

terceiros iniciassem seus próprios negócios. Algo que até então, não havia sido

precisamente delimitado.

Entretanto, foi apenas no século seguinte, com o fortalecimento da

Revolução Industrial, que o economista francês Jean Baptiste Say (1767-1832) ̶

autor da Lei dos Mercados, também conhecida como Lei de Say3 de 1803 ̶ deu um

importante passo para uma compreensão mais abrangente dos elementos do

empreendedorismo.

De acordo com Filion (2001), Say aprofundou a diferença anteriormente

estabelecida por Cantillon, ao diferenciar os lucros apurados pelo empreendedor

daqueles apurados pelo capitalista.

Drucker (1987) observou que Say retratou em seus estudos, que o

empreendedor era um agente de mudança, responsável pela transferência de

recursos econômicos de um setor de produtividade mais baixa para outro setor de

produtividade mais elevada, dessa forma aferindo maiores rendimentos.

Ao empregar o termo “entrepreneur”, quando elaborou uma teoria sobre as

funções do empresário, conferindo-lhe significativo papel no crescimento da

economia. A concepção de Say se aproximava das concepções de empreendedor

utilizadas até hoje. Por isso pode ser identificado como o “pai do que se

convencionou chamar de empreendedorismo” (FILION, 2001).

3 “Lei dos Mercados ou Lei de Say se refere a teoria econômica segundo o qual a produção criaria a sua própria demanda, impossibilitando uma crise geral de superprodução. Este conceito de equilíbrio econômico constitui-se na base da teoria econômica neoclássica.

Page 27: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

No caminho de estudos sobre empreendedorismo, destacam

produzidos pelo

Filion (2001), credita

D`Alberto (2005) menciona que

descrever o empreendedorismo associado a

para o desenvolvimento econômico.

Conforme Schumpeter (1988)

desenvolvimento econômico estaria

tecnológicas sobre os meios de pro

empresário inovador capaz de empreender um novo negócio

do capital.

Segundo Azevedo (2004), para Schumpeter o processo empreendedor

estaria orientado pela capacidade do indivíduo em criar e introduzir

consumo, para atender desejos e carências do mercado. Este ao realizar novas

combinações de produtos e serviços utilizando os avanços tecnológicos, gera novas

formas de organização e proporciona novos postos de trabalho.

Na percepção de S

de “destruição criativa” ̶̶ semelhante a uma implosão

estrutura vigente do fluxo circular da economia. Por sua ótica ligada à inovação,

Schumpeter considerava que para um indiv

a capacidade de romper com a força dos costumes mudando as condições de

oferta.

A seguir, apresenta na Figura 1 o Modelo de Schumpeter sobre a “Inovação

Empreendedora”:

Figura 1 – Representação gráfica do Modelo

Fonte: Adaptado de Leite (2002, p.57)

No caminho de estudos sobre empreendedorismo, destacam

produzidos pelo economista austríaco

Filion (2001), credita-se a Schumpeter a consolidação do conceito desta disciplina.

D`Alberto (2005) menciona que

descrever o empreendedorismo associado a

para o desenvolvimento econômico.

Conforme Schumpeter (1988)

olvimento econômico estaria fundamentado

tecnológicas sobre os meios de produção, a

empresário inovador capaz de empreender um novo negócio

Segundo Azevedo (2004), para Schumpeter o processo empreendedor

estaria orientado pela capacidade do indivíduo em criar e introduzir

consumo, para atender desejos e carências do mercado. Este ao realizar novas

combinações de produtos e serviços utilizando os avanços tecnológicos, gera novas

formas de organização e proporciona novos postos de trabalho.

Na percepção de Schumpeter, o empreendedor se engaja em um processo

de “destruição criativa” ̶̶ semelhante a uma implosão

estrutura vigente do fluxo circular da economia. Por sua ótica ligada à inovação,

Schumpeter considerava que para um indiv

a capacidade de romper com a força dos costumes mudando as condições de

A seguir, apresenta na Figura 1 o Modelo de Schumpeter sobre a “Inovação

Empreendedora”:

Representação gráfica do Modelo

Fonte: Adaptado de Leite (2002, p.57) apud

No caminho de estudos sobre empreendedorismo, destacam

Joseph Alois Schumpeter. De acordo com

se a Schumpeter a consolidação do conceito desta disciplina.

D`Alberto (2005) menciona que Schumpter, foi um dos primeiros autores a

descrever o empreendedorismo associado a inovação, como um fator fundamental

Conforme Schumpeter (1988) apud D’Alberto (2005), o fenômeno do

fundamentado em três fatores

dução, a necessidade do crédito bancário e o

empresário inovador capaz de empreender um novo negócio, mesmo sem ser

Segundo Azevedo (2004), para Schumpeter o processo empreendedor

estaria orientado pela capacidade do indivíduo em criar e introduzir novos hábitos de

consumo, para atender desejos e carências do mercado. Este ao realizar novas

combinações de produtos e serviços utilizando os avanços tecnológicos, gera novas

formas de organização e proporciona novos postos de trabalho.

o empreendedor se engaja em um processo

de “destruição criativa” ̶̶ semelhante a uma implosão ̶ que causaria alterações na

estrutura vigente do fluxo circular da economia. Por sua ótica ligada à inovação,

Schumpeter considerava que para um indivíduo ser empreendedor, este deveria ter

a capacidade de romper com a força dos costumes mudando as condições de

A seguir, apresenta na Figura 1 o Modelo de Schumpeter sobre a “Inovação

Representação gráfica do Modelo Schumpeter sobre “Entrepreneurial Innovation”

apud Monnerat (2003, p.28)

26

No caminho de estudos sobre empreendedorismo, destacam-se os trabalhos

Joseph Alois Schumpeter. De acordo com

se a Schumpeter a consolidação do conceito desta disciplina.

Schumpter, foi um dos primeiros autores a

inovação, como um fator fundamental

o fenômeno do

em três fatores: as inovações

crédito bancário e o

, mesmo sem ser dono

Segundo Azevedo (2004), para Schumpeter o processo empreendedor

novos hábitos de

consumo, para atender desejos e carências do mercado. Este ao realizar novas

combinações de produtos e serviços utilizando os avanços tecnológicos, gera novas

o empreendedor se engaja em um processo

que causaria alterações na

estrutura vigente do fluxo circular da economia. Por sua ótica ligada à inovação,

íduo ser empreendedor, este deveria ter

a capacidade de romper com a força dos costumes mudando as condições de

A seguir, apresenta na Figura 1 o Modelo de Schumpeter sobre a “Inovação

Schumpeter sobre “Entrepreneurial Innovation”

Page 28: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

27

Para aqueles que comungam dos pensamentos de Schumpeter, no

dinamismo do sistema capitalista os empreendedores ocupam uma posição de

destaque, sendo considerados como os criadores de novos negócios. Neste

raciocínio, são os empreendedores que produzem inovação e mudança e portanto,

são os responsáveis pelo motor que movimenta o sistema capitalista.

Desde o início da teoria econômica, que os economistas explicam o

desenvolvimento de uma nação mediante as variáveis: mão-de-obra barata, matéria-

prima abundante e capital disponível para investimentos. Porém, de acordo com o

momento atual, passaram a incluir as variáveis: tecnologia e empreendedorismo

(LEITE, 2002 apud MONNERAT, 2003).

Muitos outros economistas se interessaram pelo fenômeno empreendedor,

tais como Knight, Kirzner e Casson. Mas, tanto economistas quanto profissionais de

outras áreas não possuem um consenso sobre o tema e nem existe um modelo

econômico desenvolvido a partir da função empreendedora, pois esta é dificilmente

quantificável (FILION, 2001).

2.3.3 Comportamentalistas: quem é o empreendedor?

Primeiramente, é necessário mencionar que a palavra “comportamentalismo”

é a tradução do termo inglês behaviorism, também utilizado em português como

“behaviorismo”. O comportamentalismo é um campo de estudo dedicado a análise

do comportamento (aprendizagem, estímulo e reação de respostas, hábitos, entre

outros) e a relação que este mantém com o meio.

Embora, o conceito comportamentalista apresente abrangência, quanto ao

enfoque comportamental e o meio, principalmente por estarem associados com

experimentações para treinamentos de animais.

Neste estudo é abordado como um campo de investigação, em como o

comportamento de indivíduos empreendedores repercute no meio social,

organizacional, político e econômico do qual fazem parte.

Page 29: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

28

Para os economistas clássicos, o empreendedorismo era visto como uma

função, ainda que encontrassem dificuldades em integrá-lo ao modelo clássico de

desenvolvimento econômico estruturado com base em funções matemáticas e

análises quantitativas, devido à insuficiência destas metodologias para explicar o

complexo comportamento dos empreendedores (DOLABELA, 1999 apud

MONNERAT, 2003).

Foi o sociólogo Max Weber quem inaugurou os estudos sobre o

empreendedorismo, fora do eixo econômico. Pois, abordou os empreendedores

sobre uma perspectiva comportamental, relacionado com os impactos que estes

causavam nas mudanças das organizações e nas transformações de ordem

econômica no país.

Segundo Filion (1998) apud Azevedo (2004), sua contribuição se deu mais

precisamente em 1930, mediante a identificação das características de um “tipo

ideal de indivíduo”, através do qual definiu um sistema de valores ligados ao domínio

e a autoridade formal dos líderes das organizações. Este sistema de valores, seria

um elemento fundamental para explicar o comportamento empreendedor do

indivíduo.

Contudo, foi o psicólogo americano David C. McClelland da Universidade de

Harvard, quem lançou as bases da pesquisa dos comportamentalistas sobre o perfil

do empreendedor. Ao elaborar uma teoria com três importantes necessidades que

motivam o indivíduo a empreender: (1°.) - realizaçã o, (2°.) – poder e (3°.) –

associação (FILION, 1998; ROBBINS, 2002 apud AZEVEDO, 2004).

Para melhor explicitar, apresenta-se a seguir a Figura 2 com o modelo

esquemático das necessidades, que segundo McClelland, motivam o indivíduo a

empreender.

Page 30: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

Figura 2

Fonte: Adaptado de Azevedo (2004, p.32)

Para McClelland

comportamento do indivíduo empreendedor é na realização pessoal, embora seja

difícil de: de

empreendedora.

realizador.

Segundo o autor

básicos: uma minoria que quando frente a

arduamente pelo seu desejo de fazer melhor as coisas, ainda que venham sofrer

riscos; e uma maioria que na verdade não enxerga nesse desafio uma oportunidade

de conseguir algo (

Dola

critério de sucesso no indivíduo empreendedor. Segundo o autor, seria possível

dividi-los em: aqueles que o sucesso é determinado pela sociedade e aqueles que

possuem uma noção própria de suces

determine qual categoria possa ser mais bem sucedida; aqueles que possuem uma

noção interna de sucesso teriam mais facilidade de alcançar a “auto

McClelland.

As pesquisas de McClelland se concentraram

organizacional dos gerentes de grandes empresas. De modo que, em sua visão,

Figura 2 – Modelo esquemático da “

Fonte: Adaptado de Azevedo (2004, p.32)

Para McClelland (1986) conforme D’Alberto (2005), quanto ao

comportamento do indivíduo empreendedor é na realização pessoal, embora seja

difícil de: determinar, identificar e ensinar,

empreendedora. Neste sentido, é possível associar o empreendedor a um

Segundo o autor os indivíduos podem ser classificados em dois grupos

básicos: uma minoria que quando frente a

arduamente pelo seu desejo de fazer melhor as coisas, ainda que venham sofrer

riscos; e uma maioria que na verdade não enxerga nesse desafio uma oportunidade

de conseguir algo (McCLELLAND, 1986

Dolabela (2006) compartilha da visão de McClelland quan

critério de sucesso no indivíduo empreendedor. Segundo o autor, seria possível

los em: aqueles que o sucesso é determinado pela sociedade e aqueles que

possuem uma noção própria de sucesso. Embora não exista nenhum estudo que

determine qual categoria possa ser mais bem sucedida; aqueles que possuem uma

noção interna de sucesso teriam mais facilidade de alcançar a “auto

As pesquisas de McClelland se concentraram

organizacional dos gerentes de grandes empresas. De modo que, em sua visão,

esquemático da “Teoria das Necessidades de McClelland

Fonte: Adaptado de Azevedo (2004, p.32)

conforme D’Alberto (2005), quanto ao

comportamento do indivíduo empreendedor é na realização pessoal, embora seja

terminar, identificar e ensinar, em que reside a sua capacidade

Neste sentido, é possível associar o empreendedor a um

os indivíduos podem ser classificados em dois grupos

básicos: uma minoria que quando frente a um desafio, se dispõem a trabalhar

arduamente pelo seu desejo de fazer melhor as coisas, ainda que venham sofrer

riscos; e uma maioria que na verdade não enxerga nesse desafio uma oportunidade

McCLELLAND, 1986 apud D’ALBERTO, 2005).

bela (2006) compartilha da visão de McClelland quan

critério de sucesso no indivíduo empreendedor. Segundo o autor, seria possível

los em: aqueles que o sucesso é determinado pela sociedade e aqueles que

so. Embora não exista nenhum estudo que

determine qual categoria possa ser mais bem sucedida; aqueles que possuem uma

noção interna de sucesso teriam mais facilidade de alcançar a “auto

As pesquisas de McClelland se concentraram no comportamento

organizacional dos gerentes de grandes empresas. De modo que, em sua visão,

29

ecessidades de McClelland”

conforme D’Alberto (2005), quanto ao

comportamento do indivíduo empreendedor é na realização pessoal, embora seja

reside a sua capacidade

Neste sentido, é possível associar o empreendedor a um

os indivíduos podem ser classificados em dois grupos

um desafio, se dispõem a trabalhar

arduamente pelo seu desejo de fazer melhor as coisas, ainda que venham sofrer

riscos; e uma maioria que na verdade não enxerga nesse desafio uma oportunidade

bela (2006) compartilha da visão de McClelland quando aborda o

critério de sucesso no indivíduo empreendedor. Segundo o autor, seria possível

los em: aqueles que o sucesso é determinado pela sociedade e aqueles que

so. Embora não exista nenhum estudo que

determine qual categoria possa ser mais bem sucedida; aqueles que possuem uma

noção interna de sucesso teriam mais facilidade de alcançar a “auto-realização” de

no comportamento

organizacional dos gerentes de grandes empresas. De modo que, em sua visão,

Page 31: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

30

uma realização empreendedora não seria restrita a um indivíduo proprietário de um

negócio (AZEVEDO, 2004).

Por isso, em sua definição de empreendedor McClelland afirmava:

um empreendedor é alguém que exercita o controle sobre a produção que não é apenas para o seu consumo pessoal. Por exemplo, um executivo em uma unidade de produção de aço na URSS seria um empreendedor. (McCLELLAND, 1996, p.206 apud AZEVEDO 2004, p.33)

Conforme D’Alberto (2005, p.45), outras características são consideradas

inerentes aos indivíduos empreendedores pelos behavioristas, como:

inovação, liderança, riscos moderados, independência, criatividade, energia, tenacidade, originalidade, autoconfiança, capacidade de aprendizagem, sensibilidade a outros, tolerância à ambigüidade e a incerteza, habilidade na utilização dos recursos [...]

Além de McClelland, outros behavioristas se dedicaram ao estudo das

características dos gerentes nas organizações, focalizando suas necessidades

empreendedoras mediante o ambiente organizacional. É citado: B. F Skinner,

psicólogo de Harvard e Henry Mintzberg, professor canadense, entre outros

(AZEVEDO, 2004).

2.3.4 Pós-comportamentalistas: o que faz o empreendedor?

Recentemente, a vertente psicológica foi ampliada pelo canadense Louis

Jacques Filion. Em uma visão abrangente e simples Filion (1991) apud Dolabela

Page 32: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

31

(2006, p.25) define o empreendedor como “uma pessoa que imagina, desenvolve e

realiza visões.”

Seus estudos apresentaram uma teoria diferenciada do perfil empreendedor,

ao atribuir-lhe que o fazer está associado ao ser, pois para o professor canadense

“[...] no empreendedorismo, o que é primordial é o saber-ser, ou seja, a forma como

uma pessoa define-se a si próprio e como define a sua relação com o meio”

(FILION; LAFERTÉ, 2003, p.4)

Para Filion (2001), o empreendedor possui um elevado grau de consciência

do meio em que vive e utiliza-se desta capacidade para detectar formas de negócio.

O autor afirma que um ambiente propício ao empreendedorismo, deve contribuir

para o indivíduo que exerça a capacidade de reconhecer novas possibilidades de

negócio e que tome decisões moderadamente arriscadas, continue a desempenhar

seu papel empreendedor.

Dolabela (2006, p.25) é seguidor de Filion e compartilha de sua teoria

visionária ao considerar que: “empreendedor é alguém que sonha e busca

transformar seu sonho em realidade”.

O autor pontua dois fatores em relação ao empreendedor. 1) o

empreendedor é um ser social, produto da época e do lugar em que vive. Se no

ambiente em que um indivíduo vive, o empreendedor é percebido como algo

positivo, este terá motivação para abrir um negócio, por exemplo. 2) por ser um

fenômeno local, o perfil do empreendedor pode variar de um lugar para outro

DOLABELA (2006).

Gerber também segue esta recente linha de pensamento, que aborda o

empreendedor de forma holística vinculando o fazer com o ser, quando afirmar que:

[...] o processo de desenvolvimento de um empreendimento pode ser considerado como uma metáfora para a transformação pessoal, para o confrontar-se com a vida real, para o desenvolvimento de habilidades reais dentro da estrutura do próprio projeto, para a compreensão da dinâmica da mudança, do valor, da comunicação, do pensamento. (GERBER, 1996, p.111)

Page 33: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

32

Conforme Gerber (1996), existe um estreito vínculo entre o empreendedor e

o seu negócio, sendo esta relação dotada de pessoalidades. A empresa fundada

pelo empreendedor funciona como uma extensão de sua personalidade e a maneira

como executa o seu trabalho reflete como o empreendedor é interiormente.

Para outras características dos empreendedores que não foram

mencionadas nesta seção, apresenta-se uma seleção do resumo da pesquisa de

Timmons (1994) e Hornaday (1982) apud Dolabela (2006, p.33,34):

O empreendedor tem um “modelo” uma pessoa que o influencia.

Sabe fixar metas e atingi-las.

É um sonhador realista.

É orientado para resultados, para o futuro, para o longo prazo.

Aceita o dinheiro como uma das medidas de seu desempenho.

Conhece muito bem o ramo em que atua.

Traduz seus pensamentos em ações.

Atualmente, por mais que os estudos sobre empreendedorismo tenham

evoluído e abraçado diversos campos. O perfil do empreendedor, ainda repercute de

forma mística e estereotipada, em grande parte da sociedade. Por isso, é

apresentada na Figura 3, o quadro da pesquisa de Timmons (1994) relacionando

alguns mitos que cercam a figura do empreendedor.

MITOS DA FIGURA DO EMPREENDEDOR

MITO 1: Empreendedores não são feitos, nascem. MITO 2: Qualquer um pode, em qualquer tempo, começar um negócio. MITO 3: Empreendedores são jogadores. MITO 4: Empreendedores querem o espetáculo só para si.

Page 34: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

33

MITOS DA FIGURA DO EMPREENDEDOR

MITO 5: Empreendedores são seus próprios chefes e completamente independentes. MITO 6: Empreendedores trabalham mais tempo e mais duro do que gerentes em grandes empresas. MITO 7: Empreendedores experimentam grande estresse e pagam alto preço. MITO 8: Começar um negócio é arriscado e freqüentemente acaba em falência. MITO 9: O dinheiro é o mais importante ingrediente para se começar um negócio. MITO 10: Empreendedores devem ser jovens e com muita energia. MITO 11: Empreendedores são motivados pela busca do todo-poderoso dólar. MITO 12: Empreendedores buscam poder e controle sobre terceiros. MITO 13: Se o empreendedor é talentoso o sucesso vai acontecer em um ou dois anos. MITO 14: Qualquer empreendedor com uma boa idéia pode levantar capital. MITO 15: Se o empreendedor tem capital inicial suficiente, não pode perder a chance. MITO 16: Empreendedorismo é coisa de rico.

Figura 3 – Quadro dos mitos que cercam a figura do empreendedor

Fonte: Timmons (1994) apud Dolabela (2006, p.74, 75)

Dolabela ao mencionar os estudos que analisam o comportamento do

indivíduo empreendedor conclui que: “o estudo do comportamento do empreendedor

é considerado hoje fonte de novas formas para a compreensão do ser humano em

seu processo de criação de riquezas e de realização pessoal.” (DOLABELA, 2006,

p.54).

Page 35: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

34

Pode ser observado, que o conceito de empreendedor evolui através dos

tempos, mediante os trabalhos produzidos por pesquisadores de diversas áreas. No

passado, tinha-se o empreendedor inovador de Schumpeter e o empreendedor

organizador de empresa de McClelland (FILION, 2001).

Recentemente compreendem-se os empreendedores por dois perfis

distintos: empreendedor empresário – que inicia e desenvolve seu próprio negócio e

o intra-empreendedor ̶ aquele que desempenha o papel de empreendedor dentro

de uma organização (MONNERAT, 2003).

Os empreendedores também podem ser classificados de acordo com as

circunstâncias como: voluntários (neste grupo podem ser encontrados os

empreendedores por oportunidades de negócio) e involuntários (neste grupo

encontram-se os empreendedores por necessidade como: desempregados,

imigrantes, entre outros). Independente da circunstância que impulsione o indivíduo

a empreender, o empreendedor pode atuar na área: social, tecnológica ou

empresarial (DOLABELA, 2006).

Considera-se que o empreendedor sempre teve um papel fundamental para

sociedade evidenciado, principalmente, após a Revolução Industrial do século XVIII.

O que ocorre atualmente é que a economia, os meios de produção e os serviços se

sofisticaram de tal forma, que levaram a um contexto propício para o surgimento de

um número cada vez maior de empreendedores, quer estes sejam impulsionados

pelas oportunidades de negócios decorrentes destes avanços ou pela necessidade

de sobrevivência advinda do desemprego.

Para Dornelas (2005) em ambos os casos existe a necessidade de se

formalizar conhecimentos, que antes eram apenas obtidos de maneira empírica.

Dessa forma, o ensino de empreendedorismo torna-se necessário na formação do

profissional moderno e apresenta-se como resultante das mudanças estabelecidas

na dinâmica mercadológica do que como um modismo temporário.

Page 36: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

35

2.4 O ENSINO DE EMPREENDEDORISMO

Hoje em dia, o processo educacional passa por transformações na forma em

que é transmitido, evidenciando-se o papel do professor como um facilitador, pois

tem-se a necessidade de novas formas de interação com os alunos centrada na

reflexão.

Como a educação desempenha um papel fundamental na formação de

cidadãos que busquem atuar positivamente junto à sociedade. As estratégias de

ensino adotadas devem conduzir a uma aprendizagem prática dos quatro pilares,

que para a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura

(UNESCO) norteiam a educação: aprender a aprender, aprender a ser, aprender a

conviver e aprender a fazer (DELORS et al, 1996).

O empreendedorismo, enquanto área de estudos, não pode ser considerado

uma ciência, pois ainda está construindo seus fundamentos e paradigmas. Filion

(2003) se refere ao empreendedorismo, como um campo de estudo. E pontua uma

particularidade quanto ao ensino do empreendedorismo, afirmando que este não

deve estar baseado apenas em conhecimentos, mas em: saber-fazer, saber-ser,

saber-evoluir e saber-viver. Tem-se em sua afirmação uma aproximação dos valores

do ensino de empreendedorismo com os valores que orientam a educação para a

UNESCO.

Por isso, quanto ao ensino, o empreendedorismo reuni condições para

atender as modernas vertentes mencionadas para a educação. “Mesmo porque na

educação não se pode ser dirigista, induzindo alunos a abrir empresas.”

(DOLABELA, 2006, p.25).

Embora, o ensino de empreendedorismo possa diferir quanto aos objetivos

de instituição para instituição ou curso específico. Dornelas (2005, p.39) orienta que

qualquer abordagem do ensino de empreendedorismo deveria focar:

Page 37: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

36

A identificação e o entendimento das habilidades do empreendedor.

Como ocorre a inovação e o processo empreendedor.

A importância do empreendedorismo para o desenvolvimento econômico.

Como preparar e utilizar um plano de negócios.

Como identificar fontes e obter financiamentos para o novo negócio.

Como gerenciar e fazer a empresa crescer.

As características do empreendedorismo diferem de outras disciplinas como

geografia, física, química entre outras, pois além do empreendedorismo não ser um

conteúdo cognitivo convencional, apresenta uma pluralidade de relacionamentos

com as disciplinas, na qual utiliza como suporte para construir seu escopo.

De acordo com as características de ensino, Boava (2006, p.36) explica

como se dá o relacionamento do empreendedorismo com as outras áreas do saber:

Quando se diz que o empreendedorismo é interdisciplinar, pretende-se demonstrar que há o estabelecimento de relações entre a área e outros ramos de conhecimento; sendo sua esfera de atuação comum a duas ou mais disciplinas. Multidisciplinar, revela que a área contém, envolve e distribui-se por várias disciplinas e pesquisas. Transdisciplinar, indica que o empreendedorismo busca fora e além de si mesmo respostas a suas indagações, fazendo emergir dados que proporcionam uma nova visão de sua natureza e realidade

No empreendedorismo, o foco passa das organizações para o ser humano

centrado na sua capacidade de empreender e assim, contribuir para a melhoria da

sociedade. Quer seja pela criação de novos negócios, atuação ética nos setores

públicos ou pelo trabalho em organizações-não-governamentais.

Em virtude das características apresentadas, o ensino de

empreendedorismo tende-se a beneficiar de um sistema educativo diferente do

ensino tradicional, baseado no unidirecionalismo professor – aluno. Nesse sentido,

Dolabela (2006, p.26) afirma: “[...] não é possível ensinar, mas é possível aprender a

ser empreendedor [...]”

Page 38: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

37

2.4.1 O histórico do ensino de empreendedorismo no Brasil

A literatura mostra que é recente o ensino de empreendedorismo nos

grandes centros acadêmicos do Brasil, impulsionado pela necessidade de uma

mudança na cultura pedagógica, que esteve orientada na formação de cidadãos

para a conquista de emprego nas grandes organizações.

No cenário mundial, o ensino de empreendedorismo iniciou-se nos Estados

Unidos no final da década de 1940. Porém, somente no início dos anos de 1970 que

teve um crescimento significativo. Em 1975 já apresentava cerca de 100 escolas de

negócios que ofereciam cursos de criação de novos empreendimentos (LEITE apud

AZEVEDO, 2004).

No Brasil é mais recente, iniciou-se em na década de 1980. A seguir

apresenta-se o histórico do ensino de empreendedorismo no Brasil, conforme

Monnerat (2003) e Souza (2006) apud IEL (2000).

A primeira iniciativa de ensino de empreendedorismo no Brasil surgiu em

1981 na Escola de Administração de Empresas da Fundação Getúlio Vargas (FGV)

em São Paulo, por iniciativa do professor Ronald Degen na disciplina “Novos

Negócios” para alunos do Curso de Especialização em Administração. Três anos

mais tarde, a disciplina foi estendida para graduação com o nome de “Criação de

Novos Negócios – Formação de Empreendedores”. Em 1989 foi criado o Centro

Integrado de Gestão Empreendedora (CIAGE), sob a coordenação da professora

Ofélia Lanna Sette Torres. Posteriormente, o ensino de empreendedorismo foi

inserido nos cursos de mestrado, doutorado e MBA da FGV-SP.

Na Universidade de São Paulo (USP), o professor Sílvio Aparecido dos

Santos, inicia o ensino de empreendedorismo por ocasião da criação da disciplina

“Criação de Empresas” em 1984, no curso de graduação em Administração da

daquela instituição. No ano seguinte, a disciplina “Criação de Empresas e

Empreendimentos de Base Tecnológica” foi oferecida ao Programa de Pós-

Graduação em Administração. Em 1992 a Faculdade de Economia, Administração e

Contabilidade da USP através da Fundação Instituto de Administração ofereceu em

Page 39: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

38

parceria com o SEBRAE-SP, um programa de formação de empreendedores,

voltados para profissionais da comunidade interessados em abrir uma empresa.

No começo da década de 1990 a Universidade Federal de Minas Gerais

(UFMG) implementou uma iniciativa de desenvolvimento de estudos na área do

empreendedorismo com a criação do Grupo de Estudos da Pequena Empresa

(GEPE), vinculado ao Departamento de Engenharia da Produção e com o apoio do

SEBRAE-MG. Uma das atividades do GEPE foram workshops ministrados no

período de 1992 a 1994 pelos professores canadenses Louis Jacques Filion, André

Joyal e Dina Lavoie, a partir dos quais Filion tornou-se uma referência no país.

No ano de 1992, no Departamento de Ciência da Computação da

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS), o professor de informática

Newton Braga Rosa, criou uma disciplina para o ensino de criação de empresas no

bacharelado em Ciência da Computação.

Em 1992, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), criou a Escola

de Novos Empreendedores (ENE), que veio a ser tornar uma dos mais importantes

exemplos para o ensino de empreendedorismo no Brasil.

Ainda em 1992, a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a

Fundação de Apoio à Ciência do Estado de Pernambuco (FACEPE) criaram o

Centro de Estudos Avançados do Recife (CESAR), para ser um núcleo de

aproveitamento industrial dos resultados acadêmicos. Mais tarde 1995 criaram uma

pré-incubadora voltada para projetos de exportação de software, posteriormente

transformada no Recife-Beat, inserida no Programa da Sociedade Brasileira para a

Promoção da Excelência do Software Brasileiro (Softex) do CNPq. Em 1996 iniciou-

se o ensino de empreendedorismo na graduação em Ciência da Computação da

UFPE.

Em 1993 foi criada no Departamento de Informática da UFMG, a disciplina

“O empreendedor em informática”. Com sua experiência exitosa possibilitou ao

professor Fernando Dolabela, desenvolver uma metodologia de ensino de

empreendedorismo adequada à realidade brasileira. Tendo sido, mais tarde

difundida na forma da “Oficina do Empreendedor” para outros estados em parceria

com o Programa Softex do CNPq.

Page 40: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

39

Em 1995 a Escola Federal de Engenharia de Itajubá (EFE) criou o Centro

Empresarial de Formação Empreendedora de Itajubá (CEFEI). Desta forma a EFE

inseriu o ensino de empreendedorismo em todas as disciplinas, contribuindo para

desenvolver o espírito empreendedor em seus alunos.

Nesse mesmo ano, a Universidade de Brasília – UnB criou a Escola de

Empreendedores com o apoio do SEBRAE-DF, que além de oferecer o ensino de

empreendedorismo, realiza anualmente a Semana do Empreendedor com a

participação da comunidade local e empresarial.

O Projeto Gênesis, na área de incubação universitária e o Projeto Softstart

na área de ensino de empreendedorismo, foram implantados em 1996 pelo

Programa Softex, mediante a experiência adquirida junto ao CESAR em

Pernambuco.

No Rio de Janeiro a Pontifícia Universidade Católica (PUC) criou em 1997 o

Instituto Gênesis para a inovação e ação empreendedora. Na época a PUC-RJ

oferecia ensino de empreendedorismo para os cursos de graduação, através de três

disciplinas apoiadas pelo Laboratório de Criatividade Inovação e Simulação de

Negócios.

Também em 1997, o Instituto Evaldo Lodi de Minas Gerais (IEL-MG) junto

com a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, FUMSOFT, Fundação João

Pinheiro e o SEBRAE-MG lançaram o Programa Rede de Ensino Universitário de

Empreendedorismo (REUNE). No ano seguinte, a Confederação Nacional da

Indústria (CNI) mediante o Instituto Evaldo Lodi junto com o SEBRAE nacional

lançaram o Programa REUNE, expandindo a filosofia de ensino universitário para

todo o país.

Segundo (Souza, 2006) o ensino de empreendedorismo se disseminou em

diversas universidades públicas (federais e estaduais), particulares e faculdades

isoladas e hoje é ofertado em quase todas as IES do país.

De acordo com o histórico exposto, é observado que as graduações em:

Administração, Engenharias, Ciência da Computação e Informática; foram os

primeiros cursos a ministrarem conteúdos de empreendedorismo para seus

discentes.

Page 41: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

40

Entretanto, o ensino de empreendedorismo por ser multidisciplinar, não pode

ficar restrito àquelas áreas de conhecimento. Torna-se necessário, cada vez mais

ampliar o ensino vigente de empreendedorismo para outras áreas, principalmente,

aquelas de relevante capacidade de gerar emprego, mobilizar diversos setores

econômicos e interagir com diferentes agentes sociais na construção da sua

atividade, como o turismo.

2.5 O ENSINO DE TURISMO

Neste capítulo é apresentado um panorama histórico do ensino de turismo

no Brasil e no Estado do Rio de Janeiro. Busca-se compreender o momento atual

dos cursos e como o ensino de empreendedorismo pode ser inserido durante a

formação de seus ingressos.

2.5.1 Panorama histórico dos cursos de Turismo no Brasil

Segundo Trigo (2003) a Habilitação Única em Turismo é relativamente

recente no país, assim como nas áreas de comunicação e informática. O primeiro

curso superior em Turismo surgiu em plena época do período militar.

A evolução dos cursos superiores de Turismo e áreas correlatas no Brasil

podem ser divididas em quatro fases principais desde a década de 70 até o início do

século XXI (Matias, 2002).

Na primeira fase, tem-se o curso de Turismo implementado em 1971, na

Faculdade Morumbi, hoje Universidade Anhembi Morumbi, sediada na cidade de

São Paulo. Posteriormente, em 1978, os de Hotelaria, ambos com expansão

Page 42: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

41

moderada, totalizando dez cursos no final da década e com oferta direcionada às

grandes capitais brasileiras como São Paulo e Rio de Janeiro.

A segunda fase, em meados da década de 1980, foi marcada pela

estagnação de oferta de cursos decorrente de problemas econômicos no país, o que

ocasionou, inclusive, o fechamento de vários cursos.

A terceira fase, na década de 1990, caracteriza-se pela valorização dos

cursos no âmbito acadêmico, com o aumento do número de cursos nas áreas de

Turismo, Hotelaria e Administração com habilitação em Turismo e Hotelaria nas

capitais e com distribuição mais igualitária nas demais regiões brasileiras,

abrangendo e estendendo-se ao interior de vários estados.

Na atualidade a tendência demonstra um equilíbrio entre “quantidade versus

qualidade”, com aumento quantitativo de propostas diferenciadas de cursos e uma

tendência de cursos de Turismo com ênfases direcionadas para a flexibilização e a

regionalização. É destacada ainda, em relação ao momento atual da oferta de

cursos de turismo, a contribuição ímpar do Sistema Federal de Educação.

Em conjunto com o processo de re-estruturação e aumento de vagas

vigentes desde 2002 nas Instituições Federais de Ensino Superior, a oferta de

cursos de turismo tem crescido fundamentalmente nestas instituições. Esse

processo aumenta a perspectiva de que esses cursos tenham um compromisso

maior com o desenvolvimento da sociedade brasileira em detrimento de uma antiga

preocupação excessiva com as demandas do mercado.

Sobre os cursos de bacharelado em Turismo na microrregião do Rio de

Janeiro, apresenta-se a seguir o quadro da Figura 4, com a cronologia de abertura

dos cursos na região pesquisada.

INÍCIO DO CURSO INSTITUIÇÃO – SIGLA MUNICÍPIO

08/06/1973 UNIVERSIDADE ESTÁCIO

DE SÁ – UNESA RIO DE JANEIRO

01/07/1975 FACULDADES INTEGRADAS HÉLIO ALONSO – FACHA

RIO DE JANEIRO

08/03/1976 CENTRO UNIVERSITÁRIO

PLÍNIO LEITE – UNIPLI NITERÓI

Page 43: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

42

INÍCIO DO CURSO INSTITUIÇÃO – SIGLA MUNICÍPIO

08/09/1979 UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA – UVA

RIO DE JANEIRO

22/02/1999 FACULDADE MACHADO DE

ASSIS – FAMA RIO DE JANEIRO

03/03/1999 CENTRO UNIVERSITÁRIO

DA CIDADE – UNIVERCIDADE

RIO DE JANEIRO

05/02/2001 FACULDADES INTEGRADAS DE JACAREPAGUÁ – FIJ

RIO DE JANEIRO

05/02/2001 FACULDADE PARAÍSO –

FAP SÃO GONÇALO

01/07/2002 FACULDADE SÃO JOSÉ – FSJ

RIO DE JANEIRO

17/08/2002 CENTRO UNIVERSITÁRIO

AUGUSTO MOTTA – UNISUAM

RIO DE JANEIRO

10/02/2003 FACULDADE GAMA E

SOUZA – FGS RIO DE JANEIRO

24/03/2003 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF

NITERÓI

31/03/2003 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO – UNIRIO RIO DE JANEIRO

17/04/2006 UNIVERSIDADE FEDERAL

RURAL DO RIO DE JANEIRO – UFRRJ

NOVA IGUAÇÚ

Figura 4 - Quadro do histórico dos bacharelados em Turismo na microrregião do Rio de Janeiro. Fonte: Base de dados MEC/INEP adaptado pelo autor, 2009.

Os princípios norteadores para os cursos de Turismo foram apresentados na

Resolução nº 13, de 24 de novembro de 20064, que revogou a resolução s/n° de 28

de janeiro de 1971. E assim, definiu os parâmetros atuais para a elaboração do

projeto pedagógico dos cursos de Turismo no Brasil bem como: perfil (comum e

especifico), competências e habilidades esperadas de seus egressos.

Quanto às competências5 e habilidades, o documento enumera 19 domínios

mínimos, que os cursos de Turismo devem fornecer para a formação de um

profissional apto a atuar em mercados altamente competitivos e em constante

transformação. Para os objetivos do presente trabalho, destacam-se:

4 O exemplar completo deste documento encontra-se na seção “Anexos” do trabalho. 5 Por competência adota-se a definição de Perrenoud (2000) apud Da Re (2002) como “a faculdade de mobilizar um conjunto de recursos cognitivos – como saberes, habilidades e informações – para solucionar com pertinência e eficácia uma série de situações.”

Page 44: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

43

V - domínio e técnicas de planejamento e operacionalização de estudos de viabilidade econômico-financeira para os empreendimentos e projetos turísticos;

VII - planejamento e execução de projetos e programas estratégicos relacionados com empreendimentos turísticos e seu gerenciamento;

VIII - intervenção positiva no mercado turístico com sua inserção em espaços novos, emergentes ou inventariados

XVII - compreensão da complexidade do mundo globalizado e das sociedades pós-industriais, onde os setores de turismo e entretenimento encontram ambientes propícios para se desenvolverem (BRASIL, 2006);

Nota-se que competências empreendedoras são exigidas na formação do

profissional em turismo. Dadas estas características, o campo de ensino do

empreendedorismo nos cursos de graduação em turismo passa a ser uma

abordagem possível para se incorporar às rápidas mudanças tecnológicas e a

dinâmica do mundo atual.

Cabe ressaltar que segundo Cooper et al. (2001, p.42): “a educação em

turismo é multidisciplinar em sua abordagem e conteúdo e possui, portanto

elementos que são interessantes para outras disciplinas.” Neste sentido, o ensino de

turismo deve se beneficiar de sua natureza multidisciplinar, quando se relaciona com

outros campos de estudo. Principalmente, aqueles que buscam compreender o

processo de geração de riquezas a partir do indivíduo, como o empreendedorismo.

D’Alberto (2005, p. 44) pontua sobre a importância que o ensino de

empreendedorismo pode ter em um curso de Turismo ao afirmar:

“[...] tudo parece crer que o preparo para tornar-se empreendedor pode e deve ser desenvolvido no ensino da graduação, dando-se oportunidade de um maior entendimento sobre o assunto aumentando a visão empreendedora”. (D`ALBERTO, 2005, p.44)

Da Re (2002, p 15) afirma que não há uma receita metódica que possa

garantir o sucesso do profissional frente às adversidades ou oportunidades que se

apresentam no seu meio. Mas, sugere uma relação de medidas que as instituições

Page 45: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

44

de ensino devem adotar para que as competências empreendedoras possam ser

desenvolvidas nos cursos de turismo:

a adoção de desenhos curriculares e de alternativas metodológicas inovadoras, dinâmicas, que substituam o modelo centrado em aulas tradicionais por um ambiente educacional caracterizado por aulas contextualizadas, enfatizando o aprendizado significativo;

implantação de oficinas, workshops, seminários e palestras com profissionais atuantes no turismo e áreas inter-relacionadas, com espaços para discussão fundamentada sobre o que está fartamente disponível para ser ouvido, visto e lido dentro e fora do ambiente escolar;

incentivo para que os alunos pesquisem e trabalhem em projetos concretos e experimentais característicos da área, enriquecido por visitas e/ou viagens culturais e técnicas;

a busca de alternativas de gestão de recursos educacionais, tais como acordos, convênios, patrocínios ou parcerias, que viabilizem constante renovação e atualização tecnológica, condição essencial para que a educação seja efetiva;

o estudo e a implementação de formas flexíveis de organização do trabalho escolar e de estabelecimento de vínculos contratuais com profissionais empreendedores da atividade turística, visando possibilitar a contribuição desses professores em potencial, cuja disponibilidade e interesse não se ajustam aos esquemas pedagógicos e administrativos convencionais.

Nessas condições as instituições de ensino estariam reavaliando suas

práticas, não em função da formação de profissionais para suprirem carências

mercadológicas momentâneas, como ocorrido em um passado próximo com os

cursos superiores em Turismo no Brasil. Mas, para formar cidadãos preparados para

melhor suceder as adversidades de um ambiente instável, tanto do ponto de vista

econômico quanto social.

Para Maia e Peccioli Filho (2003) o jovem estudante de Turismo deve ser

estimulado em seu ambiente acadêmico a verificar nos diversos problemas de sua

área, a possibilidade de ação para construir estratégias que busquem soluções, às

vezes, inéditas que surgem no cotidiano de sua atividade.

A integração do ensino de empreendedorismo nos cursos de Turismo pode

auxiliar na formação de um profissional capacitado em analisar o ambiente dos

Page 46: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

45

negócios e os limites à atividade empreendedora e, desta forma minimizar os riscos

quando da tomada de decisões, em qualquer posição que ele ocupe na estrutura da

atividade turística ou mesmo da sociedade em geral (OLIVEIRA, 2006).

No presente estudo busca-se evidenciar a contribuição do ensino de

empreendedorismo para a formação de egressos nos bacharelados em Turismo. No

capítulo a seguir apresenta-se metodologia que conduziu todo o desenvolvimento de

sua pesquisa.

Page 47: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

3 METODOLOGIA DA PESQUISA

A escolha de um método de pesquisa, assim como os instrumentos

utilizados para a coleta de dados e posterior análise dos mesmos, devem estar

adequados em relação aos objetivos propostos e ao problema vigente de cada

investigação. A qualidade do resultado a alcançar estará intimamente ligada,

mediante a perfeita relação e correlação desses elementos.

Ao lançar um olhar inicial sobre o universo a ser investigado foram obtidas

as primeiras impressões, decorrentes das características dos elementos que o

compunha. A partir deste momento, procurou-se seguir uma abordagem indutiva,

mediante a formulação de hipóteses que atendesse as observações empíricas

realizadas em campo na fase experimental da pesquisa.

Ao familiarizar-se com o problema, optou-se por definir a pesquisa em uma

abordagem qualitativa, originada na escolha de seu objeto de estudo. Com o

pressuposto, de que não existem metodologias “boas” ou “más” ao tratamento de

determinado problema (ALVES-MAZZOTTI, 1998). Tornava-se de fundamental

importância, para garantir o sucesso do trabalho, escolher o tipo de pesquisa

empírica mais adequada aos objetivos almejados.

Page 48: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

47

3.1 TIPOS DE PESQUISA

Tem sido proposto por Vergara (2005) dois critérios básicos para agrupar os

diferentes tipos de pesquisas existentes: quantos aos meios e quanto aos fins.

Seguindo tal orientação, utilizou-se sua taxonomia para definir os tipos de pesquisa

que irão permear todo o desenvolvimento deste estudo. Quanto aos meios:

• Pesquisa bibliográfica, pois recorre a uso de material disponível por

meio de publicações impressas ou eletrônicas, geralmente acessíveis

ao público em geral, quanto à origem foram utilizados materiais de

fontes primárias ou secundárias.

• Pesquisa documental, em virtude do requerimento de documentos

inerentes aos cursos de bacharelado6 em turismo, tais como: ementas

de disciplinas e de projetos acadêmicos e exemplares de matriz

curricular, pois os mesmos fornecerão subsídios para análises e

considerações posteriores.

• Pesquisa de campo, pois lança mão de ferramentas para a coleta dos

dados em campo, através da aplicação de questionários

padronizados e realização de entrevistas presenciais com os

responsáveis pelos cursos avaliados.

Quanto aos fins: como pesquisa descritiva, pois este modelo de pesquisa

proporciona a exposição das características e peculiaridades do objeto de estudo e

ainda pode estabelecer correlações entre as variáveis, dessa forma contribuindo

para definir a sua natureza. (ibidem).

A composição dos tipos de pesquisa apresentados ocorre em virtude das

características dos elementos investigados e dos objetivos que se espera alcançar

por meio deste estudo. Dessa forma, é possível que uma pesquisa comporte mais

de um de tipo, quanto ao seu meandro e finalidade (DENCKER, 2003; VERGARA,

2005).

6 Bacharelado, refere-se ao curso de nível superior (graduação) que confere ao seu concluinte o diploma com o grau de Bacharel, habilitando-o a exercer uma profissão de nível superior. Fonte: <http://www.educacaosuperior.inep.gov.br/tipos_de_curso.stm> Acessado no dia 11 de agosto de 2009.

Page 49: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

48

Embora, o tema “empreendedorismo” venha ultimamente conquistando

espaço em diferentes áreas do conhecimento. Foi desconhecido até o momento do

levantamento de dados para esta pesquisa, estudos que abordassem o ensino de

empreendedorismo em bacharelados públicos de Turismo na mesma região

geográfica.

Mediante esta constatação, a pesquisa adquire um caráter exploratório, pois

visa também preencher “lacunas no conhecimento”, ao realizar uma sondagem junto

aos coordenadores sobre a relevância disposta pelos cursos de bacharelado

públicos em Turismo a uma educação empreendedora. De acordo com Alves-

Mazzotti (1998): “essas lacunas geralmente se referem à compreensão de

processos que ocorrem em uma dada instituição, grupo ou comunidade.”

Portanto, em virtude das características do objeto de estudo e na busca por

um procedimento que apresentasse confiabilidade tanto na obtenção dos dados em

campo, como, no tratamento dos mesmos. Propõem-se para a presente pesquisa:

um estudo de caso múltiplo.

3.2 UNIVERSO E AMOSTRA

Quando foi realizada uma investigação preliminar, havia ao todo na

microrregião do Rio de Janeiro7 (Brasil) 15 cursos de bacharelado em Turismo

oferecidos por 14 IES. Conforme consta na Base de Dados do MEC/INEP/Educação

Superior/Cursos e consultado em agosto de 2009. Tais cursos eram ofertados em

quatro (Rio de Janeiro, Niterói, Nova Iguaçu e São Gonçalo) dos 16 municípios que

compõe esta microrregião.

7 Por microrregião do Rio de Janeiro, adota-se a definição utilizada desde o ano de 2005 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e também pelo Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro (Fundação CIDE), órgão vinculado à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão. Trata-se de uma divisão regional, inserida na mesorregião Metropolitana do Rio de Janeiro e composta ao todo por 16 municípios, sendo eles: Belford Roxo, Duque de Caxias, Guapimirim, Itaboraí, Japeri, Magé, Maricá, Mesquita, Nilópolis, Niterói, Nova Iguaçu, Queimados, Rio de Janeiro, São Gonçalo, São João de Meriti e Tanguá.

Page 50: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

49

Foi cogitada nesta fase preliminar da pesquisa, definir uma amostra do tipo:

probabilística, estratificada e não-proporcional, conforme dispõe Vergara (2005); ao

levar em consideração a quantidade de bacharelados em Turismo presentes na

microrregião do Rio de Janeiro. A amostra inicialmente planejada seria composta por

um misto de cursos oriundos de IES públicas e privadas.

Para que os dados obtidos em campo recebessem um tratamento imparcial,

seus conteúdos deveriam ser suficientes para compor uma base confiável de

análises e considerações. Desse modo, era necessária uma investigação descritiva

em profundidade, proporcionada pela acessibilidade do pesquisador ao campo de

seu objeto de estudo. Esta condição era exigida, para que se obtivesse uma visão

holística dos cursos e dessa forma, fossem amenizadas as interferências dos

agentes envolvidos na pesquisa.

Tinha-se como pressuposto, liberdade de acesso para realização de

entrevistas presenciais com os responsáveis pelos bacharelados. Da mesma forma,

a obtenção de documentos inerentes ao processo investigatório como: ementas de

disciplinas e de projetos acadêmicos e exemplares da matriz curricular; necessários

para a elaboração de observações e considerações referentes à presença do ensino

de empreendedorismo.

Em virtude das dificuldades encontradas nas formas de acesso requeridas

pela pesquisa e também limitado pelo tempo disponível, foi replanejada na fase

preliminar, a amostra até então selecionada, ao se optar por uma abordagem

qualitativa mediante um estudo de caso múltiplo, composto pelos três bacharelados

em Turismo de IES públicas presentes na microrregião do Rio de Janeiro.

A saber: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) no Rio

de Janeiro, Universidade Federal Fluminense (UFF) em Niterói e Universidade

Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) em Nova Iguaçu.

Assim, dentro dos parâmetros que orientam uma pesquisa qualitativa, foi

definida uma amostra do tipo não-probabilística, baseada no critério de tipicidade.

Tal critério é referendado por Vergara (2005), por conceder ao pesquisador a

liberdade da seleção dos elementos que considera relevantes para a amostra,

baseado no profundo conhecimento que possui destes.

Page 51: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

50

Vem a corroborar para a escolha, a abordagem que tradicionalmente as

instituições públicas procuram incluir na formação de seus discentes, que não

apenas aquela que só os habilite a entrar no mercado de trabalho.

Por se tratar de um estudo de caso múltiplo, nesta pesquisa a amostra

adquire equivalência ao universo, uma vez que estão incluídos no estudo, todos os

bacharelados públicos em Turismo presentes na região abordada.

Embora, amplamente utilizado em pesquisas qualitativas; Yin (2001) coloca

que o termo "amostra", é inadequado quando não se pretende fazer generalizações

de tipo estatístico, conforme o objetivo deste trabalho.

Ainda que o método escolhido para a seleção dos objetos de estudo, não

tenha sido probabilístico ou afim, a pesquisa composta pelos três bacharelados

públicos, abrange 20,00% dos 15 cursos presentes na região.

3.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

A pesquisa está delimitada pelos seguintes critérios: cursos superiores em

Turismo na modalidade de ensino presencial8, os quais se caracterizam por exigir a

presença do aluno, em pelo menos, 75% das aulas e em todas as avaliações de

ensino; que confere a seus egressos o grau de Bacharel, tal modelo de graduação

também é denominada como tradicional ou plena; oferecidos por Instituições de

Ensino Superior (IES) públicas presentes na microrregião do Rio de Janeiro; com

funcionamento regular de turmas no terceiro trimestre de 2009.

Por se tratar de um estudo de caso múltiplo, as unidades de análise

correspondem a cada bacharelado em Turismo ministrado pelas instituições:

UNIRIO, UFF e UFRRJ; presentes no espaço geográfico demarcado. Conforme

disposto por Yin (2001), as unidades de análise constituem o próprio caso em si.

8 Conforme parâmetros definidos pelo Ministério da Educação (MEC). Fonte: <http://www.educacaosuperior.inep.gov.br/tipos_de_curso.stm> Acessado no dia 11 de agosto de 2009

Page 52: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

51

3.4 COLETA DE DADOS

Os métodos escolhidos para a coleta dos dados em campo seguem as

orientações das pesquisas de abordagem qualitativa, caracterizadas por uma grande

variedade de procedimentos e instrumentos de coletas de dados (ALVES-

MAZZOTTI, 1998).

Dessa forma, foram escolhidas ferramentas que proporcionassem tanto um

tratamento objetivo das informações requeridas, quanto outras mais profundas em

análise.

Para aferir a presença ou ausência de disciplina de “Empreendedorismo” e

correlatas constantes na matriz curricular dos cursos, foi realizada a aplicação de

questionários padronizados, junto ao coordenador do curso. Para aferir a relevância

de uma educação empreendedora no curso, houve a realização de uma entrevista

presencial junto ao mesmo profissional, composta por duas perguntas ao final do

questionário.

Além, das ferramentas mencionadas e para que se obtivesse informações

mais profundas, realizou-se análise de documentos referente ao curso, tais como:

ementas das disciplinas de abordagem empreendedora e correlatas, ementas de

projetos acadêmicos afins e exemplar da matriz curricular.

3.5 SELEÇÃO DOS SUJEITOS

A presente pesquisa procurou analisar sob a ótica de seus coordenadores, o

ensino de empreendedorismo nos bacharelados públicos em Turismo presentes na

microrregião do Rio de Janeiro. Além de requerer, informações diversas sobre os

mesmos. Portanto, o sujeito apropriado para o fornecimento de todas as

Page 53: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

52

informações requeridas pela pesquisa, foi o profissional de coordenação dos cursos

avaliados.

3.6 LIMITAÇÕES DO MÉTODO

Segundo Gil (2002), o estudo de caso é uma modalidade de pesquisa em

crescente utilização no âmbito das ciências sociais. De acordo com Yin (2001), por

proporcionar que se investigue um fenômeno contemporâneo dentro de seu contexto

atual, onde os limites entre o problema e o contexto ainda não apresentam claras

evidências.

Dentre os propósitos apontados por Gil (2002), pelo qual o estudo de caso

passa ser cada vez mais utilizado, destaca-se por "preservar o caráter unitário do

objeto estudado e descrever a situação do contexto em que está sendo feita

determinada investigação". Também são apresentadas pelo mesmo autor, algumas

vantagens deste modelo de pesquisa: o estímulo a novas descobertas, a ênfase na

totalidade e a simplicidade dos procedimentos (ibidem).

Embora, freqüentemente usado nas ciências sociais, o estudo de caso

possui limitações e envolve aspectos objetivos e subjetivos. Tais como:

argumentações e reflexões oriundas dos valores e conceitos do pesquisador na

interpretação dos dados obtidos; procedimentos normalmente não-rotinizados,

exigindo do pesquisador habilidades necessárias para garantir um desempenho

imparcial no momento da obtenção dos dados em campo; o pequeno tamanho da

amostra pode apresentar uma base frágil para generalizações; entre outros (YIN,

2001; GIL, 2002).

Cabe salientar, que a presente pesquisa está condicionada pela visão

oriunda dos coordenadores sobre o ensino de empreendedorismo nos seus

respectivos cursos. Portanto, as disciplinas relatadas que abordam a temática do

empreendedorismo estão vinculadas ao parecer do profissional titular da

coordenação na época em que a pesquisa (formulário) foi realizada.

Page 54: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

53

Dessa forma, compreende-se que se o mesmo formulário padronizado fosse

aplicado com outro profissional de coordenação do mesmo curso, eventualmente,

poderia sofrer alterações quanto ao número de disciplinas relatadas sobre o ensino

de empreendedorismo. O que ocasionaria diferenças no resultado final da

abrangência do empreendedorismo no curso pesquisado.

Portanto, em virtude do exposto e ao procurar obter um maior rigor

metodológico na pesquisa empregada, torna-se mister adotar o estudo de caso

múltiplo. A fim de que, se possa estender com maior segurança os resultados

oriundos desta pesquisa para outras instituições atuantes em esferas semelhantes.

Page 55: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

4 O ESTUDO DE CASO

O empreendedorismo tem se destacado como uma das áreas que mais vêm

adquirindo importância quanto ao ensino no Brasil. Foi possível constatar que é

ensinado desde o início da década de 1980 e que cada vez mais tem sido integrado

às matrizes curriculares de diversos cursos de nível superior.

Neste capítulo apresentam-se as informações colhidas durante a pesquisa,

mediante a aplicação de questionários padronizados e entrevistas presenciais, que

versam sobre a identificação dos bacharelados, seus respectivos coordenadores e a

presença/ausência de disciplinas ligadas ao empreendedorismo. Conjuntamente,

com as características das respectivas IES onde cada curso é oferecido.

Mediante a posse desses dados e com os documentos adquiridos (ementas

de disciplinas, projetos acadêmicos e exemplares de matriz curricular) que

complementam as informações pesquisadas. Propõem-se análises qualitativas, que

busquem evidenciar como se apresenta o ensino de empreendedorismo com vistas

a contribuir na formação do ingresso de cada bacharelado.

4.1 UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

A primeira Instituição de Ensino Superior apresentada é a Universidade

Federal Rural do Rio de Janeiro .̶ UFRRJ. A “Rural”, como a universidade é

Page 56: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

55

popularmente chamada, é conhecida pelo “senso-comum” no Estado do Rio de

Janeiro por seus cursos superiores ligados as áreas de veterinária, agrícola e

ambiental. Contudo, oferece em seu quadro diversas graduações como:

Administração, Educação Física, Geologia, Matemática, Direito, Letras, entre outras.

4.1.1 Histórico e organização institucional

A UFRRJ é uma autarquia desde 1968 de regime especial dotada de

autonomia didática, científica, administrativa, financeira e disciplinar; destinada a

estudos superiores em sistema indissolúvel de ensino, pesquisa e extensão em

todos os ramos do saber (UFRRJ.., 2009)

Suas origens remontam as bases do ensino agropecuário no Brasil. Oriunda

do Centro Nacional de Ensino e Pesquisas Agronômicas (CNEPA) que em 1943,

através de diversas portarias-ministeriais e decretos-lei unificaram as atividades da

Escola Nacional de Agronomia, Escola Nacional de Medicina Veterinária e Escola

Nacional de Química. Dessa forma, surgiu a Universidade Rural, como era

denominada na época (UFRRJ.., 2009).

As atividades de ensino, pesquisa e extensão são desenvolvidas por 11

institutos, integrados ao Conselho Departamental, Diretoria, Departamentos e

Secretaria Administrativa. Apresenta-se a seguir os institutos da UFRRJ:

• Instituto de Agronomia

• Instituto de Biologia, Instituto de Ciências Exatas

• Instituto de Ciências Humanas e Sociais

• Instituto de Educação

• Instituto de Florestas,

• Instituto de Tecnologia,

• Instituto de Veterinária,

Page 57: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

56

• Instituto de Zootecnia,

• Instituto Multidisciplinar (Campus Nova Iguaçu)

• Instituto Três Rios

Quanto à organização administrativa, a UFRRJ está orientada por seis

decanatos, que são órgãos executivos de coordenação e supervisão ligados

diretamente à Reitoria; apresentados a seguir:

• Assuntos administrativos

• Assuntos estudantis

• Ensino de graduação

• Extensão

• Pesquisa e pós-graduação

• Assuntos financeiros

A presente seção busca mediante a apresentação de informações básicas,

contribuir para um conhecimento geral a respeito da universidade oferecedora do

bacharelado pesquisado. Quanto às demais informações, apresenta-se a seguir o

quadro da Figura 5:

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO – UFRRJ Organização Acadêmica Universidade Categoria Administrativa Pública Federal Mantenedora Ministério da Educação

Endereço da Sede Rodovia Br 465 - Km 7 s/n - 23890-000 Seropédica – RJ

Contatos Telefone: (21) 2682-1090 Fax: (21) 2682-1120 e-mail: [email protected] Site: www.ufrrj.br

Campi e Unidades fora da sede

Pólo de Apoio Presencial - Angra dos Reis Pólo de Apoio Presencial - Piraí Pólo de Apoio Presencial - São Fidélis Pólo de Apoio Presencial - Saquarema Pólo de Apoio Presencial – Itaperuna Campus Nova Iguaçu - Instituto Multidisciplinar Pólo Magé Pólo Rezende

Figura 5 – Quadro de informações sobre a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Fonte: Base de dados MEC/INEP adaptado pelo autor, 2009.

Page 58: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

57

4.1.2 O curso de turismo da UFRRJ

No caso da UFRRJ, o bacharelado em Turismo é o mais recente dos três

pesquisados, entrou em funcionamento em abril de 2006. É oferecido no Campus de

Nova Iguaçu – Instituto Multidisciplinar e está vinculado ao Departamento de

Administração, Direito e Turismo.

A graduação possui carga horária total de 3.000 horas/aulas com uma

integralização recomendada em nove períodos (quatro anos e meio) sendo oferecido

no regime letivo semestral com 40 vagas no período noturno. A ênfase do curso está

sobre o conteúdo de “planejamento”. O professor Rodrigo Fonseca Tadini (M.Sc.) é

o coordenador do bacharelado em Turismo da UFRRJ.

Apresenta-se a seguir a missão do curso de Turismo da UFRRJ: “Promover

o desenvolvimento pessoal e profissional dos alunos a fim dos mesmos se

transformarem em agentes de mudanças na Baixada Fluminense. O enfoque do

curso vai depender das características da instituição em sua totalidade, do perfil do

profissional dos professores, da posição geográfica e das necessidades da

comunidade a qual faz parte.”

A disciplina “Empreendedorismo” não está presente na matriz curricular do

curso de Turismo da UFRRJ. Segundo o coordenador Rodrigo Fonseca Tadini,

existem duas disciplinas obrigatórias que abordam a temática do

empreendedorismo. São elas: “Introdução à Administração” (2° período) e “Meios de

Hospedagem - II” (4° período). Ambas as disciplinas: presenciais, possuem carga

horária de 60 horas/aula e são oferecidas desde o primeiro semestre de 2006.

Quanto a projetos de pesquisa em atividade que abordam a temática do

empreendedorismo disponível aos alunos do curso de Turismo da UFRRJ, foi citado:

“O Povo do Aventureiro” iniciado em agosto de 2008. Quanto a projetos de extensão

foi citado: “O Povo do Aventureiro” e “Sabores do Tinguá” este iniciado em setembro

de 2007. O coordenador não soube informar a carga horária (horas/atividade) dos

projetos mencionados. Não há projetos de pesquisa/extensão correlatos a temática

do empreendedorismo em tramitação no curso.

Page 59: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

58

Em relação a um curso de Turismo estar focado em empreendedorismo, o

coordenador Rodrigo Fonseca Tadini - “Concorda Parcialmente”. Sua reflexão9

sobre o ensino de empreendedorismo em um bacharelado em Turismo: “O ensino

de empreendedorismo, deve ter posição destacada no processo de desenvolvimento

integral do Bacharel em Turismo visto que, existe dentro do contexto nacional e

internacional um vasto leque de oportunidades profissionais para pessoas criativas,

qualificadas e com espírito de inovações, dispostas a correr riscos calculados e

modificar padrões do mercado.”

No gráfico da Figura 6 apresenta-se, mediante disciplinas correlatas a

abrangência do ensino de empreendedorismo na carga horária total do curso de

Turismo da UFRRJ:

Figura 6 - Gráfico da carga-horária de empreendedorismo no curso de Turismo da UFRRJ

Fonte: Questionário aplicado pelo autor da pesquisa no mês de setembro de 2009.

9 Conforme entrevista concedida ao pesquisador no dia 14 de setembro de 2009.

3000 h/a

0 h/a120 h/a

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

UFRRJ - TURISMO EMPREENDEDORISMO DISC. CORRELATAS

UFRRJ: Empreendedorismo no Turismo

Page 60: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

59

4.1.3 Análise do curso de turismo da UFRRJ

De acordo com as informações expostas na seção anterior “4.1.2 O curso de

Turismo da UFRRJ” juntamente com os documentos colhidos durante a pesquisa.

Propõem-se para esta seção uma relação de tópicos conclusivos referentes à

abordagem que o bacharelado da instituição presta a uma educação

empreendedora:

• As disciplinas citadas como correlatas a temática do

empreendedorismo: “Introdução à Administração – 60 horas/aula” e

“Meios de Hospedagem - II” – 60horas/aula, abrangem juntas 4,00%

da carga horária total do curso.

• Mediante a ênfase em “planejamento”, o curso de Turismo da UFRRJ

pode focar o ensino de empreendedorismo junto aos seus alunos, ao

propor soluções e inovações que supram as carências da

comunidade do entorno da instituição.

• Os projetos de pesquisa e de extensão mencionados visam estimular

a auto-suficiência econômica da população beneficiária. Entretanto, a

presente pesquisa não pode avaliar, por falta de documentos, onde e

como a temática do empreendedorismo é abordada nestes projetos.

• Conforme a missão do curso, o ensino de empreendedorismo estaria

condicionado as características da instituição, perfil profissional dos

professores, localização geográfica e necessidades/carências da

comunidade do entorno. O que pode ocasionar, mediante estas

variáveis, falta de apoio acadêmico para o que o ensino de

empreendedorismo receba importância no curso.

• Por nascer vinculado ao Departamento de Economia Doméstica e

integrar o Departamento de Administração e Direito no campus onde

está instalado, demonstra-se um perfil ainda não definido quanto a

formação que o curso pretende oferecer ao seu corpo discente. O que

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

60

pode ocasionar um isolamento do ensino de empreendedorismo,

mediante a carência da interdisciplinaridade necessária para que o

ensino de empreendedorismo adquira abrangência na estrutura do

curso.

• Conforme mencionado o curso iniciou no ano de 2006, porém durante

a presente pesquisa ocorria a tramitação na universidade de uma

nova matriz curricular. Espera-se que as mudanças propostas

possam contribuir para que o ensino de empreendedorismo venha

favorecer, tanto a formação do discente como gestor inovador quanto

beneficiar a comunidade local pela sua forma de atuação.

4.2 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

A UNIRIO é uma fundação instituída pelo poder público, sendo a mais nova

IES oferecedora dos cursos pesquisados, sua criação é de 1979. A universidade

durante a pesquisa oferecia 40 cursos superiores, muitos dos quais ligado à área

artística (musical e cênica).

4.2.1 Histórico e organização institucional

A UNIRIO originou-se da Federação das Escolas Federais Isoladas do

Estado da Guanabara – FEFIEG, passando a denominar-se Federação das Escolas

Federais Isoladas do Estado do Rio de Janeiro – FEFIERJ e transformada em

Universidade do Rio de Janeiro no final da década de 1970 (UNIRIO.., 2009)

A universidade tem a seguinte missão: “Produzir e disseminar o

conhecimento nos diversos campos do saber, contribuindo para o exercício pleno da

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

61

cidadania mediante formação humanística, crítica e reflexiva, conseqüentemente

preparando profissionais competentes e atualizados para o mundo do trabalho

presente e futuro.” (UNIRIO..,2009).

A referida instituição rege-se por oito princípios gerais, são eles: 1) ética,

credibilidade e transparência; 2) visão humanística; 3) indissociabilidade entre

ensino, pesquisa e extensão; 4) compromisso com o social; 5) comprometimento

com a qualidade; 6) gestão participativa; 7) profissionalismo e valorização de

recursos humanos; 8) universidade do conhecimento e fomento à

interdisciplinaridade (UNIRIO.., 2009). A UNIRIO está estruturada

administrativamente pelos:

• Conselhos Superiores, (Conselho Universitário de Ensino e Conselho

de Ensino, Pesquisa e Extensão)

• Reitoria

• Vice-Reitoria

• Pró-Reitorias (Administração, Planejamento, Graduação, Pós-

Graduação e Pesquisa, Extensão e Assuntos Comunitários)

• Centros Acadêmicos

• Unidades Suplementares

A presente seção busca mediante a apresentação de informações básicas,

contribuir para um conhecimento geral a respeito da universidade oferecedora do

bacharelado pesquisado. Quanto às demais informações, apresenta-se a seguir o

quadro da Figura 7:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO – UNIRIO Organização Acadêmica Universidade Categoria Administrativa Pública Federal Mantenedora Fundação Universidade do Rio de Janeiro

Endereço da Sede Avenida Pasteur 296 - 22290-240 Rio de Janeiro - RJ

Contatos Telefone: (21)2542-1050 - Fax: (21)2542-6203 e-mail: [email protected] Site: www.unirio.br

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

62

Campi e Unidades fora da sede

Pólo Itaperuna Posto Rio das Flores Pólo de Apoio Presencial do Campus Pasteur 458 Campus Pasteur 296 Campus Pasteur 436 Campus Voluntários da Pátria Campus Mariz e Barros Campus Frei Caneca Campus Pasteur 458 Pólo Bom Jesus do Itabapoana Pólo Cantagalo Pólo Piraí Pólo Saquarema Pólo São Francisco de Itabapoana Pólo Três Rios Pólo Volta Redonda Posto Itaocara Posto Santa Maria Madalena Pólo São Fidélis

Figura 7 - Quadro de informações sobre a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Fonte: Base de dados MEC/INEP adaptado pelo autor, 2009.

4.2.2 O curso de turismo da UNIRIO

No caso da UNIRIO, o bacharelado em Turismo iniciou em março de 2003,

no mesmo mês que o da UFF, sendo as duas primeiras IES públicas a oferecerem o

curso superior em Turismo no Estado do Rio de Janeiro. O curso é oferecido no

campus sede da instituição no bairro da Urca no Rio de Janeiro e está vinculado à

Escola de Museologia da universidade.

A graduação possui carga horária total de 3.420 horas/aulas com uma

integralização recomendada em oito períodos (quatro anos) sendo oferecido no

regime letivo semestral com 50 vagas no período integral (manhã e tarde). A ênfase

do curso está sobre o conteúdo de “turismo e patrimônio”. A professora. Maria Anita

Buthod (M.Sc.) é a coordenadora do bacharelado em Turismo da UNIRIO.

Apresenta-se a seguir a missão do curso de Turismo da UNIRIO: “O curso

de graduação em Turismo tem a missão de formar profissionais que planejem,

organizem e gerenciem atividades turísticas em consonância com o patrimônio

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

63

natural e cultural, além de objetivar a preparação de planejadores de destinos

turísticos e de docentes/pesquisadores”.

A disciplina “Empreendedorismo” está presente na matriz curricular do curso

de Turismo da UNIRIO como: presencial, obrigatória (6° período), com carga horária

de 30 horas/aula e oferecida desde o primeiro semestre de 2007. Segundo a

coordenadora Maria Anita Buthod, existem duas disciplinas obrigatórias que

abordam a temática do empreendedorismo. São elas: “Gestão de Empresas

Turísticas” (5° período) e “Análise Empresarial e Admi nistrativa” (6° período). Ambas

as disciplinas: presenciais, possuem carga horária de 60 horas/aula e são oferecidas

desde o primeiro semestre de 2007.

Quanto a projetos de pesquisa em atividade que abordam a temática do

empreendedorismo disponível aos alunos do curso de Turismo da UNIRIO, foi

citado: “Grupo de Pesquisa em Gestão Empresarial, Turismo e Desenvolvimento

Sustentável ̶ Gestão em Turismo / Turismo e Desenvolvimento Sustentável /

Estudos Organizacionais em Empresas Turísticas”. Iniciado no mês de julho de 2009

e com 90 horas/atividade por semestre. Não foi citado projetos de extensão. Não há

projetos de pesquisa/extensão correlatos a temática do empreendedorismo em

tramitação no curso.

Em relação a um curso de Turismo estar focado em empreendedorismo, a

coordenadora Maria Anita Buthod - “Concorda Totalmente”. Sua reflexão10 sobre o

ensino de empreendedorismo em um bacharelado em Turismo: “O curso de

Turismo, da UNIRIO, para cumprir sua missão estruturou a matriz curricular calcada

em 4 grandes ciclos, cada um orientado para dois períodos, são eles:

“Conhecimentos Gerais”, “Conhecimentos Específicos do Turismo”, “Patrimônio e

Conteúdos Teóricos-Práticos de Turismo” e “Políticas Públicas, Planejamento e

Conteúdos Teóricos-Práticos de Turismo”. Além dos ciclos a formação do discente

segue de maneira linear c/ os eixos horizontais de trabalho que perpassam as linhas

de pesquisa do curso, são eles: “Teoria Geral do Turismo e Planejamento”; “Turismo

e Cultura”; “Turismo e Meio-Ambiente”; “Gestão em Turismo”; “Estudos Gerais”;

“Pesquisa” e “Práticas em Turismo”.

10 Conforme entrevista concedida ao pesquisador no dia 3 de setembro de 2009.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

64

No gráfico da Figura 8 apresenta-se, mediante disciplina própria e correlatas,

a abrangência do ensino de empreendedorismo na carga horária do curso de

Turismo da UNIRIO:

Figura 8 - Gráfico da carga-horária de empreendedorismo no curso de Turismo da UNIRIO

Fonte: Questionário aplicado pelo autor da pesquisa no mês de setembro de 2009.

4.2.3 Análise do curso de turismo da UNIRIO

De acordo com as informações expostas na seção anterior “4.2.2 O curso de

Turismo da UNIRIO” juntamente com os documentos colhidos durante a pesquisa.

Propõem-se para esta seção uma relação de tópicos conclusivos referentes à

abordagem que o bacharelado da instituição presta a uma educação

empreendedora:

• A disciplina “Empreendedorismo” abrange aproximadamente 0,88%

da carga horária total do curso.

3420 h/a

30 h/a 120 h/a

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

UNIRIO - TURISMO EMPREENDEDORISMO DISC. CORRELATAS

UNIRIO: Empreendedorismo no Turismo

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

65

• As disciplinas citadas como correlatas a temática do

empreendedorismo: “Gestão de Empresas Turísticas” – 60horas/aula

e “Análise Empresarial e Administrativa” – 60 horas/aula, abrangem

juntas aproximadamente 3,51% da carga horária total do curso.

• Mediante o foco em “turismo e patrimônio”, o curso de Turismo da

UNIRIO está estruturado em sua matriz curricular por disciplinas que

abordem a interpretação do valor que o patrimônio cultural e natural

adquire na atividade turística.

• Quanto à data do projeto de pesquisa, este teria iniciado apenas dois

meses antes da realização da pesquisa. Portanto, carece de uma

investigação específica, a fim de delimitar qual a contribuição que a

temática do empreendedorismo traz para a abordagem que o projeto

propõe.

• Conforme a missão do curso, o ensino de empreendedorismo pode

ser inserido como uma ferramenta para formar profissionais que criem

e agreguem valor ao patrimônio cultural e natural na atividade

turística. Para tanto, seria necessária uma investigação mais

aprofundada com vistas a identificar, em como o vigente ensino de

empreendedorismo está alinhado com a missão do curso.

• Por nascer e permanecer vinculado a Escola de Museologia tende a

favorecer uma abordagem humanista, durante a formação do

ingresso. O que pode ocasionar um distanciamento do ensino de

empreendedorismo com uma abordagem para a prática da gestão

público-privada.

• Embora, o curso tenha iniciado no ano de 2003 às disciplinas:

“Empreendedorismo”, “Gestão de Empresas Turísticas” e “Análise

Empresarial e Administrativa” passaram a ser oferecidas no ano de

2007. Neste período entrou em vigor a atual matriz do curso, com

maior ênfase em gestão e planejamento, comparando-se com a

matriz inicial.

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

66

4.3 UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

A Universidade Federal Fluminense nasceu em 1960, a partir da

incorporarão de faculdades federais de Niterói: Faculdade de Direito de Niterói,

Fluminense de Medicina, de Farmácia e de Odontologia do Estado do Rio de

Janeiro; três escolas estaduais: Escola de Enfermagem, Fluminense de Engenharia

e de Serviço Social e duas faculdades particulares: Faculdade Fluminense de

Filosofia e de Ciências Econômicas (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE,

2009).

A instituição realiza amplo processo de “interiorização” do ensino

universitário, verificada pelos diversos campi e pólos que administra pelo interior do

Estado do Rio de Janeiro.

4.3.1 Histórico e organização institucional

A UFF é uma entidade federal autárquica, de regime especial, com

autonomia didática-científica, administrativa, disciplinar, econômica e financeira

instituída em 1961 (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, 2009).

Sua estrutura administrativa é formada três Conselhos Superiores: Conselho

de Curadores, Conselho Universitário e Conselho de Ensino e Pesquisa. Os dois

últimos regulamentam e orientam a política educacional de ensino, de pesquisa e de

extensão, sendo presididos pelo reitor e representados por integrantes do corpo

docente e discente e da comunidade de Niterói. Quanto ao Conselho de Curadores

compete o acompanhamento, a fiscalização da execução orçamentária e a

aprovação das contas (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE, 2009).

A universidade possui quatro pró-reitorias que exercem atividades de

assessoramento ao reitor, de execução das deliberações dos Conselhos Superiores

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

67

e de coordenação, supervisão e agilização de suas áreas. São apresentadas a

seguir:

• Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos, onde está inserido o

Departamento de Administração Escolar

• Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação

• Pró-Reitoria de Extensão

• Pró-Reitoria de Planejamento

A presente seção buscou mediante a apresentação de informações básicas,

contribuir para um conhecimento geral a respeito da universidade oferecedora do

bacharelado pesquisado. Quanto às demais informações, apresenta-se a seguir o

quadro da Figura 9:

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF

Organização Acadêmica Universidade Categoria Administrativa Pública Federal Mantenedora Ministério da Educação

Endereço da Sede Rua Miguel de Frias 9 - 24220-008 Niterói – RJ

Contatos

Telefone: (21) 2629-5215 Fax: (21) 26295207 e-mail: [email protected] Site: http://www.uff.br

Campi e Unidades fora da sede

Pólo do CEDERJ - Resende Campus Esportivo da UFF Posto do CEDERJ - Rio das Flores Pólo do CEDERJ - Nova Iguaçu Pólo do CEDERJ - Campo Grande Pólo do CEDERJ - Maracanã Pólo do CEDERJ - Nova Friburgo Pólo do CEDERJ - Duque de Caxias Unidade de Nova Friburgo Campus do Valonguinho Campus do Gragoatá Campus da Praia Vermelha Hospital Universitário Antônio Pedro Escola de Enfermagem Aurora Afonso da Costa Faculdade de Farmácia Faculdade de Medicina Faculdade de Veterinária Instituto Biomédico Instituto de Artes e Comunicação Social Faculdade de Direito Faculdade de Economia Instituto de Ciências da Sociedade e

Page 69: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

68

Campi e Unidades fora da sede

Desenvolvimento Regional Campus de Volta Redonda Colégio Técnico-Agrícola Ildefonso Bastos Borges Colégio Agrícola Nilo Peçanha Escola Municipal Prefeito Francisco Pereira Rocha Instituto de Educação Jair Siqueira Bittencourt Escola Municipal Ancyra Gonçalves Pimentel Escola Municipalizada Professor Álvaro Augusto da Fonseca Lontra Instituto de Educação Professora Anaíde Panaro Caldas Escola Municipal Américo Vespúcio CIEP Nº 378 Centro de Ensino Popular Escola Municipal João Torres Colégio Dr. Maud Ugliose Telles Pólo do CEDERJ - Angra dos Reis Pólo do CEDERJ - Macaé Pólo do CEDERJ - Paracambi Pólo do CEDERJ - Piraí Pólo do CEDERJ - São Pedro da Aldeia Pólo do CEDERJ - Volta Redonda Centro de Direitos Humanos da Diocese de Nova Iguaçu Pólo do CEDERJ - Bom Jesus do Itabapoana Pólo do CEDERJ - Itaperuna Pólo do CEDERJ - Petrópolis Pólo do CEDERJ - Saquarema Pólo do CEDERJ - São Fidélis Pólo do CEDERJ - São Francisco de Itabapoana Pólo do CEDERJ - Cantagalo Pólo do CEDERJ - Três Rios Posto do CEDERJ - Itaocara CIEP Municipalizado 465 - Dr. Amilcar Pereira da Silva Posto do CEDERJ - Santa Maria Madalena

Figura 9 - Quadro de informações sobre a Universidade Federal Fluminense

Fonte: Base de dados MEC/INEP adaptado pelo autor, 2009.

Page 70: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

69

4.3.2 O curso de turismo da UFF

No caso da UFF, o bacharelado em Turismo iniciou em março de 2003,

assim como o da UNIRIO. O curso é oferecido no Campus do Valonguinho no

Centro de Niterói e está vinculado a Faculdade de Administração, Ciências

Contábeis e Turismo da universidade.

A graduação possui carga horária total de 3.400 horas/aulas com uma

integralização recomendada em oito períodos (quatro anos) sendo oferecido no

regime letivo semestral com 45 vagas no período integral (manhã e tarde). A ênfase

do curso está sobre o conteúdo de “planejamento” e “gestão”. O professor Aguinaldo

César Fratucci (Dr.) é o coordenador do bacharelado em Turismo da UFF.

Apresenta-se a seguir a missão do curso de Turismo da UFF: “Focada na

formação de profissionais qualificados para assumir o planejamento, a gestão e

administração de sistemas turísticos de qualquer natureza e escala, nos seus

diferentes níveis específicos (estratégico, gerencial e operacional), a partir de uma

visão holística da relevância do fenômeno turístico no mundo contemporâneo”

A disciplina “Empreendedorismo” está presente na matriz curricular do curso

de Turismo da UFF como: presencial, obrigatória (7° período), com carga horária de

60 horas/aula e oferecida desde o primeiro semestre de 2008. Segundo o

coordenador Aguinaldo César Fratucci, existem disciplinas obrigatórias presentes na

matriz curricular que abordam a temática do empreendedorismo. São elas: “Gestão

de Empresas Turísticas” (6°período) e “Estudo de Viabi lidade Econômico-

Financeira” (5° período). Ambas as disciplinas: pres enciais, possuem carga horária

de 60 horas/aula e são oferecidas desde o primeiro semestre de 2008.

Não foram citados projetos de pesquisa e/ou extensão oferecidos ao corpo

discente do bacharelado em Turismo da UFF que abordem a temática do

empreendedorismo. Não há projetos de pesquisa/extensão correlatos a temática do

empreendedorismo em tramitação no curso.

Page 71: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

70

Em relação a um curso de Turismo estar focado em empreendedorismo, o

coordenador Aguinaldo César Fratucci “concorda parcialmente”. Sua reflexão11

sobre o ensino de empreendedorismo em um bacharelado em Turismo: “Todo

gestor, público ou privado, deve ter a habilidade de propor novas propostas e/ou

modelos de gestão. Para tanto deve apresentar conhecimentos que o levem a

“empreender” novos negócios e/ou tarefas. Portanto, o empreendedorismo se torna

base e “pano de fundo” para todo gestor que se proponha inovador e criativo.”

No gráfico da figura 10 apresenta-se, mediante disciplina própria e correlatas

a abrangência do ensino de empreendedorismo na carga horária do curso de

Turismo da UFF:

Figura 10 - Gráfico da carga-horária de empreendedorismo no curso de Turismo da UNIRIO

Fonte: Questionário aplicado pelo autor da pesquisa no mês de setembro de 2009.

11 Conforme entrevista concedida ao pesquisador no dia 25 de setembro de 2009.

3400 h/a

60 h/a 120 h/a

0

500

1000

1500

2000

2500

3000

3500

4000

UFF - TURISMO EMPREENDEDORISMO DISC. CORRELATAS

UFF: Empreendedorismo no Turismo

Page 72: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

71

4.3.3 Análise do curso de turismo da UFF

De acordo com as informações expostas na seção anterior “4.3.2 O curso de

Turismo da UFF” juntamente com os documentos colhidos durante a pesquisa.

Propõem-se para esta seção uma relação de tópicos conclusivos referentes a

abordagem que o bacharelado da instituição presta a uma educação

empreendedora:

• A disciplina “Empreendedorismo” abrange 1,76% da carga horária

total do curso.

• As disciplinas citadas como correlatas a temática do

empreendedorismo: “Gestão de Empresas Turísticas” – 60horas/aula

e “Estudos de Viabilidade Econômica-Financeira” – 60 horas/aula,

abrangem juntas aproximadamente 3,53% da carga horária total do

curso.

• Mediante o seu foco em “planejamento e gestão”, o curso de Turismo

da UFF contribui com uma estrutura curricular favorável, para que o

ensino de empreendedorismo vigente adquira uma

interdisciplinaridade com outras disciplinas da matriz curricular, que

por ventura não figuraram como correlatas na pesquisa. Tal condição

também pode favorecer a futuros projetos de pesquisa e/ou extensão,

para que possam abordar a temática do empreendedorismo, inserido

no objetivo que venham a possuir.

• Conforme a missão do curso, o ensino de empreendedorismo é

inserido como uma das ferramentas, que o curso utiliza para alcançar

o seu objetivo de formar planejadores e gestores para a atividade

turística.

• Por nascer e permanecer vinculado a Faculdade de Administração e

Ciências Contábeis favorece que o ensino de empreendedorismo no

Page 73: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

72

curso de Turismo, seja ensinado em seu ambiente acadêmico inicial12

no país.

• O Departamento de Turismo além da sua respectiva graduação,

oferece o curso superior seqüencial “Empreendedorismo e Inovação”

na modalidade de ensino semi-presencial. Com vistas a formar

profissionais empreendedores, independente da graduação obtida ou

em realização, aptos a atuar de forma inovadora em diferentes

setores da sociedade.

• Embora, o curso tenha iniciado no ano de 2003 às disciplinas:

“Empreendedorismo”, “Gestão de Empresas Turísticas” e “Estudos de

Viabilidade Econômica-Financeira”, passaram a ser oferecidas no ano

de 2007. Neste período entrou em vigor a atual matriz do curso, com

ajustes na ênfase em “gestão e planejamento” na formação do

discente.

4.4 ANÁLISE DOS CURSOS PESQUISADOS

Conforme mencionado no “Capítulo 3 - Metodologia da Pesquisa”, não é

objetivo do presente estudo realizar uma análise quantitativa dos dados obtidos, em

virtude destes não apresentarem informações numéricas suficientemente adequadas

para um tratamento estatístico. Entretanto, para obter uma melhor visualização da

relação dos dados obtidos, apresenta-se a seguir a Tabela 2. Onde é comparada as

cargas-horárias de disciplina própria e/ou correlatas, que compõem o ensino de

empreendedorismo nos três bacharelados deste estudo de caso.

12 Conforme exposto no item “2.4.1 O histórico do ensino de empreendedorismo no Brasil” as faculdades de administração foram as primeiras a ensinarem conteúdos de empreendedorismo aos seus alunos.

Page 74: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

73

Tabela 2 – Abrangência do ensino de empreendedorismo nos cursos pesquisados

CARGA HORÁRIA (horas/aula)

INSTITUIÇÃO CURSO

DISCIPLINA

“EMPREENDEDORISMO”

DISCIPLINAS CORRELATAS TOTAL TOTAL /

CURSO

UFRRJ 3.000 Ø Intr. à Adm = 60 Meios Hosp. - II = 60 120 4,00%

UNIRIO 3.420 30 Gest. Empr. Tur. = 60 Anál. Empr./Adm. = 60 150 4,39%

UFF 3.400 60 Gest. Empr. Tur. = 60 Est. Viab. Eco./Fin.= 60 180 5,30%

Fonte: Questionários aplicados pelo autor da pesquisa no mês de setembro de 2009

Conforme demonstrado na Tabela 2, os resultados percentuais não

apresentam significativa diferença entre os três cursos analisados. Devido, os

instrumentos utilizados para a coleta dos dados serem essencialmente qualitativos,

o que se reflete nos dados obtidos não serem revelados integralmente por meio de

tratamentos estatísticos.

Entretanto, residem diferenças subjetivas no modo em que cada instituição

aborda o ensino de empreendedorismo nos seus bacharelados. Em decorrência

disto, busca-se aprofundar os dados obtidos mediante análises qualitativas, de como

se apresenta o ensino de empreendedorismo nos cursos três cursos pesquisados.

• Os três coordenadores entrevistados foram favoráveis ao ensino de

empreendedorismo em um bacharelado em Turismo. Os mesmos

relataram como positiva, a contribuição que o seu aprendizado

oferece na formação de um profissional que provoque mudanças

organizacionais e sociais visando desenvolver a atividade turística.

• O ensino de empreendedorismo no bacharelado em Turismo da

UFRRJ, até onde pode alcançar a pesquisa, apresenta pouca

relevância dentro da estrutura do curso, corroborada pela falta de

identidade acadêmica que limita a definição do foco, no qual o curso

pretende trabalhar junto ao seu corpo discente. A ênfase praticada no

curso, não inclui o ensino de empreendedorismo como meio para

alcançar os objetivos informados na missão do mesmo.

Page 75: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

74

• Quanto ao ensino de empreendedorismo na graduação da UNIRIO,

embora a coordenadora Maria Anita Buthod, por meio do questionário

aplicado, tenha atribuído o mais alto grau – “Concordo Totalmente” –

entre os coordenadores, sobre um curso de turismo estar focado em

empreendedorismo. Pouco se verificou, mediante as ferramentas de

coletas dos dados em campo, que o ensino de empreendedorismo,

seja de fato, o foco do curso sob sua responsabilidade.

Pode se constatar ainda pelas mesmas ferramentas, que a temática

do empreendedorismo encontra-se incipiente no curso. Sua disciplina

própria (Empreendedorismo em Turismo), mediante a ênfase do

curso, é tratada de forma isolada apresentando pouca

interdisciplinaridade com as disciplinas no qual está o foco do curso.

• O bacharelado em Turismo da UFF dos três pesquisados, além de

possuir a maior carga horária total de disciplinas que abordam a

temática do empreendedorismo, foi o que apresentou maiores

evidências, mediante as ferramentas da pesquisa, quanto à

importância que este ensino adquire na formação de seus alunos

como gestores da atividade turística.

Foi o de mais fácil constatação, como o mais avançado dos cursos

pesquisados no ensino de empreendedorismo, beneficiado pelo seu

foco em “gestão e planejamento”, que permite que este ensino

encontre afinidade com outras disciplinas presentes na matriz

curricular. Além de, envolver academicamente o Departamento de

Turismo da faculdade sob a responsabilidade de ministrar o curso

superior seqüencial “Empreendedorismo e Inovação”.

A pesquisa de acordo com as respostas obtidas, pode não ter abrangido a

totalidade das disciplinas presentes na matriz curricular, que por ventura, trabalhem

o ensino de empreendedorismo em sala de aula. Pois, é possível a ocorrência nos

três cursos analisados, que em determinada disciplina o professor responsável

venha ministrar conteúdos de empreendedorismo inseridos durante o curso da

disciplina.

Page 76: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

75

Caso tal condição ocorra sem o conhecimento do profissional de

coordenação do curso, as disciplinas mencionadas pelos coordenadores que

abordam indiretamente a temática do empreendedorismo (disciplinas correlatas)

sofreriam um acréscimo de outras no questionário aplicado.

Pela percepção do pesquisador advinda da entrevista com os

coordenadores e da aplicação das ferramentas de coleta dos dados, esta condição

teria maiores possibilidades de ocorrência, entre os três cursos pesquisados, no

bacharelado em Turismo da UFF. Por este apresentar maior abrangência do ensino

de empreendedorismo tanto na estrutura pedagógica quanto administrativa do curso.

Page 77: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

5 CONCLUSÕES E CONSIDERAÇÕES FINAIS

Corroborada pela pesquisa de campo, conclui-se que o ensino formal de

empreendedorismo é recente nos bacharelados da UFF e da UNIRIO, dado que

iniciaram em 2008 e 2007, respectivamente. Enquanto no bacharelado em Turismo

da UFFRJ inexiste uma disciplina que aborde a temática do empreendedorismo de

forma direta.

Tal situação demonstra que as disciplinas próprias de empreendedorismo

ainda precisam ser consolidadas. Em virtude da pouca idade dos três cursos, o

ensino de empreendedorismo possui uma trajetória a percorrer, junto com o

amadurecimento dos próprios cursos.

A opinião favorável dos coordenadores quanto ao ensino de

empreendedorismo em um bacharelado em Turismo, vai ao encontro da pesquisa

bibliográfica realizada, na qual demonstrou sua crescente importância em diversos

cursos de nível superior no Brasil. Isso pode favorecer, caso seja do interesse do

corpo político-administrativo do bacharelado, que se alcance maior apoio

institucional, para que o ensino adquira maiores proporções nos cursos

pesquisados.

O ensino de empreendedorismo deve integrar todo o projeto pedagógico dos

cursos, para que se evite seu isolamento. Na busca por alcançar maiores

proporções, o empreendedorismo não deve ficar restrito ao ambiente de sala de

aula. Convém, para um melhor aproveitamento dos conteúdos teóricos ministrados,

que os cursos de turismo, mediante suas respectivas IES, se associem com

organizações de suporte ao empreendedorismo. Tais como:

Page 78: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

77

• Incubadoras de empresas privadas ou da própria instituição de ensino

• Empresas-júnior das universidades

• Entidades de financiamento público e/ou privadas

• Órgãos apoiadores como SEBRAE, INEI, entre outros

• Órgãos de classe do turismo no Brasil: ABAV, ABIH, BRAZTOA.

• Órgãos institucionais do turismo: TurisRio, EMBRATUR, MTur

O ensino de empreendedorismo torna-se relevante em um bacharelado em

Turismo, em virtude da posição que o Brasil vem ocupando no cenário econômico,

político e recentemente esportivo13 do mundo. Mediante esta projeção, o turismo no

Brasil adquire um status importante para a promoção do país no exterior e deve

contribuir, principalmente, para o seu desenvolvimento social e econômico.

Dornelas (2005), ao abordar as oportunidades de negócios que o cenário

brasileiro oferece ao empreendedor, realiza uma observação importante a ser

considerada por todos aqueles que atuam ou vão atuar no setor de turismo do país.

[...] alguns mercados evoluem em menor velocidade [...] o que mais importa nesses casos é o serviço prestado aos clientes. Esse é o caso do mercado de turismo no Brasil, praticamente inexplorado. Um negócio bem estruturado para esse nicho de mercado pode alcançar bastante sucesso rapidamente. O Brasil não tem tradição de receber muitos turistas estrangeiros, apesar de suas belezas naturais e riquezas culturais, se comparado com outros países de apelo turístico. Sem dúvida, aí reside uma oportunidade de mercado espetacular que depende mais de criatividade e excelência nos serviços prestados, que de qualquer outra coisa para ser bem aproveitado. (DORNELAS, 2005, p.56)

Por isso, a capacitação como empreendedores dos jovens profissionais que

se graduam nos bacharelados em Turismo, deve ser uma preocupação das

Instituições de Ensino Superior responsáveis pelos cursos.

13 Durante a realização da presente pesquisa, o Brasil era o país sede da Copa do Mundo de futebol masculino em 2014 e a cidade do Rio de Janeiro foi escolhida a cidade-sede dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos em 2016.

Page 79: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

78

Longe de esgotar o assunto neste trabalho acadêmico inicial, sobre duas

áreas de estudo muito pesquisadas ultimamente e que apresentam grande

diversidade de abordagens. É esperado que a presente pesquisa tenha contribuído,

mediante o foco abordado, para descrever a relevância disposta ao ensino de

empreendedorismo nos bacharelados públicos em Turismo presentes na

microrregião do Rio de Janeiro.

Com vistas a contribuir para o desenvolvimento do tema, é sugerido para

futuras pesquisas, comparar a carga-horária das disciplinas vinculadas ao ensino de

empreendedorismo nos bacharelados em Turismo pesquisados, com os

bacharelados em Administração das mesmas instituições. E da mesma forma,

realizar um estudo de casos comparando a carga-horária apresentada na presente

pesquisa, com os bacharelados em Turismo oferecidos por instituições de ensino

particulares na mesma região geográfica.

Page 80: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

REFERÊNCIAS

ALVES-MAZOTTI, Alda Judith; GEWANDSZNAJDER, Fernando. O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa . 2. ed. São Paulo: Pioneira, 1998.

AZEVEDO, Solange Coelho de. Estratégias de ensino do empreendedorismo: uma contribuição voltada para a formação de adminis tradores do curso de graduação . Niterói: UFF, 2004. Dissertação (mestrado em Sistemas de Gestão) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2004.

BOAVA, Diego Luiz Teixeira. Estudo sobre a dimensão ontológica do empreendedorismo. Londrina: UEL, 2006. Dissertação (Mestrado em Administração) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2006.

CNI: IEL Nacional. Empreendedorismo - ciência, técnica e arte . Brasília, 2000. Apud MONNERAT, Heloísa Helena Carvalho. As diferentes abordagens na formação de empreendedores: um estudo de casos. Niterói: UFF, 2003. Dissertação (mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2003.

______. Apud SOUZA, Ângela Maria de. O ensino de empreendedorismo no curso de graduação em administração da Universidade Federal de Sergipe. A ótica de seus docentes. São Cristóvão: UFS, 2006. Dissertação (mestrado em Educação) ̶ Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2006.

COOPER, Chris et al. Educando os educadores em turismo: manual de educação em turismo e hospitalidade . Traduzido por: Rosemary Neves de Sales Dias, Cíntia Kaori Yokota, Laura Martins Arnstein. São Paulo: Roca, 2001.

DA RE, Castorina Baron Zimmer. Gestão de competências empreendedoras: construção e desenvolvimento em cursos de turismo . Turismo em Análise, São Paulo, v.13, n.2, p. 07-16, nov.2002.

Page 81: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

80

DELORS, Jacques et al. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o Século XXI . 4ª ed. São Paulo: Cortez; Brasília: UNESCO, 1996.

DENCKER, Ada de Freitas Maneti. Métodos e técnicas de pesquisa em Turismo . 7. ed. São Paulo: Futura, 2003.

DOLABELA, Fernando. Oficina do Empreendedor . São Paulo: Cultura, 1999. Apud MONNERAT, Heloísa Helena Carvalho. As diferentes abordagens na formação de empreendedores: um estudo de casos. Niterói: UFF, 2003. Dissertação (mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2003.

DOLABELA, Fernando. O segredo de Luisa . 30 ed. São Paulo: Editora de Cultura, 2006.

DORNELAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo: transformando idéias em negócios . 2. ed. São Paulo: Campus, 2005

DRUCKER, Peter Ferdinand. Inovação e espírito empreendedor (entrepreneuship): prática e princípios . 5.ed. São Paulo: Pioneira, 1987.

DRUCKER, Peter Ferdinand. Sociedade pós-capitalista . 5.ed. São Paulo: Pioneira, 1997.

D’ALBERTO, Ana Maria Ferreira. O ensino do empreendedorismo nos cursos de turismo do Estado de Santa Catarina, Brasil . Blumenau: URB, 2005. Dissertação (mestrado em Administração) – Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2005.

Page 82: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

81

FILION, Louis Jacques. From entrepreneurship to entreprenology: the emergence of a new discipline . Journal of enterprising culture. march 1998, vol. 6, n°.1, p.1-23. Apud AZEVEDO, Solange Coelho de. Estratégias de ensino do empreendedorismo: uma contribuição voltada para a formação de administradores do curso de graduação. Niterói: UFF, 2004. Dissertação (mestrado em Sistemas de Gestão) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2004.

FILION, Louis Jacques. Visions et relations: Clefs du succès de l’entrepren eur. Montreal :Les Éditions de L’Entrepreneur , 1991. Apud DOLABELA, Fernando. O segredo de Luisa . 30 ed. São Paulo: Editora de Cultura, 2006.

FILION, Louis Jacques. O Empreendedorismo como Tema de Estudos Superiores In: Empreendedorismo-ciência, técnica e arte, CNI: IEL Nacional, 2001.

FILION, Louis Jacques; LAFERTÉ Sylvie. Carte routière pour un Québec entrepreneurial: rapport remis au Gouvernement du Q uébec . Tradução desconhecida. 2003. Disponível em: <http://www.oei.es/etp/roteiro_desenvolver_empreendedorismo_filion.pdf> Acessado em 25 set. 2009.

FUNDAÇÃO CIDE: Microrregião do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://www.cide.rj.gov.br/cide/divisao_regional.php> Acessado em 15 mai. 2008.

GERBER, Michael E. O mito do empreendedor revisitado: como fazer de seu empreendimento um negócio bem-sucedido . São Paulo: Saraiva, 1996.

GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa . 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002.

GOMES, Almiralva Ferraz. O empreendedorismo como uma alavanca para o desenvolvimento local. Revista Eletrônica de Administração. ed.7 v.4 n° 2. - jul/dez 2005. Disponível em: <http://www.facef.br/rea/edicao07/ed07_art04.htm> Acessado em 10 ago. 2009

Page 83: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

82

HORNADAY,J. A. Research about living entrepreneurs In: KENT, C. A.; SEXTON, D L & VESPER, K. H. Encyclopedia of entrepreneurship, Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall, pp. 20-34. Apud DOLABELA, Fernando. O segredo de Luisa. 30 ed. São Paulo: Editora de Cultura, 2006.

LEITE, Emanuel. O fenômeno do Empreendedorismo . 3. ed. Recife: Bagaço, 2002. Apud AZEVEDO, Solange Coelho de. Estratégias de ensino do empreendedorismo: uma contribuição voltada para a formação de administradores do curso de graduação. Niterói: UFF, 2004. Dissertação (mestrado em Sistemas de Gestão) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2004.

______. Apud MONNERAT, Heloísa Helena Carvalho. As diferentes abordagens na formação de empreendedores: um estudo de casos. Niterói: UFF, 2003. Dissertação (mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2003.

MAIA, Jorge Sobral da Silva; FILHO, Nilton Henrique Peccioli. Empreender: uma necessidade para o bacharel em turismo . Revista do Turismo – Visão e Ação. v. 5, n. 3, set/dez 2003. Disponível em: <http://www.periodicodeturismo.com.br/site/artigo/pdf/empreender.pdf> Acessado em 15 mai. 2008

MATIAS, Marlene. Turismo, formação e profissionalização: 30 anos de história . São Paulo: Manole, 2002.

McCLELLAND, David. Characteristic of successful entrepreneurs . The journal of Creative Behavior.Pennsylvania, v. 12, n.3, p. 221-234, Third Quarter, 1986. Apud D’Alberto, Ana Maria Ferreira. O ensino do empreendedorismo nos cursos de turismo do Estado de Santa Catarina, Brasil. Blumenau: URB, 2005. Dissertação (mestrado em Administração) – Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2005.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Turismo. Disponível em <http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/rces13_06.pdf> Acessado em 28 out. 2009.

Page 84: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

83

______. Tipos de Cursos de Nível Superior. Disponível em <http://www.educacaosuperior.inep.gov.br/tipos_de_curso.stm> Acessado em 23 ago. 2009.

MOESCH, Marutschka. A produção do saber turístico . São Paulo: Contexto, 2000.

MONNERAT, Heloísa Helena Carvalho. As diferentes abordagens na formação de empreendedores: um estudo de casos . Niterói: UFF, 2003. Dissertação (mestrado em Engenharia de Produção) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2003.

OLIVEIRA, Frederico Ferreira de. Empreendedorismo e Turismo . In: Competência profissional no turismo e compromisso social: Coletânea do XXVI CBTUR, Congresso Brasileiro de Turismo 2006 / organizadores: Maria de Fátima, Miguel Bahl – São Paulo: Roca, 2006.

PERRENOUD, Philippe. Construindo competências. Revista Nova Escola , set. 2000. Entrevista cedida a Paola Gentile e Roberta Bencini. Disponível em <http://www.uol.com.br/novaescola/ed/135_set00/html/perre_portugues.DOC> Acessado em 21 mar. 2001. Apud DA RE, Castorina Baron Zimmer. Gestão de competências empreendedoras: construção e desenvolvimento em cursos de turismo. Turismo em Análise, São Paulo, v.13, n.2, p. 07-16, nov.2002.

ROBBINS, Stephen P. Comportamento Organizacional . Tradução do original Organizational behavior por Reynold C. Marcondes. 9 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2002. Apud AZEVEDO, Solange Coelho de. Estratégias de ensino do empreendedorismo: uma contribuição voltada para a formação de administradores do curso de graduação. Niterói: UFF, 2004. Dissertação (mestrado em Sistemas de Gestão) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2004.

SCHUMPETER. J. A. Teoria do Desenvolvimento econômico, capital, juros e ciclo econômico . 3 ed. São Paulo: Nova Cultura, 1988. Apud D’Alberto, Ana Maria Ferreira. O ensino do empreendedorismo nos cursos de turismo do Estado de Santa Catarina, Brasil. Blumenau: URB, 2005. Dissertação (mestrado em Administração) – Universidade Regional de Blumenau, Blumenau, 2005.

Page 85: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

84

SOUZA, Ângela Maria de. O ensino de empreendedorismo no curso de graduação em administração da Universidade Federal de Sergipe. A ótica de seus docentes . São Cristóvão: UFS, 2006. Dissertação (mestrado em Educação) - Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2006.

TIMMONS, J. A. New Venture Creation: Entrepreneurship for the 21st c entury . Chicago, IL: Irwin, 4th ed. 1994. Apud DOLABELA, Fernando. O segredo de Luisa. 30 ed. São Paulo: Editora de Cultura, 2006.

TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. A sociedade pós-industrial e o profissional em turismo . 7. ed. Campinas: Papirus, 2003.

UNIVESIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Disponível em <http://www.unirio.br/> Acessado em 23 out. 2009.

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. Curso de Turismo . Disponível em <http://www.proac.uff.br/turismo/> Acessado em 21 out. 2009.

______. Guia acadêmico UFF: Conheça a sua universidade . Niterói: Pró-Reitoria de Assuntos Acadêmicos, 2009.

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO. Disponível em <http://www.ufrrj.br/portal/modulo/home/index. php> Acessado em 23 out. 2009.

VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e relatórios de pesquisa em Administração . 6 ed. São Paulo: Atlas, 2005.

YIN, Robert K. Estudo de caso: planejamento e métodos . 2.ed. Porto Alegre: Bookman, 2001.

Page 86: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

ANEXOS

Page 87: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO

INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR

CAMPUS DE NOVA IGUAÇU

CURSO TURISMO

DISCIPLINA INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO

CÓDIGO PERÍODO PRÉ-REQUISITO CARGA HORÁRIA CRÉDITOS

2º --- 60 h 04 CR

EMENTA

CONCEITOS E NOÇÕES INTRODUTÓRIAS SOBRE ADMINISTRAÇÃO. ADMINISTRANDO ORGANIZAÇÕES E PESSOAS. SISTEMAS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO ORGANIZACIONAL. ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS. A TECNOLOGIA E O DESENHO DOS PROCESSOS DE TRABALHO. CONCEITOS SOBRE GESTÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIOS. ADMINISTRANDO A MUDANÇA E INOVAÇÃO. GESTÃO DE SERVIÇOS.

OBJETIVOS

APRESENTAR A TRANSIÇÃO DA ABORDAGEM TRADICIONAL PARA UMA ABORDAGEM CONTEMPORÂNEA DA ADMINISTRAÇÃO. FORNECER SUBSÍDIOS PARA A COMPREENSÃO DOS ELEMENTOS DO PROCESSO ADMINISTRATIVO. DIFUNDIR NOÇÕES SOBRE RECURSOS HUMANOS, MARKETING, CUSTOS, MATERIAIS, PRODUÇÃO&SERVIÇOS E SISTEMA DE INFORMAÇÃO GERENCIAL. APRESENTAR AS TENDÊNCIAS ADMINISTRATIVAS ATUAIS: ENFOQUE NA QUALIDADE, EMPOWERMENT, ADMINISTRAÇÃO HOLÍSTICA, INOVAÇÃO E SOBRE A GESTÃO DE SERVIÇOS E SUAS CARACTERÍSTICAS.

PROGRAMA

MÓDULO CONTEÚDOS

I INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO. CONCEITOS BÁSICOS SOBRE EMPRESAS. FATORES QUE CONTRIBUIRAM PARA A TRANSIÇÃO DA VELHA ORGANIZAÇÃO PARA A UMA NOVA ORGANIZAÇÃO.

II ADMINISTRANDO ORGANIZAÇÕES E PESSOAS. O TERRITÓRIO GERENCIAL. AS VÁRIAS ABORDAGENS SOBRE O QUE FAZEM OS GERENTES. AVALIANDO A EFICÁCIA GERENCIAL.

III SISTEMAS DE PLANEJAMENTO E GESTÃO ORGANIZACIONAL. TIPIOS DE PLANOS. PLANEJAMENTO EM UM AMBIENTE INCERTO. CRIANDO E IMPLEMENTANDO UMA ESTRATÉGIA. ADMINISTRAÇÃO DE PROJETOS.

IV ELEMENTOS DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL. A ABORDAGEM CONTINGENCIAL: ENTRE A EFICIÊNCIA E A FLEXIBILIDADE. A ABORDAGEM EVOLUCIONISTA: TIPOS DE ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS.

V TECNOLOGIA E PRODUTIVIDADE. TECNOLOGIA DE OPERAÇÕES. A INFORMAÇÃO. TECNOLOGIA E OBSOLESCÊNCIA DO TRABALHADOR. PROJETANDO O TRABALHO.

VI FUNÇÃO EMPRESARIAL X PROCESSOS DE NEGÓCIOS. CONCEITOS BÁSICOS DE GESTÃO DE PROCESSOS DE NEGÓCIOS: ORIGEM; CONCEITOS E DIFINIÇÕES E IMPORTÂNCIA.

VII ANALISANDO E AVALIANDO O AMBIENTE EXTRA-ORGANIZACIONAL. RESISTÊNCIA À MUDANÇA. OS GERENTES COMO AGENTES DE MUDANÇA. FATORES QUE PODEM SER MUDADOS NA ORGANIZAÇÃO. ADMINISTRANDO A MUDANÇA. IDENTIFICAÇÃO DE OPORTUNIDADES VALIOSAS. INOVAÇÕES EM SERVIÇOS

Page 88: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

PROGRAMA

MÓDULO CONTEÚDOS

VII INTRODUÇÃO À GESTÃO DE SERVIÇOS. A ERA DOS SERVIÇOS. CARACTERÍSTICAS E ELEMENTOS DOS SERVIÇOS. GESTÃO DE CUSTOS E DA EFICIÊNCIA EM SERVIÇOS. SERVIÇOS NA NOVA ECONOMIA.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA

CORRÊA, Henrique L., CAON, Mauro. Gestão de serviços. São Paulo : Atlas, 2002. MAXIMIANO, Antônio C. A. Introdução à administração. 4.ed. rev. e ampl. São Paulo : Atlas, 1995. ROBBINS, Stephen P. Administração mudanças e perspectivas. São Paulo : Saraiva, 2000.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

CHIAVENATO, Idalberto. Introdução à teoria geral da administração. 5. ed. São Paulo: Makron Books, 1997. DE SORDI, José O. Gestão por processos: uma abordagem da moderna administração. São Paulo: Saraiva, 2005. DRUCKER, Peter. Sociedade pós-capitalista. São Paulo : Pioneira, 2000. FERREIRA, Ademir Antônio; REIS, Ana Carla F. e PEREIRA, Maria Isabel. Gestão empresarial: de Taylor aos nossos dias. Evolução e Tendências da Moderna Administração de Empresas. São Paulo : Pioneira, 2000. PALADINI, Edson P. Gestão da qualidade no processo: o caminho para a modernização. São Paulo : Atlas, 1993. SHANE, Scott A. Sobre solo fértil: como identificar grandes oportunidades para empreendimentos em alta tecnologia. Bookman : Porto Alegre, 2005. SLACK, Nigel et al. Administração da produção. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002. TIGRE, Paulo B. Gestão da Inovação: a economia da tecnologia no Brasil. Elsevier : Rio de Janeiro, 2006.

REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS

http://www.administradores.com.br/conteudo.jsp?pagina=revistas http://www.fecap.br/adm_online/adol/artigo.htm http://www.anpad.org.br/public_rac.html http://www.rae.com.br/

Page 89: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO MULTIDISCIPLINAR CAMPUS DE NOVA IGUAÇU

CURSO TURISMO

DISCIPLINA MEIOS DE HOSPEDAGEM II

CÓDIGO PERÍODO PRÉ-REQUISITO CARGA HORÁRIA CRÉDITOS

4º Meios de Hospedagem I 60 h 4 CR

EMENTA Sistema Hoteleiro. Setores administrativos e comercial. Planejamento estratégico e gerencial. Qualidade na Hotelaria. OBJETIVOS Integrar a empresa hoteleira a outras empresas turísticas. IDENTIFICAR O HOTEL COMO UMA EMPRESA PRESTADORA DE SERVIÇOS E CR IADORA DE NOVOS PRODUTOS DEMANDADOS POR UMA CLIENTELA DIVERSIFICADA E CADA VEZ MAIS EXIGEN TE.

Identificar a qualidade dos serviços prestados nos vários setores de um hotel. PROGRAMA

MÓDULO CONTEÚDOS 1. Sistema Hoteleiro

2. Setor administrativo

2.1. Controladoria 2.2. Finanças 2.3. Recursos Humanos 2.4. Compras 2.5. Treinamento 2.6. Manutenção 2.7. Segurança

3. Setor comercial

3.1. Vendas 3.2. Marketing 3.3. Relações públicas

4. Planejamento estratégico

4.1. Análise macroambiental 4.2. Estratégias

5. Planejamento gerencial

5.1. Departamentos

6. Qualidade 6.1. Qualidade no atendimento 6.2. ISO 9000 e ISO 14000 6.3. Certificações

BIBLIOGRAFIA BÁSICA ANDRADE,Nelson;BRITO,Paulo Lucio de;JORGE,Wilson Edson.Hotel:planejamento e gestão.São Paulo:Senac,1999. CASTELLI, Geraldo. Administração Hoteleira. 9.ed. Bairu: EDUSC, 2001. FLORES, Paulo Silas Ozores. Treinamento em qualidade: fator de sucesso para desenvolvimento da hotelaria e turismo. São Paulo: Rocca, 2002. HARGREAVES, Lourdes; ZUANETTI, Rose; REANTO, Lee et al. Qualidade em prestação de serviços. 2 ed. Rio de janeiro: Ed Senac Nacional, 2004. PETROCCHI, Mário. Hotelaria: planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 2002. RICCI, Renato. Hotel: gestão competitiva no século XXI. Ferramentas práticas de gerenciamento aplicadas à hotelaria. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 2002.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR CASTELLI, Geraldo. Excelência em Hotelaria: uma abordagem prática. Rio de Janeiro: Qualitymark Ed., 1998. CAVASSA, César Ramírez. Hotéis, gerenciamento, segurança e manutenção. São Paulo: Rocca, 2001. COSTA, Silva de Souza; AUTRAN, Margarida; VIEIRA, Sílvia Marta. Pousada: como montar e administrar. Rio de Janeiro: Editora Senac nacional, 2002. COSTA, Silva de Souza. Lixo mínimo: uma proposta ecológica para a hotelaria. Rio de Janeiro: Ed. Senac Nacional, 2004. GONÇALVES, Luiz Cláudio. Gestão Ambiental em Meios de Hospedagem. Ed Aleph, 2004.LAGE, Maria helena (org.). Turismo, Hotelaria & Lazer. Vol. 1,2,3. São Paulo: Atlas, 2002. MAMEDE, Gladston. Manual de Direito para administração hoteleira.São paulo: Atlas, 2002.

Page 90: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

Empreendedorismo em Turismo

empreendedorismo no Brasil e no mundo. Características e comportamento empreendedor.

A educação empreendedora. A atividade empreendedora de desenvolvimento de negócios.

O Plano de Negócio e sua estrutura básica. Empreendedor

Gestão de empresas turísticas

de seus componentes. O ambiente organizacional. Os conceitos de administração aplicados

à atividade turística. Gestão de recursos financeiros dentro de empr

Conceito, formulação e implementação de estratégia empresarial. Planejamento estratégico.

Processo de crescimento: expansão e diversificação. Decisão de investimento. Capacidade

humana de decidir, envolvendo elementos de natureza biológica

ambientação sócio

ambiental e sustentabilidade empresarial. Qualidade e competitividade de empresas

turísticas = estudo de casos.

Análise Empresarial Administrativa

funções da administração. Marketing. Produção, finanças e recursos humanos. Níveis

administrativos: processo de tomada de decisão. processo administrativo: planejamento,

organização , direção e controle. Liderança e motiva

DESCRIÇÃO DA EMENTA

Empreendedorismo em Turismo

empreendedorismo no Brasil e no mundo. Características e comportamento empreendedor.

A educação empreendedora. A atividade empreendedora de desenvolvimento de negócios.

O Plano de Negócio e sua estrutura básica. Empreendedor

Gestão de empresas turísticas -

de seus componentes. O ambiente organizacional. Os conceitos de administração aplicados

à atividade turística. Gestão de recursos financeiros dentro de empr

Conceito, formulação e implementação de estratégia empresarial. Planejamento estratégico.

Processo de crescimento: expansão e diversificação. Decisão de investimento. Capacidade

humana de decidir, envolvendo elementos de natureza biológica

ambientação sócio-cultural. Tipos de racionalidade e decisões empresariais. Gestão

ambiental e sustentabilidade empresarial. Qualidade e competitividade de empresas

turísticas = estudo de casos.

Análise Empresarial Administrativa

funções da administração. Marketing. Produção, finanças e recursos humanos. Níveis

administrativos: processo de tomada de decisão. processo administrativo: planejamento,

organização , direção e controle. Liderança e motiva

DESCRIÇÃO DA EMENTA

Empreendedorismo em Turismo - Concepção de empreendedor. O

empreendedorismo no Brasil e no mundo. Características e comportamento empreendedor.

A educação empreendedora. A atividade empreendedora de desenvolvimento de negócios.

O Plano de Negócio e sua estrutura básica. Empreendedorismo em Turismo.

características das empresas turísticas e análise

de seus componentes. O ambiente organizacional. Os conceitos de administração aplicados

à atividade turística. Gestão de recursos financeiros dentro de empr

Conceito, formulação e implementação de estratégia empresarial. Planejamento estratégico.

Processo de crescimento: expansão e diversificação. Decisão de investimento. Capacidade

humana de decidir, envolvendo elementos de natureza biológica, psicológica e de

cultural. Tipos de racionalidade e decisões empresariais. Gestão

ambiental e sustentabilidade empresarial. Qualidade e competitividade de empresas

Análise Empresarial Administrativa - análise empresarial e administrativa:

funções da administração. Marketing. Produção, finanças e recursos humanos. Níveis

administrativos: processo de tomada de decisão. processo administrativo: planejamento,

organização , direção e controle. Liderança e motivação.

Concepção de empreendedor. O

empreendedorismo no Brasil e no mundo. Características e comportamento empreendedor.

A educação empreendedora. A atividade empreendedora de desenvolvimento de negócios.

ismo em Turismo.

características das empresas turísticas e análise

de seus componentes. O ambiente organizacional. Os conceitos de administração aplicados

à atividade turística. Gestão de recursos financeiros dentro de empresas turísticas.

Conceito, formulação e implementação de estratégia empresarial. Planejamento estratégico.

Processo de crescimento: expansão e diversificação. Decisão de investimento. Capacidade

, psicológica e de

cultural. Tipos de racionalidade e decisões empresariais. Gestão

ambiental e sustentabilidade empresarial. Qualidade e competitividade de empresas

ise empresarial e administrativa:

funções da administração. Marketing. Produção, finanças e recursos humanos. Níveis

administrativos: processo de tomada de decisão. processo administrativo: planejamento,

Page 91: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ACADÊMICOS

COORDENADORIA DE APOIO AO ENSINO DE GRADUAÇÃO Estrutura Curricular (EC)

FORMULÁRIO Nº 13 – ESPECIFICAÇÃO DA DISCIPLINA /ATIVIDADE CONTEÚDO DE ESTUDOS CÓDIGO

PROCESSOS DE GESTÃO EMPRESARIAL DO TURISMO 1264-5 NOME DA DISCIPLINA /ATIVIDADE CÓDIGO CRIAÇÃO ( X ) EMPREENDEDORISMO STT 00.098 ALTERAÇÃO: NOME ( ) CH ( ) DEPARTAMENTO/COORDENAÇÃO DE EXECUÇÃO: DEPARTAMENTO DE TURISMO CARGA HORÁRIA TOTAL: 60 TEÓRICA: 60 PRÁTICA: ESTÁGIO: DISCIPLINA/ATIVIDADE : OBRIGATÓRIA ( X ) OPTATIVA ( ) OBJETIVOS DA DISCIPLINA /ATIVIDADE : a. Conhecer os principais modelos de gestão. b. Desenvolver habilidades comportamentais e atitudes empreendedoras. c. Sistematizar os conhecimentos para a iniciação, manutenção e desenvolvimentos de empreendimentos turísticos DESCRIÇÃO DA EMENTA : Conceitos básicos de empreendedor e empreendedorismo. Perfil do empreendedor. Inovação e Criatividade. Identificação e avaliação de novas oportunidades de negócios. Planejamento e busca de recursos para o novo negócio. Aspectos legais, registro de empresas e aspectos tributários. Estudo de mercado, plano operacional. Incubadoras de negócios e tecnológicas. Organismos de apoio e financiamento empresarial. Elaboração de um plano de negócios. INSTRUMENTOS DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO : Estudos de Caso, Vídeos e Exercícios. Plano de Negócios. Jogos empresariais. DISCIPLINA /ATIVIDADE OFERECIDA PARA O (S) SEGUINTE (S) CURSO(S) Turismo, Administração de Empresas e Ciências Contábeis. ____________________________________ COORDENADOR

DATA _____/_____/_____ ___________________________________ CHEFE DE DEPTO/COORDENADOR

DATA _____/_____/_____

Page 92: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ACADÊMICOS

COORDENADORIA DE APOIO AO ENSINO DE GRADUAÇÃO Estrutura Curricular (EC)

FORMULÁRIO Nº 13 – ESPECIFICAÇÃO DA DISCIPLINA /ATIVIDADE CONTEÚDO DE ESTUDOS CÓDIGO

PROCESSOS DE GESTÃO EMPRESARIAL DO TURISMO 1264-5 NOME DA DISCIPLINA / ATIVIDADE CÓDIGO CRIAÇÃO ( ) GESTÃO DA EMPRESAS TURÍSTICAS STT 00.011 Alteração: nome (x ) CH ( ) DEPARTAMENTO /COORDENAÇÃO DE EXECUÇÃO: DEPARTAMENTO DE TURISMO CARGA HORÁRIA TOTAL: 60 TEÓRICA: 60 PRÁTICA: ESTÁGIO: DISCIPLINA / ATIVIDADE : OBRIGATÓRIA ( X ) OPTATIVA ( ) OBJETIVOS DA DISCIPLINA / ATIVIDADE : Ao término das disciplinas que formam a matéria Administração, o estudante deverá estar capacitado a utilizar os conhecimentos administrativos na sua atuação profissional, planejando, organizando, dirigindo, coordenando e controlando no com eficácia, eficiência e efetividade as operações empresariais campo do Turismo. Preparar o egresso para a gestão de empresas turísticas, conscientizando-o das especificidades desse tipo de gestão; bem como da segmentação diversificada dos negócios em Turismo Aplicar os conhecimentos adquiridos de gestão de forma sistêmica. DESCRIÇÃO DA EMENTA : Gestão de Empresas prestadoras de serviço, segundo as especificidades da área de Turismo. Cadeia de Suprimentos. Sistema de Franquias. Sistemas de Informação. A capacidade das empresas como geradoras de lucro e de divisas para o país; a consideração de técnicas inovadoras como parcerias, terceirização, joint-venture.. Análise de Processos organizacionais. Sistema de Avaliação. Sistema de Indicadores de Desempenho. Viabilidade de Projetos. A importância do meio ambiente INSTRUMENTOS DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO : Estudos de Caso, Vídeos e Exercícios. DISCIPLINA /ATIVIDADE OFERECIDA PARA O (S) SEGUINTE (S) CURSO(S) : Turismo, Administração de Empresas e Ciências Contábeis. ____________________________________ COORDENADOR

DATA _____/_____/_____ ___________________________________ CHEFE DE DEPTO/COORDENADOR

DATA _____/_____/_____

Page 93: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE

PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ACADÊMICOS

COORDENADORIA DE APOIO AO ENSINO DE GRADUAÇÃO Estrutura Curricular (EC)

FORMULÁRIO Nº 13 – ESPECIFICAÇÃO DA DISCIPLINA /ATIVIDADE CONTEÚDO DE ESTUDOS CÓDIGO

PROCESSOS DE GESTÃO EMPRESARIAL DO TURISMO 1264-5 NOME DA DISCIPLINA /ATIVIDADE CÓDIGO CRIAÇÃO ( X ) ESTUDO DE VIABILIDADE ECONOMICOFINANCEIRA PARA EMPREENDIMENTOS TURISTICOS STT 00.074 ALTERAÇÃO: NOME ( ) CH ( ) DEPARTAMENTO/COORDENAÇÃO DE EXECUÇÃO: DEPARTAMENTO DE TURISMO CARGA HORÁRIA TOTAL: 60 TEÓRICA: 60 PRÁTICA: ESTÁGIO: DISCIPLINA/ATIVIDADE : OBRIGATÓRIA ( X ) OPTATIVA ( ) OBJETIVOS DA DISCIPLINA /ATIVIDADE : Possibilitar a criação e adequação de projetos turísticos. Possibilitar a análise mercadológica e econômico-financeira de projetos. Fornecer ferramentas e metodologias para auxiliar na avaliação de viabilidade dos empreendimentos turísticos. DESCRIÇÃO DA EMENTA : As etapas de um projeto. O estudo do mercado. Viabilidade de um empreendimento. Localização. Aspectos tecnológicos do projeto. Análise econômico-financeira. Projeção de resultados. Investimentos e financiamentos. O processo de tomada de decisão. INSTRUMENTOS DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO : Estudos de Caso, provas individuais, Vídeos e Exercícios. Caso prático: projeto de uma empresa turística. DISCIPLINA/ATIVIDADE OFERECIDA PARA O(S) SEGUINTE(S) CURSO(S) : Turismo, Administração de Empresas e Ciências Contábeis. ____________________________________ COORDENADOR

DATA _____/_____/_____ ___________________________________ CHEFE DE DEPTO/COORDENADOR

DATA _____/_____/_____

Page 94: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

������������ ����������������������� ������������� ������ ������

����� �������������������������� !

�������������������� ���������������������� �������

������������������������������������������

� �"#$%&#'(# &) �*+)") &# �&,-)./0 �,1#"%0" &0 �0'$#230 �)-%0')2 $#�&,-)./0������������������ �������������������������������������������������������������������������������� �� ������!�"!�����������#�����$������������!%!������&������'�� �� ��� �!��&� � ���� � ���'�� � � � ������ �� � � � �� � $�����$��� � ��(��� �$���� �)��������*+,-*,.����� //"� ����%-!�-�/� ���&0%������-�-���!������1����� ���*�����������+��������� ���� � $�� � *�����#� � �� � ,�$������� � �� � ,����� � �� � 2������ � 3 � *,,2��-1,),.��$��$������*+,�$���.,.�-4,*����������������5������������)��������*+,-*,.�����

"/�����!!-%-���%���00�����"-!!-���%�����!������0-/-������6����������$����.��6���4����������,������,����#������$���'����������-"-���%�����!�-�-������������%-�-�����

7,.8�9,:

;���!��;�$�������7������#�����������1����� ���*�����������+����������*��������<����#�����2������� �=�6������ � � ������� ���'�� �$��� � >��������� ��� �,����#��.�$����������������� �#������������

;������;������ �#��������������5��������7������#������($������'?���������)��@�� �)���A����� � ����������$����� ��� � �������� �� ����$�B���� �� �6 �������� �������$������������������������C����������������$��'������������'���������$����������� � ����� � �� � '���#�� � ���������� � � � $��@�� ��� � ������#� � �������� � �� � � � $��@�� � ����'����������2� �6�����*������#�����*�����3�2**�����$�������$��������>,.���?��������������B�������������������������$�����5������������������������������$��@���$���A�����

��!��8�$��@���$���A����������������?�������������$�#�������������������#�����2����������������$���������������������������$�����������$�������� �#��� �����C������$��@�� �����������������������������������������:

> � D � � @��'�� � ����� � �� � ������ � ����(��� ��� � �� � ����#� � E� � ��� � ���������D�������������$������������C������������F�

>>�D������������ @��'�������������'���#����������F>>>�D������6��C��������'���������C��������������� �#����������F>9�D�������������� �#�������������$��������F9�D����������������#��������������$�C��F9>�D����������'���#����������������$����� ���F9>>�D���������������#������������#����$A�D�����#���5�����6��'��F

GHI�7������#��*+,-*,.�!%-���"��1�C����8��������J��#���=��������0������'�� ���������"��.��#��!��$���"

Page 95: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

9>>>�D�������'��E�$��5����������������C����$��������������'��������������������������������$���������#����������F

>K�D������$�#�������$����#������'�����������C����������������$��'������������������������������������������������ �#���� ���'��������$���'�����������F

KD������$�#�������$����#������'���������$����������

�����8�)��@���)���A����������������������#�����2�������$����C����������6�����L����#��,�$��������������������$������������C�������$������������������������������� ������������������������A��������� �����������M�������������������� ������ � �����N� �� � �� � ���A���� � � � $�����#� � �� � �'���� � � � ���'����� � $� ����6�� � ����� � �����������������$������$����������C�����5��������������������#���(�������

�%��*��� ������$�����$�����������#�������������>,.�$����#�������������)��@���)���A�����������������������������������������$A�D�����#��������������������$���'��������������������������������'�����������������$��6��$�����������

;�� �%� �8������ ���������#�����2���������'������@�� ������$����� �����@����������������$�������$��#��$�����$����������5������������������?�������������������M���� � � � �������� � ��������� � ��� � � � ������ � �������� � �� � �($��#� � � � ���������������� � � ���'��� � �� � ��'��� � ������ � �� � $������� � �� � ��� � �� � �����#���$������������(� �������������������$ �����������(��� ���������������������'������$��������������������������'C�������������������$�������#��$�����������

;������8���������������#�����2���������'��$���� �����������#��$�����������5�����'�����$�������������������������$�B�������6 �������:

>�D����$�����#�����$���������������������������� ���������F>> � D ����� �#� ��� ���������� � ��5�� �$� �� �$���@���� ��� � ���� � ���������

������� � $��@���� � $���� � � � $������� � ��� � �� � �'���� � ������ � ��������� � ������� � �������������F

>>>�D�$����'������ ���#������ ���#������$�����������$���������������������F>9�D������������?�����������$���C'������$���@�������E��$�������� �#�����

>�'��C����2�����������������C���������'������A������������'�����$�����������������$�������������F

9�D�����������?���������$���@��������$�������� �#���������������'� �����������M����D���������$�������$��������������$��@������������F

9>�D���5���$����#�����������#��$�������F9>>�D�$���@��������(����#�����$��@������$����������?���������������������

��$��������������������������������������F9>>>�D�����'���#��$����'��������������������������������#�������$������'����

���������������'�������F>K � D � ���������#�� � �� �� � ���?���� � $�?'��� � � � ��5����� � �� � �� �����������

$���������������'����������������������������������6��$�����������$���������B������� � ������� � ��$���� � $������� � �� � �'���� � � � ���� � C���� � $��� � ��� � ������� � E����$����#�����������������������������($��#�F

K�D ��������� ��� � ?����� � ��������� ����� ������#� �� �'���#� ��� � ����������������C����� � 6��A����� � ������� � ��$���'�� � ������'� � � � �� � ������������ � �����A�������������������M�����������������$������������������������������������'���������������������#��������������6���F

O��?�*����-P�����-��/�������-.8. �

Page 96: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

K>�D�������������?�������?�����������$���C'�����������������������������������������������������������$�����C�������������'��$������������������5�������$��������������F

K>> � D � ��������#� � ����$������ � ���������� � � � �($����#� � ����� � � � $����� � �� ����$�����?���������$�����������������$���#�������������������� ��������������������������������������������������������F

K>>>� D ����� �#������������������������������������������ �������� �����������$���@�������������������#����������������������������������$�����������������$Q ��������$��'�������������������������$�$��������F

K>9�D �������� ��� ���������� � ������ �5�� �����@��� � �����#� ��� � ���� � ����������'���#����������������������������������������#�����6����F

K9�D�6 �������������@�������������C�����������������������������A�����FK9> � D � ������#� � �� � ���� � �� � �5��$�� � ���������$������ � � � ���������$��������

��������������'��������������������������(�������� ���������������FK9>>�D����$�����#�������$��(����������������� �� ������������������$A�D

����������������������������������������������������������� ������$��$������$����������'��'����F

K9>>>�D�$�������'�'B���������6�������������������6�����������������$Q �����������������������$������������$���������?��������B(������5��5�����'�����������F

K>K�D����6�����������$�������������5���������$��6��?�����D$����������������6������������$��������������������$����?���

;�� � &� �8� ������� ��� ������#�����2���������'��#� ������$��� � ������ �)��@���)���A������������������ �#���������������������������$����������������������#�:

> � D � *���Q��� � =C�����: � ������ � ���������� � ��� � �� � �$���� � ������A����������$��A�������6��A������������A������������C��������������������������5����������������������������������������������F

>> � D �*���Q����,�$��������: �������� ����������������2���� �<��� ����2��������2�������>������#������*�������#����� ����������������������������������������������#������������������������������������� ���������?�����������������$����������������������������F

>>>�D�*���Q����2�A����D)�C����:������������� �����������$���'�����$����������(��������������$����������'�����?���������'��C�������������� ��A��������$����� �����������C�����

;�� � "� �;������ �#� ���������� ��� ������ ��� ������#�����2��������� ������C��($���������������������$����������'��������#����������� �#������������������������������������������������B������5�����>�������������,����#��.�$�����������:������� � ������ � ���F � ������ � ������ � �������F � ����� � �� � ��?���� � ��� ������� � $��������$�������$����A��������B���������������#�����$�?D��5��������������������$��������7������#��

;���/��8�,�C����*���������.�$��'��������?�������$����������������� ���A����������$���C'���E����������#�����������$��6���$����������������@����������������$��������������������'��������>������#���$��������������������$����������B�������$��'�������$���'�����������������C�������������������������������������$�������� �#��

��!��8���C�������5��������������$����C��������� �����$�A$���>,.���������� ��A�������$����� ���������$��@�� ������'�����������$���������'��������$���������$�������� � ��'������� �� ����������� ��������������'���������'�� �������� �����������

O��?�*����-P�����-��/�������-.8. %

Page 97: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

����������C�������$����������5�������������������������7������#��� ������������'�����������A����D$�C�����������5�����@��������������$�������� ���������������������������#��$�A$���$��'����������������������

�����;���'�����������C����$����#��������$����������������������������������������������A����D$�C�����������������'������$����������?�5���������$���C'����$������C��������������$�������������CD�������������������������������$��#�����5�������������������������$���C'�������(����������$������#��

;���0��;��;�'������*��$����������#�����$�������������������5���$���� ������������6���������$���'���#������6 ������������6��������������$�B���������������������'� � �5������ � ��� � �� � � ���� � ��B����� � ������� � � $�C�� � �� � ������ � ���'����������$������������'��������$��������������������$������������$������������������������������������ �6���������$�����������������'�����C�������$�������5������������������������������������������� �������������������������������(���#��@����E�����������

)�C���� � Q����� � ;� � ;�'����� � *��$�������� � �� � �������� � ���$�����������������������5��������������$��������������$�A$����$����������������������5���������������������C����������������$��'��������

;�� � �� �8 �2� �6� � �� �*������#� � �� �*���� � 3 �2** � ? � ��� ���$����� � �����������$����� � � � >������#� � 5��� � �� � � � ���� � $����C � ��� � �����'��'��� � �� ���������� � ������������ � $��@�� ��� � ������#� � �������� � �� �$��@��� � �� � �'����� � ������� � ���C�����A����D$�C��������������#��$��������������������������������������������$����������������$�A$����

)�C�����Q������8$�����>������#��$������������������������������������������#�����2��������2� �6�����*������#�����*�����3�2**�������������������������� ����������� ������ ���'��C ������ � ���������#� �$�A$��� �$��'��$��� ���� �*�����6� �.�$������;��B���������������� ���������������?������$���������������������������'���#����?����������� ���?�������������������������� ���#��

;�� �!�� �;��>�������������,����#��.�$��������'��#��������������$���������������'� � �� � '���#�� � ������ � � � �(����� � �����C���� � ��'��'���� � ���� � 5���� � ��������6�����$������������������� ���'��������$���������������������������$������������#�����$�����������������

)�C�����Q������8��$������������������������������������������������������������$������ � ���'�� � ��'��#� � ������ � �?� � ��� � ����Q��� � � � �� � �'������ � ���������� � ���$������� � �� � ������D$����� ���� � �� � ���?���� � �� � '���#� � � 5�� � ���#� � �� ������ � � � � � �������� C����

;�� �!!� �;�����6��C�� ���� ���������� ������#�����C ��� ����������7������#����$���������*N������,����#��.�$������

;���!���;��1����� ���*�����������+�����������7������#����'��#��������$�����$����>�������������,����#��.�$�������� ���������������$� ���C(���������������������������������������$������$� ����#������

O��?�*����-P�����-��/�������-.8. �

Page 98: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

)�C�����Q������;��>,.�$����#���$��$���$����#�����1*+�������������������$��������������� ��5R����E�$� ����#������

;���!���2����D��������������������#�������������$������������E������#���� � $���������� � $� � ��#� � � � �����#� � C���� � �� � $��@��� � $���A����� � � ���'�#� � ��1����� ���*�����������+�������$�A$����

;���!%��,��7������#������C����'���������������$� ����#�����'�����D����7������#���-��������0����@���������!�/!�

;+2S+>8�*;7�8.�*;7J.8�78+*;)�����������*N������,����#��.�$�����

O��?�*����-P�����-��/�������-.8. &

Page 99: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

APÊNDICES

Page 100: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

99

QUESTIONÁRIO

ANÁLISE DO ENSINO DE EMPREENDEDORISMO NOS BACHARELADOS

EM TURISMO SOB A ÓTICA DE SEUS COORDENADORES

DATA: ____ / ____ / ____

INSTITUIÇÃO DE ENSINO: _____________________________________________

CARGA HORÁRIA MÍNIMA: ____ horas/aula / INICIOU EM: ____ / ____ / ____

INTEGRALIZAÇÃO do CURSO (recomendado): ____ períodos / TURNO: ________

COORDENADOR: ____________________________________________________

TITULAÇÃO: ____ / REGIME LETIVO: ___________ / VAGAS OFERECIDAS: ____

1 – A disciplina “Empreendedorismo” está presente na matriz curricular do

curso de Turismo?

( ) SIM ( ) NÃO

1. a) – Em caso AFIRMATIVO, tal disciplina é:

( ) OBRIGATÓRIA, desde ___ / ______

( ) OPTATIVA, desde ___ / ______

( ) ELETIVA, desde ___ / ______

1. b) – Qual a carga horária total desta disciplina:

____ horas/aula

2 – Existem outras disciplinas presentes na matriz curricular do curso de

Turismo que abordem a temática do empreendedorismo?

( ) SIM ( ) NÃO

Em caso AFIRMATIVO, tais disciplinas são:

Page 101: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

100

TÍTULO da DISCIPLINA

CARGA HORÁRIA

2. a) OBRIGATÓRIAS, desde 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________ 2. b) OPTATIVAS, desde 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________ 2. c) ELETIVAS, desde 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________

____ horas/aula ____ horas/aula ____ horas/aula ____ horas/aula ____ horas/aula ____ horas/aula

3 – Existem Projetos de Pesquisa e/ou Extensão em atividade, vinculados ao

curso de Turismo, que abordam a temática do empreendedorismo.

( ) SIM ( ) NÃO

Em caso AFIRMATIVO, tais projetos são:

TÍTULO do PROJETO

CARGA HORÁRIA

3. a) PESQUISA, desde 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________ 3. b) EXTENSÃO, desde 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________

___ horas/atividade ___ horas/atividade ___ horas/atividade ___ horas/atividade

Page 102: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

101

4 – Existem Projetos de Pesquisa e/ou Extensão em tramitação, vinculados

ao curso de Turismo que abordarão a temática do empreendedorismo.

( ) SIM ( ) NÃO

Em caso AFIRMATIVO, tais projetos serão:

TÍTULO do PROJETO

PREVISÃO

4. a) PESQUISA, previsão 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________ 4. b) EXTENSÃO, previsão 1-___ / ______, 2- ___ / ______ 1 - _______________________________________________ 2 - _______________________________________________

___ horas/atividade ___ horas/atividade ___ horas/atividade ___ horas/atividade

5 – Enumere de 1 a 7, em ordem decrescente de importância, os enfoques

que julga ser mais apropriados para enfatizar em um curso de Turismo.

( ) Alimentos e Bebidas

( ) Agenciamento

( ) Docência/Pesquisa

( ) Eventos

( ) Lazer/Entretenimento

( ) Meios de Hospedagem

( ) Planejamento/Gestão

6 – No curso de Turismo, sob sua coordenação, a ênfase recai sobre qual

conteúdo?

________________________________

Page 103: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

102

7 – Um curso de Turismo deve estar focado em empreendedorismo.

( ) Concordo Totalmente

( ) Concordo Parcialmente

( ) Indiferente

( ) Discordo Parcialmente

( ) Discordo Totalmente

Page 104: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE DEPARTAMENTO DE …app.uff.br/riuff/bitstream/1/1196/1/95 - Filipe de Moura.pdf · 2020. 5. 22. · universidade federal fluminense faculdade de administraÇÃo,

103

ENTREVISTA

ANÁLISE DO ENSINO DE EMPREENDEDORISMO NOS BACHARELADOS

EM TURISMO SOB A ÓTICA DE SEUS COORDENADORES

Qual a missão do curso de Turismo sob sua coordenação?

Apresente a sua reflexão sobre o ensino de empreendedorismo em um

bacharelado em Turismo.