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Universidade Federal Fluminense
Campus Gragoatá
Niterói-RJ
www.uff.br/jornadabotanica2013/
11 a 14 de setembro de 2013
XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ
11 a 14 de setembro de 2013 Sumário
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XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ
11 a 14 de setembro de 2013 Sumário
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 4
A JORNADA FLUMINENSE DE BOTÂNICA ......................................................................... 4
HOMENAGEADO E PLANTA SÍMBOLO .............................................................................. 5
COMISSÃO ORGANIZADORA ................................................................................................ 6
COMISSÃO CIENTÍFICA ......................................................................................................... 7
COMISSÃO DE APOIO........................................................................................................... 8
PROGRAMAÇÃO .................................................................................................................. 9
RESUMOS DE PALESTRAS E MESAS REDONDAS (P1-P4) ....................................................... 13
MINI-CURSOS .................................................................................................................... 18
OFICINA DE ENSINO E EXTENSÃO ....................................................................................... 19
APRESENTAÇÕES ORAIS (O1-013) ....................................................................................... 20
APRESENTAÇÕES PAINÉIS (P1-P106) ................................................................................... 35
BIOQUÍMICA, FITOQUÍMICA E FISIOLOGIA .................................................................... 35
BOTÂNICA ESTRUTURAL E GENÉTICA ............................................................................. 36
EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ECOTURISMO, GERENCIAMENTO AMBIENTAL E
CONSERVAÇÃO DA NATUREZA ....................................................................................... 37
BOTÂNICA APLICADA E ETNOBOTÂNICA ........................................................................ 38
ECOLOGIA E BIOLOGIA DA REPRODUÇÃO ...................................................................... 38
ENSINO DA BOTÂNICA, HISTÓRIA DE BOTÂNICA, HERBÁRIO E TEMAS CORRELATOS ... 39
FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA .................................................................................... 40
SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO DE CRIPTÓGAMAS .............................................................. 41
SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO DE FANERÓGAMAS ............................................................ 41
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INTRODUÇÃO
A JORNADA FLUMINENSE DE BOTÂNICA
A Jornada Fluminense de Botânica é um evento tradicional no estado do Rio de
Janeiro que acontece desde 1980, sendo promovida pela Sociedade Botânica do Brasil
– diretoria Rio de Janeiro – e sediada a cada ano por uma instituição de ensino e/ou
pesquisa. Este ano, a XXXII JFB está sendo realizada na Universidade Federal
Fluminense, no município de Niterói e terá com tema “A Botânica num cenário
multidisciplinar”. A botânica é uma ciência que permeia diversas áreas do
conhecimento e tem trazido importantes contribuições na compreensão de processos
biológicos e na preservação dos recursos naturais. A XXXII Jornada Fluminense de
Botânica promove o encontro de botânicos de diversas áreas e estimula a troca de
informações e discussões nesse contexto multidisciplinar.
Antes da XXXII Jornada Fluminense de Botânica a UFF sediou outras três, a
primeira realizada em 1995 teve como tema “Plantas medicinais”, a segunda realizada
em 1998, “Estrutura e Conservação da Vegetação de Afloramentos Rochosos” e a
terceira realizada em 2000, “A flora do estado do Rio de Janeiro: situação atual e
perspectivas”. Após treze anos o Setor de Botânica da UFF se propõe novamente a
organizar esse importante evento.
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HOMENAGEADO E PLANTA SÍMBOLO
A XXXII Jornada Fluminense de Botânica homenageia o Dr. Jorge Pedro Pereira
Carauta, que foi o idealizador e organizador da primeira jornada, realizada em 1980.
Pedro Carauta, como é conhecido, é um importante botânico do estado. Ele graduou-
se em História Natural na UERJ em 1956, fez mestrado em Ciências Biológicas
(Botânica) pelo Museu Nacional/UFRJ (1977) com a dissertação intitulada "Dorstenia L.
(Moraceae) do Brasil e Países Limítrofes" e doutorado pela Universidade Presbiteriana
Mackenzie (1988) com a tese intitulada "Ficus (Moraceae) no Brasil: Conservação e
Taxonomia". Trabalhou como Analista de Ecossistemas, no Herbário Alberto
Castellanos (GUA), atualmente do Serviço de Ecologia Aplicada do INEA, onde se
aposentou em 2000. Atualmente é professor Associado do Departamento de Botânica
do Museu Nacional/UFRJ, Fellow da Linnaean Society e editor chefe da revista Albertoa
desde 1984. Devido a sua importante contribuição na botânica, foi homenageado com
numerosos epítetos em seu nome (p. ex. Cleistes carautae Tocano & Leoni, Couepia
carautae Prance, Dorstenia carautae C.C. Berg., Epidendrum carautaense Hágsater & L.
Sánchez, Ficus carautana L.J. Neves & Emygdio, Panicum carautae Renvoize, Serjania
carautae Somner, Solanum carautae Carvalho, Sorocea carautana M.D.M.Vianna,
Carrijo & Romaniuc; Stigmaphyllon carautae C.E. Anderson, Stylogyne carautae Carrijo
& M.F. Freitas, Telminostelma carautanum Fontella & E.A. Schwarz). Devido a isso, a
planta símbolo escolhida para a XXXII Jornada Fluminense de Botânica foi a
"Brilhantina-de-Arraial": Pilea carautae M.D.M. Vianna & R.J.V.Alves, descrita em
homenagem a Pedro e Endêmica do Centro de Diversidade Cabo Frio.
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COMISSÃO ORGANIZADORA
Arno Fritz das Neves Brandes –UFF (Coordenador Geral)
Adriana Quintella Lobão –UFF
Alessandra Leda Valverde –UFF
Ana Joffily Coutinho –UFF
Claudia Franca Barros –JBRJ
Dulce Gilson Mantuano –UFRJ
Janie Garcia da Silva –UFF
Lana da Silva Sylvestre –UFRJ
Leonardo Bona do Nascimento –UFF
Maria Carolina Anholeti –UFF
Mariana Machado Saavedra –UFRJ
Odara Horta Boscolo –UFF
Selma Ribeiro Paiva –UFF
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COMISSÃO CIENTÍFICA
Alphonse Germaine Albert Charles Kelecon –UFF
Ana Angélica Monteiro de Barros – UERJ
Ana Joffily –UFF
Ariane Luna Peixoto – JBRJ
Cecília Gonçalves Costa – JBRJ
Claudia Franca Barros – JBRJ
Elsie Franklin Guimarães – JBRJ
Janie Garcia da Silva –UFF
Jerônimo Boelsums Barreto Sansevero – JBRJ
João Marcelo Alvarenga Braga – JBRJ
Lana da Silva Sylvestre –UFRJ
Marcelo Dias Machado Vianna Filho – MN-UFRJ
Maria Auxiliadora Coelho Kaplan –UFRJ
Mariana Machado Saavedra –UFRJ
Odara Horta Boscolo –UFF
Rejan Rodrigues Guedes Bruni – JBRJ
Ricardo Cardoso Vieira –UFRJ
Selma Ribeiro Paiva –UFF
Shaula Vicentini de Sampaio –UFF
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COMISSÃO DE APOIO
Carolina Marques Ramos de Moraes –UFF
Claudio Cruz Guimarães –UFF
Daniel Vargas de Sá –UFF
Daniella Senos Lopes –UFF
Elizabeth Corrêa –UFF
Fernanda Moreira do Amaral –UFF
Gabrielle Gonçalves Teixeira –UFF
Igor Lins da Silva Freire –UFF
Juliana da Conceição Peres Leitão –UFF
Lanuzia Grandini Quintanilha –UFF
Lidiane da Silva Nascimento –UFF
Lucas César Oliveira de Andrade –UFF
Paolo Massoni –UFF
Rafael Perpetuo Albuquerque –UFF
Renata Sirimarco da Silva Ribeiro –UFF
Rogério Jotobá Figueiredo Jr –UFF
Sara Christina Pádua de Souza –UFF
Stella Matta de Lara Rocha –UFF
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PROGRAMAÇÃO
11/09/2013 – Quarta-feira
08:00 às 10:00 h - Minicursos Campus Valonguinho
08:00 às 16:00 h - Oficina de educação e extensão
Educação ambiental – Dra. Shaula Vicentini de Sampaio (UFF) Aprendendo com as plantas – Profas. Helena Regina Pinto Lima, Ionice de Oliveira M. Cardoso, Maria
Mercedes Teixeira da Rosa e Maria Veronica L. Pereira Moura (UFRRJ) Artesanato com plantas – Prof. João Victor Garcia (UFF)
15:00 às 17:00 h – Inscrições e entrega de material Secretaria - Bloco F - Campus Gragoatá
17:00 às 19:00 h – Abertura solene Auditório Moacyr de Carvalho Gama - Bloco F- Campus Gragoatá
Cerimônia de abertura
Homenagem ao Botânico Dr. Pedro Carauta - Palestra Dra. Ariane L. Peixoto (JBRJ)
19:00 às 20:00 h – Coquetel de confraternização Bloco F- Campus Gragoatá
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12/09/2013 - Quinta-feira
08:00 às 10:00 h – Inscrições, entrega de material e fixação de painéis Secretaria - Bloco F- Campus Gragoatá
08:00 às 9:30 h - Minicursos Campus Valonguinho
Auditório Moacyr de Carvalho Gama Bloco F - Campus Gragoatá
Auditório Florestan Fernandes Bloco D - Campus Gragoatá
10:00 às 11:00 h – Palestra 1
Conceito de espécie e a sistemática moderna Dr. Marcelo Trovó (UFRJ)
10:00 às 11:00 h – Palestra 2
Desafios do Ensino de Botânica na escola básica
Dra. Mariana Lima Vilella (UFF)
11:00 às 11:20 h - Coffee break
11:20 às 12:20 h – Palestra 3
Flora do Rio de Janeiro Dr. José Fernando A. Baumgratz (JBRJ)
11:20 às 12:20 h – Palestra 4
Alelopatia: interação química vegetal Dra. Helena Pinto Lima (UFRRJ)
12:20 às 14:00 h - Almoço
14:00 às 16:00 h – Mesa redonda 1:
Abordagens etnobotânicas em plantas alimentícias Dra. Lucia Regina Fernandes (INPI)
Dr. Valdely Ferreira Kinupp (IFAM-CMZL) Dra. Viviane Stern da Fonseca Kruel (JBRJ) Mediadora: Dra. Odara Horta Boscolo (UFF)
14:00 às 16:00 h – Mesa redonda 2:
Biogeografia e filogenia Dra. Maria Beatriz B. de Barros Barreto (UFRJ)
Dr. Pedro Fiaschi (UFSC) Dr. Guilherme Brito (MN-UFRJ)
Mediadora: Dra. Adriana Lobão (UFF)
16:00 às 16:30 h - Coffee break
16:30 às 17:30 h – Apresentações orais Auditório Florestan Fernandes - Bloco D / Auditório Moacyr de Carvalho Gama - Bloco F
Campus Gragoatá
16:30 às 18:30 h – Apresentação de painéis Bloco F- Campus Gragoatá
17:30 às 18:30 h – Reunião SBB Auditório Florestan Fernandes - Bloco D - Campus Gragoatá
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13/09/2013 – Sexta-feira
08:00 às 9:30 h - Minicursos Campus Valonguinho
Auditório Moacyr de Carvalho Gama Bloco F - Campus Gragoatá
Auditório Florestan Fernandes Bloco D - Campus Gragoatá
10:00 às 11:00 h – Palestra 5
Diversidade Funcional e Filogenética no Estudo de Estrutura de Comunidades e Funcionamento de
Ecossistemas Dr. Bruno Rosado (UERJ)
10:00 às 11:00 h – Palestra 6
Biologia da secreção: Dinâmica do processo secretor em coléteres de Rubiaceae
Dra. Maura Cunha (UENF)
11:00 às 11:20 h - Coffee break
11:20 às 12:20 h – Palestra 7
Interações entre pteridófitos e animais Dr. Marcelo Guerra (UERJ)
11:20 às 12:20 h – Palestra 8
A madeira e o registro das mudanças do clima Dra. Cátia Callado (UERJ)
12:20 às 14:00 h – Almoço
14:00 às 16:00 h – Mesa redonda 3
Perspectivas atuais em restauração ecológica de ecossistemas terrestres
Dra. Marcia Cristina Mendes Marques (UFPR) Dr. Luiz Fernando Duarte de Moraes (EMBRAPA) Dr. Jerônimo Boelsums Barreto Sansevero (JBRJ)
Mediador: Dr. Luiz Roberto Zamith Coelho Leal (UFF)
14:00 às 16:00 h – Mesa redonda 4
Controle de qualidade de produtos naturais Dra. Neusa Tamaio (JBRJ)
Dr. Davyson de Lima Moreira (FIOCRUZ) Dra. Luciana Chedier (UFJF)
Mediadora: Dra. Ana Joffily (UFF)
16:00 às 16:30 h - Coffee break
16:30 às 17:30 h – Apresentações orais Auditório Florestan Fernandes - Bloco D / Auditório Moacyr de Carvalho Gama - Bloco F
Campus Gragoatá
16:30 às 18:30 h – Apresentação de painéis Bloco F - Campus Gragoatá
18:30 às 19:30 h – Cerimônia de encerramento Auditório Moacyr de Carvalho Gama - Bloco F- Campus Gragoatá
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14/09/2013 - Sábado
08:00 às 15:00 h – Excursão científica 1 Serra da Tiririca - Alto Mourão
Saída do oníbus - Portão principal - Campus Gragoatá
08:00 às 15:00 h – Excursão científica 2 Serra da Tiririca - Costão e Bananal
Saída do oníbus - Portão principal - Campus Gragoatá
08:00 às 15:00 h – Excursão científica 3 Serra da Tiririca - Comunidades tradicionais
Saída do oníbus - Portão principal - Campus Gragoatá
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RESUMOS DE PALESTRAS E MESAS REDONDAS (P1-P4)
PA1 Boscolo, O. H. ABORDAGENS ETNOBOTÂNICAS EM PLANTAS ALIMENTÍCIAS
PA2 Marques, M. C. M. LIMITAÇÕES AO SUCESSO DA RESTAURAÇÃO PASSIVA E ATIVA DA
FLORESTA ATLÂNTICA
PA3 Moreira, D. L. ASPECTOS QUÍMICOS DO CONTROLE DA QUALIDADE DE DROGAS
VEGETAIS E FITOTERÁPICOS
PA4 Zamith, L. R. PERSPECTIVAS ATUAIS EM RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA DE
ECOSSISTEMAS TERRESTRES
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ABORDAGENS ETNOBOTÂNICAS EM PLANTAS ALIMENTÍCIAS
Boscolo, O.H.
Professora Doutora, Universidade Federal Fluminense, Departamento de Biologia Geral, Setor
de Botânica ([email protected])
A perda de biodiversidade vem acelerando nos últimos anos. Nossos ancestrais conheciam e
usavam cerca de 5.000 tipos de vegetais e atualmente são utilizadas apenas 130 espécies, 95%
das nossas exigências alimentares são cobertas por apenas 30 vegetais e mais da metade dos
nutrientes vem do milho, arroz e trigo. Ao reduzir esta questão à tamanha limitação de
variedades, nos damos conta do empobrecimento alimentar a que estamos submetidos.
Perde- se não só as espécies domesticadas como também seus parentes silvestres devido a
devastação dos ecossistemas naturais. A importância da biodiversidade para a segurança
alimentar mundial vem sendo crescentemente reconhecida, ao mesmo tempo em que sua
perda tem sido motivo de preocupação. È preciso que nos voltemos para as nossas espécies já
esquecidas e pouco conhecidas. Nossa biodiversidade tem um grande potencial de uso
alimentar a ser pesquisado para o enriquecimento dos cardápios, para a regionalização da
alimentação e para diversificar a matriz agrícola. A seleção de variedades conduzida pelos
agricultores e comunidades tradicionais promove um intercâmbio de saberes agrícolas e
sementes, práticas tão antigas quanto a própria agricultura. A grande diversidade de plantas
cultivadas e ecossistemas agrícolas existentes no mundo, deve-se a tais práticas locais e
tradicionais. Mas a forte pressão para aumentar a produção de alimentos para atender ao
crescimento da população mundial, gera: má distribuição dos alimentos, uso indevido, grandes
desperdícios, negligência do uso ou subutilização de espécies com potencial para
complementação alimentar, diversificação do cardápio e fonte de renda familiar. Então é de
fundamental importância conservar tanto o conhecimento quanto a vegetação nativa e exótica
introduzida no passado. Temos a necessidade urgente de domesticar espécies de uso
reconhecido popular, recuperar áreas degradadas e racionalizar o uso de nossos biomas.
Proteger a biodiversidade implica em reconhecer sua complexidade, onde o homem não pode
ser visto apenas como elemento de pressão antrópica, mas também como elemento criativo.
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LIMITAÇÕES AO SUCESSO DA RESTAURAÇÃO PASSIVA E ATIVA DA FLORESTA ATLÂNTICA
Marques, M.C.M.
Universidade Federal do Paraná
A restauração passiva (regeneração natural) e ativa (plantio de mudas) são duas técnicas não-
excludentes para regiões tropicais de restauração, que envolvem diferentes esforços de
manejo e custos. Experimentos que testam as vantagens de usar uma ou outra técnica, são
importantes para orientar grandes projetos de restauração e, além disso, são uma
oportunidade para testar teorias ecológicas em sistemas naturais e artificiais. A Mata Atlântica
no sul do Brasil é caracterizada por uma paisagem florestal onde grandes áreas foram usadas
para pastagens e posteriormente abandonadas. Nesta região realizamos vários experimentos,
procurando verificar as possíveis restrições do usode técnicas passivas e ativas de restauração.
Nossas principais conclusões são: 1) a chegada de semente não limita a restauração passiva, 2)
estabelecimento de plântulas é o gargalo para a restauração passiva; 3) condições de solo
(excesso de água) é o fator mais importante que influencia o desempenho de mudas na
restauração ativa e passiva, 4) a competição com gramíneas tem um papel secundário no
crescimento de mudas, e 5) a restauração ativa e passiva não diferem em riqueza de espécies,
mas a acumulação de biomassa pode ser excessivo na restauração ativa. Iremos discutir os
resultados, a fim de subsidiar futuros projetos de restauração de pastagens abandonadas em
regiões dominadas por florestas secundárias.
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ASPECTOS QUÍMICOS DO CONTROLE DA QUALIDADE DE DROGAS VEGETAIS E
FITOTERÁPICOS
Moreira, D.L.
Farmanguinhos/ Fiocruz
As plantas são usadas desde a antiguidade por suas propriedades alimentícias, terapêuticas ou
tóxicas. Estas propriedades foram descritas em tratados na antiga Grécia, Egito, e no início da
Era Cristã. Levantamentos científicos mostram que na China antiga, por volta de 2000 a.C., já
se investigava o valor medicinal de centenas de ervas. Entre as 365 drogas mais usadas
durante essa época citam-se podofilo, ruibarbo, ginseng, estramônio, cinamomo e efedra.
Muitas dessas plantas são usadas ainda hoje. Após um período de estagnação, na segunda
metade do Século XX, a busca por substâncias naturais com atividade biológica ganhou grande
impulso devido ao desenvolvimento de modernas técnicas de separação, purificação e análise,
tais como, cromatografia em fase gasosa de alta resolução (CGAR), cromatografia em fase
líquida de alta eficiência (CLAE), espectrometria de massas (EM) e ressonância magnética
nuclear (RMN). Essas diferentes técnicas permitiram não somente desvendar o conteúdo de
extratos vegetais mas, também, determinar a proporção de cada substância que compõe a
mistura. Atualmente, tem sido possível efetuar análise de substâncias mesmo em micro escala,
com o emprego de modernas técnicas de extração e separação, como micro extração em fase
sólida (SPME) e micro extração líquido-líquido (LLME). Com base nos princípios pela busca de
medicamentos de origem vegetal sedimentados nos preceitos da eficácia e da segurança, a leis
brasileiras evoluíram e se consolidaram. Atualmente, de acordo com a legislação em vigor e as
normatizações para o setor ditadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA),
todos os produtos fitoterápicos ou aqueles obtidos de drogas vegetais devem passar por um
rigoroso controle da qualidade, incluindo o químico. O controle químico ajudará a garantir
medicamentos mais seguros e que atendam aos anseios da sociedade.
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PERSPECTIVAS ATUAIS EM RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA DE ECOSSISTEMAS TERRESTRES
Marques, M.C.M.1; Moraes, L.F.D.2; Sansevero, J.B.B.3, Zamith, L.R.4
1Departamento de Botânica, Universidade Federal do Paraná. 2Centro Nacional de Pesquisas
em Agrobiologia, Embrapa, 3Instituto Internacional para Sustentabilidade, 4Universidade
Federal Fluminense.
A restauração ecológica visa a recuperação da saúde e integridade de um ecosisstema que foi
destruído, degradado ou danificado, tornando-o autossustentável. Estas ações buscam o
restabelecimento de processos, e não o retorno de um sistema com estrutura pré-
estabelecida, e devem ser construídas a partir de um sólido embasamento teórico, associados
aos princípios da sucessão ecológica, diversidade funcional, interações flora-fauna e da
ecologia do solo. A restauração passiva (regeneração natural) e ativa (plantio de mudas) são
técnicas não-excludentes com diferentes esforços de manejo e custos. Grandes áreas da Mata
Atlântica do Brasil foram usadas para pastagens e posteriormente abandonadas. Experimentos
mostraram que a chegada de semente não limita a restauração passiva, sendo o
estabelecimento de plântulas seu principal gargalo. A competição com gramíneas tem um
papel secundário no crescimento de mudas, e as condições do solo são os fatores que mais
influenciam o desempenho de mudas. Ações de restauração ativa em restingas no Rio de
Janeiro têm mostrado grande diferença na sobrevivência e no crescimento das espécies. Tanto
em restinga arbustiva fechada como em floresta periodicamente inundável poucas são as
espécies com atributos que as capacitam para os plantios iniciais nestas áreas degradadas,
freqüentemente colonizadas por exóticas invasoras. Algumas catalisam avanços em diferentes
processos ecossistêmicos, e por esta ação facilitadora são consideradas espécies-chave na
restauração. A elevada biodiversidade nos trópicos é uma barreira para a caracterização das
trajetórias sucessionais e avaliação dos projetos de restauração. A abordagem funcional é uma
saída para estas limitações. A partir de medidas dos atributos funcionais das espécies é
possível a classificação em grupos funcionais, verificar os efeitos de filtros ambientais e
interações bióticas, assim como quantificar a estrutura, redundância e diversidade funcional
das comunidades. O papel desempenhado pelas espécies permite o desenvolvimento de
modelos de restauração.
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MINI-CURSOS
1. A botânica no licenciamento ambiental
Dra. Dulce Mantuano (UFRJ)
2. Anatomia de lianas
Dra. Neusa Tamaio (JBRJ)
3. Biologia reprodutiva: O que acontece depois da polinização?
Dra. Denise Klein (UNIRIO)
4. Métodos em filogenia
Dra. Maria Beatriz Barbosa de Barros Barreto (UFRJ)
5. Quimiossistemática
Msc. Maria Carolina Anholeti (UFF)
6. Sistemática de Leguminosas
Dra. Fabiana Filardi (JBRJ)
7. Sistemática e taxonomia das Myrtaceae brasileiras
Dr. Marcelo da Costa Souza (UFRJ-MN)
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OFICINA DE ENSINO E EXTENSÃO
Oficina 1 – “Educação ambiental”
Responsável: Dra. Shaula Vicentini de Sampaio (UFF);
Será desenvolvida uma oficina de curta duração com alunos do ensino fundamental tendo
como tema geral a educação ambiental. Como mote para as atividades desenvolvidas, será
utilizado um vídeo intitulado “Das crianças ikpeng para o mundo”, que consiste numa vídeo-
carta em que as crianças dessa etnia narram a sua vida. A partir disso, faremos um debate,
abordando as diferenças entre o cotidiano das crianças mostradas no vídeo e o cotidiano dos
alunos participantes da oficina. Para culminar a atividade, será pedido que os participantes da
oficina redijam uma carta em que contam como é a sua vida, com ênfase para as relações que
estabelecem com o ambiente onde vivem.
Oficina 2 – “Aprendendo com as plantas”
Responsáveis: Profas. Helena Regina Pinto Lima, Ionice de Oliveira M. Cardoso, Maria
Mercedes Teixeira da Rosa e Maria Veronica L. Pereira Moura (UFRRJ);
Esta oficina englobará atividades que buscam o melhor entendimento da importância das
plantas para o homem, noções de morfologia vegetal interna e externa, além de abordar
aspectos da conservação dos recursos naturais. Serão confeccionados modelos didáticos de
célula vegetal, cartazes, marcadores de livro, blocos e cartões com partes vegetais. As
atividades propostas serão desenvolvidas pela equipe do subprojeto PIBID-Ciências Biológicas
da UFRRJ (CAPES).
Oficina 3 – “Artesanato com plantas”
Responsáveis: Prof. Dra. Ana Joffily e Prof. João Victor Garcia (UFF);
Nesta atividade os alunos farão artesanatos (pulseiras, colares, outros objetos) com estruturas
vegetais (sementes, frutos, madeira, folhas), desta maneira serão debatidos aspectos do uso
tradicional das plantas e do uso na sociedade moderna, assim como conceitos relacionados a
sistemática, morfologia e fisiologia das plantas.
XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ
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APRESENTAÇÕES ORAIS (O1-013)
O1
Ludmila de
Souza Varejão
Marinho
ESPÉCIES VEGETAIS ALIMENTÍCIAS NOS TRABALHOS ETNOBOTÂNICOS
DA REGIÃO FLUMINENSE, BRASIL
O2 Alphonse
Kelecom
MUDANÇAS DE PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SÉCULO
XXI
O3
Nathalia
Ferreira da
Cunha
DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL PELO ENSINO DA
BOTÂNICA: PROPOSTAS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDAS
EM RIO DAS OSTRAS/RJ
O4 Cleber Vinicius
Vitorio da Silva
UTILIZAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS FITOSSOCIOLÓGICAS E
BIOINDICADORAS NO MONITORAMENTO AMBIENTAL E AVALIAÇÃO
DE IMPACTO NAS BACIAS DO RIO GUANDU-RJ
O5 Kelly Antunes FLORESTAS SUBTERRÂNEAS: UM TIPO RARO E AMEAÇADO DE
VEGETAÇÃO
O6 Samuel Coelho
ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO ARBÓREA NATIVA DE UMA UNIDADE DE
CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO INTEGRAL NO MUNICÍPIO DE
SOROCABA, SP
O7 Fábio São
Pedro da Silva
SELEÇÃO DE GENES RESPONSIVOS A SECA EM COFFEA CANEPHORA
USANDO FERRAMENTAS DE BIOINFORMÁTICA
O8
Kathlyn
Vasconcelos
Gevú
IMPLICAÇÕES FILOGENÉTICAS DOS ELEMENTOS DE VASO EM
ZINGIBERACEAE MARTINOV
O9
Rodrigo
Barbosa Braga
Feitoza
CARACTERIZAÇÃO MORFOANATÔMICA DA RAIZ DE CALOPOGONIUM
MUCUNOIDES DESV. SOB O EFEITO DE ALELOQUÍMICOS
O10
Cilene Mara
Jordão de
Mattos
INFORMATIZAÇÃO DA COLEÇÃO DO HERBÁRIO DIDÁTICO DA
UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO - UNIGRANRIO, DUQUE DE CAXIAS, RJ
XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ
11 a 14 de setembro de 2013 Sumário
21
O11
Clara de
Carvalho
Machado
LEMBRANÇAS ESCOLARES DE BOTÂNICA
O12 Dilma Melo da
Silva
DUAS NOVAS OCORRÊNCIAS DE ESPÉCIES DE ASTERACEAE PARA ILHA
GRANDE, RJ
O13
Felipe Fajardo
Villela Antolin
Barberena
Marini
A SUBTRIBO ZYGOPETALINAE (ORCHIDACEAE) NO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ
11 a 14 de setembro de 2013 Sumário
22
ESPÉCIES VEGETAIS ALIMENTÍCIAS NOS TRABALHOS ETNOBOTÂNICOS DA REGIÃO
FLUMINENSE, BRASIL
Marinho, L.S.V.1,2; Boscolo, O.H.1,3
1Universidade Federal Fluminense, Departamento de Biologia Geral, Setor de Botânica. 2Mestre. 3Professora Adjunta. ([email protected])
Conceitualmente, plantas alimentícias são aquelas que possuem uma ou mais partes, ou
produtos derivados que podem ser utilizados na alimentação humana. O objetivo deste estudo
foi realizar um levantamento bibliográfico das publicações científicas referentes aos estudos
etnobotânicos realizados no estado do Rio de Janeiro, com o intuito de conhecer as espécies
alimentícias mencionadas pelos moradores das comunidades tradicionais. O levantamento da
literatura foi realizado em sites especializados em busca de bibliografia científica e em
consultas às bibliotecas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ) e do Museu Nacional
(UFRJ) e reuniu arquivos referentes aos estudos etnobotânicos que abordassem as plantas
utilizadas como alimentos pelas comunidades tradicionais do estado e seu redor. Com base
nos 14 trabalhos avaliados, foi criada uma tabela classificatória, que tornou possível analisar a
variedade de plantas, os órgãos vegetais utilizados como alimento, o percentual de espécies
exóticas e nativas e as formas de obtenção das espécies alimentícias utilizadas pelas
comunidades estudadas. Foram levantadas 360 espécies vegetais distribuídas em 71 famílias
botânicas, sendo as famílias Myrtaceae (40) e Lamiaceae (21) as mais representativas em
número de espécies. Os frutos, e as folhas foram as partes dos vegetais mais utilizadas na
alimentação. Cerca de 43% das plantas citadas são nativas da Mata Atlântica ou do Brasil,
entretanto a obtenção dos recursos alimentícios nas comunidades estudadas se dá
principalmente através do cultivo (38%), seguido da coleta de espécies espontâneas (35%). De
forma geral, os resultados demonstram que as comunidades habitantes do estado do Rio de
Janeiro apresentam um elevado conhecimento sobre a vegetação circundante; e que a ampla
variedade de espécies citadas revelam a heterogeneidade das condições ambientais do bioma
Mata Atlântica na região. Percebe-se também que o significativo percentual de espécies
nativas ocorre devido ao expressivo número de trabalhos analisados realizados em áreas de
restinga.
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MUDANÇAS DE PARADIGMAS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO SÉCULO XXI
Kelecom, A.C.1; Silva, J. G2; Araujo, J.3
1Prof. Titular Depto de Biologia Geral/UFF e Coordenador do Curso de Pós-Graduação em
Ciência Ambiental. 2Prof. Associado IV do Depto de Biologia Geral/UFF, do Programa de Pós-
Graduação em Ciência Ambiental e Coordenadora do Laboratório Horto-Viveiro. 3Prof.
do Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental. ([email protected])
Inicialmente, a relação do homem com a natureza era equilibrada. O crescimento da
população sobre o planeta Terra levou à adoção de formas de consumo que, progressivamente
dissociaram-se dos padrões de produção. O homem passou a usar a natureza para suprir suas
necessidades sem se considerar parte dela, acreditando que os recursos naturais eram
renováveis e inesgotáveis. Ao longo dos séculos, os problemas ambientais acentuaram-se.
Percebeu-se que este modelo era incompatível com a manutenção das condições mínimas
para sobrevivência da vida em equilíbrio no planeta, esgotando os recursos naturais em um
tempo não muito distante. Na década de 1960, inúmeros movimentos sociais surgem a favor
da preservação ambiental. Não se falava em cidadania. Era uma visão naturalista e biológica. A
temática foi considerada urgente no setor educacional. Inúmeros encontros/eventos passaram
a discutir a importância da Educação voltada à discussão ambiental. Na década de 1990, o MEC
adotou a Educação Ambiental no ensino formal, tendo como diretriz a abordagem transversal
e interdisciplinar. Atualmente, há discussões em redes sociais, onde o campo educativo busca
novas leituras do ambiente, debatendo-se as profundas crises civilizatórias, o crescimento
populacional, o modelo de produção e consumo desiguais. A revisão deste modelo vem sendo
considerada cada vez mais urgente na visão dos alunos do Programa de Pós Graduação em
Ciência Ambiental da UFF. Independente do segmento social acredita-se que uma educação
com princípios éticos deve ser inserida nas práticas pedagógicas, onde um conjunto de valores
deve ser revisto, rompendo-se o modelo de desenvolvimento socioeconômico. Propostas
voltadas à inserção da educação ambiental devem perpassar por diferentes áreas de
conhecimento, independente do grau de instrução e da classe social buscando a formação do
sujeito cidadão e sua inserção dentro de uma sociedade que deve repensar seus modelos sob
pena de comprometer no futuro sua qualidade de vida e das gerações futuras.
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DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL PELO ENSINO DA BOTÂNICA: PROPOSTAS DE
EDUCAÇÃO AMBIENTAL DESENVOLVIDAS EM RIO DAS OSTRAS/RJ
Cunha, N.F.¹,²
¹Graduanda de Licenciatura em Pedagogia. Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro.
²Auxiliar Administrativo. Secretaria do Ambiente, Sustentabilidade, Agricultura e Pesca
O Ensino de Botânica, ainda hoje, ainda é muito teórico, pouco prático e desestimulante em
todos os níveis de ensino. O município de Rio das Ostras contempla quatro Unidades de
Conservação municipais situadas em área urbana. O principal objetivo deste trabalho foi
trabalhar o despertar da consciência ambiental acerca do assunto, ressaltando as belezas
naturais da vegetação típica de restinga encontrada na região. A atividade desenvolveu-se
através de atividades de visitação diversas realizadas nestas Unidades de Conservação,
destacando aos seus visitantes a importância da vegetação local, suas peculiaridades e
adaptações para viver em um ambiente tão complexo. Os resultados obtidos nessas
expedições são diferenciados daqueles em que o enfoque é dado apenas para o panorama
geral dessas unidades de conservação, pois muitos dos alunos tem algum relato para passar
referente à alguma planta que conhecem, passam a destacar curiosidades e observações
acerca da planta observada, bem como demonstram interesse pelo assunto. Logo, observa-se
que a abordagem botânica para a realidade da unidade na qual se desenvolve as atividades de
educação ambiental refletem positivamente quanto ao tema como tornam o assunto mais
prazeroso para os alunos e pessoas que estejam participando da atividade.
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UTILIZAÇÃO DE CARACTERÍSTICAS FITOSSOCIOLÓGICAS E BIOINDICADORAS NO
MONITORAMENTO AMBIENTAL E AVALIAÇÃO DE IMPACTO NAS BACIAS DO RIO GUANDU-RJ
Silva, C.V.V.1,3; Silva, L.M.S.1,3; Tavares, R.1,3; Silva, W.S.1,3; Francisco, F.C.2,3
1Estudante de graduação ([email protected]). 2Professor/pesquisador. 3Laboratório
de Mapeamento Geotécnico, Desastres Naturais e Sustentabilidade Ambiental. Departamento
de Geociências. Instituto de Agronomia. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
Monitoramento ambiental é a utilização sistemática de organismos vivos ou suas respostas
para determinar a qualidade ambiental. O rio Guandu é responsável pelo abastecimento da
região metropolitana do Rio de Janeiro. São massivos os empreendimentos na bacia e
consequentemente o impacto na mesma. É possível, utilizar os parâmetros e estimativas
fitossociológicas, como ferramentas de investigação na avaliação do impacto dentro do
ecossistema. A área de estudo está localizada nos municípios de Seropédica em dois pontos (S
22° 48' 42.3’’/ W 43° 37' 44.9’'; S 22° 45' 08.5''/ W 43° 38' 41.6") e Nova Iguaçu (S 22° 50'
12.2''/ W 43° 38' 09.5''). Para o monitoramento ambiental com base nas características
fitossociológicas foram estabelecidos 15 pontos quadrantes, a distância média entre os pontos
foi de 7,21m. Nas unidades amostrais foram mensurados os indivíduos arbóreos com
circunferência a altura do peito ≥ 16.0m e altura total. A composição foi de 55 indivíduos, com
riqueza de 20 espécies, distribuídas em 9 famílias. Das 20 espécies analisadas tivemos 60%
pioneiras e 70% zoocóricas. A porcentagem de indivíduos bifurcados foi de 61,82%, a
cobertura absoluta total foi de 0,4744, os índices de Shannon (H‟) e Equabilidade de Pielou
(J‟), apresentaram 2,63 nats/indivíduo e 0,66, respectivamente. As espécies que apresentaram
maior Valor de Importância (VI) foram: Mimosa caesalpiniaefolia (51,37), Schefflera
morototoni (31,40), Tabernaemontana catharinensis (30,29) e Inga sessilis (26,26). A
bifurcação acentuada indica áreas de constantes queimadas, com muita influência luminosa
que lentifíca o estabelecimento de espécies sucessionais secundárias. O índice de Shannon
apresenta-se baixo e a Equabilidade de Pielou indica que as espécies não possuem uma
distribuição homogênea nos fragmentos. As espécies que apresentaram maiores VI não são
características da Mata Atlântica ou de vegetação ciliar. Analisando a área e seus aspectos
florísticos e estruturais constatamos que se trata de uma área antropizada e descaracterizada.
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FLORESTAS SUBTERRÂNEAS: UM TIPO RARO E AMEAÇADO DE VEGETAÇÃO.
Alves, R.J.V.1, Silva, N.G.2, Guimarães, A.R.3, Antunes, K.4, Fernandes-Júnior A.5
1Professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Departamento de
Botânica. 2,3Doutorando em Botânica, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 4Mestrando em
Botânica, Universidade Federal do Rio de Janeiro ([email protected]). 5Doutorando no
Programa de Pós Graduação em Botânica, Instituto de Botânica de São Paulo.
Árvores subterrâneas são uma forma de crescimento, conhecida de savanas Brasileiras e
Africanas com secas sazonais e fogo periódico. Entretanto, florestas subterrâneas com até dez
espécies simpátricas dessa forma de crescimento como dominantes eram desconhecidas. A
longevidade de uma das espécies de árvore subterrânea, a Jacaranda decurrens Cham.
(Bignoniaceae), foi recentemente comprovada, mas a composição da vegetação de uma
floresta subterrânea inteira e aspectos de sua fenologia nunca foram descritos. Neste estudo
reportamos aspectos estruturais da vegetação de florestas subterrâneas usando a metodologia
de Braun-Blanquet. Relevés foram levantados em junho-agosto (estação seca), outubro (início
das chuvas) e dezembro (pico das chuvas) no período de 2009-2013 na Serra do Ouro Grosso e
na Serra de Carrancas, ambos no Sul de Minas Gerais.Foram encontradas dez espécies
simpátricas de árvores subterâneas: Anacardium humile, Andira humilis, Byrsonima
subterranea, Cordiera humilis, Duguetia furfuracea, Erythroxylum deciduum, Eugenia
punicifolia, Jacaranda decurrens, Ouratea floribunda e Psidium cf. australe. Das espécies
lenhosas na vegetação, 65% tinham sistemas subterrâneos como xilopódios. Árvores eretas
cobrem menos de 5% da área. O estrato arbustivo cobre de 5 a 25%. O estrato herbáceo, com
92 espécies, é o mais rico e apresentou a maior variação sazonal de cobertura. Com base nas
escavações, estimamos que a fitomassa subterrânea dessa formação representa>90% do total,
apesar dos solos serem muito rasos.A floresta subterrânea que ora descrevemos se encontra
seriamente ameaçada por uma mineradora de areia que avança rapidamente em sua direção e
pela pecuária.
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ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO ARBÓREA NATIVA DE UMA UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE
PROTEÇÃO INTEGRAL NO MUNICÍPIO DE SOROCABA, SP
Coelho, S.¹; Cardoso-Leite, E.²; Castello, A.C.D.³
¹Mestrando, PPGSGA, Universidade Federal de São Carlos, campus Sorocaba
([email protected]). ²Professor adjunto, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar),
campus Sorocaba. ³Mestranda, PPGDBC, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), campus
Sorocaba.
Com uma área de 62,42 hectares, o Parque Natural Municipal Corredores da Biodiversidade
(PNMCBio) localiza-se em Sorocaba, São Paulo, Brasil. Esta Unidade de Conservação abrigaum
remanescente de Floresta Estacional Semidecidual de aproximadamente 20 ha e possui uma
área de preservação permanente por circundar o córrego Campininha, um afluente do rio
Sorocaba.Pela carência de estudos sobre a composição e estrutura da vegetação da área e de
fragmentos na região,o objetivo foi analisar a estrutura da vegetação arbórea do
remanescente no PNMCBio, fornecendo dados que auxiliem a gestão nas ações de
conservação, recuperação e manejo da área.Foram alocadas 64 parcelas de 10x10m
distribuídas aleatoriamente, sendo medidos e coletados todos os indivíduos com
circunferência a altura do peito igual ou superior a 15cm. Os parâmetros fitossociológicos de
densidade, frequencia e dominância (absolutos e relativos), além dos valores de cobertura e
importância, foram calculados com o uso do software FITOPAC 2.1 (Shepherd, 2009). Foram
identificadas 80 espécies,distribuídas em 29 famílias e 54 gêneros, sendo Lonchocarpus
subglaucescens Mart. ex Benth., Cupania vernalisCambess., Casearia sylvestris Sw.,
Machaerium stipitatum(DC.) Vogel e Platypodium elegansVogel as espécies que tiveram maior
representatividade quanto aos parâmetros fitossociológicos. Com 45,6% (36) das espécies
consideradas não pioneiras e, 40,5% (32), pioneiras, a área encontra-se em estádio
intermediário de sucessão econtém uma riqueza responsável por abrigar e alimentar algumas
espécies animais silvestres, permitindo as interações ecológicas entre essas espécies. Mesmo
com tamanho reduzido e em um contexto industrial, a área cumpre com alguns objetivos de
sua criação, possuindo uma representatividade florística que contribui para a manutenção de
habitats, da diversidade e para a conectividade entre remanescentes no âmbito regional,
sendo de suma importância a sua manutenção e manejo. (Toyota do Brasil Ltda.)
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SELEÇÃO DE GENES RESPONSIVOS À SECA EM COFFEA CANEPHORA USANDO FERRAMENTAS
DE BIOINFORMÁTICA
Silva, F.S.P.1, Almeida, L.C.S.2, Santos, P.N.2, Loh, R.K.T. M.2, Alves-Ferreira, M2, Patreze,
C.M.1
1Instituto de Biociências, Departamento de Botânica, Centro de Ciências Biológicas e da Saúde
UERJ ([email protected]) 2Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O Brasil responde por mais de um terço da produção e exportação mundial do café, uma
planta que tem sido melhorada geneticamente com características importantes como floração,
tamanho de semente, resistência a doenças e à seca. Como o sequenciamento do genoma do
café está em andamento, a identificação de novos genes relacionados a características
importantes, como a resistência à seca, pode ser feita por meio da bioinformática, com
posterior validação experimental. O objetivo deste trabalho foi a identificação de genes
responsivos a seca em Coffea canephora, usando o banco de dados de bibliotecas de cDNAs
disponível no Brazilian Coffee Genomic Project, para posterior análises da expressão gênica em
plantas em situação de estresse hídrico. Todas as seqüências dos genes C-bindind factor-CBF,
Dehydration responsive element binding protein 2-DREB2, NAC domain proteins e Responsive
to dessication 22-RD22, escolhidos a partir da literatura em estudos com Arabidopsis thaliana,
planta modelo em biologia molecular vegetal, foram recuperadas no banco de dados TAIR (The
Arabidopsis Information Resource) e usadas para gerar uma sequência consenso (cobbler)
entre elas. Tal sequência consenso foi utilizada como isca para recuperar sequências de café
no usando a ferramenta tBLASTn. Todas as sequências com e-value< 10-5 foram recuperadas. A
sequência cobbler foi utilizada também no banco de dados Phytozome, para recuperar genes
de Vitis vinifera, Populus trichocarpa e Oryza sativa, que são outras espécies já sequenciadas,
considerando um e-value<10-5. Os domínios de todas as sequências também foram
recuperados e foram construídas duas árvores para cada gene, uma com as seqüências
completas e outra com os domínios. Contigs de café foram selecionados para o desenho dos
primers. Para a validação dos resultados estão sendo realizados experimentos de qPCR em
amostras de C. canephora estressadas por déficit hídrico e amostras controle.
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IMPLICAÇÕES FILOGENÉTICAS DOS ELEMENTOS DE VASO EM ZINGIBERACEAE
Gevú, K.V.1,4; Da Cunha, M.2; Barros, C.F.;, Pereira, S.M.1,5; Lima, H.R.P.1,6
1Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro, UFRRJ ([email protected]) 2Professor/Pesquisador - Laboratório de
Biologia Celular e Tecidual, Universidade Estadual do Norte Fluminense, UENF. 3Professor/Pesquisador, Laboratório de Botânica Estrutural, Instituto de Pesquisas Jardim
Botânico do Rio de Janeiro, IPJBRJ. 4Estudante de Pós-Graduação em Biologia Vegetal, UERJ. 5Estudante de Graduação do Curso de Engenharia Florestal. 6Professor/Pesquisador
Zingiberaceae é um clado monofilético dentro das monocotiledôneas. Diversos caracteres
morfológicos têm sido utilizados para a construção de árvores filogenéticas e esses em
conjunto com os dados moleculares têm possibilitado a distinção em diversos níveis
hierárquicos. O presente trabalho tem como objetivo incorporar os caracteres estruturais dos
elementos de vaso das raízes de espécies de Zingiberaceae, à árvores filogenéticas pré-
estabelecidas, a fim de verificar quais caracteres podem auxiliar na compreensão das relações
entre às tribos Alpinieae e Zingibereae. As dez espécies estudadas provêm de áreas protegidas
da Mata Atlântica e de cultivos particulares. As raízes foram processadas de acordo com as
técnicas usuais de microscopia óptica e eletrônica de varredura. Os caracteres estruturais dos
elementos de vasos selecionados para esse estudo abrangem o tipo, o número de barras e a
inclinação da placa de perfuração e o tipo espessamento parietal. Na tribo Alpinieae, os
elementos de vaso do metaxilema apresentam espessamento parietal escalariforme,
reticulado e parcialmente pontoado. As espécies de Etlingera e Alpinia purpurata
apresentaram placa de perfuração simples, enquanto que em Renealmia chrysotricha foi
observado apenas placas de perfuração escalariforme. Os elementos de vaso do metaxilema
das espécies da tribo Zingibereae são longos e estreitos, em sua grande maioria, apresentando
placas de perfuração escalariforme, portando número variado de barras de acordo com o
gênero. O clado Alpinia Eubractea, no qual está inserido Alpinia purpurata, é grupo irmão do
gênero Etlingera de acordo com dados moleculares. Os táxons estudados apresentam
caracteres comuns. Os gêneros da tribo Zingibereae, Curcuma, Zingiber e Hedychium, estão
relacionados filogeneticamente e compartilham caracteres mais derivados. Os caracteres
estruturais dos elementos de vaso auxiliaram na diagnose e no estabelecimento de parentesco
entre as tribos estudadas.
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CARACTERIZAÇÃO MORFOANATÔMICA DA RAIZ DE CALOPOGONIUM MUCUNOIDES DESV
(FABACEAE ) SOB O EFEITO DE ALELOQUÍMICOS
Feitoza, R.B.B. 1,3, Ribeiro, R.C. 4, Carvalho, M.G. 2,4, Lima, H.R.P. 2,3
1Bacharel em Ciências Biológicas. 2Professor Associado/Pesquisador. 3Instituto de Biologia,
Departamento de Botânica, UFRRJ. 4Instituto de Ciências Exatas, Departamento de Química,
UFRRJ. ([email protected])
Alelopatia é o processo de produção e liberação de metabólitos secundários de origem vegetal
que, através de interferências na divisão celular, respiração, fotossíntese e na permeabilidade
da membrana celular, afetam o desenvolvimento de outras plantas. Os flavonoides e o ácido
cinâmico são exemplos de aleloquímicos, sendo encontrados, por exemplo, em Brachiaria
humidicola, gramínea utilizada na composição de pastagens. O objetivo desse trabalho foi
analisar as características morfoanatômicas de C. mucunoides após tratamento com
aleloquímicos. Sementes de C. mucunoides foram germinadas em caixas do tipo gerbox, com
fundo de papel filtro embebido com água destilada (controle), solução de ácido trans-cinâmico
ou mistura de flavonoides (quercetina, rutina, canferol e canferol 3-α-ranminosídeo). Após 10
dias de tratamento as raízes foram mensuradas, descritas e processadas segundo as técnicas
usuais em anatomia vegetal, para análise estrutural. Observou-se que as plântulas crescidas
em ácido cinâmico e na mistura de flavonoides apresentaram menores comprimentos total e
radicular, com ramificação de raízes laterais junto ao ápice radicular, ou com ápice
frequentemente atrofiado. A estrutura interna do C. mucunoides controle apresenta rizoderme
com pelos absorventes, córtex com endoderme diferenciada, e xilema tetrarco. Nas plântulas
crescidas em ácido cinâmico a endoderme é indistinta, há um número maior de elementos de
vaso nos pólos. Nas demais tratadas com flavonoides, ocorre divisão periclinal das células da
endoderme e do periciclo, e proliferação de elementos do floema e do xilema, esses últimos
formam um cilindro, com medula desenvolvida. Tais alterações podem estar associadas com a
interação desses aleloquímicos com fitormônios que regulam a divisão e a diferenciação
celular, como por exemplo, as auxinas e citocininas. Os resultados sugerem que tais
substâncias alelopáticas afetam o desenvolvimento e a estrutura radicular de C. mucunoides.
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INFORMATIZAÇÃO DA COLEÇÃO DO HERBÁRIO DIDÁTICO DA UNIVERSIDADE DO GRANDE
RIO - UNIGRANRIO, DUQUE DE CAXIAS, RJ.
Araújo, M.S.1,2,5, Mattos, C.M.J.1,3, Nunes, P.V.D.1,2, Miguel, J.R.1,4
1Universidade do Grande Rio (UNIGRANRIO). 2Bióloga. 3Acadêmica do Curso de Ciências
Biológicas. 4Professor Doutor do Curso de Ciências Biológicas e da Pós-graduação.
Herbários constituem uma coleção de plantas e fungos de essencial importância para estudos
científicos. A informatização de um herbário é fundamental para o melhor gerenciamento de
seu acervo e para auxiliar na divulgação de dados. O Herbário Didático da Universidade do
Grande Rio (UNIGRAN) surgiu como resultado do projeto “Inventário Florístico da Estação
Ecológica Estadual do Paraíso do Estado do Rio de Janeiro”, iniciado em 2006 com apoio da
FAPERJ. Como primeiro passo para a reestruturação do Herbário UNIGRAN, este trabalho tem
o objetivo de informatizar sua coleção botânica, buscando facilitar a administração do mesmo
e a disponibilização de informações aos pesquisadores e estudantes desta e de outras
instituições. O programa BRAHMS foi utilizado para incorporação dos registros presentes nas
exsicatas. Os nomes científicos foram corrigidos de acordo com a bibliografia especializada. Os
espécimes coletados em campo e seu habitat foram registrados em máquina digital e todas as
exsicatas serão fotografadas, para posterior inclusão no banco de dados. Atualmente, o
UNIGRAN possui 751 exemplares, sendo 381 angiospermas. Já estão identificados em nível de
família 684 espécimes. Até o presente momento, 66% do acervo foi informatizado, permitindo
verificar que as famílias mais representativas são Piperaceae (106 exemplares), Bromeliaceae
(22) e Polypodiaceae (22). Ao final da informatização, o número de tombo será atribuído para
cada espécime. Posteriormente, pretende-se iniciar a coleção de fungos e briófitas, além da
montagem da carpoteca. Espera-se que a informatização do UNIGRAN, além de facilitar a
consulta e manutenção de seu acervo, propicie intercâmbios de materiais com outros
institutos, contribua com os projetos de pesquisa realizados na própria universidade e em
parcerias com outros estabelecimentos de pesquisa e ensino e permita, futuramente, o
cadastramento do herbário e do seu curador à Rede Brasileira de Herbários, fazendo com que
a instituição seja mais participativa junto à comunidade cientifica.
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LEMBRANÇAS ESCOLARES DE BOTÂNICA
Machado, C.C.¹, Amaral, M.B.²
1Estudante; Universidade Federal Fluminense. ([email protected]). 2Professora e
Pesquisadora; Faculdade de Educação; Universidade Federal Fluminense.
Os vegetais estão presentes no nosso cotidiano dentro de nossas casas, na alimentação,
mobília, roupas, e também nas ruas, no combustível para o carro, nos medicamentos, etc.
Apesar da nossa convivência diária com esses seres, ainda é notável a precariedade no
processo de ensino-aprendizagem na área de botânica. Os motivos que apontam para esta
precariedade no ensino são recorrentes na literatura: a falta de contextualização do tema e de
interesse dos alunos, os temas priorizados no currículo, a difícil linguagem científica, as
imagens estrangeiras nos livros didáticos e a forma conteudista do ensino. Apesar de
recorrentes, estes motivos não são suficientes, sendo necessária uma reflexão mais
aprofundada sobre a falta de contextualização de um tema tão cotidiano em nossas vidas. A
separação entre a produção científica da área das Ciências Naturais e das questões culturais
tem sido incorporada "naturalmente" pela escola. Os currículos apresentam a ciência de forma
independente do contexto cultural que a originou. Neste trabalho, foram aplicados
questionários para 95 alunos da Universidade Federal Fluminense, dos cursos de Pedagogia e
Ciências Biológicas. As seis perguntas procuraram investigar e despertar lembranças sobre o
ensino de botânica tanto da escola quanto da universidade. Os resultados encontrados
sugerem a carência de aulas práticas com interação com as plantas e a falta de aulas sobre o
tema no período escolar como as memórias mais destacadas. O presente trabalho pretende
discutir criticamente os resultados encontrados, problematizando o discurso corrente sobre as
aulas práticas apontada pelos alunos e a falta de contextualização do ensino de botânica por
parte da literatura.
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DUAS NOVAS OCORRÊNCIAS DE ESPÉCIES DE ASTERACEAE PARA ILHA GRANDE, RJ
Silva, D.M.1, Esteves, R.L.2
1Dissertação de Mestrado, Universidade do Estado do Rio de Janeiro ([email protected]). 2Professor Adjunto do Departamento de Biologia Vegetal, Universidade do Estado do Rio de
Janeiro.
A vegetação da Ilha Grande faz parte do Bioma Floresta Atlântica, que possui altos índices de
biodiversidade e cobre amplas regiões de zonas climáticas e formações vegetacionais tropicais
a subtropicais. No Brasil, estende-se numa estreita faixa ao longo de quase toda a costa
atlântica e interioriza-se atingindo parte da Argentina e do Paraguai. Asteraceae é a terceira
maior família em número de espécies na Floresta Atlântica. Assim, buscou-se conhecer a
representatividade dessa família na Ilha Grande, objetivando contribuir com a política de
preservação e manutenção de seus ecossistemas. Nesse contexto, promoveu-se um
levantamento bibliográfico, consultas a herbários e excursões periódicas de coleta em campo.
O material coletado foi depositado no herbário da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(HRJ). Registraram-se na área de estudo 67 espécies subordinadas a 37 gêneros. Destacam-se
nesse levantamento, Mikania campanulata Gardner e Struchium sparganophorum (L.) Kuntze.
Mikania campanulata é abrigada na tribo Eupatorieae, a espécie costuma ser confundida com
M. hastato-cordata Malme. Struchium sparganophorum pertence à tribo Vernonieae, possui
corola com três pétalas, característica rara na família. Ambas as espécies são novas ocorrências
para o Estado do Rio de Janeiro, o que leva a supor que, futuros inventários botânicos em
locais menos visitados da Ilha, possam acrescentar um número substancial de novos táxons da
família para a Ilha Grande.
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A SUBTRIBO ZYGOPETALINAE (ORCHIDACEAE) NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.
Barberena, F.F.V.A.1,4, Meneguzzo, T.E.C.2,5, Baumgratz, J.F.A.3,5
1Doutorando. 2Mestrando. 3Professor/pesquisador. 4Programa de Pós-Graduação em Ciências
Biológicas (Botânica), Museu Nacional. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
([email protected]). 5Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
A família Orchidaceae apresenta importância ornamental e expressiva representatividade no
Brasil, particularmente na Floresta Atlântica. Integrado nesse domínio fitogeográfico, o estado
do Rio de Janeiro abriga 775 espécies, correspondendo a cerca de um terço das orquídeas
brasileiras. Na última década, inventários florísticos englobando Orchidaceae tornaram-se
frequentes nas Unidades de Conservação do estado. Dentro do projeto Flora do RJ, os dados
disponíveis foram recém-sistematizados. Assim, no contexto estadual, propõe-se analisar a
diversidade da subtribo Zygopetalinae, que representa cerca de 5% das orquídeas brasileiras e
apresenta endemismos no país. Foram consultadas 70 referências bibliográficas, incluindo
obras clássicas, revisões taxonômicas e floras locais, e 10 herbários das Regiões Sudeste e Sul.
Confeccionou-se uma chave para a identificação das espécies. A subtribo Zygopetalinae está
representada por 10 gêneros e 28 espécies, sendo Dichaea Lindl. e Zygopetalum Hook., os
gêneros mais numerosos com sete espécies cada. Seis gêneros estão representados somente
por uma espécie. Características morfológicas dos pseudobulbos, folhas, inflorescência,
bractéolas, sépalas, pétalas, labelo, coluna e antera mostraram-se diagnósticas para
identificação dos gêneros da subtribo. Todas as espécies ocorrem em uma ou mais Unidades
de Conservação, exceto Promenaea lentiginosa (Lindl.) Lindl. e Promenaea malmquistiana
Schltr., que também não são recoletadas há mais de 40 anos. Dichaea cogniauxiana Schltr. é a
espécie que ocorre em maior número de Unidades de Conservação (6), todas de Proteção
Integral. O Parque Nacional da Serra dos Órgãos é o que abriga o maior número de espécies da
subtribo (16). Warczewiczella wailesiana (Lindl) E.Morren (como Cochleanthes wailesiana
(Lindl.) R.E.Schult. & Garay) é a única espécie incluída na lista de espécies ameaçadas da flora
brasileira, porém, classificada como DD (dados deficientes). Evidencia-se assim a importância
dos estudos taxonômicos com Orchidaceae nas Unidades de Conservação do estado e a
necessidade contínua de preservação desses refúgios florestais para a conservação das
espécies de Zygopetalinae.
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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário
35
APRESENTAÇÕES PAINÉIS (P1-P106)
BIOQUÍMICA, FITOQUÍMICA E FISIOLOGIA
P1 Alexandre Paiva
Castro
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DOS
ÓLEOS ESSENCIAIS DE MANEKIA OBTUSA MIQ. (PIPERACEAE)
P2 Ana Beatriz Romana
Viveiros
EFEITO ALELOPÁTICO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS SCHINUS
TEREBINTHIFOLIUS RADDI EM ESPÉCIES DE RESTINGA
P3 Anna Flavia Rodrigues
Mortani Vilardo
ESTUDOS VISANDO À CONSERVAÇÃO IN VITRO POR
CRIOPRESERVAÇÃO DE CLEOME SPINOSA JACQ
P4 Bruna Barros Froés AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DE EXTRATOS DE PETIVERIA
ALLIACEA DE CAMPO E IN VITRO
P5 Bruno Rocha Silva
Setta
ESTUDOS EXPERIMENTAIS SOBRE A PRODUÇÃO DE BIOMASSA E
ACUMULAÇÃO DE LIPÍDIOS POR UMA CIANOBACTÉRIA
POTENCIALMENTE ÚTIL PARA A PRODUÇÃO DE
BIOCOMBUSTÍVEL.
P6 David Wilson Pereira
de Lucena Filho
MORFOGÊNESE IN VITRO DE CLEOME DENDROIDES SCHULT. &
SCHULT. F.
P7 Davyson de Lima
Moreira
ANÁLISE QUALITATIVA E QUANTITATIVA POR CLAE-DAD-UV DE
FRAÇÃO APOLAR BIOATIVA DE PIPER CABRALANUM C.DC.
(PIPERACEAE)
P8 Dayana Palmeira da
Silva Rosa
CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS PARA O CONHECIMENTO DA
COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE ESPÉCIES VEGETAIS DO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO, PARTE II
P9 Gabriel Casimiro
Lopes Silva Santos
ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM EXTRATOS DE PLANTAS IN VITRO
E CALOS DE ARACHIS VILLOSULICARPA HOEHNE
P10 Hania Cristina Rosado
Silveira
EFEITO DE EXTRATOS APOLARES DE ESPÉCIES DE CLUSIA
HILARIANA SOBRE INSETOS: DYSDERCUS PERUVIANUS E
ONCOPELTUS FASCIATUS
P11 João Pedro Furtado
Pacheco
AVALIAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE ZANTHOXYLUM
TINGOASSUIBA (RUTACEAE) SOBRE O DESENVOLVIMENTO DE
DYSDERCUS PERUVIANUS (PYRRHOCORIDAE) E ONCOPELTUS
FASCIATUS (LYGAEIDAE)
P12 Lorena Rodrigues
Riani
ÓLEOS ESSENCIAIS E IDIOBLASTOS SECRETORES DE FOLHAS
MADURAS E FOLHAS JOVENS DE PIPER CHIMONANTHIFOLIUM
KUNTH.
P13 Luana Brito do
Nascimento
ESTUDO DA CITOTOXICIDADE DO EXTRATO ETANÓLICO DE
CALOS DE HOVENIA DULCIS THUNBERG
P14 Marcelo Guerra PERFIL QUÍMICO DE TECIDOS GALHADOS E NÃO GALHADOS DE
MICROGRAMA VACCINIIFOLIA (LANGSD. & FISCH.) COPEL.
P15 Maria Carolina
Anholeti da Silva
AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E DOSEAMENTO DE
FLAVONÓIDES EM EXTRATOS DE CLUSIA LANCEOLATA
CAMBESS. (CLUSIACEAE).
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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário
36
P16 Mariana Pimenta
Soares Gonçalves
MULTIPLICAÇÃO IN VITRO DE PETIVERIA ALLIACEA L. SOB
EFEITO DE DIFERENTES FITORREGULADORES
P17 Matheus da Silva
Tirado
CULTURA DE TECIDOS NA PRODUÇÃO DE RAÍZES ADVENTÍCIAS
DE PERESKIA ACULEATA MILL.
P18 Sandra Zorat Cordeiro
MORFOLOGIA FOLIAR COMPARADA DE MANDEVILLA
GUANABARICA (APOCYNACEAE) DE CAMPO E CULTIVADA IN
VITRO
P19 Simone Cristina de
Moura Lima
ATIVIDADE LEISHMANICIDA DE AURELIANA FASCICULATA
(VELL.) SENDTNER VAR. FASCICULATA
P20 Taiane Santos de
Carvalho
PERFIL QUÍMICO DA FASE DICLOROMETÂNICA DE
INFLORESCÊNCIAS DE EUPATORIUM ODORATUM (ASTERACEAE)
P21 Thiago José de Souza
Barboza
GERMINAÇÃO IN VITRO DE ANNONA MUCOSA (JACQ.) -
ANNONACEAE
P22 Vanessa Baptista
Moss
CULTIVO IN VITRO DE KALANCHOE PINNATA (LAM.) PERS.
VISANDO À PRODUÇÃO DE SUBSTÂNCIAS BIOATIVAS
BOTÂNICA ESTRUTURAL E GENÉTICA
P23 Aliny Férras Peçanha
DIVERSIDADE MORFOLÓGICA DA CÉLULA EPIDÉRMICA DA
PÉTALA ESTANDARTE DE ESPÉCIES DE DIOCLEA KUNTH.
(LEGUMINOSAE-PAPILIONOIDEAE-DIOCLEINAE)
P24 Andressa Silva Silva PERSEA AMERICANA MILL. - LAURACEAE: UMA ESPÉCIE DE
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA, NUTRICIONAL E MEDICINAL
P25 Andressa Silva Silva
ANATOMIA FOLIAR DE VRIESEA LINDL. (TILLANDSIOIDEAE,
BROMELIACEAE).
P26 Anna Carina Antunes
e Defaveri
MICROMORFOLOGIA FOLIAR DE ALLAGOPTERA ARENARIA
(GOMES) KUNTZE, ARECACEAE
P27 Arthur Rodrigues
Lourenço
ANATOMIA FOLIAR DE DALECHAMPIA PENTAPHYLLA LAM.
(EUPHORBIACEAE)
P28 Bruna Nunes de Luna
ONTOGENIA DAS ESTRUTURAS SECRETORAS FOLIARES E
COMPOSIÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE MYRSINE CORIACEA
(SW.) R.BR. EX ROEM. & SHULT E MYRSINE VENOSA A. DC.
(MYRSINOIDEAE - PRIMULACEAE)
P29 César dos Prazeres
Silva
ANATOMIA FLORAL DE CLUSIA FLUMINENSIS PLANCH. &
TRIANA (CLUSIACEAE)
P30 Gabrielle Reboredo
Menezes Vieira
PALINOTAXONOMIA DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA EUPHORBIACEAE
JUSS. OCORRENTES NAS RESTINGAS DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
P31 Gabrielle Reboredo
Menezes Vieira
PALINOTAXONOMIA DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA RUBIACEAE JUSS.
OCORRENTES NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
P32 Hian Carlos Ferreira
de Sousa
DIVERSIDADE DA SEXINA NOS GRÃOS DE PÓLEN DE ESPÉCIES DE
CUCURBITACEAE JUSS.
P33 Isabella Verissimo
Nader Haddad
ORGANOGÊNESE FLORAL EM MAYTENUS OBTUSIFOLIA MART.
(CELASTRACEAE, CELASTRALES)
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37
P34 Leonardo Bona do
Nascimento
IDENTIFICAÇÃO ANATÔMICA DE MADEIRAS COMERCIAIS NO
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
P35 Marcelle Paes Barreto ANATOMIA DAS FLORES PERFEITAS DE KIELMEYERA
MEMBRANACEAE CASAR. (CALOPHYLLACEAE)
P36 Márcia Maria da
Rocha
ANATOMIA DAS FLORES PISTILADAS DE TOVOMITOPSIS
PANICULATA (SPRENG.) PLANCH. & TRIANA (CLUSIACEAE)
P37 Nathane Berg COLÉTERES: UM NOVO CARÁTER ANATÔMICO PARA
MYRTACEAE JUSS.
P38 Nattacha dos Santos
Moreira
MUDANÇAS NO PERFIL FENÓLICO E INDUÇÃO DE TECIDO DE
PROTEÇÃO EM FOLHAS DE KALANCHOE PINNATA (LAMARCK)
PERSOON (CRASSULACEAE), A FOLHA-DA-FORTUNA, POR
RADIAÇÃO UV-B
P39 Pablo Cavalcanti CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA E HISTOQUIMICA DAS FOLHAS
DE ALLAMANDA CATHARTICA L. (APOCYNACEAE)
P40 Rodrigo Ribeiro
Tarjano Leo
ANÁLISE MORFOLÓGICA E PADRÃO DE NERVAÇÃO FOLIAR DE
CYRTOPODIUM SP.
P41 Warlen Silva da Costa PONTOAÇÕES GUARNECIDAS EM MACHAERIUM PERS.: UM
CARÁTER DE VALOR DIAGNÓSTICO NO XILEMA SECUNDÁRIO
P42 Wellington Souza de
França
MORFOLOGIA DO ESTIGMA DE UMA ESPÉCIE DE VRIESEA LINDL.
(TILLANDSIOIDEAE - BROMELIACEAE)
EDUCAÇÃO AMBIENTAL, ECOTURISMO, GERENCIAMENTO AMBIENTAL E CONSERVAÇÃO DA NATUREZA
P43 Aline de Jesus Correia
HORTO BOTÂNICO: COMO TORNA-LO MAIS ACESSÍVEL À
POPULAÇÃO E PROMOVER A PRESERVAÇÃO E A
CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL
P44 Aline Miranda Alves
EFEITOS DE MÉDIO PRAZO DA ADUBAÇÃO, PERÍODO DE
INUNDAÇÃO E PORTE INICIAL DA MUDA NA SOBREVIVÊNCIA E
CRESCIMENTO DE CINCO ESPÉCIES EM PLANTIO DE
RESTAURAÇÃO DE FLORESTA DE RESTINGA PERIODICAMENTE
INUNDÁVEL
P45 Aline Miranda Alves APORTE DE SERAPILHEIRA NA AVALIAÇÃO DE PLANTIOS DE
RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA
P46 Ariane Cardoso Costa
A IMPORTÂNCIA DO SETOR DE AGROECOLOGIA NAS PRÁTICAS
DE ENSINO DO INSTITUTO FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO -
CAMPUS DE ALEGRE.
P47 Ariane Cardoso Costa HORTA SUSPENSA: INCENTIVO PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL
NO ESPAÇO ESCOLAR.
P48 Bruno Moraes e Silva LAHVI: DIFUSÃO DE CONHECIMENTOS E AÇÕES DE EDUCAÇÃO
AMBIENTAL
P49 Lilian de Andrade
Brito
VIVA A ÁRVORE: CONTRUINDO UMA ÁRVORE COM PARTES
VEGETAIS
P50 Ray Luiz Babilon
Carreço
SETOR AGROECOLÓGICO: VANTAGENS PARA A EDUCAÇÃO
SUSTENTÁVEL, ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL E PESQUISAS
CIENTÍFICAS.
XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ
11 a 14 de setembro de 2013 Sumário
38
P51 Ray Luiz Babilon
Carreço
USO DO LIXO ORGÂNICO COMO COMPOSTO PARA PRODUÇÃO
DE HORTALIÇAS.
P52 Rodrigo dos Santos
Diaz
ABUNDÂNCIA DE MACROALGAS EM COSTÕES ROCHOSOS
LOCALIZADOS A DIFERENTES DISTÂNCIAS DA CIDADE DE ANGRA
DOS REIS, BAÍA DA ILHA GRANDE, RJ.
P53 Vanessa Regina dos
Santos
FUNGOS MICORRÍZICOS: UMA FERRAMENTA NA EDUCAÇÃO
BÁSICA
P106 Lucas Alves Franco PERCEPÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO AMBIENTE PARA
ELABORAÇÃO DE TRILHAS ECOLÓGICAS NO LAHVI
BOTÂNICA APLICADA E ETNOBOTÂNICA
P54 Gabrielle Gonçalves
Teixeira
SELEÇÃO DO POTENCIAL ALIMENTÍCIO DO GÊNERO DIOSCOREA
L.
P55 Indira Lopes Emérito ESPÉCIES NATIVAS DO CERRADO: UMA ABORDAGEM SOBRE O
POTENCIAL ECONÔMICO
P56 Luany Karem de
Oliveira de Sousa
ANALISE DE SANIDADE DE SEMENTES DE GENIPA AMERICANA L.
E CEDRELA ODORATA L. MANTIDAS EM ARMAZENAMENTO
P57 Odara Horto Boscolo PLANTAS QUE CURAM O CORPO E A ALMA
P58 Rubia Patzlaff
FITOSSOCIOLOGIA E ANTRACOLOGIA EM CARVOARIAS
HISTÓRICAS: DESENVOLVIMENTO DE UMA METODOLOGIA DE
CAMPO
P59 Tiago de Paula Pilla
SELEÇÃO DAS ESPÉCIES PRIORITÁRIAS PARA A FORMAÇÃO DE
CORREDORES FLORESTAIS NA FAZENDA DO INSTITUTO VITAL
BRAZIL EM CACHOEIRAS DE MACACU
ECOLOGIA E BIOLOGIA DA REPRODUÇÃO
P60 Aline Christine Ribeiro
Peixoto SINCRONIA DE FLORES EM ESPÉCIES DE INSELBERG
P61 Carolina Montenegro
Mendonça
CHUVA DE SEMENTES NA AVALIAÇÃO DE PLANTIOS DE
RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA
P62 Inara Carolina da Silva SISTEMA REPRODUTIVO DE LOPHOGYNE LACUNOSA
(PODOSTEMACEAE)
P63 Indira Lopes Emérito SINDROME DE DISPERSÃO EM UMA ÁREA DE CERRADÃO, PIAUÍ,
BRASIL
P64 Liliane Ramos da
Fonseca
ESTUDO DESCRITIVO DO ESTRATO INFERIOR DE COMUNIDADES
FITOBENTÔNICAS COMO BASE PARA A AVALIAÇÃO DO
IMPACTO DA CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO ALBERTO
(RIO DE JANEIRO, BRASIL)
P65 Ludmila Moreira
Costa
ASSOCIAÇÕES AMBIENTAIS ENTRE A FAMÍLIA IRIDACEAE E OS
CAMPOS MONTANOS
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39
P66 Marcelo Guerra
FREQUENCIA DE HEMIBELESIA PALMAE (HEMIPTERA,
DIASPIDIDAE) EM FOLHAS DE ASPLENIUM SERRATUM L.
(ASPLENIACEAE)
P67 Maria Branco Braz
Pinto de Mendonça
ALTERNATIVAS BIOLÓGICAS PARA RESTAURAÇÃO DE SÍTIO
DEGRADADOS À MARGEM DO RIO DOS MACACOS
MINIMIZANDO A LIXIVIAÇÃO DE SEDIMENTOS – RESULTADOS
PRELIMINARES
P68 Ricardo Carelli Araujo
MARCAÇÃO DE MATRIZES FLORESTAIS NATIVAS, COLETA E
BENEFICIAMENTO DE SEMENTES PARA RESTAURAÇÃO DO
CAMPUS FIOCRUZ DA MATA ATLÂNTICA, JACARREPAGUÁ, RJ.
P69 Stella Mata de Lara
Rocha
RECUPERAÇÃO DE UM TRECHO DAS MARGENS DO RIO DOS
MACACOS (JBRJ) COM ESPÉCIES DE FRUTEIRAS SILVESTRES DA
FLORA DA MATA ATLÂNTICA
P70 Thais do Nascimento
Lopes
FENOLOGIA REPRODUTIVA E POLINIZAÇÃO DE CORDIA
SUPERBA CHAM. (BORAGINACEAE) NA RESTINGA DE GRUMARI,
RIO DE JANEIRO, RJ.
P71 Thalita Gabriella
Zimmermann
AVALIAÇÃO DO EFEITO ALELOPÁTICO DO SOLO NAS ÁREAS
COM INVASÃO DA ESPÉCIE EXÓTICA INVASORA CASUARINA
EQUISETIFOLIA L.
P72 Thalita Gabriella
Zimmermann
AVALIAÇÃO DO EFEITO FÍSICO E QUÍMICO DA SERAPILHEIRA DE
CASUARINA EQUISETIFOLIA L. NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS
DE CLUSIA HILARIANA SCHLTDL.
P73 Vinícius Andrade de
Melo
A GERAÇÃO DE SERVIÇOS AMBIENTAIS A PARTIR DA
RESTAURAÇÃO DA MATA CILIAR NO JARDIM BOTÂNICO DO RIO
DE JANEIRO
ENSINO DA BOTÂNICA, HISTÓRIA DE BOTÂNICA, HERBÁRIO E TEMAS CORRELATOS
P74 Antonio Campos
Rocha Neto
IMPLANTAÇÃO DA CARPOTECA DO HERBÁRIO HPL - HERBÁRIO
DO JARDIM BOTÂNICO PLANTARUM
P75 Antonio Campos
Rocha Neto
TIPOS NOMENCLATURAIS DO HERBÁRIO DO JARDIM BOTÂNICO
PLANTARUM (HPL) - ARECACEAE
P76 Cacilda de Novaes
Pereira
DIVULGAÇÃO DA FLORA DO JARDIM BOTÂNICO DA UFRRJ
ATRAVÉS DA REDE SOCIAL ONLINE
P77 Carolina Marques
Ramos de Moraes
ELABORAÇÃO DE UMA APOSTILA FOTOGRÁFICA DE
CLASSIFICAÇÃO FLORAL E AUMENTO DA COLEÇÃO BOTÂNICA
DIDÁTICA DA UFF
P78 Fábio de França
Moreira
HERBÁRIO DIDÁTICO - COLÉGIO UNIVERSITÁRIO GERALDO REIS
- COLUNI/UFF
P79 Felipe Fajardo Villela
Antolin Barberena
A SUBTRIBO ZYGOPETALINAE (ORCHIDACEAE) EM HERBÁRIOS
DO LESTE DO BRASIL: DIAGNÓSTICO DAS COLEÇÕES.
P80 Fernanda Stefany
Nunes Costa
AS PERCEPÇÕES DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL
(9°ANO) SOBRE BOTÂNICA
P81 Júlia Maria Correia
Gaspar HERBIE FÉE: A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DE UMA COLEÇÃO
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40
P82 Karla Cristina Garcia
dos Reis PEDRO CARAUTA - NATURALISTA E BOTÂNICO
P83 Lais Mendonça
Batista COLEÇÃO DE LÍQUENS DO HERBÁRIO DO MUSEU NACIONAL
P84 Ludmila de Andrade
Santos
A FAMÍLIA ALISMATACEAE VENT. NO HERBÁRIO DO MUSEU
NACIONAL (R): INFORMATIZAÇÃO, DIVERSIDADE E RELEVÂNCIA.
P85 Luísa Lima Leal UM ESPAÇO COM AMBIENTE AQUÁTICO INTEGRANDO ENSINO,
PESQUISA E EXTENSÃO NA UNIRIO
P86 Rafael Perpetuo
Albuquerque
MODELOS DIDÁTICOS TRIDIMENSIONAIS REALÍSTICOS PARA
ENSINO DE ANATOMIA DA MADEIRA
FLORÍSTICA E FITOSSOCIOLOGIA
P87 Ana Elena Muler LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DE UMA ÁREA RESTAURADA NO
MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO/RJ.
P88 Caroline Nunes Luiz EFEITO DA CONECTIVIDADE NA REGENERAÇÃO NATURAL DE
UM FRAGMENTO FLORESTAL DE MATA ATLÂNTICA
P89 Diana Kelly Dias
Caldas
FLORA DO SÍTIO 13 NO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA
TAQUARA, DUQUE DE CAXIAS, RJ – PRIMEIROS RESULTADOS.
P90 Flávia Regina Baptista
Barcelos FLORA DO RIO DE JANEIRO: POTAMOGETONACEAE
P91 Igor Schumann
Seabra Martins
LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DO MUSEU ANTÔNIO PARREIRAS,
NITERÓI, RJ
P92 Isis de Melo Rollim A FAMILIA CAMPANULACEAE NO PARQUE NACIONAL DE
ITATIAIA, RJ.
P93 Janie Garcia da Silva LEVANTAMENTO FLORÍSTICO NA FAZENDA DO INSTITUTO VITAL
BRAZIL EM CACHOEIRAS DE MACACU
P94 João Victor Garcia
LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FISIONÔMICO NO VALE DOS
DEUSES, PARQUE ESTADUAL DOS TRÊS PICOS, NOVA FRIBURGO,
RJ
P95 Lanuzia Grandini
Quintanilha
LEVANTAMENTO FLORÍSTICO NO NÚCLEO EXPERIMENTAL
IGUABA GRANDE, IGUABA GRANDE, RIO DE JANEIRO.
P96 Letícia Maria Souto
Silva
ASPECTOS ESTRUTURAIS DA CHUVA DE SEMENTES DE UM
TRECHO DA FLORESTA DE ENCOSTA DA ILHA DA MARAMBAIA,
RJ
P97 Letícia Maria Souto
Silva
COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DA VEGETAÇÃO DE UM
TRECHO DA FLORESTA ATLÂNTICA DA ILHA GRANDE, RJ
P98 Lucas Spindola
Florêncio da Silva
A FAMÍLIA ERIOCAULACEAE NAS RESTINGAS DO RIO DE
JANEIRO
P99 Marília Suzy Wängler ORCHIDACEAE: DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DAS EPÍFITAS NA APA
PALMARES, PATY DO ALFERES, RJ.
P100 Nílber Gonçalves da
Silva FLORA VASCULAR ATUALIZADA DA ILHA DA TRINDADE, BRASIL
P101 Samuel Coelho SIMILARIDADE FLORÍSTICA ENTRE FRAGMENTOS DE FLORESTA
NO SUDESTE DO ESTADO DE SÃO PAULO
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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário
41
P102 Yasmin de Mello
Canalli
FLORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: MAYACACEAE E
TYPHACEAE
SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO DE CRIPTÓGAMAS
P103 Larissa de Oliveira
Valadares
ESTUDOS TAXONÔMICOS DE HYPNEA J.V. LAMOUROX
(GIGARTINALES, RHODOPHYTA) ATRAVÉS DE MORFOLOGIA E
DADOS MOLECULARES DE ESPÉCIES DO LITORAL DO RIO DE
JANEIRO
SISTEMÁTICA E EVOLUÇÃO DE FANERÓGAMAS
P104 Kelly Antunes NOVIDADES TAXONÔMICAS PARA A FAMÍLIA MYRTACEAE,
SUDESTE - BRASIL
P105 Michel Ribeiro ESTADO DO CONHECIMENTO DE LECYTHIDACEAE NO ESPÍRITO
SANTO, BRASIL
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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário
42
CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA E ATIVIDADE ANTIFÚNGICA DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE
MANEKIA OBTUSA MIQ. (PIPERACEAE)
Castro, A.P.1, Marques, A.M.2, Moraes, Daniel C.3, Silva, E.P.4, Guimarães, E.F.5, Soares,
R.M.A.2 e Kaplan, M.A.C.1
1Graduando. Núcleo de Pesquisas de Produtos Naturais (NPPN), Universidade Federal do Rio
de Janeiro/UFRJ. ([email protected]). 2Pesquisador/Pesquisador. Núcleo de
Pesquisas de Produtos Naturais (NPPN), Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. 3Aluno
de Pós-graduando. Laboratório de Microbiologia dos Protistas, Universidade Federal do Rio de
Janeiro/UFRJ. 4Pesquisador/Pesquisador. Laboratório de Microbiologia dos Protistas,
Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ.
A família Piperaceae é composta dos gêneros Piper, Peperomia, Manekia e Zipelia
compreendendo cerca de 2000 espécies amplamente distribuídas em regiões tropicais e
subtropicais do planeta. A espécie Manekia obtusa foi escolhida como objetivo de estudo por
ser uma espécie brasileira com raros estudos sobre a composição química descrita na
literatura especializada. As folhas e caules de M. obtusa tiveram seus óleos essenciais
extraídos por hidrodestilação e analisados por CG/EM. Os constituintes δ-3-careno (55,3%), α-
pineno (5,9%), δ-cadineno (2,9%), β-pineno (2,7%) e α-cadinol (2,5%) foram identificados como
os principais componentes presentes no óleo essencial obtido das folhas, enquanto o óleo
essencial proveniente do caule apresentou o δ-3-careno (46,2%), seguido por safrol (9,3%), α-
cadinol (3,5%), β-pineno (3,2%) e α-pineno (3,1%) como componentes majoritários. O
monoterpeno δ--3-careno foi caracterizado como o marcador químico do óleo essencial dessa
espécie. Para verificar a atividade antifúngica dos óleos essenciais de caule e de folhas de M.
obtusa, realizou-se o crescimento de cepas de Candida albicans em placas de Petri contendo
meio sólido Sabouraud Dextrose. Adicionou-se 0,5 µL dos óleos em diferentes regiões das
placas, que em seguida foram incubadas durante 48 horas a 37 °C. Observou-se a formação de
halos de inibição para ambos os óleos, em todas as cepas utilizadas. Este resultado sugere
potencial capacidade destes óleos essenciais de inibir o crescimento dos microrganismos
testados.
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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário
43
EFEITO ALELOPÁTICO DOS ÓLEOS ESSENCIAIS DE SCHINUS TEREBINTHIFOLIUS RADDI EM
ESPÉCIES DE RESTINGA
Viveiros, A.B.R.1, 3, 4, Andrade, A.C.S.2, 3
1Estudante de pós-graduação. 2Pesquisador/professor. 3Laboratório de Sementes do Instituto
de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 4Universidade do Estado do Rio de Janeiro
(UERJ). ([email protected])
Schinus terebinthifolius Raddi é uma planta nativa da América do Sul, muito comum em
restingas, destacando-se por sua agressividade, plasticidade ecologia e potencial alelopático.
Libera compostos voláteis que podem agir como aleloquímicos, influenciando o
desenvolvimento de espécies vizinhas. Esse fenômeno nunca foi estudado em espécies nativas
do Brasil, sobretudo em restingas, onde as condições climáticas podem aumentá-lo. O objetivo
do trabalho foi avaliar o potencial alelopático dos óleos essenciais de S. terebinthifolius em
uma espécie teste (alface), uma espécie de restinga (Pilosocereus arrabidae) e nela própria
(autoalelopatia). As folhas foram coletadas na restinga de Massambaba e seus óleos foram
extraídos através de hidrodestilação em Clevenger por 4h. As sementes e plântulas de cada
espécie-alvo foram semeadas em placas de petri contendo água destilada, onde, no topo de
cada placa foi anexado um algodão umedecido com 0,1 mL de óleo. Como condição controle,
foi utilizada apenas água destilada. Foram avaliadas a porcentagem e velocidade de
germinação (P e VG), crescimento aéreo e radicular, condutividade elétrica e massa seca das
plântulas. Os dados foram analisados através de teste de Dunnet (P < 0,05). Os parâmetros
mais afetados foram o crescimento, sobretudo o crescimento radicular, a massa seca e a
condutividade elétrica, onde todas as espécies foram significativamente inibidas em relação ao
controle. Para a germinação, a VG foi mais afetada do que a P, e as sementes de sua própria
espécie não foram inibidas. Conclui-se que S. terebinthifolius produz compostos voláteis
capazes de inibir a germinação e crescimento de espécies vizinhas de restinga, apresentando
uma autoalelopatia em menor escala.
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44
ESTUDOS VISANDO À CONSERVAÇÃO IN VITRO POR CRIOPRESERVAÇÃO DE CLEOME
SPINOSA JACQ.
Vilardo, A.F.R.M.1; Albarello, N.2,4; Simões-Gurgel, C.3,4
1Aluna de mestrado do Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal/UERJ. 2Professora
adjunta. 3Bióloga. 4Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Núcleo de Biotecnologia
Vegetal. ([email protected]).
Sistemas baseados na cultura de tecidos vegetais são uma excelente alternativa para a
produção de metabólitos secundários e conservação do germoplasma. Entretanto, a
manutenção do material in vitro depende de frequentes subcultivos que tornam o processo
suscetível à contaminação e à perda do potencial morfogenético. Sendo assim, faz-se
necessário investir em processos que visem à conservação vegetal em longo prazo, tais como a
criopreservação. O presente trabalho objetivou avaliar a criopreservação de Cleome spinosa,
espécie da família Cleomaceae que possui amplo uso medicinal no Nordeste do Brasil. Plantas
propagadas in vitro foram utilizadas como fonte de explantes de ápices caulinares (2 mm) e
segmentos de caule (2 mm). Foi avaliada a eficiência de recuperação após pré-tratamento com
solução contendo alta concentração de sacarose (0,3 M) por diferentes períodos (16 e 24
horas), com subsequente exposição à solução crioprotetora PVS2 (15, 30, 45 ou 60 minutos)
antes do congelamento em nitrogênio líquido. Após o descongelamento, o material foi
transferido para meio MS sem adição de fitorreguladores (MS0) ou suplementado com 0,5
mg.L-1de BAP. Explantes submetidos ao pré-tratamento apresentaram taxas de recuperação de
100%, independentemente do período de exposição. Segmentos de caule não mostraram
recuperação após o descongelamento, apresentando oxidação. Ápices caulinares
criopreservados submetidos a PVS2 por 15 ou 30 minutos e, posteriormente inoculados em
MS0 não apresentaram recuperação. Por outro lado, quando inoculados em meio contendo
0,5 mg.L-1 de BAP, foram alcançadas taxas de recuperação de 20% e 10%, respectivamente. A
exposição ao PVS2 por 45 ou 60 minutos acarretou na hiperhidricidade das plantas
desenvolvidas a partir dos ápices criopreservados. Estes resultados demonstraram que o
tratamento de ápices caulinares com os menores tempos de exposição ao PVS2 e, após
descongelamento, inoculação em meio contendo 0,5 mg.L-1 de BAP foram as melhores
condições avaliadas para a criopreservação de C. spinosa. (Apoio Financeiro: FAPERJ, CAPES,
CNPq)
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45
AVALIAÇÃO DA CITOTOXICIDADE DE EXTRATOS DE PETIVERIA ALLIACEA DE CAMPO E IN
VITRO
Fróes, B.B.1,2; Nascimento, L.B.1,2; Lima, G.O.1; Cruz, L.O.1; Soares, B.O.3; Gagliardi, R.F. 3; De
Mattos, J.C.P.1; Caldeira-de-Araujo, A.1; Dantas, F.J.S.1
1Laboratório de Radio e Fotobiologia,Universidade do Estado do Rio de Janeiro/ UERJ.
([email protected]). 2Graduação. Faculdades Integradas Maria Thereza. 3Núcleo
de Biotecnologia Vegetal, Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UFRJ
Os princípios ativos vegetais fornecem a matéria-prima utilizada pela indústria na obtenção de
fármacos. Com isso, vários estudos têm sido desenvolvidos para garantir a segurança e eficácia
no uso de plantas medicinais como, por exemplo Petiveria alliacea. Para esta espécie foi
descrita uma atividade antineoplásica, atribuída aos polissulfetos derivados do metabolismo
secundário.O objetivo deste trabalho foi avaliar a citotoxicidade dos extratos de P.alliacea de
campo e in vitro sobre uma linhagem de adenocarcinoma de pulmão (A549).As folhas de
plantas de campo e plantas cultivadas in vitro por 24 meses foram tratadas com etanol (100%)
e em seguida, o extrato foi submetido à rotaevaporação. As células A549 foram distribuídas
em placas de 24 poços com meio de cultura F12 e incubadas em estufa a 37ºC em atmosfera
de 5% de CO2, por 24h. Após esse período, foram lavadas com tampão fosfato, sendo
adicionado o meio F12 e os extratos vegetais. As células foram novamente incubadas em
estufa por 24h e submetidas à solução de Tripsina-EDTA (0,1 e 0,01%). Posteriormente, as
células foram coradas com Azul de Trypan e contadas em Câmara de Neubauer para avaliação
da viabilidade celular. As células A549 tratadas com os extratos de P.alliacea apresentaram
uma redução na taxa de sobrevivência em relação ao controle e entre os diferentes extratos,
sendo observada uma maior citotoxicidade nos extratos de plantas de campo, quando
comparados aos extratos de plantas in vitro.
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ESTUDOS EXPERIMENTAIS SOBRE A PRODUÇÃO DE BIOMASSA E ACUMULAÇÃO DE LIPÍDEOS
POR UMA CIANOBACTÉRIA POTENCIALMENTE ÚTIL PARA A PRODUÇÃO DE
BIOCOMBUSTÍVEIS
Setta, B.R.S,¹; Lourenço, S.O.², Barbarino, E.²
1Estudante de graduação, Laboratório de Fisiologia e Cultivo de Algas, Departamento de
Biologia Marinha, Instituto de Biologia, Universidade Federal Fluminense.
([email protected]) 2Pesquisador, Laboratório de Fisiologia e Cultivo de Algas,
Departamento de Biologia Marinha, Instituto de Biologia, Universidade Federal Fluminense.
A busca por microalgas para produção de biocombustíveis representa, atualmente, uma
verdadeira corrida internacional. O Brasil possui tradição na produção de biocombustíveis,
grande massa crítica científica no setor agrícola e detém o mais bem-sucedido programa
nacional de produção de bioetanol. A presente pesquisa envolveu a avaliação dos efeitos da
disponibilidade de CO2 e da redução de disponibilidade de nitrogênio sobre o crescimento e a
composição química da cianobactéria Synechococcus subsalsus. A cianobactéria Synechococcus
subsalsus foi cultivada em balões com 5,0 l de meio Conway (Walne, 2006), em triplicata (n =
3), em cultivos estanques, sob irradiância de 350 µE m-2 s-1, por 12 dias, em três condições
experimentais: (1) controle (cultivado com aeração simples); (2) aeração simples mais adição
de CO2; e (3) aeração simples com renovação dos nutrientes, exceto nitrogênio, a partir do 7º
dia de cultivo. Diariamente foram realizadas medições de biovolumes celulares, pH, nutrientes
dissolvidos e contagem celulares. Nas amostragens (6° e 12° dias) a biomassa celular foi
concentrada, através de centrifugação ou filtração, em função das análises química
subseqüentes. Os carboidratos apresentaram uma variação significativa nas amostragens do
tratamento controle, sendo observada a mesma tendência nos experimentos com adição de
CO2 e com redução de nitrogênio no meio de cultura (P < 0,0001). O conteúdo lipídico não
apresentou variação significativa nas amostragens do tratamento controle (P = 0,43) nem no
experimento com redução de nitrogênio (P = 0,24), porém apresentou uma variação relevante
(P = 0,0009) no experimento com adição de CO2. A redução de nitrogênio no cultivo acarretou
acumulação de carboidratos e não induziu a produção de lipídeos. A microalga apresenta baixo
potencial à produção de biodiesel, dadas as suas baixas concentrações de lipídeos. As altas
concentrações de carboidratos apontam para o uso potencial desta espécie como matéria-
prima em possíveis processos biotecnológicos de geração de bioetanol.
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MORFOGÊNESE IN VITRO DE CLEOME DENDROIDES SCHULT. & SCHULT. F. (CLEOMACEAE)
Castro, T.C.1, Lucena, D.W.P.F.2, Assunção, M.F.S.3, Simões-Gurge,l C.4, Albarello N.5
1Aluna de doutorado do Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal/UERJ. 2Bolsista
EIC/UERJ. ([email protected]). 3Bolsista Proatec/UERJ. 4Bióloga. 5Professora
Adjunta - Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ
Cleome dendroides é uma espécie endêmica de regiões litorâneas de Mata Atlântica do Estado
do Rio de Janeiro, áreas de intensa atividade antrópica, havendo iminente ameaça à sua
preservação. Considerando que técnicas de cultivo in vitro permitem a conservação de
germoplasma vegetal, este trabalho objetivou a proliferação de brotos a partir de explantes
hipocotiledonares de C. dendroides. Explantes hipocotiledonares (1cm) obtidos de plântulas
germinadas in vitro foram inoculados em meio MS contendo BAP (0,5 a 3mg.L-1), isolado ou em
combinação com AIA (0,1 a 0,3mg. L-1). As culturas foram mantidas a 26±2ºC e fotoperíodo de
16h. Após um mês, os brotos regenerados foram excisados e subcultivados em meios de igual
composição, com avaliação da frequência de regeneração (FR), número (NMB) e tamanho
médio (TMB) dos brotos. A seguir, foram realizadas três subculturas mensais, com avaliação da
frequência de proliferação (FP), NMB e TMB. A indução de gemas ocorreu após 10 dias do
início do experimento, com regeneração de brotos em todos os meios testados. Os brotos
surgiram, principalmente, do ápice dos explantes, os quais apresentavam calos, geralmente,
compactos na base. As FR variaram de 56 a 100% e o NMB, de 1,0 a 3,0. Os três parâmetros
avaliados aumentaram ao longo das subculturas, obtendo-se os melhores resultados em meios
suplementados com 2mg. L-1 BAP (FP= 100; 100 e 100%; NMB = 5,4; 9,2 e 3,6 e TMB = 0,8; 0,8
e 1,0, nas sucessivas subculturas). Os meios contendo 3mg.L-1 BA isolado ou em combinação
com AIA induziram à hiperhidricidade. Meios suplementados com BA em combinação com AIA
(0,1 a 0,3mg. L-1) promoveram organogênese direta e indireta. A metodologia empregada
mostrou-se adequada à produção de brotos a partir de explantes hipocotiledonares da
espécie. (Agradecimentos: FAPERJ, CNPq e CAPES)
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Análise Qualitativa e Quantitativa por CLAE-DAD-UV de Fração Apolar Bioativa de Piper
cabralanum C.DC. (Piperaceae)
Ribeiro, S.1; Jesus, L.N.1; Borborema, M.1; Macedo, J.1; Siqueira, M.1; Machado, T.1,2; Moreira,
D.1,2
1Laboratório de Toxicologia Ambiental, Escola Nacional de Saúde Pública, Fiocruz/ RJ. 2Departamento de Produtos Naturais, Farmanguinhos, Fiocruz/ RJ.
A família Piperaceae é representada por plantas herbáceas, arbustos e, raramente, árvores e
conta com cerca de 3000 espécies, quase todas incluídas em Piper e Peperomia. Recentemente,
extratos e frações de Piper cabralanum C.DC. foram submetidas a ensaios para verificação de
atividade leishmanicida e antileucêmica. A fração apolar do extrato mostrou-se ativa nos dois
ensaios. O objetivo deste trabalho foi estabelecer uma rotina analítica para quantificar um
derivado de ácido cinâmico presente na fração ativa. Folhas e caules de P. cabralanum foram
coletados próximos a Teresópolis/ RJ. As folhas trituradas e secas foram extraídas com
metanol. O extrato obtido foi concentrado em evaporador rotatório e purificado por partição
líquido-líquido com n-hexano, diclorometano, acetato de etila e butanol. O extrato bioativo
obtido em n-hexano (16g) foi cromatografado em coluna de gel de silica. As substâncias
isoladas foram analisadas por CG-EM e por RMN de 1H e 13C. O estudo fitoquimico da fração
apolar de P. cabralanum permitiu o isolamento e a identificação de 3,4-dimetoxi-
benzenopropionato de metila. Esta substância foi quantificada na fração bioativa empregando-
se CLAE com detector de ultravioleta. Utilizou-se nas análises um cromatógrafo da marca
Shimadzu, equipado com uma coluna Lichrospher RP18 (250mmx4mmx5μm). As análises
foram feitas com detecção em 270nm e temperatura de 35oC. O padrão purificado da fração
bioativa foi preparado em diferentes concentrações para se estabelecer uma curva analítica. A
fase móvel foi composta de mistura de acetonitrila e água (Milli-Q), acidificada com ácido
acético glacial (pH 3,5). Utilizou-se o modo em gradiente de eluição, com tempo total de
análise de 35 minutos. A metodologia empregada permitiu boa separação dos componentes
da fração bioativa, bem como, excelente precisão e exatidão para quantificação da substância
padrão. As análises demonstraram que a substância encontra-se em pequena concentração na
fração bioativa (5,83mg/g extrato - 0,58%).
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CONTRIBUIÇÕES CIENTÍFICAS PARA O CONHECIMENTO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE
ESPÉCIES VEGETAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, PARTE II
Rosa, D.P.S.1, Cruz, A.V.M.4, Lima, H.R.P.2, Kaplan, M.A.C.4, Silva, A.J.R.4, Garay, I.G.6, Curcino,
I.J5, Filho, R.B.3, Carvalho, M.G.3
1Bacharel em Ciências Biológicas. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de
Biologia, Departamento de Botânica. 2Professor Associado/Pesquisador. Universidade Federal
Rural do Rio Janeiro, Instituto de Biologia, Departamento de Botânica. 3Professor
Associado/Pesquisador. Universidade Federal Rural do Rio Janeiro, Instituto de Ciências Exatas,
Departamento de Química. 4Professor Associado/Pesquisador. Universidade Federal do Rio de
Janeiro, Núcleo de Pesquisa de Produtos Naturais. 5Professor Associado/Pesquisador.
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Centro de Ciências Exatas e
Tecnologia, Laboratório de Ciências Químicas. 6Professor Associado/Pesquisador. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia ([email protected]).
O Brasil, um país de megadiversidade biológica, ocupa o primeiro lugar com relação a sua
reserva vegetal. Por isso, esse projeto apresenta uma proposta pluridisciplinar para a
descoberta de novos metabólitos especiais a fim de promover o uso sustentável e
desenvolvimento econômico. Vários pesquisadores vêm desenvolvendo trabalhos fitoquímicos
visando a averiguação da diversidade química e dos aspectos medicinais de espécies vegetais
da Mata Atlântica do Estado Rio de Janeiro. A pesquisa tem como objetivo identificar as classes
químicas ocorrentes em espécies coletadas no nosso Estado, a fim de ampliar o conhecimento
sobre a química micromolecular e nortear estudos relativos a atividades biológicas e
farmacológicas dessas espécies. Para realização desse trabalho foi feito um levantamento em
bancos de teses, na área de química e farmacologia, existentes nas seguintes Instituições: UFRJ
em 46 teses e 43 dissertações e na UFRRJ em 8 teses e 18 dissertações. A partir dos dados
obtidos foram calculados os números de ocorrência e gerados gráficos em que constam os
valores relativos aos metabolitos especiais nas famílias estudadas. As análises relativas ao
levantamento realizado mostram que as famílias Solanaceae, Piperaceae, Euphorbiaceae,
Asteraceae, Apocynaceae, Myrtaceae e Leguminosae foram as mais pesquisadas até o
momento. As classes químicas predominantes nessas famílias foram terpenoides, flavonoides,
esteroides e alcaloides. Dentre os alcaloides encontrados em Solanaceae estão os
glicoalcaloides, principalmente no gênero Solanum, que possuem uma potencial toxidez
relacionada a efeitos de desordem neurológica e gastrointestinal. Os monoterpenos e
sesquiterpenos, que constituem os óleos essenciais, estão presentes nessas famílias estudadas
e possuem alto valor biológico. Já os flavonoides, abundantes em Leguminosae, apresentam
grande diversidade estrutural, e atividades biológicas relevantes como a antitumoral e
antiinflamatória. Os resultados químicos obtidos norteiam os estudos farmacológicos e
orientam os estudos de conservação das espécies utilizadas na medicina popular.
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ATIVIDADE ANTIOXIDANTE EM EXTRATOS DE PLANTAS IN VITRO E CALOS DE ARACHIS
VILLOSULICARPA HOEHNE
Casimiro, G.1, Garcia, R.2; Pacheco, G.3, Mansur, E.3
1Estudante de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro/UERJ. ([email protected]). 2Pesquisadora. Laboratório de Micropropagação e
Transformação de Plantas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ. 3Professora.
Laboratório de Micropropagação e Transformação de Plantas. Universidade do Estado do Rio
de Janeiro/UERJ
Arachis villosulicarpa é uma espécie de amendoim encontrada naturalmente somente no
estado do Mato Grosso, cultivada pelos índios Nambikwara. Tendo em vista as diferentes
substâncias antioxidantes já encontradas em A. hypogaea, a espécie mais cultivada do gênero,
A. villosulicarpa também pode apresentar constituintes com função semelhante. Entretanto,
quando produzidas in vivo, essas substâncias podem apresentar variações na qualidade e no
tipo, devido à sazonalidade, variações na luminosidade e disponibilidade de nutrientes. O
desenvolvimento de técnicas de cultivo in vitro permite contornar essas questões. O objetivo
deste trabalho foi avaliar a atividade antioxidante de extratos de plantas in vitro e calos de A.
villosulicarpa. Segmentos internodais, nodais e foliolares de plantas in vitro foram cultivados
em meio MS suplementado com 6-benzilaminopurina (BAP) ou tidiazuron (TDZ) e incubados a
25ºC ou 30ºC, para a indução de calos. No preparo dos extratos, o material vegetal foi seco em
estufa, triturado e macerado em etanol 80% por 120 minutos. O extrato obtido foi filtrado,
concentrado em rotaevaporador e ressuspenso em etanol 80% (10 mg/ml). A atividade
antioxidante foi determinada pela percentagem de captura do radical DPPH. Extratos de raízes
e partes aéreas de plantas in vitro apresentaram a maior atividade antioxidante (81,01±3,20%
e 78,69±4,42%, respectivamente). Extratos de calos obtidos em resposta a BAP apresentaram
atividades mais elevadas (34,34±4,08%) do que aqueles provenientes de calos formados em
resposta a TDZ (24,52±2,19%). O tipo de explante também influenciou os resultados, de forma
que extratos de calos derivados de segmentos foliolares cultivados na presença de BAP 22μM
apresentaram maior atividade antioxidante (34,34±4,08%) do que os oriundos de segmentos
internodais (27,52±2,08%). Os resultados foram similares aos encontrados em um trabalho
anterior com extratos de acerola (26,37%). Etapas futuras incluem a avaliação do efeito de
elicitores e de metodologias de extração para a obtenção de substâncias antioxidantes. (Apoio
financeiro: FAPERJ e CNPq)
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EFEITO DE EXTRATOS APOLARES DE CLUSIA HILARIANA SOBRE INSETOS: DYSDERCUS
PERUVIANUS E ONCOPELTUS FASCIATUS
Silveira, H.C.R.1,2,3, Anholeti, M.C.2, Figueiredo, M.R.4, Paiva, S.R.2 , Gonzalez, M.S.1, Mello,
C.B.1, Feder, D.1
1Laboratório de Biologia de Insetos - LABI, GBG, Universidade Federal Fluminense.
([email protected]). 2Setor de Botânica, GBG, Universidade Federal Fluminense. 3Departamento de Biologia Celular e Molecular, Instituto de Biologia, Universidade Federal
Fluminense. 4Laboratório de Química de Produtos Naturais, Far-Manguinhos, Fiocruz.
As plantas representam uma enorme fonte de substâncias, muitas com potencial
farmacológico. O Brasil abriga uma diversidade de insetos pragas agrícolas e atualmente há a
necessidade de métodos mais seguros no controle desses insetos. O gênero Clusia (Clusiaceae)
é bem representativo no Brasil e apresenta-se caracterizado pela presença de benzofenonas,
terpenoides e flavonoides. O presente trabalho avaliou a ação inseticida de extratos apolares
de Clusia hilariana frente aos insetos Dysdercus peruvianus e Oncopeltus fasciatus.Partes
vegetativas e reprodutivas de indivíduos masculinos e femininos de Clusia hilariana foram
secas em estufa e submetidas à extração com hexano. Após evaporação do solvente foram
obtidos os seguintes extratos: 1) Indivíduo masculino – folhas (CHMFOH), caules (CHMCAH),
flores (CHMFLH); 2) Indivíduo feminino – Folhas (CHFFOH) e caules (CHMCAH). Para análise da
atividade inseticida, ninfas do 4º estágio foram separadas e aplicado na cutícula ventral de
cada inseto 1µL de uma solução 1 mg/mL dos extratos obtidos.Para Dysdercus peruvianus, a
mortalidade em 24 horas foi maior para os insetos tratados com o extrato hexânico das flores
do indivíduo masculino (CHMFLH), com taxa de 4,43%. Em 30 dias, as taxas de mortalidade dos
insetos tratados com CHFCAH e CHMCAH foram superiores (27,77% e 52,23%,
respectivamente). Em relação à mortalidade de Oncopeltus fasciatus em 24 horas, os
resultados constataram que os insetos tratados com CHFCAH e CHMFOH atingiram taxas de
5,57% e 4,47% respectivamente, que foram superiores quando comparados aos controles
positivo e negativo. Os melhores resultados em Oncopeltus fasciatus foram obtidos com o
tratamento com o CHMCAH e com o CHFCAH, com taxa de mortalidade superior em relação
aos demais tratamentos no período de 24 horas e 30 dias. Clusia hilariana demonstrou
potencial como provável alternativa para o controle dos insetos fitófagos. (Agradecimentos:
FAPERJ/ CNPq/ PROPPI (UFF).
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AVALIAÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE ZANTHOXYLUM TINGOASSUIBA (RUTACEAE) SOBRE O
DESENVOLVIMENTO DE DYSDERCUS PERUVIANUS (PYRRHOCORIDAE) E ONCOPELTUS
FASCIATUS (LYGAEIDAE)
Pacheco, J.P.F.1, Nogueira, J.2, Dolabela, I.2, Mourão, S.C.3, Guerra, M.4, Neto, C.B.M.1, Rocha,
L.2, Gonzalez, M.S.1 e Feder D.1
1Laboratório de Biologia de Insetos/GBG - Universidade Federal Fluminense. 2Laboratório de
Tecnologia de Produtos Naturais, Departamento de Tecnologia Farmacêutica, Universidade
Federal Fluminense. 3Departamento de Tecnologia Farmacêutica, Universidade Federal
Fluminense. 4Departamento de Ciências, Faculdade de Formação de Professores, Universidade
Estadual do Rio de Janeiro. ([email protected])
Estudos com fisiologia de insetos e química de plantas revelaram estratégias defensivas das
plantas contra os insetos que não implicam em toxicidade intrínseca dos metabólitos
secundários produzidos. Assim, o presente estudo visa rastrear e avaliar a atividade do óleo
essencial (OE) de Zanthoxylum tingoassuiba (Rutaceae) sobre o desenvolvimento e
mortalidade dos insetos hemípteras: Oncopeltus fasciatus e Dysdercus peruvianus. O OE puro
bem como diluições do OE de 500 mg/ml e 250 mg/ml foram testados através da aplicação
tópica de 1µl no dorso do abdome de ninfas de 4º instar de ambas espécies de hemíptera.
Foram avaliados o período de muda, morte em 24 horas, mortalidade total e o surgimento de
deformidades. Os ensaios realizados com o OE puro e a diluição do óleo essencial de Z.
tingoassuiba na concentração de 500 mg / ml mostram 100 % de mortalidade em até uma
hora após a aplicação em D. peruvianus e o tratamento com a diluição de 250 mg / ml nesta
mesma espécie de inseto causou uma taxa de mortalidade que atingiu 42,5 % em 24 horas e
de 86 % no 28º dia após o tratamento, tendo algumas destas mortes ocorrido durante a ecdise
com insetos mortos confinados na cutícula. O referido tratamento também induziu o
surgimento de uma ninfa extranumerária (0,8 %) em D. peruvianus. Com relação a O.
fascicatus os primeiros resultados para os efeitos da aplicação do OE de Z. tingoassuiba puro e
das diluições de 500 mg / mL e 250 mg/ mL mostraram 100% de mortalidade em até uma hora
após o tratamento. A partir dos resultados apresentados, pode-se propor que o OE de Z.
tingoassuiba é um candidato promissor ao estudo da atividade inseticida e utilização no
controle ambientalmente adequado de insetos.
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ÓLEOS ESSENCIAIS E IDIOBLASTOS SECRETORES DE FOLHAS COMPLETAMENTE EXPANDIDAS
E JOVENS DE Piper chimonanthifolium KUNTH.
Riani, L.R.1,3, Abrão, M.M.1, Ferrari, F.B.2,3, Chedier, L.M.2,3, Pimenta, D.S.2,3
1Estudantes de graduação 2Pesquisadores. 3Laboratório de Fitoquímica, Departamento de
Botânica, Instituto de Ciências Biológicas Universidade Federal de Juiz de Fora.
O gênero Piper é o mais representativo da família Piperaceae e suas espécies são amplamente
utilizadas comercialmente como condimento e na medicina popular por apresentarem
constituintes químicos com diversas funções biológicas. Óleos essenciais estão relacionados às
bioatividades citadas para espécies de Piper, tornando-se relevante o estudo de idioblastos
secretores (IS) como marcadores anatômicos. Piper chimonanthifolium Kunth é uma espécie
com escassez de estudos químicos e farmacológicos. O objetivo deste trabalho é comparar
folhas completamente expandidas (FE) e folhas jovens (FJ) de P. chimonanthifolium quanto à
quantidade de IS de óleos essenciais e suas constituições químicas. Foram utilizados 50 g (peso
fresco) de FE e FJ, obtendo-se óleos essenciais por hidrodestilação em clevenger modificado,
que foram caracterizados quimicamente por CG-EM. Concomitante, folhas foram clarificadas
em hipoclorito 20%, lavadas em água destilada e coradas com Sudam III. Lâminas foram
montadas em água glicerinada e observadas frontalmente em microscópio de luz, sendo
quantificados os IS, com total de 10 repetições para FE e FJ, sendo cinco leituras realizadas
pela face adaxial e cinco pela face abaxial. Pela visualização da face abaxial foram observados
mais IS, FE apresentaram mais IS, ambos valores significativos. A análise do óleo essencial
mostrou semelhança química para as folhas nas diferentes fases de desenvolvimento, com
destaque para os monoterpenos majoritários silvestreno, piperitona e -pineno. Os IS,
importantes marcadores anatômicos, aumentam seu número acompanhando o
desenvolvimento foliar.
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ESTUDO DA CITOTOXICIDADE DO EXTRATO ETANÓLICO DE CALOS DE HOVENIA DULCIS
THUNBERG.
Nascimento, L.B.1,2 ; Fróes, B.B.1,2; Lima, G.O.1; Cruz, L.O.1 ; Ribeiro, I.G. 3; Albarello, N.
(pesquisador)3; De Mattos, J.C.P.1; Caldeira-de-Araujo, A.1 ; Dantas, F.J.S.1
1Laboratório de Radio e Fotobiologia, Universidade do Estado do Rio de Janeiro 2Faculdades
Integradas Maria Thereza. 3Núcleo de Biotecnologia Vegetal, Universidade do Estado do Rio de
Janeiro. ([email protected])
Nas últimas décadas, os produtos naturais têm atraído atenção como agentes
quimiopreventivos e terapêuticos no combate ao câncer. Hovenia dulcis é uma planta com
potencial medicinal pela constatação de sua atividade antineoplásica assim como em outras
espécies da família Rhamnaceae. O objetivo desse trabalho foi avaliar a citotoxicidade do
extrato etanólico de calos de H. dulcis produzidos biotecnologicamente em uma linhagem de
adenocarcinoma pulmonar. A linhagem A549 foi cultivada em garrafas de cultura com meio
F12, em estufa a 37°C, em atmosfera de 5% de CO2. Para o preparo do extrato, foram utilizadas
amostras de calos compactos propagados in vitro. O material foi seco em estufa a 45oC por 24
h e triturado, as amostras foram imersas em etanol durante duas semanas, sob agitação, após
filtração os extratos foram submetidos a rotaevaporação. As culturas da linhagem A549 foram,
então, plaqueadas e levadas à estufa por 24h em atmosfera com 5% de CO2. Após 24h, foram
tratadas com os extratos e incubadas por 24 horas, nas mesmas condições anteriores. A
viabilidade foi avaliada pela técnica de exclusão de Azul de Trypan uma vez que as células
viáveis excluem o corante e as inviáveis permanecem coradas. As células A549 tratadas com
extrato etanólico de calos de H. dulcis, apresentaram uma menor taxa de sobrevivência em
relação ao controle. A maior diferença foi observada após o tratamento com a concentração
de 100g/ml, onde ocorre a morte celular de mais de 60% das células (p<0.05).
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PERFIL QUÍMICO DE TECIDOS GALHADOS E NÃO GALHADOS DE MICROGRAMMA
VACCINIIFOLIA (LANGSD. & FISCH.) COPEL.
Santos, M.G.1, Oliveira, B.H.F.2, Rocha, L.3, Tietbohl, L.A.C.4
1Professor/Pesquisador, Faculdade de Formação de Professores-UERJ. 2Estudante de
Graduação, Faculdade de Formação de Professores-UERJ. 3Professor/Pesquisador, Laboratório
de Tecnologia de Produtos Naturais, Universidade Federal Fluminense. 4Estudante de Pós-
graduação, Universidade Federal Fluminense. ([email protected])
Microgrammavacciniifolia(Langsd. &Fisch.) Copel. é uma samambaia epífita e seu caule pode
ser galhado por um Diptera - Cecidomyiidae (Primadiplosismicrogrammae) ou por
ummicrolepdóptero (Tortrimosaicapolypodivora). O presente trabalho tem como objetivo
analisar o perfil químico de tecidos galhados e não galhados de M. vacciniifolia.O material
botânico foi coletado na restinga da Área de Proteção Ambiental de Maricá, Rio de Janeiro. Os
extratos foram obtidos de caules galhados e caules adjacentes não galhados. Os extratos
foram obtidos a quente (60°C) na proporção de 1:10 em agitador magnético por 5min. O perfil
cromatográfico foi avaliado em CLAE. O perfil químico do caule não galhado e do caule galhado
pelo Diptera não sofreu alteração, entretanto houve mudança na concentração das
substâncias majoritárias produzidas pela samambaia, com aumento da concentração das
substâncias com tempo de retenção 41.12, 43.53, 50.32 e diminuição do sinal que era
majoritário no caule não galhado com tempo de retenção 34.35. Quando a galha induzida pelo
Diptera é atacada por parisitóides, a substância majoritária (com tempo de retenção 34.35)
permanece a mesma encontrada nos caules não galhados. Observa-se também, o aumento da
concentração das substâncias com tempo de retenção em 9.56 e 11.37 e a diminuição da
concentração da substância com tempo de retenção 50.32. O microlepidópterogalhador, além
de não influenciarno perfil químico do caule, também não alterou a produção das substâncias
majoritárias com tempo de retenção de 29.04, 34.34, 41,17, 43.53. Comparando os sinais
apresentados nos cromatogramas dos caules galhados por Diptera e microlepidóptero, as
substâncias majoritárias são as mesmas, sendo elas as com tempo de retenção de 34.34,
41,17, 43.53, exceto a substância com tempo de retenção 29.04, que permanece em níveis
mais elevados no caule galhado pelo microlepidóptero. Diversos autores tem sugerido que as
substâncias produzidas no tecido galhado são diferentes daquelas do tecido não galhado e que
os indutores de galhas promovem alterações espécie-específico na composição química do
tecido galhado.
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AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE E DOSEAMENTO DE FLAVONÓIDES EM EXTRATOS
DE Clusia lanceolata CAMBESS. (CLUSIACEAE).
Silva, K.M.M.1, Anholeti, M.C.1,2, Figueiredo, M.R.3, Kaplan, M.A.C.2, Paiva, S.R.1
1Universidade Federal Fluminense. 2Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais / Universidade
Federal do Rio de Janeiro. 3Farmanguinhos / Fiocruz
A produção de radicais livres tem sido relacionada ao envelhecimento celular e a doenças
degenerativas associadas a ele. Atualmente, têm-se estudado substâncias naturais que podem
agir como antioxidantes, evitando eventuais danos provocados por esses radicais. Clusia
lanceolata Cambess. pertence à família Clusiaceae e é encontrada na costa litorânea do Rio de
Janeiro e Espírito Santo. Apesar de sua importância ecológica e indicações de uso medicinal
das espécies pertencentes à família Clusiaceae, existem poucos estudos químicos e biológicos
envolvendo C. lanceolata, o que justifica sua investigação. Este trabalho teve como objetivo a
avaliação da atividade antioxidante (AAT) e o doseamento de flavonoides (DF), expressos
como flavonas e flavonóis, em extratos de C. lanceolata, além da investigação de uma possível
correlação entre estes dois parâmetros. Partes vegetativas e reprodutivas da espécie foram
coletadas no Parque Municipal de Marapendi, RJ. O material vegetal foi adequadamente
processado, sendo posteriormente submetido à extração por maceração estática com os
solventes etanol e acetona, seguido de evaporação dos solventes sob pressão reduzida para
obtenção dos extratos brutos. A AAT dos extratos brutos de C. lanceolata foi determinada
através do sequestro do radical livre DPPH. O DF foi realizado através de método colorimétrico
envolvendo cloreto de alumínio. Os extratos mostraram cinética rápida na reação com o DPPH,
e o extrato etanólico do caule feminino demonstrou a melhor atividade antioxidante, com o
menor valor de EC50 (1,30 ± 0,14 g extrato/g DPPH), sendo este valor estatisticamente
equivalente ao EC50 obtido para o padrão butil-hidroxi-tolueno. Este extrato apresentou
também a menor concentração de DPPH remanescente nas concentrações de 125 e 250
μg/mL (4% em ambas). O extrato etanólico dos frutos apresentou o maior percentual de
flavonóides (9,33 ± 0,24%). Testes estatísticos não mostraram uma correlação positiva entre a
atividade antioxidante dos extratos e o percentual de flavonoides encontrados nestes. (Apoio:
CAPES)
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MULTIPLICAÇÃO IN VITRO DE PETIVERIA ALLIACEA L. SOB EFEITO DE DIFERENTES
FITORREGULADORES
Pimenta, M.S.G.¹, Soares, B.O.2, Petinelli, J.A.4, Miguel, N.N.3 Gagliardi, R.F.4
1Estudante de Graduação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 2Estudante de Pós
Graduação, Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 3Estudante de Graduação, Universidade
Castelo Branco. 4Profissional, Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Petiveria alliacea L., conhecida no Rio de Janeiro como guiné, é intensamente utilizada pela
população, devido a seus efeitos medicinais. O objetivo desse trabalho foi a multiplicação in
vitro dessa espécie. As amostras foram doadas por proprietários de diferentes regiões do Rio
de Janeiro: Marechal Hermes (MH), Niterói (NT), Vila Isabel (VI) e Magé (MG). As sementes
foram descontaminadas e germinadas in vitro. Para a multiplicação, ápices caulinares (0,5 cm)
das plantas germinadas in vitro foram inoculados em meio MS suplementado com diferentes
concentrações de benzilaminopurina (BAP 1 - 3 – 5uM), ácido naphtalenoacético (ANA 0,1 –
0,3 – 0,5uM) e thidiazuron (TDZ 0,1 - 0,3 e 0,5uM). As culturas foram incubadas a 30±2°C, sob
intensidade luminosa de 46umol.m-2.s-1 e fotoperíodo de 16h. Após 60 dias de cultura, o BAP
proporcionou o aparecimento de múltiplos brotos nos explantes de todas as origens, em todas
as concentrações testadas. O fitorregulador ANA a 0,1uM induziu a expansão foliar nas
culturas MG e MH. O aumento da concentração desse regulador para 0,3uM promoveu o
aparecimento de raízes nessas culturas. O TDZ causou alongamento nas folhas da cultura MG,
originando plantas deformadas nas concentrações mais baixas (0,1 e 0,3uM). Este
fitorregulador induziu a produção média de 12 brotos/explante na cultura MH, mas os
explantes formaram aglomerados de brotos de difícil individualização. Após a quantificação,
todos os brotos foram transferidos para meio MS0 suplementado com AIA 0,6 uM, onde o
desenvolvimento de calos friáveis foi observado em todas as amostras. Estes resultados
indicam que, apesar da influência genotípica observada, BAP e TDZ são fitorreguladores
adequados à multiplicação de P. alliacea L. (APOIO: Faperj e CNPq)
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CULTURA DE TECIDOS NA PRODUÇÃO DE RAÍZES ADVENTÍCIAS DE PERESKIA ACULEATA MILL.
Tirado, M. S.1,4; Lage, D. A.2,4; Vanicore, S. R.1,4; Albarello, N.3,4
1Estudante de Graduação IBRAG/UERJ. 2Estudante de Doutorado PGBV/UERJ. 3Professor
Adjunto IBRAG/UERJ. 4Laboratório de Biotecnologia de Plantas (LABPLAN). Instituto de Biologia
Roberto Alcantara Gomes. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
É crescente o número de substâncias metabolizadas naturalmente em plantas que despertam
interesse econômico para produção de medicamentos fitoterápicos, suplementos alimentares,
cosméticos entre outros. Protocolos de cultivo in vitro surgem como mecanismos facilitadores,
visando potencializar a extração destes metabolitos sem causar danos à estrutura populacional
das espécies. Pereskia aculeata Mill., conhecida como ora-pro-nóbis, é um cacto de folhas
carnosas, que é utilizado devido ao seu alto valor protéico e suas propriedades medicinais. O
objetivo deste estudo foi estabelecer um protocolo de produção in vitro de raízes de P.
aculeata. Raízes adventícias desenvolvidas a partir de plantas micropropagadas mantidas em
meio básico MS, solidificado com ágar (8 g.L-1) e sem fitorreguladores, foram usadas como
fonte de explantes. Os segmentos radiculares (0,5cm) foram inoculados em frascos erlenmeyer
contendo meio de cultura MS líquido suplementado com diferentes concentrações de AIB (5;
10; 20; 30 M) e/ou KIN (0,5; 1; 2; 3 M). As culturas foram mantidas em câmara de
crescimento, em mesa agitadora (100 rpm), a 26±2ºC, em presença de luz e sob fotoperíodo
de 16h. A produção de raízes foi avaliada a partir da aferição do peso de matéria fresca e seca
das raízes. A maior produção de biomassa foi observada nas culturas mantidas em meio
contendo AIB e KIN, principalmente na associação entre 20 M de AIB e 3 M de KIN, onde as
raízes mostravam-se finas e de coloração branca, após seis semanas de cultivo. Os resultados
deste estudo representam os primeiros dados sobre a multiplicação in vitro das raízes de P.
aculeata e servirão de base para futuros testes de otimização da produção de biomassa. Novos
ensaios serão conduzidos visando á análise fitoquímica e farmacológica das raízes produzidas
in vitro.
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59
MORFOLOGIA FOLIAR COMPARADA DE MANDEVILLA GUANABARICA (APOCYNACEAE) DE
CAMPO E CULTIVADA IN VITRO
Cordeiro, S.Z.1; Simas, N.K.2 & Sato, A.3
1Bióloga - Departamento de Botânica. Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro/UNIRIO. ([email protected]). 2Professora - Departamento de Alimentos e
Produtos Naturais. Faculdade de Farmácia. Universidade Federal do Rio de Janeiro/UFRJ. 3Professora - Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais. Departamento de Botânica.
Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro/UNIRIO.
O desenvolvimento e as características morfológicas de um organismo estão intimamente
associados a sua adaptação ao ambiente. O estudo da morfologia foliar in vitro facilita a
análise funcional das plantas cultivadas, permitindo o aperfeiçoamento de suas aplicações
biotecnológicas e promovendo o desenvolvimento de eficientes protocolos de aclimatização.
Neste trabalho, foram estabelecidas as diferenças morfológicas foliares entre plantas de
campo e plantas in vitro de Mandevilla guanabarica Casar. ex M.F. Salles, Kin.-Gouv. & A.O.
Simões (Apocynaceae), uma trepadeira considerada em perigo pela distribuição restrita às
restingas do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Por possuir potencial farmacológico e ornamental
ainda inexplorados, vem sendo objeto de estudos em cultura de tecidos para produção de
mudas, estudos fitoquímicos e produção de metabólitos secundários. As folhas de campo,
coletadas na APA de Maricá (RJ) e as cultivadas in vitro, em meio salino Murashige e Skoog,
foram submetidas à diafanização e dissociação de epiderme para análise por microscopia
ótica, e preparadas para análise através de microscopia eletrônica de varredura. As análises
morfológicas e de ultraestrutura revelaram diferenças marcantes entre folhas regeneradas in
vitro e folhas desenvolvidas no campo. As folhas de campo apresentaram superfície glabra,
bordas lisas, sistema vascular bem desenvolvido e homogêneo, e estômatos paracíticos apenas
na face abaxial. As folhas cultivadas in vitro apresentaram tricomas no ápice, bordas e nervura
central da face abaxial, estômatos paracíticos apenas na face adaxial, sistema vascular pouco
desenvolvido, hidatódio na região apical e alta concentração de drusas e cristais na região
basal. Por ser oriunda de ambientes xeromórficos, as adaptações das folhas ao ambiente in
vitro estão intimamente ligadas às relações hídricas da planta, cujo entendimento é
fundamental para assegurar uma fase de aclimatização com alto percentual de sobrevivência.
(Agradecimentos: CAPES e FAPERJ).
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ATIVIDADE LEISHMANICIDA DE AURELIANA FASCICULATA (VELL.) SENDTNER VAR.
FASCICULATA
Lima S.C.M. 1, Marques A.M.2, Almeida-Lafetá R.C.3, Barreto, A.L.S.4; Soares R.M.A.5, Kaplan
M.A.C.6, Figueiredo, M.R.2
1Estudante de Pós-Graduação, Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais Walter Mors (IPPN),
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ([email protected]). 2Pesquisador,
Laboratório de Química de Produtos Naturais (Farmanguinhos), Fundação Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ). 3Pesquisador, Fundação de Apoio à Escola Técnica do Estado do Rio de Janeiro
(FAETEC). 4Estudante de Pós-Graduação, Instituto de Microbiologia Paulo Góes, Universidade
do Rio de Janeiro. 5Pesquisador, Instituto de Microbiologia Paulo Góes, Universidade do Rio de
Janeiro. 6Pesquisador, Instituto de Pesquisas de Produtos Naturais Walter Mors (IPPN),
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
A leishmaniose é uma doença que aflige milhões de pessoas em zonas tropicais de todo
mundo. A escassez de medicamentos contra a leishmaniose impulsiona novas pesquisas
relacionadas à descoberta de fármacos com origem natural. Aureliana fasciculata (Vell.)
Sendtner var. fasciculata é uma espécie da família Solanaceae. A partir dos extratos
metanólicos de folhas, de caules e de frutos foram realizadas partições líquido-líquido com
solventes de crescentes polaridades. A fração diclorometânica de folhas forneceu, após
fracionamentos cromatográficos, duas substâncias identificadas como vitanolidos 1 e 2. As
frações diclorometânicas de folhas, de caules e de frutos; os vitanolidos isolados e a mistura
dos vitanolidos foram analisadas para a avaliação da atividade leishmanicida utilizando os
parasitas Leishmania amazonensis e L. chagasi. As frações exibiram efeitos inibitórios menos
pronunciados quando testadas separadamente. A mistura das substâncias 1 e 2 apresentou os
menores valores de MIC (437 ± 0,12; 363 ± 0,05) e de IC50 (238 ± 0,12; 177 ± 0,07) em µg/mL
para L. amazonensis e L. chagasi, respectivamente. A fração mais ativa observada foi a fração
diclorometânica de folhas, provavelmente em razão da maior concentração de vitanolidos.
Todavia, o efeito inibitório dessa fração foi menor em relação à amostras contendo vitanolidos
em mistura ou isolados. O estudo fitoquímico de A. fasciculata var. fasciculata resultou no
isolamento e caracterização estrutural de dois vitanolidos e possibilitou a avaliação do
potencial biológico dessas substâncias para os parasitos L. amazonensis e L. chagasi.
(Agradecimentos à CAPES e CNPQ pelo apoio financeiro.)
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PERFIL QUÍMICO DA FASE DICLOROMETÂNICA DE INFLORESCÊNCIAS DE EUPATORIUM
ODORATUM (ASTERACEAE)
Carvalho, T. S.1, Oliveira,T. B.2, Souza, S. P.3, Valverde, S. S.2
1Estudante de Graduação do Instituto Federal do Rio de Janeiro/IFRJ
([email protected]). 2Pesquisador do Laboratório de Química de Produtos
Naturais/ Instituto de Tecnologia em Fármacos - FarManguinhos/FIOCRUZ. 3Doutoranda do
Instituto Militar de Engenharia/IME
Eupatorium odoratum é uma espécie da família Asteraceae, nativa da América Central e do Sul
distribuída nas áreas tropicais e subtropicais do mundo. E. odoratum é uma perene herbácea
cujos ramos ficam emaranhados com altura entre 1,5-2,0m. Suas inflorescências nascem em
corimbos terminais com 20-60 capítulos florais em todos os galhos e são brancas ou lilazes
claras que formam uma grande massa cobrindo toda a superfície do arbusto. No Brasil, a
Chromolaena odorata, como também é chamada, está distribuída em todas as regiões do país.
Na medicina tradicional, possui propriedades antibacteriana, antiespasmódica,
antitripanossomal, antifúngica, anti-hipertensiva, anti-inflamatória, diurética, adstringente,
contra protozoários e agentes hepatotrópicos. As ações farmacológicas de E. odoratum são
atribuídas principalmente pela presença de flavonoides, alcaloides, taninos e compostos
fenólicos. Este trabalho tem como objetivo obter o perfil químico por CG/EM de extratos de
inflorescências de E. odoratum coletada no município de Santa Maria Madalena (RJ) e
comparar os resultados obtidos com os dados já descritos na literatura científica e com outras
espécies de arnica estudadas pelo nosso grupo. As inflorescências da planta em estudo foram
mondadas, secas em estufa a 40o C e depois, submetidas às etapas de pulverização e extração
por maceração dinâmica com etanol. Os extratos obtidos, após redução sob pressão reduzida
em evaporador rotatório, foram submetidos à extração líquido-líquido com solventes de
polaridade crescente, são eles: Hexano, diclorometano, acetato de etila e metanol. A fase
diclorometânica do extrato etanólico foi submetida à CG/EM e a análise de seu cromatograma
permitiu a identificação de: 1S, cis-calameleno (2,35%); ácido hexadecanóico (4,81%); diidro-
cis-α-copaen-8-ol (1,75%); (-) – óxido de cariofileno (2,92%); giberelina A3 (ácido giberélico)
(0,34%).
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GERMINAÇÃO IN VITRO DE ANNONA MUCOSA (JACQ.) – ANNONACEAE
Barboza, T.J.S.1, Souza, C.A. 2, Lage, D.A.1, de Castro, T.C. 1, Albarello,N.3
1Doutorando. Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal. Universidade do Estado do
Rio/UERJ ([email protected]). 2Graduanda. Universidade do Estado do Rio de
Janeiro /UERJ. 3Professor Adjunto. Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ
Annona mucosa é conhecida popularmente como biribá, espécie arbórea de importância
econômica devido aos seus frutos comestíveis, possuindo também interesse medicinal. A
germinação in vitro tem sido amplamente empregada para o estabelecimento de culturas
livres de contaminantes, sobretudo no caso de espécies arbóreas, que oferecem maiores
dificuldades no controle da descontaminação e da oxidação, sendo muitas espécies
consideradas recalcitrantes para a morfogênese in vitro, devido à liberação de compostos
fenólicos. Este é o primeiro trabalho sobre a germinação in vitro de A. mucosa e objetivou
avaliar diferentes tratamentos e substratos no estabelecimento de plântulas axênicas. As
sementes foram desinfestadas por imersão em NaOCl e embebidas em água destilada ou
solução de GA3, seguida da inoculação em meio MS sólido ou líquido, na presença ou ausência
de PVP, GA3, BAP ou ANA. O uso de vermiculita estéril regada com meio MS líquido também
foi avaliado. A germinação sob condições in vitro foi observada a partir do 20º dia após a
semeadura no substrato vermiculita, alcançando taxa de 80%. Tendo em vista o êxito
alcançado na obtenção de plântulas estéreis, o material será utilizado como fonte de explantes
visando à produção in vitro de metabólitos de interesse medicinal. (Agradecimentos: Faperj,
Cnpq e Capes).
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CULTIVO IN VITRO DE KALANCHOE PINNATA (LAM.) PERS. VISANDO À PRODUÇÃO DE
SUBSTÂNCIAS BIOATIVAS
Moss, V.B.1, Barboza, T.J.S.2, Vilardo, A.F.R.M.3, Albarello , N.4
1Graduanda em Ciências Biológicas. Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto de
Biologia Roberto Alcantara Gomes. 2Doutorando. Programa de Pós-graduação em Biologia
Vegetal. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 3Mestranda. Programa de Pós-graduação
em Biologia Vegetal. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. 4Professor Adjunto.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento de Biologia Vegetal.
Kalanchoe pinnata é uma Crassulaceae conhecida e usada popularmente sob o nome de saião
roxo, apresentando potencial antitumoral e antiparasitário; Estudos fitoquímicos com a
espécie indicam a presença de alcalóides e flavonóides. Tais aspectos, associados à presença
de gemas competentes no bordo das folhas, justificam os estudos de cultura de tecidos
visando à produção de plantas e metabólitos. O objetivo deste trabalho foi o estudo do cultivo
in vitro da espécie, ainda inédito, visando à propagação de plantas e a cultura de raízes, para a
posterior investigação de substâncias bioativas. Foram utilizadas como fonte de explantes,
folhas de K. pinnata cultivada in vivo. Após desinfestação com hipoclorito de sódio, segmentos
foliares (0,5cm2) contendo gemas foram excisados sob condições assépticas e cultivados em
meio nutritivo MS na ausência ou presença da citocinina BAP e mantidos a 26±2ºC, sob
fotoperíodo de 16 h, com luminosidade de 45 µmol m-2s-1. Folhas e raízes obtidas in
vitro foram inoculadas em meio de cultivo líquido ou sólido MS na ausência ou presença das
auxinas picloram, ANA e 2,4-D. Após 30 dias de cultivo para cada experimento, foi feita
avaliação. A maior proliferação de brotos foi observada no cultivo em meio MS sólido na
ausência de fitorreguladores. A presença da auxina picloram induziu à produção de alta
densidade de raízes em meio sólido, e em meio líquido foi responsável pela maior produção de
raízes e brotos em explantes foliares de brotos obtidos in vitro. A formulação do meio MS
forneceu nutrientes adequados ao desenvolvimento in vitro de gemas pré-existentes em K.
pinnata, enquanto a adição de auxina se mostrou eficiente no aumento da produção de raízes.
Os resultados viabilizam o fornecimento de material para estudos fitoquímicos e do potencial
medicinal da espécie. (Agradecimentos: às instituições de fomento Faperj, Cnpq e Capes).
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DIVERSIDADE MORFOLÓGICA DA CÉLULA EPIDÉRMICA DA PÉTALA ESTANDARTE DE ESPÉCIES
DE DIOCLEA KUNTH. (LEGUMINOSAE-PAPILIONOIDEAE-DIOCLEINAE)
Peçanha1, A.F., Queiroz2, L.P., Lima3, H.C., Costa3, C.G., De Toni3, K.L.G e Barros3, C.F.
1Aluna de pós-graduação (doutorado) JBRJ/ENBT ([email protected]). 2Professor adjunto
UEFS. 3Pesquisador JBRJ
Nas Papilionoideae uma característica exclusiva e de valor adaptativo é a ocorrência de células
epidérmicas morfologicamente diferentes em diferentes regiões de uma pétala. Nas Dioclea a
pétala estandarte compõe-se de uma lâmina expandida para atração visual e na região basal
uma calosidade que reforça a arquitetura e permite o acesso do polinizador. Apesar das
funções atribuídas na literatura a anatomia dessa estrutura é desconhecida. Pretende-se
descrever e comparar as células epidérmicas (face adaxial) do terço médio e da base da pétala
através da microscopia óptica e eletrônica de varredura. Foram selecionadas onze espécies
(três seções), processadas de acordo com técnicas usuais de anatomia vegetal. A terminologia
utilizada para descrição das células e da cutícula (nos campos anticlinal e central) seguiu a
literatura específica. As células são distintas nas regiões do terço médio (convexa) e do calo
(tabular). Duas formas ocorreram nas células convexas: cúpula (Platylobium) e papila
(Pachylobium e Dioclea), assim como dobras cuticulares nos campos central e anticlinal da
célula. No campo central as dobras sinuosas delimitam um lúmen não esculturado
(Platylobium), esculturado (Pachylobium), podem ser livres e sobrepostas formando um cume
(Dioclea) ou irregulares (Pachylobium). No campo anticlinal as dobras se irradiam do campo
central e podem ser paralelas e longas dispostas em regiões não esculturadas (Platylobium),
sob dobras concêntricas (Pachylobium); sinuosas e curtas dispostas em região não esculturada
(Dioclea) ou dispersas (Pachylobium). As células tabulares podem ser poligonais (Platylobium e
Dioclea) ou poligonais alongadas (Platylobium e Pachylobium), com dobras cuticulares sinuosas
irregulares (Platylobium, Dioclea e Pachylobium) ou paralelas (Pachylobium e Dioclea). A
presença de células epidérmicas convexas e tabulares com cutícula ornamentada sugere as
funções previamente estabelecidas e os seus caracteres corroboramas seções tradicionais e
formam dois grupos (Platylobium) e (Dioclea e Pachylobium) definidos pela forma das células e
esculturação da cutícula no terço médio.
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PERSEA AMERICANA MILL. - LAURACEAE: UMA ESPÉCIE DE IMPORTÂNCIA ECONÔMICA,
NUTRICIONAL E MEDICINAL
Silva, A.S.1,2, Santos, A.A.L.1 Militão, C.M.1, Ribeiro, M. Dep1., Santos, R. R1, Donato, A. M2,
Vasconcellos, T.J.2
1Estudante de Graduação. Universidade do Estado do Rio de Janeiro / Instituto de Biologia
Roberto Alcântara Gomes. 2Universidade do Estado Rio de Janeiro / Instituto de Biologia
Roberto Alcântara Gomes / Departamento de Biologia Vegetal. Laboratório de Anatomia
Vegetal. Departamento de Biologia Vegetal. Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes.
O abacateiro, Persea americana, originário da América Central e México, pertencente à família
Lauraceae, apresenta diversas variedades botânicas, podendo ser citadas a Persea americana
var. americana, Persea americana var. guatemalensis e Persea americana var. drymifolia. No
Brasil, esta árvore frutífera é amplamente cultivada. O país é considerado o quarto maior
produtor mundial de abacate. Seu cultivo vai desde regiões com clima semelhante àquele
encontrado em sua área de origem,tropical,até regiões de clima frio, como o sul do Brasil. Seu
alto potencial econômico pode ser explicado devido à sua utilização em diferentes setores,
como, medicinal, estético e alimentício. Apresenta propriedades medicinais e, tanto a polpa do
fruto quanto a semente e a folha são utilizadas. O óleo extraído da polpa do fruto é rico β-
sitosterol e ácido oléico previne doenças cardiovasculares. A folha é conhecida por apresentar
propriedades diuréticas e carminativas e a semente é utilizada para combater a diarréia e
disenteria. Já na indústria cosmética, a estrutura vegetal mais utilizada é o fruto, isso porque o
óleo extraído da sua polpa possui um alto teor de vitaminas A e E, que são poderosos
antioxidantes, auxiliando na diminuição dos sinais de envelhecimento. A polpa ainda é
utilizada para fazer máscaras hidratantes para o cabelo e para a face. O fruto é muito
recomendado na alimentação, devido seu alto valor nutricional. O presente trabalho visa
apresentar características anatômicas da espéciereferentes à folha, fruto e semente. Foram
realizados testes histoquímicos, que evidenciaram a presença de amido, óleos e compostos
fenólicos nas regiões estudadas. Em virtude da escassez de literatura relacionada a estudos
anatômicos e histoquímicos dessa espécie, espera-se contribuir para o conhecimento botânico
deste importante recurso da economia.
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ANATOMIA FOLIAR DE VRIESEA LINDL. (TILLANDSIOIDEAE, BROMELIACEAE)
Silva, A.S1,3,4, Donato, A.M 2,4., Costa, A.F2,3
1Estudante de graduação. 2Professor/pesquisador. 3Laboratório de Sistemática de
Angiospermas. Departamento de Botânica. Museu Nacional. 4Laboratório de Anatomia
Vegetal. Departamento de Biologia Vegetal. Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes.
Vriesea é o terceiro maior gênero da família Bromeliaceae atualmente composto por cerca de
260 espécies subordinadas a duas secções, sendo o mais rico no Domínio Atlântico. Caracteres
anatômicos têm auxiliado na identificação do relacionamento filogenético entre as espécies e
gêneros da família, além de contribuir solucionando problemas taxonômicos. Neste contexto,
o presente trabalho objetiva estudar a anatomia foliar de doze espécies representantes das
duas seções e de diferentes grupos morfológicos. Foram utilizadas lâminas foliares plenamente
expandidas e fixadas em solução de FAA, e conservadas em etanol 70%. Foram feitos cortes
transversais à mão livre do terço mediano da folha (bordo e região intercostal). Os cortes
foram clarificados em hipoclorito de sódio 50%, neutralizados com ácido acético 1% e lavados
com água destilada. Em seguida, foram corados com Safrablau e montados entre lâmina e
lamínula em glicerina 50%. Seções do material não fixado foram tratadas com Sudam
IV,floroglucinol, lugol e vermelho de rutênio, para identificação de lipídeos, lignina, grãos de
amido e mucilagem. A documentação foi feita através de imagens obtidas ao fotomicroscópio
Olympus BX51 da Zeiss com o software Image Pro Express. As espécies analisadas apresentam
a estrutura foliar básica descrita para a família e o gênero.Epiderme simples, com as células
fortemente lignificadas e com escamas que variam em forma e quantidade. O mesofilo é
dorsiventral e apresenta hipoderme mecânica e aquífera em ambas as faces. O parênquima
clorofiliano é formado por células isodiamétricas a alongadas e células braciformes, que
delimitam canais de aeração, intercalados pelos feixes vasculares. As espécies variam entre si
na forma das células do parênquima clorofiliano, no grau de lignificação das fibras
perivasculares e na forma do bordo.
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MICROMORFOLOGIA FOLIAR DE ALLAGOPTERA ARENARIA (GOMES) KUNTZE, ARECACEAE
Defaveri, A.C.A.1, Arruda, R.C.O.2, Barros, C.F.3, Sato, A.4
1Estudante de Pós-Graduação do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Vegetal,
Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ. ([email protected]). 2Professora do
Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS. 3Professora do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 4Professora do
Instituto de Biociências, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO.
Allagoptera arenaria (Gomes) Kuntze (Arecaceae), popularmente conhecida como guriri, é
uma palmeira endêmica das restingas da costa brasileira, com ocorrência registrada de
Pernambuco até Paraná. Em função de sua morfologia e do aspecto brilhante de suas folhas
esta é uma espécie comumente empregada em projetos de paisagismo. O objetivo deste
trabalho foi a descrição da micromorfologia foliar de A. arenaria. Para tanto, foram retiradas
amostras de segmentos foliares de 10 indivíduos ocorrentes na restinga de Grumari, localizada
na Área de proteção Ambiental de Grumari, no Rio de Janeiro. A micromorfologia foi descrita
com base em secções transversais e longitudinais realizadas em material fresco e fixado, sendo
utilizadas técnicas de microscopia óptica e microscopia eletrônica de varredura. Foi observado
que os segmentos foliares de A. arenaria possuem epiderme uniestratificada, seguida por dois
estratos de hipoderme na face adaxial e apenas um na face abaxial. O mesofilo é constituído
por aproximadamente seis camadas de células paliçadas. Os feixes vasculares da região
intercostal ocorrem na porção inferior do mesofilo, sendo regularmente espaçados e do tipo
colateral. A nervura principal é proeminente na face adaxial. Escamas são observadas nessa
região, na face abaxial. Inclusões de sílica foram detectadas em diversos tecidos,
especialmente na epiderme e na hipoderme. Uma peculiaridade foi observada na secção
transversal da margem: embora com aspecto semelhante, as margens de um mesmo
segmento foliar são proeminentes em diferentes superfícies foliares. No entanto, a
característica mais marcante da micromorfologia de A. arenaria foi a presença de uma espessa
camada de ceras epicuticulares revestindo ambas as superfícies dos segmentos foliares. Dessa
forma, embora este não seja o primeiro relato sobre a micromorfologia da espécie, este
trabalho é o primeiro a destacar a presença das ceras epicuticulares, as quais deverão passar
por investigação mais aprofundada acerca da sua composição.
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ANATOMIA FOLIAR DE DALECHAMPIA PENTAPHYLLA LAM. (EUPHORBIACEAE)
Lourenço, A.R.1, Santos, V.C.R.M.2
1Graduando das Faculdades Integradas Maria Thereza ([email protected]). 2Professora Assistente das Faculdades Integradas Maria Thereza.
Dalechampia pentaphylla é uma espécies de liana, exclusiva da floresta pluvial da costa
atlântica, espécie esciófita e seletiva higrófita, pouco freqüente, desenvolvem-se no interior da
floresta primária, principalmente, na orla da mata e nas capoeiras. Popularmente conhecida
como: Pó de mico, cipó urtiga, urtiga de boi. O objetivo deste estudo foi contribuir para um
melhor conhecimento morfológico interno desta espécie. A coleta foi realizada no Parque
Nacional Serra dos Órgãos, Teresópolis, RJ e o material foi fixado em álcool 70ºGL. Foram
realizados cortes histológicos à mão livre em diferentes regiões do pecíolo, peciólulo e lâmina
foliar. Os cortes foram descolorados em hipoclorito de sódio à 50%, posteriormente coloridos
com safrablau e montados entre lâminas e lamínulas com glicerina a 50%. A documentação
anatômica foi feita por fotografias em câmara digital. A anatomia foliar apresentou epiderme
uniestratificada de células justapostas com tricomas simples unicelulares e urticantes em
menor freqüência. Células de idioblastos com cristais em drusas de oxalato de cálcio são
encontrados tanto no colênquima quanto nos parênquimas cortical e medular. O colênquima é
do tipo angular e os feixes vasculares do tipo colateral fechado. O pecíolo nas regiões,
proximal, mediana e distal, apresenta abaixo da epiderme colênquima seguido de parênquima
cortical em camadas variadas. O Peciólulo apresenta colênquima de 6-9 camadas e feixe
vascular em um cilindro quase totalmente fechado. O Folíolo mediano apresenta na nervura
mediana, feixe vascular dividido em dois, um maior próximo a epiderme abaxial e um feixe
menor (satélite) próximo a epiderme adaxial. Mesofilo com parênquima paliçádico em uma
camada e parênquima lacunoso de 3 a 4 camadas. Bordo foliar levemente fletido para baixo,
com um parênquima fundamental. O presente estudo mostrou estruturas de revestimento,
vascular e preenchimento típica de vegetação de mata mesófila.
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ONTOGENIA DAS ESTRUTURAS SECRETORAS FOLIARES E COMPOSIÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL
DE MYRSINE CORIACEA (SW.) R.BR. EX ROEM. & SHULT. E M. VENOSA A. DC. (MYRSINOIDEAE
– PRIMULACEAE).
Luna, B.N.1; Freitas, M.F.1; Defaveri, A.C.A.2; Sato, A.2,3, Bizzo, H.R.4; Barros, C.F.1
1Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. ([email protected]). 2PBV-
Universidade Federal do Rio de Janeiro. 3IBIO-Universidade Federal do Estado do Rio de
Janeiro. 4Embrapa Agroindústria de Alimentos
Primulaceae, caracterizada pela presença de cavidades secretoras, que secretam substâncias
resiníferas e hidroxibenzoquinonas, apresenta um clado monofilético subdividido em
Primuloideae, circunscrevendo Primula, gênero sem cavidades secretoras e Myrsinoideae, que
engloba Lysimachia e Myrsine, com espécies que apresentam cavidades secretoras. Estudos
recentes indicam o potencial farmacológico do exsudado em Myrsine, popularmente
conhecida como capororoca, mas pouco se conhece a respeito da estrutura que o produz. O
objetivo deste trabalho foi esclarecer o processo de desenvolvimento das estruturas
secretoras e caracterizar quimicamente a fração volátil da secreção, a fim de ampliar o
conhecimento acerca dos seus aspectos morfológicos e químicos. Para a análise anatômica e
ontogenética das estruturas secretoras, folhas e primórdios foliares de M. coriácea e M.
venosa foram coletados, fixados e submetidos aos procedimentos usuais em microscopia
óptica e microscopia eletrônica de varredura. O óleo essencial das folhas secas foi extraído por
hidrodestilação em aparelho de Clevenger e sua composição foi avaliada por meio de CG-AR e
CG-EM aliadas à comparação com os índices de retenção da literatura. Secções transversais de
folhas frescas foram submetidas à testes histoquímicos. As estruturas secretoras encontradas
em M. coriacea são os tricomas pluricelulares ramificados, tricomas peltados e cavidades
secretoras e em M. venosa são as cavidades e ductos secretores e os tricomas peltados. Os
tricomas peltados e os pluricelulares ramificados originam-se de células protodérmica e
distribuem-se por toda a lâmina foliar, nervura mediana e pecíolo. As cavidades e ductos
secretores esquizógenos originam-se de células do meristema fundamental. As estruturas
secretoras secretam compostos fenólicos, proteínas e substâncias lipofílicas. Os componentes
principais do óleo essencial de M. coriácea foram o β–elemeno, germacreno-D,
biciclogermacreno e T-muurolol, e os de M. venosa foram γ – muuroleno, biciclogermacreno, δ
– cadineno e β – cariofileno. A análise ontogenética e química das estruturas secretoras
permitiu a inferência dos seus mecanismos de desenvolvimento, e da natureza química das
substâncias secretadas. (CNPq, FAPERJ, CAPES, IPJBRJ, Embrapa)
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ANATOMIA FLORAL DE CLUSIA FLUMINENSIS PLANCH. & TRIANA (CLUSIACEAE)
Silva, C.P. 1,4; Sá-Haiad, B. 2,4; Santiago-Fernandes, L.D.R.3,4
1Estagiário de Iniciação Científica. 2Pesquisadora Colaboradora. 3Professora Associada. 4Laboratório de Anatomia Vegetal, Departamento de Botânica, Universidade Federal do Rio de
Janeiro/Museu Nacional. ([email protected])
Clusiaceae é um grupo particularmente interessante para o estudo da diversificação floral
exibindo grande variedade de formas florais e modos de polinização. Clusia fluminensis,
espécie arbustiva dióica nativa do Brasil e ocorrente nos Estados da Bahia, Espírito Santo e Rio
de Janeiro (domínio fitogeográfico Mata Atlântica), possui flores resiníferas, unissexuais, e
polinizadas por abelhas. O presente estudo tem como objetivo descrever estruturalmente suas
flores estaminadas e pistiladas. Flores coletadas na Restinga da APA de Maricá, RJ, foram
fixadas e processadas para estudos ao microscópio de luz, segundo técnicas usuais. As flores
são pediceladas, actinomorfas, diclamídeas, heteroclamídeas, dialissépalas, dialipétalas, com
rudimento do sexo oposto. Sépalas e pétalas são hipoestomáticas, apresentam epiderme
uniestratificada, parênquima regular, feixes vasculares colaterais, e idioblatos drusíferos.
Espaços secretores de resina, presentes em todas as peças florais, são especialmente
abundantes no androceu. Os filetes apresentam epiderme uniestratificada e parênquima
regular com idioblastos drusíferos e feixes vasculares colaterais dispostos em anel
interrompido e ocupando a posição central. As anteras são ventrifixas, extrorsas, bitecas,
tetrasporangiadas e rimosas. Apresentam epiderme uniestratificada e até três estratos de
endotécio com espessamento em barra. O tapete encontra-se degenerado. A região do
conectivo e o septo interlocular são formados por estratos de parênquima cujas células
apresentam paredes com espessamento semelhante ao das células do endotécio. Aí estão
presentes inúmeros idioblastos drusíferos. Os grãos de pólen são tri-aperturados. A deiscência
da antera ocorre com o rompimento do estômio. O septo interlocular permanece íntegro. Os
estaminódios diferem dos estames pela não produção de grãos de pólen e indeiscência das
anteras. Flores estaminadas possuem pistilódio ocupando posição central, não havendo
diferenciação de septo ovariano, placenta ou óvulos. Flores pistiladas apresentam ovário
sincárpico, súpero, 5-locular, com 4-6 óvulos por lóculo, estiletes curtos e cinco estigmas
papilosos e subsséseis. Estes resultados contribuirão para estudos sistemáticos e ecológicos
em Clusiaceae.
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PALINOTAXONOMIA DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA EUPHORBIACEAE JUSS. OCORRENTES NAS
RESTINGAS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Dias, L.A.M.1, Gonçalves-Esteves, V.L.2, Mendonça, C.F.B.3, Reboredo-Vieira, G.M. 4
1Aluna de Ensino Médio Colégio Pedro II e Iniciação Junior do Programa Jovens Talentos
(FAPERJ). 2Professor Associado Museu Nacional-UFRJ - Bolsista de produtividade CNPq. 3Professor Adjunto Museu Nacional-UFRJ. 4Aluna de Mestrado da Pós-Graduação em Biologia
Vegetal da Universidade do Estado do Rio de Janeiro –UERJ ([email protected])
A família Euphorbiaceae é uma das famílias mais amplas e expressivas no mundo e forma um
dos grupos taxonômicos mais diversos e complexos morfologicamente. No Brasil ocorrem
cerca de 72 gêneros e 1100 espécies, sendo cerca de 25 gêneros e 64 espécies encontrados
nas restingas do estado do Rio de Janeiro. Este estudo faz parte do catálogo polínico das
restingas do Estado do Rio de Janeiro, para o qual foram analisadas, até o momento, 4
espécies de Euphorbiaceae: Euphorbia cyatophora, E. heterophylla, Manihot tripartita e
Sebastiana brasiliensis. A análise palinológica foi realizada através de microscopia em luz
branca transmitida, em aumentos de 400x e 1000x. Para tais análises, foram mensurados 25
grãos de pólen tomados ao acaso de um espécime padrão e de três espécimes para
comparações, sendo 10 grãos de pólen tomados ao acaso. Os resultados foram tratados
estatisticamente. Os grãos de pólen foram analisados, descritos e fotomicrografados. Para a
análise em microscopia eletrônica de varredura, os grãos de pólen não acetolisados foram
espalhados sobre fita de carbono dupla-face e em seguida metalizados em ouro por cerca de 1
min. Os grãos de pólen Euphorbia foram pequenos, isopolares, subprolatos, tricolporados,
colpos longos, endoabertura lalongada, sexina microrreticulada, os grãos de Manihot tripartita
muito grandes, apolares, esferoidais, oblato esferoidais, pantoporados, sexina padrão-croton,
enquanto que Sebastiana brasiliensis apresentou grãos de pólen médios, isopolares,
subprolatos, 3- colporados, colpos curtos, endoabertura lalongada e ornamentação
microrreticulada. Pode-se concluir que os grãos de pólen das espécies da família
Euphorbiaceae apresentaram diferenças quanto tamanho, a forma, tipo de ornamentação da
sexina, o que torna uma possível separação polínica dos gêneros, permitindo que sejam usadas
como auxílio a taxonomia da família. (Agradecimentos: FAPERJ)
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PALINOTAXONOMIA DE ESPÉCIES DA FAMÍLIA RUBIACEAE JUSS. OCORRENTES NO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
Reboredo-Vieira, G.M.1, Pirone, I.O.2, Mendonça C.F.B.3 & Gonçalves-Esteves V. L.4
1Aluna de Mestrado da Pós-Graduação em Biologia Vegetal da Universidade do Estado do Rio
de Janeiro – UERJ ([email protected]). 2Aluno de Ensino Médio Colégio Pedro II e
Iniciação Junior do Programa Jovens Talentos (FAPERJ). 3Professor Adjunto Museu Nacional-
UFRJ. 4Professor Associado Museu Nacional-UFRJ - Bolsista de produtividade CNPq.
Rubiaceae. é a quarta maior família das fanerógamas que está distribuída em: Cinchonoideae,
Ixoroideae e Rubioideae. No Brasil, inclui 118 gêneros e 1347 espécies. O objetivo do trabalho
foi analisar palinologicamente espécies das 3 subfamílias. Para isso, foram analisadas as
espécies: Chioccoca alba,, Coccocypselum condalia, Guettarda virbunoides, Mitracarpus
frigidus, Pentondon pentandrus, Psychotria bahiensis, P. barbiflora, P. carthaginensis, Randia
armata. e Tocoyena bullata. O material botânico utilizado foi obtido de exsicatas depositadas
em herbários fluminenses. No laboratório, os grãos de pólen foram acetolisados, mensurados,
fotomicrografados (ML e MEV) e os dados quantitativos, submetidos a tratamento estatístico.
Foram encontrados grãos de pólen em mônades na maioria das espécies e em tétrades em
Randia armata, tamanho pequeno em Chiococca alba, médio em Guettarda viburnoides,
Pentondon pentandrus, Psychotria bahiensis, Tocoyena bullata, grande nas demais espécies,
apolares e esferoidais em Psychotria bahiensis, P. barbiflora e isopolares nas demais espécies,
oblato-esferoidais em Chiococca alba, Coccocypselum condalia, prolato-esferoidais em
Tocoyema bullata, suboblatos nas demais espécies, em relação a abertura foram encontrados,
3-colpados em C. condalia, 3-4-colpados em P. carthaginensis, 3-colporados em Pentondon
pentandrus, Chiococca alba, inaperturados em Psychotria bahiensis, P. barbiflora, 3-porados
em Guettarda viburnoides, Randia armata, Tocoyena bullata, área polar pequena em
Chiococca alba, área polar muito grande na maioria das espécies, a ornamentação da sexina
foi granulada em Chiococca alba, Guettarda viburnoides, , microrreticulada em P. Barbiflora e
em Randia armata, reticulada com grânulos na interseção dos muros em P. carthaginensis, em
P. Bahiensis, reticulada heterobrochada nas demais espécies. Pode-se concluir que há
diferença na morfologia polínica o que classifica a família como euripolínica, corroborando
com a taxonomia do grupo.
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DIVERSIDADE DA SEXINA NOS GRÃOS DE PÓLEN DE ESPÉCIES DE CUCURBITACEAE
Sousa, H.C.F.1; Leal I.A.B.2; Gomes-Klein V.L.3; Mendonça C.F.B.4; Gonçalves-Esteves V.5
1Estudante de Graduação, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
([email protected]). 2Estudantede Pós-Graduação, Universidade Federal de
Goiás. 3Professor Associado Universidade Federal de Goiás. 4Professor Adjunto Museu
Nacional-UFRJ. 5Professor Associado Museu Nacional-UFRJ - Bolsista de produtividade CNPq.
A família Cucurbitaceae apresenta distribuição tropical e subtropical, no Brasil ocorrem
aproximadamente 30 gêneros e 200 espécies. Vários estudos têm revelado que a morfologia
do grão de pólen é uma característica útil para a taxonomia da família. O objetivo do presente
estudo foi analisar a ornamentação dos grãos de pólen, bem com avaliar a importância desse
atributo na taxonomia da família. Foram analisados os grãos de pólen de seis espécies
ocorrentes no Distrito Federal: Cayaponia espelina (Silva Manso) Cogn., Momordica charantia
L., Melothria cucumis (Vell.) Cogn., Melothria pendula L., Sicyos polyacanthus Cogn. e
Wilbrandia hibiscoides Silva Manso. O material botânico foi retirado de material herborizado e,
posteriormente, tratado pelo método da acetólise. Para análise em MEV, as anteras foram
rompidas e os grãos de pólen, não acetolisados foram espalhados em suportes fixados em fita
dupla face de carbono. O conjunto foi metalizado com ouro sendo, posteriormente
eletromicrografado. A análise da ornamentação dos grãos de pólen mostrou que em C.
espelina a sexina foi espinhosa com grânulos dispersos em toda superfície, seus espinhos
possuem ápice agudos e obtusos; em Melothria a ornamentação foi microrreticulada, porém
M. cucumis apresentou perfurações esparsas sobre os muros e lúmens diminuindo de
tamanho em direção as aberturas enquanto que em M. pendula pôde-se observar espículos
sobre o muro; a sexina em M. charantia foi reticulada com muros sinuosos e grânulos no
interior dos lúmens; em S. polyacanthus a sexina foi espinhosa com retículos, estes chegando a
cobrir a metade dos espinhos e seus espinhos apresentaram ápice agudo; em W. hibiscoides a
sexina foi rugulada com muros largos, perfurações esparsas sobre os muros e grânulos no
interior dos lúmens. Conclui-se que o padrão de ornamentação da exina é de grande
importância para taxonomia da família, sendo possível para separar os táxons com base nessa
característica.
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ORGANOGÊNESE FLORAL EM MAYTENUS OBTUSIFOLIA MART. (CELASTRACEAE,
CELASTRALES)
Haddad, I.V.N.1, Santiago-Fernandes, L.D.R.2
1Aluna de Pós-graduação (Doutorado), Departamento de Botânica, Museu Nacional, UFRJ
([email protected]). 2Professora Associada, Departamento de Botânica, Museu
Nacional, UFRJ.
Maytenus obtusifolia Mart. é uma espécie litorânea, abundante em restingas, principalmente
no estado do Rio de Janeiro. Populações na restinga de Maricá são ginodióicas, formadas por
indivíduos femininos com flores pistiladas e hermafroditas com flores perfeitas. As flores
pistiladas possuem gineceu bem desenvolvido e estaminódios. As flores perfeitas têm gineceu
de proporções variadas e estames férteis. O objetivo deste trabalho foi descrever a
organogênese floral. Inflorescências foram coletadas na restinga de Maricá/RJ, fixadas em
formaldeído 4% + glutaraldeído 2,5% em tampão fosfato de sódio 50mM pH 7,2, emblocadas
em Historesina, seccionadas em micrótomo rotativo com navalha de vidro e coradas com Azul
de Toluidina. O surgimento dos verticilos é centrípeto e sequencial. O domo meristemático
floral dá origem a primórdios de sépalas. Concomitantemente ao seu alongamento, há
aumento do mesofilo e o meristema inicia a formação das pétalas. Paralelamente, placas
metafásicas em células da L3 e do meristema em costela indicam alongamento do eixo floral e
estabelecimento do procâmbio. Os estames têm origem a partir do aumento nas células da L1
por meio de divisões anticlinais. Nestes primórdios, a L2 e L3 iniciam divisões, estabelecendo
uma região afilada, correspondente ao filete, e outra mais volumosa, correspondente à antera.
Os carpelos iniciam-se a partir do alongamento de algumas células da L1, acompanhadas por
divisões anticlinais destas e periclinais e anticlinais da L2 e L3. Sucessivas divisões levam ao
aumento dos carpelos, que fusionam seus ápices e margens. Posteriormente, no local da fusão
há a diferenciação do procâmbio e divisões promovem a intrusão dessas margens e formação
do septo. Estigma e estilete diferenciam-se e divisões nas paredes do ovário elevam o número
de estratos. Maytenus obtusifolia segue o padrão de diferenciação centrípeta de Celastrales e
apresenta desenvolvimento de feixes vasculares no local de fusão dos carpelos, como comum
em Celastraceae.
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IDENTIFICAÇÃO ANATÔMICA DE MADEIRAS COMERCIAIS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Nascimento, L.B.1, Albuquerque, R.P.1, Tamaio, N.2, Brandes, A.F.N.3
1Estudante de graduação-Universidade Federal Fluminense. ([email protected]). 2Pesquisadora - Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 3Professor adjunto –
Universidade Federal Fluminense
A análise macroscópica da anatomia de madeiras é uma ferramenta funcional na identificação
de táxons. Estudos mostram a existência de problemas na comercialização de madeiras, entre
eles: erros de identificação e comércio de espécies ameaçadas. Uma das principais causas de
erros de identificação é devido à análise exclusiva por características organolépticas e ao uso
de nomes populares, os quais nem sempre designam uma espécie. Para se ter precisão
nomenclatural é necessário utilizar a nomenclatura científica, na qual um nome designa
apenas uma espécie, porém essa não é aplicada no comércio. O presente trabalho tem a
proposta de identificar, através da análise anatômica macroscópica de madeiras coletadas pelo
INEA em visitas a estabelecimentos comerciais do estado do Rio de Janeiro, e avaliar se o
nome popular usado no comércio é adequado. Cento e quarenta e oito amostras de madeiras
foram coletadas em trinta e quatro empresas. Até o presente momento oitenta e oito
amostras foram analisadas. As amostras foram processadas seguindo métodos convencionais
de anatomia de madeiras. Foram identificadas trinta e duas espécies sendo comercializadas
nesses estabelecimentos. Dezesseis estabelecimentos comerciais utilizavam nomes populares
inapropriados para as espécies identificadas, totalizando vinte e oito amostras com nomes
inapropriados. Sete empresas usaram de forma errada um nome popular, seis usaram dois
nomes errados e três usaram mais de dois nomes errados. Conclui-se que há erros no uso de
nomes no comércio madeireiro e esses problemas podem ser constatados pelo uso da análise
macroscópica da anatomia das madeiras, além disso, o número de espécies identificadas neste
estudo é pequeno comparado ao grande número de espécies madeireiras comercializadas no
Brasil.
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ANATOMIA DAS FLORES PERFEITAS DE KIELMEYERA MEMBRANACEAE CASAR.
(CALOPHYLLACEAE)
Barreto, M.P.1,5, Leal, D.O.2,5, Sá-Haiad, B.3,5, Santiago-Fernandes, L.D.R.4,5
1Estudante de Graduação. 2Aluno de Pós-graduação (Doutorado). 3Pesquisadora Colaboradora. 4Professora Associada. 5Laboratório de Anatomia Vegetal. Departamento de Botânica.
Universidade Federal do Rio de Janeiro / Museu Nacional. ([email protected])
Calophyllaceae apresenta cerca de 15 gêneros e 500 espécies, de distribuição pantropical,
sendo bem representada no Brasil por sete gêneros e 81 espécies. O gênero Kielmeyera é
endêmico da América do Sul, apresentando 47 espécies, sendo 45 nativas do território
brasileiro. Kielmeyera membranaceae, espécie nativa e endêmica do Brasil, ocorre nos Estados
da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e São Paulo (domínio fitogeográfico de Mata Atlântica).
Objetivou-se conhecer estruturalmente as flores perfeitas da espécie e assim contribuir para
estudos sistemáticos e ecológicos. Flores perfeitas foram coletadas em uma população
andromonóica no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba, Macaé (RJ), fixadas em
formaldeído 4% + glutaraldeído 2,5% em tampão fosfato de sódio 0,05M pH 7,2, emblocadas
em Historesin® Leica, seccionadas com navalha de vidro, coradas com Azul de Toluidina e
observadas em microscópio Olympus BX-51. As flores são pediceladas, actinomorfas,
heteroclamídeas, dialissépalas, com cinco sépalas verdes, dialipétalas, com cinco pétalas alvas
e numerosos estames livres. Sépalas e pétalas são hipoestomáticas, apresentam epiderme
uniestratificada, mesofilo composto por parênquima regular, espaços secretores, feixes
vasculares e idioblastos drusíferos. Os filetes apresentam epiderme uniestratificada, três a
quatro estratos de parênquima regular e um feixe vascular bicolateral central. As anteras são
dorsifixas, bitecas, rimosas com epiderme uniestratificada e endotécio com espessamento em
barra. No ápice da antera observa-se a presença de glândula. O ovário é súpero, sincárpico,
trilocular, pluriovulado por lóculo. Os óvulos são anátropos e bitégmos. O estilete é tão longo
quanto os estames, que são ultrapassados pelos três estigmas papilosos. Estes resultados,
somados àqueles a serem obtidos para a flor estaminada, possibilitarão a correta
interpretação das estruturas reprodutivas da espécie. (CNPq)
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ANATOMIA DAS FLORES PISTILADAS DE TOVOMITOPSIS PANICULATA (SPRENG.) PLANCH. &
TRIANA (CLUSIACEAE)
Rocha, M.M.1,5, Leal, D.O.2,5, Sá-Haiad, B.3,5, Santiago-Fernandes, L.D.R.4,5
1Estagiária de Aperfeiçoamento. 2Aluno de Pós-graduação (Doutorado). 3Pesquisadora
Colaboradora. 4Professora Associada. 5Laboratório de Anatomia Vegetal. Departamento de
Botânica. Universidade Federal do Rio de Janeiro / Museu Nacional. Quinta da Boa Vista, s/n,
Rio de Janeiro, RJ, Brasil. ([email protected])
Clusiaceae apresenta cerca de 14 gêneros e 600 espécies, de distribuição pantropical, sendo
bem representada no Brasil por 11 gêneros e 120 espécies. Tovomitopsis paniculata, uma das
três espécies deste gênero endêmico brasileiro, é dioica, oferece resina como recurso floral e
ocorre nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (domínio fitogeográfico Mata
Atlântica). Objetivou-se conhecer estruturalmente as flores pistiladas da espécie e assim
contribuir para estudos sistemáticos e ecológicos. Flores pistiladas foram coletadas na ReBio
de Poço das Antas, Silva Jardim (RJ), fixadas em formaldeído 4% + glutaraldeído 2,5% em
tampão fosfato de sódio 0,05M pH 7,2, emblocadas em Historesin®, seccionadas com navalha
de vidro, coradas com Azul de Toluidina e observadas em microscópio Olympus BX-51. As
flores são pediceladas, com quatro sépalas verdes, quatro pétalas alvas e 18 a 22
estaminódios. Sépalas e pétalas são hipoestomáticas, apresentam epiderme uniestratificada,
mesofilo composto por parênquima regular, espaços secretores, feixes vasculares e idioblastos
drusíferos. Os filetes apresentam epiderme uniestratificada e mesofilo com 20 a 25 camadas
de parênquima regular, espaços secretores voltados para a face abaxial e feixe vascular para a
face adaxial. As anteras são dorsifixas, bitecas, rimosas, com epiderme uniestratificada e um a
dois estratos parietais; o endotécio não foi observado. Restos celulares preenchem o lóculo da
antera. Os estigmas são subsésseis e papilosos. O ovário é súpero, sincárpico, 4-locular e
uniovulado por lóculo. Os óvulos são anátropos, tenuinucelares, bitégmos apresentando
projeção calazal que dará origem ao arilo das sementes. O saco embrionário é formado por
quatro células e cinco núcleos. O aparato fibrilar é evidente nas sinérgides. A oosfera
apresenta núcleo conspícuo e um grande vacúolo contendo grãos de amido está presente na
célula média. Estes resultados, somados àqueles a serem obtidos para a flor estaminada,
possibilitarão a correta interpretação das estruturas reprodutivas da espécie. (CNPq)
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COLÉTERES: UM NOVO CARÁTER ANATÔMICO PARA MYRTACEAE JUSS.
Cardin, N.B., Pimentel, R.R., Santiago-Fernandes L.D.R1.
1Professora Associada. Laboratório de Anatomia Vegetal. Departamento de Botânica.
Universidade Federal do Rio de Janeiro / Museu Nacional. ([email protected])
Myrtaceae é uma família que abrange um grande número de espécies representativas da flora
brasileira, como a jabuticabeira, a goiabeira e a pitangueira. A família é caracterizada pela
presença de estruturas secretoras que estão envolvidas na fabricação de perfumes, temperos
e chás medicinais como a pitanga e o cravo-da-índia e a goiabeira. Uma das estruturas
secretoras recentemente descritas para as espécies de Myrtaceae são os coléteres, estruturas
secretoras multicelulares especializadas na secreção de uma substância viscosa constituída por
uma mistura de mucilagem, substâncias lipofílicas e/ou proteínas. Estruturalmente os
coléteres podem se apresentar como escamas, tricomas secretores, emergências ou glândulas
encontradas em estípulas, pecíolos, lâmina foliar, brácteas, brectéolas, cálice e corola; tendo
como provável função resguardar o desenvolvimento meristemático. O trabalho objetiva
descrever a presença, estrutura e histoquímica dos coléteres nas flores de Psidium cattleianum
e Psidium guineense. O material foi coletado no PARNA da Restinga de Jurubatiba, e no
município de Piraí respectivamente. As amostras foram fixadas, processadas e emblocadas em
Historesin® (Leica). Para os testes histoquímicos foram utilizados Sudan IV para a detecção de
lipídeos; dicromato de potássio para detectar compostos fenólicos; Vermelho de Rutênio para
substâncias pécticas; Reagente de Fehling para açúcares redutores; Xylidine Ponceau para
detecção de proteínas; Lugol para amido e Ácido periódico/Reagente de Schiff (PAS) para
polissacarídeos neutros. Os coléteres foram encontrados na base dos profilos e possuem
origem protodermica. Na maturidade são formados por células alongadas que diminuem em
quantidade à medida que se aproximam do ápice, caracterizando o tipo filiforme. Algumas das
células se afastam deixando um espaço que é preenchido por mucilagem. Os testes
histoquímicos revelaram a presença de substâncias fenólicas, lipídeos e de polissacarídeos
neutros e ácidos nas células dos coléteres. Durante o processo de senescência há um acúmulo
gradual de substâncias fenólicas nestas estruturas.
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MUDANÇAS NO PERFIL FENÓLICO E INDUÇÃO DE TECIDO DE PROTEÇÃO EM FOLHAS DE
KALANCHOE PINNATA (LAMARCK) PERSOON (CRASSULACEAE), A FOLHA-DA-FORTUNA, POR
RADIAÇÃO UV-B
Moreira, N.S.1,4, Nascimento, L.B.S.2,4, Leal-Costa M.V.3,5, Coutinho, M.A.S.2,6, Costa, S.S.3,6,
Tavares, E.S.3,4
1Bióloga. ([email protected]). 2Estudante de pós-graduação. 3Professor/pesquisador. 4Laboratório de Anatomia Vegetal. Departamento de Botânica.
Instituto de Biologia. UFRJ. 5Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Fluminense,
Campos dos Goytacazes Rio de Janeiro. 6Laboratório de Produtos Naturais Bioativos. Núcleo de
Pesquisas de Produtos Naturais. UFRJ.
A radiação UV-B provoca diversos efeitos nas plantas, geralmente ligados à geração de
espécies reativas de oxigênio. Dentre as respostas estruturais induzidas por tal radiação,
encontram-se decréscimo da área foliar, mudanças na composição da cera epicuticular,
diminuição do número de estômatos, e espessamento da epiderme e mesofilo. Alterações no
metabolismo secundário também são induzidas, principalmente ligadas à biossíntese de
substâncias fenólicas. Kalanchoe pinnata, a folha-da-fortuna, apresenta diversas atividades
biológicas comprovadas, com destaque para a atividade antileishmaniose. Com o objetivo de
aumentar a biossíntese de substâncias fenólicas bioativas da espécie, 22 plantas foram
cultivadas em condições controladas: 11 plantas sob luz branca (controle) e 11 sob luz branca
suplementada com radiação UV-B. Folhas foram utilizadas na obtenção de extratos aquosos
nos tempos 0 (prévio ao experimento), 5 e 10 (cinco e dez dias de experimento), analisados
por cromatografia em camada delgada. Os cromatogramas foram visualizados sob luz
ultravioleta (254 e 365 nm) e revelados com NP/PEG. Nos extratos de plantas crescidas sob
radiação suplementar UV-B (tempos 5 e 10) observou-se uma banda de Rf 0,81, ausente nos
demais extratos. Ainda, o extrato UV-B tempo 5 apresentou uma banda de Rf 0,27, alaranjada
quando revelada com NP/PEG, demonstrando tratar-se de uma substância de caráter
flavonoídico. As folhas das plantas cultivadas sob a radiação UV-B desenvolveram uma
coloração pardacenta na face adaxial. Para elucidar tal alteração, folhas foram coletadas e
preparadas segundo técnicas usuais de anatomia vegetal. Nas regiões de coloração
pardacenta, houve a formação de um tecido de proteção, próximo a face adaxial. Este tecido
se desenvolveu por volta do 7º dia de exposição à radiação UV-B e estava presente apenas em
regiões diretamente expostas a ela. Desta forma, verificou-se que K. pinnata quando exposta a
suplementação de radiação UV-B apresenta respostas químicas e anatômicas a este tipo de
radiação. (CNPq, FAPERJ)
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80
CARACTERIZAÇÃO ANATÔMICA E HISTOQUIMICA DAS FOLHAS DE ALLAMANDA CATHARTICA
L. (APOCYNACEAE)
Cavalcanti, P1,4, Silva, A.S1,3, Donato, A.M2,3.
1Estudante de graduação. Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Instituto de Biologia
Roberto Alcântara Gomes. 2Professor/pesquisador. 3Laboratório de Anatomia Vegetal.
Departamento de Biologia Vegetal. Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes. 4Laboratório de Diagnóstico por DNA. Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes.
O emprego de plantas na medicina remonta aos primórdios da humanidade. Há muito tempo o
homem percebeu que algumas plantas possuem poder curativo e desde então estas são
usadas na medicina. Diversos estudos têm sido feitos com a finalidade de comprovar as
características curativas das plantas e muitos deles têm comprovado suas propriedades
medicinais. Alguns governos inclusive têm, cada vez mais, incluído o uso de plantas medicinais
no sistema público de saúde, bem como outras terapias alternativas. É comum encontrar
plantas medicinais sendo vendidas sob diversas formas, fragmentos secos, extratos, tinturas,
etc. Entretanto, ainda não existem mecanismos de fiscalização e de controle de qualidade
eficientes nesta área e o reconhecimento de tais espécies fica a cargo de pessoas que, na
maior parte das vezes, não possui conhecimentos botânicos adequados para realizar a
identificação vegetal, o que pode levar a efeitos colaterais adversos em caso de uso
equivocado. A literatura cita o emprego das folhas, casca e do látex de Allamanda cathartica
na medicina popular. Atribui-se à espécie propriedades anti-neoplásicas devido à presença de
allamandina em sua composição química. Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi
caracterizar a anatomia e a presença de compostos químicos nas folhas de Allamanda
cathartica. Foram utilizadas amostras provenientes do 5º ao 9º nós, que passaram por
diferentes tratamentos, utilizando-se corantes e reagentes específicos. Foram feitas lâminas
semipermanentes e realizados dissociação epidérmica e testes histoquímicos. A lâmina foliar
em secções transversais foi classificada como hipoestomática, com tricomas tectores abaxiais
esparsos, parênquima paliçádico unisseriado, parênquima lacunoso braciforme com 8 a 10
camadas de células, cutícula delgada e mesofilo dorsiventral. Os testes histoquímicos
indicaram grande concentração de lipídeos (Sudam III) e de mucilagem (vermelho de rutênio).
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81
ANÁLISE MORFOLÓGICA E PADRÃO DE NERVAÇÃO FOLIAR DE CYRTOPODIUM SP.
Ammann, E.1; Macedo, A.F.2; Salgueiro, F.2; Leo, R.R.T.2
1Aluna de iniciação científica do Curso de Graduação em Biologia licenciatura da Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro. ([email protected]). 2Professor Adjunto do Dept.
Botânica da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro
Cyrtopodium R Br é um Gênero de Orchidaceae ocorrente no Estado do Rio de Janeiro, com
representantes vegetando tanto em restingas quanto costões rochosos muito próximos dos
grandes centros urbanos. O principal centro de diversidade desse gênero é o Cerrado.
Cyrtopodium é reconhecido pelo seu valor ornamental e etnofarmacológico, comprovado pela
atividade antiinflamatória de sua glucomanana. Isso explica o uso popular de algumas espécies
desse Gênero. A demanda por vegetais de uso medicinal vem aumentando com o crescimento
da fitoterapia. As resoluções RDC 10/2010 e 17/2010 determinam que as matérias primas
vegetais destinadas a fitoterápicos e drogas vegetais tenham controle de qualidade, para
garantia da eficácia e segurança no uso dessas plantas. Entre os testes de controle de
qualidade estão as análises microscópicas. Fragmentos foliares de indivíduos de Cyrtopodium
ocorrentes no Morro da Urca e Morro da Boa vista, ambos na cidade do Rio de Janeiro e no
Morro de Itacoatitara, em Niterói, foram diafanizados segundo as recomendações de
Strittmater (1973, Nueva técnica de diafanización. Boletin de la Sociedad Arentina de Botânica.
n. 15, vol. 1, p. 126-129.). Para a descrição dos aspectos morfológicos e de nervação das folhas
foi utilizado o Manual of Leaf Architecture (1999, Leaf Architecture Working Group.
Smithsonian Institution, 65p.).Na análise da morfologia foi visto que as folhas são simples, de
filotaxia alterna, sésseis, classificadas como mesófilas, simétricas, elípticas e de consistência
membranácea. Possuem o ápice agudo e a base cuneada com margens inteiras e não lobada.
Na análise das nervuras foi visto que as folhas são classificadas como paralelódromas, com
nervuras de segunda ordem do tipo interior e irregulares. Além disso foram observadas
areolações. Concluindo, nervuras de segunda ordem interiores e irregulares juntamente com
padrões de areolações podem ser utilizadas como ferramentas úteis para o controle de
qualidade (Apoio financeiro: Faperj)
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PONTOAÇÕES GUARNECIDAS EM Machaerium PERS.: UM CARÁTER DE VALOR DIAGNÓSTICO
NO XILEMA SECUNDÁRIO
Costa, W.S.1, Barros, C.F.2, Lima, H.C.2, Filardi, F.L.R., Dacunha, M.4
1Aluno de mestrado do Programa de Pós-graduação em Biologia Vegetal/ UERJ,
([email protected]). 2Pesquisador do JBRJ. 3Bolsista do Projeto REFLORA
JBRJ/CNPq. 4Professora associada da UENF.
Machaerium (Leguminosae-Papilionoideae) reúne cerca de 130 espécies com distribuição
neotropical. Anatomicamente Leguminosae se caracteriza por possuir placas de perfuração
simples, pontoações intervasculares alternas, pequenas, guarnecidas, dentre outros
caracteres. A co-ocorrência de pontoações guarnecidas e placas de perfuração simples, bem
como a sua maior frequência em ambientes tropicais sujeitos à déficit hídrico,sugerem um
mecanismo de segurança hidráulica, atuando na redução da pressão nas membranas das
pontoações de vasos adjacentes, diminuindo os efeitos de embolia. Além disso, as
ornamentações têm sido utilizadas como um caráter de valor diagnóstico para diversos grupos
taxonômicos. O presente estudo objetivou caracterizar as pontoações intervasculares de nove
espécies de Machaerium e testar o seu potencial como caráter diagnóstico. O estudo envolveu
espécies arbóreas coletadas através de método não destrutivo e processadas de acordo com a
metodologia utilizada em estudos de microscopia eletrônica de varredura. As pontoações
intervasculares de Machaerium são alternas, pequenas ou médias e apresentam
ornamentações ramificadas e não ramificadas na câmara, ao redor do canal e na abertura da
pontoação. O padrão de distribuição das ornamentações na câmara da pontoação separam as
espécies estudadas em dois grupos distintos, no primeiro as ornamentações estão restritas ao
redor do canal da pontoação (M. villosum, M. stipitatum, M. acutifolium, M. obovatum, M.
incorruptibile, M. leucopterum) e no segundo as ornamentações se distribuem ao longo de
toda a câmara da pontoação (M. scleroxylon, M. hirtum, M. nyctitans). A diferença observada
contribuiu como um caráter diagnóstico para a identificação de espécies anatomicamente
semelhantes, como Machaerium scleroxylon (ornamentações em toda câmara) e Machaerium
leucopterum (ornamentações ao redor do canal). A projeção ou não das ornamentações em
direção ao lúmen dos vasos também foi importante para caracterizar respectivamente M.
incorruptibile e M. obovatum. Dessa forma,os resultados obtidos evidenciaram o potencial da
arquitetura das ornamentações como um caráter diagnóstico em Leguminosae.
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MORFOLOGIA DO ESTIGMA DE UMA ESPÉCIE DE VRIESEA LINDL. (TILLANDSIOIDEAE -
BROMELIACEAE)
França, W.S.¹, Costa, A.F.², De Toni K.L.G.³:
1Aluno de graduação em ciências biológicas da Universidade do Grande Rio/UNIGRANRIO.
([email protected]). 2Pesquisar do Museu Nacional/UFRJ. 3Pesquisador do
JBRJ.
Bromeliaceae consiste em cerca de 58 gêneros e 3.300espécies. A subfamília Tillandsioideae é
uma das mais diversas, inclui dez gêneros divididos em 1.300 espécies e possui uma grande
diversidade morfológica. Vriesea conta com a maior riqueza dentre os gêneros de
Tillandsioideae, porém apresenta limitação com relação a circunscrição genérica e específica.
Dentre os caracteres florais, a análise morfológica e do desenvolvimento dos estigmas possui
grande relevância para compreensão da evolução do gênero. Visando caracterizar e descrever
os padrões de desenvolvimento dos estigmas de Vriesea, este estudo tem por objetivo analisar
e classificar o tipo estigmático de uma espécie de Vriesea recém descoberta pela ciência. Para
tanto foram coletados botões florais em diferentes estágios do desenvolvimento, os quais
foram fixados em glutaraldeído 2,5% em tampão fosfato de sódio 0,01M, pH7,2. Para
observação em microscópio eletrônico de varredura o material foi desidratado em ponto
crítico, montado em suportes metálicos e em seguida metalizados com fina camada de ouro
com cerca de 20nm de espessura. O material foi observado em microscópio EVO40 sob
voltagem de 15kV. No botão floral, em estágios precoces do desenvolvimento, o gineceu
súpero inicia-se com o estabelecimento simultâneo dos primórdios dos três carpelos, que
inicialmente mostram-se fusionados na porção basal. A porção apical de cada carpelo
corresponde ao estilete e estigma. Com a maturação dos carpelos os lobos estigmáticos
mostram-se livres e eretos e adquirem características particulares do tipo lâmina-convoluta,
ou seja, apresentam crescimento irregular das margens estigmáticas, nas quais há projeções
da face abaxial do estigma. Ainda neste estágio torna-se evidente o surgimento de papilas nas
margens dos lobos estigmáticos, as quais tornam-sesignificativamente alongadas. De acordo
com a literatura o estigma do tipo lâmina-convoluta apresenta três subdivisões, e a espécie
aqui estudada enquadra-se no subtipo 2. Este caracteriza-se pelo alto grau de fusão entre os
lobos estigmáticos e pela grande quantidade de papilas alongadas nassuas margens.
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84
HORTO BOTÂNICO: COMO TORNÁ-LO MAIS ACESSÍVEL À POPULAÇÃO E PROMOVER A
PRESERVAÇÃO E A CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL
Correia, A.J.1,6; Salles, J.S.F.2,6; Miranda, A.S.3,6; Koschnitzke, C.4,6; Barros, E.M.5,6
1,2Graduando em Ciências Biológicas. 3,5Biólogo. 4Docente. 6Departamento de Botânica. Museu
Nacional/UFRJ.
O Horto Botânico do Museu Nacional é uma das poucas áreas verdes do bairro de São
Cristóvão, possui uma coleção viva de espécies introduzidas da flora brasileira de diversos
ecossistemas e também de espécies exóticas. Atualmente está vinculado principalmente ao
ensino e a pesquisa universitária. Entretanto, entre 1997 e 1999, houve um Projeto de
Educação Ambiental onde visitas guiadas foram realizadas para alunos do ensino fundamental,
grupos de 3a idade da UNATI-UERJ e grupos de deficientes visuais e auditivos. O Horto Botânico
tem potencial educacional podendo ser um instrumento para a conscientização ambiental.
Com o objetivo de fazer com que o Horto Botânico tenha seu espaço mais utilizado e seja mais
acessível à população, durante a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, ocorrida em
outubro de 2012, foram realizadas visitas monitoradas. Os visitantes foram levados pelos
monitores a percorrerem as trilhas do Horto passando próximo a plantas de interesse, das
quais se abordou aspectos econômicos, sociais e culturais, além de se ressaltar o problema
daquelas espécies vegetais ameaçadas de extinção. A transmissão das informações técnico-
científicas numa linguagem compreensível ao público facilita o entendimento e torna possível
a sensibilização do visitante, por isso um bom treinamento de monitores se faz importante.
Além disso, foi realizada durante a visita uma oficina sobre a produção de tinta a base de solo,
direcionada principalmente ao público infantil, que além de aprender sobre os benefícios e
sobre como confeccionar as tintas, puderam se divertir pintando desenhos sobre temas
relacionados a práticas sustentáveis de uso dos recursos naturais. Os resultados desta
experiência com o público durante Semana Nacional de Ciência e Tecnologia nos estimularam
a promover visitas monitoradas ao Horto Botânico regularmente durante todo o ano de 2013.
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EFEITOS DE MÉDIO PRAZO DA ADUBAÇÃO, PERÍODO DE INUNDAÇÃO E PORTE INICIAL DA
MUDA NA SOBREVIVÊNCIA E CRESCIMENTO DE CINCO ESPÉCIES EM PLANTIO DE
RESTAURAÇÃO DE FLORESTA DE RESTINGA PERIODICAMENTE INUNDÁVEL
Alves, A.M1,2.; Américo, L.2; Mendonça, C.M.2; Zamith, L.R.3
1Bolsista PIBIC/UFF ([email protected]). 2Aluno de graduação em Ciências Biológicas da
Universidade Federal Fluminense. 3Professor e pesquisador Laboratório de Ecologia Animal e
Vegetal (LEAV) – Departamento de Biologia Geral - Universidade Federal Fluminense.
Em 2002 foi implantado no Parque Natura Municipal de Marapendi, Rio de Janeiro, um
experimento de restauração de floresta de restinga periodicamente inundável, onde os efeitos
da adição de matéria orgânica, do tempo de inundação e do porte das mudas no momento do
plantio na sobrevivência e no crescimento foram testados em nove espécies. Os resultados de
curto prazo obtidos três anos após o plantio mostraram que o plantio em pequenas elevações,
e a conseqüente redução do período de inundação, favoreceu a sobrevivência e o crescimento
das mudas, o plantio de mudas maiores favoreceu a sobrevivência e a adição de matéria
orgânica aumentou o crescimento das mudas. Este trabalho avaliou novamente este
experimento, dez anos após o plantio inicial, para verificar se os resultados de médio prazo
confirmam ou não os resultados obtidos em curto prazo. Os parâmetros de crescimento
medidos foram o diâmetro basal, a altura e a área da projeção da copa e para a comparação
entre as espécies foi obtida a taxa de crescimento relativo de cada indivíduo. A avaliação de
médio prazo mostrou que as mudas plantadas com maior altura apresentaram maior
sobrevivência e a adição de matéria orgânica resultou em maior crescimento, corroborando a
relevância destes tratamentos. Após 10 anos, este plantio propiciou a erradicação quase
completa das gramíneas invasoras, principal obstáculo para a regeneração natural, e está
permitindo a regeneração das espécies plantadas e de várias outras espécies nativas,
indicando a ação de dispersores e o avanço da trajetória sucessional. Das nove espécies
testadas, apenas Myrsine rubra, espécie-chave para a reestruturação deste ecossistema em
restauração, Tabebuia cassinoides e Calyptranthes brasiliensis devem ser utilizadas nas etapas
inicias de restauração ecológica de florestas de restinga periodicamente inundáveis (Apoio
Faperj Processo: E-26/110.421/2011).
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86
APORTE DE SERAPILHEIRA NA AVALIAÇÃO DE PLANTIOS DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA
Alves, A.M.1,2; Almeida, V.M.2; Nicoli, J.S.2; Pereira, J.G.2; Rodrigues, F.B.2 & Zamith, L.R.3
1Bolsista PIBIC/UFF ([email protected]); 2Alunos de graduação em Ciências Biológicas da
Universidade Federal Fluminense. 3Professor e pesquisador Laboratório de Ecologia Animal e
Vegetal (LEAV) – Departamento de Biologia Geral - Universidade Federal Fluminense.
O plantio de mudas nativas é uma das estratégias utilizadas para a restauração ecológica
quando o ambiente foi degradado e perdeu sua capacidade de regeneração natural. É
esperado que um ecossistema restaurado seja autossustentável, resiliente às perturbações e
com seus processos ecológicos funcionando adequadamente. Um destes processos é a
ciclagem de nutrientes que envolve a transferência dos minerais acumulados na biomassa
vegetal para o solo, através da queda de resíduos da parte aérea, formando a serapilheira que,
com sua decomposição, libera nutrientes que serão reabsorvidos pelas plantas. O objetivo
deste trabalho foi a revisão da literatura sobre o aporte da serapilheira em florestas em
estágio sucessional avançado, em regeneração natural ou em restauração. A maioria dos
estudos utilizou coletores de 0,25m2 de área e o período de coletas variou de 1 a 2 anos. Em
floresta atlântica baixo montana não ocorreram diferenças significativas entre interior e borda
dos fragmentos (8,90 e 8,76 Mg.ha-1.ano-1). Valores um pouco maiores foram encontrados
para floresta estacional decidual (9,2 Mg.ha-1.ano-1) e floresta ombrófila mista (10,3 Mg.ha-
1.ano-1). Plantios de restauração de floresta ombrófila densa com 3 anos apresentaram aporte
3,02 Mg.ha-1.ano-1, bem menor que áreas secundárias com 20 anos (5,74 Mg.ha-1.ano-1) e com
40 anos (6,87 Mg.ha-1.ano-1). O aumento do aporte de serapilheira ao longo da sucessão
possibilita sua utilização como indicador da trajetória de um ecossistema, sendo um atributo
adequado para a avaliação de plantios de restauração ecológica. O aporte de serapilheira será
um dos indicadores utilizados para a avaliação dos plantios de restauração de florestas
inundáveis de restinga realizados no município do Rio de Janeiro a cerca de 15 anos e que
estão sendo estudados pelo Laboratório de Ecologia Animal e Vegetal da UFF (Apoio Faperj
Processo: E-26/111.822/2010).
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87
A IMPORTÂNCIA DO SETOR DE AGROECOLOGIA NAS PRÁTICAS DE ENSINO DO INSTITUTO
FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - CAMPUS DE ALEGRE
Costa, A.C.1; Souza, M.S.P.1; Carreço, R.L.B.1; Lima, W.L.2
1Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Instituto Federal do Espírito Santo
- Campus de Alegre, ES, Brasil. Bolsistas do Ifes/CAPES. ([email protected]) 2Prof. Dr. do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus de Alegre, ES, Brasil.
O Setor de Agroecologia do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus de Alegre
compreende diversas metodologias de ensino, o que possibilita a interação dos alunos com as
práticas agrícolas sustentáveis e de manejos agroecoambientais. O objetivo do trabalho é
demonstrar como as práticas realizadas no setor podem ser empregadas no ensino de
botânica do Campus. Utilizou- se as metodologias de ensino-pesquisa-produção empregadas
no campo experimental do Setor de Agroecologia nas aulas práticas do Curso Técnico em
Agropecuária, com o intuito de ensinar sobre a sustentabilidade na agricultura, da
convencional para a orgânica, na preservação do meio ambiente. Os alunos vivenciaram as
práticas agroecológicas no campo, aprenderam a reutilização de resíduos orgânicos (dejetos
bovinos e podas de jardim), como cenário a compostagem, e a aplicação do produto
compostado (fertilizante orgânico) na nutrição e produção vegetal. Observaram a mudança do
local, de um ambiente degradado para uma horta com princípios agroecológicos, e a visão
ecossistêmica do setor como redutor do impacto antrópico-ambiental, utilizado como modelo
para o Campus, aos produtores locais e às regiões adjacentes. As práticas didático-pedagógicas
voltadas para a educação ambiental é de suma importância para o Ensino Técnico
Agropecuário, e aumenta o interesse dos alunos de diversos cursos, técnicos e superiores, e da
comunidade em geral, visando à sustentabilidade ambiental. Os alunos podem desenvolver no
setor temas relacionados com a botânica, quando se trata de melhoramento e produção
vegetal, além de pesquisas voltadas para o uso de inseticidas botânicos, por exemplo.
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88
HORTA SUSPENSA: INCENTIVO PARA A EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ESPAÇO ESCOLAR
Costa, A.C.1; Souza, M.S.P.1; Carreço, R.L.B.1; Lima, W.L.2
1Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Instituto Federal do Espírito Santo
- Campus de Alegre, ES, Brasil. Bolsistas do Ifes/CAPES. ([email protected]) 2Prof. Dr. do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus de Alegre, ES, Brasil.
A horta suspensa como forma de Educação Ambiental contribui para mudança de valores e
atitudes, colaborando para a formação de um sujeito ecológico. No Instituto Federal do
Espirito Santo – Campus de Alegre, no setor de agroecologia se desenvolveu um trabalho de
pesquisa titulado como “Cultivando um mundo sustentável” que teve como objetivo a criação
de uma horta suspensa para incentivar práticas de educação ambiental através do cultivo
agroecológico de hortaliças, estimulando os alunos envolvidos na prática a reaproveitarem
materiais como as garrafas descartáveis, ao invés de serem depositadas em lixões e aterro
sanitários, como forma de obter alimentos de maneira sustentável e ecológica e também
aproveitar resíduos orgânicos que são obtidos por meio de restos de alimentos, dejetos de
animais e poda de jardim compostado para fazer o plantio das culturas. A horta suspensa
proporcionou aos alunos envolvidos a possibilidade da adoção de atitudes pessoais voltadas
para uma vida saudável contribuindo com o meio ambiente. A integração dos alunos
envolvidos na atividade resultou em momentos de socialização, troca de experiências e
informações entre todos envolvidos. Foi despertado em alguns alunos o interesse em produzir
e cultivar esse meio sustentável de horta em suas residências sem a necessidade de muito
espaço, sendo uma forma prática e eficaz na produção de hortaliças, além do uso da horta
suspensa para ornamentação de janelas, por exemplo. Com a prática foi possível promover
estudos, pesquisas, debates e atividades sobre as questões ambientais, tornando a atividade
importante meio para a educação ambiental, se trabalhando temas como o reaproveitamento
do lixo e a alimentação saudável.
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89
LAHVI: DIFUSÃO DE CONHECIMENTOS E AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Silva, B.M¹, Capossi, V.S.², Silva, J.G.³
1Estagiário do LAHVI e estudante de graduação do curso de Desenho Industrial/UFF e Bolsista
PROEX/UFF. 2Estagiário do LAHVI e estudante de graduação do curso de Biblioteconomia e
Documentação/UFF e Bolsista PROEX. 3Prof. Associado IV do Depto de Biologia Geral/UFF e do
Programa de Pós Graduação em Ciência Ambiental e Coordenadora do LAHVI (Av. Litorânea no
s/no. Boa Viagem - Niterói/RJ) ([email protected]).
O Laboratório Horto-Viveiro (LAHVI), situado em Niterói/RJ no Campus da Praia Vermelha e
inaugurado em 5 de junho de 1998, começou como um projeto lançado em 1995 para fornecer
infraestrutura ao ensino de Botânica a diversos cursos oferecidos pela UFF, à pesquisa e a
projetos de extensão. Após 10 anos, os avanços dos recursos de mídia possibilitaram a
construção e manutenção de um site para divulgar suas ações, A descontinuidade de bolsistas
de monitoria desde 2011, dificultou sua atualização periódica. Em 2013, a repaginação do site
no sentido ergonômico e estético, propõe evidenciar o que é o LAHVI, o que se fez ao longo de
16 anos de existência, as atividades no espaço e a atualização de acontecimentos ocorrentes,
em uma comunicação de fácil acesso, destacada por textos, fotos, vídeos, matérias e eventos
realizados regularmente. A difusão de conhecimentos de educação ambiental (oficinas, trilhas
ecológicas, plantios, palestras e exposições) é voltada a um público diversificado quanto à faixa
etária e grau de instrução. A transmissão do conteúdo objetivado com maior acessibilidade e
um toque a mais da natureza junto à tecnologia, amplia a visibilidade das ações acadêmicas.
Essa interface com a comunidade busca trazer um efeito multiplicador, transparente e
harmônico através do convívio com a natureza.
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90
VIVA A ÁRVORE: CONSTRUINDO UMA ÁRVORE COM PARTES VEGETAIS
Brito, L.A.1; Gomes, D.M.S 2; Lima, H.R.P.2; Moura, M.V.L.P.2; Rosa, M.M.T.2
1Bolsista PIBID/CAPES-UFRRJ; Subprojeto Aprendendo com as Plantas, UFRRJ
([email protected]); 2Docente do Departamento de Botânica e Coordenadora
do PIBID/CAPES-UFRRJ, Subprojeto Aprendendo com as Plantas, UFRRJ.
É possível elaborar atividades simples e educativas com materiais de baixo custo, sendo uma
excelente estratégia para abordar conteúdos de Botânica, além de serem utilizadas em
comemorações de preservação ambiental tais como o "Dia da árvore". Os objetivos da
atividade envolveram as temáticas de morfologia vegetal e preservação, destacando a
importância das árvores para o homem e para o meio ambiente. Para a realização dessa
atividade, elaborou-se uma oficina utilizando papel reciclado, diferentes folhas desidratadas,
cascas de árvore, papel 40 Kg, cola branca, cola quente, giz de cera e canetas coloridas. A
turma trabalhou em equipe para a construção de sua árvore, sendo que cada aluno decalcou
com giz de cera colorido uma ou mais folhas secas no papel reciclado. Depois de prontas,
todas as imagens foram recortadas e coladas na região da copa de um grande desenho de
árvore previamente feito na folha de papel 40 Kg. Neste desenho também foram fixadas, com
cola quente, as cascas de árvore na região que representava o seu tronco. Ao término da
atividade cada grupo denominou sua árvore com nomes de espécies de sua preferência, sendo
as mais escolhidas por eles o pau-brasil e o ipê. Os trabalhos foram levados para as escolas,
onde foram fixados e expostos. Esta estratégia de ensino foi aplicada na Escola Municipal
Olavo Bilac (Seropédica, RJ) durante as atividades da Semana Verde e no Parque Natural
Municipal dos Pássaros (Rio das Ostras, RJ), para alunos de cinco escolas públicas, como parte
da programação da XXXI Jornada Fluminense de Botânica. A oficina foi bastante instrutiva e
estimulante, e foi aceita com entusiasmo por boa parte dos alunos. (Agradecimentos: CAPES)
XXXII Jornada Fluminense de Botânica – Niterói/RJ
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SETOR AGROECOLÓGICO: VANTAGENS PARA A EDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL, ALIMENTAÇÃO
SAUDÁVEL E PESQUISAS CIÊNTIFICAS
Carreço, R.L.B.1; Costa, A.C.1; Souza, M.S.P.1; Lima, W.L.2.
1Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Instituto Federal do Espírito Santo
- Campus de Alegre, ES, Brasil. Bolsistas do Ifes/CAPES. ([email protected]). 2Prof. Dr. do
Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus de Alegre, ES, Brasil.
A agroecologia consiste em uma proposta alternativa de agricultura, economicamente viável
e ecologicamente sustentável. As práticas agroecológicas podem ser vistas como práticas de
resistência da agricultura familiar, perante o processo de exclusão no meio rural e de
homogeneização das paisagens de cultivo. Essas práticas se baseiam na pequena propriedade
em sistemas produtivos complexos e diversos, adaptados às condições locais e ligados a redes
regionais de produção e distribuição de alimentos. No Instituto Federal do Espirito Santo -
Campus de Alegre foi fundado o setor de Agroecologia, que inicialmente foi implantado em
uma área degrada com o intuito de transformá-la em um campo experimental, de referência,
em cultivo agroecológico de hortaliças. No setor desenvolveram-se projetos para
reaproveitamento do lixo orgânico produzido no Campus e projetos voltados educação
ambiental e conservação do meio ambiente. Atualmente o setor cultiva diversas espécies de
hortaliças e frutas, como: alface, cebolinha, couve, chuchu, quiabo, jiló, mamão e banana. A
qualidade dos alimentos é altamente nutricional e todos são produzidos sem uso de pesticidas
e herbicidas, que prejudicam a saúde. A produção é destinada ao refeitório do Campus e a 11
instituições localizadas no Município de Alegre – ES. O cultivo agroecológico proporcionou
novas experiências de produção e de cultivos uma vez que, na instituição, já existia um setor
de cultivo convencional de hortaliças. O Setor de Agroecologia tem colaborado: para utilização
dos resíduos orgânicos (compostagem), como local de ensino e de pesquisas (desenvolvimento
de dissertações de mestrado, monografias de especialização e trabalhos de conclusão de curso
de graduação). A problemática que um setor agroecológico enfrenta é diversa, porém as
vantagens de se trabalhar com grande potencial de produção e pesquisa é favorável, devido às
disponibilidades da matéria prima, os fatores bióticos e abióticos e as interações ecológicas
pertencentes a esta área de produção.
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USO DO LIXO ORGÂNICO COMO COMPOSTO PARA PRODUÇÃO DE HORTALIÇAS
Carreço, R.L.B.1; Costa, A.C.1; Souza, M.S.P.1; Lima, W.L.2
1Acadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas, Instituto Federal do Espírito Santo
- Campus de Alegre, ES, Brasil. Bolsistas do Ifes/CAPES. ([email protected]). 2Prof. Dr. do
Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) - Campus de Alegre, ES, Brasil.
Sabe-se que aproximadamente 50 % do total de lixo gerado é degradável, este lixo pode ser
destinado a compostagem, ou seja, ele pode ser transformado em adubo orgânico para ser
utilizado em hortas agroecológicas e jardins. Nesta perspectiva o setor de Agroecologia do
Instituto Federal do Espírito Santo - Campus de Alegre criou uma alternativa viável e barata de
produzir adubo orgânico a partir do lixo orgânico do próprio Campus. Utilizou-se de
metodologia para a formação dos montes de compostagem utilizando o lixo vegetal (podas de
jardins, resto de culturas) e dejetos de animais (bovinos, caprinos e de aves), esses resíduos
passaram por uma triagem e foram amontoados em leiras horizontais, em camadas
sobrepostas de 20 cm cada uma. As leiras foram reviradas com intervalos de 20 dias até a
estabilização do material, conhecido como processo de compostagem, obtendo ao final um
produto de alto valor agronômico. O composto produzido a partir desse lixo foi utilizado na
produção de hortaliças cultivadas no setor de Agroecologia. O reaproveitamento do lixo
orgânico, a partir da experiência, pode ser considerado uma alternativa de economizar em
adubos comercializados, produzindo um alimento de qualidade superior aos que são
comercializados em supermercados de forma mais barata. O composto passou a beneficiar no
cultivo das hortaliças e a iniciativa foi favorável para a redução do volume de lixo e dejetos
lançados em rios e outros locais indevidos. A ideia pode ser usada para a redução do volume
de lixo depositado nos lixões e aterros sanitários, diminuindo o impacto ambiental causado
quanto às questões sanitárias. A prática ainda foi utilizada como método para o ensino
ambiental e conservação do meio ambiente, mostrando aos alunos que é possível reutilizar
para produzir.
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ABUNDÂNCIA DE MACROALGAS EM COSTÕES ROCHOSOS LOCALIZADOS A DIFERENTES
DISTÂNCIAS DA CIDADE DE ANGRA DOS REIS, BAÍA DA ILHA GRANDE, RJ
Diaz, R.S.1, Freitas, T.R.S.2, Paranhas, R.3, Széchy, M.T.M.4
1,2Mestrando do Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas (Botânica) do Museu
Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. ([email protected]). 3Professor
Departamento de Biologia Marinha, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de
Janeiro. 4Professora Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, Universidade Federal do
Rio de Janeiro
A sensibilidade das assembleias de macroalgas à poluição orgânica vem sendo amplamente
investigada, contudo a maior parte dos estudos emprega amostragens muito próximas às
saídas de esgoto, fazendo com que o efeito da poluição seja confundido com outros fatores
abióticos que interferem no desenvolvimento das macroalgas. Este estudo objetiva comparar a
abundância de macroalgas de costões rochosos, localizados a diferentes distâncias da cidade
de Angra dos Reis, Baía da Ilha Grande, RJ. A Praia Tanguazinho, pertencente à uma unidade
de conservação, foi selecionada como local de referência; e Costeirinha, como local de
impacto. Amostragens aleatórias não destrutivas foram realizadas durante o verão de 2013
(n=3 campanhas), usando 10 quadrados de 900cm2 ao longo de uma tralha de 25m, estendida
a cerca de 2m de profundidade, para estimar cobertura de espécies . Amostras de água (n=3)
foram coletadas quinzenalmente em cada local, duas vezes ao dia, para análise de variáveis
relacionadas à poluição orgânica, como compostos nitrogenados e fosforados. Os dados foram
ordenados por meio do Escalonamento Multidimensional não-Métrico (nMDS); diferenças
entre locais e campanhas foram testadas através do ANOSIM. Diferenças significativas (p<0,01)
foram observadas entre os dois locais, sugerindo o efeito da poluição orgânica sobre as
macroalgas; e entre as diferentes campanhas, provavelmente relacionadas a outros fatores
que atuaram na escala temporal do estudo, como a pluviosidade. Filamentosas foram mais
abundantes na Costeirinha (47,9314,84) do que no Tanguazinho (1,932,54%); e Sargassum
foi mais abundante no Tanguazinho (69,6624,27%) do que na Costeirinha (0,060,21%),
conforme o esperado. Foram identificadas 27 espécies na Costeirinha e 15 no Tanguazinho;
esta menor riqueza de espécies pode ser explicada pela eficiência de Sargassum como
competidor por espaço. Recomenda-se o monitoramento contínuo da área para melhor
compreensão da interferência da poluição orgânica nos processos de reprodução,
recrutamento e crescimento das macroalgas desta região dos costões rochosos.
(Apoio: CNPq e FAPERJ)
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FUNGOS MICORRÍZICOS: UMA FERRAMENTA NA EDUCAÇÃO BÁSICA
Santos, V.R.¹, Viana, T.V.¹, Lemos, P.C.¹, Santos, R.A.¹, de Souza, F.A.², de Barros-Barreto,
M.B.B.3
1Estudante de Graduação em Ciências Biológicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Instituto de Biologia, 2Pesquisador, Embrapa Milho e Sorgo, 3Professor, Universidade Federal
do Rio de Janeiro, Instituto de Biologia, Departamento de Botânica.
Este trabalho visa apresentar os resultados obtidos na abordagem lúdico-pedagógica de uma
oficina que teve como objetivo buscar as inteligências múltiplas proposto pelo psicólogo
Howard Gardner e os estágios de desenvolvimento cognitivo proposto por Jean Piaget. A partir
disso despertamos o interesse para as questões ambientais, com ênfase na interação entre
fungos e plantas. Com enfoque na educação básica, a oficina foi dividida em três etapas. A
primeira com duas atividades: uma caixa, simulando um vaso de planta com endomicorriza,
com o cartaz “pega na micorriza”. Na segunda caixa, havia uma câmara escura com fotos de
fungosmicorrízicos, estimulando a fase operatório concreto proposto por Piaget. Na segunda
etapa, visando o operatório formal, disponibilizamos um microscópio óptico com uma raiz com
micorriza e um microscópio estereoscópico apresentando um esporo germinado. Na terceira
etapa, com enfoque nos estágios sensório motor e pré-operacional para os alunos da
educação infantil, criamos um mascote chamado “Glominhomicorriza” a fim de aproximar a
realidade infantil. O nome “Glominho” teve como modelo o nome do filo
Glomeromycota, este filo engloba os fungos micorrízicosarbusculares. A proposta, da oficina
nesta etapa, era estimular com que as crianças com idade inferior a 10 anos pudessem
concretizar (sedimentar/fixar) tudo que havia aprendido e desta forma as crianças eram
desafiadas a montar um desenho (ou em massa de modelar ou no papel) de uma árvore com o
fungo. A oficina com jogo da memória e quebra-cabeça ajudavam as crianças a assimilarem o
conteúdo ministrado de forma que os nomes mencionados estavam dispostos como peças do
jogo. Todos os resultados esperados foram vistos ao longo da exposição do trabalho.
Conseguimos utilizar os métodos de estágios de desenvolvimento cognitivo proposto por Jean
Piaget, mostrando a importância da educação ambiental.
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SELEÇÃO DO POTENCIAL ALIMENTÍCIO DO GÊNERO DIOSCOREA L.
Teixeira, G.G.¹; Boscolo, O.H.²; Couto, R.S.³
1Graduanda em Ciências Biológicas nas Faculdades Integradas Maria Thereza (FAMATH). 2Professora Adjunta, Universidade Federal Fluminense-Departamento de Biologia geral/Setor
de Botânica. 3Doutorando, Museu Nacional, UFRJ. ([email protected])
O Brasil abriga a maior biodiversidade do planeta e muitas espécies ainda são desconhecidas
para a Ciência. Apesar desta riqueza, a maior parte das atividades econômicas nacionais se
baseia em espécies exóticas. Existem poucos estudos a respeito das espécies vegetais
ocorrentes no país, um exemplo é a família Dioscoreaceae (R. Br.) Lindley, que possui cerca
400 espécies com distribuição pantropical e com algumas espécies da região temperada.
Especificamente o gênero Dioscorea, ocorre em cerca de 25% do total das espécies da família
nas Américas e 50% deste gênero ocorrem no Brasil com 130 espécies. Conhecidas
popularmente como cáras ou inhames, as plantas dessa família apresentam um grande
potencial econômico ainda pouco explorado, além de um nutritivo sistema subterrâneo que é
utilizado como fonte de alimento por boa parte da população. Este trabalho teve o objetivo de
selecionar espécies da família Dioscoreaceae que possuam potencial alimentício. Para isso foi
realizada uma pesquisa bibliográfica em trabalhos etnobotânicos e taxonômicos que
continham citações sobre a família Dioscoreaceae. Após este procedimento foram
selecionadas 15 espécies: D. bulbifera, D. campestris, D. cinnamomifolia, D. coronata, D.
dodecaneura, D. laxiflora, D. leptostachya, D. monadelpha, D. olfersiana, D. ovata, D.
piperifolia, D. sinuata, D. stegelmanniana, D. substrata e D. therezopolensis. Estas espécies
apresentaram tamanho e peso dentro da faixa de tubérculos tipo exportação, que consiste em
tubérculos com tamanho entre 20 e 30 cm, pesando entre 1,5 e 2,0 kg. Estas espécies estão
sendo plantadas e seu ciclo sendo observado, posteriormente serão submetidas a exames
fitoquímicos e bromatológicos que ratifiquem seu potencial alimentício.
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ESPÉCIES NATIVAS DO CERRADO: UMA ABORDAGEM SOBRE O POTENCIAL ECONÔMICO
Emérito, I.L1, Azevedo, J.C.B.T2 , Almeida, L.C2, Macedo, L.B2, Paiva, D.C2, Santos, N.A2
1Estudante de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução (PPGEE),
Laboratório de Ecologia Vegetal (LEV), Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (IBRAG),
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). 2Estudante de Graduação em Ciências
Biológicas, Laboratório de Ecologia Vegetal (LEV), Instituto de Biologia Roberto Alcântara
Gomes (IBRAG), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
O bioma Cerrado é reconhecido por sua elevada diversidade de espécies vegetais e possui
elevado potencial econômico, embora informações sobre a utilização dessas espécies ainda
sejam escassas. Esse potencial econômico do aparece sob a perspectiva de potencial
alimentar, madeireiro, forrageiro, medicinal, ornamental e combustível. O conhecimento do
potencial das espécies nativas é um aspecto fundamental ao planejamento de ações de
conservação da biodiversidade e extrativismo vegetal sustentável. O Parque Nacional de Sete
Cidades (PN7C) possui 6.221,48 hectares e localiza-se na área dos biomas avaliados pelo
Workshop sobre Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade do Cerrado e do
Pantanal, como uma das áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade. Foram
realizadas 77 entrevistas semiestruturadas, através da aplicação de formulários aos residentes
das comunidades locais situadas na área de Cerrado no entorno do PN7C (04º 02’- 08’S e 41º
40’ - 45’W) no município de Brasileira, Piauí, com objetivo de contribuir para a diminuição da
carência de dados locais e subsidiar o manejo sustentável local. Com as informações obtidas
identificou-se a categoria de uso de cada uma das espécies nativas citadas. Das 41 espécies, 20
foram indicadas como utilizadas na alimentação humana, 19 espécies foram citadas para a
categoria de uso medicinal, cinco espécies para a categoria alimentícia animal e quatro para a
categoria madeireira, sendo que uma mesma espécie nativa pôde ser citada para mais de um
uso. Esta ampla utilização das espécies nativas destaca a necessidade de um maior
conhecimento sobre sua biodiversidade, para ser utilizada a contento pelas comunidades
locais, e da importância da preservação de áreas naturais, antes que o desmatamento finalize
o processo de degradação corrente no Cerrado. Dessa maneira, pretende-se aqui colaborar
para a preservação desse bioma, contribuir para melhorar a qualidade de vida da população
local e reforçar a fixação do homem no campo.
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ANALISE DE SANIDADE DE SEMENTES DE GENIPA AMERICANA L. E CEDRELA ODORATA L.
MANTIDAS EM ARMAZENAMENTO.
Vilela, A.C.M.1,4, Sousa, L.K.O.2,4, Carvalho, A.A.J3,4, Andrade, A.C.S.3,5
1Bióloga/Mestranda. 2Bióloga. 3Professor/pesquisador. 4Instituto de Pesquisas Jardim Botânico
do Rio de Janeiro. Laboratório de Micologia. 5Laboratório de Semente.
Com o aumento das áreas degradadas devido à exploração humana, políticas de restauração
da vegetação vêm sendo implantadas e, para isso, há necessidade de oferta de sementes e
mudas saudáveis, viáveis e sem a presença de organimos patogênicos. As especies Cedrela
odorata L. (cedro rosa) e Genipa americana L. (Jenipapo) são amplamente utilizadas em
projetos de restauração devido a seu potencial comercial e rápido crescimento das mudas. A
análise sanitária de sementes armazenadas são fundamentais, pois a adequada conservação ex
situ das espécies também depende de sementes livres de patógenos. Com o objetivo de
determinar o seu estado sanitário, sementes armazenadas por um ano no Banco de Sementes
do JBRJ foram distribuidas em recipientes desinfestados, 10 réplicas de 10 sementes de C.
odorata, e quatro réplicas de 25 sementes de G. Americana. O substrato utilizado foi de papel
mata-borrão (duas folhas) embebecido em água destilada esterilizada. As sementes foram
incubadas por sete dias em câmara de germinação com temperatura de 25ºC e fotoperíodo de
12 horas. Os resultados demonstraram as seguintes espécies de fungos e suas respectivas
porcentagens de contaminação: Penicillium spp. (73%), Cladosporium sp. (48%),
Macrophomina sp. (23%), Pestalotia sp. (16%), Phoma sp. (11%), Curvularia lunata (4%),
Phomopsis sp.(5%), Aspergilus sp. (4%), Alternaria alternata (3%) e Pithomyces sp. (1%) em C.
odorata e Penicillium sp (96%) e Chaetomium sp. (1%) em sementes de G. americana. Conclui-
se que as sementes de G. americana não apresentam fungos além dos de armazenamento e
que as sementes de C. odorata apresentam uma variedade de fungos de tanto tipicamente de
campo quanto de armazenamento, alguns potencialmente patogênicos a espécie.
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PLANTAS QUE CURAM O CORPO E A ALMA
Boscolo, O.H.1, Rocha, J.A. 2
1Professora adjunta. Universidade Federal Fluminense–Departamento de Biologia Geral/Setor
de Botânica. 2Professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro/IFRJ.
A utilização de plantas combina uma série de fatores, mostrando a interdependência entre o
homem biológico, social e cultural. Estudos etnobotânicos enfrentam a difícil tarefa de
organizar as informações sobre o uso de plantas, por comunidades tradicionais, em categorias
com base nas referências culturais das próprias comunidades. Para algumas comunidades a
distinção entre corpo e alma não existe e uma linha tênue é desenhada entre a categoria
medicinal e a espiritual, como visto na comunidade tradicional do Quilombo São José da Serra.
O objetivo deste trabalho é apontar a importância da valorização da abordagem êmica quando
se trata da categorização de uso das plantas. O Quilombo São José da Serra é uma das mais
antigas comunidades quilombolas do Estado do Rio de Janeiro/Brasil. Para obtenção dos dados
acerca das plantas por eles indicadas como medicinais foram executadas técnicas usuais em
etnobotânica. Foram citadas 125 plantas, para as quais as categorias êmicas de tratamento
“banho”, “defumador”, “benzer” e “simpatia” foram uma constante, e equivaleram a 28% das
indicações medicinais. Algumas plantas foram referenciadas como para “tirar a energia
espiritual ruim”, tendo essa indicação uma relação com, por exemplo, “cansaço”, “mau
olhado”, “inveja” e “dor no corpo”, ou seja, indistintamente, tratar o corpo e a alma, para essa
comunidade, faz parte da mesma cosmologia. Para as comunidades de religião afro-brasileiras,
as plantas são instrumentos de cura utilizados pelos guias espirituais. Tanto o guia trabalha
com suas ervas específicas, quanto o paciente é atendido de acordo com seu estado
físico/espiritual geral. A ambiguidade das utilizações para fins medicinais e espirituais mostra a
complexidade das categorias nativas. Apesar dos avanços científicos, essas categorias, que
fazem parte das estruturas de crenças e representações dessas comunidades, não
desaparecem. São necessários estudos mais aprofundados sobre a classificação dessas
categorias e seus significados, para maior valorização de suas potencialidades.
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FITOSSOCIOLOGIA E ANTRACOLOGIA EM CARVOARIAS HISTÓRICAS: DESENVOLVIMENTO DE
UMA METODOLOGIA DE CAMPO
Patzlaff, R.G.1,2, Oliveira, R.R.3, Scheel-Ybert, R.1,4, Araujo, D.S.S.5
1Laboratório de Arqueobotânica e Paisagem, Departamento de Antropologia, Museu Nacional,
Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em
Ciências Biológicas, Botânica, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro
([email protected]). 3Professor e Pesquisador, Programa de Pós-Graduação em Geografia
PUC-Rio. 4Professora e Pesquisadora, Programa de Pós-Graduação em Arqueologia, Museu
Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 5Professora e Pesquisadora, Programa de
Pós-Graduação em Botânica, Escola Nacional de Botânica Tropical, Jardim Botânico do Rio de
Janeiro.
O carvão vegetal é uma das principais evidências da alteração de paisagens por populações
humanas e seu estudo é o objetivo da antracologia. Em regiões tropicais ainda são poucas as
pesquisas envolvendo a análise antracológica de carvoarias como fonte de dados
paleoecológicos para a reconstituição da história das florestas modernas. As carvoarias são
consideradas adequadas para a reconstituição ambiental sendo a premissa básica que permite
essa interpretação a coleta exaustiva e não-seletiva de madeira na área da carvoaria: os
carvoeiros costumam abater todas as espécies lenhosas acessíveis nas proximidades da
carvoaria, inclusive as que são valorizadas para outros fins. Trabalhos recentes sugerem que no
Rio de Janeiro houve uma intensa e contínua produção de carvão, desde, pelo menos, o início
do século XVIII até a década de 1940, sendo sítios de carvoarias históricas bem comuns nas
encostas florestadas. Para compreender a influência da produção histórica de carvão sobre a
formação das florestas foi necessário o desenvolvimento de um método de amostragem
fitossociológica para a vegetação atual sob influência das carvoarias, a fim de comparar essas
espécies com aquelas encontradas nas análises antracológicas. O método foi baseado em
informações sobre a forma de trabalho dos carvoeiros no Maciço da Pedra Branca disponíveis
na tradição oral e nos poucos trabalhos disponíveis: assumiu-se que uma área com 0,56ha em
semicírculo, com raio de 60m, cujo centro corresponde à carvoaria, localizado a montante da
mesma (muitas carvoarias encontradas localizam-se no eixo de drenagem), seria suficiente
para a extração de madeira. Neste semicírculo, foi amostrada uma área total de 0,15ha,
aproximadamente 26,8% da área máxima explorada pelos carvoeiros, através da instalação de
15 parcelas (100m² cada). Espera-se que a amostragem fitossociológica conseguida através da
aplicação deste método seja representativa da área explorada pelos carvoeiros, para que os
resultados sejam efetivamente comparados com os resultados antracológicos.
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SELEÇÃO DAS ESPÉCIES PRIORITÁRIAS PARA A FORMAÇÃO DE CORREDORES FLORESTAIS NA
FAZENDA DO INSTITUTO VITAL BRAZIL EM CACHOEIRAS DE MACACU
Pilla, T.P.¹, Silva, J.G.2, Cunha, L.E.R.³, Soares Filho, J.M.4, Lemos, B.L.5
1Biólogo, Instituto Vital Brazil. 2Prof. Associado IV, Depto de Biologia Geral/UFF e
Coordenadora do Laboratório Horto-Viveiro. 3Médico Veterinário, Diretor Científico/IVB. 4Engenheiro Florestal, INEA/DIBAP/GESEF. 5Biólogo, INEA/DIBAP/GESEF/SEADA.
A Fazenda Vital Brazil encontra-se no Km 35 da estrada RJ-122, na localidade de Lugarejo
Ambrósio/Cachoeiras de Macacu, entre as coordenadas 22°30'42.86"S 42°42'51.27"O.
Inaugurada em 28 de abril de 2010, seu principal objetivo é a criação de equinos utilizados no
processo da obtenção de plasmas como insumo farmacêutico ativo (IFA) à produção de soros
hiperimunes. Possui 17 alqueires (79 ha), sendo 20 ha de mata preservada na vertente
atlântica da Serra do Mar, dentro da Floresta Ombrófila densa (stricto sensu), em um relevo
variando de 30 a 110 m.n.m., com pequenas elevações tipo meia laranja. Segundo a
classificação de Köppen, enquadra-se no clima do tipo Af (tropical úmido). Encontra-se
próximo a importantes unidades de conservação (Reserva Ecológica de Guapiaçu, Parque
Estadual dos Três Picos). O objetivo do trabalho é a seleção de espécies prioritárias à
recuperação de áreas degradadas e de preservação permanente na formação de corredores
florestais ligando os principais fragmentos de mata da região. Foram selecionados 16 ha para
recuperação, incluindo as áreas de preservação permanente (mata ciliar, topo de morro,
encosta e nascente) para formar 5 corredores e ligar 4 fragmentos no entorno da fazenda,
contemplando diversas situações ecológicas e níveis de degradação observados. Com base em
conceitos de restauração ecológica de ecossistemas, adaptados às condições e recursos locais,
foram adotados diversas técnicas respeitando a sua capacidade de resiliência, distribuindo as
espécies por nucleação ou enriquecimento, associadas à transposição de serrapilheira. Foram
selecionadas 60 espécies para uso conforme suas necessidades ecológicas (solo, umidade,
luminosidade) e síndrome de dispersão (anemo-zoo-autocórica), distribuídas em diversos
grupos sucessionais (pioneira, secundarias e climácicas) conforme a Resolução CONAMA no
06/94. Priorizaram-se as espécies “bagueiras” (atrativas a fauna), de grande plasticidade
ecológica ou ameaçada de extinção. Foi identificado uma diversidade expressiva de espécies
dos diversos estágios de regeneração, potenciais a restauração de áreas antropizadas.
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SINCRONIA DE FLORES EM ESPÉCIES DE INSELBERG
Peixoto, A.C.R.1,3, Klein, D.E.2,3
1Estudante de graduação. 2Professora. 3Depto de Botânica/ IBIO /Universidade Federal do
Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). ([email protected])
Existem poucos trabalhos que avaliam aspectos reprodutivos das plantas sob as condições
desafiantes em inselbergs. O objetivo deste estudo foi observar se houve sincroniaem termos
da presençade flores em diferentes espéciesna borda de moitas de inselberg do morro da
Urca. O trabalho de campo foi realizado entre novembro de 2012 e julho de 2013, na pista
Claudio Coutinho e no Costão do Pão de Açúcar, Urca, RJ.As moitas analisadas estão
distribuídas em 13 áreas. Nestas áreas foiverificada,uma a duas vezes por mês(ao todo foram
15 visitas) a fenologia de floração para as12 espécies mais frequentes.A presença de flores foi
usada para o cálculo do índiceda sincronia(Z) na amostragem da população, proposto por
Auspurger. Foi observada a presença constante de flores em todas as visitas ao campo, nas
quais apenas uma área não exibiu flores em somente um dia de visita. As análises fenológicas
indicam que: cinco das 12 espécies apresentaram flores em todas as observações;seis
possuíam flores entre 14-7 dias; e uma apresentou flores em apenas quatro dias. As quatro
espécies com o maior índice de sincronia estão entre as que exibiram flores em todas as visitas
(Z entre 0,78 e 0,9). As sete espécies que apresentaram índices medianos de Z (entre 0,34 e
0,64) exibiram flores entre 15-7 dias. A única espécie com valor de Z próximo de zero(Z=0,02)
exibiu flores em apenas quatro dias. Os dados obtidos indicam que há uma relação, ainda que
não seja direta, entre o número de dias em que cada espécie exibiu flores e a sincronia da
presença de flores entre as áreas amostradas. As 12 espécies acompanhadas pertencem a
diferentes grupos taxonômicos, de forma que variações nos aspectos fenológicos podem ter
relação com a evolução dos diferentes grupos.
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102
CHUVA DE SEMENTES NA AVALIAÇÃO DE PLANTIOS DE RESTAURAÇÃO ECOLÓGICA
Mendonça, C.M.1,2, Ferreira, L.A.2, Carrião, J.S.2, Oliveira, J.S.2, Silva, J.P.2, Zamith, L.R.3
1Bolsista FAPERJ (E-26/100.798/2013) ([email protected]). 2Alunos de graduação em
Ciências Biológicas da Universidade Federal Fluminense. 3Professor e pesquisador - Laboratório
de Ecologia Animal e Vegetal (LEAV) – Departamento de Biologia Geral - Universidade Federal
Fluminense
A chuva de sementes é um dos processos ecológicos que garantem a futura regeneração
natural numa comunidade vegetal e a proporção entre as síndromes de dispersão e a
similaridade entre as espécies de dossel e da chuva de sementes são alguns dos atributos
utilizados para avaliar seu estágio sucessional. Foi realizado um levantamento bibliográfico de
artigos sobre a chuva de sementes em florestas com os objetivos de caracterizar os métodos
comumente empregados; sistematizar os resultados obtidos principalmente levando em conta
os atributos de densidade de sementes, riqueza de espécies, representatividade das síndromes
de dispersão e dos diferentes grupos sucessionais. A maioria dos estudos teve a duração de
um ano, sendo as sementes coletadas mensalmente. Foram comparadas florestas em estágio
sucessional avançado e clareiras com diferentes idades após a ocorrência do distúrbio, área de
pastagem, borda e fragmentos florestais, fragmentos de diferentes tamanhos e plantios de
restauração com diferentes idades e com diferentes espécies. A riqueza e densidade de
espécies na chuva de sementes variaram bastante nos diferentes estudos (19 – 61 espécies
amostradas e 67,4 – 1670 sementes.m-².ano-1). A densidade da chuva de sementes foi maior
em áreas recentemente perturbadas devido ao maior aporte de sementes anemocóricas,
porém a riqueza destas áreas tende a ser mais baixa. Sementes de espécies arbóreas
predominaram, porém este resultado pode ter sido influenciado pela utilização de malhas de
cerca de 1 mm nos coletores, o que não retém sementes de gramíneas e herbáceas. Foi
observado um maior número de espécies zoocóricas em áreas de estágio sucessional avançado
e em plantios de restauração com mais idade. Sementes de espécies pioneiras foram mais
abundantes. Os padrões observados possibilitam a utilização da chuva de sementes como um
dos processos ecológicos a serem investigados na avaliação do sucesso de plantios de
restauração ecológica.
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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário
103
SISTEMA REPRODUTIVO DE LOPHOGYNE LACUNOSA (PODOSTEMACEAE)
Silva, I.C.¹, Koschniztke, C.², Bove, C.P.²
1Mestranda do Programa em Pós-graduação em Ciências Biológicas (Botânica) - Museu
Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2Professora do Departamento de Botânica -
Museu Nacional/Universidade Federal do Rio de Janeiro. ([email protected]).
Lophogyne lacunosa é endêmica do domínio Mata Atlântica e restrita ao Espírito Santo, Minas
Gerais e Rio de Janeiro. Suas flores são solitárias com 2-5 tépalas, os estames variam de 1-4,
apresentam dois estigmas planos e livres com margem irregularmente dentada. O estudo foi
realizado no Rio São Pedro, Frade, Macaé-RJ, nos meses de junho a agosto/2012. Para os
experimentos do sistema reprodutivo, cada rocha foi considera um indivíduo e os tratamentos
que exigiram ensacamento foram realizados com sacos plásticos de 100L e mantidos até o final
da antese. Foram realizados cinco tratamentos: controle (n=20); autopolinização manual
(n=22); polinização cruzada manual (n=42); apomixia (26) e polinização cruzada natural (n=51),
onde as anteras foram retiradas e o indivíduo não foi ensacado. Os frutos resultantes foram
quantificados e são apresentados em porcentagem. As flores de Lophogyne lacunosa
apresentam protoginia incompleta, isto é, os estigmas estão receptíveis antes da abertura das
anteras e se mantém assim durante toda a fase masculina. A autopolinização espontânea
ocorre com o início da deiscência das anteras devido à proximidade com um dos estigmas.
Subtraindo-se a porcentagem de frutos formados pela polinização cruzada natural (12%) e do
controle (78%), obtém-se 66% de frutos, sendo a maioria deles provavelmente provenientes
de autopolinização natural. No tratamento de polinização cruzada a porcentagem de frutos
formados (57%) foi maior que na autopolinização manual (31%). Ressaltando que a apomixia
existe (31%), é provável que todos os resultados dos outros tratamentos apresentem
sementes apomíticas. A autopolinização natural predomina no sistema reprodutivo de
Lophogyne lacunosa e a polinização cruzada natural ocorre, porém é inexpressiva. A produção
de frutos por apomixia é maior do que a por polinização cruzada natural. (Agradecimentos:
CAPES e CNPq)
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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário
104
SÍNDROME DE DISPERSÃO EM UMA ÁREA DE CERRADÃO, PIAUÍ, BRASIL
Lima, A.S1; Emérito, I.L2; Azevedo, J.C.B.T 3; Almeida, L.C 3; Macedo, L.B3 ; Paiva, D.C3; Santos,
N.A2
1Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente, Universidade Federal do Piauí (UFPI). 2Estudante de Doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução (PPGEE),
Laboratório de Ecologia Vegetal (LEV), Instituto de Biologia Roberto Alcântara Gomes (IBRAG),
Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). 3Estudante de Graduação em Ciências
Biológicas, Laboratório de Ecologia Vegetal (LEV), Instituto de Biologia Roberto Alcântara
Gomes (IBRAG), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)
O cerrado apresenta elevada diversidade vegetal, entretanto, constitui em um dos Biomas
mais ameaçados do mundo. Para tanto se faz necessário estudos que visam os aspectos
ecológicos deste tipo de vegetação. A análise de síndrome de dispersão é de fundamental
importância no planejamento para a conservação, sendo um dos aspectos que influenciam a
probabilidade de uma espécie colonizar um determinado ambiente. Para a análise das
síndromes de dispersão utilizou-se um levantamento florístico realizado na Fazenda Campeira
(07°02’ S e 43° 39’ W), inserida no município de Jerumenha, pertencente à microrregião de
Floriano. A vegetação analisada foi caraterizada como cerradão. Para a classificação das
síndromes da flora encontrada foi utilizada a terminologia de van der Pijl (1982), na qual as
espécies podem ser enquadradas em zoocóricas (dispersão por vertebrados), anemocóricas
(dispersão por vento) e autocóricas (autodispersão) de acordo com os dados disponíveis na
literatura. Foram analisada 54 espécies, destas apenas duas não forma classificadas de acordo
com a literatura Vitex sp e Pterodon abruptus (Moric.) Benth. A maior parte das espécies
apresentou a dispersão zoocórica, este é um padrão observado em áreas de cerrado. Ainda
ressalta-se que o elevado número de espécies com este padrão revela a estreita relação entre
plantas e animais, através da influencia destes sobre a flora local. A proporção de espécies
anemocóricas está dentro do intervalo encontrado para áreas de cerrado 26,7% a 38,7%.
Destacam-se as famílias Bignoniaceae e Fabaceae, neste estudo como as de maior número de
espécies com este tipo de dispersão. Apenas duas espécies deste levantamento foram
caracterizadas como autocóricas (Dimorphandra gardneriana Tul., Stryphnodendron coriaceum
Benth.). A pequena ocorrência de espécies autocóricas no cerrado já era esperada, por ser
umas das síndromes de dispersão. Destaca-se a importância da avaliação das síndromes com a
perspectiva de conservação, uma vez que os animais são os dispersores se maior ocorrência na
área, revelando que a conservação da flora refletirá na conservação da fauna local.
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11 a 14 de setembro de 2013 Sumário
105
ESTUDO DESCRITIVO DO ESTRATO INFERIOR DE COMUNIDADES FITOBENTÔNICAS COMO
BASE PARA A AVALIAÇÃO DO IMPACTO DA CENTRAL NUCLEAR ALMIRANTE ÁLVARO
ALBERTO (RIO DE JANEIRO, BRASIL)
Fonseca, L.R.1, Széchy, M.T.M.2
1Estudante de graduação. 2Professora Associada. Departamento de Botânica do Instituto de
Biologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. ([email protected])
Comunidades fitobentônicas são amplamente utilizadas na avaliação da qualidade do
ambiente marinho costeiro. Geralmente é enfocado o estrato superior destas comunidades.
Na Baía da Ilha Grande (BIG), em comunidades da região sublitorânea, o estrato superior é
comumente dominado pela alga parda Sargassum, considerada espécie engenheira. Com a
crescente interferência antropogênica no ambiente marinho da BIG, é necessário o
conhecimento sobre a estrutura das assembleias de macroalgas do estrato inferior, que
poderá passar a dominar se o estrato superior diminuir em função da poluição. Este trabalho
visou descrever o estrato inferior em comunidades do costão rochoso de dois locais da BIG:
Ponta do Arame (I), (n=5), submetido ao efluente líquido da Central Nuclear Almirante Álvaro
Alberto (CNAAA) e Ilha de Itanhangá (R), (n=5), não submetido a este efluente. As amostras
foram obtidas no verão de 2008 através da raspagem de quadrados (30x30 cm), dispostos
aleatoriamente ao longo de 10 m, a cerca de 2 m de profundidade. As amostras foram triadas
à lupa; as macroalgas foram separadas e agrupadas por tipo morfológico; identificadas e a
frequência relativa das espécies calculada. Foram identificadas 44 espécies (7 Chlorophyta, 8
Phaeophyceae e 29 Rhodophyta) em I e 34 espécies (5 Chlorophyta, 7 Phaeophyceae e 22
Rhodophyta) em R. A maior homogeneidade com relação a composição de espécies ocorreu
em I. O grupo morfológico com maior riqueza de espécies foi o das filamentosas, sendo o
grupo das macrófitas coriáceas o de menor riqueza de espécies. Amphiroa fragilissima, Jania
adhaerens, J. capillacea, Asparagopsis taxiformis e Ceratodictyon variabile foram as mais
frequentes nos dois locais. O grupo das calcárias articuladas apresentou o maior número de
espécies com frequência relativa igual a 100%, e representa o mais importante formador de
habitat no estrato inferior. A maior riqueza de espécies em I concorda com a Hipótese do
Distúrbio Intermediário. (Apoio financeiro: FAPERJ)
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106
ASSOCIAÇÕES AMBIENTAIS ENTRE A FAMÍLIA IRIDACEAE E OS CAMPOS MONTANOS
Costa, L.M.¹,², Medeiros, D.1,3 , Senna-Valle, L.1,4
1Laboratório de Taxonomia e Etnobotânica, Departamento de Botânica – Museu
Nacional/UFRJ. 2Mestranda – Museu Nacional/UFRJ. 3Pesquisadora Colaboradora – Museu
Nacional/UFRJ; Pós-Doutoranda – Universidade Federal de Goiás (UFG). 4Professora Associada
– Museu Nacional/UFRJ ([email protected])
Iridaceae Juss. possui distribuição cosmopolita, com cerca de 70 gêneros e 1.750 espécies, com
grande representação em regiões tropicais e subtropicais, sendo o sul da África o maior centro
de diversidade, seguido pela América do Sul. No Brasil ocorrem 19 gêneros e cerca de 160
espécies, sendo dois gêneros endêmicos, Pseudotrimezia R.C.Foster e Pseudoiris Chukr & A.Gil.
A família destaca-se em três regiões para distribuição de espécies: a Floresta Atlântica, o
Cerrado e os campos do sul. Um levantamento bibliográfico sobre a família e sobre
ecossistemas montanos foi realizado utilizando literatura especializada, em sites de busca de
artigos on-line e sites específicos de taxonomia com o objetivo de obter dados de fatores
bióticos e abióticos relevantes para o estudo. O exame dos materiais de herbário são aqueles
provenientes do acervo dos herbários HB, R, RB, RFA. Foram comparadas sete áreas de campo
de altitude e seis de campo rupestre em relação à altitude, precipitação, temperatura e tipo de
solo. De acordo com o levantamento feito, a média de temperatura é bem similar, em torno de
18C°, e a precipitação das áreas de campo de altitude é maior, com média de 2500 mm/ano.
Seis áreas apresentam quatro gêneros da família, e nas outras áreas o número varia de 2 a 6
gêneros. O número de espécies é bem variável, ficando entre duas ou 18 espécies. O tipo de
solo parece não influenciar a maior parte das espécies ocorrentes, pois a maioria ocorre nos
dois ambientes. A família se limita na maioria das vezes a altitudes acima de 800 metros e sua
floração em grande parte das espécies ocorre no verão, o que demonstra uma homogeneidade
em Iridaceae. São necessários mais estudos sobre a família que possui grande potencial
ornamental não explorado nas espécies nativas, principalmente em ambiente montanos, ainda
pouco estudados. (CAPES)
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107
FREQUENCIA DE HEMIBELESIAPALMAE (HEMIPTERA, DIASPIDIDAE) EM FOLHAS DE
ASPLENIUM SERRATUM L. (ASPLENIACEAE)
Santos, M.G.1, Barreto, M.B.2, Coutinho, R.L.M.2, Ribeiro, G.M.2, Wolff, V.R.S.3
1Professor/Pesquisador, Faculdade de Formação de Professores-UERJ. 2Estudante de
Graduação, Faculdade de Formação de Professores-UERJ. 3Pesquisadora, Laboratório e Museu
de Entomologia, Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária – FEPAGRO, Rio Grande do Sul.
As interações entre insetos e samambaias são relativamente menos estudadas se comparadas
com as interações entre insetos e angiospermas. Os insetos popularmente conhecidos como
cochonilhas se alimentam sugando a seiva de plantas. Hemibelesia palmae (Cockerell, 1893) é
um Diaspididaepolífago que ocorre em 119 hospedeiros, sendo esse o primeiro registro em
uma espécie de samambaia – Asplenium serratum L. (Aspleniaceae). O objetivo do trabalho foi
avaliar a frequência de H. palmaeem diferentes estágios foliares de A. serratum. Folhas férteis
e estéreis (FE) foram coletadas no Parque Estadual da Serra da Tiririca. As folhas férteis foram
divididas em relação ao seu grau de desenvolvimento em folhas férteis com esporângio no
início do desenvolvimento (FFID), folhas férteis com esporângios maduros e moderada
liberação de esporos (FFLM) e folhas férteis com esporângios maduros e intensa liberação de
esporos (FFLI). A área foliar foi determinada por meio de regressão linear. Todas as
cochonilhas foram contabilizadas, sendo anotadas a sua localização na folha (soro ou fora do
soro). As exsicatas foram depositadas no Herbário da Faculdade de Formação de Professores
da UERJ (RFFP) e as lâminas permanentes de Coccoidea foram depositadas no Museu de
Entomologia da FEPAGRO – Rio Grande do Sul. A média de cochonilhas nos soros foi de zero
(FFID), 28±2,5 (FFLM) e 998±48,23 (FFLI). A densidade de cochonilhas por soros foi de 0 (FFID),
0,069±0,246 (FFLM) e 8,754±24,11 (FFLI). O número médio de cochonilhas fora do soro foi de
0,142±0,349 (FFID), 25±1,04 (FFLM) e 129±6,33 (FFLI). A densidade de cochonilhas por área
foliar (cm2) foi de zero (FE), 0,0002±0,0005 (FFID), 0,002±0,006 (FFLM) e 0,031±0,094 (FFLI).
Os resultados indicam que as cochonilhas tempreferência em ocupar as folhas com
esporângios maduros e intensa liberação de esporos (FFLI). A coloração dos soros das folhas
nesse estágio de desenvolvimento é muito parecida com a escama das fêmeas de H. palmae,
sugerindo uma possível cripticidadedas cochonilhas.
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108
ALTERNATIVAS BIOLÓGICAS PARA RESTAURAÇÃO DE SÍTIOS DEGRADADOS À MARGEM DO
RIO DOS MACACOS MINIMIZANDO A LIXIVIAÇÃO DE SEDIMENTOS – RESULTADOS
PRELIMINARES.
Mendonça, M.B.B.P.¹, Macedo, J.R.², Pereira, T.S.3
1Graduando em Ciências Biológicas – UFF-IPJBRJ- IC-FAPERJ ([email protected]). 2Pesquisador - EMBRAPA Solos. 3Pesquisador Titular - Instituto de Pesquisas Jardim Botânico
do Rio de Janeiro – IPJBRJ
A Mata Atlântica no Rio de Janeiro se restringe hoje a 17% da cobertura original. Encravado
neste remanescente está o Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Dois importantes cursos d’água
atravessam o Instituto de Pesquisas do JBRJ: o riacho Iglesias e o Rio dos Macacos. Esse
trabalho objetiva estudar alternativas para remediar a erosão nas margensdo Rio dos
Macacos, para deter a vazão dos sedimentos que são lixiviados pela ação das águas do rio, em
decorrência da falta da vegetação marginal. Calathea cylindrica (Roscoe) K.Schum.
(Maranthaceae), planta herbácea nativa da Mata Atlântica,foi escolhida para o estudo devido
ao habito cespitoso, formando touceiras. Utilizou-se método do perfilhômetro para avaliar a
perda de solo pela ação das chuvas, combinados aseis parcelas permanentes de 6 m²
instaladas em calhas naturais de escoamento da água da chuva, no talude e no plano,na
margem do rio,onde 72 mudas foram plantadas;nestas o acúmulo de sedimento é
registrado,após a cada evento pluviométrico. As mudas estão sendo avaliadas, quanto à
sobrevivência e ao crescimento, a cada três meses. Como resultado preliminar,foi possível
observarque as mudas tiveram um melhor desenvolvimento notalude que no plano, o que
indica que a espécie parece se desenvolver melhor nos terrenos mais bem drenados a pleno
sol, como os do talude,evidenciado pelo maior crescimento das mudas e maior
desenvolvimento das touceiras. A precipitação foi muito baixa durante as mensurações, o que
explica a pouca variação nas leituras e a impossibilidade de ter resultados mais concretos. Os
resultados da análise granulométrica demonstram não haver diferenças, em termos de
proporção de areia, silte e argila entre as três parcelas para perda de solo.É possível ter uma
indicação, ainda que preliminar,da eficiência da espécie Calathea cylindrica à retenção de
sedimentos e diminuição de erosão. (Apoio: FAPERJ Nº de Processo APQ1E-26/110.384/2012)
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109
MARCAÇÃO DE MATRIZES FLORESTAIS NATIVAS, COLETA E BENEFICIAMENTO DE SEMENTES
PARA RESTAURAÇÃO DO CAMPUS FIOCRUZ DA MATA ATLÂNTICA, JACARREPAGUÁ, RJ.
Araujo, R.C.1,2, Andrade, L.G.1,2, Rajão, P.H.M., Abreu, A.V.G.1, Figueiredo, P.H.A.3; Martins,
M.S.F.1, Vanini, A.1; Sanmartin-Gajardo, I.1; Andrade, A.C.S.²
1Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). 2Instituto de pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
(JBRJ). 3Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). ([email protected]).
A sustentabilidade de um projeto de restauração ecológica está diretamente relacionada à
origem das sementes e à produção de mudas de boa qualidade e alta variabilidade genética.
Nesse contexto, a FIOCRUZ e o Laboratório de Sementes do JBRJ vêm desenvolvendo o
trabalho de marcação, coleta e beneficiamento de sementes florestais nativas. Essas sementes
são utilizadas para o abastecimento do Horto-Escola, visando à restauração da vegetação local
e o desenvolvimento de pesquisas. O projeto acontece no Campus Fiocruz da Mata Atlântica
(CFMA), localizado em Jacarepaguá, RJ. As áreas são visitadas semanalmente para seleção de
matrizes arbóreas, que são marcadas após avaliação das características de fuste, altura, DAP e
fitossanidade. Os indivíduos são georreferenciados, plaqueteados, e suas exsicatas
depositadas no Herbário do JBRJ (RB). Para as espécies selecionadas, pesquisas relativas às
melhores práticas de coleta, beneficiamento, conservação, características físicas e de
germinação estão em andamento. Foram marcadas cerca de 120 matrizes, sendo as mais
abundantes Euterpe edulis Mart., Tovomita leucanta (Schltdl.) Planch. & Triana e Coussarea sp.
Aubl. Cerca de 70% das matrizes apresentam altura superior 20m, o que exige o uso de
técnicas acrodendrológicas, além do uso de podões e lonas. A grande variação no tamanho e
formato dos frutos e sementes exigiu adaptação de técnicas para a sua coleta e
beneficiamento. Quando necessário, a embebição em água quente e a escarificação mecânica
foram os tratamentos mais usados para superação de dormência de sementes. Os resultados
demonstram que a baixa frequência de indivíduos adultos de espécies importantes para
restauração refletem o histórico de ocupação e a necessidade de proteção desta floresta
urbana. As informações produzidas estão sendo utilizadas na restauração da vegetação do
campus, nos projetos de produção de mudas e de semeadura direta, em desenvolvimento no
CFMA (Apoio: BNDES Mata Atlântica).
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110
RECUPERAÇÃO DE UM TRECHO DAS MARGENS DO RIO DOS MACACOS (JBRJ) COM ESPÉCIES DE
FRUTEIRAS SILVESTRES DA FLORA DA MATA ATLÂNTICA.
Mata, S.L.R.¹, Souza, U.C.2, Pereira, T.S.3
1Graduando em Ciências Biológicas – UFF- PIBIC JBRJ ([email protected]) 2Educador/ Centro
de Responsabilidade Socioambiental - Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro –
IPJBRJ 3Pesquisador Titular - Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro/ IPJBRJ.
Tendo em vista o cenário social e ambiental da região ao entorno do Rio dos Macacos, onde áreas
de importância ecológica foram desmatadas para construção de moradias acarretando danos a
biodiversidade, exposição do solo e desabamentos, foi observada a importância de um trabalho
de restauração da mata ciliar ali existente. O trabalho objetiva a recuperação da vegetação de um
trecho da mata ciliar na margem do Rio dos Macacos, através do plantio em quincôncio e
utilização de covas invertidas nas áreas de alagamento em uma área de 836m² contígua ao Horto
Florestal, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Para o plantio em quincôncio, utilizamos o
palmito, Euterpe edulis Mart. (Arecaceae), que vem se mostrando adequado para o
enriquecimento em áreas de vegetação secundária, e por se tratar de uma espécie de sombra,
será plantada no centro, sendo tutorada por mudas de fruteiras silvestres da Floresta Atlântica,
escolha feita por ser uma área de inclusão da comunidade do Horto. O plantio é de 1,5m entre
linhas e a 1,5m entre plantas de distância entre si. As covas invertidas, de maneira a proteger o
desenvolvimento das mudas do excesso de água, foram feitas pela mistura de areia e húmus com
30 cm de altura do solo e 60 cm de diâmetro nas regiões encharcadas. Pela observação do índice
de sobrevivência, feito semanalmente e registrado através de fotografias e contagens, vimos que
de 115 mudas de fruteiras plantadas antes do palmito, somente duas mudas (araçá e araticum)
sofreram avarias e morreram em 30 dias após o plantio, indicando um resultado favorável quanto
à utilização das covas invertidas, que apresentaram 100% de sobrevivência. Podendo se verificar
uma indicação de sucesso para o início da recuperação da mata ciliar da área utilizando os
métodos citados, o que nos leva a prosseguir com os mesmos. (Apoio: PIBIC – JBRJ e FAPERJ Nº de
Processo APQ1E-26/110.384/2012)
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111
FENOLOGIA REPRODUTIVA E POLINIZAÇÃO DE CORDIA SUPERBA CHAM. (BORAGINACEAE)
NA RESTINGA DE GRUMARI, RIO DE JANEIRO, RJ
Lopes, T.N.¹, Verçoza, F.C.²
1Aluna de graduação do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estácio de Sá, Rio de
Janeiro ( [email protected]). 2 Professor da Universidade Estácio de Sá.
Boraginaceae possui 130 gêneros e 2.500 espécies distribuídas nas regiões tropicais. O gênero
Cordia L. é o mais numeroso, contendo cerca de 400 espécies (100 ocorrentes no Brasil).
Cordia superba Cham. é uma espécie arbustiva ocorrente nos Estados de Minas Gerais, Rio de
Janeiro e São Paulo, habitando florestas ombrófilas e restingas. Este trabalho objetivou
estudar a fenologia reprodutiva e a polinização de C. superba na Restinga de Grumari, Rio de
Janeiro, RJ. A pesquisa foi iniciada em fevereiro de 2012 e teve duração de um ano. Foram
selecionados seis indivíduos adultos com uma distância mínima de dois metros entre eles. As
observações fenológicas foram realizadas em intervalos quinzenais. Dez flores foram
examinadas para obtenção de dados morfométricos. O comportamento dos visitantes florais
foi observado em campo em diferentes horários do dia (esforço amostral de 260h). A espécie
apresentou floração contínua, anual e com duração prolongada, com maior intensidade nos
meses de janeiro a maio. De junho a novembro houve diminuição no número de botões florais
e flores, em contrapartida, esse foi o período em que apresentou frutos maduros. As flores
são diurnas, brancas e nectaríferas, medem cerca de 6 cm de comprimento e 4,8 cm de
diâmetro. Recebem unicamente visitas de insetos, sendo três espécies de abelhas e três de
borboletas. A abelha Bombus morio Swederus e as borboletas Phocides polybius Fabricius e
Urbanus dorantes Stoll se destacaram como polinizadores efetivos devido à intensidade de
visitas e em função da eficiência na deposição de pólen nos estigmas. As visitas autênticas
realizadas por esses animais caracterizam uma polinização entomófila para C. superba na área
estudada.
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112
AVALIAÇÃO DO EFEITO ALELOPÁTICO DO SOLO NAS ÁREAS COM INVASÃO DA ESPÉCIE
EXÓTICA INVASORA CASUARINA EQUISETIFOLIA L.
Zimmermann, T.G.1,4, Leal, L.L.2,4, Andrade, A.C.S.3,4
1Doutoranda do PPG em Botânica – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
(JBRJ). 2Estudante de graduação de Ciências Ambientais (UNIRIO). 3Pesquisador JBRJ. 4Laboratório de Sementes do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Este estudo teve como objetivo avaliar se o solo nas áreas com invasão da espécie exótica
Casuarina equisetifolia apresenta compostos alelopáticos que interferem na emergência e no
crescimento das espécies nativas. A espécie Clusia hilariana foi testada por ser uma planta
nativa da restinga, ecossistema em que ocorre grande invasão de C. equisetifolia. O
experimento foi montado em casa de vegetação e as sementes de C. hilariana foram semeadas
em caixas plásticas em três tipos de substrato: (i) solo de uma área com invasão de C.
equisetifolia; (ii) solo de uma área com invasão de C. equisetifolia com adição de carbono
ativado; (iii) solo de restinga no interior das moitas de vegetação. O carbono ativado foi
utlizado porque tem a função de remover compostos fenólicos e outros metabólitos
secundários. Cada tratamento teve cinco repetições com 25 sementes. A avaliação da
emergência da parte aérea foi realizada semanalmente durante dez semanas, e foi calculado a
porcentagem e a velocidade de emergência. Na décima semana foi medido o tamanho da
parte aérea e da raiz de 30 plântulas de cada tratamento. Foi utilizado o delineamento
inteiramente casualizado, com as médias comparadas pelo teste de Tukey (p<0,05). Não houve
diferença na percentagem e na velocidade de emergência entre os tratamentos. Já o
comprimento das plântulas do solo com casuarina foi menor significativamente em relação ao
solo com casuarina com adição de carbono ativado e solo de moita, assim, sugere-se que
algum composto químico possa ser o responsável por esta inibição. A parte aérea das plântulas
do solo de moita foram maiores significativamente que as plântulas do solo com casuarina e
do solo com casuarina com adição de carbono ativado. Desse modo, acredita-se que existam
compostos alelopáticos no solo das áreas com C. equisetifolia que possam afetar
negativamente o crescimento das espécies nativas.
Palavras-chave: espécie invasora, alelopatia, solo.
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113
AVALIAÇÃO DO EFEITO FÍSICO E QUÍMICO DA SERAPILHEIRA DE CASUARINA EQUISETIFOLIA
L. NA EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS DE CLUSIA HILARIANA SCHLTDL.
Zimmermann, T.G. 1,4, Leal, L.L. 2,4, Andrade, A.C.S. 3,4
1Doutoranda do PPG em Botânica – Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro
(JBRJ). 2Estudante de graduação de Ciências Ambientais (UNIRIO). 3Pesquisador JBRJ. 4Laboratório de Sementes do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Casuarina equisetifolia é uma espécie invasora nas restingas, onde a baixa riqueza e densidade
de espécies nativas em seu subdossel pode estar realacionada a densa camada de serapilheira
depositada sob os seus indivíduos. As questões desse estudo foram: (i) a serapilheira de C.
equisetifolia afeta a emergência de plântulas das espécies nativas? (ii) se o efeito da
serapilheira na regeneração natural for inibitório, sua origem é física e/ou química? Clusia
hilariana foi testada por ser uma espécie nativa que apresenta alto valor de importância na
restinga. Sementes de C. hilariana foram semeadas em caixas plásticas com substrato
vermiculita. Os tratamentos foram a adição de: (i) 69g e (ii) 138g de serapilheira; (iii) 69g e (iv)
138g de cerdas plásticas (efeito físico); extrato aquoso de serapilheira em (v) baixa
concentração (10%), (vi) alta concentração (20%) (efeito químico) e (vii) alta concentração com
carbono ativado; (viii) controle. Cada tratamento teve cinco repetições com 25 sementes. Cada
repetição foi umedecida semanalmente com 170 mL de extrato aquoso da serapilheira ou
água destilada, para tentar simular a umidade do solo encontrada na restinga. A emergência
da parte aérea foi avaliada semanalmente durante dez semanas, e foi calculada a porcentagem
e a velocidade de emergência. Foi utilizado o delineamento inteiramente casualizado, com as
médias comparadas pelo teste de Dunnett (p<0,05). A emergência do controle (73,6±12,8%)
foi significativamente maior em relação a serapilheira e cerdas plásticas com 138g (53,6±16,9 e
55,2±8,7%, respectivamente), mas em relação aos tratamentos com extratos aquosos não
houve diferença significativa. A velocidade de emergência em todos os tratamentos com
serapilheira e cerdas plásticas foi significativamente menor que o controle. Assim, o efeito
inibitório da serapilheira de C. equisetifolia na percentagem e na velocidade de emergência de
plântulas de C. hilariana é principalmente físico, sendo uma barreira mecânica ao
recrutamento das plântulas nativas.
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114
A GERAÇÃO DE SERVIÇOS AMBIENTAIS A PARTIR DA RESTAURAÇÃO DA MATA CILIAR NO
JARDIM BOTÂNICO DO RIO DE JANEIRO.
Melo, V.A.¹, Pereira, T.S. 2
1Mestrado Profissional Biodiversidade em Unidades de Conservação - Escola Nacional de
Botânica Tropical - IPJBRJ ([email protected]) 2Pesquisador Titular - Instituto de Pesquisas
Jardim Botânico do Rio de Janeiro - IPJBRJ.
Na Mata Atlântica (MA), no decorrer da colonização e exploração econômica, foram destruídas
extensas áreas da sua cobertura vegetal. Atualmente, desde ações antrópicas até as mudanças
climáticas, entre outros fatores, continuam a ameaçar a manutenção da sua biodiversidade.
Apenas cerca de 20% da área original da MA ainda estão cobertas com remanescentes de
vegetação nativa, mas apenas 7,3% destes fragmentos florestais possuem mais de 100 ha e se
encontram bem conservados. A restauração da MA tem importante papel sendo uma das
possibilidades de manejo, que pode minimizar os processos de degradação/fragmentação da
paisagem que afetam diretamente a biodiversidade, levando a melhoria dos serviços
ecossistêmicos. Projetos de pagamento por serviços ambientais vêm se difundindo
rapidamente no Brasil e muitas são as lições aprendidas por parte dos implementadores.
Serviços ambientais/ecossistêmicos são benefícios viabilizados para a sociedade, que resultam
do bom funcionamento dos ecossistemas, e podem ser: culturais, reguladores, de provisão ou
de suporte. Em uma área urbana, durante a restauração de um trecho degradado de mata
ciliar nos domínios do Jardim Botânico do Rio de Janeiro foram realizadas cinco ações de
manejo envolvendo 39 espécies nativas: plantio, replantio, enriquecimento e duas
semeaduras diretas (Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F.Macbr.). O
recobrimento/sombreamento (74%) da área antes degradada, explícita a prestação de serviços
reguladores e de suporte deste experimento. Serviços culturais são somados quando cerca de
80 aprendizes do Centro Socioambiental, estiveram envolvidos com as ações desse projeto,
durante os três anos, desenvolvendo sua capacitação através de atividades, que envolveram
desde a semeadura direta até os censos trimestais das mudas, fazendo da área do plantio uma
extensão da sala de aula. A restauração em áreas urbanas deve ser explorada em toda a sua
amplitude como ferramenta excepcional para provisão da melhoria dos serviços
ecossistêmicos. (Apoio: FAPERJ Nº de Processo APQ1 E-26/110.384/2012)
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IMPLANTAÇÃO DA CARPOTECA DO HERBÁRIO HPL – HERBÁRIO DO JARDIM BOTÂNICO
PLANTARUM
Campos-Rocha, A.1
1Estudante de Pós-graduação, Biologia Vegetal, Unicamp; Biólogo, Jardim Botânico Plantarum.
As carpotecas são coleções biológicas que representam importante suporte para as pesquisas
em diversas áreas da botânica, sendo especialmente úteis no registro, identificação e
caracterização de espécies. Significam também um valioso recurso para outras áreas da
ciência, como nos trabalhos de interação ecológica, antropologia ou arqueologia, destacando-
se também como ferramenta de apoio nos programas de educação ambiental. Estabelecida no
ano de 2011, a carpoteca do Jardim Botânico Plantarum é uma coleção associada ao herbário
HPL, cujo principal propósito é disponibilizar de maneira didática frutos de espécies arbóreas
nativas da flora brasileira. Os frutos secos que já se encontravam depositados no acervo do
herbário HPL foram identificados e etiquetados, e acondicionados em caixas de madeira de
diferentes tamanhos, conforme sua quantidade e dimensão. Nas caixas foi fixada uma etiqueta
com a identificação científica e o nome popular, acompanhados pelo número de tombamento.
Todas as amostras foram registradas em um banco de dados informatizado, e associadas a seu
número de tombo, constam informações como procedência, data de coleta, dados do coletor,
além de eventuais observações sobre a planta. Para os frutos coletados posteriormente
procurou-se constituir uma exsicata correspondente a ser depositada no herbário HPL.
Atualmente, a carpoteca dispõe de um acervo de 441 exemplares, pertencentes a 395
espécies, sendo mais de 95% (376) nativas. As famílias mais representativas são Fabaceae e
Bignoniaceae, em conjunto respondendo por aproximadamente 20% dos cadastros. Destes,
cerca de 75% (303) está identificado ao nível de espécie, porém pouco mais de 10% (40)
apresenta uma exsicata relacionada. A carpoteca, além de tornar viável o armazenamento de
material do Herbário HPL, em particular frutos e infrutescências coletados em larga
quantidade, excessivamente grandes ou pesados, já contribui com um grande número de
projetos de pesquisa e atividades educacionais desenvolvidas pela equipe do Jardim Botânico
Plantarum.
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TIPOS NOMENCLATURAIS DO HERBÁRIO DO JARDIM BOTÂNICO PLANTARUM (HPL) –
ARECACEAE
Campos-Rocha, A.1
1Estudante de Pós-graduação, Biologia Vegetal, Unicamp; Biólogo, Jardim Botânico Plantarum.
Tipos nomenclaturais são exsicatas utilizadas na descrição original de um táxon e selecionadas
pelo autor como sua permanente referência. Assim, tornam-se de grande importância para a
Botânica, sobretudo em áreas como a Taxonomia ou Sistemática. O herbário do Jardim
Botânico Plantarum (HPL) foi fundado em 2002 e atualmente conta com 13142 exsicatas
cadastradas, sendo 566 pertencentes à família Arecaceae. Realizou-se o levantamento e a
classificação dos seus tipos nomenclaturais com o objetivo de auxiliar na sua localização e
conservação, além de contribuir com estudos afins através de sua divulgação. Foram
levantadas as exsicatas de Arecaceae que apresentavam alguma observação informando
representar um tipo nomenclatural. Também foram selecionadas como possíveis tipos as
exsicatas coletadas anteriormente à data de publicação de seu táxon. Todo exemplar separado
teve seu status confirmado em sua obra princeps. Os tipos foram classificados com base na
respectiva obra princeps e segundo o Código Internacional de Nomenclatura Botânica. O
levantamento indicou a existência de 57 tipos nomenclaturais, dos quais 25 são holótipos, 22
parátipos e 10 isótipos, distribuídos em cinco gêneros e 27 espécies. São estes: Acrocomia
glaucescens, Butia catarinensis, B. lepidotispatha, B. matogrossensis, B. pubispatha, B. witeckii,
Geonoma bondariana, G. conduruensis, G. littoralis, G. meridionalis, G. telesana, Lytocaryum
itapebiensis, Syagrus allagopteroides, S; angustifolia, S. caerulescens, S. cerqueirana, S. deflexa,
S. evansiana, S. gouveiana, S. itacambirana, S. kellyana, S. longipedunculata, S. lorenzoniorum,
S. minor, S. pleiocladoides, S. procumbens e S. rupicola. Entre os táxons identificados com
holótipo (25), 10 dispõem de isótipo e 12 também de parátipo. Dois táxons contam apenas
com parátipo – Butia witeckii e Syagrus kellyana. A pesquisa sobre os tipos nomenclaturais de
Arecaceae ampliou em oito o número desses exemplares no acervo do Herbário HPL,
demonstrando também a relevância de sua coleção tanto quanto a necessidade de estudos
mais completos e aprofundados.
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DIVULGAÇÃO DA FLORA DO JARDIM BOTÂNICO DA UFRRJ ATRAVÉS DA REDE SOCIAL ONLINE
Pereira, C.N.1, Pereira-Moura, M.V.L.2
1Bolsista de Apoio Técnico-Acadêmico JB/UFRRJ, Discente do Curso de Ciências Biológicas,
UFRRJ ([email protected]). 2Docente do Departamento de Botânica, UFRRJ.
O Jardim Botânico da UFRRJ está localizado no campus universitário, no município de
Seropédica, na zona oeste do Rio de Janeiro, compreendendo uma área de 16,5ha
predominantemente composta por espécies arbóreas na maioriarepresentantes do bioma
Mata Atlântica. A divulgação científica ou popularização da ciência tem sido um dos temas que
vêm se destacando nas pesquisas na atualidade. Dessa maneira, este trabalho teve como
objetivo utilizar a rede social online (Facebook) como ferramenta para divulgação da flora do
JardimBotânico. Há cerca de um ano, as espécies estão sendo coletadas, de acordo com as
técnicas usuais; identificadas, através de bibliografias especializadas e dos
exemplaresdepositados na coleção do herbário RBE; descritas morfologicamente; registradas
através de fotografias e posteriormente postadas no Facebook.Além das descrições são
divulgadas informações sobre a família, distribuição geográfica, usos, nomes populares,
período de floração/frutificaçãoe número de exemplares existentes na área do Jardim
Botânico.Até o momento, foram postadas na rede social 17 espécies. As famílias mais
representativas em número de espécies foram Malvaceae, Fabaceae e Lecythidaceae.Espera-
se, através desta ferramenta de divulgação, alcançar ummaior acesso de pessoas (usuários) de
diferentes lugares, visando à socialização eampliaçãodo conhecimento produzido e também
fazer com que o público conheça o Jardim Botânico.
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ELABORAÇÃO DE UMA APOSTILA FOTOGRÁFICA DE CLASSIFICAÇÃO FLORAL E AUMENTO DA
COLEÇÃO BOTÂNICA DIDÁTICA DA UFF
Moraes, C.M.R.1, Lobão, A.Q.2, Boscolo, O.H. 2
1Graduanda em Ciências Biológicas, Universidade Federal Fluminense
([email protected]). 2Docente, Universidade Federal Fluminense.
Organografia é uma das bases da botânica para compreender e classificarvegetais. Devido a
desenhos mal elaborados ou fotografias pouco elucidativas dos livros, é importante auxiliar a
abordagem do tema para os alunos, facilitando o aprendizado. Logo, foi confeccionada uma
apostila fotográfica de morfologia floral contendo as estruturas e conceitos; fazendo parte da
elaboração de uma série de apostilas. Estruturas florais foram fotografadas, e os termos
botânicos utilizados foram os mais usuais escolhidos a partir de livros e chaves de identificação
de famílias botânicas. A apostila apresentaas partes constituintes da flor. O material foi
coletado nos seguintes locais:Campus do Valonguinho da UFF; Jardim Botânico (RJ); Parque
Estadual dos Três Picos, em Nova Friburgo; As fotos foram tiradas, as coletas identificadas,
prensadas e desidratadas em estufa. Exsicatas foram confeccionadas, aumentando a coleção
botânica didática da UFF; sendo utilizadas nas aulas práticas, caso alguma estrutura precisasse
ser visualizada e não tivessematerial fresco; ou para auxiliar a identificação novas coletas
através da comparação. As câmeras utilizadas foram Coolpix S3100 da Nikon e Sony Cyber Shot
DSC W130, as fotos foram tratadas no Adobe Photoshop CS5.1, sem alterar a imagem, e o
Power Point, para organização das fotos e descrições.Foram depositadas 160 espécimes na
coleção e 19 flores foram fotografadas.A avaliação do uso da apostila foi realizada na disciplina
Vegetais Superiores de 2012durante as aulas práticas e em uma gincana fotográfica dentro do
campus. A atividade motivou os alunos que precisaram fotografar diferentes estruturas,
auxiliando o reconhecimento e identificação das estruturas pedidas.Assim, a importância deste
trabalho foi perceptível para o auxílio e entendimento do conteúdo, pois as imagens
aproximaram os conceitos vistos em aula teórica com o material da aula prática, sendo
possível assimilar o conteúdo de maneira prática e fácil, cumprindo, então, com o objetivo da
mesma.
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HERBÁRIO DIDÁTICO - COLÉGIO UNIVERSITÁRIO GERALDO REIS – COLUNI/UFF
Moreira, F.F.1, Moreira, C.S.2, Silva, P.H.2
1 Professor do Colégio Universitário Geraldo Reis COLUNI/UFF ([email protected]), 2
Aluno(a) do Colégio Universitário Geraldo Reis COLUNI/UFF.
O Colégio Universitário Geraldo Reis (COLUNI/UFF) é uma unidade acadêmica ligada a Pró-
Reitoria de Graduação (PROGRAD) da Universidade Federal Fluminense (UFF), e se destina ao
atendimento da demanda de Educação Básica. Um herbário representa um conjunto de
espécimes vegetais que, prensados e secos, são dispostos obedecendo algum critério de
classificação e podem ser utilizados como referência para diversos estudos científicos. O
herbário didático é um laboratório multidisciplinar onde os alunos aprendem técnicas de
coleta, prensagem, secagem e montagem das amostras botânicas. O presente trabalho teve
como objetivo criar uma coleção de espécimes vegetais desidratados para proporcionar uma
maior interação entre os alunos e a disciplina de ciências biológicas no que tange a botânica,
complementando assim o processo de ensino aprendizagem. Os espécimes foram coletados no
campus do COLUNI e no entorno da referida unidade educacional, sendo posteriormente
submetidos às técnicas usuais de herborização. Todo material montado foi acondicionado em
sacos plásticos com pastilhas de cânfora para evitar ataque de insetos. As exsicatas foram
organizadas em ordem alfabética de espécie, visando facilitar a manipulação das mesmas
pelos alunos. Foram montadas 46 exsicatas de espécies exóticas (65%) e, nativas (45%) da flora
brasileira. O maior percentual é de plantas conhecidas popularmente como medicinais, cerca
de 80%, com destaque para o gênero Ocimum com duas espécies. Dos táxons coletados 90%
possuíam hábito herbáceo e eram cultivados nos quintais da vizinhança. Foi desenvolvida uma
tabela com o uso medicinal de algumas espécies, utilizando o conhecimento popular local e
bibliografia pertinente. A criação do herbário escolar proporcionou maior reconhecimento da
vegetação local, identificação dos benefícios das plantas para a sociedade enfatizando os
serviços medicinais e motivação da atividade prática ao ensino da botânica.
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A SUBTRIBO ZYGOPETALINAE (ORCHIDACEAE) EM HERBÁRIOS DO LESTE DO BRASIL:
DIAGNÓSTICO DAS COLEÇÕES.
Barberena, F.F.V.A.1,4, Meneguzzo, T.E.C.2,5, Baumgratz, J.F.A.3,5
1Doutorando. ([email protected]) 2Mestrando. 3Professor/pesquisador. 4Programa
de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (Botânica). Museu Nacional. Universidade Federal do
Rio de Janeiro. 5Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
As coleções botânicas são a principal fonte para estudos sobre diversidade vegetal, pois
revelam informações primárias sobre dados de campo, possibilitando a sistematização de
dados biológicos e geográficos. O Brasil é um país megadiverso em orquídeas e mais de 50%
das espécies ocorre na Floresta Atlântica. Zygopetalinae é neotropical, com dois centros de
diversidade: os Andes-Mesoamérica e o leste do Brasil. Para este país são registrados 23
gêneros e 113 espécies dessa subtribo, que ocorrem em todos os domínios fitogeográficos,
exceto Pantanal e Pampas. Considerando-se que as coleções botânicas são fundamentais para
trabalhos taxonômicos, filogenéticos e voltados para conservação, analisa-se a
representatividade qualiquantitativa das coleções de Zygopetalinae em herbários do leste do
Brasil e a importância para avaliação de grau de ameaça dos táxons. Realizou-se o
levantamento de 22 herbários das Regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Analisaram-se 957
espécimes de 17 gêneros e 63 espécies. Zygopetalum, Dichaea e Promenaea são os gêneros
mais representativos em herbários e Zygopetalum maculatum (Kunth) Garay é a espécie mais
coletada. Hoehneella, Pabstia e Neogardneria, gêneros endêmicos do Brasil e da Floresta
Atlântica, são pouco amostrados. 80% das espécies ocorrem na Mata Atlântica, enquanto a
Amazônia, o Cerrado e a Catinga abrigam apenas 46%. O herbário SP documenta a maior e
mais diversa coleção de Zygopetalinae, com 17 gêneros e 185 espécimes. De modo geral, 10%
dos exemplares permanecem identificados somente em nível genérico, pois se encontram em
estado vegetativo ou em fruto. A maioria dos herbários concentra uma representatividade de
amostras relativas ao estado onde estão localizados. Este diagnóstico permite identificar,
ainda, vários endemismos e a maior densidade de ocorrência na Mata Atlântica. Entretanto,
mostra a necessidade de estudos nos demais domínios fitogeográficos, visando à conservação
dos táxons e o estabelecimento de áreas prioritárias para estudos florísticos e taxonômicos e
alocação de recursos financeiros.
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AS PERCEPÇÕES DOS ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL (9°ANO) SOBRE BOTÂNICA
¹Macedo, M.C.G.², Costa, F.S.N.
¹Biólogo, Professor. ²Acadêmica da Faculdades Integradas Maria Thereza - FAMATh.
No processo de formação dos cidadãos, tanto intelectualmente como em seu
desenvolvimento, é notória a importância dos conteúdos escolares. Tendo em vista essa
perspectiva do ensino de Ciências no contexto escolar, as aulas de botânica são consideradas
desinteressantes. Neste trabalho, temos como objetivo descrever a percepção dos alunos nas
atividades relacionadas à botânica. A pesquisa foi realizada em dez escolas da Rede Privada e
Pública, nos Municípios de São Gonçalo e São João de Meriti do Estado do Rio de Janeiro, com
perguntas conceituais sobre o reino Plantae, onde foi investigado em turmas do 9°ano do
Ensino Fundamental o seu aprendizado através da aplicação de um questionário com 10
perguntas discursivas. Desta forma, foi possível avaliar e identificar o nível de aprendizado e
conhecimento dos alunos. Suas respostas comprovaram o quão distante estão da Botânica, ou
seja, demonstraram pouco domínio sobre reino Vegetal. Grande parte das respostas foi
inadequada, algumas corretas, porém respondidas do mesmo modo que escrito nos textos
impressos ou apontamentos durante as aulas, o que de fato nos mostra a realidade do ensino.
Portanto, concluímos que para um aprendizado eficaz são necessárias iniciativas criativas de
aulas práticas na área de Botânica para que a mesma torne-se um instrumento que desperte
interesse na formação e construção do conhecimento dos alunos.
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HERBIE FÉE: A TRAJETÓRIA HISTÓRICA DE UMA COLEÇÃO
Gaspar, J.M.C.1, Heizer, A.L.2
1Estudante de graduação em história, UFRJ; bolsista PIBIC - JBRJ ([email protected]), 2pesquisadora, Instituto de Pesquisa Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Este projeto tem como objetivo analisar a trajetória histórica de uma coleção, HerbiéFée. Tal
coleção foi organizada por Antoine Laurent Apollinaire Fée (1789-1874), importante
farmacêutico e botânico francês de seu tempo, e que esteve em constante ligação com outros
naturalistas de renome que viviam aqui no Brasil como, por exemplo, Auguste Glaziou (1705-
1784). A coleção reunida pelo botânico é considerada uma das coleções fundadoras do
herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. A “HerbiéFée” foi adquirida pelo Imperador D.
Pedro II (1825-1891) durante uma visita ao naturalista em 1871 e posteriormente doada ao
botânico João Barbosa Rodrigues (1842-1909). Para circunstanciar o naturalista, realizamos
leituras e discussão textuais sobre práticas colecionistas, além disso, utilizamos obras
publicadas por Apollinaire Fée, disponibilizadas tanto na Biblioteca Nacional (RJ) quanto no site
Enciclopédia Virtual Gallica. Para investigar a visita feita por D. Pedro II ao botânico, foram
analisados os registros dos portos localizados no Arquivo Nacional e fontes secundárias, como
artigos e teses.Pode-se concluir que Auguste Glaziou foi de extrema importância na criação da
coleção Fée, pois o mesmo lhe enviou espécimes da flora brasileira para que o naturalista
francês as classificasse, este ainda foi quem introduziu, por meio de uma carta, o botânico
Féea D. Pedro II, o que foi fundamental para compreendermos a criação e o percurso da
coleção, do campo ao herbário. Após análise de documentação disponível em instituições de
pesquisas do Rio de Janeiro, foi possível identificar a importância de Glaziou para a criação da
coleção Herbie Fée e a centralidade de Estrasburgo como um polo de produção de
conhecimento.
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PEDRO CARAUTA –NATURALISTA E BOTÂNICO
Reis, K.C.G.¹, Paiva, V.F.¹
1Estagiárias do Museu Nacional/UFRJ. ([email protected])
Este trabalho busca abordar a importância da trajetória de Jorge Pedro Pereira Carauta,
Marechal Hermes, RJ, 1930, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, possui
mestrado em Ciências Biológicas pelo Museu Nacional/UFRJ e doutorado pela Universidade
Presbiteriana Mackenzie. Trabalhou como geólogo, zoólogo, botânico, ecólogo e professor.
Mesmo aposentado continua atuando como Professor Associado ao Departamento de
Botânica do Museu Nacional/UFRJ. Daremos, neste trabalho, ênfase às coletas deste
importante naturalista, buscando dados em herbários. Até o momento foram contabilizadas
2.980 coletas, sendo 76 tipos. Os espécimes estão distribuídos em 164 famílias botânicas,
estando classificados como: Fungos (1), Briófitas (3),Licófitas e Samambaias(284),
Gimnospermas (2) e Angiospermas (2690). Deste último grupo, são 146 Angiospermas Basais,
356 Monocotiledôneas e 2.188 Eudicotiledôneas. Moraceae, família à qual deu ênfase a seus
estudos, foi a com maior número de coletas, com 538 exemplares. Dentre as inúmeras
contribuições para a ciência, publicou 28 artigos, sete livros e recebeu até o momento 32
prêmios e títulos. Pela sua importânciano meio acadêmico, foi homenageado com mais de dez
epítetos com seu nome.
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COLEÇÃO DE LÍQUENS DO HERBÁRIO DO MUSEU NACIONAL
Batista, L.M.¹, Barbosa, R.S.², Martins, V.L.C.³, Paiva, V.F.4, Oliveira, M.C.5, Faria, E.5,
Menezes,M.6
1Estudante de graduação ([email protected]); ²Bolsista AT do CNPq; ³Bióloga; 4Bolsista
DTI do CNPq; 5Técnicos em Herbário 6Professora. Museu Nacional/UFRJ
A Coleção de Líquens ou Fungos liquenizados do Herbário do Museu Nacional reúne em seu
acervo cerca de 2.700 exemplares coletados por naturalistas estrangeiros como Malme,
Santesson e Regnell, durante o século XIX. O acervo possui coletas realizadas tanto no Brasil,
quanto em outros países como Argentina, Chile, Equador, França e Austrália. Dentre o acervo
destacam-se as coleções históricas: Lichenes Austroamericani ex Herbario Regnelliano
distribuídos em 18 fascículos e o Lyceu de Goyas. Em Setembro de 2012 iniciou-se o processo
de organização e informatização do acervo, procedendo-se, então, a reorganização das
exsicatas e a digitação dos dados contidos nas exsicatas em planilha Excel. Até o momento
foram digitados 1.651 exemplares divididos em 53 famílias das quais 30,8% pertencentes à
famíliaParmeliaceae, 11,1% a Lobariaceae, 8% a Roccellaceae, 7,3% a Ramalinaceae, 5,8% a
Physciaceae, 3,8% a Cladoniaceae e Peltigeraceae, 3,5% a Teloschistaceae e 8.1% sem
identificação. Do total de exemplares até agora examinado, 150 são “tipos”. Os resultados
obtidos até agora demonstraram a necessidade de uma revisão taxonômica do acervo, assim
como a restauração das coleções históricas de maneira geral e a divulgação dos dados de
maneira livre e aberta à comunidade. (Apoio INCT- Herbário Virtual, CNPq.)
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A FAMÍLIA ALISMATACEAE VENT. NO HERBÁRIO DO MUSEU NACIONAL (R):
INFORMATIZAÇÃO, DIVERSIDADE E RELEVÂNCIA
Santos, L.A.¹, Bove, C.P.²
1Estudante de Graduação, Museu Nacional/UFRJ ([email protected]). 2Professor
Associado, Museu Nacional/UFRJ.
Alismataceae é uma família de monocotiledônea pertencente à ordem Alismatales. São ervas
rizomatosas amplamente distribuídas em lagoas de água doce, brejos, lagos, rios e riachos.
Possui 16 gêneros, dos quais no Brasil ocorrem,Echinodorus Rich. (25 spp.), Hydrocleys Rich. (5
spp.), Limnocharis Bonpl. (2 spp.) e Sagittaria L. (6 spp.), totalizando 38 espécies. A família está
presente nas cinco regiões, em todos os domínios fitogeográficos. A metodologia consistiu na
restauração das exsicatas com a troca de camisas e saias, atualização de nomenclatura através
de consulta a sites especializados e informatização dos dados contidos nas etiquetas no
programa Microsoft Excel.O Herbário do Museu Nacional (R) conta com 376 registros,
distribuídos nos gêneros mencionados acima, além dos alóctones, Alisma L., Baldellia
Parl.,Caldesia Parl. e Damasonium Mill, totalizando uma diversidade de 47 espécies e 17
espécimes não identificados. Contamos também com muitas exsicatas de grande valor
histórico, coletadas no século XIX e no início do séc. XX, por botânicos de renome internacional
(e.g. Hoehne, Luetzelburg, Lutz e Ule), além do holótipo de E. glaucus Rataj. Todos os registros
foram restaurados e informatizados para a disponibilização na rede SpeciesLink. Comparando-
se às espécies registradas para a família na Lista do Brasil, com as representadas nos herbários
brasileiros, o Herbário do Museu Nacional (R), possui a maior diversidade (26 spp.), seguido
pelos herbários RB (21 spp.), BHCB (20 spp.), CPAP e EAC (18 spp.). Dos herbários estrangeiros
destaca-se o MOBOT com 19spp. Constatou-se que dentro dos domínios fitogeográficos,17
espécies das 22encontradas no Cerrado, 16 das 17 da Mata Atlântica, 13 das 16 da Caatinga,
13 das 17 da Amazônia, 7 das 10 do Pantanal e todas as 3 espécies encontradas no Pampa,
estão representadas. Nota-se quea maioria das espécies ocorre em mais de um domínio.
(FAPERJ e CNPq)
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UM ESPAÇO COM AMBIENTE AQUÁTICO INTEGRANDO ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO NA
UNIRIO
Leal, L.L.1,4, Moura, Alves, T.P.1,4, Cavalcanti, L.G.F.2,4, Pernas, J.W.2,4, Conceição, P.F.1,4,
Martins, J.A.B.2,4, Patreze, C.M3,4
1Graduando em Ciências Ambientais ([email protected]); 2Graduando em Ciências
Biológicas; 3Docente do Instituto de Biociências, Departamento de Botânica; 4Universidade
Federal do Estado do Rio de Janeiro.
O espaço com ambiente aquático faz parte de um jardim didático, um projeto de extensão
universitária criado em 2010 no Instituto de Biociências da UNIRIO, que tem a finalidade de
auxiliar o ensino de graduação e oferecer visitas guiadas à comunidade. Neste espaço,
denominado “lago didático” há o cultivo de algas macro e microscópicas e animais de pequeno
porte, formando um ecossistema. A manutenção deste ambiente aquático envolve a pesquisa
e dedicação de alunos bolsistas e voluntários do projeto, além do mesmo estar disponível para
pesquisas científicas. Este espaço é associado ao ensino, pois é utilizado em disciplinas
curriculares, envolvendo também discentes na atividade de monitoria. O trabalho de
monitoria tem como objetivo desenvolver atividades para formação, incentivar a interação
entre alunos e o professor e auxiliar na compreensão da disciplina. Para preparar as aulas
práticas ou evidenciar os organismos durante as visitas guiadas, amostras da água do lago e
das plantas dos canteiros do jardim foram coletadas. As amostras retiradas da água foram
recolhidas e armazenadas em potes plásticos e, posteriormente, levadas ao laboratório, onde
foram preparadas lâminas para a observação em microscópios. Plantas do filo Bryophyta e
Pterophyta também foram recolhidas do jardim e levadas para observação. Dentre os
espécimes recolhidos tanto do lago, quanto dos canteirosforam observadas algas do
gêneroStaurastrum e Volvox (filo Clorophyta), e Aulacoseira (filo Bacillariophyta), por exemplo,
além de protozoários do gênero Vorticella (filo Ciliophora).Desta maneira, apesar de
inicialmente ser um projeto vinculado ao ensino da botânica, o lago é um ecossistema com
diversos organismos integrados. A utilização do jardim e do lago na monitoria e nas visitas
guiadas auxilia numa melhor compreensão das estruturas e funcionamento dos organismos
integrando ensino, pesquisa e extensão.(PROExC – UNIRIO)
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MODELOS DIDÁTICOS TRIDIMENSIONAIS REALÍSTICOS PARA ENSINO DE ANATOMIA DA
MADEIRA
Albuquerque, R.P.¹, Nascimento, L.B.¹, Brandes, A.F.N.², Joffily, A.²
1Estudante de graduação. Universidade Federal Fluminense
([email protected]) 2Professor adjunto. Universidade Federal Fluminense.
Durante o processo de ensino-aprendizado de anatomia vegetal é comum os alunos
encontrarem dificuldades na compreensão da organização do xilema secundário. O xilema
secundário, também chamado de madeira, é muito utilizado em estudos ecológicos e na
identificação de espécies. Por ser um tecido composto por diferentestipos celulares
organizados num sistema axial e radial, realizar uma visualização cautelosaé imprescindível
para compreensão de como essas células estão distribuídas no tecido. Uma habilidade
fundamental para alunos que estudam botânica é oentendimento da anatomia vegetalem três
dimensões. Durante observações em anatomia geralmente são analisadas lâminas ou planos,
ou seja, o aluno tem uma visãobidimensionaldos tecidos, estruturas e órgãos. A partir dessas
observações o aluno deve fazer uma reconstrução e ter um entendimento tridimensional.
Contudo,frequentemente isso não acontece e eles cometem erros quanto àinterpretação da
forma geométrica.Para suprir essa carência de entendimento tridimensional e para facilitar os
apontamentos, foram elaborados oito modelos didáticos. Esses modelos foram construídos
com cubos de MDF e sobre eles coladas fotos dos planos: transversal, longitudinal radial e
longitudinal tangencial. Foi utilizada para a obtenção das imagens uma câmera digital acoplada
a um microscópio estereoscópico. As espécies utilizadas para a elaboração dos modelos
foram:Cedrelafissilis(Meliaceae);Hymenaeacourbaril(Leguminosae);Erismauncinatum(Vochysia
ceae); Hymenolobium petraeum(Leguminosae); Amburana cearenses(Leguminosae);
Couratarisp.(Lecythidaceae); Ocotea porosa(Lauraceae);Cordiasp. (Boraginaceae).Essas
espécies foram selecionadas porquepermitem observarvariações em características
relacionadas a: elementos de vaso;parênquima axial; raios; fibras e outras estruturas da
madeira. A aplicação dos modelos em aulas de anatomia vegetal na graduação e na pós-
graduação permitiu detectar que modelos facilitam a visualização de diferenças na
organização das células que compõem o lenho, como se estivessem sendo observadas com um
equipamento óptico, ou seja, possibilitaram uma visualização realística do xilema secundário.
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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DE UMA ÁREA RESTAURADA NO MUNICÍPIO DO RIO DE
JANEIRO/RJ
Muler, A.E¹. & Braga, J.M.A.2
1Aluna de mestrado no programa de Pós-Graduação do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico
do Rio de Janeiro ([email protected]). 2Pesquisador do Instituto de Pesquisas Jardim
Botânico do Rio de Janeiro.
O levantamento florístico pode contribuir de diversas maneiras para a conservação de espécies
e biomas. Neste estudo, o levantamento florístico colaborou para o monitoramento de uma
área de Mata Atlântica urbana restaurada e, neste contexto, inventariou 55 hectares de
floresta urbana restaurada com idade de 20 anos e que teve 75 espécies implementadas no
município do Rio de Janeiro. Objetivou avaliar a estrutura da floresta. Para isso foram alocadas
30 parcelas de 10x10m na área restaurada e todos os indivíduos com DAP ≥ 5cm (DAP =
diâmetro à altura do peito - 1,3m do solo) foram incluídos. Na área foi registrado um total de
264 indivíduos, sendo 62 espécies pertencentes a 18 famílias. As famílias mais abundantes
foram: (1) Fabaceae com 168 indivíduos; (2) Bignoniaceae com 19; e (3) Myrtaceae com 16. As
espécies mais abundantes foram: (1) Mimosa caesalpiniifolia com 63 indivíduos; (2)
Anadenanthera colubrina com 27; e (3) Piptadenia gonoacantha com 19. O Índice de
Diversidade de Shannon foi de H’=3,238 enquanto o de Equabilidade de Pielou foi de J’=0,784.
Dessa forma, a área já apresenta uma estrutura arbórea florestal com, pelo menos, 73% da
riqueza de espécies implantadas, no entanto, caracterizou-se por apresentar poucas espécies
dominantes e um grande número de espécies raras. Assim, se fazem necessários estudos que
verifiquem a chegada de novas espécies na regeneração para que se avalie o futuro da floresta
quanto à riqueza, diversidade e, consequentemente, o futuro da sucessão florestal. (Apoio
Capes e FAPERJ)
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EFEITO DA CONECTIVIDADE NA REGENERAÇÃO NATURAL DE UM FRAGMENTO FLORESTAL DE
MATA ATLÂNTICA.
Luiz, N.C.1, Souto, M.L.1, Uzêda, C.M.2
1Estudante de graduação de Engenharia Florestal, UFRRJ. ([email protected]). 2Pesquisadora, EMBRAPA Agrobiologia.
O isolamento de fragmentos pequenos compromete o processo de regeneração levando ao
predomínio de espécies pioneiras que amplificam o efeito de borda para todo o fragmento.
Este trabalho teve como objetivo caracterizar a dinâmica de regeneração de um fragmento
pequeno estruturalmente conectado a um maciço florestal a partir do monitoramento do
seubanco de plântulas. O fragmento estudado tem 1 ha e está localizado em São José do Vale
do Rio Preto, no estado do Rio de Janeiro. Para execução do trabalho foram estabelecidos
conjuntos de 9 parcelas de 2X 1m ao longo do gradiente borda-interior do fragmento (15, 25 e
50 m). Nessas parcelas a avaliação dariqueza e a abundância de indivíduos do banco de
plântulas ocorreuao fim da estação chuvosa.As plântulas foram identificadas em nível de
espécie e foram caracterizadas quanto ao estágio sucessional e síndrome de dispersão. No
total foram encontradas 18 famílias, 30 gêneros e 43 espécies. As famílias com maior riqueza
de espécies foram: Fabaceae com 8 espécies, seguida de Lauraceae e Rubiaceae, ambas com4
espécies cada.As parcelas estabelecidas a 15 e 25 m do início do fragmento apresentaram uma
dominância de indivíduos de espécies pioneiras (65,9 % e 58,2% respectivamente),
contrastando com as parcelas estabelecidas a 50 m cuja dominância é de espécies secundárias
iniciais. A variação da composição da comunidade indica que a conexão do fragmento avaliado
com o maciçoauxilia na manutenção da dinâmica do processo regenerativo.
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FLORA DO SÍTIO 13 NO PARQUE NATURAL MUNICIPAL DA TAQUARA, DUQUE DE CAXIAS, RJ –
PRIMEIROS RESULTADOS.
Macedo, M.C.G.¹, Caldas, D.K.D.²
¹Biólogo, Professor. ²Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas, Unigranrio.
O levantamento de plantas da Mata Atlântica indica que muitas espécies vegetais são
utilizadas para atividades econômicas. Mostra também a importância de se desenvolver o
manejo das plantas, para garantir a sustentabilidade das espécies nas áreas de conservação.
No estado do Rio de Janeiro, o Município de Duque de Caxias possui o Parque Natural
Municipal da Taquara (PNMT), uma unidade de Mata Atlântica entre a Área de Proteção
Ambiental de Petrópolis e a Reserva Biológica do Tinguá, formando um corredor ecológico.
Possui grande diversidade de flora e fauna. Devido a estas características, torna-se uma
unidade de interesse biológico. O objetivo do trabalho é reconhecer a diversidade da flora
ocorrente na região do Sitio 13 no Parque Natural Municipal da Taquara e fornecer subsídios
para estudos futuros sobre a conservação da área, visto que esta se encontra em região de
preservação permanente, considerando que os resultados do estudo fornecem dados de
conhecimento taxonômico e sustentável. As coletas de dados foram obtidas através do
método do caminhamento, os espécimes coletados foram herborizados segundo técnicas
usuais e depositadas em herbários de referência, a identificação foi feita com base em
bibliografia específica. Foram coletados 70 indivíduos, pôde-se observar predominância de
indivíduos das famílias Dryopteridaceae, Rubiaceae, Piperaceae e Melastomataceae.
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FLORA DO RIO DE JANEIRO: POTAMOGETONACEAE
Barcelos, F.R.B.1,2, Bove, C.P.1,3
1Laboratório de Plantas Aquáticas. Depto de Botânica, Museu Nacional/Universidade Federal
do Rio de Janeiro. 2bolsista PIBIC/CNPq ([email protected]). 3Professora Associada.
A família Potamogetonaceae (Lilianae, Alismatales) é composta por plantas de grande
importância para a fauna aquática, por servir-lhes de alimento e abrigo. São ervas submersas
fixas, flutuantes fixas e emergentes, de distribuição subcosmopolita, com a maioria das
espécies encontradas em ambientes temperados. São constituídas por quatro gêneros:
Groenlandia, Potamogeton, Stuckenia e Zannichellia e cerca de 100 espécies. No Brasil a
família é representada por três gêneros e 11 espécies. Este estudo teve como objetivo realizar
o levantamento das espécies de Potamogetonaceae encontrados no Estado do Rio de Janeiro.
Foi realizada a revisão bibliográfica, levantamento e análise das exsicatas registradas nos
principais herbários do estado (HB, R, RB, e RFFP), descrições das espécies e elaboração de
uma chave dicotômica para reconhecimento dos táxons. No Estado do Rio de Janeiro há
registro apenas de Potamogeton, representado por quatro espécies nos biomas de formações
pioneiras, floresta ombrófila densa de terras baixas e ombrófila densa montana; distribuídos
em sete municípios (Cabo Frio, Carapebus, Itatiaia, Jacarepaguá, Macaé, São João da Barra e
Teresópolis): P. illinoensis são ervas submersas fixas e/ou flutuantes fixas, com folhas
submersas elípticas, obovadas a oblanceoladas, sésseis ou curto pecioladas, curvinérveas e
folhas emersas lineares. Pode ser encontrada em água doce ou salobra e alcalina, em
ambientes lênticos ou lóticos. Potamogeton montevidensis são ervas submersas fixas,
flutuantes fixas e/ou emergentes, com folhas submersas lineares a linear-lanceoladas, sésseis,
paralelinérveas e folhas emersas lanceoladas. Podem ser encontradas em lagoas e rios de água
doce. Potamogeton polygonus são ervas submersas fixas, pouco ou não ramificadas no ápice,
com folhas submersas lineares, entrenós curtos e folhas emersas ausentes. Potamogeton
pusillus são ervas submersas fixas, de rizomas ausentes, muito ramificadas no ápice, com
folhas submersas lineares, entrenós longos e folhas emersas ausentes; geralmente possuem
duas glândulas oleíferas, vermelhas, translúcidas na região dos nós. (CNPq)
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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DO MUSEU ANTÔNIO PARREIRAS, NITERÓI, RJ
Martins, I.S.S.1, Fevereiro, P.C.A.2
1Técnico em Assuntos Educacionais, UFRJ ([email protected]). 2Professor, UFF.
O levantamento florístico é uma importante etapa no estudo de uma comunidade vegetal,
pois permite o conhecimento do grau de potencialidade da área e fornece informações básicas
para subsidiar estudos futuros. O levantamento pode revelar espécies de interesse econômico,
de uso tradicional das comunidades e auxiliar na definição de estratégias de manejo da flora e
conservação ambiental. Este trabalho objetivou identificar as espécies de pteridófitas,
gimnospermas e angiospermas do jardim do Museu Antônio Parreiras localizado no Bairro do
Ingá, em Niterói, RJ. O levantamento é relevante, pois servirá de base para projetos de
reformulação e manutenção do jardim. A identificação das espécies foi realizada através de
consultas à literatura e às chaves taxonômicas e por comparações entre amostras colhidas no
local de estudo e amostras existentes no herbário do Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Foram
encontrados 106 táxons específicos, distribuídos em 97 gêneros e 50 famílias, dos quais 99
(93,40%) foram identificados em nível específico, 3 (2,83%) identificados em nível de gênero e
4 (3,77%) em nível de família. Das 99 espécies identificadas, 60 (60,61%) são nativas do Brasil e
39 (39,39%) são de origem exótica, sendo 55 (55,55%) espécies de plantas com potencial
ornamental, 9 (9,09%) de árvores frutíferas, 14 (14,14%) de plantas daninhas e 21 (21,21%) de
árvores nativas da mata atlântica. Foram elaborados álbuns contendo exsicatas da maioria das
espécies visando facilitar o reconhecimento e a localização dos exemplares no jardim. Como
93,40% das espécies encontradas foram identificadas em nível específico, o levantamento foi
considerado eficiente e preciso.
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A FAMÍLIA CAMPANULACEAE NO PARQUE NACIONAL DO ITATIAIA, RJ
Rollim, I.M.1, Trovó, M. 2
1Estudante de graduação, Universidade Federal do Rio de Janeiro ([email protected]). 2Professor Adjunto, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Campanulaceae compreende 2.400 espécies distribuídas em 84 gêneros. Caracteriza-se pela
presença de estilete sem indúsio e com pelos coletores, androceu isostêmone com cinco
estames, anteras introrsas e sistema lactífero bem desenvolvido. Possui distribuição
cosmopolita, ocorrendo em diversos habitats. O Parque Nacional do Itatiaia apresenta relevo
bastante acidentado com diferentes habitats e consequente riqueza biológica. Toda a área
encontra-se no bioma Mata Atlântica, que atualmente está ameaçado, apresenta elevada
biodiversidade e ocorrência de numerosas espécies endêmicas. O objetivo deste trabalho é
realizar o tratamento florístico das espécies de Campanulaceae na área do Parque, detalhando
sua morfologia e distribuição geográfica, contribuindo assim para a conservação das espécies e
do habitat que ocupam. Para coleta de material foram realizadas até o momento duas
expedições, uma no verão e outra no inverno. Para complementar as descrições e os dados de
distribuição das espécies, foram analisados materiais depositados em coleções botânicas
relevantes. Foi construída uma chave de identificação para todos os gêneros e espécies da
família encontrados nas expedições. As descrições das espécies são baseadas na morfologia
externa de todo material coletado, como também no material depositado nos herbários
consultados. Para a região do Itatiaia são citadas duas espécies do gênero Lobelia L. e quatro
espécies do gênero Siphocampylus Pohl. Até o momento foi coletada apenas uma espécie do
gênero Lobelia: L. camporum Pohl; e três espécies do gênero Siphocampylus: S. duploserratus
Pohl, S. longepedunculatus Pohl e S. westinianus (Thunb.) Pohl. Alguns indivíduos estudados
não possuem flores, sendo difícil a determinação correta. As espécies foram encontradas
majoritariamente na parte alta do Parque, estão distribuídas principalmente nos campos de
altitude, em meio a gramíneas e arbustos. Até o momento não foi possível detectar a presença
de espécies endêmicas ou raras, sendo necessário um estudo maior da região.
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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO NA FAZENDA DO INSTITUTO VITAL BRAZIL EM CACHOEIRAS DE
MACACU
Silva, J.G.¹, Pilla, T.P.¹,²
1Prof. Associado, Universidade Federal Fluminense ([email protected]). 2Biólogo, Instituto
Vital Brazil, IVB.
A Fazenda Vital Brazil encontra-se no Km 35 da estrada RJ-122, na localidade de Lugarejo
Ambrósio/Cachoeiras de Macacu, entre as coordenadas 22°30'42,86"S 42°42'51,27"O.
Inaugurada em 28 de abril de 2010, seu principal objetivo é a criação de equinos utilizados no
processo da obtenção de plasmas como insumo farmacêutico ativo (IFA) à produção de soros
hiperimunes. Possui 17 alqueires (79 ha), sendo 20 ha de mata preservada na vertente
atlântica da Serra do Mar, dentro da Floresta Ombrófila densa (stricto sensu), em um relevo
variando de 30 a 110 m.n.m., formado por pequenas elevações tipo meia laranja. Segundo a
classificação de Köppen, enquadra-se no clima do tipo Af (tropical úmido). Encontra-se
próximo a importantes unidades de conservação (Reserva Ecológica de Guapiaçu, Parque
Estadual dos Três Picos). O objetivo do trabalho é o levantamento florístico das principais
espécies nativas ocorrentes dentro e no entorno da fazenda. Em campo, foi usado o método
de caminhamento, reconhecendo-se in loco arbóreas, arbustivas, herbáceas, lianas e epífitas,
por turnês guiadas e entrevistas abertas com funcionários antigos. Amostras férteis foram
coletadas, fotografadas e preparadas para herborização. A identificação botânica foi
confirmada, pelo exame detalhado do material fotográfico e de exsicatas, com o auxílio da
literatura taxonômica baseada no Sistema APG III. Como resultado, foi elaborada uma lista
preliminar de espécies com 224 espécies, pertencentes a 53 famílias e 134 gêneros. As famílias
mais representativas em número de espécies foram Leguminosae, Lauraceae, Euphorbiaceae e
Meliaceae para as arbóreas e Rubiaceae, Piperaceae e Melastomataceae para espécies
arbustivas e herbáceas do sub-bosque. Os principais fragmentos florestais tem estratificação
vertical bem estruturada, com um estrato dominante de 20 a 25 metros de altura, com
madeiras nobres e uma diversidade expressiva de formas de vida com elementos que atestam
um bom estado de conservação.
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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO E FISIONÔMICO NO VALE DOS DEUSES, PARQUE ESTADUAL
DOS TRÊS PICOS, NOVA FRIBURGO, RJ
Garcia, J.V.¹,³, Lobão, A.Q.²,³
¹Estudante de Graduação ([email protected]). ²Professor/pesquisador. ³Universidade Federal
Fluminense.
Atualmente, o estado do Rio de Janeiro abriga 16,73% do total restante da Mata Atlântica,
sendo um importante refugio desse bioma, que é considerado um dos 34 hotspots existentes
no planeta. O Parque Estadual dos Três Picos (PETP), Nova Friburgo, localizado nesse Estado,
ainda possui fragmentos de Mata Atlântica, em especial, de vegetação de altitude, tais como
Floresta Ombrófila Densa Montana e Alto Montana. Entretanto, tal vegetação vem sendo alvo
de diversas ações antrópicas que põe em risco a alta diversidade local. Tendo em vista que
para se preservar é fundamental que se conheça a região, o objetivo do trabalho foi o
levantamento florístico e fisionômico no Vale dos Deuses, PETP, Nova Friburgo. Para tal foram
realizadas excursões semestrais. O material coletado, depois de processado, foi depositado no
herbário do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB), com duplicatas
enviadas a Universidade Federal Fluminense (UFF). A identificação foi feita através de chaves,
comparação e ajuda de especialistas. Foram coletados 161 espécies, distribuídas em 86
gêneros e 59 famílias, distribuídas em quatro fisionomias distintas que chamamos de área
alagada, campo, floresta e campo de altitude. A família com maior riqueza específica foi
Asteraceae com 19 espécies (11% do total), seguida por Melastomataceae com 15; Solanaceae
com 10; Orchidaceae com oito, Myrtaceae e Verbenaceae, sete cada; Bromeliaceae,
Lamiaceae e Leguminosae, cinco cada e Rubiaceae, quatro. Os gêneros Baccharis (Asteraceae)
e Leandra (Melastomataceae) foram os que mais se destacaram com cinco espécies cada.
Verificou-se a presença de três espécies ameaçadas de extinção e seis espécies endêmicas do
Rio de Janeiro. A área estudada estásofrendo com presença constante do gado. Assim, para
que o Vale dos Deuses mantenha sua importante flora,é necessáriaa retirada imediata do gado
e o aumento do rigor na fiscalização local. (Financiamento: FAPERJ)
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LEVANTAMENTO FLORÍSTICO NO NÚCLEO EXPERIMENTAL IGUABA GRANDE, IGUABA
GRANDE, RIO DE JANEIRO
Quintanilha, L.G.1,3, Lobão, A.Q.2,3
1Estudante de graduação2 ([email protected]). Professor /orientador. 3Universidade Federal Fluminense.
No estado do Rio de Janeiro as restingas ocupam cerca de 1.200 km2, ou aproximadamente
2,8%, da área total do Estado, possuindo alto potencial biológico por abrigar espécies
endêmicas, desempenhando papel na preservação da morfologia costeira e na configuração
paisagística. Entretanto, essa vegetação, principalmente na região dos lagos, norte do Rio de
Janeiro, ainda é pouco estudada. Sendo assim, a realização de inventários destas formações
vegetais é extremamente importante, pois somente com o conhecimento das espécies e
avaliação de seu estado de conservação é possível conservá-las. O objetivo do presente
trabalho foi fazer o levantamento florístico de uma área de restinga arbustiva fechada e
arbórea no Núcleo Experimental de Iguaba Grande em Iguaba Grande, Estado do Rio de
Janeiro pertencente à Universidade Federal Fluminense. Para tal, foram realizadas excursões a
campo mensalmente para coleta de material fértil, através de caminhadas livres. O material
coletado foi prensado e processado seguindo as técnicas usuais e depositado no herbário do
Jardim Botânico do Rio de Janeiro (RB) com duplicatas enviadas a Universidade Federal
Fluminense. A identificação das espécies foi feita através de chaves e comparação com
material do RB e ajuda de especialistas. Como resultado, foram coletadas 107 espécies
distribuídas em 70 gêneros e 37 famílias. A Família Euphorbiaceae possui o maior número de
espécies com 11 espécies, seguida de Leguminosae com 10 espécies. As espécies endêmicas às
restingas encontradas são: Anthurium harrisii, Baccharis bifrons, Machaerium obovatum,
Trichilia casaretti e Zanthoxylum tingoassuiba. Destaca-se Dasyphyllum sp. como espécie nova
que será ainda descrita. Dodonaea viscosa é uma espécie rara nas restingas do Rio de Janeiro e
segundo Somner (com. pess.) não vem sendo coletada desde inicio dos anos 2000. Pouteria
psammophila, Swartzia glazioviana e Machaerium obovatum estão na lista de espécies
ameaçadas de extinção. Tais dados sugerem que a área é bastante importante floristicamente
merecendo ser conservada.
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ASPECTOS ESTRUTURAIS DA CHUVA DE SEMENTES DE UM TRECHO DA FLORESTA DE
ENCOSTA DA ILHA DA MARAMBAIA, RJ.
Silva, L.M.S.1,3, Conde, M.M.S2,3
1Estudante de graduação ([email protected]). 2Professor/pesquisador.
Departamento de Botânica. Instituto de Biologia3. Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro.
A Floresta Atlântica da Ilha da Marambaia encontra-se relativamente bem preservada, pois
vem sofrendo pouca pressão antrópica, desde o estabelecimento da Marinha do Brasil a cerca
de 50 anos. Foram realizados vários estudos de florística e estrutura das várias formações
vegetacionais da Marambaia, no momento que os estudos avançaram houve a necessidade de
entender como se dão os processos de regeneração nesta floresta. Sabe-se que o principal
meio de regeneração das espécies tropicais é através da chuva de sementes, do banco de
sementes, do banco de plântulas e da formação do sub-bosque. O estudo da chuva de
sementes é essencial para compreender o recrutamento e distribuição espacial das espécies,
bem como analisar a interação animal-planta. O objetivo deste trabalho foi o reconhecimento
e análise estrutural das espécies que são trazidas pela chuva de sementes. Foram utilizados 60
coletores de 1,75 m de circunferência, perfazendo um total de 164,8 m2 amostrados. Foram
distribuídos três coletores para cada um dos 20 transectos permanentes (2,0 x 50,0m). Foram
analisados 6009 diásporos, pertencentes a 78 espécies de 37 famílias. As famílias que mais
contribuíram em número de diásporos foram: Asteraceae (N=2640), Melastomataceae
(N=881) e Apocynaceae (N=637), sendo: Piptocarphabrasiliana (894), Miconiaprasina (841),
Forsteronia pilosa (625) como as espécies mais representativas do total de diásporos
amostrados. Com relação à freqüência e densidade relativas, constatamos que
Piptocarphabrasiliana segue na frente, pois além de contribuir com o maior número de
diásporos é bem distribuída ocupando todas 19, das 20 linhas analisadas. Com relação ao Valor
de Importância, em primeiro lugar temos Piptocarphabrasiliana (VI=29,49), seguidas por
Miconiaprasina (VI=20,15) e Forsteronia pilosa (VI= 13,09). O Índice de Diversidade de
Shannon (H‟) para as espécies foi de 2,27nats/indivíduo. Com relação aEquabilidade de Pielou
(J‟), a Ilha da Marambaia apresentou um valor de J‟= 0,62. (Agradecimento: programa de
Iniciação cientifica da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro/ PROIC)
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COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DA VEGETAÇÃO DE UM TRECHO DA FLORESTA ATLÂNTICA
DA ILHA GRANDE, RJ.
Tavares, R.1,3, Silva, C.V.V.1,3, Silva, L.M.S.1,3, Francisco, F.C.2,3
1Estudante de graduação ([email protected]). 2Professor/pesquisador. 3Laboratório
de Mapeamento Geotécnico, Desastres Naturais e Sustentabilidade Ambiental. Departamento
de Geociências. Instituto de Agronomia. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
A região da Ilha Grande é ocupada por populações tradicionais, denominados caiçaras, tendo
estes, como meio de subsistência, baseada na pesca e em roçados. O sistema de plantio
utilizado pelos caiçaras, chamado de roça de toco ou coivara, trata-se de uma herança
indígena. Este método é baseado de espécies, assim como para implementação de medidas
conservacionistas. O objetivo do trabalho foi realizar a análise estrutural da vegetação em
estudo visando compreender se ações antrópicas ocorridas interferem na estrutura da
vegetação. A área de estudo está localizada na Ilha Grande, município de Angra dos Reis, RJ,
entre as coordenadas 23º8’26” S e 44º14’50” W. Foram estabelecidas 29 parcelas de 10 x 5 m.
Em cada unidade amostral foram mensurados os indivíduos arbóreos com circunferência a
altura do peito ≥ 16.0m e altura total. Foi amostrado um total de 212 indivíduos na derrubada
e queima da mata. Neste contexto, levantamentos florísticos e análises estruturais da
vegetação nessas áreas são condições essenciais para o conhecimento de sua composição e
riqueza pertencentes a 44 espécies distribuídas em sete famílias. A área basal total foi de 47,14
m²/ha. As espécies de maiores valores de área basal foram Anadenanthera colubrina (9,40
m²/ha), a espécie indeterminada (9,12m²/ha) e Tabernaemontana laeta (3,95m²/ha). A
espécie Anadenanthera colubrina possui indivíduos de grande porte, o que pode ser verificado
por apresentar a maior área basal, apesar de possuir apenas seis indivíduos. O índice de
diversidade encontrado foi de 3,34, nats/ind. Pode-se concluir, pelos resultados e análises
estruturais, que o fragmento em estudo, encontra-se num processo de sucessão secundária, o
que é muito comum nesta região, devido a prática das populações tradicionais que ali se
encontram. A curva do coletor mostrou-se comportamento ascendente. Dessa forma o espaço
amostral não foi suficiente para representar significativamente a diversidade da flora na área
de estudo.
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A FAMÍLIA ERIOCAULACEAE NAS RESTINGAS DO RIO DE JANEIRO
Silva, L.E.F.1, Trovó, M.2
1Estudante de graduação, Universidade Federal do Rio de Janeiro ([email protected]). 2
Professor Adjunto, Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Eriocaulaceae possui cerca de 1.200 espécies distribuídas em 10 gêneros e, segundo
estimativas recentes, 630 espécies ocorrem no Brasil. A família é caracterizada pelas
inflorescências do tipo capítulo. A maioria das espécies ocorrem em solos arenosos úmidos ou
secos, de pH ácido. As restingas caracterizam-se justamente por serem depósitos arenosos
paralelos à linha da costa. Nela encontram-se diferentes comunidades que recebem influência
marinha e que respondem também ao substrato e ao clima. Este trabalho compreende o
levantamento de todas as espécies de Eriocaulaceae ocorrentes nas restingas do estado do Rio
de Janeiro. São apresentadas chaves de identificação para os gêneros e para as espécies,
descrições, ilustrações e comentários sobre distribuição geográfica e habitat. Além disso,
espera-se que os dados gerados nesse trabalho possam contribuir com a conservação destas
espécies e do habitat que ocupam. Para coleta de material, foram realizadas até o momento
duas expedições, uma no verão e outra no inverno. Para complementar as descrições e os
dados de distribuição das espécies, estão sendo analisados materiais depositados em coleções
botânicas relevantes. As descrições das espécies são baseadas na morfologia externa de todo
material coletado, como também no material depositado nos herbários consultados. Até o
momento foram encontradas em campo somente 4 espécies: Paepalanthus tortilis (Bong.)
Mart ex Koern, Leiothrix rufula (A.St.-Hil.) Ruhland, Leiothrix flavescens(Bong.) Ruhland,
Comanthera nivea (Bong.) L.R.Parra & Giul. A grande maioria das espécies foi encontrada em
locais secos e arenosos com pouca vegetação ao redor. Apenas Paepalanthus tortilis foi
encontrado em local úmido e com muita vegetação. Quase todas as espécies possuem ampla
distribuição geográfica, ocorrendo disjuntamente em áreas de restinga e campos rupestres.
Paepalanthus klotzschianus e S. restingensis são espécies endêmicas de restingas.
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ORCHIDACEAE: DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DAS EPÍFITAS NA APA PALMARES, PATY DO
ALFERES, RJ.
Wängler, M.S.1, Barberena, F.F.A.V.2, Lopes, R.C.3
1Mestre, Instituto Pé de Planta (ONG) ([email protected].). 2Doutorando, Museu
Nacional/UFRJ. 3Professora e Pesquisadora, Universidade Federal do Rio de Janeiro,
Laboratório Integrado de Sistemática Vegetal, IB, Depto de Botânica.
Orchidaceae representa 45,9% de espécies epífitas em Floresta Ombrófila Densa e contribui
para a diversificação de nichos, disponibilidade de alimento, aumento do espaço físico e
refúgio para animais, além de auxiliar nas atividades biológicas através da captura de umidade
e fixação de nitrogênio nas copas. Objetivando enriquecer os dados disponíveis para a Floresta
Atlântica e da necessidade de estudos com orquídeas epífitas em regiões não amostradas do
Rio de Janeiro, realizou-se o levantamento e análise da distribuição de orquídeas epífitas nos
forófitos na Zona de Vida Silvestre da APA Palmares. Foram realizadas 83 expedições de
julho/2010 a fevereiro/2012, em 23 parcelas (4.500 m2). Orquídeas epífitas foram observadas,
georeferenciadas, registradas em caderneta e fotografadas. Das 19 espécies registradas, 17
são epífitas verdadeiras, uma epífita facultativa (Catasetum cernuum (Lindl.) Rchb.f.) e uma
hemiepífita secundária (Vanilla organensis Rolfe). Capanemia thereziae Barb. Rodr. é a única
espécie na copa externa. A maioria (63%) colonizou a copa interna, favorecidas pela umidade e
nutrientes retidos nesta parte do forófito (Baptistonia cruciata (Rachb.f.) V.P. Castro & Chiron,
Baptistonia truncata (Rchb.f.) Chiron & V.P.Castro, Brasilidium praetextum (Rchb.f.) Campacci;
Catasetum cernuum, Dichaea cogniauxiana Schltr., Dichaea pendula (Aubl.) Cogn., Epidendrum
ecostatum Pabst; Epidendrum filicaule Lindl.; Epidendrum pseudodifforme Hoehne & Schltr.,
Grobya amherstiae Lindl.; Polystachya estrellensis Rchb.f. e Zygopetalum maxillare Lodd.). A
parte média do fuste, segundo maior agrupamento de epífitas (21%), sugere que estas
espécies são menos dependentes de água e necessitam de maior luminosidade
(Campylocentrum linearifolium Cogn.; Eurystyles actinosophila (Barb. Rodr.) Schltr.; Gomesa
laxiflora (Lindl.) Rchb.f. e Gomesa recurva R. Br.). No fuste baixo, a presença de Bifrenaria
tetragona (Lindl.) Schltr. e V. organensis sugere que necessitam da umidade retida pelo solo. O
conhecimento a respeito das estratégias ecológicas relativo aos nichos em fragmentos de
Floresta Atlântica auxilia na compreensão da estrutura funcional, fornecendo subsídios para
ações conservacionistas.
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FLORA VASCULAR ATUALIZADA DA ILHA DA TRINDADE, BRASIL.
Silva N.G.1,4*, Alves R.J.V.1,5, Silvestre L.S.2,5, Antunes K.1,6, Santos R.B.3,7
1Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 2Instituto de Biologia, Universidade
Federal do Rio de Janeiro. 3Marinha do Brasil. 4Doutorando ([email protected]). 5Professor. 6Mestranda. 7Pesquisador.
A Ilha da Trindade é um Território Federal no Atlântico Sul, a cerca de 1.140 Km da costa do ES.
Os primeiros registros de flora vieram após a devastação da vegetação, então dominada por
Colubrina glandulosa, por cabras. A espécie foi reintroduzida em 1998, mas juntamente com
dezenas de espécies exóticas. O primeiro inventário de flora foi feito em 1998, com 113
espécies de plantas vasculares, e revisto em 2006, aumentando para 129 espécies, quando três
espécies endêmicas foram consideradas extintas e um total de 67 exóticas assinaladas. Em
2005 as cabras foram eliminadas e a vegetação rapidamente começou a regenerar. As listas
foram conferidas e tiveram seus nomes atualizados. Dez expedições foram realizadas e todas
as espécies vasculares encontradas foram coletadas e classificadas quanto à origem. Foram
registradas 73 novas ocorrências, totalizando uma lista de 202 spp., com 69 Nativas-
Naturalizadas. Destas, 15 são endêmicas (43% das nativas), duas anteriormente consideradas
extintas e duas novas espécies. As exóticas foram 132, das quais cinco invasoras. As
pteridófitas representaram 23%. Um total de 31 spp. Exóticas foram eliminadas e nove
desapareceram. Um número crescente de plantas vem sendo introduzido nas adjacências dos
alojamentos, mas não estão se expandindo, com poucas exceções. A eliminação de espécies
invasoras deve ser encarada como prioridade, visto que em ilhas estas são a principal causa de
extinções. O número de espécies na ilha flutua ao longo dos anos, com novas introduções de
plantas úteis com simultâneos desaparecimentos. Porém, a lista de espécies crescendo de
forma natural é relativamente estável. (Agradecimentos: CNPq; CAPES; Marinha do Brasil)
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SIMILARIDADE FLORÍSTICA ENTRE FRAGMENTOS DE FLORESTA NO SUDESTE DO ESTADO DE
SÃO PAULO
Kortz, A.R.¹, Coelho, S.², Cardoso-Leite, E.³, Koch, I.³
¹Doutoranda, University of St Andrews, Escócia. ²Mestrando, PPGSGA, Universidade Federal de
São Carlos, campus Sorocaba ([email protected]). ³Professor adjunto, Universidade
Federal de São Carlos, campus Sorocaba.
Em decorrência do elevado desmatamento, a vegetação da Mata Atlântica encontra-se
bastante fragmentada e, ainda assim, os remanescentes de vegetação secundária são
importantes para a manutenção das funções ecológicas e microclimáticas regionais. A área
deste estudo é composta por floresta estacional semidecidual com elementos de cerrado,
localizada no município de Sorocaba, SP. O objetivo foi realizar o levantamento florístico das
espécies arbóreas desta área remanescente e verificar a similaridade florística com outras
áreas do estado de São Paulo. Foram incluídos os indivíduos lenhosos com pelo menos 15 cm
de CAP, amostrados em 15 parcelas de 10 x 10 m em diferentes trechos da vegetação, além de
caminhadas a esmo pela área e coletados os indivíduos em estado reprodutivo. Foram
encontradas 115 espécies, distribuídas em 93 gêneros e 36 famílias. A similaridade foi testada
com estudos de composição e/ou estrutura da vegetação envolvendo 11 trabalhos científicos
desenvolvidos na região sudeste do estado, com formações vegetais prioritariamente de FES e
FOD. Para o cálculo da similaridade florística foi utilizado o índice de similaridade de Jaccard,
sendo também elaborado um dendrograma a partir do método de UPGMA. Os resultados
apontaram baixa similaridade entre as áreas, indicando alta diversidade em termos de
composição entre formações de transição.O dendrograma mostrou a separação das áreas em
dois grandes grupos. Um deles concentrou principalmente as áreas com formações de FES,
sendo que as espécies comuns entre estas áreas são amplamente distribuídas, ocorrendo em
ambientes diversos. O outro grupo arranjou principalmente áreas formadas por FOD.
Diferente do esperado, a distância geográfica não foi o fator mais importante para agrupar as
áreas, devendo ser considerados outros fatores, como a formação vegetacional, a altitude e o
tipo de solo, o que fez agrupar a área foco de estudo com áreas mais distantes do que com
áreas mais próximas.
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FLORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO: MAYACACEAE E TYPHACEAE
Canalli, Y.M.1,2, Moreira, A.D.R.1,3, Bove, C.P.1,4
1Laboratório de Plantas Aquáticas. Depto de Botânica, Museu Nacional/Universidade Federal
do Rio de Janeiro. 2bolsista PIBIC/CNPq ([email protected]). 3Aluna de doutorado. 4Professora Associada.
O Estado do Rio de Janeiro é composto exclusivamente por Mata Atlântica. Este é um dos
biomas mais ricos em biodiversidade do mundo e apesar da sua importância é um dos mais
degradados do Brasil. As famílias Mayacaceae e Typhaceae são ervas aquáticas encontradas
em diversos ambientes de águas doces e salobras no estado do Rio de Janeiro. Mayacaeae
possui distribuição neotropical com uma espécie na África e Typhaceae é cosmopolita, ambas
monotípicas. No Brasil Mayaca está representada por quatro espécies e Typha por três
espécies. O objetivo deste trabalho foi realizar o levantamento das espécies nativas das
famílias Mayacaceae e Typhaceae ocorrentes no estado do Rio de Janeiro, como uma
ferramenta para subsidiar políticas públicas para futuros projetos de conservação da Floresta
Atlântica brasileira. Foram visitados os herbários HB, R, RB, RBR, RFFP, e realizadas coletas em
lagoas e alagados temporários (Macaé, Nilópolis, Paracambi, Rio das Ostras) em 2012, e
depositados no herbário do Museu Nacional/UFRJ (R). Foram analisadas 52 exsicatas. Os
espécimes foram identificados, elaboradas descrições, ilustrações e chaves de identificação.
Foram encontradas no Rio de Janeiro duas espécies de Mayaca, Mayaca madida (= M.
sellowiana) e M. fluviatilis; e uma espécie de Typha(T. domingensis). Ambas espécies de
Mayaca são ervas emergentes a submersas, de folhas triangular-alongadas dispostas em
espiral com flores arroxeadas e brancas na região proximal. São distintas pela deiscência da
antera, que em M. madida é por poro em um tubo apical e em M. fluviatilis é por fenda apical.
Typhadomingensis é uma erva emergente, rizomatosa, acaule, possui inflorescência monóica
em espiga com porção superior masculina cônica e brácteas foliáceas caducas separadas por
ráquis secundária da porção feminina cilíndrica. São utilizadas na alimentação, fabricação de
artesanato, biocombustível e possui propriedades medicinais. (CNPq/PROTAX)
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ESTUDOS TAXONÔMICOS DE HYPNEA J.V. LAMOUROX (GIGARTINALES, RHODOPHYTA)
ATRAVÉS DE MORFOLOGIA E DADOS MOLECULARES DE ESPÉCIES DO LITORAL DO RIO DE
JANEIRO
Valadares, L.O.1, Silva, B.M.2 , Moura-Neto, R.S.3, Barros-Barreto, M.B.B.B.3
1Estudante de Graduação em Biologia Marinha, Faculdades Integradas Maria Thereza
([email protected]) 2Estudante de Graduação em Ciências Biológicas, UFRJ 3Professor, Departamento de Botânica, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de
Janeiro, UFRJ.
O litoral do estado do Rio de Janeiro possui uma grande diversidade de habitats que
favorecem o desenvolvimento de muitas espécies de macroalgas, exibindo uma grande
diversidade ficológica. Atualmente existem inúmeras dificuldades de se identificar espécies de
macroalgas marinhas devido a sua grande plasticidade fenotípica e características de seu ciclo
de vida. O presente estudo visa a análise dos caracteres morfológicos empregados na
identificação do gênero Hypnea (Rhodophyceae) através de estudos taxonômicos e a
comparação, desta análise com dados moleculares, utilizando como DNA barcode o gene
mitocondrial cox1. Foram coletados indivíduos de diversos pontos do litoral do Rio de Janeiro.
As amostras foram separadas em duas partes, uma delas foi armazenada em formol 4%, para
análise morfológica, e outra parte em sílica gel, para análise molecular. Estes tiveram seu DNA
extraído, amplificado e sequenciado. Após o sequenciamento iniciaram-se as etapas de
bioinformática com a edição e montagem de sequências e alinhamento. As relações
filogenéticas foram inferidas utilizando-se o método de distância (NJ) e de máxima
verossimilhança (ML). As análises bayesianas foram implementadas no MrBayes 3.1. Além
disso, foram comparadas com as presentes no GeneBank. Dentre as 71 amostras coletadas, 50
tiveram seu DNA extraído e amplificado. Das 15 amostras sequenciadas, apenas 10 mostraram
bom resultado. A análise filogenética para o marcador cox1 foi realizada utilizando 34
amostras, com 24 retiradas do GenBank e 10 geradas neste estudo. Foram formados 3
agrupamentos na árvore com altos valores de Boostrap e probabilidade posterior. Das
amostras coletadas, 18 tiveram sua análise morfológica feita e desta forma foi possível separar
4 espécies, sendo estas Hypnea musciformis, Hypnea spinella, Hypnea cervicornis e Hypnea sp.
(FAPERJ)
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NOVIDADES TAXONÔMICAS PARA A FAMÍLIA MYRTACEAE, SUDESTE – BRASIL.
Antunes, K.1, Alves, R.J.V.2, Sobral, M.3
1,2Mestranda e Professor do Museu Nacional – Universidade Federal do Rio de Janeiro
([email protected]). 3Professor do DCNAT – Universidade Federal de São João del-Rei.
Myrtaceae é uma família bem delimitada, com 132 gêneros e 5671 espécies, com distribuição
pantropical. Na flora brasileira, a família apresenta 23 gêneros e 977 espécies, sendo uma das
famílias mais representativas na maioria das formações vegetais, com destaque para a Floresta
Atlântica, para a Floresta de Restinga e os Campos Rupestres. O levantamento da família
Myrtaceae vem sendo realizado na Serra Negra-MG desde o ano de 2003. A Serra Negra
possui porções territoriais nos municípios mineiros de Lima Duarte, Olaria, Santa Bárbara do
Monte Verde e Rio Preto, é contígua à APA da Mantiqueira, a oeste, onde faz divisas com as
Serras de Bom Jardim de Minas e Aiuruoca. O presente trabalho visa ampliar o conhecimento
sobre a Flora de Minas Gerais com ênfase na taxonomia, distribuição geográfica e conservação
da família Myrtaceae para Serra da Mantiqueira. O material coletado encontra-se depositado
nos herbários CESJ e R. A partir destes, estão sendo feitas descrições taxonômicas, chaves para
identificação, ilustrações e comentários sobre a distribuição geográfica, importância
econômica, ameaças de extinção e endemismos. Foram encontrados 12 gêneros e 42 espécies
de Myrtaceae até o momento. Dentre estas a distribuição geográfica de três espécies foi
ampliada para o estado de Minas Gerais: Calyptranthes angustifolia Kiaersk., Eugenia handroi
(Mattos) Mattos e Myrceugenia pilotantha (Kiaersk.) Landrum. Foi também encontrada uma
nova espécie de Plinia que está sendo publicada, Plinia delicata Antunes, Salimena & Sobral.
Levantamentos florísticos com tratamento taxonômico para a família Myrtaceae são
extremamente necessários considerando a representatividade da família em todas as
formações vegetacionais, assim como a dificuldade na identificação, na delimitação genérica e
filogenética para os grupos infrafamiliares. Além disto, as Myrtaceae de áreas serranas são
pouco conhecidas biogeografica e taxonomicamente, revelando novidades importantes
quando trabalhadas.
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ESTADO DO CONHECIMENTO DE LECYTHIDACEAE NO ESPÍRITO SANTO, BRASIL
Ribeiro, M.¹, Alves-Araújo, A.², Peixoto, A.L.³
¹Estudante de pós-graduação em Botânica, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de
Janeiro ([email protected]). ²Professor do Centro Universitário Norte do Espírito
Santo/UFES. ³Pesquisador associado, Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
O Espírito Santo, totalmente incluído no Domínio da Mata Atlântica, possui diversos tipos de
ambientes: as florestas de encosta, em terrenos do Pré-Cambriano, as florestas de tabuleiro,
nos Tabuleiros Terciários e as restingas na Planície Quaternária. Lecythidaceae, com centro de
diversidade na região Amazônica e Guianas, engloba 17 gêneros e 300 espécies das quais 118
representadas no Brasil. A Mata Atlântica, com 19 espécies (60% endêmicas deste Domínio), é
um centro secundário de diversidade da família que engloba árvores de folhas alternas, com
casca fibrosa (embira), muitas das quais com valor econômico e exploradas comercialmente. A
pesquisa teve como objetivo inventariar as Lecythidaceae ocorrentes no Espírito Santo,
partindo de dados de coleções de herbários disponíveis na rede SpeciesLink/CRIA. Os três
herbários capixabas (MBML, CVRD, VIES) têm suas coleções disponíveis nesta rede, bem como
grandes herbários da região sudeste. Foram encontrados 294 registros representando 12
espécies em quatro gêneros. Não identificados em nível específico, são 18% dos registros. Dos
78 municípios do estado, 41 não possuem um único registro. Por outro lado, o município
Linhares agrega 47% dos registros, representados predominantemente por coletas na Reserva
Natural da Vale. As coletas estão concentradas nos municípios litorâneos e poucos registros
nas regiões noroeste, central e sul. A floresta de tabuleiro teve a maior riqueza de espécies
(12) e mais coletas, seguida da floresta de encosta (6) e restinga (1). Em apenas 12 das 76 UCs
do estado encontram-se documentadas espécimes de Lecythidaceae. Conclui-se que a família
é pouco amostrada no Espírito Santo, possivelmente devido ao grande porte dos espécimes
que desencoraja e dificulta a coleta e a equivocada concepção que o grupo é suficientemente
conhecido. Portanto, é necessário enriquecer as coleções especialmente visando ampliar a
acurácia da distribuição geográfica, ecologia e taxonomia do grupo para subsidiar sua
conservação. (Agradecimento ao projeto Sisbiota/CNPq, JBRJ e Ceunes/UFES)
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PERCEPÇÃO E INTERPRETAÇÃO DO AMBIENTE PARA ELABORAÇÃO DE TRILHAS ECOLÓGICAS
NO LAHVI
Franco, L.A1,; Abreu, T.F.2; Silva, J.G.3
1Estagiário do LAHVI, Estudante de graduação do curso de Ciências Biológicas/UFF; Bolsista
PROGRAD. 2Estagiário do LAHVI e Estudante de graduação do curso de Ciências Biológicas/UFF. 3Prof. Associado IV do Depto de Biologia Geral/UFF e do Programa de Pós Graduação em
Ciência Ambiental; Coordenadora do LAHVI - Laboratório Horto-Viveiro.
Percepção ambiental refere-se à forma como o indivíduo percebe o seu meio, estando
intrínsecos os laços entre ele e o ambiente, sua visão de mundo e a resposta dos sentidos aos
estímulos externos. Requer a produção de conhecimento que pode partir de pequenas
experiências ou atividades propositais onde certos fenômenos são claramente registrados.
Muitas vezes, o auxílio de terceiros favorece o desenvolvimento desta percepção, para que
não se torne mera informação e a compreensão do espaço onde se vive propicie uma melhor
qualidade de vida. Alunos de graduação de diferentes cursos atuam nos projetos de extensão
em ações de Educação Ambiental do Laboratório Horto Viveiro. Entre elas, a trilha ecológica é
uma que requer treinamento de seus ministrantes para levar a comunidade a perceber e
interpretar o ambiente de forma mais coesa. O levantamento de pré-concepções do que os
estudantes de biologia envolvidos no projeto entendem por percepção ambiental, antecede o
embasamento teórico pesquisado na literatura. Observações, anotações, gravações auditivas e
fotos indicam pontos de maior interesse no planejamento e execução da trilha, assim como
aspectos positivos e negativos para auxiliar futuras modificações ou enriquecimentos. Parte
desse conhecimento é usado em roteiros das trilhas oferecidas especialmente a alunos da rede
municipal de ensino durante a Semana do Meio Ambiente, da Primavera e Semana Nacional
de Ciência e Tecnologia. Mesmo sendo uma cobertura vegetal em recuperação e estando em
meio à Universidade, o LAHVI se mostra um excelente local para trilhas ecológicas, onde é
possível realizar ações de educação ambiental possibilitando à comunidade o contato e a
integração com a natureza. Para os alunos de graduação, tal atividade oferece campo para o
levantamento de questões e dúvidas que posteriormente são sanadas, possibilitando o
surgimento de ideias que aguçam seu treinamento profissional e produzem uma bagagem
para a vida.