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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE GRADUAÇÃO EM PEDAGOGIA LICENCIATURA PLENA
MÔNICA TAVARES BATISTA
O BRINCAR NO CONTEXTO HOSPITALAR E SUA RELEVÂNCIA NA
APRENDIZAGEM INFANTIL
NATAL/RN
2016.2
MÔNICA TAVARES BATISTA
O BRINCAR NO CONTEXTO HOSPITALAR E SUA RELEVÂNCIA NA
APRENDIZAGEM INFANTIL
Trabalho de Conclusão de Curso, na modalidade: artigo
científico, apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para
obtenção do grau de licenciado em Pedagogia.
Orientadora:Profª. Dra. Jacyene Melo de Oliveira Araújo.
Co-orientadora:Profª. Ms. Cintia Aparecida Ataíde.
NATAL/RN
2016.2
O BRINCAR NO CONTEXTO HOSPITALAR E SUA RELEVÂNCIA NA
APRENDIZAGEM INFANTIL: Fundamentos e concepções de pedagogas
Por
MÔNICA TAVARES BATISTA
Trabalho de Conclusão de Curso, na modalidade: artigo
científico, apresentado ao Curso de Pedagogia da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte como requisito parcial para
obtenção do grau de Licenciado em Pedagogia.
Orientadora:Profª. Dra. Jacyene Melo de Oliveira Araújo.
Co-orientadora:Profª. Ms. Cintia Aparecida Ataíde.
BANCA EXAMINADORA
______________________________________________________
Profª. Dra. Jacyene Melo de Oliveira Araújo (Orientadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Profª. Ms. Cintia Aparecida Ataide (Co-orientadora)
Universidade Federal de Sergipe
_______________________________________________________
Prof. ª Dra. Giane Bezerra Vieira (Examinadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
______________________________________________________
Prof.ª Ms. Ivone Priscilla de Castro Ramalho (Examinadora)
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
3
O BRINCAR NO CONTEXTO HOSPITALAR E SUA RELEVÂNCIA NA
APRENDIZAGEM INFANTIL: Fundamentos e concepções de pedagogas
BATISTA, Mônica Tavares2
RESUMO
Na intenção de ampliar conhecimentos e estudos sobre o brincar e o processo de
aprendizagem da criança, abordamos neste estudo o brincar e sua relevância para
aprendizagem infantil no contexto hospitalar, investigando como esta ação, contribui no
processo de aprendizagem no período de internação infantil, conhecendo e refletindo a
importância dos desafios da atuação pedagógica neste ambiente. A metodologia utilizada foi a
pesquisa exploratória junto aplicação de questionários a profissionais da área, na perspectiva
da investigação qualitativa em educação, contendo perguntas objetivas e subjetivas, a fim de
responder aos objetivos propostos. Os resultados obtidos de acordo com a pesquisa apontam
que o brincar contribui de forma significativa na aprendizagem infantil, colaborando com os
procedimentos próprios do ambiente hospitalar e envolvendo a criança no universo das
aprendizagens escolares, estimulando a autoestima e influenciando positivamente no processo
de cura. Constatou-se que o grupo pesquisado atribui grande importância no ato do brincar
para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, reconhecendo que este é uma ferramenta
de suma importância para o trabalho docente com êxito, sendo deste modo, um meio de
superar as dificuldades encontradas neste contexto.
Palavras-chave: Criança. Brincar. Aprendizagem. Classe Hospitalar.
ABSTRACT
In the intention to expand knowledge and studies about the play and the process of learning of
the child, we approach in this study the play and its relevance for children learning in the
hospital context, investigating how this action, contributes in the learning process in the
period of children's hospitalization, knowing And reflecting the importance of the challenges
of pedagogical activity in this environment. The methodology used was the bibliographical
research, together with the application of questionnaires to professionals in the field, from the
perspective of qualitative research in education, containing objective and subjective questions,
in order to respond to the proposed objectives. The results obtained according to the research
indicate that play contributes significantly to children's learning, collaborating with the
procedures of the hospital environment and involving the child in the universe of school
learning, stimulating self-esteem and positively influencing the healing process. It was
verified that the research group assigns great importance in the act of playing for the
development and learning of the child, recognizing that this is a tool of paramount importance
for successful teaching work, thus being a means of overcoming the difficulties encountered
in this context.
Keywords: Child. Play. Learning. Hospital Grade.
___________________ 1 Artigo apresentado à Universidade Federal do Rio Grande do Norte, como parte dos requisitos para obtenção
do título de Licenciado em Pedagogia. 2 Graduanda Licenciada em Pedagogia, pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
1. INTRODUÇÃO
A presente pesquisa tem por objetivo analisar a importância da brincadeira no
processo de aprendizagem da criança hospitalizada, observando a funcionalidade da
brincadeira para aprendizagem no momento de adoecimento e internação infantil. Por meio
deste estudo mostraremos como é utilizado o brincar e suas contribuições para o
desenvolvimento da criança, colaborando assim para estudos nesta área pedagógica.
Realizaremos também aplicações e análises de questionários e entrevistas com pedagogas
atuantes nos hospitais com áreas pediátricas de Natal/RN.
Na intenção de ampliar conhecimentos e estudos sobre o brincar e o processo de
aprendizagem infantil, foi utilizada como metodologia a pesquisa e a elaboração de
questionários e entrevistas na perspectiva qualitativa, na qual, envolve a análise, compreensão
e construção do significado do tema em estudo, com intuito de responder aos objetivos
propostos.
Como lembra Gil(2009, p. 121)“a técnica de investigação é composta por um conjunto
de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre
conhecimentos, crenças, sentimentos, valores, interesses, expectativas, aspirações, temores.”
Através do estudo buscamos compreender como os pedagogos utilizam o brincar no
ambiente hospitalar, investigando como esta ação, contribui no processo de aprendizagem no
período de internação infantil, conhecendo e refletindo a importância dos desafios da atuação
pedagógica neste ambiente.
Toda criança tem direito a educação, deste modo, é importante garantir a humanização
através da aprendizagem e momentos de lazer encontrados no ato de brincar, oferecendo a
oportunidade de dar continuidade nas ações educativas e recreativas neste local de tratamento,
procedimento e dor.
Sabemos que a infância é um momento especial de importância inestimável para o
processo de desenvolvimento da criança. Deste modo, é necessário garantir o bem estar
social, físico e psicológico. Ao adoecer a criança é afastada de sua rotina, amigos e familiares,
inclusive do ambiente escolar, sendo privada de viver sua rotina diária de aprendizagens,
brincadeiras e lazer. Durante muito tempo, nos hospitais infantis havia o isolamento, o medo,
a angústia e outros sentimentos que deprimiam e entristeciam as crianças internadas. No
entanto, a humanização e movimentos de inclusão social surgem com o objetivo de
transformar os ambientes hospitalares, amenizando dores pensamentos desfavoráveis e
promovendo o aprendizado, no intuído de dar continuidade a vida que a criança possuía antes
de ser hospitalizada, dessa forma em consonância com Bonato (2011, p.6):
Para minimizar sofrimentos são utilizadas estratégias de humanização
hospitalar, como a brinquedoteca hospitalar, uma vez que a função do
hospital não é apenas curar doenças, mas também promover bem-estar e
qualidade de vida aos pacientes.
Através do brincar e espaços reservados para o desenvolvimento infantil é possível
humanizar o ambiente hospitalar, e incluir a criança no convívio social, proporcionando
conforto e aprendizagem, trazendo interações entre familiares e outras crianças; contribuindo
assim para a melhora física e psicológica. Incluir nos hospitais pediátricos um atendimento
humanizado, de afeto, carinho e aprendizagem é fundamental para dar continuidade a vida
infantil, que por sua vez deve ser repleta de brincadeiras, diversões, interações e
aprendizagens.
A partir do brincar as crianças expressam seus sentimentos e se desenvolve, podendo
deste modo, compreender a si e ao mundo que vive, ressignificando valores, medos, anseios e
tristezas. A hospitalização poderá ser um momento traumático na vida da criança, entretanto,
o pedagogo deverá dar suporte aos pequeninos, apresentando uma nova forma de viver neste
ambiente, fazendo com que o mesmo conheça a rotina hospitalar, suas condições de saúde,
tendo confiança no seu processo de recuperação. Transportar os aspectos da vida infantil para
dentro do hospital poderá contribuir de forma significativa na reabilitação física da criança.
Torna-se relevante compreender a importância do brincar nos ambientes hospitalares,
sua relevância para o processo de aprendizagem, desenvolvimento e cura infantil. Nesse
sentido, a humanização através da brinquedoteca e brincadeiras possibilita a criança viver
momentos da sua infância ressignificando seus pensamentos e dando um novo olhar as suas
novas experiências vividas. A importância desta temática persiste em contribuir para a
transformação positiva do espaço hospitalar, possibilitando a continuidade aos conhecimentos
da criança sem interromper seus aprendizados e costumes diários.
2. A CRIANÇA E O PROCESSO DE HOSPITALIZAÇÃO
Quando falamos em criança logo lembramos de brincadeiras, tranquilidade,
curiosidade entre outras qualidades que caracterizam este indivíduo; de fato, a infância
proporciona um universo de descobertas, no qual, o pequenino trilha uma estrada explorando
o novo, buscando se expressar através de inúmeras brincadeiras, que por sua vez, tornam uma
ferramenta importante para a socialização, comunicação e aprendizagem infantil.
Para Aires (1978, p 47) a sociedade nem sempre viu a criança como um ser especial e
único que necessita de carinho, atenção e afeto, infelizmente durante muitos anos as crianças
eram tratadas como adultos em miniaturas, sem demostrar interesse as necessidades infantis.
Aires explica o conceito de infância em três períodos distintos, afirmando que não havia
diferença entre o mundo adulto e infantil, os pequeninos participavam deste universo adulto
sem distinção dos mesmos, se vestindo como tais e praticando seus hábitos.
Com o passar do tempo a sociedade passou a separar crianças dos adultos, surgindo
assim as primeiras instituições escolares. Por fim surge a concepção de infância que
conhecemos hoje, repleta de brincadeiras, deveres e direito que asseguram essa fase tão
especial:
Até o século XVII, a socialização da criança e a transmissão de valores e de
conhecimentos não eram assegurados pelas famílias. A criança era afastada
cedo de seus pais e passava a conviver com outros adultos, ajudando-os em
suas tarefas. A partir daí, não se distinguia mais desses. Nesse contato, a
criança passava dessa fase direto para a vida adulta. (ARIÈS, 1978, p.53).
Sabemos hoje que a criança é um ser dotado de particularidades e cuidados especiais
necessitando de afeto e observações acerca dos seus anseios, no entanto, devemos garantir em
qualquer circunstância, uma infância feliz, com características próprias desta fase. A infância
é um momento único que precisa ser considerado e respeitado, para que assim a criança venha
a ser um adulto criativo e bem sucedido. É neste ciclo da vida que deverá ser mantido as
convivências com os familiares que, por sua vez, proporcionam mediações de aprendizagens,
afeto e carinho.
A família estimula a socialização infantil com outras crianças e adultos, oferecendo
oportunidade de novos aprendizados. Nesse sentido, Andrade, et al; (2005, p.103) destacam a
relevância da família enquanto “[...]mediadora entre a criança e a sociedade, possibilitando a
sua socialização, elemento essencial para o desenvolvimento cognitivo infantil.” O contato
social possibilita a interação e a construção de novos conhecimentos, sendo também por meio
desta relação saudável que a criança alcança o conforto emocional, no qual, o outro passa a
ser parte essencial da sua vida cotidiana feliz. O contato social entre parentes e amigos, seja
por meio de brincadeiras ou conversas, pode gerar um bem estar inestimável para criança,
pois está envolta de afetividade e brincadeiras é fundamental para relaxar e progredir no seu
estado físico e emocional.
É necessário compreender a importância da infância para o bom desenvolvimento da
criança, sem menosprezar o brincar e as brincadeiras ocorridas com tanta frequência nessa
etapa da vida, visto que, desempenham um papel fundamental para as aprendizagens e
evolução infantil. O brincar será essencial para garantir prazer e satisfação, contribuindo desta
forma para as descobertas sobre o mundo que a cerca e sobre si, aprendendo assim a
relaciona-se com o mundo e consigo mesma.
Souza (2005, p.3), aponta que “[...]a brincadeira tem uma enorme função social,
desenvolve o lado intelectual e principalmente cria oportunidades para a criança elaborar e
vivenciar situações emocionais e conflitos sentidos no dia a dia de toda criança.” Portanto, é
importante que a criança brinque, para que assim saiba conviver com suas situações
emocionais, conhecendo melhor a si e externalizando todo sentimento ruim, desta forma a
brincadeira enriquece o processo de evolução e aprendizagem da criança, oferecendo a
oportunidade de reflexão acerca de seus sentimentos.
Embora a criança tenha todo suporte para vivenciar a infância, poderá está sujeita a
complicações de saúde tendo que se afastar da convivência social harmoniosa e da vida
agitada de brincadeiras alegres que promovem o seu bem-estar. No entanto é essencial
transportar para dentro do ambiente hospitalar o universo infantil, garantindo a continuidade
da vida que a criança possuía anteriormente. O hospital não pode apenas ser um local de cura
física, que interrompa traumaticamente uma rotina de afazeres e aprendizados, mais
juntamente com isso ser um local de terapia que utiliza recursos naturais da criança para
extrair o seu potencial.
Este universo harmonioso de inocência e paz, poderá ser abalado por um diagnóstico
de uma enfermidade, trazendo medos e inquietudes ao paciente, que por sua vez, poderá
internalizar todo esse sofrimento psicológico. A hospitalização na infância poderá ser
representada com uma experiência traumática, visto que este ambiente é hostil e doloroso para
quem o frequenta. O diagnóstico de uma doença, junto a internação do paciente, causa medo,
ansiedade e desmotivação, uma vez que o mesmo afasta a criança da sua família, escola e
amigos, distanciando-as de suas atividades naturais da infância.
Em consonância com Mitre e Gomes (2004, p. 148):
Ela afasta a criança de sua vida cotidiana, do ambiente familiar e promove
um confronto com a dor, a limitação física e passividade, aflorando
sentimento de culpa, punição e medo da morte. Para dar conta de elaborar
essa experiência torna-se necessário que a criança possa dispor de
instrumentos de seu domínio e conhecimento.
Essa é uma experiência difícil, que por sua vez, deverá oferecer recursos ao pacientes
para lidar com a doença e o sofrimento causado por ela, deste modo, o brincar surge como
uma metodologia pedagógica essencial para incentivar o enfrentamento da doença liberando
sentimentos e expressões. Neste momento é importante que a criança esteja em um contexto
infantil, com profissionais qualificados e preparados para trabalhar com as principais
dificuldades das crianças, afim de amenizar a sua dor e sofrimento, promovendo uma melhora
psicológica e contribuindo para reabilitação física do mesmo.
A hospitalização afasta o paciente de seus convívios e interações sociais afetando a
maneira de se sentir, podendo trazer consequências de “amargura” no seu pensar e nas suas
afetividades, Rocha (2010, p. 116), destaca que as consequências desses afastamentos, “[...] e
essa privação tem sérias consequências sobre a construção da subjetividade.” O contato com
outros indivíduos favorece a troca de conhecimento, permitindo o diálogo e o bem estar
promovido a partir do convívio do “estar junto”, dessa forma diante de tantas vivências e
experiências a criança vai tecendo seu ponto de vista e concepções sobre o mundo, por essa
razão é necessário sempre otimizar este processo de hospitalização para que neste momento
sujam novas concepções do adoecer, favorecendo outras possíveis experiências que virão.
O contexto social da criança é consideravelmente diferente do ambiente hospitalar
que, por sua vez, submete o paciente a dor de procedimentos e privações, no qual, os
pequeninos em situação de enfermidade estão sujeitos. O novo universo encontrado, anuncia
novos desafios, superações e novas aprendizagens, deste modo, é indispensável um mediador
capaz de fazer a criança compreender o seu adoecimento, entendendo os procedimentos
diários, assim o pedagogo deverá criar um aparato para que o mesmo construa suportes
psicológicos para se recriara a cada dia, superando seus medos e aflições.
De acordo com Pereira (2008, p.3):
Esse profissional em ambientes hospitalares tem como função acompanhar e
intervir no processo de aprendizagem do educando, fornecendo subsídios ao
aluno-paciente uma compreensão do processo de elaboração da doença e da
morte, explicando os procedimentos médicos e auxiliando a criança e o
adolescente na adaptação hospitalar.
É imprescindível o olhar pedagógico neste contexto frígido, pois devolve a criança a
sua infância e proporciona uma maneira nova de enxergar a sua própria vida, compreendendo
o novo contexto em que se encontra, extraindo conhecimento de onde menos se espera. O
pedagogo humaniza esse espaço, oferecendo ao ser humano um tratamento hospitalar digno
que tenta retomar a vida do indivíduo, trazendo mais conforto no seu dia a dia de internação.
3. O BRINCAR E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
A infância é um momento sublime, geralmente caracterizado pelas brincadeiras,
conversas e interação com outros amiguinhos que, por sua vez, proporcionam bem estar e
lazer. Muitas dessas atividades acontecem em uma das primeiras instituições sociais que a
criança geralmente frequenta. A escola entre outros contextos educativos, promove interação
e desenvolvimento, carregando na memória do pequenino muitos aprendizados e momentos
vividos. Deste modo sabemos que é de responsabilidade dos cuidadores garantir um
desenvolvimento pleno e saudável, afim de construir um ser humano apto a atuar
harmoniosamente na sociedade.
Segundo o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil – RCNEI
(1998,p. 24):
A base do cuidado humano é compreender como ajudar o outro a se
desenvolver como ser humano. Cuidar significa valorizar e ajudar a
desenvolver capacidades. O cuidado é um ato em relação ao outro e a si
próprio que possui uma dimensão expressiva implica em procedimentos
específicos.
O brinca é uma marca infantil, não podendo desta forma ser abolida ou despercebida
na criança em nenhum momento. Ao nascer a criança é inserida em sociedade junto aos seus
familiares que deveram cuidar e proporcionar desenvolvimento através de brincadeiras,
interações e aprendizagens, assim compreendemos que a evolução da criança é plena e
constante acontecendo em situações simples.
É importante que o responsável da criança esteja atento as necessidades infantis,
buscando proporcionar o maior conforto possível as crianças, que no entanto, deveram estar
livres de preocupações. Os profissionais e responsáveis das crianças devem contribuir de
forma positiva para o desenvolvimento infantil, que pode iniciar-se através do diálogo,
carinho e afeto, pois através destes será possível criar vinculo e confiança com o pequenino,
facilitando assim a aprendizagem.
De acordo com o Referencial Curricular Para a Educação Infantil-(RCNEI):
[...] quanto mais às crianças puderem falar em situações diferentes, como
contar o que lhes aconteceu em casa, contar histórias, dar um recado,
explicar um jogo ou pedir uma informação, mais poderão desenvolver suas
capacidades comunicativas de maneira significativa (BRASIL, 1998, p.121).
Compreendemos assim que todo o processo de desenvolvimento é acompanhado de
descobertas e novos conhecimentos, oferecendo a todo instante momentos únicos de inserir
novas informações para a construção de novos aprendizados. Portanto dialogar e incentivar o
lúdico na vivência da infância é essencial para edificar um futuro adulto equilibrado e bem
sucedido.
O brincar surge nas pediatrias hospitalares no intuído de humanizar e dar continuidade
a vida infantil, resgatando a prática natural de toda criança, oferecendo oportunidade da
mesma se desenvolver em um contexto lúdico e social.
Segundo Vygotsky (1991, p. 35 apud DAVIS; OLIVEIRA, 1993, p. 56), “o ser
humano cresce num ambiente social e a interação com outras pessoas é essencial ao seu
desenvolvimento”.
Deste modo Vygotsky vem confirmando a importância do brincar para a
aprendizagem e evolução infantil, pois é através deste contato que surge o diálogo e a troca de
ideias.
Visto que, o brincar é parte essencial do ser infantil, torna-se desta forma necessário
preparar em hospitais pediátricos um ambiente lúdico, propicio para as o desenvolvimento e
aprendizagem das crianças. Diante do Estatuto da criança e adolescente que garante
assistência durante o seu tempo de internação, o pequenino ganha espaço e reconhecimento na
área hospitalar.
De acordo com a Resolução nº 41 de outubro de 1995, no item 9, a criança e
adolescente tem o “direito de desfrutar de alguma forma de recreação programas de educação
para a saúde, acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar.
DIARIO OFICIAL DA UNIÃO, 17/10/95- seção I, p. 163/9-16320- Brasília- Distrito Federal.
O respeito e a atenção pela criança surge além da doença que lhe acomete,
preocupando-se também com o seu bem estar psicológico. Para acolher, proporcionar
conforto e construir aprendizagens e socializações na perspectiva lúdica os hospitais
pediátricos abrem espaço para um ambiente adequado, no qual, as crianças possam vivenciar
momentos de brincadeiras e atividades naturais de sua idade.
De acordo com Viegas (2007, p. 11):
[...] um espaço no hospital, provido de objetos e jogos educativos, destinado
a estimular as crianças, os adolescentes e seus acompanhantes a brincar no
sentido mais amplo possível e conseguir sua recuperação com melhor
qualidade de vida.
De acordo com a Lei nº 11.104, de 21 de março de 2005, já citada anteriormente, que
decreta a obrigatoriedade de brinquedotecas nos hospitais pediátricos, podemos compreender
a sua importância nesse ambiente, visto que, a brincadeira é uma forma de educar e
desenvolver as crianças.
A brinquedoteca auxilia no processo de recuperação infantil, pois ao mesmo tempo
que proporciona conforto, descontração e lazer, possibilita a aprendizagem de forma
descontraída, suavizando o estado de adoecimento.
Deste modo Assis (2009, p. 16), afirma que “Tanto a classe hospitalar quanto a
brinquedoteca preocupa-se com o atendimento mais humano a pessoa hospitalizada e seus
familiares, fortalecendo interações pessoais e minimizando os impactos causados pelo
contexto de enfermidade.” A brinquedoteca além de trazer aprendizados em momentos de
lazer, proporciona bem estar ao dar continuidade das atividades infantis, disponibilizando a
interação social para novas trocas de experiências e aprendizagem.
A brinquedoteca garante a humanização, com espaços adaptados para as crianças
vivenciarem o brincar, ferramenta essa de reabilitação de sentimentos negativos nos
pequeninos.
A brinquedoteca, segundo Pinto, et al;(2011, p.6), “[...]configura-se em uma estratégia
de humanização, haja vista que além de se constituir em um ambiente que permite à criança se
expressar e se relacionar, auxilia na minimização do sofrimento [...]”. Wiezzel e Villela
(2008, p.103), também apontam que o brincar no hospital “[...]favorece o processo de
humanização e minimiza o sofrimento da criança e de seus familiares decorrente da doença e
da hospitalização, contribuindo no processo de cura.
Aprender brincando poderá ser bem produtivo, pois a criança está em seu contexto
natural, no qual, se diverte e expressa seus sentimentos, interage socialmente desenvolvendo o
seu bem estar físico e social. Ter um ambiente acolhedor, preparado para exercitar a
imaginação, o diálogo e as brincadeiras é essencial para aliviar o sentimento de angústia,
tristeza e medo, oferecendo oportunidade de descoberta e um novo olhar para a sua situação
atual.
É necessário compreendermos que a criança se desenvolve a todo momento, deste
modo, não será somente em contextos escolares que o pequenino alcançará a aprendizagem,
neste caso, diante das leis que asseguram a criança e o adolescente, o hospital vem se
adaptando para proporcionar desenvolvimento, educação e recreação dos pequeninos.
Segundo Lemos, et al; (2010, p. 915);
A intervenção lúdica facilita a comunicação, possibilita a construção e
reconstrução da própria individualidade pela criança, aspecto este bastante
fragilizado pelo processo de hospitalização, constituindo-se como um
recurso autocicatrizante na infância. Nesta perspectiva, o brincar deve fazer
parte da prescrição médica e da enfermagem, ocupando um lugar de
destaque no âmbito da promoção da saúde e atendimento integral à criança.
O recurso pedagógico do brincar favorece além da continuidade do desenvolvimento
infantil, possibilitando o fortalecimento da autoestima, linguagem, socialização e pensamento,
características estas imprescindíveis para formação do ser humano. Através da brincadeira a
criança passa a se conhecer melhor, reflete sobre sua atual condição, alcançando assim
pensamentos mais maduros, satisfatórios para o momento vivido.
De acordo com Lemos, et al; (2010, p. 951):
A hospitalização interfere no aspecto emocional da criança, o brincar surge
então, como um instrumento utilizado para modificar o cotidiano dessa
internação, pois mexe com o mundo imaginário dela, fazendo com que haja
uma oscilação entre este mundo e o mundo real, superando, desta forma, as
barreiras da doença.
Entre vários benefícios que o brincar oferece a criança podemos também citar o
estimulo ao raciocínio e o desenvolvimento intelectual, visto que, a criança estará
acompanhada de mediadores que contribuíram na sua aprendizagem, ajudando a alcançar um
conhecimento mais concreto.
De acordo com Monroe (2016, p. 04), embasada na teoria de Vygotsky “a presença de
um adulto capaz de planejar as etapas do aprendizado é ponto central para a criança adquirir
conhecimentos do grupo de que faz parte”. Deste modo o adulto será capaz de conduzir a
criança a novos conhecimentos apresentando e organizando os saberes para que assim seja
melhor internalizados.
Ao brincar a criança se desenvolve, pois explora o mundo conhecendo o novo,
interage socializando com seu grupo, ativa a imaginação e criatividade e se diverte fazendo o
que realmente gosta. Os jogos podem ser introduzidos no processo de aprendizagem, estes
levaram as crianças a compreender regras e respeitar o próximo, podendo também dar
continuidade nos ensinos escolares que por sua vez foram interrompidos no momento em que
a criança foi hospitalizada.
Segundo Vygotsky (1991, p.35):
O brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e
realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de
expressão e de ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir
relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos.
O brincar faz parte do processo de desenvolvimento humano, sendo este essencial para
construir as outras etapas da vida que virão, deste modo é necessário promover em qualquer
circunstância o bem estar infantil, através de brincadeiras e jogos que estimulem o cognitivo,
a interação e respeito ao próximo, deste modo, será possível auxiliar na construção de um ser
mais íntegro.
3.1 O BRINCAR NO PROCESSO DE RECUPERAÇÃO DA CRIANÇA
O contexto natural e cultural da criança geralmente é cercado por brincadeiras e
socializações entre familiares e amigos, na qual, o pequenino interage e se diverte boa parte
da sua vida infantil no ambiente escolar, construindo novas aprendizagens através de
mediadores que proporcionam a ludicidade como um caminho simples para edificar um novo
conhecimento.
A infância é um momento de descobertas e muitas brincadeiras, que proporcionam as
crianças grandes desenvolvimentos e aprendizados, que permanecem ativos no indivíduo
durante muito tempo da sua vida. O universo infantil é regido pelo mundo imaginário cheios
de fantasias e brincadeiras capazes de transportar a criança para outra realidade, trazendo
conforto e calma.
De acordo com Silva e Corrêa (1985, p.38), o brincar é um instrumento “[...] utilizado
como um meio capaz de oferecer às crianças atividades estimulantes e divertidas, mas que
lhes traga calma e segurança”. Portanto, os ambientes frequentados pelos pequeninos deveram
estar envolto deste universo, afim de proporcionar aprendizado e tranquilidade.
O brincar oferece condições de amadurecimento fazendo a criança conhecer seus
medos lidando da melhor forma com eles, libertando os pequenos de momentos angustiantes e
temíveis. Um ambiente acolhedor, próprio da infância tem o poder de retirar a criança de um
contexto amargo, transformando os seus sentimentos ruins em aprendizados favoráveis.
Silva e Santos (2009, p.12), retratam que com o brincar a criança “[...] consegue lidar
com situações novas e inesperadas, e age de maneira independente, conseguindo enxergar e
entender o mundo fora do seu cotidiano.”
Para amenizar os efeitos da internação, o brincar e a brincadeira são algumas
estratégias usadas como recurso terapêutico, no intuito de fazer a criança interagir com
situações tristes e sentimento de medos. Na área hospitalar deverá ser mantido o ambiente
lúdico, pois é no ato de brincar que a criança expressa suas vontades e desejos construindo
novos conhecimentos que permiti a mesma compreender o seu contexto. Manter no hospital
um ambiente infantil, é fundamental para afastar o medo, a angústia e a frieza que o próprio
lugar propícia.
Nesse sentido, Silva e Correia (2010, p.41), ressaltam a relevância da brinquedoteca
para ambiência hospitalar, destacando que além do brincar é relevante observar “[...] a faixa
etária e o brinquedo/brincadeira oferecido, com o objetivo de proporcionar uma assistência
humanizada às crianças.” A brinquedoteca no ambiente hospitalar é um lugar especial e
essencial, no qual, deixa a criança livre para vivenciar uma das coisas que mais gostam de
fazer, interpretando suas dores e desejos da melhor forma possível. O profissional da
pedagogia, no entanto, terá o papel de conduzir e transformar essa nova realidade infantil.
O brincar é uma forma da criança se expressar, compreendendo o seu universo e o
mundo adulto. Através da brincadeira os pequeninos podem interagir socialmente,
estabelecendo novas amizades e conhecimentos, desenvolvendo assim cada vez mais o seu
cognitivo. Através da brincadeira será possível proporcionar novos conhecimentos a criança,
conduzindo a compreensão de procedimentos médicos, rotina hospitalar e melhor
conhecimento acerca da sua doença, assim como garante seu equilíbrio emocional e
intelectual:
[...]A brincadeira proporciona diversão e produz relaxamento; ajuda a
criança a sentir-se mais segura em um ambiente estranho; ajuda a diminuir o
estresse da separação e os sentimentos de estar longe de casa; proporciona
um meio para aliviar a tensão e expressar sentimentos; encoraja a interação e
o desenvolvimento de atitudes positivas em relação a outras pessoas;
proporciona um meio para a expressão de ideias e interesses criativos; e
funciona como uma forma de atingir os objetivos terapêuticos (WHALEY,
1989, p. 52 apud SOARES, 2012, p.3).
É por meio do brincar que o pedagogo e profissional da saúde conhecerá e entenderá
melhor seu paciente, compreendendo suas aflições, medos e angústias, identificando seus
conceitos equivocados sobre a doença acometida e procedimentos médicos, procurando fazer
com que a criança sinta-se melhor, externando os sentimentos ruins que poderá surgir:
Brincar no hospital não deve servir para distanciá-la da realidade, distraindo-
a, tal como uma manobra diversionista, mas deve auxiliá-la e vivê-la:
desenvolvendo seu raciocínio, sua capacidade de expressão, melhorando seu
ânimo, a criança reúne forças e instrumentos intelectuais para compreender a
realidade em que vive (FORTUNA, 2004, p. 187).
A função do brincar deve ser observada com “olhos” de seriedade, pois ao trazê-la
para o novo contexto da criança, deverá ser utilizada com objetivo de desenvolver o potencial
infantil, fazendo com que a mesma evolua cognitivamente, sendo capaz de conhecer a sua
realidade e a si.
Fortuna (2004, p. 189) ressalta que no brincar “[...] a criança pode se expressar
melhor, assim como demonstrar os seus sentimentos e resgatar a si mesma.”, dessa forma a
criança consegue se libertar psicologicamente da doença que lhe faz refém, fazendo com que
as mesmas demonstrem suas fraquezas e se reinventem a parti deste sentimento.
No ambiente hospitalar a brinquedoteca é um espaço obrigatório que tem como um
dos objetivos humanizar o tratamento das crianças, proporcionando momentos de
tranquilidade para as mesmas, pois é neste espaço que os pequeninos poderão libertar-se dos
seus medos realizando o que desejam e sendo crianças de fato:
Dispõe sobre a obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades
de saúde que ofereçam atendimento pediátrico em regime de internação.Art.
1o Os hospitais que ofereçam atendimento pediátrico contarão,
obrigatoriamente, com brinquedotecas nas suas dependências. (BRASIL,
2005, p. 1).
Deste modo, a brinquedoteca é um direito assegurado aos pacientes, estando ligada a
alguns objetivos sociais, educacionais, terapêutico-pedagógico, entretenimento, entre outros.
Ao afastar-se da sua família, amigos e rotina diária a criança adentra em um universo
diferente do seu, no qual, sente dificuldade em lidar precisando, deste modo, de atenção
especial, onde o brincar surge entre outras finalidades como estratégia para amenizar os
efeitos de internação.
4 . O PROFISSIONAL PEDAGOGO NA CLASSE HOSPITALAR
Sabemos que o profissional de pedagogia poderá atuar na área hospitalar contribuindo
para o desenvolvimento pleno da criança, integrando a equipe multidisciplinar com os seus
conhecimentos. O pedagogo traz para o hospital a humanização, onde enxerga os seus
pacientes de maneira mais afetiva e acolhedora, através da brincadeira passa a conhecer
melhor o paciente, lhe ofertando a possibilidade de aprendizagem constante.
O diálogo é uma prática sensível de compreensão do ser, que deverá estar em
constante exercício na área pedagógica, construindo uma ponte entre paciente e professor,
pois é por meio deste processo de comunicação que o profissional consegue compreender o
paciente, conhecendo sua história de vida, seus objetivos e desejos, ajudando-os a dar um
novo significado ao processo de hospitalização. De acordo com Rocha (2010, p. 118), a
linguagem é um meio do desenvolvimento humano e contribui como um suporte para
expressão do pensamento, podendo assim ser um meio de compreender significantemente o
que a criança sente neste momento de adoecimento e internação.
Para Rocha (2010, p. 119) o pedagogo deverá está em constante socialização com a
criança, transmitindo paz, tranquilidade, aprendizado e afeto, na busca de mediar a construção
de uma identidade plena, repleta de conhecimentos e experiências que serviram como boas
ferramentas de formação pessoal, pois a fase de internação propícia muitas sabedorias
enriquecendo a bagagem intelectual da criança. A criança tem a capacidade de se reinventar a
partir das suas dores e medos, tal atitude é essencial, pois edifica um indivíduo “forte”, capaz
de lidar com diversas circunstâncias que poderá ocorrer em sua vida. No entanto, é preciso um
profissional atento a criança, apto a conduzi-la na estrada da dor, transformando esse
momento em grandes ensinamentos e aprendizagens.
Ao adoecer e a criança está condicionada a internação se afastando da escola, uma das
grandes instituições sociais que favorece consideravelmente o desenvolvimento social e
intelectual das crianças, no entanto, o pequenino não deverá ser prejudicado ou excluído pela
sua condição de saúde, obrigatoriamente a educação deverá ser oferecida no espaço físico
hospitalar.
Segundo Fontes (2010, p. 2):
“As ações da pedagogia se efetuam sob a ótica de que, mesmo passando por
uma internação, a criança e o adolescente não precisam ter o seu processo de
escolarização e sua vida social prejudicados e/ou interrompidos, pois pode
ser desenvolvido atividades dentro do ambiente hospitalar que deem
continuidade a esse processo”.
Hospitais com pediatria deverão manter um ambiente humanizado, afim de oferecer
continuidade no contexto anterior ao que as crianças viviam, mesmo hospitalizadas os
pequeninos estão em constante aprendizados, devendo ser respeitado as suas limitações
devido a patologia. Portanto o professor deverá estar preparado para interagir e investigar o
paciente com calma e paciência, objetivando que a aprendizagem não se restringe apenas no
ambiente de sala de aula, que a mesma é ampla e poderá ser construída em outros espaços:
A aprendizagem, no entanto, não se restringe apenas ao acontecer em sala de
aula, na escola, mas se faz presente em todos os contextos em que o
aprendiz, sujeito do conhecimento, se vê construindo algum saber; na
família, no trabalho, no âmbito clinico e de saúde ou em qualquer outro
espaço social. (CIORNAI, 2005, p.25).
Toda criança tem direito e acesso ao conhecimento em qualquer circunstância da
infância, podendo estabelecer novas relações com outros pacientes, com a equipe e
acompanhantes, aprendendo através da socialização, construindo e mediando conhecimento
com o outro. No entanto a relação professor-paciente deverá ser harmoniosa, de cumplicidade
e amizade, proporcionando a criança segurança e conforto na aprendizagem, estando
preparado para intervir neste momento de dor e sofrimento do pequenino, é indispensável que
o pedagogo conheça bem o paciente, pois é explorando seus sentimentos, desejos e
conhecendo a realidade de sua vida cotidiana, que o profissional consegue elaborar estratégias
para um bom aprendizado.
Desta forma segundo Rubio e Gomes (2012, p. 2):
O professor deve ter um grau de instrução adequada, para proporcionar à
criança hospitalizada um bom desenvolvimento pedagógico que lhe propicie
autonomia e confiança, respeitando suas limitações de saúde e ajudando-as a
vencer barreiras para que possam viver normalmente sem traumas após a alta
médica.
Deste modo, é imprescindível a intervenção do pedagogo no ambiente hospitalar
pediátrico, pois o profissional conduz a criança em um caminho menos doloroso do que o
convencional, acolhendo com afetividade e carinho o indivíduo fragilizado por um
diagnóstico e lhe ofertando um novo olhar sobre a vida através das brincadeiras e
aprendizagens. O brincar no momento da hospitalização ganha um papel primordial na
ressignificação de medos, dores e anseios, sendo um meio de renovar a reflexão sobre os
momentos vividos e transformar a situação de dor em conhecimento, experiência e alegria.
5. O OLHAR PEDAGÓGICO FRENTE A ATUAÇÃO HOSPITALAR
Para a construção desta pesquisa foram entrevistados 6 (seis) professoras atuante da
classe hospitalar, de quatro distintas instituições de saúde de Natal/RN. Identificamos que
todas as professoras entre 20 e mais de 40 anos de idade possui graduação em pedagogia e
especialização. Podemos também identificar que 3 (três) professoras trabalham no
contraturno, tendo assim outra profissão além da pedagogia hospitalar. As professoras
entrevistadas estão trabalhando na classe hospitalar entre 1 a 20 anos, tendo experiências
significativas para compartilhar conhecimentos.
Para a interpretação dos dados coletados, foi utilizada a técnica da análise do conteúdo
que tem o objetivo de apresentar uma visão crítica sob o material coletado.
Segundo Gil (1999, p.171),“a exploração do material constitui, geralmente, uma fase
longa e fastidiosa que tem como objetivo administrar sistematicamente as decisões tomadas
na pré-análise”.
Deste modo após um estudo minucioso foi realizado a discussão sobre os dados da
pesquisa, analisando junto a teóricos o material da entrevista coletado.
Para a investigação da pesquisa foram definida três categorias de análise de conteúdo,
sendo estas; o papel do pedagogo na classe hospitalar e seus desafios diante a atuação, o
brincar na classe hospitalar e por fim, os desafios da formação. Essas categorias foram
elaboradas para colaborar com a compreensão dos questionários pesquisados.
Segundo Bardin (1977, p. 121) “as categorias, são rubricas ou classes, as quais reúnem
um grupo de elementos (unidade de registro, no caso da análise de conteúdo) sob um título
genérico, agrupamento esse efectuado em razão dos caracteres comuns deste elementos”.
A abordagem teórica utilizada nessa pesquisa foi a abordagem histórica-cultural, na qual
Vygotsky é seu maior representante, sua teoria vem nos ajudar a compreender como ocorre a
aprendizagem no contexto hospitalar, sendo desta forma, a convivência, mediação e o ato de
brincar essenciais para um bom desenvolvimento e aprendizagem. Embasada na teoria de
Vygotsky foi aprofundado os estudos sobre relevância do brincar na classe hospitalar, pois em
consonância com Lopes e Vieira (2011, p. 11),“a brincadeira é uma prática cultural e histórica
dotada de múltiplas significações que permite a criança a assimilação de novos
conhecimentos”
Para efetivar a pesquisa foi aplicado questionários, em (anexo I), a profissionais
atuantes na área da classe hospitalar, que por sua vez será realizado após consentimento e
assinatura dos participantes, termo em (anexo II). Ao elaborar a análise foi consultado os
questionários afim de nos proporcionar informações essenciais ao estudo proposto.
Para iniciar a pesquisa com os questionários foi utilizado o termo de consentimento
livre esclarecido, em (anexo II), para garantir sigilo aos participantes, resguardando a
integridade dos mesmos, serão utilizados nomes de pedras preciosas para preservar os nomes
verdadeiros dos colaboradores da pesquisa. O questionário possibilitou análise do tema
desenvolvido, nos oferecendo a oportunidade de conhecer o trabalho realizado nesta área,
afim de compreender como a brincar auxilia na aprendizagem e conhecimento dos alunos.
Nenhum dos sujeitos serão identificados, na intenção de resguardar a integridade dos
participantes, deste modo, optamos por estabelecer os nomes das colaboradoras por pedras
preciosas. Portanto temos 6 (seis) colaboradoras: a primeira será apresentada com o nome de
Esmeralda, a segunda por Rubi, a terceira por Cristal, a quarta por Pérola, a quinta por Safira
e a sexta por Diamante.
A investigação de conteúdo foi dividida em três categorias de análise para facilitar a
discussão dos dados coletados, pois de acordo com Bardin (1977, p.117), “entre as diferentes
possibilidades de categorização, a investigação dos temas ou análise temática, é rápida e
eficaz na condição de se aplicar a discursos diretos”.
5.1 O PAPEL DO PEDAGOGO NA CLASSE HOSPITALAR E SEUS DESAFIOS DIANTE
DA ATUAÇÃO
Atuar no ambiente hospitalar exige conhecimento, metodologia, afetividade e
sensibilidade acima de tudo. Enxergar o aluno-paciente é de suma importância para explorar o
seu potencial respeitando seus limites e fortalecendo sua autoestima que por sua vez é
imprescindível para uma aprendizagem agradável e harmoniosa, fortalecendo assim a
continuidade dos seus estudos dentro do hospital. Os desafios são inúmeros e devem ser
superados diariamente, lapidando a ação pedagógica que se aperfeiçoará cotidianamente.
Quando questionadas sobre o papel do pedagogo no hospital as seis professoras
entrevistadas, Cristal, Perola, Rubi, Esmeralda, Safira e Diamante informaram sobre a
função do professor na área hospitalar citando a importância de acompanhar o ensino do
aluno desenvolvendo e elaborando atividades, afim de proporcionar aprendizagem e
minimizar sofrimentos causados pela enfermidade.
Diamante ressalta que; O papel do pedagogo hospitalar é acompanhar a criança ou adolescente no
período da ausência escolar dando continuidade ao seu processo de
escolaridade, motivando-o a continuar seus estudos depois de sua alta
hospitalar.
Em seus relatos as professoras não esquecem de mencionar a assistência curricular
com o aluno, buscando compreender o que o mesmo estudava no contexto escolar, para assim
dar continuidade na classe hospitalar sem interromper o seu processo de ensino-
aprendizagem. Cristal reforça que, os “objetivos da classe é que a criança que está
hospitalizada não fique atrasada dos demais de sua sala e para isso que necessitamos dos
conteúdos da escola de origem do aluno, para assim acompanhar o seu currículo escolar”.
Em consonância com Oliveira (2010, p. 35):
Interferir intencionalmente no desenvolvimento da criança é importantíssimo
na definição do seu desenvolvimento. Então o sujeito depende dessa
intervenção para se desenvolver adequadamente nos rumos que aquela
cultura supõe como os rumos adequados para o desenvolvimento.
Deste modo todas as respostas sobre o papel do pedagogo apontam que as
profissionais compreendem a legislação do estatuto da criança e do adolescente que garante o
acompanhamento curricular da criança no período de internamento, sendo desta forma
assegurada por lei para que seus direitos não sejam desrespeitados.
Safira explica que:
O pedagogo tem o papel importante no ambiente hospitalar, ele é
responsável pela inserção e inclusão da criança ou adolescente na vivência
escolar, visando o acompanhamento desses no período de internação no
hospital para tratamento. O pedagogo é a garantia que estas crianças e
adolescentes não percam o ano letivo e que sejam assistidos. É direito da
criança ter garantido o acesso à educação.
Além das professoras explicarem a importância sobre elaborarem atividades que
desenvolvam o cognitivo e o acompanhamento curricular, Esmeralda aponta que o papel do
pedagogo vai além do ensinar, precisando desta forma da escuta pedagógica, da sensibilidade
para compreender o outro e planejar o melhor para o aluno.
De acordo com Ceccim(1997, p.31), “a escuta se refere à apreensão/compreensão de
expectativas e sentidos, ouvindo através das palavras as lacunas do que é dito e os silêncios,
ouvindo expressões e gestos, condutas e posturas”.
O papel do pedagogo no hospital é de fato uma função sensível, no qual, o profissional
deverá compreender a realidade do aluno, seus sentimentos, angústias e medos para assim
proporcionar estratégias e intervenções de ensino que sejam adequadas ao momento e ao
cognitivo da criança, seguindo o currículo escolar na busca de garantir ensino e continuidade
à sua aprendizagem.
Vygotsky ainda fala sobre outro aspecto que extremamente importante, que é
o da intervenção ativa das outras pessoas na definição dos rumos do
conhecimento, então para ele, a intervenção pedagógica é essencial na
promoção do desenvolvimento de cada indivíduo, de cada sujeito. O sujeito
não percorreria caminhos de desenvolvimento sem ter experiências de
aprendizagem, resultado da intervenção deliberada de outras pessoas na vida
dele (OLIVEIRA,2010, p.83).
Diante do papel do pedagogo na classe hospitalar é necessário a utilização de
ferramentas para melhor lecionar no seu dia a dia, desta forma, percebemos que duas
professoras, Rubi e Cristal utilizam basicamente os mesmo instrumento de ensino; DVD,
livros, brinquedos, computadores, fantoches, instrumentos musicais. Diferenciam-se assim
das demais profissionais a professora Perola, que junto a essas ferramentas, já mencionadas
utiliza também a escuta pedagógica e a afetividade na sua prática docente, já Esmeralda além
de utilizar essas ferramentas faz uso do seu saber para melhor construir conhecimentos com
os seus alunos internados.
O pedagogo hospitalar necessita de diversos recursos que facilitam a mediação de
conhecimento com os alunos, entretanto nos questionários observados podemos analisar os
desafios enfrentados no cotidiano da classe hospitalar. Mencionadas por Rubi, Cristal, e
Perola, a infraestrutura é citada como um desafio na classe hospitalar, na qual, reconhecem a
necessidade de um espaço destinado ao trabalho docente, ondem possam trabalhar com um
espaço amplo, acomodando as crianças de forma mais confortável, entretanto Cristal aponta
que, [...]nosso espaço da classe, é pequeno e temos uma classe multisseriada[...]este é um
desafio que pode ser superado[...],pois o pedagogo não se limita ao espaço físico, podendo
atuar nos leitos e corredores.
De acordo com Fontes, et al;(2005, p. 58):
[...]são grandes as possibilidades de ação do professor nesse novo espaço de
atuação; no entanto, também é grande o desafio de construir uma prática
educativa diferenciada da que ocorre na instituição escolar, requerendo
princípios específicos e outros níveis de conhecimento que respaldem o
complexo trabalho pedagógico no campo hospitalar.
O desafio nesta área é constante, pois o profissional deve se superar a cada momento,
buscando estratégias para envolver o aluno e conquista-lo neste universo de aprendizagens. O
planejamento e métodos de ensino surgem de acordo com as necessidades do paciente, que
segundo Cristal “O acesso venoso e as mão imobilizadas desafiam nós professoras a novas
maneiras de ensinar e fazer com que a criança execute a atividade proposta.”
A classe hospitalar exige do profissional a sensibilidade e o respeito de compreender o
outro através do silencio do olhar, dos simples gestos que é transmitido, desta forma o
professor deverá exercitar a sua capacidade de escuta pedagógica, que por sua vez acaba
sendo um desafio compreender e se colocar no lugar do outro na hora da dor.
Rubi retrata que “é importante ter uma escuta pedagógica, sensibilidade, prática
dinâmica, criativa, lúdica, e respeitar principalmente o momento do aluno. Passando
segurança e confiança em sua aproximação, e sempre, sempre de forma prazerosa levar esse
aluno ao conhecimento.” Sentir e enxergar o paciente é imprescindível para respeitar e
oferecer um ensino adequado para aquele instante, adaptando a atividade, ou iniciando o
processo de conquista, para dar o próximo passo para o estudo.
Em consonância com Ceccim (2000, p. 22) “os demais profissionais precisam
desenvolver em si o potencial de uma escuta pedagógica, condição para quem atua com
crianças e pretende oferecer-lhes atenção integral.”
Ainda nos apontamentos de Rubi podemos observar que a mesma retrata a classe
hospitalar como; “desafiador, ou até mesmo desafia-DOR. Todo momento é um desafio novo
a ser enfrentado, superado, conquistado. [...] É dinâmico, é prazeroso, é desafio constante”.
No entanto podemos perceber que este desafio é prazeroso e move o fazer docente, incentiva,
promovendo reflexões e aprimoramento na prática docente.
5.2 O BRINCAR NA CLASSE HOSPITALAR
O brincar no contexto hospitalar é essencial para abrir caminhos conquistar e evolver o
aluno em novas aprendizagens, desenvolvendo o cognitivo, o psicossocial, criatividade e
inteligência, entre outras inúmeras qualidades. Para as professoras questionadas, a função do
brincar não é diferente, as mesmas utilizam está ação constantemente em suas práticas
pedagógicas, compreendendo que o brincar e aprender são indissociáveis. Segundo Rolim, et
al;(2008, p.117) explica que;
O brincar relaciona-se ainda com a aprendizagem. Brincar é aprender; na
brincadeira, reside a base daquilo que, mais tarde, permitirá à criança
aprendizagens mais elaboradas. O lúdico torna-se, assim, uma proposta
educacional para o enfrentamento das dificuldades no processo ensino-
aprendizagem.
O planejamento é essencial para a prática pedagógica, o brincar tem sempre um
objetivo e desenvolve capacidades em qualquer circunstância. Cristal fala que “[...]ensinamos
e aprendemos brincando, sendo que esta brincadeira seja planejada e tenha o seu objetivo”,
assim podemos observar que a brincadeira é vista com seriedade com o propósito de
desenvolver a criança. O brincar livre, também ganha seu espaço em três práticas pedagógicas
analisada, de Diamante, Perola e Rubi sendo extremamente importante para o
desenvolvimento infantil, visto que, a ação expõem e realiza o desejo que existe no íntimo do
ser.
Nenhuma criança brinca só para passar o tempo, sua escolha é motivada por
processos íntimos, desejos, problemas, ansiedades. O que está acontecendo
com a mente da criança determina suas atividades lúdicas; brincar é sua
linguagem secreta, que devemos respeitar mesmo se não a entendemos.”
(BETTELHEIM, 1984, p. 105).
O brincar livre é simples e importante para o desenvolvimento da criança, deixando-as
disponível, de forma espontânea para expressar os seus desejos, desse modo, Rubi explica a
sua forma de utilizar o brincar:
Direcionado; onde eu tenho uma visão e uma intenção pedagógica
direcionada, já planejada anteriormente ou de forma livre, onde as crianças
brincam livremente, onde minha participação é meramente lúdica, minhas
participação é de “embarcar com meus alunos no faz de conta.
Deste modo podemos constatar que o planejamento do brincar é de suma importância
para aprendizagem e desenvolvimento infantil, assim como também deixá-las livres para se
expressarem. A brincadeira é muito importante no contexto hospitalar, pois suaviza esta fase
de dor e angústia, entretanto nem todas as professoras tem a oportunidade de inserir esse
método com frequência em sua prática pedagógica. Cristal justifica o pouco tempo de brincar
diante de seu ensino-aprendizagem, explicando que o hospital é diferente da escola, “[...]
havendo uma rotatividade constante de chegada e saída dos alunos da sala para procedimentos
médicos e de enfermagem, que naquele momento são prioridade para eles [...]”, portanto
divide esses momentos do brincar com essas situações.
É através do brincar que a criança é levada a compreender assuntos estabelecidos no
currículo, de forma leve e espontânea as professoras vão conduzindo a aprendizagem,
ganhando a confiança dos pacientes e construindo conhecimentos com os mesmo. As
professoras entrevistadas afirmam acompanhar e estar sempre presente no ensino dos alunos
através de jogos e brinquedos, sendo assim capazes de quebrar a resistência das crianças
diante da dor. Esmeralda em seu relato explica que “[...]brincadeira para mim é um trabalho!
não é pegar o brinquedo de qualquer jeito, é sentar com a criança, conduzir, explicar, levar
conhecimentos, isso é importante”.
Desta forma Oliveira (2010,p.62), ressalta a importância do bom ensino:
O único bom ensino, afirma Vygotsky, é aquele que se adianta ao
desenvolvimento. Os procedimentos regulares que ocorrem na escola-
demonstração, assistência, fornecimento de pistas, instruções são
fundamentais na promoção do “bom ensino”. Isso é, a criança não tem
condições de percorrer, sozinha, o caminho do aprendizado. A intervenção
de outras pessoas que, no caso especifico da escola, são o professor e as
demais crianças é fundamental para a promoção do desenvolvimento do
indivíduo.
“O brincar é facilitador é o fio condutor que torna a aprendizagem leve”, assim afirma
Esmeralda, que também utiliza jogos, brinquedos e o brincar a favor da aprendizagem tendo
em sua sala diversos jogos que usa para alfabetizar, ensinar matemática e ciências. Em seus
planejamentos sempre envolve as brincadeiras, que contribui para aprendizagem.
A professora Esmeralda não esquece das grandes contribuições que ofereceu aos
alunos que foram internados naquele hospital, relatando que através do brincar conseguiu
alfabetizar, desenvolveu a coordenação motora, reforçou o ensino de geometria, no qual, o
aluno sentia grandes dificuldades em aprender, ou seja, atuou nas fragilidades cognitiva das
crianças e adolescentes, motivando e colocando os pequeninos em ação. Com afetividade
conquistou e envolveu com delicadeza os alunos para garantir o seu direito de estudar.
Segundo Vygotsky (1998, p.12 apud ROLIN, et al;2008, p,78), “para entendermos o
desenvolvimento da criança, é necessário levar em conta as necessidades dela e os incentivos
que são eficazes para colocá-las em ação. O seu avanço está ligado a uma mudança nas
motivações e incentivos[...]”
O brincar na classe hospitalar além de desenvolver capacidades, contribui para
amenizar a dor e o sofrimento do internado, tornando-se uma fuga do momento de angústia
vivido, elevando a autoestima e confiança no seu processo de cura, assim afirmam todos as
participantes do questionário.
Nesta perspectiva Rolim, et al;(2008, p.117) coloca:
Portanto os professores devem estar atentos para essa prática lúdica e
aprimorar uma contextualização para as brincadeiras. Por meio da
observação do brincar, os educadores são capazes de compreender as
necessidades de cada criança, e os seus níveis de desenvolvimento.
A brincadeira tem é uma grandiosa ferramenta de ensino, através dela o professor
poderá conquistar o aluno, trazendo-o para o universo de aprendizagens, como também
poderá ser um meio de enxergar o mundo de forma mais sensível.
Assim Perola explica a importância do brincar para criança;
Brincadeira é a principal estratégia para crianças sentirem motivação para
estudar, para aceitar as atividades propostas, para a adaptação e
ressignificação do espaço hospitalar e consequentemente a aceleração do
processo de cura relativo às patologias que levaram a hospitalização.
As professoras Esmeralda e Rubi também utiliza o brincar como expressão de
sentimentos, pois as crianças expressam suas vontades através do faz de conta, vivenciam
através da brincadeira o que geralmente não podem viver pelo seu estado clínico, satisfazendo
de forma imaginária seus desejos e vontades.
Segundo Rolim, et al; (2008, p.117):
As crianças utilizam o brinquedo para externar suas emoções, construindo
um mundo a seu modo [...] No brincar, a criança constrói e recria um mundo
onde seu espaço esteja garantido. As pressões sofridas no cotidiano de uma
criança são compensadas por sua capacidade de imaginar.
A classe hospitalar pode também facilitar a interação social das crianças,
possibilitando a troca de conhecimentos e mediação entre os internados que se encontram em
situação clínica mais estável. A professora Safira nos explica uma das consequências
positivas na classe hospitalar, ressaltando a importância da interação com outras crianças,
afirmando que “algum tempo atrás não era comum este contato agradável e prazeroso, que
promove desenvolvimento e bem estar”.
As brincadeiras utilizadas no contexto hospitalar contribuem para a formação do
indivíduo, a criança desenvolve a linguagem, o respeito através da interação com adultos e
crianças que proporcionam novas aprendizagens. O brincar ajuda a externalizar os
sentimentos negativos que surgem com a doença. Relatado no questionário Cristal afirma que
“Os alunos ficam mais calmos e relaxados, e as brincadeiras ajudam a estimular o
pensamento, amenizando a dor, e fazendo com que a criança aceite melhor o processo de
internamento”.
5.3 OS DESAFIOS DA FORMAÇÃO
A classe hospitalar exige qualificação e formação constante, pois a cada momento há
um novo desafio a ser vencido. A capacitação é imprescindível para mediar conhecimentos,
pois é através do estudo, da aquisição de conhecimento que será possível construir saberes
com o aluno, que compõe grupos de diferentes faixas etárias, deste modo é preciso analisar e
está sempre atualizada no currículo do aluno, sendo assim, imprescindível a qualificação
através estudo constante, pois desta forma a mediação será proveitosa. “A relação do ser
humano com o mundo não é uma relação direta, mas, fundamentalmente, uma ação
mediada”(JOENK, 2007, p.12).
. A classe hospitalar é um ambiente de humanização e sensibilidade, deste modo, as
professoras também contam com essas características para compor o seu perfil profissional,
explicando a necessidade de compreensão do outro, da afetividade e desejo pelo que faz.
Safira explica que “é fundamental ter sensibilidade, pois são vários casos e várias situações
que acontecem; compreensão, paciência, olhar sensível para o outro e afetividade, são muito
importantes, além, de estudos na área”.
De acordo com Backes (2005, p.429):
O compromisso com a humanização no ambiente hospitalar não deve ser
considerado um ato passivo e estático, mas requer um processo permanente e
gradual de ação-reflexão e inserção na realidade através do esforço dinâmico
e participativo.
A pedagogia hospitalar é um desafio, visto que, é um contexto diferenciado da
convencional sala de aula, requerendo estudo e análise para melhor forma de lecionar,
garantindo aprendizagem, afeto e conforto emocional a criança hospitalizada. As professoras
questionadas explicam a importância de estar estudando constantemente a sua área de atuação
para assim construir conhecimentos de maneira apropriada com os seus alunos, estimulando a
aprendizagem e o desejo em frequentar a escola após a alta médica.
Segundo Nunes (2014, p.45):
Conhecer a rotina do hospital, descobrir junto à criança internada este
espaço, estabelecer um diálogo por meio do qual o professor busca perceber
a visão do mundo do aluno, suas necessidades, seus medos e incertezas e, só
a partir daí, realizar uma prática pedagógica que vá ao encontro de sua
realidade para, dessa forma, contribuir para a aquisição de novos
conhecimentos.
Os trabalhadores do contexto hospitalar deveram ser composto por profissionais
humanizados que proporcionem tranquilidade, confiança e carinho, dispostos a ensinar e
aprender com as crianças e adolescentes internados no hospital. Em um dos nossos
questionários podemos identificar o relato de Diamante, no qual, explica sobre a empatia que
profissional deve ter com o paciente, demostrando que “o fazer pedagógico vai muito além da
construção de conhecimentos, tendo também a missão de levar esperança aos alunos-
pacientes”. Deste modo o tratamento clínico é compreendido pelo indivíduo ficando assim
mais leve e contribuindo para a melhora e aprendizagem do mesmo.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante da temática desenvolvida foi possível constatar que o brincar tem grande
relevância no processo de aprendizagem da criança, sendo ferramenta importante para o
desenvolvimento cognitivo e cura da enfermidade infantil. O brincar no ambiente hospitalar
proporciona alegria e bem estar nas crianças, contribuindo na compreensão do conteúdo
programático.
A classe hospitalar aliada ao brincar proporciona a continuidade dos estudos,
suavizando um momento intenso de tristeza e angústia que tende a se instalar nesse instante
de dor, oferecendo uma nova oportunidade de enxergar a vida e as atividades escolares. A
ação pedagógica observada na análise de pesquisa, demostra que o brincar é essencial na
prática docente, pois oferece a ludicidade como ferramenta indispensável para o ato de
ensinar.
A pesquisa realizada contribui de forma significativa para a reflexão da ação docente
buscando investigar e aprimorar a metodologia utilizada em todos contextos escolares.
Através da análise podemos constatar a importância do professor como mediador de
conhecimentos e semeador da afetividade entre os pacientes internados.
A pesquisa demostra que o brincar possui função até mesmo na sua genuína atividade
de lazer, desta forma, a criança aprende e se desenvolve no simples ato de brincar, assim
compreendemos que o brincar é realmente o fio condutor, que transporta a criança a outro
universo facilitador do aprender, aproximando o pequenino da sua realidade infantil e
auxiliando o mesmo no processo de aprendizagem.
A infância é um momento delicado, que por sua vez exige cuidado e zelo com os
pequeninos, que nesta fase deverão usufruir de momentos felizes, que proporcionam
aprendizado e desenvolvimento. Portanto compreendemos que a brincadeira contribui para a
formação do indivíduo, fazendo com que o mesmo externe seus sentimentos ruins e se
reconstrua a partir de suas reflexões e entendimentos.
Durante a execução da pesquisa foi possível verificar a importância do pedagogo neste
ambiente, pois o profissional, tem a função de garantir o direito da criança, assegurando a
educação e inclusão de todos os pacientes encontrado nos leitos hospitalares, envolvendo e
conquistando este paciente-aluno, na intenção de convencer a prosseguir na continuidade da
sua aprendizagem constante.
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APÊNDICE A - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
TERMO DE ESCLARECIMENTO AOS PROFISSIONAIS PARTICIPANTES DA
PESQUISA
Orientanda: Mônica Tavares Batista
Email: [email protected] Telefone: (84) 98632-7442
Orientadora: Prof.ªDrªJacyene de Melo Oliveira
E-mail: [email protected] Telefone: (84) 99168-9015
Co-orientadora: Prof.ª Cintia Aparecida Ataíde
E-mail: [email protected] Telefone: (79) 99995-5304
Você está sendo convidado a participar do estudo para o Trabalho de Conclusão de
Curso (TCC) - O BRINCAR NO CONTEXTO HOSPITALAR E SUA RELEVÂNCIANA
APRENDIZAGEM INFANTIL. O objetivo dessa pesquisa é compreender a importância do
brincar no contexto hospitalar e sua relevância no processo de aprendizagem no período de
internação hospitalar.Este estudocontribuirá de forma significativa na formação dos
graduandos de pedagogia. De acordo com as exigências do Comitê de Ética, serão submetidos
à apreciação dos profissionais: o Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE).
A participação do profissional é voluntária, o que significa que ele poderá desistir a
qualquer momento, ficando livre para retirar seu consentimento, sem que isso lhe traga
nenhum prejuízo ou penalidade. Caso decida aceitar o presente convite, esclarecemos que o
profissional participará de um questionário a respeito de como o brincar interfere no processo
de aprendizagem das crianças internadas. Os questionários, aplicados aos profissionais da
área, serão encaminhados ao e-mail do pesquisador e posteriormente analisado pelo mesmo
responsável para fins de produção de conhecimento.
Ao participar do questionário, o profissional corre os seguintes riscos: cansar-se da sua
participação; não querer compartilhar informações, não sentir-se à vontade para participar. Na
eventualidade de os profissionais apresentarem indícios de qualquer uma dessas
manifestações, consideradas como riscos da pesquisa, o pesquisador terá o cuidado de
interromper a dinâmica para evitar qualquer constrangimento, garantindo aos profissionais um
ambiente acolhedor, afetivo e, quando necessário os objetivos do estudo serão sempre
apresentados e as decisões dos profissionais, quanto a continuar ou não realizando o
questionário, preservadas e respeitadas.
Quanto aos benefícios, estima-se que os profissionais serão estimulados a expressar
suas perspectivas acerca de um serviço no qual eles são coparticipantes, dentro de uma
perspectiva de atuação multiprofissional no ambiente hospitalar. O trabalho conjunto com os
pesquisadores se apresentará como um momento de reflexão sobre a importância do brinca
para o processo de aprendizagem da criança hospitalizada também contribuirá na formação
dos graduandos de pedagogia, focalizando a atuação do pedagogo/educador no espaço
hospitalar.
Todas as informações obtidas no questionário serão utilizadas unicamente em
trabalhos acadêmicos. Os nomes dos participantes serão preservados. Todas as informações
obtidas serão mantidas no anonimato. Os dados serão guardados em local seguro, ou seja, na
unidade de pesquisa. Na UFRN, serão armazenadas na sala da Coordenadora do Projeto (Sala
22, 3º andar), localizada no Centro de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do
Norte - Campus Universitário, s/n, Lagoa Nova, CEP – 59.078-970, Natal-RN, tel. (84) 3342-
2270, ramal 252.
A divulgação dos resultados será feita sob a forma de artigos. Em todos esses
trabalhos não serão identificados os voluntários. Você ficará com uma cópia deste Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido.
Caso ocorra algum tipo de prejuízo em razão de divulgação indevida da entrevista, os
pesquisadores se comprometem a ressarcir e/ou indenizar qualquer prejuízo desde que
devidamente comprovado de que ele decorre da pesquisa.
Dúvidas a respeito da ética desta pesquisa poderão ser questionadas com a orientadora
do TCC, JACYENE MELO DE OLIVEIRA (sala 22, 3º andar), localizada no Centro de
Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - Campus Universitário, s/n,
Lagoa Nova, CEP – 59.078-970, Natal-RN, tel. (84) 3342-2270, ramal 252. Telefone: (84)
3342-2270, ramal 252.
APÊNDICE B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE, APÓS ESCLARECIMENTO
Eu, ___________________________________________________________, li e/ou
ouvi o esclarecimento acima e compreendi para que serve o estudo e qual procedimento a que
serei submetido. A explicação que recebi esclarece os possíveis riscos e benefícios do estudo.
Eu entendi que sou livre para interromper minha participação a qualquer momento, sem
justificar minha decisão. Sei que meu nome não será divulgado, que não terei despesas e não
receberei dinheiro por participar. Eu concordo em participar do estudo
___________________________________________________________________________
_________________________________________________________________
Natal/RN, Data _________/_________/_________
__________________________________________
Assinatura/ Documento de identidade
APÊNDICE C - QUESTIONÁRIO/ ENTREVISTA DE PESQUISA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE PEDAGOGIA – 2016.2
QUESTIONÁRIO/ ENTREVISTA DE PESQUISA
Eu, Mônica Tavares Batista, aluna da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN-
NATAL/RN, estou realizando a pesquisa sobre “O BRINCAR NO CONTEXTO
HOSPITALAR E SUA RELEVÂNCIA NA APRENDIZAGEM INFANTIL”, Para
conclusão do Curso de Pedagogia em 2016.2.
Agradeço desde já a sua ajuda e colaboração com o estudo.
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome (opcional):
1. Sexo:
1. Masculino ( )
2. Feminino ( )
2. Idade:
1. ( )De 20 a 25 anos
2. ( ) De 26 a 30 anos
3. ( )De 31 a 35 anos
4. ( )De 36 a 40 anos
5. ( )Outros ..............
3. Qual a sua formação?
1. ( ) Graduação
2. ( ) Especialização
3. ( ) Mestrado
4. ( ) Doutorado
5. ( ) Outros
4. Há quanto tempo atua na área?
1.( ) De 1 a 5 anos
2.( ) De 6 a 10 anos
3.( ) De 11 a 15 anos
4.( ) De 16 a 20 anos
5.( ) Outros ...............
Você trabalha em outros locais? Se sim Qual (ais)?
1 - Qual o papel do pedagogo no hospital?
2- Quais as ferramentas pedagógicas que você utiliza no dia a dia hospitalar?
3- Qual a importância da infância para o desenvolvimento do indivíduo?
4- Você utilizar o brincar para aprendizagem das crianças internadas?
5- Qual o papel do brincar para a aprendizagem da criança?
6- Na sua opinião quais são as principais consequências do brincar para as crianças
hospitalizadas?
7-Como você utiliza o brincar?
8-De que maneira a brincadeira é capaz de dar continuidade ao mundo social da criança?
9-Qual a dificuldade de utilizar o brincar no hospital?
10-Quais os resultados do brincar na aprendizagem e desenvolvimento dos internados?
11-Além da aprendizagem, você identifica o resultado do brincar na recuperação da criança?
12- Se você tivesse que orientar um futuro profissional de pedagogia para trabalhar nessa área
quais as principais dicas e orientações daria?
13-Como é para você trabalhar na classe hospitalar