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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA DEPARTAMENTO DE DEMOGRAFIA E CIÊNCIAS ATUARIAIS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DEMOGRAFIA EWERTON DA SILVA SANTOS DIFERENCIAIS SOCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS NA EXPECTATIVA DE VIDA SAUDÁVEL DOS IDOSOS PARA O BRASIL E GRANDES REGIÕES EM 2013 Natal/RN 2018

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA

DEPARTAMENTO DE DEMOGRAFIA E CIÊNCIAS ATUARIAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DEMOGRAFIA

EWERTON DA SILVA SANTOS

DIFERENCIAIS SOCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS NA EXPECTATIVA

DE VIDA SAUDÁVEL DOS IDOSOS PARA O BRASIL E GRANDES REGIÕES EM

2013

Natal/RN

2018

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EWERTON DA SILVA SANTOS

DIFERENCIAIS SOCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS NA EXPECTATIVA

DE VIDA SAUDÁVEL DOS IDOSOS PARA O BRASIL E GRANDES REGIÕES EM

2013

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Demografia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito parcial à obtenção do título de Mestre

em Demografia.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Roberto

Gonzaga.

Natal/RN

2018

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FICHA CATALOGRÁFICA

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EWERTON DA SILVA SANTOS

DIFERENCIAIS SOCIOECONÔMICOS E DEMOGRÁFICOS NA EXPECTATIVA

DE VIDA SAUDÁVEL DOS IDOSOS PARA O BRASIL E GRANDES REGIÕES EM

2013

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-

Graduação em Demografia da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, como

requisito parcial à obtenção do título de Mestre

em Demografia.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Dr. Marcos Roberto Gonzaga – UFRN

(Orientador)

Prof. Dr. José Vilton Costa – UFRN

(Examinador interno)

Prof. Dra. Karina Cardoso Meira - UFRN

(Examinador interno)

Prof. Dra. Mirela Castro Santos Camargos – UFMG

(Examinador externo)

Natal/RN

2018

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AGRADECIMENTOS

À Deus, pelo dom da vida!

Aos meus pais, minha gratidão.

Ao meu Orientador Prof. Marcos Roberto Gonzaga por todas as orientações e sugestões em

todas as etapas da Dissertação.

À banca de qualificação e defesa, nos nomes das Professoras Mirela e Karina e do Professor

Vilton, com suas dicas valiosas que foram de grande importância para um trabalho mais

eficiente.

A todos professores e servidores do Programa de pós-graduação em Demografia por todos os

ensinamentos e valorosas contribuições.

À coorte de 2016 pelas trocas de experiências.

A José Roberto (2015) por ter contribuído para a minha entrada no Mestrado em Demografia.

A José Edson (2015) pela contribuição na manipulação dos dados e a Walter Pedro (2017)

pelas contribuições.

Aos meus amigos de trabalho da Diretoria de Desenvolvimento de Pessoas (DDP/UFRN).

A minha esposa pela companhia de sempre.

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RESUMO

A população brasileira vem passando por uma rápida mudança em sua estrutura etária, como

consequência de mudanças em sua dinâmica demográfica. Nesse contexto, observa-se uma

redução na proporção de crianças e jovens, rapidez no processo de envelhecimento

populacional e aumentos tanto na expectativa de vida ao nascer quanto na longevidade da

população. Com ganhos de sobrevivência em quase todas as idades, em especial a partir dos

60 anos, analisar as condições de saúde dessa população sobrevivente sendo cada vez mais

longeva é importante para identificar a qualidade desse tempo de vida adicional. Não

obstante, sendo o Brasil um País de contrastes regionais, é importante analisar os impactos do

envelhecimento populacional e dos ganhos de longevidade diante dos diferentes contextos

socioeconômicos e demográficos nas Grandes Regiões do Brasil. Este estudo estimou e

analisou um indicador que incorpora, conjuntamente, mudanças no nível de mortalidade e nas

condições de saúde da população idosa, por características socioeconômicas e demográficas

entre as Grandes Regiões do Brasil em 2013. As informações sobre mortalidade foram

extraídas das tábuas oficiais de mortalidade de 2013 publicadas pelo IBGE. Enquanto que, a

condição de saúde da população foi obtida com base nas informações sobre atividades da vida

diária, coletadas na Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. Assim, analisaram-se os diferenciais

regionais, socioeconômicos e demográficos na Expectativa de Vida Livre de Incapacidade dos

idosos residentes no Brasil em 2013. Como principais resultados observou-se que as mulheres

viviam mais do que os homens, mas estavam em desvantagem em termos de EVLI. Para o

Brasil, aos 60 anos, uma mulher teria uma sobrevida ativa de 19,4 anos e poderia esperar

viver 4,0 anos com incapacidade funcional, os valores para a população masculina seriam

17,3 e 2,6 anos, respectivamente. O subgrupo dos menos escolarizados, que vivem no Norte e

Nordeste brasileiro, é o que apresenta maior desvantagem em termos de EVLI, além de

estarem abaixo da média nacional. No entanto, diferenças por raça e educação não foram

estatisticamente significativas na maioria das Grandes Regiões. Verificar os diferenciais na

EVLI é importante, pois os resultados podem servir como subsídio para a avaliação e

planejamento das políticas públicas voltadas aos cuidados com o idoso, definindo prioridades

para hábitos e estilos de vida saudáveis, minimizando demandas futuras na área da saúde, com

uma maior atenção para aqueles que se encontram em desvantagens.

PALAVRAS-CHAVE: Envelhecimento Populacional. Longevidade. Expectativa de Vida

Saudável. Incapacidade Funcional. Idosos.

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ABSTRACT

The Brazilian population has been undergoing a rapid change in its structure as a consequence

of changes in its demographic dynamics. In this context, there is a reduction in the proportion

of children and young people, a rapid aging process and increases in both life expectancy at

birth and longevity of the population. With survival gains in almost all ages, especially from

the age of 60, analyzing how the health conditions of this survivor population being further

and further away is important in identifying an additional lifetime duration. However, since

Brazil is a country of regional contrasts, it is important to analyze the impacts of population

aging and longevity gains in relation to the different socioeconomic and demographic

contexts in the major Brazilian regions. This study estimated and analyzed the indication of

jointly incorporating changes in the level of mortality and health conditions of the elderly

population, by socioeconomic and demographic characteristics among the Great Regions of

Brazil in 2013. As information on the mortality from those extracted from the official tables

of mortality rates published by IBGE. While the population's health condition was obtained

based on the information on activities of daily living collected in the National Health Survey

of 2013. Thus, the regional, socioeconomic and demographic differentials in the Life

Expectancy of Disability of the elderly people living in Brazil in 2013. The main results show

that as women lived longer than men, they are at a disadvantage in terms of DFLE. For Brazil,

at age 60, a woman with a lifespan of 19.4 years and since I expect to live 4.0 years with

functional disability, the values for the male population would be 17.3 and 2.6 years

respectively . The subgroup of the less educated, living in the North and Northeast of Brazil,

is the one that presents the biggest disadvantage in terms of DFLE, besides being below the

national average. However, there are no more details about race and education are not

statistically significant in most regions. Checking the differentials in the EVLI is important,

since the results can serve as a subsidy for the evaluation and planning of public policies

aimed at the care of the elderly, setting priorities for healthy habits and lifestyles, minimizing

future demands in the health area, with a attention to those who are disadvantaged.

KEY WORDS: Population-ageing. Longevity. Healthy Life Expectancy. Functional

Incapacity. Elderly.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Indicadores de estrutura etária e fecundidade. Brasil, 1950 a 2010 19

Tabela 2 – Distribuição dos informantes, PNS. Brasil (2013) 46

Tabela 3 – Caracterização socioeconômica aos 60 anos. Brasil (2013) 56

Tabela 4 – Distribuição percentual populacional, por sexo e raça. Brasil e Grandes

Regiões (2013) 57

Tabela 5 – Distribuição percentual populacional, por sexo e escolaridade. Brasil e

Grandes Regiões (2013) 58

Tabela 6 – Caracterização socioeconômica aos 60 anos. Grandes Regiões (2013) 59

Tabela 7 – Estimativas pontuais e intervalares da razão das chances de um indivíduo

de 60 anos ou mais ser classificado como incapacitado funcionalmente. Brasil (2013) 68

Tabela 8 – Expectativa de vida total, livre de incapacidade funcional, com

incapacidade funcional para homens aos 60 anos, por cor/raça e escolaridade. Brasil e

Grandes Regiões (2013)

72

Tabela 9 – Expectativa de vida total, livre de incapacidade funcional, com

incapacidade funcional para mulheres aos 60 anos, por cor/raça e escolaridade. Brasil e

Grandes Regiões (2013)

73

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Distribuição percentual da incapacidade funcional, por sexo. Brasil e

Grandes Regiões (2013) 59

Gráfico 2 – Distribuição percentual da incapacidade funcional, por cor/raça. Brasil e

Grandes Regiões (2013) 60

Gráfico 3 – Distribuição percentual da incapacidade funcional, por escolaridade. Brasil

e Grandes Regiões (2013) 60

Gráfico 4 – Prevalência de incapacidade funcional por sexo e cor/raça. Brasil e

Grandes Regiões (2013) 62

Gráfico 5 – Prevalência de incapacidade funcional por sexo e escolaridade. Brasil e

Grandes Regiões (2013) 65

Gráfico 6 – Logito da probabilidade incapacidade x idade contínua. Brasil (2013) 69

Gráfico 7 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional

(EVLI) aos 60 anos, para homens, por cor/raça. Brasil e Grandes Regiões (2013) 74

Gráfico 8 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional

(EVLI) aos 60 anos, para mulheres, por cor/raça. Brasil e Grandes Regiões (2013) 75

Gráfico 9 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional

(EVLI) aos 60 anos, para homens, por escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013) 76

Gráfico 10 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional

(EVLI) aos 60 anos, para mulheres, por escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013) 76

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ASS Amostragem Aleatória Simples

DPP Domicílios Particulares Permanentes

EVCI Expectativa de Vida com Incapacidade Funcional

EVLDC Expectativa de Vida Livre de Doenças Crônicas

EVLI Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional

EVS Expectativa de Vida Saudável

EVSB Expectativa de Vida com Percepção de Saúde Boa (auto-reportada)

EVT Expectativa de Vida Total

ESF Estratégia de Saúde da Família

Fiocruz Fundação Oswaldo Cruz

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

ONGs Organizações não governamentais

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar

PNS Pesquisa Nacional de Saúde

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento

PSF Programa de Saúde da Família

SIM Sistema de Informações sobre Mortalidade

SIPD Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares

SVS/MS Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde

UBS Unidades Básicas de Saúde

UPA Unidades Primárias de Amostragem

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 12

2 REVISÃO DA LITERATURA ...................................................................................... 17

2.1 Envelhecimento populacional e aumento da longevidade .................................................. 17

2.2 Tendência na EVS .............................................................................................................. 23

2.3 Desigualdades socioeconômicas, demográficas e regionais na saúde dos idosos .............. 26

2.3.1 Desigualdades na mortalidade ......................................................................................... 26

2.3.2 Desigualdades na Expectativa de Vida Saudável ............................................................ 29

2.4 Indicadores do estado de saúde para mensuração da EVS ................................................. 34

2.4.1 Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT’s) ............................................................. 35

2.4.2 Saúde auto-reportada ....................................................................................................... 38

2.4.3 Incapacidade funcional .................................................................................................... 39

3 METODOLOGIA ........................................................................................................... 45

3.1 Base de dados ..................................................................................................................... 45

3.2 Indicador de incapacidade funcional .................................................................................. 47

3.3 Descrição das variáveis socioeconômicas e demográficas ................................................. 48

3.4 Modelo de Regressão Logística .......................................................................................... 50

3.5 Método de Sullivan ............................................................................................................. 51

4 RESULTADOS ................................................................................................................ 54

4.1 Análise descritiva ............................................................................................................... 54

4.1.2 Prevalências de incapacidade por características da amostra .......................................... 58

4.2 Relação entre prevalência de incapacidade e características sociais, demográficas e

regionais no Brasil .................................................................................................................... 67

4.3 Expectativa de Vida Livre de Incapacidade funcional (EVLI) .......................................... 71

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 79

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 87

ANEXO A .............................................................................................................................. 102

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1 INTRODUÇÃO

Na sociedade, o indivíduo se posiciona numa hierarquia determinada, principalmente, pela

profissão e ocupação que exerce, pela renda adquirida e por seu nível educacional, embora

essas três dimensões sejam fortemente relacionadas entre si, cada uma tem sua influência

específica sobre a saúde (BOSSUYT et al., 2004; BRAVEMAN et al., 2005). O status

socioeconômico está relacionado a praticamente todos os desfechos em morbimortalidade na

maioria dos países. As pessoas com mais educação ou renda vivem mais e experimentam

menos eventos adversos à saúde (CRIMMINS; SAITO, 2001, p. 1).

Estudos indicam que as condições de saúde dos idosos são influenciadas por sua situação

socioeconômica (GUEDES et al., 2011; LIMA-COSTA et al., 2003; LIMA-COSTA et al.,

2003a). Assim, é importante buscar um indicador do estado de saúde que utilize informações

da mortalidade e morbidade, pois ao usar apenas uma das duas informações, não se leva em

conta a interação complexa entre os dois eventos (BOSSUYT et al., 2004). Diante disso, a

Expectativa de Vida Saudável (EVS) - quantidade média de anos vividos com saúde –

(JAGGER, 1999) ganhou bastante importância como um indicador de saúde da população

(CAMARGOS et al., 2017). Ao estudar a EVS, em geral, analisam-se dois componentes: os

anos vividos com saúde e os vividos sem saúde, podendo a saúde ser analisada em diferentes

dimensões. Assim, uma pessoa com expectativa de vida de 86 anos, sendo 82 anos saudáveis

e 4 anos não saudáveis significaria que, em média, ela esperaria viver 4 anos sem saúde ao

longo dos 86 anos, não necessariamente sendo os últimos quatro anos consecutivos de vida

(CAMARGOS; GONZAGA, 2015).

A EVS, por ser um indicador que incorpora tanto os efeitos da morbidade/incapacidade,

quanto os efeitos da mortalidade, tem sido amplamente utilizada para análise das hipóteses e

teorias relacionadas às condições e às tendências de saúde nas idades avançadas,

especialmente após uma idade média ou modal à morte (FRIES, 1980; GRUENBERG, 1977;

MANTON, 1982). Não obstante, além de identificar se os ganhos de sobrevida são

aproveitados com boas condições de saúde pela população sobrevivente, especialmente entre

os idosos, é importante analisar as desigualdades regionais, socioeconômicas e demográficas

neste processo. Estudos apontam que a análise dos diferenciais regionais, socioeconômicos e

demográficos na EVS é de grande importância para o planejamento e delineamento de

políticas públicas voltadas para o bem estar da população idosa (BOSSUYT et al., 2004;

BRAVEMAN et al., 2005; SZWARCWALD et al., 2017).

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No Brasil, as mudanças demográficas, econômicas, sociais e ambientais têm ocorrido de

forma acelerada quando comparado aos países mais desenvolvidos (CARVALHO, 2004;

CARVALHO; GARCIA, 2003; SILVA, 2016; VICTORA et al., 2011). Serão necessários 20

anos para que a população brasileira com 65 anos ou mais dobre o seu tamanho, mudança

que, em países europeus, demorou cerca de um século para ocorrer (LIMA-COSTA et al.,

2012a). De acordo com números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no

censo de 2010, os idosos acima de 60 anos representam o grupo que mais cresceu nas últimas

décadas, passando de 4,3% em 1950, para 10,8% da população brasileira em 2010.

A rápida mudança na estrutura etária da população brasileira está inserida no que se chama de

transição demográfica, processo que é caracterizado pela queda nas taxas de fecundidade e de

mortalidade e por um aumento na expectativa de vida (KALACHE, 1987). A dinâmica da

transição demográfica no Brasil possui três etapas. A primeira tem como características

elevadas taxas de fecundidade e a mortalidade concentrada nas camadas mais jovens. A

segunda, com a queda da mortalidade, aumenta-se a percentagem de crianças e prolonga-se a

sobrevida, enquanto as taxas de fecundidade diminuem fazendo com que, proporcionalmente,

os grupos de mais idade aumentem em relação aos mais jovens. Finalmente, na terceira, as

taxas de fecundidade e de mortalidade se mantêm baixas havendo uma progressiva redução na

proporção de crianças e jovens e aumento na proporção de adultos, em especial dos mais

idosos. Evidencia-se, neste último estágio, um processo de envelhecimento populacional,

alterando o formato da pirâmide etária para “retangularizado” (KALACHE, 1987;

RODRIGUES; BAENINGER, 2010). As características desta terceira fase ocasionam um

aumento na expectativa de vida que é a quantidade de anos vividos, partir de uma

determinada idade, em diferentes estados de saúde até a morte (JAGGER, 1999). Outra

consequência é o aumento na longevidade da população, ou seja, aumenta-se a sobrevida dos

mais idosos (WONG, 2001). Como consequência dessa rápida mudança na estrutura etária do

Brasil, surgiram desafios criados pelo envelhecimento populacional (CARVALHO;

GARCIA, 2003; CARVALHO; WONG, 1999; FINGER, 2003; WHO, 2001).

O envelhecimento populacional refere-se à mudança na estrutura etária da população,

produzindo um aumento do peso relativo das pessoas acima de determinada idade. Por outro

lado, a longevidade refere-se ao número de anos vividos por um indivíduo ou ao número de

anos que, em média, as pessoas de uma mesma geração ou coorte viverão (CAMARGOS,

2004; CARVALHO; GARCIA, 2003; WONG, 2001). Com o envelhecimento populacional e

o aumento da longevidade surgem desafios como o aumento de despesa pública em pensões,

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segurança social, saúde e cuidados ao idosos. Ademais, ocorre a redução no tamanho da

população economicamente ativa em relação à da população idosa (PARR; LI; TICKLE,

2016). Os gastos com os idosos, acima de 60 anos, chegam a ser dez vezes ao equivalente

transferido para uma criança com menos de dez anos (TURRA, 2000; WONG; CARVALHO,

2006). Esse aumento dos idosos e da carga de doenças nas próximas décadas amplia a

demanda pelos serviços de saúde, assim como os seus custos (MALTA et al., 2015). Logo, o

aumento do número de idosos e consequentemente sua maior utilização do sistema de saúde

configuram-se como grandes desafios do sistema de saúde (VERAS, 2009).

As projeções do número de pessoas idosas brasileiras merecem destaque. Em 1950, os idosos

que representavam 4,3% da população, em 2010 já eram 10,8% do total de brasileiros, as

projeções estimam que em 2050 a participação da população idosa será de 23,6%

(CAMARGOS, 2004; VASCONCELOS; GOMES, 2012). Nesse sentido, a análise dos

diferenciais de saúde e de mortalidade dessa população idosa (que só aumenta) torna-se cada

vez mais importante, à medida que estudos relacionados ao tema podem subsidiar os

planejamentos das políticas públicas do País que visem o aumento da média do número de

anos vividos com saúde pela população idosa, redefinindo as prioridades, dado o impacto

dessas diferenças no orçamento público, em especial na área de saúde pública, visto que esse

indicador estima o tempo de cuidado necessário de cada população (CAMARGOS, 2004;

CAMARGOS; GONZAGA, 2015; CAMARGOS, PÉRPETUO; MACHADO, 2005). Apesar

de existirem programas como a Estratégia Saúde da Família (Programa Saúde da Família) que

promove um maior uso de serviços das Unidades Básicas de Saúde (UBS) pelos idosos

portadores de DCNT, há a necessidade de ampliação do acesso àqueles portadores de

incapacidade funcional, pois no estudo de Rodrigues et al. (2009) avaliando a utilização de

serviços de saúde entre idosos portadores de doenças crônicas, aqueles com incapacidade

funcional se consultaram 30% a mais do que aqueles sem limitações funcionais, assim esse

público necessita de uma atenção mais detalhada.

Diante disso, neste estudo objetivou-se estimar os diferenciais socioeconômicos e

demográficos na Expectativa de Vida Livre de Incapacidade funcional (EVLI) dos idosos, aos

60 anos, para o Brasil e Grandes Regiões em 2013. Para alcançar esse objetivo estimou-se o

indicador de Incapacidade Funcional tendo por base as informações sobre atividades de vida

diária da população idosa. Em seguida, analisaram-se os fatores associados à prevalência de

incapacidade funcional, segundo características regionais, socioeconômicas e demográficas.

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Finalmente, realizou-se a comparação, estatisticamente, dos diferenciais regionais,

socioeconômicos e demográficos na EVLI.

Embora haja muita discussão política e no senso comum sobre as desigualdades de saúde

quanto aos status socioeconômicos, demográficos e regionais, há relativamente pouca

discussão científica sobre esses diferenciais na EVS no Brasil. Ou seja, é importante entender

o modo como as desigualdades regionais, socioeconômicas e demográficas afetam a

Expectativa de Vida Saudável da população idosa no Brasil.

Para estimar a EVS podem ser utilizados diferentes indicadores de saúde, os mais utilizados

são: Doenças Crônicas, Saúde auto-reportada e Incapacidade Funcional (MATHERS et al.,

2004; ROBINE; ROMIEU; CAMBOIS, 1999).

Neste estudo, será utilizada a dimensão incapacidade funcional que avalia em que medida o

envelhecimento da população ocorre de forma saudável, sem impacto nas atividades

cotidianas dos idosos, estando ligada diretamente a sensação de bem-estar dos indivíduos

(CAMARGOS et al., 2017). Leva-se em conta a autonomia, a capacidade de executar suas

próprias ações. O que interessa não são doenças adquiridas, mas sim a capacidade do idoso

em se manter na comunidade, desfrutando de independência. Conforme Bernardes (2016), a

incapacidade pode envolver limitações nas atividades, assim como, restrição na participação

social de qualquer pessoa, pois o conceito de capacidade funcional é muito mais abrangente

que apenas manter as suas funções corporais e atividades, sejam elas mentais ou físicas, para

viver de forma independente e autônoma dentro de um contexto social. Sendo que a

incapacidade funcional é uma das várias formas de se analisar a incapacidade (CAMARGOS,

2004).O estudo da prevalência da limitação funcional auxilia a avaliação e planejamento de

políticas públicas de saúde, podendo ser importante para melhorar a eficácia dos gastos com

saúde pública, pois idosos com limitações funcionais realizam mais consultas médicas e estão

mais propensos à ocorrência de hospitalizações, fato que aumenta a demanda por serviços de

saúde (SILVA et al., 2017).

Assim, neste estudo, as prevalências de incapacidade funcional serão estimadas

separadamente por sexo, raça, região e nível educacional com informações extraídas da

Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013). Em seguida, combinando as informações de

mortalidade oficiais de 2013 com a prevalência da incapacidade funcional será estimado, pelo

método de Sullivan (1971), o número médio de anos a serem vividos com saúde (livre de

incapacidade funcional) a partir dos 60 anos. No Brasil, muitos estudos têm utilizado o

método de Sullivan para produzir estimativas da EVS (CAMARGOS, 2004; CAMARGOS,

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2014; CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006; CAMARGOS et al., 2017;

GUEDES et al., 2011; SZWARCWALD et al., 2017).

Tendo como arcabouço teórico algumas pesquisas nacionais e a literatura internacional sobre

desigualdades na EVS, estabeleceram-se algumas hipóteses para este estudo. Primeiramente,

subgrupos populacionais com uma maior escolaridade, independente de região e sexo, devem

apresentar uma EVS maior que aqueles menos escolarizados. Em relação aos diferenciais

regionais, a princípio, as regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste apresentam melhores EVLI que

as regiões Norte e Nordeste. Enquanto que, no que se refere aos diferenciais por sexo, estudos

apontam que as mulheres estariam em maior desvantagem quando consideradas as

prevalências de incapacidade funcional proporcionalmente à EVT.

Esta dissertação é composta de cinco capítulos incluindo esta introdução. No Capítulo 2,

apresenta-se a revisão da literatura, abordando o envelhecimento populacional, aumento da

longevidade e a tendência da EVS. Ainda neste capítulo apresentam-se alguns resultados de

pesquisas evidenciando as desigualdades socioeconômicas, demográficas e regionais na

saúde, na mortalidade e na EVS dos idosos. Por fim, apresentam-se os indicadores do estado

de saúde para mensuração da EVS. No capítulo 3, são descritas as variáveis, a metodologia

empregada na pesquisa e as bases de dados utilizadas. No Capítulo 4, descrevem-se as

características da amostra selecionada para obter as prevalências de incapacidade funcional.

Em seguida, faz-se uma análise descritiva sobre a relação entre prevalência de incapacidade e

características sociais, demográficas e regionais no Brasil. Ainda no Capítulo 4, realiza-se a

decomposição da Expectativa de Vida Total em duas componentes, livre de incapacidade e

com incapacidade analisando-se em termos absolutos e proporcionais, também por

características regionais, socioeconômicas e demográficas. Finalmente, no Capítulo 5,

apresentam-se as principais conclusões e considerações do estudo.

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17

2 REVISÃO DA LITERATURA

Esse capítulo apresenta uma breve discussão da literatura. Inicialmente, abordam-se o

envelhecimento populacional e o aumento da longevidade no Brasil, apontando as

consequências e desafios enfrentados. Em seguida, como consequência desses fatores,

discutem-se as tendências na Expectativa de Vida Saudável, assim como as diversas

possibilidades de mensuração do indicador, uma vez que a dimensão pela qual o estado de

saúde é operacionalizado depende dos objetivos da pesquisa e dos dados disponíveis, faz-se

necessário destacar a dificuldade de medir o “estado de saúde” apresentando as três

dimensões disponíveis mais utilizadas e as respectivas vantagens e desvantagens na utilização

de cada uma. No que segue, discutem-se alguns estudos sobre os diferenciais regionais,

socioeconômicos e demográficos na saúde, mortalidade e EVS.

2.1 Envelhecimento populacional e aumento da longevidade

A rápida mudança na estrutura etária brasileira ocorrida nos últimos anos teve como

consequência o Envelhecimento populacional - cujo conceito não se refere nem a indivíduos,

nem a cada geração, mas à mudança na estrutura etária da população, o que produz um

aumento do peso relativo das pessoas acima de determinada idade, considerada como

definidora do início da velhice - e a longevidade – número de anos vividos por um indivíduo

ou ao número de anos que, em média, as pessoas de uma mesma geração ou coorte viverão.

(CARVALHO; GARCIA, 2003). Embora esses fatores sejam desejados por qualquer

sociedade, pois ocorrendo de forma planejada, os idosos poderão gozar de uma boa qualidade

de vida, a rapidez com que ocorreram no Brasil, trouxeram como consequência grandes

desafios para os gestores públicos na manutenção das políticas públicas relacionadas à saúde,

especialmente no contexto brasileiro em que há uma acentuada desigualdade social (VERAS,

2009).

A estrutura etária da população brasileira, quase estável1, a partir, pelo menos, de 1940 até por

volta de 1960, apresentava-se extremamente jovem, com cerca de 50% da população abaixo

de 20 anos, e menos de 3% acima dos 65 anos. A expectativa de vida ao nascer passou de 41

anos (década de 1930) para 55,7 anos (década de 1960). E no final da década de 1960,

1 “Dadas uma função fecundidade (conjunto de TEF) e uma função mortalidade (conjunto de TEM), se elas são

mantidas constantes, em uma população fechada, qualquer que seja a distribuição etária inicial, necessariamente

a população tenderá, no longo prazo, a ter uma estrutura etária relativa constante e, por consequência, Taxa

Bruta de Natalidade, Taxa Bruta de Mortalidade e taxa de crescimento constantes, transformando-se, então, em

uma população estável.” (CARVALHO, 2004, p. 9).

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iniciou-se um rápido declínio da fecundidade. A Taxa de Fecundidade Total (TFT) passou de

5,8 (1970) para algo em torno de 2,3 filhos, por mulher, em 2000 (CARVALHO; GARCIA,

2003). O Brasil encontra-se, há décadas, na terceira fase da transição demográfica,

destacando-se pela rapidez no processo de envelhecimento populacional e de aumento da

longevidade da população (BRITO, 2010; CAMARANO, 2004; CARVALHO; GARCIA,

2003; WONG, 2001). Essa mudança de forma acelerada faz com que, em breve, a estrutura

etária brasileira seja semelhante àquelas de países europeus, com um contínuo estreitamento

em sua base e alargamento no seu topo.

No contexto do rápido envelhecimento populacional brasileiro, mesmo existindo políticas

como a distribuição gratuita de medicamentos para hipertensão e diabetes, a Política Nacional

de Promoção da Saúde e o programa Academia da Saúde (BRASIL, 2011), as mudanças

ocorridas na estrutura etária brasileira, principalmente, na faixa dos mais idosos, tiveram

como consequência uma maior expressão nas doenças próprias do envelhecimento

populacional. Logo, como consequência disso, há uma maior procura da população idosa

pelos serviços de saúde (LIMA-COSTA; VERAS, 2003; VERAS, 2003). Manter preservada a

independência e a vida ativa com o envelhecimento, realizar o fortalecimento das políticas de

prevenção e promoção à saúde, especialmente aquelas voltadas para a população mais idosa e

manter, e até mesmo melhorar, a qualidade de vida com o envelhecimento são os grandes

desafios para a Saúde Pública, ademais há escassez de recursos para uma demanda crescendo

rapidamente. Assim, faz-se necessário incorporar a população idosa na sociedade, com a

finalidade de alcançar de forma justa e democrática a equidade na distribuição dos serviços e

facilidades para o grupo populacional que mais cresce no Brasil. (LIMA-COSTA; VERAS,

2003).

O Brasil é um País que tem apresentado um dos mais rápidos processos de envelhecimento

populacional. Nesse aspecto, a análise do indicador Razão de Dependência (RD)2 ajuda a

mensurar os impactos da estrutura etária populacional no mercado de trabalho e na

previdência social. Ao utilizar a população com menos de 15 anos no numerador da razão,

tem-se a razão dependência jovem. Por outro lado, quando se utiliza a população com 65 anos

ou mais no numerador, tem-se a razão de dependência idosa (BRITO, 2007). No geral, essas

informações são importantes devido os dependentes (inativos), teoricamente, consumirem

2

Razão entre a população em idade inativa e a população em idade ativa, tendo como pressuposto que a

população jovem, 0 a 14 anos, e a idosa, 65 anos e mais, são consideradas dependentes da população em idade

ativa, 15 a 64 anos (BRITO, 2007, p. 21).

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19

mais do que produzem e a população ativa ser a responsável pela produção (BRITO, 2007).

Assim, uma população com uma grande proporção de dependentes pode apresentar problemas

na previdência e em seu sistema público de saúde, pois haverá um grande aumento da

demanda e, por outro lado, faltam recursos e serviços de saúde pública. Os sistemas de saúde

devem estar preparados para conseguir agregar qualidade de vida aos anos adicionais de vida

da população, incentivando a prevenção, o cuidado e a atenção integral à saúde (VERAS,

2009). Assim, percebe-se que manter um sistema de saúde eficiente com os desafios do rápido

envelhecimento populacional requer planejamento.

Analisando o período de 1950 a 2010, verifica-se, na Tabela 1, uma queda na Razão de

dependência total (RD) e na de dependência jovem, consequência de um declínio na taxa de

fecundidade. Por outro lado, o índice de envelhecimento vem numa crescente, de 10,3% em

1950, para 44,8% em 2010, indicando, assim, uma população mais envelhecida.

Tabela 1 – Indicadores de estrutura etária e fecundidade. Brasil, 1950 a 2010

Indicador 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010

Pop 51.941.767 70.070.457 93.139.067 119.002.706 146.825.475 169.799.170 190.755.799

<15 41,8 42,6 41,7 38,2 34,8 29,6 24,1

15-59 53,9 52,6 53,1 55,7 58,0 61,8 65,1

60+ 4,3 4,8 5,2 6,1 7,3 8,6 10,8

(IE)* 10,3 11,2 12,4 15,9 20,9 28,9 44,8

(RD)** 85,5 90,0 88,3 79,5 72,5 61,7 53,6

RD Jovem 77,6 81,0 78,6 68,6 60,0 47,9 37,0

RD Idoso 8,0 9,0 9,7 10,9 12,5 13,8 16,6

TFT 6,2 6,3 5,8 4,4 2,9 2,4 1,9

e0 45,5 51,6 53,5 62,8 65,8 70,4 73,5

Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE -, Censos Demográficos de 1950 a 2010. Fundação Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Séries Estudos e Pesquisas, Evolução e Perspectivas da Mortalidade Infantil no Brasil, 1999. Rede Interagencial de Informações para a Saúde – RIPSA -, http://www.datasus.gov.br – Recorte de (VASCONCELOS; GOMES, 2012).

Nota: *IE: Índice de Envelhecimento - razão entre a população com 65 anos ou mais e a população com menos de 15 anos; **RD: Razão de

dependência - razão entre a soma dos indivíduos com idades abaixo de 15 anos e indivíduos com 65 anos ou mais e a população com idade entre 15 e 64 anos.

Ademais, tem-se que o processo de envelhecimento populacional não é uniforme por regiões

no Brasil. O envelhecimento é um processo multifatorial e pode se manifestar de forma

distinta, considerando as Grandes Regiões (COSTA; NAKATANI; BACHION, 2006). O

Índice de Envelhecimento (IE) é um indicador que permite observar a evolução do ritmo de

envelhecimento da população, sendo possível a comparação entre as regiões e os grupos

sociais. Conforme estudo nacional que analisou a evolução do Índice de Envelhecimento no

Brasil, regiões e unidades federativas no período de 1970 a 2010, segundo dados do Censo, o

IE no Brasil variou bastante. Em 2010, no Brasil o índice representava 44,8. Por regiões,

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enquanto no Sul era 54,94, o Norte apresentou o menor IE entre as regiões, 21,84. Por

unidades federativas, o Rio Grande do Sul, 65,47, e o Amapá, 15,45 (CLOSS; SCHWANKE,

2012). No período analisado, observou-se um aumento de 268% no IE do Brasil, fato que não

ocorreu de maneira uniforme em todas as regiões. Logo, percebem-se diferentes perfis entre

as Regiões, assim o conhecimento da realidade na qual estão inseridos os idosos é importante

para definir os conteúdos das políticas de saúde necessárias (MAGALHÃES, 2015).

Em 2050, o Brasil será um dos seis países com maior proporção de idosos (CAMPOLINA et

al., 2014). Pelas tendências atuais, o processo de envelhecimento não será acompanhado de

investimentos em saúde pública, especialmente no cuidado ao idoso e, principalmente em

subgrupos menos favorecidos social e economicamente (BRITO, 2010). O fenômeno do

envelhecimento populacional acontece em ritmos diferentes no mundo, conforme os contextos

socioeconômicos. Em países desenvolvidos, esse processo ocorreu de forma lenta e ordenada,

juntamente ao crescimento e à melhoria da educação, saúde, saneamento, resultando, assim,

numa melhor qualidade de vida da população. Por outro lado, nos países em desenvolvimento,

incluindo-se o Brasil, tal fato ocorreu desvinculado do desenvolvimento social

(MAGALHÃES, 2015). Esse fato é preocupante, pois à medida que as sociedades

envelhecem, os problemas de saúde entre idosos desafiam os sistemas de saúde que têm que

acompanhar as mudanças e estarem disponíveis para toda população (KALACHE, 2008,

p.1109).

O debate de como esse aumento de idosos está relacionado com a sua autonomia física faz-se

necessário. A população idosa é um grupo bastante heterogêneo, sendo composto por pessoas

com idades que variam de 60 a mais de 100 anos, assim geram demandas diferenciadas e

necessitam de diferentes atenções com relação aos serviços de saúde. Para Camarano e Kanso

(2010), esse público possui diferentes graus de autonomia, alguns independentes, mas há

aqueles que demandam cuidados permanentes. A tendência é que os dependentes sejam

aqueles que vivenciam algum tipo de dificuldade para realizar as Atividades da Vida Diária

(AVD), como por exemplo: comer, ir ao banheiro e/ou tomar banho sozinhos. Somando-se a

isso, projetam-se que os potenciais demandantes de cuidados de longa duração sejam pessoas

com 60 anos ou mais e com menor renda (CAMARANO; KANSO, 2010).

O declínio da autonomia e da independência da população idosa é destacado pelos contextos

de pobreza e desigualdades sociais, que são características dos países em desenvolvimento.

Um grande desafio que se apresenta é o aumento da demanda por cuidados desses idosos. De

quem é a obrigação de fornecer cuidados para a população idosa? Do estado, das famílias e/ou

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do mercado privado? Quais serviços devem ser oferecidos? Como distribuir as

responsabilidades entre responsáveis? Como se daria o financiamento? Esses questionamentos

são realizados pelo trabalho organizado por Camarano (2010): “Cuidados de longa duração

para a população idosa: um novo risco social a ser assumido?”. Nele, assume-se que a

responsabilidade não deve ser apenas da família a qual, cuja capacidade de desempenhar tal

função vem diminuindo. Tal responsabilidade deve ser compartilhada entre todos, inclusive

com o voluntariado, igrejas, Organizações não governamentais (ONGs), entre outros. Quanto

aos serviços a serem disponibilizados, espera-se que os gestores promovam e viabilizem ações

ligadas aos cuidados de longa duração que, em linhas gerais, podem significar cuidados não

especializados tais como ajuda para as AVDs. Ademais, sabe-se que o idoso não estando apto

a realizar as AVD, necessita de serviços de saúde específicos, dentre eles, o acesso à serviços

de reabilitação, podendo evitar ou postergar que a pessoa idosa se torne dependente para as

AVD (GIACOMIN; FIRMO, 2015).

Um fato preocupante é que, embora a expectativa de vida esteja aumentando, junto a isso, o

número de idosos com perda de autonomia para as AVD tende a crescer, resultando em mais

demandas de cuidados entre os idosos. Aqueles que apresentam limitações funcionais

realizam mais consultas médicas e são mais propensos à ocorrência de hospitalizações

(SILVA et al., 2017). A população mais idosa é mais exposta às doenças e agravos crônicos

não transmissíveis, podendo culminar em sequelas na capacidade funcional, gerando situações

de dependência e consequente necessidade de cuidado. (CAMARANO, 2010). Maior

prevalência de doenças crônicas e de comorbidades são as principais explicações para o maior

uso de serviços de saúde por idosos com limitações funcionais (SILVA et al., 2017). À

medida que o envelhecimento populacional acelera, ligado a isso, ocorre um aumento na

proporção de pessoas com doenças crônicas (KALACHE, 2008).

Sabendo do grande acesso aos serviços de saúde por parte da população idosa e que ela

demanda por necessidades específicas de saúde, verificar a existência de diferenças de acesso

entre a saúde suplementar e o sistema público é uma importante forma de se verificar as

diferenças. Considera-se que o Brasil apresenta grandes desigualdades na utilização de

serviços de saúde entre suas Grandes Regiões (SILVA; BOING; PERES, 2015;

TRAVASSOS et al., 2000; VIACAVA, 2010). Em relação aos tipos de consultas realizadas

percebe-se que a saúde suplementar oferece um número bem maior de consultas com

especialistas, por outro lado, o sistema público oferece mais consultas com médicos

generalistas, ademais esse tipo de consulta (generalista) é significativamente associado à

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insatisfação, estando essa ligada diretamente ao tempo de espera, pois o usuário se sente

desrespeitado por ter que esperar um longo tempo pela consulta médica (SZWARCWALD et

al., 2016). Nesse mesmo estudo, utilizando-se da PNS de 2013, perceberam-se desigualdades

regionais na percepção sobre avaliação dos serviços de saúde e avaliação da assistência

prestada pelo médico, estando as regiões Sul e Norte em extremos opostos, as avaliações

positivas foram mais frequentes na Região Sul, por outro lado, as avaliações negativas foram

mais constantes na Região Norte, servindo assim para subsidiar a reorientação da organização

dos serviços no Brasil, principalmente àquelas voltadas à superação da exclusão social.

Além de entender os acessos aos serviços de saúde por parte da população idosa, analisar a

percepção da população acerca da atenção em saúde é um importante instrumento para

avaliação dos sistemas de saúde, público ou privado (SILVA et al., 2017). Nesse sentido,

Lima-costa, Turci e Macinko (2013) analisaram os possíveis diferenciais em relação aos

indicadores de uso e qualidade dos serviços de saúde na percepção dos usuários cobertos por

plano privado, Estratégia Saúde da Família (ESF) e unidade básica de saúde (UBS). Com

relação às hospitalizações, os exames de diagnóstico e a vacinação contra a gripe variaram

pouco entre os grupos. Os indicadores de qualidade, dentre eles, dificuldades para obter

consultas, existência de filas, queixa para obtenção de medicamentos e obtenção de consultas

em 24 horas, foram melhores avaliados entre afiliados a plano privado. Esses indicadores

devem estar disponíveis a todos idosos com qualidade, independente do tipo acesso.

No que diz respeito ao acesso aos serviços de saúde por plano privado, sabe-se que, conforme

o Estatuto do Idoso as suas normas gerais dispõem sobre a “proteção integral” aos idosos.

Nesse sentido, baseando-se na fragilidade econômica da população idosa, proibiu-se a

cobrança pelos planos de saúde de valores diferenciados para os maiores de 60 anos

(CAMARANO, 2013).

Por outro lado, tramita na Câmara dos Deputados relatório reformulando a lei 9.656, de 3 de

junho de 1998, que dispõe sobre planos de Saúde, prevendo o fim da proibição do reajuste de

mensalidade após os 60 anos. O reajuste poderá ser realizado, após essa faixa etária, em cinco

parcelas quinquenais. Esse aumento é preocupante, pois pode haver uma grande queda de

adesões e evasões dos planos privados de saúde, por parte dos idosos que não terão condições

de realizar o pagamento. Tendo assim que realizarem suas consultas e procedimentos médicos

na rede pública que já se encontram com demandas acima de suas condições.

Com as pessoas idosas passando a viver cada vez mais, é urgente a aplicação de políticas

públicas que atendam as suas necessidades, tanto na saúde pública quanto na complementar,

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nesse sentido, é importante e urgente a mobilização da sociedade para que não haja

modificação na lei dos planos de saúde que, caso aprovada, poderá ter consequências graves

para os idosos, principalmente para aqueles mais carentes. Soma-se a isso a importância de

entender que as doenças não são exclusividades apenas dos idosos, a consequência de um

envelhecimento saudável e ativo está associada a ações, prevenção de doenças e de promoção

da saúde durante toda a vida da população; medidas que mantenham os idosos

economicamente e socialmente ativos, integrados e independentes; intervenções ligadas a

essas ações são fundamentais para reduzir os desafios que surgem concomitantemente com o

processo de envelhecimento (KALACHE, 2008; MIRANDA; MENDES; SILVA, 2017).

2.2 Tendência na EVS

No contexto de envelhecimento populacional e aumento da longevidade, uma medida

comumente utilizada para avaliar as condições de saúde e mortalidade da população refere-se

à Expectativa de Vida Saudável, que é determinada pela interação da morbidade e

mortalidade, ou seja, a combinação tanto da qualidade, quanto da quantidade dos anos vividos

(GUILLOT; YU, 2009; ROBINE; ROMIEU; CAMBOIS, 1999). A análise de tendências na

Expectativa de Vida Saudável possibilita entender se o aumento da quantidade de anos de

vida da população é acompanhado por um aumento no tempo de vida saudável. Para análise

dessa tendência é recomendado o uso de tábuas de vida multiestado com base no

conhecimento do padrão etário das transições entre os estados de saúde e morte no período de

estudo. Embora muitos autores tenham mensurado a EVS, a análise de sua tendência tem sido

poucas vezes objeto de estudo, no Brasil, há uma carência de dados longitudinais sobre as

condições de saúde da população, o que dificulta a análise da compressão e extensão da

morbidade, componente da EVS (GONZAGA, 2012; NEPOMUCENO, 2012).

O conceito de morbidade é multidimensional, os problemas de saúde incluem as doenças,

lesões, perdas funcionais e deficiências (CRIMMINS, 1996). Sobre tendências na prevalência

e duração da morbidade existem três teorias formuladas em países de baixa mortalidade e que

são pilares para as pesquisas sobre tendências de saúde. A primeira, e mais pessimista, foi

proposta por Gruenberg (1977), segundo ele, como consequência de melhorias tecnológicas

da medicina para prevenção de mortes por doenças crônicas, houve períodos mais longos de

morbidade nos idosos ocorrendo assim uma redução na mortalidade e uma extensão da

morbidade, resultando em uma maior sobrevivência de pessoas com problemas de saúde. Esse

processo foi chamado por ele de “failure of success”. A segunda, mais otimista, proposta por

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Fries (1980), chamada de compressão da morbidade, usa como um de seus fundamentos o

possível adiamento no início das condições crônicas pela mudança no estilo de vida,

aumentando assim a idade média de uma primeira enfermidade, ocorrendo a compressão

quando o tempo que um idoso vive com enfermidades crônicas ou incapacidades é diminuído

pelo aumento da idade do surgimento dessas enfermidades. Finalmente a terceira, que é uma

combinação de elementos das duas anteriores, proposta por Manton (1982) aborda um

Equilíbrio Dinâmico, que seria uma teoria mais alternativa com base nos modelos e teorias

existentes de mortalidade humana. Manton (1982) destaca a importância do adiamento, em

estágios da doença ou das incapacidades, do progresso de processos menos graves para mais

graves, ou seja, o aumento do período vivido com doenças em níveis mais leves e

consequentemente reduzindo o período com enfermidades mais severas, faria com que

houvesse o aumento da longevidade. O conhecimento dessas teorias é muito valioso, pois

esses cenários dirão como os sistemas de saúde devem se comportar no futuro (CRIMMINS;

BELTRAN-SANCHEZ, 2010; GONZAGA, 2012; NEPOMUCENO, 2012).

Outro aspecto a ser considerado, é a análise da prevalência de deficiência3, que influencia na

EVS, a qual é resultado de vários processos dinâmicos, incluindo o início e recuperação da

deficiência, bem como a mortalidade (CRIMMINS; HAYWARD; SAITO, 1994; CRIMMINS

et al., 2009; HAYWARD; CRIMMINS; SAITO, 1998). A explicação para a redução na

prevalência da deficiência nos idosos pode ser entendida por diminuições da incidência de

incapacidade, aumentos na recuperação ou mudanças na mortalidade dos deficientes ou não

deficientes (LEVEILLE et al., 2000; 2001). A incapacidade funcional pode ser definida pelo

relato de dificuldade em realizar uma ou mais AVD e a dependência pela necessidade de

auxílio em pelo menos uma AVD (CAMARGOS, 2004). Sendo assim, por falta de estudos

longitudinais que verifiquem as taxas de transição correntes (incidência, remissão e casos

fatais) no Brasil, fica difícil uma análise mais detalhada da tendência da morbidade que é um

elemento fundamental no cálculo da Expectativa de Vida Saudável.

A EVS pode ser aplicada para a análise das condições de saúde de uma mesma população em

dois períodos distintos, sendo possível a análise de tendências, ou seja, como o indicador está

evoluindo com o passar do tempo. Nesse sentido, os gestores podem avaliar se estão atingindo

metas pré-estabelecidas no sentido de melhorar a qualidade de vida da população

(CAMARGOS; GONZAGA, 2015; CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2008c;

3 “perda ou anormalidade psicológica, fisiológica ou de estrutura anatômica, ou do funcionamento de nível

orgânico” (VERBRUGGE & JETTE, 1994, p.2)

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CAMPOLINA et al., 2014). Objetivando-se mensurar e comparar EVS obtida com base em

diferentes conceitos de saúde e em dois momentos, Camargos e Gonzaga (2015) nortearam

seu trabalho com o título: “Viver mais e melhor?”, e, considerando a percepção de saúde e a

capacidade funcional, no período de 1998 a 2008, concluíram que, ao completar 60 anos, os

brasileiros poderiam esperar viver mais e ter um número maior de anos com saúde.

Nesse mesmo sentido, comparando a saúde de uma mesma população em dois períodos

distintos, com informações do IBGE e Pesquisa Nacional por Amostra Domiciliar (PNAD)

(1998 e 2003), foi estimada a expectativa de vida ativa dos idosos brasileiros, no Brasil, ao

atingir 60 anos em 1998 e em 2003 (CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2008c). No

primeiro período, a EVLI dos homens era de 15,62 anos e em 2003, 16,46 anos. E, para as

mulheres, 17,06 e 18,07 anos, respectivamente. Significando um aumento da proporção da

expectativa de vida total vivida como ativo, tanto para homens (passou de 84% para 86%)

quanto para as mulheres (passou de 80% para 82%). Verificou-se que as mulheres passam

uma maior proporção de sua expectativa de vida total em estados não saudáveis. Por outro

lado, entre 1998 e 2003, ocorreram melhorias no estado funcional dos idosos brasileiros.

Com base na pesquisa Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento na América Latina e Caribe

(SABE), foram analisadas as mudanças na expectativa de vida e na expectativa de vida sem

incapacidade em idosos residentes em São Paulo (área metropolitana), de 2000 a 2010, e

avaliaram a ocorrência de morbidade por compressão ou expansão nessa população.

Campolina et al. (2014) analisaram a Expectativa de Vida e EVS, em conjunto. Como

resultado, observou-se que a população estudada encontrava-se em expansão da morbidade.

Nessa pesquisa foram apresentadas séries temporais baseadas em dados de países com baixas

taxas de mortalidade (Europa Ocidental, Países Nórdicos, América do Norte, Austrália, Japão

e Nova Zelândia), de 1970 a 1995, e, segundo os dados, o aumento da expectativa de vida aos

65 anos é universal e constante. Enquanto a evolução da expectativa de vida sem incapacidade

parece ser estável. Mesmo assim, os resultados apresentados pelos autores devem ser vistos

com atenção, devido a população idosa avaliada apresentar menor nível de escolaridade em

relação aos países onde estão disponíveis séries temporais de EVS, como na Europa e na

América do Norte. Em populações com baixos níveis educacionais, espera-se uma tendência

para a expansão da morbidade (CAMPOLINA et al., 2014).

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26

2.3 Desigualdades socioeconômicas, demográficas e regionais na saúde dos idosos

Relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico

OECD (2017), “Preventing Ageing Unequally” (Prevenir o envelhecimento de forma

desigual), verificou duas das grandes tendências mundiais: envelhecimento populacional e as

crescentes desigualdades. Nele constam as desigualdades na educação, saúde, emprego, e

como elas poderão afetar as próximas gerações. Segundo o relatório, em 1980 havia apenas

20 pessoas com 65 anos ou mais por cada 100 pessoas ativas, em média, na OCDE; até 2015,

passou para 28% e, até 2050, atingirá a marca de 53%. Muitas economias emergentes,

incluindo Brasil, China e Índia, e da OCDE envelhecem muito mais rapidamente, sendo que

naquelas o desenvolvimento não ocorreu na mesma velocidade, apresentando maiores

desigualdades em saúde do que os países da OCDE e uma rede de segurança social menos

efetiva. Nos países da OCDE as desigualdades já iniciam em idades jovens. Um homem de 25

anos com ensino superior pode esperar viver quase 8 anos a mais do que aquele com menos

escolaridade, em média entre os países; para as mulheres, a diferença é de 4,6 anos. Em todas

as faixas etárias, os indivíduos com uma saúde ruim trabalham menos e ganham menos.

Aqueles com menores rendas tendem a ter uma menor expectativa de vida em relação àqueles

que possuem melhores rendas.

Nesta parte da revisão da literatura abordam-se as características das pesquisas existentes

quanto às desigualdades socioeconômicas, demográficas e regionais na saúde dos idosos,

verificando, desse modo, como as diferenças existentes influenciam tanto na mortalidade,

quanto na Expectativa de Vida Saudável.

2.3.1 Desigualdades na mortalidade

Analisar a influência de indicadores socioeconômicos ou demográficos na mortalidade da

população é de grande importância para evidenciar as desigualdades existentes. Tal

observação é necessária para orientar as políticas públicas de saúde, descrevendo melhor as

causas de morte de uma determinada população.

No Brasil há estudos recentes que investigaram os efeitos de fatores socioeconômicos na

mortalidade (GOMES et al., 2015; PEREIRA; QUEIROZ, 2016; SILVA, 2014). Pessoas que

possuem um nível educacional mais elevado têm a tendência de apresentar menores

probabilidades de morte (BROWN et al., 2012; MULLER, 2002; PÉREZ, 2010; PÉREZ;

TURRA, 2008). Corroborando com o que se encontra na literatura, estudo realizado no Brasil

e Grandes Regiões, para o ano de 2010, mostrou que quanto mais escolarizada é a população,

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maior é a expectativa de vida (SILVA, 2014). Segundo Silva (2014), a Expectativa de Vida da

população feminina é maior do que a masculina em todos os níveis de escolaridade para todas

as regiões brasileiras. Os homens e as mulheres Sem Instrução ou com Ensino Fundamental

Incompleto apresentaram mais que o dobro da probabilidade de morte do que aqueles com

ensino superior.

O estudo de Gomes et al. (2015) analisou se as condições socioeconômicas e de saúde na

infância estavam associadas à mortalidade em idosos, utilizaram dados do Estudo SABE

(Saúde, Bem-estar e Envelhecimento), realizado em 2000 e 2006. Como resultados,

verificaram que a situação de residência (rural ou urbano) quando criança associou-se à

mortalidade nas idades avançadas. Por outro lado, essa variável não manteve significância

quando variáveis que representam características adquiridas na fase adulta foram adicionadas

ao modelo. Sabe-se que as informações sobre as condições na infância são limitadas e podem

não medir com precisão o status socioeconômico e de saúde nos primeiros anos de vida da

população. No entanto, os autores atentam que se informações mais detalhadas das condições

na infância tivessem sido coletadas e consideradas, essas informações poderiam ter se

mantido estatisticamente significativas, mesmo após a inclusão de características adquiridas

na fase adulta. Mesmo assim, os resultados sugerem que melhorias nas condições ambientais

das crianças e a geração de oportunidades no início da vida adulta podem contribuir para

maior sobrevivência nas idades mais avançadas.

No estudo de Pereira e Queiroz (2016) foi analisada a relação entre o nível socioeconômico

dos domicílios e das condições sociais locais com o risco de morte de jovens brasileiros, para

isso, utilizaram dados de óbitos coletados pelo Censo Demográfico de 2010. Dentre os

resultados, o estudo indicou que as diferenças nos níveis de status socioeconômico entre os

domicílios são responsáveis por mais de 90% da variabilidade no risco de morte dos jovens.

Em relação a localidade de residência, os resultados mostraram que residir em uma localidade

com menor status socioeconômico aumenta a probabilidade de ocorrência de óbito de jovens.

Um importante indicador para verificar as desigualdades é o da mortalidade proporcional em

maiores de 60 anos, por ele verifica-se a importância relativa dos óbitos totais por faixa etária.

No caso da mortalidade proporcional acima dos 60 anos, quanto maior, indicará que parte

considerável dos óbitos ocorre apenas, ou principalmente, nos grupos mais velhos. Sendo

assim, esse indicador poderá indicar um bom desenvolvimento e melhores condições de vida

daquela determinada região, pois menor será a mortalidade evitável nos grupos mais jovens

(NUNES et al., 2001). Em 2013, a mortalidade proporcional por grupo etário mostrou que a

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partir dos 15 anos de idade os homens morrem com mais frequência do que as mulheres, por

outro lado, a partir dos 70 anos o perfil se inverte (BRASIL, 2015).

A investigação das desigualdades em indicadores de saúde, dentre eles mortalidade, estavam

presentes em um estudo transversal, para as regiões e estados brasileiros, para o ano de 1999

(DUARTE et al., 2002). Verificou-se que a desigualdade em saúde no Brasil está polarizada

em nível nacional e intra-regional em que a região Sul apresenta, em geral, indicadores, dentre

eles a expectativa de vida ao nascer, mais favoráveis do que as demais regiões. A região Norte

e Nordeste apresentam indicadores predominantemente desfavoráveis em comparação as do

Sudeste e Centro-Oeste (DUARTE et al., 2002).

Nesse sentido, analisando a expectativa de vida, por Grandes Regiões, foi observado que as

regiões Norte e Nordeste apresentam as mais baixas esperanças de vida aos 15 anos. Uma

possível hipótese para essa ocorrência é que sendo estas regiões as menos desenvolvidas do

País, os acessos aos serviços de saúde pelas pessoas residentes devem ser menores,

ocasionando mais suscetibilidade à morte (SILVA, 2014).

Nas grandes cidades brasileiras os padrões de mortalidade podem variar de acordo com os

diferenciais sociais e econômicos (PAES-SOUSA, 2002). Analisando o Mapa da

Desigualdade (2017), segundo o Relatório de Desenvolvimento Humano do Programa das

Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) o Brasil ocupa a décima colocação de país

mais desigual do mundo, num ranking de mais de 140 países. Os dados da PNAD (2015)

mostram que considerando todas as rendas, a população branca ganhava, em média, o dobro

do que ganhavam negros. Ademais, em vinte anos, o rendimento da população negra, passou

de 45% do valor do rendimento dos brancos para apenas 57%. Por sexo, a renda média do

homem brasileiro era de R$ 1.508,00, por outro lado a das mulheres era de R$ 938,00. O

Mapa da cidade de São Paulo apresenta alguns indicadores preocupantes. A idade média ao

morrer pode variar de 79,4 (Jardim Paulista) a 55,7 (Jardim Ângela). Em relação ao tempo

médio de espera para uma consulta (clínico geral), pode variar de 3 dias (Jaguara) até 76 dias

(Liberdade). Percebe-se assim, grandes diferenciais sociais e econômicos não apenas no

Brasil, mas também dentro dos estados e cidades, como no exemplo de São Paulo, e isso pode

influenciar em diversos padrões de mortalidade (MAPA DA DESIGUALDADE, 2017).

As disparidades socioeconômicas na mortalidade adulta não tem sido um tema constante nos

países em desenvolvimento, segundo Ribeiro (2016) provavelmente devido à limitação em

relação à disponibilidade de dados de qualidade e/ou adequados. No Brasil, apesar de

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apresentar altos níveis de desigualdade social, ainda são poucos os estudos que envolvem as

desigualdades na mortalidade adulta (PÉREZ, 2010).

2.3.2 Desigualdades na Expectativa de Vida Saudável

Nessa seção serão apresentadas características de alguns trabalhos, e seus principais

resultados, que mensuraram a EVS e verificaram possíveis diferenciais socioeconômicos,

demográficos e regionais. No que diz respeito à Expectativa de Vida Saudável, além da

diferença por sexo, várias pesquisas têm apresentado evidências de que ela difere

significativamente por nível socioeconômico em muitos países (CRIMMINS; SAITO, 2001;

GONZAGA, 2012; ROBINE; ROMIEU; CAMBOIS, 1999). Aqueles indivíduos com baixo

nível socioeconômico vivem menos, ademais eles também experimentam uma maior parte de

suas vidas com incapacidade quando comparados com aqueles que possuem melhores rendas

e níveis de escolaridade (ROBINE; ROMIEU; CAMBOIS, 1999).

Nos Estados Unidos em 1970, 1980 e 1990, em um estudo investigando a EVS, por gênero e

educação, para brancos e afro-americanos, verificou-se grandes diferenças raciais e

educacionais na EVS. As diferenças por níveis educacionais foram maiores na expectativa de

vida saudável do que as diferenças na expectativa de vida total. A educação foi considerada

como o principal indicador de status socioeconômico no ciclo de vida. As diferenças raciais

na EVS foram maiores na população com menor escolaridade (0 a 8 anos de escolaridade

completos). As pessoas com um nível de escolaridade mais elevado (mais de 13 anos de

escolaridade completos) esperavam viver uma maior proporção de suas vidas saudáveis.

Mulheres e homens afro-americanos com menor nível educacional viviam 16 anos a menos de

EVS do que aqueles com alta educação (CRIMMINS; SAITO, 2001).

No que tange às diferenças raciais, estudos chegaram a resultados diferentes dentro de um

mesmo País: em uma amostra nacional, nos EUA, a EVS dos brancos excedeu

significativamente a dos afro-americanos (CRIMMINS; HAYWARD; SAITO, 1996).

Segundo o estudo, tal fato pode ser devido a uma subavaliação da idade nos atestados de óbito

para afro-americanos. Ademais, as diferenças socioeconômicas influenciaram em maiores

prevalências de incapacidade entre aqueles que são negros e de baixa escolaridade. Aos 80

anos, os grupos de educação inferior (0 a 11 anos de escolaridade) de homens, independente

de raça, esperavam ter cerca de 40% das pessoas com incapacidade ou dependentes quando

comparados ao grupo de ensino superior (acima de 12 anos de escolaridade). Enquanto que,

em uma amostra localizada, na Carolina do Norte, a EVS dos afro-americanos, aos 75 anos,

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excedeu a dos brancos (GURALNIK et al., 1993; LAND; GURALNIK; BLAZER, 1994).

Segundo os autores, nesse favorecimento das pessoas de cor/raça negra após 75 anos de idade,

não se pode descartar imprecisões nos dados utilizados. No estudo de Gibson (1991), a

população negra de diferentes idades, dentre eles os “jovens velhos” (65 a 74 anos), eram

mais propensos a ter uma saúde precária do que as pessoas idosas, sendo explicado devido à

mortalidade seletiva entre pessoas mais doentes, que nunca atingem as idades mais velhas. No

estudo de Guralnik et al. (1993), entre negros e brancos, o nível de educação, como uma

medida do status socioeconômico, teve um efeito maior do que a raça na expectativa de vida

total e na expectativa de vida saudável.

Bossuyt et al. (2004) analisaram que na Bélgica, a desigualdade na EVS parece ser maior nas

mulheres do que nos homens, assim como, em todas as idades, as mulheres vivem mais que

os homens em estado insalubre. Em relação às diferenças por nível de escolaridade, as

pessoas com um baixo nível (Equivalente ao Ensino Fundamental) de educação têm, em

média, vidas mais curtas do que as pessoas com um nível mais elevado (Equivalente ao

Ensino Superior) de educação e as com um baixo nível de educação vivem, em média, menos

anos em boa condição de saúde percebida. Em comparação com as pessoas com maior nível

de escolaridade, os homens e as mulheres no nível mais baixo de educação passaram mais de

10 e 20 anos adicionais em saúde percebida como ruim, respectivamente (BOSSUYT et al.,

2004). Segundo os autores, quando comparados os resultados de Expectativa de Vida em

saúde boa da Bélgica, com os da Noruega e da Finlândia, as diferenças existentes parecem

razoáveis para justificar uma política social ativa, orientada para uma redução da desigualdade

na saúde. Os autores fazem essa comparação com os países da Noruega e Finlândia, pois são

países que têm grande empenho em políticas igualitárias de saúde em bem-estar, tendo como

exemplo programas sólidos para aumentar o nível médio de saúde e reduzir as diferenças

entre os grupos socioeconômicos (SIHVONEN et al., 1998).

Martinez-Sanchez et al. (2001) verificaram que quanto maior o nível educacional, menor o

número de anos vividos em má saúde, tanto em homens como em mulheres. Percebe-se

também que as diferenças são maiores na Expectativa de Vida Saudável que na Expectativa

de Vida Total. Esses resultados são referentes a uma análise realizada nas cidades de Madri e

Barcelona, na Espanha, no período de 1993 a 1994. Utilizando-se do indicador de saúde auto-

referida (auto-percebida), os cálculos foram realizados pelo método de Sullivan (1971).

Quanto à amostra, foram incluídas pessoas com mais de 24 anos de idade e o status

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educacional foi classificado como menor (até 11 anos de escolaridade) e superior (12 anos ou

mais da escola).

Verificando as dimensões da EVS, para o Brasil em 1998 e 2008, as mulheres apresentaram

maiores expectativas de vida, se comparadas aos homens, porem esperavam viver por mais

tempo com saúde ruim, independentemente do indicador utilizado para mensurar a saúde

(CAMARGOS; GONZAGA, 2015). No estudo de Andrade et al. (2011), foram verificadas as

diferenças de sexo na expectativa de vida entre idosos do município de São Paulo. Os

resultados indicaram que as mulheres esperavam viver mais que os homens, mas enfrentavam

uma carga de invalidez mais alta e mais grave do que os homens. No mesmo sentido,

Parahyba, Veras e Melzer (2005) e Camargos, Machado e Rodrigues (2008c) verificaram que

as mulheres vivem mais tempo, mas não necessariamente em melhores condições de saúde

que os homens. Acredita-se que a explicação para essa diferença seria referente à maior

sobrevivência feminina, permitindo assim que as mulheres atinjam idades mais avançadas,

nas quais a capacidade funcional declina com mais evidência (CAMARGOS; MACHADO;

RODRIGUES, 2008c). Outras hipóteses existentes são quanto a uma maior prevalência de

condições incapacitantes não-fatais, nas mulheres; assim como uma maior habilidade de

reportar maior número de condições de saúde em relação aos homens da mesma idade

(ALVES; LEITE; MACHADO, 2010). Há também a possibilidade com relação a seletividade

da mortalidade entre os homens devido às mortes por causas externas (BERQUÓ, 1996;

PERLS; KUNKEL; PUCA, 2002).

Nesse sentido, Parahyba (2006), em seu trabalho que verificou as desigualdades de gênero em

saúde entre os idosos no Brasil, apresenta a importância do desenvolvimento de novas

estratégias de prevenção e tratamento que amenizem as consequências funcionais das

DCNT nas mulheres que vivem, cada vez mais, até idades mais avançadas. O estudo de

Camargos et al. (2007) corrobora com os resultados encontrados no Brasil: as mulheres vivem

menos tempo livre de incapacidade em relação aos homens (ANDRADE et al., 2011;

CAMARGOS; GONZAGA, 2015; CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006, 2008a,

2009; CAMARGOS; PERPÉTUO; MACHADO, 2005; GUEDES et al., 2011; ROMERO;

LEITE; SZWARCWALD, 2005).

Camargos, Machado e Rodrigues (2006) estimaram a expectativa de vida com incapacidade

funcional por idade, sexo e escolaridade em idosos no município de São Paulo no ano 2000.

As prevalências de incapacidade funcional foram estimadas com base em informações das

atividades de vida diária (AVD) do projeto SABE. Para a mensuração da EVS utilizou-se o

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método de Sullivan (SULLIVAN, 1971). Verificou-se que, no ano 2000, as mulheres idosas

da cidade de São Paulo poderiam, em média, esperar viver mais que os homens. Aos 60 anos,

a Expectativa de Vida foi de 17,6 e 22,2 entre homens e mulheres, respectivamente.

Especialmente para os homens, a percentagem de expectativa de vida vivida com deficiência

diminuiu com o aumento da escolaridade, em cada idade exata. Por exemplo, aos 60 anos, os

homens com baixa escolaridade poderiam esperar viver 81% do seu tempo remanescente em

boa saúde, enquanto que esse percentual aumentou para 91% nos homens com alto nível de

escolaridade. Aos 85 anos, estes números foram de 57% e 81%, respectivamente. Por outro

lado, as mulheres apresentaram, respectivamente, 72% e 83% aos 60 anos, e 41% e 61% aos

85 anos. Ao final do trabalho, os autores alertaram que os resultados obtidos não podem ser

totalmente generalizados, embora os resultados expostos possam servir de guia geral para as

Políticas Públicas no Brasil. É notório que problemas de saúde enfrentados pelas pessoas

idosas são resultados de várias experiências passadas durante sua vida, como cuidados de

saúde, condições de moradia, práticas de higiene e educação. Todavia, observa-se que a

educação foi importante nos comportamentos de saúde. Percebe-se então que o aumento dos

anos de estudo da população poderá ter benefícios positivos para uma promoção de uma vida

saudável, no entanto, há outros fatores, como a melhoria da renda, que são importantes nesse

processo, pois não adianta, por exemplo, ter o conhecimento sobre hábitos saudáveis, mas não

possuir rendimentos suficientes para adquirir uma alimentação balanceada ou ter acesso a

uma orientação para atividades físicas.

Guedes et al. (2011) estimou diferenciais na EVLI utilizando dados do IBGE e da PNAD de

1998 e 2003, mensurando a incapacidade funcional pelas questões sobre AVD, utilizando o

método de Sullivan. A escolaridade foi medida por uma variável dicotômica: menos de cinco

anos e cinco anos e mais, com o intuito de diminuir a distorção a direita do número de anos de

escolaridade concluída entre os idosos no Brasil, assim como, utilizar um pequeno número de

tabelas de vida. O estudo foi feito para todo o Brasil e os resultados mostram que o nível de

escolaridade teve impacto positivo na redução do tempo médio vivido com incapacidade

funcional para ambos os sexos, no Brasil, entre 1998 e 2003. Em ambos os anos, esperava-se

que as mulheres vivessem uma menor proporção de anos livres de incapacidade funcional do

que os homens, independente de idade ou nível educacional. Com relação aos homens,

esperava-se que aos 60 anos, os de maior escolaridade, vivessem 3,8% mais sem incapacidade

do que os de menor escolaridade. Aos 80 anos, essa proporção aumentou para 4,1%. Sendo

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assim, a expectativa de vida com dificuldade no desempenho de ADV diminuiu para homens

mais escolarizados (GUEDES et al., 2011).

A situação socioeconômica é determinante nas condições de saúde da população. Lima-Costa;

Matos e Camarano (2006), num estudo para o Brasil em 1998 e 2003, verificaram que aqueles

em situação inferior da distribuição da renda (20% mais pobres) apresentavam piores

condições gerais de saúde, desvantagens na capacidade funcional e menor número de

consultas médicas, em comparação àqueles com uma maior renda familiar. Um resultado

preocupante desse estudo é que as forças das associações entre renda domiciliar per capita,

condições de saúde e uso de serviços de saúde não se modificaram entre os anos estudados, ou

seja, não houve alterações nas desigualdades, apontando assim uma ineficiência nas políticas

públicas aplicadas que se aplicadas de forma eficiente as desigualdades haviam diminuído.

Ao estimar as taxas de incapacidade funcional e identificar os fatores sociodemográficos

associados com a prevalência de incapacidade funcional entre as mulheres idosas, Parahyba,

Veras e Melzer (2005) observaram que a prevalência de incapacidade funcional leve,

moderada e severa aumentou com a idade. Mesmo ao realizar o ajuste para todas as variáveis,

incluindo aumento da idade, raça, escolaridade e renda, mantiveram-se associados.

Verificaram que o baixo nível de educação e baixo rendimento familiar foram os indicadores

que mais se associaram ao aumento da prevalência de incapacidade funcional.

Os estudos demonstram que a Expectativa de Vida Total tem aumentado para ambos os sexos,

especialmente para as mulheres (ANDRADE et al., 2011; CAMARGOS; GONZAGA, 2015;

CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006, 2008a, 2009; CAMARGOS; PERPÉTUO;

MACHADO, 2005; GUEDES et al., 2011; ROMERO; LEITE; SZWARCWALD, 2005).

Como foi visto, uma vasta literatura internacional tem encontrado evidências da associação da

educação, renda e ocupação na mortalidade, nas condições de saúde e na longevidade da

população (BOSSUYT et al., 2004; BROWN et al., 2012; CAMBOIS; ROBINE;

HAYWARD, 2001; CHRISTENSON; JOHNSON, 1995; FERNANDES, 1984;

FREEDMAN; MARTIN, 1999; KRAVDAL, 2000; LAUDERDALE, 2001; MANTON;

STALLARD; CORDER, 1997; MULLER, 2002; OLSHANSKY et al., 2012; VALKONEN;

SIHVONEN; LAHELMA, 1997). Percebe-se de acordo com os estudos apresentados que a

educação mostra uma significativa associação negativa não apenas com mortalidade, assim

como o estado de saúde, mesmo após o controle de outros efeitos. Há razões que justificam a

utilização do nível educacional como determinante no status socioeconômico. O nível

educacional é obtido, geralmente, no início da vida adulta permanece constante ao longo do

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curso da vida, por outro lado, a renda e ocupação variam consideravelmente durante o curso

da vida. A educação aparece como relevante para os indivíduos que se aposentaram ou que

estão desempregados. Quanto à qualidade da informação, o nível educacional costuma ser

reportado com maior precisão em pesquisas de inquérito, se comparadas à renda (MONTEZ;

HUMMER; HAYWARD, 2012).

Com a realização do levantamento da literatura sobre o tema, verificou-se que existe uma

diferença socioeconômica e demográfica na Expectativa de Vida Saudável, nas condições de

saúde, na longevidade e na mortalidade, e que essas diferenças afetam a saúde da população.

O aumento do status socioeconômico da população é uma importante ferramenta para

melhorar a qualidade de vida, reduzir hospitalizações e procura por serviços de saúde quando

já se encontra em situações desfavoráveis. O investimento em atenção primária de qualidade é

uma excelente estratégia para evitar hospitalizações e gastos desnecessários de idosos com

limitações funcionais (SILVA et al., 2017). A procura pelos serviços de saúde deve ser

preventiva. O sistema de saúde deve dispor de profissionais que promovam a prevenção das

incapacidades. Uma excelente iniciativa é Estratégia Saúde da Família que reorganizou a

atenção básica no Brasil, dentro de suas especificidades está a existência de equipe

multiprofissional (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2012).

Considerando os resultados dos estudos aqui discutidos, e diante das poucas pesquisas

envolvendo os diferenciais regionais e socioeconômicos da EVS no Brasil, esse estudo

contribuirá para um melhor entendimento dessas diferenças. Assim, poderá servir para avaliar

se os planejamentos de Políticas Públicas voltadas para melhorias nas condições de saúde da

população estão sendo eficientes, evitando redução de gastos com saúde desnecessários,

minimizando a sobrecarga gerada no sistema de saúde. Pois, havendo um adequado

planejamento nas políticas públicas de saúde haverá a melhora e/ou prevenção da capacidade

funcional das pessoas, fazendo com que ocorra um envelhecimento saudável.

2.4 Indicadores do estado de saúde para mensuração da EVS

Para mensurar a Expectativa de Vida Saudável há diferentes dimensões, as tradicionalmente

mais utilizadas são: Doenças Crônicas, Saúde auto-reportada e Incapacidade Funcional. A

forma pela qual o estado de saúde é operacionalizado depende dos objetivos da pesquisa e dos

dados disponíveis. Embora sejam importantes dimensões, nesse estudo, as DCNT e saúde

auto-reportada não serão empregadas, pois para uma comparação de EVS entre regiões em

que há uma grande diversidade de culturas, elas estariam mais sensíveis a influências,

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requerendo assim um bom conhecimento do estado de saúde, limitando-se pela experiência

social do idoso.

2.4.1 Doenças crônicas não transmissíveis (DCNT)

As doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) constituem um dos maiores

problemas de saúde pública atualmente e têm gerado elevado número de mortes

prematuras, perda de qualidade de vida com alto grau de limitação e incapacidade

para as atividades de vida diária, além de impactos econômicos para famílias,

comunidades e sociedade (BRASIL, 2015)

Anualmente, as doenças do aparelho circulatório, diabetes, câncer e doença respiratória

crônica são as principais DCNT, sendo responsáveis por 36 milhões, ou 63% das mortes

(WHO, 2013). Aproximadamente 80% desses óbitos por DCNT ocorreram em países de baixa

e média renda, por outro lado, em países de alta renda, esses números correspondem a 13% da

parcela da população (WHO, 2013).

Em função dos processos de transição epidemiológica, demográfica e nutricional, o Brasil tem

experimentado, nas últimas décadas, importantes transformações no seu padrão de

mortalidade e morbidade, ocorrendo importante redução das doenças infecciosas e aumento

das DCNT, acidentes e violências (SCHMIDT et al., 2011). O envelhecimento populacional

modifica intensamente a forma de atuação da saúde coletiva, pois altera o perfil de

morbimortalidade da população, aumentando a demanda por cuidados de longa duração

(GIACOMIN; FIRMO, 2015).

Por região, no Brasil, há uma heterogeneidade demográfica e socioeconômica. Refletindo em

diferentes padrões de mortalidade e de morbidade por DCNT. O enfrentamento e prevenção

quanto à atenção às pessoas já acometidas, exigem diferentes respostas por parte dos gestores,

adequando à realidade encontrada em cada subgrupo (MALTA et al., 2006). No Brasil, 72%

de todas as mortes são referentes às DCNT, constituindo um problema de saúde de grande

magnitude. Essas doenças atingem indivíduos de todas as camadas socioeconômicas e, de

forma mais intensa, grupos vulneráveis, como idosos e pessoas de baixa escolaridade e renda

(BRASIL, 2015) Esses números, no Brasil, refletem algumas consequências negativas do

processo de globalização, da rápida urbanização, da atividade física insuficiente e da

alimentação pouco saudável, além do consumo do tabaco e do álcool (BRASIL, 2011;

MALTA; SILVA JR, 2013; WHO, 2011).

Sabe-se que o Brasil tem uma das populações que passam pelo envelhecimento populacional

mais rápido do mundo (VASCONCELOS; GOMES, 2012). Essa população nasceu em áreas

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rurais, enfrentou adversidades socioeconômicas significativas durante a vida, recebeu pouca

ou nenhuma educação formal e trabalhou em ocupações mal remuneradas e não

especializadas (LLOYD-SHERLOCK, 1998; SCHMIDT et al., 2011). Ademais, ocorreram

mudanças significativas na estrutura familiar, famílias menores e a entrada das mulheres no

mercado de trabalho, reduzindo assim, dentro da família, o apoio e atenção à saúde dos

idosos. Essas mudanças resultaram no aumento da população que demanda cuidados e numa

redução da oferta de cuidadores familiares (CAMARANO, 2010).

Com base na PNS de 2013, estimou-se a prevalência de indivíduos que referiram ter pelo

menos uma DCNT. A prevalência foi de 45,1%. Nos indivíduos do sexo feminino esta

prevalência foi de 50,4% e para o sexo masculino, 39,2%. Por região a maior prevalência de

indivíduos com DCNT foi no Sul, com 52,1%, por outro lado, as regiões Nordeste e Norte

tiveram menores prevalências, 42,2% e 37,2%, respectivamente. De acordo com os dados da

PNS, percebe-se nas respostas autorreferidas sobre as DCNT um diferencial por sexo. As

mulheres apresentaram maiores prevalências que os homens. Tal fato, a literatura tem

explicado, em sua maior parte, que mulheres geralmente têm uma maior percepção das

doenças e auto-cuidado, buscam por serviços de saúde e existe uma maior oportunidade de

diagnostico médico, por parte das mulheres (LIMA-COSTA; PEIXOTO; FIRMO, 2004;

NOGUEIRA et al., 2010).

No estudo de Barros et al. (2011) houve uma associação estatisticamente significativa entre o

nível de escolaridade e morbidade. As doenças crônicas foram mais prevalentes na população

sem plano privado de saúde, apontando diferenças do perfil saúde-doença da população SUS

dependente e a necessidade do sistema público de saúde incorporar intervenções efetivas de

promoção de equidade. Sendo necessária a ampliação da cobertura e da qualidade dos

serviços de saúde, podendo propiciar melhoras nos diagnósticos, e um melhor controle e

tratamento das doenças. Os resultados do estudo sugerem que a oferta suficiente de serviços

de qualidade do SUS pode remediar sensivelmente as desigualdades sociais nos riscos de

adoecer e morrer. Percebe-se também uma correlação dos determinantes sociais, como

educação, ocupação, renda, gênero e etnia, com a prevalência de DCNT.

Pelo próprio processo de envelhecimento, nesse segmento da população é apresentada uma

maior prevalência de doenças crônico-degenerativa (NAKATANI et al., 2009; SANTOS et

al., 2007). Conforme visto anteriormente, elas representam elevada carga de doença no Brasil.

Todavia, tendências recentes indicam que a mortalidade por algumas DCNT (as doenças do

aparelho circulatório e as respiratórias crônicas) está diminuindo, o que sugere que o

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enfrentamento está ocorrendo na direção certa, ocorrendo ampliação do acesso aos serviços de

saúde, melhoria de técnicas terapêuticas para aqueles acometidos de infarto ou acidente

vascular cerebral, pois muitos sobrevivem com sequelas. As DCNT têm se tornado prioridade

em saúde pública no Brasil e algumas políticas para sua prevenção têm sido colocadas em

prática. O SUS têm dado grandes avanços, a implantação de intervenções altamente custo-

efetivas, que a população menos favorecida não teria acesso; o controle do tabaco, grande

fator de risco; ampla distribuição de medicamentos àqueles que têm alto risco de desenvolver

doenças cardiovasculares, programa de controle de hipertensão, ampliação das ações da

atenção básica por meio da ESF são algumas atividades desenvolvidas (SCHMIDT et al.,

2011). Muitas ações e políticas estão sendo colocadas em prática. Com o intuito de promover

o desenvolvimento e a implementação de políticas públicas efetivas, integradas, sustentáveis e

baseadas em evidências para a prevenção e o controle das DCNT e seus fatores de risco e

fortalecer os serviços de saúde voltados às doenças crônicas foi criado o Plano de ações

estratégicas para o enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no

Brasil (2011-2022) que visa a preparar o Brasil para enfrentar e deter, nesses dez anos, as

DCNT, dentre elas, acidente vascular cerebral, infarto, hipertensão arterial, câncer, diabetes e

doenças respiratórias, pois essas doenças constituem o problema de saúde de maior

magnitude. Dentre as políticas aplicadas estão: Organização da Vigilância de DCNT, Política

Nacional de Promoção à Saúde (PNPS), Programa Academia da Saúde (BRASIL, 2011). Por

outro lado, o estudo de Magalhões (2016) indica que atenção à saúde da população idosa

ultrapassar o controle e a prevenção DCNT e incluir de forma sistemática a dimensão

funcional da saúde, a preservação da autonomia e a prevenção da incapacidade funcional, pois

são fatores determinantes da qualidade de vida e do bem-estar na velhice.

As Doenças cardíacas, diabetes mellitus e hipertensão arterial são enfermidades com grandes

impactos na Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional. Estudo realizado com o

objetivo de avaliar o impacto da eliminação das doenças crônicas sobre a EVLI da população

idosa observou-se que: no sexo feminino, a doença cardíaca, a diabetes mellitus e a

hipertensão arterial foram as enfermidades controladas que geraram o maior aumento na

EVLI. Já no sexo masculino, as enfermidades com maior impacto foram: doença cardíaca,

hipertensão arterial, a queda, e a doença pulmonar crônica (CAMPOLINA et al., 2013).

Percebe-se que as DCNT são um problema de saúde de grande relevância, pois gera limitação

das pessoas influenciando o desenvolvimento de suas atividades cotidianas. À medida que as

pessoas vivem mais, as necessidades de assistência à saúde aumentam em consequência de

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uma maior prevalência de DCNT e perda de autonomia, requerendo assim um maior

acompanhamento e intervenções bem mais complexas, gerando maiores custos (KALACHE;

VERAS; RAMOS, 1987a).

Com isso, o conhecimento da EVS livre de doenças crônicas (EVLDC), contribui para a

geração de conhecimento e um melhor entendimento das DCNT no Brasil, ademais pela

mensuração da EVS, ao longo do tempo, é possível avaliar se os programas e políticas de

saúde estão sendo eficientes a ponto de melhorar a EVS dos idosos. Soma-se a essa

importância, que o número de portadores de DCNT que requerem atendimento tende a

aumentar (SCHMIDT et al., 2011). Todavia, embora essa seja uma boa dimensão a ser

empregada, ela dependerá de uma definição clara e um bom conhecimento das doenças por

parte do entrevistado, logo sabendo das diferenças regionais quanto ao conhecimento das

DCNT existentes essa dimensão não será empregada.

2.4.2 Saúde auto-reportada

Alguns estudos têm utilizado a saúde auto-reportada para mensurar a EVS (CAMARGOS;

RODRIGUES; MACHADO, 2009; ROMERO; LEITE; SZWARCWALD, 2005). Camargos,

Rodrigues e Machado (2009) utilizaram informações de mortalidade do IBGE (2003) e as

informações da autopercepção do estado de saúde, da PNAD (2003), e como resultado, as

estimativas mostraram que as mulheres vivem mais, porém o número de anos a serem vividos

por elas percebendo sua saúde como ruim é maior do que a estimativa para os idosos do sexo

masculino. Romero, Leite e Szwarcwald (2005) mensuraram a expectativa de vida saudável

para os idosos brasileiros com base na autopercepção de saúde utilizando informações da

Pesquisa Mundial de Saúde realizada no Brasil em 2003, no mesmo sentido do primeiro

estudo, observou-se que a proporção de anos perdidos de vida saudável aumenta

significativamente com a idade e que, embora as mulheres tenham uma expectativa de vida

maior que a dos homens, elas vivem proporcionalmente menos anos com boa saúde.

Assim, os estudos indicam a hipótese de que mulheres geralmente têm uma maior percepção

das doenças e auto-cuidado, assim como buscam por mais serviços de saúde (LIMA-COSTA;

PEIXOTO; FIRMO, 2004; NOGUEIRA et al., 2010). Logo, em relação à utilização dessa

dimensão, deve-se atentar para a necessidade de considerar as diferenças entre os sexos em

relação à demanda por cuidados de saúde, as mulheres possuem mais acesso aos serviços de

saúde do que os homens, logo na utilização desse indicador, este pode ser um motivo pelo

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qual o tempo médio vivido com saúde ruim das mulheres é, geralmente, maior que os homens

(CAMARGOS; RODRIGUES; MACHADO, 2009).

A saúde auto-reportada, embora seja um importante indicador global do estado de saúde,

possui críticas quanto a sua utilização, pois se percebe que este indicador reflete normas e

padrões sobre o estado de saúde, que são altamente determinados pelo tempo e cultura,

dificultando assim uma comparação internacional, é limitado pela experiência social do

indivíduo e também há evidências que pessoas com mais alta escolaridade estariam em

melhor vantagem para perceber seu estado de saúde (GONZAGA, 2012). Sendo assim, visto

que nesse trabalho será realiada uma comparação entre as regiões, e entre elas há uma grande

diversidade de culturas, a utilização dessa dimensão não seria uma melhor opção para esse

estudo (PARAHYBA; VERAS; MELZER, 2005).

2.4.3 Incapacidade funcional

É indispensável que o pesquisador mencione o conceito empregado e detalhe qual a medida

ou quais instrumentos foram aplicados. Conceituar a incapacidade funcional não é tão

simples, dado o seu caráter multidimensional e dinâmico (ALVES; LEITE; MACHADO,

2008; BAPTISTA, 2003). A incapacidade pode envolver limitações nas atividades, assim

como, restrição na participação social de qualquer pessoa, pois o conceito de capacidade

funcional é muito mais abrangente que apenas manter as suas funções corporais e atividades,

sejam elas mentais ou físicas, para viver de forma independente e autônoma dentro de um

contexto social (BERNARDES, 2016). Sendo assim, os problemas podem ser físicos,

apresentar um déficit cognitivo ou disfunções emocionais, ou seja, a caracterização da

incapacidade requer informações detalhadas sobre diferentes aspectos da saúde do indivíduo

(ALVES; LEITE; MACHADO, 2008; BAPTISTA, 2003).

Na sua mensuração, observa-se que os estudos não seguem um padrão bem definido, variando

quanto às escalas, dimensões e classificações, assim como do tipo de informação disponível

(ALVES; LEITE; MACHADO, 2008). A Incapacidade funcional pode ser mensurada de

diversas formas, as Atividades de Vida Diária (AVD), as Atividades Instrumentais de Vida

Diária (AIVD) e as mobilidades são as formas mais utilizadas. Assim, a prevalência de

incapacidade funcional pode variar bastante, de acordo com a forma de mensuração, de

escalas de dificuldade, de assistência ou dependência, e de desempenho (ou não) de

determinada atividade (CAMARGOS, 2004; JETTE, 1994).

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O indicador de dependência para as AVD foi desenvolvido mediante observação de pessoas

idosas, e considera tarefas como: tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro em tempo hábil,

atravessar o cômodo, deitar ou levantar-se da cama e comer (KATZ et al., 1963). As AVD são

consideradas medidas de incapacidade grave, sendo assim, quanto maior o número de tarefas

realizadas com limitações dentro do espectro funcional, maior o grau de incapacidade. A

incapacidade é uma questão de grau, um espectro de limitações, de leve a muito severa.

Devido a sua importância, alguns estudos têm utilizados as AVD para mensurar a

incapacidade funcional (CAMARGOS, 2004; COSTA FILHO, 2016; FEMIA; ZARIT;

JOHANSSON, 2001; GILL et al., 2004; NYBO et al., 2001; NUNES et al., 2017;

PARAHYBA; VERAS; MELZER, 2005).

As tarefas definidas pelas AIVD’s desenvolvidas por Lawton e Brody (1969), são

consideradas mais complexas que as AVD (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008). Englobam

atividades necessárias para o indivíduo viver de forma independente, como por exemplo:

fazer compras, telefonar, utilizar o transporte, realizar tarefas domésticas, preparar uma

refeição e cuidar do próprio dinheiro. Assim, percebe-se que são tarefas necessárias para uma

vida independente na sociedade.

Além das incapacidades para as AVD e AIVD, a avaliação da mobilidade também é utilizada

para medir a incapacidade funcional (GURALNIK; FRIED; SALIVE, 1996). As tarefas que

avaliam mobilidade são consideradas de grau de complexidade intermediária entre as AVD e

as AIVD (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008). A mobilidade refere-se a atividades que

exigem amplitude de movimento, resistência e força muscular, e pode ser mensurada de forma

hierárquica, iniciando-se com tarefas simples como transferir da cama para a cadeira e

progredindo para as tarefas mais complexas, como caminhar distâncias curtas e longas e subir

escadas (GURALNIK et al., 1996).

Essas diversas formas de mensuração da incapacidade funcional podem ser avaliadas

separadas ou conjuntamente (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008; FIALHO et al., 2014).

Podendo funcionar como uma escala de incapacidade funcional hierárquica, relacionando os

indicadores de AVD, AIVD e mobilidade distinguindo em quatro categorias: independente,

dependente somente nas AIVD, dependente nas AIVD e mobilidade, dependente nas AIVD,

mobilidade e AVD (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008). O conjunto de atividades AVD e

AIVD é extremamente útil quando existe interesse em estabelecer níveis de incapacidade

(CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2008a). Na literatura, comumente, a

incapacidade funcional é avaliada com base no autorrelato do grau de dificuldade, da

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necessidade de ajuda de outra pessoa ou ainda da impossibilidade de realizar as AVD, AIVD

e/ou mobilidades. (FIALHO et al., 2014; VERBRUGGE; JETTE, 1994).

No estudo de Bernardes (2016), utilizando-se de dados provenientes do Inquérito de Saúde do

Adulto realizado na Região Metropolitana de Belo Horizonte, os idosos foram classificados,

como tendo incapacidade funcional, aqueles que relataram muita dificuldade ou que

realizavam a atividade apenas com ajuda, e livres de incapacidade, aqueles com nenhuma ou

alguma dificuldade para as atividades consideradas. Camargos e Gonzaga (2015), utilizando a

pergunta da PNAD que combina apenas três AVD em uma única pergunta, classificaram

como apresentando incapacidade funcional pessoas que relataram que não conseguem ou que

possuem pequena ou grande dificuldade para alimentar­se, tomar banho ou ir ao banheiro, por

outro lado, os indivíduos que relataram não ter dificuldade foram classificados como livres de

incapacidade funcional. Percebe-se assim, que a mensuração é realizada conforme o objetivo

da pesquisa, assim como, os dados disponíveis. Silva (2016) realizou a análise, para o Brasil,

considerando as seis AVD (alimentar-se, tomar banho, usar o toalete, vestir-se, andar em casa

de um cômodo a outro no mesmo andar e deitar-se ou levantar-se da cama) e as quatro AIVD

(fazer compras, administrar as próprias finanças, tomar remédios sozinho e sair de casa

sozinho utilizando transporte), constantes na PNS de 2013. Sendo que a limitação funcional

foi atribuída aos que informaram ter qualquer dificuldade para realizar pelo menos uma das

atividades relacionadas. Costa Filho (2016), utilizando a PNS de 2013, operacionalizou a

incapacidade como algum grau de dificuldade para execução de dez atividades, considerando

três níveis: sem incapacidade; incapaz para pelo menos uma AIVD; e incapaz para atividade

básica de vida diária AVD.

Usualmente, os pesquisadores têm classificado como apresentando incapacidade funcional

pessoas que relatem que não conseguem ou que possuem pequena ou grande dificuldade para

desempenhar alguma AVD, consequentemente, indivíduos que relatem não terem dificuldade

são classificados como livres de incapacidade funcional (CAMARGOS; GONZAGA, 2015;

CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006, 2008a, 2009; CAMPOLINA et al., 2014;

GONTIJO et al., 2016; GUEDES et al., 2011).

Nessa dissertação, a dimensão da incapacidade funcional será definida como a inabilidade ou

a dificuldade de realizar tarefas que fazem parte do cotidiano do indivíduo (ALVES; LEITE;

MACHADO, 2008; CAMARGOS, 2004). O conceito pode ser visto também como sendo

uma forma de analisar a incapacidade verificando as características físicas do indivíduo, tendo

como referência seu desempenho nas atividades cotidianas. Essas atividades (AVD) estão

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ligadas a tarefas simples e, ao mesmo tempo, vitais para qualquer pessoa e estão menos

sujeitas às influências de gênero e do contexto social no qual o indivíduo está inserido

(CAMARGOS, 2004). Assim, a mensuração nesse estudo terá como objetivo identificar

aqueles indivíduos que apresentem alguma dificuldade na realização das AVD, mas não

necessariamente, sejam dependentes e precisem de ajuda de outra pessoa. Na Pesquisa

Nacional de Saúde (PNS) verifica-se a informação sobre a dificuldade de executar as tarefas

de tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro em tempo hábil, atravessar o cômodo, deitar ou

levantar-se da cama e comer (KATZ et al., 1963). Ademais, classificou-se com incapacidade

funcional o idoso que não consegue ou apresenta dificuldade (grande ou pequena) em pelo

menos uma das seis AVD avaliadas. (CAMARGOS, 2004; CAMARGOS; MACHADO;

RODRIGUES, 2006; CAMARGOS, PERPÉTUO; MACHADO, 2005).

Deve-se destacar que é de grande importância a identificação daqueles que necessitem de

ajuda de outra pessoa para desempenhar alguma atividade da vida diária, pois através dessa

informação pode-se planejar a demanda futura por cuidados com a população idosa. Ademais,

sabe-se das grandes mudanças ocorridas na estrutura familiar, as famílias estão cada vez

menores, reduzindo assim, dentro da família, o apoio e atenção à saúde dos idosos.

(CAMARANO, 2010). Mas, nesse momento, esse não será o objetivo desse estudo. Serão

analisados de que modo os diferenciais atuam junto à EVLI, sendo essa, mensurada pelo

indicador de Incapacidade Funcional tendo por base as informações sobre AVD.

No Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) e a Pesquisa Nacional de

Saúde (PNS) são bases de dados bastante utilizadas pelos pesquisadores para mensuração da

incapacidade funcional (CAMARGOS, 2004; CAMARGOS; GONZAGA, 2015;

CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006, 2008a; GUEDES et al., 2011; LIMA-

COSTA et al., 2003; NEPOMUCENO, 2012). A PNAD combina apenas três atividades da

vida diária em uma única pergunta, quando na escala original, desenvolvida por Katz et al.

(1963), se utilizam de seis AVD em perguntas distintas. Nas PNAD’s (1998, 2003 e 2008),

em seu suplemento de saúde, a pergunta se encontra da seguinte forma: “Normalmente, por

problema de saúde, tem dificuldade para alimentar-se, tomar banho ou ir ao banheiro?”. Por

outro lado, a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) adota as perguntas conforme o proposto por

Katz et al. (1963) para mensuração da Incapacidade Funcional. Ou seja, diferentemente da

PNAD, a informação sobre as dificuldades de executar as tarefas apresenta-se desmembrada

em seis perguntas.

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Nessa seção, foram observadas as maneiras tradicionalmente mais utilizadas para mensurar a

EVS: DCNT, saúde auto-reportada e incapacidade funcional (ROBINE; ROMIEU;

CAMBOIS, 1999). Para cada dimensão foram apresentadas as suas vantagens e desvantagens.

Na prática, a expectativa de vida saudável é comumente estimada por meio da mensuração da

Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional (BONE, 1992), ou seja, livre de

dificuldade em executar determinadas atividades. O estudo dessa dimensão é relevante para

avaliar em que medida o envelhecimento da população ocorre de forma saudável, sem

impacto nas atividades cotidianas dos idosos (PASCHOAL, 2002). Mesmo sabendo que o

indivíduo, em alguma parte de sua vida, possa apresentar incapacidade funcional, é desejável

que se mantenha livre de incapacidade, pois assim ele não cria dificuldades para si, assim

como, para sua família. Quando o idoso passa a apresentar dificuldades com relação a sua

capacidade funcional, vários problemas começam a surgir, pois a manutenção da autonomia,

da independência está ligada diretamente com a qualidade de vida (KALACHE; VERAS;

RAMOS, 1987a).

A capacidade de o individuo se manter na comunidade, desfrutando a sua independência e

mantendo as suas relações e atividades sociais é o que reforça a importância desse indicador,

e não apenas as doenças propriamente ditas (RAMOS, 2003). A utilização da capacidade

funcional como indicador de saúde do idoso é importante, pois a presença de limitação

funcional é associada a piores desfechos de saúde (WANDERA; KWAGALA; NTOZI,

2015), sendo assim importante nos direcionamentos das ações e políticas (GIACOMIN;

FIRMO, 2015). Somando-se a isso, comparando esse indicador com os outros já citados, é

provável que ele seja menos sensível aos contextos culturais e temporais.

Na literatura nacional, vários estudos analisaram os fatores associados à incapacidade

funcional entre idosos (ALVES; LEITE; MACHADO, 2010; ALVES et al., 2007;

BARBOSA et al., 2014; BRITO; MENEZES; OLINDA, 2015; FIALHO et al., 2014;

FIEDLER; PERES, 2008; LIMA-COSTA et al., 2011; NUNES et al., 2009; RODRIGUES et

al., 2009; ROSA et al., 2003; PEREIRA et al., 2012). O estudo de Barbosa et al. (2014), em

Montes Claros-MG, aplicando um modelo de regressão múltiplo, mostrou que o grupo etário

≥ 75 anos, do sexo feminino e a presença de doença cardíaca foram fatores associados à

incapacidade funcional apenas nas AIVD. No mesmo sentido, com o aumento da idade,

ocorreu uma maior probabilidade de dependência tanto nas AIVD quanto nas AVD no estudo

de Pereira et al. (2012). Estudo transversal realizado na zona urbana da cidade de Ubá, Minas

Gerais, investigou a associação entre a capacidade funcional e algumas características por

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uma análise de regressão logística múltipla. Piores condições de saúde autorreferidas, quedas,

sexo feminino, viuvez, idosos mais velhos, baixa escolaridade e baixa renda e não estar ativo

no mercado de trabalho foram as características relacionadas ao comprometimento da

capacidade funcional (NUNES et al., 2009). Lima-Costa et al. (2011) também evidenciaram

maior prevalência de incapacidades em maiores faixas etárias. Alves, Leite e Machado

(2010), em estudo utilizando a PNAD de 2003, verificaram fatores demográficos,

socioeconômicos e de saúde associados à incapacidade funcional em idosos brasileiros.

Individualmente, o sexo, a educação, a renda, a ocupação, a autopercepção de saúde e as

doenças crônicas foram os fatores mais fortemente relacionados. Maior nível educacional

estava associado a uma menor probabilidade de o idoso reportar uma pior capacidade

funcional. Fiedler e Peres (2008), em estudo que verificou a capacidade funcional e fatores

associados em idosos do Sul do Brasil, verificaram que permaneceram associadas à

capacidade funcional inadequada ter 70 anos ou mais, ser do sexo feminino e apresentar

autopercepção negativa de sua situação econômica.

Assim, aliado ao aumento da longevidade no Brasil e entendendo que a incapacidade

funcional refere-se à inabilidade ou a dificuldade para o indivíduo executar tarefas no seu dia-

a-dia e que ela declina com a idade, percebe-se que ter estudos que analisem como se encontra

essa população, é de grande importância para que os gestores atuem de forma a manter a

capacidade funcional dos idosos para que ele permaneça independente pelo maior tempo

possível. A preservação da capacidade funcional do idoso é um importante parâmetro para a

avaliação de saúde e qualidade de vida no envelhecimento (CAMPOS et al., 2016). Ademais,

importa-se com a habilidade para desempenhar as atividades e não as doenças propriamente

ditas, pois um idoso portador de DCNT pode ser considerado saudável, se comparado com um

idoso com as mesmas doenças, por outro lado, apresentar seqüelas e incapacidades associadas

(ALVES; LEITE; MACHADO, 2008). Sendo assim, para promover um envelhecimento

saudável, faz-se necessário o conhecimento do perfil da população idosa quanto a sua

capacidade funcional. Com esse conhecimento é possível, ao longo do tempo, realizar a

avaliação das políticas públicas aplicadas para melhora da capacidade funcional dos idosos.

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3 METODOLOGIA

Objetivou-se nesse capítulo explicar os detalhes de como foram alcançados os objetivos

propostos. Bases de dados empregadas, método utilizado nos cálculos, as características do

indicador de incapacidade funcional e a descrição das variáveis socioeconômicas e

demográficas utilizadas para estimar os diferenciais socioeconômicos, demográficos e

regionais na Expectativa de Vida Livre de Incapacidade funcional dos idosos para o Brasil e

Grandes Regiões, em 2013.

3.1 Base de dados

Como parte do Sistema Integrado de Pesquisas Domiciliares (SIPD) do IBGE, entre o ano de

2013 e 2014, foi realizada a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), desenvolvida em uma

parceria entre a Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), a

Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A PNS foi aprovada pela Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - Conep, do Conselho

Nacional de Saúde - CNS, em junho de 2013.

A PNS é uma pesquisa realizada por amostragem probabilística complexa. O plano amostral

empregado na pesquisa foi o de amostragem por conglomerado em três estágios de seleção,

com estratificação das unidades primárias de amostragem (UPA). No segundo estágio, por

amostragem aleatória simples (AAS), em cada setor censitário, foi selecionado um número

fixo domicílios particulares permanentes (DPP) que são domicílios construídos para servir

exclusivamente como habitação, com a finalidade de servir de moradia a uma ou mais

pessoas. No terceiro estágio, também por ASS, em cada domicílio, um morador com 18 anos

ou mais foi selecionado (SOUZA JÚNIOR et al., 2015).

Essa pesquisa é utilizada para análise descritiva que envolve o cálculo, comparação e

interpretação de estimativas para totais, médias, taxas, proporções e razões populacionais.

Nesses casos, as estimativas são influenciadas apenas pelos pesos amostrais. Todavia, os

cálculos envolvendo as medidas de dispersão (variância e desvio-padrão) são influenciados

não somente pelos pesos amostrais, mas também pela estratificação e conglomeração, sendo

imprescindível, neste caso, a consideração do desenho amostral para obtenção de estimativas

não viciadas das variâncias amostrais (SILVA; PESSOA; LILA, 2002).

A pesquisa encontra-se dividida nos seguintes Módulos: A. Informações do domicílio; B.

Visitas domiciliares de equipe de saúde da Família e Agentes de Endemias; C. Características

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gerais dos moradores; D. Características de educação das pessoas de 5 anos ou mais de idade;

E. Trabalho dos moradores do domicílio; F. Rendimentos domiciliares; G. Pessoas com

deficiências; I. Cobertura de plano de saúde; J. Utilização de serviços de saúde; K. Saúde dos

indivíduos com 60 anos ou mais e cobertura de mamografia entre mulheres de 50 anos ou

mais; L. Crianças com menos de 2 anos; M. Outras características do trabalho e apoio social;

N. Percepção do estado de saúde; O. Acidentes e violências; P. Estilos de Vida; Q. Doenças

crônicas; R. Saúde da mulher (mulheres de 18 anos e mais de idade); S. Atendimento pré-

natal; U. Saúde bucal; X. Atendimento médico.

Na análise de inquéritos amostrais, como a PNS, a unidade primária de amostragem é,

geralmente, a unidade domiciliar, composta por uma ou mais famílias de diversos tipos e

tamanhos. As entrevistas geralmente são conduzidas com apenas uma pessoa do domicílio.

Sendo assim, o tipo de informante mais frequente pode ter implicações na qualidade das

respostas (exatidão, veracidade, etc.).

A descrição do informante (própria pessoa, outro morador e não morador) foi identificada em

cada módulo da PNS de 2013. A tabela 2 apresenta a distribuição, por módulo, dos

informantes da pesquisa. No módulo quanto à escolaridade, a porcentagem de 2,4% de “não

moradores”, respondendo as perguntas, é baixa para apresentar alguma imprecisão de maior

magnitude nas informações prestadas. Quanto à resposta de um “outro morador”, é possível

que não haja diferença entre o conhecimento dele e o da própria pessoa. Com relação aos

informantes registrados no módulo K das informações sobre as AVD, o informante

caracterizado como “não morador” teve uma baixa porcentagem respondendo as perguntas.

Desse modo, observa­se que a maioria das informações foram fornecidas pela própria pessoa

de referência ou outro morador do domicílio. Percebe-se que no caso de incapacidade

funcional, não é provável que se verifique muita diferença nas respostas entre esses dois tipos

de informantes, visto que se refere a uma dificuldade ou inabilidade de realizar determinada

tarefa, sendo assim uma informação baseada na observação e, portanto, concreta em se

tratando de tarefas básicas.

Tabela 2 – Distribuição dos informantes, PNS. Brasil (2013)

Informante Sexo, idade, cor/raça

(N=23815)

Nível educacional

(N=23815)

Saúde (AVD)

(N=23804)

Própria pessoa 50,1% 68,0% 69,6%

Outro morador 44,4% 29,6% 27,9%

Não morador 5,45% 2,4% 2,5%

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

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A amostra da PNS de 2013 utilizada nessa dissertação é composta por 23.815 idosos. Como

não foram utilizadas as informações da variável cor (amarela, indígena e outros, N=358),

trabalhou-se com uma amostra de 23.457. Não foram inseridos, na população pesquisada, os

setores censitários especiais (quartéis, bases militares, alojamentos, acampamentos,

embarcações, penitenciárias, colônias penais, presídios, cadeias, asilos, orfanatos, conventos e

hospitais) (PNS, 2013).

As informações foram processadas no programa Statistical Package for the Social Sciences

(SPSS), versão 23.0. Sistemas estatísticos como R, SAS, SPSS, SPLUS, STATA incorporam

os pesos amostrais (fornecidos nos arquivos de microdados) na estimação de medidas

descritivas, podendo o cálculo ser feito com simplicidade empregando-se as opções de

ponderação disponíveis nos pacotes. No SPSS foi realizada a análise e combinação das

informações da base de dados da PNS de 2013. Sendo que o UPA (UPA_PNS), estrato

(V0024), número de ordem do domicílio (V0006_PNS) e peso (V0029) foram identificados

conforme o quesito de variáveis de identificação, controle e amostragem constante no

dicionário da Pesquisa. Intervalos de confiança foram estabelecidos em 95%. Assim, as

estimativas obtidas para os parâmetros populacionais correspondentes não são viciadas

(SILVA; PESSOA; LILA, 2002). As informações referentes ao estado de saúde utilizado para

estimar a EVLI foram extraídas da PNS de 2013, por sexo, raça e escolaridade para o Brasil e

Grandes Regiões. Com relação à Mortalidade, as tábuas de 2013 foram obtidas pelas

informações constantes no banco de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística,

por sexo e região.

3.2 Indicador de incapacidade funcional

Na Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), a informação sobre a dificuldade de executar as

tarefas de tomar banho, vestir-se, ir ao banheiro em tempo hábil, atravessar o cômodo, deitar

ou levantar-se da cama e comer (KATZ et al., 1963) encontra-se distribuída em 6 (seis)

perguntas, o entrevistado tinha como opções de resposta: 1 - Não consegue; 2 - Tem grande

dificuldade; 3 - Tem pequena dificuldade; 4 - Não tem dificuldade. As respostas foram

categorizadas em 1 - Incapacidade Funcional e 2 - Livre de Incapacidade Funcional (Quadro

A1, Anexo A).

Conforme referencial teórico, há diversas formas de mensurar a incapacidade funcional,

dentre elas, AVD, AIVD e mobilidades, podendo serern avaliadas separadas ou

conjuntamente (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008; FIALHO et al., 2014). Geralmente,

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utiliza-se o conjunto de atividades AVD e AIVD quando se há o interesse em estabelecer

níveis de incapacidade (CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2008a). Variando desde

o interesse da pesquisa, assim como, os dados disponíveis.

Por se tratar de uma medida objetiva, quanto maior o número de dificuldades que uma pessoa

tem com as AVD, mais severa é a sua incapacidade (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008).

Neste trabalho, classificou-se com incapacidade funcional o idoso que não consegue ou

apresenta dificuldade (grande ou pequena) em pelo menos uma das seis AVD avaliadas. Este

critério de classificação segue a mesma metodologia adotada em outros estudos sobre esta

temática (CAMARGOS, 2004; CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006;

CAMARGOS, PERPÉTUO; MACHADO, 2005). O desempenho do idoso no tocante as AVD

está relacionado com a sua saúde física, mental e bem-estar social, sendo assim um bom

preditor da condição de saúde do indivíduo idoso (CAMARGOS, 2004; VERAS, 1994).

As prevalências de incapacidade funcional foram estimadas separadamente por região, sexo,

cor/raça e nível educacional com as informações retiradas da Pesquisa Nacional de Saúde

(PNS, 2013). Uma limitação do estudo foi em relação ao tamanho de amostra da PNS entre

indivíduos com 60 anos ou mais, que ao se realizar a desagregação de algumas características,

as análises não estavam coerentes, logo se optou por não estimar a EVS em todos os grupos

quinquenais de idade após os 60 anos, por exemplo, aos 75 anos. O estudo de Szwarcwald et

al. (2017) que utilizou a PNS de 2013 para análise das desigualdades na esperança de vida

saudável por Unidades da Federação, aos 60 anos, corrobora com tal limitação, informando

que uma de suas limitações diz respeito ao tamanho de amostra da PNS entre indivíduos com

60 anos ou mais, insuficiente para a estimação da EVS por faixa de idade. Assim, foram

selecionados indivíduos com 60 anos de idade ou mais, conforme sugestão da OMS que

define os idosos nos países em desenvolvimento, minimizando assim, possivelmente,

incongruências nos grupos etários acima de 60 (CAMARANO, 2004).

Em relação às prevalências de incapacidade dentro de cada categoria e por Grandes Regiões,

serão apresentadas as estimativas intervalares (com 95% de confiança) para verificar se os

diferenciais são estatisticamente significativos, levando-se em conta o tipo de planejamento

amostral da PNS de 2013, conforme detalhado anteriormente.

3.3 Descrição das variáveis socioeconômicas e demográficas

As variáveis cor/raça e escolaridade utilizadas na pesquisa foram recategorizadas da seguinte

forma: Quanto à cor/raça, na pesquisa, está categorizada da seguinte maneira: 1 - Branca; 2 -

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Preta; 3 - Amarela; 4 - Parda; 5 - Indígena; 9 - Ignorado. As categorias 3 - Amarela; 5 -

Indígena; e 9 - Ignorado foram desconsideradas por representarem uma porcentagem muito

baixa (1,5%) da amostra, tornando difícil a mensuração da EVLI dentro dessa categoria.

Estudo realizado por Malta et al. (2017), que verificou os fatores associados ao diabetes auto-

referido, utilizando a PNS de 2013, realizou o mesmo procedimento não utilizando as

categorias amarela e indígena. Por outro lado, utilizaram três categorias de raça: branca, preta

e parda. A classificação dicotômica para cor/raça tem sido utilizada em algumas pesquisas

nacionais (ROMERO, 2002; GONZAGA, 2012). Assim, a variável cor/raça foi

recategorizada por: 1 - Branca e 2 - Preta/Parda. Uma descrição detalhada desta

dicotomização encontra-se disponível no Quadro A2 no Anexo A.

Quanto à escolaridade, a pergunta “D9” refere-se ao curso mais elevado frequentado

anteriormente pelo indivíduo. A identificação da conclusão (ou não), do curso anteriormente

frequentado pelo entrevistado, verifica-se na pergunta “D14” (Ver Quadro A3 – Anexo A).

Observa-se que na variável de escolaridade, constante na PNS, há 12 categorias, sendo assim,

dependendo do tamanho da população de estudo, torna-se inviável o emprego das várias

categorias conforme distribuição na pesquisa. A utilização de todas as 12 categorias, para os

idosos, acima de 60 anos, tornou-se inviável, pois, com a desagregação, os grupos ficaram

pequenos, prejudicando os cálculos estatísticos. Ainda são poucos os estudos que utilizaram a

variável educação da PNS. Malta et al. (2017) utilizaram a seguinte recategorização:

Analfabeto/Fundamental incompleto; Fundamental completo/Médio incompleto; Médio

completo/Superior incompleto; Superior completo. Costa Filho (2016) utilizou Sem instrução,

Fundamental ou equivalente; Médio ou equivalente; Superior ou equivalente. Percebe-se que

as categorias foram recategorizadas de forma similar a variável (v6400) de nível de instrução

constante no Censo Demográfico.

Sendo assim, a variável educação, foi recategorizada conforme a variável (v6400) – Nível de

instrução constante no Censo Demográfico: SI-EFI: Sem Instrução e Ensino Fundamental

Incompleto; EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto; EMC-

ESI: Ensino Médio completo e Ensino Superior Incompleto; e ESC: Ensino Superior

Completo (Quadro A3, Anexo A). Essas categorias presentes no Censo Demográficos são

utilizadas em pesquisas acadêmicas, visto que a base de dados do Censo Demográfico é

bastante empregada (SILVA, 2014; SILVA, FREIRE; PEREIRA, 2016).

A utilização do menor número de categorias de escolaridade faz-se necessário, pois, conforme

Black, Sanders e Taylor (2003) ao analisarem a precisão das informações educacionais que os

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usuários prestaram no “1990 Decennial Census” e o “1991 Current Population Survey (CPS)”

verificou-se indivíduos informando possuir certa escolaridade sem possuir a devida

conclusão. Outro fato observado foi a ocorrência de uma variação na informação da

escolaridade por grupo demográfico (raça). Sendo assim, a utilização de 4 categorias diminui

essa possível falha de classificação quanto ao nível educacional.

Os missing existentes (N=1332) foram na pergunta D14, ou seja, em relação à conclusão (ou

não) do curso frequentado anteriormente pelo indivíduo. Todavia, esses dados faltantes são

referentes aos 3 (três) primeiros níveis de escolaridade: Classe de alfabetização – CA;

alfabetização de jovens e adultos; antigo primário (elementar). Assim, foram classificados

com “SI-EFI”, pois independente da sua conclusão, fazem parte dessa categoria. Sendo assim,

esses dados não foram excluídos.

3.4 Modelo de Regressão Logística

Nesse estudo será verificada a relação entre prevalência de incapacidade e características

sociais, demográficas e regionais no Brasil. Com o objetivo de verificar o efeito de

determinada característica na prevalência de incapacidade funcional, foram ajustados modelos

de regressão logística entre as variáveis – explicativas - sexo, idade (contínua), região e

escolaridade e o indicador dicotomizado de incapacidade funcional (Livre de incapacidade

funcional/Com incapacidade funcional) – variável resposta, estando os indivíduos

classificados em duas categorias mutuamente excludentes de estado de saúde: Incapacitado

funcional ou Livre de Incapacidade Funcional. As variáveis explicativas estão apresentadas na

análise descritiva (Tabela 3).

A aplicação da Regressão Logística é executada quando se deseja modelar a probabilidade de

um evento em função de um conjunto de variáveis explicativas qualitativas e/ou quantitativas.

Nesse estudo, na análise de regressão logística, a variável dependente (resposta), incapacidade

funcional, é uma variável aleatória dicotômica que assume o valor 1 se o evento de interesse

ocorre ou 0 em caso contrário, ou seja, presença ou ausência da incapacidade,

respectivamente. O modelo de regressão logística é útil para estimar a medida de associação

(Razão das Chances) entre as variáveis de exposição e o desfecho binário (neste caso, ter

incapacidade funcional).

A Razão de Chances ou odds ratio (OR), neste estudo, expressa quantas vezes maior é a

chance de o idoso com determinada caracteíritca (caso) estar incapacitado em relação ao idoso

sem aquela característica (controle). O modelo utiliza a transformação logito (logaritmo

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neperiano do odds) para evitar que a função assuma valores negativos (HOSMER;

LEMESHOW, 1989).

Francisco et al. (2008) apresenta uma discussão sobre a interpretação da razão das chances

(RC) e a razão de prevalências (RP), apresentando a utilização das medidas de associação em

dados obtidos de estudo transversal, que é o caso dessa dissertação. No estudo, os autores

apresentaram que na avaliação do desfecho de baixa prevalência, não se observaram grandes

diferenças numéricas entre as estimações das razões de chances e razões de prevalência e

erros-padrão obtidos por uma ou outra técnica, ou seja, em situações de baixa prevalência,

ambas as técnicas apresentam resultados semelhantes. Sendo assim, como as prevalências

encontradas nesse tabalho são relativamente baixas (em torno de 10%), a utilização da RC é

adequada.

Na regressão logística, há uma transformação na variável dependente, que é convertida em

uma razão de probabilidades e posteriormente em uma variável de base logarítmica

(transformação logística). Sendo assim, o modelo da regressão logística assume a seguinte

relação:

* p é probabilidade de ocorrer o evento (presença de incapacidade);

* (1-p) a probabilidade de não ocorrer o evento (ausência de incapacidade);

* p/(1-p) a razão de probabilidades;

* Xn – Variáveis independentes;

* bn – Coeficientes estimados.

A construção de intervalos de confiança foram criados com 95% de confiança.

3.5 Método de Sullivan

Os métodos mais empregados para mensuração da EVS são: Tábua de Vida por Múltiplos

Decrementos (BAPTISTA, 2003), Tábua de Vida por Multiestados (ROGERS, 1975;

SHOEN, 1975; LAND; ROGERS, 1982) e o Método de Sullivan (SULLIVAN, 1971;

ROBINE; ROMIEU; CAMBOIS, 1999). Para os dois primeiros, são necessários dados

longitudinais. No Brasil não há estudos de saúde com dados longitudinais de abrangência

nacional, por outro lado existem variadas pesquisas de dados transversais (GUEDES et al.,

2011; NEPOMUCENO, 2012). Havendo dados e informações longitudinais para realização

da pesquisa, a melhor alternativa metodológica para a produção de estimativas de EVS é

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aplicar as técnicas de análise multiestado, pois é incorporado nas análises a possibilidade de

um indivíduo recuperar sua condição de saúde (NEPOMUCENO, 2012).

Sendo a PNS uma pesquisa transversal, neste estudo, a EVLI foi calculada pelo Método de

Sullivan que utiliza os dados de prevalência da condição de saúde por determinada dimensão,

refletindo a saúde corrente de uma população real ajustada pelos níveis de mortalidade, sendo

necessários apenas dados transversais (JAGGER, 1999; 2015). Assim, estimou-se a média do

número de anos a partir de uma idade específica, que o indivíduo espera viver em

determinado estado de saúde, para o presente caso, livre de incapacidade funcional. Esse

cálculo combina as taxas específicas de mortalidade - nMx – da Tábuas de vida IBGE e as

estimativas intervalares das prevalências encontradas na PNS de 2013.

Em relação aos dados de mortalidade, foram obtidos com base em registros e censos

populacionais, já no tocante às prevalências, foram provenientes de dados amostrais. Logo, ao

se verificar as prevalências de estado de saúde, é importante avaliar o tipo de amostragem

utilizado para seleção dos domicílios e coleta das informações (CAMARGOS; GONZAGA,

2015; CAMARGOS et al., 2017). Desse modo, é necessário verificar o tipo de planejamento

amostral da PNS de 2013. Assim, foram estimados IC95% para as Expectativas de Vida Livre

de Incapacidade Funcional (EVLI) por sexo, raça e escolaridade para o Brasil e Grandes

Regiões em 2013.

A prevalência pode ser entendida como um "retrato" no qual informações a respeito da

exposição e desfecho são coletadas ao memo tempo de uma população num dado ponto no

tempo ou período especificado, no qual se determina quem apresenta ou não a doença ou

incapacidade (CAMARGOS, 2004). A experiência tem demonstrado que o método de

Sullivan pode ser utilizado por sua simplicidade, precisão relativa e facilidade de

interpretação (JAGGER, 2000).

O Método de Sullivan, por não utilizar dados longitudinais, não permite a avaliação de

transições de um estado de saúde para outro, ou seja, não será possível estimar possíveis

mudanças em relação a melhorias na condição de saúde da população analisada. Todavia,

estudos anteriores têm demonstrado que, caso não existam alterações repentinas nas

prevalências e nas mortalidades, o Método de Sullivan, que emprega dados transversais, é

válido e confiável (CAMARGOS; GONZAGA, 2015; CAMARGOS; MACHADO;

RODRIGUES, 2006, 2008a, 2008c; CAMARGOS; PERPÉTUO; MACHADO, 2005;

CAMARGOS et al., 2017; MATHERS; ROBINE, 1997). O estudo de Camargos et al. (2017)

aponta ser aceitável pressupor que com o passar da idade, o retorno à condição de livre de

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incapacidade é cada vez menos provável que ocorra, sendo assim, o emprego do modelo

multiestado não traria ganhos relativamente significantes.

Nesse estudo, por esse método, a Expectativa de Vida Saudável refletirá a saúde corrente de

uma população real ajustada pelos níveis de mortalidade. Fornecendo assim, a média do

número de anos a partir dos 60 anos que o indivíduo espera viver sem incapacidade funcional,

estimada separadamente por região, sexo, cor/raça e nível educacional.

A Expectativa de Vida Saudável (EVSx) é estimada segundo a fórmula:

Onde:

EVSx: Expectativa de vida saudável, que corresponde ao número médio de anos a serem vividos com saúde

(livre de incapacidade funcional) a partir da idade x;

: prevalência da condição de saúde (livre de incapacidade funcional) no grupo etário x a x+n, por região,

sexo, cor/raça e nível educacional;

: pessoas-anos vividos de x a x+n, que corresponde ao total de anos vividos pela coorte no intervalo;

lx: probabilidade de sobreviver até a idade x.

xn

xn L

x

xnx

xl

LEVS

)(n

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4 RESULTADOS

Inicialmente, nesta seção, descrevem-se as características da amostra selecionada na PNS. Em

seguida, apresentam-se as estimativas intervalares das prevalências de incapacidade funcional

por região, cor/raça, escolaridade e sexo. Após isso, como objetivo de analisar a relação entre

a prevalência de incapacidade funcional, emprega-se um modelo de regressão logística tendo

como resposta a prevalência de incapacidade funcional (Livre de incapacidade funcional/Com

incapacidade funcional) e como variáveis explicativas: sexo, idade (contínua), região, raça e

escolaridade. Finalmente, estimam-se as duas componentes da Expectativa de Vida Total

(EVT), a Expectativa de Vida Livre de Incapacidade (EVLI) e a Expectativa de Vida com

Incapacidade (EVCI) em termos absolutos e proporcionais (em relação à EVT), por sexo,

região, cor/raça e escolaridade.

4.1 Análise descritiva

A partir dos 60 anos, o número de mulheres é superior ao de homens para o Brasil e em todas

as regiões. No Brasil, as mulheres representam 55,7% e os homens 44,3%, sendo que a região

Sudeste apresenta o maior diferencial, homens 42,2% e mulheres, 57,8%. No Brasil, verifica-

se uma baixa escolaridade da população, aqueles que não possuem instrução ou ensino

fundamental incompleto representam 68,4% da amostra, corroborando com os achados dos

estudos que analisaram a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 (COSTA FILHO, 2016;

SILVA, 2016; SILVA et al.,2017). Costa Filho (2016) observou a contribuição das DCNT na

prevalência da incapacidade para as atividades básicas (ABVD) e instrumentais (AIVD) de

vida diária entre idosos brasileiros. Silva (2016) verificou o uso de serviços de saúde e

percepção da qualidade da atenção médica recebida entre idosos brasileiros com e sem

limitação funcional. Silva et al. (2017) analisaram a PNS de 2013 para verificar o uso de

serviços de saúde por idosos brasileiros com e sem limitação funcional. O baixo nível de

Escolaridade, Sem Instrução – Ensino Fundamental Incompleto, representa uma grande

proporção em todas as Regiões brasileiras, mostrando assim que apesar de terem ocorrido

melhoras no acesso a educação, o nível educacional adquirido ainda é muito básico entre os

idosos. Por outro lado, aqueles que possuem ensino superior completo representam apenas

9,2% da amostra. (Tabela 3)

Com relação à baixa escolaridade da população brasileira, o estudo de Henriques (2002),

apresenta que essa proporção vem reduzindo ao longo do tempo. As taxas de analfabetismo

entre as crianças de 7 a 14 anos de idade, são significativamente menores em 1999

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comparativamente ao ano de 1987, embora, os valores observados em 1999 ainda tenham sido

elevados, somando-se a isso, as desigualdades se fizeram presentes, as mudanças nas taxas

foram mais intensas entre aquelas crianças brancas (HENRIQUES, 2002).

Um estudo elaborado pelo IBGE (2007) realizou uma comparação entre os Censos de 1940 e

2000, apresentando algumas transformações sociais ocorridas Brasil nesses 60 anos. Entre

elas, a taxa de analfabetismo de pessoas de 10 anos ou mais de idade que foi reduzida em

cinco vezes, passando de 56,8% para 12,1%. Por outro lado, as desigualdades regionais

continuaram, as maiores taxas de analfabetismo, em 1940, pertenciam, em sua grande

maioria, a estados das regiões Norte e Nordeste, este quadro persistiu no ano 2000. Dados

mais recentes, conforme a PNAD de 2014, registram que o analfabetismo de jovens e adultos

continua reduzindo no Brasil, passando de 11,5% em 2004 para 8,7% em 2012, essa redução

apresenta mais intensa nas regiões Norte e Nordeste, esses números demonstram eficiência

nas políticas públicas ligadas à educação básica.

A taxa de alfabetização, das pessoas com 10 anos ou mais de idade, passou de 43,2 em 1940,

para 87,9 em 2000 (BRASIL, 2007). Sendo assim, percebe-se o crescimento das taxas de

alfabetização no Brasil e nas Grandes Regiões. Por Regiões, o Sul apresentou as maiores

taxas, tanto em 1940 (57,6%) quanto em 2000 (93,5%), enquanto as menores foram na Região

Nordeste, 26,8% e 77%, respectivamente.

O Ministério da Educação tem realizado uma política eficiente de enfrentamento do

analfabetismo com o programa Brasil Alfabetizado. Essa ação é desenvolvida em colaboração

com estados, Distrito Federal e municípios, garantindo recursos suplementares para a

formação dos alfabetizadores; aquisição e produção de material pedagógico; alimentação

escolar e transporte dos alfabetizandos. Com esses dados, percebe-se que o nível de

analfabetismo da população brasileira tem diminuído (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO,

2011).

O trabalho Faces da desigualdade no Brasil, um olhar sobre os que ficam para trás,

Campello 2017, apresenta alguns avanços brasileiros na redução das desigualdades durante o

período 2002-2015, embora o país ainda figure como um dos mais desiguais do mundo. No

trabalho, são apresentados importantes indicadores para entender as transformações na redução

das desigualdades em educação: avanço do número de jovens ingressando no ensino médio na

idade certa; acesso ao ensino superior; e, pais e mães concluindo o ensino fundamental. Percebe-

se o crescimento dos jovens pobres (5% mais pobres) no ensino médio na idade certa. Em 2002,

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apenas 10,7%4 dos jovens mais pobres chegavam ao ensino médio na idade certa, em 2015,

chegou-se a 39%. Com relação ao acesso ao Ensino Superior, de 2002 a 2015, foi bastante

ampliado para toda a sociedade. Sendo que, enquanto o acesso para a população passou de 9,9%5

para 18%, quase dobrando, para aqueles 20% mais pobres foi multiplicado 23 vezes, saindo de

0,2% para 4,7%, em 2015. Nesse quesito, um fato importante foi observado, a desigualdade de

acesso à universidade no Norte e Nordeste foi reduzida para todas as faixas de renda.

Tabela 3 – Caracterização socioeconômica aos 60 anos. Brasil (2013)

Características N = 23457

(%)

Sexo

Homens 44,3

Mulheres 55,7

Cor/raça

Branca 47,0

Preta/parda 53,0

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 68,4

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 9,5

Ensino Médio completo e Ensino Superior Incompleto 12,9

Ensino Superior Completo 9,2

Regiões

Norte 17,1

Nordeste 31,0

Sudeste 27,4

Sul 13,4

Centro Oeste 11,2

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

A distribuição populacional por sexo e cor/raça, apresenta grandes diferenças entre as regiões

brasileiras. Enquanto na região Norte a população masculina preta/parda predomina com

76%, na região Sul, essa população significa 16,3% da população. Essa predominância

continua no sexo feminino, 75,5% e 16,4%, respectivamente. (Tabela 4)

4 Percentual da população de 15 a 17 anos que frequenta escola no ensino médio ou etapa de ensino posterior, por faixa de renda.

5 Percentual da população de 18 a 24 anos que frequenta escola no ensino superior (inclusive mestrado e doutorado), por faixa de renda.

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Tabela 4 – Distribuição percentual populacional, por sexo e raça.

Brasil e Grandes Regiões (2013)

Região

Sexo

Masculino Feminino

Cor/raça Cor/raça

Branca Preta/Parda Branca Preta/Parda

Norte 23,5% 76,5% 24,5% 75,5%

Nordeste 30,9% 69,1% 33,3% 66,7%

Sudeste 60,4% 39,6% 59,3% 40,7%

Sul 83,7% 16,3% 83,6% 16,4%

Centro Oeste 47,5% 52,5% 47,3% 52,7%

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

No Brasil, assim como em todas as regiões, o nível de escolaridade “Sem instrução e Ensino

Fundamental Incompleto” é o que tem a maior representatividade entre os idosos acima de 60

anos. Ou seja, a educação adquirida por essa população idosa é muito baixa. A região Norte

apresenta uma porcentagem de 74,3% de homens com SI – EFI, enquanto que aqueles com

Ensino Superior Completo representam 4,7% da população da região. Nesse mesmo recorte, a

mulheres apresentam 73,7% e 5,7%, respectivamente. Com um nível de escolaridade mais

elevado, destaca-se o Sudeste, a população masculina com SI – EFI chega aos 57,9% e com

ESC 14,5%. Em relação as mulheres, para esses mesmos níveis de instrução, os percentuais

foram de 62,7% e 10,2%, respectivamente (Tabela 5).

Percebe-se baixo grau de escolaridade da maioria dos idosos acima dos 60 anos, tal fato pode

ser entendido pelo fator histórico dessa população. Em décadas passadas, a taxa de

analfabetismo era muito alta, nesse tempo não existia o acesso à alfabetização como nos dias

atuais, ademais, nessa época, as mulheres não eram tão estimuladas a estudar, tendo como

missão social casar, ter filhos e ser a cuidadora da casa (FRANÇA et al., 2011; MENEZES;

LOPES; MARUCCI, 2007). Como visto, a taxa de alfabetização da população brasileira, das

pessoas com 10 anos ou mais de idade, mais que dobrou de 1940 para o ano 2000 (BRASIL,

2007).

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Tabela 5 – Distribuição percentual populacional, por sexo e escolaridade. Brasil e Grandes

Regiões (2013)

Região

Sexo

Masculino

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino Fundamental

Completo e Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e Ensino

Superior Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Norte 74,3 10,3 10,7 4,7

Nordeste 75,7 7,4 10,4 6,5

Sudeste 57,9 11,5 16,1 14,5

Sul 63,4 8,7 14,4 13,5

Centro

Oeste 66,3 11,2 11,4 11,1

Região

Feminino

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino Fundamental

Completo e Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e Ensino

Superior Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Norte 73,7 9,6 11,0 5,7

Nordeste 73,9 7,4 10,9 7,7

Sudeste 62,7 10,8 16,3 10,2

Sul 62,1 11,5 15,8 10,6

Centro

Oeste 69,7 8,7 11,4 10,1

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

4.1.2 Prevalências de incapacidade por características da amostra

Na Tabela 6 são apresentadas as proporções de pessoas com 60 anos ou mais na amostra, os

diferenciais sociodemográficos nas prevalências de incapacidade por região são visualizados

nos Gráficos 1 a 3. Em todas as regiões, as maiores prevalências de incapacidade funcional

são verificadas entre as mulheres e entre a população com menor escolaridade. Na categoria

cor/raça, a maior prevalência de incapacidade pode variar dependendo da região. Alguns

desses diferenciais corroboram com resultados verificados em estudos anteriores

(CAMARGOS, 2004; GONZAGA, 2012; LIMA-COSTA et al., 2003).

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Tabela 6 – Caracterização socioeconômica aos 60 anos. Grandes Regiões (2013)

Região Norte

(N=3991)

Nordeste

(N=7290)

Sudeste

(N=6415)

Sul

(N=3155)

Centro Oeste

(N=2606)

Características (%) (%) (%) (%) (%)

Sexo

Homens 49,1 43,9 42,2 42,2 45,3

Mulheres 50,9 56,1 57,8 57,8 54,7

Cor/raça

Branca 24,0 32,2 59,8 83,7 47,4

Preta/parda 76,0 67,8 40,2 16,3 52,6

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental

Incompleto 74,0 74,7 60,6 62,6 68,2

Ensino Fundamental Completo e Ensino

Médio Incompleto 9,9 7,4 11,1 10,3 9,9

Ensino Médio Completo e Ensino Superior

Incompleto 10,8 10,7 16,2 15,2 11,4

Ensino Superior Completo 5,2 7,2 12,0 11,8 10,6

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

No Gráfico 1, são apresentados os diferenciais na prevalência de incapacidade por sexo e

região, obseva-se que, em todas as regiões, as maiores prevalências de incapacidade funcional

são verificadas entre as mulheres. O cenário de incapacidade no Nordeste é mais evidente que

nas demais regiões. O menor diferencial, por sexo, existente dentro das regiões, aparece na

região Sul.

Gráfico 1 – Distribuição percentual da incapacidade funcional, por sexo. Brasil e Grandes

Regiões (2013)

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

No Gráfico 2, são apresentados os diferenciais na prevalência de incapacidade por cor/raça e

região. Observa-se um cenário divergente nas prevalências de incapacidade por cor/raça nas

regiões Norte e Nordeste em comparação com as demais regiões. Nas regiões Norte e

13,8 14,5

11,7

13,3 13,0 13,3

16,9

19,6

14,8 15,8

18,4 17,1

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil

Homens Mulheres

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Nordeste, observa-se uma maior prevalência de incapacidade entre idosos de cor/raça branca,

ao passo que nas regiões Sul e Centro Oeste obseva-se maior prevalência de incapacidade

entre idosos de cor/raça parda/preta.

Gráfico 2 – Distribuição percentual da incapacidade funcional, por cor/raça. Brasil e Grandes

Regiões (2013)

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

No Gráfico 3, são apresentados os diferenciais na prevalência de incapacidade dos idosos por

escolaridade e região. Observa-se, em todos os cenários, uma maior prevalência de

incapacidade entre aqueles que não possuem instrução ou possuem Ensino Fundamental

Incompleto, destacando-se a região Nordeste. Por outro lado, aqueles que possuem Ensino

Superior Completo são os que apresentam menores prevalências de incapacidade, com um

destaque para a região Sul (4,3%).

Gráfico 3 – Distribuição percentual da incapacidade funcional, por escolaridade. Brasil e

Grandes Regiões (2013)

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

16,6

18,4

13,6 14,8 15,1 15,3 15,0

17,0

13,5

15,3 16,8

15,7

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil

Branca Preta/parda

17,5

19,2

16,6 18,0

18,8 18,1

10,4

15,1

10,9

17,0 17,6

13,5

8,8

11,9

8,9 8,1

6,9

9,3 9,0 8,1

6,1

4,3 5,7

6,5

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto

Ensino Médio completo e ensino Superior Incompleto Ensino Superior Completo

Page 61: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · aimed at the care of the elderly, setting priorities for healthy habits and lifestyles, minimizing future demands in the

61

Uma vez que a literatura nacional e internacional sobre a EVS destaca um diferencial

importante desse indicador por sexo, optou-se, aqui, por desmembrar a análise dos gráficos 2

e 3 segundo o sexo (Gráfico 4 a 5 e Tabela A4 a A9 – Anexo A).

O Gráfico 4 mostra as prevalências de incapacidade de idosos brancos e não brancos por sexo

e região. Analisando levando em conta os intervalos de confiança em 95%, não houve

diferença estatisticamente significativa na prevalência de incaácidade funcional entre os sexos

segundo a raça em todas as regiões geográficas brasileiras, pois se observa uma sobreposição

nas estimativas intervalares. Ademais, as mulheres brancas nordestinas apresentaram a maior

prevalência de incapacidade (20,8) entre as Grandes Regiões. As prevalências de

incapacidade funcional nos idosos da cor branca, residentes nas regiões Norte e Nordeste,

foram maiores que aquelas verificadas nos idosos da cor preta/parda. Por outro lado, em

relação ao Brasil, ao analisar os diferenciais por cor/raça, os idosos brancos apresentam-se

com menores prevalências de incapacidade, após os 60 anos, que os negros. Por fim, destaca-

se uma maior amplitude nas estimativas intervalares para prevalência de incapacidade entre

brancos do Norte/Nordeste, situação oposta ao verifica para as regiões Sul/Sudeste. Uma

possível explicação estaria no tamanho diferencial da amostra de incapacitados por cor/raça

entre as regiões (ver tabelas 4 e 6).

Page 62: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · aimed at the care of the elderly, setting priorities for healthy habits and lifestyles, minimizing future demands in the

62

Gráfico 4 - Prevalência de incapacidade funcional por sexo e cor/raça. Brasil e Grandes Regiões (2013) (continua)

Sexo Norte Nordeste Sudeste

Mas

culi

no

Fem

inin

o

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

12,5

11,4

19,2

14,8

15,9

13,1

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

25,0

Branca Preta/Parda

Pre

valê

nci

a

Cor/raça

12,9 12,9

17,4

15,9 15,2

14,4

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

25,0

Branca Preta/Parda

Pre

valê

nci

a

Cor/raça

9,9 10,2

13,0

14,2

11,5 12,2

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

25,0

Branca Preta/Parda

Pre

valê

nci

a

Cor/raça

13,9

15,1

20,6

18,8

17,2 16,9

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

25,0

Branca Preta/Parda

Pre

valê

nci

a

Cor/raça

18,6 17,6

23,0

20,5 20,8

19,1

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

25,0

Branca Preta/Parda

Pre

valê

nci

a

Cor/raça

13,6 12,6

16,6 16,2 15,1

14,4

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

25,0

Branca Preta/Parda

Pre

valê

nci

a

Cor/raça

Page 63: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · aimed at the care of the elderly, setting priorities for healthy habits and lifestyles, minimizing future demands in the

63

Gráfico 4 - Prevalência de incapacidade funcional por sexo e cor/raça. Brasil e Grandes Regiões (2013) (conclusão)

Sexo Sul Centro Oeste Brasil

Mas

culi

no

Fem

inin

o

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

11,2

10,1

15,2

19,6

13,2

14,8

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

25,0

Branca Preta/Parda

Pre

valê

nci

a

Cor/raça

9,4

11,1

14,9

16,6

12,1

13,9

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

25,0

Branca Preta/Parda

Pre

valê

nci

a

Cor/raça

12,2 12,7

14,1 14,5

13,2 13,6

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

25,0

Branca Preta/Parda

Pre

valê

nci

a

Cor/raça

14,1

11,6

17,7

19,9

15,9 15,7

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

25,0

Branca Preta/Parda

Pre

valê

nci

a

Cor/raça

14,6

16,3

20,4

22,0

17,5

19,1

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

25,0

Branca Preta/Parda

Pre

valê

nci

a

Cor/raça

16,0 16,5

17,9 18,3

17,0 17,4

5,0

7,0

9,0

11,0

13,0

15,0

17,0

19,0

21,0

23,0

25,0

Branca Preta/Parda

Pre

valê

nci

a

Cor/raça

Page 64: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · aimed at the care of the elderly, setting priorities for healthy habits and lifestyles, minimizing future demands in the

64

No Gráfico 5, são apresentados os diferenciais nas prevalências de incapacidade funcional

para homens e mulheres, respectivamente, por escolaridade e grandes região. O

comportamento no diferencial das prevalências de incapacidade por nível de escolaridade no

Sudeste é semelhante àquele verificado para o Brasil como um todo. A prevalência de

incapacidade funcional é maior, em ambos os sexos, nos baixos níveis de escolaridade.

Baseado no intervalo de confiança de 95%, em ambos os sexos, verifica-se que há diferenças

significativas no Brasil, e em todas as regiões, entre aqueles Sem Instrução ou Ensino

Fundamental Incompleto e aqueles que possuem Ensino Superior, pois não se observa uma

sobreposição nas estimativas intervalares entre os dois níveis escolares. Entre os idosos

homens, na região Sul e Centro-oeste, também há diferenças significativas entre aqueles que

possuem Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto e aqueles com maior

escolaridade (ESC). Para ambos os sexos, na região Sudeste, há também diferença

significativa entre os dois primeiros níveis de escolaridade. Quando o cenário é o Brasil, entre

homens, as diferenças estatisticamente significativas são visíveis, apenas não ocorrendo

diferenças significativas entre os dois primeiros níveis.

Page 65: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · aimed at the care of the elderly, setting priorities for healthy habits and lifestyles, minimizing future demands in the

65

Gráfico 5 - Prevalência de incapacidade funcional por sexo e escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013) (continua)

Sexo Norte Nordeste Sudeste

Mas

culi

no

Fem

inin

o

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

14,0

4,5 4,3

1,4

17,8

12,0 11,6 11,5

15,9

8,3 7,9

6,5

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

20,0

Sem Instrução

e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

Fundamental

Completo e

Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e

Ensino

Superior

Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Pre

valê

nci

a

Escolaridade

14,2

11,5

6,6

4,0

17,1

20,8

13,0

11,2

15,6 16,2

9,8

7,6

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

Sem Instrução

e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

Fundamental

Completo e

Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e

Ensino

Superior

Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Pre

valê

nci

a

Escolaridade

13,1

6,5

5,0

2,9

16,6

13,0

9,9

7,1

14,9

9,7

7,4

5,0

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

Sem Instrução

e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

Fundamental

Completo e

Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e

Ensino

Superior

Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Pre

valê

nci

a

Escolaridade

17,0

8,0

5,8 5,3

21,0

17,3

13,5

16,6

19,0

12,6

9,7 10,9

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

Sem Instrução

e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

Fundamental

Completo e

Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e

Ensino

Superior

Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Pre

valê

nci

a

Escolaridade

20,7

10,4 10,3

5,4

23,6

18,3

16,6

11,5

22,1

14,3 13,5

8,5

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

Sem Instrução

e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

Fundamental

Completo e

Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e

Ensino

Superior

Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Pre

valê

nci

a

Escolaridade

16,3

8,7 7,5

4,7

19,4

14,9

12,3

9,8

17,8

11,8

9,9

7,2

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

Sem Instrução

e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

Fundamental

Completo e

Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e

Ensino

Superior

Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Pre

valê

nci

a

Escolaridade

Page 66: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · aimed at the care of the elderly, setting priorities for healthy habits and lifestyles, minimizing future demands in the

66

Gráfico 5 - Prevalência de incapacidade funcional por sexo e escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013) (conclusão)

Sexo Sul Centro Oeste Brasil

Mas

culi

no

Fem

inin

o

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

13,3

8,8

6,1

1,1

18,2

22,0

14,7

6,7

15,8 15,4

10,4

3,9

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

Sem Instrução

e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

Fundamental

Completo e

Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e

Ensino

Superior

Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Pre

valê

nci

a

Escolaridade

12,3 12,6

1,9

0,1

17,3

25,9

9,8

5,9

14,8

19,3

5,8

3,0

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

Sem Instrução

e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

Fundamental

Completo e

Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e

Ensino

Superior

Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Pre

valê

nci

a

Escolaridade

14,6

10,8

6,9

3,8

16,3

14,9

9,9

6,6

15,4

12,9

8,4

5,2

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

18,0

Sem Instrução

e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

Fundamental

Completo e

Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e

Ensino

Superior

Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Pre

valê

nci

a

Escolaridade

17,3

12,7

3,7

1,7

21,9 23,1

9,4

7,6

19,6

17,9

6,6

4,6

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

Sem Instrução

e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

Fundamental

Completo e

Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e

Ensino

Superior

Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Pre

valê

nci

a

Escolaridade

19,4

9,4

3,7 3,7

24,5

22,1

11,9 12,6

22,0

15,7

7,8 8,2

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

Sem Instrução

e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

Fundamental

Completo e

Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e

Ensino

Superior

Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Pre

valê

nci

a

Escolaridade

19,3

12,1

8,6

6,1

21,0

15,9

11,5

9,1

20,2

14,0

10,1

7,6

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

Sem Instrução

e Ensino

Fundamental

Incompleto

Ensino

Fundamental

Completo e

Ensino Médio

Incompleto

Ensino Médio

Completo e

Ensino

Superior

Incompleto

Ensino

Superior

Completo

Pre

valê

nci

a

Escolaridade

Page 67: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · aimed at the care of the elderly, setting priorities for healthy habits and lifestyles, minimizing future demands in the

67

Em resumo, os resultados obtidos pela análise das prevalências de incapacidade por

características sociais, demográficas e regionais evidenciam certa desvantagem do subgrupo

feminino, quando comparado ao masculino em relação à incapacidade funcional em todos os

subgrupos de análise. Além dos gráficos, nas Tabelas A4 a A9 - Anexo – podem-se verificar

os diferenciais estatisticamente significativos, nelas mostrou-se as estimativas intervalares

(com 95% de confiança) nas prevalências de incapacidade dentro de cada categoria por

região. Nesse sentido, a hipótese de que existe um diferencial, por sexo, estando as mulheres

em desvantagem, nas prevalências de incapacidade funcional, está verificada, corroborando

com os achados na literatura (ANDRADE et al., 2011; CAMARGOS; GONZAGA, 2015;

CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006, 2008a, 2009; CAMARGOS; PERPÉTUO;

MACHADO, 2005; GUEDES et al., 2011; ROMERO; LEITE; SZWARCWALD, 2005). Por

escolaridade, percebe-se a desvantagem daqueles Sem Instrução ou Ensino Fundamental

Incompleto comparados àqueles que possuem Ensino Superior, para todos os cenários.

4.2 Relação entre prevalência de incapacidade e características sociais, demográficas e

regionais no Brasil

Conforme explicado na Metodologia desse trabalho, com o objetivo de verificar o efeito de

determinada característica na prevalência de incapacidade funcional, foram ajustados modelos

de regressão logística.

No Modelo 1, foi analisado o efeito de características demográficas (por sexo e idade

contínua) na chance de um idoso ser classificado como incapacitado funcionalmente. Em

seguida, no Modelo 2, foi adicionada a variável região; no Modelo 3 foi adicionada a variável

cor/raça. Finalmente, no Modelo 4 foi inserida a variável escolaridade, sendo este o modelo

mais completo. As variáveis foram adicionadas gradualmente para verificar possíveis

mudanças na razão das chances de incapacidade funcional em função do efeito de

determinada característica da população em estudo. Nessa análise estatística utilizou-se dos

pesos e o planejamento amostral da PNS de 2013, conforme metodologia. Os resultados dos

modelos ajustados estão apresentados na Tabela 7. Em todos os modelos as informações da

PNS de 2013 foram empilhadas, sendo que apenas no último modelo 4 é que se considerou o

nível de escolaridade. O p-valor dos parâmetros foram todos inferiores a 0,01, ou seja, todos

foram significantes.

Page 68: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO … · aimed at the care of the elderly, setting priorities for healthy habits and lifestyles, minimizing future demands in the

68

Tabela 7 - Estimativas pontuais e intervalares da razão das chances de um indivíduo de 60 anos ou mais ser classificado como incapacitado

funcionalmente. Brasil (2013)

Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4

Variáveis (Referência) RC IC (95%) RC IC (95%) RC IC (95%) RC IC (95%)

Sexo (Homens) 0,846* 0,844 0,848 0,842* 0,840 0,844 0,842* 0,840 0,844 0,848* 0,846 0,850

Idade (Contínua) 1,088* 1,088 1,088 1,089* 1,088 1,089 1,089* 1,089 1,089 1,085* 1,085 1,085

Região (Centro Oeste)

Região Norte

0,976* 0,969 0,983 0,955* 0,948 0,961 0,952* 0,945 0,958

Região Nordeste

0,929* 0,924 0,934 0,914* 0,909 0,918 0,899* 0,895 0,904

Região Sudeste

0,746* 0,742 0,749 0,757* 0,754 0,761 0,773* 0,769 0,777

Região Sul 0,953* 0,947 0,958 0,986* 0,981 0,992 0,963* 0,958 0,969

Cor/raça (Branco) 0,906* 0,903 0,908 0,984* 0,981 0,986

Escolaridade (Ensino Superior Completo)

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto

2,360* 2,346 2,374

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto

1,797* 1,785 1,810

Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 1,544* 1,533 1,555

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

Notas: *p-valor < 0,01

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69

Pelos modelos ajustados na Tabela 7, pessoas acima de 60 anos de idade, do sexo feminino,

residentes na região Centro Oeste, de cor/raça preta/parda e Sem Instrução ou Ensino

Fundamental Incompleto apresentam uma maior chance de serem incapacitadas. Indivíduos

com nível de escolaridade mais baixo (SI - EFI) mais que dobram a chance de ter

incapacidade funcional em relação àquelas que possuem uma escolaridade mais elevada

(ESC). No tocante à idade (contínua), um aumento de 1 ano na idade aumentaria em 8% a

chance de apresentar incapacidade funcional, mantendo constantes as demais variáveis. A

suposição de que o logito da probabilidade de ser incapacitado é linear com a idade é

confirmada ao se analisar essa relação graficamente (Gráfico 6). Sendo assim, um aumento de

10 anos na idade, a partir de 60 anos, mais que dobra a chance de apresentar incapacidade

funcional (exp(10x0,081)=2,26). Aos 80 anos (5,11), a situação fica ainda mais complicada,

sendo a chance ser 5 vezes maior de ser classificado como incapacitado.

Esses resultados corroboram com o estudo de Costa filho (2016) que verificou a prevalência

de incapacidade entre idosos brasileiros utilizando a PNS de 2013, segundo sexo e faixa

etária. Para os homens idosos na faixa etária de 60-74 anos a prevalência encontrada foi de

10,4 IC 95% (8,5;12,6) e para aqueles com 75+ anos, 23,5 IC 95% (19,4;28,3). No cenário

feminino, 11,2 IC 95% (9,8;12,8) e 29,3 IC 95% (25,9;33,0), respectivamente. Esse fato é

corroborado no estudo GIACOMIN et al. (2008) que verificaram os fatores associados à

incapacidade funcional entre idosos na Região Metropolitana de Belo Horizonte,

apresentaram que o risco da incapacidade funcional aumentou progressivamente com a idade.

E na faixa etária superior, acima de 80 anos, apresentou forte associação com a incapacidade

funcional, de forma independente dos demais fatores considerados no estudo.

Gráfico 6 - Logito da probabilidade incapacidade x idade contínua. Brasil (2013)

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

y = 0,0409x - 3,6687 R² = 0,9492

-1,5

-1

-0,5

0

0,5

1

40 50 60 70 80 90 100 110 120

Log

[(1

-p)/

p]

Idade contínua

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70

As variáveis analisadas, que se associaram à incapacidade funcional, fazem parte da complexa

causalidade de incapacidade. Observa-se a relação da escolaridade com a prevalência de

incapacidade funcional dos idosos, pois aqueles que possuem uma baixa escolaridade

apresentaram uma maior chance de incapacidade. Sendo assim, ações que visem a melhoria

do nível educacional da população mais jovem tendem a diminuir a prevalência de

incapacidade da população idosa, no futuro, assim como, melhora na sua qualidade da vida

adicional (NUNES et al., 2009).

Os resultados são coerentes com os apresentados na literatura nacional, quando foram

observados o aumento da idade e a baixa escolaridade houve uma associação positiva com

resultados de saúde: Em Malta et al. (2017), que verificaram os fatores associados ao diabetes

autorreferido segundo a PNS de 2013, no Brasil, assim como também, no estudo de Nunes et

al. (2017) que analisaram alguns fatores associados a incapacidade funcional, município de

Bagé/RS, 2008. Em estudo realizado com as mulheres idosas do Brasil, utilizando a PNAD de

1998, Parahyba, Veras e Melzer (2005) verificaram forte associação com o aumento no risco

de incapacidade funcional das variáveis “aumento de idade” e “baixos níveis de educação”.

Corroborando com a literatura, em relação à idade, os resultados apresentam que o aumento

da incapacidade funcional está associado ao avanço da idade, sendo assim os idosos mais

velhos tendem a ser menos independentes que os mais jovens (ALVES; LEITE; MACHADO,

2010; ALVES; LEITE; MACHADO, 2008; BARBOSA et al., 2014; BRITO; MENEZES;

OLINDA, 2015; FIALHO et al., 2014; GIACOMIN et al., 2008; LIMA-COSTA et al., 2011;

PARAHYBA; VERAS, 2008; PEREIRA et al., 2012). O sexo feminino também esteve

associado à incapacidade funcional em alguns estudos realizados (BARBOSA et al., 2014;

FIEDLER; PERES, 2008; NUNES et al., 2009).

Ao analisar os resultados do modelo de regressão é importante a verificação da qualidade dos

dados declarados, em especial os dados sobre escolaridade. A educação é comumente

utilizada como uma variável explicativa em diversas análises, no caso desse estudo, a variável

resposta foi a incapacidade funcional. A validade das inferências obtidas nos modelos baseia-

se na precisão das informações educacionais que os usuários prestam. Analisando o “1990

Decennial Census” e o “1991 Current Population Survey (CPS)” verificou-se que cerca de

20% das pessoas que informaram que possuíam doutorado, não possuíam o referido diploma,

e mais, houve uma variação por grupo demográfico, de uma forma geral, os negros, os

hispânicos, os asiáticos e os nativos americanos foram mais propensos a reportar ao seu nível

educacional do que os brancos (BLACK; SANDERS; TAYLOR, 2003). Em relação a essa

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possível imprecisão no nível educacional mais elevado, a escolaridade que na PNS é

categorizada em 12 categorias, foi recategorizada em apenas 4, diminuindo assim uma

possível viés de classificação quanto ao nível educacional.

Outro aspecto a ser considerado diz respeito às informações auto-referidas com relação à

presença de incapacidade funcional prestadas pelos idosos, pois pode trazer uma ideia

contrária aos resultados caso as respostas não sejam bem aferidas, ou seja, se os indivíduos

não responderem a pesquisa com precisão, os resultados não são confiáveis. No entanto, sabe-

se que a dimensão de incapacidade funcional é menos sensível a fatores culturais e sociais,

assim como, estudos realizados no Brasil têm evidenciado a validade adequada desse tipo de

informação auto-referida, para detectar condições que se relacionem com a sua saúde

(BARRETO; FIGUEIREDO, 2009; LIMA-COSTA; PEIXOTO; FIRMO, 2004; LIMA-

COSTA et al., 2007).

4.3 Expectativa de Vida Livre de Incapacidade funcional (EVLI)

Antes de iniciar a apresentação dos resultados das EVLI, vale destacar que, conforme

discutido na metodologia do trabalho, as prevalências de incapacidade funcional foram

estimadas separadamente pelo grupo etário (60+), região, sexo, cor/raça e nível educacional.

E, com relação a Mortalidade, por sexo e região.

Inicialmente, foi realizada a comparação das estimativas obtidas entre os sexos, por cor/raça e

escolaridade, em relação à expectativa de vida saudável a partir de 60 anos. Em seguida,

analisa-se a EVLI e seus respectivos intervalos de 95% de confiança, por cor/raça e

escolaridade, para o Brasil e Grandes Regiões. Finalmente, apresenta-se como se distribuem,

proporcionalmente em relação à expectativa de vida total, os anos a serem vividos livre de

incapacidade funcional (EVLI). As Tabelas 8 e 9 apresentam a Expectativa de Vida em duas

componentes, livre de incapacidade e com incapacidade, analisando-se as estimativas em

termos absolutos, por regiões, sexo, raça e educação. Em 2013, as mulheres poderiam esperar

viver mais do que homens em todas as regiões. As mulheres também podem esperar viver

mais tempo com incapacidade em comparação aos homens. Para o Brasil, ao chegar aos 60

anos, uma mulher teria uma sobrevida ativa de 19,4 anos e poderia esperar viver 4,0 anos com

incapacidade funcional. Os valores para a população masculina seriam 17,3 e 2,6 anos,

respectivamente. Estas aparentes vantagens/desvantagens femininas, em termos absolutos,

permanecem também quando são desagregadas as estimativas por raça e escolaridade.

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Tabela 8 - Expectativa de vida total, livre de incapacidade funcional, com incapacidade funcional para homens aos 60 anos, por cor/raça e

escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013)

Regiões Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil

Expectativa de Vida 18,7 18,9 20,4 20,4 19,8 19,9

Homens EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI

Total 16,1 2,6 16,2 2,8 18,0 2,4 17,7 2,7 17,2 2,6 17,3 2,6

Cor/raça Branca 15,7 3,0 16,0 2,9 18,1 2,3 17,7 2,7 17,4 2,4 17,3 2,6

Preta/Parda 16,3 2,5 16,2 2,7 17,9 2,5 17,4 3,0 17,1 2,8 17,2 2,7

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental

Incompleto 15,7 3,0 16,0 3,0 17,4 3,0 17,2 3,2 16,9 2,9 16,8 3,1

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio

Incompleto 17,2 1,5 15,8 3,1 18,4 2,0 17,3 3,1 16,0 3,8 17,3 2,6

Ensino Médio Completo e Ensino Superior

Incompleto 17,2 1,5 17,0 1,9 18,9 1,5 18,3 2,1 18,6 1,2 18,2 1,7

Ensino Superior Completo 17,5 1,2 17,5 1,4 19,4 1,0 19,6 0,8 19,2 0,6 18,9 1,0

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.

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Tabela 9 - Expectativa de vida total, livre de incapacidade funcional, com incapacidade funcional para mulheres aos 60 anos, por cor/raça e

escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013)

Regiões Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil

Expectativa de Vida 21,6 22,4 24,1 24,2 22,8 23,4

Mulheres EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI

Total 17,9 3,7 18,0 4,4 20,5 3,6 20,4 3,8 18,6 4,2 19,4 4,0

Cor/raça Branca 17,9 3,7 17,7 4,7 20,5 3,6 20,4 3,9 18,8 4,0 19,4 4,0

Preta/Parda 17,9 3,7 18,1 4,3 20,6 3,5 20,4 3,8 18,4 4,4 19,3 4,1

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental

Incompleto 17,5 4,1 17,4 5,0 19,8 4,3 19,5 4,8 17,8 5,0 18,7 4,7

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio

Incompleto 18,9 2,7 19,2 3,2 21,3 2,8 19,9 4,3 19,2 3,6 20,1 3,3

Ensino Médio Completo e ensino Superior

Incompleto 19,5 2,1 19,4 3,0 21,7 2,4 22,6 1,6 21,0 1,8 21,1 2,4

Ensino Superior Completo 19,2 2,4 20,5 1,9 22,4 1,7 23,1 1,1 20,9 1,9 21,6 1,8

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.

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Os Gráficos 7 e 8 apresentam os intervalos de 95% de confiança para a EVLI, em termos

absolutos, por cor/raça, para homens e para mulheres, respectivamente. Em todas as regiões,

para ambos os sexos, não se observam diferenças significativas por cor/raça, pois as

estimativas intervalares se sobrepõem. Comparando-se as regiões, entre os homens, percebe-

se que há diferença significativa entre algumas regiões. Com maiores valores de EVLI

aparece a região Sudeste, por outro lado, as regiões Norte e Nordeste aparecem com os

menores valores de EVLI (Gráficos 7 e 8). Algo semelhante ocorre para as mulheres.

Percebem-se assim duas concentrações. Para ambos os sexos, com exceção do sub-grupo

Preto/Pardo masculino da região Sul, revela-se que, entre regiões, esses valores entre os

maiores e menores valores são diferentemente significativos, tendo como base a não

sobreposições, entre (Norte e Nordeste) x (Sul e Sudeste), nas estimativas intervalares. As

comparações por raça e região mostram que as pessoas brancas têm maior EVLI do que suas

homólogas para ambos os sexos na maior parte do Brasil, com algumas exceções nas regiões

Norte e Nordeste.

Gráfico 7 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional (EVLI) aos 60

anos, para homens, por cor/raça. Brasil e Grandes Regiões (2013)

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.

Nota: SI-EFI: Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto; EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e

Ensino Médio Incompleto; EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino Superior Incompleto; e ESC: Ensino

Superior Completo

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Gráfico 8 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional (EVLI) aos 60

anos, para mulheres, por cor/raça. Brasil e Grandes Regiões (2013)

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.

Nota: SI-EFI: Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto; EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e

Ensino Médio Incompleto; EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino Superior Incompleto; e ESC: Ensino

Superior Completo

Os Gráficos 9 e 10 apresentam os intervalos de confiança 95% para a EVLI, em termos

absolutos, por escolaridade, para homens e para mulheres, respectivamente. Em todas as

regiões, observa-se que há diferenças estatisticamente significativas quando comparamos

aqueles Sem Instrução ou Ensino Fundamental Incompleto (SI – EFI) e aqueles que possuem

Ensino Superior Completo (ESC), pois as estimativas intervalares não se sobrepõem.

Verifica-se assim que, em todo o país, podemos confirmar a hipótese de que os idosos com o

nível de escolaridade mais elevado estão em vantagem em termos de EVLI em relação

àqueles que possuem baixo nível de escolaridade. No entanto, ao desagregar, as diferenças

não são estatisticamente diferentes entre as categorias educacionais na maioria das regiões.

Esses achados corroboram com a literatura estudada, na qual as pessoas com ensino superior

esperavam viver uma maior proporção de suas vidas saudáveis, por outro lado, aqueles com

pouca educação podiam esperar viver com menos saúde do que aqueles com alta educação

(CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006; CRIMMINS; SAITO, 2001; GUEDES et

al., 2011; NUNES et al., 2017).

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Gráfico 9 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional (EVLI) aos 60

anos, para homens, por escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013)

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.

Nota: SI-EFI: Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto; EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e

Ensino Médio Incompleto; EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino Superior Incompleto; e ESC: Ensino

Superior Completo

Gráfico 10 – Estimativas da Expectativa de Vida Livre de Incapacidade Funcional (EVLI) aos

60 anos, para mulheres, por escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013)

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.

Nota: SI-EFI: Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto; EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e

Ensino Médio Incompleto; EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino Superior Incompleto; e ESC: Ensino

Superior Completo

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Sendo assim, conforme Gráficos 7 a 10, por cor/raça ou escolaridade, observa-se, em termos

absolutos, que as regiões Sul e Sudeste apresentam melhores EVLI que as regiões Norte e

Nordeste, corroborando com a análise realizada, para o mesmo período, no estudo de

Camargos et al., 2017. A análise dos diferenciais absolutos, por sexo nas componentes da

Expectativa de Vida deve ser feita com atenção. Percebe-se que as mulheres vivem, em

média, mais que os homens, e também por mais tempo livres de incapacidade funcional,

assim como, elas também apresentam um tempo médio maior de sobrevida com incapacidade.

Sendo assim, de grande importância analisar as componentes em termos proporcionais à

Expectativa de Vida Total.

Analisando-se em termos proporcionais, a EVLI e EVCI aparecem diferentes cenários

(Tabela A10 a A11 – Anexo A). Acentua-se a desvantagem feminina em termos de EVLI, em

comparação aos homens em todas as regiões e para qualquer categoria. Em termos

proporcionais, em relação à Expectativa de Vida Total, as mulheres vivem menos tempo livre

de incapacidade.

Por nível educacional, verificando a EVLI em termos proporcionais, não há evidências claras

de desvantagem feminina para alguns grupos educacionais nas regiões Nordeste, Sul e

Centro-Oeste. Verifica-se que os idosos passam mais tempo livre de incapacidade com o

aumento do nível de escolaridade, com exceção das mulheres na região Norte, região em que

as idosas com ensino médio completo e superior incompleto apresentam os maiores valores

proporcionais de tempo médio livre de incapacidade funcional (Tabela A10 a A11 – Anexo

A).

Diante dos resultados apresentados, percebe-se que no geral, as diferenças são significativas

entre o primeiro nível de escolaridade e os demais níveis. Entre os níveis intermediários de

escolaridade praticamente não existem diferenças significativas na EVLI. Os diferenciais na

EVLI, por níveis de escolaridade, parecem ser mais favoráveis nas regiões Sul e Sudeste. O

subgrupo dos menos escolarizados, que vivem no Norte e Nordeste brasileiro, é o que

apresenta maior desvantagem em termos de Expectativa de Vida Livre de Incapacidade

Funcional, além de estarem abaixo da média nacional. Desses resultados, verifica-se uma

relação com os resultados do modelo logístico aplicado nesse estudo, onde observou-se que os

indivíduos com nível de escolaridade mais baixa mais que dobram a chance de ter

incapacidade funcional em relação àquelas que possuem uma escolaridade mais elevada.

Entretanto, deve ser observada a limitação desse estudo no que diz respeito à não utilização

dos diferenciais de mortalidade por raça e escolaridade. As estimativas pontuais e intervalares

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no estrato de escolaridade e raça foram obtidas somente com base nas prevalências de

incapacidade, e não em relação aos diferenciais de mortalidade nesses estratos. Ou seja, uma

análise da EVLI incorporando os diferenciais de mortalidade por nível de escolaridade e raça,

pode fazer com que as diferenças aumentem ou diminuam.

Sabendo que a EVS é uma importante medida-resumo de saúde por incorporar em seus

cálculos a mortalidade e a morbidade, pode-se ser utilizada para a avaliação e o planejamento

de políticas públicas na área da saúde visando definir prioridades e demandas futuras (WHO,

2006). Sendo assim, esses resultados sugerem uma atenção para essas regiões que se

encontram em desvantagens.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo procurou mensurar e comparar as expectativas de vida saudável obtidas pela

dimensão da incapacidade funcional dos idosos, por sexo, cor/raça e escolaridade para o

Brasil e regiões em 2013. Sabe-se que há muitos trabalhos que verificaram a EVS em várias

dimensões e que não há uma uniformidade nesse tipo de análise, variando de acordo com o

objetivo de estudo. Optou-se por utilizar a Expectativa de Vida Livre de Incapacidade (EVLI)

devido essa dimensão verificar a importância da capacidade de o indivíduo se manter-se ativo

desempenhando as atividades da vida diária independente e autônomo, não importando,

necessariamente, as doenças propriamente ditas adquiridas ou a saúde auto-referida pelo

indivíduo por meio da pergunta sobre seu estado de saúde.

Não obstante, algumas limitações da presente dissertação devem ser consideradas.

Primeiramente, o presente estudo não verificou os diferenciais na Expectativa de Vida Total,

analisando apenas nas EVLI. Essa análise em conjunto seria interessante para verificar onde

os diferenciais da EVLI seriam atenuados ou acentuados pelos diferenciais na mortalidade. A

literatura aponta que as diferenças por níveis educacionais são maiores na expectativa de vida

saudável do que na expectativa de vida total (CRIMMINS; SAITO, 2001), o que poderia

amenizar o efeito dessa limitação.

Em segundo lugar, quanto à forma de mensuração da Expectativa de Vida Livre de

Incapacidade, utilizou-se o método de Sullivan (SULLIVAN, 1971). Para isso, foram

utilizados dados transversais de prevalência de Incapacidade Funcional, pois no Brasil não há

estudos de saúde longitudinais de abrangência nacional. Conforme referencial teórico,

percebe-se que se houvesse dados longitudinais, a aplicação do método multiestado seria mais

eficiente para verificar também a possibilidade de um indivíduo recuperar sua condição de

saúde. Destaca-se então, que não se permite que possíveis mudanças nas taxas de mortalidade

e nas condições de saúde sejam incorporadas às estimativas, fato não relativo ao método, mas

sim à construção de tabelas de sobrevivências de período (CAMARGOS; GONZAGA, 2015;

MATHERS; ROBINE, 1997). Por outro lado, estudos anteriores têm demonstrado que, caso

não existam alterações repentinas nas prevalências e nas mortalidades, o Método de Sullivan,

que emprega dados transversais, é válido e confiável (CAMARGOS; GONZAGA, 2015;

CAMARGOS et al., 2017; MATHERS; ROBINE, 1997).

Em terceiro, ressalta-se que, neste estudo, não foram analizados os idosos institucionalizados.

Conforme a Nota técnica da PNS de 2013 não foram inseridos, na população pesquisada, os

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setores censitários especiais (quartéis, bases militares, alojamentos, acampamentos,

embarcações, penitenciárias, colônias penais, presídios, cadeias, asilos, orfanatos, conventos e

hospitais). Assim, esse público não foi incluído no cálculo das prevalências de incapacidade

funcional. Observa-se que entre os idosos que vivem em asilos a prevalência tenderia a ser

maior (ANDRADE et al., 2011). Por outro lado, por essa população ser pequena, mesmo que

ela viesse a ser incluída na amostra, possivelmente, a prevalência não sofreria grandes

alterações (CAMARANO et al., 2006; CAMARGOS, 2004).

Em quarto, sabe-se que foram classificados com incapacidade funcional o indivíduo com

relato que não consegue ou apresenta dificuldade em pelo menos uma das seis AVD

avaliadas, conforme alguns estudos realizados (CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES,

2006, 2008a; CAMARGOS; GONZAGA, 2015; CAMPOLINA et al., 2014; GONTIJO et al.,

2016; GUEDES et al., 2011). Ou seja, a dimensão da incapacidade funcional foi definida

como a inabilidade ou a dificuldade de realizar tarefas que fazem parte do cotidiano do

indivíduo (ALVES; LEITE; MACHADO, 2008; CAMARGOS, 2004), identificando assim

aqueles indivíduos que apresentaram alguma dificuldade na realização das AVD. Mas, esse

indicador de incapacidade poderia ter sido mensurado por graus de incapacidade funcional ou

dependência, nesse último caso, identificaria aqueles que necessitam de ajuda de outra pessoa

para desempenhar alguma AVD. No entanto, ao realizar-se a desagregação de algumas

características, as análises não estavam coerentes, possivelmente, devido ao tamanho da

amostra ser muito pequeno em algumas categorias de análise.

Sendo assim, sabendo que a incapacidade funcional pode ser mensurada tanto pela inabilidade

quanto pela necessidade de ajuda para realizar atividades, é importante, em estudos futuros, a

verificação das possibilidades de mensuração pela necessidade de ajuda, tanto para verificar

não só o tempo a ser vivido com dificuldade para realizar as AVD, como também o tempo

que as pessoas viverão dependentes de auxílio. Sendo possível assim, a identificação da

demanda futura por cuidados com a população idosa.

Finalmente, devido ao tamanho da amostra da PNS entre idosos com 60 anos ou mais, as

prevalências de incapacidade funcional não foram estimadas por faixa etária, realizando-se

apenas para o grupo etário de 60 ou mais. O estudo de Szwarcwald et al. (2017) realizou o

mesmo procedimento. Tal fato torna-se uma limitação do estudo, uma vez que, o modelo

logístico aplicado mostrou que um aumento de 10 anos na idade, a partir de 60 anos, mais que

dobra a chance de apresentar incapacidade funcional. Assim, a verificação da EVS aos 70

anos, por exemplo, seria importante, pois verificaria o comportamento da EVS, e das

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variáveis, nesse grupo etário. Quanto à diferença por sexo com o avanço da idade, o estudo de

Camargos, Rodrigues e Machado (2008a) verificou que em termos de número de anos de vida

com incapacidade funcional essas diferenças diminuem. Ou seja, os “idosos mais velhos” são

mais homogêneos em termos de condições de saúde, sendo o efeito da seletividade mais

atenuante entre os “idosos mais jovens”. Por outro lado, estudo de Guedes et al. (2011)

verificou que embora a educação seja um fator importante na redução da incapacidade

funcional, beneficiou desproporcionalmente os idosos mais velhos. Ou seja, no Brasil, um

homem de 80 anos com um nível de educação melhor, em 2003, viveu 4,6% menos tempo

livre de incapacidade funcional do que outro da mesma idade com um nível de educação

menor.

Com relação ao Modelo de Regressão Logística aplicado no estudo, sugere-se que, em

estudos futuros, seja realizada a análise dos dados por uma Regressão de Poisson com

variância Robusta, para uma comparação dos resultados. Para que assim seja verificada a

discussão realizada por Francisco et al. (2008) sobre a interpretação da razão das chances

(RC) e a razão de prevalências (RP). Segundo o estudo, na avaliação do desfecho de baixa

prevalência, não se observaram grandes diferenças numéricas entre as estimações das razões

de chances e razões de prevalência. Como neste estudo as prevalências não foram muito altas

(em torno de 10%), optou-se pela estimação da razão das chances pela regressão logística.

De acordo com os resultados apresentados, percebe-se que existe um diferencial nas

estimativas das EVLI por sexo no Brasil e em todas as regiões. A desvantagem feminina na

expectativa de vida com incapacidade é notória neste estudo, embora em relação aos homens

idosos, as mulheres tenham uma maior sobrevivência. Corroborando assim com estudos

anteriores que, independentemente do indicador utilizado para mensurar a saúde, as mulheres

podem esperar viver um tempo maior com saúde ruim (ALVES; LEITE; MACHADO, 2010;

ANDRADE et al., 2011; BAPTISTA, 2003; CAMARGOS, 2014; CAMARGOS;

GONZAGA, 2015; CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006, 2008a, 2009;

CAMARGOS; PERPÉTUO; MACHADO, 2005; GUEDES et al., 2011; ROMERO; LEITE;

SZWARCWALD, 2005).

Assim, percebe-se que a maior longevidade das mulheres apresenta também uma

desvantagem em relação às condições de saúde, ou seja, as mulheres vivem mais tempo, mas

não necessariamente em melhores condições do que os homens. Essa vantagem da maior

longevidade feminina, por outro lado, tem um fator negativo, visto que em idades avançadas

as mulheres se deparam com as desvantagens em relação às condições saúde (CAMARGOS,

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2004; CAMARGOS; GONZAGA, 2015; GOLDANI, 1999). Somando-se a isso, essa

condição de saúde menos favorável, por parte das mulheres, pode ser o reflexo das condições

econômicas, sociais e culturais desiguais, nos diversos momentos de suas vidas

(CAMARGOS, 2004; CAMARGOS; GONZAGA, 2015; LIMA-COSTA et al., 2003). Nessa

fase da vida, as mulheres se deparam com as desvantagens experimentadas no seu ciclo vital.

Muitas nunca frequentaram uma escola ou estiveram inseridas no mercado formal de trabalho.

Ademais contam com benefícios mínimos de aposentadoria (PEDRAZZI; RODRIGUES;

SCHIAVETO, 2007). Atualmente, a maioria das mulheres idosas, são viúvas, sem

experiência de trabalho no mercado formal, menos escolarizadas (CAMARANO, 2003).

Quando idosas, as mulheres experimentam uma probabilidade maior de ficarem viúvas e em

situação socioeconômica desvantajosa (CAMARANO, 2003). Esse fato faz com que ao

envelhecer e ficarem viúvas, as mulheres não consigam manter a mesma qualidade de vida

que tinham com seus companheiros. Assim, diferentemente do que ocorreu durante a vida

adulta, elas assumem, progressivamente, papéis de chefes da família e de provedoras das

necessidades do lar. (GOLDANI, 1999; CAMARANO, 2003, 2006). Conforme Camargos

(2004), essas análises devem ser realizadas com cuidado. Esses fatos poderiam implicar numa

expectativa de vida maior para os homens, a cada idade, o que não se observa nas populações

humanas.

Ainda quanto a essa diferença entre os sexos, em relação à expectativa de vida saudável, a

literatura tem indicado como principal explicação o diferencial da mortalidade por sexo, ou

seja, as taxas de mortalidade mais elevadas do sexo masculino em idades mais jovens

poderiam permitir que, entre os idosos, a composição do grupo etário masculino fosse mais

favorável que o sexo feminino, devido a um mecanismo de seleção, aqueles homens que

possuem uma maior longevidade, seriam os mais favoráveis a terem uma vida mais saudável

(BERQUÓ, 1996; CAMARGOS; GONZAGA, 2015; PERLS; KUNKEL; PUCA, 2002).

Outra hipótese, com relação a percepção do estado de saúde, apontada nos estudos que pode

explicar essas diferenças é que as mulheres possuem a habilidade de reportar maior número

de condições de saúde em relação aos homens da mesma idade (ALVES; LEITE;

MACHADO, 2010), pois as mulheres procuram mais os serviços de saúde desenvolvendo

assim uma melhor percepção em relação ao seu estado de saúde (CAMARGOS; GONZAGA,

2015).

Nos resultados, verificou-se que pessoas com um nível de escolaridade menor possuem uma

menor EVS, assim como têm menos tempo de vida livre de incapacidades se comparados

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àqueles com maior escolaridade. Corroborando com a literatura nacional, verificou-se que

quanto maior o nível educacional, menor o número de anos vividos com incapacidade, para

ambos os sexos (CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006; GUEDES et al., 2011;

NUNES et al., 2017). Sendo assim, pelos resultados do estudo, observa-se que o nível de

escolaridade guarda relação com a redução do tempo médio vivido com incapacidade

funcional para ambos os sexos. Assim, melhorias nos níveis educacionais, certamente

promoverão melhorias na saúde (CAMARGOS; MACHADO; RODRIGUES, 2006).

Possivelmente, maiores investimentos em educação nas regiões Norte e Nordeste tendem a

melhorar as condições de vida, e consequentemente, refletir numa queda das diferenças

regionais existentes. No Brasil, percebe-se importantes políticas de acesso ao Ensino

Superior, tais como, o ENEM, o SISU, o ProUni, o Fies, a Lei de Cotas que garante a reserva

de 50% das matrículas por curso e turno em universidades federais e institutos federais a

alunos oriundos integralmente do ensino médio público, considerando a proporcionalidade de

pretos, pardos e indígenas em cada estado e o ReUni. Essas políticas promoveram o acesso,

permanência e indução da qualidade ao ensino superior (CAMPELLO, 2017). Contudo,

deve-se ter cautela nesse quesito de aumento de anos de estudo versus melhorias no estado de

saúde da população, pois o aumento da escolaridade por si só, não causará uma melhora na

saúde e mortalidade da população. O aumento da escolaridade sem a devida inserção no

mercado de trabalho, por exemplo, poderá não ter impacto consistente em melhorias da EVLI.

Com relação à recategorização da escolaridade, durante a relização do estudo, foi analisada a

mensuração da escolaridade dicotômica (Até Ensino Médio Completo/ Ensino Superior), mas

as conclusões sobre as diferenças seriam semelhantes a estas com 4 níveis de escolaridade.

Optou-se por utilizar as quatro categorias, pois foram observados padrões de prevalências

funcionais, por escolaridade, diferentes por regiões, padrões estes que seriam encobertos

numa análise dicotômica da escolaridade.

Diante das disparidades socioeconômicas e regionais existentes no Brasil, muita coisa há de

ser feita para melhorar as condições de vida básica de grande parte da população. Estudo

realizado por Victora et al. (2011) apresenta ações e desafios direcionados a vários atores,

desde o Governo à sociedade civil, enfatizando que ações devem ser interligadas. Conforme

foi visto no referencial teórico, o Brasil passa por mudanças econômicas, sociais e ambientais

rápidas, sendo assim um ambiente bem complexo e que gera desafios e diferenças entre as

regiões. Planejamento nas políticas públicas que visem o aumento da média do número de

anos vividos com saúde pela população idosa faz-se necessário. O investimento em saúde,

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não apenas para os idosos, mas sim, para toda a população, traz como consequência um

envelhecimento saudável e uma minimização de despesas futuras com a saúde, visto que,

estudos mostram que os idosos com limitações funcionais realizam mais consultas médicas e

são mais propensos à ocorrência de hospitalizações (SILVA et al., 2017; SILVA, 2016). A

limitação funcional não é resultado, apenas, da qualidade de vida na velhice da população,

mas sim de toda uma vida pregressa, do ambiente, das condições de moradia, de emprego, do

conhecimento adquirido sob todos os aspectos, do tipo de alimentação, entre outro. Ou seja,

dispor de benefícios para que o indivíduo tenha uma vida saudável é preocupar-se com um

menor número de problemas quanto a sua capacidade funcional no futuro. Nesse sentido,

Ramos (2000) acredita ser necessária a criação de indicadores de saúde suficientes para

identificar as pessoas idosas de alto risco para que sejam orientadas e dirigidas à promoção de

saúde e à manutenção de sua capacidade funcional.

Levando-se em conta que a EVS foi mensurada pela dimensão da incapacidade funcional, ou

seja, a capacidade de manter-se ativo na sociedade desempenhando as suas funções no dia-a-

dia, percebeu-se que as desigualdades raciais e por nível de escolaridade, existentes entre as

regiões, podem deixar uma população com mais (ou menos) tempo médio de vida livre de

incapacidade. Juntando-se a isso, a rapidez em que ocorre o envelhecimento populacional no

Brasil e suas implicações, há a necessidade, urgente, de ações eficientes que podem contribuir

para a diminuição das desigualdades. De acordo com os resultados, para uma redução das

desigualdades regionais na EVS é necessário ver os diferentes de formas diferentes. Não se

pode olhar para as necessidades do homem e da mulher, do Sul e do Norte, com um mesmo

olhar. Devem ser consideradas as diferenças entre os sexos, assim como entre as regiões, em

relação à demanda por cuidados, pois se observam que as mulheres idosas tendem a viver

mais, assim como, viver mais com incapacidade funcional, sendo assim merecem uma

atenção diferenciada.

Verificou-se na revisão de literatura que as DCNT estão fortemente associadas à incapacidade

funcional dos idosos, e que, com relação às DCNT há algumas políticas em prática no Brasil.

No entanto, quanto à prevenção e manutenção da capacidade funcional dos idosos não há uma

política tão detalhada. As políticas devem adotar medidas incorporando a incapacidade

funcional como um problema frequente na vida dos idosos, sendo ela consequência das

condições crônicas de saúde (ALVES et al., 2008; BERNARDES, 2016). Com o

conhecimento dos anos a serem vividos com incapacidade funcional, é possível realizar o

planejamento, por parte dos gestores, da prevenção de incapacidades onde elas se encontram

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mais recorrentes. Segundo Camargos (2004) a observação das prevalências de incapacidade

funcional pode ser importante para guiar futuras intervenções, tanto em termos preventivos,

assim como de tratamento. Ademais, devem ser criadas formas eficientes de monitoramento

da saúde da população, ou seja, por esses meios, detectar onde a incapacidade é mais

recorrente, as faixas etárias, o sexo, e demais informações importantes. Tal monitoramento,

para funcionar, deve ser feito por pessoas capacitadas, preparadas para tal atividade. Nesse

sentido, Nakatani et al. (2009) destaca a importância de uma reestruturação da atuação da

equipe de saúde local no sentido de prevenção, diagnóstico precoce e tratamento das doenças

crônicas e das incapacidades associadas no adulto e no idoso, em particular.

Fernandes et al. (2010) falam em seu trabalho sobre a Estratégia da Saúde da Família

(Programa de Saúde da Família) que tem mostrado a importância da aproximação dos

trabalhadores da saúde com as famílias. Essas equipes devem estar sempre bem preparadas

com a finalidade de contribuir para a detecção mais precoce dos problemas de saúde dos

idosos. Ou seja, o trabalho da equipe deve ter a prioridade de manter a autonomia do

indivíduo, uma vez que sua perda trás como consequência alterações na integridade da pessoa,

e aumenta sobrecarga da família e do sistema de saúde (NAKATANI et al., 2009).

Reforçando essa importância, Bernardes (2016) fala que acesso à reabilitação do idoso,

incapacitado, deve ser incluído no PSF, observando suas diretrizes e ampliando o seu

seguimento de atuação.

As políticas públicas e os programas sociais devem ter continuidade, garantindo o acesso a

educação e a saúde dos mais carentes, colaborando para a redução da pobreza, pois aumento

do status socioeconômico dos idosos é uma poderosa ferramenta para contribuir com a

redução da pressão sobre o sistema de saúde e melhora da qualidade de vida (GUEDES et al.,

2011). Enfim, devem ser adotadas medidas que consigam promover a capacidade funcional

dos idosos, aumentando assim a chance de ter uma velhice saudável e com mais qualidade

(PASCHOAL, 2002). Ademais, de acordo com o referencial teórico percebe-se que qualidade

de vida durante as idades mais jovens, pode contribuir para uma vida mais saudável quando

idoso, logo deve haver ações para uma melhor qualidade de vida dos jovens.

O tema abordado nessa dissertação é de grande importância para o desenvolvimento de um

país com menos desigualdades sociais. Todavia, ainda se conhece pouco sobre como os

diferenciais vêm progredindo historicamente e como eles se apresentarão no futuro. Ter o

conhecimento das desigualdades na Expectativa de Vida Saudável é fundamental para as

ações dos gestores públicos. O estudo reforça a necessidade de se considerar as diferenças

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existentes entre as regiões, os sexos e por escolaridade. Ações bem planejadas, verificando-se

as necessidades existentes, com atenção para os diferenciais, terão como consequência um

envelhecimento saudável e uma melhor qualidade de vida das pessoas, assim como, a

diminuição de gastos futuros com saúde.

Para um melhor entendimento das desigualdades e promoção de um envelhecimento saudável

entre idosos brasileiros são necessários avanços na qualidade de dados no Brasil, bem como

em pesquisas com base de dados/estudos longitudinais, pois haveria a possibilidade de

verificar a incidência de incapacidade funcional, permitindo analisar a mesma população em

dois ou mais períodos diferentes, assim como, investigar fatores associados à incapacidade

funcional, permitindo assim o desenvolvimento de estratégias para a promoção da saúde e

possíveis prevenções de doenças.

Devido a pouca literatura nacional existente e a sua grande importância, deve fazer parte de

pesquisa futura a possível verificação da qualidade dos dados declarados, quanto à

escolaridade nas pesquisas, assim como, da qualidade das informações prestadas pelas

pessoas idosas.

Como continuidade desse trabalho, sugere-se a investigação das desigualdades tanto na EVS

como na EVT, pois além do conhecimento das desigualdades, verifica-se a evolução conjunta

das duas componentes da EVT. Assim como devem ser incorporados os diferenciais de

mortalidade por nível de escolaridade e raça, pois ao realizar o cálculo da EVS, as diferenças

existentes podem aumentar ou diminuir.

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102

ANEXO A

Quadro A1 - Perguntas AVD, PNS - 2013

Ordem Pergunta Resposta Recodificação

1

K1. Em geral, que grau de dificuldade

_____ tem para comer sozinho(a) com

um prato colocado à sua frente,

incluindo segurar um garfo, cortar

alimentos e beber em um copo?

1. Não consegue

Incapacidade Funcional 2. Tem grande dificuldade

3. Tem pequena dificuldade

4. Não tem dificuldade Livre de Incapacidade Funcional

2

K4. Em geral, que grau de dificuldade

____ tem para tomar banho

sozinho(a) incluindo entrar e sair do

chuveiro ou banheira?

1. Não consegue

Incapacidade Funcional 2. Tem grande dificuldade

3. Tem pequena dificuldade

4. Não tem dificuldade Livre de Incapacidade Funcional

3

K7. Em geral, que grau de dificuldade

______ tem para ir ao banheiro

sozinho(a) incluindo sentar e levantar

do vaso sanitário?

1. Não consegue

Incapacidade Funcional 2. Tem grande dificuldade

3. Tem pequena dificuldade

4. Não tem dificuldade Livre de Incapacidade Funcional

4

K10. Em geral, que grau de dificuldade

_______ tem para se vestir sozinho(a),

incluindo calçar meias e sapatos, fechar

o zíper, e fechar e abrir botões?

1. Não consegue

Incapacidade Funcional

2. Tem grande dificuldade

3. Tem pequena dificuldade

4. Não tem dificuldade Livre de Incapacidade Funcional

5

K13. Em geral, que grau de dificuldade

_______ tem para andar em casa

sozinho(a) de um cômodo a outro da

casa, em um mesmo andar, como do

quarto para a sala e cozinha?

1. Não consegue

Incapacidade Funcional 2. Tem grande dificuldade

3. Tem pequena dificuldade

4. Não tem dificuldade Livre de Incapacidade Funcional

6

K16. Em geral, que grau de dificuldade

_______ tem para deitar ou levantar

da cama sozinho(a)?

1. Não consegue

Incapacidade Funcional 2. Tem grande dificuldade

3. Tem pequena dificuldade

4. Não tem dificuldade Livre de Incapacidade Funcional

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

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103

Quadro A2 – Categorias de Cor/raça, PNS - 2013

Ordem Cor/raça Recodificação

1 Branca 1. Branca

2 Preta 2. Preta/Parda

3 Amarela -

4 Parda 2. Preta/Parda

5 Indígena -

9 Ignorado -

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

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104

Quadro A3 - Características de educação das pessoas de 5 anos ou mais de idade, PNS – 2013

Pergunta D9

“curso mais elevado frequentado

anteriormente”

Pergunta

D14

“conclusão” Categoria

1. Classe de alfabetização – CA 1. Sim

SI-EFI: Sem Instrução e Ensino

Fundamental Incompleto

2. Não

2. Alfabetização de jovens e adultos 1. Sim

2. Não

3. Antigo primário (elementar) 1. Sim

2. Não

4. Antigo ginásio (médio 1º ciclo)

1. Sim EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e

Ensino Médio Incompleto

2. Não SI-EFI: Sem Instrução e Ensino

Fundamental Incompleto

5. Regular do ensino fundamental ou do 1º grau

1. Sim EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e

Ensino Médio Incompleto

2. Não SI-EFI: Sem Instrução e Ensino

Fundamental Incompleto

6. Educação de jovens e adulto (EJA) ou

supletivo do ensino fundamental

1. Sim EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e

Ensino Médio Incompleto

2. Não SI-EFI: Sem Instrução e Ensino

Fundamental Incompleto

7. Antigo científico, clássico etc. (médio 2º

ciclo)

1. Sim EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino

Superior Incompleto

2. Não EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e

Ensino Médio Incompleto

8. Regular do ensino médio ou do 2º grau

1. Sim EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino

Superior Incompleto

2. Não EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e

Ensino Médio Incompleto

9. Educação de jovens e adulto (EJA) ou

supletivo do ensino médio

1. Sim EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino

Superior Incompleto

2. Não EFC-EMI: Ensino Fundamental Completo e

Ensino Médio Incompleto

10. Superior – graduação

1. Sim ESC: Ensino Superior Completo

2. Não EMC-ESI: Ensino Médio completo e Ensino

Superior Incompleto

11. Mestrado 1. Sim ESC: Ensino Superior Completo

2. Não ESC: Ensino Superior Completo

12. Doutorado 1. Sim ESC: Ensino Superior Completo

2. Não ESC: Ensino Superior Completo

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013).

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105

Tabela A4 – Intervalos de Confianças das prevalências de incapacidade funcional, por sexo, cor/raça e escolaridade. Região Norte

(2013)

Norte

IC 95% - LI Prevalência IC 95% - LS

Masculino

Total 12,3 13,8 15,3

Cor/raça Branco 12,5 15,9 19,2

Preta/Parda 11,4 13,1 14,8

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 14,0 15,9 17,8

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 4,5 8,3 12,0

Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 4,3 7,9 11,6

Ensino Superior Completo 1,4 6,5 11,5

Feminino

Total 15,3 16,9 18,5

Cor/raça Branco 13,9 17,2 20,6

Preta/Parda 15,1 16,9 18,8

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 17,0 19,0 21,0

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 8,0 12,6 17,3

Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 5,8 9,7 13,5

Ensino Superior Completo 5,3 10,9 16,6

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.

Notas: IC = Intervalo de Confiança; LI = Limite Superior; LS = Limite Superior

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Tabela A5 – Intervalos de Confianças das prevalências de incapacidade funcional, por sexo, cor/raça e escolaridade. Região Nordeste

(2013)

Nordeste

IC 95% - LI Prevalência IC 95% - LS

Masculino

Total 13,3 14,5 15,8

Cor/raça Branco 12,9 15,2 17,4

Preta/Parda 12,9 14,4 15,9

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 14,2 15,6 17,1

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 11,5 16,2 20,8

Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 6,6 9,8 13,0

Ensino Superior Completo 4,0 7,6 11,2

Feminino

Total 18,4 19,6 20,8

Cor/raça Branco 18,6 20,8 23,0

Preta/Parda 17,6 19,1 20,5

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 20,7 22,1 23,6

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 10,4 14,3 18,3

Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 10,3 13,5 16,6

Ensino Superior Completo 5,4 8,5 11,5

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.

Notas: IC = Intervalo de Confiança; LI = Limite Superior; LS = Limite Superior

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Tabela A6 – Intervalos de Confianças das prevalências de incapacidade funcional, por sexo, cor/raça e escolaridade. Região Sudeste

(2013)

Sudeste

IC 95% - LI Prevalência IC 95% - LS

Masculino

Total 10,5 11,7 12,9

Cor/raça Branco 9,9 11,5 13,0

Preta/Parda 10,2 12,2 14,2

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 13,1 14,9 16,6

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 6,5 9,7 13,0

Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 5,0 7,4 9,9

Ensino Superior Completo 2,9 5,0 7,1

Feminino

Total 13,7 14,8 15,9

Cor/raça Branco 13,6 15,1 16,6

Preta/Parda 12,6 14,4 16,2

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 16,3 17,8 19,4

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 8,7 11,8 14,9

Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 7,5 9,9 12,3

Ensino Superior Completo 4,7 7,2 9,8

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.

Notas: IC = Intervalo de Confiança; LI = Limite Superior; LS = Limite Superior

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Tabela A7 – Intervalos de Confianças das prevalências de incapacidade funcional, por sexo, cor/raça e escolaridade. Região Sul (2013)

Sul

IC 95% - LI Prevalência IC 95% - LS

Masculino

Total 11,5 13,3 15,2

Cor/raça Branco 11,2 13,2 15,2

Preta/Parda 10,1 14,8 19,6

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 13,3 15,8 18,2

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 8,8 15,4 22,0

Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 6,1 10,4 14,7

Ensino Superior Completo 1,1 3,9 6,7

Feminino

Total 14,1 15,8 17,4

Cor/raça Branco 14,1 15,9 17,7

Preta/Parda 11,6 15,7 19,9

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 17,3 19,6 21,9

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 12,7 17,9 23,1

Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 3,7 6,6 9,4

Ensino Superior Completo 1,7 4,6 7,6

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.

Notas: IC = Intervalo de Confiança; LI = Limite Superior; LS = Limite Superior

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Tabela A8 – Intervalos de Confianças das prevalências de incapacidade funcional, por sexo, cor/raça e escolaridade. Região Centro

Oeste (2013)

Centro Oeste

IC 95% - LI Prevalência IC 95% - LS

Masculino

Total 11,1 13,0 14,9

Cor/raça Branco 9,4 12,1 14,9

Preta/Parda 11,1 13,9 16,6

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 12,3 14,8 17,3

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 12,6 19,3 25,9

Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 1,9 5,8 9,8

Ensino Superior Completo 0,1 3,0 5,9

Feminino

Total 16,4 18,4 20,4

Cor/raça Branco 14,6 17,5 20,4

Preta/Parda 16,3 19,1 22,0

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 19,4 22,0 24,5

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 9,4 15,7 22,1

Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 3,7 7,8 11,9

Ensino Superior Completo 3,7 8,2 12,6

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.

Notas: IC = Intervalo de Confiança; LI = Limite Superior; LS = Limite Superior

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Tabela A9 – Intervalos de Confianças das prevalências de incapacidade funcional, por sexo, cor/raça e escolaridade. Região Brasil

(2013)

Brasil

IC 95% - LI Prevalência IC 95% - LS

Masculino

Total 12,7 13,3 14,0

Cor/raça Branco 12,2 13,2 14,1

Preta/Parda 12,7 13,6 14,5

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 14,6 15,4 16,3

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 10,8 12,9 14,9

Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 6,9 8,4 9,9

Ensino Superior Completo 3,8 5,2 6,6

Feminino

Total 16,5 17,1 17,8

Cor/raça Branco 16,0 17,0 17,9

Preta/Parda 16,5 17,4 18,3

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental Incompleto 19,3 20,2 21,0

Ensino Fundamental Completo e Ensino Médio Incompleto 12,1 14,0 15,9

Ensino Médio Completo e Ensino Superior Incompleto 8,6 10,1 11,5

Ensino Superior Completo 6,1 7,6 9,1

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.

Notas: IC = Intervalo de Confiança; LI = Limite Superior; LS = Limite Superior

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Tabela A10 - Expectativa de vida total, livre de incapacidade funcional, com incapacidade funcional termos proporcionais para homens aos 60 anos,

por cor/raça e escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013)

Regiões Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil

Expectativa de Vida 18,7 18,9 20,4 20,4 19,8 19,9

Homens EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI

Total 86,18 13,82 85,45 14,55 88,34 11,66 86,65 13,35 87,04 12,96 86,68 13,32

Cor/raça Branco 84,13 15,87 84,82 15,18 88,51 11,49 86,78 13,22 87,86 12,14 86,84 13,16

Preta/Parda 86,92 13,08 85,60 14,40 87,79 12,21 85,19 14,81 86,13 13,87 86,41 13,59

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental

Incompleto 84,10 15,90 84,37 15,63 85,11 14,89 84,24 15,76 85,21 14,79 84,56 15,44

Ensino Fundamental Completo e Ensino

Médio Incompleto 91,75 8,25 83,82 16,18 90,25 9,75 84,62 15,38 80,74 19,26 87,12 12,88

Ensino Médio Completo e Ensino Superior

Incompleto 92,06 7,94 90,18 9,82 92,58 7,42 89,64 10,36 94,16 5,84 91,62 8,38

Ensino Superior Completo 93,55 6,45 92,38 7,62 95,00 5,00 96,13 3,87 97,01 2,99 94,79 5,21

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.

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112

Tabela A11 - Expectativa de vida total, livre de incapacidade funcional, com incapacidade funcional termos proporcionais para mulheres aos 60 anos,

por cor/raça e escolaridade. Brasil e Grandes Regiões (2013)

Regiões Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste Brasil

Expectativa de Vida 21,6 22,4 24,1 24,2 22,8 23,4

Mulheres EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI EVLI EVCI

Total 83,09 16,91 80,44 19,56 85,20 14,80 84,23 15,77 81,57 18,43 82,85 17,15

Cor/raça Branco 82,77 17,23 79,21 20,79 84,90 15,10 84,10 15,90 82,49 17,51 83,04 16,96

Preta/Parda 83,05 16,95 80,93 19,07 85,60 14,40 84,28 15,72 80,85 19,15 82,58 17,42

Escolaridade

Sem Instrução e Ensino Fundamental

Incompleto 81,00 19,00 77,85 22,15 82,16 17,84 80,39 19,61 78,01 21,99 79,84 20,16

Ensino Fundamental Completo e Ensino

Médio Incompleto 87,37 12,63 85,67 14,33 88,21 11,79 82,08 17,92 84,25 15,75 86,01 13,99

Ensino Médio Completo e Ensino Superior

Incompleto 90,31 9,69 86,50 13,50 90,10 9,90 93,45 6,55 92,17 7,83 89,95 10,05

Ensino Superior Completo 89,08 10,92 91,54 8,46 92,76 7,24 95,38 4,62 91,84 8,16 92,37 7,63

Fonte: Pesquisa Nacional de Saúde (PNS, 2013) e Tábuas completas de mortalidade de 2013.