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I UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN CENTRO DE TECNOLOGIA Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica Análise da Eficácia de um Refrigerador Doméstico com Condensador Modificado: Revestimento com Meio Poroso Dissipativo Francisco Paulino da Silva DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Orientador: Prof. Dr. Francisco de Assis Oliveira Fontes Co-orientador: Prof. Dr. Cleiton Rubens Formiga Barbosa Natal 2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO … · Francisco Paulino da Silva DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Orientador: ... Ao Professor Dr. Cleiton Rubens Formiga Barbosa, pela contribuição

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I

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN CENTRO DE TECNOLOGIA

Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica

Análise da Eficácia de um Refrigerador Doméstico com Condensador Modificado:

Revestimento com Meio Poroso Dissipativo

Francisco Paulino da Silva

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

Orientador: Prof. Dr. Francisco de Assis Oliveira Fontes

Co-orientador: Prof. Dr. Cleiton Rubens Formiga Barbosa

Natal 2014

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II

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN CENTRO DE TECNOLOGIA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA

Análise da Eficácia de um Refrigerador Doméstico com Condensador Modificado:

Revestimento com Meio Poroso Dissipativo

Francisco Paulino da Silva

Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de

Pós-Graduação em Engenharia Mecânica do Centro de

Tecnologia da Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, como parte dos requisitos para obtenção do título

de Mestre em Engenharia Mecânica.

Natal 2014

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III

UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede Catalogação da Publicação na Fonte

Silva, Francisco Paulino da. Análise da eficácia de um refrigerador doméstico com condensador modificado revestimento com meio poroso dissipativo / Francisco Paulino da Silva. – Natal, RN, 2014. 79 f. : il. Orientador: Prof. Dr. Francisco de Assis Oliveira Fontes. Co-orientador: Prof. Dr. Cleiton Rubens Formiga Barbosa Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de Tecnologia. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica. 1. Refrigeração doméstica – Dissertação. 2. Transferência de calor – Dissertação. 3. Coeficiente de eficácia – Dissertação. I. Fontes, Francisco de Assis Oliveira. II. Barbosa, Cleiton Rubens Formiga. II. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. III. Título. RN/UF/BCZM CDU 621.56

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IV

Folha de Aprovação Silva, Francisco Paulino da

Qualificação da Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica do

Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio

Grande do Norte, como parte dos requisitos para obtenção

do título de Mestre em Engenharia Mecânica.

Aprovado, setembro de 2014.

Banca examinadora

Prof. Dr. Francisco de Assis Oliveira Fontes – Orientador (UFRN)

Prof. Dr. Cleiton Rubens Formiga Barbosa – (UFRN)

Prof. Dr. Marcos Silva de Aquino. – (UFRN)

Prof. Dr. Caubi Ferreira de Souza Junior – Avaliador externo - (IFRN)

Prof. Dr. Lucio Ângelo de Oliveira Fontes – (UFRN)

Natal 2014

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V

PREFÁCIO

PAULINO, Francisco da Silva–Análise experimental do desempenho de um refrigerador

utilizando um condensador revestido com meio poroso evaporativo, sob condições seca e

umidificado por gotejamento d’água, e troca de calor para o meio ambiente por convecção natural

e forçada. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Engenharia Mecânica,

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, RN.

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VI

DEDICATÓRIA

Dedico esta obra primeiramente a Deus, o engenheiro da grande construção do universo,

À minha mãe, Maria Messias Da Conceição, maior exemplo de amor e perseverança e que hoje

descansa na casa do pai celestial,

À minha esposa, Cristiane da Silva Santos Paulino e aos meus dois filhos,

Felipe Santos da Silva e Moisés Santos Paulino.

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VII

AGRADECIMENTOS

O trabalho desenvolvido nesta dissertação só foi possível sua realização graças à colaboração de pessoas que disponibilizaram seu tempo e conhecimento e experiência para apoiar este projeto de doutoramento.

� Ao Professor Dr. Francisco de Assis Oliveira Fontes, pela orientação e apoio científico e suas valiosas críticas que permitiram a realização da presente Dissertação;

� Ao Professor Dr. Cleiton Rubens Formiga Barbosa, pela contribuição e incentivo à pesquisa e total disponibilidade demonstrada ao longo deste trabalho;

� Aos professores do Departamento de Química, que contribuíram com a minha formação acadêmica;

� Ao Professor Marcos Silva de Aquino, pela sua amizade e contribuição e ter aceitado ser examinador interno deste trabalho;

� Ao Professor Dr. Luiz Guilherme Meira de Souza, pela amizade com a qual sempre contar em qualquer momento;

� Aos técnicos do laboratório, Arivaldo, Alves, Manuel e João Batista de Souza pela atenção e ajuda na realização dos experimentos deste trabalho;

� Ao Secretário Luiz Henrique pela paciência e dedicação dispensadas aos alunos do PPGEM;

� Todos os meus familiares, principalmente aos meus Avós, Pai e Mãe: Severino Paulino da Silva e Maria Messias da Conceição (In Memorian), pelo seu apoio no decorrer da minha vida.

� A todos os meus amigos do Programa de Pós-graduação em Engenharia Mecânica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), pela compreensão, incentivo e encorajamento para continuar a minha formação até chegar ao Doutoramento.

� À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, sem o qual não teria conseguido desenvolvê-la.

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VIII

PENSAMENTO

“Todo o futuro da nossa espécie, todo o governo da

sociedade, toda a prosperidade moral e material das nações

dependem da ciência, como a vida do homem depende do ar.

Ora, a ciência é toda observação, toda exatidão, toda verificação

experimental. Perceber os fenômenos, discernir as relações,

comparar as analogias e as dessemelhanças, classificar as

realidades, e induzir as leis, eis a ciência; eis, portanto, o alvo que

a educação deve ter em mira. Espertar na inteligência nascente

as faculdades cujo concurso se requer nesses processos de

descobrir e assimilar a verdade."

Autor:

Rui Barbosa.

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IX

RESUMO

Silva, Francisco Paulino da. Análise da Eficácia de um Refrigerador Doméstico com

Condensador Modificado: Revestimento com Meio Poroso Dissipativo

Dissertação de Mestrado – Programa de Pós-Graduação de Engenharia Mecânica, Universidade

Federal do Rio Grande do Norte, Natal – RN, 2013.

Os refrigeradores domésticos de uma maneira geral são compactos e utilizam

configurações simplificadas por razões econômicas. O Coeficiente termodinâmico de

desempenho (COP) está limitado principalmente no projeto do condensador por razões de

dimensões e arranjo (lay-out) do projeto (design) e pelas características climáticas da região onde

vai operar. Vale ressaltar que esta última limitação é muito significativa quando se trata de um

país de extensão continental como o Brasil com condições climáticas diversas. O COP do ciclo

depende fundamentalmente da capacidade de calor dissipada no condensador. Portanto, em

climas quentes como nas regiões nordeste, norte, e centro-oeste a capacidade de dissipar é muito

atenuada em comparação com as regiões sudeste e sul com clima tropical e subtropical quando

comparado com as outras regiões. A dissipação em condensadores compactos para aplicações em

refrigeração doméstica tem sido o foco de diversos estudos, isso devido ao seu impacto na redução

de custos e de consumo de energia, além de um melhor aproveitamento do espaço ocupado pelos

componentes dos sistemas de refrigeração. Este espaço deve ser reduzido ao máximo para

permitir um aumento do volume útil de armazenamento do refrigerador sem alterar as dimensões

externas do produto. Devido ao seu baixo custo de manufatura, condensadores com aletas de

arame sobre tubo continuam como a opção mais vantajosa para a refrigeração doméstica.

Tradicionalmente, tais trocadores de calor são projetados para operar sob convecção natural para

evitar ônus do bombeamento do ar por convecção forçada. No presente trabalho, é proposta uma

melhoria no condensador convectivo original, alterando o mesmo para um mecanismo de

transferência combinado, em série, sendo o mecanismo de troca entre os tubos e aletas de arame

para um meio poroso úmido praticamente por condução até a superfície externa do meio poroso

e então por convecção para o meio ambiente. O meio poroso utilizado no revestimento foi

composto de uma argamassa de gesso impregnada sobre uma malha de fibra celulósica natural

moldada sobre a estrutura tubular aramada original do condensador, sendo seca e depois calcinada

para maior adesão e aumento da porosidade. A configuração proposta foi instalada no sistema de

refrigeração doméstica (bebedouro) e testada nas mesmas condições da configuração original. Foi

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X

ainda, avaliada na condição seca e umidificada por gotejamento d’água sob convecção natural e

sob convecção forçada com uso de um eletro-ventilador (fancoil). Os ensaios foram realizados

para a mesma carga de refrigerante 134-a e sob a mesma carga térmica de resfriamento. O

desempenho da configuração com condensador modificado e sob umidificação e convecção

natural apresentou uma melhora no COP de cerca de 72% quando comparada à configuração

original.

Palavras Chaves: refrigeração doméstica, transferência de calor, coeficiente de eficácia

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XI

ABSTRACT

Silva, Francisco Paulino da. Análise da Eficácia de um Refrigerador Doméstico com

Condensador Modificado: Revestimento com Meio Poroso dissipativo

The development of home refrigerators generally are compact and economic reasons for

using simplified configuration. The thermodynamic coefficient of performance ( COP ) is limited

mainly in the condenser design for reasons of size and arrangement ( layout ) of the project (

design ) and climatic characteristics of the region where it will operate. It is noteworthy that this

latter limitation is very significant when it comes to a country of continental size like Brazil with

diverse climatic conditions. The COP of the cycle depends crucially on the ability of heat

dissipated in the condenser. So in hot climates like the northeast, north, and west-central dispel

ability is highly attenuated compared to the south and southeast regions with tropical or

subtropical climates when compared with other regions. The dissipation in compact capacitors

for applications in domestic refrigeration has been the focus of several studies, that due to its

impact on reducing costs and power consumption, and better use of the space occupied by the

components of refrigeration systems. This space should be kept to a minimum to allow an increase

in the useful storage volume of refrigerator without changing the external dimensions of the

product. Due to its low cost manufacturing, wire on tube condensers continue to be the most

advantageous option for domestic refrigeration. Traditionally, these heat exchangers are designed

to operate under natural convection. Not always, the benefits of greater compactness of capacitors

for forced outweigh the burden of pumping air through the external heat exchanger. In this work

we propose an improvement in convective condenser changing it to a transfer mechanism

combined in series with conductive pipes and wire to a moist convective porous medium and the

porous medium to the environment. The porous media used in the coating was composed of a

gypsum plaster impregnated fiber about a mesh of natural cellulosic molded tubular wire mesh

about the original structure of the condenser , and then dried and calcined to greater adherence

and increased porosity. The proposed configuration was installed in domestic refrigeration system

( trough ) and tested under the same conditions of the original configuration . Was also evaluated

in the dry condition and humidified drip water under natural and forced with an electro - fan ( fan

coil ) convection. Assays were performed for the same 134- refrigerant charge e under the same

thermal cooling load. The performance was evaluated in various configurations, showing an

improvement of about 72 % compared with the original configuration proposed in humidification

and natural convection.

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XII

Keywords: performance coefficient, domestic refrigeration, heat transfer

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XIII

SUMÁRIO

1 Introdução.............................................................................................................. 01 2 Revisão bibliográfica............................................................................................. 03 2.1 Estado da arte......................................................................................................... 03 2.2 Refrigeração........................................................................................................... 09 2.2.1 Histórico................................................................................................................ 09 2.2.2 Ciclo básico teórico............................................................................................... 09 2.2.3 Ciclo Básico Real.................................................................................................. 11 2.2.4 Trocadores de Calor............................................................................................... 12 a) Condensadores....................................................................................................... 12 O processo de condensação................................................................................... 12 Tipos de condensadores......................................................................................... 14 2.2.5 Balanço de energia para o ciclo............................................................................. 20 a) Capacidade frigorífica do ciclo ( Qo ).................................................................... 20 b) Potência teórica do compressor ( Wc)................................................................... 21 c) Fluxo de calor rejeitado no condensador .............................................................. 22 d) Válvula de expansão............................................................................................. 23 e) Coeficiente de eficácia do ciclo (COP)................................................................. 23 2.2.6 Parâmetros que influenciam a eficácia (COP)....................................................... 24 a) Influência da temperatura de vaporização............................................................. 24 b) Influência da temperatura de condensação.......................................................... 26 c) Influência do sub-resfriamento do líquido............................................................. 27 d) Influência do superaquecimento útil...................................................................... 28 2.2.7 Considerações Sobre Fluidos Refrigerantes......................................................... 30 a) Características e Propriedades dos Fluidos Refrigerantes..................................... 31 b) Refrigerante R- 134ª.............................................................................................. 32 c) Classificação dos Fluidos Refrigerantes................................................................ 33 3 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL................................................................ 34 3.1 Descrição da Bancada Experimental..................................................................... 34 3.1.1 Procedimento de Revestimento Poroso: Condensador Modificado...................... 35 3.1.2 Determinação da Área de Transferência de Calor................................................ 36 3.1.3 Mecanismos de Transferência de Calor no Condensado...................................... 37 3.2 Descrição dos Equipamentos e Instrumentação.................................................... 39 3.3 Descrição do Procedimento Experimental............................................................ 42 3.4 Parâmetros Medidos e Calculados......................................................................... 43 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.......................................................................... 45 4.1 Configuração Original com Convecção Forçada e com Convecção Natural........ 45 4.2 Análise Comparativa entre as Configurações Ensaiadas....................................... 48 5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES.......................................................................... 52 5.1 Conclusões............................................................................................................ 52 5.2 Sugestões para trabalhos futuros.......................................................................... 53 Referências Bibliográficas................................................................................... 54 Apêndices............................................................................................................. 58

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XIV

Figuras

Figura 2.1 Ciclo Teórico Simples de refrigeração por compressão de vapor ................... 10 Figura 2.2 Esquema do sistema de refrigeração com os equipamentos básicos................ 10 Figura 2.3 Diferença entre o ciclo real e o teórico.............................................................. 11 Figura 2.4 Dessuperaquecimento em um ciclo de refrigeração.......................................... 13 Figura 2.5 Condensação em um ciclo de refrigeração........................................................ 13 Figura 2.6 Sub-resfriamento em um ciclo de refrigeração................................................. 14 Figura 2.7 Condensador casco e tubo.................................................................................. 16 Figura 2.8 Condensador de serpentina e casco................................................................... 16 Figura 2.9 Condensador de tubos duplos............................................................................ 17 Figura 2.10 Esquema de um condensador atmosférico........................................................ 18 Figura 2.11 Condensador e seus esquemas evaporativos..................................................... 19 Figura 2.12 Condensadores resfriados a ar........................................................................... 20 Figura 2.13 Volume de controle aplicado ao evaporador e a indicação do processo 4.1 no

diagrama de Mollier p-h.................................................................................... 21

Figura 2.14 Processo de compressão isoentrópico no compressor....................................... 22 Figura 2.15 Volume de controle sobre o condensador e sua representação no diagrama de

Mollier............................................................................................................... 22

Figura 2.16 Volume de controle sobre a válvula de expansão e sua representação no diagrama de Mollier...........................................................................................

23

Figura 2.17 Influência da temperatura de vaporização no coeficiente de eficácia do ciclo (β).......................................................................................................................

25

Figura 2.18 Influência da temperatura de condensação no coeficiente de eficácia do ciclo (β) ....................................................................................................................

26

Figura 2.19 Influência do sub-resfriamento do líquido no coeficiente de eficácia do ciclo (β) .....................................................................................................................

28

Figura 2.20 Influência do superaquecimento no coeficiente de eficácia do ciclo (β) ...........................................................................................................................

29

Figura 3.1 Esquema da bancada experimental.................................................................... 34 Figura 3.2 Condensador original e modificado (revestimento poroso).............................. 35 Figura 3.3 Forno elétrico de sinterização............................................................................ 36 Figura 3.4 Modelo da transferência de calor no condensador original.............................. 37 Figura 3.5 Modelo da transferência de calor no condensador modificado (revestimento

poroso)............................................................................................................... 38

Figura 3.6 Bancada experimental de ensaios...................................................................... 40

Figura 3.7 Esquema representativo do abastecimento de água para o sistema evaporativo.........................................................................................................

40

Figura 3.8 Manômetros de alta e baixa pressão ................................................................. 41 Figura 3.9 Controlador de temperatura do reservatório de água (evaporador) ................. 41 Figura 3.10 Analisador de temperatura e multímetro........................................................... 41 Figura 3.11 Diagrama das configurações experimentais ensaiadas...................................... 42

Gráficos

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XV

Gráfico 4.1 Condensador Original: Convecção Natural e Forçada ................................. 46 Gráfico 4.2 Condensador Modificado Seco: Convecção Natural e Forçada ................... 47 Gráfico 4.3 Condensador Modificado e Úmido: Convecção Natural e Forçada ............. 47 Gráfico 4.4 Pressão condensador (Pc) e Evaporador (Pe)................................................ 50

Gráfico 4.5 Diagrama p x h do ciclo de refrigeração de Moller real .............................. 51

Gráfico 4.6 Diagrama p x h do ciclo de refrigeração de Moller ideal ............................ 51

Tabelas

Tabela 4.1 Temperatura: Evaporador T1 entrada (Ee) e T2 saída (Es), Condensador

T3 (Ce) e T4 saída (Cs), T5 Compressor (Cpe), Tempo médio de

refriamento por batelada (∆tm)......................................................................

48

Tabela 4.2 Pressões de operação para diferentes configurações do condensador ......... 49

Tabela 4.3 Análise para diferentes configurações do condensador do COP ................. 50

Siglas e Símbolos

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XVI

Qo - Capacidade frigorífica

Mf - Fluxo de massa do refrigerante h1 - Entalpia específica na sucção do compressor h2 - Entalpia específica na entrada do condensador h3 - Entalpia específica na entrada da válvula de expansão h4 - Entalpia na entrada do evaporador To -Temperatura do evaporador Tc -Temperatura do condensador

Kq/s - Quilograma por segundo S - Entropia

EF - Efeito frigorífico Kj - Quilo joule Wc - Potencia teórica do compressor KW - Quilo watt Qc - Capacidade de rejeição de calor pelo condensador

COP - Coeficiente de eficácia Rt - Resistência total ∆T - Variação de temperatura I - Corrente Elétrica no motor do compressor (Ampere) V - Tensão Elétrica no motor do compressor (Volts)

�á��� - Volume de água de uma batelada ⍴�. � - Produto da densidade pela entalpia da água na temperatura inicial ⍴�. � - Produto da densidade pela entalpia da água na temperatura final

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1

CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO

1. INTRODUÇÃO

A eficiência de sistemas de refrigeração depende de várias influências e fatores, os quais

podem ser melhorados. Entretanto, é o condensador a parte mais crítica, pois é neste onde ocorre

o descarte de calor para a fonte fria (ou seja, o meio ambiente). O sistema de refrigeração é

dimensionado para uma determinada condição de dissipação nominal, mas de fato o aparelho de

refrigeração será utilizado em condições muito variadas de acordo com a localizada geográfica,

onde o mesmo vai operar. Desta forma, nos últimos anos com o objetivo de melhorar o

desempenho desse componente e melhorar o coeficiente de eficácia dos refrigeradores muitos

estudos para aprimoramento têm sido desenvolvidos, focando reduzir área de troca de calor e o

peso desse componente e pluralizar a sua aplicação para diversas condições de clima.

Condensadores são equipamentos destinados ao trabalho de rejeição de calor absorvidos

nos evaporadores, somado à taxa de calor transferida durante o processo de compressão, para o

meio ambiente para que ocorra o ciclo de refrigeração por compressão de vapor. As condições

operacionais implicam diretamente no coeficiente de performance (COP) desses ciclos, onde as

temperaturas de condensação e de evaporação do fluído refrigerante exercem grande influência,

juntamente com a eficiência do compressor.

O estudo de equipamentos relacionados à condensação em sistemas de refrigeração por

compressão de vapor, principalmente àqueles que operam com fluidos refrigerantes R134a,

mostra-se bastante interessante visto que condensadores com melhores desempenhos podem

promover equipamentos com menores custos de fabricação e operacionais. Desta forma, foi

despertada a motivação focada no estudo deste componente do ciclo de refrigeração.

Os condensadores utilizados em sistemas de maior capacidade operam em locais com

disponibilidade de água, o que favorece a melhoria da dissipação do calor como nas unidades com

condensadores evaporativos, o que não é comum em equipamentos de aplicação doméstica de

pequeno porte.

Muitas dificuldades para análise em campo destes condensadores são devido às grandes

variações sofridas pelos sistemas em funcionamento, decorrentes da atuação do mecanismo de

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controle, sobretudo os níveis de vasos tais como separadores de líquido. Outro agravante são as

variações climáticas tais como rajada de ventos responsáveis pelo agravante da incerteza, durante

as medições de velocidade do ar. Além disso, o porte destes equipamentos torna a medição

bastante demorada fazendo com que as alterações climáticas acarretem condições de medição

diferentes para uma mesma série de dados.

A avaliação por meio de mecânica dos fluídos computacional (CFE) torna-se uma

alternativa bastante útil, principalmente para caracterização do escoamento. Este tipo de estudo,

no entanto, só é possível quando os dados provenientes de medições experimentais que possibilita

a validação dos modelos computacionais criados. Desta forma, a análise experimental

considerando as diversas condições de operação de acordo com a localização geográfica e

condições climáticas continuam sendo importantes para consolidar a compreensão e otimização

do desempenho destes sistemas.

O objetivo do presente trabalho é uma proposta de melhoria no condensador convectivo

original, alterando o mesmo para um mecanismo de transferência combinado, em série, sendo

condutivo dos tubos e arame para um meio poroso úmido e convectivo do meio poroso para o

ambiente. O meio poroso utilizado no revestimento foi composto de uma argamassa de gesso

impregnada sobre uma malha de fibra celulósica natural moldada sobre a estrutura tubular

aramada original do condensador, sendo seca e depois calcinada para maior adesão e aumento da

porosidade. Contribuindo com a melhora do coeficiente de desempenho do ciclo de refrigeração.

O resultado é um trocador de calor que possua alta capacidade de troca de calor para o mesmo

volume ocupado. Foram quantificadas e relatadas as diversas configurações considerando o meio

poroso seco e umidificado e o efeito da convecção natural e forçada sobre o condensador.

Essa dissertação foi estruturada para demonstrar a importância da modificação sugerida e

o protótipo desenvolvido no presente trabalho: O Capítulo 1 mostra uma breve introdução do

tema abordado, evidenciando a importância e motivação do trabalho, objetivos e estruturação do

trabalho; O Capítulo 2 trata da revisão bibliográfica que respalda a presente dissertação; O

Capítulo 3 demonstra o experimento, métodos e equipamentos utilizados; O Capítulo 4 apresenta

os resultados e a discussão destes; No Capítulo 5 encontram-se as conclusões da investigação e

as sugestões para trabalhos futuros.

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3

CAPÍTULO 2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 –Estado da Arte

O Brasil possui cerca de dois terços de seu território situado na faixa tropical do planeta,

onde predominam altas temperaturas do ar, em virtude da elevada radiação solar existente, A

temperatura média do ar situa-se acima dos 20ºC, sendo que a temperatura máxima se encontra

acima dos 30 oC em grande parte do ano, atingindo, muitas vezes, valores entre 30oC e 38oC

(TITTO 1998 e APOUD REÍSSA, 2008).

O sistema de resfriamento adiabático evaporativo (SRAE) tem se expandido rapidamente

em climas quentes, devido à sua simplicidade técnica, praticidade e relação custo: benefício

favorável, resultando na sua aceitação por muitos brasileiros (LINET AL,1998).

Diante deste contexto, BROWN (1997), desenvolveu a aplicação do resfriamento

evaporativo no projeto de um laboratório de elevada carga térmica, para economizar energia e

melhorar a qualidade do ar no recinto sem provocar agressão ao meio ambiente. Dessa maneira,

foi descrito todo o sistema de VAAC (ventilação aquecimento e ar condicionado), incluindo o

resfriamento evaporativo no projeto, e em seguida comparando-o aos sistemas convencionais.

Constatou-se no caso específico desse projeto, uma redução no consumo anual de energia

elétrica de 15,1% para o sistema direto e 38,6% para o sistema indireto, quando comparados com

os sistemas tradicionais de refrigeração e ventilação.

Um dado sistema de refrigeração necessita de uma certa quantidade de energia (em forma

de trabalho) com o objetivo de iniciar o ciclo frigorífico, conseguido com isto, a retirada de

energia (em forma de calor) da sua vizinhança. Em condições de uso reais, a parcela de energia

rejeitada para o meio ambiente é maior que a parcela de energia retirada do espaço refrigerado. A

partir destes fatores, torna-se interessante alterar parâmetros do sistema, aumentando seu

coeficiente de eficácia e consequentemente, diminuindo gastos com energia elétrica. Sistemas de

refrigeração com oito ou mais horas de uso diário contínuo, mostram-se ineficientes por falhas

no projeto, execução, ou ainda, por falta de manutenção adequada. Tanto em um caso como em

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4

outro, a percepção do usuário é à eficiência no consumo energético. A economia de energia é

parte propiciada pela otimização do desempenho dos equipamentos como resultado de uma

racionalização e de técnicas de controle aplicadas a estes sistemas (MORENO GARCIA, 2006).

De acordo com CAMARGO (2009) a busca pelo resfriamento e por condições adequadas

de temperatura datam desde a pré-história da humanidade. Os efeitos do resfriamento evaporativo

são observados próximos a cachoeiras, onde ocorre o processo de resfriamento do ar pela

passagem do vento e evaporação da água. Desde aproximadamente a 2500 A.C. no antigo Egito,

onde foram registrados em afrescos desenhos de escravos utilizando jarras de água para resfriar

os cômodos da realeza. No mesmo local também foram utilizados métodos de resfriamento

evaporativo, como o uso de potes porosos contendo água, piscinas e rampas com lâminas d’água,

tudo com o objetivo de tornar a temperatura interna mais agradável.

De acordo com Bruno, 2006, os sistemas de condensação alimentados por água, são os

principais dentre os sistemas utilizados nos equipamentos de refrigeração de grande capacidade

onde as vantagens de menor consumo e de operação estável se sobrepõe as desvantagens de

manutenção dos condensadores como de tratamento e reposição da água.

Conforme relatado por ZALEWSKI E GRYGLASZEWKI, 1997, condensadores

evaporativos podem substituir sistemas de condensação compostos pela combinação de um

trocador de calor casco e tubo e uma torre de resfriamento. Em comparação com este sistema,

condensadores evaporativos são caracterizados por um menor custo de investimento e operação,

como também um uso mais econômico de materiais e espaço. Estando de acordo com a ASHRAE,

2006, resfriamento evaporativo é geralmente a escolha mais viável e econômica para o

resfriamento de ciclo fechado quando um suprimento adequado de água está disponível a um

custo aceitável de maneira à atender a demanda de água de reposição do sistema.

Segundo, Danni2006, o desenvolvimento lógico da combinação de um dispositivo

trocador de calor com uma torre de resfriamento é o conjunto resfriador evaporativo que utiliza o

processo de resfriamento de água, o que é característica das torres de resfriamento, colaborando

para resfriar o fruído utilizado no processo durante o percurso dentro do trocador de calor.

De acordo com MORENO GARCIA (2006) o ciclo de refrigeração por compressão pode

ser estudado em conformidade às características termodinâmicas de seus equipamentos em

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estudo. Resumidamente, o ciclo inicia-se com o fluido refrigerante que é comprimido no

compressor no estado de vapor superaquecido, onde a pressão de trabalho, paralela a sua

temperatura são aumentadas seguindo, posteriormente, em direção ao condensador. Neste, por

sua vez, o calor que foi ganho durante o processo de compressão somado àquele retirado do

ambiente refrigerado é rejeitado para o meio exterior, ocasionando assim o resfriamento do fluido

e a consequente mudança da fase vapor para líquida. Deixando o condensador, no estado de

líquido sub-resfriado, o fluido segue para o dispositivo de expansão (no caso, a válvula de

expansão 14° CREEM. FEMEC/UFU, Uberlândia-MG, 2007.2 termostática) onde ocorre uma

brusca queda de pressão, sendo responsável também pela queda da temperatura, passando logo a

seguir pelo dispositivo de evaporação responsável pela absorção de calor do meio a ser resfriado

causando o efeito frigorífico. O fluido de trabalho, responsável então, pela mudança de fase

(líquido-vapor) saindo deste como vapor superaquecido, para retornar ao compressor, iniciando

novamente o ciclo.

Resultados semelhantes foram obtidos por CASTRO E PIMENTA (2004) que

demonstram modelagem matemática e simulação de sistemas de painéis evaporativos diretos,

comparando curvas experimentais fornecidas por fabricantes com as estimativas dadas pelo

modelo matemático e obtendo êxito neste aspecto.

MASSIERO (2006) já avança nesses estudos efetuando comparativo entre um sistema de

resfriamento evaporativo e um sistema de condicionador de ar tradicional em células teste

idênticas levantando as vantagens e desvantagens no uso da primeira alternativa. Em vista do

crescente uso de sistemas de resfriamento evaporativo no Brasil, tanto em pesquisas, quanto em

aplicações CAROSSI (2006) desenvolve um estudo do potencial de aplicação destes sistemas em

território nacional através de mapas climáticos e modelos matemáticos. Regionaliza cada estado

do país e indicando os meses do ano em que o uso de tais sistemas se torna mais atraente por

proporcionar condições climáticas dentro de parâmetros adequados de conforto térmico.

A elevação contínua dos custos da energia elétrica e a contínua ênfase na necessidade de

conservação da energia estão direcionando os trabalhos de pesquisa para o desenvolvimento de

novas tecnologias que sejam economicamente viáveis em novos sistemas de Refrigeração e Ar

Condicionado (BORJA, 2006). É interessante observar que a contínua evolução das estratégias

de controle tem proporcionado grandes avanços que podem ser aplicados a sistemas de

refrigeração. Já é, até então, utilizado em alguns sistemas de refrigeração a variação da rotação

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do compressor. Os resultados da variação deste parâmetro já foram confirmados

experimentalmente por MORENO GARCIA (2006). Neste estudo diz que o melhor desempenho

energético foi obtido quando a velocidade do compressor scroll variou, o que ocorreu,

basicamente devido à eficiência global do sistema e também pela menor relação de compressão à

medida que a velocidade do compressor diminui.

NIENCHESKI, 2010, desenvolveu suas pesquisas utilizando se de uma bancada

experimental para um sistema de condensação evaporativa. Seu trabalho tinha como base a

verificação do balanço calorimétrico entre o vaporizador e o condensador evaporativo. Para tanto

realizou seções de medições variando sistematicamente as grandezas de entrada do sistema. Os

balanços térmicos desenvolvidos serviram para concluir que o sistema opera com perda de calor

praticamente desprezível, confirmando o perfil adiabático da bancada de testes, mostrando serem

desprezíveis as perdas de calor para o ambiente.

No trabalho de NAKALSKIET AL, (2006) são comparados dois modelos anteriormente

implementados por CAETANO (2005), para representar a transferência de calor e a efetividade

de um condensador do tipo evaporativo. O modelo usado por Caetano (2005) apresentou um

menor erro relativo em relação aos dados experimentais, isto se deve ao fato de que o modelo é

dependente de cinco parâmetros de ajustes, enquanto o outro de apenas dois.

SARKER ET AL. (2008) fizeram estudos experimentais em um refreador evaporativo

com capacidade de 136 KW com água circulando na serpentina. Foi estudada a capacidade do

equipamento e a queda de pressão em relação a diversas variáveis. Através de um sistema de

recirculação do ar úmido da saída do condensador, a condição do ar de entrada do equipamento

pôde ser controlada. O desempenho obtido no estudo experimental estava de acordo com as

especificações e os resultados podem servir como parâmetros básicos para projetos de

equipamentos deste tipo.

O objetivo principal de um critério de otimização proposto para um trocador de calor é

determinar a melhor configuração que maximiza o desempenho de acordo com uma função objetivo

desejada.

A configuração geométrica ótima de um dado trocador de calor pode ser alcançada de alguns

modos que dependem do nível de detalhes com que os parâmetros do sistema térmico onde o trocador

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de calor está inserido são contabilizados na função objetivo e nas restrições impostas ao modelo (Pira

et al., 2000). Assim, uma configuração dita ótima para um evaporador a qual é obtida com base apenas

na maximização da relação entre a taxa de transferência de calor e a potência de bombeamento do

ventilador pode não ser a configuração desejada no âmbito do sistema, ou seja, aquela que proporciona

o mais alto COP (Waltrich, 2008).

Pira et al. (2000) realizaram um trabalho de otimização de trocadores de calor aplicados a

sistemas de condicionamento de ar. Uma análise de otimização do evaporador e do condensador foram

realizadas, para quatro categorias de critérios de otimização. Dois dos critérios adotados levaram em

conta os parâmetros geométricos dos trocadores de calor, sendo portanto mais indicados nas análises

comparativas entre trocadores individualmente, e os outros dois levam em conta o impacto da alteração

da geometria do condensador e do evaporador sobre a eficiência do sistema, sendo mais bem utilizados

como uma ferramenta de projeto para o sistema e/ou trocadores de calor.

Nos artigos de Zimparov (2000) e Zimparov (2001), o autor desenvolveu baseado no teorema

de produção de entropia, critérios de avaliação de desempenho para superfícies que promovem uma

maior transferência de calor de modo a incluir o efeito da variação de temperatura do fluido ao longo

do comprimento de um trocador de calor tubular. Ambas as condições de contorno de temperatura

constante e fluxo de calor constante foram avaliadas. A análise desse tratamento foi feita observando

a transferência de calor e queda depressão em dez tubos espirais, achando uma razão ótima entre altura

diâmetro do trocador de calor de 0,04.

Yilmazet al. (2001) mostraram alguns critérios de otimização baseados na segunda lei da

termodinâmica para avaliar a performance de trocadores de calor, discutindo primeiramente a

necessidade de um projeto sistemático utilizando esse tipo de estudo, para em seguida classificar os

PEC baseados na entropia e na energia. Os autores mostram como os PEC dessas duas classes podem

ser relacionados entre si, citando a importância da utilização desses critérios em trocadores de calor.

Shah e Sekulić (2003) e Webb e Kim (2005) apresentam uma revisão geral de critérios de

avaliação de desempenho (PEC, do inglês Performance Evaluation Criteria) para superfícies de troca

de calor e trocadores de calor com e sem mudança de fase . Bejan (1982, 1996) demonstrou o uso do

método de minimização da geração de entropia (EGM, do inglês Entropy Generation Minimization)

para otimização de diferentes dispositivos e sistemas, incluindo trocadores de calor.

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Yilmazet al. (2005) apresentaram uma visão global dos PEC baseados na primeira lei da

termodinâmica referentes somente a trocadores de calor. Aproximadamente 100 PEC são mostrados e

revisados, onde os autores mostraram como muitos dos PEC são relacionados entre si. De acordo com

os autores, a seleção do critério de otimização depende muito dos objetivos que devem ser alcançado

se das restrições impostas, não existindo nenhuma regra geral na escolha. Algumas recomendações

foram sugeridas para a seleção, mostrando os seguintes aspectos: (i) tipo de escoamento; (ii) tipos de

superfícies a serem comparadas; (iii) restrições; (iv) função objetivo; (v)tipo do trocador de calor e (vi)

considerações sobre o custo.

Khan e Yovanovich (2007) aplicaram o método de minimização de geração de entropia para

estudar as perdas termodinâmicas causadas pela transferência de calor e queda de pressão em um

escoamento de ar em um dissipador de calor de pinos cilíndricos considerando o efeito do escoamento

ser desviado para uma região deby-pass. Arranjos em linha e desencontrados foram estudados e suas

performances relativas foram comparadas para as mesmas condições térmicas e hidráulicas, mostrando

os efeitos que o by-pass causa no desempenho global do trocador de calor.

Waltrich (2008) apresentou uma revisão bibliográfica sobre metodologias de otimização

aplicadas a sistemas de refrigeração, dando ênfase em trabalhos sobre trocadores de calor. Estudos de

otimização foram feitos nos evaporadores de fluxo acelerado desenvolvidos para o trabalho,

verificando um grande potencial para a aplicação em refrigeração doméstica, chegando a resultados

expressivos devido a aceleração desenvolvida no fluido. Acoplando o evaporador com o sistema, foi

obtido resultados que permitiam uma redução de massa do evaporador de 40%, com uma redução no

COP do sistema de apenas 1%.

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2.2-REFRIGERAÇÃO

2.2.1- Histórico

O emprego dos meios de refrigeração já era do conhecimento humano mesmo na época das

mais antigas civilizações. A civilização chinesa usava o gelo natural (colhido nas superfícies dos

rios e lagos congelados e conservado com grandes cuidados, em poços cobertos com palha e

cavados na terra) com a finalidade de conservar o chá que consumiam.

As civilizações gregas e romanas também aproveitavam o gelo colhido no alto das

montanhas, a custo do braço escravo, para o preparo de bebidas e alimentos gelados. A civilização

egípcia não dispunham de gelo natural e refrescava a água por evaporação, usando vasos de barro.

O barro, sendo poroso, deixa passar um pouco da água contida no seu interior, a evaporação desta

para o ambiente faz baixar a temperatura do sistema.

Estudos realizados comprovaram que a contínua reprodução das bactérias podia ser

impedida em muitos casos ou pelo menos limitada pela aplicação do frio, i.e., baixando

suficientemente a temperatura do ambiente em que os mesmos proliferam. Essas conclusões

provocaram, no século XVIII, uma grande expansão da indústria do gelo. Entretanto, o uso do

gelo natural trazia consigo uma série de inconvenientes que prejudicavam seriamente o

desenvolvimento da refrigeração, tornando-a de valia relativamente pequena. Por este motivo,

engenheiros e pesquisadores voltaram-se para a busca de meios e processos que permitissem a

obtenção artificial de gelo, liberando o homem da dependência da natureza. Em conseqüência

desses estudos, em 1834 foi inventado, nos Estados Unidos, o primeiro sistema mecânico de

fabricação de gelo artificial e, que constituiu a base precursora dos atuais sistemas de compressão

frigorífica.

Em 1855, surgiu na Alemanha um outro tipo de mecanismo para a fabricação do gelo

artificial, este, baseado no princípio da absorção, descoberto em 1824 pelo físico e químico inglês

Michael Faraday.

2.2.2 Ciclo Básico Teórico

Um ciclo térmico real qualquer deveria ter para comparação o ciclo de Carnot, por ser este

o ciclo de maior rendimento térmico. Entretanto, dado as peculiaridades do ciclo de refrigeração

por compressão de vapor definiu-se um outro ideal em que o ciclo real mais se aproxima, e

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portanto, torna-se mais fácil comparar o ciclo real com este ciclo ideal. Este ciclo ideal é aquele

que terá melhor eficácia operando nas mesmas condições do ciclo real.

O ciclo teórico simples de refrigeração por compressão de vapor é mostrado na Figura 2.1

construído sobre um diagrama de Mollier no plano P-h. A Figura 2.2 representa o esquema

básico com os componentes principais de um sistema frigorífico suficientes, teoricamente, para

obter o ciclo.

Os dispositivos indicados na Figura 2.1 representam genericamente qualquer equipamento

que consiga realizar o processo específico.

Figura 2.1 - Ciclo Teórico Simples de Refrigeração por Compressão de Vapor

Figura 2.2 - Esquema do Sistema de Refrigeração com os Equipamentos Básicos

Os processos termodinâmicos que constituem o ciclo teórico, em seus respectivos

equipamentos são:

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a) Processos 1-2, que ocorre no compressor (que pode ser um compressor alternativo,

centrífugo de parafuso etc.) é um processo adiabático reversível, e neste caso, a compressão

ocorre, então, a entropia (S) constante, ou seja, S1=S2, como mostra a Figura 2.1. O refrigerante

entra no compressor à pressão do evaporador (P0) e com título X=1. O refrigerante é então

comprimido até atingir a pressão de condensação, e neste estado, ele está superaquecido com

temperatura T2, que é maior que a temperatura de condensação (TC).

b)Processo 2-3, que ocorre no condensador (que pode ser condensação a água ou ar, em

convecção forçada ou natural), é um processo de rejeição de calor do refrigerante par ao meio de

resfriamento desde a temperatura T2 de saída do compressor até a temperatura de condensação

(TC) e a seguir rejeição de calor na temperatura TC até que todo vapor tenha-se tornado líquido

saturado na pressão de condensação (Pc).

c)Processo 3-4, que ocorre na válvula de expansão, é uma expansão irreversível a entalpia

constante desde a pressão Pc e líquido saturado (X=0), até atingir a pressão do evaporador P0.

Observe-se que o processo é irreversível, e portanto, a entropia (S) do refrigerante ao deixar a

válvula de expansão (S4) é maior que a entropia do refrigerante ao entrar na válvula (S3).

d) Processo 4-1, que ocorre no evaporador é um processo de transferência de calor a

pressão constante (P0), conseqüentemente a temperatura constante (T0), desde vapor úmido no

estado 4 até atingir o estado de vapor saturado seco (X=1). Observe-se que o calor transferido ao

refrigerante no evaporador não modifica a temperatura do refrigerante, mas somente muda o seu

estado.

2.2.3 Ciclo Básico Real

As diferenças principais entre o ciclo real e o ciclo ideal simples por compressão de vapor

estão mostrados na Figura 2.3 abaixo.

Figura 2.3 - Diferenças entre o Ciclo Real e o Teórico

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Uma das diferenças entre o ciclo real e o teórico é a queda de pressão nas linhas de descarga,

líquido e de sucção assim como no condensador e no evaporador. Estas perdas de carga ∆Pd e

∆PS estão mostrados na Figura 2.3. Outra diferença é o sub-resfriamento do refrigerante na saída

do condensador (na maioria dos sistemas). O superaquecimento na sucção com finalidade de

evitar a entrada de líquido no compressor (obrigatório em compressores alternativos) é um

processo muito importante.

Outra diferença importante é quanto ao processo de compressão ao compressor, que no

ciclo real é um processo de compressão politrópico (S1≠S2), no lugar do processo isoentrópico do

ciclo ideal. Devido a esta diferença, a temperatura de descarga do compressor (T2) pode ser muito

elevada, tornando-se um problema com relação aos óleos lubrificantes usados em compressores

frigoríficos, obrigando a um resfriamento forçado do cabeçote do compressor (normalmente com

R-22 e R-717). Muitos outros problemas de ordem técnica dependendo do sistema e das

características de operação, podem introduzir diferenças significativas além das citadas até aqui.

2.2.4 Trocadores de Calor

a) Condensadores

Condensador são os elementos do sistema de refrigeração que têm a função de transformar

o gás quente, que é descarregado do compressor a alta pressão, em líquido. Para isso, rejeita o

calor contido no fluido refrigerante para alguma fonte de resfriamento.

O processo de condensação

Ao ser admitido no condensador, o fluido refrigerante está no mesmo estado que

na descarga do compressor, ou seja, gás quente a alta pressão. Como em um sistema de

refrigeração o objetivo é condensar no sentido de resfriar e retirar calor de um ambiente

e/ou produto), o refrigerante no estado gasoso deve ser condensado antes de retornar ao

evaporador.

O processo de condensação do fluido refrigerante se dá ao longo de um trocador de calor,

denominado condensador, em três fases distintas que são:

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1. Dessuperaquecimento;

2. Condensação e Sub-Resfriamento.

Dessuperaquecimento

O gás, quando é descarregado do compressor, está a alta temperatura. O processo

inicial, então, consiste em abaixar esta temperatura, retirando calor sensível do refrigerante,

ainda no estado gasoso, até ele atingir a temperatura de condensação. Figura 2.4.

Figura 2.4 - Dessuperaquecimento em um ciclo de refrigeração

Condensação

Quando o gás atinge a temperatura de condensação, ele começa um processo de mudança

de estado. Neste processo retira-se calor latente do refrigerante, i.e., a temperatura deste

mantém-se constante durante todo o processo. Figura 2.5.

Figura 2.5 - Condensação em um ciclo de refrigeração

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Sub-Resfriamento

Após a condensação, o refrigerante, agora no estado líquido (líquido saturado), é

resfriado de mais alguns graus, utilizando-se para isso um trocador de calor intermediário. Na

Figura 2.6 pode-se visualizar o sub-resfriamento indicado em um diagrama de Mollier.

Figura 2.6 - Sub-Resfriamento em um ciclo de refrigeração

É no condensador que toda a energia absorvida pelo sistema de refrigeração, mais o

equivalente em calor da energia mecânica necessária ao funcionamento do sistema deve ser

eliminado. Para cada tonelada de refrigeração (200 BTU/min ou 50,4 kcal/min) de capacidade

do sistema, é preciso remover no condensador até 300BTU/min. A quantidade depende das

pressões de sucção e descarga e do tipo de refrigerante. Na média, os sistemas são projetados

para eliminar 250 BTU/min para cada 200 BTU/min de capacidade de refrigeração.

Tipos de Condensadores

Os tipos de condensadores comumente usados em sistemas de refrigeração são:

1. Condensadores de casco e tubos (shelland tube), Figura 2.7;

2. Condensadores de casco e serpentina (shellandcoil), Figura 2.8;

3. Condensadores de tubos duplos, Figura 2.9;

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4. Condensadores atmosféricos, Figura 2.10;

5. Condensadores evaporativos, Figura 2.11;

6. Condensadores resfriados a ar, Figura2.12.

A utilização de um ou outro tipo de condensador dependerá, dentre muitas variáveis,

das condições de projeto, da localização do condensador, da reutilização ou não do calor

rejeitado.

Para a escolha de um condensador deve-se ter em mente alguns parâmetros, a saber:

1. O condensador deve possuir uma superfície de transferência de calor suficiente para

condensar o vapor enviado até o estado líquido;

2. O condensador deve ser projetado para pressões e temperaturas razoáveis, pois o processo

normalmente é assim realizado;

3. O condensador deve ter tamanho suficiente para armazenar o vapor refrigerante

comprimido pelo compressor. Antes de se condensar, o vapor ocupa um volume bem definido,

este volume pode ser diminuído pelo aumento da pressão, mas um aumento da pressão significa

um aumento da potência requerida para fazer funcionar o sistema. Quando um condensador

tem superfície suficiente, normalmente ele também tem volume suficiente. Deve-se ter

cuidado quando se escolhem condensadores com superfícies alertadas, pois isso indica

área suficiente para eliminação de calor sem o volume necessário.

4. O condensador deve ainda ter espaço suficiente para que o líquido refrigerante

condensado se separe do vapor e seja drenado para o reservatório de líquido.

Condensadores Shelland Tube

Um condensador do tipo “shelland tube” ou de casco e tubo, consiste de uma

carcaça cilíndrica, na qual é instalada uma determinada quantidade de tubos horizontais e

paralelos, conectados a duas placas de tubos dispostas em ambas as extremidades (Figura

2.7). Nos condensadores menores, a carcaça pode ser um tubo comum, mas, nos maiores,

usam-se carcaças soldadas. As chapas de tubos, geralmente com espessura de 1” ou 1¼”, são

soldadas à carcaça (casco) e perfuradas para receber os tubos. Os tubos, com as extremidades

retificadas ou polidas, são inseridos nos respectivos furos das chapas de tubos e suas

extremidades são soldadas ou trefiladas de modo a manter uma junta estanque ao gás. O gás

refrigerante flui dentro da carcaça, em volta dos tubos, ao passo que a água passa dentro dos

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tubos.

Figura 2.7 - Condensador Casco e Tubo

Fonte: http://www.demec.ufmg.br/disciplinas/ema074/trocador/index.htm

Condensadores Shell and Coil

São semelhantes aos condensadores de casco e tubo. Consistem de uma carcaça

que contém uma serpentina de circulação de água. Não possuem flanges removíveis (como

nos de casco e tubo) e a limpeza da água só pode ser feita por meios químicos. No caso de

vazamento na serpentina, toda ela tem que ser substituída.

São normalmente usados para capacidades menores, i.e., potências fracionárias.

Figura 2.8- Condensador de Serpentina e Casco

Fonte: Jorge, E. 2010

Condensadores Duplo Tubo

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O condensador de duplo tubo (Figura 2.9) tem o tubo de água dentro do tubo de

refrigerante. O refrigerante passa pelo espaço entre os dois tubos, enquanto que a água é

bombeada pelo tubo interior. A água flui em direção oposta à do refrigerante, ficando a água

mais fria em contato com o refrigerante mais frio e a água mais quente em contato com o

refrigerante mais quente, evitando-se choques térmicos. São utilizados para onde o refrigerante

é a amônia, utilizam-se tubos de aço, com diâmetros de geralmente 1 ¼” para o interno e 2” para

o externo. Embora o princípio da contracorrente, possibilitado por esse tipo de condensador,

dê uma boa utilização da água disponível, o grande número de conexões e juntas necessárias

em grandes instalações aumenta a possibilidade de vazamentos. Esses condensadores são

difíceis de limpar e não fornecem espaço suficiente para a separação de gás e líquido.

Por essas razões, eles não são muito usados em instalações modernas de grande porte.

Algumas unidades pequenas são utilizadas em instalações recentes, tendo que ser, porém,

limpas quimicamente. Em caso de vazamento, toda a unidade deve ser substituída.

Figura 2.9- Condensadores de tubos duplos

Fonte: MENDES, L. M. 1994

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Condensadores Atmosféricos

O condensador atmosférico (Figura 2.10), já foi muito popular em grandes instalações de

amônia, porém está caindo em desuso. Ele é construído com muitos trechos de tubulação,

geralmente de aço de 2” de diâmetro, tendo o vapor de amônia fluindo dentro dos tubos. A água

de resfriamento é distribuída por uma calha de suprimento que a derrama sobre a superfície

externa dos tubos. Da mesma forma que nas torres de resfriamento, o resfriamento é uma

combinação da evaporação de parte da água com o aquecimento do restante. Como a água deve

correr para baixo, em alguns modelos, o gás de refrigerante quente é introduzido pela parte

de baixo, para se obter um efeito de contracorrente, causando alguns problemas na drenagem

do líquido condensado das unidades.

Alguns condensadores eram equipados com sangradores, i.e., pequenas linhas conectadas

às pontas de cada trecho para “sangrar” o refrigerante condensado. Esse tipo de condensador é

hoje em dia muito pouco usado, devido a problemas de incrustações e de algas e devido ao grande

espaço ocupado para uma dada capacidade.

Figura 2.10 - Esquema de um Condensador Atmosférico Fonte: MENDES, L. M. 1994

Condensadores Evaporativos

Os condensadores evaporativos combinam as funções de condensador e de torre de

resfriamento. Consiste de um invólucro que contém uma seção de ventilador, separador

de gotas, serpentina de condensação do refrigerante, reservatório de água, válvula de boia

e a bomba de pulverização do lado de fora do invólucro. A bomba de pulverização circula a

água do reservatório, no fundo da unidade, para os bicos de pulverização, sobre a serpentina

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do refrigerante. Os ventiladores forçam a passagem do ar pela serpentina e pela água que está

sendo pulverizada sobre a serpentina. O calor do refrigerante é transmitido através das paredes

da serpentina à água que passa sobre ela. O ar remove o calor da água, pela evaporação de parte

dela. Os separadores de gotas impedem que gotículas de água sejam levadas pelo ar.

Figura 2.11 - Condensadores e seus esquemas Evaporativos

Fonte: MENDES, L. M. 1994

É interessante observar que, a capacidade de um condensador evaporativo depende da

extensão da área da serpentina, da quantidade de ar que passa por ela e da temperatura de bulbo

úmido do ar que entra na unidade. O calor total a ser retirado é função da temperatura de bulbo

úmido. Este calor é representado pela soma do calor sensível e do calor latente do ar à

temperatura dada de bulbo úmido. Determinando-se a temperatura de bulbo úmido do ar que

entra na unidade e do ar que sai dela, o calor total nesses dois pontos pode ser determinado.

O acréscimo de calor total é devido ao calor cedido pelo refrigerante que se condensa

e representa a capacidade do condensador. Quanto mais baixa a temperatura de bulbo úmido

do ar de entrada, tanto maior a capacidade do condensador.

Condensador a Ar

O condensador a ar (Figura 2.12) é utilizado para unidades de refrigeração com potência

fracionária, e.g., refrigeradores domésticos e comerciais. Por proporcionarem economia, pois

não precisa de tubulação de água como os condensadores resfriados a água, por não tomarem

muito espaço e ainda, dependendo da situação, poderem se utilizar apenas da transmissão de

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calor por convecção natural, são muito utilizados em pequenas e médias instalações. Hoje, com

o custo crescente da água e as restrições ao seu uso, a utilização desse tipo de condensador tem

sido ampliada para instalações de grande porte.

Figura 2.12 - Condensadores resfriados a Ar

Fonte: MENDES, L. M. 1994

2.2.5 Balanço de Energia para o Ciclo

O balanço de energia do ciclo de refrigeração é feito considerando-se o sistema operando

em regime permanente, nas condições de projeto, ou seja à temperatura de condensação (TC) e

temperatura de vaporização(T0). O sistema real e ideal têm comportamento idênticos tendo o real

apenas um coeficiente de eficácia inferior ao ciclo ideal. A análise do ciclo ideal nos permitirá,

de forma simples, verificar quais parâmetros têm influência no coeficiente de eficácia do ciclo.

a) Capacidade Frigorífica do ciclo (Q0)

A capacidade frigorífica (� . ) é a quantidade de calor por unidade de tempo retirada do meio

que se quer resfriar (produto) através do evaporador do sistema frigorífico. Para o sistema

operando em regime permanente desprezando-se a variação de energia cinética e potencial, da

primeira lei da termodinâmica, tem-se: (ver Figura 2.13)

�� = �� �(ℎ� − ℎ�) (eq. 2.1)

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Figura 2.13 - Volume de Controle aplicado ao evaporador e a indicação do processo 4-1 no

diagrama de Mollier P-h. - Fonte: (Pirane, M. J - 2011)

� . é a capacidade frigorífica (diferente de carga térmica) do ciclo operando com

temperatura Tc e T0 em kJ/s para mf em kg/s e entalpia específica h1 e h4 em kJ/kg. O fluxo de

massa de refrigerante (mf) deve ser mantido pelo compressor. Normalmente se conhece a

capacidade frigorífica que deve ter o sistema de refrigeração, que deve ser igual a carga térmica,

se estabelecermos o ciclo frigorífico que deve operar o sistema podemos determinar o fluxo de

massa (mf) e conseqüentemente o compressor necessário ao sistema.

A quantidade de calor retirado por Kg de refrigerante através do evaporador é chamada de

“EFEITO FRIGORÍFICO (EF)”, isto é:

EF= h1 - h4 (eq.2.2)

b) Potência Teórica do Compressor ��.

Chama-se de potência teórica do compressor a quantidade de energia na unidade de tempo,

que deve ser fornecida ao refrigerante, pelo compressor, para que ele passe do estado 1, na sucção

do compressor, para o estado 2, descarga do compressor, sendo este processo isoentrópico.

Aplicando-se a primeira lei da termodinâmica em regime permanente e desprezando-se a variação

de energia cinética e potencial têm-se: (ver Figura 2.14).

.

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22

Figura 2.14 - Processo de Compressão isoentrópico no compressor

Fonte: (Pirane, M. J - 2011)

��. = ��

. (ℎ� − ℎ�) (eq. 2.3)

A equação 2.3 acima fornece a potência, em (kcal/s) teoricamente necessária para que o

fluxo de refrigerante (mf) em (kg/h), que entra no compressor, passe do estado 1 ao estado 2. Para

se obter Wc em Kw basta dividir a equação dada por 860, ou seja:

(eq. 2.4)

c) Fluxo de Calor Rejeitado no Condensador

Da mesma maneira que o evaporador, a quantidade de calor por unidade de tempo a ser

rejeitada no condensador para o sistema operando em regime permanente nas temperaturas TC e

T0 é calculado pela equação abaixo (ver Figura 2.15).

��. = ��

. (ℎ� − ℎ�) (eq. 2.5)

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Figura 2.15 - Volume de Controle sobre o Condensador e sua representação no Diagrama de

Mollier. Fonte: (Pirane, M. J - 2011)

Assim o condensador a ser especificado para o sistema de refrigeração deve ser capaz de

rejeitar o fluxo de calor fornecido pelo fluxo de massa e calor do trabalho pelo compressor.

d) Válvula de Expansão

Na válvula de expansão, que pode ser de vários tipos, o processo é adiabático (ver Figura

2.16), e neste caso, aplicando-se a primeira lei da termodinâmica, desprezando-se a variação de

energia cinética e potencial, tem-se:

Figura 2.16 - Volume de Controle sobre a Válvula de Expansão e sua representação no

Diagrama de Mollier. Fonte: (Pirane, M. J - 2011)

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e) Coeficiente de Eficácia do Ciclo (COP)

O coeficiente de eficácia (β ou COP) é um parâmetro importante na análise das instalações

frigoríficas. Embora o coeficiente de eficácia do ciclo real seja sempre menor que o do ciclo ideal

para as mesmas condições de operação podemos com o ciclo ideal verificar quais os parâmetros

que o influenciam assim como o grau de influência de cada parâmetro. O coeficiente de eficácia

b é definido como segue:

( eq. 2.6)

Pode-se inferir da equação acima que para o ciclo ideal a eficácia é função somente das

propriedades do refrigerante, conseqüentemente, do refrigerante das temperaturas de condensação

e vaporização como será mostrado mais adiante. Para o ciclo real, entretanto, o desempenho

dependerá em muito das propriedades na sucção do compressor e deste, assim como dos demais

equipamentos.

O coeficiente de eficácia (β) deve ser sempre maior que 1 (um). Quanto mais próximo de

zero temos um menor rendimento para o sistema.

2.2.6 Parâmetros que influenciam a Eficácia (COP)

Vários parâmetros influenciam a eficácia do ciclo de refrigeração. A seguir analisaremos a

influência de cada um deles separadamente.

a) Influência da Temperatura de vaporização

Para ilustrar o efeito que a temperatura de vaporização (T0) tem sobre a eficácia do ciclo

vamos considerar um conjunto de ciclos em que somente a temperatura de vaporização é alterada

(a temperatura de condensação é mantida constante). Estes ciclos estão mostrados na Figura 2.17.

Nesta análise usou-se o refrigerante-22 típico de sistemas de ar-condicionado.

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Lembrando-se que o calor sempre é transmitido da temperatura maior para a menor, para

que um ambiente seja mantido a baixas temperaturas, o evaporador (onde ocorre a vaporização

do refrigerante) deve estar a uma temperatura abaixo da do ambiente.

O processo ocorre quando o sistema de refrigeração funciona continuamente, abaixando a

temperatura da câmara de refrigeração, do interior da geladeira, por exemplo. Note-se que a

temperatura de vaporização pode ser facilmente controlada por meio de instrumentos de

automação.

Figura 2.17 - Influência da Temperatura do Vaporização no Coeficiente de Eficácia do Ciclo (β) Fonte: (Pirane, M. J - 2011)

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b) Influência da Temperatura de condensação

Assim como no caso da temperatura do vaporização, a influência da temperatura de

condensação é mostrada num conjunto de ciclos onde apenas se altera a temperatura de

condensação (TC).

Figura 2.18 - Influência da Temperatura de Condensação no Coef. de Eficácia do Ciclo (β)

Fonte: (Pirane, M. J - 2011)

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Esta análise é mostrada na Figura 2.18. Observe-se que para a mesma variação de

temperatura (TC) (15ºC) em relação a temperatura de vaporização (T0), a vaporização da

eficácia no caso da temperatura de condensação TC é menor que no caso da variação de T0.

Venturini e Pirani (2005) instruem que a temperatura de condensação deve ser fixada em

um valor entre 11 ºC e 15 ºC maior que a temperatura de bulbo seco do ar que entra no

condensador. E do ponto de vista econômico, o valor ótimo da diferença entre a temperatura

de condensação e a temperatura do ar que deixa o condensador, deve estar entre 3,5 ºC e 5,5

ºC.

Ainda segundo Venturini e Pirani (2005), recomenda-se que, em qualquer situação, a

temperatura de condensação nunca seja superior a 55 ºC. No entanto, para garantir a eficiência

do sistema de compressão e, ao mesmo tempo, obter uma maior vida útil dos compressores, a

temperatura de condensação não deve ser maior que:

• 48 ºC, quando a temperatura de evaporação do sistema frigorífico for maior ou igual a 0 ºC;

• 43 ºC, quando a temperatura de evaporação do sistema frigorífico for menor que 0 ºC.

Quanto maior é o condensador, menor é a temperatura de condensação. Porém,

condensadores excessivamente grandes podem causar problemas devido à baixa pressão de

condensação.

c) Influência do sub-resfriamento do líquido

De forma idêntica aos dois casos anteriores, a Figura 2.19 mostra a influência do sub-

resfriamento do líquido após sair do condensador no aumento da eficácia. Observa-se também

que a variação é bem menor que nos dois casos anteriores.

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Figura 2.19 - Influência do Sub-Resfriamento do Líquido no Coeficiente de Eficácia do Ciclo

(β). Fonte: (Pirane, M. J - 2011)

d) Influência do superaquecimento útil

Quando o superaquecimento do refrigerante ocorre retirando calor do meio que se deseja

resfriar, chamamos a este “Superaquecimento útil”. A Figura 2.20 mostra a influência deste

superaquecimento na eficácia do ciclo. Quando este superaquecimento não é realizado através

de um trocador de calor intermediário, normalmente para o sistema completo há uma

diminuição da eficácia ao contrário do que está mostrado na figura abaixo.

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Figura 2.20 - Influência do Superaquecimento no Coeficiente de Eficácia do Ciclo (β)

Fonte: (Pirane, M. J - 2011)

Na Figura 2.20 é mostrada a influência desse superaquecimento na performance do ciclo

de refrigeração. Como pode ser observado no último quadro desta figura, a variação do COP

com o superaquecimento depende do refrigerante. Nos casos mostrados, para o R717 o COP

sempre diminui, para R134a o COP sempre aumenta e para o R22, o caso mais complexo, há

um aumento inicial e depois uma diminuição. Para outras condições do ciclo, isto é, To e Tc.

Este aspecto da influência do superaquecimento na capacidade frigorífica do sistema será estuda

com mais detalhes quando da análise operacional dos compressores alternativos e de sua

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eficiência volumétrica. Isto se deve ao fato que o superaquecimento aumenta o volume

específico do refrigerante na entrada do compressor e este desloca uma massa menor que

deslocaria caso não existisse o superaquecimento. Este efeito de aumento de volume específico

na diminuição do fluxo de massa é mais sensível que o efeito - frigorífico. Quando analisaremos

a eficiência do compressor teremos oportunidade para esta verificação.

2.2.7 - Considerações Sobre Fluidos Refrigerantes

Fluidos refrigerantes são substâncias empregadas como veículos térmicos na realização

dos ciclos de refrigeração. Em ciclos de compressão a vapor, o refrigerante é o fluido de

trabalho que alternadamente vaporiza e condensa quando absorve e libera energia térmica. Um

refrigerante satisfatório deveria possuir certas propriedades químicas, físicas e termodinâmicas

que faz o seu uso seguro e econômico, no entanto, não existe um refrigerante ideal. As vastas

diferenças entre as condições operacionais e as exigências das várias aplicações fazem com que

o refrigerante ideal seja uma meta impossível de se alcançar. Então, um refrigerante só se

aproxima das condições ideais somente quando suas propriedades estão de acordo com as

condições que satisfazem e exigências de uma determinada aplicação.

De acordo com a Dupont Refrigerantes. Não existe ainda o fluido refrigerante perfeito.

Todas as alternativas possuem benefícios em troca de riscos (“trade-off”), HFO’s são fortes

candidatos para substituírem os HFC’s de alto GWP,com a possibilidade de desenvolver

fluidos refrigerantes com baixo GWP e boa capacidade, (COP) para substituírem os HFC’s de

alto GWP. E para isto, será Necessário o balanceamento do GWP, flamabilidade e de

performance. Tecnologias mescladas entre fluidos sintéticos e naturais podem vir a ser uma boa

alternativa. Quanto à Questões relacionadas à flamabilidade devem ser avaliadas dentro das

normas e códigos de segurança, inclusive definindo tamanhos de cargas seguras para fluidos

com flamabilidade intermediária.

O conceito de projeto das condições de trabalho de um fluido refrigerante no interior de um

sistema de refrigeração deve seguir parâmetros específicos próprios ao perfil do processo ao qual se

destina. Muitas das variações destas condições são desprezadas, pelo simples desconhecimento das

graves consequências que seus efeitos exercem sobre o rendimento e eficiência energética da

instalação [Rahn, 2006]. Em sistemas de refrigeração de grande porte o fruído refrigerante

R717[amônia]. Largamente utilizada, sendo em algum caso (em que a toxidade não permita a sua

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aplicação) substituindo pelo refrigerante R134a ou o R22. O fluido refrigerante R717 é um dos mais

eficientes fluidos, dentro de suas características de aplicação, possuindo uma grande capacidade de

efeito frigorífico, visto seu elevado calor latente de vaporização, muito embora os vapores deste

fluido possuam um grande volume específico [Pohlman,1971].Considerando os aspectos ambientais

globais, o fluido refrigerante R717 não destrói a camada de ozônio, além de ter um tempo de vida

curta na atmosfera (máximo 15 dias), também não contribui para o efeito estufa. Ainda devido as

suas excelentes propriedades termodinâmicas, o R717 requer uma menor parcela de energia primária

para produzir uma certa capacidade de refrigeração (alto valor do COP) do que quase todos os outros

fluidos refrigerantes, de forma que o efeito indireto do aquecimento global, devido a utilização da

energia a partir das usinas de carvão (principalmente na região sul do pais) também é um dos mais

baixos disponíveis.

a) Características e Propriedades dos Fluidos Refrigerantes.

O fluido refrigerante deve ser não inflamável, não explosivo, não tóxico em seu estado

puro ou quando misturado com o ar e também, não deve contaminar alimentos ou outros

produtos armazenados no espaço refrigerado se ocorrer um vazamento no sistema. As pressões

correspondentes às temperaturas disponíveis com os meios de condensação normais não devem

ser excessivas, para assim eliminar a necessidade de construção extremamente pesada. As

pressões correspondentes às temperaturas necessárias para maior parte dos processos de

condicionamento de ar e refrigeração devem ser acima da pressão atmosférica para assim evitar

penetração de ar e vapor d’água. Um calor de vaporização relativamente grande é desejável

para que as capacidades necessárias possam ser obtidas com o menor peso do fluxo de

refrigerante. O vapor deve ter um volume específico relativamente baixo, porque é este volume

que estabelece a dimensão necessária ou deslocamento do compressor. Esta propriedade é mais

importante para o compressor alternativo do que para a máquina centrífuga a qual é uma bomba

de baixa pressão e grande volume. É desejável que o refrigerante tenha um baixo calor

específico no estado líquido para que menos calor seja necessário para esfriar o líquido partindo

da temperatura de condensação até a temperatura a qual o processo de resfriamento deve ser

realizado. O calor necessário para este resfriamento resulta em "Flash Gás", e diminui o efeito

de refrigeração ou capacidade de resfriamento do refrigerante circulado. Os coeficientes de

transferência de calor e a viscosidade devem contribuir para boas proporções de transferência

de calor. O refrigerante deve ser facilmente detectado por indicadores adequados para localizar

vazamentos no sistema. O refrigerante deve ser compatível com os óleos lubrificantes usuais, e

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não devem alterar sua efetividade com lubrificantes. O refrigerante não deve ser corrosivo para

os metais usualmente empregados em um sistema de refrigeração e devem ser quimicamente

estáveis. O refrigerante deve ser facilmente disponível, de custo baixo, ambientalmente seguro,

não contribuir para a destruição da camada de ozônio ou para aumentar o efeito estufa e ser de

fácil manuseio. A American Society of Heating, Refrigeration and Air-Conditioning Engineers,

(ASHRAE) tem catalogado mais de 100 refrigerantes, fórmulas químicas, diagramas ph,

propriedades termodinâmicas e outras características nos livros Fundamentals e Refrigeration

(ASHRAE). Os técnicos, engenheiros e outros profissionais da área de refrigeração devem se

manter sempre atualizados com as pesquisas que estão sendo desenvolvidas na indústria de

refrigerante, em virtude de projetos de pesquisa serem continuamente patrocinados pelas

organizações da indústria de refrigeração para melhorar os refrigerantes, equipamentos e

técnicas de projeto disponíveis para refrigeração, ar condicionado e aplicações em bomba de

calor.

b) Refrigerante R-134

Os sistemas de ar-condicionado têm se tornado itens cada vez mais importantes para o

conforto térmico de seus usuários. Mas o esse fator não é o único a ser observado nos sistemas

de refrigeração. Parâmetros ambientais também são verificados e sua influência é bastante

observada no desenvolvimento dos equipamentos HVAC automotivos. O principal item a ser

observado é o tipo do refrigerante a ser utilizado.

O gás R-12 (DICLORODIFLUORMETANO), bastante utilizado em meados da década

de 80, era bastante prejudicial à camada de ozônio (O3). Devido à sua alta toxicidade (causa

sufocações mesmo em pequenas quantidades) e a sua capacidade de destruição do O3, teve de

ser substituído por refrigerantes alternativos, conforme determinado pelo protocolo de

Montreal.

Esse documento tem por finalidade estipular medidas para proteger a camada de ozônio,

adotando métodos preventivos para regulamentar equitativamente o total das emissões

mundiais de substâncias que a deterioram, sendo o objetivo final a eliminação dos itens que

prejudicam a camada de Ozônio.

Vendo tais dificuldades, foi-se observando alternativas para substituição do R-12. Nos

dias atuais o gás refrigerante R-134a (1,1,1,2-DICLORODIFLUORMETANO) está sendo

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largamente utilizado em sistemas veiculares e está sendo visto como alternativa também para

aplicações em ar-condicionado com fins de uso doméstico. O mesmo não é inflamável e não

explosivo, é um HFC que tem potencial nulo de destruição da camada de ozônio e um baixo

efeito estufa. Possui toxicidade imperceptível comparado ao R-12. O R-134 apresenta boa

miscibilidade com os óleos lubrificantes a base de Poliol Éster (POE’s), eliminando riscos

explosivos no sistema.

c) - Classificação dos Fluidos Refrigerantes.

Os fruídos refrigerantes mais utilizados na indústria podem ser classificados nos

seguintes grupos, segundo sua composição química:

• Hidrocarbonetos halogenados

• Hidrocarbonetos puros

• Compostos inorgânicos

• Misturas azeotrópicas

• Misturas não azeotrópicas.

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CAPÍTULO 3 – PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

Neste capítulo é feita uma descrição do Experimento e da Metodologia conduzida para

alcançar os objetivos propostos. Destaca-se a adaptação do Condensador e define-se as

configurações para ensaios, testes e comparações dos parâmetros de operação e desempenho do

Sistema de Refrigeração investigado com condensador original e modificado.

3.1 – Descrição da Bancada Experimental

Para a realização dos trabalhos investigativos foi instalada uma bancada de teste

utilizando um sistema de refrigeração comercial a partir de um sistema de um bebedouro

d’água. O conjunto é composto de todos os elementos que compõem um ciclo básico de

refrigeração, que são: compressor, condensador, filtro secador, tubo capilar (válvula de

expansão) e evaporador. O mesmo foi instrumentado de forma a se obter valores de

temperaturas e pressões em pontos específicos do sistema, onde também foi verificada a

potência requeri da pelo compressor e ventilador para convecção forçada. Conforme Figura 3.1.

Figura 3.1. Esquema da bancada Experimental

O esquema da figura 3.1 mostra o funcionamento da Bancada Experimental, onde

foram utilizados os instrumentos de medição de grandezas elétricas: Amperimetro e

Voltímertro; Analisador de Temperaturacom termopares sendo distribuídos 5 termopares, em

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pontos específicos do ciclo de refrigeração. Foram obtidas as entalpias nos pontos dos processos

termodinâmicos do esquema acima com o objetivo de fazer um mapeamento das temperaturas

ao longo do ciclo de refrigeração em análise.

3.1.1 Procedimento de Revestimento Poroso: Condensador Modificado

A partir do condensador original de um bebedouro d’água, com dimensões de: 28 x 21

x 5 cm (comprimento x altura x largura), do tipo serpentina mono tubo de cobre, diâmetro de

¼ polegada, com aletas no formato aramados. O mesmo foi colocado em uma forma de madeira

com dimensões de 30 x 22 x 6 cm (comprimento x altura x largura) possibilitando a moldagem

do revestimento com um tipo de argamassa porosa contendo: pasta de gesso, água e bucha

vegetal, de maneira à preencher todo o volume ocupado pela área de troca de calor do

condensador original (Figura 3.2). Depois de moldado, o conjunto condensador passou por um

processo de secagem natural ao sol por um período de 24 horas para facilitar a remoção da

forma de madeira. Em seguida o mesmo foi submetido a um processo de calcinação: secagem

em um forno a uma temperatura de 1200C por duas horas/ 3000C por mais duas horas/ 6000C

por mais um período de duas horas, completando assim o processo de calcinação. A secagem

do revestimento poroso foi realizada no forno elétrico como mostrado na Figura 3.3;

Figura 3.2 – Condensador Original e Modificado (revestimento poroso)

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Figura 3.3 – Forno Elétrico de Sinterização

Após o resfriamento do mesmo, foi realizado teste de estanqueidade e em seguida o

procedimento de instalação e reintegração ao conjunto frigorífico do bebedouro. A carga com

o fluido refrigerante R134a foi resposta criteriosamente conforme condição inicial original

considerando a massa de refrigerante e as pressões no sistema de refrigeração. Finalmente, foi

ensaiado para efeito de comparações de desempenho do equipamento, conforme a metodologia

dos experimentos realizados.

3.1.2– Determinação da Área de Transferência de Calor

O mecanismo de troca de calor controlado por convecção natural da superfície externa

do condensador na versão original passa a ser controlado pela combinação resistiva de

condução da superfície externa do condensador para o meio poroso e por convecção natural da

superfície externa do meio poroso para meio ambiente. A umidade adsorvida por gotejamento

sobre a aresta superior do meio poroso induz ao aumento do coeficiente de condutância térmica

para a superfície externa do meio poroso como ocorre analogamente no mecanismo de troca de

calor em micro tubos de calor.

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A partir da medição dos dados geométricos do condensador original foi obtida a área

convectiva de troca de calor do Condensador original com 1.291 cm2.

Cálculo aproximado:

14 tubos de 28 cm e diâmetro 0,6 cm - Área tubos =740cm2

88 arames de 20 cm e diâmetro 0,1 cm - Área arames =554cm2

Área total=1.294 cm2

Após a modificação proposta, o Condensador Modificado com revestimento poroso

passou a apresentar uma área aproximada de 1.944 cm2, conforme medidas realizadas na

moldura final obtida. Ficou evidenciado um aumento da ordem de 50 % na área de troca de

calor convectiva para o meio ambiente, o que a princípio já sugeria uma maior possibilidade de

dissipação térmica.

Cálculo aproximado:

2 faces de 30 x 22 cm = 1.320 cm2

2 faces de 30 x 6 cm = 360 cm2

2 faces de 22 x 6 cm = 264 cm2

Área total= 1.944 cm2

3.1.3 Mecanismos de transferência de calor no Condensador

O mecanismo de transferência de calor que ocorre no Condensador original obedece ao

modelo do diagrama ilustrado na Figura 3.4. O ponto 1 refere-se ao interior do tubo de cobre

onde circula o fluido refrigerante, o ponto 2 representa a superfície interna do tubo de cobre, o

ponto 3 a superfície externa do tubo de cobre e o ponto 4 o meio ambiente exterior ao

condensador.

Figura 3.4 - Modelo da transferência de calor no Condensador original

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A equação � =∆�(��� !)

"#determina o cálculo do coeficiente global de transferência de

calor para o modelo do Condensador original em função das resistências controladoras em cada meio de propagação.

%� = ∑ %�'()� = %� +%� +…+ %'(eq. 3.1)

� = �,-�."�(/ 01 )2"�30 ,1 42"�3, .1 4

(eq. 3.2)

Onde:q é a quantidade de calor dissipado pelo condensador original.

T3é a temperatura na entrada do condensador original.

T4é a temperatura na saída do condensador original.

Ro(1/2) é a resistência convectiva do refrigerante à parede interna do tubo.

Ro(2/3) é a resistência condutiva da parede interna para a parede externo do tubo.

Ro(3/4) é a resistência convectiva da parede do tubo ao meio ambiente.

O mecanismo de transferência de calor que ocorre no Condensador com revestimento

poroso pode ser representado de forma simplificada como no modelo do diagrama ilustrado na

Figura 3.5. O ponto 1 refere-se ao interior do tubo de cobre onde circula o fluido refrigerante,

o ponto 2 representa a superfície interna do tubo de cobre, o ponto 3 a interface condutiva entre

a superfície de contato entre o tubo de cobre e o revestimento poroso, o ponto 4 a superfície

externa do revestimento poroso e o ponto 5 situa-se no meio ambiente exterior ao condensador.

Figura 3.5 - Modelo transferência no Condensador Modificado (revestimento poroso)

1 2 3 4 5

G=LEGENDA: Condensador Poroso RP(1/2) : Resistência convectiva refrigerante RP(2/3) : Resistência condutiva tubo RP(3/4) :Resistência condutiva revestimento R Resistência convectiva meio

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A equação � =∆�(��� !)

"# determina o cálculo do coeficiente global de transferência de calor

para o modelo do Condensador poroso revestido com argamassa porosa em função das resistências controladoras em cada meio de propagação.

% �= ∑ %�

'()� = %� +%� +…+ %' (eq. 3.3)

� = �,-�."5(/ 01 )2"530 ,1 42"53, .1 42"53. 61 4

(eq. 3.4)

Onde: q é a quantidade de calor dissipado pelo condensador poroso.

T3 é a temperatura na entrada do condensador poroso.

T4 é a temperatura na saída do condensador poroso.

Rp(1/2) é a resistência convectiva do refrigerante para a parede interna do tubo.

Rp(2/3) é a resistência condutiva da parede interna para a parede externa do tubo.

Rp(3/4) é a resistência condutiva do revestimento para a parede interna do tubo.

Rp(4/5) é a resistência convectiva da parede do tubo para o meio ambiente.

3.2 -Descrição dos Equipamentos e Instrumentação

A Bancada Experimental de ensaio é composta de um sistema de bebedouro (conforme

Figura 3.6): compressor, condensador, filtro secador, tubo capilar e evaporador. O mesmo foi

instrumentado de forma a se obter os parâmetros operacionais como: temperaturas na entrada

do evaporador (T1) e saída do evaporador (T2), na entrada do condensador (T3) e saída do

condensador (T4), na entrada do compressor (T5); pressões de evaporação (Pe) e condensação

(Pc); a potência requerida pelo compressor (�� �) e ventilador (�� 7) durante o processo de

resfriamento. A carga térmica (�8� ) foi utilizado um volume de 2000ml água contida câmara fria

do evaporador

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Figura 3.6 – Bancada Experimental de Ensaios

A umidificação do Condensador Modificado poroso foi realizada utilizando um

reservatório localizado em um ponto acima do condensador o qual alimentava um tubo

horizontal contendo orifícios de gotejamento e um registro regulador de vazão, capaz de

controlar a vazão de gotejamento de forma a garantir toda a área do condensador umedecida.

Desta forma, possibilitar o aumento da dissipação de calor, contribuindo para uma maior

eficiência ao sistema de refrigeração. (Conforme esquema da Figura 3.7).

Figura 3.7 – Sistema de Umidificação do Condensador

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A bancada de testes foi equipada com a seguinte instrumentação: Conjunto manifold de

refrigeração com manômetros de alta pressão (faixa0 a 500 Psi,) e de baixa pressão (faixa -30

a 120 Psi) (Figura 3.8); Controlador digital de temperatura, (Figura 3.9) e Multímetro digital

modelo DT-266, (Figura 3.10).

Figura 3.8 – Manômetros de alta e baixa pressão

Figura 3.9 – Controlador da temperatura do reservatório de água (Evaporador)

Figura 3.10 – Analisador de temperatura e multímetro

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Os dados de temperaturas foram obtidos utilizando Termopares do tipo “T” com a

junção no centro do tubo de cobre, conforme Normas Brasileiras (NBR 12863). Foram

utilizados 5 termopares distribuídos da seguinte forma: temperatura de entrada (T1) e

temperatura de saída (T2) do evaporador, temperatura de entrada (T3) e temperatura de saída

(T4) do condensador e temperatura de entrada do compressor (T5), conforme a indicação das

posições dos termopares na entrada do instrumento para monitoramento e aquisição dos dados.

As medições referentes às pressões foram realizadas com o conjunto de manômetros de

alta pressão e baixa pressão, localizados respectivamente depois da descarga do compressor e

na saída do tubo capilar de expansão.

A temperatura da água na cuba do evaporador foi medida através do controlador digital

de temperatura regulando a atuação do refrigerador, sendo o setpoint de temperatura ajustado

para 10 °C.

3.3 - Descrição do Procedimento Experimental

Foram realizados ensaios em 6 configurações diferentes, conforme Diagrama abaixo,

como segue: 1) Original com convecção natural; 2) Original com convecção forçada; 3)

Modificado seco e convecção forçada; 4) Modificado seco e convecção natural; 5) Modificado

úmido e convecção forçada; 6) Modificado úmido e convecção natural.

Figura 3.11 – Diagrama das Configurações Experimentais Ensaiadas

Todas as configurações foram montadas com componentes similares do mesmo modelo

e marca e testadas conforme procedimento a seguir: Os instrumentos de medição na bancada

de teste são ligados e ajustados. A temperatura inicial da água na cuba em 28 oC, em equilíbrio

Condensador ORIGINAL

Condensador MODIFICADO

Convecção Natural (1)

Convecção Forçada (2)

SECO ÚMIDO

Convecção forçada (3)

Convecção forçada (5)

Convecção natural (4)

Convecção natural (6)

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43

com a temperatura da sala, então o refrigerador é ligado, sendo monitorados todos os

parâmetros e o intervalo de tempo da partida até o instante em que o refrigerador é desligado

pelo controlador com o setpoint ajustado em 10 °C. Todos os dados da aquisição são

armazenados em planilha eletrônica para processamento e cálculo dos parâmetros e formatação

de gráficos comparativos. Os ensaios foram repetidos 3 vezes e considerados a média dos

valores de cada parâmetro para calcular os tempos e o coeficiente de performance COP, como

também a transferência de calor do evaporador e do condensador, e obtenção dos gráficos

pressão versus entalpia especifica (P x h). Finalmente os resultados de todas as configurações

testadas são comparados.

3.4-Parâmetros Medidos e Calculados

Os parâmetros e dados medidos e adquiridos durante os ensaios foram alimentados em

uma planilha eletrônica possibilitando calcular e determinar os demais parâmetros como:

Coeficiente de Eficácia (COP), Efeito frigorífico, Calor absorvido no Evaporador e Calor

dissipado no Condensador, dentre outros.

9:; =��8�� �

�� � = <. =

Onde: 9:; = Coeficiente de Eficácia �8� = Capacidade Frigorífica (kJ/s)

�� �= Potencia fornecida pelo compressor (kJ/s)

<= Corrente Elétrica no motor do compressor (Ampére)

== Tensão Elétrica no motor do compressor (Volts)

��8 ==á>?@. (⍴(. ℎ( − ⍴� . ℎ�)

A"

Onde:

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44

=á>?@= Volume de água de uma batelada;

⍴( . ℎ(= Produto da densidade pela entalpia da água na temperatura inicial

⍴� . ℎ�=Produto da densidade pela entalpia da água na temperatura final

A"= Tempo de resfriamento do estado inicial para o final

Parâmetros fixos considerados: V (dm3) 2 Ti ( oC ) 28 Tf ( oC ) 10 ⍴i (kg/dm3) 0,997 ⍴f (kg/dm3) 1,000 Hi (kJ/kg) 117,370 Hf (kJ/kg) 42,021 V (Volts) 220 I (Ampére) 0,6

Cpi (kJ/kg.K) 4,177

Cpf (kJ/kg.K) 4,195

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45

CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÃO

Este capítulo apresenta os resultados obtidos nos ensaios de desempenho para avaliar o

comportamento do sistema de refrigeração domestica investigado na condição original e com

as modificações propostas para o Condensador, que tem a função no ciclo termodinâmico de

dissipar calor para o meio ambiente.

Para efeito comparativo é feito primeiramente uma análise do efeito da convecção

forçada sobre a convecção natural nos resultados de desempenho obtidos nos ensaios das 6

configurações testadas, considerando o sistema frigorífico com Condensador Original e em

seguida com Condensador Modificado (com revestimento poroso) nas condições seca e

umidificada. Discute-se ainda, os resultados entre todas as configurações propostas em relação

à configuração original do sistema de refrigeração comercial estudado.

4.1 –Configuração Original com convecção forçada e com convecção natural:

O condensador tem a função de rejeitar o calor absorvido pelo evaporador, adicionado

do calor gerado pela compressão do fluido refrigerante, considerando que o fluido refrigerante

sai do compressor na forma de vapor superaquecido à alta pressão, e que no condensador, pela

eliminação do calor, faz retornar o vapor à fase líquida para que ele possa ser reutilizado no

ciclo de refrigeração.

Na grande maioria dos refrigeradores domésticos, por questão de redução de custo,

utiliza-se normalmente sistemas de refrigeração com condensador do tipo “tubo aramado” que

utiliza a circulação natural de ar (convecção natural) com o fluido refrigerante escoando por

dentro dos tubos.

Para efeito de comparação o sistema foi testado na configuração comercial com

convecção natural e numa configuração adaptando-se um eletro ventilador para realizar uma

convecção forçada.

Os dados coletados: temperatura na entrada do evaporador (T1), temperatura na saída

do evaporador (T2), temperatura na entrada do condensador (T3), temperatura na saída do

condensador (T4), temperatura na entrada do compressor (T5) (sucção), pressão de

condensação e pressão de evaporação do sistema, tempo de operação por batelada.

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46

Gráfico 4.1 - Condensador Original: convecção natural e forçada

Verifica-se que o efeito da convecção forçada sobre a convecção natural com relação às

temperaturas T3 e T4 de entrada e saída do condensador é muito significativa o que propicia

uma maior dissipação térmica para o meio ambiente e, portanto, maiores Efeito Frigorífico e

Coeficiente de Eficácia.

O tempo de uma batelada para o ensaio do Condensador Original com convecção

forçada reduziu de aproximadamente 33% em relação à convecção natural. As Temperaturas

médias de entrada (T3) e saída (T4) do Condensador Original com convecção natural

reduziram, respectivamente, de 70 e 60 para 55 e 43 oC com convecção forçada. No Evaporador

as Temperaturas médias de entradas (T1) e saída (T2) mantiveram-se em 27 e 28oC para

convecção natural e em 21e 24oC quando na configuração com convecção forçada. Como

consequência, o Coeficiente de Eficácia aumentou de 1,55 para 2,30 respectivamente.

Conforme verificado nos gráficos de temperaturas a condição recomendada por

Venturini e Pirani (2005) de que em qualquer situação a temperatura de condensação nunca

seja superior a 55 ºC só é satisfeita para a configuração com convecção forçada no Condensador

Original. Além do mais, para garantir a eficiência do sistema de compressão e uma maior vida

útil do compressor a temperatura de condensação não deve ser maior que 48 ºC, quando a

temperatura de evaporação do sistema frigorífico for maior ou igual a 0 ºC.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

Condensador Original: seco, convecçao naturalT

em

pe

ratu

ra (

°C)

Tempo (min)

T1

T2

T3

T4

Tag

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

Condensador Original: seco, convecçao forçada

Te

mp

era

tura

(°C

)

Tempo (min)

T1

T2

T3

T4

Tag

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47

Gráfico 4.2 - Condensador Modificado Seco: Convecção Natural e Forçada

Verifica-se que com o Condensador Modificado e Seco o efeito da convecção forçada

sobre a convecção natural com relação às temperaturas T3 e T4 de entrada e saída do

condensador é muito significativa o que propicia uma maior dissipação térmica para o meio

ambiente e, portanto maiores Efeito Frigorífico e Coeficiente de Eficácia.

O tempo de uma batelada para o ensaio do Condensador Original Seco com convecção

forçada reduziu de aproximadamente 25% em relação à convecção natural. As Temperaturas

médias de entrada (T3) e saída (T4) do Condensador Original Seco com convecção natural

reduziram, respectivamente, de 59 e 40 para 55 e 54oC com convecção forçada. No Evaporador

as Temperaturas médias de entradas (T1) e saída (T2) mantiveram-se em 20 e 21oC para

convecção natural e em 23 e 27oC quando na configuração com convecção forçada. Como

consequência, o Coeficiente de Eficácia aumentou de 1,34 para 2,04 respectivamente.

Gráfico 4.3 - Condensador Modificado e Úmido: Convecção Natural e Forçada

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

Condensador Modificado: seco, convecçao naturalT

em

pera

tura

(°C

)

Tempo (min)

T1

T2

T3

T4

Tag

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

50

55

60

65

70

75

Condensador Modificado: umido, convecçao forçada

Tem

pera

tura

(°C

)

Tempo (min)

T1

T2

T3

T4

Tag

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48

Verifica-se que com o Condensador Modificado e úmido o efeito da convecção forçada

sobre a convecção natural com relação às temperaturas T3 e T4 de entrada e saída do

condensador foi significativo, propiciando maiores Efeito Frigorífico e Coeficiente de Eficácia.

O tempo de uma batelada para o ensaio do Condensador Original Úmido com

convecção forçada reduziu de aproximadamente 25% em relação à convecção natural. As

Temperaturas médias de entrada (T3) e saída (T4) do Condensador Original Úmido com

convecção natural reduziram, respectivamente, de 62 e 41 para 41 e 36oC com convecção

forçada. No Evaporador as Temperaturas médias de entradas (T1) e saída (T2) mantiveram-se

em 21 e 24oC para convecção natural e em 18 e 22oC quando na configuração com convecção

forçada. Como consequência, o Coeficiente de Eficácia aumentou de 2,56 para 2,67

respectivamente.

4.4 – Análise comparativa entre as configurações ensaiadas

Na tabela demonstra a temperatura de operação para diferentes configurações do condensador

Configurações testadas T1

(Ee) T2

(Es) T3

(Ce) T4

(Cs) ∆tm (s)

Condensador Original com convecção natural 26,2 26,3 70,2 57,7 731

Condensador Original com convecção forçada 25,6 21,6 47,0 43,9 493

Condensador Modificado seco e convecção

natural

23,0 22,9 62,9 41,3 845

Condensador Modificado seco e convecção

forçada

26,8 26,0 54,4 53,6 557

Condensador Modificado úmido e convecção

natural

25,1 22,7 62,0 44,1 444

Condensador Modificado úmido e convecção

forçada

24,6 21,0 41,0 37,1 425

Tabela 4.1 – Temperaturas: Evaporador T1 entrada (Ee) e T2 saída (Es), Condensador T3

entrada (Ce) e T4 saída (Cs), T5 Compressor (Cpe), Tempo médio de resfriamento por

batelada (∆tm).

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Condensadores PC (Psi) Pe (Psi)

Original com convecção natural 388,3 34,6

Original com convecção forçada 238,3 27

Modificado seco e convecção forçada 311,7 27,3

Modificado seco e convecção natural 232 32

Modificado úmido e convecção forçada 168,3 23,3

Modificado úmido e convecção natural 210 35

Tabela 4.2 – Pressões de operação para diferentes configurações do condensador

Gráfico 4.4 – Pressão condensador (Pc) e Evaporador (Pe)

O gráfico 4.4 apresenta uma queda de pressão no condensador modificado úmido e

convecção forçada na ordem de 57% em relação ao condensador original convecção natural e

uma variação de pressão no evaporador de 23 % relacionada a mesma condição.

0

50

100

150

200

250

300

350

400

450

Original

com

convecção

natural

Original

com

convecção

forçada

Modificado

seco e

convecção

forçada

Modificado

seco e

convecção

natural

Modificado

úmido e

convecção

forçada

Modificado

úmido e

convecção

natural

Pre

ssã

o (

Psi

)

Condensadores

Média da Pressão

PCond. (Psi)

Pevap. (Psi)

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50

Na tabela 3, é mostrado os valores do COP, para cada configuração ensaiada.

Ciclo COP

Original com convecção natural 1,55

Original com convecção forçada 2,30

Modificado seco e convecção natural 1,34

Modificado seco e convecção forçada 2,04

Modificado úmido e convecção natural 2,56

Modificado úmido e convecção forçada 2,67

Tabela 4.3 – Análise para diferentes configurações do condensador do COP

Nos ensaios realizados para verificação do coeficiente de performance (COP), percebe-

se inicialmente que o sistema com condensador modificado úmido e convecção forçada

apresenta o maior desempenho avaliado pelo cálculo do COP.

Os gráficos 4 e 5 mostram as o diagrama p x h dos ciclos reais e ideais respectivamente,

para cada instante analisado em gráficos do tipo pressão versus entalpia específica:

Gráfico 4.5 – Diagrama p x h do ciclo de refrigeração Moller real

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51

Gráfico 4.6 – Diagrama p x h do ciclo de refrigeração Moller ideal

A avaliação global entre as configurações testadas mostra que:

O uso da convecção forçada na configuração com o Condensador Original teve um

efeito muito maior quando comparado com as Configurações com o Condensador Modificado.

As configurações com convecção forçada requerem a utilização do eletro ventilador,

sendo um componente adicional no custo, além do consumo de energia.

A configuração com Condensador Modificado Úmido com convecção natural

apresentou um Coeficiente de Eficácia (COP) 65 % maior que o da configuração com

Condensador Original com convecção natural e11 %maior comparado como Condensador

Original com convecção forçada, sendo considerada a configuração com a melhor relação custo

benefício.

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52

CAPÍTULO 05 – CONCLUSÕES E SUGESTÕES

5.1- CONCLUSÕES:

O trabalho teve como finalidade fazer uma análise térmica experimental em uma

bancada de teste de um sistema de refrigeração comercial (bebedouro d’água), avaliando o

comportamento do sistema original com as diversas configurações propostas com o

condensador modificado.

O Coeficiente de Eficácia (COP) com o condensador original com convecção natural,

apresentou um valor de 1,55 e a Temperatura média do Condensador de 70oC a 55 ºC superior

conforme Venturini e Pirani (2005) Para esse tipo de aplicação.

A configuração de melhor COP (2,67) foi ao sistema equipado com Condensador

Modificado Úmido e com convecção forçada por eletro ventilador, sendo 72 % maior que a

configuração original.

O sistema equipado com Condensador Modificado Úmido e com convecção natural

apresentou um COP de 2,56, sendo 65 % maior que a configuração original. Esta configuração

não utiliza eletro ventilador o que simplifica e favorece a relação custo versus benefício.

Portanto, apresenta um menor consumo de energia comparado ao condensador original. Pode-

se verificar neste trabalho que o condensador Modificado com convecção natural, quando

umidificado, gastou 444 segundos para resfriar dois litros de água que se encontrava na

temperatura de 28 0C, até à temperatura de 10 0C, enquanto que o condensador original com

convecção natural gastou 731 segundos para resfriar a mesma quantidade de água para uma

mesma faixa de temperatura, e como consumo de energia é calculado pelo produto da potência

requerida para o funcionamento do sistema e o tempo necessário à ocorrência resfriamento.

Desta forma pode-se concluir que o condensador modificado úmido e com convecção natural é

o que melhor se adapta ao sistema proposto.

Em contrapartida, o condensador Modificado Seco com convecção natural apresentou

um COP de 1,34, desta maneira o condensador original teve um desempenho melhor,

aproximadamente de 14%. Desta forma, pode-se verificar que a eficácia do sistema evaporativo

proposto é relevante quando se tem um elemento umidificador atrelado ao meio dissipativo, o

qual contribui para uma maior troca de calor com o meio externo. Desta forma, não tem sentido

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53

a utilização de revestimento poroso para operar a seco, pois aumenta a resistência dissipativa

em comparação com o Condensador Original.

5.2 - SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS:

O presente trabalho abre uma grande possibilidade de uma série de trabalhos e

perspectivas futuras, tendo como base novos estudos utilizando a bancada. Com os resultados

obtidos, torna-se premente a continuidade do estudo com mudança de alguns parâmetros:

a) Mudança no material e características do revestimento poroso;

b) Velocidades variadas da convecção forçada;

c) Investigação na variação da temperatura de resfriamento;

d) Avaliação da quantidade de umidade do meio poroso;

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54

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58

Apêndices

Análise dos Experimentos realizado no condensador original com convecção natural

CONDENSADOR ORIGINAL E CONVECÇÃO NATURAL

Parâmetros Ensaio (I)

Ensaio (II) Ensaio (III) Valores

Médios

T1 25,2 26,2 28,2 26,5

T2 26,4 28 29,2 27,9

T3 72,6 77,7 59,4 69,9

T4 65 60,2 55 60,1

T5 48,9 57 60,7 55,5

I 0,5 0,6 0,6 0,6

Pc 370 380 415 388,3

Pe 32 34 38 34,7

tr 730s 710s 755s 731s

T1-temperatura na entrada do evaporador (C0). T2-temperatura na saída do evaporador (C0). T3-temperatura na entrada do condensador (C0). T4-temperatura na saída do condensador (C0). T5-temperatura na entrada do compressor(sucção) (C0). I-corrente (A) ampere. PC-pressão no condensador. (psi) PE-pressão no evaporador. (psi) TR-tempo de resfriamento. Volume de água na cuba: 2,0 litros. Temperatura ambiente: 29 0C. Umidade do ar: 63%. Desligamento do sistema:Quandoa água atinge 10oC

Reativação do sistema:Quando a água atinge 12oC Água natural: 28.5c0 Água resfriada: 10c0

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59

Experimento realizado com condensador original com convecção forçada

CONDENSADOR ORIGINAL E CONVECÇÃO FORÇADA

Parâmetros Ensaio (I)

Ensaio (II) Ensaio (III) Valores Médios

T1 19,6 21 21,3 20,6

T2 23 24,5 24,7 24,1

T3 54 61,2 63,2 59,5

T4 41 43,9 44,6 43,2

T5 42 43,5 45,3 43,6

I 0,6 0,6 0,6 0,6

Pc 245 230 240 238,3

Pe 28 26 27 27

tr 504s 490s 485s 493s

T1-temperatura na entrada do evaporador. T2-temperatura na saída do evaporador. T3-temperatura na entrada do condensador T4-temperatura na saída do condensador. T5-temperatura na entrada do compressor(sucção). I-corrente (A) amperagem. PC-pressão no condensador. (psi) PE-pressão no evaporador. (psi). TR-tempo de resfriamento. (min:seg) Volume de água na cuba: 2,0 litros. Temperatura ambiente: 29 0C. Umidade do ar: 63%. Desligamento do sistema:Quando a água atinge 10c0

Reativação do sistema:Quando a água atinge 12c0 Água natural: 28.5c0 Água resfriada: 10c0

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Experimento realizado com modificado seco com convecção forçada

CONDENSADOR MODIFICADO SECO E CONVECÇÃO FORÇADA

Parâmetros

Ensaio (i)

Ensaio (ii) Ensaio (iii) Valores Médios

T1 20,60 23,50 24,60 22,90

T2 25,60 27,20 27,90 26,90

T3 50,00 54,20 61,00 55,07

T4 51,00 53,00 57,30 53,77

T5 40,30 45,60 44,40 43,43

I 0,96 0,94 0,97 0,96

Pc 275,00 310,00 350,00 311,67

Pe 22,00 30,00 30,00 27,33

tr 547s 551s 572s 557s

T1-temperatura na entrada do evaporador. T2-temperatura na saída do evaporador. T3-temperatura na entrada do condensador T4-temperatura na saída do condensador. T5-temperatura na entrada do compressor(sucção). I-corrente (A) amperagem. PC-pressão no condensador. (psi) PE-pressão no evaporador. (psi) TR-tempo de resfriamento. (min:seg) Volume de água na cuba: 2,0 litros. Temperatura ambiente: 29 0C. Umidade do ar: 63%. Desligamento do sistema:Quando a água atinge 10c0

Reativação do sistema:Quando a água atinge 12c0 Água natural: 28.5c0 Água resfriada: 10c0

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Experimento realizado com condensador modificado seco com convecção natural

Condensador modificado seco convecção natural

Parâmetros Ensaio (I)

Ensaio (II) Ensaio (III) Valores Médios

T1 19 20,1 20,2 19,8

T2 21,3 21,1 21,7 21,3

T3 58,1 58,2 59,4 58,5

T4 40,1 41 42,1 40,1

T5 42,8 42,3 42,4 42,5

I 0,81 0,80 0,82 0,81

Pc 230 234 232 232

Pe 33 32 31 32

tr 852 836 861 849

Experimento realizado com condensador modificado úmido com convecção forçada

CONDENSADOR modificado úmido convecção forçada

Parâmetros Ensaio (I)

Ensaio (II) Ensaio (III)

Valores Médios

T1 17,8 18,4 19,2 18,47

T2 22 21,8 22,2 22,00

T3 38,8 41,4 42 40,73

T4 33,8 36 36,8 35,53

T5 34,3 36,4 38,8 36,50

I 0,9 0,93 0,94 0,92

Pc 150 175 180 168,33

Pe 22 23 25 23,33

tr 430s 426s 420s 425s

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T1-temperatura na entrada do evaporador. T2-temperatura na saída do evaporador. T3-temperatura na entrada do condensador T4-temperatura na saída do condensador. T5-temperatura na entrada do compressor(sucção). I-corrente (A) amperagem. PC-pressão no condensador. (psi) PE-pressão no evaporador. (psi) TR-tempo de resfriamento. (min:seg) Volume de água na cuba: 2,0 litros. Temperatura ambiente: 29 0C. Umidade do ar: 63%. Desligamento do sistema: Quando a água atinge 10c0

Reativação do sistema: Quando a água atinge 12c0 Água natural: 28.5c0 Água resfriada: 10c0

Volume de água (evaporada) gasta no banho do recheio de gesso no condensador: 500 ml

Experimento realizado com condensador modificado úmido com convecção natural

CONDENSADOR modificado úmido convecção natural

Parâmetros Ensaio (I)

Ensaio (II) Ensaio (III) Valores Médios

T1 21 21 20,7 21

T2 23,8 24,1 24 23,8

T3 61,5 62,5 64,4 61,5

T4 41,3 44 45 41,3

T5 44,6 45.6 46,2 44,6

I 0,85 0,80 0,85 0,85

Pc 210 240 235 210

Pe 35 32 30 35

tr 439s 440s 455 444s

T1-temperatura na entrada do evaporador. T2-temperatura na saída do evaporador. T3-temperatura na entrada do condensador T4-temperatura na saída do condensador. T5-temperatura na entrada do compressor(sucção). I-corrente (A) amperagem. PC-pressão no condensador. (psi) PE-pressão no evaporador. (psi)

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TR-tempo de resfriamento. (min:seg) Volume de água na cuba: 2,0 litros. Temperatura ambiente: 29 0C. Umidade do ar: 63%. Desligamento do sistema: Quando a água atinge 10c0

Reativação do sistema: Quando a água atinge 12c0 Água natural: 28.5c0 Água resfriada: 10c0

Volume de água (evaporada) gasta no banho do recheio de gesso no condensador: 800 ml