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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CAMILA PASQUINI DE SOUZA Efeito do tratamento prolongado com Insulina e Vitamina E no comportamento relacionado ao medo em animais diabéticos CURITIBA 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

CAMILA PASQUINI DE SOUZA

Efeito do tratamento prolongado com Insulina e Vitamina E no comportamento

relacionado ao medo em animais diabéticos

CURITIBA

2014

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CAMILA PASQUINI DE SOUZA

Efeito do tratamento prolongado com Insulina e Vitamina E no comportamento

relacionado ao medo em animais diabéticos

Orientador: Janaína Menezes Zanoveli

CURITIBA

2014

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado ao Curso de Biomedicina

da Universidade Federal do Paraná

como requisito parcial à obtenção do

título de Biomédico.

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RESUMO:

O diabetes é uma desordem metabólica crônica caracterizada pela hiperglicemia

resultante de uma debilitação no mecanismo regulatório de insulina. Sua

prevalência atualmente corresponde a 8% da população mundial, afetando em torno

de 382 milhões de pessoas (International Diabetes Federation, 2013). Estudos

apontam uma correlação positiva entre o diabetes e transtornos psiquiátricos, como

transtornos de humor, ansiedade e outros relacionados ao estresse. Muitos estudos

vêm sendo conduzidos com o intuito de compreender melhor os mecanismos

fisiopatológicos que relacionam o diabetes a estes transtornos psiquiátricos. As

causas dessas comorbidades permanecem ainda para serem elucidadas, embora

estudos apontem essas complicações psiquiátricas como consequência direta da

hiperglicemia crônica ou alterações bioquímicas decorrentes do diabetes, como o

aumento do estresse oxidativo. Tendo em vista o exposto acima, esse trabalho teve

como objetivo avaliar respostas comportamentais relacionadas a transtornos de

ansiedade e transtornos do estresse em animais com diabetes induzido por

estreptozotocina. Para avaliar os comportamentos relacionados a ansiedade, mais

especificamente o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), foi utilizado o

teste do labirinto em T elevado (LTE; avalia respostas de esquiva inibitória e fuga

que são relacionados a comportamentos de medo) e o teste de medo condicionado

contextual (MCC, sessão 1). Já para avaliar comportamentos relacionados a

transtornos de estresse, mais especificamente a extinção de memória condicionada

aversiva, foi utilizado o teste de MCC (avalia a resposta de congelamento associada

ao medo condicionado e também a extinção de memória condicionada aversiva). A

fim de entender uma possível relação da disrregulação da glicemia e de parâmetros

relacionados ao estresse oxidativo sobre os comportamentos avaliados no LTE e

MCC em animais diabéticos e normoglicêmicos, os animais foram tratados por 4

semanas com o hipoglicemiante insulina ou o antioxidante vitamina E. Animais

diabéticos tiveram um prejuízo na extinção da memória aversiva, o que não foi

revertido pelo tratamento com insulina. O tratamento com insulina e vitamina E

foram capazes de atenuar respostas associadas a ansiedade em ambos animais

normoglicêmicos e diabéticos. A vitamina E foi capaz, também, de melhorar a

extinção de memória aversiva em animais normoglicêmicos. Estudos mostram que

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insulina é capaz de alterar os níveis serotoninérgicos, o que pode correlacionar com

seus efeitos ansiolíticos.

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ABSTRACT:

Diabetes is a chronic metabolic disorder characterized by hyperglycemia resulting

from an impairment in the regulatory mechanism of insulin. Its prevalence currently

accounts for 8% of world population, affecting around 382 million people

(International Diabetes Federation, 2013). Studies have shown a positive correlation

between diabetes and psychiatric disorders such as mood disorders, anxiety and

other stress-related ones. Many studies have been conducted with the intention of

better understanding the pathophysiological mechanisms linking diabetes to these

psychiatric disorders. The causes of these comorbidities still remain to be elucidated,

although studies have indicated these psychiatric complications as a direct

consequence of chronic hyperglycemia or biochemical changes resulting from

diabetes, such as increased oxidative stress. In this regard, this study aimed to

evaluate behavioral responses related to anxiety disorders and stress disorders in

animals with streptozotocin-induced diabetes. To assess such behaviors related to

anxiety, specifically Generalized Anxiety Disorder (GAD), we used the elevated T

maze test (LTE, which evaluates inhibitory avoidance and escape responses that are

related to fear behavior) and the contextual fear conditioning test (MCC, session 1).

As to evaluate behaviors related to stress disorders, specifically the extinction of

conditioned aversive memory, MCC test was used (which assesses the freezing

response associated with fear conditioning and also the extinction of aversive

conditioned memory). In order to understand a possible relationship between blood

glucose dysregulation and parameters related to oxidative stress on the behaviors

evaluated in LTE and MCC in diabetic and normoglycemic animals, these animals

were treated for 4 weeks with the hypoglycemic insulin or the antioxidant vitamin E.

Diabetic animals had an impairment in the extinction of aversive memory, which

was not reversed by insulin treatment. Insulin and vitamin E were able to attenuate

responses associated with anxiety in both normoglycemic and diabetic animals.

Vitamin E was also capable of improving the extinction of aversive memory in

normoglycemic animals. Studies have shown that insulin is capable of altering the

levels of serotonin, which can be correlated with its anxiolytic effects.

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SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA..........................................................................1 2. OBJETIVOS.............................................................................................................4 2.1. Objetivo Geral.................................................................................................4 2.2. Objetivos Específicos.....................................................................................4 3. MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................5

3.1. Animais...........................................................................................................5 3.2. Indução do Diabetes por Estreptozotocina.....................................................5 3.3. Teste do Labirinto em T Elevado....................................................................5 3.4. Teste do Campo Aberto..................................................................................6 3.5. Teste do Medo Condicionado Contextual.......................................................6 4. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS...................................................................8 4.1. Experimento 1- Insulina.................................................................................8 4.2. Experimento 2- Vitamina E............................................................................8 4.3. Análise Estatística.........................................................................................9 5. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL.....................................................................10 6. RESULTADOS......................................................................................................11 6.1. Insulina........................................................................................................11 6.2. Vitamina E...................................................................................................13 7. DISCUSSÃO.........................................................................................................15 8. CONCLUSÕES.....................................................................................................20 9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................21

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1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA

O diabetes melittus é uma doença metabólica crônica e sua prevalência

atualmente corresponde a 8% da população mundial, afetando em torno de 382

milhões de pessoas. Em nosso país, estima-se que sejam 11.9 milhões de casos, o

que coloca o Brasil na quarta posição dentre os dez países com maior prevalência

mundial (International Diabetes Federation, 2013).

Transtornos de ansiedade são alguns dos transtornos psiquiátricos mais

presentes dentre a população geral de pacientes com diabetes mellitus. Estima-se

que 40% dos pacientes diabéticos tenham um aumento de sintomas relacionados à

ansiedade e que a prevalência em geral de desordens de ansiedade nesses

pacientes seja aproxidamente 14% (Grigsby et al., 2002, Kessler et al., 2005;

Wittchen, 2001; Leray et al., 2011). As principais desordens de ansiedade

associadas a doenças metabólicas são o transtorno de ansiedade generalizada

(TAG) e o transtorno de pânico (Fava et al, 2010). Sabe-se que pacientes diabéticos

geram altos custos hospitalares, seu tratamento chegando a custar, nos Estados

Unidos por exemplo, 263 bilhões de dólares anualmente (International Diabetes

Federation, 2013). Além disso, esses pacientes sofrem de baixa produtividade,

incapacidade de realização de atividades cotidianas e aumento de mortalidade (Lin

et al., 2008). Comparados à população em geral, estudos mostram que pacientes

diabéticos possuem maior probabilidade de desenvolver transtornos de ansiedade e

transtornos relacionados ao estresse como o transtorno de estresse pós-traumático

(TEPT) (Simon et al., 1995; Lloyd et al., 2000; de Groot et al., 2001; Anderson et al.,

2002; Von Korff et al., 2005; Lin et al., 2004, 2008). Esses transtornos de ansiedade

são um fator de risco crucial para induzir uma piora no controle da glicemia

(Lernmark et al., 1999) e eles podem ainda contribuir para o desenvolvimento de

subsequentes complicacões diabéticas (de Groot et al., 2001) através do descuido

do controle glicêmico e da alimentação em geral, levando então a um aumento da

glicemia, gerando um ciclo de causa e consequência entre diabetes e esses

trantornos. As causas dessas comorbidades permanecem ainda por serem

elucidadas, embora estudos apontem essas complicações como conseqüência

direta da hiperglicemia crônica ou alterações bioquímicas decorrentes da mesma,

como o aumento do estresse oxidativo (Revsin et al., 2008).

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Sabe-se que células neuronais são especialmente sensíveis ao estresse oxidativo

pelo seu alto consumo de oxigênio, sua relativamente baixa resistência antioxidante

e sua constituição rica em lipídios (Bouayed, 2009). Espécies reativas de oxigênio

podem levar a dano tecidual e destruição de componentes celulares (lipídios,

proteínas e DNA), o que pode acarretar em morte celular. Em ratos diabéticos,

muitos desses danos tem sido observados. Assim, foi observado um aumento de

parâmetros indiretos de estresse oxidativo em regiões límbicas relacionadas à

memória e comportamento emocional, como no hipocampo e córtex pré-frontal de

animais com diabetes induzido pela administração de estreptozotocina (Saravia et

al., 2002; Revsin et al., 2005, 2009; de Morais et al., 2014). Aliado ao aumento do

estresse oxidativo em áreas encefálicas, estudos indicam que animais diabéticos

apresentam uma resposta comportamental do tipo depressiva e ansiogênica mais

pronunciada quando submetidos a modelos animais de depressão e ansiedade,

respectivamente (Ramanathan et al.,1998; Wayhs et al., 2010; Ho et al., 2012; de

Morais et al., 2014).

Estudos apontam que a insulina e sua sinalização são críticos para a

regulação de mecanismos de memória, regulação de outros neurotransmissores e

para a neuroproteção contra doenças neurodegenerativas (Hoyer and Lannert

2007). A sinalização intracelular regulada de insulina tem um papel putativo em

diversos aspectos da fisiologia do cérebro (Plum et al. 2005) e alterações nessas

vias tem sido consistentemente implicadas na etiologia de desordens psiquiátricas e

doenças neurodegenerativas (Hoyer and Lannert 2007).

A ausência do controle da hiperglicemia em pacientes diabéticos tem

consequências deletérias para o cérebro, como a potencialização da toxicidade

induzida por espécies reativas de oxigênio/nitrogênio e danos neurais (Dasgupta et

al., 2013). Em ratos foi observado que o consumo de dietas com altos níveis de

carboidratos levando a hiperglicemia aumenta a peroxidação lipídica no córtex

frontal e induz comportamento do tipo ansioso no teste do claro/escuro, sem alterar

a locomoção dos animais no campo aberto (Souza et al., 2007). Interessante que

Desrumaux e cols (2005) mostraram que a deficiência do antioxidante vitamina E no

cérebro de camundongos aumentou significativamente os níveis de marcadores

centrais de estresse oxidativo, tais como os níveis de peroxidação lipídica,

resultando também em comportamento do tipo ansiogênico.

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O mecanismo de defesa antioxidante protege as células através da remoção

de espécies reativas de oxigênio. Estudos anteriores sugerem uma importante

correlação entre a atividade dessas espécies reativas e antioxidantes na

patofisiologia de várias desordens neuropsiquiátricas. A vitamina E é considerada a

primeira linha de defesa contra peroxidação lipídica, protegendo as membranas das

células do dano causado por espécies reativas de oxigênio. (Dragsted, 2008).

A insulina, como um hipoglicemiante e a vitamina E como um antioxidante

são, portanto, de grande importância para a manutenção de funções neuronais.

Com base no exposto e tendo em vista as alterações decorrentes da

hiperglicemia como o aumento de estresse oxidativo observados em animais com

diabetes, este estudo teve como objetivo investigar como o comportamento

relacionado ao medo do animal diabético difere do comportamento de animais

normoglicêmicos. Para tal, os animais tiveram o diabetes induzido pela

administração intraperitoneal de estreptozotocina e foram observados em modelos

animais capazes de avaliar respostas defensivas relacionadas com o Transtorno de

Ansiedade Generalizada (TAG), Transtorno do Pânico (TP) e Transtorno do

Estresse Pós-Traumático (TEPT). Os modelos utilizados para este fim foram o

labirinto em T elevado (LTE), um modelo animal que permite avaliar duas respostas

comportamentais, a esquiva inibitória e a fuga, relacionadas respectivamente com o

TAG e o TP (Zanoveli et al., 2003). Além disso, o teste de medo condicionado

contextual (MCC) foi realizado a fim de avaliar o comportamento desses animais

diabéticos em relação a aquisição do medo condicionado, bem como a extinção de

memórias aversivas, um modelo relacionado ao TEPT (Ninomiya et al., 2010).

A fim de entender uma possível relação da desrregulação da glicemia e de

parâmetros relacionados ao estresse oxidativo nos comportamentos defensivos

emitidos pelos animais diabéticos, foi estudado o efeito do tratamento prolongado

com drogas que atuam no controle da hiperglicemia, bem como no aumento do

estresse oxidativo.

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Avaliar o efeito do tratamento prolongado com o hipoglicemiante insulina, o

antioxidante vitamina sobre as respostas comportamentais emitidas após a

exposição em modelos animais que permitem avaliar respostas relacionadas com

TAG (esquiva inibitória e medo condicionado contextual), TP (resposta de fuga) e

TEPT (extinção de memória aversiva contextual) E em animais diabéticos

(hiperglicêmicos-DBT) e animais não diabéticos (normoglicêmicos-NGL).

2.2 Objetivos específicos

- Avaliar o comportamento de animais com diabetes induzido sobre as respostas

de esquiva inibitória, medo condicionado, fuga e extinção de memória condicionada

aversiva.

-Avaliar o tratamento prolongado com o hipoglicemiante insulina em animais

com hiperglicêmicos pelo diabetes sobre as respostas de esquiva inibitória, medo

condicionado, fuga e extinção de memória condicionada aversiva.

- Avaliar a influência do estresse oxidativo decorrente da indução do diabetes

através do tratamento prolongado com o antioxidante vitamina E sobre as respostas

comportamentais supracitadas.

- Avaliar a atividade locomotora de todos os animais após os diferentes

tratamentos no teste do campo aberto.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Animais

Foram utilizados ratos Wistar machos, provenientes do biotério central da

Universidade Federal do Paraná (UFPR) - Curitiba, com peso entre 180-200g no

início do experimento. Os animais tiveram livre acesso a água e alimento e foram

mantidos sob ciclo de luz claro/escuro de 12 h (7:00 às 19:00 h) e temperatura

controlada em 22 ±1°C. Todos os experimentos foram conduzidos de acordo com as

normas e legislações exigidas pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Animais da

UFPR (CEUA BIO/UFPR #668).

3.2 Indução do Diabetes por Estreptozotocina

Após a submissão de 12 horas de jejum, foi administrado via intraperitoneal

(ip) 60 mg/Kg/ml de estreptozotocina (STZ) (Sigma-Aldrich, EUA; grupo de animais

diabéticos-STZ). Três dias após, o diabetes foi confirmado. Para isso, amostras de

aproximadamente 5 µl de sangue da veia caudal foram adicionadas em fitas teste

impregnadas de glicose oxidase (Accu-Check ActiveTM, Roche) e foram

considerados ratos diabéticos (DBT) quando a glicemia foi igual ou superior a 250

mg/dL.

3.3 Teste do Labirinto em T Elevado

Habituação: Na quarta semana após a diabetização e após o tempo

determinado de cada tratamento, cada animal foi manipulado pelo experimentador

por 5 minutos. A seguir, este animal foi colocado por 5 minutos em uma gaiola de

acrílico (24 x 18 x 35 cm) com serragem no assoalho previamente à execução do

teste do LTE.

Pré-exposição: Logo após a habituação, cada animal foi exposto por 30

minutos a um dos braços abertos do labirinto em T elevado (LTE). Neste

procedimento, cada animal foi colocado individualmente em um dos braços abertos

do LTE isolado dos demais braços por uma parede de madeira, disposta na linha de

separação entre a área central do labirinto e porção proximal do braço aberto. A

pré-exposição tem por objetivo tornar a resposta de fuga potencializada,

favorecendo, dessa maneira a detecção do efeito de drogas. Esta potencialização

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da resposta de fuga talvez ocorra por diminuir a atividade exploratória dos animais

quando recolocados em um dos braços abertos do LTE no dia do teste (Teixeira e

cols., 2000).

Teste: Vinte e quatro horas após a pré-exposição, 2 horas após a última

injeção de insulina ou 40 minutos após a última aplicação de vitamina E, os animais

foram testados no LTE. O teste foi iniciado pela tomada da esquiva inibitória. Para

tal, cada animal é colocado na extremidade distal do braço fechado e medido o

tempo gasto para a saída, com as quatro patas, deste braço (LATÊNCIA BASAL). A

mesma medida foi tomada por mais duas vezes com intervalos de 30 segundos

entre elas (ESQUIVA 1 e ESQUIVA 2). O tempo máximo de permanência do animal

neste braço, em cada uma das tomadas de esquivas, é de 5 minutos.

Trinta segundos após o término da tomada da ESQUIVA 2, foi avaliado o

comportamento de fuga. Para tal, cada animal foi colocado na extremidade do braço

aberto e medido o tempo gasto para a saída, com as quatro patas, deste braço

(FUGA 1). A latência de saída do braço aberto era medida por mais duas vezes

(FUGA 2 e FUGA 3) com intervalos de 30 segundos entre elas.

Trinta segundos após a tomada da FUGA 3, cada animal foi colocado

individualmente no campo aberto para observação da atividade locomotora.

3.4 Teste do Campo Aberto

O teste de campo aberto foi utilizado para avaliar a atividade locomotora dos

animais e foi efetuado imediatamente após o LTE. Para tal, os animais foram

colocados em uma arena retangular feita de madeira (50 cm de comprimento, 40 cm

de largura e 50 cm de altura), cujo assoalho é dividido em 6 seções. O número de

cruzamentos entre essas seções e a distância percorrida são avaliados como

parâmetros de atividade locomotora, durante 5 minutos. O campo aberto foi

cuidadosamente limpo após cada teste com uma solução de álcool etílico à 5% e

seco.

3.5 Teste do Medo Condicionado Contextual

O teste do medo condicionado contextual (MCC) consiste de 2 fases: a fase de

condicionamento e a fase teste. O condicionamento de medo contextual (sessão

treinamento) foi conduzido conforme descrito pelo nosso grupo de pesquisa

(Ninomiya et al., 2010) e conduzido nos mesmos animais com um intervalo de 48

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horas após o teste no LTE e campo aberto. A câmara de condicionamento consiste

de uma caixa (26x31,5x21 cm; Insight, Ribeirão Preto, SP, Brasil). Três lados da

caixa são de aço e o quarto lado é de acrílico, o que permite a análise

comportamental do animal. O fundo da caixa consiste de espaços finos de metal

conectados a um estimulador elétrico que pode liberar choques elétricos nas patas

dos animais.

Duas horas após a última injeção, para a insulina e quarenta minutos após,

para a vitamina E, os ratos foram colocados na câmara de condicionamento por 3

minutos e então receberam um choque elétrico nas patas (1,5 mA, com duração de

1s). Após, os animais permaneceram na caixa por mais 1 minuto, retornando em

seguida para suas respectivas caixas.

- Sessão teste: consistiu em 3 sessões realizadas em dias consecutivos (S1,

S2 e S3). Assim, por 3 dias consecutivos os animais foram re-expostos às câmaras

de condicionamento por 9 minutos, mas sem receber o choque elétrico nas patas

(Sessão teste 1-3).

O comportamento de congelamento condicionado observado na S1 estaria

relacionado não apenas com a memória, mas também com a TAG; já a avaliação de

congelamento nas sessões S2 e S3 foram utilizadas como um índice de memória

seguindo a reexposição ao contexto (Bitencourt, 2008). Um animal foi considerado

em congelamento quando este apresentou uma posição de agachamento

estereotipada com completa imobilidade, com exceção de movimentos de

respiração.

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4. PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS

Todos os experimentos foram realizados a partir da quarta semana após a

indução do diabetes com STZ. Apesar de alguns estudos de comportamento serem

realizados após 21 dias de indução do diabetes (Gomez e Barros, 2000; Wayhs et

al., 2010), dados prévios e recentes do nosso grupo de pesquisa mostram que após

28 dias esses animais apresentam alterações notórias no comportamento defensivo,

em processos relacionados ao estresse oxidativo como níveis de produtos da

peroxidação lipídica e atividade da superóxido desmutase, bem como na resposta

nociceptiva (Schreiber et al., 2012; de Morais et al., 2014).

4.1 Experimento 1 – Insulina: Efeito do tratamento prolongado com Insulina

sobre as respostas relacionadas à ansiedade- esquiva inibitória, medo

condicionado contextual e fuga, bem como de extinção de memória

condicionada aversiva

Neste estudo foi avaliado, em animais NGL e DBT, o efeito do tratamento

prolongado (28 dias) com insulina (via subcutânea (sc), 2UI entre 08:00 e 09:00h e

4 UI entre 17:00 e 18:00h ) ou seu veículo salina em animais controle

normoglicêmicos (NGL) e animais diabéticos (STZ) sobre as respostas de esquiva

inibitória e fuga (LTE), atividade locomotora (campo aberto) e medo condicionado e

extinção de memória condicionada aversiva (MCC). A última injeção de insulina foi

aplicada 2 horas antes dos teste do MCC.

4.2 Experimento 2-Vitamina E: Efeito do tratamento prolongado com vitamina

E sobre as respostas relacionadas à ansiedade- esquiva inibitória, medo

condicionado contextual e fuga, bem como de extinção de memória

condicionada aversiva

Neste estudo foi avaliado, em animais NGL e DBT, o efeito do tratamento

prolongado (28 dias) com vitamina E (via oral, 300 mg/kg, 1 x ao dia das 08:00 as

09:00h) ou seu veículo óleo de milho em animais NGL e DBT sobre as respostas de

esquiva inibitória e fuga (LTE), atividade locomotora (campo aberto) e medo

condicionado e extinção de memória condicionada aversiva (MCC). A última

aplicação de vitamina E foi dada por gavagem 40 minutos antes do teste do MCC.

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4.3 Análise Estatística

O teste de Levene e Kolmogorov foi inicialmente empregado para assegurar que

os dados satisfaziam os critérios necessários de normalidade para se aplicar testes

paramétricos. Dados paramétricos foram expressos como média ± erro padrão da

média (EPM).

Os dados obtidos após o teste do LTE foram avaliados pela análise de variância

(ANOVA de 2 vias) com medidas repetidas para analizar ambos os dados, esquiva

inibitória e fuga, sendo o a latência de esquiva e fuga (em segundos) a variável

dependente e o tratamento e condição (NGL e DBT) as variáveis independentes,

com as tentativas (3 medidas de esquiva ou 3 medidas de fuga) como medidas

repetidas.

Para a análise da atividade locomotora, os dados foram submetidos à ANOVA

de 2 vias.

A análise dos dados após o teste de condicionamento ao medo contextual foi

feita pela ANOVA de duas vias, tendo o tratamento como fator independente e o

número de sessões teste (S1-S3) como o fator dependente.

Quando houveram diferenças estatísticas significativas após todas as ANOVAs

realizadas para cada dado, essas diferenças entre os grupos foram investigadas

aplicando, quando apropriado, o teste de múltipla comparação de Duncan. Um valor

de p ≤ 0,05 foi considerado significativo.

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5. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

Figura 1: Linha do tempo geral dos experimentos. Após 4 semanas de tratamento crônico com o

hipoglicemiante insulina (2 doses diárias, 2UI manhã/4UI tarde) ou o antioxidante vitamina E (via oral,

300 mg/kg, 1 x ao dia das 08:00 as 09:00h) iniciaram-se os testes comportamentais. LTE= teste do

labirinto em T elevado; MCC= teste de medo condicionado contextual; S1= sessão 1 do teste de

medo condicionado contextual; S2 e S3= sessões de teste para avaliar a extinção de memória

aversiva ao contexto.

- Após os testes comportamentais, os animais foram anestesiados com tiopental e

lidocaína e eutanasiados por decaptação de forma rápida e eficiente, com o mínimo

de sofrimento possível para os mesmos.

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6. RESULTADOS

6.1 Insulina

Esquiva Inibitória

Fuga

Figura 2: Efeito (média± SEM) do tratamento com insulina (INS, 6UI, s.c.) na esquiva inibitória (s)

(painel A) e latência de fuga (s) (painel B) em animais normoglicêmicos (NGL) e diabéticos (DBT)

submetidos ao teste do labirinto em T elevado. n = 7-8. * p<0.05 comparado ao grupo NGL/VEH; #

p<0.05 comparado ao grupo DBT/VEH

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MCC

Figura 3: Efeito (média± SEM) do tratamento com insulina (INS, 6UI, s.c.) no comportamento de

congelamento em animais normoglicêmicos (NGL) e diabéticos (DBT) submetidos ao MCC. n = 7-8.

* p<0.05 comparado ao grupo NGL/VEH; # p<0.05 comparado ao grupo DBT/VEH.

Campo Aberto

Figura 4: Efeito (média± SEM) do tratamento com insulina (INS, 6UI, s.c.) no número de cruzamentos

em animais normoglicêmicos (NGL) e diabéticos (DBT) submetidos ao teste do campo aberto. n = 7-

8. * p<0.05 comparado ao grupo NGL/VEH; # p<0.05 comparado ao grupo DBT/VEH.

6.2 Vitamina E

Esquiva Inibitória

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Fuga

Figura 5: Efeito (média± SEM) do tratamento com vitamina E (via oral, 300 mg/kg) na esquiva

inibitória (s) (painel A) e latência de fuga (s) (painel B) em animais normoglicêmicos (NGL) e

diabéticos (DBT) submetidos ao teste do labirinto em T elevado. n = 7-8. * p<0.05 comparado ao

grupo NGLVEH; # p<0.05 comparado ao grupo DBT/VEH

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MCC

Figura 6: Efeito (média± SEM) do tratamento com vitamina E (via oral, 300 mg/kg) no

comportamento de congelamento em animais normoglicêmicos (NGL) e diabéticos (DBT) submetidos

ao MCC. n = 7-8. * p<0.05 comparado ao grupo NGL/VEH; # p<0.05 comparado ao grupo DBT/VEH.

Campo Aberto

Figura 7: Efeito (média± SEM) do tratamento com vitamina E (via oral, 300 mg/kg) no número de

cruzamentos em animais normoglicêmicos (NGL) e diabéticos (DBT) submetidos ao teste do campo

aberto. n = 7-8. * p<0.05 comparado ao grupo NGL/VEH; # p<0.05 comparado ao grupo DBT/VEH.

7. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Page 21: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ CAMILA PASQUINI DE …

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Este estudo teve como objetivo investigar respostas relacionadas ao medo

em animais diabéticos, mais especificamente respostas de ansiedade como esquiva

inibitória, medo condicionado contextual e fuga e também extinção de memória

contextual aversiva. Teve como objetivo também aprofundar os estudos

investigando se o controle de parâmetros relacionados ao diabetes como

hiperglicemia e o estresse oxidativo poderiam não só afetar esses comportamentos

relacionados ao medo, mas também servir como potenciais novos alvos no

tratamento do diabetes associado à estes transtornos neuropsiquiátricos.

A partir dos resultados obtidos nesse trabalho, foi possível observar uma

resposta relacionada ao medo mais pronunciada em animais diabéticos quando

comparados a animais normoglicêmicos. Esses animais, em geral, exibiram

respostas relacionadas ao TAG e TP, como a esquiva inibitória, mais significativas.

Além disso observamos um prejuízo na extinção de memória aversiva de animais

diabéticos ao longo das sessões de extinção (S2 e S3), quando em comparação

com os animais normoglicêmicos.

O tratamento crônico tanto com insulina quanto com vitamina E foi capaz de

atenuar algumas das respostas aversivas induzidas pela hiperglicemia e aumento

de estresse oxidativo que os animais diabéticos apresentaram. Os tratamentos

tiveram efeitos importantes sobre respostas relacionadas à ansiedade (Figuras 2 e

5), mas não sobre a extinção de memória contextual aversiva (Figuras 3 e 6) em

animais com diabetes induzido por estreptozotocina. Nossos resultados em relação

ao efeito ansiogênico observado em animais diabéticos corroboram com outros

estudos que relatam um aumento de respostas do tipo ansiogênicas em animais

com diabetes induzido por estreptozotocina (Gupta et al., 2014a, 2014b; Ates et al.,

2014)

O efeito observado em animais diabéticos nos testes realizados no labirinto em

T elevado sugere que esses animais apresentam em geral uma resposta do tipo

ansiogênica (Figuras 2 e 5). Um resultado interessante é a resposta avaliada dos

animais diabéticos no labirinto em T elevado, onde se observa um aumento na

latência de fuga desses animais (Figuras 2 e 5). Ao analisar esses resultados

através dos parâmetros do teste, essa resposta poderia ser considerada do tipo

panicolítica, o que não parece corroborar com as respostas altamente aversivas

observadas nesses animais. O diabetes traz diversas alterações no sistema

nervoso central associadas com hiperglicemia crônica, como hiperatividade do eixo

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HPA, aumento dos níveis de glicocorticóides circulantes, aumento do estresse

oxidativo e desrregulação de neurotransmissores (Rowland and Bellush, 1989;

Kamei et al., 2003; Beauquis et al., 2008; de Morais et al., 2014). Esse aumento na

latência da fuga, observado em animais diabéticos expostos ao braço aberto do

labirinto em T elevado parece ser mais relacionado a uma maior susceptibilidade ao

estresse nesses animais do que de fato uma resposta panicolítica. Estudos

mostram que pré-tratamento numa dose sub-crônica de insulina (5 U/kg, s.c., 2

vezes ao dia) reverte o comportamento do tipo ansiogênico de camundongos

diabéticos expostos ao teste de estresse da plataforma aberta elevada (Myiata et

al., 2007). Esse comportamento do tipo ansiogênico foi correlacionado com uma

diminuição de secreção de serotonina no córtex pré-frontal e a melhora observada

no comportamento relacionado à ansiedade após o tratamento com insulina foi

também relacionada com a normalização dos níveis serotoninérgicos no cortéx pré-

frontal. Além disso, animais diabéticos que recebem uma estimulação elétrica na

área cinzenta periaquedutal dorsal (dPAG), um modelo de ataque de pânico,

também exibem um comportamento do tipo panicogênico mais intenso em

comparação com animais normoglicêmicos (Gambeta et al., dados ainda não

publicados). Esses animais que tem a dPAG estimulada eletricamente apresentam

um limiar bem menor de corrente elétrica necessária para evocar respostas de fuga,

o que sugere um efeito aversivo e panicogênico encontrado em animais diabéticos.

Esses estudos sugerem então que o aumento da latência de fuga observado em

animais diabéticos expostos ao braço aberto do labirinto seria na verdade

relacionado a um prejuízo nas respostas ativas de aversão e um aumento de

respostas passivas como o congelamento nesses animais, consequência essa do

alto nível de estresse em que eles se encontram.

O tratamento com vitamina E teve um efeito significativo do tipo ansiolítico em

animais diabéticos e normoglicêmicos (Figura 5). Vários estudos apontam que uma

sinalização redox desregulada pode ser crucial para a patogênese de várias

desordens neurológicas, incluindo as ligadas à ansiedade (Pascuan, 2014).

Espécies oxidativas são produzidas normalmente através de processos fisiológicos

e seu excesso é, geralmente, neutralizado por mecanismos antioxidantes. Mas, em

situações adversas, as defesas antioxidantes podem ser insuficientes, resultando

em mudanças estruturais e funcionais que podem levar a dano celular

(Ischiropoulos e Beckman 2003). Estudos mostram também uma correlação positiva

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17

entre marcadores de estresse oxidativo, tanto periféricos quanto centrais, e

comportamentos ligados à ansiedade (Terada, 2011). A vitamina E parece então

exercer um efeito neuroprotetor, possivelmente em áreas cerebrais relacionadas ao

medo, através do seu potencial antioxidante. Não apenas isso, mas é relatado que a

vitamina E pode prevenir a morte de células neuronais através de uma diminuição

na atividade da ciclooxigenase-2 (Ezaki, 2005).

Além disso, durante o estresse, o eixo HPA é estimulado e a secreção de

glicocorticóides pela adrenal é elevada. Há estudos mostrando que o estresse

induzido por imobilização produz tanto estresse psicológico quanto físico. Essa

ativação do eixo HPA leva então à liberação de fator de liberação de corticotrofina

na região do locus coeruleus resultando, portanto, em uma resposta do tipo

ansiogênica. O resultado disso se manifesta através de alteração em respostas

comportamentais, secreção de hormônios de estresse como a corticosterona e

aumento de estresse oxidativo no cérebro. (Machawal et al., 2014). Essas respostas

parecem ser cruciais na regulagem de comportamentos relacionados à ansiedade e

ao estresse de condicionamentos aversivos. Estudos mostram que tratamento com

vitamina E diminui significativamente os níveis de corticosterona em animais

submetidos ao estresse do teste do labirinto em cruz elevado (Terada, 2011).

O tratamento com insulina foi capaz de induzir um efeito ansiolítico importante

tanto em animais diabéticos quanto normoglicêmicos (Figura 2- esquiva inibitória;

Figura 4- sessão 1 de MCC), sugerindo que o controle da glicemia induz efeitos

benéficos independente da condição desses animais. Esse mesmo efeito foi

observado por Gupta e cols (2014b) em camundongos diabéticos quando tratados

com insulina por 14 dias no teste do labirinto em cruz elevado e teste da caixa

claro/escuro.

Considerando que esse comportamento ansiogênico observado em animais

diabéticos seja, dentre outras razões, correlacionado a um desbalanço negativo nos

níveis serotoninérgicos no córtex pré-frontal desses animais (Myiata et al., 2007), a

melhora observada nesses animais através do tratamento crônico com insulina pode

ser relacionada com uma restauração desses níveis de serotonina. Outras

alterações benéficas induzidas pelo tratamento com insulina são associadas às

suas propriedades neuroprotetoras, pois a insulina é capaz de aumentar a

proliferação hipocampal e reduzir o estresse oxidativo no hipocampo e córtex pré-

frontal de animais diabéticos (Ho et al., 2012; de Morais et al., 2014). O tratamento

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com insulina foi importante também para a atenuação do aumento de latência na

fuga de animais diabéticos no labirinto em T elevado, o que parece estar

relacionado com a diminuição do limiar de aversão desses animais frente à

situações estressantes.

Apesar desse efeito interessante, animais diabéticos tratados com insulina não

tiveram uma melhora da extinção de memória aversiva relacionada ao contexto,

quando avaliados nas sessões 2 e 3 do teste de MCC.

Dentre as implicações neurológicas causadas pelo diabetes, encontram-se

também distúrbios cognitivos de aprendizagem e memória (Reaven et al., 1990;

Ryan, 1988). Foi-se obervado também um aumento de retenção de memória

relacionada ao medo em animais com diabetes induzido por estreptozotocina,

quando avaliados no teste de medo condicionado contextual (Asato et al., 2012). Há

várias evidências provenientes de estudos com animais e humanos que indicam que

hormônios glicocorticóides (corticosterona em ratos, cortisol em humanos) que são

liberados durante estresse e experiências emocionalmente aversivas podem

influenciar funções cognitivas e retenção de memória (Roozendaal, 2000). Estudos

sobre o efeito da corticosterona, bem como agonistas e antagonistas sintéticos de

receptores de glicocorticóides, indicam que a consolidação de memória em vários

tipos diferentes de testes, incluindo esquiva inibitória, labirinto aquático de Morris e

MCC é ampliada por agonistas glicocorticóides e prejudicada por seus antagonistas

(McGaugh e Roozendaal, 2002; Roosendaal, 2002).

O tratamento com vitamina E levou a um efeito positivo na extinção de

memória aversiva em animais normoglicêmicos, efeito esse que não foi visto em

diabéticos (Figura 6). O prejuízo na extinção de memória aversiva em animais

diabéticos observado nos resultados deste trabalho, parece estar pelo menos em

parte relacionado com a natureza do estímulo desse teste e na intensidade da

aversão causada nesses animais que parecem ter um limiar para aversão

extremamente baixo. Animais diabéticos apresentam níveis basais de corticosterona

extremamente elevados e, portanto, não só a consolidação dessa memória aversiva

se faz mais intensa neles do que em animais normoglicêmicos, mas também o

tratamento com vitamina E parece não conseguir atuar sobre essa ativação intensa

do eixo HPA o suficiente para surtir efeito na extinção de memória condicionada

aversiva nesses animais.

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Há, portanto, um grande indício que essas memórias condicionadas evocadas

por situações aversivas e estressantes em animais diabéticos são bem mais

importantes e de difícil extinção, quando em comparação com animais

normoglicêmicos (Bellush and Rowland, 1989; Bellush et al., 1991; Flood et al.,

1990).

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8. CONCLUSÕES

Em conclusão, esse trabalho mostrou que animais com diabetes induzido por

estreptozotocina apresentaram respostas relacionadas ao medo mais pronunciadas,

quando comparados aos animais normoglicêmicos. Não só isso, mas foi observado

também um importante prejuízo na extinção da memória contextual aversiva nesses

animais. Tratamento com insulina e vitamina E foram capazes de atenuar respostas

associadas a ansiedade em ambos animais normoglicêmicos e diabéticos. Vitamina

E foi capaz, também, de melhorar a extinção de memória aversiva em animais

normoglicêmicos. O uso de antioxidantes pode levar a um possível efeito

neuroprotetor contra danos oxidativos e comportamento tipo ansioso em animais

submetidos a situações estressantes. Estudos mostram que a insulina, além de

controlar a hiperglicemia e suas consequências danosas, tende a aumentar os

níveis serotoninérgicos, o que pode correlacionar com seus efeitos do tipo

ansiolítico em ambos animais normoglicêmicos e diabéticos.

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9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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