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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO DPS1064 Fundamentos de Economia para Engenharia Curso de Graduação em Engenharia de Produção 3 créditos 2º semestre de 2011 Prof. Dr. Dipl. Wirt.-Ing. Andreas Dittmar Weise

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

DPS1064 Fundamentos de Economia para Engenharia

Curso de Graduação em Engenharia de Produção

3 créditos – 2º semestre de 2011

Prof. Dr. Dipl. Wirt.-Ing. Andreas Dittmar Weise

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Sumário

BILBIOGRAFIA .......................................................................................................... 217

Primeira parte - Introdução .......................................................................................... 4

UNIDADE I – A CIÊNCIA ECONÔMICA .................................................................... 4

1.1 Conceitos e objetivos da ciência econômica ............................................................ 4

1.2 O raciocínio econômico: lógica e metodologia ........................................................ 7

1.3 A evolução do pensamento econômico .................................................................. 16

UNIDADE II – O PROBLEMA ECONÔMICO ........................................................... 19

2.1 As necessidades ilimitadas ..................................................................................... 19

2.2 A escassez de recursos ............................................................................................ 23

2.3 As opções e os critérios de escolha ........................................................................ 27

2.4 As soluções alternativas e as curvas de possibilidade de produção ....................... 29

UNIDADE III – O SISTEMA ECONÔMICO ............................................................... 34

3.1 Características, agentes e elementos básicos do sistema econômico ..................... 34

3.2 Os fluxos real e monetário ...................................................................................... 37

3.3 Classificação dos bens e serviços ........................................................................... 40

3.4 Os setores da economia .......................................................................................... 41

3.5 Sistemas econômicos alternativos .......................................................................... 42

Segunda Parte - Elementos de Microeconomia ......................................................... 43

UNIDADE I – OFERTA E DEMANDA ....................................................................... 43

1.1 O mercado .............................................................................................................. 43

1.2 Demanda ................................................................................................................... 44

1.3 Oferta ...................................................................................................................... 54

1.4 Equilíbrio de mercado ............................................................................................ 60

1.5 Aplicações da análise da oferta e da procura .......................................................... 73

UNIDADE II – TEORIA DO CONSUMIDOR ............................................................. 76

2.1 Utilidade Marginal .................................................................................................. 77

2.2 A teoria da escolha ................................................................................................. 84

UNIDADE III – TEORIA DA PRODUÇÃO ................................................................ 98

3.1 Tipos de competição ............................................................................................... 99

3.2 Receitas, custos e lucros na concorrência perfeita ............................................... 104

3.3 Função de produção .............................................................................................. 104

3.4 A firma .................................................................................................................. 111

3.5 Teoria dos jogos ................................................................................................... 118

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Terceira Parte – Elementos em Macroeconomia ..................................................... 125

UNIDADE I – CONTAS NACIONAIS ....................................................................... 125

1.1 Produto, renda e despesa nacional e seus componentes ....................................... 134

1.2 Renda média e estrutura de distribuição de renda ................................................ 141

UNIDADE II – RENDA NACIONAL E EMPREGO ................................................. 145

2.1 Visão clássica ......................................................................................................... 147

2.2 Visão Kenesiana ................................................................................................... 155

2.3 Visão marxista ........................................................................................................ 157

UNIDADE III – MOEDA E INFLAÇÃO .................................................................... 163

3.1 Moeda: conceitos e funções .................................................................................. 163

3.2 Evolução histórica ................................................................................................ 170

3.3 Inflação ................................................................................................................. 182

UNIDADE IV – DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO .......................................... 193

4.1 Conceitos e indicadores do desenvolvimento ....................................................... 193

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Primeira parte - Introdução

UNIDADE I – A CIÊNCIA ECONÔMICA

1.1 Conceitos e objetivos da ciência econômica

O que trata a economia?

Aumento de preços

Períodos de crise econômica ou de crescimento

Desemprego

Setores que crescem mais do que outros

Diferenças salariais

Crises no balanço de pagamentos

Vulnerabilidade externa

Valorização ou desvalorização da taxa de câmbio

Dívida externa

Ociosidade em alguns setores de atividade

Diferenças de renda entre as várias regiões do país

Comportamento das taxas de juros

Déficit governamental

Elevação de impostos e tarifas públicas

É como:

Ciência: explica os fenômenos através da observação empírica

Teoria: Procura ordenar os fenômenos (Micro e Macroeconomia)

Política: Quais as estratégias a serem aplicadas para atingir determinadas

metas:

Monetária;

Desenvolvimento; e

Setor Público.

Objetivo do Estudo Econômico

Analisar os problemas econômicos e formular soluções para resolvê-los, de

forma a melhorar nossa qualidade de vida.

Economia deriva do grego:

Aristóteles (384-322 a.C)

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Oikonomía

Óikos – casa

Nomos – Lei

Significa a administração de uma casa, ou do Estado;

Xenofontes (455 a 345 a.C.) foi o primeiro a usar o termo Economia

neste sentido.

Definições

É a ciência social que estuda a administração dos recursos escassos entre

usos alternativos e fins competitivos;

Estuda a atividade produtiva. No que se refere aos problemas referentes

ao uso mais eficiente de recursos limitados.

“é a ciência social que estuda como o indivíduo e a sociedade decidem

(escolhem) empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e

serviços, de modo a distribuí-los entre as várias pessoas e grupos da sociedade, a

fim de satisfazer as necessidades humanas.” Pinho e Vasconcellos (2006, p. 2)

A economia contemporânea

Sociedade industrial;

Características produtivas: Padronização; Especialização; Sincronização;

Concentração; Maximização; Centralização.

Características Socioeconômicas: Dividida em Classes; Estabilidade;

Políticas de desenvolvimento padronizadas; Culturas locais; Valores culturais

definidos e inflexíveis

Características políticas: Guerra-Fria – Conflito Leste-Oeste (URSS e

EUA)

A nova economia

Informacional: Conhecimento e rapidez. Informação tornou-se produto.

Trabalho global: Em escala global (rede de conexões)

Hiper-valorização do trabalho

Expansão do mercado: A expansão do capital se dá 24 horas. As

financeiras utilizam-se da informação como negócio

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A sociedade global-como foi possível?

Pela penetrabilidade: Ao contrário da sociedade industrial as novas

tecnologias integram-se rapidamente ao cotidiano do homem do século XXI.

Isso proporciona uma realimentação técnica.

Consumo em massa: difusão da microeletrônica.

Informação em tempo real: Transmissões ao vivo

Lógicas de redes: Franquias expandem a mesma marca

Flexibilidade: Produção personalizada

Integração sistêmica a nível global: propagação do Inglês

O que está Globalizado?

Informação?: O acesso a informação é igualitário e com equidade.

Tecnologia?: Os centros de P & D estão concentrados em áreas e

instituições específicas.

Trabalho?: cidadãos de países pobres estão fora do “circo global” –

Muro da vergonha-

Cultura?: É ainda possível pensarmos em uma economia regional.

Capital?: É o único fator de produção que está livre das amarras

geográficas. E por isso procura remuneração em pontos estratégicos de

competitividade e lucratividade.

A economia da inclusão ou da exclusão?

A economia global é planetária? Ou sua operação só diz respeito a

segmentos, estruturas econômicas, países e regiões?

A economia global caracteriza-se: interdependência; diversificação;

inclusão seletiva; segmentação excludente; desintegração da geografia

econômica e da história regional.

Reflexões sociais e econômicas

Desigualdade Regional: A divisão de regiões/países se dá pelo acesso

que se tem as novas tecnologias – Perdedoras e Ganhadoras-

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A estrutura geo-político-econômica se dá sob três regiões: Europa;

América do Norte e Pacífico asiático.

Desigualdade Social: A difusão é seletiva tanto social como

funcionalmente.

O paradigma tecnológico: As transformações tecnológicas nem sempre

trouxeram benefícios sociais a todos.

Reflexões éticas: A clonagem genética- “a engenharia genética tira os

direitos autorais da vida das mãos da Natureza – Deus”

Questões econômicas

Por que há pobres e ricos?

Qual a ligação do dólar com o preço do pão?

Por que o Brasil vendia gasolina mais barata para o exterior do que para

o mercado nacional?

Por que os impostos dos cigarros, automóveis, eletrodomésticos são

mais caros?

Por que exportar é um dos objetivos principais dos governos?

A propaganda Cria necessidades ou apenas informa?

Por que o aumento do preço do açúcar faz cair o consumo de café?

Os Juros altos reduzem o consumo ou aumentam a poupança?

Por que os governos incentivam a poupança?

Aumento de salários causa inflação?

Por que o superávit na economia japonesa causou protestos dos países

ricos?

Por que o Brasil tem que ter dólares?

É melhor exportar ou consumir internamente?

Privatizar é a melhor opção para baixar os preços?

O que significa o”Risco Brasil”?

Por que o dólar é a moeda mais valorizada do mundo?

Por que estudar assuntos de economia?

1.2 O raciocínio econômico: lógica e metodologia

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O método científico: observação, teoria, observação

Dificuldade de testar as teorias nas ciências sociais;

A necessidade de se usar a história para observar um fenômeno,

fatos associados a ele e sua evolução;

Algum detalhe não contemplado na teoria pode alterar os

resultados do presente.

Métodos de Investigação científica:

Dedutivo

Parte da elaboração de pressupostos gerais a respeito de um

determinado objeto de estudo para atingir o conhecimento do fato

isolado, do detalhe. Parte do geral para o particular.

Indutivo

Parte de observação direta do detalhe para, através de seu

conhecimento, estabelecer os princípios gerais que regem a matéria em

estudo. Parte do particular para o geral.

Economia Descritiva

trata da identificação do fato econômico;

é a partir dos levantamentos descritivos sobre a conduta dos agentes

econômicos que se inicia o complexo de conhecimento sistematizado da

realidade no campo da economia positiva;

é a tarefa de levantamento e descrição dos fatos que se dedica a economia

descritiva;

a realidade começa a ser submetida a um criterioso tratamento no sentido

de que possam se analisados as relações básicas que se estabelecem entre os

diversos agentes que compõem o quadro da atividade econômica.

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Teoria Econômica (TE)

é o compartimento central da economia, compete-lhe dar ordenamento

lógico aos levantamentos sistematizados fornecidos pela economia descritiva,

produzindo generalizações que sejam capazes de ligar aos fatos entre si,

desvendar cadeias de ações manifestadas e estabelecer relações que identifiquem

os graus de dependência de um fenômeno em relação a outro;

surgiram então em decorrência conjunto de princípios, de teorias, de

modelos e de leis fundamentadas nas descrições apresentadas;

a teoria econômica adota duas posições distintas na apresentação e

análise do fenômeno econômico, estas posições são conhecidas como

microeconomia e macroeconomia.

Microeconomia:

é aquela parte da teoria econômica que estuda o processo de

formação de preços e o funcionamento dos mercados, ou seja,

comportamento das unidades, tais como os consumidores, as indústrias e

empresas, e suas inter-relações;

Macroeconomia:

estuda o funcionamento do sistema econômico em seu conjunto.

Seu propósito é obter uma visão simplificada da economia que, porém,

ao mesmo tempo, permita conhecer e atuar sobre o nível da atividade

econômica de um determinado país ou de um conjunto de países;

Política Econômica (PE)

Os desenvolvimentos elaborados no compartimento da teoria econômica

têm a finalidade de servir a Política Econômica (PE)

nesse terceiro compartimento é que serão utilizados os princípios, as

teorias, os modelos e as leis

a utilização terá a finalidade de conduzir adequadamente a ação

econômica com vistas a objetivos pré-determinados

quando empregamos a expressão política econômica governamental

estamos nos referindo às ações praticas desenvolvida pelo governo com a

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finalidade de condicionar, balizar e conduzir o sistema econômico no sentido de

que sejam alcançados um ou mais objetivos politicamente estabelecidos

Teoria Econômica (TE)

para completar existem ainda a Lei da Economia, que é a relação entre

um fenômeno e sua causa, Economia política é uma ciência e conseqüentemente

possui princípios, normas e leis.

as leis podem ser dividas:

Leis Naturais;

Leis Sociais;

Leis Tipicamente Econômicas

Leis Naturais:

são aquelas de forma global, gerias; exprimem uma relação

constante entre a causa e o efeito. Ex: leis físicas são aquelas onde

cientistas podem determinar perfeitamente a causa; a água a zero grau

congela.

Leis Sociais:

exprimem a tendência que certos fatos têm em produzir certos

efeitos

ex: fenômenos econômicos podem garantir a tendência de

acontecimento do fato, segundo as condições propostas; a escassez do

produto indica um aumento do preço

Leis Tipicamente Econômicas:

é lei da oferta e da procura – essa lei diz que o preço aumenta

não pode dizer quanto (em valores), quando e como acontecera e

nem em que medida poderá ser produzida

Economia Positiva E Economia Normativa

Economia Positiva

é o conjunto de métodos e esquemas teóricos que permitem

determinar e entender como se dão os fenômenos econômicos. Estuda a

atividade econômica como ele é.

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Economia Normativa

parte da constatação de como a realidade é, ou seja, do

entendimento dos mecanismos econômicos, para em seguida propor um

estado de coisas, considerado melhor pelo observador. Estuda a atividade

econômica como ela deveria ser.

O papel das hipóteses

Facilitam a compreensão do fenômeno

Variam se estamos estudando o curto ou o longo prazo

A essência do pensamento científico é decidir que hipóteses

formular

Modelos econômicos

Em todas as ciências se utilizam modelos

Os modelos dos economistas utilizam-se de equações e gráficos

Formulam-se hipóteses para a construção de modelos

Todos os modelos simplificam a realidade, retirando pormenores

irrelevantes

Primeiro modelo: o fluxo circular de renda

Hipótese 1: economia é fechada e sem governo. Logo há apenas

dois atores, tomadores de decisão, ou ainda dois setores institucionais –

famílias e empresas – interagindo na economia

Hipótese 2: toda a renda é gasta em consumo; não há poupança

Hipótese 3: há apenas dois mercados na economia – o de bens e

serviços e de fatores de produção

Mercado em termos abstratos é o encontro dos fluxos de oferta e

demanda

Hipótese 4: as empresas produzem bem e serviços utilizando os

insumos (fatores de produção) adquiridos das famílias com a receita das

vendas de bens e serviços às famílias

Hipótese 5: as famílias consomem os bens e serviços que

adquirem das empresas utilizando os pagamentos que as empresas fazem

pela aquisição dos insumos pertencentes às famílias.

O funcionamento do fluxo

O fluxo circular de renda

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Modelos econômicos

Segundo modelo : fronteira de possibilidades de produção

Hipótese 1: a economia produz apenas dois bens

Hipótese 2: todos os fatores de produção são utilizados na

produção de computadores ou de automóveis ou em quantidades

alternativas de ambos

Fronteira de possibilidades de produção

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Mostra a combinação de produtos que a economia pode potencialmente

produzir

A sociedade pode produzir em qualquer ponto sobre a ou dentro

da fronteira de possibilidades de produção

Diz-se que há eficiência se a sociedade está obtendo tudo o que

for possível a partir dos recursos escassos disponíveis

B é um ponto de ineficiência

D é um ponto inalcançável considerando os recursos disponíveis

Deslocamento da Fronteira de possibilidades de produção

A fronteira de possibilidade de produção de uma economia pode se

deslocar:

Isto ocorre caso haja um avanço tecnológico em uma das

indústrias.

Supondo que isto tenha ocorrido na produção de computadores; a

quantidade diária de computadores produzida por cada trabalhador

aumenta.

Isto beneficia a produção de computadores e também a de carros.

Fronteira de possibilidades de produção

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O economista como formulador de política econômica

Economia positiva x normativa

Economia positiva: tenta descrever o processo econômico como

ele é.

Pode ser testada e confirmada ou refutada

Economia normativa: tenta prescrever como o processo

econômico deveria ser.

Sua avaliação não pode ser julgada apenas pelos fatos pois implica

também em valores (ética, religião)

Diferenças no julgamento científico

Diferentes intuições sobre qual a teoria correta

Discordam da dimensão dos parâmetros envolvidos

Crescimento e inflação

Tributo sobre a renda corrente ou sobre o consumo familiar

Moeda e inflação

Diferenças nos valores

Independentemente da teoria as políticas econômicas sugeridas

seriam diferentes

Aposentadoria diferenciada para os funcionários públicos?

Dar ticket ou $ no programa fome zero? Controlar ou não sua utilização?

Charlatães e excêntricos

Busca de popularidade ou de poder político.

Baixar os juros diminui o pagamento da dívida e sobra dinheiro para o

governo dar aumento para o funcionalismo

Busca de soluções fáceis

Se a alíquota do imposto de renda for reduzida a arrecadação aumenta

Todos querem a reforma tributária pois com ela se pagará menos

impostos e o governo arrecadará mais.

A despeito das discordâncias o consenso é maior do que se imagina

A despeito disso várias medidas de política econômica consideradas

erradas são adotadas

Inter-relação da economia com outras áreas do conhecimento

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Economia, Física e Biologia;

Economia, Matemática e Estatística;

Economia e Política;

Economia e História;

Economia e Geografia;

Economia, Moral, Justiça e Filosofia

Economia, Física e Biologia

Estudo sistemático da economia e avanços da física e biologia (Séc. XVIII e

XIX)

Concepções organicistas (biológicas): Economia se comporta como órgão

vivo, daí os termos, órgãos, funções, circulação e fluxos na teoria econômica

Concepções mecanicistas (físicas): Economia se comporta como

determinadas leis da física, daí os termos estática, dinâmica, aceleração,

velocidade, forças e outros

Concepção Humanística (atual): Observa do comportamento da atividade

humana. Por isso, economia é uma ciência social

Economia, Matemática e Estatística

Economia também é limitada ao meio físico, dado os recursos escassos

Tem relação próxima das quantidades (produção e consumo, exemplos)

Depende da matemática e estatística para estabelecer relações entre variáveis

econômicas

Economia e Política

São extremamente interligadas (relação de causalidade – causa e efeito –

difícil de estabelecer)

A política pode firmar onde se desenvolverá atividades econômicas

A economia pode também ditar decisões políticas (corporações estatais,

oligopólios, monopólios, latifúndio

Economia e História

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Pesquisa histórica auxilia a economia (facilita compreensão do presente).

Fatos econômicos também afetam o desenrolar da história. (Ciclos do ouro,

cana de açúcar, revolução industrial, crack de 29, crise do petróleo, crise

hipotecária)

Economia e Geografia

A geografia de uma área pode determinar sua atividade econômica (Colatina,

qual sua vantagem geoeconômica?)

Áreas de estudos – Economia regional, economia urbana, teorias de

localização industrial (APL – Arranjos Produtivos Locais) e demografia

econômica.

Economia, Moral, Justiça e Filosofia

Idade média, economia era vista como parte integrante da filosofia, moral e

ética (justiça)

Era orientada por princípios morais e de justiça

Estudo sistemático econômico teve seu início após a Revolução Industrial do

Século XVIII

Divisão do Estudo Econômico

Microeconomia ou teoria da formação de preços – Examina como

consumidores e empresas interagem no mercado, decidindo preços e quantidades

para satisfazer ambos.

Macroeconomia – Estuda a determinação e o comportamento dos

grandes agregados nacionais (PIB, taxa de juros, poupança agregada, outros).

Economia Internacional – Analisa relações de residentes e não residentes

do país. Além das relações comerciais entre países.

Desenvolvimento econômico – Aborda a preocupação com melhoria do

padrão de ida da coletividade ao longo do tempo.

1.3 A evolução do pensamento econômico

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Economia Grega: O desprezo da riqueza. O Homem é espírito. Na

economia Platão X Aristóteles

Império Romano: O espírito político em contraposição ao econômico

Idade Média: a igreja regula as relações de trocas

A economia antes da “economia”

O mercantilismo: a riqueza provém do comércio

O renascimento faz nascer o “espírito capitalista”

As idéias metalistas. A moeda surge na vida econômica

Os Fisiocratas

Os fenômenos econômicos seguem uma ordem natural. Tudo e

providencial tudo é natural

O Poder da riqueza vem da terra

Só os trabalhos agrícolas são produtivos

Fundamentos dos Clássicos

O individualismo e o egoísmo são bons para todos

Somos todos “homos economos”

Toda a riqueza provem do trabalho

A economia neoclássica

A utilidade valora os bens. O marginalismo.

É possível atingir o “equilíbrio geral”. ”O Pleno emprego”. “O ponto de

equilíbrio”. “A concorrência perfeita”

A ética das relações de trocas via mercado é isenta de valor de juízo

O preço é justo

A Revolução Keynesiana

O Pleno emprego é uma impossibilidade teórica e prática

A intervenção do Estado é necessária na busca do bem-estar social

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O combate ao desemprego é tarefa do Estado (investimento)

O Pensamento Econômico Contemporâneo

Para onde os economistas estão indo?

O Credo Neoliberal

A Financeirização do mundo

O “Fim da História”

Cadê o Estado?

A Reação social

A Regionalização do desenvolvimento

O Estado como agente ativo

Um “outro” desenvolvimento

O sistema econômico

Liberais: um modo de produção em que a liberdade impera sobre a

planificação

Marxistas: um modo de produção em que as forças produtivas definem

as classes sociais

Características institucionais:

Produção orientada para o mercado;

Propriedade privada dos meios de produção;

Um grande segmento da sociedade que só pode existir pela sua

força de trabalho;

Comportamento individualista,

Maximização de utilidades.

“...as idéias dos economistas, tanto quando estão certos como quando estão

errados, são muito mais poderosas do que normalmente se imagina. Na

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verdade, o mundo é governado quase que exclusivamente por elas. Homens

práticos, que se julgam imunes a quaisquer influências, geralmente são

escravos de algum economista morto...”

John Maynard Keynes

A Busca de uma ética para a economia de mercado

“O mercado auto-regulável foi a inovação que deu origem a uma civilização

específica. (...) A nossa tese é que a idéia de um mercado auto-regulável

implicava uma rematada utopia. Uma instituição que não pode existir sem

aniquilar a substância humana e natural da sociedade...”

Karl Polany

“A simples colocação de um problema é muito mais essencial do que a

solução, que pode ser apenas uma questão de habilidade matemática ou

experimental. Fazer novas perguntas, suscitar novas possibilidades, ver velhos

problemas sob um novo ângulo são coisa que exigem imaginação criadora e

possibilitam verdadeiros adiantamentos na ciência”.

Albert Einstein

UNIDADE II – O PROBLEMA ECONÔMICO

2.1 As necessidades ilimitadas

De acordo com o paradigma clássico o problema relevante a ser

considerado pela ciência econômica é o da distribuição do excedente econômico.

Dado um determinado volume de riqueza produzida, a partir de uma

determinada tecnologia, a questão é saber de que forma se distribuem entre os

diversos segmentos da sociedade o resultado da produção, descontado o custo de

se produzir.

De acordo com o paradigma neoclássico, o principal problema

econômico é alocação dos recursos.

Dada a escassez de recursos econômicos o objeto da ciência econômica

é o estudo de como alocar de forma eficiente recursos que são escassos entre

fins alternativos e rivais.

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Para o paradigma clássico, a questão da eficiência não é um problema,

uma vez que a produção é determinada pela tecnologia e pelos recursos

disponíveis, que estão previamente dados.

Para o paradigma neoclássico, a questão da distribuição não é uma

problema, uma vez que a remuneração de cada “fator de produção” é

determinada por sua produtividade marginal, a qual se supõe, é decrescente no

curto prazo (ou mantidos fixos os demais fatores), não havendo motivo,

portanto, para qualquer conflito social.

Em qualquer sociedade se encontra a sempre a seguinte tríade de

problemas:

O QUE E QUANTO PRODUZIR?

COMO PRODUZIR?

PARA QUEM PRODUZIR?

Este aspecto requer uma análise igualmente detalhada e sistematizada,

dada a sua importância e vinculação com o equacionamento do problema

econômico.

Uma primeira questão a responder diz respeito ao volume de

necessidades que possamos ter. Evidentemente, um ser humano que vive numa

comunidade moderna tem necessidades diversas e em maior quantidade do que

alguém que vivia na Idade Média. Uma volta por uma das salas comerciais de

um shopping center das grandes metrópoles ou meia hora de televisão

comprovam facilmente esta afirmação.

Além deste aspecto temporal (hoje o mundo é completamente diferente

do que em tempos passados) há que se considerar que, somado ao volume,

também a composição das necessidades varia entre habitantes de uma metrópole

e de uma pequena cidade do interior do Estado

Em que pese a diversidade entre volume e composição das necessidades

humanas, é possível detectar várias características comuns:

coletivas ou

individuais

e, dentre estas:

absolutas ou

relativas.

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Necessidades coletivas

Aí estão enquadradas as necessidades que todo grupo sente, tais como a

necessidade de segurança, de defesa, necessidade de educação, de saneamento

básico, do cuidado com a saúde etc..

Estas necessidades são supridas em parte ou totalmente pela ação do

Estado.

Necessidades individuais

Compreendem basicamente dois grupos:

necessidades absolutas (necessidades biológicas) do ser humano, isto é,

relacionadas às exigências de natureza biológica, tais como dormir, respirar,

comer, habitar, procriar, vestir etc..

nem sempre têm sua satisfação associada imediatamente a uma

solução econômica

por exemplo: é o caso da necessidade de respirar,

em muitas comunidades, a preservação das áreas verdes e o

controle da poluição do ar podem requerer grandes esforços econômicos

necessidades individuais compreende as necessidades relativas ou sociais

são relativas porque não são idênticas para todos os indivíduos

compreendem o conjunto de hábitos, normas, costumes e valores

(uso de talheres e pratos, cama para dormir, o hábito da leitura, audiência

de uma sinfonia e outros)

TIPOS DE NECESSIDADES

COLETIVAS INDIVIDUAIS

Absolutas Individuais

Segurança, defesa,

educação, saneamento

básico, saúde etc.

Dormir, respirar, comer,

habitar, procriar, vestir

etc.

Hábitos, normas, costumes e

valores

As necessidades dos indivíduos modificam-se a cada novo dia, quer

sejam absolutas ou relativas

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Alguns estudos a esse respeito, em especial o de Abraham Maslow

(1908 até 1970), um psicólogo norte-americano, revelam que as necessidades

são hierarquizadas, isto é, um indivíduo procura satisfazer suas necessidades em

certo momento ou período de sua vida, por etapas consecutivas, uma após outra.

Imaginemos uma escada, para dispor tal hierarquização. O

primeiro degrau é reservado para as necessidades biológicas ou básicas.

Satisfeitas estas necessidades, o indivíduo busca a segurança, em

seu mais amplo sentido: segurança no lar, na comunidade, segurança no

emprego.

A etapa seguinte refere-se à necessidade que o indivíduo sente

de viver em comunidade, de ser aceito pelo grupo, de relacionar-se.

Na próxima etapa, quer satisfazer seu ego: busca

reconhecimento, status, poder.

E, nesta evolução motivacional, a última etapa refere-se à auto-

realização: o indivíduo abre-se a novos desafios, procura a

experimentação de forma decidida (como, subir montanha mais alta;

chegar à diretoria da empresa)

uma necessidade superior não poderá ser suprida sem a satisfação da

necessidade imediatamente anterior

outro aspecto revela que a posição do indivíduo na sua hierarquia de

necessidades é mutável ao longo do tempo, ou seja, o indivíduo terá projetadas

novas hierarquias introduzidas pelas transformações do meio

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23

Necessidades

2.2 A escassez de recursos

o objeto de estudo da ciência econômica é a questão da escassez, ou seja,

como “economizar” recursos

a escassez surge em virtude das necessidades humanas ilimitadas e da

restrição física de recursos

nenhum país, mesmo os países ricos, são auto-suficientes, em termos de

disponibilidade de recursos produtivos, para satisfazer a todas as necessidades

da população

O crescimento populacional renova as necessidades básicas; o contínuo

desejo de elevação do padrão de vida (necessidade social => melhoria de status)

e a evolução tecnológica fazem com que surjam NOVAS necessidades

(computadores, freezer,...);

Se não houvesse escassez de recursos, ou seja, se todos os bens fossem

abundantes (bens livres), não haveria necessidade de estudarmos questões como

inflação, crescimento econômico, déficit no balanço de pagamentos,

desemprego, concentração de renda;

Esses problemas provavelmente não existiriam (e obviamente nem a

necessidade de se estudar Economia).

recursos de produção escassos são:

capital;

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terra;

trabalho;

ao lado do conhecimento tecnológico e capacidade

empresarial.

Assim nasceu o que se chama de capital, conjunto de bens que não se

destinam a imediata satisfação da necessidades humanas, porém facilitam a

produção ou aquisição de utilidades econômicas.

O capital é representado antes de mais nada pelas máquinas,

instrumentos, ferramentas, matérias-primas, equipamentos, terras ou prédios

possuídos: é o capital fixo ou imobilizado. Mas também é capital o dinheiro ou

seu substituto, o crédito. Dinheiro em caixa e cheques ou títulos de créditos,

formam o capital ativo.

A terra nos oferece gêneros alimentícios e matéria-prima para a

produção de novos bens econômicos. Além disso, no sentido de natureza,

permite ao homem aproveitar recursos como grandes rios, mares, quedas d'água.

Um exemplo é a secular luta pela posse ou propriedade da terra, que constitui

uma notável riqueza.

Se as necessidades existem e devem ser satisfeitas pelos bens de

consumo, os alimentos precisam ser preparados, as roupas costuradas, as casas

construídas.

Nessas condições, o trabalho é o segundo fator da produção. Com o

passar do tempo, o homem primitivo percebeu que seus instrumentos "machado

de pedra, arco e flecha" não proporcionavam a pronta satisfação de suas

necessidades básicas, mas o ajudavam a obter outras coisas de consumo

imediato.

resultam os bens e serviços que são oferecidos à sociedade para a solução

de suas necessidades e desejos ilimitados.

A satisfação de uma necessidade, no sentido aqui tratado, requer a

existência de um bem.

Mesmo as mais elementares necessidades são satisfeitas por certo tipo de

bem.

O ar, por exemplo, é o bem que satisfaz a necessidade de

respirar.

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Em circunstâncias normais, quando se caracteriza a abundância, este e

outros bens, como a água do mar e a luz do sol, são considerados bens livres.

Não constituem, portanto, um problema cuja solução esteja no âmbito da análise

econômica.

Ocorre, no entanto, que a maioria das necessidades dos indivíduos será

satisfeita por bens escassos, cuja obtenção irá requerer certa quantidade de

trabalho e, muito provavelmente, também de outros fatores de produção.

Estes bens são denominados bens econômicos e compreendem duas

categorias de bens:

os bens tangíveis, isto é, que se pode apalpar, sendo, portanto,

materiais, e

os bens intangíveis, que não são de natureza física, onde se

enquadram os serviços.

Na tentativa de melhor compreensão do fato econômico, a classificação

dos bens completa-se com o enquadramento dos bens econômicos tangíveis nas

seguintes categorias:

Bens finais

Aqui são abrigados os bens de consumo, que compreendem os produtos

que se destinam ao consumo.

Subdividem-se em:

bens de consumo não-duráveis (porque possuem existência muito

limitada no tempo e geralmente desaparecem ao satisfazer a necessidade,

como é o caso dos alimentos); e

bens de consumo duráveis (cuja utilização é substancialmente

prolongada, como, por exemplo, eletrodomésticos, automóveis etc.)

São estes produtos que, como regra geral, promovem a atividade

econômica, porque na sua produção são utilizados produtos intermediários,

máquinas, fornecimentos de terceiros e um contingente considerável de pessoas

direta ou indiretamente ocupadas que, auferindo rendimento, poderão adquirir

bens econômicos, realimentando o processo de produção agregada de toda a

sociedade.

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Também fazem parte do grupo de bens finais os chamados bens de

capital, que compreendem os bens destinados à produção de novos bens e, por

isso mesmo, também conhecidos por “bens de produção”. São as máquinas

industriais, ferramentas etc..

É de se notar, ademais, que um mesmo bem pode ser classificado em

grupo distinto, segundo a categoria uso. Assim sendo, um automóvel pode ser

um bem de consumo durável e, para aquele que o utiliza como forma de

prestação de um serviço – táxi, por exemplo, ― este bem é considerado um bem

de capital ou bem de produção.

Bens intermediários

Certos bens, como o aço, o cimento, a cal e uma infinidade de outras

mercadorias, requerem transformações antes de se converterem num bem de

consumo ou bem de capital.

São, portanto, considerados bens intermediários.

Os bens econômicos podem ser classificados como:

Bens não duráveis x bens duráveis

Bens presentes x bens futuros

Bens substitutos x bens complementares

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Bens diretos x bens indiretos

Bens de consumo x bens de produção

Bens de consumo x bens intermediários x bens de capital

2.3 As opções e os critérios de escolha

Todas as sociedades, qualquer que seja seu tipo de organização

econômica ou regime político, são obrigados a fazer ESCOLHAS (OPÇÕES)

entre alternativas, uma vez que os recursos não são abundantes;

Elas são obrigadas a fazer escolhas sobre O QUE E QUANTO, COMO

E PARA QUEM produzir?

O QUE E QUANTO produzir: a sociedade deve decidir se produz mais

bens de consumo ou bens de capital, ou como num exemplo clássico:

quer produzir mais canhões ou mais manteiga e, ainda, em que

quantidade?

Os recursos devem ser dirigidos para a produção de mais bens de

consumo, ou bens de capital?

COMO produzir: trata-se de uma questão de eficiência produtiva:

serão utilizados métodos de produção capital intensivo? ou mão-

de-obra intensivos? Ou terra intensivos? Isso depende da disponibilidade

de recursos de cada país.

PARA QUEM produzir: a sociedade deve decidir quais os setores que

serão beneficiados na distribuição do produto:

trabalhadores, capitalistas ou proprietários de terra?

Agricultura ou indústria?

Mercado interno ou mercado externo?

Região sul ou norte?

ou seja, trata-se de decidir como será distribuída a renda gerada

pela atividade econômica

Tendo visto os recursos (escassos) de produção e as necessidades

humanas (ilimitadas) vamos organizar nosso aprendizado com relação ao

conhecimento das diversas formas de satisfação das necessidades humanas: os

bens.

Significados da palavra produção:

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transformação técnica

transformação de modo

transformação de espaço

transformação de tempo.

O resultado da atividade produtiva chama-se produto.

Consumo é o uso dos bens econômicos com o objetivo de satisfazer

diretamente certas necessidades.

Os bens usados com este objetivo, e enquanto usados com este objetivo,

chamam-se bens de consumo.

As atividades produtivas podem ser classificadas de acordo segundo o

grau de processamento e elaboração de seus produtos:

Setor primário

Setor secundário

Setor terciário

Setor primário (agropecuária)

Engloba as atividades que estão em contato direto com a natureza

e cuja produção se caracteriza com de bens primários.

Dela fazem parte agricultura, pesca silvicultura, pastoreio,

extração vegetal, etc.

Setor Secundário (indústria)

Compreende todas as atividades de modificação e transformação

de bens, por meio de processos físicos ou químicos.

Compreende a indústria extrativa mineral, manufatureira ou de

transformação, da construção civil e a indústria de geração de energia

elétrica, produção de gás e tratamento de água e esgoto (serviços

industriais de utilidade pública).

Setor terciário (serviços)

É também chamado setor de serviços. Não compreende a

produção física propriamente dita, mas sim a prestação de serviços.

Compreende as atividades comerciais, transportes, seguros,

serviços financeiros, previdência social, educação, saúde, turismo,

serviços governamentais, etc.

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O ato pelo qual se renuncia a uma parte do possível consumo presente

com a intenção de obter um aumento do consumo futuro chama-se poupança.

Em sentido estrito, em economia, investimento significa a aplicação de

capital em meios que levam ao crescimento da capacidade produtiva

(instalações, máquinas, meios de transporte), ou seja, bens de capital.

Por isso, considera-se também investimento a aplicação de recursos do

Estado em obras muitas vezes não lucrativas, mas essenciais para formarem a

infra-estrutura da economia (saneamento básico, rodovias, portos, aeroportos,

etc.)

Um conjunto de bens econômicos, disponíveis para um sujeito

econômico ou para uma sociedade de sujeitos econômicos, chama-se riqueza.

A riqueza pode ser considerada de duas maneiras:

Ao conjunto de bens disponíveis num determinado momento do tempo

chama-se patrimônio.

A riqueza considerada como fluxo de bens ao longo do tempo toma o

nome de renda.

2.4 As soluções alternativas e as curvas de possibilidade de produção

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Todas as sociedades, qualquer que seja seu tipo de organização

econômica ou regime político, são obrigadas a fazer opções, escolhas entre

alternativas, uma vez que os recursos não são abundantes. Elas são obrigadas a

fazer escolhas sobre O Que e Quanto, Como e Para Quem produzir.

Para quem produzir: A sociedade deve decidir quais os setores que serão

beneficiados na distribuição do produto: trabalhadores, capitalistas ou

proprietários da terra? Agricultura ou indústria? Mercado interno ou mercado

externo? Região Sul ou Norte? Ou seja, trata-se de decidir como será distribuída

a renda pela atividade econômica.

Definição de Produto

A economia estuda a alocação de recursos escassos para fins ilimitados,

ou seja, como obter o máximo de satisfação para os indivíduos a partir de um

estoque dado de recursos.

Para satisfazer a suas necessidades, o homem envolve-se em um ato de

produção.

Produção é a atividade social que visa adaptar a natureza para a criação

de bens e serviços que permitam a satisfação das necessidades humanas.

No ato de produção, existe a combinação de uma série de elementos

chamados de fatores de produção, que são os recursos utilizados na produção de

bens e serviços.

Normalmente, costuma-se separar os recursos em três grandes áreas:

Terra, Capital e Trabalho.

É a atividade social que visa adaptar a natureza para a criação de bens e

serviços que permitam a satisfação das necessidades humanas.

Os fatores de Produção são os recursos utilizados na produção de bens e

serviços.

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O Produto é a soma daquilo que foi produzido em país durante

determinado período de tempo.

O Crescimento Econômico é definido como o aumento do produto em

um determinado período de tempo, ou seja, a elevação na produção de bens e

serviços que satisfaçam às necessidades humanas

Produto real e produto nominal

Produto é medido em termos monetários, pois é a forma que possuímos

para reduzir os diversos bens e serviços da economia a um denominador comum

e com isso podermos agregá-los.

O problema é que a moeda está sujeita a perda de valor ao longo do

tempo, isto é, na presença de processos inflacionários, o poder de compra da

moeda se corrói devido à elevação do nível geral de preços.

Produto real e produto nominal

Assim, de um ano para o outro, o produto pode variar em termos

monetários sem que em termos de quantidade física tenha ocorrido qualquer

mudança, ou seja, como Y= Pi x Qi ( onde Pi é o preço e Qi a quantidade das n

mercadorias da economia), o valor de Y pode mudar tanto por mudanças em Pi

como em Qi, ou em ambos.

O que interessa em termos de crescimento é o comportamento de Q;

assim, devemos diferenciar entre Produto Real (aquele medido a preços

constantes) e Produto Nominal (aquele medido a preços correntes).

Como o que se observa é o produto nominal, para retirar os efeitos da

inflação sobre a medida do produto utilizamos os chamados “índices de preços”

para fazer o “deflacionamento”.

Estes índices correspondem a média ponderada das mudanças de preços

dos diversos produtos. O principal índice é o deflator implícito do produto (DI),

que corresponde à razão entre a soma de todos os preços no instante atual

multiplicados pela quantidades no instante atual e a soma de todos os preços no

instante anterior multiplicado pelas quantidades do instante atual.

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A partir do produto real, pode-se observar mais de perto a evolução

(crescimento) as economia de um país, comparando-se o produto de um ano em

relação a outro. Quando dizemos que o Brasil cresceu 4 %, estamos afirmando

que a produção do ano atual (PIP) é 4% maior que o ano anterior em termos

reais, isto é, descontada a elevação dos preços dos bens produzidos.

O Gráfico nos mostra a taxa de investimento (preços constantes de

2000) anual até 1990 e trimestral desde 1991, bem como a média verificada

entre o primeiro trimestre de 1991 e o segundo de 2004, 19,1%.

A série formação bruta de capital fixo como proporção do PIB a

preços constantes de 2000 tem o seu menor patamar histórico, verificado no

segundo trimestre de 2003, 16,4%, sendo que a partir de então apresenta

comportamento crescente. Contudo, no segundo trimestre de 2004, a taxa de

investimento a preços constantes, 17,3%, continua cerca de 2% abaixo da média

verificada do primeiro trimestre de 1991 ao segundo semestre de 2004.

A esse respeito, em trabalhos anteriores, foi mostrado que mantida a

média do crescimento da produtividade total dos fatores, do trabalho e a taxa

média de investimento observada de 1994 a 2001, respectivamente de 1,2%,

2,0% e 19,9%, o crescimento do produto esperado no Brasil seria de 2,8%,

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atingindo o máximo 3,5% quando se considera o crescimento potencial (esse

último só se sustenta no curto prazo).

Ressaltamos que a análise anterior só considera parâmetros médios, ou

seja, choques em outros fatores podem elevar o crescimento sustentado

brasileiro. Como exemplo, um choque positivo na produtividade do capital de

2% por 5 anos elevaria o crescimento sustentado esperado para 3,1% (e o

potencial para 4%), sendo que, nos cinco anos de transição, haveria um ganho

extra da ordem de 2% no crescimento esperado.

Depressão econômica

Uma depressão econômica é caracterizada por um estado agravado de

recessão, ou seja, um longo período de desemprego em massa, falência de

empresas, baixos níveis de produção e investimentos etc., sempre acarretando

em conseqüências negativas para a economia mundial.

Segundo especialistas, as maiores depressões econômicas da história

foram as de 1815, 1873 e 1929. Entre elas, uma das mais graves foi a de 1929,

superada somente pela crise financeira mundial de 2008.

Em relação ao crash de 29, a teoria mais aceita, diz que o motivo para a

crise foi o planejamento mau feito da política monetária dos Estados Unidos.

Esse é apenas um dos motivos para as depressões econômicas. Esses longos

períodos de crise podem ser causados por diversos fatores, principalmente na

esfera macroeconômica.

Para exemplificar as diferenças entre uma recessão e uma depressão

econômica, podemos citar uma velha piada dos economistas: Uma recessão é

quando o seu vizinho perde o emprego, uma depressão é quando você perde o

seu também.

De fato, recessão é um declínio do Produto Interno Bruto (PIB), por dois

ou mais trimestre consecutivo, já a depressão está relacionada com outros

aspectos mais amplos, como níveis de emprego, produção industrial, rendimento

real, etc.

Ao longo da história do capitalismo, podemos perceber momentos bons e

de crise, ou seja, ciclos econômicos.

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Após o sistema capitalista ter se firmado esses ciclos passaram a ser algo

constante.

De certa forma, depressão econômica é uma falha do sistema capitalista

e de sua teórica “mão invisível”.

Inclusive, foi nos períodos após grandes depressões que surgiram outras

teorias econômicas um pouco diferentes da teoria de Adam Smith, como o

keynesianismo e o neoliberalismo.

UNIDADE III – O SISTEMA ECONÔMICO

3.1 Características, agentes e elementos básicos do sistema econômico

Definição:

“Um sistema econômico pode ser definido como forma política, social e

econômica de organização de uma sociedade. É um particular sistema de

organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e serviços

que as pessoas utilizam, buscando uma melhoria no padrão de vida e bem-estar.”

Braga e Vasconcellos (2006, p. 4)

Sistema econômico é o conjunto de relações técnicas, básicas e

institucionais que caracterizam a organização econômica de uma sociedade.

Elementos do sistema econômico

1. Estoque de recursos produtivos

2. Complexo de unidades de produção

3. Conjunto de instituições (jurídicas, políticas, sociais e

econômicas)

os elementos básicos são:

os estoques de recursos produtivos ou fatores de produção,

que incluem os recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), o

capital, a terra, as reservas naturais e a tecnologia;

o complexo de unidade de produção, construído pelas

empresas; e

o conjunto de instituições políticas, jurídicas, econômicas e

sociais, que são a base da organização da sociedade.

os sistemas econômicos pode ser classificados em dois grandes grupos: o

sistema capitalista e sistema capitalista.

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Socialismo (economia centralizada ou planificada)

As características dele são:

1. Também conhecida como economia centralizada ou planificada;

2. As questões econômicas fundamentais são resolvidas por um

órgão central de planejamento;

3. Predomínio da propriedade pública dos fatores de produção.

Capitalismo (economia de mercado)

As características são:

1. Propriedade privada dos fatores de produção, dos bens de consumo e

do dinheiro;

2. Controle do funcionamento da economia é realizado pelo sistema de

preços;

3. O lucro é o grande impulsionador para a ação dos agentes

econômicos;

4. Importância da competição entre as empresas e entre os proprietários

dos recursos;

5. O papel do governo é limitado. A participação do governo é dada

pela relação entre gasto público (G) e PIB (Y).

Troca significa que os indivíduos permutam bens entre si.

1. Escambo: trocas realizadas sem dinheiro.

Problemas enfrentados:

1. Tempo.

2. Indivisibilidade de alguns bens.

3. Coincidência de necessidades.

2. Dinheiro: é todo o meio de pagamento aceito que pode ser permutado

por bens e serviços, além de ser utilizado para saldar dívidas. Tanto nos sistemas

capitalistas como socialistas.

Livre Iniciativa

Economia de livre mercado (Economia de mercado ou Sistema de livre)

iniciativa existe quando os agentes econômicos agem de forma livre, sem a

intervenção dos governos.

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É, portanto, um mercado idealizado, onde todas as ações econômicas e

ações individuais respeitam a transferência de dinheiro.

Bens e serviços são "voluntárias" - o cumprimento de contratos

voluntários é, contudo, obrigatório.

A propriedade privada é protegida pela lei e ninguém pode ser forçado a

trabalhar para terceiros.

Economia planificada

Economia planificada (economia centralizada ou economia centralmente

planejada) é um sistema econômico na qual a produção é previa e racionalmente

planejada por especialistas, na qual os meios de produção são propriedade do

estado e a atividade econômica é controlada por uma autoridade central que

estabelece metas de produção e distribui as matérias primas e as unidades de

produção.

Como não há mercado em uma economia planificada, não é possível

conhecer o preço, e, portanto, não é possível conhecer a demanda, tornando a

economia planificada teoricamente impossível.

Em uma economia planificada o Planejamento é feito de forma que não

haja escassez ou abundância de determinado produto, portanto os preços

raramente são modificados.

Sua forma mais conhecida é o tipo de economia que foi adotada, durante

cerca de 70 anos, pelo regime comunista na União Soviética, bem como pela

China.

Os socialistas defendem a planificação da economia, em maior ou menor

grau. Hoje em dia muito poucos economistas, mesmo socialistas, ainda

defendem uma economia totalmente centralizada e planificada, como foi a

soviética.

Diferentemente do que ocorre na economia planificada ou economia do

estado, onde a produção econômica é dirigida pelo Estado, na Economia de

mercado a maior parte da produção econômica é gerada pela iniciativa privada;

indústria, comércio prestação de serviços são controlados por cidadãos

particulares.

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Ou seja, são empresas do setor privado que detêm a maior parcela dos

meios de produção.

O Estado tem o papel de regulamentação e fiscalização da economia e

atender setores prioritários como: energia, segurança, educação, saúde entre

outros.

Pode-se então afirmar que nos países, denominados de capitalistas,

domina uma economia de mercado, no seu oposto temos os países socialistas

onde predomina uma economia primariamente estatal.

Entre estes dois domínios opostos, encontramos ainda os denominados

sistemas econômicos mistos, cuja finalidade centra-se na harmonização, em

diversos âmbitos, o domínio do sector privado (livre iniciativa) e o setor público

(empresas estatais).

3.2 Os fluxos real e monetário

Fluxo Real: envolve bens, serviços e fatores

O fluxo (real) de bens (finais) de consumo e serviços das

empresas para os consumidores;

Fluxo Monetário: pagamento pelos bens, serviços e fatores envolvidos

O fluxo (monetário) de moeda dos consumidores para as

empresas.

As famílias, as empresas, o mercado de bens de consumo e serviços e o

mercado de recursos ou fatores de produção compõem uma economia de livre

empresa e formam o centro em torno do qual se desenvolve a economia.

Os preços dos bens e serviços interligam os dois fluxos, ou seja, o

mercado de produtos para bens e serviços estabelece preços que regulam a

quantidade e qualidade de bens produzidos e consumidos.

No fluxo monetário as empresas pagam às famílias pelo uso dos recursos

por meio de salários (do trabalho), dividendos, juros e lucros (do capital) e

aluguel (da terra e de imóveis).

Economia de mercado de livre concorrência entre produtores e

consumidores estabelecem os preços dos produtos.

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Braga e Vasconcellos (2006, p. 10)

Unindo os fluxos real e monetário da economia, temos o fluxo circular de

renda.

Braga e Vasconcellos (2006, p. 10)

Braga e Vasconcellos (2006, p. 10)

O mercado no sistema econômico é formado pelas pessoas que querem

comprar e pelas que querem vender bens e serviços, ou seja, os consumidores e

os empresários.

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Oferta x Demanda

As curvas de oferta e demanda expressam uma relação entre preços e

quantidades.

Entretanto, essa relação não é efetiva e sim potencial, pois tanto

produtores como consumidores estão apenas expressando as quantidades dos

bens que ofertariam ou consumiriam a determinados preços.

Para se determinar esse preço e essa quantidade, o mercado deve estar

em equilíbrio.

Preço de equilíbrio (preço de mercado)

É aquele que iguala a oferta à procura, ou seja, o preço pelo qual os bens

serão vendidos.

ELASTICIDADE

Medida da resposta dos compradores e vendedores às mudanças no

preço e na renda.

Bens com alta elasticidade da demanda (elástica) como refeições em

restaurantes, veículos, carne bovina.

Bens com baixa elasticidade da demanda (inelástica) como petróleo,

ovos, leite, gasolina, insulina.

Classificação dos Mercados

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Concorrência Perfeita

é um mercado em que existe um grande número de empresas

oferecendo um mesmo produto.

Monopólio Puro

é um mercado em que existe apenas uma empresa oferecendo um

bem, para qual não existe substitutos satisfatórios.

Classificação dos Mercados

Oligopólio

é um mercado em que existe um número de empresas pequeno o

suficiente para que as ações de uma afetem as outras. Essas empresas

produzem bens diferenciados, mas substituíveis entre si.

Concorrência monopolística

é um mercado em que há um número razoável de empresas

produzindo um mesmo bem, que aos olhos do consumidor são

diferenciados.

3.3 Classificação dos bens e serviços

Bens de capital: são utilizados na fabricação de outros bens, sem

desgaste total no processo. Ex: máquinas, equipamentos, etc.

Bens de consumo: buscam atender as necessidades humanas, podendo

ser duráveis (geladeira) ou não-duráveis (alimentos).

Bens intermediários: são transformados e agregados na produção de

outros bens, sendo consumidos no processo produtivo.

São chamados de recursos de produção da economia, e são constituídos

pelos recursos humanos (trabalho e capacidade empresarial), terra, capital e

tecnologia.

Remuneração do fator de produção:

Fator de Produção Tipo de remuneração

Trabalho Salário

Capital Juro

Terra Aluguel

Tecnologia Royalty

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41

Capacidade empresarial* Lucro

Gerência dos proprietários

3.4 Os setores da economia

A economia de um país pode ser dividida em setores (primário,

secundário e terciário) de acordo com os produtos produzidos, modos de

produção e recursos utilizados.

Estes setores econômicos podem mostrar o grau de desenvolvimento

econômico de um país ou região.

Setor Primário

O setor primário está relacionado a produção através da exploração de

recursos da natureza.

Podemos citar como exemplos de atividades econômicas do setor

primário: agricultura, mineração, pesca, pecuária, extrativismo, vegetal e caça.

É o setor primário que fornece a matéria-prima para a indústria de

transformação. Este setor da economia é muito vulnerável, pois depende muito

dos fenômenos da natureza como, por exemplo, do clima.

A produção e exportação de matérias-primas não geram muita riqueza

para os países com economias baseadas neste setor econômico, pois estes

produtos não possuem valor agregado como ocorre, por exemplo, com os

produtos industrializados.

Setor Secundário

É o setor da economia que transforma as matérias-primas (produzidas

pelo setor primário) em produtos industrializados (roupas, máquinas,

automóveis, alimentos industrializados, eletrônicos, casas, etc).

Como há conhecimentos tecnológicos agregados aos produtos do setor

secundário, o lucro obtido na comercialização é significativo.

Países com bom grau de desenvolvimento possuem uma significativa

base econômica concentrada no setor secundário.

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A exportação destes produtos também gera riquezas para as indústrias

destes países.

Setor Terciário

É o setor econômico relacionado aos serviços. Os serviços são produtos

não meterias em que pessoas ou empresas prestam a terceiros para satisfazer

determinadas necessidades.

Como atividades econômicas deste setor econômicos, podemos citar:

comércio, educação, saúde, telecomunicações, serviços de informática, seguros,

transporte, serviços de limpeza, serviços de alimentação, turismo, serviços

bancários e administrativos, transportes, etc.

Este setor é marcante nos países de alto grau de desenvolvimento

econômico. Quanto mais rica é uma região, maior é a presença de atividades do

setor terciário.

Com o processo de globalização, iniciado no século XX, o terciário foi o

setor da economia que mais se desenvolveu no mundo.

3.5 Sistemas econômicos alternativos

Evolução dos Sistemas Econômicos

Em sua evolução foi marcada por duas características:

Especialização

Sistema de produção segundo o qual cada indivíduo se concentra

em um número limitado de atividades

Troca

Permuta

Obs: Através da especialização e da troca, as nações puderam dispor de

maior produção, e elevação do padrão de vida.

Economia de direção central

é aquela em que o governo toma as decisões importantes acerca

da produção e da repartição. Neste tipo de economia o governo possui a

maior parte dos bens de produção (terra e capital); também possui e

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dirige a atividade das empresas na maior parte dos ramos de atividade; é

o empregador da maioria dos trabalhadores e quem dirige a sua

atividade, decidindo também como a produção da sociedade deve ser

divida pelos diversos bens e serviços, Ex: A economia que funcionou na

União Soviética.

Economia de mercado

é aquela em que os indivíduos e as empresas privadas tomam as

decisões mais importantes acerca da produção e do consumo

Economia mista

é aquela que se situa entre a economia de mercado e a economia

de direção central. Atualmente, a maior parte das sociedades funciona

numa economia mista. Refira-se que serviços como a educação, o

policiamento ou o controlo da poluição são geralmente proporcionados

pelo Governo.

Segunda Parte - Elementos de Microeconomia

UNIDADE I – OFERTA E DEMANDA

1.1 O mercado

Oferta e Demanda são as duas palavras mais usadas por economistas

É as forças que fazem os mercados funcionarem

A microeconomia moderna lida com a oferta, demanda e o equilíbrio do

mercado

Os termos oferta e demanda referem-se ao comportamento das pessoas...

...quando eles interagem entre si nos mercados

Mercado: local onde compradores e vendedores se encontram para trocar

mercadorias ou serviços

Possibilita ganho através da especialização e comércio

Qualquer instituição, mecanismo ou acordo que facilite o comércio

O mercado é um grupo de compradores e vendedores de um bem ou

serviço

Compradores determinam a Demanda

Vendedores determinam a Oferta

Preço

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Indica o quanto consumidores querem que determinado produto ou

serviço seja produzido

Determinado através de um processo de descoberta

Preços relativos. Computado dividindo-se o preço absoluto de um bem

por outro

Tipos de Mercado

Mercado Competitivo:

Muitos compradores e vendedores

Não é controlado por nenhum indivíduo individualmente

Quando existe o estabelecimento de uma “banda” curta de preços

que compradores e vendedores agem sobre ela

Perfeitamente Competitivo

Produtos homogêneos

Compradores e vendedores aceitam o preço determinado

Muitos compradores e vendedores de forma que ninguém pode

influenciar, sozinho, o mercado

Monopólio: Um vendedor que controla o preço de mercado

Oligopólio: Poucos vendedores onde não há concorrência agressiva

Competição Monopolística

Muitos vendedores

Produtos ligeiramente diferenciados

Cada vendedor pode determinar o preço do seu produto

1.2 Demanda

Definição

“... Como a quantidade de determinado bem ou serviço que o

consumidor deseja adquirir em certo período de tempo.”

Montoro Filho (2006, p. 66)

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45

Lei da Demanda

Existe uma relação inversa/ negativa entre preço e quantidade

demandada

Matematicamente,

Dx = f(Px, Pz, R, G, Demais fatores)

Onde,

Dx = a demanda do bem x;

Px = o preço do bem x;

Pz = o preço dos demais bens

R = renda

G = preferências, hábitos

Para estudar a influência de cada fator sobre a demanda é necessário

fazer uma simplificação, que é considerar cada efeito, cada variável,

separadamente, fazendo a hipótese de que tudo o mais permaneça constante.

Esta hipótese é também conhecida como a cláusula do coeteris paribus.

Assim, considerando que a quantidade demandada depende apenas do

preço do bem, teríamos que: Dx = f(Px)

Tudo o mais permanecendo constante

Esquema de Demanda

É uma tabela que mostra a relação entre o preço de um bem e a

quantidade demandada àquele preço

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46

Curva da Demanda

É uma curva com inclinação negativa relacionando preço à quantidade

demandada

Determinantes da Demanda

Preço Quantidade

$ 0.00 12

$ 0.50 10

$ 1.00 8

$ 1.50 6

$ 2.00 4

$ 2.50 2

$ 3.00 0

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47

Que fatores determinam a quantidade de sorvete que você quer comprar?

Que fatores determinam a quantidade de sorvete que você pode

comprar?

1) Preço de mercado

2) Renda do indivíduo

3) Preço de produtos similares

4) Gosto

5) Expectativa

6) Número de consumidores

Curva da Demanda

Mostra a quantidade máxima de um determinado bem que consumidores

estão desejando adquirir a diversos níveis de preço (ceteris paribus)

Mostra o preço máximo que indivíduos estão dispostos a pagar por uma

unidade adicional de produto (ceteris paribus)

Ceteris Paribus

Frase em latim que significa “todas as outras coisas estando iguais”, isto

é, quando da análise a única coisa que estará se alterando será a variável que se

estiver analisando.

Determinantes da Demanda

Preço de Mercado: Existe uma relação inversa entre preço e quantidade

demandada

(Lei da Demanda)

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Determinantes da Demanda

Renda: aumento de renda aumenta a demanda por um bem “normal”

Determinantes da Demanda

Renda: aumento de renda diminui a demanda por um bem “inferior”

Determinantes da Demanda

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Preços de Bens Relacionados: Quando a queda de preço de um bem

reduz a demanda por outro, os bens são chamados de “substitutos”

Preços de Bens Relacionados: Quando a queda de preço de um bem

aumenta a demanda por outro, os bens são chamados de “complementares” .

Relação entre quantidade demandada e número de consumidores

Na maioria dos casos ela é positiva

Pode ser influenciada pela idade de uma população, por exemplo

Quem compra ingressos para assistir Nelson Gonçalves, Sandy & Júnior,

etc.

Esquema de Demanda e Curva de Demanda

Esquema de Demanda: tabela que mostra o preço de um bem e a

quantidade demandada

Curva de Demanda: linha com inclinação negativa relacionando preço a

quantidade demandada

Ceteris Paribus

... Todas as demais variáveis relevantes são consideradas constantes,

com exceção das que estão sendo analisadas naquele momento

Mudança na quantidade demandada x Mudança na demanda

Mudança na quantidade demandada: move-se sobre a curva da demanda

quando há mudança de preço

Mudança na demanda: a curva inteira se move para a esquerda ou direita

Mudança na Quantidade Demandada

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50

Mudança na Quantidade Demandada

Mudança na Demanda

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Quantidade Demandada e Demanda

Variável Uma Mudança na Variável Causa um(a)...

Preço Movimento ao longo da curva da demanda

Renda Deslocamento da curva

Preço de bem relacionado Deslocamento da curva

Gostos Deslocamento da curva

Expectativa Deslocamento da curva

Número de Compradores Deslocamento da curva

Derivando a Demanda de Mercado

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Bens Substitutos

Se o aumento do preço do bem i aumentar a demanda do bem x, então os

bens i e x são chamados substitutos ou concorrentes.

Bens Complementares

Se a redução do preço do bem i ocasionar um aumento da demanda do

bem x, então os bens i e x são chamados complementares.

Portanto, bens complementares são aqueles que são consumidos

conjuntamente.

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Relação entre a demanda de um bem e a renda do consumidor

Em geral, existe uma relação crescente e direta entre a renda e a

demanda por um bem ou serviço.

Bem Normal Tipo de bem cuja quantidade demandada varia

diretamente a variações na renda do consumidor, coeteris paribus.

Bem de Consumo Saciado Dada uma variação na renda do

consumidor, a quantidade demandada não se altera, coeteris paribus.

Bem Inferior Tipo de bem cuja quantidade demandada varia

inversamente a variações na renda do consumidor, coeteris paribus.

Relação entre a demanda de um bem e a renda do consumidor

Exercício 1:

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Exercício 2:

1.3 Oferta

Definição

“... como a quantidade de um bem ou serviço que os produtores desejam por

unidade de tempo.”

Montoro Filho (2006, p. 73)

Matematicamente,

Ox = f(Px, Pz, C.F.P, T, Nº Empresas no mercado)

Onde

Ox = quantidade ofertada do bem x;

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Px = o preço do bem x;

Pz = o preço dos outros bens

C.F.T= custo dos fatores de produção,

T = tecnologia

Lei da Oferta

É a quantidade de produtos que vendedores desejam e podem produzir

para vender a diversos níveis de preço

Oferta de sorvete

Determinantes da Oferta

Preço de mercado

Preço dos insumos

Tecnologia

Expectativa

Número de produtores

Esquema de Oferta

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É uma tabela que mostra a relação entre o preço de um bem e a

quantidade ofertada àquele preço

Curva da Oferta

Existe uma relação direta (positiva/ crescente) entre preço e quantidade

(Lei da Oferta)

Esquema de Oferta e Curva da Oferta

Esquema de Oferta: tabela que mostra o preço de um bem e a quantidade

ofertada

Curva da Oferta: linha com inclinação positiva relacionando preço a

quantidade demandada

Preço Quantidade

$ 0.00 0

$ 0.50 0

$ 1.00 1

$ 1.50 2

$ 2.00 3

$ 2.50 4

$ 3.00 5

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Mudança na Quantidade Ofertada x Mudança na Oferta

Mudança na Quantidade Ofertada: move-se sobre a curva da oferta

quando há mudança de preço

Mudança na Oferta: a curva inteira se move para a esquerda ou direita

Mudança na Quantidade Ofertada

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58

Mudança na Oferta

Quantidade Ofertada e Oferta

Variável Uma Mudança na Variável Causa um(a)...

Preço Movimento ao longo da curva da oferta

Preço dos Insumos Deslocamento da curva

Tecnologia Deslocamento da curva

Expectativa Deslocamento da curva

Número de Compradores Deslocamento da curva

Derivando a Oferta de Mercado

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Exercício 3:

Exercício 4:

Exercício 5:

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60

Exercício 6:

1.4 Equilíbrio de mercado

Preço de Equilíbrio: preço onde as duas curvas se cruzam. A quantidade

demandada e ofertada são iguais.

Quantidade de equilíbrio: quantidade determinada pela intersecção das

curvas de oferta e demanda.

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Chegando ao Equilíbrio

Excesso de Oferta: preço acima do equilíbrio, a quantidade

ofertada é maior que a quantidade demandada.

Excesso de Demanda: preço abaixo do equilíbrio, a

quantidade ofertada é menor que a quantidade demandada.

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Excesso de Oferta

Preço acima do equilíbrio, a quantidade ofertada é maior

que a quantidade demandada. Vendedores terão que baixar o preço para

aumentar as vendas, voltando então ao equilíbrio.

Excesso de Demanda

Preço abaixo do equilíbrio, a quantidade ofertada é menor

que a quantidade demandada. Vendedores aumentarão os preços, voltando então

ao equilíbrio.

Análise Estática Comparativa

Determina se determinado evento muda a demanda, a

oferta ou ambas ou se há apenas um movimento sobre uma das curvas ou sobre

ambas

Determina se as curvas movem para a direita ou esquerda

Determina como essas mudanças afetam o preço e a

quantidade de equilíbrio

Exemplo: Consumo do sorvete com a chegada de uma

onda de calor

Deslocamento da Curva ou Movimentos Sobre a Curva

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A um deslocamento da curva de oferta dá-se o nome de mudança na

oferta

A um movimento sobre a curva de oferta dá-se o nome de mudança na

quantidade ofertada

A um deslocamento da curva de demanda dá-se o nome de mudança na

demanda

A um movimento sobre a curva de demanda dá-se o nome de mudança

na quantidade demandada

Aumento de renda real (aumento do poder aquisitivo) eleva a demanda

pelo bem x

Portanto, há um deslocamento da curva de demanda para a direita, para

D‟D‟.

Novo equilíbrio com preço e quantidade maiores.

Diminuição dos preços das matérias-primas.

Portanto, há um deslocamento da curva de oferta para a direita, para

O‟O‟.

Novo equilíbrio com preço menor e quantidade maior

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Exemplo: Onda de calor. O que acontece?

O que acontece com o preço e a quantidade de equilíbrio?

Oferta Inalterada Aumento Oferta Diminuição Oferta

Demanda Inalterada P igual

Q igual

P diminui

Q aumenta

P aumenta

Q diminui

Aumento Demanda P aumenta

Q diminui

P ambíguo

Q aumenta

P aumenta

Q ambíguo

Diminuição

Demanda

P diminui

Q diminui

P diminui

Q ambíguo

P ambíguo

Q diminui

Diminuição da Oferta

Número de produtores e/ou vendedores diminui

A tecnologia se deteriora

Custos aumentam

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Impostos aumentam

Subsídios diminuem

O preço de produtos alternativos aumentam

O preço de produtos complementares diminuem

Aumento da Oferta

Número de produtores e/ou vendedores aumenta

A tecnologia melhora

Custos diminuem

Impostos diminuem

Subsídios aumentam

O preço de produtos alternativos diminuem

O preço de produtos complementares aumentam

O tempo

Muito Curto Prazo: consumidores e produtores não têm

tempo de fazer quaisquer ajustes

Longo Prazo: consumidores e produtores podem

considerar alternativas e fazer substituição no consumo ou na produção

Efeito Tempo na Demanda

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Economistas utilizam o modelo de oferta e demanda para

analisar mercados competitivos

A curva de demanda mostra como a quantidade

demandada de um bem depende do seu preço

Além do preço, a renda, os gostos, as expectativas e os

preços de outros produtos (substitutos ou complementares) podem também

determinar a quantidade demandada de um produto

O equilíbrio de mercado é atingido quando a quantidade

demandada é igual à quantidade ofertada, ou graficamente falando, as duas

curvas se cruzam no eixo XY

Em economias de mercado, os preços são os sinalizadores

que guiam como os indivíduos e firmas devem alocar os recursos

Elasticidade-preço da demanda

Em qual grau a quantidade demandada responde a uma

variação de preços?

Elasticidade-preço da demanda é a variação percentual

de quantidade demandada do bem x para cada unidade de variação percentual no

preço do bem x.

Em outras palavras, a elasticidade-preço da demanda

indica quantos por cento vai variar (ou reduzir) a quantidade

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demandada de um bem para cada um por cento de variação

no seu preço.

Matematicamente,

Elasticidade no ponto e no arco

A elasticidade no arco pode ser compreendida como a média aritmética

das quantidades e dos preços entre os pontos A e B.

Definições

I- Demanda inelástica, quando ηD > -1 ou |ηD| < 1

% Var.Q < % Var.P

II – Demanda de elasticidade unitária, quando ηD = 1 ou |ηD|=1

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68

% Var.Q = % Var.P

III – Demanda elástica, quando ηD <-1 ou |ηD| > 1

% Var.Q > % Var.P

Casos extremos

Relação entre receita total e elasticidade

Fatores que influenciam a elasticidade-preço da demanda

1. A existência de bens substitutos

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É de se esperar que, quanto melhores substitutos tiver o bem,

maior será sua elasticidade, pois será mais fácil para o consumidor trocar

um determinado bem, se eu preço aumentar.

2. O peso do bem no orçamento

Se for pouco substituível, quanto menor o peso do bem no

orçamento, menor será sua elasticidade.

3. Essencialidade do bem

Quanto mais essencial for o bem, menor deverá ser sua

elasticidade-preço.

Elasticidade-preço cruzada da demanda

Muito parecido com o conceito de elasticidade-preço da demanda, no

caso da elasticidade-preço cruzada compara-se variações percentuais da

quantidade demandada de um bem com variações percentuais de preço de outro

bem.

Formalmente, a elasticidade-preço cruzada entre os bens x e y é a

variação percentual de quantidade demandada do bem x para cada unidade de

variação percentual do preço y.

Matematicamente,

Elasticidade-preço cruzada da demanda

Esta razão pode assumir valores negativos e positivos

ou, ainda, ser igual a zero.

Se o resultado for < 0, isto é, negativo, os dois bens

são complementares.

Se o resultado for > 0, isto é, positivo, os dois bens são

substitutos ou sucedâneos.

Se o resultado for = 0, os dois bens não guardam qualquer

relação de consumo entre si.

Elasticidade-preço cruzada da demanda

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Exemplo:

Suponha que X seja manteiga e Y seja margarina

(dois produtos tipicamente substitutos).

Se o preço de Y subir (+), a quantidade demandada de

manteiga deve aumentar ( + ). Logo, dividindo-se um valor positivo por

outro positivo, o resultado será um valor positivo e, portanto os bens são

substitutos.

Elasticidade-renda da demanda do bem x

Elasticidade-renda da demanda

É a variação percentual da quantidade demandada de

um bem x para cada unidade de variação percentual da

renda do consumidor.

Matematicamente,

Dependendo do valor do coeficiente da elasticidade-renda

obtido, o bem será classificado em bem inferior, ou bem normal ou bem

superior. Assim, por exemplo, suponha que a renda dos consumidores tenha se

elevado, num certo período de R$ 1.000,00 para R$ 1.300,00, em

conseqüência, a quantidade demandada dos bens A, B, C e D, se

alteraram de Qd0 para Qd1, conforme a tabela a seguir:

Bens Q0 Q1

A 20 18

B 25 30

C 30 78

D 10 15

E 40 40

Utilizando a fórmula acima, podemos calcular a

elasticidade-renda para os cinco bens acima, assim:

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Elasticidade-preço de oferta do bem x

Do mesmo modo que a elasticidade de demanda, a

elasticidade de oferta define-se como a variação percentual na quantidade

ofertada do bem x para cada unidade de variação percentual no preço do bem x.

Matematicamente,

Dadas as equações de demanda e oferta para o mercado de tilápia:

Qd = 10 – 3 P + 1,5 I

Qs = - 5 + 5 P – 0,5 T

Determine o ponto de equilíbrio para o mercado de tilápia quando:

Situação inicial: I0 = 100 e T0 = 50

Situação final: I1 = 200 e T1 = 30

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Mudança nas Curvas de Oferta e Demanda

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73

Dada a equação de demanda de um bem:

Calcule a Er quando:

Q = 8.000.000

R = 10.000

Um aumento da renda em 1% levará ao aumento da quantidade demandada em

1,25%, sendo portanto um bem normal.

Dada a equação de demanda para o bem S:

Calcule a ESC quando:

Qs = 9.500.000

Pc = 3.500

Um aumento do preço do bem C em 1% levará ao aumento da quantidade

demandada do bem S em 0,55%, sendo portanto um bem substituto.

1.5 Aplicações da análise da oferta e da procura

Aplicações importantes da teoria de mercado podem ser notadas

diariamente.

Por exemplo, se a oferta de um bem aumentar, coeteris paribus, o preço

de equilíbrio deve cair.

A teoria de preços desenvolvida, apesar de elementar, é muito poderosa

em sua aplicação a uma série de situações concretas.

Garantias de preços mínimos

Políticas de preços mínimos

csd PPopRPQs

500.105,0000.1000.3

Q

R

dR

dQEr ds .

000.1dR

dQds 25,1000.000.8

000.10000.1 Er

csd PPopRPQs

500.105,0000.1000.3

000.500.9

500.3500.1SCE

055,0 SCE

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74

Quando o governo garante preços mínimos, pretensamente justos,

visando proteger os produtores de flutuações de mercado.

2 casos devem ser considerados:

preço de equilíbrio superior ao preço mínimo

preço de equilíbrio inferior ao preço mínimo

Preço de equilíbrio superior ao preço mínimo

Como o preço mínimo é inferior ao preço de mercado, ninguém vai usar

essa garantia, pois é melhor para o produtor vender diretamente ao mercado, no

qual recebe P0, do que recorrer às autoridades e ganhar PM por unidade.

Preço de equilíbrio inferior ao preço mínimo

Como o preço mínimo é superior ao preço de mercado, haverá excesso

de oferta, pois os produtores preferirão vender ao preço PM ao preço P0, pois

PM>P0. Nesse caso, o excesso de oferta será a diferença QS – QD.

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75

Neste caso, o governo pode intervir no mercado de duas formas:

1. programa de compras – o governo compra o excedente ao preço PM (a

curva de demanda se desloca para a direita).

2. programa de subsídios – o governo permite que os preços caiam, mas,

para manter a receita dos produtores, paga-lhes um subsídio, exatamente igual à

diferença entre o preço mínimo e o preço de mercado.

Controle de preços e racionamento

A política de preços mínimos visa defender o produtor. Já a política de

controle de preços tem por objetivo defender o consumidor, pois nesses casos o

governo fixa um preço máximo pelo qual a mercadoria poderá ser vendida.

Este preço deve ser, portanto, inferior ao preço de equilíbrio, o que

ocasionará necessariamente um excesso de demanda. Como os preços não

podem subir, serão necessários outros mecanismos para distribuir a quantidade

ofertada entre os demandantes.

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Formas de resolver o problema do excesso de demanda:

1. Filas: o primeiros são

contemplados

2. Vendas por “debaixo do

pano”

3. Mercado negro (que surge

quando as

autoridades não dispõem de meios

adequados para fiscalizar as vendas)

4. Racionamento

UNIDADE II – TEORIA DO CONSUMIDOR

Introdução

O núcleo conceptual da Teoria do Consumidor é o princípio de que a

decisão dos agentes económicos resulta de uma comparação entre o benefício

da sua acção (i.e., o ganho de bem-estar que origina) com o custo de a

implementar (i.e., o dispêndio de recursos escassos disponíveis)

Bentham (1748-1832) desenvolve o utilitarismo como o fundo ético do

Homem que responde a todas as questões acerca do que fazer, do que admirar e

de como viver.

Jeremy Bentham (1789), Uma Introdução aos Princípios da

Moral e da Legislação.

Insere-se no movimento filosófico de libertação do Homem da esfera do

sagrado.

O princípio da optimização resulta directamente da teoria da Selecção

Natural, Charles Darwin (1809-82):

os indivíduos mais optimizadores têm maior probabilidade de

sobreviver, de ter filhos e de transmitir essa ética aos seus filhos (e

concidadãos).

Na teoria do consumidor assumimos que:

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77

O indivíduo escolhe um cabaz formado com uma certa

quantidade de dois bens ou serviços estando sujeito ao rendimento que

tem disponível.

Os indivíduos possuem informação e raciocínio perfeitos (o que é

público).

2.1 Utilidade Marginal

Preferências e gostos

Princípio da Utilidade

Cada indivíduo tem necessidades que, quando satisfeitas, lhe permitem

viver numa situação de maior conforto, de maior bem-estar.

Em termos económicos, as necessidades humanas são satisfeitas com a

apropriação e fruição de bens e serviços.

A utilidade (i.e., o valor económico) dos bens e serviços resulta

da sua capacidade em satisfazer as necessidades humanas.

Se um objeto não satisfaz nenhuma necessidade humana, então não tem

utilidade

De entre as coisas com utilidade, a afetação das que estão disponíveis

em quantidades ilimitadas não são um problema porque o indivíduo consegue

sempre apropriar a quantidade suficiente para satisfazer as suas necessidades.

A utilidades das coisas (i.e., o seu valor econômico) é subjetiva, pois

depende dos gostos e preferências da pessoa que as vai consumir/fruir.

A aceitação deste princípio moral inviabiliza a existência de uma

economia centralizada eficiente.

Princípio da Comparabilidade

Sendo o cabaz A = (a1, a2) que contém as quantidades a1 e a2 de dois

b&s

o ser humano é capaz de o comparar com qualquer outro cabaz B = (b1,

b2) formado por quantidade diferentes dos mesmos b&s.

O indivíduo considera que o cabaz B é pior, análogo ou melhor,

que o cabaz A.

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78

Se A for pior que B, o indivíduo pretere o A a B

Se A for análogo a B, o indivíduo está indiferente entre A e B

Se A for melhor que B, o indivíduo prefere o cabaz A ao B

Princípio da Transitividade da Comparação

traduz que as escolhas do consumidor são consistentes.

e.g, se A é melhor que B e B é melhor que C, então A é melhor que C.

Vamos codificar “melhor que” por >; “análogo a” por =; e “pior que”

por <;

Exercício 1: Considere os cabazes A, B, C e D. Como se compara A com

C e D?

i) Se A = B, B > C e C = D

ii) Se A = B e B = C

iii) Se A ≤ B, B ≤ C e C = D

iii) Se A ≤ B, B = C e C ≥ D

Solução:

i) A > C e A>D

ii)A = C

iii)A ≤ C e A ≤ D

iv)Não se sabe.

Princípio da Insaciabilidade

O ser humano prefere sempre apropriar uma maior quantidade (ou

qualidade) de bens ou serviços.

Em termos de quantidade, não será um princípio sempre aceitável

e.g., a quantidade de comida que queremos consumir tem um limite.

Ficamos empanturrado

Não queremos engordar

No entanto, preferíamos sempre comida mais saborosa (i.e., de maior

qualidade).

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79

Curva de indiferença

Delimitação dos melhores/piores

Pensando em termos de dois bens ou serviços, a insaciabilidade vai-nos

permitir começar a comparar os cabazes

Sendo o cabaz A = (a1, a2) e o cabaz genérico B = (b1, b2), posso

delimitar os subdomínios em que B é melhor que A e em que é pior que A

No local dos “melhores”, tenho mais de ambos os bens

Na fronteira tenho igual quantidade de um bem e maior

quantidade de outro bem

A > B se

(a1 = b1 e a2 > b2) ou (a1 > b1 e a2 = b2) ou

(a1 > b1 e a2 > b2)

No local dos “piores”, tenho menos de ambos os bens

Na fronteira tenho igual quantidade de um bem e menor

quantidade de outro bem

A < B se

(a1 = b1 e a2 < b2) ou (a1 < b1 e a2 = b2) ou

(a1 < b1 e a2 < b2)

Taxa marginal de substituição

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80

Sendo o cabaz A = (a1, a2), existe k que faz o cabaz B = (a1 + ; a2 + .k)

análogo ao cabaz A

é uma quantidade infinitesimal e k uma constante de valor

negativo

k é negativo porque aumento a quantidade de um b&s e diminuo a

do outro b&s. Caso contrário, não observava a insaciabilidade

Curva de indiferença Se eu continuar a aplicar a “substituição” de um

pouco do bem 1 por um pouco do bem 2 (e vice-versa), vou traçando uma linha

que contêm todos os cabazes análogos ao cabaz A.

Como para o indivíduo os cabazes que formam essa linha são

equivalentes, esta denomina-se por curva de indiferença e separa a zona dos

capazes melhores que A da zona dos cabazes piores que A.

A taxa marginal de substituição, k, entre o bem 1 e o bem 2 indica a

inclinação da curva de indiferença em cada ponto, i.e., a derivada da curva de

indiferença

A curva de indiferenças é a quantidade de um bem em função da

quantidade de outro bem que mantém o mesmo nível de bem-estar: y = f(x, u*)

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81

Evolução da taxa marginal de substituição com a quantidade

Para termos uma “teoria bem comportada” é necessário que qualquer

linha que una dois cabazes da curva de indiferença passe apenas pela zona dos

cabazes melhores que A.

em termos matemáticos, a CI será convexa

A convexidade obriga a que a taxa marginal de substituição (a inclinação

da CI) diminua da esquerda para a direita.

A convexidade é aceitável em termos económicos já que traduz que

se tiver pouco do bem 1, apenas trocarei uma unidade desse bem

por uma quantidade grande do bem 2 (k será grande em grandeza).

se tiver muito do bem 1, estarei disponível para trocar uma

unidade desse bem por uma quantidade mais pequena do bem 2 (k será

menor em grandeza).

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Mas, a um nível de teoria mais avançada, poderemos ter CI “mal”

comportadas:

Posso caracterizar as preferências do indivíduo por um conjunto de

curvas de indiferença.

Comparando duas curvas de indiferença, as que estão à direita e acima

contêm cabazes que são preferíveis aos que se encontram nas curvas de

indiferenças à esquerda e abaixo

As curvas de indiferença nunca se intersectam.

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Poderíamos avançar com uma análise das escolhas do consumidor

usando apenas a as curvas de indiferença.

No entanto, a modelização matemática obriga a atribuir um número a

cada curva de indiferença

Uma curva de indiferença com cabazes melhores terá associado

um número maior.

A esse número chama-se nível de utilidade e com ele constrói-se uma Função de

Utilidade que dá as curvas de indiferença de forma implícita.

Podemos obter a taxa marginal de substituição num determinado cabaz

sem explicitar a forma funcional da curva de indiferença que lá passa.

Usa-se o teorema da derivação da função implícita.

Sendo y(x) dada implicitamente por

Tem-se

Leio taxa de substituição de x por y

Substituo uma unidade de x por

K = TMSxy unidades de y.

qaaUqaaqIC ),(:),(.. 2112

qyxU ),(

y

yxUx

yxU

dx

dyTMSxy

),(

),(

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84

2.2 A teoria da escolha

Sob o princípio da insaciabilidade, o consumidor será otimizador

Irá escolher o cabaz que lhe permita atingir o maior nível de utilidade.

Em termos gráficos, considerado um determinado nível de rendimento,

vamos considerar um exemplo de uma curva de indiferença de nível de utilidade

U1.

No caso representado, qualquer cabaz à direita da CI e abaixo da RO é

ainda possível de adquirir

não esgotam o rendimento disponível

Existem nessa área cabaz melhores que os que se localizam em U1, (os

contidos na zona azul).

Princípio da insaciabilidade

Então, o cabaz óptimo obriga a considerar outra CI mais à direita e acima

desta, por exemplo a CI de nível de utilidade U2 > U1.

No entanto, ainda é possível a aquisição de cabazes melhores que os da

curva U2 (a zona vermelha da Figura a seguir).

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No entanto, ainda é possível a aquisição de cabazes melhores que os

da curva U2 (a zona vermelha da figura anterior).

Na melhor das hipóteses, o consumidor pode escolher um cabaz sobre a

CI cujo nível de utilidade é U3 > U2 > U1.

No caso limite, a CI é tangente à RO e o cabaz óptimo encontra-se

exactamente no ponto de tangencia.

Em termos matemáticos, no cabaz óptimo teremos que a taxa marginal de

substituição é igual inclinação da Recta Orçamental:

TMSxy = –px/py.

Generalização a cabazes em IRn:

kp

UiIREm

p

U

p

U

p

p

U

UIREm

i

in

',

''

'

',

2

2

1

1

1

2

1

22

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Há ainda necessidade de que se verifique a restrição orçamental.

Esta forma é muito mais simples de memorizar.

Esta condição também garante que, apesar de a função de utilidade ser

diferente de consumidor para consumidor,

É possível para todos os consumidores igualar o preço de mercado à sua

utilidade marginal.

Apesar da função de utilidade ser diferente, utilidade marginal será igual

para todos

A menos de um factor de escala.

Formalização matemática do problema de optimização:

A escolha do cabaz óptimo obriga a utilizar a (primeira) condição de

optimização que foi obtida de forma gráfica. No entanto, podemos formalizar o

problema de optimização do consumidor em termos matemáticos e resolvê-lo.

Este modelo de extremos com uma equação de ligação pode ser tratado

genericamente utilizando a equação Lagrangeana.

Também podemos resolver este problema de optimização por

incorporação da equação de ligação na função a optimizar. Desta forma

determina-se a quantidade de um dos bens, e.g., x:

Restrição orçamental

Alteração do preço e do rendimento

Determinação da curva de demanda individual

Função de utilidade indireta

Curva de Engel

rpypxsayxMaxUVyx yx ..),,(:),(

rpypx

p

U

p

U

rpypx

pU

pU

L

L

L

rpypxyxUL

yx

y

y

x

x

yx

yy

xx

y

x

yx

....

0.

0.

0

0

0

)...(),(

)/./,(: yxy ppxprxMaxUVx

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87

Excedente do consumidor

Aplicações

Restrição orçamental

É sabido que, o estudo da Economia está dependente da circunstância de

a quantidade disponível de bens e serviços ser limitada e inferior às

necessidades.

O consumidor tem um rendimento nominal (i.e., em euros) que aplica na

aquisição de bens ou serviços cujos preços de mercado são dados (o agente é

price taker).

O rendimento disponível das famílias tem origem principalmente nos

salários, sendo também importantes os rendimentos do capital (e.g., dividendos

e juros) e as transferências do estado (e.g., rendimento de inserção social).

Tal como consideramos para as curvas de indiferença, tomemos o

exemplo de um cabaz genérico com dois bens ou serviços,

A = (a1, a2).

A restrição orçamental virá dada por

p1.a1 + p2.a2 ≤ r

Restrição

orçamental

Reta orçamental, RO

A linha fronteira entre a zona dos cabazes que o indivíduo pode adquirir

e a zona dos cabazes que o indivíduo não pode adquirir

p1.a1 + p2.a2 = r.

Motivado pela insaciabilidade, o indivíduo esgota o rendimento,

adquirindo apenas os cabazes sobre a RO

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Podemos explicitar a RO,

a2 = r/p2 – a1.p1/p2

a intersecção com o eixo vertical é r/p2,

Traduz o máximo que eu posso comprar do bem 2

a intersecção com o eixo horizontal é r/p1,

Traduz o máximo que eu posso comprar do bem 1

Efeito na RO da alteração do rendimento

Quando o rendimento aumenta (e os preços se mantêm), o indivíduo

pode consumir cabazes mais recheados.

Em termos gráficos, este acontecimento traduz-se por um deslocamento

da RO para a direita e para cima.

O declive (dado por –p1/p2), não se altera.

Quando o rendimento diminui, passa-se exactamente o contrário: a RO

deslocando-se para a esquerda e para baixo, mantendo-se o declive.

Efeito na RO da alteração dos preços

Quando um preço se altera, a intersecção com o eixo que representa o

bem ou serviço respectivo também se altera mas em sentido contrário.

Esse facto resulta de o ponto de intersecção ser a quantidade que eu

posso comprar e por isso inversamente proporcional ao preço, r/p

Quanto mais barato for o bem ou serviço, maior quantidade posso

comprar.

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Vejamos uma alteração da RO quando o preço do bem representado no

eixo dos yy diminui (mantendo-se o rendimento e o preço do bem representado

no eixo dos xx).

Se o preço do bem y aumentasse, observava-se o contrário

O ponto de intersecção ficaria mais próximo da origem

mutatis mutandis

Expressão latina que traduz “mudando o que tem que ser mudado”. É

aplicado na comparação de situações que são diferentes mas entre as quais existe

alguma analogia.

e.g., o ser humano é, mutatis mutandis, anatomicamente igual ao rato.

Pela comparação das situações, vemos que uma alteração do rendimento

é equivalente a uma alteração proporcional e de sinal contrário de todos os

preços.

e.g., o aumento do rendimento em 1% é equivalente à descida de ambos

os preços em 1%.

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Alteração do preço e do rendimento

Efeito de uma alteração do preço

resulta uma alteração em sentido contrário na quantidade consumida do

bem ou serviço respectivo mas também poderá ocorrer uma alteração na

quantidade consumida dos outros bens (para mais ou para menos).

Do aumento do preço resulta sempre numa diminuição da quantidade

consumida do bem correspondente.

Bens substitutos: Quando o aumento do preço do bem X induz um

aumento da quantidade procurada do bem Y

Bens complementares: induz uma diminuição da quantidade procurada

do bem Y

Bens independentes: Se a quantidade procurada do bem Y se mantém.

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Alteração do preço e do rendimento

Efeito de uma alteração do rendimento: Quando o rendimento

disponível aumenta, acontece um deslocamento da recta orçamental para a

direita (e para cima)

o indivíduo melhora.

O aumento do rendimento induz um aumento das quantidades adquiridas

dos bens ou serviços considerados no cabaz

também pode acontecer que diminuam a quantidade procurada de

um (ou de alguns) dos bens ou serviços (mas nunca de todos).

Alteração do preço e do rendimento

Bens ou serviços normais: A quantidade consumida aumenta com o

rendimento.

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Bem de primeira necessidade: Se a quantidade adquirida aumentar

pouco (se a elasticidade da quantidade relativamente ao rendimento for menor

que 1)

Bem de luxo: Se a quantidade adquirida aumentar muito (se a

elasticidade da quantidade relativamente ao rendimento for maior que 1)

Bens ou serviços inferiores: A quantidade consumida diminui com o

rendimento.

e.g., a quantidade de passageiros nos transportes públicos aumenta nos

períodos de crise.

Determinação da curva de demanda individual

Quando falamos do modelo empírico do mercado, referi que a curva de

demanda de mercado (que não é directamente observável) resulta da soma das

curvas de demanda individuais dos agentes económicos.

Se da teoria resultarem curvas de demanda individuais com propriedades

adequadas (decrescentes com o preço), fica justificada a existência da curva de

demanda de mercado (decrescente com o preço).

Vamos obter a curva da demanda resolvendo o problema de

maximização da utilidade considerando o preço do bem x como variável e o

preço do bem y e o rendimento disponível como parâmetros (variáveis

exógenas).

A obtenção de uma curva de demanda particular vai estar dependente dos

gostos e preferências do indivíduo e do seu rendimento disponível.

Função de utilidade indireta

A este nível de formalização não pode-se provar propriedades genéricas

mas apenas no concreto de uma função de utilidade.

O cabaz que o indivíduo vai adquirir está dependente do seu rendimento

(e dos preços).

rpypx

p

U

p

U

pX

yx

y

y

x

x

..

:)(

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Se pode determinar a função de utilidade indirecta como o nível de

utilidade que o indivíduo atinge para cada rendimento (sob a suposição de que

escolhe o cabaz óptimo).

A função de utilidade indirecta é crescente com o rendimento (que resulta

do principio da insaciabilidade).

Esta função é útil como passo intermédio, por exemplo, no estudo do

comportamento sob risco e na Teoria de Produção.

Curva de Engel

A função que relaciona a quantidade adquirida com o rendimento.

Na Macroeconomia esta curva é denominada por Curva de Consumo e

é assumido que é positiva e crescente com o rendimento.

C = C0 + k.R,

C0 é o consumo autónomo e

k a propensão marginal ao consumo (0 < k < 1).

Excedente do consumidor

Como a função procura resulta do problema de maximização da

utilidade do indivíduo, então existe uma relação entre essa função e a função de

utilidade (que é uma escala do bem-estar do indivíduo) que não é observável.

Excedente do consumidor

Sendo que U é uma função, então px deixa de ser um valor para ser a

função de procura explicitada em ordem ao preço (função de procura inversa).

e.g., se a função de procura fosse dada por x(p) = A + B.p, a

função inversa viria dada em por p(x) = (x – A)/B.

Excedente do consumidor

}...),,({)( 221121 rxpxpasxxUMaxrV

0)(' rV

xx

y

y

x

y

y

x

x pkx

Up

p

UU

p

U

p

U.

''

''

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A partir da observação do mercado, não conseguimos estimar U(0) nem

k.

No entanto, podemos construir uma função utilidade equivalente à que

desconhecemos partindo apenas da função de procura:

Porque a função de utilidade é ordinal

Esta função que traduz o ganho de utilidade denomina-se por Excedente

do Consumidor.

Excedente do consumidor

O excedente do consumidor quantifica em termos monetários (i.e., R$)

quando o indivíduo aumenta o seu bem-estar por poder ir ao mercado e comprar

a quantidade x do bem ou serviço.

Aplicações

Vamos aplicamos a teoria do consumidor a alguns exemplos de políticas

do governo.

Estas políticas, por actuarem ao nível dos preços e das quantidades

transaccionadas, denominam-se por microeconómicas.

Apresenta-se ainda a taxa de juro e como esta actua na estabilização da

economia.

Aplicações

Vamos aplicamos a teoria do consumidor a alguns exemplos de políticas

do governo.

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Estas políticas, por actuarem ao nível dos preços e das quantidades

transaccionadas, denominam-se por microeconómicas.

Apresenta-se ainda a taxa de juro e como esta atua na estabilização da

economia.

Função de oferta de trabalho

Podemos imaginar a economia como dois agentes económicos, uma

empresa e uma família,

A família procura (e consome) bens e serviços e oferece (produz)

trabalho e

A empresa procura (e consome) trabalho e oferece (produz) bens e

serviços.

Para a família (ou famílias), o aumento do consumo tem um efeito

positivo no seu nível de bem-estar enquanto que o aumento das horas de

trabalho tem um efeito negativo no bem-estar.

Podemos construir um modelo da família.

Pressupondo que

i) Agregam-se todos os b&s numa mercadoria compósita, X, cujo

preço unitário é 1 (é o numerário),

ii) A família nasce com a quantidade L0 de tempo disponível,

que pode usar como lazer, L, ou vender como trabalho, T = L0 – L, cujo

preço unitário é w (o salário real unitário).

A função de oferta de trabalho resolverá.

wLLXsaLXMaxUVLX ).(),,(:),( 0

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Função de oferta de trabalho

A recta orçamental vem dada por

é gasto todo o salário na aquisição do bem X ao preço unitário.

Explicita-se como L = L0 – X/w

intersecta o eixo do lazer em L0 e o eixo dos bens e serviços em

L0.w

Taxa de juro, consumo e poupança

wLLX ).( 0

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O princípio da insaciabilidade parece excluir que a Teoria do

Consumidor possa explicar a existência de poupança.

Esse resultado depende de termos considerado que a decisão do agente

não tem em atenção o futuro

o modelo também é válido sob o pressuposto de que o indivíduo

tem vida infinita e que os valores assumidos pelas variáveis se mantêm

constantes para sempre.

Para estudar a influência da taxa de juro no consumo e na poupança,

precisamos considerar vários períodos.

Vamos considerar 2 períodos

A análise começa no último período de vida e depois andamos para traz

no tempo.

Está metodologia denomina-se por Backward Induction.

O princípio da insaciabilidade garante que o indivíduo gastará S + r0 na

aquisição do bem ou serviço compósito X0 ao preço p0.

O índice zero traduz que já não lhe resta mais nenhum período de vida.

Apesar de o modelo incorporar o que se vai passar no período futuro (o

período de índice zero), a decisão quanto ao consumo e à poupança é tomada no

período presente (o período de índice um).

A forma de diminuir o consumo (e controlar a inflação) é através de uma

subida da taxa de juro (neste caso, inicialmente o indivíduo pretendia endividar-

se mas o aumento da taxa de juro faz com que equilibrasse o orçamento).

Risco

O risco surge de o indivíduo não ter conhecimento perfeito do que vai

acontecer no período futuro. Assim, os modelos que o incorporam traduzem a

relaxação de que existe conhecimento público e perfeito.

Existe quem distinga risco de incerteza mas não tem relevância.

Vamos considerar um modelo de uma lotaria simples. No entanto, este

modelo é de aplicação mais genérica (o que faremos no capítulo da teoria do

produtor).

000 ).( prSX

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98

Na matemática Financeira tratam modelos mais complicados

A teoria do consumidor com risco obriga a que a função de utilidade seja

semi-cardinal.

Não basta que atribua um número maior aos cabazes melhores mas tem

que dar uma medida da proporção relativa do valor dos cabazes.

e.g., terá que dizer que o A é 3 vezes melhor que o B.

Lotaria: O indivíduo pretende escolher entre a quantia r certa (sem

risco) e uma lotaria da qual pode ganhar o valor P0 com a probabilidade q ou P1

com a probabilidade (1 – q). A decisão vai ser em termos de valor esperado.

Sendo V(r) a função de utilidade indirecta

O indivíduo vai comparar V(r) com a utilidade esperada da lotaria e

escolher a opção a que corresponder maior valor:

Vamos supor a situação em que o rendimento fixo (sem risco) é igual ao

rendimento esperado (médio) da lotaria (com risco).

Se o indivíduo preferir o rendimento fixo, é avesso ao risco (risk

averse); se estiver indiferentes, é neutro ao risco (risk neutral), se preferir a

lotaria, é atraído pelo risco (risk lover).

UNIDADE III – TEORIA DA PRODUÇÃO

A Teoria da Produção preocupa-se com o lado da oferta do mercado, ou

seja, com os produtores, que vão oferecer aos consumidores os bens e serviços

por eles produzidos.

Na teoria da produção, não há interesse em definir a empresa do ponto

de vista jurídico ou contábil.

Para a teoria da produção a empresa se resume apenas em uma unidade

técnica de produção.

Preocupa-se com a relação técnica ou tecnológica entre quantidade física

de produtos (outputs) e fatores de produção (inputs).

rpyypxxsayxUMaxrV ..),,()(

rsenãoLotaria

qPVqPVrVse

;

)1).(().()( 10

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99

Relação da quantidade física de produtos com os preços dos fatores de

produção.

Trata tanto do aspecto físico (quantidades), como também com os preços

dos insumos.

Produção – processo de transformação dos fatores adquiridos pela

empresa em produtos para a venda no mercado.

Métodos ou processos de produção – Forma como os insumos são

combinados, a fim de produzir um bem ou serviço.

1. Processo de produção simples – um só produto.

2. Processo de produção múltiplo – mais de um produto.

3.1 Tipos de competição

se fala da estrutura do mercado

se classifica:

Competição Pura (Perfeita)

Monopólio

Oligopólio

Competição Monopolística

Competição Pura (Perfeita)

Características:

1. O mercado é formado por um grande número de consumidores e

vendedores/produtores;

2. Cada agente econômico age como se os preços fossem dados, isto

é, as firmas são tomadoras de preços;

3. O produto é homogêneo ou pouco diferenciado, ou seja, possui as

mesmas características;

4. Os fatores de produção fluem livremente entre as firmas,

permitindo a livre entrada e saída das firmas no mercado; e

5. Todos os agentes econômicos (consumidores e produtores)

possuem conhecimento completo e perfeito do mercado, principalmente

preço dos bens, serviços e fatores de produção (informação perfeita).

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Já que existem muitas firmas operando no mercado e vendendo o

mesmo produto (homogêneo), a curva de demanda é altamente elástica (mas

não perfeitamente elástica).

Preços sob Competição Pura

O preço de mercado é determinado pela interação da oferta e demanda.

Nenhum indivíduo pode influenciar preço devido ao grande número de

compradores e vendedores com conhecimento perfeito das condições de

mercado.

Sob tais condições:

P = RMe = RMa

Maximização de Lucro de Longo Prazo

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101

No mercado de competição perfeita, cada produtor de peixe ajusta o

nível de produção buscando maximizar lucro.

Lucro = RT – CT

Max. Lucro: RMa = CMa = P

Se P > CMe:

Lucro Extraordinário

Novos produtores entrarão na indústria

Aumento da oferta do produto

Diminuição do preço de mercado

P = CMe, Lucro Puro (equilíbrio de longo prazo).

Monopólio

Um monopólio existe quando apenas uma única firma atua em um

mercado bem definido.

O monopólio é o oposto da competição perfeita:

Inexistência de competição direta ou rivalidade entre as firmas;

Inexistência de substitutos próximos para o produto.

Exemplo: energia elétrica, água potável distribuída pela rede geral,

combustível fóssil e seus derivados.

Um monopólio encara competição apenas indiretamente através dos

produtores de outros bens (substitutos ou mesmo não-relacionados) que

competem pela renda do consumidor.

Exemplo: A empresa de fornecimento de energia elétrica detém o

monopólio de geração e distribuição de energia elétrica para os usuários,

não havendo substituto próximo para este recurso. Porém, esta empresa

enfrenta competição estabelecida entre os fornecedores de serviços

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básicos (água, saneamento, limpeza pública, serviços de saúde), que

disputam a parcela da renda do consumidor alocada para este tipo de

gastos.

Características do Monopólio:

A firma monopolista determina a quantidade e o preço do

produto a ser vendido aos consumidores, portanto o preço varia em

função da quantidade produzida.

OBS: Na competição perfeita, o preço de equilíbrio não varia com a

quantidade produzida pela firma, pois é constante.

Substitutos próximos são raros ou indisponíveis.

Não existe liberdade para novas firmas entrarem no mercado, que

pode ser determinada pelo controle do mercado de matéria-prima, leis ou

patentes.

Condições para existência de um monopólio:

Barreiras à Entrada: Existem leis e impedimentos legais tais

como patentes que previnem a livre entrada e saída.

Ex: O monopólio da prospecção e exploração da Petrobrás determinada

por lei.

Economias de Escala: A natureza das curvas de custo médio de

longo prazo da indústria pode permitir apenas uma única firma operar.

Ex: A energia elétrica somente torna-se economicamente viável (custos

médios baixos) se existir apenas uma rede de distribuição operada por uma única

empresa.

Propriedade de Recursos Vitais ou Superiores: Se uma firma

possui todas as ofertas conhecidas de matéria-prima ou tecnologia

necessárias para fazer um dado produto, novos rivais não podem

efetivamente entrar no mercado.

Ex: O monopólio tecnológico da Microsoft para o ambiente Windows

impede a entrada de novas empresas no mercado de softwares compatíveis.

Mercado de Capital Imperfeito:

Ex: (1) Os custos elevados da indústria de prospecção e exploração de

petróleo eliminam concorrentes do setor de exploração de petróleo; (2) Grandes

somas de dinheiro tipicamente são requeridas para iniciar projetos de

aqüicultura.

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103

Oligopólio

Oligopólio é a estrutura de mercado formada por poucas firmas no

mercado que reconhecem sua interdependência quanto à estratégia de preço.

Características do Oligopólio:

1. Um número pequeno de grandes firmas cada uma detendo uma

fatia considerável do mercado e afetando os preços e a política de preços

das outras firmas.

2. O produto produzido não tem substitutos próximos.

3. Existe entrada limitada de novas firmas na indústria.

4. Existe pouco incentivo para as firmas oligopolísticas formarem

um cartel, porém reconhecem sua interdependência, o que reduz a

pressão da competição por preço.

Competição Monopolística

Competição monopolística é uma estrutura de mercado que combina as

características da competição perfeita e do monopólio, incluindo:

1. Muitas firmas pequenas, cada uma detendo uma pequena fatia do

mercado com pouca influência na determinação do preço.

2. O produto apresenta certo grau de diferenciação, porém o produto

de uma firma é um bom substituto para os produtos das outras firmas.

3. Pouco ou nenhum incentivo para formar cartel, cada um

geralmente ignora a existência das outras firmas.

4. Existem poucas barreiras à entrada de outras firmas no mercado.

Cartéis e Fusões

Um cartel é formado por meio de um acordo entre firmas independentes

para agirem conjuntamente com relação às suas decisões de mercado.

Se um cartel tem o controle absoluto de todas as firmas na

indústria, pode operar como um monopólio.

Uma fusão é a junção formal de duas ou mais firmas juridicamente

diferentes em uma entidade de negócio única.

Integração horizontal (duas firmas que vendem um mesmo tipo

de produto)

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Integração vertical (duas firmas que encontram-se em estádios

diferentes da cadeia produtiva).

3.2 Receitas, custos e lucros na concorrência perfeita

O Objetivo principal da empresa consiste em maximizar seus

investimentos, ou seja, ter lucro.

Lucro = Receitas (R) - Custos (C)

Receitas é o valor monetário recebido ($) pela comercialização de bens

e serviços.

Custos são os gastos ligados à produção de bens e serviços vendidos

durante um período de tempo.

3.3 Função de produção

É a relação que mostra a quantidade física obtida do produto a partir da

quantidade física utilizada dos fatores de produção em determinado período de

tempo.

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105

Supõe-se que foi atendida a eficiência técnica (máxima produção

possível, em dados níveis de mão-de-obra, capital e tecnologia).

Função Oferta = Relaciona a produção com os preços dos fatores de

produção.

Função Produção = Relaciona a produção com as quantidades físicas dos

fatores de produção.

Função de produção simplificada

N = Quantidade utilizada de mão-de-obra.

K = Quantidade utilizada de capital.

q = f (N,K)

Todas a variáveis (f,N,K) são expressas num fluxo no tempo (produção

mensal, anual), em certo nível tecnológico.

Fatores fixos e fatores variáveis de produção

Fatores variáveis – aqueles cuja quantidade se altera quando o volume

de produção altera.

Ex.: O capital físico e as instalações da empresa

Fatores fixos - aqueles cuja quantidade não se altera quando o volume de

produção altera.

Ex.: Mão-de-obra e as matérias-primas utilizadas

Curto e longo prazos

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Curto prazo para a siderúrgica e diferente do curto prazo da padaria.

Longo prazo – todos os fatores de produção da função produção são

considerados variáveis.

Análise de curto prazo

q = f (N,K)

Observaremos dois fatores de produção dentro da função de produção

simplificada.

N = mão-de-obra (fator variável)

K = capital (fator fixo)

Veremos que a quantidade produzida irá depender somente da

quantidade utilizada do fator variável.

q = f (N)

Produto total

Produto total é a quantidade obtida utilizando o fator variável e

mantendo fixa a quantidade utilizada dos outros fatores.

Produtividade média do fator

É a quantidade total produzida, dividida pela quantidade utilizada desse

fator.

Produtividade média da mão-de-obra:

Pmen = quantidade do produto

número de trabalhadores

Produtividade média do capital:

Pmek = quantidade do produto

número de capital

Produtividade marginal do fator

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107

É a relação entre variações do produto total e as variações da quantidade

produzida do fator.

Produtividade marginal da mão-de-obra:

çã

é ã

Produtividade média do capital:

çã

é

Produtividade média e marginal do fator (agricultura)

á

çã

é á

Lei dos rendimentos decrescentes

Elevando-se a quantidade do fator variável, permanecendo fixa a

quantidade dos outros fatores, a produção inicialmente aumentará a taxas

crescentes, a seguir a produção continuará a crescer, porém a taxas decrescentes.

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109

Os estágios de produção

Análise de longo prazo

Sempre há a variação de todos os fatores de produção, inclusive no

tamanho da empresa.

Isoquanta de Produção

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Taxa Marginal de Substituição Técnica (TMST)

A proporção de substituição que permite manter o mesmo nível de

produção.

Em termos geométricos a TMST é dado pela tangente à isoquanta.

Estando o trabalho no eixo das abcissas, a TMST traduz quantas

unidades de capital eu tenho que aumentar para poder diminuir a quantidade de

trabalho numa unidade e manter o mesmo nível de produção.

É equivalente à TMS da Teoria do Consumidor

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Função implícita e a TMST: Sendo que a equação q = f(L, K) define

implicitamente a isoquanta de nível q, então, posso usar o teorema da derivação

da função implícita.

Obtemos a TMST diretamente as partir das derivadas parciais da função

de produção

TMSTL,K = – f’L/ f’K.

Economias de escala ou rendimentos de escala

Rendimentos de escala – ocorre quando a variação do produto total é

mais que proporcional que a variação quantidade utilizada dos fatores de

produção.

Ex: aumentando a utilização dos fatores de produção em 20%, o

produto total (produção de uma empresa) irá crescer 30%.

Rendimentos constantes de escala – ocorre quando a variação do

produto total é igualmente proporcional que a variação quantidade utilizada dos

fatores de produção.

Ex: aumentando a utilização dos fatores de produção em 10%, o

produto total (produção de uma empresa) irá crescer 10%.

Rendimentos decrescentes de escala (deseconomias de escala) –

ocorre quando a variação do produto total é menos do que proporcional à

variação quantidade utilizada dos fatores de produção.

Ex: aumentando a utilização dos fatores de produção em 10%, o

produto total (produção de uma empresa) irá crescer 5%.

Causas geradoras da economia de escala

Maior especialização da mão-de-obra;

Existência de indivisibilidade. (ex: não dá para comprar um “meio

forno” em uma siderúrgica, ou seja, adquiri-se um forno com grande aumento de

produção)

3.4 A firma

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O objetivo básico da firma é a maximização dos seus resultados quando

realiza sua atividade produtiva.

O preço constituirá a despesa total que a firma realizará para poder dar

andamento à produção

Essa despesa é normalmente denominada custo total de produção

Teoria dos Custos

O conceito de custo, tal como ele é entendido pelos economistas, difere

grandemente do conceito de custo utilizado na contabilidade das empresas.

Porque os contadores, ao elaborarem a contabilidade de lucros e perdas

de uma empresa qualquer, levam em consideração somente os custos explícitos,

que consistem nas despesas explicitas realizadas pela firma para adquirir ou

contratar recursos.

Exemplo: as despesas com salários, encargos sociais dos

empregados, energia, água, aluguel, seguro, impostos sobre vendas etc.

Custo de Oportunidade

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Grau de sacrifício exigido ao optar-se pela produção de um bem em

termos da produção alternativa sacrificada. Também chamado custo alternativo

ou custo implícito (por não envolver desembolso monetário)

Custos Fixo e variável

O produto total é uma função dos fatores fixos e variáveis.

O Custo Total de produção é igual ao custo fixo (o custo dos fatores

fixos) mais o custo variável (o custo dos fatores variáveis)

Custo Fixo: Não varia com os níveis de produção

Custo Variável: Custo que varia à medida que varia o nível de produção

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A função de produção vs. função custo

Retornos crescentes e custo

Com retornos crescentes, o produto está crescendo em relação ao fator

variável e custo variável e, o custo total decrescerá com aumentos no produto

Retornos decrescentes e custo

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Com retornos decrescentes, o produto está decrescendo relativamente ao

uso do fator variável e de seu custo e o custo total aumentará com aumentos no

produto.

A relação entre produto marginal e custo marginal

Suponha que um salário (w) seja fixado em relação ao número de

trabalhadores.

Então:

Conclui-se que um produto marginal baixo (PMg) eleva o custo

marginal (CMg) e vice-versa.

A relação entre custo variável médio e o produto médio do fator trabalho

Conclui-se que uma baixa produtividade média (PMe) eleva o custo

variável médio (CVMe) e vice-versa

O formato das funções de custo depende da tecnologia de produção, já

que aquelas funções são derivadas das funções de produção.

)(LPMg

1w

ΔQ

ΔLw

ΔQ

Δ(wL)

ΔQ

ΔCV CMg

)(LPMe

1w

Q

Lw

Q

(wL)

Q

CV CVMe

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Curvas de Custos

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118

3.5 Teoria dos jogos

A Teoria dos Jogos é uma teoria matemática criada para se modelar

fenômenos que podem ser observados quando dois ou mais “agentes de decisão”

interagem entre si.

Ela fornece a linguagem para a descrição de processos de decisão

conscientes e objetivos envolvendo mais do que um indivíduo.

A Teoria dos Jogos é usada na aplicabilidade de assuntos diversos tais

como eleições, economia, balança de poder, evolução genética, etc. Após 1940

se estendeu as Relações Internacionais e até na área da psicologia.

É uma teoria matemática pura, que pode e tem sido estudada como tal. A

Teoria dos Jogos não é um modelo de Relações Internacionais, ela deve ser

entendida como um modelo para as Relações Internacionais.

Sua popularidade nos estudos da disciplina de Relações Internacionais

vem aumentando especialmente no período pós – Guerra Fria.

História

Registros antigos sobre Teoria dos Jogos são desde o séc. XVIII. Mas só

início do séc. XIX, é que teremos o trabalho de estudo de mais destaque de

Augustin Cournot sobre duopólio.

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Em 1913, Ernst Zermelo publicou um teorema dizendo que o jogo de

xadrez é estritamente determinado. Ou seja, em cada estágio do jogo os

jogadores terão estratégias que os conduziram à vitória ou ao empate.

Outro grande matemático que se interessou em jogos foi Emile Borel,

que reinventou as soluções minimax e publicou quatro artigos sobre jogos

estratégicos. Ele achava que a guerra e a economia podiam ser estudadas de uma

maneira semelhante.

Em seu início, a teoria dos jogos chamou pouca atenção. O grande

matemático John Von Neumann mudou esta situação. Em 1928 ele demonstrou

que todo jogo finito de soma zero com duas pessoas possui uma solução em

estratégias mistas.

A demonstração original usava topologia e análise funcional e era muito

complicada de se acompanhar. Em 1937, ele forneceu uma nova demonstração

baseada no teorema do ponto fixo de Brouwer.

O teorema do Ponto Fixo de Brouwer tem grande aplicação em

problemas econômicos com racionamento, onde é possível fixar um nível de

consumo/produto e daí estabelecer um vetor de preços capaz de compatibilizar

esse nível.

John Von Neumann, que trabalhava em muitas áreas da ciência, mostrou

interesse em economia e, junto com o economista Oscar Morgenstern, publicou

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120

o clássico “The Theory of Games and Economic Behaviour” em 1944 e, com

isto, a teoria dos jogos invadiu a economia e a matemática aplicada.

Em 1950, o matemático John Forbes Nash Jr. publicou quatro artigos

importantes para a teoria dos jogos não-cooperativos e para a teoria de barganha.

Nash provou a existência de um equilíbrio de estratégias mistas para

jogos não-cooperativos, denominado equilíbrio de Nash, e sugeriu uma

abordagem de estudo de jogos cooperativos a partir de sua redução para a forma

não-cooperativa.

Nos artigos “The Bargaining Problem” e “Two-Person Cooperative

Games” , ele criou a teoria de barganha e provou a existência de solução para o

problema da barganha de Nash.

A teoria dos jogos pode ser definida como a teoria dos modelos

matemáticos que estuda a escolha de ótimas decisões sob condições de conflito.

O elemento básico em um jogo é o conjunto de jogadores. Cada jogador

tem um conjunto de estratégias. E cada jogo tem suas próprias regras que dão

condições para que ele comece, além de definir as jogadas consideradas “legais”

durante as diferentes fases do jogo.

Quando cada jogador escolhe sua estratégia, temos então uma situação

ou perfil no espaço de todas as situações (perfis) possíveis.

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121

Cada jogador tem interesse ou preferências para cada situação no jogo.

Em termos matemáticos, cada jogador tem uma função, utilidade, que atribui um

número real (o ganho ou payoff do jogador) a cada situação do jogo.

Os jogos são fundamentalmente diferentes de decisões tomadas em um

ambiente neutro.

Um jogador deve reconhecer a sua interação com as de outros jogadores

inteligentes e com a capacidade de tomar decisões. Desse modo a escolha que

fizer, deverá ser levado em conta tanto as possibilidades de conflitos quanto as

de cooperação em qualquer interação estratégica.

No âmbito das relações Internacionais, (prever comportamento dos

jogadores); muitas decisões do tipo militar e governamental dependem das

expectativas dos demais atores (Estados). Sendo assim a Teoria dos Jogos, busca

prever de que tipo de jogo o jogador (Estado entendido como racional e sem

divisões políticas internas) está jogando.

Em suma, a Teoria analisa o comportamento do jogador que crê que seus

adversários são racionais e atuam visando maximizar seus poderes e o modo

como ele deverá levar em consideração o comportamento deles, ao tomar suas

decisões com o objetivo de maximizar o seu próprio objetivo.

A essência de um jogo está na interdependência estratégica: a seqüencial

e a simultânea.

PRIMEIRA: Os jogadores movem-se em seqüência, estando cada um

deles conscientes das ações um dos outros.

SEGUNDA: Os jogadores agem ao mesmo tempo, cada um deles

ignorando as ações um dos outros.

Em um jogo seqüencial os princípios gerais que devem guiar um jogador

é o de prever o futuro e racionar o passado.

O jogador antecipa as conseqüências das suas decisões iniciais e utiliza

essa informação para definir a sua melhor opção em cada momento do jogo.

Assim como num jogo de xadrez, ele tem que pensar como seu adversário irá

reagir se ele fizer determinada jogada e como ele próprio reagirá depois desta

jogada.

Como as coisas irão ficar? Os meus objetivos serão alcançados desta

forma? São as perguntas que o jogador deverá fazer antes da jogada.

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Em jogos simultâneos, os ganhos de um jogador, ao final do jogo, vão

depender das escolhas feitas por ele mesmo e das de seu rival, já que eles estão

agindo estrategicamente e interagindo por intermédio de suas escolhas. Sendo

assim, cada um deverá imaginar-se um no lugar do outro e tentar calcular o

resultado.

Nesse tipo de jogo, é possível verificar o padrão das escolhas, no qual

cada jogador tem duas escolhas a fazer. O primeiro jogador escolhe uma das

duas e o segundo só pode, pressupondo a racionalidade, escolher o melhor para

si, dada a escolha do primeiro.

Veja alguns exemplos de jogos clássicos:

Jogos de soma zero

Jogos de soma não zero

Dilema Do Prisioneiro

Jogos com vários jogadores

Chicken Game

Jogos de soma zero

Num jogo de soma zero entre A e B, aquilo que A ganha, B perde.

Como as situações da vida real que contenham os jogos de soma zero se

aplica:

Incluem corridas Eleitorais entre dois candidatos a um lugar no

congresso, por exemplo.

Deve-se referir-se que existe uma só recompensa . Mas que as partes em

contenda podem gastar somas muito variadas para tentarem chegar à vitória.

O que é uma Estratégia Minimax?

É uma Estratégia de precaução e aplica-se apenas aos jogos de Soma

Zero.

A Estratégia minimax pode não ser a Estratégia ótima. Ela é um pouco

emocionante e interessante.

O jogo de soma zero entre duas pessoas, a estratégia racional assenta no

princípio minimax:

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123

Como ambas as partes podem convergir para mesmo ponto de

estabilidade?

Jogos de soma não zero

Um jogo de soma não zero não é exclusivamente um jogo de

competição, no sentido de que para um jogador ganhar, o outro tem de perder.

Os jogos de soma não zero podem envolver dois ou mais jogadores.

Existe espaço neste tipo de jogos tanto para elementos de competição,

como para elementos de cooperação.

No fim do jogo, ambas ou várias partes podem obter vantagens de ordens

diferentes. Num jogo de soma não zero existem, com freqüência, diferentes

recompensas.

O jogo de soma não zero entre duas pessoas pode ser jogada de forma

cooperativa ou não cooperativa.

O mesmo jogo pode, ser de soma zero e, noutras de soma não zero.

Como é o caso do jogo de Medricas (chicken).

O Dilema do Prisioneiro

Os jogos (tanto no dilema do Prisioneiro como do Medricas) foram

concebidos como o objetivo de determinar se as diferenças de gênero

influenciam a escolha entre comportamento cooperativo e o competitivo.

O exemplo mais conhecido de jogo de soma não zero é o dilema do

prisioneiro.

Exemplos de qual forma o Dilema do Prisioneiro se aplica:

Se permanecerem ambos em silêncio, ou se negarem todas as acusações,

leva uma sentença de 60 dias na prisão local.

Caso um deles confesse e o outro permaneça calado, O Prisioneiro terá

uma pena comutada de 1 ano e o outro será mandado para a prisão por 10 anos.

Se ambos confessarem serão condenados de 5 a 8 anos de prisão.

A melhor Estratégia é o acordo tácito de silêncio, mas na ausência de

comunicação não podem confiar um no outro.

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124

Como sugeriu Arthur Stein, O estado de natureza descrito por Hobbes e

por outros autores é uma situação, como descreve a terminologia da teoria dos

jogos, em que os indivíduos são dominados por uma estratégia de abandono de

ação comum em favor da realização das suas ações individuais competitivas e

conflitantes.

Robert Axelrod que usa o dilema do prisioneiro em muitas situações, e

apesar da falta de incentivos individuais à cooperação, os jogadores acabam por

optar pelo comportamento cooperativo devido à possibilidade de se virem a

encontrar de novo.

É preferível cooperar no presente com alguém capaz de um

comportamento recíproco no futuro.

Axelrod sugere que o Dilema do Prisioneiro é aplicável ao

desenvolvimento de estratégias cooperativas que podem ser aplicadas em um

amplo aspecto de situações que vai da escolha individual ao panorama

empresarial e ao domínio internacional.

O Dilema do Prisioneiro tornou-se um caso exemplar da literatura dos

jogos, sendo que existe uma extensa bibliografia composta por artigos, livros e

outros estudos. Revistas como: The American Political science Review, World

politics e International Studies Quarterly publicam regularmente, durante muitos

anos, artigos sobre a matéria.

Jogos Com Vários Jogadores

Envolve 3 ou mais jogadores onde todos são independentes

O número de jogadores influencia o número de jogadas

Não existe uma teoria definida para este tipo de jogo

Os jogadores acabam formando coligações entre si

Chicken Game (Jogo do Covarde)

Origina-se de um “racha”, onde dois carros vão em direção um do outro.

E aquele que desviar é o covarde e perde o jogo. Ou seja, o resultado termina por

ser de soma zero. Caso nenhum dos carros desvie o resultado acaba sendo de

soma não zero.

É um jogo onde os agentes buscam ganhar, pressionando o oponente a

desistir.

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125

Pode ser um jogo cooperativo ou não-cooperativo e com resultado de

soma zero ou soma não zero.

Exemplo: Crise dos Mísseis entre EUA e a antiga URSS, em 1962.

Terceira Parte – Elementos em Macroeconomia

UNIDADE I – CONTAS NACIONAIS

Introdução

Precursores da teoria econômica

Antigüidade

Mercantilismo

Fisiocracia

Os clássicos

Neoclássicos

Keynesianos

Pós-keynesianos

Período recente

Antigüidade

Grécia Antiga: Aristóteles (384-322 a.C.) – oikonomía / Platão (427-347

a.C.) e Xenofonte (440-335 a.C.)

Roma não deixou nenhum escrito notável na área de Economia

Séculos seguintes até a época dos descobrimentos – questões referentes à

justiça e moral – lei da usura e lucro justo

Mercantilismo

1ª escola econômica - A partir do séc. XVI

Para os mercantilistas, a riqueza de um país era dada pelo seu estoque de

metais preciosos. Com isso, buscava estabelecer os princípios de como fomentar

o comércio exterior no intuito de entesourar tais metais

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126

Estímulo a guerras, exacerbação do nacionalismo, presença do Estado

em assuntos econômicos

Fisiocracia (organicistas)

Séc. XVIII – reação ao Mercantilismo

A riqueza consistia em bens produzidos com ajuda da natureza em

atividades econômicas como a lavoura, a pesca e a mineração. Em suma, só a

terra teria a capacidade de multiplicar a riqueza

Obra: Tableau Économique – François Quesnay – divisão da economia

em setores

Séc. XX (anos 1940) – Leontief – Sistema I/O

Clássicos

Predominaram entre o final do século XVIII e início do século XIX,

consolidando a economia como corpo científico próprio

Lançaram as bases do liberalismo econômico, em que prevaleceram as

forças de mercado, sem intervenção governamental

Seus expoentes foram Adam Smith, David Ricardo, John Stuart Mill,

Jean-Baptiste Say

Neoclássicos

Escola que se desenvolveu a partir da segunda metade do séc. XIX e

início do séc. XX

Formulação analítica em Economia e pelo uso intensivo da Matemática

– alocação ótima dos recursos

Teoria do valor-utilidade: o valor dos bens é formado a partir do grau de

satisfação

Marshall, Walras, Schumpeter, Pareto, Pigou, Edgeworth, entre outros

A teoria Keynesiana

John Maynard Keynes (1883-1946)

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127

Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda – 1936

Lei de Say vs. Princípio da demanda efetiva. Segundo a Lei de Say (“A

oferta cria sua própria demanda”) o aumento da produção transformar-se-ia em

renda dos trabalhadores e empresários, que seria gasta na compra de outras

mercadorias e serviços. Isto é negado pelo princípio da demanda efetiva que

afirma que não existem forças de auto-ajustamento na economia, sendo, portanto

necessária uma intervenção do governo através de uma política de gastos

públicos.

Debates teóricos sobre o trabalho de Keynes duram até hoje. Destacam-

se 3 grupos: os monetaristas, os fiscalistas e os pós-keynesianos

Monetaristas: a melhor política que a autoridade monetária tem

em seu poder é manter um controle da oferta de moeda, mantendo apenas

um leve crescimento da mesma para compensar o crescimento

econômico

Fiscalistas: acreditam que a política fiscal pode ser utilizada

como um instrumento de suavização do ciclo econômico

Pós-keynesianos: enfatizam o papel da especulação financeira

e, como Keynes, defendem um papel ativo do Estado na condução da

atividade econômica.

Abordagens alternativas

Marxistas

Escola baseada nos trabalhos de Karl Marx, desenvolvidos na

segunda metade do século XIX. Fazem uma crítica ao capitalismo,

observando que o desenvolvimento tecnológico em regimes capitalistas

levaria à marginalização dos trabalhadores. Baseiam sua análise a partir

da luta entre capitalistas e trabalhadores.

Os marxistas têm como seu pilar a obra de Karl Marx, calcada no

Valor Trabalho, na apropriação de excedente produtivo (mais-valia) e

seu impacto no processo de acumulação de capital e na evolução das

relações entre classes sociais.

Institucionalistas

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128

Criticam o alto grau de abstração da teoria econômica e o fato de

ela não incorporar em sua análise as instituições sociais. Seus grandes

expoentes são John Kenneth Galbraith e Thornstein Veblen.

Definição

“Macroeconomia é o segmento da ciência econômica que se ocupa

do estudo dos agregados econômicos no curto prazo. É a teoria da

renda, do emprego, da moeda, da taxa de juros da flutuação do nível de

preços.”

Metas de Política Macroeconômica

Alto nível de emprego (Aumentar Produção)

Estabilidade de preços (Controlar Consumo)

Distribuição de renda socialmente justa (?)

Crescimento econômico (Aumentar Produção)

Por que estudar Macroeconomia?

Para explicar, buscar soluções, para algumas questões, como:

Por que déficit na Balança de Pagamentos?

Por que inflação?

Por que existe o desemprego?

Por que a taxa de investimento é baixa?

Instrumentos de Política Macroeconômica

A política macroeconômica envolve a atuação do governo sobre a

capacidade produtiva e despesas planejadas para atingir as metas.

Política Fiscal

Política Monetária

Política Cambial e Comercial

Política de rendas

Política Fiscal

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129

Refere-se a todos os instrumentos de que o governo dispõe para a

arrecadação de tributos (Política Tributária) e o controle de suas despesas

(Política de Gastos).

Através destas políticas o governo pode aumentar ou diminuir o

consumo e o investimento.

Política Fiscal

Exemplos:

Combate a inflação

Normalmente aumenta tributos e/ou corta despesas

Crescimento e emprego

Diminuir tributos e/ou aumentar gastos

Distribuição de renda

Impostos progressivos, gasto do governo em setores/regiões mais

atrasados, etc.

Política Monetária

Refere-se à atuação do governo sobre a quantidade

de moeda, de crédito e de taxas de juros.

Os instrumentos são:

Emissões de moedas

Reservas compulsórias

Políticas de Redesconto

Open Market

Regulamentação sobre crédito e taxa de juros

Emissões de moedas

O Banco Central tem o controle sobre as emissões

de moedas e deve colocar em circulação o volume de notas e moedas

necessárias para o bom funcionamento da economia

Reservas Obrigatórias

Os bancos guardam certa parcela de seus

depósitos no Banco Central para atender a seu movimento de caixa e a

compensação de cheques

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130

Política de Redesconto

Visto que o “Bacen” é o banco dos bancos, ele

pode emprestar para eles e cobrar um juros sobre esse empréstimo

Operações de Open Market

Essa operação consiste em vendas e compras, por

parte do Banco Central, de títulos governamentais no mercado de

capitais

Quando o governo vende títulos ele tira dinheiro

de circulação, quando compra coloca mais moeda na economia

Regulação e Controle de Crédito

O governo ainda pode criar regulamento

específico sobre Crédito: Juros, regras pra financiamento, etc.

Política Cambial e Comercial

São políticas que atuam sobre as variáveis

relacionadas ao setor externo da economia

Política Cambial: Refere-se ao controle do

governo sobre a taxa de câmbio.

Política Comercial: diz respeito aos instrumentos

de incentivo às exportações e/ou estímulo às importações – incentivos

fiscais, creditícios, cotas, etc.

Política de Rendas

São denominados Políticas de Rendas medidas

que afetam diretamente a renda: Salários, Lucros, Juros, Alugueis

A característica especial desta categoria é a de que

os agentes econômicos ficam proibidos de levar a cabo o que fariam em

respostas as influências de mercado

Normalmente são usadas como políticas de

combates a inflação

Então:

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131

A Macroeconomia é utilizada como instrumento de previsão (fazer

previsões)

Ex ante

Valores previstos, projetados, planejados, a priori

O que julgamos que vai ocorrer no início de um

período

São os valores considerados na teoria

macroeconômica (TMA).

Ex post

Valores realizados, ocorridos a posteriori.

São valores medidos após sua ocorrência.

São as variáveis consideradas na contabilidade

social (CSO).

Objetivos da Macroeconomia

OBTER COMBATER

Crescimento econômico Recessão

Emprego Desemprego

Estabilidade de preços Inflação

Disponibilidade de crédito Crise de financiamento

Elevação dos investimentos Especulação

Tipologia de Mercados

Mercado de bens e serviços

Mercado de trabalho

Mercado monetário

Mercado de títulos

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132

Mercado de divisas

Formulação de Modelos

Variáveis exógenas (explicativa) → parâmetros/funções → Variáveis

endógenas (explicada)

Ex. (investimento e consumo) → (Demanda Agregada)

Variável exógena é uma variável que atua sobre um parâmetro ou

função, e que vai determinar a variável endógena

Ex: DA = C + I ; DA é a variável endógena

É portanto a variável exógena que explica a endógena

A formulação de modelos tem por objetivo, através de variáveis

exógenas, que atuam sobre um parâmetro ou função, determinar a variável

endógena, de forma a possibilitar a previsão da economia

Economias Aberta e Fechada

Economia Fechada: Não há comércio com outros países

Economia Aberta: Uma economia que comercializa livremente com

outros países

Economia Aberta

Uma economia aberta interage com outras economias de duas maneiras:

Ela vende e compra produtos e serviços de outros mercados

Ela compra e vende ativos de capital nos mercados financeiros

mundiais

O Brasil é uma economia aberta

O Fluxo de Bens

Exportações

Bens e serviços produzidos domesticamente e

vendidos no exterior. Nas exportações se inclui o gasto do exterior em

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133

bens e serviços produzidos domesticamente, que são vendidos em outro

país

Importações

Bens e serviços produzidos no exterior e vendidos

domesticamente. Nas importações se inclui o gasto doméstico na compra

de bens e serviços produzidos no exterior e que são vendidos

domesticamente

Exportação Líquida ou Saldo da Balança

Exportação – Importação

Déficit na Balança

Quando se importa mais do que exporta

Crédito na Balança

Quando se exporta mais do que importa

Fatores que Influenciam as Exportações e Importações

O gosto dos consumidores por bens domésticos ou importados

O preço dos bens e serviços no mercado doméstico e no exterior

A taxa de câmbio

A renda dos indivíduos nos países

O custo de transporte

As políticas governamentais com relação ao comércio internacional

Investimento Externo Líquido

Diferença entre ativos externos adquiridos por

indivíduos locais e ativos domésticos adquiridos por estrangeiros

Quando indivíduos locais compram mais ativos no

exterior do que estrangeiros compram ativos locais, existe uma saída líquida de

capital da economia local

Se estrangeiros compram mais ativos brasileiros, do que brasileiros compram

ativos no exterior, haverá uma entrada líquida de capital na economia doméstica

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134

Investimento Externo Líquido – Variáveis que Afetam

A taxa de juros real dos ativos estrangeiros

A taxa de juros real dos ativos domésticos

Os riscos econômicos e políticos de possuir ativos

de outros países

As políticas governamentais que afetam a

propriedade de ativos locais por cidadãos estrangeiros

Investimento Externo Líquido

Exportações líquidas (EL) e investimento externo

líquido (IEL) estão proximamente ligados

Para a economia como um todo: EL = IEL

Isso é verdade porque para cada transação de um

lado também afeta o outro lado pelo mesmo valor

Poupança e Investimento

Já vimos que o PIB é dado por:

Y = C + I + G + El

Poupança Nacional então é dada por:

Y – C – G = I + El

Poupança Nacional = Investimento Doméstico +

Investimento Externo

1.1 Produto, renda e despesa nacional e seus componentes

Conceitos Básicos

Produto Y – valor total da produção (de bens e serviços finais) em

determinado período de tempo. Isto é o mesmo que o total dos valores brutos

menos os consumos intermediários.

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135

Consumo C – valor dos bens e serviços absorvidos pelos indivíduos para

a satisfação de seus desejos. Nela inclui o consumo pessoal e o consumo do

governo.

Poupança S – renda não consumida.

Renda R – remuneração dos fatores de produção.

É dado por: R = W+J+L+A. Para evitar dupla contagem somente deve incluir na

renda os juros e aluguéis pagos às pessoas físicas.

W - salários - remuneração do fator de produção

trabalho (comissões, honorários de profissionais liberais, ordenados dos

executivos, mesmo que não assalariados)

J - juros - prêmio pago aos detentores de recursos

por abrir mão da preferência pela liquidez

A - aluguéis - remuneração dos proprietários dos

recursos naturais

L - lucros - remuneração do fator de produção

capital

Investimento I – acréscimo de estoque físico de

capital, compreendendo a formação de capital fixo mais variação de estoques.

Parte da formação bruta de capital, também denominada investimento bruto,

destina-se a repor a retirada de circulação de equipamentos e instalação. O valor

dessas retiradas é a Depreciação. Assim, o investimento líquido é o bruto menos

depreciações.

Absorção A – corresponde a C+I.

Despesa D - agrega os possíveis destinos do

produto, o. s., as suas formas de aquisição: trata-se da absorção interna mais o

saldo da BC.

A contabilidade Nacional chega a 2 identidades

fundamentais:

Produto = renda = despesa

Poupança = investimento

Fluxo circular da renda

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136

Economia Aberta com Governo

Para qualquer empresa, o lucro se apura por meio

da seguinte identidade: L = vendas de b e s – compra de b e s +IL

LL = Excedente Operacional (EO) +receitas

financeiras – despesas financeiras

Pela ótica do produto um conceito importante é o

excedente operacional. Pela ótica da renda um conceito importante é o lucro

líquido.

EO = LL+Jpagos-Jreceb LL = LR+LD+A

LR = lucro retido, LD = lucro distribuído, A = aluguéis pagos à indivíduos

Produto bruto = renda bruta

Produto bruto – depreciação = produto líquido

PIB= YB = RLX+W+J+A+LD+D+LR

PIB – RLX = PNB. Neste caso, se o país for

devedor líquido o PIB é maior do que o PNB.

PIB a preço de mercado:

PIBpm = RLX+ W+J+A+LD+D+LR+Outras receitas do G + TDe –TRe +TI-Sub

TDe = impostos diretos das empresas TI = Impostos indiretos

TRe = transferências do governo para as empresas Sub = subsídios

Déficit Público e o seu Financiamento

O déficit público é expresso por:

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137

Dg = Investimento público – saldo do governo em conta corrente = Ig – (T-G)

Déficit Operacional = déficit público real+imposto

inflacionário. Trata-se do déficit público antes da inclusão do imposto

inflacionário como receita do governo.

O déficit público pode ser financiado pelo

aumento da base monetária e pelo aumento da dívida líquida do setor público.

Dessa forma:

Déficit público = aumento da base monetária+ aumento da dívida líquida do

governo.

Mas há outras fontes de expansão da base

monetária como a expansão do crédito ao setor privado e a acumulação de

reservas cambiais. Assim:

Déficit público = aumento da base monetária+

aumento da dívida líquida do governo

A equação acima deduzida em termos nominais

também é válida em termos reais:

Déficit público real = aumento real da base

monetária+ aumento real da dívida líquida do governo

Produto Agregado

O Produto Interno Bruto, ou PIB, é a medida do

produto agregado das contas nacionais.

O PIB é o valor dos bens e serviços finais

produzidos em uma economia durante um determinado período.

O PIB é a soma do valor adicionado na economia

em um dado período.

O PIB é a soma de toda a renda gerada na

economia em um determinado período.

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138

Siderúrgica (Empresa 1)

Receitas de vendas $ 100

Despesas $ 80

Salários $ 80

Lucro $ 20

Montadora (Empresa 2)

Receita de vendas $ 210

Despesas $170

Salários $ 70

Compra de aço $ 100

Lucro $ 40

EXEMPLO : Considere uma economia composta por duas empresas:

Produto Agregado

O PIB é o valor dos bens e serviços finais

produzidos em uma economia durante um determinado período

Bens e serviços finais = $ 210 = PIB .

O PIB é a soma do valor adicionado na economia

em um dado período.

Valor adicionado = $ 100 + ($ 210 - $ 100)

= $ 100 + $ 110

= $ 210 = PIB

Composição do PIB no Brasil por tipo de renda

Siderúrgica (Empresa 1) Montadora (Empresa 2)

Receitas de vendas $ 100 Receita de vendas $ 210

Despesas $ 80 Despesas $170

Salários $ 80 Salários $ 70

Compra de aço $ 100

Lucro $ 20 Lucro $ 40

Companhia siderúrgica e montadora

Receitas de vendas $ 210

Despesas (salários) $ 150

Lucro $ 60

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139

1997 2001

Renda do Capital (%) 42 41

Renda do Trabalho (%) 43 42

Impostos Indiretos (%) 15 17

Taxa de Desemprego

A força de trabalho (L) é a soma dos

trabalhadores empregados (N) e desempregados (U): L = N + U

onde os desempregados são as pessoas sem

trabalho que tomaram alguma providência efetiva de procura de trabalho no

período de referência (por exemplo, 4 semanas).

A taxa de desemprego (u) é a razão entre os

desempregados e a força de trabalho:

u = U / L

PIB Nominal e Real

O PIB nominal é a soma das quantidades de bens

finais multiplicada por seus preços correntes

onde: Pn, t e Qn, t são respectivamente preço e

quantidade do bem n na data t

O PIB nominal também é chamado de PIB a

preços correntes

O PIB real é a soma das quantidades de bens

finais multiplicada por seus preços constantes .

onde: Pn, s e Qn, t são respectivamente preço e

quantidade do bem n na data s (para preços) e t (para quantidades).

O PIB real também é chamado de PIB a preços

constantes, ou PIB ajustado pela inflação. Por exemplo, PIB em dólares de

1996.

N

n

tnsnt QPPIB1

,,

Real(s)

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PIB Nominal (ano 1)=0,50*6+0,30*7+0,70*10=R$12,10

PIB Nominal (ano 2)=0,40*11+1,00*4+0,90*12=R$19,20

PIB Real (ano 2 base ano 1)=0,50*11+0,30*4+0,70*12=R$15,10

O Deflator do PIB

O deflator do PIB no ano t (Pt ) é a razão entre o

PIB nominal e o PIB real no ano t :

Logo, o PIB nominal é igual ao PIB real

multiplicado pelo deflator do PIB:

O deflator fornece o preço médio do produto

agregado – dos bens finais produzidos na economia.

No exemplo, Deflator do PIB

(ano2)=19,20/15,10=1,27

O crescimento do PIB

Ano 1 Ano 2 Ano 1 Ano 2

A 6 11 R$0,50 0,40

B 7 4 0,30 1,00

C 10 12 0,70 0,90

Produção Preço

t

t

t

tt

Y

Y

realPIB

nomPIBP

$.

ttt YPY $

0

0,2

0,4

0,6

0,8

1

1,2

1,4

1,6

1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003

R$ T

rilh

õe

s

Pib Real e nominal do Brasil, 1994-2003

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141

taxa de crescimento do PIB no ano t (DPIBt ) é

dada por:

que pode ser calculada em termos nominais ou

reais.

Horizontes de observação

Os economistas fazem distinção entre três

horizontes:

No curto prazo (poucos anos), a demanda por bens

e serviços determina o produto.

No médio prazo (uma ou duas décadas), o nível de

tecnologia e a grandeza do estoque de capital determinam o produto.

No longo prazo, o progresso tecnológico e a

acumulação de capital são os determinantes do crescimento econômico.

No curto prazo: o comportamento cíclico do nível de atividade econômica

1.2 Renda média e estrutura de distribuição de renda

1

1

t

ttt

PIB

PIBPIBPIB

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142

Se tomarmos a conta de produção de uma economia fechada e sem

governo, estudada anteriormente, veremos que temos, do lado do débito da

conta, a renda ou produto nacional bruto e, do lado do crédito, a indicação da

forma concreta tomada por essa renda (quanto foi consumido e quanto foi

investido).

Temos que:

Retomando a última identidade da renda, vemos que:

E, logo,

O termo

– Keynes chamou de multiplicador.

O multiplicador indica a magnitude do aumento no nível de renda em

decorrência seja de um aumento em Ca, seja de um aumento em I.

Fluxo circular da renda

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144

Cerca de um terço da população brasileira é pobre (ou 53,9 milhões de

pessoas).

Quanto aos muito pobres (ou indigentes), a proporção é de um oitavo (ou

21,9 milhões de pessoas).

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145

UNIDADE II – RENDA NACIONAL E EMPREGO

Evolução e “Escolas”

Primórdios

GREGOS

Xenofontes: princípio de gestão dos bens.

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146

Aristóteles: Crematística – aspectos práticos das transações comerciais

(preços, moeda, etc.).

ROMANOS: preocupações limitadas com o tema.

IDADE MÉDIA: comércio mediterrâneo; “preço justo”; usura; formação

de corporações e bancos.

Mercantilismo (1450-1750)

Preceitos de administração pública para aumentar a riqueza do

“príncipe”;

Reflete as transformações de uma sociedade onde o comércio

passa a ter um papel cada vez mais importante;

“Políticas comerciais mercantilistas”

Referências: Colbert, Cantillion e Petty

Criação Científica da Economia (1750-1870)

Marcos iniciais: “Quadro Econômico” (1758), de Quesnay; a

“Riqueza das Nações” (1776), de Adam Smith.

Fisiocracia: “ordem natural”, “distribuição”, “vínculos entre

riqueza e trabalho”.

Escola Clássica: Adam Smith, David Ricardo, Malthus, Stuart

Mill, Say – “valor”, “origem da riqueza”, “distribuição da riqueza”.

Marx: tradição clássica revista, criando uma tradição de

pensamento crítico.

Reação Neoclássica (1870-1929)

Revolução Marginalista: “recursos escassos x usos alternativos”;

“valor de utilidade”.

O “neoclassicismo” ou “marginalismo” desloca a temática da

discussão do valor e distribuição da tradição clássica (“valor-trabalho”)

para a visão do valor utilidade e dos custos de produção.

Destaques: Escola Austríaca (Menger, Jevons, Böhm-Baverk);

Escola de Viena (Walras e o “equilíbrio geral”); Marshall e a Escola de

Cambridge (“equilíbrio parcial”).

Em oposição, surgem a Escola Histórica Alemã e as escolas da

tradição marxista.

A Revolução Keynesiana

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147

Keynes (1888 – 1946) torna-se um marco da moderna economia,

onde a ênfase na gestão macroeconômico passa a ser central.

Síntese neoclássica (Hicks, Samuelson etc.) – anos 1950 e 1960.

Monetarismo (Friedman) – oposição aos Keynesianos;

Novo-Classicismo (Lucas) – década de 1970;

Novos Keynesianos – década de 1980;

Heterodoxos – “pós-keynesianos”, “marxianos”,

“institucionalistas” etc.

2.1 Visão clássica

François Quesnay

* 1694 (França) - † 1774

Médico do rei Luiz XV

1758: Tableau

Économique – marca o início da

Escola Fisiocrática.

Princípios: ordem natural

e ordem providencial,

solidamente ligadas à terra, que

propõem serenidade ao período

de inquietação econômica e

política.

Procurou criar uma ciência econômica à semelhança das ciências

naturais.

Para ele, a economia se reduzia a números, nada teria a ver com questões

morais e seria independente do processo histórico humano.

Considera direitos naturais o direito à vida com liberdade e o direito à

propriedade sem restrições.

François Quesnay – 1. Ordem Natural

Os fenômenos econômicos processam-se livre e independentemente de

qualquer coação exterior, segundo uma ordem imposta pela natureza e regida

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148

por leis naturais (idéia de equilíbrio estacionário, retomada por Walras no séc.

XIX).

A sociedade se compõe de três classes: i) produtiva, formada pelos

agricultores, ii) classe dos proprietários imobiliários/nobreza, e iii) estéril

(comerciantes, artesãos/membros das corporações urbanas).

A circulação de riquezas ocorre entre essas diferentes classes (idéia do

fluxo circular de renda retomada por economistas modernos).

François Quesnay – 2. Ordem Natural

A ordem natural é uma ordem providencial, pois é desejada por Deus.

Por ser providencial é a melhor possível, e, portanto, deve ser deixada

livre para o alcance do progresso econômico e social (raiz da doutrina liberal –

laissez-faire).

Uma síntese do pensamento mercantilista

Não há nas concepções mercantilistas o desenvolvimento de uma teoria

do valor.

A idéia geral é de que o lucro tem origem no ato de troca.

Disso resulta a importância dada ao comércio (e à balança comercial

favorável);

E o fato das grandes companhias de comércio evitarem, ao máximo, a

concorrência (defendem o monopólio e o exclusivo comercial).

Fisiocratas

Fisiocracia provém do grego: phisis (natureza), cratos (poder), o que

significa “poder da natureza”.

Grupo de economistas franceses do século XVIII que combateu as idéias

mercantilistas e formulou, pela primeira vez, de maneira sistemática e lógica,

uma teoria do liberalismo econômico.

Os fisiocratas eram discípulos intelectuais de François Quesnay.

Quesnay critica os mercantilistas:

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149

Ele protesta contra uma política que havia abandonado a

agricultura para pensar apenas em estimular a indústria e o comércio

externo;

Protesta também contra a proibição da livre circulação de cereais;

e

Critica também a idéia de que as riquezas de uma nação se

regulam pela massa de riquezas pecuniárias (estoques de divisas).

Para os fisiocratas só é produtivo o trabalho que produz produto líquido

e, uma vez que só existe produto líquido na agricultura, só o trabalho agrícola é

produtivo.

Por outro lado, a produtividade do trabalho agrícola não é uma virtude

que lhe seja particular: não passa de um sinal da produtividade da natureza.

Quesnay formulou um instrumento teórico para o estudo das relações

econômicas entre as classes sociais que compõem o sistema: o quadro

econômico.

A idéia principal é de que os processos de produção e do consumo podem

e devem ser estudados no sistema econômico em seu conjunto.

Quesnay pretende demonstrar que a vida econômica funciona como uma

máquina ou, o que para ele é a mesma coisa, como um organismo vivo.

Assim se explica desde o início o respeito que mostra pelo

funcionamento espontâneo da máquina e a sua recusa a intervir na sua marcha.

Economia como um “sistema vivo”

Diferenciação de “trabalho produtivo” e “trabalho improdutivo”

Organicidade também das Classes Sociais

Excedente é gerado pela Produção

Questões não resolvidas: (quais?)

Adam Smith

* 1723 (Escócia) - † 1790

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150

Segunda metade do século XVIII: início da 1ª Revolução industrial

Professor de “Filosofia moral” da Universidade de Glasgow

1759: A Teoria dos Sentimentos Morais

1776: A Riqueza das Nações

A Economia entendida como a ciência que se ocupa da “Investigação

sobre a Natureza e as Causas da Riqueza das Nações”

Trabalho (entendido como atividade produtiva) é a fonte de riqueza das

nações.

A produtividade diferenciada entre países é tida como a explicação dos

diferentes níveis de riqueza entre as nações.

A produtividade é causada pela “eficácia do trabalho”, e esta provém da

divisão do trabalho (e não das propriedades naturais da terra):

Pelo aumento da destreza de cada trabalhador

Pela economia de tempo decorrente da “racionalização do

processo de trabalho”

Pela invenção de um grande número de máquinas... permitindo a

um só homem fazer o trabalho de muitos

Princípios de “A Riqueza das Nações”

São duas as condições prévias para a divisão do trabalho: extensão do

mercado (decorrente da “propensão natural à troca” e da facilidade de

transportes) e abundância de capitais (derivados dos lucros conseguidos a

partir do “produto líquido do trabalho” e utilizados como “capacidade de

comandar trabalho”).

A política mais favorável à ampliação dos mercados e do capital é a da

liberdade do comércio.

A maneira como o produto do trabalho é dividido entre os salários,

renda fundiária e lucro é o que torna uma nação mais ou menos rica.

“O valor de qualquer mercadoria, para a pessoa que a possui...e que

tenciona trocá-la por outras, é igual à quantidade de trabalho que lhe permite

adquirir. Logo, o trabalho é a medida do real valor de troca de todas as

mercadorias”

“Não se vêem povos pobres em terras vastíssimas, potencialmente férteis,

em climas dos mais benéficos? E, inversamente, não se encontra, por vezes, uma

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população numerosa vivendo na abundância em um território exíguo? Ora, se

essa é a realidade, é por existir uma causa sem a qual os recursos naturais nada

são, por assim dizer; uma causa que, ao atuar, pode suprir a ausência de recursos

naturais. Em outros termos, uma causa geral e comum de riqueza, causa que,

atuando de modo desigual entre os diferentes povos, explica as desigualdades de

riqueza de cada um deles; essa causa dominante é o trabalho.”

“Segundo seja maior ou menor a proporção existente entre o produto do

trabalho – ou aquilo que no estrangeiro se adquire em troca desse produto – e o

número de consumidores, encontrar-se-á a nação mais ou menos abastecida de

todas as espécies de coisas necessárias ou cômodas de que necessite.”

(“Introdução e Plano de Obra” in A Riqueza das Nações”

David Ricardo

*1772 (Londres) - † 1823

Período de conflitos entre

os interesses da agricultura

(protegidos pelas Corn-Laws) e

da indústria

1817: Princípios de

Economia Política e Tributação

Visão Geral

“Em diferentes estágios da sociedade... as proporções do produto

destinadas a cada uma dessas classes [o proprietário da terra, o dono do capital, e

os trabalhadores] sob os nomes de renda, lucro e salário, serão essencialmente

diferentes, o que dependerá principalmente da fertilidade do solo, da acumulação

de capital e da população, e da habilidade, da engenhosidade e dos instrumentos

empregados”.

“Determinar as leis que regulam essa distribuição [distribuição da renda

fundiária, do lucro e dos salários] constitui o problema primordial da Economia

Política”

David Ricardo (Princípios da Economia Política e da Tributação)

1. Teoria do Valor

2. Teoria da Renda

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3. Teoria da Evolução Econômica

1. Teoria do Valor

Assim como Smith, Ricardo vê no trabalho (entendido como a soma de

todos os trabalhos exigidos para se chegar finalmente à produção da riqueza) a

principal fonte de valor.

Ricardo rejeita a utilidade – a capacidade que dada coisa tem de

satisfazer nossas necessidades – como causa e medida do valor.

Distingue duas categorias de bens:

1. Bens não suscetíveis de reprodução: o valor destes tem por causa

e efeito a sua raridade; seu valor oscila à mercê da oferta e da demanda,

sem ponto algum de equilíbrio (pouco relevantes para a economia).

2. Bens suscetíveis de reprodução indefinida, a um mesmo preço de

custo.

“O valor de uma mercadoria, ou a quantidade de qualquer outra pela qual

pode ser trocada, depende da quantidade relativa de trabalho necessário para sua

produção, e não da maior ou menor remuneração que é paga por esse trabalho”

Visão 1:

Valor é medido pelo trabalho, como um princípio universal.

O capitalista paga o trabalho (Dúvida: de onde vem o excedente?)

Visão 2:

O Valor de uma mercadoria é determinado pelo trabalho presente

e pelo trabalho pretérito (incorporado a ferramentas, instrumentos,

edifícios...); pela “durabilidade do capital”; pelos diferentes períodos

de “rotação do capital”

A variação do “valor de mercadorias” distintas difere da variação

do “valor dos salários” pois os processos produtivos têm diferentes

proporções de trabalho(salários) e capital.

Preço é definido pelos salários pagos pelos capitalistas, mais a

taxa de lucros que o capitalista recebe para usar seu capital.

Visão 3:

Preço de Mercado difere do Preço Natural pela influência da

Oferta e da Procura. ( Preço de Mercado tende ao Preço Natural)

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153

Esta visão é aplicada ao valor dos salários, em que “o preço

natural do trabalho” é aquele “necessário para permitir que os

trabalhadores em geral subsistam e perpetuem sua descendência...”

portanto depende “não da quantidade de dinheiro que ele possa

receber como salário, mas da quantidade de alimentos, gêneros de

primeira necessidade e confortos materiais que, devido ao hábito, se

tornaram para ele indispensáveis e que aquele dinheiro poderá

comprar”

Apoia-se – e debate – a visão de Malthus – economista inglês

contemporâneo sobre crescimento populacional e salários

2. Teoria da Renda

Tabela 1

Taxa de Lucro

da "pior terra"

F1 F2 F3 F4 F1 F2 F3 F4 (E.B. / Cap.)

1o 200 * * * 100 * * * 50%

2o 200 210 * * 100 90 * * 43%

3o 200 210 220 * 100 90 80 * 36%

4o 200 210 220 230 100 90 80 70 30%

David Ricardo, 1815

Excedente Bruto por Fração de TerraCapital por fração de Terra

"Desenvolvimento da Renda Fundiária e dos Lucros em razão do aumento de Capital"

Período

Taxa de

Lucro da

"pior terra"

F1 F2 F3 F4 (E.B. / Cap.)

Lucro Renda

100 0

Lucro Renda Lucro Renda

86 14 90 0

Lucro Renda Lucro Renda Lucro Renda

72 18 76 14 80 0

Lucro Renda Lucro Renda Lucro Renda Lucro Renda 30%

Tabela 2

*

100 90 80 70

1o 200 * *

Excedente Bruto por Fração de Terra, dividido em Lucro e Renda

100

2002o 210 *

100

F1

*

100

4o 200 210 220 230

Período

Capital por fração de

Terra

*

F3

80

3o 200 210

F2

*

90

*

*

"Desenvolvimento da Renda Fundiária e dos Lucros em razão do aumento de Capital"

50%

43%

220 * 36%

*

F4

*

90

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154

O crescimento populacional obriga a exploração de terras cada vez

menos férteis, o que encarecerá cada vez mais os custos de produção e o preço

final dos produtos.

Em função da lei de unidade de preços, os proprietários das terras de

primeira categoria (com custos de produção menores) obtém um lucro

suplementar: a renda diferencial.

O aumento populacional implica, portanto, o aparecimento de novas

rendas e o aumento das taxas de rendas antigas.

O total da venda dos produtos agrícolas se destina à remuneração dos

proprietários de terras (renda), remuneração do trabalho (salário) e

remuneração do capitalista (lucro). À medida que aumenta a parcela atribuída à

renda diminui-se a parcela de salários e lucros.

David Ricardo

“A elevação da renda é sempre o efeito da riqueza crescente do país e da

dificuldade de garantir alimento à sua população aumentada. É um sintoma e

nunca causa da riqueza.”

“No desenvolvimento natural das sociedades, os salários, enquanto

forem regulados pela lei da oferta e da procura, tendem a baixar, pois o número

de trabalhadores continuará a crescer um pouco mais rapidamente do que a

procura da mão-de-obra.”

3. Teoria da Evolução da Economia

A Acumulação de Capital é reduzida pelo aumento da Renda Diferencial

Período

1o

2o

3o

4o

*

** Taxas médias, sobre o capital total, da Economia da Nação

Obs:

"Desenvolvimento da Renda Fundiária e dos Lucros em razão do aumento de Capital"

Tabela 3

Capital Total Exced. Bruto Tot.* Lucro Total Renda Total Taxa de Lucro** Taxa de Renda**

43% 3,4%

200 100 100 0

630 270 228 42

50% 0%

410 190 176 14

Produto Total após os pagamentos dos Custos

Lucro Total, recebido pelos proprietarios de capital; Renda Total, recebida pelos proprietários fundiários

36% 6,7%

860 340 259 81 30% 9,4%

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155

Pela compressão dos lucros

Pelo acréscimo de salários – que aumentam em valor quando

ocorre aumento nos alimentos – simultâneo ao não aumento do valor dos

manufaturados, que não aumentam por causa dos alimentos.

A Economia tende a um “estado estacionário”, em que caem tanto a

acumulação de capital como o crescimento da população.

A maquinaria (introduzida pela expectativa do industrial de obter lucros)

pode conduzir a:

Incremento considerável do produto líquido (mesmo com baixa

do valor do produto bruto)

Deslocamento do trabalho, reduzindo emprego e “prejudicando

os interesses das classes trabalhadoras”

O Crescimento Econômico é viabilizado pela liberdade de Comércio

Internacional.

2.2 Visão Kenesiana

John Maynard Keynes

*1883 (Cambridge) - † 1946

Período de guerras, alto

inflação, grande depressão de1929

obras: The economic

consequences of peace; Treatise on

money; General theory of employment,

interest and money (1936)

Keynesianismo é a teoria econômica consolidada pelo economista inglês

John Maynard Keynes em seu livro Teoria geral do emprego, do juro e da

moeda (General theory of employment, interest and money)

Consiste numa organização político-econômica, oposta às concepções

neoliberalistas, fundamentada na afirmação do Estado como agente

indispensável de controle da economia, com objetivo de conduzir a um sistema

de pleno emprego.

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Tais teorias tiveram enorme influência na renovação das teorias clássicas

e na reformulação da política de livre mercado.

Atribuiu ao Estado o direito e o dever de conceder benefícios sociais que

garantam à população um padrão mínimo de vida como a criação do salário-

mínimo, do salário-desemprego, da redução da jornada de trabalho e assistência

médica gratuita.

O Keynesianismo ficou conhecido também como "Estado de Bem-

Estar Social"

A escola keynesiana se fundamenta no princípio de que o ciclo

econômico não é auto-regulador como pensavam os neoclássicos, uma vez que é

determinado pelo "espírito animal" dos empresários.

É por esse motivo, e pela ineficiência do sistema capitalista em empregar

todos que querem trabalhar que Keynes defende a intervenção do Estado na

economia.

John Maynard Keynes, em 1926, postulou sua teoria que rompia

totalmente com a idéia liberalista do “deixai fazer”, afirmando que o Estado

deveria sim, interferir na sociedade, na economia e em quais áreas achasse

necessário.

Assim, essa corrente baseada na intervenção do Estado, denominada

Welfare State, reinou após o fim da Segunda Guerra Mundial, isso aliado ao fato

da grande necessidade de recuperação dos países envolvidos na guerra.

O objetivo do keynesianismo era manter o crescimento da demanda em

paridade com o aumento da capacidade produtiva da economia, de forma

suficiente para garantir o pleno emprego, mas sem excesso, pois isto provocaria

um aumento da inflação.

Os keynesianos admitiram que seria difícil conciliar o pleno emprego e o

controle da inflação, considerando, sobretudo, as negociações dos sindicatos

com os empresários por aumentos salariais.

Há rigidez dos preços e salários

O pleno emprego é apenas um nível possível (não de equilíbrio), Este

pode ser variável

Não há mecanismos automáticos que conduzam ao equilíbrio

O Estado é ator ativo e intervém no processo econômico

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A moeda pode ser usada pelo Estado para financiar os seus gastos e

influenciar o nível do produto

Conseqüências Visão keynesiana

Equilíbrio abaixo de pleno emprego

As políticas monetária e orçamental apóiam níveis elevados do

produto e de emprego

2.3 Visão marxista

Karl Marx

* 1818 (Prússia) - † 1883

2ª metade do século XIX:

2ª Revolução Industrial

Economista, sociólogo e

filósofo

Obras: A ideologia

alemã; Manifesto do Partido

Comunista; Grundrisse; O

Capital e muitas outras

Concepção dialética/materialismo dialético:

movimento e contradições econômicas na história da humanidade

Capitalismo – modo de produção voltado para a produção de

mercadorias, sob as seguintes condições:

Propriedade privada dos meios de produção; da força de trabalho;

do produto final;

Divisão social do trabalho

Objetivo da produção: a troca (o mercado)

Retoma a teoria do valor-trabalho de Smith e Ricardo:

Valor de Uso

Mercadoria

(duplo caráter)

Valor de Troca

E avança ao afirmar:

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158

Valor de uso: resultado do trabalho humano concreto, útil, individual

Valor de troca: resultado do trabalho humano abstrato, geral

Para que haja troca, as mercadorias devem possuir:

Diferentes valores de uso (produzidas por espécies de trabalho

diferentes, utilidades diferentes)

Mesmo valor de troca (equivalentes)

O valor de troca é o que iguala as mercadorias e o valor de uso é o que as

diferencia.

Trabalho = é o denominador comum de todas as mercadorias, que

permite comprá-las e trocá-las em determinadas proporções

O valor das mercadorias é determinado pela quantidade de trabalho

socialmente necessário para a sua produção.

Trabalho socialmente necessário

Trabalho médio (produtividade média)

Daí ser o tempo “socialmente” necessário. O produto de um trabalhador

lento não vale mais do que o de um trabalhador rápido.

Qual a origem da forma dinheiro de valor?

O dinheiro surge historicamente...

Antes do dinheiro (escambo): troca direta, sem intermediário

Alfaiate utiliza o casaco como meio de troca

Ex.: 2 mesas = 1 casaco

Casaco tem valor de uso e é também equivalente

3 pares de sapatos

1 casaco = 20 metros de algodão

10 gramas de ouro

Dificuldade deste tipo de troca

Dependente dos outros produtores quererem adquirir casacos…

Com a prática diária, os indivíduos foram se orientando em direção a

uma mercadoria reconhecidas como equivalente geral;

Isso aconteceu independente/e do planejamento consciente e da

consciência dos produtores isolados;

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Assim surgiu o dinheiro (inicialmente, o ouro): mercadoria aceita como

equivalente geral ou comum para todas as outras mercadorias

Ouro tornou-se a mercadoria-dinheiro, assumindo papel duplo:

Metal precioso útil para fazer artigos

Equivalente geral (maleabilidade da troca)

A troca passou, assim, a ser fundida em duas partes:

Na circulação simples:

Transformação da mercadoria em dinheiro (venda)

Transformação do dinheiro em mercadoria (compra)

M1 – D – M2

Neste caso, a troca se dá em busca do valor de uso

No capitalismo, o objetivo é a acumulação, é obter mais dinheiro ao final.

Neste modo de produção, a circulação simples não faz sentido:

D – M – D

Essa circulação só faz sentido se:

D – M – D‟

Sendo D‟ > D.

OBS: Isso explica por que o capitalista não produz se não tiver lucros

V

D – M Cc ....... P – M‟ – D‟

C

Cf

D – Dinheiro inicial M – Mercadoria

V – Capital variável (mão-de-obra) – trabalho vivo

C – Capital Constante, que subdivide em

Cc – capital circulante Cf – capital fixo – trabalho morto

P – Produção D‟ – Dinheiro final

M‟ – Mercadoria nova (com maior valor agregado)

Por estar num ciclo de valorização, o dinheiro empregado é denominado

de capital

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A valorização do capital se verifica no processo produtivo

É durante o processo produtivo que se verifica a valorização do capital;

O capital constante: tem ser valor transferido sem modificação para o

produto acabado;

O trabalho vivo: cria (agrega) novo valor ao processo de produção, por

meio do seu valor de uso;

O resultado do trabalho (vivo) não é apropriado integralmente pelo

trabalhador (agora, força de trabalho), mas passa a ser de propriedade do

capitalista;

A parte apropriada denomina-se mais-valia. É o excedente que permite a

acumulação (é o lucro do capitalista);

Deste modo, o excedente não é criado no processo de troca e sim durante

o processo produtivo.

Quem cria a mais-valia? A força-de-trabalho.

Mais-valia: trabalho excedente produzido pela “mercadoria força de

trabalho”.

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161

Seu uso é o trabalho, e o trabalho cria valor novo, além do que ele custa para se

reproduzir

A mercadoria força-de-trabalho

É mercadoria porque, como as demais:

1. Tem valor de uso: o trabalho

2. Tem valor de troca: tempo de trabalho socialmente necessário à

sua produção e reprodução (expresso nos meios de subsistência)

Como se dá a apropriação e a ampliação da mais-valia (ou excedente/ou

lucro)?

Jornada de Trabalho: 8h

6 h 2h 8h

Trabalho necessário Mais-trabalho

Como aumentar a mais-valia?

mais-valia absoluta: aumento da jornada de trabalho (mais horas de

trabalho) – há limites para este aumento

mais-valia relativa: jornada de trabalho constante (intensificação do

ritmo)

Grau de exploração

á á

No exemplo anterior:

2h de trabalho excedente de 100 trabalhadores:

mais-valia: 2x100 = 200h;

cada trabalhador recebe por 6h de trabalho:

Valor da força-de-trabalho (v): 6 x 100 = 600h

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Taxa de mais-valia = 200/600 = 33%

Valor do produto do trabalho: 8 horas

Valor da força-de-trabalho: 6 horas

Valor da mais-valia (excedente/lucro): 2 horas

O valor da força-de-trabalho é, então, menor do que o valor do produto

do trabalho. A diferença é o excedente, a mais-valia que é apropriada pelo

capitalista

Composição Orgânica do Capital

O processo de valorização do capital não se esgota na acumulação.

Há um fator externo que atua como forte estímulo à expansão do capital:

a centralização do capital, decorrente da forte concorrência inter-capitalista.

Há Investimentos em novas tecnologias

Neste processo, ocorre o crescimento do capital constante em relação ao

variável (aumento da composição orgânica do capital)

É a relação entre:

ç

Taxa de Lucro

É o “incentivo ao crescimento econômico”.

É a relação entre:

Sendo,

CO = c/v (composição orgânica do capital) e

Tx = s/v (taxa de mais valia)

assim,

Tendência à queda da taxa de lucro

Com a concorrência inter capitalista, preços por mercadoria caem:

1. aumento da composição orgânica do capital aumenta mais que

proporcionalmente

2. taxa de mais valia aumenta menos que proporcionalmente

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163

Portanto:

queda tendencial da taxa de lucro

Para reduzir a tendência à queda da taxa de lucro

1. aumento da jornada de trabalho e maior intensificação do trabalho;

2. depressão dos salários abaixo do valor da força-de-trabalho (exercito de

reserva);

3. barateamento dos elementos do capital constante (tecnologia);

4. comércio exterior (novos mercados)

UNIDADE III – MOEDA E INFLAÇÃO

3.1 Moeda: conceitos e funções

Definição:

“Conjunto de ativos da economia que as pessoas usam

regularmente para comprar bens e serviços de outras pessoas” (Mankiw);

“Moeda é um ativo financeiro de aceitação geral, utilizado na

troca de bens e serviços, que tem poder liberatório instantâneo. Sua

aceitação é garantida por lei.” (Vasconcelos).

Moeda como tudo aquilo que é geralmente aceito para liquidar as

transações, isto é, para pagar pelos bens e serviços e para quitar obrigações.

Com a Introdução da Moeda, esta passa a desempenhar a função de

unidade de conta ou denominador comum do valor, isto é, fornece o “

referencial” para que os valores das demais mercadorias sejam cotados.

A moeda é o ativo utilizado para realizar as transações porque é o que

possui maior liquidez.

Liquidez é a capacidade de um ativo converter-se rapidamente em poder

de compra, isto é, transformar-se em mercadorias.

A moeda apresenta 3 principais funções:

A) Meio ou instrumento de troca:

algo que os compradores dão aos vendedores quando querem

comprar algo.

Sem ele haveria a necessidade da dupla coincidência de desejos e o

problema da indivisibilidade.

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164

Ocorreria também a perda de muito tempo pra viabilizar as trocas

diretas.

B) Unidade de conta (medida):

É um padrão de medida que se usa para anunciar preços e

registrar débitos.

Serve para comparar e agregar o valor de mercadorias diferentes.

(caminhão com uvas);

O preço, portanto, é a expressão monetária do valor de troca de

um bem.

C) Reserva de valor:

Algo que as pessoas podem usar para transferir poder de compra

do presente para o futuro.

Representa uma forma de poupança.

A moeda serve de reserva de valor para uma pessoa mas não para

toda uma sociedade (Falácia ou sofisma da composição).

Tipos de Moeda:

Moeda Mercadoria: Determinada mercadoria é usada como moeda.

Um tipo de moeda-mercadoria é a moeda metálica, isto é, o ouro, a prata, etc...

metais preciosos ou semipreciosos que foram usados como moeda;

Moeda Papel: Corresponde a uma nota de papel que expressa

determinado valor de ouro, isto é, possui lastro, em determinada mercadoria;

Papel Moeda ou Moeda Fiduciária: Notas de papel emitidas pelo

governo que não possuem lastro em nenhuma mercadoria, isto é , não existe uma

garantia física sustentando, o valor da moeda e sua aceitação se deve à

imposição legal do governo.

Lastro: Ativo ou mercadoria que respalda o valor da moeda, isto é, no

qual a moeda-papel pode ser convertida. O exemplo mais tradicional é o lastro

ouro, segundo o qual as notas de papel representam determinada quantidade de

ouro. Outro tipo de lastro são as reservas internacionais do país, isto é, os

ativos/moedas que podem ser usados nas transações internacionais, pôr exemplo,

o dólar.

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165

Velocidade de circulação da moeda: número de transações liquidadas

com a mesma unidade monetária, ou seja é o numero de „giros‟ que a moeda dá,

gerando renda, em dado período.

Motivos para demandar moeda

Transação;

Precaução;

Especulação;

A demanda por moeda depende tanto da renda como da taxa de juros

nominal. Quanto maior (menor) for a renda maior (menor) será a demanda por

moeda. Quanto maior (menor) for a taxa de juros nominal, menor (maior) será a

demanda por moeda.

Oferta de moeda

A oferta de moeda é sinônimo de meio de pagamento:

“estoque de moeda disponível para uso da coletividade a

qualquer momento”.

Com esse conceito classifica-se o meio de pagamento quanto a liquidez

que apresenta.

Liquidez: “Facilidade com que um ativo pode ser convertido em

meio de troca da economia.”

Classificação do meio de pagamento;

M1 – composto por meio de pagamento de liquidez imediata

(haveres monetários):

Papel moeda em poder do público (PP);

Saldo dos depósitos a vista (DV).

M2 – acrescenta ao M1 os depósitos de curto prazo:

Depósitos especiais remunerados,

Depósitos de poupança,

Títulos emitidos por instituições depositárias

Depósitos a vista (DV) = Reservas (R) + Empréstimos (EB)

DVPPM 1

prazocurtodedepósitosMM ___12

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166

As reservas (R) que os bancos constituem sobre os depósitos são de dois

tipos:

1. reservas compulsórias: são a parcela dos depósitos que os

bancos são obrigados legalmente a depositar em suas contas ao Banco

Central para poderem fazer frente a suas obrigações.

2. reservas voluntárias: são recursos que os bancos mantêm junto

ao Banco Central por opção, ou seja, não existe obrigação legal

Classificação do meio de pagamento;

1. M3 – Acrescenta os depósitos de médio prazo:

Quotas de fundos de renda fixa

Operações compromissadas com a SELIC

2. M4 – Acrescenta os ativos de prazo mais longo:

Títulos do governo de alta liquidez

Criação e destruição de moeda

Ocorre “criação de moeda” quando aumenta o M1. De igual modo,

“destruição de moeda” ocorre quando o saldo de M1 cai.

Exemplos:

Exportadores trocam US$ por R$ no Banco Central.

Empréstimo dos bancos comerciais ao setor privado.

Banco central vende US$ aos importadores.

Pagamento de um empréstimo bancário.

Compra de títulos do governo.

Depósito em conta corrente.

Saque de um cheque.

Oferta de Moeda pelo Banco Central

O objetivo principal do Banco Central é regular a moeda e o crédito, em

níveis compatíveis com as metas (inflação) estabelecidas pela autoridade

monetária.

prazomédiodedepósitosMM ___23

prazolongodedepósitosMM ___34

Criação

Destruição

Apenas transferência

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167

definir as condições de liquidez da economia: quantidade ofertada de

moeda, nível de taxa de juros entre outros.

Funções:

Banco dos Bancos: É onde os bancos comerciais depositam seus

fundos, transfere recursos de um banco para outro, além de emprestar aos

bancos comerciais.

Funções:

Banco emissor: É o responsável e tem monopólio da emissão de

moeda.

Banco do governo: Recursos do governo ficam em grande parte

depositados no BACE. O Bacen também é o responsável por

implementar a política monetária.

Banco depositário das reservas internacionais: responsável

pela defesa da moeda nacional, administração do câmbio e das reservas

de divisas internacionais no país.

Os Bancos comerciais também podem modificar a quantidade de moeda

pelo fato de poderem emprestar mais do que têm em depósito (carta patente).

O multiplicador da oferta de moeda:

Oferta de Moeda pelo Banco Central

Trata-se de um Progressão Geométrica.

Onde a soma dos termos da PG:

a = primeiro termo da progressão geométrica

q = razão da P.G (percentual livre para empréstimos).

No exemplo:

q

aPG1

1

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168

Taxa de juros

Taxa de juros é o que se ganha pela aplicação de recursos durante

determinado período de tempo, ou alternativamente, aquilo que se paga pela

obtenção de recursos de terceiros durante determinado período de tempo.

Determinação da taxa de juros

Teoria do fundos emprestáveis

De acordo com teoria de fundos emprestáveis o que determina é

a oferta e a demanda

Taxa de juros

Principais taxas de juros são:

Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custodia)

TR (Taxa Referencial de Juros)

TBF (Taxa Básica de Financiamento)

TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo)

Estrutura de taxa de juros e sistema financeiro são os instrumentos que

as instituições usam para garantir ao máximo que recebam seu dinheiro de volta.

Taxa de Juros Real

Taxa de Juros Real corresponde a taxa de juros nominal recebida,

descontada a perda de valor da moeda, ou seja, a inflação do período.

Taxa de Juros Nominal

Ganho monetário que se obtém em determinado aplicação

financeira, ou o custo monetário de determinado empréstimo.

Indexação: Mecanismos de proteção dos valores monetários (contratos

nominais) das perdas decorrentes da inflação.

Correção monetária: Correção dos valores nominais por dado índice de

preços de modo a compensar a perda de valor da moeda corrente da inflação.

Operações Prefixadas: em que a taxa nominal de juros é dada e a taxa

real só conhece ex post, uma vez verificada a inflação do período.

q

aPG1

1

3,01

1000.5

00,142.7$R

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169

Operações Pós-Fixadas: em que se define a taxa de juros real ex ante e

acrescenta-se a correção monetária para determinar a taxa nominal de juros que

só é conhecida ex post

Velocidade da Moeda

A velocidade da moeda refere-se à velocidade com que a moeda passa

de carteira em carteira em uma economia.

V = (P x Y) ¸ M

Onde

V = velocidade da moeda

P = Nível de preços

Y = quantidade de produção (renda)

M = quantidade de moeda

Reescrevendo nós obtemos a equação das trocas:

M x V = P x Y

A equação das trocas relaciona a quantidade de moeda em uma economia

(M) com o valor nominal da produção (P x Y)

equação das trocas mostra que um aumento da quantidade de moeda em

uma economia deverá:

O nível de preços sobe, ou

A produção cresce, ou

A velocidade da moeda diminui

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Teoria Quantitativa da Moeda

A velocidade da moeda é relativamente estável no longo prazo

Um mudança proporcional no valor nominal da produção relaciona-se

com mudanças na quantidade do moeda pelo banco central

Como a moeda é neutra, a moeda não afeta a produção

Mudanças na oferta de moeda que induzem mudanças no valor nominal

da produção também reflete na alteração do nível de preços

Quando o banco central aumenta rapidamente a oferta de moeda, o

resultado é o aumento da inflação

3.2 Evolução histórica

Brasil Colonial

Brasil Imperial

Brasil Republicano

Brasil Colonial

Principais marcos do período colonial:

A Carta

Pero Vaz de Caminha: primeiro documento oficial sobre o Brasil

Expedições de Martim Afonso – 1530

expedições exploradoras

poderes para nomear funcionários e doar terras de sesmaria

Colonização

interesse de franceses, holandeses e ingleses leva Portugal a iniciar a

colonização

Principais marcos do período colonial:

Capitanias Hereditárias – 1534/1759

primeiro sistema administrativo implantado no Brasil

regime baseado no patrimonialismo da Coroa

estrutura política e administrativa era permeada por distribuição

de cargos devido a critérios de afeição e troca de favores

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Principais marcos do período colonial:

Capitanias Hereditárias – 1534/1759

era uma concessão de exploração de serviços concedida a

particulares

direitos régios, justiça, distribuição de terras, arrecadação de dízimos e

fundação de povoações

o regime fracassou

apenas Pernambuco e São Vicente prosperaram

MAS, dificultou o estabelecimento de estrangeiros na colônia

Principais marcos do período colonial:

Capitanias Hereditárias – 1534/1759

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172

Governo Geral 1548/1759

objetivos:

apoiar melhor e com mais segurança as capitanias

centralizou o poder, mas não terminou com as capitanias

criação dos cargos de ouvidor geral, provedor mor da fazenda e

capitão mor da costa

regime patrimonialista e com centro decisório em Portugal

traços da época até hoje existentes na AP brasileira:

presença dominante do Estado

elite econômica associada e dependente do Estado

proteção contra concorrência

controle administrativo dos preços

limite artificial da oferta

vantagens e subsídios na compra de matéria prima

estes aspectos geraram um “capitalismo protegido”: privatista na

propriedade e semi-estatal na gestão

Vice-reinado

em 1574 o Brasil foi dividido em 2 vice-reinos

1580 – União Ibérica

não havia preocupação em divisa de terras

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173

1581 – governo do Brasil unificado em Salvador

1640 – fim da União Ibérica

1640 a 1718 – título de vice-rei usado apenas por governadores

de alta fidalguia

após 1720 passou a ser utilizado por todos

Administração do Marquês de Pombal secretário de estado do rei

D. José I, de Portugal

novo impulso administrativo e comercial à colônia:

transferência da capital para o Rio de Janeiro (proximidade das

minas e dos conflitos de fronteira do sul)

criação do subsídio literário (imposto para as aulas régias)

autorização do casamento com indígenas

favorecimento das indústrias de origem agrícola (anil, cochonilha

e laticínios)

impulso á construção naval

expulsão dos jesuítas de Portugal e províncias

extinção das Capitanias Hereditárias (transformadas em capitanias

gerais)

criação das Juntas de Justiça nas comarcas (sede das capitanias),

impulsionando o crescimento de vilas

Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal

Transferência da Família Real Portuguesa – 1808

fugindo das tropas de Napoleão

1808 a 1821- heranças deixadas:

burocracia, patrimonialismo, distribuição de cargos e

centralização do poder

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174

Política Interna

elevação do Brasil a Reino Unido e sede da Coroa

abertura dos portos brasileiros

aumento de arrecadação, revogação do monopólio,

desenvolvimento da agricultura e comércio, acordos comerciais

internacionais

instalação de serviços públicos

criação do Banco do Brasil e de ministérios

remuneração dos servidores públicos (diferenciada dos

portugueses)

Política Externa

declaração de guerra à França

anexação da Guiana Francesa (restituída em 1817)

subordinação às orientações administrativas e econômicas

inglesas

recebimento de diplomatas estrangeiros no Brasil

assinatura de tratados de paz

restituição da Guiana Francesa

assinatura de tratados de navegação

fim do tráfico de escravos

Retorno da Família Real para Portugal - 1821

derrota de Napoleão em 1817

volta da estabilidade política na Europa

D. Pedro permanece como regente

Brasil mantém sua estrutura política

passa a ter deputados na Corte de Lisboa

portugueses tentam retomar o pacto colonial

o Brasil declara-se independente em 1822

Brasil Imperial

Primeiro reinado – 1822/1831

Dom Pedro I

monarquia com aspecto democrata

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175

apesar do patrimonialismo, alguns anseios populares eram

acatados

vilas são promovidas a cidades

maior importância política e administrativa

1824 – primeira Constituição

inspirada nas constituições francesa e estadunidense

Poder Executivo fortemente centralizado

1824 – primeira Constituição

fiscalização permanente do Imperador – Poder Moderador

devia velar pela harmonia entre os poderes

Senado vitalício – indicado pelo Imperador

Câmara de Deputados eleita a cada 4 anos

podia ser dissolvida pelo imperador

Dom Pedro I

Primeiro reinado – 1822/1831

período marcado por:

guerras internas e externas

insolvência do Banco do Brasil

crescimento da dívida pública

tratados de comércio com França e Inglaterra

criação dos Conselhos Gerais das Províncias

criação do Supremo Tribunal de Justiça

necessidade de assumir o trono português, pacificar revolução em

Portugal e os conflitos internos no Brasil:

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176

levaram à abdicação em favor de Pedro II, que no tempo

não tinha a maioridade

Segundo reinado – 1831/1889

Fase das Regências – 1831/1840

Regência Trina Provisória

Regência Trina Permanente 1831/1835

Ato Adicional à Constituição – 1834

experiência de república e de sistema parlamentarista

Assembléias Legislativas Provinciais

regência una, eleita pelo voto popular

limitação do Poder Moderador para o regente

Fase da Antecipação da Maioridade – 1840/1850

decretada em 1840

visou combater as revoltas

enfatizou o parlamentarismo com forma de governo

Dom Pedro II

Fase da Prosperidade – 1871/1889

o Grande Gabinete - Visconde do Rio Branco

Lei do Ventre Livre

reforma de pessoal e serviço dos Correios

normas para promoção dos militares

novo quadro de pessoal dos empregados do

Tesouro e da Fazenda

primeiro recenseamento geral da população

escolas públicas primárias na Corte

tratados com o Paraguai

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imigração de estrangeiros

naturalização de estrangeiros

Brasil Republicano

Primeira República – 1889/1930

Constituição de 1891

República representativa federativa

retorno aos três poderes

reorganização dos serviços da administração federal

Segunda República (Era Vargas) – 1930/1945

período do Estado Burocrático

Carta de 1934

Estado Novo – 1937

consolidação de normas trabalhistas

reforma do ensino médio e superior

criação de novos territórios

reforma jurídica

Getúlio Vargas

Terceira República – 1945/1964

grande impulso econômico

plano rodoviário

redemocratização dos três poderes

construção da Usina Siderúrgica Nacional

aproveitamento hidrelétrico

lei de financiamento de serviços públicos municipais

Grande impulso econômico

plano rodoviário

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redemocratização dos três poderes

construção da Usina Siderúrgica Nacional

aproveitamento hidrelétrico

lei de financiamento de serviços públicos municipais

Governo Juscelino Kubitscheck

plano de metas para energia, transporte, educação,

indústria, etc

crescimento da produção industrial

construção de Brasília

normas e contratação do servidor público, contagem de

tempo de serviço, plano de assistência e plano de classificação de

cargos

imposto único de combustíveis e lubrificantes líquidos

Juscelino Kubitsheck

Quarta República – 1964/1985

Estado autoritário-burocrático

eleição indireta e 5 presidentes militares

criação do Banco Central

correção monetária

normas sobre participação dos municípios nas cotas dos tributos

da União

criação do Conselho Interministerial de Preços

criação das empresas Nacionais de Turismo, Telecomunicações e

Aeronáutica

programa estratégico de desenvolvimento – orçamento plurianual

de investimentos

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Quinta República – 1985/...

Estado gerencial

retorno às eleições diretas

administrações com foco neoliberal

privatizações

José Sarney tornou-se presidente após o adoecimento e posterior morte

de Tancredo Neves, entre março e abril de 1985. Sarney foi eleito vice-

presidente da República na chapa de Tancredo Neves por eleição indireta,

superando o candidato Paulo Maluf.

Seu mandato se caracterizou pela consolidação da democracia brasileira,

mas também por uma grave crise econômica, que evoluiu para um quadro de

hiperinflação histórica e moratória.

O Plano Cruzado

Na área econômica, o governo Sarney adotou uma política considerada

bastante heterodoxa. Entre as medidas de maior destaque estão o Plano Cruzado,

em 1986: congelamento geral de preços por 12 meses, e a adoção do "gatilho

salarial" (reajuste automático de salários sempre que a inflação atingia ou

ultrapassava os 20%).

O Plano Cruzado a princípio teve efeito na contenção dos preços e no

aumento do poder aquisitivo da população. Milhares de consumidores passaram

a fiscalizar os preços no comércio e a denunciar as remarcações, ficando

conhecidos como "fiscais do Sarney“.

No decorrer do ano o Cruzado foi perdendo sua eficiência, com uma

grave crise de abastecimento, a cobrança de ágio disseminada entre fornecedores

e a volta da inflação. O governo manteve o congelamento até as eleições

estaduais de 1986, tentando obter os maiores dividendos políticos possíveis do

plano.

José Sarney

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180

Fernando Affonso Collor de Mello, conhecido simplesmente como

Fernando Collor, (Rio de Janeiro, 12 de agosto de 1949) é um empresário e

político brasileiro, atualmente filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro. Foi o

primeiro presidente da República eleito pelo voto direto após o Regime Militar,

em 1989, pelo período de 1990 e 1992.

O governo foi marcado pela implementação do Plano Collor, pela

abertura do mercado nacional às importações e pelo início do Programa

Nacional de Desestatização. Renunciou ao cargo em razão de um processo de

impeachment fundamentado em acusações de corrupção.

Teve seus direitos cassados por oito anos, e só seria eleito para cargo

público novamente em 2006, tomando posse como senador por Alagoas em

2007.

Fernando Collor

Itamar Franco

Em 1992, Collor foi acusado de corrupção e sofreu um processo de

impeachment pelo Congresso Nacional e se licencia do governo.

Itamar assume, interinamente a presidência em 2 de outubro de 1992,

sendo formalmente aclamado presidente em 27 de dezembro de 1992, quando

Collor renunciou à presidência.

O Brasil estava no meio de uma grave crise econômica, tendo a inflação

chegado a 1100% em 1992, e alcançado quase 6000% no ano seguinte. Itamar

trocou de ministros da economia várias vezes, até que Fernando Henrique

Cardoso assumisse o Ministério da Fazenda.

Em fevereiro de 1994, o governo Itamar lançou o Plano Real, elaborado

pelo Ministério da Fazenda a partir de idealização do economista Edmar Bacha,

que estabilizou a economia e acabou com a crise hiperinflacionária. Beneficiado

pelo sucesso do plano, Fernando Henrique Cardoso passou a ser o candidato

oficial à sucessão de Itamar, e foi eleito presidente em outubro de 1994,

assumindo a presidência em 1 de janeiro de 1995.

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181

Itamar Franco

Fernando Henrique Cardoso (Rio de Janeiro, 18 de junho de 1931) é

um sociólogo, professor universitário e político brasileiro. Foi presidente do

Brasil por dois mandatos consecutivos, de 1° de janeiro de 1995 a 31 de

dezembro de 2002. É co-fundador e, desde 2001, presidente de honra do PSDB

(Partido da Social Democracia Brasileira).

No primeiro mandato FHC conseguiu a aprovação de uma emenda

constitucional que criou a reeleição para os cargos eletivos do Executivo, sendo

o primeiro presidente brasileiro a ser reeleito. Em seu governo houve diversas

denúncias de corrupção, dentre as quais merecem destaque as acusações de

compra de parlamentares para aprovação da reeleição e de favorecimento de

alguns grupos financeiros no processo de privatização de empresas estatais.

Fernando Henrique Cardoso

Luiz Inácio Lula da Silva é um político brasileiro e foi presidente da

República Federativa do Brasil, por dois mandatos consecutivos, de 1° de

janeiro de 2003 a 31 de dezembro de 2010

A gestão é caracterizada por um governo de continuidade da estabilidade

econômica da administração de Fernando Henrique, e uma balança comercial

crescentemente superavitária. Em seu governo, a dívida interna passou de 731

bilhões de reais (em 2002) para um trilhão e cem bilhões de reais em dezembro

de 2006, diminuindo, todavia a proporção da dívida sobre Produto Interno Bruto

com relação à década de 1990.

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Concomitantemente, a dívida externa teve uma queda de 168 bilhões de

reais, fruto principalmente da valorização do Real frente ao dólar e das

volumosas compras de dólares realizadas pelo Banco Central, utilizadas em

parte para recomprar a dívida (a exemplo do que foi feito com o C-Bond).

Também é marcada por manter o corte de investimentos públicos, a exemplo da

gestão anterior.

Durante o governo Lula houve incremento na geração de empregos.

Segundo o IBGE, de 2003 a 2006 a taxa de desemprego caiu e o número de

pessoas contratadas com carteira assinada (mais 985 mil) cresceu, enquanto o

total de empregos sem carteira assinada diminuiu 3,1%. Já o total de pessoas

ocupadas cresceu 8,6% no período de 2003 a 2006.

Luiz Inácio Lula da Silva

Dilma Rousseff, é uma economista e política brasileira e é presidente da

República Federativa do Brasil desde 1° de janeiro de 2011

Dilma Rousseff

3.3 Inflação

Conceito: processo de alta generalizada dos preços de uma economia,

em determinado período, com redução do poder de compra.

John Law (1716): criou bancos com emissão de moeda sem lastro:

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inflação desenfreada;

quebra do sistema bancário; e

perda de confiança na moeda e no crédito.

Tipos de inflação

Inflação rastejante: até 10% ao ano

“lubrifica” a economia (estimula)

Inflação alta: acima de 20% ao ano

Hiperinflação: acima de 50% ao mês

Alemanha: jan. 1923: US$ 1/18 mil marcos

nov. 1923: US$1/4,2 trilhões de marcos

Distorções do processo inflacionário

Mudança dos preços relativos (bens e fatores)

Afeta as relações de troca

Afeta a distribuição de renda

Déficit da balança comercial

Afeta a realocação de fatores

Interfere na formação das expectativas

(Incerteza e riscos)

Indicadores de inflação

IGP-DI: Índice Geral de Preços Disp interna

Calculado pela Fundação Getúlio Vargas do Rio de Janeiro.

Compreende a média ponderada do IPA (peso 6), IPC-RJ (peso 3) e

INCC (peso 1). Calculado pela FGV-RJ entre 1 a 30 de cada mês. Exclui

a variação de preços dos produtos exportados.

Correção de valores nos contratos em geral.

IGP-M: Índice Geral dos Preços do Mercado

Calculado pela FGV-RJ. Composto por: IPA (60%), IPC (30%) e

INCC (10%). Coleta: 21 do mês anterior e 20 do mês corrente.

Divulgação: dia 30. É um dos índices mais utilizados no Brasil.

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Correções de títulos do Tesouro Nacional e Depósitos Bancários

com renda pós fixadas acima de um ano. Contratos de aluguel e reajuste

de tarifas de energia elétrica.

IPA: Índice de preços por atacado

Calculado pela FGV-RJ. Média ponderada da variação dos

preços por atacado de bens duráveis e não duráveis de consumo; bens de

produção (matérias-primas, veículos, máquinas e equipamentos);

produtos agrícolas; produtos da indústria de transformação.

Determinação das planilhas de custos das firmas

INPC: Índice Nacional Preços ao Consumidor

Calculado pelo IBGE entre 01 e 30 de cada mês (famílias das

Reg Metrop c/rendas entre 1 e 8 SM). Ponderação: SP, 28,46%; RJ,

12,52%; Belo Horizonte, 11,36%; Salvador, 9,10%; Porto Alegre,

7,83%; Recife, 7,10%; Brasília, 6,92%; Fortaleza, 5,61%; Belém, 4,20%.

Orientar os reajustes de salários dos trabalhadores dos setores

público e privado.

IPCA: Índice de Preços Consumidor Ampliado.

Calculado pelo IBGE nas mesmas áreas do INPC, mas as

famílias pesquisadas são as com rendas entre um e quarenta salários

mínimos.

Corrigir as demonstrações financeiras das companhias abertas e

servir de referência para o estabelecimento de metas de inflação do BCB.

INCC: Índice Nacional do Custo da Construção

Calculado pela FGV-RJ. Mede a variação mensal de preços de

um conjunto de produtos e serviços residenciais (como mão-de-obra),

obras públicas de engenharia civil e infra-estrutura em 18 dos principais

municípios do País.

Planilhas de custos do setor de construção civil.

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185

Valores nominais e valores reais

Valores nominais: são os apresentados a preços correntes (preços do

período em que os bens foram produzidos).

Ex. Uma dívida de R$ 1.000 em 1995 quanto vale hoje? R$ 1.000

comprava mais coisas em 1995 do que hoje. O dinheiro se desvalorizou. É

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186

preciso acrescentar a inflação do período. Se ela foi 30%, então a dívida será R$

1.300.

Valores reais: transformado a preços do período.

Taxa de Juros Nominal = Taxa de Juros Real + Inflação

Causas da inflação

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187

Inflação de demanda

Pressões de YD : C, I, G

C depende da renda, juros, disponib. Crédito;

Teoria quantitativa da moeda: M.V = P.Q

Monetaristas: controle de M e juros;

Fiscalistas: Redução dos gastos públicos G e

aumento dos impostos T

Inflação de custos:

Repasse aos preços do aumento de salários e de outros insumos

(energia, matérias-primas, serviços, peças de reposição, impostos ...);

Inflação salarial: YS = f(w/p) ... Lucros ↑ ou ↓;

Inflação de lucros: poder de mercado: grau de

oligopólio, inelasticidade preço do bem ...

Espiral inflacionária salário-preço

Controle de preços e salários pelo Governo

Se o diagnóstico for inflação de demanda:

Política monetária:

1. redução meios pagamen. (Dep. compuls; Oper merc abert;

Redesconto);

2. Elevação das taxas de juros (C↓e Inv↓);

3. Compressão do Crédito (idem).

Política fiscal:

1. Corte dos gastos públicos;

2. elevação de impostos.

Se o diagnóstico for inflação de custos:

As Políticas monetárias e fiscais são ineficazes

Inflação resulta: poder de barganha sindicatos ou do poder de

mercado das firmas

Curva de Philipps: conflito entre inflação e desemprego:

1. Corte de G: inflação↓, mas desemprego ↑

2. Aumento G: desemprego↓, mas inflação ↑

Hiper-Inflação e Imposto Inflacionário

É a inflação maior que 50% em um único mês

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188

Na maioria dos países é causada quando o governo imprime muita

moeda para pagar o seus gastos

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189

Quando o governo aumenta a sua receita através da impressão de moeda,

é dito que ele impôs um imposto inflacionário sobre a economia.

A inflação só termina quando o governo institui reformas fiscais, como o

corte de gastos.

Inflação e desenvolvimento

Inflação provocada p/Governo na tentativa de aumentar a taxa de

crescimento

Poupança forçada: w/p ↑ o Inv ↑ e taxa cresc ↑

Inflação e ciclo econômico:

Fase ascendente: Credito ↑ Inv ↑ cresc c/P ↑

Recessão: P ↓ e Q ↓ desemprego aumenta

justifica-se o aumento dos gastos públicos

Estruturalistas e a inflação

Estrangulamentos da oferta causam inflação:

Estradas, portos, hidrelétricas, indust básicas, mão-de-obra

especializada: gastos G↑ e P↑

Principais estrangulamentos da economia:

Oferta inelástica alimentos: custo vida↑ e P↑

Escassez de divisas: Import↓ e P↑

Restrição orçamentária: emissão, MP↑ e P↑

Poup insuficiente: Inv excessos demanda ↑

Principais estrangulamentos da economia:

Escassez de mão-de-obra especializada e sindicatos fortes:

salários tendem ↑ e P↑

efeito-demonstração do consumo

espiral inflacionária salários-custos: P↑

Inflação importada: P imp ↑ e P↑

(Não acreditam nas teorias monetaristas de combate à inflação; não

acreditam na teoria quantitativa da moeda).

Políticas de combate à inflação no BR

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190

Tratamento de choque: a inflação caiu de 100% em 1964 p/34,5%

em1965 e 20% 1969;

Políticas gradualistas (inflação mais baixa);

Hiperinflação: 2.489% 1990 (INPC);

Planos econômicos com baixas taxas de crescimento do PIB: 1% a.a.

1991 e -0,5% 1992;

4.9% 1993, 5,9% 1994 e 2,7% 1995 e menos;

Combate à inflação reduz o crescimento econ.

Choques de oferta e os Planos

Choques do petróleo 1973 e 1979;

II PND 1974-1978 a inflação subiu mais (Substit imp aço, metais não

ferrosos e energia);

Inflação: 110% (1980) p/235% em 1985;

Correção monetária: alimentava a inflação;

Inflação inercial: repetição da inflação passada em razão da correção

monetária de ativos e contrato.

Planos heterodoxos

Plano Cruzado (1986): congelamento de preços e salários: pressão de

custos e inflação de demanda (w↑ e G↑); desabastecimento, ágios e maquiagem

de produtos;

Plano Bresser, Plano Verão (1987 a 1989);

Plano Collor I e II (confisco da poupança): G ↑

Síntese: Congelamento não deu certo pela ausência de políticas de

austeridade (monetárias e fiscais).

Plano Real

URV: Unidade Referencial de Valor: Os preços passaram a flutuar em

torno desse índice (acomodação dos preços relativos);

Conversão dos preços em reais após 4 meses;

Proibida a indexação de preços e salários;

Inflação: 1.094% (1994) p/ 1,7% a.a. (1998);

Âncora cambial: US$ 1/R$ 1 (bandas);

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191

Déficits bal comerc ↑, mas K exter ↑ (juros ↑).

Regime de “Metas para a Inflação”

Início junho 1999: 20% para 9,8% em 2000;

Fixa-se a taxa de inflação desejada, com juros altos (contenção do

consumo): aumenta o afluxo de capital externo (dólares);

Critérios para definir a taxa interna de juros:

iN = i* + DtCe + RP ... Taxa de juros SELIC

iR = iN – IPCA = 15,24% – 4,23% = 11,02%

(IGPA últimos 12 meses; meta: 4,25% a.a., +-2%)

RANKING DOS JUROS REAIS (16/9/05)

1. Brasil: 11,6%; 2. Turquia: 9,0%;

3. China: 6,4%; 4. Hungria: 6,0%;

5. México: 5,4%; 6. Polônia: 4,8%;

7. África Sul: 3,5%; 8. Índia: 3,5%;

9. Austrália: 3,1%; 10. Israel: 2,6%;

França: 0,5%; Japão e Canadá: 0,4% a.a.

EUA: 0%

taxas negativas: Portugal: - 0,6%; Argentina: - 6%.

Relação Entre Moeda, Inflação e Taxa de Juros

No longo prazo, uma mudança no crescimento da moeda não deve afetar

a taxa de juros real, dessa forma, a taxa de juros niominal da economia deve ter

uma relação de um para um com a inflação

Quando o banco central aumenta a taxa de crescimento da moeda, o

resultado é tanto o aumento da inflação como o aumento da taxa de juros

nominal da economia. É o chamado Efeito Fisher.

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192

A Falácia da Inflação

Falácia: “A inflação reduz a renda e diminui o padrão de vida dos

indivíduos”;

Fato: “O preço inflacionado de um indivíduo, é a receita inflacionada de

outro indivíduo”. A não ser que as receitas sejam fixadas em termos nominais,

os preços mais altos pagos por consumidores é exatamente contra-balançado

com o aumento de receita pelos vendedores .

Os Custos da Inflação

Existem pelo menos seis custos provenientes da inflação:

Sola de Sapato;

Menu;

Aumento da variabilidade dos preços relativos;

Aumento de imposto;

Confusão e inconveniência;

Redistribuição arbitrária de riqueza.

Sola de Sapato

A inflação reduz o valor real da moeda, dessa forma os

indivíduos tentarão minimizar a quantidade de moeda em seu poder.

Com isso os indivíduos têm que ir mais vezes aos bancos para aplicar a

sua renda em fundos de investimento.

Idas mais vezes aos bancos, reduzem a quantidade de tempo

disponível para atividades produtivas.

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193

Menu

Em tempos inflacionários é necessário estar sempre atualizando

as listas de preços.

Esse é um processo que consome muitos recursos, tirando esses

recursos de atividades produtivas .

Aumento da variabilidade dos preços relativos

Em tempos de inflação, apesar dos preços estarem sempre

subindo, há uma demora, curta é verdade, entre os aumentos; nesse

período outros preços da economia estarão subindo tornando impossível

a comparação dos preços relativos.

Aumento de imposto

Com a inflação, salários eventualmente reajustados são tratados,

muitas vezes, como ganho real. Conseqüentemente com a taxação

progressiva, salários nominais maiores pagarão mais imposto.

Confusão e inconveniência

Com inflação é necessário estar sempre fazendo ajustes e

correções para podermos comparar custos, receitas e lucro real.

O tempo gasto fazendo esses ajustes poderia ser gastos

produzindo mais bens e serviços.

Redistribuição arbitrária de riqueza

Com inflação incorretamente prevista ou completamente

imprevista, riqueza é redistribuída entre credores e devedores

monetários. Essa redistribuição pode ser considerada inaceitável sob

outras circunstâncias.

UNIDADE IV – DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

4.1 Conceitos e indicadores do desenvolvimento

Crescimento e a riqueza das nações – objeto da economia desde sua

origem;

Preocupação dos clássicos: Smith, Ricardo, Marx, Schumpeter, Escola

CEPAL (Celso Furtado): aumento da produtividade, crescimento, riqueza e

acumulação --- “bem estar”.

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194

Desenvolvimento econômico – disciplina específica pós 2ª Grande

Guerra

Contexto reconstrução;

Descolonização e novos Estados Nacionais;

Planejamento econômico (guerra, reconstrução-Plano Marshall e

URSS – planejamento centralizado x mercado).

1ª questão – o que é desenvolvimento?

2 ª questão – como medir

Questões complexas, embora idéia intuitiva de desenvolvimento

Riqueza material – renda per capita.

Distribuição da Riqueza (desigualdade).

Desenvolvimento social, cultural, etc .

Valores (liberdade, justiça, etc.).

Definição:

“Crescimento econômico é um crescimento contínuo da renda total e per

capita ao longo do tempo.”

Pinho e Vasconcellos (2006, p. 366)

“Desenvolvimento econômico faz “parte da teoria econômica dedicada

ao estudo da melhoria do padrão de vida da coletividade ao longo do tempo.

Analisa o progresso tecnológico, estratégias de crescimento, entre outros

assuntos.

Pinho e Vasconcellos (2006, p. 368)

ou com outros palavras:

Crescimento Econômico: Ampliação do valor do Produto Interno

Bruto, passível de medição pelas Contas Nacionais;

Desenvolvimento Econômico: Elevação da Qualidade de Vida da

população e redução das diferenças econômicas e sociais entre seus

membros.

Crescimento Econômico: Evolução positiva do PIB, ou da Renda

Nacional, ou da Demanda Final do sistema econômico de um país.

Desenvolvimento Econômico: Transformação Estrutural da Economia

de um país por mudanças na estrutura técnica, nas relações entre setores

econômicos, na capacitação da PEA (População Economicamente Ativa).

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195

Subdesenvolvimento: Situação caracterizada por elementos econômicos e

sociais que compõem uma “estrutura econômica social”

Desenvolvimento: Processo de mudança permanente nos elementos

econômicos e sociais que caracterizam um “sistema econômico”

Transição do Subdesenvolvimento para o Desenvolvimento

Não depende apenas da passagem do tempo – exige políticas específicas;

Não depende apenas do Mercado;

Implica em transformações nas relações de produção, sob a perspectiva

técnica e sob a perspectiva da organização social.

Permanência das Economias Subdesenvolvidas

Gênese e desenvolvimento do modo de produção capitalista criam

“economias centrais” e “economias periféricas” e permite a reprodução

sofisticada do Subdesenvolvimento:

1. Elites Políticas beneficiadas pelo modelo

2. Modelo de Transformações Econômicas baseado na Substituição de

Importações:

Fase 1: Produção de Bens de Consumo Não Durável (importa-se

bens duráveis e demais)

Fase 2: Produção de Bens de Consumo Não Duráveis e Duráveis

(importa-se máquinas e insumos)

Fase 3: Produção de Bens de Consumo e de Bens de Capital, as

“máquinas de fazer máquinas” (importa-se tecnologia).

3. Organização Social excludente:

Educação não universal

Necessidades Básicas não satisfeitas

Evolução Demográfica (como tratá-la?)

4. Organização Política imatura:

Partidos Políticos “indefinidos ideologicamente”

Organizações da Sociedade Civil frágeis, Sindicatos

excessivamente dependentes do Poder do Estado

O “Círculo Vicioso”: Nações Desenvolvidas-Nações subdesenvolvidas

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196

As Nações Desenvolvidas criam Nações Subdesenvolvidas?

Colonialismo

Imperialismo como Etapa Superior do Capitalismo

As Nações Independentes (por ex: Inglaterra x EUA, Inglaterra x

Canadá, Portugal x Brasil e, ainda, o Japão)

As Nações Subdesenvolvidas são essenciais às Nações Desenvolvidas?

Argumentos x História:

A acumulação dos países centrais depende dos ganhos na

periferia, é fato?

A autonomia da periferia inviabiliza o funcionamento do Centro,

é fato?

A Constituição de um Sistema Econômico (de um país capitalista)

1. A Organização de um Mercado Interno

Fortalecimento da Divisão Social do Trabalho

Fortalecimento da Divisão Técnica do Trabalho

Constituição de uma classe de Trabalhadores Assalariados

2. A Utilização adequada dos Fatores de Produção

Ações políticas através dos órgãos e planos plurianuais

Causas: atividade econômica

aumento de capital

melhoria bem estar econômico

acumulação de conhecimento

Objetivos do desenvolvimento:

Elevação padrão de vida

Bem estar social

Crescimento econômico social

Estabilidade econômico-politico-administrativa

Etapas:

1ª - sociedade tradicional: economia não evolui, não cresce

2ª - pré condições arranco: primeiros passos, infra estrutura

3ª - arranco (take off): industrialização intensa, comex, associativismo

4ª - maturidade: produz e consome em massa

5ª - consumo em massa: bem estar social, tecnologia

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197

Fatores de Produção

Recursos Naturais

Características Naturais

Recursos do Solo e do Subsolo

População e Força de Trabalho

Volume Populacional

Densidade e Distribuição Geográfica

Composição por Faixas Etárias

Qualificação

Capital

Capacidade de comandar trabalho, capacidade de Investir

Tecnologia

Apropriação da Natureza

Aumento da Produtividade

Racionalização do uso da Força de Trabalho

Indicadores do Nível de Desenvolvimento

1. Vitais:

Expectativa de Vida

Mortalidade Infantil

Estrutura Etária

Taxa de Crescimento Populacional

2. (a) Econômicos (Estruturais)

Força de Trabalho

Qualificação

Contingente Feminino

Recursos Naturais

Nível e Formas de Exploração

Nível de Conhecimento

Capital

Investimento per capita

Desagregação em Infra-estrutura e Capacidade produtiva

Caracterização da Propriedade do Capital

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198

Estrutura da Produção

Composição Setorial

Nível Tecnológico / Produtividade

Integração Intersetorial

Integração Internacional

Contribuição Setorial para a Balança de Pagamentos

Estrutura de Distribuição da Renda

Estratificação Salários, Lucros, Impostos

(b) Indicadores Econômicos (Demanda Final Disponível)

Distribuição de Renda per Capita

Bens de Consumo Não Durável e Durável disponíveis (alimentos, têxteis,

eletrodomésticos)

Bens de Investimento (cimento, energia, ferro & aço, equipamentos)

Infra-estrutura Disponível (capacidade de transportes, malha ferroviária e

rodoviária, energia, telecomunicações)

Serviços Sociais disponíveis (educação por nível de qualificação, assistência

médica, serviços culturais...)

3. Sociais

Estratificação Classes Sociais/Renda

Estratificação Étnica/Renda

Mobilidade Social

Participação Política

Estrutura da Propriedade dos Meios de Produção...

Como medir a “Qualidade de Vida” da População de um país ?

Utilizando variáveis “proxi” como:

1. PIB per capita

2. Distribuição do PIB sob as óticas da

1. Demanda Final

2. Distribuição da Renda (Índice de GINI)

3. Linha de Pobreza

4. Índice de Desenvolvimento Humano IDH (hoje um indicador universal de

qualidade de vida)

5. IDH municipal – IDHM

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199

Quadro 1 - A proxi PNB per capita

Dúvida: valores em (US$) conseguem comparar a produção de diferentes países ?

Os valores em US $ usam as taxas de cambio oficiais, definidas por

metodologias adotadas pelos países e acordadas com o FMI

Como eliminar diferenças dos preços relativos internos a cada país?

Como criar uma “moeda” que leve em conta os preços internos e facilite a

comparabilidade?

Solução: o “US$ PPC - paridade do poder de compra”

(internacionalmente US$ PPP - purchasing power parity)

Corrigindo os valores em (US$)

“O Dólar PPC á calculado por meio de uma taxa de câmbio que leva em

conta as diferenças de preços de mercadorias análogas entre países, permitindo a

comparação das situações reais de capacidade de compra da moeda local com

relação ao dólar americano, e portanto, uma medida mais realista do PIB do país

e da Renda da população” (visão PNUD).

A moeda local, convertida em “dólares ppc”, tem o mesmo poder de

compra de uma cesta de bens e serviços no mercado doméstico, que o poder de

compra em dólares americanos da mesma cesta de bens e serviços no mercado

dos Estados Unidos (visão Banco Mundial).

(Adotado pelo PNUD e pelo Banco Mundial. Em 2001 calculava-se

“dólar ppp - ou ppc, em português” para 118 países – de um total de 220

distintas entidades políticas nacionais.

Cálculo do “Dólar PPP”

Posição em

1996País

PNB ( US $ bilhões)

PNB per

capita (US$) Posição

1Estados

Unidos7 433.5 28 020 8

2 Japão 5 149.2 40 940 2

.... .... .... .... ...

7 China 906.1 750 81

8 Brasil 709.6 4 400 31

9 Canadá 569.9 19 020 18

10 Espanha 563.2 14 350 22

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200

Taxa de Câmbio Oficial (FMI) Dólar x Real:

1 US$ = 2. 90 R$ 100 US$ = 290 R$ (2002)

Cesta de Mercadorias e Serviços “Padrão”: CMSP

Taxa de Câmbio Oficial (FMI) Dólar x Real:

100 US$ = 110 Pesetas

100 US$ = 160 Dólar Canadense

100 US$ = 830 yuan

100 US$ = 125.40 ienes

Cesta de Mercadorias e Serviços “Padrão”: CMSP

Quadro 2 - Comparação US $ x US$ PPC

Valores 2002

US$ oficial US$ PPC

Fator de Conversão de medidas

em US$ para medidas em US$

PPC

EUA 1.00 1.00 1.00

Japão 125.40 146.20 0.86

…. …. …. ….

China 8.30 1.80 4.61

Brasil 2.90 1.00 2.90

Canadá 1.60 1.20 1.33

Espanha 1.10 0.80 1.38

Quadro 3 - Comparação PNB per capita (US $ x US$ PPC)

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201

País Posição em

2002

PNB per capita

(US$)

Posição em

2002

PNB per capita

(US$ PPC)

Estados Unidos 6 35 400 4 35 400

Japão 7 34 010 10 27 380

.... ... .... .... ....

China 136 960 125 3 750

Brasil 91 2 830 86 7 450

Canadá 23 22 390 11 28 930

Espanha 40 14 580 36 21 210

A Distribuição do PIB como proxy de estratégias de desenvolvimento

1. A proxi “Distribuição da Demanda Final”

2. Distribuição de Renda por Curvas de Lorenz

(Ex.: Renda em uma nação

igualitária)

Estrato

População (%) Renda (%)

0 0.0 0.0

I 20.0 20.0

II 40.0 40.0

III 60.0 60.0

IV 80.0 80.0

V 100.0 100.0

Variáveis Acumuladas

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202

(Nação igualitária e nação B)

Curvas de Lorenz

Distribuição de Renda - Nação A (igualitária)

0.0

20.0

40.0

60.0

80.0

100.0

120.0

0 02 04 06 08 001

População (%)

Ren

da (

%)

Nação A(Igualitária)

Estrato Estrato

População (%) Renda (%) População (%) Renda (%)

0 0.0 0.0 0 0.0 0.0

I 20.0 5.0 I 20.0 5.0

II 20.0 5.0 II 40.0 10.0

III 20.0 15.0 III 60.0 25.0

IV 20.0 30.0 IV 80.0 55.0

V 20.0 45.0 V 100.0 100.0

Total 100.0 100.0

Variáveis por Estrato Variáveis Acumuladas

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203

2. Curvas de Lorenz e Cálculo do Índice de Gini

3. Índice de Gini (Nação Igualitária e Brasil, em 1996)

GBrasil = 0, 605; G max = 1.0 ; G min. = 0.0

Estrato Estrato

População (%) Renda (%) População (%) Renda (%)

0 0.0 0.0 0 0.0 0.0

I 20.0 2.5 I 20.0 2.5

II 20.0 5.7 II 40.0 8.2

III 20.0 10.1 III 60.0 18.3

IV 20.0 18.5 IV 80.0 36.8

V 20.0 63.2 V 100.0 100.0

Total 100.0 100.0

Variáveis por Estrato Variáveis Acumuladas

Curvas de Lorenz

Distribuição de Renda - Nação A (igualitária) x Nação B

0.0

20.0

40.0

60.0

80.0

100.0

120.0

0 02 04 06 08 001

População (%)

Ren

da (

%)

Nação A(Igualitária) Nação B

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204

Quadro 5 - Linha de Pobreza

4. Metodologia para Cálculo do IDH

O Índice de Desenvolvimento Humano resulta da combinação de três dimensões:

1. Longevidade (medida pela esperança de vida ao nascer)

2. Educação (medida pela combinação da taxa de alfabetização de adultos, com peso 2/3,

e da taxa combinada de matrícula nos três níveis de ensino, com peso 1/3)

3. Renda (medida pelo PIB per capita, expresso em dólares PPC, ou paridade do poder de

compra).

Para que os indicadores possam ser combinados em um índice único, eles são

transformados em índices parciais, cujos valores variam entre 0 e 1. A fórmula geral para a

construção desses índices é:

Note-se que os valores limites (pior/mínimo e melhor/máximo) não coincidem com o

pior e o melhor valores da amostra observada; são parâmetros relativamente estáveis,

definidos pelo PNUD, e permitem as comparações entre regiões e entre países.

Índice de Longevidade

O Índice de Longevidade (ILj) do país j, cuja esperança de vida

ao nascer é Vj, é obtido através da aplicação direta da fórmula geral

descrita antes, ou seja:

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Para a aplicação da fórmula básica, adota-se como pior e melhor

valores para a esperança de vida, respectivamente, 25 e 85 anos.

Índice de Educação

Para obter o Índice de Educação (IEj) do país, cuja taxa de

alfabetização de adultos é Aj e cuja taxa combinada de matrícula é Mj

(três níveis, de 7 a 22 anos), primeiro transformamos as duas variáveis

em índices usando a fórmula geral anterior, utilizando 0% e 100% como

os valores limites:

e combinamos os dois índices, com os pesos de 2/3 e de 1/3:

Índice de Renda

A construção do Índice de Renda (IRi) do país j, cujo PIB per

capita é conhecido, é um pouco mais complexa, e parte da hipótese de

que a contribuição da renda para o desenvolvimento humano apresenta

rendimentos decrescentes. Essa hipótese é incorporada ao cálculo do

IDH através da função logarítmica:

O maior valor é $40.000 PPC e o pior, $100 PPC. Todos os

valores são em dólar Paridade Poder de Compra, para garantir

comparabilidade entre países, sendo que o valor da taxa de dólar PPC é

dado pelo Banco Mundial.

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Índice De Desenvolvimento Humano

O IDH do país j, cujos índices de longevidade, educação e renda

são, respectivamente, ILj, IEj e IRj é a média aritmética simples dos três

índices:

O IDH varia entre os valores 0 e 1, sendo que quanto mais

próximo de 1 mais alto será o nível de desenvolvimento humano do país.

Para classificar os países em três grandes categorias o PNUD estabeleceu

as seguintes faixas:

0 < IDH < 0,5 Baixo Desenvolvimento Humano

0,5 ≤ IDH < 0,8 Médio Desenvolvimento Humano

0,8 ≤ IDH < 1 Alto Desenvolvimento Humano

4.2 Fatores do desenvolvimento

História:

Anos 50: Industrialização

Anos 60: Reformas

Anos 70: Estilos (e discussão sobre endividamento versus

fortalecimento exportador)

Anos 80: Crise da dívida/ ajuste/estabilização

Anos 90: Transformação produtiva com equidade

ANOS 50: Industrialização Teoria estruturalista inaugural

Caracterização das economias “periféricas” por contraste às “centrais”:

Baixa diversidade produtiva (complementaridade intersetorial e

integração vertical reduzidas) e especialização em bens primários;

Forte heterogeneidade tecnológica e oferta ilimitada de mão-de-

obra com renda próxima à subsistência;

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207

Estrutura institucional (Estado, estrutura fundiária latifundiários e

empresarial, etc.) pouco vocacionados para o investimento e o progresso

técnico

Análise das relações “centro-periferia”, com base nesse contraste

Implicações: a industrialização é a forma de superar a pobreza e de

reverter a distância crescente entre a periferia e o centro, mas é problemática:

Baixa diversidade → necessidade de investimentos simultâneos em

muitos setores - processo é muito exigente em matéria de poupança e de divisas

Especialização em bens primários → a capacidade de geração de divisas

é limitada, e a pressão por divisas é elevada

Heterogeneidade tecnológica → a produtividade média é baixa e é

pequeno o excedente como proporção da renda

Atraso institucional → desperdício de parte do excedente através de

investimentos improdutivos e de consumo supérfluo, baixo estímulo ao

investimento e ao progresso técnico, etc.

Anos 60: reformas

Fatos estilizados, fins dos 50/início dos 60:

Estrangulamento externo/inflação

Urbanização/ crescente miséria urbana

Revolução cubana/Aliança para o Progresso

Diagnóstico: Há fortes barreiras à sustentação do crescimento e à

inclusão social. A industrialização não elimina a heterogeneidade tecnológica e a

dependência, apenas altera a forma como essas características passam a se

expressar. O subdesenvolvimento é um processo de crescimento em estruturas

heterogêneas. Seus segmentos modernos são comandados por capitais externos

e seus associados internos (conglomerados multinacionais vistos como os atores-

líderes da nova modalidade de dependência), justapostos a uma vasta estrutura

atrasada, e incapazes de integrá-la à modernidade.

Mensagem: É necessário redistribuir a renda, reformar o Estado e

controlar os centros de decisão para promover o desenvolvimento

Anos 70s: debate sobre “estilos” (e sobre adequação à crise internacional)

Fatos estilizados, fins dos 60/70s :

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Crescimento acelerado, e acentuação das desigualdades sociais

durante o auge expansivo de 1965-73

Crise mundial de 1973/74, e endividamento crescente

Diagnóstico: A interação entre “estruturas” de demanda e de oferta está

determinando um “modelo” de crescimento perverso (que se dinamiza através de

concentração da renda), não necessariamente pouco dinâmico

Mensagem: É necessário recuperar a democracia, como pré-requisito

para viabilizar politicamente a mudança de estilo

Reação à crise internacional e ao endividamento

Alerta contra excessos de endividamento, em função do perigo de

elevação dos juros dos empréstimos, e em função de possíveis cenários pouco

favoráveis quanto à evolução dos mercados de exportação.

Recomendação em favor de agressividade exportadora (via

complementaridades entre ganhos de escala por mercado interno e promoção de

exportações)

Anos 80: Deslocamento do eixo de análise, das questões de longo prazo à “trilogia”

dívida/ inflação/ajuste

Diagnóstico dos anos 80: recessão é forma inócua de tratar a crise da

dívida, além de socialmente injusta. A forma correta de ajustar é pela via do

investimento, do crescimento, e da diversificação das exportações

Mensagem: renegociar dívida para ajustar com crescimento.

Anos 90: a agenda da “transformação produtiva com equidade”

Fatos estilizados relevantes(a):

Retorno dos fluxos de capitais externos

Generalização das reformas liberalizantes

Estabilização de preços, melhoria no quadro fiscal, deterioração

no balanço de transações correntes

Fatos estilizados relevantes(a):

Volatilidade de capitais em condições de fragilidade na

institucionalidade financeira

Crescimento moderado e muito instável

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Recuperação insuficiente nos investimentos, crescente

heterogeneidade produtiva, intensificação da especialização produtiva

em commodities (salvo no México, onde a especialização é em

“maquiladores”)

Alguma melhoria nos índices de pobreza, piora nas taxas e na

qualidade do emprego, nenhum progresso na distribuição de renda.

Transformação produtiva com equidade: uma agenda de reflexão sobre a

“transição” dos 90

Recuperação da perspectiva de médio e longo prazos, nos dois trilhos

clássicos da CEPAL: crescimento/ progresso técnico e emprego/distribuição de

rendas

Posição crítica “moderada” frente as reformas: em busca de uma nova

agenda de políticas para enfrentar o baixo dinamismo, os problemas sociais e as

insuficiências do mercado (reformar as reformas)

Em busca de “história real” para poder interpretar o comportamento das

economias no novo paradigma

Atualidade da contribuição cepalina: subdesenvolvimento como processo evolutivo

específico de estruturas produtivas e sociais heterogêneas

Análise das debilidades da estrutura institucional, produtiva e social, e

de suas implicações em termos de políticas econômicas

Análise das barreiras à criação, incorporação e difusão de progresso

técnico

Análise de interações entre crescimento e distribuição de renda (estudo

de padrão ou estilo de desenvolvimento)

Análise da inserção internacional e da vulnerabilidade externa

População e PIB Mundial: Longo Prazo

Visão de longo prazo (ano 0 até o ano 2000) mostra diferenças

importantes entre períodos e grupos de países;

Performance econômica do mundo muito melhor no segundo milênio

que no primeiro;

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Entre ano 1000 e 1998 a população cresceu 22 vezes e a renda per capita

13 vezes;

Entre ano 0 e o ano 1000, a população cresceu 15% e a renda per capita

teve uma pequena redução.

População e PIB Mundial: Longo Prazo

No segundo milênio – dois grandes períodos: antes e depois de 1820:

Entre 1000 e 1820 renda per capita cresceu 50%;

Pós 1820 – a renda per capita cresceu 8,5 vezes (população 5,6

vezes);

Mas essa trajetória foi muito distinta entre países e regiões.

Dinâmicos: Europa Ocidental, EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia e

Japão (PIB per capita 19 vezes).

População e PIB Mundial: Longo Prazo

Crescimento lento: América Latina, Europa Oriental, Ásia (exceto

Japão) e África (PIB per capita 5,4 vezes)

“gap” entre dois grupos aumentou sensivelmente: no ano 1000 a renda

per capita do primeiro grupo era menor que a do segundo; em 1820 era 2 vezes

maior, em 1998 era 7 vezes maior

No ano 1000 a Ásia (sem Japão) produzia 2/3 do PIB mundial e a

Europa Ocidental menos de 9%; em 1820 essas proporções eram 56% e 24%;

em 1998 a Ásia era responsável por 30% e a Europa Ocidental por 46%

População Mundial – 0 dc a 1998

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PIB per capita mundial – 0 dc a 1998

Mudanças populacionais

O crescimento da população mundial no último milênio foi

conseqüência de mudanças significativas na natalidade e na mortalidade. A

queda da mortalidade foi o aspecto mais importante, especialmente após 1820.

Também existem fortes diferenças entre os grupos de países e

internamente a cada grupo, em termos de expectativa de vida, mas essas

diferenças são muito menores que as diferenças de renda

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Expectativa de vida e mortalidade: 33 dc a 1869

Taxa de natalidade e Expectativa de Vida 1820 – 1998/99

População da Europa Ocidental: comparação entre primeiro e segundo milênio dc

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Crescimento Acelerado: fenômeno recente

Desigualdade interna nos diferentes países

Desigualdade menor em países de renda per capita elevada

Desigualdade maior nos países de renda „média‟

Hipótese complexa; a distribuição piora e depois melhora quando a renda per

capita se eleva (?)

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Trajetórias de cada país são resultado de uma combinação complexa do arranjo

econômico, social e político interno

Correlações entre Renda e Variáveis selecionadas

Renda e

esperança de vida

Renda e

analfabetismo

Renda e

Mortalidade infantil

Forte

correlação entre renda e essas variáveis

Correlação maior para rendas baixas e médias

Renda per capita Versus Esperança de vida

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Renda per capita e escolaridade

Renda per capita e Mortalidade infantil

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Agenda: Características Estruturais

Demografia – taxa natalidade – mortalidade e transição demográfica (razão de

dependência)

Estrutura ocupacional – correlação entre emprego na agricultura e Renda per

capita – mas percentual elevado nos serviços para qualquer faixa de renda per

capita (informalidade, menor desenvolvimento industrial, etc.)

Urbanização - correlação com Renda per capita (mas também depende da

estrutura social e política)

Comércio Internacional

Composição da pauta comercial (bens primários) – „vantagens

comparativas‟?

Deterioração dos termos de troca: questão em aberto

Importações: menor diferença entre ricos e pobres

Questão complexa – multifacetada – “problema recente”

Diversas dimensões

Crescimento econômico – da renda e da renda per capita (explicar o

crescimento)

Outras dimensões – cada vez mais relevantes

Riqueza material – renda per capita

Distribuição da Riqueza (desigualdade)

Desenvolvimento social – mobilidade

Desenvolvimento cultural – compreender/ transformar o mundo

Valores (liberdade, justiça, equidade, democracia)

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217

BILBIOGRAFIA

FREEMAN, C.; SOETE, L. A economia da inovação industrial. 3. ed. Campinas:

Unicamp, 2008.

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PASSOS, C. R. M.; NOGAMI, O. Princípios de economia. 5.ed. São Paulo: Thomson,

2005.

PINHO, D. B.; Vasconcelos, M. A. S. Manual de economia. 5. ed. São Paulo: Editora

Saraiva, 2005.

ROSSETTI, J. P. Introdução à economia. 20. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

WESSELS, W. J. Economia. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.

TEBCHIRANI, F. R. Princípios de economia: micro e macro. Curitiba: IBPEX, 2006.