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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO - INSTITUTO DE EDUCAÇÃO
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO INFANTIL (2012-2014)
CONVÊNIO UFMT/ MEC/SEB/COEDI
Coordenadora Geral: Filomena Maria de Arruda Monteiro
Cuiabá
METAS
necessidade de ampliação das redes, da melhoria da qualidade dos serviços, da efetiva integração aos sistemas de ensino, do direcionamento dos recursos financeiros, entre outros.
META 1- implantar até o segundo ano de vigência do PNE avaliação da educação infantil -a ser realizada a cada 2 anos com base nos parâmetros nacionais de qualidade -única etapa que não possui uma avaliação nacional Proposição de uma política Nacional de avaliação da Educação infantil que respeite a especificidade da área .
• A FORMULAÇÃO DE UMA Política de Avaliação vem sendo tecida em
um campo de disputa política: objeto, concepção, finalidade,instrumentos, resultados...
• INEP definiu em articulação com um grupo de Trabalho a ANEI com 6 dimensões :
• 1- acesso / oferta por idade
• 2- Infraestrutura
• 3-Recursos materiais
• 4- Profissionais da educação
• 5- Gestão da unidade
• 6- gestão do sistema
• REFLETIR E AVALIAR CONTEXTUALIZADA SOCIOCULTURALMENTE
BASE Nacional
ComumCurricular Estruturar as garantias
pelo direito a aprendizagem
Grupos das cinco palavras Frequência
BRINCAR: brincadeiras, brinquedos, fantasia, faz-de-conta,
lúdico, ludicidade, jogar, jogos, imaginação, ... 290
AFETIVIDADE: amor, amar, afeto, compreensão, carinho,
sentimento, admiração, ... 158
CRIANÇA: sujeito, espontânea, espontaneidade,
sinceridade, ingênua, inocente, pureza, simplicidade,
verdadeira, bondade, indefesa. 118
EDUCAÇÃO: instituição, creche, educar, escola, estudar,
ensinar, direito, ... 79
DESENVOLVIMENTO: desenvolver, conhecimento,
cognitivo, inteligência,... 15
Total de palavras: 660
OS SENTIDOS ATRIBUÍDOS À
PALAVRA MAIS IMPORTANTE
CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA
A palavra mais importante: BRINCAR • Ao buscar os sentidos das palavras mais importantes, percebeu-se
que os professores cursistas ingressos compreendiam a infância a partir do brincar por meio de diferentes perspectivas:
BR
INC
AR
Aprendizagem/desenvolvimento
Diversão
De futuro
Emocional/sentimental
NARRATIVAS ESCRITAS
Aprendizagem/ Desenvolvimento
• Na infância o mais importante é brincar(...) Na escola o professor através do lúdico (jogos e brincadeiras) ele desenvolve o ensino aprendizagem do aluno. São nos jogos de competição, que o aluno aprende que existe ganhadores e perdedores e as brincadeiras onde o professor pode desenvolver no aluno muitas habilidades, tudo isso é de extrema importância para o desenvolvimento físico, intelectual e social do aluno. (PVG 14)
Diversão • Admiro nas crianças a
capacidade de fantasiar situações, que às vezes para nós adultos passam desapercebidas. Um pedaço de madeira vira uma espada, galhos com folhas viram monstros terríveis, um lençol se transforma em lindo vestido de princesa. (PBC 3)
Futuro • (...) A criança que não
brinca, se torna um adulto sem perspectivas no amanhã, pois, tudo é incerto. Por isso a importância de ensinar ludicamente. (PBC 13)
Sentimental/ Emocional
• Brincar é sonhar, é viver, é a forma de expressar as alegrias, tristezas, emoções, os desejos, despertar a criatividade, imitar o mundo, as vivências que a cerca é poder experimentar e sentir de tudo um pouco: o que gosta o que não, o que tem medo o que é bom e ou não, perigoso ou seguro para se conhecer. (PBC 6)
Particularmente essa palavra retrata a criança em todos os aspectos até mesmo econômico e político. Pois, por ser criança indefesa, são lotadas de direitos que cabem aos adultos e mediadores buscá-los e assegurá-los à criança.(...) (PVG 41)
Na infância a curiosidade é nata por formas, cores, sons, querem saber como e porque as coisas acontecem. Nesta fase a curiosidade está à flor da pele, está interessada a aprender em todos os sentidos (PVG 5)
CRIANÇA
AFETIVIDADE
• Acredito que o amor é a base do nosso trabalho se existir esse sentimento no que fizermos (...) tornando as aulas mais alegres e proveitosas.(PBC 2)
EDUCAÇÃO
• A educação desse ser infantil é a proposta ideal para um mundo melhor sem violência e preconceito. (...) Educação direito de todos. (PC 2)
DESENVOLVIMENTO
• Escolhi essa palavra porque esse é o nome que dou ao processo de uma criança desde quando ela chega pela primeira vez, no espaço de Creche, amedrontada, tímida, e aos poucos se soltando, já dando sorrisos e interagindo com os colegas e educadoras (...). O desenvolvimento de cada criança é muito gratificante a um educador. (PC 2)
CONCEPÇÕES INICIAIS
DE EDUCAÇÃO INFANTIL
•As concepções inicias de Educação Infantil expressas pelos cursistas emergiu da última questão do instrumento para ingressar no Curso:
Complete a frase:
A EDUCAÇÃO INFANTIL...
• Apurou-se as 132 respostas e as agrupamos por proximidade
textual em relação ao sentido dado à educação infantil.
• As respostas apresentarem recorrência, respectivamente,
nos seguintes termos: 1ª etapa da Educação Básica;
Desenvolvimento); Cuidar e Educar; Base; Direito;
Profissional; Lúdico.
Concepções de Educação Infantil: narrativas escritas
1ªETAPA
• A Educação Infantil é a primeira etapa da
educação básica. E não é pré-requisito para o ensino fundamental.
Nesta etapa as crianças irão ampliar os seus
conhecimentos acerca de algumas habilidades
que serão muito importantes para o seu processo de ensino e aprendizagem. (PVG
36)
CUIDAR E EDUCAR
• Hoje, a creche é vista como um espaço
educativo, fundamentada sobre os
dois pilares da educação infantil, o
cuidar e o educar. (PC 22)
BASE
• A Educação Infantil a base de educação de uma criança. Neste
momento se o aluno for bem estimulado
dificilmente abandonará os estudos.
(PVG 14);
• A Educação Infantil é a etapa mais importante
para construção de bases sólidas.(...). (PVG
40)
DIREITO
• A Educação Infantil ofertada na rede
municipal de educação de Cuiabá busca
garantir a criança seus direitos conforme a
constituição de 1988, que garante que é
dever do Estado suprir esse atendimento à criança [...] (PC 11
PROFISSIONAL
• Educação Infantil tem buscado caminhos para
de fato promover o desenvolvimento
integral da criança, e nós educadores temos
buscado o conhecimento para melhor atender a
criança na primeira infância. Esta
especialização é com certeza mais um avanço,
pois cada vez mais, estamos buscando
novos conhecimentos acerca da Educação
Infantil. (PBC 46)
LÚDICO
• A Educação Infantil é a fase do
encantamento e das descobertas, é
o momento do lúdico, do jogo simbólico, da alegria e do
movimento e para além disso é a base
para todo o processo de
aprendizado que se seguirá depois dela.
(PC 42)
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE ÀS CONCEPÇÕES INICIAS
• As respostas evidenciaram uma concepção de infância mais próxima da perspectiva do brincar. Percebe-se que há semelhanças nos significados expressados, pois todas envolvem o brincar nas explicações, porém, é evidente que o sentido do brincar também é diferenciado a partir do significado emitido. Com algumas proximidades nas respostas e alguns distanciamentos, percebemos que todas apresentam uma ideia de brincar relacionada, em sua maioria, ao desenvolvimento, aprendizagem, diversão, troca de experiências, imaginação, socialização como maneira de significar a infância.
• Contudo, pouco foi retratada, uma concepção de infância permeada na condição de criança como sujeito histórico e de direitos que produz cultura por meio de suas experiências cotidianas e portanto, que a infância se caracteriza de acordo com a subjetividade de cada criança.
• Quanto à Educação Infantil, é notório que a caracterização
desta etapa da educação foi permeada nos documentos
norteadores ao considerarem como a primeira etapa da
Educação Básica, o que é verdadeiro, contudo, além desta
definição a educação infantil se configura em um espaço
profícuo para a infância. Espaço este que deve propiciar o
desenvolvimento das crianças por meio de brincadeiras, das
interações com outras crianças e adultos que se relacionam
com elas neste ambiente e em especial sua professora
(BRASIL, 2013).
CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA E DE
EDUCAÇÃO INFANTIL AO FINAL DO CURSO
•As concepções de infância e de Educação Infantil
dos cursistas foram se aprimorando já no decorrer
do Curso.
•Essas evidências foram reveladas por meio das
narrativas escritas dos cursistas, ao expressarem o
que aprenderam com as disciplinas no processo de
avaliação do Curso (questionário – questão
subjetiva).
Concepções de INFÂNCIA: narrativas escritas
- Aprendi que a "infância" é uma categoria social que tem lógica própria, com suas especificidades. Que a criança precisa ser vista e ouvida, precisamos romper a "relação vertical" em que o adulto (professor) sabe tudo e a criança (aluno) não sabe nada. Nosso papel como educador precisa fortalecer o papel da criança cooperativa. Propiciar o discurso narrativo nas relações criança - criança e criança - adulto.
- Repensar, refletir sobre essa concepção de infância e de criança que estamos construindo é fator necessário nas discussões, porque na nossa sociedade ainda predomina as velhas concepções. A partir dos nossos conhecimentos, podemos estar colaborando para avançar nas novas metodologias para o atendimento nas instituições de educação infantil.
- O brincar e a brincadeira é um processo criativo, que produz manifestações corporais prazerosas e significa sua vivencia e cultura através do contexto, em que esta criança está inserida. Postura do profissional diante do seu cotidiano se valorizando, ressignificando sua prática.
• A brincadeira e jogo representam para a criança o que o trabalho representa para o adulto. O brincar é um processo criativo vinculado ao fenômeno da curiosidade. O brinquedo produz manifestações corporais prazerosas escondido no fenômeno da excitação, aumentando o prazer e diminuindo a depressão e o tédio.
• Compreendi que o lúdico no cotidiano da educação infantil se faz necessário, pois o brincar e as brincadeiras faz parte da vida do ser humano, sendo necessário esse desenvolvimento do ensino/aprendizagem das crianças para que elas aprendam com prazer.
• Refletir a imagem da criança no decorrer histórico, analisar o espaço para proporcionar uma aprendizagem significativa num espaço narrativo. [...] passei a ver a criança como sujeito de direito, sendo capaz de desenvolver suas potencialidades e produzir cultura.
•As narrativas escritas revelam aprimoramento e
reflexão sobre á infância, a criança, o brincar.
•Percebe-se um refinamento teórico em que
compreendem as “infâncias e as crianças dos diferentes
grupos humanos como seres que se constituem em
suas interações com os outros, com a natureza e com a
diversidade de práticas culturais” (PROJETO, p. 8, 2012).
Narrativas orais
Ao final do Curso foram reveladas as concepções
de infância e de educação infantil por meio de uma
entrevista semiestruturada, individual com 30
cursistas que se voluntariaram a participar desse
processo.
As concepções ao final do curso também se remetem
ao brincar, assim como ao sentimento/afetividade, à
criança e ao desenvolvimento como características
dessa fase da vida.
• Embora algumas concepções, ao final do curso, ainda
apresentaram considerações relacionadas à vida futura em
detrimento da vivenciada no presente e um pouco romantizadas,
vista como “período que você tem aquela ingenuidade, fantasia,
que você brinca, que você tem sonhos, mistura sonhos com
realidade, na verdade tá construindo um adulto.” (PC 27)
• E outras a partir da vida pessoal: “para mim infância eu penso no
resumo de uma palavra: felicidade, porque eu fui muito
respeitada eu vivi intensamente, foi muito bom para mim. Eu só
resumo na felicidade.” (PC 4)
PERCEBE-SE AVANÇO EM SUAS NARRATIVAS ORAIS, AO SE REFERIREM À INFÂNCIA COMO
[...] uma categoria social, é uma parte importantíssima da vida do ser humano, [...], tão importante quanto a fase na vida adulta, nós da educação infantil temos que valorizar e promover que a criança tenha o desenvolvimento integral nesse período tão importante da vida dela. (P BC 3)
• [...] período singular da vida humana, uma etapa única que todos nós tivemos a experiência de passar, uma etapa extremamente importante para formação, não apenas do que vai vir a ser, mas do que é [...] (PBC 4)
• Infância pra mim é a criança ter seus direitos garantidos, a partir do momento que a criança tem direito de escola, saúde, ter uma família, [...], posso dizer que criança tem uma infância [...] a infância é uma fase primordial na vida de qualquer ser humano. (PBC 35)
• [...] infância, é uma fase da vida do ser humano muito importante, e na infância o mais importante são as brincadeiras, o acompanhamento do desenvolvimento dessa criança por um adulto. (PC 41)
•Essas respostas caracterizam a infância como uma
fase muito importante da vida humana, não
simplesmente como “fase mais importante da vida”
Ainda, apresentam um entendimento mais
pautado no presente do que na vida futura e visa o
brincar como meio de desenvolvimento integral da
criança no espaço escolar.
CONCEPÇÕES DE INFÂNCIA
Concepções iniciais Concepções ao final do Curso
As concepções foram relacionadas às palavras: brincar, criança, afetividade; educação, e
desenvolvimento. Expressaram concepções de
infância relacionadas às perspectivas de futuras,
romantizadas e a partir de experiências pessoais.
As respostas evidenciaram uma concepção de infância mais próxima
da perspectiva do brincar, entre outras palavras como
desenvolvimento, aprendizagem, interação, imaginação, como
maneiras de significar a infância. Alguns cursistas reportaram-se a
uma concepção de infância compreendida como uma condição
de criança, e esta, como sujeito histórico e de direitos que produz
cultura por meio de suas experiências cotidianas (BRASIL,
2013)
Concepções de EDUCAÇÃO INFANTIL ao final do Curso: narrativas escritas
Percebeu-se uma ampliação sobre a caracterização da Educação Infantil e interesse dos cursistas quanto:
• À s concepções de educação infantil em torno do cuidar permeadas nas diretrizes e o processo de realização e compreensão do trabalho nas escolas.
• [...] a gostar de ler mais e pesquisar sobre os assuntos que englobam a educação infantil, para o meu crescimento intelectual e também para desenvolver melhor meu trabalho.
• [...] a conscientização de como se organiza o currículo nas unidades de educação infantil.
• [..] reformulação do projeto político pedagógico da escola, para ampliar os conhecimentos sobre currículo, planejamento, otimizar o tempo e os espaços na escola.
• [...] aos mecanismos de investimentos na Educação Infantil, às políticas públicas que abarcam a Educação Infantil. Legislações que estão ligadas à atualização em sala de aula.
Concepções de Educação Infantil: narrativas orais
• Nesse processo de formação continuada, as concepções de Educação Infantil ao final do Curso avançaram em relação à complementação de suas respostas inicias.
• Alguns cursistas compreendiam e compreendem a Educação Infantil a partir do cuidar e educar, no entanto, ao revelar suas concepções ao final do Curso, aprofundaram as concepções ao perceberem como constituintes importantes nesse processo de cuidar e educar, ao revelarem as responsabilidades de seus papeis por esta fase da educação básica. Outros processos de reflexão também ocorreram em outras respostas:
• Educação infantil [...] pensando em tudo que a gente já estudou também, na especialização, vendo tudo que a gente tem, que está acontecendo nas instituições, está acontecendo com relação a educação infantil. Eu penso que faz parte de uma instituição, que educação infantil é uma instituição e que tem como função dar oportunidade para as crianças ampliarem suas aprendizagens [...] que elas já vem de um movimento onde estão aprendendo algumas coisas no contexto social onde elas vivem mas eu acredito que educação infantil tem essa função primordial que é dar oportunidade para as crianças, que é cada vez mais ampliarem as suas noções, se desenvolverem da forma que elas conseguem, através do movimento, da brincadeira. (PC 42)
• Na realidade quando eu penso em educação infantil, sinceramente eu penso mais em brincadeiras porque eu vejo que a criança na realidade ela tem que brincar. A educação infantil proporciona isso para nós, não só para a criança mas para o professor também, isso na realidade a gente vê que depende das concepções que esse professor tem da criança da educação infantil, como é trabalhar com essa criança na educação infantil, E também passa pelo educador, eu acho o educador também tem que estar aberto para fazer, para estar acompanhando não só mediando, mas brincando também, criança é isso e a gente sente prazer em fazer se for trabalhar diretamente com a criança, é maravilhoso! (PC 27)
• Eu acho que a educação infantil é uma área muito ampla e exige cada vez mais formação de nós profissionais.(PC 41)
As narrativas revelam que:
• As concepções de Educação Infantil ao final do Curso configuram-se de maneira mais subjetiva e a maioria ocorreu de modo reflexivo ao pensar na Educação Infantil como um todo mas também nas suas especificidades e no papel do professor que atua na sala de aula.
• Essas narrativas refletem a contribuição das disciplinas , textos, discussões que emergiram a partir do contexto de formação continuada e das relações estabelecidas teoricamente com suas práticas docentes nas unidades escolares de Educação Infantil.
CONCEPÇÕES DE EDUCAÇÃO INFANTIL
Concepções iniciais Concepções ao final do Curso
As respostas apresentarem recorrência nos seguintes
termos: 1ª etapa da educação básica; desenvolvimento; cuidar
e educar; base; direito; profissional; lúdico.
As concepções refletidas foram pautadas na definição de 1ª etapa da educação básica.
As concepções de Educação Infantil, ao final do curso, apresentaram uma característica para além das definições de “receituários”, exibiram um teor reflexivo e pautado em um conjunto de experiências propiciadas durante o processo de formação continuada na Especialização em Docência da Educação Infantil e em seu contexto de atuação docente.
DIMENSÃO III
IMPACTO DAS AÇÕES PEDAGÓGICAS NO
COTIDIANO ESCOLAR
Enquanto projeto, o Curso de Especialização em Docência na
Educação Infantil objetivou proporcionar aos profissionais da
Educação Infantil oportunidades de ampliar e aprofundar a
análise:
- Das especificidades das crianças de 0 a 3 e de 4 a 5 anos,
relacionando-as às práticas pedagógicas para a educação em
creches e pré-escolas e à identidade do profissional da
Educação Infantil.
•Nesse sentido as narrativas dos cursistas revelaram
impacto na ação pedagógica principalmente ao se
tratar de mudanças sobre: as crianças, as áreas do
conhecimento, seu papel como educador, suas
práticas docentes e planejamento.
Algumas relações estabelecidas durante o Curso com as ações pedagógicas nas unidades escolares relacionadas
às CRIANÇAS foram bastante significativas, pois:
CR
IAN
ÇA
S
Eu comecei a ver o desenvolvimento mesmo da criança, o comportamento dela, eu não prestava muito atenção, não sei se era distração ou se, eu acho que foi o curso que me deu uma acordada, eu acordei para prestar atenção na criança de verdade, no que ela sente, até quando ela fala, ela fica assim: humhumhumm! mostrando com o dedinho eu já fico: nossa! Ela não fazia isso e ela tá mostrando que ela quer a água, balbuciando alguma coisa, pedindo alguma coisa. Então a gente começa a prestar atenção em pequenos detalhes, pequenos mesmos. (PC 27)
Antes do curso de especialização eu tinha esse olhar da criança que só precisa de cuidado, hoje eu já tenho o olhar da criança que está em desenvolvimento, precisa aprender e que ela aprende na relação comigo com outras crianças, com outros professores, com outros adultos, com a família e tudo que elas trazem tem que ser respeitado, tem que ser assim levado para sala de aula, por mais que a gente não tenha espaço, a gente procura oferecer o mínimo de tempo mesmo o olhar, eu acho que muda até a afetividade.(PBC 4)
CR
IAN
ÇA
S [...] reflexões pertinentes sobre as relações que a criança estabelece com o meio e através das quais se apropriam dos saberes. O mais importante foi a compreensão de que a criança constitui o seu aprendizado através do movimento pessoal no grupo e que esse movimento se dá pelo envolvimento em resolução de problemas no que diz respeito a matemática e pela exploração e observação do meio no caso de ciências. PC 23
[...]métodos para trabalhar com essa criança, entender melhor esse ser criança, como trabalhar determinada coisa com as crianças, que linguagem eu vou utilizar para de repente trabalhar esse contexto, esse tema com as crianças, então eu vi no curso isso. A possibilidade do curso, me agregar mais esse conhecimento. (PC 22)
Os cursistas mostraram-se bastante satisfeitos e motivados
quanto às possibilidades de trabalhar as diferentes ÁREAS DO CONHECIMENTO nas unidades de ensino, como por exemplo:
ÁR
EAS
DO
CO
NH
ECIM
ENTO
[...] a aula de música e a arte para mim mudou muito a minha visão da arte e da música, muito mesmo. Eu não, trabalhava, agora a música é o tempo todo na minha sala, quando eles estão fazendo uma atividade eu ligo o som[...]muita coisa boa, folclórica que dá para trabalhar com a criança. Eu uso muito mais tinta guache, eu não usava porque até mesmo suja as cadeiras, a mulher da limpeza reclama. Mas eu uso muito mais hoje. PBC 7
[...] eu nunca tinha trabalhado o conceito matemático no livro (de literatura infantil), dentro do livro, sempre só contava a história. Eu trabalhava a identidade, eu trabalhava até fases do crescimento da criança relacionada com a história mas eu nunca tinha pensado em matemática e depois do módulo você vê a quantidade, a imensa quantidade de coisas que você pode trabalhar dentro de uma história[...]PC 10
ÁR
EAS
DO
CO
NH
ECIM
ENTO
[...] eu tinha muito medo da matemática, por que a matemática são números, cálculos e eu não consigo trabalhar eu não tenho facilidade para mexer com números e foi uma coisa boa por que a gente já trabalhava essa matemática na educação infantil mas a gente não sabia que estava trabalhando. É uma forma diferenciada, eu acho que tudo que eu aprendi na especialização, nos trabalhos que os professores pediram eu coloquei em prática e eu fui dando sequência e sem contar que eu não fiquei só para mim, eu expus para minhas colegas de outras salas lá da minha unidade onde trabalho. PBC 7
[...]a gente viu sobre as propriedades organolépticas com as crianças, o era quente, o que era frio e a gente foi trabalhando ciências com essas crianças. Na hora do banho, por exemplo, eu perguntava para as crianças [...] você via que estavam aprendendo, eles explicavam e falavam quando a água estava quente ou fria. PC 18
ÁR
EAS
DO
CO
NH
ECIM
ENTO
[...] o compromisso que o educador precisa ter com seus alunos da educação infantil. De maneira a “respeitar as características da linguagem escrita na infância” a partir da exploração do trabalho com “diversos gêneros textuais entre eles, poesia, prosa, narrativas, contos, fabulas e outros para enriquecer o contato da criança com a linguagem e a escrita na infância” (PBC 10).
[...] nós desenvolvemos com os alunos a questão da germinação das sementes [...], tinha coisa que nem eu observava, que a semente vai germinar tanto na serragem, como na pedra e tal, que o fator principal era a água. Isso eu levei para sala de aula, eu e minhas outras colegas. Ficou bem marcante, eu vejo que os alunos amaram ver a experiência e para mim foi gratificante. PVG 14
• Nas narrativas alguns cursistas destacaram que, ao
final do curso, perceberam mudanças consideráveis
em suas práticas, como a inclusão da arte e da música
que antes eram trabalhadas de maneira mais rotineira
e das áreas da linguagem, ciências e matemática que
eram desenvolvidas, muitas vezes, desprovidas de
sentido.
Esse processo formativo também possibilitou um repensar no seu
PAPEL COMO EDUCADOR, principalmente ao refletirem e apontarem mudanças no que se referem à relação professor x aluno e às
atividades propostas, ao considerar que:
PAP
EL C
OM
O E
DU
CA
DO
R
Tinha uma postura (...)mais mecanicamente, uma postura de professora eu aqui, aluno lá, por que até então eu não sabia como trabalhar essa questão, então para que se tivesse um respeito tinha que ser uma autoridade, [...] Eu entrei (em sala de aula) com uma forma mais austera para que realmente essas crianças me respeitassem, ao longo do curso eu fui mudando a minha postura na questão de afetividade, da questão de contato com o aluno e com trabalho a ser realizado, eu me envolvi mais com as crianças e as crianças realmente se envolveram mais comigo. (PVG 5)
[...] as minhas aulas são bem mais diferentes do que eram antes, eu acho que isso é muito bom refletiu bastante (nos alunos), eu tento fazer bastante coisa diferente em sala, isso é maravilhoso! As crianças gostam, as crianças aprendem, interagem, crescem, falam mais, (o curso), agregou muito valor nas minhas aulas, isso é muito positivo. (PC 4)
Houve impacto sobre a PRÁTICA na Educação Infantil, ao retratarem que:
PR
ÁTI
CA
A mudança foi muito, muito grande, principalmente a questão da prática porque você fica muito tempo com a criança em sala fechada, só no cuidar, e o educar ficava sempre para trás. Porque você às vezes não tinha meios de como trabalhar essa prática, como seria essa prática, como, que metodologia eu vou usar para essa atividade e esse curso me deu, me serviu como suporte, suporte total nesse sentido. (PBC 35)
(O Curso) (...) me deu um novo olhar diante das práticas que eu já fazia [...]. Só que veio o curso de docência e ele me deu uma bagagem a mais. (PC 18)
O PLANEJAMENTO também esteve presente nas narrativas dos cursistas quanto às mudanças ao
expressarem que:
PLA
NEJ
AM
ENTO
(...) eu era muito durona com relação ao planejamento a gente fazia por fazer os planejamentos, fazia porque tinha que fazer mas não colocava em prática o que estava no planejamento e isso era antes, igual eu falei prática e teoria tem que caminhar juntos senão não tem bom resultado. Antes não fazia, jogava deixava as crianças soltas dava brinquedo, dava uma coisa e não trabalhava muito o desenvolvimento dessa criança a verdade era essa. (PBC 8)
Eu acho que a primeira coisa que mudou foi essa questão da segurança, hoje eu posso sentar com o meu coordenador e discutir seguramente o que eu quero fazer, porque eu sei no que é que eu estou baseada. Antes nós tínhamos o perfil técnico, nós tínhamos que seguir algumas coisas, mas com certeza enriqueceu muito o meu planejamento. (PBC 3)
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O IMACTO NAS AÇÕES PEDAGÓGICAS NO COTIDIANO ESCOLAR
•Todos os cursistas consideraram o curso uma
oportunidade de abrangerem seus conhecimentos e suas
práticas na docência.
•Expressaram mudança e ampliação em relação ao seus
planejamentos, à identidade profissional (alguns até
pessoal) e consequentemente em suas ações pedagógicas
no cotidiano escolar com as crianças das unidades de
ensino nas quais atuam.
•Um impacto evidente foi a questão de como consideravam
as crianças no ambiente escolar, como infans, pouco
relevavam o que diziam, pensavam, sentiam, eram
percebidas com pouco significado e desejos.
•Agora, mostraram-se preocupados com os interesses das
crianças com as quais atuam, o que as mobilizam no espaço
escolar e estratégias de ensino que envolvem diferentes
áreas do conhecimento, possíveis de desenvolver na
Educação Infantil, o que antes, muitas vezes, tais
possibilidades eram desconsideradas.
•As narrativas indicam uma prática atrelada aos
conhecimentos teóricos oportunizados durante
o Curso em um rico movimento de ação da
formação para a docência e diretamente
relacionada ao cuidar, educar e brincar, em uma
direção mais próxima à perspectiva da criança,
ao invés, do olhar único do adulto.
ALGUMAS CONSIDERAÇÕES
Facilidades e dificuldades encontradas quanto ao processo seletivo 2012
•Facilidades quanto, a receptividade por parte da
comunidade interna e externa frente à proposta de
formação continuada a professores da Educação
Infantil, considerando que a UFMT já se empenhava
em participar de projetos e programas com esta
finalidade.
Dificuldades:
• Quanto à inscrição: Inúmeros professores entraram em contato com a secretaria do curso na UFMT no início do ano letivo, no entanto as inscrições já haviam sido encerradas.
• Quanto à parceria com a UNDIME que deveria se responsabilizar pela
sensibilização dos dirigentes municipais, esta foi falha, uma vez que no nosso caso, não assumiu as suas devidas atribuições, alegando que estão sobrecarregados com inúmeros programas a serem atendidos.
• Quanto aos critérios de seleção: constatou-se, durante a análise de documentos
que embora muitas inscrições tenham sido validadas pelos dirigentes municipais, os professores não atendiam aos pré-requisitos do edital do curso, principalmente no que diz respeito à exigência de ser concursado e efetivo na área, pois na realidade ainda há muitos professores contratados que atuam na educação infantil de rede pública.
• Quanto ao corpo docente: considerando a formação, a área de interesse e
atuação do corpo docente existente no Instituto de Educação, constatamos um número reduzido de professores que atendiam aos critérios exigidos pelo MEC. As dificuldades dizem respeito ao fato de que muitos professores já estavam vinculados a outros projetos e não poderiam atuar no curso uma vez que isto resultaria em acúmulo bolsas.
•Conforme o acompanhamento do curso foi possível
identificar que alguns professores cursistas foram
convidados para fazer parte da equipe das Secretarias
de Educação dos municípios e passaram em processo
seletivo para cargos de gestão; participaram de
apresentações de trabalho em eventos locais e
nacionais sobre suas experiências.
•Ainda, o curso implicou na vida profissional desses
professores na mudança de função de docente para
coordenador(a) da instituição, possibilitando a
ampliação do conhecimento adquirido durante o curso
com os demais professores da unidade lotada(o).
•Alguns cursistas explicitaram o desejo e interesse em
continuar se aperfeiçoando também ao candidatar-se
ao Mestrado em Educação, candidataram-se e alguns
passaram, prosseguindo seu processo de formação
continuada.
•As expectativas são quanto a continuidade do programa
considerando as demandas ainda existentes para as
especificidades dessa formação no estado de Mato
Grosso.
•No que se refere aos professores cursistas, há indicativos
de que existe demanda para a formação tendo em vista
as colocações efetuadas pelos professores cursistas
durante as aulas e nas avaliações das disciplinas.
•No que se refere à estrutura curricular
ofertada na turma 2012, evidenciou a
necessidade de ampliação de algumas
disciplinas, sendo que uma abranja
especificamente a gestão escolar de maneira
a envolver as dimensões administrativa e
financeira além da pedagógica.
•O Curso de Especialização em Docência na
Educação Infantil - turma 2012, contribuiu
para a formação direta de 132/109 professores
que atuam na Educação Infantil de 4
municípios do Estado de Mato Grosso e estão
contribuindo no processo da Educação Infantil
de aproximadamente 3.300 crianças.
Foto MIEIB 2014
OBRIGADA!