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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE AGRONOMIA E ZOOTECNIA
CURSO DE ZOOTECNIA
ADRIELLE TORRES MUNDIM
ADAPTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM CONFINAMENTO
CUIABA 2016
i
ADRIELLE TORRES MUNDIM
ADAPTAÇÃO DE BOVINOS DE CORTE EM CONFINAMENTO Trabalho de Conclusão do Curso de Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Mato Grosso, apresentado como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Zootecnia. Orientador: Prof. Dr. Nelcino Francisco de
Paula
CUIABA 2016
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao meu Criador pela vida, pela força que sempre me dá a cada dia
para vencer os desafios e por me amar incondicionalmente.
Aos meus pais por todo carinho, amor, dedicação e esforço para que eu
pudesse ter o melhor e chegar até aqui. A minha irmã Aryane Torres, pelo exemplo e
incentivo dado a mim mesmo com a distância.
À toda minha família, meus avós Alda Mundim e Ovídio Borges (in
memoriam), Alice Torres e Atelmídio Souza pelas orações, por me acalmar nos
momentos mais difíceis da minha vida.
Aos meus irmãos e irmãs em Cristo, da Igreja Presbiteriana do Brasil por
incentivar nos meus dons e pelas orações realizadas. Em especial Sra. Ilta, Sra.
Otanília e Sra. Raquel meu muito obrigado!
Ao Vinícius Martiniano pela preocupação, carinho e amor demonstrado a mim
durante todos esses anos.
Às minhas amigas Pryscilla Moreira, Kammely Jandira e Carol Araújo pelos
conselhos e por fazerem parte da minha história nos momentos alegres e nos mais
difíceis.
Aos meus amigos de graduação Anieli Lorenzet, Kellen Núbia, Jackeline
Carvalho e Wemerson Moura por todos os trabalhos, por todas as risadas, por todos
os conselhos, por todos incentivos, por todas as madrugadas de estudo, por todas
sociais e por também fazerem parte da minha vida, pois se cheguei até aqui foi com
ajuda de vocês!
À todos meus professores que contribuíram com minha formação. Por sempre
com paciência e seriedade transmitir ensinos valiosos para a vida. Em especial, ao
meu professor e orientador Nelcino de Paula, por confiar a mim os trabalhos
realizados e ser grande fonte de inspiração de conhecimento.
Aos membros da banca examinadora que prontamente aceitaram ao meu
convite e puderam contribuir com suas experiências para minha formação
acadêmica.
Agradeço por fim, pela oportunidade que a Fazenda Ellus me proporcionou,
no crescimento pessoal e profissional.
“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a
um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo, quem busca e vence obstáculos, no
mínimo fará coisas admiráveis.”
José de Alencar
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1. Croqui da área de confinamento................................................................11 Figura 2. Cronograma nutricional adotado pelo confinamento Ellus – Jangada........19 Figura 3. Consumo de matéria seca (%PV) dos animais Nelores, Angus e Nelore x
Angus, na primeira semana de confinamento.........................................21 Figura 4. Consumo de nutrientes digestíveis totais (CNDT) dos animais Nelores,
quanto à meta, previsão e ocorrido nos primeiros 30 dias de confinamento...........................................................................................22
Figura 5. Consumo de nutrientes digestíveis totais (CNDT) dos animais Cruzados
(Nelore x Angus), quanto à meta, previsão e ocorrido nos primeiros 30 dias de confinamento..............................................................................22
Figura 6. Consumo de nutrientes digestíveis totais (CNDT) dos animais Angus,
quanto à meta, previsão e ocorrido nos primeiros 30 dias de confinamento...........................................................................................22
Figura 7. Escore de fezes realizado no confinamento Ellus.......................................26
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Protocolo sanitário adotado na fazenda Ellus Jangada...........................13 Tabela 2 – Formação de lotes para Nelores machos inteiros....................................14 Tabela 3 – Teor de matéria seca e NDT (%) dos alimentos componentes das dietas
da fazenda Ellus Jangada.......................................................................18 Tabela 4 – Composição da dieta de adaptação, considerando total de 6000kg,
matéria seca (MS) e matéria orgânica (MO) em %.................................20 Tabela 5 – Escore de leitura de cocho realizado na Ellus Jangada...........................24
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1 2. OBJETIVO ............................................................................................................. 3 3. REVISÃO ............................................................................................................... 4
3.1. Informações sobre a dieta em confinamento....................................................4 3.2. Fatores relacionados à adaptação de bovinos de corte...................................5 3.3. Protocolos de adaptação..................................................................................6 3.4. Ferramentas auxiliares de manejo nutricional..................................................7
4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO ................................................................................... 9 4.1. Histórico............................................................................................................9 4.2. Infraestrutura.....................................................................................................9
4.2.1. Centro de manejo..................................................................................10 4.2.2. Área de Confinamento...........................................................................10 4.2.3. Estoque de alimentos............................................................................11 4.2.4. Distribuição de água..............................................................................12 4.2.5. Oficina....................................................................................................12
4.3. Sistema Operacional de Dados......................................................................12 5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO ............................................... 13
5.1. Processamento de animais e Rastreabilidade................................................13 5.2. Embarque de animais.....................................................................................15 5.3. Balança e Análise de alimentos......................................................................16 5.4. Manejo nutricional...........................................................................................17 5.5. Período de adaptação à dieta.........................................................................18 5.6. Ferramentas auxiliares....................................................................................24
5.6.1. Leitura de cocho....................................................................................24 5.6.2. Escore de fezes.....................................................................................25
5.7. Outras atividades.............................................................................................26 6. CONCLUSÕES .................................................................................................... 27 7. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 28 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 29
RESUMO
Para que a intensificação na produção de bovinos de corte em confinamento
obtenha sucesso, estratégias de manejo nutricional têm sido cada vez mais
utilizadas por nutricionistas brasileiros. Diante disso, avaliou-se o uso da ração com
menor teor de energia que da dieta final como protocolo de adaptação, realizada
com aumento gradual de concentrado até atingir o nível final estipulado. Iniciou-se
pela dieta de adaptação com duração de 10 dias, seguido por mais duas dietas
antecedentes a dieta de acabamento. Os dados foram coletados do confinamento
Ellus Jangada, durante o estágio final obrigatório no período de 17 de maio a 28 de
junho de 2016, totalizando 346 horas de estágio. Foram analisados lotes de animais
da raça Nelore, Angus e cruzados (Nelore x Angus), frente ao consumo nos
primeiros dias em confinamento, bem como a eficiência de consumo da dieta
energética. O consumo de matéria seca acumulado na primeira semana de
confinamento foi superior a 1,4% do peso vivo, atendendo a exigência de mantença
dos animais em ambas as raças. Quanto a nutrientes digestíveis, os animais Nelore
e Nelore x Angus apresentaram consumo inferiores à meta pré-estabelecida pelos
nutricionistas nos três primeiros dias de confinamento. Já para os animais Angus
verificou-se que o consumo de energia estava superior à meta pré-estabelecida. O
protocolo adotado permitiu a rápida adaptação dos animais Nelores, Angus e Nelore
x Angus e o crescente consumo da dieta altamente concentrada.
Palavras-chaves: alimento energértico, ruminantes, terminação de animais
1
1. INTRODUÇÃO
O Brasil tem o maior rebanho comercial de bovinos do mundo com
aproximadamente 217 milhões de cabeças, ocupando a segunda posição no ranking
de abate com cerca de 42 milhões de cabeças em 2014 (ANUALPEC, 2015).
Segundo ABIEC (2014), deste montante apenas 4,66 milhões de cabeças foram
terminados em confinamento, representando cerca de 11%, número que vem
crescendo a cada ano.
No Brasil, os animais ruminantes são alimentados predominantemente com
alimentos fibrosos (forragens), permanecendo em condições de pastejo durante
praticamente toda sua vida produtiva. Todavia, frente a grande necessidade de
intensificar os sistemas de produção de bovinos de corte, pelas pressões de toda
ordem, com destaque na econômica e ambiental, cada vez mais alimentos
concentrados passam a fazer parte das dietas (PAULINO et al., 2010).
Na década de 80 e 90, as dietas de confinamento tinham a inclusão de 50 a
80% de volumoso na matéria seca. Todavia, Paulino et al. (2010) relata que a alta
na produção de grãos e a necessidade de acelerar a terminação dos animais,
tornaram os alimentos concentrados fundamentais na formulação de dietas em
confinamento. No entanto, uma mudança muito abrupta na dieta dos animais,
anteriormente mantidos a pasto, pode resultar em desordens metabólicas (Ex:
acidose ruminal), o que torna de fundamental importância realizar a adaptação
desses animais frente a uma dieta mais energética.
Counette e Prins (1981) definiram adaptação como o período necessário para
que uma série de ações de manejo nutricional seja adotada até que o animal
consuma a dieta estipulada, sem que apresente efeitos diversos e distúrbios
metabólicos em animais não adaptados. Para as condições brasileiras, o período de
alimentação no confinamento é relativamente curto, em relação ao ciclo produtivo.
Nesse sentido, há grande preocupação em não se prolongar a fase de adaptação e
fazer com que os animais comecem a consumir a dieta final o mais rápido possível
(PAULINO et al., 2010). De acordo com Cervieri et al. (2009), a adaptação dos
2
animais a dieta de terminação, é um dos pontos fundamentais para o sucesso do
confinamento, além disso, destaca-se: os horários de trato, frequência e sequência
de fornecimento, e monitoramento de consumo.
Diante da importância da intensificação de bovinos de corte no país, e
buscando-se concretizar os conhecimentos adquiridos na área de bovinocultura de
corte sobre os protocolos nutricionais, optou-se por realizar o estágio no
confinamento Ellus, localizado em Jangada, Mato Grosso.
3
2. OBJETIVO
Objetivou-se com o presente estudo, avaliar o protocolo de adaptação
realizado pelo confinamento Ellus sobre o desempenho de consumo da dieta
concentrada das diferentes raças confinadas (Nelore, Angus e Nelore x Angus).
4
3. REVISÃO
No cenário mundial, o Brasil vem se destacando entre os países produtores
de carne bovina, e segundo os dados da Organização das Nações Unidas para
Agricultura e Alimentação (Food and Agriculture Organization of the United Nations -
FAO), o País é o segundo maior produtor do mundo, ficando atrás somente dos
Estados Unidos (FAO, 2011).
Esse fato é importante, já que até 2019 se espera um aumento na demanda
mundial de carne bovina de 9,2 milhões de toneladas de equivalente carcaça
(SITTA, 2011). A demanda crescente aliada aos índices de produtividade pouco
satisfatórios, requer mudanças em determinados segmentos da pecuária bovina
brasileira (ARAUJO et al., 1998). De acordo com Reis et al. (2011), práticas como o
manejo intensivo, em conjunto com adubação, suplementação estratégica e
potencial genético animal, tem sido realidade para garantir maior ganho na
produtividade.
3.1. Informações sobre a dieta em confinamento
Durante as décadas de 80 e 90, as dietas de confinamento eram de 50 a 80%
de volumoso na MS total (CERVIERI et al., 2009). Porém, surgiu a necessidade da
engorda intensiva, com maior participação de carboidratos não fibrosos como parte
da dieta dos bovinos.
De acordo com levantamento realizado por Millen et al. (2009), os principais
nutricionistas brasileiros, incluem cerca de 28,8% de volumoso na dieta de
confinamento. No entanto, levantamentos mais recentes realizados por Oliveira e
Millen (2014); Pinto e Millen (2015) apontam a inclusão de volumoso em 21% nas
dietas de confinamento e níveis de concentrado de 71 a 90%. A inclusão de
volumoso nos últimos levantamentos realizados no Brasil, praticamente não foi
alterada, todavia, a qualidade da forragem tem melhorado, garantindo maior aporte
energético sem modificar a relação volumoso: concentrado da dieta (PINTO e
MILLEN, 2015).
5
Com relação à inclusão de grãos, especialistas indicam a utilização de 51 a
65% nas dietas (MILLEN et al., 2009; OLIVEIRA e MILLEN, 2014; PINTO e MILLEN
2015), sendo o milho o grão mais utilizado. Estes dados diferem dos americanos,
aos quais recomendam em grande parte, a inclusão de 70 a 85% de grãos nas
dietas de terminação (VASCONCELOS e GALYEAN, 2007). De modo geral, os
grãos representam a principal fonte de energia em rações de bovinos de corte
terminados em confinamento (OWENS e BASALAN, 2012).
Com o objetivo de baixar o custo de alimentação, frequentemente
nutricionistas tem utilizado a inclusão de coprodutos na dieta dos animais
confinados. Pinto e Millen (2015) relatam que cerca de 71 % dos nutricionistas
incluem algum tipo de coproduto nas dietas de terminação, sendo o caroço de
algodão o mais utilizado, ao passo que em levantamentos anteriores realizados por
Oliveira e Millen (2014) relatam 82,4% de seus clientes incluem algum tipo de
coproduto à dieta. Segundo os autores, a diminuição na utilização de coprodutos
está ligada ao aumento do teor de energia dos grãos, sem aumentar
necessariamente o nível de inclusão dos grãos na dieta de terminação.
3.2. Fatores relacionados à adaptação de bovinos de corte
O uso de maior inclusão de concentrado na dieta requer que tanto a
formulação das dietas quanto o manejo alimentar sejam observados, pois riscos
associados na maior ingestão de energia (principalmente amido) podem
comprometer a saúde dos animais (PARRA, 2011) apresentando distúrbios como
acidose, diarreia, timpanismo, abcessos hepáticos e laminite (OWENS et al., 1998) e
afetar diretamente no ganho de peso dos animais e na rentabilidade da atividade
(NAGARAJA, 2007).
Embora alguns bovinos possuam a capacidade de consumir grandes
quantidades de amido e sem apresentar efeitos adversos, mudanças graduais no
rúmen de um ambiente de digestão de fibra para a digestão do amido são
desejáveis para a saúde e bom desempenho de animais confinados (PARRA, 2011).
O consumo de alto concentrado induz na alteração na fisiologia ruminal, quanto a
mudanças na população e proporção de microrganismos (aumento de bactérias
amilolíticas e as utilizadoras de lactato), queda do pH e alteração na concentração
de ácidos graxos (PAULINO et al., 2010).
6
Essas variações internas no rúmen provocam a redução no consumo dos
animais, caracterizando como estratégia para limitar a fermentação excessiva e
restaurar o pH para níveis adequados (SCHWARTZKOPF-GENSWEIN et al., 2003).
Todavia, transições abruptas para dietas com alta quantidade de carboidratos
prontamente fermentáveis podem levar animais a quadros de desordens metabólicas
(OWENS et al., 1998), sendo necessário a adaptação dos animais a dietas para
estabelecer a população microbiana no rúmen e evitar perdas no início do
confinamento (PERDIGÃO, 2014).
É importante ressaltar ainda, que ao utilizar dietas de alto concentrado, torna-
se interessante a adoção de aditivos alimentares como ionóforos e antibióticos,
capazes de selecionar os microrganismos desejáveis para potencializar a
fermentação dos componentes, além de estabilizar o pH ruminal e melhorar a
eficiência alimentar (ORTOLAN, 2005).
3.3. Protocolos de adaptação
O período de adaptação é aquele compreendido nas quatro primeiras
semanas em que os animais se encontram no confinamento (PAULINO et al., 2010).
Os primeiros dias são os mais críticos, pois implicam em mudanças ambientais,
sociais e também nutricionais, fatores que podem ocasionar o refugo de cocho e
consequentemente menor consumo e desempenho dos animais (LOPES, 2013).
Durante essa fase, os animais apresentam grande variação de consumo e podem
sofrer consequências da super ou subalimentação quando práticas de manejo
alimentar não são adotadas corretamente (PRITCHARD e BRUNS, 2003). Neste
sentido, protocolos de adaptação são adotados com intuito de minimizar tais efeitos.
No Brasil, pode-se destacar que as principais estratégias de adaptação são:
protocolo em escada ou dietas múltiplas, adaptação por restrição, utilização de uma
ração com menor teor de energia que a dieta final e a mistura de dois protocolos. No
entanto, não há praticamente estudos com foco em animais zebuínos, o que obriga
os nutricionistas brasileiros a utilizarem protocolos de adaptação de forma empírica
ou com base em informações desenvolvidas para animais europeus (PARRA, 2011).
Dentre os protocolos, a adaptação em escadas (ou dietas múltiplas) consiste
em fornecer níveis de concentrado de forma gradual e crescente, com intervalo de
dias entre as dietas, até atingir o nível de concentrado desejado. Já a adaptação por
7
restrição consiste no controle da ingestão da dieta de terminação, limitada pela
quantidade de energia até atingir níveis pré-estabelecidos (PERDIGÃO, 2014).
Levantamentos realizados por Pinto e Millen (2015), relatam que o protocolo
de adaptação mais realizado em confinamentos brasileiros foi o de escadas (step
up) com 57,8%, seguido pela utilização de uma ração com menor teor de energia
que a dieta de terminação com 30,3%, o programa de adaptação por restrição com
6,1% e pelo método de mistura de duas rações também com 6,1%. Diferentemente
ao que foi encontrado em levantamentos anteriores, onde a pesquisa feita por Millen
et al. (2009) relata que o segundo protocolo mais utilizado foi o de restrição com
19,4%. Podendo assim observar um crescente aumento na utilização do protocolo
de adaptação com energia da dieta inferior a da dieta final.
Paulino et al. (2010), subdivide a adaptação em duas dietas. A primeira dieta
da adaptação prioriza-se pelo fornecimento de proteína, minerais e menor teor de
carboidratos não fibrosos. Já a segunda dieta, o tempo de fornecimento depende do
peso de entrada dos animais no confinamento, sendo priorizada para animais mais
jovens com objetivo de promover o crescimento animal.
3.4. Ferramentas auxiliares de manejo nutricional
Antes de chegarem ao confinamento, os animais geralmente passam por
situações estressantes durante o transporte, formação de lotes, períodos de jejum e
desidratação que afetam diretamente o padrão de consumo nos primeiros dias de
cocho (PAULINO et al., 2010). Para que os efeitos gerados durante o processo do
confinamento não sejam ainda mais traumáticos, os mesmos autores indicam o uso
de ferramentas auxiliares, que contribuem para observar se a adaptação está sendo
realizada conforme planejado.
Dentre elas, o manejo de cocho é uma simples prática que tem por objetivo o
fornecimento de alimento na quantidade e momento certo. O manejo pode ser
realizado de duas formas distintas: oferecendo a dieta ad libitum ou, no sistema
cocho limpo, sendo este último muito difundido, pois, além de diminuir o problema de
consumo excessivo dos animais, evita desperdício e prejuízos financeiros.
(LAWRENCE, 2000).
Paulino et al., (2010) postula que, os animais que atingem o padrão de
consumo desejado em menor período de tempo, sem a manifestação de distúrbios
8
metabólicos, tendem a obter ganho de peso superior. Porém, o grande desafio
segundo relatado pelo mesmo autor, vai, além disso, e envolve a compreensão de
aspectos comportamentais e sanitários, muitas vezes negligenciados por serem de
difícil mensuração.
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4. RELATÓRIO DE ESTÁGIO
4.1. Histórico
A Ellus foi fundada em 1972, em São Paulo-SP, com investimentos na área
da moda. Posteriormente, foi criada a Ellus Agropecuária como um dos pilares da
empresa, possuindo 30 anos de atividade na área de Bovinocultura de Corte, porém,
apenas três anos com ritmo empresarial.
O setor agropecuário conta com duas fazendas, uma no município de Porto
Esperidião e outra localizada em Jangada, ambos no estado de Mato Grosso, sendo
referências na região Centro-Oeste quanto à produção de animais confinados.
O estágio foi realizado na fazenda Ellus localizada na zona rural de Jangada –
MT, rodovia BR-364 (km 473), no período entre 17 de maio a 28 de junho de 2016,
com carga horária de 44 horas semanais, totalizando 346 horas. As atividades
desenvolvidas foram supervisionadas pelo zootecnista Roni Aparecido Videschi.
4.2. Infraestrutura
A propriedade está a 62 km de Cuiabá, capital do Estado de Mato Grosso,
sendo 12 km de estrada de chão batido até sua entrada. Esta possui área total de
quinze mil hectares, subdivididas em pastagens de Andropogon gayanus, Brachiaria
humidicola, Brachiaria brizantha cv. Marandu (utilizando-se sistema ponta-rapador) e
parte da área com produção de Panicum Maximum cv. Mombaça para o processo de
ensilagem.
A empresa trabalha com animais da raça Nelore, Angus e Nelore x Angus,
mantidos em sistema rotacionado de piquetes com a disponibilização de bebedouros
e cocho de sal durante a fase de cria e recria. Enquanto que a terminação dos
animais acontece tanto em confinamento, como também a pasto.
A fazenda Ellus possui capacidade de confinar grande quantidade de animais
por ano, só em 2015 foram terminados 18 mil animais. Os resíduos do confinamento
10
são manejados para a produção de esterco, servindo posteriormente como
fertilizante para a produção de forragem.
Na região central da fazenda encontra-se o escritório, sala de reuniões,
almoxarifado, balança de pesagem, casa dos funcionários, dormitório para visitantes
e refeitório.
4.2.1. Centro de manejo
O curral de manejo é o local onde se realiza o manejo geral dos animais,
como: vacinação, vermifugação, cura de feridas, pesagem de animais, diagnóstico
de gestação, protocolos reprodutivos, identificação dos animais, entre outros.
O centro de manejo conta com um curral convencional, subdividido em seis
piquetes, sendo um com acesso a seringa e brete pneumático. Para facilitar o
manejo e minimizar o estresse, o corredor não possibilita visualização externa dos
animais. Outras práticas também são realizadas neste setor, como o embarque,
desembarque dos animais.
4.2.2. Área de Confinamento
Os currais de engorda possuem capacidade de confinar 180 animais em uma
área de aproximadamente 1.500 m² (50 x 30 m), com disposição de bebedouros
conjugados e cocho frontal (0,28 m linear/cabeça). Trabalha-se com lotação pesada,
com área de 8,33m²/animal, inferior ao mínimo recomendado para o bem-estar dos
animais de 10m²/animal (EMBRAPA, 2015).
O terreno onde as baias são construídas possui em média 4% declividade em
direção oposta à linha de cocho, para que dejetos migrem para parte inferior,
evitando umidade e acúmulo de lama. O confinamento é organizado em linhas de A
a D com 12 baias cada linha e linhas E e F composta por 8 baias. Não há área de
sombreamento para os animais dentro das baias. Na figura 1, podemos observar a
organização das baias no confinamento.
11
Figura 1 - Croqui da área de confinamento
Fonte: Roni Videschi, 2016.
4.2.3. Estoque de alimentos
A fazenda não possui armazéns de estocagem, por isso os alimentos como
grãos de milho e farelo de soja, são armazenados em locais delimitados e cobertos
por lonas específicas.
Para a produção de silagem, uma área é destinada ao cultivo de capim
Panicum Maximum cv Mombaça (com três cortes ao ano) para essa finalidade.
Utiliza-se também o bagaço de cana como fonte de volumoso.
No moinho, o milho grão é triturado e armazenado para posterior utilização na
composição das dietas. A ração é fornecida nas linhas de cocho através de vagões
que misturam ingredientes e distribuem, contando com auxilio de pá carregadeira
para descarregar alimentos diretamente nos vagões.
O pátio de alimentos é organizado próximo aos currais de engorda, conforme
demonstrado na figura 1, facilitando o manejo de distribuição da ração.
12
4.2.4. Distribuição de água
A captação de água é realizada através de lagoa localizada na própria
fazenda, armazenada em grandes reservatórios, por meio de bombeamento de
água, capazes de atender todos os setores do confinamento.
4.2.5. Oficina
Outra estrutura componente é a oficina onde são realizadas manutenções
diárias de máquinas, bem como conserto de qualquer equipamento da fazenda.
Neste local, possui sala com ferramentas e posto de combustível.
4.3. Sistema Operacional de Dados
A fazenda Ellus utiliza o sistema Prodap Projetos de Gestão capaz de facilitar
a coleta de vários dados do confinamento ao mesmo tempo. Trata-se de uma
tecnologia voltada à gestão da pecuária, monitorando todo sistema produtivo,
programas de nutrição dinâmicos e sistemas de informação. Um dos produtos,
utilizados é o software Prodap Taurus, com estrutura online e offline, que permite
controlar, rastrear individualmente os animais, desde a entrada até o embarque,
ronda sanitária e capaz de gerar relatórios de gestão fundamental para tomada de
decisões.
Para o setor financeiro, a empresa conta com a plataforma de informática
Protheus, desenvolvida pela TOTVS.
13
5. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS E DISCUSSÃO
5.1. Processamento de animais e Rastreabilidade
O processamento de animais no centro de manejo é bastante intenso,
principalmente na época seca do ano, período que animais mantidos a pasto são
encaminhados ao confinamento. De acordo com Peixoto et al. (1989), o uso do
sistema de produção intensivo de gado confinado representa algumas vantagens,
como abate precoce dos animais, melhor acabamento de carcaça, permite a
produção de esterco garantindo renda extra, além do alívio da pressão de pastejo e
liberação de áreas de pastagens para plantio de outras culturas. Entretanto, a
terminação de animais na fazenda Ellus acontece durante ano todo, sendo
necessárias atividades contínuas neste setor.
Os animais são conduzidos por vaqueiros até o curral de manejo para
realização de procedimentos obrigatórios, durante o mês de Maio, de acordo com o
calendário de vacinação publicado pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (MAPA, 2016). São realizadas práticas como: vacinação,
vermifugação, aplicação de medicamentos, identificação dos animais através da
aplicação de brincos e condução de animais ao embarque e desembarque. Na
tabela 1, podemos observar o protocolo sanitário realizado na fazenda Ellus.
Tabela 1 – Protocolo sanitário adotado na fazenda Ellus Jangada.
Nome comercial Indicação
Dectomax Tratamento e contra nematódeos gastrintestinais e
pulmonares, miíases, bernes, carrapatos, piolhos, ácaros
da sarna e no controle da população da mosca do chifre
Alurabiffa Prevenção contra raiva
Fortress®7 Prevenção contra carbúnculo sintomático, gangrena
gasosa e enterotoxemia dos bovinos
Linovac Prevenção contra botulismo
Aftomune ou Ourovac Aftosa Prevenção contra febre aftosa
Fonte: Elaborado pela autora, 2016.
14
Os funcionários direcionaram os animais até a entrada da seringa, e da
seringa a balança. No local do brete, os animais são contidos para realização da
pesagem, marcação a ferro com o número do lote de destino, vacinação, além da
identificação por botton e brinco do SISBOV (Sistema de Identificação e Certificação
de Bovinos e Bubalinos).
A formação de lotes homogêneos é de extrema importância, e deve ser feita,
com animais de mesma origem, pois, a mistura de novos animais pode levar a nova
disputa por dominância. Os lotes são formados de acordo com sexo, padrão racial e
faixa de peso. De acordo, com a exemplificação mostrada na tabela 2.
Tabela 2 – Formação de lotes para Nelore machos inteiros
Fonte: Elaborado pela autora, 2016.
Os animais que apresentam peso abaixo de 325 kg são considerados animais
de refugo, sendo marcados a ferro na altura do cupim e mantidos posteriormente em
piquetes a pasto.
Para os animais da raça Angus, a faixa mínima de peso para entrada em
confinamento é inferior ao dos zebuínos, podendo ser direcionados com 300kg em
diante. Isso ocorre, devido a sua eficiência na precocidade de acabamento e
velocidade de terminação. O mesmo é observado para animais cruzados, por serem
pouco mais precoces que os nelores, obtendo eficiência de ganho pela heterose.
Anteriormente a cada procedimento realizado, é preparado o notebook no
escritório no modo off-line do sistema Taurus, para abertura de novos lotes e para
obtenção de todas as informações dos animais através da leitura eletrônica do
brinco. Todos os dados coletados no centro de manejo, tanto dos animais a pasto
quanto os confinados, são repassados para o servidor central ao final do dia.
Faixa de Peso (kg) Nº do Lote
325 a 360 47
360 a 390 46
390 a 420 40
420 a mais 33
15
Além do peso, raça, sexo, data de entrada na fazenda e procedimentos
sanitários, o sistema através da leitura eletrônica do brinco identifica os animais
selecionados pela Cota Hilton.
A Cota Hilton representa o volume de cortes especiais do quarto traseiro de
animais precoces, de alto padrão de qualidade imposta pela União Europeia, onde
os preços no mercado internacional correspondem de três a quatro vezes superiores
ao da carne comum e além de garantir tarifas reduzidas na exportação (ABIEC,
2011).
A grande dificuldade em adotar esse sistema é o cumprimento das
exigências, de um sistema eficaz de rastreabilidade dos animais. Para atender os
requisitos rigorosos da Cota Hilton, a fazenda Ellus certifica autenticidade do seu
produto, através do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA),
além de serem animais identificados pelo Serviço de Rastreabilidade da Cadeia
Produtiva de Bovinos e Bubalinos (SISBOV) até a desmama, alimentação exclusiva
a pasto e idade máxima de abate aos 36 meses.
5.2. Embarque de animais
Os animais terminados são direcionados ao abate conforme programação
realizada pelo gerente e nutricionistas da empresa. O embarque é realizado
preferencialmente de manhã, sem submeter o gado a jejum de alimentação e água,
desconsiderando-se apenas 4% do peso vivo animal, referente ao enchimento do
trato digestório. A proporção referente ao trato gastrointestinal, bem como os
componentes não integrantes da carcaça dos animais devem ser descontados, pois
são fatores que impactam diretamente no cálculo do rendimento de carcaça, sendo
um dos principais problemas na variação deste índice muito utilizados pelos
produtores.
Para a realização do embarque, é realizada a preparação do notebook com a
relação da quantidade de caminhões e capacidade de carga. Os caminhões são
pesados em balança rodoviária anteriormente e posteriormente ao carregamento de
animais, para realização do romaneio de pesagem. As informações quanto à placa,
o nome do motorista e check list de embarque são conferidas, ao passo que se
realiza a pesagem dos animais no centro de manejo.
16
Os animais que apresentam baixo escore de condição corporal, e\ou com
período de carência por algum medicamento não suprido, não são embarcados.
Foi observado que durante a passagem dos animais da seringa e do corredor
até entrada do caminhão, a condução do gado era realizada por funcionários com
auxílio de bandeiras, e em ultimas circunstancias utilizavam-se bastão com choque-
elétrico e torção de cauda para permitir o fluxo dos animais.
Ao final de cada carga, é gerado um relatório com toda origem dos animais e
após embarque, todos os documentos como o histórico de saída, minuta, check list
de embarque, romaneio de pesagem, canhoto de nota fiscal e o Guia de Trânsito
Animal (GTA) são anexados e arquivados.
5.3. Balança e Análise de alimentos
Os alimentos fibrosos são disponíveis em piquetes reservados para posterior
corte e ensilagem, enquanto que se realiza a compra de grãos de empresas que
apresentam o melhor custo-benefício.
Para atender a demanda de consumo dos animais, o sistema de
confinamento necessita de grande disponibilidade de alimentos. Neste sentido, a
fazenda recebe frequentemente caminhões carregados de grãos, faz-se a
conferência do peso em balança rodoviária e do teor de umidade (até 14%)
conforme a nota fiscal.
O teor de umidade é o principal fator que afeta a qualidade dos grãos, desde
a colheita até as práticas de armazenagem (FARONI, 1998). O alto teor de umidade
de grãos pode caracterizar em deterioração, além de comprometer no
processamento dos mesmos. Todavia, as análises na fazenda são realizadas
somente depois do processamento dos grãos de milho, fator este que pode
comprometer diretamente na qualidade dos ingredientes.
Durante esse período realizou-se a colheita de capim Panicum Maximum cv.
Mombaça, com tamanho médio de partícula de 10 mm. O monitoramento do
tamanho da partícula é realizado durante todo o período de colheita, verificando-se
afiação das facas e ajustes das contra facas. Os cuidados devem ser tomados para
assegurar a boa picagem do material, visto que, a picagem excessiva pode levar o
aumento da taxa de passagem dos animais e partículas muito grandes podem
dificultar a compactação da forragem no silo.
17
Para a colheita da forragem utilizam-se três caminhões, pesados em balança
rodoviária à medida que são carregados pela colhedora de capim. São anotados o
peso tara e peso bruto dos caminhões para posterior cálculo do peso líquido,
matéria natural total, matéria seca total, área colhida (dado pelo maquinista da
colhedora), além da produtividade de MN\ha e da produtividade de MS\ha do dia.
Para análise de matéria seca, retira-se pequena amostra de capim picado ao
longo do dia, observando que as análises realizadas no período mais quente
possuíam % superior ao período mais fresco. São realizadas de quatro a seis
análises, sendo calculada a média ao final do dia. As análises de matéria seca dos
ingredientes milho e farelo de soja são realizados duas vezes por semana, retirando-
se três amostras em diferentes locais na abertura do estoque para cada ingrediente,
em seguida, misturadas homogeneamente.
A determinação de matéria seca dos ingredientes é obtida através de análise
em forno de micro-ondas. O peso do recipiente (275g) somado ao do ingrediente
totaliza em 500 gramas (recipiente + amostra). O prato é posto no forno micro-ondas
juntamente com um copo com ¾ de água, durante 2 minutos. Ao final de cada
parada é pesado o prato + amostra. O processo é realizado até a estabilização do
peso. Seguiu-se o cálculo para determinação de Matéria Seca (%), conforme abaixo:
Peso da amostra úmida (PU) = Peso do prato(g) + Peso da amostra(g) - Peso do
prato(g)
Peso da amostra seca (PS) = Peso do prato(g) + Peso da amostra seca(g) - Peso
do prato(g)
% de umidade = (PU - PS) / PU x 100
% de Matéria Seca = 100 - % de umidade
5.4. Manejo nutricional
A formulação das dietas é realizada pelos nutricionistas responsáveis da
empresa a partir das informações disponibilizadas pelo sistema Prodap. As rações
são formuladas conforme a categoria animal, disponibilidade de insumos e
equipamentos para mistura/distribuição dos alimentos.
Em seguida, é calculada a meta de consumo de cada lote de animais, para
atingir o resultado esperado. Além da formulação de dietas, o confinamento e os
piquetes a pasto são monitorados constantemente pelos nutricionistas.
18
Os ingredientes das rações são compostos por concentrados energéticos,
concentrados proteicos e volumosos (Tabela 3). Além desses ingredientes, a dieta
dispunha de uma pré-mistura, composta por minerais + 1% de ureia + milho moído.
Os núcleos minerais são compostos por enxofre, fosfato bicálcico, cloreto de sódio,
cálcio, magnésio, potássio, ferro, zinco. Além de minerais, há inclusão de aditivos
nutricionais como a virginiamicina e monensina sódica. O fornecimento de alimentos
era constante, evitando-se períodos sem disponibilidade no cocho, fator que evita o
consumo excessivo e ocorrências de distúrbios digestivos.
Tabela 3 –Teor de matéria seca e NDT (%) dos alimentos componentes das dietas da fazenda Ellus Jangada. Ingredientes MS (%) NDT (%MS)
Mombaça in natura 22 54
Silagem Mombaça 24 53
Silagem Mombaça + Milho 35 69,31
Bagaço de cana in natura 42 33
Casquinha de soja 89 69
Sorgo moído 87 81
Milho moído 89 85
Farelo de Girassol 90 64
Farelo de Soja 89 82
Soja, melaço 70 80
Caroço de algodão 86 85
Torta de algodão 94 68
Pré-mistura 99 0
Fonte: Elaborado pela autora, 2016.
Os ingredientes são depositados no vagão misturador com auxilio de uma pá
carregadeira. O vagão possui balança embutida, assim a quantidade exata é pesada
e misturada por 5 minutos. Em seguida, o vagão segue para as linhas de cocho
fazendo a distribuição da dieta.
5.5. Período de adaptação à dieta
Os animais, ao chegarem ao confinamento, podem não adaptar-se a nova
realidade que é submetida, devido ao ambiente, nova estrutura social ou à dieta.
Somado a isso, os bovinos inteiros tendem a apresentar sodomia e disputa por
19
dominância, principalmente em uma maior taxa de lotação da baia. Esses fatores
descritos podem resultar em animais de refugo de cocho, com o isolamento do grupo
e com menor consumo da ração. Os animais que apresentam refugo de cocho ficam
mais fracos, a imunidade diminui e se torna uma brecha para outras doenças se
manifestarem. Os animais que se encontram em tal situação são imediatamente
tratados com medicamentos específicos, encaminhados para piquetes enfermaria
com acesso livre a forragem e suplementação no cocho. Para manter os animais
sadios e apresentando ganho de peso constante é necessário fazer um período de
adaptação dos animais a dieta concentrada.
A fazenda Ellus, adota a utilização de apenas uma ração com menor teor de
energia como protocolo de adaptação. O método segue pela redução gradativa do
volumoso na dieta, iniciando com maior teor de volumoso no período de adaptação
(Figura 2).
Figura 2. Cronograma nutricional adotado pelo confinamento Ellus – Jangada. 10 dias 7 dias 7 dias dias até ao abate
Trato1
Trato2
Trato3
Trato4
Adaptação
Dietas:
Crescimento
Terminação
Acabamento
Fonte: Elaborada pela autora, 2016.
O grande desafio do período de adaptação é fazer uma adaptação segura
para o ambiente ruminal e ao mesmo tempo desafiar os animais a obterem máxima
eficiência de ganho.
A adaptação ao cocho dura apenas 10 dias, com o fornecimento da dieta de
adaptação com 60% de volumoso. Na sequência, é distribuída a dieta de
crescimento com 48% de volumoso e a dieta de terminação com 25% de volumoso,
ambas com duração de 7 dias. Por fim, segue-se com a dieta final de acabamento
com relação volumoso: concentrado (%) de 22:78 fornecida aos animais até ao
abate.
De acordo com Brown et al. (2006), a adaptação deve ser por no mínimo 14
dias, visto que, animais adaptados em menores períodos apresentaram menor
20
ganho de peso a adaptação ou durante todo o período de alimentação. Bevans et al.
(2005) acrescentam que animais adaptados em período curto (5 dias), apresentaram
intensa variação do pH ruminal, aumentando o risco de acidose quando a um
período de 17 dias de adaptação. Na fazenda Ellus, nota-se que o tempo de
permanência sobre a dieta de adaptação é relativamente curto. Todavia, a dieta de
crescimento também contribui com certa quantidade de volumoso para uma
adaptação gradativa dos animais sobre uma dieta altamente concentrada. Além
disso, a adaptação começa desde a recria a pasto, onde os animais são
acostumados a ingerir certa quantidade de concentrado através de estratégias de
suplementação.
Uma breve descrição da composição da dieta dos animais nos primeiros dias
de confinamento é apresentada na Tabela 4.
Tabela 4 – Composição da dieta de adaptação, considerando total de 6000 kg, matéria seca (MS) e matéria orgânica (MO) em %.
Ingredientes MS (%) MO (%)
Silagem Mombaça 24 67,05
Milho moído 89 22,51
Caroço de algodão 86 2,34
Farelo de Soja 89 5,6
Pré-mistura Adaptação 95 2,5
Fonte: Elaborada pela autora, 2016.
Mesmo com a utilização de uma dieta com composição altamente volumosa,
os animais tendem a apresentar baixo consumo principalmente nos primeiros dias
em confinamento (figuras 4, 5, 6). Buhman (1999) indica que o grande desafio
durante a fase de adaptação é o baixo consumo voluntário dos animais. Tornando-
se o período mais crítico no confinamento, pois quando negligenciado pode
comprometer o ganho de peso inicial, gerar distúrbios metabólicos e
consequentemente prejudicar o desempenho final dos animais.
Os dados de consumo dos animais na primeira semana em 54 currais de
diferentes confinamentos, mostraram que cerca de 21,57%, continham animais que
consumiram menos que 1,4% do peso vivo na primeira semana (FEED MANAGER,
2010). Com base na energia média das dietas utilizadas em confinamentos
brasileiros, consumos menores que 1,4% do peso vivo estarão abaixo das
21
exigências de mantença, animais que se encontrarem em tal situação, perderão
peso na primeira semana (PAULINO et al.,2010).
Os animais das raças nelore, angus e nelore x angus com o mesmo período
de entrada e lotação no confinamento foram avaliados quanto ao consumo de
matéria seca (%PV) na primeira semana (figura 3).
Os animais nelores avaliados (figura 3) apresentaram baixo consumo de
matéria seca (%PV) nos três primeiros dias de confinamento, no entanto, ao final da
primeira semana pode-se observar a ingestão dentro do recomendado por
nutricionistas.
Figura 3. Consumo de matéria seca (%PV) dos animais Nelore, Angus e Nelore x Angus, observado na primeira semana de confinamento.
Fonte: Elaborada pela autora, 2016.
A adoção de um período de adaptação no confinamento Ellus, permite que os
animais apresentem elevação gradual do consumo de matéria seca, característica
importante para atingir o padrão mais rápido possível de consumo da dieta final. Os
resultados encontrados estão de acordo com Almeida (2005), os quais demostraram
a necessidade de adaptação dos animais em 10 dias, para que apresentem
consumo próximo a meta estabelecida (em torno de 9 a 11 kg de MS/dia) nos
primeiros 7 dias e equilíbrio em 3 dias antes da mudança da dieta.
As figuras seguintes (figuras 4, 5, 6), apresentam o consumo de energia dos
animais nelore, cruzado e angus, respectivamente, considerando os primeiros 30
dias em confinamento.
22
Figura 4. Consumo de nutrientes digestíveis totais (CNDT) dos animais Nelore, quanto à meta, previsão e ocorrido nos primeiros 30 dias de confinamento.
Fonte: Roni Videschi, 2016. Figura 5. Consumo de nutrientes digestíveis totais (CNDT) dos animais cruzados
(Nelore x Angus), quanto à meta, previsão e ocorrido nos primeiros 30 dias de confinamento.
Fonte: Roni Videschi, 2016.
Figura 6. Consumo de nutrientes digestíveis totais (CNDT) dos animais Angus, quanto à meta, previsão e ocorrido nos primeiros 30 dias de confinamento.
Fonte: Roni Videschi, 2016.
Angus
Dias de confinamento
Nelore
Co
ns
um
o d
e N
DT
(kg
\dia
)
Nelore x Angus
Dias de confinamento
Co
ns
um
o d
e N
DT
(kg
\dia
)
Dias de confinamento
Co
ns
um
o d
e N
DT
(kg
\dia
)
23
A meta para o período de adaptação em confinamento é que os animais
aumentem o consumo de energia o quanto antes. Nessa situação, o momento
estipulado como meta para que os animais obtenham consumo final desejado de
energia é atingido ao 24º dia. Terencio e Velasco (2009) ao analisarem animais
confinados da raça Nelore, não castrados, sobre a meta de consumo ao 21º dia,
verificaram que o quanto antes o consumo alvo for atingido, aos animais
apresentaram um ganho de peso adicional de 0,03 kg/dia. Ao passo que, animais
que necessitaram de uma semana a mais para atingir o consumo desejado
representaram ganho de peso 14,56% inferior aos que atingiram meta de consumo
em 21 dias após entrada no confinamento.
Os animais Bos taurus indicus (figura 4) apresentaram-se mais sensíveis ao
consumo de concentrado, ficando abaixo da meta estipulada nos três primeiros dias
de cocho. No entanto, o que se nota é o aumento brusco do consumo no quarto dia
de adaptação, seguido por um aumento gradual e constante de acordo com a meta
estabelecida. O mesmo comportamento foi observado em animais cruzados (figura
5) nos primeiros dias, porém verificou-se a queda de consumo durante a transição
da dieta.
De acordo com evidências científicas, os animais zebuínos possuem menor
requerimento energético para mantença e para crescimento, decorrente da menor
produção de calor (maior adaptação) em relação aos animais taurinos (PAULINO et
al., 2014). Os mesmos autores afirmam que animais cruzados (zebuínos x taurinos)
que procuram associar adaptação e produção, garantem incremento da
produtividade, pelo ganho de peso, desempenho reprodutivo e precocidade dos
animais.
Como esperado os animais Angus (figura 6) apresentaram desempenho
consistente em dietas altamente concentrada, sobre o consumo superior de energia
quando comparados aos animais zebuínos. O consumo real desses animais foi
superior à meta estabelecida, apresentando variação de consumo durante a
mudança de dieta.
A variação de consumo durante a transição da dieta pode ter sido associada
por algum erro de manejo, seja no carregamento da quantidade adequada ou na
distribuição correta no cocho. Para que os animais apresentem consumo crescente
da dieta o manejo deve ser consistente, sendo realizada com a oferta na quantidade
24
correta, a mesma frequência de trato e realizar a transição de dietas de forma
gradativa.
5.6. Ferramentas Auxiliares
5.6.1. Leitura de cocho
Existem duas formas de se realizar o manejo de cocho, Erickson et al. (2003)
citam: o oferecimento da dieta ad libitum (a vontade), ou, no sistema cocho limpo. A
fazenda Ellus trabalha com manejo de cocho limpo, portanto deve atentar para que
não haja restrição alimentar para os animais.
A quantidade de ração a ser fornecida é decidida pela avaliação visual e
subjetiva das sobras no cocho, realizada antes do primeiro e do ultimo arraçoamento
do dia, além do comportamento dos animais na procura de alimento (LOPES, 2013).
Realizou-se o acompanhamento da leitura de cocho durante dois períodos,
um realizado antes do primeiro trato do dia às 5h e outro no final de todos os tratos
às 21h. A leitura é uma avaliação subjetiva que tem por objetivo verificar o consumo
dos animais (tabela 5).
Tabela 5 – Escores de leitura de cocho realizado na Ellus Jangada
Escore Situação Trato realizado (g/NDT/cabeça)
0 Cocho vazio Adiciona quantidade em 150g
1 Cocho com pouca sobra evidente
(camada fina)
Mantém a quantidade do trato anterior
2 20 a 25% do trato anterior
remanescente
Reduz quantidade em 250g
3 Mais que 50% de sobra no cocho Reduz quantidade em 350g
4 Cocho com excesso de ração
(praticamente intocado)
Reduz quantidade em 450g
Fonte: Elaborado pela autora, 2016.
As notas da última leitura de cocho do dia são lançadas no software Taurus
que automaticamente calcula a quantidade a ser fornecida no dia seguinte. A
recomendação no aumento ou na diminuição da oferta de ração é avaliada ao longo
do dia pelos nutricionistas, através dos dados gerados no sistema (consumo de
energia) e pelo comportamento dos animais à procura de alimento.
25
Algumas vantagens podem ser observadas na prática do manejo de cocho
limpo, pela melhor eficiência alimentar, menor quantidade de alimento fornecida,
menor despesa com mão de obra, melhor sistema na limpeza de cochos e no
controle de estoque de ingredientes (HICKS et al., 1990).
Além disso, é muito importante ter atenção na diferença de sobra e resto.
Sobra o animal ainda consome e o resto deve ser descartado, pois pode ter
presença de impurezas, qualidade inferior de alimento que os animais não
consomem. Antes do trato no cocho, os funcionários identificam se os cochos
possuem resto ou sobra, para que com auxilio de pás possam retirar ou revolver a
quantidade de alimento disponível.
É de fundamental importância que seja realizado a pesagem correta dos
ingredientes no vagão, frequência nos horários de trato e a mesma sequência das
linhas de confinamento, para não alterar a rotina e afetar negativamente o consumo
dos animais.
5.6.2. Escore de fezes
A leitura de escore de fezes é realizada a cada duas semanas ou na mudança
de ingredientes da dieta, com intuito de verificar antecipadamente a presença de
distúrbios metabólicos. A presença de muco e sangue nas excretas, bem como
fezes líquidas são alguns dos fatores que indicam o quadro de acidose ruminal nos
animais.
A avaliação do escore de fezes realizada (figura 7) apresentou cerca de 80%
na condição pastosa/ideal nos três dias analisados, no entanto, é necessário
observar individualmente a situação de cada lote, identificando os animais que
apresentam distúrbios e possam ser tratados rapidamente.
26
Figura 7. Escore de fezes realizado no confinamento Ellus.
Fonte: Elaborada pela autora, 2016.
5.7. Outras Atividades
O check list de campo é uma ferramenta que auxilia na coleta de informações,
quanto à qualidade de cerca (boa ou ruim), qualidade da água da bebida (limpa,
turva ou suja), altura de pasto (10, 20, 30 ou 40 cm), situação de cocho (vazio ou
cheio), disponibilidade de sal (quantidade de sacas de sal), além da quantidade de
animais e categoria referente a cada piquete. Estas informações são armazenadas
em banco de dados no Excel.
A ronda sanitária é uma vistoria com objetivo de verificar qualquer
anormalidade a saúde dos animais, tanto a pasto como em confinamento. Quando
algum animal doente é observado, anota-se a identificação do botton, o curral de
ocorrência, a data, o medicamento, dose utilizada e lançam-se os dados no software
Taurus. O check list e a ronda sanitária são realizados diariamente por vaqueiros,
permitindo a identificação antecipada de possíveis problemas, bem como solucioná-
los o mais rápido possível.
Condição das excretas
27
6. CONCLUSÕES
Diante dos resultados apresentados neste estudo, o protocolo de adaptação
pelo uso de uma única ração com menor teor de concentrado que a dieta final
adotada pela fazenda Ellus permitiu o desempenho dos animais (Nelore, Angus e
Nelore x Angus) atendendo a meta de consumo pré-estabelecida pelos
nutricionistas. A adaptação com duração de 10 dias foi possível graças à estratégia
de suplementação adotada em animais antes da entrada em confinamento.
O maior consumo de nutrientes digestíveis totais para os animais da raça
Angus é evidenciado pelo maior requerimento energético para mantença em
comparação aos animais nelores (mais adaptados ao ambiente tropical). A utilização
de animais cruzados (Nelore x Angus) se torna interessante na associação da
adaptação ao ambiente e maior produtividade.
Além do protocolo de adaptação adotado pela fazenda, práticas de manejos
como a leitura de cocho e avaliação de fezes se fez necessária para que os animais
apresentem consumo constante e crescente da dieta concentrada, sem apresentar
distúrbios nutricionais. Outras práticas adotadas como monitoramento diário, check
list de campo e ronda sanitária, garantem o controle e bom funcionamento do
confinamento.
28
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estágio curricular permitiu conhecer todo o sistema de produção de bovinos
de corte confinados. Além disso, permitiu-se a aquisição de experiência prática na
área, que somada ao conhecimento de nutrição animal durante a graduação,
contribuíram um pouco mais para o crescimento pessoal e profissional.
Os pontos observados durante o estágio em confinamento foram que:
O objetivo gira em torno de engordar bois e terminá-los o mais rápido
possível, de maneira que gere mais lucros do que gastos para a
empresa;
O gerenciamento é a base fundamental para o sucesso do
confinamento;
A gestão de pessoas é de extrema importância para que trabalhadores
realizem o trabalho com eficiência;
Os animais gostam de rotina, porém os trabalhadores devem possuir
escala de folga, permitindo a qualidade de vida aos funcionários e que
a constância de tratos aos fins de semana não seja alterada;
O volume de animais processados no centro de manejo é muito grande
e a práticas que ferem o bem-estar animal passam a ser constantes
(uso de choque-elétrico).
A pouca experiência prática no setor de bovinocultura de corte durante a
graduação foram uma das dificuldades enfrentadas e superadas. Entre outras
dificuldades, foi evidenciada a necessidade de mais experiências práticas, de mais
estudos na área de nutrição animal que passam a ser fator para o avançar diário no
conhecimento e profissionalismo.
29
REFERÊNCIAS
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