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Universidade Federal de Juiz de Fora
Faculdade de Fisioterapia
Juliana Doro
Lílian Pereira Verardo
EFEITO DA IDADE SOBRE A MODULAÇÃO AUTONÔMICA CARDÍACA
EM HOMENS SADIOS E COM FATORES DE RISCO
PARA DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA
Juiz de Fora
2010
Juliana Doro
Lílian Pereira Verardo
EFEITO DA IDADE SOBRE A MODULAÇÃO AUTONÔMICA CARDÍACA EM
HOMENS SADIOS E COM FATORES DE RISCO PARA DOENÇA ARTERIAL
CORONARIANA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à
Faculdade de Fisioterapia da Universidade
Federal de Juiz de Fora como requisito parcial à
obtenção do título de Graduação em
Fisioterapia.
Orientadora: Profa. Drª. Lílian Pinto da Silva
Juiz de Fora
2010
3
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus pais, Ana e Pedro e ao meu irmão Bruno e as minhas
tias Eloisa e Edeltrudes.
Juliana Doro
Dedico este trabalho aos meus pais, Bernadete e Pedro e aos meus irmãos Rogério e
Laura.
Lílian Pereira Verardo
4
Agradecimentos
Gostaria de agradecer a todos aqueles que de alguma forma doaram um pouco de si para
que a conclusão deste trabalho se tornasse possível:
À Deus, por iluminar meu caminho para que o seguisse com sabedoria e conseguisse
concluir mais essa etapa da minha vida.
À minha mãe Ana, pelo amor, incentivo e exemplo de força, por lutar pela educação de
cada filho. Sempre presente e vibrando a cada conquista e me apoiando em cada
obstáculo encontrado ao longo do caminho.
Ao meu pai Pedro, que mesmo não vivenciando o dia-a-dia, esteve presente em meu
coração, proporcionando o carinho e educação que precisava.
Ao meu irmão Bruno, por me incentivar e apoiar em todos os momentos.
As minhas tias Eloisa e Edeltrudes, que estiveram sempre presentes, me apoiando e
incentivando, ajudando para que esse sonho se tonasse realidade.
A minha dupla e amiga, que esteve presente ao longo de toda a minha caminhada,
dividindo os momentos de alegria, das conquistas e de frustrações. Por sempre me ajudar
e apoiar em todos os momentos, não permitindo eu desistisse do meu objetivo.
Aos professores que contribuíram para minha formação acadêmica.
Aos professores Jorge, Mateus e Gaby pelo incentivo e doação de seus conhecimentos,
contribuindo para o enriquecimento deste trabalho.
Em especial à minha orientadora professora Lílian, sempre paciente e educada, por ser
um exemplo de profissionalismo, pela confiança ao aceitar minha orientação, pela
sabedoria compartilhada e pela dedicação com que conduziu este trabalho.
5
Aos amigos de faculdade, que estiveram comigo durante esse percurso, em tantos
momentos divertidos e em outros de incertezas, deixando boas lembranças desses 5
anos juntos.
Às meninas do projeto Camila, Isabelle, Taymara e Camilla, que ajudaram no
desenvolvimento de todo o processo para que este trabalho fosse possível.
À todas as pessoas que disponibilizaram seu tempo para a participação deste estudo.
Enfim, à todos que contribuíram de alguma maneira para a conclusão de mais uma etapa
em minha vida.
Juliana Doro
6
Agradecimentos
Primeiramente agradeço a Deus.
Agradeço aos meus pais, Bernadete e Pedro, por me ensinarem o valor da persistência,
da disciplina e da obediência. Por também não medirem esforços para realizar meus
sonhos, pelo incentivo e dedicação nos momentos de dificuldade e, acima de tudo, por
me amarem incondicionalmente.
Aos meus amados irmãos, Rogério e Laura, que são exemplos, cada um a seu modo, que
aconselham, vibram e lutam sempre pelas minhas conquistas e que hoje dividem comigo
mais uma vitória.
À minha mais que dupla. Minha irmã, amiga e companheira Juliana, que viveu comigo não
apenas este trabalho, mas todo o percurso da faculdade. Dividiu as angustias, as
dificuldades, as alegria e as conquistas. Que essa vitória seja o início de muitas que hão
de vir.
À minha querida orientadora, Professora Lilian Pinto da Silva, a quem tenho profunda
admiração. Exemplo de pessoa e profissional, sem a qual nada teria sido possível. Sou
inteiramente grata pela infinita paciência, confiança e conhecimento oferecido durante
todos esses anos.
Aos meus amigos de faculdade, que me ensinaram no decorrer desses cinco anos o valor
do respeito e a importância da divergência nos pensamentos.
Ao Professor Jorge Perrout e aos integrantes do Grupo de Estudo sobre a Variabilidade,
que contribuíram para o crescimento deste trabalho.
Ao Professor Mateus Laterza e à Professora Gabriela Trevizani, pela confiança
depositada, apoio, ajuda e, principalmente, pela disponibilidade de fazerem parte desta
banca.
7
Às meninas do projeto: Camilla, Isabelle, Taymara e Camila. Expresso-lhes minha
gratidão por terem unido forças e trabalho com afinco na realização desta pesquisa.
Agradeço aos voluntários, que se disponibilizaram e contribuíram para nosso aprendizado
e crescimento científico.
Aos meus professores e supervisores de estágio, por fazerem com extrema competência
seu trabalho e pelas oportunidades de aprendizado oferecidas, contribuindo de maneira
efetiva para a minha formação.
E finalmente, agradeço a todos que participaram da minha formação de alguma forma
possibilitaram esta conquista.
Lílian Pereira Verardo
8
Resumo
Introdução: A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é um método não invasivo
empregado para avaliação da modulação autonômica cardíaca. Mudanças nos
padrões da VFC fornecem um indicador sensível e preditor de comprometimentos da
saúde.
Objetivo: O presente estudo tem por objetivo comparar as medidas de VFC em
indivíduos saudáveis e com fatores de risco para doença arterial coronariana (DAC),
separados por faixas etárias (Jovens, Meia-idade e Idosos), a fim de se investigar os
efeitos da idade e da presença de fatores de risco para DAC sobre a modulação
autonômica cardíaca.
Métodos: Foram estudados 31 homens sadios e 31 homens com fatores de risco
para DAC (hipertensão arterial, diabetes e obesidade), com idades entre 20 e 71 anos.
Os batimentos cardíacos foram coletados em repouso por um monitor de freqüência
cardíaca (Polar®, S810i) durante 5 minutos. Foram calculadas medidas de VFC nos
domínios do tempo (MNN, SDNN, RMSSD e pNN50) e da freqüência (análise
espectral: bandas de baixa (LF) e alta freqüência (HF) e razão LF/HF). Os dados
foram comparados por meio dos testes de Kruskal-Wallis e de Mann-Whitney e da
análise de variância de duas entradas ( = 0,05).
Resultados: As variáveis de VFC, tanto no domínio do tempo como no domínio da
freqüência, apresentaram valores significativamente menores a partir da faixa etária de
meia-idade em comparação a faixa etária de jovem em ambos os grupos (sadio e fator
de risco), sem diferenças quanto aos grupos. O nível de atividade física regular dos
indivíduos idosos foi maior do que os de meia-idade no grupo fator de risco.
Conclusão: A redução da VFC com o aumento da idade, não sofreu influência da
presença de fatores de risco para DAC e não provocou prejuízos no balanço simpato-
vagal.
PALAVRAS-CHAVES: Variabilidade da Freqüência Cardíaca; Fatores de Risco para
Doença Arterial Coronariana; Jovens; Meia idade; Idosos.
9
Abstract
Introduction: The heart rate variability (HRV) is a noninvasive method used to evaluate
the cardiac autonomic modulation. Changes in patterns of HRV provides a sensitive
indicator and predictor of health impairments.
Objective: This study aims to compare the measures of HRV in healthy individuals with
risk factors for coronary artery disease (CAD), separated by age groups (Young, Middle-
aged and elderly), in order to investigate the effects of age and the presence of risk factors
for CAD on cardiac autonomic modulation.
Methods: We studied 31 healthy men and 31 men with risk factors for CAD (hypertension,
diabetes and obesity), aged between 20 and 71 years. The heartbeats were collected at
rest for a heart rate monitor (Polar ®, S810i) for 5 minutes. HRV measures were calculated
for time domain (MNN, SDNN, RMSSD and pNN50) and frequency (spectral analysis,
bands of low (LF) and high frequency (HF) and ratio LF / HF). Data were compared using
the Kruskal-Wallis and Mann-Whitney test and variance analysis of two entries ( = 0.05).
Results: The variables of HRV in both time domain and frequency domain values were
significantly lower from the age group of middle-aged compared to young age in both
groups (healthy and risk factor), no differences in the groups. The regular physical activity
level of older individuals was higher than the middle age group factor risk.
Conclusion: The reduction in HRV with aging, not influenced by presence of risck factors
for CAD and caused no damage in sympathetic-vagal balance.
KEY-WORD: Heart Hate Variability; Risk Factors for Coronary Artery Disease; Young; Middle Age; Elderly.
10
Lista de Figuras
FIGURA 1 - Sinal de eletrocardiograma com destaque para os intervalos
entre as ondas R (iRR), do complexo QRS, as quais representam a
despolarização dos ventrículos ........................................................................
17
FIGURA 2 - Caracterização da amostra no que diz respeito às porcentagens
dos fatores de risco para DAC encontrados no Grupo Fator de Risco ............
23
FIGURA 3 – Caracterização da amostra no que diz respeito às
porcentagens dos fatores de risco para DAC encontrados na faixa etária
jovem no Grupo Fator de Risco .......................................................................
24
FIGURA 4 – Caracterização da amostra no que diz respeito às
porcentagens dos fatores de risco para DAC encontrados na faixa etária
meia-idade no Grupo Fator de Risco ...............................................................
24
FIGURA 5 – Caracterização da amostra no que diz respeito às
porcentagens dos fatores de risco para DAC encontrados na faixa etária
idosa no Grupo Fator de Risco ........................................................................
25
FIGURA 6.A - Série temporal de iRR coletados durante 10 minutos .............. 28
FIGURA 6.B - Série temporal de iRR normais (iNN) nos 5 minutos de menor
variância selecionados automaticamente e que serão considerados para o
cálculo das variáveis utilizadas para a análise da VFC ...................................
28
11
FIGURA 7 - Interface do software Kubios HRV Analysis, versão 2.0 .............. 29
FIGURA 8 - Função densidade espectral de potência, estimada pela
Transformada Rápida de Fourier, para uma série temporal de iNN. As
bandas de muito baixa frequência (VLF), baixa frequência (LF) e alta
frequência (HF) presentes na PSD estão representadas nas cores preta,
cinza e branca, respectivamente ......................................................................
32
FIGURA 9 – Gráfico da média da massa corporal (Kg) dos indivíduos do
grupo Sadio e do grupo Fator de Risco para DAC ...........................................
36
FIGURA 10 - Gráfico da média das estaturas (m) dos indivíduos do grupo
Sadio e do grupo Fator de Risco para DAC .....................................................
36
FIGURA 11 – Gráfico da média do Índice de Massa Corporal dos indivíduos
do grupo Sadio e do grupo Fator de Risco para DAC ......................................
37
FIGURA 12 - Gráfico da média das PAS dos indivíduos do grupo Sadio e do
grupo Fator de Risco para DAC .......................................................................
37
FIGURA 13 - Gráfico da média das PAD dos indivíduos do grupo Sadio e do
grupo Fator de Risco para DAC .......................................................................
38
FIGURA 14 - Gráfico do índice MNN nas faixas etárias e nos grupos
estudados .........................................................................................................
39
12
FIGURA 15 - Gráfico do logaritmo natural do índice SDNN nas faixas etárias
e nos grupos estudados ...................................................................................
40
FIGURA 16 - Gráfico do logaritmo natural do índice RMSSD nas faixas
etárias e nos grupos estudados .......................................................................
41
FIGURA 17.A - Boxplots do índice pNN50 no grupo sadio ............................. 42
FIGURA 17.B - Boxplots do índice pNN50 no grupo fator de risco ................. 42
FIGURA 18 - Gráfico do logaritmo natural das componentes espectrais
pertencentes à banda de baixa freqüência (LF), expressas em potência
absoluta (ms²), nas faixas etárias e nos grupos estudados .............................
43
FIGURA 19 - Gráfico do logaritmo natural das componentes espectrais
pertencentes à banda de alta freqüência (HF), expressas em potência
absoluta (ms²), nas faixas etárias e nos grupos estudados .............................
44
FIGURA 20 - Gráfico da razão entre as componentes espectrais
pertencentes às bandas de baixa e de alta frequência (LF/HF) para cada
faixa etária estudada e grupo estudado ...........................................................
45
FIGURA 21 - Gráfico dos escores de NAF habitual em cada faixa etária e
grupos estudados .............................................................................................
46
13
FIGURA 22.A - Boxplots dos escores de NAF regular no grupo sadio ........... 47
FIGURA 22.B - Boxplots dos escores de NAF regular no grupo fator de
risco..................................................................................................................
47
14
Lista de Tabelas
TABELA 1 - Caracterização da amostra no que diz respeito aos
medicamentos utilizados pelos indivíduos do grupo Fator de Risco para
DAC .................................................................................................................
26
TABELA 2 – Descrição dos índices de VFC calculados no domínio do
tempo e suas correspondentes atuações fisiológicas relacionadas à
modulação autonômica cardíaca ....................................................................
30
TABELA 3 - Caracterização da amostra no que diz respeito ao número de
sujeito (N), estatura, massa corporal, índice de massa corporal (IMC) e
valores pressóricos nas três faixas etárias estudadas. Valores descritos de
médias (erro padrão) ......................................................................................
35
15
Sumário
1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 16
1.1. Modulação autonômica cardíaca .................................................... 16
1.2. Variabilidade da freqüência cardíaca ............................................. 17
1.3. Os fatores de risco para DAC no processo de envelhecimento e suas influências na variabilidade da freqüência cardíaca ...........
18
2. OBJETIVOS .............................................................................................. 21
3. METODOLOGIA E ESTRATÉGIAS DE AÇÃO ........................................ 22
3.1. Aspectos éticos ................................................................................ 22
3.2. Caracterização da amostra .............................................................. 22
3.3. Orientações pré-coleta ..................................................................... 27
3.4. Coleta dos intervalos RR e análise da VFC ................................... 27
3.5. Análise estatística ............................................................................ 33
4. RESULTADO ............................................................................................ 34
5. DISCUSSÃO ............................................................................................. 48
6. CONCLUSÃO ...................................................................................... 50
7. REFERÊNCIAS ......................................................................................... 51
8. ANEXOS ................................................................................................... 56
8.1. Termo de consentimento livre e esclarecido ................................. 56
8.2. Parecer do CEP-UFJF ...................................................................... 58
8.3. Entrevista e avaliação física ............................................................ 59
16
1. Introdução
1.1 Modulação autonômica cardíaca
O Sistema Nervoso Autônomo (SNA), dividido em SNA simpático e parassimpático
(vagal), exerce controle sobre as vísceras com o objetivo de manter o equilíbrio das
funções do organismo. Embora os dois sistemas tenham ações antagônicas, na maioria
dos casos, estes colaboram e trabalham harmoniosamente na coordenação visceral,
adequando o funcionamento de cada órgão às diversas situações a que é submetido o
organismo. Grande parte dos órgãos apresenta inervação mista, ou seja, recebe
influência tanto do sistema simpático quanto do parassimpático (DÂNGELO; FATTINI,
2002).
O coração é provido por esta inervação mista. Os nervos parassimpáticos estão
distribuídos principalmente nos nódulos Sinoatrial (SA), Atrioventricular (AV) e na
musculatura atrial e ventricular. Já os nervos simpáticos distribuem-se para todas as
partes do coração, principalmente no músculo ventricular. Tal distribuição dos nervos
autonômicos permite uma modulação do ritmo intrínseco de geração dos batimentos
cardíacos pelas células do nódulo SA e da condução de impulsos elétricos pelo sistema
de condução do coração (GUYTON; HALL, 2002).
A estimulação dos nervos parassimpáticos provoca a liberação do hormônio
acetilcolina nas terminações vagais. A acetilcolina liberada gera hiperpolarização,
tornando o tecido menos excitável. Assim, este hormônio tem dois efeitos principais no
coração: diminuição da frequência rítmica de despolarização do nódulo SA e diminuição
da velocidade de transmissão do impulso cardíaco para os ventrículos (GUYTON; HALL,
2002).
A estimulação dos nervos simpáticos libera o hormônio noradrenalina nas
terminações sinápticas. Esta estimulação causa efeitos opostos aos da estimulação vagal
sobre o coração, aumentando a frequência e condução das descargas do nódulo SA, o
nível da excitabilidade em todas as regiões do coração e a força de contração de toda a
musculatura cardíaca (GUYTON; HALL, 2002).
A estimulação simpática produz variações de baixa frequência no ritmo cardíaco,
enquanto a estimulação parassimpática gera variações de alta frequência. O somatório
17
destas oscilações dá origem à modificações do ritmo cardíaco batimento a batimento
(SAUL, 1990).
1.2 Variabilidade da frequência cardíaca
A variabilidade da frequência cardíaca (VFC) é uma ferramenta não-invasiva
utilizada para quantificar a modulação autonômica sobre o coração, que é alcançada por
meio da interpretação das oscilações presentes nos intervalos entre sucessivos
batimentos cardíacos de origem sinoatrial (intervalos RR), como também das oscilações
entre sucessivos valores de frequência cardíaca (FC) instantânea (TASK FORCE, 1996)
(Figura 1).
Figura 1 - Sinal de eletrocardiograma com destaque para os intervalos entre as ondas R
(iRR), do complexo QRS, as quais representam a despolarização dos ventrículos.
Os estudos da VFC podem ser realizados por meio da análise de séries temporais
de curta duração, geralmente de 5 minutos coletados por um frequencimetro, ou de séries
temporais de longa duração pelo exame eletrocardiográfico de 24 horas (Holter). A VFC é
estudada em dois domínios: o domínio do tempo, que utiliza análises estatísticas, como
medidas de dispersão, e o domínio da frequência, que identifica os diferentes
componentes de frequência presentes nos intervalos RR normais (iNN) por meio da
análise espectral (TASK FORCE, 1996).
Com base nos estudos realizados observa-se que a diminuição da VFC está
associada de maneira consistente à ocorrência de morte súbita, bem como ao surgimento
de doenças cardiovasculares (STEIN; KLEIGER, 1999). A idade é considerada fator
18
relevante para o aumento do risco para morbidades cardiovasculares e mortalidade.
Portanto, a degeneração do controle autonômico, decorrente do processo de
envelhecimento, identificada pela diminuição da VFC, e a elevação da frequência
cardíaca oferecem aumento do risco de morte por todas as causas (MEERSMAN; STEIN,
2007).
1.3 Influência do envelhecimento e dos fatores de risco para Doença Arterial
Coronariana na variabilidade da frequência cardíaca
Segundo Paschoal et al. (2006), quanto maior a idade menor o valor da VFC, tanto
para medidas calculadas no domínio do tempo quanto para aquelas obtidas no domínio
da frequência. Tal achado foi resultante de um estudo conduzido por estes autores, no
qual foram investigados sinais de batimentos cardíacos de curta duração, por 10 minutos,
de 40 indivíduos de ambos os gêneros, com idades entre 20 e 60 anos, divididos em
quatro faixas de idade. Os achados de Stein et al. (1997) corroboram os de Paschoal et
al. (2006), porém analisando sinais de longa duração. Estes pesquisadores investigaram
60 indivíduos de ambos os gêneros, divididos em dois grupos com média de idades de 67
± 3 anos e 33 ± 4 anos. Os menores valores de VFC foram obtidos no grupo de maior
faixa etária. Entretanto, os dois estudos supracitados não determinaram uma faixa etária
específica correlacionada à redução mais significativa da VFC.
O estudo de Bonnemeier et al. (2003) mostrou que o decréscimo da VFC,
relacionado ao aumento da idade, é mais acentuado entre a segunda e terceira décadas
de vida. Neste estudo foram analisadas séries temporais de intervalos RR de longa
duração de 166 indivíduos (81 homens e 85 mulheres) de 20 a 70 anos, divididos em
cinco faixas etárias. Por outro lado, Antelmi et al. (2004) mostraram que este decréscimo
significativo da VFC com o envelhecimento é observado até a quarta década de vida, não
ocorrendo reduções adicionais após esta faixa etária. Este último investigou sinais de
longa duração de 653 indivíduos (292 homens e 361 mulheres) de 14 a 82 anos, divididos
em seis faixas etárias.
Em estudo realizado por nosso grupo (MIRANDA et al., 2009) analisando sinais de
curta duração em 52 homens sadios de 20 a 74 anos, divididos em seis faixas etárias, foi
19
encontrada redução significativa da VFC a partir da faixa etária de 40-49 anos em
comparação a de 20-29 anos. Estes achados confirmam a redução da VFC com o
aumento da idade e, em concordância com Antelmi et al. (2004), reforçam as evidências
de que esta redução é mais acentuada até a quarta década de vida em indivíduos
saudáveis.
Outro aspecto, além da idade, que pode influenciar reduzindo a VFC é a presença
de fatores de risco para doença arterial coronariana (DAC), como a hipertensão arterial
sistêmica (BARBOSA FILHO; BARBOSA; CORDOVIL, 2002), o diabetes mellitus
(ROCHA et al., 2007), as dislipidemias (LOPES; EGAN, 2006), a obesidade (LOPES;
EGAN, 2006) e o sedentarismo ( MELO et al., 2005).
Segundo Rocha et al. (2007), a VFC encontra-se reduzida em pacientes com
diabetes mellitus, caracterizando alteração da modulação autonômica sobre o sistema
cardiovascular, o que proporciona alto risco para o desenvolvimento de eventos cardíacos
e morte súbita. Cambri et al. (2008) corroboram esse achado e ainda acrescentam que tal
redução está associada à presença de outros fatores de risco para doença
cardiovascular, tais como aumento dos índices de massa e gordura corporal, elevação
dos níveis de colesterol total, triglicérides e lipoproteínas de baixa densidade (LDL-c),
além da redução nos níveis de lipoproteínas de alta densidade (HDL-c).
Rissanen et al. (2001) descreveram que a diminuição da massa corporal em
indivíduos obesos, seja por meio de dieta ou da prática regular de exercícios físicos,
favorece um aumento da atuação vagal sobre o coração, com consequente aumento da
VFC.
Singh et al. (1998) identificaram que indivíduos hipertensos têm menores índices
de VFC e maiores valores de FC de repouso em comparação a normotensos. Além disso,
indivíduos normotensos que apresentam índices de VFC reduzidos estão mais
predispostos ao desenvolvimento de hipertensão arterial. Existem relatos na literatura de
que o tratamento medicamentoso de pacientes hipertensos melhora a modulação
autonômica cardíaca (MOREIRA; JÚNIOR; DAHER, 2004), porém, Huikuri et al. (1996)
mostraram que as alterações da modulação autonômica cardíaca, relacionadas com o
desenvolvimento da hipertensão arterial sistêmica, não foram revertidas com o uso de
drogas para controle dos níveis pressóricos, considerando-se que os indivíduos com
20
hipertensão arterial de longa data apresentaram redução dos índices de VFC a despeito
do tratamento medicamentoso.
Apesar dos conhecimentos expostos acima, ainda são necessários estudos que
investiguem a relação existente entre idade, VFC e fatores de risco para DAC. Valores de
referência para os índices de VFC, de acordo com a idade, ainda não são bem definidos.
Além disso, existe escassez de estudos a respeito da influência dos fatores de risco para
DAC sobre tais valores. Até o presente, apenas o estudo conduzido por Dietrich et al.
(2006), com 1792 sujeitos selecionados a partir do SALPADIA Study, investigou a
modulação autonômica cardíaca, avaliada por meio do cálculo de medidas de VFC em
séries temporais de longa duração, em indivíduos com fatores de risco para DAC
(hipertensão arterial sistêmica, diabetes e distúrbios metabólicos) e sua associação com o
estilo de vida e a idade. Este estudo mostrou a existência de diminuição nas medidas de
VFC com o aumento da idade em pacientes com fatores de risco para DAC,
considerando-se sujeitos de ambos os gêneros com idades entre 50 e 72 anos. Além
disso, os autores identificaram que tal redução ocorre de maneira distinta entre homens e
mulheres, sendo mais evidente nos homens, possivelmente pelo fato das mulheres
apresentaram hábitos de vida mais saudáveis.
Levando-se em consideração o exposto acima a justificativa do estudo proposto é
investigar a modulação autonômica cardíaca, a partir de séries temporais de iRR de curta
duração, em homens sadios e com de fatores de risco para DAC de diferentes faixas de
idade e, a partir daí, auxiliar em futuras estratégias que busquem amenizar e ou retardar
os prejuízos autonômicos decorrentes da idade, contribuindo para a manutenção da
qualidade de vida.
21
2. Objetivos Gerais
1) Estudar a modulação autonômica cardíaca, por meio da VFC, em homens com
fatores de risco para DAC e homens sadios divididos em faixas etárias desde os 20 até os
71 anos.
2) Comparar a VFC dos homens com fatores de risco para DAC com a de homens
sadios em cada faixa de idade investigada.
22
3. Metodologia e Estratégias de Ação
3.1 Aspectos éticos
Todos os voluntários foram primeiramente esclarecidos e orientados a respeito de
suas participações no estudo, quanto aos procedimentos a serem utilizados para a
investigação, o caráter não invasivo dos mesmos e os riscos mínimos envolvidos. Eles
foram familiarizados com o ambiente no qual ocorreram os experimentos, bem como com
os pesquisadores envolvidos. Além disso, foram esclarecidos de que poderiam desistir de
participar do estudo a qualquer momento; após concordarem, assinaram o termo de
consentimento livre e esclarecido elaborado de acordo com a resolução no 196/96 do
Conselho Nacional de Saúde (Anexo 1) e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
UFJF (Anexo 2).
3.2 Caracterização da amostra
Foram recrutados para a coleta de dados apenas sujeitos com um ou mais dos
seguintes fatores de risco para DAC: diabetes mellitus, dislipidemia, hipertensão arterial
e/ou obesidade (Figura 2). A pesquisa teve uma amostra total de 62 sujeitos, sendo todos
não fumantes, do gênero masculino, com idades entre 20 e 71 anos. A amostra foi
constituída de dois grupos:
Grupo Sadio – 31 sujeitos saudáveis, cujos dados foram coletados em estudo anterior
realizado pelo nosso grupo (MIRANDA et al., 2009);
Grupo Fator de Risco – 31 sujeitos com fatores de risco para DAC.
Os sujeitos de ambos os grupos foram distribuídos, de acordo com a idade, em três
faixas etárias: jovens (20 a 39 anos), meia-idade (40 a 59 anos) e idosos (60 a 71 anos),
contendo 11, 12 e 8 sujeitos, respectivamente (Tabela 1).
Foram excluídos pacientes cardiopatas, coronariopatas e indivíduos que
realizavam tratamento farmacológico com drogas que pudessem influenciar a modulação
do SNA sobre o coração e indivíduos fisicamente treinados. Todos voluntários passaram
por entrevista e exame físico (Anexo 3) para investigação dos hábitos de vida, história de
doenças, presença dos fatores de risco para DAC, medicações em uso, verificação da
pressão arterial de repouso. Além disso, todos os voluntários recrutados responderam ao
23
questionário para investigação dos níveis de atividade física habitual e regular que
considera três domínios: atividades físicas ocupacionais, atividades físicas de lazer e
locomoção e exercícios físicos no lazer (Anexo 4). Os sujeitos foram classificados com
fatores de risco para DAC a partir de informações auto-relatadas na entrevista e das
medidas do índice de massa corporal, de acordo com a classificação da Organização
Mundial de Saúde, coletadas no exame físico e aqueles que fazem uso de
betabloqueadores não foram incluídos no estudo.
Figura 2 – Caracterização da amostra no que diz respeito as porcentagens dos fatores de
risco para DAC encontrados no Grupo Fator de Risco.
24
Figura 3 – Caracterização da amostra no que diz respeito as porcentagens dos fatores de
risco para DAC encontrados na faixa etária jovem no Grupo Fator de Risco.
Figura 4 – Caracterização da amostra no que diz respeito as porcentagens dos fatores de
risco para DAC encontrados na faixa etária meia-idade no Grupo Fator de Risco.
25
Figura 5 – Caracterização da amostra no que diz respeito as porcentagens dos fatores de
risco para DAC encontrados na faixa etária idosa no Grupo Fator de Risco.
26
Tabela 1 - Caracterização da amostra no que diz respeito aos medicamentos utilizados
pelos indivíduos do grupo Fator de Risco para DAC.
Grupo Medicamentos em uso Número de sujeitos que fazem uso
Jovem
Captopril 1
Fisnaterida 1
Fluoxetina 1
Insulina Aspart 1
Insulina NPH Humana 1
Naprix 1
Ometec 1
Reforgan 1
Tandrilax (suspensão do uso 24h antes) 1
Meia-idade
Captopril 1
Enalapril 2
Grimipirida 1
HCTZ 2
Insulina 1
Losartan 1
Metformina 1
Omeprazol 2
Puram T4 1
Ritalina 1
Sinvastatina 2
Idoso
Alodipina 1
Amlovasc 1
Analapril 1
Captopri 3
Celebra 1
Cloridrato de Tielopidina 1
Furosemida 1
Glimepirida 1
HCTZ 4
Losartana 4
Metformina 1
Nifedipina 1
Sustrate 1
Tansulon 1
27
3.3 Orientações pré-coleta
A fim de minimizar interferências externas sobre a modulação autonômica
cardíaca, todos os voluntários foram orientados a ingerir uma refeição leve pelo menos
uma a duas horas antes da coleta dos batimentos cardíacos, a não beber bebidas
alcoólicas, café ou qualquer outra bebida que contenha cafeína e a não praticar atividade
física vigorosa nas 24 horas que antecedem o experimento (DIETRICH et al., 2006). Além
disso, antes da execução da coleta, o voluntário foi questionado se na noite anterior, teve
um sono reparador.
3.4 Coleta dos intervalos RR e análise da VFC
Os batimentos cardíacos de cada voluntário foram coletados durante dez minutos
respirando espontaneamente, em repouso e na posição supina, no período da manhã no
Ambulatório de Fisioterapia do Centro de Atenção à Saúde da Universidade Federal de
Juiz de Fora – HU/CAS, por meio do monitor de frequência cardíaca (Polar®, modelo
S810i).
Os valores pontuais dos intervalos entre cada batimento cardíaco (iRR) coletados
foram direcionados ao microcomputador, pela transmissão de dados do receptor de pulso
para o software Polar Precision Performance, utilizando-se interface de emissão de sinais
infravermelhos.
A fim de utilizar séries temporais de curta duração e estacionárias, conforme
recomendado pelas Sociedades Européia e Americana de Cardiologia (TASK FORCE,
1996), esses dados foram transferidos para o aplicativo Matlab, versão 6.0, onde uma
rotina previamente implementada foi utilizada para seleção automática dos cinco minutos
de menor variância, considerados para o cálculo das medidas de VFC (Figura 3).
28
Figura 6 - A: Série temporal de iRR coletados durante 10 minutos; B: Série temporal de
iRR normais (iNN) nos 5 minutos de menor variância selecionados automaticamente e
que serão considerados para o cálculo das variáveis utilizadas para a análise da VFC.
As séries temporais com duração de cinco minutos selecionadas pela rotina
supracitada foram transferidas para o software Kubios HRV Analysis, versão 2.0
(TARVAINEN; NISKANEN, 2008) (Figura 4). Neste aplicativo, foram calculados os índices
de VFC no domínio do tempo e estimada a função densidade espectral de potência, pelo
método não paramétrico da Transformada Rápida de Fourier (MALIK; CAMM, 1995;
SHIAVI, 1999). A Tabela 2 descreve os índices de VFC no domínio do tempo e na Figura
3 encontra-se ilustrada a função densidade espectral de potência com representação das
bandas espectrais.
Para a análise espectral da VFC foram consideradas as bandas de baixa (LF) e
alta frequência (HF) do espectro de potência, expressas em potência absoluta e em
unidades normalizadas, além da razão LF/HF (Figura 5).
29
Figura 7 - Interface do software Kubios HRV Analysis, versão 2.0.
30
Tabela 2 - Descrição dos índices de VFC calculados no domínio do tempo e suas
correspondentes atuações fisiológicas relacionadas à modulação autonômica cardíaca
(TASK FORCE, 1996; RAMAEKERS et al., 1998).
Índice Descrição Interpretação Fisiológica
MNN Duração média dos intervalos RR
normais (INN)
Inversamente proporcional à frquência
cardíaca
SDNN Desvio padrão dos intervalos RR
normais (iNN)
Reflete a modulação simpática e vagal sobre
o coração
RMSSD
Raiz média quadrática das
diferenças entre batimentos
sucessivos
Reflete a modulação vagal sobre o coração
NN50
Contador do número de vezes que
iNN sucessivos apresentam
diferença de duração superior a 50
ms
Reflete a modulação vagal sobre o coração
pNN50 NN50/n Reflete a modulação vagal sobre o coração
31
A razão LF/HF é interpretada como medida indireta do balanço simpato-vagal e a
amplitude das componentes de frequência da banda LF refletem a atuação simultânea
simpática e vagal sobre o nódulo sinoatrial, enquanto a da banda HF reflete
exclusivamente a atuação do vago (AKSELROD et al., 1981; POMERANZ et al., 1985;
PANAI et al., 1986) Tais amplitudes de frequência podem ser medidas em valores
absolutos de potência (ms²), em valores relativos (%) ou em unidades normalizadas (u.n.)
(TASK FORCE, 1996). As medidas em unidades normalizadas (u.n) representam o valor
relativo da amplitude das componentes de frequência, presentes nas bandas LF e HF, em
proporção à potência total do espectro (TP) sem a interferência da banda VLF, variando
entre 0 e 100 (TASK FORCE, 1996):
100)(
)(.).(
2
2
msVLFTP
msLFnuLF (1)
100)(
)(.).(
2
2
msVLFTP
msHFnuHF (2)
32
Figura 8 - Função densidade espectral de potência (PSD), estimada pela Transformada
Rápida de Fourier (FFT), para uma série temporal de iNN. As bandas de muito baixa
frequência (VLF; 0,003 - 0,04 Hz), baixa frequência (LF; 0,04-0,15 Hz) e alta frequência
(HF; 0,15-0,4 Hz) presentes na PSD estão representadas nas cores preta, cinza e branca,
respectivamente. Na tabela estão descritos os valores estimados para a potência pico e
as componentes de frequência (potência absoluta, potência relativa e unidade
normalizada) para cada banda, e a razão baixa frequência/alta freqüência (LF/HF).
Sendo assim, a representação das componentes de frequências das bandas LF e
HF em unidades normalizadas revela a atuação balanceada dos dois ramos do SNA no
controle dos batimentos cardíacos (TASK FORCE, 1996). BOOTSMA et al. (1994)
mostraram a existência de uma relação linear entre as mudanças da banda LF, expressa
em unidades normalizadas, e da freqüência cardíaca durante testes incrementais de
manobra postural ortostática (0 a 80°), fortalecendo a idéia de que acréscimos nos valores
espectrais da banda LF, em unidades normalizadas, indicam aumento da atuação
simpática, em detrimento da atuação vagal, sobre o coração.
Os valores absolutos de potência das componentes de frequência da banda HF
são, razoavelmente, correlacionados com as variáveis RMSSD, NN50 e pNN50,
calculadas no domínio do tempo, enquanto a variável SDNN correlaciona-se com a
potência total do espectro (TASK FORCE, 1996).
33
3.5 Análise estatística
Inicialmente foi realizada uma análise exploratória de todos os dados, por meio de
boxplots, e para verificar se as variáveis investigadas apresentavam distribuição normal
foi realizado o teste de Shapiro-Wilk.
Os dados de VFC no domínio da frequência, expressos em potência absoluta,
assim como o MNN, o SDNN, o RMSSD e a razão LF/HF não apresentaram distribuição
normal. Sendo assim, optou-se pela utilização do logaritmo natural destes dados a fim de
permitir que métodos paramétricos de análise estatística pudessem ser empregados. Os
dados de VFC referentes ao pNN50 e o NAF regular também não apresentaram
distribuição normal, porém não foi utilizado o logaritmo natural, pois haviam valores nulos
nesses dados. (GLANTZ, 1997).
Para a comparação de médias entre as diferentes faixas etárias estudadas
(Jovens, Meia-idade e Idosos) e os diferentes grupos estudados (indivíduos sadios e com
fatores de risco para DAC), foi utilizada a análise de variância de duas entradas (ANOVA),
seguida do teste post-hoc de Tukey. Os dados que não apresentaram distribuição normal
foram analisados por meio do teste de Kruskal-Wallis para comparação entre as faixas
etárias de cada grupo, seguido do teste post-hoc de Tukey, e por meio do teste de Mann-
Whitney para comparação de dados entre os grupos em cada faixa etária estudada.
Os dados de pressão arterial de repouso, massa corporal, estatura e índice de
massa corporal dos grupos sadio e fator de risco para DAC foram comparados por meio
do test t de student, em cada faixa etária.
As análises foram realizadas nos softwares Statistica (versão 6.0) e Matlab (versão
6.0). Para todos os testes estatísticos utilizados, foi adotado o nível de significância de α =
0,05.
34
4. Resultados
Os valores da massa corporal, e do índice de massa corporal foram
estatisticamente maiores no grupo fator de risco em comparação ao sadio, independente
da faixa etária (Figuras 9 e 11). Apesar da amostra do presente estudo incluir indivíduos
com fatores de risco para DAC, os valores da pressão arterial sistólica (PAS) tiveram
diferença estatisticamente significativa apenas entre a faixa etária jovem e a pressão
arterial diastólica (PAD) de repouso não foram estatisticamente diferentes entre os grupos
em todas as faixas etárias estudadas (Figuras 12 e 13).
35
Tabela 3 - Caracterização da amostra no que diz respeito ao número de sujeito (N),
estatura, massa corporal, índice de massa corporal (IMC) e valores pressóricos nas três
faixas etárias estudadas. Valores descritos de médias (erro padrão).
Grupo N Estatura
(m)
Massa
Corporal
(Kg)
IMC
(kg/m²)
PAD
(mmHg)
PAS
(mmHg)
Jovem Sadio 11 1,76
(0,03)
77,60
(2,68)
25,15
(0,91)
71,55
(2,14)
116,18
(2,65)
Meia-idade Sadio 12 1,75
(0,02)
73,22
(2,83)
23,89
(0,75)
76,25
(2,10)
124,67
(3,36)
Idoso Sadio 8 1,66
(4,74)
65,44
(0,03)
23,45
(1,10)
83,50
(4,60)
143,13
(7,68)
Jovem Fator
11
1,78
(0,02)
105,47
(8,04)
33,17
(2,25)
70,73
(1,92)
128,09
(3,72)
Meia-idade Fator 12 1,71
(0,01)
94,27
(4,28)
32,14
(1,37)
85,83
(54,64)
133,75
(5,42
Idoso Fator 8 1,66
(0,01)
86,76
(7,70)
31,73
(2,88)
78,88
(3,85)
134,75
(5,70)
36
Figura 9 – Gráfico da média da massa corporal (Kg) dos indivíduos do grupo Sadio e do
grupo Fator de Risco para DAC.
* Diferença estatisticamente significativa em relação ao grupo sadio.
Figura 10 - Gráfico da média das estaturas (m) dos indivíduos do grupo Sadio e do grupo
Fator de Risco para DAC.
37
Figura 11 - Gráfico da média do índice de massa corporal (Kg/m²) dos indivíduos do
grupo Sadio e do grupo Fator de Risco para DAC.
* Diferença estatisticamente significativa em relação ao grupo sadio.
Figura 12 - Gráfico da média das PAS dos indivíduos do grupo Sadio e do grupo Fator de
Risco para DAC.
* Diferença estatisticamente significativa em relação ao grupo sadio.
38
Figura 13 - Gráfico da média dos valores de pressão arterial diastólica dos indivíduos do
grupo Sadio e do grupo Fator de Risco para DAC.
Os batimentos cardíacos (MNN) não apresentaram diferença estatisticamente
significativa entre as faixas etárias e entre os grupos estudados (Figura 14).
O índice SDNN apresentou valores significativamente menores a partir da faixa
etária de meia-idade para os sadios, quando comparada aos indivíduos jovens sadios,
enquanto que os homens com fatores de risco para DAC não apresentaram diferenças
estatisticamente significativas entre as faixas etárias estudadas (Figura 15).
Por outro lado, tanto o índice RMSSD como o pNN50 mostraram-se reduzidos a
partir da meia-idade, em relação a faixa etária jovem no grupo sadio, enquanto que no
grupo fator de risco, essa redução significativa só foi observada nos homens de meia-
idade em relação aos jovens, sem diferenças em relação aos idosos (Figuras 16 e 17).
39
Grupo FatorGrupo Sadio
Jovens Meia-idade Idoso
Faixa Etária
750
800
850
900
950
1000
1050
1100
MM
N (
ms)
Figura 14 - Gráfico ilustrando os valores médios (marcadores) e intervalo de confiança
0,95 (barras verticais) do índice MNN nas faixas etárias investigadas em homens sadios
(Grupo Sadio) e com fatores de risco para DAC (Grupo Fator).
40
Grupo FatorGrupo Sadio
Jovens Meia-idade Idoso
Faixa Etária
2,6
2,8
3,0
3,2
3,4
3,6
3,8
4,0
4,2
4,4
4,6
4,8
lnS
DN
N (
ms)
*
* *
Figura 15 - Gráfico ilustrando os valores médios (marcadores) e intervalo de confiança
0,95 (barras verticais) do logaritmo natural do índice SDNN nas faixas etárias investigadas
em homens sadios (Grupo Sadio) e com fatores de risco para DAC (Grupo Fator).
*Diferença estatisticamente significativa em relação aos jovens sadios (p < 0,05).
41
Grupo FatorGrupo Sadio
Jovens Meia-idade Idoso
Faixa Etária
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
lnR
MS
SD
(m
s)
* #
*
Figura 16 - Gráfico ilustrando os valores médios (marcadores) e intervalo de confiança
0,95 (barras verticais) do logaritmo natural do índice RMSSD nas faixas etárias
investigadas em homens sadios (Grupo Sadio) e com fatores de risco para DAC (Grupo
Fator). *Diferença estatisticamente significativa em relação aos jovens sadios (p < 0,05).
#Diferença estatisticamente significativa em relação aos jovens com fatores de risco para
DAC (p < 0,05).
42
Grupo Sadio
Jovens Meia Idade Idoso
Faixa Etária
-10
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
pN
N50 (
%)
Grupo Fator de Risco
Jovens Meia Idade Idoso
Faixa Etária
-10
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
pN
N5
0 (
%)
Figura 17. - Boxplots do índice pNN50 nas faixas etárias jovem, meia-idade e idoso para
os Grupos Sadio (A) e Fator de Risco (B). Cada caixa representa os valores mínimo, 1º e
3º quartis e máximo, com a mediana ilustrada pela horizontal no interior da caixa. Os
outliers estão representados por um círculo e os pontos extremos representados por um
asterisco. # Diferença estatisticamente significativa em relação ao grupo jovem (p < 0,05).
A
B
#
#
#
43
No domínio da freqüência, tanto a componente pertencente à banda de baixa
freqüência (LF), quanto a componente pertencente à banda de alta freqüência (HF)
tiveram uma redução na sua potência total em ambos os grupos com uma diferença
significativa a partir da faixa etária meia-idade em comparação aos jovens (Figuras 18 e
Figura 19).
Para a razão LF/HF não foi encontrado diferença estatisticamente significativa
entre os grupos e faixas etárias estudadas (Figura 20).
Grupo FatorGrupo Sadio
Jovens Meia-idade Idoso
Faixa Etária
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,0
7,5
8,0
8,5
9,0
lnL
F (
un
ida
de
ab
so
luta
- m
s²)
*
*
#
#
Figura 18 - Gráfico ilustrando os valores médios (marcadores) e intervalo de confiança
0,95 (barras verticais) do logaritmo natural das componentes espectrais pertencentes à
banda de baixa freqüência (LF), expressas em potência absoluta (ms²), nas faixas etárias
investigadas em homens sadios (Grupo Sadio) e com fatores de risco para DAC (Grupo
Fator). *Diferença estatisticamente significativa em relação aos jovens sadios. #Diferença
estatisticamente significativa em relação aos jovens com fator de risco para DAC (p <
0,05).
44
Grupo FatorGrupo Sadio
Jovens Meia-idade Idoso
Faixa Etária
3,5
4,0
4,5
5,0
5,5
6,0
6,5
7,0
7,5
8,0
8,5
9,0
9,5
lnH
F (
un
ida
de
ab
so
luta
- m
s²)
* * #
#
Figura 19 - Gráfico ilustrando os valores médios (marcadores) e intervalo de confiança
0,95 (barras verticais) do logaritmo natural das componentes espectrais pertencentes à
banda de alta freqüência (HF), expressas em potencia absoluta (ms²), nas faixas etárias
investigadas em homens sadios (Grupo Sadio) e com fatores de risco para DAC (Grupo
Fator). *Diferença estatisticamente significativa em relação aos jovens sadios. #Diferença
estatisticamente significativa em relação aos jovens com fator de risco para DAC (p <
0,05).
45
Grupo FatorGrupo Sadio
Jovens Meia-idade Idoso
Faixa Etária
-1,2
-1,0
-0,8
-0,6
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
lnL
F/H
F
Figura 20 - Gráfico ilustrando os valores médios (marcadores) e intervalo de confiança
0,95 (barras verticais) da razão entre as componetes espectrais pertencentes às bandas
de baixa e alta frequencia (LF/HF) nas faixas etárias investigadas em homens sadios
(Grupo Sadio) e com fatores de risco para DAC (Grupo Fator).
Tanto para o nível de atividade física (NAF) habitual como regular foi observado um
decréscimo com o aumento da idade, porém a faixa etária idosa apresentou um nível
semelhante ao grupo meia-idade. No entanto, somente no grupo fator de risco, o NAF
regular foi significativamente menor na faixa etária meia-idade em comparação a jovem
(Figura 21 e 22).
46
Grupo Fator
Grupo SadioJovens Meia-idade Idoso
Faixa Etária
6,5
7,0
7,5
8,0
8,5
9,0
9,5
NA
F h
ab
itu
al
Figura 21 - Gráfico ilustrando os valores médios (marcadores) e intervalo de confiança
0,95 (barras verticais) dos escores de NAF habitual nas faixas etárias investigadas em
homens sadios (Grupo Sadio) e com fatores de risco para DAC (Grupo Fator).
47
Grupo Sadio
Jovens Meia Idade Idoso
Faixa Etária
-2
0
2
4
6
8
10
NA
F R
eg
ula
r
Grupo Fator de Risco
Jovens Meia Idade Idoso
Faixa Etária
-2
0
2
4
6
8
10
12
NA
F R
eg
ula
r
Figura 22 - Boxplots dos escores de NAF regular nas faixas etárias jovem, meia-idade e
idoso para os Grupos Sadio (A) e Fator de Risco (B). Cada caixa representa os valores
mínimo, 1º e 3º quartis e máximo, com a mediana ilustrada pela horizontal no interior da
caixa. # Diferença estatisticamente significativa em relação ao grupo jovem (p < 0,05).
#
A
B
48
5. Discussão
A variável MNN, inversamente proporcional a frequência cardíaca, apresentou
redução progressiva com o aumento da idade no grupo sadio, enquanto que no grupo
fator ocorreu uma redução da faixa etária meia-idade em relação ao jovem, e um aumento
na faixa etária idosa em relação aos indivíduos de meia-idade, não havendo diferença
estatisticamente significativa tanto entre os grupos como entre as faixas de idade. Esses
achados corroboram os resultados de Antelmi et al. (2004), que mostraram haver uma
elevação gradual dos intervalos consecutivos entre os batimentos cardíacos com o
avanço da idade em séries temporais de longa duração em indivíduos saudáveis. Porém
não foram encontrados na literatura estudos que demonstram o comportamento dessa
variável em indivíduos com fatores de risco para DAC.
Analisando a variável SDNN, observou-se que não houve diferença significativa
entre os grupos, porém ocorreu uma redução estatisticamente significativa entre
indivíduos de meia-idade e idosos, tanto sadios como com fator de risco para DAC, em
relação aos jovens sadios. Sendo assim, há indícios de que o componente rítmico
responsável pela variabilidade apresenta-se reduzido devido ao envelhecimento e não
pela presença de fatores de risco para DAC, já que os jovens sadios não diferiram dos
jovens com fatores de risco para DAC.
No grupo sadio houve redução significativa dos índices RMSSD e pNN50 a partir
da meia-idade, em comparação aos jovens, sem quaisquer diferenças entre os grupos
Sadio e Fator, independentemente da faixa etária. Por outro lado, no grupo de homens
com fatores de risco para DAC estes índices não foram estatisticamente diferentes entre
jovens e idosos, embora os homens de meia-idade tenham apresentados menores
índices em comparação aos jovens. Os achados com respeito ao índice RMSSD
corroboram os resultados de Umetani et al. (1998) e Miranda et al. (2009) que mostram
que há uma redução gradual deste índice com o envelhecimento, em homens sadios. Os
achados com respeito ao índice pNN50 corroboram apenas o estudo de Miranda et al.
(2009), em que houve uma redução progressiva significativa entre as faixas etária de 20-
29 e 40 a 49 anos, contrariando os resultados de Umetani et al. (1998), em que essa
redução só é significativa a partir da sexta década de vida, em indivíduos sadios.
49
No domínio da freqüência, houve uma redução da potência total das componentes
pertencentes à banda LF em ambos os grupos, a partir da faixa etária meia-idade em
comparação a faixa etária jovem, o que indica uma diminuição da atuação autonômica,
com predominância simpática, sobre o coração com o decorrer da idade. Para a potência
total das componentes pertencentes à banda HF, no grupo sadio, houve um decréscimo
acentuado entre a faixa etária jovem e meia-idade, seguida de uma redução relativamente
menor na faixa etária idosa. No grupo fator, esta banda espectral está estatisticamente
reduzida na faixa etária de meia-idade em comparação a jovem, bem como entre a faixa
jovem e idosa. Esse declínio mais evidente da modulação vagal, em ambos os grupos,
pode ser parcialmente justificado pela diminuição no número de células no nódulo sinusal
com o envelhecimento (FERRARI; RADAELLI; CENTOLA, 2003), contradizendo os
achados do grupo fator.
Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas nas bandas
espectrais LF e HF, expressas em unidades normalizadas, bem como na razão LF/HF,
entre os grupos e faixas etárias estudadas Isso implica que não há um prejuízo no
balanço simpato-vagal tanto em decorrência do aumento da idade, como em decorrência
da presença de fatores de risco para DAC.
O NAF habitual não apresentou diferença significativa tanto entre os grupos como
entre as faixas etárias. Porém observou-se uma redução do escore do NAF habitual na
faixa etária meia-idade comparada ao faixa etária jovem, no grupo sadio e uma redução
da faixa etária meia-idade comparada à jovem, seguido de um aumento na faixa etária
idosa comparada a faixa etária meia-idade, no grupo fator. Este achado é decorrente do
fato de que os idosos com fatores de risco, participantes deste estudo, mantêm um estilo
de vida mais ativo do que os indivíduos de meia-idade do mesmo grupo.
A investigação do escore do NAF regular mostrou redução estatisticamente
significativa no grupo fator de risco para DAC somente entre a faixa de jovem e meia-
idade, sem apontar diferença no grupo sadio. A análise das faixas etárias separadas não
mostrou diferença em relação a presença ou não de fator de risco para DAC. Esses
achados mostram que os indivíduos idosos apresentam um NAF semelhante aos
indivíduos jovens, justificado provavelmente pelo tamanho reduzido da amostra. Além
disso, esse resultado pode ter influenciado nas variáveis de VFC, já que estudos
50
evidenciam o exercício aeróbico como um modulador benéfico da variabilidade da
freqüência cardíaca em uma população em envelhecimento (De MEERSMAN, 1993).
No presente estudo, não houve divergência entre os resultados encontrados no
domínio do tempo e no domínio da frequência, sendo encontrada uma redução da VFC ao
longo do envelhecimento, independente da presença de fatores de risco para DAC, porém
não indicando em qual faixa etária ocorre um maior decréscimo, possivelmente devido ao
tamanho reduzido da amostra. Júnior et al. (2004) corroboram tais achados ao
demonstrarem que os índices de VFC reduziram em indivíduos hipertensos quando
comparados aos normotensos, apontando para uma queda no reflexo barorreceptor. Além
disso, estes autores observaram a presença de um ajuste autonômico funcional após
terapia anti-hipertensiva com inibidores da enzima conversora de angiotencia (IECA),
indicando recuperação vagal.
Os resultados do presente estudo mostram uma redução da VFC ao longo do
envelhecimento, não sendo influenciada pela presença de fatores de riso para DAC, em
concordância com os achados de Pletsch (2008) que evidenciou uma diminuição da VFC
nos idosos, decorrente ao fator envelhecimento e não a patogênese da hipertensão
arterial e do diabetes mellitus.
Sabe-se que a VFC está reduzida com o envelhecimento, porém não são
encontrados estudos que apontem em qual faixa etária essa redução é mais significativa.
O presente estudo comparou indivíduos sadios e indivíduos com fatores de risco para
DAC, não sendo encontrados na literatura estudos semelhantes a este.
O presente estudo apresentou como limitações: o tamanho reduzido da amostra na
maioria das faixas etárias estudadas o que dificultou a comparação dos dados de VFC.
Novos estudos devem ser conduzidos, utilizando um número maior de participantes para
esclarecer a relação existente entre VFC, envelhecimento e fatores de riscos para DAC.
A implicação do estudo indica que indivíduos que fazem um controle clínico de sua
patologia conseguem manter a modulação autonômica cardíaca semelhante a de
indivíduos que apresentam apenas como fator influenciador na redução da VFC, a idade.
51
6. Conclusão
De acordo com os resultados do presente estudo, a redução da VFC ocorre em
virtude do envelhecimento, caracterizando uma deterioração da modulação autonômica
cardíaca com o aumento da idade, que não foi influenciada pela presença de fatores de
risco para DAC. Além disso, foi observado que tal alteração não promoveu modificações
no balanço simpato-vagal, o que sugere manutenção da contribuição de ambos os ramos
do sistema autonômico para o controle dos batimentos cardíacos, preservando a
interação entre eles.
52
7. Referências Bibliográficas
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probe of beat-to-beat cardiovascular control. Science. 213(4504):220-222, 1981.
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56
ANEXO 1
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Titulo da pesquisa: Estudo do efeito da idade sobre a modulação autonômica
cardíaca em homens com fatores de risco para doença
arterial coronariana
Responsável: Profa Lilian Pinto da Silva (pesquisadora responsável)
Comitê de Ética: Universidade Federal de Juiz de Fora, Pró-reitoria de Pesquisa,
Campus Universitário s/n. Tel: 3229.3788. E-mail: [email protected]
Site: http://www.propesq.ufjf.br/comites/humanos/envia_comite/comite.htm
Endereços e telefones da pesquisadora responsável:
Profa Lilian Pinto da Silva
Rua Min. Amarílio Lopes Salgado, 50 / apto 102, Cascatinha. Tels. (32) 3217.9493 /
9103.5053
Informações ao participante:
1. O presente termo tem por finalidade esclarecer que você fará parte de um projeto de
pesquisa destinado a um estudo sobre as mudanças da atuação do sistema nervoso
sobre o coração ao longo do envelhecimento.
2. A pesquisa será baseada numa entrevista para conhecer alguns dos seus hábitos de
vida e história de doenças que você apresenta ou já apresentou. Além disso, será
realizada uma breve avaliação física com verificação do seu peso e estatura corporal e
a coleta dos seus batimentos cardíacos para o estudo indireto da atuação do sistema
nervoso sobre o seu coração. Todos estes procedimentos serão realizados uma única
vez no Ambulatório de Fisioterapia do Centro de Atenção à Saúde da UFJF – HU/CAS.
3. A coleta dos batimentos cardíacos será realizada por meio do uso de uma cinta
torácica que emite dados para um relógio de pulso que funciona como receptor
(monitor de freqüência cardíaca). Estes dados serão coletados em repouso, na posição
57
deitada, durante aproximadamente trinta minutos, num horário a ser combinado
previamente com a pesquisadora.
4. A sua participação não implicará em receber bônus, como também não terá ônus. Caso
o tenha, se comprovado for, será ressarcido pela pesquisadora.
5. Você poderá perguntar à pesquisadora todas as dúvidas que tiver a respeito da
pesquisa e dos procedimentos aos quais será submetido. As suas dúvidas serão
prontamente esclarecidas pela mesma.
6. A sua participação envolverá riscos mínimos e você pode desistir de participar da
pesquisa em qualquer momento, não havendo penalizações para tal.
7. Os dados obtidos na pesquisa serão armazenados em total sigilo, sua identidade não
será revelada em hipótese alguma e os dados coletados serão de uso exclusivo dos
pesquisadores envolvidos para a divulgação científica dos resultados da pesquisa.
Eu, ________________________________________________________, portador do
RG nº ____________________________, residente à
_____________________________________________________________________ na
cidade de __________________ - ______, tel:__________________________________
certifico que, tendo lido as informações prévias e sido suficientemente esclarecido pelos
responsáveis sobre todos os itens, estou plenamente de acordo com a realização do
estudo, autorizando a minha participação no mesmo, como voluntário.
Juiz de Fora, ______ de ______________ de ________.
________________________________________________
Voluntário
___________________________________________________
Aluno de Iniciação Científica
_________________________________________________
Pesquisadora responsável / Profa. Lilian Pinto da Silva
1ª via – voluntário da pesquisa / 2ª via – arquivamento com a pesquisadora
58
ANEXO 2
59
ANEXO 3
ENTREVISTA E AVALIAÇÃO FÍSICA
Projeto de Pesquisa: "ESTUDO DA VARIABILIDADE DA FREQUÊNCIA CARDÍACA EM INDIVÍDUOS COM IDADES ENTRE 20 E 80 ANOS".
Data: ____/____/____
1) Identificação:
Nome: ______________________________________________ Data nascimento: ___/___/___
Endereço:_____________________________________________________________________
Bairro: _______________________________ Cidade: _________________________ UF: ___
Telefone(s): _______________________________ Profissão: ________________________
2) Hábitos de Vida
Sono: ( ) Reparador ( ) Não Reparador
( ) Não fumante ( ) Ex – fumante: há quanto tempo parou de fumar? __________________
Etilista: ( ) Sim ( ) Não Qual(is) bebida(s) faz uso: _____________________________
Quantidade semanal: ______________________
Bebe café ou chá: ______ xícaras/dia
Já foi atleta? Sim ( ) Não ( ) Há quanto tempo: _____________ Modalidade: _________
3) Fatores de Risco para Doença Aterosclerótica Coronariana
Hipertensão arterial: Sim ( ) Não ( )
Diabetes: Sim ( ) Não ( )
Obesidade: Sim ( ) Não ( )
Dislipidemia: Sim ( ) Não ( )
Estresse: Sim ( ) Não ( )
4) Sinais e Sintomas Relacionados com Alterações do Sistema Cardiovascular
Lipotímia: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: ______________________________
Síncope: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: ______________________________
Palpitação: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: ______________________________
Dor Precordial: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: ______________________________
Dispnéia: ( ) Sim ( ) Não Há quanto tempo: ______________________________
60
5) Doenças Cardiovasculares: ( ) Sim ( ) Não
Qual (is) _____________________________________________________________________
6) História Patológica Pregressa:
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
7) Climatério: Sim ( ) Não ( )
Reposição Hormonal: Sim ( ) Não ( )
8) Medicações em uso
Descrição Concentração Posologia
9) Avaliação física
Massa corporal: ________Kg Estatura: ________m IMC: ____________ Kg/m2
PA1: _______ / ______ mmHg
PA2: _______ / ______ mmHg
10) O voluntário está apto para participar do estudo? ( ) Sim ( ) Não
Justificativa:
_____________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________
______________________________________________
Aluno (a)
____________________________________________________
Profa Lilian Pinto da Silva – Pesquisadora Responsável
61
ANEXO 4
62
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