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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE SAÚDE E TECNOLOGIA RURAL
UNIDADE ACADÊMICA DE ENGENHARIA FLORESTAL
CAMPUS DE PATOS
JESSICA RODRIGUES LEITÃO
MORFOLOGIA DE SEMENTES, PLÂNTULAS E DO TIRODENDRO DE TRÊS
ESPÉCIES FABACEAE, MIMOSOIDEAE DA CAATINGA.
PATOS, PB
SETEMBRO DE 2014
JESSICA RODRIGUES LEITÃO
MORFOLOGIA DE SEMENTES, PLÂNTULAS E DO TIRODENDRO DE TRÊS
ESPÉCIES FABACEAE, MIMOSOIDEAE DA CAATINGA.
Monografia apresentada à Universidade Federal de Campina
Grande, Unidade Acadêmica de Engenharia Florestal, para
obtenção do grau de Engenheira Florestal.
Orientadora: Prof.ª Dr.ª Maria do Carmo Learth Cunha
PB
SETEMBRO DE 2014
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3
JESSICA RODRIGUES LEITÃO
MORFOLOGIA DE SEMENTES, PLÂNTULAS E DO TIRODENDRO DE TRÊS
ESPÉCIES FABACEAE, MIMOSOIDEAE DA CAATINGA.
Monografia apresentada à Universidade Federal de Campina Grande, Campus de Patos/PB, para a obtenção do Grau de Engenheira Florestal.
APROVADA em: 05/09/14
Dr.ª MARIA DO CARMO LEARTH CUNHA (UAEF/UFCG)
Orientadora
PROF ª Dr.ª ASSÍRIA MARIA FERREIRA DA NÓBREGA (UAEF/UFCG)
1º Examinador
PROF ª Dr.ª MARIA DA GRAÇA VELOSO MARINHO (UACB/UFCG)
2º Examinador
4
À Maria de Fátima Rodrigues Leitão, a pessoa que eu mais amo no mundo (mãe).
OFEREÇO
DEDICO
Ao meu pai: Mário Messias Leitão, aos meus irmãos: Weberson Thalles Rodrigues
Leitão e Wana Thammy Rodrigues Leitão, por vencerem comigo, a Maria Daguia
Rodrigues da Costa por ser espelho e incentivo em minha caminhada.
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, por ser minha luz.
A professora Maria do Carmo Learth Cunha, pela confiança e apoio na minha
formação acadêmica, pela amizade, paciência e ensinamentos repassados. Muito
Obrigada!
A Dannilo Medeiros, pelo amor, carinho e compreensão. E por fazer parte da
minha vida.
A Dona Socorro, por ser uma segunda mãe e acreditar em mim.
Aos meus amigos: Em especial, Rayssa Medeiros, Yathaanderson Mendes,
Jessily Medeiros, Kaio Mariano e Jessica Medeiros. Pela paciência, cumplicidade,
apoio e por dividirem experiências que nunca esquecerei.
A Luana Nóbrega, Julianny Alves, Vilma Moreira, Tamires Leal, Oscar,
Ewerton, Talita, Yuri, Laedy, Artur, Italo, Franzé, Mayara, Joyce, Hítala, Laryssa,
Quézia, Cristiane,Thiago, Yamarash, Gregório, Geovanio, Pajé, Romário, Joey, Auri,
Mauricio, Jessica e Nathany.
equipe “Dorme ujo” pelas noites sem dormir estudando, por compartilhar
conhecimento, amizade e farras: César, Marilia, Rosangela, Simone, Jota J., Alan.
Aos professores que compõem a Unidade Acadêmica de Engenharia
Florestal: Alana Candeia, Ivonete Bakke, Olaf Bakke, Antônio Lucineudo, Assíria
Maria, Lucio Valério, Josuel Arcanjo, Amador de Sousa, Jacob Souto, Patrícia Souto,
Elizabeth de Oliveira, Joedla Rodrigues, Graça Marinho, Francisco de Assis,
Rozileudo da Silva., Izaque Candeia, Ricardo Viegas, Paulo Bastos, Leandro
Calegari, Naelza Wanderley, Rivaldo Medeiros e Gilvan Campelo. Agradeço pelos
ensinamentos, preocupação e caronas dadas ao longo desse percurso.
A minha família, base de tudo;
A Fátima, (fatinha). Pela contribuição na pesquisa, pela amizade, e paciência;
Ao pessoal do estágio na SOS sertão.
A todos que aqui não citei nomes, mas que contribuíram significativamente
para essa conquista. Meu muito obrigado!
6
“Não deixe que a saudade sufoque, Que a rotina acomode,
Que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que Sonhando...
Fazendo que planejando... Vivendo que esperando...” (Luiz Fernando Veríssimo)
7
LEITÃO, Jessica Rodrigues. MORFOLOGIA DE SEMENTES, PLÂNTULAS E DO TIRODENDRO DE TRÊS ESPÉCIES FABACEAE, MIMOSOIDEAE DA CAATINGA.
2014. Monografia (Graduação) Curso de Engenharia Florestal. CSTR/UFCG, Patos-PB, 2014, 56p.
RESUMO
O Bioma Caatinga ainda é pouco estudado se comparado com outros Biomas brasileiros. Porém, apresenta alta biodiversidade além de forte influencia na economia da região. Estudos de morfologia são importantes para dar suporte na identificação e reconhecimento das espécies. Esse trabalho teve como objetivo descrever as diferenças morfológicas entre sementes e plântulas de três espécies de Fabaceae, Mimosoideae nativas da caatinga, para fins de auxiliar no reconhecimento e identificação em estudos de banco de sementes, regeneração natural, dentre outros. Foram analisadas a morfologia externa, interna, biometria, peso de mil sementes, e três fases de desenvolvimento: germinação, plântulas e tirodendro. As espécies estudadas foram: Jurema-branca (Piptadenia stipulacea), Jurema-Preta (Mimosa tenuiflora) e Jurema-vermelha (Mimosa ophthalmocentra). A posição do pleurograma na semente diferiu entre as espécies. As três espécies têm sementes estenospérmicas, albuminosas assim como germinação epígea/fanerocotiledonar com cotilédones foliáceos. As plântulas das três espécies são aculeadas, com presença de nectário extrafloral apenas em P. stipulacea, e tricomas glandulares e foliólulos com glândulas translúcidas apenas em M.tenuiflora. M. ophthalmocentra apresentou folhas alternas dísticas diferindo das demais que são alternas espiraladas.
Palavras-chave: Espécies nativas. Regeneração. Semiárido.
8
LEITÃO, Jessica Rodrigues. MORPHOLOGY OF SEEDS, SEEDLINGS AND TIRODENDRO OF THREE SPECIES FABACEAE, MIMOSOIDEAE OF CAATINGA. Monograph (Graduation) Forest Engineer Course. CSTR/UFCG, Patos-PB, 2014, 56p.
ABSTRACT
The Caatinga biome is still not very studied compared with other Brazilian biomes. However, it shows high biodiversity and a strong influence in region’s economy. Morphology studies are important to support species identification and recognition. This paper aims to describe morphological differences between seeds and seedlings of three Caatinga Fabaceae, Mimosoidea native species in order to help the recognition and identification in studies of seed banks, natural regeneration, among others. The external and internal morphology, biometry and one thousand seeds weight were analyze and three phases of development: germination, seedlings and tirodendro. The studied species were: Jurema-Branca (Piptadenia stipulacea), Jurema-Preta (Mimosa tenuiflora) and Jurema-Vermelha (Mimosa ophthalmocentra). The seed pleurogram position was different among them. All species have estenospermic and albuminous seeds, as well as epigeal/phanerocotyledonary germination with foliaceous cotyledons. Seedlings of three species are aculeate and extrafloral nectary occurred only in P. stipulacea, while glandular trichomes and leaflets translucent glands just in M.tenuiflora. M. ophthalmocentra reported alternating distichous leaves, different from others which are spiraling alternating.
Keywords: Native species. Regeneration. Semiarid.
9
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Aspecto geral das sementes de Piptadenia stipulacea (A) com detalhe do
hilo (B)........................................................................................................................26
Figura 2 Característica do tegumento e do pleurograma (A), do embrião com
detalhe do eixo embrionário e os primórdios foliares (B)..........................................26
Figura 3 Germinação da semente, cotilédones foliáceos (A); epicótilo(B); base
lobada(C), ápice arredondado....................................................................................27
Figura 4 Caracterização do eófilo, pinado(A), Segundo eófilo, bipinado (B)...........28
Figura 5 Pinas acrescidas para o ápice detalhe no parafilídio (A) foliólulo com
nervação eucampdodróma (B)...................................................................................29
Figura 6 Nectário extrafloral elevado côncavo avermelhado( A), nectário extrafloral
e raque acanalada(B).................................................................................................30
Figura 7 Estípulas na base do pecíolo(A), Estipula filiforme no termino da raque,
foliolulos acrescidos para o ápice(B)..........................................................................31
Figura 8 Glândula extrafloral presente na parte adaxial apical vista de frente (A),
glândula extrafloral vista de lado (B)..........................................................................32
Figura 9 Hipocótilo Inerme (A), caule do tirodendro, lenticelado, presença de
acúleos(B)..................................................................................................................32
Figura 10 Tirodendro com 80 cm (A); 20° eófilo, com 10 pares de
folíolos(B)...................................................................................................................33
Figura 11 Aspecto geral das sementes de Mimosa tenuiflora (A) com detalhe do
hilo (B)........................................................................................................................34
Figura 12 Característica do tegumento e do pleurograma (A), do embrião com
detalhe do eixo embrionário e os primórdios foliares (B)...........................................34
Figura 13 Germinação da semente, cotilédones foliáceos (A); ápice truncado (B);
(C) base oblíqua; (D) Hipocótilo.................................................................................35
Figura 14 M. tenuiflora primeiro eófilo (A), segundo par de eófilos(B)....................36
Figura 15 Foliolo com tricomas filiformes com presença de glândulas, nervação
hifódroma (A), tricomas ciliares ou glandulosos na margem e parte abaxial(B)........37
Figura 16 Estípulas triangulares (A), Tricomas presentes no pecíolo, epicótilo com
detalhe no acúleo(B)...................................................................................................37
10
Figura 17 Filotaxia alterna espiralada (A), três pares de pinas, acrescidas para o
ápice...........................................................................................................................38
Figura 18 Aspecto geral das sementes de Mimosa ophthalmocentra (A1) com
detalhe do hilo (B)......................................................................................................39
Figura 19 Característica do tegumento e do pleurograma, com detalhe na micrópila
apical lateral (A), do embrião (B) com detalhe do eixo embrionário e os primórdios
foliares........................................................................................................................40
Figura 20 Germinação da semente, cotilédones de reserva (A); (B) epicótilo; (C)
base oblíqua, ápice truncado(D)................................................................................41
Figura 21 M. ophthalmocentra, eófilo composto, pinado (A), segundo eófilo,
composto, bipinado (B)...............................................................................................42
Figura 22 Folíolo com nervação eucampdódroma, folíolos com coloração
avermelhada no ápice................................................................................................43
Figura 23 Acúleos avermelhados, caule pubescente (A), detalhe nas estipulas
triangulares na base do pecíolo (B)............................................................................44
Figura 24 Foliólulos (A), plântula em fase de análise
final(B)........................................................................................................................44
Figura 25 – Características externas e internas das sementes. De P. stipulacea (A1,
A2), M. ophthalmocentra (B1, B2), M. tenuiflora (C1,
C2)..............................................................................................................................48
Figura 26 Cotilédones de P. stipulacea (A), M. tenuiflora (B). M. ophthalmocentra
(C)...............................................................................................................................48
Figura Estágios finais de análise das plântulas de M. tenuiflora (A), M.
ophthalmocentra(B), e Tirodendro de P. stipulacea...................................................49
11
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 14
2.1 Importância do estudo de morfologia ............................................................. 15
2.2 Sementes ........................................................................................................... 16
2.3 Características morfológicas da plântula ....................................................... 16
2.4 Espécies estudadas .......................................................................................... 17
2.4.1 Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke ....................................................... 17
2.4.2 Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir ................................................................... 18
2.4.3 Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth ................................................. 19
3 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................................... 20
3.1 Condução do experimento, coleta e armazenamento de sementes ............. 20
3.2 Biometria e peso de mil sementes....................................................................20
3.3 Quebra de dormência das sementes ............................................................... 21
3.4 Peso de mil sementes e número de sementes por quilograma .................... 21
3.5 Descrição da germinação, plântulas e tirodendro. ........................................ 22
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................. 24
4.1 Caracterização biométrica e peso de 1000 sementes .................................... 25
4.2. Piptadenia stipulacea ....................................................................................... 27
4.2.1. Caracterização externa e interna da semente ......................................... 27
4.2.2. Morfologia da plântula e do tirodendro. ................................................... 28
4.3. Mimosa Tenuiflora ............................................................................................ 33
4.3.1. Caracterização externa e interna da semente ......................................... 33
4.3.2. Morfologia da plântula. .............................................................................. 34
4.4. Mimosa ophthalmocentra ................................................................................ 39
4.4.1. Caracterização externa e interna da semente ......................................... 39
4.4.2. Morfologia da plântula. .............................................................................. 40
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 50
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 51
12
1 INTRODUÇÃO
Entre os Biomas brasileiros mais explorados encontra-se a caatinga, que
possui ambiente diversificado, proporcionada por apresentar vários tipos de solos,
clima e vegetação que é geralmente caducifólia, xerófila e por vezes espinhosa,
variando de acordo com o tipo de solo e disponibilidade de água (SILVA et al.,
2008).
É o Bioma de maior área na região Nordeste, e estende-se pelo domínio de
clima semiárido, em 6,83% do território nacional. Ocupa parte dos estados
nordestinos e o norte de Minas Gerais (ARAÚJO & SILVA, 2010), com área
aproximada de 844.453km2, cerca de 10% do território nacional (IBGE, 2004). A
precipitação média é de 700mm/ano. É dominado por florestas arbóreas ou
arbustivas, com árvores e arbustos baixos, espinhosos, e com presença de estrato
herbáceo abundante no período chuvoso (PRADO, 2003; GIULIETTI et al., 2004).
Observa-se, na paisagem, que a vegetação original encontra-se antropizada, e
requer a proteção de áreas remanescentes, com destaque para aquelas com
espécies de ocorrência rara, ou ameaçadas (ALBUQUERQUE, 2002).
Apesar da importância biológica, a Caatinga é um ecossistema
negligenciado quanto à conservação da biodiversidade (ANGELIM, 2007). Araújo
(2007) ressalta que dois dos maiores problemas associados ao semiárido são o
elevado grau de degradação e o baixo conhecimento quantitativo e qualitativo da
biodiversidade, pois é, provavelmente, o Bioma com fauna e flora menos estudado
além da degradação desordenada e predatória, nos últimos 400 anos.
O estudo de morfologia vegetal tem importância para a taxonomia, no
reconhecimento de espécies que apresentam variação fenotípica e reflexos de
processos fisiológicos que se expressam por alterações na forma da planta
(JEFFREY, 1982). Os estágios iniciais de germinação e desenvolvimento de plântula
podem contribuir para o processo de estabelecimento da regeneração natural.
Estudos desta natureza facilitam a padronização de identificação através das
ilustrações (GUERRA et al., 2006) ou de chaves dendrológicas.
A recuperação de áreas degradadas tem sido uma constante preocupação
dos pesquisadores da região Nordeste. Muitas são as dificuldades a serem
13
superadas para que os programas de restauração florestal sejam implantados com
sucesso. Dentre elas destacam-se a ausência de conhecimento da vegetação em
áreas naturais e antropizadas (AZEVEDO et al., 2012).
A morfofuncionalidade de plântulas, que considera a posição, exposição e
função dos cotilédones no processo de germinação e crescimento inicial das
plantas, foi abordada nos estudos de Duke (1965; 1969), Ng (1978), Vogel (1980),
Garwood (1983) e Miquel (1987). Esses estudos são considerados referências para
subsidiar trabalhos florísticos, fitossociológicos, taxonômicos (OLIVEIRA, 2001) e de
reprodução das espécies arbóreas nativas (ZIDA et al., 2008), dentre outros.
Ainda são escassos trabalhos que visam o conhecimento da morfologia de
frutos, sementes e plântulas de espécies arbóreas da caatinga. No entanto é
importante estudar e caracterizar sementes e plântulas, pois fornecem subsídios
para diferenciar espécies nos estádios de emergência pós-dispersão, assim como
auxiliam na caracterização de plântulas normais na avaliação de testes de
germinação e vigor.
Diante do exposto, este trabalho tem por objetivo descrever as
características morfológicas entre sementes e plântulas de três espécies de
Fabaceae, Mimosoideaee nativas da caatinga, para fins de auxiliar o
reconhecimento e identificação em estudos de banco de sementes e regeneração
natural.
14
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Importância do estudo de morfologia
Os trabalhos pioneiros na classificação morfológica de plântulas foram
desenvolvidos por Duke (1965; 1969). Posteriormente, Ng (1978) que compilou os
dados de Vogel (1980), Duke e Polhill (1981), Garwood (1983) e Miquel (1987)
contribuíram com novas terminologias, que foram revistas por Garwood (1996) e
Ibarra-Manríquez et al., (2001). Estes trabalhos consideraram aspectos como a
morfologia das sementes, posição e exposição dos cotilédones, filotaxia dos
(eófilos), permanência ou não do envoltório da semente, quantidade de reserva
armazenada após o estabelecimento de plântulas e período de persistência das
reservas nas mudas.
Estudos sobre a morfologia de sementes, descrições das fases iniciais da
germinação e a morfologia de plântula nos estágios iniciais de desenvolvimentos,
subsidiam estudos como: testes de germinação em laboratório produção de mudas
no viveiro, estabelecimento e dinâmica de populações, dentre outros, além de ser
também fundamental para uma melhor compreensão do processo de
estabelecimento da planta em condições naturais (GUERRA et al., 2006). Estudos
desta natureza também auxiliam no reconhecimento das espécies em campo,
estudos de recuperação de áreas degradadas e catalogação de espécies, porque
possibilita identificação imediata e segura, no campo. Gurgel et al., (2012) enfatizam
a importância de estudos de morfologia de plântulas e sua aplicabilidade como
potenciais para a sistemática, além de ser possível demonstrar a existência de
estruturas transitórias entre as fases de plântula e o indivíduo adulto.
Estudos de morfologia de sementes e plântulas têm se intensificado para
espécies ocorrentes na Caatinga. Córdula et al., (2014), estudando área para
conservação de caatinga em Pernambuco, relataram 16 espécies da família
Fabaceae, endêmicas de caatinga o que representou 25% da área estudada, sendo
abordada a morfologia do fruto, semente e embrião. Ainda em Pernambuco, Alves et
al., (2013) realizaram trabalhos com espécies de floresta de restinga, onde foram
descritas a morfologia de nove espécies.
6
15
Estudos desta natureza têm sido realizados em outras fitofisionomias. Lopes
et al., (2012) caracterizou a morfologia de plântulas de cinco espécies arbóreas na
floresta estacional semidecidual, do norte e noroeste paranaense, e interior de São
Paulo. Melo et al., (2007) realizou trabalho com morfologia de frutos, sementes e
plântulas de nove espécies de Protium Burm. f. (Burseraceae) da Amazônia Central
que abrangeu desde a germinação até a formação de plântulas.
Estudar a fase de plântula é importante para estudos de dinâmica da
vegetação, fornecer parâmetros para caracterizar estádios sucessionais e,
juntamente com a morfologia das sementes, pode revelar aspectos da história
ecológica e evolutiva dos mais variados grupos de plantas, além de fornecer
subsídios para trabalhos taxonômicos (GURGEL et al., 2012). Na caracterização
morfológica da germinação de Anadenanthera colubrina (Vellozo) Brenan,
constatou-se o intumescimento da semente e posterior germinação, com ruptura do
tegumento na região da micrópila, e a protrusão da radícula fina, cônica e de
coloração branca, no primeiro dia. A germinação é do tipo epígea-fanerocotiledonar,
com o desprendimento do tegumento, surgem os cotilédones de coloração
amarelada e forma circular, que se abrem presos ou não ao tegumento, e mostra os
eófilos fechados. O epicótilo surge gradativamente, coloração verde-clara e brilhoso,
com exposição dos eófilos e, no sexto dia a plântula está completamente formada.
(BARRETO, FERREIRA, 2011).
Estudo com a espécie Inga ingoides Braz (2009) mostrou que na
emergência, os cotilédones permanecem logo acima da superfície do solo, isto é,
não ficando dentro do solo, e, em razão desse motivo, classificou-se como
germinação semi-hipógea, com posterior liberação dos cotilédones do tegumento,
ficando livres. Duke (1969) classifica a germinação das sementes de Inga ingoides
do tipo criptocotiledonar com cotilédones não fotossintéticos com pecíolo alados.
Donadio (2000) relata que em estudos realizados com Dalbergia nigra (Vell.) Fr.All.
ex Benth. (jacarandá-da-Bahia), a plântula normal apresentou hipocótilo cilíndrico,
brilhante, estriado, medindo de 3,0 a 6,5cm de comprimento, de coloração verde-
clara, com pelos escassos, finos, longos, hialinos e seu diâmetro se reduz em
direção à base. O epicótilo é verde-claro, cilíndrico, brilhante, piloso, medindo de 2,5
a 4,5cm de comprimento com pelos translúcidos e compridos. Os cotilédones ainda
16
persistem com coloração amarelada em ambas as faces. Os eófilos são compostos,
opostos, peciolados e pulvinados; os folíolos são simples, alternos, peciolados,
discolores, verde-escuro na face adaxial e verde-claro na face abaxial, oblongos, de
ápice mucronado e base obtusa, bordos inteiros, imparipenado, nervação
peninérvea e anastomosada, com nervura principal estendendo-se até o ápice do
folíolo, sendo evidentes em ambas as faces. Os cotilédones, ao final desta fase, já
haviam iniciado o processo de senescência.
2.2 Sementes
A semente é a principal forma de propagação de espécies, é responsável
pela colonização de novas áreas distantes da planta mãe pela dispersão e de
germinar no momento adequado, pela dormência, o que propicia a sobrevivência
das espécies (SOUZA, 2009).
A semente é o óvulo fecundado e desenvolvido que, contém o embrião, com
ou sem reservas nutritivas, protegido pelo tegumento. (VIDAL, VIDAL, 2003).
Na natureza, diversos fatores contribuem para que haja desenvolvimento
diferenciado dos componentes da semente, varia entre espécies e até dentro da
própria espécie, em características como cor, forma e tamanho (ABUD et al., 2010).
Espécies com sementes grandes apresentam maior persistência e
estabelecimento sobre ampla faixa de condições ambientais, enquanto espécies
com sementes de tamanho pequeno são mais susceptíveis a perturbação (BURKE,
GRIME, 1996). Sementes grandes aumentam a sobrevivência de plântulas, porém,
para essa relação ser compreendida se faz necessário entender como as reservas
da semente são utilizadas durante a germinação e estabelecimento inicial da
plântula (NOGUEIRA et al, 2010 apudi KITAJIMA, FENNER, 2000).
2.3 Características morfológicas da Plântula
A fase de plântula é um período sensível no ciclo de vida das plantas
(FERREIRA, 2004). Nesta fase, o vegetal exige pleno abastecimento de nutrientes e
níveis de hidratação satisfatórios, necessários para suprir a demanda de energia que
será utilizada no metabolismo. É um estádio em que a planta é vulnerável às
17
perturbações provocadas pelo homem, fatores edáficos, climáticos e competição intra
e interespecíficas (KHURANA, SINGH, 2001).
O estágio de plântula ainda não foi consensualmente definido na literatura.
Para Hertel (1968) o estágio de plântula ocorre logo após a germinação e vai até a
abertura dos cotilédones. Feliciano (1989) afirma que a fase de plântula é aquela em
que os eófilos estão totalmente formados, sendo antecedida pela fase de
germinação (do intumescimento da semente até a emissão dos cotilédones) e
sucedida pela fase da planta jovem (quando surge o metáfilo). Oliveira (1993)
considera plântula como o estádio da planta oriundo da germinação do embrião
contido em uma semente, com estruturas essenciais, e peculiares a cada espécie.
Souza (2009) afirma que a fase final da plântula compreende o depender da reserva
da semente, além de reconhecer indivíduos jovens com até 50 cm de altura como
plântula. Ou seja, não existe uma definição consensual. O termo tirodendro se aplica
para a fase cujo término é caracterizado pelo aparecimento do primeiro metáfilo, que
se assemelham a condição do indivíduo adulto (SOUZA, 2003).
2.4 Espécies estudadas
As espécies estudadas pertencem à família Fabaceae, Mimosoideae,
representativas da vegetação da caatinga, com emprego para a produção de
energia, na forma de lenha e carvão vegetal. Além disto, comumente são utilizadas
como forragem (ARAUJO et al., 2004).
2.4.1 Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke
Jurema branca, carcará, cassaco, rasga-beiço e saia-velha, são alguns dos
nomes populares da Piptadenia stipulacea (Benth). Ducke. É árvore de 2-4 metros
de altura, com casca castanha claro, fortemente aramada por acúleos vigorosos,
mesmo em ramos idosos (Maia, 2004). É tolerante a elevados níveis de perturbação
da vegetação e tem capacidade de fixar nitrogênio no solo através de simbiose com
bactérias na sua raiz. É caducifólia, com madeira usada na marcenaria, construção
civil e como vara, estaca de cercas, lenha e carvão. Perde suas folhas na estação
seca, e serve de forragem especialmente para caprinos. Na restauração florestal, é
18
usada para recuperação de solos, pois a mesma fixa nitrogênio e combate à erosão.
Também é usada na medicina caseira como anti-inflamatório, preparados com a
casca do caule (ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002).
2.4.2 Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir
Popularmente conhecida como calumbio ou jurema preta, é árvore com cerca
de 5-7 metros de altura, com acúleos esparsos, caule ereto ou levemente inclinado,
comumente ramificado. A casca é marrom, rugosa, deiscente com entrecasca
vermelho escura. É encontrada no Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba,
Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia, na Caatinga e no Carrasco, e no México
(MAIA, 2004). É pioneira, nativa da região semiárida. Apresenta sistema radicular
profundo, que permite o seu desenvolvimento em solos degradados, notadamente
na ocupação inicial e secundária das áreas degradadas ou em processo de
degradação (AZEVEDO et al., 2012). Suas sementes germinam no início da estação
chuvosa, chegando a 17 a 58 mil plântulas por hectare na estação úmida do ano,
restando 3,7 a 7,5 mil plântulas por hectare no final da estação seca (BAKKE, et al.,
2006). Possui potencialidade para produção de lenha seca, lenha verde e madeira.
Seu poder calorífico, com média de 19,302 kJ/G, é superior ao de outras espécies.
(MIRANDA, 1989), comumente encontradas na vegetação local; a jurema preta pode
ser utilizada racionalmente como produtora de madeira para ser empregada nos
fornos de cerâmicas, padarias, casas de farinha, siderúrgica, caldeiras em geral, na
forma de biocombustível, além de representar fonte de renda para os pequenos e
médios produtores rurais (OLIVEIRA, 1999). A jurema-preta, também pode ser
encontrada com ausência de acúleos.
19
2.4.3 Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth
É espécie característica da caatinga, distribuindo-se do Rio Grande do Norte
ao centro-sul da Bahia. Tem nomes vernaculares: jurema-branca (geral), calumbí-
vermelho (Iaçu e Jacobina, BA), calumbí-preto (Iaçu, BA), jureminha (Juazeiro, BA),
jurema (Maíri, BA; Serra Branca, PB; Campo Largo, PI), jurema-de-embira (Serra
Talhada, PE). Ocorre na caatinga que se desenvolvem tanto em áreas sedimentares
quando na depressão sertaneja e, frequentemente, também em bancos arenosos de
rios sujeitos a inundações periódicas, em altitudes de 350 a 960 m. Raramente é
encontrada em formas arbóreas. É usada como forrageira e as suas folhas e
legumes são consumidas por cabras, ovelhas e bovinos. A madeira é utilizada como
lenha e estacas; a resina é comestível, saborosa e recomendada no combate à gripe
(QUEIROZ, 2009). Dentre as três espécies estudadas é a que mais carece de
informações na literatura.
20
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Condução do experimento, coleta e armazenamento de sementes
O experimento foi conduzido no Viveiro Florestal e Laboratório da Unidade
Acadêmica de Engenharia Florestal do Centro de Saúde e Tecnologia Rural da
Universidade Federal de Campina Grande (UAEF/CSTR/UFCG), Patos-PB, Brasil
(7°03’33” e 37°16’30” W) entre 26 de maio e 26 de gosto de 2014.
As sementes de Piptadenia stipulacea, e Mimosa Tenuiflora foram coletadas
na fazenda NUPEÁRIDO (Núcleo de Pesquisa para o Semiárido), pertencente à
Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), localizada a 6 km a sudeste do
município de Patos – PB, nas coordenadas geográficas de 07°05’10” norte e
37°15’43” oeste, em agosto de 2011 e julho de 2014, respectivamente. Após a coleta
foram extraídas, e armazenadas em câmara fria no Laboratório de sementes
florestais da UFCG, em Patos-PB.
Mimosa ophthalmocentra foi coletada na cidade de Itapetim-PE, situado a
629 metros de altitude, nas coordenadas geográficas de Latitude: 7° 22' 39'' Sul,
Longitude: 37° 11' 26'' Oeste, em junho de 2014.
3.2 Biometria e peso de mil sementes
Para a biometria foram tomadas as medidas de comprimento, largura e
espessura, de 30 sementes, com o auxílio de paquímetro digital com precisão de
0,01mm, e calculado o erro padrão para avaliar a adequação do tamanho da
amostra. O comprimento da semente foi medido da base até o ápice, a largura e a
espessura medidos na linha mediana. Foram feitos registros fotográficos com
câmera digital das estruturas observadas. A quantificação do peso de mil sementes
e número de sementes por quilograma foram feitos segundo as recomendações das
Regras para Análise de Sementes (Brasil, 1992).
21
3.3 Quebra de dormência das sementes
Para a espécie Mimosa ophthalmocentra foi feito a quebra de dormência,
com ácido sulfúrico, com a imersão das sementes até que fossem totalmente
cobertas, com duração de 5 minutos. As sementes foram homogeneizadas para
amolecimento dos tegumentos e depois lavadas com água destilada por três vezes,
para retirar o acumulo de ácido da semente. Para as espécies de Mimosa tenuiflora
e Piptadenia stipulacea a quebra de dormência foi feita com a imersão da semente
em água fervida a 100°C por 10s, e posterior imersão em água gelada.
3.4 Morfologia interna e externa da semente
No estudo das características externas e internas foram utilizadas 30
sementes de cada espécie, após homogeneização e divisão, com auxílio de divisor
de sementes. Os aspectos externos das sementes visualizados para caracterização
das espécies foram: forma, cor, superfície, consistência da testa, presença e forma
do pleurograma, hilo, micrópila e outras estruturas associadas e visíveis.
Na morfologia interna foram observados o tipo, tamanho, posição do
embrião e presença ou não do endosperma. Estas foram fervidas até amolecimento
do tegumento e retiradas do mesmo para exposição do embrião. A visualização das
estruturas internas do foi feita com auxílio de lupa estereoscópica, lupa de mesa e
microscópio USB. As descrições foram feitas de acordo com Barroso et al., (1999) e
Lima (1985) quanto ao pleurograma, de acordo com a posição na sementes: apical-
basal, quando ocupa mais de ⅔ do comprimento da semente e mediano, quando
menos de ⅓; quanto à descrição do embrião e os tipos de plúmula em: plúmula
indiferenciada ou rudimentar (eixo hipocótilo-radícula sem diferenciação aparente de
primórdios foliares, ou estes muito rudimentares e plúmula diferenciada em
primórdios foliares (eófilos) (eixo hipocótilo-radícula diferenciado em primórdios
foliares na forma de segmentos ou em eófilos evidentes); forma do hilo e a presença
de endosperma.
22
3.5 Descrição da germinação, plântula e tirodendro.
Foram semeadas 40 recipientes de M. tenuiflora e M. ophthalmocentra e 60
de P. stipulacea, em sacos de polietileno, dimensões 28 x 9 cm (C x L), em substrato
barro:esterco 2:1 (v:v). Foram semeadas de 3 a 4 sementes por recipiente, para
garantir a germinação, e posteriormente foi feito o desbaste, deixando apenas a
plântula mais vigorosa e mais central. A visualização dos aspectos morfológicos foi
realizada a cada dois dias, por um período de 120 dias para a P. stipulacea, 70 dias
para M. tenuiflora e 55 para M. ophthalmocentra.
Para a caracterização morfológica das plântulas, foram utilizadas
terminologias adaptada de Souza (2003): hipocótilo, cotilédones, epicótilo, eófilo,
metáfilo.
Foram consideradas três fases para a descrição do desenvolvimento das
plântulas, de acordo com metodologia proposta por (SOUZA, 2003). Para facilitar o
estudo, foi usada ficha morfológica própria para tomada de dados morfológicas e
auxiliar nas descrições.
A primeira fase, considerada germinação, se inicia com o intumescimento da
semente e termina com a emissão dos cotilédones, porém sem os eófilos formados.
Foram visualizados aspectos como: Tipo de germinação em relação à exposição
(fanerocotiledonar ou criptocotíledonar) e posição dos cotilédones (epígea ou
hipógea) e a função do cotilédone (foliar ou de reserva). Quando aos cotilédones:
consistência, textura, forma, coloração, comprimento, largura, espessura,
pedicelados ou sésseis, nervação, pêlos, ápice, base, margem. No hipocótilo e
epicótilo foram observados tamanho, coloração, presença de pêlos, forma, seção
transversal, lenticelas.
A segunda fase, caracterizada como plântula, se deu com desenvolvimento
dos eófilo, até o surgimento do primeiro metáfilo. Foram observados os seguintes
aspectos dos eófilos e metáfilos: divisão da lâmina foliar (folhas simples ou
compostas; pinadas ou bipinadas; paripinadas ou imparipinadas; tripinadas);
dimensões de comprimento, largura e espessura (folha, folíolo ou foliólulos); tipo de
exsudação; filotaxia; pilosidade; forma (relação comprimento/largura); margens;
bordo; ápice; base; textura; coloração; estípulas; glândulas; domácias; nervação.
23
A terceira fase, o tirodendro, foi caracterizada a partir do surgimento do
primeiro metáfilo.
24
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Caracterização biométrica e peso de 1000 sementes
A Tabela 1 apresenta os resultados dos parâmetros quantitativos avaliados e
mostra que houve variação entre as espécies para as características das sementes.
As maiores dimensões foram encontradas em Piptadenia stipulacea foram 7,88mm e
a menor 5,05mm; para Mimosa tenuiflora a maior obteve 3,73mm e a menor 2,52m e
Mimosa ophthalmocentra maior 6,06mm e menor 5,14mm. O erro padrão mostrou
adequação da amostra de 30 sementes para todas as espécies, por ser abaixo de
10 %, valor acima do qual aponta inadequação da amostra para os parâmetros
medidos (Tabela 1).
Tabela 1 Valores mínimos (Min.), médias, desvio padrão (D.p) e erro padrão (E.p) para o comprimento, largura e espessura de sementes de Piptadenia stipulacea, Mimosa tenuiflora e Mimosa ophthalmocentra.
Sementes
Espécies Valores Comprimento Largura Espessura
P. Stipulacea
Min. 5,05 3,08 1,83
Média 6,03 4,52 2,16
D.p. 0,56 0,41 0,16
E.p. 1,70 1,67 1,41
M. tenuiflora
Min. 2,52 2,2 1,28
Média 3,21 2,73 1,45
D.p. 0,32 0,32 0,11
E.p. 2,11 1,84 1,40
M. ophthalmocentra
Min. 5,14 2,95 0,76
Média 5,36 3,74 0,80
D.p. 0,42 0,42 0,03
E.p. 2,08 1,43 0,82
Fonte Leitão (2014)
Corroborando com os dados da biometria, a espécie que apresentou menor
quantidade de sementes por quilograma foi a P. stipulacea com 29.549,9 sementes
para se obter um quilograma. Em seguida M. ophthalmocentra com 89.285,7
25
sementes/kg, e a que apresentou menor peso e maior quantidade de sementes foi
M. tenuiflora com 124.362,6 sementes para se obter um kg (Tabela 2).
Tabela 2 Peso de mil sementes(g) e N° de sementes por Kg. Espécies
Peso de mil sementes/g
N° de sementes por Kg
P. stipulacea 33,841 29.549,9
M. tenuiflora 8,041 124.362,6
M. ophthalmocentra 11,211 89.285,7
Fonte Leitão (2014)
4.2. Piptadenia stipulacea
4.2.1 Morfologia externa e interna da semente
A semente é albuminosa, endosperma gelatinoso; eurispérmica, com
variações na cor, tamanho e forma (Figura 1A).
Morfologia externa: sementes com predominância da forma ovóide, com
ocorrência também de oblongas; cor castanho a marrom; superfície lisa, dura,
levemente brilhosa; presença de pleurograma mediano central, em forma de “U”
invertido (hipocremiforme), aberto, com coloração mais clara que a testa (Figura 2A);
hilo heterócromo, apical (Figura 2B), de cor mais clara que o tegumento e micrópila
inconspícua.
Morfologia interna: o embrião é total; tem coloração creme; tipo axial,
invaginado; criptorradicular. Eixo hipocótilo-radícula distinto; cilíndrico; com cerca de
2,5mm; da mesma cor dos cotilédones; polo radicular apontando na direção da
micrópila; plúmula diferenciada em eófilos (Figura 2B).
26
Figura 1 Aspecto geral das sementes de Piptadenia stipulacea (A) com detalhe do hilo (B).
Fonte Leitão (2014)
Figura 2 Característica do tegumento e do pleurograma (A), do embrião com detalhe do eixo embrionário e os primórdios foliares (B).
Fonte Leitão (2014)
27
4.3.1 Morfologia da plântula e do tirodendro
Fase 1:
Três dias após a semeadura, as sementes começam a germinar, nessa fase
os cotilédones estão fora do tegumento. O tipo de germinação é epígea,
fanerocotiledonar e cotilédones foliáceos (Figura 3A). Cotilédones: cor verde claro
com posterior amarelecimento quando se aproxima do período de queda, que ocorre
de 26 a 30 dias; concolor; glabros; inteiros, suborbiculares; textura carnosa; margem
inteira; ápice arredondado (Figura 3B); base lobada (Figura 3C); nervação
peninérvea pouco evidente em ambas as faces, mais visível com o desenvolvimento
da plântula; comprimento varia de 7,34-10,10 mm, largura 6,44-7,89 mm, espessura
0,50-0,88mm; peciolados, com pecíolo variando de 0,97-1,54 mm.
Hipocótilo: coloração verde claro às vezes avermelhado; glabro e sessão
transversal circular; comprimento entre 17,65-22,97 mm (Figura 3D).
Figura 3 Germinação da semente, cotilédones foliáceos (A); ápice arredondado(B); base lobada(C), hipocótilo(D).
Fonte Leitão (2014)
28
Fase 2:
Epicótilo cilíndrico; com coloração verde claro; glabro; tornando-se vináceo, e
aculeado.
Primeiro eófilo: composto; pinado; paripinado; peciolado, com pecíolo variando de
0,97-1,54mm; número de folíolos variam de 14 a 20 pares, opostos (Figura 4A);
presença de parafilídio; folíolos glabros; coloração verde claro; levemente discolor;
forma elíptica, estreito elíptica; margem inteira; bordo reto; ápice mucronado; base
assimétrica; nervação eucampdódroma (5B); textura membranácea; comprimento do
folíolo varia de 6,3-8,93 mm, largura 1,60-2,88mm e espessura 0,7-0,16mm; sem
odor aparente; peciolado, de comprimento que de 2,47 4,63mm; pulvino presente;
estípulas interpeciolares, filiformes (Figura 4A); verdes, tornando se vermelhas antes
da senescência; tamanho de 0,08-0,86mm; caducas, deixando cicatrizes; estipula
terminal presente; ausência de glândulas e domácias (Figura 7A).
ur Caracterização do eófilo, pinado(A), Segundo eófilo, bipinado (B).
Fonte Cunha (2014)
29
Segundo eófilo: composto; bipinado; paripinado; folíolos opostos (Figura 4B);
peciolados, com pecíolo acanalado, pubescente, tamanho de 2,47-4,63mm e com
pulvino presente; estípulas interpeciolares, filiformes e terminal, no final do folíolo,
entre as duas últimas pinas, com 1,33-1,40mm; verdes, tornando se vermelhas antes
da senescência com comprimento variando de 0,08-0,86mm; caducas, deixando
cicatrizes; estipula terminal no final da raque e dos folíolos a partir do segundo eófilo.
O número de folióluolos em cada folíolo varia de 10 a 13 pares (Figura 5A);
presença de parafilídio (Figura 5A); foliólulos opostos; glabros; coloração verde
claro; levemente discolor; forma elíptica, estreito elíptica; margem inteira, ciliada,
com pelos unicelulares, curtos levemente espaçados; bordo reto; ápice mucronado;
base assimétrica; nervação eucampdódroma; textura membranácea; comprimento
do foliólulo varia de 5,54-6,11 mm, largura 1,52-1,67mm e espessura 0,05-0,08mm;
sem odor aparente; séssil, raque e pecíolos pubescentes. A partir do segundo eófilo
observa-se o surgimento de nectário extrafloral. Este é elevado-côncavo, oblongo,
com estipe ausente, localizado na porção mediana do pecíolo, de coloração
variando de verde a vináceo com o desenvolvimento do eófilo (Figura 8B). O
nectário extrafloral está presente em todos os eófilos seguintes e no metáfilo. Os
eófilos seguintes são todos bipinados, com variações entre eles pelo número de
pinas. O segundo eófilo difere do primeiro por ser bipinado, com apenas um par de
pinas.
Figura 5 Pinas acrescidas para o ápice detalhe no parafilídio (A) foliólulo com nervação eucampdodróma (B).
Fonte Leitão (2014)
30
Figura 6 Nectário extrafloral elevado côncavo avermelhado( A), nectário extrafloral e raque acanalada(B).
Fonte Cunha (2014)
Terceiro eófilo: composto, pinado, bipinado, paripinado, com um par de pinas de
15-16 pares de foliólulos; peciolado. As demais características do folíolo e foliólulo
se repetem, à excessão do pec olo, que tem tamanho entre 8,69 9,60mm e do
número de foliólulos que varia entre 12-14 pares.
Quinto eófilo: composto, pinado, bipinado, paripinado, peciolado, com dois pares
de pinas com 15-16 pares de foliólulos. As demais características do folíolo e
foliólulo se repetem e permanecem constantes, à excessão do número de folíolos,
que vai aumentado até o surgimento do metáfilo. A variação vai de três pares de
pinas no sexto eófilo até oito pares no décimo nono.
Nono eófilo: observa-se o surgimento de nectário extrafloral no final da raque entre
o último par de folíolos (Figura 8 A, B).
A presença de acúleos, na face abaxial da raque, se torna mais visível a partir
do sétimo eófilo, época da abscisão cotiledonar. A fase 2 se dá até o 19° eófilo, com
nove pares de pinas e 30 foliólulos. O metáfilo, folha adulta, que caracteriza a fase
seguinte, surge a partir da vigésima folha, com 10-12 pares de pinas e 30 pares de
foliólulos.
31
Figura 7 Estípulas na base do pecíolo(A), Estipula filiforme no termino da raque, foliolulos acrescidos para o ápice(B).
Fonte Cunha (2014)
Fase 3
Metáfilo: composto, bipinado; paripinado, folíolos oposto; peciolados, com pecíolo
acanalado, e pulvino presente; estipulas verdes tornando se vermelhas,
interpeciolares, filiformes, caducas e estípula terminal também presente. O número
de folíolos está entre 10-12 pares, com 30 pares de foliólulos (Figura 10B) com
presença de parafilídio; foliólulos opostos; glabros; coloração verde claro; levemente
discolor; forma elíptica, estreito elíptica; margem inteira, ciliada, com pelos
unicelulares, curtos levemente espaçados; bordo reto; ápice mucronado; base
assimétrica; nervação eucampdódroma; textura membranácea; sem odor aparente;
séssil. Estípulas presentes, tanto interpeciolares como uma estípula terminal, no final
do folíolo, entre as duas últimas pinas. Nectário extrafloral presente, elevado-
côncavo, oblongo, com estipe ausente, localizado na porção mediana do pecíolo, de
coloração variando de verde a vináceo.
O caule do tirodendro é esverdeado na base, hipocótilo inerme, com estrias
longitudinais creme, lenticelado, lenticelas transversais mais claras que o caule
32
(Figura 9B). Na direção acrópeta, as estrias formam arestas, e tornam o caule
acanalado. A cor varia de verde na base a avermelhada no ápice. Os acúleos
surgem a partir da inserção do primeiro eófilo sendo dispersos. A filotaxia é alterna
espiralada.
Figura 8 Glândula extrafloral presente na parte adaxial apical vista de frente (A), glândula extrafloral vista de lado (B).
Fonte Leitão (2014)
Figura 9 Hipocótilo Inerme (A), caule do tirodendro, lenticelado, presença de acúleos(B).
Fonte Leitão (2014)
33
Figura 10 Tirodendro com 80 cm (A); 20° eófilo, com 10 pares de folíolos(B).
Fonte Leitão (2014)
4.3 Mimosa tenuiflora
4.3.1 Morfologia externa e interna da semente
A semente é albuminosa; eurispérmica, com variações na cor, tamanho e
forma (Figura 11 A).
Morfologia externa: a forma predominante é ovóide e às vezes globosa;
coloração muita variável, de castanho a negra; superfície lisa, dura, brilhosa;
pleurograma apical-basal, em forma de “U” invertido, com braços mais fechados que
em P. stipulacea (Figura 12A); hilo heterócromo, mais claro que o tegumento, apical.
(Figura 3A); micrópila inconspícua (Figura 11B).
Morfologia interna: embrião total; coloração creme; tipo axial, invaginado;
criptorradicular. Eixo hipocótilo-radícula distinto; cilíndrico; medindo próximo a 1,75
mm; da mesma cor dos cotilédones; polo radicular apontando na direção da
micrópila; plúmula distinta, sem primórdios foliares presente (Figura 12B).
34
Figura 11 Aspecto geral das sementes de Mimosa tenuiflora (A) com detalhe do hilo (B).
Fonte Leitão (2014)
Figura 12 Característica do tegumento e do pleurograma (A), do embrião com detalhe do eixo embrionário e primórdios foliares (B).
Fonte Leitão (2014)
4.3.2 Morfologia da plântula
Fase 1:
As sementes iniciaram a emergência no terceiro dia após a semeadura. O
tipo de germinação é epígea, fanerocotiledonar e cotilédones foliáceos (Figura 8A).
35
Cotilédones: cor verde com posterior amarelecimento quando se aproxima do
período de queda, que ocorre de 26 a 30 dias; concolor; glabro; inteiros,
suborbiculares; com margem inteira; ápice truncado (Figura 8B); base oblíqua
(Figura 8C); nervação peninérvea pouco evidente em ambas as faces; textura
carnosa; comprimento varia de 5,71-7,90 mm, largura 4,57-7,71 mm, espessura
0,29-0,39 mm; peciolados, com pecíolo variando de 1,11 a 2,21 mm.
Hipocótilo: coloração verde; sessão transversal circular; comprimento de 17,65-
22,97 mm, largura 7,11-7,50 mm e espessura 0,30-0,33 mm. Hipocótilo glabro.
Figura 13 Germinação da semente, cotilédones foliáceos (A); ápice truncado (B); (C) base oblíqua; (D) Hipocótilo.
Fonte Cunha(2014)
Fase 2:
Primeiro eófilo: composto; pinado; paripinado; com 5-6 pares de folíolos, opostos,
presença de parafilídio; com tricomas filiformes com ou sem a presença de glândula
na face abaxial; coloração verde claro; forma elíptica, oblongas, margem inteira,
curtamente ciliada, bordo reto; ápice redondo; base assimétrica; nervação
hifódroma; pecíolo de tamanho 9,22-11,02mm; comprimento de 4,05 a 4,25 mm,
36
largura 1,94-2,35 mm e espessura 0,7-0,16 mm; estipulas interpeciolares, verdes a
vermelhas, triangulares e caducas, medindo de 0,04-0,77 mm; estípula terminal
filiforme presente; nervação hifódroma; sem odor aparente; varia de 2,47-4,63 mm;
pulvino ausente; ausência de nectários extraflorais e domácias; presença de
glândulas translúcidas na parte abaxial (Figura 8B).
ur M. tenuiflora primeiro eófilo (A), segundo par de eófilos(B).
Fonte Cunha (2014) Segundo eófilo: composto; bipinado; paripinado com um par de pinas; folíolos
opostos; peciolados, tamanho do pecíolo de 4,31- 5,49 mm, sem pulvino; estípulas
interpeciolares, triangulares, ciliadas, verdes, tornando-se vermelhas antes da
senescência com comprimento variando de 0,04-0,77mm; caducas, deixando
cicatrizes, estipula terminal no final da raque e de cada folíolo em todos os 11
observados. O número de foliólulos em cada folíolo varia de 5-6 pares (Figura 14B);
presença de parafilídio. Foliólulos opostos; com tricomas filiformes com ou sem a
presença de glândula na face abaxial; coloração verde claro; levemente discolor;
forma oblonga; margem inteira, ciliada, bordo reto; ápice mucronado; base
assimétrica; nervação eucampdódroma; textura membranácea; comprimento do
37
foliólulo varia de 3,22-10,99 mm, largura 1,68-2,10 mm e espessura 0,7-0,12 mm;
sem odor aparente; séssil. O segundo eófilo difere do primeiro por ser bipinado, com
apenas um par de pinas.
Figura 15 Foliolo com tricomas filiformes com presença de glândulas, nervação hifódroma (A), tricomas ciliares ou glandulosos na margem e parte abaxial(B).
Fonte Leitão (2014)
Figura 16 Estipulas triangulares (A), Tricomas presentes no pecíolo, epicótilo com detalhe no acúleo(B)
Fonte Cunha (2014)
38
A partir do segundo eófilo, todos são bipinados, com variações entre eles pelo
número de pinas. O Quarto eófilo difere dos anteriores por apresentar dois pares de
pinas. Os acúleos se tornam visíveis a partir do sétimo eófilo, de coloração verde a
vermelho, se confundindo às vezes com os tricomas filiformes quando no surgimento
dos mesmos (Figura 16B).
Do sétimo ao décimo primeiro eófilos ocorrem com três pares de pinas, com
até 13 pares de foliólulos A característica mais marcante nas plântulas desta espécie
foi a presença de tricomas filiformes, com ou sem presença de glândula, distribuídas
nos pecíolos, estípulas, raque e epicótilo. A filotaxia é alterna espiralada. (Figura 12).
Nesta espécie a fase de tirodendro não foi alcançada.
ur Filotaxia alterna espiralada (A), três pares de pinas, acrescidas para o ápice(B).
Fonte Cunha (2014)
Epicótilo acanalado; com coloração verde tornando se avermelhada; tricomas
filiformes curtos; acúleos dispersos.
39
4.3 Mimosa ophthalmocentra
4.3.1 Morfologia externa e interna da semente
A semente é albuminosa, endosperma translúcido; eurispérmica, com
variações na cor, tamanho e forma (Figura 5A).
Morfologia externa: a maioria das sementes apresenta forma ovóide, que
pode variar para oblonga ou elíptica; cor castanho a marrom; superfície lisa, dura,
brilhosa; o pleurograma varia de apical-basal a mediano-basal, em forma de “U”
invertido, aberto (Figura 5B); hilo heterócromo, com coloração mais clara que o
tegumento, apical lateral (Figura 5C); micrópila inconspícua.
Morfologia interna: o embrião dá a forma e toma totalmente a semente; tem
coloração creme; é do tipo axial, invaginado; criptoradicular. Eixo hipocótilo-radícula
distinto; cilíndrico; da mesma cor dos cotilédones; polo radicular apontando na
direção da micrópila; plúmula distinta, sem primórdios foliares presentes (Figura 2
B).
Figura 18 Aspecto geral das sementes de Mimosa ophthalmocentra (A) com detalhe do hilo (B).
Fonte Leitão (2014)
40
Figura 19 Característica do tegumento e do pleurograma, com detalhe na micrópila apical lateral (A), do embrião (B) com detalhe do eixo embrionário e os primórdios foliares.
Fonte Leitão (2014) .
4.3.2 Morfologia da plântula
Fase 1:
O início da emergência também se deu ao terceiro dia após a semeadura. O
tipo de germinação é fanerocotiledonar, epígea e cotilédones foliáceos.
Cotilédones: verde claro; concolor; glabro; inteiro, suborbicular; textura
carnosa; margem inteira; ápice obtuso, base lobada; nervação inconspícua;
comprimento varia de 9,53-0,38 mm; largura de 7,11-7,50mm; espessura de 0,30 a
0,33mm; pedicelo de tamanho 0,57-0,97mm. Os cotilédones nesta espécie
apresentam senescência mais precoce que as demais, em terno de 15-20 dias.
Hipocótilo verde claro tornando-se avermelhado; sessão transversal circular
e comprimento entre 8,23-19,70mm.
41
Figura 20 Germinação da semente, cotilédones de reserva (A); (B) epicótilo; (C) base oblíqua, ápice truncado(D).
Fonte Cunha (2014)
Fase 2: Primeiro eófilo: composto; pinado; paripinado; número de folíolos variam de 6-7
pares, opostos (Figura 8A); presença de parafilídio; folíolos glabros; coloração verde
claro; levemente discolor; forma oblonga; margem inteira; bordo reto; ápice
discretamente agudo; base obliqua; nervação eucampdódroma (8B); textura
membranácea; comprimento do folíolo varia de 5,22-5,44 mm, largura 1,99-2,27mm
e espessura 0,04-0,07mm; sem odor aparente; peciolado, de comprimento que de
4,47 5,49 mm; pulvino avermelhado; estípulas interpeciolares, triangulares verdes,
tornando-se vermelhas antes da senescência; tamanho de 0,15-0,80 mm; caducas,
deixando cicatrizes; ausência de glândulas e domácias (Figura 7B).
Segundo eófilo: composto; bipinado; paripinado; folíolos opostos; peciolados, com
pecíolo, tamanho de 4,51- 5,29 mm e com pulvino avermelhado com um par de
estípulas diminutas na base; estípulas interpeciolares, triangulares, verdes,
tornando-se vermelhas com comprimento variando de 0,14-0,76mm; até o final das
observações não foi observado queda das estípulas; estipulas terminais filiformes no
42
final da raque e dos folíolos, observadas apenas no segundo eófilo. O número de
foliólulos em cada folíolo, varia de 5-6 pares (Figura 21B); opostos; sésseis; glabros;
coloração verde escuro; concolor; forma oblonga; margem inteira, bordo reto; ápice
mucronado; base assimétrica; nervação eucampdódroma; textura membranácea;
comprimento do foliólulos varia de 5,12-5,32 mm, largura 2,00-2,15 mm e espessura
0,4-0,07 mm; sem odor aparente. Presença de parafilídio. A partir do segundo eófilo,
todos são bipinados, com variações entre eles pelo número de pinas. O segundo
eófilo difere do primeiro por ser bipinado, com apenas um par de pinas.
Figura 21 M. ophthalmocentra, eófilo composto, pinado (A), segundo eófilo, composto, bipinado (B).
Fonte Cunha (2014)
A partir do terceiro eófilo e até o nono, observado neste estudo, o número de
pinas ficou constante, com apenas dois pares, e número de foliólulos variou de 5 a
13 pares, aumentando com o crescimento da plântula. O tempo de observação para
esta espécie foi de 55 dias.
43
A plântula de Mimosa ophthalmocentra possui estrutura com pecíolo
alongado e número de foliólulos reduzidos, em comparação com as outras espécie
deste estudo. O epicótilo é avermelhado e com acúleos visíveis a partir do segundo
eófilo. Estes têm inicialmente forma filiforme e de cor verde escura, que se torna
avermelhado de acordo com o crescimento.
Figura 22 Folíolo com nervação eucampdódroma (A), folíolos com coloração avermelhada no ápice(B).
Fonte Leitão (2014)
O epicótilo tem base verde e na direção do ápice se torna avermelhado. A
filotaxia é alterna dística.
44
Figura 23 Acúleos avermelhados, caule pubescente (A), detalhe nas estipulas triangulares na base do pecíolo (B).
Fonte Leitão (2014)
Figura 24 Foliólulos (A), plântula em fase de análise final(B).
Fonte Cunha (2014)
45
As três espécies estudadas têm sementes albuminosas, com endosperma
gelatinoso em P. stipulacea, e endosperma translúcido em M. tenuiflora e M.
ophthalmocentra. Todas possuem a forma ovóide, mas variam também para
oblongas em P. stipulacea e globosa em M. tenuiflora. M. ophthalmocentra varia de
elíptica a oblonga. O tegumento é rígido, provocando dormência. O pleurograma das
três espécies é hipocremiforme, e variam quanto à posição na semente. Este é
mediano em P. stipulacea e apical-basal em M. tenuiflora e M. ophthalmocentra,
nesta última com braços mais abertos que a primeira (figura 25 A, B, C).
A coloração creme do embrião é comum as três, e são do tipo axial
invaginado. Variações são observadas no tamanho do embrião, que é maior para P.
stipulacea e menor para a M. tenuiflora, a primeira foi a única com plúmula
diferenciada em eófilos.
O tipo de germinação também foi o mesmo entre as espécies estudadas:
fanerocotiledonar, epígea e com cotilédones foliares, que tiveram início três dias
após semeadura.
Em P. stipulacea os cotilédones difere das demais espécies por apresentar
ápice arredondado e base lobada além do comprimento maior que M. tenuiflora e
menor que M. ophthalmocentra. M. tenuiflora difere das demais por possuir
cotilédones com ápice truncado e base oblíqua, e o menor comprimento de 5,71-
7,90. Já M. ophthalmocentra apresenta cotilédones diferente das anteriores pelo
ápice obtuso, base lobada e pelo maior comprimento, 9,53-10,38 mm (Figura 26
A,B, C).
Observou-se presença de pulvino em P. stipulacea, de cor verde e em M.
ophthalmocentra com coloração avermelhada, que apresenta também um par de
estípulas diminutas, na base do pulvino.
O caule das três apresenta pubescência e acúleos, sendo M. tenuiflora
possui tricomas simples, às vezes glandulares, no epicótilo, face abaxial e margem
dos folíolos, pecíolo, raque, exceto no hipocótilo. A presença de acúleos visíveis nas
espécies começa primeiro na M. ophthalmocentra de 15-20 dias após emergência, e
é mais tardia em M.tenuiflora.
A presença do nectário extrafloral ocorreu apenas em P. stipulacea, e
aparece no pecíolo a partir do segundo eófilo e no final da raque a partir do nono.
46
Glândulas translúcidas na face abaxial do folíolo ocorreu apenas em M. tenuiflora.
M. ophthalmocentra foi a que apresentou epicótilo com menor espessura, menor
número pinas 2, e de foliólulos no máximo 10, até o nono eófilo observado neste
estudo.
Foi constatada a presença de insetos nas espécies, sendo considerado
praga apenas para a espécie de M. tenuiflora, ocasionaram crestamento nas folhas,
prejudicando na análise e condução do experimento, e corroborando para posterior
estudo sobre a presença de insetos possivelmente atraídos por alguma exsudação
dos tricomas glandulares, não abordado especificamente neste estudo.
A espécie que atingiu a fase de tirodendro (fase 3) aos 120 dias, com o
metáfilo, foi P. stipulacea, as outras duas espécies foram descritas até a fase 2,
consideradas plântulas ( Figura 27B).
As espécies são aculeadas, visivelmente precoce em M. ophthalmocentra,
sendo de maior tamanho em P. stipulacea, variando de cor verde a vermelha para
as três espécies, podendo ser amarelado para P. stipulacea. O trabalho de Queiroz
(2009) relata que os acúleos não são órgãos modificados e sim especializações da
epiderme. Apresentam número indefinidos, e se encontrados principalmente nos
entrenós, denominados acúleos dispersos, e observado em espécies de Senegalia e
Mimosa, em outras espécies se estendem pela superfície inferior do pecíolo e da
raque foliar.
Os Dados apresentados sobre a morfologia das sementes e plântulas de
Fabacea- Mimosoideae, demonstram a grande variação entre elas. Silva e Sales
(2008) ao estudarem o gênero Mimosa, relatam a complexidade destas espécies,
devido a grande diversidade morfológica, relacionada à ampla distribuição
geográfica e diferentes habitats, e o elevado número de táxons. Os autores
concluíram que e os caracteres morfológicos mais relevantes para o reconhecimento
das espécies de Mimosa foram o número de pinas, foliólulos.
Vários estudos apontam a importância das características de sementes para
gerar conhecimento e dar suporte a vários trabalhos. Barreto e Ferreira (2011)
estudaram sementes de Anadenanthera colubrina (Vellozo) Brenan e Enterolobium
contortisiliquum (Vellozo) Morong com o objetivo de facilitar o entendimento e
47
reconhecimento sobre as espécies, para auxiliar em estudos de regeneração natural
e fins taxonômicos. O estudo serviu para diferenciar as espécies citadas.
Quanto à biometria de sementes, Paulino et al., (2013) estudaram aspectos
diferentes lotes de sementes de Combretum leprosum Mart. para avaliar a
variabilidade genética dentro das populações de mesma espécie, para o
planejamento da coleta de sementes, através das características físicas que
oferecem subsídios para se conhecer sobre a morfologia destas.
Matheus e Lopes (2007) ampliaram o estudo abordando também a morfologia
de frutos, sementes e plântulas de Erythrina variegata L., com o intuito de colaborar
para caracterizar aspectos ecológicos da planta, como a dispersão das sementes,
estabelecimento de plântulas e fase da sucessão ecológica.
Diversos estudos apontam a importância das características dos estádios
iniciais das plantas para a diferenciação entre espécies e famílias. Gates (1951) ao
estudar as plântulas de Caesalpinioideae e de Mimosoideaee descobriu que elas
são epígeas, com cotilédones foliáceos, enquanto nas Papilionoideae predominam
espécies com plântulas hipógeas, com cotilédones carnosos.
Já Melo et al., (2004) analisou a morfologia de sementes, germinação e
plântulas de jatobá Hymenaea intermedia Ducke var. adenotricha (Ducke) Lee,
Lang. Leguminosae-Caesalpinioideae, com o intuito gerar conhecimento sobre
espécie, muito usada para compor sistemas agroflorestais, cujo o sucesso de
implantação depende de informações básicas sobre a mesma.
Estudos realizados com a espécie de Rhynchosia (Leguminosae,
Papilionoideae) por Rodrigues, (2012) mostram que a diversidade morfológica
encontrada nas plântulas da espécie estudadas permite identifica-las em nível
específico, das quatro espécies estudadas.
48
Figura 25 – Características externas e internas das sementes. De P. stipulacea (A1, A2), M. ophthalmocentra (B1, B2), M. tenuiflora (C1,C2).
Fonte Leitão (2014)
Figura 26 Cotilédones de P. stipulacea (A), M. tenuiflora (B). M. ophthalmocentra (C).
Fonte Leitão (2014)
49
ur Estágios finais de análise das plântulas de M. tenuiflora (A), M. ophthalmocentra(B), e Tirodendro de P. stipulacea(C).
Fonte Leitão (2014)
50
5 CONCLUSÕES A caracterização da morfologia externa e interna das sementes e da plântula
torna possível a diferenciação entre as espécies estudadas e são passíveis de uso
para identificação das mesmas. A fase mais semelhante entre elas foi à germinação.
As características que melhor separaram as espécies foram: quanto às
sementes as variações na posição do pleurograma, todos hipocremiforme, que é
mediano em P. stipulacea e apical-basal em M. tenuiflora e M. ophthalmocentra,
nesta última com braços mais abertos.
Os acúleos, presente em todas, foi mais precoce em M. ophthalmocentra, e
de maior tamanho em P. stipulacea.
A filotaxia é do tipo alterna espiralada em M. tenuiflora e P. stipulacea e
alterna dística em M. ophthalmocentra.
A única espécie a apresentar nectário extrafloral foi P. stipulacea, enquanto a
presença de glândulas translucidas nos foliólulos foi restrita a M. tenuiflora, assim
como tricomas glandulares em toda sua extensão.
M.ophthalmocentra apresentou o menor número de pinas por folha e
foliólulos com margem avermelhada no ápice.
51
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