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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR A TAREFA DE COSTURAR SOB A ÓTICA DA ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO:O RISCO DO DESENVOLVIMENTO DE LER/DORT JOÃO PESSOA – PB 2007

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

CENTRO DE TECNOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE

PRODUÇÃO

ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR

A TAREFA DE COSTURAR SOB A ÓTICA DA ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO:O RISCO DO

DESENVOLVIMENTO DE LER/DORT

JOÃO PESSOA – PB 2007

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ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR

A TAREFA DE COSTURAR SOB A ÓTICA DA ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO: O RISCO DO

DESENVOLVIMENTO DE LER/DORT

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, da Universidade Federal Da Paraíba, para obtenção do Grau de Mestre em Engenharia de Produção

Orientador: Prof. Francisco Soares Másculo, PhD. Área: Gestão da Produção

JOÃO PESSOA – PB 2007

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M523a Melo Junior, Abelardo da Silva

A Tarefa de costurar sob a ótica da análise ergonômica do trabalho: O risco do desenvolvimento de LER/DORT./Abelardo da Silva Melo Junior. João Pessoa: UFPB, 2007.

134f. il.: Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa

de Pós-graduação em Engenharia de Produção/CT/UFPB. Orientador: Prof. Francisco Soares Másculo Ph.D. 1. Análise ergonômica do trabalho. 2. Costureira. 3. LER/DORT.

4. Ergonomia. 5. Engenharia de produção. 6. Indústria de confecções. I. Título.

CDU: 65.015.11(043)

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ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR

A TAREFA DE COSTURAR SOB A ÓTICA DA ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO: O RISCO DO

DESENVOLVIMENTO DE LER/DORT

Esta dissertação foi julgada e aprovada em 06 de março de 2007 pela banca examinadora do Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal da Paraíba como parte dos requisitos necessários para obtenção do grau de Mestre em Engenharia de Produção.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________ Prof. Francisco Soares Másculo, PhD. (UFPB)

Orientador

_______________________________________ Prof. Luís Bueno da Silva, Dr. (UFPB)

_______________________________________ Prof. Rasiah Ladchumananandasivam, Dr. (UFRN)

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DEDICATÓRIA

A Deus, que por sua infinita misericórdia, me suporta.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que por seu amor e pela vida que me concedeu, me permitiu chegar

até aqui.

À minha esposa, Rosa Maria Tróccoli Caldas, que com amor, paciência e

carinho, me incentivou a superar mais um obstáculo.

Aos meus pais, pelo amor e esforço feito pela minha educação que me

permitiram atingir esse nível de conhecimento.

Aos meus filhos, Giulliano e Mariana, que serviram de exemplo para minha

volta aos bancos da academia.

Ao amigo e orientador Chicão, pela solidariedade e cooperação nesta

parceria vencedora ao longo da elaboração deste estudo.

Ao amigo Bueno, pelas conversas e conselhos ao longo desta jornada.

Aos professores Paulo, Lourdinha, Celso, Bernadete, Márcia, Villar e Barreto

pela força e pelos conhecimentos transmitidos.

À sempre secretária Rosangela, que carinhosa e diligentemente nos orientou

nos caminhos burocráticos da comunidade acadêmica.

Ao amigo Artur, pela revisão final e pelos incentivos na hora do desânimo.

Aos todos os amigos e colegas do mestrado, representados na pessoa de

Adelaide, que ao longo da convivência acadêmica compartilharam dores e alegrias.

Aos amigos e colegas de trabalho, representados por Clóvis, pelos incentivos.

A Carlos Pontes e José Sobrinho, amigos de longas datas, pela solidariedade

nas horas difíceis.

À minha amiga Ana Carolina, pelo incentivo e gentil colaboração na coleta de

dados.

À direção da empresa, na pessoa do Sr. Valdir que nos permitiu realizar este

estudo em seu estabelecimento.

A todos aqueles que direta ou indiretamente contribuíram para a realização

deste estudo, nossos mais sinceros agradecimentos.

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RESUMO Este trabalho apresenta o estudo da tarefa de costurar sob a ótica da análise ergonômica do trabalho, enfocando uma situação existente na atividade de costura numa empresa de confecções. Objetivou identificar na relação entre o uso de diferentes máquinas de costura e a atividade de costurar calcinhas e blusas, qual delas traz maior risco para o desenvolvimento de LER/DORT. Como método, utilizou-se a observação sistemática dos postos de trabalho e a aplicação de questionários e checklists voltados para o estudo do problema. Realizou-se um estudo de corte transversal e exploratório, em que foi utilizada uma metodologia multivariada de controle e análise de variáveis. A população alvo foram trabalhadoras que exercem a atividade no setor de confecções, com uma amostra de 93 trabalhadoras, sendo 54,8% auxiliar de costura e 45,2% costureiras. A maioria é solteira (75,3%), tem o 2º grau completo (58,0%) e idade média de 25 anos. O estudo teve como variáveis independentes: função, sexo, idade, tempo de serviço na empresa, tempo de serviço na função e tipo de máquina utilizada para execução da tarefa e como variáveis dependentes: condição ergonômica de um posto de trabalho; risco de tenossinovite e lesões; percepção de dor; posturas no trabalho; e tempo em segundos da execução da tarefa. Como resultados observou-se que as máquinas overloque, zig zag e traveti são classificadas como de alto risco de desenvolver LER/DORT, que as posturas assumidas durante a execução das tarefas foram classificadas como ruim ou péssimas, e que os postos de trabalho foram classificados apenas como razoáveis.. A tarefa mais executada é a de fechamento de peças (33,3%), a máquina mais utilizada é a overloque (54,8%), e o tipo de peça mais produzida é a blusa (60,2%). Concluiu-se, que existe uma relação entre a tarefa de costurar calcinhas e blusas, e o risco do desenvolvimento de LER/DORT. Recomendou-se a introdução de pausas durante a jornada de trabalho; adequação dos postos de trabalho considerando as diferentes estaturas entre os trabalhadores; elaboração de instrução de trabalho com orientação de postura na operação das máquinas de costura, e a adoção de sistema de gestão da produção, com o planejamento e controle da produção. Palavras-chave: Análise ergonômica do trabalho. Costureira. LER/DORT.

Ergonomia. Indústria de confecções.

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ABSTRACT This study presents the sewing task with the approach of the ergonomic analysis of the work, in the seam activity in a clothing industry. It aimed at to identify the relationship between the use of different sewing machines and the activity of sewing pants and blouses, which brings larger risk for the development of work related musculoskeletal disorders. As method, was used the systematic observation of the workstations and the application of questionnaires and checklists returned for the study of the problem. It was done a study of transverse and exploratory cut, in that was used a methodology control of multiple analysis of variables. The population objective was the workers that exercise the activity in the section of makings, with 93 workers, being 54,8% to aid of seam and 45,2% dressmakers. Most is single (75,3%), has the 2nd complete degree (58,0%) and the medium age was 25 years old. The study had as independent variables: function, sex, age, time of service in the company, time of service in the function and machine type used for execution of the task, and as dependent variables: ergonomic condition of a workstation; risk of tenosynovitis and lesions, pain perception; work postures; and time in seconds of the execution of the task. As results were observed that the machines overlock, zig zag and traveti are classified as of high risk of developing work related to musculoskeletal disorders, that the postures assumed during the execution of the tasks were classified as bad or terrible, and that the workstations were just classified as reasonable. The task more executed is the one of closing of pieces (33,3%), the machine more used is the overlock (54,8%), and the piece type more produced is the blouse (60,2%). It was concluded then, that a relationship exists among the task of sewing pants and blouses, and the risk of the development of work related to musculoskeletal disorders. It was recommended the introduction of pauses during the work day; also, the adaptation of the workstations considering the different statures among the workers; and it is necessary to elaborate a work instruction with posture orientation in the operation of the sewing machines, and the adoption of system of administration of the production, with the planning and control of the production. Keywords: Ergonomic analysis of the work. Dressmaker. Work related

musculoskeletal disorders. Ergonomics. Clothing industry. Repetitive trauma disorders.

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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

ABERGO - Associação Brasileira de Ergonomia

ABIT - Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção

ABRAVEST - Associação Brasileira do Vestuário

AET - Análise Ergonômica do Trabalho

ANOVA - Analysis of Variance

CAGED - Cadastro Geral de Empregados e Desempregados

CAT - Comunicação de Acidentes de Trabalho

CBO - Código Brasileiro de Ocupações

CCQ - Círculo de Controle de Qualidade

CLT - Consolidação das Leis do Trabalho

CNAE - Classificação Nacional de Atividade Econômica

CRM - Custumer Relationship Management

DC - Diretoria Colegiada

DCO - Distúrbio Cervicobraquial Ocupacional

DORT - Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho

DP - Desvio Padrão

IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

IEA - International Ergonomics Association

IEMI - Instituto de Estudos de Marketing Industrial

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

LER - Lesões por Esforços Repetitivos

MPAS - Ministério da Previdência e Assistência Social

MTE - Ministério do Trabalho e Emprego

NR - Norma Regulamentadora

OSHA - Occupational Safety and Health Administration

PCP - Planejamento e Controle da Produção

PIA - Pesquisa Industrial Anual – Empresa

RAIS - Relação Anual de Informações Sociais

SIDRA - Sistema IBGE de Recuperação Automática

SFIT - Sistema Federal da Inspeção do Trabalho

WRMD - Work Related Musculoskeletal Disorders

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Layout do setor de confecções da empresa) ............................................67

Figura 2 - Estrutura organizacional: níveis hierárquico .............................................69

Figura 3 - Fluxograma de produção - Setor de confecções ......................................70

Figura 4 - Fluxo do processo - Costurar blusas.........................................................71

Figura 5 - Fluxo do processo - Costurar calcinhas ....................................................73

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LISTA DE FOTOS

Foto 1 - Vista da atividade de costureira ...................................................................35

Foto 2 - Vista da atividade de costureira ...................................................................36

Foto 3 - Vista da postura da costureira .....................................................................38

Foto 4 - Vista geral do setor de confecções ..............................................................59

Foto 5 - Vista geral do setor de confecções ..............................................................60

Foto 6 - Vista do setor de malharia (Tear Circular.....................................................66

Foto 7 - Vista do setor de malharia (Tear Circular) ...................................................66

Foto 8 - Vista geral do arranjo ...................................................................................68

Foto 9 - Vista da overloque de ponto fechad.............................................................73

Foto 10 - Vista da overloque ponto aberto ................................................................74

Foto 11 - Vista da Galoneira com equipamento de viés............................................74

Foto 12 - Galoneira com equipamento para bainha ..................................................75

Foto 13 - Vista Zig-zag com equipamento de elástico...............................................75

Foto 14 - Vista Traveti ...............................................................................................76

Foto 15 - Vista da tarefa fechamento de peças 1......................................................76

Foto 16 - Vista da tarefa fechamento de peças 2......................................................77

Foto 17 - Vista da tarefa colocação de bainha ..........................................................77

Foto 18 - Vista da tarefa reforço na costura e aplicação de fita ................................78

Foto 19 - Vista da tarefa fechamento de blusa..........................................................79

Foto 20 - Vista da tarefa fechamento de blusa..........................................................80

Foto 21 - Vista da tarefa fechamento da lateral de peça...........................................81

Foto 22 - Vista da tarefa fechamento da lateral de peça...........................................81

Foto 23 - Vista da tarefa fechamento do fundo de peça............................................82

Foto 24 - Vista da tarefa colocação de cós ...............................................................83

Foto 25 - Vista da tarefa colocação de elástico.........................................................84

Foto 26 - Vista das tarefas reforço nas costuras .......................................................84

Foto 27 - Vista das tarefas reforço nas costuras .......................................................85

Foto 28 - Vista da tarefa reforço nas costuras...........................................................86

Foto 30 - Vista de postura irregular ...........................................................................95

Foto 31 - Vista de cadeiras irregulares......................................................................96

Foto 32 - Vista de ambiente de trabalho desorganizado ...........................................97

Foto 33 - Vista de ambiente de trabalho desorganizado.................................................98

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LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Avaliação Grosseira da Condição Ergonômica de um Posto de Trabalho -

Critérios de interpretação ........................................................................61

Quadro 2 - Avaliação Simplificada do Risco de Tenossinovite e Lesões por Trauma

Cumulativos dos Membros Superiores - Critérios de interpretação.........62

Quadro 3 - Observações de Posturas no Trabalho - Critérios de interpretação........62

Quadro 4 - Coleta de Dados......................................................................................63

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Empregados por segmento Têxtil-Vestuário no Brasil (1990 a 2001) ......32

Tabela 2 - Distribuição da função das operárias .......................................................87

Tabela 3 - Distribuição do estado civil das operárias ................................................87

Tabela 4 - Distribuição da escolaridade das operárias..............................................88

Tabela 5 - Mínimo, máximo, média e desvio padrão.................................................88

Tabela 6 - Distribuição da tarefa executada..............................................................89

Tabela 7 - Distribuição do tipo de máquina utilizada .................................................89

Tabela 8 - Distribuição de tipo de peça produzida ....................................................89

Tabela 9 - Contingenciamento da percepção de dor em função do tipo de máquina90

Tabela 10 - Diferenças dos valores médios ..............................................................91

Tabela 11 - Diferença entre os valores médios do posto de trabalho em função do

tipo de máquina utilizada.........................................................................92

Tabela 12 - Diferenças entre os valores médios do risco de LER/DORT em função

do tipo de máquina utilizada....................................................................92

Tabela 13 - Diferença entre os valores médios de postura em função do tipo de

máquina utilizada.....................................................................................93

Tabela 14 - Diferenças entre os valores médios do tempo (segundos) utilizado em

função do tipo de máquina utilizada ........................................................94

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO............................................................................................16

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO ...........................................................................................16

1.2 JUSTIFICATIVA ......................................................................................................18

1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO ...............................................................................20

1.4 OBJETIVOS DA PESQUISA.................................................................................20

1.4.1 Objetivo geral .........................................................................................................20

1.4.2 Objetivos específicos ...........................................................................................21

CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA ..................................................................22

2.1 O TRABALHO .........................................................................................................22

2.2 A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO ...................................................................24

2.2.1 Introdução ...............................................................................................................24

2.2.2 Histórico...................................................................................................................25

2.2.3 O Taylorismo...........................................................................................................26

2.2.4 O Fordismo..............................................................................................................26

2.2.5 O Modelo humanista.............................................................................................27

2.2.6 O Modelo sociotécnico ........................................................................................27

2.2.7 O Modelo japonês..................................................................................................28

2.3 A INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES E VESTUÁRIO ..........................................30

2.3.1 Histórico...................................................................................................................30

2.3.2 Importância do setor.............................................................................................31

2.3.3 Contexto atual ........................................................................................................32

2.4 A COSTUREIRA......................................................................................................34

2.4.1 O Código brasileiro de ocupações - CBO.......................................................34

2.4.2 A Atividade de costureira ....................................................................................35

2.5 POSTURA.................................................................................................................37

2.6 ERGONOMIA ...........................................................................................................40

2.6.1 Histórico...................................................................................................................40

2.6.2 Conceito ...................................................................................................................41

2.6.3 Domínios ..................................................................................................................43

2.6.4 Abrangência ............................................................................................................44

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2.6.5 Ergonomia na indústria .......................................................................................45

2.7 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO – AET ..........................................46

2.7.1 Introdução ...............................................................................................................46

2.7.2 Conceitos da AET ..................................................................................................46

2.7.3 Aplicações da AET ................................................................................................48

2.8 LER/DORT................................................................................................................49

2.8.1 Histórico...................................................................................................................49

2.8.2 Epidemiologia.........................................................................................................51

2.8.3 A Importância das LER/DORT ............................................................................52

2.8.4 Causas ......................................................................................................................54

2.8.5 A Sintomatologia ...................................................................................................55

2.8.6 Estágios de evolução ...........................................................................................56

CAPÍTULO 3 - MÉTODO .....................................................................................................58

3.1 TIPO DE PESQUISA ..............................................................................................58

3.2 PARTICIPANTES ....................................................................................................58

3.3 AMBIENTE DE COLETA .......................................................................................58

3.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO......................................................................................60

3.5 INSTRUMENTOS E MATERIAIS .........................................................................61

3.5.1 Instrumentos...........................................................................................................61

3.5.2 Materiais...................................................................................................................63

3.6 PROCEDIMENTOS.................................................................................................63

3.7 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS .............64

CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES ...........................................................65

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA...................................................................65

4.1.1 Gestão de pessoal.................................................................................................67

4.1.2 Sistema de produção............................................................................................68

4.1.3 Gestão da produção .............................................................................................69

4.1.4 Planejamento e controle da produção - PCP .................................................69

4.2 DESCRIÇÃO DAS OPERAÇÕES DA MONTAGEM DE PEÇAS...................70

4.2.1 Blusa .........................................................................................................................70

4.2.2 Calcinha ...................................................................................................................72

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4.3 TIPO DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS .........................................................73

4.3.1 Overloque de ponto fechado ..............................................................................73

4.3.2 Overloque de ponto aberto .................................................................................74

4.3.3 Galoneira com equipamento de viés................................................................74

4.3.4 Galoneira com equipamento para bainha.......................................................75

4.3.5 Zig-zag com equipamento de elástico .............................................................75

4.3.6 Traveti .......................................................................................................................76

4.4 IDENTIFICAÇÃO DAS TAREFAS PRESCRITAS ............................................76

4.5 RESULTADOS E DISCUSSÕES .........................................................................86

4.5.1 Distribuição de freqüência e percentual .........................................................87

4.5.2 Percepção de dor...................................................................................................90

4.5.3 Valores médios das tarefas de costurar blusas e calcinhas .....................90

4.5.4 Valores médios das máquinas de costura .....................................................91

CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ...............................................95

5.1 CONCLUSÕES ........................................................................................................95

5.2 RECOMENDAÇÕES...............................................................................................98

REFERÊNCIAS ...................................................................................................................100

APÊNDICES .........................................................................................................................113

APÊNDICE A – CADASTRO DE COSTUREIRA (ENTREVISTA) .............................114

APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO (ADAPTADO DE GOMES, 2002) ................................................................................................................115

APÊNDICE C – TABELA DO TESTE Post hoc de Scheffé ......................................123

APÊNDICE D – LAYOUT DO SETOR DE CONFECÇÕES DA EMPRESA......... Erro!

Indicador não definido.

ANEXOS ..........................................................................................................................125

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .................126

ANEXO B – CHECKLIST GERAL PARA AVALIAÇÃO GROSSEIRA DA CONDIÇÃO ERGONÔMICA DE UM POSTO DE TRABALHO (ADAPTADO DE COUTO, 1995) ...............................................................128

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ANEXO C – CHECKLIST PARA AVALIAÇÃO SIMPLIFICADA DO RISCO DE TENOSSINOVITE E LESÕES POR TRAUMAS CUMULATIVOS DOS MEMBROS SUPERIORES (ADAPTADO DE COUTO, 1995) ..............130

ANEXO D – CHECKLIST PARA OBSERVAÇÕES DE POSTURAS NO TRABALHO (ADAPTADO DE FIALHO; SANTOS, 1997) ............................................133

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CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO

Este trabalho apresenta o estudo da tarefa de costurar sob a ótica da análise

ergonômica do trabalho, numa empresa de confecções. O primeiro capítulo tratou de

identificar a introdução do trabalho a ser realizado, enfocando uma situação

existente na atividade de costura numa empresa de confecções. Apresentou a

problematização do tema estudado, abordando a atividade em que ocorre o

problema e que norteou esse estudo, apresentando a principal questão a ser

estudada, bem como a justificativa da escolha do tema objeto de estudo, os

objetivos gerais e específicos.

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

O reconhecimento do papel do trabalho na determinação e evolução do

processo saúde-doença dos trabalhadores tem implicações éticas, técnicas e legais,

que se reflete sobre a organização e o provimento de ações de saúde para esse

segmento da população. O estabelecimento da relação entre um determinado

evento de saúde – dano ou doença – individual ou coletivo, potencial ou instalado, e

uma dada condição de trabalho constitui a condição básica para a implementação

das ações de Saúde do Trabalhador (BRASIL, 2001).

Do ponto de vista do capital, os valores sobre a saúde e a doença são

construídos numa empresa sob: o foco da produtividade, os princípios adotados de

responsabilidade social e o valor que se dá à preservação das pessoas, das

histórias de acidentes de trabalho, e da própria cultura organizacional. Desta forma,

as empresas organizam-se de maneira a responderem eficientemente às

necessidades de seus clientes, dentro de características do produto, de sua história,

das características do mercado e de seus concorrentes e fornecedores. Esta forma

de organizar reflete-se em seus escritórios, nas linhas de produção e nas crenças,

valores e sanções. O trabalho, além de possibilitar crescimento, transformações,

reconhecimento e independência pessoal-profissional, também causa problemas de

insatisfação, desinteresse, apatia e irritação, expondo o trabalhador ao risco de

acidente ou doenças provenientes do trabalho (FRANÇA; RODRIGUES, 1997).

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A evolução tecnológica e as novas abordagens gerenciais são temas

importantes para as pesquisas ergonômicas neste novo milênio. As condições de

trabalho oferecidas aos trabalhadores têm lhes gerado, em muitas empresas,

desconforto físico e mental e, conseqüentemente, o aumento das diversas doenças

ocupacionais, dentre elas: as lesões por esforços repetitivos nos membros

superiores (LER - atualmente denominadas Distúrbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho (DORT), que atualmente estão também relacionadas à

modernização. As conseqüências decorrentes do aumento do número de casos de

LER/DORT têm sido a origem de muitas das preocupações de organizações

empresariais; além disso, são causas do sofrimento psicológico e físico para os

trabalhadores. Para as organizações as conseqüências são diretas, pois com o

afastamento dos operadores dos postos de trabalho por lesões, tem-se a redução da

produtividade, o aumento do absenteísmo, a elevação no custo final do produto, a

imagem negativa da empresa perante a sociedade, o atraso na entrega prevista dos

produtos e um ambiente desconfortável no setor de trabalho, pois o afastamento por

estas lesões deixa um clima de dúvidas e ansiedades entre os operadores, o que

repercute diretamente sobre os demais (ANTÔNIO, 2003).

As principais causas das LER/DORT são os fatores biomecânicos e

organizacionais do trabalho, que podem ser caracterizados em quatro grupos, a

saber: (1) força; (2) postura incorreta dos membros superiores; (3) repetitividade; e,

(4) vibração e compressão mecânica.

Fazem parte dos grupos com maior probabilidade de apresentar os sintomas

e desenvolver a doença LER/DORT, os trabalhadores cujas funções apresentam

limitadas variações de movimento, realizados em alta freqüência e com o uso de

força. Pode-se incluir nesses grupos os trabalhadores do tipo: empacotadores em

fábricas de alimento, descarregadores de frigoríficos, processadores de dados,

microfilmadores, digitadores, montadores de peças em linha de montagem

automática, usuários de vídeo games, pianistas, pipetadores de laboratório,

bailarinas, tricoteiras, etiquetadores de preços, pintores de bonecas, caixa bancário,

britador e costureiras (VIERA, 1997). Foi considerada neste estudo uma amostra de

costureiras, pois é uma atividade laboral em potencial causadora de LER/DORT.

As tarefas realizadas na atividade de costureira são habitualmente na postura

sentada durante a maior parte da jornada de trabalho, além de existirem outros

fatores que contribuem para o desenvolvimento dessas patologias como

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repetitividade de movimentos, posturas forçadas e exigência de força. A postura

assumida pelas costureiras da indústria da confecção e vestuário e a intensidade da

jornada de trabalho, proporcionam desconforto e dor, podendo gerar futuras

patologias na região cervical, dorsal e membros superiores (ÁVILA; SANTOS, 2000).

Observa-se que o segmento dos confeccionados se caracteriza pela grande

variedade de matérias primas utilizadas, proporcionando alta heterogeneidade de

produtos. Tal heterogeneidade desencadeia a criação de produtos diversificados.

Essa grande variabilidade de sua produção confere graus variados de exposição aos

fatores predisponentes das patologias da região cervical, dorsal e de membros

superiores, conforme a peça que esteja sendo manufaturada (MARQUES;

SIQUEIRA, 2000; SILVA, 2002).

Desse modo objetivou-se, sob a ótica da análise ergonômica do trabalho,

estudar qual a tarefa que predispõe mais ao desenvolvimento de LER/DORT na

atividade de costureira de blusa e calcinha em uma indústria de confecção e

vestuário. O fenômeno aqui abordado pode ser estudado sobre uma outra

perspectiva teórica e metodológica. Entretanto, o presente estudo insere-se num

marco teórico e metodológico específico e, trata-se, essencialmente, de um estudo

empírico.

1.2 JUSTIFICATIVA

A indústria de confecção de artigos de vestuário e aviamentos tem

importância significativa na economia e no comércio mundial de manufaturas. No

ano de 2004 gerou um volume de exportação equivalente no valor de US$

722.643,00, sendo o sexto maior volume nesse ano de 2006. De acordo com o

sistema RAIS/CAGED do Ministério do Trabalho e Emprego, no ano de 2004, essa

atividade industrial empregou diretamente 495.864 trabalhadores, que corresponde

a 6,77% da massa trabalhadora da indústria, e foi o terceiro maior gerador de

empregos nesse ano (BRASIL, 2006).

De acordo com a base de dados 2003, da Pesquisa Industrial Anual –

Empresa – PIA do Sistema IBGE de Recuperação Automática - SIDRA, existem no

Brasil 79.852 empresas com classificação no grupo 18 - Confecção de artigos do

vestuário e acessórios – do Cadastro Nacional de Atividades Econômicas – CNAE,

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empregando 590.247 trabalhadores. No Estado da Paraíba totaliza 475 empresas

formais nessa atividade econômica, que empregam 3.579 empregados

(SIDRA/IBGE, 2006).

Esse tipo de indústria é definida como o conjunto de empresas que

transformam o tecido ou a malha, fabricado a partir de fibras naturais e

manufaturadas, em peças do vestuário (moda feminina, masculina e infantil); do lar

(cama, mesa e banho); decorativo (cortinas e toldos) ou de embalagens, entre

outros, além de possuir uma grande variedade de matéria prima utilizada, que

proporcionam uma considerável carga de trabalho, e que possui, dentre outras

características, posturas incorretas, movimentos repetitivos, ausências de períodos

para recuperação da fadiga, pressão por resultados, tensão e horas extras (GOMES,

2002).

O uso intensivo da mão-de-obra, que é próprio deste tipo de empresa, gera

bastante dependência da qualificação do fator humano, fatores esses que levam os

trabalhadores a permanecerem em posições ortostáticas/estáticas, realizando

movimentos repetitivos por longos períodos de tempo e em condições ambientais

desfavoráveis, causando graus variados de fadiga física e mental e contribuindo com

o surgimento das doenças ocupacionais, com destaque para o grupo LER/DORT

(ARAÚJO, 1996).

Para os operadores acometidos por essas lesões têm-se, além do sofrimento

físico, o sofrimento mental, o desajustamento profissional e o familiar. Na maioria

das vezes, o afastamento elimina a possibilidade de uma promoção, e, por

conseguinte, reduz as perspectivas de crescimento profissional do operador. É ainda

mais crítico quando a situação envolve perda da capacidade laboral parcial ou até

mesmo total quando o operador está no auge de sua produtividade e experiência

profissional, já que a incidência ocorre na faixa dos 20 a 39 anos (ÁVILA; SANTOS,

2000; OLIVEIRA, 1998; QUEIROZ; AMBROSI, 2004).

Segundo dados publicados em 2003 pelo “Occupational Safety and Health

Administration - OSHA, do Bureau of Labor Statistics U.S. Department of Labor”, em

2001, cerca de 33,98% das doenças com dias perdidos reportadas nos EUA foram

lesões por trauma cumulativo (OSHA, 2003).

Quanto aos custos envolvidos, estudo realizado por Pastore, apresenta que o

Brasil gasta aproximadamente R$ 20 bilhões/ano e as empresa cerca de R$ 12,5

bilhões no processo de recuperação dos lesionados com acidentes e doenças do

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trabalho, sendo que as LER/DORT, correspondem a aproximadamente 80% das

doenças ocupacionais registradas no Brasil (O’NEILL, 2002). Esse número é

subestimado, pois diz respeito apenas aos operadores segurados, não inclui aqueles

que realizam trabalho informal, sem carteira de trabalho assinada.

Diante destas constatações, pôde-se afirmar que na atividade de costurar

existe a possibilidade do desenvolvimento de LER/DORT em diversas situações de

trabalho, dependendo do tipo de tarefa a ser exercida. Neste sentido, o presente

estudo, em potencial, contribuiu para a prevenção dessa patologia, permitindo

identificar, no desempenho da atividade de costurar calcinhas e blusas, a máquina

de costura mais prejudicial ao trabalhador, interferindo diretamente na adequação

dos fatores identificados, atuando consequentemente na redução dos custos

operacionais, na recuperação de trabalhadores e no incremento na produtividade

industrial.

1.3 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO

O estudo enfocou o trabalho realizado por costureiras e auxiliares de costura

numa indústria de confecções localizada no município de Santa Rita, região

metropolitana de João Pessoa – PB, cujas tarefas visavam a costura das seguintes

peças: blusas e calcinhas. No desempenho dessa atividade de costurar está

estampada a possibilidade do desenvolvimento de doenças relacionadas ao

trabalho, dadas às características inerentes ao desempenho de cada uma das

tarefas existentes nessa atividade, razão pela qual o estudo objetivou identificar na

relação entre o uso de diferentes máquinas de costura e a atividade de costurar

calcinhas e blusas, qual delas traz maior risco para o desenvolvimento de

LER/DORT na amostra estudada.

1.4 OBJETIVOS DA PESQUISA

1.4.1 Objetivo geral

� Realizar estudo sobre a tarefa de costurar calcinhas e blusas, e a sua

relação com o risco do desenvolvimento de LER/DORT.

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1.4.2 Objetivos específicos

� Realizar análise comparativa entre a atividade de costurar blusas e

calcinhas e o uso de diferentes máquinas de costurar;

� Identificar as tarefas prescritas desenvolvidas na atividade de costureira;

� - Avaliar a condição ergonômica dos postos de trabalho utilizados na

atividade de costureira;

� Avaliar o risco do desenvolvimento de tenossinovite e lesões por traumas

cumulativos dos membros superiores;

� Verificar posturas de trabalho adotadas pelas costureiras no desempenho

de suas tarefas;

� Identificar a percepção de dor durante o trabalho na atividade de costureira.

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CAPÍTULO 2 – REVISÃO DA LITERATURA

Neste capítulo descreve-se a revisão da literatura do tema em questão, a

partir de revisão bibliográfica específica, onde foram abordados os seguintes temas:

O Trabalho, A Organização do Trabalho, A Indústria de Confecções e Vestuário, A

Costureira, Postura, Ergonomia, Análise Ergonômica do Trabalho e LER/DORT.

2.1 O TRABALHO

Pode-se dizer que desde os primórdios da humanidade, o trabalho tem se

constituído numa atividade própria das pessoas, como seres humanos organizados.

O homem, à diferença dos outros animais, não apenas procura adaptar-se ao meio

natural. Ele tenta transformá-lo, a fim de melhorar cada vez mais as condições de

existência. É por meio do trabalho que tem sido possível ao homem satisfazer suas

necessidades básicas, como: beber, comer, vestir, proteger-se contra as

intempéries, garantir a reprodução e preservação da espécie, porém não de forma

isolada, mas pela vida em sociedade.

Historicamente a identificação da atividade de desempenhar um trabalho e

sua relação com a retribuição desse esforço através do recebimento de ganhos

decorrentes da atividade laboral, transcende a nossa época e nos remete ao período

da criação do mundo, quando o homem, diante de sua desobediência, ouviu o

seguinte julgamento de Deus, “Do suor do teu rosto ganharás o teu pão...”, escrito

por Abraão no livro de Gênesis, capítulo 3, versículo 19 a, cerca de 2.000 anos

antes de Cristo (BÍBLIA, 1997).

Nas línguas românicas, o étimo de “trabalhar” e seu derivado regressivo

“trabalho” foi estabelecido por Paul Meyer (1840 – 1917), filólogo francês, na revista

România, XVII, 1888, fundando-se num verbo do latim vulgar “tripaliare” (derivado do

latim “tripalium – espécie de cepo ou instrumento de tortura”, constituído de tres e

palus, “pau, madeira, lenha”) primitivamente “torturar”. Da idéia de “sofrer” passou

para a de “esforçar-se” para chegar-se à de “laborar, obrar”, predominando o

primeiro sentido até o início do século XV. O autor, um dos renovadores da filologia

francesa, autoridade nas línguas provençal e francesa medieval, encontrou a

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associação entre os termos “tres” e “palus”, três paus ou “tripalus”, que depois

caminhou para “tripalium”, e, a seguir, “trabalho”, dando o sentido de tortura, de

canga que se colocava nos condenados ou algo assim (PELIZ, 2001).

Para Friedman e Naville (1962) definir trabalho mostra-se uma tarefa difícil,

porque o trabalho sempre esteve onde qualquer sociedade humana está. Numa

concepção mais ampla, é preciso percorrer toda a existência do homem, em todas

as épocas, nações, sistemas sociais e culturais e só assim definir o trabalho

diferentemente em cada uma delas.

Para Karl Marx (1983), o trabalho é a participação do homem junto a natureza

num processo em que o ser humano, através de sua própria ação, impulsiona,

regula e controla seu intercâmbio material com a natureza. E que este processo é

exclusivamente do ser humano, pois apenas o homem é capaz de estabelecer um

projeto mental de seu trabalho. No entendimento de Gorz (1989), o trabalho nem

sempre existiu, apareceu com os capitalistas e com os proletários e é uma atividade

que se exerce em troca de salário, sendo fixadas formas e horários por aquele que

paga.

O trabalho tem-se constituído como uma atividade essencial à estruturação

da sociedade, tanto sobre o sistema produtivo, como do comportamento humano.

Nesta visão é necessário compreender que todos os indivíduos contribuem para a

definição do perfil da sociedade e não só dos que trabalham, pois há quem define o

caráter do homem pelo seu trabalho e há muitas pessoas idôneas, sérias, bem

intencionadas que não trabalham e nem por isso podem ser desprestigiadas (BAVA

JUNIOR, 1990, apud SILVA, 2002).

De acordo com Cotrim (1996, apud ANTÔNIO, 2003), pode-se definir o

trabalho como sendo o processo pelo qual as pessoas, na criação de bens,

transformam os elementos que compõem a natureza. Essa transformação é

realizada pelo homem através da união que ele faz da sua capacidade física com a

sua capacidade mental. Além de transformar a natureza, humanizando-a, o trabalho

transforma o próprio homem. Isto significa que, pelo trabalho, o homem se

autoproduz, desenvolve habilidades e imaginação, aprende a conhecer a força da

natureza, conhece as próprias forças e limitações, relaciona-se com os

companheiros e vive o afeto de toda relação. Com o trabalho o homem altera a

visão que tem do mundo e de si mesmo.

Por trabalho entende-se tudo o que homem faz para se manter e se

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desenvolver pessoalmente, e para manter e desenvolver a sociedade. O trabalho é

uma necessidade, é um direito, é também uma terapia e realização, o trabalho dá

sentido à vida, porque transforma a natureza e espiritualiza o homem (ANTÔNIO,

2003).

A sociedade moderna, que se instituiu sob o pressuposto da positividade do

trabalho, emprestou-lhe uma nova significação, de tal modo que, de atividade

degradante e embrutecedora, o trabalho passou a ser a mais valorizada, nobre e

edificante atividade humana. A idéia, portanto, da necessidade imperiosa do trabalho

como atividade fundante da sociedade constituía uma imposição para constranger o

homem pobre, mendigo, ladrão no alvorecer da produção capitalista, a submeter-se

às regras firmadas pelo pacto social. Aos olhos das elites modernas, os pobres sem

trabalho só podiam sobreviver pelas doações ou pelo roubo, ambos expedientes

nocivos à sociedade, uma vez que representava a apropriação do trabalho de outros

homens para assegurar-Ihes a vida. A idéia da necessidade impositiva do trabalho,

bem como a criação de dispositivos penais para obrigar o homem pobre a ingressar

na sociedade do trabalho, atravessa a modernidade de lado a lado desde o princípio

(DINIZ, 2004).

Embora a definição de trabalho esteja especificamente relacionada a uma

área de conhecimento e possa divergir em função da perspectiva teórica adotada,

neste estudo o trabalho em si representa a forma pela qual o homem se expõe as

variáveis existentes no meio ambiente de trabalho. Note-se que o homem depende

do trabalho para sua manutenção, inserção econômica e social. Neste sentido,

mesmo em situações de conseqüências negativas, por exemplo, o alto risco de

desenvolvimento das doenças relacionadas ao trabalho, as pessoas continuam

trabalhando, em função da satisfação de suas necessidades.

2.2 A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

2.2.1 Introdução

A forma de organização do trabalho constitui um dos fatores principais para o

aumento dos danos à saúde dos trabalhadores. Isto ocorre quando a organização do

trabalho não considera trabalhador como elemento central e principal do processo

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do trabalho. Sendo assim, torna-se necessária intervenção para que ocorram

modificações na organização, tempo e espaço de trabalho, relações e ambiente.

A organização definida por Gomes (1998), constitui um conjunto de regras e

normas que determinam a maneira de realizar a produção na empresa, associada à

mão-de-obra, às máquinas, aos instrumentos e às matérias-primas para efetivar o

processo produtivo.

2.2.2 Histórico

A forma de evolução da organização do trabalho, historicamente, partiu da

forma mais primitiva e antiga de organizar o processo de produção, através do

modelo artesanal. O artesão, assim conhecido por ser o senhor de seu trabalho,

dominava todas as etapas do processo produtivo. As ferramentas utilizadas na

construção do produto pertenciam ao próprio artesão Era ele quem decidia como

realizar o trabalho, determinando o tempo necessário e a resolução de todos os

problemas que apareciam durante a jornada de trabalho. Portanto, o resultado final

era de sua inteira responsabilidade, pois o trabalho artesanal se caracteriza como

trabalho individual, único, pertencente à própria pessoa que a executa (ASSIS,

1998).

A evolução do modelo artesanal e a sucessão dessa forma de trabalho vieram

com a proposta de reunir vários artesãos em um mesmo local de trabalho

pertencente a um único dono. E o resultado desse trabalho pertencia ao proprietário

desse local e não mais ao artesão. Com essa mudança, percebem-se os indícios da

manufatura e o surgimento da figura do ‘patrão’, pois o artesão deixa de ser o

proprietário do seu produto em troca de uma remuneração. À medida que o trabalho

evolui, o proprietário do local percebe que os produtos poderiam ser fabricados mais

rapidamente e divide as operações em elementos menores e as distribui entre os

trabalhadores. É o surgimento da divisão do trabalho no modelo artesanal (ASSIS,

1998). Originou-se a necessidade de planejar e controlar a produção. O passo

seguinte dá-se com a introdução de máquinas, ainda que rudimentares movidas por

forças naturais como: água, animal, vento e pelo próprio homem.

Com a invenção da máquina a vapor, a base técnica foi diretamente afetada.

Passou-se a ter os operadores de máquinas e os trabalhadores mais qualificados no

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desempenho das atividades técnicas relacionadas à produção, bem como nas

atividades de manutenção. Assim, com a produção baseada em processos

mecânicos, o trabalhador passou a ser operador de um único tipo de máquina, que

exigiu dele um ritmo maior de trabalho imposto pela própria máquina que operava.

Em conseqüência, foi exigida do operário uma maior disciplina, surgindo o cargo de

supervisor para distribuir e controlar o trabalho, caracterizando cada vez mais a

diferença entre o trabalho de execução e o trabalho de planejamento e controle.

2.2.3 O Taylorismo

No desenvolvimento histórico, depois da introdução da máquina na indústria,

a maior evidência aconteceu no início do século XX, nos Estados Unidos com o

modelo de organização do trabalho proposto por Frederick Winslow Taylor. Esse

modelo de organização é visto como um sistema fechado, rígido e mecânico, sem

nenhuma integração com o ambiente externo (SANTOS et al., 1997).

Em 1916 Fayol, um engenheiro e administrador francês, complementa o

trabalho desenvolvido por Taylor, propondo a racionalização da estrutura

administrativa que gerencia o processo de trabalho com base nos princípios da

unidade de comando, da divisão do trabalho, da especialização e da amplitude de

controle (MOTTA, 1986).

2.2.4 O Fordismo

Na mesma época em que Fayol complementa o trabalho desenvolvido por

Taylor, Ford utiliza os princípios da linha de montagem na fabricação de automóveis,

valendo-se do sistema de carretilhas aéreas empregado nos matadouros de Chicago

para esquartejar reses. O fordismo é considerado uma extensão e superação do

taylorismo. Ele aprofunda o taylorismo, porque aumenta o controle sobre o trabalho

e cria uma linha de montagem em grande escala, buscando ao máximo a

produtividade. Com isto, Ford conseguiu mecanizar a circulação de objetos e dos

meios de trabalho no decorrer do processo produtivo, exigindo ainda mais a

superespecialização do homem. O ritmo e a velocidade do trabalho eram

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determinados pelos equipamentos e o trabalhador tinha que se sujeitar a eles

(SILVA, 2002).

Silva (1991, p. 29) define o fordismo num sentido mais global:

Para além do processo de trabalho imediato, o fordismo e o sistema de produção de grandes volumes de produtos padronizados destinados a mercados de massa. A competição é baseada na obtenção de economias de escala e no aumento da velocidade do processo de produção, que é controlada pelo ritmo da linha de montagens e o movimento das máquinas.

O modelo taylorista/fordista, que perdurou por muitas décadas e com

influência nos modelos da atualidade, contribuiu significativamente para o

crescimento da produtividade de muitos países. O modelo elevou o processo de

trabalho à valorização do capital, mas em contrapartida repercutiu negativamente

sobre a saúde dos trabalhadores. Com a presença dos conflitos cotidianos na

produção, causado pelas péssimas condições humanas e sociais do trabalho,

começam a aparecer problemas como: a má qualidade do produto, acidente de

trabalho, turnover, absenteísmo e outros, influenciando negativamente na

produtividade do trabalhador, marcando o início dos questionamentos da real

efetividade do modelo (SILVA, 2002).

2.2.5 O Modelo humanista

Ao final da década de 1920 surge o modelo humanista sugerido pela Escola

de Relações Humanas através de Elton Mayo, com o objetivo de tentativa de

reversão do quadro para a valorização do homem, mas sem a intenção de romper

totalmente com a organização do trabalho vigente (ASSIS, 1998; CHIAVENATO,

1990; CURY, 1990).

Cury (1990) define que a Escola de Relações Humanas ou Behaviorista [...]

se voltava mais para as necessidades do homem, procurando melhor ajustá-lo ao

trabalho, aumentando, em conseqüência, sua motivação e sua produtividade”.

2.2.6 O Modelo sociotécnico

Através do resultado dos estudos de Trist e colaboradores, foi apresentado o

‘modelo sociotécnico’ de forma que toda e qualquer organização deveria consistir na

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combinação de um sistema técnico e social. Sendo o sistema técnico composto pelo

fluxo produtivo, a tecnologia utilizada, documentação necessária, além das variáveis

tecnológicas. E o sistema social relacionado à cultura organizacional, aos valores,

normas e com a satisfação das necessidades pessoais, bem como o nível

motivacional e as atitudes individuais de cada um. Nesta visão, para qualquer

sistema de produção é necessária tanto uma organização tecnológica, envolvendo

máquinas, equipamentos, layout, quanto uma organização de trabalho, envolvendo

aqueles que executam (CHIAVENATO, 1990 apud SILVA, 2002).

Para Fleury e Fleury (1997, apud SILVA, 2002), a proposta sociotécnica

implica na busca de uma solução ótima numa visão de sistema integrado, na qual as

demandas e as capacitações do sistema social sejam adequadamente articuladas às

demandas e aos requisitos do sistema técnico, tendo em vista a consecução das

metas da produção e os objetivos da organização e das pessoas.

2.2.7 O Modelo japonês

Segundo Silva (2002), o Japão, depois de ter sido arrasado na Segunda

Guerra Mundial, investe em um conjunto de ações para poder se recuperar dos

efeitos maléficos do conflito. Como estava tecnologicamente distante das nações

dominantes, o efeito positivo das suas ações pós-guerra não repercutiu de imediato.

A origem desta forma de organização praticada naquele país dá-se no final da

guerra e nos anos 50, quando ocorre uma forte escassez de trabalhadores adultos

qualificados e uma abundância de mão-de-obra jovem e de pouca formação

(CORIAT, 1993; apud MONTEIRO; GOMES, 1998).

Humphrey (1989), atribui as novas estratégias de produtividade observadas

nos países industrialmente avançados à competição acirrada pela crise e à

emergência do desafio japonês à industria ocidental. Nessa busca pelo aumento de

produtividade e melhoria da qualidade, muitos países tem adotado princípios de

administração oriundos do Japão.

Hirata (1993), com base em determinadas correntes de pensamento

econômico e sociológico, destaca o surgimento de um novo paradigma de produção

industrial, apresentado como alternativa à produção em massa fordista e por ela

designado de “second industrial division” - segunda divisão industrial. Este novo

paradigma baseia-se na flexibilidade da produção, nas inovações organizacionais,

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na descentralização e na abertura do mercado internacional; ele pressupõe o fim da

divisão do trabalho baseada na prescrição das tarefas e no relacionamento

autoritário na empresa.

Para Hirata (1993) este novo paradigma é bem representado pelo Modelo

Japonês. A autora apresenta as características do Modelo Japonês, quanto às

relações industriais, ele é um sistema de emprego vitalício, com promoção por

tempo de serviço, sindicato de empresa e baixa taxa de desemprego para os

assalariados do sexo masculino contratados regularmente, não tendo validade para

mulheres, empregados temporários, de empreiteiras e trabalhadores de pequenas e

médias empresas.

Quanto à organização industrial entre as empresas Hirata (1993) afirma:

Trata-se de um modelo dualista, em que se estabelecem trocas de tipo muito

particular entre fornecedores e subcontratados, de um lado, e as grandes empresas

de outro.

No tocante à organização do trabalho e da empresa é uma forma de divisão

social do trabalho que pressupõe a polivalência, mediante a rotação de tarefas e a

não-alocação do trabalhador a um posto específico de trabalho; o predomínio do

grupo de trabalho sobre os indivíduos; a divisão de trabalho menos clara entre

operários de manutenção e de fabricação; as práticas de gestão, como just-in-time,

Kanban e círculos de controle de qualidade (CCQ), que permitem que o trabalhador

conheça e domine melhor o processo global de produção (HIRATA, 1993).

Pode-se então dizer que, a organização do trabalho nas empresas japonesas

leva em consideração todo o potencial do conhecimento do trabalhador, sendo sua

base fundamentada na racionalização dos processos de produção, inclusive com

forte inspiração no modelo taylorista/fordista. O diferencial está no aproveitamento

do potencial humano associado à estratégia competitiva através da organização de

atividade de pequenos grupos. Essas atividades desencadeiam melhorias contínuas

nos processos de produção de forma integrada com toda a organização (FLEURY,

2000).

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2.3 A INDÚSTRIA DE CONFECÇÕES E VESTUÁRIO

2.3.1 Histórico

O Brasil passou por momentos difíceis, desde o período colonial até meados

do século XIX, em razão do decreto que obrigou o fechamento de todas as fábricas

de tecidos de algodão, lã e outras fibras, com exceção daquelas que fabricavam

vestimentas para escravos e tecidos para embalagens (SILVA, 2002).

Tal atitude foi decorrência do temor de que os trabalhadores agrícolas e

extrativistas minerais fossem desviados para a indústria manufatureira. Por isso,

esse período é marcado por políticas de estímulo, ou restrições, de acordo com os

interesses da Metrópole, pois o Brasil ainda estava sob condições de colônia. Entre

1844 e 1913, deu-se um grande processo da industrialização. Em 1864 o Brasil já

contava com cerca de vinte fábricas, com mão de obra abundante e um mercado

consumidor em grande crescimento. Em 1881, com 44 fábricas e 5.000 empregos, o

país já se definia como grande propulsor de artigos têxteis. Nas décadas seguintes,

houve uma maior aceleração no processo de industrialização e nas vésperas da I

Guerra Mundial já existiam 200 fábricas que empregavam 78.000 pessoas. Em

1919, a indústria têxtil contemplava 38,1% do contingente de empregados e no

período de 1920 a 1940 o número de operários já tinha triplicado. No entanto, após o

término da II Guerra Mundial, houve uma redução das exportações, ocasionando

redução dos investimentos, juntamente com a obsolescência dos equipamentos

(SILVA, 2002).

Somente a partir da segunda metade dos anos 50 até 1970, o setor têxtil

começou a ter novamente grandes transformações, possibilitando fortes

investimentos em modernização e ampliação do setor. Nos anos 80, sem estímulo

para investimentos no processo de modernização do parque fabril, o setor começou

a estagnar e a perder a competitividade. Na década de 90, com a abertura do

mercado interno à concorrência internacional e com a política macro econômica,

voltada para a estabilização monetária, houve maior preocupação do setor têxtil em

buscar alternativas para se posicionar perante a globalização (SILVA, 2002).

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31

2.3.2 Importância do setor

A característica estrutural básica da indústria do vestuário, no âmbito mundial,

consoante à Associação Brasileira de Vestuário - ABRAVEST, é a grande

heterogeneidade das unidades produtivas em termos de tamanho, escala de

produção e padrão tecnológico, fatores estes que influenciam, decisivamente, os

níveis de preços, dualidade, produtividade e a inserção competitiva das empresas

nos diversos mercados consumidores (ABRAVEST, 2006).

A indústria têxtil-vestuário é uma das indústrias mais disseminadas

espacialmente no mundo e constitui uma importante fonte de geração de renda e

emprego para muitos países, especialmente nos países em desenvolvimento. É

comum que os primórdios da industrialização de um país se confundam com a

instalação e desenvolvimento da indústria têxtil-vestuário (LUPATINI, 2004).

A indústria concentra: 5,7% da produção manufatureira mundial (em dólares);

8,3% do valor dos produtos manufaturados comercializados no mundo; e mais de

14% do emprego mundial.

Na União Européia, as quase 120 mil empresas da indústria têxtil-vestuário

empregaram mais de 2,2 milhões de pessoas, em 1999, com redução para 2,1

milhões nos anos de 2000 e 2001, ou seja, 7,6% do total de emprego da indústria

manufatureira da União Européia (LUPATINI, 2004).

No Brasil, segundo dados da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de

Confecções – ABIT, as exportações cresceram 3,98% alcançando US$ 986,1

milhões no 1º semestre de 2006, contra US$ 948,4 milhões, nos primeiros seis

meses de 2005. Em volume, a alta foi de 16,5%, passando de 284,1 mil toneladas

para 331,2 mil toneladas (ABIT, 2006).

Dentro da cadeia têxtil-vestuário, observa-se que, apesar da retração no

volume de trabalhadores em conseqüência de fenômenos como forte desvalorização

cambial, abertura comercial ao mercado externo, o setor vestuário ainda pode ser

considerado com um potencial na geração de empregos, conforme se verifica a

evolução, de empregados no segmento têxtil em comparação ao de confecção, no

período de 1990 à 2001 (ver tabela 1), de acordo com o Instituto de Estudos e

Marketing Industrial – IEMI , que apresenta uma ampla análise do setor têxtil e

confeccionista brasileiro, com detalhes sobre as unidades fabris instaladas, evolução

da produção, consumo, distribuição, emprego, parque de máquinas, investimentos,

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comércio externo e grandes empresas em atividade no segmento (IEMI; 2001,

2002).

Tabela 1 - Empregados por segmento Têxtil-Vestuário no Brasil (1990 a 2001)

Segmento/Ano 1990 1995 1997 1998 1999 2000 2001

Têxtil 893,0 449,4 350,9 326,3 327,2 339,3 332,2 Fiação 272,0 132,5 104,9 85,2 88,8 91,9 90,6 Tecelagem 401,0 162,3 123,2 105,6 96,9 99,2 97,7 Malharia 150,7 115,0 90,4 101,9 112,3 118,7 119,0 Beneficiamento 69,4 39,6 32,4 33,6 29,2 29,5 24,9 Confecção 1755,8 1468,1 1318,1 1237,2 1204,1 1233,2 1191,8 Vestuário 1510,9 1209,2 1086,0 1013,6 992,6 1039,9 1006,6 Meias e acessórios

78,7 104,3 93,6 91,6 83,5 72,9 70,2

Linha Lar 131,8 121,8 109,1 104,1 99,7 95,5 91,1 Outros 34,4 32,8 29,4 27,9 28,3 24,9 24,0

Total 2649,6 1917,5 1669,0 1563,5 1531,3 1572,5 1524,0

Fonte: IEMI (2001 e 2002)

2.3.3 Contexto atual

A característica estrutural básica deste segmento industrial é identificada pela

enorme heterogeneidade das unidades produtivas, associada à existência de grande

número de empresas de tamanhos variados. Em sua grande maioria, o segmento é

composto de micro e pequenas empresas, pulverizando o controle da indústria e

confirmando a definição de uma indústria fragmentada (GOMES, 2002).

Analisando o setor de confecções do vestuário, Lima (1999) destaca esse

segmento afirmando que agrupa um conjunto de unidades produtivas que abrange

desde o trabalho domiciliar de caráter artesanal até grandes e modernas indústrias

com milhares de operários, servindo a um mercado consumidor extremamente

segmentado, que vai da produção em massa a produtos individualizados e únicos.

O setor da costura da indústria do vestuário se caracteriza por utilizar

intensiva mão-de-obra e, para alguns países, está sendo difícil produzir produtos

competitivos, utilizando o sistema convencional de produção.

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Em 2001 representou apenas 1% do valor adicionado da indústria de

transformação, mas era responsável por 22,98% dos ocupados na indústria de

transformação (15,12% do total da indústria) (LUPATINNI, 2004)

Nesse aspecto, deve-se ressaltar que, em relação ao custo operacional, faz-

se necessário dizer que das etapas mais a montante à etapa mais a jusante da

cadeia têxtil-vestuário, o peso do custo do trabalho nos custos totais aumenta.

Ilustrativamente, no Brasil o custo do trabalho na fiação (com filatórios open-end)

corresponde a 6% do custo total, na tecelagem o custo do trabalho pesa 24% no

custo total, na malharia 26% e a fase de costura (fase principal do processo

produtivo da confecção) concentra cerca de 80% do trabalho produtivo (LUPATINNI,

2004)

O setor apresenta 16 segmentos, incluindo artigos de cama, mesa e banho,

os mais variados tipos de roupas e acessórios, entre outros. O setor tem como

característica básica ser fortemente influenciado pela moda, podendo lançar quatro

coleções por ano: inverno, primavera-verão, verão e alto verão. Os modelos sofrem

variações no que se refere ao tipo de tecido, cor, ajuste no corpo, visual e tipo dos

detalhes (ABRAVEST, 2006).

Caracteriza-se, também pelo elevado número de micro e pequenas empresas

no setor que, ao contrário de outros segmentos industriais, tem no baixo custo da

mão-de-obra, uma grande influência na decisão de investir e nas estratégias de

localização dos empreendimentos. A vantagem comparativa da mão-de-obra tem

influído, decisivamente, na competitividade internacional explicando, em boa

medida, a atual distribuição geográfica mundial do setor (ABRAVEST, 2006).

Nesse sentido, tal setor, por ter uma técnica de produção amplamente

conhecida e o equipamento utilizado – a máquina de costura – é de operação

simples e custo reduzido, facilita a entrada de produtores de menor porte na

indústria, e com um ciclo de produção da indústria do vestuário composto de

diferentes etapas: design, confecção dos moldes, gradeamento, elaboração do

encaixe, corte, costura, acabamento e lavagem.

De acordo com Elias (1999), no ciclo de produção da roupa se destaca a

etapa da costura, que é a principal do processo, cabendo-lhe cerca de 80% do

trabalho produtivo. Este fato contribui para a maior dificuldade de automação,

possuindo assim poucos avanços neste campo.

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Nesse setor são montadas as partes das peças que são bidimensionais e

que, depois de costuradas, se transformam em peças tridimensionais. Esta etapa é

complexa e exige muita habilidade de quem executa, e é difícil de automatizar,

requer, muitas vezes, que o operador trabalhe em vários tipos de máquinas e que

saiba desenvolver várias operações diferentes (polivalência). É no setor da costura

que se desenvolve a etapa mais complexa e intensiva do trabalho do processo de

produção (GOULARTI FILHO; JENOVEVA NETO, 1997; apud SILVA, 2002).

Com relação aos aspectos tecnológicos, a indústria de confecções possui

tipicamente um processo produtivo por lotes, caracterizando-se como uma produção

do tipo intermitente repetitiva, cujas linhas de produção apresentam uma

esmagadora supremacia do trabalho manual, a chamada industrialização artesanal.

A principal causa para essa supremacia, está ligada ao alto custo financeiro para a

introdução de tecnologia de ponta na linha de produção, o que limita a automação

de determinadas atividades do processo, reduzindo a produtividade e,

conseqüentemente, a margem de lucro.

2.4 A COSTUREIRA

2.4.1 O Código brasileiro de ocupações - CBO

Segundo o Código brasileiro de ocupações – CBO, publicado pelo Ministério

do Trabalho e Emprego – MTE, as costureiras são as responsáveis por organizar o

local de trabalho, preparar máquinas de costura e de bordar para acabamento de

roupas. Além disso, preparam peças para costura, e bordado, de acordo com os

gabaritos, costuram acessórios e bordam peças confeccionadas, e controlam a

qualidade da costura e dos acabamentos de peças do vestuário (BRASIL, 2002).

Quanto às condições gerais do exercício das funções, estão sempre sob

supervisão permanente, em que trabalham em confecções de roupas, ou oficinas de

costura, geralmente como assalariados com carteira assinada, organizados em

células de produção ou equipe multifuncional, exceto Bordadores(as) e

Passadores(as) que trabalham de forma individual. Desenvolvem seus trabalhos em

ambiente fechado, em horários diurno e noturno. Em algumas atividades podem

estar sujeitos a posições desconfortáveis e expostos a ruído intenso e à poeira.

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2.4.2 A Atividade de costureira

Nag et al. (1992) relatam que um trabalho de costura em longo prazo, por

requerer o uso repetitivo e coordenado do tronco, extremidades superiores e

inferiores das operárias que trabalham em postura sentada prolongada, têm uma

carga cumulativa nas estruturas músculo-esqueléticas, incluindo a coluna vertebral e

refletindo na forma de grande incidência de desconforto e dor em partes diferentes

do corpo, e foi evidenciado que 68% da população estudada, reclamavam de dores

nas costas.

Foto 1 - Vista da atividade de costureira

Especificamente no caso do trabalho com máquinas de costura, (Foto 1 –

Atividade de costureira), estudos demonstraram que inadequações no seu design de

expõem os seus operadores a diversos constrangimentos, como posturas

inadequadas e movimentos repetitivos de membros superiores (ESTIVALET et al.,

2004; DELLERMAN; DUL, 2002; LI et al., 1995).

Os aspectos manuais da tarefa em máquina de costura afetam a postura do

tronco, que poderia ser melhorada, assim como as exigências visuais da tarefa,

como as visões da tarefa e da agulha influenciam posturas da cabeça. As posturas

de flexão de tronco e de flexão de cabeça/pescoço poderiam ser melhoradas

significativamente por alterações de parâmetros projetuais de uma máquina de

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costura, como a inclinação da mesa e visão da agulha (ESTIVALET et al., 2004; LI et

al., 1995).

Kaergaard et al, (2000), destacam que o trabalho na indústria da confecção

envolve monotonia, tarefas altamente repetitivas realizadas numa postura sentada

com a região superior das costas curvada e a cabeça dirigida para a máquina de

costura.

Foto 2 - Vista da atividade de costureira

Para costurar, muitas atividades manuais são executadas e estas exigem um

acompanhamento visual, isso significa que o tronco e a cabeça ficam inclinados para

frente (Foto 2 – Atividade de costureira). O pescoço e as costas ficam submetidos a

tensões mantidas por longos períodos, o que poderá acarretar dores. O dorso pode

ser submetido também a tensões, quando for necessário girar o corpo, estando o

trabalhador em um assento fixo (QUEIROZ; AMBROSSI, 2004).

As tarefas das costureiras são realizadas em postura sentada durante

aproximadamente 83,31% da jornada de trabalho; o ritmo produtivo e a organização

não permitem pausas extras e mudanças da postura sentada para a postura de pé

(MARQUES; SIQUEIRA, 2000).

Soares et al (2004), destacam que a atividade de costura pode ser

considerada de ação estática, com movimentos altamente repetitivos, salientando

que a atividade de costura tem grande exigência de acuidade visual e utilização de

motricidade fina, com alta repetitividade dos movimentos.

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2.5 POSTURA

É cada vez maior o tempo que passamos sentados no dia-a-dia. A princípio, a

postura sentada poderia ser considerada vantajosa em relação à postura em pé,

porque cansa menos, exige menor gasto energético, alivia as pernas. No entanto,

ela sobrecarrega nosso corpo principalmente quando permanecemos muito tempo

sentados e em condições inadequadas (COURY, 1995).

A postura humana tem sido objeto de grande preocupação nas modernas

organizações e sistemas de trabalho, onde as posturas assumidas vêm ocasionando

nas últimas décadas um aumento considerável de problemas osteomusculares, e

outras disfunções fisiológicas relacionadas ao trabalho (MOSER et al., 2000).

A automatização dos sistemas de produção e o conseqüente aumento da

velocidade de processamento das informações gerou e continua gerando demandas

cada vez mais complexas para o trabalhador, ficando este na situação paradoxal de

ter que acompanhar a velocidade das máquinas ao invés de trabalhar de acordo

com seu próprio ritmo (MOSER et al., 2000).

Laville (1977) define postura como a organização dos segmentos corporais no

espaço. Segundo Barreira (1989), postura é definida como um arranjo relativo do

corpo. De acordo com Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997; apud NASCIMENTO 2005),

postura é um termo definido como sendo: “uma posição ou atitude do corpo, a

disposição relativa das partes do corpo para uma atividade específica, ou uma

maneira característica de sustentar o próprio corpo”.

Kendall (1995) definiu postura como: “o arranjo característico que cada

indivíduo encontra para sustentar o seu corpo e utilizá-lo na vida diária, envolvendo

uma quantidade mínima de esforço e sobrecarga, conduzindo à eficiência máxima

do mesmo”.

No caso específico do presente estudo adota-se a definição expressa por

Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997; apud NASCIMENTO, 2005), uma vez que a

atividade de costureira assume características específicas no desempenho da tarefa

de costurar.

Em situações de trabalho o estudo da postura é de grande importância para

otimização do trabalho no que diz respeito ao dimensionamento do espaço de

trabalho, concepção do mobiliário, ferramentas utilizadas e otimização das tarefas a

serem realizadas.

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Em geral, a postura de trabalho obedece às exigências da tarefa ou do posto

de trabalho. O homem assume basicamente duas posturas para trabalhar: em pé,

sentado ou alternando essas posições. Dessa forma o tempo dedicado à realização

das atividades é que vai determinar o desconforto gerado pela postura assumida.

Ambas as posturas de pé e sentada apresentam vantagens e desvantagens. A

postura de pé costuma ser responsável por dores e inchaços nas pernas e pés e

fadiga pela dificuldade do sangue retornar ao coração. Já a postura sentada

costuma gerar queixas de dor lombar e compressão da circulação na fossa poplítea

(região posterior do joelho). O maior inconveniente do trabalho sentado, porém é a

sobrecarga nos discos intervertebrais que ao longo do tempo irá provocar desgaste

e compressão levando a hérnia discal, conhecido quadro doloroso da coluna lombar

(MOSER et al., 2000).

Foto 3 - Vista da postura da costureira

Quando trabalhamos sentados realizando uma atividade diante de uma

superfície horizontal, temos que adaptar nossa postura corporal para dirigir a

atenção à atividade que realizamos. Mudanças na posição do pescoço são então

necessárias: a posição mais comum que o pescoço adota é flexionado para frente

ou para baixo (Foto 3 – Vista da postura da costureira). A pequena movimentação

do pescoço é extremamente prejudicial para a parte alta da coluna e isso é ainda

mais crítico quando a cabeça e o pescoço permanecem em posições extremas:

muito dobrado, inclinado para uma lateral ou rodado. Manter a cabeça dobrada

anteriormente a 30º é necessário 50% a mais de força nos músculos do pescoço.

Quanto mais flexionado para frente estiver o pescoço, maior será o número de

queixas de desconforto, pois tal posição demanda um trabalho adicional dos

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músculos e sobrecarrega os ligamentos e articulações da região. Quando

permanecemos com o pescoço e a cabeça imóveis por longos períodos, os

músculos precisam trabalhar continuamente para manter essas partes do corpo

estáveis, sem movimento (MASSAMBANI; SANTOS, 2001).

Quanto ao alinhamento postural ideal, Dimitrova e Dimitrov (2003; apud

NASCIMENTO, 2005), consideram que é aquele cuja manutenção exige um mínimo

de esforço e tensão no nível das articulações. A manutenção do controle postural

requer das estruturas musculares uma determinada resistência à fadiga. Fadiga é

definida como a incapacidade na manutenção de um nível esperado de força.

Atividades que exijam que o indivíduo assuma, freqüentemente, as mesmas

posições corporais, sejam elas em relação à posição dos membros ou esforços

significativos da estrutura locomotora, criam hábitos posturais que podem, inclusive,

refletir-se em alterações significativas do alinhamento do corpo (MUNHOZ;

BRENZIKOFER; VILARTA, 1995; apud NASCIMENTO, 2005).

O trabalho muscular prolongado e estático prejudica o músculo em demasia,

pois durante a contração muscular a pressão dentro do músculo aumenta e

comprime os vasos, diminuindo assim a circulação. Se, depois de uma contração, o

músculo puder relaxar pelo mesmo tempo que durou a contração, cria-se uma

condição ideal de trabalho e repouso (COURY, 1995).

Quando o músculo fadiga, a carga é transferida para os tecidos inertes que

suportam a coluna nos finais da amplitude, como cápsulas, tendões, ligamentos etc.

Posturas mantidas necessitam, continuamente, de adaptações dos músculos

estabilizadores, para suportar o tronco contra forças flutuantes. Grandes movimentos

repetitivos também requerem dos músculos respostas através do controle da

atividade (KISNER; COLBY, 1998; apud NASCIMENTO 2005).

Nesse aspecto pode-se evidenciar que as exigências de trabalho e o estilo de

vida da população moderna levam à inadequações posturais que favorecem

sobrecargas posturais. Atividades de trabalho especializadas e limitadas, com

repetição de movimentos e posturas inadequadas por períodos prolongados, além

dos fatores ambientais, tais como projeto ergonômico deficiente, proporcionam

cargas nas estruturas anatômicas da coluna vertebral, ocasionado fadiga e lesões

no trabalhador, muitas vezes graves e irreversíveis.

Uma dor muscular forte pode ser entendida como um sinal de alerta podendo

indicar problemas futuros para o músculo. Mooney (2000) destaca que a utilização

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de posturas incorretas propicia o surgimento de algias da coluna vertebral, e que

essa é uma das maiores causas de afastamento prolongado do trabalho e

sofrimento humano.

Em relação ao trabalho estático versus o dinâmico, Iida (2005) afirma que se

o trabalhador alterna as posturas, sem realizá-las estaticamente por períodos

prolongados, terá um índice de desconforto menor. Ao contrário, posturas estáticas

durante toda a jornada ocasionam desconforto e dor acionando precocemente o

mecanismo de fadiga muscular. Isso acontece devido a diminuição do aporte

sanguíneo, visto que os vasos sanguíneos e estruturas adjacentes são comprimidos

na contração muscular sustentada sem relaxamento.

Sobrecargas mecânicas em estruturas sensíveis à dor, levam à distensão ou

compressão das terminações nervosas, ocasionando dor. Esse tipo de estímulo

ocorre na ausência de uma reação inflamatória, sendo então um problema

mecânico. Aliviando-se a sobrecarga nas estruturas sensíveis a dor alivia-se o

estímulo doloroso. Se as cargas mecânicas excederem as capacidades de

sustentação do tecido, ocorrerá ruptura. Se isso continua sem uma cicatrização

adequada, síndromes de uso excessivo com inflamação e dor irão afetar a função

sem uma lesão aparente. As lesões ocorrem com maior freqüência quando há fadiga

muscular, como acontece com os trabalhadores que não respeitam o seu limite

fisiológico - devido às cobranças da produção - e continuam exercendo a atividade

mesmo na presença de fadiga (KISNER; COLBY, 1998, apud NASCIMENTO, 2005).

Com base nos pressupostos apresentados, pode-se afirmar que na atividade

de costureira, as questões relacionadas à sobrecarga mecânicas, trabalho estático,

fadiga muscular, existentes na postura sentada assumem um papel fundamental na

gênese do processo de desenvolvimento de LER/DORT. Essas questões podem ser

controladas através de um estudo ergonômico da função exercida pela costureira.

2.6 ERGONOMIA

2.6.1 Histórico

Desde a antiguidade o homem sempre buscou melhorias em sua atividade

cotidiana, adequando suas ferramentas, instrumentos e utensílios domésticos.

Segundo Moraes e Mont’Alvão (2003), existem na arqueologia, exemplos de

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empunhadura de foices, datadas de séculos atrás, que demonstram a preocupação

do homem em adequar a forma da pega de ferramentas às características da mão

humana.

O termo ergonomia é derivado das palavras gregas ergon, que significa

trabalho, e nomos, que se designa regras. Nos Estados Unidos, usa-se também

como sinônimo, o termo, human factors (DUL; WEERDMEESTER, 2004).

A origem da ergonomia remonta ao período do início da 2ª Guerra Mundial

(1939 – 1945), em que houve pela primeira vez, uma conjugação sistemática de

esforços entre a tecnologia, ciências humanas e biológicas para resolver problemas

de projetos. Os resultados desse esforço interdisciplinar foram muito gratificantes a

ponto de serem aproveitados pela indústria no pós-guerra. (DUL;

WEERDMEESTER, 2004; WILSON, 2000;).

Iida (2005) relata a data oficial deste nascimento, como sendo 12 de julho de

1949, e a fundação, no início da década de 50, da Ergonomics Research Society, na

Inglaterra. O termo ergonomia havia sido cunhado em 1857 pelo polonês

Jastrzebowski, mas tinha caído em esquecimento. É retomado em 1949 pelo inglês

Murrel para reunir os conhecimentos (psicológicos e fisiológicos) úteis à concepção

dos meios de trabalho (JASTRZEBOWSKI, 1857; WILSON, 2000; SILVA, 2001).

É a partir desse contexto histórico que ocorreu o desenvolvimento da

ergonomia, enquanto ciência que estuda as regras do trabalho, tendo a seguinte

evolução quanto aos conceitos, conforme foi se consolidando o conhecimento

acerca desta ciência.

2.6.2 Conceito

Os conceitos de ergonomia variam quanto ao enfoque dado. Iida (2005, p. 2)

apresenta o estabelecimento de uma relação entre o homem e o trabalho, conforme

destaca:

Ergonomia é o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conceitos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento.

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Porém Hendrick (1993, p. 5) em seu estudo sobre macroergonomia, em que

introduz a visão do homem participando de um sistema, com o qual interage, na

busca de atender as exigências de sua atividade laboral, a saber:

Ergonomia é ocupada, como uma ciência, com o desenvolvimento de conhecimento sobre as capacidades, limitações e outras características da performance humana, na medida em que se relacionam com o projeto da interface entre as pessoas e outros componentes do sistema.

Segundo Wisner (1972; apud FIALHO; SANTOS, 1997, p. 9), que destaca

centrando essa definição no homem:

Ergonomia é o Conjunto dos conhecimentos relativos ao homem e necessários para a concepção de ferramentas, máquinas e dispositivos que possam ser utilizados com o máximo de conforto, de segurança e de eficácia (p.9).

Ao longo do tempo, com o aprofundamento dos estudos, Wilson (2000)

elucida que: ergonomia é o entendimento teórico e fundamental de comportamento e

desempenho humano, interagindo em sistemas sociotécnicos propostos, e a

aplicação daquele entendimento para projetar de interações no contexto de

colocações reais.

A Associação Brasileira de Ergonomia - ABERGO (ABERGO, 2000), descreve

a ergonomia como sendo a ciência que objetiva modificar os sistemas de trabalho

para adequar a atividade nele existente às características, habilidades e limitações

das pessoas com vistas ao seu desempenho eficiente, confortável e seguro.

Tendo em vista normatizar e unificar as diversas definições, A International

Ergonomics Association – IEA (IEA, 2000), estabeleceu em San Diego, Califórnia,

em agosto de 2000, que ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica

relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros

elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a

projetos a fim de aperfeiçoar o bem estar humano e o desempenho global do

sistema.

Quanto aos principais campos de aplicação da ergonomia, Iida (2005)

destaca que numa situação ideal, esta ciência deveria ser aplicada em todas as

etapas iniciais do projeto de uma máquina, ambiente ou local de trabalho. A

ergonomia se insere nos seguintes setores:

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� Indústria: onde contribui para melhorar a eficiência, a confiabilidade e a

qualidade das operações industriais;

� Agricultura, mineração e construção civil: com estudos na produção de

máquinas agrícolas, sobre os efeitos danosos dos agrotóxicos sobre a saúde

do homem e nos animais, além de atuar na prevenção de acidentes nesses

setores:

� No setor de serviços: o que mais se expande com a modernização da

sociedade, através da absorção da mão-de-obra excedente de outros setores;

� Na ergonomia na vida diária: que tem contribuído para melhorar a vida

cotidiana, tornando os meios de transporte mais cômodos e seguros, além de

uma mobília mais confortável.

2.6.3 Domínios

Vidal (2000) estabelece que, dentro do contexto do estudo do trabalho que, a

análise ergonômica pode ser aplicada de forma a trazer um aumento da

produtividade, pois sua abrangência se dá de maneira global através de uma

intervenção ergonômica que visa modificar a situação, para torná-la mais adequada

as pessoas que nela operam, tendo como conseqüência uma operação com uma

maior efetividade na linha de produção.

De acordo com Vidal (2000), os domínios de especialização da ergonomia

caracterizam-se da seguinte maneira:

� Ergonomia física: está relacionada com as características da anatomia

humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade

física. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho,

manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-

esqueléticos relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho,

segurança e saúde;

� Ergonomia cognitiva: referem-se aos processos mentais, tais como

percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as

interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os

tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de

decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress e

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treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres

humanos e sistemas;

� Ergonomia organizacional: concerne à otimização dos sistemas sócio-

técnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos.

Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de relações com

clientes (CRM), projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, projeto

participativo, trabalho em grupo, novos paradigmas do trabalho, trabalho

cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, tele-trabalho e

gestão da qualidade.

Nesse estudo, verifica-se a importância da ergonomia física, em que o estudo

da postura no trabalho, manuseio de materiais e dos movimentos repetitivos,

destaca-se sobremaneira, em razão da ocorrência freqüente destes fatores na

atividade de costureira.

2.6.4 Abrangência

Quanto à abrangência, segundo Iida (2005, p. 12), pode-se falar que as

contribuições da ergonomia para introduzir melhorias em situações de trabalho

dentro de empresas podem variar conforme a etapa em que elas ocorrem e também

conforme a abrangência com que ela é realizada.

Para Laville (1977), pode-se distinguir uma ergonomia de proteção do homem

que trabalha, para evitar o cansaço, a velhice precoce os acidentes, etc. e uma

ergonomia de desenvolvimento, que permitirá a concepção de tarefas de forma a

elevar a capacidade e a competência dos operadores.

Porém, segundo Sell (1994), a contribuição ergonômica, de acordo com a

ocasião em que é feita, é classificada sob três fatores importantes para as

organizações: 1) a ergonomia de correção, 2) a ergonomia de concepção e 3) a

ergonomia de conscientização.

No caso deste estudo, adota-se o critério estabelecido por Sell (1994), tendo

em vista ser mais abrangente, abordando aspectos específicos dentro da

organização de trabalho, em função da situação encontrada.

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2.6.5 Ergonomia na indústria

Os objetivos práticos da ergonomia são a segurança, satisfação e o bem-

estar dos trabalhadores no seu relacionamento com sistemas produtivos, tendo a

eficiência como resultado. Há uma série de fatores ligados ao projeto de máquinas e

equipamentos, ao ambiente físico (iluminação, temperatura, ruídos, vibrações), ao

relacionamento humano e a diversos fatores organizacionais, que podem ter uma

forte influência sobre o desempenho do trabalho humano (IIDA, 2005).

A ergonomia contribui para melhorar a eficiência, a confiabilidade e a

qualidade das operações industriais. Isso pode ser feito basicamente por três vias:

aperfeiçoamentos do sistema homem-máquina, organização do trabalho e melhoria

das condições de trabalho.

Almeida (2000) desenvolveu um estudo que enfocou 5 grandes empresas

norte-americanas que utilizam programas de ergonomia para reduzir o impacto de

doenças ocupacionais. Os responsáveis em todas as empresas atestaram que seus

programas de ergonomia renderam inúmeros benefícios, inclusive reduções nos

custos de compensação, associados aos trabalhadores lesionados com LER/DORT,

bem como no número de dias perdidos. Assinalaram também a melhoria da moral,

da produtividade e da qualidade do produto.

Um ambiente de trabalho é o resultado de um complexo de fatores, materiais

ou subjetivos, todos importantes e que muitas vezes não são fáceis de serem

atendidos. Entretanto, o custo de qualquer melhoria ambiental é um investimento

altamente rentável, tendo como resultado o conseqüente aumento da produtividade,

redução de acidentes, doenças ocupacionais e absenteísmo, além de proporcionar

um melhor relacionamento empresa-empregado. Em muitos casos, segundo o autor,

as próprias características do trabalho ou o próprio processo de transformação

industrial geram condições difíceis de serem evitadas, não permitindo uma

otimização das condições, pois, obviamente, não se pode levar o ruído de uma

caldeiraria ou a temperatura de uma laminação a níveis desejáveis, mas deve ser

feito sempre o melhor possível dentro das limitações existentes e as deficiências

intransponíveis compensadas por outros meios (VERDUSSEN, 1978).

A aplicação sistemática da ergonomia na indústria acontece a partir da

identificação dos locais onde ocorrem maiores problemas. Estes podem ser

reconhecidos por certos sintomas como alto índice de erros, acidentes, doenças,

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absenteísmos e rotatividade dos empregados. Por trás dessas evidências pode

ocorrer uma inadaptação das máquinas, falhas na organização do trabalho ou

deficiências que provocam tensões musculares e psíquicas nos trabalhadores,

resultando nos fatos mencionados.

O enfoque ergonômico tende a desenvolver postos de trabalho que reduzam

as exigências biomecânicas, procurando colocar o operador em uma boa postura de

trabalho, os objetos dentro do alcance dos movimentos corporais e que haja

facilidade de percepção de informações.

Observa-se desta forma, por analogia, a importância da aplicação da

ergonomia na indústria de vestuário, onde a adequação ergonômica dos postos de

trabalho contribuiria significativamente no controle e prevenção das doenças

relacionadas ao trabalho.

2.7 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO – AET

2.7.1 Introdução

A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) é um tema utilizado com freqüência

por diversos autores na área de engenharia de produção, em especial vinculado à

ergonomia, que abordam o assunto de uma forma diversa, normalmente como parte

de um assunto.

Do ponto de vista etimológico, Ferreira (1986, p. 113) descreve o termo

análise como sendo: 1- O ato ou efeito de analisar; 2- Decomposição de um todo em

suas partes constituintes;.5- Estudo pormenorizado.

Neste sentido, pode-se afirmar que uma análise só é empreendida quando se

tem que solucionar um problema complexo, através de um estudo pormenorizado,

como diria o autor, decompondo suas partes.

2.7.2 Conceitos da AET

Wisner (1994) afirma que a análise ergonômica do trabalho originou-se, para

os ergonomistas franceses, do livro de A. Ombredane e J. M. Faverge, intitulado A

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Análise do Trabalho, publicado em 1955. A partir dessa obra, a análise do trabalho

não mais se restringia a uma descrição da tarefa, mas sim de uma análise das

atividades de trabalho (OMBREDANE; FAVERGE, 1955).

De acordo com Wisner (1994), a metodologia da análise ergonômica do

trabalho varia de um autor para outro, em função das circunstâncias da intervenção.

Para Santos e Zamberlan (1995; apud VIERA, 1997), a metodologia de

análise do trabalho considera o funcionamento global da empresa, suas escolhas

técnicas, organizacionais, comerciais e sociais.

Salerno (2000, p. 46), explica que a análise ergonômica do trabalho centra

seus objetivos, métodos e desenvolvimento teóricos sobre a atividade de trabalho

efetivamente desenvolvida pelas pessoas, suas dificuldades físicas e/ou cognitivas,

e sobre as condições de trabalho encontrado nas empresas.

O autor destaca, ainda, que a característica básica da análise ergonômica do

trabalho é a observação sistemática de pessoas trabalhando.

Segundo o Manual de Aplicação da Norma Regulamentadora Nº 17 (BRASIL

2002), análise ergonômica do trabalho é um processo construtivo e participativo para

a resolução de um problema complexo que exige o conhecimento das tarefas, da

atividade desenvolvida para realizá-las e das dificuldades enfrentadas para se

atingirem o desempenho e a produtividade exigidos.

Vidal (2003, p. 17) define as análises ergonômicas com sendo: O

encaminhamento mais adequado para demandas concretas de mudanças.

Fialho e Santos, (1997; apud LIMA, 2003), afirma que a análise ergonômica

consiste em: Emitir juízos de valor sobre o desempenho global de determinados

sistemas homem-máquina ou homem-tarefa e pode resultar de uma demanda direta

ou indireta.

Porém Montmolin, (1990; apud ANTÔNIO, 2003), amplia essa definição

afirmando que a análise ergonômica do trabalho estuda uma situação de trabalho

visando adaptá-la ao homem a partir da análise das condições técnicas, ambientais

e organizacionais.

Esse autor ressalta que a análise ergonômica do trabalho permite não

somente categorizar as atividades dos trabalhadores, como também a narração

dessas atividades, permitindo, conseqüentemente, modificar o trabalho ao modificar

a tarefa.

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2.7.3 Aplicações da AET

Fialho e Santos (1997) estabelecem que a análise ergonômica do trabalho é

um conjunto de técnicas comparativas que permitem uma amostragem bastante

aproximada da atividade do trabalho. Os autores comentam que tal análise comporta

duas fases: a análise e síntese ergonômica. As fases de análise são as seguintes:

� Análise da demanda: é a definição do problema a ser analisado, a partir de

uma negociação com os diversos atores envolvidos;

� Análise da tarefa: é o que o trabalhador deve realizar e as condições

ambientais, técnicas e organizacionais desta realização;

� Análise das atividades: é o que o trabalhador efetivamente realiza para

executar a tarefa. É a análise do comportamento do homem no trabalho.

Já na fase da síntese ergonômica, os autores definem que se encontram duas

etapas:

� Diagnóstico Ergonômico: que consiste em correlacionar as condicionantes

ambientais e técnico-organizacionais de um posto de trabalho com as

determinantes manifestadas pelo trabalhador. O diagnóstico ergonômico é a

síntese da análise ergonômica do trabalho desenvolvida sobre determinada

situação.

� Caderno de Encargos de Recomendações Ergonômicas: que deverá

estabelecer de forma condensada as diversas especificações sobre a

situação futura, tanto em termos ambientais como organizacionais.

Essas fases devem ser cronologicamente abordadas, de forma a garantir uma

coerência metodológica, pois só existe ergonomia se existir uma análise ergonômica

do trabalho e essa análise, por sua vez, só existe se for realizada numa situação real

de trabalho e para se evitar percalços que são comuns nas pesquisas empíricas de

campo.

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2.8 LER/DORT

2.8.1 Histórico

Os relatos de doenças ocupacionais relacionados a esse tema são muito

antigos, sendo que provavelmente um dos primeiros registros sobre distúrbios

funcionais dos membros superiores por sobrecarga, vem da Bíblia, escrito pelo

Profeta Samuel no livro II, capítulo 23, versículo 10 que relata: Eleazar permaneceu

firme e massacrou os filisteus até que sua mão se cansou e se enrijeceu sobre a

espada (BÍBLIA, 1997).

Os relatos históricos prosseguem, as lesões decorrentes do trabalho repetitivo

foram descritas pela primeira vez por Bernardino Ramazzini, médico italiano pai da

Medicina do Trabalho, no século XVII, quando descreveu a doença dos escreventes

em sua obra intitulada “De Morbis Articum Diatriba”, traduzido com o título “As

Doenças dos Trabalhadores” (FRANCO; FUSETTI, 2004; RAMAZZINI, 1995).

Nele, cita as lesões em duas passagens: ao falar da doença dos escribas e

notários, uma espécie de cãibra e dormência que acometia aqueles que tinham

como função escrever durante todo o dia e, no capitulo das doenças dos mineiros,

ao citar “a violência que se faz a estrutura natural da máquina vital com posições

forçadas e inadequadas do corpo, o que pouco a pouco pode produzir graves

enfermidades” (FRANCO; FUSETTI, 2004; RAMAZZINI, 1995).

Ramazzini (1995) havia encontrado sinais desta moléstia quando descreveu

em sua obra a seguinte expressão: Aqueles que levam a vida sedentária, e são

chamados por isso artesão de cadeira, como sapateiros, alfaiates e os notários,

sofrem doenças especiais decorrentes de posições viciosas e da falta de exercícios.

Ele observou as doenças dos notários e dos escribas, e afirmou: “... são três

as causas das doenças dos escreventes: 1. Contínua vida sedentária; 2. Contínuo e

sempre o mesmo movimento de mão e 3. Atenção mental para não manchar os

livros” (FRANCO; FUSETTI, 2004; RAMAZZINI, 1995).

Segundo Franco e Fusetti (2004), Ramazzini não apenas investigou

trabalhadores portadores de LER/DORT, mas também, enfatizou a necessidade de

se estudar os processos de trabalho e identificar os riscos ergonômicos. Por outro

lado, ele observou que medidas de prevenção devem ser adotadas para eliminar os

perigos decorrentes de desconforto postural e sobrecargas biomecânicas.

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Com o advento da Revolução Industrial, quadros clínicos decorrentes de

sobrecarga do sistema osteomuscular tornaram-se mais numerosos, e a partir da

segunda metade do século XX, esses quadros adquiriram expressão em número e

relevância social com a racionalização e inovação técnica na indústria.

Nos tempos mais recentes, a atribuição de sintomas músculo-esqueléticos a

determinado trabalho começou no Japão em 1958, em perfuradores de cartões,

cujas queixas dolorosas regionais começaram a ser rotuladas, inicialmente, de

tenossinovite e posteriormente de síndrome cervicobraquial, refletindo uma atenção

maior às queixas cervicais, também presentes. A partir de 1973 estes sintomas

passaram a serem denominados distúrbio cervicobraquial ocupacional, sendo

introduzido neste termo uma conotação causal (MAEDA, 1982).

De acordo com Awerbuch (1995; apud OLIVEIRA, 1999), na década de 80,

ocorreu na Austrália, uma epidemia de sintomas dolorosos na região cervicobraquial,

que, em alguns locais, chegou a atingir 80% dos trabalhadores. Estes sintomas

passaram a ser denominados repetitive strain injury (RSI), que era um termo até

então utilizado na literatura ortopédica para descrever lesões apresentadas por

corredores de longa distância. Lesão por esforços repetitivos (LER) é a tradução de

repetitive strain injury. Esta nova denominação presume a presença de uma lesão e

o mecanismo pelo qual ela ocorre.

O fenômeno LER começou na década de 70, primeiramente nos países mais

ricos e tecnicamente desenvolvidos. Posteriormente difundiu-se para os setores

mais desenvolvidos dos países em industrialização, como o Brasil. Com o passar do

tempo, foi atingindo setores menos sofisticados da economia (OLIVEIRA, 1999).

A sigla LER foi introduzida no Brasil em 1986, por Mendes Ribeiro, no

Encontro Estadual de Saúde dos profissionais de Processamento de Dados de Rio

Grande do Sul, para caracterizar as lesões apresentadas pelos digitadores (ROCHA,

1989). Atribui-se a sigla para identificar um conjunto de doenças que atingem os

músculos, tendões e nervos e que tem relação direta com as exigências das tarefas,

dos ambientes físicos e da reorganização do trabalho.

As Lesões por Esforços Repetitivos (LER)/Distúrbios Osteomusculares

Relacionados ao Trabalho (DORT) são quadros clínicos relacionados ao trabalho,

caracterizados pela ocorrência de vários sintomas concomitantes ou não. Vários são

os sinônimos de LER/DORT: Lesões por Traumas Cumulativos, Distúrbios

Cervicobraquiais Ocupacionais, Síndrome Ocupacional do Overuse.

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Cada uma dessas denominações tem relação com a história do processo de

reconhecimento da doença como ocupacional nos diferentes países.

A tendência mundial no meio científico atual é substituir as antigas

denominações por Work Related Musculoskeletal Disorders (WRMD), cuja tradução

seguida, no Brasil, foi Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho

(DORT), terminologia adotada pela Previdência Social a partir de 1998.

Segundo Antonália (2001), historicamente, foi o Japão, na década de 70, o

primeiro país a reconhecer a LER/DORT, como doença ocupacional e de origem

multicausal. O principal fenômeno social, responsável por essa patologia, foi a

modernização do trabalho, determinando um aumento das tarefas manuais

repetitivas, especialmente nos membros superiores, ombros e região cervical.

No Brasil, os primeiros relatos sobre lesões por esforços repetitivos ocorreram

com os digitadores. Na década de 80 essas lesões se manifestaram com os

bancários e a partir da década de 90 em linhas de montagem de produção.

Do ponto de vista jurídico, a legislação mais específica sobre as condições de

trabalho foi editada em 8 de junho de 1978, através da Portaria nº 3214, denominada

de Normas Regulamentadoras (NRs), pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

Com a Constituição Federal, em 1988, tem-se um avanço no campo do

trabalho e da saúde, que trata a questão como direito do individuo à promoção e

prevenção, na qual saúde e condições de trabalho constituem hoje um direito do

trabalhador, determinando em seu Art. 7, Inciso XXII: a redução dos riscos inerentes

ao trabalho por meios de normas de saúde, higiene e segurança no trabalho

(BRASIL, 1988).

2.8.2 Epidemiologia

Estudos demonstram que as LER/DORT apresentam uma diferença de

prevalência significativa entre os gêneros, estando as mulheres entre a maioria dos

casos (ÁVILA; SANTOS, 2000; CHAVES et al., 2002; GOU et al., 2004; SALIM,

2002).

Com relação à faixa etária atingida por essa patologia, observa-se que atinge,

em sua maior parte, trabalhadores jovens, numa faixa que varia entre 20 e 40 anos,

com incidências que vão desde 59,9%, consoante Salim (2002), até 66,5% de

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acordo com Reis et al (2000), nessa faixa etária, enquanto Gou et al (2004)

destacam a faixa etária entre 25 a 44 anos, com uma incidência de 64,7%.

Quanto ao ramo de atividade econômica exercida, observa-se que o setor de

serviços se destaca, com uma incidência que varia desde 60,6%, segundo Reis et al

(2000), até 66,6% de acordo com estudo realizado por Salim (2002).

No aspecto da função exercida pelo trabalhador, os grupos com maior

probabilidade de apresentar essa patologia, segundo Viera (1997), seriam os

seguintes: empacotadeiras em fábricas de alimento; descarregadores de frigoríficos;

processadores de dados; microfilmadores; datilógrafos; montadores de peças em

linha de montagem automática; crianças viciadas em vídeo games; pianistas;

pipetadores de laboratório; bailarinas; tricoteiras; costureiras (destaque nosso);

etiquetadores de preços; pintores de bonecas; caixa bancário; britador; e outros.

2.8.3 A Importância das LER/DORT

Hoje, as LER/DORT se constituem num dos mais sérios problemas de saúde

pública da economia mundial, com uma ocorrência preocupante, acometendo uma

quantidade crescente de trabalhadores.

No Brasil há uma epidemia de queixas de LER. Estatísticas dos serviços de

saúde públicos e privados, em especial os de saúde do trabalhador, mostram que

em todo o País as LER ocupam posição de destaque entre a demanda. No país a

doença responde por 56% dos casos de doença ocupacional, atingindo 282.000

pessoas em 1992 (CODO, 1995).

As LER/DORT são as campeãs entre as doenças ocupacionais, em países

industrializados, como os Estados Unidos. Segundo dados publicados em 2003, pelo

Occupational Safety and Health Administration - OSHA, do Bureau of Labor Statistics

U.S. Department of Labor, em 2001, cerca de 33,98% das doenças com dias

perdidos reportadas nos EUA foram lesões por trauma cumulativo (OSHA, 2003).

Este mesmo órgão apresenta uma estimativa de que 1.800.000 de

trabalhadores mencionam ter faltas por doenças relacionadas ao trabalho, do tipo

síndrome do túnel do carpo, tendinite ou lombalgias, além da estimativa de que

essas patologias levam a cerca de 105 milhões de dias de trabalho perdidos por ano

nos Estados Unidos (OSHA, 2003).

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Lin (2003) relata que, nos Estados Unidos, os DORT foram citados como um

grave problema de saúde pública, e responsabilizados por 65% das doenças

ocupacionais. Levantamentos do Departamento de Trabalho daquele país mostram

que o número de casos de LER/DORT elevou-se de 22.600 casos por ano, em

1982, para 281.800 casos em 1992.

O custo direto dos programas de compensação das doenças profissionais

elevou-se de US$ 27 bilhões por ano, em 1984, ultrapassando U$ 68 bilhões no ano

de 1992. Este valor duplica a cada cinco anos. O custo total de um caso de

LER/DORT foi estimado em 24.158 dólares e, quando há incapacidade funcional

crônica, eleva-se a 80 a 100 mil dólares (LIN, 2003).

Em seus estudos Sokas et al (1989) concluíram que os DORT são

relacionados como a segunda causa de incapacidade, de despesas com custos

médicos e com perda de produtividade na população adulta em vários países,

inclusive no Brasil.

O custo econômico e social destas afecções chama a atenção, especialmente

no mundo de hoje, voltado para a competitividade e produção global, pois, são,

muitas vezes, os maiores causadores de desastres micro e macro-econômicos.

Segundo Tozi (1999), as principais queixas dos trabalhadores europeus estão

relacionadas à dor lombar (30%), estresse (20%) e dores musculares (17%).

Um estudo piloto, realizado na Europa, indicou que as doenças do sistema

muscular-esquelético estiveram entre as mais freqüentes queixas de doenças

ocupacionais, dentre elas, a Síndrome do túnel do carpo, com 3.392 casos

registrados (TOZI, 1999).

Na Espanha, segundo Soto e Fraga (2004), ocorreu um aumento no registro

das ocorrências de acidentes decorrentes de sobrecarga, passando de 23,6%, em

1997, para 30,7%, em 2002.

Segundo Dellatorre (2001), estima-se que, na Holanda, as doenças do

sistema músculo-esquelético constituam o quinto grupo de doenças com o custo

mais elevado para o estado e a mais custosa, se levado em conta o prejuízo

econômico pela ausência do trabalho, e que, os custos diretos anuais estimados

apenas para lombalgia, estão na ordem de US$ 367,6 milhões.

Guo et al (2004), apresentaram um estudo nacional sobre a prevalência das

doenças músculo-esqueléticas entre trabalhadores em Taiwan. Da amostra

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estudada, contendo 18.942 trabalhadores, cerca de 37,0% apresentaram queixas de

doenças músculo-esqueléticas, dentre elas, a mais freqüente foi dor lombar.

No Brasil, entre os anos de 2002 e 2004, ocorreu um aumento de 15,6% nos

casos de doenças do trabalho registradas pela Previdência Social, com destaque

para a incidência de dorsalgias (lesão de músculos e tendões da parte inferior das

costas) que subiu nesse mesmo período cerca de 75%, seguida das

mononeuropatias de membros superiores (alterações decorrentes de compressão de

um dos nervos desses membros), que contribuiu com 34,2% de aumento

(PROTEÇÂO, 2006).

Conforme se destacou anteriormente, os custos relativos envolvidos, segundo

O´Neill, (2002), em estudo realizado pelo Professor José Pastore, destaca que o

Brasil gasta aproximadamente R$ 20 bilhões/ano e as empresas cerca de R$ 12,5

bilhões, no processo de recuperação dos lesionados com acidentes e doenças do

trabalho, sendo que as LER/DORT, correspondem acerca de 80% das doenças

ocupacionais registradas no Brasil.

2.8.4 Causas

Para que sejam considerados fatores de risco para a ocorrência de

LER/DORT, é importante que se observe sua intensidade, duração e freqüência.

Como elementos predisponentes, a literatura nacional e internacional

disponibiliza diversos autores que ressaltam a importância da organização do

trabalho, caracterizada por manter uma exigência de ritmo intenso de trabalho, sem

as devidas pausas para recuperação psicofisiológicas, conteúdo das tarefas,

existência de pressão por resultados, autoritarismo das chefias e mecanismos de

avaliação de desempenho baseados em produtividades, inobservância de fatores

críticos, diferenças individuais do ser humano, tais como sexo, idade e a capacidade

física e cognitiva, além de outras situações (ÁVILA; SANTOS, 2000; BERNARDINO;

LEFÉVRE, 1999; CAPODAGLIO et al, 2001; OCCHIPINTI; COLOMBINI, 1999;

PEREIRA; LECH, 1997; SETTIMI et al, 1999).

Com a falta de oportunidades, devido ao mercado de trabalho, por exemplo, o

funcionário permanece na empresa mais por uma necessidade de sobrevivência

humana do que por uma identificação com o trabalho desenvolvido.

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Os diagnósticos das LER/DORT nas empresas são, na maioria das vezes,

baseados no exame clínico, porém é imprescindível uma análise completa, que

contemple a história das atividades profissionais desenvolvidas pelo paciente, a

história da doença e um exame clínico detalhado como conclusão.

Somente nos casos mais avançadas da doença é que se evidenciam sinais,

como inflamações, crepitação, perda de sensibilidade e perda de movimentos da

região afetada. Sendo assim, os exames laboratoriais: ultra-sonografias, raios X,

eletroneuromiografias, dentre outros, são considerados exames complementares,

que poderão facilitar a identificação da patologia específica a que o paciente está

acometido. Em muitas situações esses exames podem dar um resultado inalterado,

porém pode haver um quadro inicial da lesão.

Segundo Codo (1997) e Ávila e Santos (2000), as LER/DORT são

ocasionadas pela utilização biomecanicamente incorreta dos membros superiores,

que resultam em dor, fadiga, queda do desempenho no trabalho, incapacidade

temporária, e podem evoluir, conforme o caso, para uma síndrome dolorosa crônica,

que causa transtornos funcionais e mecânicos, ocasionando lesões de músculos,

tendões, fáscias, nervos e ou bolsas articulares nos membros superiores e que

também pode ser agravada por fatores psíquicos, no trabalho ou fora dele.

2.8.5 A Sintomatologia

Consoante Ulbrich (2001), grande parte dos acometidos relata dor regional ou

difusa e ausência de sinais clínicos. Ainda, alguns pacientes apresentam dores que

se espalham por todo o membro, com intercorrência de sintomas em outras regiões

(região cervical, parede torácica e dorsal).

Segundo Nicoletti (1998), em muitas ocorrências, as características

individuais das pessoas são fatores de extrema importância no processo, tornando-

se fatores determinantes da doença.

Essa abordagem coincide com o parecer de alguns sociólogos e psicólogos,

que acreditam que as LER/DORT são manifestações somáticas das angústias do

nosso tempo, uma espécie de histeria coletiva, desencadeada pela organização do

trabalho moderno, em pessoas como perfil emocional susceptível.

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É um grupo heterogêneo de distúrbios funcionais e/ou orgânicos que

apresentam, entre outras, as seguintes características: (1) indução por fadiga

neuromuscular causada por: trabalho realizado em posição fixa (trabalho estático) ou

com movimentos repetitivos, principalmente de membros superiores; falta de tempo

de recuperação pós-contração e fadiga (falta de flexibilidade de tempo, ritmo

elevado de trabalho); (2) quadro clínico variado incluindo queixas de dor,

formigamento, dormência, choque, peso e fadiga precoce; (3) presença de entidades

ortopédicas que são definidas como: tendinite, tenossinovite, sinovite, peritendinite,

em particular de ombros, cotovelos, punhos e mãos; epicondilite, tenossinovite

estenosante (DeQuervain), dedo em gatilho, cisto, síndrome do túnel do carpo,

síndrome do túnel ulnar (nível de cotovelo), síndrome do pronador redondo,

síndrome do desfiladeiro torácico, síndrome cervical ou radiculopatia cervical, neurite

digital, entre outras; (4) presença de quadros em que as repercussões são mais

extensas ou generalizadas: síndrome miofascial, mialgia, síndrome da tensão do

pescoço, distrofia simpático-reflexa/ síndrome complexa de dor regional.

2.8.6 Estágios de evolução

De acordo como as normas do Ministério da Previdência e Assistência Social

(BRASIL, 1998), os estágios das LER/DORT, podem ser assim definidos:

GRAU I: sensação de peso e desconforto no membro afetado. Dor

espontânea ou localizada nos membros superiores ou escápulas, às vezes como

pontadas que aparecem em caráter ocasional durante a jornada de trabalho, e não

interferem na produtividade. Não há uma irradiação nítida e melhora com repouso.

Em geral é leve e fugaz. Não existem sinais clínicos. A dor pode se manifestar

durante o exame clínico, quando comprimida a massa muscular envolvida.

Prognóstico bom.

GRAU II: a dor é mais persistente e mais intensa e aparece durante a jornada

de trabalho de modo intermitente, sendo tolerável e permitindo o desempenho da

atividade profissional, mas com redução na produtividade, nos período de

exacerbação. É mais localizada e pode estar acompanhada de sensações de

formigamento e calor, além de leves distúrbios na sensibilidade. A recuperação com o

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repouso é mais lenta e pode aparecer ocasionalmente, quando fora do trabalho,

durante atividades domésticas. Os sinais, de um modo geral, continuam ausentes.

Podem ser eventualmente notadas pequenas nodulações, acompanhando as bainhas

dos músculos envolvidos. A palpação da massa muscular pode revelar hipertonia e

despertar da dor. O prognóstico é favorável.

GRAU III: a dor tornar-se mais persistente, é mais forte e tem irradiação mais

definida. O repouso, em geral, só atenua a intensidade da dor, mas nem sempre a faz

desaparecer por completo. Há freqüentes paroxismos dolorosos, mesmo fora do

trabalho, especialmente à noite. Torna-se freqüente a perda de força muscular e

parestesias. Há sensível queda da produtividade, quando não resulta na

impossibilidade de executar a função. Os trabalhos domésticos são limitados ao

mínimo e, muitas vezes, não são executados. Sinais clínicos presentes. O edema é

freqüente e recorrente. A hipertonia muscular é constante. As alterações da

sensibilidade estão quase sempre presentes, especialmente nos paroxismos

dolorosos e acompanhados por manifestações vagas como palidez ou hipermia e

sudorese da mão. A mobilização ou palpação do grupo muscular acometido provoca

dor forte. Nos quadros com comprometimento estenosante, a eletromiografia pode

estar alterada e o retorno da atividade produtiva é problemático. Prognóstico

reservado.

GRAU IV: A dor é forte, contínua, por vezes insuportável, levando o

trabalhador a intenso sofrimento. Os movimentos acentuam consideravelmente a dor,

que em geral se estende a todo membro afetado. Os paroxismos ocorrem mesmo

quando o membro está imobilizado. A perda da força e do controle dos movimentos é

uma constante. O edema é persistente e podem aparece deformidades.

Provavelmente ocorre por processos fibróticos, reduzindo a circulação linfática de

retorno. As atrofias, especialmente de dedos, são comuns e atribuídas ao desuso. A

capacidade de trabalho é anulada e a invalidez se caracteriza pela impossibilidade de

um trabalho produtivo regular. Os atos da vida diária são, também, altamente

prejudicados. Nesse estágio, são comuns as alterações psicológicas com quadro de

depressão, ansiedade e angústia. Prognóstico sombrio.

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CAPÍTULO 3 - MÉTODO

O presente capítulo contém os aspectos em que foram delineadas as etapas

de execução do estudo. Nele, caracterizou-se o tipo de pesquisa, a população e a

amostra, o ambiente de coleta, as variáveis de estudo, os instrumentos e materiais,

os procedimentos para coleta e análise dos dados, e o termo de consentimento livre

e esclarecido.

3.1 TIPO DE PESQUISA

Trata-se de um estudo de corte transversal e exploratório, em que foi utilizada

uma metodologia multivariada de controle e análise de variáveis.

3.2 PARTICIPANTES

A população alvo foram trabalhadores que exercem a atividade no setor de

confecções, de uma manufatura de malha e confecções, com 155 trabalhadores,

sendo 149 mulheres (96,13%) e seis homens (3,87%). Para compor a amostra da

população a ser analisada neste estudo, delimitou-se como perfil, os operadores que

exercessem as mesmas atividades, ou seja, costureiras e auxiliares de costura que

estivessem, no momento da pesquisa, desempenhado a atividade de costurar

blusas ou calcinhas.

3.3 AMBIENTE DE COLETA

Trata-se de um estabelecimento que atua no ramo industrial de malharia e

confecções, com cerca de 7 anos de atuação no mercado, e está localizada na

cidade de Santa Rita – PB, cujo ambiente de trabalho se apresenta conforme ilustra

a Foto 4 – Vista geral do setor de confecções, abaixo

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Foto 4 - Vista geral do setor de confecções

A empresa tem hoje sua produção verticalizada, partindo do uso do fio como

matéria-prima principal para a produção das malhas, até a completa confecção de

peças para serem comercializadas. Sendo assim, apresenta um processo produtivo

complexo, envolvendo diversas etapas de produção. A matéria-prima utilizada pela

empresa, na industrialização da malha, constitui-se basicamente no fio de algodão; e

a malha produzida na própria empresa para o setor de confecções. A fábrica produz

a seguinte variedade de peças: malha, com uma capacidade produtiva atual de 30,0

toneladas por mês, e o setor de confecções tem sua produção diversificada,

abrangendo calcinhas, blusas, dentre outros produtos, com uma produção mensal

aproximada de 360.000 calcinhas e cerca de 30.000 blusas. O planejamento

operacional é desenvolvido na própria unidade. Sua base de clientes é composta de

estabelecimentos comerciais locais e regionais de vestuário de micro, pequeno e

médio portes, além de pessoas físicas.

Os setores de malharia e beneficiamento constituem a área têxtil da empresa

que fornecem as malhas beneficiadas para as próximas etapas. Os setores de

modelagem, corte, separação de peças, estamparia, costura, revisão e embalagem

definem a área de manufatura da empresa, que processa as malhas beneficiadas

em peças acabadas. O setor de expedição é a última etapa do processo produtivo, a

partir da qual os bens produzidos finalmente serão colocados no mercado, para

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comercialização. A Foto 5 – Vista geral do setor de confecções, abaixo, apresenta a

disposição do arranjo físico do setor de confecções.

Foto 5 - Vista geral do setor de confecções

O ambiente físico, onde são efetuadas todas as atividades de confecção e

onde ocorreu toda a coleta de dados, é um galpão industrial medindo 40 m de frente

e 50 m de fundo, com 2.000m² de área construída, pé direito com 8 m de altura,

paredes em alvenaria com janelas até a altura de 3 m e com elemento vazado acima

desse patamar, piso industrial sem saliências ou depressões, coberta com telhas

tipo fibro-cimento de amianto, ventilação natural através dos elementos vazados,

circulação de ar forçada através de exaustores de ar tipo eólico dispostos no teto da

edificação, iluminação natural durante o dia, auxiliada por iluminação artificial com

lâmpadas fluorescentes.

3.4 VARIÁVEIS DO ESTUDO

As variáveis desta pesquisa são qualitativas e quantitativas, e estão

diretamente relacionadas ao tipo da atividade de costureira. A saber:

� Variáveis independentes: função, sexo, idade, tempo de serviço na empresa,

tempo de serviço na função e tipo de máquina utilizada para execução da tarefa.

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� Variáveis dependentes: condição ergonômica de um posto de trabalho; risco de

tenossinovite e lesões, percepção de dor; posturas no trabalho; e tempo em

segundos da execução da tarefa.

3.5 INSTRUMENTOS E MATERIAIS

3.5.1 Instrumentos

Checklist Geral para Avaliação Grosseira da Condição Ergonômica de um

Posto de Trabalho adaptado de Couto (1995) (Anexo B). Tem por finalidade

sistematizar uma avaliação das condições ergonômicas de um posto de trabalho

através da observação e preenchimento de checklist. Sofreu adaptações para sua

adequação nessa atividade tendo em vista não existir na literatura a aplicação deste

método, na indústria de confecções. Tem grande valor prático, pois permite sua

aplicação como screening, além de facilitar a identificação da área para melhoria das

condições de trabalho.

Seu critério de interpretação é apresentado no Quadro 1 a seguir:

PONTUAÇÃO CONDIÇÃO

> 10 pontos Excelente

≥7 e < 10 pontos Boa

≥5 e < 7 pontos Razoável

≥ 3 e < 5 pontos Ruim

< 3 pontos Péssima Quadro 1 - Avaliação Grosseira da Condição Ergonômica de um Posto de Trabalho -

Critérios de interpretação Fonte: Couto (1995).

Checklist para Avaliação Simplificada do Risco de Tenossinovite e Lesões por

Trauma Cumulativos dos Membros Superiores adaptado de Couto (1995) (Anexo C).

Instrumento construído por Couto (1995), para sistematizar uma avaliação

simplificada dos riscos de lesão dos membros superiores através da observação e

preenchimento do checklist. Alterações foram introduzidas para adequação nesse

estudo, com a definição de objetivos, por não haver na literatura, a aplicação deste

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método na indústria de confecções. Tem grande valor prático, permitindo a

identificação da área para melhorar as condições de trabalho.

O critério de interpretação em função da pontuação obtida é a seguinte no

Quadro 2:

PONTUAÇÃO RISCO OBJETIVOS

> 22 pontos Baixíssimo Manter o posto de trabalho ≥19 e < 22 Baixo Melhorar o posto de trabalho ≥15 e < 19 Moderado Melhorar o posto de trabalho ≥ 11 e < 15 Alto Reformular o posto de < 11 pontos Altíssimo Restaurar o posto de

Quadro 2 - Avaliação Simplificada do Risco de Tenossinovite e Lesões por Trauma Cumulativos dos Membros Superiores - Critérios de interpretação

Fonte: Couto (1995).

O Checklist para Observações de Posturas no Trabalho adaptado de Fialho e

Santos, (1997) (Anexo D). Idealizado por Fialho e Santos (1997), tem por objetivo a

identificação das posturas assumidas pelo trabalhador durante a execução da tarefa

com relação ao encosto nos assentos de trabalho, posição das pernas, posição do

fêmur, posição do tronco, curvatura da coluna vertebral, inclinação do busto, posição

da cabeça e posição do assento. Foram introduzidas algumas adaptações para sua

adequação nessa atividade, com a definição de objetivos, tendo em vista não haver

na literatura, a aplicação deste método na indústria de confecções. Os critérios para

interpretação identificam com o Sim a postura correta para o item pesquisado, da

mesma forma que o Não identifica a postura incorreta. Para fins de facilitar a

avaliação assumiu-se que a condição Sim tem peso 1 (um) e a condição Não tem

peso 0 (zero).

A seguir o Quadro 3 identifica os critérios de interpretação desse método.

PONTUAÇÃO RISCO OBJETIVOS

≥ 8 pontos Excelente Manter o posto de trabalho

≥6 e < 8 pontos Boa Melhorar o posto de trabalho

≥5 e < 6 pontos Razoável Melhorar o posto de trabalho

≥ 3 e < 5 pontos Ruim Reformular o posto de

< 3 pontos Péssima Restaurar o posto de Quadro 3 - Observações de Posturas no Trabalho - Critérios de interpretação Fonte: Fialho e Santos (1997).

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3.5.2 Materiais

Utilizou-se para a coleta, tabulação e análise dos dados foram os seguintes

materiais:

1. Filmadora de vídeo SONY CCD-TRV98 Hi 8 NTSC;

2. Câmera Fotográfica Digital Fuji, modelo Finepix S5000, 6.2 megapixels;

3. Computador Pentium IV 3.0 mhz;

4. Pacote estatístico “SPSS for Windows” 15.0;

5. Planilhas do Microsoft ® Office Excel 2003, Versão SP2.

3.6 PROCEDIMENTOS

Utilizou-se um procedimento padrão, em que os aplicadores foram

previamente treinados e orientados para intervir o mínimo possível nas respostas

dadas pelos participantes, minimizando, assim, a possibilidade de viés de resposta.

Os questionários foram aplicados de forma individual, bastando aos participantes

seguirem as orientações dadas pelo entrevistador. Num primeiro momento, foi

apresentado aos participantes o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

(Anexo A), explicitando os objetivos do estudo e convidando-os a participar. Foi

garantido o caráter voluntário da participação, bem como o respeito às diretrizes

éticas que regem a pesquisa com seres humanos, de acordo com o que estabelece

a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.

Para fins de sistematização da coleta de dados, realizou-se a estruturação

através de sistemas, de forma a facilitar o processo de coleta, ilustrada no Quadro 4

a seguir.

SISTEMA ATIVIDADE

Observação Sistemática 1- Registro das posturas de trabalho.

Informação 1- Questionário Estruturado (empresa); 2- Entrevista estruturada (costureiras); 3- Condição Ergonômica; 4- Risco de Tenossinovite; 5- Posturas no Trabalho.

Quadro 4 – Coleta de Dados

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Para identificação do nível de organização de trabalho na empresa, aplicou-se

junto à gerência, questionário estruturado, (Apêndice B), adaptado de Gomes

(2002), visando o diagnóstico de sua estrutura quanto à caracterização geral, gestão

de pessoal, sistema de produção, gestão da produção e planejamento e controle da

produção.

Para a etapa seguinte, aplicou-se a entrevista estruturada (Apêndice A), em

toda a amostra, buscando definir como indicadores os seguintes itens: (a) Idade; (b)

Percepção de dor; (c) Tempo de serviço na empresa; e (d) Tempo de serviço na

função.

Na seqüência, foram feitas as fotografias e filmagem do ciclo completo das

tarefas executadas pelas costureiras e auxiliares de costura.

Em seguida foi realizada a coleta de dados, em que foram utilizados os

modelos adaptados para avaliação e análise dos dados coletados, para fins da

análise ergonômica do trabalho das costureiras e auxiliares de costura.

Checklist Geral para Avaliação Grosseira da Condição Ergonômica de um Posto de

Trabalho adaptado por Couto (1995) (Anexo B);

Checklist para Avaliação Simplificada do Risco de Tenossinovite e Lesões por

Trauma Cumulativos dos Membros Superiores adaptado por Couto (1995) (Anexo

C);

Checklist para Observações de Posturas no Trabalho adaptado de Fialho e Santos

(1997) (Anexo D).

3.7 PROCEDIMENTOS PARA ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS

Para a análise estatística dos dados foi utilizado o software estatístico SPSS

for Windows em sua versão 15.0. Utilizaram-se análises estatísticas descritivas e de

tomada de decisão: freqüência, percentual, média e desvio padrão; qui-quadrado

(χ2) para verificar se há diferença estatisticamente significativa entre freqüência

observada e esperada em tabelas de contingenciamento de variáveis categóricas; o

teste t de student (compara valores médios de dois grupos); análise de variância

(ANOVA) que compara valores médios de três grupos ou mais - para identificar

aonde as diferenças estatisticamente significativas existiam utilizou-se o teste post

hoc de Scheffé..

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CAPÍTULO 4 – RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo é apresentada a caracterização da empresa, identificando a

maneira através qual realiza sua gestão administrativa, como gerencia seu sistema

de produção e estabelece seus critérios de produtividade e identificação das

máquinas descrição das tarefas executadas no desempenho da atividade de

costurar calcinhas e blusas. Também apresenta os resultados encontrados e, a partir

das análises efetuadas nos dados coletados, são discutidos esses resultados.

4.1 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA

A aplicação do questionário estruturado junto à direção da empresa

evidenciou a seguinte situação quanto à organização participante do

desenvolvimento desse estudo.

Trata-se de um estabelecimento que atua no ramo de indústria e manufatura

de malha e confecções, com 7 anos de atuação no mercado, localizada na cidade

de Santa Rita – PB. Adotou como regime jurídico o sistema de sociedade limitada, e

utiliza um sistema produtivo industrial e fabricante, com processos repetitivos em lote

e produtos padronizados.

A empresa tem sua produção verticalizada, partindo do uso do fio como

matéria-prima principal para a produção das malhas até a completa confecção das

peças de vestuário para serem comercializadas. Sendo assim, apresenta um

processo produtivo complexo, envolvendo diversas etapas de produção, utilizando

como matéria-prima na industrialização da malha o fio de algodão; e para a roupa

íntima feminina, a malha produzido na própria empresa (Fotos 6 e 7 – Vista do setor

de malharia ).

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Foto 6 - Vista do setor de malharia (Tear Circular

A fábrica produz a seguinte variedade de peças: malha, com uma capacidade

produtiva de 30,0 toneladas por mês; e o setor de confecções tem sua produção

diversificada abrangendo calcinhas, blusas, dentre outros produtos, com uma

produção mensal aproximada de 360.000 calcinhas e 30.000 blusas.

Foto 7 - Vista do setor de malharia (Tear Circular)

Tem como mercado consumidor alvo de sua produção a região nordeste, que

concentra cerca de 70% de sua carteira de clientes, composta de estabelecimentos

comerciais locais e regionais de vestuário de micro, pequeno e médio portes, além

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de pessoas físicas, com o restante do seu foco de mercado localizado 25% na

região sudeste e 5% na região sul.

O planejamento operacional é desenvolvido na própria unidade, com os

setores de malharia e beneficiamento constituindo a área têxtil da empresa que,

fornecem as malhas beneficiadas para as próximas etapas. Os setores de criação,

modelagem, corte, separação de peças, estamparia, costura, revisão e embalagem

definem a área de manufatura da empresa que processa as malhas beneficiadas em

peças acabadas.

O setor de expedição é a última etapa do processo produtivo, a partir da qual

os bens produzidos finalmente serão colocados no mercado para comercialização.

A seguir a Figura 1 - layout do setor de confecções da empresa,

apresentando a configuração existente, e utilizado para a produção das peças, em

destaque como Apêndice D – Layout do setor de produção da empresa.

Figura 1 – Layout do setor de confecções da empresa)

4.1.1 Gestão de pessoal

A jornada de trabalho dessa empresa é de 44 horas semanais, com regime de

trabalho fixo, definida de segunda a sexta-feira no horário de 7h e 00 min às 11h e

30 min e das 12h e 42 min às 17h00min, com um intervalo de 1h e 12 min para o

almoço, aferida através de ponto eletrônico. A situação de demanda atual não

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requer mais de um turno de trabalho da empresa. Atualmente não há necessidade

de horas extras de trabalho. Não existem intervalos intermediários na jornada, à

exceção do intervalo para almoço, que é realizado de forma escalonada

(espaçamento de alguns minutos para liberação das equipes).

A empresa apresenta um efetivo de 268 empregados, todos devidamente

registrados de acordo com os critérios estabelecidos pela CLT (Consolidação das

Leis do Trabalho), sendo o setor de confecções composto por 155 empregados.

Utiliza como procedimento de recrutamento de mão-de-obra a indicação dos

próprios empregados, quanto aos procedimentos de seleção dessa mão-de-obra,

utiliza a referência de outras empresas. Não realiza treinamento do pessoal admitido

e tem como salário médio o valor de R$375,00, com sistema de pagamento

quinzenal. Refere ter uma taxa de turn-over em torno de 5% com uma taxa de

absenteísmo de 2%. Não adota nenhum sistema de benefício social.

4.1.2 Sistema de produção

O sistema produtivo adotado possui característica manufatureira, com

processos repetitivos em lote e produtos padronizados, sistema de trabalho

individual com várias tarefas e rotação regular nos postos de trabalho, em arranjo

físico linear, conforme pode se verificar na Foto 8 – Vista geral do arranjo, a seguir.

Foto 8 - Vista geral do arranjo

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Os modelos das peças comercializadas são desenvolvidos no departamento

de modelagem da própria empresa, utilizando a convenção internacional

padronizada de medidas humanas.

4.1.3 Gestão da produção

A empresa não adota nenhum sistema tradicional de gestão da produção, e o

sistema de controle de falhas e defeitos do produto são detectadas e controladas

pelos próprios empregados e supervisores na linha de produção. Tem como

estrutura organizacional quatro níveis hierárquicos, que apresentam a seguinte

distribuição: Direção/Gerência/Supervisão/Operário, conforme se verifica na Figura 2

– Estrutura organizacional: níveis hierárquicos. O processo de tomada de decisões é

totalmente centralizado na direção geral da empresa.

Direção

Gerência

Supervisão

Operário

Figura 2 - Estrutura organizacional: níveis hierárquicos

Figura 2 – Estrutura organizacional: níveis hierárquico

4.1.4 Planejamento e controle da produção - PCP

Não existe nenhum setor específico pela elaboração do PCP na empresa.

Essa atividade é exercida diretamente pela direção geral da empresa, com base na

previsão de vendas e pedidos de clientes. A previsão da produção utilizada se

baseia no comportamento do passado, utilizando modelos de projeção de demanda,

com controle através do estoque. As quantidades para produção são definidas de

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acordo com os pedidos dos clientes. O processo de compra de materiais utilizados

(matérias-primas e aviamentos) fica sob responsabilidade do gerente de compras,

sendo a distribuição desse material feita por setor.

A seqüência de execução das ordens de fabricação e montagem é definida

pelo encarregado da produção, baseado em critérios próprios, prática e bom senso.

Os mecanismos utilizados pela direção para controlar e acompanhar a produção se

dá através da coleta de ordens de fabricação, pelo supervisor, para em seguida

proceder a entrada dessas informações em computador. Utiliza como fluxograma o

esquema de produção conforme a Figura – 3 Fluxograma da produção – Setor de

confecções.

Figura 3 - Fluxograma de produção - Setor de confecções

4.2 DESCRIÇÃO DAS OPERAÇÕES DA MONTAGEM DE PEÇAS

O setor de confecções é responsável pela produção de blusas, saias, batas,

calcinhas, cuecas e saídas de banho ou cangas, porém durante todo o período de

levantamento de dados, identificou-se, apenas a produção de blusas tipo bata, e

calcinhas, razão pela qual a análise ergonômica focou a produção dessas peças.

Apresentar-se-á, em seguida, uma descrição das operações desenvolvidas na

produção das peças acabadas, segundo informações colhidas.

4.2.1 Blusa

A malha sai do estoque, é levada para a mesa de corte, onde é enfestada. Os

moldes são dispostos sobre o enfesto e, com uma serra de corte manual a malha é

Modelar peças

Estocar tecidos

Cortar peças Separar peças(Cor/modelo)

Costurar peçasRevisar peças

Embalar peças

Expedir peças

Estampar peças

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cortada. As partes da peça são separadas por cores e modelagens, e colocadas em

pacotes com etiquetas de identificação, formando um lote.

O lote segue para a máquina overloque de ponto fechado, onde é feita a

junção dos ombros da blusa, são colocadas as mangas e são fechadas as laterais,

sendo também colocadas com essa etapa, as etiquetas interna e externa da blusa.

O próximo passo ocorre na máquina galoneira com equipamento de viés,

onde é feita a aplicação do viés, para um melhor acabamento da peça que, após

esse processo, volta para a máquina overloque de ponto fechado, para o

fechamento do busto.

O material é levado para a máquina galoneira com equipamento para bainha,

onde o produto, em fase de acabamento, recebe a costura da bainha. A seguir, na

máquina traveti, a peça recebe a fita de cetim para amarração e o reforço nas

emendas das costuras.

As arrematadeiras fazem o controle da qualidade, corte de linhas e de partes

sobressalentes, e a organização dos lotes, em praticamente cada uma das etapas

acima citadas, sempre que sai de uma máquina para outra.

Após o último arremate, as peças prontas em um lote seguem para a

embalagem, onde são dobradas, embaladas em pacotes individuais e depois em

uma embalagem maior correspondente ao seu respectivo lote. A Figura 4 –

Fluxograma do processo – Costurar blusas, abaixo apresenta o fluxo do processo.

Figura 4 - Fluxo do processo - Costurar blusas

Cortar peças(Mesa de corte)

Separar peças(Cor/modelo)

Costurar peças(Overloque pto.

fechado)

Costurar peças(Galoneira)

Embalar peças(Mesa de

embalagem) Costurar peças(Overloque pto.

fechado)

Costurar peças(Galoneirac/ equip

p/ bainha) Costurar peças

(Galoneira)

Arrematar peças

(Mesa de apoio)

Expedir peças

Estoque

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4.2.2 Calcinha

O tecido sai do estoque, é levado para a mesa de corte onde é enfestado.

Neste caso, apenas os moldes da parte frontal e do forro da calcinha são dispostos

sobre o enfesto. Em seguida, com uma serra de corte manual, o tecido é cortado.

A parte frontal, constituída de três peças, é separada por cor e modelagem,

juntamente com o forro, e colocada em pacotes com etiquetas de identificação

formando um lote.

O lote segue para a máquina overloque de ponto aberto, onde é feita a junção

das três partes e do forro. A peça volta em seguida para a mesa de corte, onde, se

baseando na parte frontal, são cortadas a parte traseira e o fundo da calcinha.

Da mesma forma, são separadas por cores e modelagens, e encaminhados

para a máquina overloque de ponto fechado, dessa vez com o lote completo.

Na máquina overloque de ponto fechado é feita a junção do fundo com o

forro, parte traseira com a parte da frente e o fechamento lateral da peça.

O passo seguinte é a máquina zig-zag com equipamento de elástico, onde

ocorre a aplicação do elástico nas cavas das pernas e na cintura da calcinha.

A peça semi-acabada é levada para a máquina traveti. Lá ela recebe o reforço

nas emendas das costuras e a etiqueta interna.

Assim como no processo anterior, as arrematadeiras fazem o controle da

qualidade, corte de linhas e de partes sobressalentes, e a organização dos lotes, em

praticamente cada uma das etapas acima citadas, sempre que sai de uma máquina

para outra.

Após o último arremate, as peças prontas em um lote seguem para a

embalagem, onde são dobradas, embaladas em pacotes individuais e depois em

uma embalagem maior correspondente ao seu respectivo lote.

A Figura 5 – Fluxo do processo – Costurar calcinhas, abaixo apresenta o fluxo

do processo de costurar calcinhas

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73

Figura 5 - Fluxo do processo - Costurar calcinhas

4.3 TIPO DE EQUIPAMENTOS UTILIZADOS

4.3.1 Overloque de ponto fechado

Foto 9 – Vista da overloque de ponto fechad

Cortar peças(Mesa de corte)

Separar peças(Cor/modelo)

Costurar peças(Overloque pto.

Aberto)

Embalar peças(Mesa de

embalagem)

Costurar peças(Overloque pto.

fechado)

Costurar peças(Zig zag c/ equip

p/ elástico)

Arrematar peças

(Mesa deapoio)

Expedir peças

Cortar peças(Mesa de corte)

Separar peças(Cor/modelo)

Costurar peças(Travette)

Estoque

Costuras para junções de peças em geral; Costuras de etiquetas; Acabamentos.

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4.3.2 Overloque de ponto aberto

Foto 10 – Vista da overloque ponto aberto

4.3.3 Galoneira com equipamento de viés

Foto 11 – Vista da Galoneira com equipamento de viés

Costuras para junções de peças, principalmente as mais delicadas, formando acabamento especial

Aplicação de viés para um melhor acabamento das peças.

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4.3.4 Galoneira com equipamento para bainha

Foto 12 - Galoneira com equipamento para bainha

4.3.5 Zig-zag com equipamento de elástico

Foto 13 – Vista Zig-zag com equipamento de elástico

Costura de bainhas e mangas.

Aplicação de elástico.

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4.3.6 Traveti

Foto 14 – Vista Traveti

4.4 IDENTIFICAÇÃO DAS TAREFAS PRESCRITAS

Foto 15 – Vista da tarefa fechamento de peças 1

Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 22,5 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 160 peças/hora.

Descrição da tarefa: Fechamento de peças com aplicação de viés – (Blusa).

1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Alinhar a peça junto ao calcador; 5- Retirar viés da caixa; 6- Colocar a viés junto ao calcador; 7- Pressionar alavanca;

8- Pressionar pedal; 9- Costurar peça; 10- Pressionar alavanca; 11- Retirar peça costurada; 12- Cortar linha; 13- Colocar peça na caixa.

Costura de adereços e etiquetas; Reforço nas emendas das costuras.

Tipo de Equipamento:

Máquina de costura tipo galoneira com equipamento de viés, disposta em bancada medindo 0,50 m © X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).

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Foto 16 - Vista da tarefa fechamento de peças 2

Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 10 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 360 peças/hora.

Descrição da tarefa: Fechamento de peças – (Manga de Blusa).

1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Pegar peça na caixa; 5- Alinhar a peça junto ao calcador;

6- Pressionar pedal; 7- Costurar peça; 8- Cortar linha; 9- Revisar peça costurada; 10- Colocar peça na caixa.

Foto 17 – Vista da tarefa colocação de bainha

Tipo de Equipamento:

Máquina de costura tipo overloque de ponto fechado, disposta em bancada medindo 0,50 m © X 1,20 m (L) X 0,75 m

Tipo de Equipamento:

Máquina de costura tipo galoneira com equipamento para bainha, disposta em bancada medindo 0,50 m © X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).

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Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 20 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 180 peças/hora.

Descrição da tarefa: Colocação de bainha – (Blusa).

1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Pegar peça na caixa; 5- Alinhar a peça junto ao calcador;

6- Pressionar pedal; 7- Costurar peça; 8- Cortar linha; 9- Revisar peça costurada; 10- Colocar peça na caixa.

Foto 18 – Vista da tarefa reforço na costura e aplicação de fita Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 27 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 134 peças/hora.

Descrição da tarefa: Reforço nas costuras e aplicação de fita – (Blusa). 1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Pegar peça na caixa; 5- Alinhar a peça junto ao calcador; 6- Pressionar pedal; 7- Costurar 1º reforço; 8- Alinhar a peça junto ao calcador; 9- Pressionar pedal; 10- Costurar 2º reforço; 11- Alinhar a peça junto ao calcador; 12- Pressionar pedal;

13- Costurar 3º reforço; 14- Alinhar a peça junto ao calcador; 15- Pressionar pedal; 16- Costurar 4º reforço; 17- Alinhar a peça junto ao calcador; 18- Pegar fita na caixa; 19- Alinhar fita na peça junto ao calcador; 20- Pressionar pedal; 21- Costurar fita na peça; 22- Revisar peça costurada; 23- Colocar peça costurada na caixa.

Tipo de Equipamento: Máquina de costura tipo traveti, disposta em bancada medindo 0,50 m © X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).

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Foto 19 – Vista da tarefa fechamento de blusa

Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 3 minutos e 34 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 18 peças/hora.

Descrição da tarefa: Fechamento de laterais, ombros, colocação de mangas e colocação de etiqueta – (Blusa). 1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Pegar peça na caixa; 5- Alinhar a peça junto ao calcador; 6- Retirar etiqueta da caixa; 7- Colocar a etiqueta na peça junto ao calcador; 8- Pressionar pedal; 9- Costurar lateral direita da peça com etiqueta; 10- Cortar linha; 11- Alinhar peça junto ao calcador; 12- Pressionar pedal; 13- Costurar ombro direito; 14- Cortar linha; 15- Alinhar peça junto ao calcador; 16- Pressionar pedal; 17- Costurar ombro esquerdo; 18- Cortar linha 19- Alinhar peça junto ao calcador. 20- Retirar etiqueta na caixa; 21- Colocar a etiqueta na peça junto ao calcador; 22- Pressionar pedal; 23- Costurar lateral esquerda da peça com etiqueta; 24- Cortar linha

25- Pegar manga na caixa; 26- Alinhar manga junto ao calcador; 27- Pressionar pedal; 28- Costurar manga direita; 29- Cortar linha 30-Pegar manga na caixa; 31- Alinhar manga junto ao calcador; 32- Pressionar pedal; 33- Costurar manga esquerda; 34- Cortar linha 35- Pegar peça costurada; 36- Ajustar manga direita à peça; 37- Alinhar junto ao calcador; 38- Pressionar pedal; 39- Costurar manga à peça; 40- Cortar linha; 41- Pegar peça costurada; 42- Ajustar manga esquerda à peça; 43- Alinhar junto ao calcador; 44- Pressionar pedal; 45- Costurar manga à peça; 46- Cortar linha; 47- Revisar peça costurada; 48- Colocar peça costurada na caixa.

Tipo de Equipamento: Máquina de costura tipo overloque de ponto fechado, disposta em bancada medindo 0,50 m © X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).

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Foto 20 – Vista da tarefa fechamento de blusa

Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 5 minutos e 30 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 11 peças/hora.

Descrição da tarefa: Fechamento de laterais, ombros, colocação de mangas e fitas nas mangas e colocação de etiqueta – (Blusa). 1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Pegar peça na caixa; 5- Alinhar a peça junto ao calcador; 6- Retirar etiqueta da caixa; 7- Colocar a etiqueta na peça junto ao calcador; 8- Pressionar pedal; 9- Costurar lateral direita da peça com etiqueta; 10- Cortar linha; 11- Alinhar peça junto ao calcador; 12- Pressionar pedal; 13- Costurar ombro direito; 14- Cortar linha; 15- Alinhar peça junto ao calcador; 16- Pressionar pedal; 17- Costurar ombro esquerdo; 18- Cortar linha; 19- Alinhar peça junto ao calcador. 20- Retirar etiqueta na caixa; 21- Colocar a etiqueta na peça junto ao calcador; 22- Pressionar pedal; 23- Costurar lateral esquerda da peça com etiqueta; 24- Cortar linha; 25- Pegar manga na caixa; 26- Alinhar manga direita junto ao calcador;

27- Pegar fita na caixa; 28- Alinhar fita na manga junto ao calcador; 29- Pressionar pedal; 30- Costurar manga direita com fita; 31- Cortar linha; 32-Pegar manga na caixa; 33- Alinhar manga esquerda junto ao calcador; 34- Pegar fita na caixa; 35- Alinhar fita na manga junto ao calcador; 36- Pressionar pedal; 37- Costurar manga esquerda com fita; 38- Cortar linha; 39- Pegar peça costurada; 40- Ajustar manga direita à peça; 41- Alinhar junto ao calcador; 42- Pressionar pedal; 43- Costurar manga à peça; 44- Cortar linha; 45- Pegar peça costurada; 46- Ajustar manga esquerda à peça; 47- Alinhar junto ao calcador; 48- Pressionar pedal; 49- Costurar manga à peça; 50- Cortar linha; 51- Revisar peça costurada; 52- Colocar peça costurada na caixa.

Tipo de Equipamento: Máquina de costura tipo overloque de ponto fechado, disposta em bancada medindo 0,50 m © X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).

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Foto 21 – Vista da tarefa fechamento da lateral de peça

Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 9 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 540 peças/hora.

Descrição da tarefa: Fechamento de lateral de peças – (Calcinha). 1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Pegar peça na caixa; 5- Alinhar a peça junto ao calcador;

6- Pressionar pedal; 7- Costurar lateral da peça; 8- Cortar linha; 9- Revisar peça costurada; 10- Colocar peça costurada na caixa.

Foto 22 - Vista da tarefa fechamento da lateral de peça

Tipo de Equipamento: Máquina de costura tipo overloque de ponto fechado, disposta em bancada medindo 0,50 m © X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).

Tipo de Equipamento: Máquina de costura tipo overloque de ponto fechado, disposta em bancada medindo 0,50 m © X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).

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Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 10 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 360 peças/hora.

Descrição da tarefa: Fechamento de lateral de peças, com colocação de etiqueta – (Calcinha). 1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Pegar peça na caixa; 5- Alinhar a peça junto ao calcador; 6- Pegar etiqueta na caixa; 7- Colocar etiqueta na peça junto ao calcador; 8- Pressionar pedal; 9- Costurar lateral com etiqueta da peça;

10- Cortar linha; 11- Pegar peça na caixa; 12- Alinhar a peça junto ao calcador; 13- Pressionar pedal; 14- Costurar lateral da peça; 15- Cortar linha; 16- Revisar peça costurada; 17- Colocar peça costurada na caixa.

Foto 23 – Vista da tarefa fechamento do fundo de peça

Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 13 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 277 peças/hora.

Descrição da tarefa: Fechamento de fundo de peças – (Calcinha). 1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Pegar peça na caixa; 5- Ajusta o fundo da peça uma à outra; 6- Alinhar a peça junto ao calcador;

7- Pressionar pedal; 8- Costurar fundo da peça; 9- Cortar linha; 10- Revisar peça costurada; 11- Colocar peça costurada na caixa.

Tipo de Equipamento: Máquinas de costura tipo overloque de ponto aberto, disposta em bancada medindo 0,50 m © X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).

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Foto 24 – Vista da tarefa colocação de cós

Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 42 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 86 peças/hora.

Descrição da tarefa: Colocação de cós na cintura e elástico em cavas – (Calcinha). 1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Pegar peça na caixa; 5- Alinhar a peça junto ao calcador; 6- Ajustar guiador; 7- Pegar elástico; 8- Ajustar elástico junto ao calcador; 9- Pressionar pedal; 10- Costurar elástico na perna direita da peça; 11- Afastar guiador; 12- Cortar linha; 13- Alinhar a peça junto ao calcador; 14- Ajustar guiador;

15- Pegar elástico; 16- Ajustar elástico junto ao calcador; 17- Pressionar pedal; 18- Costurar elástico na perna esquerda da peça; 19- Afastar guiador; 20- Cortar linha; 21- Alinhar peça junto ao calcador; 22- Pegar cós na caixa; 23- Alinhar cós na peça junto ao calcador; 24- Pressionar pedal; 25- Costurar cós na peça; 26- Cortar linha; 27- Revisar peça costurada; 28- Colocar peça costurada na caixa.

Tipo de Equipamento: Máquina de costura tipo zig zag com equipamento de elástico (guiador), disposta em bancada medindo 0,50 m © X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).

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Foto 25 – Vista da tarefa colocação de elástico

Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 25 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 144 peças/hora.

Descrição da tarefa: Colocação de elástico em cavas - (Calcinha). 1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Pegar peça na caixa; 5- Alinhar a peça junto ao calcador; 6- Ajustar guiador; 7- Pegar elástico; 8- Ajustar elástico junto ao calcador; 9- Pressionar pedal; 10- Costurar elástico na perna direita da peça; 11- Afastar guiador;

12- Cortar linha; 13- Alinhar a peça junto ao calcador; 14- Ajustar guiador; 15- Pegar elástico; 16- Ajustar elástico junto ao calcador; 17- Pressionar pedal; 18- Costurar elástico na perna esquerda da peça; 19- Afastar guiador; 20- Cortar linha; 21- Revisar peça costurada; 22- Colocar peça costurada na caixa.

Foto 26 – Vista das tarefas reforço nas costuras

Tipo de Equipamento: Máquina de costura tipo zig zag com equipamento de elástico (guiador), disposta em bancada medindo 0,50 m (C) X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).

Tipo de Equipamento: Máquina de costura tipo traveti, disposta em bancada medindo 0,50 m (C) X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).

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Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 10 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 360 peças/hora.

Descrição da tarefa: Reforço nas costuras - (Calcinha). 1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Pegar peça na caixa; 5- Alinhar a peça junto ao calcador; 6- Pressionar pedal;

7- Costurar 1º reforço; 8- Alinhar a peça junto ao calcador; 9- Pressionar pedal; 10- Costurar 2º reforço; 11- Revisar peça costurada; 12- Colocar peça costurada na caixa.

Foto 27 - Vista das tarefas reforço nas costuras

Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 24 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 150 peças/hora.

Descrição da tarefa: Reforço nas costuras e aplicação de fita - (Calcinha). 1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Pegar peça na caixa; 5- Alinhar a peça junto ao calcador; 6- Pressionar pedal; 7- Costurar 1º reforço; 8- Alinhar a peça junto ao calcador; 9- Pressionar pedal; 10- Costurar 2º reforço; 11- Alinhar a peça junto ao calcador; 12- Pressionar pedal;

13- Costurar 3º reforço; 14- Alinhar a peça junto ao calcador; 15- Pressionar pedal; 16- Costurar 4º reforço; 17- Alinhar a peça junto ao calcador; 18- Pegar fita na caixa; 19- Alinhar fita na peça junto ao calcador; 20- Pressionar pedal; 21- Costurar fita; 22- Revisar peça costurada; 23- Colocar peça costurada na caixa.

Tipo de Equipamento: Máquina de costura tipo traveti, disposta em bancada medindo 0,50 m (C) X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).

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Foto 28 – Vista da tarefa reforço nas costuras

Tempo médio por peça produzida: Aproximadamente 20 segundos por peça produzida.

Regime de trabalho: Aproximadamente 180 peças/hora.

Descrição da tarefa: Reforço nas costuras e aplicação de etiqueta - (Calcinha). 1- Receber as peças; 2- Conferir a quantidade recebida; 3- Ajustar a máquina; 4- Pegar peça na caixa; 5- Alinhar a peça junto ao calcador; 6- Pressionar pedal; 7- Costurar 1º reforço; 8- Alinhar a peça junto ao calcador; 9- Pressionar pedal; 10- Costurar 2º reforço;

11- Alinhar a peça junto ao calcador; 12- Pressionar pedal; 13- Costurar 3º reforço; 14- Alinhar a peça junto ao calcador; 15- Pegar etiqueta na caixa; 16- Alinhar etiqueta na peça junto ao calcador; 17- Pressionar pedal; 18- Costurar etiqueta; 19- Revisar peça costurada; 20- Colocar peça costurada na caixa.

4.5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Todas as operárias têm registro formal de trabalho com assinatura em carteira

profissional de trabalho, com uma jornada de trabalho de 44 horas semanais

definida de segunda a sexta-feira no horário de 7h e 00min às 11h e 30min e das

12h e 42min às 17h e 00min, com um intervalo de 1h e 12min para o almoço,

realizado no próprio estabelecimento industrial que possui refeitório adequado à

tomada de refeições. Não foi identificado programa de treinamento formal para as

operárias. Não existe na empresa a distribuição de benefícios sociais tais como

transporte, convênios com farmácias, local para recreação, refeitório com televisão

ou a distribuição de cestas básicas.

Tipo de Equipamento: Máquina de costura tipo traveti, disposta em bancada medindo 0,50 m (C) X 1,20 m (L) X 0,75 m (A).

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4.5.1 Distribuição de freqüência e percentual

Participaram deste estudo 93 operárias (todas do sexo feminino) com idade

média de 25 anos, sendo 54,8% auxiliar de costura e 45,2% costureiras. A maioria é

solteira (75,3%), e tem o 2º Grau completo (58%).

Na Tabela 2 - Distribuição da função das operárias, estão apresentadas a

distribuição da freqüência e percentual relativo às funções das operárias

encontradas no estudo, onde se destaca a função de auxiliar de costura com 54,8%

compondo a maior parte da amostra estudada.

Tabela 2 - Distribuição da função das operárias

Função Freqüência Percentual

Auxiliar de Costura 51 54,8 Costureira 42 45,2 Total 93 100,0

Na Tabela 3 - Distribuição do estado civil das operárias está apresentada a

distribuição da freqüência e percentual relativo ao estado civil das operárias

encontradas no estudo, onde se evidencia que a maioria é solteira, atingindo 75, 3%

da amostra.

Tabela 3 - Distribuição do estado civil das operárias

Estado civil Freqüência Percentual Solteira 70 75,3 Casada 22 23,7 Divorciada 1 1,1 Total 93 100,0

Na Tabela 4 - Distribuição da escolaridade das operárias está apresentada a

distribuição da freqüência e percentual relativo à escolaridade das operárias

encontradas no estudo, onde se observa que a maioria tem o 2º grau completo, com

58,0%.

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Tabela 4 - Distribuição da escolaridade das operárias

Escolaridade Freqüência Percentual 1º Grau completo 4 4,3 1º Grau incompleto 28 30,1 2º Grau completo 54 58,0 2º Grau incompleto 6 6,5 Superior incompleto 1 1,1 Total 93 100,0

Na Tabela 5 - Mínimo, máximo, média e desvio padrão, estão destacados os

valores mínimo, máximo, média e desvio padrão relativos à idade, tempo na função

e na empresa, onde o tempo médio de atuação na função foi de 24 meses (mínimo =

1 e máximo = 220; DP = 34,29), com tempo médio em meses na empresa de 20

meses (mínimo = 1 e máximo = 93; DP = 27,37).

A diferença encontrada entre o valor mínimo e máximo com relação ao tempo

na função se deveu ao fato de um sujeito da amostra exercer a atividade de

costureira há 220 meses, acarretando um desvio padrão acentuada em relação ao

tempo na empresa.

Tabela 5 - Mínimo, máximo, média e desvio padrão

Mínimo Máximo Média Desvio padrão

Idade 18 49 25,35 5,91 Tempo na Função (Meses) 1 220 23,71 34,29 Tempo na Empresa (Meses) 1 93 19,75 27,37

Na Tabela 6 - Distribuição da tarefa executada observou-se a identificação de

todas as tarefas realizadas, 9 ao todo, onde a tarefa mais executada é a de

fechamento de peças com 31 (33,3%) postos de trabalho envolvidos, seguida da

tarefa de colocação de bainha, com 21 (22,6%) postos de trabalho ocupados.

Essas tarefas, juntas, compõem a grande maioria das atividades exercidas no

setor de confecções, e respondem por 52 (55,9%) postos de trabalho ocupados.

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Tabela 6 - Distribuição da tarefa executada

Tarefa Freqüência Percentual Fechamento de peças 31 33,3 Colocação bainha 21 22,6 Colocação elástico 13 14,0 Fechar fundo 8 8,6 Fechar laterais 6 6,5 Mosquear 6 6,5 Colocar cós 4 4,3 Colocação viés 2 2,2 Colocar laço 2 2,2 Total 93 100,0

A Tabela 7 - Distribuição do tipo de máquina utilizada apresenta que a

máquina mais utilizada é a overloque com 51 (54,8%) postos de trabalho em

atividade.

Tabela 7 - Distribuição do tipo de máquina utilizada

Tipo de Máquina Freqüência Percentual Overloque 51 54,8 Galoneira 21 22,6 Zig Zag 13 14,0 Traveti 8 8,6 Total 93 100,0

A Tabela 8 – Distribuição do tipo de peça produzida apresenta o tipo de peça

mais produzida é a blusa com 56 (60,2%) postos de trabalho ocupados na produção

dessa peça.

Tabela 8 - Distribuição de tipo de peça produzida

Tipo de Peça Freqüência Percentual Blusa 56 60,2 Calcinha 37 39,8 Total 93 100,0

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4.5.2 Percepção de dor

Através da distribuição qui-quadrado (χ2) verificou-se que há uma diferença

significativamente estatística (χ2 = 11,30; gl = 3; p = 0,010) entre a freqüência

esperada e a observada nas variáveis observadas na amostra estudada, ou sejam, a

percepção de dor em relação ao uso de diferentes máquinas de costura, dentre as

operárias que não percebem dor, e operam a máquina overloque (45,2%), assim

como dentre as operárias que percebem dor, e realizam suas tarefas na máquina

galoneira (10,8%), em relação às demais máquinas conforme se evidencia na

Tabela 9 - Contingenciamento da percepção de dor em função do tipo de máquina

seguinte.

Tabela 9 - Contingenciamento da percepção de dor em função do tipo de máquina

Percebe dor? Máquina

Não Sim Total

f observada 42 9 51 f esperada 36,2 14,8 51,0 Overloque % 45,2% 9,7% 54,8% f observada 3 5 8 f esperada 5,7 2,3 8,0 Traveti % 3,2% 5,4% 8,6% f observada 11 10 21 f esperada 14,9 6,1 21,0 Galoneira % 11,8% 10,8% 22,6% f observada 10 3 13 f esperada 9,2 3,8 13,0 Zig Zag % 10,8% 3,2% 14,0% f observada 66 27 93 f esperada 66,0 27,0 93,0 Total % 71,0% 29,0% 100,0%

Nota: χ2 = 11,30; gl = 3; p = 0,01.

4.5.3 Valores médios das tarefas de costurar blusas e calcinhas

No caso em estudo utilizou-se o test t para verificar as diferenças entre os

valores médios das variáveis Posto de Trabalho, Risco de LER/DORT e Posturas no

Trabalho, onde se observou que há diferença estatisticamente significativa (t = 1,96;

p = 0,05) apenas na comparação dos valores médios das amostras entre costurar

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blusa e calcinha e a variável Posto de Trabalho conforme se evidencia na Tabela 10

– Diferenças dos valores médios.

Neste aspecto, com base no resultado apresentado, pôde-se afirmar que, a

condição ergonômica do Posto de Trabalho se encontra numa condição razoável,

tanto com relação a costurar blusa quanto costurar calcinha.

Tabela 10 - Diferenças dos valores médios

Posto de Trabalho Média Desvio padrão t de student Blusa 5,55 0,98 Calcinha 5,86 0,53

1,96; p = 0,05

Risco de LER Média Desvio padrão t de student Blusa 15,13 1,95 Calcinha 14,59 1,72

1,37; p = 0,18

Posturas no Trabalho Média Desvio padrão t de student Blusa 3,57 1,47 Calcinha 3,24 2,01

0,85; p = 0,36

4.5.4 Valores médios das máquinas de costura

Comparação entre os valores médios de três grupos ou mais, onde se buscou

verificar as diferenças entre os valores médios das variáveis Posto de Trabalho,

Risco de LER/DORT e Postura, em relação às máquinas de costura overloque,

traveti, galoneira e zig zag.

Na Tabela 11 - Diferenças entre os valores médios do posto de trabalho em

função do tipo de máquina utilizada abaixo, observou-se que não há diferenças

estatisticamente significativas [F(3,89) = 2,95; n.s.] entre os valores médios da

variável Posto de Trabalho em função dos tipos de máquinas utilizadas.

De todo modo verificou-se que a média geral é de 5,69 (desvio padrão =

0,84), assim, pode-se então inferir que, a variável Posto de Trabalho tem uma

avaliação razoável do ponto de vista da média obtida.

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Tabela 11 - Diferença entre os valores médios do posto de trabalho em função do tipo de máquina utilizada

Posto de Trabalho Média Desvio padrão Razão F Overloque 5,57 1,00 Traveti 5,13 1,12 Galoneira 6,00 0,00 Zig Zag 5,92 0,27

F(3,89) = 2,95; p = 0,06.

Total 5,68 0,84

Quanto à variável Risco de LER/DORT em função do tipo de máquina

utilizada, conforme se evidenciou na Tabela 12 - Diferenças entre os valores médios

do risco de LER/DORT em função do tipo de máquina utilizada, observou-se que há

diferenças estatisticamente significativas [F(3,89) = 7,35; p = 0,000] entre os valores

médios, comprovados com aplicação do teste post hoc de Sheffé, (ver Tabela no

apêndice), identificando, dentre as máquinas estudadas, que a galoneira apresenta

a maior média que é de 16,29 (desvio padrão = 1,55) e se difere em relação às

máquinas overloque e zig zag, por não compartilhar do mesmo subscrito, e que não

há diferença entre os valores médios da máquina traveti em relação às demais

máquinas.

Como base na leitura das médias obtidas, pôde-se afirmar que a máquina

galoneira apresenta risco moderado para o desenvolvimento de LER/DORT, onde

se recomenda a melhora do posto de trabalho, e as demais máquinas estão

classificadas como de alto risco de desenvolver LER/DORT, necessitando da

reformulação do posto de trabalho.

Tabela 12 - Diferenças entre os valores médios do risco de LER/DORT em função do tipo de máquina utilizada

Risco de LER/DORT Média Desvio padrão Razão F Overloque 14,75a 1,88 Traveti 14,50ab 1,41 Galoneira 16,29b 1,55 Zig Zag 13,62a 1,26

F(3,89) = 7,35; p = 0,000

Total 14,91 1,87 Nota: F(3,89) = 7,35; p = 0,000. Os valores médios que não compartilham o mesmo subscrito apresentam diferença estatisticamente significativa em teste post hoc de Sheffé.

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No tocante à variável Postura em função do tipo de máquina utilizada, como

mostra a Tabela 13 - Diferença entre os valores médios de postura em função do

tipo de máquina utilizada observou-se que há diferenças estatisticamente

significativas [F(3,89) = 6,36; p = 0,001] entre os valores médios da máquina zig zag,

em relação às máquinas overloque e traveti que é a que apresenta o maior escore

médio (média = 4,25 e desvio padrão = 1,20) assim como não há diferenças

significativas entre os valores médios da máquina galoneira em relação às demais

máquinas. Essas diferenças foram evidenciadas através do test post hoc de Scheffé

(ver Tabela no apêndice).

Neste aspecto, observou-se que a média obtida pela máquina zig zag, em

relação à Postura, classificou-se como péssima, situação em que se recomenda a

restauração do posto de trabalho. As demais máquinas se enquadraram no risco

ruim, onde se recomenda a reformulação do posto de trabalho.

Tabela 13 - Diferença entre os valores médios de postura em função do tipo de máquina utilizada

Postura Média Desvio padrão

Razão F

Overloque 3,86a 1,58 Traveti 4,25a 2,37 Galoneira 3,05ab 1,20 Zig Zag 1,92b 1,49

F(3,89) = 6,36; p = 0,001

Total 3,44 1,71 Nota: F(3,89) = 6,36; p = 0,001. Os valores médios que não compartilham o mesmo subscrito apresentam diferença estatisticamente significativa em teste post hoc de Sheffé.

Na Tabela 14 - Diferença entre os valores médios do tempo (segundos)

utilizado em função do tipo de máquina utilizada observou-se que na variável Tempo

Utilizado, em função do tipo de máquina utilizada, há diferenças estatisticamente

significativas [F(3,89) = 10,01; p = 0,000] entre os valores médios da máquina

overloque, que apresentou a maior média de 145,71 (desvio padrão = 142,38) em

relação às máquinas traveti, galoneira e zig zag. Essas diferenças foram

evidenciadas através do test post hoc de Scheffé (ver Tabela no Apêndice C).

Nesse aspecto, pôde-se afirmar que a diferença entre esse tempo médio da

máquina overloque em relação às demais máquinas deve-se, em parte, pela maior

freqüência de uso desta máquina (54,8%) em relação às demais.

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Tabela 14 - Diferenças entre os valores médios do tempo (segundos) utilizado em função do tipo de máquina utilizada

Tempo Utilizado Média Desvio padrão

Razão F

Overloque 145,71a 142,38 Traveti 17,75b 8,36 Galoneira 20,24b 0,75 Zig Zag 34,15b 8,82

F(3,89) = 10,01; p = 0,000

Total 90,77 121,48 Nota: F(3,89) = 10,01; p = 0,000. Os valores médios que não compartilham o mesmo subscrito apresentam diferença estatisticamente significativa em teste post hoc de Sheffé.

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CAPÍTULO 5 – CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Este capítulo finaliza o estudo realizado, e nele são apresentadas as

conclusões e recomendações, propondo melhorias para o desempenho das tarefas,

nos postos de trabalho, visando à otimização da produção sob a ótica do trabalho

seguro e a prevenção do desenvolvimento das doenças relacionadas ao trabalho.

5.1 CONCLUSÕES

Este trabalho teve como proposta inicial, realizar estudo, entre a tarefa de

costurar calcinhas e blusas, e a sua relação com o risco do desenvolvimento de

LER/DORT.

Foto 29 - Vista de postura irregular

O desenvolvimento de LER/DORT se baseia principalmente, na existência de

alguns fatores, que combinados entre si, produzem vários níveis de desconforto e

limitações nos membros inferiores. Dentre esses fatores, puderam-se destacar os

seguintes: tempo da tarefa, repetição de movimentos, postura e falta de repouso,

como se observou no estudo, de acordo com o destaque da Foto 29 – Vista de

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postura irregular, acima, onde se evidencia a curvatura acentuada da coluna, a

posição do pescoço forçada para baixo, além de torção do tronco.

No estudo, observou-se que há uma combinação entre alguns desses fatores

com uma alta repetitividade de movimentos, posturas incorretas, e fixas em cadeiras

que não estão adequadas ao posto de trabalho, destaque para a Foto 30 – Vista de

cadeiras irregulares, ao lado, além de uma ausência de definição de períodos de

pausas durante a jornada de trabalho.

Foto 30 - Vista de cadeiras irregulares

Tais resultados foram encontrados quando se examinou a atividade de

costurar calcinhas, e percebeu-se que a maioria da duração dos ciclos para

conclusão de tarefas tem um tempo inferior a 30 segundos por peça costurada,

caracterizando uma repetitividade que não permite à musculatura do membro

superior, responsável pela execução da tarefa, se recuperar, gerando uma

sobrecarga músculo-esquelética, advindo, em conseqüência disso, uma

probabilidade maior no desenvolvimento de LER/DORT.

O maior destaque se deu na atividade de costurar blusas, onde a maior

freqüência na produção dessas peças (60,2%), a duração dos ciclos de execução de

tarefas com um tempo superior a 30 segundos para conclusão da mesma, ciclos

esses que exercem muitas operações, cada uma necessitando de um ou mais tipos

de movimentos que se repetem. Se essas operações requisitam movimentos

musculares similares, as estruturas anatômicas sobrecarregadas serão as mesmas.

O limiar para o desenvolvimento de LER/DORT entre essas atividades é

muito tênue, denotando que, por terem condições de trabalho similares, ambas

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trazem um risco elevado para os trabalhadores que as operam sob as condições

atuais de trabalho, em que ocorrem fatores como repetitividade de movimentos,

sobrecarga de trabalho, postura incorreta, baixa luminosidade no ambiente de

trabalho, bem como níveis de ruído acima do que estabelece a legislação vigente,

fatores esses que juntos concorrem para que as condições para o desenvolvimento

de LER/DORT tenham um terreno fértil para se estabelecerem.

O agravamento dos fatores dá-se, pois, à exceção da máquina galoneira, as

demais máquinas apresentaram uma diferença estatisticamente significativa quanto

ao risco no desenvolvimento de LER/DORT, sendo classificadas como de alto risco,

com posturas assumidas durante a execução das tarefas, classificadas como ruim

ou péssima, além dos postos de trabalho serem classificados como apenas

razoáveis.

Esses aspectos podem assumir uma importância maior, tendo em vista que

se constatou a ausência de um sistema de gestão da produção, aliada à tomada de

decisões centralizada na direção da empresa, com uma produção puxada pelos

pedidos de clientes, e um sistema de distribuição das máquinas através de arranjo

linear, além de um excesso de caixas contendo peças cortadas de pedidos

espalhadas ao longo do ambiente de produção, destaque na Foto 31 – Vista de

ambiente de trabalho desorganizado, associada à falta de benefícios sociais tais

como convênios com farmácias, local para recreação, refeitório com televisão ou a

distribuição de cestas básicas, transmitem a sensação de um ambiente de trabalho

pesado, centrada unicamente no cumprimento das tarefas distribuídas.

Foto 31 – Vista de ambiente de trabalho desorganizado

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Observou-se que o fluxo do processo produtivo de cada uma das peças

produzidas na empresa é confuso, gerando a possibilidade da ocorrência de erros

na montagem das peças, acarretando um aumento dos custos com o re-trabalho ou

mesmo com o descarte dessas peças, gerando em determinados postos de trabalho,

como se identifica na Foto 32 – Vista de ambiente de trabalho desorganizado, ao

lado, uma sobrecarga indesejável das atividades, vista pelo aspecto produtivo, pois

pode acarretar uma perda significativa de matéria-prima, além de aumentar a tensão

no ambiente de trabalho, com todas as conseqüências danosas na saúde do

trabalhador.

Foto 32 - Vista de ambiente de trabalho desorganizado

Concluiu-se então, que existe, no estabelecimento estudado, uma relação

entre a tarefa de costurar calcinhas e blusas, e o risco do desenvolvimento de

LER/DORT, tendo em vista que a presença de fatores desencadeantes dessa

entidade nosológica traz considerável risco à saúde dos trabalhadores expostos, na

forma como o trabalho atualmente é executado.

5.2 RECOMENDAÇÕES

Com base no que se afirmou, sugeriu-se que, para uma possível otimização

da atividade produtiva da empresa, nesse setor, a implantação de medidas voltadas:

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1- Atividade de costura:

a) Efetuar treinamento para todas as operadoras dos postos de máquina de

costura para que, ao iniciarem suas atividades, façam a regulagem do

posto de trabalho, de forma a propiciar uma melhor postura na atividade;

b) Estimular a polivalência com rodízio operacional dentre todas as

operadoras dos postos de máquina de costura, para que se tenha um

descanso muscular localizado, de forma a permitir que o tempo de

recuperação seja superior ao tempo de execução da atividade;

c) Enriquecer tarefa de forma a minimizar os efeitos da rigidez postural;

d) Instituir programa de ginástica laboral, objetivando a correção dos desvios

posturais;

e) Introduzir pausas durante a jornada de trabalho;

f) Adequar os postos de trabalho, considerando as diferentes estaturas entre

os trabalhadores;

g) Elaborar instrução de trabalho com orientação de postura na operação das

máquinas de costura.

2- Ambiente de produção:

a) Adoção de sistema de gestão da produção, com o planejamento e controle

da produção;

b) Implantação de arranjo físico através de células de produção, de acordo

com o fluxograma de cada produto;

c) Melhoria dos sistemas de controle de qualidade das peças produzidas;

d) Introdução de benefícios sociais.

A implantação de medidas desse porte poderia trazer melhorias significativas

ao ambiente de trabalho, incrementando sobremaneira a produtividade e a qualidade

das linhas de produtos da empresa, com os conseqüentes desdobramentos na

redução dos riscos identificados atualmente, existentes nesse ambiente de trabalho,

através da utilização dos princípios da produção segura.

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APÊNDICES

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APÊNDICE A – CADASTRO DE COSTUREIRA (ENTREVISTA)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PESQUISA DE MESTRADO

A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco

do desenvolvimento de LER/DORT.

MESTRANDO: ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR

ORIENTADOR: FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD

1 - IDENTIFICAÇÃO

1.1 - Nome: _________________________________________________________

1.2 - Idade: __________ 1.3 - Estado Civil: ___________________

1.4 - Sexo: __________ 1.5 - Escolaridade: ____________________

2 – ANTECEDENTES

2.1 - Setor: ____________________

2.2 - Função: _______________________

2.3 - Tempo na função: ____________________

2.4 - Tempo na empresa: _____________________

2.5 - Exerceu essa função em outra empresa? SIM [ ] NÃO [ ]

2.6 - Se SIM durante quanto tempo exerceu essa função? __________________

2.7 - Sente dor durante a jornada de trabalho? SIM [ ] NÃO [ ]

2.7 - Há quanto tempo sente essa dor? ___________________

2.8 - Já se afastou do trabalho devido a essa dor? SIM [ ] NÃO [ ]

2.9 - Quantas vezes já se afastou por essa dor? ________

2.10 - Aponte o local de sua dor (DIAGRAMA DE LOCALIZAÇÃO): _______

2.11 - Exerce outra atividade fora do local de trabalho? SIM [ ] NÃO [ ]

2.12 - Se SIM, que outra atividade exerce? _________

2.13 - Quanto tempo de trabalho se dedica a essa atividade?

[ ] Até 1 hora; [ ] 1 à 2 horas; [ ] 2 à 3 horas; [ ] mais de 3 horas.

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APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO ESTRUTURADO (ADAPTADO DE GOMES, 2002)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PESQUISA DE MESTRADO

A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco do desenvolvimento de LER/DORT.

MESTRANDO: ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR

ORIENTADOR: FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD

1 – CARACTERIZAÇÃO GERAL DA EMPRESA

1.1 - Tempo de atuação no mercado.

a) De 1 a 5 anos;...............[ ] b) De 5 a 10 anos; ............[ ]

c) De 10 a 15 anos; .......... [ ] d) Mais de 15 anos;...........[ ]

1.2 - Qual o volume total da produção dos principais produtos?

Produtos principais Diária Semanal Mensal Anual

1.4 - Qual o mercado consumidor a que se destina o total da produção?

(Em percentual)

Mercado %

Nordeste

Norte

Sudeste

Centro-oeste

Sul

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1.5 - Características dos equipamentos utilizados pelas empresas, segundo as

etapas do processo.

Etapas do Processo Natureza do Equipamento * Quantidade

Criação

Modelagem

Risco

Corte

Costura

Acabamento

Outro

* (1) mecânico; (2) eletromecânico; (3) microeletrônico

2 – GESTÃO DE PESSOAL

2.1 - Qual o regime de contratação de pessoal?

[ ] CLT; [ ] Cooperativa; [ ] Terceirizado; [ ] Outro: Especificar _______

2.2 - Quantos setores de produção existem na empresa? _____________________

2.3 - Especifique-os:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2.4 - Nº de empregados:

[ ] Total; [ ] Masculino; [ ] Feminino;

[ ] Na produção; [ ] Malharia; [ ] Costura;

[ ] Tinturaria; [ ] Outros: ____________________

[ ] Administração.

2.5 - Quais os procedimentos de recrutamento de mão-de-obra?

a) Indicação dos próprios funcionários;........................................... [ ]

b) Solicitação às Agências do Sistema Nacional de Emprego;....... [ ]

c) Solicitação ao SENAI;..................................................................[ ]

d) Anúncios através dos meios de comunicações;.......................... [ ]

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e) Outros: Especificar _________________________________ [ ]

2.6 - Quais os procedimentos de seleção?

a) Prática/experiência;...................................................................... [ ]

b) Entrevista + teste prático;.............................................................[ ]

c) Referência de outras empresas;.....................................................[ ]

d) Outros: Especificar _________________________________ [ ]

2.7 - A empresa realiza treinamento do pessoal empregado?

a) Treinamento voltado para a tarefa on the job;........................................ [ ]

b) Treinamento mais amplo voltado para varais tarefas;............................ [ ]

c) Treinamento voltado para a (s) tarefa (s) + relações interpessoais e .... [ ]

dinâmica de grupo;

d) Treinamento é ministrado por outras instituições;...................................[ ]

e) Não realiza treinamento;......................................................................... [ ]

2.8 - Qual o salário médio da empresa? R$ ______________________________

2.9 - Quantos são os turnos de trabalho adotados pela empresa? _____________

2.10 - Qual a taxa atual de turn-over da empresa? ________________________

2.11 – Qual a taxa atual de absenteísmo da empresa? _____________________

2.12 – Que benefícios sociais adicionais a empresa oferece aos empregados? (Pode

ser marcada mais de uma alternativa).

a) Transporte gratuito;........................................................... [ ]

b) Creche para as crianças menores dos empregados;........ [ ]

c) Convênios com farmácias; ................................................ [ ]

d) Cesta-básica; .................................................................... [ ]

e) Local para recreação; ....................................................... [ ]

f) Restaurante com televisão; ............................................... [ ]

g) Outros: Especificar _____________________________ [ ]

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3 – SISTEMAS DE PRODUÇÃO

3.1 - A empresa produz para:

a) Para estoque com produtos padronizados;.............[ ]

b) Sob especificação do cliente;.................................. [ ]

c) Produtos padronizados não para estoque;..............[ ]

3.2 - Como é desenvolvido o sistema de trabalho dos funcionários?

a) Individual com uma única tarefa;.............................[ ]

b) Individual com várias tarefas;.................................. [ ]

c) Em grupo com uma tarefa por trabalhador;.............[ ]

d) Em grupo com várias tarefas por trabalhador;........ [ ]

3.3 - Se, respondeu c/d na questão 3.2, há rotação regular e planejada nos postos

de trabalho? SIM [ ] NÃO [ ]

3.4 - Quem determina a forma como o sistema de trabalho dos funcionários deve ser

desenvolvido?

a) O Gerente/ Diretor Industrial;.................................. [ ]

b) O Gerente de Produção;......................................... [ ]

c) O Supervisor da produção;..................................... [ ]

d) Os próprios trabalhadores;...................................... [ ]

e) Outros: Especificar________________________ [ ]

3.5 - Qual a configuração adotada para o arranjo físico (layout)?

a) Arranjo físico linear;................................................ [ ]

b) Arranjo físico funcional;........................................... [ ]

c) Células de Produção;.............................................. [ ]

d) Grupo compacto;..................................................... [ ]

e) Híbrido: Especificar o tipo ___________________ [ ]

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4 – GESTÃO DA PRODUÇÃO

4.1 - Qual desses Programas abaixo a empresa utiliza?

a) Just-in-time;…………………………… [ ] f) Kaizen;…………………………. [ ]

b) Reengenharia;....................................[ ] g) 5 S;.......................................... [ ]

c) Círculos de Controle de Qualidade;... [ ] h) Programa Zero-defeito;........... [ ]

d) Programa de Qualidade;.....................[ ] i) Outros: _________________ [ ]

e) Times de Qualidade;...........................[ ] k) Nenhum;.................................. [ ]

4.2 – Como as falhas (ou defeitos) do produto são detectadas e controladas?

a) Por um setor específico em cada etapa do processo;....... [ ]

b) Por um setor específico no final do processo;................... [ ]

c) Pelos próprios operários durante o processo;................... [ ]

d) Pelos supervisores durante o processo;............................ [ ]

e) Pelos operários e supervisores durante o processo;.........[ ]

f) Outra forma:___________________________________ [ ]

4.3 - Em relação à estrutura organizacional da empresa, quantos níveis hierárquicos

existem? (Do Presidente ou Gerente Geral aos operários) ____________________

4.4 - Quais são esses níveis?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4.5 - Quais são as funções de direção e ou gerência da empresa?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4.6 - Como se processa a tomada de decisões?

a) Totalmente centralizado na direção geral e ou gerência geral;........................ [ ]

b) Parte das decisões é tomada pela gerência ou direção geral + a média.......... [ ]

gerência;

c) Parte das decisões é tomada pela gerência ou direção geral + a média.......... [ ]

gerência + a base;

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d) O processo de decisão se dá em cooperação horizontal;................................. [ ]

e) Intensa verticalização no processo decisório (modo clássico, mecanicista)..... [ ]

5 – PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

5.1 - Existe na empresa um setor específico responsável pela elaboração do PCP?

[ ] SIM [ ] NÃO (pule para a questão 5.3)

5.2 -Assinale as principais atribuições desse setor.

a) Fazer a previsão de vendas;............................................................................. [ ]

b) Elaborar o plano e produção definindo os níveis de produção, de estoques;... [ ]

de recursos humanos, de maquinas e instalações para atender a demanda

prevista;

c) Planejar e controlar os níveis de estoques de matérias-primas;....................... [ ]

d) Planejar e controlar os níveis de estoques de componentes e acessórios;...... [ ]

e) Controlar os estoques de produtos acabados;.................................................. [ ]

f) Definir a seqüência em que as ordens de produção serão executadas;............[ ]

g) Emitir e liberar ordens de compra;.................................................................... [ ]

h) Emitir e liberar ordens de fabricação;................................................................ [ ]

i) Outros: Especificar:_____________________________________________ [ ]

5.3 - Não havendo setor específico para o PCP, qual(is) setor(es) exerce(m) suas

atribuições? (Pode ser marcada mais de uma alternativa).

a) Diretor ou Gerente Geral;.................................................. [ ]

b) Gerente/Encarregado da Produção;.................................. [ ]

c) Vendas;.............................................................................. [ ]

d) Engenheiro Industrial;........................................................ [ ]

e) Outros: Especificar: _____________________________ [ ]

5.4 - Como a empresa define o que irá ser produzido nos próximos períodos?

a)Com base na previsão de demanda;....................................................... [ ]

b)Baseado nos pedidos dos clientes e na previsão de vendas;..................[ ]

c)Outros: Especificar:_________________________________________ [ ]

5.5 -Que tipo de previsão de demanda é usada?

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a) Qualitativa: baseada na opinião e/ou julgamento de pessoas especializadas...[ ]

nos produtos ou nos mercados onde atuam estes produtos;

b) Quantitativa: baseada no comportamento do passado, utilizando modelos de..[ ]

projeção de demanda;

c) Outros: Especificar ______________________________________________ [ ]

5.6 - Como é feita a previsão?

a) Para cada tipo de produto individualmente;............................................ [ ]

b) Para lotes de produtos com características comuns;..............................[ ]

c) Outros: Especificar ________________________________________ [ ]

5.7 - Como são definidas as quantidades a serem produzidas durante o mês,

considerando o mix de modelo/tamanho e cor?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5.8 - Em relação aos materiais utilizados pela empresa (matérias-primas e

aviamentos) quem é responsável por esta função?

a) PCP;............................................................................................. [ ]

b) Gerente de compras;.................................................................... [ ]

c) Dono da Empresa;........................................................................ [ ]

d) Supervisor do almoxarifado;......................................................... [ ]

d) Gerência Industrial e Almoxarifado;..............................................[ ]

e) Outros: Especificar ___________________________________ [ ]

5.9 - Como é feita a distribuição do material para a fabricação?

___________________________________________________________________

5.10 - A seqüência em que serão executadas as ordens de fabricação e montagem,

com o estabelecimento de datas de início e fim de cada ordem e os recursos

necessários é definida:

a) Pelos próprios operários do setor de produção utilizando o sistema kanban... [ ]

(produção puxada);

b) Pelo Gerente /Encarregado da Produção, obedecendo a critérios próprios,.... [ ]

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prática e bom senso (produção empurrada);

c) Pelo PCP que define o programa de produção em função de critérios............. [ ]

técnicos (produção empurrada).

d) Outros: Especificar:_____________________________________________ [ ]

5.11 - Quais mecanismos são utilizados pelo PCP para controlar e acompanhar a

produção, verificando se o que foi planejado foi executado?

a) Em papel;........................................................................................................... [ ]

b) Informatizado;.................................................................................................... [ ]

c) Parte em papel, parte informatizado;................................................................. [ ]

d) São coletados em papel e depois é dada entrada das informações no............ [ ]

computador.

e) Outros, especificar _____________________________________________ [ ]

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APÊNDICE C – TABELA DO TESTE Post hoc de Scheffé

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PESQUISA DE MESTRADO

A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco do desenvolvimento de LER/DORT.

MESTRANDO: ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR

ORIENTADOR: FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD Tabela: Teste post hoc Scheffé

Variáveis Tipo de máquina Diferença entre as médias

p

Posto de Trabalho Overloque Traveti 0,444 ,573

Galoneira -,431 ,260

Zig Zag -,354 ,591

Traveti Overloque -,444 ,573

Galoneira -,875 ,096

Zig Zag -,798 ,207

Galoneira Overloque ,431 ,260

Traveti ,875 ,096

Zig Zag ,077 ,995

Zig Zag Overloque ,354 ,591

Traveti ,798 ,207

Galoneira -,077 ,995

Risco de LER Overloque Traveti ,245 ,986

Galoneira -1,541(*) ,010

Zig Zag 1,130 ,216

Traveti Overloque -,245 ,986

Galoneira -1,786 ,104

Zig Zag ,885 ,722

Galoneira Overloque 1,541(*) ,010

Traveti 1,786 ,104

Zig Zag 2,670(*) ,000

Zig Zag Overloque -1,130 ,216

Traveti -,885 ,722

Galoneira -2,670(*) ,000

Postura Overloque Traveti -,387 ,936

Galoneira ,815 ,272

Zig Zag 1,940(*) ,002

Traveti Overloque ,387 ,936

Galoneira 1,202 ,344

Zig Zag 2,327(*) ,017

Galoneira Overloque -,815 ,272

Traveti -1,202 ,344

Zig Zag 1,125 ,260

Zig Zag Overloque -1,940(*) ,002

Traveti -2,327(*) ,017

Galoneira -1,125 ,260

Tempo Utilizado (Seg) Overloque Traveti 127,956(*) ,024

Galoneira 125,468(*) ,000

Zig Zag 111,552(*) ,013

Traveti Overloque -127,956(*) ,024

Galoneira -2,488 1,000

Zig Zag -16,404 ,990

Galoneira Overloque -125,468(*) ,000

Traveti 2,488 1,000

Zig Zag -13,916 ,987

Zig Zag Overloque -111,552(*) ,013

Traveti 16,404 ,990

Galoneira 13,916 ,987

Nota: * = Há diferença entre as medias a um nível de significância ? 0,05.

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124

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125

ANEXOS

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126

ANEXO A – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PESQUISA DE MESTRADO

A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco

do desenvolvimento de LER/DORT.

MESTRANDO: ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR

ORIENTADOR: FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD

Eu, ________________________________________________________________,

após ser informado(a) que:

1) A pesquisa a qual irei participar intitula-se: “A TAREFA DE COSTURAR SOB

A ÓTICA DA ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO: O RISCO DO

DESENVOLVIMENTO DE LER/DORT”, será realizada pelo Departamento de

Engenharia de Produção da UFPB, coordenada pelo professor Ph.D.

Francisco Soares Másculo e pelo mestrando, Médico do Trabalho, Abelardo

da Silva Melo Junior.

2) Os objetivos da pesquisa são: Estudar a influência das tarefas das

costureiras, no desenvolvimento de LER/DORT.

3) Os procedimentos adotados não causarão risco para o indivíduo, porque a

coleta de dados será através da aplicação de um formulário utilizando a

técnica de entrevista. Não temos conhecimento em nossa prática, nem

através da literatura científica especializada, da ocorrência de riscos

específicos através da aplicação de formulário em forma de entrevista.

4) A participação na pesquisa é inteiramente voluntária e, portanto, o indivíduo

não é obrigado a fornecer as informações requeridas.

5) Os participantes não serão compensados financeiramente, ainda que não

tenham benefícios diretos, sintam-se orgulhosos por terem contribuído com

este experimento que deseja estudar a influencia da postura de trabalho da

atividade de costureiras, utilizando para isto o método de Análise Ergonômica

do Trabalho.

6) Os resultados deste estudo estarão disponíveis no final da pesquisa.

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127

7) Se decidir não participar da pesquisa, ou resolver posteriormente decidir da

participação, não sofrerá nenhum dano ou prejuízo.

8) Por ocasião da publicação dos resultados da pesquisa, será assegurado o

anonimato do participante.

Passo a fazer parte deste estudo, por consentimento e espontânea vontade, e

por decisão conjunta minha e do pesquisador.

Assinatura do participante: __________________________________________

Assinatura do investigador: __________________________________________

Santa Rita, ________/___________________/2005.

Este formulário só será manipulado ou utilizado pelos investigadores relacionados com este

projeto de pesquisa.

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ANEXO B – CHECKLIST GERAL PARA AVALIAÇÃO GROSSEIRA DA CONDIÇÃO ERGONÔMICA DE UM POSTO DE TRABALHO (ADAPTADO DE COUTO, 1995)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PESQUISA DE MESTRADO

A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco do desenvolvimento de LER/DORT.

MESTRANDO: ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR

ORIENTADOR: FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD

Data da avaliação: _____/___________/200_. Posto de trabalho: Sentado ( De pé ( ) Identificação do posto de trabalho: ______Produto fabricado: _________________________ Número de pessoas trabalhando simultaneamente no posto de trabalho: _________________

CHECKLIST

Item Não Sim O corpo (tronco e cabeça) está na vertical? 0 1 Os braços trabalham na vertical ou próximos da vertical? 0 1 Existe alguma forma de esforço estático? 1 0 Existem posições forçadas do membro superior? 1 0 As mãos têm que fazer muita força? 1 0 Há repetitividade freqüente de algum tipo específico de movimento?

1 0

Os pés estão apoiados? 0 1 Tem-se que fazer esforço muscular forte com a coluna ou outra parte do corpo?

1 0

Há a possibilidade de flexibilidade postural no trabalho? 0 1 A pessoa tem a possibilidade de uma pequena pausa entre um ciclo e outro?

0 1

Total de Pontos

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129

Critérios de interpretação

Pontuação Condição

> 10 pontos Excelente

≥7 e < 10 pontos Boa

≥5 e < 7 pontos Razoável

≥ 3 e < 5 pontos Ruim

< 3 pontos Péssima

Fonte: Couto (1995)

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ANEXO C – CHECKLIST PARA AVALIAÇÃO SIMPLIFICADA DO RISCO DE TENOSSINOVITE E LESÕES POR TRAUMAS CUMULATIVOS DOS MEMBROS SUPERIORES (ADAPTADO DE COUTO, 1995)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PESQUISA DE MESTRADO

A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco do desenvolvimento de LER/DORT.

MESTRANDO: ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR

ORIENTADOR: FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD

1 - Sobrecarga Física

1.1 - O trabalho pode ser feito sem que haja contato da mão ou do punho ou dos tecidos moles com alguma quina viva de objeto ou ferramenta?

Não (0)

Sim (1)

1.2 - O trabalho exige o uso de ferramentas vibratórias? Sim (0)

Não (1)

1.3 - A temperatura efetiva do ambiente de trabalho está entre 20 e 23 graus centígrados?

Não (0)

Sim (1)

1.4 - A tarefa pode ser feita sem a necessidade do uso de luvas? Não (0)

Sim (1)

1.5 - Entre um ciclo e outro há a possibilidade de um pequeno descanso? Ou há pausa bem definida de 5 a 10 minutos por hora?

Não (0)

Sim (1)

2 - Força com as mãos

2.1 - Aparentemente as mãos fazem pouca força? Não (0)

Sim (1)

2.2 - A posição de pinça (pulpar, lateral ou palmar) é utilizada para fazer força?

Sim (0)

Não (1)

2.3 - Quando usados para apertar botões, teclas ou componentes, para montar ou inserir, ou para exercer compressão digital, a força de compressão exercida pelos dedos ou pela mão é pequena?

Não (0)

Sim (1)

Não se Aplica (1)

3 - Postura

3.1 - O trabalho pode ser feito sem flexão ou extensão do punho?

Não (0)

Sim (1)

3.2 - As ferramentas de trabalho ou manoplas da máquina levam à flexão ou extensão do punho?

Sim (0)

Não (1)

Não se Aplica (1)

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131

3.3 - O trabalho pode ser feito sem o desvio lateral do punho? Não (0)

Sim (1)

3.4 - As ferramentas de trabalho ou manoplas da máquina causam desvio lateral do punho?

Sim (0)

Não (1)

Não se Aplica (1)

3.5 - O trabalhador tem flexibilidade na sua postura durante a jornada?

Não (0)

Sim (1)

3.6 - A tarefa pode ser desenvolvida sem elevação dos braços ou abdução dos ombros?

Não (0)

Sim (1)

3.7 - Existem posturas forçadas do membro superior Sim (0)

Não (1)

4 - Posto de Trabalho

4.1 - O posto de trabalho permite regulagem na inclinação e na posição dos objetos nele colocados?

Não (0)

Sim (1)

Desnecessária a regulagem de inclinação e posição de objetos (1)

4.2 - A altura do posto de trabalho é regulável? Não (0)

Sim (1)

4.3 - É possível haver flexibilidade no posicionamento das ferramentas, dispositivos ou componentes?

Não (0)

Sim (1)

Não há ferramentas, dispositivos, componentes. (1)

5 - Repetitividade

5.1 - O ciclo de trabalho é maior que 30 segundos? Não (0)

Sim (1)

Não há ciclos (1)

5.2 – No caso de ciclo maior que 30 segundos, há diferentes padrões de movimentos (de forma que nenhum elemento da tarefa ocupe mais que 50% do ciclo?)

Não (0)

Sim (1)

Ciclo < 30 s (0)

Não há ciclos (1)

5.3 - Há rodízio (revezamento) nas tarefas? Não (0)

Sim (1)

6 –Ferramenta de trabalho (quando usada com certa freqüência)

6.1 – Para esforços em preensão: O diâmetro da manopla da ferramenta tem entre 20 e 25 mm (mulheres) ou entre 25 e 35 mm (homens)?

Não (0)

Sim (1)

Não se Aplica (1)

6.2 – Para esforços em pinça: O cabo não é muito fino nem muito groso, e permite boa estabilidade da pega?

Não (0)

Sim (1)

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Não se Aplica (1)

6.3 – A manopla da ferramenta é feita de outro material que não seja metal

Não (0)

Sim (1)

Não se Aplica (1)

6.4 – A ferramenta pesa menos que 1 kg Não (0)

Sim (1)

Não se Aplica (1)

6.5 – No caso da ferramenta pesar mais que 1 kg, a mesma se encontra suspensa por balancim?

Não (0)

Sim (1)

Não se Aplica (1)

Total de pontos ( )

Critérios de interpretação

Pontuação Risco

> 22 pontos Baixíssimo ≥19 e < 22 pontos Baixo ≥15 e < 19 pontos Moderado ≥ 11 e < 15 pontos Alto < 11 pontos Altíssimo Fonte: Couto (1995)

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133

ANEXO D – CHECKLIST PARA OBSERVAÇÕES DE POSTURAS NO TRABALHO (ADAPTADO DE FIALHO; SANTOS, 1997)

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE PRODUÇÃO

PESQUISA DE MESTRADO

A Tarefa de Costurar Sob a Ótica da Análise Ergonômica do Trabalho: O Risco do desenvolvimento de LER/DORT.

MESTRANDO: ABELARDO DA SILVA MELO JUNIOR

ORIENTADOR: FRANCISCO SOARES MÁSCULO, PhD

Data da avaliação: _____/___________/200_. Posto de trabalho: Sentado ( De pé ( ) Identificação do posto de trabalho: ______Produto fabricado: _________________________ Número de pessoas trabalhando simultaneamente no posto de trabalho: _________________ Encosto nos Assentos

de Trabalho Posição das Pernas

Sim (1) Não (0) Inclinação p/

frente (0) Vertical Reta

(1) Inclinação p/

trás (0)

Posição do Fêmur Posição do Tronco

Inclinação p/

cima (0) Horizontal (1) Inclinação p/

baixo (0) < 90º (0) = 90º (1) > 90º (0)

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134

Curvatura da Coluna Vertebral Inclinação do Busto

Sem

Curvatura (1) Curvatura Lombar (0)

Curvatura Dorsal (0)

Para frente (0)

Sentado ereto (1)

Para trás (0)

Posição da Cabeça Posição do Assento

No

prolongamento do busto (1)

Inclinado (0) Muito inclinado (0)

Frente (0) Meio (0) Atrás (0)

Critérios de interpretação Some o total de pontos: Sim= 1 e Não=0

Pontuação Risco

≥ 8 pontos Excelente ≥6 e < 8 pontos Boa ≥5 e < 6 pontos Razoável ≥ 3 e < 5 pontos Ruim < 3 pontos Péssima Fonte: Fialho e Santos (1997)

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