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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ
CAMPUS APUCARANA
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
DA ORALIDADE PARA A ESCRITA: O TRABALHO COM O
GÊNERO CAUSOS
ÁREA/DISCIPLINA: LÍNGUA PORTUGUESA
PROFESSORA PDE: ALEXSANDRA DERETTI GOMES
APUCARANA - 2016
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ
CAMPUS APUCARANA
UNIDADE DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
DA ORALIDADE PARA A ESCRITA: O TRABALHO COM O
GÊNERO CAUSOS
PROFESSORA PDE: ALEXSANDRA DERETTI GOMES
Produção Didático-Pedagógica apresentada ao Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE, da Secretaria Estadual de Educação do Paraná–SEED. Orientadora: Rosimeiri Darc Cardoso
APUCARANA - 2016
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE
Ficha de identificação - Produção Didático-pedagógica
Turma 2016
Título: DA ORALIDADE PARA A ESCRITA: O TRABALHO COM O GÊNERO CAUSOS
Autor: Alexsandra Deretti Gomes
Disciplina/Área: Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Pe. José de Anchieta – Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante
Município da escola: Apucarana
Núcleo Regional de Educação: Apucarana
Professor Orientador: Prof.ª Dra. Rosimeiri Darc Cardoso
Instituição de Ensino Superior: UNESPAR – Universidade Estadual do Paraná, Campus Apucarana
Relação Interdisciplinar: Não há
Resumo: Este projeto tem por objetivo analisar por meio do gênero textual “causos” o interesse dos alunos na busca pela leitura, verificando o aprimoramento da oralidade, da produção escrita e da inserção social. Hoje, quando se sugere uma leitura, detecta-se que eles não conseguem interpretar o que acabaram de ler, isso acontece devido à falta de interesse na busca pela leitura, pois leem com pouca frequência, consequentemente têm dificuldades na fala e na escrita. Estas dificuldades têm causado muitas preocupações nos professores, por isso busca-se, nesta pesquisa com gêneros discursivos, formas eficientes e significativas que possam contribuir nesse processo. Desta forma, a implementação desta pesquisa será feita através do gênero causos, considerada uma narrativa única e distinta das demais, pois utiliza uma linguagem simples e de fácil compreensão, fazendo com que os alunos percebam uma linguagem diferente das
apresentadas pela gramática normativa, ou seja, uma linguagem informal. Como metodologia, os alunos conhecerão as características do gênero causos por meio de análises, pesquisarão causos a partir das informações de seus familiares, trabalharão a oralidade, desenvolvendo toda uma performance. Neste sentido, pretende-se oportunizar aos alunos uma leitura mais atrativa e um aprimoramento significativo nas atividades de produção escrita.
Palavras-chave: Leitura. Oralidade. Escrita. Causos
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público:
Alunos do 7º ano do Ensino Fundamental
APRESENTAÇÃO
A proposta desta Unidade Didática é desenvolver uma atividade prevista
na estrutura organizacional do Programa de Desenvolvimento Educacional –
PDE 2016, no que diz respeito à leitura e à produção escrita, possibilitando um
aperfeiçoamento no processo de ensino-aprendizagem dos alunos do 7º ano.
O objetivo deste projeto é apresentar uma proposta pedagógica que
auxilie no desenvolvimento da leitura, oralidade e escrita dos alunos. Portanto
as atividades serão desenvolvidas a partir do gênero discursivo “causos”, uma
literatura informal e popular, de fácil compreensão e memorização.
A prática de contar histórias e narrativas culturais pode ser observada
pela tradição oral; ela nasce no meio das comunidades e se vale de fatos reais
ou fictícios, oferecendo uma leitura repleta de mistérios e com doses de humor,
o que, acreditamos, despertará o prazer pela leitura e a busca por querer ler
cada vez mais.
Será desenvolvido um trabalho de resgate de causos com os familiares
ou vizinhos dos alunos, proporcionando um processo de socialização e a
elaboração e construção de um livro contendo os causos produzidos por eles.
Será proporcionado também, um dia de apresentação dos causos produzidos
pelos alunos para os familiares e demais alunos da escola.
Através da leitura conseguimos trabalhar com o imaginário, interagindo
com a cultura e o modo de pensar da sociedade em que se está inserido. Este
trabalho visa aproveitar estes valores e esta sabedoria que a sociedade nos
proporciona, constatando assim, que é possível causar reações de
encantamento e imaginação resultante de um resgate de histórias/causos e
produção de textos, já que a leitura é um processo dialógico, isto é, uma
interação entre o leitor e o texto, no caso o gênero causo, com o qual o leitor
trabalhará seu texto de uma forma significativa, dando um sentido a ele.
A partir dessas constatações, a implementação do Projeto de
Intervenção na escola tem por objetivo o resgate das histórias contidas na
comunidade, bem como a produção escrita de novos causos, trabalhando
também com a oralidade e a performance. Desta forma, a escola torna-se um
ambiente de encontro entre leitores e contadores de histórias, bem como,
produtores de seus próprias textos.
OBJETIVO GERAL
Analisar por meio do gênero textual “causos” o interesse dos
alunos na busca pela leitura, verificando o aprimoramento da
oralidade, da produção escrita e da inserção social.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Verificar as dificuldades entre oralidade e produção escrita por
meio da leitura e produção de causos.
Despertar nos alunos o interesse pela leitura de textos orais,
aprimorando a sua performance no ato de apresentação da leitura.
Promover a leitura de causos através de livros e textos trazidos
pelo professor e os contados pelos familiares dos alunos.
Distinguir ficção e realidade a partir das atividades produzidas com
os “causos”.
Oportunizar a escrita de causos para a produção de um livro
contendo todas as narrativas produzidas pelos alunos.
Proporcionar aos alunos uma apresentação da leitura dos causos
produzidos por eles para os demais alunos da escola,
desenvolvendo sua performance na leitura.
ESTRATÉGIAS METODOLÓGICAS
As atividades terão como público alvo os alunos do 7º ano do Colégio
Estadual Pe. José de Anchieta, e seguem as etapas relatadas abaixo:
1. Levantamento dos causos.
2. Estratégia de trabalho com causos.
3. Pesquisa dos alunos de causos, os contados pelos familiares ou
vizinhos, e a apresentação da pesquisa em sala de aula.
4. Proposta de produção de novos causos.
5. Reescrita e revisão dos textos produzidos pelos alunos.
6. Produção do livro contendo todos os causos produzidos pelos
alunos.
7. Preparação para apresentação, desenvolvimento da performance.
8. Apresentação dos causos produzidos pelos alunos para os
familiares e demais alunos da escola.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Cabe ao professor fazer a mediação do processo de ensino
aprendizagem, instigando nos alunos o interesse pela leitura, oralidade e
escrita, de uma maneira que a produção de textos ocorra de forma natural e
significativa. De acordo Gilka Girardello, podemos elencar que:
Algumas das questões que reverberam nesses espaços nos sensibilizam mais diretamente: a persistência do papel da narrativa na múltipla e intensa rede em que se constituem as configurações contemporâneas da cultura; a riqueza da oralidade popular e a necessidade de que ela seja mais valorizada e conhecida pelos educadores. (GIRARDELLO; 2014, p. 5).
Os gêneros Discursivos são propriamente ditos a linguagem em prática
(concreta) de enunciados relativamente estáveis que ocorrem em ambientes
sociais distintos. Apresentam uma exigência específica quanto às estruturas
discursivas e às funções características da linguagem, proporcionando uma
ligação entre linguagem e cognição no ambiente escolar.
Pinto (2010), a partir dos pressupostos bakhtinianos, salienta que:
É por meio das Práticas sociais, ou seja, das mediações comunicativas que se cristalizam na forma de gêneros, que as significações sociais são progressivamente construídas. Os gêneros do discurso organizam a nossa fala da mesma maneira que dispõem as formas gramaticais. Aprendemos a moldar a nossa fala às formas do gênero e, ao ouvir o outro, sabemos pressentir-lhe o gênero. Se não existissem gêneros e se não os dominássemos, tendo que criá-los pela primeira vez no processo da fala, a comunicação verbal seria quase impossível (BAKHTIN, 1992, p.53).
Os causos trazem em suas histórias um mundo mítico, sendo também
uma de suas características. São histórias de fácil memorização devido a sua
linguagem simples e principalmente pela maneira espontânea que são
contadas. Estas histórias vão mexer com a imaginação dos alunos, fazendo
com que se inicie a oralidade e a compreensão para a leitura, depois a
elaboração das ideias para a produção textual; bem como apresenta Benjamim
(1986, p.8):
Nada facilita mais a memorização das narrativas que aquela sóbria concisão que as salva da análise psicológica. Quanto maior a naturalidade com que o narrador renuncia às sutilezas psicológicas, mais facilmente a história se gravará na memória do ouvinte, mais completamente ela se assimilará à sua própria experiência e mais irresistivelmente ele cederá à inclinação de recontá-la um dia.
Fazer o uso da performance quando narrar um causo é fundamental
para prender a atenção do ouvinte. Para que haja uma perfeita performance na
hora da apresentação do texto, primeiramente o narrador precisa viver a
história, senti-la em seu corpo e mente, dando vida para a história e trazendo-a
para fora do papel. Para Luciana Hartmann (2013, p. 61):
Contando histórias, as crianças organizam a própria experiência vivida, podendo, desta maneira, também refletir sobre ela e, se for o caso, transformá-la. Experiências especialmente difíceis ou dolorosas, experiências de crise são chamadas de “dramas sociais” por Victor Turner (1981). Para o autor, a importância da performatização desses dramas – que têm início, meio e fim – reside na possibilidade de transformação social que essa carrega.
Sendo assim, contar histórias de uma maneira clara, para que o ouvinte
possa gravá-las e saber recontá-las depois com a mesma clareza dos fatos, é
algo fundamental neste projeto no trabalho com o gênero “causos”, pois estas
histórias retratam o povo e suas raízes. A leitura é mais do que a simples
decodificação de palavras, mas uma prática em que o leitor, por meio da
compreensão do texto, pode superar os limites do texto e integrá-lo ao seu
conhecimento e que certamente essa plena compreensão será capaz de uma
ampla transformação tanto pessoal quanto social.
AVALIAÇÃO
A avaliação é sempre processual e contínua, sendo realizada oralmente,
identificando os avanços e as dificuldades dos alunos no desempenho com a
leitura e a produção escrita, durante as realizações das atividades, como,
leitura, discussão das questões propostas pelo professor e produção e
apresentação de texto.
Cabe ao professor assumir uma postura de constante observação no
desempenho e aproveitamento por parte dos alunos nas atividades propostas,
anotando e registrando por escrito.
Instrumentos de avaliação
Os instrumentos de avaliação devem estar condizentes com as
possibilidades teórico-metodológicas, sendo relevante ao grau de
complexidade e apropriação dos conteúdos por parte dos alunos,
sistematizando materiais diferenciados e diversificados para o desenvolvimento
das atividades.
- Questionários orais ou escritos;
- Diálogos/ debates;
- Leituras de causos;
- Produção de texto.
Atividade 1 – Dialogando, levantamento dos causos
Objetivos: Apresentar o projeto para os alunos. Explorar oralmente os
conhecimentos prévios dos alunos sobre o gosto pela leitura.
Estratégia: Explicação do projeto para os alunos, em seguida fazer essas
perguntas oralmente, proporcionando um diálogo, no qual o professor poderá
identificar qual o índice de leitura feito pelos alunos e se eles já conhecem o
gênero causo.
O que é causo?
Causo é um gênero discursivo, que apresenta fatos reais ou fictícios em
suas histórias, contadas de forma engraçada, com objetivo lúdico. São
conhecidos como causos populares, podem apresentar rimas, trabalhando
assim a sonoridade das palavras e já fazem parte do folclore brasileiro.
Perguntas feitas oralmente:
- Vocês gostam de ler?
- Vocês leem só aqui na escola?
- Seus pais contam histórias para vocês?
- E de escrever textos vocês gostam?
- E de ouvir histórias vocês gostam?
- Vocês sabem o que é causo?
- Já ouviram, leram ou assistiram algum?
- Onde?
- Quem lhe proporcionou esta experiência?
- Quem produz textos desse gênero?
- Quais os locais de circulação do gênero causo?
- Para qual público são destinados os causos?
Duração da atividade: 04 horas
Atividade 2 – Estratégia de trabalho com causos. Leitura de um causo
para os alunos
Objetivos: Perceber a importância da performance na leitura do causo, bem
como suas características, tempo, espaço, linguagem, personagens, realidade
ou ficção.
Estratégia: Ler o causo Assombração do autor Rolando Boldrin para os
alunos, desenvolvendo através desta leitura a performance, algo muito
importante no ato da leitura de um causo, tornando a leitura mais atrativa e
dinâmica para os ouvintes.
Assombração
Aquele moço estava esperando a condução no ponto da frente do
cemitério da Consolação, na capital.
Era uma sexta-feira e faltavam cinco minutos para a meia-noite.
De repente encosta um outro moço.
O ônibus não chegava, deu meia-noite, e este moço olha pro relógio,
pros lados, coisa e tal... E o primeiro moço resolve então puxar conversa:
- O amigo por acaso tem medo de alma de outro mundo, assombração,
essas coisas?
O moço, com desdém:
- Eu não, rapaz. Ocê acha que vou ter medo dessas bobagens de gente
morta?
E o outro responde:
- Gozado, eu também quando era vivo num tinha medo, não!
Rolando Boldrin
Depois do texto lido pelo professor, indagar com os alunos sobre:
- Do que se trata o causo?
- Como é a linguagem usada pelo contador da história?
- Esse causo poderia ser contado de maneira diferente?
- Despertou risos nos ouvintes?
- Será que esta história é verdadeira ou fictícia?
- Qual era o título da história?
- Como eram as personagens?
- E os lugares descritos no texto?
- Que tipo de ação foi desenvolvida na história?
- Que tipo de linguagem foi utilizada para narrar a história?
- A linguagem apresentada interferiu na compreensão da história contada?
- Qual a relação entre humor e causo?
Duração da atividade: 04 horas
Atividade 3 – Apresentação de mais causos para os alunos
Objetivo: Proporcionar para os alunos o conhecimento e a leitura de mais
histórias/causos, para que sejam compreendidas totalmente as características
apresentadas por este gênero.
Estratégia: Entregar vários causos para os alunos, com diferentes histórias
fazendo a leitura individual, procurando identificar as características contidas
neste gênero. Após as leituras, cada aluno deve ler o causo que recebeu para
os demais colegas da sala, para que todos os alunos possam ter o
conhecimento de todos os textos.
Através desta atividade, será sugerido pelo professor o desenvolvimento
da performance no ato da leitura dos textos pelos alunos, fazendo com que
eles percebam a importância desta desenvoltura na hora da leitura, como:
entonação da voz, expressões faciais e corporais, causando um suspense,
quando necessário, isto resultará numa total atenção e compreensão do texto
por parte do ouvinte.
Os causos que serão entregues para os alunos encontram-se nos livros:
- Meu livro de contos - Causos II - dos antigos - Histórias intrigantes do autor
Adelar José Barbosa.
- Causos da roça dos autores Carmo de Brito; Maria Joana de Brito D’Elboux
Couto; Judith Brito.
- Contos de Assombração – Causos arrepiantes de Redenção da Serra do
autor Mauricio Pereira.
- Causos dos antigos do autor Adelar José Schueda Barbosa.
Duração da atividade: 04 horas
Atividade 4 - Pesquisa dos alunos de causos, os contados pelos
familiares ou vizinhos, e a apresentação da pesquisa em sala de aula
Objetivo: Resgatar os causos conhecidos pelos familiares ou até mesmo por
um vizinho.
Estratégia: Pedir para que os alunos pesquisem com seus familiares ou
vizinhos os causos que seja de seus conhecimentos e trazê-los para a sala de
aula para que sejam contados para os demais colegas. Desenvolvendo então,
uma roda de contação de causos, onde o professor deverá colocar os alunos
sentados no chão em forma de roda, para que sejam contadas as historias que
eles pesquisaram com seus familiares ou vizinhos. Todos os causos deverão
ser contados.
Após a contação dos causos, fazer as seguintes perguntas para os
alunos:
- Quem contou este causo para vocês, familiar ou vizinho?
- Qual a idade desta pessoa?
- Esta pessoa contou mais de um causo?
- Como vocês acham que esta pessoa se sentiu ao contar as histórias?
- Vocês conseguiram observar as características presentes no causo enquanto
a pessoa contava a história?
- Vocês observaram se houve uma performance por parte da pessoa na hora
de contar a história?
- Que tipo de linguagem a pessoa utilizou para contar a história?
- Foi fácil compreender e memorizar a história?
- Vocês gostaram de ouvir essas histórias?
- Você pretende ouvir mais histórias?
- Ao recontar a história para os colegas da sala, vocês encontraram alguma
dificuldade?
- Vocês gostaram de recontar essas histórias?
Duração da atividade: 04 horas
Atividade 5 - Proposta de produção de novos causos
Objetivo: Orientar os alunos para a produção escrita de novos causos.
Estratégia: Orientar os alunos para a produção escrita de novos causos,
colocando em prática tudo o que aprenderam sobre o gênero discursivo
causos, bem como suas características.
Cada aluno escreverá pelo menos um causo, usando sua imaginação e
sua criatividade, apresentando fatos reais ou fictícios em sua produção, sendo
uma história de assombração ou de humor e utilizando sempre uma linguagem
simples e clara.
Para esta atividade, o professor irá fornecer as folhas para serem
escritas as produções dos causos para os alunos, sendo que, primeiramente,
eles irão escrever o rascunho de suas histórias, sempre auxiliados pelo
professor neste processo de escrita.
Orientar os alunos quanto à coesão, à coerência e à clareza dos fatos
em sua produção, para que se estabeleça uma comunicação.
Para a reescrita dos causos, será usada a seguinte estratégia:
Recolher os textos produzidos pelos alunos, fazer a correção ortográfica,
acentuação, pontuação, etc. Tomando todo o cuidado para não perder a
essência do texto, permanecendo sempre a ideia do aluno.
Após a correção, devolver os textos aos alunos, para que façam a
reescrita dos textos numa folha fornecida pelo professor. Depois de reescritos
os textos, será feita uma apresentação dos causos na sala de aula, cada aluno
irá ler sua produção/causo para os colegas da sala, sendo novamente
desenvolvida uma roda de contação de causos, mas agora, os de autoria dos
alunos.
Duração da atividade: 04 horas
Atividade 6 - Produção do livro contendo todos os causos produzidos
pelos alunos
Objetivo: Orientar os alunos para a produção e montagem de um livro.
Estratégia: Desenvolver a montagem de um livro com os alunos. Depois de os
alunos terem reescritos seus causos, levá-los até o laboratório de informática
da escola para que cada aluno digite seu causo, todos os alunos digitarão
seguindo uma norma estipulada pelo professor. Depois de digitados os causos,
imprimi-los para a construção do livro. Cada aluno terá um livro contendo todos
os causos produzidos por eles.
Na primeira folha do livro, constará o nome do aluno, o nome do
professor, um desenho, foto ou imagem, o nome da escola e ano, que deverá
ser digitado pelos alunos, sendo esta primeira folha igual para todos. Nas
folhas que seguem, serão apresentados os causos produzidos pelos alunos,
um em cada folha.
Para cada folha deve haver um desenho, imagem ou foto, relacionados
com a história e de escolha do aluno.
Para a construção do livro, pedir para os alunos que tragam os materiais
que serão utilizados para a confecção do livro (aqueles que puderem trazer),
assim como o professor também trará materiais com o auxílio da escola.
Os próprios alunos irão confeccionar os livros na sala de aula com o
auxílio do professor, que trará um modelo (um livro pronto), para que os alunos
sigam corretamente este modelo.
Materiais que serão utilizados para a construção do livro (sugestão):
- Papelão;
- EVA de várias cores;
- Tesouras;
- Cola quente;
- Cola líquida;
- Furador de papel;
- Presilhas próprias para prender os papéis depois de furados;
- Canetas de tinta permanente, várias cores;
- Tecido velcro.
Duração da atividade: 04 horas
Atividade 7 - Preparação para apresentação, desenvolvimento da
performance
Objetivo: Oportunizar para os alunos um momento de ensaio da performance,
para a apresentação dos causos.
Estratégia: Preparar os alunos para a apresentação de seus causos.
Desenvolvendo neles o uso da performance, ou seja, sua desenvoltura na hora
da contação dos causos para seus familiares e os demais alunos da escola.
Na sala de aula, pedir para que cada aluno faça a leitura e a
apresentação de seu causo, dando as devidas orientações para que sua
performance seja totalmente clara e dinâmica, facilitando assim, na
compreensão do texto pelo ouvinte.
O uso da Performance
Fazer o uso da performance quando narrar um causo é fundamental
para prender a atenção do ouvinte. Para que haja uma perfeita performance na
hora da apresentação do texto, primeiramente o narrador precisa viver a
história, senti-la em seu corpo e mente, dando vida para a história e trazendo-a
para fora do papel com mais entusiasmo e veracidade.
Jogos cênicos para o desenvolvimento da performance
Os jogos cênicos de improvisação são usados para auxiliar as
expressões gestuais e vocais, utilizando situações cotidianas, ou até mesmo
simulando situações para organizar as ideias e as formas de como resolvem os
problemas da vida diária.
Atividades:
1- Atividade de improviso: esta atividade será desenvolvida para
trabalhar a criação, sequência e repertório. Um aluno será convidado a
dizer uma palavra, e os demais alunos devem falar rapidamente uma
outra palavra que esteja relacionada com ela. Deve ser feito com rapidez
e agilidade e as palavras devem estar relacionadas, como quando um
diz “verde”, outro diz “grama” o próximo diz “pasto”, o próximo diz “vaca”,
o próximo diz “leite”, e assim por diante, o importante é que tenha uma
certa sequência lógica e a última palavra deve estar relacionada com a
próxima. Será dado o tempo que o aluno necessitar para responder.
2- Mímica: Nesta atividade serão feitos recortes de imagens de objetos, e
mostradas para um dos alunos e os demais devem adivinhar a partir da
sua mímica. Cabe ao aluno representar, tentar identificar as
características daquela imagem, para poder ser compreendido pelos
outros.
3- Dar um significado diferente para objetos habituais: Serão
disponibilizados inúmeros objetos dentro de uma caixa, e cada aluno
deve ir a frente dos demais colegas, escolher um objeto e representar de
forma diferente. Por exemplo: se escolher um balde, ao invés de utilizar
como habitualmente para colocar água utiliza-se então para colocar na
cabeça e imitar um soldado. Com isso utiliza-se a criatividade para criar
novas funções para as coisas, novas possibilidades.
Duração da atividade: 04 horas
Atividade 8 - Apresentação dos causos produzidos pelos alunos para os
familiares e demais alunos da escola
Objetivo: Proporcionar aos alunos um dia de apresentação e leitura dos
causos produzidos por eles.
Estratégia: Esta última atividade será o dia em que os alunos irão ler e
apresentar seus causos para seus familiares e os demais alunos da escola. O
professor e os alunos deverão preparar um ambiente da escola para a
apresentação dos causos, com microfone e uma decoração típica para a
contação dos causos.
Esta decoração será similar a uma floresta, com uma fogueira feita
artesanalmente com: papelão, EVA e papel laminado, que ficará bem ao centro
da roda de contação de causos. Os alunos ficarão ao redor desta fogueira
ornamental, sendo estipulada uma sequência, ou seja, uma ordem para a
contação dos causos pelos alunos, tudo isso já será ensaiado pelo professor
com os alunos.
Serão convidados os familiares dos alunos produtores dos causos e os
demais alunos da escola para assistirem essa roda de contação de causos,
fazendo também a exposição de seus livros.
A importância de contar histórias
Podemos dizer que o ato de contar e ouvir histórias podem ser
considerados atos de comunicação e de interação, visto que quem conta
histórias transmite uma informação. Utilizando uma linguagem simples e
seguindo uma sequência lógica dos fatos narrados, o ouvinte conseguirá
compreender e interpretar as informações obtidas, podendo até mesmo,
recontá-las, com a mesma proporção e significado dos fatos que lhe foi
transmitido.
Um bom contador de histórias resiste aos tempos, sendo caracterizado
como a arte viva. Contando histórias, sejam elas reais ou inventadas, causam
emoções nunca esquecidas por quem as ouve. Uma emoção, e até mesmo,
uma memorização do que foi contado. O mais importante disso tudo é que,
quem ouve ou lê histórias, seja na escola ou em outro ambiente, tornar-se-á
um multiplicador da prática da leitura e da contação de histórias.
Duração da atividade: 04 horas
REFERÊNCIAS
BARBOSA, Adelar José. Meu livro de contos - Causos II - Histórias
Intrigantes. Curitiba: Ed. Aliança, s/d. BARBOSA, Adelar José Schueda. Causos dos Antigos. Capa e ilustrações Nilson Muller. Curitiba: A. J. Barbosa, 2002. BENJAMIN, Walter. O narrador: considerações sobre a obra de Nikolai
Leskov. Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense,1986.
BOLDRIN, Rolando. Histórias de contar o Brasil: um carroção de causos de
Rolando Boldrin / Rolando Boldrin. –São Paulo: Nova Alexandria, 2012. il.
BRITO, Carmo de. Causos da Roça. Carmo de Brito, Maria Joana de Brito D’Elboux Couto, Judith Brito. – Itatibaia, SP: Berto Editora, 2005. GIRARDELLO, Gilka. Um roteiro teórico-literário para pensar o papel da narração oral hoje. Signo. Santa Cruz do sul, v.39 n.66, p. 3 – 21, jan./jun. 2014. Disponível em: http//online.br/ser/index.plip/signo Acesso em 02/05/2016. HARTMANN, Luciana. Medo e encantamento em narrativas orais contadas por crianças. Revista Cerrados. V.22, nº35. Brasília: UNB, 2013. Disponível
em: periódicos.br/index.php/cerrados/article/uiew/10917/pdf-5 Acesso em: 19/04/2016. PINTO, Abuêndia Padilha. Gêneros Discursivos e ensino de língua inglesa. In: DIONISIO, Angela Paiva; MACHADO, Anna Rachel; BEZERRA, Maria Auxiliadora. orgs). Gêneros Textuais e Ensino. São Paulo: Parábola Editorial,
2010. p. 53. PEREIRA, Mauricio. Contos de Assombração: causos arrepiantes de Redenção da Serra / Mauricio Pereira – São Paulo: Editora DCL, 2010.