127
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR PERFIL PROTEÔMICO DA GERMINAÇÃO DE BASIDIÓSPOROS DE MONILIOPHTHORA PERNICIOSA E SUA ANÁLISE EM RESPOSTA AO LAVADO FOLIAR DE THEOBROMA CACAO JOISE HANDER MARES ILHÉUS BAHIA BRASIL Fevereiro de 2016

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ - Início - NBCGIBnbcgib.uesc.br/genetica/admin/images/files/joise_mares.pdf · metabolismo durante a germinação dos basidiósporos submetidos

  • Upload
    hadung

  • View
    213

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GENÉTICA E

BIOLOGIA MOLECULAR

PERFIL PROTEÔMICO DA GERMINAÇÃO DE BASIDIÓSPOROS

DE MONILIOPHTHORA PERNICIOSA E SUA ANÁLISE EM

RESPOSTA AO LAVADO FOLIAR DE THEOBROMA CACAO

JOISE HANDER MARES

ILHÉUS – BAHIA – BRASIL

Fevereiro de 2016

JOISE HANDER MARES

PERFIL PROTEÔMICO DA GERMINAÇÃO DE

BASIDIÓSPOROS DE MONILIOPHTHORA PERNICIOSA E SUA

ANÁLISE EM RESPOSTA AO LAVADO FOLIAR DE THEOBROMA

CACAO

Tese apresentada à Universidade Estadual

de Santa Cruz, como parte das exigências

para obtenção do título de Doutora em

Genética e Biologia Molecular.

Área de concentração: Genética e

Biologia Molecular

ILHÉUS – BAHIA – BRASIL

Fevereiro de 2016

M325 Mares, Joise Hander. Perfil proteômico da germinação de basidióspo- ros de Moniliophthora perniciosa e sua análise em respostas ao lavado foliar de Theobroma cacao / Joise Hander Mares. – Ilhéus, BA : UESC, 2016. iv, 104f. : Il. Orientador: Carlos Priminho Pirovani. Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Santa Cruz. Programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular. Inclui referências.

1. Cacaueiro – Doenças e pragas. 2. Fun- gos fitopatogênicos. 3. Proteínas. 4. Vassoura de bruxa (Fitopatologia). I. Título.

CDD 633.74

JOISE HANDER MARES

PERFIL PROTEÔMICO DA GERMINAÇÃO DE BASIDIÓSPOROS DE

MONILIOPHTHORA PERNICIOSA E SUA ANÁLISE EM RESPOSTA AO LAVADO

FOLIAR DE THEOBROMA CACAO

Tese apresentada à Universidade

Estadual de Santa Cruz, como

parte das exigências para a

obtenção do título de Doutora em

Genética e Biologia Molecular.

Área de concentração: Genética

e Biologia Molecular

Aprovada: 29 de fevereiro de 2016

Dr. Luis Eduardo Aranha Camargo Dra. Tahise Magalhães Oliveira

(Esalq/USP) (UESC)

Dr. Ronan Xavier Corrêa Dra. Luciana Rodrigues Camillo

(UESC) (UESC)

Dr. Carlos Priminho Pirovani

(UESC – Orientador)

Aos meus pais, pela educação,

amor, carinho e incentivo...

Dedico.

AGRADECIMENTOS

Agradeço à Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), pela possibilidade de

realização deste trabalho.

Ao programa de Pós-Graduação em Genética e Biologia Molecular, pela oportunidade de

realização do curso de Doutorado.

À Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB), pela concessão da

bolsa de estudos e à Finep/CNPq, pelo auxílio à pesquisa.

Ao Prof. Dr. Carlos Priminho Pirovani, pela orientação, dedicação, confiança e marcante

presença perante a execução da pesquisa.

À co-orientadora Prof. Dr. Karina Peres Gramacho e o pessoal do CEPEC/CEPLAC, pela

contribuição com o material biológico e infraestrutura usada na produção dos

basidiósporos, inclusive à Louise, pelo cuidado com os basidiósporos.

Aos estudantes de Iniciação Científica Everton Cruz, Virgínia Lopes, Edson, Jefferson,

Cristiano e Monaliza, pelo auxílio e na execução dos trabalhos experimentais.

A toda a galera do Laboratório de Proteômica, que direta ou indiretamente contribuiu

para a realização deste trabalho, especialmente à Aurizângela e Juliano.

Aos amigos especiais que sempre acompanharam a caminhada de perto, participando

também das dificuldades e alegrias vividas, em especial Jamilly Azevedo, Lais Freire,

Luciana Camilo e Dayanne Monteiro.

Aos demais amigos (CBG’ets), que indiretamente participaram das principais realizações

deste trabalho.

E aos meus pais, por serem sempre a principal fonte de inspiração para todas as

conquistas conseguidas na minha vida.

“No meio da dificuldade encontra-

se a oportunidade.”

Albert Einsten

ÍNDICE

EXTRATO ............................................................................................................................... I

ABSTRACT .......................................................................................................................... III

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 1

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................................. 3

2.1 O fungo Monilliophtora perniciosa ............................................................................... 3

2.2A doença vassoura-de-bruxa do cacaueiro no Brasil ...................................................... 4

2.3 Os sintomas da doença .................................................................................................. 5

2.4 Disseminação e controle da doença ............................................................................... 6

2.5 A interação molecular do patossistema T. cacao x M. perniciosa ................................ 7

2.6 Características e bioquímica da germinação de esporos ............................................... 9

2.7 Estudos proteômicos em germinação fúngica ........................................................ 11

2.8 Características e importância da superfície da planta ............................................. 12

2.9 Composição proteica da superfície foliar .................................................................... 13

CAPÍTULO I ......................................................................................................................... 15

INTRODUCTION ................................................................................................................. 16

MATERIALS AND METHODS .......................................................................................... 17

Cultivation and obtainment of basidiospores .................................................................... 17

Germination of basidiospores and proteins extraction ...................................................... 17

2D electrophoresis ............................................................................................................. 18

Visualization of spots and image analysis ......................................................................... 18

Protein identification by mass spectrometry ..................................................................... 19

Validation of proteomic analysis by western blot ............................................................. 20

RESULTS .............................................................................................................................. 20

Protein profile in 2D-PAGE .............................................................................................. 20

Gene ontology classification and accumulation of proteins .............................................. 24

Analysis of accumulation by immunoblotting ................................................................... 25

DISCUSSION ........................................................................................................................ 26

Most spots of high molecular weight correspond to the enzymes associated with

metabolic processes. .......................................................................................................... 26

Proteins related to metabolism and energy ........................................................................ 27

Cell cycle-related proteins and septation of the primary hypha ........................................ 28

Response to stress-related proteins .................................................................................... 29

Fungal virulence-related proteins ...................................................................................... 30

CONCLUSION ..................................................................................................................... 31

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 32

ANEXOS ............................................................................................................................... 35

CAPÍTULO 2 – Análise comparativa do proteoma de basidiósporos de Monilliophtora

perniciosa submetidos à germinação em lavado foliar de variedades resistentes e

sucessíveis de Theobroma cacao ........................................................................................... 72

RESUMO 72

ABSTRACT 74

1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 75

2. MATERIAL E MÉTODOS ............................................................................................... 76

2.1 Cultivo e obtenção dos basidiósporos .......................................................................... 76

2.2 Obtenção de lavado foliar de cacau das variedades CCN51 e Catongo ...................... 76

2.3 Germinação dos basidiósporos em lavado foliar de cacau .......................................... 78

2.4 Extração proteica ......................................................................................................... 78

2.5 Eletroforese 1 D e 2D .................................................................................................. 79

2.6 Visualização dos spots e análise de imagens ............................................................... 79

2.7 In-Gel Digestion, análise de MS/MS e identificação das proteínas............................. 80

2.8 Análise de acúmulo por Western blot .......................................................................... 80

2.9 Análise de Agrupamento hierárquico para a expressão diferencial das proteínas ....... 81

3. RESULTADOS ................................................................................................................. 81

3.1 Inibição da germinação de esporos em lavado de CCN51 .......................................... 81

Quantidade e qualidade das amostras proteicas ................................................................. 82

3.3 Variação dos perfis proteicos em 2D-PAGE de basidiósporos de Monilliophtora

perniciosa germinados em lavado foliar de cacau ............................................................. 84

3.4 Proteínas identificadas ................................................................................................. 88

3.5 Variação do perfil de expressão das proteínas identificadas ....................................... 96

3.6 Classificação por processos biológicos das proteínas diferencialmente expressas

entre basidiósporos germinados na ausência de lavado foliar e lavados foliares de

CCn51 e Catongo ............................................................................................................... 97

3.7 Acúmulo de proteínas por WesternBlotting ................................................................. 98

4. DISCUSSÃO ..................................................................................................................... 98

4.1 Inibição da germinação por lavado CCN51 ................................................................. 98

4.2 Proteínas relacionadas ao metabolismo ....................................................................... 99

4.3 Proteínas relacionadas à virulência ............................................................................ 100

4.4 Expressão de proteínas relacionadas com estresse oxidativo e fermentação ............. 101

5.CONCLUSÕES 102

REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 102

CONCLUSÕES GERAIS 105

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES 106

I

EXTRATO

Mares, Joise Hander. Ds. Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus – Bahia.

Fevereiro de 2016. Perfil proteômico da germinação de basidiósporos de

moniliophthora perniciosa e sua análise em resposta ao lavado foliar de theobroma

cacao Orientador: Dr. Carlos Priminho Pirovani. Coorientadora: Dra. Karina Perez

Gramacho.

O fungo hemibiotrófico, basidiomiceto, Moniliophthora perniciosa (Aime &

Phillips-Mora, 2005) é o agente causal da doença vassoura-de-bruxa do cacau (Theobroma

cacao L.). Os basidiósporos do fungo infectam tecidos meristemáticos podendo penetrar

no hospedeiro de diferentes maneiras, induzindo uma variedade de sintomas, dependendo

do órgão infectado e do estágio de desenvolvimento. A proteção superficial de plantas

constituída pelas células epidérmicas e suas secreções. Pode ser considerada uma

estratégia de defesa inata em que microrganismos são diretamente inibidos em seu

primeiro ponto de contato com o hospedeiro. Diante disso, o objetivo deste trabalho foi

analisar o perfil proteico das proteínas expressas durante a fase inicial da germinação in

vitro dos basidiósporos deste fungo. Além disso, verificar as alterações proteômicas do

metabolismo durante a germinação dos basidiósporos submetidos ao lavado foliar de

variedades de cacau resistente e suscetível. Para isso, análises em 2D-PAGE combinada à

espectrometria de massas (MS/MS) foi utilizada. A extração protéica foi baseada no uso

de SDS-denso seguida de sonicação para ruptura celular e extração fenólica. Os extratos

proteicos obtidos em três tempos iniciais de germinação (0, 2 e 4 horas) foram avaliados

quanto à distribuição em relação à massa molecular (MM), ponto isoelétrico (PI) e a

abundância relativa nos três tempos de germinação. Nos tratamentos 0, 2 e 4 horas após a

inoculação foram identificadas 319

II

proteínas totais. Proteínas relacionadas a virulência e septação foram identificadas e

diferencialmente expressas entre esporos germinados e não germinados. Os

basidiósporos germinados na presença de lavado foliar de CCN51 apresentam uma

diferença visual morfológica no crescimento do tubo germinativo. Um total de 64

proteínas foram identificadas. Proteínas relacionadas com a virulência fúngica em

resposta a mecanismos de defesa da planta foram exclusivamente expressas em

basidiósporos germinados em lavado foliar da variedade resistente CCN51. Estes

estudos podem revelar mecanismos de resistência e susctibilidade do hospedeiro bem

como mecanismos básicos de virulência do patógeno.

Palavras chave: Filoplano, fungo hemibiotrófico, basidiomiceto, proteínas de

virulência

III

ABSTRACT

Mares, Joise Hander. DR. Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus – Bahia.

Fevereiro de 2016. Perfil proteômico da germinação de basidiósporos de

moniliophthora perniciosa e sua análise em resposta ao lavado foliar de theobroma

cacao. Advisor: Dr. Carlos Priminho Pirovani. Advisor Committee Members: Dra

Karina Perez Gramacho

The hemibiotrophic fungus, basidiomycete, Moniliophthora perniciosa ( Aime & Phillips

-Mora , 2005) is the causative agent of the witch's broom disease of cocoa ( Theobroma

cacao L. ). The fungus basidiospores infect meristematic tissues. It may enter the host of

different ways, leading to a variety of symptoms, depending on the infected organ and

developmental stage. The surface protection of plants consist in epidermal cells and their

secretions can be considered an innate defense strategy in which microbes are directly

inhibited in their first point of contact with the host. Thus, the objective of this doctoral

thesis was to analyze the protein profile of proteins expressed during the early stage of the

in vitro germination of basidiospores of this fungus. Also, check the proteomic changes

during the metabolism of germination of basidiospores subjected to foliar washed resistant

and susceptible cocoa variety. For this, 2D-PAGE analysis combined with mass

spectrometry ( MS / MS ) was used. Protein extraction was based on the use of dense SDS

followed by sonication for cell disruption and extraction phenolic. The protein extracts

obtained from three initial germination time ( 0, 2 and 4 hours) were evaluated as the

distribution in relation to the MW (Molecular Weight ) and IP ( isoelectric point ) as well

as relative abundance in three times of germination. In treatments 0, 2 and 4 hours after

inoculation, 319 total proteins were identified. Related proteins to virulence and septation

were identified and differentially expressed between spores germinated and not

germinated. Basidiospores germinated in the presence of CCN51 foliar washed feature a

visual morphological difference in the growth of germ tube. The protein extracts obtained

IV

from germinated basidiospores in the presence of leaf wash were also evaluated for MM

and pI and differentially expressed proteins were subjected to identification by Mass

Spectrometry. A total of 64 proteins were identified. Proteins related to virulence and

fungal in response to plant defense mechanisms were exclusively expressed in

basidiospores germinated in leaf washed resistant variety CCN51. These studies may

reveal mechanisms of resistance and susctibilidade the host as well as basic mechanisms

of virulence of the pathogen.

Keywords: Phyloplan , hemibiotrophic fungus, basidiomycete, protein virulence

.

1

1 INTRODUÇÃO

O fungo hemibiotrófico, basidiomiceto, Moniliophthora perniciosa (Aime &

Phillips-Mora, 2005) é o agente causal da doença vassoura-de-bruxa do cacau (Theobroma

cacao L.). No Brasil, a produção anual de cacau caiu de 400.000 para 120.000 toneladas

com a disseminação da vassoura-de-bruxa nas regiões produtoras no estado da Bahia, a

partir de 1989 (Bowers et al., 2001).

Os basidiósporos do fungo infectam tecidos meristemáticos podendo penetrar no

hospedeiro de diferentes maneiras, sendo elas, diretamente através da cutícula intacta,

aberturas naturais da superfície cuticular, junções celulares da epiderme, base dos

tricomas e através de estômatos (Kilaru & Hasenstein, 2005; Sena, 2014).

Após a invasão do apoplasto, o micélio de M. perniciosa permanece na fase

parasítica neste espaço por um período que pode variar de 40 a 60 dias (Ceita et al., 2007).

Por outro lado, tem sido demonstrado também que a transição das fases ocorreu entre três

a cinco dias em folhas maduras, 10 a 12 dias em folhas meristemáticas e duas semanas em

tecidos de ramos de T. cacao (Kilaru & Hasenstein, 2004). Assim, especialmente na fase

inicial da doença o apoplasto é um campo de batalha molecular que pode implicar no

sucesso da infecção do patógeno ou na resistência da planta (Shepherd e Wagner, 2007).

Este campo de batalha age como um precursor, precedendo a evolução dos mecanismos de

translocação, pelos quais os patógenos manipulam o citoplasma do hospedeiro e suprime

por completo as suas repostas de defesa.

O início do ciclo da doença é disparado com a germinação do basidiósporo,

penetração do tubo germinativo e estabelecimento da hifa primária no espaço intercelular,

deve ser um momento estratégico para o bloqueio do ciclo de vida do fungo.

Considerando que o primeiro contato dos basidiósporos com a planta se dá, na maioria das

vezes, na superfície de folhas do cacaueiro é interessante conhecer quais os primeiros

mecanismos de defesa que ali acontecem e qual tipo de reação bioquímica acontece nesta

etapa inicial no metabolismo do fungo

2

A proteção superficial constituída pelas células epidérmicas e suas secreções pode ser

considerada uma estratégia de defesa inata em que micróbios são diretamente inibidos

em seu primeiro ponto de contato com o hospedeiro (Shepherd e Wagner, 2007). O

lavado foliar, coletado a partir da imersão de folhas jovens em água destilada à

temperatura ambiente contém substâncias solúveis que se acumulam do sobre a cutícula

vegetal.

Neste contexto, esta tese de doutorado mostra alterações na expressão de

proteínas durante o desenvolvimento inicial do basidiósporo deste fungo. Mostramos

um modelo comparativo dos principais fenômenos bioquímicos que ocorrem em

basidiósporos não germinados, duas e quatro horas após a inoculação. Além disso, os

resultados mostram que há uma alteração no perfil bioquímico dos basidiósporos

quando germinados em lavado foliar das variedades CCN51 e Catongo em relação aos

basidiósporos germinados na ausência de lavado foliar.

Desta maneira, as hipóteses deste trabalho são: basidióporos do fungo

Monilliophthora perniciosa apresentam alterações no perfil proteico durante a fase

inicial do seu desenvolvimento; e basidióporos do fungo Monilliophthora perniciosa

apresentam alterações diferenciais no perfil proteico quando submetidos à germinação

na presença de lavado foliar das variedades resistente (CCN51) e sussetivel (Catongo).

Para testar estas hipóteses, os objetivos do presente trabalho é estabelecer o perfil

proteômico comparativo de basidiósporos de M. perniciosa germinados e não

germinados para os tempos de duas e quatro horas após o início da germinação. Além

disso, comparar as alterações de expressão de proteínas em basidiósporos do fungo M.

perniciosa em resposta ao lavado foliar de cacau de duas variedades contrastantes em

relação à suscetibilidade ao patógeno.

Estes estudos podem revelar mecanismos de resistência e susctibilidade do

hospedeiro bem como mecanismos de virulência do patógeno.

3

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O fungo Monilliophtora perniciosa

O fungo Monilliophtora perniciosa (Aime; Phillips-Mora, 2005) é

fitopatogênico, hemibiotrófico e capaz de colonizar várias espécies de plantas

hospedeiras além do cacau. Estas plantas incluem famílias como Bignoniaceae (Evans

1978, Hedger et al 1987), Bixaceae (Purdy and Schmidt 1996), Malpighiaceae (Bastos

et al 1998, Resende et al 2000), Solanaceae (Bastos and Evans 1985), and Sterculiaceae

(Evans 1978, Bastos et al 1988). Este fungo foi descrito em 1915 por Stahel como

Marasmius perniciosus, em 1942 Singer o reclassificou como Crinipellis perniciosa

(Stahel) (Singer, R. 1942) e em 2005 ele recebeu o nome atual: Moniliophthora

perniciosa [(Stahel) por Aime & Phillips-Mora (2005)] que demonstraram, por análises

de DNA, sua relação com as espécies de Crinipellis e a proximidade filogenética com

Moniliophthora roreri. Taxonomicamente, M. perniciosa é classificado na divisão

Eumycota, subdivisão Basidimycotina, classe Basidiomycetes, subclasse

Homobasidiomycetidae, ordem Agaricales e família Tricholomataceae (Purdy, L.H. et

al. 1996). Mais recentemente foi reclassificado como sendo da família Marasmiaceae

(Aime; Phillips-Mora, 2005).

Por ser um fungo hemibiotrófico, apresenta duas fases miceliais distintas no seu

ciclo de vida: a fase biotrófica/parasítica com hifas monocarióticas e a fase

necrotrófica/saprofítica com hifas dicarióticas (Evans, 1980). Em M. perniciosa,

atipicamente a fase biotrófica é extremamente prolongada. Durante esta fase, as hifas

crescem lentamente entre células do cacaueiro (Figura 1, A) e é encontrado em

densidade muito baixa dentro dos tecidos infectados (Purdy and Schmidt, 1996;

Meinhardt et al., 2008). Depois de 2 a 3 meses de desenvolvimento biotrófico, o tecido

infectado começa a necrosar e formar as chamadas vassouras-de-bruxa secas iniciando o

estágio necrotrófico do desenvolvimento e emissão dos corpos de frutificação –

basidiomas (Evans, 1980) (Figura 1, B).

4

Figura 1: Fases de desenvolvimento do fungo M. perniciosa. A: Hifa monocariótica

entre as células de meristema de cacaueiro representando a fase biotrófica. B: Necrose

dos tecidos (vassoura de-bruxa-seca) e emissão do basidioma representando a fase

necrotrófica. Adaptada a partir de Teixeira et al (2014) e Meinhardt et al (2008).

2.2 A doença vassoura-de-bruxa do cacaueiro no Brasil

O cacau, fruto do cacaueiro (Theobroma cacao L), possui sementes que após

serem fermentadas e secas, são a matéria prima para a produção de chocolate e de seus

derivados (Wood e Law, 1987). Esta planta é nativa das florestas tropicais úmidas da

Bacia Amazônica assim como o fungo supondo que a planta e o patógeno podem ter

passado por um processo de co-evolução (Purdy e Schmidt 1996). Os fungos

coevoluem com representantes de todas as formas de vida, de bactérias ao homem. Esta

relação pode ser simbiótica ou patogênica (Pirozynski e Hawksworth, 1988). Em

patossistemas o benefício é unidirecional onde o patógeno explora o hospedeiro. Este

processo enfatiza a atuação das forças evolutivas no processo de coevolução que gera

variabilidade tanto nas populações de plantas como de fungos (Barbieri & Carvalho,

2001).

Nos países onde a doença vassoura-de-bruxa foi introduzida, a produção de

cacau foi drasticamente reduzida. Relata-se perdas de até 97% na produção da

Venezuela, Equador e Colômbia (Ferraz, 1989). No Equador, a produção caiu para

menos da metade, sendo recuperada na década de 60 pela incorporação de novas áreas

(Adelbranth e Costa, 1993).

A doença vassoura-de-bruxa é uma das doenças de maior efeito destrutivo e

limitante da produção cacaueira no Brasil, causando perdas de que podem chegar a 70 a

5

90%, nas regiões Amazônica e no sul da Bahia (Almeida et al. 1998; Santos Filho et al.

1998). Em 1989 foi verificada a primeira incidência do fungo Moniliophthora

perniciosa, mais precisamente nos municípios de Uruçuca e Camacã, locais centrais da

produção cacaueira no sul da Bahia (Pereira et al, 1996). Essa região era muito propensa

à irradiação da doença pois possuía aproximadamente 700 mil hectares contínuos de

cacaueiros suscetíveis onde a chuva é distribuída uniformemente durante o ano com

estiagens curtas. Esta condição é essencial para a formação de basidiocarpos e para

emissão de tecidos meristemáticos, fatores determinantes para o caráter mais agressivo

da doença (Almeida et al. 1997).

Atualmente, os produtores vêm buscando alternativas para burlar um dos seus

grandes desafios que é a baixa rentabilidade financeira das fazendas de cacau. Com

variedades melhoradas geneticamente, grande parte do cultivo passou a ser voltada para

a produção de cacau fino (Santos, et al., 2012).

2.3 Os sintomas da doença

Os basidiósporos, os únicos propágulos infectantes do fungo, possuem a

capacidade de penetrar em qualquer tecido meristemático do cacaueiro. Nos brotos

vegetativos, o fungo em sua fase monocariótica, causa hipertrofia e hiperplasia,

acompanhadas de proliferação de brotos axilares. Além disso, observa-se perda da

dominância apical com entrenós curtos e folhas geralmente grandes, curvadas ou

retorcidas. Estes sintomas culminam na formação de ramos anormais que apresentam

cor verde mais claro, características da chamada “vassoura-verde” (Lawrence et al.

1991; Almeida et al. 1997). Essa alteração na coloração pode estar relacionada à

diminuição da capacidade fotossintética da planta em decorrência da infecção pelo

fungo (Scarpari et al., 2005). Os primeiros sintomas da morte da vassoura é a

senescência prematura de suas folhas, seguidos pela necrose do ramo (Orchard &

Hardwick, 1988). As vassouras não formam flores, o que resulta numa redução do

potencial de produção de frutos (Bowers et al., 2001). Porém, nas almofadas florais

podem surgir flores anormais hipertrofiadas que dão origem à frutos partenocárpicos

deformados, com aspecto de “morango”, que não se desenvolvem. Os frutos infectados

mais desenvolvidos, ao atingirem a fase adulta, exibem uma mancha negra e dura,

6

denominada “podridão negra” (Almeida et al. 1997). Plantas infectadas severamente

produzem um número maior de folhas arranjadas irregularmente (Orchard & Hardwick,

1988).

O estímulo ao desenvolvimento dos sintomas da vassoura-de-bruxa pode ser

liberado diretamente pelo fungo ou produzido pelo hospedeiro como resposta à presença

desse patógeno. Essas mudanças podem ser atribuídas a um regulador específico do

crescimento das plantas (fitohormônio) ou ao balanço entre diferentes reguladores de

crescimento (Scarpari, 2005). Associado a isso Orchard et al. (1994) encontraram

quantidades significativamente maiores de zeatina ribosídica nas plantas doentes, nos

três diferentes estágios da doença analisados: inicial, intermediário e final (3, 6 e 8

semanas após a inoculação, respectivamente).

2.4 Disseminação e controle da doença

Uma vez necrosadas as vassouras secas infectadas começam a produzir os

basidiomas (fig. 1 B). O micélio frutifica em resposta a fatores ambientais. Em

condições naturais são produzidos após dias chuvosos com temperaturas amenas

(Evans, 1981) ou após períodos alternados de umidade e seca (Almeida, et al. 1995). A

produção de basidiomas está relacionada com a idade das vassouras, quanto mais velha

menos ela produz. Isso ocorre, possivelmente, porque a disponibilidade de fatores de

crescimento nos tecidos diminui com o tempo (Almeida et al. 1997). A liberação dos

basidiósporos ocorre normalmente nas madrugadas, sob condições de humidade relativa

elevada e temperatura amena e são disseminados pelo vento (Bastos 1989b).

Um basidioma pode esporular em médias por cinco dias. Aqueles produzidos na

parte aérea das plantas, geralmente são os mais eficientes na dispersão dos esporos e,

consequentemente, na propagação da doença (Silva, et al. 2002).

A disseminação do fungo a longas distâncias pode ser feita através de transporte

de sacaria de cacau ou de sementes contaminadas em frutos infectados, as quais podem

ser usadas como material de plantio. Além disso, o transporte de mudas infectadas pode

ser arriscado devido a dificuldade de se fazer um diagnóstico face ao longo período de

incubação do patógeno (Lawrence et al. 1991).

Os níveis de infecção também podem derivar de uma possível dispersão dos

isolados mais virulentos, ou a partir de um aumento na pressão de inóculo pela

7

intensificação da epidemia da doença (Albuquerque et al., 2009).

As principais formas de controle da doença baseiam-se na eliminação de tecidos

propensos a produção dos basidiomas. E dentre estas, a mais utilizada é a poda

fitossanitária, que consiste na remoção dos tecidos infectados. Todavia, a eficiência e

custo desta prática dependem de vários fatores, como a severidade da doença, o nível de

infecção da lavoura, a altura das plantas e a situação epidêmica de cada local

(Andebrhan et al. 1998).

Alternativa para a tentativa de controle da doença é o uso de fungicida químico.

Essa proposta também tem baixa eficiência uma vez que o patógeno ataca somente os

tecidos meristemáticos em atividade. Isso torna anti-econômico o controle através de

fungicidas protetores à base de cobre, devido ao crescimento rápido desses tecidos e à

necessidade de aplicações contínuas (Bastos 1989a). Outro método atualmente utilizado

é o controle biológico. Análises com o fungo Trichoderma stromaticum mostraram

expressiva inibição do desenvolvimento de basidiocarpos do Mp (Bastos, 2000;

Loguercio et al., 2009). Os experimentos resultaram no produto TRICOVAB, bastante

utilizado contra a doença (Bezerra et al., 2000; Meinhardt et al., 2008).

O uso de variedades resistentes ainda é o método mais eficiente de controle da

doença até o momento. Na década de 40, plantas de uma mesma família foram trazidas

ao Brasil por apresentarem-se completamente livres de infecção. (Andebrhan et al.

1998).

2.5 A interação molecular no patossistema T. cacao x M. perniciosa

Diante dos prejuízos causados pela vassoura-de-bruxa, estudos que buscam

revelar os processos metabólicos e bioquímicos que ocorrem durante a infecção na

planta vem sendo realizados. Dias et al (2011) analisaram a produção de H2O2 e o

conteúdo de Ácido Oxálico livre e Ácido ascórbico como o principal precursor de

Ácido Oxálico em plantas de cacau e mostraram que a quantidade de cristais de Oxalato

de Cálcio e os níveis de H2O2 presentes em duas variedades (suscetível vs resistente)

apresentaram padrões temporais e genótipo-dependente distintos. O genótipo resistente,

TSH1188, apresenta uma produção de peróxido mais elevada que o suscetível, Catongo,

entre 24 e 72 horas após inoculação. Aneja e Gianfagna (2001) analisaram a indução da

síntese de cafeína em folhas jovens de cacau e mostraram altos níveis em folhas

8

infectadas com M. perniciosa, cerca de 7 a 8 vezes mais que em folhas saudáveis.

Orchard e Hardwick (1988) estudaram a fotossíntese, translocação de carboidratos e

metabolismo de sementes de cacau infectadas com M. perniciosa e observaram que a

capacidade fotossintética de folhas infectadas é dependente da severidade da infecção e

que o fungo não causa um fluxo preferencial de carboidratos das partes saudáveis da

planta para os tecidos infectados. Scarpari et al (2005) mostraram que as alterações

bioquímicas associadas com a infecção sugerem que a planta usa mecanismos

inespecíficos para tentar eliminar o fungo, como o aumento de alcaloides, compostos

fenólicos e taninos.

Visando estudar as alterações bioquímicas que ocorrem no fluido apoplástico de

cacau inoculado com esporos de M. perniciosa, Pirovani (2008) verificou que o fluido

apoplástico das plantas da variedade Catongo (suscetível) sadio inibiu em 22% a

germinação de basidiósporos do fungo, enquanto o fluido das plantas inoculadas

(previamente elicitadas) não apresentou atividade inibitória. Isso sugere que

mecanismos bioquímicos de defesa pré-existentes no genótipo suscetível são

desativados pelo patógeno, nas primeiras horas após a infecção, aumentando a

suscetibilidade das plantas. Por outro lado, o genótipo resistente após elicitado

aumentou a inibição da germinação de 20 para 50%.

Buscando entender como o patógeno modula a resposta na planta, um banco

genômico do fungo foi criado (www.lge.ibi.unicamp.br/vassoura) a partir de bibliotecas

de DNA total (Rincones et al, 2008). Este banco foi utilizado para estudos de expressão

gênica, tais como análise de microarranjo de DNA para verificar a expressão diferencial

de genes entre estágios saprofíticos e biotróficos do fungo. Os resultados deste trabalho

indicaram diferenças no metabolismo de carbono e nitrogênio entre os dois estágios

miceliais esclarecendo informações sobre vias metabólicas que podem ser essenciais

para a patogenicidade do basidiomiceto. Este banco possibilitou ainda a caracterização

de componentes de rotas metabólicas exclusivas do fungo no patossistema, como a rota

da quitina (Lopes et al., 2008). Já foram também analisadas proteínas secretadas

relacionadas com a morfologia da hifa (Alvim, 2009).

Um banco de cDNA da interação patógeno-hospedeiro também tem

possibilitado a identificação de genes do patógeno e do hospedeiro (Gesteira et al.,

2007). Além disso, métodos de extração de proteínas de diferentes tecidos de cacau já

foram estabelecidos (Pirovani et al., 2008), marcando o início dos estudos proteômicos

do hospedeiro nesse patossistema. O tamanho do genoma, o polimorfismo

9

cromossômico, a variabilidade genética e o genoma mitocondrial de M. perniciosa já

foram descritos (Rincones et al., 2003 , Formighieri et al., 2008; Teixeira et al, 2014).

2.6 Características e bioquímica da germinação de esporos

O termo germinação, aplicado em fungos, refere-se basicamente aos processos e

mudanças que ocorrem durante a retomada do desenvolvimento de uma estrutura que

estava em repouso e a sua transformação em uma estrutura morfologicamente diferente

(Allen, 1965). Neste processo, três estágios podem ser visualmente distinguidos: (a) um

estágio de inchaço inicial; (b) emergência de um tubo germinativo e; (c) o

desenvolvimento inicial do tubo germinativo, seguido de sua emergência. Com

referência à essa forma, o termo germinação geralmente implica na emergência de um

tubo germinativo definido (Allen, 1965).

A germinação da maioria dos esporos fúngicos é estritamente um processo

aeróbico. Alguns esporos podem ser capazes de germinar a uma taxa reduzida de

oxigênio ou realizar metabolismo anaeróbico, mas a respiração aeróbica mostra ser uma

fonte essencial de energia para a germinação natural (Wood-Baker, 1955).

A maioria dos esporos possui baixo teor de umidade e estes devem ser

reidratados antes do desenvolvimento retomar. Se toda a água absorvida fosse retida

como água livre, resultaria num aumento de cerca de cinco vezes no volume do esporo

(Allen, 1965).

A taxa de inchaço do esporo é independente da pressão osmótica externa,

enfatizando o fato de que o inchaço não é puramente um fenômeno osmótico (Ekundayo

e Carlile, 1964). Parece representar uma parte intrínseca do processo de crescimento

correspondendo ao aumento da atividade metabólica e peso seco.

Os processos de proteólises são eventos essenciais na germinação de esporos,

como estabelecido desde a década de 50 (Powell and Strange, 1953). Para testar esta

hipótese foram realizados ensaios da inibição do processo proteolítico pelo uso de

inibidores de proteases como o PMSF (Phenil Methyil Sulfonil Fluoride). Dessa

maneira foi mostrado que a proteólise era essencial para a germinação e esporulação de

espécies de Bacillus (Strange and Dark, 1957), macronídeos de Microsporum gypsum

(leighton and Stock, 1969) e esporos de Aspergillus nidulans (Yanagita and Nomachi.

10

1967), entre outros.

O conteúdo de lipídio em esporos fúngicos varia consideravelmente de acordo a

espécie e condições de formação do esporo, mas varia entre 1 e 35% por peso seco de

esporo. Em basidiomicetos como algumas espécies do gênero Ustylago a quantidade de

lipídeos é consideravelmente baixa variando de 0,4 % (U. maydis) a 14,5 % (U. levis)

(Packter, 1981). Além de serem usados como fonte de carbono para manutenção do

metabolismo, os lipídios são constituintes estruturais das paredes celulares. Em

Sacharomyces cerevisae o conteúdo lipídico da parede celular é em média 5,8%

(Packter, 1981). Em estudos com esporos do fungo micorrízico vesicular-arbuscular,

Glomus caledonius, Beilby and Kidby (1980) observaram a síntese de alguns, incluindo

esterois e (n-3 ) e ( n-6 ) ácidos graxos poli-insaturados durante a germinação e

crescimento do tubo germinativo.

A glicose é a principal fonte de carbono para o desenvolvimento de fungos,

principalmente, trealose e glicose na maioria das espécies. Caltrider (1963) estudaram

vários aspectos das alterações metabólicas que ocorrem durante a germinação de

uredosoporos da ferrugem de trigo e do feijão e descobriram que há uma diminuição na

quantidade de lipídios e um aumento em hidrocarbonetos, principalmente após a

germinação do esporo e durante o crescimento de tubo germinativo. Em esporos de

Phycomyces blakesleeanus, assim que a germinação é ativada, alguns compostos como

piruvatos, lactatos e principalmente glicerol são sintetizados (Van Laere, 1986). A

síntese de glicerol, necessária para a germinação de esporos, parece ser regulada por

fosforilação dependente de cAMP. Além disso, como a trealase, a glicerol-3-fosfatase

pode ser ativada in vitro por incubação de um extrato com cAMP e MgATP. Esta

ativação é encontrada apenas quando a atividade é medida na presença de 1 mM de

fosfato. Quando medida sob estas condições, a ativação pelo calor ou acetato provoca

um aumento de várias vezes na atividade da glicerol-3-fosfatase in vivo (Van

Schaftingen e Van Laere, 1985).

O tipo de dormência em esporos também pode ser dependente de sua

composição química durante essa fase. Uma comparação de células dormente de

esporos de Talaromyces macrosporus (ascósporos e conídios) permitiu o

estabelecimento de diferenças significativas nas propriedades físico-químicas do seu

citoplasma (Feofilova, 2012). Em ascósporos, a viscosidade do citoplasma é mais alta e

diminui significativamente quando se inicia a degradação da trealose e glicose

(Dijksterhuis, 2007).

11

2.7 Estudos proteômicos em germinação fúngica

Os eventos bioquímicos que ocorrem durante a germinação fúngica vêm sendo

estudados em ascósporos e conídios de Neurospora Crassa (Sussman, 1973, Schmit,

1976, D’enfert, 1997). Alguns estudos proteômicos mais recentes de esporos de fungos

filamentosos foram realizados identificando proteínas envolvidas no metabolismo de

carboidratos, lipídeos e proteínas em conidiósporos de Blumeria graminis (Noir, et al

2009).

Outras análises realizadas durante a fase inicial da germinação de conídios de

Aspergillus nidulans mostrou alta expressão de proteínas associadas com metabolismo

energético, síntese proteica e processo de dobramento proteico além de terem sido

identificadas também proteínas envolvidas com processos de desintoxicação de

oxigênio reativo como a catalase A, a tioredoxina redutase e a peroxiredoxina

mitocondrial (Taek Oh, et al 2009). Outros trabalhos descrevem vias regulatórias da

germinação de conídios incluindo a via da AMPc proteína kinase A (Lafon et al. 2005,

2006) e a via RAS/proteína quinase mitógeno-ativadora (Osherov e May, 2000).

Uma análise proteômica foi realizada em conídios de Botritis cinerea revelando

que alguns produtos de virulência são pré-formados, principalmente, no interior dos

conídios não germinados, permitindo um rápido desenvolvimento do fungo nas fases

iniciais de germinação dos conídios (González-Rodríguez et al., 2015). Em Rhizoctonia

solani, estudos proteômicos revelaram que proteínas relacionadas à função de dois

vacúolos foram altamente induzidas ao longo da maturação dos escleródios, este achado

foi também confirmado em nível de RNA por RT- PCR quantitativo (Kwon et al.,

2014). Trezentos e sessenta e cinco proteínas foram identificadas em conídios em

Colletotrichum acutatum durante a germinação. Todas essas proteínas foram

classificadas de acordo com sua função molecular e seu envolvimento em processos

biológicos, incluindo a produção de energia celular, metabolismo oxidativo, estresse,

síntese de ácidos graxos, síntese de proteínas e dobramento proteico (El-Akhal et al.,

2013).

Em M. perniciosa (Mares et al, 2016) estabeleceram metodologias para estudos

proteômicos do esporo desse fungo. Um método de extração de proteínas e a quantidade

12

de basidiocarpos e basidiósporos requeridos para estudos proteômicos foi estabelecida,

o que permitiu a construção de um mapa de referência baseado em 2D-PAGE com 178

proteínas identificadas por espectrometria de massas. Além disso, uma rede de interação

de proteínas foi construída através da identificação das proteínas no esporo não

germinado.

2.8 Características e importância da superfície da planta

A proteção superficial de plantas, constituída pelas células epidérmicas e suas

secreções pode ser considerada uma estratégia de defesa inata em que micróbios são

diretamente inibidos em seu primeiro ponto de contato com o hospedeiro (Shepherd e

Wagner, 2007).

Sobre a superfície das plantas, distribuídas entre as células epidermais, existem

células ou estruturas que desempenham diversas funções relacionadas à proteção da

folha. Hidatódios, lenticelas, glândulas de óleo, glândulas de sal, dutos resinosos e

outras aberturas que podem expelir substâncias antimicrobianas do interior da planta

(Phillips e Croteau,1999; Grunwald et al., 2003).

Além disso, a folha pode ser habitada por um conjunto qualitativa e

quantitativamente diversificado de micro-organismos, incluindo fungos, leveduras,

bactérias e bacteriófagos (Last e Deighton, 1965). Tais micro-organismos podem

participar da defesa inata da planta simplesmente pela competição por nutrientes e

muitas vezes são alvos de estudo como controle biológico (Blakeman e Fokkema,

1982).

Os estudos de superfície foliar com base química de proteção em plantas têm-se

centrado em metabólitos secundários secretados como exsudados de tricomas

glandulares (Shepherd, et al. 2005), proteínas (Shah, 2005) ou peptídeos

antimicrobianos (De Lucca, et al. 2005). A biossíntese e secreção de proteínas

antimicrobianas em superfícies de contato da planta com microrganismos pode

combater a invasão do patógeno antes do estabelecimento da doença. Proteínas de

defesa como β-1,3-glucanases e proteínas transportadoras de lipídeos, são secretadas de

exudatos de raízes de feijão-de-corda (Vigna unguiculata) e essas proteínas tem

13

mostrado inibição contra o fungo Fusarium oxysporum (Nobrega, 2005).

Estudos recentes sobre a capacidade biosintética da epiderme de folhas

revelaram novas proteínas de superfícies chamadas filoplaninas (Shepherd et al. 2005).

O lavado foliar coletado a partir da imersão de folhas jovens em água destilada à

temperatura ambiente contém substâncias solúveis que se acumulam sobre a cutícula

vegetal (Shepherd et al. 2005).

2.9 Composição proteica da superfície foliar

As secreções por células epidermais podem ser expelidas do apoplasto para o

filoplano, mas a deposição na superfície por proteínas altamente carregadas ou polares

provavelmente é limitada por hidrofobicidade da cutícula. Esse método de deposição

pode ser possível através de estômatos e outros poros epidermais (Shepherd e Wagner,

2007).

Existem vias através da cutícula das plantas que permitem a passagem de

carboidratos, sais, e outras moléculas advindas de outras partes da planta (Kerstiens,

2006). Análise do secretoma de Arabidopsis foi identificada uma lipase que é induzida

no apoplasto após o contato com o patógeno Alternaria brassicicola (Oh, et al, 2005).

No fluido expelido pelos hidatódios durante a gutação também podem conter proteínas

defensoras. Uma peroxidase catiônica foi encontrada no fluido de gutação de arroz

(Oriza sativa) durante a infecção com o patógeno bacteriano Xanthomonas oryzae

(Young, et al, 1995).

O principal componente proteico de tricomas secretores glandulares são enzimas

responsáveis pela produção de metabólitos secundários de exudatos foliares. A enzima

Polifenol oxidase é o principal componente da secreção de tricomas do tipo A em

tomate (Solanum berthaultti) (Kowalski, et al 1992) .

Um estudo comparativo com proteínas isoladas de tricomas de N. tabacum com

proteínas coletadas de tecido total de folhas revelou que os tricomas possuem mais

proteínas de defesa como quitinases e superóxido dismutase (Amme, 2005). O inibidor

de protease da família PIN2 tem sido encontrado expresso constitutivamente em

tricomas glandulares de Solanum americanum (Liu, et al, 2006).

Shepherd, et al (2005) mostrou que o lavado foliar de N. tabacum contém alto

nível da proteína filoplanina. Esta proteína é codificada pelo gene T-phylloplanin e

14

inibiu a germinação de esporos do oomiceto de Peronospora tabacina. As filoplaninas

também podem compartilhar características similares com peptídeos antimicrobianos

conhecidos (Hancock e Lehrer, 1998), com proteínas hidrofóbicas e com proteínas

básicas como as saponinas animais que são secretadas pelo epitélio (Schram, et al,

2003)

15

CAPÍTULO I

Proteomic analysis during early development of the fungus Moniliophthora

perniciosa, the causal agent of witches’ broom disease in cacao

Joise Hander Mares1, Karina Peres Gramacho

2, Everton Cruz Santos

1, André da Silva

Santiago3, Fátima Cerqueira Alvim

1, Carlos Priminho Pirovani

1

1Laboratory of Proteomics, Center of Biotechnology and Genetics, State University of

Santa Cruz (UESC), Ilhéus (Bahia, Brazil)

2Laboratory of Plant Pathology, Cacao Research Center, CEPLAC, Ilhéus

3Center for Molecular Biology and Genetic Engineering (CBMEG) Unicamp - SP

Abstract

Moniliophthora perniciosa is a phytopathogenic fungus responsible for witches’ broom

disease in the cacao tree (Theobroma cacao L.). Understanding the molecular events that

occur during germination may enable the development of strategies for disease control in

these economically important plants. In this study, we established a comparative

proteomic profile of M. perniciosa basidiospores during germination through 2D-SDS-

PAGE and mass spectrometry. A total of 319 proteins were identified. Molecular changes

that occur during the development of the germinative tube were identified from a

hierarchical clustering analysis based on the differential accumulation of proteins. Proteins

associated with fungal filamentation, such as septin and kinesin, were found within only 4

hours of inoculation. A transcription factor related to biosynthesis of the secondary

metabolite fumagillin, which can form hybrids with polyketides, was induced 2 hours after

inoculation (HAI) and polyketide synthase was observed 4 HAI. The accumulation of

ATP synthase, BiP, and catalase were validated by western blot with polyclonal

antibodies. We discuss these results and propose a model for the germination of the

fungus M. perniciosa. These studies can help determine the mechanisms underlying basic

16

processes of host invasion and establish strategies for control of the disease.

Keywords: Theobroma cacao, witches’ broom, 2D SDS-PAGE, mass spectrometry

Introduction

Moniliophthora perniciosa is a phytopathogenic fungus that belongs to the class

Basidiomycetes, order Agaricales, family Marasmiaceae (Aime and Phillips-Mora

2005). This fungus causes witches’ broom disease in the cacao tree (Theobroma cacao

L.) and led to the loss of about 90% of cacao production in Central and South America

in 1990 (Purdy and Schmidt 1996). M. perniciosa is classified as hemibiotrophic,

showing two stages in its life cycle, the biotrophic (parasitic) phase with monokaryotic

hyphae, and the necrotrophic phase (saprophytic) with dikaryotic hyphae containing

clamp connections (Evans 1980). Basidiospores are the infective propagules and can

penetrate the host directly through the intact cuticle, natural openings of the cuticular

surface, epidermal cell junctions, at the base of trichomes, or stomata (Kilaru and

Hasenstein 2005; Sena et al. 2014). The mycelium forms as hyphae grow within the

plant, penetrating the plant tissue in direct contact with the host protoplasm, or

mycelium can also form on the plant surface (Anderbrhan 1984). Recent observations

show that penetration of the basidiospore is related to the formation of a germination

pore directly in the meristematic cuticle, followed by the emergence of a germinative

tube (Sena et al. 2014). During this infection phase, the fungus induces drastic

physiological and morphological changes in the plant (Meinhardt et al. 2008; Scarpari

et al. 2005). After 2 to 3 months, the infected tissue enters a state of necrosis and the

branch of the plant dries and resembles a broom; this is the characteristic feature for

which the disease is named (de Oliveira Ceita et al. 2007; Evans 1980).

Accession and germination of fungal spores on the surface of plants are the

initial steps essential for host penetration and colonization. Some studies have focused

on molecular analysis of the germination of conidia and other types of phytopathogenic

fungi spores. Differentially expressed genes were identified in teliospores of Ustilago

maydis, (Zahiri et al. 2005), in conidia of Fusarium graminearum (Seong et al. 2008),

and in Botrytis cinerea (Doehlemann et al. 2006). In addition, analysis of protein

profiles of filamentous fungi spores identified proteins involved in the metabolism of

carbohydrates, lipids, and proteins in Blumeria erysiphe (Noir et al. 2009). Analysis of

early stages of germination shows high expression of proteins associated with energy

metabolism in conidia of both Aspergillus nidulans (Oh et al. 2010) and Colletotrichum

17

acutatum (El-Akhal et al. 2013). Understanding molecular events that occur during

germination may enable better strategies for disease control in these economically

important plants. However, few studies have been conducted to characterize and

identify proteins involved in the germination of phytopathogenic fungi such as M.

perniciosa.

Recently, our team established methodologies for proteomic studies of this

fungus’ spores (Mares et al., 2016). A protein extraction method and the quantity of

basidiocarps and basidiospores required for proteomic studies were established, which

allowed the construction of a reference map based on 2D-PAGE. A network of protein

interactions was built through the identification of proteins in non-germinated spores. In

this study, we established the comparative proteomic profile of germinated and non-

germinated basidiospores. In addition to the 175 spots identified by coincidence with

the reference map for non-germinated spore proteins (Mares et al., 2016), we identified

over 141 unique protein spots seen 2 and 4 HAI. Molecular changes that occur during

the development of the germinative tube were identified from a hierarchical clustering

analysis based on the differential accumulation of proteins.

Materials and methods

Cultivation and collection of basidiospores

About 300 dry branches of a susceptible cacao cultivar (Catongo) between 30 and 50

cm long that were infected with rosy mycelium of M. perniciosa (Pires et al. 2009) were

randomly collected in the field (CEPLAC/CEPEC-Ilhéus, Bahia) according to

methodology described by Mares et al. (2016). Basidiospores were produced according

to the method of Frias et al. (Frias et al. 1991) and stored in liquid nitrogen as described

by Frias (Frias et al. 1995) until use.

Germination of basidiospores and protein extraction

Each aliquot of basidiospores was defrosted on ice, diluted in distilled water to

reduce the concentration of glycerol to 3%, and incubated in the dark at 25°C.

Germination rates and the length of the germinative tubes were monitored and measured

with a graduated lens in an optical microscope (Bioval L2000A) at 40 magnification.

The 0, 2, and 4 HAI samples were collected by centrifugation for 20 min at 5,000g in

3% glycerol. Supernatants were discarded, then sediments were snap frozen in liquid

18

nitrogen and stored at -80°C until protein extraction. The samples stored at -80°C were

defrosted and washed with cold acetone containing 0.07% v•v-1

β-mercaptoethanol.

Then, protein extraction and quantification were performed according to methods

described by Mares et al. (2016).

2D electrophoresis

For proteomic analysis in 2D PAGE, 350 µg of total protein diluted in 250 µL of

rehydration solution was used. Gel strips (containing immobiline) 13 cm in length with

immobilized nonlinear pH gradient from 3 to 10 (Amersham Biosciences,

ImmobilineTM Dry-Strip) were hydrated for 12 h in the rehydration buffer/protein

solution using methods described by Mares et al. (2016) in an Ettan IPGphor 3

Isoelectric Focusing System. The second dimension was performed in a 12.5%

polyacrylamide gel in a HOEFER SE 600 Ruby vertical electrophoresis system

(Amersham Bioscience). The run started with an electrical current of 15 mA/gel for 15

min, followed by 30 µA/gel for 30 min, and 50 µA/gel for 3.5 h, totaling a time of 4.25

h. Gels were prepared in triplicate for each time of germination.

Visualization of spots and image analysis

After electrophoresis, the polyacrylamide gels were placed in fixation buffer

(40% ethanol and 10% acetic acid) for 1 h, then the buffer was replaced with colloidal

Coomassie Blue dye (8% ammonium sulfate, 0.8% phosphoric acid, 0.08% Coomassie

Brilliant Blue G-250, and 20% methanol) and was incubated for 5 days under gentle

agitation. The dye was replaced with distilled water, and the gels were kept under gentle

agitation with daily water changes until excess dye was removed.

Gel images were scanned with a Labscanner (Amersham Bioscience) and

analyzed for detection and relative quantification of protein spots using the

ImageMaster 2D Platinum 7.0 (GE HealthCare) software, considering the area and the

intensity of the spots. The reference gels (master gel) from triplicates were used to

identify the unique spots and compare the relative accumulation of proteins present in

the different treatments. The spots previously identified in the reference map (Mares et

al., 2016) were compared with the spots on gels for 2 and 4 HAI. For the spots seen in

common between the different treatments, those who showed a relative fold change in

abundance greater than 1.5 were considered to be differentially expressed, and statistical

significance was determined if p<0.05 for the ANOVA test. The gels from 2 and 4 hour

19

treatments were compared with gels of non-germinated spores obtained by Mares et al.

(2016), which was used as reference (Tables 1 and 2).

Protein identification by mass spectrometry

The spots differentially expressed 2 and 4 HAI were excised from gels and

placed in microtubes. Then, they were bleached and subjected to trypsin digestion

(Villela-Dias et al. 2014). Then, the samples containing recovered peptides were

vacuum concentrated until they reached a volume of 10-15 µL.

The resulting peptides from tryptic digestion underwent a liquid chromatography

in tandem with mass spectrometry (LC-MS/MS) in a nanoAcquity system (Waters,

Milford, MA) attached to a Q-ToF micro mass spectrometer (Waters), according to

methods described by (Villela-Dias et al. 2014). The raw data were processed and the

resulting spectra were analyzed with the program ProteinLynx Global Server 4.2

(WATERS) and compared with the SWISSPROT database

(http://www.uniprot.org/downloads, October 2011). For comparison with the NCBI

database, the MASCOT tool MS/MS IonSearch (www.matrixscience.com) was used

with the following parameters: tryptic digestion, with 1 cleavage site lost, cysteines

modified by carboxamidomethylation and methionine oxidation, error tolerance for the

peptide of 30 ppm, and fragment mass error of MS/MS equal to 0.1 Da. According to

MASCOT analysis probability, only the significant “hits” (p< 0.05) were accepted.

After protein identification, their ontology and biological processes were classified in

Blast2Go.

Validation of proteomic analysis by western blot

Western blotting was also used to validate proteomic data. Aliquots of 10 µg

total basidiospore protein (0, 2, and 4 HAI) were separated by 12.5% SDS-PAGE and

transferred to a nitrocellulose membrane using the iBlot Dry Blotting System

(Invitrogen) according to manufacturer's instructions. The membrane was blocked with

5% skim milk (w/v) in TBS-T buffer (Tris-HCl 100 mmol•L-1

, pH 8.0; NaCl 140

mmol•L-1

; Tween 20 0.05% v•v-1

). BiP (71 kDa), catalase (83 KDa), and ATP synthase

(53 kDa) proteins were detected using the following polyclonal primary antibodies at

1:2000 dilutions: anti-BiP of Arabidopsis thaliana (Agrisera-AS09481), anti-catalase of

A. thaliana (501,100 AgriseraAS09) and anti-ATP synthase of A. thaliana (Agrisera-

AS05085). Membranes were incubated with the appropriate primary antibody for 60

20

min. After washing 3 times with TBS-T buffer, the membranes were incubated for 60

min with a secondary antibody of goat anti-rabbit IgG conjugated with alkaline

phosphatase (ThermoFisher Scientific-65-6122) for 60 min. The phosphate of 5-bromo-

4-chloro-3-indolyl (BCIP) and p-nitrotetrazolium (NBT; Promega, USA) were used as

substrates for the colorimetric reaction of alkaline phosphatase activity. The

accumulation of BiP, catalase, and ATP synthase proteins were quantified from

membrane images using the GelQuant.Net 1.8.0 software

(www.biochemlabsolutions.com).

Hierarchical clustering analysis-HCA

Clustering was performed using the Cluster 3.0 + Java TreeView program

(http://bonsai.hgc.jp/~mdehoon/software/cluster/software.htm). To do this, the matrix

was built with normalized, log-transformed ratio values for each protein spot from the

analysis of gel images using Image Master 2D Platinum 7.0 software (GE Healthcare)

(Supplemental Table 2). Euclidean Distance (ED) was used to calculate the distance or

dissimilarity between individuals and Complete Link was used for clustering.

Results

Protein profile in 2D SDS-PAGE

2D gels of basidiospore proteins for inoculation times 0, 2, and 4 h were

analyzed for variation in abundance and distribution of spots to obtain protein profiles

(Figure 1A). Proteins were visualized in the whole pH range and molecular weight

(MW) was noted. A greater abundance of proteins with MW above 90 kDa is seen in

the 2 and 4 HAI samples compared to baseline (Figure 1A). The gel analysis revealed

510, 430, and 504 spots for the inoculation times 0, 2, and 4 h, respectively. A total of

242 spots were common among all three treatments (Figure 1B). Thirty percent (153

spots) of spots identified in non-germinated basidiospores were unique to this group.

Basidiospores after 2 h of inoculation presented 26% (112 spots) unique spots.

Basidiospores after 4 h of inoculation presented 37% (187 spots) unique spots.

21

Figure 1: Protein profile in 2DE-PAGE at different stages of M. perniciosa spore

germination. A: Non-germinated basidiospores of M. perniciosa (0 h) (Mares, et al.,

2016) with 2 and 4 h after inoculation. The samples were focused in strips of 13 cm

with nonlinear (NL) pH gradient 3-10. Black numbers correspond to unique spots for

each treatment. Red numbers correspond to spots common between treatments with fold

change > 1.5. B: Venn diagram of the distribution of spots detected in gels of 0 (Mares

et al., 2016), 2, and 4 hours after basidiospore inoculation.

All treatments were evaluated concerning the distribution of spots relative to

their MW and isoelectric point (pI) (Figures S1 and S2). Most proteins that compose the

proteomic map for the 3 studied times are distributed in the range of 30 to 60 kDa

(63.4%, 64.8%, and 53.5% for 0, 2 and 4 h, respectively). A 31.5% increase was

observed in the percentage of proteins with MW greater than 60 kDa in the spores 4 h

after inoculation. The percentage of spots with MW less than 30 kDa increased about

6% from 0 to 2 h after inoculation and decreased by 10% from 2 to 4 h (Figure S1). The

images show a predominance of acidic proteins (isoelectronic points less than 5.5) on

non-germinated basidiospores compared to germinated spores. On the other hand, the

number of basic proteins (isoelectric points greater than 7.5) in non-germinated spores

was generally less than the number of basic proteins detected in germinated spores.

22

Although the gels for 2 and 4 h samples do not have spots on all pH ranges seen on the

0 h gels, the distribution of proteins on the basis of their pIs was homogeneous in the

ranges that presented spots (Figure S2).

A total of 109 spots common to all 3 treatments, identified by MS/MS, were

analyzed and clustered according to their profile. Proteins that presented similar

accumulation patterns were clustered by hierarchical clustering (Figure 2). In group A,

proteins that showed reduced expression over time after inoculation were grouped. In

group B were proteins that showed an increase in expression 2 HAI but then were

repressed 4 HAI. In group C, proteins that showed increased accumulation during

germination were grouped. More information on the identification of spots can be found

in Supplemental Table 1.

23

Figure 2: Bi-directional Hierarchical Clustering Analysis generated by Cluster 3.0

software showing the global profile of differential expression of proteins common to the

24

three inoculation times. A: Proteins repressed 4 hours after inoculation. B: proteins

repressed 2 hours after inoculation. C: Proteins induced 4 hours after inoculation.

Gene ontology classification and accumulation of proteins

Unique and differentially expressed proteins were classified in categories

according to their biological processes by Blast2GO software. Some categories were

chosen to be discussed because of their differential accumulation between 2 and 4 HAI,

using non-germinated spores (Mares et al., 2016) as a reference. The categories chosen

were oxidation-reduction, development, biosynthetic, and metabolic processes, the

stress response, and regulation. When compared with non-germinated spores, 40% (6)

and 46.1% (6) of proteins related to the oxidation-reduction were repressed in the

treatments of 2 and 4 HAI, respectively. Two proteins related to fungal development

showed increased accumulation 2 HAI and one was increased 4 HAI. Among all

proteins detected in non-germinated spores, 15 were classified in the category related to

biogenesis and biosynthetic processes yet none of these proteins appeared 2 HAI. Four

HAI, 79.2% of biosynthetic proteins showed reduced accumulation and 20.8% showed

increased accumulation. The category related to metabolic processes was most

represented with 40% of the proteins showing reduced accumulation and 60% showing

increased accumulation 2 HAI, and in 4 HAI 52.7% of proteins showed reduced

accumulation and 51.3% showed increased accumulation. For proteins involved with

stress response, 80% of proteins showed reduced accumulation and 20% showed

hyperaccumulation in 2 and 4 HAI, respectively. After 2 hours of inoculation, 62.5% of

the proteins involved with regulation showed increased accumulation, and after 4 hours

of inoculation, 60% of the proteins showed decreased accumulation (Figure 3).

Figure 3: Classification of biological processes for differentially expressed proteins

identified in non-germinated spores of M. perniciosa, compared with 2 and 4 hours after

inoculation. Classification was performed using Blast2GO software.

25

Analysis of accumulation by immunoblotting

Western blot analysis was performed to confirm expression changes of some

proteins identified in the proteomic analysis. Specific antibodies were used to the BiP,

catalase, and ATP synthase beta proteins (Figure 4A).

Compared to non-germinated basidiospores, BiP showed an increase of about

2.8-fold 2 HAI and about 3.4-fold 4 HAI. This corresponded with the expression of a

few spots regarding HSP 70 (spots 268 and 278) that were common among the

treatments. ATP synthase also increased about 2.5-fold in spores 2 HAI compared with

non-germinated basidiospores. The increased expression of three spots related to the

ATP synthase protein (spots 99, 197, and 204) was also observed in analyses by 2D-

PAGE. Catalase protein already presented greater accumulation 2 HAI. The expression

of some spots common among the treatments corresponded to the expression of proteins

analyzed by western blot.

Figure 4: Accumulation of BiP, Catalase, and ATP synthase (beta chain) by western

blot and analysis of spots. A: Image of a nitrocellulose membrane hybridized with Anti-

BiP, Anti-Catalase, and Anti-ATP synthase (beta chain) of Arabidopsis. B: Relative

accumulation determined from images of the nitrocellulose membrane, using the Gel

26

Quant. Net 1.8.0 software. C: Relative quantification of each spot corresponding to

proteins analyzed by western blot.

Discussion

Previously, we established a reference map for proteins in non-germinated M.

perniciosa spores (Mares et al., 2016). In this study, we established the protein profile

of M. perniciosa spores 2 and 4 hours after inoculation and compared them with the

previously generated data. A total of 141 proteins were identified by mass spectrometry,

totaling 319 when combined with those identified by Mares et al. (2016). The number

of proteins identified in other proteomic studies included 118 in Botrytis cinerea spores

(Gonzalez-Rodriguez et al. 2015), 130 in Rhizoctonia solani AG-1 sclerotia maturation

(Kwon et al. 2014), and 365 in Colletotrichum acutatum conidia germination (El-Akhal

et al. 2013). Thus, the current study identified one of the highest numbers of proteins in

spores of a phytopathogenic fungus. In addition, the accumulation of BiP, catalase A,

and ATP synthase beta proteins was validated by western blot with antibodies against

the A. thaliana proteins. The homology of these M. perniciosa proteins with the

corresponding A. thaliana proteins are 66%, 48% and 66% respectively. Alignments

between the proteins of these two species showed blocks of conserved amino acids long

enough for the presence of reactive epitopes that can be detected by polyclonal

antibodies (Supplemental Figure 3). Next, we present the discussion of comparative

proteomic profiles during the germination of M. perniciosa basidiospores.

Most spots with high molecular weight correspond to enzymes associated with

metabolic processes

The increase in the amount of high molecular weight proteins in spores 4 HAI

can be related to the increased expression of energy production machinery. Most high

molecular weight spots correspond to enzymes associated with metabolic processes

such as ATP Synthase (68.1 KDa), ATP-binding proteins (68.8 KDa), and succinate

dehydrogenase (62.3 KDa).

The distribution of spots in gels is a qualitative result that facilitates the choice

of pH and MW range in the following studies. Twenty acidic proteins were identified by

mass spectrometry. Acidic protein enrichment techniques in samples have been tested in

2-DE to analyze differences in the accumulation between acidic subproteomes of yeast

27

and hyphae in Candida albicans (Monteoliva et al. 2011). This analysis can also be

performed to identify proteins in acidic subproteomes of phytopathogenic fungi such as

M. perniciosa, M. roreri, and others. The acidic proteins identified in this study are

involved in regulating important molecular functions (spots 15, 36, 77, 80, and 88),

cytoskeleton organization (spots 97 and 305), energy metabolism (spots 19, 160, 184,

195, 304, and 700) and stress response (spots 270, 337, 714, 751, and 811). Of these

proteins, the only ones related to energy metabolism that were repressed 2 and 4 HAI

were Translation Initial Factor C (spot 19) and the ATP synthase beta subunit (spot

160), respectively.

Proteins related to metabolism and energy

Proteins associated with protein metabolism showed reduced abundance

throughout germination. Translation Initial Factor (spot 19) and nucleoside diphosphate

kinase (spot 297) decreased 2 HAI (Table 1), and Small ribosomal subunit (spot 109)

and heat shock protein (spot 263) decreased 4 HAI (Table 2). In addition to these, two

other proteins showed reduced expression after the onset of germination (spots 34 and

44) (Figure 2A). Although these proteins were not characterized in the M. perniciosa

database, BLASTP analysis shows that these spots correspond to proteins involved in

the metabolism of proteins such as 60S ribosomal protein (spot 34) and serine protease

inhibitor (spot 44). This could be related to the stress response and synthesis of new

proteins in the basidiospore’s attempt to prepare for growth of the germinative tube

(Mares et al., 2016). In addition, several heat shock proteins and other stress-related

proteins have been shown to improve the ability of non-germinated conidia to survive

environmental stresses (Cooper et al. 2006).

Other proteins related to protein metabolism were induced and some were

exclusively found 4 HAI (Figure 2). These proteins include nucleoside triphosphate

hydrolase proteins (spot 384), constituents of larger subunits of ribosomes (spot 397),

Translation elongation factor 1-alpha (spot 383), folding protein (spot 390), and HSP 70

(spot 522) (Supplementary Table 1). As expected, the final germination phase of M.

perniciosa basidiospores requires expression of several of these proteins for

transcription and synthesis of new proteins. In addition, an increase in BiP, a molecular

chaperone in the HSP 70 family (Spot 278) resident in the endoplasmic reticulum (ER),

occurred 4 HAI as shown by the cross-reaction with anti-BiP of A. thaliana (Figures 4A

and B). BiP also has a central role as a sensor of environmental stresses in the ER,

28

affecting the assembly and folding of proteins (Hendershot 2004; Malhotra and

Kaufman 2007). BiP induction during the germination of M. perniciosa suggests an

increase in ER secretory activity (Reis et al. 2011). This coincides with proteomic

studies of A. nidulans germination, in which multiple heat shock proteins were

upregulated 30 and 60 minutes after inoculation (Oh et al. 2010).

Proteins with increased expression during germination were clustered (Figure

2B). Among these, 6 are members of the ATP synthase family (spots 204, 95, 242, 99,

187, 266). An increase in the accumulation of ATP synthase can be noted in western

blot analysis (spots 197 and 204) performed in this study. These proteins may be related

to a direct increase in metabolic activity and energy production needed to meet the

energy demand for the development of the germinative tube. Conversely,

glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase (spot 128, Figure 2A) showed reduced

expression after the onset of germination. This may be related to the temporary

accumulation of glycerol during germination. This phenomenon has been observed in

Phycomyces blakesleeanus and seems to occur due to the activation of cAMP-

dependent glycerol-3-phosphatase, an enzyme that indirectly participates in the

glycolytic pathway (van Schaftingen and van Laere 1985). Excessive increase of

glycerol production during spore germination can generate an increase in intracellular

osmotic pressure (d'Enfert 1997). This may explain the swelling observed in M.

perniciosa basidiospores before the start of the germinative tube emission, i.e. from 0 to

30 minutes after defrosting and introduction of basidiospores (Mares et al., 2016).

Cell cycle-related proteins and septation of the primary hypha

Interestingly, a Valosin-containing protein (VCP) was identified (spot 304). This

protein is a member of the AAA ATPase family (ATPases associated with a variety of

activities) and is characterized by the presence of two conserved domains also called

AAA (Neuwald et al. 1999). VCP is a homologue of CDC48p, which is well-conserved

among all eukaryotes and is essential for growth in Saccharomyces cerevisiae (Frohlich

et al. 1991). This protein plays a critical role in regulation of the cell cycle, and is

required for entry into mitosis (Fu et al. 2003). During the germination of basidiospores,

this protein can be associated with the process of cell division and consequently to the

growth of hyphae. Similarly, a kinesin (spot 395) was identified, a motor protein with

an important role in cell division. The kinesins are essential for the length and sliding of

microtubules inside the spindle during prophase and metaphase, as well as microtubule

29

depolymerization during anaphase (Goshima and Vale 2005).

Septin (spot 488) was another protein found only in spores 4 HAI. Since its

discovery in S. cerevisiae (Byers and Goetsch 1976) other septins have been found in

eukaryotes, especially in filamentous fungi where they control the filamentous

morphology. During septum formation, the septin ring splits in two to form a double

ring. Due to their lack of septa, septin mutants are highly sensitive, and damage in a

single hypha can result in complete lysis of a young mycelium (Pan et al. 2007). In

studies conducted with phytopathogenic basidiomycete U. maydis, the gene Sep3

played important roles in morphogenesis of the filamentous cells, in the corn infection

process, and in symptom development (Boyce et al. 2005). In Magnaporthe oryzae,

septins mediate cortex rigidity and curvature of the membrane necessary for spore

penetration of a rigid plant part, like the cuticle of the leaf, to facilitate infection

(Dagdas et al. 2012). To analyze septin function, some targeted drugs can be used,

however, for the most part these compounds are not readily available. One such

compound is forchlorfenuron (FCF; N-(2-Chloro-4-pyridyl)-N′-phenylurea; HPM300),

a plant cytokinin able to quickly induce production of abnormal septin structures in S.

cerevisiae (Iwase et al. 2004). To get an insight of how FCF binds to septin proteins,

simulations were carried out in silico from alignment of FCF’s structure to all high-

resolution crystallized structures of septin available. These studies suggested that FCF

mimics nucleotides and thus interferes with the dynamics of GTP-binding proteins by

modifying the mounting base of septin filaments (Angelis et al. 2014). In this regard,

we suggest that the septin protein might be targeted in studies focused on containing the

invasion of the fungus M. perniciosa in young tissues of cacao plants.

Response to stress-related proteins

Proteins involved with the stress response are present among the ones detected

exclusively in non-germinated basidiospores. Oxidoreductases (spots 684 and 687) and

ascorbate peroxidase (spot 688) belong to this category (Figure 3). These proteins may

be involved in a fungal adaptation to neutralize reactive oxygen species (ROS)

produced by plants as a defense mechanism (González-Rodríguez et al., 2015). In

addition, other studies have indicated that oxidative respiration is absolutely required

for germination of fungal spores (Brambl 1975; Taubitz et al. 2007).

The relative expression of catalase A detected in 2D gels of proteins 0, 2, and 4

HAI correlates with the expression of this protein detected by western blotting using an

30

anti-CatA antibody for the A. thaliana protein (Figure 4A-C). An increase in catalase

expression can be observed 2 HAI. This may contribute to the high survival of

basidiospores and mycelium of biotrophic type of M. perniciosa treated with 4 mM

hydrogen peroxide in vitro (Pungartnik et al. 2009). In addition, there was an increase in

superoxide dismutase (SOD, spot 32) 2 HAI (Table 1). SOD expression, combined with

the accumulation of a peroxiredoxin (spot 47) (Figure 2B) and catalase, suggests the

need for free radical neutralization within the germinative tube during germination.

Similarly, an increase in the accumulation of catalase A during the germinative process

of A. nidulans in the first 30 minutes after germination was previously observed (Oh et

al. 2010).

Fungal virulence-related proteins

The peptidyl-prolyl cis-trans isomerase (spot 695) is an important protein that

was detected exclusively in non-germinated spores (Supplementary Table 1). This

protein is associated with pathogenicity in B. cinerea, being characterized as an

important virulence factor in host invasion (Viaud et al. 2003). This suggests that non-

germinated basidiospores of M. perniciosa accumulate virulence factors essential for a

quick attack on the host in a similar manner to conidia of B. cinerea (Gonzalez-

Rodriguez et al. 2015).

Our results suggest that a secondary terpenoid metabolite synthesis route

associated with polyketides (Lin et al. 2013) can be enabled in M. perniciosa during

germination. The transcription factor FapR (Table 1, spot 323), that regulates both

clusters of genes involved in the biosynthesis of secondary metabolites fumagillin and

pseurotin in Aspergillus fumigatus (Wiemann et al. 2013), was induced 2 HAI. The

metabolite fumagillin is a hybrid polyketide-terpenoid compound (Lin et al. 2013).

Additionally, a polyketide synthase (gi|392596225) was identified exclusively 4 HAI

(Table 2, spot 388). The polyketide synthase belongs to a large family of enzymes

responsible for production of various secondary metabolites such as pigments, toxins,

antibiotics, and signaling molecules (Schumann and Hertweck 2006). This protein

catalyzes the first reaction of melanin biosynthesis (Butler and Day 1998) and may be

involved in the synthesis of fumagillin (Lin et al. 2013). Melanin production by

pathogenic fungi can contribute to their virulence toward human beings and cultivated

plants (Eisenman and Casadevall 2012).

31

Conclusion

Generally, the comparative proteomic analysis obtained by the combination of 2D-SDS-

PAGE with MS/MS enabled the establishment of a general scheme of biological

processes that occur during the initial developmental phase of the fungus M. perniciosa

(Figure 5).

Figure 5: General scheme of the distribution of proteins according to their biological

process, over the first 4 hours of M. perniciosa basidiospores germination.

In conclusion, in this study we showed variations in protein expression during

the early germination stages of the fungus M. perniciosa. Some proteins related to

metabolism are expressed as the germinative tube develops. Protein synthesis is

intensified during germination, as suggested by the increase in the accumulation of

ribosomal components, elongation factors, and BiP. The increase in the expression of

oxidative stress-related proteins such as superoxide dismutase and catalase can assist in

the detoxification of free radicals inside the primary hypha. Proteins associated with

fungal filamentation and, consequently, with virulence, were detected in basidiospores 4

HAI such as septin and kinesin. This indicates germinative tube is preparing for primary

hypha differentiation and host invasion. These proteins are potential targets in strategies

for fungal control, once there are inhibitory compounds readily available. Additionally,

it is possible that pathogenicity-related proteins are specific to each step of the process

of fungal infection. Virulence factors such as polyketide synthase and FapR are present

in basidiospores and the primary hypha. Thus, we proposed a likely model for the

germination of the fungus M. perniciosa (Figure 5). These studies may help to unravel

the mechanisms involved in basic processes that this pathogen evolved to survive and

32

invade the host tissue, causing one of the diseases that generates huge losses to cacao

cultivation in South and Central America.

References

Aime, M. C., and Phillips-Mora, W. 2005. The causal agents of witches' broom and

frosty pod rot of cacao (chocolate, Theobroma cacao) form a new lineage of

Marasmiaceae. Mycologia 97:1012-1022.

Anderbrhan, T. 1984. Studies on the epidemiology and control of witches’ broom

disease of cocoa in the Brazilian Amazon. Page 8 in: 9th International Cocoa

Research Conference.

Angelis, D., Karasmanis, E. P., Bai, X., and Spiliotis, E. T. 2014. In silico docking of

forchlorfenuron (FCF) to septins suggests that FCF interferes with GTP binding.

PloS one 9:e96390.

Boyce, K. J., Chang, H., D'Souza, C. A., and Kronstad, J. W. 2005. An Ustilago maydis

septin is required for filamentous growth in culture and for full symptom

development on maize. Eukaryotic cell 4:2044-2056.

Brambl, R. 1975. Characteristics of developing mitochondrial genetic and respiratory

functions in germinating fungal spores. Biochimica et biophysica acta 396:175-

186.

Butler, M. J., and Day, A. W. 1998. Fungal melanins: a review. Canadian Journal of

Microbiology 44:1115-1136.

Byers, B., and Goetsch, L. 1976. A highly ordered ring of membrane-associated

filaments in budding yeast. The Journal of cell biology 69:717-721.

Cooper, B., Garrett, W. M., and Campbell, K. B. 2006. Shotgun identification of

proteins from uredospores of the bean rust Uromyces appendiculatus.

Proteomics 6:2477-2484.

d'Enfert, C. 1997. Fungal Spore Germination: Insights from the Molecular Genetics of

Aspergillus nidulans and Neurospora crassa. Fungal Genetics and Biology

21:163-172.

Dagdas, Y. F., Yoshino, K., Dagdas, G., Ryder, L. S., Bielska, E., Steinberg, G., and

Talbot, N. J. 2012. Septin-mediated plant cell invasion by the rice blast fungus,

Magnaporthe oryzae. Science (New York, N.Y.) 336:1590-1595.

de Oliveira Ceita, G., Macêdo, J. N. A., Santos, T. B., Alemanno, L., da Silva Gesteira,

A., Micheli, F., Mariano, A. C., Gramacho, K. P., da Costa Silva, D., Meinhardt,

L., Mazzafera, P., Pereira, G. A. G., and de Mattos Cascardo, J. C. 2007.

Involvement of calcium oxalate degradation during programmed cell death in

Theobroma cacao tissues triggered by the hemibiotrophic fungus

Moniliophthora perniciosa. Plant Science 173:106-117.

Doehlemann, G., Berndt, P., and Hahn, M. 2006. Different signalling pathways

involving a Galpha protein, cAMP and a MAP kinase control germination of

Botrytis cinerea conidia. Molecular microbiology 59:821-835.

Eisenman, H. C., and Casadevall, A. 2012. Synthesis and assembly of fungal melanin.

Applied microbiology and biotechnology 93:931-940.

El-Akhal, M. R., Colby, T., Cantoral, J. M., Harzen, A., Schmidt, J., and Fernandez-

Acero, F. J. 2013. Proteomic analysis of conidia germination in Colletotrichum

acutatum. Archives of microbiology 195:227-246.

33

Evans, H. C. 1980. Pleomorphism in Crinipellis perniciosa, causal agent of witches'

broom disease of cocoa. Transactions of the British Mycological Society

74:515-523.

Frias, G. A., Purdy, L. H., and Schimidt, R. A. 1991. Infection biology of Crinipellis

perniciosa on vegetative flushes of cacao. Plant Disease 75:6.

Frias, G. A., Purdy, L. H., and Schimidt, R. A. 1995. An Inoculation Method for

Evaluating Resistance of Cacao to Crinipellis perniciosa. . Plant Disease 79:5.

Frohlich, K. U., Fries, H. W., Rudiger, M., Erdmann, R., Botstein, D., and Mecke, D.

1991. Yeast cell cycle protein CDC48p shows full-length homology to the

mammalian protein VCP and is a member of a protein family involved in

secretion, peroxisome formation, and gene expression. The Journal of cell

biology 114:443-453.

Fu, X., Ng, C., Feng, D., and Liang, C. 2003. Cdc48p is required for the cell cycle

commitment point at Start via degradation of the G1-CDK inhibitor Far1p. The

Journal of cell biology 163:21-26.

Gonzalez-Rodriguez, V. E., Lineiro, E., Colby, T., Harzen, A., Garrido, C., Cantoral, J.

M., Schmidt, J., and Fernandez-Acero, F. J. 2015. Proteomic profiling of

Botrytis cinerea conidial germination. Archives of microbiology 197:117-133.

Goshima, G., and Vale, R. D. 2005. Cell cycle-dependent dynamics and regulation of

mitotic kinesins in Drosophila S2 cells. Molecular biology of the cell 16:3896-

3907.

Hendershot, L. M. 2004. The ER function BiP is a master regulator of ER function. The

Mount Sinai journal of medicine, New York 71:289-297.

Iwase, M., Okada, S., Oguchi, T., and Toh-e, A. 2004. Forchlorfenuron, a phenylurea

cytokinin, disturbs septin organization in Saccharomyces cerevisiae. Genes &

genetic systems 79:199-206.

Kilaru, A., and Hasenstein, K. H. 2005. Development and pathogenicity of the fungus

Crinipellis perniciosa on interaction with cacao leaves. Phytopathology 95:101-

107.

Kwon, Y. S., Kim, S. G., Chung, W. S., Bae, H., Jeong, S. W., Shin, S. C., Jeong, M. J.,

Park, S. C., Kwak, Y. S., Bae, D. W., and Lee, Y. B. 2014. Proteomic analysis

of Rhizoctonia solani AG-1 sclerotia maturation. Fungal biology 118:433-443.

Lin, H. C., Chooi, Y. H., Dhingra, S., Xu, W., Calvo, A. M., and Tang, Y. 2013. The

fumagillin biosynthetic gene cluster in Aspergillus fumigatus encodes a cryptic

terpene cyclase involved in the formation of beta-trans-bergamotene. Journal of

the American Chemical Society 135:4616-4619.

Malhotra, J. D., and Kaufman, R. J. 2007. The endoplasmic reticulum and the unfolded

protein response. Seminars in cell & developmental biology 18:716-731.

Meinhardt, L. W., Rincones, J., Bailey, B. A., Aime, M. C., Griffith, G. W., Zhang, D.,

and Pereira, G. A. 2008. Moniliophthora perniciosa, the causal agent of witches'

broom disease of cacao: what's new from this old foe? Molecular plant

pathology 9:577-588.

Monteoliva, L., Martinez-Lopez, R., Pitarch, A., Hernaez, M. L., Serna, A., Nombela,

C., Albar, J. P., and Gil, C. 2011. Quantitative proteome and acidic subproteome

profiling of Candida albicans yeast-to-hypha transition. Journal of proteome

research 10:502-517.

Neuwald, A. F., Aravind, L., Spouge, J. L., and Koonin, E. V. 1999. AAA+: A class of

chaperone-like ATPases associated with the assembly, operation, and

disassembly of protein complexes. Genome research 9:27-43.

Noir, S., Colby, T., Harzen, A., Schmidt, J., and Panstruga, R. 2009. A proteomic

34

analysis of powdery mildew (Blumeria graminis f.sp. hordei) conidiospores.

Molecular plant pathology 10:223-236.

Oh, Y. T., Ahn, C. S., Kim, J. G., Ro, H. S., Lee, C. W., and Kim, J. W. 2010.

Proteomic analysis of early phase of conidia germination in Aspergillus

nidulans. Fungal genetics and biology : FG & B 47:246-253.

Pan, F., Malmberg, R. L., and Momany, M. 2007. Analysis of septins across kingdoms

reveals orthology and new motifs. BMC evolutionary biology 7:103.

Pires, A. B., Gramacho, K. P., Silva, D. C., Goes-Neto, A., Silva, M. M., Muniz-

Sobrinho, J. S., Porto, R. F., Villela-Dias, C., Brendel, M., Cascardo, J. C., and

Pereira, G. A. 2009. Early development of Moniliophthora perniciosa

basidiomata and developmentally regulated genes. BMC microbiology 9:158.

Pungartnik, C., Melo, S. C., Basso, T. S., Macena, W. G., Cascardo, J. C., and Brendel,

M. 2009. Reactive oxygen species and autophagy play a role in survival and

differentiation of the phytopathogen Moniliophthora perniciosa. Fungal genetics

and biology : FG & B 46:461-472.

Purdy, L. H., and Schmidt, R. A. 1996. Status of cacao witches' broom: biology,

epidemiology, and management. Annu Rev Phytopathol 34:573-594.

Reis, P. A., Rosado, G. L., Silva, L. A., Oliveira, L. C., Oliveira, L. B., Costa, M. D.,

Alvim, F. C., and Fontes, E. P. 2011. The binding protein BiP attenuates stress-

induced cell death in soybean via modulation of the N-rich protein-mediated

signaling pathway. Plant physiology 157:1853-1865.

Scarpari, L. M., Meinhardt, L. W., Mazzafera, P., Pomella, A. W., Schiavinato, M. A.,

Cascardo, J. C., and Pereira, G. A. 2005. Biochemical changes during the

development of witches' broom: the most important disease of cocoa in Brazil

caused by Crinipellis perniciosa. Journal of experimental botany 56:865-877.

Schumann, J., and Hertweck, C. 2006. Advances in cloning, functional analysis and

heterologous expression of fungal polyketide synthase genes. Journal of

biotechnology 124:690-703.

Sena, K., Alemanno, L., and Gramacho, K. P. 2014. The infection process of

Moniliophthora perniciosa in cacao. Plant Pathology 63:1272-1281.

Seong, K. Y., Zhao, X., Xu, J. R., Guldener, U., and Kistler, H. C. 2008. Conidial

germination in the filamentous fungus Fusarium graminearum. Fungal genetics

and biology : FG & B 45:389-399.

Taubitz, A., Bauer, B., Heesemann, J., and Ebel, F. 2007. Role of respiration in the

germination process of the pathogenic mold Aspergillus fumigatus. Current

microbiology 54:354-360.

van Schaftingen, E., and van Laere, A. J. 1985. Glycerol formation after the breaking of

dormancy of Phycomyces blakesleeanus spores. Role of an interconvertible

glycerol-3-phosphatase. European journal of biochemistry / FEBS 148:399-404.

Viaud, M., Brunet-Simon, A., Brygoo, Y., Pradier, J. M., and Levis, C. 2003.

Cyclophilin A and calcineurin functions investigated by gene inactivation,

cyclosporin A inhibition and cDNA arrays approaches in the phytopathogenic

fungus Botrytis cinerea. Molecular microbiology 50:1451-1465.

Villela-Dias, C., Camillo, L. R., de Oliveira, G. A., Sena, J. A., Santiago, A. S., de

Sousa, S. T., Mendes, J. S., Pirovani, C. P., Alvim, F. C., and Costa, M. G. 2014.

Nep1-like protein from Moniliophthora perniciosa induces a rapid proteome and

metabolome reprogramming in cells of Nicotiana benthamiana. Physiologia

plantarum 150:1-17.

Wiemann, P., Guo, C. J., Palmer, J. M., Sekonyela, R., Wang, C. C., and Keller, N. P.

2013. Prototype of an intertwined secondary-metabolite supercluster.

35

Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of

America 110:17065-17070.

Zahiri, A. R., Babu, M. R., and Saville, B. J. 2005. Differential gene expression during

teliospore germination in Ustilago maydis. Molecular genetics and genomics :

MGG 273:394-403.

Supplemental Figures:

Supplemental Figure 1: Distribution of the spots and their respective molecular weight

in the 0, 2 and 4 HAI.

36

Supplemental Figure 2: Distribution of the spots and their respective isoelectric point

in the 0, 2 and 4 HAI.

37

Supplemental Figure 3: Sequence alignment of the target proteins identified in the

38

western blots and their homologous in plant recognized by the antibodies. A – Sequenc

ealignment between BiP from A. thaliana and the HSP70 from Moniliophthora

perniciosa. B – Sequence alignment of the ATP synthase from A. thaliana and its

homologous in Moniliophthora perniciosa. C – Sequence alignment of the catalase A

from A. thaliana and its homologous in Moniliophthora perniciosa

39

Supplemental Tables

Supplemental Table 1: Total spots identified in the MS/MS. In sequence, mw corresponds to a molecular mass values, the isoelectric point pI

estimated; number of peptides by MS / MS; Score of sequence, sequence coverage and peptide sequence. All values were calculated by Mascot

at http:. //www.matrixscience.com

Spot

number

Acession

number

NCBI nr

Protein name (Putative function) MW pI cal.

Masc

peptide n Score coverage

%

15 gi|61676645 14.3.3 protein ( mecanism regulatory) 28817 4,71 2 154 9

19 gi|145228831 eukaryotic translation initiation factor 5A 18007 4,5996 1 83 7,6

20 gi|169869524 structural constituent of ribosome 16396 10,34 1 61 8

22 gi|170087590 nucleoside-triphosphatase activity 90430 4,92 6 203 7

25 gi|238596609 PPIases accelerate the folding of proteins 21614 7,77 3 108 9

27 gi|238597794 oxidoreductase activity 19773 7,07 3 57 16

32 gi|75991675 superoxide dismutase activity 22144 7,07 2 96 13

34 gi|238585898 hypothetical protein MPER_09632 23860 10,47 3 206 15

36 gi|429116 putative heat-shock protein 70 kDa, partial 55388 4,55 1 180 3

38 gi|238565951 glycolipid transporter activity 16.945 8,93 2 124 18

39 gi|70986899 L-malate dehydrogenase activity 35876 9,08 3 75 11

40

41 gi|238579796 pyridoxamine-phosphate oxidase activity 22372 5,97 5 202 22

44 gi|238616305 hypothetical protein MPER_00237 7148 6,18 2 125 43

45 gi|353235779 elated to HSP70 heat shock protein 70 (hsp70) 70700 5,9 3 141 4

47 gi|238604003 peroxiredoxin activity 13731 8,15 3 125 19

49 gi|325662687 CRISPR-associated protein cas1 39687 9,2 8 70 12

55 gi|71005690 nucleocytoplasmic transport/GTPase activity 24485 6,6 3 140 15

56 gi|238588706 nucleotide binding 17163 8,76 2 70 15

57 gi|392562483 ATPase V1/A1 complex subunit E 25622 5,65 4 220 13

58 gi|238604003 hypothetical protein MPER_03743 13731 8,15 3 95 21

61 gi|238589203 catalytic activity/Putative uncharacterized protein 28846 5,23 5 89 26

67 gi|302680901 6-phosphogluconolactonase activity 28823 5,87 2 109 12

72 gi|238610635 hypothetical protein MPER_01744 17988 9,59 4 175 27

74 gi|71024269 actin [Ustilago maydis 521] 41674 5,56 4 76 10

75 gi|238592806 6-phosphogluconolactonase activity 26464 5,7 2 85 8

76 gi|238568761 hypothetical protein MPER_15220 19779 8,88 3 100 21

77 gi|170091548 14-3-3 protein 29025 4,72 25 356 49

78 gi|170094730 ATP binding 67109 5,49 4 261 8

80 gi|6692796 protein domain specific binding 29009 4,67 2 124 8

82 gi|392593057 ribosomal protein S3Ae 29643 9,89 4 195 12

85 gi|320454976 ATP synthase beta subunit 53091 5,02 2 61 7

41

86 gi|241729762 hydrogen ion transporting ATP synthase activity,

rotational mechanism

60811 5,63 11 380 8

88 gi|238577244 hypothetical protein MPER_12668 13013 4,88 4 101 17

89 gi|238591230 Hipotetical protein 14077 9,74 4 206 39

90 gi|134093561 GTP cyclohydrolase I activity 29267 5,6 1 68 4

92 gi|302695459 inorganic diphosphatase activity 33083 5,55 2 79 6

93 gi|238601242 hypothetical protein MPER_04599 23278 6,58 3 142 18

94 gi|170087348 predicted protein 57818 5,56 3 188 6

95 gi|238576941 hypothetical protein MPER_12791 26384 9,23 3 90 12

97 gi|71005404 GTPase activity 49585 4,92 2 62 6

99 gi|522048074 F0F1-type ATP synthase, beta subunit, putative 60811 8,66 3 380 37

102 gi|170087850 phosphoglucomutase 61035 5,63 3 129 6

107 gi|238608426 Hypotetical protein 26620 9,61 12 262 22

109 gi|238608426 small ribosomal subunit 26620 9,61 2 125 10

112 gi|238593443 hypothetical protein MPER_07111 18178 9,5 7 302 35

115 gi|170117359 predicted protein 36315 6,42 10 129 8

121 gi|61676637 glutamine synthetase 39369 6,05 4 217 13

122 gi|71406398 transaldolase 36595 5,96 2 72 6

124 gi|1507725 Aspartic protease /aspartic-type endopeptidase

activity

49673 7,69 2 57 2

42

126 gi|308197112 Nautilin-63/ chitin binding 33147 9,2 1 65 6

127 gi|238578412 hypothetical protein MPER_12242 34479 5,49 7 346 27

128 gi|70780048 Glyceraldehyde-3-phosphate

dehydrogenase/glyceraldehyde-3-phosphate

dehydrogenase (NAD+) (phosphorylating) activity

37133 7,07 4 160 7

129 gi|238593443 Malate dehydrogenase/nucleotide binding 18178 9,5 4 129 44

131 gi|238583801 Putative uncharacterized protein/hydrolase

activity, hydrolyzing O-glycosyl compounds

22597 5,47 4 155 28

135 gi|238578673 hypothetical protein MPER_12143 36086 5,47 5 177 20

137 gi|238578673 hypothetical protein MPER_12143 36086 5,47 5 106 22

139 gi|58262444 acyl-CoA oxidase 47644 6,02 1 59 2

141 gi|302686514 hypothetical protein SCHCODRAFT_85085 90228 261 8 261 5

146 gi|299755136 succinate-CoA ligase 45011 5,91 3 86 5

149 gi|238593028 transaminase activity 17324 5,26 1 60 6

151 gi|170095049 structural constituent of ribosome 29347 9,07 3 90 12

153 gi|14194452 Actin-2/ATP binding 41979 5,31 19 768 39

158 gi|393215294 actin 1 41987 5,31 749 31

160 gi|1374715 ATP synthase subunit beta, mitochondrial/ATP

binding, calcium ion binding, hydrogen ion

transporting ATP synthase activity, rotational

51171 4.92 9 332 15

43

mechanism, hydrogen-exporting ATPase activity,

phosphorylative mechanism, lipoprotein particle

receptor activity

162 gi|393215294 Actin 1 41987 5.31 8 347 19

164 gi|6628 Actin-1/3 , /ATP binding 42024 5.30 3 71 10

165 gi|238565140 /transferase activity, transferring acyl groups other

than amino-acyl groups

16427 9.87 10 429 54

168 gi|238565140 /transferase activity, transferring acyl groups other

than amino-acyl groups

16427 9.87 2 72 23

169 gi|169844380 6-phosphogluconate dehydrogenase 53846 6.17 23 466 17

170 gi|302677927 S-adenosyl-L-homocysteine hydrolase 47366 5.83 10 328 18

171 gi|238577896 hypothetical protein MPER_12437 44352 6.37 5 170 15

174 gi|238585247 ATP synthase subunit alpha/proton-transporting

ATPase activity, rotational mechanism

38935 9.33 4 205 16

177 gi|169869158 ATP-dependent RNA helicase eIF4A/nucleic acid

binding

45456 5.15 5 254 14

178 gi|238566324 /translation elongation factor activity 20427 64

181 gi|170096756 Adenosylhomocysteinase/adenosylhomocysteinase

activity

47098 5.88 3 86 6

182 gi|398392944 cdc12 like protein 44197 8,55 3 122 8

44

183 gi|288905378 O-acetylhomoserine (Thiol)-lyase /lyase activity 46511 5.02 1 64 2

184 gi|238611335 metalloendopeptidase activity 16273 4.59 2 77 14

187 gi|238600618 ATP binding 26977 5.16 2 111 14

188 gi|238566324 translation elongation factor activity 20427 8.80 4 159 26

189 gi|390604703 rab GDP-dissociation inhibitor [Punctularia

strigosozonata HHB-11173 SS5]

50272 5,24 8 337 18

190 gi|238614748 GTP binding, structural molecule activity 18573 6.63 2 76 16

191 gi|238573081 Transferase activity, transferring alkyl or aryl

(other than methyl) groups

11457 7.90 1 82 12

195 gi|238611335 hypothetical protein MPER_01542 16387 4,59 2 80 14

197 gi|393245698 ATP synthase F1, beta subunit 58080 5.89 64 191 14

199 gi|238583897 /glycine hydroxymethyltransferase activity 29799 6.62 5 258 11

200 gi|67043884 Translation elongation factor 1-alpha/translation

elongation factor activity

35859 8.53 2 89 9

203 gi|169844380 6-phosphogluconate dehydrogenase/

decarboxylating/phosphogluconate dehydrogenase

(decarboxylating) activity

53846 6.17 5 157 10

204 gi|393245698 ATP synthase F1, beta subunit 58080 5.89 8 450 18

207 gi|238585247 hipotetical protein 38935 9.33 56 798 47

209 gi|336366127 hypothetical protein SERLA73DRAFT_188396 54135 7,69 3 137 8

45

210 gi|630173551 hypothetical protein Moror_17341 57098 5.19 4 204 8

213 gi|238585247 Moniliophthora perniciosa FA553 38935 9.33 3 216 11

215 gi|238601659 hypothetical protein MPER_04475 36552 6.35 4 126 14

217 gi|170099379 acyl-CoA-dehydrogenase, peroxisomal 57898 8.04 9 151 7

223 gi|238603349 hypothetical protein MPER_03935 20501 5.87 2 169 14

224 gi|169861658 Coprinopsis cinerea okayama 49695 5.13 14 225 13

226 gi|170097792 UTP-glucose-1-phosphate

uridylyltransferase/UTP:glucose-1-phosphate

uridylyltransferase activity

56858 8.49 9 343 17

229 gi|75910334 Response Regulator Receiver Signal Transduction

Histidine Kinase/protein-glutamate methylesterase

activity

49964 5.33 7 79 19

231 gi|238585247 hypothetical protein MPER_09856 38935 9.33 11 525 29

233 gi|238585247 hypothetical protein/hydrogen ion transporting

ATP synthase activity, rotational mechanism

proton-transporting ATPase activity, rotational

mechanism

38935 9.33 5 298 18

234 gi|3318722 Chain E, Leech-Derived Tryptase

InhibitorTRYPSIN COMPLEX/serine-type

endopeptidase activity

24142 8.26 4 191 17

46

236 gi|238600895 hypothetical protein MPER_04711 19701 9.81 3 149 20

239 gi|238590475 /nucleotidyltransferase activity 21068 6.11 7 391 47

240 gi|238608124 hypothetical protein MPER_02477 30472 4.89 2 65 8

242 gi|229485425 FMRFamide-7 972 5.91 1 28 87

247 gi|238590475 Nucleotidyltransferase activity 21068 6.11 3 132 21

249 gi|302681769 succinate dehydrogenase activity 62272 8.11 14 508 16

250 gi|390594669 chaperonin GroL 62301 5.38 15 532 18

252 gi|302681769 hypothetical protein SCHCODRAFT_69018 62272 8.11 15 350 13

253 gi|302681769 hypothetical protein SCHCODRAFT_69018

succinate dehydrogenase activity

62272 8.11 7 233 4

262 gi|170094730 predicted protein 68830 5.49 3 115 4

263 gi|299754101 heat shock protein 67280 5.33 5 278 10

265 gi|238593465 hypothetical protein MPER_07102 8983 9.70 2 67 29

266 gi|302692408 hypothetical protein SCHCODRAFT_81271 68105 5.48 5 164 7

267 gi|71005380 unfolded protein binding/hypothetical protein

UM01209.1

72321 5.63 4 201 3

268 gi|299753594 Heat shock cognate 70 / ATP binding 70717 5.09 16 748 20

270 gi|148271329 molecular chaperone DnaK /unfolded protein

binding

67112 4.65 2 147 4

278 gi|390598102 heat shock cognate 70 70364 5,13 6 229 12

47

284 gi|299738966 aconitase/aconitate hydratase activity 84985 6.23 3 130 3

287 gi|116196472 CHGG_04834 ATP binding 84800 5.07 2 154 3

297 gi|170093996 predicted protein 16753 6.84 3 76 13

301 gi|238584385 hypothetical protein MPER_10155 heme binding 14254 4.81 5 146 26

304 gi|169848944 valosin-containing protein / nucleoside-

triphosphatase activity

90192 4.91 5 200 6

305 gi|238606531 Putative uncharacterized protein 18936 4.99 8 285 31

306 gi|595780898 hypothetical protein FOMMEDRAFT_148130 16262 5,26 4 206 33

310 gi|238565140 hypothetical protein MPER_16210 / transferase

activity, transferring acyl groups other than amino-

acyl groups

16427 9.87 ? 113 45

311 gi|58258893 Acetyl-CoA C-acyltransferase, putative /

transferase activity, transferring acyl groups other

than amino-acyl groups

43760 7.01 1 60 5

312 gi|169864529 Succinate dehydrogenase/oxidoreductase activity 31286 8.49 2 77 7

314 gi|238588195 electron carrier activity 29113 8.46 3 65 11

320 gi|395334576 succinate-CoA ligase 34700 9,36 2 134 7

324 gi|336364162 oxidoreductase activity 38339 5.62 4 168 12

325 gi|238588592 Aspartate aminotransferase/pyridoxal phosphate

binding

21992 7.31 9 414 30

48

326 gi|238588592 Aspartate aminotransferase/pyridoxal phosphate

binding

21992 7.31 3 95 12

337 gi|238568934 protein disulfide oxidoreductase activity 17653 4.64 6 285 44

341 gi|302695081 Pyruvate kinase/pyruvate kinase activity 58231 6.00 2 99 3

346 gi|170097613 Predicted protein/ATP binding 73590 5.17 14 662 15

351 gi|392597904 enolase 47350 6,12 4 188 9

353 gi|170097613 ATP binding 73590 5.17 3 146 4

359 gi|390598392 nucleoside diphosphate kinase 16822 6,97 3 92 25

362 gi|18654466 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase 18169 5.93 1 84 7

378 gi|169849981 argininosuccinate synthetase 47673 5,28 8 276 10

381 gi|393220879 isocitrate dehydrogenase 47350 5,99 9 301 14

383 gi|66473253 translation elongation factor 1-alpha 39018 7,29 4 198 13

384 gi|392597600 P-loop containing nucleoside triphosphate

hydrolase protein

94732 6,19 4 165 6

385 gi|170094810 Ligase 74987 7,57 1 84 1

386 gi|299749855 6-phosphofructokinase 91797 8,44 3 119 4

388 gi|392596225 polyketide synthetase 115428 5,9 8 366 8

390 gi|238591928 hypothetical protein MPER_07626 40526 8,84 1 66 4

395 gi|392566811 kinesin heavy chain 107763 5,8 5 241 7

397 gi|440640565 large subunit ribosomal protein L30e 11916 9,7 6 240 22

49

398 gi|238592521 hypothetical protein MPER_07428 42668 6,62 1 60 3

399 gi|395328573 NAD-dependent glutamate dehydrogenase 119422 6,39 4 260 6

400 gi|390602556 RNA-binding domain-containing protein 15629 6,54 3 93 9

402 gi|242212506 60S ribosomal protein L17/L23 14811 10,2 5 207 30

404 gi|238584385 hypothetical protein MPER_10155 14254 4,81 1 62 14

405 gi|238606531 hypothetical protein MPER_02967 18936 4,99 23 867 59

407 gi|170106427 60S ribosomal protein L18 20994 11,04 1 81 6

408 gi|238609693 hypothetical protein MPER_02009 14957 5,72 4 140 47

410 gi|392569814 40S ribosomal protein S5-1 22628 9,84 4 266 18

412 gi|393215789 ATP synthase d subunit 19217 6,93 3 117 12

413 gi|336373463 hypothetical protein SERLA73DRAFT_103829 22597 5,7 12 427 24

415 gi|390599287 60S ribosomal protein L10 25270 10,3 5 191 18

416 gi|238579620 hypothetical protein MPER_11800 35911 6,06 2 134 7

417 gi|409082095 hypothetical protein AGABI1DRAFT_111072 33918 6,07 4 230 16

418 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase 37133 7,07 4 235 12

419 gi|395335098 proteasome subunit alpha type 5 27015 5,05 14 426 29

420 gi|238566502 hypothetical protein MPER_15840 11063 5,01 3 159 35

421 gi|393217697 40S ribosomal protein S8 C170:C191 23846 10,93 3 159 12

424 gi|170089877 20S proteasome subunit 27962 7,85 2 143 7

425 gi|58258181 prohibitin PHB1 30376 7,9 3 101 11

50

428 gi|307206434 Succinate dehydrogenase [ubiquinone] iron-sulfur

subunit, mitochondrial [Harpegnathos saltator]

26478 8,94 3 162 10

429 gi|238579307 hypothetical protein MPER_11912 22361 10,56 4 113 15

430 gi|238568133 hypothetical protein MPER_15399 10878 8,52 5 253 43

431 gi|2706555 succinate dehydrogenase iron-sulfur subunit 28836 8,13 3 230 9

432 gi|1749530 unnamed protein product 56165 8,09 1 59 3

435 gi|238568133 hypothetical protein MPER_15399 10878 8,52 5 229 49

438 gi|392597175 hypothetical protein CONPUDRAFT_161234 29741 6,86 5 195 15

441 gi|238605728 hypothetical protein MPER_03217 11553 8,26 7 308 61

442 gi|353237732 probable 40S ribosomal protein S2 28426 10,25 4 183 17

445 gi|393243068 voltage-dependent ion-selective channel 31922 9,05 2 146 6

446 gi|238588195 hypothetical protein MPER_08879 29113 8,46 2 71 10

447 gi|238566278 hypothetical protein MPER_15904 13255 4,94 1 50 11

450 gi|392593057 ribosomal protein S3Ae 29643 9,89 3 92 9

451 gi|238605728 hypothetical protein MPER_03217 11553 8,26 2 85 26

452 gi|238588748 hypothetical protein MPER_08697 15466 6,58 4 126 21

453 gi|238577092 hypothetical protein MPER_12724 33843 6,34 1 74 4

454 gi|336383933 F-actin capping protein 30913 4,82 3 150 11

456 gi|299743770 2-nitropropane dioxygenase 36153 8,2 3 107 4

457 gi|238579827 hypothetical protein MPER_11741 32143 6 2 60 9

51

458 gi|302678229 hypothetical protein SCHCODRAFT_44661 27409 8,83 1 63 3

460 gi|238584839 hypothetical protein MPER_09999 38146 5,78 1 62 5

461 gi|6015061 Elongation factor 1-alpha 50444 9,2 7 262 13

464 gi|238579827 hypothetical protein MPER_11741 32143 6 16 435 37

465 gi|299752705 proteasome regulatory subunit 12 37925 5,28 2 223 9

466 gi|6015061 Elongation factor 1-alpha 50444 9,2 9 345 16

467 gi|58758727 translation elongation factor EF1-alpha 44499 8,55 5 201 17

469 gi|238597707 hypothetical protein MPER_05711 29403 5,4 17 791 55

470 gi|1535 unnamed protein product 38195 5,94 1 53 4

471 gi|392593272 acetolactate synthase 38789 7,85 5 193 20

472 gi|395334576 succinate-CoA ligase 34700 9,36 2 135 7

473 gi|58758727 translation elongation factor EF1-alpha 44499 8,55 4 171 12

474 gi|409081769 actin 1 42052 5,31 9 433 25

476 gi|393248185 translation elongation factor 50380 9,2 17 491 23

477 gi|34330248 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase 36760 7,6 4 134 8

478 gi|238608655 hypothetical protein MPER_02316 17291 4,98 5 212 25

479 gi|238588592 hypothetical protein MPER_08751 21992 7,31 7 370 31

480 gi|328766758 hypothetical protein BATDEDRAFT_37532 31328 5,54 2 67 4

481 gi|58758727 translation elongation factor EF1-alpha 44499 8,55 19 443 19

482 gi|392560351 GDP-mannose 4,6-dehydratase 45689 7,16 9 348 22

52

483 gi|170084477 predicted protein 94069 6,24 3 88 2

484 gi|409081931 hypothetical protein AGABI1DRAFT_97319 36121 5,24 3 140 7

486 gi|169848944 valosin-containing protein 90192 4,91 9 354 8

487 gi|169864162 60S ribosomal protein L4 40999 11,36 7 372 25

488 gi|299755817 septin 42130 5,08 3 187 9

490 gi|170095049 40S ribosomal protein S3 29347 9,07 4 246 17

491 gi|21229690 3-oxoacyl-ACP synthase 36891 5,58 3 65 3

492 gi|238613709 hypothetical protein MPER_00887 17901 6,67 3 107 16

493 gi|402225401 heat shock cognate 70 70687 5,12 6 303 11

494 gi|238565140 hypothetical protein MPER_16210 16427 9,87 5 261 34

495 gi|393245698 ATP synthase F1, beta subunit 58080 5,89 13 530 23

498 gi|393220373 26S proteasome subunit P45 46624 5,36 16 584 27

499 gi|393245927 26S proteasome subunit P45 50830 5,95 7 441 19

500 gi|389741848 2-methylcitrate dehydratase 60866 8,58 9 514 15

501 gi|336371323 hypothetical protein SERLA73DRAFT_179784 53397 6,22 8 141 15

502 gi|169844743 26S proteasome non-ATPase regulatory subunit

12

54847 7,19 6 257 11

505 gi|170096726 aconitate hydratase 2 83306 6 4 115 3

506 gi|238570854 hypothetical protein MPER_14616 15274 5,34 2 90 11

507 gi|389744766 26S proteasome subunit P45 47457 4,95 13 532 31

53

508 gi|170087850 phosphoglucomutase 61035 5,63 6 358 11

509 gi|299744867 phosphoglucomutase 63398 5,49 9 272 12

512 gi|238595936 hypothetical protein MPER_06279 32157 5,87 6 296 21

514 gi|389739603 T-complex protein 1 60005 5,86 2 90 4

515 gi|170085801 calnexin 60167 4,85 2 59 4

516 gi|238588310 hypothetical protein MPER_08844 41095 6,08 9 299 36

517 gi|393216883 heat shock protein HSS1 72717 5,17 7 336 13

518 gi|238591928 hypothetical protein MPER_07626 40526 8,84 1 99 4

519 gi|238583378 hypothetical protein MPER_10535 53875 8,87 7 119 16

520 gi|238602887 hypothetical protein MPER_04084 24760 4,57 3 108 7

521 gi|397648746 dihydroxyacetone synthase 71858 6,27 14 596 25

522 gi|299741158 hsp70-like protein 71962 5,11 24 911 21

524 gi|395331560 glycyl-tRNA synthetase 72984 5,93 4 174 4

525 gi|238576970 hypothetical protein MPER_12779 64963 6,02 3 191 7

526 gi|409081292 ATP1 alpha subunit of the F1 sector of

mitochondrial F1F0 ATP synthase [Agaricus

bisporus var. burnettii JB137-S8]

58272 9,15 7 312 15

528 gi|242780882 spore-specific catalase CatA 83951 6,68 2 81 2

529 gi|238589951 hypothetical protein MPER_08293 16701 6,74 3 117 35

530 gi|238586468 hypothetical protein MPER_09428 38972 5,36 3 111 8

54

531 gi|238592521 hypothetical protein MPER_07428 42668 6,62 3 98 6

532 gi|392597600 P-loop containing nucleoside triphosphate

hydrolase protein

94732 6,19 9 414 13

533 gi|353227227 probable EFT2-translation elongation factor eEF2 87854 6,23 6 211 12

534 gi|238592521 hypothetical protein MPER_07428 42668 6,62 7 290 19

537 gi|118594750 phosphoserine aminotransferase 40630 6,02 1 93 3

538 gi|238591077 hypothetical protein MPER_07904 31652 7,66 4 183 12

539 gi|392567159 Adenylosuccinate synthetase 47778 6,48 6 275 14

542 gi|392571029 eukaryotic translation elongation factor 2 94118 6,15 4 220 4

543 gi|170084477 predicted protein 94069 6,24 7 125 11

544 gi|170097792 UTP-glucose-1-phosphate

uridylyltransferase+C258:C279

56858 8,49 17 707 33

545 gi|238603498 hypothetical protein MPER_03886 13557 8,87 2 89 2

546 gi|170104184 beta-tubulin 1 tubb1 50416 4,79 15 464 27

547 gi|238583862 hypothetical protein MPER_10349 22351 7,42 2 73 6

548 gi|170116680 60S ribosomal protein L23 14816 10,07 2 62 10

549 gi|389742654 transaldolase 36245 5,84 3 188 9

551 gi|238565140 hypothetical protein MPER_16210 16427 9,87 9 390 46

555 gi|238585247 hypothetical protein MPER_09856 38935 9,33 13 321 45

556 gi|389629144 vacuolar protein sorting-associated protein 1 77325 8,5 2 104 4

55

557 gi|238585247 hypothetical protein MPER_09856 38935 9,33 7 153 27

558 gi|238587386 hypothetical protein MPER_09111 27196 5,78 2 92 11

562 gi|170085801 calnexin 60167 2 112

619 gi|390597964 inositol phosphatase 37052 5 152

635 gi|1749530 6-phosphogluconate dehydrogenase,

decarboxylating

56165 2 102

638 gi|238600618 ATP-binding 26977 2 79

642 gi|389745484 ATP synthase F1 alpha subunit 58733 11 386

645 gi|189191514 dihydrolipoyl dehydrogenase, mitochondrial

precursor

54684 2 64

649 gi|170097792 UTP-glucose-1-phosphate uridylyltransferase 56858 5 113

651 gi|170087850 phosphoglucomutase 61035 5 180

655 gi|392569756 chaperonin-containing T-complex zeta subunit

Cct6

60044 6.59 2 84 4

658 gi|302692708 Oxirredutase 70947 3 92

667 gi|392571029 eukaryotic translation elongation factor 2 94118 2 108

668 gi|238589951 hypothetical protein MPER_08293 16701 6.74 2 59 17

670 gi|392571029 eukaryotic translation elongation factor 2 94118 4 198

672 gi|238603935 hypothetical protein MPER_03761 21676 1 60

673 gi|71020137 ATPase activity 117438 2 68

56

684 gi|238585695 oxidoreductase activity 20750 6.17 3 102 21

687 gi|238576941 oxidoreductase activity 26384 9.23 4 193 19

688 gi|559005 Ascorbate peroxidase/heme binding 27656 5.43 1 63 4

695 gi|237824249 Peptidyl-prolyl cis-trans isomerase/protein folding 17721 8.99 9 402 45

698 gi|238588282 aldehyde-lyase activity 9966 5.37 6 257 37

700 gi|238584608 ATP binding 29158 4.54 8 396 18

707 gi|215463501 MPER_05655 29725 5,34 7 61 33

710 gi|170094152 Proteasome subunit alpha type/ threonine-type

endopeptidase activity

29740 8.35 3 118 14

714 gi|7549229 heat shock protein 90 ATP binding, unfolded

protein binding

78939 4.82 2 97 3

717 gi|238593443 Malate dehydrogenase/nucleotide binding 18178 6 217

718 gi|73745439 Heat shock protein 90/ ATP binding, unfolded

protein binding

14204 7.98 2 90 19

719 gi|238593443 hypothetical protein MPER_07111 18178 9.50 6 217 36

727 gi|238570289 Putative uncharacterized protein/None 9911 9.53 1 64 13

728 gi|238588592 hypothetical protein MPER_08751 21992 7.31 4 153 24

732 gi|7199 Actin-3/structural constituent of cytoskeleton 42117 5.25 3 80 10

735 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase 37133 7,07 3 79 6

739 gi|302690980 Heat-shock protein 90/ATP binding,unfolded 80266 3 139

57

protein binding

742 gi|50424825 DEHA2F14740p /nucleoside-triphosphatase

activity

46556 5.43 2 91 5

747 gi|238605505 Putative uncharacterized protein/None 17558 8.61 2 104 15

751 gi|302690980 heat-shock protein 90 80266 4.95 3 139 5

759 gi|170087204 predicted protein 71300 5,12 8 80 12

769 gi|1703157 Actin/ATP binding 41938 5.38 3 85 13

772 gi|170097792 UTP-glucose-1-phosphate

uridylyltransferase/UTP:glucose-1-phosphate

uridylyltransferase activity

56858 8.49 3 122 5

773 gi|238575793 Putative uncharacterized protein 38029 6.08 12 600 36

774 gi|170084385 Predicted protein . 57773 5.77 3 153 8

776 gi|169861658 Alpha1 tubulin/structural molecule activity 49695 5.13 4 197 10

780 gi|82561913 ATP synthase F0 subunit 9 1658 8.53 1 30 94

782 gi|238608426 hypothetical protein MPER_02384 26620 9.61 2 153 10

786 gi|238594848 hypothetical protein MPER_06644 30095 6,85 1 87 5

788 gi|170094730 Predicted protein/ATP binding 67109 5.49 3 90 6

789 gi|390598102 heat shock cognate 70 [ 70364 5,13 8 315 14

792 gi|170097613 predicted protein 73590 5,17 5 214 8

793 gi|490512397 arginine repressor 17357 9,1 5 65 18

58

811 gi|302690980 heat-shock protein 90 80266 4.95 4 165 6

Supplemental Table 2: Ratio values for each protein spot used to perform the hierarchical clustering analysis.

Spot

number:

Protein name (Putative

function):

gel3_0: gel1_0: gel2_0: r 1 2hs: r 2 2hs: r 3 2hs: r 1 4hs: r 2 4hs: r 3 4hs:

19 eukaryotic translation initiation

factor 5A

1,67089 1,15852 1,96513 0,56952

9

0,56922

6

0,59312

8

0,77900

2

0,76086 0,93370

7

20 structural constituent of ribosome 2,17848 0 1,45791 0,68544 0,68507

6

0,71384

2

0,85094

8

1,44017 0,98813

7

25 PPIases accelerate the folding of

proteins

1,07795 1,13136 1,57934 0,86654

7

0,86608

7

0,90245

3

0,90736

3

0,75291

7

0,91597

9

27 oxidoreductase activity 0,85989

4

1,30874 0,84284

3

1,14573 1,14512 1,19321 0,91810

3

0,75496

2

0,83140

1

32 superoxide dismutase activity 0,80424

6

0,69498

5

1,04364 1,23861 1,23795 1,28993 1,14572 0,65096 0,89396

6

34 hypothetical protein

MPER_09632

2,46838 2,35232 1,0005 0,52510

9

0,52483 0,54686

7

0,73306

9

0,49696

2

0,35195

8

38 glycolipid transporter activity 1,11979 1,4911 1,27897 0,81356 0,81312

7

0,84727 0,80793

4

0,98404

7

0,84420

9

39 L-malate dehydrogenase activity 0,94991 0 0,75450 0,85406 0,85360 0,88944 1,00034 2,57416 1,12397

59

2 7 6 8

41 pyridoxamine-phosphate oxidase

activity

0,66058

8

0,64704

9

0,94796

5

1,2073 1,20666 1,25732 1,11121 0,81955

5

1,14235

44 sequencia incompleta 1,52667 1,89212 1,74351 0,64664

1

0,64629

8

0,67343

5

0,68234

7

0,57505

8

0,61392

1

47 peroxiredoxin activity 0,75079

1

0,63650

4

0,98118

3

1,14938 1,14877 1,19701 1,42914 0,75809

9

0,94913

49 triosephosphate isomerase 0,74057

3

0,63414

9

0,95049

8

1,23966 1,239 1,29103 0,91747

9

0,92055

7

1,06705

55 nucleocytoplasmic

transport/GTPase activity

1,80493 1,11747 1,00196 0,84046

8

0,84002

1

0,87529

3

0,93210

4

0,85765

9

0,73009

3

56 nucleotide binding 0,84959

1

0,98774

1

1,15749 0,93941 0,93891

1

0,97833

5

1,2405 1,29368 0,61433

9

57 hydrogen ion transporting ATP

synthase activity, rotational

mechanism

1,07089 1,11483 1,51566 0,76214 0,76173

4

0,79371

9

0,87437

5

0,97871

6

1,12792

58 Belongs to the peptidase T1B

family./ Threonine protease

0,76082

2

0,96457 1,24135 1,11591 1,11532 1,16215 1,00331 0,71517

1

0,92139

2

61 catalytic activity/Putative

uncharacterized protein

1,17072 1,0187 1,10157 0,89960

7

0,89912

8

0,93688

2

1,25374 0,84288

2

0,87677

6

60

67 6-phosphogluconolactonase

activity

1,10859 1,06426 1,40426 0,84011

7

0,83967

1

0,87492

8

1,00385 0,89438

6

0,96993

4

72 Cryptococcus gattii WM276 1,3433 1,487 0,45943

5

1,10287 1,10228 1,14856 0,67226

4

1,08858 0,59570

8

74 actin [Ustilago maydis 521] 0,62854 0,89783

3

0 1,20975 1,20911 1,25988 1,24549 1,33153 1,21788

75 6-phosphogluconolactonase

activity

1,40028 1,05558 1,30406 0,88349

8

0,88302

8

0,92010

6

0,92024

6

0,74696

4

0,88623

7

76 hypothetical protein

MPER_15220

0,97922

2

0,79885

7

1,33828 1,17117 1,17055 1,2197 0,86924

4

0,68592 0,76707

77 14-3-3 protein 1,20268 1,25912 1,10413 0,99258

1

0,98851

1

1,03002 0,82973

8

0,66905

1

0,92417

6

78 ATP binding 1,42531 1,39868 1,44438 1,03764 1,03708 1,08063 0,60488

7

0,37185 0,59953

5

80 protein domain specific binding 1,20354 0,99679 1,45504 0,92871

4

0,92822 0,96719

6

1,02841 0,70583

9

0,78625

82 Ribossomal protein 1,57043 1,40456 0,46631

1

0,90297

6

0,90249

6

0,94039

1

0,75756

5

1,26762 0,78765

6

86 hydrogen ion transporting ATP

synthase activity, rotational

2,04589 2,08648 2,51133 0,41493

8

0,41471

8

0,43213

1

0,40237

6

0,33898

6

0,35315

2

61

mechanism

88 Hypothetical protein

MPER_12668

0,55151

8

0,54144

4

0,78962 1,29219 1,2915 1,34573 1,04723 1,22119 0,91957

9

89 Hipotetical Moniliophthora

perniciosa FA553

0,44013

7

0,50881

2

0,62145

2

1,45816 1,45738 1,51858 0,96226

1

0,79771

2

1,23551

90 GTP cyclohydrolase I activity 0,71636

3

0,48591

9

0,83268

3

1,21677 1,23394 1,27843 1,18024 1,01135 1,04431

92 inorganic diphosphatase activity 1,12226 1,2254 1,57631 0,76459

6

0,76419 0,79627

7

0,84519

4

0,85747

7

1,04829

93 Hypothetical protein

MPER_04599

0,70162

6

0,54518

5

0,76402

9

1,35486 1,35414 1,411 0,86026

9

0,86255

9

1,14633

94 hypothetical protein

MPER_04451

1,6188 0,82081

4

0 1,28063 1,27995 1,3337 0,76549

5

0,95131

8

0,94929

1

95 hypothetical protein

MPER_12791

0,37042

6

0,48597

6

0,55679

2

1,17916 1,17853 1,22802 1,88465 0,92087

7

1,19557

97 GTPase activity 1,13781 0,78484

5

1,94903 0,66055

8

0,66020

7

0,68792

8

1,1014 0,75054

9

1,26767

99 F0F1-type ATP synthase, beta

subunit, putative

0,40918

8

0,60517

4

0,66898

5

1,23192 1,23126 1,28296 1,09813 1,18339 1,28899

102 phosphoglucomutase 0,66739 0,64852 0,98169 1,19017 1,18954 1,23949 0,83371 0,92335 1,32612

62

2 4 5 5 1

107 hypothetical protein

MPER_07111

0,95302 0,94905

3

1,10192 0,92062

4

0,92013

4

0,95877 1,17384 0,83079

1

1,19185

112 hypothetical protein

MPER_07111

0,56485

7

0,51780

2

0,83879

1

1,17096 1,17034 1,21948 1,25399 0,74674

8

1,51704

115 Predicted protein 0,43926

1

0,54186

2

0,74073

7

1,26068 1,26792 1,31164 1,21264 0,84676

6

1,37849

119 Trpsin 0,57281

7

0,48094

5

0,79288

9

1,27066 1,26999 1,32332 0,97285

6

1,01528 1,30124

121 Ligase 0,49087

3

0,45638

9

0,55971

2

1,37337 1,37264 1,43027 1,26241 0,86831 1,18603

122 TAL1 1,07109 1,36255 1,46346 0,86678

5

0,86632

4

0,9027 0,93401

3

0,66305

9

0,87002

2

126 Nautilin-63/ chitin binding 0,54549

1

0,48932

6

0,64072

1

1,27519 1,27451 1,32803 1,07993 1,05411 1,3127

127 Putative uncharacterized protein/

peptidase activity

1,37003 1,3945 1,81083 0,94764

6

0,94714

2

0,98691

2

0,45613

8

0 1,0868

128 Glyceraldehyde-3-phosphate

dehydrogenase/glyceraldehyde-3-

phosphate dehydrogenase

0,83623

8

1,51827 1,55755 0,59335

9

0,59304

4

0,61794

5

0,60718 2,19517 0,48124

3

63

(NAD+) (phosphorylating)

activity

129 Malate dehydrogenase/nucleotide

binding

0,98957

6

0,78659

3

0,77481

5

1,11388 1,11329 1,16003 1,01242 0,86997

2

1,17942

131 Putative uncharacterized

protein/hydrolase activity,

hydrolyzing O-glycosyl

compounds

0,80119

5

0,88154 1,55091 1,03914 1,03858 1,08219 0,92358

9

0,68772

1

0,99513

6

135 hypothetical protein

MPER_12143

1,4437 1,31435 1,25945 0,63045

6

0,63012

1

0,65657

9

1,00435 1,00952 1,05145

139 acyl-CoA oxidase 1,26994 1,12298 0,68719

7

0,92613

5

0,88194

3

0,92471

6

0,87817

3

1,12607 1,18285

141 acyl-CoA oxidase 1,93382 1,79978 2,04049 0,41861

2

0,41838

9

0,43595

7

0,73915

8

0,54718

7

0,66659

9

146 Actin-2/ATP binding 1,08963 1,19317 1,19974 0,71732

9

0,71694

8

0,74705

2

1,1017 1,10526 1,12918

149 Putative uncharacterized protein

/transaminase activity

1,21867 0 1,29407 1,15229 1,15168 1,20003 1,47651 0,90320

9

0,60354

1

151 Predicted protein/ structural

constituent of ribosome

2,60556 1,37608 0,41112

2

0,63522

8

0,63489 0,66154

9

0,66746

5

1,251 0,75710

7

64

153 Actin-2/ATP binding 1,42048 1,40782 1,64922 0,68905

1

0,68868

5

0,71760

2

0,67505

1

0,77197

9

0,98011

8

158 actin-1 0,87633

5

0,80507

3

0,82742 1,12172 1,12112 1,1682 0,86106

8

1,07564 1,14343

160 ATP synthase subunit beta,

mitochondrial/ATP binding,

calcium ion binding, hydrogen

ion transporting ATP synthase

activity, rotational mechanism,

hydrogen-exporting ATPase

activity, phosphorylative

mechanism, lipoprotein particle

receptor activity

1,32567 1,39754 1,52465 0,70029

5

0,69992

3

0,72931

2

0,87236

1

0,71326 1,03699

164 Actin-1/3 , /ATP binding 1,42043 1,1381 1,74639 0,55308

6

0,55279

2

0,57600

4

1,11026 0,97248

9

0,93045

5

165 Putative uncharacterized protein

/transferase activity, transferring

acyl groups other than amino-acyl

groups

0,27893

6

0,46879

7

0,42931

9

2,3121 2,31087 1,10671 0,61409

6

0,61972

4

0,85944

8

168 Putative uncharacterized protein 0,58284 0,79795 0,62772 1,22852 1,22786 1,27942 1,0196 1,11842 1,11764

65

/transferase activity, transferring

acyl groups other than amino-acyl

groups

7 5 9

169 6-phosphogluconate

dehydrogenase

0,58012

6

0,40242 1,33536 1,02902 1,10119 1,13626 1,21996 1,03261 1,16305

170 S-adenosyl-L-homocysteine

hydrolase

0,61042

2

0,36353

3

0,36198

7

1,15661 1,13995 1,24999 1,35731 1,60469 1,15551

171 hypothetical protein

MPER_12437

0,30336 0,30515

6

0,68234

3

1,62681 1,62595 1,69422 0,80940

1

0,88788

6

1,06488

177 ATP-dependent RNA helicase

eIF4A/nucleic acid binding

0,68266

8

0,62315

5

0,77620

9

1,22433 1,2416 1,29216 1,04136 0,77179

9

1,34672

182 Cdc12 like protein 0,22388

2

0,51404

6

0,36990

9

1,455 1,45423 1,51529 1,09903 0,89266

8

1,47594

184 Putative uncharacterized protein

/metalloendopeptidase activity

1,36495 1,56584 1,71388 0,63515

9

0,63482

2

0,66147

8

0,71458 0,82654

8

0,88274

8

187 Putative uncharacterized

protein/ATP binding

0,76224

5

0,69300

3

0,83903

6

1,07654 1,0964 1,13045 1,16375 1,14723 1,09134

188 Putative uncharacterized

protein/translation elongation

factor activity

1,03266 0,86657

7

0,95681

4

1,01645 1,01591 1,05856 1,15281 0,88617

4

1,01406

66

189 RAB GDP-dissociation inhibitor

/Rab GDP-dissociation inhibitor

activity

0,67266

7

0,70564

4

0,87781

4

1,16478 1,16416 1,21304 1,12683 0,90861

5

1,16646

190 Putative uncharacterized protein

/GTP binding, structural molecule

activity

1,1555 0,89919

7

1,31507 0,61459

1

0,61426

4

0,64005

6

0,84816

2

1,28934 1,62383

191 Putative uncharacterized protein

/transferase activity, transferring

alkyl or aryl (other than methyl)

groups

0,66082

7

0 0,70096

5

1,34005 1,33934 1,39558 1,01248 1,17363 1,37713

195 Hypothetical protein

MPER_01542

1,46744 1,59093 0,99757 0,94968

7

0,94918

2

0,98903

8

0,75025

7

0,72738

2

0,57851

1

197 ATP synthase F1, beta subunit 0,62882

5

0,69919 0,71559

6

1,27553 1,27485 1,32838 1,11046 0,93291

9

1,03426

199 Putative uncharacterized protein

/glycine

hydroxymethyltransferase activity

0,33458

3

0,49785

3

0,40545

7

1,67234 1,67145 1,74163 0,61294

2

0,49896

4

1,56479

200 Translation elongation factor 1-

alpha/translation elongation factor

activity

1,28368 1,2837 0,21063 0,76980

4

0,76939

5

0,80170

1

1,42473 1,59494 0,86140

7

67

203 6-phosphogluconate

dehydrogenase/

decarboxylating/phosphogluconat

e dehydrogenase

(decarboxylating) activity

1,05053 0,75255

8

0 1,55164 1,55082 1,61594 0,97430

3

0 1,50421

204 Auricularia delicata TFB-10046

SS5

0,54530

1

0,83340

2

0,92222

1

1,17108 1,17045 1,2196 0,99804

5

1,04005 1,09985

207 Moniliophthora perniciosa FA553 0,49985

3

0,15194

7

0,61816

8

1,90405 1,90304 1,98295 1,03066 0,90934

1

0

209 Putative uncharacterized

protein/metalloexopeptidase

activity

0,64591

1

0,57354

6

0,81580

2

1,18282 1,18219 1,23183 0,89395

9

0,89939

3

1,57455

210 Hypothetical protein

Moror_17341

1,13088 1,26034 1,3755 0,82851

7

0,82807

6

0,86284

7

0,82723 0,96702

1

0,91958

5

213 Moniliophthora perniciosa FA553 0,91059

9

0,89890

7

1,28576 1,00962 1,00908 1,05145 0,82338

8

0,86296

2

1,14824

215 hypothetical protein

MPER_04475 [Moniliophthora

perniciosa FA553]

1,08386 0,93698

9

1,45779 0,78519

7

0,78477

9

0,81773

2

1,10944 0,94339

1

1,08083

217 Acyl-CoA-dehydrogenase 0,13527 0,20728 0,11595 1,58554 1,58469 1,65123 1,18072 1,02958 1,50973

68

5 6 1

223 Putative uncharacterized

protein/None.

0,68546 0,44163

4

0,54269

4

1,26224 1,26157 1,31454 1,38927 1,18391 0,91867

8

224 Alpha-tubulin 0,90691

9

0,95444

3

0,88889 1,13208 1,13148 1,17899 0,67402

2

0,78971

1

1,34347

226 UTP-glucose-1-phosphate

uridylyltransferase/UTP:glucose-

1-phosphate uridylyltransferase

activity

0,25052 0 0,72400

4

1,63997 1,6391 1,70792 1,19685 0,71880

5

1,12282

229 Response Regulator Receiver

Signal Transduction Histidine

Kinase/protein-glutamate

methylesterase activity

0,82778

8

0,73626

7

0 1,19632 1,19568 1,24589 1,22765 1,21586 1,35456

231 Hypothetical protein

MPER_09856

0,58434

2

0,38411

7

0,58365

7

1,52902 1,5282 1,59237 0,80144

4

0,82458

7

1,17226

234 Chain E, Leech-Derived Tryptase

InhibitorTRYPSIN

COMPLEX/serine-type

endopeptidase activity

0,39725

2

0,60101

5

0,57278

8

1,39737 1,39662 1,45527 1,04754 0,92827

3

1,20387

236 Hypothetical protein 1,11703 0,81801 1,15007 0,94135 0,94084 0,98035 1,17044 0,94887 0,93302

69

MPER_04711 1 9 5 4 5

239 Putative uncharacterized

protein/nucleotidyltransferase

activity

0,67379 0,51273

8

0,61016

2

1,32211 1,32141 1,37689 1,11262 0,99219 1,07808

242 RecName: Full=FMRFamide-7 0,57734

3

0,83074

6

0,73452

5

1,0752 1,07463 1,11975 1,35822 1,08774 1,14186

247 Putative uncharacterized protein

/nucleotidyltransferase activity

0,29820

2

0,21467 0,24738

1

1,45379 1,48847 1,49887 1,08697 1,616 1,09564

249 hypothetical protein

SCHCODRAFT_69018/succinate

dehydrogenase activity

0,60105

4

0,37560

4

0,4539 1,36429 1,36357 1,42082 1,13704 1,07567 1,20805

250 Chaperonin GroL 0,64343

9

0,50790

4

0,65842

3

1,41373 1,41298 1,47231 0,92565

5

0,82567

6

1,13988

252 Hypothetical protein

SCHCODRAFT_69018

0,59926 0,93765

9

0,73253

3

1,37964 1,37891 1,43681 0,80223

4

0,61800

9

1,11495

253 hypothetical protein

SCHCODRAFT_69018

[Schizophyllum commune H4-

8]/succinate dehydrogenase

activity

0,63662

3

0,40144

6

0,95169

7

1,0861 1,08552 1,1311 1,67951 1,3078 0,72021

4

70

262 Predicted protein 0,77906 0,82126

5

1,01908 0,96159 0,96107

9

1,00143 0,95321

4

1,12678 1,3765

265 hypothetical protein

MPER_07102 [Moniliophthora

perniciosa FA553]/None.

1,0057 0,63568

5

0,77893 1,07139 1,07082 1,11578 1,0334 1,09835 1,18996

266 hypothetical protein

SCHCODRAFT_81271

[Schizophyllum commune H4-

8]/hydrogen ion transporting ATP

synthase activity, rotational

mechanism

0,53420

1

0,49297

4

0,66178

1

0,99440

1

0,99387

3

1,03561 1,17053 1,55549 1,56114

267 unfolded protein

binding/hypothetical protein

UM01209.1

0,91067

1

0,96448

7

1,01525 0,99288 0,99235

2

1,03402 0,57864

4

1,02657 1,48513

268 Heat shock cognate 70 / ATP

binding

0,94994

2

0,96635

6

1,42642 1,03872 1,03817 1,08176 0,88082

5

0,73933

1

0,87847

9

287 hypothetical protein

CHGG_04834 [Chaetomium

globosum CBS 148.51]/ATP

binding

0,90893

6

0,81366

2

0,71552

8

1,07177 1,0712 1,11618 0,92340

6

1,14478 1,23454

71

297 predicted protein 1,65535 1,81358 2,09642 0,50584

8

0,50558 0,52680

9

0,61454

5

0,70945

8

0,57240

9

325 Aspartate

aminotransferase/pyridoxal

phosphate binding

0,63542

2

0,99338

6

0,78625

4

1,30288 1,30219 1,35687 0,92944

5

0,72581

4

0,96774

1

337 Putative uncharacterized

protein/protein disulfide

oxidoreductase activity

0,80387

5

1,35321 0,84307 1,1326 1,132 1,17953 1,16715 0,44326

8

0,94529

7

353 predicted protein [Laccaria

bicolor S238N-H82]/ATP binding

0,25147 0,37890

1

0 1,64022 1,63935 1,70818 1,39646 0,78466

6

1,20075

359 Protein F25H2.5, confirmed by

transcript evidence/nucleoside

diphosphate kinase activity

1,46391 1,42652 2,31029 0,62171

4

0,63981

3

0,65204

9

0,53155

6

0,70566

7

0,64848

8

362 glyceraldehyde-3-phosphate

dehydrogenase

0,61884

6

0,51825

6

1,03662 1,33316 1,33245 1,3884 0,69897

6

0,93064

9

1,14264

72

CAPÍTULO 2 – Análise comparativa do proteoma de basidiósporos de Monilliophtora

perniciosa submetidos à germinação em lavado foliar de variedades resistentes e

sucessíveis de Theobroma cacao

RESUMO

A superfície de plantas pode ser considerada uma barreira de defesa em que

microrganismos são diretamente inibidos em seu primeiro ponto de contato com o

hospedeiro. Buscando entender este mecanismo de defesa na interação Monilliophtora

perniciosa x Theobroma cacao, o objetivo deste trabalho foi comparar as alterações de

expressão de proteínas em basidiósporos do fungo M. perniciosa em resposta ao lavado

foliar de duas variedades de cacaueiro contrastantes quanto à resistência à doença

vassoura-de-bruxa. Um total de 8,1 x 108 de basidiósporos foram usados para cada

tratamento contendo lavado foliar. Basidiósporos germinados na ausência de lavado foliar

foram usados como controle. A análise proteômica foi realizada a partir da técnica 2D-

PAGE combinada à Espectrometria de Massas (ms/ms) foi utilizada. A extração protéica

foi baseada no uso de SDS-denso seguida de sonicação para ruptura celular e extração

fenólica. Sessenta e quatro proteínas tiveram variação de acúmulo quando comparadas ao

controle (ausência de lavado foliar). Foram identificadas proteínas associadas com

metabolismo energético (ATP sintase) e proteico (BiP) cujo acúmulo foi reduzido em

basidiósporos germinados em lavado foliar de catongo. A redução da ATP sintase nos

basidiósporos germinados no lavado foliar de catongo sugere uma mudança do

metabolismo aeróbio para o fermentativo no fungo em resposta aos componentes do

lavado foliar. Além disso, foram identificadas proteínas envolvidas com virulência e

resistência do fungo como a poliquetide ciclase, glicoside hidrolase e proteína

transportadora de multidrogas (MFS) e proteínas relacionadas com estresse oxidativo e

fermentação como a catalase A e a álcool desidrogenase (ADH). Neste trabalho

mostramos que há um efeito de substâncias do filoplano do cacaueiro na germinação dos

basidiósporos do fungo. Estes estudos podem revelar mecanismos de resistência e

73

suscetibilidade do hospedeiro bem como mecanismos básicos de virulência do

patógeno.

74

ABSTRACT

The surface of plants can be considered a defense barrier that microorganisms are directly

inhibited in their first point of contact with the host. To understand this defense

mechanism in Monilliophtora perniciousa interaction x Theobroma cacao, the aim of this

study was to compare the changes in protein expression in basidiospore M. perniciosa

fungus in response to foliar washed of two contrasting cocoa varieties for resistance to

witches' broom disease. A total of 8.1 x 108 basidiospores were used for each treatment

containing washed leaf. Germinated basidiospores in the absence of leaf wash were used

as control. The proteomic analysis was performed from the 2D-PAGE technique

combined with Mass Spectrometry (MS / MS). Protein extraction was based on the use of

SDS-dense followed by sonication for cell disruption and phenol extraction. Sixty-four

proteins had accumulation of variation when compared to the control (no leaf washed).

Proteins were identified associated with energy metabolism (ATP synthase) and protein

(BiP) whose accumulation was reduced by basidiospores germinated in leaf washed

Catongo. The reduction in ATP synthase germinated basidiospores the leaf washed

Catongo suggests a shift from aerobic to the fermentation in the fungus in response to

components of the washed leaf. Furthermore, proteins involved in virulence have been

identified and fungus resistance as poliquetide cyclase, glycoside hydrolase, and multidrug

transporter protein (SFM) and proteins related to oxidative stress and fermentation as

catalase A and alcohol dehydrogenase (ADH). We show that there is a phylloplane

substances effect of cocoa on the germination of the fungus basidiospores. These studies

may reveal mechanisms of resistance and host susceptibility and basic mechanisms of

virulence of the pathogen.

75

1 INTRODUÇÃO

O fungo hemibiotrófico, basidiomiceto, Moniliophthora perniciosa (Aime &

Phillips-Mora, 2005) é o agente causal da doença vassoura-de-bruxa do cacau (Theobroma

cacao L.). No Brasil, a produção anual de amêndoas de cacau caiu de 400.000 para

120.000 toneladas com a disseminação da vassoura-de-bruxa nas regiões produtoras no

estado da Bahia, a partir de 1989 (Bowers et al., 2001).

O início da infecção é disparado com a germinação do basidiósporo, penetração do

tubo germinativo e estabelecimento da hifa primária no espaço intercelular, pode ser

considerado um momento estratégico para o bloqueio do ciclo de vida do fungo.

A proteção superficial de plantas, constituída pelas células epidérmicas e suas

secreções pode ser considerada uma estratégia de defesa inata em que microrganismos são

diretamente inibidos em seu primeiro ponto de contato com o hospedeiro (Shepherd e

Wagner, 2007). Os estudos de superfície foliar com base química de proteção em plantas

têm centrado em metabólitos secundários secretados como exsudados de tricomas

glandulares (Shepherd, et al. 2005), proteínas (Shah, 2005) ou peptídeos antimicrobianos

(De Lucca, et al. 2005).

Além disso, a folha pode ser habitada por um conjunto qualitativa e

quantitativamente diversificado de micro-organismos, incluindo fungos, leveduras,

bactérias e bacteriófagos (Last e Deighton, 1965). Tais micro-organismos podem induzir

defesa da planta simplesmente pela competição por nutrientes e muitas vezes são alvos de

estudo como controle biológico (Blakeman e Fokkema, 1982). O lavado foliar, coletado a

partir da imersão de folhas jovens em água destilada à temperatura ambiente contém

substâncias solúveis que se acumulam sobre a cutícula vegetal (Shepherd, et al. 2005). Em

nosso laboratório, estudos com lavado foliar bruto de cacau inibiu até 90% da germinação

de basidiósporos do fungo M. perniciosa (Almeida, 2012). Trinta e quatro proteínas

extraídas do lavado foliar da variedade resistente de cacau CCN51 foram identificadas por

espectrometria de massas. Dentre elas 23 foram proteínas

76

de espécies vegetais variadas e 11 foram proteínas de bactérias. Além disso, a

severidade da doença foi menor em plantas de cacau, cuja irrigação era feita

diretamente no solo, previamente à inoculação com M. perniciosa. Este fato pode

sustentar a ideia de que as plantas devem acumular compostos e proteínas no filoplano

que podem participar no combate inicial ao patógeno (Almeida, 2012).

Considerando que o primeiro contato dos basidiósporos com a planta ocorre, na

maioria das vezes, na superfície de folhas do cacaueiro é interessante conhecer os

primeiros mecanismos de defesa do filoplano e as variações no metabolismodo esporo

fúngico durante o contato com os compostaos do filoplano. Neste sentido, o objetivo

deste trabalho foi comparar as alterações de expressão de proteínas em basidiósporos do

fungo M. perniciosa em resposta ao lavado foliar de duas variedades de cacaueiro

contrastantes quanto à resistência à doença vassoura-de-bruxa.

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1Cultivo e obtenção dos basidiósporos

Aproximadamente 300 ramos secos e infectados de cacau suscetível (Catongo),

contendo micélio róseo do fungo M. perniciosa (Pires, et al. 2009) foram coletados

aleatoriamente em campo de cultivo (CEPLAC/CEPEC-Ilhéus, BA) da variedade de

cacau Catongo, de acordo com a metodologia descrita por Mares et al, (2012). Os

basidiósporos foram produzidos de acordo com o método de Frias et al, (1991) e

estocados em nitrogênio líquido como descrito por Frias et al (1995) até o uso.

2.2 Obtenção de lavado foliar de cacau das variedades CCN51 e Catongo

Plantas de cacau das variedades consideradas contrastantes quanto à resistência ao

fungo foram cultivadas em casa de vegetação sob irrigação por gotejamento, para

prevenir a lavagem da superfície foliar. As variedades utilizadas foram CCN51

(resistente) e Catongo (suscetível) (Figura 1).

77

Figura 1: Plantas de cacau das variedades catongo e CCN51 em casa de vegetação no

CEPEC/CEPLAC-Ilhéus-BA, sob sistema de irrigação por gotejamento.

O lavado foliar foi obtido através da lavagem de folhas jovens de tamanho

médio (Figura2), de acordo o protocolo de Shepherd et al. (2005). Foram lavadas 1.829

folhas de cacau da variedade catongo e 1.604 folhas de cacau da variedade CCN51. As

folhas foram lavadas dentro de um becker contendo 200 – 300 mililitros de água

destilada através de agitação manual suave por 30 segundos. Os pecíolos e folhas que

apresentavam alguma lesão não foram expostos à lavagem.

O lavado foliar foi filtrado uma vez em papel filtro esterilizado para remoção de

resíduos sólidos. Posteriormente, foi filtrado duas vezes, a primeira em membranas de

celulose 0,45 μm, seguido de membrana de 0,22 μm.para excluir fungos e bactérias. Em

seguida, o lavado foi distribuído em tubos falcons de 50 mL, congelado a -80 ºC e

liofilizado a vácuo em Freezone 6 (Labconco) até a completa eliminação de água da

amostra. O lavado liofilizado foi ressuspenso em 2 mL para cada 50 folhas Para este

trabalho foi escolhida a diluição do “lavado bruto” em 50 x (1:50), de acordo Almeida

(2012), que demonstrou uma inibição cerca de 20 % da germinação de basidiósporos.

78

Figura 2: Folhas jovens de cacau da variedade Catongo e CCN51 usadas para obtenção

do lavado foliar.

2.3 Germinação dos basidiósporos em lavado foliar de cacau

Após a obtenção dos basidiósporos de M. perniciosa e do lavado foliar dos

genótipos resistente (CCN51) e suscetível (Catongo) à vassoura de bruxa foi realizado

os tratamento de germinação. As alíquotas de basidiósporos foram descongeladas

lentamente em banho de gelo. Um total de 8,1 x 108 de basidiósporos foram usados para

cada tratamento. A solução contendo os basidiósporos foi diluída com o lavado até

reduzir a concentração de glicerol para 3%. Basidiósporos germinados apenas em

glicerol 3% e MES (ausência de lavado foliar), foram usados como controle.

Os basidiósporos foram incubados no escuro a 25 ºC por 4 horas. As taxas de

germinação e o comprimento dos tubos germinativos foram monitorados e mensurados

através de lente graduada em microscópio óptico Bioval L2000A, aumento de 40x.

Após 4 horas de incubação, os basidiósporos foram submetidos a temperatura de 8 ºC,

por 30 minutos, para interromper a germinação. Em seguida, foram concentrados, por

centrifugação, para a extração proteica.

2.4 Extração proteica

Depois de incubados para germinação, os basidiósporos foram sedimentados por

centrifugação a 5.000 x g por 20 min. O sobrenadante foi descartado e o precipitado foi

lavado em acetona contendo β-mercaptoetanol 0,07%. A extração proteica foi feita de

acordo Mares et al (2016).

As proteínas foram quantificadas com 2D-Quant Kit (GeHealthCare), de acordo

79

as instruções do fabricante, utilizando BSA como padrão.

2.5 Eletroforese 1D e 2D- PAGE

Para a análise proteômica em 2D PAGE foram usadas 350 µg de proteína total

diluída em 250 µL de solução de reidratação (ureia 7 mol.L-1, tiouréia 2 mol.L-1,

CHAPS 2% e azul de bromofenol 0,002 %). As strips (tiras de gel contendo imobilinas)

de 13 cm de comprimento, com gradiente de pH imobilizado entre 3 e 10 NL

(Amersham Biosciences, ImmobilineTM Dry-Strip) foram hidratadas por 12 h no

tampão de reidratação contendo as proteínas com parâmetros de acordo com Mares et al

(2016), no Ettan IPGphor 3 Isoelectric Focusing System. A segunda dimensão foi

realizada em gel de poliacrilamida 12,5 % no sistema de eletroforese vertical HOEFER

SE 600 Ruby (Amersham Bioscience). A corrida foi iniciada com uma corrente elétrica

de 15 mA/gel por 15 minutos, seguido de 30 µA/gel por 30 minutos e 50 µA/gel por

3:30 h, totalizando um tempo de 3:45 h. Os géis foram preparados em triplicatas para

cada tempo de germinação.

2.6 Visualização dos spots e análise de imagens

Após a eletroforese, os géis de poliacrilamida foram colocados em tampão de

fixação (etanol 40% e ácido acético 10%) por 1 hora; em seguida, este tampão foi

substituído por corante Azul de Coomassie Coloidal 0,08 % (Neuhof et al., 1988) onde

permaneceram por 5 dias, sob suave agitação. O corante foi substituído por água

destilada, onde os géis foram mantidos sob suave agitação com trocas diárias da água,

até a remoção do corante impregnado no gel.

As imagens dos géis foram digitalizadas com o Lab scanner (Amersham

Bioscence) e, em seguida, analisadas para a detecção e quantificação relativa dos spots,

usando o software Image Master 2D Platinum 7.0 (GE HealthCare), considerando a área

e intensidade dos spots. As replicatas foram alinhadas automaticamente a partir de um

gel escolhido como referência de cada tempo de germinação, visando atribuir

identidades comuns entre os spots das diferentes repetições, sendo estes detectados pelo

programa e, posteriormente editados manualmente quando necessário. Os géis de

referência (master gel) proveniente das triplicatas foi utilizado para identificação dos

80

spots exclusivos e comparação do acúmulo relativo das proteínas presentes nos

diferentes tratamentos. Para os spots comuns nos diferentes tratamentos, foi considerado

acúmulo diferencial daqueles que apresentaram uma variação de abundância relativa

superior a 1,5 vezes (Fold >1.5) e estatisticamente significativo (p < 0.05) para o teste

de ANOVA. Os géis referentes aos tratamentos com lavado de Catongo e CCN51 foram

comparados com o gel de basisiósporos germinados em glicerol 3 %, que foi usado

como controle.

2.7 Digestão em gel, análise de espectrometria de massas e identificação das

proteínas

Os spots exclusivos e diferencialmente expressos (com valor de fold > 1,5 e

valor de ANOVA com p< 0,05) nos tratamentos com lavado de Catongo e CCN51

foram excisados dos géis, digeridos e identificados, de acordo com a metodologia de

Shevchenko, (2006). Os espectros foram analisados com o programa ProteinLynx

Global Server 4.2 (WATERS), sendo comparados com o banco de dados do SWISS-

PROT. Para a comparação com o banco do NCBI, a ferramenta MASCOT MS/MS Ion

Search (www.matrixsciesce.com) foi utilizada, configurados para digestão tríptica, com

1 sítio de clivagem perdida, cisteínas modificadas por carboxamidometilação e as

possíveis modificações, como oxidação de metionina, erro tolerante de 30 ppm e

tolerância para erro de massa igual a 0,3 Da

2.8 Análise de acúmulo por Western blot

Análise por Western blot foi usada para verificar a expressão de algumas

proteínas. Para isso, uma quantidade equivalente a 10 µg de proteínas totais de

basidiósporo de M. perniciosa germinados em lavado de Catongo, CCN51 e controle

foram separadas por SDS-PAGE 12,5 % e transferidas para uma membrana de

nitrocelulose usando o i®blot Dry Blotting System (Invitrogen), de acordo as instruções

do fabricante. A membrana foi bloqueada com leite em pó desnatado 5% (w/v) em

tampão TBS-T (Tris-HCl100 mmol.L-1

, pH 8.0, NaCl 140 mmol.L-1

, Tween 20, 0.05 %

v.v-1

). As proteínas BiP (71 kDa), catalase (83 Kda), ATP syntase (53 kDa) e ADH

foram detectadas, utilizando, respectivamente, os anticorpos primários policlonais anti-

81

BiP (Agrisera - AS09481), anti-catalase (AgriseraAS09 501100), anti-ATPB syntase

(Agrisera - AS05085) e anti- ADH produzidos em coelho contra proteínas de

Arabidopsis thaliana. A diluição utilizada foi de 1:2000. As membranas foram

incubadas com os respectivos anticorpos primários por 60 min. Após lavadas três vezes

com o tampão TBS-T, as membranas foram incubadas por 60 min com o anticorpo

secundário IgG de cabra anti-coelho conjugado com fosfatase alcalina (Thermo Fisher

Scientific- 65-6122) por 60 min. O fosfato de 5-bromo-4-cloro-3-indolil (BCIP) e p-

nitrotetrazólio (NBT; Promega, EUA) foram utilizados como substratos para a reação

colorimétrica da atividade da fosfatase alcalina. Os níveis de acúmulo das proteínas

BiP, Catalase, ATP synthase e ADH foram quantificados a partir de imagens da

membrana utilizando o software GelQuant.Net 1.8.0 (www.biochemlabsolutions.com).

2.9 Análise de Agrupamento hierárquico para a expressão diferencial das

proteínas

A análise dos perfis de expressão diferencial das proteínas identificadas foi

realizada através de agrupamento hierarquizado. O programa R com o pacote Heatmap

2 foi utilizado para a construção do heatmap. Para isso, os valores de expressão (% de

volume), dados pelo programa de análise das imagens dos géis ImageMaster 2D

Platinum 7.0 (GE Healhcare) para cada spot, foram transformados em Z-score. Os

parâmetros utilizados para os cálculos de distância foi a função <dist> (distância

euclidiana). E o método máximo de clusterização, com a função <hclust> (clusterização

hierárquica de dissimilaridade) como método completo.

3. RESULTADOS

3.1 Inibição da germinação de esporos em lavado de CCN51

Houve alterações morfológicas entre os padrões de germinação dos esporos na

presença de lavado foliar dos genótipos CCN51 e Catongo. Qualitativamente, pode-se

observar uma menor quantidade de basidiósporos germinados no lavado foliar de

CCN51. Adicionalmente, os esporos germinados na presença do lavado foliar de

CCN51 apresentam tubos germinativos mais curtos do que aqueles germinados no

82

lavado foliar de Catongo (Figura 3).

Figura 3: Fotos em triplicata de basidiósporos de M. perniciosa submetidos à

germinação em lavado foliar da variedade resistente CCN51 e da suscetível, Catongo.

As setas vermelhas representam tubos germinativos curtos ou esporos não germinados.

Setas pretas representam tubo germinativo bem desenvolvido.

3.2 Quantidade e qualidade das amostras proteicas

Os esporos germinados na presença do lavado foliar de CCN51 renderam uma

massa proteica de 3280 µg, correspondendo a menos de 80 % em relação ao rendimento

dos demais tratamentos.

83

Tabela1: Massa proteica obtida a partir do método de extração utilizado por Mares,

2012.

Tratamentos Massa proteica obtida (µg)

Basidiósporo germinado na ausência

de Lavado foliar (controle)

4240

Basidiósporo germinado em Lavado

foliar de Catongo

4160

Basidiósporo germinado em Lavado

foliar de CCN51

3280

A integridade da amostra proteica obtida e, consequentemente, a eficiência do

método de extração, foi verificada através de SDS-PAGE 12,5 % com 30 µg de proteína

total (Figura 4). O perfil proteico não evidencia bandas super abundantes em relação às

demais, com uma distribuição relativamente homogênea de 14 a mais de 100 kDa.

Figura 4: Perfil de proteínas de basidiósporos de M. perniciosa germinados em lavado

de cacau de variedades suscetível (Catongo) e resistente (CCN51). A primeira coluna

(M) representa o marcador de peso molecular e a última (C) coluna representa o

controle.

84

3.3 Variação dos perfis proteicos em 2D-PAGE de basidiósporos de Monilliophtora

perniciosa germinados em lavado foliar de cacau

A partir dos extratos proteicos obtidos foi possível visualizar o perfil de proteína

para cada tratamento realizado em triplicatas. Amostras proteicas de basidiósporos

germinados na ausência de lavado foliar foram utilizadas como controle (Figura 5).

Figura 5: Perfil proteico de basidiósporos de M. perniciosa germinados na ausência de

lavado foliar (controle) e em glicerol 3% com lavado foliar de cacau das variedades

Catongo e CCN51. Cada gel representa uma réplica de cada tratamento.

Os géis 2D foram produzidos em triplicatas para cada a fim de verificar a

reprodutibilidade das amostras na análise realizada através do software ImageMaster 2D

Platinum 7.0 (GE USA). O software mostrou que os géis tiveram uma boa

reprodutibilidade com 0,92 de correlação entre as réplicas do tratamento controle 0,94

85

entre as replicas do tratado com lavado de Catongo em glicerol 3% e 0,88 de correlação

entre as réplicas do tratado com lavado de CCN51 em glicerol 3%.

A análise dos géis resultou na detecção de 850 spots no gel de referência do

tratamento controle (ausência de lavado foliar), 642 no gel de referência do tratamento

com lavado foliar de Catongo e 610 spots no gel de referência do tratamento com

lavado foliar de CCN51. Quinhentos e vinte e sete spots foram comuns entre os géis do

controle e lavado foliar de Catongo, 323 spots foram exclusivos do controle e 115

exclusivos de Catongo (Figura 7, A). Quatrocentos e quarenta e quatro spots foram

comuns entre os géis controle (glicerol 3%) e lavado foliar de CCN51, 406 foram

exclusivamente expressos no controle e 166 foram exclusivamente expressos em

CCN51(Figura 7, B). Quatrocentos e trinta e oito spots foram comuns entre os géis dos

tratamentos com os lavados foliares. Duzentos e quatro foram exclusivos para o

tratamento com lavado foliar de Catongo e 172 spots foram exclusivos para o

tratamento com o lavado foliar de CCN51 (Figura 7, C).

86

Figura 7: Distribuição dos spots detectados a partir dos basidósporos germinados em

Lavado foliar de cacau. Em A: comparação do controle e lavado foliar de Catongo. B:

comparação do (controle) e lavado foliar de CCN51. C: Comparação entre os

tratamentos com Lavado foliar de Catongo e Lavdo foliar de CCN51.

Na avaliação dos tratamentos quanto à distribuição dos spots em relação à MM e

pI, verificou-se que há diferenças no MM entre controle e tratamentos (Figura 8). A

maioria das proteínas encontradas no tratamento controle (Ausência de lavado foliar)

possui peso molecular acima de 60 Kda diferentemente dos tratamentos com Catongo e

CCN51 que possuem a maioria de suas proteínas com peso molecular entre 30 e 60 kDa

(Figura 8).

87

Figura 8: Distribuição dos spots detectados nos géis 2-D de cada tratamento de acordo

com a massa molecular (kDa).

Em relação ao ponto isoelétrico das proteínas distribuídas nos géis 2D ocorreram

poucas com pI abaixo de 4 (Figura 9). Apenas 1 único spot do tratamento com lavado

de Catongo tem pI 3,2. Nenhum dos tratamentos apresentou proteínas com pI entre 3,5 e

4.

Figura 9: Distribuição dos spots detectados no controle (Glicerol 3%) e tratamentos

(catongo e CCN51) em relação ao Ponto Isoelétrico (3 a 10).

88

3.4 Proteínas identificadas

Do total de 527 spots comuns entre lavado foliar de Catongo e controle, 72

proteínas foram diferencialmente expressas (valor de ANOVA com p <0,05 e Fold>

1,5). Dentre estes, 13 foram identificados por espectrometria de massas (Tabela 2). Do

total de 115 spots exclusivos de Catongo, 9 foram identificados (Tabela 3). Na

comparação do controle com CCN51, do total de 444 spots comuns, 44 tiveram

expressão estatisticamente significativa e destes 17 foram identificados (Tabela 4). Dos

166 spots exclusivamente expressos em CCN51, 27 foram identificadas por

espectrometria de massas (Tabela 5)

89

Tabela 2: Proteínas identificadas por Espectometria de Massas diferencialmente expressas entre basidiósporos germinados em Lavado foliar de

Catongo e controle

Spot

number

Acession number

NCBI nr

Protein name (putative function) MW pI Cal

Masc

Score Peptide

671 gi|808370041 MFS (Pseudozyma hubeiensis SY62) 55502 6.08 23 1

664 gi|169763206 MFS transporter (Aspergillus orizae RIB 40) 66209 6.07 31 1

*641 gi|67764239 40S ribosomal protein S5, partial [Siniperca chuatsi] 9426 11,24 17 1

614 gi|385305092 yor052c-like protein [Brettanomyces bruxellensis

AWRI1499]

22435 9,54 30 25

613 gi|258566924 NOC3p protein (Unicocarpus reesii 1704) 44857 9.14 14 1

*590 gi|328925356 NADH dehydrogenase subunit 9, partial (mitochondrion)

[Silene subconica]

18017 8,78 53 33

557 gi|296818477 Conserved hypothetical protein (Arthroderma otae CBS

113480)

26931 5.20 15 1

*298 gi|764974770 polyketide cyclase [Bradyrhizobium sp. LTSP885] 15252 5,27 52 13

*292 gi|167045435 hypothetical protein

ALOHA_HF4000APKG10F15ctg7g3 [uncultured marine

crenarchaeote HF4000_APKG10F15]

21395 6,92 28 1

282 gi|389642539 hypothetical protein MGG_14712 [Magnaporthe oryzae

70-15]

460951 3,53 19 3

90

271 gi|323355965 Rsa4p [Saccharomyces cerevisiae VL3] 57629 9.01 44 1

*225 gi|946783301 PREDICTED: growth-regulated protein homolog gamma-

like [Myotis brandtii]

16252 8,74 55 17

*92 gi|209876249 14-3-3 family protein [Cryptosporidium muris RN66] 28927 4,93 62 3

* Amostras com resultados que não são de fungos, mas com identidade com o banco de Moniliophthora roreri ou Moniliophthora perniciosa.

91

Tabela 3: Proteínas identificadas por Espectometria de Massas exclusivas de basidiósporos germinados em Lavado foliar de Catongo quando

comparadas ao controle.

Spot number

Acession numer NCBI nr

Protein name (putative function) MW pI Cal Masc

Score Peptide

982 gi|646284114 hypothetical protein BOTBODRAFT_181932 [Botryobasidium botryosum FD-172 SS1]

8673 11,8 49 17

*903 gi|215261486 Chain E, Structural Insights Into Lysine Multiple Methylation By Set Domain Methyltransferases, Set8-Y334f H4-Lys20me2 Adohcy

1261 11,72 20 10

*896 gi|648586731 MULTISPECIES: TetR family transcriptional regulator [Streptomyces]

24686 10,76 58 12

*876 gi|556603263 hypothetical protein [Actinoplanes friuliensis] 8044 6,82 44 11

875 gi|169613949 hypothetical protein SNOG_10109 [Parastagonospora nodorum SN15]

13461 4,82 15 3

*872 gi|738243225 hypothetical protein [Lysinibacillus sinduriensis] 8285 10,13 20 13

831 gi|154323320 conserved hypothetical protein [Botrytis cinerea B05.10]

25619 12,03 20 5

813 gi|169613949 hypothetical protein SNOG_10109 [Parastagonospora nodorum SN15]

13461 4,82 15 1

804 gi|116179428 hypothetical protein CHGG_00342 [Chaetomium globosum CBS 148.51]

29231 5.52 14 1

* Amostras com resultados que não são de fungos, mas com identidade com o banco de Moniliophthora roreri ou Moniliophthora perniciosa.

92

Tabela 4: Proteínas identificadas por Espectometria de Massas diferencialmente expressas entre basidiósporos germinados em Lavado foliar de

CCN51 e controle

Spot

number

Acession numer

NCBI nr

Protein name (putative function) MW pI Cal

Masc

Score Peptide

396 gi|448530708 Pmt6 protein mannosyltransferase [Candida orthopsilosis Co 90-125] 48381 6.06 49 1

284 gi|110349607 elongation factor-1 alpha, partial [Agaricus bisporus] 20092 7.04 33 1

239 gi|299738765 hypothetical protein CC1G_15401 [Coprinopsis cinerea

okayama7#130]

62362 8.13 52 1

199 gi|299738765 hypothetical protein CC1G_15401 [Coprinopsis cinerea

okayama7#130]

62362 8.13 56 1

192 gi|628245481 hypothetical protein A1O1_05272 [Capronia coronata CBS 617.96] 47284 4.91 16 1

182 gi|750956207 hypothetical protein PISMIDRAFT_688827 [Pisolithus microcarpus

441]

22386 5.61 36 1

158 gi|299738765 hypothetical protein CC1G_15401 [Coprinopsis cinerea

okayama7#130]

62362 8.13 52 1

*138 gi|335340207 hypothetical protein Halxa_0203 [Halopiger xanaduensis SH-6] 11050 4,53 18 1

122 gi|70780048 glyceraldehyde-3-phosphate dehydrogenase [Moniliophthora

perniciosa]

37133 7.07 70 1

122 gi|347842072 predicted protein [Botrytis cinerea T4] 4525 6.70 20 9

125 gi|323355965 Rsa4p [Saccharomyces cerevisiae VL3] 57629 9.01 44 1

93

116 gi|242218874 40S ribosomal protein S3 [Postia placenta Mad-698-R] 29339 8.96 46 1

89 gi|749769966 hypothetical protein PLICRDRAFT_675583 [Plicaturopsis crispa

FD-325 SS-3]

99980 5.61 53 1

86 gi|700489534 hypothetical protein PITC_019720 [Penicillium italicum] 8263 6.02 31 2

66 gi|323355965 Rsa4p [Saccharomyces cerevisiae VL3] 57629 9.01 43 1

33 gi|576033794 peptidyl-tRNA hydrolase-like protein [Chaetomium thermophilum

var. thermophilum DSM 1495]

25897 5.99 30 19

14 gi|630184253 macrolide-binding protein fkbp12 [Moniliophthora roreri MCA 2997] 11684 5.78 47 2

* Amostras com resultados que não são de fungos, mas com identidade com o banco de Moniliophthora roreri ou Moniliophthora perniciosa.

94

Tabela 5: Proteínas identificadas por Espectometria de Massas exclusivas de basidiósporos germinados em Lavado foliar de CCN51 quando

comparadas ao controle

Spot number

Acession numer NCBI nr

Protein name (putative function) MW pI Cal Masc Score Peptide

798 gi|525582112 hypothetical protein PDE_03308 [Penicillium oxalicum 114-2]

24390 6.49 15 1

794 gi|323355965 Rsa4p [Saccharomyces cerevisiae VL3] 57629 9.01 46 1

783N gi|597939188 hypothetical protein SERLADRAFT_479587 [Serpula lacrymans var. lacrymans S7.9]

11387 9.79 20 25

777 gi|354547031 hypothetical protein CPAR2_214080 [Candida parapsilosis]

25524 5.56 17 8

*773 gi|954357247 hypothetical protein T03_16569, partial [Trichinella britovi]

8240 8,48 58 5

770 gi|323355965 Rsa4p [Saccharomyces cerevisiae VL3] 57629 9.01 46 2

*764

gi|476122536 hypothetical protein ECBCE019MS13_1390 [Escherichia coli BCE019_MS-13]

6609 6,25 46 6

761 gi|323355965 Rsa4p [Saccharomyces cerevisiae VL3] 57629 9.01 51 2

*757 gi|874566308 hypothetical protein (plasmid) [uncultured prokaryote]

14921 5,29 52 5

755 gi|323355965 Rsa4p [Saccharomyces cerevisiae VL3] 57629 9.01 38 1

744 gi|323355965 Rsa4p [Saccharomyces cerevisiae VL3] 57629 9.01 39 2

741 gi|299738765 hypothetical protein CC1G_15401 [Coprinopsis cinerea okayama7#130]

62019 8.13 52 1

731 gi|607959296 hypothetical protein H113_08705 [Trichophyton rubrum MR1459]

17341 11,21 60 9

*729 gi|601421973 two-component system response regulator protein [Acinetobacter baumannii 16553_3]

4861 6,12 59 5

718 gi|597984475 hypothetical protein DICSQDRAFT_56664 [Dichomitus squalens LYAD-421 SS1]

14790 10,65 41 16

95

715N gi|816335180 hypothetical protein AOCH_005056 [Aspergillus ochraceoroseus]

36907 9.51 16 1

702 gi|972232466 hypothetical protein ASPCAL10486 [Aspergillus calidoustus]

134417 8,63 52 35

693 gi|58259137 60S ribossomal protein l7 (Cryptococcus neoformans var. neoformans JEC 21)

28319 6.09 13 1

693,2 gi|255936377 hypothetical protein [Penicillium rubens Wisconsin 54-1255]

70187 7.64 36 2

685 gi|302505483 hypothetical protein ARB_07010 [Arthroderma benhamiae CBS 112371]

20374 10,21 68 10

681 gi|927394367 glycoside hydrolase family 10 protein [Trichoderma atroviride IMI 206040]

34948 7,01 96 4

*676 gi|504929984 pyridoxamine 5'-phosphate oxidase [Rivularia sp. PCC 7116]

25123 5,77 47 11

673 gi|595783492 hypothetical protein FOMMEDRAFT_160547 [Fomitiporia mediterranea MF3/22]

23371 8,78 42 9

671 gi|808370041 major facilitator super [Pseudozyma hubeiensis SY62] 55502 9.27 23 1

*670 gi|938817167 transposase, partial [Enterobacter cloacae subsp. cloacae]

20094 10,24 63 11

*667 gi|948600442 glutamine transport ATP-binding protein [Lactobacillus bifermentans DSM 20003]

26962 6,32 47 8

664 gi|169763206 MFS transporter [Aspergillus oryzae RIB40] 66209 8.59 31 1

* Amostras com resultados que não são de fungos, mas com identidade com o banco de Moniliophthora roreri ou Moniliophthora perniciosa

96

3.5 Variação do perfil de expressão das proteínas identificadas

Sessenta e quatro proteínas tiveram variação de acúmulo quando comparadas ao

controle (ausência de lavado foliar). Estas proteínas foram agrupadas de acordo com o

seu padrão de acúmulo. O grupo lilás mostra um padrão de expressão de proteínas que

somente foram expressas nos tratamentos com lavado de CCN51. O grupo azul mostra

um padrão de acúmulo de proteínas que foram detectadas no tratamento com CCN51 e

Catongo. O grupo representado pela cor vermelha mostra um padrão de proteínas que

tiveram seu acúmulo reprimido no controle. O grupo preto mostra proteínas que

apresentaram maior acúmulo no controle. Por fim, o grupo verde mostra proteínas que

não foram expressas no tratamento com lavado foliar de Catongo (Figura10).

Figura 10: Agrupamento hierárquico das proteínas identificadas, diferencialmente

acumuladas entre basidiósporos germinados na ausência de lavado foliar (controle), e na

presença dos lavados foliares de CCN51 e Catongo. O Heatmap foi feito utilizando o

software R, pacote Heatmap.2. As proteínas estão identificadas pelo número de acesso

(gi) e o número do spot entre parênteses. Na escala, a cor lilás representa proteínas

reprimidas e a cor vermelha representa proteínas induzidas.

97

3.6 Classificação por processos biológicos das proteínas diferencialmente expressas

entre basidiósporos germinados na ausência de lavado foliar e lavados foliares de

CCn51 e Catongo

As proteínas diferencialmente expressas entre basidiósporos germinados no

controle e lavados foliares de CCN51 e Catongo distribuíram-se em categorias de

acordo com o seu processo biológico. A categoria que apresentou maior número de

proteínas está relacionada à processos metabólicos, tanto no tratamento com lavado

foliar de Catongo quanto no tratamento com lavado foliar de CCN51. O diferencial das

duas distribuições foi a presença de uma proteína com resposta imune e uma proteína

com resposta a químicos no Tratamento com lavado de Catongo (Figura 11).

Figura 11: Distribuição dos processos biológicos das proteínas diferencialmente

expressas identificadas entre basidiósporos germinados no controle e na presença do

lavado foliar de Catongo e entre controle e lavado foliar de CCN51.

98

3.7 Acúmulo de proteínas por WesternBlotting

A análise por Western blot foi realizada para verificar alterações do nível de

algumas proteínas nos tratamentos com lavado foliar de CCN51 e Catongo. Para isso,

foram usados anticorpos contra as proteínas Catalase, ADH (álcool desidrogenase),

Beta ATP synthase e Bip (Figura 12A)

A proteína Catalase teve um aumento de expressão cerca de 4,3 e 3,8 vezes em

basidiósporos germinados em lavado foliar de Catongo e CCN51, respectivamente, em

relação ao controle. Já a proteína ADH não foi detectada no controle. Esta proteína foi

mais expressa em lavado foliar de Catongo em relação à CCN51. A Beta ATP sintase

teve seu acúmulo reduzido em basidiósporos germinados em lavado foliar de Catongo

quando comparado com o controle e lavado foliar de CCN51. A proteína Bip teve seu

acúmulo reduzido para mais da metade em basidiósporos germinados no lavado foliar

de CCN51 em relação ao controle e lavado de Catongo (Figura 12B).

Figura 12: Acúmulo de Catalase, ADH, Beta ATP sintase por Western blot. A: Imagem

da membrana de nitrocelulose hibridizada com Anti-Catalase A, Anti-ADH, Anti-Beta

ATP sintase e Anti-Bip de Arapdopsis thalyana. B: Acúmulos relativos determinados a

partir das imagens da membrana de nitrocelulose, utilizando o software Gel

Quant.Net1.8.0.

4. DISCUSSÃO

4.1 Inibição da germinação por lavado CCN51

Segundo o experimento de Almeida (2012), o lavado aquoso de 50 folhas

99

ressuspendido em volume de 2 mL inibe 100% da germinação de basidiósporos de

Monilliophtora perniciosa e foi considerado lavado bruto. Para este trabalho, o lavado

foi diluído 50x com intuito de alcançar uma inibição de apenas 20% da germinação.

Porém, foi possível visualizar uma maior inibição da germinação na presença de lavado

foliar de CCN51 em relação ao lavado foliar de Catongo (Figura 3). Isso nos possibilita

sugerir que inibição da germinação provavelmente por compostos presentes no lavado

de CCN51 que não são encontrados no lavado de Catongo.

De acordo com o Registro Nacional de Cultivares publicado pela Comissão

Executiva do Plantio da Lavoura Cacaueira (CEPLAC), clones da variedade CCN51 são

selecionados pela resistência à vassoura-de-bruxa, características de fruto e semente

bem como pela produtividade (Ceplac, 2005). Entre outras características agronômicas

favoráveis à sua resistência, as folhas jovens de cacau da variedade CCN51 apresentam

o dobro do número de tricomas no filoplano em relação ao lavado Catongo (Almeida,

2012). Consequentemente, isso pode ter contribuído para o aumento de proteínas ou

metabólitos secundários envolvidos nos mecanismos de defesa na folha aumentando seu

efeito na inibição da germinação dos basidiósporos.

4.2 Proteínas relacionadas com o metabolismo

A maioria das proteínas identificadas nos basidiósporos germinados nos

tratamentos com os lavados foliares está relacionada com metabolismo energético

(Figura 11). Polipeptídios metabólicos são muitas vezes mais abundantes em amostras

proteicas solúveis e são bem representados em estudos proteômicos. Isso também se

aplica à análises em proteomas fúngicos, por exemplo, proteínas envolvidas em

processos metabólicos representou cerca de 66% do total de proteínas identificadas em

uredósporos do basidiomiceto fitopatogênico Uromyces apendiculatus (Cooper et al,

2006). Similarmente, proteínas responsáveis pelo metabolismo do processo germinativo

representaram 75% das proteínas identificadas em análises proteômicas de

conidiósporos do fungo fitopatogênico Blumeria graminis f.sp.hordei causador do

míldio em cevada (Noir, et al, 2010).

Curiosamente, o acúmulo de proteínas associadas com metabolismo energético

(ATP sintase) e proteico (BiP) foi reduzido em basidiósporos germinados em lavado

foliar de catongo ( Figura 12). A redução da ATP sintase juntamente com a detecção e

100

aumento da ADH nos basidiósporos germinados no lavado foliar de catongo sugere uma

mudança do metabolismo aeróbio para o fermentativo no fungo em resposta aos

componentes do lavado foliar.

Já a dimuição de proteínas BiP nos basidiósporos germinados em lavado de

catongo talvez esteja relacionada uma menor síntese de proteínas, especialmente,

aquelas direcionadas à rota secretora. Sugere também baixo nível de estresse ao nível de

retículo endoplasmático, uma vez que estas proteínas Bip também têm um papel central

como sensor de estresses ambiental no ER que afeta a montagem e o dobramento de

proteínas (Hendershot, 2004).

4.3 Proteínas relacionadas com a virulência

Uma poliquetide ciclase (spot 298) foi induzida nos esporos germinados em

lavado foliar de CCN51 e Catongo quando comparados ao controle (Figura 10, grupo

azul escuro) Quando os tratamentos foram comparados, esta proteína teve expressão

maior nos basidiósporos germinados em lavado foliar de CCN51 em relação ao

Catongo. Esta proteína está relacionada à virulência fúngica. Uma variedade de tipos de

micotoxinas são derivadas de poliketides cyclases (Brase, 2009). Neste caso, o

basidiósporo pode ter sido induzido a aumentar seus mecanismos de virulência para o

ataque em um hospedeiro mais resistente.

A Glicoside hidrolase (Spot 681) foi exclusivamente expressa em basidiósporos

germinados em lavado foliar de CCN51 (Figura 10, grupo azul escuro). Glicoside

hidrolases da família 10 são um grupo de enzimas que hidrolisam a ligação glicosídica

entre dois ou mais carboidratos, ou entre um carboidrato e uma porção não carboidrato.

Mais de 100 membros desta família de proteínas já foram classificadas de acordo com a

similaridade de suas sequencias (Henrissat, 1991). Estas enzimas tais como celulases,

xilanases e poligalacturonases degradam os principais polissacarídeos de paredes

celulares de plantas, enfraquecendo a primeira barreira física contra o ataque de agentes

patogênicos durante a colonização de plantas (Albersheim, 1969). Este achado sugere

que o basidiósporo pode se preparar rapidamente para o processo de infecção

produzindo enzimas de degradação para rápida liberação de nutrientes. Além disso, a

liberação destas enzimas ativa o sistema imune inato de plantas por ambos os padrões

moleculares associados a agentes patogênicos e padrões moleculares associados a

101

danos. No mecanismo desencadeado por padrões moleculares associados a agentes

patogênicos, pode elicitar respostas de defesa, independentemente da sua atividade

enzimática, tal como demonstrado para outras xilanases fúngicas (Furman-Matarasso,

1999), que são reconhecidas por receptores específicos na superfície da célula de planta

como acontece em Nicotiana tabacum (Hanania and Avni, 1997). Isso pode contribuir

para a resistência da variedade CCN51 à doença vassoura-de-bruxa em relação ao

Catongo já que esta proteína foi exclusivamente expressa em basidiósporos germinados

em lavado de CCN51.

Outra proteína interessante relacionada à resistência do patógeno ao ataque do

hospedeiro é a Transportadora de multidrogas (MFS) (spot 664). Esta proteína também

foi exclusivamente expressa em basidiósporos germinados em lavado foliar de CCN51

(Figura 10, grupo azul escuro). MFS são transportadores secundários capazes de

transportar solutos em resposta a um gradiente quimiosmótico, geralmente estão

envolvidos no efluxo de compostos tóxicos naturais ou fungicidas (Del Sorbo et al.,

2000). Desta maneira o basidiósporo pode estar reconhecendo fatores de defesa

existentes na superfície foliar da variedade CCN51 e utiliza este mecanismo como meio

de sobrevivência.

4.4 Expressão de proteínas relacionadas com estresse oxidativo e fermentação

O aumento significativo da expressão da proteína Catalase A nos basidiósporos

germinados na presença dos lavados foliares pode evidenciar a presença de substâncias

elicitoras de defesa da planta na superfície foliar (Figura 12). Isso mostra que o fungo é

capaz de ativar seus mecanismos de defesas contra espécies reativas de oxigênio

liberadas pela planta mesmo antes de invadir o tecido. O acúmulo da Catalase A foi

maior na variedade suscetível, apesar deste experimento não ter sido avaliado “in

planta”, isso pode estar associado ao aumento dos níveis de H2O2 nas duas variedades

de cacau apresentarem padrões temporal e funcional distintos. Uma vez que, produzidos

no início da infecção pela variedade resistente pode contribuir para o controle da

infecção e resistência. Em estágios avançados da doença na variedade suscetível, isso

pode promover o desenvolvimento do patógeno (Dias, 2011).

Apesar de todos os meios de germinação (controle e lavados foliares) em que os

102

basidiósporos foram submetidos conterem glicerol como fonte de carbono não

fermentável. A detecção da proteína álcool desidrogenase (ADH) somente nos

basidiósporos germinados na presença dos lavados foliares sugere uma preparação

prévia da hifa para o estabelecimento da fase biotrófica onde a difusão de oxigênio para

o interior da hifa pode ser baixa (Figura12). Além disso, compostos da superfície celular

podem desencadear a produção de açucares como lactatos já que a ADH converte

piruvato em lactato. Em esporos de Phycomyces blakesleeanus, assim que a germinação

é ativada, alguns compostos como piruvatos, lactatos e principalmente glicerol são

sintetizados (Van Laere, 1986).

5. CONCLUSÕES

A partir deste estudo puderam-se verificar alterações morfológicas entre os

padrões de germinação dos esporos na presença de lavado foliar dos genótipos CCN51 e

Catongo. Qualitativamente, pode-se observar uma menor quantidade de basidiósporos

germinados no lavado foliar de CCN51. Corroborando nossa hipótese, foi visto que

também houve alterações nos perfis de expressão proteômicos dos basidiósporos

submetidos aos tratamentos com os lavados foliares.

Além disso, proteínas envolvidas com virulência e resistência do fungo como a

poliquetide ciclase, glicoside hidrolase e proteína transportadora de multidrogas (MFS)

e proteínas relacionadas com estresse oxidativo e fermentação como a catalase A e a

álcool desidrogenase (ADH) foram identificadas. Estas proteínas tiveram expressão

diferencial entre os tratamentos mostrando que o fungo usa mecanismos específicos em

resposta à defesa do hospedeiro. A redução da ATP sintase nos basidiósporos

germinados no lavado foliar de catongo sugere uma mudança do metabolismo aeróbio

para o fermentativo no fungo em resposta aos componentes do lavado foliar.

REFERÊNCIAS

Aime, M. C., and Phillips-Mora, W. 2005. The causal agents of witches' broom and

frosty pod rot of cacao (chocolate, Theobroma cacao) form a new lineage of

Marasmiaceae. Mycologia 97:1012-1022.

103

Albersheim P., Jones T. M., English P. D. Biochemistry of the cell wall in relation to

infective processes. Annu. Rev. Phytopathol. 7, 171–194,1969.

Almeida, D. S. M. Identificação de proteínas do filoplano do Theobroma cacao L.

Dissertação de mestrado. Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Bahia, (2012).

Blakeman, J.P., Fokkema, N.J.,.Potential for biological control of plant diseases on

thephylloplane. Annu. Rev. Phytopathol. 20, 167–192, 1982.

Bowers JH, Bailey BA, Hebbar PK, Sanogo S and Lumsden RD (2001) The impact of

plant diseases on world chocolate production. Disponível em:

http://www.plantmanagementnetwork.org/pub/php/review/cacao/ junho, 2016

Brase S, Encinas A, Keck J, Nising CF. Chemistry and Biology of Mycotoxins and

Related Fungal Metabolites. Chem Rev.;109:3903–3990, 2009

Ceplac - A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira. Lista de clones.

Disponível em: <http://www.ceplac.gov.br/radar/ListaClones.asp>. 1 Mai. 2015.

Cooper, B., Garrett, W. M., and Campbell, K. B. 2006. Shotgun identification of

proteins from uredospores of the bean rust Uromyces appendiculatus. Proteomics

6:2477-2484.

De lucca, AJ et al, Plant-derived antifungal protein and peptides. Can. J. Microbial. 51,

1001-1014, 2005.

Del Sorbo, G H. Schoonbeek, M.A. De Waard Fungal transporters involved in efflux of

natural toxic compounds and fungicides Fungal Genet. Biol., 30 , pp. 1–15, 2000

Dias CV, et al. Hydrogen peroxide formation in cacao tissues infected by the

hemibiotrophic fungus Moniliophthora perniciosa Plant Physiology and Biochemistry

49 917-922, 2011.

Frias, GA, Purdy LH, and Schimidt, R A. An inoculation method for evaluating

resistance of cacao to Crinipellis perniciosa. Plant. Dis, 79: 787-791, 1995.

Hanania U. and Avni A. High-affinity binding site for ethylene-inducing xylanase

elicitor on Nicotiana tabacum membranes The Plant Journal (1997) 12(1), 113-120

104

Hendershot LM The ER function BiP is a master regulator of ER function. Mt Sinai J

Med 71: 289–297, 2004.

Henrissat B. "A classification of glycosyl hydrolases based on amino acid sequence

similarities". Biochem. J. 280 (2): 309–16, 1991.

Last F T, Deighton F C. The non-parasitic microflora on the surfaces of living leaves.

Trans Br Mycol Soc.48:83–99, 1965.

Mares, JH. 2012. Análise proteômica de basidiósporos do fungo Moniliophthora

perniciosa durante a germinação. Dissertação de mestrado. Universidade Estadual de

Santa Cruz, Ilhéus, BA, Brasil

Mares JH, Gramacho KP, Dos Santos EC, Santiago Ada S, Silva EM, Alvim FC1,

Pirovani CP. Protein profile and protein interaction network of Moniliophthora

perniciosa basidiospores. BMC Microbiol. 2016 Jun 24;16(1)

Neuhoff V, Arold N, Taube D, Ehrhardt W.. Improved staining of proteins in

polyacrylamide gels including isoelectric focusing gels with clear background at

nanogram sensitivity using Coomassie Brilliant Blue G-250 and R-250.

Electrophoresis 9: 255-262

Noir, S., Colby, T., Harzen, A., Schmidt, J., and Panstruga, R. 2009. A proteomic

analysis of powdery mildew (Blumeria graminis f.sp. hordei) conidiospores. Molecular

plant pathology 10:223-236.

Shah, J. Lipids, lipases, and lipid-modifyng enzymes in plant disease resistance. Annu.

Rev. Phytopathol. 43, 229-260, 2005.

Shepherd, RW. et al Phylloplanins of tobacco are defensive proteins deployed on serial

surfaces by short glandular trichomes. Plant Cell 17, 1851-1861, 2005

Shepherd RW and Wagner GJ Phyloplane proteins: emerging defenses at the aerial

frontline? Trends in Plant Science. V.12, 2, 1360-1385, 2007.

Shevchenko A1, Tomas H, Havlis J, Olsen JV, Mann M. In-gel digestion for mass

spectrometric characterization of proteins and proteomes. Nat Protoc. 2006;1(6):2856-

60.

Van Laere, A. J. Biochemistry of spore germination in Phycomyces. FEMS

Microbiology Reviews, v. 1, n. 3-4, p. 189-198, 1986

CONCLUSÕES GERAIS

Foi visto que alterações moleculares que ocorrem durante o desenvolvimento do

tubo germinativo foram identificadas a partir de uma análise de agrupamento hierárquico

baseada no acúmulo diferencial das proteínas. Proteínas associadas à filamentação fúngica

como a septina e quinesina foram detectadas somente com 4 horas de germinação. Os

acúmulos da beta ATP sinthase, BiP e catalase foram validados por Western blot com

anticorpos policlonais. Com base nestes resultados propusemos um modelo da expressão

de proteínas nos principais eventos que ocorrem durante a germinação do fungo M.

perniciosa

Neste trabalho mostramos também que há um efeito de substâncias do filoplano do

cacaueiro na germinação dos basidiósporos do fungo. Há alterações na expressão de

proteínas que estão relacionadas com a resposta a proteínas de defesa das plantas de

variedades resistentes e suscetível à doença. O fungo, em sua fase inicial apresenta

proteínas de virulência quando em contato com elicitores da variedade resistente e

aumenta sua expressão de Catalase A na variedade suscetível, o que é compatível com o

estabelecimento da doença. Além destes achados, vimos que em seu desenvolvimento

inicial, o fungo utiliza fonte de carbono fermentável para sua sobrevivência no apoplasto,

onde provavelmente a fonte de oxigênio será menor.

Estes estudos podem ajudar a desvendar os mecanismos que estão envolvidos em

processos básicos de invasão do hospedeiro, bem como, estabelecer estratégias para o

controle da doença.

REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES

Aime, M. C., Phillips-Mora, W. The causal agents of witches' broom and frosty pod rot of

cacao (chocolate, Theobroma cacao) form a new lineage of Marasmiaceae. Mycologia.

97, 1012-22, 2005.

Albersheim P., Jones T. M., English P. D. Biochemistry of the cell wall in relation to

infective processes. Annu. Rev. Phytopathol. 7, 171–194,1969.

Allen, P. J. Metabolic Aspects of Spore Germination in Fungi. Annual Review of

Phytopathology, v. 3, n. 1, p. 313-342, 1965.

Almeida, a. A. F., Aguilar, m. A. G. And Araújo, I. S. Anatomical modifications in two

cacao genotypes infected by Crinipellis perniciosa. Agrotrópica, v. 10, n.3, p. 199-202,

1998.

Almeida, C., Bastos, c. N., Ferreira, N. P. Produção de basidiocarpos de Crinipellis

perniciosa em dois sistemas de cultivo do cacueiro. Fitopatol Bras, v. 20, n.1, p. 60-64,

1995.

Almeida, o. C., Chiacchio, f. P. B., Rocha, h. M. Sobrevivência de Crinipellis perniciosa

(Stahel) Singer em vassouras secas de cacaueiros (Theobroma cacao L.) do estado da

Bahia. Agrotrópica, v. 9, n.1, p. 23-28, 1997.

Almeida, D. S. M. Identificação de proteínas do filoplano do Theobroma cacao L.

Dissertação de mestrado. Universidade Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, Bahia, (2012).

Amme, S. et al. A proteome approach defines protective functions of tobacco leaf

trichomes. Proteomics 5, 2508-2518, 2005.

Andebrhan T, Costa, JCB, Carvalho, ALP, Albuquerque, P. Comparative epidemiology

experimente: Brazil. In Rudgard, AC; Maddison, AC.; Andebrhan, T. (Ed.) Disease

management in cocoa: comparative epidemiology of withes’ broom. London:

Chapman & Hall p. 33-92, 1993.

Barbieri, Rosa L. & Carvalho, Fernando I. F. de. Coevolução de plantas e fungos

patogênicos. Rev. Bras. de Agrociência, v.7 n. 2, p. 79-83 mai-ago, 2001

Bastos CN, Andebrhan T, Almeida LC de. Comparacões morfológicas e patológica de

Crinipellis perniciosa. Fitopatol Bras 13:202–206, 1988.

Bastos, C. Trichoderma stromaticum sp. nov. na produção de basidiomas e infecções

de ramos e almofadas florais do cacaueiro por Crinipellis perniciosa. Agrotrópica, v.

12, p. 59–62, 2000.

Beilby JP, Kidby DK. Biochemistry of ungerminated and germinated spores of the

vesicular-arbuscular mycorrhizal fungus, Glomus caledonius: changes in neutral and

polar lipids. J Lipid Res. 21(6):739-50, 1980.

Bezerra, J.; costa, J. E pomela, AWV & Almeida, O. Como produzir Tricovab para

controlar a vassoura-de-bruxa do cacaueiro. Fitopatologia Brasileira, v. 25 p. 359,

2000.

Blakeman, J.P., Fokkema, N.J.,.Potential for biological control of plant diseases on

thephylloplane. Annu. Rev. Phytopathol. 20, 167–192, 1982.

Brase S, Encinas A, Keck J, Nising CF. Chemistry and Biology of Mycotoxins and

Related Fungal Metabolites. Chem Rev.;109:3903–3990, 2009

Caltrider, P. G., Ramachandran, S., and Gottlieb, D. Metabolism during germination

and function of glyoxylate enzymes in uredospores of rust fungi. Phytopathology, 53,

86-92, 1963

Ceita G de O, Macêdo JN, Santos TB, Alemanno L, Gesteira AS, Micheli F, Mariano,

AC, Gramacho KP, Silva DC, Meinhardt L, Mazzafera P, Pereira GAG, Cascardo, JM,

Involvement of calcium oxalate degradation during programmed cell death in

Theobroma cacao tissues triggered by the hemibiotrophic fungus Moniliophthora

perniciosa. Plant Science 173:106–117, 2007.

Ceplac - A Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira. Lista de clones.

Disponível em: <http://www.ceplac.gov.br/radar/ListaClones.asp>. 1 Mai. 2015.

De lucca, AJ et al, Plant-derived antifungal protein and peptides. Can. J. Microbial. 51,

1001-1014, 2005.

Del Sorbo, G H. Schoonbeek, M.A. De Waard Fungal transporters involved in efflux of

natural toxic compounds and fungicides Fungal Genet. Biol., 30 , pp. 1–15, 2000

Dias CV, et al. Hydrogen peroxide formation in cacao tissues infected by the

hemibiotrophic fungus Moniliophthora perniciosa Plant Physiology and Biochemistry

49 917-922, 2011.

Dijksterhuis J., Nijsse J. Hoekstra FA. and Golovina. EA. High Viscosity and

Anisotropy Characterize the Cytoplasm of Fungal Dormant Stress-Resistant Spores.

Eukaryotic Cell v. 6 no. 2 157-170, 2007

El-Akhal, M. R., Colby, T., Cantoral, J. M., Harzen, A., Schmidt, J., and Fernandez-

Acero, F. J. 2013. Proteomic analysis of conidia germination in Colletotrichum

acutatum. Archives of microbiology 195:227-246.

Ekundayo, J. A.; Carlile, M. J. The Germination of Sporangiospores of Rhizopus

arrhizus; Spore Swelling and Germ-Tube Emergence. Microbiology, v. 35, n. 2, p. 261-

269, 1964.

Evans HC.. A new pathotype of Crinipellis perniciosa (witches’ broom disease) on

solanaceous hosts. Plant Pathol 34:306–312, 1985.

Evans HC.. Witches’ broom disease of T. cacao (Crinipellis perniciosa) in Ecuador: 1.

The fungus. Ann App Biol 89:185–192, 1978.

Feofilova AA. Ivashechkinb AI, Alekhinc, and Ya. E. Sergeeva. Fungal Spores:

Dormancy, Germination, Chemical Composition, and Role in Biotechnology. Applied

Biochemistry And Microbiology v. 48 n. 1, 2012

Ferraz, ECA A vassoura-de-bruxa na Bahia. Plano integrado de ações. Ilhéus,

CEPLAC, 44, 1989

Frias G A, Purdy LH, Schimidt RA. Infection biology of Crinipellis perniciosa on

vegetative flushes of cacao. Plant Disease;75(6):552–6, 1991.

Frias, GA, Purdy LH, and Schimidt, R A. An inoculation method for evaluating

resistance of cacao to Crinipellis perniciosa. Plant. Dis, 79: 787-791, 1995.

Furman-Matarasso N., Cohen E., Du Q., Chejanovsky N., Hanania U., Avni A. A point

mutation in the ethylene-inducing xylanase elicitor inhibits the beta-1–4-endoxylanase

activity but not the elicitation activity. Plant Physiol. 121, 345–351, 1999.

Gesteira, A.S.; et al. Isolation and purification of functional total RNA from different

organs of cocoa tree during its interaction with the pathogen Crinipellis perniciosa.

BioTechniques. Vol. 35, 494-500. 2007

Grunwald, I. et al. Identification of guttation fluid proteins: the presence of

pathogenesis-related proteins in non-infected barley plants. Physiol. Plant. 119, 192–

202, 2003.

Hanania U., Avni A. High-affinity binding site for ethylene-inducing xylanase elicitor

on Nicotiana tabacum membranes. Plant J. 12, 113–120, 1997.

Hendershot LM The ER function BiP is a master regulator of ER function. Mt Sinai J

Med 71: 289–297, 2004.

Henrissat B. "A classification of glycosyl hydrolases based on amino acid sequence

similarities". Biochem. J. 280 (2): 309–16, 1991.

Kerstiens, G. Water transport in plant cuticles: an update. J. Exp. Bot. 57, 2493-2499,

2006

Kowalski, SP, et al. Purification and characterization of polyphenol oxidase from

trichomes of Solanum berthaultii. Plant Physiol. 100, 677-684, 1992.

Van Laere, A. J. Biochemistry of spore germination in Phycomyces. FEMS

Microbiology Reviews, v. 1, n. 3-4, p. 189-198, 1986

Last F T, Deighton F C. The non-parasitic microflora on the surfaces of living leaves.

Trans Br Mycol Soc.48:83–99, 1965.

Lawrence JS, Campêlo AMFL, Figueiredo JM. Enfermidades do cacaueiro. II -

Doenças fúngicas que ocorrem nas folhas, ramos e tronco. Agrotrópica, v. 3, n.1, p. 1-

14, 1991.

Leighton TJ, and Stock JJ. Biochemical Changes During Fungal Sporulation

and Spore Germination. I. Phenyl Methyl Sulfonyl Fluoride Inhibition of Macroconidial

Germination in Microsporum gypseum Journal Of Bacteriology, p. 931-940, 1970.

Liu J, et al,. The nightshade proteinase inhibitor IIb gene is constitutively expressed in

glandular trichomes. Plant Cell Physiol. 47, 1274-1284, 2006.

Loguercio, L. L. et al. Canopy-microclimate effects on the antagonism between

Trichoderma stromaticum and Moniliophthora perniciosa in shaded cacao. Plant

Pathology, v. 58, n. 6, p. 1104–1115, 2009.

Mares JH, Gramacho KP, Dos Santos EC, Santiago Ada S, Silva EM, Alvim FC1,

Pirovani CP. Protein profile and protein interaction network of Moniliophthora

perniciosa basidiospores. BMC Microbiol. 2016 Jun 24;16(1)

Meinhardt, L. W. et al. Moniliophthora perniciosa, the causal agent of witches’

broom disease of cacao: what's new from this old foe? Molecular Plant Pathology, v.

9, n. 5, p. 577–588, 2008.

Nobrega, F.M et al. Antimicrobial proteins from cowpea root exudates: inhibitory

activity against Fusarium oxysporum and purification of a chitinase-like protein. Pant

Soil 272, 223-232, 2005.

Oh, IS. et al. Secretome analysis reveals an Arapdopsis lipase involved in defense

against Alternaria brassicicola. Plant Cell 17, 2832-2847, 2005.

Orchard J, Collin HA, Hardwick K, Isaac S.. Changes in morphology and measurement

of cytokinin levels during the development of witches brooms on cocoa. Plant

Pathology 43, 65-72, 1994.

Packter, NM. Lipid biochemistry of fungi and other organisms: By JD Weete. pp 388.

Plenum Press, New York and London. 1980. Biochemical Education, v. 9, n. 4, p. 156-

156, 1981

Pirovani C. P and Micheli F. Protein extraction for proteome analysis from cacao leaves

and meristems, organs infected by Moniliophthora perniciosa, the causal agent of the

witches' broom disease. Electrophoresis 29(11): 2391-2401, 2008.

Phillips, M.A. and Croteau, R.B. Resin-based defenses in conifers. Trends Plant Sci. 4,

184–190, 1999.

Powell, J. F., and R. E. Strange. Biochemical changes occurring during the germination

of bacterial spores. Biochem. J. 54:205-209, 1953.

Purdy LH, Schmidt RA. Status of cacao witches’ broom: biology, epidemiology and

management. Ann Rev Phytopatho 34:573–594, 1996.

Rincones, J. et al. Differential gene expression between the biotrophic-like and

saprotrophic mycelia of the witches’ broom pathogen Moniliophthora perniciosa Mol.

Plant Microbial. Interactions 21, 891–908. 2008

Santos AM; Santos GBM. Cacau fino no Brasil : conceitos e evolução.

Revista de Difusão Agropecuária, CEPLAC- Bahia, vol 4, n. 1, p 1-18, 2012

Singer, R.. "Monograph study of the genera Crinipellis and Chaetochalatus." Liloa 8(7):

503, 1942.

Scarpari LM. et al. Biochemical changes during the development of witches’

broom: the most important disease of cocoa in Brazil caused by Crinipellis perniciosa.

Journal of Experimental Botany, v. 56, n. 413, p. 865–877, 2005.

Shah, J. Lipids, lipases, and lipid-modifyng enzymes in plant disease resistance. Annu.

Rev. Phytopathol. 43, 229-260, 2005.

Shepherd, RW. et al Phylloplanins of tobacco are defensive proteins deployed on serial

surfaces by short glandular trichomes. Plant Cell 17, 1851-1861, 2005

Shepherd RW and Wagner GJ Phyloplane proteins: emerging defenses at the aerial

frontline? Trends in Plant Science. V.12, 2, 1360-1385, 2007.

Strange, R. E., and E. A. Dark.. A cell-wall lytic enzyme associated with spores of

Bacillus species. J. Gen. Microbiol. 16:236-249, 1957.

Van Schaftingen, E.; Van Laere, A. J. Glycerol formation after the breaking of

dormancy of Phycomyces blakesleeanus spores. European Journal of Biochemistry,

v. 148, n. 2, p. 399-404, 1985.

Wood-Baker, A. Effects of oxygen-nitrogen mixtures on the spore germination of

mucoraceous moulds. Transactions of the British Mycological Society, v. 38, n. 3, p.

291-297, 1955.

Yanagita, T., and Y. Nomachi. Kinetic analysis of the region of protease formation in

the hypha of Aspergillus niger. J. Gen. Appl. Microbiol. 13:227-235, 1967.

Young, SA, et al. Rice cationic peroxidase accumulates in xylem vessels during

incompatible interactions with Xanthomonas oryzae pv oryzae. Plant Physiol.

107, 1333-1341, 1995.