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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO AMAURI THOMAZ XAVIER FERREIRA ANDERSON LOIS GULMINI TAQUES MARLON JOSÉ NIVALDO DE AGUIAR TREINAMENTO PARA TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL COM BASE NA LEI FEDERAL Nº 6.514/77 PONTA GROSSA 2005

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

SETOR DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO

TRABALHO

AMAURI THOMAZ XAVIER FERREIRA

ANDERSON LOIS GULMINI TAQUES

MARLON JOSÉ NIVALDO DE AGUIAR

TREINAMENTO PARA TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

CIVIL COM BASE NA LEI FEDERAL Nº 6.514/77

PONTA GROSSA

2005

AMAURI THOMAZ XAVIER FERREIRA

ANDERSON LOIS GULMINI TAQUES

MARLON JOSÉ NIVALDO DE AGUIAR

TREINAMENTO PARA TRABALHADORES DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO

CIVIL COM BASE NA LEI FEDERAL Nº 6.514/77

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para graduação no curso de especialização de Engenharia de Segurança do Trabalho, do departamento de Engenharia Civil do setor de Ciências Agrárias e de Tecnologia, da Universidade Estadual de Ponta Grossa. Orientador: Prof. Dr. Carlos Luciano Sant’Ana Vargas.

PONTA GROSSA

2005

AMAURI THOMAZ XAVIER FERREIRA

ANDERSON LOIS GULMINI TAQUES

MARLON JOSÉ NIVALDO DE AGUIAR

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado para obtenção do título de

Especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho, do Curso de Especialização,

Setor de Ciências Agrárias e de Tecnologia da Universidade Estadual de Ponta

Grossa.

Ponta Grossa

2005

Orientador: Prof. Dr. Carlos Luciano Sant’Ana Vargas

Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Professor: Prof. Dr. José Adelino Krüger

Universidade Estadual de Ponta Grossa.

Professora Ms. Flávia Andréa Modesto.

Universidade Estadual de Ponta Grossa.

AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Pós-Graduação em nível de especialização em Engenharia de

Segurança do Trabalho da Universidade Estadual de Ponta Grossa com o apoio da

Universidade Eletrônica do Brasil;

Ao professor Carlos Luciano Sant’Ana Vargas, pela orientação e incentivo no

desenvolvimento deste trabalho;

A todos os professores do curso, por disponibilizarem seus conhecimentos de forma

ética e eficiente, possibilitando nosso aprendizado;

À empresa que cedeu espaço para a realização deste trabalho;

Aos funcionários da empresa, que demonstraram grande receptividade e boa

vontade, contribuindo efetivamente para a realização deste trabalho;

A todos os colegas do curso, que proporcionaram momentos agradáveis,

estabelecendo uma relação de amizade e companheirismo;

Aos nossos familiares, pais, esposas, filhos e amigos, por todo o apoio em todos os

momentos de nossas vidas, pelo carinho e paciência;

E a todos aqueles que, de maneira direta ou indireta, contribuíram para a realização

deste trabalho.

RESUMO

O presente trabalho de pesquisa tem por finalidade a aplicação de um programa de treinamento elaborado através de uma linguagem de fácil compreensão, voltado aos trabalhadores da indústria da construção civil da cidade de Ponta Grossa (PR). Os pontos principais enfocados no treinamento fizeram-se de acordo com as necessidades apontadas quando da realização de um diagnóstico direcionado para as peculiaridades da amostra selecionada. Dessa maneira, o objetivo geral do presente estudo caracterizou-se em capacitar os profissionais da indústria da construção civil, com relação aos preceitos legais e normatizados dentro da legislação vigente em nosso país, de forma prática e sem o constrangimento da imperatividade ou da obrigatoriedade de utilização de equipamentos de segurança em geral. Dessa maneira, foi utilizada uma metodologia específica para o treinamento de acordo com o perfil dos treinandos. Os procedimentos metodológicos que nortearam a presente pesquisa foram baseados em modelos qualitativos, sendo a pesquisa exploratória a mais indicada para o desenvolvimento do trabalho. Ao contrário do que se esperava, o êxito do treinamento mostrou que é necessário o incentivo dessa prática nas empresas, tendo em vista que atualmente a qualidade de vida no trabalho e o capital humano apresentam-se como fatores dos mais importantes nas organizações. Palavras-chave: segurança, treinamento, construção civil.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 – Modelo de plano de aula................................................................Quadro 2 – Resultados dos testes de conhecimentos......................................Quadro 3 – Resultados da avaliação da reação dos treinandos.......................Gráfico 1 – Perfil da mão-de-obra por categoria ..............................................Gráfico 2 – Faixa etária dos trabalhadores .............................................. Gráfico 3 – Nível de escolaridade dos trabalhadores .......................................Gráfico 4 – Como aprenderam a profissão atual ............................................. Gráfico 5 – Tempo de serviço na empresa ...................................................... Gráfico 6 – Prática de treinamento de prevenção contra acidente do trabalho Gráfico 7 – Teste do Jogo dos Sete Erros (JSE) - Comparativo de Resultados antes e depois do Treinamento..................................................... Gráfico 8 – Teste de Identificação dos EPIs, relacionando-os com as diversas atividades (TIEPI) - Comparativo de Resultados antes e depois do Treinamento................................................................................................ Figura 1 – Local de realização do treinamento ............................................... Figura 2 – Realização da explanação do conteúdo através de transparências Figura 3 – Realização dos testes com os treinandos ...................................... Figura 4 – Imagem destacando o instrutor ministrando a aula......................... Figura 5 – Imagem geral dos treinandos, destacando à frente o professor orientador..........................................................................................................Figura 6 – Imagem de todos os treinandos no momento das aulas..................Figura 7 – Entrega de Certificado pelo professor orientador ao treinando........Figura 8 – Imagem que também destaca o momento da entrega do Certificado ........................................................................................................Figura 9 – Imagem destacando a entrega do Certificado ao Mestre de Obras da empresa........................................................................................................Figura 10 – Encerramento do treinamento e entrega de Certificados ..............

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SUMÁRIO

CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO ...............................................................................1.1 PROBLEMATIZAÇÃO........................................................................................1.2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................1.3 OBJETIVOS.......................................................................................................1.3.1 Geral..............................................................................................................1.3.2 Específicos....................................................................................................1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.........................................................1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO.......................................................................... CAPÍTULO II – A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE PONTA GROSSA E O TRABALHADOR .............................................................................................2.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................2.2 INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE PONTA GROSSA (PR).................2.2.1 Dirigentes .......................................................................................................2.2.2 Realidade Econômica ....................................................................................2.2.3 Consciência ................................................................................................. 2.3 O OPERÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL ........................................................ 2.3.1 Recursos Humanos nas Empresas de Construção Civil ............................... 2.3.2 Reflexo da Desqualificação: A Falta de Segurança do Trabalho na Constru-ção Civil ..................................................................................................................2.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMPORTANCIA DA UTILIZAÇÃO CORRETA DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL ..........................................2.5 O TREINAMENTO VISTO COMO INVESTIMENTO......................................... CAPÍTULO III – METODOLOGIA ..........................................................................3.1 FASES DO PROCESSO DE TREINAMENTO ................................................. 3.1.1 Fase de Diagnóstico ......................................................................................3.1.2 Fase de Planejamento e Programação ......................................................... 3.1.3 Fase de Execução .........................................................................................3.1.4 Fase de Avaliação ......................................................................................... CAPÍTULO IV – PRÉ-TREINAMENTO ..................................................................4.1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................4.2 FASE DE DIAGNÓSTICO ................................................................................4.2.1 Seleção da Empresa ......................................................................................4.2.1.1 Tradição no Setor .......................................................................................4.2.1.2 O Porte da Empresa ...................................................................................4.2.1.3 Receptividade dos Dirigentes .....................................................................4.2.2 Seleção dos Funcionários ..............................................................................4.2.3 Necessidades dos Funcionários em Relação à Segurança do Trabalho ...... 4.2.4 Preparo do Conteúdo .....................................................................................

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CAPÍTULO V – O TREINAMENTO DIRIGIDO AOS PROFISSIONAIS DA CONSTRUÇÃO CIVIL ............................................................................................5.1 PROCESSO DE AMBIENTALIZAÇÃO..............................................................5.2 LOCAL DO TREINAMENTO..............................................................................5.3 CONTEÚDO DO TREINAMENTO ....................................................................5.4 PLANO DE ENSINO..........................................................................................5.5 RECURSOS DIDÁTICOS E AUDIOVISUAIS DE ENSINO............................... 5.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O TREINAMENTO............................................... CAPÍTULO Vl – AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS ............................................. 6.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS TREINANDOS.........................................................6.2.1 Categoria Profissional.....................................................................................6.2.2 Faixa Etária.....................................................................................................6.2.3 Nível de Escolaridade.....................................................................................6.2.4 Formação Profissional....................................................................................6.2.5 Tempo de Serviço na Empresa...................................................................... 6.2.6 Participação do Grupo em Treinamentos Anteriores......................................6.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS E AVALIAÇÕES.............................................. 6.3.1 Avaliação dos Treinandos – Testes de Conhecimentos.................................6.3.2 Avaliação da Reação dos Treinandos............................................................ VII - CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................ REFERÊNCIAS ...................................................................................................... APÊNDICE I - FICHA DE CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES ............... APÊNDICE II – PLANOS DE AULA........................................................................ APÊNDICE III – TESTE DE IDENTIFICAÇÃO DOS EPIs EM RELAÇÃO ÀS DIVERSAS ATIVIDADES .......................................................................................APÊNDICE IV – JOGO DOS SETE ERROS.......................................................... APÊNDICE V – QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DA REAÇÃO DOS TREINANDOS COM RELAÇÃO AO TREINAMENTO ............................................APÊNDICE VI – CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO DO TREINAMENTO...........APÊNDICE VII – IMAGENS DO TREINAMENTO ..................................................

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CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO

1.1 PROBLEMATIZAÇÃO

Com a abertura do mercado nacional, aliada à globalização da economia,

com a preocupação da sociedade em se obter um produto a partir de atitudes que

levem em consideração não só a qualidade do mesmo, mas que também os

procedimentos inseridos dentro do processo produtivo sejam cercados por um

sentimento ético, através do qual questões de cunho sócio-econômicas, os recursos

humanos, e aquelas ligadas ao meio ambiente sejam postas no mesmo nível de

importância que o desempenho e a lucratividade do produto final, surge então a

necessidade de se investir em técnicas que priorizem estas questões,

principalmente aquelas relacionadas ao ser humano.

Nesse sentido, a preocupação com o homem como ferramenta

indispensável na obtenção do sucesso tem se mostrado uma constante nos

diversos segmentos industriais. A valorização do ser humano, a partir de políticas

específicas que visam qualificá-lo, preocupando-se não só com a sua formação

técnica, mas também com as questões sociais e humanitárias que o envolvem, tem

sido uma constante no dia-a-dia das empresas.

Acompanhando estas tendências, a indústria da construção civil nacional

tem se mostrada preocupada com a produtividade e com a qualidade final do

produto. Neste sentido, tem buscado ferramentas que venham a contribuir com o

alcance destes objetivos, partindo desde os mais simples até os mais sofisticados

métodos de controle. Neste cenário, depara-se com problemas relacionados com a

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prevenção com o controle de perdas, entre os quais se destacam os acidentes de

trabalho.

As obras de construção civil, do subsetor de edificações, apresentam

características e peculiaridades ligadas às práticas executivas de mão-de-obra, que

muitas vezes determinam ao setor uma tendência de ser classificado entre aqueles

cujas atividades e comportamentos mais favorecem a ocorrência não apenas de

acidentes do trabalho, mas também de pequenos eventos indesejáveis (incidentes),

concorrendo desta forma para a baixa produtividade com conseqüente aumento de

custo de produção, contribuindo para o aumento do custo social do país.

Na tentativa de minimizar, ou mesmo de eliminar os problemas que

envolvem o setor, as grandes empresas de construção civil têm buscado a

qualificação de seus comandados, através de cursos profissionalizantes, simpósios,

palestras, treinamentos, e de uma política de valorização profissional, a partir de

uma análise comportamental do indivíduo que, aliada a sua produtividade, vão

determinar a sua eficácia dentro do processo produtivo.

Em sentido contrário às grandes empresas estão aquelas de pequeno porte,

nas quais onde as realidades econômica e cultural levam a práticas inadequadas

dentro do processo produtivo, principalmente no que diz respeito à mão-de-obra.

Estas empresas, responsáveis pela geração da maior parte dos postos de trabalho

disponíveis no setor da construção civil, em sua maioria se preocupam

exclusivamente com a obtenção de resultados e com a entrega do produto final, não

levando em consideração os meios utilizados na sua obtenção. Neste sentido,

constata-se que práticas inconcebíveis são evidenciadas no dia-a-dia dos canteiros

de obras destas empresas, sendo, as questões mais básicas deixadas de lado,

sejam em relação aos critérios administrativos e gerenciais adotados, seja em

10

relação às diversas atividades existentes dentro de um canteiro de obras, passando

necessariamente pelas questões que envolvem aspectos básicos de segurança do

trabalho.

Segundo Amaral (1999), na indústria da construção civil encontram-se ainda

classes profissionais desprovidas de aprendizado específico para o

desenvolvimento do trabalho; operários que raramente tiveram oportunidade de

estudo, provenientes na sua maioria do meio rural, e que aprenderam sua profissão

no dia-a-dia, adquirindo sua qualificação trabalhando lado a lado com trabalhadores

mais experientes, que, em sua maioria, não possuem conhecimento de todas as

implicações existentes no seu processo de trabalho.

Para Amaral (1999), isso contribui de forma contundente para que a mão-de-

obra da construção civil tenha vícios e hábitos prejudiciais à sua produtividade

global. Porém, a obra é identificada necessariamente como um trabalho que exige

elevados índices de produtividade, face às grandes implicações econômicas

impostas ao setor.

Neste sentido, faz-se necessário disponibilizar meios para que as pessoas

envolvidas diretamente no processo produtivo exerçam suas atividades com

segurança. Para tanto, não basta apenas os empresários e dirigentes do setor

fornecerem e exigirem o uso das ferramentas de prevenção e proteção (EPIs ,

EPCs etc), mas também investir em técnicas e métodos de aprendizagem,

orientando e principalmente conscientizando todos os envolvidos da sua importância

no processo produtivo.

Segundo Amaral (1999), é prioritário que sejam realizadas ações com

ênfase na reeducação da força operária de trabalho, para que a mesma atue de

forma eficaz neste novo cenário, no qual serão valorizados a criatividade, a

11

iniciativa, o trabalho em equipe, a consciência crítica e a disposição para o

aprendizado.

1.2 JUSTIFICATIVA

Segundo Mutti apud Amaral (1999), as construtoras enfrentam três

problemas básicos: produtividade, custo e recursos humanos. O meio técnico

atribui, em geral, à mão-de-obra, a principal responsabilidade pela baixa

produtividade do setor, pela má qualidade das construções e pelos elevados índices

de perdas de materiais.

Para Amaral (1999), a pouca utilização de maquinário, o uso intensivo de

mão-de-obra, pouco ou não qualificada e precariamente escolarizada, a execução

parcelar do trabalho, marcada pela exigência da força física e de habilidades

manuais e a utilização de métodos produtivos tradicionais, são aspectos que

também estão diretamente relacionados com a baixa produtividade do setor.

A partir deste panorama, surgem os problemas que afetam a evolução, o

desempenho das empresas e sua conseqüente sobrevivência no mercado.

Na tentativa de reverter este quadro, o setor da construção civil tem buscado

dar um novo enfoque às questões que envolvem o homem e suas atividades

laborais; para tanto, cursos profissionalizantes e de aperfeiçoamento têm se

disseminado através de órgãos oficiais, sindicatos, instituições de ensino e,

principalmente, por empresas particulares, objetivando assim atender as

necessidades do mercado.

Neste sentido, buscou-se neste trabalho justificar e fundamentar a

necessidade de se aplicar um curso de treinamento, demonstrando sua eficácia

12

através da valorização dos profissionais envolvidos e da melhoria das condições

gerais de trabalho e de segurança.

1.3 OBJETIVOS

Objetivou-se nesta pesquisa demonstrar o treinamento referente à utilização

correta dos equipamentos de proteção individual aos operários da construção civil,

bem como a sua importância no desenvolvimento de atividades no canteiro de

obras.

O trabalho foi desenvolvido com a aplicação de um programa de

treinamento, elaborado através de uma linguagem de fácil compreensão para os

trabalhadores da indústria da construção civil, enfocando o treinamento de forma

mais eficiente e prática. Os conceitos e métodos de segurança no trabalho

basearam-se nos programas e normas existentes.

O treinamento foi desenvolvido em empresa de construção civil da cidade

Ponta Grossa (PR). No treinamento foram transmitidos os conceitos de segurança

do trabalho, o uso correto de EPI’s, motivação, produtividade, qualidade em um

canteiro de obras e qualificação profissional.

Assim, para o desenvolvimento do presente trabalho apresentam-se os

seguintes objetivos:

1.3.1 Geral

Capacitar os profissionais da indústria da construção civil com relação aos

preceitos legais e normatizados dentro da legislação vigente em nosso país, de

13

forma prática e sem o constrangimento da imperatividade ou da obrigatoriedade de

utilização de equipamentos de segurança em geral.

1.3.2 Específicos

Trabalhar junto aos funcionários das empresas de construção civil, no sentido

de orientar, treinar, capacitar e motivar, para melhores desempenhos.

Trabalhar junto aos dirigentes dos empreendimentos, bem como os

profissionais voltados ao gerenciamento das atividades (engenheiros, mestres,

encarregados etc.).

Demonstrar de forma prática e conclusiva as vantagens de se elaborar um

plano de ação direcionado à segurança do trabalho.

1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Os procedimentos metodológicos que nortearam o presente estudo, a priori,

basearam-se na pesquisa qualitativa. Adotou-se o modelo exploratório devido sua

abrangência nas pesquisas bibliográfica, documental e estudo de caso.

Numa primeira fase do trabalho, elaborou-se uma revisão bibliográfica dos

aspectos relacionados à mão-de-obra da construção civil, às peculiaridades do setor,

à postura dos recursos humanos no setor, à importância do treinamento e a uma

análise dos treinamentos realizados.

Paralelamente à revisão bibliográfica, elaborou-se o material didático

utilizado no treinamento e direcionado para o operário da construção civil.

14

Na seqüência, aplicou-se o treinamento, buscando complementar os

conhecimentos já adquiridos pelo trabalhador ao longo dos anos, de forma que se

obtenha resultados positivos referentes à qualificação profissional, beneficiando

assim a empresa engajada no programa de treinamento.

O programa de treinamento realizado busca fornecer aos treinandos um

significado. Em vista disso, justificou-se procurar compreender com quem iria se

trabalhar; para tal foram levantadas as necessidades deste grupo de trabalhadores,

para posteriores descrições e interpretações. A abordagem é predominantemente

qualitativa, devido ao tempo disponível e situações consideradas, na medida em que

reflete a situação existente no momento da coleta dos dados, em que estudos

posteriores poderão identificar outros resultados.

Em complemento ao estudo qualitativo realizado, buscou-se caracterizar os

participantes do estudo, utilizando como técnica de coleta de dados um questionário,

no qual foram levantadas a faixa etária, a origem, a função profissional, o nível de

escolaridade, o modo como aprendeu sua profissão e o tempo de serviço na

empresa, que foram posteriormente analisados.

1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho encontra-se dividido em sete Capítulos, sendo que

buscou-se disponibilizar os conteúdos de modo ordenado, apresentando

seqüencialmente as etapas do desenvolvimento teórico e prático.

O primeiro Capítulo do trabalho contextualiza o tema em estudo, no qual são

destacadas as particularidades da pesquisa.

15

O segundo capítulo apresenta o referencial teórico tendo sido analisados os

aspectos gerais da indústria da construção civil de Ponta Grossa (PR), bem como as

características dos operários.

O terceiro Capítulo descreve a metodologia utilizada neste trabalho,

estabelecendo uma relação entre todas as fases, além de descrever os

procedimentos didáticos utilizados.

O quarto Capítulo refere-se à fase de pré-treinamento, quando foram

diagnosticadas as necessidades, selecionando as empresas, os funcionários e

preparando os conteúdos a serem ministrados.

O quinto Capítulo descreve o treinamento realizado. Contextualiza o

processo de treinamento, apresentando as técnicas utilizadas e os recursos

audiovisuais.

O sexto Capítulo descreve a análise de dados referentes à caracterização

individual de cada participante do treinamento, além de apresentar os resultados

referentes à avaliação da aprendizagem e à avaliação das reações relativas ao

programa de treinamento desenvolvido.

O sétimo Capítulo constitui a finalização do trabalho, no qual apresentam-se

as conclusões e considerações finais, seguida dos anexos, da bibliografia e das

referências utilizadas como base teórica para o estudo.

16

CAPÍTULO II – A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE PONTA GROSSA E O

TRABALHADOR

2.1 INTRODUÇÃO

Este Capítulo apresenta vários aspectos ligados à indústria da construção

civil de Ponta Grossa (PR) e busca através de um breve relato traçar um paralelo

entre o ambiente de trabalho e as pessoas que o compõem (dirigentes e

trabalhadores). O objetivo é detectar as carências existentes nas inter-relações

empresa-trabalhador na busca pela qualidade e do bem-estar físico e social.

2.2 A INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO CIVIL DE PONTA GROSSA (PR)

O setor da construção civil de Ponta Grossa (PR), de acordo com o

conhecimento e experiência dos autores da pesquisa é formado em sua maioria por

empresas caracterizadas pelo seu pequeno porte, o qual é determinado pelo

reduzido número de funcionários (menos de 20, na maioria) e pela inexistência de

um corpo técnico efetivo e estruturado, a não ser quando seus dirigentes (sócios

e/ou proprietários) têm formação técnica e/ou acadêmica condizente com a atividade

da empresa. Seus objetivos são direcionados de acordo com a tendência do

mercado, ou seja, os empresários buscam atender àquele segmento que no

momento está se mostrando mais atraente. Nesta linha é praticamente impossível

esperar que estas empresas mantenham algum tipo de controle mais elaborado, no

que diz respeito à questão dos acidentes de trabalho, ou mesmo na inibição ou

minimização de pequenos eventos indesejáveis.

17

Outros aspectos a serem analisados e que estão relacionados com as

empresas são listados a seguir:

2.2.1 Dirigentes

A falta de uma postura mais profissional e de uma visão mais ampla das

conseqüências advindas de um evento indesejado (acidente ou incidente), leva os

dirigentes das empresas a se mostrarem pouco receptivos em relação ao assunto,

relevando a um segundo plano a implantação de ações preventivas.

Essas pessoas, responsáveis pelo comando das empresas, são

caracterizadas por hábitos, atitudes e pensamentos que levam a um comportamento

inadequado e incompatível com as questões relacionadas às boas e corretas

práticas administrativas, principalmente no tocante à implantação de políticas

internas que visem a prevenção e o controle de acidentes.

Essas características são oriundas, na maioria dos casos, de uma formação

inadequada destas pessoas. Tal formação não está relacionada apenas a fatores de

cunho educativo, pois verifica-se na prática que empresas cujos proprietários têm

formação técnica ou administrativa (técnicos, engenheiros, administradores etc.),

também demonstram um certo desinteresse em relação à implantação de qualquer

mecanismo de controle.

2.2.2 Realidade Econômica

Ao analisar os diversos aspectos relacionados à realidade econômica,

verifica-se que a mesma está intrinsecamente ligada aos principais fatores que

18

levam os empresários, dirigentes, engenheiros, técnicos e operários a

negligenciarem a adoção de medidas de prevenção e controle de acidentes nas

diversas atividades existentes no subsetor edificações.

Tais conceitos acabam não sendo considerados, pois as empresas, na

busca pela sobrevivência, acabam por aceitar contratos com valores de serviços

absurdamente baixos (preços vis), gerando uma desordem técnico-administrativa.

Na tentativa de fazer frente a estes contratos, as empresas buscam a minimização e

a otimização dos custos, que são postos em prática de forma totalmente equivocada.

A prática passa necessariamente pela questão da informalidade da mão-de-

obra a ser utilizada, contratando pessoas para exercerem funções importantes, em

regimes de trabalhos intensos, sem registro em carteira, sem remuneração de horas

extras, sem o fornecimento dos EPIs necessários, sem a assistência previdenciária,

sem nenhum tipo de proteção, expondo-as aos riscos inerentes a cada profissão. As

empresas, na busca do imediatismo, acabam gerando um quadro caótico,

caracterizado por um ambiente de trabalho mal planejado e inseguro. Assim, na

tentativa de implantar nas empresas uma política que vise proteger não só o

empregado, mas a todos que participam do processo produtivo, convém analisar

com bastante critério as questões relacionadas à realidade econômica, que não é

um problema exclusivo das empresas, mas sim de toda a sociedade que está

inserida neste quadro. A participação negativa de todos é facilmente verificada,

como a seguir:

Os governos federal, estadual e municipal, bem como as autarquias e

empresas de economia mista, quase sempre licitam obras nas quais o critério

determinante para se vencer um processo licitatório é o de menor preço. É sabido

que quando se contrata um serviço ou se pretende adquirir um bem, a busca pelo

19

menor preço é a condição preponderante para se efetivar o evento, porém uma

análise mais detalhada das reais condições técnicas das empresas e fornecedores

de serviços, talvez pudesse estabelecer outros parâmetros, que juntamente com a

questão do preço viessem a determinar a melhor condição para se eleger a empresa

vencedora. A prática do menor preço faz com que empresas menos estruturadas

técnica e administrativamente e aquelas despreocupadas com as questões de

segurança acabem por vencer tais processos, gerando na maioria dos casos

diversos problemas, em especial aqueles voltados à questão da prevenção e do

controle de acidentes.

A falta de uma fiscalização mais efetiva e eficiente pelos órgãos oficiais

permite a proliferação dentro das empresas de práticas incompatíveis com os

objetivos pretendidos em relação à prevenção e ao controle de acidentes.

As instituições de ensino, seja em nível secundário ou superior, na maioria

dos casos não procuram despertar nos alunos uma consciência bem fundamentada

numa visão ampla da importância em se prevenir e controlar a ocorrências de

eventos indesejáveis dentro das empresas.

O baixo poder aquisitivo das pessoas faz com que elas busquem, quando da

construção ou aquisição da casa própria, elementos que determinem apenas a

minimização dos custos imediatos, ou seja, aqueles custos que estão diretamente

ligados à execução da obra ou à compra do imóvel, não se preocupando com outros

fatores, tais como: se a empresa pratica ou praticou alguma política de prevenção e

controle de acidentes, se todos os operários foram ou serão registrados, se foram ou

se serão disponibilizados a eles os meios de proteção contra acidentes de trabalho,

se todos os tributos previdenciários foram ou serão recolhidos, enfim se as práticas

utilizadas ou a serem utilizadas no caso de construção estão em consonância com

20

as boas práticas administrativas, pois mais cedo ou mais tarde acabam interferindo

na vida de todos os cidadãos. É o que se pode chamar de custo sócio-econômico do

Brasil, caracterizado pelo aumento de impostos, pela baixa remuneração a

aposentados pela previdência social, pela assistência médica e hospitalar precária,

pelo aumento dos acidentes fatais e com lesões precipitando o fim de uma vida ou

de uma carreira profissional, o desperdício de materiais, a baixa qualidade do

produto final etc. É certo que muitas pessoas são sabedoras de todas estas

questões, porém, dada a sua realidade econômica, em determinado momento opta-

se pelo imediatismo, deixando de lado a consciência para com a coletividade.

2.2.4 Consciência

No transcorrer deste Capítulo, foi citada a palavra consciência. Mas o que é

consciência ou como fazer alguém se conscientizar? Na verdade, esta questão é

cercada por um grau de relativa complexidade e subjetividade, pois, para se

alcançar objetivos sólidos em relação à conscientização de alguém, ter-se-ia que

lançar mão de várias ferramentas ligadas às boas práticas pedagógicas,

psicológicas, filosóficas, comportamentais etc., envolvendo aí uma série de questões

para talvez se obter um resultado satisfatório.

O fato é que, quando se refere à conscientização, não está se dirigindo a

alguém, mas sim a um grupo de pessoas, no caso, os empresários e dirigentes das

empresas do subsetor de edificações. A partir daí, verifica-se que o grau de

complexidade e dificuldade na obtenção de êxito com a implantação de um programa

de conscientização é muito maior, pois se existe dificuldade em conscientizar uma

pessoa, imagine quão mais difícil será conscientizar um grupo de pessoas.

21

2.3 O OPERÁRIO DA CONSTRUÇÃO CIVIL

Em relação ao operário, vários aspectos serão abordados, como a

desqualificação da mão-de-obra, algumas peculiaridades da indústria da construção

civil e indicadores sociais negativos, a necessidade de se investir em programas de

treinamento e pontos considerados relevantes com relação à eficácia desta

atividade, visando compreender a realidade do operário da construção civil.

Esta análise objetiva fundamentar, teoricamente, a importância do operário

da construção civil, que deveria deixar de ser considerado pelas empresas como

mero fator de produção, para ser visto como agente de maximização dos resultados

organizacionais. Por conseguinte, destina-se também a esclarecer a importância em

se investir em programas de treinamentos que visem à qualificação deste

trabalhador.

2.3.1 Recursos Humanos nas Empresas de Construção Civil

A mão-de-obra da construção civil durante muitos anos foi considerada

como um dos fatores de produção. Tem-se conhecimento através da experiência

dos pesquisadores na área, de condições subumanas, às quais os empregados

eram submetidos em sua jornada de trabalho, havendo um desinteresse pela sua

qualificação, sendo a única preocupação existente a de se obter uma maior

produtividade a qualquer custo, não importando os meios.

Esta postura de desinteresse de investimento na qualificação do funcionário

se justificava pelo fato de que as empresas não desejavam o fortalecimento da

categoria, o que poderia levar a reivindicações por salários mais elevados.

22

Convergindo nesta mesma direção, segundo Vargas apud Amaral (1999)

acentuou-se “uma estratégia de desqualificação cujo efeito último consiste em

desvalorizar social e economicamente uma força de trabalho cujo processo de

qualificação e de difusão de conhecimentos técnicos não é controlado pelas

empresas”, e que vinham ao encontro das exigências do mercado de trabalho da

época.

Conforme Marcon apud Amaral (1999), em meados da década de 1980

surge um novo cenário brasileiro, sendo proposta uma organização do trabalho

pautada em métodos de trabalho que defendem a participação do trabalhador e a

flexibilização da produção, e pela introdução de novos equipamentos. O

empresariado nacional, a partir desse momento, passa a adotar um discurso da

necessidade de qualificação da mão-de-obra para atingir os níveis de produtividade

exigidos pelas novas leis do mercado internacional.

Em função desse novo cenário, no início dos anos 90, o governo brasileiro

apresenta ao setor industrial o Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade ou

o Programa de Competitividade Industrial, sob a égide da gestão pela qualidade

total, associado a novas propostas de produção: produção enxuta, produção

descentralizada. A organização do trabalho existente até então começa

paulatinamente a sofrer alterações, com o objetivo de as empresas conseguirem

alcançar maior qualidade e produtividade.

As mudanças que passaram a ocorrer na organização do trabalho em

decorrência deste novo modo de produção, tanto pela introdução de novos

equipamentos quanto pela adoção de novos métodos de trabalho, passaram a exigir

um trabalhador com um novo perfil. Deste novo profissional espera-se, além das

habilidades físicas necessárias à realização da sua tarefa, o cumprimento de

23

funções mais intelectuais, como capacidade de raciocínio lógico e resolução de

questões, disponibilidade para aprender, bem como um novo padrão atitudinal para

que se tenha uma força de trabalho mais cooperativa, mais autônoma e

comunicativa, identificada com os objetivos organizacionais estabelecidos.

Segundo Gomes (1994), este novo cenário demanda trabalhadores

comprometidos, que se identifiquem com os objetivos organizacionais. Entra-se na

era em que o comprometimento das pessoas não é mais desejável, mas sim,

indispensável para a realização de um ambiente organizacional capaz de fazer

frente à concorrência estabelecida tanto pelas empresas nacionais como

internacionais.

Houve uma mudança na forma de lidar com o trabalhador por parte dos

administradores das empresas.

Embora o mercado atual exija esta nova postura de valorização perante os

recursos humanos, muitas empresas ainda continuam orientando-se pelo lado

remanescente do Brasil arcaico. Mas os pressupostos que orientam suas ações não

comportam a realidade dos tempos atuais. A grande maioria destas empresas não

fornece aos empregados o devido respeito, nem os consideram como elementos

vitais para o seu sucesso, relegando mais atenção às máquinas e aos

equipamentos.

Depara-se ainda com estruturas organizacionais desprovidas de um

departamento de recursos humanos, prejudicando a transmissão das normas e

diretrizes das empresas, resultando no exercício profissional sem a instrução

aceitável para a execução de um trabalho com qualidade e segurança, tão exigidos

neste cenário onde a competitividade é uma constante.

24

Segundo Neves apud Amaral (1999), convém destacar a forma como a

questão dos recursos humanos é exercida na construção civil, e caracterizada por

alguns indicadores, tais como: rotatividade da mão-de-obra, elevado índice de

acidentes de trabalho e estado predominante de insatisfação entre os operários.

Tais indicadores caracterizam de maneira geral que há um desenvolvimento da

função de recursos humanos bem aquém das necessidades dos trabalhadores,

podendo-se concluir que apenas um número bem reduzido de empresas conseguiu

um desempenho satisfatório.

Já no que diz respeito às características organizacionais, Barone apud

Amaral (1999) destaca que uma grande parte das empresas ainda apresenta um

baixo grau de inovação tecnológica e é dependente da rígida estrutura de ofícios

que orienta o setor na organização do trabalho, na qual os investimentos em sua

força de trabalho são ínfimos, além de não dispor de uma política de recursos

humanos ou mesmo de uma proposta de formação de mão-de-obra.

No mesmo sentido vão os comentários de Dalcul apud Amaral (1995), nos

quais pode-se constatar que as empresas de edificações em geral dispõem de um

setor de pessoal que limita-se somente às atividades rotineiras de recrutar, contratar,

registrar, elaborar folhas de pagamento e rescisões de contrato, não exercendo

qualquer função de diagnosticar dados sociais que possibilitem um embasamento

para a formulação de programas que visam à integração, ao treinamento e ao

desenvolvimento dos recursos humanos.

Segundo Chiavenato (1994a) o desempenho humano pode ser infinitamente

aumentado quando a empresa oferece condições que possam ser capazes de

canalizar e desenvolver o potencial das pessoas e transformá-los em resultados

positivos. Neste sentido, a empresa é capaz de criar um ambiente em que as

25

capacidades individuais possam se desenvolver e proliferar em proveito de toda a

organização.

Deve-se conceber de maneira clara que a modernização das empresas

passa antes pela cabeça das pessoas e pela sua competência, para depois chegar

às máquinas, aos equipamentos, aos métodos, aos processos, aos produtos e aos

serviços.

Ao analisar a realidade da desqualificação profissional, ainda que novas

técnicas e processos construtivos sejam adotados, propiciando a potencialização e o

aumento da produtividade, o trabalho humano continua sendo o centro da produção

da indústria da construção civil. Contudo, muitas empresas ainda insistem em tratar

os seus funcionários como meros recursos produtivos e operacionais, dentro da

mesma categoria das máquinas, dos equipamentos, das instalações e dos materiais.

Para Chiavenato (1994b), as pessoas são a conseqüência da modernização

e o produto final dela. No entanto, o setor ainda continua sendo grande absorvedor

de mão-de-obra pouco ou não qualificada, ou de baixa escolaridade, o que se

configura como um obstáculo às mudanças.

Acaba-se sempre batendo na mesma tecla: os tempos modernos chegam

trazendo inovações sociais, culturais, econômicas, políticas e, principalmente,

tecnológicas. Todas essas inovações esbarrarão no problema da desqualificação da

mão-de-obra. Para adaptar-se a essa nova realidade e manter-se competitiva, a

empresa deverá investir na educação e no desenvolvimento de seu profissional e

isto se constituirá na chave do sucesso da empresa.

Antes de se falar em competitividade, produtividade e qualidade, as

empresas precisam utilizar o seu potencial humano da maneira mais eficiente e

eficaz e para isso, devem apostar na valorização da sua mão-de-obra. Não se pode

26

pensar em aumento dos índices de produtividade, em melhor qualidade, em maior

competitividade sem investir nos recursos humanos. Clarifica-se, assim, que todo

esse discurso só terá sentido quando houver a conscientização por parte das

empresas de que os recursos mais importantes para este fim são as pessoas, sendo

elas as únicas capazes de fazer com que isto se torne uma realidade.

O que está por trás de todo este quadro de modernização organizacional é a

necessidade de permitir que as pessoas realmente trabalhem não apenas como

recursos mecânicos de produção, capazes de oferecer simplesmente esforço físico

ou muscular, mas sobretudo que participem da empresa, sendo criativas,

inteligentes e responsáveis pelo sucesso da empresa.

Apesar de saber que gerenciar os recursos humanos com competência é um

dos fatores mais importantes para a conquista da qualidade nas empresas, falta

ainda uma política que realmente enfrente a situação de desqualificação vivenciada

pelo trabalhador da construção civil. Uma política que acredite no potencial humano

e valorize a sua contribuição para o sucesso da organização.

Os setores de recursos humanos devem propiciar meios pelos quais

possibilitem aos trabalhadores tornarem-se melhores profissionalmente e a partir do

aumento da sua competência, criar um ambiente organizacional no qual eles

possam contribuir até os limites do seu desenvolvimento profissional e de suas

habilidades pessoais. Neste novo ambiente, a satisfação no trabalho é um

sentimento provindo de trabalhadores cônscios de que fazem pleno uso das suas

competências e habilidades, em que a melhoria da eficiência operacional é uma

premissa básica.

Este estado de mudanças nas organizações alerta para um momento de

urgência, em que as pessoas precisam ser preparadas para acompanhar as novas

27

informações, participando e comprometendo-se com todo este processo de

transição.

A propósito, Gomes (1994) assinala que a qualidade na organização só será

percebida a partir de um realinhamento cultural, evidenciado por esforços de

educação e de treinamentos que propaguem novas crenças e novos valores, de

forma a sensibilizar e a energizar as pessoas a participarem de projetos de

melhorias com o senso de comprometimento e de responsabilidade e,

conseqüentemente, que todos esses esforços criem uma mão-de-obra com maior

eficácia.

2.3.2. Reflexo da Desqualificação: A Falta de Segurança do Trabalho na Construção

Civil

Dentre os reflexos da desqualificação da mão-de-obra, pode-se citar a falta

de segurança presenciada nos canteiros de obras.

Segundo Bueno (1994), apesar de avanços, tais como o desenvolvimento de

novos equipamentos de proteção individual, novos equipamentos de proteção

coletiva e aprimoramento das normas e procedimentos operacionais, acidentes

ainda continuam ocorrendo.

A inexistência de treinamentos direcionados à segurança do trabalhador tem

contribuído de fato para os elevados índices de acidentes de trabalho no setor da

construção civil.

Não obstante, a inexistência de instruções sobre a correta utilização dos

equipamentos de proteção individual (EPIs) e equipamentos de proteção coletiva

(EPCs), contribi também para a ocorrência de acidentes.

28

Segundo Bueno (1994) os cursos sobre utilização de equipamentos de

proteção individual, equipamentos de proteção coletiva, primeiros socorros, dentre

outros, são importantes e não devem esgotar-se.

Para Neves apud Amaral (1999), as causas de acidentes na construção civil

são as mais diversas possíveis, dentre as quais podem ser citadas:

- ausência de um planejamento adequado;

- não previsão de riscos na fase de projeto;

- utilização inadequada de materiais e equipamentos;

- erros na execução;

- inexistência da definição de responsabilidades;

- falta de informação.

A construção civil apresenta elevadas taxas de freqüência e de gravidade de

acidentes, e como é o setor que individualmente emprega mais pessoas, acaba

concentrando o maior número de acidentes e de dias perdidos, demonstrando desta

forma a prioridade que deve ser dada ao assunto segurança do trabalho na

construção civil.

2.4 CONSIDERAÇÕES SOBRE A IMPORTÂNCIA DA UTILIZAÇÃO CORRETA

DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL

Uma pesquisa do Ministério do Trabalho e Emprego, com base em

informações coletadas pela Fundacentro (Fundação Jorge Duprat de Figueiredo de

Segurança e Medicina do Trabalho), estima em 4.098 o número de acidentes fatais

na construção civil brasileira em 1997, o que representa uma média de 342

ocorrências por mês.

29

Além de elevadas em termos absolutos, as estatísticas indicam que o setor

possui uma média de acidentes fatais - 0,259 por mil trabalhadores - superior à

média internacional, estimada em 0,201 mortes por mil empregados. Uma tragédia

para milhares de famílias, amigos e para as empresas das vítimas, visto que as

construtoras são quase unânimes em afirmar que o impacto psicológico de um óbito

em um canteiro de obras é devastador.

Segundo a Revista Construção (1999), os acidentes que causaram

afastamento profissional durante o ano de 1997, segundo a pesquisa, foram

responsáveis por mais de 110 mil dias de trabalho jogados no lixo. Um prejuízo

econômico para as empresas equivalente à compra de cerca de 10,7 mil toneladas

de cimento. A maior parte dos acidentes - e não poderia ser diferente, até mesmo

pelas características da construção civil brasileira, fatiada por milhares de pequenas

empresas - ocorre em pequenas construtoras.

Correção e prevenção é o que indicam a pesquisa do SindusCon-SP e do

Ministério do Trabalho e Emprego e também o estudo do engenheiro Marcelo

Costella batizado "Análise dos acidentes do trabalho e doenças profissionais

ocorridas na atividade de construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997".

Segundo Costella (1999), cerca de 85% dos acidentes do Estado ocorreram

em pequenas ou microempresas. O dado coincide com a percepção de construtores,

consultores e fornecedores de EPIs (Equipamentos de Proteção Individual).

Nesse sentido, de acordo com a NR-18 (Norma Regulamentadora nº 18 do

Ministério do Trabalho), os equipamentos de proteção individual devem ser

fornecidos de forma gratuita para os empregados sempre que as medidas de

proteção coletiva não forem viáveis do ponto de vista técnico ou não oferecerem

completa proteção aos operários.

30

Os EPIs costumam ser, entretanto, um dos bons indicadores das condições

de segurança de uma obra. Claro que, se não houver o desenvolvimento de um

programa de segurança do trabalho, ou se a empresa preferir, ao invés de eliminar

os riscos na fonte geradora, apenas proteger os operários com esse tipo de

equipamento, os resultados práticos serão nulos. Dispensar os EPIs, porém, seria

impossível. Tanto que as construtoras têm demonstrado preocupação com a

qualidade e a manipulação correta dos equipamentos disponíveis no mercado.

De acordo com o diretor de construção da Construtora paulista lnpar, Luiz

Henrique Ceotto, a empresa vem sendo obrigada a dispensar alguns operários que

se recusam a utilizar os EPIs. "Alguns trabalhadores argumentam que os

equipamentos são desconfortáveis ou dificultam demais a execução do serviço",

afirma o engenheiro. Os fornecedores sabem disso. "Conforto é sinônimo de uso",

afirma Lévy, da I. C. Leal. "Se o equipamento incomodar, haverá resistência dos

operários. Por isso, a qualidade do EPI é tão importante".

Outro ponto fundamental é o treinamento. De nada adianta possuir os EPIs

apenas para cumprir a lei, sem garantir o uso da maneira adequada. "O treinamento

inicial do trabalhador, dentro das seis horas obrigatórias, deve incluir orientações

sobre o uso correto dos equipamentos", afirma o engenheiro de segurança do

trabalho Bruno Bilbao Adad, assessor do Sinduscon-PR. "Fora os treinamentos

periódicos e os específicos para atividades extraordinárias".

O Sinduscon-PR desenvolveu, inclusive, um quadro com pictogramas auto-

adesivos que, conforme o trabalho a ser executado, indica com desenhos o EPI a

ser utilizado, facilitando o entendimento dos trabalhadores. "Se não houver

treinamento com filmes e palestras, as chances de o operário deixar de utilizar o

31

equipamento aumentam", afirma o consultor paulista Salvador Benevides, da NBS

Tech.

2.5 O TREINAMENTO VISTO COMO INVESTIMENTO

As mudanças econômicas, políticas e sociais que estão ocorrendo no país

fazem com que as empresas deparem-se com uma nova realidade brasileira que

modifica sensivelmente os patamares de competitividade adotados, obrigando-as a

obter novos padrões de qualidade, a partir de estratégias organizacionais, assim

como pela reestruturação das políticas de gestão da mão-de-obra baseadas numa

participação mais efetiva ao processo produtivo. A busca das empresas por

melhores resultados é uma premissa básica a alcançar a sua sobrevivência, em um

mercado que passa por profundas alterações no setor econômico produtivo

(AMARAL, 1999).

Assim como outros setores, o mercado do subsetor de edificações sofre

instabilidades e retrações, abrindo um caminho, no qual elevada concorrência e a

exigência pela qualidade das edificações torna-se uma necessidade, assim como a

eficácia do recurso humano responsável pela produção, numa premissa básica.

O atual contexto econômico e social solicita uma mão-de-obra mais

qualificada. Este novo cenário produtivo exige um trabalhador que consiga ir além da

simples execução de suas tarefas rotineiras. Solicita-se do trabalhador o

cumprimento de funções que utilizem mais o raciocínio lógico, a resolução de

problemas existentes nas suas atividades, a disposição em estar sempre em busca

de novos conhecimentos, e igualmente se cobra um novo padrão atitudinal, com

32

uma força de trabalho cooperativa, que possua autonomia, seja comunicativa, e

sobretudo, que tenha identidade com a empresa onde trabalha.

Segundo Costa apud Amaral (1999), no Brasil a grande maioria das

indústrias não se preocupa com treinamento, investindo menos de 1% de horas

trabalhadas, quando a média mundial é de 3%.

Tentando reverter esse quadro, apesar da lentidão, intervenções estão

sendo realizadas por meio de modificações na estrutura das empresas, ao lado de

ações que visem uma mudança na qualidade dos serviços dos seus funcionários,

por meio de treinamentos, qualificações e requalificações, que favoreçam a melhoria

da comunicação verbal e escrita, contribuindo para uma melhor compreensão das

ordens de serviço; por melhores relações pessoais no trabalho e para a definição

dos padrões atitudinais do trabalhador, requeridos por esta nova realidade

empresarial (BARONE apud AMARAL1999).

O treinamento passa a ser visto como um investimento, no qual a motivação

e co-responsabilidade do trabalhador levem à formação de um profissional mais

capacitado e comprometido com a cultura organizacional da empresa. E, acima de

tudo, que a busca pela qualificação profissional traga a recuperação e a valorização

da competência profissional do trabalhador. Segundo Silva apud Amaral (1999), “as

teorias de crescimento econômico apontam para a estreita relação entre a formação

intelectual ou potencial humano e a renda nacional per capita.”

33

CAPÍTULO III – METODOLOGIA

Os procedimentos metodológicos utilizados para embasar o presente estudo

podem ser divididos em duas fases, sendo a primeira a fase da coleta de dados e a

segunda a fase do treinamento.

Para a coleta de dados os procedimentos fundamentaram-se na pesquisa

qualitativa, a qual trouxe ao pesquisador a possibilidade de interagir com a amostra

selecionada, obtendo dados que muitas vezes não podem ser conseguidos através

dos questionários e entrevistas. A observação é a principal ferramenta utilizada

neste tipo de pesquisa.

De acordo com Carvalho (1988), a metodologia utilizada no treinamento,

constitui-se em um conjunto de diversas técnicas voltadas para o processo de

formação. É formado por um conjunto de etapas que envolve os aspectos desde a

apresentação do assunto até a avaliação final da aprendizagem, podendo ser

aplicada em praticamente todas as etapas do treinamento.

Entretanto, essa técnica é caracterizada por um procedimento didático

empregado pelo instrutor, tendo por finalidade contribuir para a aprendizagem do

treinando.

Tonelli apud Amaral (1997) menciona em sua obra que para que os objetivos

sejam atingidos, deve-se adotar a combinação adequada das metodologias. Nesse

sentido pode-se afirmar que existem os métodos corretos a serem empregados de

acordo com os resultados que se espera.

Utilizando o modelo de desenvolvimento proposto por Vargas apud Amaral

(1997), após a realização de um diagnóstico prévio, deve-se escolher os métodos de

acordo com os seguintes critérios:

34

- os tipos de comportamentos a serem adquiridos;

- o número de indivíduos a serem treinados;

- as diferenças individuais entre os treinandos;

- o custo para se desenvolver o treinamento;

- a incorporação de princípios de aprendizagem.

Bastos (1994) acredita que o processo de treinamento pode ser visualizado

por intermédio de uma abordagem sistemática e organizada, por meio do qual as

pessoas podem adquirir conhecimentos específicos e habilidades em função de

objetivos definidos e/ou modificar atitudes em relação às pessoas, aos aspectos da

tarefa, à organização ou ao ambiente.

Ao se adotar esta abordagem sistêmica para o treinamento, pode se deparar

com um processo proposto por Bastos (1994), composto de quatro fases distintas,

igualmente importantes e que seguem uma seqüência programada. As fases que

compõem o processo de treinamento podem ser agrupadas em: Fase de

Diagnóstico, Fase de Planejamento e Programação, Fase de Execução e Fase de

Avaliação.

3.1 FASES DO PROCESSO DE TREINAMENTO

3.1.1 Fase de Diagnóstico

Conforme Bastos (1994), esta fase permite definir o problema a ser tratado,

a necessidade a ser satisfeita e o objetivo a ser alcançado por intermédio do

treinamento.

35

Azevedo apud Amaral (1999), por sua vez, acredita que a fase de

diagnóstico é o processo que, por meio da identificação das necessidades de

treinamento de indivíduos ou de grupos, possibilita um melhor desempenho destes

na execução de suas tarefas.

Outro aspecto levantado por Bastos (1994) é que, mesmo que a

identificação das necessidades de treinamento seja realizada de maneira informal e

assistemática, deve fornecer ao processo de treinamento, de forma contínua e

permanente, dados que permitam definir, no planejamento, os objetivos da ação de

treinamento.

3.1.2 Fase de Planejamento e Programação

Nesta fase se realizam a escolha e a prescrição dos meios de tratamento

para sanar as necessidades e das carências indicadas ou percebidas, ou seja,

consiste na programação e no planejamento do processo de treinamento visando

atender às necessidades levantadas na fase do diagnóstico.

3.1.3 Fase de Execução

Constitui o terceiro passo do processo cíclico do treinamento. Trata-se da

execução do que foi planejado e programado anteriormente.

Nesta fase, o papel mais importante é o do coordenador responsável pela

realização do curso dentro das premissas definidas no planejamento e na

programação (ABREU, 1991).

36

Azevedo apud Amaral (1999), ao referir-se a este assunto, afirma que a fase

de execução é elaborada a partir da programação e concentra-se na relação

instrutor-aprendiz. O autor define como aprendizes as pessoas que almejam adquirir

novos conhecimentos na perspectiva de realizar um melhor trabalho, e como

instrutores os especialistas que possuem a capacidade de passar o conhecimento

ao aprendiz de forma clara e organizada.

Bastos (1994) acredita que a fase de execução é a implantação do que foi

programado, a ação propriamente dita.

3.1.4 Fase de Avaliação

Esta fase constitui o último passo do processo de treinamento, quando é

verificado se os objetivos anteriormente planejados foram atingidos e se as

necessidades previamente identificadas foram satisfeitas.

De acordo com Abreu (1991), a avaliação deve ser realizada ao longo de

todas as fases, com o intuito de verificar se todo o processo foi realizado

adequadamente. As respostas negativas às perguntas formuladas na avaliação

fazem com que o treinamento retorne à etapa anterior, para a execução de

atividades corretivas.

Sob outro ponto de vista, Bastos (1994) comenta que a avaliação se torna útil

na medida em que os dados pesquisados mostrem que o treinamento não foi em

vão. Ela prediz os resultados de investimentos realizados, além de levantar

informações que permitam aperfeiçoar o processo de treinamento.

Assim, os procedimentos metodológicos referentes à aplicação de um

programa de treinamento específico para trabalhadores da construção civil, tiveram

37

por base o modelo apresentado por Bastos (1994), que compreende as quatro

etapas já mencionadas anteriormente.

O Diagnóstico foi realizado de maneira informal, quando houve a delimitação

dos problemas a serem tratados. Os problemas observados foram, dentre outros, os

referentes aos acidentes de trabalho, mais precisamente como adotar uma postura

correta para evitar a incidência de acidentes, fazendo uso correto dos EPIs e de

medidas de segurança.

Durante a fase de programação foram estabelecidos os conteúdos a serem

transmitidos durante o treinamento, quais seriam os participantes, os métodos, as

técnicas e os recursos de instrução que seriam utilizados; o local de treinamento, os

períodos e os horários em que seria realizado o treinamento; os recursos materiais,

físicos, e, por fim, como seria realizada a avaliação e a mensuração dos resultados

do treinamento.

Dessa maneira, para a caracterização os participantes do treinamento,

utilizou-se o questionário, como técnica de coleta de dados (apêndice I), composto

de perguntas objetivas, no qual levantou-se a faixa etária, a origem, a função

profissional, o nível de escolaridade, o modo como aprenderam a profissão e o

tempo de serviço na empresa. A apresentação destes resultados será feita mediante

a apresentação de gráficos, seguidos dos comentários referentes aos resultados

obtidos.

Encerrando a fase de programação, foram determinados os métodos

utilizados no treinamento, levando-se em consideração os ítens mencionados

anteriormente, de acordo com o modelo de Bastos (1994), sendo eles: o número de

indivíduos a serem treinados, as diferenças individuais entre os treinandos, o custo

para desenvolver o treinamento e a incorporação de princípios de aprendizagem.

38

Foram utilizados para o desenvolvimento do treinamento os materiais

didáticos, que compreendiam os assuntos principais voltados para o ensino. A

utilização de recursos audiovisuais foi muito importante, por ter a capacidade de

desenvolver uma maior assimilação dos conteúdos.

Cabe aqui ressaltar que os exercícios aplicados no treinamento serviram

para prover uma retroalimentação aos instrutores com relação à assimilação dos

conteúdos, não tendo o caráter avaliativo de aptidão; serviram apenas para a

verificação da aprendizagem.

39

CAPÍTULO IV – PRÉ-TREINAMENTO 4.1 INTRODUÇÃO

Este Capítulo tem o propósito de apresentar a estruturação inicial do

programa de treinamento pretendido pela equipe pesquisadora.

Buscou-se primeiramente, através de atividades simples, eleger um grupo

de empresas que pudessem satisfazer aos propósitos da pesquisa. A partir daí,

utilizando-se de técnicas apropriadas, foi possível analisar o porte das empresas, a

tradição no setor, o número de funcionários, a disponibilidade física, a vontade e

receptividade dos dirigentes em relação aos anseios do grupo pesquisador, entre

outros, e eleger dentre as escolhidas, apenas uma empresa que melhor se

adaptasse aos objetivos pretendidos para a aplicação do treinamento.

Na seqüência buscou-se junto à empresa trabalhar de forma apropriada com

o material humano ali existente, objetivando escolher aquelas pessoas

(trabalhadores) que se enquadrassem dentro de um perfil preestabelecido para

compor o grupo de treinandos.

Com o grupo escolhido foi possível determinar as necessidades dos

componentes, possibilitando o preparo e a montagem do material a ser ministrado

no processo de treinamento.

40

4.2 FASE DE DIAGNÓSTICO

4.2.1 Seleção da Empresa

A princípio a equipe pesquisadora buscou, entre as empresas atuantes no

setor de construção civil de Ponta Grossa, aquelas que se destacassem pela sua

atuação no subsetor de edificações, demonstrando uma certa tradição no mercado.

A empresa a ser escolhida deveria ser aquela que se enquadrasse em uma série de

pré-requisitos, estabelecendo com a equipe pesquisadora uma relação de confiança,

buscando assim, a eficiência plena em relação aos objetivos pretendidos. Neste

sentido os seguintes elementos foram analisados:

4.2.1.1 Tradição no Setor

Neste sentido, buscou-se eleger um grupo de empresas que apresentassem

tradição no setor da construção civil subsetor edificações, determinada pelos

seguintes aspectos:

Experiência: determinada pelos diversos tipos de obras executadas e de

responsabilidade total e exclusiva da empresa, e pelo tempo de atividade, ou seja,

buscou-se empresas com no mínimo 10 (dez) anos de existência;

Acidentes de Trabalho: empresas que tenham tido o dissabor de vivenciar

acidentes com seus funcionários;

Segurança do Trabalho: empresas que num dado momento tiveram que se

preocupar em disponibilizar alguma forma de controle de acidente, seja através da

41

montagem do SESMT (Serviços Especializados em Engenharia e Medicina do

Trabalho) ou através de CIPAS (Comissão Interna para Prevenção de Acidentes),

ou ainda, oferecer aos seus comandados cursos profissionalizantes e de

treinamentos, voltados à questão do acidente de trabalho.

4.2.1.2 O Porte da Empresa

Entre as empresas escolhidas procurou-se eleger aquelas que, mesmo

tendo tradição e experiência no setor, no momento apresentassem uma estrutura

relativamente modesta no que diz respeito à disponibilidade de mão-de-obra, ou

seja, empresas que fossem compostas por uma quantidade inferior a 50

funcionários. Tal exigência fez-se necessária, dada à pretensão da equipe

pesquisadora, que buscava escolher uma empresa desobrigada pela legislação de

manter Serviço Especializado em Engenharia e Medicina do Trabalho – SESMT (NR

4 do Ministério do Trabalho – Quadros 1 e 2 ).

4.2.1.3 Receptividade dos Dirigentes

Utilizando-se de procedimentos simples, buscou-se através de entrevistas

elaboradas, porém de cunho informal, avaliar o interesse e a receptividade das

pessoas ligadas à direção da empresa, pois, para que os objetivos da equipe

pesquisadora fossem alcançados, seria necessária a participação destes no

processo de treinamento.

42

A partir deste ponto, escolheu-se quatro empresas, as quais foram

submetidas a uma série de questionamentos elaborados pela equipe pesquisadora,

no sentido de se determinar o interesse destas em relação ao treinamento

pretendido, bem como a disponibilidade de horários e locais apropriados para

realização do treinamento.

Assim, através dos critérios mencionados acima, elegeu-se, dentre elas, a

empresa que se enquadrou de forma mais satisfatória nos requisitos desejados.

4.2.2 Seleção dos Funcionários

O estudo se propôs a pesquisar os trabalhadores que atuam na construção

civil, exercendo atividades típicas do subsetor edificações, em canteiros de obras.

A população participante do treinamento foi representada por oito pessoas

com funções diferenciadas, formando-se assim um grupo de discussão em que

todos puderam trocar e adquirir experiências a respeito de seu trabalho.

A seleção dos oito participantes se deu após a realização de entrevistas

individuais que foram realizadas a partir de um questionário estruturado, sendo

excluídos do programa de treinamento quatro trabalhadores, quando se levou em

consideração pré-requisitos como interesse em participar das atividades do

treinamento e principalmente vontade de aprender.

Assim, partindo-se da premissa de que todos eram responsáveis por repassar

o conhecimento adquirido aos demais trabalhadores da obra, buscou-se criar uma

equipe participativa e comprometida com a troca de informações, construindo uma

relação de confiança entre as pessoas, capazes de suportarem as diferenças de

opiniões de forma amigável.

43

4.2.3 Necessidades dos Funcionários em Relação à Segurança do Trabalho

A partir da seleção dos participantes do processo de treinamento, buscou-se

junto aos mesmos, colher os dados necessários para o desenvolvimento do

treinamento através de entrevistas informais, semi-estruturadas e estruturadas, em

conjunto com observações participantes.

As entrevistas informais foram elaboradas da maneira menos estruturada

possível, e desenvolvidas de forma espontânea, sem que estivessem sujeitas a um

modelo preestabelecido de interrogação. Estas entrevistas distinguiram-se da

simples conversação por terem como objetivo básico a coleta de dados referentes à

identificação de alguns aspectos considerados relevantes pela equipe pesquisadora.

As entrevistas semi-estruturadas e estruturadas, foram desenvolvidas a partir

de uma relação de perguntas (apêndice I) preestabelecidas pela equipe

pesquisadora.

De posse dos dados obtidos, e focados nos objetivos pretendidos, passou-se

à montagem dos conteúdos para a realização do treinamento.

4.2.4 Preparo do Conteúdo

No que concerne aos conteúdos abordados por encontro, realizou-se um

diagnóstico de acordo com o estabelecido no item anterior. A partir daí priorizaram-

se temas detectados como problemáticos nas empresas, dentre os quais destaca-se

o alto índice de acidentes, o excesso de erros e desperdícios na execução e ainda

problemas ligados às pessoas, ao clima da empresa, como desinteresse e falta de

cooperação dos trabalhadores com a empresa, relações interpessoais e

44

comunicações deficientes. Desta forma, direcionou-se o conteúdo do treinamento

para estas questões, tendo como foco principal sempre os acidentes de trabalho,

não sendo abordados outros assuntos técnicos menos direcionados às

necessidades do trabalhador e da empresa, evitando assim levar ao treinamento

uma sobrecarga de informações.

Para a elaboração dos planos de aula levou-se em consideração as

características da empresa selecionada e dos participantes do treinamento. A partir

deste levantamento, elaboraram-se planos de aula, os quais abordaram temas

adaptados à realidade da empresa e à linguagem dos treinandos, nos quais foram

transmitidos os seguintes conceitos:

- Relacionamento interpessoal: tendo como objetivos possibilitar aos treinandos

estabelecer e manter bons relacionamentos interpessoais na empresa.

- Segurança do trabalho: tendo como objetivo esclarecer o que é acidente de

trabalho, o que é EPI, o que é EPC e Norma Regulamentadora NR-18.

- Saúde e Higiene: tendo como objetivo esclarecer a importância do bem-estar físico

do ser humano.

Além da necessidade do trabalhador da construção civil adquirir

conhecimentos nas questões relacionadas ao acidente de trabalho e saúde e

higiene, faz-se necessária a obtenção de conhecimentos técnicos a respeito do

produto que se pretende produzir e do serviço a ser executado, e também uma

postura profissional adequada no que se refere aos relacionamentos interpessoais.

Partindo desta premissa, o treinamento buscou transmitir aos trabalhadores os

conhecimentos necessários ao desenvolvimento do trabalho em uma linguagem

45

simples e dinâmica. Este Capítulo tem o propósito de apresentar a estruturação

inicial do programa de treinamento pretendido pela equipe pesquisadora.

Para tanto, toma-se como base desta pesquisa os dispositivos legais e

normatizados pelas Normas: NR-5 (CIPA), NR-6 (EPI’S) e NR-18 (PCMAT),

regulamentadas pela Lei nº 6.514 de 22 de Dezembro de 1977.

46

CAPÍTULO V – O TREINAMENTO DIRIGIDO AOS PROFISSIONAIS DA

CONSTRUÇÃO CIVIL

5.1 PROCESSO DE AMBIENTALIZAÇÃO

Com o intuito de possibilitar maior aproximação entre os instrutores e todos

os operários da obra, decidiu-se antes de iniciar as atividades realizar o processo de

ambientalização, buscando quebrar as resistências iniciais com relação ao programa

de treinamento.

A ambientalização estabeleceu-se a partir de visitas informais em horários

diversos, nos intervalos das refeições ou no decorrer das atividades diárias, em que

buscou-se trocar idéias a respeito do processo de trabalho ou apenas assuntos

corriqueiros.

Com este processo foi possível consolidar relações sociais com todos os

trabalhadores da obra, compreender o cotidiano vivido por eles, os problemas

existentes, suas particularidades, assim como adequar a linguagem utilizada no

treinamento.

5.2 LOCAL DO TREINAMENTO

Para que os colaboradores da empresa não precisassem afastar-se de seu

local de trabalho, o treinamento foi realizado no próprio canteiro de obras, sendo que

a empresa forneceu uma sala de aula que, mesmo sendo improvisada, cumpriu

perfeitamente a finalidade.

47

Foram realizados cinco encontros, entre os dias 18 e 22 de julho de 2005,

com duração média de noventa minutos em cada dia. As aulas foram realizadas

entre as 07:30 h às 09:00 h.

5.3 CONTEÚDO DO TREINAMENTO

No que concerne aos conteúdos abordados por encontro, realizou-se um

diagnóstico de maneira informal e assistemática, por intermédio do qual priorizaram-

se temas detectados como problemáticos nas empresas. A partir dos problemas

detectados, elegeram-se aqueles que seriam objeto de estudo no curso de

treinamento, especificamente aqueles relacionados às questões de segurança do

trabalho e higiene e saúde do trabalho. Desta forma, direcionou-se o conteúdo do

treinamento para estas questões, não sendo abordados outros assuntos técnicos

mais específicos, evitando assim, levar ao treinando uma sobrecarga de

informações.

Para a elaboração dos planos de aula, levou-se em consideração as

características da empresa selecionada e dos participantes do treinamento. A partir

daí foram transmitidos os seguintes conceitos:

- relacionamento interpessoal: tendo como objetivo possibilitar aos treinandos

estabelecer e manter bons relacionamentos interpessoais na empresa.

- segurança do trabalho: tendo como objetivo esclarecer o que é acidente de

trabalho, o que é EPI, o que é EPC, e Norma Regulamentadora NR – 18.

- saúde e higiene: tendo como objetivo esclarecer a importância do bem-estar físico

do ser humano.

48

5.4 PLANO DE ENSINO

Os conceitos a serem abordados, foram desenvolvidos a partir de técnicas

propostas por Amaral (1999), que seguiu em seu trabalho, o modelo de ensino-

aprendizagem, segundo o método construtivista SEMEAR.

O SEMEAR, foi desenvolvido pela Neolabor, uma empresa de consultoria

na área de construção civil, que está no mercado desde 1987, tendo como desafio

aumentar a competitividade, a produtividade e a qualidade dos serviços nas

empresas do setor.

O método faz uma analogia do treinamento com um trabalho de plantação,

no qual deve-se cuidar da semente, tratar a terra, plantar, regar, esperar brotar, tirar

as ervas daninhas, combater as pragas, para depois ter uma boa colheita. Ou seja, o

trabalhador é a terra, e a semente o conhecimento, cabendo ao instrutor a tarefa de

preparar a terra fértil, para que as sementes germinem.

Cada letra da palavra é a inicial das várias ações que compõem este método

e fazem parte da estrutura dos planos de aula:

S ensibilizar – atuar no sentir

E stimular – atuar no pensar

M obilizar – gerar novas idéias

E xperimentar – colocar em prática

A valiar – verificar desempenhos

R ealizar – propiciar um sentimento de realização

Baseado no SEMEAR, foram desenvolvidos cinco planos de aula (apêndice

II), um para cada dia, subdivididos em três momentos: aquecimento, estimulação,

mobilização e fechamento, conforme estrutura apresentada no Quadro a seguir:

49

PLANO DE AULA Nº DATA:

ATIVIDADE RECURSO Tempo

estimado

Tempo Real

- SENSIBILIZAÇÃO

- ESTIMULAÇÃO

- MOBILIZAÇÃO E FECHAMENTO

MATERIAL NECESSÁRIO TOTAL

Quadro 1 – Modelo de plano de aula. Fonte: Os Autores (2005)

Sensibilização (aquecimento)

Antes de iniciar a aula deve-se rever o conteúdo dado no encontro anterior.

Somente após a constatação do entendimento do assunto deve-se começar a

transmitir a matéria do dia.

Assim, inicialmente pergunta-se sobre o que os treinandos aprenderam no

encontro passado. Neste momento, deve-se fazer uma avaliação de como está

sendo fixado o trabalho já desenvolvido. É importante que sejam relembrados os

conteúdos anteriormente ministrados.

Ao perceber que muita coisa foi esquecida, é importante que haja reforço, no

qual deve-se retomar as partes essenciais e comentar as opiniões dos treinandos.

Estimulação (desenvolvimento)

Quando o grupo estiver mais descontraído e integrado é a hora de

apresentar o tema planejado, proporcionando informação sobre o tema em

discussão.

50

Deve-se ordenar o conteúdo de modo a facilitar a compreensão do

treinando, fazendo com que ele se torne o mais simples possível, para não se

amedrontar e não gerar bloqueio ao conteúdo.

Mobilização e Fechamento

Agora deve-se retomar os pontos mais importantes dos conceitos

transmitidos e verificar se os treinandos assimilaram os conceitos que acabaram de

aprender.

É o momento de tirarem as dúvidas, de se perguntar aos treinandos se os

conceitos transmitidos estão ajudando no seu trabalho, resgatar comentários sobre o

desenvolvimento da aula, verificar se a carga horária esta sendo apropriada, se há

algum conteúdo que eles gostariam de ver no treinamento e que não foi programado

e se o conhecimento do grupo está adequado com o desenvolvimento do curso.

5.5 RECURSOS DIDÁTICOS E AUDIOVISUAIS DE ENSINO

Segundo Carvalho (1988), o êxito da formação profissional é alcançado com

maior facilidade se todos os esforços didáticos despertarem todos os sentidos

humanos para o aprendizado.

Assim, foram utilizados recursos visuais como: retroprojetor, cartazes,

fotografias, objetos; recursos audiovisuais como: televisão e videocassete e recursos

didáticos como: apostilas e manuais.

Dos recursos citados, foram utilizados vídeos no treinamento que fazem

parte da coleção “Tudo Pela Saúde e Segurança do Trabalho”, do SINDUSCON-PR.

Dentre os vídeos didáticos desenvolvidos pelo SINDUSCON-PR, foram utilizados:

51

- Segurança do Trabalho: Com duração de 19 minutos e 3 segundos;

- Saúde e Higiene: com duração de 7 minutos e 24 segundos;

- Fases da Obra: com duração de 17 minutos e 26 segundos;

- Armador: com duração de 5 minutos e 5 segundos;

- Carpinteiro: com duração de 5 minutos e 1 segundo;

- Pedreiro: com duração de 5 minutos e 4 segundos;

- Eletricista: com duração de 5 minutos e 24 segundos;

- Pintor: com duração de 5 minutos e 45 segundos;

- Operador de betoneira: com duração de 4 minutos e 42 segundos;

- Transporte de pessoas e materiais: com duração de 8 minutos e 22

segundos;

- Operador de policorte: com duração de 4 minutos e 30 segundos;

- Operador de serra circular: com duração de 5 minutos e 22 segundos;

- Concretagem: com duração de 4 minutos e 45 segundos.

5.6 CONSIDERAÇÕES SOBRE O TREINAMENTO

É importante mencionar que as trocas de experiências e de informações

ocorridas durante o treinamento auxiliam, e muitas vezes até superam qualquer

recurso didático e tecnológico empregados, pois são experiências e acontecimentos

vividos na realidade e que superam todo o tipo de apresentação fictícia, simulação

etc.

Dessa maneira pôde-se observar se o treinamento foi ministrado de modo a

cumprir seus objetivos. Os treinandos, ao contrário do que se imaginava, foram

52

bastante receptivos, participando constantemente dos debates propostos, opinando,

propondo, sugerindo, criticando etc. A seguir serão apresentados alguns relatos e

depoimentos, dos participantes do curso de treinamento.

“... o balancim que o operário trabalhava soltou-se após forte oscilação, e o

mesmo permaneceu preso apenas pelo cinto de segurança, sendo resgatado em

tempo pelo salvamento do Corpo de Bombeiros.”

“... serra circular portátil, provoca corte profundo na parte superior do

membro inferior esquerdo de carpinteiro. Segundo o relato, o manuseio inadequado

provocou o acidente.”

“...negligência e irresponsabilidade de trabalhador provocam queda do

mesmo de altura superior a 10 pavimentos.”

53

CAPÍTULO Vl – AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS

6.1 INTRODUÇÃO

Este Capítulo tem o propósito de apresentar e fundamentar a análise dos

dados obtidos a partir das pesquisas feitas através de questionários elaborados, ou

mesmo àquelas feitas através de formulações informais, partindo desde a fase inicial

até a conclusão do treinamento. Tais análises objetivam fornecer dados à equipe

pesquisadora no sentido de qualificar e mensurar o resultado obtido com o

treinamento.

6.2 CARACTERIZAÇÃO DOS TREINANDOS

Depois de eleita a empresa com a qual se pretendia trabalhar, buscou-se

numa primeira fase, através de entrevistas elaboradas, porém de cunho informal,

estabelecer uma relação de confiança entre a equipe pesquisadora e os

trabalhadores da empresa eleita, objetivando qualificá-los em relação à

receptividade e à vontade de aprender, bem como analisando as inter-relações

existentes entre os mesmos. Depois de procedidas tais análises, de um grupo de

doze indivíduos foram eleitos oito participantes.

Na seqüência os participantes do treinamento foram caracterizados através

do preenchimento de uma ficha individual especificamente elaborada para este fim,

cujo modelo encontra-se no apêndice I deste trabalho. A ficha individual de

caracterização é composta de uma série de informações as quais serão

apresentadas e demonstradas graficamente na seqüência:

54

6.2.1 Categoria Profissional

Os indivíduos que compõem o grupo de participantes do treinamento estão

distribuídos dentre as seguintes categorias profissionais:

- Mestre de Obras: 01 participante;

- Oficial de Pedreiro: 03 participantes;

- Oficial de Carpinteiro: 01 participante;

- Meio Oficial: 01 participante;

- Serventes: 02 participantes.

O Gráfico a seguir demonstra o perfil da mão-de-obra por categoria

profissional.

C AT EG O R IA PR O FISSIO NAL

M E IO O FIC IA L13%

S E R V E N TE24%

M E S TR E D E O B R A S

13%C A R P IN TE IR O

13%

P E D R E IR O 37%

S E R V E N TEM E IO O FIC IA LP E D R E IR O C A R P IN TE IR OM E S TR E D E O BR A S

Gráfico 1 – Perfil da mão-de-obra por categoria Fonte: Os Autores (2005)

6.2.2 Faixa Etária

Os indivíduos que compõem o grupo de participantes do treinamento estão

distribuídos dentro das seguintes faixas etárias:

55

Entre 25 – 34 anos: 03 participantes;

Entre 35 – 44 anos: 03 participantes;

Acima de 45 anos: 02 participantes.

Q UANTO À FAIXA ETÁR IA

De 25 a 34 anos38%

De 35 a 44 anos37%

M ais de 45 anos25%

M ais de 45 anosDe 35 a 44 anosDe 25 a 34 anos

Gráfico 2 – Faixa etária dos trabalhadores Fonte: Os Autores (2005)

Nota-se no Gráfico acima que o grupo é composto em sua maioria por

indivíduos situados na faixa etária entre 25 e 44 anos de idade (75%), o que sugere

a estes, aspectos de maturidade, responsabilidade e experiência profissional,

determinando neste sentido uma certa facilidade em se trabalhar os conteúdos

pretendidos, propiciando uma melhor assimilação e uma conseqüente obtenção de

êxito nos resultados dos treinamentos.

6.2.3 Nível de Escolaridade

O grau de escolaridade dos participantes do treinamento está distribuído da

seguinte forma:

56

1º grau incompleto - concluíram a 4ª série do Ensino Fundamental: 03

participantes;

1º grau incompleto - entre a 5ª e 8ª Série do Ensino Fundamental: 04

participantes;

Semi-analfabeto: 01 participante.

O Gráfico a seguir demonstra mais claramente os dados acima.

E S C O L A R ID A D E D O S T R A B A L H A D O R E S

S em i-ana lfabe to13%

A te a 4 serie38%

fa ixa de 5a . à 8a .se rie

49%

A na lfabetoA te a 4 se riefa ixa de 5a . à 8a .serie

Gráfico 3 - Nível de escolaridade dos trabalhadores Fonte: Os Autores (2005)

O grau de escolaridade do grupo participante do treinamento determina

este, uma certa dificuldade em se trabalhar os conteúdos programados, visto que a

falta de compreensão de textos e mesmo a dificuldade em se comunicar muitas

vezes podem pôr em risco os objetivos pretendidos pela equipe pesquisadora.

6.2.4 Formação Profissional

Quanto às questões referentes à formação profissional, observa-se que a

maioria dos trabalhadores que compõem o grupo mantém um histórico de

57

aprendizado onde a prática supera os cursos profissionalizantes. Do grupo

participante do treinamento apenas dois indivíduos aprenderam a profissão através

de cursos profissionalizantes, os demais adquiriram os conhecimentos necessários

através das experiências do dia-a-dia, ou seja, exercendo as diversas atividades

inerentes a cada profissão na prática.

O Gráfico a seguir mostra os percentuais de como se deu o aprendizado da

profissão:

C O M O A P R E N D E R A M A P R O F IS S Ã O A T U A L

E m c u rs o s p ro f is s io n a liz a n t

e s2 5 %

N a p ra t ic a7 5 %

E m c u rs o sp ro f is s io n a liz a n te sN a p ra t ic a

Gráfico 4 – Como aprenderam a profissão atual Fonte: Os Autores (2005)

Vale observar que aqueles cuja formação profissional se deu através de

cursos profissionalizantes apresentam maior facilidade de aprendizado.

6.2.5 Tempo de Serviço na Empresa

Analisando o Gráfico a seguir, nota-se que a maioria dos trabalhadores já

estão na empresa há um longo tempo e, por conseqüência, possuem muita

cumplicidade com a mesma, pois alguns fazem parte da sua história. Isto é muito

interessante, pois estes funcionários muitas vezes, mesmo sem o comando direto de

58

seus superiores hierárquicos, desempenham suas funções normalmente, sem a

necessidade de serem supervisionados. Segundo Vroom (1997), “Um grupo de

funcionários leais e produtivos é a arma competitiva mais eficaz de uma empresa” e

ainda “Os bons funcionários atraem outros como eles, enquanto as empresas

convencionais têm que aceitar as sobras.”

Segundo Lima apud Amaral (1999), a priorização da mobilidade e do curto

prazo das obras contribuem para o enfraquecimento dos vínculos dos funcionários,

com isto resultando em rotatividade, desengajamento, apatia e desinteresse não só

pelos objetivos e metas como pelo sucesso da organização.

O Gráfico abaixo demonstra as estatísticas sobre o tempo de serviço dos

trabalhadores na empresa.

TEMPO DE SERVIÇO NA EMPRESA

ate 1 ano 24%

de 2 a 4 anos13%entre 5 e 10

anos37%

entre 11 e 19 anos13%

mais de 20 anos13%

ate 1 ano de 2 a 4entre 5 e 10 anosentre 11 e 19 anosmais de 20 anos

Gráfico 5 – Tempo de serviço na empresa Fonte: Os Autores (2005)

59

6.2.6 Participação do Grupo em Treinamentos Anteriores

Como mostra o Gráfico 6 a seguir, a maioria dos funcionários nunca

participou de algum treinamento ou mesmo se o fez foi há muito tempo.

JÁ TEV E ALG U M TR EIN AM E N TO D E PR E VE N Ç Ã O C O N TR A A.T.?

N Ã O -> 62,50%

S IM -> 37,50 %

S IMN ÃO

Gráfico 6 – Prática de treinamento de prevenção contra acidente do trabalho. Fonte: Os Autores (2005)

6.3 ANÁLISE DOS RESULTADOS E AVALIAÇÕES

Na busca por elementos e dados que viessem a fundamentar a equipe

pesquisadora, para que a mesma avaliasse os resultados obtidos com o

treinamento, se decidiu pela aplicação de testes de conhecimentos aos treinandos

antes, durante e no final do curso pretendido, ou seja, a avaliação foi feita

continuamente. Tal prática objetivou mensurar os resultados através de um possível

acréscimo de conhecimento adquirido durante o processo de treinamento.

Ao se realizar a avaliação continuamente, pôde-se levantar dúvidas dos

treinandos com relação ao conteúdo transmitido, além de possibilitar discussões

entre o grupo, fazendo com que as correções dos exercícios propostos se

60

transformasse em rica troca de experiências profissionais. Observou-se também que

o treinando, ao saber da futura avaliação, buscava um maior esclarecimento a

respeito dos assuntos ministrados.

Destaca-se que foi esclarecido aos treinandos, que a finalidade da avaliação

não era dar nota e aprovar ou reprovar, fazendo com que eles se sentissem mais à

vontade em expressar as suas opiniões de forma bastante desinibida, criando assim

um ambiente de treinamento propício à experimentação, em que o medo de errar

pôde ser considerado uma barreira já ultrapassada.

Além da avaliação dos conhecimentos adquiridos com o treinamento,

buscou-se junto aos treinandos, através de questionário elaborado para este fim,

determinar a satisfação dos mesmos, bem como a eficiência do curso, segundo a

opinião dos participantes, fundamentada através de notas atribuídas às diversas

questões.

6.3.1 Avaliação dos Treinandos -Testes de Conhecimentos

O Quadro 2 a seguir, apresenta os resultados dos testes de conhecimentos

aplicados antes e no final do curso de treinamento. Na primeira linha do Quadro

encontra-se uma referência numérica dos treinandos participantes da avaliação (TR1

a TR8), enquanto na primeira coluna se encontram os testes aplicados, ou seja, o

Jogo dos Sete Erros (JSE) e o Teste de Identificação de EPIs (TIEPI), relacionando-

os às diversas atividades. A avaliação para cada tipo de teste foi feita através do

percentual de acertos de cada treinando, verificados tanto na fase inicial (antes do

treinamento), como na fase final (depois do treinamento). Os formulários referentes

61

aos testes aplicados, encontram-se anexos a este trabalho: Teste de Identificação

de EPIs (apêndice III) e Jogo dos Sete Erros (apêndice IV).

% DE ACERTOS TESTES PERÍODO

TR1 TR2 TR3 TR4 TR5 TR6 TR7 TR8

MÉDIA

GRUPO

INICIAL 71,42 71,42 57,14 42,86 42,86 42,86 28,57 14,29 46,43 JSE

FINAL 85,71 85,71 71,42 57,14 57,14 42,86 42,86 28,57 58,93

INICIAL 65,15 63,18 54,15 46,65 42,17 37,76 35,55 28,13 46,59 TIEPI

FINAL 85,15 75,41 68,75 49,67 46,25 51,15 39,58 27,08 55,38

Quadro 2 – Resultados dos testes de conhecimentos Fonte: Os Autores (2005)

Os resultados obtidos no Quadro 1, serão demonstrados graficamente a

seguir:

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

TR1 TR2 TR3 TR4 TR5 TR6 TR7 TR8Treinandos

%JSE ANTES

JSE DEPOIS

Gráfico 7 - Teste Jogo dos Sete Erros (JSE) - Comparativo de Resultados antes e

depois do Treinamento.

Fonte: Os autores (2005)

62

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

TR1 TR2 TR3 TR4 TR5 TR6 TR7 TR8Treinandos

%TIEPI ANTES

TIEPI DEPOIS

Gráfico 8 - Teste de Identificação dos EPIs, relacionando-os com as diversas

atividades (TIEPI) - Comparativo de Resultados antes e depois do treinamento. Fonte: Os Autores (2005)

A partir dos dados apresentados nos Gráficos 7 e 8, verifica-se que o

desempenho obtido pelo grupo superou as expectativas da equipe pesquisadora,

determinando uma melhora significativa do entendimento dos treinandos em relação

às questões que foram objeto do treinamento. O êxito do trabalho fica mais evidente

quando se considera que o grupo participante apresentou características gerais que

dificultaram o aprendizado e a assimilação dos conteúdos propostos, pois quase que

a totalidade dos treinandos nunca tiveram nenhum tipo de formação profissional, e

ainda nunca participaram de cursos similares. Neste sentido, fica evidente que a

falta de hábito e de destreza dos treinandos em manusear ferramentas ligadas à

educação pode ter sido uma barreira quase intransponível, porém a receptividade e

boa vontade em aprender determinaram ao grupo características positivas,

superando as dificuldades existentes.

Observa-se nos resultados obtidos que aqueles indivíduos que

apresentaram um grau de instrução insuficiente (semi-analfabetos), obtiveram

63

resultados pouco satisfatórios na avaliação, porém tais valores não correspondem

totalmente ao conhecimento do individuo, pois a avaliação, da forma como foi

disposta, provavelmente dificultou a interpretação das questões por parte do

treinando menos instruído, determinando que este muitas vezes respondesse a elas

de forma inadequada. Ao questionar na informalidade este tipo de treinando,

verificou-se que o mesmo apresenta um conhecimento até razoável das questões

postas, indicando que os testes para indivíduos com estas características não se

mostraram totalmente eficientes, determinado uma certa insegurança dos resultados

obtidos.

Nota-se que o desempenho, segundo a metodologia empregada, aumenta

no grupo de treinandos situados na faixa etária entre 25 – 34 anos, bem como entre

aqueles que já participaram de cursos profissionalizantes e de outros treinamentos.

Observa-se que talvez a avaliação através de métodos que levem em

consideração as limitações inerentes ao grupo de treinandos, possa fornecer

resultados mais seguros. Neste sentido, faz-se necessário enfatizar que tal

consideração não invalida a metodologia empregada nem os resultados obtidos,

muito pelo contrário, os resultados determinaram a eficiência do treinamento com um

grau de razoável confiabilidade.

6.3.2 Avaliação da Reação dos Treinandos

O Quadro 3 a seguir, apresenta os resultados da aplicação de um

questionário (Anexo V), que objetivou resgatar a opinião dos treinandos com relação

ao treinamento. Na primeira linha do Quadro, encontra-se uma referência numérica

dos treinandos participantes da pesquisa, (TR1 a TR8), enquanto na primeira coluna

64

estão as questões (Q1 a Q13). Os números de 1 a 5, que constam do interior do

Quadro seguinte são as notas que os participantes deram a cada questão.

TR1 TR2 TR3 TR4 TR5 TR6 TR7 TR8

Q1 4 5 5 5 5 5 5 5

Q2 4 5 4 5 4 5 5 5

Q3 5 5 5 4 5 5 5 4

Q4 5 5 5 5 5 5 5 5

Q5 5 2 5 5 5 5 5 5

Q6 4 2 4 4 4 5 4 1

Q7 4 5 5 5 5 5 5 5

Q8 4 5 5 4 4 5 5 5

Q9 4 5 5 4 5 5 5 5

Q10 4 5 5 3 4 5 5 5

Q11 4 5 4 4 4 5 5 5

Q12 4 5 5 5 5 5 5 5

Q13 5 5 5 4 4 5 5 4

Médias 4,31 4,54 4,77 4,38 4,54 5,00 4,92 4,46

Quadro 3 – Resultados da avaliação da reação dos treinandos. Fonte: Os Autores (2005)

Pela análise dos resultados apresentados, pode-se afirmar que os objetivos

foram inteiramente alcançados, pois os conteúdos ministrados, bem como, a

metodologia pedagógica aplicada, vieram ao encontro dos anseios da equipe

pesquisadora. A seguir descrevem-se alguns depoimentos de trabalhadores

participantes do grupo de treinamento. Estes relatos demonstram a satisfação do

65

grupo por estarem tendo a oportunidade de adquirir conhecimentos, ao mesmo

tempo em que se sentem valorizados com a realização do curso.

“... é bom a gente ser lembrado dos cuidados com a segurança no trabalho

no dia-a-dia do trabalho a gente fica achando que sabe tudo”

“... assim nos podemos cuidar uns dos outros, se tem alguém executando

um serviço de risco a gente fica mais atento.”

“... o equipamento de segurança não e tão caro assim, mas a vida da gente

não tem preço e sempre uso capacete.”

“... muitos dos assuntos discutidos e os problemas levantados nas aulas

ocorrem no nosso dia-a-dia...”

“...se você tem segurança, você tem tudo... tem garantia e isto é o mais

importante, você trabalha tranqüilo, não corre riscos.”

“... qualquer curso que você entra para se especializar, melhorar em alguma

coisa você consegue adquirir mais conhecimento, assim melhorar a qualidade e a

produtividade.”

66

CAPÍTULO VII - CONSIDERAÇÕES FINAIS

A forma como o operário é encarado pelos dirigentes das empresas, os

meios disponibilizados para orientá-lo e treiná-lo, e a conscientização deste em

relação à produtividade com qualidade, que passa necessariamente pela questão da

prevenção e do controle de acidentes, foram, mesmo que de forma superficial,

levantados e expostos neste trabalho. Também foram abordados aspectos ligados

aos dirigentes das empresas, à importância destes no processo produtivo, à sua

efetiva participação nas questões humanas e sociais, e principalmente à sua

conscientização em relação à necessidade de se disponibilizar meios que

possibilitem prevenir e controlar as perdas.

Ao se procederem tais análises, buscou-se fundamentar, mesmo que

teoricamente, a importância das pessoas envolvidas (dirigentes e trabalhadores) no

meio em estudo, determinando diretrizes que pudessem nortear as inter-relações

pessoais, na busca pela qualidade total. Neste sentido vislumbrou-se a importância

em se investir em programas de treinamentos visando a qualificação dos

trabalhadores.

Na prática verificou-se que determinadas empresas exercem em suas

atividades algum tipo de prevenção, disponibilizando aos seus colaboradores

ferramentas de controle e de prevenção de acidentes. Porém, tal atitude não tem se

mostrado totalmente eficiente, pois tais dispositivos são entregues aos operários de

forma a se cumprir uma obrigatoriedade legal, não existindo preocupação por parte

dos envolvidos em buscar uma utilização correta e segura dos mesmos.

Nesse sentido acredita-se que a formação adequada dos dirigentes passa

necessariamente pela implantação de programas educativos e de conscientização

67

voltados para os empresários e para as questões do prevencionismo. Tais

programas devem ter a participação de todos os segmentos que compõem o setor,

envolvendo órgãos governamentais, instituições de ensino, entidades de classe,

sindicatos, meios de comunicação etc.

Com a realização do treinamento pôde-se observar a realidade dos

operários da construção civil, mais especificamente, de Ponta Grossa,

principalmente no tocante ao conhecimento destes em relação à segurança do

trabalho.

Os níveis de conhecimento se mostraram diversos, dado os fatores

relacionados ao grau de escolaridade, à experiência na função, à formação

profissional etc.

Com o desenvolvimento das atividades verificou-se que os trabalhadores

devem participar constantemente de programas de reciclagem, visando modificar

e/ou mehorar sua postura diante do ambiente de trabalho no tocante à segurança.

As empresas, em um âmbito geral, devem promover ações voltadas para a

qualificação de seus funcionários, buscando a melhoria constante, tendo em vista

que atualmente o profissional deveria ser o principal capital de uma organização.

Desta forma, pretende-se num futuro próximo a obtenção de resultados

positivos destas ações, determinados através de uma significativa melhora dos

dirigentes em relação à receptividade e à boa vontade em implantar nas empresas

mecanismos voltados à prevenção e ao controle de acidentes, disponibilizando a

seus comandados meios para que os mesmos possam exercer suas atividades com

segurança.

Neste sentido, acredita-se que a implantação de programas voltados a esta

questão, aplicados de forma periódica, buscando sempre envolver todos os

68

segmentos que compõem o subsetor, poderá, se não resolver por completo ao

menos minimizar tais questões.

69

REFERÊNCIAS

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70

COSTELLA, Marcelo. Análise dos acidentes de trabalho e doenças profissionais ocorridas na atividade de construção civil no Rio Grande do Sul em 1996 e 1997. In: Revista Construção, São Paulo, 1999. GOMES, Débora Dias. Fator K conscientização e comprometimento: criando qualidade no ambiente da organização. São Paulo: Pioneira, 1994 SindusCon/PR; FETRACONSPAR. Manual do programa de capacitação de trabalhadores da construção civil em saúde e segurança do trabalho. Curitiba: OP Assessoria de Comunicação, 1997. Tudo Pela Saúde e Segurança do Trabalho. SERT / SindusCon-PR / FETRACONSPAR. Produção: S. K. Comunicação e Eventos. Curitiba: coleção de filmes; Videofilmes, 1997. VROOM, Victor H. Gestão de pessoas, não de pessoal. Rio de Janeiro: Campus, 1997.

71

APÊNDICE I - FICHA DE CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES

72

FILHOS IDADE IDADE IDADE IDADE SEXO SEXO SEXO SEXO

JÁ SOFREU ALGUM TIPO DE ACIDENTE DE TRABALHO?

NA CONSTRUÇÃO CIVIL

ONDE E QUANDO:

ASSINATURA

TEMPO DE TRABALHO:

DESCRIÇÃO DO(S) ACIDENTES(S):

OUTROS CURSOS

GRAU DE INSTRUÇÃOENSINO FUNDAMENTAL

ENSINO MÉDIONA PROFISSÃO NA EMPRESA

JÁ PARTICIPOU DE TREINAMENTO EM SEGURANÇA DO TRABALHO?

COMO APRENDEU A PROFISSÃO ATUAL?

DADOS GERAIS

TRAJETÓRIA PROFISSIONAL:

IDADE: PROFISSÃO: ESTADO CIVIL:

FICHA DE CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO TREINAMENTO

DADOS PESSOAIS DATA:

NOME:

73

APÊNDICE II - PLANOS DE AULA

74

1º PLANO DE AULA DATA: 18/07/2005 TEMPO

ATIVIDADE RECURSO Estimado Real

- SENS

Apresentação dos instrutores e dos

e

Aprese icação

verbal. Preenchimentos da ficha

Sete

15 min.

20 min.

IBILIZAÇÃO:

trabalhos. Apresentação

identificação dos treinandos.

Caracterização dos treinandos.

Teste incial de conhecimentos.

ntação e identif

individual de caracterização.

Aplicação de testes de

conhecimentos: Jogos dos

Erros e Teste de Identificação de

EPIs.

- ESTIMULAÇÃO:

Apresentação de vídeo sobre

alho, abordando ídeo SindusCon – PR, com

uração de 19:03 min.

60 min.

65 min.

Segurança do Trab

na sequência os diversos tópicos

apresentados. Estimulação da

participação dos treinandos através

de questionamentos diversos,

opiniões, relatos de acontecimentos

etc.

V

d

Comentários e explicações sobre

o vídeo com o auxílio de

transparâncias.

- MOBILIZAÇÃO E FECHAMENTO:

Retomada dos principais tópicos da

aula, verificando se os assuntos

abordados foram assimilados pelos

treinandos. Apresentação prévia do

assunto a ser abordado no próximo

encontro.

omunicação verbal, bate papo

formal

15 min.

10 min.

C

in

- MATERIAL UTILIZADO

Retroprojetor, TV, videocassete, listas com os testes

rização

Tempo

total

90 min.

95 min.

realizados, ficha de caracte

75

2º PLANO DE AULA DATA: 19/07/2005 TEMPO

ATIVIDADE RECURSO Estimado Real

- SENS

Breve retomada dos assuntos

a

Apresentação verbal.

15 min.

13 min.

IBILIZAÇÃO:

abordados na aula anterior, com

esclarecimento de dúvidas.

Apresentação do conteúdo da aul

do dia.

- ESTIMULAÇÃO:

Apresentação de vídeo sobre Saúde

e Higiene e Fases da Obra,

ídeo SindusCon – PR, com

uração total de 24:50 min.

60 min.

55 min.

abordando na sequência os diversos

tópicos apresentados. Estimulação

da participação dos treinandos

através de questionamentos

diversos, opiniões, relatos de

acontecimentos etc.

V

d

Comentários e explicações sobre

o vídeo com o auxílio de

transparâncias.

- MOBILIZAÇÃO E FECHAMENTO:

Retomada dos princ

ipais tópicos da

omunicação verbal, bate papo

formal

15 min.

16 min.

aula, verificando se os assuntos

abordados foram assimilados pelos

treinandos. Apresentação prévia do

assunto a ser abordado no próximo

encontro.

C

in

- MATERIAL UTILIZADO

Retroprojetor, TV, videocassete

Tempo

total

90 min.

84 min.

76

3º PLANO DE AULA DATA: 20/07/2005 TEMPO

ATIVIDADE RECURSO Estimado Real

- SENS

Breve retomada dos assuntos

anterior, com

presentação verbal.

15 min.

20 min.

IBILIZAÇÃO:

abordados na aula

esclarecimento de dúvidas.

Apresentação do conteúdo da aula

do dia.

A

- ESTIMULAÇÃO:

Apresentação de vídeo sobre as

ídeo SindusCon – PR, com

uração de 20:34 min.

60 min.

57 min.

profissões de armador, carpinteiro,

pedreiro e eletricista, abordando na

sequência os diversos tópicos

apresentados. Estimulação da

participação dos treinandos através

de questionamentos diversos,

opiniões, relatos de acontecimentos

etc. Foram apresentados os EPIs

necessários a cada atividade,

demonstrando sua correta utilização.

V

d

Comentários e explicações sobre

o vídeo com o auxílio de

transparâncias. Apresentação dos

EPIs.

- MOBILIZAÇÃO E FECHAMENTO:

Retomada dos principais tópicos da

aula, verificando se os assuntos

abordados foram assimilados pelos

treinandos. Apresentação prévia do

assunto a ser abordado no próximo

encontro.

formal

15 min.

18 min.

Comunicação verbal, bate papo

in

- MATERIAL UTILIZADO

Retroprojetor, TV, videocassete, EPIs, fotografias de acidentes

Tempo

total

90 min.

85 min.

77

4º PLANO DE AULA DATA: 21/07/2005 TEMPO

ATIVIDADE RECURSO Estimado Real

- SENS

Breve retomada dos assuntos

anterior, com

presentação verbal.

15 min.

10 min.

IBILIZAÇÃO:

abordados na aula

esclarecimento de dúvidas.

Apresentação do conteúdo da aula

do dia.

A

- ESTIMULAÇÃO:

Apresentação de vídeo sobre as

de

ídeo SindusCon – PR, com

uração de 20:19 min.

60 min.

55 min.

profissões de pintor, operador

betoneira, operador de serra circular,

operador de policorte, abordando na

sequência os diversos tópicos

apresentados. Estimulação da

participação dos treinandos através

de questionamentos diversos,

opiniões, relatos de acontecimentos

etc. Foram apresentados os EPIs

necessários a cada atividade,

demonstrando sua correta utilização.

V

d

Comentários e explicações sobre

o vídeo com o auxílio de

transparâncias. Apresentação dos

EPIs.

- MOBILIZAÇÃO E FECHAMENTO:

Retomada dos principais tópicos da

aula, verificando se os assuntos

abordados foram assimilados pelos

treinandos. Apresentação prévia do

assunto a ser abordado no próximo

encontro.

omunicação verbal, bate papo

formal

15 min.

20 min.

C

in

- MATERIAL UTILIZADO

Retroprojetor, TV, videocassete, EPIs.

Tempo

total

90 min.

85 min.

78

5º PLANO DE AULA DATA: 22/07/2005 TEMPO

ATIVIDADE RECURSO Estimado Real

- SENS

Breve retomada dos assuntos

anterior, com

presentação verbal.

15 min.

10 min.

IBILIZAÇÃO:

abordados na aula

esclarecimento de dúvidas.

Apresentação do conteúdo da aula

do dia.

A

- ESTIMULAÇÃO:

Apresentação de vídeo sobre as

oncretagem e

Vídeo SindusCon – PR, com

uração total de 13:07 min.

60 min.

55 min.

atividades de c

transporte de pessoas e materiais,

abordando na sequência os diversos

tópicos apresentados. Estimulação

da participação dos treinandos

através de questionamentos

diversos, opiniões, relatos de

acontecimentos etc. Avaliação dos

treinandos e do curso através de

testes específicos.

d

Comentários e explicações sobre

o vídeo com o auxílio de

transparências. Teste objetivo

sobre utilização de EPI para cada

profissão. Teste ilustrativo “Jogo

dos Sete Erros”. Questionário

para avaliação do treinamento.

- MOBILIZAÇÃO E FECHAMENTO:

Retomada dos principais tópicos da

aula e do curso, verificando se os

assuntos abordados foram

assimilados pelos treinandos.

Entrega dos certificados de

participação no treinamento.

omunicação verbal, bate papo

20 min.

25 min.

C

informal

- MATERIAL UTILIZADO

Retroprojetor, TV, videocassete.

Tempo

total

90 min.

95 min.

79

APÊNDICE III - TESTE DE IDENTIFICAÇÃO DOS EPIs EM RELAÇÃO

ÀS DIVERSAS ATIVIDADES

1 2 3 4 5 6 7 8

Luvas Capacete Óculos de Segurança Máscara Botas Máscara facial Protetor Auricular Cinto de Segurança

SERVIÇOS RESPOSTAS SERVIÇOS RESPOSTAS GUINCHO: EXECUTANDO REBOCO:

BETONEIRA: EXECUTANDO FÔRMA:

SERRA CIRCULAR: EXECUTANDO DESFÔRMA:

EXECUTANDO ALVENARIA EXTERNA:

EXECUTANDO PINTURA:

EXECUTANDO ALVENARIA INTERNA:

CONCRETAGEM:

80

TESTE DE IDENTIFICAÇÃO DE EPI’s.

NOME:___________________________________________

FUNÇÃO:_________________________________________ Equipamentos de Proteção Individual - EPIs

81

APÊNDICE IV - TESTE JOGOS DOS SETE ERROS

82

1. Operários sem capacetes

2. Espera dos ferros do pilar sem proteção

5. Ausência de guarda-corpo

6. errada para levantar pes

d

JOGO DOS SETE ERROS Encontre os Sete Erros de Segurança do Trabalho

3. Operários sem luvas

4. Roupa de trabalho em más condições de uso

Operário em posição o

7. Lixo e madeiras mal organiza os

83

JOGO DOS SETE ERROS

Fonte: Vargas apud Amaral (1997)

84

APÊNDICE V - QUESTIONÁRIO PARA AVALIAÇÃO DA REAÇÃO DOS

TREINANDOS COM RELAÇÃO AO TREINAMENTO

85

QUESTIONÁRIO

01) Os vídeos, os cartazes, as brincadeiras utilizadas ajudaram você a entender o

assunto?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

02) Os encontros despertaram a sua curiosidade e o seu desejo de aprender?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

03) E um ambiente onde foi possível a aceitação de todo tipo de comentário facilitou a

sua participação?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

04) Foi possível compartilharmos nossas idéias durante os encontros?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

05) Você se sentiu estimulado a participar das atividades?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

06) Você se sentiu desafiado com as situações impostas pelo curso?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

07) Você teve a liberdade de opinar sobre diferentes assuntos nos encontros?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

08) Durante os encontros, foi possível você mostrar os seus conhecimentos, a sua

experiência de trabalho para os demais participantes?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

09) Você ficou disposto a aplicar o que foi transmitido nos encontros no seu dia-a-dia

de trabalho?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

86

10) Os encontros possibilitaram uma maior aproximação com os outros participantes?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

11) Você percebeu a sua importância no grupo durante os encontros?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

12) Os encontros propiciaram momentos agradáveis?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

13) O objetivo principal dos encontros foi

com você nas soluções de problemas do seu dia-a-dia de trabalho. Este objetivo

foi alcançado?

( ) 1 ( ) 2 ( ) 3 ( ) 4 ( ) 5

buscar a sua participação, trabalhando junto

87

APÊNDICE VI – CERTIFICADO DE PARTICIPAÇÃO NO TREINAMENTO

88

Certificado

Certificamos que o Sr. ______________________________ participou o Trein ento p Preve o de

Acidentes de Trabalho na Construção Civil”, promovido pela ________ _ _ _____ m parc com urso

de Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho – Universid e Esta al de nta G sa e

Univeridade Eletrônica do Brasil, realizado no período de 18 à 22 de julho d 0 n to d as

Freqüência: _____%.

Ponta Grossa, 22 de julho 2005.

Eng. Amauri T. X. Ferreira Instrutor

Eng. Anderson L. G. Taques Instrutor

Eng. Marlon J. N. de Aguiar Instrutor

D. Eng. Carlos Luciano Sant’Ana Vargas

Professor Orientad

do “Curs de

___ ___ ___

ad

e 2 05,

am

_ e

du

tal

ara

eria

Po

hor

nçã

o C

ros

um e 10 .

or

89

APÊNDICE VII – IMAGENS DO TREINAMENTO

90

igu lização do nam onte 0

F F

ra 1: Local de rea: Os Autores (2 05)

trei ento.

Figura 2: Realização da explanação do conteúdo através de transparências. Fonte: Os Autores (2005)

91

Figura 3: Realização dos testes com os treinandos Fonte: Os A

utores (2005)

Figura 4: Imagem destacando o instrutor ministrando a aula. Fonte: Os Autores (2005)

92

Figura 5: Imagem

orientador. geral dos treinandos, destacando à frente o professor

Fonte: Os Autores (2005)

Figura 6: Imagem geral de todos os treinandos no momento das aulas. Fonte: Os Autores (2005)

93

Figura 7: Entrega de Certificado pelo professor orientador ao treinando. Fonte: Os Autores (2005)

Figura 8: Imagem que também destaca o momento da entrega do Certificado. Fonte: Os Autores (2005)

94

Figura 9: Imagem destacando a entrega do Certificado ao Mestre de Obras da

presa.

em

Fonte: Os Autores (2005)

Figura 10: Encerramento do treinamento e entrega de Certificados Fonte: Os Autores (2005)