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Universidade Estadual de Londrina PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – SEED/PR CADERNO DE ATIVIDADES - APRENDIZAGEM DA ÁLGEBRA: DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO ALGÉBRICO UTILIZANDO O ERRO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO MARIA JOSÉ FERREIRA MARQUES Londrina 2008

Universidade Estadual de Londrina - Gestão Escolar · participação efetiva nas atividades propostas. Atividades de observação, análise e investigação de padrões favorecem

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Universidade

Estadual de Londrina

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – SEED/PR

CADERNO DE ATIVIDADES - APRENDIZAGEM DA ÁLGEBRA:

DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO ALGÉBRICO

UTILIZANDO O ERRO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO

MARIA JOSÉ FERREIRA MARQUES

Londrina 2008

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MARIA JOSÉ FERREIRA MARQUES

CADERNO DE ATIVIDADES - APRENDIZAGEM DA ÁLGEBRA:

DESENVOLVIMENTO DO RACIOCÍNIO ALGÉBRICO

UTILIZANDO O ERRO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO

Trabalho apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional – SEED/PR sob orientação da Profa. Ms. Magna Natalia Marin Pires.

Londrina 2008

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Caderno de atividades - Aprendizagem da Álgebra: desenvolvimento do

raciocínio algébrico.

TÍTULO: Desenvolvimento do raciocínio algébrico utilizando o erro como

estratégia de ensino.

PROBLEMATIZAÇÃO DO TEMA: Como os erros mais comuns, cometidos pelos alunos na

aprendizagem da álgebra, podem levá-los a superar suas dificuldades, e a aprender

significativamente esse conteúdo.

DEFINIÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO: Turmas do Ensino Fundamental do 2º ciclo de EJA

e o desenvolvimento do raciocínio algébrico para a aprendizagem de Álgebra.

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SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO .................................................................................... 04

1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 04

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................... 07

3 AS ATIVIDADES ............................................................................... 13

4 OS ALUNOS ...................................................................................... 14

5 O PROFESSOR .................................................................................. 15

6 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO ............................................ 17

7 ATIVIDADES .................................................................................... 19

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................... 36

OBRAS CONSULTADAS ......................................................................... 36

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APRESENTAÇÃO

Esse material é um Caderno de Atividades que apresenta uma proposta de trabalho

com o conteúdo de álgebra para o Ensino Fundamental, que posteriormente será

desenvolvido com alunos do ensino fundamental de EJA. Em seguida, será descrito e

analisados os resultados obtidos. Para realizar essa experiência, o Erro é utilizado como

uma estratégia de ensino. As atividades têm o objetivo principal de desenvolver o

raciocínio lógico matemático, preparando assim o aluno para desenvolver de maneira

significativa o conteúdo de Álgebra.

1 INTRODUÇÃO

De acordo com Lakatos (apud PONTES, 1997):

A Matemática não se desenvolve por um crescimento contínuo de teoremas indubitavelmente estabelecidos, mas pela correção de teorias, pelo melhoramento constante de conjecturas graças à especulação e à crítica, graças à glória de provas e refutações. Indica ainda que na produção de conhecimento matemático há uma adaptação constante de axiomas e definições, em simultâneo com uma incessante busca de conjecturas, demonstrações e refutações.

Ou seja, Matemática se desenvolve por meio de reelaboração de

teorias, sendo que o processo de crescimento se dá através de busca e verificação de

hipóteses.

A exploração, a descoberta de estratégias, a tentativa e o erro são

processos indispensáveis à aprendizagem.

Aprender é reconstruir com base na experiência, e o professor tem

papel fundamental nesse processo. O aluno é quem constrói o próprio conhecimento,

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mas tal fato ocorre de maneira mais significativa, se o trabalho desenvolvido em sala de

aula privilegiar comunicação e as inter-relações aluno-aluno e aluno-professor.

Oportunizar situações em que os alunos questionem, reflitam, explorem

e estabeleçam conexões matemáticas são fundamentais, e nesse processo a tentativa e

o erro acontecem quase que de maneira natural, por isso são imprescindíveis ao

desenvolvimento da aprendizagem, pois leva o aluno a procurar e descobrir os

processos de resolução e os resultados. Atividades que estimulam a percepção e exigem

do aluno a organização de regularidades que a ele parecem reais e palpáveis, prepara o

aluno para a aprendizagem da Álgebra.

O pensamento algébrico pode ser desenvolvido desde as primeiras

séries de escolaridade. Para isso é preciso submeter o aluno a atividades que faça com

que ele:

� estabeleça relações;

� faça comparações entre padrões geométricos, numéricos, e

situações que apresentem regularidades;

� desenvolva algum tipo de processo de generalização;

� perceba e expresse regularidades;

� desenvolva uma linguagem que o torna capaz de expressar-se

matematicamente.

Porém para que isso aconteça, é importante que os alunos participem

de situações em que lhes seja possível explorar, experimentar, descobrir e testar.

Apesar de não existir uma “receita” pra um trabalho efetivo, existem

estratégias para que o professor possa conduzir as atividades em sala de aula de acordo

com objetivos estabelecidos.

Ainda hoje existe uma idéia de que Matemática é a área do

conhecimento que se reduz a números e cálculos. E mais, quando se fala em Álgebra, a

primeira idéia que surge é a de que, Álgebra é a parte da Matemática em que se

trabalha apenas com “cálculo literal”. Porém a idéia de que é a parte da matemática que

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se trabalha apenas com “letras” justifique talvez em parte, as dificuldades dos alunos

com a Álgebra, a contradição de ser Matemática, mas não trabalhar com números e sim

com letras.

É importante trabalhar com atividades Matemáticas a partir de “fatos e

coisas” que lhes sejam familiares, lógicas e coerentes. O desenvolvimento do

pensamento algébrico torna os alunos capazes de produzir significados se tiverem

participação efetiva nas atividades propostas.

Atividades de observação, análise e investigação de padrões favorecem

o desenvolvimento do raciocínio de generalização, desenvolvem a “concepção da

Álgebra como generalizadora de modelos”.

Escrever matematicamente, fazendo uso da simbologia adequada, é

ponto importante na construção do raciocínio algébrico. Essa habilidade é desenvolvida

quando o aluno é estimulado a realizar uma escrita que escreve o comportamento de

seqüências, ressaltando sua regularidade. Tal atividade faz com que os alunos

formalizem um pensamento de “caráter generalizador”, ou seja, desenvolve o

pensamento de generalização, e, portanto estimula o raciocínio algébrico, pois se utiliza

das letras para representar de forma simbólica, ou de forma geral o seu pensamento.

Não podemos nos esquecer que todo esse processo exige um tempo de

desenvolvimento, reflexão, análise e amadurecimento, e o Erro, será ação comum e

constante, principalmente no início do trabalho. Mais uma vez a postura do professor é

fundamental para que o trabalho obtenha resultados positivos e satisfatórios. É preciso

deixar claro para a turma, que o Erro é natural, e que a reflexão, compreensão e a

superação do mesmo é que contribuirá para a construção efetiva do conhecimento.

A principal intenção desse trabalho é desenvolver do raciocínio

algébrico, para propiciar o aprendizado do conteúdo de Álgebra, através dos erros

comumente cometidos.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A Matemática ao longo do tempo e do desenvolvimento da humanidade

contribuiu como ferramenta fundamental para o desenvolvimento da ciência, da cultura,

dos saberes e da tecnologia. Tradicionalmente falando, ainda é vista como um sistema

perfeito, e pelo modo com foi, e ainda é trabalhada, as pessoas a entendem como um

conhecimento cuja estrutura está pronta, acabada e estável. É tida quase que, como um

ente platônico, que existe por si só, que se basta em si mesma, e que os problemas que

nela existem não são dela, mas sim de quem com ela lida.

Entender que a Matemática não foi inventada, mas sim construída

dentro de uma necessidade, desenvolvida de maneira não linear, e que até hoje é usada

para resolver muito dos problemas da sociedade pode ajudar na compreensão dos

significados dos conteúdos matemáticos. Foi historicamente construída e desenvolvida

para atender necessidades sociais e teóricas de cada época em especial. Muito dos

estudos matemáticos chegaram a importantes e famosas teorias que hoje temos.

Outros não chegaram aos objetivos esperados, ou ainda, muitos outros, não chegaram

a lugar algum, sendo abandonados, ora retomados em outras épocas da história, ou

ainda, esquecidos e perdidos no tempo. A Matemática foi desenvolvida e sistematizada

dentro de uma ordem caótica, de maneira não linear e sem ordem definida. É muito

importante, que nós professores tenhamos clareza de tal fato. É preciso conduzir uma

prática em sala da aula, levando em consideração que o conhecimento matemático deve

ser situado historicamente.

Como diz Ubiratan D’Ambrósio,

Uma percepção da história matemática é essencial em qualquer discussão sobre a matemática e seu ensino. Ter uma idéia, embora imprecisa e incompleta, sobre porque e quando se resolveu levar o ensino da matemática à importância que se tem hoje são elementos fundamentais para se fazer qualquer proposta de inovação em educação matemática e educação em geral (1996, p.29).

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Os alunos precisam entender que a Matemática não é uma invenção

individual, mas sim faz parte de um contexto cultural e foi sendo desenvolvida a partir

da necessidade do homem e da sociedade.

A Matemática ensinada de maneira tradicional, cuja ênfase é na

memorização, na aplicação de fórmulas e desenvolvimento de algoritmos é pouco

interessante, desestimulante e distante da realidade do aluno.

Seu ensino deve de alguma forma, restabelecer laços com a realidade

atual ou histórica, e principalmente, deve privilegiar os diferentes significados e as

diferentes formas de ordenar as idéias. O conhecimento matemático deve ser capaz de

desenvolver no indivíduo, relações necessárias para a vida em sociedade deve subsidiar

o desenvolvimento de um pensamento criativo, e precisa dar suporte necessário para

que o aluno consiga lidar de maneira positiva com informações e com a tecnologia.

Hoje, de forma geral, as pessoas estão em contato com as tecnologias.

Parte dos nossos alunos tem um manuseio, e até um conhecimento tecnológico. É

preciso que a escola dê oportunidade às atividades didáticas que introduzam novos

procedimentos e recursos alternativos, diferentes dos utilizados tradicionalmente. Os

alunos da EJA, quando chegam à escola já tem uma noção mental das operações

matemáticas básicas. Porém, a Matemática para a maioria deles, é considerada, a

“matéria mais difícil”. É função primordial da escola e das aulas de Matemática melhorar

essa “autoformação e o desenvolvimento sócio afetivo”. É fundamental considerar o

conhecimento que eles já têm, e principalmente, compartilhar experiências, para

adquirir pré-requisitos para outras aprendizagens.

De acordo com Danyluk, Gomes e Moreira,

As interferências da cotidianidade dos indivíduos desafiam a educação escolar a estudar formas de renovar e transformar a dinâmica da sala de aula, de introduzir mecanismos que se aproximem mais das vivências dos educandos e possam interferir na prática educativa para conduzir o aluno ao processo de construção do conhecimento” (apud MORTARI, 2001, p. 105).

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O trabalho com a Educação de Jovens e Adultos é muito rico. O

compartilhamento dos múltiplos saberes de que esses alunos são detentores, ao mesmo

tempo em que possibilita o resgate de sua auto-estima, fortalece a sua cidadania. É

papel da escola, transformar esse conhecimento prévio do aluno, em conhecimento

científico, e para isso a Matemática precisa ser significativa para eles, deve ser atual e

estar vinculada ao mundo do aluno. Trabalhar a Matemática associada ao cotidiano é

um referencial que dá condições pra que o aluno se sinta inserido no seu contexto, e

reconheça essa ciência como um saber vivo e real, como uma ferramenta para tomar e

justificar decisões, resolver os problemas da sociedade e até os seus próprios

problemas.

Imagino que na EJA, trabalhar o ERRO como estratégia é um trabalho

didático bem interessante. O aluno adulto, na maioria das vezes, é bem exigente

consigo mesmo. Para muitos deles, errar pode significar fracasso e incompetência. E

muitas vezes deixam de crescer como alunos e como pessoas, pois para não errar,

evitam arriscar-se.

Penso que trabalhar com essa estratégia, irá fazer com que esses

alunos entendam que errar é ação imprescindível e etapa a ser vencida no

desenvolvimento da aprendizagem. Para nós, professores é também diagnóstico da

aprendizagem, e quando tratado como estratégia didática, expressa o caráter

incompleto de um conhecimento, e nesse sentido, deve ter a função de buscar e

entender as dificuldades do aluno nas atividades do conteúdo proposto. É preciso

acabar com o “pré-conceito” de que, basicamente, aluno que ERRA, é aluno fraco ou

“tem dificuldade” de aprendizagem. Errar, nem sempre significa falta de conhecimento e

de aprendizagem.

O Erro pode denunciar uma falha, no processo de ensino e

aprendizagem, ou no processo de construção de conhecimento matemático. Os Erros,

além de apontarem as dificuldades, possibilitam a compreensão dos “motivos” das

dificuldades no conteúdo em questão, e auxiliam os professores na elaboração de

estratégias de ensino para uma aprendizagem significativa.

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Quando encarado de forma negativa é causador de baixa estima, e

ainda que silenciosamente, rotula muitos alunos de incapazes, e pode trazer como

conseqüência, evasão escolar e o triste sentimento de inaptidão e de incapacidade para

uma vida escolar e acadêmica. Falando num sentido mais amplo, o ERRO tratado de

forma negativa pode destruir a oportunidade de “uma vida melhor” de muitas pessoas.

A escola e a educação devem incluir e não excluir. É missão da escola e

também nossa, ensinar Matemática para a inclusão e para a cidadania. Tanto alunos

quanto professores, precisamos ter claro que é a partir da compreensão dos nossos

erros que crescemos como alunos, pessoas, cidadãos e seres humanos.

Escolhi Álgebra como foco deste trabalhado, pois acredito que o Erro

tratado como estratégia, pode contribuir de forma efetiva para a aprendizagem desse

conteúdo que é considerado difícil, quer seja pela forma como é ensinado, quer seja

pela dificuldade de linguagem específica que ele exige, ou pelo raciocínio automático

que hoje o mundo nos impõe. Enfim, Álgebra é considerada conteúdo difícil e várias

podem ser a razões. Mesmo assim, sua necessidade e relevância nos currículos de

matemática são inquestionáveis. Em certas épocas da história sua ênfase foi maior,

como ocorreu com o “Movimento da Matemática Moderna”, em outras, sua relevância

foi considerada menos importante, como ocorreu no movimento “back to basic”. No

entanto, sempre esteve nos currículos, como etapa fundamental para a formação do

conhecimento matemático.

A linguagem simbólica tem papel muito importante no raciocínio

algébrico, porém se for trabalhada privilegiando apenas o transformismo algébrico, de

maneira puramente abstrata, como algo já definido, sem significado “real” para o aluno,

seu estudo é penoso e pouco significativo. Hoje, a Álgebra é considerada como uma

forma específica de pensamento para se estabelecer padrões e expressar relações, ou

seja, devemos compreendê-la como uma linguagem, cuja principal função é comunicar

idéias gerais, ou seja, expressar o que é genérico.

A relação que existe entre o pensamento algébrico e a linguagem, é que

precisa ser “cuidadosamente” desenvolvida para que o aluno se torne capaz de

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expressar o pensamento algébrico, utilizando uma linguagem simbólica com significado

“real”.

Entre o pensamento algébrico e a linguagem, existe uma relação, que

apenas será compreendida quando forem “internalizados” pelos alunos, os elementos

que caracterizam o pensamento algébrico.

Segundo Consalter, tais elementos são, não necessariamente nessa

ordem:

� percepção de regularidades:

observar um padrão e fazer a generalização.

� tentativas de explicitar a estrutura de uma situação problema:

escrever simbolicamente uma situação de um problema (equação).

� percepções de aspectos invariantes em contraste com outros que

variam:

relacionar quantidades (função).

� a presença de processo de generalização:

manipular expressões, e justificar essa ação.

Atividades que levem o aluno a perceberem e explorarem regularidades

e a pensarem genericamente, contribuem significativamente, para a construção do

pensamento e da linguagem algébrica. É preciso fazer com que os alunos se

expressarem matematicamente, na forma oral e escrita. Estabelecer relações entre

grandezas variáveis, é uma boa alternativa para o desenvolvimento do pensamento e da

linguagem algébrica do aluno. Pois quando verdadeiramente acontece a apropriação

dessa linguagem, o aluno consegue expressar relações mais complexas e abstratas.

Porém, as dificuldades que atualmente os alunos e professores sentem

no processo ensino-aprendizagem durante todo o percurso do seu desenvolvimento são

inegáveis. Para alguns alunos é um processo penoso, para outros, em situações

extremas, chega a ser motivo de evasão escolar.

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O que acontece? Por que é assim na maioria das vezes? Por que quase

nunca, ouvimos um aluno falar que gosta de Álgebra?

Como descobrir “a pedra do sapato” do conteúdo da Álgebra?

Conforme afirma Booth,

Uma das maneiras de tentar descobrir o que torna a álgebra difícil é identificar os tipos de erros que os alunos comumente cometem nessa matéria e investigar as razões desses erros (apud COXFORD e SHULTE, 1995, p.23).

Assim, o Erro como estratégia de ensino para trabalhar o conteúdo de

Álgebra, será o foco desse trabalho. Espera-se, como tão bem relata o autor acima,

procurar descobrir, o que torna a Álgebra uma etapa difícil na vida escolar do aluno, e

propõe-se apresentar atividades para que seja realizado em sala de aula um trabalho

mais prazeroso e significativo.

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3 AS ATIVIDADES

Serão desenvolvidas desde o início do período letivo, utilizando um terço

da carga horária semanal (2h/s).

Deverão ser desafiadoras e provocativas.

Deverão estimular o aluno a justificar e provar as suas afirmações.

Deverão ser trabalhadas de forma que estimule a formalização do

conceito de sucessão.

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4 OS ALUNOS

Deverão trabalhar em duplas ou em grupo (pelo menos na maior parte

do tempo), pois assim será mais propícia a interação, para que possam discutir os

processos e os resultados, favorecendo assim a construção do conhecimento.

Deverão participar das aulas promovendo o respeito às opiniões dos

colegas e reflexões sobre as mesmas.

Deverão evidenciar diferentes formas de pensamento.

Deverão promover o respeito e a colaboração entre os colegas para o

desenvolvimento das atividades.

Deverão comparar as diferentes conjecturas e justificações, entre os

colegas dos grupos e entre os grupos.

Deverão registrar tudo que for possível (ainda que desordenadamente

no início das atividades) e ao final de cada atividade, deverão apresentar na forma

escrita as atividades desenvolvidas, explicitando as questões levantadas, o

desenvolvimento da atividade e as conclusões obtidas pelo grupo, (poderá ser na forma

de itens).

Deverão comunicar matematicamente as suas explicações e

argumentações.

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5 O PROFESSOR

O professor tem papel fundamental nesse trabalho. Da sua postura é

que dependerão as interações na sala da aula, a segurança e o encorajando dos alunos

na exposição de suas idéias e consequentemente o desenvolvimento da construção do

conhecimento matemático. Para desenvolver esse trabalho o professor deve:

conhecer as alternativas disponíveis e também se conhecer, pra que

possa trabalhar, com confiança e desembaraço, utilizando uma

estratégia de ensino que “não tem receita definida”;

ter objetivos bem definidos, e conduzir o trabalho para tal, mesmo

não podendo antecipar totalmente as reações dos alunos;

estar ciente que é a turma que vai definir o ritmo de

desenvolvimento;

conduzir o trabalho através de questionamentos, discussão e

reflexão;

estar sempre muito atento para que o diálogo e as discussões não se

desviem do objetivo principal da atividade;

encaminhar as atividades (conversando, levantando questões, e

oportunizando tempo para que eles reflitam) de forma que os alunos

consigam enxergar se estão concluindo de maneira adequada;

estimular o aluno a expressar-se matematicamente e desenvolver

argumentações perante os seus colegas e a turma;

provocar o confronto entre as diferentes conjecturas e justificações;

propiciar apoio aos alunos mais tímidos, a fim de auxiliá-los a

ultrapassar certos bloqueios que os impedem o conseguirem melhor

desenvolvimento;

estimular o diálogo, e desenvolver atividades que façam internalizar,

de maneira bem consistente, a idéia de regularidade;

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dar atenção e valorizar os processos de desenvolvimento e

construção do conhecimento, e não apenas o resultado final.

Durante o desenvolvimento do trabalho é importante que o professor

circule pela sala, converse com os alunos quando estes solicitam algum esclarecimento,

e acompanhem o desenvolvimento das atividades. Porém, esta atividade deve apenas

gerir a discussão de idéias, estimular a reflexão e incentivar a apresentação de

argumentos que justifiquem as conclusões obtidas. Durante esse processo, a partir das

observações dos Erros cometidos, é importante “sugerir” outros caminhos, talvez “mais

interessantes”, e que possibilitem aos alunos prosseguirem por “outras” estratégias,

certamente mais adequadas.

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6 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO

Em um primeiro momento, essas atividades, poderão causar um pouco

de estranheza aos alunos, e por isso talvez eles possam apresentar certa dificuldade ou

até resistência. O aluno de EJA, mesmo do Ensino Fundamental, é muito crítico, já tem

um histórico escolar, muitas vezes de pouco ou nenhum sucesso. Na maioria dos casos

já chega à escola com certa resistência a tudo que diz respeito à disciplina de

Matemática.

Para desenvolver o raciocínio algébrico e facilitar a aprendizagem

conteúdo de Álgebra, foram escolhidas atividades que exigem observação de

regularidades a partir de seqüências e padrões.

O foco do trabalho será o desenvolvimento do pensamento lógico-

matemático. Por meio da exploração de idéias de seqüências bem simples, os vários

exemplos/modelos propostos, deverão ser trabalhados de forma que se estimule a

formalização do conceito de sucessão.

Para que os alunos observem, explorem, discutam, descubram,

compreendam e internalizem de maneira bem consistente a idéia de regularidade, eles

realizarão atividades com várias seqüências numéricas e não numéricas. Para cumprir

essas atividades, os alunos (que estarão organizados em duplas ou em grupos) deverão

discutir com os colegas, resolver as tarefas propostas, e logo em seguida, a partir de

debate promovido pelo professor, confrontar as idéias e defenderem suas conclusões.

Nesse momento o professor exerce um papel de moderador perante a turma, e faz com

que cada grupo apresente as conclusões obtidas.

Na discussão dos resultados obtidos, é fundamental que o professor

oportunize momentos para que os alunos façam a reflexão sobre o trabalho

desenvolvido, analisem as conclusões obtidas e escrevam os resultados encontrados.

Ao final dessa etapa do trabalho espera-se que os alunos possam

analisar e generalizar situações reais, desenvolver a compreensão dos diferentes

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significados do conceito de variável, e comparar diferentes formas de representação de

informações.

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7 ATIVIDADES

1ª Atividade – Seqüência de sons1

Objetivos

� Perceber regularidade de maneira auditiva,

� Descobrir e registrar a regularidade dos sons.

Tarefas:

1) Qual som vem na seqüência?

2) Por quê?

3) Pedir para cada 1º aluno de fila inventar uma seqüência de sons, e os colegas de

trás ir repetindo (todas as filas, uma de cada vez).

4) Pedir para os alunos escreverem as seqüências, que pode ser com desenhos, ou com

códigos que representem os sons (isso será determinado por eles).

Considerações sobre a atividade:

É uma atividade elementar, que pode ser trabalhada individualmente. É

importante desenvolver a habilidade auditiva dos alunos.

O ponto alto dessa atividade é lançar para sala e comparar as diferentes

respostas que poderão surgir

1 Atividade inspirada na Monografia: Seqüências, Padrões e Regularidades na Matemática Pré-Escola. Autora: Mara Lúcia Favaretto. Curso de Especialização em Educação Matemática da UEL – 1997.

Bate na carteira, duas palmas, bate pé, bate na carteira, duas palmas, bate o pé, e ....

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2ª Atividade – Padrão Geométrico e regularidades de cores.2

Objetivos:

� Desenvolver a capacidade da observação;

� Observar e definir a regra geométrica na formação e na pintura do desenho;

� Buscar generalizações em situações de contexto geométrico,

Observe a seguinte figura:

> O que você observa nesse desenho?

> E na sua pintura, o que você observa?

> Qual é regra para forma a figura? E para colorir a figura?

> De acordo com a regra que você descobriu pinte a figura inteira.

Considerações sobre a atividade:

É importante conduzir o desenvolvimento dessa atividade, sempre

perguntando para os alunos quais os padrões que ele vai observando no desenho.

Proporcionar um tempo para que ele possa “olhar” e analisar o desenho

também é importante.

3ª Atividade – Padrão Geométrico e regularidade na natureza

Objetivos:

� Desenvolver a capacidade de observar a realidade e o cotidiano; 2 Atividade retirada da Monografia: Seqüências, Padrões e Regularidades na Matemática Pré-Escola. Autora: Mara Lúcia Favaretto. Curso de Especialização em Educação Matemática da UEL – 1997.

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� Descobrir e descrever, na foram oral e escrita, regularidades matemáticas;

� Procurar padrões e regularidades na natureza;

� Formular generalizações em situações diversas, nomeadamente em contexto

numérico e geométrico;

� Compreender correspondência em situações concretas.

Essa atividade deverá:

• ser realizada em grupos (de até 4 alunos),

• introduzida como trabalho,

• ser desenvolvida em tempo paralelo às outras atividades desse caderno de

atividades, pois se espera que o desenvolvimento em sala de aula das outras

atividades propicie um desenvolvimento gradual e significativo do raciocínio algébrico

e matemático.

O professor deverá:

• fazer indicações bibliografias para o início da pesquisa, mas também deve “dar

liberdade” para que os alunos desenvolvam a própria pesquisa;

• oportunizar momentos de discussão com cada grupo também é importante. A

discussão dos resultados parciais encontrados durante a pesquisa e o

“direcionamento” do trabalho é um apoio necessário para que os alunos se

organizem, se sintam seguros e elaborem um bom trabalho para a sua apresentação

final.

É interessante que a apresentação final do trabalho seja em momento

próximo ao final do desenvolvimento da última atividade desse caderno (seqüência de

Fibonacci), pois certamente o desenvolvimento dessa atividade, caminhará para esse

assunto.

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Atividade:

Recebi um e-mail (de autor desconhecido) muito interessante sobre a

perfeição da natureza. Um dos slides apresentava a figura a seguir acompanhada das

seguintes informações:

� A melancia tem número par de franjas.

� A laranja possui número par de gomos.

� A espiga de milho tem número par de fileiras de grãos.

� O cacho de bananas tem, na última fila, número par de bananas, e

cada fila de bananas tem uma a menos que a anterior. Desse modo,

se uma fileira tem número par, a seguinte terá número ímpar.

Fig. 13

Tarefas:

1) Pesquisar e descobrir se essas informações apresentadas pelo e-mail são

verdadeiras. Apresentar as pesquisas, relatando o desenvolvimento do trabalho, e

justificando a conclusões obtidas.

2) Procurar descobrir outras frutas, objetos da natureza, fenômenos naturais, e fatos e

acontecimentos do dia-a-dia que apresentem regularidades matemáticas. Apresentar

3 Figura retirada de um e-mail recebido. Autor: desconhecido.

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pelo menos cinco itens diferentes, e todas as observações numéricas obtidas pelo

grupo deverão ser apresentadas na forma escrita.

Considerações sobre a atividade:

Com essa atividade o aluno deverá:

� Compreender que existe matemática nas “coisas” da natureza;

� Desenvolver a capacidade de pesquisar;

� Perceber que a matemática que existe na natureza pode ter uma

regra ou um padrão;

� Desenvolver a escrita matemática;

� Se expressar matematicamente na forma oral e escrita.

4ª Atividade – Seqüências

Objetivos

� Desenvolver a capacidade de observar e descobrir padrões.

� A partir de seqüências de formas e números, expressar generalidades na forma oral

e escrita.

� A partir da “repetição” das seqüências, relacionar o elemento e sua posição na

seqüência, (correspondência)

a) Seqüência de padrões

• Observe a seqüência a seguir, e responda as seguintes questões propostas:

M W M W M W M W

• Que elementos formam essa seqüência?

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• A seqüência tem uma regra, descubra qual é e continue até obter uma seqüência de

12 elementos.

• Qual é o 9º elemento dessa seqüência?

• Qual seria o 17º elemento dessa seqüência?

• Sem escrever a seqüência, escreva qual seria o seu 45º elemento.

• Qual seria o 60º? Justifique sua resposta?

b) Seqüência de desenhos

• Observe a seqüência a seguir e escreva a sua regra.

• Qual é o 9º elemento da seqüência acima, justifique.

• Escreva o 19º e o 22º elementos dessa seqüência e justifique sua resposta.

• De acordo com as conclusões obtidas nas duas questões anteriores, escreva sem

desenhar, o 30º elemento dessa seqüência.

c) Seqüência de números

• Observe a seguinte seqüência, e responda as questões a seguir:

3 6 9 12 3 6 9 12 3 6 9 12 3 6 9 12 ...

• Essa seqüência numérica tem uma regra? Qual?

• Qual o 17º elemento dessa seqüência?

• Considerando a regra encontrada na primeira questão, sem escrever a seqüência,

descubra e escreva o 20º e o 30º elementos dessa seqüência.

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Considerações sobre a atividade:

Para levar o aluno a descobrir a regularidade, o professor deverá

levantar questões, apresentar e discutir as respostas dos alunos. A conclusão deve ser

apresentada pelos alunos, e nunca pelo professor, já que o ERRO como estratégia de

ensino, procura levar o aluno a descobrir. Cabe o professor direcionar a atividade com

essa intenção.

5ª Atividade – Completar tabela

Objetivos:

� Descobrir a regra/regularidade da seqüência numérica;

� Encontrar o valor desconhecido;

� Interpretar a tabelas e sua regra de formação;

� Descobrir as relações entre variáveis;

� Explicitar a lei de formação em linguagem corrente e em linguagem matemática (oral

e escrita).

a) Observe a seqüência numérica apresentada na tabela a seguir, e escreva

qual é a regra dessa seqüência, justifique sua resposta.

200 100 20

185 85 ☼

Tabela 1

• De acordo com a regra encontrada, escreva o valor de ☼?

b) Na tabela a seguir observe as seqüências numéricas e encontre o valor de

M e N, e responda as questões abaixo.

144 72 36 18 N

24 12 M 3 1,5

Tabela 2

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• Qual é o valor de M? Por quê?

• Qual é o valor de N? Por quê?

Considerações sobre essa atividade:

Deverá ser realizada em dupla. O professor deverá deixar o aluno

pensar, e tentar cumprir as mesmas etapas da atividade anterior. Para que eles

encontrem a regularidade, o professor poderá levantar questões, e discutir as respostas

dos alunos. A tabela da atividade b é diferente da tabela da atividade a? O professor

deve lançar essa questão para a turma e pedir que eles justifiquem essa diferença. A

conclusão deve ser apresentada pelos alunos, o professor deve direcionar as discussões

de modo que os alunos concluam de maneira correta.

6ª Atividade – Varal de dona Lúcia4

Objetivos:

� Desenvolver por meio da construção de tabelas, o raciocínio e a generalização;

� Procurar padrões e regularidades;

� Formular generalizações;

� Analisar as relações numéricas da situação apresentada;

� Apresentar mais de uma possibilidade de resposta.

Dona Lúcia é lavadeira e para prender uma camisa no varal, usa dois

prendedores de roupa. Quando pendura duas camisas no varal, usa 3

prendedores. Se pendura três camisas, usa 4 prendedores, e assim

sucessivamente. A partir da próxima segunda feira, ela lavará as camisas dos

jogadores de futebol de sua cidade, dos dois times.

4 Atividade inspirada na Monografia: Um outro caminho para se trabalhar a Álgebra no 1º Grau. Autora: Olívia Aparecida Soares Consalter. Curso de Especialização em Educação Matemática da UEL – 1994.

27

Fig. 15

De acordo com as informações da situação acima complete a tabela logo a seguir e

responda as questões abaixo:

Número de

camisas

Número de prendedores

1 2 2 3 3 4 . .

9 10 . .

15 . .

20 . .

40 . .

n Tabela 3

• Se Dona Lúcia for estender apenas uma camisa, quantos prendedores deverá usar?

• Se for estender 2 camisas, quantos prendedores utilizará?

5 DANTE, L.R. Didática da Resolução de Problemas. 4ª ed. São Paulo: Ática, 1994.

28

• Se for estender 3 camisas, quantos prendedores utilizará?

• E se for estender 4 camisas, quantos prendedores utilizará?

• E se for estender 5 camisas, quantos prendedores utilizará?

• Você consegue perceber alguma regularidade matemática nessa situação? Qual?

• O que acontece com o número de prendedores cada vez em se que aumenta uma

camisa? Aumenta ou diminui? Em quanto?

• Na casa de dona Lúcia existem para o uso diário 150 prendedores de roupa. Ela

deverá comprar mais prendedores para estender no varal todas as 44 camisas? Por

quê?

• Com os 150 prendedores, até quantas camisas dona Lúcia poderá estender de uma

só vez?

• Essa situação pode ser representada por uma regra matemática. Escreva essa regra.

Dica: substitua na tabela o número de camisas pela letra n, e de acordo com o

desenvolvimento da tabela descubra genericamente o número de prendedores.

Considerações sobre a atividade:

Deverá ser desenvolvida em grupos de no máximo 3 alunos. O

professor deverá conduzir os questionamentos de forma a levar os alunos a

encontrarem a generalização.

Como a quantidade de varal poderá ser mais de uma (questão não

apresentada no enunciado) várias respostas corretas poderão surgir. Cada uma dessas

respostas deve ser lançada para toda a turma. O professor poderá sugerir que se

delimite a quantidade de varais, ou não. Ou ainda apresentar as respostas nos dois

casos.

7ª Atividade - Distribuição das balas

Objetivos:

� Buscar a regularidade da situação apresentada;

29

� Analisar as relações numéricas;

� Encontrar a relação numérica da situação apresentada;

� Explicitar as relações numéricas em linguagem matemática, na forma escrita e oral;

� Construir tabelas de valores de acordo com a regra da situação apresentada.

Dona Rosa é uma senhorinha que adora ir ao parque todas as semanas para

brincar com as crianças que lá vão, e assim tentar matar um pouco das

saudades de seus netos, que atualmente estão morando com os pais em

outro país. Para a próxima semana, ela decidiu então levar pra crianças do

parque, um grande pacote de balas, de 480 unidades, que pretende dividir em

partes iguais, o número total de balas, para as crianças que lá estiverem.

• Se imaginarmos que apenas duas crianças estarão no parque, quantas balas

receberão cada uma delas?

• Organize uma tabela, e descubra quantas balas receberá cada criança, se houverem

3, 4, 5, 10, 15 ou 16 crianças.

• Observe a tabela, analise, pense e encontre a regra matemática que representa a

quantidade de balas que cada criança receberá.

• E se houver no parque muitas crianças (n crianças)?

Considerações sobre a atividade.

Deverá ser realizada em grupos de no máximo três alunos. O professor

deverá questionar, sem nunca apresentar respostas. Lançar para toda a turma as

questões apresentadas pelos colegas faz com que eles pensem e analisem outras

possibilidades de respostas. O professor também pode pedir para um dos alunos vir até

o quadro e construir a tabela com a ajuda com os colegas.

Não esquecer: a tentativa e o erro são processos indispensáveis à aprendizagem.

30

8ª Atividade – As mesas da festa

Objetivos:

� Representar geometricamente (com desenho) a situação apresentada;

� Organizar uma tabela com o número de mesas e o número de lugares;

� Descobrir a regra da situação apresentada;

� Expressar a situação matematicamente (nas formas oral e escrita).

No final da semana passada foi o casamento de um amigo. Junto com minha

família, que é formada por 3 pessoas, levei mais 5 amigos. Na festa, as mesas

eram quadradas e tinham lugares para quatro pessoas. Para que ficássemos

sentados todos juntos o garçom juntou as mesas.

Responda:

a) Caso o garçom colocasse 2 mesas juntas, haveria lugar suficiente para que eu,

minha família e meus amigos ficássemos todos juntos? Faça o desenho, e justifique

sua resposta.

b) Quantas mesas foram colocadas juntas linearmente, para que eu, minha família e

meus amigos ficássemos todos juntos? Faça o desenho e justifique sua resposta.

c) Quantos lugares teriam se o garçom colocasse junto 4 mesas?

d) Construa uma tabela e complete escrevendo quantos lugares existirão para 3, 4, 5, 6

e 10 mesas. Explique como encontrou esses valores.

e) Suponha ser você um garçom que precise juntar mesas nesta seqüência para

acomodar 20 pessoas, quantas mesas seriam necessárias?

f) Caso houvesse 100 mesas juntas quantos seriam os lugares?

31

g) Observe a tabela organizada por você, e escreva matematicamente a quantidade de

lugares para qualquer número n de mesas enfileiradas seqüencialmente.

Comentários sobre a atividade:

É importante pedir aos alunos que faça o desenho das mesas para

completarem a tabela. Essa informação na forma visual facilita a generalização. Sugerir

que o número de lugares deve ser representado pela letra L, e que o número de mesas

deve ser representado pela letra m, também é interessante, pois é uma forma de

trabalhar a idéia de generalização, para se concluir que L = 2m + 2

9ª Atividade – Seqüências de bolinhas

Objetivos:

� Observar e buscar regularidades;

� Desenvolver a linguagem e o pensamento algébrico;

� Explorar e discutir diferentes conjecturas, descobertas e argumentações;

� Descobrir relações numéricas e entre variáveis.

No desenho a seguir, existe uma relação matemática entre a forma como a

seqüência de bolinhas é construída, e a quantidade de bolinhas em

determinada posição e a sua posição na seqüência.

(1) (2) (3)

• Desenhe as 3 próximas figuras dessa seqüência.

32

• Qual é a regra usada para formar essa seqüência? Escreva matematicamente essa

regra.

• De acordo com a regra que você descobriu, complete a tabela seguinte:

Posição Número de

pontos

.

.

.

10ª

Tabela 4

• Como seria a regra matemática para a 100ª posição?

• E para uma posição qualquer?

Dica: chame essa posição de n

Comentários sobre a atividade:

Deverá ser realizada em duplas. Para descobrir a lei (generalização) de

formação o professor, é preciso que o professor faça questionamentos de modo que

direcione o raciocínio dos alunos. Escrever a tabela no quadro, perguntar para os alunos

como fica, e dar um tempo para que eles discutam, é fundamental. Cada resposta dada

pelos alunos deve ser apresentada para toda a sala para que analisem e apresentem as

próprias conclusões.

33

10ª Atividade - Reprodução dos coelhos

Objetivos:

� Interpretar matematicamente uma situação apresentada;

� Descobrir a relação entre o número de casais de coelho de cada mês em relação ao

mês anterior;

� Buscar generalização;

� Expressar na forma oral e escrita a generalização da situação apresentada.

Para iniciar uma cultura de coelhos, o senhor Raul comprou um casal desses

bichos. Os coelhos são animais que se reproduzem de forma muito rápida, e a

cada mês, a partir do segundo mês de vida, cada casal atinge a maturidade e

dá origem a outros coelhos.

Supondo que:

� cada casal de coelhos fértil gera um casal de filhos a cada mês;

� nenhum dos coelhos morra;

� o senhor Raul fique com todos os coelhos, sem vender, nem doar, ou

sem perder nenhum.

Quantos casais de coelhos senhor Raul terá em seis meses?

Veja a figura:

34

Fig. 26

• Escreva na forma de seqüência o número de casais obtidos, no 2º mês, no 3º mês,

no 4º mês e no 5º mês. (Se preferir anote esses valores em um tabela).

• Observe esses valores numéricos, analise e procure encontrar a relação matemática

existente entre eles.

• Agora que você já descobriu a regra matemática dessa seqüência, descubra quantos

coelhos o senhor Raul terá em 10 meses.

• E em um ano, quantos coelhos ele terá?

• Como você escreveria matematicamente essa situação?

• No primeiro item dessa atividade você escreveu uma seqüência numérica que é

famosa. Essa seqüência é a seqüência de Fibonacci. Agora você deverá pesquisar

quem foi Fibonacci, descobrir porque a seqüência descoberta por ele foi muito

importante para o campo das ciências, e apresentar para turma as coisas

interessantes que você descobriu.

6 http://www.euseiescrever.com.br/coluna.php?b=199020 – 05 de fevereiro de 2008 às 23:50.

35

Comentários sobre a atividade:

No desenvolvimento dessa atividade o professor deve direcionar os

questionamentos de forma que leve os alunos a perceberem que o número de casais

adultos em cada mês.

Construir uma tabela no quadro e pedir um dos alunos virem no quadro para completá-

la com a ajuda dos alunos também é interessante, pois facilita a visualização do número

de casais de cada mês. Na apresentação do trabalho sobre Fibonacci, o professor

poderá retomar os resultados e descobertas encontradas na realização da TAREFA 3

desse Caderno.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CONSALTER, Olívia Aparecida Soares. Um outro caminho para se trabalhar a Álgebra no 1º Grau. Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Educação Matemática da UEL. Londrina,1994.

DANTE, L.R. Didática da Resolução de Problemas. 4. ed. São Paulo: Ática, 1994.

http://www.euseiescrever.com.br/coluna.php?b=199020. Acesso em 05 de fevereiro de 2008, 23h 50 min.

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OBRAS CONSULTADAS

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BANDARRA, Laura. Tarefas de investigação em álgebra. 2005. Disponível em: http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/jponte/temporario/SEM-LB/Laura-tarefas1.doc. Acesso em 25 nov. 2007, 16h 35 min.

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37

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38

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