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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIS
UNIDADE UNIVERSITRIA DE JUSSARA
LICENCIATURA EM LETRAS PORTUGUS/INGLS E RESPECTIVAS
LITERATURAS
MARIA NGELA LEANDRO DE JESUS
HISTRIA DA GRAMTICA NORMATIVA DA LNGUA PORTUGUESA NO
BRASIL E A NGB (1959 2012)
JUSSARA-GO
2012
2
Maria ngela Leandro de Jesus
HISTRIA DA GRAMTICA NORMATIVA DA LNGUA PORTUGUESA NO
BRASIL E A NGB (1959 2012)
Monografia apresentada ao Departamento de Letras da Universidade
Estadual de Gois UEG, Unidade Universitria de Jussara GO,
em cumprimento exigncia para a obteno do titulo de Graduada
em Letras Portugus/Ingls e suas respectivas literaturas, sob a
orientao da professora Ma Helda Nbia Rosa.
JUSSARA-GO
2012
3
4
Dedico este trabalho a meu pai, Senhor Sebastio e as minhas irms Cida, Ftima,
Tereza Cristina, Ana Lucia, Rosangela, e Luciana as minhas amigas ao meu esposo Bruno
Felipe.
5
AGRADECIMENTOS
Agradeo primeiramente a Deus que me deu fora para chegar at aqui a minha famlia, meu
pai e minhas irms que tanto me apoiaram ao longo destes quatro anos. Agradeo tambm aos meus
professores, que com seu trabalho contriburam muito para minha formao, principalmente a
professora Ma. Helda Nbia Rosa que me orientou e me direcionou um caminho para a finalizao
desse trabalho e as minhas amigas de curso pelo companheirismo ao longo destes anos e o meu mais
profundo agradecimento ao meu esposo Bruno Felipe que sempre me apoiou e me deu foras para
prosseguir com meu trabalho.
6
Precisamos ser poliglotas em nossa prpria
lngua (Evanildo Bechara)
7
RESUMO
Nesta monografia pretende-se construir uma histria da gramtica normativa da lngua
portuguesa no sculo XX. Para tanto, inicia-se pelo prprio conceito de gramtica que nos
remete aos gregos e romanos na antiguidade e que chega ao sculo XX como sendo um
conjunto de regras que orientam a boa maneira de falar e de escrever. Ao longo do sculo XX,
diante dos estudos feitos por diversos linguistas, surgiram alm da gramtica normativa
inmeros outros tipos de gramticas, como a interna, externa, transferencial, histrica, e
outras. Cada tipo de gramtica, e a abordagem que elas do a lngua sero abordados de
maneira sinttica ao longo do texto. No Brasil, na dcada de 1950 tornou-se necessrio a
formulao de uma nomenclatura gramatical para resolver o problema da diversidade de
terminologias existentes na lngua portuguesa. Esta nomenclatura foi formulada entre 1957 e
1958, e desde ento tem influenciado os estudos sobre a gramtica no Brasil. Para evidenciar
as diferenas encontradas entre o perodo pr e ps NGB, compara-se aqui duas gramticas.
Uma desenvolvida por Eduardo Carlos Pereira e outra de Evanildo Bechara.
PALAVRAS-CHAVE: Gramtica, Histria, Lngua Portuguesa e NGB.
.
8
SUMRIO
INTRODUO 10
CAPTULO 1 HISTRIA DA GRAMTICA 12
1.1 O que Gramtica? 12
1.2 Tipos de Gramtica. 17
CAPTULO 2 A GRAMTICA NORMATIVA ANTES E PS
NGB.
21
2.1 NGB criao e motivos. 21
2.2 Carlos Eduardo Pereira e Evanildo Bechara:
contexto histrico
25
2.3 A diviso da gramtica normativa 28
2.3.1 Fontica 28
2.3.2 Morfologia 31
2.3.3 Sintaxe 33
2.4 Eduardo Carlos Pereira e Evanildo Bechara:
uma comparao.
35
CONCLUSO 41
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 43
9
LISTA DE ILUSTRAO
Figura 2.1 Escala voclica
Figura 2.2 Escala voclica
35
35
10
INTRODUO
Por meio desta pesquisa pretende-se produzir uma histria da gramtica normativa da
lngua portuguesa no sculo XX, e tomando a NGB1 como marco, para promover uma
comparao entre a Gramtica Expositiva desenvolvida por Eduardo Carlos Pereira,
produzida antes da NGB, e a Moderna Gramtica Portuguesa de Evanildo Bechara nos anos
que se seguiram formulao da nomenclatura.
Para tanto, o primeiro captulo apresentar o conceito, o surgimento na Grcia antiga e
os tipos de gramtica existentes. No primeiro tpico abordar-se o conceito de gramtica e a
forma como alguns tericos o define. Para fundamentar estas discusses utilizare-se autores
como Irand Antunes, Carlos Frenchi e Maria Helena Neves. Estes tericos definem que a
gramtica normativa no a nica existente. Que existem diversos tipos de gramtica
diferenciados e que nem todos prezam pelo bom uso da lngua segundo aquilo que os
escritores consagrados e a norma culta definiram.
Os tipos de gramtica ser o assunto do segundo tpico, nele se discutir cada tipo de
gramtica, bem como os procedimentos de cada uma. Fala-se neste tpico da Gramtica
Normativa, Interna, descritiva, Externa, Transferencial, Histrica e outras. Para se
fundamentar as discusses apresentadas neste tpico utiliza-se da diferenciao entre os tipos
de gramtica feita por Luiz Carlos Travglia em seu livro Gramtica e interao: uma
proposta para o ensino de gramtica.
O segundo captulo ter um enfoque nas partes da gramtica e na comparao entre a
obra de Evanildo Bechara e Eduardo Carlos Pereira. Neste captulo se apresentara uma
discusso sobre cada uma das partes da gramtica, seu objeto e suas metodologias. Apresenta-
se tambm uma diferenciao entre as gramticas anteriores a criao da NGB e as gramticas
posteriores a esta. Como representantes destas diferentes pocas se apresentar Eduardo
Carlos Pereira e Evanildo Bechara que desenvolveram suas gramticas em perodos
diferentes.
Para tanto, primeiramente constri-se um entendimento do contexto histrico do
surgimento da NGB, e quais foram os motivos inspiraram sua formulao. Em seguida
apresenta-se uma sntese da biografia e do contexto no qual estavam inseridos os gramticos
Carlos Eduardo Pereira e Evanildo Bechara, que so gramticos representantes de pocas
diferenciadas.
1 Nomenclatura Gramatical Brasileira.
11
O terceiro tpico traz uma analise das partes da gramtica, apresentando cada uma
delas, bem como listando a ocupao de cada uma. So partes da gramtica a Fonologia, a
Morfologia e a Sintaxe, sendo que a Fonologia se interessa pelos sons da fala, a Morfologia,
pela forma e a Sintaxe pelas construes maiores, como a frase.
Por ltimo promove-se uma comparao entre as gramticas desenvolvidas por Carlos
Eduardo Pereira com o nome de Gramtica Expositiva: curso superior (1957) e a gramtica
de Evanildo Bechara, Moderna Gramtica Portuguesa (1983). Listando as caractersticas
divergentes entre as duas quanto a diviso das partes da gramtica, e outros temas. A partir da
comparao entre Pereira e Bechara, faz-se uma posterior analise de qual gramtico se
aproxima mais das caractersticas preconizadas na NGB.
CAPTULO 1 HISTRIA DA GRAMTICA
12
A gramtica surgiu na Grcia antiga. Como afirma Neves (2002) os gregos tiveram
sua prpria acepo de gramtica, segundo a qual ela se dividiria em trs aspectos: as partes
do discurso, os elementos e as categorias gramaticais. Plato e Aristteles em seus estudos
abrangem anlises gramaticais. Sendo que a partir de Aristteles, e da conquista macednica
da Grcia, a cultura helnica difundida. Dionsio, o Trcio, deu uma definio da natureza
da disciplina gramatical ela prtica, no-especulativa. No uma disciplina filosfica
porque nasce exatamente como consequncia da fixao de domnios autnomos do domnio
lingustico, fora do mbito filosfico (NEVES, 2002, p. 50). Assim, a gramtica desde seus
primrdios j se diferenciava das reflexes de cunho filosfico por sua praticidade.
1.1 O que Gramtica?
O entendimento a definio do conceito de gramtica e o ponto de partida para a
investigao, a qual pretende estabelecer uma anlise dela antes e depois da Nomenclatura
Gramatical Brasileira2. Segundo Franch (2006), a gramtica um conjunto de normas, s
quais proporcionam os parmetros para o bem falar e para o bem escrever.
O texto de Franchi (2006), se prope tambm, por outro lado, a discutir e refletir sobre
a gramtica e sobre o ensino de gramtica. Neste sentido interroga-se sobre a necessidade de
se pensar e discutir a gramtica no ensino frente ao fato de que os professores esto confusos
a respeito deste tema. Muito da confuso existente no mbito do ensino se dava pelo fato de
que os professores faziam uma diferenciao entre a lngua culta, bela e bem falada, daquela
falada pelo povo (coloquial, feia e vulgar). Tal diferenciao existe a partir de uma
comparao entre ambas. Diante disto o autor prope outra definio para o que se entende
por gramtica, agora definindo tambm aquilo que se entende por bem falar e escrever.
Gramtica o conjunto sistemtico de normas para bem falar e escrever,
estabelecidas pelos especialistas, com base no uso da lngua consagrado
pelos bons escritores. Dizer que algum sabe gramtica significa dizer que
esse algum conhece essas normas e as domina tanto nocionalmente quanto
operacionalmente (FRANCHI, 2006, p. 16).
O uso da lngua consagrado pelos bons escritores define e completa o sentido
explicativo da expresso bem falar e escrever. Em suma, gramtica seria um conjunto de
2Doravante NGB.