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. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS INSTITUTO DE BIOLOGIA Alessandra Regina Dhom Pimentel de Moraes “Avaliação da combinação da oxigenação hiperbárica com óleos de Copaifera sp e Carapa guianensis no tratamento da leishmaniose experimental” CAMPINAS 2016

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE BIOLOGIA

Alessandra Regina Dhom Pimentel de Moraes

“Avaliação da combinação da oxigenação hiperbárica com

óleos de Copaifera sp e Carapa guianensis

no tratamento da leishmaniose experimental”

CAMPINAS

2016

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Alessandra Regina Dhom Pimentel de Moraes

“Avaliação da combinação da oxigenação hiperbárica com

óleos de Copaifera sp e Carapa guianensis

no tratamento da leishmaniose experimental”

Dissertação apresentada ao Instituto

de Biologia da Universidade Estadual

de Campinas como parte dos

requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestra em Biologia

Animal na área de Relações Antrópicas,

Meio Ambiente e Parasitologia

ESTE ARQUIVO DIGITAL CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELA ALUNA ALESSANDRA REGINA DHOM PIMENTEL DE MORAES E ORIENTADA PELA PROFA. DRA. SELMA GIORGIO

orientadora: SELMA GIORGIO

CAMPINAS

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Campinas, 28 de julho de 2016.

COMISSÃO EXAMINADORA

Profa. Dra. Selma Giorgio (orientadora)

Profa. Dra. Regina Maura Bueno Franco

Prof. Dr. Carlos Emílio Levy

Profa. Dra. Eneida de Paula

Profa. Dra. Adriana Degrossoli

Os membros da Comissão Examinadora acima assinaram a Ata de Defesa, que se encontra no processo de vida acadêmica do aluno.

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Nós vemos o Sol que vem brilhando

Por traz da mais alta serrania

Mostrando a todos que já vem o dia

Os pássaros começam logo cantando

Nós vemos o mundo clareando

O Sol mostra sua fortaleza

A gente admirando a grandeza

Nós sentimos do Sol tanta quentura

A Lua com aquela frieza pura

Manoel Lira

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Dedico este trabalho ao meu pai (in memoriam), minha mãe, e minha família

que sempre me apoiaram.

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AGRADECIMENTOS

A Deus, que me guia todos os dias.

A FAPESP, CAPES e CNPq pelo apoio.

À profa. Dra. Selma Giorgio, que confiou em mim e no projeto desde o início, me

ensinou e orientou transmitindo seu conhecimento com paciência, dedicação,

firmeza, incentivo e coragem.

Ao meu pai, Dimas, que me fez acreditar em mim sempre, à minha mãe, Nanci, com

seu carinho e apoio em todos os sentidos e minhas irmãs Dinan e Denise que

sempre se mantiveram ao meu lado.

Ao meu marido Gilson, companheiro de cada minuto, dedicado e compreensivo,

juntamente com nossos filhos doando bem mais que tempo.

Ao meu amigo Reinaldo, que me apresentou algumas qualidades dos produtos

naturais que utilizei nesse trabalho, me incentivou a vir para a UNICAMP e realizar o

mestrado.

Ao meu amigo Thiago e sua família, que me auxiliaram a adquirir os óleos naturais

no Acre, me conduzindo aos locais necessários.

Aos amigos do Laboratório de Leishmaniose que me apoiaram, me ensinaram, me

auxiliaram em tantos momentos, Solange, Myriam, Mariana, Bárbara, Luiz, Vanessa,

Izadora, Daniel, Ana, Juliana, Ademar e aos que foram chegando e sendo amigos

verdadeiros.

Aos funcionários do departamento de Biologia Animal João, Nilson, D. Tacilda, que

estiveram, com amizade e prontidão, auxiliando no que foi possível, em especial à

amiga Dra. Tatiana Steiner, que me auxiliou em diversos momentos com seus

conselhos e amizade.

Ao Marco Antônio da Pós Graduação com toda sua dedicação e paciência comigo.

Aos professores que me acolheram como aluna, e me ensinaram a base para que

esse trabalho acontecesse, Arício, Urara, Eliana, Luiz Augusto, Marlene, Silmara,

Danilo, e convidados de outros departamentos e de outras instituições.

À pesquisadora Dra. Sílvia Basso, da FUNTAC, Rio Branco, AC, pelas análises

fisicoquímica e cromatográfica dos óleos de copaíba e de andiroba.

À profa. Dra. Eneida de Paula, pelo auxílio para formulação das nanoemulsões.

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Às amigas e alunas de doutorado do departamento de Biomembranas, Vivane

Guilherme e Lígia Nunes pelo apoio durante o desenvolvimento e caracterização das

nanoemulsões.

Ao prof. Dr. Nelson Duran, pelo uso de equipamentos de seu laboratório para

formulação e caracterização das nanoemulsões.

Ao prof. Dr. Guilherme Diniz Tavares, da UFMG, que me auxiliou na formulação das

nanoemulsões.

Ao pesquisador Dr. Allan Radaic, que me auxiliou a realizar as fotomicrografias das

nanoemulsões.

Às técnicas do laboratório de Microscopia Eletrônica, Ana Floriana Rodrigues e

Stella Maris Fick de Ferraz que me auxiliaram nos procedimentos realizados em

microscopia eletrônica.

Ao prof. Dr. Paulo Joazeiro que me forneceu o material usado para preparo dos

promastigotas para realização da microscopia eletrônica de varredura.

Ao prof. João Eduardo Pires, coordenador da faculdade de Medicina Veterinária da

ULBRA, Palmas TO, por ceder o laboratório da faculdade para leitura de lâminas.

Aos professores Danilo, Regina Maura e Guilherme que aceitaram fazer parte de

minha pré banca, mostrando pontos a serem melhorados.

A essa banca examinadora e suplentes.

Aos animais que foram utilizados nesse trabalho, meu respeito e gratidão.

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RESUMO

A leishmaniose cutânea, causada pela espécie Leishmania amazonensis,

é caracterizada mais comumente pela presença de lesões cutâneas locais, podendo

evoluir para forma mucocutânea, mucosa ou disseminada. A leishmaniose causada

pela espécie L. infantum caracteriza-se por lesões viscerais e pode ser fatal. Os

cães são reservatórios domésticos e canídeos e marsupiais são os reservatórios

silvestres da L. infantum. Tanto a leishmaniose cutânea como a visceral têm a

quimioterapia como forma de controle, mas a toxicidade e as recidivas são

constantemente reportadas, e ainda não foram desenvolvidas vacinas efetivas.

Diante desse quadro, as pesquisas são intensas na busca por compostos sintéticos

ou produtos naturais para tratamento dessa parasitose. Nesse trabalho de mestrado

avaliamos o óleo extraído do tronco da árvore do gênero Copaifera, popularmente

conhecido como óleo de copaíba, e o óleo de andiroba originado da castanha da

árvore Carapa guianensis, ambos, provenientes do Acre, nos modelos in vitro e in

vivo das leishmanioses cutânea e visceral. Nanoemulsões dos óleos de copaíba e

de andiroba foram desenvolvidas e caracterizadas através da mensuração do

tamanho das partículas, polidispersão, a tensão do potencial zeta e microscopia

eletrônica de transmissão para obtenção das imagens. Os protocolos de tratamento

com oxigenação hiperbárica, terapia baseada em contato com ambiente 100%

oxigenado e pressão de 3 ATM, e com as nanoemulsões foram testados em

camundogos BALB/c infectados por L. amazonensis ou L. infantum. O uso de

nanoemulsões viabilizou a administração oral e a utilização dos óleos em

experimentos in vitro. A nanoemulsão de andiroba reduziu a proliferação dos

parasitos em 50% usando-se 5,9µL/mL de nanoandi3 para L. amazonensis e

3,63µL/mL de nanoandi3 para L. infantum. Nanocopa reduziu a proliferação dos

parasitos em 50% em dosagens de 0,3 µL e 0,18 µL/mL para L.amazonensis e

L.infantum, respectivamente, após 48hs. Os resultados indicaram que nanoemulsões

de ambos os óleos, têm efeito tóxico em promastigotas e amastigotas intracelulares

de L. amazonensis e L. infantum. As fotomicrografias eletrônicas de varredura de

promastigotas de L. amazonensis e de L. infantum tratados com as nanoemulsões

de copaíba ou andiroba mostraram presença de células de tamanho reduzido e com

deformidades celulares. Os camundongos infectados com L. amazonensis ou L.

infantum, e tratados por via oral com as nanoemulsões dos óleos de copaíba e de

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andiroba, tiveram redução significativa da carga parasitária nas lesões e órgãos

avaliados. A terapia com a câmara hiperbárica nos animais infectados com L.

amazonensis e L. infantum reduziu a carga parasitária nas lesões e órgãos

avaliados, quando em conjunto com a administração oral de nanoemulsões de

copaíba. A análise histológica de vários órgãos coletados de camundongos tratados

com as nanoemulsões de andiroba e copaíba indicou que essas não foram tóxicas

para os animais nas dosagem utilizadas. Os resultados abrem perspectivas para

mais pesquisas com essas nanoemulsões para o tratamento de LC e LV.

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ABSTRACT

Cutaneous leishmaniasis, caused by Leishmania amazonensis species is

most commonly characterized by the presence of local skin lesions, it may progress

to mucocutaneous, mucous or disseminated leishmaniasis. Leishmaniasis caused by

L. infantum species characterized by visceral lesions and can be fatal. Dogs are

domestic reservoirs and canids and marsupials are the wild reservoirs of L. infantum.

Both cutaneous leishmaniasis and visceral leishmaniasis have chemotherapy as a

method of control, but the toxicity and recurrences are constantly reported, and have

not yet developed effective vaccines. Given this situation, research is intense in the

search for synthetic compounds or natural products for treatment of this disease. In

this master's work we evaluated the oil extracted from the trunk of Copaifera tree,

popularly known as copaiba oil and andiroba oil originated from the chestnut tree

Carapa guianensis, both from Acre, in models in vitro and in vivo of cutaneous and

visceral leishmaniasis. Nanoemulsions of copaíba oil or andiroba oil were developed

and characterized by measuring the particle size, polydispersity, the tension of the

zeta potential and transmission electron microscopy to obtain the images. Treatment

protocols with hyperbaric oxygen therapy based contact 100% oxygenated

environment and 3 atm pressure, and the nanoemulsions were tested in BALB / c

mice infected with L. amazonensis and L. infantum. The use of nanoemulsions made

possible the oral administration and the use of oils in vitro experiments. The

nanoemulsion of andiroba nanoandi3 reduced the proliferation of parasites on 50%

L. amazonensis and L. infantum. Nanocopa

reduced the proliferation of parasites on 50% at dosages of 0.3 uL and 0.18 uL / mL

for L.infantum and L.amazonensis, respectively, after 48 hours. The results indicated

that nanoemulsions of both oils have a toxic effect on intracellular amastigotes and

promastigotes of L. amazonensis and L. infantum. Electronic photomicrographs

promastigotes scanning of L. amazonensis and L. infantum treated with

nanoemulsions of copaíba or andiroba showed the presence of small sized cells and

cell deformities. The mice infected with L. amazonensis or L. infantum and treated

orally with the nanoemulsion of copaiba oil or nanoemulsion of andiroba oil, had a

significant reduction in parasite load in the lesions and evaluated organs. Hyperbaric

oxygen therapy in animals infected with L. amazonensis and L. infantum reduced the

parasite load in the lesions and evaluated organs when in conjunction with oral

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administration of nanoemulsions of copaiba. Histological analysis of various organs

collected from mice treated with the nanoemulsion of andiroba oil or nanoemulsion of

copaíba oil indicated that these were not toxic for the animals used in the dosage

form. The results open perspectives for further research with these nanoemulsions

for the treatment of LC and LV.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO..........................................................................................................

1.1 Histórico.................................................................................................................

1.2 O parasito...............................................................................................................

1.3 Vetores....................................................................................................................

1.4 Distribuição mundial das leishmanioses.................................................................

1.5 As Leishmanioses...................................................................................................

1.5.1 Leishmaniose tegumentar....................................................................................

1.5.2 Leishmaniose visceral..........................................................................................

1.5.3 Leishmaniose visceral canina..............................................................................

1.6 Prevenção e controle das leishmanioses...............................................................

1.7 Diagnóstico das leishmanioses...............................................................................

1.8 Tratamento das leishmanioses em humanos.........................................................

1.9 Medicamentos usados na leishmaniose visceral canina (LVC) .............................

1.10 Produtos naturais ................................................................................................

1.10.1 Óleo de Copaifera..............................................................................................

1.10.2 Óleo de Carapa guianensis...............................................................................

1.11 Tratamentos com a Câmara Hiperbárica (HBO) ..................................................

1.12 Leishmaniose experimental .................................................................................

1.13 Emulsões e nanoemulsões...................................................................................

1.13.1 Caracterização de sistemas nanoestruturados..................................................

2. OBJETIVOS...........................................................................................................

2.1 Objetivo geral.........................................................................................................

2.2 Objetivos específicos..............................................................................................

3. MATERIAIS E MÉTODOS........................................................................................

3.1 Parasitos.................................................................................................................

3.2 Animais...................................................................................................................

3.3 Fármacos................................................................................................................

3.4 Infecção dos animais com promastigotas de L.amazonensis e monitoramento....

3.5 Infecção dos animais com promastigotas de L.infantum e monitoramento .........

3.6 Óleos de Copaifera (copaíba) e C. guianensis (andiroba).....................................

3.7 Protocolos de emulsões ......................................................................................

3.8 Protocolos de nanoemulsões...............................................................................

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3.9 Caracterização das nanoemulsões por DLS........................................................

3.10 Caracterização das nanoemulsões por NTA.....................................................

3.11 Microscopia eletrônica de transmissão (MET) das nanoemulsões..................

3.12 Microscopia eletrônica de varredura de promastigotas ....................................

3.13 Ensaios de toxicidade em promastigotas...........................................................

3.14 Ensaios de toxicidade em macrófagos...............................................................

3.15 Ensaios de toxicidade em amastigotas intracelulares .......................................

3.16 Tratamentos dos camundongos com nanoemulsões.........................................

3,17 Tratamentos dos camundongos com a câmara hiperbárica..............................

3.18 Histologia............................................................................................................

3.19 Análise dos resultados.......................................................................................

4- RESULTADOS.......................................................................................................

4.1 Análise fisicoquímica dos óleos de Copaifera (copaíba) e C. guianensis

(andiroba) .....................................................................................................................

4.2 Análise cromatográfica dos óleos.........................................................................

4.2.1 Cromatograma do óleo de copaíba...................................................................

4.2.2 Cromatograma do óleo de andiroba..................................................................

4.3 Emulsões e nanoemulsões..................................................................................

4.3.1 Emulsões de óleo de copaíba e de andiroba....................................................

4.3.2 Nanoemulsões de óleo de copaíba e de andiroba ...........................................

4.4 Caracterização das nanoemulsões .....................................................................

4.4.1 DLS....................................................................................................................

4.4.2 NTA...................................................................................................................

4.4.3 MET das nanoemulsões....................................................................................

4.5 Toxicidade das emulsões em promastigotas.......................................................

4,6 Toxicidade das nanoemulsões em promastigotas...............................................

4.7 MEV dos promastigotas.......................................................................................

4.8 Toxicidade das nanoemulsões em macrófagos...................................................

4.9 Toxicidade das nanoemulsões em amastigotas intracelulares............................

4.10 Testes in vivo ....................................................................................................

4.11 Histologia dos órgãos e lesões...........................................................................

4.11.1 Análise histológica de camundongos infectados com L.amazonensis ............

4.11.2 Análise histológica de camundongos infectados com L.infantum....................

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5- DISCUSSÃO.............................................................................................................

6- CONCLUSÕES.........................................................................................................

7- REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................

8- ANEXOS...................................................................................................................

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1 INTRODUÇÃO

1.1 Histórico

A primeira observação do parasito Leishmania foi feita por Cunnignham

em 1885. O parasito foi identificado no início do século XX, quando William

Leishman encontrou o protozoário no baço de um soldado indiano e Donovan, em

1903, foi o responsável pela primeira publicação. Em 1903, Ross criou o gênero

Leishmania e denominou Leishmania donovani o agente causador do calazar (do

indostão, Kala-azar, onde kala significa negro, e azar, doença). Em 1904, Leonard

Rogers conseguiu cultivá-lo e Patton observou diferentes formas morfológicas em

1907 (CABRERA, 1999). No Brasil, o primeiro a relatar a doença e a suspeitar do

papel dos flebotomíneos como vetores foi Cerqueira em 1885, na Bahia (GONTIJO

et al., 2003). A espécie foi descrita em 1908 por Charles Nicole como Leishmania

infantum (NICOLE, 1908). Em 1937, Chagas e Cunha descreveram a

espécie Leishmania chagasi como causadora da leishmaniose visceral na América

(CUNHA e CHAGAS, 1937). Pesquisas moleculares comprovaram que se tratavam

da mesma espécie, sendo então a L.chagasi considerada como sinônimo de L.

infantum tendo prioridade a nomenclatura mais antiga (MAURICIO et al., 2000).

1.2 O parasito

Os protozoários digenéticos da família Trypanosomatidae, ordem

Kinetoplastida, do gênero Leishmania são os parasitos responsáveis pelas

leishmanioses. Os organismos da ordem Kinetoplastida apresentam uma

mitocôndria única (denominada cinetoplasto) rica em DNA mitocondrial, o kDNA.

Apresentam uma forma flagelada e extracelular, o promastigota, e uma forma imóvel

e intracelular, o amastigota (Figura 1) (LAINSON, 2010).

A B

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Figura 1. Fotomicrografia eletrônica de promastigota (A) e óptica das formas

intracelulares no interior de macrófagos murinos (B) (amastigotas indicados na seta)

(B) (fotos da autora).

O ciclo infectivo no hospedeiro vertebrado se inicia quando as formas

promastigotas metacíclicas são inoculadas pela fêmea do inseto vetor, durante o

repasto sanguíneo, no hospedeiro vertebrado. Essas formas são fagocitadas pelos

macrófagos teciduais e pelos neutrófilos (PETERS et al., 2009). Nos macrófagos,

promastigotas se transformam em amastigotas, e esses, não suportando a carga

parasitária, rompem-se e as formas amastigotas livres, assim como neutrófilos

infectados, são fagocitados por outros macrófagos (PETERS et al., 2009). As

fêmeas dos flebotomíneos, ao exercerem a hematofagia, ingerem, junto com o

sangue, os parasitos sob a forma amastigota, esses ainda no interior das células

infectadas. No interior do inseto ocorre a transformação para a forma promastigota

procíclica e posteriormente para a forma promastigota metacíclica, que se

encaminha para a probóscide do inseto (CABRERA, 1999) Figura 2.

Figura 2. Esquema demostrando o ciclo de vida da Leishmania (MONTEIRO, 2013).

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1.3 Vetores

No Novo Mundo o inseto vetor é um flebotomíneo do gênero Lutzomyia e

no Velho Mundo do gênero Phlebotomus (OMS, 2014).

Os flebotomíneos são insetos dípteros, psicodídeos, de pequeno porte,

corpo piloso, delgado e diferem-se dos demais dípteros por, principalmente,

desenvolverem todo seu estádio larvar em matéria orgânica contida no solo e não

em água. Quando adultos, apresentam dimorfismo sexual, alimentam-se de seiva

para manter a homeostase, mas as fêmeas precisam de uma dieta sanguínea para

maturação ovariana, e assim prosseguir com a oviposição e manutenção do ciclo

vital (FORATTINI, 1960).

Os vetores Lutzomyia, antes encontrados apenas em ambientes

silvestres, tiveram, mais recentemente, a adaptação aos ambientes urbanos, em

periferias de grandes centros, principalmente na Região Sudeste (Brasil), podendo

ser encontrados no peridomicílio, em galinheiros, chiqueiro, canil, paiol, entre outros

ambientes e também no intradomicílio (SILVA et al., 2007). Em áreas tropicais, a

densidade populacional de flebotomíneos aumenta durante ou após períodos

chuvosos, pois a alta umidade resultante das primeiras chuvas proporciona a

eclosão das pupas (SHIMABUKURO e GALATI, 2011).

1.4 Distribuição mundial das leishmanioses

Estima-se em torno de 2 milhões de novos casos anuais de leishmanioses

por todo mundo, sendo que, entre 20 a 30 mil deles chegam a óbito. A leishmaniose

tegumentar (LT) é a forma mais comum da doença, e a leishmaniose visceral (LV) é

fatal se não tratada (OMS, 2015). Estima-se que 14 milhões de pessoas estejam

infectadas com o parasito Leishmania (DESJEUX, 2004) e que ocorram entre 0,7 a

1,3 milhões de novos casos de LT, anuais, principalmente no Afeganistão, Argélia,

Brasil, Colômbia, Irã e Síria (OMS, 2014) (Figura 3).

No Brasil, na década de 50, houve uma diminuição da LT, mas o número

de casos vem crescendo progressivamente nos últimos 20 anos nas regiões

Nordeste, Norte, Centro-Oeste, Sudeste e Sul (estado do Paraná). Os surtos são

associados à derrubada de matas para construção de estradas e criação de

povoados. Também ocorrem casos de leishmanioses em outras regiões do país em

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áreas de colonização antiga, não associadas à derrubada de matas. Os cães,

eqüinos e roedores têm papel importante como reservatórios do parasito

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).

Figura 3. Mapa de distribuição mundial de leishmaniose tegumentar (OMS, 2014).

Estima-se que 200 mil a 400 mil novos casos anuais de LV ocorram em

todo o mundo, sendo que mais de 90% dos novos casos ocorrem em 6 países:

Bangladesh, Brasil, Etiópia, Índia, Nepal e Sudão (OMS, 2015) (Figura 4). A LV é

endêmica em 88 países, com um total de 350 milhões de pessoas com o risco de

adquirir a doença (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). Nas Américas, a LV abrange

desde o sul da Argentina até o sul do Canadá (DANTAS-TORRES, 2006). Na região

andina, entre os anos de 1996 e 1998, foram registrados mais de 14 mil casos de

leishmanioses em média, com 6.155 ocorridos na Colômbia, 2.668 no Peru, 2.240

na Bolívia, 1.936 na Venezuela e 1.084 no Equador (DAVIES et al., 2000).

Dentro das Américas, o Brasil é o país com o maior índice de ocorrência

da enfermidade (DANTAS-TORRES, 2006). A LV está sendo levada para os

grandes centros urbanos por meio da migração populacional em busca de melhores

condições socioeconômicas (DANTAS-TORRES, 2006).

Segundo o Ministério da Saúde do Brasil, de 1990 a 2014, das

notificações de LV em humanos, 61,21% ocorreram na região Nordeste

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

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Figura 4. Mapa de distribuição mundial da leishmaniose visceral (OMS, 2015).

A Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é hoje uma das mais importantes

doenças de cães importados da Europa Central. As estimativas de soroprevalência

da leishmaniose canina relatada para a região da Espanha, por exemplo, é de 3,7%

para a província de Orense, no canto noroeste do país, e 34,6% para a província de

Málaga, na costa sul (MIRÓ et al., 2013).

No Brasil a LVC foi notificada em 19 das 27 unidades da federação, com

aproximadamente 1.600 municípios apresentando transmissão autóctone. Na

América Latina, a LVC já foi descrita em 12 países, sendo que 90% dos casos

ocorrem no Brasil. No país, há expansão e urbanização da leishmaniose visceral

com grande número de cães positivos em várias cidades de grande e médio porte

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

Em inquéritos censitários em quatro localidades do Distrito Federal foi

observada diferença de prevalência em relação a diversas localidades, assim como

em relação à idade e à presença ou ausência de sinais clínicos, nesse trabalho nota-

se que a LVC apresenta como maiores fatores de risco, a localidade, a idade e a

presença de alterações clínicas, sendo assim, o conhecimento obtido sobre a

prevalência da leishmaniose em cães foi um dos parâmetros usados para

estabelecer estratégias para ações de controle da doença (NASCIMENTO, 2011).

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1.5 As Leishmanioses

1.5.1 Leishmaniose Tegumentar

Leishmaniose tegumentar (LT) é um conjunto de enfermidades causadas

por várias espécies de Leishmania, que acometem a pele e/ou mucosas do ser

humano, e de diferentes espécies de animais silvestres e domésticos das regiões

tropicais e subtropicais do Velho e Novo Mundo (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).

A LT é classificada de acordo com sua distribuição geográfica em

leishmaniose tegumentar do Velho Mundo e leishmaniose tegumentar do Novo

Mundo (leishmaniose tegumentar americana - LTA). As espécies de Leishmania

envolvidas na sua ocorrência são diferentes, assim como as espécies de

hospedeiros que as abrigam e as de insetos vetores que as transmitem. A LT é a

forma mais comum de leishmaniose e provoca lesões de pele, úlceras,

principalmente sobre as partes expostas do corpo, deixando cicatrizes ao longo da

vida e deficiência grave (OMS, 2014).

No Brasil, a LTA é uma afecção dermatológica que merece atenção,

principalmente pelo risco de ocorrência de deformidades que pode produzir no ser

humano, com envolvimento psicológico, com reflexos no campo social e econômico,

uma vez que, pode ser considerada uma doença ocupacional. A doença manifesta-

se de diferentes formas clínicas, mas normalmente inicia-se na pele e, dependendo

da resposta imune do hospedeiro e da espécie infectante, ela pode ficar limitada ao

local da inoculação do parasito, ou atingir novos locais na pele e nas mucosas do

nariz, orofaringe e laringe (MOURA, 2013).

A LTA pode se apresentar de forma cutânea, mucocutânea ou

disseminada. A leishmaniose cutânea é a forma mais comum no Brasil e é

caracterizada pela formação de uma ou mais lesões ulceradas, de bordas elevadas,

de cor avermelhada, que podem ser recobertas por secreção serosa ou

seropurulenta (graças à contaminação secundária por bactérias e leveduras), é

comumente limitada a uma ou mais úlceras de pele frequentemente encontradas em

membros, pavilhões auriculares e rosto. No local da inoculação, forma-se uma

mácula, pápula ou nódulo que pode estar coberta por crosta, após a remoção da

crosta expõe o aspecto ulcerado típico. Os pacientes raramente se queixam de dor

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010). A L. amazonensis produz lesões cutâneas únicas

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ou em mais números. Não produz lesões mucosas, mas pode causar a leishmaniose

cutânea difusa ou a forma disseminada da doença em indivíduos imunossuprimidos

(FERREIRA, 2014).

A leishmaniose cutânea difusa (LCD) tem a L. amazonensis como a única

espécie considerada responsável pela forma clínica no Brasil. A LCD se complica

quando os pacientes não apresentam uma resposta satisfatória ao tratamento com

antimoniais (LAINSON, 2010)

A leishmaniose mucocutânea é a complicação mais severa da LTA,

afetando principalmente as mucosas da boca, nariz e faringe, sendo secundária a

lesão cutânea. Acredita-se que a lesão mucosa ocorra por disseminação

hematogênica ou linfática. Geralmente surge após a cura clínica da leishmaniose

cutânea de evolução crônica e curada sem tratamento ou com tratamento

inadequado (OMS, 2015).

A leishmaniose disseminada é uma forma emergente da leishmaniose.

Tem sido descrita no Brasil, nas regiões Norte e Nordeste, e seu principal agente

etiológico é a espécie L. braziliensis (SILVEIRA et al., 2005). Caracteriza-se pela

presença de múltiplas lesões de pele, ulceradas ou não, encontradas

simultaneamente em duas ou mais áreas do corpo do paciente. As lesões se

distribuem, principalmente, na face e nos membros superiores. A doença ocorre em

indivíduos sem distúrbio imunológico aparente; no entanto, a resposta imunitária

específica parece estar retardada, pois cerca de 30% dos doentes apresenta teste

Montenegro negativo, as lesões mucosas podem surgir junto com as lesões

cutâneas meses ou vários anos depois de as lesões cutâneas já terem cicatrizado

(CALVOPINA, 2004). É importante diferenciar a leishmaniose disseminada da forma

cutânea difusa, caracterizada pela presença de várias lesões nodulares não

ulceradas e por uma resposta imune celular muito pobre, geralmente associada a

uma imunodepressão do hospedeiro ( MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010).

No Brasil a L. braziliensis e a L. amazonensis são as espécies mais

amplamente distribuídas (GRIMALDI JR., 1987).

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1.5.2 Leishmaniose Visceral

A leishmaniose visceral é causada, nas Américas, pela espécie L.

infantum e tem como característica, em humanos, lesões viscerais, causando

principalmente esplenomegalia, hepatomegalia e afecções em medula óssea

levando a distúrbios hematopoiéticos, chegando a ser fatal, principalmente em

crianças e imunodeprimidos, se não tratados. É caracterizada por acessos

irregulares de febre, perda de peso, aumento de volume do baço e fígado e anemia

(MINISTERIO DA SAUDE, 2003). Suas características clínicas, histopatológicas e

imunológicas dependem da virulência do protozoário infectante e da suscetibilidade

do hospedeiro (QUEIROZ et al., 2004)). Caso não seja feito diagnóstico e tratamento

adequado a doença evolui para desnutrição, pele seca e cabelos opacos e

quebradiços, edema de membros, ascite, icterícia, hemorragias (MINISTÉRIO DA

SAÚDE, 2003). Na leishmaniose visceral, células fagocíticas se multiplicam e

abrigam grandes quantidades de amastigotas, resultando em aumento de volume e

disfunção dos órgãos. Ela é geralmente observada como uma doença debilitante e

crônica, com linfoadenopatia e anemia. Há infiltrado de formas amastigotas em

diferentes órgãos como fígado, baço, linfonodo, medula óssea, tendo sido

encontradas inclusive no cérebro de hospedeiros (OLIVEIRA et al, 2012).

O desenvolvimento da leishmaniose está diretamente relacionado a

competência imunológica do hospedeiro. Os linfócitos T desempenham papel

importante na resistência ou persistência da Leishmania no hospedeiro e na

progressão da infecção ou na cura clínica, pois essas células são capazes de mediar

resposta celular e humoral, regulam a produção de citocinas e de anticorpos. De

um modo geral, a população de linfócitos TCD4+ subdivide-se em duas populações:

Th1, que secreta IL-2, IFN- e TNF-

mediada por células, contribuindo para resolução da infecção, e Th2, que secreta

IL4, IL5 e IL10, relacionada à resposta mediada por anticorpos, não protetora no

caso da leishmaniose, fazendo com que haja progressão da infecção (CORRÊA,

2011).

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1.5.3 Leishmaniose Visceral Canina

A L. infantum tem, no Brasil, como reservatórios na área urbana, o cão e

na região silvestre principalmente as raposas (Dusicyon vetulus e Cerdocyon thous)

e os marsupiais (Didelphis albiventris) (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

Nos países onde a LV é zoonótica, como é o caso do Brasil, os cães

desempenham papel fundamental na epidemiologia, sendo considerados os

principais reservatórios para a doença humana, principalmente devido à riqueza de

formas amastigotas na pele do animal (ALVAR et al. 2004). A detecção precoce de

cães infectados é fundamental para impedir a expansão da doença e é essencial

para o seu controle (MAIA, 2008).

As lesões em cães podem ser classificadas em três formas: grave,

oligossintomática e assintomática, sendo essa a forma de maior importância para a

saúde pública devido a manter os parasitos ativos no ciclo da infecção humana

(DANTAS-TORRES et al., 2006) . Os sintomas são variados, inespecíficos e incluem

a linfadenopatia generalizada, perda de pêlos ao redor dos olhos, nariz, boca e

orelhas, lesões de pele com ou sem descamações e às vezes úlceras, perda de

apetite ocasionando depressão e emagrecimento, ornicogrifose dificultando a sua

locomoção, febre, distúrbios de coagulação, lesões renais, hepáticas e lesões

oculares (ALMEIDA et al., 2005).

A infecção no cão está associada a um aumento nos níveis de anticorpos

específicos e ausência de resposta mediada por células. As alterações patológicas

na leishmaniose visceral canina são causadas tanto pela ação direta do parasito nos

tecidos, levando à formação de lesões inflamatórias não supurativas, quanto pela

deposição de imunocomplexos em vários órgãos e tecidos, principalmente no fígado,

baço e rins. Apesar da grande diversidade de manifestações clínicas, existem

animais aparentemente saudáveis e aqueles que exibem sinais característicos de

estágios finais da doença. Um fato importante é que a doença canina pode

permanecer clinicamente inaparente por longos períodos (SILVA, 2009).

Inicialmente os parasitos estão presentes no local da picada infectiva, na

pele, posteriormente ocorre a infecção das vísceras e novamente a distribuição na

pele (MINISTERIO DA SAUDE, 2003). Em um trabalho visando estudar as

alterações fibróticas causadas pela LVC foi observado através de análise histológica,

deposição de fibras colágenas preferencialmente em fígado, pulmões, rins, em

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linfonodos cervicais e baço, caracterizando um quadro de fibrose sistêmica

associada ao parasitismo tecidual e a processos degenerativos e inflamatórios

(SILVA, 2010).

1.6 Prevenção e controle das leishmanioses

Como medidas preventivas para o homem e a população canina, o

Ministério da Saúde no Brasil recomenda o uso de medidas de proteção pessoal

com uso de repelentes, saneamento ambiental, controle da população canina

errante, uso de telas em canis individuais e coletivos, uso de coleiras impregnadas

com deltametrina a 4% em cães (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011).

Devido às características epidemiológicas, as estratégias de controle da

leishmaniose ainda são pouco efetivas e estão centradas no diagnóstico e

tratamento precoce dos casos em humanos, redução da população de

flebotomíneos, eliminação dos reservatórios e atividades de educação em saúde.

Para controle do vetor o governo local pode recorrer ao controle químico, com

borrifação de cipermetrina e deltametrina, sabendo, porém, que é dirigido apenas

para o inseto adulto e tem como objetivo reduzir o contato entre o inseto transmissor

e a população. A eutanásia de cães é recomendada a todos os animais

sororeagentes e ou parasitológico positivo. As orientações de educação sanitária

visam esclarecer a população sobre as ocorrências de casos no local, sinais clínicos,

medidas de diagnóstico e tratamento e também capacitar equipe de profissionais da

saúde (MINISTERIO DA SAUDE, 2014).

Não há vacinas para leishmanioses em humanos, mas atualmente,

existem duas vacinas contra a leishmaniose visceral canina, registradas no

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e comercializadas no Brasil: a

vacina Leish-tec® da marca Hertape Calier Saúde Animal S.A. e a vacina

Leishmune® da marca Zoetis Indústria de Produtos Veterinários Ltda. ( BORJA-

CABRERAA, 2008) que teve a licença suspensa temporariamente em 2014. O

Ministério da Saúde preconiza a eutanásia de animais soro-reagentes, mesmo

vacinados, que porventura sejam encontrados nas áreas de transmissão, em que os

inquéritos caninos estejam em andamento (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

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1.7 Diagnóstico das leishmanioses

O diagnóstico das leishmanioses é feito por exame clínico e laboratorial

dos pacientes, tais como exame parasitológico direto, teste intradérmico, exames

sorológicos (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay, ELISA e Reação de Imuno

Fluorescência Indireta, RIFI), imuno-histoquímica, reação em cadeia da polimerase

(PCR), acompanhado por hemograma e bioquímica sérica para acompanhamento

de reações inespecíficas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

Em cães, são empregados o exame parasitológico direto e as técnicas

sorológicas. Os testes de RIFI e ELISA são os ensaios sorológicos recomendados

pelo Ministério da Saúde para estudos de soroprevalência em inquéritos caninos

amostrais e censitários. Para áreas não endêmicas, o Ministério da Saúde indica o

exame parasitológico direto como método confirmatório para cães com sorologia

positiva em virtude de sua elevada especificidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2006).

O diagnóstico da leishmaniose visceral canina ainda enfrenta sérios desafios. O

diagnóstico clínico da LVC é precário e complexo, pois os sinais clínicos da doença

são variáveis e inespecíficos, comuns a outras enfermidades que acometem o cão, a

imunossupressão causada pela Leishmania pode gerar infecções oportunistas,

dificultando do mesmo modo o diagnóstico dessa parasitose, por esse motivo foi

mostrada a vantagem do uso da PCR como método diagnóstico na leishmaniose

visceral canina, porém a PCR ainda não é comumente utilizada como medida

diagnóstica pelo Ministério da Saúde (COSTA et al., 2015).

1.8 Tratamento das leishmanioses em humanos

O tratamento da leishmaniose foi introduzido pelo médico brasileiro

Gaspar Vianna, em 1912, com o uso do tártaro emético, antimonial trivalente;

atualmente o antimonial pentavalente é o fármaco de primeira escolha para o

tratamento das leishmanioses no Brasil (LIMA et al., 2007). O Glucantime®

(antimoniato de N-metil glucamina) possui algumas desvantagens como alto custo,

difícil administração e alta toxicidade, podendo desencadear vários efeitos colaterais

como artralgia, mialgia, cefaléias, distúrbios gastrointestinais, alterações

eletrocardiográficas, renais, hepáticas, erupção cutânea, entre outros. Além dos

efeitos adversos, tem se observado com frequência um aumento na incidência de

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insucesso, recidiva e resistência ao tratamento (AMATO, 2006). Os antimoniais

pentavalentes parecem atuar no mecanismo bioenergético das formas amastigotas

da Leishmania, por meio de glicólise e beta-oxidação, que ocorrem nas organelas

denominadas glicossomas. Outro mecanismo proposto é o de ligação do composto

com sítios sulfidrílicos, levando a morte destes protozoários (BERMAN, 1997). A

estrutura molecular dos antimoniais, seu metabolismo e mecanismo de ação ainda

estão sendo investigados. Há estudos do desenvolvimento de formulações à base

de lipossomas e formulações à base de ciclodextrina para promover a distribuição

oral de antimónio (FRÉZARD et al., 2009).

Outros medicamentos como a anfotericina B, paromomicina, isotionato de

pentamidina e a miltefosina, têm sido utilizados sozinhos ou combinados, como

opções de tratamento das diversas formas de leishmanioses em humanos (OMS,

2014).

A anfotericina B é uma opção no tratamento de leishmaniose em gestantes

e em pacientes que manifestem toxicidade ou refratariedade relacionada ao uso dos

antimoniais pentavalentes. É a droga leishmanicida mais potente disponível

comercialmente, com ação nas formas promastigotas e amastigotas. Atualmente,

duas apresentações de anfotericina B são disponibilizadas pelo Ministério da Saúde:

o desoxicolato de anfotericina B e a anfotericina B lipossomal, com eficácias

comparáveis, sendo que esta última apresentou menor toxicidade (MINISTERIO DA

SAUDE, 2010). O mecanismo de ação da anfotericina B está baseado na ligação do

fármaco ao ergosterol da membrana celular da Leishmania. A ligação ao ergosterol

provoca uma desorganização estrutural na membrana, formando poros que alteram

sua permeabilidade ao potássio intracelular, acarretando em morte do parasito por

lise osmótica. Nos mamíferos, a anfotericina B se liga ao colesterol da membrana

celular, o que parece estar relacionado aos efeitos adversos do fármaco (BANETH,

2002).

A paramomicina ou aminosidina é um antibiótico aminoglicosídeo, possui

um amplo espectro de ação incluindo atividade contra protozoários, bactérias

(SUNDAR et al., 2007) e cestódios (WITTNER M et al., 1971). A aplicação de uma

formulação tópica de baixa toxicidade surge como uma possibilidade para auxiliar

contra a leishmaniose cutânea. No entanto, apesar desta opção ter sido avaliada há

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muitos anos, seu uso clínico ainda não foi consagrado, devido aos resultados

variáveis (CARNEIRO, 2007).

O isotionato de pentamidina é um derivado sintético da amidina e é efetivo

contra aguns protozoários patogênicos. O seu mecanismo de ação se dá por

inibição de diferentes processos celulares ainda não elucidados inteiramente. Em

estudo realizado em 2011 para avaliar a eficácia e segurança dos esquemas de

tratamento na leishmaniose tegumentar ocasionada por L. guyanensis, foi visto que

a pentamidina possui eficácia similar ao antimonial pentavalente tendo como

principais efeitos colaterais dor ou enduração (OURIVES-NEVES et al., 2011).

A miltefosina é uma alquilfosfocolina, originalmente desenvolvida para o

tratamento de metástases cutâneas em carcinomas mamários; posteriormente, foi

testada no tratamento da LV através de uma iniciativa da Organização Mundial da

Saúde (OMS, 2010). Foi o primeiro fármaco de uso oral utilizado no tratamento da

LV. Os mecanismos de ação ainda não estão bem esclarecidos, mas sabe-se, que é

capaz de bloquear a síntese e alterar a composição da membrana plamática do

parasito (AMATO, 2006). Apresenta efeitos adversos ligados ao trato gastrointestinal

como vômitos e diarréia além de teratogenicidade e potencial para desenvolver

resistência (SEN & CHATTERJEE, 2011). Em 2008, Campos et al. testaram a ação

leishmanicida e sua eficácia no tratamento oral da leishmaniose cutânea

experimental, mostrando ação similar a do antimonial pentavalente (CAMPOS et al.,

2008).

Outros fármacos têm sido utilizados no tratamento das leishmanioses,

incluindo antifúngicos como os imidazóis, purinas (alopurinol) (CROFT, 2006), o

imiquimod (agente imunomodulador), sitamaquine, o medicamento anticancerígeno

tamoxifeno entre outros (MIGUEL, 2008) . Mas as avaliações do sucesso terapêutico

indicam respostas variadas conforme o local de incidência e espécies de Leishmania

envolvidas, sendo assim, se torna emergente o uso de terapias combinadas na

busca de novas alternativas de tratamento contra leishmaniose (MIGUEL, 2010).

1.9 Medicamentos usados na leishmaniose visceral canina (LVC)

Os principais fármacos utilizados no tratamento da LVC nos locais onde é

permitido o tratamento de cães são os antimoniais, o desoxicolato de anfotericina B

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convencional ou encapsulada em lipossomas, aminosidina, alopurinol, pentamidina

e, recentemente, miltefosina, porém os cães mostram efeito variável às terapias

(SILVA, 2009).

Cães tratados com antimoniato apenas, ou em combinação com

alopurinol, tiveram em um estudo recente, melhora no quadro clínico e redução dos

parasitos da pele, diminuindo a infectividade aos flebotomíneos e, como

consequência, a transmissão do parasito (MIRÓ et al,2005). Verificou-se que em

cães infectados naturalmente e tratados exclusivamente com alopurinol, apesar da

melhora clínica, apresentaram recidiva da doença, mas nenhuma evidência de

disseminação do parasito na pele. Esta descoberta tem importantes implicações

epidemiológicas, pois indica que o alopurinol apesar de não ser um tratamento

eficaz, pode ser usado como tratamento de manutenção por tempo prolongado (6-12

meses), evitando a disseminação da leishmaniose a flebotomíneos (MIRÓ et al.,

2011).

No Brasil, o Ministério da Saúde ainda não reconhece essas e outras

formas de tratamento propostas até o momento como seguras, já que ainda é

preciso se certificar de que esses animais tratados não se tornem portadores sãos,

causando a disseminação da leishmaniose em humanos, após a supensão do

tratamento. É necessária a pesquisa de novas fontes de tratamento seguro aos cães

para que possam ser aprovadas para uso clínico. O uso de farmácos para

tratamento da leishmaniose humana, segundo recomendações do Ministério da

Saúde, está proibido para cães no Brasil. O objetivo é também evitar resistência do

parasito (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014).

1.10 Produtos Naturais

Muitas das substâncias produzidas pelo metabolismo secundário das

plantas possuem propriedades biológicas importantes diretamente envolvidas nos

mecanismos de adaptação da planta ao seu meio, tais como defesa contra

herbívoros e microrganismos, proteção contra raios UV, atração de polinizadores ou

animais dispersores de sementes (FUMAGALI et al., 2008). Muitas vezes, os

mesmos metabólitos secundários, tais como alcalóides, terpenóides e flavonóides

que podem destruir agentes invasores nas plantas podem oferecer alternativas de

tratamento contra doenças em animais e humanos, tais como a leishmaniose. Os

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estudos químicos e imunofarmacológicos têm sido realizados com o intuito de

encontrar novos compostos menos tóxicos, economicamente mais viáveis, de efeito

específico e que reverta a resistência do parasito às drogas (BEZERRA, 2006).

Aproximadamente 25% dos medicamentos prescritos nas farmácias

americanas possuem extratos vegetais em sua composição, no Brasil esse

segmento corresponde a 7% do mercado terapêutico. Consequentemente, o

consumo mundial de plantas medicinais e seus produtos têm gerado interesses em

estudos científicos que confirmem suas propriedades farmacológicas (SIMÕES,

2001). A associação entre conhecimento popular de plantas com potencial

farmacológico e a busca de compostos bioativos para a produção de novos

fitoterápicos é importante para a descoberta de medicamentos mais efetivos no

tratamento de diversas patologias, além de fornecer subsídios para a implantação de

políticas públicas de conservação da biodiversidade de alguns gêneros botânicos do

país. O interesse internacional nas plantas medicinais do Brasil é grande devido à

vasta biodiversidade e a intensidade do uso popular de plantas (BRANDÃO et al.,

2006).

As espécies vegetais são a melhor e maior fonte de fármacos para a

humanidade (BEZERRA et al., 2006). Plantas usadas tradicionalmente pelas

populações de locais endêmicos no tratamento de doenças parasitárias têm sido

pesquisadas com o objetivo de se avaliar as atividades dos extratos e derivados. O

primeiro critério para se avaliar novas alternativas para o tratamento da leishmaniose

ou outras parasitoses é a obtenção de melhor eficácia com menor efeito colateral,

quando comparadas aos tratamentos usados na clínica (VILA-NOVA, 2008). Com

esse objetivo têm sido pesquisadas plantas e seus derivados, contendo

especialmente em seus princípios ativos, chalconas, flavonóides, saponinas,

quinonas, lignanos, tanino, alcalóides, terpenóides e oxilipinos (CHOUDHURY et al.,

2011). Sucessos obtidos nessas pesquisas têm como exemplo, desde o início do

século XVII, o tratamento da malária com quinina e da amebíase com emetina

obtidas da Cinchona e Cephalis, respectivamente, e mais recentemente a

artemisina, obtida da Artemisia, contra o Schistosoma mansoni (CORREA, 2015) .

As propriedades leishmanicidas de plantas do Cerrado brasileiro foram

avaliadas por Lima et al., realizando-se ,primeiramente, um levantamento

etnobotânico na região e sete espécies vegetais com as indicações terapêuticas

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para antibiótico, antiinflamatório, analgésico, antiofídico e cicatrizante foram

encontradas, sendo feitos extratos hidroalcoólicos das plantas e em seguida foram

testadas quanto a sua atividade anti-promastigotas de L. amazonensis. Os vegetais

estudados foram: Terminalia fagifoli (Cachaporra do Gentio), Vellozia squanata

(Canela de Ema), Vochysia haenkeana (Pau Amarelo), Siparuna guianensis (Erva de

Rato), Lafoensia pacari (Dedaleiro), Galactia glauscecens (Favinha do campo) e

Plathymenia reticulata (Candeia). A IC 50 foi calculada em relação às culturas não

tratadas. Verificou-se a presença de flavonóides, triterpenoides, esteróides e taninos

que, são responsáveis pela atividade leishmanicida (LIMA et al., 2015).

Em outro estudo, foi demonstrada a atividade leishmanicida de extratos

de macroalgas sobre o crescimento de promastigotas de L. amazonensis. Dez

extratos diferentes foram testados e todos eles inibiram o crescimento dos parasitos

e apresentaram baixa toxicidade para células de mamíferos, inibindo também o

desenvolvimento das formas amastigotas no interior de macrófagos (ALIANÇA,

2012).

Em nosso laboratório Ayres et al. testaram algumas variedades de

própolis brasileiras na leishmaniose experimental cutânea e no parasito L.

amazonensis e a eficácia da terapia da oxigenação hiperbárica (HBO), aplicada em

combinação ou não com o tratamento com glucantime, durante a infecção

com Leishmania amazonensis. A linhagem murina susceptível, BALB/c, infectada no

dorso com L. amazonensis, tratada com glucantime e exposta a HBO, mostrou

durante o curso da doença, fases em que as lesões eram menores do que a de

camundongos apenas tratados com glucantime; observou-se revascularização da

pele da lesão e baixa produção de interferon-gama em células de linfonodos desses

animais. O tratamento com propaina gerou lesões menos exsudativas em animais

tratados com propaina ou propaina combinada ao tratamento com glucantime. Os

resultados demonstram que tanto HBO como a própolis vermelha em combinação

com glucantime, são promissoras no tratamento da leishmaniose cutânea (AYRES et

al., 2011).

Em trabalho de revisão realizado por Gil et. al. foram relacionadas

algumas plantas, suas famílias, distribuição geográfica, parte utilizada, tipos de

extratos mostrando serem opções terapêuticas tradicionais e atuais, cuja atividade

leishmanicida pode conduzir ao desenvolvimento de novos fármacos. Dos

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compostos isolados observou-se um predomínio de alcalóides, triterpenos,

sesquiterpenos, lactonas, quinóides, flavonóides, dentre outros. Através desta

revisão bibliográfica verificou-se a necessidade de medicamentos mais eficazes para

tratamento de leishmaniose além de outras patologias, o que se agrava ainda mais

com os mecanismos de resistência aos fármacos em uso, assim sendo, o uso de

extratos de plantas e de produtos naturais leishmanicidas, além de compostos

purificados de plantas, representa uma excelente estratégia para busca de novas

drogas para tratamento de leishmaniose. A exploração sustentável de nossa

biodiversidade, com base na etnofarmacologia e medicina popular é um campo

ainda vasto e muito promissor (GIL et al., 2009).

1.10.1 Óleo de Copaifera

As árvores de copaíba (Figura 5) são comuns na América Latina e África

Ocidental, sendo encontradas no Brasil, nas regiões Sudeste, Centro-Oeste e

Amazônica. Elas chegam a viver 400 anos e têm como característica sua casca

aromática, folhagem densa, flores pequenas e frutos secos, do tipo vagem com

sementes pretas e ovóides ricas em lipídeos (PIERI et al., 2009)). Do tronco da

árvore é extraído um óleo-resina através de perfuração (Figura 5 B). O óleo tem a

cor que pode variar de amarelo a marrom, dependendo da espécie (Figura 6). O óleo

de copaíba é uma resina líquida rica em sesquiterpenos e diterpenos. Sua fração

volátil é composta por sesquiterpenos, enquanto a fração resinosa é composta por

diterpenos (CASCON & GILBERT, 2000).

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A B C D

Figura 5. A) semente de copaíba com broto, B) detalhe circundado em vermelho de

orifício que é usado para a coleta do óleo de copaíba (com tampão), C) árvore de

copaíba na floresta e D) copa da árvore de copaíba com flores (fotos da autora).

Figura 6. Aspecto macroscópico do óleo de copaíba (foto da autora).

O óleo de copaíba em temperatura ambiente tem consistência líquida,

com aroma forte e sabor amargo (VEIGA JR. e PINTO, 2002). Ele apresenta uma

grande variabilidade em sua composição química, tendo sido identificados 72

sesquiterpenos e 27 diterpenos; o ácido copálico é o único diterpeno encontrado em

todos os óleos analisados, razão pela qual é sugerida sua utilização como marcador

biológico de óleos de copaíba (RIGAMONTE-AZEVEDO et al., 2004).

Na região do Acre, são encontradas principalmente as espécies de

copaíba C. paupera e C. reticulata (MARTINS-DA-SILVA et al., 2008). O óleo de C.

reticulata apresenta aspecto líquido, fino, odor fraco e de coloração amarelo-dourada

com viscosidade muito variável (18 a 187 Pa-s) e densidade média de 0,975±0,049

g/ cm3 (SILVA et al., 2012).

No ano de 1972, o Food and Drug Administration, órgão norte-americano

regulamentador de drogas, aprovou o óleo de copaíba, após ser submetido a testes

(VEIGA JUNIOR E PINTO, 2012).

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A principal propriedade terapêutica entre as citadas na literatura é a

atividade antiinflamatória, com principais componentes responsáveis os

hidrocarbonetos, sesquiterpênicos, especialmente o -bisaboleno e -cariophileno. A

utilização do óleo de copaíba sobre as bactérias formadoras de placa dental foi

comprovada recentemente em estudo realizado em cães, tendo sido obtido ao final

do período experimental, redução significativa da formação da placa dental nos

animais com a utilização de solução a base do fitofármaco e a ação antimicrobiana

do óleo de copaíba, sobre a bactéria Streptococcus pyogenes, causadora de

inflamações de garganta, obtendo resultados positivos na inibição do crescimento

deste microrganismo (PIERI et al., 2009).

O ácido caurenóico, um diterpeno caurânico isolado do óleo de copaíba,

mostrou-se ativo in vitro contra formas tripomastigotas do Trypanosoma cruzi. Uma

ação lítica sobre os eritrócitos foi uma das limitações encontradas para esta

atividade (VIEIRA, 002).

Recentemente foi demonstrado efeito leishmanicida do óleo resina de C.

reticulata, semelhante ao da anfotericina B, em L. infantum (RONDON et al., 2012).

Em análise de frações do óleo de copaíba (ácidos diterpênicos) todas as frações

avaliadas tiveram atividade contra amastigotas e promastigotas de L. amazonensis,

sendo mais efetivas em amastigotas (SANTOS et al., 2013).

Vale ressaltar que nos trabalhos acima citados usando óleo de copaíba

em Leishmania, foram utilizados métodos de emulsificação contendo etanol ou

dimetil sufoxido (DMSO) ou os óleos não foram emulsificados, ficando em

suspensão nos meios de cultura.

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1.10.2 Óleo de Carapa guianensis

A árvore Carapa guianensis (Figura 7) conhecida popularmente como

andiroba, andiroba-saruba, iandiroba, carapa e nandiroba pertence à família

Meliaceae. O termo andiroba é derivado da língua indígena onde iand significa óleo

e rob amargo (Silva,2011).

A B C D E

Figura 7. A) semente e broto da árvore de andiroba;, B) árvore jovem de andiroba

na floresta amazônica (5 anos) seta; C) castanha; D e E) castanha com semente de

andiroba ( fotos da autora, Rio Branco, AC).

O gênero Carapa tem duas espécies, C. procera e C. guianensis. A C.

guianensis ocorre em toda a região Amazônica, em várzeas secas e alagadiças,

beiras de rios e igarapés do Pará até a Bahia (LORENZI, 2002). A madeira é

moderadamente pesada, dura e pouco resistente às tempestades, porém é

inatacável por insetos, sendo bem utilizada na construção civil (EMBRAPA, 2002). A

árvore floresce duas vezes ao ano, agosto e setembro, janeiro e fevereiro, já os

frutos amadurecem em junho e julho, fevereiro e março. Possui sementes

vermelhas, coriáceas, convexas, angulosas e achatadas lateralmente (Figura 7 E).

Além de não ser destrutiva, como no caso da indústria madeireira, a coleta das

sementes demanda um pequeno investimento e os subprodutos provenientes do

óleo, como sabonetes e velas, são revendidos em feiras livres do norte do país,

tendo um grande impacto na economia de alguns estados da região. O óleo é

comercializado para diversas regiões do país e exportado principalmente para

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indústria de cosméticos na França, Alemanha e Estados Unidos (GONÇALVES,

2001).

A produção de uma árvore de andiroba pode variar de 50 a 200 Kg de

semente por ano. As sementes quando acondicionadas em sacos plásticos

permanecem viáveis por um longo período, até sete meses, desde que mantidas em

câmara úmida (14ºC e 80% de Umidade Relativa - UR) ou câmara seca (12ºC e

30% de UR) (MIRANDA JÚNIOR, 2010).

O óleo de andiroba (Figura 8) pode ser extraído de duas maneiras, uma

artesanal e outra industrial e a composição química varia conforme o método de

extração. A extração de óleo de andiroba feita por método manual é utilizada pelas

comunidades indígenas e caboclas da Região Norte, este processo depende da

fermentação da semente cozida, seu descascamento e do lento escorrimento de

óleo da massa obtida (EMBRAPA, 2002).

Figura 8. Aspecto do óleo de andiroba com diferença de cor devido a formas de

extração diferentes e no fundo do frasco (seta) depósito da fração insaponificável

(foto da autora, amostras na FUNTAC).

O óleo é constituído principalmente de ácido palmítico, oléico (cerca de 50%)

e linoleico, além de uma fração insaponificável (Figura 8) (2 a 5%) constituída

principalmente de substâncias amargas, chamadas meliacinas ou limonóides, que

provavelmente são responsáveis pela atividade biológica do óleo (SILVA, 2011). Os

limonóides gedunina, andirobina e epoxiazadiradiona isolados desta espécie

apresentam importantes atividades biológicas: antiinflamatória (FERRARI, 1998),

repelente de insetos (MENDONZA et al., 2007) e anti-tumor (CHICARO, 2009). O

óleo de andiroba é utilizado popularmente para o tratamento de doenças febris,

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malária (PEREIRA et al., 2014), como repelente para insetos, coceiras, cicatrizantes,

antiinflamatório e traumatismos (MENDONZA e FERRAZ, 2007). Ferrari et al.(2007)

investigaram uma suposta atividade fotoprotetora de emulsão do óleo de andiroba,

fundamentados nos conhecimentos populares. O óleo de andiroba e uma fração

purificada rica em limonóides são tóxicos para o Plasmodium falciparum, uma das

espécies causadoras da malária (MIRANDA JUNIOR, 2010). Baldissera et al.

demonstraram que o óleo de andiroba, copaíba e aroeira são tóxicos para

Trypanosoma evansi (BALDISSERA et al., 2014). Não há relatos, até o presente,

dos efeitos do óleo de andiroba em Leishmania.

1.11 Tratamentos com a Câmara Hiperbárica (HBO)

A Câmara Hiperbárica é um equipamento utilizado para terapia que

permite manter a pressão interna constante ou controlada. Trata-se de um

compartimento selado, para onde é bombeado oxigênio, ar comprimido ou mistura

respiratória, por meio decompressores. Medicina Hiperbárica é o ramo da medicina

responsável pelo estudo e implantação das normas técnicas e de segurança em

ambientes pressurizados. É também responsável pelo estudo e estabelecimento de

protocolos de tratamento para todas as patologias para as quais o oxigênio sob

pressão tem a função de auxiliar no tratamento (FERNANDES, 2009). A primeira

câmara hiperbárica foi construída na Europa em 1662 pelo padre inglês Henshaw. O

destaque ao oxigênio (O2), se deu em 1774, pelo cientista inglês Joseph Priestley

(MARCONDES e LIMA, 2003).

Atualmente a oxigenioterapia hiperbárica é um método terapêutico

adjuvante empregado em patologias infecciosas inflamatórias e isquêmicas

(LEWIS,1999). O O2 hiperbárico é bactericida quando usado isoladamente.

Entretanto, essa função requer a exposição bastante prolongada a esse gás e sob

pressões bastante elevadas, o que é viável nos laboratórios, mas ainda não no

tratamento clínico dos seres humanos (WILLERS, 2015). Meltzer comprovou o

aumento da angiogênese, com melhora da cicatrização tecidual quando ratos eram

submetidos ao hiperbarismo (MELTZER, 1986).

O nosso grupo de pesquisa demonstrou que lesões cutâneas murinas

causadas por L. amazonensis são hipóxicas, provavelmente devido ao prejuízo da

microcirculação no tecido, demanda metabólica, proliferação dos parasitos e

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infecção bacteriana secundária (VIEIRA, 2012). Em trabalho também realizado em

nosso laboratório, foi demonstrado que a HBO (Figura 9) tem efeito tóxico e

irreversível em amastigotas e promastigotas e reduz a infecção em culturas de

macrófagos (ARRAIS-SILVA et al., 2005).

Figura 9. Câmera hiperbárica modular para uso em pequenos animais. Laboratório

de Leishmaniose, Depto. de Biologia Animal, IB, Unicamp. (foto da autora).

1.12 Leishmaniose experimental

Os modelos murinos têm sido amplamente utilizados para entender

melhor o ciclo de vida do parasito, o processo de infecção e a relação parasito-

hospedeiro. Diferentes linhagens de camundongos inoculados com L. donovani e L.

infantum apresentam cargas parasitárias variadas. Camundongos BALB/c são

suscetíveis e apresentam visceralizacão pricipalmente em baço e fígado havendo

diferença entre as cargas parasitárias encontradas nos dois órgãos, sendo maior em

fígado na fase inicial da infecção (30 dias) e havendo controle da infecção neste

órgão após o período de 60 dias e há aumento da carga parasitária em baço

comparado com fígado após os 60 dias (CORRÊA, 2011).

Em relação aos modelos experimentais para a L. amazonensis existem

duas linhagens murinas muito estudadas, camundongos C57BL/6, que controlam a

infecção e os BALB/c, suscetíveis ao parasito. Na grande maioria dos trabalhos

inocula-se L. amazonensis pela via subcutânea, no coxim plantar de uma das patas

traseiras e os animais são acompanhados semanalmente através de medição das

patas e na conclusão do experimento os animais são sacrificados e a carga

parasitária contada através de câmara de Neubauer (ARRAIS-SILVA et al., 2006).

Os sistemas in vitro são úteis na avaliação de compostos com atividade

biológica que determine citotoxicidade e atividade leishmanicida. O macrófago é a

célula mais diferenciada do sistema mononuclear fagocitário (VAN FURTH et al.,

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1972) e extremamente efetivo na primeira linha de defesa imunológica e

homeostasia do organismo. Esta célula é ativada após contato com patógenos ou

moléculas provenientes desses, assim como citocinas e quimiocinas (GORDON,

2003). A grande maioria dos experimentos in vitro com leishmania é realizada com

macrófagos peritoneias e de medula óssea de camundongos e macrófagos de

linhagens tais como DH82 (MORAES et al, 2014), J774 (DEGROSSOLI et al., 2007).

Em um estudo, utilizando-se os óleos de copaíba e andiroba, visando

suas atividades antinflamatórias, foi verificada ação antineoplásica em células de

linhagem originadas de carcinoma de orofaringe denominadas FaDu (ADCC)

cultivadas in vitro , causando redução na proliferação dessas células porém não

indução de apoptose (CHICARO, 2009), sendo assim, não consideramos viável o

uso de células de linhagem para os testes das nanoemulsões de copaíba e andiroba

em amastigotas intracelulares nesse trabalho de mestrado.

Na análise histopatológica, na LV, verifica-se principalmente a

multiplicação de amastigotas em células mononucleares fagocíticas dos órgãos

internos tais como o baço, fígado e medula óssea (OLIVEIRA et al., 1993),

ocorrendo hiperplasia e hipertrofia das células. Outros órgãos como pulmões e rins

também são afetados durante a progressão da infecção. Na LV experimental,

causada pela L. donovani, L. infantum, a infecção hepática é geralmente

autolimitante com resposta inflamatória granulomatosa, envolvendo células de

Kupffer, monócitos e células TCD4+ e TCD8+ com eficiente formação de granuloma

hepático, esses granulomas são importantes na eliminação de Leishmania spp.

(MURRAY, 2001). O estudo da formação do granuloma hepático de cães com LVC

mostrou granulomas de tamanhos variados, constituídos por macrófagos,

parasitados ou não por formas amastigotas de L. infantum, algumas células

epitelióides, poucos linfócitos e plasmócitos e raros neutrófilos. Cães assintomáticos

apresentaram número maior de granulomas que oligossintomáticos e sintomáticos.

et al., 2007). Por outro lado, no estudo do baço de cães infectados naturalmente por

L. infantum, observou-se frequência alta de periesplenites, granuloma,

desorganização estrutural e atrofia de folículos linfóides e da zona marginal

(SANTANA et al., 2008).

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1.13 Emulsões e nanoemulsões

As emulsões são dispersões de dois ou mais líquidos imiscíveis,

completamente difuso um no outro, termodinamicamente instáveis, e estabilizados

cineticamente (ANSEL et al., 2000), e são compostas de água, óleo e tensoativo. A

estrutura consiste em gotícula da fase dispersa envolta pela fase contínua e

classificadas de: água em óleo (A/O) ou óleo em água (O/A). Um dos métodos para

obtenção de emulsões é o da emulsificação direta, a fase dispersa é adicionada à

fase contínua sob intensa agitação ou por um processo denominado de inversão de

fases, onde se adiciona a fase que pretende ser a contínua à fase dispersa, até que

a inversão ocorra e o tipo de emulsão desejada se forme (emulsão de baixo gasto

de energia) (ANDRADE, 2008).

A nanoemulsão é um sistema heterogêneo composto por óleo em água

ou água em dispersão de óleo com agente tensoativo, com gotículas que variam de

tamanho de 20-600 nm (SOLANS, 2003). As nanoemulsões não se formam

espontaneamente, sendo necessário fornecimento de energia ao sistema, podendo

ser energia mecânica ou uso de propriedades fisicoquímicas do sistema

(CAMARGO, 2008).

As nanoemulsões apresentam um novo e promissor sistema de

veiculação para a tecnologia farmacêutica e cosmética evitando a ação da força da

gravidade (instabilidades como sedimentação e cremação). Diferentes das

microemulsões, que requerem uso de concentração de tensoativo superior a 20%,

as nanoemulsões são obtidas usando-se concentrações bem menores de

tensoativos, de 3 a 10% (OLIVEIRA, 2008).

As nanoemulsões são sitemas metaestáveis, ou seja, estáveis por um

longo período de tempo, sendo esta estabilidade diretamente relacionada ao

pequeno tamanho dos glóbulos, cujo movimento browniano diminui a ação da força

da gravidade causando flutuação das partículas e reduzindo a instabilidade,

permitindo que seja disperso em água. As dimensões das nanoemulsões permitem a

maior penetração em tecidos e a esterilização é realizada utilizando-se filtros de

membranas com diâmetros menores que os das bactérias (FERNANDEZ et al.,

2004).

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A nanotecnologia tem contribuído para o aperfeiçoamento de

propriedades farmacológicas de fármacos convencionais, produzindo maior

biodisponibilidade, aumentando a solubilidade de substâncias pouco solúveis,

favorecendo a liberação controlada de substâncias, sendo assim, um dos materiais

mais promissores da atualidade são as nanodispersões, que possuem grande

potencial de aplicação em diversas áreas da indústria, incluindo a de produtos

farmacêuticos (WANG et al., 2009).

As nanodispersões são formadas por sistemas micelares que por sua vez,

são um conjunto de moléculas de tensoativos que se agrupam de forma espontânea

gerando agregados coloidais nanoestruturados em meio aquoso com tamanho de

partícula usualmente compreendido entre 30-300nm, quando utilizado como

transportador de fármacos aumenta a capacidade de permanecer em circulação

sistêmica por maior período de tempo, proporcionando acúmulo gradual do fármaco

na área requerida e acumulação do fármaco em regiões com vascularização

reduzida devido às dimensões reduzidas das partículas. A partícula em forma

micelar, ainda possui a capacidade de proteger o fármaco contra possível inativação

sob o efeito de um ambiente biológico, reduzindo efeitos colaterais indesejáveis, com

consequente aumento da biodisponibilidade. As nanopartículas possuem a

capacidade de aumentar significativamente a biodisponibilidade de substâncias

lipofílicas encapsuladas dentro de suas partículas (ESDRAS, 2016).

A redução do tamanho das partículas para valores inferiores a 500nm,

pode produzir uma maior absorção da substância ativa e maior captação de

partículas pelo organismo, sugerindo que a absorção da nanopartículas é um fator

importante na melhoria da biodisponibilidade (ACOSTA, 2009).

1.13.1 Caracterização de Sistemas Nanoestruturados

Após a obtenção de sitemas nanoestruturados, estes são submetidos a

caracterização sendo investigadas as propriedades dos materiais como tamanho e

distribuição de partículas, área superficial e porosidade, morfologia, estabilidade

física, química e físico-química, propriedades térmicas, propriedades de superfície

(carga superficial, quimica de superficie), propriedades estruturais, dentre outras,

analisados quanto a propriedades físicoquímicas e de imagem (RADAIC, 2013).

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O aparelho Zetasizer Nano ZS® é usado para a medição do tamanho, do

potencial zeta de soluções coloidais e nanopartículas. Para Medição de Tamanho de

Partículas e Distribuição de nanomateriais em suspensão por Análise de

Rastreamento de nanopartículas é utilizado um aparelho como o Nano Sight NS300,

da Malvern, por exemplo. A Nanoparticle Tracking Analisis (NTA), ou seja, a análise

por rastreamento de nanopartículas, utiliza as propriedades de dispersão de luz e o

movimento browniano, a fim de obter a distribuição do tamanho de partícula das

amostras em suspensão líquida (RIBEIRO, 2016). O equipamento NanoSight

NS300 possibilita medir o tamanho (entre 1nm - 5 microm), a distribuição da

população (polidispersão), potencial elétrico de superfície e a concentração de

nanopartículas em suspensão, pelo rastreamento de partículas individuais (vídeo

microscopia). O NTA refere-se à medida do diâmetro das partículas que é feita pela

análise individual das mesmas (DE PAULA, 2014). As medidas por espalhamento de

luz dinâmico (DLS) considera o movimento browniano médio das partículas em

suspensão, em sistemas polidispersos. O equipamento Zeta Sizer Nano ZS90 é um

DLS de geometria de 90º, que mede o tamanho (2nm a 5,0 microm), a polidispersão

de materiais nanoparticulados, e o potencial elétrico diretamente pela mobilidade

eletroforética (GUILHERME, 2014).

Outra ferramenta usada para caracterização de sistemas

nanoestruturados é a Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET), já que as

técnicas de DLS e NTA exibem certas limitações como reconhecer a presença de

uma pequena população de partículas de tamanho diferente da maioria da

população presente em nanoemulsões, assim como a composição dos sistemas

coloidais (KLANG et al., 2012).

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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

O objetivo geral desse trabalho é avaliar se os tratamentos com

nanoemulsões de óleo de copaíba e óleo de andiroba associados ou não a HBO tem

efeitos anti-Leishmania nos modelos in vitro e in vivo da LC e LV.

2.2 Objetivos Específicos

Analisar a pureza e caracterizar por cromatografia gasosa e espectometria de

massa dos óleos de Copaifera (copaíba) e C. guianensis (andiroba).

Desenvolver protocolos para produção de nanoemulsões dos óleos de

andiroba e de copaíba.

Analisar a toxicidade dos óleos de copaíba e andiroba em promastigotas de L.

amazonensis e L. infantum e em macrófagos peritoneais de camundongos

Balb/c.

Analisar a toxicidade das nanoemulsões dos óleos de copaíba e andiroba em

promastigotas de L. amazonensis e L. infantum e em macrófagos peritoneais

de camundongos Balb/c.

Avaliar a eficácia dos tratamentos com as nanoemulsões dos óleos de

copaíba e andiroba em camundongos Balb/c infectados com L. amazonensis.

Avaliar a eficácia dos tratamentos com as nanoemulsões dos óleos de

copaíba e andiroba em camundongos Balb/c infectados com L. infantum.

Avaliar a possível citotoxicidade dos tratamentos propostos nos camundongos

Balb/c infectados com L. amazonensis e L. infantum.

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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Parasitos

Os promastigotas de L. amazonensis (MHOM/BR/73/M2269) foram

cultivados em meio de cultura RPMI completo (0,1% de gentamicina e 10% de soro

fetal bovino SFB), a 26-28ºC, em frascos de cultivo (ARRAIS-SILVA et al., 2006).

Os promastigotas de L. infantum (MHM/BR/1972/LD) foram cedidos pela

Dra. Clara L. Barbieri Mestriner do Departamento de Microbiologia, Imunologia e

Parasitologia da Universidade Federal de São Paulo. Os parasitos foram cultivados

e, mantidos em estufa de 26-28ºC, em frascos de cultivo.

Os amastigotas de L. amazonensis foram mantidos em camundongos

BALB/c. Os animais foram inoculados com 1X106 promastigotas de L. amazonensis,

via subcutânea (sc), no coxim plantar da pata, membro posterior direito e mantidos

por 60 a 90 dias. Após esse período, para coleta dos amastigotas, os animais foram

eutanasiados por deslocamento cervical, e a lesão retirada e macerada com lâmina

de bisturi e solução salina estéril, e filtrada em gaze stéril.

Os amastigotas de L. infantum foram mantidos em camundongos BALB/c

conforme padronizado em nosso laboratório (MORAES et al., 2014). Os animais

foram inoculados com 1X 107 promastigotas, via intraperitoneal, e, mantidos por 60 a

90 dias. Após esse período os animais foram eutanasiados por deslocamento

cervical e tiveram o fígado e baço coletados, macerados com lâmina de bisturi,

lâmina de vidro e solução salina estéril. O material foi centrifugado em centrífuga

Eppendorf ® 5810R, em tubos de 15mL a 2296g por 5 minutos a 20ºC.

3.2 Animais

Os protocolos de tratamento de camundongos foram submetidos e

aprovados pela Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da Unicamp (anexo).

Os camundongos de linhagem Balb/c, fêmeas, de 30 dias de vida, foram

obtidos do Centro Multidisciplinar para Investigação Biológica (CEMIB) da Unicamp.

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3.3 Fármacos

Anfotericina B (Sigma®) e miltefosina (Cayman Chemical Company®)

foram estocadas a 4º sob a forma liofilizada. Ambas foram dissolvidas em água mili

Q no momento do experimento. As dosagens utilizadas foram, de Anfotericina B

20mg/mL e de miltefosina 5mg/ 300 µL.

3.4 Infecção dos animais com L. amazonensis e monitoramento

Os camundongos foram inoculados via subcutânea na pata direita traseira

com 1X106 promastigotas de L. amazonensis em fase estacionária de cultivo. As

lesões induzidas pela L. amazonensis foram monitoradas semanalmente, com

paquímetro (ARRAIS- SILVA et al.,2006). Após o período de 2 meses de infecção e

tratamento, os animais foram sacrificados por deslocamento cervical e tiveram os

seguintes parâmetros avaliados: carga parasitária, peso e medida das patas, além

da coleta de tecido da lesão e órgãos internos para analise histológica. A

determinação da carga parasitária da lesão foi realizada como descrita no item 3.1.

3.5 Infecção dos animais com L. infantum e monitoramento

Os camundongos foram inoculados via intraperitoneal (IP) com 1X107

promastigotas de L. infantum em fase estacionária de cultivo. Após 2 meses de

infecção e tratamento, os animais foram sacrfiicados por deslocamento cervical e

tiveram os seguintes parâmetros avaliados: carga parasitária, peso de baço e fígado,

e coleta de fragmento de baço e fígado para analise histológica. A determinação da

carga parasitária dos órgãos foi realizada como descrita e se fez por coleta de baço

e fígado conforme descritoa no item 3.1.

3.6 Óleos de Copaifera (copaíba) e C. guianensis (andiroba)

O óleo de copaíba é proveniente da Cooperiaco (Sena Madureira/ AC), e

o de andiroba da Cooperativa Ecojuruá, (Cruzeiro do Sul / AC). Ambos foram

analisados quanto à pureza e caracterizados por cromatografia gasosa e

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espectometria de massas pelo Laboratório de Produtos Naturais da Fundação de

Tecnologia do Acre (FUNTAC), com a colaboração da Dra. Sílvia L. Basso. Os

laudos com os resultados e as notas fiscais dos óleos estão anexados nesse

trabalho.

3.7 Protocolos de Emulsões

Os seguintes protocolos foram realizados para desenvolvimento de

emulsões:

No primeiro protocolo, os volumes de 295 µL dos oleos de andiroba ou

copaiba foram diluidos em 5 µl de DMSO e 2700 µL de meio RPMI (MIRANDA-

JUNIOR, 2010).

No segundo protocolo há duas fases, aquosa e oleosa. Para a fase

aquosa adicionou-se propilenoglicol (2%), metilparabeno (0,2%) e água (9 mL). Na

fase oleosa juntou-se álcool cetoestearílico etoxilado (Emulgin B2, a 1%), óleo de

andiroba 1 mL, propilparabeno (0,1%), BHT (0,1%), álcool cetílico (1%) e álcool

estearílico (2%). E sob agitação mecânica de 500 rpm por 10 minutos a 70ºC, a fase

oleosa foi vertida na fase aquosa. A emulsão controle, sem o óleo, apenas com os

agentes emulsificantes, foi feita substituindo-se 1mL de óleo de andiroba por 1 mL

de água (FERREIRA, 2010).

No terceiro protocolo, foram realizados testes com diferentes volumes de

acetona e água, com os seguintes constituintes nas diferentes fases: fase aquosa

Tween 80 (polietilenosorbitol éster) (1%), água destilada e fase orgânica óleo

andiroba 10% do volume final, Span 80 (sorbitan monooleato) (2%) e acetona. A

proporção de acetona e água foi mantida em 1:2 em todas as formulações

(OLIVEIRA, 2008).

No quarto protocolo, foi repetido o procedimento do terceiro protocolo e a

emulsão formada submetida à agitação em 10.000 rpm por 3 minutos em

Ultraturrax® (IKA® T18 basic). Para melhor homogeneização e redução do tamanho

das partículas foi submetida à sonicação em ultra sonicador de alta intensidade

50watt por 3 minutos a 40 Kv com tempo de pausa de 1 minuto, em banho Maria

com gelo picado para evitar aumento de temperatura da amostra. A emulsão

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formada após sonicação foi colocada em rotavapor por duas horas até que se

obtivesse o volume final de 10 mL.

No quinto protocolo a emulsão foi feita adicionando-se 0,4 g de Tween®

80 em 10mL de água sob agitação em agitador mecânico a 500 rpm, 70ºC por 10

minutos (fase aquosa). Paralelamente, foi adicionado 0,4g de Span® 80 a 1g de

óleo de copaíba ou andiroba, sendo mantida a agitação por 10 minutos a 70ºC

temperatura (fase orgânica). Em seguida, a fase orgânica foi vertida na fase aquosa

sob agitação de 500 rpm e se manteve a agitação por mais 10 minutos a 70ºC

(Oliveira, 2008). A emulsão do óleo de copaíba ou de andiroba obtida, foi submetida

à agitação em 10.000 rpm por 3 minutos em equipamento Ultraturrax® (IKA® T18

basic) .

Emulsão controle com Tween 80 e Span 80 (TS) foi realizada repetindo-

se o quinto protocolo, porém subtituindo-se os óleos por água.

3.8 Protocolos de nanoemulsões

Os seguintes protocolos foram realizados para obtenção de

nanoemulsões.

Nanoandi 1

Após a realização do terceiro protocolo de emulsão de andiroba, foi

realizada a evaporação da acetona, em aparelho de rotavapor até a redução do

conteúdo a 10mL.

Nanoandi 2

Após a realização do quarto protocolo de emulsão de andiroba, foi

realizada a evaporação da acetona, em aparelho de rotavapor até a redução do

conteúdo a 10mL.

Nanoandi 3

A emulsão de andiroba, segundo o quinto protocolo, foi submetida à

ultrassom em sonicador de ponta (Vibracell Sonic & Materials Inc.®) potência de

60W e 40Khz de frequência nominal por 25 minutos (BARBOSA, 2013). A

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nanoemulsão formada foi submetida a avaliação físico química logo após ser obtida,

e depois de 30, 60 e 90 dias.

Nanocopa

A emulsão de copaíba feita no quinto protocolo foi submetida à ultrassom

em sonicador de ponta (Vibracell Sonic & Materials Inc.®) potência de 60W e 40Khz

de frequência nominal por 25 minutos. A nanoemulsão formada foi submetida a

avaliação físico química logo após ser obtida e depois de 30 dias, 60 e 90 dias.

Nanoemulsão controle (TS)

A emulsão controle feita com os emulsificantes hidrofílico e orgânico,

respectivamente, Tween e Span, foi submetida a ultrassom e sonicador de ponta

repetindo os procedimentos realizados na Nanocopa e Nanoandi 3.

3.9 Caracterização das nanoemulsões por espalhamento dinâmico de

luz (do ingês Dynamic Light Scattering) (DLS)

A caracterização físico-química das nanoemulsões foi feita por medição

do seu diâmetro hidrodinâmico, potencial zeta e índice de polidispersão (PDI) ,

avaliada pelo espalhamento de luz dinâmico do sistema Malvern Zetasizer Nano

(Malvern Instruments Ltd. , Worcestershire, UK) equipado com laser 633 nm

(Laboratório de Biomembranas). As medições foram realizadas a 25ºC em cuvetes

de polistireno com um comprimento de percurso de 10 mm.

3.10 Caracterização das Nanoemulsões por Análise de

Nanopartículas por Rastreamento (Nanoparticle Tracking Analysis NTA)

Tanto a nanoandi 3 como a nanocopa foram analisadas por NTA

(NanoSight NS300), (Laboratório de Biomembranas) para se verificar tamanho,

potencial zeta e comparar as imagens aos outros parâmetros, DLS e Microscopia

Eletrônica de Transmissão

.

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3.11 Microscopia Eletrônica de Transmissão (MET) das

nanoemulsões

As imagens das nanoemulsões foram obtidas por microscopia eletrônica

de transmissão para estudo da estrutura e morfologia (COSTA et al., 2014). As

amostras foram diluídas em água deionizada a 10%, incluídas em microplacas de

cobre revestidas com Formvar (polivinilformal modificado) e negativamente coradas

com acetato de uranila por 3 min, à temperatura ambiente. Para secagem a

temperatura ambiente foi utilizado papel de filtro Whatman (KLANG et al.,2012). As

amostras foram observadas com Microscópio Eletrônico de Transmissão (LEO 906,

Carl Zeiss) no Laboratório de Microscopia Eletrônica do IB/Unicamp. As imagens

foram adquiridas em micrografias por câmara acoplada ao aparelho de MET

operando a 60Kv, com magnitude variando de de 27.800 a 129.300.

3.12 Microscopia eletrônica de varredura (MEV) dos promastigotas

Promastigotas de L. amazonensis (106 céls/mL), previamente tratados

com diferentes doses de nanoemulsões de copaíba ou de andiroba durante 24 horas

e um grupo controle sem tratamento, foram centrifugadas em centrífuga Eppendorf

® 5810R, em tubos de 2mL a 27g por 10 min a 20ºC. O pellet foi resuspenso com

2,5% de Glutaraldeído e 1% de ácido tânico em tampão cacodilato de sódio 0,1M, e

mantidas por 40 min em placas de 24 poços. Após fixação, as células foram lavadas

por duas vezes com tampão cacodilato 0,1M e adicionadas em lamínulas redondas

com Poli-L-Lisina (Sigma). As lamínulas foram lavadas com tampão cacodilato de

sódio 0,1M e fixadas com 1% de tetróxido de ósmio em banho de gelo por 45 min.

As lamínulas foram lavadas com água destilada e transferidas para um suporte para

ponto crítico, onde foram desidratadas com gradientes de etanol (50, 70 e 90%

durante 5 min. e 2x 100% durante 10 min. (EATON et al., 2013). As lamínulas foram

cobertas por evaporação com ouro (Sputter, Balzers SCD 050) e observadas em

Micróscopio Eletrônico de Varredura (10kV, SM 58.00 LV). As imagens digitais e

micrografias, foram realizadas em diferentes aumentos (1.000 a 9.000 X). Culturas

de promastigotas de L. infantum e de L. amazonensis, foram mantidas em contato

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com as nanoemulsões dos óleos de copaíba (nanocopa) e de andiroba (nanoandi 3)

por 24 hs nas seguintes dosagens de cada: 2µL e 10µL em 1 mL de meio de cultura

L. amazonensis ou para L. infantum.

Dois grupos foram mantidos por 1h em contato com as nanoemulsões na dose

Foram realizadas 40 fotos, das quais foram selecionadas as mais

representativas com relação às imagens que pudemos registrar, compatível com o

que pode ser observado no momento da contagem da curva de crescimento das

culturas, nos testes realizados posteriormente descritos, com a câmara de Neubauer

em microscópio óptico.

3.13 Ensaios de toxicidade em promastigotas

Os promastigotas de L. amazonensis ou L. infantum, em fase estacionária

de cultivo (1X106/mL em placas de 24 pocinhos foram tratados com doses variadas

de óleos de copaíba ou andiroba). Os parasitos foram incubados durante 48 ou 72

horas em meio de cultura RPMI ou Schneider´s em estufa de 26°C, e após esses

períodos, as contagens foram realizadas em câmara de Neubauer (microscópio

óptico Carl Zeiss, Primo Star ) (AYRES et al., 2007). Foi calculada a IC 50 para

essas nanoemulsões utilizando-se o programa de computador OriginLab 8.5 .

3.14 Ensaios de toxicidade em macrófagos

Camundongos BALB/c sadios de 90 dias de vida foram eutanasiados por

deslocamento cervical, e solução salina estéril injetada na cavidade peritoneal. O

exsudato retirado e o número de células contado em câmara de Neubauer,

considerando-se que 50% das células eram macrófagos (BARBIERI et al., 1993).

Os macrófagos peritoneais foram então cultivados em placas de 24 poços (5X105

macrófagos por poço/mL) com lamínulas redondas de 13mm de diâmetro. Após,

duas 2 horas à temperatura ambiente para a adesão dos macrófagos, as lamínulas

foram lavadas com solução salina e adicionado meio RPMI completo. As placas

foram mantidas por 24hs em estufa incubadora úmida (5% CO2, 95% ar) a 37ºC

(COLHONE et al., 2004). As células foram então submetidas a diversas dosagens de

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emulsão ou nanoemulsão dos óleos de copaíba ou de andiroba. As lamínulas foram

então lavadas com solução salina estéril duas vezes, fixadas com metanol e coradas

com Giemsa. Após a coloração, as lamínulas secaram à temperatura ambiente e

foram aderidas em lâminas de vidro com Entellan. Os macrófagos foram contados

em 20 campos e avaliados quanto à estrutura morfológica em microscópio óptico,

aumento 1000X. As fotos foram registradas em microscópio óptico.

3.15 Ensaios de toxicidade em amastigotas intracelulares

Os macrófagos peritoneais de camundongos BALB/c foram coletados e

cultivados conforme descrição no item 3.11 durante por 24 hs em estufa umidificada

a 21% de O2, 5% de CO2, a 37ºC. Os promastigotas em fase estacionária de cultura

(2,5X106/mL) L. infantum ou L. amazonensis foram adicionados às culturas de

macrófagos e mantidos por 24hs. Após esse período o meio de cultura foi renovado

e as células foram então tratadas com os óleos de copaíba ou andiroba ou com a

nanoemulsão dos óleos por 24hs como descrito no item 3.14. Após esse período as

lamínulas com os macrófagos foram lavadas por duas vezes com solução salina,

fixadas com metanol e coradas com Giemsa. Contagens de 200 células foram

realizadas em microscópio óptico em aumento de 1000 X para avaliação da carga

parasitária (numero de macrófagos infectados e numero de amastigotas

intracelulares) (DEGROSSOLI et al., 2011). As fotos foram registradas em um

microscópio óptico.

Foi calculada a IC 50 para essas nanoemulsões utilizando-se o programa

de computador OriginLab ® 8.5 .

3.16 Tratamentos dos camundongos com nanoemulsões

Camundongos Balb/c, fêmeas, de 60 dias de idade, foram usados nesses

experimentos e cada grupo experimental era composto de 3 animais. O peso médio

dos animais era de 25 gramas.

Os camundongos foram infectados com L. amazonensis ou L. infantum

conforme descrito nos itens 3.4 e 3.5 respectivamente.

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Quatro dias após a infecção, iniciou-se o tratamento via oral (VO) com

micropipeta de 2-100 microlitros, durante 60 dias. Os grupos foram os seguintes:

.

-GRUPO 1 Nanoandi Dose de 40 µL de nanoemulsão de óleo de andiroba 10%,

equivalente a 100mg/ml ou 160mg de óleo de andiroba/kg peso vivo (PV), durante

60 dias.

GRUPO 2 Nanocopa- dose de 25 µL de nanoemulsão de óleo de copaíba 10%,

equivalente a 100mg/ml ou 100mg de óleo de copaíba/kg peso vivo (PV), durante 60

dias.

GRUPO 3- Controle Miltefosina - dose de 30 µL, equivalente a 20mg/Kg de PV . O

tratamento teve início na 3ª semana após a infecção e foi mantido até a conclusão

do experimento (COSTA FILHO et al., 2008).

GRUPO 4- Controle sem tratamento Os animais foram infectados mas não

receberam qualquer tratamento.

GRUPO 5- Controle não infectados Nanoandi - Os animais foram mantidos em

tratamento semelhante ao GRUPO 1, mas não foram infectados.

GRUPO 6- Controle não infectados Nancopa - Os animais foram mantidos em

tratamento semelhante ao GRUPO 2, mas não foram infectados.

3.17 Tratamentos dos camundongos com Câmara Hiperbárica (HBO)

Os camundongos BALB/c infectados com L. amazonensis ou L. infantum,

e tratados com nanoemulsão dos óleos de copaíba ou andiroba, foram expostos ao

ambiente de câmara hiperbárica modular (Research Chamber, model HB 1300B,

Sechrist Inc., Inaheim, CA USA).

Os animais infectados com L. amazonensis foram expostos a HBO da

segunda semana de infecção em diante.

Os animais infectados com L. infantum foram expostos a HBO desde a

sexta semana de infecção, durante 15 dias

A câmara foi pressurizada com 100% de O2 medicinal (White Martins

Campinas) durante 5 minutos, até a pressão de 3 ATA ser atingida (ARRAIS-SILVA

et al., 2006). Após 1 hora de tratamento de tratamento dos animais, a câmara foi

despressurizada durante 5 minutos, até a pressão de 1 ATA. As temperaturas,

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interna e externa, da câmara foram monitoradas com termômetro analógico TB0261

(22ºC).

Os grupos foram os seguintes

GRUPO HBO (sem o tratamento com as nanoemulsões)- os animais foram

infectados com 1X106 promastigotas de L. amazonensis ou 1X107 promastigotas de

L. ifantum conforme descrito no item 3.16, e iniciaram o tratamento na HBO na 2ª

semana de infecção ( L. amazonensis) ou na 6ª semana de infecção( L. infantum) .

O tratamento foi realizado diariamente, durante 45 dias ( L. amazonensis) ou 15 dias

( L. infantum).

GRUPO Nanoandi+ HBO - Os animais foram infectados com 1X106 promastigotas

de L. amazonensis ou 1X107 promastigotas de L. infantum conforme descrito no

item 3.16, e tratados com nanoandi 3 durante 57 dias. Iniciaram o tratamento na

HBO na 2ª semana de infecção ( L. amazonensis) ou na 6ª semana de infecção( L.

infantum). O tratamento foi realizado diariamente, durante 45 dias ( L. amazonensis)

ou 15 dias( L. infantum).

GRUPO Nanocopa + HBO- Os animais foram infectados com 1X106 promastigotas

de L. amazonensis ou 1X107 promastigotas de L. ifantum conforme descrito no item

3.16, e tratados com nanocopa durante 57 dias. Iniciaram o tratamento na HBO na

2ª semana de infecção ( L. amazonensis) ou na 6ª semana de infecção( L. infantum).

O tratamento foi realizado diariamente, durante 45 dias (L. amazonensis) ou 15 dias

(L. infantum).

3.18 Histologia

Os fragmentos de fígado, baço, estômago, rim, intestino delgado e pata,

foram fixados em formalina 10 % e mantidos em álcool 70º. O processamento

hematoxilina/eosina) foi realizado no Serviço de Soluções em Anatomia Patológica,

HISTOCELL, São Paulo, SP. As micrografias foram realizadas em microscópio

óptico (marca Carl Zeiss, Primo Star).

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3.19 Análises dos resultados

Os ensaios foram realizados em triplicata e os resultados de cada

experimento, expressos pela média + SD. Para os cálculos de IC 50 das

nanoemulsões em promastigotas foi usado o programa Originlab® modelo 8.5. As

diferenças significativas entre os grupos experimentais foram analisadas usando-se

o Teste Anova com p<0,05, programa utilizado foi o Sisvar ® modelo 5.6 para

Windows.

4- RESULTADOS

4.1 Análise fisicoquímica dos óleos de Copaifera (copaíba) e C.

guianensis (andiroba)

Primeiramente, realizou-se a análise fisicoquímica dos óleos de Copaifera

(copaíba) e C. guianensis (andiroba) no Laboratório de Produtos Naturais da

(Fundação de Tecnologia do Acre. Os dados são compatíveis com aqueles da

literatura, tanto para o óleo de copaíba (SILVA et al., 2012) quanto para o óleo de

andiroba (SILVA et al., 2011) (Anexo III e IV).

4.2 Análise cromatográfica dos óleos

4.2.1 Cromatograma do óleo de copaíba

A análise cromatográfica do óleo de copaíba (Figura 10) mostrou duas

regiões de eluição específicas, a primeira região de eluição (pico 1) é a de menor

tempo de retenção, e apresentou grande sobreposição de picos, correspondentes

aos hidrocarbonetos sesqui -copaeno (pico 3) (VEIGA

JUNIOR et al., 1997). A segunda região (pico 2) corresponde a eluição dos ésteres

metílicos de ácidos diterpênicos, sendo o ácido caurenóico (pico 4), um diterpeno

ativo isolado do óleo de copaíba (VIEIRA, 2002).

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Figura 10. Cromatograma de amostra do óleo de copaíba. Analise realizada por

cromatografia gasosa e espectometria de massas.

4.2.2 Cromatograma do óleo de andiroba

Na Figura 11, observamos no cromatograma a composição do óleo de

andiroba com a presença de ácido palmítico (ou hexadecanóico) (pico 2), ácido

oléico (pico 3) e ácido linoléico ou octadecanóico (pico 4), além dos limonóides (pico

1).

Figura 11. Cromatograma de amostra de óleo de andiroba. Analise realizada por

cromatografia gasosa e espectometria de massas.

4.3 Emulsões e nanoemulsões

4.3.1 Emulsões

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Para obter emulsões vários protocolos foram testados.

Na primeira tentativa utilizou-se DMSO, com óleo de copaíba ou andiroba.

Mas a emulsão resultante, não era estável, pois ocorreu a separação em duas fases

(óleo - água) quando diluída em meio de cultura, (Figura 12).

(A) (B)

Figura 12. Aspecto da emulsão em que se utilizou DMSO. Emulsão de

óleo de andiroba (A) e emulsão de óleo de copaíba (B) em DMSO (0,17%) e meio

RPMI.

Nossa segunda tentativa foi fazer a emulsão com propilenoglicol (2%),

metilparabeno (0,2%) e água (9 mL) e na fase oleosa, álcool cetoestearílico

etoxilado (Emulgin B2, a 1%), óleo de andiroba 1 mL, propilparabeno (0,1%), BHT

(0,1%), álcool cetílico (1%) e álcool estearílico (2%). Como pode-se observar na

figura 13 o meio de cultura está turvo. Essa emulsão juntamente com a emulsão

controle (sem adição do óleo) foram testadas em meio de cultura com promastigotas

e, mostrara-se extremamente tóxica para os parasitos.

(I) (II) I I III

Figura 13. Aspecto das emulsões (óleo+meio de cultura). (13 A) emulsão

controle em meio Schneider (I); emulsão de óleo de andiroba em meio Schneider (II).

(13 B) (I) emulsão de óleo de andiroba em meio RPMI; (II) emulsão controle em meio

RPMI; (III) apenas meio RPMI.

As emulsões que foram usadas para a posterior etapa de

desenvolvimento das nanoemulsões foram aquelas em que se utilizou acetona,

tween 80 e span 80. O nosso objetivo era obter na etapa de nanoemulsões, o menor

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tamanho de partículas possível, que possibilitasse ficar distribuída de forma

homogênena no meio de cultura com menor quantidade de agentes emulsificantes e

ainda obter a filtração em filtros de esterilização de 0.25 uM.

4.3.2 Nanoemulsões

Nanoemulsão do óleo de andiroba (Nanoandi 1)

Essa nanoemulsão foi desenvolvida usando-se rotaevaporador para

retirada da acetona, após submeter a nanoemulsão (nanoandi 1) a caracterização

por DLS (Figura 14) detectamos o tamanho das partículas em 559,7 nm), o que leva

a instabilidade. Considerando-se essas observações e a necessidade filtração em

250nM, realizamos mais testes e desenvolvemos outra nanoemulsão (nanoandi 2).

Nanoemulsão do óleo de andiroba (Nanoandi 2)

A segunda nanoemulsão foi desenvolvida utilizando-se a emulsão 2

(ainda com acetona), acrescentando o aparelho sonicador por três minutos à

metodologia de nanoemulsificação, após a caracterização por DLS detectamos que

o tamanho ideal ainda não havia sido atingido (310,4 nM) (Figura 15). Por isso

desenvolvemos a nanoemulsão 3.

Nanoemulsão do óleo de andiroba (Nanoandi 3)

A nanoandi 3 foi obtida utlizando-se o aparelho sonicador por 35 minutos

como método nanoemulsificador e a emulsão feita sem acetona, sua

caracterização por DLS mostrou que um tamanho menor foi atingido (133,3 nM)

Figura 15. Pela microscopia eletrônica de transmissão confirmamos esse dados

assim como com NTA ( Análise de Nanopartículas por Rastreamento).

A nanoandi 3 foi então utilizada em testes com promastigotas de L.

amazonensis e L. infantum, amastigotas intracelulares de L. amazonensis e L.

infantum, assim como em testes de citotoxicidade em macrófagos e oferecida via

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oral em testes in vivo a camundongos infectados com L. amazonensis ou L.

infantum.

Nanoemulsão de copaíba (Nanocopa)

A nanocopa, obtida conforme com método semelhante aquele

desenvolvido para nanoandi 3, foi caracterizada por DLS, NTA e Microscopia

eletrônica de transmissão e observamos que o tamanho das partículas foi de 85nM.

4.4 Caracterização das Nanoemulsões

4.4.1 DLS ( Espalhamento de luz dinâmico)

Antes de iniciar os experimentos com parasitos fizemos uma

caracterização detalhada das nanoemulsões. As medidas de DLS das

nanoemulsões de andiroba foram realizadas para caracterização das mesmas e os

resultados representados na figura 15 e tabela 1. Obteve-se o tamanho das

partículas, assim como parâmetros como Pdi (polidispersão) e potencial zeta para

determinar a respectivamente a dispersão das partículas nas amostras e a carga de

potencial iônico na superfície dessas partículas, mostrando a qualidade da

nanoemulsão, o resultado mostrou que as nanoemulsões Nanoandi 3 e Nanocopa

estavam com estabilidade suficiente para serem utilizadas nos testes com animais e

parasitos .

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Nanoandi 1 tamanho 559,7nM

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Nanoandi 2- tamanho 310,4 nM

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Nanoandi 3 tamanho 110nM

Figura 14. Gráficos obtidos no aparelho de DLS para as nanoemulsões nanoandi1,

nanoandi 2 , nanoandi 3.

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Figura 15. Gráfico da Nanocopa obtido em aparelho de DLS .

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Os procedimentos de nanoemulsificação de nanocopa mantiveram-se

estáveis.

Os resultados de tamanho, PDI e potencial zeta de nanoandi 3 e

nanocopa, no dia da sua produção, 30, 60 e 90 dias depois são mostrados na tabela

1. Os dados comprovam a estabilidade de ambas, pois são semelhantes em todos

os tempos medidos.

Nano

Andi 3

Dias Tama

nho

PDI Zeta Nano

copa

Dias Tama

nho

PDI Zeta

0 88,23 0,18 -1,55 0 74,8 0,156 -2,55

87,07 0,168 -3,71 75,12 0,148 -2,05

89,23 0,151 -6,49 75,58 0,132 -3,05

30 88,2 0,158 -3,86 30 78,35 0,132 -2,79

89,77 0,16 -5,57 78,35 0,155 -4,85

88,44 0,171 -9,28 80,2 0,169 -6,27

60 92,2 0,207 -2,32 60 79,07 0,111 -1,95

92,72 0,194 -3,1 78,07 0,145 -2,66

92,86 0,164 78,62 0,131 -5,99

90 93,06 0,21 -2,76 90 80,39 0,139 -1,92

92,27 0,19 -2,54 80,55 0,14 -5,11

92,19 0,192 -8,39 79,25 0,132 -8,09

Tabela 1. Medidas por DLS de nanoandicopa e nanoandi 3.

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4.4.2 Análise de Nanopartículas por Rastreamento (NTA)

Essa técnica foi utilizada a fim de confirmar os resultados obtidos por

DLS. Os dados obtidos pela caracterização por NTA foram comprobatórios e

repetiram o resultado de tamanho das amostras obtidos por DLS tanto para

nanopartículas de nanocopa como de nanoandi 3 (Figuras 16 e 17).

Nanocopa

Figura 16. Medida do tamanho das nanopartículas da nanoemulsão de

Copaíba, contendo a maioria das partículas no tamanho médio de 80nm

aproximadamente, compatível com o dado fornecido pelo DLS.

Nanoandi 3

Figura 17. Medida do tamanho das nanopartículas da nanoemulsão de

andiroba, contendo a maioria das partículas no tamanho médio de 90nm

aproximadamente, compatível com o dado fornecido pelo DLS.

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Na figura 18 observa-se a aparência de distribuição das amostras. Tanto

nanocopa como nanoandi 3 são homogeneamente distribuidas. Além dos gráficos

representativos das medidas das nanopartículas fornecido pelo aparelho NTS,

ilustrados acima, na figura 16 e na figura 17, o aparelho nos fornece mais

informações importantes, entre elas um vídeo das partículas em momento real

enquanto essas passam pela câmera para serem analisadas conforme ilustrado um

momento do vídeo fotografado e registrado na figura 18.

Nanocopa Nanoandi 3

Figura 18. Imagens de parte do vídeo obtidas em aparelho NTS.

Essas imagens foram obtidas do vídeo de 10segundos fornecido pelo

aparelho para registro ilustrativo da aparência de distribuição das amostras. No

vídeo acompanhamos também o movimento browniano das partículas, o que é

utilizado para as medidas de tamanho assim como a distribuição e homogeneidade

da amostra.

Através das técnicas de caracterização acima, pudemos verificar a

qualidade das nanoemulsões, como tamanho das nanopartículas, homogeneidade,

distribuição e potencial zeta, verificando-se a estabilidade das mesmas, podendo-se

utilizá-las para os testes in vitro com os parasitos e in vivo com os camundongos.

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4.4.3 Microscopia eletrônica de transmissão das nanoemulsões

As nanoemulsões foram preparadas conforme protocolo descrito no item

3.11 de Materiais e Métodos, e submetidas a caracterização por imagem de

microscopia eletrônica de transmissão.

Nas micrografias registradas da amostra de nanoemulsão de andiroba,

nanoandi 3 (Figura 19), pode-se perceber uma imagem escura no centro de cada

partícula, sugerindo a presença de conteúdo sólido, como acontece no caso das

partículas nanolipídicas sólidas, o que é compatível com a constituição desse óleo.

Figura 19. Micrografia de nanoemulsão de andiroba nanoandi3. Fotografias

registradas em Microscópio Eletrônico de Transmissão. (A) 27800x (B) 77500 x (C)

Conforme barra de escala , podemos notar que o tamanho é compatível

com as outras caracterizações (DLS e NTA) além de confirmar o formato

arredondado das nanopartículas.

A B C

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Figura 20. Micrografia das amostras de nanoemulsão de copaíba, nanocopa, em

vários aumentos (20 A)- 167000x; (20 B)- 100000x e (20 C)- 77500 x.

As imagens obtidas confirmaram a forma arredondada da nanoemulsão

de copaíba.

4.5 Toxicidade de emulsões em promastigotas de L. infantum

Quando testamos a toxicidade de emulsões feitas com propilenoglicol

(2%), metilparabeno (0,2%), álcool cetoestearílico etoxilado (Emulgin B2, a 1%),

propilparabeno (0,1%), BHT (0,1%), álcool cetílico (1%) e álcool estearílico (2%) e

óleo de andiroba (10%) juntamente com meio Schneider´s em promastigotas de L.

infantum, observamos na figura 21A que o tratamento com emulsão de andiroba nas

concentrações de 12,5µL e 25µL/mL, durante 48 horas, resultou em reduzida taxa

de proliferação (50% menos do que aquela observada em promastigotas cultivados

apenas em meio de cultura). Entretanto, observamos que a emulsão controle (sem

óleo de andiroba) (Figura 21B) também foi tóxica para os parasitos nas doses

testadas (12,5µL/ml e 25µL/mL).

A B C

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Figura 21. Curva de proliferação de promastigotas de L. infantum tratados com

emulsões. (A) Curva de crescimento de promastigotas tratados com emulsão de

andiroba (1,25; 6; 12,5 e 25µL/mL) e controle (sem emulsão) durante 24 e 48 horas.

(B) Curva de crescimento de promastigotas tratados com emulsão controle (sem

óleo de andiroba). Os resultados foram expressos em número de parasitos/ mL.

4.6 Toxicidade de nanoemulsões em promastigotas de L. infantum e

L. amazonensis

Promastigotas tratados com nanoandi 3 em doses acima de 3,12 uL/ml

proliferam menos do que parasitos controle. Quando tratamos promastigotas de L.

amazonensis, notamos que doses maiores que 6,25 uL/mL também prejudicam a

proliferação dos parasitos. Em relação a nanocopa observamos que doses iguais ou

maiores que 0,2 ul/mL prejudicam a proliferação de L. infantum e doses iguais ou

maiores que 0,1 ul/mL alteram a proliferação de promastigotas de L. amazonensis.

As doses acima de 12,5 µL de nanoandi3 /mL de meio, ou 1 µL/mL de nanocopa

tiveram efeito na proliferação dos promastigotas semelhante a um medicamento

usado na clinica, a anfotericina B (0,3 µg/mL). (Figura 22 A).

As IC50 foram obtidas, baseando-se nos dados da figura 22. Os

resultados de IC50, isto é, a dose necessária para eliminar metade dos

promastigotas, variou tanto em relação ao tempo como a espécie do parasito

testada. Nanoandi 3 é mais eficiente em 48 horas para promastigotas de L.

amazonensis e igualmente tóxica em 24 e 48 horas para L. infantum. A IC50 de

Promastigotas de L.infantum + segunda

emulsão de andiroba

A B

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nanoandi 3 às 48 horas de tratamento para as duas espécies varia de 2,6 a 3,2 para

L. amazonensis e L. infantum, respectivamente e a IC50 de nanocopa é similar para

as duas espécies tanto em 24 como em 48 horas de tratamento (0,18 a 0,2 uL/mL)

(Tabela 2).

Promastigotas L. infantum +

nanoandi 3

Promastigotas L. infantum +

nanocopa

A

B

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Promastigotas L. amazonensis +

nanoandi 3

Promastigotas L. amazonensis +

nanocopa

C

D

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Figura 22. Curva de proliferação de promastigotas de Leishmania tratados com

nanoemulsões. (A) L. infantum tratados com nanoandi 3, (B) L. infantum tratados

com nanocopa, (C) L. amazonensis tratados com nanoandi 3, (D) L. amazonensis

tratados com nanocopa (E) L. amazonensis tratados com controle sem os óleos

(TS). Os controles foram: nanoemulsão TS ( sem óleo, apenas Tween80 e span 80

em meio de cultura) e Anfotericina B (0,3 µg/mL). Os resultados foram expressos

em número de promastigotas/ mL.

Promastigotas L. infantum +

TS

E

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Tabela 2 - IC50 das nanoemulsões Nanoandi3 e Nanocopa

IC50 24hs 48hs

Nanoandi + L. amazonensis 5,9µL 2,6 µL

Nanoandi + L. infantum 3,63 µL 3,2 µL

Nanocopa + L. amazonensis 0,16 µL 0,18 µL

Nanocopa + L. infantum 0,18 µL 0,2 µL

Cálculo de IC 50 das nanoemulsões nanocopa ou nanoandi para promastigotas

cultivados 24 e 48 horas a 26oC. Os parasitos foram contados em câmara de

Neubauer. Foi utilizado o programa Originlab 8.5 ®.

4.7 Microscopia eletrônica de varredura dos promastigotas (MEV)

Alterações morfológicas dos promastigotas de L. amazonensis e L.

infantum tratados com as nanoemulsões em doses e tempos diferentes foram

avaliadas por microscopia eletrônica de varredura (MEV). Os resultados de MEV

mostraram que a nanoemulsão de andiroba nanoandi3 assim como a nanocopa, nas

doses utilizadas, induziram a retração celular e arredondamento nos promastigotas

tratados, que tornaram-se significativamente menores e com deformidades celulares

e em flagelo. Essas alterações mostraram ser dose e tempo dependentes (Figura

23).

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Figura 23. (A) e (B) promastigotas de L. infantum sem tratamento ; (C) e (D)

promastigotas de L. amazonensis sem tratamento; (E) e (F) promastigotas de L.

infantum + 2µL de nanoandi/mL (24hs); (G) e (H) promastigotas de L. amazonensis

+ 2µL de nanoandi/mL (24hs); (I) e (J) promastigotas de L. infantum 2µL de

nanocopa/mL (24hs); (K) e (L) promastigotas de L. amazonensis + 2µL de

nanocopa/mL (24hs); (M) e (N) promastigotas de L. infantum + 10µL de nanoandi/mL

(24hs); (O) e (P) promastigotas de L. infantum + 10µL de nanoandi (1h);(Q)

promastigotas de L. amazonensis + 2µL de nanocopa/mL (1h). Diversos aumentos,

(barras de medida nas figuras)

Nota-se que promastigotas de L. infantum tratados com 2 µL de

nanoandi/mL, (dosagem abaixo da IC 50 )(Figura 23 E e F) durante 24 hs

apresentam visível redução de tamanho e alteração do formato quando comparados

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com o controle sem tratamento (Figura 23 A e B). Promastigotas de L. amazonensis

expostos ao mesmo tratamento apresentam alteração na morfologia e tamanho

celular (Figura 23 C), sendo alguns vistos com forma arredondada e tamanho

reduzido (Figura 23 D).

Quando tratados com 2µL de nanocopa/mL ( IC 50 para nanocopa em

L.amazonensis e L.infantum), em 1h em L.amazonenis (Figura 23 Q) já percebemos

alterações de tamanho e formato (menor e arredondado); em 24 hs nos

promastigotas de L. infantum (Figura 23I e J) e L. amazonensis (Figura 23 K e L)

vemos deformidades celulares.

Ao tratar os parasitos com a dose 10µL /mL de nanoandi, sendo bem

acima da IC50, os parasitos apresentam deformidades mais acentuadas quando

comparados aos grupos controle sem tratamento e aos tratados com as

nanoemulsões após 1 h de tratamento (Figura 23 O e P) em 24 hs (Figura 23 M e

N).

4.8 Toxicidade das nanoemulsões em macrófagos

Considerando-se os resultados positivos obtidos com as nanoemulsões

em promastigotas, avaliamos a toxicidade em macrófagos, célula hospedeira de

Leishmania. Na figura 24 observamos que a nanoemulsão nanoandi3, nas

dosagens de 1 e 2 µL/mL não são tóxicas para os macrófagos, assim como a

nanocopa, na dosagens de 0,1 e 0,3µL/mL. As dosagens de 3 µL/mL da nanoandi e

de 0,9µL/mL da nanocopa tiveram toxicidade comparável a do medicamento controle

anfotericina B.

A

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Figura 24. Toxicidade de nanoemulsões em macrófagos peritoneais murinos.

Macrófagos peritoneais de camundongos Balb/c foram cultivados com

nanoemaulsões em diferentes dosagens (µL) durante 24hs e as células contadas

como descrito em Materias e Métodos. Andi 1, 2 e 3 correspondem as

concentrações 1 uL, 2uL e 3uL de nanoandi, respectivamente. Anfo = anfotericina b

Nanocopa 0,1; 0, e, 0,9 correspondem as concentrações de 0,1 uL, 0,2 uL, 0,9

uL.23B, 23C. A nanoemulsão controle TS (Apenas Tween 80 e Span80 sem óleo)

em diferentes dosagens em µL.

B

C

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4.9 Toxicidade das nanoemulsões em amastigotas intracelulares

Foram realizados testes de toxicidade usando-se as nanoemulsões em

macrófagos infectados com amastigotas intracelulares de L. infantum e L.

amazonensis, e os resultados de taxa de infecção foram estatisticamente

comparadas com os controles (sem tratamento), usando-se o teste ANOVA com

(Figura 25).

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Figura 25. Toxicidade de nanoemulsões em macrófagos peritoneais murinos

infectados com amastigotas intracelulares de L.amazonensis ou de L. infantum. Nas

figuras 25 A, B, C e D os macrófagos foram infectados com L.amazonensis e nas

figuras 25 E e F, G e H e 25 I e J os macrófagos foram infectados com L. infantum.

Os astericos(*) indicam as dosagens que apresentaram diferenças estatísticas

comparando-se grupos tratados com as nanoemulsões com os grupos de controles

sem tratamento (teste ANOVA, p 0,05).

Nas células infectadas com L. amazonensis nota-se redução de carga

parasitária quando tratadas com doses de 3uL de nanoandi3/mL (Figura 25 A e B) e

de 0,9 uL de nanocopa/mL (Figura 25 C e D). Nas dosagens de 3uL/mL de nanoandi

3 (Figura 25 B) e 0,9uL/mL de nanocopa (Figura 25D) existe a redução da carga

parasitária semelhante a que ocorre com o medicamento anfotericina B nos

macrófagos infectados com L. amazonensis. Nas dosagens acima de 2uL de

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nanoandi3 ( Figura 25 E e F) e de 0,3uL de nanocopa ( Figura 25 G e H), podemos

houve redução da carga parasitária nos macrófagos infectados com L.infantum.

Os testes realizados com o controle somente com tween e span, sem os

óleos, mostram que os resultados obtidos nas dosagens testadas são referentes aos

princípios ativos dos óleos e não aos agentes emulsificantes (Figura 25 I e J).

As imagens das lâminas com os macrófagos foram observadas em

microscópio óptico e as micrografias mais representativas desses macrófagos

infectados estão expostas na figura 26 (L. infantum) e na figura 27 (L. amazonensis).

Nota-se o aspecto espraiado dos macrófagos e vários amastigotas em

culturas não tratadas (Figura 26B).

Na figura 26 C observamos macrófagos com aspecto distorcido porém

ainda a presença de amastigotas em culturas tratadas com anfotericina B (30

µg/mL).

Nota-se nas figuras 26 F e 26 G que a nanoemulsão nanoandi3, nas

dosagens de 1 e 2 µL/mL não são tóxicas para os macrófagos, preservando o

aspecto espraiado das células.

Nas figuras 26 I e 26 J, macrófagos tratados com nanocopa na dose de

0,1 e 0,3 µL/mL respectivamente apresentaram aspecto preservado de morfologia.

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Figura 26. Micrografias de macrófagos infectados com amastigotas intracelulares de

L.infantum frente a diferentes tratamentos. (A) macrófagos peritoneais não

infectados e não tratados, (B)- macrófagos infectados e não tratados, (C)-

macrófagos infectados e tratados com anfotericina B, (D)-macrófagos infectados e

tratados com 6,25µL de nanoemulsão controle TS, (E)-macrófagos infectados e

tratados com 12,5 µL de nanoemulsão controle TS, (F)- macrófagos infectados e

tratados com 1 µL de nanoandi 3, (G)- macrófagos infectados e tratados com 2µL de

nanoandi 3, (H)- macrófagos infectados e tratados com 3µL de nanoandi 3, (I)-

macrófagos infectados e tratados com 0,1µL de nanocopa, (J)- macrófagos

infectados e tratados com 0,3µL de nanocopa, (K)-macrófagos infectados e tratados

com 0,9µL de nanocopa. Aumento de 400X.

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Podemos notar que macrófagos infectados com L. amaozonensis e

tratados com as nanoemulsões nas dosagens de 2µL de nanoandi (Figura 27 C) ou

de 0,3µL de nanocopa (fig 27 F) tem a estrutura preservada. Já na imagem do

tratamento com anfotericina há uma perda da morfologia das células (fig 27 G).

Figura 27. Micrografias de amastigotas intracelulares de L.amazonensis frente a

diferentes tratamentos.A- macrófagos infectados e não tratados, B- macrófagos

infectados e tratados com 1 µL/mL de nanoandi 3, C- macrófagos infectados e

tratados com 2µL/mL de nanoandi 3, D- macrófagos infectados e tratados com

3µL/mL de nanoandi 3, E- macrófagos infectados e tratados com 0,1µL/mL de

nanocopa, F- macrófagos infectados e tratados com 0,3µL/mL de nanocopa, G-

macrófagos infectados e tratados com 0,9µL/mL de nanocopa. Aumento de 400X.

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4.10 Testes in vivo

Os dados dos experimentos in vitro mostraram que as nanoemulsões têm

efeitos tóxicos tanto em promastigotas quanto em amastigotas intracelulares das

duas espécies de Leishmania. Assim, o próximo passo foi avaliar o efeito das

nanoemulsões em modelo animal.

Camundongos Balb/c foram infectados com L. amazonensis e então

tratados oralmente com as nanoemulsões e um dos grupos, exposto a HBO. Na

figura 28 observa-se que animais não tratados apresentam lesões que aumentam

com o tempo. Animais tratados com nanocopa têm lesões menores que aquelas do

controle durante várias semanas do monitoramento. O controle positivo, a

miltefosine, fármaco usado na clinica, controlou eficientemente o desenvolvimento

da lesão. Os animais tratados com nanoandi 3 não apresentaram redução no

tamanho das lesões, entretanto o tratamento conjunto nanoandi 3 e HBO foi efetivo

na redução do tamanho.

Figura 28 A, 28B e 28C. Curso da infecção de L. amazonensis em camundongos

Balb/c. Animais foram infectados no coxim plantar com L amazonensis. Os animais

foram: (A) tratados com nanocopa oralmente, miltefosine (0,5mg/30µL) ou não

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tratados (controle). (B) tratados com nanoandi 3 oralmente, miltefosine ou não

tratados. (C) tratados com nanoandi e exposto a HBO, controle (não tratados e não

expostos a HBO ou tratados com nanocopa oralmente e expostos a HBO. As patas

com lesão foram medidas com paquímetro, semanalmente durante 7 semanas. As

flechas indicam os dias de início do tratamento com as nanoemulsões (azul), com

miltefosine (vermelha) e exposição a HBO (verde).

Figura 29. Carga parasitária de lesões de camundongos Balb/c infectados com L.

amazonensis. O número de amastigotas foram contados após serem coletados das

lesões das patas dos camundongos de diferentes grupos após 60 dias da infecção

(andi = nanoemulsão nanoandi3; andi+HBO = nanoandi3 e exposição a HBO; copa

= nanoemulsão nanocopa; copa+HBO = nanocopa e exposição a HBO, ; Milte=

miltefosine, HBO = hiperbárica; sem trat = sem tratamento,(*) Resultados

significativos de redução de carga parasitária, analisados pelo teste ANOVA

comparando os grupos tratados com o controle sem tratamento 05.

Os animais inoculados com L. amazonensis na pata direita traseira foram

tratados com nanoemulsões e ou expostos a HBO; observamos na Figura 29 que há

queda da carga parasitária nas patas em animais tratados com as nanoemulsões via

oral, quando comparados aos grupos sem esse tratamento, com o p=0,012 para

nanocopa, p=0,016 para nanocopa+HBO e p=0,005 para nanoandi, p=0,005 para

nanoandi+HBO.

Observa-se aos 30 dias de infecção que animais tratados com nanoandi

(Figura 30 A) e nanocopa (Figura 30 E) têm lesões menores que aquelas do controle

sem tratamento.

* *

*

*

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O controle positivo, a miltefosine, fármaco usado na clinica, controlou

eficientemente o desenvolvimento da lesão após 30 dias de tratamento oral (Figura

30 N).

Comparando-se aos 30 dias de infecção, as lesões de animais tratados

com nanocopa e HBO (Figura 30 G) com animais não tratados (Figura 30 I) percebe-

se o aspecto diferenciado da lesão.

O tratamento somente com HBO sem as nanoemulsões não foi efetivo no

controle da lesão.

Figura 30. Evolução da leishmaniose cutânea experimental. Camundongos BALB/C

Infectados com 1X106 promastigotas de L.amazonensis, coxim plantar, membro

posterior direito, fotografados aos 30 e 60 dias após a infecção. Os animais foram

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tratados com nanoemulsão de andiroba (nanoandi3) (A- 30 dias)(B- 60 dias),

nanoandi3 + HBO (C- 30 dias)(D- 60 dias), nanoemulsão de copaíba (nanocopa)

(E 30 dias)(F- 60 dias), nanocopa + HBO (G- 30 dias)(H- 60 dias) , sem

tratamento (I- 30 dias)(J- 60 dias) , tratado somente com HBO (K- 30 dias)(L- 60

dias), tratados com miltefosine (M- 30 dias)(N- 60 dias).

Quando animais inoculados com L. infantum, espécie que causa infecção

visceral, foram tratados com nanoemulsões e ou expostos a HBO, como visto na

figura 31 A, não houve diferença estatística de peso entre os grupos de animais

tratados e não tratados, o que indica que o tratamento não é tóxico aos animais não

causando queda de peso nem redução na alimentação. Cada grupo teve n=4, a

diferença estatística comparando cada grupo tratado com o grupo controle não

tratado foi de p=0,07.

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Figura 31. Peso dos camundongos infectados por L infantum ( A ), e respectivos

órgãos (baço- B e fígado C) em grupos tratados com nanoandi3 e nanocopa e

comparados aos grupos controles.

Ao comparar o peso dos órgãos de animais tratados com o de animais do

grupo controle não tratado, cada grupo com n=4, usando-se ANOVA, o p = 0,1 para

peso de baço e p=0,06 para peso de fígado, mostra que a diferença entre os grupos

não foi significativa.

Ao comparar a carga parasitaria de animais infectados com L.infantum e

tratados com as nanoemulsões juntamente com HBO, ou não, observamos na figura

32, que a carga parasitária no baço e figado em animais tratados com as

nanoemulsões via oral, foi significativamente reduzida quando comparamos com

animais não tratados com n=4 para cada grupo e p=0,00 para nanocopa, com e

sem exposição a HBO, assim como para nanoandi3. A exposição a HBO juntamente

com o tratamento com nanoemulsões reduziu a carga parasitária tanto no baço

como no figado quando comparamos com animais apenas expostos a HBO.

Figura 32. Carga parasitária de L. infantum em baço (A) e em fígado figura (B) nos

diferentes grupos do experimento in vivo com L.infantum e nanoemulsões. (*) Os

dados de significância para os resultados de carga parasitária foram analisados pelo

teste ANOVA com comparando os grupos tratados com o controle sem

tratamento.

* * * * ** *

*

A B

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4.11 Histologia

4.11.1 Análise histológica de camundongos infectados com

L.amazonensis

Com o objetivo de avaliar o efeito do tratamento com diferentes

nanoemulsões em camundongos susceptíveis BALB/c infectados com L.

amazonensis, as lesões foram processadas em parafina e coradas pelo método de

Hematoxilina e Eosina.

Lesões de camundongos BALB/c infectados após 8 semanas

apresentaram tecido conjuntivo com uma grande quantidade de macrófagos com

vacúolos parasitóforos contendo amastigotas além da presença de infiltrado

inflamatório. Nestas lesões, também observamos adipócitos e tecido muscular na

região subcutânea.

Figura 33. Histologia de cortes das patas de camundongos, infectadas com L.

amazonensis e tratados com nanoemulsão de andiroba nanoandi3 (A), nanoemulsão

de copaíba nanocopa (B), miltefosina (C), não tratados (D) e não infectados (E).

Fotomicrografias feitas com aumento de 400X em microscópio óptico. Amastigotas

em vacúlos parasitóforos(seta). Células inflamatórias (*).

* *

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No material coletado de lesão de camundongos tratados com nanoandi 3

(Figura 33A) foi observada a presença de grande quantidade de células

inflamatórias junto a macrófagos infectados diferente do controle não tratado (Figura

33D). Podemos ver células com vacúolos parasitóforos e amastigotas no interior de

macrófagos locais.

Animais tratados com nanocopa (33 B) apresentaram também células

com vacúolos parasitóforos e amastigotas no interior de macrófagos locais (seta).

Nos cortes histológicos das patas dos animais tratados com miltefosina

(Figura 33 C) podemos observar uma camada ampla de tecido conjuntivo fibroso,

com intenso infiltrado de células linfocitárias em tecido subcutâneo além de células

de musculatura, porém ainda apresenta parasitos em vacúolos parasitóforos de

macrófagos locais.

Em lesões de animais não tratados infectados com L. amazonensis

(Figura 33 D) observa-se a desorganização do tecido conjuntivo, tecido conjuntivo

não vascularizado e apresentando muitos macrófagos infectados com amastigotas

(seta).

Corte histológico de pata de camundongo sem infecção (Figura 33 E.),

mostrando a organização de tecido epitelial e conjuntivo de um animal normal (seta).

4.11.2 Análise histológica de camundongos infectados com

L.infantum

Visando avaliar o efeito do tratamento com diferentes nanoemulsões, em

conjunto ou não com HBO, em camundongos susceptíveis BALB/c, infectados com

L. infantum, as secções do baço e do fígado (órgãos alvo desse parasito) foram

processados em parafina e corados com Hematoxilina e Eosina (Figuras 34 e 35).

Camundongos BALB/c às 8 semanas após infecção apresentam

granulomas em órgão alvo como baço. Observa-se também no baço, a presença de

um intenso infiltrado de células inflamatórias, além de tecido conjuntivo fibroso e

desorganização das células.

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Figura 34. Fotos dos cortes histológicos do baço de camundongos não infectados e

não tratados, infectados com L. infantum não tratados, tratados oralmente: apenas

com Tween e Span (TS), com nanocopa ou nanoandi juntamente com HBO ou sem

HBO. (A) não infectado e não tratado, (B)- camundongo não infectado e tratado com

nanoandi 3, (C)- não infectado e tratado com nanocopa, (D)- infectado com L.

infantum e não tratado, (E)- infectado com L. infantum e tratado com nanoandi 3, (F)-

infectado com L. infantum e tratado com nanoandi3 +HBO, (G)- infectado com L.

infantum e tratado com nanocopa, (H)- infectado com L. infantum e tratado com

nanocopa+ HBO, (I)- infectado com L. infantum e tratado com nanoemulsão controle

TS, (J)- infectado com L. infantum e tratado com nanoemulsão controle TS+ HBO,

(K)- infectado com L. infantum e tratado apenas com HBO. Micrografias realizadas

em microscópio óptico Zeiss, aumento de 400X. (FL) folículo linfóide, (+) infiltrado de

células inflamatórias. (setas) granulomas.

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Com relação aos efeitos dos tratamentos propostos, verificou-se que os

animais tratados, tanto com as nanoemulsões em conjunto com HBO ( Figura 34 F

e 34 H) quanto os apenas tratados com as nanoemulsões( Figura 34 E e 34 G),

mesmo os sem infecção e tratados com as nanoemulsões (Figura 34 B e 34 C)

apresentaram maior infiltrado de células inflamatórias.

Foi observada com maior evidência folículo linfóide (LF) no baço de

animais tratados apenas com controle sem os óleos (TS) juntamente com HBO

(Figura 34-J). Já a desorganização tecidual foi vista mais frequentemente nos

animais infectados e não tratados, ou apenas tratados com Tween e Span quando

comparados com os animais controle não infectados ou tratados com as

nanoemulsões.

Quando se comparou fígado de animais controle infectados com os

controles não infectados e animais tratados com as nanoemulsões, verificou-se com

maior freqüência nos infectados sem tratamento ou apenas tratados com TS

(nanoemulsão controle sem os óleo) hiperemia, congestão vascular, células

dilatadas e vacuolisadas com aspecto granuloso, inflamação e reação

granulomatosa.

Nos animais não infectados e não tratados (Figura35 A) assim como nos

apenas tratados, porém sem infecção (Fig 35B e 35C) notamos a vascularização

assim como a estrutura do órgão preservados, sem o aspecto hipertrófico e

vacuolizado das células, notado nos casos dos animais infectados.

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Figura 35. Fotos realizadas dos cortes histológicos do fígado de camundongos não

infectados e não tratados, infectados com L. infantum não tratados, tratados

oralmente: apenas com Tween e Span (TS), com nanocopa ou nanoandi juntamente

com HBO ou sem HBO. (A) não infectado e não tratado, (B) não infectado e tratado

com nanoandi, (C)- não infectado e tratado com nanocopa, (D)- infectado com

L.infantum e não tratado, (E)- infectado e tratado com nano andi, (F)- infectado e

tratado com nanoandi +HBO, (G)- infectado e tratado com nanocopa, (H)- infectado

e tratado com nanocopa+ HBO, (I)- infectado e tratado com nanoemulsão controle

TS, (J)- Corte histológico de fígado de camundongo infectado e tratado com

nanoemulsão controle TS+ HBO, (K)- Corte histológico de fígado de camundongo

infectado e tratado apenas com HBO. Aumento 400X. (*) congestão vascular.

(círculo vermelho) células dilatadas e vacuolisadas com aspecto granuloso. (SETA)

inflamação e reação granulomatosa.

Uma das lesões observadas com maior frequência neste estudo em

animais infectados foi a degeneração hidrópica, também chamada de degeneração

vacuolar, caracterizada pelo acúmulo citoplasmático de água e eletrólitos, deixando

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as células com citoplasma claro à coloração histológica, com aspecto granuloso e

alteração da proporção citoplasma/núcleo, (destaque dado como exemplo em

detalhe circulado em vermelho, animais infectados e não tratados (Figura 35 D),

semelhante com o descrito por COELHO (2011).

Nos cortes de fígado de animais infectados e tratados com nanocopa e

expostos a HBO (Figura 35 H) notamos a morfologia do órgão semelhante à vista

em animais sem infecção (Figuras 35 A, B ou C).

Um dos parâmetros utilizados para se verificar se houve alguma

toxicidade nos animais com os tratamentos propostos no presente estudo foi a

histologia dos órgãos como fígado, baço, estômago, intestino e rim (o baço e fígado

foram mostrados nas figuras 34 e 35).

Não foi notada alteração de tecido de estômago em animais tratados com

nanoandi3 (figura 36 B) ou com nanocopa (figura 36 C) quando comparados com

grupo controle não tratado (Figura 36 A).

O estômago dos animais tratados com miltefosina (Figura 36 D)

apresentou vilosidades de tamanho reduzido, aumento de tecido glandular e

camada de muco mais acentuada quando comparados com os outros grupos,

indicando atividade secretora mais intensa deste órgão, o mesmo que ocorre em

algumas gastropatias conforme descrito por outros autores (RODRIGUES, 2008).

Tanto o intestino delgado (figuras 36 E, F, G e H) como o rim ( figuras 36

I, J, K e L) de animais tratados com as nanoemulsões nanandi3 ou nanocopa ou

tratados com o medicamento miltefosina não apresentaram alterações histológicas

quando comparados ao grupo controle sem tratamento.

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Figura 36. Fotos realizadas dos cortes histológicos de estômago, intestino e rim de

camundongos sem tratamento ou tratados oralmente com nanocopa (, nanoandi3 ou

miltefosina (20mg/Kg). (A) estômago não tratado, (B) estômago tratado com

nanoandi, (C)- estômago tratado com nanocopa, (D) estômago tratado com

miltefosina, vilosidades de tamanho reduzido (*), aumento de tecido glandular

(SETA) e camada de muco mais acentuada (+) , (E)- intestino não tratado, (F)-

intestino tratado com nanoandi, (G)- intestino tratado com nanocopa, (H)- intestino

tratado com miltefosina, (I)- rim não tratado, (J)- rim tratado com nanoandi, (K)- rim

tratado com nanocopa (L) rim tratado com miltefosina. Micrografias registradas em

microscópio óptico Zeiss, aumento 400X.

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5- DISCUSSÃO

Os estudos científicos são de grande importância para validar o uso das

plantas como terapia e desenvolver novos fármacos na busca do alívio de doenças

que acometem a população (RODRIGUES, 2009). Devido à gravidade das lesões

encontradas em pacientes com LC e LV (OMS, 2015), às dificuldades de controle,

prevenção e tratamento das leishmanioses (TEODORO et al., 2006) faz-se

necessária a busca por novos métodos terapêuticos (MIGUEL, 2011). A literatura

cientifica tem apontado o potencial leishmanicida de diversos compostos

provenientes de vegetais (MENNEGUETI et al., 2015), microorganismos,

organismos invertebrados, derivados de outras moléculas ( CROFT et al., 2006),

medicamentos já utilizados na clínica para outras doenças (MIGUEL et al., 2008).

O principal objetivo deste trabalho foi avaliar se tratamentos com óleo de

copaíba ou óleo de andiroba associados ou não a HBO tem efeitos anti-Leishmania

nos modelos in vitro e in vivo da LC e LV.

Primeiramente, esses óleos foram analisados quanto à pureza e

caracterização cromatográfica. Visto que após os óleos serem testados com DMSO

(MIRANDA- JUNIOR, 2010) não formaram emulsões, estes foram também testados

com propilenoglicol, metilparabeno, álcool cetoestearílico, propilparabeno, BHT (do

inglês butylated hydroxytoluene), álcool cetílico e álcool estearílico (FERREIRA,

2010), mas sem resposta satisfatória, devido à falta de estabilidade das emulsões e

toxicidade contra os parasitos. Diante desses resultados, os óleos foram

nanoemulsificados. As vantagens da nanoemulsão relacionam-se ao fato de

poderem ser distribuídos em meios de cultura de maneira uniforme, filtrados para

uso estéril em filtros de 0,22 µm, e usados em tratamento por via oral, com maior

segurança de absorção no trato gastrointestinal e com menor toxicidade aos animais

(WANG et al., 2009).

As nanoemulsões foram desenvolvidas baseando-se em técnicas

descritas previamente (BALDISSERA et al., 2014; BARBOSA, 2013) e adaptadas

para esse trabalho.

A primeira nanoemulsão foi desenvolvida com protocolo semelhante ao

usado para preparação de nanopartículas lipídicas sólidas, técnica alternativa de

encapsular princípios ativos (SOUTO et al., 2011). Inicialmente, devido ao tamanho

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das nanopartículas lipídicas formadas serem maiores que 0,22 µm (tamanho dos

poros do filtro para esterilização) e as características como polidispersão (Pdi) e

tensão das partículas (potencial zeta) indicarem pouca estabilidade, decidimos por

desenvolver outras nanoemulsões estéreis e mais estáveis, modificando a

metodologia, aumentando a agitação na fase de emulsificação para agitação

mecânica (ultra-turrax) e ultrassom (3 minutos). Ainda assim, as nanopartículas que

se formaram, não chegaram às medidas desejadas. Modificamos novamente a

metodologia, retirando a fase de dissolução do lipídeo em solvente (acetona),

portanto, sem a necessidade do rotavapor, e aumentando o tempo de ultrassom.

Nesse protocolo a emulsão foi agitada em alta velocidade (10.000 rpm, 3 min) e a

emulsão foi submetida à ultrassom por 30 minutos (BARBOSA, 2013). Desta forma

foram obtidas as nanoemulsões com tamanho (de 70 a 110nm) e estabilidade

desejados.

A primeira técnica de caracterização usada nas nanoemulsões foi a de

espalhamento de luz dinâmico (DLS), obtendo-se por esse método resultados de

tamanho (pela média das partículas analisadas), polidispersão e potencial zeta das

partículas (GUILHERME, 2014). Com as medidas de tamanho, Pdi e potencial Zeta

alcançados, nossas amostras têm estabilidade compatíveis com a descrita na

literatura de nanocompostos em que se utilizaram óleos. Por exemplo, o trabalho de

Pires et al., que desenvolveram microemulsões de óleos essenciais obtidos a partir

das espécies Cymbopogon citratus e Cymbopogon nardus para testes em L.infantum

(PIRES et al., 2015).

Outra técnica usada para a obtenção das imagens das nanopartículas e

comparação de tamanho, foi a microscopia eletrônica de transmissão (RAIDAC et

al., 2015). Nas imagens da nanocopa observam-se partículas de 80nm, e partículas

menores de até 5nm, incompatíveis com os dados de DLS. Esses dados sugerem

que ocorreu alteração das partículas durante a preparação das lamínulas ou que as

partículas realmente eram menores do que as vistas no DLS. Nas imagens da

nanoandi3, foram observadas partículas com dispersão e tamanho homogêneos e

compatíveis com os dados obtidos pela técnica de DLS, e posteriormente

confirmados por NTA, de aproximadamente 80nm.

Um terceiro método de caracterização para a medição e confirmação do

tamanho de partículas e distribuição dos nanomateriais em suspensão foi a análise

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de rastreamento de nanopartículas (NTA) (RIBEIRO, 2016). O NTA origina dados

das propriedades de dispersão de luz e o movimento browniano individual de cada

partícula, a fim de obter o diâmetro das partículas (RIBEIRO, 2016). Confirmando o

tamanho das nanoemulsões (nanocopa e nanoandi3) inferiores a 0,22µm de

tamanho. Oliveira et al. com métodos diferentes de emulsificação, e com diferentes

concentrações de tensoativos com os óleos de copaíba e de andiroba, usaram o

método de NTA de medida de tamanho dos glóbulos e observaram tamanhos de

175 a 3000nm (OLIVEIRA et al., 2008). Em nosso trabalho, conseguimos obter os

tamanhos de 80nm para a nanocopa e nanoandi3. Assim como os autores

observamos que as medidas com NTA foram compatíveis com dados obtidos por

outras técnicas de caracterização de nanomateriais, como o DLS e e no caso da

nanoandi, compatíveis com as fotos da microscopia eletrônica de transmissão.

Após esses testes com as amostras das nanoemulsões nanoandi3 e

nanocopa, comprovou-se que as mesmas tinham tamanho adequado e eram

estáveis o suficiente para utilização dos óleos de copaíba e andiroba em forma de

nanocompostos em testes in vitro e in vivo de LC e LV.

As formulações utilizadas nesse trabalho contém 10% de óleo de copaíba

ou de andiroba em água, ou seja, em volume de 1mL da nanoemulsão tem 100mg

de óleo de copaíba ou de óleo de andiroba, porcentagem semelhante a trabalhos

que também utilizaram esses óleos (BALDISSERA et al., 2014). As dosagens das

nanoemulsões utilizadas em nossos experimentos in vitro e in vivo são expressas

os dados obtidos utilizando esse

volume das nanoemulsões com os dados obtidos utilizando o mesmo volume do

controle feito apenas com os agentes emulsificantes (Tween e Span), sem os óleos.

Em nosso trabalho, pudemos observar que a IC 50 da nanoemulsão de

copaíba em promastigotas de L.amazonensis é de 0,18 µL/mL, contendo 18 µg do

óleo de copaíba/mL. Santos et al., em outro trabalho, observou que óleos de 9

espécies copaiba emulsificados com DMSO, tiveram efeito tóxico em promastigotas,

sendo mais efetivo o óleo de C. reticulata, proveniente do Acre, sendo a IC50 para

promastigotas de L. amazonensis, a dose de 5µg/mL (SANTOS et al., 2013).

Observamos que o uso de DMSO não foi adequado para emulsificação do óleo de

copaíba, obtivemos emulsões instáveis.

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As culturas de promastigotas usadas nos tratamentos com as

nanoemulsões foram com parasitos recém cultivados e diferenciados. As IC50 de

nanoandi foram de 5,9µL/mL às 24 hs para promastigotas de L. amazonensis e de

3,63µL/mL para promastigotas de L. infantum. As IC50 de nanocopa foram 0,3µL e

0,18µL/mL para L.amazonensis e L.infantum, respectivamente, no tempo de 48hs.

Os dados indicaram que as doses necessárias para redução da proliferação desses

promastigotas (L. infantum e L. amazonensis) foram menores para a nanocopa. A

L.infantum se mostrou mais susceptível a nanocopa e nanoandi3 em comparação

com a L.amazonensis.

Para registrar as imagens de promastigotas tratados e compará-las a

parasitos não tratados, foi utilizada a técnica de microscopia eletrônica de varredura

(CODONHO, 2014). Pudemos avaliar algumas alterações morfológicas que os

tratamentos causaram nos promastigotas de L.amazonensis e de L.infantum, antes

da morte dos mesmos, como redução de tamanho e formas arredondadas entre

outras deformidades celulares. E pudemos perceber que em apenas 1 hora de

contato com as nanoemulsões, os promastigotas apresentaram alerações

morfológicas, acentuadas com o passar do tempo e/ou aumento das doses. Em um

estudo com óleos de copaíba, as micrografias de microscopia eletrônica também

demonstraram alterações morfológicas, SANTOS et al. (2012) demonstraram que o

tratamento com o óleo de Copaifera reticulata levou a ruptura da membrana

plasmática de promastigotas e amastigotas de L. amazonensis, além disso, foi

demonstrado que o tratamento com o óleo de Copaifera martii induz o aparecimento

de células igualmente aberrantes (SANTOS et al., 2012). Esse foi o único estudo

publicado até hoje, com nanoemulsões de andiroba em promastigotas.

Após os resultados positivos obtidos com as nanoemulsões em

promastigotas, avaliamos a toxicidade em macrófagos, célula hospedeira de

Leishmania, onde observamos que a nanoemulsão nanoandi3, nas dosagens de 1 e

2 µL/mL não são tóxicas para os macrófagos, assim como a nanocopa, na dosagens

de 0,1 e 0,3µL/mL. As dosagens maiores têm toxicidade comparável a do

medicamento controle anfotericina B. De fato, a medicação antileishmania de

indicação na clínica e usada nesse trabalho, como controle, causa lise do parasito,

mas também tem como efeitos adversos em mamíferos febre, calafrios, flebite,

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arritmias, mialgia, convulsões, trombocitopenia, anemia e toxicidade renal

(BANETH,2002).

Vimos nesse trabalho, a redução na taxa de infecção em amastigotas

intracelulares L. amazonensis e L. infantum na dose de 3 µL de nanoandi3, contendo

300 µg de óleo de andiroba/mL, semelhante à ação de anfotericina B (na dosagem

de 30 µg/mL. Não foi encontrado na literatura trabalho com esse mesmo óleo ou

fração dele em Leishmania, mas em outro parasito intracelular, como o Plasmodium

falciparum, o mesmo óleo foi utilizado emulsificado em DMSO, induzindo redução da

carga parasitária de 30% (dose de 820µg/mL nas primeiras 24 hs e 8,2 µg/mL após

48hs), isto é maior sensibilidade do parasito ao óleo de andiroba após 48hs . Em

nosso trabalho notamos que com o DMSO, como agente emulsificante para o óleo,

não obtínhamos uma emulsão estável.

Na dose de 0,3µL da nanocopa, contendo 30µg/mL de óleo de copaíba,

vimos a redução da taxa de infecção de macrófagos peritoneais murinos com L.

amazonensis em 30% após 24 hs de tratamento. Na dose de 0,9 µL da nanocopa,

contendo 90µg/mL de óleo de copaíba, de meio, observamos redução de 80% da

infecção, semelhante ao resultado obtido com a anfotericina B. Santos et al.,

avaliando o efeito leishmanicida em amastigotas axênicos, necessitaram de uma

dose de 100 µg/mL de óleo de copaíba com DMSO, para redução da taxa de

infecção em 44,5% em 2 hs de tratamento (SANTOS et al., 2013).

Em relação às culturas de células infectadas com os parasitos é

importante salientar que as taxas de infecção dos macrófagos tanto com L.

amazonensis (aproximadamente 80% de células infectadas, com 5

amastigotas/macrófago) como com L. infantum (aproximadamente 90% de

macrófagos infectados) foram elevadas, e assim podem ter interferido no efeito dos

tratamentos com as nanoemulsões. Não foram testados tratamentos com

nanoemulsões em culturas de macrófagos com taxas mais baixas de infecção, o que

talvez resulte reduções de taxas de infecção ainda mais efetivas dos que as obtidas

nesse trabalho.

Deve-se salientar que nos testes in vitro, a redução da proliferação dos

promastigotas e da taxa de infecção de macrófagos, após os tratamentos com as

nanoemulsões dos óleos de copaíba ou de andiroba foram específicas, pois, as

nanoemulsões controle (apenas com Tween80 e Span 80 sem os óleos) não tiveram

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efeito anti-Leishmania. Os dados indicam que há componentes presentes nos óleos

de copaíba ou de andiroba com ação anti-Leishmania. Quais são esses

componentes ainda não se sabe, mas Santos et al. (2013), utilizando ácido

hidroxicopálico e metilcopalato isolados de óleo de copaíba, demonstraram a

inibição da proliferação de promastigotas. Em outro estudo, Santos et al. (2008)

testaram fração do óleo de andiroba rica em limonóides em Plasmodium falciparum

obtendo efeitos promissores ligados a esses limonóides (SANTOS et al, 2008).

Sabe-se que os principais princípios ativos do óleo de andiroba para ação

antinflamatória são os limonóides e triterpenos (TAPPIN, 2008), agem inibindo a

ciclo-oxigenase COX-2, enzima envolvida em respostas inflamatórias. Assim como o

exato mecanismo de ação antinflamatório do óleo é ainda é desconhecido, o mesmo

ainda acontece para o mecanismo anti-Leishmania (SHIN et al., 2005).

Após os testes in vitro, foi avaliada a eficácia dos tratamentos com as

nanoemulsões dos óleos de copaíba e andiroba em camundongos Balb/c infectados

com L. infantum ou L. amazonensis. Os camundongos Balb/c são excelentes

modelos experimentais para estudos sobre leishmaniose (PAIVA et al., 2015 ;

MORAES et al., 2014). Não há dados na literatura avaliando o tratamento por via

oral de nanoemulsão de óleo de andiroba e copaíba, para comparação com os

nossos dados. O tratamento com as nanoemulsões foi eficiente, isto é, os animais

infectados com L. infantum apresentaram diminuição da carga parasitária nos órgãos

alvo, baço e fígado e os animais infectados com L. amazonensis apresentaram

retardo do aparecimento das lesões aos 30 dias.

Assim como em outros estudos usando óleos naturais para tratamento por

via oral em camundongos, por exemplo, Monzote et al., testaram óleo essencial de

Chenopodium ambrosioides (erva de Santa Maria) em camundongos Balb/c

infectados por L.amazonensis (MONZOTE et al., 2007), também em nosso trabalho,

tratamento oral com as nanoemulsões de copaíba ou de andiroba em camundongos

Balb/c infectados com L.amazonensis demonstrou retardar a infecção quando

comparados a controles não tratados, além de reduzir a carga parasitária nas

lesões.

Orgãos como estômago, intestino, baço, fígado, e rim foram

histologicamente analisados, para avaliar a toxicidade dos tratamentos propostos.

Os camundongos oralmente tratados com nanoemulsão de copaíba ou de andiroba

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não apresentaram lesões teciduais, indicando que não houve toxicidade, dados

semelhantes foram reportados por Baldissera et al. (2014) em seu experimento

utilizando óleo de andiroba em camundongos infectados com Trypanosoma evansi

(BALDISSERA et al., 2014).

O uso da câmara hiperbárica se mostrou eficaz como adjuvante em nosso

trabalho, pois observamos que ao ser utilizado em conjunto com a nanocopa,

reduziu de forma significativa a carga parasitária no baço dos camundongos

infectados com L.infantum com p = 0,01 quando comparado ao controle. Os motivos

que nos levaram a testar HBO como um tratamento adjuvante foi o trabalho de Ayres

et al. (2007), que avaliou o uso conjunto de HBO com própolis. ARRAIS-SILVA et al.

(2006) verificaram que o tratamento com HBO, retarda o aparecimento das lesões

causadas por L. amazonensis mesmo sem o uso de outro medicamento,

demonstrando efeito anti- Leishmania e de melhora nas condições de cicatrização

das lesões (ARRAIS-SILVA et al., 2006).

O tratamento oral com miltefosina na dose de 20mg/Kg, mostrou-se

eficiente contra L. amazonensis, reduzindo a taxa de infecção nos animais, mas

após 30 dias de tratamento ainda apresentaram parasitos nas lesões,

diferentemente do que foi relatado por Costa-Filho et al.(2008) e Campos et al.

(2008) que não encontraram parasitos nas lesões (COSTA-FILHO et al., 2008;

CAMPOS et al., 2008). A miltefosina apresenta como efeitos indesejáveis alterações

ligadas ao trato gastrointestinal como vômitos e diarréia além de teratogenicidade e

potencial para desenvolver resistência (SEN & CHATTERJEE, 2011). Em nossos

estudos, a dose e o tempo de tratamento com miltefosina causaram alterações nos

animais como atrofia de vilosidades e hipertrofia glandular em mucosa gástrica além

de aumento da quantidade de muco vista na histologia revelando aumento da

atividade de secreção de muco em estômago assim como também é visto em outros

trabalhos que descrevem gastropatias (RODRIGUES, 2007).

Baseados em nossos dados relacionados à ação das nanoemulsões de

copaíba e andiroba em camundongos infectados com L. amazonensis e L.infantum,

sugerimos uma potente atividade leishmanicida das nanoemulsões. Os nossos

resultados e de outros grupos de pesquisa, com óleos essenciais contra parasitos do

gênero Leishmania (SANTOS et al., 2011; ROTTINI, 2011; BEZERRA et al., 2006)

abrem novas perspectivas para o tratamento e mais pesquisas para o

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desenvolvimento de produtos para tratamento oral à base de óleos de copaíba ou

de andiroba. Adicionalmente pode-se considerar a associação de óleos essenciais

com outras medidas de combate a leishmaniose tegumentar e leishmaniose visceral.

Sendo a leishmaniose uma doença de tratamento controlado, com uso de

quimioterápicos de difícil aplicação, um tratamento natural e oral, como esse que

desenvolvemos aqui, diminuiria os custos, facilitaria a administração do

medicamento, além de reduzir ou até mesmo eliminar os efeitos colaterais

observados no tratamento tradicional, por exemplo, com glucantime.

6- CONCLUSÃO

Com base nos resultados obtidos nesse trabalho, podemos concluir que:

- O uso de nanoemulsões mostrou-se eficaz para distribuir os óleos em meio

aquoso.

- As nanoemulsões de copaíba e de andiroba apresentam ação leishmanicida em

promastigotas de L.amazonensis e L. infantum.

- Em macrófagos peritoneais murinos, tanto a nanoandi como a nanocopa não

apresentaram toxicidade nas doses de 2µL/mL e 0,3µL/mL quando comparadas ao

fármaco usado como controle (Anfotericina B).

- As nanoemulsões de copaíba ou de andiroba reduzem a infecção de culturas de

macrófagos peritoneais infectados com amastigotas de L. amazonensis e L.

infantum.

- Os tratamentos com nanoemulsões sozinhos ou juntamente com HBO resultaram

em retardo na evolução do tamanho das lesões em camundongos infectados com L.

amazonensis.

- As análises histológicas do estômago, rim, fígado e baço de camundongos

submetidos ao tratamento oral com as nanoemulsões não mostraram alterações

quando comparado ao tecido do grupo controle sem tratamento.

- HBO apresenta efeito leishmanicida no modelo de infecção de camundongos,

quando usada em conjunto com nanoemulsão de copaíba.

- Nos grupos de animais infectados com L. amazonensis ou com L. infantum tratados

com HBO em conjunto com nanoandi e nanocopa via oral, foi observada redução da

carga parasitária em lesões e órgãos alvo.

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Anexos

Abaixo constam o certificado de aprovação da CEUA, a declaração

de direitos autorais, as notas fiscais dos óleos de andiroba e de copaíba

(certificação de procedência), as analises físico-quimicas dos óleos de

andiroba e de copaíba.

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Nota fiscal do óleo de andiroba.

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Nota fiscal do óleo de copaíba.

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Análise físico-química do óleo de copaiba

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Análise físico-química do óleo de andiroba

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