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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE TECNOLOGIA CARLOS ROBERTO DE JESUS PROPOSIÇÃO E ANÁLISE DE UM MÉTODO DE AVALIAÇÃO LEAN IT APLICADO EM EMPRESAS DE TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO LIMEIRA 2019

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE TECNOLOGIA

CARLOS ROBERTO DE JESUS

PROPOSIÇÃO E ANÁLISE DE UM MÉTODO DE

AVALIAÇÃO LEAN IT APLICADO EM EMPRESAS DE

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO

LIMEIRA 2019

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CARLOS ROBERTO DE JESUS

PROPOSIÇÃO E ANÁLISE DE UM MÉTODO DE

AVALIAÇÃO LEAN IT APLICADO EM EMPRESAS DE

TECNOLOGIA DE INFORMAÇÃO

Dissertação apresentada à Faculdade de Tecnologia da Unicamp Estadual de Campinas, como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de Mestre em Tecnologia, na área de Sistemas de Informação e Comunicação.

Orientador: Prof. Dr. Marcos Augusto Francisco Borges

ESTE TRABALHO CORRESPONDE À VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO DEFENDIDA PELO ALUNO CARLOS ROBERTO DE JESUS, E ORIENTADA PELO PROF. DR. MARCOS AUGUSTO FRANCISCO BORGES

LIMEIRA 2019

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Abaixo se apresentam os membros da comissão julgadora da sessão pública de defesa de dissertação para o Título de Mestre em Tecnologia na área de concentração de Sistemas de Informação e Comunicação, a que submeteu o aluno Carlos Roberto de Jesus, em 30 de Julho de 2019 na Faculdade de Tecnologia - FT/ UNICAMP, em Limeira/SP.

Prof. Dr. Marcos Augusto Francisco Borges

Presidente da Comissão Julgadora

Prof. Dr. Plínio Roberto Souza Vilela

Faculdade de Tecnologia da Unicamp

Prof. Dr. Paulo Cesar de Macedo

Faculdade de Tecnologia Arthur de Azevedo

Ata da defesa, assinada pelos membros da Comissão Examinadora, consta no SIGA/Sistema de Fluxo de Dissertação/Tese e na Secretaria de Pós Graduação da FT.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho, em especial, à minha esposa Luciene A. S. Jesus por me apoiar e sempre

me incentivar a continuar, aos meus filhos Gabriel, Camila e Miguel pela paciência nas horas

de estudo e pesquisa e aos amigos que acompanharam minha dedicação e fé.

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AGRADECIMENTO

Agradeço sempre a Deus por sua graça nos momentos mais difíceis da minha vida.

Às empresas Kazap Tecnologia, Santa Constância Tecelagem e Wide Commerce, pela

contribuição, apoio e disponibilidade neste projeto de pesquisa. O desenvolvimento e

conclusão do projeto só foi possível graças a parceira, ao espírito inovador e o desejo de

corroborarem com o projeto e com certeza a contribuição fará a diferença para promover

melhorias.

Ao meu orientador Prof. Dr. Marcos Augusto. Francisco. Borges, por ter sempre contribuído

com meu crescimento acadêmico e profissional. Suas orientações e exemplo de professor e

pessoa estará sempre presente na minha vida.

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RESUMO

Nas organizações, o desafio principal é a redução de custos para ganhos competitivos. Para

alcançar esses objetivos, surge a necessidade da utilização de processos que auxiliem na

agregação de valor às organizações. A filosofia Lean, que tem sua origem na empresa japonesa

Toyota, sofreu adaptações e melhorias para ser utilizada em organizações de várias áreas,

trazendo um novo padrão de produtividade e qualidade. Há mais de 10 anos, a filosofia Lean

chegou até a área da Tecnologia da Informação (TI). Para avaliar o nível Lean na área de TI,

foi proposto um método no Brasil desenvolvido a partir de estudos do Massachusetts Institute

of Technology, juntamente com o governo e empresas americanas, adaptado para a área de TI

na Oulu University da Finlândia. Este trabalho propõe um novo processo de aplicação de

avaliação de Lean para a área de TI, que busca ser mais simples e eficiente, eliminando alguns

problemas identificados no método proposto anteriormente. O novo processo foi criado e

aplicado em três estudos de caso para se analisar sua adequação.

Palavra-chave: Avaliação, Enxuto, Processo, Tecnologia da Informação e Usabilidade

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ABSTRACT

The major organizations challenge is to reduce costs for competitive gains. To reach these

results, it is important to use processes that support value aggregation to the organizations.

The Lean philosophy, which has its origins in the Japanese company Toyota, has undergone

adaptations and improvements to be used in organizations of a broad range of areas, bringing

a new standard of productivity and quality. For more than 10 years, the Lean philosophy has

reached the area of Information Technology (IT). In order to evaluate the Lean level in the IT

area, a method was developed in Brazil based in proposals of the Massachusetts Institute of

Technology, together with the US government and companies, adapted to the IT area by a Oulu

University in Finland. This work proposes a new IT Lean evaluation application process, more

easy and eficient, solving some questions of the original one. The new process was evaluated

in three case studies.

Keywords: Assessment, Lean, Process, Information Technology and Usability

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Evolução dos Conceitos LEAN. .............................................................................. 20

Figura 2 - Lean Manufacturing - Os 7 Desperdícios da Indústria. ........................................... 21

Figura 3 - Lean Manufacturing - Os 7 Desperdícios em Serviços. .......................................... 22

Figura 4 - Relacionamento: LEM-LESAT-TTL para transformação Lean. ............................. 25

Figura 5 - Organização da Matriz de Maturidade do LESAT. ................................................. 26

Figura 6 - Procedimento de Aplicação do LSP. ....................................................................... 28

Figura 7 - Tabela de Medição. .................................................................................................. 29

Figura 8 - Questionário método manual. .................................................................................. 30

Figura 9 - Questionário método eletrônico. .............................................................................. 30

Figura 10 - Tela de início LESAT Web. .................................................................................. 31

Figura 11 - Cadastro LESAT Web. .......................................................................................... 32

Figura 12 - Retorno Login e Senha. ......................................................................................... 32

Figura 13 - Início LESAT Web. ............................................................................................... 33

Figura 14 - Princípios/Desperdícios e Dinâmica da Avaliação. ............................................... 34

Figura 15 - Preenchimento da Planilha..................................................................................... 35

Figura 16 - Questões iniciais de diagnóstico. ........................................................................... 36

Figura 17 - Questões da prática Lean. ...................................................................................... 36

Figura 18 - Relatório Nível/Variância/Range. .......................................................................... 37

Figura 19 - Análise Final. ......................................................................................................... 37

Figura 20 - Processo LIM. ........................................................................................................ 49

Figura 21 - LESAT Web v.2 – Início. ...................................................................................... 50

Figura 22 - Cadastro Empresa. ................................................................................................. 52

Figura 23 - Recuperação de Senha. .......................................................................................... 52

Figura 24 - Progresso das Avaliações....................................................................................... 53

Figura 25 - Acesso como Representante. ................................................................................. 53

Figura 26 - Cadastrar Participantes. ......................................................................................... 54

Figura 27 - Consulta Individual. ............................................................................................... 55

Figura 28 - Tópico da Pesquisa Lean. ...................................................................................... 55

Figura 29 - Comparativo de Período. ....................................................................................... 56

Figura 30 - Relatório Diagnóstico. ........................................................................................... 56

Figura 31 - Relatório Nivelamento - Parte 1. ........................................................................... 57

Figura 32 - Relatório Nivelamento - Parte 2. ........................................................................... 57

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Figura 33 - Exportação - Análise Final. ................................................................................... 58

Figura 34 - Análise Final. ......................................................................................................... 58

Figura 35 - Exportação dos Dados Coletados. ......................................................................... 60

Figura 36 - Gerenciar Conta. .................................................................................................... 60

Figura 37 - Cadastro Participante. ............................................................................................ 61

Figura 38 - Instruções Participante. .......................................................................................... 64

Figura 39 - Questões Bloco I. ................................................................................................... 64

Figura 40 - Questões Bloco II. ................................................................................................. 65

Figura 41 - Questões Bloco III. ................................................................................................ 65

Figura 42 - Indicador de Acompanhamento. ............................................................................ 65

Figura 43 - Aprovação Plataforma Brasil. ................................................................................ 69

Figura 44 - Procedimento de Aplicação do LESAT Web v.2, ................................................. 72

Figura 45 - Formação Acadêmica – Tempo de Empresa - Empresa A. ................................... 74

Figura 46 - Formação Acadêmica – Tempo de Empresa - Empresa C. ................................... 76

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LISTA DE QUADROS

Quadro 1 - Oportunidades de melhoria. ................................................................................... 38

Quadro 2 - Dimensões e fatores Lean. ..................................................................................... 40

Quadro 3 - Exemplo de perguntas utilizadas para a medição. ................................................. 42

Quadro 4 - Princípios Lean - Base Cinco Autores. .................................................................. 45

Quadro 5 - Links de acesso. ..................................................................................................... 51

Quadro 6 - Critério de Análise de Alinhamento. ...................................................................... 55

Quadro 7 - Questões no Formulário Participante + Objetivos. ................................................ 71

Quadro 8 - Questões no Formulário Empresa + Objetivos. ..................................................... 72

Quadro 9 - Perfil da Empresa. .................................................................................................. 74

Quadro 10 - Cronograma Empresa A. ...................................................................................... 75

Quadro 11 - Cronograma Empresa B. ...................................................................................... 75

Quadro 12 - Cronograma Empresa C. ...................................................................................... 77

Quadro 13 - Tabulação do Questionário Empresa.................................................................... 78

Quadro 14 - Tabulação do Questionário Participantes. ............................................................ 79

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LISTA DE ABREVIAÇÕES

CMMI Capability Maturity Model Integration

LAI Lean Advancement Initiative

LAT Lean Assessment Tool

LEM Lean Enterprise Model

LESAT Lean Enterprise Self Assessment Tool

LIM Lean IT Web Assessment Method

LSD Lean Software Development

LSP LESAT for software em português

MIT Massachusetts Institute Of Technology

TI Tecnologia da Informação

TQM Total Quality Management

TTL Transition To-Lean Roadmap

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SUMÁRIO

LISTA DE ILUSTRAÇÕES ................................................................................................................................. 9

LISTA DE QUADROS........................................................................................................................................ 11

LISTA DE ABREVIAÇÕES .............................................................................................................................. 12

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................... 15

1.1 MOTIVAÇÃO ........................................................................................................................................ 16

1.2 OBJETIVO ............................................................................................................................................. 17

1.3 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................................................... 17

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ............................................................................................................. 19

2.1 LEAN THINKING .................................................................................................................................. 19

2.2 LEAN SERVICE ..................................................................................................................................... 21

2.3 LEAN ENTERPRISE ............................................................................................................................. 22

2.4 LEAN IT .................................................................................................................................................. 23

2.5 FERRAMENTA PARA AVALIAÇÃO DO LEAN EM SOFTWARE ............................................... 24

2.6 LESAT FOR SOFTWARE EM PORTUGUÊS (LSP) ......................................................................... 25

2.7 LESAT WEB ........................................................................................................................................... 28

2.8 OPORTUNIDADES PARA MELHORIAS ......................................................................................... 38

3 REVISÃO DA LITERATURA .................................................................................................................. 39

3.1 PROJETOS PESQUISADOS ................................................................................................................ 39

3.2 SÍNTESE DOS PROJETOS PESQUISADOS ..................................................................................... 46

4 LEAN IT WEB ASSESSMENT METHOD (LIM) .................................................................................... 47

4.1 O MÉTODO LIM ................................................................................................................................... 47

4.2 FUNCIONALIDADES ........................................................................................................................... 49

4.2.1 INÍCIO .................................................................................................................................................... 49

4.2.2 CADASTRO DE EMPRESA................................................................................................................. 50

4.2.3 ACESSO COMO REPRESENTANTE ................................................................................................ 50

4.2.4 ACESSO COMO PARTICIPANTE ..................................................................................................... 60

4.3 TESTE PILOTO .................................................................................................................................... 65

4.4 DISCUSSÃO E MELHORIAS .............................................................................................................. 67

5 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE QUALITATIVA DO LIM .............................................................. 69

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5.1 CEP - COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA ...................................................................................... 69

5.2 PROCEDIMENTO DE APLICAÇÃO ................................................................................................. 69

6 RESULTADO ............................................................................................................................................. 73

6.1 EMPRESAS PARTICIPANTES ........................................................................................................... 73

6.1.1 EMPRESA A .......................................................................................................................................... 74

6.1.2 EMPRESA B ........................................................................................................................................... 75

6.1.3 EMPRESA C .......................................................................................................................................... 76

6.1.4 ANÁLISE DA COLETA DE DADOS .................................................................................................. 77

6.1.4.1 QUESTIONÁRIO EMPRESA .......................................................................................................... 77

6.1.4.2 QUESTIONÁRIO PARTICIPANTES ............................................................................................. 79

7 CONCLUSÃO ............................................................................................................................................. 82

REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 84

APÊNDICE A – QUESTÕES UTILIZADA NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO LESAT FOR

SOFTWARE EM PORTUGUÊS. ....................................................................................................................... 87

APÊNDICE B – PROCESSO DE APROVAÇÃO DA PLATAFORMA BRASIL : COMITÊ DE ÉTICA.90

APÊNDICE C – FOLDER CONVITE : ENTREGUE A EMPRESAS EM WORKSHOP. .......................... 98

APÊNDICE D – FORMULÁRIO ENVIADO AO REPRESENTANTE DA EMPRESA. ............................ 99

APÊNDICE E – FORMULÁRIO ENVIADO AOS PARTICIPANTES DA EMPRESA. .......................... 101

APÊNDICE F – RESPOSTAS COLETADA DOS REPRESENTANTES DAS EMPRESAS

PARTICIPANTES. ........................................................................................................................................... 104

APÊNDICE G – RESPOSTAS COLETADA DOS PARTICIPANTES DAS EMPRESAS. ...................... 105

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1 INTRODUÇÃO

Todas as organizações buscam um melhor desempenho em seus processos. Para

isso, existe uma série de ferramentas, metodologias e modelos, concebidos para ajudar a

melhorar os processos organizacionais e, consequentemente, atingir o objetivo do negócio. A

filosofia Lean é um exemplo, sendo reconhecida como sendo eficaz em termos de melhoria da

produtividade (URBAN, 2015).

Frederick Winslow Taylor e seus conceitos de Scientific Management,

revolucionaram o sistema produtivo do século XX, com a produção em massa, sendo

aprimorados por Frank e Lilian Gilbreth, Henry Ford e William E. Deming na Teoria de

Amostragem, Qualidade e Produtividade (SINFIC, 2017) . O Lean Manufacturing (LM) tem

como base o Sistema Toyota de Produção (Toyota Production System, TPS), da década de 50,

pós Segunda Guerra Mundial, que buscou adaptar a produção em massa à realidade do Japão

na época. Nesse período, a indústria japonesa teve que remodelar todo o seu sistema de

produção, atendendo a uma demanda com maior variedade de produtos. A Toyota, conforme

Liker e Hoseus (2009), conseguiu uma solução, utilizando-se da eliminação dos desperdícios e

a criação de fluxo contínuo de produção, com redução de custos e tempo de entrega. Em 1973,

o TPS ficou internacionalmente conhecido devido ao baixo custo de produção e estoques e a

alta flexibilidade da Toyota. Com base no TPS, muitos outros nomes são usados no mundo

empresarial para o abordagens muito parecidas, tais como: "Just-in-Time Production", "World

Class Manufacturing", “Continuous Flow Manufacturing”, entre outros. Mas foi um estudo

realizado pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) sobre a indústria automobilística

mundial publicado no livro intitulado "A Máquina que Mudou o Mundo" (The Machine that

Changed the World) em 1990 nos Estados Unidos que tornou o termo Lean conhecido

mundialmente (WOMACK; JONES; ROOS, 2004).

No livro “Lean Thinking”, Womack e Jones (2003) definem o Pensamento Enxuto

(Lean Thinking) como uma forma de especificar valor. O Lean Thinking também pode ser

compreendido como um sistema de gestão voltado exclusivamente para aumentar a satisfação

dos clientes. O conceito básico do Lean Thinking é a eliminação dos desperdícios dentro das

empresas, compreendendo que o Lean Thinking pode ser aplicado em qualquer processo. Ele

provê um meio de especificar valor, sequenciar de maneira otimizada as ações de geração de

valor, conduzi-las sem interrupção quando são requisitadas e realizá-las com crescente

efetividade (WOMACK; JONES, 2003).

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Hoje, Lean Thinking é utilizado em distintas áreas como saúde, logística,

construção, desenvolvimento de produtos, entre outras. O Lean Thinking também passou a ser

usado na área de Tecnologia da Informação (TI), nos serviços e no desenvolvimento de

Software. A área de TI, como qualquer outra área, possui desafios. Um dos desafios é a

constante atualização e/ou manutenção nos sistemas, gerando uma complexidade nos processos

de desenvolvimento. O Lean colabora para a construção de uma organização mais eficiente,

que responde eficazmente à demanda externa. O desenvolvimento ou o gerenciamento de

serviços de TI pode obter benefícios com a adoção do Lean IT, removendo o desperdício e

otimizando o valor dos serviços.

Segundo o Lean Institute Brasil (2017), um dos maiores propulsores de mudança

na forma como as empresas agregam valor a seus clientes e aumentam sua produtividade é, sem

dúvida, a área TI. Mas a TI também é considerada uma fonte de desperdício, o que fica

evidenciado ao se observar os processos, os retrabalhos, horas excedentes, atrasos, usuários e

clientes insatisfeitos.

Com a necessidade de se avaliar o Lean em empresas da indústria aeroespacial, foi

desenvolvida a ferramenta Lean Enterprise Self Assessment Tool (LESAT), em um projeto de

parceria entre indústria, governo e o Massachusetts Institute of Technology, MIT (2012).

Conforme Karvonen et al. (2012), o LESAT foi adaptado na Universidade de Oulu, Finlândia,

para a área de desenvolvimento de software, para analisar o nível de Lean que uma empresa de

TI está e o nível que almeja, sendo esta versão renomeada de LESAT for software. A ferramenta

LESAT for software foi estudada, traduzida para o português e melhorada por Cantanhede

(2014), gerando a LESAT for software em português (LSP). A LSP tem como foco uma

avaliação do grau Lean em empresas de TI do Brasil, e utiliza formulários impressos, processos

manuais e presenciais. O formulário da LSP foi disponibilizado em um ferramenta de avaliação

on-line, o LESAT Web (MONTANHER; SEBUSKE, 2016), posteriormente complementada

por GONÇALVES (2018).

1.1 Motivação

Todas as empresas procuram melhorias em todas as suas áreas. O Lean IT pode

colaborar para a melhora nos processos da área TI, reduzindo tempo e aumentando a qualidade.

Muitos estudos sobre Lean podem ser encontrados nas bases acadêmicas, porém

estudos que avaliam o nível de Lean, principalmente na área de TI, são poucos. Conhecer esses

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projetos, verificar como estão sendo realizados, aplicados, entender seus pontos positivos e

negativos, pode servir e incentivar novos estudos.

A evolução da TI e a criação de soluções com preço mais acessíveis, faz com que

cada vez mais empresas se convençam de que o uso de TI traz diversos benefícios para o

negócio. Como o uso da TI está relacionado com as necessidades da empresa, de forma a

contribuir para seu desempenho e lucratividade, o Lean IT pode contribuir com o aumento de

produtividade e de qualidade no desenvolvimento de software (ALBERTIN; ALBERTIN,

2008). Um passo importante para a implantação do Lean é a possibilidade de as empresas

conseguirem conduzir um diagnóstico sobre quanto estão Lean. Para isso, existem o LSP e a

LESAT Web. O LSP exige o apoio de pesquisadores para sua condução e tabulação dos

resultados coletados. O trabalho que introduziu o LSP (Cantanhede,2014) apresenta como

continuidades recomendadas o desenvolvimento de ferramentas que possibilitariam às

empresas executarem diagnósticos mais rápidos, mantendo o sigilo dos participantes e as

informações obtidas internas às empresas. Embora o LESAT Web tenha sido construído com

base nas sugestões de Cantanhede (2014), ele não foi integrado a um processo bem estruturado

para a condução de diagnósticos e não foi testado em empresas (MONTANHER; SEBUSKE,

2016). Além disso, o LESAT Web original não oferecia um recurso para acompanhar a evolução

do resultado das avaliações realizadas, o que viabilizaria um processo de melhoria contínua da

empresa, algo bastante recomendável pelo Lean.

O fato de haver poucas publicações sobre Lean IT, e muito menos publicações

sobre avaliação do nível Lean na área de TI, indica uma oportunidade de novas pesquisas para

que esse tipo de autoavaliação seja mais usado.

1.2 Objetivo

O objetivo deste trabalho é propor e analisar um método simples e eficiente para

aplicação de um processo de autoavaliação de análise no nível Lean em empresas de TI

verificando a possibilidade de o método ser usado de maneira autônoma pelas empresas, sem a

necessidade de apoio de um pesquisador.

1.3 Estrutura do Trabalho

Este trabalho está estruturado em 7 capítulos. O Capítulo 2 descreve os

fundamentos teóricos sobre a filosofia Lean, os métodos de avaliação do Lean em Software e

oportunidades de melhorias; o Capítulo 3 descreve os artigos estudados na revisão da literatura;

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o Capítulo 4 apresenta o Lean IT Web Assessment Method (LIM), suas funcionalidades,

procedimento de teste piloto e melhorias proposta; o Capítulo 5 descreve a análise qualitativa e

o comitê de ética e procedimento de aplicação; o Capítulo 6 apresenta os testes e resultados da

metodologia aplicada nas empresas; o Capítulo 7 apresenta a conclusão e sugere trabalhos

futuros.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para a fundamentação teórica foi feita uma revisão narrativa, que não utiliza

critérios explícitos e sistemáticos para a busca e análise crítica da literatura, não sendo

necessário esgotar as fontes de informações. Em uma revisão narrativa, a seleção dos estudos e

a interpretação das informações podem estar sujeitas à subjetividade dos autores. Este tipo de

revisão “é adequada para a fundamentação teórica de artigos, dissertações, teses, trabalhos de

conclusão de cursos” (MATOS, 2015).

A fundamentação teórica deste trabalho tem com base inicial a dissertação de

Cantanhede (2014), que apresenta um levantamento bibliográfico sobre o histórico do Lean

Thinking, o Lean Software Development (LSD) e um estudo de desenvolvimento e aplicação de

uma ferramenta para avaliação do nível de Lean no desenvolvimento de software (LSP).

A evolução do Lean é apresentada a nas seções subsequentes: na seção 2.1 é

apresentado o Lean Thinking; na seção 2.2, o Lean Service; na seção 2.3, o Lean Enterprise; na

seção 2.4, o Lean IT; na seção 2.5 é apresentada a ferramenta desenvolvida pelo MIT para

avaliação do nível de Lean em empresas; na seção 2.6 é apresentado o LESAT for Software em

português; na seção 2.7 a LESAT Web e na seção 2.8 as oportunidades para melhorias.

2.1 Lean Thinking

O lançamento do livro “A Máquina que Mudou o Mundo” (The Machine that

Changed the World) em 1990, nos EUA, não é a origem do LM, como alguns pensam. Este foi

realmente criado na indústria automotiva japonesa, especialmente na Toyota, que anteriormente

o conhecia como Just-in-Time ou Toyota Production System – TPS (POPPENDIECK;

POPPENDIECK, 2011). Segundo a filosofia Lean, o trabalho, em geral, precisa ser realizado

com menos: menos esforço humano, menos equipamentos, menos espaços e menos tempo

(WOMACK; JONES, 2003). A evolução do conceito do Lean ao longo do tempo, observada

nas publicações, pesquisas e práticas, é representada na Figura 1 (CANTANHEDE, 2014).

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Figura 1 - Evolução dos Conceitos LEAN.

Fonte: (CANTANHEDE, 2014) Adaptada pelo autor.

Como consequência da evolução da filosofia TPS e Lean Manufacturing surge Lean

Thinking. O Lean Thinking é uma filosofia composta por técnicas e ferramentas que visam

melhorar a competitividade e tornar as empresas "World Class Manufacturing

(SCHONBERGER, 1986). O Lean Manufacturing está focado exclusivamente para os

processos produtivos, enquanto o Lean Thinking engloba os processos administrativos através

da ampliação e abrangência dos programas e ferramentas de melhoria. O Lean Thinking é uma

filosofia que auxilia a gestão de uma organização, e que contém alguns princípios identificados

como: Valor, Cadeia de Valor, Fluxo, sistema Pull e Perfeição. O mundo está em constante

mutação e a filosofia Lean Thinking acompanha esta mudança. Hoje, é cada vez maior o número

de empresas que utilizam o Lean Thinking em sua gestão. Embora tenha se originado na

manufatura, pode-se dizer que o Lean Thinking cruzou as fronteiras da indústria e conquistou

posições destacadas em setores como administrativo, saúde, logística, construção, tecnologia

da informação, entre outros, com foco na eliminação de desperdícios (WOMACK; JONES,

2003).

Conforme Ohno (1997), o conceito de LM, tem como base a eliminação de

desperdícios, com o foco na redução dos custos, produzindo apenas o necessário, no momento

certo e na quantidade solicitada. Ohno (1997) identificou e categorizou os 07 desperdícios na

área produtiva conforme a Figura 2.

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Figura 2 - Lean Manufacturing - Os 7 Desperdícios da Indústria.

Fonte: (SHINGO, 1996 apud Cantanhede, 2014), adaptado pelo autor.

2.2 Lean Service

Um serviço é uma experiência perecível, intangível, desenvolvida para um

consumidor que desempenha o papel de coprodutor (FITZSIMMONS, 2014). De acordo com

Grönroos (2007), serviços são atividades separadamente identificadas e essencialmente

intangíveis que fornecem satisfação ao cliente. Lakhe; Mohanty (2008) definem serviço como

qualquer tipo de desempenho que uma parte pode oferecer à outra, que seja essencialmente

intangível e não resulte na propriedade de nada.

Lean é uma filosofia que pode ser aplicada a todos os setores, inclusive serviços,

pois garante atender os clientes com qualidade, custos e prazos adequados. O Lean Service é

constituído pelos princípios do LT, porém com adaptações voltadas para as empresas

prestadoras de serviços, tendo muitas definições, as quais tem em comum a intangibilidade e o

consumo. O Lean Service procura atender os clientes, com serviços perfeitos, e sem

desperdícios, utilizando a quantidade correta de material, equipamentos apropriados e recursos

humanos com base nas sete categorias de perdas no processo produtivo da manufatura. Os sete

desperdícios encontrados pela indústria de manufatura foram analisados e traduzidos para a área

de serviços, conforme Figura 3 (GEORGE, 2004).

Superprodução

• Produzir mais do que se pode vender ou antes do tempo correto

Espera

• Produtos esperando pela próxima etapa do processo.

Transporte

• Movimentação de produtos de um local para outro

Processamento

• Adição de etapas de processo ou nível de qualidade desnecessário.

Estoque

• Produtos e matérias que não estão em processo

Movimento

• Movimentos desnecessários realizados pelos trabalhadores

Defeitos

• Produtos que foram processados, mas não podem ser vendidos

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Figura 3 - Lean Manufacturing - Os 7 Desperdícios em Serviços.

Fonte: (GEORGE, 2004), adaptado pelo autor.

2.3 Lean Enterprise

Lean Enterprise foi um conceito apresentado inicialmente por Womack e Jones

(2003), sendo considerado um novo modelo de evolução e expansão do LT. Os autores

analisaram a necessidade de ampliar a visão da utilização LT, saindo dos domínios da produção

e da própria empresa. De acordo com Cantanhede (2014), o Lean Enterprise é constituído por

um sincronismo entre as pessoas envolvidas nos processos, nas funções realizadas dentro das

empresas que alinham as estratégias de forma operacional. Para Womack e Jones (2003, apud

Cantanhede, 2014) o objetivo do Lean Enterprise é composto por quatro etapas:

Especificar a correta definição de valor para o cliente. O valor é determinado para todas as empresas que fornecem para o cliente, evitando que cada empresa defina a sua visão de valor;

Identificar todas as ações necessárias para obter o produto, desde a concepção até o lançamento, do pedido até a entrega, da matéria-prima ao uso do cliente;

Remover todas as ações que não criam valor ao cliente. Eliminar os desperdícios existentes em todo o ciclo do produto, considerando todas as empresas e entidades envolvidas;

Analisar os resultados e iniciar novamente o processo de melhoria. Continuar este ciclo até a vida útil do produto ou família de produto.

Superprocessamento• Adicionar mais valor do que os clientes estejam dispostos a pagar.

Transporte• Movimentação desnecessária de materiais, produtos ou

informações.Movimento

• Movimentação desnecessária de pessoas.

Tempo de espera, • Qualquer atraso entre o fim de uma atividade e o início da

atividade seguinte.Estoque

• Qualquer trabalho em processo, além daquilo que é necessário para produzir para o cliente

• .Defeitos• Instruções erradas, solicitações incompletas, descumprimentos de

prazos, etc.Superprodução

• Saídas de serviços ou produtos além daquilo que é necessário para uso imediato

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2.4 Lean IT

O conceito de TI é mais abrangente do que os de processamento de dados, sistemas

de informação, engenharia de software, informática ou o conjunto de hardware e software, pois

também envolve aspectos humanos, administrativos e organizacionais (KENN, 1996). A TI é

conceituada por Turban, Rainer e Potter (2007) em seu sentido mais amplo, por descrever o

conjunto dos recursos de informação de uma organização e para identificar a gerência que o

supervisiona.

Conforme Turban, Rainer e Potter (2007), a finalidade dos sistemas de informação

é obter as informações certas para as pessoas certas, no momento certo, na quantidade certa e

no formato certo. Para isso, os sistemas de informação têm dois segmentos intimamente

relacionados: dados e conhecimento. Stair e Reynolds (2011) definem sistemas de informação

como um conjunto de componentes inter-relacionados que coletam, manipulam, armazenam e

disseminam dados e informações e fornecem um mecanismo de realimentação para atingir um

objetivo.

A TI segue aumentando sua relevância na indústria ao longo do século XX, com o

desenvolvimento da capacidade de processamento e do desenvolvimento da conectividade. Na

última década do século XX e na passagem para o século XXI, a TI tem sido reconhecida como

de grande relevância para toda área de negócio, bem como para o dia-a-dia das pessoas,

principalmente pelo crescente uso da Internet e conectividade (CANTANHEDE, 2014).

A TI, como qualquer outra área produtiva, vem buscando a qualidade de seus

serviços. Entre os métodos que são utilizados para que essa qualidade seja atingida estão:

CMMI (Capability Maturity Model Integration), TQM (Total Quality Management); Six

Sigma, entre outros. Com base nessa busca, surgiu o Lean IT, com a aplicação dos princípios e

filosofias do Lean Thinking em TI (CANTANHEDE, 2014).

Conforme Bell e Orzen (2011), Lean IT é definido como o engajamento de pessoas,

utilizando o conjunto dos princípios do Lean, sistemas e ferramentas, para integrar, alinhar e

sincronizar a organização de TI com a área de negócios. White e Chaiken (2008) traduzem a

aplicação do Lean no gerenciamento do serviço de TI, chamando-o de Lean IT Service

Management (Lean ITSM). Lean IT ou Lean TI, é o termo utilizado para o Lean Thinking em

TI, presente na indústria de desenvolvimento de software, atuando no desafio de entregar

produtos com qualidade, eficiência, rapidez, combatendo os desperdícios. O termo Lean

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Software Development (LSD) é utilizado na área de desenvolvimento de software

(CANTANHEDE, 2014).

2.5 Ferramenta para avaliação do Lean em software

O Lean Advancement Initiative (LAI), conforme o Sociotechnical Systems

Research Center, SSRC (2017), foi um consórcio de pesquisa fundado em 1993 e ativo até

2012, com o objetivo de colaborar com as empresas de forma eficiente e confiável, criando

valor em ambientes complexos e em rápida mudança.

Com a necessidade de se avaliar o Lean em empresas, foi desenvolvida a ferramenta

LESAT (Lean Enterprise Self Assessment Tool), uma parceria entre indústria, governo e o

Massachusetts Institute of Technology, MIT, (2012). O desenvolvimento desta ferramenta pelo

MIT tem origem no LAI, com um fluxo de relação para a transformação Lean, composto por:

Lean Enterprise Model (LEM), como foco nos princípios e práticas, o Transition to-Lean

Roadmap (TTL) com foco em um guia e modelo de transformação, e o Lean Enterprise Self-

Assessment Tool (LESAT) para autoavaliação do progresso e definição do objetivo. Todo o

processo e as ligações entre as organizações que geraram o LESAT podem ser visualizados na

Figura 4.

O conjunto de princípios e práticas dentro do LEM, constitui o “o que”, mas não

resolve o “como” fazer a transformação para o Lean (NIGHTINGALE; MIZE, 2002).

Nightingale e Mize (2002) afirmam que o TTL foi criado para ter uma visão holística da

empresa, possuindo uma sequência nos processos de transformação com foco principal em

estratégicas, stakeholders e a estrutura organizacional. Nightingale e Mize (2002) indicam que,

com os conceitos do LEM e TTL, a empresa consegue observar em que nível ela está e até qual

ela poderia ir em relação ao Lean.

Karvonen et al. (2012) relata que o LESAT é uma ferramenta de avaliação de

transformação organizacional e que tem o objetivo de direcionar as organizações na

implementação do Lean com base na avaliação do nível atual e orientar os próximos passos.

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Figura 4 - Relacionamento: LEM-LESAT-TTL para transformação Lean.

Fonte:(CANTANHEDE, 2014).

O LESAT utiliza uma metodologia de autoavaliação por meio de matriz de

maturidade. A matriz do LESAT, possui 54 práticas Lean, que podem ser avaliadas dentro da

faixa de menor capacidade (nível 1) até a faixa de classe-mundial (world-class) (nível 5). A

Figura 5, apresenta as três seções, as subdivisões dentro de cada seção, e o número

de práticas Lean dentro de cada subdivisão (CANTANHEDE, 2014). Nightingale e Mize (2002

apud Cantanhede, 2014), descrevem que o LESAT está organizado em três seções de avaliação:

Seção I – Lean Transformation/Leadership: processos e atributos de liderança que norteiam

a transformação para os princípios e práticas do Lean;

Seção II – Life Cycle Processes: processos responsáveis pelo produto desde a concepção

até o suporte após a entrega;

Seção III – Enabling Infrastructure: processos que gerenciam e disponibilizam os recursos

necessários para a operação da empresa.

2.6 LESAT for Software em português (LSP)

Conforme Cantanhede (2014), a ferramenta LESAT foi adaptada para a área de

desenvolvimento de software pela Universidade de Oulu, Finlândia, gerando o LESAT for

software. Cantanhede (2014) desenvolveu um método para aplicação da ferramenta LESAT for

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software em empresas no Brasil chamado LESAT for Software em português (LSP). Para a

construção desse método, foram necessárias:

Tradução do LESAT for software: o LESAT é uma autoavaliação em que a

pessoa (ou grupo de pessoas) executa a avaliação do nível das práticas do Lean

atual e o desejado. Um bom nível de compreensão e interpretação das questões

é requerido. A falta da versão em português do LESAT poderia comprometer a

aplicação e o resultado nas empresas brasileiras. A solução foi realizar a

tradução da autoavaliação, na qual todos os blocos foram traduzidos para uma

melhor compreensão dos participantes das autoavaliações;

Criação de processo e procedimento de aplicação;

Desenvolvimento da aplicação do processo;

Definição de como analisar os resultados e repassá-los para as empresas.

Figura 5 - Organização da Matriz de Maturidade do LESAT.

Fonte: (CANTANHEDE, 2014).

Cantanhede (2014) apresenta o questionário completo de autoavaliação contendo a

tradução realizada através de seu próprio conhecimento, de ferramentas de tradução on-line e

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do livro Lean Software Development (POPPENDIECK; POPPENDIECK, 2003). O Apêndice

A, apresenta em formato de planilha todas as questões realizadas por Cantanhede (2014),

divididas em suas seções e práticas Lean.

Os procedimentos utilizados por Cantanhede (2014), esquematizados na Figura 6,

para a aplicação do LSP, foram divididos em 5 passos:

Contato inicial com empresas de desenvolvimento de software para explicar a

pesquisa;

Apresentação de um breve histórico do Lean, explicação do processo da

pesquisa e apresentação do LSP;

Apuração dos resultados do nível atual e do desejado, utilizando uma adaptação

do material do MIT (2001 e 2012);

Reunião com a empresa para apresentar os resultados, com a participação do

grupo da autoavaliação;

Análise do LSP e criação das recomendações

Segundo Cantanhede (2014), todo o material coletado, processado e analisado, deve

ficar disponível para a empresa. O questionário de autoavaliação deve ser respondido por

pessoas envolvidas no processo de ciclo de vida do produto, pertencentes a diversas áreas e

funções distintas. O MIT sugere que, no mínimo, cinco pessoas participem do processo de

avaliação, diminuindo a possibilidade de erros estatísticos (CANTANHEDE, 2014).

Conforme Cantanhede (2014), o LSP poderia ter o apoio de um software em sua

aplicação, evitando a presença do pesquisador, que pode inibir as respostas dos participantes.

Com o software, o processo de avaliação contaria com maior agilidade e flexibilidade, por

demandar menor tempo de execução e não ter a exigência de um grupo de pessoas paradas ao

mesmo tempo. Um software com esse objetivo, também apoiaria o processo de análise de

resultados e no acompanhamento do processo de avaliação, visto que no LSP tudo era realizado

pelo pesquisador de forma manual e presencial. Ainda segundo Cantanhede (2014), um

software possibilitaria acompanhar o processo de aplicação da avaliação, tendo a condição de

informar quanto os participantes progrediram no processo de respostas. Por fim, o processo do

LSP não dispunha de um método de comparação entre pesquisas realizadas pela empresa em

períodos diferentes, não possibilitando o acompanhamento do progresso da empresa nesse

sentido e dificultando o planejamento de melhorias futuras.

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Figura 6 - Procedimento de Aplicação do LSP.

Fonte (CANTANHEDE, 2014).

2.7 LESAT Web

A ferramenta LESAT Web, desenvolvida por Montanher e Sebuske (2016), foi

criada com o objetivo de desenvolver uma ferramenta Web para avaliar o quanto uma empresa

de desenvolvimento de software é Lean (MONTANHER; SEBUSKE, 2016). Montanher e

Sebuske (2016) se basearam no LSP de Cantanhede (2014), tendo como foco principal a

automação do processo de preenchimento do questionário e sua tabulação. O preenchimento do

questionário e a tabulação em planilhas eletrônicas são parte do método de Cantanhede (2014)

de avaliação e processamento dos resultados, e no processo proposto por Cantanhede, eram

realizados manualmente e em presença dos entrevistados, com base em formulários impressos

preenchidos a mão que precisavam ser tabulados manualmente (CANTANHEDE, 2014).

Conforme Cantanhede (2014) e Montanher e Sebuske (2016), as duas ferramentas

(LSP e Lesat Web) utilizaram o método desenvolvido pelo MIT (2012), que realiza uma análise

combinatória entre os valores coletados dos campos valor do estado atual (médio); valor do

estado desejado (médio); valor do gap; faixa (range); e variação, conforme Figura 7. Mas na

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versão on-line, não há o contato presencial para o preenchimento e os resultados são

disponibilizados automaticamente ao final do preenchimento do questionário. Montanher e

Sebuske (2016) e Gonçalves (2018) ressaltam em seus projetos que a ferramenta LESAT Web

não chegou a ser aplicada em empresas.

Como se pode observar na Figura 8 e na Fonte: Cantanhede (2014).

Figura 9, que ilustram apenas uma questão dos questionários aplicados no LSP de

Cantanhede (2014) e na ferramenta desenvolvida por Montanher e Sebuske (2016), o formato

das perguntas é praticamente idêntico, mudando apenas a forma como elas são apresentadas e

preenchidas (em papel ou em uma ferramenta web).

Figura 7 - Tabela de Medição.

Fonte: Cantanhede (2014).

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Figura 8 - Questionário método manual.

Fonte: Cantanhede (2014).

Figura 9 - Questionário método eletrônico.

Fonte: Montanher e Sebuske (2016).

A Figura 10 apresenta a tela de início da ferramenta LESAT Web. Essa tela contém

explicação da origem do Lean, conforme apresentado no Capítulo Dois, e contém hiperlinks da

origem da ferramenta LESAT Web para o trabalho Cantanhede (2014) e para informações

complementares no LIAG-Unicamp.

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Figura 10 - Tela de início LESAT Web.

Fonte: Montanher e Sebuske (2016).

O acesso a ferramenta LESAT Web é realizado através de cadastro realizado por

empresas interessadas em participar da autoavaliação em Lean TI. A Figura 11 apresenta os

campos iniciais de cadastro na ferramenta. Ao completar o cadastro, o participante recebe uma

mensagem de cadastro realizado e solicita que aguardem o retorno com o usuário (login) e senha

da equipe responsável pelo acesso, conforme ilustrado na Figura 12.

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Figura 11 - Cadastro LESAT Web.

Fonte: Montanher e Sebuske (2016).

Figura 12 - Retorno Login e Senha.

Fonte: Montanher e Sebuske (2016).

A empresa participante terá seu acesso disponibilizado após o retorno do login e

senha por parte de um membro do LIAG. A empresa participante, ao acessar a ferramenta com

o login e senha, terá seu acesso direcionado conforme Figura 13, solicitando a leitura, o qual

explica o conceito do Lean, seus princípios e os desperdícios e com orientações de como realizar

a autoavaliação.

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Figura 13 - Início LESAT Web.

Fonte: Montanher e Sebuske (2016).

A tela inicial, conforme a Figura 14, apresenta quatro tópicos que são:

1- Princípios:

Otimizar o todo;

Eliminar desperdício;

Qualidade na construção;

Aprendizagem constante;

Entregar rápido;

Engajar todas as pessoas;

Continuar melhorando.

2- Desperdícios:

Trabalho inacabado;

Funcionalidades extras;

Reaprendizagem;

Transferências de controle;

Troca de tarefas;

Atrasos;

Defeitos;

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Nessas duas opções, o participante pode acessar cada um dos setes princípios ou dos sete

desperdícios, para que a ferramenta abra um resumo sobre o item selecionado.

3-Dinâmica da avaliação: orientando o processo da avaliação e suas etapas;

4-Preenchimento da planilha (ilustrado na Figura 15): orientando como preencher as

questões de nivelamento e ainda um botão no final da página para iniciar a autoavaliação

em Lean.

Figura 14 - Princípios/Desperdícios e Dinâmica da Avaliação.

Fonte: Montanher e Sebuske (2016).

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Figura 15 - Preenchimento da Planilha.

Fonte: Montanher e Sebuske (2016).

Ao iniciar a avaliação, uma vez pressionado o botão de iniciar a autoavaliação, o

participante recebe questões de diagnósticos que o ajudarão a responder às seguintes questões

de nivelamento das práticas Lean. A Figura 16 apresenta a primeira seção com suas questões

de diagnóstico.

O participante, ao realizar a leitura e o preenchimento das questões de diagnóstico,

terá como próximo passo, responder as questões das práticas Lean conforme a Figura 17. Nessas

questões, são apresentados cinco níveis da prática Lean, sendo necessário o preenchimento de

um nível atual e um desejado, podendo ainda ser preenchidos os campos de evidências e

oportunidades.

A ferramenta LESAT Web, contém recursos, como resumo do estado atual e

desejado, conforme Figura 18, que apresenta a média do nível, a variância e o intervalo (range)

do estado atual, desejado e Gap, e ainda possibilitando a exportação para arquivo em formato

Portable Document Format (Formato Portátil de Documento-PDF) PDF.

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Figura 16 - Questões iniciais de diagnóstico.

Fonte: Montanher e Sebuske (2016).

Figura 17 - Questões da prática Lean.

Fonte: Montanher e Sebuske (2016).

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Figura 18 - Relatório Nível/Variância/Range.

Fonte: Montanher e Sebuske (2016).

A ferramenta LESAT Web apresenta uma análise, conforme Figura 19, com base

em cálculos realizados indicando o nível atual em práticas Lean, a variância e o Gap e com a

possibilidade de exportação em PDF.

Figura 19 - Análise Final.

Fonte: Montanher e Sebuske (2016).

A ferramenta LESAT Web (Montanher; Sebuske,2016), apresenta condições de

aplicação e resultado de avaliação coerente com os dados apresentados pelo processo original

da ferramenta LESAT for software em português (CANTANHEDE, 2014).

A ferramenta LESAT Web automatizou o processo de preenchimento dos

questionários e tabulação dos resultados que era proposto pelo LSP. Mas sua adoção levaria a

uma transformação do método como um todo, que foi desenhado com base em questionários

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Fonte: Cantanhede (2014), Montanher e Sebuske (2016) e Gonçalves (2018) desenvolvido pelo autor.

impressos. Montanher e Sebuske (2016) informam que a ferramenta on-line não foi aplicada

em empresas e não foi proposta uma nova versão do método LSP para seu uso. Posteriormente,

o trabalho de Gonçalves (2018), contribuiu para a finalização da LESAT Web, com melhorias

na manutenção da aplicação, na interface, na usabilidade e implementação de rotinas de testes,

mas também não propôs um método de aplicação adaptado para o uso da LESAT Web.

Montanher e Sebuske (2016) citam como trabalhos futuros a aplicação da

ferramenta LESAT Web disponível na Internet e de forma gratuita e Gonçalves (2018) sugere

a aplicação da ferramenta final em empresas para avaliar de forma real a usabilidade e eficiência

da nova ferramenta, além de propor a criação de relatórios para análise dos dados não objetivos

referentes às questões de diagnóstico.

2.8 Oportunidades para melhorias

Ao longo deste capítulo foram identificadas várias oportunidades de melhoria para

os métodos atualmente disponíveis para uma autoavaliação de Lean em empresas de TI. Os

trabalhos de Cantanhede (2014), Montanher e Sebuske (2016) e de Gonçalves (2018), apontam

essas oportunidades, conforme apresentando no Quadro 1.

Quadro 1 - Oportunidades de melhoria.

Problema Descrição

Cantanhede (2014)

Montanher e Sebuske

(2016)

Gonçalves (2018)

Contato Inicial Necessidade de presença do pesquisador(Explicar e Orientar)

Aplicação da Avaliação Demanda muito tempo

Coleta e Análise Exige processo de tabulação dos dados

Entrega de Resultado Entrega presencial obrigatória por parte do pesquisador

Acompanhamento das questões

Acompanhar volume de questões respondidas ou não

Questão não aplicável Obrigatoriedade de questões que não se aplicam a realidade da empresa

Questão Diagnostico Questão preenchida mas sem resultados apresentados

Cadastro de Empresa Necessidade de um administrador

Recuperação de Senha Necessidade de um administrador

Trabalhos iniciais Trabalhos geradores da Ferramenta de avaliação Lean em TI existentes

Aplicação em Empresas Não houve a aplicação em empresas

Novos Relatórios Melhoras e resultados sobre as questões de diagnostico

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3 REVISÃO DA LITERATURA

A revisão da literatura é um processo de busca, análise e descrição de um corpo do

conhecimento em busca de resposta a uma pergunta específica. Existem três tipos de revisões:

narrativa, sistemática e interrogativa (MATOS, 2015). Esta revisão de literatura foi conduzida

através de um levantamento sistemático. Foram levantados artigos publicados em quatro bases:

1-IEEE Xplore, 2-Scopus, 3-Compendex Engineering Village e 4-Web Of Science. Também

foram analisados livros com temas referentes à pesquisa. A pesquisa incluiu artigos que

apresentaram a filosofia Lean e algum método de avaliação (Assessment). Os termos utilizados

para a pesquisa foram “Lean” e “Assessment”, utilizando o recurso de proximidade, no qual o

termo NEAR/5 atua como operador que delimita que os termos estejam a no máximo 5 palavras

de distância uma da outra nas bases IEEE Xplore, Compendex Engineering Village e Web Of

Science e o delimitador W/5 que tem a funcionalidade idêntica para a base Scopus, no período

de 2010 a 2017.

Como resultado da pesquisa realizada, foram encontrados 513 artigos que

satisfizeram os critérios de busca. Em uma etapa posterior, realizou-se a unificação para

remover a duplicação, restando 287 artigos, que apresentaram condição suficiente para uma

análise no título e resumo. Como o foco do trabalho é uma avaliação Lean na área de TI, muitos

dos 287 artigos não pertenciam a área de TI, gerando uma diminuição significativa no número

de artigos. Ao final, 12 artigos foram selecionados para estudos e base teórica para este projeto,

por apresentarem alguma proximidade e destacando métodos de avaliação de processos.

3.1 Projetos Pesquisados

O objetivo aqui é apresentar os artigos publicados que apresentaram alguma

contribuição para o desenvolvimento do trabalho. Com esse objetivo, pretende-se analisar os

métodos utilizados, área de atuação e os resultados obtidos.

Wahab, Mukhtar e Sulaiman (2013) relatam em seu artigo que muitas empresas

estão utilizando os princípios do Lean Manufacturing a fim de melhorar a produtividade e a

qualidade. Nesse artigo, os autores trabalharam com um modelo conceitual para a avaliação

Lean que enumera um conjunto de fatores para cada uma das dimensões de Lean, conforme

Quadro 2. Os autores mostram um índice da quantidade de vezes que os termos relacionados a

um certo fator Lean são utilizados. Nos artigos estudados, os autores utilizam uma escala de

frequência: 1 a 7 definido como “Muito baixo (VL)”; 8 a 13 como Baixo (L); 14 a 19 como

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Alto (H); 20 a 25 como Muito alto (VH). Pode-se resumir o que a maioria dos autores

pesquisados relataram que os fatores “desenvolvimento da equipe” (Workforce Development)

e (“gestão da qualidade total” (TQM-Total Quality Management) apresentaram uma frequência

14 vezes, são os fatores com maiores índices nos estudos sobre as práticas Lean. Os autores

concluem que o modelo conceitual pode ser melhorado para medir o nível Lean, com o objetivo

de fornecer uma orientação geral para todas as empresas.

Quadro 2 - Dimensões e fatores Lean.

Dimensão Fator * Frequência

1 Trabalhadores Desenvolvimento da força de trabalho 14 (H)

Envolvimento da força de trabalho 4 (VL)

2 Processo de fabricação & equipamentos

SPC 12 (L)

TQM 14 (H)

Foco do processo 13 (L)

Puxar 13 (L)

No tempo Certo (just in time) 11 (L)

Eliminação de resíduos (Manutenção produtiva total)

12 (L)

Redução do tempo de instalação 11 (L)

Controle de processo 8 (VL)

Padronização do trabalho 6 (VL)

Melhoria contínua 5 (VL)

Suavização de produção 6 (VL)

5S 5 (VL)

Novas tecnologias de processo/equipamento 4 (VL)

Melhoria de segurança, limpeza e ordem 4 (VL)

Redução do tempo de ciclo 4 (VL)

Identificação do valor 4 (VL)

3 Fornecedor Desenvolvimento de fornecedores 8 (L)

Entregas just in time por fornecedor 7 (VL)

4 Planejamento e agendamento de manufatura

Organização/gerência do assoalho de loja 7 (VL)

5 Cliente Relacionamento com o cliente 6 (VL)

Envolvimento do cliente 5 (VL)

6 Sistema de informação visual Sistema de gestão Visual 5 (VL)

Sistema de informação visual 4 (VL)

7 Desenvolvimento de produtos e tecnologia

DFM/DFMA 4 (VL)

* Escala de frequência: 1 a 7 = muito baixa (VL); 8 a 13 = baixo (L); 14 a 19 = Alto (H); 20 a 25 = muito alto (VH)

Fonte: (WAHAB; MUKHTAR; SULAIMAN, 2013) traduzida pelo Autor.

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Os autores Selvaraju, Ramakrishnan e Testani (2012) reconhecem que existem

esforços que demostram a eficácia do Lean nas empresas de serviço, porém indicam que a

literatura que analisa os fatores críticos de sucesso para o Lean é muito limitada. Os autores

concluem que a filosofia Lean pode apoiar várias áreas, com um impacto alto na sua

implementação. Também concluem que a transformação cultural e os processos de

transformação não são independentes, mas interdependentes. Além disso, as organizações

devem desenvolver habilidades racionais e interpessoais para capacitar seus funcionários com

os conjuntos de habilidades para resolver os problemas em seus processos.

Para Omogbai e Salonitis (2016) Lean Manufacturing é sinônimo de um conjunto

de práticas, ferramentas e técnicas, pretendendo como resultado final a melhora do desempenho

organizacional através do aumento de valor ao cliente. Os autores citam que práticas relativas

ao Lean Manufacturing incluem a gestão do tempo, a manutenção produtiva total (conhecida

como Total Productive Maintenance ou TPM), o envolvimento dos trabalhadores, a melhoria

contínua, a redução de setup, o envolvimento do cliente e outros. As ferramentas e técnicas para

uma avaliação Lean são usadas para auditar toda a empresa, com modelos de questionários,

ferramentas de auto avaliação, Balanced Score Card, Fluxo de Valor e outros. Os autores

optaram por usar a dinâmica de sistemas (System Dynamics) para avaliar através de equações

e melhorar o desempenho Lean na organização utilizando modelagem de simulação e

experimentos.

O foco do trabalho apresentado por Sawhney et al. (2010) é incentivar a integração

dos princípios Lean com modelos de confiabilidade. O trabalho apresenta uma Análise dos

Modos de Falha e seus Efeitos (Failure Mode and Effect Analysis -FMEA) modificada, que

permitirá compreender e melhorar a confiabilidade dos sistemas Lean, com base em quatro

recursos críticos para sustentá-lo: pessoas, equipamento, materiais e tempo. Os autores

desenvolveram um risco de avaliação de valor (Risk Assessment Value) com base no conceito

de eficácia da detecção, usando controles Lean. Risk Assessment Value é a relação entre o perfil

de risco de falha do sistema Lean e a eficácia do Lean para detectar e gerenciar o fracasso

utilizando a seguinte fórmula Risk Assessment Value =(S*O)/D (severidade (S), ocorrência (O)

e detecção (D)). O artigo foca como, através do desenvolvimento de uma metodologia prática,

se pode melhorar sistematicamente a confiabilidade dos sistemas Lean (SAWHNEY et al.,

2010).

Para Cil e Turkan (2013) a utilização da metodologia Analytic Network Process,

contribui para resultados muito mais precisos. Também é enfatizada a possibilidade de

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implementação do Processo de Rede Analítica (Analytic Network Process) como método de

tomada de decisão na implementação da transformação Lean Enterprise. Segundo os autores,

essa filosofia permite aos getores visualizar o impacto dos elementos na gestão estratégica e

estabelece uma transparência na transformaçao Lean.

Ali Maasouman e Demirli (2015) apresentam um Lean Maturity Model, orientado

a dados, que auxilia na avaliação no nível da qualidade da produção de células, embasado em

sete categorias: pessoas, gerenciamento de instalações, condição de trabalho, processos de

produção, qualidade, Just-In-Time e liderança. Os resultados apresentados no estudo mostram

que o modelo desenvolvido pode ser usado para medir o Lean através da análise de cada

categoria, projetando e desenvolvendo um modelo de maturidade Lean para a empresa. Neste

processo, se utilizou um questionário, conforme Quadro 3, para avaliar o nível Lean na

organização, contendo onze questões com nível de avaliação de zero a cinco. Os autores

concluem que este modelo desenvolve de forma contínua o nível Lean dentro da organização e

apresenta um modelo geral de avaliação centrada na produção. O trabalho sugere que a

avaliação seja realizada dinamicamente e on-line, para que haja uma comparação com

avaliações anteriores automaticamente.

Quadro 3 - Exemplo de perguntas utilizadas para a medição.

Fonte: (ALI MAASOUMAN; DEMIRLI, 2015)

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Pakdil e Leonard (2014) analisam métodos de avaliar a eficácia e a eficiência da

implementação Lean ao longo de toda a organização, com base na ferramenta de avaliação

enxuto LAT (Leanness Assessment Tool), usando ferramentas quantitativas que são diretamente

mensuráveis e objetivas, e ferramentas qualitativas que são percepções dos indivíduos. A LAT

mede Lean usando oito dimensões de desempenho quantitativos: tempo, eficácia, qualidade,

processo, custo, recursos humanos, entrega, cliente e estoque, e cinco dimensões de

desempenho qualitativo: qualidade, processo, cliente, recursos humanos e entrega, com 51 itens

de avaliação. Esse processo permite identificar necessidades de melhoria na implementação

Lean, e uma visão imediata das melhorias. No artigo, os autores citam cinco passos que

integram o LAT na resolução de problemas associados a implementação Lean: avalie o nível

de Lean usando LAT, determine as necessidades de melhoria e as causas raiz do menor

desempenho, determine possíveis soluções e selecione o melhor / mais apropriado, implemente

a solução selecionada e reavalie o nível de escassez usando o LAT. Os autores concluem que

várias ferramentas foram projetadas para medir aspectos diferentes de implementação Lean,

algumas através de avaliações quantitativas e outras utilizam uma abordagem de avaliações

qualitativas, mas o mais correto seria a utilização de ambas as abordagens. LAT emprega uma

abordagem de avaliação que inclui bases quantitativas e qualitativas no processo de coleta de

dados e adesão (PAKDIL; LEONARD, 2014).

Stone (2012) traz em seu artigo uma revisão sobre Lean em um período de quatro

décadas, sintetizando e categorizando com base em artigos científicos e livros. O autor

apresenta uma divisão em cinco fases, muito importante para entender a evolução Lean:

1. Fase de descoberta (1970-1990): nesse período é comparado as diferenças entre

ocidentais e japoneses sobre o pensamento Lean e descritas mais tarde no livro The

Toyota Way;

2. Fase de disseminação (1991-1996): grandes propulsores dessa disseminação foram

(WOMACK; JONES; ROOS, 2004) e (OHNO, 1997), entre outros autores;

3. Fase de implementação (1997-2000): durante essa fase, os estudos empíricos

começaram a surgir na literatura empregando métodos de pesquisa quantitativa e

qualitativa;

4. Fase empresa (2001-2005): nesse período, a filosofia Lean sai do chão de fábrica e chega

à área administrativa, para criar valor e eliminar o desperdício;

5. Fase Desempenho (2006-2009): foi a última fase estudada por Stone (2012). Os fatores

predominantes nessa fase é o grande aumento de artigos encontrados, devido a pesquisa

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do MIT que estabeleceu uma base de avaliação Lean nas organizações usando o LESAT

e principalmente à ascensão da Toyota Motor Company como a principal fabricante de

automóveis.

Os autores Niu, Zuo e Li (2010) citam no artigo “Lean Production and Its

Application Assessment Using Set Pair Analysis”, com foco em empresas chinesas, que o Lean

Production é considerado como o terceiro paradigma de produção, tendo como as duas outras

a produção artesanal e produção em massa. Eles relatam que raramente há uma investigação na

avaliação do Lean Production, também não há ferramentas de avaliação que determinem o nível

de Lean em empresas chinesas e não há comparação com outras empresas o que impede sua

melhoria contínua. Esse artigo apresenta uma definição para o Lean Production e, em seguida,

aplica-se o Set Pair Analysis, com o objetivo de avaliar cientificamente o grau de Lean da

empresa. O Set Pair Analysis é um modelo científico que aborda problemas incertos,

apresentados por um estudioso chinês (ZhaoKe-qin) em 1989. Os autores concluem que a

aplicação do Lean Production na China é lenta e que as causas que levaram a esta situação

podem ser complexas, mas a falta de definição universal e ferramenta de avaliação adequada

são dois grandes obstáculos (NIU; ZUO; LI, 2010).

Narayanamurthy e Gurumurthy (2016) apresentam uma revisão literária que cita

várias metodologias de avaliação qualitativas e quantitativas que foram propostas na literatura

para medir o grau de Lean alcançado. O objetivo do trabalho é compreender a evolução desta

literatura de avaliação de Lean. Um item importante é que, conforme os autores, apenas cinco

estudos foram documentados sobre a avaliação da Lean em serviços: serviços de saúde,

provedor de serviços de logística, serviços do setor público, serviços de desenvolvimento de

software e serviços de telecomunicações. Os autores relatam que os artigos encontrados sobre

Lean Manufacturing no período de 1996 a 2005 foram nove, contra apenas dois relacionados a

serviços no mesmo período, e no período de 2006 a 2013, artigos sobre Lean Manufacturing

foram 37 enquanto sobre serviços foram apenas 5. Pode-se observar que a área LS, com base

neste artigo, é uma área ainda pouco estudada.

Jonsson, Larsson e Punnekkat (2013) relatam uma revisão sistemática sobre LSD e

citam princípios Lean, indicados por cinco autores. Estes princípios ajudaram os autores a

compreender e a explicar a filosofia Lean no desenvolvimento de software .Alguns dos

princípios citados no artigo “Synthesizing a Comprehensive Framework for Lean Software

Development” são utilizados neste trabalho conforme Quadro 4.

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Quadro 4 - Princípios Lean - Base Cinco Autores.

Autor Princípios

Lik

er (

2004

) Baseie suas decisões de gestão em uma filosofia de longo prazo, mesmo em detrimento dos objetivos financeiros de curto prazo.

Construa uma cultura de parar para corrigir problemas, para obter qualidade na primeira vez. Utilize apenas tecnologia confiável, completamente testada, que atenda as pessoas e processos.

Desenvolva pessoas e equipes excepcionais que seguem a filosofia da sua empresa.

Wom

ack

e Jo

nes

(200

3) Valor: primeiro identifique o que realmente interessa ao cliente.

Fluxo de valor: assegure que cada atividade adicione valor ao cliente

Fluxo: elimine as descontinuidades no fluxo de valor.

Pull: a produção é iniciada pela demanda.

Perfeição: mantendo a integridade atraves do Jidoka e Poka-Yoke.

Pop

pend

ieck

e P

oppe

ndie

ck. Otimize o todo

Elimine o desperdício (Consiga a coisa certa, aprenda, elimine o lixo).

Construa qualidade (processo à prova de erros e quebre as dependências de arquitetura)

Aprenda constantemente (o desempenho previsível é conduzido pelo feedback, mantendo as opções, último momento responsável).

Entrega rápida (entrega rápida, alta qualidade e baixo custo são totalmente compatíveis; é aplicável a teoria da fila, o gerenciamento do fluxo de trabalho é mais fácil do que gerenciar horários).

Envolver todos

Continue ficando melhor

And

erss

on

(201

0) Visualize o fluxo de trabalho.

Limite de trabalho em andamento.

Tornar as políticas de processo explícitas.

Melhore de forma colaborativa (usando modelos e métodos científicos).

Mor

gan

e L

iker

(20

06)

Crie um fluxo de processo de desenvolvimento de produto de nível.

Integre plenamente fornecedores no sistema de desenvolvimento de produtos.

Adapte as tecnologias para atender às suas pessoas e melhorar processos.

Use ferramentas poderosas para padronização e aprendizagem organizacional. Fonte: (JONSSON; LARSSON; PUNNEKKAT, 2013), traduzido pelo autor.

O trabalho de Urban (2015) tem o objetivo de projetar uma ferramenta de

autoavaliação da maturidade de gerenciamento Lean em uma organização. Urban cita casos

práticos de implementação Lean e também a experiência do autor. A abordagem de avaliação

proposta é original, sendo focada na esfera da cultura organizacional. A ferramenta

desenvolvida pode ajudar os gerentes no melhor reconhecimento do estado atual de

transformação Lean, baseada em questionário intitulado “Lean Management maturity

assessment tool”. O autor conclui que a cultura organizacional tem grande reflexo no

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gerenciamento Lean da organização e a avaliação de maturidade do gerenciamento Lean é

absolutamente fundamentada e valiosa. Urban (2015) realiza seu trabalho com base em um

questionario composto de duas partes: a parte I apresenta componentes de cultura Lean, sendo

composta por 5 blocos contendo 4 questões em cada bloco, e a parte II, foca nos efeitos típicos

de Lean, com único bloco de 4 questões. O autor conclui que a cultura organizacional é o ponto

chave do sucesso do Lean Management na organização. Em organizações nas quais o Lean

Management é novidade, a vantagem da ferramenta de avaliação pode ser mais importante. Para

o autor, a implementação rápida do Lean Management para alcançar a melhoria é enganosa: o

Lean não pode trazer efeitos tão impressionantes sem a verdadeira transformação da cultura

organizacional.

3.2 Síntese dos projetos pesquisados

Os trabalhos pesquisados citam métodos e análises de avaliação e autoavaliação que

devem ser conduzidos de forma manual. Esse tipo de aplicação, que necessita de atividades

presenciais ainda é muito utilizado em todos os processos existentes, desde a coleta de dados,

análise e entrega dos resultados, evidenciando assim a exigência de um grande investimento de

tempo para se conduzir uma autoavaliação.

Wahab, Mukhtar e Sulaiman (2013) e Sawhney et al. (2010) utilizaram fórmulas

similares para apresentar os resultados. Essa similaridade deve-se ao uso comum de uma

ferramenta, o FMEA – Failure Mode and Effects Analysis, que permite identificar e prevenir

falhas.

Um ponto importante apresentado por Ali Maasouman e Demirli (2015), é a

utilização da opção “N/A” em seu metodo de pesquisa. Os autores sugerem a necessidade de

um metodo on-line e uma funcionalidade de comparação. A opção “N/A” apresentada pelos

autores pode solucionar uma dificuldade identificada nos relatos do trabalho de Cantanhede

(2014), pois algumas questões não se aplicavam às empresas participantes, mas no LESAT for

software em português não havia essa opção e o participante deveria selecionar o nível mais

baixo.

Todos os trabalhos estudados ao longo desta revisão relataram avaliações em Lean,

e indicam que utilizaram métodos manuais e aplicação e entrega de análises de resultados. Em

geral, mesmo não sendo métodos somente para a área de TI. o processo foi similar ao proposto

por Cantanhede (2014).

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4 Lean IT Web Assessment Method (LIM)

O objetivo deste trabalho é propor e analisar de forma qualitativa um método para

aplicação de um processo de autoavaliação de análise no nível Lean em empresas de TI

denominado Lean IT Web Assessment Method ou simplesmente LIM. O LIM busca ser mais

simples e eficiente que o LSP, podendo ser conduzido de maneira autônoma pelas empresas,

sem a necessidade de apoio de um pesquisador.

O LSP (Cantanhede, 2014) e a ferramenta LESAT Web (Montanher; Sebuske,

2016) indicam oportunidades de melhorias, conforme visto nos capítulos anteriores. Alguns dos

problemas identificados são: a exigência de participação de um pesquisador e ou um

administrador da ferramenta no processo, o que pode vir a se tornar um gargalo para um maior

uso deles por empresas de TI, a exigência do LSP da participação concomitante de todos os

funcionários para responder a pesquisa, o tempo de preenchimento do questionário manual, o

tempo demandado para tabular e analisar os resultados coletados; no caso do LESAT Web, a

necessidade da participação de um profissional da academia para liberação do uso da ferramenta

pela empresa, a indisponibilidade de um método de comparação entre avaliações feitas em

momentos diferentes pela empresa e a falta de um método padrão para entregar todas as

informações coletadas para a empresa participante, de uma forma que a empresa pudesse

analisar os dados de maneira independente conforme seus interesses e necessidades.

Neste capítulo, será apresentada a proposta do LIM. Para a criação do LIM, foram

necessárias melhorias na ferramenta LESAT Web, resultando em uma nova versão. Para uma

melhor compreensão e diferenciação, a nova versão da ferramenta desenvolvida neste projeto

será denominada LESAT Web v.2 e a ferramenta desenvolvida por Montanher e Sebuske (2016)

será denominada como LESAT Web v.1. O capítulo está organizado da seguinte forma: a Seção

4.1 apresenta o método LIM, a Seção 4.2 ilustra as funcionalidades alteradas na versão da

LESAT Web v.2, a Seção 4.3 apresenta o teste piloto conduzido com a ferramenta LESAT Web

v.2 e a Seção 4.4 apresenta uma discussão sobre o que foi apresentado no capítulo e melhorias.

4.1 O método LIM

O método proposto por este trabalho foi chamado de Lean IT Web Assessment

Method, ou simplesmente LIM. A Figura 20 apresenta o processo sugerido para o método. Esse

processo tem início com o cadastro da empresa participante, indicando seu interesse em

conduzir uma autoavaliação do seu “nível Lean”: o acesso é totalmente on-line e gratuito,

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estando disponível na página da Internet do LIAG1. Com o acesso liberado, o representante da

empresa, definido no cadastro, irá cadastrar os participantes na ferramenta, os quais irão avaliar

a filosofia Lean na empresa, tendo instruções e questões de diagnóstico que irão auxiliar nas

práticas Lean. O representante da empresa deve definir o período de avaliação e acompanhar a

evolução do preenchimento dos questionários realizados pelos participantes através de um

gráfico em percentual na tela do representante. Com o percentual concluído a 100%, ou na data

em que houver a necessidade de enceramento do levantamento, o representante irá encerrar o

período de avaliação. Com o encerramento concluído, o representante terá a sua disposição

relatórios para análise, comparação e exportação dos dados, totalmente anônimos, para

possíveis análises conforme sua necessidade.

O LIM busca possibilitar que toda ação seja realizada pela própria empresa, desde

o acesso à ferramenta via site até a análise final dos relatórios, melhorando o procedimento

realizado por Cantanhede (2014) nos seguinte pontos:

1. Agilidade: com o processo de acesso a ferramenta (cadastro, acompanhamento e

análise) sendo realizado por ambiente totalmente on-line, o tempo para preparação e

distribuição de acesso aos participantes da autoavaliação é reduzido. Os resultados

apresentados pela ferramenta LESAT Web v.2 podem ser automaticamente tabulados e

o representante da empresa poderá, mais rapidamente, realizar uma análise das práticas

Lean, identificando a necessidade de se ter um nível maior de Lean, eliminando ainda

mais os desperdícios;

2. Flexibilidade: no LSP, conforme Cantanhede (2014), a permanência do pesquisador era

necessária para a aplicação do questionário, coleta do material, análise e retorno de

resultados. O método LIM possibilita a flexibilidade da aplicação do questionário aos

participantes em horário que melhor atender as necessidades da empresa e, até mesmo,

fora do local de trabalho, pois para responder ao questionário é necessário somente o

acesso à Internet. Quanto a coleta do material, análise e retorno de resultados, o método

LIM realiza todas essas ações de forma automática. Através da funcionalidade

dashboard disponibilizada na LESAT Web v.2, o representante da empresa pode

finalizar o período de avaliação. Uma vez finalizada a avaliação, os dados coletados

serão tabulados automaticamente e apresentados na funcionalidade relatórios, mantendo

as métricas utilizadas pelo LSP (CANTANHEDE, 2014);

1 https://liag.ft.unicamp.br/lesatweb

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3. Acompanhamento ao longo do tempo: o Lean recomenda que melhorias devem ocorrer

de forma contínua, ao longo do tempo (kaizen). Com o LIM, a empresa poderá realizar

periodicamente a autoavaliação e realizar comparações entre a avaliação atual e as

realizadas previamente pela empresa, utilizando a funcionalidade de comparação de

períodos no item relatórios. No LSP (Cantanhede, 2014), para que isso fosse atendido,

todo o processo presencial deveria ser realizando novamente e a comparação dos dados

entre os períodos teria que ser feita manualmente;

4. Sigilo: no LSP (Cantanhede, 2014), o pesquisador necessitava estar presente em todo o

processo. Isso poderia inibir a contribuição dos participantes. O método LIM garante

este sigilo e liberdade, visto que o acesso dos participantes é anônimo, não havendo a

possiblidade de identificação e correlação entre os participantes e nem a presença de um

pesquisador.

Figura 20 - Processo LIM.

4.2 Funcionalidades

Para que o método LIM tenha o resultado esperado, foram necessárias mudanças

no LESAT Web v.1. Esta seção tem como finalidade apresentar a ferramenta LESAT Web v.2

e suas funcionalidades, características, telas e recursos.

4.2.1 Início

A necessidade de se ter disponível informações sobre a origem do Lean e sua

evolução até haver uma versão adaptada à área de TI foi identificada na etapa inicial do LSP

(Cantanhede, 2014). No LSP, o pesquisador deve enviar material de introdução sobre a

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ferramenta e a pesquisa. A página inicial da LESAT Web v.2 (Figura 21) apresenta essas

informações, incluindo quatro opções para explicar a origem do LIM. Cada imagem informada

no Quadro 5, possui um hiperlink para a origem dos trabalhos, abrindo as páginas do

Massachusetts Institute of Technology, OULU University, LIAG Unicamp e o cadastro a

ferramenta de avaliação e o acesso.

Figura 21 - LESAT Web v.2 – Início.

4.2.2 Cadastro de empresa

O cadastro da empresa (Figura 22) é o primeiro passo no processo de autoavaliação

nas práticas Lean. A empresa interessada deverá preencher os campos obrigatórios: Razão

Social, CNPJ, Telefone, Cidade, Estado, Área de Atuação, Números de funcionários, Números

de Funcionário de TI, Responsável pela Pesquisa, E-mail do Responsável pela Pesquisa, Login,

Senha e Confirmar Senha. Todo este processo é on-line, sem necessidade de interação de um

responsável pela ferramenta.

Uma funcionalidade incluída na nova versão da ferramenta é a recuperação da senha

(Figura 23). Este recurso de recuperação automática, com base no e-mail preenchido no

processo de cadastro da empresa, ajuda o representante da empresa a recuperar sua senha caso

tenha esquecido.

4.2.3 Acesso como representante

O acesso como representante (Figura 25), que pode ser visto como um

“administrador da ferramenta” por parte da empresa, conta com as seguintes funcionalidades:

instruções , dashboard, cadastrar participantes, relatórios, gerenciar contas e sair.

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Quadro 5 - Links de acesso.

LESAT Web v.2

O LESAT Web v.2 é o acesso a ferramenta de autoavaliação, tanto para o

representante da empresa como os participantes, após a realização do

cadastro da empresa.

LESAT

O LESAT é o início do processo Lean no MIT, Massachusetts Institute of

Technology, que desenvolveu a ferramenta de avaliação do nível Lean,

denominada LESAT (Lean Enterprise Self-Assessment Tool), que é

amplamente utilizada em outras indústrias, principalmente na aeronáutica

Norte-americana.

LESAT for Software

O LESAT for Software direciona para a Universidade de Oulu (Finlândia),

local onde a ferramenta LESAT foi adaptada para a área de

desenvolvimento de software, com o objetivo de avaliar o nível de Lean,

em empresas de Tecnologia da Informação.

LESAT for Software em português (LSP)

O LESAT for Software em português é a adaptação do LESAT for

Software para o português Brasil e sua aplicação manual pelo LIAG-

Unicamp.

Cadastro Empresa

O Cadastro Empresa é o local para a realização do cadastro da empresa

participante, fornecendo de imediato o login e senha de acesso, sem a

necessidade da intervenção do responsável por parte do LIAG.

Instruções (conforme Figura 25) foi uma página criada para suprir a necessidade de

explicação de como funciona a ferramenta, seu preenchimento, cadastro de participantes,

dashboard de acompanhamento das autoavaliações, relatórios de diagnósticos e nivelamento

Lean, gráficos comparativos e de ações necessárias.

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Figura 22 - Cadastro Empresa.

Figura 23 - Recuperação de Senha.

A tela Dashboard (Figura 24) apresenta a quantidade de participantes que estão

realizando a pesquisa de forma anônima, indicados somente pelo login sequencial e dois

campos que apresentam em porcentual a evolução nos quesitos (Progresso de Diagnóstico e

Progresso de Nivelamento). Com base nessas informações, o representante da empresa pode

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saber quantos profissionais terminaram de responder os questionários e quantos faltam

terminar. Na versão manual, a aplicação do teste deveria começar e terminar no mesmo dia.

Esta funcionalidade foi incluída na nova versão do LESAT Web, pois o LESAT Web v.1 não

possuía uma funcionalidade para saber quantos tinham começado a responder a autoavaliação

e quantos tinham respondido a pesquisa.

Cadastrar Participantes (Figura 26) é a funcionalidade na qual o representante da

empresa realiza os cadastro das pessoas que irão participar da autoavaliação. Para que os

participantes não sejam identificados, o que aumenta a possibilidade de eles serem totalmente

sinceros em suas respostas, esta funcionalidade cria automaticamente um login aleatório e uma

senha padrão para os participantes da autoavaliação. O representante apenas indica a quantidade

de participantes e define uma senha padrão, e repassa para os participantes, que irão alterar a

senha quando acessarem a ferramenta de autoavaliação.

Figura 24 - Progresso das Avaliações.

Figura 25 - Acesso como Representante.

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Figura 26 - Cadastrar Participantes.

A ferramenta contém a funcionalidade Relatórios, que são disponibilizados em tela,

para uma análise pontual, com a possibilidade de exportação para planilhas eletrônicas para

análises e conclusões mais específicas de todos os participantes. A funcionalidade relatório

disponibiliza:

Pesquisa de Avaliações (Figura 27): neste relatório, é possível analisar cada reposta

realizada por participante individualmente;

Comparativo de períodos: com base nas três seções apresentadas na seção 2.5, que

contem quinze tópicos (Figura 28), este relatório tem como propósito disponibilizar

uma comparação entre períodos; essa funcionalidade (Figura 29) possibilita às

empresas acompanharem o seu desenvolvimento na filosofia Lean, ao longo do

tempo, visualizando o seu amadurecimento;

Resumo de Diagnóstico (Figura 30): este relatório apresenta o resumo das três

práticas Lean, em referência às questões de diagnóstico que colaboraram com a

avaliação em Lean no questionário de nivelamento;

Resumo de Nivelamento (Práticas Lean): este relatório apresenta dois gráficos que

são: Gráfico Geral (Figura 31), que apresenta as médias das seguintes variáveis

(Nível Atual, Nível Desejado, Gap, Variância Atual, Variância Desejado, Não se

Aplica) e o Gráfico Nivelamento (Figura 32), que apresenta a média entre os cinco

níveis ( 1 ao 5 ) de classificação nas práticas Lean;

Análise Final (Figura 34): este relatório apresenta um gráfico com as ações

necessárias, às quais podem ser exportadas para uma compreensão individualizada

por questão, conforme fórmulas disponibilizadas pelo MIT (2012). O gráfico

“Critérios de Decisão para Análise de Alinhamento” realiza os cálculos entre a

Variância e o Gap de cada questão, conforme Quadro 6.

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Figura 27 - Consulta Individual.

Figura 28 - Tópico da Pesquisa Lean.

Quadro 6 - Critério de Análise de Alinhamento.

Variância Gap Ações

>=1.0 <=1.3 Melhore as expectativas da equipe, eduque nas práticas Lean.

< 1.0 <=1.3 A equipe está em sintonia com as práticas Lean.

>=1.0 > 1.3 As práticas Lean estão boas, mas podem melhorar.

< 1.0 > 1.3 A equipe não conhece as práticas Lean. Fonte: MIT (2012) Traduzida e Adaptado pelo autor.

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Figura 29 - Comparativo de Período.

Figura 30 - Relatório Diagnóstico.

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Figura 31 - Relatório Nivelamento - Parte 1.

Figura 32 - Relatório Nivelamento - Parte 2.

No relatório “Análise Final” (Figura 34), o representante tem a opção de exportar

os dados para análise individual, ação realizada diretamente em um botão disponibilizado em

tela. A exportação irá gerar uma planilha eletrônica (Figura 33) com os seguintes campos:

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“Código” e a “Prática Lean” que está sendo analisada;

“Dados Nível Atual”, “Variância” e “Gap” são a média dos dados coletados

entre os participantes da pesquisa;

“Análise Nível Atual”, “Análise Variância” e “Análise Gap Atual”, são cálculos

conforme disponibilizado pelo MIT (2012);

“Possíveis Ações” é a análise entre a “Variância” e o “Gap” informados. As

ações foram traduzidas conforme disponibilizado pelo MIT (2012).

Figura 33 - Exportação - Análise Final.

Figura 34 - Análise Final.

O campo Análise Nível Atual da Figura 33 contém três possíveis informações

(MIT, 2012 apud Cantanhede, 2014):

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“Área Mais Forte”: informando quando a média do nível atual das práticas

Lean for maior ou igual a 2,5;

“Área Mais Fraca”: informando quando a média do nível atual das práticas

Lean for menor ou igual a 1;

“Vazio”: informando quando a média do nível atual das práticas Lean for

maior do que 1,5 e menor do que 2,5, nesta situação pode ser considerado

que as práticas Lean são boas.

O campo “Análise Variância Atual” da Figura 33, contém duas possíveis

informações:

“Menor Discordância”: informada quando a média da variância for menor

ou igual 0,5;

“Maior discordância”: informada quando a média da variância for maior ou

igual 1.

O campo “Análise Gap Atual” da Figura 33, contém duas possíveis informações:

“Oportunidade de aumentar as expectativas”: informada quando a média do

Gap atual for menor ou igual 1,25;

“Oportunidade de fechar a lacuna”: informada quando a média do Gap atual

for maior ou igual 1,5.

O campo “Possíveis Ações” da Figura 33, contém quatro possíveis informações,

definidas pelo MIT (2012) e traduzidas pelo autor:

Melhore as expectativas da equipe, eduque nas práticas Lean;

A equipe está em sintonia com as práticas Lean;

As práticas Lean estão boas, mas pode melhorar;

A equipe não conhece as práticas Lean.

Exportar Dados é uma funcionalidade que está disponível nos relatórios que contam

com a opção de exportar todos os dados coletados de forma individual e anônima. Esses dados

são de uso exclusivo da empresa participante, os quais podem ser analisados de forma livre pela

empresa. A Figura 35 apresenta um exemplo de um trecho inicial de dados exportados para uma

planilha eletrônica.

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60

Gerenciar Conta (Figura 36) é uma funcionalidade destinada ao representante da

empresa. Nessa funcionalidade o representante pode realizar alterações do cadastro da empresa

e alterar sua senha de acesso. Os quatros campos: Razão Social, CNPJ, Login e e-mail

responsável não permitem alteração pois são campos de identificação e controle de acesso.

Figura 35 - Exportação dos Dados Coletados.

Figura 36 - Gerenciar Conta.

4.2.4 Acesso como Participante

A principal funcionalidade para um usuário com acesso de participante é realizar a

autoavaliação dos princípios Lean. Este procedimento é realizado pelo participante cadastrado

na ferramenta pelo representante da empresa na funcionalidade “cadastrar participantes”. O

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acesso à ferramenta de autoavaliação é o mesmo do representante da empresa, porém, o

participante, ao realizar o acesso pela primeira vez, é direcionado a uma tela na qual deverá

completar seus dados( Figura 37) que contém os seguintes campos:

Nova senha e Confirmar nova senha;

Tempo de Empresa;

Cargo na Empresa e

Formação Acadêmica.

O participante, ao realizar o cadastro, é direcionado à página de instruções (Figura

38), que é a tela inicial de acesso. Com o cadastro realizado, o participante é direcionado

automaticamente para a página inicial da ferramenta LESAT Web v.2, com todas as instruções

necessárias para o preenchimento da autoavaliação em Lean. A página inicial do participante

contém as seguintes funcionalidades: Instruções, Avaliação e Sair.

Figura 37 - Cadastro Participante.

No menu instruções (Figura 38), o participante obtém informações em tela, de qual

é a ordem do funcionamento da ferramenta de autoavaliação nas práticas Lean. A

funcionalidade Instruções é composta por:

Instruções: explica os conceitos de Lean Manufacturing relacionados ao

desenvolvimento de software, orientando como identificar problemas e como resolvê-

los, para que através da aplicação dos princípios Lean seja possível eliminar

desperdícios e alcançar melhores resultados. São apresentados os sete princípios e

desperdícios no desenvolvimento de software, contendo os tópicos e uma breve

explicação;

Questões de Diagnóstico: na página de instruções, logo abaixo das instruções iniciais

sobre Lean, é apresentada a orientação sobre o questionário de diagnóstico. Na

ferramenta LESAT Web v.2, optou-se por utilizar a escala de Likert. Conforme Gil

(2008), a escala de Likert é simples e de caráter ordinal, não medindo, o quanto uma

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atitude é mais ou menos favorável, de acordo com o nível de concordância. A escala

elaborada por Likert (1932) é composta pelas seguintes opções:

1 - Discordo Totalmente;

2 - Discordo Parcialmente;

3 – Indiferente;

4 - Concordo Parcialmente;

5 - Concordo Totalmente.

Questões de Nivelamento: o questionário de nivelamento é a autoavaliação das práticas

Lean, que é o foco principal da ferramenta. A orientação do questionário de nivelamento

se dá em três partes:

Parte 1 - Práticas Lean: destinada a identificação da prática Lean que está sendo

avaliada. As práticas Lean estão divididas em 03 grupos e contém 54 questões,

identificadas no Capítulo 2.6:

I. Transformação/Liderança Lean (Figura 39);

II. Processos Ciclo de Vida (Figura 40);

III. Habilitando a Infraestrutura (Figura 41);

Parte 2 - Nível de Avaliação: o participante deverá selecionar em todas as

questões, um nível atual e um nível desejado a cada prática Lean. Os níveis vão

de 0 a 5, definidos da seguinte forma:

Nível 0: prática Lean não seja identificada na empresa (Não se aplica);

Nível 1: possui algum conhecimento de práticas Lean;

Nível 2: tem conhecimento geral das práticas Lean, e utiliza com

variações;

Nível 3: utiliza de forma sustentável e sistemática;

Nível 4: é utilizado com melhorias contínuas e de forma sustentável;

Nível 5: utilizado na empresa como um todo, incluindo parceiros, sendo

a empresa reconhecida pelas boas práticas e pela inovação;

Parte 3 – Indicadores: são exemplos que podem ajudar a identificar o nível atual

e desejado. Neste bloco, dois campos são disponibilizados para o participante

registrar evidências e/ou oportunidades nas práticas Lean:

Campo “Evidências”: serve para descrever as evidências existentes que

suportem o nível atual;

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Campo “Oportunidades”: serve para descrever alguma nova

oportunidade que apareça durante o momento de autoavaliação.

O participante, após a leitura de todas as instruções, deve selecionar o botão “Iniciar

Avaliação”, que direciona ao início da pesquisa, começando pelo questionário de diagnóstico

e, em seguida, o questionário de nivelamento das práticas Lean. Toda a pesquisa é composta

por um total de 126 questões, sendo 72 de questões de diagnóstico e 54 de questões de

nivelamento nas práticas Lean.

Durante o processo de avaliação conduzido na ferramenta LESAT Web v.2, há a

possibilidade de acompanhar qual das questões foram respondidas e quais não foram. Este

método de acompanhamento é realizado através de indicadores de cores, conforme Figura 42,

utilizando como padrão:

Branco (A Realizar): para todas as questões, quando se inicia o processo de

autoavaliação e/ou ainda não tenha sido respondida;

Verde (Realizado): quando o participante analisa a questão de diagnóstico e

seleciona uma opção ou quando analisa a questão de nivelamento e seleciona o

nível atual e um desejado da empresa;

Cinza (Não se Aplica): quando o participante, após analisar uma questão de

diagnóstico ou nivelamento, identifica que esta não é compatível com a

empresa, selecionando a opção “Não se aplica”.

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Figura 38 - Instruções Participante.

Figura 39 - Questões Bloco I.

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Figura 40 - Questões Bloco II.

Figura 41 - Questões Bloco III.

Figura 42 - Indicador de Acompanhamento.

4.3 Teste Piloto

A estratégia da utilização do teste piloto se fez necessária para aprimorar as

funcionalidades da primeira versão da ferramenta LESAT Web v.2, construída ao longo deste

projeto. YIN (2014) explica essa ação estratégica como: “O estudo de caso piloto auxilia-o na

hora de aprimorar os planos para a coleta de dados tanto em relação ao conteúdo dos dados

quanto aos procedimentos que devem ser seguidos”.

Conforme apresentado no início deste capítulo, a ferramenta LESAT Web v.2 é

focada na área da TI. Neste contexto, o teste piloto aplicado neste projeto foi realizado com

alunos do curso de nível superior em análise e desenvolvimento de sistemas da Faculdade de

Tecnologia Arthur de Azevedo, do 6º período, sendo o foco apenas avaliar as funcionalidades

da ferramenta, tanto como acesso de representante da empresa como participantes da pesquisa,

tendo um total de vinte alunos seguindo o seguinte procedimento:

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a. Contato com os alunos da área de TI

Em aula, o pesquisador deste projeto, que também o professor da disciplina,

ministrou os fundamentos do Lean. Sendo o Lean uma filosofia que está presente na tecnologia

da informação, foi apresentada a origem do Lean, sua evolução e transformação para a área da

TI.

b. Participação no teste piloto

Foi solicitada a participação de vinte alunos, sendo divididos em dois grupos de dez

(Grupo A e Grupo B) com a seguinte atribuição: um aluno de cada grupo foi designado como

representante de uma empresa fictícia (Empresa A e Empresa B), com foco principal no

processo de administração, criação, coleta dos dados da autoavaliação, acompanhamento das

avaliações e geração de relatórios. Os alunos denominados representante da empresa, criaram

nove contas de acesso a ferramenta, com usuário e senha para cada empresa fictícia (Empresa

A_1 ao Empresa A_9 e Empresa B_1 ao Empresa B_9) e as distribuíram para os alunos do

grupo correspondente. Os alunos denominados participantes, realizaram acesso a ferramenta,

completando o cadastro, realizando a leitura das instruções e respondendo as questões com base

no conhecimento da aula ministrada e na experiência tácita e explicita de cada um. O foco deste

teste piloto foi encontrar erros, problemas e apresentar melhorias a serem feitas antes de um

futuro teste com empresas.

c. Melhorias na ferramenta

A participação do pesquisador foi como ouvinte, registrando as dúvidas dos

participantes. Ele interagiu somente com os alunos que atuaram como representantes, anotando

as dúvidas e as sugestões correlatas a ferramenta. Foram sugestões e soluções identificadas:

Senha esquecida: não havia a opção de recuperação da senha e caso de esquecimento

ou perda.

Solução sugerida: desenvolver um método para recuperar a senha através de

e-mail de confirmação;

Ajuste: questões grandes demais em tela e erros de digitação;

Solução sugerida: os erros de digitação devem ser corrigidos e as questões

ajustadas em tela;

Segurança: foi detectado uma falha permitindo o acesso por robô;

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Solução sugerida: adicionar a funcionalidade reCaptcha para evitar acesso

robotizado. Segundo Lung (2012), o reCaptcha tem como principal

funcionalidade impedir que serviços automatizados executados por robôs

acessem os sistemas;

Disponibilidade: Acesso somente para desktop e notebook.

Solução sugerida: desenvolver o sistema responsivo para se adaptarem a

plataformas mobile e a diferentes tipos de tela.

As melhorias sugeridas no teste em laboratório com os alunos foram analisadas e

levaram a melhorias na ferramenta LESAT Web v.2 antes de seu uso como parte do processo

LIM. Foram incluídos os métodos para recuperar senha e a funcionalidade para evitar o acesso

por robôs, além de terem sido corrigidos erros de digitação e adequadas as perguntas ao

tamanho da tela. A sugestão de criar um sistema responsivo é um importante trabalho futuro.

4.4 Discussão e melhorias

Neste capítulo foram discutidas as melhorias identificadas e as necessidades

informadas para trabalhos futuros por Cantanhede (2014), Montanher e Sebuske (2016) e

Gonçalves (2018), conforme apresentado na Seção 2.8 e com base em um teste piloto conduzido

com a ferramenta LESAT Web.

Cantanhede (2014) indicou como trabalho futuro uma ferramenta (software) para

apoiar a condução de seu método. A ferramenta LESAT Web v.1 foi construída, porém

Montanher e Sebuske (2016) e Gonçalves (2018) não adequaram o método de Cantanhede para

o uso da ferramenta e não realizaram testes em situações práticas com empresas.

O LIM, aqui proposto, procurou adaptar o processo manual de Cantanhede (2014)

para o uso de uma ferramenta on-line. A ferramenta LESAT Web v.2, desenvolvida como parte

deste projeto, procurou melhorar a ferramenta LESAT Web v.1 e adequá-la às necessidades do

LIM.

Há problemas identificados no LSP que não foram tratados na ferramenta LESAT

Web v.1, mas foram resolvidos neste projeto:

a. Todo o procedimento de apresentação, contato inicial, aplicação da

avaliação, coleta e entrega dos dados era realizado presencialmente; com o

LIM e a LESAT Web v.2, todos esses processos podem ser realizados a

distância através da Web;

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b. O participante não tinha como saber qual questão não foi respondida, sendo

necessário verificar todas as questões novamente. Na ferramenta LESAT

Web v.2, este problema foi corrigido utilizando os indicadores de

acompanhamento (Figura 42);

c. As questões que os participantes não tinham condições de responder ou não

faziam parte do processo da empresa tinham que ser preenchidas ou deixadas

em branco. Na ferramenta LESAT Web v.2, foi incluída a opção “não se

aplica”, que quando selecionada em uma questão, utiliza o indicador de

acompanhamento na cor cinza. Esta classificação foi proposta por Ali

Maasouman e Demirli (2015) utilizando o campo “N/A”;

d. O LSP e a ferramenta LESAT Web v.1, dispunham de um campo denominado

“questões de diagnósticos”. Este campo servia como subsídio para o próprio

usuário que estava preenchendo o questionário para as questões sobre as

práticas Lean, porém não era utilizado para nenhuma análise. Na ferramenta

LESAT Web v.2, esses campos foram tabulados e gerados relatórios

conforme Figura 30;

e. A ferramenta LESAT Web v.1 exigia a intervenção de um membro do LIAG

(laboratório que é responsável pela ferramenta na Unicamp) para o cadastro

da empresa e a recuperação de senha. Este problema foi solucionado tornando

o processo totalmente on-line para o cadastro, conforme Figura 22 e para a

recuperação de senha, conforme ilustrado na Figura 23 ,presentes na subseção

4.2.3.

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5 PROCEDIMENTO DE ANÁLISE QUALITATIVA DO LIM

Neste capítulo será apresentado o processo proposto para a avaliação do LIM em

empresas. A seção 5.1 apresenta a aprovação do comitê de ética em pesquisa e a 5.2 o

procedimento de aplicação da avaliação.

5.1 CEP - Comitê de Ética em Pesquisa

Conforme Villen (2018), o Comitê de Ética em Pesquisa da Unicamp indica a

necessidade de haver uma aprovação antes da realização de pesquisa que envolva seres

humanos. Esta participação pode ser individual ou coletiva, em parte ou na sua totalidade, que

inclua dados, informações ou material biológico. Esta pesquisa deve ser submetida ao Comitê

de Ética, independente da área do conhecimento, sendo que a pesquisa só poderá ser realizada

após a sua aprovação. A função do Comitê de Ética é resguardar o participante, o pesquisador

e a instituição.

Todo projeto deve ser submetido a Plataforma Brasil, que é o sistema de Comissão

Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), o qual todos os comitês de ética do país estão

vinculados, no qual o projeto segue uma estrutura de análise que pode ter como parecer:

aprovado, retirado, pendência ou não aprovado (CEP, 2018).

Este projeto foi submetido a Plataforma Brasil, com o registro

79827717.1.0000.5404. Como este projeto não identifica o participante da pesquisa, sendo

criado um usuário sequencial que garante o anonimato do participante, o projeto foi aprovado

(Figura 43). O Apêndice B apresenta a documentação apresentada ao Comitê de Ética

Figura 43 - Aprovação Plataforma Brasil.

Fonte: http://plataformabrasil.saude.gov.br/.

5.2 Procedimento de aplicação

Foi conduzida uma análise qualitativa do LIM com o objetivo de se observar se o

método on-line da autoavaliação é aplicável e se todo o processo é simples e eficiente. Não faz

parte do objetivo verificar se as empresas participantes são Lean e em que nível elas se

encontram. Malhotra (2001, p. 155) define pesquisa qualitativa como uma técnica de

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“…pesquisa não-estruturada, exploratória, baseada em pequenas amostras, que proporciona

insights e compreensão do contexto do problema”. Portanto este projeto conduziu uma análise

qualitativa do método LIM, com base nas respostas obtidas pelos formulários "Questionário

Representante (Apêndice D) e Questionário Participantes (Apêndice E)".

Para avaliar a efetividade da ferramenta LIM, foi definido um teste a ser feito com

empresas. O teste foi realizado com base em três passos Figura 44. Os três passos foram:

Passo 1: Contato com a empresa

Realizar contato telefônico para explicar a necessidade do projeto de pesquisa e

solicitar a participação das empresas. Para as que aceitarem, enviar por e-mail arquivo de vídeo

LESAT (2018), criado para convidar as empresas e explicando a funcionalidade da ferramenta

e um “ folder convite” (apresentado no Apêndice C);

Passo 2: Acompanhamento

Realizar o acompanhamento das empresas participantes e dos participantes na

pesquisa de forma eletrônica, através de exportação de relatórios em planilhas eletrônicas;

Passo 3: Feedback

Para analisar se o processo de realização da pesquisa foi satisfatório, pela visão do

participante como pela visão do representante da empresa, foram construídos dois formulários

on-line, contendo dez questões cada, que devem ser enviados às empresas participantes:

“Questionário Participantes” (Apêndice E): com o objetivo de coletar uma visão geral

da primeira experiência com a ferramenta LESAT Web v.2 e coletar problemas e

melhorias para o futuro referente a ferramenta de autoavaliação on-line, por parte dos

participantes. As questões e seus objetivos estão apresentados no Quadro 7.

“Questionário Representante” (Apêndice D): com o objetivo de coletar a visão do

representante da empresa sobre o método utilizado no processo da ferramenta (Cadastro,

Acompanhamento, Relatórios ), buscando identificar se o método LIM ajudou a

empresa a entender a filosofia Lean e se, de alguma maneira, ajudou a empresa em

algum aspecto. As questões e seus objetivos estão apresentados no Quadro 8;

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Quadro 7 - Questões no Formulário Participante + Objetivos.

Questões Objetivos

1 - Os objetivos da avaliação foram atendidos?

Identificar se a ferramenta atendeu as expectativas e se os participantes entenderam que era uma avaliação para melhorar a ferramenta e o método

2 - A autoavaliação identificou o nível atual da empresa em relação as capacidades e as áreas que requer melhorias?

As questões serviram como um bom diagnóstico? Ajudaram a identificar potenciais melhorias na empresa?

3 - O formato digital, o tempo, os recursos usados, foram eficientes?"

A LESAT Web v.2 foi de fácil utilização e o LIM está adequado?

4 - Os participantes foram capazes de dar respostas que representam a visão total da empresa?

Os participantes conhecem a empresas e conseguem relacionar o Lean com a visão da empresa

5 - A autoavaliação produziu resultado que realmente representa o estado da empresa?

O LIM foi capaz de identificar o estado da empresa em referência ao Lean

6 - A empresa usará o resultado para desenvolver os planos de melhorias?"

Os resultados obtidos com o LIM são úteis

7 - Existe algum outro fator que impediu a eficácia e eficiência do processo de autoavaliação?"

Houve alguma oportunidade de melhoria identificada para o LIM

8 - Existe algo específico da área de desenvolvimento de software ou da T.I em geral que está faltante?

Descobrir possibilidades de melhoria a ser agregadas ao LIM em trabalhos futuros

9 - Existe melhorias que podem ser acrescidas em novas versões da ferramenta?

10 - Referente a questão ( 09 ), caso sua escolha tenha sido ( SIM), Por favor poderia nos dizer quais melhorias. Se tenha sido ( Não ), complete com não.

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Quadro 8 - Questões no Formulário Empresa + Objetivos.

Questões Objetivos

1 - Os esclarecimentos iniciais sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, vídeos explicativos foram de fácil compreensão?

Analisar a aceitação do método de apresentação utilizado (on-line)

2 - O cadastro da empresa na ferramenta, para a realização a autoavaliação foi de fácil compreensão e realização:

Identificar oportunidades de melhoria na funcionalidade de cadastro da empresa

3 - O cadastro dos participantes e a disponibilização da ferramenta para os participantes realizarem a Autoavaliação foi de fácil realização?

Identificar oportunidades de melhoria na funcionalidade de cadastro dos participantes

4 - Os resultados gerados em tela (Gráficos) e/ou planilhas foram compreendidos?

Identificar se os gráficos e planilhas apresentados foram adequados para a análise

5 - Os resultados apresentaram algo de importante para a empresa ?

Os resultados contribuíram para a empresa? O LIM é efetivo para o que se propõe?

6 - A ferramenta LESAT Web ajudou a empresa a compreender a metodologia Lean ?

As funcionalidades disponibilizadas na ferramenta LESAT Web 2.0 colaboraram para compreender melhor o Lean

7 - Existe o interesse em utilizar a ferramenta para análises futuras?

Há interesse em utilizar novamente a ferramenta? (indicativo de aceitação da ferramenta)

8 - Você recomendaria o uso da ferramenta para outras empresas

Indicativo de aceitação geral da ferramenta

9 - Algum feedback geral sobre a Ferramenta ?

Coletar informações para melhorias futuras a ser agregadas no LESAT Web 2.0 e no LIM

Figura 44 - Procedimento de Aplicação do LESAT Web v.2,

.

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6 RESULTADO

Neste capítulo, é apresentado o resultado da análise qualitativa do LIM. O objetivo

não foi realizar uma comparação entre as empresas participantes, mas fazer um primeiro

experimento de forma a analisar o processo de autoavaliação proposto. Após o processo LIM

ter sido aplicado, foram repassados questionários que foram respondidos pelas empresas e seus

participantes, observando a percepção da qualidade do método.

O processo de aplicação e a seleção das empresas é muito importante. No início, foi

realizado o convite somente a empresas da área da TI, porém, como o convite foi

disponibilizado em um workshop através de vídeo explicativo e com a distribuição de folder

(Apêndice C), outras empresas se interessaram em colaborar com a pesquisa.

Inicialmente, foram contactadas e convidadas por e-mail nove empresas da área de

desenvolvimento de software com foco em metodologias ágeis, porém, somente cinco empresas

retornaram o e-mail, concordando em participar do projeto. Durante a análise, duas empresas

informaram que, por motivos internos, não iriam continuar. O projeto de pesquisa contou com

a participação de três empresas, aqui denominadas Empresa A, Empresa B e Empresa C. A

aplicação dos testes de autoavaliação foi realizada entre 15 de setembro de 2018 a 15 de outubro

de 2018 e o tempo total entre o contato e finalização dos feedbacks foi de 15 de agosto de 2018

a 20 de novembro de 2018.

6.1 Empresas participantes

A análise contou com a participação de três empresas. Seguindo a orientação do

Comitê de Ética, essas empresas serão identificadas no projeto como Empresa A, Empresa B e

Empresa C. No é apresentado o perfil das empresas participantes da pesquisa e a quantidade de

participantes. Conforme indicado na Seção 2.6, o LSP, que embasa o LIM, recomenda cinco

participantes para diminuir a possibilidade de erros. Embora essa recomendação tenha sido

repassada às empresas, uma das empresas participou com apenas três funcionários. Como essa

não é uma exigência do LSP, mas sim uma sugestão, esta análise consideraram as três empresas.

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Quadro 9 - Perfil da Empresa.

Empresa Área de Atuação Cidade Qtd. Func. Empresa

Qtd. Func. TI

Qtd. Partic. Pesquisa

A Têxtil São

Paulo 550 11 8

B Desenvolvimento de

Software Mogi Guaçu

18 17 3

C Tecnologia para

E-commerce Mogi Guaçu

19 14 7

6.1.1 Empresa A

O convite para a Empresa A se deu através de um workshop realizado em uma

empresa de consultoria, no qual foi apresentado um vídeo sobre o LIM e entregues os folders

descritos no Capítulo 5, convidando as empresas presentes a participarem do projeto de

pesquisa. A Empresa A foi fundada em 1948, conta com 550 funcionário, sendo 11 da área de

TI, dos quais 8 participaram da autoavaliação, com a formação acadêmica e tempo de empresa

apresentados na Figura 45.

Figura 45 - Formação Acadêmica – Tempo de Empresa - Empresa A.

O pesquisador orientou por e-mail o representante da empresa sobre o fato de que

os participantes deveriam responder as questões referentes ao projeto de forma individual,

porém, poderiam entrar um consenso sobre as questões.

8 9 9

19

30

36

19

Formação Acadêmica x Tempo de Empresa

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O tempo total desde o contato inicial até a finalização através do formulário de

avaliação da ferramenta foi de aproximadamente dois meses. O Quadro 10 apresenta o

cronograma dessas atividades.

Quadro 10 - Cronograma Empresa A.

Empresa A

Atividades Início Término

Recebimento do contato 03/set/2018 -

Cadastro na Ferramenta 15/set/2018 -

Término de Participação 15/set/2018 04/out/2018

Formulário de Avaliação Participantes 04/out/2018 10/out/2018

Formulário de Avaliação Representante 30/out/2018 13/nov/2018

6.1.2 Empresa B

A Empresa B participou do projeto após convite realizado pelo pesquisador. Com

o aceite da empresa, o pesquisador enviou o vídeo e o folder convite. Foi informado à empresa

todo o processo de registro e manipulação dos dados, e que todos os dados são registrados de

forma anônima com total segurança.

A Empresa B tem mais de 10 anos no mercado de desenvolvimento de software,

atuando no Brasil e na Europa. O quadro de funcionários é composto por 18 pessoas, dos quais

17 são exclusivos da área de TI e, destes, 03 participaram da pesquisa, todos com formação

acadêmica de nível superior e com 2 a 4 anos de empresa.

O processo de realização desde o contato inicial até a finalização, através do

formulário de avaliação da ferramenta, foi de aproximadamente três meses. O Quadro 11

apresenta o cronograma dessas atividades.

Quadro 11 - Cronograma Empresa B.

Empresa B

Atividades Início Término

Envio do e-mail Convite 31/ago/2018 -

Cadastro na Ferramenta 15/set/2018 -

Término de Participação 15/set/2018 04/out/2018

Formulário de Avaliação Participantes 04/out/2018 10/out/2018

Formulário de Avaliação Representante 30/out/2018 19/nov/2018

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6.1.3 Empresa C

A colaboração da Empresa C teve início através de convite a empresa em participar

do projeto de pesquisa pelo pesquisador. A Empresa C agendou uma reunião com o pesquisador

e três colaboradores desta. Para elucidar todo o projeto, foi apresentado o vídeo explicativo,

sobre o conceito da filosofia Lean, a forma de tratamentos e armazenamento dos dados

coletados. Foi explicado que todos os dados são registrados de forma anônima com total

segurança.

A Empresa C está no mercado de software há mais de 10 anos. São 19 pessoas,

sendo 14 profissionais altamente experientes em tecnologia e Internet, dos quais 7 participaram

da pesquisa, com tempo de empresa entre 1 a 12 anos e com a formação acadêmica visualizada

na Figura 46.

Figura 46 - Formação Acadêmica – Tempo de Empresa - Empresa C.

O procedimento realizado desde o contato inicial até a finalização através do

formulário de avaliação da ferramenta foi de aproximadamente 03 meses, o Quadro 12

apresenta o cronograma dessas atividades.

0

1

2

3

4

5

6

7

8

9

06-Superior -Completo

06-Superior -Completo

06-Superior -Completo

05-Superior -Incompleto

06-Superior -Completo

05-Superior -Incompleto

06-Superior -Completo

Formação Acadêmica x Tempo de Empresa(Anos)

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Quadro 12 - Cronograma Empresa C.

Empresa C

Atividades Início Término

Envio do e-mail Convite 31/ago/2018 -

Reunião com a Empresa 05/set/2018

Cadastro na Ferramenta 15/set//2018 -

Término de Participação 15/set/2018 10/out/2018

Formulário de Avaliação Participantes 10/out/2018 29/out/2018

Formulário de Avaliação Representante 30/out/2018 19/nov/2018

6.1.4 Análise da coleta de dados

Após a realização da autoavaliação realizada pelas empresas, foram enviados dois

questionários, um direcionado aos participantes e, outro, ao representante da empresa. A seguir

serão apresentadas a tabulação das respostas dos participantes e das respostas dos representantes

das empresas.

6.1.4.1 Questionário Empresa

O Quadro 13 apresenta as questões de 1 a 7, com a média dos resultados. As

respostas das questões 8 e 9, qualitativas, serão apresentadas no final da seção. A tabela com

todas as respostas é apresentada no Apêndice F.

Como se pode observar no Quadro 13, as questões 1, 2, 3, 4 e 5 obtiveram resultados

com a média 4 ou superior perante a visão dos representantes das três empresas: ou seja, eles

consideraram os esclarecimentos iniciais e o processo de cadastro da empresa adequados,

conseguiram compreender os resultados gerados e consideraram que eles são importantes para

a empresa.

Com base nas respostas da Questão 3, observa-se que uma das três empresas

considerou que o processo de cadastro dos participantes com nota 3 e as outras duas aprovaram

(nota 5). Não foi possível diagnosticar a motivação deste resultado pelo formulário de respostas

apresentado, sendo um ponto que merece um estudo futuro.

As respostas à Questão 6, mostram que a metodologia LIM e a ferramenta LESAT

Web v.2 tiveram uma aceitação mediana (3) para uma empresa, enquanto para as duas outras

empresas o resultado foi (média 4), indicando que para essas empresas o LIM ajudou no

processo de compreensão da filosofia Lean.

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Quadro 13 - Tabulação do Questionário Empresa.

Questões Empresas Participantes Resultados

A B C Média 1 - Os esclarecimentos iniciais sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, vídeos explicativos foram de fácil compreensão?

5 5 5 5,00

2 - O cadastro da empresa na ferramenta, para a realização a autoavaliação foi de fácil compreensão e realização:

5 5 4 4,67

3 - A cadastro dos participantes e a disponibilização da ferramenta para os participantes realizarem a Autoavaliação foi de fácil realização?

5 3 5 4,33

4 - Os resultados gerados em tela (Gráficos) e/ou planilhas foram compreendidos?

4 4 4 4,00

5 - Os resultados apresentaram algo de importante para a empresa ?

4 4 4 4,00

6 - A ferramenta LESAT Web ajudou a empresa a compreender a metodologia Lean ?

4 4 3 3,67

7 - Existe o interesse em utilizar a ferramenta para análises futuras?

1 3 3 2,33

Média Geral 4 4 4 4,00

A Questão 7, relativa ao interesse em seguir usando a ferramenta no futuro, recebeu

a pontuação mais baixa. Uma empresa avaliou o processo como nota 1 (um), o que pode ser

visto como uma indicação de que ela não utilizaria a ferramenta no futuro: como não foi

justificado o motivo, este ponto precisa ser mais bem estudado em trabalhos futuros. As duas

outras empresas apresentam respostas medianas (3) de retorno de utilização da ferramenta , o

que comprova que há ainda a necessidade de maiores pesquisas e avaliações para melhorar o

LIM de forma a torná-lo mais interessante e motivador.

A Questão 8 que procurou saber se a empresa indicaria a ferramenta para outras

empresas, tendo o indicativo de aceitação geral da ferramenta, todas as respostas foram “Sim”,

o que é um resultado bastante positivo.

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A questão “9 - Algum feedback geral sobre a Ferramenta ?” não foi tabulada por

ser uma resposta dissertativa sobre a ferramenta. Em resumo, as empresas participantes

informaram que a ferramenta é intuitiva, podendo melhorar, em trabalhos futuros, para que não

fique obsoleto, é de fácil utilização e tendo como principal qualidade a facilidade de ter as

métricas apresentadas instantaneamente no relatórios. É bem interessante a aprovação dos

relatórios instantâneos, porque é um diferencial que a LIM agregou ao LSP.

De modo geral pode se concluir que os resultados apresentados pelas empresas

foram bons, visto que a médias das questões que puderam ser calculados foram 4 de um total

máximo de 5. Porém, algumas respostas mostram que há oportunidade para melhoras em alguns

aspectos, como na funcionalidade de cadastro dos participantes e na introdução das empresas à

filosofia Lean.

6.1.4.2 Questionário Participantes

As questões 1, 7, 8, 9 e 10 são questões de respostas descritivas e serão discutidas

em seguida. O Quadro 14 apresenta as questões de 2 a 6, que possuem valores, que foram

tabulados. Todas as questões e suas respostas (15) estão apresentadas no Apêndice G.

Quadro 14 - Tabulação do Questionário Participantes.

Questões Empresas Participantes Média

A B C Geral

2 - A autoavaliação identificou o nível atual da empresa em relação as capacidades e as áreas que requer melhorias?

2,86 4,33 3,00 3,47

3 - O formato digital, o tempo, os recursos usados, foram eficientes?"

2,86 4,33 4,00 3,60

4 - Os participantes foram capazes de dar respostas que representam a visão total da empresa?

2,86 4,33 3,00 3,47

5 - A autoavaliação produziu resultado que realmente representa o estado da empresa?

3,43 3,83 3,00 3,53

6 - A empresa usará o resultado para desenvolver os planos de melhorias?"

3,14 4,67 2,00 3,60

Média Geral 3,03 4,29 3,00 3,53

Analisando os resultados obtidos nas cinco questões (2, 3, 4,5 e 6), todas tiveram

resultados média superior a 3 de no máximo 5, sugerindo que o método LIM foram

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compreendidos e usados. Como a média foi 3,53, pode-se concluir que a tanto a ferramenta

como o método têm oportunidade de serem melhores trabalhos em estudo futuros.

A Questão 1 busca identificar se os objetivos da avaliação foram atendidos. Em

resumo, os participantes discorreram sobre a avaliação de forma positiva, informando que

algumas questões não são aplicáveis à realidade da empresa deles.

A Questão 7 procurou verificar se houve algo que prejudicou o processo de

autoavaliação. Pode-se concluir com base no que foi relatado, que as questões eram longas , o

desconhecimento das práticas Lean por parte das equipes e o fato de que algumas questões não

se aplicarem a empresa podem ter prejudicado o processo. Analisando as resposta que

responderam simplesmente “não”, observa-se que para 60% não houve nada que prejudicasse

o processo de avaliação .

A Questão 8 procurou identificar algo que estivesse faltante na pesquisa referente a

área de desenvolvimento de software. Um total de 10 respostas ou 66,7% informaram que não

havia nada faltante. Um participante informou que poderiam ser inseridos processos de

automação, sem identificar quais processos (uma possível resposta seria DevOps, que é algo

bastante discutido na área e indica uma possível melhoria futura, que seria a adequação do

processo para uma avaliação relacionada a métodos ágeis).

A Questão 9 buscou identificar sugestões de melhorias para novas versões. 26,7%

o que representa (4) participantes responderam que haveria sugestões (“Sim”), apresentadas na

questão 10 e 73%, correspondente a (11) responderam (“Não”).

A Questão 10, que deveria ter sido usada para os envolvidos sugerir melhorias,

conforme indicado na Questão 9, foi utilizada por muitos participantes para relatar problemas.

Houve uma (1) ou 6,7% das respostas criticando a quantidade de questões, duas (2) ou 13,3%

relataram o não funcionamento do método de acompanhamento das questões preenchidas e

outra resposta (1) ou 6,7% sugeriram melhorias da usabilidade para a ferramenta ser mais

intuitiva.

Em conclusão aos questionários respondidos (formulários on-line) pelas empresas

e seus participantes, pode-se identificar que houve uma boa aceitação do LIM, visto que o

percentual de aprovação foi superior a 50%. Pode-se concluir que o LIM contribui para a

redução de tempo despendido para sua aplicação, apresentação e coleta e retorno de resultados.

É importante atentar para uma queixa relativa ao grande número de questões e ao não

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conhecimento das práticas Lean pelos participantes, além do relato sobre o padrão de cores

(Figura 42) usado para o acompanhamento das questões respondidas. Não se conseguiu

concluir, com base nesses relatos, se a funcionalidade não funcionou corretamente ou se o

participante não entendeu o seu funcionamento, sendo este um item a ser mais bem discutido

em trabalhos futuros. Também foi um relato importante a indicação de que algumas questões

não são aplicáveis a realidade da empresa.

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7 CONCLUSÃO

A filosofia Lean, que possuí um conjunto de práticas e ferramentas, é muito citada

por ter o potencial de apoiar várias áreas, tendo um impacto alto na sua implementação,

decorrente da transformação cultural conforme Selvaraju, Ramakrishnan e Testani (2012).

Poppendieck et al. (2003, 2011) estudaram a aplicação do Lean para a área de desenvolvimento

de software e desenvolveram uma adaptação dos princípios e desperdícios Lean para essa área.

Os trabalhos anteriores a este projeto tiveram como origem Karvonen et al. (2012),

que se baseou e transformou a ferramenta LESAT Versão 1, do MIT, para a área de

desenvolvimento de software, sendo adaptado para o idioma português Brasil por Cantanhede

(2014), criando o LSP (LESAT for software em português). Ambos os trabalhos utilizaram

métodos manuais e presenciais. Posteriormente, Montanher e Sebuske (2016) e Gonçalves

(2018) adaptaram a proposta de Cantanhede (2014), construindo uma ferramenta

computacional para automatizar o processo de autoavaliação do LSP. Entretanto, a ferramenta

LESAT Web v.1, resultante desses projetos, não foi aplicada, nem testada ao longo dos projetos

que a desenvolveram.

A motivação principal deste trabalho foi criar um processo novo de autoavaliação

de Lean em empresas de TI, simples e eficiente, que pudesse ser conduzido de forma autônoma

e eficiente pelas empresas. O LIM propõe melhorias no LSP, integrando-o a ferramenta LESAT

Web. O objetivo foi auxiliar as empresas a se auto avaliarem na filosofia Lean, através de

questionários em formato eletrônico, com resultados tabulados automaticamente e disponíveis

on-line. Em análise das revisões bibliográficas, todos os trabalhos estudados relataram que todo

o procedimento utilizado para a realização da análise, avaliação e retorno de resultados

necessitam da presença do pesquisador. O método de autoavaliação LIM, proposto neste

trabalho, é original por não ter essa necessidade.

Foi necessário desenvolver melhorias na LESAT Web v.1, para que ela se adequasse

ao LIM, originando o LESAT Web v.2. Primeiramente, o LESAT Web v.2 foi aplicado em fase

denominada "Teste Piloto", para que se identificassem ajustes e melhorias na interface e

usabilidade da ferramenta. Com base nesse teste piloto, foi criada uma versão ajustada e

melhorada do LESAT Web v.2, que foi usada na avaliação qualitativa do método LIM.

O método LIM foi aplicado em times de tecnologia de informação de três empresas,

em uma análise qualitativa. As três empresas indicaram que o método utilizado se mostrou

eficaz na sua aplicação e retorno de resultados, com base no formato totalmente on-line e o

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tempo para responderem as questões, não sendo necessário a presença de um pesquisador,

sendo informado que a metodologia, funcionalidades e instruções ajudaram a entender a

filosofia Lean. Em especial, foi relatado que um ponto positivo do método LIM é a

disponibilização dos relatórios de forma instantânea, algo que a proposta anterior a este trabalho

(LSP) não possibilitava.

Para trabalhos futuros, foram reveladas algumas oportunidades relatadas a seguir:

desenvolver uma metodologia para analisar a qualidade do método, visto que as empresas

participantes da análise qualitativa indicaram que não usariam o LIM no futuro; melhorar a

ferramenta LESAT Web v.2 para ser utilizada com maior recurso de mobilidade, não ficando

restrita ao uso de computadores pessoais, contribuindo para a autoavaliação mesmo fora do

local de trabalho, utilizando uma interface responsiva com a capacidade de se adaptar a

diferentes tipos de tela; disponibilizar um método para avaliar o conhecimento em Lean antes

de fazer a autoavaliação, pois nem todos os funcionários conhecem a filosofia Lean; rever a

qualidade e quantidade de questões, tornando-as mais objetivas e diretas; melhorar a

funcionalidade de acompanhamento das questões já respondidas no LESAT Web v.2, dado que

foi indicado essa necessidade em um dos testes; desenvolver um método para aumentar o

interesse ou relembrar a empresa para seguir usando a ferramenta, pois a análise foi conduzida

apenas com base em um processo de preenchimento, não havendo tempo hábil ao longo do

projeto para acompanhar o uso do LIM em uma segunda autoavaliação em uma empresa .

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87

APÊNDICE A – Questões utilizada no processo de Avaliação LESAT for Software em português.

1 - TRANSFORMAÇÃO / LIDERANÇA LEAN

TTL LINK Prática Lean

I.A Planejamento Estratégico

da Empresa

I.A.1. Integração do Lean no processo de planejamento estratégico

I.A.2. Foco no valor do cliente

I.A.3. Trabalhando com a empresa estendida

I.B Adotar o Paradigma do

Lean

I.B.1. Aprendizagem e educação em Lean para a Liderança Empresarial

I.B.2. Compromisso no nível sênior de gerenciamento

I.B.3 Visão de uma empresa Lean

I.B.4. Senso de urgência

I.C Foco na Cadeia de Valor

I.C.1. Conhecendo a cadeia de valor atual

I.C.2. Fluxo Empresarial

I.C.3. Desenvolvendo cadeia de valor futura

I.C.4. Medir o desempenho

I.D Desenvolver a Estrutura e o

Comportamento Lean

I.D.1. Orientação Organizacional

I.D.2. Relacionamento baseado em confiança mútua

I.D.3. Comunicação aberta e no tempo correto

I.D.4. “Empowerment” do funcionário

I.D.5. Alinhamento dos incentivos

I.D.6. Encorajamento da Inovação

I.D.7. Os agentes de mudanças do Lean

I.E Criar e Refinar o Plano de

Transformação

I.E.1. Plano de transformação Lean em nível empresarial

I.E.2. Comprometer recursos para a melhoria do Lean

I.E.3. Prover educação e treinamento

I.F Implementar as Iniciativas

de Lean

I.F.1. Desenvolver um plano detalhado baseado no plano empresarial

I.F.2. Acompanhar detalhadamente a implementação

I.G Foco na Melhoria Contínua

I.G.1. Processo estruturado de melhoria contínua

I.G.2. Monitorando o progresso do Lean

I.G.3. Nutrir o processo

I.G.4. Capturando as lições aprendidas

I.G.5. Impactando o plano estratégico da empresa

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88

II - PROCESSOS CICLO DE VIDA

TTL LINK Prática Lean

II.A Aquisição e Gerenciamento

do Programa

II.A.1. Utilizando a capacidade do Lean para o crescimento do negócio

II.A.2. Otimização da capacidade e utilização dos ativos

II.A.3. Prover a capacidade para gerenciar risco, custo, cronograma e desempenho

II.A.4. Alocar recursos para os esforços de desenvolvimento do programa

II. B Definição de Requisitos

II.B.1. Estabelecer um processo de definição de requisitos para otimizar o valor do ciclo de vida

II.B.2. Utilizar dados da empresa estendida para otimizar a definição de requerimentos futuros

II.C Desenvolver o Produto e o

Processo

II.C.1. Incorporar o valor do cliente no desenvolvimento de produtos e processos

II.C.2. Incorporar os valores das partes interessadas (testes, manutenção, suporte etc.) nos produtos e processos

II.C.3. Integrar o desenvolvimento de produtos e processos

II.D Gerenciar a Rede de

Relacionamento

II.D.1. Definir e desenvolver a rede de fornecedor

II.D.2. Otimizar toda a rede de desempenho

II.D.3. Inovação e partilha de conhecimento em toda a rede de fornecedores

II.E Implementar o Software

II.E.1. Utilizar o conhecimento e capacidade em desenvolvimento de software Lean como uma vantagem competitiva

II.E.2. Estabelecer e manter os processos de desenvolvimento de software Lean

II.F Entregar um Produto

Completo

II.F.1. Alinhar vendas e marketing ao desenvolvimento de software

II.F.2. Liberar e entregar produto da maneira Lean

II.F.3. Aumentar o valor dos produtos e serviços entregues aos clientes e para a empresa

II.F.4. Prover serviço pós entrega, suporte e sustentabilidade

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89

III - HABILITANDO A INFRAESTRUTURA

TTL LINK Prática Lean

III.A Facilitadores da

Organização Lean

III.A.1. Sistema financeiro suporta a transformação Lean

III.A.2. “Stakeholders” da empresa “puxam” as informações financeiras requeridas

III.A.3. Proclamar a organização de aprendizagem

III.A.4. Habilitar o Lean na empresa com sistema de informação e ferramentas

III.A.5. Integração da proteção ambiental, saúde e segurança no negócio

III.B Facilitadores do Processo

Lean

III.B.1. Padronização de processo

III.B.2. Ferramentas e sistemas comuns

III.B.3. Redução da Variação Fonte: (CANTANHEDE, 2014), adaptado pelo autor.

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APÊNDICE B – Processo de aprovação da Plataforma Brasil : Comitê de Ética.

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APÊNDICE C – Folder Convite : Entregue a empresas em workshop.

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APÊNDICE D – Formulário enviado ao representante da empresa.

LESAT Web - Lean Enterprise Self Assessment Tool Web Primeiramente agradecemos sua participação e esperamos que a autoavaliação em Lean TI, possa de alguma maneira ajudar sua organizadora.

Precisamos agora o seu feedback (Como Representante) para continuarmos melhorando a ferramenta, quanto ao processo de aplicação e o conteúdo. Por favor, solicito que responda a esta pesquisa rápida e conte-nos sua opinião.

As respostas serão anônimas. Muito obrigado

*Obrigatório

1. - Os esclarecimentos iniciais sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, vídeos

explicativos foram de fácil compreensão? *

Marcar apenas uma oval.

1 2 3 4 5

Pouco satisfeito Muito satisfeito

2. - O cadastro da empresa na ferramenta, para a realização a autoavaliação foi de fácil compreensão e realização: *

Marcar apenas uma oval.

1 2 3 4 5

Muito Difícil Muito Fácil

3. - A cadastro dos participantes e a disponibilização da ferramenta para os participantes realizarem a Autoavaliação foi de fácil realização?

Marcar apenas uma oval.

1 2 3 4 5

Muito Difícil Muito Fácil

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4. - Os resultados gerados em tela (Gráficos) e/ou planilhas foram compreendidos? *

Marcar apenas uma oval.

1 2 3 4 5

Muito Difícil Muito Fácil

5. - Os resultados apresentaram algo de importante para a empresa ? *

Marcar apenas uma oval.

1 2 3 4 5

Discorda totalmente Concordo totalmente.

6. - A ferramenta LESAT Web ajudou a empresa a compreender a metodologia Lean ? *

Marcar apenas uma oval.

1 2 3 4 5

Pouco útil Muito útil

7. - Existe o interesse em utilizar a ferramenta para análises futuras? *

Marcar apenas uma oval.

1 2 3 4 5

8. - Você recomendaria o uso da ferramenta para outras empresas *

Marcar apenas uma oval.

Sim

Não

9. - Algum feedback geral sobre a Ferramenta ?

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APÊNDICE E – Formulário enviado aos participantes da empresa.

LESAT Web - Lean Enterprise Self Assessment Tool Web Primeiramente agradecemos sua participação e esperamos que a autoavaliação em Lean TI, possa de alguma maneira ajudar sua organizadora.

Precisamos agora o seu feedback para continuarmos melhorando a ferramenta, quanto ao processo de aplicação e o conteúdo.

Por favor, solicito que responda a esta pesquisa rápida e conte-nos sua opinião. As respostas serão anônimas. Se possível enviar a todos os participantes da autoavaliação.

Muito obrigado

*Obrigatório

Eficácia

1. - Os objetivos da avaliação foram atendidos? *

2. - A autoavaliação identificou o nível atual da empresa em relação as capacidades e as áreas que requer melhorias? *

Marcar apenas uma oval.

1 2 3 4 5

Pouco Muito

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Eficiência

3. - O formato digital, o tempo, os recursos usados, foram eficientes?" *

Marcar apenas uma oval.

1 2 3 4 5

Discordo Concordo

Participantes

4- Os participantes foram capazes de dar respostas que representam a visão total da empresa? *

Marcar apenas uma oval.

1 2 3 4 5

Discordo Concordo

Resultados

5- A autoavaliação produziu resultado que realmente representa o estado da empresa? *

Marcar apenas uma oval.

1 2 3 4 5

Discordo Concordo

6- A empresa usará o resultado para desenvolver os planos de melhorias?" *

Marcar apenas uma oval.

1 2 3 4 5

Discordo Concordo

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Obstáculos

7- Existe algum outro fator que impediu a eficácia e eficiência do processo de autoavaliação?" *

8- Existe algo específico da área de desenvolvimento de software ou da T.I em geral que está faltante? *

9- Existe melhorias que podem ser acrescidas em novas versões da ferramenta? *

Marcar apenas uma oval.

Sim

Não

10- Referente a questão ( 09 ), caso sua escolha tenha sido ( SIM), Por favor poderia nos dizer quais melhorias. Se tenha sido ( Não ), complete com não. *

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APÊNDICE F – Respostas coletada dos representantes das empresas participantes.

Questões Respostas 1 - Os esclarecimentos iniciais sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, métodos, vídeos explicativos foram de fácil compreensão?

5 5 5

2 - O cadastro da empresa na ferramenta, para a realização a autoavaliação foi de fácil compreensão e realização:

5 5 4

3 - A cadastro dos participantes e a disponibilização da ferramenta para os participantes realizarem a Autoavaliação foi de fácil realização?

3 5 5

4 - Os resultados gerados em tela (Gráficos) e/ou planilhas foram compreendidos?

4 4 4

5 - Os resultados apresentaram algo de importante para a empresa ?

4 4 4

6 - A ferramenta LesatWeb ajudou a empresa a compreender a metodologia Lean ?

4 4 3

7 - Existe o interesse em utilizar a ferramenta para análises futuras?

3 1 3

8 - Você recomendaria o uso da ferramenta para outras empresas

Sim Sim Sim

10 - Algum feedback geral sobre a Ferramenta ?

Todos sabemos que na tecnologia tudo precisa ser melhorada se não, torna-se obsoleto. Sentimos necessidade de uma ferramenta mais intuitiva, acreditamos que nas próximas atualizações vocês podem pensar em algo mais intuitivo e que também tenha versão mobile. No mais foi bem bacana, pois não conhecíamos essa metodologia e passamos entender melhor.

Ferramenta está bastante intuitiva e facilmente desmistifica a dificuldade de interpretar tal metodologia, não apenas na implementação mas principalmente na facilidade em ter as métricas apresentadas instantaneamente.

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APÊNDICE G – Respostas coletada dos participantes das empresas.

Perguntas Respostas

1 - Os objetivos da avaliação foram atendidos?

Parcialmente. Entendo que

alguns blocos de perguntas não

são direcionados para equipes de TI de fabricas e sim para equipes

especializadas em

desenvolvimento.

Sim Não sei qual é o objetivo.

Sim sim Espero

que sim.

Sim Sim, foram

atendidos. Sim sim Sim sim Em partes

Acredito que sim, apesar de

grande parte das questões não se

aplicarem a nossa

realidade.

Sim

2 - A autoavaliação identificou o nível atual da empresa em relação as capacidades e as áreas que requer melhorias?

2 4 3 3 3 3 2 4 5 5 4 4 4 3 3

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3 - O formato digital, o tempo, os recursos usados, foram eficientes?"

3 4 2 3 3 3 2 4 5 5 5 4 3 4 4

4 - Os participantes foram capazes de dar respostas que representam a visão total da empresa?

2 3 2 4 4 3 2 5 5 5 5 2 4 4 2

5 - A autoavaliação produziu resultado que realmente representa o estado da empresa?

4 4 5 3 3 3 2 4 5 5 4 2 3 4 2

6 - A empresa usará o resultado para desenvolver os planos de melhorias?"

2 3 5 4 3 3 2 5 5 5 5 4 4 2 2

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7 - Existe algum outro fator que impediu a eficácia e eficiência do processo de autoavaliação?"

Sim, o desconhecime

nto de algumas

práticas que foram

questionadas.

Não

Não. Não

não

Não sei especific

ar.

Muito

grande

Não Não

não

Acredito que

não

Talvez

tempo

Acreditamos que teríamos um melhor

aproveitamento se já

estivéssemos na busca

pela implantação do método.

Não, as questões puderam

ser respondid

as sem problemas. Porém

várias questões não se

aplicaram a situação

da empresa.

A empresa não tem

interesse em aplicar o Lean

8 - Existe algo específico da área de desenvolvimento de software ou da T.I em geral que está faltante?

Não não

O site não mostrava o status

das perguntas

já respondid

as.

Não

não

Não sei especific

ar. Não

Não que

tenha notad

o.

Não

sim

Acredito que

não não

acredito que sempre é preciso

melhorar

São poucos os pontos,

mas poderíamos melhorar

em algumas questões

relativas ao processo de automação

de processos.

Não

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9 - Existe melhorias que podem ser acrescidas em novas versões da ferramenta?

Não Não Sim Não Não Sim Sim Não Não Não Não Não Sim Não Não

10 - Referente a questão ( 09 ), caso sua escolha tenha sido ( SIM), Por favor poderia nos dizer quais melhorias. Se tenha sido ( Não ), complete com não.

Não não

A ferramenta deixou a desejar, o site não

funcionou como

deveria.

Não não

Site não indicou as cores

(no status)

das questões.

Pesquisa muito

grande. E com

muitos assuntos

misturados.

Não Não não Não não

Senti muita falta de

usabilidade, a

ferramenta precisa ser

mais intuitiva,

em vista da quantidade

de perguntas. Sabemos que já foi

muito melhorada,

mas é possível melhorar

ainda mais.

Não

A ferramenta

é muito boa