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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍCENTRO DE EDUCAÇÃO DA UNIVALI EM SÃO JOSÉCURSO DE ADMINISTRAÇÃO – HABILITAÇÃO EM
FINANÇAS.
ADILSON DUARTE DA SILVA
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DAINTELBRAS
São José2005
ADILSON DUARTE DA SILVA
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DAINTELBRAS
Trabalho de Conclusão de Curso – projeto de aplicação -
apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de
Bacharel em Administração da Universidade do Vale do
Itajaí.
Professor Orientador: Ciro Aimbiré de Moraes Santos
São José2005
ADILSON DUARTE DA SILVA
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DAINTELBRAS
Este Trabalho de Conclusão de Estágio foi julgado adequado e aprovado em sua forma final
pela Coordenação do Curso de Administração – Habilitação em Finanças, da Universidade do
Vale do Itajaí, em
Luciana MerlinUnivali – CE São José
Coordenador (a) do Curso
Banca Examinadora:
Ciro Aimbiré de Moraes SantosUnivali – CE São JoséProfessor Orientador
Hélio SartoriUnivali – CE São José
Membro
Crisanto Soares RibeiroUnivali – CE São José
Membro
iii
Dedico este trabalho a minha esposa
Valdirene e aos meus dois filhos, Gabriel e Lucas,
por terem sacrificado alguns de seus momentos de
lazer, para que eu pudesse concluir esta etapa de
aprendizado da minha vida.
iv
Agradeço em primeiro lugar a Deus, por ter-me concedido a
graça de ser mais uma ovelha do seu maravilhoso rebanho. Em
segundo lugar a minha esposa Valdirene e aos meus dois filhos,
Gabriel e Lucas, que foram os principais impulsionadores desta
conquista, aos meus familiares, amigos e colegas de trabalho,
aos professores e em especial ao Professor Ciro Aimbiré, pelo
apoio e incentivo dado, para que eu pudesse concluir mais esta
etapa da minha vida.
v
É muito melhor arriscar coisas grandiosas,
alcançar triunfo e glória, mesmo expondo-se a
derrota, do que formar fila com os pobres de
espírito que nem gozam muito nem sofrem muito.
Porque vivem na penumbra cinzenta que não
conhecem nem vitória e nem derrota.
Franklin Delano Roosevelt
RESUMO
O objetivo deste trabalho é elaborar um estudo na empresa Intelbras S/A sobre os índiceseconômico-financeiros nos exercícios de 2002, 2003 e 2004, bem como comparar o seudesempenho com o de outras empresas do mesmo setor em igual período. Para isto, serãolevantados os balanços patrimoniais correspondentes aos exercícios acima, assim comoinformações em associações e outros órgãos no qual a indústria de telecomunicações é filiada.A metodologia utilizada no desenvolvimento deste trabalho foi pesquisa bibliográfica edocumental, configurando-se como um estudo de caso descritivo, explicativo e quantitativo.O estudo também é dedutivo, pois parte do geral para o específico, ou seja, as informaçõescontidas nos balanços patrimoniais e nas demonstrações de resultados são detalhadasconforme necessidade do usuário, refletindo a situação econômico-financeira da empresa.Primeiramente foram apurados através de planilhas em Excel os índices da Intelbras e emseguida os índices da concorrência. De posse dos resultados, foram analisados sob todas asformas os índices mais relevantes da Intelbras e posteriormente a comparação destes com osda concorrência.
Palavras-chave: Liquidez, endividamento e rentabilidade.
Lista de ilustrações
Ilustração 1 – Balanço Patrimonial...........................................................................................10
Ilustração 2 – Estrutura legal da Demonstração de Resultado do Exercício............................17
Ilustração 3 – Localização do EBITDA na Demonstração de Resultado.................................41
Quadro 1 – Balanço Patrimonial – Ativo.................................................................................49
Quadro 2 – Balanço Patrimonial – Passivo..............................................................................50
Quadro 3 – Análise Vertical – Ativo........................................................................................51
Quadro 4 – Análise Vertical - Passivo......................................................................................52
Quadro 5 – Análise Horizontal do Ativo..................................................................................53
Quadro 6 – Análise Horizontal - Passivo .................................................................................54
Quadro 7 – Balanço Patrimonial – Ativo – Real......................................................................55
Quadro 8 – Balanço Patrimonial – Passivo – Real...................................................................56
Quadro 9 – Análise Horizontal do Balanço Patrimonial – Ativo – Real..................................57
Quadro 10 – Análise Horizontal do Balanço Patrimonial – Passivo – Real.............................58
Quadro 11 – Demonstração de Resultado ................................................................................63
Quadro 12 – Análise Vertical da DRE .....................................................................................64
Quadro 13 – Análise Horizontal da DRE.................................................................................65
Quadro 14– Demonstrativo de Resultado – Real.....................................................................66
Quadro 15 – Análise Horizontal – DRE - Real........................................................................67
Gráfico 1 – Liquidez Geral.......................................................................................................72
Gráfico 2 – Liquidez Corrente..................................................................................................73
Gráfico 3 – Liquidez Seca ........................................................................................................73
Gráfico 4 – Endividamento.......................................................................................................74
Gráfico 5 – Grau de Imobilização de Recursos Próprios .........................................................75
Gráfico 6 – Participação de Capital de Terceiros.....................................................................76
Gráfico 7 – Composição de Endividamento.............................................................................76
Gráfico 8 – Giro do Ativo.........................................................................................................77
Gráfico 9 – Retorno s/ as Vendas – RSV ou Margem Líquida – ML......................................78
Gráfico 10 – Retorno sobre o Patrimônio Líquido – RSPL.....................................................79
Gráfico 11 – Prazo médio de renovação dos estoques – PMRE..............................................80
Gráfico 12 – Prazo médio de recebimento das vendas – PMRV..............................................81
Gráfico 13 – Prazo médio de pagamento das compras – PMPC..............................................82
Gráfico 14 – Ciclo operacional.................................................................................................83
Gráfico 15 – Ciclo de caixa......................................................................................................83
Gráfico 16 – Fator de insolvência de Kanitz............................................................................84
Gráfico 17 – EBITDA ..............................................................................................................85
Gráfico 18 – EBIT....................................................................................................................87
Gráfico 19 – Liquidez Geral.....................................................................................................90
Gráfico 20 – Liquidez corrente.................................................................................................90
Gráfico 21 – Liquidez seca.......................................................................................................91
Gráfico 22 – Endividamento.....................................................................................................92
Gráfico 23 – Imobilização do patrimônio líquido – IPL..........................................................92
Gráfico 24 – Participação de capital de terceiros .....................................................................93
Gráfico 25 – Composição do endividamento ...........................................................................94
Gráfico 26 – Giro do ativo........................................................................................................94
Gráfico 27 – Retorno s/ vendas – RSV ou Margem líquida – ML...........................................95
Gráfico 28 – Retorno s/ o patrimônio líquido – RSPL.............................................................96
Gráfico 29 – Prazo médio de renovação dos estoques – PMRE..............................................96
Gráfico 30 – Prazo médio de recebimento das vendas – PMRV..............................................97
Gráfico 31 – Prazo médio de pagamento das compras – PMPC..............................................98
Gráfico 32 – EBITDA ..............................................................................................................99
Gráfico 33 – EBIT....................................................................................................................99
Gráfico 34 – Ciclo operacional...............................................................................................100
Gráfico 35 – Ciclo de caixa....................................................................................................101
Lista de tabelas
Tabela 1 - Inflação medida pelo IGP-M – Índice geral de preços médios...............................45
Tabela 2 – Índices de Liquidez.................................................................................................72
Tabela 3 – Estrutura de Capital ................................................................................................74
Tabela 4 – Índices de Rentabilidade.........................................................................................77
Tabela 5 – Índices de Atividade...............................................................................................80
Tabela 6 – Fator de insolvência de Kanitz ...............................................................................84
Tabela 7 – EBITDA..................................................................................................................85
Tabela 8 – EBIT .......................................................................................................................86
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO....................................................................................................................1
1.1 DESCRIÇÃO DA SITUAÇÃO PROBLEMA .......................................................................3
1.2 OBJETIVOS.................................................................................................................3
1.2.1 Objetivo geral ...............................................................................................4
1.2.2 Objetivos específicos....................................................................................4
1.3 JUSTIFICATIVA ...........................................................................................................4
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .......................................................................................6
2.1 A FUNÇÃO FINANCEIRA DA EMPRESA.........................................................................6
2.1.1 Conceitos ......................................................................................................7
2.1.2 Objetivos.......................................................................................................7
2.2 INSTRUMENTOS DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA.....................................................8
2.2.1 Planejamento financeiro ...............................................................................8
2.2.2 Demonstrações contábeis .............................................................................9
2.2.2.1 Balanço patrimonial - BP......................................................................10
2.2.2.1.1 Ativo circulante..............................................................................12
2.2.2.1.2 Ativo realizável a longo prazo .......................................................13
2.2.2.1.3 Ativo Permanente ..........................................................................13
2.2.2.1.4 Passivo circulante ..........................................................................14
2.2.2.1.5 Passivo exigível a longo prazo ......................................................14
2.2.2.1.6 Patrimônio Líquido........................................................................15
2.2.2.2 Demonstrações das mutações do patrimônio líquido - DMPL.............15
2.2.2.3 Demonstração do resultado do exercício - DRE...................................16
2.2.2.4 Demonstrações das origens e aplicações de recursos – DOAR............18
2.2.2 5 Demonstrações do fluxo de caixa .........................................................19
2.3 ANÁLISE ECONÔMICO-FINANCEIRA DAS EMPRESAS .................................................21
2.3.1 Análise temporal.........................................................................................21
2.3.2 Análise setorial ...........................................................................................22
2.3.3 Análise combinada .....................................................................................22
2.3.4 Índices padrão.............................................................................................23
2.4 TIPOS DE ANÁLISE....................................................................................................23
2.4.1 Análise através de índices...........................................................................24
2.4.1.1 Índices de liquidez ................................................................................24
2.4.1.1.1 Liquidez geral - LG........................................................................25
2.4.1.1.2 Liquidez corrente – LC..................................................................25
2.4.1.1.3 Liquidez seca – LS.........................................................................26
2.4.1.2 Índices de endividamento .....................................................................27
2.4.1.2.1 Imobilização do patrimônio líquido – IPL.....................................27
2.4.1.2.2 Participação de capitais de terceiros - PCT ...................................28
2.4.1.2.3 Composição do endividamento - CE .............................................29
2.4.1.3 Índices de rentabilidade ........................................................................30
2.4.1.3.1 Giro do ativo ..................................................................................30
2.4.1.3.2 Retorno sobre as vendas – (RSV) ou margem líquida – ML.........31
2.4.1.3.3 Retorno sobre o patrimônio líquido - RSPL..................................32
2.4.1.4 Índices de atividade ..............................................................................33
2.4.1.4.2 Prazo médio de renovação dos estoques........................................33
2.4.1.4.3 Prazo médio de recebimento das vendas (PMRV) ........................34
2.4.1.4.4 Prazo médio de pagamento das compras (PMPC).........................35
2.4.2 Análise horizontal.......................................................................................36
2.4.2.1 Análise horizontal encadeada ou anual.................................................36
2.4.2.2 Análise horizontal nominal ou real.......................................................37
2.4.3 Análise vertical ...........................................................................................38
2.4.4 Fator de insolvência de Kanitz ...................................................................38
2.4.5 EBITDA......................................................................................................39
2.4.6 EBIT ...........................................................................................................41
3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO.............................................................................................43
4 ANÁLISE ...........................................................................................................................46
4.1 A EMPRESA INTELBRAS S/A....................................................................................46
4.2 APRESENTAÇÃO DOS DADOS DA INTELBRAS ............................................................48
4.2.1 Balanço Patrimonial ......................................................................................49
4.2.1.1 Análise nominal do balanço patrimonial ..............................................59
4.2.2 Demonstração de resultados .......................................................................63
4.2.2.1 Análise vertical da DRE .......................................................................68
4.2.2.2 Análise horizontal nominal e real da DRE ...........................................69
4.2.3 Análise através de índices..............................................................................71
4.2.3.1 Índices de liquidez ................................................................................71
4.2.3.2 Índices de endividamento .....................................................................74
4.2.3.3 Índices de rentabilidade ........................................................................77
4.2.3.4 Índice de atividade ................................................................................79
4.2.4 Fator de insolvência de Kanitz ...................................................................84
4.2.5 EBITDA......................................................................................................85
4.2.6 EBIT ...........................................................................................................86
4.3 ANÁLISE DA CONCORRÊNCIA .........................................................................................87
4.4 ANÁLISE COMPARATIVA ..........................................................................................89
5 – CONCLUSÃO...............................................................................................................102
6 REFERÊNCIAS ...............................................................................................................105
7 APÊNDICES ....................................................................................................................107
APÊNDICE A – BALANÇO PATRIMONIAL – CONCORRENTE A ........................................108
APÊNDICE B – DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DE EXERCÍCIO – CONCORRENTE A....109
APÊNDICE C – ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO –
CONCORRENTE A...................................................................................................110
APÊNDICE D – RESUMO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ, ESTRUTURA, RENTABILIDADE E
ATIVIDADE – CONCORRENTE A.............................................................................111
APÊNDICE E – BALANÇO PATRIMONIAL – CONCORRENTE B.........................................112
APÊNDICE F – DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DE EXERCÍCIO – CONCORRENTE B.....113
APÊNDICE G – ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL DA DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO –
CONCORRENTE B...................................................................................................114
APÊNDICE H - RESUMO DOS ÍNDICES DE LIQUIDEZ, ESTRUTURA, RENTABILIDADE E
ATIVIDADE – CONCORRENTE B.............................................................................115
8 ANEXOS.............................................................................................................................116
ANEXO A – BALANÇO PATRIMONIAL DA INTELBRAS – EXERCÍCIOS DE 2004, 2003, 2002 E
2001 ......................................................................................................................116
1 INTRODUÇÃO
Com o advento da globalização e a internacionalização das empresas, os mercados
tornaram-se mais competitivos. O forte crescimento tecnológico, principalmente nos meios de
comunicação, onde a informação é transmitida em tempo real, tem propiciado aos
administradores, condições fantásticas de realizarem acordos comerciais sem se deslocarem
do seu domicílio. Investidores também aproveitam esta situação aplicando seus recursos em
qualquer parte do mundo. O capital é facilmente transferido de um ativo para o outro. O
avanço tecnológico impõe um ritmo alucinado aos processos, sejam eles de bens ou de
serviços. O que hoje parece revolucionar o mundo, amanhã já estará ultrapassado, ou seja, o
próprio mentor do produto lança uma nova versão sobre o mesmo ou até cria um outro que o
elimina por completo. Temos ainda a concorrência, que com base num produto de sucesso já
existente, lança um outro agregando maiores facilidades, e às vezes com menor custo para o
consumidor. Este é um processo perfeitamente racional e já absorvido pelo meio empresarial.
O cliente não é mais fiel a uma marca hoje ele quer produtos com designs arrojados, baixo
preço e que satisfaçam as suas necessidades. Não é mais como na época de Henry Ford, que
lançava o carro no modelo e na cor que ele queria (preto) e as pessoas que o comprassem se
quisessem. As regras do mercado mudaram e hoje as empresas produzem aquilo que o
mercado quer. Vale ressaltar que atualmente o ciclo de maturação do produto está muito mais
curto, portanto, deve-se levar em consideração este fato no momento de avaliar o tempo de
retorno do capital investido.
No Brasil, principalmente a partir da década de noventa, observou-se uma forte
preocupação por parte dos empresários com relação à qualidade. Com a facilidade para a
entrada de produtos importados, nossas empresas foram obrigadas a melhorarem seus
processos. Era preciso oferecer produtos mais competitivos, porém, não poderiam
comprometer suas margens de lucro. Para tal, empresários brasileiros cruzam fronteiras e
oceanos, visitando conceituadas e experientes empresas, em busca das mais modernas e
variadas técnicas, como: redução de custos, terceirização de algumas atividades meramente
operacionais, o remodelamento da cadeia produtiva, em fim, uma série de mudanças que
possam resultar no melhor aproveitamento dos recursos financeiros.
As decisões que acercam as organizações são sempre objeto de muito cuidado por
parte dos administradores, pois uma decisão tomada hoje causará uma série de efeitos no
futuro. Embora se tenha grande dificuldade em estabelecer estes efeitos ou mesmo identificá-
2
los e quantificá-los, tendo em vista as diversas variáveis internas e externas a serem
consideradas, estas situações são tanto mais difíceis de serem tratadas quanto maiores forem
os riscos e as incertezas do cenário econômico.
É neste contexto que a análise econômico-financeira, também chamada Análise das
Demonstrações Contábeis, surge como um dos instrumentos mais importantes no processo de
gerenciamento empresarial. A análise econômico-financeira é feita com base nos
demonstrativos contábeis, objetivando uma avaliação da situação da empresa em seus
aspectos operacionais, econômicos, patrimoniais e financeiros. Com ela, analisam-se fatos
passados, mas que servem de subsídios para se planejar ações futuras. A qualidade e o tempo
em que as informações são recebidas, podem ser decisivos ao sucesso organizacional,
principalmente nesta época em que a economia mundial está vulnerável a ações isoladas de
países ou até mesmo um comentário mal interpretado de um único representante político do
primeiro escalão.
Portanto, é imprescindível que o administrador seja conhecedor da atual situação
econômico-financeira da empresa, para que possa tomar ações que a conduzam para o sucesso
ou corrigir eventuais distorções, além de constantemente rever as estratégias para alocação
dos recursos, devido as constantes mudanças que o ambiente externo a impõe. Estes fatores
fazem as empresas pensarem em estruturas flexíveis que rapidamente se adaptem à nova
realidade. A limitação dos recursos, sejam eles, materiais, financeiros ou até mesmo de mão
de obra especializada, tem sido a tônica para se minimizar ao máximo os custos.
Diante do exposto e da devida importância atribuída à análise econômico-financeira
no contexto em que as empresas brasileiras estão inseridas, principalmente, aquelas sujeitas à
concorrência do mercado globalizado, é que surge a necessidade de conhecer o seu potencial
diante do mercado.
O estudo será desenvolvido na INTELBRAS S/A, uma empresa genuinamente
catarinense de capital 100% nacional, atuando no ramo de telecomunicações em todo
território nacional, e já direcionando parte da sua produção para outros países da América
Latina, América Central e também Europa.
3
1.1 Descrição da situação problema
As constantes alterações no contexto econômico mundial, tem levado as empresas a
uma adequação quase que diária dos seus processos, em busca das melhores oportunidades,
ou quando não, se manterem vivas. Por esta razão a Intelbras concentra esforços de todas as
áreas afins para disponibilizar aos usuários o resultado operacional até o quarto dia útil do
mês subseqüente. Este processo é considerado extremamente útil e necessário, devido à
velocidade com que os fatos acontecem atualmente no panorama mundial. A crescente
evolução dos meios de comunicações, transmitindo informações em tempo real, tem
propiciado aos investidores melhores condições de otimizarem seus recursos. Neste contexto,
surge o administrador como primeiro usuário das demonstrações contábeis, a fim de tomar
decisões que direcionem a empresa para o caminho inicialmente planejado e
conseqüentemente atraente aos olhos dos investidores. Adequar a empresa às novas
exigências de mercado, tem sido tarefa contínua e necessária dos administradores. O cliente
está mais exigente, pois quer mais qualidade a menor preço, e o investidor quer ter o retorno
esperado, caso contrário sai em busca de outras opções que sejam mais rentáveis e seguras.
Portanto, para fazer frente a tantos desafios, os administradores necessitam das informações
com a maior brevidade possível, ou quase em tempo real, a fim de corrigirem eventuais
distorções e traçar novas estratégias que conduzam a empresa ao alcance dos seus objetivos.
Dessa forma, estarão munidos de dados e fatos que possibilitarão tornar a empresa mais
competitiva, tendo em vista a alta concorrência no setor de telecomunicações.
Este estudo objetiva responder a seguinte questão: Qual o desempenho econômico-
financeiro da Intelbras nos últimos três anos, visto que é uma empresa que atua no ramo de
telefonia fixa num momento de forte ascensão da telefonia móvel?
1.2 Objetivos
O objetivo é elaborar um estudo sobre os índices econômico-financeiros da empresa
gerados nos exercícios de 2002, 2003 e 2004, bem como comparar o seu desempenho com o
de outras empresas da mesma região em igual período. Para isto, serão levantados junto à
empresa os balanços patrimoniais correspondente aos exercícios acima, assim como
4
informações junto a associações e outros órgãos no qual a industria de telecomunicações é
filiada.
1.2.1 Objetivo geral
Analisar a situação econômico-financeiro e de atividade da INTELBRAS.
1.2.2 Objetivos específicos
Buscar-se-á de forma específica:
♣ Apurar os índices de Liquidez, Atividade, Endividamento e Lucratividade.
• Apurar a capacidade de geração de caixa da empresa através do EBITDA.
• Demonstrar com base nos índices e nas informações obtidas, a real situação
econômico-financeira da empresa.
• Comparar o desempenho econômico-financeiro da empresa em estudo, com o
de outras empresas do mesmo ramo em igual período.
1.3 Justificativa
A análise econômica e financeira de uma empresa é um instrumento útil e importante
por permitir a compreensão das variações ocorridas no patrimônio quando se busca as origens
das mutações dos elementos patrimoniais. Permite uma projeção dos reflexos de uma tomada
de decisão sobre certo elemento patrimonial. Ela evidência, através de seus instrumentos, a
proporção existente entre os diversos grupos patrimoniais. Permite ainda a comparação de
balanços de vários anos e setores, podendo, desta maneira, indicar a proporção mais adequada
para os diversos patrimônios para revelar o rendimento mais satisfatório para cada ramo da
atividade econômica da empresa.
Para auxiliar o processo de gestão da empresa é importante a análise dos indicadores
de rentabilidade, já que estes apresentam informações relevantes a respeito das margens de
lucratividade e das vendas e as taxas de retorno sobre os recursos investidos pela empresa. Por
estar diretamente associada ao resultado, que é objetivo maior na atividade empresarial, a
análise da rentabilidade apresenta-se como instrumento tão importante para aqueles
interessados na capacidade da empresa em gerar lucros, sejam estes, seus dirigentes,
5
acionistas, concorrentes ou investidores. Empresas que apresentam bons resultados,
conseguem melhores linhas de créditos para financiarem seus investimentos, constituindo-se
de certa forma num diferencial em relação ao concorrente. É através da análise das
demonstrações contábeis que os usuários tomarão conhecimento da real situação da empresa,
que, combinados com uma análise de dados externos, projetarão o futuro da mesma. Conhecer
rapidamente o resultado em função de ações anteriormente implementadas para poder
redefini-las, caso seja necessário, é de extrema importância para o administrador financeiro
das organizações, principalmente nesta época em que a concorrência é cada vez mais acirrada.
Ao administrador financeiro cabe a missão de rentabilizar ao máximo a riqueza do
acionista, lançando mão das mais modernas e variadas técnicas. Seu sucesso profissional esta
diretamente ligado a sua capacidade de implementar ações rapidamente com base em índices
e informações internas e externas conduzindo a empresa ao alcance do seu objetivo.
A pesquisa também se faz necessária pois oferece ao acadêmico condições de
aprimorar e avaliar seus conhecimentos adquiridos no decorrer do curso, bem como promover
o desenvolvimento de suas aptidões para a disputa do mercado de trabalho.
6
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O presente capítulo apresenta os conceitos básicos e os objetivos da função financeira,
bem como os principais instrumentos de análise econômico-financeira das empresas.
2.1 A função financeira da empresa
Todas as atividades empresariais envolvem recursos financeiros e estes devem ser
aplicados de forma que viabilizem a perpetuidade da empresa e ainda remunere o acionista de
acordo com a sua expectativa.
As empresas utilizam recursos próprios e de terceiros para a produção de bens, que
num processo de transformação normal geram recursos financeiros que cobrem todos os
custos e despesas inerentes ao processo, e ainda restando uma parcela chamada de lucro.
Esse lucro deve ser suficiente para atender ao retorno que o acionista espera, honrar os
compromissos de pagamentos assumidos e refazer o ciclo operacional novamente.
Dessa forma, a empresa pode ser vista como um sistema que multiplica os recursos
financeiros nela investidos. Enquanto que nas empresas privadas, os proprietários esperam
que o capital investido produza retorno compatível com o risco assumido, nas empresas
públicas, o lucro é sempre revertido em melhorias e expansão dos serviços oferecidos à
sociedade.
A função financeira da empresa é o conjunto de atividades relacionadas com a gestão
dos fundos movimentados por todas as áreas da empresa. Essa função é responsável pela
obtenção dos recursos necessários e pela formulação de uma estratégia voltada para a
otimização do uso desses fundos. (GITMAN, 2001).
A área financeira interage com todas as áreas da empresa, discutindo estratégias de
investimentos, porém é de responsabilidade dela disponibilizar ou captar recursos que
viabilizem tais investimentos. Também é de responsabilidade da área financeira a alocação
dos recursos excedentes de caixa, visando uma melhor otimização dos recursos e ainda
oferecendo reciprocidade à instituição.
7
2.1.1 Conceitos
Segundo Archer e D`Ambrosio, (1969, apud SANVICENTE, 1983, p.17) “...a função
financeira compreende os esforços despendidos objetivando a formulação de um esquema que
seja adequado à maximização dos retornos dos proprietários das ações ordinárias da empresa,
ao mesmo tempo em que possa propiciar a manutenção de um certo grau de liquidez.”
Para Gitman, (2002, p.4), “finanças é a arte e a ciência de administrar fundos.”
O conceito do Gitman é pequeno mais abrangente. Quando ele menciona administrar
fundos, esta se referindo a captações e aplicações. A área financeira é que tem a função de
administrar e viabilizar recursos, para que, aquilo que foi planejado aconteça da melhor
maneira. A maximização da riqueza do acionista, dependerá em parte das habilidades do
administrador financeiro. Saber, como, quando, e onde captar recursos pode ter uma
influência significativa no resultado.
2.1.2 Objetivos
Segundo Sanvicente, (1983, p.17), “o objetivo básico implícito nas decisões de
administração financeira é a maior rentabilidade possível sobre o investimento efetuado por
indivíduos ou instituições caracterizados como proprietários – acionistas ordinários, no caso
de uma sociedade anônima.”
Este mesmo autor faz uma ressalva: a rentabilidade máxima, desde que não seja
comprometida a liquidez da empresa.
Ross, (2000, p.44), diz que um objetivo mais geral da administração financeira é:
“Maximizar o valor de mercado do capital dos proprietários existentes.”
Gerar lucro é a meta básica para a sobrevivência de qualquer empresa. Porém, a forma
como os lucros estão sendo alcançados tem sido muito discutida. Autoridades governamentais
e outras entidades ligadas a questões ambientais, lideram grandes fóruns e discussões sobre a
preservação do meio ambiente. Já foram conseguidos muitos avanços nesta área, mais muitos
outros ainda virão, e aquelas empresas que estiverem agindo dentro do padrão correto serão as
mais beneficiadas. Prova disso, é a divulgação do balanço social que já é feito por muitas
empresas. Associar a imagem da empresa à qualidade de vida tem sido um excelente
marketing, seja para vender seus produtos, ou até mesmo para captar recursos.
8
2.2 Instrumentos da administração financeira
2.2.1 Planejamento financeiro
Planejar é uma das tarefas mais importantes do administrador. A falta de planejamento
pode por a empresa em situações criticas ou até mesmo levá-la à falência. Ele se faz
necessário em todas as atividades da empresa, além de servir como parâmetro para
posteriormente avaliar o desempenho.
Segundo Groppelli (1999, p.364), “planejamento financeiro é o processo de estimar a
quantia necessária de financiamento para continuar as operações de uma companhia e de
decidir quando e como a necessidade de fundos seria financiada.”
O planejamento financeiro nada mais é do que o processo formal que conduz a
administração da empresa a acompanhar as diretrizes e a rever quando necessário, as metas já
estabelecidas, oferecendo ainda condições de visualizar com antecedência as possibilidades de
investimento, o grau de endividamento e o montante de dinheiro que considere necessário
manter em caixa, para cumprir com as obrigações de curtíssimo prazo. Vale ressaltar que o
planejamento financeiro também se aplica ao longo prazo.
O planejamento financeiro a longo prazo busca conhecer antecipadamente o impacto
da implementação de ações projetadas sobre a situação financeira da empresa, indicando ao
gestor se haverá excesso ou insuficiência de recursos financeiros, já o de curto prazo reflete a
preocupação de estimar detalhadamente as entradas e saídas de dinheiro geradas pela própria
atividade da empresa.
Para Bodie, (1999, p.414), “o planejamento financeiro é um processo dinâmico que
percorre um ciclo de montagem de planos, sua implementação e revisão à luz dos resultados
reais.”
O planejamento financeiro é elaborado com base no planejamento estratégico da
empresa. Vale lembrar que, quanto maior for o horizonte de planejamento, menor será o seu
detalhamento.
9
2.2.2 Demonstrações contábeis
Os demonstrativos contábeis oferecem aos diversos usuários uma série de dados sobre
a empresa, que posteriormente se transformam em informações.
Para Matarazzo, (1998, p.18), “dados são números ou descrição de objetos ou eventos
que, isoladamente, não provocam nenhuma reação ao leitor. Informações representam, para
quem as recebe, uma comunicação que pode produzir reação ou decisão.”
As Demonstrações Contábeis são extraídas dos registros de documentos que compõem
o sistema contábil de qualquer tipo de entidade, e devem basear-se nos Princípios
Fundamentais da Contabilidade, especificando, dentre outras coisas, sua natureza, a data e/ou
período e a entidade a que se referem.
Elas devem ser estruturadas de maneira adequada e de acordo com a legislação
pertinente ao ramo, refletir com a maior clareza possível, a verdadeira situação patrimonial e
financeira da empresa até aquele momento.
O objetivo das Demonstrações Contábeis é oferecer aos seus usuários, uma gama de
dados que poderão ser transformados em informações para serem usadas de acordo com a
necessidade de cada um.
Para um melhor aproveitamento e entendimento, as demonstrações contábeis são
divididas em:
♣ Balanço Patrimonial;
♣ Demonstrações das Mutações do Patrimônio Líquido;
♣ Demonstrações do Resultado do Exercício; e
♣ Demonstrações das Origens e Aplicações de Recursos.
♣ Demonstração do Fluxo de Caixa.
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2.2.2.1 Balanço patrimonial - BP
O Balanço Patrimonial é a representação estática da empresa num determinado
momento. Demonstra o patrimônio da empresa em duas grandes contas: Ativo e Passivo.
Abaixo se apresenta a estrutura de um balanço patrimonial:
Ilustração 1 – Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
ATIVO PASSIVO
Circulante
Caixa e Bancos contas corrente
Aplicações financeiras
Contas a receber
Estoques
Realizável à Longo Prazo
Depósitos judiciais
Empresas ligadas
Impostos a recuperar
Permanente
Investimentos
Imobilizado
Diferido
Circulante
Empréstimos e financiamentos
Fornecedores
Obrigações fiscais e trabalhistas
Dividendos a pagar
Exigível à Longo Prazo
Empréstimos e financiamentos
Fornecedores
Parcelamentos impostos e encargos
Patrimônio Líquido
Capital social
Reservas de capital
Reservas de lucros
Lucros/prejuízos acumulados
TOTAL DO ATIVO TOTAL DO PASSIVOFonte: Adaptado de MATARAZZO, (1998, p.32)
Apenas os grandes grupos de contas (agrupadoras) da estrutura acima serão
conceituadas, caso contrário o trabalho ficaria muito extenso e também por não ser necessário
para atender aos objetivos propostos.
O ativo situa-se ao lado esquerdo do balanço e representa os bens e diretos da
empresa, dispostos em ordem decrescente de grau de liquidez, enquanto que o passivo situa-se
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ao lado direito do balanço, representando as obrigações da empresa e estão dispostos em
ordem crescente de exigibilidade.
Sobre o Balanço Patrimonial Blatt (2000, p.24) afirma:
O Balanço Patrimonial é a demonstração contábil destinada a refletir,quantitativa e qualitativamente, em determinada data, o patrimônio daentidade. Visa evidenciar, de forma sintética, a situação patrimonial daempresa, composta por bens, direitos e obrigações. Nele as contas devem serclassificadas segundo os elementos do Patrimônio que registram e agrupadasde modo a facilitar o conhecimento e a análise da situação financeira daempresa.
Blatt, (2000, p.25), ainda define Balanço Patrimonial como “um instrumento estático,
pois representa uma fotografia da situação patrimonial da empresa em determinado instante.”
Através do Balanço Patrimonial se conhece todos os componentes da riqueza
patrimonial, bem como suas origens e aplicações. Distingui-se nele cinco aspectos
importantes: o econômico, o financeiro, o patrimonial propriamente dito, o específico e o
quantitativo.
Por contemplar do lado direito as origens, financiamentos ou fontes de recursos e do
lado esquerdo as aplicações ou investimentos de recursos, esta demonstração contempla dados
que quando analisados podem gerar informações necessárias para os gestores decidirem o
futuro da empresa.
O balanço patrimonial além de ser um excelente instrumento para tomada de decisões
internas, também é utilizado pelos usuários externos a fim de conhecerem o potencial e
avaliarem riscos para posteriormente concederem créditos ou até mesmo para aplicarem seus
recursos nestas empresas. A forma como os resultados da empresa estão distribuídos dentro
da estrutura patrimonial poderá revelar as habilidades do administrador.
Marion, (2003, p.42), apresenta a divisão das contas do passivo e do ativo da seguinte
forma:
Ativo são todos os bens e direitos de propriedade da empresa, mensuráveismonetariamente e que representam benefícios presentes ou futuros para aempresa. Passivo exigível evidencia toda obrigação (dívida) que a empresatem com terceiros. O passivo é uma obrigação exigível, isto é, no momentoem que a dívida vencer, será exigida (reclamada) a sua liquidação. Por isso émais adequado denominá-lo passivo exigível. O patrimônio líquido étambém denominado capital próprio, isto é, recursos dos próprios sócios ouacionistas (Fonte Interna de Capital).
12
A diferença entre o ativo e o passivo representa o capital investido pelos sócios da
empresa, que pode ser oriundo de recursos trazidos de fora da empresa, ou de lucros obtidos
com a operação da empresa e retidos para reinvestimentos.
O Ativo divide-se em: Ativo Circulante, Ativo Realizável à Longo Prazo e Ativo
Permanente, ao passo que o passivo divide-se em: Passivo Circulante, Passivo Exigível a
Longo Prazo e Patrimônio Líquido.
2.2.2.1.1 Ativo circulante
Pertencem a este grupo todas as contas passiveis de conversão em moeda corrente no
curto prazo.
Considera-se curto prazo todos os valores cujos vencimentos ocorrerão até o final do
exercício seguinte ao encerramento do balanço, ou do ciclo operacional da empresa, no caso
de esse ciclo ser superior a um ano (exercício social).
Neste grupo as contas estão dispostas em ordem decrescente de liquidez.
O ativo circulante divide-se nos seguintes subgrupos:
♣ Disponível.
♣ Aplicações financeiras.
♣ Valores a receber.
♣ Estoques.
♣ Despesas antecipadas.
♣ Impostos a recuperar.
O subgrupo de valores a receber deve representar aquilo que a empresa espera auferir
quando do recebimento dos créditos, ou seja, ela deve demonstrar uma cifra líquida das
duplicatas descontadas e inclusive daqueles créditos considerados incobráveis, que deverão
ser transferidos para a conta de provisão para devedores duvidosos.
Da mesma forma o subgrupo estoques deve provisionar ajuste de estoque devido aos
produtos ou materiais obsoletos. Também deverão fazer parte deste subgrupo, os
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adiantamentos a fornecedores, compras em trânsito, bens enviados a terceiros para venda por
consignação e itens de propriedade da empresa, porém armazenados junto a terceiros.
O elemento básico de avaliação dos estoques é o custo, mais especificamente o custo
médio ponderado, devido à aquisição de mesmo item em momentos diferentes. Vale ressaltar
que o custo médio ponderado é o método aceito pela legislação brasileira.
2.2.2.1.2 Ativo realizável a longo prazo
O realizável a longo prazo compreende teoricamente as mesmas contas do ativo
circulante (com exceção das disponibilidades) cujo prazo de realização seja após o exercício
social seguinte ou ao ciclo operacional se este for superior a um ano.
Fazem parte do realizável a longo prazo:
♣ Duplicatas a receber (Títulos a receber).
♣ Provisão para crédito de liquidação duvidosa.
♣ Estoques.
♣ Aplicações financeiras.
♣ Depósitos compulsórios.
♣ Impostos a recuperar.
♣ Outros créditos.
Matarazzo, (1998, p.59) diz que:
As contas correntes com empresas ligadas a acionistas e diretores,provenientes de créditos não decorrentes de transações comerciais, devemfigurar no realizável a longo prazo, mesmo que se preveja recebimento comprazo inferior a 360 dias, porque, sendo créditos junto a pessoas ligadas,nada garante que a empresa credora faça esforço para recebê-los como fariase fosse contra terceiros.
2.2.2.1.3 Ativo Permanente
São incluídos neste grupo os bens de permanência duradouros, destinados ao
funcionamento normal da empresa.
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O ativo permanente é dividido em três subgrupos: investimentos, imobilizado e
diferido.
A classificação quanto aos subgrupos acima dar-se-á da seguinte forma: se a aplicação
for feita com o objetivo de dar operacionalidade à empresa, pertence ao imobilizado; se não se
destinarem à manutenção da atividade da empresa, pertencerá ao subgrupo de investimentos.
Existem ainda aplicações em despesas que contribuem para a formação do resultado de
exercícios subseqüentes e não devem, portanto, ser apropriadas ao exercício em que foram
gastas, constituem o grupo diferido.
2.2.2.1.4 Passivo circulante
Compreende todas as obrigações da empresa vencíveis até o final do exercício social
seguinte, ou se o ciclo operacional for maior que um ano, as obrigações vencíveis no prazo do
ciclo operacional.
Classificam-se neste grupo as obrigações operacionais da empresa (fornecedores,
ordenados e salários etc.), as sociais (Instituto Nacional de Seguridade Social - INSS, Fundo
de Garantia por tempo de Serviço - FGTS, Programa de Integração Social – PIS, etc.) as
legais (Imposto de Renda - IR, Imposto sobre Produto Industrializado - IPI, Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, etc.), além de outras tais como dividendos a
serem pagos aos acionistas, financiamentos e empréstimos de instituições financeiras, valores
recebidos por conta de entrega futura de mercadorias (ou prestação de serviços) etc.
2.2.2.1.5 Passivo exigível a longo prazo
Compreende as obrigações da empresa vencíveis após o término do exercício social
seguinte.
Nesse grupo, são normalmente incluídos financiamentos de instituições de crédito,
adiantamentos recebidos por conta de entregas futuras, empresas coligadas/controladas,
imóveis a pagar e títulos a pagar.
À medida que as obrigações forem tornando-se de curto prazo, ou seja, vencíveis no
exercício social seguinte, deverão ser transferidas para o passivo circulante.
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2.2.2.1.6 Patrimônio Líquido
Representa os recursos (dinheiro ou bens), entregue pelos acionistas a empresa ou por
lucros gerados pela empresa e retidos em diversas contas de reservas ou de lucros
acumulados. Eventualmente, podem existir entradas do tipo doações ou subvenções recebidas
de terceiros.
Para Assaf Neto, (2002, p.70), patrimônio líquido indica “o volume dos recursos
próprios da empresa, pertencente a seus acionistas ou sócios.”
O patrimônio líquido nada mais é do que a diferença entre os bens e direitos (ativo) e
as obrigações para com terceiros (passivo circulante e exigível a longo prazo).
De acordo com a legislação em vigor, o patrimônio líquido é constituído pelos
seguintes subgrupos: capital social, reservas de capital, reservas de reavaliação, reservas de
lucros ou prejuízos acumulados.
2.2.2.2 Demonstrações das mutações do patrimônio líquido - DMPL
A demonstração das mutações do patrimônio líquido é aquela destinada a evidenciar
as mudanças, em natureza e valor, havidas no patrimônio líquido da empresa, num
determinado momento.
A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), mediante Instrução nº 059/86, tornou esta
demonstração e sua publicação de caráter obrigatório, para as companhias abertas, em
substituição à demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados.
Devido à demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados tratar apenas das
variações ocorridas na conta lucros ou prejuízos acumulados, a maioria das empresas optou
pela demonstração das mutações do patrimônio líquido, que além de tratar da conta acima
mencionada, ainda apresenta a variações nas demais contas do patrimônio líquido. (BRAGA,
1989).
Para Matarazzo, (1998, p.48), “a Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
apresenta as variações de todas as contas do Patrimônio Líquido ocorridas entre dois
balanços, independentemente da origem da variação.”
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Tendo em vista a necessidade das empresas serem mais transparentes possível através
das demonstrações, sendo elas de publicação obrigatória ou não, torna-se evidente que a
Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido é muito mais adequada do que a
Demonstração de Lucros ou Prejuízos Acumulados.
2.2.2.3 Demonstração do resultado do exercício - DRE
O objetivo dessa demonstração é fornecer o resultado líquido do exercício,
decompondo-o entre os seus elementos constitutivos, ou seja, as receitas e despesas do
exercício, apuradas segundo o regime de competência.
Segundo Matarazzo (1998, p.47) a Demonstração de Resultados do Exercício
demonstra:
Os aumentos e reduções causados no Patrimônio Líquido pelas operações da
empresa. As receitas representam normalmente aumento do Ativo, através de
ingresso de novos elementos. As despesas representam redução do
Patrimônio Líquido. Enfim, todas as receitas e despesas se acham
compreendidas na Demonstração do Resultado, segundo uma forma de
apresentação que as ordena de acordo com a sua natureza; fornecendo
informações significativas sobre a empresa.
Matarazzo, (1998, p.47), diz ainda que “a Demonstração do Resultado retrata apenas o
fluxo econômico e não o fluxo monetário (fluxo de dinheiro).”
Segundo Franco (1989, p.38) a Demonstração de Resultado do Exercício “é a mais
importante demonstração da dinâmica patrimonial, pois mostra a receita bruta da entidade
(vendas ou serviços prestados), o custo dessas receitas e demais despesas operacionais,
evidenciando o lucro bruto e o lucro operacional.”
A Demonstração de Resultado do Exercício, elaborada simultaneamente com o
Balanço Patrimonial, constitui-se no relatório sucinto das operações realizadas pela empresa
durante determinado período de tempo, onde sobressai um dos valores mais importantes às
pessoas nela interessadas, o resultado líquido do período, Lucro ou Prejuízo.
Abaixo se apresenta a estrutura de uma DRE, seguida de alguns conceitos:
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Ilustração 2 – Estrutura legal da Demonstração de Resultado do Exercício
Demonstração do Resultado do Exercício
RECEITA OPERACIONAL BRUTA
(-) Vendas canceladas
(-) Abatimentos sobre vendas
(-) Impostos sobre vendas
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA
(-) Custos dos produtos, mercadorias ou serviços vendidos
LUCRO BRUTO
(-) Despesas com vendas
(-) Despesas administrativas
(-) Despesas financeiras (líquidas das receitas)
(-) Outras receitas e despesas operacionais
(+ ou -) Resultado de equivalência patrimonial
LUCRO OPERACIONAL
(+) Receitas não operacionais
(-) Despesas não operacionais
LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS, CONTRIBUIÇÕES E PARTICIPAÇÕES
(-) Provisão para imposto de Renda
(-) Provisão para contribuição social sobre o lucro
(-) Participações
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO
LUCRO LÍQUIDO POR AÇÃOFonte: SILVA, (2001, p.136).
♣ Receita operacional bruta – representa o valor nominal total das vendas de bens
ou de serviços prestados pela empresa, no exercício social considerado, antes de qualquer
dedução. Vale ressaltar que as receitas são consideradas pela data da venda (regime de
competência), independente de qualquer que seja a data de vencimento da venda.
♣ Receita operacional líquida – representa o valor que realmente pertence à empresa,
ou seja, deste valor já estará deduzido as vendas que porventura vierem a ser canceladas, os
abatimentos concedidos em razão de algum defeito identificado no produto e em função dos
impostos que deverão ser repassados aos cofres públicos.
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♣ Lucro bruto – parte-se da receita operacional líquida da empresa, porém deduzidos
custos como: custo das mercadorias vendidas, custo dos produtos vendidos ou custo dos
serviços prestados. A chamada margem bruta é a relação percentual entre o lucro bruto e a
receita líquida.
♣ Lucro operacional – é o lucro líquido menos as despesas/receitas operacionais,
mais o efeito (ganho ou perda) de equivalência patrimonial.
♣ Lucro antes dos impostos, contribuições e participações – é o lucro do período
antes das deduções de imposto de renda, contribuição social e as participações estatutárias no
lucro, ou seja, é o lucro operacional mais as receitas não operacionais, menos as despesas não
operacionais.
♣ Lucro líquido do exercício – indica o resultado do exercício após computar a
totalidade das receitas de vendas, a dedução dos custos, as deduções das despesas
operacionais, as receitas e despesas financeiras em geral, o resultado de equivalência
patrimonial, as receitas e despesas eventuais, o imposto de renda, a contribuição social e as
participações. O lucro líquido do exercício é transferido para o patrimônio líquido, mais
especificamente para a conta Lucros ou Prejuízos Acumulados. Junto com as demonstrações
contábeis apuradas no exercício é apresentada à assembléia geral ordinária dos acionistas da
companhia proposta de destinação a ser dada ao lucro líquido do exercício.
♣ Lucro por ação – é apurado basicamente pela relação entre o lucro (prejuízo)
líquido do exercício com o número de ações emitidas pela empresa.
2.2.2.4 Demonstrações das origens e aplicações de recursos – DOAR
A Demonstração das Origens e Aplicações de Recurso é a demonstração contábil
destinada a evidenciar, num determinado período, as modificações que originaram as
variações no capital circulante líquido da empresa.
Os recursos citados nesta demonstração, correspondem à diferença entre o Ativo
Circulante e o Passivo Circulante. Essa diferença, que resulta no capital circulante líquido ou
capital de giro líquido, representa a quantia que a empresa necessita para fazer frente aos seus
compromissos de curto prazo. (BRAGA, 1989).
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Matarazzo, (1998, p.50), diz que: “a DOAR é uma demonstração que evidencia a
variação do Capital Circulante Líquido.”
Como é possível perceber pelos conceitos acima, trata-se de mais uma ferramenta de
análise das demonstrações contábeis, que se analisada de maneira correta possibilitará ao
usuário uma gama de informações sobre como, quando e onde a empresa capta e aplica seus
recursos.
2.2.2 5 Demonstrações do fluxo de caixa
A grosso modo diria-se que fluxo de caixa é o movimento de entradas (recebimentos)
e saídas (pagamentos) de uma empresa. Porém, sua finalidade não se restringe a apenas isso.
Apesar de não ser divulgado pelas empresas, é uma excelente ferramenta de trabalho.
Segundo Zdanowicz, (2000, p.40), denomina-se por fluxo de caixa aoconjunto de ingressos e desembolsos de numerário ao longo de um períodoprojetado. O fluxo de caixa consiste na representação dinâmica da situaçãofinanceira de uma empresa, considerando todas as fontes de recursos e todasas aplicações em itens do ativo.
O principal objetivo do fluxo de caixa é dar uma visão da movimentação financeira
ocorrida diariamente, de forma que se otimize ao máximo os recursos da empresa.
Dentre eles destacamos:
♣ Avaliar alternativas de investimentos.
♣ Avaliar e controlar ao longo do tempo as decisões importantes que são tomadas na
empresa, com reflexos monetários.
♣ Avaliar as situações presente e futura do caixa na empresa, posicionando-a para
que não chegue a situações de iliquidez.
♣ Certificar que os excessos momentâneos de caixa estão sendo devidamente
aplicados.
De acordo com a utilidade que se pretende obter, existem duas demonstrações de fluxo
de caixa:
Demonstrações das entradas e saídas de caixa – DESC.
Demonstrações do fluxo líquido de caixa – DFLC.
20
A demonstração de entradas e saídas de caixa – DESC – visa mostrar oconfronto entre as entradas e saídas de caixa e, conseqüentemente, se haverásobras ou falta de caixa, permitindo à administração decidir comantecedência se a empresa deve tomar recursos ou aplicá-los.(MATARAZZO, 1998, p.370).
Portanto, trata-se de um instrumento imprescindível aos administradores. A
periodicidade da DESC, dependerá de empresa para empresa. Em empresas com fluxos de
entradas e saídas irregulares, o ideal é que se faça diariamente, com visão de pelo menos trinta
dias, e um mensal com visão de doze meses. Em economias voláteis, seria perda de tempo
fazer para mais de um ano.
Demonstrações do fluxo líquido de caixa – DFLC – que mostra o efeito decada variável no caixa, tal como a necessidade de capital de giro (que porsua vez decorre do nível de estocagem, prazos concedidos a clientes erecebidos de fornecedores), expansão ou redução de atividades, realização deinvestimentos ou desimobilização, tomada ou amortização definanciamentos, aportes de capital ou distribuição de dividendos etc.(MATARAZZO, 1998, p.370).
Portanto, enquanto a DESC é o instrumento de trabalho, a DFLC é o instrumento de
análise.
O fluxo de caixa deve ser uma preocupação de todos os setores da empresa. A área de
suprimentos, deve comprar somente o necessário, evitando altos estoques de matéria prima e
com prazos bem longos, a produção e vendas devem estar bem sincronizados e não
concedendo muito o prazo aos clientes. Uma situação ideal é comprar com um prazo maior
que o concedido ao cliente, pois desta forma o cliente estaria sendo financiado pelo próprio
fornecedor. Uma situação inversa, provavelmente a empresa estaria recorrendo aos bancos e
conseqüentemente carregando seus custos.
Porém, sabe-se que às vezes comprar em grandes volumes pode trazer outros
benefícios monetários para a empresa, como: menor despesas com fretes, descontos em
função do volume, aumento no prazo para pagamento, da mesma forma, conceder maior
prazo ao cliente também pode ter suas vantagens como, fidelização do cliente, maior volume
de vendas, etc. Fora isso, ainda tem a concorrência, que fará até o impossível para conquistar
o seu cliente.
Portanto, conciliar os interesses e esforços de cada departamento à elaboração de um
plano geral, visando o crescimento sustentável da organização, deve ser o objetivo maior do
administrador. Não deve haver na empresa áreas que se sobressaem muito bem, e sim um
equilíbrio entre todas.
21
2.3 Análise econômico-financeira das empresas
As análises são feitas com base em índices, que são obtidos através do relacionamento
de grupo de contas das demonstrações contábeis. O resultado de um único índice geralmente
não fornece informações suficientes para que se possa julgar o desempenho global de uma
empresa. Pareceres sensatos ficam condicionados à utilização de um grupo de índices.
Índices são resultados matemáticos apurados das demonstrações contábeis, mas que se
analisados por dois bons profissionais, certamente chegarão a conclusões diferentes.
(BRAGA, 1989).
Braga, (1989, p.140), diz que “somos levados a considerar a análise financeira como
uma arte que reúne conhecimentos teóricos, experiência prática e, sobretudo, sensibilidade,
argúcia, empenho e bom-senso.”
Os índices serão excelente veículo de informação, se comparados com outros
exercícios imediatamente anteriores, e também com os índices apurados de outras empresas
do mesmo setor em igual período.
A análise financeira evidencia os índices de estrutura e liquidez, enquanto e a análise
econômica evidencia os índices de rentabilidade.
Braga, (1989, p.140), afirma que, “cada agente abordará a empresa com determinado
objetivo, e este determinará a profundidade e o enfoque da análise. Obviamente, tudo o que
disser respeito à saúde financeira da empresa, representada pela sua liquidez e rentabilidade,
deverá interessar aos referidos agentes.”
Como o desempenho econômico-financeiro das empresas está vulnerável a fatores
externos, as análises foram classificadas em: temporal, setorial, combinada e índices padrão.
2.3.1 Análise temporal
Qualquer pessoa que se depara com uma demonstração contábil e que precisa tirar
delas alguma informação tende a fazer comparações. Porém, estas comparações devem
obedecer a certos critérios, sendo que um deles é o tempo.
22
Segundo Gitman, (1987, p.218), “a análise de série temporal é feita quando o analista
financeiro mede o desempenho da empresa ao longo do tempo.”
É através da comparação entre o desempenho atual e o desempenho passado da
empresa que se percebe se a mesma esta progredindo ou não. Esta mesma comparação se
aplicada às demonstrações projetadas também poderá revelar discrepâncias ou um otimismo
exagerado das projeções. (GITIMAN, 1987).
2.3.2 Análise setorial
A comparação dos índices obtidos na empresa em estudo ao de outras empresas é mais
uma ferramenta de análise. Porém, esta comparação também precisa ser feita com empresas
do mesmo setor e em igual período.
Entretanto, saber qual empresa selecionar ou se buscar um índice médio do setor, é a
dúvida que paira sobre este tipo de análise.
Segundo Matarazzo, (1998, p.193), “quando se usam algumas técnicas estatísticas, é
possível comparar o desempenho de uma empresa com o de 100, 1.000 ou mais empresas.”
A unificação de critérios para apuração de índices e o tratamento contábil aplicado
principalmente às contas de estoque e depreciação são fundamentais para não distorcer o
resultado da análise, seja ela temporal ou setorial. (GITMAN, 1987).
2.3.3 Análise combinada
A abordagem mais informativa à análise de índices financeiros é aquela que consiste
em combinar as análises.
Segundo Gitman, (1987, p.218), “uma visão combinada permite avaliar a tendência no
comportamento do índice relativamente à tendência para o setor.”
Vale ressaltar também a unificação de critérios para a apuração dos índices, caso
contrário o resultado não refletirá a real situação.
23
Assaf Neto, (2002, p.55), diz que:
é importante acrescentar, ainda que a análise de balanços éfundamentalmente comparativa. Ou seja, determinado índice, quandoavaliado isoladamente, não produz informações suficientes para uma corretaconclusão. É indispensável que se conheça como evoluiu esse resultado nosúltimos anos e em que nível ele se situa em relação aos concorrentes e aospadrões de mercado.
2.3.4 Índices padrão
Matarazzo, (1998, p.192), diz que “a Análise de Balanços através de índices só
adquire consistência e objetividade quando os índices são comparados com padrões, pois, do
contrário, as conclusões se sujeitam à opinião e, não raro, ao humor do analista de balanços.”
Talvez o maior obstáculo para esta análise seja como conseguir o índice padrão das
outras empresas, haja vista que estes são apurados via cálculos estatísticos, e isto demandam
certos conhecimentos específicos em média, moda e mediana. Vale ressaltar que o
comparativo deve ser feito com empresas do mesmo ramo, do contrário não servirão de
parâmetro.
2.4 Tipos de análise
Quando o patrimônio da entidade está expresso por uma cifra que o resume, não existe
a possibilidade de saber como estão compostos os elementos mais específicos que em
conjunto formam este patrimônio. Porém, quando se examina um balanço patrimonial para
saber como está formado, nos seus menores componentes, ou seja, as contas, esta se fazendo
uma análise. Nesta análise, além da utilização dos tradicionais índices de liquidez,
endividamento e rentabilidade, também utilizaremos a análise vertical e análise horizontal que
demonstra a relação entre as contas que compõem o patrimônio.
Segundo Matarazzo, (1998, p.26), “a análise vertical e horizontal presta-se
fundamentalmente ao estudo de tendências.”
24
A análise vertical e horizontal visa oferecer informações sobre a composição e a
evolução da estrutura das demonstrações.
2.4.1 Análise através de índices
O método de análise por meio de índices tem por base as relações existentes entre
contas, grupos ou subgrupos de contas das demonstrações financeiras.
Sanvicente, (1983, p.162), diz que: “índices são grandezas comparáveis obtidas a
partir de valores monetários absolutos destinados a medir a posição financeira e os níveis de
desempenho da empresa em diversos aspectos.”
A análise por índices é fundamental para o perfeito conhecimento da situação
econômica e financeira da empresa.
Neste aspecto Matarazzo, (1998, p.153), diz que:
índice é a relação entre contas ou grupo de contas das DemonstraçõesFinanceiras, que visa evidenciar determinado aspecto da situação econômicaou financeira de uma empresa. A característica fundamental dos índices éfornecer visão ampla da situação econômica ou financeira da empresa.
2.4.1.1 Índices de liquidez
Os Índices de Liquidez proporcionam uma avaliação sobre o grau de solvabilidade de
uma empresa em um determinado período. A relação estabelecida visa apresentar a
capacidade de pagamentos da empresa em função do vencimento de seus compromissos e da
realização de seus direitos. Entretanto, vale ressaltar que liquidez não é sinônimo de
solvência. Liquidez é a capacidade de liquidar obrigações em dia, enquanto que a solvência é
a capacidade de liquidar as dívidas.
Matarazzo, (1998, p.170), comenta que: “uma empresa com bons índices de liquidez
tem condições de ter boa capacidade de pagar suas dívidas, mas não estará, obrigatoriamente,
pagando suas dívidas em dia em função de outras variáveis como prazo, renovação de dívidas
etc.”
A liquidez fraciona-se ainda em: liquidez geral, liquidez corrente e liquidez seca.
25
2.4.1.1.1 Liquidez geral - LG
Este índice indica o quanto à empresa possui em dinheiro, bens e direitos realizáveis a
curto e longo prazo, para honrar todos os seus compromissos (obrigações), também de curto e
longo prazo.
Prazo Longo a Exigível Circulante PassivoPrazo Longo a Realizável Circulante Ativo
LG +
+=
O índice de liquidez geral é um indicador que subentende que, se a empresa parasse
suas atividades naquele momento, conseguiria saldar suas dívidas de curto e longo prazo com
seu dinheiro (disponibilidades) mais seus recursos realizáveis no curto e longo prazo sem
precisar envolver o ativo permanente. É um índice do tipo quanto maior, melhor.
Silva (2001), não estabelece um índice ideal, para ele uma empresa com um índice
mesmo maior que um poderá ter dificuldades para honrar seus compromissos, tendo em vista
variáveis como:
♣ Ausência ou constituição a menor de provisões para férias, impostos ou encargos.
♣ Prazos e características das exigibilidades assim como das disponibilidades.
♣ Forma de avaliação dos estoques, etc.
Como pode-se perceber um índice maior que um que aparentemente já seria bom,
pode não ser tão bom assim. A omissão de algum registro por parte da empresa poderá alterar
significativamente o resultado deste índice.
2.4.1.1.2 Liquidez corrente – LC
Este índice indica a capacidade da empresa em honrar seus compromissos de curto
prazo com os recursos também de curto prazo, ou seja, é a relação entre o Ativo Circulante e
o Passivo Circulante.
Circulante PassivoCirculante Ativo
LC =
26
Braga, (1989, p.138), diz que: “por este quociente verifica-se, teoricamente, quantas
unidades monetárias a empresa possui para pagar cada unidade de sua dívida de curto prazo.
Em outras palavras, destina-se a avaliar a capacidade da empresa pagar suas obrigações a
curto prazo.”
Na relação acima citada, o Ativo Circulante é considerado como recurso utilizável no
período, sem a preocupação de sua conversibilidade em moeda no curto prazo. Este índice
também indica a existência de capital circulante líquido, que é a diferença entre o Ativo
Circulante e o Passivo Circulante.
O índice de liquidez corrente é o mais usado, visto que algumas pessoas logo o
calculam a fim de medirem a saúde financeira das empresas.
A interpretação deste índice é no sentido de que quanto maior melhor.
Alguns autores mencionam que o índice de liquidez corrente tem de ser maior que 1
(um), outros consideram que acima de 1,5 (um e meio) já é muito bom. Este índice tem sua
validade como instrumento comparativo entre empresas do mesmo porte, da mesma atividade
e da mesma região geográfica, porém, isoladamente não se pode afirmar que a liquidez
corrente é boa ou ruim, acima ou abaixo de 1 ou 1,5; tudo dependerá do tipo de atividade da
empresa, especialmente de seu ciclo financeiro que deve considerar os prazos de rotação dos
estoques, recebimentos das vendas e pagamento das compras. É possível encontrar-se
empresas economicamente deficitárias com índices de liquidez corrente próximos de 2 (dois)
e empresas saudáveis com o indicador inferior a 1 (um). (SILVA, 2001).
2.4.1.1.3 Liquidez seca – LS
Este índice demonstra a capacidade da empresa saldar seus compromissos de curto
prazo utilizando-se de seus ativos mais líquidos, ou seja, do ativo circulante são extraídos os
estoques, visto que estes não representam bens de rápida conversibilidade em dinheiro.
Circulante PassivoLíquidasReceber a Duplicatas sFinanceira Aplicações idadesDisponibil
LS++=
Para Assaf Neto, (2002, p.172), “o quociente demonstra a porcentagem das dívidas a
curto prazo em condições de serem saldadas mediante a utilização de itens monetários de
maior liquidez do ativo circulante.”
27
A interpretação deste índice é no sentido de que quanto maior melhor.
Segundo Gitman, (2001, p.136), “um índice de liquidez seca de 1,0 ou maior é
ocasionalmente recomendável, mas da mesma forma que o índice de liquidez corrente, um
valor aceitável depende substancialmente do setor.”
O passivo circulante é líquido e certo, com o risco de alguns compromissos não serem
registrados ou ainda serem registrados com valores menores. Quanto aos ativos, é prudente
fazer uma análise mais aprofundada sobre certas contas, para se saber volume de atrasos,
prazos de recebimentos, principais clientes, risco nas aplicações financeiras quando houver, o
volume em caixa e bancos apresentado nas demonstrações financeiras, etc. (SILVA, 2001).
2.4.1.2 Índices de endividamento
Para Matarazzo, (1998, p.157), “os índices desse grupo mostram as grandes linhas de
decisões financeiras, em termos de obtenção e aplicação de recursos.”
Os índices de endividamento refletem as ações dos gestores da empresa quanto aos
investimentos, financiamentos e políticas de distribuição de dividendos.
Assim como a liquidez, o endividamento também é desmembrado em outros
importantes índices como: imobilização do patrimônio líquido, participação de capitais de
terceiros e composição do endividamento.
2.4.1.2.1 Imobilização do patrimônio líquido – IPL
Este índice demonstra a relação existente entre o Ativo Permanente e os capitais
próprios. Por esta relação, o analista identificará a parcela dos recursos do Patrimônio Líquido
que está aplicado no Ativo Permanente. É recomendável que os bens registrados no Ativo
Permanente sejam financiados por recursos próprios, de forma a manter uma situação
financeira confortável.
100 x oImobilizad Patrimônio
Permanente Ativo IPL =
28
Matarazzo, (1998, p.164), diz que:
O ideal em termos financeiros é a empresa dispor de Patrimônio Líquidosuficiente para cobrir a Ativo Permanente e ainda sobrar uma parcela – CCP= Capital Circulante Próprio – suficiente para financiar a Ativo Circulante.(Por suficiente entende-se que a empresa deve dispor da necessária liberdadede comprar e vender sem precisar sair o tempo todo correndo atrás debancos.)
As empresas são constituídas com a finalidade de gerarem riqueza ao acionista e
também cumprirem uma função social. Sendo assim, a aplicação dos recursos disponíveis
(capitais próprios e de terceiros) de priorizar as atividades operacionais, isto é, financiar a giro
comercial ou industrial da empresa.
Portanto, os recursos a serem aplicados no Ativo Permanente devem estar limitados ao
estritamente necessário para o exercício de suas atividades operacionais, ou seja, a empresa
deve racionalizar a aplicação dos recursos no Ativo Permanente de forma a não comprometer
a sua finalidade própria.
A interpretação deste índice é no sentido de que quanto maior, pior.
Com relação a este índice, o analista deve observar questões sobre como variou a
patrimônio líquido: lucros, prejuízos, aportes de capital, cisões, fusões e incorporações.
Ocorrências de reavaliações de ativos; participação de cada um dos blocos (investimentos,
imobilizado e diferido) no ativo permanente. O diferido normalmente é intangível e sem
liquidez; poderá contribuir para a geração de receitas futuras. Os investimentos em coligadas;
outros investimentos como obrigações Eletrobrás e incentivos fiscais, se relevantes; quanto ao
imobilizado, é necessário conhecer a vida útil dos equipamentos, o grau de modernização, a
localização das unidades fabris e o critério de depreciação, etc. (SILVA, 2001).
2.4.1.2.2 Participação de capitais de terceiros - PCT
Este índice apresenta a relação existente entre o Passivo Circulante acrescido do
Exigível à Longo Prazo e o Patrimônio Líquido. Indica o grau de endividamento da empresa
em relação ao capital próprio.
100 x Líquido Patrimônio
Prazo Longo a Exigível Circulante Passivo PCT
+=
29
Matarazzo, (1998, p.160), diz que:
“O índice de Participação de Capitais de Terceiros relaciona, portanto, asduas grandes fontes de recursos da empresa, ou seja, Capitais Próprios eCapitais de Terceiros. É um indicador de risco ou de dependência a terceiros,por parte da empresa. Também pode ser chamado índice de grau deendividamento.”
Este índice demonstra a garantia que os capitais de terceiros têm em relação aos
capitais próprios da empresa, ou seja, indica o montante de dívida garantida por uma unidade
monetária do Patrimônio Líquido.
Desta forma, quanto menor for o Índice de Participação de Capital de Terceiros,
melhor será a situação econômica e financeira da empresa.
Entretanto, o uso de capitais de terceiros é salutar à medida que a empresa aplica estes
recursos em operações que gerem retornos superiores ao custo da dívida. Já o analista externo
à empresa evidenciará na maioria das vezes apenas o risco provocado pelo endividamento.
Silva, (2001), cita alguns outros pontos de ordem qualitativa a serem observados:
♣ Os prazos de vencimento das dívidas a longo prazo.
♣ A participação das dívidas onerosas, no passivo circulante.
♣ O tipo e a origem dos empréstimos.
♣ Os passivos ou obrigações não registrados, que deveriam aparecer em notas
explicativas e que muitas vezes não são mencionados.
♣ Ocorrências de cisão, fusão ou incorporação.
O índice em si tem a sua importância, porém se ponderado as questões acima,
certamente refletirá um resultado muito mais coerente.
2.4.1.2.3 Composição do endividamento - CE
Este índice apresenta a relação existente entre o Passivo Circulante e o Exigível Total.
O fator determinante de variação deste índice é a existência ou não de Exigível a longo Prazo.
100 x Prazo Longo a Exigível Circulante Passivo
Circulante Passivo CE
+=
30
Matarazzo, (1998, p.161), diz que este índice indica “qual o percentual de obrigações
de curto prazo em relação às obrigações totais.”
A relação apresentada por este índice indica o perfil dos capitais de terceiros. Pela
análise, é possível identificar a composição das dívidas da empresa, demonstrando a
necessidade ou não de alongamento das mesmas.
A interpretação deste índice é no sentido de que quanto maior, pior.
Quanto maior forem as dívidas no curto prazo, maior será a pressão para que a
empresa gere recursos a fim de honrar seus compromissos.
O fato de a dívida estar concentrada no curto prazo não é necessariamente um fator
negativo, é preciso conhecer a estrutura geral da empresa, quanto a sua participação de
capitais de terceiros, sua capacidade de geração de recursos e mesmo sua condição de
renegociar a dívida de curto prazo junto aos credores. (SILVA, 2001).
2.4.1.3 Índices de rentabilidade
Matarazzo, (1998, p.181), diz que: “os índices deste grupo mostram qual a
rentabilidade dos capitais investidos, isto é, quanto renderam os investimentos e, portanto,
qual o grau de êxito econômico da empresa.”
O volume de atividades da empresa tem relação direta com o montante de
investimentos. Os índices de retorno, também conhecidos por índices de lucratividade ou
mesmo rentabilidade, indicam qual o retorno que o investimento está propiciando.
Assim como os dois índices imediatamente anteriores, este também se dividem em:
Giro do ativo, retorno sobre as vendas ou margem líquida, retorno sobre o ativo e retorno
sobre o patrimônio líquido.
2.4.1.3.1 Giro do ativo
O giro do ativo é um dos principais indicadores da atividade da empresa. Estabelece
relação entre as vendas do período e os investimentos totais efetuados na empresa, que estão
representados pelo ativo total médio.
31
Médio Total AtivoLíquida Receitaou Líquidas Vendas
GA =
Silva, (2001, p.234) destaca importantes observações quanto ao giro do ativo:
♣ O ativo total poderá estar subavaliado em função de inadequação ou inexistência
dos índices de atualização monetária do ativo permanente, no caso de existência de
inflação.
♣ Eventuais reavaliações de ativos podem interferir na variação do giro do ativo de
um ano para o outro, bem como na sua comparação com os padrões do ramo de
atividade.
♣ Existência de itens representativos no ativo, que não estejam relacionados com a
produção e vendas, podem superavaliar o ativo e prejudicar o significado do
indicador.
♣ Empresas em fase de expansão, que adquirem ativos permanentes durante o
período, também introduzem imperfeição no índice, uma vez que esses ativos não
foram utilizados no processo produtivo durante todo o período.
♣ Caso não tenha havido mudanças expressivas no valor do ativo total, de um ano
para o outro, podemos utilizar o ativo total no final do ano que estamos analisando,
em vez do ativo total médio.
2.4.1.3.2 Retorno sobre as vendas – (RSV) ou margem líquida – ML
Este índice compara o lucro líquido em relação às vendas líquidas do período,
fornecendo o percentual de lucro que a empresa está obtendo em relação ao seu faturamento.
100 x Líquidas VendasLíquido Lucro
RSV =
Silva, (2001, p.237), cita alguns comentários sobre este índice:
32
• Tanto o lucro líquido do período quanto as vendas líquidas, no caso de uma
economia inflacionária, tendem a estar desatualizados, podendo, portanto
conter distorções no cálculo do índice.
• O lucro líquido pode conter valores expressivos relativos a despesas ou receitas
não operacionais.
• O resultado de equivalência patrimonial deve ser investigado para conhecermos a
sua origem nas controladas ou coligadas.
• O critério de avaliação dos estoques e de apropriação de custos pode interferir no
valor do CPV (custo dos Produtos Vendidos) e, portanto, no lucro.
A interpretação deste índice é no sentido de que quanto maior, melhor.
Segundo Gitman, (2001, p.143), “margem líquida “boa” difere de forma considerável
entre os setores. Uma margem líquida de 1% ou menos não seria fora do comum para um
armazém, enquanto uma margem líquida de 10% seria baixa para uma joalheria.”
Trata-se de um indicador interessante, porém a que se questionar sobre quais
condições foi obtido. O aumento no valor das vendas pode ser conseqüência de fatores como:
aumento da tabela de preços, aumento nas quantidades vendidas, etc, da mesma forma que o
lucro líquido também sofre influência de fatores como: redução dos custos de fabricação,
redução das despesas operacionais e não operacionais, aumentos das receitas operacionais e
não operacionais, melhor utilização da capacidade, etc.
2.4.1.3.3 Retorno sobre o patrimônio líquido - RSPL
Este índice demonstra quanto de prêmio que os acionistas ou proprietários da empresa
estão obtendo em relação aos seus investimentos no empreendimento. O lucro, portanto, é o
prêmio do investidor pelo risco do seu negócio.
100 x Médio Líquido Patrimônio
Líquido Lucro RSPL =
A interpretação deste índice é no sentido de que quanto maior, melhor.
Silva, (2001, p.243), faz os seguintes comentários:
33
♣ No caso do cálculo do patrimônio líquido, o ideal é corrigir o saldo inicial mais os
acréscimos ocorridos no período e calcular a média ponderada pelo tempo de permanência
dos recursos.
♣ Os índices de retorno indicam a vitalidade da empresa, que muitas vezes se
deteriora a partir de sua fraca capacidade de gerar lucro.
♣ O lucro líquido é considerado após a dedução das participações estatutárias nos
lucros. Adicionalmente, no cálculo do retorno sobre o patrimônio líquido poderiam ser
excluídos os dividendos obrigatórios sobre as ações preferenciais, os quais são tão
obrigatórios quanto as participações estatutárias.
Segundo Matarazzo, (1998, p.187),
O papel do índice de Rentabilidade de Patrimônio Líquido é mostrar qual ataxa de rendimento do Capital Próprio. Essa taxa pode ser comparada com ade outros rendimentos alternativos no mercado, como Caderneta dePoupança, CDBs1, Letras de Câmbio, Ações, Aluguéis, Fundos deInvestimentos, etc. Com isso se pode avaliar se a empresa oferecerentabilidade superior ou inferior a essas opções.
2.4.1.4 Índices de atividade
Os índices de atividade revelam a rapidez com que várias contas são convertidas em
vendas ou caixa.
2.4.1.4.2 Prazo médio de renovação dos estoques
O prazo médio de renovação dos estoques indica quantos dias, em média, os produtos
ficam armazenados na empresa antes de serem vendidos. No caso de uma indústria, conta-se
também o tempo em que a matéria prima ficou armazenada nos almoxarifados e também o
tempo da fase de transformação em produto. O volume de estoques de uma empresa é
decorrente de uma série de fatores como: o ramo de atividade, veja o caso de uma
beneficiadora de erva mate que tem que manter estoque alto aguardando a secagem das
1 CDB – Certificado de Depósito Bancário
34
folhas; volume de vendas; lote econômico, etc. O item estoque preocupa principalmente três
áreas da empresa: a produtiva, que quer manter estoque de matéria prima em níveis que não
comprometa o processo produtivo caso haja atraso na entrega por parte dos fornecedores; a
área comercial que quer produtos em um cômodo nível que possa atender com rapidez os
clientes, e a área financeira que deseja investir o menor valor possível em estoques parados.
Vale ressaltar que altos volumes de estoques, implicam em gastos com: armazenagem,
transporte, seguros, perdas por desuso, etc.
Gitman, (2001, p.137) diz que: “Giro de estoque mensura a atividade ou a liquidez do
estoque de uma empresa”.
360 x Vendidos s/ProdutosMercadoria das Custo
Médio Estoques PMRE =
O resultado deste índice tem como premissa de que quanto maior melhor, pois neste
caso estará indicando um alto grau de comercialização de seus produtos. Contudo, pode ser
reflexo de um subinvestimento em estoques, revelando que a empresa opera com estoques
inferiores as sua necessidades. Assim como uma baixa rotação pode demonstrar
superinvestimento em estoques, com quantidades superiores as suas necessidades.
2.4.1.4.3 Prazo médio de recebimento das vendas (PMRV)
O prazo médio de recebimento das vendas demonstra quantos dias, em média, a
empresa leva para receber suas vendas.
360 x Vendas
Receber à Duplicatas PMRV =
O volume de duplicatas a receber é decorrência de dois fatores básicos:
♣ Montante de vendas a prazo.
♣ Prazo concedido aos clientes para pagamento.
Quanto ao prazo concedido aos clientes, geralmente são em função de políticas de
crédito e cobrança pré-definidas pela empresa. Entretanto algumas negociações, por questões
estratégicas fogem desta política. Desta forma, o administrador precisa monitorar este índice a
35
fim de medir se este alongamento de prazo não comprometerá a liquidez da empresa. Ele
também é muito importante para se comparar diretamente com o prazo médio de pagamento
das compras.
Segundo Matarazzo, (2001, p.137), período médio de cobrança é a média de tempo
necessária para cobrar duplicatas a receber.
Silva, (2001, p.336), chama atenção para fatores que podem distorcer o cálculo do
prazo médio de recebimento das vendas:
♣ As sazonalidades das vendas.
♣ A data de encerramento das demonstrações financeiras, quando e empresa tem
características sazonais.
♣ Como fatores externos à fórmula de cálculo, o analista deverá preocupar-se com a
qualidade das duplicatas, com o volume das vendas canceladas, com o montante de
incobráveis que a empresa vem apresentando. È sempre desejável o analista conhecer quais
são os principais clientes da empresa, como está distribuída à composição das duplicatas a
receber pelos prazos de vencimento, bem como o volume de duplicatas vencidas. Cabe
lembrar que o valor nominal das duplicatas contém os encargos embutidos e que seu valor de
realização na data do balanço é inferior ao nominal que será recebido no vencimento.
2.4.1.4.4 Prazo médio de pagamento das compras (PMPC)
O prazo médio de pagamento das compras demonstra quantos dias em média a
empresa leva para pagar seus fornecedores.
360 x Compras
esFornecedor PMPC =
Trata-se de um índice de extrema importância, pois permite ao administrador
compará-lo com o prazo médio de recebimentos das vendas, além de poder medir a eficiência
da área de compras com relação aos prazos.
36
2.4.2 Análise horizontal
Tão importante quanto analisar a situação patrimonial da empresa em determinado
momento, é verificar a variação ocorrida neste patrimônio em diversos períodos. Este
histórico de variação patrimonial é observado ao se fazer uma análise horizontal. Análise
horizontal é a comparação entre componentes do conjunto patrimonial em períodos
sucessivos.
Matarazzo, (1998, p.251), diz que: “a evolução de cada conta mostra os caminhos
trilhados pela empresa e as possíveis tendências.
Esta análise indicará o comportamento, ao longo do tempo, dos grupos ou subgrupos
de contas. A doutrina e a prática recomendam que o analista tenha em mãos as
demonstrações contábeis de três períodos consecutivos.
Silva, (2001, p.208), diz que: “o propósito da análise horizontal (AH) é permitir o
exame da evolução histórica de cada uma das contas que compõem as demonstrações
financeiras.”
Na análise horizontal a base 100% será um período da série histórica eleito pelo
analista.
2.4.2.1 Análise horizontal encadeada ou anual
Segundo Matarazzo, (1998, p.253), “a Análise Horizontal pode ser efetuada através do
cálculo das variações em relação á um ano-base – quando será denominada Análise
Horizontal encadeada – ou em relação ao ano anterior – quando será denominada Análise
Horizontal anual.”
Entretanto a análise horizontal anual se usada isoladamente pode induzir a conclusões
irreais, visto que a mesma será sempre em relação ao exercício imediatamente anterior. O
ideal é trabalhá-la junto com a análise encadeada que permite comparar exercícios posteriores
com uma base fixa.
37
2.4.2.2 Análise horizontal nominal ou real
Em economias inflacionárias, os resultados apresentados nas demonstrações contábeis
não refletem a real situação da empresa. Uma pequena elevação no saldo de uma conta como
lucro líquido pode transformar-se num prejuízo, dependendo do índice de inflação apurado
naquele exercício.
Assaf Neto (2003, p.102), diz que:
Em contextos com inflação, é importante que o analista desenvolva seusestudos dos principais itens patrimoniais e de resultados, baseado em suasevoluções reais, ou seja, em valores depurados da inflação. Para tanto, énecessário que se coloquem, usando a metodologia de correção integral,todos os valores que estão sendo analisados em moeda representativa dopoder de compra de determinada data.
Segundo Assaf Neto (2003, p.104) “a qualidade da informação contábil é agravada no
Brasil pela prática atual da legislação societária de não permitir a correção monetária dos
valores patrimoniais e de resultados apurados por nossas empresas.”
Sabe-se que algumas contas de resultado como por exemplo às receitas de vendas, são
formadas no decorrer do exercício e não apenas no último dia. Para efeito de apuração de
crescimento real o ideal seria corrigi-la a partir da data da venda. Já para o analista externo,
que não tem acesso às datas, o recomendável é que ele adote na prática a correção média do
período em que foram apurados esses valores.
A análise nominal considera os saldos históricos, independente da data da sua
aquisição. Já na análise real, a situação é totalmente diferente, visto que os saldos das contas
serão depurados dos efeitos inflacionários.
Vários institutos e organismos nacionais calculam e divulgam índices que medem a
variação de preços na economia brasileira. Dentre eles destacam-se:
♣ INPC – Índice Nacional de Preços ao Consumidor, divulgado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE;
♣ IPC – Índice de Preços ao Consumidor, divulgado pela Fundação Instituto de
Pesquisas Econômicas – FIPE;
♣ IGP-M – Índice Geral de Preços Médios, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas.
38
2.4.3 Análise vertical
Pela análise vertical, o analista identifica a participação de cada elemento em relação
ao todo. Este tipo de análise pode ser realizado em qualquer demonstração financeira, mas é
no Balanço Patrimonial e na Demonstração de Resultado de Exercício que sua aplicação tem
resultado de maior importância.
Silva, (2001, p.204) diz que:
Em cada ano, para calcularmos os percentuais da coluna da análise vertical(AV), dividimos o valor da rubrica que queremos calcular pelo valor-base emultiplicamos por cem. O valor-base no balanço patrimonial é o ativo totale na demonstração de resultado é a receita líquida de vendas.
Franco, (1989, p.131), também diz que: “É importante saber a porcentagem de cada
grupo com relação ao total do patrimônio, pois, através dessa análise, podemos aquilatar se há
excesso de imobilização, insuficiência de capitais ou de disponibilidades etc.”
Os cálculos são feitos com a atribuição de 100% aos totais do Ativo, Passivo e Receita
Bruta, e em seguida calcula-se o percentual de participação de cada conta em relação ao total.
É importante salientar que os percentuais apresentados pela análise vertical, devem ser
analisados em conjunto com a análise horizontal e os demais índices como: liquidez,
endividamento e rentabilidade.
2.4.4 Fator de insolvência de Kanitz
O fator de insolvência é a perda da capacidade de ser solvente, ou seja, deixar de ter
equilíbrio, liquidez ou prosperidade.
Walter, (1980, p.102), diz que: “o fator de insolvência é um indicador que expressa a
faixa de risco em que se encontra a empresa, podendo levá-la a uma situação de extrema
dificuldade, caso não adote medidas para correção de seu desequilíbrio financeiro e/ou
incremento da capacidade de geração de lucro.”
Matarazzo, (1998, p.246), cita alguns pesquisadores como: Kanitz, Altman,
Elizabetsky, Matias e Pereira, que desenvolveram formulas de medir a insolvência.
39
No presente estudo, trabalharemos com o método Kanitz, por ser o mais difundido e
utilizado pelos analistas.
De acordo com o método Kanitz, “a empresa estará insolvente se o fator de
insolvência for inferior a -3; a sua classificação estará indefinida entre -3 e 0 e acima de 0
estará na faixa de solvência.” (MATARAZZO, 1989, p.246).
O método Kanitz, conhecido também como termômetro de Kanitz, é utilizado para
prever a falência das empresas. O método consiste em primeiro lugar, encontrar o fator de
insolvência da empresa em análise, e em segundo lugar, averigua-se em que intervalo recai o
fator de insolvência no termômetro de insolvência. Este termômetro apresenta uma escala que
vai de 7 a -7, com a seguinte definição:
de 0 a 7 – solvência – menores riscos de quebra ou falência;
de 0 a -3 – penumbra – situação perigosa, a empresa necessita de cuidado especial;
de -3 a -7 – insolvente – grandes probabilidades de falência.
2.4.5 EBITDA
Também conhecido como Earning Before Interests, Taxes Depreciation and
Amortization – EBITDA, que tem como função mensurar a relação Redução de
Custo/Melhoria de Produtividade. Em português, significa “Lucro Antes dos Juros, Impostos,
Depreciação e Amortização - LAJIDA”.
Muito embora, o EBITDA também seja chamado ou apresentado como “Fluxo de
Caixa Operacional (Operational Cash Flow)” o mesmo leva em conta apenas o desempenho
operacional da empresa e não reflete o impacto no resultado, dos itens extraordinários, das
despesas com investimentos e das mudanças havidas no capital de giro.
Sabe-se que parte das receitas consideradas no EBITDA pode não ter sido recebida,
assim como parte das despesas incorridas pode ainda estar pendente de pagamento. Dessa
forma, o EBITDA não representa o volume monetário efetivo de caixa, mas sim um indicador
do potencial de geração de caixa proveniente de ativos operacionais.
40
Segundo Assaf Neto, (2002, p.207), “O EBITDA revela, em essência, a genuína
capacidade operacional de geração de caixa de uma empresa, ou seja, sua eficiência financeira
determinada pelas estratégias operacionais adotadas.”
Despesas que não sejam oriundas da atividade operacional da empresa não são
consideradas na apuração deste indicador. Também são desconsiderados os juros sobre o
capital próprio e as eventuais receitas financeiras obtidas com a aplicação dos excessos de
caixa no mercado financeiro.
Defendido por uns e criticado por outros, o EBITDA tornou-se um modismo adotado
por muitas empresas, que o consideram como uma importante ferramenta de avaliação de
performance operacional. Escândalos como o que ocorreu na empresa norte-americana
Worldcom, que reconheceu US$ 7 bilhões de despesas operacionais como investimentos de
capital, provocando profunda distorção no lucro e conseqüente aumento do EBITDA,
puseram por terra sua aparente blindagem contra manipulações. Mesmo assim, o mercado
deverá continuar usando-o, devido à facilidade de elaboração pelos usuários, tanto interno
como externo e principalmente por ser um excelente indicador de desempenho, quando
comparado à evolução de um período em relação a outro.
A partir do EBITDA, constroem-se diversos instrumentos de análise do fluxo de caixa
da empresa. Dentre eles destacam-se:
♣ o próprio valor absoluto do EBITDA em comparação com períodos anteriores;
♣ a relação percentual entre o valor do EBITDA e o valor das vendas da empresa;
♣ a análise da evolução do valor do EBITDA, por intermédio da evolução dos
elementos que o compõem;
♣ a relação entre o valor do EBITDA e as despesas financeiras.
A relação entre o valor do EBITDA e as despesas financeiras, “é importante, na
medida em que permite a verificação da capacidade de geração de caixa em relação aos custos
da estrutura financeira da empresa.” (SANTI FILHO, 2004, p.234).
Entretanto, cabe ressaltar que esse indicador não se constitui numa medida de
capacidade de pagamento, tendo em vista que o EBITDA expressa a capacidade de geração de
caixa da empresa e não efetivamente o fluxo de caixa disponível para o pagamento de juros.
Quanto menor for o resultado deste índice, maior é o risco da empresa não ter condições de
arcar com os juros provenientes da estrutura financeira.
41
Ilustração 3 – Localização do EBITDA na Demonstração de Resultado
Demonstração de Resultado do Exercício
RECEITAS DE VENDAS
(-) Custo dos produtos vendidos
LUCRO BRUTO
(-) Despesas com vendas
(-) Despesas gerais e administrativas
EBITDA
(-) Depreciação
LUCRO OPERACIONAL ANTES DO IR
(-) Despesas financeiras
LUCRO ANTES DO IR
(-) Provisão para IR
LUCRO LÍQUIDO
Fonte: ASSAF NETO, (2002, p.208).
2.4.6 EBIT
O Earnings Before Interest and Taxes – EBIT, que em português significa “Lucro
Antes dos Juros e Impostos”, é mais uma sigla norte-americana, desenvolvida a partir do
EBITDA, para servir de mais um indicador de resultado operacional da empresa. Com a
“globalização” chegou ao Brasil o EBITDA, cujo uso, segundo alguns analistas, teve início
em 1994. Outros dizem que é mais recente. Mas, todos são unânimes quando afirmam que ele
veio junto com os investidores estrangeiros, já que em outros países – Estados Unidos, por
exemplo – o termo é comum. Sendo o EBIT um derivado do EBITDA, conclui-se que a sua
vinda para o Brasil deu-se da mesma forma que o EBITDA.
42
O EBIT nada mais é do que o lucro operacional que a empresa teria, caso não
possuísse dívidas. Ele inclui todos os itens operacionais, inclusive a maioria das receitas e
despesas. Em geral excluem-se receitas e despesas financeiras, ganhos ou perdas de operações
encerradas, eventos extraordinários e receitas de investimentos não operacionais.
A diferença entre o EBIT e o EBITDA acaba sendo as despesas com depreciação e
amortização. Vale ressaltar que além do processo de depreciação acelerada, há ainda países
que podem ter prazos diferentes para depreciarem seus ativos, causando distorções na análise
de alguns índices como o EBITDA por exemplo.
43
3 DESCRIÇÃO DO MÉTODO
A metodologia a ser adotada para o desenvolvimento deste trabalho será a pesquisa
bibliográfica e documental, configurando-se como um estudo de caso, descritivo, explicativo
e quantitativo.
A pesquisa tem como propósito resgatar conceitos sobre os principais temas
pertinentes aos assuntos que serão abordados neste trabalho bem como a aplicação de
formulas matemáticas já definidas como as mais adequadas por outros autores, a fim de
demonstrar os resultados obtidos na análise.
Para Lakatos, (1992, p.23),
Analisar significa estudar, decompor, dissecar, dividir, interpretar. A análisede um texto refere-se ao processo de conhecimento de determinada realidadee implica o exame sistemático dos elementos. (...) A análise desenvolve-sepor meio da explicação, da discussão e da avaliação. (...) através da análisepodem-se observar os componentes de um conjunto e perceber suaspossíveis relações, ou seja, de uma idéia-chave geral passar-se para umconjunto de idéias mais específicas.
O estudo é de natureza descritiva, por permitir uma melhor compreensão do
comportamento de diversos fatores que influenciam determinados fenômenos e ao mesmo
tempo revelar com profundidade a situação econômico-financeira da empresa em estudo,
através da observação dos registros e da análise, correlacionando fatos e fenômenos
detectados, sem manipulá-los.
Oliveira, (2001, p.114) diz que:
O trabalho descritivo procura abranger aspectos gerais e amplos de umcontexto, possibilitando o desenvolvimento de um nível de análise quepermite identificar as diferentes formas dos fenômenos, sua ordenação eclassificação, sendo assim um processo de estudos que procura abranger acorrelação entre variáveis.
Enquadra-se no estudo quantitativo, pois um dos produtos apurados serão expressões
numéricas que refletirão o resultado econômico-financeiro da empresa no período já definido
no objetivo deste trabalho.
“[...] o método quantitativo representa, em princípio, a intenção de garantir a precisão
dos resultados, evitar distorções de análise e interpretação, possibilitando, conseqüentemente,
uma margem de segurança quanto às inferências.” (RICHARDSON, 1999, p.70).
44
O estudo também é dedutivo, pois parte do geral para o específico, ou seja, as
informações contidas nos balanços patrimoniais e nas demonstrações de resultados são
detalhadas conforme necessidade do usuário, refletindo a situação econômico-financeira da
empresa.
A análise estará focada na Intelbras, por ser uma empresa de médio porte, que atua no
ramo de telecomunicações em São José – Santa Catarina Com administração própria num só
endereço, torna-se fácil à comunicação entre as pessoas e departamentos. O acesso aos
documentos é instantâneo.
Para efeitos da análise comparativa, foram obtidos através de ao site do SERASA,
doze balanços patrimoniais. Entretanto, a seleção por empresas genuinamente nacionais de
mesmo porte e ramos de atividade, restringiu a amostra para apenas duas empresas, que por
questões éticas serão citados apenas o seu Estado de origem, preservando-se desta forma suas
identidades. A partir de agora os concorrentes serão chamados de: concorrente “A” sediado
em Santa Catarina, e concorrente “B” sediado Rio Grande do Sul.
O concorrente A emprega 263 profissionais, abastecendo somente o mercado nacional
com vendas e locação de seus produtos, atingiu um faturamento anual de R$ 51 milhões em
2004. Seus insumos provem 35% do mercado nacional e 65% do mercado externo.
O concorrente B emprega 45 profissionais, com 98% das vendas ao mercado nacional
e 2% ao mercado externo, atingiu um faturamento anual de R$ 6,6 milhões em 2004. Seus
insumos provêm 80% do mercado nacional e 20% do mercado externo.
Os demonstrativos contábeis da Intelbras foram fornecidos diretamente pela área
contábil, já os dos concorrentes foram obtidos via consulta em 27/06/05, junto à página do
Serasa na Internet.
A análise da concorrência limita-se aos valores apresentados pelas demonstrações
contábeis, já que não foi possível o acesso às notas explicativas.
Os demonstrativos contábeis de 2002, 2003 e 2004, serão transcritos para planilhas de
excel, elaboradas pelo acadêmico, a qual demonstrará resultados que serão analisados vertical
e horizontalmente. Os índices também serão apresentados em gráficos, por entender-se que
esta é uma forma de análise rápida e de fácil entendimento. Os comentários restringir-se-ão
apenas aos índices de maior relevância, segundo o interesse da empresa em estudo.
45
Para efeito de demonstração da evolução real nas contas Patrimoniais e de Resultado
da Intelbras, será utilizado o IGP-M –Índice Geral de Preços Médios, conforme demonstrado
na tabela abaixo:
Tabela 1 - Inflação medida pelo IGP-M – Índice geral de preços médios
Ano Variação Inflação Índice - IGP-M (acumulado)Período
2002 Base 100,00 2002/2002 0,00002003 8,69% 108,69 2002/2003 1,08692004 12,42% 122,19 2002/2004 1,2219
Variação Inflação/Redutor
Fonte: Suma Econômica, edição 328 de agosto de 2005.
46
4 ANÁLISE
4.1 A Empresa Intelbras S/A
Em 1976 surgiu em São José – Santa Catarina, a Intelbras, uma das primeiras
empresas brasileiras a atuar no mercado de telecomunicações. Seu pioneirismo viabilizou a
primeira Central PABX no país e aos poucos transformou a marca em sinônimo de qualidade,
evolução e tecnologia. Situada as margens da BR 101 no Km 210 da Área Industrial, possui
um parque fabril de mais de 36.000 metros quadrados, e uma capacidade produtiva mensal de
500.000 aparelhos telefônicos e 15.000 centrais telefônicas. A empresa conta com 960
colaboradores, sendo 65% mulheres e 35% homens, 380 unidades de Assistência Técnica
Autorizada distribuídas pelo país, 17 Laboratórios Avançados Intelbras e um escritório do
Departamento de Compras em Hong Kong – China. A empresa conta também com 37
escritórios de vendas estrategicamente distribuídos pelas principais cidades do Brasil. Em
2002 a Intelbras iniciou um processo de reestruturação na área de exportação, visando atender
ao mercado externo, com a pretensão de ser líder nos próximos 10 anos. A empresa hoje
exporta para América Latina, América Central e também para alguns países da Europa. Para
alavancar as vendas e estar mais próximo do cliente, a empresa esta finalizando o processo de
criação de uma sucursal no México e a reabertura de uma outra na Argentina que teve suas
atividades paralisadas devido à crise que se instalou naquele país no início desta década.
Com a missão de “ser uma empresa competitiva internacionalmente, atuando no
mercado de telecomunicações, mantendo padrões de qualidade e rentabilidade que satisfaçam
clientes, colaboradores e acionistas” a Intelbras é resultado das crenças e objetivos de seus
acionistas, colaboradores e clientes. Está baseada na idéia de que uma verdadeira
administração participativa é fundamental para o sucesso da empresa e para a realização das
pessoas que nela trabalham.
A Intelbras tem como princípio, que o bom resultado só será obtido através da
satisfação dos clientes, da motivação dos colaboradores, do atendimento as expectativas dos
acionistas e da melhoria contínua nos processos e produtos.
A política da empresa é clara quando declara sua responsabilidade em relação aos
colaboradores e em contra partida, a responsabilidade do colaborador com a empresa.
47
Visando alinhar os colaboradores à busca do objetivo comum, e ao mesmo tempo
oferecer as lideranças um instrumento norteador para algumas tomadas de decisões, o Comitê
de Gestão de Pessoas definiu como sendo valores para a Intelbras:
♣ Simplicidade – ser objetivo e ágil, tornando fáceis os processos, decisões e
relações;
♣ Transparência – disponibilizar e comunicar de forma clara e honesta as
informações e decisões;
♣ Segurança no negócio – analisar os riscos ao tomar decisões e acompanhar de
modo a não comprometer a saúde financeira e o futuro da empresa;
♣ Qualidade – Fazer sempre o melhor satisfazendo clientes, colaboradores e
acionistas;
♣ Produtividade – utilizar da melhor forma possível máquinas, materiais, tempo,
dinheiro e desenvolver o potencial humano gerando o melhor resultado;
♣ Respeito pelo ser humano – tratar a todos como gostaria de ser tratado,
considerando a individualidade de cada um;
♣ Empresa feliz – de forma responsável, contribuir para que a Intelbras tenha um
ambiente de trabalho alegre e descontraído;
♣ Gestão participativa – dar oportunidade para as pessoas expressarem suas opiniões
e compartilhar as decisões que afetam o trabalho delas;
♣ Ética – respeitar a legalidade e os princípios éticos definidos no Código de Ética
da Intelbras.
Imbuídos desta filosofia e atuando dentro dos mais modernos conceitos e técnicas de
administração, a Intelbras conquistou em 1992 a certificação ISO 9001, tornando-a mais
competitiva ao mercado globalizado. Entre tantas conquistas e premiações da Intelbras, pode-
se citar algumas como: duas vezes eleita (2001 e 2003) pela Revista Exame como uma das
100 melhores empresas do Brasil para se trabalhar, e outra vez em 2004, pela mesma revista
como uma das 150 melhores novamente, Top de Marketing SC, etc.
Segundo dados da ABINNE – Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica,
a Intelbras hoje já pode ser considerada a maior fabricante de telefones, centrais telefônicas e
acessórios telefônicos da América Latina.
48
Convicta de que tem feito o melhor para o bem estar e crescimento profissional dos
seus colaboradores, através programas como: proeducar, cursos profissionalizantes, planos de
saúde, auxilio creche, associação recreativa, envolvimento com projetos sociais e outros, a
Intelbras parte agora para conquista da Certificação 14.001 – Preservação Ambiental.
A linha de produtos Intelbras disponível para comercialização no mercado hoje, é
composta por 20 itens conforme abaixo:
♣ 4 modelos de aparelhos telefônicos convencionais (CP 20, TC 500, Gôndola e
Premium);
♣ 3 modelos de aparelhos telefônicos com identificador de chamadas (Intelbras ID,
Quem é, Mini ID);
♣ 3 modelos de aparelhos sem fio (DECT, ISF 900 e ISF 900 ID);
♣ 3 modelos de terminais inteligentes (TI 530, TI 630 e TI 3130 Digital);
♣ 2 modelos de micro centrais (Conecta e Moldulare) com capacidade máxima de
configuração de até 4 linhas e 12 ramais.
♣ 3 modelos de centrais PABX (Corp 6000, Corp 8000 e Corp 16000) com
capacidade máxima de configuração de 16 linhas e 64 ramais;
♣ 1 modelo de central de portaria (Lobby 640) com capacidade de atendimento a
condomínios de até 64 apartamentos;
♣ 1 modelo de central digital (141 Digital) com capacidade máxima de configuração
de 30 linhas e 144 ramais.
4.2 Apresentação dos dados da Intelbras
Num primeiro momento serão apresentados os dados da Intelbras, referente aos
exercícios de 2001, 2002, 2003 e 2004, através de planilhas e gráficos. Os dados referentes ao
exercício de 2001, serão exibidos apenas nos quadros do Balanço Patrimonial e na
Demonstração de Resultados, para que a análise de alguns índices do exercício de 2002 não
seja prejudicada.
49
4.2.1 Balanço Patrimonial
Os Quadros 1, 2, 3, 4, 5 e 6 a seguir, apresentam o Ativo e o Passivo, com suas
respectivas análises verticais e horizontais pelos valores nominais. Na seqüência, os Quadros
7, 8, 9 e 10 também apresentam o Ativo e Passivo com a suas análises horizontais, porém em
valores reais, ou seja, deduzidos os efeitos inflacionários conforme Tabela 01.
Quadro 1 – Balanço Patrimonial – Ativo
2004 2003 2002 2001
ATIVO R$ mil R$ mil R$ mil R$ mil
CIRCULANTE Caixa e bancos 1.083 1.343 1.864 224
Aplicações financeiras 2.889 23.396 18.833 5.672
Contas a receber, líquido 43.712 31.680 21.194 17.732
Estoques 28.536 23.208 27.574 27.740
Impostos a recuperar 349 390 918 460
Adiantamento a fornecedores 1.749 1.818 2.498 785
Despesas antecipadas e outros 1.014 815 813 620
79.332 82.650 73.694 53.233
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Depósitos judiciais 2.024 582 226 137
Empresas ligadas 0 Impostos diferidos 2.487 1.693 1.340 1.237
Impostos a recuperar 416 454 552 577
Imóveis destinados a venda e outros 230 239 306 345
5.157 2.968 2.424 2.296
PERMANENTE Investimentos 28 28 28 28
Imobilizado, líquido 22.115 18.896 19.963 22.523
22.143 18.924 19.991 22.551
TOTAL DO ATIVO 106.632 104.542 96.109 78.080
Fonte própria
50
Quadro 2 – Balanço Patrimonial – Passivo
2004 2003 2002 2001
PASSIVO R$ mil R$ mil R$ mil R$ mil
CIRCULANTE Empréstimos e financiamentos 348 50 156 5.097
Fornecedores 4.604 7.762 5.912 3.572
Parcelamentos de impostos - Refis 428 1.638 1.502 1.385
Incentivo fiscal - PRODEC 1.323 373 - -
Obrigações trabalhistas 3.704 3.819 3.575 3.576
Obrigações fiscais 1.663 1.395 956 1.488
Dividendos a pagar 589 2.427 1.343 782
Debêntures a pagar - - - 5.069
Provisão para garantia 850 669 996 926
Provisão para comissões e outros 2.384 2.051 976 172
15.893 20.184 15.416 22.067
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Empréstimos e financiamentos 1.036 - 54 239 Fornecedores - 130 475 520
Parcelamentos de impostos - Refis - 413 1.895 3.149
Incentivo fiscal - PRODEC 44.896 41.857 35.258 21.818
Debêntures a pagar - - - - Provisão p/contingências 3.159 1.527 703 378 Outros passivos 199 - - -
49.290 43.927 38.385 26.104
PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social 18.495 18.495 18.495 17.267
Reservas de capital 9.430 9.430 9.430 5.292 Reserva estatutária 5.355 3.686 1.956 - Reserva legal 2.378 1.961 1.528 1.039 Lucros acumulados 5.791 6.859 10.899 6.311
41.449 40.431 42.308 29.909
TOTAL DO PASSIVO 106.632 104.542 96.109 78.080
Fonte própria
51
Quadro 3 – Análise Vertical – Ativo2004 2003 2002
ATIVO
CIRCULANTE Caixa e bancos 1,02 1,28 1,94
Aplicações financeiras 2,71 22,38 19,60
Contas a receber, líquido 40,99 30,30 22,05
Estoques 26,76 22,20 28,69
Impostos a recuperar 0,33 0,37 0,96
Adiantamento a fornecedores 1,64 1,74 2,60
Despesas antecipadas e outros 0,95 0,78 0,85
-
74,40 79,06 76,68
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Depósitos judiciais 1,90 0,56 0,24
Empresas ligadas - - -
Impostos diferidos 2,33 1,62 1,39
Impostos a recuperar 0,39 0,43 0,57
Imóveis destinados a venda e outros 0,22 0,23 0,32
4,84 2,84 2,52
PERMANENTE Investimentos 0,03 0,03 0,03
Imobilizado, líquido 20,74 18,08 20,77
20,77 18,10 20,80
TOTAL DO ATIVO 100,00 100,00 100,00 Fonte própria
52
Quadro 4 – Análise Vertical - Passivo2004 2003 2002
PASSIVO
CIRCULANTE Empréstimos e financiamentos 0,33 0,05 0,16
Fornecedores 4,32 7,42 6,15
Parcelamentos de impostos - Refis 0,40 1,57 1,56
Incentivo fiscal - PRODEC 1,24 0,36 0,00
Obrigações trabalhistas 3,47 3,65 3,72
Obrigações fiscais 1,56 1,33 0,99
Dividendos a pagar 0,55 2,32 1,40
Debêntures a pagar 0,00 0,00 0,00
Provisão para garantia 0,80 0,64 1,04
Provisão para comissões e outros 2,24 1,96 1,02
14,90 19,31 16,04
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Empréstimos e financiamentos 0,97 0,00 0,06
Fornecedores 0,00 0,12 0,49
Parcelamentos de impostos - Refis 0,00 0,40 1,97
Incentivo fiscal - PRODEC 42,10 40,04 36,69
Debêntures a pagar 0,00 0,00 0,00
Provisão p/contingências 2,96 1,46 0,73
Outros passivos 0,19 0,00 0,00
46,22 42,02 39,94
PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social 17,34 17,69 19,24
Reservas de capital 8,84 9,02 9,81
Reserva estatutária 5,02 3,53 2,04
Reserva legal 2,23 1,88 1,59
Lucros acumulados 5,43 6,56 11,34
38,87 38,67 44,02
TOTAL DO PASSIVO 100,00 100,00 100,00Fonte própria
53
Quadro 5 – Análise Horizontal do Ativo2004 2003 2002
ATIVO
CIRCULANTE Caixa e bancos 58,10 72,05 100,00
Aplicações financeiras 15,34 124,23 100,00
Contas a receber, líquido 206,25 149,48 100,00
Estoques 103,49 84,17 100,00
Impostos a recuperar 38,02 42,48 100,00
Adiantamento a fornecedores 70,02 72,78 100,00
Despesas antecipadas e outros 124,72 100,25 100,00
107,65 112,15 100,00
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Depósitos judiciais 895,58 257,52 100,00
Empresas ligadas - - 100,00
Impostos diferidos 185,60 126,34 100,00
Impostos a recuperar 75,36 82,25 100,00 Imóveis destinados a venda e outros 75,16 78,10 100,00
212,75 122,44 100,00
PERMANENTE Investimentos 100,00 100,00 100,00
Imobilizado líquido 110,78 94,66 100,00
110,76 94,66 100,00
TOTAL DO ATIVO 110,95 108,77 100,00
Fonte própria
54
Quadro 6 – Análise Horizontal - Passivo
2004 2003 2002
PASSIVO
CIRCULANTE Empréstimos e financiamentos 223,08 32,05 100,00
Fornecedores 77,88 131,29 100,00
Parcelamentos de impostos - Refis 28,50 109,05 100,00
Incentivo fiscal - PRODEC - - 100,00
Obrigações trabalhistas 103,61 106,83 100,00
Obrigações fiscais 173,95 145,92 100,00
Dividendos a pagar 43,86 180,71 100,00
Debêntures a pagar - - 100,00
Provisão para garantia 85,34 67,17 100,00
Provisão para comissões e outros 244,26 210,14 100,00
103,09 130,93 100,00
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Empréstimos e financiamentos 1.918,52 - 100,00 Fornecedores - 27,37 100,00
Parcelamentos de impostos - Refis - 21,79 100,00
Incentivo fiscal - PRODEC 127,34 118,72 100,00
Debêntures a pagar - - 100,00
Provisão p/contingências 449,36 217,21 100,00
Outros passivos - - 100,00
128,41 114,44 100,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social 100,00 100,00 100,00
Reservas de capital 100,00 100,00 100,00
Reserva estatutária 273,77 188,45 100,00
Reserva legal 155,63 128,34 100,00
Lucros acumulados 53,13 62,93 100,00 97,97 95,56 100,00
TOTAL DO PASSIVO 110,95 108,77 100,00
Fonte própria
55
Quadro 7 – Balanço Patrimonial – Ativo – Real2004 2003 2002
ATIVO R$ mil R$ mil R$ mil
1,0869
CIRCULANTE Caixa e bancos 886 1.236 1.864
Aplicações financeiras 2.364 21.525 18.833
Contas a receber, líquido 35.774 29.147 21.194
Estoques 23.354 21.352 27.574
Impostos a recuperar 286 359 918
Adiantamento a fornecedores 1.431 1.673 2.498
Despesas antecipadas e outros 830 750 813
64.925 76.042 73.694
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Depósitos judiciais 1.656 535 226
Empresas ligadas Impostos diferidos 2.035 1.558 1.340
Impostos a recuperar 340 418 552
Imóveis destinados a venda e outros 188 220 306
4.220 2.731 2.424
PERMANENTE Investimentos 23 26 28
Imobilizado, líquido 18.099 17.385 19.963
18.122 17.411 19.991
TOTAL DO ATIVO 87.267 96.184 96.109 Fonte própria
56
Quadro 8 – Balanço Patrimonial – Passivo – Real
2004 2003 2002
PASSIVO R$ mil R$ mil R$ mil
CIRCULANTE Empréstimos e financiamentos 285 46 156
Fornecedores 3.768 7.141 5.912
Parcelamentos de impostos - Refis 350 1.507 1.502
Incentivo fiscal - PRODEC 1.083 343 -
Obrigações trabalhistas 3.031 3.514 3.575
Obrigações fiscais 1.361 1.283 956
Dividendos a pagar 482 2.233 1.343
Debêntures a pagar -
Provisão para garantia 696 616 996
Provisão para comissões e outros 1.951 1.887 976 13.007 18.570 15.416
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Empréstimos e financiamentos 848 54 Fornecedores 120 475
Parcelamentos de impostos - Refis 380 1.895
Incentivo fiscal - PRODEC 36.743 38.510 35.258
Debêntures a pagar - Provisão p/contingências 2.585 1.405 703 Outros passivos 163 -
40.339 40.415 38.385
PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social 15.136 17.016 18.495
Reservas de capital 7.717 8.676 9.430 Reserva estatutária 4.383 3.391 1.956 Reserva legal 1.946 1.804 1.528 Lucros acumulados 4.739 6.311 10.899
33.922 37.198 42.308
TOTAL DO PASSIVO 87.267 96.184 96.109 Fonte própria
57
Quadro 9 – Análise Horizontal do Balanço Patrimonial – Ativo – Real2004 2003 2002
ATIVO
CIRCULANTE Caixa e bancos 47,55 66,29 100,00
Aplicações financeiras 12,55 114,30 100,00
Contas a receber, líquido 168,79 137,53 100,00
Estoques 84,69 77,44 100,00
Impostos a recuperar 31,11 39,09 100,00
Adiantamento a fornecedores 57,30 66,96 100,00
Despesas antecipadas e outros 102,07 92,23 100,00
88,10 103,19 100,00
REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Depósitos judiciais 732,94 236,93 100,00
Empresas ligadas - - 100,00
Impostos diferidos 151,89 116,24 100,00
Impostos a recuperar 61,68 75,67 100,00
Imóveis destinados a venda e outros 61,51 71,86 100,00
174,11 112,65 100,00
PERMANENTE Investimentos 81,84 92,00 100,00
Imobilizado líquido 90,66 87,09 100,00
90,65 87,09 100,00
TOTAL DO ATIVO 90,80 100,08 100,00
Fonte própria
58
Quadro 10 – Análise Horizontal do Balanço Patrimonial – Passivo – Real2004 2003 2002
PASSIVO
CIRCULANTE Empréstimos e financiamentos 182,57 29,49 100,00
Fornecedores 63,73 120,80 100,00
Parcelamentos de impostos - Refis 23,32 100,34 100,00
Incentivo fiscal - PRODEC - - 100,00
Obrigações trabalhistas 84,79 98,28 100,00
Obrigações fiscais 142,36 134,25 100,00
Dividendos a pagar 35,89 166,27 100,00
Debêntures a pagar - - 100,00
Provisão para garantia 69,84 61,80 100,00
Provisão para comissões e outros 199,90 193,34 100,00
84,37 120,46 100,00
EXIGÍVEL A LONGO PRAZO Empréstimos e financiamentos 1.570,11 - 100,00
Fornecedores - 25,18 100,00
Parcelamentos de impostos - Refis - 20,05 100,00
Incentivo fiscal - PRODEC 104,21 109,22 100,00
Debêntures a pagar - - 100,00
Provisão p/contingências 367,76 199,85 100,00
Outros passivos - - 100,00
105,09 105,29 100,00
PATRIMÔNIO LÍQUIDO Capital social 81,84 92,00 100,00
Reservas de capital 81,84 92,00 100,00
Reserva estatutária 224,06 173,38 100,00
Reserva legal 127,37 118,08 100,00
Lucros acumulados 43,48 57,90 100,00
80,18 87,92 100,00
TOTAL DO PASSIVO 90,80 100,08 100,00
Fonte própria
59
4.2.1.1 Análise nominal do balanço patrimonial
Na análise Horizontal do Balanço Patrimonial, foi considerado como base 100% os
valores referentes ao exercício de 2002.
Por meio da Análise Vertical ou de Estrutura do Balanço Patrimonial, o analista
identificou a participação de cada item (tanto dos bens e direitos quanto das obrigações) em
relação ao patrimônio da empresa.
♣ Ativo Circulante – este grupo concentra praticamente três quartos dos recursos
aplicados na organização (2004 = 74,40%, 2003 = 79,06% e 2002 = 76,68%), conforme
demonstrado no Quadro 3. Houve uma pequena oscilação nos totais desta conta, porém
internamente este grupo sofreu fortes alterações em contas como: aplicações financeiras (2004
= 3,64%, 2003 = 28,31% e 2002 = 25,56%); contas a receber (2004 = 55,10%, 2003 =
38,33% e 2002 = 28,76%) e estoques (2004 = 35,97%, 2003 = 28,08% e 2002 = 37,42%),
conforme demonstrado no Quadro 3. A acentuada queda das aplicações financeiras em 2004,
deu-se pelo fato da empresa ter desembolsado em 2004 um montante na ordem de 8,7 milhões
de reais a título de dividendos e juros sobre capital próprio e passar a financiar seus próprios
clientes, que até então eram financiados em boa parte pelas instituições bancárias através do
produto financeiro chamado vendor. No vendor a empresa fatura a vista e o banco a repassa
os recursos ficando com o direito de cobrar dos clientes em parcelas futuras com encargos,
conforme condição negociada no momento da venda. Outro fato que contribuiu para a
redução das aplicações financeiras, foi à dilatação do prazo médio de recebimento das vendas
em 20 dias no ano de 2004 em relação a 2003, conforme demonstrado na Tabela 5. A redução
de 3 dias no prazo médio de pagamento das compras, conforme demonstrado na Tabela 5,
também contribuiu para esta redução. Quanto aos estoques, percebe-se uma forte queda de
2003 em relação a 2002, porém uma nova elevação de 2004 em relação a 2003, conforme
demonstrado no Quadro 5. A queda de 2003 deu-se pelo fato da empresa ter obtido um
faturamento de 13,58% superior ao ano anterior, conforme demonstrado no Quadro 13,
consumindo desta forma boa parte dos estoques, entretanto, este número voltou a subir em
2004, devido à retração do mercado no segundo semestre, contrariando as expectativas de
vendas, gerando um alto valor em produtos acabados (49,15% do total da conta de estoque),
conforme demonstrado nas notas explicativas constantes no anexo deste trabalho.
60
Horizontalmente, este grupo apresentou um crescimento pouco irregular, 12,15% em
2003 e depois apenas 7,65% em 2004, ambos em relação ao ano base, conforme demonstrado
no Quadro 5. Porém, duas contas dentro deste grupo apresentaram fortes oscilações, a de
aplicações financeiras e a de contas a receber, sendo que os motivos já estão citados acima.
Ao partir-se para uma análise real, percebe-se que este grupo teve uma redução maior
ainda, ou seja, redução de 11,90% em relação a 2002, conforme demonstrado no Quadro 9.
Esta redução traduz-se numa diminuição no patrimônio da empresa, visto que não se trata
apenas de um caso de alteração de estrutura, já que os outros dois grupos pouco se alteraram.
A redução real do patrimônio da empresa foi da ordem de 9,20% de 2002 para 2004.
♣ Ativo Realizável à Longo Prazo – este grupo concentra um valor relativamente
baixo dos recursos aplicados na organização (2004 = 4,84%, 2003 = 2,84% e 2002 = 2,52%),
conforme demonstrado no Quadro 3. Apenas as contas de depósitos judiciais e impostos
diferidos é que causaram um leve aumento em 2004. Contribuíram com 39,26% e 48,14%
respectivamente para formação do montante deste grupo.
O crescimento horizontal deste grupo, conforme demonstrado no quadro 5, não
preocupa devido a pouca representatividade do mesmo na composição do patrimônio da
empresa, assim como também não requer comentários quanto a uma análise real.
♣ Ativo Permanente – este grupo manteve-se com um montante em torno de um
quinto dos recursos aplicados na organização (2004 = 20,77%, 2003 = 18,10% e 2002 =
20,80%), conforme demonstrado no Quadro 3. A empresa investiu paulatinamente na
modernização do seu imobilizado, porém, isto não se se tornou visível devido à depreciação,
que acaba encobrindo estas ações. Em 2003 houve uma pequena redução em relação aos
outros dois exercícios, devido à aceleração (20 para 33,3%aa) na depreciação das estampas e
formas, conforme evidenciado nas notas explicativas constantes no anexo deste trabalho.
Numa análise real, este grupo também apresentou diminuição de valor, 9,35% em
2004 e 12,91% em 2003, ambos em relação a 2002, conforme demonstrado no quadro 9.
♣ Passivo Circulante – este grupo concentra nos três anos analisados, montantes
inferiores a 20% do total da origem dos recursos, (2004 = 14,90%, 2003 = 19,31% e 2002 =
16,04%), conforme demonstrado no quadro 4. O item fornecedor é o que apresentou maior
relevância neste grupo (2004 = 28,99%, 2003 = 38,43% e 2002 = 38,34%). A queda do
montante de fornecedores em 2004 foi devido à diminuição no prazo médio de pagamento das
compras em 3 dias em relação ao ano anterior, conforme demonstrado na tabela 5.
61
Horizontalmente, este grupo comportou-se muito bem, mesmo com a forte redução
das disponibilidades financeiras em 2004, a empresa não aumentou o passivo circulante,
muito pelo contrário, houve até uma redução de 21,26% em relação a 2003, conforme
demonstrado no Quadro 6. Porém, internamente além da conta fornecedores que já
comentamos acima, outras contas como: parcelamento de impostos – REFIS – Programa de
Recuperação Fiscal, incentivo fiscal – PRODEC, dividendos a pagar e provisões para
comissões e outros, merecem algum comentário devido as fortes alterações no período em
análise. O REFIS, apresentou uma brusca queda em 2004, devido estar nas últimas parcelas,
liquida-se em meados de 2005, o PRODEC, teve uma alta considerável, devido estar
terminando a carência e algumas parcelas já passaram a integrar ao curto prazo, os dividendos
a pagar, houve queda em 2004 frente a 2003, devido ao pagamento que a empresa fez, e por
último, a provisão para comissões e outros que teve um aumento expressivo em 2004 e
principalmente em 2003 frente a 2002, devido à empresa ter alterado a forma de remunerar os
vendedores, passando de assalariados para comissionados.
Na análise real, percebe-se que houve uma forte queda 15,63% em 2004 frente a 2002,
depois de uma elevação de 20,46% em 2003 também em relação a 2002, conforme
demonstrado no Quadro 10. A não concentração de compromissos no curto prazo, propicia a
empresa gerar caixa e conseqüentemente não recorrer a outras fontes de financiamentos.
♣ Passivo Exigível a Longo Prazo – este grupo concentrou nos três anos analisados,
montantes na ordem de 40 a 46% do total das origens dos recursos, (2004 = 46,22%, 2003 =
42,02% e 2001 = 39,94%), conforme demonstrado no Quadro 4. O item incentivo fiscal –
PRODEC concentrou mais de 90% deste grupo. O PRODEC – Programa de Desenvolvimento
da Empresa Catarinense, é um incentivo concedido pelo governo do Estado de Santa Catarina,
com prazo de 5 anos de carência, mais 10 anos para amortização, corrigidos a base de 50% do
IGP-M – Índice Geral de Preços Médios, mais juros de 4% ao ano. Seu saldo aumentou
paulatinamente a cada ano, devido às amortizações ainda terem sido inferiores as correções.
Este é um passivo relativamente barato, se comparado aos juros práticos pelo mercado.
Segundo a Revista Exame, edição 842 de 11 de maio de 2005, p. 37, o custo anual do dinheiro
para as empresas é de: 40% para capital de giro, 31% para aquisição de bens e 44% para
desconto de duplicatas. Além do que, o passivo acima está indexado ao IGP-M, que é um
índice que o governo procura manter sobre controle, portanto, não deverá apresentar
surpresas, mais juros como já foi mencionado anteriormente.
62
Horizontalmente, a evolução foi normal, o PRODEC que foi à conta de maior peso já
esta explicada acima, a conta de financiamento e empréstimos foi em função de uma máquina
que a empresa adquiriu em 2004 ao custo de linhas internacionais (libor semestral + juros de
1,25% ao ano), conforme demonstrado nas notas explicativas constantes no anexo deste
trabalho, e a conta de provisão para contingências que também aumentou, em função de ações
e processos judiciais referentes a questões tributárias, cíveis e trabalhistas, também
demonstrado nas notas explicativas constantes no anexo deste trabalho.
Numa análise real, este grupo não apresentou grandes oscilações, tendo em vista que
boa parte esta indexada ao IGP-M. Em 2003 houve um aumento, mas foi em função da
empresa ainda beneficiar-se das retenções, ou seja, 75% do ICMS – Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e Serviços devidos no mês não eram pagos, ficando como capital de giro para
empresa. Em 2004 houve o incremento por conta das contas empréstimos/financiamentos e
provisão para contingências, ambas já explicadas anteriormente.
♣ Patrimônio Líquido – este grupo concentrou nos três anos analisados, montantes
na ordem de 39 a 44% do total das origens dos recursos, (2004 = 38,87%, 2003= 38,67% e
2002 = 44,02%), conforme demonstrado no Quadro 4. Com as contas de capital social e as
reservas de capital que juntas concentraram 67,37%, 69,07% e 66,00% do grupo em 2004,
2003 e 2002, conforme demonstrado no Quadro 4, permanecendo inalteradas, a tímida
redução deste grupo ficou por conta dos lucros acumulados, que diminuiu ano após ano.
♣ Horizontalmente, este grupo apresentou uma pequena redução de 4,44% em 2003
e 2,03% em 2004, ambos frente a 2002, conforme demonstrado no Quadro 6. Essa redução
atribui-se a queda dos lucros acumulados 46,87% em 2004 e 37,07% em 2003, ambos frente a
2002, conforme demonstrado no Quadro 6, apesar das contas de reserva estatutária e reserva
legal, terem apresentado juntas um bom crescimento percentual, 229,40% em 2004, 116,79%
em 2003 frente a 2002, conforme demonstrado no Quadro 6. Porém, a pouca participação
destas contas no grupo 18,66%, 13,97% e 8,23% em 2004, 2003 e 2002
respectivamente,conforme demonstrado no Quadro 4, praticamente anula o bom desempenho
das mesmas.
Na análise real, a redução deste grupo atingiu números como 19,82% em 2004 e
12,08% em 2003, frente a 2002, conforme demonstrado no Quadro 10. Isto caracterizou-se
pela inalteração das contas de maior representatividade, desempenho negativo da conta lucros
63
acumulados e pouca representatividade das contas de reserva estatutária e reserva legal que
foram as duas únicas contas que apresentaram crescimento.
4.2.2 Demonstração de resultados
Nos Quadros 11, 12 e 13 a seguir, são apresentados os Demonstrativos de Resultados
de Exercícios, com sua respectiva análise vertical e horizontal pelos valores nominais. Na
seqüência, os Quadros 14 e 15 também apresentam os Demonstrativos de Resultados de
Exercícios com a sua análise horizontal, porém em valores reais, ou seja, deduzidos os efeitos
inflacionários conforme Tabela 01.
Quadro 11 – Demonstração de Resultado2004 2003 2002 2001R$ mil R$ mil R$ mil R$ mil
RECEITA OPERACIONAL BRUTAVenda de produtos e serviços 208.352 193.973 170.779 162.385Deduções - impostos e devoluções (51.853) (41.848) (35.753) (34.795)RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 156.499 152.125 135.026 127.590CUSTO PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS (98.122) (102.182) (87.368) (83.891)LUCRO BRUTO 58.377 49.943 47.658 43.699(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS:
Despesas comerciais 32.062 29.870 23.782 22.286Despesas administrativas 8.279 6.892 5.228 5.154Outras despesas (receitas) operacionais, líquidas 910 1.112 65 (147)
41.251 37.874 29.075 27.293Resultado operacional antes efeitos financeiros 17.126 12.069 18.583 16.406EFEITOS FINANCEIROS: Despesas financeiras (10.571) (10.154) (13.398) (7.714) Receitas financeiras 3.033 6.270 7.104 1.667
(7.538) (3.884) (6.294) (6.047)Resultado operacional após os efeitos financeiros 9.588 8.185 12.289 10.359Resultado de equivalência patrimonial 0 0 0 0Resultado operacional líquido 9.588 8.185 12.289 10.359RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS 103 605 94 13LUCRO ANTES IMPOSTOS e PARTICIP. 9.691 8.790 12.383 10.372Imposto de renda e contribuição social (3.086) (2.191) (3.437) (3.296)Participação dos empregados (1.613) (1.761) (1.912) (1.332)Reversão dos juros sobre o capital próprio 3.352 3.815 2.744 1.775Itens extraord-Resultado adesão prog REFIS 0 0 0 0LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 8.344 8.653 9.778 7.519Fonte própria
64
Quadro 12 – Análise Vertical da DRE2004 2003 2002
RECEITA OPERACIONAL BRUTAVenda de produtos e serviços 133,13 127,51 126,48 Deduções - impostos e devoluções (33,13) (27,51) (26,48)
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 100,00 100,00 100,00
CUSTO PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS (62,70) (67,17) (64,70)
LUCRO BRUTO 37,30 32,83 35,30
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS:Despesas comerciais 20,49 19,64 17,61 Despesas administrativas 5,29 4,53 3,87 Outras despesas (receitas) operacionais, líquidas 0,58 0,73 0,05
26,36 24,90 21,53
Resultado operacional antes efeitos financeiros 10,94 7,93 13,76
EFEITOS FINANCEIROS: Despesas financeiras (6,75) (6,67) (9,92) Receitas financeiras 1,94 4,12 5,26
(4,82) (2,55) (4,66) - - -
Resultado operacional após os efeitos financeiros 6,13 5,38 9,10 Resultado de equivalência patrimonial - - -
Resultado operacional líquido 6,13 5,38 9,10
RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS 0,07 0,40 0,07
LUCRO ANTES IMPOSTOS e PARTICIP. 6,19 5,78 9,17
Imposto de renda e contribuição social (1,97) (1,44) (2,55)Participação dos empregados (1,03) (1,16) (1,42)Reversão dos juros sobre o capital próprio 2,14 2,51 2,03 Itens extraord-Resultado adesão prog REFIS - - -
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 5,33 5,69 7,24
Fonte própria
65
Quadro 13 – Análise Horizontal da DRE2004 2003 2.002
RECEITA OPERACIONAL BRUTAVenda de produtos e serviços 122,00 113,58 100,00Deduções - impostos e devoluções 145,03 117,05 100,00
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 115,90 112,66 100,00
CUSTO PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS 112,31 116,96 100,00
LUCRO BRUTO 122,49 104,79 100,00
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS:Despesas comerciais 134,82 125,60 100,00Despesas administrativas 158,36 131,83 100,00Outras despesas (receitas) operacionais, líquidas 1400,00 1710,77 100,00
141,88 130,26 100,00
Resultado operacional antes efeitos financeiros 92,16 64,95 100,00
EFEITOS FINANCEIROS: Despesas financeiras 78,90 75,79 100,00 Receitas financeiras 42,69 88,26 100,00
119,76 61,71 100,00
Resultado operacional após os efeitos financeiros 78,02 66,60 100,00Resultado de equivalência patrimonial 100,00
Resultado operacional líquido 78,02 66,60 100,00
RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS 109,57 643,62 100,00
LUCRO ANTES IMPOSTOS e PARTICIP. 78,26 70,98 100,00
Imposto de renda e contribuição social 89,79 63,75 100,00Participação dos empregados 84,36 92,10 100,00Reversão dos juros sobre o capital próprio 122,16 139,03 100,00Itens extraord-Resultado adesão prog REFIS 100,00
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 85,33 88,49 100,00Fonte própria
66
Quadro 14– Demonstrativo de Resultado – Real2004 2003 2002R$ mil R$ mil R$ mil
RECEITA OPERACIONAL BRUTAVenda de produtos e serviços 170.515 178.464 170.779Deduções - impostos e devoluções (42.436) (38.502) (35.753)
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 128.078 139.962 135.026
CUSTO PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS (80.303) (94.012) (87.368)
LUCRO BRUTO 47.776 45.950 47.658
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS:Despesas comerciais 26.239 27.482 23.782Despesas administrativas 6.776 6.341 5.228Outras despesas (receitas) operacionais, líquidas 745 1.023 65
33.760 34.846 29.075
Resultado operacional antes efeitos financeiros 14.016 11.104 18.583
EFEITOS FINANCEIROS: Despesas financeiras (8.651) (9.342) (13.398) Receitas financeiras 2.482 5.769 7.104
(6.169) (3.573) (6.294)
Resultado operacional após os efeitos financeiros 7.847 7.531 12.289Resultado de equivalência patrimonial 0 0 0
Resultado operacional líquido 7.847 7.531 12.289
RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS 84 557 94
LUCRO ANTES IMPOSTOS e PARTICIP. 7.931 8.087 12.383
Imposto de renda e contribuição social (2.526) (2.016) (3.437)Participação dos empregados (1.320) (1.620) (1.912)Reversão dos juros sobre o capital próprio 2.743 3.510 2.744Itens extraord-Resultado adesão prog REFIS 0 0 0
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 6.829 7.961 9.778Fonte própria
67
Quadro 15 – Análise Horizontal – DRE - Real2004 2003 2002
RECEITA OPERACIONAL BRUTAVenda de produtos e serviços 99,85 104,50 100,00 Deduções - impostos e devoluções 118,69 107,69 100,00
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 94,85 103,66 100,00
CUSTO PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS 91,91 107,60 100,00
LUCRO BRUTO 100,25 96,42 100,00
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS:Despesas comerciais 110,33 115,56 100,00 Despesas administrativas 129,60 121,29 100,00 Outras despesas (receitas) operacionais, líquidas 1.145,76 1.573,99 100,00
116,11 119,85 100,00
Resultado operacional antes efeitos financeiros 75,42 59,75 100,00
EFEITOS FINANCEIROS: Despesas financeiras 64,57 69,73 100,00 Receitas financeiras 34,94 81,20 100,00
98,02 56,78 100,00 -
Resultado operacional após os efeitos financeiros 63,85 61,28 100,00 Resultado de equivalência patrimonial - - 100,00
Resultado operacional líquido 63,85 61,28 100,00
RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS 89,68 592,16 100,00
LUCRO ANTES IMPOSTOS e PARTICIP. 64,05 65,31 100,00
Imposto de renda e contribuição social 73,48 58,65 100,00 Participação dos empregados 69,04 84,74 100,00 Reversão dos juros sobre o capital próprio 99,97 127,91 100,00 Itens extraord-Resultado adesão prog REFIS - - -
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 69,84 81,42 100,00 Fonte própria
68
4.2.2.1 Análise vertical da DRE
Para a Demonstração de Resultado do Exercício - DRE, a base equivalente a 100%,
via de regra, é a receita líquida do período, uma vez que as deduções da receita bruta são
variáveis independentes da gestão empresarial.
Analisando-se a estrutura da DRE é possível identificar a participação de cada item em
relação à receita líquida da empresa.
♣ Custo dos Produtos Vendidos – CPV – este grupo foi fundamental para o resultado
final do período. Ao longo do tempo, o CPV apresentou-se de forma irregular em relação à
receita líquida (2004 = 62,70%, 2003 = 67,17% e 2002 = 64,70%) conforme demonstrado no
Quadro 12, porém observa-se uma redução percentual desta relação em 2004. Tal fato
atribuiu-se a melhor utilização da capacidade produtiva e valorização do real frente ao dólar,
tendo em vista que nos dois últimos anos a empresa importou em média 60% da matéria
prima.
♣ Lucro Bruto – a performance do Lucro Bruto decorre único e exclusivamente do
comportamento do CPV (2004 = 37,30%, 2003 = 32,83% e 2002 = 35,30%) conforme
demonstrado no Quadro 12, ou seja, uma redução do CPV em relação à receita líquida,
resultará num maior lucro bruto. Em 2003 a empresa sofreu uma redução no lucro bruto,
justamente pelo alto valor do CPV, porém em 2004 a empresa já apresentou uma melhora,
conforme demonstrado no Quadro 12.
♣ Despesas/Receitas Operacionais – as despesas/receitas operacionais apresentaram
um crescimento desproporcional em relação ao crescimento da receita líquida (2004 =
26,36%, 2003 = 24,90% e 2002 = 21,53%), conforme demonstrado no Quadro 12. A maior
concentração de valor neste item foi em 2003, em função disto, a empresa fez uma
reestruturação de funções com demissões e extinção de alguns departamentos, provocando
uma sensível redução percentual em 2004. As despesas comerciais foram as que concentram
maior valor dentro deste item (2004 = 77,72%, 2003 = 78,87% e 2002 = 81,80%) conforme
demonstrado no Quadro 12, percebe-se que uma pequena redução, enquanto que as despesas
administrativas com valores de 20,07%, 18,20% e 17,98% respectivamente, apresentaram um
leve acréscimo.
69
♣ Efeitos Financeiros – a análise deste item deixou evidente que as despesas
superaram as receitas. Este item sofreu influência direta do IGP-M, visto que um passivo que
a empresa possui (PRODEC) foi corrigido com base no mesmo. Partes das despesas foram
compensadas com as receitas obtidas pela aplicação dos excedentes de caixa. O déficit deste
item foi (2004 = 4,82%, 2003 = 2,55% e 2002 = 4,66%), conforme demonstrado no Quadro
12. As despesas financeiras se mantiveram em 6,75% e 6,67% em 2004 e 2003
respectivamente, porém em 2002 atingiu 9,92% devido à disparada do IGP-M. Já as receitas
financeiras apresentaram forte queda em função da redução das aplicações (1,94%, 4,12% e
5,26% em 2004, 2003 e 2002 respectivamente, conforme demonstrado no Quadro 12.
♣ Resultado Operacional Líquido– a análise vertical do lucro operacional líquido
decorre do estudo realizado nos itens precedentes. Assim, o comportamento deste item foi
irregular durante os períodos analisados, em relação à receita líquida (2004 = 6,13%, 2003 =
5,38% e 2002 = 9,10%), conforme demonstrado no Quadro 12. O bom resultado de 2002 em
relação aos outros dois anos, deu-se em função do menor peso do CPV e das despesas
operacionais, exercidos sobre a receita líquida. Já em 2004, o resultado ficou um pouco acima
do de 2003, em função da redução do CPV.
♣ Resultado Não Operacional – os números apresentados neste item não foram
representativos em relação à receita líquida, portanto não foram comentados.
♣ Lucro Líquido do Exercício – após, deduzidos os impostos, participação dos
empregados e adicionado a reversão dos juros s/ o capital próprio, chegou-se ao lucro líquido
do exercício. Mesmo com uma discreta redução do CPV em 2004 e redução das despesas
financeiras em 2003, a empresa apresentou resultado declinante em relação à receita líquida
nos exercícios analisados (2004 = 5,33%, 2003 = 5,69% e 2002 = 7,24%), conforme
demonstrado no Quadro 12.
4.2.2.2 Análise horizontal nominal e real da DRE
Esta análise indicará o comportamento ao longo do tempo, dos grupos ou subgrupos
de contas. Neste caso específico, utilizou-se os valores do exercício de 2002 como base 100%.
♣ Receita Operacional Líquida – este item demonstrou o quanto à empresa faturou
em cada exercício e qual foi a sua evolução em relação ao exercício de 2002, conforme
70
demonstrado no Quadro 13. Percebe-se que o faturamento cresceu ano após ano, porém, ficou
aquém das expectativas comercias da empresa, visto que a mesma preparou-se com estoques.
Em 2004, restou no estoque de produtos acabados o equivalente a quase um faturamento
mensal. Em 2002, era um ano de eleição presidencial, a oposição liderava as pesquisas, o
mercado se retraiu, preferindo aguardar o resultado. Em 2003 a oposição assumiu o governo,
a política econômica implantada foi sensata, não houve calote, o mercado absorveu bem os
ideais políticos, dólar recuou, e com isso o faturamento já reagiu melhor, crescendo 12,66%,
2004 o mercado se retraiu, o governo preocupado com a inflação aumentou os juros, freou os
investimentos e a economia andou num ritmo muito lento, com isso o faturamento cresceu
apenas 15,90%, também em relação a 2002, conforme demonstrado no Quadro 13.
Na análise real, percebe-se que este crescimento foi de apenas 3,66% em 2003 e uma
redução de 5,15% em 2004, ambos frente a 2002, conforme demonstrado no Quadro 15.
♣ Custo dos Produtos e Serviços Vendidos –CPV – este item foi o que apresentou
maior peso no resultado da empresa. Sendo assim, torna-se de vital importância o seu
monitoramento. Em 2004, os custos ficaram abaixo do crescimento percentual da receita
líquida 15,90% contra 12,31%, já em 2003, os custos superaram o aumento da receita em
3,94% (107,60%-103,66%), conforme demonstrado no Quadro 13. Parte disso atribuiu-se ao
fato da empresa importar em torno de 60% dos insumos e estes estarem sujeitos a variação do
dólar, que foi relativamente alta no início do atual governo.
♣ Lucro Bruto – este item tem sua performance condicionada diretamente ao
desempenho do CPV. Sendo assim, em 2003 o lucro bruto cresceu apenas 4,79% ante um
crescimento de 12,66% da receita líquida, já em 2004, este crescimento foi de 22,49% ante
um crescimento de 15,90% da receita líquida, conforme demonstrado no Quadro 13.
Pela análise real, o lucro bruto da empresa em 2003 sofreu uma redução de 3,58% e
em 2004 ficou no mesmo patamar de 2002, conforme demonstrado no Quadro 15.
♣ Despesas/Receitas Operacionais – as despesas apresentaram um forte crescimento
em 2004 e 2003. As comerciais foram 34,82% e 25,60%, enquanto que as administrativas
foram 58,36% e 31,83% respectivamente, conforme demonstrado no Quadro 13. Algumas
questões foram resolvidas com o enxugamento de áreas e cargos obsoletos, que resultou numa
pequena redução na proporção da evolução em 2004, porém, como o faturamento não reagiu
o suficiente para diluir os custos fixos, isso acabou onerando demais o resultado.
71
♣ Efeitos Financeiros – as despesas financeiras apresentaram um comportamento
estranho, mas isto deveu-se ao fato da empresa estar com um passivo relativamente alto
(PRODEC), e este estar indexado ao IGP-M. A redução de 21,10% em 2004 e 24,21% em
2003 nesta conta, conforme demonstrado no Quadro 13, é uma situação a típica, devido à alta
do IGP-M em 2002 que elevou o saldo da conta. Já as receitas financeiras apresentaram um
forte declínio, (2004 = 57,31%, 2003 = 11,74%), conforme demonstrado no quadro 13, e isto
deu-se em função da redução das aplicações financeiras.
♣ Resultado Operacional Líquido – outro item que reflete o resultado das ações
imediatamente anteriores. A melhora ou piora deste item dar-se em função do desempenho de
outras contas.
♣ Lucro Líquido do Exercício – neste item percebe-se que o lucro foi diminuindo a
cada exercício (2004 = 14,67%, 2003 = 11,51%), conforme demonstrado no Quadro 13. Este
resultado fala por si só, a ele não cabem explicações, afinal ele é fruto da eficiência ou
ineficiência das ações imediatamente anteriores. Entretanto, dois anos consecutivos numa
descendência exige que algumas ações sejam revistas para reverter à curva.
Na análise real, percebe-se que a redução do resultado foi maior ainda, 30,15% em
2004 e 18,58% em 2003, frente a 2002, conforme demonstrado no Quadro 15.
Com base nesta demonstração, concluiu-se que a empresa peca por não alavancar as
vendas e conseqüentemente não diluir os custos fixos.
4.2.3 Análise através de índices
A seguir, será apresentado as tabelas e gráficos, referentes aos índices de liquidez,
estrutura, rentabilidade e atividade.
4.2.3.1 Índices de liquidez
Na Tabela 2 e Gráficos 1, 2 e 3 a seguir, são apresentados os índices de liquidez da
Intelbras nos exercícios de 2004, 2003 e 2002.
72
Tabela 2 – Índices de Liquidez
Índice 2004 2003 2002
Liquidez geral 1,30 1,34 1,41
Liquidez corrente 4,99 4,09 4,78
Liquidez seca 3,00 2,80 2,72
Fonte própria
Gráfico 1 – Liquidez Geral
Liquide z G e ra l
1 ,3 0 1 ,3 41 ,4 1
0 ,8 0
1 ,0 0
1 ,2 0
1 ,4 0
1 ,6 0
1 ,8 0
2 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
A liquidez geral, conforme demonstrada na Tabela 2 e Gráfico 1, revela a capacidade
da empresa saldar suas dívidas com terceiros no curto e longo prazo. Significa que para cada
unidade monetária que a empresa deve ela tem 1,30 em 2004, 1,34 em 2003 e 1,41 em 2002.
É um índice do tipo quanto maior melhor, e o mesmo apresentou uma gradativa redução, em
função principalmente do aumento do passivo exigível a longo prazo, mais precisamente da
conta PRODEC, e também da queda das aplicações financeiras, principalmente no exercício
de 2004. Entretanto, o resultado apresentado neste índice não preocupou, devido à empresa
apresentar uma boa concentração no ativo circulante contra uma concentração no passivo
exigível a longo prazo.
73
Gráfico 2 – Liquidez Corrente
Liquide z C orre nte
4 ,9 9
4 ,0 9
4 ,7 8
2 ,0 0
2 ,5 0
3 ,0 0
3 ,5 0
4 ,0 0
4 ,5 0
5 ,0 0
5 ,5 0
6 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
A liquidez corrente, conforme demonstrado na Tabela 2 e Gráfico 2, revela a
capacidade da empresa saldar suas dívidas de curto prazo com suas disponibilidades e direitos
também do curto prazo. Significa que para cada unidade monetária que a empresa deve no
curto prazo, ela tem também no curto prazo 4,99 em 2004, 4,09 em 2003 e 4,78 em 2002.
Portanto, situação confortável. Também é um índice do tipo quanto maior melhor. Na
empresa em estudo, este índice esta favorecido pela pouca concentração de obrigações no
curto prazo contra uma boa concentração de bens e direitos também no curto prazo.
Gráfico 3 – Liquidez Seca
Liquide z S e ca
3 ,0 02 ,8 0 2 ,7 2
0 ,0 0
0 ,5 0
1 ,0 0
1 ,5 0
2 ,0 0
2 ,5 0
3 ,0 0
3 ,5 0
4 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
74
A liquidez seca, conforme demonstrado na Tabela 2 e Gráfico 3, revela a capacidade
da empresa saldar suas dívidas de curto prazo, com os seus bens e direitos também de curto
prazo, porém deduzidos dos ativos menos líquidos, como estoques e despesas antecipadas,
que são os que mais demoram a serem convertidos em dinheiro. Percebe-se que a empresa
desfruta de uma boa situação, inclusive apresentou melhora, 3,00 em 2004, 2,80 em 2003 e
2,72 em 2002. Também é um índice do tipo quanto maior melhor.
4.2.3.2 Índices de endividamento
Na Tabela 3 e Gráficos 4, 5, 6 e 7 a seguir, são apresentados os índices de
endividamento da Intelbras nos exercícios de 2004, 2003 e 2002.
Tabela 3 – Estrutura de Capital
Índice 2004 2003 2002
Endividamento 61,13 61,33 55,98
Grau de imobilização de recursos próprios 53,42 46,81 47,25
Participação de cap. de terceitos (Alavancagem)
157,26 158,57 127,17
Composição de endividamento 24,38 31,48 28,65
Fonte própria
Gráfico 4 – Endividamento
Endiv ida me nto
6 1 ,1 3 6 1 ,3 3
5 5 ,9 8
5 0 ,0 0
5 2 ,5 0
5 5 ,0 0
5 7 ,5 0
6 0 ,0 0
6 2 ,5 0
6 5 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
75
O endividamento, conforme demonstrado na Tabela 3 e Gráfico 4, revela quanto dos
investimentos da empresa originaram-se de capital de terceiros. É um índice do tipo quanto
menor melhor. A empresa goza de uma boa situação, 61,13 em 2004, 61,33 em 2003 e 55,98
em 2002. Percebe-se que houve uma elevação em 2003, frente a 2002 e em 2004 praticamente
não houve oscilação em relação a 2003. Esta relação torna-se mais tranqüila devido a maior
concentração dos compromissos serem de longo prazo, o que de certa forma permitiu a
empresa gerar recursos para saldá-los.
Gráfico 5 – Grau de Imobilização de Recursos Próprios
Imo biliza ção do Pa trimônio L íquido
5 3 ,4 2
4 6 ,8 1 4 7 ,2 5
4 0 ,0 0
4 4 ,0 0
4 8 ,0 0
5 2 ,0 0
5 6 ,0 0
6 0 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
O grau de imobilização de recursos próprios, conforme demonstrado na Tabela 3 e
Gráfico 5, evidência a relação entre o ativo permanente para com capitais próprios. É do tipo
quanto menor melhor. Como o ativo permanente é o menos líquido da estrutura, é bem melhor
que tenha como fonte de origem o capital próprio que é o último na ordem de exigibilidade. A
empresa apresentou índices como, 53,42 em 2004, 46,81 em 2003 e 47,25 em 2002. Percebe-
se que este índice aumentou gradativamente, porém ainda foi tranqüilo, visto que restou boa
parte do capital próprio aplicado no giro da empresa.
A participação de capitais de terceiros, conforme demonstrado na Tabela 3 e Gráfico
6, logo abaixo, evidência a relação entre o capital de terceiros e o capital próprio. Também é
do tipo quanto menor melhor. Neste índice a empresa apresentou percentuais muito alto,
157,26 em 2004, 158,57 em 2003 e 127,17 em 2002, entretanto isto não preocupou, devido
76
mais de 65% do que compõem o capital de terceiro ser uma obrigação de longo prazo
(PRODEC) e com um custo de captação bem inferior ao do mercado financeiro, conforme já
mencionado anteriormente.
Gráfico 6 – Participação de Capital de Terceiros
Pa rtic ipaçã o de C apita l de Te rce iros
1 5 7 ,2 6 1 5 8 ,5 7
1 2 7 ,1 7
1 1 0 ,0 0
1 2 0 ,0 0
1 3 0 ,0 0
1 4 0 ,0 0
1 5 0 ,0 0
1 6 0 ,0 0
1 7 0 ,0 0
1 8 0 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
Gráfico 7 – Composição de Endividamento
C o mpos ição do Endiv ida me nto
2 4 ,3 8
3 1 ,4 8
2 8 ,6 5
2 0 ,0 0
2 4 ,0 0
2 8 ,0 0
3 2 ,0 0
3 6 ,0 0
4 0 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
A composição do endividamento, conforme demonstrado na Tabela 3 e Gráfico 7,
demonstra o perfil da dívida, relação entre obrigações de curto e de longo prazo.. Também é
do tipo quanto menor melhor. Neste item a empresa apresentou percentuais como: 24,38 em
2004, 31,48 em 2003 e 28,65 em 2002. Percebe-se uma elevação em 2003 e uma queda mais
acentuada em 2004 frente a 2002. Contribuíram para a melhora deste índice em 2004, a
77
redução dos fornecedores na ordem de quase 60%, a redução do parcelamento de impostos-
Refis em 26,29% e também da redução dos dividendos a pagar em quase 25%, todos em
relação a 2003, além do constante aumento do exigível de longo prazo, em função da correção
do PRODEC conforme já visto anteriormente. Estar concentrado em obrigações de longo
prazo permitiu que a empresa reinvestisse os recursos no giro produtivo ao invés de quitar
compromissos.
4.2.3.3 Índices de rentabilidade
Na Tabela 4 e Gráficos 8, 9 e 10 a seguir, são apresentados os índices de rentabilidade
da Intelbras referente aos exercícios de 2004, 2003 e 2002.
Tabela 4 – Índices de Rentabilidade
Índice 2004 2003 2002
Giro do Ativo - GA 1,48 1,52 1,55
Retorno s/ as Vendas - RSV ou Margem Líquida - ML
5,33 5,69 7,24
Retorno s/ o Patrimônio Líquido - RSPL 20,38 20,92 27,08
Fonte própria
Gráfico 8 – Giro do Ativo
G iro do Ativo
1 ,4 8
1 ,5 2
1 ,5 5
1 ,4 0
1 ,4 3
1 ,4 6
1 ,4 9
1 ,5 2
1 ,5 5
1 ,5 81 ,6 1
1 ,6 4
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
78
O giro do ativo, conforme demonstrado na Tabela 4 e Gráfico 8, revela o desempenho
da empresa, através da relação das vendas líquidas com o total dos investimentos médios.
Neste item a empresa apresentou índices como: 1,48 em 2004, 1,52 em 2003 e 1,55 em 2002.
É um índice do tipo quanto maior melhor. Percebe-se uma discreta redução, porém
perfeitamente justificável, em função do fraco aumento da receita líquida, devido à política
econômica imposta pelo atual governo. Entretanto, vale ressaltar que giro não é sinônimo de
lucro, desta forma, recomenda-se que este índice seja analisado em conjunto com outros.
Gráfico 9 – Retorno s/ as Vendas – RSV ou Margem Líquida – ML
R e to rno s / V e nda s - R S V o u M a rg e m Líquida - M L
5 ,3 3
5 ,6 9
5 ,5 7
5 ,0 0
5 ,1 5
5 ,3 0
5 ,4 5
5 ,6 0
5 ,7 5
5 ,9 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
O retorno sobre as vendas ou margem líquida, conforme demonstrado na Tabela 4 e
Gráfico 9, evidência a relação entre o lucro líquido e a receita líquida. É um índice do tipo
quanto maior melhor. Sua performance esta condicionada a uma série de variáveis
“controláveis” pelo administrador. Diria-se que ele demonstra também a habilidade do
administrador. Neste item a empresa apresentou percentuais como: 5,33 em 2004, 5,69 em
2003 e 7,24 em 2002. Percebe-se que este índice caiu ano após ano, principalmente em 2004 e
2003 em relação a 2002. Atribui-se a isto o aumento desproporcional dos custos dos produtos
vendidos em 2003, e principalmente aos fortes aumentos das despesas comerciais e
administrativas em 2003 e 2004, além da redução de praticamente 50% do valor das receitas
financeiras em 2004, em relação a 2003, devido à queda do volume de aplicações financeiras.
79
Gráfico 10 – Retorno sobre o Patrimônio Líquido – RSPL
R e torno s / o Pa trimônio Líquido - R S PL
2 0 ,3 82 0 ,9 2
2 7 ,0 8
1 9 ,0 02 0 ,0 02 1 ,0 02 2 ,0 02 3 ,0 02 4 ,0 02 5 ,0 02 6 ,0 02 7 ,0 02 8 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
O retorno sobre o patrimônio líquido, conforme demonstrado na Tabela 4 e Gráfico
10, revela a relação entre o lucro líquido e o patrimônio líquido médio. Também é do tipo
quanto maior melhor. Neste item a empresa apresentou percentuais como: 20,38 em 2004,
20,92 em 2003 e 27,08 em 2002. O bom índice apresentado em 2002 deu-se em função do
bom resultado neste período, devido aos custos e principalmente as despesas operacionais
terem sido mais amenas. Já em 2004 e 2003, o índice manteve-se estável, porém inferior ao
bom desempenho apresentado em 2002. Nominalmente foram resultados bons, se comparados
aos resultados obtidos numa aplicação financeira indexada a CDI – Certificado de Depósito
Interbancário que rendeu 16,17% em 2004, 23,25% em 2003 e 19,11% em 2002, conforme
consulta ao site http://www.cetip.com.br em 07/10/2005.
4.2.3.4 Índice de atividade
Na Tabela 5 e Gráficos 11, 12, 13, 14 e 15 a seguir, são apresentados os índices de
atividade da Intelbras referente aos exercícios de 2004, 2003 e 2002.
80
Tabela 5 – Índices de Atividade
Índice 2004 2003 2002
Prazo médio de renovação dos estoques 95 89 114
Prazo médio de recebimento das Vendas 69 49 60
Prazo médio de pagamento das Compras 22 25 20
Ciclo operacional 164 139 174
Ciclo de caixa 142 113 154
Fonte própria
Gráfico 11 – Prazo médio de renovação dos estoques – PMRE
Prazo mé dio de re no vação dos e s toque s - PM R E
9 5
8 9
1 1 4
8 5
9 0
9 5
1 0 0
1 0 5
1 1 0
1 1 5
1 2 0
1 2 5
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
O prazo médio de renovação dos estoques, conforme demonstrado na Tabela 5 e
Gráfico 11, mede o ciclo de renovação dos estoques, através da relação dos estoques médios
com o custo dos produtos vendidos. É do tipo quanto menor melhor. Neste item a empresa
apresentou 95 dias em 2004, 89 dias em 2003 e 114 dias em 2002. São números relativamente
altos, porém justificáveis, pelo fato da empresa ser uma indústria que importa em torno de
60% dos seus insumos da Ásia e América Central, via transporte marítimo que não é tão
rápido, sujeito portanto a situações alheias como, atraso em consolidação de carga, perda de
navio, greves portuárias e da receita federal. Sendo assim a empresa opta por manter o
estoque num nível de praticamente dois faturamentos mensais, que lhe da segurança e
81
condições de absorver situações como estas que acabamos de relatar. A redução de 25 dias em
2003 e 19 dias em 2004, deu-se em função principalmente do aumento de 16,96% e 12,31%
respectivamente no CPV, conforme demonstrado no Quadro 13, visto que os estoques médios
se mantiveram num mesmo nível. Reduzir prazo de renovação de estoque a custas do aumento
de CPV sem o respectivo aumento da receita prejudicara a rentabilidade. O ideal é manter ou
reduzir o estoque médio a um nível mínimo sem comprometer o processo produtivo, com
aumento ou manutenção do CPV.
Gráfico 12 – Prazo médio de recebimento das vendas – PMRV
Pra zo mé dio de re ce bime nto das v e nda s - PM R V
6 9
4 9
6 0
4 0
4 5
5 0
5 5
6 0
6 5
7 0
7 5
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
O prazo médio de recebimento das vendas, conforme demonstrado na Tabela 5 e
Gráfico 12, evidência o ciclo de recebimento das vendas, ou seja, o prazo médio concedido
aos clientes. É do tipo quanto menor melhor. Entretanto, este índice pode sofrer alterações em
função de variáveis como: dilatação no prazo de vendas para assemelhar-se a concorrência, ou
para desovar estoques, inadimplência, etc. A empresa em estudo apresentou índices como: 69
dias em 2004, 49 dias em 2003 e 60 dias em 2002. É um prazo relativamente alto e com
tendência de alta, como mostra o exercício de 2004 em relação a 2002 e principalmente em
relação a 2003. Em 2003 este prazo diminuiu em 11 dias (60-49), em função do pouco valor
médio apresentado pela conta de duplicatas a receber, e isso foi devido a grande concentração
de vendas através das operações de vendor que a empresa até então priorizou. O ideal é
reduzir este índice, porém sem perder vendas. Uma das alternativas seria aumentar as vendas
numa proporção maior que a carteira de contas a receber. Mais abaixo será demonstrado o
prazo médio de pagamento de compras, e diante disso conclui-se que a empresa financiou o
82
cliente em 47 dias em 2004 (PMRV 69-PMPC 22), 24 dias em 2003 (PMRV 49 – PMPC 25)
e 40 dias em 2002 (PMRV 60 – PMPC 20). O ideal seria uma situação totalmente contrária,
pois dessa forma poderia ter obrigado a empresa a captar recursos para honrar seus
compromissos.
Gráfico 13 – Prazo médio de pagamento das compras – PMPC
Pra zo mé dio de pa ga me nto das co mpra s - PM PC
2 2
2 5
2 0
1 9
2 0
2 1
2 2
2 3
2 4
2 5
2 6
2 7
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
O prazo médio de pagamento das compras, conforme evidenciado na Tabela 5 e
Gráfico 13, demonstra o prazo com que a empresa adquiriu seus insumos. É do tipo quanto
maior melhor. Este também pode ter influência de diversas variáveis como por exemplo: o
fornecedor ser estratégico, monopólio, encargos financeiros reduzidos para compras com
menor prazo, falta de crédito do cliente o obriga a comprar a visa, etc. A empresa em estudo
apresentou os seguintes prazos: 22 dias em 2004, 25 dias em 2003 e 20 dias em 2002.
Percebe-se que é um prazo relativamente curto, principalmente se comparado aos prazos que
a empresa concede aos seus clientes. Em 2004 e 2002, este prazo foi praticamente 1/3 do
prazo concedido aos clientes. O aumento do prazo em 5 dias (25-20) em 2003 frente a 2002,
deu-se em função do aumento do CPV. Inclusive, ao se analisar o denominador da formula de
apurar-se este índice (CPV+ (estoque final – estoque inicial), percebe-se que o estoque final
foi bem menor que o estoque inicial, deixando claro que o CPV é que determinou este índice.
No caso da empresa em análise, o curto prazo de pagamento de compras deu-se em função
principalmente dela importar 60% dos insumos, e uma empresa instalada no sul do Brasil, um
país com uma série de problemas econômicos, políticos e sociais a serem resolvidos, ninguém
83
se arriscará a conceder-lhe prazo. Por isso, em muitos casos a empresa acaba tendo que pagar
até bem antes de embarcar a mercadoria.
Gráfico 14 – Ciclo operacional
C ic lo o pe ra cio na l
1 6 4
1 3 9
1 7 4
1 3 0
1 4 0
1 5 0
1 6 0
1 7 0
1 8 0
1 9 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
O ciclo operacional da empresa, conforme evidenciado na Tabela 5 e Gráfico 14,
demonstra a quantidade de dias compreendidos entre a data da compra da matéria prima até a
data do recebimento da venda feita ao cliente. É do tipo quanto menor melhor. Os índices
apurados nesta análise foram: 164 dias em 2004, 139 dias em 2003 e 174 dias em 2002. Estes
prazos não serão justificados, visto que os motivos já estão esclarecidos acima.
Gráfico 15 – Ciclo de caixa
C ic lo de ca ix a
1 4 2
1 1 3
1 5 4
1 0 01 0 8
1 1 61 2 4
1 3 21 4 0
1 4 81 5 6
1 6 4
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
84
Fonte própria
O ciclo de caixa, conforme demonstrado na Tabela 5 e Gráfico 15, é identificado pela
diferença entre o ciclo operacional e o prazo médio de pagamento de compras. É do tipo
quanto menor melhor. Justificar este índice seria ser repetitivo, visto que ele é uma
combinação de outros índices já esclarecidos anteriormente.
4.2.4 Fator de insolvência de Kanitz
Na Tabela 6 e Gráfico 16 a seguir, são apresentados os índices com suas respectivas
fórmulas compõem o método Kanitz, referente aos exercícios de 2004, 2003 e 2002.
Tabela 6 – Fator de insolvência de Kanitz
Índice Formula 2004 2003 2002Rentabilidade do PL (LL/PL)x0,05 0,010 0,010 0,014Liquidez geral - LG (AC+RLP/ECP+ELP)x1,65 2,139 2,204 2,334Liquidez seca - LS (AC-Est/ECP)x3,55 10,651 9,923 9,647Liquidez corrente - LC (AC/PC)x-1,06 -5,291 -4,341 -5,067Endividamento (AC+ELP/PL)x-0,33 -0,519 -0,523 -0,420Fator Kanitz 6,99 7,27 6,51
Fonte própria
Gráfico 16 – Fator de insolvência de Kanitz
6,99
7,27
6,51
-7 -6 -5 -4 -3 -2 -1 0 1 2 3 4 5 6 7 8
20
04
20
03
20
02
Fonte própria
85
O fator de insolvência de Kanitz, conforme demonstrado na Tabela 6 e Gráfico 16, é
uma espécie de termômetro financeiro, baseado na conjunção de alguns indicadores de
liquidez, de endividamento e de rentabilidade. De acordo com este método, a empresa em
estudo encontra-se em perfeitas condições de solvência, 6,51 em 2002, 7,27 em 2003 e 6,99
em 2004. Percebe-se uma pequena redução em 2004, sendo que os motivos poderão ser vistos
nos índices que compõem este método.
4.2.5 EBITDA
Na Tabela 7 e Gráfico 17 a seguir, são apresentados os valores relativos à capacidade
de geração de caixa da empresa nos exercícios de 2004, 2003 e 2002.
Tabela 7 – EBITDA
Formula 2004 2003 2002Resultados antes dos efeitos financeiros
( - )Despesa não operacionais ( + ) Despesas com Juros ( + ) Despesas com
Depreciação e Amortização
24.384 20.385 25.559
Fonte própria
Gráfico 17 – EBITDA
EB ITD A
2 4 .3 8 4
2 0 .3 8 5
2 5 .5 5 9
1 8 .0 0 01 9 .0 0 02 0 .0 0 02 1 .0 0 02 2 .0 0 02 3 .0 0 02 4 .0 0 02 5 .0 0 02 6 .0 0 02 7 .0 0 02 8 .0 0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
86
O EBITDA, conforme demonstrado na Tabela 7 e Gráfico 17, mede a capacidade de
geração de recursos da empresa, em função das suas atividades operacionais. A empresa em
estudo revelou valores como: R$ 24,3 milhões em 2004, R$ 20,3 milhões em 2003 e R$ 25,5
milhões em 2002. A queda de 20,24% em 2003 frente a 2002, foi atribuída a forte pressão do
CPV. Já em 2004, a empresa apresentou fortes sinais de recuperação, com um crescimento de
19,62% em relação ao ano de 2003, porém, permanecendo 4,60% abaixo do valor apresentado
em 2002, e isto se atribui ao fato do CPV ter sofrido um aumento proporcionalmente menor
que a receita operacional líquida, conforme pode ser constatado no quadro 13. Ao comparar-
se percentualmente o valor do EBITDA com a receita operacional líquida (disponível no
quadro 11), percebe-se uma relação de 15,58% em 2004, 13,40% em 2003 e 18,93% em 2002.
Mesmo com uma receita operacional líquida apresentando sucessivos aumentos (quadro 13), a
relação com o EBITDA foi irregular.
4.2.6 EBIT
Na Tabela 8 e Gráfico 18 a seguir, serão apresentados os valores relativos ao resultado
da atividade operacional da empresa nos exercícios de 2004, 2003 e 2002.
Tabela 8 – EBIT
Formula 2004 2003 2002Resultados antes dos efeitos financeiros
( - )Despesa não operacionais ( + ) Despesas com Juros
20.581 16.489 21.421
Fonte própria
O EBIT da Intelbras conforme demonstrado na Tabela 8 acima e Gráfico 18 logo
abaixo, foi em média 17% menor que o valor apurado pelo EBITDA. Como o EBIT utiliza a
mesma base de dados do EBITDA, apenas não expurgando a depreciação e amortização,
entende-se que os motivos que compõem o valor do EBIT foram os mesmos do EBITDA,
conforme já mencionados anteriormente. O EBIT entende que a depreciação e amortização
fazem parte do processo produtivo operacional. Ativos imobilizados com valores altos
aumentam mais ainda a redução entre o EBIT e EBITDA, pois geram grandes valores em
87
depreciação.Quanto menor for o valor da depreciação menor será a diferença entre o EBITDA
e o EBIT.
Gráfico 18 – EBIT
EB IT
2 0 .5 8 1
1 6 .4 8 9
2 1 .4 2 1
1 4 .0 0 01 5 .0 0 01 6 .0 0 01 7 .0 0 01 8 .0 0 01 9 .0 0 02 0 .0 0 02 1 .0 0 02 2 .0 0 02 3 .0 0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Fonte própria
4.3 Análise da concorrência
Esta análise será feita apenas nos itens de maior relevância, visto que a concorrência
não é o foco deste trabalho, porém, a comparação do desempenho dos concorrentes com a
empresa em estudo poderá revelar informações surpreendentes.
Concorrente “A”.
Com base no resultado apurado,a empresa apresentou uma boa evolução. A receita
líquida apresentou crescimentos como: 42,04% em 2003 e 77,99% em 2004, frente a 2002,
conforme demonstrado no Apêndice-C.
Os custos dos produtos vendidos comportaram-se de maneira inversa ao aumento da
receita líquida, ou seja, enquanto que em 2003 a receita aumentou 42,04% o CPV aumentou
apenas 20,10%, já em 2004 a situação foi melhor ainda, pois a receita aumentou 77,99% e o
CPV diminuiu 8,71%. O CPV representou um percentual muito baixo em relação à receita
líquida, 22,27% em 2002, 18,83% em 2003 e 11,42% em 2004, conforme demonstrado no
Apêndice-C. Além de ser baixo, ainda apresenta uma significativa redução ano após ano.
88
As despesas comerciais e administrativas foram as que mais pesaram em relação à
receita líquida, 70,95% em 2002, 66,46% em 2003 e 75,01% em 2004, conforme demonstrado
no Apêndice-C. Horizontalmente as despesas comerciais aumentaram praticamente na mesma
proporção que a receita, já as despesas administrativas apresentaram um crescimento muito
irregular, 24,14% em 2003 e 125,83% em 2004.
Efeitos financeiros – com os empréstimos e financiamentos num volume relativamente
baixo, os juros não corroeram o resultado, até porque a empresa apresenta um volume bem
superior em aplicações financeiras.
Lucro líquido do exercício – a empresa apresentou lucro nos três exercícios. Com
crescimento de: 163,16% em 2003 e 77,87% em 2004 frente a 2002, conforme demonstrado
no Apêndice-C. O lucro líquido foi menor em 2004, em função do forte aumento do imposto
de renda e contribuição social, que não será comentado por falta das notas explicativas.
Concorrente “B”
Trata-se de uma empresa relativamente pequena, porém com receita operacional
líquida crescente. Apresenta crescimentos como: 19,25% em 2003 e 46,61% em 2004, frente
a 2002, conforme demonstrado no Apêndice-G.
Os custos dos produtos vendidos comportaram-se de maneira muito irregular,
principalmente em 2004. Sua representatividade em relação à receita líquida foi de: 53,65%
em 2002, 49,79% em 2003 e 68,48% em 2004, conforme demonstrado no Apêndice-G. Já
horizontalmente o crescimento foi da ordem de 10,67% em 2003 e surpreendentemente
87,13% em 2004, inclusive, neste ano o aumento foi muito superior ao da receita líquida.
As despesas comerciais e administrativas com certa representatividade em relação à
receita líquida, apresentaram uma sensível redução em 2004. Em 2002 era 38,70%, em 2003
era 39,90% e em 2004 caiu para 16,85%. As despesas comerciais praticamente se mantiveram
na casa dos 12%, entretanto, as administrativas que giraram em torno de 27% da receita
líquida em 2002 e 2003, caiu para 6,16% em 2004, conforme demonstrado no Apêndice-G.
Horizontalmente, em 2003 o crescimento foi proporcionalmente idêntico ao da receita líquida,
já em 2004 enquanto a receita líquida cresceu 46,61% as despesas operacionais diminuíram
36,15%.
89
Efeitos financeiros – as despesas financeiras líquidas representaram em média de 10%
da receita líquida. As despesas financeiras apresentaram um crescimento horizontal de
29,89% em 2003 e 57,47% em 2004, conforme demonstrado no Apêndice-G, portanto pouco
acima do crescimento da receita líquida. A origem das despesas financeiras foi em função da
empresa descontar duplicatas da sua carteira de clientes com percentuais da ordem de 41,04%
em 2002, 35,84% em 2003 e 24,34% em 2004, e do endividamento bancário do curto e longo
prazo, que juntos representam 49,07% em 2002, 61,13% em 2003 e 60,94% em 2004 do
capital de terceiros, conforme demonstrado no Quadro 19 constante no Apêndice-E.
Lucro líquido do exercício – a empresa apresentou sensíveis melhoras no resultado,
saindo de um prejuízo de R$ 103 mil em 2002 para um irrisório lucro de R$ 8 mil em 2003 e
um satisfatório lucro de R$ 257 mil em 2004, conforme demonstrado no Apêndice-F. A
virada de resultado deve-se a fatos como aumento da receita líquida, principalmente em 2004,
controle do CPV e principalmente da redução destes em 2004 e também em função do
controle e redução das despesas operacionais, mais especificamente nas administrativas em
2004.
4.4 Análise comparativa
Avaliar uma empresa pura e simplesmente pelo seu desempenho pode gerar
conclusões ilusórias. É necessário que se analise o contexto no qual ela esta inserida, pois uma
empresa mesmo apresentando uma boa rentabilidade pode estar sendo ineficaz ao comparar-
se com a rentabilidade obtida por outras empresas do mesmo segmento, assim como o inverso
também é verdadeiro. Dessa forma, abaixo serão demonstrados alguns índices da Intelbras e
dos concorrentes A e B, sendo que as tabelas que auxiliaram a análise e elaboração dos
gráficos estão contidas no Apêndice deste trabalho.
Conforme demonstrado no Gráfico 19 logo abaixo, a liquidez geral das três empresas
foi tranqüila e muito confortável para honrarem seus compromissos com terceiros. Houve um
certo equilíbrio entre elas a cada ano, inclusive a pequena redução na liquidez foi comum às
três. Apenas o concorrente A é que se sobressaiu um pouco em relação às outras duas
90
empresas. Ao se comparar a Intelbras com uma média dos concorrentes A e B, percebe-se que
a Intelbras ficou em 2004 16,13%, em 2003 10,67% e em 2002 17,06% abaixo da média.
Gráfico 19 – Liquidez Geral
Liquide z G e ra l
1 ,3 0 1 ,3 4 1 ,4 11 ,8 0 1 ,9 0 2 ,0 8
1 ,3 0 1 ,0 9 1 ,3 1
0 ,0 00 ,5 01 ,0 01 ,5 02 ,0 02 ,5 03 ,0 03 ,5 04 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
Gráfico 20 – Liquidez corrente
Liquide z C o rre nte
4 ,9 94 ,0 9
4 ,7 8
3 ,3 9
5 ,1 3
2 ,8 5
1 ,6 0 1 ,4 4 1 ,5 9
0 ,0 01 ,0 02 ,0 03 ,0 04 ,0 05 ,0 06 ,0 07 ,0 08 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
No quesito liquidez corrente, a Intelbras se saiu muito bem em relação à concorrência,
conforme demonstrado no Gráfico 20. Apenas o concorrente A é que a superou em 25,43%
em 2003. A boa performance da Intelbras deu-se em função da pouca concentração de
obrigações no curto prazo contra uma boa concentração de bens e direitos no curto prazo. Na
comparação com a média dos concorrentes A e B, a Intelbras apresentou percentuais de
91
99,60% em 2004, 24,32% em 2003 e 115,33% em 2002, acima da média das empresas
analisadas.
Gráfico 21 – Liquidez seca
Liquide z S e ca
3 ,0 0 2 ,8 0 2 ,7 22 ,6 2
3 ,9 6
1 ,6 40 ,9 2
0 ,5 8 0 ,5 8
0 ,0 00 ,8 01 ,6 02 ,4 03 ,2 04 ,0 04 ,8 05 ,6 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
No quesito liquidez seca, a Intelbras gozou de uma situação muito boa, conforme
demonstrado no Gráfico 21. Apenas em 2003 foi que o concorrente A a superou em 41,43%.
Já o concorrente B não demonstrou condições de saldar suas obrigações de curto prazo com
terceiros com os bens e diretos de curto prazo deduzidos dos estoques que são ativos menos
líquidos. Isto se deu em função da empresa apresentar um estoque relativamente alto para o
seu nível de faturamento, entretanto, em 2004 esta empresa já apresentou uma significativa
melhora neste índice. Na comparação média dos concorrentes A e B, a Intelbras apresentou
percentuais como 69,49% em 2004, 23,35% em 2003 e 145,05% em 2002 acima da média das
empresas analisadas.
Neste item endividamento, a Intelbras foi a que apresentou maior nível, conforme
demonstrado no Gráfico 22 logo abaixo. Entretanto esta situação não preocupou, devido a
maior parte da dívida da empresa ser de longo prazo e a um custo muito baixo, conforme já
foi mencionado anteriormente. O concorrente A foi o terceiro maior endividado, porém,
também concentra boa parte dos compromissos no longo prazo. Já o concorrente B se
manteve estável, próximo aos 50%. Na comparação média dos concorrentes A e B, a Intelbras
92
apresentou percentuais como 36,59% em 2004, 40,39% em 2003 e 47,20% em 2002, acima da
média das empresas analisadas.
Gráfico 22 – Endividamento
Endiv ida me nto
6 1 ,1 3 6 1 ,3 35 5 ,9 8
4 2 ,5 43 7 ,8 2
3 0 ,0 9
4 6 ,9 7 4 9 ,5 54 5 ,9 7
2 5 ,0 0
3 3 ,0 0
4 1 ,0 0
4 9 ,0 0
5 7 ,0 0
6 5 ,0 0
7 3 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
Gráfico 23 – Imobilização do patrimônio líquido – IPL
Imo biliza çã o do Pa trimô nio L íquido
5 3 ,4 24 6 ,8 1 4 7 ,2 5
4 0 ,9 4 4 5 ,1 55 3 ,4 1
7 3 ,0 4
9 1 ,5 2
7 3 ,6 1
3 0 ,0 0
4 3 ,0 0
5 6 ,0 0
6 9 ,0 0
8 2 ,0 0
9 5 ,0 0
1 0 8 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
O grau de imobilização do patrimônio líquido das três empresas foi bom, conforme
demonstrado no Gráfico 23, pois apresentaram valores inferiores a 100%, significando que
parte dos recursos próprios foram aplicados no giro. A Intelbras e o concorrente A
imobilizaram em torno de 50% dos recursos próprios, sendo que os outros 50% foram
aplicados no giro, tornando-as menos dependentes de capital de terceiros. Na comparação
93
média dos concorrentes A e B, a Intelbras apresentou percentuais como 6,26% em 2004,
31,50% em 2003 e 25,60 em 2002, abaixo da média das empresas analisadas.
Gráfico 24 – Participação de capital de terceiros
Pa rtic ipa çã o de C a pita l de Te rce iro s
1 5 7 ,2 6 1 5 8 ,5 7
1 2 7 ,1 7
7 4 ,0 46 0 ,8 2
4 3 ,0 5
8 8 ,5 79 8 ,2 4
8 5 ,0 8
3 0 ,0 0
5 5 ,0 0
8 0 ,0 0
1 0 5 ,0 0
1 3 0 ,0 0
1 5 5 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
Conforme demonstrado no Gráfico 24, a Intelbras foi a mais tomadora de capital de
terceiros. Entretanto, este fato não comprometeu a empresa, devido às condições de prazo e
custo deste recurso, conforme já citado anteriormente. O concorrente A foi o terceiro maior
tomador de capital de terceiro e aumentou gradativamente esta relação. Já o concorrente B,
praticamente manteve estável esta relação. Na comparação média dos concorrentes A e B, a
Intelbras mostrou-se praticamente 100% acima da média. O conhecimento do perfil e custo
dos recursos é de vital importância para a análise deste item.
No quesito composição do endividamento, a Intelbras apresentou uma excelente
relação, conforme demonstrado no Gráfico 25 logo abaixo. Isto lhe deu fôlego para suportar
os altos e baixos do mercado em função das políticas recessivas estabelecidas pelo governo. O
concorrente A foi o segundo melhor nesta relação, devido aos expressivos valores de
empréstimos e obrigações trabalhistas. O concorrente B foi o terceiro neste item, tendo em
vista que praticamente 80% das suas obrigações são de curto prazo. Na comparação média
dos concorrentes A e B, a Intelbras apresentou percentuais como 63,25% em 2004, 43,21%
em 2003 e 80,50% em 2002 abaixo da média das empresas analisadas.
94
Gráfico 25 – Composição do endividamento
C o mpo s içã o do Endiv ida me nto
2 4 ,3 83 1 ,4 8 2 8 ,6 5
5 1 ,0 6
3 5 ,6 2
6 5 ,0 1
8 1 ,6 17 5 ,2 5
8 1 ,9 4
2 0 ,0 03 0 ,0 04 0 ,0 05 0 ,0 06 0 ,0 07 0 ,0 08 0 ,0 09 0 ,0 0
1 0 0 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
Gráfico 26 – Giro do ativo
G iro do A tiv o
1 ,4 8 1 ,5 2 1 ,5 51 ,6 7 1 ,6 41 ,3 9
1 ,6 11 ,3 9
1 ,2 1
0 ,0 00 ,4 00 ,8 01 ,2 01 ,6 02 ,0 02 ,4 02 ,8 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
No item giro do ativo, percebe-se um certo equilíbrio entre as três empresas, conforme
demonstrado no Gráfico 26. A Intelbras demonstrou uma tímida redução com o passar dos
anos, já os concorrentes A e B, percorreram uma linha contrária, ou seja, esboçaram um
tímido crescimento com o passar dos anos. Na comparação média dos concorrentes A e B, a
Intelbras apresentou percentuais como 9,76% abaixo da média em 2004, em 2003 não houve
variação e em 2002 a Intelbras ficou 19,23% acima da média das empresas analisadas.
95
Gráfico 27 – Retorno s/ vendas – RSV ou Margem líquida – ML
R e to rno s / V e nda s - R S V o u M a rg e m Líquida
5 ,3 3 5 ,6 97 ,2 4
5 ,0 6
9 ,3 9
5 ,1 33 ,8 4
0 ,1 5
- 2 ,2 6- 3 ,0 0- 1 ,0 01 ,0 03 ,0 05 ,0 07 ,0 09 ,0 0
1 1 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
No item retorno sobre as vendas ou margem líquida, houve um desequilíbrio muito
grande entre as três empresas, principalmente entre os concorrentes A e B, nos exercícios de
2003 e 2002, conforme demonstrado no Gráfico 27. Neste quesito a Intelbras sofreu uma
redução de 26,38% em 2004 e 21,41% em 2003, frente a 2002, em função principalmente do
aumento dos custos. O concorrente A apresentou uma situação muito boa em 2003, em função
do aumento da receita líquida ter sido 21,94% superior ao do CPV, (42,04 – 20,10), e também
pela pouca representatividade do imposto de renda e contribuição social. já em 2004, seu
desempenho voltou praticamente ao nível de 2002, tendo como aspecto relevante a forte
representatividade do imposto de renda e contribuição social. Quanto ao concorrente B, sua
situação foi muito ruim, pois apresentou prejuízo em 2002, entretanto em 2003 já saiu do
prejuízo, apesar de um lucro líquido irrisório, e em 2004 já apresentou resultado positivo, o
que demonstra que a empresa esta numa curva ascendente.
Quanto ao retorno sobre o patrimônio líquido, as três empresas apresentaram um
desempenho muito irregular, principalmente em 2002 e 2003, conforme demonstrado no
Gráfico 28 logo abaixo. A Intelbras apresentou um bom resultado em 2002 em função dos
custos e das despesas operacionais terem sidos mais amenos. Já em 2003 e 2004 este
desempenho caiu para níveis de 20%. O concorrente A obteve um bom desempenho em 2003
e 2004 ficando 27,65% acima do desempenho de 2002. O bom desempenho do concorrente A
96
em 2003, deu-se pelos mesmos motivos já expostos no item anterior. O concorrente B
novamente apresentou um desempenho não muito bom, porém demonstrou fortes sinais de
recuperação ano após ano. Na comparação média dos concorrentes A e B, a Intelbras
apresentou percentuais como 56,29% em 2004, 75,14% em 2003 e 949,61% em 2002 acima
da média. O fraco desempenho do concorrente B comprometeu a média deste índice.
Gráfico 28 – Retorno s/ o patrimônio líquido – RSPL
R e to rno s / o Pa trimô nio L íquido - R S PL
2 0 ,3 8 2 0 ,9 2
2 7 ,0 8
1 4 ,1 4
2 3 ,5 0
1 0 ,2 31 1 ,9 4
0 ,3 9
- 5 ,0 7- 7 ,0 0
0 ,0 0
7 ,0 0
1 4 ,0 0
2 1 ,0 0
2 8 ,0 0
3 5 ,0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
Gráfico 29 – Prazo médio de renovação dos estoques – PMRE
Pra zo M é dio de R e no v a çã o do s Es to que s - PM R E
9 5 8 91 1 4
2 6 2
1 8 0
2 1 5
8 3
1 6 0
1 9 7
6 08 5
1 1 01 3 51 6 01 8 52 1 02 3 52 6 02 8 5
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
Das três empresas analisadas, a Intelbras foi sem dúvida a que apresentou melhor
prazo médio de renovação dos estoques, conforme demonstrado no Gráfico 29, mesmo tendo
97
que manter estoques em níveis altos conforme já explicado anteriormente na análise
individual deste item. O concorrente A foi o que apresentou o pior resultado, e isto se atribui
ao fato da empresa ter aumentado os estoques e reduzido consideravelmente o CPV,
principalmente em 2004. Neste quesito o concorrente B se sobressaiu muito bem, reduzindo
consideravelmente o prazo ano após ano, em função da manutenção do nível dos estoques e
com aumento do CPV. O bom desempenho deste índice está condicionado a manutenção ou
redução do nível médio de estoque com a manutenção ou aumento do CPV. Entretanto, o
aumento do CPV deve ser em função do incremento das receitas de vendas, e não por
problemas gerenciais ou descontroles. O CPV dos concorrentes A e B é que trilhou caminhos
diferentes, enquanto o do concorrente A baixou e com isso piorou o índice, o do concorrente
B aumentou e com isso este índice melhorou. A comparação média neste item torna-se
desnecessária, visto a enorme diferença de prazo entre as empresas.
Gráfico 30 – Prazo médio de recebimento das vendas – PMRV
Pra zo M é dio de R e ce bime nto da s V e nda s - PM R V
6 9
4 96 05 8 5 7
4 8
7 1 7 28 1
2 03 04 05 06 07 08 09 0
1 0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
Neste índice a Intelbras apresentou um prazo médio de recebimento das vendas
relativamente alto, conforme demonstrado no Gráfico 30, principalmente quando comparado
com o prazo médio de pagamento das compras. A Intelbras ficou acima do prazo obtido pelo
concorrente A porém abaixo do prazo obtido pelo concorrente B. São prazos relativamente
altos, sendo que os motivos já foram descritos na análise individual deste item. O prazo médio
de recebimento do concorrente A pode estar prejudicado, tendo em vista que não foram
deduzidos da base de cálculo os valores referentes às deduções e devoluções devido à
demonstração de resultado da mesma não destacar. Na análise comparativa, a Intelbras e o
98
concorrente A, praticamente atuam com o mesmo prazo de recebimento, em 2002 a Intelbras
concedeu 12 dias a mais de prazo, em 2003 o concorrente A foi quem concedeu 8 dias a mais
e em 2004 novamente a Intelbras foi quem concedeu 11 dias a mais. Em 2004 o concorrente
B praticamente obteve o mesmo prazo que a Intelbras. Na análise média, a Intelbras
apresentou melhor resultado em 2002 e 2003 e apenas em 2004 é que ela concedeu 2 dias a
mais de prazo.
Gráfico 31 – Prazo médio de pagamento das compras – PMPC
Pra zo M é dio de Pa g a me nto da s C o mpra s - PM PC
2 22 5
2 0
3 9
3 0
2 01 8
5 2
4 2
5
1 5
2 5
3 5
4 5
5 5
6 5
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
No item prazo médio de pagamento das compras, a Intelbras foi à empresa que obteve
menor prazo para pagamento dos fornecedores, conforme demonstrado no Gráfico 31, sendo
que as razões já foram explicadas anteriormente na análise individual deste item. Com relação
ao concorrente A, o seu progressivo aumento do prazo em 10 dias, deu-se em função da
empresa ter mantido o volume da conta de fornecedores praticamente num mesmo nível e
conseguir reduzir o CPV. Quanto ao concorrente B, o prazo altamente irregular deu-se em
função da volatilidade do CPV, principalmente em 2004. Na comparação média dos
concorrentes A e B, a Intelbras apresentou percentuais de prazos menores como 22,81% em
2004, 39,02% em 2003 e 35,48% em 2002.
Quanto ao EBITDA, demonstrado no Gráfico 32 logo abaixo, não foi feito
comparação entre uma empresa e outra, visto que são empresas com níveis de faturamento
muito diferente, entretanto cabe ressaltar a capacidade de geração de caixa de cada uma. A
99
Intelbras apresentou uma redução mais acentuada em 2003 e uma outra pequena redução em
2004, frente a 2002, sendo que os motivos já foram descritos anteriormente na análise
individual deste item. Quanto ao concorrente A, percebe-se um bom desempenho
principalmente em 2003 e 2004, sendo que isto se atribuiu principalmente ao aumento
proporcionalmente inferior do CPV em relação à receita operacional líquida. O concorrente B,
guardadas as proporções, também apresentou um progressivo aumento da capacidade de
geração de caixa, tendo como fatores determinantes o aumento proporcionalmente inferior do
CPV em relação à receita operacional líquida em 2003 e a considerável redução das despesas
operacionais em 2004.
Gráfico 32 – EBITDA
EB ITD A
2 4 .3 8 42 0 .3 8 5
2 5 .5 5 9
7 .7 3 9 6 .9 2 9
2 .5 9 71 .6 2 0 9 0 3 3 0 00
5 .0 0 0
1 0 .0 0 0
1 5 .0 0 0
2 0 .0 0 0
2 5 .0 0 0
3 0 .0 0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
Gráfico 33 – EBIT
EB IT
2 0 .5 8 11 6 .4 8 9
2 1 .4 2 1
7 .1 3 7 6 .2 9 0
2 .0 0 09 8 1 5 6 1 3 4 90
5 .0 0 0
1 0 .0 0 0
1 5 .0 0 0
2 0 .0 0 0
2 5 .0 0 0
3 0 .0 0 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
100
Quanto ao EBIT, conforme demonstrado no Gráfico 33, enquanto a Intelbras
apresentou um redução média de 17% em relação ao EBITDA, o concorrente A apresentou
uma redução média de 13,33% e o concorrente B também redução média de 20,33% no
período analisado. A maior ou menor redução deste índice esta condicionada ao valor que a
empresa possui no ativo imobilizado, pois quanto maior for à depreciação maior será a
redução. Numa relação receita operacional líquida com ativo imobilizado líquido, a Intelbras
foi a que apresentou melhor resultado, ou seja, a receita líquida média foi 7,30 vezes o valor
do imobilizado líquido, enquanto que a do concorrente A foi de 6,34 vezes e a do concorrente
B 7,15 vezes.
Quanto ao ciclo operacional, conforme demonstrado no Gráfico 34 logo abaixo, é
resultado da somatória do PMRE com o PMRV, portanto o seu resultado é conseqüência, o
que dispensa qualquer justificativa, visto que poderão ser vistos nos comentários individuais
de cada empresa. O ciclo operacional da Intelbras foi muito bom em relação à concorrência,
perdendo apenas em 2004 para o concorrente B.
Gráfico 34 – Ciclo operacional
C iclo O pe ra cio na l
1 6 41 3 9
1 7 4
3 1 9
2 3 72 6 3
1 5 4
2 3 2
2 7 8
1 2 01 5 01 8 02 1 02 4 02 7 03 0 03 3 03 6 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
O ciclo de caixa é resultante do ciclo operacional menos o PMPC, ambos justificados
anteriormente, portanto, justificá-lo seria ser repetitivo. Entretanto, vale ressaltar que a
101
Intelbras foi a que apresentou o menor ciclo de caixa, perdendo apenas em 2004 para o
concorrente B por uma pequena diferença, conforme demonstrado no Gráfico 35 logo abaixo.
Gráfico 35 – Ciclo de caixa
C iclo de C a ix a
1 4 21 1 3
1 5 4
2 8 0
2 0 7
2 4 3
1 3 6
1 8 0
2 3 6
1 0 01 2 51 5 01 7 52 0 02 2 52 5 02 7 53 0 03 2 53 5 0
2 0 0 4 2 0 0 3 2 0 0 2
Inte lb ras C oncorrente A C oncorrente B
Fonte própria
102
5 – CONCLUSÃO
Esta pesquisa fundamentou de maneira clara e prática, através de consultas a acervos
bibliográficos, entrevistas e observações no dia a dia das empresas, os principais conceitos e
metodologias utilizadas no desenvolvimento das operações cotidianas. A partir do
entendimento teórico, foram apurados os índices que evidenciaram a situação econômico-
financeira da empresa, servindo de base para o acadêmico avaliar a situação econômica e
financeira.
A Intelbras gozou de uma excelente situação de liquidez, nos três índices analisados,
ou seja, liquidez geral, corrente e seca. Estes índices são superiores a uma unidade monetária
nos três exercícios analisados e ainda com tendência de aumento, com exceção da liquidez
geral que apresentou uma discreta redução.
A análise evidenciou que o endividamento da Intelbras foi relativamente alto, porém,
muito positivo, por estar concentrado no longo prazo, e ser um passivo oriundo de benefício
fiscal concedido pelo governo Estadual a um custo muito menor que o praticado pelo mercado
financeiro. Aparentemente não foi verificado grandes oscilações neste índice.
A rentabilidade da Intelbras também foi boa, porém, diminuindo paulatinamente a
cada ano em todos os índices que a compõem. Em 2002 o desempenho da Intelbras foi bom;
em 2003 houve uma queda mais acentuada. Já em 2004 a queda foi mais amena em relação a
2003.
Quanto aos prazos médios de pagamentos, recebimentos e estocagem, pode-se dizer
que a Intelbras está em situação normal, tendo em vista que ela importa boa parte dos insumos
via transporte marítimo, obrigando-a a manter estoque de segurança em nível alto. Outro fato
que contribuiu para a construção deste índice foi à política de concessão de crédito com prazo,
que necessita equiparar-se a concorrência para alavancar vendas. A incerteza econômica e a
situação política atual do país não inspiram confiança aos exportadores para concederem
prazos, levando a necessidade de compras a vista e até mesmo com pagamentos antecipados.
Da análise, a Intelbras demonstrou uma boa capacidade de geração de caixa, onde as
oscilações são revertidas com ações focadas em pontos como redução do custo dos produtos
vendidos que no ano de 2003 foi o que mais pesou na redução do EBITDA. Com relação ao
103
EBIT, percebe-se uma redução média de 17% a cada exercício comparado com o resultado
obtido através do EBITDA, durante o período analisado. O EBIT reflete melhor o resultado
da operação, pois não expurga o valor da depreciação, devido ao imobilizado fazer parte do
processo produtivo.
De uma forma geral, a situação econômica financeira da Intelbras é boa. Isto é
comprovado com a aplicação do fator de Kanitz, que é uma fusão de índices de liquidez,
estrutura e rentabilidade, mostrando que a Intelbras encontra-se em perfeitas condições de
solvência.
Com relação à média apurada nos concorrentes A e B, a Intelbras apresentou melhor
desempenho em mais de 60% dos itens analisados. Entretanto, numa análise pormenorizada,
percebe-se que alguns itens apresentaram relação muito alta.
A oportunidade de poder aplicar o conhecimento teórico em casos reais, com o
supervisionamento de um orientador, aliado a experiência dos profissionais da empresa em
estudo, possibilitou ao acadêmico uma oportunidade impar de firmar seus conhecimentos e
partir para o mercado de trabalho com embasamento suficiente para argumentar e propor
ações que resultem num melhor desempenho da empresa.
Na qualidade de promover o bem estar social, a Intelbras com certeza contribuiu para a
qualificação de mais um profissional, que buscou de forma imparcial evidenciar os resultados
dela e da concorrência, resultando num documento que poderá servir de fonte de pesquisa a
fim de melhorar sua eficácia em pontos distantes da média.
O trabalho limitou-se a atender aos objetivos inicialmente propostos. Para isso, foram
apurados e comentados os índices considerados relevantes pela empresa.
Apesar da diversidade de produtos de telecomunicações disponíveis no mercado, são
poucas as industrias genuinamente brasileiras que exploram este ramo de atividade. A busca
por empresas do mesmo porte e mesmo ramo de negócio do país, torna-se um limitador da
pesquisa.
A limitação de tempo, fez com que, assuntos como as demonstrações das entradas e
saídas de caixa – DESC e demonstrações do fluxo líquido de caixa – DFLC, fossem apenas
conceituados, restando assim um enorme campo para aprofundamento. A busca de uma
integração de todos os setores da empresa com o fluxo de caixa, certamente resultará em
ganhos para a empresa. Os impactos que as políticas de concessão de prazos tanto para pagar
104
como para receber e nível de estocagem poderão exercer sobre o resultado, abrem as portas
para que se proceda um estudo mais aprofundado.
105
6 REFERÊNCIAS
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106
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ZDANOWICZ, José Eduardo. Fluxo de caixa: uma decisão de planejamento e controlefinanceiro. 8 ed. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2000.
107
7 APÊNDICES
108
APÊNDICE A – Balanço Patrimonial – Concorrente A
Concorrente A
2004 2003 2002ATIVO R$ mil R$ mil R$ mil
CIRCULANTE Caixa e bancos 489 797 511 Aplicações financeiras 8.241 7.966 39 Contas a receber líquido 9.514 6.844 6.033 Estoques 4.615 3.873 3.823 Impostos a recuperar 63 66 72 Adiantamento a fornecedores 208 343 126 Despesas antecipadas e outros 466 312 887
23.596 20.201 11.491 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Outros créditos 923 830 1.400
923 830 1.400 PERMANENTE Investimentos 15 217 220 Imobilizado líquido 6.488 6.509 5.866 Diferido 1.038 1.484 1.595
7.541 8.210 7.681
TOTAL DO ATIVO 32.060 29.241 20.572
PASSIVO
CIRCULANTE Empréstimos e financiamentos 1.869 1.119 1.479 Fornecedores 702 736 565 Obrigações trabalhistas 3.259 1.212 1.198 Dividendos a pagar 419 464 88 Adiantamento de clientes 58 199 289 Outros débitos 657 209 406
6.964 3.939 4.025 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Empréstimos e financiamentos 4.173 5.727 994 C/C/ AC/ SOC/Coligadas 1.421 979 473 Outros passivos 1.081 414 699
6.675 7.120 2.166 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social 1.694 1.840 1.840 Reservas de capital 368 368 284 Lucros acumulados 16.359 15.974 12.257
18.421 18.182 14.381
TOTAL DO PASSIVO 32.060 29.241 20.572
Fonte: Adaptada SERASA (2005)
109
APÊNDICE B – Demonstração de Resultado de Exercício – Concorrente A
Concorrente A2.004 2.003 2.002R$ mil R$ mil R$ mil
RECEITA OPERACIONAL BRUTAVenda de produtos e serviços 51.077 40.761 28.696Deduções - impostos e devoluções 0 0 0
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 51.077 40.761 28.696
CUSTO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS (5.835) (7.677) (6.392)
LUCRO BRUTO 45.242 33.084 22.304
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS:Despesas comerciais 15.862 14.748 10.418Despesas administrativas 22.450 12.341 9.941Outras despesas (receitas) operacionais, líquidas 0 0 0
38.312 27.089 20.359
Resultado operacional antes dos efeitos financeiros 6.930 5.995 1.945
EFEITOS FINANCEIROS: Despesas financeiras (3.814) (2.889) (2.241) Receitas financeiras/outras receitas operacionais 1.832 1.540 1.994
(1.982) (1.349) (247)
Resultado operacional após os efeitos financeiros 4.948 4.646 1.698Resultado de equivalência patrimonial (1) (3) 16
Resultado operacional líquido 4.947 4.643 1.714
RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS 207 295 55
LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS e PARTICIPAÇÕES 5.154 4.938 1.769
Imposto de renda e contribuição social (2.567) (1.112) (298)
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 2.587 3.826 1.471Fonte: Adaptada SERASA (2005)
110
APÊNDICE C – Análise Vertical e Horizontal da Demonstração de Resultado– Concorrente A
Concorrente A
R$ mil AV% AH% R$ mil AV% AH% R$ mil AV% AH%
RECEITA OPERACIONAL BRUTAVenda de produtos e serviços 51.077 100,00 177,99 40.761 100,00 142,04 28.696 100,00 100,00
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 51.077 100,00 177,99 40.761 100,00 142,04 28.696 100,00 100,00
CUSTO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS (5.835) (11,42) 91,29 (7.677) (18,83) 120,10 (6.392) (22,27) 100,00
LUCRO BRUTO 45.242 88,58 202,84 33.084 81,17 148,33 22.304 77,73 100,00
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS:Despesas comerciais 15.862 31,06 152,26 14.748 36,18 141,56 10.418 36,30 100,00 Despesas administrativas 22.450 43,95 225,83 12.341 30,28 124,14 9.941 34,64 100,00
38.312 75,01 188,18 27.089 66,46 133,06 20.359 70,95 100,00
Resultado operacional antes dos efeitos financeiros 6.930 13,57 356,30 5.995 14,71 308,23 1.945 6,78 100,00
EFEITOS FINANCEIROS: Despesas financeiras (3.814) (7,47) 170,19 (2.889) (7,09) 128,92 (2.241) (7,81) 100,00 Receitas financeiras 1.832 3,59 91,88 1.540 3,78 77,23 1.994 6,95 100,00
(1.982) (3,88) 802,43 (1.349) (3,31) 546,15 (247) (0,86) 100,00 - - -
Resultado operacional após os efeitos financeiros 4.948 9,69 291,40 4.646 11,40 273,62 1.698 5,92 100,00
Resultado operacional líquido 4.948 9,69 291,40 4.646 11,40 273,62 1.698 5,92 100,00
RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS 207 0,41 376,36 295 0,72 536,36 55 0,19 100,00
LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS e PARTICIPAÇÕES 5.155 10,09 294,07 4.941 12,12 281,86 1.753 6,11 100,00
Imposto de renda e contribuição social (2.567) (5,03) 861,41 (1.112) (2,73) 373,15 (298) (1,04) 100,00
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 2.588 5,07 177,87 3.829 9,39 263,16 1.455 5,07 68,02
2.004 2.003 2.002
Fonte: Adaptada SERASA (2005)
111
APÊNDICE D – Resumo dos Índices de Liquidez, Estrutura, Rentabilidade eAtividade – Concorrente A
Concorrente A
LIQUIDEZ 2004 2003 2002
Liquidez geral-LG 1,80 1,90 2,08
Liquidez corrente-LC 3,39 5,13 2,85
Liquidez seca-LS 2,62 3,96 1,64
ESTRUTURA
Endividamento 42,54 37,82 30,09
Grau imobilização recursos próprios-IPL 40,94 45,15 53,41
Participação capitais de terceiros-PCT 74,04 60,82 43,05
Composição de endividamento-CE 51,06 35,62 65,01
RENTABILIDADE
Giro do Ativo-GA 1,67 1,64 1,39
Retorno s/vendas-RSV ou Margem líquida-ML 5,06 9,39 5,13
Retorno s/ patrimônio Líquido-RSPL 14,14 23,50 10,23
ATIVIDADE
Prazo médio renovação estoques-PMRE 262 180 215
Prazo médio recebimento vendas -PMRV 58 57 48
Prazo médio pagamento compras-PMPC 39 30 20
Metodo de Kantiz 8,44 11,58 6,08
Ebitda 7.739 6.929 2.597
Ebit 7.137 6.290 2.000
Ciclo operacional 319 237 263
Ciclo de caixa 280 207 243
Fonte: Adaptada SERASA (2005)
112
APÊNDICE E – Balanço Patrimonial – Concorrente B
Concorrente B
2004 2003 2002ATIVO R$ mil R$ mil R$ mil
CIRCULANTE Caixa e bancos 71 49 119 Aplicações financeiras 0 0 - Contas a receber líquido 1.913 1.277 1.199 Duplicatas descontadas (473) (458) (497) Estoques 1.056 1.063 1.340 Impostos a recuperar 25 59 40 Adiantamento a fornecedores 26 185 41 Despesas antecipadas e outros 0 2 13
2.618 2.177 2.255 REALIZÁVEL A LONGO PRAZO Outros créditos 0 0 9
0 0 9 PERMANENTE Diferido 843 1.070 776 Imobilizado líquido 807 797 719 Investimento 5 0 0
1.655 1.867 1.495
TOTAL DO ATIVO 4.273 4.044 3.759
PASSIVO
CIRCULANTE Empréstimos e financiamentos 854 783 564 Fornecedores 200 265 442 Obrigações trabalhistas/salariais 186 314 335 Outros débitos 398 146 75
1.638 1.508 1.416 EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
Empréstimos e financiamentos 369 342 284 Tributos e contribuições - 154 28
369 496 312 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Capital social 2.165 2.165 2.165 Reservas de capital 13 - 0 Lucros acumulados 88 (125) (134)
2.266 2.040 2.031
TOTAL DO PASSIVO 4.273 4.044 3.759
Fonte: Adaptada SERASA (2005)
113
APÊNDICE F – Demonstração de Resultado de Exercício – Concorrente B
Concorrente B2.004 2.003 2.002R$ mil R$ mil R$ mil
RECEITA OPERACIONAL BRUTAVenda de produtos e serviços 8.087 6.178 5.326Deduções - impostos e devoluções (1.400) (739) (765)
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 6.687 5.439 4.561
CUSTO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS (4.579) (2.708) (2.447)
LUCRO BRUTO 2.108 2.731 2.114
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS:Despesas comerciais 715 721 519Despesas administrativas 412 1.449 1.246Outras despesas (receitas) operacionais, líquidas 0 0 0
1.127 2.170 1.765
Resultado operacional antes dos efeitos financeiros 981 561 349
EFEITOS FINANCEIROS: Despesas financeiras (748) (617) (475) Receitas financeiras 72 66 48
(676) (551) (427)
Resultado operacional após os efeitos financeiros 305 10 (78)Resultado de equivalência patrimonial 0Resultado operacional líquido 305 10 (78)
RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS 0 0 (25)
LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS e PARTICIPAÇÕES 305 10 (103)
Imposto de renda e contribuição social (48) (2) 0
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 257 8 (103)Fonte: Adaptado SERASA (2005)
114
APÊNDICE G – Análise Vertical e Horizontal da Demonstração de Resultado– Concorrente B
Concorrente B
R$ mil AV% AH% R$ mil AV% AH% R$ mil AV% AH%
RECEITA OPERACIONAL BRUTAVenda de produtos e serviços 8.087 120,94 151,84 6.178 113,59 116,00 5.326 116,77 100,00 Deduções - impostos e devoluções (1.400) (20,94) 183,01 (739) (13,59) 96,60 (765) (16,77) 100,00
RECEITA OPERACIONAL LÍQUIDA 6.687 100,00 146,61 5.439 100,00 119,25 4.561 100,00 100,00
CUSTO DOS PRODUTOS E SERVIÇOS VENDIDOS (4.579) (68,48) 187,13 (2.708) (49,79) 110,67 (2.447) (53,65) 100,00
LUCRO BRUTO 2.108 31,52 99,72 2.731 50,21 129,19 2.114 46,35 100,00
(DESPESAS) RECEITAS OPERACIONAIS:Despesas comerciais 715 10,69 137,76 721 13,26 138,92 519 11,38 100,00 Despesas administrativas 412 6,16 33,07 1.449 26,64 116,29 1.246 27,32 100,00
1.127 16,85 63,85 2.170 39,90 122,95 1.765 38,70 100,00
Resultado operacional antes dos efeitos financeiros 981 14,67 281,09 561 10,31 160,74 349 7,65 100,00
EFEITOS FINANCEIROS: Despesas financeiras (748) (11,19) 157,47 (617) (11,34) 129,89 (475) (10,41) 100,00 Receitas financeiras 72 1,08 150,00 66 1,21 137,50 48 1,05 100,00
(676) (10,11) 158,31 (551) (10,13) 129,04 (427) (9,36) 100,00 - -
Resultado operacional após os efeitos financeiros 305 4,56 (391,03) 10 0,18 (12,82) (78) (1,71) 100,00
Resultado operacional líquido 305 4,56 (391,03) 10 0,18 (12,82) (78) (1,71) 100,00
RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS 0 - - 0 - - (25) (0,55) 100,00
LUCRO ANTES DOS IMPOSTOS e PARTICIPAÇÕES 305 4,56 (296,12) 10 0,18 (9,71) (103) (2,26) 100,00
Imposto de renda e contribuição social (48) (0,72) - (2) (0,04) - 0 - 100,00
LUCRO LÍQUIDO DO EXERCÍCIO 257 3,84 (249,51) 8 0,15 (7,77) (103) (2,26) 100,00
2.004 2.003 2.002
Fonte: Adaptada SERASA (2005)
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APÊNDICE H - Resumo dos Índices de Liquidez, Estrutura, Rentabilidade eAtividade – Concorrente B
Concorrente B
LIQUIDEZ 2004 2003 2002
Liquidez geral-LG 1,30 1,09 1,31
Liquidez corrente-LC 1,60 1,44 1,59
Liquidez seca-LS 0,92 0,58 0,58
ESTRUTURA
Endividamento 46,97 49,55 45,97
Grau imobilização recursos próprios-IPL 73,04 91,52 73,61
Participação cap. de terceiros-PCT 88,57 98,24 85,08
Composição de endividamento-CE 81,61 75,25 81,94
RENTABILIDADE
Giro do Ativo-GA 1,61 1,39 1,21
Retorno s/vendas-RSV ou Margem líquida-ML 3,84 0,15 -2,26
Retorno s/ patrimônio Líquido-RSPL 11,94 0,39 -5,07
ATIVIDADE
Prazo médio rotação estoques-PMRE 83 160 197
Prazo médio recebimento vendas -PMRV 71 72 81
Prazo médio pagamento compras-PMPC 18 52 42
Ebitda 1.620 903 300
Ebit 981 561 349
Método de Kantiz 3,45 1,98 2,25
Ciclo operacional 154 232 278
Ciclo de caixa 136 180 236
Fonte: Adaptada SERASA (2005)
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8 ANEXOS
ANEXO A – Balanço Patrimonial da Intelbras – exercícios de 2004, 2003, 2002e 2001