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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL
MESTRADO EM CIÊNCIA E TECNOLOGIA AMBIENTAL
ADRIANA DE CAMPOS CESTARI RUDOLF
PROPOSTA PARA APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL COMO
FERRAMENTA DE CONSUMO SUSTENTÁVEL. ESTUDO DE CASO EM PARQUE
TEMÁTICO DA CIDADE DE PENHA/SC
Itajaí (SC)
2017
ADRIANA DE CAMPOS CESTARI RUDOLF
PROPOSTA PARA APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL COMO
FERRAMENTA DE CONSUMO SUSTENTÁVEL. ESTUDO DE CASO EM PARQUE
TEMÁTICO DA CIDADE DE PENHA/SC
Trabalho apresentado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Ambiental, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Mestre em Ciência e Tecnologia Ambiental.
Orientador: Prof. Dr. Marcus Polette.
Itajaí (SC)
2017
ADRIANA DE CAMPOS CESTARI RUDOLF
APROVEITAMENTO DE ÁGUA PLUVIAL:
PROPOSTA DE CONSUMO SUSTENTÁVEL EM PARQUE TEMÁTICO DA CIDADE
DE PENHA/SC
Esta dissertação foi julgada adequada para
a obtenção do título de Mestre junto ao
Curso de Ciência e Tecnologia Ambiental
e aprovada pelo Programa de Pós-
graduação em Ciência e Tecnologia
Ambiental do Centro de Ciência e
Tecnologia da Terra e do Mar da
Universidade do Vale do Itajaí.
Itajaí, 10 de Julho de 2017.
Prof. Dr. Marcus Polette – Orientador Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI
Prof. Dr. Juarês José Aumond Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB
Prof. Dr. Antonio Carlos Beaumord Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI
Prof. Dr. Jurandir Pereira Filho Universidade do Vale do Itajaí - UNIVALI
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a meu Pai do céu, e
também ao melhor pai do mundo que Ele
me deu, Sr. Jorge Cestari!
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar a Deus, pela vida, saúde e por todas as pessoas que tenho
ao meu redor.
Ao meu marido Idro e minhas filhas Beatriz, Taís e Lara pelo apoio, paciência,
incentivo, carinho e amor dedicados.
Aos meus pais por todos os ensinamentos.
Ao Dr. Marcus Polette pela oportunidade e pela sua orientação prestada.
A pessoa do Diretor Operacional Sr. Clever Ávila, pela constante compreensão
e incentivo neste período de estudo.
A todos aqueles que forneceram informações necessárias para elaboração
deste trabalho, em especial aos funcionários do setor de projetos, do Parque Temático
Beto Carrero World. Enfim, agradeço a todos que de alguma forma contribuíram para
meu aprendizado.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 13
1.1 Objetivos ...................................................................................................... 15
1.1.1 Objetivo Geral ........................................................................................ 15
1.1.2 Objetivos Específicos ............................................................................ 15
1.1.3 Perguntas de Pesquisa .......................................................................... 15
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 16
2.1 Disponibilidade de Recursos Hídricos .......................................................... 16
2.2 Conservação dos Recursos Hídricos ........................................................... 17
2.3 Águas Subterrâneas..................................................................................... 18
2.4 Política Nacional de Recursos Hídricos ....................................................... 21
2.4.1 Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos. ................................. 22
2.5 Usos da Água ............................................................................................... 24
2.5.1 Tipos de reuso da água ......................................................................... 26
2.6 Aproveitamento da Agua Pluvial .................................................................. 28
2.6.1 Normas e Legislações referentes aos Sistemas de Aproveitamento de
água pluvial ......................................................................................................... 31
2.6.2 Dimensionamento do Sistema de Aproveitamento de água pluvial ..... 322
3 MÉTODODOLOGIA ........................................................................................... 35
3.1 Área de Estudo ............................................................................................ 35
3.1.1 Caracterização do Sistema de abastecimento de Água do Parque
temático .............................................................................................................. 36
3.2 Procedimentos dos métodos ........................................................................ 39
3.2.1 Levantamento e Quantificação dos Usos de Água em Parque Temático
situado no Município de Penha – SC. ................................................................. 41
3.2.1.1 Levantamento das diferentes áreas por categorias de atividades ...... 41
3.2.1.2 Levantamento e quantificação dos principais usos de água em parque
temático ........................................................................................................... 41
3.2.1.3 Estimativa consumo total .................................................................... 41
3.2.2 Avaliação das diferentes formas de uso de água potável e não potável do
sistema de abastecimento das diversas áreas que compõe o parque temático
422
3.2.2.1 Avaliação para uso em consumo humano .......................................... 42
3.2.2.2 Avaliação de uso para dessedentação de animais ............................ 42
3.2.2.2.1 Estimativa de consumo de água no abastecimento dos tanques nos
recintos do zoológico.................................................................................... 42
3.2.2.3 Avaliação do uso em Recreação ........................................................ 43
3.2.2.3.1 Estimativa do uso para recreação em piscinas ............................. 43
3.2.2.3.2 Estimativa do uso para recreação em lagoas ................................ 43
3.2.2.4 Avaliação em manutenção de limpezas ............................................. 44
3.2.2.4.1 Irrigação de jardins e lavagens de ruas ......................................... 44
3.2.2.4.2 Limpeza das áreas de manutenções operacionais ....................... 44
3.2.2.4.3 Estimativa limpeza dos recintos do zoológico ............................... 44
3.2.2.5 Avaliação no uso em harmonia paisagística ...................................... 45
3.2.2.5.1 Estimativa para uso em harmonia paisagística ............................. 45
3.2.2.6 Demanda total estimada para potencial uso não potável ................... 45
3.2.3 Avaliação da Viabilidade do Aproveitamento da Água de Chuva no Âmbito
do Empreendimento ........................................................................................... 46
3.2.3.1 Levantamento das áreas de cobertura ............................................... 46
3.2.3.1.1 Seleção das áreas a serem avaliadas ........................................... 46
3.2.3.2 Dados Pluviométricos ......................................................................... 47
3.2.3.3 Análise do suprimento da demanda de água de chuva ...................... 47
3.2.3.3.1 Método Rippl ................................................................................. 47
3.2.3.4 Dimensionamento do reservatório ...................................................... 47
3.2.3.4.1 Método de Rippl ............................................................................ 48
3.2.3.4.2 Método da simulação .................................................................... 49
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 51
4.1 Levantamento e Quantificações dos Diferentes usos de Água em Parque
Temático ................................................................................................................ 51
4.1.1 Estimativa do consumo total .................................................................. 53
4.2 Avaliação das diferentes formas de uso de água potável e não potável do
sistema de abastecimento das diversas áreas que compõe o parque temático .... 55
4.2.1 Avaliação de uso em consumo humano ................................................ 55
4.2.2 Avaliação de uso para dessedentação de animais ................................ 55
4.2.3 Consumo para recreação ...................................................................... 58
4.2.3.1 Consumo para recreação em piscinas ............................................... 58
4.2.3.2 Uso para recreação em lagoas .......................................................... 60
4.2.4 Consumo em manutenção de limpezas ................................................. 61
4.2.4.1 Uso em Irrigação de jardins e lavagens de ruas ................................ 61
4.2.4.2 Limpeza das áreas de manutenções operacionais ............................ 62
4.2.4.3 Consumo de água para limpeza dos recintos do zoológico ............... 62
4.2.5 Consumo de água em harmonia paisagística ........................................ 63
4.2.6 Demanda total estimada para potencial uso não potável ...................... 65
4.3 Avaliação da viabilidade do aproveitamento da água de chuva no âmbito do
empreendimento .................................................................................................... 66
4.3.1 Áreas de coberturas selecionadas ......................................................... 67
4.3.2 Dados Pluviométricos ............................................................................ 69
4.3.3 Análise do suprimento da demanda de água de chuva ......................... 70
4.3.4 Dimensionamento do reservatório ......................................................... 73
4.3.4.1 Método de Rippl ................................................................................. 73
4.3.4.2 Método da Simulação ......................................................................... 74
4.4 Proposta de Sistema de aproveitamento de água de chuva ........................ 77
5 CONCLUSÕES .................................................................................................. 79
6 RECOMENDAÇÕES .......................................................................................... 80
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 81
APENDICE A – DADOS CONSUMO TOTAL PERÍODO DE 2015/2016 ................. 90
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Quadro 1 - Principais usos da água no Brasil. .......................................................... 24
Quadro 2 - Associação entre os usos da água e os requisitos de qualidade. ........... 25
Quadro 3 - Formas de reuso e suas características. .............................................. 277
Quadro 4 - Vantagens e Desvantagens para o Aproveitamento de Água Pluvial. .... 30
Quadro 5 - Pontos de Captação. ............................................................................... 37
Quadro 6 - Número de visitantes em Parque Temático. ........................................... 39
Quadro 7 - Identificação de conjunto de recintos por ponto de consumo.. ................ 51
Quadro 8 - Relação das atividades por categorias no empreendimento ................... 51
Quadro 9 - Classificação dos principais usos em potável e não potável. ................ 533
Quadro 10 - Estimativa de demanda para dessedentação de animais. .................... 56
Quadro 11 - Estimativa da demanda de recreação em piscinas. .............................. 59
Quadro 12 - Estimativa de demanda para limpeza do zoológico. ............................. 63
Quadro 13 - Estimativa de demanda Harmonia paisagística. ................................... 64
Quadro 14 - Demanda total estimadas aos principais usos. ..................................... 65
Quadro 15 – Áreas de coberturas selecionadas. ...................................................... 67
Quadro 16 - Pontos de consumo possivelmente atendidos pela captação pluvial. ... 72
Figura 1 - Localização da área de estudo. ................................................................ 35
Figura 2 - Localização dos poços. ............................................................................. 37
Figura 3 - Mapa distribuição SAA. ............................................................................. 38
Figura 4 - Fluxograma dos Procedimentos dos Métodos. ......................................... 40
Figura 5 - Relação do Consumo Estimado Mensal X Compra de água. ................... 54
Figura 6 - Recinto urso. ............................................................................................. 57
Figura 7 - Recinto Íbis Sagrado. ................................................................................ 57
Figura 8 - Brinquedo Acquaball. ................................................................................ 59
Figura 9 – Tchibum. .................................................................................................. 59
Figura 10 - Brinquedo Crazy River. ........................................................................... 61
Figura 11 – Brinquedo Pedalinho. ............................................................................. 61
Figura 12 - Atividade de lavagem das ruas. .............................................................. 62
Figura 13 - Avenida das Nações ............................................................................... 64
Figura 14 - Fonte da Ilha. .......................................................................................... 64
Figura 15 - Estimativa de consumo para os principais usos...................................... 66
Figura 16 - Vista aérea de algumas coberturas. ...................................................... 688
Figura 17 - Vista aérea de algumas coberturas. ........................................................ 69
Figura 18 - Dados Pluviométricos. ............................................................................ 70
Figura 19 - Proposta conceitual para instalação do reservatório. .............................. 78
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Participação dos mananciais no abastecimento público brasileiro. .......... 20
Tabela 2 - Verificação do Volume do Reservatório pelo método de Rippl. ............... 48
Tabela 3 - Método da simulação. .............................................................................. 50
Tabela 4- Verificação do atendimento do volume de chuva a demanda total estimada.
.................................................................................................................. 71
Tabela 5 - Verificação do atendimento do volume de chuva a demanda parcial
estimada. .................................................................................................. 72
Tabela 6 - Cálculo do volume do reservatório pelo Método de Rippl. ....................... 74
Tabela 7 - Análise de simulação do reservatório X suprimento de água da rede com
volume Método de Rippl. .......................................................................... 75
Tabela 8 - Análise de simulação do reservatório X suprimento de água da rede com
volume ocupação área indicada. .............................................................. 76
RESUMO
Os Parques Temáticos ocupam áreas de grande fluxo de visitantes que exigem
importantes entradas de água, bens de consumo e energia para seu funcionamento.
A água subterrânea é a única fonte de abastecimento de água utilizada no Parque
Temático localizado no município de Penha no Estado de Santa Catarina. O presente
trabalho buscou propor um sistema de abastecimento de água pluvial como consumo
sustentável nas atividades desenvolvidas neste Parque. Para o desenvolvimento do
estudo em questão foi realizado a caracterização dos principais usos relacionados
com o funcionamento do empreendimento. Através do acompanhamento dos
procedimentos realizados nas diversas áreas que compõem o complexo, analisou-se
e quantificou-se as diferentes formas de usos de água no parque, e assim foi verificado
a viabilidade de captação de água de chuva como suprimento da demanda de água
de fins não potáveis. As atividades que utilizam água no parque são serviços,
comércio, alimentação, lazer e entretenimento e manutenção. O consumo total mensal
de água no Parque em média é de 11.641 m3. Com base nos resultados obtidos neste
estudo, a demanda total estimada de água potável com fim de uso não potável foi de
29% mensal, a qual de acordo com os dados pluviométricos da região, a água de
chuva atende parcialmente esta demanda para área de captação considerada.
A proposta da utilização da água de chuva como um recurso hídrico complementar
alternativo, é uma forma de sustentabilidade viável pelo fato de haver condições
estruturais, possibilitando o uso para fins não potáveis, contribuindo para a redução
do consumo de água do sistema de abastecimento próprio e priorizando o uso da
água tratada para fins onde se necessita de água potável.
Palavras-chaves: Água pluvial, Sustentabilidade, Parques temáticos.
ABSTRACT
The Theme Parks occupy areas of great flow of visitors that require important water,
consumer goods and energy inputs for their operation. Groundwater is a single source
of water used in the Theme Park located in the municipality of Penha in the State of
Santa Catarina. The present work sought to propose an adequate water supply system
as a sustainable consumption in the activities developed in this Park. For the
development of the study in question was carried out a characterization of the main
uses related to the operation of the enterprise. Through the monitoring of the
procedures performed in the various areas that make up the complex, we analyzed
and quantified how different forms of water use without park, and thus verified the
feasibility of rainwater harvesting as a supply of water for non-finned water drinking
water. Activities that use water are not services and services, commerce, food, leisure,
and entertainment and maintenance. The average monthly water consumption in the
Park is 11,641 m3. Based on the results obtained in this study, an estimated total
drinking water demand for non-potable use was 29% per month, a convention
according to rainfall data of the region, rainwater partially meets this demand for
catchment area considers.
The proposal of rainwater as an alternative complementary water resource is a viable
form of sustainability due to the fact that there are structural conditions, allowing the
use for non-potable purposes, contributing to a reduction of the water consumption of
the own water supply system. Prioritizing the use of the treated water to the fins where
drinking water is required.
Keywords: Rain water, Sustainability, Thematic Park
13
1 INTRODUÇÃO
Os parques temáticos, como define Vannucci (1999), são um grupo de atrações
de entretenimento, caracterizados por possuir temas específicos sobre assuntos
variados para a concepção de um ambiente imaginário, oferecendo ao visitante uma
experiência diferenciada. Estes ocupam áreas de grande fluxo de visitantes que
exigem importantes entradas de água, bens de consumo e energia para seu
funcionamento. O Parque Temático Beto Carreiro, possui grande importância no que
se refere ao desenvolvimento econômico da região. Conta com aproximadamente
1.500 colaboradores diretos e indiretos e recebe anualmente cerca de 2 milhões de
visitantes.
O desenvolvimento do município de Penha, assim como o da grande maioria
dos municípios litorâneos do Estado, está diretamente relacionado à capacidade de
fornecimento de água tratada. A cidade não possui Estação de Tratamento de Água -
ETA, usando o sistema do município vizinho através de um acordo (ÁGUAS DE
PENHA, 2016). O parque temático, jamais usou o sistema de abastecimento de água
municipal.
A água subterrânea, nem sempre está disponível em quantidade e qualidade.
É um importante recurso natural de serviço ecossistêmico de provisão que tem sido
administrado de forma pouco controlada. No Parque Temático em estudo, a água
subterrânea é a única fonte de abastecimento utilizada, e na falta desta, a água é
comprada de caminhão pipa.
Um sistema de abastecimento de água é um conjunto de elementos destinados
ao fornecimento de água potável de uma comunidade para diferentes fins de
consumo. No abastecimento de água, o parque possui um sistema de captação de
água subterrânea por meio de poços tubulares profundos. A água de boa qualidade é
distribuída com características potáveis, a todas as atividades desenvolvidas no local
bem como ao uso de colaboradores e visitantes, necessitando apenas de desinfecção.
O presente trabalho buscou propor um sistema de abastecimento de água
pluvial como consumo sustentável nas atividades desenvolvidas no Parque Temático.
A água coletada da chuva pode ser utilizada para fins de uso não potável como
suprimento da demanda de consumos de água potável atual.
O conceito do uso racional para a conservação da água consiste na associação
da gestão, não somente da demanda, mas também da oferta de água, de forma que
14
usos menos nobres possam ser supridos, sempre que possível, por água de qualidade
inferior (LEMOS; FAGUNDES; SCHERER, 2009).
A importância dos recursos hídricos no suprimento das necessidades
pertinentes ao desenvolvimento das atividades internas do empreendimento é
evidente nos últimos anos com o aumento da utilização de água em função do
crescimento do parque. Os problemas ambientais com o uso excessivo das águas
subterrâneas podem ocasionar sérios riscos ao meio ambiente afetando a
disponibilidade da água bem como sua qualidade.
Para o desenvolvimento do estudo em questão, foi realizado o levantamento
dos principais usos relacionados com o funcionamento do complexo, através do
acompanhamento dos procedimentos realizados nas diversas áreas que compõe o
local, analisando as diferentes formas de usos e assim se verificou a viabilidade de
captação de água de chuva. Em função do tamanho das estruturas cobertas
existentes no parque temático ficou evidente que o uso de água de chuva passa a ser
um importante alternativa ao uso da água subterrânea.
De modo geral, o gerenciamento das reservas de águas subterrâneas está
baseado no controle de vazão estabelecido pela outorga. A regulação desta fonte de
abastecimento através do processo de outorga no Estado de Santa Catarina iniciou
em 2014 (CONSELHO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS, 2014), órgão
regulador para processo de emissão de outorga de recursos hídricos aos usuários de
água subterrânea.
O processo de requerimento de outorga dos poços de captação existentes no
empreendimento foi protocolado em janeiro de 2015, estando devidamente outorgado
em setembro do mesmo ano. Sendo assim, existe uma vazão máxima consuntiva
estabelecida invariável. Logo, é premente o uso de formas alternativas de uso de
água, sendo a água de chuva importante fonte para este fim.
Como fonte alternativa de água, a utilização de sistemas de captação da água
da chuva vem crescendo para fins de usos potáveis ou não potáveis, dependendo da
necessidade e da qualidade desta. O desenvolvimento de novas tecnologias para o
controle dos recursos hídricos vem sendo observados nos últimos anos. Com isso, há
novas expansões no uso de técnicas de aproveitamento de água de chuva, tanto em
regiões onde já eram utilizadas, como em locais onde eram desconhecidas.
(MAY,2004).
15
Em vistas ao aprimoramento da utilização de água no âmbito do
empreendimento, o presente trabalho buscou contribuir com a gestão de recursos
hídricos no entendimento quanto a economia de água da rede de abastecimento, o
uso de água de chuva como fonte sustentável de consumo e a viabilidade da
implantação de um sistema de aproveitamento de água pluvial.
1.1 Objetivos
1.1.1 Objetivo Geral
Avaliar a viabilidade do aproveitamento de água pluvial como consumo
sustentável nas atividades desenvolvidas em parque temático no município de
Penha – SC.
1.1.2 Objetivos Específicos
Levantar e quantificar os usos de água em parque temático situado no município
de Penha - SC;
Avaliar as diferentes formas de uso de água potável e não potável do sistema de
abastecimento das diversas áreas que compõe o parque temático e;
Propor o aproveitamento da água de chuva no empreendimento;
1.1.3 Perguntas de Pesquisa
Quais são os diferentes usos potáveis e não potáveis na área do parque temático?
Por que o uso da água de chuva pode ser uma fonte alternativa ao uso da água
subterrânea?
Qual o uso potável atual que pode ser substituído por água de chuva?
Existem coberturas com áreas apropriadas para potencial captação de água
pluvial?
A água de chuva é suficiente para suprimento da demanda de água não potável
quantificada?
Há viabilidade de instalação de um sistema de aproveitamento pluvial para
soluções sustentáveis de consumo?
16
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Disponibilidade de Recursos Hídricos
A disponibilidade de recursos hídricos está relacionada com todos os recursos
de água, as superficiais e as subterrâneas, que compõem uma determinada região ou
bacia hidrográfica, utilizada em todos os diferentes tipos de consumo. (MARINOSKI,
2007).
De acordo com Branco (2006), as formas de avaliação para a disponibilidade
dos recursos hídricos de um local são basicamente em função das demandas. Avalia-
se a vazão necessária para suprimento na implantação de determinada indústria, por
exemplo, ou visando as políticas públicas locais para o desenvolvimento regional.
Apesar de o Brasil apresentar grande disponibilidade de recursos hídricos, eles
estão distribuídos de forma disforme, há um desequilíbrio entre a oferta e a demanda
de água. Gerber (2002) afirma que em torno de 14% da água que se utiliza no mundo
está no Brasil, no entanto, 70% desta encontra-se na região da Amazônia, onde há
um total de 5% da população brasileira. Para suprimento dos outros 95% de
brasileiros, a disponibilidade é de apenas 30% do total.
De acordo com a Agência Nacional de Águas (2016), através do informe da
Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, a situação atual da distribuição de água
no território nacional brasileiro é que em média passam 260.000m³/s de água, onde
205.000m³/s encontram-se na bacia do Rio Amazonas, restando a vazão média de
55.000m³/s para serem divididos nas demais áreas do território brasileiro.
Conforme Santos (2011), mesmo diante de toda a disponibilidade hídrica do
Brasil, a oferta de água vem sendo comprometida pela poluição hídrica e pela maneira
do uso indiscriminado, correndo sérios riscos de perda do seu potencial hídrico.
Para Granziera e Granziera (2014), o fato das ocorrências constantes de
escassez no Nordeste e a recente ameaça no Sudeste, demonstra a falta de um bom
tratamento em relação a água, evidenciando a importância da gestão de recursos
hídricos para garantia da sustentabilidade.
Araújo et al. (2014) diz que a gestão de recursos hídricos é um conjunto de
ações criada com o objetivo de regular, controlar e proteger os recursos hídricos sob
normas da legislação vigente.
17
De modo geral, a falta de visão sustentável na forma com que hoje são geridos
os recursos hídricos, não apresenta responsabilidade em termos ambientais, nem
sociais e financeiros. Com isto, a preocupação com a conservação da água é de
extrema importância, visto que ela é também, um bem futuro, que deve ser preservada
para as próximas gerações.
O desenvolvimento das atividades dentro de uma organização, seja de
pequeno ou grande porte, geram impacto à natureza. Esses impactos nos recursos
hídricos causados em sua maioria, são provenientes dos processos de urbanização,
usos agrícolas e industriais. A industrialização busca o atendimento de suas
demandas, que juntamente com o estilo consumista do homem na atualidade, gera a
escassez de água limpa. No terceiro mundo, 90% da água residual produzida é
lançada sem tratamento em rios, riachos e águas costeiras locais. (LEITE, 2015).
2.2 Conservação dos Recursos Hídricos
Para Campos e Azevedo (2013), a conservação da água é uma série de ações
ligadas à redução de consumo e desperdício que devem estar englobados com o
aumento da eficiência no uso correto desse recurso. Zulauf (2000) diz que a falta de
água para demandas futuras causa a preocupação com a questão dos conflitos, sendo
insinuado por especialistas que a escassez poderá ser causa de guerras no século
XXI. O mesmo autor ainda afirma que essa preocupação faz sentido quando
observado as condições de qualquer córrego urbano ou mesmo na zona rural, onde
os agrotóxicos são lançados sobre o solo sem o entendimento de que o passo
seguinte é a lixiviação desses venenos para os rios.
A conservação da água (uso racional), é definido pela FIESP/CIESP
(FEDERAÇÃO E CENTRO DAS INDÚSTRIAS DO ESTADO DE SÃO PAULO, 2004),
como a prática de técnicas e tecnologias que podem proporcionar a eficiência do seu
uso e acrescer a eficiência deste uso colabora de forma direta com o crescimento da
disponibilidade do bem para os demais usuários, torna flexível os suprimentos
presentes para outros fins, bem como atende ao aumento populacional, a inserção de
novas indústrias e à preservação e conservação do meio ambiente. (ANDRÉ;
MACEDO; ESTENDER, 2015)
Para Zulauf (2000), se faz necessária alternância de paradigma, pois como o
homem esta em fase evolutiva na relação com meio ambiente, os recursos naturais,
18
principalmente a água, acabam não sendo suficientes para manter a vida moderna,
com padrões cada vez mais intensificados no planeta. As mudanças comportamentais
da população juntamente com adoção de técnicas e tecnologias eficientes para
poupar água devem acontecer imediatamente.
No ponto de vista de Leite (2015), por se acreditar que a falta de água potável
era impossível e aparentemente abundante na natureza, gerou uso negligente por
muito tempo. Os principais fatores que contribuem com a escassez desse recurso são
a poluição dos recursos naturais, aumento da população em locais com baixa
disponibilidade e a irrigação crescente.
A ONU (Organização das Nações Unidas) apresentou dados alarmantes no 6º
Fórum Mundial da Água realizado em 2012 (6º FÓRUM MUNDIAL DA ÁGUA..., 2012).
Contabiliza-se que 1,7 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável, o
equivalente a 18% da população mundial. Morrem 2,2 milhões a cada ano por causa
de doenças de veiculação hídrica. Se forem mantidos o padrão de consumo e os altos
índices de poluição, dois terços da população do planeta poderão sofrer escassez
moderada ou grave de água até 2025. A previsão da ONU é que para 2050 apenas
um quarto da humanidade terá água para satisfazer suas necessidades básicas.
A conservação dos recursos hídricos é essencial para a sobrevivência e
desenvolvimento dos seres vivos, para isso existem programas de conservação da
água os quais podem atuar em três níveis: a conservação da água na Bacia
Hidrográfica, a conservação nos Sistemas Públicos de Abastecimento de Água e
Esgotamento Sanitário e a conservação nos Sistemas Prediais. As ações de
conservação da água nos Sistemas de Abastecimento objetivam minimizar as perdas
em tais sistemas. (GIACCHINI, 2016).
O sistema de abastecimento de água é constituído de três componentes:
manancial de água, estação de tratamento de água e rede de distribuição na cidade.
Os mananciais de água são as fontes de água existentes na natureza, as águas
superficiais como rios, lagos e reservatórios, e as águas subterrâneas. (TUCCI,2006).
2.3 Águas Subterrâneas
As águas subterrâneas são aquelas que se acumulam abaixo da superfície nos
espaços existentes na composição das rochas. As rochas saturadas que permitem a
19
circulação, armazenamento e extração de água são chamados de aquíferos, que
possuem a capacidade de armazenar grandes quantidades de água. (BRASIL, 2007).
A cartilha de Orientações para a utilização de águas subterrâneas no Estado
de São Paulo (SÃO PAULO, 2015), define que os aquíferos são reservatórios naturais
de formações geológicas constituídas por rochas capazes de armazenar e transmitir
quantidades significativas de água em volume e profundidades muito variadas. A
possibilidade de um poço ser produtivo dependerá da escassez e aumento da
vulnerabilidade, causados por um desequilíbrio entre a oferta e a demanda, agravados
por vários fatores, desde a elevada concentração humana, ausência de planejamento
territorial, e até pelos elevados níveis de poluição.
Palmier (2006) relaciona o potencial da água subterrânea de uma região pela
influência do perfil geológico, litológico e pela permeabilidade das rochas, que
determinam o percurso pelo qual a água da precipitação alcançará zonas saturadas,
as quais permitem a circulação, armazenamento e extração de água.
De acordo com Meneses (2007), a recarga natural dos aquíferos vêm sofrendo
grande interferência das atividades humanas nos últimos anos. Desmatamentos e
pavimentações do solo, entre outros elementos que dificultam a infiltração e a
absorção das águas pelos vegetais geram um desequilíbrio entre evaporação,
infiltração e escoamento e afetam assim, o ciclo natural da água.
No Brasil, existem diferentes tipos de aquíferos que perpassam por diferentes
regiões. Estes aquíferos são basicamente formados por rochas porosas que retém as
águas das chuvas e aos poucos abastecem os rios. Em Santa Catarina, o
reconhecimento das áreas favoráveis com características quantitativas e qualitativas
para captação de água subterrânea é baseado no funcionamento dos aquíferos e na
análise de suas relações com as formações geológicas juntamente com os dados
hidrogeológicos de poços tubulares inventariados. (MACHADO,2013)
Villar (2016) diz que o uso irregular das águas subterrâneas constitui uma
ameaça real para a segurança hídrica do abastecimento público, colocando em risco
o acesso à água potável. O papel no abastecimento através das águas subterrâneas
é comparável ao das águas superficiais, principalmente quando se observa o número
de municípios e a população atendida por poços, conforme Tabela 1. A utilização das
águas subterrâneas caracterizada como solução para a restrição hídrica, vem
refletindo as mesmas falhas que geraram a degradação superficial. Porém, neste caso
20
a situação é agravante pela irreversibilidade dos danos causados, por ter um caráter
oculto e pela apropriação privada dessas águas com a exploração clandestina.
Tabela 1 - Participação dos mananciais no abastecimento público brasileiro.
(Mananciais do tipo superficial (SUP), subterrâneo (SUB) e misto (MIS).
Fonte: Adaptado de Villar (2016).
Na tabela acima, os dados demonstram que as águas subterrâneas são a única
fonte para o abastecimento em quase 40% dos municípios do país. O seu uso vai
desde municípios de pequeno porte até em grandes cidades, sendo que na área rural,
55,3% dos domicílios particulares eram abastecidas por água subterrânea, pois
garantem uma água segura e baixo custo de tratamento. (VILLAR, 2016). Em Santa
Catarina, observa-se que 23,44% dos municípios são abastecidos exclusivamente por
manancial subterrâneo, sendo atendidas uma população de 153.229 pessoas.
De acordo com dados da Cetesb (SÃO PAULO, [201-]), 80% dos municípios
no Estado de São Paulo são usuários de águas subterrâneas, em alguns locais
21
parcialmente. Reissler (2014) ressalta que o uso indiscriminado e sem planejamento
adequado da água subterrânea pode provocar sua superexploração, ocasionando em
esgotamento do manancial. A superexploração pode refletir em várias ocorrências
como desaparecimento de nascentes, inutilidade de poços, diminuição da umidade
dos solos, desequilíbrio no regime de recarga de base dos rios, entre outros.
Villar (2016) ainda pontua que as águas subterrâneas é recurso fundamental
para o abastecimento no Brasil. Apesar de ser considerado que a maioria dos
aquíferos mantêm suas características preservadas, ainda falta muito para uma
gestão eficiente que os proteja da superexploração, poluição, intrusão salina e
impermeabilização das áreas de recarga. A intrusão salina se trata do avanço da água
do mar salinizando no aquífero em áreas litorâneas. A maioria dos aquíferos costeiros
são suscetíveis a está ocorrência quando a extração ultrapassa o limite de produção
do aquífero. (VILLAR, 2016)
A água captada em manancial subterrâneo pode ser retirada sempre e em
volume constante, por muitos anos, desde que tenham sido feitos estudos prévios do
volume armazenado e as condições hidrogeológicas de reposição, recarga do
aquífero. Nesse sentido, ajustar as demandas por água em todos os aspectos:
econômicos, sociais e ambientais, é necessário para garantia dos usos atuais e
futuros. A Política Nacional dos Recursos Hídricos para assegurar esta garantia
dispõe da aplicação de alguns instrumentos.
2.4 Política Nacional de Recursos Hídricos
O anseio em gerenciar os recursos hídricos no Brasil teve início com o Código
das Águas, estabelecido pelo Decreto Federal nº 24.643 de 1934. O código tinha como
principal objetivo, regulamentar a apropriação das águas, com vistas à sua utilização
para gerar a energia elétrica. (CAUBET, 1994).
Em 1997, foi criada a Lei nº 9.433 que determina a Política Nacional dos
Recursos Hídricos (PNRH), seus fundamentos, objetivos, diretrizes e instrumentos. A
PNRH define a água como bem de valor econômico, institui a gestão por bacia
hidrográfica e determina a participação da sociedade na gestão hídrica (SOUZA;
SILVA; DIAS, 2012).
Através da Política Nacional de Recursos Hídricos - PNRH, bem como a criação
do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, foram estabelecidos
22
instrumentos de gestão. São instrumentos da PNRH planos diretores de recursos
hídricos, o enquadramento dos corpos d’água em classes de usos preponderantes, a
outorga de direito de uso dos recursos hídricos, a cobrança pelo uso da água e o
sistema nacional de informações sobre recursos hídricos a serem utilizados para o
planejamento e gestão das águas no Brasil. (RODRIGUES, 2013)
Em 2001 foi criada a Agência Nacional de Águas (ANA), de forma a
complementar a estrutura institucional da gestão de recursos hídricos do país. A
entidade é a parte operacional do sistema com responsabilidade pela implantação da
política nacional de recursos hídricos.
A partir desta, foram surgindo legislações referentes à água, sua qualidade para
determinados fins e penalidades para atividades poluidoras. Na Resolução CONAMA
nº 357/2005, os corpos d’água foram definidos em classes conforme seus fins de uso,
bem como foram estabelecidos padrões de qualidade para o lançamento de efluentes.
(VILLAR, 2016).
A aplicação dos instrumentos previstos nas políticas de recursos hídricos é de
obrigação do Estado. Nesse sentido, o Poder Público estadual ou federal é
responsável por administrar os recursos hídricos, ou seja, qualquer intervenção que
se deseje fazer em um corpo de água é passível de autorização por parte do Poder
Público competente. Conforme estabelecido na Constituição da República Federativa
do Brasil, de 1988, (Art. 20, III e 26, I) as águas de lagos, rios e as águas subterrâneas
constituem bens ou da União ou dos Estados, sendo essa autorização denominada
de Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos.
2.4.1 Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos.
O instrumento de gestão Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos
assegura o controle qualitativo e quantitativo dos usos da água e o efetivo exercício
dos direitos de acesso a água associado a uma garantia. Para tanto deverá considerar
o enquadramento em classes de uso e a vazão do corpo hídrico. (RODRIGUES,
2013).
De acordo com o inciso IV, do art. 4º da Lei Federal nº 9.984, de 17 de junho
de 2000, compete à Agência Nacional de Águas - ANA outorgar, por intermédio de
autorização, o direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de domínio da
23
União, bem como emitir outorga preventiva. (AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS,
[201]).
Em Santa Catarina, é de responsabilidade da Secretaria de Estado do
Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), por meio da Diretoria de Recursos
Hídricos, a emissão de outorga para os usos de recursos hídricos que alterem as
condições quantitativas e qualitativas das águas. O Decreto Estadual nº 4.778, de 11
de outubro de 2006, regulamentou este instrumento, estabelecendo os critérios para
a concessão, "licença de uso" e "autorização", bem como para a dispensa. (LIZ, 2015).
Em 4 de novembro de 2014, o Conselho Estadual de Recursos Hídricos
(CERH) publicou no Diário Oficial a Resolução Consema nº 41, que estabelece a
concessão da outorga aos usuários de águas subterrâneas em Santa Catarina.
(CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, 2014). Dessa forma, os usuários de
água que utilizam poços deixaram de precisar do licenciamento ambiental, apenas da
outorga. Esse processo passou a facilitar a construção de um mapeamento mais
completo dos poços existentes em todo o Estado.
A outorga é um procedimento contábil do recurso hídrico em uma bacia
hidrográfica. Ao efetuar o ato de outorga, o que se faz é um balanço entre a quantidade
de água existente, que pode ser medida em uma unidade de vazão ou volume, em
um determinado curso d’água e as demandas já autorizadas a montante e a jusante
nos pontos de distribuição deste curso, considerando ainda uma vazão remanescente
denominada de vazão ecológica. (SILVA; MONTEIRO, 2004).
A outorga é uma resposta à questão da disponibilidade hídrica de uma bacia,
em análise, para que se autorize ou não o uso solicitado em determinado ponto de um
determinado curso d’ água pertencente a ela. É um instrumento de gestão que
trabalha com o estabelecimento de parâmetros para um uso racional e planejado da
água. (SANTA CATARINA, 2010).
São sujeitas a outorga de direito de uso de recursos hídricos quaisquer
intervenções que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente
em um corpo de água, tais como: captações em curso de água, barragens em geral
(abastecimento de água, industrial, disposição de rejeitos e geração de energia),
poços tubulares, dragagens, canalizações, desvios, travessias rodoferroviárias
(pontes e bueiros) e lançamentos de efluentes (Lei nº 9.433/1997). (GERBER, 2002).
24
Ferreira (2006), diz que a criação de outorga é o ponto fundamental para o
gerenciamento e planejamento dos recursos hídricos, já que no requerimento de
outorga, os usuários fornecem todos os dados necessários de captação, (vazão,
análises físico-químicas e bacteriológicas, localização, etc.), bem como o uso
pretendido.
2.5 Usos da Água
Os usos múltiplos da água podem ser classificados em consuntivo e não
consuntivo. Carvalho, Mello e Silva (2007), define uso consuntivo como uma retirada
de quantidade de água de um determinado manancial, a qual após o uso é devolvida
em quantidade menor e/ou em qualidade inferior, causando prejuízos qualitativos e
quantitativos ao ambiente. De acordo com orientações para a utilização de águas
subterrâneas no estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2015), no Brasil, os principais
usos consuntivos da água se distribuem da seguinte forma:
Quadro 1 - Principais usos da água no Brasil.
Indústria 14%
Urbano 18%
Agricultura 63%
Fonte: Elaborado pela autora, 2012.
O alto consumo consuntivo está na agricultura, na atividade de irrigação. As
perdas para este tipo de uso são significativas, levando ao desperdício e a
contaminação tanto em águas superficiais como subterrâneas. Segundo Souza et al.
(2014), tendo um uso mais eficiente nos processos de irrigação pode-se contribuir
com controle dos prejuízos causados no recurso hídrico e no solo.
O conceito do uso não consuntivo, segundo Rebouças (2002), é o uso da água
em seus próprios mananciais, sem captação no sistema; ou quando captadas
retornam integralmente aos seus mananciais. As formas desse tipo de uso são:
geração de energia elétrica, a navegação, a diluição de efluentes, a pesca, a
preservação da flora e fauna e a recreação.
Dentre as atividades relacionadas com a recreação estão atividades de lazer,
harmonia paisagística e turismo, as quais estão diretamente ligadas com a qualidade
25
da água. Principalmente quando são destinadas a recreação de contato primário,
como natação, mergulho, que devem seguir os padrões de qualidade estabelecidos,
porém todas as atividades podem oferecer ricos ao ambiente quando não controladas
ou fiscalizadas. (CARVALHO, 2013).
Portanto, as águas utilizadas como suprimento dos diferentes usos consultivos
ou não, são classificadas de acordo com Conama 357/2005 que dispõe sobre a
classificação dos corpos de e diretrizes ambientais para seu enquadramento. Para
cada respectivo uso tem se um padrão de qualidade a ser atendido, exceto ao uso
industrial, que exige requisitos variáveis de qualidade, dependendo do tipo de
processamento e dos produtos das mesmas.
Silva, Silva e Pires (2014) relata que a água nas residências, para uso
doméstico é utilizada para beber, preparar alimentos, cuidar da higiene pessoal, da
casa e das roupas, irrigarem hortas e criar animais, deve ter qualidade e preencher as
condições de potabilidade. A água potável é aquela que pode ser consumida sem ter
risco para saúde, devendo apresentar às seguintes características organolépticas: ser
inodora; incolor, sem cor; ter sabor indefinível, mas que permite distingui-la de
qualquer outro liquido e ser fresca. De acordo com Sperling (1998 apud SILVA; SILVA;
PIRES, 2014), independente das legislações os padrões de qualidade estão
diretamente relacionados ao seu uso, o Quadro 2 apresenta os principais requisitos
para cada uso.
Quadro 2 - Associação entre os usos da água e os requisitos de qualidade.
Uso específico Uso específico Qualidade requerida
Doméstico
Isenta de substâncias, químicas e organismos prejudiciais à saúde; Adequada para serviços domésticos; Baixa agressividade e dureza; Agradável esteticamente (baixa turbidez, cor, sabor e odor, ausência de microrganismos).
Industrial
Água é incorporada ao produto (alimento, bebidas e remédios). Água entra em contato com o alimento Água não entra em contato com o produto (ex: refrigeração, caldeiras)
Isenta de substâncias, químicas e organismos prejudiciais à saúde Agradável esteticamente (baixa turbidez, cor, sabor e odor) Variável com o produto Baixa dureza Baixa agressividade
Irrigação
Hortaliças, produtos ingeridos crus ou com cascas Demais plantações
Isenta de substâncias, químicas e organismos prejudiciais à saúde; Salinidade não excessiva Isenta de substancias químicas prejudiciais ao solo e às plantações, saúde.
26
Uso específico Uso específico Qualidade requerida
Dessedentação de animais
Isenta de substâncias, químicas e organismos prejudiciais à saúde dos animais
Fonte: Adaptado de Sperling (1998 apud SILVA; SILVA; PIRES, 2014).
A pesquisa de Kammers e Ghisi (2006) cita que em dez edifícios públicos junto
à concessionária de água em Florianópolis, foi realizada mediante um levantamento
de dados de consumo, de forma a se estimar o consumo de água para cada dispositivo
sanitário. Os usos finais de água foram mais concentrados em atividades que não
requerem uso de água potável. Resultando em média de 77% desses usos (vasos
sanitários, mictórios, limpeza, etc.) da água potável utilizada nos edifícios analisados,
como podendo ser substituída por água não potável.
De acordo com (MARINOSKI, 2007) que abordou o estudo dos usos finais de
água potável para realização de diferentes atividades em uma edificação comercial
na cidade de Florianópolis, obteve o resultado de 63,5% do total de consumo potável
para fins de uso não potável: vasos sanitários, mictórios, limpeza geral, irrigação de
jardins e lavação de carros.
As fontes alternativas de água, podem ser classificadas como fontes opcionais
à água potável. O reuso, reciclagem das águas servidas e aproveitamento de água de
chuva, podem ser aplicadas para muitas atividades com finalidades menos nobres. As
práticas de reuso segundo Borges (2003) registram-se desde às antigas civilizações,
sobretudo na Grécia, onde os efluentes eram usados para irrigação nas agriculturas.
Mas somente a partir de século XX surgiram as primeiras regulamentações sobre o
tema.
2.5.1 Tipos de reuso da água
Quanto ao conceito de reuso de água o artigo 2º da Resolução nº 54, de 28 de
novembro de 2005 (CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS, 2006),
possui as seguintes definições:
I- Água residuária: esgoto, água descartada, efluentes líquidos de edificações,
indústrias, agroindústrias e agropecuária, tratados ou não;
II – Reuso de água: utilização de água residuária;
27
III - Água de reuso: água residuária, que se encontra dentro dos padrões
exigidos para sua utilização nas modalidades pretendidas;
IV – Reuso direto de água: uso planejado de água de reuso, conduzida ao local
de utilização, sem lançamento ou diluição prévia em corpos hídricos superficiais ou
subterrâneos;
V – Produtor de água de reuso: pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, que produz água de reuso;
VI – Distribuidor de água de reuso: pessoa física ou jurídica, de direito público
ou privado, que distribui água de reuso; e
VII – Usuário de água de reuso: pessoa física ou jurídica, de direito público ou
privado, que utiliza água de reuso.
De acordo com Mancuso e Santos (2003) os tipos de reuso podem ser
conforme dispostos na Quadro3.
Quadro 3 - Formas de reuso e suas características.
Formas de reuso
Características
Direto Uso planejado de esgotos tratados para certa finalidade como uso industrial, irrigação e água potável.
Indireto Quando a água, já utilizada, uma ou mais vezes para o uso doméstico ou industrial, é descartada nas águas superficiais ou subterrâneas e utilizada novamente, mas de forma diluída.
Planejado Quando este é resultado de uma ação planejada e consciente, adiante do ponto de descarga do efluente a ser usado.
Não planejado Caracterizado pela maneira não intencional e não controlada de sua utilização.
Potável Com a finalidade de abastecimento da população.
Não potável Objetiva atender a demanda que tolera águas de qualidade inferior (Fins industriais, recreacionais, irrigação, descarga em vasos sanitários, entre outros).
Potável direto O esgoto é recuperado através de tratamento avançado e é injetado diretamente no sistema de água potável.
Potável indireto O esgoto depois de tratado é lançado nas águas superficiais ou subterrâneas para diluição e purificação natural, objetivando uma posterior captação e tratamento
Fonte: Adaptado de Mancuso e Santos (2003).
Para a implantação de um parque temático localizado próximo à cidade de São
Paulo foi descrito um projeto de reuso de água, sendo que só seria possível a
implantação do mesmo com hipótese zero de efluente no corpo receptor. A ausência
de uma classificação específica para reuso de água em parques temáticos na
28
literatura especializada, conduziu à adoção da mesma classificação de água para fins
urbanos e domésticos. Durante o acompanhamento por um período, demonstrou que
houve atendimento as necessidades contribuindo para o equilíbrio ambiental da
região. (LEITE, 2003).
Considerando que o presente trabalho se refere à água de chuva, torna-se
pertinente o parecer de Tomaz (2010), que afirma que não é correto o aproveitamento
de água de chuva receber o termo reuso de água de chuva e nem chamado de
reaproveitamento. O termo reuso é usado somente para água que já foi utilizada pelo
homem. Reaproveitamento é semelhante ao reuso, significando que a água de chuva
já foi utilizada. A água de chuva é substitutiva às águas de qualidade superior e o seu
uso pode ser aplicado em muitos consumos não potáveis.
2.6 Aproveitamento da Agua Pluvial
A água de chuva é uma das formas de ocorrência de água na natureza e faz
parte do processo de trocas do ciclo hidrológico. O aproveitamento de água pluvial é
baseado na utilização de um sistema de captação e armazenamento de água que
consiste em utilizar a água coletada diretamente de um telhado, ou grupo de telhados,
para posterior armazenamento e uso específico para fins não potáveis.
As chuvas são fundamentais para a recarga dos rios, dos aquíferos, para o
desenvolvimento das espécies vegetais e também para carregar partículas de poeira
e poluição existentes na atmosfera. Os requisitos de qualidade e segurança sanitária
das águas pluviais estão diretamente relacionados com o fim a que se destinam.
(GIACHINNI, 2016).
De acordo com Bezerra (2010), o aproveitamento de água de chuva além de
colaborar para economizar os recursos hídricos, pode prevenir a escassez da água
potável nos sistemas de distribuição das cidades. A água de chuva pode ser
aproveitada para usos menos nobres, que não precisem de água potável nos centros
urbanos. Diversos usos podem ser propostos, desde que atendam aos requisitos de
qualidade e segurança sanitária, para os diversos fins e seus usuários. O tratamento
que a água de chuva armazenada nos sistemas deve constituir, depende da finalidade
a que se destina.
Segundo Salla et al. (2013), em consulta a trabalhos no âmbito internacional,
evidencia o interesse mundial em estudos de viabilidade de uso de água de chuva.
29
Ward, Memon e Butler (2012) avaliaram o desempenho do aproveitamento pluvial em
edificações no Reino Unido, analisando o volume do reservatório de acumulação e o
retorno de capital do sistema. Appan (2000) avaliou a viabilidade econômica de
aproveitamento de água de chuva para fins não potáveis em uma universidade de
Cingapura. Eroksuz e Rahman (2010), analisando o potencial de aproveitamento de
água pluvial em edifícios de usos múltiplos nas cidades de Sidney, Newcastle e
Wollongong, concluíram que as dimensões do reservatório mais viável às três cidades
suprem apenas demandas em anos secos.
Weierbacher (2008) analisou a viabilidade técnica da captação de água da
chuva para posterior aproveitamento em uma indústria moveleira localizada no
município de Alvorada (RS), resultando em um suprimento de aproximadamente
100% do consumo de água não potável. O atendimento da demanda de água de
chuva analisada representa 159,1m³ por mês de economia de água tratada fornecida
pela concessionaria.
Bona (2014), com o objetivo de estudar aproveitamento de água de chuva para
fins não potáveis avaliou a economia de água em edificações multifamiliar com as
bases de simulação de consumo, sendo que toda a água destinada aos vasos
sanitários poderia ser utilizada por água pluvial, representando uma economia 23,1%
na conta da tarifa de água.
As águas pluviais precisam ser gerenciadas, o armazenamento pode ser uma
solução para obtenção de água limpa durante todo o ano. O contínuo aumento da
demanda, faz com que ocorra uma pressão sobre serviços de fornecimento de água
tratada e de reservas disponíveis. O armazenamento e a utilização da água de chuva
podem reduzir essa pressão e também auxiliar no combate a enchentes (SERVIÇO
BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E PEQUENAS EMPRESAS, 2012).
Segundo Leite (2015), em regiões longínquas de praias, as águas pluviais
podem servir de lazer para a população, através da utilização em piscinas públicas,
em parques aquáticos, em lagoas artificiais, no abastecimento de chafarizes em
praças públicas, etc. A captação, ainda, pode resolver problemas como enchentes, de
infiltração do solo, auxiliando na manutenção de aquíferos, regularização de vazões
de rios e temperaturas do solo.
Atualmente no país, uma forma de aproveitamento de água de chuva é a
construção de cisternas, principalmente no Nordeste. Alguns programas foram criados
pelo governo no intuito de melhorar a qualidade de vida da população do semiárido
30
brasileiro. O armazenamento de água de chuva nessas regiões é muitas vezes
incentivado e financiado por organizações não governamentais em parceria com o
governo, como por exemplo o programa Água para todos de 2012. (OLIVEIRA,
CHRISTMANN; PIEREZAN, 2014).
Considerando o recurso hídrico como matéria de suma importância na estrutura
de desenvolvimento social, econômico e ambiental deve-se levar em conta as
vantagens e desvantagens para o aproveitamento de água pluvial nesses aspectos.
Quadro 4 - Vantagens e Desvantagens para o Aproveitamento de Água Pluvial.
VANTAGENS DESVANTAGENS
ECONÔMICA
Redução com gasto mensal de água e esgoto.
Dependendo da tecnologia empregada pode ter alto custo inicial.
Aumento da renda familiar mensal, após retorno do investimento inicial.
Pode aumentar o gasto com energia elétrica.
SOCIAL
Garantia da qualidade de vida pela certeza da não falta d’água e seus inconvenientes.
Não apresenta.
Melhora da imagem perante a sociedade, órgãos ambientais, etc.
AMBIENTAL
Preservação dos recursos hídricos, principalmente dos mananciais superficiais.
Não apresenta.
Contribuição na contenção de enxurradas que provocam alagamentos e enchentes.
Fonte: Leite (2015).
Para Lage (2010) a utilidade de um sistema de aproveitamento de água pluvial
depende das condições locais, visando o uso no próprio local de captação. Tornando
o sistema único, com suas características próprias e individualizadas, já que promove
a autossuficiência e contribui para a conservação da água.
31
2.6.1 Normas e Legislações referentes aos Sistemas de Aproveitamento de água
pluvial
Para que se pudesse extrair o máximo da eficiência do aproveitamento da água
da chuva, com o intuito de se diminuir o consumo de água potável, pesquisadores
renomados, empresários e interessados no tema tomaram a iniciativa resultando na
elaboração de norma técnica voltada exclusivamente para o uso da água de chuva, a
NBR15527. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2007).
A norma apresenta os requisitos para o aproveitamento da água de chuva de
coberturas em áreas urbanas para fins não potáveis. Portanto, a sua aplicação
procede para usos não potáveis em que a água de chuva pode ser utilizada após
tratamento adequado.
Para a concepção do projeto do sistema de coleta da água de chuva, o sistema
deve atender as normas técnicas, ABNT – NBR 5.626 e NBR 10.844 (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1989, 1998). Ainda deve constar o alcance
do projeto, a população ser atendida, a determinação da demanda, bem como os
estudos das séries históricas e sintéticas das precipitações da região (ASSOCIAÇÃO
BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2007).
Segundo Nez (2010), a tecnologia alternativa de aproveitamento da água da
chuva no Brasil deve ser melhor incentivada com o objetivo de racionalizar o consumo
de água, porém, ainda há falta de regimento de legislações que mencionem a
aplicação dessas. Em algumas metrópoles, como São Paulo e Rio de Janeiro, a coleta
de água pluvial tornou-se obrigatória para alguns empreendimentos visando a redução
de enchentes.
Com o intuito de sensibilizar os usuários sobre a importância da conservação
dos recursos hídricos em alguns municípios foram criadas legislações para uso de
fontes alternativas de abastecimento de água nas novas edificações. Entre estas,
destaca-se a Lei nº 10.785/03 do Município de Curitiba que instituiu o PURAE –
Programa de Conservação e Uso Racional da Água nas Edificações. O programa
prevê a adoção de medidas que visam induzir a conservação da água através do uso
racional. (CURITIBA, 2003).
No Rio de Janeiro o Decreto Municipal nº 23940/2004 (RIO DE JANEIRO, 2004)
trata do assunto com um foco maior no problema das enchentes, porém já é uma
32
iniciativa que, tendo em vista a infraestrutura e a disponibilidade da água armazenada
posteriormente, tende a motivar a utilização deste recurso.
Consta na NBR15527 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS,
2007) que “os padrões de qualidade devem ser definidos pelo projetista de acordo
com a utilização prevista”, no entanto alguns parâmetros conforme devem ser
seguidos em casos de usos restritivos não potáveis. A ABNT NBR 10844/89 institui
exigências e critérios necessários aos projetos das instalações de drenagem de águas
pluviais, visando garantir níveis aceitáveis de funcionalidade, segurança, higiene,
conforto, durabilidade e economia. (REIS E SILVA, 2014).
2.6.2 Dimensionamento do Sistema de Aproveitamento de água pluvial
De maneira geral, o aproveitamento de água de chuva em edificações é
formado por quatro componentes básicos: áreas de coleta; condutores;
armazenamento e tratamento. O funcionamento de um sistema de coleta e
aproveitamento de água pluvial consiste basicamente, na captação da água da chuva
que cai sobre as coberturas da edificação. (SCHNEIDER; BARBISAN; BENETTI,
2016).
Em alguns sistemas é utilizado dispositivo desviador das primeiras águas de
chuva, chamados de first flush. Após passar pelo filtro, a água é armazenada
geralmente em reservatório enterrado (cisterna), e bombeada a um segundo
reservatório (elevado), do qual as tubulações específicas de água pluvial irão distribuí-
la para o consumo não potável. (MARINOSKI, 2007).
Leite (2003), ressalta que nos sistemas de distribuição de água de chuva deve
estar bem caracterizado a distribuição de água potável e não potável, evitando
ligações cruzadas, tornando-se absolutamente necessário o emprego de sistemas
duais de distribuição.
Assim, de acordo com ACQUASAVE (2015), é fundamental para um sistema
de captação de água pluvial quatro componentes básicos:
Captação da água;
Filtragem;
Armazenamento;
Distribuição.
33
Os telhados podem ser de diferentes tipos de materiais para a captação de
água de chuva: telhas de cerâmica, telhas de fibrocimento, telhas de zinco, telhas de
ferro galvanizado, telhas de plástico, etc. Estas áreas podem ser inclinadas ou planas
sendo direcionada para calhas e condutores, de PVC ou metálicos, direcionando a
água para uma cisterna. (LEITE, 2015).
Conforme NBR 15527/2007 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2007), o volume de água pluvial aproveitável depende do coeficiente de
Runoff, podendo ser calculado pela Equação 1:
V = P × A × C
Onde:
V = volume anual, mensal ou diário de água de chuva aproveitável;
P = precipitação média anual, mensal ou diária;
A = área de coleta;
C = coeficiente de Runoff;
O coeficiente de Runoff é o quociente entre a água que escoa superficialmente
pelo total da água precipitada, pois para efeito de cálculo, o volume de água pluvial
aproveitável, não é igual ao de volume precipitado.
C = volume total escoado / volume total precipitado
Na ausência de dados para elaboração do coeficiente, algumas referências
citam 0,8 como o melhor valor a ser adotado como coeficiente, este significa que há
uma perda de 20% do total de água precipitada.
O reservatório para água pluvial deve ser feito por uma cisterna enterrada,
diminuindo a influência de luz e calor sobre a água, retardando a ação de bactérias.
(BERTOLO, 2006). O reservatório pode estar apoiado, enterrado ou elevado podendo
ser fabricado de polietileno de alta resistência, concreto armado, alvenaria de tijolos,
alvenaria de bloco armado, fibra de vidro, etc.
O dimensionamento do volume de armazenamento deve obedecer aos critérios
técnicos, econômicos e ambientais, devendo atender a NBR 12217 e a NBR 15527
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994, 2007. Os métodos que
34
podem ser utilizados para o cálculo de dimensionamento são: Método de Rippl,
Método da simulação, Método Azevedo Neto, Método prático alemão, Método prático
inglês, Método prático australiano. (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS, 2007).
35
3 MÉTODOLOGIA
3.1 Área de Estudo
A área de estudo localiza-se na praia de Armação de Itapocorói, no município
de Penha, em Santa Catarina. Fundado em 1991, o empreendimento possui uma área
de 977.201,54 m² efetivamente ocupada pelo Parque.
Figura 1 - Localização da área de estudo.
Fonte: Produzido pela autora (2017).
36
Para escolha da instalação do parque temático em estudo no município de
Penha (SC) levou-se em consideração a estratégica localização, próxima a cidades
turísticas importantes do Estado de Santa Catarina, como Blumenau, Joinville,
Balneário Camboriú e Itajaí, bem como a proximidade do aeroporto na cidade de
Navegantes.
Considerado o maior da América Latina, o parque (Beto Carrero World), de
forma geral, caracteriza-se por atender seus clientes com variadas opções de
atrações, diversas categorias de brinquedos infantis, aquáticos e radicais; diferentes
tipos de serviços; praça de alimentação; shows; lazer e entretenimento.
3.1.1 Caracterização do Sistema de abastecimento de Água do Parque temático
O empreendimento possui um complexo de mais de 20 lagoas artificiais
construídas com finalidade paisagística. Segundo Leal (2012), as lagoas recebem os
afluentes do promotório da Praia Vermelha e utiliza a água desses para a manutenção
das lagoas artificiais. Parte dessas lagoas são parcialmente utilizadas em recreação
para alguns brinquedos e reaproveitadas para este mesmo fim. O volume total de
água dessas lagoas soma aproximadamente 120.280m³.
O sistema de abastecimento de água do local é efetuado a partir de cinco poços
tubulares profundos que captam água do manancial subterrâneo. A finalidade da
captação, de acordo com Guimarães, Carvalho e Silva (2007), é de dar condições
para que a água seja retirada do manancial em quantidade suficiente para atender o
consumo e em qualidade adequada que possa reduzir os tratamentos.
A localização dos poços dentro da estrutura está apresentada na Figura 2 e o
Quadro 5, apresenta os dados de localização, vazão de cada poço e o volume de
captação diária do sistema de abastecimento de água no empreendimento.
37
Figura 2 - Localização dos poços de captação de água.
Fonte: Produzido pela autora (2017).
Quadro 5 - Pontos de Captação.
Coordenadas dos pontos de
captação
Pontos de captação
Vazão máxima captada por hora
(m³/h)
Volume máximo diário captado (m³)
1 26º48’08,36”S e 48º36’46,01”W Vila Germânica
4.8 72
2 26º48’18,77”S e 48º36’42,97”W Camping
8.1 93
3 26º48’17,58”S e 48º37’20,18”W Casarão
9 72
4 26º48’26,79”S e 48º37’03,48”W Bambuzal
8.5 103.32
5 26º48’06,17”S e 48º37’16,07”W Velozes e Furiosos
3.6 64.8
404
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
38
O volume total diário é estabelecido através do regime de funcionamento dos
poços e o volume máximo de captação mensal é de 12.120m³, o que falta é reposto
por compra de água de caminhão pipa.
O principal uso é para consumo humano, portanto é feito um tratamento
automatizado na saída de cada poço a base de cloração para a desinfecção da água,
com o objetivo de atender aos padrões de distribuição da Portaria MS nº 2.914
(BRASIL, 2011), que dispõe sobre os procedimentos de controle e de vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade.
Os reservatórios somam um volume de 820m³ de água, considerando-se uma
distribuição dividida em dois setores:
Setor I: caixas e reservatórios abastecidos pelos poços (PC01) e (PC02);
Setor II: caixas e reservatórios abastecidos pelos poços (PC03), (PC04) e (PC05).
Figura 3 - Mapa distribuição do Serviço de Abastecimento de Água.
Fonte: JB World Entretenimento (2017a).
39
Os reservatórios são do tipo tubular alto, com volume máximo de 100m³. No
setor 1, há cinco reservatórios com o volume máximo totalizando 500m³. Já no setor
2, há dois reservatórios do mesmo tipo, um com volume de 100m³ e outro com 60m³,
um conjunto de caixas de fibra com volumes variados de 10 a 25m³, sendo o volume
total igual 320 m³ neste setor.
Atualmente, a utilização dos serviços de abastecimento de água por transporte
terrestre, é recorrente na área de estudo e acontecem em casos emergenciais ou
programados em função do nível crítico dos reservatórios, e na alta temporada em
função de dias de alto número de público.
Os dados de público mês a mês dos anos de 2015 e 2016 estão dispostos no
Quadro 6.
Quadro 6 - Número de visitantes em Parque Temático.
2015 Público 2016 Público
Janeiro 295.754 Janeiro 276.667
Fevereiro 136.508 Fevereiro 137.668
Março 102.292 Março 107.746
Abril 121.827 Abril 106.732
Maio 118.948 Maio 104.693
Junho 88.100 Junho 94.074
Julho 220.283 Julho 200.533
Agosto 133.811 Agosto 129.817
Setembro 138.164 Setembro 149.718
Outubro 134.138 Outubro 206.085
Novembro 155.484 Novembro 171.352
Dezembro 204.156 Dezembro 177.994
Fonte: JB World Entretenimento (2017b).
3.2 Procedimentos dos métodos.
O fluxograma a seguir resume a metodologia utilizada. Inicialmente utilizou-se
o levantamento e a quantificação dos usos da água no Parque. A partir disso se gerou
uma estimativa de consumo total onde se quantificou os principais usos e atividades,
para então avaliar as diferentes formas de usos de água, e assim como resultado
encontrou se a demanda total de uso para fins não potáveis, onde após isso se avaliou
a viabilidade de aproveitar a água da chuva para então elaborar uma proposta de
aproveitamento da mesma.
40
Figura 4 - Fluxograma dos Procedimentos realizados.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
41
3.2.1 Levantamento e Quantificação dos Usos de Água em Parque Temático situado
no Município de Penha – SC.
Para levantamento dos principais usos de água em parque temático, foi
necessário coletar os seguintes dados: diferentes áreas por categorias de atividades
desenvolvidas, principais usos de água em cada atividade e coletas dos dados de
consumo total do sistema de abastecimento de água.
3.2.1.1 Levantamento das diferentes áreas por categorias de atividades
O levantamento das áreas por categoria de atividade foi desenvolvido através
de pesquisa nas áreas: administrativo, comercial, shows e operacional.
3.2.1.2 Levantamento e quantificação dos principais usos de água em parque
temático
Para levantamento e quantificação dos usos foram utilizados os dados da
tabela acima. Para cada atividade foi classificado os principais usos conforme os
diferentes tipos de consumos de acordo com a procedência do abastecimento de água
atual em potável e não potável.
3.2.1.3 Estimativa consumo total
Para estimativa do consumo total foram coletados os dados de captação
mensal conforme os dados registrados de leitura dos hidrômetros. A pesquisa
documental dos dados registrados foi realizada no período de 24 meses (janeiro de
2015 a dezembro de 2016). Foram coletadas no mesmo período as informações do
volume de compra de água necessária em alguns meses. Para estimativa do consumo
total mensal de água potável, foi considerado o somatório da captação dos poços e
do volume de compra (Apêndice A).
Consumo mensal total = somatório captação dos poços + compra de água
Período Captação
água/mês (m³) Compra de água
(m³) Consumo
total médio
42
Os dados apresentados comparam o consumo total mensal e a vazão
outorgada para volume mensal dos poços de captação.
3.2.2 Avaliação das diferentes formas de uso de água potável e não potável do
sistema de abastecimento das diversas áreas que compõe o parque temático
Inicialmente foram realizadas as estimativas dos volumes para cada uso
levantado realizando o acompanhamento dos procedimentos das atividades que
envolvem quantidades significativas de água potável ou não potável. Para cada
consumo estimado de uso potável atual com fins não potável, parte da demanda total
de potencial uso de água pluvial.
3.2.2.1 Avaliação para uso em consumo humano
A estimativa do uso em consumo humano de água foi referente as atividades
de serviços, comercial e alimentação tendo em vista a diferença do somatório dos
demais usos em relação ao consumo total. Desta forma, o consumo humano
considerado para essas atividades foram calculados com base na estimativa dos
demais usos.
Consumo Humano = consumo total – somatório dos demais usos de água potável
3.2.2.2 Avaliação de uso para dessedentação de animais
Para avaliar o consumo em dessedentação de animais acompanhou-se os
procedimentos realizados para o preenchimento dos tanques em todos os recintos do
zoológico que fazem uso de água potável proveniente do sistema de abastecimento.
3.2.2.2.1 Estimativa de consumo de água no abastecimento dos tanques nos
recintos do zoológico
Para estimativa do consumo de água no abastecimento dos tanques nos
recintos do zoológico foram levados em conta 22 diferentes recintos. Para levantar o
43
volume do abastecimento de cada recinto mensalmente, mediu-se a área dos tanques
sendo considerado consumo total mensal no uso dessedentação de animais o volume
do tanque de água em metros cúbicos multiplicado pelo número de vezes de troca
semanal, o qual está apresentado em forma de tabela.
Consumo total = volume total do tanque X periodicidade de troca X 30 (dias)
Recinto Volume do tanque (m³)
Periodicidade de troca
Volume total/mês (m³)
3.2.2.3 Avaliação do uso em Recreação
Para avaliar o uso em recreação, foram considerados seis brinquedos
aquáticos. Desses, quatro foram classificados como piscinas e dois como recreação
em lagoas.
3.2.2.3.1 Estimativa do uso para recreação em piscinas
Para a estimativa do consumo de água para recreação em piscinas, foi
considerado o volume das mesmas e a reposição de água. O percentual diário de
renovação de água de piscinas públicas fica entre 2-5% do volume total de água
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2006). Para o cálculo da reposição de água nas
piscinas mensalmente, foi considerada uma perda de 5% diariamente.
Consumo total recreação = (5% volume tanque) X 30 (dias)
3.2.2.3.2 Estimativa do uso para recreação em lagoas
Para estimativa do uso de água de recreação em lagoas foi utilizado o volume
da área ocupada em relação ao volume total das demais lagoas. A estimativa foi
apenas levantada, o uso da água das lagoas não foi objeto de estudo para este
trabalho.
44
3.2.2.4 Avaliação em manutenção de limpezas
Considerando as limpezas mais significativas relacionadas com o uso da água
para manutenção de toda a estrutura do complexo, levantou-se as principais
demandas: irrigação de jardins e lavagens de ruas; limpezas das áreas de
manutenções operacionais e limpezas dos recintos.
3.2.2.4.1 Irrigação de jardins e lavagens de ruas
Para a irrigação de jardins e lavagens de ruas foram utilizados os
procedimentos do reaproveitamento de água de lagoas através de bombeamento por
caminhão pipa. Para o uso total mensal foi considerado número de vezes que é
bombeada a água e o volume do tanque do caminhão, compondo o percentual de uso
não potável da água das lagoas. Conforme já citado anteriormente, o uso da água das
lagoas não foi objeto de estudo para este trabalho.
3.2.2.4.2 Limpeza das áreas de manutenções operacionais
A limpeza das áreas internas referente ao uso nas oficinas de todas as
manutenções existentes não foi levantada, pois os procedimentos ali realizados são
muito sazonais e não havendo micromedição nos pontos de abastecimento, faltou
subsídios para a quantificação estimada de consumo mensal. Desta forma a limpeza
das áreas de manutenção foi considerada como uso em consumo humano para o
estudo em questão.
3.2.2.4.3 Estimativa limpeza dos recintos do zoológico
Para a estimativa de consumo em limpeza dos recintos, foi realizado o
acompanhamento semanal no período de setembro a dezembro de 2016 referente a
execução dos procedimentos dessa atividade de manutenção.
Foram medidas as vazões das torneiras dos pontos de consumo que
abastecem um conjunto de recintos denominados com nomes específicos
internamente, nomeados para o estudo em questão, conforme Quadro 7.
45
Quadro 7 - Identificação de conjunto de recintos por ponto de consumo.
Identificação Conjunto de Recintos
A tigre amarelo, leão amarelo, urso
B emú, grou, oyx, waterbuck, aoudad, tamanduá bandeira, mico leão dourado
C leão e tigre branco
D mandril, babuíno, orangotango, chimpanzé
E arara, aviário, íbis sagrado
Fonte: Dados da pesquisa (2017).
O cálculo para estimativa do consumo de cada conjunto de recintos foi em
relação a vazão, tempo médio da execução de limpeza em periodicidade mensal.
Consumo Total/mês = vazão (m³/h) x tempo (h/dia) x 30 (dias)
3.2.2.5 Avaliação no uso em harmonia paisagística
Para a avaliação do consumo de água no uso de harmonia paisagística, foram
considerados os volumes dos tanques de cachoeiras, espelhos de água e
chafarizes/fontes cuja reposição de água ocorre proveniente do sistema de
abastecimento, água potável.
3.2.2.5.1 Estimativa para uso em harmonia paisagística
Para estimativa no consumo em harmonia paisagística foi levado em
consideração nove pontos distribuídos em oito áreas diferentes. Foi considerado o
consumo total mensal, o volume de cada tanque e a periodicidade de limpeza com
troca de água.
3.2.2.6 Demanda total estimada para potencial uso não potável
Neste estudo, considerou-se a utilização de água para fins não potáveis em:
Dessedentação de animais;
Recreação;
46
Manutenção de limpeza nos recintos do zoológico e;
Harmonia paisagística.
Através da soma dos consumos de água estimados para desenvolvimento das
atividades acima relacionadas, foi calculada a demanda total de água potável que
poderia ser substituído por água pluvial.
A fim de se estimar um percentual para cada uso levantado como potencial
consumo de água de chuva em cada demanda estimada, foi utilizado a média dos 24
meses de dados do consumo total estimado. Sendo assim considerando a diferença
da demanda não potável e consumo total, como sendo uso em consumo humano.
3.2.3 Avaliação da Viabilidade do Aproveitamento da Água de Chuva no Âmbito do
Empreendimento
Para avaliar a viabilidade de um sistema de aproveitamento de água pluvial
foram considerados os seguintes fatores: áreas de coberturas para captação, dados
pluviométricos da região, suprimento da demanda e dimensionamento do reservatório.
(MARINOSKI, 2007).
3.2.3.1 Levantamento das áreas de cobertura
Para a área de captação de água de chuva, foram utilizados telhados das
edificações e do parque temático. Para estimativa do potencial volume de água pluvial
captada decorrente da precipitação, foi levantado através de pesquisa no
departamento de projetos do empreendimento, os dados das áreas de coberturas em
metros quadrados.
3.2.3.1.1 Seleção das áreas a serem avaliadas
O levantamento das áreas de cobertura de toda a planta foi realizado, porém
foram selecionadas as coberturas localizadas nas áreas temáticas próximas aos
locais de aplicação bem como ao ponto que poderá ser proposto para instalação do
reservatório.
47
3.2.3.2 Dados Pluviométricos
A série de precipitação foi pesquisada no Laboratório de Climatologia da Univali
com dados de Normal Climatológica, médias das precipitações mensais do período
de 1999 – 2017, representando o valor predominante de chuva no local estudado.
(ARAÚJO; REIS, 2017).
3.2.3.3 Análise do suprimento da demanda de água de chuva
Tomando como base o método de Rippl, foi analisada a demanda de água em
função do volume de água captado da chuva, desta maneira será verificado o
atendimento da demanda de água não potável ao empreendimento que deverá ser
atendida pela captação pluvial durante todos os meses do ano.
3.2.3.3.1 Método Rippl
Para análise do suprimento da demanda foi calculado as diferenças entre os
volumes da demanda e os volumes de chuvas mensais. Inicialmente foi utilizada a
demanda total estimada. Não havendo suprimento da demanda total, foi considerado
uma demanda parcial tomando como base o método de Rippl que indica sinal negativo
como suprimento mensal e positivo quando não há suprimento da demanda pelo
volume de chuvas. O cálculo está expresso pela seguinte equação:
Suprimento da demanda = demanda mensal – volume de chuva
3.2.3.4 Dimensionamento do reservatório
Para o dimensionamento do reservatório utilizando-se o método de Rippl, foi
considerada a demanda mensal que apresentou suprimento de acordo com os
volumes de chuvas para atender as necessidades dos principais usos levantados.
Posteriormente, foi aplicado o método da simulação do reservatório para verificação
da necessidade do uso de água potável proveniente do sistema de abastecimento.
48
3.2.3.4.1 Método de Rippl
No dimensionamento do volume máximo do reservatório foi utilizado o Método
de Rippl para demanda mensal constante e séries históricas de precipitações
mensais, o método consiste em garantir o abastecimento constante de água tanto no
período chuvoso quanto no seco.
Segue o que irá apresentar cada coluna, conforme aTabela2.
Tabela 2 - Verificação do Volume do Reservatório pelo método de Rippl.
Meses Chuva média mensal
Demanda mensal
Área de captação
Volume de chuva mensal
Diferença entre o
volume da demanda e volume de
chuva
Diferença acumulada da coluna 6 dos
valores positivos
Situação do reservatório
(mm) (m³) (m²) (m³) (m³) (m³) Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8
Coeficiente de Runoff (CR) = 0,8
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Coluna 1- Período de tempo (janeiro a dezembro);
Coluna 2 - Média mensal em milímetros da região estudada;
Coluna 3 - Demanda mensal constante, em metros cúbicos, do empreendimento
analisado;
Coluna 4 - Área de projeção do conjunto de telhados selecionados na área do parque,
em metros quadrados;
Coluna 5 - Nesta coluna foi calculado o volume de água captado mensalmente,
expresso pela seguinte equação:
Coluna 5 = Coluna 2 x Coluna 4 x 0,80 / 1000
Onde o valor de 0,80 representa o coeficiente de Runoff e o valor de 1.000 tem
finalidade de transformar o volume em metros cúbicos;
Coluna 6 - Nesta coluna estão as diferenças entre os volumes da demanda e os
volumes de chuvas mensais. O sinal negativo indica que há excesso de água e o sinal
49
positivo indica que o volume de demanda, nos meses correspondentes, supera o
volume de água disponível, o cálculo está expresso pela seguinte equação:
Coluna 6 = Coluna 3 – Coluna 5
Coluna 7 - Retornam as diferenças acumuladas da Coluna 6, considerando somente
valores positivos, isto é, valores negativos entram na tabela como campo vazio. Para
preenchimento destes campos, consideramos a hipótese inicial de que o reservatório
está com sua capacidade máxima (reservatório cheio). A razão pelas quais os valores
negativos não foram computados é porque isso indica a quantidade de água
extravasada, em suma, é a água despejada nas galerias pluviais por
transbordamento;
Coluna 8 - Neste campo foram usadas letras para definir o comportamento do
reservatório mensalmente:
E = água escoando pelo extravasor;
D = nível de água baixando; e
S = nível de água subindo.
O maior valor da coluna 7 foi o correspondente ao volume do reservatório
necessário, pois é o volume de pico. Quando ocorre de na Coluna 6 todos os meses
retornarem valores negativos, consequentemente a Coluna 7 não retornam valores,
sendo definido então o valor máximo do reservatório como sendo igual ao valor da
demanda constante.
3.2.3.4.2 Método da simulação
Este método consiste em arbitrar um volume para o reservatório e verificar o
comportamento da água excedente (overflow) e a água que vai faltar (suprimento de
água do sistema de abastecimento do local). Segundo Tomaz (2003), utilizou-se
inicialmente para análise deste método o valor máximo do reservatório retornado no
Método de Rippl.
50
Tabela 3 - Método da simulação.
Meses Chuva média mensal
Demanda mensal
Área de captação
Volume de chuva mensal
Volume do reservatório
fixado
Volume do reservatório no
tempo (t-1)
Volume do reservatório no
tempo (t) Overflow
Suprimento de água externo
(mm) (m³) (m²) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas (2007).
O método da simulação se diferencia de Método de Rippl a partir da coluna 6.
Coluna 6 - Volume do reservatório que é arbitrado para verificação;
Coluna 7 - É o volume do reservatório no início da contagem do tempo. Supondo que
no início da contagem o reservatório estava vazio, portanto a primeira linha da coluna
7 referente ao mês de janeiro é igual a zero. Nos demais valores obtidos foi usada a
função SE do MS Excel:
SE (coluna 8 < 0; 0 ; coluna 8)
Coluna 8 - Fornece o volume do reservatório no fim do mês. O cálculo dessa coluna
é expresso pela seguinte fórmula:
Coluna 8 = SE(coluna5+coluna7–coluna3>coluna6; coluna7; coluna5+coluna 7–
coluna3)
Coluna 9 - É relativo ao overflow, isto é, quando a água fica sobrando e é jogada para
fora. O resultado é obtido pela seguinte fórmula:
Coluna 9 = SE((coluna5+coluna7–coluna3)>coluna6; coluna5+coluna7–coluna3–
coluna6; 0)
Coluna 10 - É a coluna da reposição da água, que vem do sistema de abastecimento
próprio ou de caminhão tanque.
Coluna 10 = SE(coluna7+coluna5–coluna3<0; -(coluna7+coluna5–coluna3); 0)
51
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados da proposta de um sistema de aproveitamento de água pluvial
como consumo sustentável nas atividades desenvolvidas em parque temático no
município de Penha (SC) estão apresentados neste capítulo. Para o estudo,
inicialmente verificou-se as atividades desenvolvidas em todas as áreas do parque.
Em seguida, foram apresentados os resultados do levantamento e quantificação dos
usos de água do parque temático de acordo com essas atividades. Posteriormente foi
apresentada a avaliação das diferentes formas de usos potável e não potável de água
e a viabilidade do aproveitamento de água de chuva. Finalizando foi apresentada a
proposta dos pontos de captação e o reservatório de água pluvial analisando-se a
instalação do sistema de aproveitamento de água de chuva como consumo
sustentável.
4.1 Levantamento e Quantificações das Diferentes atividades e usos de Água
em Parque Temático
Os dados de atividades dentro do parque enumerados por quantidade de áreas
por categorias estão apresentados no Quadro 8.
Quadro 8 - Relação das atividades por categorias no empreendimento.
Atividades Categorias Áreas Quantidade
Serviços Agencia bancária,
ambulatório, fraldário, farmácia, sanitários
Terceiros 3
Farmácia 1
Ambulatório 1
Sanitários 49
Comerciais
Atrações, lojas de acessórios
personalizados, escritórios administrativos
Lojas 21
Escritórios Administrativos 5
Alimentação Restaurantes, lanchonetes,
bombonieres, cafeterias Pontos de Alimentação 36
Lazer e entretenimento
Brinquedos infantis, aquáticos e radicais;
shows; jogos; passeios; zoológico
Teatro/Shows 4
Recintos do Zoológico 22
Brinquedos Radicais 5
52
Atividades Categorias Áreas Quantidade
Brinquedos Aquáticos 6
Brinquedos Infantis 7
Manutenção
Limpezas de ruas, recintos e equipamentos;
irrigação de jardim; bastidores; limpeza de cachoeiras, fontes e
chafariz
Oficinas Operacionais 8
Cachoeiras/Fontes/Chafariz 9
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Com base nas informações das atividades desenvolvidas estão apresentados
os principais usos de água para cada atividade levantada.
O Quadro 9 permite visualizar que na maioria das atividades são utilizadas
água potável. Nas atividades realizadas em serviços, comercial e alimentação foi
considerado como uso para consumo humano, quantificando vasos sanitários também
como uso potável. Nestas categorias de usos, exceto este uso, descargas de bacias,
poderia ser de não potável, os demais pontos de consumo são exclusivamente
enquadrados como consumo humano, de acordo com a Portaria nº 2914/2011 do
Ministério da Saúde (BRASIL, 2011). Segundo a mesma portaria, consumo humano é
água potável destinada à ingestão, preparação e produção de alimentos e à higiene
pessoal. Também define que água potável deve atender ao padrão de potabilidade
estabelecido e não ofereça riscos à saúde. Considera a água em vasos sanitários
exigência menos restritiva podendo ser utilizadas fontes alternativas.
Atualmente no Parque temático, não há estrutura referente as tubulações
hidráulicas para o sistema de distribuição exigido, onde os reservatórios de água
potável e não potável devem ser separados (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
NORMAS TÉCNICAS, 2007). Desta forma, não foi considerado demanda não potável
neste estudo para uso em vasos sanitários.
Já nas atividades que foram consideradas de lazer e entretenimento e
manutenções, foram identificados alguns usos atuais como não potável. A
procedência desses usos é das lagoas existentes no Parque, que são utilizadas em
brinquedos aquáticos, irrigação de jardins e limpezas de ruas.
Os demais usos dessedentação de animais, recreação, manutenções de
limpezas e harmonia paisagística são de procedência do sistema de abastecimento
de água do empreendimento, água potável.
53
Quadro 7 - Classificação dos principais usos em potável e não potável.
Atividades Principais Usos Quantificação dos usos Classificação
atual
Serviços Comercial
Alimentação Consumo Humano
Descarga de bacias Potável
Torneiras Potável
Restaurantes Potável
Lojas Potável
Lazer e entretenimento
Dessedentação de animais
Abastecimento dos tanques dos recintos no Zoológico
Potável
Recreação Piscinas Potável
Lagoas Não potável
Manutenção
Limpezas
Irrigação de jardins/Lavagem de ruas
Não potável
Limpeza dos bastidores Potável
Limpezas de recintos Potável
Harmonia Paisagística
Abastecimento de fontes, cachoeiras e chafariz
Potável/não potável
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
No próximo item será apresentado o consumo total do sistema de
abastecimento de água.
4.1.1 Estimativa do consumo total
Na coleta de dados de captação dos poços, observou-se que a leitura é
realizada através de hidrômetros em metros cúbicos de água captada na saída de
cada um dos cinco poços que abastecem os reservatórios de distribuição diariamente.
A diferença de leitura resulta na produção de entrada de água, o qual somado tem-se
a captação mensal.
A compra de água potável através de transporte terrestre é utilizada
usualmente como complemento do sistema observando-se que os dados se
apresentam de formas variadas ao longo do período de desenvolvimento da pesquisa.
Desenvolveu-se a comparação da captação mensal mais o volume de compra
em relação a vazão outorgada que é igual 12.153 m³ mensal, apresentada na Figura
5.
54
Figura 5 - Relação do Consumo Estimado Mensal X Compra de água.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Verifica-se de acordo com a figura anterior que a relação de exploração de
captação e compra de água mensalmente nos meses de janeiro tanto de 2015 e 2016,
apresentou o seguinte comportamento: o volume de captação foi muito próximo da
vazão outorgada e o consumo total ultrapassou esta vazão. A mesma situação
ocorreu nos meses de outubro, novembro e dezembro de 2016.
Em busca de informações referentes aos meses que não houve exploração
próxima a vazão máxima e houve compra de água, como por exemplo em julho de
2016, e foi verificado que aconteceram ocorrências como: desligamento dos poços
por manutenções elétricas, perdas nos reservatórios por rompimento de tubulações,
usos em manutenções em dias de alto público ou reposição de água nas piscinas de
brinquedos em função de manutenções com esgotamento de água.
Para este trabalho o consumo total mensal foi considerado a média do consumo
total do período de dados levantados 11.641m³/mês.
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000ja
n/1
5
fev/
15
mar
/15
abr/
15
mai
/15
jun
/15
jul/
15
ago
/15
set/
15
ou
t/1
5
no
v/1
5
de
z/1
5
jan
/16
fev/
16
mar
/16
abr/
16
mai
/16
jun
/16
jul/
16
ago
/16
set/
16
ou
t/1
6
no
v/1
6
de
z/1
6
Consumo Total Mensal
Captação água/MÊS - M³ Compra de água vazão outorgada
55
4.2 Avaliação das diferentes formas de uso de água potável e não potável do
sistema de abastecimento das diversas áreas que compõe o parque
temático
Diante dos principais usos levantados foram avaliadas as diferentes formas de
consumo de água potável e não potável. Observou-se que muitos usos de água
potável são para fins não potável. Desta forma, estão apresentadas as avaliações e
algumas estimativas para cada uso.
4.2.1 Avaliação de uso em consumo humano
Observou-se que grande parte do uso atual de água para desenvolvimento de
todas as atividades no parque temático estudado é considerado consumo humano,
pois a água distribuída é potável. Philippi Junior (2010) diz que entre os principais
fatores para estabelecer o consumo de água por pessoa em uma localidade são os
hábitos higiênicos e culturais das comunidades e principalmente a micromedição nas
instalações do sistema de abastecimento, entre outros.
No parque temático não há micromedição e também a população que frequenta
o local apresenta grande heterogeneidade, não foi estimado isoladamente o consumo
humano, o qual apresentou na demanda total uma estimativa pela diferença dos
demais usos.
4.2.2 Avaliação de uso para dessedentação de animais
A dessedentação de animais na atualidade é uma das etapas mais importantes
dentro dos parques temáticos que possuem zoológico em suas estruturas, pois é um
dos quesitos responsáveis pelo bem-estar do animal. Segunda a Instrução Normativa
do IBAMA nº 7, de 30 de abril de 2015 (INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO
AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS, 2015), os tamanhos dos
tanques são definidos de acordo com a exigência para cada espécie, classificados na
referida norma como espelhos d’água.
No zoológico de Guarulhos, segundo o manual de tratadores (GUARULHOS,
2008) do local, na limpeza de tanques de água dos animais pode ser utilizado cloro
56
ou outro produto determinado previamente pelos técnicos do zoológico, sendo a
frequência da troca da água do tanque também determinada pelos técnicos. Em
relação à manutenção dos recintos, é função do tratador observar esta troca a qual é
periódica, e a ambientação é mantida constantemente.
No zoológico analisado existem 22 recintos de diferentes espécies. No
levantamento de dados dos procedimentos realizados, observou-se que o tamanho
dos tanques de água é variável para cada espécie de animais. Dentro de cada recinto,
exceto os das aves, existe um local fechado para alimentação individual chamado
“cambiamento”, um abrigo onde o animal é colocado para se alimentar e ficar contido
no momento das limpezas nos tanques nos recintos. A frequência da troca de água
dos tanques de exposição ao público, está relacionada com as características das
espécies levando em consideração além do bem-estar do animal o aspecto visual.
No Quadro10 estão apresentados os volumes e a periodicidade de troca de
água em cada recinto.
Quadro 8 - Estimativa de demanda para dessedentação de animais.
Recinto Volume do tanque (m³)
Periodicidade de troca de água
Volume total/mês (m³)
Urso 79,06 semanal 316
Porco espinho 2,37 semanal 9,5
Tigre amarelo 72 2x semana 576
Leão amarelo 73,19 semanal 293
Emú 2,11 semanal 8
Grou 1,13 semanal 5
Oryx 19,77 semanal 79
Waterbuck 2,92 semanal 12
Aoudad 3,36 semanal 13
Tamanduá bandeira 1,22 semanal 5
Mico Leão Dourado 2,3 semanal 9
Serpentário 1,27 semanal 5
Arara 0,46 semanal 2
Leão branco 75,6 semanal 302
Tigre branco 22,5 semanal 60
Mandril 2,88 semanal 12
Babuíno 0,74 semanal 3
Orangotango 4,81 semanal 19
Chimpanzé 11,66 semanal 47
Chimpanzé 8,43 semanal 34
57
Recinto Volume do tanque (m³)
Periodicidade de troca de água
Volume total/mês (m³)
Íbis Sagrado 7,56 3x semana 91
Aviário exposição 8,4 semanal 34
Demanda total 1.934,5
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Analisando a demanda para cada local, observa-se que o recinto com maior
tanque é o do urso (Figura 6). Já os tanques com maior consumo de água são os dos
felinos: Leão e tigre amarelo, leão e tigre branco, sendo que o maior consumo e maior
periodicidade de troca está no recinto do tigre amarelo. Entre os felinos, este
apresenta característica de gostar de estar na água, sendo que muitas vezes defeca
no tanque, comprometendo o aspecto visual bem como as características de
qualidade da água. Por esse motivo a média de troca de água neste local é de duas
vezes por semana. Os recintos das aves são os que apresentam menores consumos,
sendo o recinto das araras o menor consumo estimado mensal. O recinto do Ibis
Sagrado (Figura 7), é comprometido pela estrutura de terra na área ao redor, levando
muitas sujeiras para a água havendo essa necessidade maior na frequência da
limpeza com troca.
Figura 6 - Recinto urso. Figura 7 - Recinto Íbis Sagrado.
Fonte: Produzido pela autora (2017).
58
4.2.3 Consumo para recreação
De acordo com a CETESB (2003), a classificação do uso para fins de recreação
é dada pelo tipo de contato entre o usuário e as águas. São dois os tipos de contato:
contato primário refere-se à atividade de natação, mergulho e outros os quais há
possibilidade de ingestão de quantidades significativas de água e contato secundário
o qual está relacionado atividade de pesca e navegação, sendo baixa a possibilidade
de ingestão.
Para Guimarães, Carvalho e Silva (2007) o contato primário deve ser isento de
substâncias químicas e organismos prejudiciais à saúde com baixos teores de sólidos
em suspensão, óleos e graxas. Já o contato secundário, em geral deve manter apenas
uma aparência agradável.
No parque temático estudado o uso em recreação é de contato secundário.
4.2.3.1 Consumo para recreação em piscinas
As piscinas classificam-se, quanto ao uso, segundo a NTE (SÃO PAULO, 2001)
nas seguintes categorias:
I - piscinas de uso público - as utilizáveis pelo público em geral;
II - piscinas de uso coletivo restrito - as utilizáveis por grupos restritos, tais como
clubes, condomínios, escolas, entidades, associações, hotéis, motéis e congêneres;
III - piscinas de uso familiar - as piscinas de residências unifamiliares;
IV - piscinas de uso especial - as destinadas a outros fins que não o esporte ou a
recreação, tais como as terapêuticas e outras.
Os tanques para brinquedos aquáticos do complexo que possuem processo de
tratamento físico de filtração e químico de desinfecção foram considerados piscinas.
De posse dos dados de volumes das piscinas, determinou-se um percentual de
5% de cada volume para reposição diária. A água potável é atualmente utilizada para
reabastecimento de perdas próprias desse tipo de sistema, podendo ser usada na
reposição água não potável.
O Quadro 11 demonstra que a piscina do brinquedo Acquaball (Figura 8) é o
menor volume de reposição e a piscina do Tchibum (Figura 9) e do Raskapuska,
apresentam o mesmo volume, sendo a maior média de reposição mensal de água. Os
59
procedimentos de limpeza nesses locais são realizados com base em tratamento de
água em piscinas com duas etapas principais: tratamento físico, que se refere à
filtração da água e à limpeza manual como a aspiração do fundo, remoção de folhas
e materiais em suspensão com peneiras, limpeza de bordas, etc.; e o tratamento
químico, que tem por objetivo manter a água da piscina sanitizada e com aparência
cristalina através dos produtos químicos. A correta filtração garante que os produtos
químicos adicionados na água da piscina sejam bem espalhados, além de remover
impurezas como sujeiras e algas que, quando combinadas, aumentam o consumo de
produtos químicos.
Quadro 9 - Estimativa da demanda de recreação em piscinas.
Local Volume (m³) Perda (5%) Reposição
mensal (m³)
Piscina do Tchibum 250 12.5 375
Piscina do Raskapuska 250 12.5 375
Piscina Acquaball 50 2.5 75
Piscina Acquaboat 60 3 90
Consumo mensal estimado 915
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Figura 8 - Brinquedo Acquaball. Figura 9 – Tchibum.
Fonte: Produzido pela autora (2017).
60
Para entender melhor o consumo de água em piscinas, nos atemos aos
principais tipos de perda de água que ocorrem nelas:
Água derramada: perdida pelo uso da piscina. No brinquedo aquático Tchibum, de
bote com queda na água, aparentemente, existe uma perda maior em relação aos
demais, porém há um rebatedor da água espirrada (conforme representado na
Figura 9) em pontos relevantes, sendo que as perdas foram consideradas na
mesma proporção.
Aspiração: água perdida quando essa operação é feita drenando a água
diretamente para o esgoto. Este procedimento é realizado apenas em caso extremo
de intempéries da natureza ou manutenção dos filtros.
Retrolavagem e enxaguamento: na operação de limpeza do meio filtrante. A perda
nesse procedimento está considerada no cálculo realizado.
Vazamento: perda ocasional, porém não incomum. Pequenos vazamentos são de
difícil detecção.
Evaporação: a temperatura alta da água da piscina e fortes ventos aumentam a
evaporação, assim como temperatura e umidade relativa do ar baixas. Da mesma
maneira, piscinas que não utilizam de capa térmica aumentam a evaporação.
4.2.3.2 Uso para recreação em lagoas
A principal característica da demanda não consuntiva de água para o Lazer e
Recreação é que não depende especificamente de uma determinada quantidade de
água. Depende, isto sim, da manutenção das condições naturais do recurso hídrico.
Ou seja, é o recurso hídrico, na sua condição natural, que propícia a existência de
determinadas atividades. (USO DA ÁGUA..., 2014)
O uso de água das lagoas para os brinquedos aquáticos apresenta um
resultado aproximadamente de 5% do total de todo volume de lagoa existente no
complexo. No Crazy River (Figura 10), o qual imita um rafting, a água é bombeada
para as calhas do brinquedo durante seu funcionamento e retornando ao término. No
pedalinho o uso é como navegação na área da lagoa. O uso da água das lagoas não
está no objetivo deste estudo.
61
Figura 10 - Brinquedo Crazy River. Figura 11 – Brinquedo Pedalinho.
Fonte: Produzido pela autora (2017).
4.2.4 Consumo em manutenção de limpezas
Considerando as limpezas mais significativas relacionada com o uso da água
para manutenção de toda a estrutura do complexo, levantou-se as principais
demandas: irrigação de jardins e lavagens de ruas; limpezas das áreas de
manutenções operacionais e limpezas dos recintos.
4.2.4.1 Uso em Irrigação de jardins e lavagens de ruas
A irrigação de jardins e lavagens de ruas atualmente utilizam água
reaproveitada das lagoas artificiais através de bombeamento por caminhão pipa. O
volume do tanque do caminhão é de quinze metros cúbicos sendo utilizados em média
dois caminhões por dia fora do horário e funcionamento para realização das
atividades. A demanda mensal para este uso é aproximadamente 1% do volume total
de todas as lagoas. O uso de água nas lagoas não é objeto deste estudo.
62
Figura 12 - Atividade de lavagem das ruas.
Fonte: Produzido pela autora (2017).
4.2.4.2 Limpeza das áreas de manutenções operacionais
A limpeza das áreas internas referente ao uso nas oficinas de todas as
manutenções existentes não foi levantada, pois os procedimentos ali realizados são
muito sazonais e não havendo medidores nos pontos de abastecimento, faltou
subsídios para a quantificação estimada de consumo, compondo o consumo humano
a ser estimado.
4.2.4.3 Consumo de água para limpeza dos recintos do zoológico
Segundo o manual para tratadores do zoológico de Guarulhos (GUARULHOS,
2008), a limpeza e desinfecção dos recintos devem ser realizadas diariamente. Os
recintos devem ser desinfetados, evitando, assim, danos à saúde dos animais. Para
a higienização dos abrigos deve ser utilizado hipoclorito de sódio ou somente água. A
periodicidade depende da necessidade da higienização e da espécie mantida no
recinto. A higienização dos recintos, e do cambiamentos (área do recinto onde o
63
animal é contido) e gaiolas inicia-se com a limpeza mecânica (varrer), isto é, remoção
das sobras dos alimentos e das fezes, lavando com água corrente e sabão e depois
fazendo a desinfecção com hipoclorito de sódio a 2%.
No acompanhamento dos procedimentos realizados para limpeza dos recintos
verificou-se que grande parte da limpeza e higienização é realizada com uso de água.
O abastecimento de água é centralizado para um conjunto de recintos. Foram
medidas a vazão dos pontos de consumo de cada área que apresentou o resultado
médio de 0,75 m³/h. Todos os pontos são de procedência do sistema de
abastecimento de água e possuem caixas d’agua com pressurizador na saída para
aumentar a pressão das mangueiras e facilitar a limpeza criteriosa de cada local.
Quadro 10 - Estimativa de demanda para limpeza do zoológico.
Ponto de consumo Tempo médio de
limpeza (h) Vazão (m³/h) Periodicidade
Volume médio (m³/mês)
A 3 0,75 diária 67,5
B 4 0,75 diária 90
C 2 0,75 diária 45
D 4 0,75 diária 90
E 3 0,75 diária 67,5
Consumo mensal estimado 320
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
O maior volume de água consumida está apresentado no Quadro12,
demonstrando que o maior consumo é no ponto de consumo B e E onde está
localizado o conjunto dos recintos dos felinos e primatas. Já o menor, é no ponto C,
onde há apenas dois recintos com menor área, logo, menos tempo para realizar os
procedimentos de limpeza.
4.2.5 Consumo de água em harmonia paisagística
Conforme a Resolução CONAMA nº 357/2005 (CONSELHO NACIONAL DO
MEIO AMBIENTE, 2005), o qual enquadra o uso de água em classes, a água
destinada a harmonia paisagística pode atender os padrões de qualidade da classe
4, um dos usos menos exigentes.
64
No parque temático existem vários pontos de abastecimento de água em
tanques construídos com fim de harmonia paisagística. Atualmente, a reposição de
água nos tanques de cachoeiras (Figura 13), espelhos d’água e chafarizes (Figura
14), é proveniente do sistema de água potável. O consumo estimado para
reabastecimento desses locais após manutenção de limpeza, foi considerado como
possível demanda não potável. A estimativa de demanda foi através do volume dos
tanques e a periodicidade de limpeza com troca de água.
Quadro 11 - Estimativa de demanda Harmonia paisagística.
Local Volume (m³) Periodicidade Total (m³/mês)
Vila Germânica 4,11 semanal 16,4
Mundo animal 5,24 semanal 20,9
Vila esperança 2,76 semanal 11,0
Mundo animal 8,40 semanal 33,6
Terra da fantasia 7,73 semanal 30,9
Aventura radical 8,67 semanal 34,6
Av. das nações 01 20,13 semanal 80,5
Av. das nações 02 19,20 semanal 76,8
Ilha dos Piratas 2,96 semanal 10,8
Consumo mensal estimado 315,5
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
Figura 13 - Avenida das Nações Figura 14 - Fonte da Ilha.
Fonte: Produzido pela autora (2017).
65
4.2.6 Demanda total estimada para potencial uso não potável
Os principais usos de água potável do sistema de abastecimento do parque
temático foram considerados consumo humano, dessedentação de animais,
recreação e manutenção de limpeza dos recintos.
Da análise do Quadro 14, pode-se perceber que algumas atividades estão
como demanda não aplicada (N/A.) pois não foi realizado a estimativa separadamente
a estes usos. Para estes consumos, o resultado foi levado em consideração a
diferença do consumo total com os usos estimados. A limpeza das áreas operacionais
passou a compor o consumo humano, conforme uso atual potável.
Quadro 12 - Demanda total estimadas aos principais usos.
Principais Usos Demanda água de chuva/mês
em m³
Estimativa de consumo médio
mensal (m³)
Estimativa de consumo médio
mensal (%)
Consumo Humano
Vasos
N/A 8.273 71 Torneiras
Restaurantes
Lojas
Dessedentação de animais
Tanques recintos 1.850 1.850 16
Recreação Piscinas 915 915 7,8
Limpezas
Limpeza dos bastidores
N/A # N/A
Limpezas de recintos
316 316 2,69
Harmonia Paisagística
Abastecimento de fontes, cachoeiras e chafariz
320 320 2,72
Demanda Total 3.500 11.641
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
As águas subterrâneas são fontes de abastecimento utilizadas no parque
temático, as quais apresentam boa qualidade para consumo humano. Para as
diferentes formas de uso existentes no local devem ser utilizadas fontes alternativas
com padrões de qualidade para usos menos exigentes, nesses casos a água de chuva
pode ser utilizada como manancial abastecedor.
Os demais usos estimados foram considerados de uso não potável, atualmente
podendo ser substituído por água de chuva. O volume para demanda total da
66
substituição é igual a 3.500m³ de água mensal, que a grosso modo será um volume
de economia, no caso de haver a viabilidade de atendimento por água de chuva.
Na Figura 15 está representado o percentual de uso nas diferentes formas
avaliadas.
Figura 15 - Estimativa de consumo para os principais usos.
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
De acordo com Guimarães, Carvalho e Silva (2007), a água potável é utilizada
para a realização de diversas atividades em diferentes consumos: doméstico,
industrial, comercial, público entre outros. Dentre os usos da água para o
desenvolvimento de distintas atividades, uma grande parcela está destinada a fins não
potáveis.
Avaliando-se o consumo total estimado, que corresponde a 11.641m³/mês, e a
demanda total estimada de 3.500m³/mês, percebe-se que a demanda de água potável
com fim de uso não potável representa 29% mensal do total captado.
4.3 Avaliação da viabilidade do aproveitamento da água de chuva no âmbito
do empreendimento
A viabilidade da implantação do sistema de aproveitamento de água pluvial foi
avaliada através dos seguintes fatores: área de captação, dados de precipitação e
demanda de água.
71
16
8
3 3
Consumo Humano Dessedentação de animais Recreação
Manutenção de limpezas Harmonia Paisagística
67
O atual cenário de condições ambientais locais, clima, fatores econômicos,
finalidade e usos da água, foram considerados no estudo.
4.3.1 Áreas de coberturas selecionadas
Foi realizada uma análise do local para ver a melhor possibilidade de captação
de água da chuva e observou-se que existem diversos telhados com áreas de grande
extensão próximas a área central do parque.
As calhas e condutores do sistema instalado estão de acordo com a NBR
10.844/89 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1989), que trata
de instalações prediais de águas pluviais. Nas instalações existentes, toda água
captada da chuva no telhado é encaminhada para redes de águas pluviais.
As áreas selecionadas para potencial captação de água pluvial foram definidas
de acordo com a proximidade dos locais de aplicação dos usos não potável levantados
e quantificados.
Quadro 13 – Áreas de coberturas selecionadas.
Número Áreas Temáticas Local Área cobertura
(m²)
1
Av. das Nações Raskapuska (galpão) 1.043
Av. das Nações Castelo das Nações 7.575
Av. das Nações Praça de Alimentação 4.389
Av. das Nações Acqua 3.335
2
Áreas de manutenções operacionais
Oficinas 3.797
Áreas de manutenções operacionais
Almoxarifado 1.184
3 Madagascar Madagascar Show 2.845
4 Triplikland Palácio dos Sorvetes 546
5
Velho Oeste Anjos à Gula 630
Velho Oeste Ambulatório 485
Velho Oeste Cavalaria 998
6
Vila Germânica Cine + Lojas 661
Vila Germânica Estação Germânica 277
Vila Germânica Excalibur 1.380
29.150
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
68
Avaliando o Quadro 15, as áreas que representam um maior volume captável,
estão localizadas na mesma área temática, denominada de Avenida das Nações. A
maior é o Castelo das Nações e a praça de alimentação, com 7.575m² e 4.389m²
respectivamente, locais onde já existem captação direcionadas para rede pluvial.
A menor área está localizada na Vila Germânica, com 277m² de cobertura na
edificação da Estação Vila Germânica. Esta edificação localiza-se na área ao lado da
Av. das Nações onde as calhas captam a água para a mesma rede pluvial. Entre as
coberturas selecionadas estão o Teatro Madagascar (Figura 16) e a praça de
alimentação (Figura 17).
Figura 16 - Vista aérea de algumas coberturas.
Fonte: JB World Entretenimento (2017c).
69
Figura 17 - Vista aérea de algumas coberturas.
Fonte: JB World Entretenimento (2017c).
4.3.2 Dados Pluviométricos
Os dados de precipitações pluviométricas foram levantados no Laboratório de
Climatologia da Universidade do Vale de Itajaí. A partir da média da série histórica
disponibilizada de 1999 até 2017, obteve-se os resultados de chuvas da região
desejada. Neste caso, provenientes da estação de Itajaí, por ser a mais próxima do
município de Penha. (ARAÚJO; REIS, 2017).
Analisando-se os dados pluviométricos (Figura 18), o mês com maior incidência
de chuvas ocorre em janeiro, e o menor, em agosto. A precipitação média obtida para
o mês de janeiro foi de 223,4 mm/mês, e a precipitação média mensal para agosto foi
de 91,9 mm/mês, e a precipitação média anual foi de 1.766,6 mm/ano.
70
Figura 18 - Dados Pluviométricos a partir da média histórica entre 1999 e 2017.
Fonte: Araújo e Reis (2017).
4.3.3 Análise do suprimento da demanda de água de chuva
Analisando a demanda de água total e o volume de água captado da chuva, foi
verificado o não atendimento da demanda total de água não potável das atividades
desenvolvidas que deverão ser atendidas pela captação pluvial.
Foram utilizados os dados das médias de precipitações da cidade de Itajaí dos
anos de 1999 a 2017, fornecidos pela Laboratório de Climatologia da Univali. O
coeficiente de perdas adotado foi de 0,80, indicando que 20% da água de chuva
captada corresponde às perdas devido limpeza de telhado, evaporação e descarte.
0
50
100
150
200
250
(mm
)Chuva média mensal
71
Tabela 4 - Verificação do atendimento do volume de chuva a demanda total estimada.
Meses Chuva média
mensal
Demanda mensal
Área de cobertura
Volume de chuva mensal
Diferença entre o volume da demanda e volume de chuva
(mm) (m³) (m²) (m³) (m³)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6
Janeiro 223,4 3500 29.150 5.209 -1.709
Fevereiro 187,3 3500 29.150 4.367 -867
Março 182,2 3500 29.150 4.248 -748
Abril 124,3 3500 29.150 2898 602
Maio 115,3 3500 29.150 2688 812
Junho 106,6 3500 29.150 2485 1015
Julho 119,6 3500 29.150 2789 711
Agosto 91,9 3500 29.150 2143 1357
Setembro 145,5 3500 29.150 3393 107
Outubro 156,8 3500 29.150 3656 -156
Novembro 151,6 3500 29.150 3535 -35
Dezembro 162,2 3500 29.150 3782 -282
Coeficiente de Runoff (CR) = 0,8 Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Conforme observa-se na Tabela 4, nos meses de menor índice da média de
chuva, a demanda total estimada não atende à demanda. Após a inviabilidade de
suprir totalmente o consumo com a água de chuva da região, optou-se por retirar o
uso em recreação. Sendo assim, é necessário reavaliar os pontos de consumo que
serão abastecidos pela água captada.
No Quadro 16 estão demonstrados os pontos de consumo somados como
demanda parcial de água de chuva referente aos usos levantados que foram utilizados
de acordo com a reavaliação.
72
Quadro 14 - Pontos de consumo possivelmente atendidos pela captação pluvial.
Principais Usos Demanda água de chuva/mês em m³
Dessedentação de animais Tanques recintos 1.850
Limpezas de recintos 315
Harmonia Paisagística Abastecimento de fontes,
cachoeiras e chafariz 320
Demanda Total 2.485
Fonte: Elaborado pela autora (2017).
A demanda média mensal de água para atendimento dos usos em
dessedentação de animais, limpeza dos recintos e harmonia paisagística é de 2.485
m³, novamente será realizada uma análise utilizando o Método de Rippl, conforme
demonstrado na Tabela 5.
Tabela 5 - Verificação do atendimento do volume de chuva a demanda parcial
estimada.
Meses Chuva média mensal
Demanda mensal
Área de captação
Volume de chuva mensal
Diferença entre o volume da demanda e volume de chuva
(mm) (m³) (m2) (m³) (m³)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 ‘Coluna 5 Coluna 6
Janeiro 223,4 2.485 29.150 5.209 -2.724
Fevereiro 187,3 2.485 29.150 4.367 -1.882
Março 182,2 2.485 29.150 4.248 -1.763
Abril 124,3 2.485 29.150 2.898 -413
Maio 115,3 2.485 29.150 2.688 -203
Junho 106,6 2.485 29.150 2.485 0
Julho 119,6 2.485 29.150 2.789 -304
Agosto 91,9 2.485 29.150 2.143 342
Setembro 145,5 2.485 29.150 3.393 -908
Outubro 156,8 2.485 29.150 3.656 -1.171
Novembro 151,6 2.485 29.150 3.535 -1.050
Dezembro 162,2 2.485 29.150 3782 -1297
Coeficiente de Runoff (CR) = 0,8. Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Analisando a demanda de água parcial versus o volume de água captado da
chuva na Tabela 5, observa-se que a previsão de todos os meses do ano gera
73
captação de água suficiente para atender os pontos de consumo, e ainda haverá uma
excedente d’água que será dispensado nas galerias pluviais. Para suprimento de água
de chuva em todos os meses, a demanda utilizada foi a parcial.
4.3.4 Dimensionamento do reservatório
Para o dimensionamento do reservatório, utilizando-se o método de Rippl, foi
considerado a demanda mensal de 2.485m³/mês de água captada para suprir os
pontos de consumo estimados, conforme Tabela 6.
4.3.4.1 Método de Rippl
O volume ideal do reservatório de acumulação de água pluvial e a situação do
reservatório mês a mês foram obtidos por meio do método de Rippl, através da
aplicação das seguintes variáveis de entrada: chuva média mensal, demanda mensal,
área de captação, volume de chuva mensal, diferença entre o volume da demanda e
o volume de chuva, diferença acumulado da colune anterior dos valores positivos e a
situação do reservatório.
Através da análise da planta de cobertura do Parque, verificou-se que a área
captação dos telhados selecionados é de 29.150 m². A Tabela 6 permite uma melhor
visualização dos dados de entrada utilizados.
74
Tabela 6 - Cálculo do volume do reservatório pelo Método de Rippl.
Meses Chuva média mensal
Demanda mensal
Área de captação
Volume de chuva mensal
Diferença entre o
volume da demanda e volume de
chuva
Diferença acumulada da coluna 6 dos valores
positivos
Situação do reservatório
(mm) (m³) (m²) (m³) (m³) (m³)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8
Janeiro 223,4 2.485 29.150 5.210 -2.725 0 E
Fevereiro 187,3 2.485 29150 4368 -1883 0 E
Março 182,2 2485 29150 4249 -1764 0 E
Abril 124,3 2485 29150 2899 -414 0 E
Maio 115,3 2485 29150 2689 -204 0 E
Junho 106,6 2485 29150 2486 -1 0 E
Julho 119,6 2485 29150 2789 -304 0 E
Agosto 91,9 2485 29150 2143 342 342 D
Setembro 145,5 2485 29150 3393 -908 0 E
Outubro 156,8 2485 29150 3657 -1172 0 E
Novembro 151,6 2485 29150 3535 -1050 0 E
Dezembro 162,2 2485 29150 3783 -1298 0 E
Total 1766,7 29820 - 41201 Volume= 342 -
Coeficiente de Runoff (CR) =0,8 Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Após inseridos os dados na tabela do método de Rippl, observa-se que a
coluna 7 apresentou o volume de 342m³, sendo assim analisou-se que este é o volume
do reservatório satisfatório para atender ao volume de demanda mensal constante,
que no caso é 2.485 m³. Para verificação do consumo de água que não será utilizada
pelo sistema de abastecimento será utilizado ainda método da Simulação, conforme
as Tabelas 7 e 8.
4.3.4.2 Método da Simulação
O período usual de tempo usado no método da simulação é um mês. O
tamanho do reservatório é escolhido arbitrariamente e é suposto que o reservatório
no início está vazio. Inicialmente para verificar os dados de suprimento de água do
sistema de abastecimento de água foi mantido o volume do reservatório encontrado
pelo método de Rippl, conforme Tabela 7.
75
Tabela 7 - Análise de simulação do reservatório X suprimento de água da rede com
volume Método de Rippl.
Meses Chuva média mensal
Demanda mensal
Área de captação
Volume de chuva mensal
Volume do reservatório
fixado
Volume do reservatório
no tempo (t-1)
Volume do reservatório no
tempo (t) Overflow
Suprimento de água externo
(mm) (m³) (m²) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
Janeiro 223,4 2.485 29.150 5.210 342 0 360 2.383 0
Fevereiro 187,3 2.485 29.150 4.368 342 342 342 1.883 0
Março 182,2 2.485 29.150 4.249 342 342 342 1.764 0
Abril 124,3 2.485 29.150 2.899 342 342 342 414 0
Maio 115,3 2.485 29.150 2.689 342 342 342 204 0
Junho 106,6 2.485 29.150 2.486 342 342 342 1 0
Julho 119,6 2.485 29.150 2.789 342 342 342 304 0
Agosto 91,9 2.485 29.150 2.143 342 342 0 0 0
Setembro 145,5 2.485 29.150 3.393 342 0 342 566 0
Outubro 156,8 2.485 29.150 3.657 342 342 342 1.172 0
Novembro 151,6 2.485 29.150 3.535 342 342 342 1.050 0
Dezembro 162,2 2.485 29.150 3.783 342 342 342 1.298 0
Total 1766,7 29.820 - 41.201 - - - 11.039 0
Coeficiente de Runoff (CR) = 0,8 Volume do reservatório (m³) = 342 Fonte: Dados da pesquisa (2017).
Fica claro que sendo mantido o volume do reservatório encontrado no método
de Rippl de 342 m³, o suprimento da demanda não potável é atendido. Para facilitar a
execução do reservatório foi adotado um volume de 360m³ e aplicou-se no método da
simulação (tabela 8). A escolha do volume do reservatório adequado se deu visando
facilitar a execução que, de acordo com dado levantado junto ao departamento de
projetos no empreendimento, é possível projetar cisterna para tal volume na extensão
da área proposta a ser instalado.
76
Tabela 8 - Análise de simulação do reservatório X suprimento de água da rede com volume ocupação área indicada.
Meses Chuva média mensal
Demanda mensal
Área de captação
Volume de chuva mensal
Volume do reservatório
fixado
Volume do reservatório
no tempo (t-1)
Volume do reservatório no tempo (t)
Overflow Suprimento de água externo
(mm) (m³) (m²) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³) (m³)
Coluna 1 Coluna 2 Coluna 3 Coluna 4 Coluna 5 Coluna 6 Coluna 7 Coluna 8 Coluna 9 Coluna 10
Janeiro 223,4 2.485 29.150 5.210 360 0 360 2.365 0
Fevereiro 187,3 2.485 29.150 4.368 360 360 360 1.883 0
Março 182,2 2.485 29.150 4.249 360 360 360 1.764 0
Abril 124,3 2.485 29.150 2.899 360 360 360 414 0
Maio 115,3 2.485 29.150 2.689 360 360 360 204 0
Junho 106,6 2.485 29.150 2.486 360 360 360 1 0
Julho 119,6 2.485 29.150 2.789 360 360 360 304 0
Agosto 91,9 2.485 29.150 2.143 360 360 18 0 0
Setembro 145,5 2.485 29.150 3.393 360 18 360 566 0
Outubro 156,8 2.485 29.150 3.657 360 360 360 1.172 0
Novembro 151,6 2.485 29.150 3.535 360 360 360 1.050 0
Dezembro 162,2 2.485 29.150 3.783 360 360 360 1.298 0
Total 1766,7 29.820 - 41.201 - - - 11.021 0
Coeficiente de Runoff (CR) = 0,8. Volume do reservatório (m³) = 360. Fonte: Dados da pesquisa (2017).
77
Logo o reservatório utilizado na proposta é de 360 m³, igualmente não gerando
o suprimento de água potável fornecida pelo sistema de abastecimento. A diferença
do volume resultante do método de Rippl para o volume estabelecido é muito pequeno
e está apenas no volume de água dispensado anualmente nas redes pluviais. O
volume de overflow para reservatório de 342m³ é 11.031m³ enquanto no de 360m³ é
de um excesso de 11.021 m³ anuais de extravasamento nas redes pluviais. O
aproveitamento de água de chuva tem seu uso durante o ano em 100%, pois conforme
observa-se, o suprimento de água externo, sistema de abastecimento próprio, é igual
a zero em todos os meses.
4.4 Proposta de Sistema de Captação, Filtragem, Armazenamento e
Distribuição de água de chuva.
Com base na análise dos dados dos métodos aplicados, as coberturas
existentes e selecionadas como áreas de captação são apropriadas para a captação
de água de chuva da região, as quais favorecem a instalação do sistema de
aproveitamento deste recurso como fonte alternativa.
O consumo de água de chuva para fins menos nobres, em vistas da
sustentabilidade, diminui a utilização de água tratada, reduz gastos e também
preserva os mananciais da super exploração, que é uma tendência levando-se em
consideração o aumento do número de visitantes a cada ano.
A escolha para a área de possível instalação do reservatório foi feita em um
local central do parque onde o acesso está próximo dos telhados selecionados para
captar a água da chuva bem como a maioria dos locais de uso de água não potável
definidos.
Posteriormente para projeto, segundo Oliveira (2014), é importante antes da
alimentação da cisterna haver dispositivo de descarte, de filtragem, evitando a
proliferação de bactérias que eventualmente resultarão em odor para água
acumulada. Esta servirá para segregar as partículas de sujeiras provenientes da
coleta dos telhados antes do armazenamento na cisterna.
Caso instalado o reservatório de 360m³ de água, a cisterna será de concreto e
terá 12m de comprimento, 10m de largura e 3m de profundidade, conforme
apresentado na Figura 19.
78
Figura 19 - Proposta conceitual para instalação do reservatório.
Fonte: JB World Entretenimento (2017d).
79
5 CONCLUSÕES
Concluiu se que a existência de variadas atividades desenvolvidas no âmbito
do empreendimento que envolvem grandes consumos de água é relevante para a
identificação de usos específicos de água potável e não potável.
A água subterrânea é uma fonte de abastecimento de uso com elevada
qualidade cujos tratamento necessário é basicamente a desinfecção. O uso da água
da chuva para fins menos nobres é uma fonte alternativa necessária para substituir o
uso da água subterrânea, considerando assim como consumo sustentável na área de
estudo.
São vários os usos atuais que podem ser substituídos por água de chuva:
dessedentação de animais, recreação, manutenção e harmonia paisagística.
Existe um conjunto de coberturas no Parque com áreas apropriadas para
potencial captação de água pluvial. As principais edificações cobertas nas áreas
centrais foram selecionadas de forma abrangente visando os maiores volumes
captáveis de chuvas. Observa-se, no entanto, que embora algumas áreas
selecionadas sejam de pequenas áreas, a utilização desses pontos é aplicada pela
proximidade dos demais, sendo de suma importância para compor o total de áreas de
captação.
O volume de chuva a ser coletada nas áreas de captação selecionadas não foi
suficiente para suprimento da demanda total de água quantificada como potencial uso
de fim não potável, sendo estabelecido a demanda parcial a qual atende o suprimento
das necessidades dos usos especificados como: dessedentação de animais,
manutenções de limpezas e harmonia paisagística.
É de suma importância a instalação de um sistema de aproveitamento pluvial
para soluções sustentáveis de consumo no Parque Temático de estudo considerando
principalmente a redução do consumo de água do sistema de abastecimento próprio
e priorizando o uso da água tratada para fins onde se necessita de água potável.
As informações referentes à consumo total, utilizadas como base a leitura de
hidrômetros na captação de água subterrânea, serviram para uma visão geral das
diferentes formas de usos de água potável e não potável. O consumo humano,
dessedentação de animais, recreação, manutenções de limpezas e harmonia
paisagística foram os usos avaliados.
80
6 RECOMENDAÇÕES
Ao final deste estudo, seguem algumas recomendações para trabalhos futuros:
Verificar o potencial de economia de compra de água através do sistema de água
pluvial juntamente com reuso de águas cinzas no Parque Temático de estudo;
Elaborar estudo comparativo dos usos de água com fins não potável e consumo
per capta em Parque Temático;
Para o Parque Temático em estudo, recomenda-se:
Instalação de hidrômetros para micromedição dos consumos existentes.
81
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APENDICE A – DADOS CONSUMO TOTAL PERÍODO DE 2015/2016
Período Captação água/MÊS - M³ Compra de água Consumo total
jan/15 11.983 1.940 13.923
fev/15 10.023 0 10.023
mar/15 10.640 25 10.665
abr/15 10.981 105 11.086
mai/15 10.311 19 10.330
jun/15 8.977 0 8.977
jul/15 11.404 25 11.429
ago/15 10.439 0 10.439
set/15 10.023 635 10.658
out/15 11.379 0 11.379
nov/15 11.671 130 11.801
dez/15 11.097 1.100 12.197
jan/16 12.051 1.905 13.956
fev/16 11.700 420 12.120
mar/16 11.090 0 11.090
abr/16 11.340 0 11.340
mai/16 10.955 0 10.955
jun/16 11.882 0 11.882
jul/16 10.815 2.000 12.815
ago/16 10.785 0 10.785
set/16 11.364 1.114 12.478
out/16 12.061 1.043 13.104
nov/16 11.950 900 12.850
dez/16 11.895 1.210 13.105