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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA YURI THIELMANN SIMÕES DA SILVA Estudo da aplicação de amaciantes a base de manteigas de babaçu e tucumã em tecido tipo malha 100% algodão Lorena 2013

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO ESCOLA DE … · farmacêutica, cosmética, aromatizante e essências (FERREIRA et al., 2008). O uso desses frutos em amaciantes, na indústria têxtil,

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

YURI THIELMANN SIMÕES DA SILVA

Estudo da aplicação de amaciantes a base de manteigas de babaçu e tucumã

em tecido tipo malha 100% algodão

Lorena

2013

Estudo da aplicação de amaciantes a base de manteigas de babaçu e tucumã em

tecido tipo malha 100% algodão.

Monografia apresentada à Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Químico.

Área de Concentração: Qualidade Orientadora: Profa. Drª. Jayne Carlos de Souza Barboza

Lorena - SP 2013

AUTORIZO A REPRODUÇÃO E DIVULGAÇÃO TOTAL OU PARCIAL DESTE

TRABALHO, POR QUALQUER MEIO CONVENCIONAL OU ELETRÔNICO, PARA

FINS DE ESTUDO E PESQUISA, DESDE QUE CITADA A FONTE.

Dedico este trabalho especialmente para

meus pais que auxiliaram e incentivaram

em todo o meu trajeto até esse presente

momento.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me ajudado a completar mais uma etapa na

minha vida.

À minha orientadora Profa. Drª. Jayne Carlos de Souza Barboza, por ter me auxiliado

na execução do trabalho nos momentos mais críticos.

Aos meus amigos da República Del Ponte, moradores atuais e antigos, pela

amizade e apoio durante todo o período de faculdade.

À Liliane Pereira de Araújo que me ajudou e apoiou muito nessa etapa da vida.

A todos os colegas de trabalho da Pulcra Especialidades Químicas LTDA. que

deram todo o suporte e conhecimento necessário para a conclusão do trabalho.

À empresa Pulcra Especialidades Químicas LTDA. pelo todo o material e

equipamentos cedidos.

“O insucesso é apenas uma oportunidade para recomeçar de

novo com mais inteligência.”

Henry Ford

RESUMO

SILVA, Y. T. S. Estudo da aplicação de amaciantes a base de manteigas de

babaçu e tucumã em tecido tipo malha 100% algodão. 2013. 55p. Monografia ‒

Escola de Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2013.

O avanço da tecnologia e o aumento da produtividade permitiram ao Brasil passar

de maior importador mundial de algodão para o terceiro maior exportador do produto

em 12 anos. A produção nacional de algodão é, prioritariamente, destinada à

indústria têxtil. Neste sentido, dados do Instituto de Marketing Industrial LTDA - IEMI

publicados no Relatório Brasil Têxtil 2012 indicam que no ano de 2011, o número de

empresas em atividade nos segmentos têxteis e confeccionados no país somava

mais de 30 mil unidades e empregava (de forma direta) um contingente de 1,7

milhões de pessoas. Trata-se do segundo maior empregador da indústria de

transformação do país, cujo faturamento no ano em referência foi da ordem de

US$67 bilhões. A participação do consumo da fibra de algodão no contexto geral da

produção de fios foi da ordem de 80%. Este trabalho apresenta como alternativa

sustentável um novo tipo de amaciante tendo como uma das matérias primas frutos

oriundos da Amazônia, considerada como a maior biodiversidade do planeta, onde

foi determinada a melhor maneira de aplicá-lo e as características que eles

adicionam ao tecido de algodão.

Palavras-chave: Tucumã, Babaçu, Amaciante, Algodão

RESUME

SILVA, Y. T. S. Study of the applications of softeners developed from tucumã

and babaçu butters in tissue 100% cotton. 2013. 55p. Monograph – Escola de

Engenharia de Lorena, Universidade de São Paulo, Lorena, 2013

The advancement of technology and the increased of productivity allowed Brazil to

turn the largest importer cotton in the world into the third largest exporter of this

product in 12 years. The national production of cotton priority is designed to tissue

industry. In this sense, the Industry Marketing Institute LTDA – IEMI dates, published

on the Textile Brazil Report 2012 showed that in 2011 the number of companies in

activity in textile segment in the country totaled more than 30 thousand units and

employed (directly) 1.7 million people. It is the second largest transformer industry

employer of the country, whose turnover in the reporting year was approximately $

67 billion. The consume participation of cotton fiber in all fibers production was

approximately 80%. This work presents as a sustainability alternative a new kind of

softener with raw materials from Amazonia fruits, considered the largest biodiversity

of the planet, where was determined the better way to apply it and the features they

add to the cotton fabric.

Keywords: Tucumã, Babaçu, Softener, Cotton

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Estrutura química da celulose ................................................................. 19

Figura 2 - Estrutura química de (A) ácido graxo, (B) glicerol e (C) triglicerídeo ....... 20

Figura 3 - Estrutura química de um surfatante (LAS)............................................... 24

Figura 4 - Tensoativo aniônico ................................................................................ 25

Figura 5 - Tensoativo catiônico ............................................................................... 25

Figura 6 - Tensoativo não-iônico ............................................................................. 26

Figura 7 - Tensoativo anfótero ................................................................................ 26

Figura 8 - Principais quaternários de amônio utilizados em amaciantes de roupas; A)

Di-alquil dimetil amônio B) Di-alquil imidazolínio C) Di-amida amina etoxilada

quaternizada D) Esterquat. R1 e R2 = cadeias alquílicas graxas. ............................ 27

Figura 9 - Reação do trigecerídeo com dietilenotriamina ......................................... 30

Figura 10 - Formação do sal de amônio com ácido ................................................. 31

Figura 11 - Exemplo de aparelho usado na aplicação por esgotamento (HT da

Mathis modelo ALT-I instalado na Pulcra Especialidades Químicas em Jacareí) ..... 32

Figura 12 - Esquema de funcionamento um foulard ................................................ 32

Figura 13 - Secagem em rama de escala industrial. ................................................ 34

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Composição química do algodão bruto ................................................... 19

Tabela 2 - Distribuição graxa das manteigas de Tucumã e Babaçu ......................... 22

Tabela 3 - Índice de acidez das manteigas de Tucumã e Babaçu ............................ 22

Tabela 4 - Índice de iodo das manteigas de Tucumã e Babaçu ............................... 23

Tabela 5 - Índice de peróxido das manteigas de Tucumã e Babaçu ........................ 23

Tabela 6 - Índice de saponificação das manteigas de Tucumã e Babaçu ................ 23

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Resultado da primeira avaliação de toque ............................................. 37

Gráfico 2 - Resultado da segunda avaliação de toque ............................................ 38

Gráfico 3 - Resultado da terceira avaliação de toque .............................................. 39

Gráfico 4 - Resultado da quarta avaliação de toque ................................................ 39

Gráfico 5 - Resultado da quinta avaliação de toque ................................................ 40

Gráfico 6 - Resultado da sexta avaliação de toque ................................................. 41

Gráfico 7 - Resultado da primeira avaliação de teor de branco ............................... 42

Gráfico 8 - Resultado da segunda avaliação de teor de branco .............................. 43

Gráfico 9 - Resultado da terceira avaliação de teor de branco ................................ 43

Gráfico 10 - Resultado da quarta avaliação de teor de branco ................................ 44

Gráfico 11 - Resultado da quinta avaliação de teor de branco ................................ 45

Gráfico 12 - Resultado da sexta avaliação de teor de branco ................................. 45

Gráfico 13 - Comparação dos melhores resultados de babaçu e tucumã em grau de

branco ...................................................................................................................... 46

Gráfico 14 - Resultado da primeira avaliação de hidrofilidade ................................. 47

Gráfico 15 - Resultado da segunda avaliação de hidrofilidade ................................ 48

Gráfico 16 - Resultado da terceira avaliação de hidrofilidade .................................. 48

Gráfico 17 - Resultado da quarta avaliação de hidrofilidade.................................... 49

Gráfico 18 - Resultado da quinta avaliação de hidrofilidade .................................... 50

Gráfico 19 - Resultado da sexta avaliação de hidrofilidade ..................................... 50

Gráfico 20 - Comparação dos melhores resultados de babaçu e tucumã em

hidrofilidade .............................................................................................................. 51

LISTA DE SIGLAS

DHTDMAC Cloreto de dialquil dimetil amônio

DETA Dietilenotriamina

TEA Trietanolamina

KOH Hidróxido de potássio

Cl‾ Íon cloreto

Na+ Íon sódio

LAS Alquilbenzeno linear sulfonado

LISTA DE SÍMBOLOS

°C Graus Celsius

min Minuto

cm Centímetro

g Grama

Pu Pick-up

Pa Peso da amostra

Pd Peso da amostra úmida

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 18

1.1. Objetivo ..................................................................................................... 18

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ............................................................................. 19

2.1. Algodão ..................................................................................................... 19

2.2. Óleos e Manteigas ..................................................................................... 20

2.3. Tucumã ...................................................................................................... 21

2.4. Babaçu ....................................................................................................... 21

2.5. Análise das Manteigas .............................................................................. 21

2.5.1. Índice de Acidez ................................................................................. 22

2.5.2. Índice de Iodo ..................................................................................... 22

2.5.3. Índice de Peróxido .............................................................................. 23

2.5.4. Índice de Saponificação ..................................................................... 23

2.6. Surfatantes ................................................................................................ 24

2.6.1. Aniônicos ............................................................................................ 24

2.6.2. Catiônicos ........................................................................................... 25

2.6.3. Não-iônicos ......................................................................................... 25

2.6.4. Anfóteros ............................................................................................ 26

2.7. Composição dos Amaciantes .................................................................. 27

3. METODOLOGIA ............................................................................................... 32

3.1. Aplicação ................................................................................................... 33

3.1.1. Contínuo .............................................................................................. 33

3.1.2. Descontínuo ........................................................................................ 33

3.2. Secagem .................................................................................................... 34

3.3. Avaliações ................................................................................................. 34

3.3.1. Toque................................................................................................... 35

3.3.2. Teor de Branco ................................................................................... 35

3.3.3. Hidrofilidade........................................................................................ 35

4. RESULTADOS E DISCUSÃO ........................................................................... 36

4.1. Aplicação ................................................................................................... 36

4.2. Avaliações ................................................................................................. 36

4.2.1. Toque................................................................................................... 36

4.2.2. Teor de Branco ................................................................................... 41

4.2.3. Hidrofilidade........................................................................................ 46

5. CONCLUSÕES.................................................................................................. 52

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 54

18

1. INTRODUÇÃO

A Amazônia apresenta inúmeras espécies nativas de plantas frutíferas que

apresentam potencial econômico, tecnológico e nutricional, que vem despertando o

interesse de estudos científicos em diversificadas áreas, tais como: alimentícia,

farmacêutica, cosmética, aromatizante e essências (FERREIRA et al., 2008).

O uso desses frutos em amaciantes, na indústria têxtil, é uma importante

inovação, pois traz como benefícios tanto as suas qualidades, usadas nas áreas de

cosméticos e essências para a área têxtil, como sua idéia de ser um produto feito de

frutos amazônicos, fazendo com que o consumidor o veja com bons olhos.

A celulose de algodão tem excelentes propriedades, tais como superior

absorção de água e umidade, sendo confortável de usar e fácil de tingir. Por estas

razões, a indústria do vestuário é predominantemente a base de algodão, e a

participação do algodão no consumo total de fibras é de cerca de 50% (HASHEM,

2009).

Desde o final dos anos 80, o mercado tem demonstrado um aumento

constante na procura da fácil manutenção e resistência a enrugamento do tecido

100% algodão. A capacidade dos tecidos de algodão de combinar conforto com a

facilidade de limpeza de forma durável fornece uma gama completa de benefícios

que um consumidor espera (COSTA, 2004, HASHEM, 2009).

A função básica de um amaciante é a de transmitir um toque específico a

superfície têxtil, para fazer com que a peça de vestuário ou de tecido seja mais

atraente (HASHEM, 2009).

1.1. Objetivo

Analisar os efeitos que o tipo de aplicação, a concentração do amaciante na

aplicação e a temperatura de secagem fazem na maciez, hidrofilidade e teor de

branco no tecido final. Observar qual a melhor forma de aplicação para cada tipo de

amaciante. Analisar as diferenças dos amaciantes entre si na questão de

hidrofilidade e teor de branco.

19

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Algodão

O algodão é uma fibra branca ou esbranquiçada obtida dos frutos de algumas

espécies do gênero Gossipium. É essencialmente constituído de celulose (Figura 1),

que representa 94% de sua composição como mostra a Tabela 1 (SALEM, 2010;

MUXIEL, 2007; CARR, 1955).

Figura 1 - Estrutura química da celulose

Fonte: (MUXIEL, 2007)

Tabela 1 - Composição química do algodão bruto

Composição Porcentagem %

Celulose 94

Proteínas 1,3

Cinzas 1,2

Substâncias pécticas 0,9

Ácidos málicos, cítricos, etc. 0,8

Cera 0,6

Açúcares totais 0,3

Não dosados 0,9

Fonte: (MUXIEL, 2007)

A fibra bruta do algodão possui proteínas, pectinas e ceras em sua superfície

que a deixa com baixa absorção a água, portanto para que o algodão sofra qualquer

processo de modificação é necessário fazer a remoção das ceras hidrofóbicas e de

qualquer outro material nela contida (MUXIEL, 2007; COSTA; BUENO, 2002).

A análise por raios X mostra que a celulose tem estrutura cristalina, sendo um

polissacarídeo de longa cadeia e alto peso molecular. As fibras celulósicas naturais

contem regiões amorfas, além de cadeias cristalinas e orientadas paralelamente por

20

conta do grande número de hidroxilas formando pontes de hidrogênio (SALEM,

2010; MUXIEL, 2007; NEEDLES, 1986; WANG et al., 2010; ZIA et al., 2011).

2.2. Óleos e Manteigas

Óleos e manteigas são formados por compostos simples. Quimicamente eles

são ésteres. O composto alcoólico é, obrigatoriamente, um glicerol e o composto

ácido é formado por ácidos carboxílicos lineares (ácidos graxos) (Figura 2) (PAIVA,

2010).

Figura 2 - Estrutura química de (A) ácido graxo, (B) glicerol e (C) triglicerídeo

Fonte: (PAIVA, 2010)

O glicerol pode formar mono, di ou tri-ésteres. Tais ésteres são designados

como mono, di ou triglicerídeos. Portanto óleos e manteigas são misturas de

diversos ácidos graxos cuja composição varia dependendo da fonte da matéria

prima. O ponto de fusão dos triglicerídeos depende da quantidade de insaturações

contidas em seus ácidos graxos. Os triglicerídeos líquidos a temperatura ambiente

são denominados óleos, sendo seu conteúdo de ácidos graxos insaturados elevado.

Os sólidos ou pastosos a temperatura ambiente são chamados de manteigas ou

gorduras com alto teor de ácidos graxos saturados (PAIVA, 2010).

Óleos vegetais naturais ou gorduras animais são prensados ou extraídos para

obtenção de óleos ou gorduras brutas. Os óleos vegetais usualmente apresentam

em sua composição quantidades apreciáveis de ácidos graxos livres, fosfolipídeos,

esteróis e tocoferóis, água e outras impurezas (PAIVA, 2010).

Durante o processo de refino do óleo bruto fosfolipídeos são removidos

facilmente por lavagens com água e os resíduos, dele proveniente, são ricos em

lecitina, um importante tensoativo natural utilizado na indústria alimentícia. Os

21

tocoferóis são empregados como estabilizante natural na indústria alimentícia,

conferindo ao óleo bruto maior estabilidade à oxidação. Contudo durante as etapas

de refinamento esses compostos são retirados e os óleos vegetais passam a

apresentar menos estabilidade à oxidação (PAIVA, 2010).

2.3. Tucumã

O tucumã (Astrocaryum vulgare Mart.) é um espécie pertencente à família da

Arecaceae (Palmeiras), conhecida popularmente pelo nome de tucumanzeiro. Os

frutos e sementes são utilizados na alimentação humana e de animais, as folhas e

estipes na construção de casas pelas populações do interior da Amazônia. O

tucumã é considerado nativo do norte da América do Sul, onde tem seu centro de

dispersão até a Guiana Francesa e Suriname (FERREIRA et al., 2008; YAYAMA et

al., 2008).

O mesocarpo (polpa) é considerado uma fonte alimentícia altamente calórica,

devido ao elevado conteúdo de lipídios, apresenta ainda quantidade expressiva do

precursor da vitamina A, teores satisfatórios de fibras e vitamina E. O óleo

considerado comestível, de cor amarela extraído do mesocarpo, possui

características organolépticas e nutritivas de alto valor para a indústria de alimentos

e cosmética (FERREIRA et al., 2008; YAYAMA et al., 2008).

2.4. Babaçu

O babaçu é uma palmeira do reino vegetal, classe Monocotyledoneae, família

Palmae, do gênero Orbignya, espécie Orbignyaphalerata, nativa do meio norte

brasileiro com sua maior incidência nos estados do Maranhão, Piauí, Tocantins,

Goiás e Mato Grosso e tem sido popularmente utilizada como alimento ou remédio.

Seu mesocarpo moído é o mais utilizado tanto na alimentação como no receituário

caseiro. Em geral, a farinha dele obtida é utilizada na medicina dentre outras

indicações como antiinflamatório (BALDEZ, 2006; NASCIMENTO et al., 2009).

2.5. Análise das Manteigas

A tabela 2 mostra as composições típicas das manteigas de tucumã e

babaçu. Nota-se que tanto o tucumã como o babaçu possuem distribuição graxa

parecida (Tabela 2).

22

Tabela 2 - Distribuição graxa das manteigas de tucumã e babaçu

Ácido Graxo Tucumã (%) Babaçu (%)

C8:0 – Octanóico 2,03 3,5

C10:0 – Decanóico 1,83 4,5

C12:0 – Láurico 51,42 44,7

C14:0 – Mirístico 26,09 17,5

C16:0 – Palmítico 5,55 9,7

C18:0 – Esteárico 2,36 3,1

C18:1 – Oléico 5,97 15,2

C18:2 – Linoléico 2,09 1,8

Fonte: (PAIVA, 2010, BARBOSA et al., 2009)

*O primeiro número refere-se à quantidade de átomos de carbono no ácido graxo; o número após os

dois pontos faz menção a quantidade de duplas ligações, ou seja, número de insaturações.

2.5.1. Índice de Acidez

O índice de acidez pode fornecer um dado importante na avaliação do estado

de conservação da manteiga. Um processo de decomposição, seja por hidrólise,

oxidação ou fermentação, altera quase sempre a concentração dos íons de

hidrogênio. A decomposição dos glicerídeos é acelerada por aquecimento ou pela

luz, sendo a rancidez quase sempre acompanhada pela formação de ácidos graxos

livres. O índice de acidez é determinado pela quantidade de KOH em miligramas

necessário para neutralizar um grama da amostra (PAIVA, 2010). Na tabela 3

encontram-se os índices de acidez de cada manteiga.

Tabela 3 - Índice de acidez das manteigas de tucumã e babaçu

Manteiga Índice de Acidez (mg KOH/g)

Tucumã 6,2

Babaçu 0,45

Fonte: (PAIVA, 2010; BARBOSA et al., 2009).

2.5.2. Índice de Iodo

O índice ou valor de iodo é um parâmetro que determina a quantidade total de

insaturações de um óleo ou de seus derivados, é expresso em gramas de iodo

23

equivalentes as insaturações presentes em 100g da amostra. Embora o índice de

iodo determine a quantidade total de insaturações, esse não é um método adequado

para fornecer informações sobre sua estabilidade oxidativa (PAIVA, 2010). A tabela

4 mostra os índices de iodo das manteigas.

Tabela 4 - Índice de iodo das manteigas de tucumã e babaçu

Manteiga Índice de Iodo (g I/100g)

Tucumã 13,50

Babaçu 14,73

Fonte: (PAIVA 2010; BARBOSA et al., 2009).

2.5.3. Índice de Peróxido

Este índice determina todas as substâncias, em termos de miliequivalentes de

peróxido por 1000g de amostra, que oxidam o iodeto de potássio nas condições do

teste. Estas substâncias são consideradas como peróxido ou outros produtos

similares resultantes da oxidação da gordura (PAIVA, 2010). A tabela 5 mostra os

índices de peróxido das manteigas.

Tabela 5 - Índice de peróxido das manteigas de tucumã e babaçu

Manteiga Índice de Peróxido (mg H2O2/1000g)

Tucumã 3,5

Babaçu 1,79

Fonte: (PAIVA 2010; BARBOSA et al., 2009).

2.5.4. Índice de Saponificação

Índice de saponificação é utilizado para identificar o teor de ácidos graxos

presente no óleo vegetal (PAIVA, 2010). A tabela 6 mostra os índices de

saponificação de cada manteiga.

Tabela 6 - Índice de saponificação das manteigas de tucumã e babaçu

Manteiga Índice de saponificação (mg KOH/g)

Tucumã 245,3

Babaçu 238,6

Fonte: (PAIVA, 2010; BARBOSA et al., 2009).

24

2.6. Surfatantes

Surfatantes, ou tensoativos (Figura 3), são moléculas que possuem em sua

estrutura uma parte hidrofílica (grupo polar) e uma parte lipofílica (grupo apolar). A

estrutura anfifílica dos surfatantes é responsável por sua tendência de se concentrar

na interface e agregar em soluções em diversas estruturas intermoleculares, tais

como micelas e bicamadas. De acordo com a natureza do grupo polar, os

surfatantes podem ser classificados como não-iônicos e iônicos, no qual os iônicos

se dividem em catiônicos, aniônicos e anfóteros (PLATNEV, 2001; BERG et al.,

2002).

Figura 3 - Estrutura química de um surfatante (LAS)

Fonte: (FAINERMAN et al., 2001)

2.6.1. Surfatantes Aniônicos

Surfatantes aniônicos são aqueles que possuem um grupo aniônico ligado

diretamente ou através de intermediários a um hidrocarboneto de cadeia longa. A

maioria dos surfatantes aniônicos comerciais são misturas heterogêneas, tanto na

composição como no comprimento da cadeia de hidrocarboneto, uma vez que o

tensoativo puro não possui um bom desempenho. Capacidade de dispersão, alta

formação de espuma, sensibilidade à dureza da água e a desnaturação de proteínas

estão entre as propriedades mais características dos surfatantes aniônicos.

Dissociado na água, surfatantes aniônicos formam os ânions tensoativos e cátions

hidratados, por exemplo, cátions de metais alcalinos ou de amônio (PLATNEV,

2001; BERG et al., 2002) (Figura 4).

25

Figura 4 - Tensoativo aniônico

Fonte: (PLATNEV, 2001)

2.6.2. Surfatantes Catiônicos

Um surfatante é classificado como catiônico se a parte polar da molécula se

dissocia em uma solução em um cátion e um íon aniônico comum. Surfatantes

catiônicos geralmente não promovem uma limpeza efetiva, por esse motivo não são

usados com o propósito de serem detergentes. No entanto, experiências feitas nas

últimas décadas mostram que surfatantes catiônicos podem participar na remoção

de sujeiras quando formulados com surfatantes não-iônicos e anfóteros. Como

resultado xampus e amaciantes “dois-em-um” especiais têm aparecido nesses

últimos anos (PLATNEV, 2001; BERG et al., 2002).

De acordo com a estrutura química os tensoativos catiônicos são divididos

em: alquil aminas, aminas etoxiladas, amidas e quaternários de amina (Figura 5).

Quaternários respondem por aproximadamente 90% dos surfatantes catiônicos

produzidos. Alguns tensoativos catiônicos podem servir de intermediários para

síntese de outros tensoativos. Exemplos de uso desses surfatantes são:

bactericidas, fungicidas, herbicidas, auxiliares têxteis, amaciantes, condicionadores,

antiestáticos, inibidores de corrosão, entre outros (PLATNEV, 2001; BERG et al.,

2002).

Figura 5 - Tensoativo catiônico

Fonte: Autoria do autor

2.6.3. Não-iônicos

Surfatantes não-iônicos são compostos anfifílicos em que a parte hidrofílica

não se dissocia em íons, por isso não tem carga (Figura 6). No entanto, há não-

26

iônicos, por exemplo, os óxidos de aminas terciárias, que estão aptos a adquirir

carga dependendo do pH do meio (PLATNEV, 2001; BERG et al., 2002).

Figura 6 - Tensoativo não-iônico

Fonte: Autoria do autor

2.6.4. Anfóteros

Um composto anfifílico é chamado de anfótero se seu grupo funcional é capaz

de possuir ambas as cargas, catiônico e aniônico. São compostos que dependendo

do pH do meio em que estiverem se comportam como um surfatante aniônico ou

catiônico. A figura 7 mostra um exemplo de como isso ocorre (PLATNEV, 2001;

BERG et al., 2002):

Figura 7 - Tensoativo anfótero

Fonte: (PLATNEV, 2001)

Nessas estruturas A e M+ são ânions negativos (ex.: Cl ) e positivos (ex.:

Na+), respectivamente (PLATNEV, 2001).

Esses surfatantes representam apenas 2% do mercado de tensoativos. A

maioria dos anfóteros pode ser subdividida em: N-alquil aminoácidos e N-acil

aminoácidos, todos os tipos de betaínas (PLATNEV, 2001).

27

2.7. Composição dos Amaciantes

Os QUACs, que são quaternários de amônio, utilizados em formulações

amaciantes devem conter dois grupos lipofílicos (duas cadeias graxas) para exibirem

efeito de amaciamento do tecido adequado. Os grupos lipofílicos presente nestes

tensoativos são derivados de ácidos graxos de sebo, na maior parte das vezes, sebo

hidrogenado (cujos ácidos mais abundantes são o hexa e octadenóico) (SARAIVA,

2008). Neste trabalho serão destacados os ácidos graxos derivados do tucumã e

babaçu.

Os principais surfatantes utilizados em produtos de mercado (Figura 8), que

representam mais de 95% dos ativos catiônicos adotados em amaciantes têxteis

líquidos no mundo atual, são descritos por Saraiva (2008):

Figura 8 - Principais quaternários de amônio utilizados em amaciantes de roupas; A) Di-alquil dimetil

amônio B) Di-alquil imidazolínio C) Di-amida amina etoxilada quaternizada D) Esterquat. R1 e R2 =

cadeias alquílicas graxas.

Fonte: (SARAIVA, 2008)

A) Cloreto de di-aquil dimetil amônio:

Os primeiros amaciantes de roupa desenvolvidos na década de 50

empregavam cloreto de di-alquil dimetil amônio (Figura 8A) como surfatante

catiônico. Este tensoativo é manufaturado a partir de ácidos graxos provenientes de

28

sebo hidrogenado, e normalmente é designado pela sigla DHTDMAC (SARAIVA,

2008).

O consumo deste ativo catiônico diminuiu bastante no fim da década de 90,

quando a União Européia decidiu desencorajar seu uso como ingrediente ativo. A

principal razão se baseia na busca de matérias primas mais biodegradáveis e

atualmente o cloreto de di-alquil dimetil amônio é mais utilizado em mercados

emergentes (SARAIVA, 2008).

B) Sal Quaternário de di-alquil imidazolínio:

Os sais quaternários de imidazolínio do tipo 1-(alquil amidoetil)-2-alquil-3-metil

imidazolínio, cuja estrutura é apresentada na Figura 8B, também começaram a ser

utilizados em produtos amaciantes na mesma época que o DHTDMAC foi

desenvolvido (SARAIVA, 2008).

Os sais quaternários de imidazolínio, contendo cadeias graxas saturadas,

apresentam efeito de amaciamento um pouco menor que o DHTDMAC, entretanto,

apresentam melhor característica de molhabilidade. Por conseguinte, sais

quaternários de imidazolínio são freqüentemente misturados com DHTDMAC para

que o amaciante obtenha um melhor desempenho final (SARAIVA, 2008).

C) Sal Quaternário de di-amida amina etoxilada:

Estes sais (Figura 8C) são produzidos através da reação de triglicerídeos ou

ácidos graxos com DETA (dietilenotriamina), seguida pelo processo de etoxilação e

quaternização com dimetil sulfato. A maior vantagem desta classe de produtos é

menor custo de produção. O custo e o desempenho do produto podem ser ajustados

pela mistura de triglicerídeos de diferentes fontes. Por exemplo, amaciantes

concentrados com até 25% de ativos podem ser facilmente formulados com esta

classe de quaternário de amônio (contendo cadeias alquílicas graxas insaturadas). A

partir de cadeias graxas saturadas, obtêm-se surfatantes cujo desempenho de

amaciamento é comparável aos sais quaternários de di-alquil imidazolínio

(SARAIVA, 2008; ABDEL-HALIM, 2013).

D) Esterquats:

Esterquat é o termo utilizado para a família de moléculas catiônicas

produzidas a partir da reação de esterificação de ácidos graxos com alcanolaminas

29

e quaternizadas com dimetil sulfato. Em formulações amaciantes, as moléculas de

esterquat são sintetizadas a partir da TEA (trietanolamina). Este ativo catiônico

corresponde a um diéster de trietanolamina com ácidos graxos do sebo (Figura 8D).

Atualmente, esterquat-TEA é utilizado em amaciantes na Europa e Estados Unidos,

por ser mais biodegradável que o cloreto de dialquil dimetil amônio, uma vez que a

presença de ligações éster em sua estrutura química aumenta significativamente a

cinética de biodegradação, diminuindo os níveis de exposição ambiental (SARAIVA,

2008).

Esterquats representam uma nova geração de ativos catiônicos para

amaciantes, pois combina o bom perfil ambiental exigido pelos consumidores com

as características estruturais necessárias para o condicionamento de tecidos

(SARAIVA, 2008).

Neste trabalho será utilizado um surfatante parecido com o di-amida amina

etoxilado, também derivado da dietilenotriamina.

Uma formulação amaciante é uma dispersão aquosa, pois o tensoativo

catiônico não é totalmente solúvel em água e para isso se utiliza de um tensoativo

não-iônico (SARAIVA, 2008).

O poder de amaciamento está diretamente relacionado com o teor de ativos

(SARAIVA, 2008). Sendo assim, para que os resultados tenham apenas como a

variável a origem dos ácidos graxos, os dois amaciantes tem a mesma formulação,

ou seja, a mesma porcentagem de teor de ativos.

2.7.1. Desenvolvimento do amaciante

No caso dos amaciantes feitos a partir das manteigas de babaçu e tucumã a

reação foi feita com dietilenotriamina conforme mostrado na figura 9:

30

Figura 9 - Reação do trigecerídeo com dietilenotriamina

Fonte: Adaptado de LIM, 2011 e PAIVA, 2010

Podendo formar esses quatro produtos dependendo da relação

estequiométrica dos reagentes.

E para que o tensoativo formado tenha uma carga catiônica é adicionado um

ácido para formar o sal de amônio conforme representado na Figura 10:

31

Figura 10 - Formação do sal de amônio com ácido Fonte: Adaptado de LIM, 2011

32

3. METODOLOGIA

Para a aplicação dos amaciantes nos tecidos foram utilizados dois métodos

distintos. Por esgotamento, onde o tecido foi deixado no banho de amaciante e água

por um determinado tempo e a certa temperatura, nas canecas do HT (aparelho

utilizado para aplicação de amaciantes, corantes e outros compostos em tecidos a

altas temperaturas) (Figura 11) (processo parecido com o utilizado em máquinas de

lavar), que seria um processo descontínuo.

Figura 11 - Exemplo de aparelho usado na aplicação por esgotamento (HT da Mathis modelo ALT-I

instalado na Pulcra Especialidades Químicas em Jacareí)

E por impregnação, onde o tecido, em forma de rolo, passa em um banho

com o amaciante (Figura 12), que seria um processo contínuo. O aparelho utilizado

se chama Foulard.

Figura 12 - Esquema de funcionamento um foulard

Fonte: Elaborado pelo autor

33

Onde a seta indica o sentido em que o tecido corre, 1 e 2 são os rolos de

tecido sem tratamento e com tratamento, respectivamente, 4 os rolos que

comprimem o tecido, e 3 o recipiente onde fica o banho com amaciante.

O tecido utilizado foi do tipo malha 100% algodão e os amaciantes utilizados

foram desenvolvidos a partir das manteigas dos frutos.

3.1. Aplicação

A aplicação dos amaciantes foi por dois métodos, um contínuo e outro

descontínuo, utilizando-se dos dois aparelhos descritos, Foulard e HT,

respectivamente. No desenvolvimento de amaciantes os dois métodos são estudos

para determinar qual é mais eficiente na sua aplicação. Foram utilizadas também

duas concentrações diferentes, 30g/L e 60g/L, dos amaciantes na água para

verificar se a diferença da concentração interfere nos resultados finais.

3.1.1. Método Contínuo

Nesse tipo de aplicação o tecido atravessa continuamente um banho com o

amaciante e em seguida passa através de dois rolos lisos e com certa pressão para

retirar o excesso do banho no tecido. Essa pressão nos rolos é tal que o pick-up

(termo técnico utilizado para calcular o peso do tecido úmido em relação ao seco) de

aplicação no tecido é de 80%. O pick-up é calculado com a seguinte equação

(Equação 1):

( - )

(1)

Onde:

Pu = Pick-up

Pa = Peso do tecido antes da aplicação

Pd = Peso do tecido depois da aplicação

3.1.2. Método Descontínuo

Nesse método de aplicação o tecido foi mergulhado no banho com o

amaciante dentro de um recipiente, onde a temperatura subiu a um gradiente de

34

3°C/min até uma temperatura de 60°C, permanecendo em constante e branda

agitação por 30 min.

3.2. Secagem

Após a aplicação o tecido foi encaminhado à rama, onde foi mantido a uma

temperatura (110-160°C) e tempo necessário para sua completa secagem. Nessa

etapa ocorre amarelecimento do tecido devido à elevada temperatura. Sob

aquecimento o tecido tende a sofrer encolhimento e para evitá-lo o tecido foi

tensionado durante todo o processo. Na escala industrial a secagem é feita de modo

continuo, geralmente a 150°C por 3min, como mostrado na figura 13. Em laboratório

é feita de modo descontinuo, mas o efeito sobre o tecido é o mesmo.

Figura 13 - Secagem em rama de escala industrial.

3.3. Avaliações

As avaliações dos tecidos tiveram três parâmetros, sendo eles o toque, o teor

de branco e hidrofilidade.

A maciez e o toque agradável do tecido é a principal função de um amaciante

e é avaliado para definir a qualidade e desempenho do produto.

O amarelecimento é um problema que não pode ocorrer, ou deve ser

minimizado durante a secagem. A avaliação do teor de branco mede exatamente

esse amarelecimento, mostrando se o produto é confiável ou não para a secagem

rápida em altas temperaturas.

A hidrofilidade do tecido é desejável ou não dependendo de sua aplicação. Se

o tecido for usado para confeccionar cortinas, estofamento de móveis, capas de

35

chuva ou guarda-chuvas, por exemplo, será necessário um tecido com baixa

hidrofilidade. Mas, se for usado para confeccionar peças de vestuário ou roupas de

banho, por exemplo, será necessário um tecido com alta hidrofilidade.

3.3.1. Toque

Essa avaliação é basicamente verificar a eficiência do objetivo principal de

qualquer amaciante, deixar o tecido com um toque suave e macio ao consumidor. O

teste do toque é avaliado a partir de uma pesquisa com no mínimo 10 pessoas, onde

elas sentem qual tecido está mais agradável ao toque. A avaliação consiste na

escolha do tecido com melhor toque e maciez. É uma avaliação pessoal por isso a

confiabilidade depende de um maior número de avaliadores. Para cada avaliação

um fator é predominante, por exemplo, para avaliar a interferência da concentração

do amaciante no toque final do tecido, a temperatura de secagem e tipo de aplicação

(contínuo ou descontínuo) são os mesmos em todos os tecidos.

3.3.2. Teor de Branco

Esse tipo de análise é feita para observar se o amaciante empregado interfere

ou não no amarelecimento do tecido ao ser passado pela rama. A medida do teor de

branco é feita em um espectrofotômetro especial para esse tipo de análise. O tecido

sem aplicação do amaciante e sem a secagem na rama é considerado o branco nas

leituras. Para a determinação da interferência da temperatura no amarelecimento do

tecido o processo na rama é feito em diferentes temperaturas para posterior leitura

no espectrofotômetro.

3.3.3. Hidrofilidade

Essa análise tem como objetivo detectar o nível de hidrofilidade do tecido

antes e após a aplicação dos amanciantes. Após a aplicação e a secagem, o tecido

é marcado, em tira de aproximadamente 10 cm, com carimbo em formato de régua.

Em um béquer de vidro é adicionada uma solução de corante azul e água destilada.

Uma vez colocado o tecido, no sentido vertical, em contato com a solução, a mesma

começa a subir no tecido por questão de afinidade com as moléculas do surfatante e

da celulose. O cronômetro é acionado e a leitura é feita nos tempos 15, 30 e 60

segundos. A avaliação final do teste é dada pela altura em milímetros. A maior

capacidade de absorção indica que o amaciante possui maior afinidade com a água.

36

4. RESULTADOS E DISCUSÃO

4.1. Aplicação

Nas amostras de tecidos 100% algodão branco as aplicações foram realizadas

variando:

1- a concentração do amaciante, em 30g/L e 60g/L;

2- o tipo de aplicação, em contínuo e descontínuo;

3- e a temperatura/tempo de secagem, em 120°C/5min, 150°C/3min e

180°C/1min (tempo necessário para completa secagem para cada

temperatura).

4.2. Avaliações

4.2.1. Toque

Para avaliar o toque dos tecidos foram consultadas 14 pessoas, entre elas

pessoas que tem experiência nesse tipo de análise. Os gráficos foram expressos em

porcentagem, no qual há uma variação estatística de 16% para mais ou para menos

nos resultados.

Na primeira avaliação foram escolhidos os tecidos com o amaciante a base

de babaçu, com aplicação a 60g/L no sistema contínuo e secados a 120°C/5min,

150°C/3min e 180°C/1min. Os avaliadores escolheram o mais agradável entre os

três, em sua percepção. O resultado foi expresso em porcentagem (Gráfico 1):

37

Gráfico 1 - Resultado da primeira avaliação de toque

Observa-se que a secagem a 180°C por 1min favorece o toque final do tecido

e a secagem a 150°C por 3min interfere negativamente nesse aspecto.

Na segunda avaliação foram escolhidos os tecidos com o amaciante a base

de tucumã, com aplicação a 60g/L no sistema contínuo e secados a 120°C/5min,

150°C/3min e 180°C/1min. Os avaliadores escolheram o mais agradável entre os

três, em sua percepção. O resultado foi expresso em porcentagem (Gráfico 2):

29%

14%

57%

120°C/5min 150°C/3min 180°C/1min

38

Gráfico 2 - Resultado da segunda avaliação de toque

Como no amaciante a base de babaçu, o amaciante com tucumã também

forneceu um toque melhorado na secagem a 180°C por 1 min, tendo em vista que a

secagem a 120°C por 5min não teve nenhuma escolha entre os avaliadores.

Na terceira avaliação foram escolhidos os tecidos com o amaciante a base de

babaçu, com aplicação a 60g/L e 30g/L no sistema contínuo e secados a

120°C/5min. Os avaliadores escolheram o mais agradável entre dois, em sua

percepção. O resultado foi expresso em porcentagem (Gráfico 3):

0%

29%

71%

120°C/5min 150°C/3min 180°C/1min

39

Gráfico 3 - Resultado da terceira avaliação de toque

No gráfico 3 observa-se que a maior concentração do amaciante a base de

babaçu proporciona melhor toque final ao tecido.

Na quarta avaliação foram escolhidos os tecidos com o amaciante a base de

tucumã, com aplicação a 60g/L e 30g/L no sistema contínuo e secados a

120°C/5min. Os avaliadores escolheram entre os dois o mais agradável, em sua

percepção. O resultado foi expresso em porcentagem (Gráfico 4):

Gráfico 4 - Resultado da quarta avaliação de toque

14%

86%

30g/L 60g/L

43%

57%

30g/L 60g/L

40

O gráfico 4 mostra que há uma pequena interferência no toque ao variar a

concentração do amaciante com tucumã, onde a maior concentração (60g/L) foi

escolhida por 57% dos avaliadores.

Na quinta avaliação foram escolhidos os tecidos com o amaciante a base de

babaçu, com aplicação a 60g/L nos sistemas contínuo e descontínuo e secados a

120°C/5min. Os avaliadores escolheram entre os dois o mais agradável, em sua

percepção. O resultado foi expresso em porcentagem (Gráfico 5):

Gráfico 5 - Resultado da quinta avaliação de toque

O gráfico 5 mostra que o sistema descontínuo de aplicação é o mais

recomendado para que o amaciante com babaçu forneça uma melhor maciez

Na sexta avaliação foram escolhidos os tecidos com o amaciante a base de

tucumã, com aplicação a 60g/L nos sistemas contínuo e descontínuo e secados a

120°C/5min. Os avaliadores escolheram entre os dois o mais agradável, em sua

percepção. O resultado foi expresso em porcentagem (Gráfico 6):

29%

71%

Contínuo Descontínuo

41

Gráfico 6 - Resultado da sexta avaliação de toque

O gráfico 6 mostra que o tipo de aplicação para o amaciante com tucumã

pouco interfere no toque final, entretanto, processo descontínuo fornece alguma

vantagem.

4.2.2. Teor de Branco

Na avaliação do amarelecimento dos tecidos foi usado um espectrofotômetro

especial para esse tipo de análise. O amarelecimento é medido com o grau IB-

Berger e quanto maior o valor, maior é o grau de branco.

Na primeira avaliação foram comparados os tecidos com a aplicação do

amaciante a base da manteiga de babaçu. Variando apenas as temperaturas de

secagem e mantendo a concentração em 60g/L no sistema contínuo, foram obtidos

os seguintes resultados, em grau IB-Berger (Gráfico 7):

43%

57%

Contínuo Descontínuo

42

Gráfico 7 - Resultado da primeira avaliação de teor de branco

Observa-se que as secagens a 120°C por 4min e a 150°C por 3min

ocasionaram um amarelecimento. Ao contrário, na secagem a 180°C o tecido

apresentou um teor de branco maior que o tecido antes da aplicação e secagem

(tecido referência), na aplicação do amaciante com babaçu.

Na segunda avaliação foram comparados os tecidos com a aplicação do

amaciante a base da manteiga de tucumã. Variando apenas as temperaturas de

secagem e mantendo a concentração em 60g/L no sistema contínuo, foram obtidos

os seguintes resultados, em grau IB-Berger (Gráfico 8):

62,21

61,57

60,02

62,84

59,5

60

60,5

61

61,5

62

62,5

63

Branco 120°C/5min 150°C/3min 180°C/1min

43

Gráfico 8 - Resultado da segunda avaliação de teor de branco

Observa-se que a 120°C por 5min, na aplicação do amaciante com tucumã,

houve um aumento no grau de branco no tecido enquanto nas outras secagens

houve uma pequena variação.

Na terceira avaliação tem-se os tecidos com a aplicação do amaciante a base

de babaçu com diferentes concentrações na aplicação. Os resultados estão

descritos em grau IB-Berger (Gráfico 9):

Gráfico 9 - Resultado da terceira avaliação de teor de branco

62,21

63,04

61,63 61,76

59,5

60

60,5

61

61,5

62

62,5

63

Branco 120°C/5min 150°C/3min 180°C/1min

62,21

61,22

61,57

59,5

60

60,5

61

61,5

62

62,5

63

Branco 30g/L 60g/L

44

Observa-se que a maior concentração do amaciante com babaçu diminui o

amarelecimento do tecido, sendo ele benéfico para o grau de branco.

Na quarta avaliação foram submetidos ao teste os tecidos com a aplicação do

amaciante de tucumã diferenciando a concentração dele em água. Os resultados

estão apresentados em grau IB-Berger (Gráfico 10):

Gráfico 10 - Resultado da quarta avaliação de teor de branco

Observa-se que a aplicação do amaciante com tucumã com 60g/L teve um

efeito melhor no teor de branco do que com 30g/L, sendo que nas duas aplicações

os tecidos ficaram melhores que o tecido original.

Na quinta avaliação têm-se os tecidos com a aplicação do amaciante de

babaçu em diferentes métodos de aplicação, sendo eles o por impregnação

(contínuo) e por esgotamento (descontínuo). Os resultados estão expressos em grau

IB-Berger (Gráfico 11):

62,21

62,96 63,04

59,5

60

60,5

61

61,5

62

62,5

63

Branco 30g/L 60g/L

45

Gráfico 11 - Resultado da quinta avaliação de teor de branco

Observa-se que o processo contínuo forneceu melhor resultado em termos de

teor de branco, na aplicação do amaciante com babaçu.

Na sexta aplicação tem-se os tecidos com aplicação do amaciante de tucumã

variando-se apenas o modo de aplicá-los, sendo pelo modo contínuo e o

descontínuo. Os resultados são Os resultados estão expressos em grau IB-Berger

(Gráfico 12):

Gráfico 12 - Resultado da sexta avaliação de teor de branco

62,21

61,57

60,31

59,5

60

60,5

61

61,5

62

62,5

63

Branco Contínuo Descontínuo

62,21

63,04

60,02

59,5

60

60,5

61

61,5

62

62,5

63

Branco Contínuo Descontínuo

46

O gráfico ressalta que o método de aplicação descontínuo do amaciante com

tucumã influencia muito nos resultados referentes ao grau de branco, deixando o

tecido amarelado. Na aplicação contínua o tecido tem teor de branco melhor em

comparação com o tecido original.

Para comparar o amaciante com babaçu e o amaciante com tucumã foram

feitas as médias dos resultados de grau de branco de todas as aplicações com

babaçu e com tucumã (Gráfico 13). Nota-se que o amaciasnte com tucumã teve um

desempenho melhor.

Gráfico 13 - Comparação dos melhores resultados de babaçu e tucumã em grau de branco

4.2.3. Hidrofilidade

Na análise da hidrofilidade do tecido foi usada uma metodologia que consiste

em mergulhar o tecido em uma solução de corante, que se espalha pelo tecido, e

em certos intervalos de tempo observar em que posição a solução se encontra,

fazendo a medição em milímetros. A título de comparação, para que um tecido

100% algodão tenha boa hidrofilidade o corante deverá ter atingido no mínimo

35mm de altura após 60s de contado com o tecido.

Na primeira avaliação foram comparados os tecidos com a aplicação do

amaciante a base da manteiga de babaçu. Variando apenas as temperaturas de

61,19

61,88

59,5

60

60,5

61

61,5

62

62,5

63

Babaçu Tucumã

47

secagem e mantendo a concentração em 60g/L no sistema contínuo, foi obtido o

seguinte resultado, expresso em milímetros (Gráfico 14):

Gráfico 14 - Resultado da primeira avaliação de hidrofilidade

Observa-se que a temperatura e tempo de secagem interferem na

hidrofilidade do tecido com o amaciante de babaçu, sendo que quanto maior a

temperatura de secagem melhor a hidrofilidade.

Na segunda avaliação foram comparados os tecidos com a aplicação do

amaciante a base da manteiga de tucumã. Variando apenas as temperaturas de

secagem e mantendo a contração em 60g/L no sistema contínuo, foi obtido o

seguinte resultado, expresso em milímetros (Gráfico 15):

0

2

4

6

8

10

12

120°C/5min 150°C/3min 180°C/1min

15s

30s

60s

48

Gráfico 15 - Resultado da segunda avaliação de hidrofilidade

No caso do amaciante a base de tucumã os resultados também mostraram

que a temperatura e tempo de secagem interferem na hidrofilidade do tecido, ondel

a maior temperatura de secagem resulta na maior hidrofilidade.

Na terceira avaliação têm-se os tecidos com a aplicação do amaciante a base

de babaçu com diferentes concentrações. Os resultados estão expressos em

milímetros (Gráfico 16):

Gráfico 16 - Resultado da terceira avaliação de hidrofilidade

0

2

4

6

8

10

12

120°C/5min 150°C/3min 180°C/1min

15s

30s

60s

0

2

4

6

8

10

12

30g/L 60g/L

15s

30s

60s

49

Este gráfico mostra que a concentração do amaciante com babaçu na

aplicação interfere pouco na hidrofilidade do tecido em relação às outras variáveis.

Na quarta avaliação foram submetidos ao teste os tecidos com a aplicação do

amaciante de tucumã diferenciando a concentração dele em água. Os resultados

estão expressos em milímetros (Gráfico17):

Gráfico 17 - Resultado da quarta avaliação de hidrofilidade

Observa-se que mesmo no caso do tucumã a concentração interfere pouco

na hidrofilidade sendo que a menor concentração é benéfica para a afinidade com a

água.

Na quinta avaliação tem-se os tecidos com a aplicação do amaciante de

babaçu em diferentes métodos de aplicação, por impregnação (contínuo) e por

esgotamento (descontínuo). Os resultados estão expressos em milímetros

(Gráfico18):

0

2

4

6

8

10

12

30g/L 60g/L

15s

30s

60s

50

Gráfico 18 - Resultado da quinta avaliação de hidrofilidade

Observa-se que o tipo de aplicação tem uma interferência significativa no

caso do babaçu, sendo que o método descontínuo contribui mais para a

hidrofilidade.

Na sexta aplicação tem-se os tecidos com aplicação do amaciante de tucumã

variando-se apenas o modo de aplicá-los, pelo método contínuo e o descontínuo. Os

resultados estão expressos em milímetros (Gráfico19):

Gráfico 19 - Resultado da sexta avaliação de hidrofilidade

0

2

4

6

8

10

12

Contínuo Descontínuo

15s

30s

60s

0

2

4

6

8

10

12

Contínuo Descontínuo

15s

30s

60s

51

O amaciante de tucumã mostrou resultado parecido com o de babaçu, uma

vez que o método descontínuo também melhorou a hidrofilidade.

Para comparar o amaciante com babaçu e o amaciante com tucumã foram

feitas as médias dos resultados de hidrofilidade de todas as aplicações do babaçu e

do tucumã (Gráfico 20) e nota-se que o amaciante com tucumã teve um

desempenho melhor.

Gráfico 20 - Comparação dos melhores resultados de babaçu e tucumã em hidrofilidade

0

2

4

6

8

10

12

Babaçu Tucumã

15s

30s

60s

52

5. CONCLUSÕES

Como principais conclusões desse trabalho, pode-se citar:

1. O amaciante feito à base de manteiga de babaçu tem o seu melhor

desempenho em relação ao toque: a secagem a 180°C, a concentração maior

de amaciante (60g/L) e o tipo de aplicação contínuo.

2. No amaciante feito de manteiga de tucumã, a secagem a 180°C por 1 min é

um fator importante para o melhoramento da maciez, a concentração do

amaciante e o tipo de aplicação pouco interfere no toque.

3. No amaciante a base de manteiga de babaçu o teor de branco foi melhor para

as aplicações feitas a 180°C por 1min, a 60g/L e no sistema contínuo, sendo

a secagem e o tipo de aplicação os fatores que mais interferem no teor de

branco.

4. O amaciante a base de manteiga de babaçu se aplicado com secagem a

180°C deixa o tecido com o maior teor de branco em relação ao tecido sem

aplicação.

5. No amaciante a base de manteiga de tucumã o teor de branco é bastante

influenciado pela temperatura de secagem e tipo de aplicação, e pouco

influenciado pela concentração de amaciante. Sendo a secagem a 120°C por

3min, a concentração em 60g/L e aplicação contínua melhores para o teor de

branco.

6. No amaciante de manteiga de tucumã, a secagem a 120°C melhora o teor de

branco do tecido em relação ao original, sem aplicação.

7. O tipo de secagem e forma de aplicação do amaciante de manteiga babaçu

são fatores que fazem a diferença na hidrofilidade final do tecido, já a

concentração de amaciante interfere pouco. Sendo a secagem a 180°C por

53

1min, concentração a 60g/L e aplicação descontínua melhores para a

hidrofilidade.

8. O amaciante de tucumã tem seu desempenho, em relação a hidrofilidade,

melhor quando a temperatura de secagem é a 180°C por 1min, concentração

de amaciante é 30g/L e a aplicação é no sistema descontínuo. Tendo em

vista que a secagem e o tipo de aplicação são mais agressivos na mudança

da hidrofilidade.

9. O amaciante de manteiga de tucumã teve um desempenho melhor que o de

manteiga de babaçu tanto no teor de branco quanto na hidrofilidade,

comparado com o amaciante de babaçu.

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REFERÊNCIAS

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