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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE CALL CENTER: A CONSTRUÇÃO CIVIL DO SETOR DE SERVIÇOS Por: Denise Farias Santos Nunes Orientadora Professora Ana Paula Pereira da Gama Alves Ribeiro Rio de Janeiro 2009

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · o mercado de trabalho, contribuem com o crescimento pessoal e do profissional deste século. As empresas no setor de Call

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CALL CENTER:

A CONSTRUÇÃO CIVIL DO SETOR DE SERVIÇOS

Por: Denise Farias Santos Nunes

Orientadora

Professora Ana Paula Pereira da Gama Alves Ribeiro

Rio de Janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

CALL CENTER:

A CONSTRUÇÃO CIVIL DO SETOR DE SERVIÇOS

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de

especialista em Gestão de Recursos Humanos.

Por: Denise Farias Santos Nunes.

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar, a Deus, Autor e

Consumador de tudo o que sou. Por todas

as oportunidades de crescimento pessoal

e profissional que foram e são colocadas

em minha vida.

A minha família, pelo amor, apoio e

paciência durante a realização desta

especialização.

Aos professores pelos ensinamentos

durante todo o curso e em especial as

Professoras: Adélia Maria de Oliveira

Araújo e Maria Lucia de Souza Moreira

que me enriqueceram e contribuíram na

construção deste trabalho. E a professora

Ana Paula, minha orientadora que não

mediu esforços para a conclusão deste

trabalho.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a Deus que em Cristo Jesus

tem suprido as minhas necessidades e conduz a

minha vida em vitórias.

Ao meu querido pai, Edivaldo de Lima Santos

(in memorian) que acreditava em mim e me ensinou

a jamais desistir. A minha mãe Maria José de Farias

Santos, que me ensina a enxergar pelos olhos da fé

e a valorizar as coisas realmente importantes na

vida.

Ao meu filho Filippe Farias Santos Nunes que é meu

grande companheiro, incentivador e encorajador

para lutar a nunca desistir dos meus sonhos e

alcançar a vitória de mais uma realização em minha

vida. Ao meu esposo Jether Nunes da Silva por sua

paciência e apoio.

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RESUMO

Os Call Centers são centros integrados de contato entre empresas e

consumidores, estabelecidos de forma remota e ou virtual, através do uso da

tecnologia. É uma realidade em todos os países. Compõe como nenhum outro

setor, benefícios com a geração de novos empregos e da profissionalização do

atendimento aos clientes. Um fomentador de novos negócios, ganhos

competitivos e, sobretudo novos empregos, negócios e oportunidades de

crescimento e consolidação para organização, a partir de um novo modelo de

negócio. Hoje, os contact centers empregam mais que a indústria automotiva.

Podemos afirmar que o setor é a “nova construção civil” dos empregos,

transformador do século XXI, gerador de novos empregos, e com uma

relevante diferença: formam profissionais mais preparados e qualificados para

o mercado de trabalho, contribuem com o crescimento pessoal e do

profissional deste século. As empresas no setor de Call Center seus

crescimentos são impulsionados principalmente pelos avanços observados nas

Telecomunicações e na Tecnologia da Informação (TI). Atento às necessidades

do mercado as empresas investem cada vez mais em atualizar seus parques

tecnológicos, adquirindo soluções completas de hardware, aplicativos, licenças

e software. A Tecnologia utilizada para encantar o cliente, potencializar

oportunidades, reter e atrair novos clientes.

Uma forte tendência internacional tem sido observada no setor,

referente ao offshoring de serviços de países desenvolvidos para países

emergentes ou em desenvolvimento. Neste grupo de países são destacados:

Índia, China e Brasil. Estes três países emergentes apresentam lições a

ensinar, por ser o Call Center um poderoso instrumento para acelerar o

crescimento econômico. E diante de tantas inovações o jovem se depara a

diversos problemas, a serem solucionados, para se inserir e se desenvolver no

mercado de trabalho e os fatores ocasionados neste segmento.

Palavras-chave: call center; contact centers; hardware; software; offshoring.

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METODOLOGIA

Neste trabalho foi utilizado o Método de Pesquisa bibliográfica

elaborada a partir de diversas fontes com base em artigos de livros, revistas,

artigos coletados na internet a respeito do tema. Contei também com meu

conhecimento cotidiano devido minha experiência profissional como Gestora na

área de Call de Center e a interação com colegas que também atuam na

mesma área deste segmento.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - Call Centers: A Construção Civil do Setor de Serviços 09

CAPÍTULO II - Briga de Gigantes: Índia, China e Brasil 18

CAPÍTULO III - O Futuro pode ser melhor 33

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 41

FOLHA DE AVALIAÇÃO 46

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INTRODUÇÃO

A indústria de Call Center devido ao seu crescimento meteórico e

mundialmente reconhecido incorporando novas formas de comunicação,

integrado a sistemas cada vez mais complexos, através da Tecnologia da

Informação e Telecomunicações que agregaram mais qualidade aos serviços e

aos produtos oferecidos pelas organizações. A Globalização, impulsionando

avanços, trouxe uma série de conseqüências, como a competitividade entre as

empresas, que buscando a permanência no mercado de trabalho, tiveram que

se reorganizar através de novos programas. A produção alcançou patamares

nunca antes vislumbrados, tanto quantitativamente, quanto qualitativamente.

O primeiro capítulo aborda a evolução do Call Center e sua expansão.

No Brasil é o segmento que emprega mais que a indústria automotiva, é a

“nova construção civil” dos empregos, transformador do século XXI.

No segundo capítulo analisa a tendência internacional referente ao

offshoring de serviços de call center. Apresenta três objetivos de analise. O

primeiro, comparar, a partir de variáveis a indústria de call center em três

países emergentes: Índia, China e Brasil. O segundo, entender os motivos que

levaram a Índia e a China ocuparem papel de destaque no offshoring de

serviços de call center. Terceiro, observar as características no Brasil e os

fatores deste crescimento, o setor que mais emprega e também o que mais

desemprega, e entender suas fragilidades que são expostas.

O terceiro capitulo, por fim, aborda uma visão otimista: O futuro pode

ser melhor para o Brasil. Apresenta condições atuais favoráveis para o Brasil

ser uma grande potência. E diante de tantas inovações, como qualificar o

jovem para o mercado de trabalho, que se depara a sérios problemas para

serem solucionados e como se qualificar e se inserir no mercado de trabalho.

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CAPÍTULO I

Call Center: A Construção Civil do Setor de serviços

1.1. Conceitos: Call Center

Call Conter ou Central de Relacionamento é um conjunto de soluções e

facilidades (Equipamentos, Sistemas e Pessoal) que tem como objetivo fazer o

interface entre os clientes e a empresa. Definição pela Associação Brasileira de

Telesserviços - ABT (2005: p. 108 e p.107) apresenta também as seguintes

definições para call center ou central de relacionamento: Call centers / contact

center / telemarketing como designações para as centrais de atendimento

destinadas ao contato com consumidores ou prospects, de forma ativa (ligação

feita pela empresa para o cliente) ou receptiva (do cliente à empresa), usando

telefone ou outros canais de comunicação. O termo mais abrangente é contact

center, que inclui o contato por e-mail, fax, chat e VoIP, por exemplo.

Central de Relacionamento é a parte da empresa, própria, ou

organização especializada, terceirizada, que realiza os serviços de call center,

contact centers, help desk, SAC (serviço de atendimento ao consumidor) e/ou

telemarketing. Suas atividades abrangem, dentre outros serviços, vendas,

consultas, cobrança, pesquisas, sorteios, campanhas de arrecadação,

transações financeiras, retenção, suporte técnico, agendamento, marketing de

relacionamento, ouvidoria, avaliação da percepção do consumidor sobre

produtos e serviços, para consumidores.

A concepção inicial da telefonia era ser um meio de comunicação à

distância da voz humana. No início dos anos 2000 foi à vez da Internet chegar

aos call centers permitindo às empresas sua comunicação com os clientes por

diversos canais tem como o objetivo de cativar, de interagir, criar

relacionamento para encantar e fidelizar seus clientes. Nos Estados Unidos,

onde nasceu o sistema, todos os Call Centers tem o número 800 como código

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nacional. E, para se ter uma idéia do poder das telecomunicações como

ferramenta de negócios, basta lembrar que 42% de todas as ligações

interurbanas feitas nos Estados Unidos se dirigem a Call Centers. No mundo

empresarial e devido à globalização a competições é fundamental contar com o

apoio de call centers nas relações empresariais. Hoje, século XXI é enorme a

quantidade e a diversidade dos serviços baseados em telefonia e que

diariamente são usados no cotidiano como: fax, acesso a serviços bancários,

Internet, etc. Para que esses serviços tivessem um funcionamento seguro e

eficiente, foram necessários muitos estudos matemáticos e simulações

computacionais para que chegássemos a entender como essas redes imensas

devem ser projetadas e controladas. Ao longo do século XX, os engenheiros

constataram que a natureza matemática de muitos dos problemas associados

às redes telefônicas é essencialmente igual à encontrada em várias áreas da

engenharia, como no estudo e projeto de redes de computadores, das malhas

rodo e ferroviárias, bem como no agenciamento de tarefas industriais.

1.2. A evolução e a importância do segmento chamado Call Center

Através da expansão das telecomunicações e com a sua privatização,

o desenvolvimento da informática, o lançamento do Código de Defesa do

Consumidor, que protegia os negócios feitos por telefone e também às próprias

mudanças em costumes culturais foram fatores básicos para seu crescimento

na década de 90. Até esta época, o local onde se realizavam as operações de

telemarketing era conhecido como “centrais de telemarketing”. A introdução da

tecnologia da informática permitiu a mensuração de ligações e produtividade

dos operadores, a unificação de cadastros além de agregar as diversas ações

de marketing, surgia, os Call Centers. Segundo especialistas o call centers é

um triângulo formado pela confluência de Telecomunicações, Computadores e

Marketing. Em geral centralizados em um número telefônico de prefixo 0800,

de discagem direta gratuita. Desse triângulo, o call center se apresenta como

um sistema que recebe chamada e abre o dialogo com a sociedade.

Segundo Kendi Sakamoto, um Call Center não é apenas um Centro de

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Telemarketing, Teleatendimento ou de Telecomunicações. É um grande

investimento em uma ferramenta para o progresso da empresa, multiplicando

seus potenciais e passando a atuar e a integrar como parceiro ativo dos

diversos setores de uma organização. Estas integrações de canais de contato,

é estratégico usado para dinamizar campanhas, vendas, pesquisas, entre

outros serviços o principalmente, relacionamento e a fidelização de clientes.

Estreitanto o relacionamento, oferecendo serviços diferenciados de contato e

produtos. É muito mais do que um departamento dentro da empresa: é o canal

de comunicação entre a empresa e os seus clientes. Integram as mais

diferentes mídias, como: internet, chat, e-mail, fax, telefone e até vídeo. As

maiores empresas e corporações começaram a utilizar e desfrutar as

vantagens das centrais de atendimento como forma de interagir e a criar

relacionamentos com seus clientes, atraves da interatividade, flexibilidade,

respostas imediatas, redução de custos, abrangência, aglutinador e

multiplicador dos esforços de Marketing.

1.3. Impulsos através dos avanços da Tecnologia da Informação

Em seu início, a computação era tida como um mecanismo que tornava

possível automatizar tarefas em grandes empresas e nos meios

governamentais. Com o avanço tecnológico, as "máquinas gigantes"

começaram a perder espaço para equipamentos cada vez menores e mais

poderosos. Com os avanços tecnológicos eletrônicos, o computador, as

telecomunicações e a Internet, esta responsável por fazer desaparecer as

fronteiras geográficas e temporais, propiciando novos contornos ao mundo da

informação. Também denominada como 3ª onda(Toffler–1994),a internet

propiciou um marco dentro da área de Tecnologia. Mancini (2001) acrescenta

que os avanços tecnológicos trouxeram mais qualidade aos serviços e aos

produtos oferecidos pelas organizações e com isto ajudaram alavancar seus

resultados.

A evolução das Telecomunicações permitiu que, aos poucos, os

computadores passassem a se comunicar. Como conseqüência, tais máquinas

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deixaram de simplesmente automatizar tarefas e passaram a lidar com

Informação. A informação é um patrimônio, é algo de valor. A informação é,

inclusive, um fator que pode determinar a sobrevivência ou a descontinuidade

das atividades de uma empresa. A informação e o conhecimento podem

propiciar o surgimento de inovação no ambiente corporativo. Havendo gestão

adequada das informações, a tecnologia da informação pode exercer um

elemento relevante à estrutura, contribuindo para a eficácia dos processos

organizacionais. Para garantir um adequado fluxo de informação, a construção

de sistemas de informação contribui para o processo de tomada de decisões

organizacional, uma vez que a informação está ligada ao conhecimento do

ambiente interno e também do externo. A tecnologia pode ser considerada útil

para promover a integração e a criação de redes globais, com objetivo de

evoluir e ajudar o crescimento, em busca de inovações e manutenção das

empresas, através do desenvolvimento de competências específicas e

capacidades inovadoras.

A evolução da Tecnologia da Informação e da Telecomunicação

contribui significativamente para o desenvolvimento das ações em geral. A

Tecnologia da Informação é cada vez mais comum no dia-a-dia das pessoas e

das empresas. E tudo gira em torno da informação, da mesma forma, a

empresa que melhor conseguir lidar com a informação, rever suas

competências e conviver com as novas culturas originadas pela força da

tecnologia da Informação, terá vantagens competitivas em relação aos

concorrentes. Tecnologia segura constrói confiança. Para fidelizar o cliente é

importante que exista uma política de relacionamento individualizada.

Resumidamente, podemos dizer então que o termo Tecnologia da Informação

serve para designar o conjunto de recursos tecnológicos e computacionais para

geração e uso da informação. A Tecnologia da Informação está fundamentada

nos seguintes componentes: Hardware e seus dispositivos periféricos; software

e seus recursos; Sistemas de telecomunicações e Gestão de Dados e

Informações.

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1.4. Expansão dos Call Centers e o Crescimento da Economia no

Mercado de Trabalho

No Brasil a partir da maior privatização de todos os tempos, a

privatização no Sistema Telebrás em 1998, a demanda por consultoria nessa

área aumentou significativamente em função dessa privatização. Após a

privatização o cenário na área trabalhista mudou. O mercado de call center no

Brasil presenciou o código de defesa do consumidor, que obrigava a existência

de um telefone para contato com o consumidor na embalagem de todos os

produtos. Isso movimentou muito o mercado, as empresas começaram a se

preocupar em ter alguém para atender ao telefone a partir do momento em que

um número era divulgado. Desde então, o mercado expandiu a ponto de se

tornar o maior empregador de mão-de-obra na área de serviços, ultrapassando,

inclusive, a construção civil, que até então sempre havia liderado esse ranking.

Segundo Associação Brasileira de Telemarketing – ABT, Call Centers é

um mercado em franca expansão e estimativas recentes apontam para a

existência no país, de cerca de 800 mil teleoperadores ou operadores de

telemarketing, como são chamados os profissionais que atuam neste

segmento. É considerado pela Associação Brasileira de Telemarketing (ABT)

um dos maiores geradores do primeiro emprego, estima que 45% da faixa

etária da mão de obra entre 18 e 25 anos. A previsão da ABT é de que até o

final deste ano o setor ultrapasse a marca de 900 mil empregos diretos. No ano

passado, os reflexos provocados pela crise econômica mundial não foram

sentidos pelas empresas do setor. Ao contrário, as empresas tiveram inclusive

que investir ainda mais nos negócios, para se adaptarem às novas regras do

SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor)", comentou Jarbas Nogueira,

presidente da associação.

As companhias brasileiras possuem tecnologia de ponta e mão-de-obra

capacitada para atender diversos tipos de serviços de empresas brasileiras e

estrangeiras. Nesse contexto, os call centers têm ocupado lugar destacado

como ferramentas para gerenciar o contato e o relacionamento a partir de

novos canais de interação e comunicação. No âmbito empresarial, os call

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centers também se enquadra como uma ferramenta competitiva,

considerando a sua potencialidade, abrangência e custo baixo da mão de obra.

Os call centers assumem posição central no novo cenário desenhado

para o setor de telecomunicações, mas também para praticamente todos os

outros setores econômicos. No caso do setor de telecomunicações, essas

empresas não apenas empregariam cerca de 40 a 50% do contingente de

trabalhadores, como também seriam, no âmbito comercial, fundamentais para

a constituição de vantagens competitivas entre elas. O Brasil tem 55,7% de

utilização de call centers na América Latina. Nós somos para a América Latina

o que os Estados Unidos representam para o mundo. Temos hoje em todo

Brasil, aproximadamente 780 mil posições de atendimento, com um

crescimento na ordem de 30% ao ano e responsável por movimentar 3,6% do

PIB Brasileiro (PIB – Produto Interno Bruto).

1.4.1. Terceirização e a Exportação da mão de obra

O Call Center nos últimos anos ele passou a ser administrado fora de

casa. A opção pela terceirização, mão de obra fora de casa, aparece como a

grande saída para a otimização dos serviços sem a preocupação constante

com a evolução e modernização da tecnologia e a necessidade de recursos

humanos, mão de obra cada vez mais especializada.

A terceirização deste serviço vai além das fronteiras, através das

perspectivas internacionais. Existe uma dinâmica nascente, que é o

deslocamento de certos tipos de trabalho dos países centrais em direção aos

periféricos ou semiperiféricos. Tal dinâmica é caracterizada pela modernização

do trabalho, com a transferência das centrais de atendimento para cidades do

interior ou exterior. O trabalho irá para onde puder ser feito de maneira mais

eficaz e eficiente, constituindo oportunidades de gerar o produto final a um

custo menor, sendo favorável para os consumidores como também para a

empresa. Os motivos desta expansão ressaltam: Baixo custo da mão-de-obra

qualificada e a isenção de impostos e taxas, a moeda local. Estima-se que

uma central no interior custa, em média, dez vezes menos em relação à de

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países desenvolvidos, com presença da qualificação da mão-de-obra.

Os Estados Unidos foi um dos países que iniciou há alguns anos o

movimento de terceirização de serviços para empresas localizadas fora das

fronteiras do país. Grandes corporações começaram a encontrar em outros

países mão-de-obra qualificada, com fluência nas línguas inglesa e espanhola

e com custos bem abaixo dos praticados dentro de seus próprios territórios.

Inicialmente, a prestação de serviços ocorria principalmente nos países que

fazem fronteira com os EUA, como Canadá e México, mas depois foi se

expandindo também para a Europa. Atualmente vários países em todos os

continentes prestam serviços offshore para os Estados Unidos, principalmente

a Índia, além do Canadá, da Irlanda, do México para serviços em língua

espanhola, e recentemente, a China, na área da Tecnologia da Informação.

A Associação Brasileira de Telemarketing (ABT) divulga que 10,3% das

empresas que utilizam serviços de telemarketing, optaram pela terceirização

dos serviços, na busca pela qualidade com redução de custos e

especialização. Terceirizando suas operações de Contact Center, as

empresas conseguem ao mesmo tempo, garantir a excelência no atendimento

e nas ações de marketing e vendas dirigidas, sem preocupar-se com o

backstage da operação, reservando seu tempo integral para o core business de

seu segmento. Pelo estudo Brazil Call Center Services 2008, divulgado à

imprensa, Agência de São Paulo, através do Instituto de Desenvolvimento

Cultural - IDC, os setores de telecomunicações e finanças "continuam sendo os

que mais demandam a contratação de call centers". Contudo, o segmento de

serviços vem aumentando expressivamente sua participação neste mercado.

Ainda que tenham apresentado bom desempenho no ano passado e as

perspectivas para o segmento sejam positivas, os serviços terceirizados ainda

perdem em volume para a modalidade de contact center in-house, ou seja, as

áreas internas das empresas que são dedicadas ao atendimento de seus

clientes. "A tendência é de que a terceirização desses serviços mantenha a

expansão e, aos poucos, roube uma pequena parcela do in-house, mas

dificilmente os ultrapasse em um médio prazo", observou o analista sênior de

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telecomunicações do Instituto de Desenvolvimento Cultural - IDC, Alex

Zago. O principal motivo continua sendo "a resistência de algumas verticais

mais tradicionalistas" em aderir à terceirização, como, por exemplo, indústrias

de manufatura, automobilismo e alimentos.

Apesar das resistências, a terceirização cresce pelas bordas, observa o

IDC. Em 2007, muitas empresas experimentaram terceirizar apenas os pontos

de atendimento para testar a eficácia do modelo, o que indica uma maior

flexibilidade. Ainda segundo estudo do IDC, dentre as tendências de

crescimento para o mercado de terceirização de call center destaca-se as

operações de SAC (Serviços de Atendimento ao Cliente) e cobrança, esta

última em virtude da imensa expansão de crédito e, conseqüentemente, de

inadimplência.

Atualmente vários países em todos os continentes prestam serviços

offshore para os Estados Unidos, principalmente a Índia, além do Canadá, da

Irlanda, do México para serviços em língua espanhola, e recentemente, a

China, na área da Tecnologia da Informação.

1.4.2. Do crescimento expõe a fragilidade da economia no Brasil

Estudos revelam a importância socioeconômica do setor de Contact

Center no País. Setor movimenta R$ 17 bilhões por ano, emprega um milhão

de pessoas e tem um dos maiores gastos do mercado com treinamento de

mão-de-obra e investimento em tecnologia. O estudo realizado anualmente

pela Associação Brasileira das Relações Empresa Cliente (ABRAREC) e E-

Consulting, empresa especializada em consultoria estratégica nos setores de

TI (Tecnologia da Informação), Internet, Mídia e Telecom, revela que o setor de

contact center continua crescendo e assumiu, definitivamente, importante papel

socioeconômico no País. O mercado brasileiro de call centers deve registrar

crescimento médio anual de 11,7% até 2012, quando deverá faturar

aproximadamente R$ 10 bilhões, conforme análise do IDC, consultoria

especializada em Tecnologia da Informação (TI) e Telecomunicações. Os

serviços terceirizados de contatos com clientes obtiveram receitas, em 2007,

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17

de R$ 6,1 bilhões, com alta de 17% sobre o faturamento do ano anterior.

Mesmo diante a um crescimento surpreendente, e a apesar da melhora

do crescimento econômico, o Brasil vem crescendo abaixo da média dos

países emergentes. “... Alguns obstáculos impedem o país de crescer de

forma sustentável, um deles são a disponibilidade e custo de crédito. Há uma

carência de linhas de financiamentos com prazos e os custos não são

adequados para os investimentos. Altas taxas inviabilizam investimentos do

setor produtivo”. “No exterior, menos burocracia e menos custo pra financiar a

expansão”, afirma Frederico Gerdau, vice-presidente do Conselho de

Administração do Grupo Gerdau, ao ser entrevistado pela repórter Sonia Racy

para a Revista Bovespa.

No Brasil sobram desempregados, mas faltam trabalhadores

qualificados. Através de pesquisas os especialistas afirmam: o Brasil oferece

às empresas uma força de trabalho com formação abaixo do mínimo exigido,

acontece que o empregado brasileiro tem em média um grau de escolaridade

de apenas quatro anos e meio. Em comparação com a Corea do Sul, por

exemplo, a força do trabalho tem dez anos de estudo em media.

18

18

CAPÍTULO II

Briga de Gigantes: Índia, China e Brasil

O QUE ESTES PAÍSES EMERGENTES OFERECEM PARA OBTER A

MAIOR FATIA DESTE MERCADO EM ASCENSÃO

2.1. Diferenças: A Quantidade e a Qualidade da mão de obra

No grupo de maiores e mais promissores países emergentes, segundo

Stephen Kanitz, que esteve no Brasil no começo de outubro de 2008 para

participar do Seminário Internacional de Marketing & Comunicação do

Maximídia 2008, comentou sobre o futuro do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e

China), considerados os países emergentes mais importantes do mundo. Os

quatro países juntos representam 40% da economia mundial, segundo dados

do Fundo Monetário Internacional (FMI) e, segundo especialistas norte-

americanos e brasileiros, estes países devem sofrer menos dados com a crise

financeira mundial. A Índia, China e o Brasil estão em processos diferentes de

evolução e destacam-se no segmento call centers, conforme a cultura e as

relações socioeconômicas que regem cada um destes países.

2.2. Índia

A Índia cresce 8% ao ano, mais que o dobro da média mundial, e

possui uma classe média de 300 milhões de pessoas e 1 milhão de empregos.

Na Índia, dentre todos os contatos feitos pelo consumidor, 80% são atendidos

via telefone, o restante chega pela internet (e-mail ou chat). Ainda, quase 90%

de todas as interações endereçadas a uma empresa, chegam para o call

centers, 5% para as filiais e 6% para os vendedores. A influência deste

crescimento tem como um dos principais indicadores de expansão:

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19

���� Paga 1,2 dólar por hora ao funcionário. O salário na Índia é inferior

ao oferecido no Brasil;

���� Emprego altamente cobiçado, que paga o dobro do salário indiano

médio e que oferece prestígio;

���� A maioria dos jovens, mesmo sendo seu primeiro emprego, o salário

inicial de muitos supera a remuneração recebida pelos seus pais ao se

aposentarem; Para um primeiro emprego na economia global é fator

diferencial que é motivo de satisfação e orgulho aos jovens e seus

familiares;

���� A carga horária de trabalho é superior à determinada por Lei ao

profissional de Call Centers no Brasil;

���� O governo indiano promove investimentos na área de educação,

principalmente voltados para tecnologia;

���� A busca de aprimoramento e incentivo pelas empresas, patrocina

programa de MBA para os empregados de melhor desempenho com

aulas aos sábados e domingos o dia inteiro;

���� Cerca de 200 milhões de indianos têm o inglês como primeiro idioma;

���� O fuso horário, o fim do dia na Índia é o início da manhã nos Estados

Unidos, o que possibilita que a grande maioria dos jovens indianos

estude durante o dia e trabalhe a noite;

���� Qualificação da mão de obra. Conseqüência dos investimentos do

governo e facilitação do fuso horário. A oferta de talentos proporciona

acesso a um vasto campo de profissionais amplamente qualificados;

���� Profissionais com alto grau de instrução, capacitadas a atender clientes

com investimentos de US$ 25 mil cada um, que telefonam para saber

como andam seus dividendos, e elas têm de ser polidas, corteses e bem

informadas. Cerca de 10 a 20% dos novos funcionários são estudantes

de administração ou informática durante o dia e mais de um terço

cursam informática na área técnica;

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20

���� Apresenta um dos melhores sistemas de educação superior da

atualidade; a melhor faculdade de informática do mundo provavelmente

é a de Bangalore;

���� O recrutamento e a seleção de pessoas são rigorosos, conforme

pesquisas aproximadamente setecentos currículos por dia são

entregues para recrutamento, apenas 6% dos candidatos são

contratados;

���� Após seleção das pessoas contratadas o programa de treinamento é

intensivo e extenso com cursos que compreendem desde a

aprendizagem dos processos específicos da empresa que estarão

atuando como também o curso de neutralização de sotaque, através de

professores de inglês, onde preparam os recém contratados a disfarçar

a pronuncia indiano do inglês;

���� O programa de treinamento é pago pelos novos contratados, para

freqüentarem todas as aulas desenvolvidas para o programa;

���� Os jovens profissionais indianos que atuam nos call centers são de uma

gentileza incessante e inesgotável durante seus atendimentos. Os

atendentes escolhem e adotam nomes ocidentais para deixarem seus

clientes americanos ou europeus mais à vontade. Fonte: VoIPCode

Segundo o escritor Thomas Friedman, através de suas observações e

visitações exploratórias na Índia, aponta os indianos com alto nível de

escolaridade e por terem sofrido fortes opressões durante anos pela pobreza e

pela burocracia socialista, é um dos motivos que os impulsionaram a ser mais

dispostos em recuperar o tempo perdido. Possuem também a facilidade de

permanecerem em seu país, na Índia, e ganham salários decentes, sem

precisar se afastar de familiares e de seus costumes e culturas. A Índia

domina, até o momento, o mercado de offshore de call center (offshoring a

realocação de serviços de um país desenvolvido para outro em

desenvolvimento), onde seja possível encontrar profissionais com qualificação

técnica similar, porém a um custo reduzido.. Com a terceirização de parte dos

serviços americanos, a expansão da economia indiana vem gerando uma

21

21

demanda por muito mais bens e serviços americanos. Revela-se como um

número um destino de terceirização para mais de 500 empresas beneficiadas.

“Os grandes nomes das empresas locais dos Estados Unidos, Europa e Japão

estão direcionados para a Índia no que diz respeito à relação custo, eficácia e

alta qualidade de soluções de software”, conforme empresa A1technology, uma

das empresas líderes de software.

A Índia detém quase duas vezes mais técnicos licenciados como os

E.U.A, resultando na capacidade de oferecer a melhor qualidade em seus

serviços. Através do trabalho, suas práticas são conformes com as normas ISO

e SEI CMM, que são a razão de que quase três em cada quatro empresas

certificadas ISO todo o mundo têm instalações localizadas na Índia. Exporta

software para mais de 95 países, o governo também tem adotada uma postura

de modo a manter as receitas e as perspectivas de emprego crescente. A Índia

é considerada pelos investidores internacionais como um lugar de

oportunidades e vem se transformando num centro de conhecimento.

2.3. China

A China é hoje o país que mais investe em obras de infra-estrutura.

“Investir em infra-estrutura é a melhor forma de gerar

empregos e criar estabilidade, evitando que haja uma

migração desproporcional para as metrópoles. As

grandes obras também são excelentes para captar

fundos externos”. Afirmou a Exame Zhang Xiaojing, chefe

da Academia Chinesa de Ciências Sociais. Revista

Exame: Anuário Exame (2007.2008 p.59).

A China também vem despontando como destino cada vez mais

freqüente de terceirizações promovidas por empresas japonesas e coreanas,

além de atrair também os EUA e outras multinacionais “em razão do talento

demonstrado por sua força de trabalho”, informa o escritor Thomas Friedman.

Por isso continua em grande evidência, graças aos enormes investimentos que

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22

recebe de chineses que vivem no exterior e de grandes e pequenas

empresas da União Européia, do Japão e dos Estados Unidos.

No final dos anos 70, a China passou a ter mais confiança no mercado

e na iniciativa privada e menos na estatização e na regulação governamental.

O Japão devido a sua aproximidade local com a China e a Corea, tornou a

China seu maior centro de terceirização. Foram instaladas cerca de 2800

empresas japonesas instalaram suas operações e ou constituíram parcerias

com os chineses. As razões do crescimento dos investimentos na China é o

baixo custo do capital e a facilidade de abrir e expandir uma empresa, sem

falar na competição intensa provocada pelas baixa tarifas de importação, que

provocaram a queda dos preços dos insumos.

A China oferece:

���� Uma força de trabalho muito bem treinada e disciplinada, com muitos

gerentes médios e supervisores;

���� Salário inicial (atendente) é de aproximadamente 90 dólares mensais;

���� Seus profissionais possuem uma força de vontade excelente mesmo

com as condições de trabalho duras que visam superar suas

dificuldades e uma ambição sem limites;

���� Mão de obra numerosa, barata e competente. Podem-se contratar três

engenheiros de software chineses pelo preço de um no Japão;

���� Está se tornando um dos centros de produção do mundo, com uma força

de trabalho altamente produtiva e com suprimento abundante de

gerentes médios;

���� Possui 22 universidades e faculdades com mais de 200 mil alunos, mais

da metade forma-se em engenharia ou ciência, e os que estudam outros

cursos são incentivados a estudar, durante um ano, inglês ou japonês e

informática, para ganhar empregabilidade e futuros cargos de alta

remuneração com seus concorrentes nipônicos;

���� Seus empreendedores vêm de fora: chineses radicados no exterior,

23

23

japoneses, europeus, norte-americanos;

���� As exportações de software crescem 50% ao ano.

���� A China está se aproximando da Índia no mercado de software.

“O sucesso da China e Índia fez mais que beneficiar

milhões de pessoas. Juntos, concentram 40% da

população mundial. O fato de passarem a crescer muito

mais é algo transformador. Estes dois novos gigantes, o

continente passa a ter um peso muito maior no mundo”,

afirma Gary Becker, professor da Universidade de

Chicargo, especial para Revista Exame. Mensal 02/2007

p.61.

2.4. Brasil

Atualmente mais de um milhão de brasileiros trabalham em operações

de Contact Center próprias ou terceirizadas. O desenvolvimento do

telesserviços está diretamente ligado à geração de empregos. São empresas

dos mais variados segmentos, principalmente bancos, que optam por

terceirizar o serviço e, com isso, minimizar os custos com encargos

trabalhistas. O principal segmento contratante no Brasil é o de serviços

financeiros, seguido pelos de varejo, telecomunicações, seguros, saúde e

editora gráfica. No Brasil, as primeiras centrais de atendimento foram

implantadas na década de 1980, e as maiores empresas do setor de call center

no Brasil são Contax e Atento, juntas registram a maior fatia em número de

colaboradores espalhados pelo país.

���� A concentração de funcionários ocorre na faixa etária entre 18 e 25

anos, a idade do primeiro emprego, sem experiência profissional;

���� Profissionais não são reconhecidas por suas qualificações, o setor

contrata, treina e capacita os profissionais, tornando-os aptos a exercer

a função de atendente de telemarketing;

24

24

���� Flexibilidade de horário que a função oferece (6 horas diárias);

���� O Brasil, em média, paga entre 3,5 e 4 dólares por hora;

���� A grande maioria dos profissionais. cerca de 80% é de mulheres. Apesar

da predominância feminina, verifica-se entre os homens o maior índice

de ascensão profissional;

���� No Brasil a presença significativa de atendentes negros, homossexuais,

transexuais e obesos. Pesquisas realizadas observaram através de

depoimentos e estatística que neste segmento do mercado de trabalho

migram profissionais e não exigem uma estética preestabelecida.

O serviço de telemarketing, o contato com o público acontece à

distância. Por isso a atividade abriga pessoas que, rotuladas, não teriam

acesso ao trabalho em lojas, bancos e outros setores que impõem determinado

padrão estético.

���� Os operadores são de classes sociais menos favorecidas;

���� Pais possuem profissões de baixa especialização;

���� Quadro de carreira. Os profissionais não têm perspectiva de progressão

funcional.

Sem a proteção do Estado, e uma orientação familiar capaz de manter o

jovem na escola, os jovens de classes sociais empobrecidas, buscando o

aumento da renda familiar, acabam não escolhendo uma profissão e, por

questões de sobrevivência, acabam aceitando trabalho mesmo sem

perspectivas.

2.4.1. Altos índices de Faltas: O que leva o profissional a faltar ao

trabalho

Ausência ao trabalho, é designada por Absenteísmo: Termo usado

para designar as ausências dos trabalhadores ao processo de trabalho, seja

por falta ou atraso, devido a algum motivo interveniente. Pesquisas apontam o

Brasil em destaque como um dos países que altos índices de absenteísmo.

25

25

Absenteísmo ocasiona:

Impacto Econômico

���� Exige o redimensionamento de quadros de pessoal;

���� Amplia custos de produção e/ou de prestação de serviços;

���� Aumenta custo final do produto/serviço;

���� Absenteísmo é um fator inflacionário.

Impacto Social

���� Favorece a deterioração das relações de trabalho.

���� Agrava as relações sindicais

���� As próprias formas de punição pecuniária contra o trabalhador faltante

são agravantes destas relações.

���� Prejuízos morais advindos da banalização da instituição “atestado

médico de incapacidade”.

���� Acelera processos de substituição do trabalho humano pela máquina.

Impacto Inflacionário

���� A falta do trabalhador afeta o lucro e a produção das empresas, gera

horas extras, atrasos nos prazos, clientes descontentes e aumento da

atividade dos outros funcionários que precisam cobrir o colega ausente.

Doenças causam a incapacidade temporária do empregado, que geram

prejuízos afetando a produção e o lucro da empresa.

O Absenteísmo é considerado a forma mais manifesta e mais frequente

de inadaptação do trabalho.

Causas mais freqüente:

���� Insatisfação no trabalho;

26

26

���� Falta de comprometimento com resultados;

���� Falta de identificação com a tarefa;

���� Ausência de supervisão eficiente/tratamento injusto;

���� Falta de motivação para o trabalho;

���� Ausência de feed-back;

���� Más relações inter-pessoais e inter-setoriais.

Pesquisas realizadas pela ABT (Associação Brasileira de

Telesserviços) com três grandes empresas de Call Center. Entre os

profissionais entrevistados:

De 18 a 25 anos, 33% apresentaram:

���� Ativamente Desengajados;

���� Presentes fisicamente, mas ausentes psicologicamente;

���� Pensam nos ganhos próprios em vez do coletivo;

���� Fazem apenas o básico, não possuem senso de realização e de objetivo

a ser atingido;

���� Confusos ou com falta de habilidade para agir com confiança;

���� Dividem a infelicidade no trabalho com os colegas;

���� Não são produtivos, sempre tem desculpas para o baixo rendimento;

���� Focam no problema e não tem habilidade para encontrar soluções;

���� Menos comprometidos com a organização e com os grupos de trabalho;

���� Ficam isolados e são pouco confiantes.

Profissionais de:

���� 18-25 anos: 17% Engajados.

���� 26-30 anos: 19% Engajados.

27

27

���� 30-49 anos: 21% Engajados.

���� 50 anos ou +: 28% Engajados.

2.4.2. Quanto mais jovens o profissional, menor é o seu

comprometimento?

Segundo o psicanalista francês Charles Melma, aborda através de

suas observações e análises de pesquisas e comparações contemporâneas

que a instituição familiar está desaparecendo o que tem levado muitos jovens

encontrar dificuldades para desenvolver plenamente sua vida social, por não

saberem o que desejam. Os jovens foram criados em condições que

promovem a busca rápida do prazer máximo, imediato e sem obrigações.

Estas observações através de pesquisa exploratória têm como objetivo

o estudo para servir como alerta ao trabalho jovem e os motivos e prováveis

conseqüências de suas ausências. O objetivo principal abordar e apresentar

meios para ajudar e alterar estas realidades apresentadas.

A ausência de comprometimento dos jovens pode ser:

���� Sua insatisfação ao seu local de trabalho;

���� Ambiente físico (posto de trabalho e condições físicas: ruído, iluminação,

vibrações);

���� Oportunidades de progressão funcional, percepção da imagem da

empresa, aspectos intrínsecos do trabalho, relacionamento social com

os colegas de trabalho e benefícios que a empresa concede;

���� Baixa remuneração pelo trabalho;

���� Organização ou problemas socioeconômico.

28

28

O trabalho do jovem: Até quando se estende o período da

adolescência?

���� Dificuldades para o estudo;

���� Dificuldades para conviver com seu grupo etário;

���� Dificuldades sociais;

���� Dificuldades para adaptação a normas rígidas de trabalho;

���� Trabalho jovem noturno/turnos:

���� Dificuldades para adaptação a normas rígidas de trabalho;

���� A dificuldade de adaptação às alterações do relógio biológico;

���� A menor condição reparadora (física e psíquica) do sono diurno quando

comparado com o sono noturno;

���� O aumento da inadaptação com a sucessão de noites de vigília;

���� O maior índice de adoecimento/acidente do trabalhador noturno/turnos;

���� Trabalhadora em turnos tem dificuldades de convívio familiar devido as

seus horários de trabalho;

���� Trabalhador jovem tem dificuldades para estudo e convivência com seu

grupo etário devido ao trabalho noturno/turnos;

���� Trabalhador jovem tem dificuldades para conciliar o sono durante o dia.

Conforme pesquisa Ministério da Saúde, no Brasil, as despesas

aumentaram 31,8% com a concessão do auxílio-doença. Em 2000, o auxílio-

doença representava 3,2% dos gastos da previdência social; em 2007, esta

despesa subiu para 11,5%.

Segundo Peres et al. (2006), as estatísticas de adoecimento no

trabalho em nosso país vinculam-se à aceitação pelo INSS de situações de

incapacidade evidente, que não são comuns na população jovem predominante

no telemarketing e nos tipos de patologia gerados pelo setor, como são as

29

29

alterações vocais, osteomusculares e os distúrbios mentais menores. Para

os autores, tratando-se de patologias relativamente inespecíficas, a

subnotificação desses agravos à saúde leva a uma relativa invisibilidade da

situação de saúde desses trabalhadores, dificultando, inclusive, a ação do

Ministério Público do Trabalho, já que se torna difícil demonstrar à sociedade e

ao judiciário os prejuízos causados pelo adoecimento dos operadores em

telemarketing.

2.4.3. Alta rotatividade de pessoas

Conforme Chiavenato (2004), a rotatividade de pessoal é o resultado

da saída de algum funcionário e a entrada e outros para substituí-los no

trabalho. A alta rotatividade de pessoal é outra característica do setor de

telemarketing e call center. A renovação anual é de aproximadamente 85% em

uma das empresas estudadas através de resultados de pesquisa pela ABT.

Infelizmente, os problemas da profissão se acumulam na mesma velocidade

em que cresce o campo profissional.

A tendência é que o jovem deixe o emprego no prazo de um a dois

anos. As vagas, em sua maioria, são almejadas por jovens estudantes. Há

alguns anos a posição sequer existia. Então, quando os jovens profissionais,

são contratados nas empresas de call centers e por serem jovens e uma de

suas características devido à idade é o imediatismo e o despreparo social, os

jovens realmente entram com a idéia de sair. Por não possuírem expectativas

de crescimento profissional, nestas empresas permanecem na empresa de call

center contratante por um período máximo de um ano a seis meses para

obterem direito ao seguro de emprego.

O despreparo, a falta de conhecimento, leva os jovens a terem esta

visão. No Brasil, dados do Ministério da Previdência Social confirmam os

alarmantes índices de solicitação de auxilio doença e seguro desemprego aos

jovens, com faixa de idade de 18 a 25 anos, atuando em suas atividades

profissionais com menos de um ano, a maioria, em seu primeiro emprego.

30

30

O setor passa por um processo de profissionalização acadêmica,

através do curso de Gestão de Serviços em Atendimento, ministrado em

algumas Instituições de Ensino brasileiras. O setor entrou na área acadêmica

em 2006 e teve sua primeira turma formada no ano de 2008. Estas ações

contribuem para o fortalecimento da mão de obra qualificada e gerando novas

perceptivas de crescimento profissional.

De acordo com Pontes (2001), a Globalização, provocada pelo avanço

tecnológico, trouxe uma série de conseqüências para o mercado de trabalho e. diante de tantas inovações, o jovem, sem ajuda do Estado, se deparou a um

grave problema, o de enfrentar uma série de dificuldades para se inserir no

mercado de trabalho. Dentre elas, pode-se destacar o baixo grau de instrução;

dificuldades com o custo do transporte para procurar emprego; vestuário

inadequado; linguagem inadequada durante a participação em entrevistas; falta

de conhecimento técnico em serviços do comércio e serviços. Dificuldades

encontradas pelos jovens de classes sociais desfavorecidas, sócio-

economicamente quando procuram se inserir no mercado de trabalho.

2.4.4. Dificuldades do outro lado da linha.

Se, no ambiente de trabalho, os profissionais de telemarketing e call

center possuem metas de produtividade, monitorações através de gravações

de seus atendimentos e do outro lado da linha telefônica, a realidade também

se mostra desafiador.

A perspectiva do trabalho a distância facilita as agressões verbais. Eles em

algumas situações são ofendidos pelos clientes. Quando o operador de um

serviço ativa, faz contato com cliente este cliente geralmente, os destratam

alegando falta de disponibilidade de tempo ou dispensam o operador sem

antes saber do que se trata. Trazendo a este colaborador certo desequilibro

emocional. Os resultados já podem ser observados nos índices de doenças

ocupacionais. Segundo Selma Vendo “... É um exército de jovens com

problemas de saúde, físicos e mentais. Os casos de assédio moral levam a

depressão, síndrome do pânico e outros males correlatos", que analisou o

31

31

panorama das empresas de telemarketing, focalizando a expansão em

detrimento das demissões no setor bancário. Em ambientes em que há

interação direta do funcionário de serviços com clientes através de cobranças

por produtividade, o Estresse e o Controle Emocional aparecem como fatores

de risco ao funcionário e à empresa.

Exemplos de doenças associadas ao estresse:

���� Hipertensão

���� Trombose coronariana

���� Enxaqueca

���� Alergias e Febre do Feno

���� Asma

���� Pruridos e comichões

���� Colites

���� Artrites reumatóides

���� Dificuldades menstruais

���� Dispepsia

���� Hipertireoidismo

���� Diabetes Mellitus

���� Úlceras pépticas

���� Constipação

���� Problemas de pele (eczemas)

���� Tuberculose

���� Depressão

A hipertensão, a depressão e outras doenças desde que demonstradas

o nexo de causalidade, são agora vistas pela Previdência como enfermidades

do trabalho. O Brasil vem ocupando posição destacada entre os países onde o

32

32

estress ocupacional tem-se manifestado principalmente no segmento de call

centers. No que diz respeito aos aspectos cognitivos e emocionais associados

ao trabalho nos call centers, observa-se que a essência da atividade da forma

e intensidade com que é desempenhada atualmente eleva o risco associado a

estes aspectos, podendo gerar desde doenças ocupacionais até conflitos de

papéis que tendem a deteriorar o nível de qualidade de serviço percebido pelos

Clientes.

De acordo com Pontes (2001), a Globalização, provocada pelo avanço

tecnológico, trouxe uma série de conseqüências para o mercado de trabalho e. diante de tantas inovações, o jovem, sem ajuda do Estado, se deparou a um

grave problema, o de enfrentar uma série de dificuldades para se inserir no

mercado de trabalho. Dentre elas, pode-se destacar o baixo grau de instrução;

dificuldades com o custo do transporte para procurar emprego; vestuário

inadequado; linguagem inadequada durante a participação em entrevistas; falta

de conhecimento técnico em serviços do comércio e serviços. Dificuldades

encontradas pelos jovens de classes sociais desfavorecidas, sócio-

economicamente quando procuram se inserir no mercado de trabalho.

No Brasil, as primeiras centrais de atendimento foram implantadas na

década de 1980, e as maiores empresas do setor de call center no Brasil:

Contax e Atento, juntas registram a maior fatia em número de colaboradores

espalhados pelo país.

33

33

CAPÍTULO III

O futuro pode ser melhor

3.1. A construção de um país moderno

Apesar dos problemas o país oferece boas condições de ascensão

social. Conforme estudos da ONU (Organizações das Nações Unidas) e IBGE

(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) um dos maiores fenômenos

nacionais das últimas décadas foi o crescimento demográfico. Estudos revelam

a importância socioeconômica do setor de Contact Center no País. Setor

movimenta R$ 17 bilhões por ano, emprega um milhão de pessoas e tem um

dos maiores gastos do mercado com treinamento de mão-de-obra e

investimento em tecnologia. Associação Brasileira das Relações Empresa

Cliente (ABRAREC) e E-Consulting, empresa especializada em consultoria

estratégica nos setores de TI, Internet, Mídia e Telecom, revela que o setor

continua crescendo e assumiu, definitivamente, importante papel

socioeconômico no País. Após a análise, a ABRAREC projeta que o setor de

Contact Center atinja o patamar de 2 milhões de postos de trabalho até 2012,

além do fomento direto e indireto dos setores de sua cadeia de valor, como a

indústria de Tecnologia da Informação, explica Stan Braz, diretor executivo da

ABRAREC.

Conforme estudos da ONU (Organizações das Nações Unidas) e IBGE

um dos maiores fenômenos nacionais das últimas décadas foi o crescimento

demográfico. Essa evolução aconteceu num ritmo muito acima da média

mundial. Nas últimas quatro décadas poucos países no mundo acrescentaram

mais de cem milhões de pessoas à sua população como o Brasil, o país pode

chegar a uma população de 250 milhões de pessoas até 2050. Poucos

mercados no mundo se multiplicaram e se modernizaram na mesma

velocidade que a registrada no Brasil nas últimas quatro décadas. Somos ainda

34

34

um país de renda média baixa e demanda oprimida alta, afirma Roberto

Meir, especialista em relações de consumo.

Através de números do IBGE, O país de hoje com todos os seus

problemas e desafios, é muito melhor que o de ontem. . Conforme Gary

Becker, o Brasil tem todas as condições para aproveitar o bom momento da

economia global e tornar seu lugar como uma das grandes potências

econômicas mundiais. Na busca desta prosperidade, os economistas colocam

cada vez mais ênfase em três aspectos. O primeiro é o Capital Humano,

investir na educação, treinamento, motivação para os empregados. Nenhum

país passa por um crescimento significativo sem investir nas pessoas. O

segundo fator é tecnologia. Introduzir e estimular empresas a inovar e produzir

tecnologia é muito importante. E o terceiro fator é a política governamental.

Sem boas políticas, mesmo nações com muito capital humano não conseguem

prosperar. Investir em seus funcionários.

Na comparação com os três países: Índia, China e Brasil, a história

brasileira das últimas quatro décadas parece menos brilhante. O país foi tido

durante cem anos como um grande potencial, mas não conseguiu desenvolver

plenamente. Poderia ter feito mais para educar com qualidade sua população.

3.2. Qualificando o jovem para o primeiro emprego

Diante de tantas inovações, um determinado extrato social , o jovem

carente se viu diante de um grave problema a ser solucionado, o de enfrentar

uma série de dificuldades para se inserir no mercado de trabalho. Dentre elas,

pode-se destacar o baixo grau de instrução; dificuldades com o custo do

transporte para procurar emprego; vestuário inadequado; linguagem

inadequada durante a participação em entrevistas; falta de conhecimento

técnico em serviços da indústria, comércio e serviços.

No entanto, para que ele possa se inserir no mercado de trabalho, é

necessário que ele seja preparado para adquirir uma nova comunicação,

melhorando o seu poder de argumentação em uma entrevista ou na rotina de

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35

trabalho, mantendo a gíria em seu contexto familiar e entre seus amigos,

percebendo a diferença da vida profissional para a pessoal.

A adolescência é uma etapa evolutiva peculiar ao ser humano. Nesta

fase da vida culmina todo o processo maturativo biopsicossocial do indivíduo.

Por isto, para a correta compreensão do adolescente é necessário analisar

conjuntamente os aspectos biológicos, psicológicos, sociais e culturais Osório

(1992). Assim, durante o período de crescimento que vai aproximadamente até

os 20 anos de idade, há uma diferenciação e uma integração progressivas da

personalidade. “A capacidade de avaliar, conciliar e acomodar estímulos

internos e externos, benignos e perigosos, permite ao ego viver em relativa

harmonia com a pulsão, o superego e o ambiente”. BLOS(1985). Ainda

segundo Blos, o adolescente passa por mudanças físicas que refletem em seu

comportamento. Desta forma as pessoas que trabalham com adolescente

devem ter um olhar diferente para eles, pois deixaram de ser criança, mas

ainda não são adultos, e a aceitação de sua condição na sociedade é muito

importante, para o desenvolvimento de suas potencialidades.

A família e a sociedade têm como função passar aos jovens a

importância de lutar pelos sonhos e ideais e que sempre se deve investir no

trabalho digno, honesto, que possa levar a uma realização pessoal e

profissional. Segundo Rummert, a educação de qualidade dará ao trabalhador

consciência dos seus potenciais, aptidões, transformações e liberdade de

escolha profissional. A educação tem influência direta na vida profissional do

jovem. Conforme aponta Vygotsky: “O homem, em sua ação, cria instrumentos

e signos para transformar a natureza e a si mesmo, construindo a cultura...”.

Seguindo este raciocínio, o homem é capaz de aprender em qualquer fase da

sua vida, através da construção particular do conhecimento frente às diferentes

simbologias e realidades. Neste contexto, evidencia-se que todo jovem, carente

ou não, tem todas as condições de se desenvolver, desde que tenha acesso às

informações necessárias para a construção de seu aprendizado. A família e a

sociedade têm como função passar aos jovens a importância de lutar pelos

sonhos e ideais e que sempre se deve investir no trabalho digno, honesto, que

36

36

possa levar a uma realização pessoal e profissional.

O crescimento e o investimento requerem capital humano, e o Brasil

não possui abundância de mão-de-obra qualificada, por isso as empresas

precisam investir mais em seus funcionários, especialmente os talentosos. Elas

devem observar o surgimento de um novo tipo de funcionário que quer ganhar

o seu espaço através do seu talento e da especialização. É esperado neste

século que as empresas evoluam muito devido ao conhecimento adquirido e

gerenciado, preparando-se para as mudanças que virão muito rápidas e nem

sempre previsíveis.

3.3. Administração de Talentos Humanos e do Capital Intelectual.

Na era da informação em que já estamos nos adaptando e aprendendo

a viver estas modificações, as mudanças que ocorrem nas empresas não são

somente estruturais. Assim a Gestão do Conhecimento traz mudanças nas

empresas, propondo a implementação de processos ágeis e simples, para que

o conhecimento seja registrado e disponibilizado à todos. É saudável

compartilhar informações. São acima de tudo mudanças culturais e

comportamentais transformando o papel das pessoas que delas participam.

Essas modificações não podem passar despercebidas pela

Administração de Recursos Humanos, aliás, elas ocorrem paralelamente

provocando uma profunda transformação. Para que seja produtivo e

plenamente possível se faz necessário que a administração de Recursos

Humanos venha estar na dianteira a fim de dinamizar as suas

potenciabilidades e contribuir para o sucesso da empresa.

3.3.1. Novas características na Área de Recursos Humanos

���� Uma nova visão do homem, de trabalho e da empresa;

���� Estrutura plana, horizontalizada, enxuta de poucos níveis hieráquicos;

���� Necessidade de atender ao usuário (interno/externo), necessidade de

37

37

criar e agregar valor: às pessoas, à empresa e ao cliente;

���� Criação de condições para uma administração participativa e baseada

em equipes;

���� Agilidade, flexibilidade, dinamismo e pró-ação;

���� Compromisso com a qualidade e com a excelência de serviços;

���� Busca de inovação e da criatividade.

A área de Recursos Humanos está se deslocando rapidamente do

antigo contexto industrial que provocou o surgimento do movimento das

relações industriais e serviu de origem, para situar-se em um novo contexto

que será seu futuro nicho de operações: a Era da Informação. Tornando-se

uma área aprumada para frente, para o futuro e para o destino da empresa que

corre em direção ao futuro que está tão presente e o que está chegando. Esta

será a Administração de Recursos Humanos de hoje e de amanhã.

38

38

CONCLUSÃO

Ao longo deste estudo, buscou conhecer os aspectos relacionados à

indústria de Call Center, e seu crescimento meteórico mundialmente

reconhecido. Observou-se que a expansão deste mercado, no Brasil, emprega

mais que a indústria automotiva, podendo ser a “nova construção civil” dos

empregos, transformador do século XXI. Gerando novos empregos, formando

profissionais mais preparados para o mercado de trabalho, contribuindo com o

crescimento profissional deste século. Ao avaliarmos, tudo consiste no serviço

de teleatendimento que fornece informações ao cliente pelo uso constante da

voz, sustentado nas tecnologias da informação e comunicação. Na era do

conhecimento estar sintonizado com a atualidade é fator primordial para o

crescimento de uma nação de uma organização e do indivíduo.

Dos objetivos propostos, inicialmente, foi analisar a evolução e a

expansão do Setor de Call Center e como se tornou responsável também na

evolução nos países emergentes. O segundo objetivo a que se propôs foi

analisar os serviços de call centers em três países: Índia, China e Brasil, países

que estão ganhando destaque devido ao crescimento neste segmento e o que

representam para economia mundial. Verificou-se através da correlação das

variáveis escolhidas para análise e o desempenho observado nos últimos anos

dos três países. Ficou evidente, que a Índia possui indicadores superiores

especialmente por possuírem mão de obra mais barata, e mais qualificada,

tendo o inglês como primeiro idioma. Essa combinação proporciona uma

importante vantagem competitiva, faz da Índia uma estrela mundial no

offshoring de serviços de call centers. Verificou-se que a China é o país que

mais investe em obras de infra-estrutura, e também como destino cada vez

mais freqüente de terceirizações, em razão do talento e a força de trabalho. O

Brasil ficou em um meio termo com algumas variáveis desfavoráveis como

nível intelectual abaixo do esperado, carga tributária alta. É importante

ressaltar, conforme mostrado nas comparações iniciais que os três países

39

39

analisados possuem problemas estruturais sérios, mas não impediu a Índia

e a China em especializarem no provimento de serviços para outros países. No

entanto, faz necessário que as empresas que prestam offshoring de serviços

no Brasil, se mostrem e contribuam com ações em conjunto, para promover e

colocar o país no roteiro das organizações de países desenvolvidos,

terceirizando serviços em áreas, onde Brasil já possui competências para

ocupar um lugar de destaque no mercado global.

O artigo procurou levantar as dificuldades encontradas pelos jovens em

sua iniciação profissional, as ações governamentais e privadas disponíveis

nesta área, devem promover as oportunidades de melhoria na preparação dos

jovens e para a inserção no mercado de trabalho. Outros fatores foram

levantados como dificultadores: a baixa escolaridade dos jovens, a falta de

incentivo da família, os novos atributos e qualidades profissionais exigidos

dentre outros. Ao longo deste estudo, observou que o emprego nos call centers

seria percebido pelos jovens profissionais analisados, em decorrência de seu

despreparo, um meio de suprir temporariamente suas necessidades materiais.

Percebem a atividade como temporária e ocasional, adequada à sua situação

de momento. A jornada curta facilita o estudo, atividade paralela, ou

complementação da renda. O jovem profissional não apresenta perspectiva de

continuar na empresa, refletindo nos altos índices de rotatividade. O tempo

médio de permanência na empresa, fica em torno de dois anos a dez meses,

tempo para obterem o auxílio desemprego. Outros fatores analisados, o que

pode levar ao estresse e ao desinteresse é a falta de organização do trabalho,

baixos salários, imposição de métodos e metas, transforma envolvimento

negativo com o trabalho e sua despersonalização, o que interfere na saúde.

Baixos salários oferecidos levam alguns funcionários a ampliarem a sua

jornada de trabalho com horas extras ou com um segundo emprego. Para que

essa situação seja revertida, o presente estudo sugere uma parceria do poder

público com a comunidade e as organizaçõese no sentido de investir em

educação de qualidade, e despertar a consciência cidadã. O presente estudo

sugere valores que geram bom desempenho, investimentos no capital humano

através da educação consequentemente promovem o crescimento econômico.

40

40

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VENCO, B. Selma. Tempos moderníssimos nas engrenagens do telemarketing.

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43

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

Call Center: A Construção Civil do Setor de serviços 9

1.1 – Conceitos: Call Center 9

1.2 – A evolução e a importância deste segmento chamado Call Center 10

1.3.– Impulsos através dos avanços da Tecnologia da Informação 11

1.4.– Expansão do Call Center e o crescimento da economia no mercado

de Trabalho 13

1.4.1 - Terceirização e a Exportação da mão de obra 14

1.4.2- Do crescimento expõe a fragilidade da economia no Brasil 16

CAPÍTULO II

Briga de Gigantes: Índia, China e Brasil 18

2.1 – Diferenças: A Quantidade e a Qualidade da mão de obra 18

2.2 – Índia 18

2.3 – China 21

2.4 – Brasil 23

2.4.1 - Altos índices de Faltas: O que leva o profissional a faltar ao

trabalho 24

2.4.2 - Quanto mais jovens o profissional, menor é o seu

comprometimento? 27

2.4.3 - Alta rotatividade de pessoas 29

2.4.4 - Dificuldades do outro lado da linha 30

44

44

CAPÍTULO III

O Futuro pode ser melhor 33

3.1 – A construção de um país moderno 33

3.2 – Qualificando o jovem para o primeiro emprego 34

3.3 – Administração de Talentos Humanos e do Capital Intelectual 36

3.3.1 - Novas características na Área de Recursos Humanos 36

CONCLUSÃO 38

BIBLIOGRAFIA 40

ÍNDICE 43

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: