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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O PAPEL NA ARTE-EDUCAÇÃO: como trabalhar com a arte esse fazer explorador e sem limites? Por: Ana Cláudia Monteiro de Barros Orientador Profa. MS. Fátima Alves Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · CAPÍTULO IV – O Papel do Homem na Sociedade 27 CONCLUSÃO 33 ... Seguindo os passos de uma das primeiras manifestações

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL NA ARTE-EDUCAÇÃO:

como trabalhar com a arte esse fazer explorador

e sem limites?

Por: Ana Cláudia Monteiro de Barros

Orientador

Profa. MS. Fátima Alves

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O PAPEL NA ARTE-EDUCAÇÃO:

como trabalhar com a arte esse fazer explorador

e sem limites?

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em. Arteterapia em Educação e

Saúde

Por: . Ana Cláudia Monteiro de Barros

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AGRADECIMENTOS

.... aos amigos, aos professores, à

família, ao curso de Arteterapia

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DEDICATÓRIA

..... dedica-se a mãe, ao cônjuge

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RESUMO

O presente estudo apóia-se no objeto investigado: o papel que propicia

questões diversas. Podemos pensar nele como recurso material e instrumento

facilitador do processo ensino-aprendizagem pelo baixo custo apresentado e

por ser encontrado com facilidade nas unidades escolares. Ele se transforma e

surge como origami, estrutura em jornal, Kirigami, máscaras, brinquedos óticos,

faixas decorativas, esculturas, tinta, dentre outras opções, nos oferecendo ricas

experiências estéticas. Percorrendo a sua história, conhecemos a sua origem

até chegarmos à folha branca, acetinada. Ela nos envolve de tal forma que nos

guia para intensas reflexões, deixando de ser apenas um suporte material.

Observamos, assim, que na educação ele nos faz repensar sobre a relação do

professor com os desafios da sala de aula no ensino de Artes: como construir o

fazer artístico nas escolas? Na Arteterapia ele traz a multiplicidade do ser

humano que apresenta diferentes personas em sua trajetória e que se observa

nas produções realizadas. Conhecendo a si mesmo, as suas questões

internas, o papel, juntamente com a Arteterapia, nos leva a meditar sobre o

nosso lugar na sociedade. A arte tem a característica de ser inquieta,

impulsionadora, questionadora, gerando transmutações, emoções, renovando

o ser humano. Ela nos conduz à percepção de diferentes olhares e ao nosso

crescimento como um todo, afinal estamos em constante aprendizagem. Neste

panorama, o papel representa a fragilidade e a resistência do homem,

constituindo elemento da arte que reflete a nossa própria essência.

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METODOLOGIA

A pesquisa baseia-se na investigação empírica, através da observação

da relação da clientela no seu ambiente natural, a escola pública municipal e

estadual com o objeto de pesquisa: o papel e também teórica por meio de

livros, revistas, webgrafia, ou seja, bibliográfica, onde serão apresentadas

ideias e conceitos de autores que discorrem sobre o tema. Anexos serão

incluídos com as ilustrações pertinentes.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - A História do Papel 11

CAPÍTULO II - O papel da Educação 16

CAPÍTULO III – O papel da Arteterapia 22

CAPÍTULO IV – O Papel do Homem na Sociedade 27

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35

WEBGRAFIA CONSULTADA 38

BIBLIOGRAFIA CITADA 41

ANEXO 43

ÍNDICE 49

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INTRODUÇÃO

Desde os primórdios da história da humanidade o homem tem a

necessidade de se expressar e por meio da arte encontramos registros dessa

característica.

Nas cavernas da Europa, na Ásia, no norte da África, no continente

americano e mais especificamente em Minas Gerais e no Piauí vemos as

pinturas rupestres onde o homem pré-histórico já marcava a sua presença,

gravando na pedra o seu modo de vida nos oferecendo a compreensão da

evolução de nossa própria espécie. Através delas os historiadores e

antropólogos pesquisaram e recriaram a cultura de nossos ancestrais.

Seguindo os passos de uma das primeiras manifestações artísticas da

humanidade, mesmo antes do surgimento da escrita, o homem já produzia

evidências do seu cotidiano, demonstrando, assim, o “papel” que exercia na

sociedade primitiva.

Com o desenvolvimento do pensamento e da capacidade de

simbolização ocorre a criação da escrita que constitui a linha que delimita a

pré-história da história como também o surgimento do suporte para a escrita.

Inicialmente utilizou-se a cerâmica pelos sumérios (inventores da escrita),

cascas de árvores pelos maias e astecas, pergaminho pelos persas, papiro e

paredes das pirâmides pelos egípcios, conchas, cascos de tartarugas e seda

pelos chineses e finalmente o objeto da pesquisa, o papel.

O papel nos encanta pela sua riqueza, como gramaturas, cores,

texturas, constituindo recurso material que explora inúmeras possibilidades de

criação.

Na Arteterapia nos faz refletir sobre as várias possibilidades como

suporte material e também sobre os papéis que desempenhamos durante a

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nossa trajetória. Trazendo nossos conteúdos internos podemos observar as

características do papel e perceber as peculiaridades do ser humano.

Assim, podemos dizer que o papel ofício por sua maleabilidade

representa a capacidade do ser humano de adaptação, de superação nas mais

diferentes situações.

A cartolina por sua resistência maior nos remete a necessidade de

flexibilidade em nossas vidas, nem muito rígido, nem muito maleável, mas sim

o ponto ideal para construção, para a sustentabilidade do eu. Fazendo uma

analogia com uma corda de violão, notamos que se esta estiver muito frouxa,

não toca, se estiver muito tensionada, esticada ela arrebenta. Mas se estiver no

ponto certo, nos oferece sons, melodias que tocam a nossa alma e se

perpetuam ao longo do tempo.

Dessa forma, inserem-se neste estudo os capítulos que irão aprofundar

as questões pertinentes a pesquisa:

Capítulo I: A História do Papel que trata de sua origem e o papel como

conhecemos hoje.

Capítulo II: O Papel da Educação que será voltado ao desafio de

trabalhar com a arte nas unidades escolares, o papel como recurso material,

reflexões de alguns pensadores da educação e a própria pesquisa empírica.

Capítulo III: O Papel da Arteterapia com suas contribuições para o

processo de aprendizagem pessoal, valorizando a produção artística como

meio de conhecimento interior.

Capítulo IV: O Papel do Homem na Sociedade com enfoque nas várias

facetas do ser humano com uma visão holística.

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Nesse contexto, o papel surge como veículo de expressão constituindo

um dos elementos da arte. Ele não representa apenas o produto final, mas sim

o processo, a descoberta, o fazer artístico. Conduzindo-nos às várias

“personas” ele nos impulsiona ao autoconhecimento, nos renovando e nos

transmutando para a construção do ser integral.

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CAPÍTULO I

A HISTÓRIA DO PAPEL

Como vimos, antes do surgimento do papel o homem utilizava outros

suportes para a escrita e um deles influenciou a grafia do objeto do estudo,

além de ser um antecessor do papel.

A palavra papel é oriunda do latim: “papyrus” que significa: papiro que

corresponde a uma planta que se localiza às margens do Rio Nilo, no Egito.

Em 3000 a. C, os egípcios por meio da extração das fibras dessa planta,

confeccionavam as folhas para a escrita, o papiro, originando a palavra.

1.1 – O papel em escala artesanal

O papel como conhecemos, vai nascer na China no séc. II, a. C,

através das mãos de T ̉sai Lun, um oficial da corte imperial, que reuniu casca

de amoeira, restos de roupa, cânhamo e outros materiais que possuíam fibras

vegetais, cozinhou-as e umedeceu-as, bateu a massa até transformá-la em

uma pasta, peneirou-a conseguindo uma fina camada dessa mistura. Exposta

ao sol, ela secou e após esse processo surgiu o papel. Papéis encerados,

revestidos e protegidos contra insetos constituem aperfeiçoamento da técnica

pelos chineses.

No entanto, durante um longo período o papel ficou restrito à China ,

uma vez que representava rica fonte de lucro. O papel só vai começar a viajar

depois de 500 anos. O seu itinerário, a Coréia. Por meio de monges budistas

coreanos, ele chega ao Japão, no ano 610 de nossa Era. Em 751 d. C., a

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China com a intenção de expandir o seu território invade uma cidade de

domínio árabe, Samarkand, perdendo a batalha. Alguns artesões que

conheciam o segredo da produção do papel tornam-se prisioneiros e assim, o

nosso personagem chega ao território árabe. De Bagdá, em 795 d.C ele se

espalha seguindo a expansão muçulmana da costa da África até a Península

Ibérica.

Os mouros ao invadirem a Europa levam o papel para essa região.

Os moinhos papeleiros iniciais encontram-se na Espanha, em Xativa e em

Toledo, em 1805. Simultaneamente, através da Sicilia ou Palestina ele se

dirige à Itália, em Fabrino, quando então a produção do papel é introduzida

em toda a Europa. Nota-se que neste período o papel era confeccionado

individualmente e de forma artesanal.

“Inventar é imaginar o que ninguém pensou; é

acreditar no que ninguém jurou; é arriscar o que ninguém

ousou; é realizar o que ninguém tentou. Inventar é

transcender.” (DUMONT,Santos)

1.2 – O papel em escala industrial

Com a invenção da imprensa e também com o comércio que levava as

novidades a diferentes pontos, a demanda do papel se multiplica, pedindo a

mecanização do processo.

A primeira máquina de fabricação do papel é trazida por Nicholas-

Louis Robert, em 1797. Já em 1809, Jonh Dickinson foi o responsável pelo

início do processo moderno de fabricação do papel com a criação da máquina

cilíndrica ocorrendo, então, o crescimento da produção, uma vez que a

velocidade na fabricação aumenta. O papel transcende, então, a produção

artesanal e se aventura na era industrial.

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Na Holanda cria-se o processo que transformava trapos de tecidos em

fibras, que corresponde ao início da fabricação em larga escala. O papel de

trapo foi aperfeiçoado pelos moinhos europeus, tornando-se mais maleável e

mais fino. Uma característica dos livros oriundos desse tipo de papel,

ocasionado pela quase ausência de acidez em suas fibras, corresponde a

manutenção de sua brancura e alta durabilidade de suas folhas.

“... O papel nem sempre / é branco como / a primeira

manhã / É muitas vezes / o pardo e pobre / papel de

embrulho...” (MELO NETO, João Cabral)

.

No entanto, as condições de trabalho das trapeiras, operárias das

fábricas de papel, eram de caráter insalubre.

“... uma das espécies de trabalho mais suja e pior

paga para a qual são escolhidas de preferência mulheres

e raparigas... As trapeiras são o veículo de propagação de

varíola e outras doenças infecciosas e elas próprias as

suas primeiras vítimas.” (MAX, Karl)

Com a grande necessidade de produção, a matéria-prima torna-se um

problema. Os trapos velhos não atendiam a demanda e também foram

proibidos de serem comercializados. Sendo o trapo abolido, a madeira surge

como solução. Ao observar que as vespas transformavam a madeira em uma

substância que lembrava o papel, o naturalista francês, Reaumir, introduz a

madeira, fato que acelerou a produção.

Na América o papel chega por meio dos conolizadores. No Brasil, o

primeiro papel que se tem notícia corresponde à carta de Pero Vaz de

Caminha, relatando o descobrimento da “Terra das Índias”, o nosso país. Já

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em 1809, com a vinda da Família Real, ocorre a instalação da primeira fábrica

de papel, no Andaraí Pequeno, RJ. A partir de então, a sua produção passou a

ser industrial.

Com a imigração japonesa para o Brasil, o papel ganha o aspecto

artístico, lúdico através da arte do origami. Quem não se lembra do barquinho

de papel, o chapéu de soldado, o balão enfeitando as Festas Juninas, que se

inserem nas lembranças de nossa infância?

Hoje, a principal matéria-prima para a elaboração do papel

corresponde à celulose, retirada das árvores. Entre as mais usadas estão o

pinheiro e o eucalipto.

Cada tonelada de papel virgem necessita de quinze árvores adultas e

aproximadamente cem litros de água. O papel reciclado utiliza apenas dois

litros de água e nenhuma árvore para produzir a mesma quantidade de papel.

O primeiro papel reciclado que se tem notícia seria o palimpseto, cuja palavra

se refere ao pergaminho já usado e reaproveitado. A indústria de papel

consiste em uma das fábricas que mais gasta energia, além de poluir o solo e a

água com a utilização de produtos químicos para branquear o papel.

Com o uso de computadores acreditava-se que o consumo de papel

diminuiria, porém a necessidade de impressão dos conteúdos elaborados via

PC aumentou de forma significativa a demanda do papel.

Dentro desta ótica, a sustentabilidade corresponde a uma questão para

a qual devemos lançar um olhar mais atento e afetuoso, afinal os recursos

naturais são finitos.

O conceito de sustentabilidade foi incorporado à questão ambiental por

meio do economista polonês, radicalizado francês Ignacy Sachs. Na década de

1980, o presidente do Worlwatch Institute (W.W.T.), o norte americano Lester

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Brown, já falava da importância de se utilizar os recursos naturais de forma

equilibrada visando às gerações futuras.

A sustentabilidade ganhou maior propagação com a Conferência das

Nações Unidas sobre o Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, a Rio-92, no

Rio de Janeiro. Em junho deste ano (2012), haverá um novo encontro,

novamente no Rio. A Conferência das Nações Unidas sobre o

Desenvolvimento Sustentável, a Rio + 20 reunirá especialistas de todos os

continentes que debaterão sobre o tema e indicarão novos rumos para o nosso

planeta. A Cúpula dos Povos terá caráter de pluralidade cultural, onde vários

grupos apresentarão propostas e soluções, além de iniciativas que se tornaram

realidade e estará aberta aos que quiserem participar.

A sustentabilidade não pode ser encarada como algo isolado, mas sim

como um elo de uma grande corrente, onde o indivíduo, a família, a escola, o

bairro, a cidade, o país, enfim, onde todos se inter-relacionam e suas atitudes

repercutem uma sobre as outras. Ações simples como utilizar os dois lados do

papel estão ao alcance de todos.

“Para garantir o bem-estar da humanidade, são

necessárias novas maneiras de pensar e agir. Dar o

primeiro passo é essencial para que o mundo seja justo e

o meio ambiente equilibrado...” (SANTOMAURO, Beatriz,

2012, p. 57)

A sustentabilidade deve ser economicamente viável, ambientalmente

correta e compreender o aspecto social de forma harmoniosa. Assim, essas

premissas apontam para a seguinte reflexão: Qual o nosso papel com a

biodiversidade?

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CAPÍTULO II

O PAPEL NA EDUCAÇÃO

Imprimindo significações e releituras diversificadas, o papel agrega

considerações preciosas, seja como recurso material, na terapia, na educação,

ele nos transporta para intensas resignificações.

“O papel da educação é de nos ensinar a enfrentar a

incerteza da vida; é de nos ensinar o que é o

conhecimento, porque nos passam o conhecimento, mas

jamais dizem o que é o conhecimento (...). Em outras

palavras, o papel da educação é o de instruir o espírito a

viver e a enfrentar as dificuldades do mundo.” (MORIN,

Edgar, 2012, junho)

2.1 – O papel como recurso material e o olhar terapêutico

Rasgando, dobrando, pintando, desenhando, colando, trançando,

modelando, animando, construindo etc..., por meio de diversas ações como o

papel, o fazer artístico se revela e nos oferece a possibilidade de nos

aventurarmos no universo da imaginação, do símbolo, da criação, guiando-nos

aos elementos de nossa personalidade. Assim, observando a relação entre o

papel e a clientela pretendida, pode-se tecer alguns comentários.

O papel ofício branco por ser encontrado com maior freqüência foi

trabalhado inicialmente. Sendo muito comum, muitas vezes não recebe a

devida importância. No entanto, a partir do momento que houve a informação

do gasto de energia, de água, enfim, dos aspectos envolvidos na sua

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fabricação, ele passou a ser tratado com maior cuidado. Fato que causou certa

surpresa. Refletindo sobre o ocorrido e após coleta de dados constatou-se que

o discurso se refere a algo que se inclui no cotidiano, portanto, próximo ao

aluno. Dessa forma o papel abandonou o aspecto banal e transformou-se em

algo valoroso. Após essa ação a utilização dos dois lados do papel tornou-se

uma constante. Oferecendo mudanças ao manipulá-lo podemos relacionar esta

característica com a Arteterapia já que esta visa à transformação do ser. Dessa

forma, o papel nos remete as transmutações, aos caminhos que o homem

percorre até chegar ao processo de individuação.

O corte e colagem com formas geométricas foram direcionadas para a

composição abstrata. Neste momento, a observação de detalhes, a

concentração e a organização entraram em cena. Os alunos mais impacientes

foram orientados a cortarem formas em tamanho maior. Esta técnica

representou a integração, a união. Os pedaços sozinhos não possuem tanta

força, mas juntos ganham energia, vida. Lembra a necessidade de vivermos

em grupo, onde cada um participa construindo o todo.

O papel em tamanho maior foi recebido de forma agradável. Criando a

oportunidade de maior exploração dos riscos e rabiscos, no papel foram

registrada a expressão e a comunicação de idéias permitindo a autonomia de

criar. Este tamanho propicia a possibilidade de liberar o inconsciente e os

sentimentos e expressá-lo livremente. Remete a sensação de energias

renovadas, como quando o mar se encontra diante dos olhos e sentimos a

nossa força vital refeita.

O papel colorido, seja como cartolina, como papel crepom, como

textura, tinta etc... exerce certo fascínio provocando uma participação mais

ativa e interessada. As cores constituem energia e nos contam sobre o eu.

Segundo Maida Santa Catarina: “Elas fazem parte de nossa vida e funcionam

como uma linguagem dos sentimentos e emoções e são o espelho e a

expressão de nossa alma.” (2011, p.87) Pensando nas cores básicas, as

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matizes de todos estavam ali representadas. No vermelho encontra-se o corpo

material, no amarelo identifica-se a mente e no azul vê-se a alma, enfim, o ser

humano.

O papel voltado para o reaproveitamento não poderia ser esquecido.

Por meio dele aspectos relacionados à sustentabilidade foram explorados. A

técnica escolhida foi a estrutura em jornal, através da qual podemos

representar diferentes personagens de acordo com o contexto. Assim, foram

confeccionados bonecos de jornal. Consiste na releitura de algo que parece

insignificante, descartável, mas que pode surgir como algo novo. Lembra a

correria da vida. Nela, muitas vezes, pequenos detalhes são deixados de lados

ou mesmo não são percebidos.

Com o intuito de aprofundar a pesquisa um formato de papel não

convencional foi utilizado, o circular. Encontrado em diferentes civilizações ao

longo da história, o círculo corresponde a um símbolo significante na mente

coletiva. Através do contato com esta forma, a percepção, a atenção, a intuição

revelaram-se, propiciando maior integração entre os grupo e harmonização do

ambiente. Direcionando o foco para o círculo, o espaço exterior foi esquecido.

Dialogando com a forma que ele inspira ocorreu a construção de um novo olhar

e o estímulo à criatividade. O círculo nos remete a continuidade, a intensidade

da vida, onde início e fim são inexistentes, sugerindo a possibilidade de um

novo começo.

O papel apresenta o espaço bidimensional e o tridimensional. A

tridimensionalidade está mais próxima da realidade, do que se pode tocar. O

ser humano vive nas três dimensões. Com ela se pode desestruturar e

estruturar. Com a bidimensionalidade, o homem representa, expõe suas idéias,

inspira reflexões. As duas correspondem a importantes instrumentos para a

simbolização inerente as ser humano.

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Nesse sentido, o papel irá promover um olhar investigador, através dos

materiais que serão utilizados para as construções, despertando a

sensibilidade artística. Ele favorece o desenvolvimento da criatividade,

aguçando e incentivando o imaginário, além de imprimir uma expressão poética

à vida.

Assim, tal premissa aponta para a necessidade de adquirimos um olhar

investigador na educação, onde o papel do educador sinaliza reflexões e

desafios.

2.2 – Os desafios da educação

Conforme Susan Bello “A palavra educar vem do latim “educare” que

significa encorajar o desenvolvimento e a expressão das qualidades únicas de

cada pessoa.” (2007, p. 39). A arte com suas múltilplas facetas irá promover

este desenvolvimento. Em contato com ela o indivíduo irá se perceber, explorar

o ser sensível estabelecendo inter-relações, valores que norteiam a vida em

sociedade.

A arte revela a capacidade de transformação, de evolução em nossa

existência que ocorre através da aprendizagem. O homem tem a necessidade

contínua de aprender. Segundo Leonardo da Vinci “Aprender é a única coisa

que a mente humana nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende.”

Por meio da plasticidade cerebral, o cérebro se modela em razão de

estímulos, experiências, reformulando conexões de acordo com as

necessidades e fatores ambientais. Ela está continuamente ativa permitindo a

flexibilização do cérebro a todo instante e, por conseguinte, surge a cognição, a

aprendizagem.

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Em sala de aula a cognição encontra várias individualidades, onde se

vê habilidades e competências diversas. Howard Gardner com sua Teoria das

Inteligências Múltiplas, apresentada em seu livro “Estruturas da Mente” enfoca

essas diferenças e nos lembra que assim como os alunos são diferentes, a sua

aprendizagem ocorre de maneira diferente e por esta razão as suas “marcas”

devem ser levadas em consideração no processo de aprendizagem. Frisa-se

que esta teoria tem fator relevante ao desmistificar a idéia de uma única

inteligência que servia como base para os testes de QI. Ainda hoje as

disciplinas de Matemática e Português sobrepõem-se as demais recebendo

maior valorização.

Sob este enfoque, vemos a necessidade de contribuir para a formação

de indivíduos que reflitam, que criem, que tenham um olhar investigador e que

não apenas repitam fórmulas ou memorizem conteúdos.

Contudo, como construir este saber com a realidade da sala de aula?

Como elaborar o ensino de Artes com a quantidade exacerbada de alunos e

sem os recursos adequados? Como construir o fazer artístico com os desafios

da educação?

Analisando a relação entre professor-aluno e as circunstâncias

envolvidas na educação, observa-se que quando a aprendizagem configura-se

significativa ela frui de maneira prazerosa e se estabelece. Dessa forma, o

ensino de artes com todas as suas adversidades torna-se mais ameno. Neste

momento ela se transforma em algo precioso para o aluno e passa a ter

sentido. No dizer de Benjamim Franklin “Fale, e eu esquecerei. Ensine-me e eu

poderei lembrar. Envolva-me e eu aprenderei.”

Sob o prisma de Vygotsky, John Dewey, Carl Rogers, Paulo Freire,

pensadores da educação, a aprendizagem torna-se significativa quando está

próxima das experiências vividas pelos alunos, quando ela dialoga com cada

ato cotidiano, impregnando o ser, impulsionando a vontade de aprender.

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Assim, novos conhecimentos podem ser apresentados, amplia-se o leque de

cognição.

Nesta abordagem, pergunta-se: Qual o papel do professor?

“O papel do educador não é propriamente falar ao

educando sobre sua visão de mundo ou lhe impor essa

visão, mas dialogar com ele sobre a sua visão e a dele.

Sua tarefa não é falar, dissertar, mas problematizar a

realidade concreta do educando, problematizando-se ao

mesmo tempo.” (FREIRE, Paulo, 2012, p.34)

Conclui-se, portanto que o professor deve ser um aprendiz, um

orientador, um facilitador, favorecendo descobertas e por meio da arte irá

provocar a expressão pessoal, contribuindo para a formação do educando de

maneira significativa, afinal, a arte toca o ser em toda sua completude.

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CAPÍTULO III

O PAPEL NA ARTETERAPIA

“arte – ‹‹ atividade que supõe a criação de sensações ou

estados de espírito, de caráter estético, carregadas de

vivência pessoal e profunda, podendo suscitar em outrem

o desejo de prolongamento ››. ...; ‹‹a capacidade criadora

do artista de expressar ou transmitir tais sensações ou

sentimentos...››” (HOLANDA,Buarque Aurélio, 2ª edição)

Há que considerar, portanto, que a arte está associada à natureza do

homem, sendo um dos atributos que o diferenciam dos demais seres vivos.

Embora seja muito difícil definir a arte, já que ela reflete a história, a cultura, o

contexto de uma época, preservando as características do período e

traduzindo-as, a citação mencionada se relaciona com a Arteterapia.

A Arteterapia com o seu olhar terapêutico irá trabalhar com as

sensações, a vivência pessoal, com a capacidade criadora, projetando a psique

através do fazer artístico. Esta viagem ao eu constitui algo muito saudável.

Através desta catarse, o homem reorganiza os seus conteúdos internos, libera

o que lhe incomoda, elabora melhor os seus conflitos, o que proporciona o

alívio emocional. A arte tem a característica de ser renovadora.

As produções em Arteterapia respeitam a expressão livre. A liberdade

constitui condição primordial para o processo criativo, para a formação do ser.

Assim, a Arteterapia não vai se preocupar com o aspecto estético, mas sim

com a liberdade de expressão, através a qual a capacidade de construção, de

criar se apresenta.

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A criatividade representa fator estimulador para o processo de

transformação pessoal, para as mudanças. O homem desde o início de sua

história sente a necessidade de criar objetivando a facilitação de suas

atividades cotidianas, como a caça, a pesca, a agricultura etc..., favorecendo a

sua própria evolução, portanto, consiste em um gemem latente em nosso ser.

A criatividade está diretamente relacionada ao fazer artístico, que representa o

ponto central da Arteterapia, onde símbolos internos nos direcionam ao eu.

A interpretação de imagens representadas em uma produção artística

que traduzem símbolos internos foi valorizada e utilizada como instrumento

terapêutico por Carl G. Jung. Ainda que a Arteterapia possa ter abordagens

diferentes referente à Psicanálise, à Gestalt Terapia e outras correntes

relacionadas à Psicologia, elencar-se-á o trabalho de Jung.

Estudando e observando os símbolos, expressos nas produções

artísticas, Jung percebeu que eram carregados de manifestações do

inconsciente. A arte com suas múltiplas atividades também corresponde a uma

expressão psicológica ao plasmar a linguagem do inconsciente.

“ Uma psicologia que satisfaz unicamente ao intelecto

jamais é praticável; pois o intelecto por si só nunca será

capaz de abranger a totalidade da alma. Quer queiramos

ou não, mais cedo ou mais tarde o fator cosmovisão terá

que ser levado em conta, porque a alma está em busca

da expressão de sua totalidade.” (CARNEIRO, Celeste, in

JUNG, 2010, p. 37)

Jung ressaltou a importância da parte imaterial do ser, como a intuição,

a alma no processo terapêutico.

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Este pensamento corresponde à principal fonte de divergências entre

Freud e Jung. Enquanto Freud insistia que as ações humanas geradoras de

conflito eram oriundas de uma natureza sexual, Jung admitia o fenômeno

espiritual envolvendo a psique do homem. O conceito de libido não era o único

responsável pelo desequilíbrio interno, segundo Jung.

“Do mesmo modo que não ocorreria ao físico moderno

derivar todas as forças, por exemplo, somente do calor,

também a psicologia, deve preservar-se de englobar

todos os instintos no conceito de sexualidade.” (NICE,

Silveira, in JUNG, 2011, p. 39)

Mergulhando no processo de elaboração dos conteúdos pessoais,

Jung apresenta os conceitos de tipos psicológicos, complexos, consciente

individual e coletivo, arquétipos, mitos, anima e animus, individuação, persona,

dentre outros e os relaciona à psique humana numa tentativa de compreender

o universo do ser que por si só constitui algo bem singular e enigmático.

No Brasil, não podemos deixar de mencionar Ulysses Pernambuco,

Silvio Moura, Osório César e Nise da Silveira que foi aluna de Jung e criou o

Museu de Imagens do Inconsciente e foi veementemente contra os métodos

agressivos no tratamento de pacientes internatos nos hospitais psiquiátricos e

que contribuíram de forma significativa para o uso da arte como terapia.

O ser humano vive permanentemente em conflito, afinal o homem não

possui somente um lado material, mas também uma dimensão espiritual e que

não pode ser esquecida. A questão envolvida nesses dois lados corresponde à

pergunta: Como o ser humano lida com esses conflitos, de que maneira encara

os seus conteúdos internos? Ele assume o papel de vítima ou de agente

modificador de sua realidade?

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Traduzindo símbolos durante o fazer artístico, o ser humano retrata os

seus conteúdos interiores estabelecendo uma comunicação com os seus

estados psicológicos, afinal, a arte atinge profundamente as emoções

humanas. Este processo representa fator essencial para a resolução dos

problemas da alma.

“Alma vai além de tudo que o nosso mundo ousa

perceber / Casa cheira de coragem vida tira a mancha

que há no meu ser / Te quero ver, te quero ser ... alma /

... viajar nessa procura toda de me lapidar / Nesse

momento agora de me recriar / De me gratificar, de

busco alma...” (LIVRE, Boca, 1983, faixa 6)

Sabe-se que os problemas da alma se refletem no corpo físico.

Quantas vezes surge o aborrecimento e logo depois o corpo sinaliza com uma

dor, um mal-estar inesperado?

O cientista japonês, Dr. Masaru Emoto, demonstrou com a sua

experiência cientifica ao relacionar palavras carregadas de sentimentos

agradáveis e desagradáveis à molécula da água, que a energia humana

vibracional reflete na estrutura do homem. O processo consiste em expor a

água a um sentimento escrito em uma folha de papel durante uma noite, em

seguida congelar a água e fotografar a molécula. Sob a influência desses

sentimentos, ela emanou uma determinada vibração de acordo com a palavra

exposta. O resultado se revelou surpreendente.

As moléculas que receberam a palavra com sentido positivo

mostraram um aspecto de pura beleza estética, transmitindo paz, apresentando

uma estrutura cristalina e formando figuras geométricas encantadoras.

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Já as moléculas que foram submetidas às palavras com sentido

negativo, mostraram-se confusas, com uma visualização que causou mal-estar,

formando figuras disformes e grosseiras.

Do mesmo modo foram utilizadas músicas e orações que também

captaram a energia envolvida nessas atividades.

Sabemos que o corpo, constituído em sua maioria por água, na

quantidade de 70%, está diretamente ligado a ela, e por esta razão, as

emoções, sentimentos, pensamentos, idéias, palavras, nos afetam de forma

automática, incomensurável.

Esta pesquisa, comprovada com a ajuda da fotografia, revelou e

lembrou que as emoções originam muito dos problemas existenciais. Portanto,

valorizar a dimensão espiritual constitui aspecto essencial para a saúde do ser.

A partir da compreensão realizada, observa-se que o papel da

Arteterapia será o de favorecer o desenvolvimento da criatividade, o

autoconhecimento, a liberação de conteúdos reprimidos, o crescimento

pessoal. Utilizada como terapia desde a Grécia Antiga, a arte irá promover o

equilibro físico, energético e emocional do homem.

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CAPÍTULO IV

O PAPEL DO HOMEM NA SOCIEDADE

Apreendendo a existência humana, o presente discurso irá discorrer

sobre a psique e a formação do ser em toda sua plenitude.

O ser humano constitui um ser complexo. Integrar esta complexidade

representa tarefa desafiadora.

O homem percorre uma longa trajetória até se construir, até alcançar o

processo de individuação. Conforme CARNEIRO, Celeste:”A individuação é o

tornar-se a si mesmo, inteiro, pleno, consciente de si mesmo e dos

acontecimentos que envolvem a nossa vida...”

Em contato com a relação intrapessoal, com as experiências, com os

conflitos, com as vicissitudes, com as múltiplas atividades que o homem

exerce, da relação com o outro, o processo de formação do ser se consolida.

Este desenvolvimento, no entanto, ocorre ao longo da vida e de acordo com

Jung segue algumas etapas, numa constante elaboração. Nas significações da

alquimia, na anima e animus, na sombra, na persona dentre outros conceitos,

vê-se essas etapas onde o inconsciente e o consciente conversam numa

tentativa de estruturação visando à completude do indivíduo.

“Precisamente no confronto do inconsciente com o

inconsciente, no conflito como na colaboração entre

ambos é que diversos componentes da personalidade

amadurecem e unem-se numa síntese, na realização de

um indivíduo específico e inteiro.” (SILVEIRA, Nice, 2011,

p. 77)

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Nesta tentativa, o homem irá se confrontar com suas singularidades,

com seus papéis, suas personas, com suas variantes de acordo com o

contexto que se lhe apresenta.

Neste amadurecimento, inicialmente, surge a persona que

corresponde aos vários papéis que o homem utiliza no convívio com o

ambiente exterior e também com as situações que lhes são apresentadas,

provocando e sugerindo adaptações ao meio em que convive.

Em seguida há o encontro com a sombra que compõe o lado das

tendências que nos desagradam, que nos assustam, o lado desconhecido.

Representa a face oculta. Nela encontram-se diversos complexos, fragilidades,

forças primitivas, negativas. No entanto, o conceito de sombra não está

somente vinculado ao lado obscuro. Nela também existe um traço positivo que

quando se apresenta consegue dispersar, ultrapassar os negrumes da sombra,

originando a capacidade de superação, de transformação do ser.

“Você me viu e se deteve / no meu lado claro /

embevecido com a semente de luz / que o Criador

semeou / no meu terreno intimo. / Depois, você notou

meu lado escuro, / e assustado, se retraiu temeroso, /

esquecido de que o tempo / tudo modifica / e a luz vence

as trevas...” (CARNEIRO, Celeste, 2010, p.45)

Após esse contato, configura-se a relação entre anima que

corresponde ao lado feminino e o animus relacionado ao aspecto masculino. O

animus envolve todas as vivências referentes à figura do homem e que irá

construir esta característica no ser e vice-versa. Ele se encontra impresso no

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inconsciente. Assim, modela-se a figura do feminino e do masculino no

indivíduo. Todo ser possui um lado masculino e outro feminino, segundo Jung.

Após essa intricada relação da psique surge o self que representa o

lado mais luminoso, espiritualizado, a essência superior latente do ser.

Constitui o núcleo mais interiorizado da mente humana, responsável pelo

discernimento dos conflitos internos promovendo o equilíbrio das emoções.

Corresponde ao centro regulador dos pensamentos e emoções.

Os símbolos explicitados se projetam através dos mais variados

conceitos. Eles nos revelam o nosso universo interior, a nossa dimensão

psíquica, os nossos estados internos que se refletem no exterior.

No tocante a esse mergulho, observar-se a necessidade de aprofundar

o conceito de persona de forma mais detalhada.

Pode-se dizer que o homem não corresponde a um ser completamente

autêntico, uma vez que a vida em sociedade exige que ele assuma diferentes

“máscaras”, apresentando variados papéis conforme o contexto.

Em latim, persona significa máscara através da qual se apresentam as

características do personagem representado no teatro e também corresponde

à palavra pessoa como usamos atualmente.

As máscaras são encontradas desde a pré-história, com o intuito de

ganhar a alma do animal a ser capturada, ela ganha um sentido místico. No

Egito, aparecem sob a forma de máscaras mortuárias visando à preparação do

homem para a vida após a morte, além de compreender o objetivo de curar

doenças, evitar o risco de acidentes. Com o intuito de proteção adquire a forma

de máscaras protetoras pelos exércitos romanos e gregos e também era

utilizada em cerimônias religiosas. Os gregos foram os pioneiros na utilização

das máscaras no teatro. São vistas na China e no sudeste da Ásia, sob a forma

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de dragão para afastar os maus espíritos. Na Itália, na Comédia Del’arte, eram

usadas como crítica social e política remetendo a diversas interpretações de

acordo com a situação vivida. Temos também as máscaras do Teatro Nõ da

arte dramática japonesa, as máscaras indígenas, as africanas que tanto

encantaram Picasso, dentre outras.

O teatro, representado por duas máscaras, a da comédia e a da

tragédia remete ao ser humano. E não são assim que as emoções humanas se

apresentam? Momentos tranqüilos, prazerosos e outros conflitantes?

Nesses momentos, evidenciam-se, afloram-se as personas.

Ao observar a clientela pretendida, verificou-se o comportamento de

um aluno que freqüenta dois lugares distintos, a escola e uma instituição de

filantrópica onde a persona entra em cena. Na escola ele utiliza a persona do

rebelde, do provocador. Na instituição surge a persona do prestativo e

responsável. Dessa forma, vê-se que na escola o aluno receberá papel de

destaque perante o grupo social se usar a persona do provocador e na

instituição filantrópica a persona do ser solidário. Diferentes papéis para

circunstâncias inversas.

Desde o momento que o indivíduo acorda, ele representa papéis para

viver em sociedade. O homem não pode ou “não deve” mostrar-se por inteiro,

uma vez que a palavra sincera machuca, a atitude extravagante incomoda, o

diferente assusta. No trabalho que consome a maior parte das horas diárias,

são necessárias atitudes relacionadas à profissão exercida. Em casa o homem

retira a persona. Sentindo mais liberdade com aquele que tem mais intimidade,

libera-se a energia reprimida no trabalho para o ser que mais se tem apreço e

acaba acontecendo à mágoa desnecessária.

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Fazendo correlação com algumas teorias, pode-se dizer que o

indivíduo atua com um tipo de inteligência, ou um tipo psicológico, ou uma

persona de acordo com o contexto.

Na infância, o mundo imaginário irá colaborar para o desenvolvimento

da criança e será necessário certo cuidado para não criar complexos futuros.

Na adolescência o indivíduo vive entre dois mundos, o infantil e a do adulto que

reclama responsabilidades. Ele fica dividido. Mais maduro ele irá abdicar aos

hábitos próprios da infância, da adolescência, ao aconchego familiar para se

confrontar com as exigências do mundo exterior e assumi-los. A segunda

metade da vida corresponde ao momento de se reunir, de colher o que se

encontrava infundido e integrar, concentrar esses conteúdos internos. Note-se,

porém, que este processo não segue uma cronologia, uma linha linear. Por

esta razão, encontram-se adultos com comportamentos infantis, imaturos, sem

preparo para enfrentar as nuances da vida.

Quando o homem se desapega da persona, ela se despe e vai à

procura do seu lado mais luminoso, o self, que está relacionado ao predomínio

do interesse espiritual pelo material. Representa o despertar, configura o

produto final do amadurecimento, onde ocorre o processo de tornar-se íntegro.

Ao estabelecer a comunicação com o self, o homem atinge a realização da

individuação.

Encarar os temores, as angústias interiores, enfrentando os seus

fantasmas, a verdadeira face, constitui empreendimento difícil e requer um

tanto de coragem, porém, o homem tem em si o gérmen da superação que o

impulsiona inevitavelmente para a senda do progresso.

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“Todo ser tende a realizar o que existe nele em germe, a

crescer, a completar-se. Assim é para a semente do

vegetal e para o embrião do animal. Assim é para o

homem, quanto ao corpo e quanto à psique. Mas, no

homem, embora o desenvolvimento de suas

potencialidades seja impulsionado por forças instintivas,

inconscientes, isso adquire um caráter peculiar: o homem

é capaz de tomar consciência desse desenvolvimento e

de influenciá-lo.” (SILVEIRA, Nice, 2011, p.77)

Diante dos dilemas do mundo, faz-se necessário adquirir atitudes que

elucidem uma preocupação com o aspecto da alma, com o eu superior,

edificando ações onde o materialismo deixe de ser o foco principal. O homem

não expressa somente um unidade material, mas também uma gama de

fenômenos espirituais. Sabe-se que os problemas da alma se refletem no

corpo físico. Assim, por conseguinte, surge a necessidade de se cuidar da

psique de forma mais atenta e através da busca da formação do ser de

maneira integral, canalizar a capacidade de transmutação do homem visando a

sua completude. Dessa forma, por meio dessa busca, o homem irá assumir o

papel de empreendedor, influenciado e modificando o seu ambiente e

edificando a si mesmo, com o intuito de alcançar o aprimoramento espiritual, o

encontro com o self, com o ser holístico, com a essência superior,

completando, dessa maneira, o seu destino.

“Quem olha para fora sonha. Quem olha para dentro

acorda.” (JUNG, C)

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CONCLUSÃO

Do mergulho e da compreensão apresentados, nota-se que o homem

não vive sem o papel. Ele corresponde ao dinheiro, aos boletos de pagamento,

causa pela qual o homem trabalha buscando a sua sobrevivência, porém

também representa a fonte geradora de conflitos desde as mais remotas

épocas entre várias civilizações e que muitas vezes envergonha a espécie

humana. No entanto, ele constitui o ingresso de teatro, de cinema, a foto, a

pipa, o caderno, o livro que permeiam o imaginário, direcionando a mente para

a dimensão do que se revela, instigando o homem a se descobrir e criar.

Na era tecnológica ele se apresenta como livro digital que origina

questões controversas. Será que ele vai efetivamente substituir as páginas de

um livro, como apontam os seus adeptos? O prazer de manusear uma folha de

um livro, de fazer anotações, de se deliciar com este contato, deve ser

trocado? Por outro aspecto, ele constitui uma alternativa para a questão

ambiental, uma vez que o consumo de água, energia em demasia, não seria

mais necessário e por esta razão o livro deve ser abolido? Fica a reflexão.

Ainda se referindo á sustentabilidade, o papel reciclado surge como

alternativa e vê-se atualmente a produção do papel semente, uma inovação

tecnológica, onde em suas folhas encontram-se sementes diversas. Após o seu

uso as sementes podem ser plantadas. Constitui uma releitura, além de nos

lembrar da urgência da conscientização. Remete ao gemem latente em todo

ser através do qual o homem rege a sua inteligência intuitiva, intrapessoal,

comunicando e articulando transmutações.

Discorrendo sobre o manuseio do papel, revela-se o origami (ori –

dobrar / gami – papel) que com os seus significados como o tsuru que possui

o sentido de paz, alegria, harmonia e longevidade, remete a Arteterapia que

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através dos sentidos produzidos no fazer artístico, nos guia para os sinais

oriundos da psique. Promovendo o autoconhecimento, a Arteterapia vai além

de uma coletânea de técnicas.

Pensando sobre significados, percebe-se a necessidade da educação

tornar-se significativa, estar impregnada de sentido para que se desenvolva e

se realize. O homem somente constrói a aprendizagem e se recorda dela

quando esta se configura interessante e atraente, cativando-o.

A arte apreende um fazer através do qual o ser expressa o melhor de

si, proporcionando o encontro com a essência superior, realizando

interconexões, buscando a transcendência. Desta maneira, a arte vai contribuir

para o aperfeiçoamento do ser.

O papel suscita várias aplicações, interpretações, inspirações. Ele nos

faz refletir sobre a multiplicidade da existência humana, sobre os diferentes

papéis que o homem utiliza em sua vida, que são representadas pelas

personas, através das quais as singularidades humanas se apresentam.

Apreendendo a dimensão artística, o ser se transmuta em uma folha de papel

em branco, onde escreve a sua própria história e a marca com as nuances da

vida de acordo com o contexto escolhido.

Por fim, o homem constitui um ser pensante, questionador e devido a

esta característica, interfere de modo significativo no todo universal,

contribuindo para as cores, texturas, sonoridades da existência, resignificando-

a todo instante.

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SILVEIRA, Nice. Jung, Vida e Obra. São Paulo. Paz e Terra. 2011

HISTÓRIA, Minha CD, Boca Livre, Sonopress- Rimo, Manaus, 198

CARNEIRO, Celeste. Arte, Neurociência e Transcendência. Rio de Janeiro.

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SILVEIRA, Nice. Jung, Vida e Obra. São Paulo. Paz e Terra. 2011

SILVEIRA, Nice. Jung, Vida e Obra. São Paulo. Paz e Terra. 2011

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ANEXO 1

O PAPEL AO LONGO DA HISTÓRIA

PLANTA DE PAPIRO ( Cyperus papyrus )

PAPIRO

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FRAGMENTO DE PAPIRO CO MANUSCRITO DE PLATÃO

PERGAMINHO

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PERGAMINHO COM MANUSCRITO DO MAR MORTO

PAPEL DE ORIGEM CHINESA

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PALIMPSETO (um dos primeiros papéis reciclados)

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O PAPEL E A ARTE MILENAR DO ORIGAMI

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PAPEL SEMENTE

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2

AGRADECIMENTO 3

DEDICATÓRIA 4

RESUMO 5

METODOLOGIA 6

SUMÁRIO 7

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I

• A História do Papel 11

1.1 – O Papel em Escala Artesanal 11

1.2 – O Papel em Escala Industrial 12

CAPITULO II

• O Papel na Educação 16

1.1. O Papel como Recurso Material e o Olhar Terapêutico 16

1.2. Os Desafios da Educação 19

CAPíTULO III

• O Papel na Arteterapia 22

CAPÍTULO IV

• O Papel do Homem na Sociedade 27

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 35

WEBGRAFIA CONSULTADA 38

BIBLIOGRAFIA CITADA 41

ANEXO 43

ÍNDICE 49