Upload
others
View
2
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
1
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
O Desenvolvimento da Linguagem Infantil com o apoio da
Literatura
Por: Raquel Pinho de Melo
Orientador
Prof. Edla Trocoli
Rio de Janeiro
2012
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
O Desenvolvimento da Linguagem Infantil com o apoio da
Literatura
Apresentação de monografia à Universidade
Candido Mendes como requisito parcial para
obtenção do grau de especialista em Educação
Infantil e desenvolvimento.
Por: Raquel Pinho de Melo
3
AGRADECIMENTOS
.A Deus que me iluminou para realizar este trabalho.
A minha mãe pelo apoio durante todo o curso.
4
DEDICATÓRIA
A minha mãe com todo amor
5
RESUMO
Este trabalho monográfico faz um estudo de como se dá o
desenvolvimento da linguagem oral e escrita nas crianças de 4 a 5 com a
influência da literatura. Mostrando como esse processo pode ser realizado de
forma lúdica e interativa.
O estudo decorre com base nas etapas do desenvolvimento de Wallon
e os estágios do desenvolvimento Piaget, enfatizando o desenvolvimento da
linguagem oral e escrita. Apresentado a literatura infantil como gênero literário,
mostrando sua importância e valore. Fundamentado o trabalho no mundo
mágico da literatura, identificando sua contribuição no desenvolvimento da
linguagem. E ressaltando importância do trabalho lúdico no âmbito escolar e
sugerindo atividades lúdicas para trabalhar a literatura.
6
METODOLOGIA
O método utilizado para solução do problema proposto foi através de
leitura de livros e revistas, pesquisa bibliográfica sobre o desenvolvimento de
crianças de quatro anos e outro de cinco para ver como se dá evoluem da
linguagem oral e escrita a partir das histórias.
No primeiro momento o estudo é mais teórico, apresentando os
educadores, de base da pesquisa, e como eles vêem o processo do
desenvolvimento da linguagem. Em seguida fez-se um panorama rápido do
que é literatura infantil e suas características. A partir da teoria elabora-se a
fundamentação da pesquisa. Mostrando importância da literatura infantil na
vida da criança e como o encanto pelo o mundo da magia para contribuição no
desenvolvimento da linguagem. Por último mostra a importância do brincar,
dando sugestões de como trabalhar a literatura infantil de forma lúdica no
âmbito escolar.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Desenvolvimento Cognitivo 10
CAPÍTULO II - Literatura Infantil 24
CAPÍTULO III – A importância da Literatura Infantil
no desenvolvimento da linguagem 34
CAPÍTULO IV – A Literatura Infantil e o lúdico 41
CONCLUSÃO 48
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA 51
ÍNDICE 53
8
INTRODUÇÃO
O trabalho monográfico ora proposto tem a finalidade de estudar como
a literatura infantil auxilia no desenvolvimento da linguagem oral e escrita em
crianças de 4 e 5 anos no âmbito escolar de forma lúdica, interativa e
prazerosa.
Este estudo tem o intuito de problematizar como a literatura infantil
pode ajudar no desenvolvimento da linguagem oral e escrita, propondo formas
lúdicas e interativas. E como proporcionar o enriquecimento da linguagem oral
e desperta o interesse pela língua escrita.
A escolha do tema vem do fascínio que é o mundo mágico da literatura
infantil. O qual está diretamente ligado a linguagem oral e escrita. Desta forma
tem se em vista um mergulho no universo infantil através da magia, com o
interesse de contribuir no desenvolvimento da linguagem oral e de inserir o
universo da linguagem escrita.
A pesquisa tem com objetivo investigar a importância da literatura no
desenvolvimento da linguagem infantil. Procurando identificar meios lúdicos
para aproximar as crianças, de forma interativa e prazerosa, a literatura infantil
pelas modalidades oral e escrita. E ainda estimula a contação de histórias.
Este trabalho levanta com hipótese mostra com as obras literárias
infantis pode ser colaboradoras nas fases do desenvolvimento da linguagem
oral e escrita das crianças e 4 e 5 anos. Utilizando-se de sua linguagem
encantadora e mágica.
A literatura infantil é uma colaboradora de fundamental importância,
que de forma mágica e encantadora propicia desenvolvimentos surpreendentes
na vida dos pequenos, ajudando nas fases do desenvolvimento.
O trabalho tem como base ás etapas do desenvolvimento infantil de
Henri Wallon e os estágios do desenvolvimento de Jean Piaget. Utilizando a
fundamentação da literatura infantil. E inserindo a forma lúdica na contação de
história.
Este estudo será dividido em quatro capítulos. O primeiro capítulo
mostrará como se dá o desenvolvimento cognitivo das crianças nas etapas do
9
desenvolvimento de Wallon e os estágios do desenvolvimento Piaget,
organizando um panorama do desenvolvimento da linguagem oral e escrita de
crianças de 4 e 5 anos.
No segundo capítulo apresenta-se a literatura infantil como gênero
literário, mostrando sua importância e orienta sobre sua função, suas
características, sua estrutura e seus valores.
O terceiro capítulo é a fundamentação do trabalho, aborda a
importância da literatura infantil na vida da criança, mergulha no mundo mágico
para identificar sua contribuição no desenvolvimento da linguagem. E ainda
analisar o papel da literatura no desenvolvimento da linguagem.
O ultimo capítulo vai apresentar a importância do trabalho lúdico no
âmbito escolar de modo interativo e agradável, e como a literatura infantil pode
ser trabalhada de forma lúdica no ambiente escolar.
10
CAPÍTULO I
DESENVOLVIMENTO COGNITIVO
1.1 – Henri Wallon
“Henri Wallon, o educador integral” (Márcio Ferrari)
1.1.1 – Quem foi?
Para entendê-lo, nada melhor que um pequeno levantamento de quem
foi Henri Wallon e porque deixou legado para a educação.
Henri Wallon (1879 - 1962) filósofo, médico, psicólogo, pesquisador e
político francês. Trabalhou em instituições psiquiátricas, onde atendeu criança,
no exército francês. Participou do movimento Compagnons de I’université
Nouvelle, que lançou bases para um ensino renovado.
Em 1925 cria o seu modesto laboratório de pesquisa; o laboratório de
psicobiologia da criança, o qual mantém atividade até 1953. Em 1927 cria o
grupo francês da escola nova com Pau Langevin e Henri Piero.
Wallon foi presidente da sociedade francesa de pedagogia (1937 –
1962). Professor de psicologia da educação para criança no Collège de Fance.
Em suas pesquisas preocupava relacionar a evolução da criança com a
educação. Tal preocupação com as perspectivas práticas da psicologia é
percebida em sua fala durante a “Lição de abertura no Colégio de França”, em
1937:
“(...) Sem dúvida que as experiências de que a psicologia tem
necessidade ultrapassam o laboratório. Esta cadeira de
Psicologia da Educação é prova disso. Entre a Psicologia e a
Educação, as relações não são de uma ciência normativa e de
uma ciência ou de uma arte aplicadas. A psicologia está
bastante perto de suas origens para que seja possível
11
reconhecer a íntima dependência em que se encontra uma
ciência nos seus começos face a problemas práticos.” 1
E ainda, foi secretário – geral da educação nacional (1944), presidente
da comissão para reforma do ensino (1946), deputado por Paris na assembléia
constituinte (1946), presidente do grupo francês de educação nova (1946-
1962).
As principais obras voltadas as pesquisas do desenvolvimento da
criança, podemos citar:
• A criança turbulenta (1925);
• As origens do caráter da criança (1934);
• A evolução psicológica da criança (1941);
• As origens do pensamento da criança (1945);
• Plano Langevin – Wallon de reforma do ensino francês, à
assembléia nacional. (1964).
Com suas pesquisas sobre a evolução da criança nos deixou um
legado não só para psicologia, mas também para educação, permitindo novos
desafios a todos que se dispõe a pesquisas a infância.
1.1.2 – Etapas do desenvolvimento
Segundo Wallon (1947) o desenvolvimento da criança se dá através
das grandes etapas do desenvolvimento. Tendo início quando nasce e
gradativamente se desenvolvendo.
Para melhor compreender, uma pincelada nas etapas do
desenvolvimento pode se observar:
Estágio Impulsivo – emocional (do nascer a um ano)
As primeiras semanas de vida da criança seu desenvolvimento está
ligado inteiramente às funções de ordem fisiológica, vegetativa (sensibilidade
proprioceptiva).
1 WALLON, Henri. Psicologia da Educação e da Infância. Lisboa, Portugal: Editorial Estampa, 1975, p.9
12
Estágio Motor e projeto (aproximadamente dos três meses aos três
anos)
Após os três meses o indivíduo começa instituir relações entre seus
desejos e o meio exterior. Na idade dos seis meses é onde a criança começa a
transmite emoções (estágio emocional).
Depois dos noves meses o indivíduo entra na etapa sensório – motora,
é o período em que começa a estabelecer relação entre as sensações e os
movimentos, a partir dos dois anos começa o amadurecimento da aquisição da
linguagem, adquiri a marcha.
Estágio personalismo (aproximadamente dos três anos aos seis anos)
Por volta dos três anos inicia-se a fase do eu, do meu, e do não (crise
de personalidade). Aos quatro anos a criança repara sua atitude e seu
comportamento, busca admiração e satisfação pessoal, tem a necessidade de
ser prestigiada (idade da graça). É o período da construção do EU.
Estágio categorial (aproximadamente dos seis aos onze anos)
A criança começa a desenvolver capacidades de memória e atenção.
É o estágio em que o raciocínio simbólico se consolida com ferramenta
cognitiva (plano intelectual).
Estágio puberdade e adolescência (a partir dos doze anos)
O equilíbrio é rompido de maneira repentina e violenta. A crise deste
período pode ser comparada há dos três anos. Neste período há mudança do
corpo e o desenvolvimento da sexualidade.
O estudo, neste momento, vai ater-se em observar melhor o
desenvolvimento cognitivo da criança de quatro e cinco anos, que está dentro
do estágio do personalismo (que vai dos três aos seis anos), o qual se divide
em três fases: Oposição ou período da negação, sedução ou “idade da graça”
e a imitação. Sendo que, estudaremos apenas duas: a “idade da graça” e a
imitação.
Segundo Wallon é na “idade da graça” que o indivíduo identifica-se,
começa a imitar o que a sua volta e está formando sua personalidade. A partir
destes princípios pode-se entender e analisar o desenvolvimento cognitivo.
13
A criança por volta dos quatro anos tem o “seu nome, sua idade, seu
domicílio como uma imagem de sua pequena personagem, da qual, aliás,
como que uma testemunha de seus próprios pensamentos” 2.
Nesta etapa a criança começa a reparar as suas atitudes e a do
mundo a sua volta. Busca a admiração e satisfação pessoal, tentando chamar
atenção pra si de forma sedutora, elegante e suave para ser aceito pelos
outros. A criança tem a necessidade de ser percebida. Sendo que, quando
frustra na sua tentativa de aceitação, pode-se ocasionar timidez.
A idade da graça pode-se dizer que é o período “particularmente
decisivo na formação da personalidade”. Suas relações afetivas, no meio
familiar, ganha formas. Podendo apresentar ciúme referente às pessoas que o
cercam, principalmente de pai e mãe. Ela percebe as relações e os papéis
diferentes dentro do universo familiar, ao mesmo tempo percebe o lugar que
ocupa no âmbito familiar, como ser o filho mais velho ou o mais novo, ser filho
e irmão, assim por diante.
Neste momento, para a criança sua própria qualidade não é mais
suficiente. Então passa a cobiçar as dos outros, tornando-as como modelo. Ela
busca pela imitação ampliar e enriquecer as possibilidades do seu EU,
representando o outro. Este processo exige um movimento de assimilação e
exteriorização que torna possível copiar as qualidades, os méritos e os defeitos
dos outros.
“[...] A criança tenta imitar para tomar o lugar do outro, para
proporcionar-se o espetáculo de seu enriquecimento pelo o
outro, assim, a imitação tem caráter de uma rivalidade com o
adulto que a criança gostaria de excluir” (Wallon)3.
Pela mesma época, do ponto de vista intelectual a criança é capaz de
classificar um objeto por cores, formas e dimensões.
A criança de quatro e cinco anos, como vimos, está no período de
formação e crescimento intelectual. Procurando e criando modos de saciar
suas necessidades.
2 Galvão, Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil, p.120 3 Ibid.
14
1.2 – Jean Piaget
“Jean Piaget, o biólogo que colocou a aprendizagem no
microscópio” (Márcio Ferrari)
1.1.1 – Quem foi?
Para melhor entende-lo é preciso conhecer, saber quem foi e o que
buscava. Então, nada melhor que um panorama rápido de sua vida e obra.
Jean Piaget (1896-1980) biólogo, filósofo, psicólogo, epistemológico e
educador. Começou sua vida de pesquisador, ainda na adolescência, na ária
de biologia. Curso biologia, e em 1918 conseguiu o doutoramento na área.
Buscando mais, sua curiosidade infantil pelos moluscos evolui-se em
interesse duradouro pela biologia. Seu interesse passou dos moluscos para a
“embriologia da inteligência”, a qual levou Piaget da biologia à psicologia, com
o intuito de estudar a mente humana. Em 1919 foi para Paris onde freqüentou o
curso de psicopatologia, epistemologia e filosofia da ciência.
Em 1921, tornou-se diretor do Instituto Jean-Jacques Rousseau, onde
embarcou na pesquisa que deu direção ao seu trabalho de vida. Um dos
grandes laboratórios de observação, de sua vida, foram seus filhos. Com a
ajuda de sua esposa, estudou o desenvolvimento cognitivo, essas observações
ajudaram a fundamentar alguns livros sobre o desenvolvimento da inteligência.
Em 1929 foi nomeado diretor do Internacional Office of Education. E
ainda, foi diretor do laboratório de psicologia (1940), e o primeiro presidente da
sociedade suíça de psicologia (1940).
Em 1946 participa da elaboração da Constituição da Unesco, órgão
das Nações unidas para a Educação, Ciência e Cultura. Torna-se membro do
conselho executivo e várias vezes subdiretor geral, responsável pelo
Departamento de Educação. Em 1955 organizou com a ajuda da Fundação
Rockefeller, seu próprio Centro Internacional de epistemologia genética.
Entre suas obras podemos citar:
• A linguagem do pensamento, 1923;
• A Epistemologia genética, 1972;
• A Construção do Real, 1979;
15
• Biologia e Conhecimento, 1973; entre outros.
1.2.2 – Estágio do desenvolvimento
Segundo Piaget o desenvolvimento cognitivo divide-se em quarto
estágios básicos. Tendo início no nascimento e desenvolvendo até a vida
adulta, mostrando que há uma continuidade nos estágios. Os períodos são
integrados, um resulta do desenvolvimento do outro e ao mesmo tempo
prepara para o próximo.
Dando uma pincelada nos estágios do desenvolvimento pode se
observar:
Estágio sensório-motor – (do nascer até aproximadamente os dois
anos)
Neste estágio a criança desenvolve-se o reflexo, os hábitos
(coordenação do corpo); inicia-se a manipular os objetos a sua volta. É a fase
da experimentação da descoberta. Uma característica que Piaget sinaliza é a
“inteligência prática”, pios a criança adapta-se ao mundo que o rodei através
das ações, como gestos, gritos e movimentos auto-regulados.
Estágio Pré-operacional – (aproximadamente dos dois aos sete anos)
Marca o inicio do desenvolvimento da linguagem e do simbólico
(significado e significante); inicia-se a faze do faz -de- conta (imaginação) e tem
o pensamento egocêntrico. A criança, nessa fase, apresenta um raciocínio não
lógico e não tem percepções das próprias contradições. Ocorre o inicio da
conceituação (conjuntos e inclusões), e ainda confunde aparência com
realidades.
Estágio Operacional concreto – (aproximadamente dos sete aos doze
anos)
A criança consegue utilizar as operações lógicas que permite a mente
rever suas atividades, voltar atrás no raciocínio (reversibilidade), consegue
colocar-se no lugar do outro, sua relação com o grupo é harmônica.
“[...] Pode seriar, ampliar, subdividir, diferenciar ou combinar
as estruturas existentes em novas relações. Pode efetuar as
16
quatro operações matemáticas [...] Mas seu raciocínio ainda é
limitado por suas próprias experiências concretas; ainda não é
capaz de lidar com abstrações puras, sob a forma de
inferências.” (Pulask, 1986)
Estágio Operacional formal – (aproximadamente dos onze, doze anos
até a idade adulta)
É o último estágio desenvolvimento cognitivo. O indivíduo já é capaz
de lidar com a abstração pura. A realidade passa a ser apenas uma parte do
conjunto dos possíveis. Realiza tentativas de confirmar as hipóteses, faz
análise combinatória e consegue pensar sobre o pensamento.
Neste momento o estudo, vai focalizar o estágio pré-operatório, com o
intuito de analisar com se dar o desenvolvimento cognitivo das crianças de
quatro e cinco anos. Seguindo a linha de pesquisa desse trabalho.
Esse estágio decorre em um período de cinco anos, o qual a criança
desenvolve os processos de aprendizagem para lidar com o mundo simbólico.
Piaget o divide em dois períodos: o pré-conceitual (de dois a quatro anos) “que
representa a primeira vaga tentativa no sentido de generalização” 4 e o intuitivo
(de quatro a sete anos) que é onde a mente “começa a apresentar
intuitivamente e duvidosamente as relações dos grupos e espécies uns com os
outros e a raciocinar da parte para o todo” 5. Este estudo vai focalizar o final do
período pré-conceitual e o início do intuitivo.
No final do período pré-conceitual o pensamento egocêntrico perdura,
pois marca a falta de consciência da criança de pontos de vista que não sejam
os seus, com sua percepção do mundo que a rodeia, suas predileções e suas
vontades. Além de pensar que todo mundo pensa igual a ela, e que
compartilha os mesmos sentimentos e desejos.
“[...] Esse sentimento de unicidade com o mundo conduz,
naturalmente, à pressuposição infantil da onipotência mágica;
é uma extensão de seu poder, enquanto bebê, de levar os
adultos a apanhá-lo e cuidar dele. Não só o mundo é criado
para a criança; ela pode controlá-lo. O sol e a lua devem
4 Pulaski, Compreendendo Piaget: Uma introdução ao desenvolvimento cognitivo da criança, p.62 5 Ibid., p.63
17
segui-la quando sai para um passeio ou ela pode fazer chover
dançando em circulo.” (Pulaski,1986)
O raciocínio da criança dessa fase não se baseia no lógico, mas sim
explica a causa e o efeito em termos de contato. Pressupondo que os objetos e
acontecimentos ocorrem juntos tendo uma relação casual. A isso Piaget
denomina de raciocínio sincrético.
Uma das funções simbólica neste período que vai ter importância por
resto da vida é o faz-de-conta, o qual vai trabalhar com a imaginação dando
vida aos objetos e transformando-os em que a imaginação deixar.
“[...] Piaget considera muito importante o jogo do faz-de-conta
desse período, pois através dele a criança assimila
simbolicamente as atividades, papéis e idéias do mundo ao
seu redor. [...]” (Pulaski,1986)
Outra característica desse período é a falta de mobilidade operatória
da intuição. A centração pode ser afetiva quando produz egoísmo ou
intelectual, quando produz o egocentrismo. Também pode aparecer como
“idéia fixa” em um conceito, num objeto ou num indivíduo. Ou ainda a
centração perceptiva ou representativa que fixa em um ponto e desprezam os
outros.
No início do período intuitivo a criança começa a classificar e agrupar
os objetos por sua semelhança ou diferença entre as coisas do ambiente.
Consegue estabelecer relação de inclusão, por exemplo: um conjunto de flores
e outro de margaridas, a criança agrupa as margaridas ao conjunto das flores.
Nesse período o raciocínio da criança é intuitivo, pois se utiliza o que
já conhece para aplicar ao que não conhece, tendo uma conclusão pré-lógica.
Piaget denomina esse estágio intuitivo por faltar do “caráter estável e reversível
do verdadeiro pensamento operacional. O raciocínio ainda é simbólico,
baseado mais na intuição subjetiva do que na lógica objetiva. [...]” 6
“[...] o pensamento nesse estágio continua a ser pleno de
imagens e intuitivo, e o equilíbrio entre a assimilação e a
acomodação ainda não é permanente. É esse pensamento
6 Ibid.
18
intuitivo e semi-reversível, mas sem composições rigorosas,
que constituía transição das pré-concepções aos conceitos
[...].” (Piaget)7
1.3 – O desenvolvimento da linguagem oral e escrita
“A linguagem não é apenas mediadora das relações do
homem com o mundo que o cerca e com seu semelhante.
Mais do que isso, a linguagem constitui e torna possíveis
essas relações. Pode-se mesmo dizer que as relações que por
meio dela se elaboram e se estabelecem são tão variadas e
distintas quantas são as possibilidades de expressão verbal do
homem” (Azeredo, 2004)
1.3.1 – O desenvolvimento da linguagem para Wallon
Wallon associa a linguagem e o pensamento numa relação de
reciprocidade, a representação mental e a linguagem oral. Mostrando que
através da aquisição da linguagem, a criança passa ver e a relacionar-se com o
mundo de outra forma.
O processo de aquisição da linguagem tem um grande impacto no
desenvolvimento do pensamento e na atividade da criança. Pois deixa de
atender ao que se impõe e sua atividade passa ao controle.
O desenvolvimento da linguagem começa por volta de doze meses.
Sendo que, é no segundo ano o período da aquisição da linguagem. Essa
ainda é subjetiva, mas transmite o interesse da criança. E para ela é diferente
de um símbolo posto no objeto; no entanto, representa do próprio objeto.
No processo de desenvolvimento, por volta dos três anos, ocorre a
crise de personalidade onde passa a ser egocêntrica e muitas vezes egoísta.
Esta fase é marcada no desenvolvimento da linguagem pelos marcadores
discursivos Não, Eu e Meu.
7 Ibid., p.64
19
A linguagem da criança aos quatro anos é marcada em pares, cercado
palavras acessórias. Pois o pensamento infantil, neste momento, tem uma
estrutura binária, pode-se dizer em sua fase mais primitiva. Sendo que, nos
permite identificar o ponto que direciona o discurso.
Por volta dos cinco anos à criança pode associar a linguagem uma
sonoridade há várias idéias. São constantes “situações em que é a palavra,
com suas qualidades sonoras ou semânticas, que impulsiona o pensamento.” 8
Nesta fase, no pensamento da criança, tudo se liga a tudo, a
representação do real combina-se de variadas maneiras, de modo que, mais se
aproxima das formas livres da poesia do com a lógica formal. Este
pensamento é denominado por Wallon de sincrético.
No processo do desenvolvimento da linguagem o próximo estágio é o
pensamento categorial, nele reduz o pensamento sincrético e começa a
organizar, a classificar e tem uma função simbólica estável.
”Objetivar o real é pensá-lo em potencial ou sob forma
categorial, isto é, em sua eventual diversidade, o que tem o
duplo efeito de tornar possível o controle das coisas e o
ajustamento gradativo do pensamento à realidade desta.”
(Wallon) 9
A linguagem vai desenvolvendo de acordo com o meio em que a
criança está inserida.
1.3.2 – O desenvolvimento da linguagem Para Piaget
Piaget explica a linguagem como uma superestrutura da inteligência
sensório-motor, sua aquisição ocorre no final do estágio, ou seja, até algum
ponto durante o segundo ano, em paralelo a outras funções.
O desenvolvimento da linguagem inicia-se com os índices fornecidos
pelo meio; e pelos sinais que são percepções as quais geram os reflexos
condicionados. Ambos estão muito ligados as ações e objetos. Em seguida
passa para os símbolos que são substituídos dos objetos. Os quais permitem
8 Galvão, Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil, p. 80 9 Ibid., p.84
20
criar uma realidade virtual, a qual liberta a mente e o pensamento da realidade
concreta. No entanto o processo de formação dos símbolos que são muito
lenta e minuciosa.
Depois dos símbolos o indivíduo começa a fase dos jogos simbólicos,
o mais conhecido jogo do faz-de-conta, construindo sua imaginação.
“[...] O desenvolvimento dessa função é muito mais importante
do que a linguagem que, a princípio, pode ser mero pitacismo.
O estimulo à atividade ‘linguística’ inicial, pois, é a
manipulação das figuras e a estimulação do desenho.”
(Lima,2000)
Para Piaget a linguagem é um sistema arbitrário de sinais; os quais
têm signos ou palavras de significados públicos e compartilhados,
compreendidos pelas sociedades.
Uma característica do pensamento de Piaget sobre a linguagem é a
sua colocação em oposição ao psicolingüístico Noem Chomsky. Pois para
Piaget o desenvolvimento da linguagem estrutura-se através do
desenvolvimento cognitivo e dependente do indivíduo. Em quanto, Chomsky
levanta a hipótese de que as estruturas gramáticas da linguagem são inatas e
universais.
Partindo desse princípio, Piaget mostra que a linguagem não constitui
o pensamento lógico, pelo contrário estrutura o pensamento.
“Hermine Sindaer pode demonstrar as estreitas relações entre
o desenvolvimento das operações e a linguagem. O ponto
chave da pesquisa foi demonstrar que o desenvolvimento da
linguagem não determina o desenvolvimento paralelo das
operações, ao passo que o contrário é verdade. As idéias de
Chomsky mais próxima das minhas concepções.” (Piaget)10
Piaget não considera que a “lógica da linguagem é uma transposição
para o plano da linguística da lógica das ações”. Pois para ele a linguagem
decorre da necessidade de construir primeiro a inteligência sensório-motor.
Piaget demonstra através das pesquisas de Furth e Olirom que o
pensamento lógico não depende da linguagem, pois um surdo, que é
10 Lauro, Piaget: Sugestão aos educadores, p.216
21
desprovido de linguagem, consegue adquirir as operações lógicas com uma
diferença de um ano das crianças ditas normais. Já as crianças cegas, que
possui linguagem, mas que é limitada em suas atividades sensório-motor
adquire as operações lógicas com uma diferença de quatro anos.
1.3.3 – Panorama do desenvolvimento da linguagem oral e escrita
A partir do estudo do desenvolvimento infantil segundo Wallon e
Piaget, vai-se traçar um panorama do desenvolvimento da linguagem de
crianças de quatro e cinco anos, com o intuito de identificar e analisar como a
literatura infantil ajuda neste processo, como veremos no terceiro capítulo.
Estruturando o panorama do desenvolvimento da linguagem entre
Wallon e Piaget, inicia-se pelo que cada um pensa sob a aquisição e o
desenvolvimento língua. Organizando os pontos que se assemelham e se
diferem. Mostrando como se dá o desenvolvimento da linguagem oral e escrita
em criança de quatro e cinco anos.
Para Wallon a aquisição da linguagem representa uma mudança
radical no modo como a criança ver o mundo. Oferecendo à representação
mental dos objetos não visualizados.
“Com a linguagem aparece a possibilidade de
objetivação do desejo. A permanência e a objetividade da
palavra permite à criança aparta-se de suas motivações
momentâneas, prolongar na lembrança uma experiência,
antecipar, combinar, calcular, imaginar, sonhar. [...]”
(Wallon) 11
Piaget vê a aquisição e o desenvolvimento da linguagem com a
superestrutura da inteligência do estágio sensório-motor.
“[...] a aquisição da linguagem é vista como resultado da
interação entre o ambiente e o organismo, através de
assimilações e acomodações, responsáveis pelo
11 Galvão, Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento infantil, p. 118
22
desenvolvimento da inteligência em geral.” (Mussalim e
Bentes, 2001)
Observando o desenvolvimento da linguagem em Wallon e Piaget
encontra-se pontos que se assemelham. Ambos utilizam-se do termo
sincrético, um como pensamento e o outro como raciocínio, no entanto a
definição é parecida. Pois o pensamento sincrético é quando tudo se liga a
tudo, e no pensamento a representação do real combina-se de variadas
maneiras, de modo que mais se aproxima das formas livres da poesia do que
com a lógica formal; e o raciocínio sincrético não se baseia no lógico, mas sim
explica a causa e o efeito em termos de contato. Presumindo que os objetos e
acontecimentos ocorrem juntos tendo uma relação casual.
Traçando pontos que se diferem no desenvolvimento da linguagem,
temos a imitação e jogos simbólicos. Wallon afirma que a criança busca pela
imitação ampliar e desenvolver as possibilidades de representar o outro,
tornando possível copiar as qualidades, os méritos e os defeitos dos outros.
Piaget como fase do desenvolvimento da linguagem apresenta os jogos
simbólicos, ou seja, jogo do faz de conta onde os objetos e a fantasia ganha
vida através da imaginação. Considerando-o muito importante, pois é através
dele que a criança consegue assimilar o que esta a sua volta.
No processo do desenvolvimento da linguagem oral em crianças de
quatro anos, Wallon mostra que a linguagem é marcada em pares cercada de
palavras acessórias. Exemplo:
“O que é chuva? – A chuva é o vento. – Então chuva e vento
são a mesma coisa? – Não. – O que é chuva? – A chuva é
quando tem trovão. – E o vento, o que é? –É a chuva. – Então
é a mesma coisa? – Não,não é igual. – O que não é igual? – O
vento. – O que é o vento? – É o céu.” (Galvão,2002)
Nesse mesmo período Piaget mostra o desenvolvimento da linguagem
oral e o início da linguagem escrita. Pois para ele é onde surge a possibilidade
da criança adquirir os símbolos públicos deixando os seus significados
pessoais. Deste modo, tornando possível a linguagem oral e a escrita, nesta
fase expressa pelo desenho.
23
“Para Piaget a consciência tem um papel fundamental no
desenvolvimento cognitivo. Ter consciência de uma operação
mental é saber transferir algo do plano da linguagem. Quando
decresce o uso da fala egocêntrica a criança dá um salto
qualitativo em seu desenvolvimento cognitivo, através da
consciência” (Kato,2002)
A qual tem grande papel no nível da aquisição da ortografia, pois a
criança passa a percebe que pode representar a fala na escrita.
O processo do desenvolvimento da linguagem é algo lento e gradativo.
Cada criança tem o seu tempo para essa aquisição. De etapa em etapa, de
estágio em estágio vai adquirindo novos conhecimentos e ampliando cada vez
mais o sua linguagem oral e escrita.
24
CAPÍTULO II
Literatura Infantil
A literatura infantil leva a criança à descoberta do mundo,
onde sonhos e realidade se incorporam, onde a realidade e a
fantasia estão intimamente ligadas, fazendo a criança viajar,
descobrir e atuar num mundo mágico; podendo modificar a
realidade seja ela boa ou ruim. (Paço, 2009) 12
O capítulo vai apresentar a literatura infantil como gênero literário,
mostrando sua importância e orienta sobre sua função, suas características,
sua estrutura e seus valores.
2.1 – O que literatura infantil?
“A Literatura infantil é, antes de tudo, literatura, ou melhor, é
arte: fenômeno de criatividade que representa o mundo, o
homem, a vida, através da palavra. Funde os sonhos e a vida
prática; o imaginário e o real; os ideais e sua
possível/impossível realização...” (Coelho, 2010)
A literatura infantil é direcionada às crianças; sendo escrita de modo
especial, com o objetivo de responder as exigências intelectuais e pessoais. No
entanto, não é interessante para elas. Acontece que muitas obras, em outra
literatura, que não são direcionadas especialmente à infância, proporcionam-
lhe interesse mais do que as rotuladas de infantil. É o caso dos clássicos, que
hoje são adaptados, e do folclore, onde nasceram os contos de fadas.
Pode-se diz que a literatura infantil é o gênero mais difícil, pois precisa
ser bem escrita e ter uma linguagem simples e ao mesmo tempo deve ser
12 Paço, Glaucia Machado de Aguiar. O Encontro da Literatura Infantil no CEMEI Carmem Montes Paixão. Mesquita, UFRRJ, 2009.p.12
25
“poético para satisfaze um publico mergulhado nas visões intuitivas e
simplificadoras.” 13
O Termômetro para verificar se a literatura infantil esta atingindo seus
objetivos é reação do adulto sob ela, pois
“as histórias que apelam para a nossa imaginação agem
sobre nós como as que encantam as crianças de tal
forma que se nem todos os livros de adultos serve para
meninos, todo bom livro de criança serve para um adulto.
O grande, o bom conto infantil é, portanto, o que vale
para um adulto.” 14
A literatura infantil apresenta dos tipos de livros: os instrutivos, que são
livros ligados a escola com intuito de ensina, tipo “As maravilhas da higiene”,
mas são livros que “desgostam a criança para todo sempre da poesia que lhe
aparece tão vulgar e interesseira”, afirma Candido; e o que não procura instruir,
que são na verdade as histórias infantis propriamente ditas. E tem o intuito de
encantar e divertir.
Nos dias de hoje, a literatura infantil tem o intuito de atrair a atenção
dos pequenos com muita magia e encanto. Proporcionando-o sonhos,
misturando a realidade com a fantasia. Oferecer diversão e estimular a
imaginação e a criatividade. Chama a atenção pelo seu colorido, suas imagens
e fotos.
Cada vez mais o seu público está aumentando. Pois encontra nas
histórias infantis um mundo essencial e simples, o qual não existe no tempo,
mas que podemos imaginar no domínio da arte.
2.2 – Qual a importância da literatura Infantil?
A literatura infantil tem grande importância na vida do homem. Pois
direta ou indiretamente influência na formação do ser, trabalhando em diversas
13 Candido, Sílvia Pélica na Liberdade. In Zilberman, Regina e Lajola, Marisa. Literatura infanto-juvenil, um gênero polêmico, p.329 14 Ibid.
26
áreas do conhecimento e proporcionando através do mundo mágico o
crescimento intelectual.
A palavra tem uma grande importância e responsabilidade na
formação da consciência do mundo infantil. Podendo afirmar que “a palavra
literária escrita” está viva, mais vida do que nunca. “E parece já fora de
qualquer dúvida que nenhuma outra forma de ler o mundo dos homens é tão
eficaz e rica quanto a literatura permite.” 15
Com todas as transformações do mundo, o conhecimento que a
literatura transmite vai além de barreiras sociais e mexe com várias áreas, num
processo dinâmico. Em suas colocações “está implícita a transformação das
nações já consagradas de tempo, espaço, valores éticos ou metafísicos, etc.” 16
“[...] Com a literatura, os homens têm a oportunidade de
ampliar, transformar ou enriquecer suas próprias experiências
de vida, em um grau de intensidade não igualada por
nenhuma outra atividade.” (Coelho)17
2.2.1 – Função
A literatura tem grande influência no dia a dia e na história de vida de
cada um. Pode-se diz que direta ou indiretamente exerce uma função e um
papel de extrema importância. Dando a oportunidade de vivenciar novas
aventuras e mistérios.
A literatura infantil não pode ser diferente. Tendo momentos únicos; e
exerce funções que mexe com o psicológico, influência na educação, estimula
o interesse pela magia e traz o prazer pela leitura de diversos modos e
contextos. Trabalhando como o mundo real e fantástico ao mesmo tempo.
Tendo com objetivos oferecer um alimento sadio a imaginação.
Segundo Sousa “a função que a literatura infantil tende a realizar na
alma e no cérebro da criança é configurar, de certo modo, todo o problema
partindo de suas necessidades”. Pois tem o intuito de alcançar as
15 Coelho (2010), Literatura infantil: teoria, análise, dialética, p. 15 16 Ibid., p.28 17 Ibid., p.29
27
características psíquicas, trabalhando no emocional, tentando organizando as
necessidades e problemas da criança por meio da fantasia.
A literatura infantil também tem a função de educar. Tendo textos
instrutivos, livros educativos e história de distração e prazer. Os textos intuitivos
não atraem, causa repulsa e dificilmente alcançam seu fim. Os livros
educativos costumam levantar equívocos, pois as crianças percebem com
facilidade que as histórias não têm um cunho de realidade. São produzidos
com objetivo de educar. Esse dois modos de livros têm que tomar cuidado para
não desmotivar o interesse da criança pela literatura. Para que a função de
educar seja alcançada deve conter em uma única história os três juntos. Pois
vais responder, verdadeiramente, as necessidades da criança, exercendo uma
influência no desenvolvimento psíquico infantil.
Outra função dessa literatura é estimular a criança que está
adormecida esperando que a magia a desperte, mergulhando-a no mundo da
fantasia e da imaginação. Aproveitando a magia para educar com
sensibilidade.
O prazer de ler ou ouvir uma história é uma função literária. Pois tem a
pretensão de provocar a alma da criança, ou de retratar o físico de uma
modalidade de sentir, como a criança realiza.
Somente a literatura infantil que compreende a luta da criança é que
alcançará êxito como instrumento de cultura, além de ser instrumento de
diversão e prazer.
2.2.2 – Característica
Os textos literários que chamam a atenção das crianças, mesmo os
quais não foram necessariamente escritos para elas, têm características
especificas; as quais transportam para um mundo paralelo os pequenos
leitores.
Observando a preferência infantil, pode-se percebe as características
que marcam os livros prendendo atenção das crianças. Deve ser: feliz e fácil,
28
trabalhar com a imaginação, utilizar-se do drama e ter uma linguagem simples
e bela.
O texto deve conter um desenvolvimento de uma atividade feliz e fácil
que traduza o sentimento, em sua estrutura, na qual o desenrolar da narrativa
termine em um final feliz. Para atrair a atenção do pequeno leitor/ouvinte e
transportá-lo ao mundo da fantasia.
Uma característica da literatura infantil é que através de um enredo
fantástico aguçar a imaginação da criança, dando vida aos personagens da
história.
“[...] Vida mais imaginativa do que o real que caracteriza todas
as etapas iniciais da criança seu tempo de invenção para
suprir o que ignora, em relação com a distância que vai do
raciocínio à comprovação experimental, é tão fundamental
com o movimento interior de suas relações cognitiva.” (Sosa)18
Outra característica é o encanto da criança é gênero dramático. Pois a
partir da esperança do drama vivido e sentido pelo personagem, o leitor/ouvinte
pode repetir os movimentos interiores que passam a serem seus dramas.
Pode-se dizer que a linguagem é principal característica da literatura
infantil, pois quanto mais simples e bela a entonação, mais a criança aprecia a
leitura para qual se sente atraída. A linguagem é segredo do sucesso das
grandes obras literárias.
2.2.3 – Estrutura
“[...] As operações que intervêm na invenção literária, desde
as idéias em germinação até a elaboração da matéria
(narrativa, poética ou dramática), são os recursos estruturais
ou estilísticos, os processos de composição, etc. É, pois, da
arte do autor em inventar ou manipular esses processos e
recursos que resulta a matéria literária.” (Coelho)19
18 Sosa (1978), A literatura infantil: ensaio sobre a ética, a estética e a psicopedagogia, p. 37 19 Coelho (2010), Literatura infantil: teoria, análise, dialética, p.66
29
Para que o texto literário seja encantador e mágico precisa de uma
estrutura que integre o mundo real com a imaginação. O segredo para esta
magia são os fatores estruturantes. Que são:
1. O Narrador – é o responsável pela enunciação que conduz à
narrativa. O narrador pode ser: contador de história ou narrador primordial
(testemunha ou mediador de um fato); narrador onisciente (recriador da
realidade e senhor absoluto do seu mundo); narrador confessional ou intimista
(expõe suas experiência ou as dos outros); narrador dialético (se dirige a um tu,
a alguém que, entretanto, não se faz ouvir na superfície da narrativa); narrador
insciente (um eu narrador que ignora as razões da que acontece a sua volta);
narrador in off (não se ouve a voz do narrador apenas a voz do leitor).
2. O foco narrativo – corresponde à visão do narrador para contar a
sua história. Pode-se dizer que é o processo mais importante da narrativa.
3. A história – em geral surge de uma situação problema que mexe
com a vida das personagens e desenvolve através da narrativa em busca do
equilíbrio.
4. A efabulação – é o recurso básico da estrutura da narrativa, pois
determina o desenvolvimento e o ritmo da ação. Sendo a linear mais adequada
para literatura infantil.
5. O gênero narrativo – divide-se em três formas básicas, São elas:
O conto – registra um momento significativo na vida dos personagens.
Corresponde um pequeno fragmento que permite ao leitor entender o contexto.
A novela – é uma narrativa longa que se estrutura por pequenas outras
estruturas que se uni por meio de um elemento global (o herói).
O romance – é um universo organizado em torno de um sistema de
valores. Desenvolve-se em torno de um eixo dramático.
6. Personagens – é o elemento decisivo da efabulação. E pode ser:
tipo (corresponde a uma função social); caráter (corresponde a
comportamentos ou padrões); individualidade (corresponde a representação do
ser humano em diferentes graus).
7. Espaço – é o ponto de ajuda no desenrolar da história. O espaço
pode ser: natural, social ou trans-real.
30
8. Tempo – é o elemento da narrativa que não existe por si só; surge
através de outros elementos. Existem três tipos de tempo que pode ser vivido
pelo personagem, são eles: o exterior (corresponde ao tempo natural); o
interior (corresponde ao tempo vivido pelo eu da personagem); mítico
(corresponde ao tempo eterno, é o tempo dos contos de fada).
9. Linguagem ou discurso narrativo – é o elemento responsável pela
estruturação literária (em prosa ou verso). As linguagens narrativas definiram-
se diferentes técnicas ou processos narrativos, são eles: a descrição (descreve
uma realidade parada e imobilizada); a narração (relata os acontecimentos e
desfeche da história); o dialogo (comunicação oral entre duas ou mais
pessoas); o monólogo (é o discurso de um único personagem);
10. Leitor ou ouvinte – são os receptores da história.
Todas essas estruturas juntas constroem a história, fazendo com que
o mundo real entre no mundo da imaginação produzindo fantasias, sonhos e
esperança aos pequenos leitores/ ouvintes de modo mágico.
2.2.4 – Valores
“[...] Em nossa época de transformações estruturais, a noção
de literatura que vem predominando entre os estudiosos de
várias áreas de conhecimento é a de identificá-la como um
dinâmico processo de produção/ reprodução que,
conscientemente ou não, se converte em favor de intervenção
sociológica, ética ou política. Nessa intervenção está implícita
a transformação das nações já consagradas de tempo,
espaço, personagem, ação, linguagem, estruturas poéticas,
valores éticos ou metafísicos, etc.” (coelho) 20
A literatura infantil traz nas entre linha valores ético-ideológico.
Demonstrando comportamentos ou idéias presentes nas narrativas com intuito
de educar e transmitir valores para as crianças, de modo indireto.
20 Coelho (2010), Literatura infantil: teoria, análise, dialética, p.28
31
Nas histórias infantis uma ética encontrada é a maniqueísta que divide
as personagens em boas e más, belas ou feias, poderosas ou fracas, etc.
facilita a criança à compreensão de certos valores básicos da conduta humana
ou convívio social.
“[...] a valorização da literatura infantil, como fenômeno
significativo e de amplo alcance na formação das mentes
infantis e juvenis bem como dentro da vida cultural das
sociedades, é conquista recente. [...]” 21
Também encontramos esperteza e astúcia, mostrando que a
inteligência vence a força bruta, transmitindo a moral prática (encontrada nas
fábulas). Os valores transmitidos na literatura infantil têm o intuito de intervir na
formação da personalidade e construir consciência ética na criança.
21 Ibid. p. 30
32
CAPÍTULO III
A importância da Literatura Infantil no desenvolvimento
da linguagem.
Este capítulo vai trabalha com desenvolvimento da linguagem oral e
escrita de criança de quatro e cinco anos com intuito de mostra como ocorre
desenvolvimento utilizando a leitura e a contação de história, enfatizando sua
importância para o processo.
Tendo a oportunidade de um mergulho no encanto mundo da magia,
com o intuito de relacionar o mundo mágico com a aquisição da linguagem oral
e escrita. Mostrando os benefícios desta relação.
Mostrará também, a importância do papel da literatura infantil no
desenvolvimento linguagem oral e escrita.
3.1 – A importância da leitura e da contação de história
“A leitura deve estar sempre presente na Educação Infantil,
desde o berçário, e quando falamos em leitura, pensamos
também em ir além das possibilidades que a escrita nos
propõe. Pensamos em atividades que envolvam a criança
pequena nas infinitas formas de conhecimentos e
reconhecimentos do mundo que nos abraça: a leitura de
corpo, dos objetos pessoais, das expressões artísticas, do
espaço da creche ou pré-escola, dos alimentos, da higiene...
Enfim, pensamos em infinitas possibilidades de ler o mundo. É
claro que, permeados todo esse processo, a roda de contação
de história também deve ser uma prática cotidiana. As
histórias infantis alimentam a imaginação da criança, liberam
seus pensamentos, ao mesmo tempo em que respondem às
necessidades afetivas e intelectuais, favorecendo o, assim, um
aprendizado significativo da leitura.” (Mogeiro) 22
22 Mogeira, Maria Lucia A.
33
Ao ouvir história a criança é movida em vários aspectos: envolve o
corpo, as idéias, a linguagem, os sentimentos, a memória e a imaginação.
Construindo a personalidade e desenvolvendo as diversas linguagens. Para
melhor compreende vai se estudar cada aspecto em particular.
O envolvimento do corpo é a experiência que o ouvinte tem de sentir a
história e vivenciar fisicamente o que está sendo narrado. Pode-se dizer:
“que a criança tem um corpo, que age integrado às suas
emoções, às estruturas cognitivas. Está superada a noção de
que a parte motora é desconectada das estruturas mentais de
pensamento e estas, ainda, das emoções e da história de
cada criança.” (Mogeira) 23
A partir dessa concepção, pode-se afirmar que a leitura e a contação
de história mexe com o corpo do ouvinte, refletindo os sentimentos da criança
sob a narrativa. E ainda, possibilita a representação corporal da história.
A leitura envolve o aspecto corporal de modo que o ouvinte consegue
perceber os sinais vitais das personagens a partir do reconhecimento do seu
próprio corpo. Envolvido pela expressão, postura corporal, gestos, mímicas e
movimentos de comunicações.
Em uma história o corpo é transportado para o mundo mágico onde a
criança vivência novas experiências, as quais propiciam o crescimento físico e
intelectual.
Um aspecto da leitura de história que trabalha com o desenvolvimento
cognitivo são os estímulos a novas idéias que ao ouvinte proporcionado pela
leitura. Esse aspecto é de grande valia para a organização do pensamento e
ajuda na construção do conhecimento da linguagem. Pois expressar suas
idéias precisa desenvolver de forma progressiva a sua capacidade de
argumentar.
O principal aspecto que a leitura e a contação de história tem é auxiliar
no desenvolvimento da linguagem oral e escrita. O conhecimento que a
linguagem transmite na leitura vai ajudar na formação de ouvintes ativos, na
23 Ibid.
34
ampliação do vocabulário, na construção da do conhecimento da escrita, na
orientação de direção da escrita e na marcação dos sinais gráficos.
Na leitura de história diária vai-se formando um ouvinte ativo engajado
em construir sentido quando interage com os textos mediados pela leitura de
um adulto. Dessa forma de “ouvintes ativo, as crianças podem se tornarem
leitores ativos, resultado da apropriação de um ‘jeito de ler’ aprendido na roda
de história.” 24
Pode-se dizer que
“num plano mais especificamente lingüístico, ler história para
crianças também amplia seu repertório de palavras, incluindo
aquelas usadas para falar sobre os livros como ‘capa’, ‘autor’,
‘ilustrador’, ‘capítulo’ ou ‘índice’, bem como foca sua atenção
não apenas no conteúdo da mensagem, mas também nas
formas de dizer.” 25
A leitura amplia o conhecimento de mundo do ouvinte, transformando
o modo de vivenciar novas experiências e enriquecendo seu conhecimento
lingüístico, ajudando no desenvolvimento da linguagem oral e introduzindo a
linguagem escrita.
A leitura de livros infantis permite a construção do conhecimento da
linguagem escrita, pois a criança que escuta muitas histórias consegue
identificar as situações escritas, as quais permanecem da mesma forma
podendo retorna a elas e encontrá-las da mesma forma do que a primeira vez e
percebem que a linguagem escrita é diferente da linguagem oral.
“A leitura de história permite ainda que as crianças aprendam
sobre a direção da escrita, sobre a existência de outros sinais
gráficos diferentes das letras, como os sinais de pontuação,
podendo também localizar letras e palavras já conhecidas ou
perceber rimas e a presenças de palavras ‘dentro’ de outras,
conhecimentos importantes no processo de alfabetização.
[...]”26
24 Brandão, Ana e Rose, Ester. Entrando na roda: as histórias na educação infantil. In Ler e escrever na educação infantil. p.42 25 Ibid. p.41 26 Ibid. p.42
35
Outro aspecto que a leitura e a contação de história têm é mexe com o
sentimento, ao quais são estimulados, a partir do envolvimento emocional da
história levando a criança a posicionar a favor ou contra a história e muitas das
vezes a criança identifica com o que a personagem está passando, colocando-
se em seu lugar.
“É ouvindo histórias que se pode sentir emoções importantes,
como a raiva, a tristeza, o medo, a alegria, a insegurança, a
tranquilidade. Vivenciar essas emoções por meio das
personagens das histórias auxilia a criança a esclarecer e a
lidar com suas próprias angústias, como a morte, a perda dos
pais, o preconceito” 27
A memória é outro aspecto da leitura de história infantil. Pois o ouvinte
registra o que ouve, busca compreender, tenta estabelecer relação com o que
ouvi com sua vida na memória. E ainda, propicia o reconto da história com
ênfase e entusiasmo.
“O recontar história também possibilita que as crianças
desenvolvam uma estrutura da linguagem interna mais
sofisticada do que a usada na vida cotidiana aprimorando
tanto a linguagem oral quanto a escrita.” 28
O ultimo aspecto que vamos enfatiza sob a importância da leitura e
contação de história é imaginação. O ouvinte mergulha no mundo da magia e
vivencia o faz-de-conta. A imagem que associa a experiência de quem ouve a
história a um estado de contemplação, de viagem e de evasão da realidade.
“Desenvolver sua criatividade. Muitas vezes, quando os pais
lêem história, ou quando inventam histórias, colocando as
crianças como personagens. Isso leva a crianças a usar
intensamente sua imaginação. A dramatização das histórias
ou brincadeiras de faz-de-conta também permitem à criança
vivenciar papéis importantes para sua socialização; ” 29
27 Zanotto, Recontar Histórias. In Revista do Professor. Porto Alegre, abr./jun. 2003. p. 5 28 Ibid. p.6 29 Ibid. p.5
36
Todos os aspectos da leitura e da contação de história estão
diretamente ligados ao desenvolvimento da linguagem oral e escrita em
crianças de quatro e cinco anos.
Não pode deixar de sinalizar a importância da roda de leitura na
educação infantil. Além de ter todos os aspectos já mencionados, trabalha com
a interação social.
“[...] Se pensarmos particularmente sobre a roda de história,
mais do que a experiência eminentemente subjetiva entre um
leitor e um texto, essa é uma atividade em que envolve pelo
menos um adulto que lê e conta histórias e um grupo de
crianças que são convidadas a se inserirem num movimento
coletivo ao se colocarem na posição de ouvinte e interlocutor.
[...]” 30
Na roda de leitura, além das histórias outros textos devem ser trazidos.
Como por exemplo: poesias, parlenda, trava-língua, fábulas e cordéis. E após a
leitura direcionar um conversa sob o texto incentivando a colocação de cada
um.
A leitura de história no mundo infantil é muito importante, pois incentiva
o interesse pela leitura e influência no desenvolvimento da linguagem oral e
escrita através da literatura infantil.
3.2 – A contribuição do mundo mágico
“[...] N literatura para criança ou adulto, o mágico e o absurdo
irrompem na rotina cotidiana e fazem desaparecer os limites
entre o real e imaginário.” (coelho) 31
A literatura infantil proporciona um mergulho no encantador mundo
mágico, o qual da asa a imaginação. Esse contexto vai ser de grande valia
para o desenvolvimento da linguagem oral e escrita, pois o ouvinte começa se
desenvolver imitando o adulto, repetindo os gestos, brinca com os livros e
ensaia se contador e leitor de história. 30Brandão, Ana e Rose, Ester. Entrando na roda: as histórias na educação infantil. In Ler e escrever na educação infantil. p.39 31 Coelho (2010), Literatura infantil: teoria, análise, dialética, p.29
37
“Em seus primórdios, a literatura foi essencialmente fantástica:
na infância da humanidade, quando os fenômenos da vida
natural e as causas e os princípios das coisas eram
inexplicável pela lógica, o pensamento mágico ou mítico
dominava. [...]” 32
Desde os primórdios da literatura o mundo da magia está presente na
vida da humanidade. Dando a oportunidade de crescer através do sonho e da
imaginação. Como diz Wallon, para criança, por volta dos cinco anos, suas
qualidades não são mais suficientes, e passa a cobiçar a dos outros.
Encontrando no mundo mágico da literatura infantil modelos para imitar e
saciar suas necessidades.
O mundo mágico da literatura desperta o interesse por novas
descobertas e caminhos, fazendo crescer o encanto do conhecimento que leva
aos caminhos das letras, ou melhor, fascínio pela língua escrita. Despertando a
sonoridade das palavras, percebendo o tempo e a causa presente na narrativa
e a comparação do mágico com o real.
O pensamento mágico
“[...] está presente na imaginação que criou a primeira
literatura: a dos mitos, lenda, saga, cantos rituais, contos
maravilhosos, etc. A essa fase mágica, e já revelando
preocupação crítica com a realidade das relações humanas
correspondendo as fábulas. [...]” 33
Ao observar o processo da formação da literatura a magia está
presente transmitindo encanto e proporcionando aventuras ou ouvir a narrativa
de uma lenda ou mito de desejar descobri o a saga e o conto vai trazer ao
ouvinte. De modo que influencie no seu desenvolvimento da linguagem.
A imaginação que o mundo da magia propicia ao ouvinte pode-se
comparada ao jogo do faz-de-conta do período da função simbólica. Piaget
considera esse jogo muito importante, pois é através dele que a criança
assimila simbolicamente as atividades, os papeis e as idéias do mundo ao seu
redor. O qual é encontrado nos contos, fábulas, etc.
32 Ibid. p. 52 33 Ibid.
38
“Compreende-se, pois, por que essa literatura arcaica acabou
se transformando em literatura infantil: a natureza mágica de
sua matéria atrai espontaneamente as crianças.” 34
O encanto da magia reflete diretamente na vida da criança, mexendo
com seu imaginário proporcionando um encontro pessoal. De modo que auxilia
no desenvolvimento cognitivo da criança. Pois ajuda a resolver problemas do
real por meio da imaginação.
Por volta de quatro e cinco anos o desenvolvimento da linguagem oral
esta sendo enriquecida com o aumento do vocabulário que muitas vezes é
proporcionado pela natureza mágica encontrada no baú de história infantil.
Neste momento a criança já consegue perceber que a língua tem signos ou
palavras de significados públicos e compartilhados, compreendidos pelas
sociedades. E a língua escrita esta cada vez mais sendo estimulada através
dos textos, como aperitivo de um novo mundo. O mundo mágico da escrita.
A contribuição do mundo mágico é de extrema importância para o
desenvolvimento da linguagem oral e escrita. Sendo, marcada de muitas
formas e jeitos. Fazendo com que o desenvolvimento ocorra de modo mágico e
encantador. Deixando cada vez mais a criança apaixonada pelo mundo da
fantasia e dando sabor extraordinário a aprendizagem.
3.3 – O papel da literatura no desenvolvimento da
linguagem
“[...] Liberdade, espontaneidade, afetividade e fantasia são
elementos que fundam a infância. Tais substâncias são
também pertinentes à construção literária. Daí a literatura ser
próxima da criança. [...] Neste sentido é indispensável a
presença da literatura em todos os espaços onde circula a
infância.” (Queiroz, 2009) 35
34 Ibid. 35 Brandão, Ana e Rose, Ester. Entrando na roda: as histórias na educação infantil. In Ler e escrever na educação infantil. p. 40 e 41
39
Para a literatura ter um papel importante no desenvolvimento da
linguagem é preciso que o livro seja adaptado. E já que este trabalho estuda o
desenvolvimento de crianças de quatro e cinco anos, é a elas que se vão
direcionar as característica dos livros.
As crianças nesse período são consideradas pré-leitores e encontram-
se na fase em que “aprofunda-se a descoberta do mundo concreto e do mundo
da linguagem através das atividades lúdicas.” 36 A literatura, deve propor
histórias que vivencie o cotidiano familiar, na qual a criança possa espelha-se.
Os livros, deste período, devem ter o predomínio de imagem com
pouco texto, o qual pode ser lido ou dramatizado pelo adulto com o intuito que
a criança perceba a relação entre o mundo real e o mundo palavra.
Nesses livros, as imagens devem sugerir uma situação ou se
significativo para criança. O desenho ou pintura devem ser simples e de fácil
comunicação social. Outra característica é que deve conter certo clima que
transmita expectativa ou mistério, ter graça e humor.
A literatura infantil é muito importante no processo do desenvolvimento
da linguagem oral e escrita. Pode-se dizer que ao ouvir história a criança inicia
o processo de aprendizagem de um leitor, pois a organização textual que o
ouvinte percebe gera algum desenvolvimento.
O processo de transformação de um ouvinte em leitor começa quando
o ouvinte consegue identificar o esquema narrativo, observa que há começo e
meio e fim na história e que a narrativa conta algo acontecido mesmo que seja
de faz-de-conta. E ainda, o início da familiarização da criança com as
características da linguagem escrita, onde ela vai perceber a diferença entre
linguagem usada para conversar e a língua escrita padrão.
Um dos papéis da literatura no desenvolvimento da linguagem é uma
responsabilidade social. Pois se trata de um contexto social onde parte do
principio que todos tenham acesso; e um texto literário corre o mundo real.
“Oportunizar o contato com os diversos tipos de textos e
favorecer a observação de práticas sócias de leitura e de
escrita, nas quais suas diferentes funções e características
36 Coelho (2010), Literatura infantil: teoria, análise, dialética, p.33
40
sejam consideradas, mais do que nunca se faz necessário,
tendo em vista as desigualdades vividas em nossa sociedade.”
(Mogeiro) 37
Outro papel importante da literatura no desenvolvimento da linguagem
é que
“através da história ficcional que a criança desenvolve a
capacidade de descentração, isto é, de afastamento do
contexto imediato e particular. Não é sem motivo, pois, que a
narrativa ficcional é tão privilegiada no início do
desenvolvimento da redação. É ela que iniciando o processo
da descentração, leva a criança ao discurso dissertativo, no
qual em lugar de postular uma possibilidade, ela irá explora
vários alternativas, posicionado-se por uma, através da
argumentação.” 38
Finalmente, reforçando a necessidade de fazer da literatura e contação
de história um hábito diário no processo de aquisição da linguagem. Não se
esquecendo de deixar sempre os livros de literatura infantil ao alcance das
crianças. Pois se queremos que os livros façam parte da vida dos pequemos, é
preciso estimular essa convivência desde cedo.
37 Mogeira, Maria Lucia A. 38 Kato, No Mundo da escrita: uma perspectiva psicolingüística. p.117
41
CAPÍTULO IV
A Literatura Infantil e o lúdico
Este capítulo vai mostra a importância do trabalho lúdico no âmbito
escolar, tendo na brincadeira um parceiro no processo de ensino
aprendizagem. Mostrando ao professor a necessidade de inserir o brincar
como prática pedagógica.
E ainda, vai apresentar dicas de como trabalhar literatura infantil de
forma lúdica e interativa no ambiente escolar e no ambiente familiar, mostrando
a importância da família junto à escola.
Já como o trabalho é voltado para a literatura, nada melhor que uma
poesia para ressaltar a importância do brincar.
Aprender Brincando
Anita Wadlley
Quando eu estiver, no quarto, construindo um edifício de blocos,
Por favor não diga que “estou apenas brincando”.
Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco.
Sobre equilíbrio e forma.
Quando eu estiver bem vestido, arrumando a mesa, cuidando do bebê,
Não tenha a idéia de que eu “estou apenas brincando”.
Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco.
Algum dia eu posso ser uma mãe ou um pai.
Quando você me vir até meus cotovelos na pintura,
Ou ajeitando uma moldura, ou moldando e dando formas à argila,
Por favor não me deixe ouvi-lo dizer que “estou apenas brincando”.
Já que, entenda, estou aprendendo enquanto brinco.
Algum dia eu posso ser um artista ou um inventor.
42
Quando você me vir sentado em uma cadeira “lendo” para uma audiência
imaginária, Por favor não ria e não pense que eu “estou apenas brincando”.
Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco.
Algum dia posso ser um professor.
Quando você me vir recolhendo insetos ou colocando coisas que encontro no
bolso, Não os jogue fora como se eu “estivesse apenas brincando”.
Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco.
Algum dia posso ser um cientista.
Quando você me vir montando um quebra-cabeça,
Por favor não pense estou desperdiçando tempo “brincando”.
Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco.
Eu estou aprendendo a concentrar-me e resolver problemas.
Algum dia eu posso ser um empresário.
Quando você me vir cozinhando ou provar comida,
Por favor não pense que estou aproveitando, que é “só para brincar”.
Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco.
Eu estou aprendendo sobre os sentidos e as diferenças.
Algum dia eu pode ser um “chef”.
Quando você me vir aprendendo a saltar, pular, corre e mover meu corpo,
Por favor não diga que eu “estou apenas brincando”.
Já que, entenda, eu estou aprendendo em quanto brinco.
Eu estou aprendendo com meu corpo trabalhar.
Algum dia eu posso ser um médico, uma enfermeira ou um atleta.
Quando você me perguntar o que fiz na escola hoje,
E eu responder: “Eu brinquei”. Por favor não me entenda mal.
Já que, entenda, eu estou aprendendo enquanto brinco.
Eu estou aprendendo apreciar e ser bem sucedido no trabalho.
43
Eu estou preparando-me para amanhã.
Hoje, eu sou uma criança e meu trabalho é brincar.
4.1 – A importância do lúdico
“Brincar é muito importante: enquanto estimula o
desenvolvimento intelectual da criança, também ensina, sem
que ela perceba, os hábitos necessários a esse crescimento”
(Bettelheim, 1988) 39
O trabalho lúdico no âmbito escolar enriquece e auxilia na construção
do aprendizado infantil. Encontrando no brincar um parceiro que ajuda a
desenvolver a motricidade, a atenção, a imaginação e a linguagem oral e
escrita nas crianças. Através das brincadeiras orientada a criança sente-se, ao
mesmo tempo, privilegiada e desafiada, pois elas são levadas a fazer novas
descobertas e a experimentar o brincar mais estimulado e mais rico em
aprendizagem.
O Brincar é algo e essencial na vida da criança. Pois através dele a
criança constrói conceitos que mais ninguém lhe pode ensinar. E ainda, é a
forma mais completa que a criança tem de comunicar consigo mesmo e com o
mundo a sua volta.
“É importante a criança brincar, pois ela irá se desenvolver
permeando relações cotidianas, e assim vai construindo sua
identidade, a imagem de si e do mundo que acerca.” 40
O ato de brincar encontra valores morais e culturais, nas quais as
atividades podem promover a auto-imagem, a auto-estima e a cooperação já
que o lúdico ajuda a conduzir a imaginação, a fantasia, a criatividade e a
aquisição de um sentido crítico, acompanhando o desenvolvimento da
inteligência do ser humano.
Através das atividades lúdicas a criança se prepara para vida,
assimilando a cultura do meio em que vive, integrando e adaptando-se às
39 In Maluf, Brincar: Prazer e Aprendizado. p. 19 40 Ibid. p. 20
44
condições que o mundo lhe oferece, aprendendo a competir e a cooperar. A
conviver com um ser social.
O trabalho com o lúdico é fundamenta no processo continuo e
dinâmico do crescimento infantil. Suas atividades permitem as descobertas, as
perguntas e as soluções da vida, por parte da criança.
“É através do brincar que a criança vai diferenciando o seu
mundo interior (fantasias, desejos e imaginação) do seu
exterior, que é a realidade por todos compartilhada. Cada
criança expressa os seus desejos, fantasias, vontades e
conflitos. Faz-se necessário que o professor estabeleça uma
conexão da imaginação e da fantasia da criança, indo muito
mais além de uma intenção educativa.” 41
O lúdico é um recurso de fundamental importância na sala de aula.
Pois o jogo possui aspectos fundamentais para a aprendizagem racional e para
o emocional, permitindo criar os conceitos de:
• Respeito e limites – em um jogo a criança aprende a respeitar o amigo e
os limites que o jogo propõe.
• Saber perder e ganha – aprende-se que nem todo tempo ganha-se tudo,
ora ganha ora perde, e que o perde faz parte do jogo.
• Socializar – a brincadeira ensina que um deve colabora com o outro e
transmite a idéia de cooperação.
• Criar – a brincadeira permite a criança explora sua criatividade e criar
algo diferente que lhe ajude a desenvolver.
• Interagir – o brincar permite que a criança interaja como outras crianças
e com o meio em que está inserida.
• Aprender a pesquisar – através da brincadeira surgem curiosidades que
a criança por si só vai pesquisar resposta (aprender a aprender).
O jogo é uma atividade importante no processo de aprendizagem e no
desenvolvimento das crianças. É bastante desejável que, na maior parte do
tempo que as crianças passam na escola, elas joguem.
41 Ibid. p. 33
45
Através das brincadeiras, dos jogos e das atividades lúdicas a criança
se desenvolve de forma integra e prazerosa, construindo seu conhecimento.
Pois brincar é a manifestação mais profunda que conduz a fazer, sendo que
neste fazer o homem tem a sua verdadeira essência humana.
4.2 – Como trabalhar a Literatura Infantil de forma lúdica?
A literatura infantil pode ser inserida de vária forma no ambiente
escolar. Um delas é auxiliar o professor no processo ensino aprendizagem,
onde deve ser trabalhada de forma lúdica e fazendo a diferença no
desenvolvimento da criança.
O por meio da literatura infantil o professor pode criar oportunidades
para que o brincar aconteça sempre, incentivando o interesse da criança por
descobrir algo novo e diferente.
“[...] A capacidade de brincar abre para todos uma
possibilidade de decifrar os enigmas que os rodeiam. O
brincar pode ser um elemento importante através do qual se
aprende, sendo sujeito ativo desta aprendizagem que tem na
ludicidade o prazer de aprender.” 42
Para o enriquecimento do professor e para um melhor
desenvolvimento da linguagem oral e escrita da criança, seguem-se algumas
sugestões de trabalho com a literatura infantil de forma lúdica.
Roda de leitura
A proposta tem por objetivo incentivar o hábito da leitura diária no
cotidiano da sala de aula. Trazendo para sala de aula, várias formas de contar
o ler história de modo que atraia a atenção do ouvinte e mexa com a sua
curiosidade.
A roda de leitura trabalha com a socialização do indivíduo,
possibilitando a construção de uma identidade grupal. Onde o professor e as
crianças participam juntos de atividades lúdicas em que vão descobrindo
palavras engraçadas, enredos que despertam a curiosidade pelo encantamento
42 Ibid. p. 29
46
e assim por diante. Cada história vai surgir algo novo para ser analisado na
roda de leitura.
Mala de Leitura
A proposta da mala de leitura consiste em uma pasta ou bolsa onde a
criança leva os livros para casa durante o final de semana, para o convívio
familiar. Espera-se que o livro seja lido pelo pai, ou a mãe ou ainda por algum
próximo que leia para a criança, com o intuito de incentivar a leitura.
“Uma característica esse projeto é, portanto, o entendimento
de que essa é uma estratégia didática que permite estabelecer
uma ponte entre as duas instituições, de forma a assegurar
que as práticas voltadas para a formação da criança leitora
continuem além dos muros da escola.” 43
O projeto tem o intuito de unir a família e a escola com a tentativa de
ter uma educação a seis mãos. Mãe, pai e professor. Pois a educação não se
realiza isolada na escola, nem tão pouco deve ser atribuída exclusivamente da
família.
“[...] O que se espera como decorrência e ações dessa
natureza é construir uma confiança recíproca, fundamental
para que se efetive a ação pedagógica.” 44
Fantoche
A proposta dos fantoches tem como objetivo desenvolver a
criatividade, a linguagem oral e socializar a criança. Pois o teatro de fantoche
permite conhecer melhor a criança, através do envolvimento diante dos
fantoches, permitindo conhecê-los na integra. Assim, pode-se ajudá-los no
processo de socialização, fazendo-a sentir-se a vontade, sem inibição.
Os fantoches são lúdicos, e ajuda o educador na comunicação e
orienta a criança em todos os aspectos, favorecendo a aprendizagem em todas
as áreas de trabalho. O fantoche não só serve para contar história, como
também para conversar com as crianças em vários momentos.
43 Rosa e Brandão, Projeto mala de leitura: aproximando a escola da família através da circulação de livros. In Ler e Escrever na educação infantil. p. 172 44 Ibid.
47
O teatro de fantoche gera uma série de atividades atraentes. Muitas
histórias infantis podem ser adaptadas com facilidade, até as próprias crianças
podem adaptá-las ou inventar histórias, improvisado diálogo, pois, para a
criança, brincar sonhar é a mesma coisa.
Jogos literários (dominó, bingo, jogo da memória)
A proposta dos jogos literários tem como objetivo, a função
comunicativa de integra o indivíduo com o meio; tem a função representativa
de utiliza os símbolos da história para representá-la e te a função lúdica de
distrai com a utilização da linguagem oral e escrita.
O professor pode a partir de uma história cria um jogo, por exemplo, o
dominó, ou bingo, ou jogo da memória, utilizando-se de desenhos e da língua
escrita, ajudando na percepção e a associação do nome ao desenho. Com o
intuito de desenvolver a capacidade de simbolização, para representar a
realidade a partir da história.
Poesia interativa
A proposta poesia interativa tem por objetivo trabalhas as poesias
infantis através da brincadeira, aproveitando a sonoridade, as rima e a imagem
da poesia. Mostrando que as palavras são signos que expressam emoções,
sensações, idéia por meio de símbolo e de sonoridade com sua rima e ritmo.
A partir do jogo de palavras transformado em canto, as poesias que
lembram as cantiga de ninar e a cantiga de roda. Ou pela poesia ouvida ou lida
em voz alta, que provoque emoções, sensações, impressões, numa interação
lúdica gratificante.
Além de trabalhar com sonorização, incentivar o desenvolvimento da
língua escrita por meio da estrutura textual ou pela escolher de uma palavra
para trabalhar sua construção saindo de uma figura para a escrita.
48
Conclusão
Finalizando, o trabalho monográfico estudou o processo do
desenvolvimento da linguagem oral e escrita em crianças de quatro e cinco
anos através das etapas do desenvolvimento de Wallon e dos estágios do
desenvolvimento de Piaget. Organizando um panorama do desenvolvimento da
linguagem.
O estudo foi pautado nos conceitos, na função, nas características, na
estrutura e no valor da literatura infantil para mostra sua importância no
processo de aquisição da linguagem.
O mesmo foi fundamentado em um grande mergulho no mundo
mágico e encantador, onde a realidade e a fantasia estão intimamente ligadas,
fazendo a criança viajar, descobrir e atuar num mundo mágico; podendo
modificar a realidade seja ela boa ou ruim, dando base para o desenvolvimento
das linguagens na criança. Mostrando a importância da leitura e da contação
de historia no cotidiano dos pequenos.
O trabalho mostrou o papel fundamental da literatura no
desenvolvimento, sinalizando que ao ouvir história a criança inicia o processo
de aprendizagem de um leitor, ao passo que a organização textual que o
ouvinte percebe gera desenvolvimento.
E ainda, apresentar a importância do trabalho lúdico no âmbito escolar,
sinalizando que o brincar é uma forma de desenvolvimento e de aprendizado,
dentro e fora da escola. E apresenta algumas sugestões de trabalhos lúdicos,
partindo de livros literários, para trabalhar no ambiente escolar.
Já que o trabalho tem como base a literatura, nada melhor do que
encerrá-lo com uma poesia que fala das linguagens.
As cem linguagens da Criança
Loris Malaguzzi
A criança
é feita de cem.
49
A criança tem
centenas de línguas
uma centena de mãos
uma centena de pensamentos
cem maneiras de pensar
brincando e conversando
cem sempre cem
Maneiras de Ouvir
admirar, amar
uma centena de alegrias
para cantar e compreender
uma centena de mundos
para descobrir
uma centena de mundos
para inventar
uma centena de mundos
para sonhar.
A criança tem
centenas de línguas
(E cem, cem, cem)
mas roubaram-lhe noventa e nove.
Escola e cultura
cabeça separada do corpo.
Nós falamos:
de pensar sem as mãos
fazer sem a cabeça
para ouvir e não falar
de compreender sem alegrias
amar e maravilhar-se
só na Páscoa e no Natal.
50
Nós falamos:
descobrir o mundo que já existe
e centenas
roubaram-lhe noventa e nove.
Diga
que jogam e trabalham
realidade e fantasia
ciência e imaginação
o céu e a terra,
razão e o sonho
são coisas
não andam juntos.
Dizemos em breve
que as cem não existem.
E a criança diz
Em contraste, os cem existem.
51
Referência Bibliografia
AZEREDO, José Carlos. Fundamentos da Gramática do Português. Rio de
Janeiro. Jorge Zahar Editora, 2002.
BRANDÃO, Ana Carolina Perrusi. ROSA, Ester Calland de Souza. Entrando na
roda: as histórias na educação Infantil. In BRANDÃO, Ana Carolina Perrusi.
ROSA, Ester Calland de Souza, organizadoras Ler e escrever na educação
infantil: discutindo práticas pedagógicas. Belo Horizonte. Autêntica editora,
2010.
COELHO, Nelly Novaes. Literatura Infantil: teoria, analise dialética. São Paulo.
Editora Moderna, 2000.
GALVÃO, Izabel. Henri Wallon: Uma concepção dialética do desenvolvimento
infantil. Petrópolis. Editora Vozes, 2002.
KATO, Mary A. No mundo da Escrita: Uma perspectiva psicolinguística. São
Paulo. Editora Ática, 2002.
LIMA, Lauro de Oliveira. Piaget: Sugestões aos educadores. Petrópolis. Editora
Vozes, 2000.
PAÇO, Glaucia Machado de Aguiar. O Encontro da Literatura Infantil no CEMEI
Carmem Montes Paixão. Mesquita, UFRRJ, 2009.
PULASKI, Mary Ann Spencer. Compreendendo Piaget: Uma introdução ao
desenvolvimento cognitivo da criança. Rio de Janeiro. LTC Editora, 1986.
MALUF, Angela Cristina Munhoz. Brincar prazer e aprendizado. Petrópolis.
Editora Vozes, 2003.
52
MOGEIRO, Lucia A.
ROSA, Ester Calland de Souza. BRANDÃO, Maria Solange. Projeto mala de
leitura: aproximando a escola da família através da circulação de livros. In
BRANDÃO, Ana Carolina Perrusi. ROSA, Ester Calland de Souza,
organizadoras Ler e escrever na educação infantil: discutindo práticas
pedagógicas. Belo Horizonte. Autêntica editora, 2010.
SOSA, Jesualdo. A literatura infantil: ensaio sobre a ética, a estética e a
psicopedagogia da literatura infantil. São Paulo. Editora Cultrix,1978.
ZANOTTO, Maria Angélica do Carmo. Recontar Histórias. In Revista do
Professor. Porto Alegre. 74 edição, abr./ jun. 2003.
53
ÍNDICE
CONCLUSÃO
ANEXOS
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
ÍNDICE
54
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
Desenvolvimento Cognitivo 10
1.2 – Henri Wallon 10
1.2.1 – Quem foi? 10
1.2.2 – Etapas do desenvolvimento
1.3 – Jean Piaget 14
1.3.1 – Quem foi? 14
1.3.2 – Etapas do desenvolvimento 15
1.4 O desenvolvimento da linguagem oral e escrita 18
1.4.1 – O desenvolvimento da linguagem para Wallon 18
1.4.2 – O desenvolvimento da linguagem para Piaget 19
1.4.3 – Panorama do desenvolvimento da linguagem oral e escrita 21
CAPÍTULO II
Literatura Infantil 24
2.1 – O que literatura infantil? 24
2.2 – Qual a importância da literatura Infantil? 25
2.2.1 – Função 26
2.2.2 – Característica 27
2.2.3 – Estrutura 28
2.2.4 – Valores 30
CAPÍTULO III
A importância da Literatura Infantil no desenvolvimento da linguagem 32
55
3.1 – A importância da leitura e da contação de história 32
3.2 – A contribuição do mundo mágico 36
3.3 – O papel da literatura no desenvolvimento da linguagem 38
CAPÍTULO IV
A Literatura Infantil e o lúdico 41
4.1 – A importância do lúdico no âmbito escolar. 43
4.2 – Como trabalhar a Literatura Infantil de forma lúdica? 45
CONCLUSÃO 48
REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICA 51
ÍNDICE 53