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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO FERRAMENTA DE FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES Por: Fabiana Serrão Pereira Orientadora Prof. Aleksandra Sliwowska Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO … · 2012. 10. 18. · significativas em sua estrutura. Esta mudança foi notada pelas empresas que perceberam que o foco não

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO FERRAMENTA DE

FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES

Por: Fabiana Serrão Pereira

Orientadora

Prof. Aleksandra Sliwowska

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

MARKETING DE RELACIONAMENTO COMO FERRAMENTA DE

FIDELIZAÇÃO DE CLIENTES

Apresentação de monografia à AVM Faculdade

Integrada como requisito parcial para obtenção do

grau de especialista em Gestão Empresarial

Por: Fabiana Serrão Pereira

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por todas as

realizações, pelas conquistas, pela

saúde, pela garra e força para alcançar

mais esta etapa. Agradeço aos

professores que estiveram

acompanhando meu desenvolvimento

e sempre me incentivaram e ensinaram

com paciência, dedicação e sabedoria.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus pais, ao

meu esposo Marcelo e a minha irmã

Tathyana que sempre me incentivaram e

me apoiaram para que conseguisse

alcançar esta etapa.

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RESUMO

Os anos foram avançando e o marketing tradicional sofreu mudanças

significativas em sua estrutura. Esta mudança foi notada pelas empresas que

perceberam que o foco não deve estar somente voltado para o produto ou

serviço, mas também para o cliente.

O marketing de relacionamento e o CRM – Customer Relationship

Management – são apresentados como ferramenta na fidelização e integração

do cliente junto à empresa. Assim, conhecer as necessidades e preferências

do cliente possibilita a empresa oferecer produtos ou serviços específicos para

o mesmo, proporcionando sua satisfação e o seu retorno. E cliente satisfeito é

comprador efetivo e fiel à empresa. A lealdade e a retenção de um cliente

satisfeito contribuem efetivamente para a empresa alcançar seus objetivos e

metas traçados.

PALAVRAS-CHAVE: CRM – Customer Relationship Management. Fidelização. Lealdade.

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METODOLOGIA

Para explicar os objetivos do projeto, usarei o método mais apropriado,

a pesquisa bibliográfica, que consiste no levantamento, seleção, fichamento e

arquivamento de informações relacionadas à pesquisa. Também será usado

como fonte de pesquisa alguns sites.

Através da pesquisa bibliográfica e consultas aos sites será feito um

histórico sobre o tema, a atualização do mesmo, procura de respostas aos

problemas formulados, e levantamento de contradições sobre o tema.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...................................................................................................0

8

CAPÍTULO I - Breve Histórico do Marketing.....................................................12

1.1 – Mix de

marketing.......................................................................................14

1.2 –

Endomarketing..........................................................................................15

CAPÍTULO II - Breve Histórico do Marketing de

Relacionamento.....................18

2.1 – A origem do marketing de

relacionamento...............................................19

CAPÍTULO III – Conceitos e Valores Fundamentais do Marketing de

Relacionamento.................................................................................................2

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CAPÍTULO IV – O que é CRM (CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT)

e sua

importância...............................................................................................30

CAPÍTULO V – Estratégias Operacionais.........................................................35

5.1 - Construção da lealdade dos

clientes.........................................................35

5.2 –

Fidelização................................................................................................37

CAPÍTULO VI– Gerenciando relacionamentos e desenvolvendo

fidelidade.....40

CONCLUSÃO....................................................................................................4

3

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA........................................................................44

ÍNDICE...............................................................................................................4

6

INTRODUÇÃO

Desde o início do século XX, as organizações passam por um processo

de desenvolvimento e mudança de mentalidade. O marketing funciona como

causa e consequência desse processo de evolução e tem por objetivo

promover seus produtos e induzir os consumidores a comprá-los, uma vez que

a função deste é entender, criar, comunicar e proporcionar aos mesmos valor e

satisfação. Não importa o tamanho das empresas, o marketing de

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relacionamento se tornou fundamental para a diferenciação de atendimento.

Estar preparado e consciente de onde e como se deve chegar é essencial para

as empresas.

No marketing tradicional o foco está voltado para o produto, partindo do

princípio de que todos os clientes são iguais, desconsiderando suas

necessidades e desejos. Ao decorrer dos anos, com o crescimento da

concorrência que trouxe para o mercado produtos diferenciados, houve um

aumento do nível de exigência dos consumidores, sendo assim, as empresas

perceberam a necessidade de mudar o foco do produto para o cliente. Neste

prisma, torna-se fundamental o desenvolvimento de um bom relacionamento

com os clientes, facilitando a interação entre o cliente e a empresa.

Conhecendo melhor o cliente, é possível haver uma relação

personalizada, one to one, que gera uma conveniência para o cliente em

continuar na empresa e uma inconveniência em mudar para concorrência. O

cliente bem atendido tende a ser fiel à empresa, uma vez que a lealdade é

conquistada através da qualidade do atendimento. Um mau atendimento pode

causar uma imagem negativa da empresa, tornando-a vulnerável a ação da

concorrência.

A personalização do relacionamento, só é possível com a utilização de

um banco de dados que permite a empresa armazenar as informações

pertinentes do cliente, proporcionando um melhor atendimento para o mesmo.

Para definir esta pesquisa, foi levantado as seguintes problematizações:

- Abordar a relação personalizada com os clientes de forma a conhecê-

los o suficiente para oferecer produtos e serviços mais adequados.

- Abordar a busca pelo cliente, a identificação de suas necessidades e a

definição dos serviços prestados e de valor agregado.

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- Mencionar a questão de ter funcionários motivados e capacitados para

atender clientes adequadamente.

- Como a empresa deve adaptar-se ao modelo CRM (Customer

Relationship Management) para conseguir encarar as dificuldades de manter

clientes, ampliando e modernizando sua visão de atendimento.

O objetivo geral desta pesquisa é analisar a importância da fidelização

dos clientes nas organizações modernas; investigar e explorar o significado de

fidelizar; indicar caminhos para o processo de montagem de um plano de

fidelização de clientes. Para isso, será necessário sintetizar os principais

conceitos e abordagens direcionados ao marketing de relacionamento,

qualidade, serviços aos clientes, retenção e fidelização/lealdade de clientes;

explicar o que é CRM, sua importância e abordar um estudo de caso

relacionado a adoção do CRM; mostrar na prática o desenvolvimento de uma

força de vendas face a face para prestar a esses clientes um atendimento

diferenciado e personalizado com o objetivo de obter sua lealdade.

O capítulo 1 relata o breve histórico do marketing que é um processo

social e gerencial pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e

desejam através da criação, oferta e troca de produtos de valor com outros.

Seu mix é um conjunto de variáveis controláveis que a empresa combina para

produzir a resposta que deseja no target - público alvo. Essas variáveis são

destacadas como preço, produto, praça e promoção. A prática de se ouvir os

próprios funcionários, criar condições seguras de trabalho, atrair e conservar

profissionais de talento, ter uma gestão transparente, reconhecer e

recompensá-los é chamada de endomarketing. Ele constrói uma relação de

fidelidade do empregado em relação à empresa e demonstra confiança

também.

No capítulo 2 fala-se rapidamente sobre o marketing de

relacionamento, onde o foco passa a ser a questão do posicionamento das

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marcas sob a ótica do consumidor. Seu principal conceito é reter o atual cliente

devido aos altos custos em conquistar novos clientes. A colaboração e criação

de valores mútuos estão entre os principais valores do marketing de

relacionamento. Talvez os mais fundamentais. Isso inclui considerar os

fornecedores, clientes e outros como parceiros, ao invés de oponentes.

O capítulo 3 fala, respectivamente, sobre o principal conceito e os

valores fundamentais do marketing de relacionamento. Criar e manter uma

rede de relacionamentos e a exigência de um comportamento mais ético do

que o marketing tradicional são abordados nestes capítulos.

O capítulo 4 mostra que dentro do marketing de relacionamento, o

CRM - Customer Relationship Management – é uma estratégia de negócio

voltada ao entendimento, antecipação e administração das necessidades dos

clientes atuais e potenciais de uma empresa. Acarreta em adquirir e distribuir

conhecimento sobre esses clientes e usar essas informações por meio de

vários pontos de contato para equilibrar rendimentos e lucros com o máximo de

satisfação dos clientes.

No capítulo 5 aborda que para se construir a lealdade e a fidelização

de consumidores, clientes internos e externos é preciso o envolvimento de

todos os profissionais e departamentos no atendimento. É preciso

cumplicidade para as ações estratégicas serem fortes e consistentes. A gestão

do conhecimento dos grupos com que as empresas interagem ou produzem é

de extrema importância. Criar um conjunto de estratégias e respectivas ações

são necessários para se criar vínculos fortes com os clientes.

O capítulo 6 é sobre como gerenciar os relacionamentos e desenvolver

a fidelidade. Para criar vínculos fortes com os clientes são necessários criar um

conjunto de estratégias e respectivas ações a serem colocadas em prática pelo

pessoal da linha de frente ou do atendimento. Construir uma fundação, criar

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vínculos de fidelidade e reduzir impulsionadores de deserção são métodos

para ser estabelecer uma fidelidade sólida entre a empresa e o cliente.

CAPÍTULO I

BREVE HISTÓRICO DO MARKETING

Marketing explora as necessidades humanas e sociais e maneiras de

satisfazer essa demanda por meio de troca e relacionamento entre a empresa

e o cliente. É uma via de duas mãos entre o mercado e as organizações, em

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que estas buscam no mercado informações sobre essas necessidades e

desejos, recebendo como retorno informações. Assim, as organizações

passam a oferecer ao mercado os produtos e serviços de acordo com as

informações obtidas e recebem recursos financeiros e clientes satisfeitos.

Kotler (2006) utiliza–se da definição da AMA - American Marketing

Association: “Marketing é o processo de planejar e executar a concepção, a

determinação do preço (pricing), a promoção e a distribuição de ideias, bens e

serviços para criar trocas que satisfaçam metas individuais e organizacionais”.

As empresas orientadas para o marketing têm uma preocupação constante

com os desejos dos clientes. Quando esses desejos mudam, as empresas

procuram evoluir, orientando-se pelo que os clientes querem, buscando formas

que possam atendê-los.

Uma oferta pode consistir em bem físico, serviços, ideias. Por exemplo,

uma montadora de carro está oferecendo bens, peças que constituirão em um

carro. Um restaurante está oferecendo serviços como cozimento, assentos,

segurança. Se o restaurante for uma rede fast food está oferecendo uma ideia

de economia de tempo. Uma universidade pode oferecer tanto serviços como

aula, segurança e educação e bens como livros, apostilas e outros materiais

de suporte ao aluno. Cada empresa adota uma estratégia para conseguir

vender seus produtos e serviços. A orientação estratégica norteará todos os

negócios da empresa e a sua forma de agir diante do mercado e dos seus

clientes.

Os consumidores escolhem entre muitos produtos e serviços que

possam satisfazer suas necessidades. O valor, custo e satisfação são fatores

importantes na hora da escolha de uma oferta.

O valor percebido é esperado pelos consumidores em qualquer

transação efetuada, pois esperam ter sinais de que entre todas as ofertas

disponíveis, eles optaram pela mais satisfatória.

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Segundo Kotler (2006), o marketing é um processo social e gerencial

pelo qual indivíduos e grupos obtêm o que necessitam e desejam através da

criação, oferta e troca de produtos de valor com outros. É simplesmente a

intenção de enteder e atender o mercado. As principais variáveis a serem

consideradas são: Variáveis econômicas, demográficas, culturais, tecnológicas

e político-legais.

- Variáveis econômicas – fatores econômicos que envolvem o mercado

em estudo. Deve ser levantado até que ponto as variações na economia

podem comprometer positiva ou negativamente o mercado onde a organização

atua ou pretende atuar.

- Variáveis demográficas – monitoramento da população, pois as

pessoas representam o mercado. Podem ser consideradas, por exemplo,

variações no número de casamentos e de filhos de uma determinada

população, ou ainda o tamanho e a taxa de crescimento da população em

diferentes cidades, regiões e nações, distribuição etária e composto étnico,

níveis educacionais, faixa etária, etc.

- Variáveis culturais – dizem respeito ao grau em que a cultura de um

mercado pode comprometer a aceitação de um determinado produto ou

serviço. Elas envolvem culturas, subculturas, comportamento, influência das

religiões, crenças, grau de tecnologia, etc.

- Variáveis tecnológicas – principalmente nos dias atuais, quando a

tecnologia evolui constantemente e quase que diariamente este setor deve ser

considerado em qualquer análise de ambiente. As mudanças e as facilidades

de acesso à tecnologia fazem com que um produto se torne obsoleto

rapidamente.

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- Variáveis político-legais – as mudanças do ambiente político, que

ocorrem constantemente, e das Leis, principalmente no Brasil, devem ser

vistas com grande atenção, pois elas podem inviabilizar um produto, serviço ou

empreendimento.

1.1 – Mix de marketing

Segundo Kotler (2006), o mix de marketing ou composto de marketing

é o conjunto de variáveis controláveis de marketing que a empresa combina

para produzir a resposta que deseja no target, ou seja, no público alvo. Essas

variáveis são destacadas em quatro P’s conforme exposto abaixo:

Produto: É a ferramenta básica, a oferta tangível da empresa para o

mercado, inclui qualidade, designer, características, marca, embalagens,

tamanhos, serviços, garantias e devolução. Tais serviços de apoio podem

fornecer uma vantagem competitiva em mercado globalmente competitivo.

Preço: A ferramenta crítica do composto de marketing é o preço.

Quanto os consumidores pagam pelo produto, o preço deve ser compatível

com o valor percebido da oferta ou os compradores procurarão produtos

concorrentes.

Praça: Outra ferramenta importante do composto de marketing inclui

as várias atividades assumidas pela empresa para tornar o produto acessível e

disponível aos consumidores-alvos no momento em que desejarem.

Promoção: Inclui todas as atividades desempenhadas pela empresa

para comunicar e promover seus produtos ao mercado-alvo, pois se não

houver divulgação do produto ou serviço ao cliente ele não saberá de sua

existência e não poderá adquiri-lo.

Segundo Kotler (2006, p.28):

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O marketing é um processo de planejar e executar a

concepção, a determinação do preço, a promoção e

distribuição de idéias, bens e serviços para criar trocas

que satisfaçam metas individuais e organizacionais. A

administração de marketing é uma ciência de escolher

mercados-alvo e obter, manter e multiplicar clientes por

meio da criação, da entrega e da comunicação de um

valor superior para o cliente.

1.2 – Endomarketing

Segundo Gronroos (2009), a prática de endomarketing em serviços se

baseia em ouvir os empregados, criar condições seguras de trabalho, atrair e

conservar profissionais de talento, ter uma gestão transparente, reconhecer e

recompensá-los. Esses fatores são necessários para demonstrar confiança e

para se construir uma relação de fidelidade dos empregados em relação à

empresa. Para desenvolver profissionais motivados e comprometidos com a

empresa, com vistas a prestar serviços de qualidade e sentir orgulho da

empresa onde trabalham, é necessário investimentos em treinamento,

programas de comunicação interna e conscientização nos valores e crenças da

organização.

De acordo com mesmo autor, um aspecto do serviço chama a atenção:

o fato de que, na maior parte dos acontecimentos, o produto de um serviço é

composto do mix de processos e pessoas. De fato, a maioria dos serviços é,

na prática, uma conjugação de processos e pessoas. Se os processos não

estão bem dirigidos, se as pessoas não são as apropriadas ou mesmo quando

ocorre a substituição de determinadas pessoas, a qualidade do serviço pode

estar comprometida.

Segundo Gronroos (2009, p. 337):

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Sem bons relacionamentos internos funcionando bem, os

relacionamentos externos com clientes não se

desenvolverão com êxito. Gerenciar funcionários, em

todos os níveis, é um verdadeiro teste de gerenciamento

de uma organização.

Para Gronroos (2009), falhas nas pessoas e nos processos são

defeitos de fabricação, e freqüentemente, para o cliente, a pessoa é a

representação do próprio serviço. Por exemplo: se formos mal atendidos por

uma aeromoça em uma companhia aérea, diremos que a empresa aérea é

ruim, e não que a funcionária é culpada. A funcionária representa a empresa.

De acordo com Gronroos (2009), considerando que as pessoas e

processos são a parte mais importante de um serviço, isto significa que se

deve ter e manter as melhores pessoas, mas ao mesmo tempo é importante

constituir os melhores processos. Desta forma, caso a pessoa falhe, o

processo poderá, talvez, minimamente, dar continuidade ao serviço. Nesse

sentido, o marketing de serviços enfatiza os processos de marketing interno e

marketing interativo, valorizando a relação com o cliente.

No marketing interno, especialmente recrutamento, seleção,

treinamento e gestão de pessoas, são aspectos fundamentais que impactam

diretamente na qualidade do serviço prestado.

Segundo Gronroos (2009, p. 351):

Endomarketing é uma estratégia de gerenciamento, que

busca desenvolver nos colaboradores da organização

uma consciência do cliente, não importa o seu segmento,

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se bens ou serviços. O importante é comunicar e informar

primeiro aos clientes internos.

De acordo com Santiago (2002), nas organizações modernas, tão

importante quanto a comunicação exógena é a comunicação interna, como uso

do endomarketing, que possibilita a personalização e integralização da

mensagem, para cada receptor dentro da empresa. A democratização das

informações e o respeito pelo timing de compreensão de cada colaborador

termina por fazer a diferença, quando de sua integração real nas decisões

empresariais.

Segundo Santiago (2002), deve-se tomar cuidado com soluções de

comunicação não integradas à cultura organizacional, como a caixa de

sugestão e política de portas abertas, uma vez que a maioria dos subordinados

aprendeu que o importante é dizer ao superior apenas aquilo que ele pretende

ouvir.

CAPÍTULO II

BREVE HISTÓRICO DO MARKETING

DE RELACIONAMENTO

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Mckenna (2001), afirma que existe uma dificuldade natural de se

definir em que momento nasce uma nova tendência de marketing. Porém, no

início da década de 90, encontra-se em seu livro intitulado “Marketing de

Relacionamento”, o capítulo “Marketing de Relações: tudo começa com o

consumidor”, no qual foca a questão do posicionamento das marcas sob uma

nova ótica, a do consumidor.

Para Gordon (2002), os profissionais de marketing poderiam criar

novos valores para seus clientes, fornecedores, funcionários, e investidores,

com a administração de seus relacionamentos de negócios. A ideia central é

que os relacionamentos sejam os verdadeiros bens das empresas, não os

produtos, máquinas e “know how”, embora tenham grande importância; isto

porque os relacionamentos fornecem às empresas rendimentos de longo prazo

e baixos riscos, bem como a oportunidade de aumentar tanto os rendimentos

como o lucro.

Para Gronross (2009), a meta do marketing de transação é conquistar

clientes, enquanto a meta do marketing de relacionamento é manter clientes. É

de suma importância compreender essa diferença para se perceber que no

marketing de relacionamento as ações devem ser montadas visando à

manutenção dos clientes no médio e longo prazo.

Peppers & Rogers (2001) mostraram a diferença entre conquistar uma

fatia de mercado maior e conquistar uma fatia de clientes maior, um de cada

vez. Assim, a nova forma de pensar não era mais na escala de uma operação

de marketing, mas no escopo do relacionamento de um profissional de

marketing com cada cliente individual. Partindo de uma abordagem tecnológica

para o desenvolvimento de relacionamentos de longo prazo, para esses

autores as novas oportunidades criadas pela tecnologia da informação

sugeriam alternativas ao marketing de massa praticado.

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Considerando como uma necessária evolução da Função de

Marketing, Vavra (2003) delineou o Marketing de Relacionamento como After

Marketing ou Pós-Marketing, sendo esse um processo de proporcionar

satisfação contínua e reforço aos indivíduos ou organizações que são clientes

atuais ou que já foram clientes.

Rapp & Collins (2002) consideram o Marketing de Relacionamento

como essencial para maximização da função de marketing. Não rompem com

o modelo tradicional, nem o consideram ultrapassado, mas acreditam que o

aprofundamento passa necessariamente pelo marketing de relacionamento.

De acordo com os autores acima, o marketing de relacionamento é

uma solução de parcerias (partnership solution) como uma equação múltipla

de negócios conectada por toda organização (linked across the corporation)

para endereçar um problema estratégico ocasionado pela relação cliente-

empresa.

2.1 – A origem do marketing de relacionamento

A origem do marketing de relacionamento está ligada ao que

denominamos de "O Novo Marketing". Com a progressiva intensificação da

concorrência, o aprimoramento da tecnologia de banco de dados e a vontade

de se ampliar o tempo útil dos clientes junto às empresas, houve uma

necessidade de se rever o marketing. Foi preciso transformá-lo num tipo mais

integrado com as preferências dos consumidores e com maiores chances de

longevidade na relação com os clientes.

A diferença primária entre o marketing tradicional e a nova forma de se

fazer marketing - O Novo Marketing - é o planejamento de fora para dentro da

organização, ou seja, o planejamento a partir do cliente. Hoje isto é mais fácil

de ocorrer, já que atualmente o profissional de marketing dispõe de

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ferramentas para coleta de informações sobre cada consumidor,

individualmente ou em grupo.

O marketing de relacionamento é conhecido como um novo paradigma

do marketing e o seu conceito foram constituídos a partir de várias teorias

como o marketing de serviços, marketing industrial, gestão pela qualidade e

teorias organizacionais. Ele reconhece o papel fundamental dos clientes

individuais não apenas na compra, como também na definição de valores que

desejam. Exige da empresa um planejamento e alinhamento nos seus

processos de negócios, nas comunicações, na tecnologia e no pessoal para

manter o valor que o cliente individual deseja.

O marketing de relacionamento é considerado a maior mudança na

teoria e prática do marketing dos últimos 50 anos. Esse tipo de marketing se

tornou objeto de desejo para as empresas. Estas, por outro lado, vêm

buscando novas tecnologias de relacionamento com seus clientes. Uma delas

é a crescente necessidade de os executivos acompanharem as mudanças de

hábitos de consumo dos seus clientes, freqüentemente influenciados por

fatores psicológicos e ambientais. Num mundo onde mercados se modificam a

cada instante, as empresas vêm implementando mudanças - ou pelo menos

tentando - na forma de se relacionar com seus clientes.

As empresas estão repensando suas filosofias, seus conceitos e suas

ferramentas, como uma resposta e ajuste aos novos temas do marketing. Um

desses temas é definido como "deixar de se concentrar em transações para se

preocupar com a construção de relacionamentos lucrativos de longo prazo com

os clientes".

O marketing evoluiu com a sociedade e, principalmente, com o avanço

da tecnologia. A tecnologia vem auxiliando as organizações no

desenvolvimento de uma outra forma de fazer marketing, na qual preferências

individualizadas do cliente podem ser capturadas e utilizadas para seu próprio

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benefício. Além disso, a tecnologia possibilitou uma maneira nova de

segmentação de mercado, na qual a entrega de produtos e serviços

individualizados para os consumidores parece ser mais econômica.

Deve-se levar em consideração também à necessidade de as

empresas monitorarem, em tempo real, a satisfação dos seus clientes, como

uma forma de fornecer produtos e serviços mais customizados O crescimento

do interesse de empresas em dialogar com seus clientes pode ser confirmado

pelos estudos da Associação Brasileira de Telemarketing (ABT) (2002). O

estudo anual revela que o setor já emprega cerca de 500.000 pessoas no país

e cresce, aproximadamente, 15% ao ano.

O foco do marketing de relacionamento é no cliente que a empresa

atenderá nas suas expectativas, e assim, na capacidade da empresa retribuí-

las. Portanto, os profissionais agora terão que tomar decisões sobre quais

clientes serão atendidos, de que maneira esse atendimento será feito e como

atrairão mais clientes.

A função do profissional de marketing de relacionamento passa da

administração de demandas e lucratividade do produto para a colaboração

com os clientes e administração da lucratividade deste. Ele possui seis

funções. São elas:

1 - Determinar quais os clientes - o mix de clientes - serão visados e

atendidos - tipos de clientes que são atendidos por um profissional de

marketing, pois este costuma usar seu tempo, recursos e estrutura para com

os clientes, sabem diagnosticar o cenário de negócios, identificam ou criam

necessidades reais para os clientes, trilham pelo caminho da harmonia na

negociação, discursam agregando valor aos seus produtos e serviços

principalmente pelos benefícios e resultados que o cliente desfrutará,

concluem o fechamento de negócio, acompanham a finalização da venda e

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executam com maestria a atividade de pós-venda colhendo indicações de

novos clientes.

2 - Desenvolver uma estratégia para cada cliente prioritário e

alinhar as estratégias da empresa às dos clientes individuais – com acesso à

informação e ao treinamento apropriado, as organizações estarão mais

preparadas para aumentar significativamente o valor que entregam a seus

clientes – ponto fundamental das relações comerciais da empresa, já que toda

interação deve fazer parte de um processo contínuo. Nessa linha, a gestão do

relacionamento com o cliente só se tornará realidade se o conceito, o

comprometimento e o valor do cliente forem entendidos e traduzidos pela

cultura organizacional.

3 - Administrar a implementação de capacidades e dispor de

processos pelos quais a lucratividade dos clientes seja planejada, comunicada

e aperfeiçoada – no marketing de relacionamento o foco é colocado sobre

quais clientes a empresa atenderá e, sobre o entendimento de suas

expectativas e então sobre a colocação em vigor das capacidades dentro da

empresa para retribuir essas expectativas.

4 - Conduzir a implementação de capacidades dentro da empresa

para garantir que os processos sejam desempenhados efetiva e

eficientemente. Aprimorar a visão favorável que os clientes têm de todos os

aspectos da empresa, incluindo seus serviços, a criação de valor, o pessoal e

as marcas - cada cliente de forma individual tem seu valor maximizado

5 - Atuar como defensor dos clientes, individual e coletivamente

dentro da empresa construindo um relacionamento de confiança baseado na

lealdade e na condição de que o cliente sempre tem razão.

6 - Garantir que a empresa seja organizada para os seus clientes,

que eles colaborem e se integrem nos processos e tecnologias essenciais,

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esforçando-se para criar valor para ambos. A avaliação de desempenho e os

sistemas de recompensa devem refletir a importância do relacionamento como

um bem.

Sendo assim, o profissional de marketing como detentor do processo,

torna-se responsável pelas questões ligadas àquilo que era antigamente

chamado “administração de contas” – anteriormente um papel do setor de

vendas. como um indivíduo responsável pela avaliação do relacionamento

como um bem e que recompensa as pessoas, conforme o valor que elas criam

nesse bem, o profissional de marketing de relacionamento se relaciona com a

arena de recursos humanos, e trabalha com esta área para estruturar

abordagens para uma administração de pessoal apropriada ao desafio. E

como condutor de capacidades estratégicas, o profissional de marketing de

relacionamento torna-se o estrategista da empresa e se associa à tecnologia

de informação e aos profissionais de engenharia de processo para garantir que

o marketing de relacionamento produza o valor que os clientes desejam.

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CAPÍTULO III

CONCEITOS E VALORES FUNDAMENTAIS DO

MARKETING DE RELACIONAMENTO

Gummesson (2005) afirma que marketing de relacionamento é o

marketing baseado em interações dentro da rede de relacionamentos e esses

relacionamentos exigem que pelo menos duas pessoas estejam em contato.

Geralmente é o relacionamento entre um cliente e um fornecedor tornando-se

a base para todo o marketing. Já a rede é um grupo de relacionamentos que

pode ser transformar em modelos extremamente complexos. Nos

relacionamentos, seja em uma dupla ou em redes complexas, as partes

entram em contato ativo entre si, sendo conhecido também por interação.

Sobre o conceito do marketing de relacionamento, Gummesson

(2005, p. 23) afirma que:

É criar e manter uma rede de relacionamentos – fora e

dentro da empresa. Publicidade, relações públicas,

construção de imagem e outras atividades do marketing

podem ser muito importantes, mas não são o principal.

Outra estratégia muito importante é criar e manter

relacionamentos de longa duração.

Segundo Gummesson (2005), o principal foco do marketing de

relacionamento está no indivíduo e no segmento de um, é o marketing one to

one. No entanto, o foco também está nos grupos de pessoas com

pensamentos semelhantes: os grupos de afinidade. Os membros dos grupos

dividem interesses em comum, querem um relacionamento com os

fornecedores, seus produtos e serviços e até uns com os outros.

Para Demo e Ponte (2008), o principal conceito é reter o atual cliente

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devido aos altos custos em conquistar novos clientes, a concorrência e a

agressividade cada vez maior do mercado. Algumas estatísticas reforçam que

68% dos negócios das empresas são resultantes da manutenção de clientes

satisfeitos. O mercado está cada vez mais agressivo e composto por muitos

concorrentes, cada um deles oferecendo produtos e serviços relativamente

equivalentes, originando um fenômeno chamado de comoditização. O que é

consideravelmente mais difícil em tal dinâmica de mercado é manter os

clientes comprando regularmente uma marca ou serviço. Dados os custos

decorrentes de conquistar novos clientes, a única maneira de lucrar em tal

situação é aumentar o tempo de vida de compra dos clientes atuais. E isso tem

ocorrido no setor de fitness ao oferecer serviços de personal training, dentre

outros. Estratégias relacionadas ao mix de preço incluem descontos e prêmios

de fidelidade.

Para Mckenna (2001), o marketing de relacionamento parte deste

princípio e desta constatação e pratica o conceito de fidelização do cliente.

Investe, prioritariamente, na manutenção do cliente já conquistado , embora, é

óbvio, não descarte a conquista do cliente potencial, porque esta cada vez

mais difícil conquistar clientes novos e cada vez mais fácil perder os que já se

possui. Apóia-se também em bancos de dados inteligentes que permitem um

conhecimento mais profundo das demandas, expectativas e necessidades dos

clientes, o que garante às organizações adequação na oferta de produtos e

serviços aos seus consumidores.

Segundo Mckenna (2001), o marketing de relacionamento visa

estimular a lealdade à marca através da humanização do contato com os

clientes, agora realizado a qualquer tempo, mesmo e sobretudo após a

concretização do processo de venda. Representa uma nova postura na

interação entre uma empresa ou entidade e seus clientes.

Ainda de acordo com o autor acima, até a metade dos anos 90, a

maioria das organizações (havia exceções, sempre felizmente há exceções)

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concentrava seu esforço no sentido de colocar no mercado, mais rápida e

amplamente, os seus produtos e serviços, auferindo com isso maiores lucros.

Concretizado o negócio, dava as costas para os seus clientes, já que a sua

preocupação era sempre buscar novos consumidores e não preservar,

necessariamente, os que já havia conquistado.

Mckenna (2001) afirma que experiência demonstrou (e a

concorrência acirrada entre as empresas tornou isso mais óbvio) que a

satisfação do cliente não se resume à aquisição de produto ou serviço, mas na

sua avaliação contínua após a venda. Mais ainda: ele espera que a empresa

possa continuar prestando-lhe atendimento, e de qualidade, mesmo após ter-

se encerrado o processo de aquisição. Ou seja: a relação entre uma empresa

e seu cliente é para sempre: se isso não ocorre, ele tende a procurar outros

produtos, outras marcas, outros fornecedores.

Para Peppers e Rogers (2001), um exemplo no Brasil é de uma grande

cadeia de supermercados oferecendo, em alguns pontos, toca de óleo do

carro. O supermercado está concorrendo com os postos de gasolina e com os

postos de troca de óleo. Mas de alguma forma, através de suas lojas de

conveniência, os postos começaram antes a concorrer com os supermercados.

Se a necessidade existe, ela vai ser satisfeita não importando como e onde. É

uma questão de tempo. Esteja perto do cliente quando ele resolver satisfazer

sua necessidade.

De acordo com os autores acima, na Grã Bretanha, uma cadeia de

supermercados é a empresa de seguros que mais cresce e que também

possui uma agência de turismo muito bem-sucedida. Como? Conhecendo e

acompanhando os hábitos de compras de seus clientes, exatamente como

fazia-se antigamente o dono da esquinas com os avós. Esta cadeia é capaz de

perceber mudanças nesses hábitos e assim identificar eventos na vida de seus

clientes. Esses eventos levam a mudanças de necessidades que, ao serem

identificadas, fornecem a este supermercado a oportunidade de oferecer

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produtos e serviços para suprir essas necessidades.

Para Gummesson (2005), a administração de marketing deve ser

expandida para a administração empresarial voltada para o marketing. Desde o

começo dos anos 1970, separam-se os departamentos de marketing e de

vendas e as funções de marketing e de vendas, para enfatizar que ambas são

mais do que atividades de departamentos especializados. Elas são funções

que precisam permear todos os cantos da organização, e não somente as

mentes e ações dos gerentes. Este é um pensamento antigo que se tornou

incrivelmente difícil de implementar e conduzir. Nas empresas, usa-se com

sucesso os termos profissionais de marketing em tempo integral e profissionais

de marketing de meio período para ressaltar que todos, independentemente de

tarefas e conhecimentos, influenciam os relacionamentos com os

consumidores, seja em turno integral ou meio turno. A administração de

marketing, neste contexto, exige uma orientação de marketing da empresa

inteira, isto é, o gerenciamento orientado ao marketing.

Para Gummesson (2005), a colaboração e criação de valores mútuos

estão entre os principais valores do marketing de relacionamento. Isso inclui

considerar os fornecedores, clientes e outros como parceiros, ao invés de

oponentes. Em 1976, Michael Baker, do Reino Unido, sugeriu que o marketing

fosse definido como “o relacionamento de troca mutuamente satisfatório”. O

marketing de relacionamento deveria ser uma situação mais de ganha-ganha

do que de ganha-perde, mais como um jogo positivo do que nulo. Em um jogo

positivo, os times agregam valores uns aos outros; em um jogo nulo, o que um

ganha é a perda do outro. Espera-se uma atitude construtiva de todos os

envolvidos, e todos devem considerar o relacionamento significativo. Se essas

condições forem supridas, os relacionamentos poderão se tornar sustentáveis.

Para um fornecedor, é importante manter os consumidores já existentes, um

fato que está constantemente sendo frisado. Estender a duração do

relacionamento se torna um objetivo maior do marketing. Tem-se enfatizado

muito a conquista de novos consumidores e muito pouco a atenção com os

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consumidores já existentes. O marketing de relacionamento e CRM - Customer

Relationship Management - encorajam a retenção de consumidores e

desencorajam a rejeição de consumidores; encorajam primeiro a retenção do

marketing e depois a atração do marketing – que é obter novos consumidores.

Segundo Gummesson (2005), todas as partes devem ser ativas e

responsabilizadas. O marketing de relacionamento não deve ser confundido

com as vendas tradicionais, que representam a perspectiva do fornecedor e

não põem o consumidor nem o relacionamento interativo em foco. No

relacionamento de vendas, a iniciativa vem do vendedor e depende do grau de

qualidade com que o relacionamento é gerenciado pelo vendedor. Neste

contexto, a qualidade do relacionamento e os relacionamentos de longa data

se transformam na confiança do consumidor no vendedor, baseada nos

desempenhos presentes e passados deste. No entanto, a iniciativa de uma

rede; todos em uma rede podem e devem ser ativos. Ao contrário da mitologia

do marketing, o fornecedor não é necessariamente a parte ativa. Em B-to-B, os

consumidores iniciam inovações e forçam os fornecedores a mudar seus

produtos e serviços. Os consumidores sugerem melhorias, mas têm

dificuldades em fazer com que fornecedores e legisladores letárgicos e

complacentes os ouçam. Grupos de bate-papo na internet proporcionam o

contato entre consumidores sem custo, o que possibilita a interação C-to-C

(consumidor a consumidor). Os consumidores podem exercer pressão sobre

os fornecedores e até ir mais longe, criando sites de repúdio. Ao mesmo

tempo, o fornecedor tem mais e melhores informações para agir.

Ainda de acordo com o autor acima, tem que haver mais

relacionamento e valores de serviço em vez de valores legais burocráticos. Os

valores legais burocráticos são caracterizados por rigidez, jargão legal,

aplicação de leis e regulamentações sem utilidade prática, foco em rotinas

internacionais, maior interesse em rituais do que em resultados, crença em que

os fornecedores são experientes e os clientes são ignorantes, o consumidor

considerado como um custo e um resíduo do sistema, os consumidores como

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massas e médias estatísticas e a importância de vencer o consumidor em

alguma disputa. Esses valores têm dominado os governos e suas agências ao

longo da história. Seus representantes anteriores repudiavam o marketing, mas

com a onda internacional de privatização, a falta de regulamentações e a

demanda por competidores, bem como o fracasso das economias em

comando, têm forçado mudanças. O marketing de relacionamento também é

um conceito válido para as organizações públicas, e há um entendimento

crescente de como o marketing poderia ser aplicado a empresas públicas para

o benefício de consumidores / cidadãos.

Gummesson (2005) afirma que o marketing de relacionamento exige

mais comportamento ético do que o marketing tradicional. A ambição em curto

prazo geralmente se sobrepõe à sobrevivência de longa data. Para alguns, a

briga tem um valor por si só que é atordoar ou confundir os competidores e

essas táticas são usadas por empresas extremamente competitivas para

incomodar, paralisar, induzir a erros ou bloquear seus competidores. Tais

valores são contrários aos valores do marketing de relacionamento.

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CAPÍTULO IV

O QUE É CRM (CUSTOMER RELATIONSHIP

MANAGEMENT) E SUA IMPORTÂNCIA

De acordo com Peppers e Rogers (2001), o CRM - Customer

Relationship Management – é uma estratégia de negócio voltada ao

entendimento e à antecipação das necessidades dos clientes atuais e

potenciais de uma empresa. Envolve capturar os dados do cliente ao longo de

toda a empresa, consolidar todos os dados capturados interna e externamente

em um banco de dados central, analisar os dados consolidados, distribuir os

resultados dessa análise aos vários pontos de contato com o cliente e usar

essa informação ao interagir com o cliente através de qualquer ponto de

contato com a empresa.

Para Demo e Ponte (2008), o CRM - Customer Relationship

Management – é uma estratégia de negócios que visa entender, antecipar e

administrar as necessidades dos clientes atuais e potenciais de uma

organização. Acarreta em adquirir e distribuir conhecimento sobre os clientes e

usar essas informações por meio de vários pontos de contato para equilibrar

rendimentos e lucros com o máximo de satisfação dos clientes.

Peppers e Rogers (2001), afirmam que o CRM - Customer Relationship

Management – tem a importante função de racionalizar e otimizar processos

da empresa trazendo agilidade no atendimento beneficiando o cliente. É

capturar, processar, analisar e distribuir dados, mas tendo total preocupação

com o cliente, o que não ocorre nos sistemas tradicionais. Os sistemas

tradicionais geralmente são concebidos ao redor de processos ou de produtos

e o cliente é meramente “um mal necessário”. Nos sistemas e processos que

são realizados à luz do CRM - Customer Relationship Management – o cliente

é o centro.

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Segundo Peppers e Rogers (2001), o CRM - Customer Relationship

Management – é a integração dos módulos de automatização de vendas,

gerência de vendas, telemarketing e televendas, serviço de atendimento e

suporte ao cliente (SAC), automação de marketing e ferramentas para

informações gerenciais.

Para Demo e Ponte (2008), o CRM - Customer Relationship

Management – é uma forma de utilização de uma ampla gama de abordagens

de marketing, vendas, comunicação, serviço e atendimento ao cliente para

identificar os clientes individuais de uma empresa, criar um relacionamento

duradouro e vantajoso entre a empresa e os clientes que ela possui e

gerenciar esse relacionamento para beneficiar os clientes e a própria empresa.

Segundo eles, a gestão do relacionamento com os clientes se dá nas

seguintes etapas:

1 – Denifição do alvo – quando o cliente é definido como alvo a ser

atingido por possuir perfil adequado à empresa. Mais uma vez constatamos

que esta é a primeira etapa para implementar o CRM - Customer Relationship

Management;

2 – gerenciamento de consultas – o cliente está quase sendo

conquistado;

3 – boas-vindas – depois que o cliente é conquistado, dependendo da

complexidade do produto ou serviço, é importante certificar-se de que ele está

“seguro a bordo”, ou seja, sabe com quem entrar em contato caso haja algum

problemas e que sabe como utilizar o produto ou serviço;

4 – conhecimento – período onde os dois lados trocam informações

entre si. Talvez surjam outras necessidades dos clientes e a forma como eles

usam o produto ou serviço torna-se conhecida. Também se aprende mais

sobre a honestidade, a capacidade de pagamento etc. dos clientes;

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5 – desenvolvimento do cliente – o relacionamento já está sendo

gerenciado com segurança e as necessidades adicionais são identificadas a

tempo e solucionadas quando possível;

6 – problemas de gestão – apesar de indesejados, são inerentes a

qualquer processo; os clientes podem ter problemas tão sérios que talvez seja

necessário dar-lhes uma atenção especial para garantir que com segurança ao

processo de desenvolvimento. Se essa atitude não for tomada, os clientes

podem ficar insatisfeitos e romper com a empresa, em geral, após algum

tempo, eles estarão prontos para serem “reconquistados”;

7 – reconquista – às vezes, o relacionamento termina por causa dos

preços altos ou dos produtos errados. Assim, pode-se iniciar a reconquista

depois de essas questões terem sido resolvidas.

De acordo com os autores acima, os benefícios do CRM - Customer

Relationship Management – estão, em geral, em uma ou mais das seguintes

áreas: melhor retenção e fidelidade do cliente (os clientes permanecem mais

tempo, compram mais e com mais freqüência, enfim, maior valor ao longo

prazo), maior lucratividade dos clientes (pelo exposto anteriormente e por

causa dos menores custos para recrutá-los e da não necessidade de recrutar

um número grande de clientes para manter constante o volume de negócios) e

custo reduzido de vendas, pois os clientes existentes são mais responsivos.

Demo e Ponte (2008) afirmam que na prática, gerenciar o valor vitalício

dos clientes é algo muito difícil para as empresas. Poucas possuem

estimativas confiáveis do quanto lucrarão no próximo ano com os clientes que

já possuem. Assim, opta-se pela idéia de “valor a longo prazo”. Para se saber

quanto vale um cliente é necessário seguir alguns passos, como: determinar

quem são os clientes-alvo, identificar os custos relacionados à conquista e

retenção de clientes, bem como o custo da venda de produtos e de serviços

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adicionais, identificar os lucros obtidos com as vendas realizadas, subtrair um

do outro para obter o fluxo das contribuições líquidas ao longo dos anos e usar

as técnicas de fluxo de caixa descontado para calcular o valor presente líquido

dos clientes. Assim, parece ser possível extrapolar o valor de longo prazo,

apenas fazendo os ajustes que se mostram necessários utilizando os dados

dos clientes.

Segundo Demo e Ponte (2008), quanto à retenção e lealdade do

cliente, eles destacam que o aspecto mais importante do CRM - Customer

Relationship Management – é a capacidade que possui de coletar, analisar e

rastrear informações sobre os clientes de uma empresa, reunindo-as em um

banco de dados a fim de um ativo para o planejamento organizacional. Muitas

empresas são compradas e vendidas por causa do conhecimento que

possuem.

Para Demo e Ponte (2008), como a idéia de CRM - Customer

Relationship Management – é estabelecer uma relação de confiança do tipo

“ganha-ganha” entre empresas e clientes, as empresas podem esperar o

seguinte dos clientes leais:

* comprar da empresa;

* comprar mais da empresa;

* comprar exclusivamente da empresa;

* fornecer à empresa informações sobre minhas características e

necessidades;

* recomendar a empresa a clientes em potencial;

* notificar a empresa sobre o surgimento de problemas, agindo como

consultores gratuitos;

* pagar em dia;

* refutar a incentivos e promoções da concorrência;

* prestar atenção às informações que a empresa fornece.

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Os autores finalizam apresentando as principais tecnologias de CRM -

Customer Relationship Management – a saber, a mala direta, os call centers, o

CD-ROM, a internet, a intranet, o EDI (o intercâmbio eletrônico voluntário de

dados, do inglês Eletronic Data Interchange), quiosques e estandes, cartões de

fidelidade, DBM, dentre outras. A atenção especial é dada ao data

warehousing (armazém de dados ou um sistema de computação utilizado para

armazenar informações relativas às atividades de uma organização de forma

consolidada) atestando que ele está tornando-se cada vez mais popular,

embora poucas empresas realmente o tenham adotado inteiramente.

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CAPÍTULO V

ESTRATÉGIAS OPERACIONAIS

5.1 – Construção da lealdade dos clientes

De acordo com Poser (2005), em uma boa negociação todo mundo sai

ganhando. Esta é a melhor política em qualquer segmento da vida.

Especialmente quando é preciso sensibilizar os clientes internos, que são as

principais ferramentas para o sucesso na fidelização e retenção dos melhores

clientes.

Segundo Poser (2005), a negociação exige uma preparação que

implica uma ação para superar conflitos, tendo em conta pessoas, problemas e

uma proposta, para chegar a um acordo bom para ambas as partes envolvidas

e para os terceiros envolvidos. Não se pode esquecer que as centrais de

atendimento são o núcleo das empresas. Elas formalizam e centralizam o

atendimento aos clientes internos e externos, mas é a empresa que atende ao

seu mercado e são as centrais que atendem aos seus clientes internos.

Para Poser (2005), é preciso o envolvimento de todos os profissionais

e departamentos no atendimento aos clientes externos, pois assim, todas as

soluções positivas também poderão ser alcançadas, mantendo o ritmo da

melhoria contínua dos produtos e serviços para o mercado se tornando cada

vez mais competitivos.

Ainda de acordo com o autor acima, os objetivos de uma forte

estratégia em CRM - Customer Relationship Management - devem ser atrair e

reter consumidores de maior potencial (CMPs) e transformá-los em

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consumidores de maior valor (CMVs), além de continuar progressivamente

esse processo, pois os CMVs são responsáveis por até 40% da lucratividade e

podem representar de 5 a 15% da carteira de clientes de uma empresa.

Poser (2005) afirma que a necessidade de uma mudança de

mentalidade entre os profissionais de marketing é premente. Eles devem mais

que depressa, encontrar formas diferentes de comercializar produtos e

serviços. A vantagem competitiva dependerá, cada vez mais, da inteligência e

do processo criativo de comunicação, e da capacidade de manter a retenção e

fidelização dos clientes.

Ainda de acordo com Poser (2005), o maior fracasso das

implementações de CRM - Customer Relationship Management -, no mercado

internacional, incide em dois pontos vitais:

- Implementações independentes (consultorias) sem que haja

envolvimento (desenvolvimento processual) interno. Um ótimo exemplo é o das

terceirizações semicontroladas. Estas são destinadas a perda do

relacionamento e ao fracasso;

- O processo não se torna constantemente evolutivo.

Segundo Poser (2005), o SCC (Strategic Customer Care), que são os

processos estratégicos no relacionamento com o consumidor, precisam ser

totalmente dominados pela empresa, como nova reengenharia cultural

implantada até que todos estejam integralmente envolvidos. A chave para

obter o sucesso deverá ser inicialmente a integração entre os níveis

operacional, colaborativo e analítico ou, em outra terminologia o front office, o

back office e o business intelligence. Isso significa: o workflow corporativo, a

aquisição dos aplicativos necessários, infra-estrutura de CTI (Computer

Telephony Integration) e Internet. Todos, hard e softwares, deverão estar

integrados em um uma solução desenvolvida, de acordo com as necessidades

estratégicas encontradas nos cenários personalizados, para a operação de

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CRM - Customer Relationship Management - a ser desenvolvida, que irá

identificar, diferenciar, interagir e personalizar o relacionamento entre o

consumidor e a empresa.

5.2 – Fidelização

De acordo Poser (2005), a fidelização e o início da construção da

lealdade dos consumidores, clientes e usuários internos, são de suma

importância no processo de construção de uma base sólida e estruturada. É

preciso cumplicidade para as ações estratégicas serem fortes e consistentes.

A gestão do conhecimento dos grupos com que as empresas interagem ou

produzem é de extrema importância.

Poser (2005) afirma que cientistas especializados no estudo de

emoções comprovaram que grupos diversos diferem em seus níveis de

Inteligência Emocional, que significa o uso inteligente de emoções. Você

intencionalmente obriga suas emoções a trabalharem a seu favor, utilizando-as

como auxílio em seus pensamentos e em seu desempenho, para melhores

resultados. Do mesmo modo como as pessoas apresentam variações em

termos de inteligência intelectual ou cognitiva, elas também apresentam

padrões diferentes em inteligência emocional. Os principais pesquisadores

comprovaram que quatro habilidades-chave atuam na Inteligência Emocional

(IE):

* habilidade em perceber elogio e expressar emoção;

* habilidade em gerar sentimentos (sob demanda), quando eles

possibilitam a compreensão de si mesmo e de outros;

* habilidade em compreender emoções e o conhecimento delas

resultante;

* habilidade em dominar emoções para a promoção de crescimento

intelectual e emocional.

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Para Poser (2005), quanto mais hábil for um negociador em expressar

a emoção “adequada” ao momento, e quanto mais hábil for ele na

interpretação da emoção da outra parte, mais subsídios efetivos e eficientes

terão como ferramentas de condução de emoções nas comunicações. Pode-se

comprovar que os grandes negociadores investem um tempo enorme em

observar e escutar, para aprenderem. Com isso, desenvolvem eficientíssimos

argumentos e assim dirigem as negociações para onde querem. Isso são

técnicas em manipulação, pois se manipulam pessoas e situações todos os

dias. É assim que se consegue convencer as crianças a não colocar o dedo

em tomadas, é assim que se ensina a atravessar a rua adequadamente, é

assim que se estabelece metas e resultados para os subordinados.

Sobre a fidelização, Poser (2005, p. 97) indica que:

Conheça profundamente seus cenários. Descubra as

necessidades e os desejos dos clientes internos mais

valiosos. Desenvolva sua capacidade de negociação para

maior lucratividade, sua e deles próprios. Você terá mais

resultados com muito menos esforço, pois a sedução e a

relação de confiança já estarão construídas.

Para Demo e Ponte (2008), algumas características básicas do

marketing de relacionamento para fidelização são inumeradas como:

- procurar criar novo valor para os clientes e compartilhar esse valor

entre o produtor e o consumidor;

- reconhecer o papel fundamental que os clientes individuais têm, não

apenas como compradores, mas também na definição do valor que desejam.

Anteriormente, esperava-se que as empresas identificassem e fornecessem

este valor a partir daquilo que elas considerassem como um bom produto. A

proposta do marketing de relacionamento é que o cliente ajude a empresa a

fornecer o pacote de benefícios que ele valoriza – trabalho de parceria;

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- exige que uma empresa, em conseqüência de sua estratégia de

marketing e de seu foco sobre o cliente, planeje e alinhe seus processos de

negociação, suas políticas de comunicação, sua tecnologia e seu pessoal para

manter o valor que o cliente individual deseja;

- é um esforço contínuo e colaborativo entre o comprador e o vendedor,

funcionando em tempo real;

- reconhece o valor dos clientes por seu período de vida de consumo e

não como clientes ou organizações individuais que devem ser abordados a

cada ocasião de compra;

- procura construir uma cadeia de relacionamentos dentro da

organização para criar o valor desejado pelos clientes, assim como entre a

organização e seus principais stakeholders, como fornecedores, revendedores

e acionistas, dentre outros.

Para os autores acima os princípios para um modelo de planejamento e

retenção de clientes são baseados em responsabilidade individual, orientação

para a ação e adaptabilidade organizacional.

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CAPÍTULO VI

GERENCIANDO RELACIONAMENTOS E

DESENVOLVENDO FIDELIDADE

Para Demo e Ponte (2008), visar, conquistar e reter os clientes certos,

ou estratégicos são aspectos fundamentais de muitas empresas de serviços

bem-sucedidas. É importante enfatizar a escolha dos segmentos-alvos com

cuidado e se esforçar para desenvolver e manter a fidelidade desses clientes

por meio de estratégias de marketing de relacionamento.

De acordo com Demo e Ponte (2008), construir relacionamentos é um

desafio, especialmente quando uma empresa tem muitos clientes que, por sua

vez, interagem com ela de muitas maneiras, desde e-mails e centrais de

atendimento até interações face a face. Quando bem implementado, o CRM -

Customer Relationship Management - proporciona aos gestores as

ferramentas para entender seus clientes e modelar seus serviços, vendas

cruzadas de outros produtos da empresa (cross-sell) e esforços de retenção,

muitas vezes, na base de um para um.

Segundo Demo e Ponte (2008), para criar vínculos fortes com os

clientes são necessários criar um conjunto de estratégias e respectivas ações

que devem ser habilitadas pelo pessoal da linha de frente ou do atendimento,

pelos gerentes de contas (ou relacionamentos), pelos programas de

associados e pelos sistemas de CRM - Customer Relationship Management.

São eles:

1 – Construir uma fundação para a fidelidade:

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a) – segmentar o mercado para ajustar necessidades de clientes e

capacidades da empresa;

b) – ser seletivo no que se refere a conquistar apenas clientes que se

ajustem à proposição central de valor;

c) – gerenciar a base de clientes por meio de classes de serviço (ex.:

platina, ouro, ferro e chumbo);

d) – entregar serviços de qualidade.

2 – Criar vínculos de fidelidade:

a) – criando vínculos sociais, de customização e estruturais de nível

superior;

b) – premiando a fidelidade com incentivos financeiros, não

financeiros, níveis de serviços de classes superiores, reconhecimento e

apreciação;

c) – aprofundando o relacionamento por meio de vendas cruzadas e

pacotes conjugados.

3 – Reduzir impulsionadores de churn (deserção):

a) – fazendo diagnósticos de churn e monitorando sua redução;

b) – atacando impulsionadores fundamentais de churn (medidas de

retenção proativas e reativas (por exemplo, equipes de recuperação);

c) – instituindo processos eficazes de tratamento de reclamações e

recuperação de serviço;

d) – elevando custos de troca.

Demo e Ponte (2008) sustentam que, da perspectiva de um cliente,

sistemas de CRM - Customer Relationship Management - podem lhes oferecer

uma interface unificada, em outras palavras, em cada transação, os detalhes

relevantes de uma conta, o conhecimento das preferências do cliente e de

suas transações anteriores ou mesmo o histórico de um problema de serviço

estão ao alcance dos dados da pessoa que o está atendendo resultando em

um incremento substancial na prestação do serviço e no atendimento ao

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cliente. Já da perspectiva da empresa, os sistemas de CRM - Customer

Relationship Management - permitem que ela entenda, segmente e classifique

melhor sua base de clientes, realize promoções e vendas cruzadas com alvos

mais bem especificados e, até mesmo, implemente sistemas de alerta de

churn que avisam quando há perigo de deserção de clientes importantes.

Ainda de acordo com os autores acima a maioria das implementações

de CRM - Customer Relationship Management - fracassam. Segundo

pesquisas do Gartner Group, a taxa de fracasso chega a 55% (mais da

metade), já a Consultoria Accenture afirma que chega a 60%. Uma razão para

esta exorbitante taxa de fracasso é que as empresas costumam achar que

instalar sistemas de CRM - Customer Relationship Management - é o mesmo

que ter uma estratégia de relacionamento com os clientes. Elas se esquecem

de que o sistema é uma mera ferramenta para aprimorar a capacidade de

prestar serviços customizados aos clientes e não uma estratégia global ou

abordagem.

Para Demo e Ponte (2008), há muitos elementos envolvidos na

conquista de participação de mercado e mais que isso, no aumento da

participação na carteira de clientes (vender mais produtos e serviços para o

mesmo cliente; isto é aumentar a participação no cliente) e na criação de

relacionamentos de longo prazo que tragam efetivamente melhores resultados

às organizações.

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CONCLUSÃO

A lealdade dos clientes é um dos ativos mais importantes das

empresas, sendo prioridade para as organizações monitorarem o estado de

satisfação de seus clientes, assim como registrarem se eles voltavam

frequentemente ou se queixavam de algum produto, do serviço ou processos

internos. O que as pessoas faziam depois da compra do produto era

irrelevante. Numa mudança de foco, as empresas começaram a se preocupar

com o estado da lealdade de seus clientes, priorizando a medição dos índices

de satisfação dos consumidores como pré-requisito para retê-los.

O marketing de relacionamento é identificado como um retorno ao

comércio praticado individualmente, com a sutil e importante diferença dessa

ocorrência aliada aos ganhos de escala. O desenvolvimento da tecnologia de

informação e das telecomunicações permitiu uma evolução do trabalho do

profissional de marketing, possibilitando que hoje a atração de novos clientes

seja um passo intermediário no processo de marketing, que só se completa

mantendo relacionamentos.

As empresas precisam utilizar seu ferramental tecnológico para

descobrir o que tem mais valor para cada cliente ou grupo de clientes,

especialmente no caso dos clientes estratégicos, no afã de proporcionar-lhes

soluções customizadas, pois isto sim, é oferecer valor real para o cliente em

troca da participação no programa de fidelidade. Não se deve esquecer de que

o marketing de relacionamento parte da premissa de que os clientes não são

iguais.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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Customer Relationship Management) – Estado da arte e estudos de

casos. São Paulo: Atlas S.A., 2008.

GORDON, Ian. Marketing de Relacionamento: Estratégias, técnicas e

tecnologia para conquistar clientes e mantê-los para sempre. 1ª Ed. São

Paulo: Futura, 2002.

GRONROOS, Christian. Marketing. Gerenciamento e serviço. Rio de

Janeiro: Elsevier, 2009.

GUMMESSON, Evert. Marketing de Relacionamento Total. 2ª Ed. Porto

Alegre: Artmed Editora S.A., 2005.

KOTLER, Philip; KELLER, Kevin Lane. Administração de marketing. São

Paulo: Pearson, 2006.

MCKENNA, Regis. Marketing de Relacionamento. Rio de Janeiro: Campus,

2001.

PEPPERS, Don; ROGERS, Martha. Marketing one to one. 2ª Ed. São Paulo:

Makron Books, 2001.

POSER, Denise Von. Marketing de Relacionamento – Maior lucratividade

para empresas vencedoras. 1ª Ed. Barueri: Manole, 2005.

RAPP, Stan; COLLINS, Thomas L. O Novo marketing: O guia para adequar

sua estratégia de propaganda, promoção e marketing na economia da

informação. Barueri: Makron Books, 2002.

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SANTIAGO, Marcelo Piragibe.. Marketing - Coleção Gestão Empresarial.

Curitiba: FAE Business School, 2002.

VAVRA, Terry G,. Marketing de Relacionamento – After Marketing. São

Paulo: Atlas S.A., 2003.

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ÍNDICE

FOLHA DE

ROSTO...........................................................................................02

AGRADECIMENTO...........................................................................................0

3

DEDICATÓRIA..................................................................................................04

RESUMO...........................................................................................................0

5

METODOLOGIA................................................................................................0

6

SUMÁRIO..........................................................................................................0

7

INTRODUÇÃO...................................................................................................0

8

CAPÍTULO I - Breve Histórico do Marketing.....................................................12

1.1 – Mix de

marketing.......................................................................................14

1.2 –

Endomarketing..........................................................................................15

CAPÍTULO II - Breve Histórico do Marketing de

Relacionamento.....................18

2.1 – A origem do marketing de

relacionamento...............................................19

CAPÍTULO III – Conceitos e Valores Fundamentais do Marketing de

Relacionamento.................................................................................................2

4CAPÍTULO IV – O que é CRM (CUSTOMER RELATIONSHIP

MANAGEMENT) e sua

importância...............................................................................................30

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CAPÍTULO V – Estratégias Operacionais.........................................................35

5.1 - Construção da lealdade dos

clientes.........................................................35

5.2 –

Fidelização................................................................................................37

CAPÍTULO VI– Gerenciando relacionamentos e desenvolvendo

fidelidade.....40

CONCLUSÃO....................................................................................................4

3

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA........................................................................44

ÍNDICE...............................................................................................................4

6