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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE O LÍDER COMO IMPULSIONADOR DE PESSOAS Por: Aline Rodrigues de Mattos Orientador Prof. Ms. Marco A. Larosa Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O LÍDER COMO IMPULSIONADOR DE PESSOAS

Por: Aline Rodrigues de Mattos

Orientador

Prof. Ms. Marco A. Larosa

Rio de Janeiro 2003

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UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

O LÍDER COMO IMPULSIONADOR DE PESSOAS

Apresentação de monografia à Universidade

Cândido Mendes como condição prévia para a

conclusão do Curso de pós-graduação “Lato Sensu”

em Pedagogia Empresarial.

Por: Aline Rodrigues de Mattos

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AGRADECIMENTOS

A Deus que está acima de todas as

coisas e tem me dado forças e motivação

para prosseguir nas conquistas da vida...

“Em tudo dai graças, porque esta é a

vontade de Deus em Cristo Jesus para

convosco.” (I Tess 5:18)

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DEDICATÓRIA

A todos que ocupam uma posição de

liderança nas organizações...

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RESUMO

Não apenas é extremamente difícil dizer o que é liderança, como

também o conceito do que é líder varia de pessoa para pessoa , de grupo para

grupo e de situação para situação.

O papel da liderança nas organizações fundamenta-se, em síntese, em

articular as necessidades demandadas das orientações estratégicas em

harmonia com as necessidades dos indivíduos, orientando as necessidades de

ambas as partes na direção do desenvolvimento institucional e individual.

Quando exercida com excelência a liderança estimula o comprometimento dos

indivíduos, conduzindo-os a altos desempenhos, o que certamente gera

resultados positivos crescentes para a organização.

Na presente pesquisa, destacam-se algumas reflexões sobre o papel

da liderança. A revisão da literatura, buscando os autores mais reconhecidos e

suas contribuições, centra-se nas teorias sobre liderança, nas formas de

surgimento dos líderes e na liderança nas modernas organizações. Tece,

ainda, considerações sobre a liderança e a motivação como instrumentos que

possibilitam o diferencial competitivo.

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METODOLOGIA

A monografia será desenvolvida com base na interpretação de dados

coletados à luz de paradigmas teóricos, sem sofrer qualquer análise

matemático-estatística. Procurar-se-á enfocar conceitos, formas de liderança e

como se processam as relações interpessoais, apresentando os fatores que

interferem nesse relacionamento.

Os dados serão coletados através de técnicas, como:

• Pesquisa Bibliográfica

• Pesquisa Documental

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I – TEORIAS SOBRE LIDERANÇA 12

CAPÍTULO II – COMPETÊNCIAS NAS LIDERANÇAS ATUAIS 18

CAPÍTULO III – QUEM É O GERENTE E QUEM É O LÍDER? 24

CAPÍTULO IV – LIDERANÇA NAS MODERNAS ORGANIZAÇÕES 30

CAPÍTULO V – FORMAS DE SURGIMENTO DE LÍDERES 34

CAPÍTULO VI – A IMPORTÂNCIA DAS MOTIVAÇÕES NAS

ORGANIZAÇÕES 48

CONCLUSÃO 58

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 59

ANEXOS 62

ÍNDICE 65

FOLHA DE AVALIAÇÃO 67

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INTRODUÇÃO

Num primeiro momento, os indivíduos eram vistos como peças de

engenharia passíveis, somente, de perfeição, exatidão e eficiência total.

Administração implicava no controle, respaldado no poder da autoridade,

assegurando, assim, que os erros jamais acontecessem.

Os trabalhadores eram instruídos sobre o que, como e quando fazer e

a eles não se concedia a faculdade de opinar ou mesmo reivindicar mudanças,

alterações ou condições estruturais de trabalho, ainda que esta implicasse na

otimização da produção.

Contudo, as constantes e rápidas mudanças sociais e econômicas têm

demandado a necessidade de reformulações urgentes no contexto empresarial,

nos estilos de gestão e nos perfis profissionais. As exigências desse ambiente

complexo e com situações imprevisíveis têm gerado a necessidade das

organizações repensarem em seus negócios e no perfil de competências de

seus talentos.

As empresas que querem ser competitivas não podem mais ignorar os

desejos de seus clientes, e os administradores não podem dar ordens e

esperar que sejam cumpridas cegamente. As relações pessoais não podem

mais ser aceitas como verdadeiras e, tampouco tanta criatividade humana

pode continuar a ser desprezada e ignorada. Ou seja, a era do modelo de

gestão baseada em penalidades, rigidez e advertências tem seu fim.

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Segundo Warren Bennis:

“ A chave da vantagem competitiva para o futuro será a

capacidade de liderança para criar o modelo

organizacional e a arquitetura social que permitam gerar

capital intelectual.

Em outras palavras, a liderança deixou de concentrar-se

na produção eficiente de bens e serviços. A tarefa mais

importante para o líder daqui por diante será, em minha

opinião, reunir pessoas e desenvolver os relacionamentos

para criar uma comunidade que produza riqueza” (2002,

p. 35)

A compreensão de que é através das pessoas que as organizações

efetivamente conseguem gerar lucros e riquezas, é que levará os executivos a

investirem na atualização, preparação e desenvolvimento das competências de

suas lideranças, tornando-as cada dia mais fortalecidas e preparadas para

estimular os potenciais de seus colaboradores a gerarem os devidos

resultados.

A liderança é a competência que mais influencia nos resultados

gerenciais dentro das organizações, pois ela está diretamente vinculada à

habilidade gerencial na condução de questões que envolvem o relacionamento

humano e influências diversas na equipe de colaboradores. Quanto mais bem

sucedida a performance da liderança, mais se produzirão ambientes

motivados, produtivos e de alta qualidade, pois é através dos estímulos

emanados do líder que, efetivamente, se chega à excelência.

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Prentice apud Chiavenato define liderança:

“Liderança é a realização de uma meta por meio da

direção de colaboradores humanos. O homem que

comanda com sucesso seus colaboradores para alcançar

finalidades específicas é um líder. Um grande líder é

aquele que tem capacidade dia após dia, ano após ano,

numa grande variedade de situações” (1991, p. 357)

O líder competente possui habilidade para influenciar o comportamento

de sua equipe e tais comportamentos estarão diretamente ligados ao que

realmente se espera da atuação das pessoas na organização: resultados mais

crescentes. Os líderes de hoje terão que implantar um novo estilo de gestão,

voltado para ajudar os colaboradores a realizarem o que são capazes de fazer,

criando um ambiente propício à discussão, assegurando a liberação da

capacidade criativa, formulando uma visão para o futuro, encorajando,

emocionando, contextualizando, facilitando, admirando e respeitando as

diferenças, e aproveitando as peculiaridades para obter as melhores ações,

intenções e soluções.

O líder como impulsionador de pessoas deve prevalecer em todas as

ocasiões, exercendo a própria ação de agente implementador das mudanças,

conduzindo sua equipe para o sucesso e possibilitando o crescimento do

talento das equipes.

Desta forma, é preciso que tenhamos cada vez mais, nas

organizações, líderes humanos e motivados, pessoas que estejam

preocupados em estimular o desenvolvimento do Ser na sua totalidade, para

que tenhamos cada vez mais profissionais realizados e felizes, e organizações

saudáveis em todos os sentidos.

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CAPÍTULO I

TEORIAS SOBRE LIDERANÇA

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A liderança hoje é um dos condutores das organizações ao alcance da

excelência e da sua própria superação, por isso tanto mais interesse tem sido

evidenciado pelo assunto, fato que atrai um grande número de hipóteses sobre

modelos e aplicações utilizados para identificar, desenvolver e avaliar o

potencial dos executivos e pessoas-chave dentro das empresas e o

desempenho das equipes de trabalho. Encontrar líderes excepcionais parece

ter se tornado vital para o sucesso das organizações.

Historicamente , a preocupação com o conceito de liderança ganhou

impulso com a promoção do movimento das relações humanas, iniciado por

Elton Mayo durante a década de 20. Se para a Escola da Administração

Científica a ênfase era a tarefa (produção) e para os teóricos da Administração

Clássica, a estrutura organizacional e sua gerência, para os adeptos desse

novo movimento, a potencialização dos resultados organizacionais estava

justamente ligada às pessoas. Focalizando sua atenção na dinâmica de grupos

de trabalho, o conceito de liderança ganhou efetivo espaço, contribuindo para a

elevação da produtividade, a integração das equipes, intercâmbio de idéias e

um eficaz processo de comunicação multilateral.

Muitas mudanças foram verificadas no cenário empresarial ao longo de

mais de 70 anos de evolução. O conceito de liderança também acompanhou a

variação de padrões e estruturas organizacionais, sofrendo algumas

modificações em seu modelo de competências, contudo, sem que fossem

alterados seu efetivo valor e suas propriedades.

Hoje, ao examinarmos os diversos conceitos que embasam o assunto,

podemos sinteticamente, reduzi-los a três abordagens ou teorias:

• Traços de personalidade (características do líder ou o que o líder é);

• Estilos (comportamento do líder ou o que o líder faz);

• Situacionais (circunstâncias ou cenário em que o líder atua).

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1.1 - Traços de personalidade

São as primeiras a respeito de liderança e afirmam que um traço é uma

característica ou qualidade distintiva da personalidade. O líder é aquele que

possui alguns traços específicos de personalidade que o distinguem dos

demais e por meio dos quais pode influenciar o comportamento das outras

pessoas.

• Traços físicos: energia, aparência pessoal, peso, estatura...

• Traços intelectuais: adaptabilidade, agressividade, entusiasmo e

autoconfiança...

• Traços sociais: cooperação, habilidades interpessoais e

administrativas...

• Traços relacionados com as tarefas: impulso de realização,

persistência e iniciativa...

Os estudiosos deste tipo de teoria não correlacionam as características

de personalidade do líder com outros aspectos, como: a eficácia no processo

de liderança ou ainda as circunstâncias que poderiam interferir nos resultados.

Para eles, esses traços não estariam envolvidos com o meio, mas seriam

concebidos como características natas ou entre outras palavras, como “dons”

da própria pessoa.

Algumas falhas deste tipo de abordagem poderiam ser apontadas

como o fato de que nem todos os traços podem ter igual importância na

definição do líder. Também a idéia de que este tipo de abordagem não avalia a

influência e a reação dos liderados do processo de liderança. Outra

desvantagem é não fazer distinção do ambiente onde se realiza o processo, já

que em alguns cenários, determinados traços são mais relevantes que outros.

Uma circunstância de emergência, por exemplo, requer um tipo de

comportamento, enquanto que uma outra de estabilidade e calma exige outro

tipo de procedimento.

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1.2 - Teoria sobre estilos de liderança

Estudam a maneira pela qual o líder orienta sua conduta em relação

aos seus colaboradores. Concentram o seu foco não mais na descoberta do

líder ideal, mas no seu aprimoramento, através de aprendizagem e de

mudanças de comportamento. Diferente da teoria dos traços, não acredita que

as características natas do líder sejam determinantes no processo de liderança,

mas a forma como este desenvolve suas habilidades para influenciar as

pessoas e obter os resultados esperados delas. O importante neste tipo de

abordagem é realizar um tipo de liderança transacional e transformadora, onde

o princípio orientador seria de uma ligação entre líder e liderado, resultando

uma parceria motivadora e eficaz.

Os três estilos de liderança:

Autocrática Democrática Liberal (Laissez-faire) O líder fixa as diretrizes,

sem qualquer participação do grupo

As diretrizes são debatidas e decididas pelo grupo,

estimulado e assistido pelo líder

Há liberdade total para as decisões grupais ou individuais, e mínima participação do líder

O líder determina as providências para a

execução das tarefas, cada uma por vez, na medida

em que se tornam necessárias e de modo

imprevisível para o grupo

O grupo esboça as providências para atingir o

alvo e pede aconselhamento do líder, que sugere

alternativas para o grupo escolher. As tarefas ganham novas perspectivas com os

debates

A participação do líder é limitada, apresentando

apenas materiais variados ao grupo, esclarecendo que poderia fornecer

informações desde que as pedissem

O líder determina a tarefa que cada um deve executar e o seu

companheiro de trabalho

A divisão das tarefas fica a critério do grupo e cada

membro tem liberdade de escolher seus companheiros

de trabalho

A divisão das tarefas e escolha dos colegas

fica a cargo do grupo. Absoluta falta de

participação do líder O líder é dominador e é

“pessoal” nos elogios e nas críticas ao trabalho de

cada membro

O líder é “objetivo” e limita-se aos “fatos” nas críticas e

elogios

O líder não avalia o grupo e nem controla os

acontecimentos. Apenas comenta as atividades quando

perguntado Fonte:

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Clemens e Mayer (1989, p. 220) afirmam que “seja qual for o estilo,

assumir a direção de uma organização em dificuldades exige que o líder

comece não com as coisas da empresa (máquinas, números ou planos), mas

sim com as pessoas”. É preciso entender que é imprescindível e inadiável que

as organizações venham adotar estilos fortes e estratégicos de lideranças,

capazes de gerir as organizações com as pessoas, acreditando que investir na

preparação e no desenvolvimento de profissionais que estão posicionados em

postos de gerências, os tornarão mais eficazes e competentes.

1.3 - Teorias situacionais da Liderança

Partem do princípio de que não existe um único estilo ou característica

de liderança válida por todas e qualquer situação. Cada tipo de situação requer

um tipo de liderança diferente para se alcançar a eficácia dos subordinados. O

verdadeiro líder é aquele que é capaz de se ajustar a um grupo em particular

de pessoas sob condições extremamente variadas.

Para a teoria situacional, apenas determinadas características de

personalidade, certos tipos de liderança ou motivos comportamentais são

insuficientes para determinar a eficácia do processo, tanto em relação a

qualquer tipo de grupo liderado como aplicado às mais diferentes

circunstâncias. O mais importante, segundo este tipo de abordagem seria

analisar a liderança dentro de um contexto mais amplo, a partir de outros tipos

de variáveis capazes de impactar positiva ou negativamente a relação líder-

liderado.

Tannenbaum e Schmidt apud Chiavenato (1991), estão entre os

primeiros que tentaram definir os fatores que poderiam influenciar a escolha do

estilo de liderança e eficácia do dirigente. Eles desenvolveram a idéia de um

spectrum da liderança, dentro do qual a autoridade do gerente e a liberdade do

subordinado se combinam em proporções variadas.

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T

Fonte: Chiavenato, 1991, p. 377

Além disso, propuseram que três conjuntos de “forças” ( ou fatores da

situação) pesam na escolha do estilo de liderança:

1. Próprio gerente: O comportamento do gerente em qualquer

caso é grandemente influenciado pelas numerosas forças que

atuam dentro de sua própria personalidade. Naturalmente

percebe seus problemas de liderança apenas com base em

seus antecedentes, conhecimento e experiência.

2. Forças no subordinado: Antes de decidir como liderar certo

grupo, o gerente deve também considerar várias das forças que

afetam o comportamento de seus colaboradores. Deve lembrar

que cada empregado, como ele próprio, é influenciado por

numerosas variáveis de personalidade. Além disso, cada

Liderança centralizada no chefe Liderança centralizada nos subordinados

Uso de autoridade pelo administrador

Área de liberdade dos subordinados

A Administrador toma a decisão e comunica

B Adminis

trador vende

sua decisão

C Adminis-

trador apresenta

suas idéias e pede

perguntas

D Administra-

dor apresenta uma decisão,

sujeita a modificação

E Administra-

dor apresenta o problema ,

recebe sugestões e toma sua decisão

F Administra- dor define os

limites e pede ao

grupo que tome uma decisão

G Administrador

permite que subordinados

funcionem dentro de

limites definidos por

superior

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colaborador tem um conjunto de expectativas sobre como o

chefe agirá em relação a ele. Quanto melhor o gerente

conhecer esses fatores, com maior precisão poderá determinar

que espécie de comportamento de sua parte permitirá a seus

colaboradores agir de maneira mais eficiente.

3. Forças na situação: Além das forças que existem no próprio

gerente e em seus subordinados, certas características da

situação geral também afetam o comportamento do gerente.

Entre as pressões ambientais mais críticas que o cercam estão

naquelas que provêm da organização, do grupo de trabalho, da

natureza do problema e da premência do tempo.

Apesar de muitas teorias contemporâneas tentarem definir o processo

de liderança de uma forma inovadora, o bem sucedido “administrador de

homens” não pode ser primordialmente caracterizado como líder forte nem

como líder permissivo. Em lugar disso, é uma pessoa que mantém alta média

de acerto na avaliação precisa das forças que determinam qual deve ser seu

comportamento mais apropriado em determinado momento e efetivamente ser

capaz de comportar-se de acordo com isso. Compreende perfeitamente sua

própria pessoa, os indivíduos e o grupo com que está lidando e a companhia e

o ambiente social mais largo em que atua. E, certamente é capaz de avaliar a

disposição atual de seus colaboradores para crescimento.

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CAPÍTULO II

COMPETÊNCIAS NAS LIDERANÇAS ATUAIS “Líder verdadeiro é o que faz o projeto da catedral e em seguida compartilha

com os outros da visão que o inspira a construí-la”.

(Jan Carlzon)

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Estamos vivendo em uma era onde as mudanças são tão velozes

quanto necessárias. Era onde a informação e a tecnologia não se reduzem

mais a algumas áreas, mas permeiam toda a empresa, num mundo cada vez

mais globalizado.

As empresas não precisam mais de profissionais eminentemente

técnicos, e sim de pessoas voltadas para processos de interpretação,

elaboração e transformação. A bagagem técnica, conceitual e os anos de

experiência de um líder continuam valendo, mas não são mais suficientes para

essa era do conhecimento, tecnologia e informação em que nos encontramos.

Ele precisa mostrar integridade, proporcionar sentido ao que deseja e gerar

confiança.

Na busca da excelência empresarial é fundamental para a organização

que seus líderes desenvolvam as competências necessárias para o sucesso de

seu negócio. Porém, para pensar nestas competências é preciso analisar a

dinamicidade dos espaços organizacionais: o que as empresas são, no que

estão se tornando, quais as expectativas das pessoas que trabalham nelas e o

que desejam os clientes, são questões cruciais para esta discussão. De acordo

com Warren Bennis (1996, p. 14) “quem não compreender plenamente este

contexto instável será dominado por ele.”

Esse contexto exige uma liderança ainda mais capaz de fazer com que

os integrantes de uma organização unam-se para atingirem seus objetivos.

Nesse caso, torna-se difícil e um tanto quanto curioso saber qual o perfil do

líder nesse novo século, capaz de acompanhar tantas transformações e tomar

as decisões certas para bem administrar seus negócios.

Oderich e Lopes consideram os limites impostos pelo ambiente

institucional e por esta dinamicidade dos espaços organizacionais. Pode-se

salientar um conjunto de competências que servem como orientação global

para construir modelos específicos em cada contexto. Eles propõem um

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modelo de forma reduzida, adaptado de Heifetz, sobre um novo sistema de

liderança, que divide habilidades, conhecimentos e valores, representados no

quadro abaixo:

Modelo do novo sistema de liderança Habilidades Conhecimentos Atitudes

- Refletir e analisar - Diferenciar-se do papel

desempenhado no momento - Saber ouvir - Impor limites e saber lidar

com eles - Autoridade - Criar e aproveitar associações- Orquestrar o conflito e a

diversidade - Inspiração - Criatividade e curiosidade - Coragem e resistência

- Análise pessoal e do contexto- Contexto para um processo

sistemático de trabalho de adaptação

- Contexto para a intervenção - Conhecimento de temas,

processos, instituições e políticas relevantes

- Aumento da capacidade de adaptação

- Paixão pela sabedoria- Exame dos valores - Dilemas morais da

liderança

Fonte: Oderich e Lopes, 2001.

Segundo Schein, o que fica mais evidente é que as instituições do

passado ficarão obsoletas e novas formas de governo e liderança terão de ser

aprendidas. Os líderes do futuro, por conseguinte, terão de possuir mais das

seguintes características:

- níveis extraordinários de percepção e compreensão

das realidades do mundo e de si mesmos;

- níveis extraordinários de motivação que lhes

possibilite passar pelo inevitável desconforto de aprender

e mudar, sobretudo em um mundo de fronteiras menos

precisas, onde a lealdade fica mais difícil de definir;

- força emocional para gerenciar a própria ansiedade

e a dos outros à proporção que o aprendizado e a

mudança se tornam cada vez mais um modo de vida;

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- novas habilidades para analisar premissas culturais,

identificar premissas funcionais e disfuncionais e

desenvolver processos que ampliem a cultura através da

construção baseada em pontos fortes e elementos

funcionais;

- disposição e capacidade de envolver os demais e

evocar sua participação, pois as tarefas serão muito

complexas e as informações distribuídas de forma muito

ampla para que os líderes resolvam sozinhos os

problemas.

- disposição e capacidade para compartilhar poder e

controle segundo o conhecimento e as habilidades das

pessoas, ou seja, permitir e incentivar o florescimento da

liderança por toda a organização.” (1996, p. 88)

Mort Meyerson (2002) – proprietário e presidente da 2M Companies,

Inc., uma firma de investimentos privados sediada em Dallas, Texas, EUA, com

foco em investimentos em tecnologia e empreendimentos imobiliários –

estabelece as três funções do líder:

• Garantir que a organização conheça a si mesma. Há certos valores

duráveis que formam sua base e são fundamentais, por isso o líder deve

incorporá-los. Não têm nada que ver com estratégias empresariais , táticas

ou participação de mercado, mas com relacionamentos humanos e

obrigações que a empresa assume com os indivíduos que a compõem e

seus clientes.

• Escolher as pessoas certas para fazer parte da organização e criar um

ambiente em que elas possam ter sucesso. Isso significa estimular os

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outros a desenvolver estratégias e criar a filosofia da empresa. Significa

mais colaboração e trabalho em equipe, em todos os níveis da empresa.

• Estar acessível. Um líder deve dar vazão, permitir a exposição completa

daquele que deseja expressar-se, saber ouvir e ser um bom ouvinte,

abandonando seus paradigmas e premissas, além de estar acessível,

também, para questões e preocupações que ultrapassam as fronteiras do

trabalho.

Além disso, o líder deve praticar assiduamente duas habilidades

direcionadas para o futuro: observar tendências e prever. Para Peter Drucker

(1996, p. 186) “observar tendências consiste em prestar muita atenção a novos

ou inesperados avanços no ambiente de trabalho da equipe.” Observar

tendências é um método de pensar em como o futuro está se configurando,

prevendo o que isto significará para a organização e para os membros da

equipe de trabalho.

Kotter (2002, p. 53) acredita que:

“(...) além das aptidões, há outra coisa que também é

importante e tem que ver com paixão, entusiasmo, firme

vontade de fazer a organização prosperar e alcançar um

determinado conjunto de metas. Talvez até ir além das

metas econômicas. Penso que é isso que impulsiona os

líderes, que os motiva a investir o tempo e o esforço

necessários para criar a visão e depois transmiti-la. Eles

ficam tão envolvidos e acreditam tão profundamente em

sua visão que seu entusiasmo natural ajuda a inspirar

outras pessoas. Não sei bem se se trata de uma aptidão.

Certamente é uma característica dos líderes eficazes.”

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Enfim, o líder continua precisando saber negociar, se relacionar com as

pessoas, compreender o outro. Estes componentes permanecem os mesmos.

O que mudou foram as condições em que o profissional terá de exercer a sua

liderança, o que implica novas estratégias e cabe ao líder escolher as

melhores.

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CAPÍTULO III

QUEM É O GERENTE E QUEM É O LÍDER? “Líderes são pessoas que fazem a coisa certa, gerentes são pessoas

que fazem a coisa corretamente. Os dois papéis são importantíssimos e

profundamente diferentes.”

(Warren Bennis)

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Todo gerente é líder? Nem sempre. É preciso ter cuidado quando se

fala em liderança, pois muita gente confunde essa característica com o simples

fato de delegar tarefas que está mais associado ao cargo de gerente.

Para sobreviver no século XXI, precisaremos de uma nova geração de

líderes, não gerentes. A diferença é muito importante. Os líderes conquistam o

contexto menos instáveis, turbulentos e ambíguos que às vezes parecem

conspirar contra nós e que com certeza nos sufocarão se assim o permitirmos

– enquanto os gerentes se rendem a ele.

Gerentes, geralmente, não sabem se relacionar e se comunicar de

forma aberta e transparente, não confiam, têm necessidade de controlar e

monitorar o comportamento de seus subordinados para obterem aquilo que

desejam. Eles demonstram aversão ao risco e não permitem que as pessoas

tenham idéias próprias. Nas empresas dominadas por este tipo de gerente

existe um temor generalizado de tomar decisões, o que faz com que as

pessoas adiem ou transfiram esta responsabilidade.

Nestas empresas não se devem levar a sério palavras como

"participação", "transparência" ou "trabalho em equipe", pois a sua

personalidade sente-se ameaçada por relacionamentos baseados na

confiança.

Relacionamentos baseados no medo geram um estilo de comunicação

do tipo "mão única", de cima para baixo, descrita pelo folclore organizacional

como "manda quem tem poder, obedece quem tem juízo". Aqueles que têm

poder não fazem perguntas ou trocam informações - eles dão ordens. Isto

impede a troca de informações confiáveis sobre a real situação da empresa, o

que gera um clima de insegurança e impotência que vai minando a motivação

do grupo. Mais ainda, a falta de informações seguras sobre o andamento da

empresa gera rumores e "fofocas" de bastidores que aumentam ainda mais o

clima de medo e falta de direção.

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Dificultam as mudanças que poderiam energizar a empresa e, desta

maneira, ajudá-la a se libertar de dificuldades. Esta postura é conseqüência da

desconfiança que eles alimentam diante de qualquer situação nova, pois

temem e evitam o desconhecido de todas as formas. Cria-se assim um círculo

vicioso - sem mudanças efetivas a situação da empresa se complica cada vez

mais. Ao mesmo tempo, toda proposta de mudança é percebida por ele como

uma ameaça ou afronta pessoal. Apesar de alertado, ele não percebe que ao

resistir à mudança, coloca o futuro de seu empreendimento em risco.

Nos ambientes em que existe medo e autoritarismo, as pessoas e

equipes lutam para defender o seu espaço. Elas vivem num contexto de

escassez, em que é necessário lutar por poder, espaço e recursos para

sobreviver. Isto cria "panelas", "clubes" ou "tribos" que manipulam e controlam

recursos e oportunidades de evolução, gerando relações baseadas na injustiça

e na desigualdade. As pessoas não são motivadas pela missão e objetivos da

empresa (muitas vezes eles nem estão claros), mas sim pelas recompensas e

punições estabelecidas por seus superiores. Gerentes autoritários criam com

seus subordinados uma relação de dependência, que tem conseqüências

negativas para a vida da organização - entre elas, a falta de autonomia,

iniciativa e poder de decisão, gerando uma atitude passiva coletiva ("espero

que meus superiores me digam o que fazer").

Bennis (1995, p. 88-89) apresenta as características diferenciadoras

dos líderes quando comparados com os gerentes, reproduzidas no quadro

abaixo:

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GERENTE... LÍDER...

... administra. ... inova.

... é uma cópia. ... é um original.

... mantém. ... desenvolve.

... focaliza os sistemas e a estrutura. ... focaliza as pessoas.

... conta com o controle. ... inspira confiança.

... possui uma visão limitada. ... possui uma perspectiva ampla.

... pergunta como e quando. ... pergunta o quê e por quê.

... tem o olhar na linha fundamental. ... olha para o horizonte.

... aceita o “status quo”. ... o desafia.

... é o clássico bom soldado. ... é ele mesmo.

... faz a coisa corretamente. ... faz a coisa certa.

Entretanto, ser líder é dar o poder e as ferramentas necessários para

que as pessoas possam atingir as metas almejadas na visão. O trabalho do

líder envolve mais do que determinação. É preciso ter visão, comprometimento,

comunicação, integridade, realidade e intuição. O líder é antes de tudo um

visionário, pois se permite prospectar e se compromete a realizá-lo. O

comprometimento gera responsabilidade, poder e confiança, fazendo com que

as metas estabelecidas possam ser atingidas.

Outro fator importante na liderança é a comunicação, que significa

manter as pessoas informadas, dando e recebendo feedback adequado,

explicando decisões políticas com franqueza e transparência. O líder tem um

papel preponderante como comunicador, devendo expressar de forma clara as

crenças e os valores do ambiente em que atua. É preciso que transmita uma

direção firme, envolvendo todos numa causa única, criando um clima de

cooperação em que a crítica é encarada como uma forma de crescimento

interpessoal. A boa comunicação transmite mensagens claras, que concorrem

para que as pessoas trabalhem produtivamente e de forma harmoniosa, sem

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incompreensões e interpretações equivocadas. Por isso, é preciso que o líder

saiba lidar com situações em que é necessário o levantamento de informações

adequadas para que possa tomar decisões acertadas.

Para ser um líder, é necessário desenvolver atitudes e habilidades que

auxiliem na condução de um grupo de pessoas, buscando tomar decisões e

ações acertadas, tendo em mente objetivos orientados para resultados. Para

tanto, uma inteligência privilegiada não basta. É necessária a combinação com

outras qualidades pessoais, como espírito democrático, gosto em trabalhar

com as pessoas - uma vez que ele terá de agir de uma forma natural e

espontânea - ter caráter, carisma e muita paciência para ouvir e compreender

os problemas das pessoas e da empresa. Deverá ser flexível de modo a estar

acessível a todos e saber lidar com as diferentes personalidades e

estereótipos.

Em conclusão, a genialidade do líder não está em obter conquistas

pessoais, mas em libertar o talento de outras pessoas, deixando fluir toda a

criatividade tão necessária para o crescimento das organizações. Um líder é

sempre alguém cujas ações têm as mais profundas conseqüências nas vidas

das outras pessoas, positiva ou negativamente. O líder deve ser amigo de seus

colaboradores, conseguindo, assim, realmente saber o que está acontecendo.

Como o líder é o agente facilitador da organização, é muito importante que ele

conheça o que tem feito, inspirando, assim, confiança e competência técnica.

Além de ter ciência das habilidades e dificuldades das pessoas com quem tem

envolvimento.

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CAPÍTULO IV

LIDERANÇA NAS MODERNAS ORGANIZAÇÕES

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Nos processos tradicionais de liderança, a gestão baseia-se na figura

do poder estritamente hierárquico, conduzindo com freqüência à subjetividade,

à arbitrariedade e, consequentemente, à ineficácia, à falta de produtividade. A

liderança nas empresas modernas é entendida como algo que corresponde ao

exercício de um poder reconhecido e fundamentado nos conhecimentos que se

traduz de forma natural numa posição superior na organização.

A liderança nas modernas organizações abandonou os exercícios de

individualismo e autoritarismo para se tornar num processo firmado na

flexibilidade, na responsabilidade e quando tal acontece, as empresas ganham

em competitividade. Isto é, para alcançar resultados superiores as

organizações contemporâneas necessitam despertar e preparar seus gestores

para os desafios da liderança moderna, que exige habilidades técnicas e

principalmente emocionais para enfrentar riscos, ter persistência para alcançar

resultados desafiadores, ser autoconfiante, saber automotivar-se e ser fonte de

energia para seu grupo, ser ético, construir novos valores e culturas

organizacionais, ser agente facilitador e educador de pessoas a fim de prepará-

las e auxiliá-las a lidar de maneira serena e madura com a realidade promovida

pelas constantes mudanças em nosso ambiente político e econômico,

promovendo uma gestão efetiva de pessoas e de tarefas geradoras de

resultados.

A liderança nas modernas organizações formula e implementa uma

nova visão estratégica para as empresas, combinando a intenção com a

racionalidade, motivando e inspirando os colaboradores, definindo a sua

intervenção nas decisões, tentando sempre implementar a mudança e a

inovação. Procura quebrar a rotina, estimular o orgulho profissional,

independentemente das ligações contratuais, tentando encorajar o interesse

pelos outros em detrimento da indiferença e da distância que tantas vezes se

verificam nas relações de trabalho.

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Além disso, as exigências da liderança, atualmente, incluem a

competência emocional e o estilo autoritário que funcionava tão bem em um

passado não tão longínquo, hoje, já não produz o mesmo efeito tão bem como

antes. Ao contrário, o estilo de gestão autoritária está perdendo campo para um

gestor mais humano e empreendedor que, além de todos os atributos exigidos

em um bom líder, possua a capacidade de provocar entusiasmo.

Argyris, um dos pioneiros no estudo do aprendizado organizacional,

descreve o que as empresas do século XXI precisam e que tipo de indivíduos

se enquadram nestas condições:

As organizações do futuro, segundo Argyris

Fonte: Argyris, 2002, p. 115

Uma empresa "leve e solta" está surgindo. Uma empresa mais ágil,

essencialmente inovadora. Uma empresa sem o peso da hierarquia cheia de

cubículos, do poder centralizado, com poucas pessoas tendo que administrar a

complexidade crescente. Surge uma empresa baseada em liderança cuja a

As organizações do século 21 precisam de: 1. planejamento muito mais criativo, 2. conhecimentos válidos e úteis

sobre novos produtos e processo, 3. aumento das ações cooperativas e

harmoniosas com comprometimento internalizado e de longo prazo e ...

4. maior entendimento para enfrentar os desafios da complexidade.

Esses requisitos, por sua vez, dependem de: 1. sucesso contínuo e aberto de

indivíduos e grupos, 2. comunicação livre e confiável, pela

qual...

3. a interdependência seja a base da coesão e ...

4. prevaleçam a confiança, o ato de assumir riscos e ajudar os outros profissionais, a fim de que os conflitos possam ser identificados e gerenciados.

Por fim, essas condições requerem indivíduos que: 1. não temam dizer totalmente o que

pensam, 2. valorizem e busquem integrar suas

contribuições para um todo criativo em vez de precisar ser recompensado individualmente e, assim...

3. estejam em busca do conhecimento válido e da criação das melhores soluções possíveis.

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missão principal é transformar a organização de todos os dias. Uma empresa

para pessoas que buscam prazer e realização no trabalho pelo exercício da

inteligência e da criatividade e pela conciliação de valores pessoais com os

organizacionais. Uma utopia? Talvez seja , se procurarmos a empresa pronta.

Uma possível realidade, se nos empenharmos a construí-la todos os dias. Um

fato: a "era do conhecimento" está aí e será impossível, em pouco tempo, fazer

sobreviver a empresa de ontem, é sempre bom lembrar que muitos "gigantes"

tombaram ao peso de sua organização arcaica. Agora é mudar, transformar ou

desaparecer.

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CAPÍTULO V

FORMAS DE SURGIMENTO DOS LÍDERES “Somos o que repetidamente fazemos. A excelência, portanto, não é

um feito, mas um hábito.”

(Aristóteles)

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O que é liderança? Nascemos com ela ou aprendemos em sala de

aula? Para alguns autores, a capacidade para exercer liderança é nata e, para

outros, ela vai se desenvolvendo por meio do conhecimento e das experiências

do viver.

Cada vez mais o conhecimento ganha importância como fonte de

poder. Quem amplia suas competências, quem se atualiza constantemente,

quem sabe buscar informações e consegue transforma-las em conhecimento

aplicado, quem se vale das novidades que a tecnologia está sempre

disponibilizando, quem não se deixa ingressar no perigoso e irreversível

caminho da obsolência tem posição garantida no mercado de trabalho. São

pessoas que ampliam, em ultima análise, o raio de abrangências de seu

próprio poder, potencializando sua capacidade de conquistar seguidores. Em

conseqüência, adquirem o status de líderes. Em outras palavras, o

conhecimento é fonte de poder, que, por sua vez, legitima a liderança. E

liderar, na definição de Drucker, é ter seguidores.

Essa "era do conhecimento" traz profundas mudanças nas relações de

poder, exigindo um repensar de tudo que aprendemos sobre liderança. Por

causa da crescente acessibilidade ao conhecimento, velhos paradigmas do

poder e liderança estão sendo soterrados. Caem por terra as idéias difundidas

de que a liderança é nata, de que alguns poucos privilegiados nasceram para

liderar; de que, com isso, o poder deve ser centralizado em poucas cabeças

pensantes, líderes de uma porção de executores de tarefas, mão-de-obra das

organizações.

Se o conhecimento circula e está em toda a parte, o poder decorrente

dele migra dentro da empresa, fazendo brotar legiões que a hierarquia

tradicional e as estruturas piramidais clássicas não conseguem absorver. É

necessário que se busquem novas formas de organização do trabalho. É

impossível conter a expansão do conhecimento, impedindo a própria

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renovação da empresa e todo o processo de inovação, imprescindível à

competitividade.

A "era do conhecimento" evidencia o peso do potencial humano nas

empresas. Mais que nunca o chamado "capital humano" se valoriza. E é

exatamente o desenvolvimento tecnológico que vem dar ênfase ao ser

humano, por mais paradoxal que seja. Passa a ser fundamental compreender

essa mudança. Parece-me que pela óptica da liderança se consegue uma

análise mais abrangente e precisa. Liderança tem a ver com o futuro das

organizações e, por isso, com suas estratégias e visão. Os líderes abrem

caminhos e criam condições para transformações contínuas da empresa. E o

conhecimento, de que dependem as transformações, está na cabeça dos

líderes. "Cérebros de obra" vieram para substituir as "mãos de obra" da era

industrial. E os "cérebros" nasceram para liderar.

Conhecimento em toda parte, líderes em toda a parte: uma

organização de líderes? Primeiro, o nível de conhecimento define a

profundidade do líder. É de se supor que há líderes mais profundos que outros

Há, então, líderes de líderes, numa relação que implica no enriquecimento

mútuo. São formadas redes de lideranças que funcionam através de trabalhos

em equipe. Valores como ética, confiança e comprometimento com o trabalho

são imprescindíveis. Os conhecimentos se complementam aumentando o nível

de interdependência: Ter visão sistêmica é condição de trabalho. Impossível

funcionar assim em estruturas compartimentadas, baseadas na competição

interna e na desconfiança.

Fácil deduzir que essa nova organização é fortíssima em

relacionamentos interpessoais, com exercício permanente do verdadeiro

diálogo. Para troca de conhecimentos, tem que haver abertura à

aprendizagem. Esta, por sua vez, só se viabiliza se pessoas diferentes

dialogarem. Deve haver predisposição de cada uma para se abrir e permitir a

entrada de novos conhecimentos que vêm de outras pessoas. Mapas e

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modelos mentais devem ser deixados de lado para a construção de novas

realidades. Ninguém nessa nova organização pode estancar os fluxos de

conhecimento. Aqui não há lugar para aqueles gerentes que retêm

informações, em nome de uma tal confidencialidade que, de fato, lhes significa

poder.

As redes de liderança têm sua coesão garantida pela visão e valores

compartilhados, pelo compromisso de juntas irem transformando a empresa e

pela obsessão de resultados. Todas integram a cadeia de valores, intimamente

relacionada ao sucesso do empreendimento.

Garantidos todos esses pontos, a eles se alinharão os demais que

fazem funcionar a empresa no seu dia a dia. Políticas, sistemas, processos,

procedimentos e práticas gerenciais nascem descontaminados, como

mecanismos eficazes e não como formas de controle do poder. Este se

restringirá ao exercício da nova liderança baseada em conhecimentos e

princípios.

5.1 Analisando os Estilos de Liderança

Uma liderança ideal é algo difícil de ser definida, tendo em vista que

um estilo adotado por um líder pode ser extremamente eficaz em determinada

situação e, num outro momento, o mesmo estilo poderá ser totalmente

inadequado. Por exemplo, um líder de presença marcante, de idéias definidas,

o tipo conhecido como personalidade forte, pode ser um agente impulsionador

para uma equipe composta de pessoas mais dependentes e que possuem uma

tarefa a ser cumprida num curto espaço de tempo. Por outro lado, este estilo de

liderança poderia causar a desmotivação em pessoas mais maduras, que se

realizam ao efetuar suas atividades com autonomia. Na verdade, esta

dificuldade em definir um estilo de liderança, não nos impede de analisar e

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aprender sobre as muitas formas de liderar, sobre os resultados alcançados

por estas ou sobre seus “efeitos colaterais”.

A controvérsia entre os que defendem que uma pessoa já nasce com

determinados traços de personalidade para liderar e os que acreditam que a

habilidade de liderança é algo adquirido, através das experiências de vida, já

não causa tanta polêmica, pois na prática, percebemos que pessoa alguma

lidera sempre, em qualquer situação, como já vimos acima. Logo a teoria dos

traços de personalidade não encontra muita sustentação. É comum, entretanto,

encontrar pessoas defendendo que o líder já nasce pronto. Na maioria das

vezes, estas pessoas percebem que os líderes possuem características

pessoais que lhes proporcionam esta habilidade, mas cientificamente não

podemos afirmar que eles já nasceram com estas características. Falemos

agora mais especificamente sobre estilos de liderança:

- O líder autocrático é mais conhecido como “chefe’. Seria aquele

condutor que define o que e como deve ser feito. Podemos supor

que se é ele quem define tudo, este acredita ser a sua opinião

sempre a mais correta e ainda serem seus subordinados pouco

merecedores de confiança. Fica nítido que a atenção principal deste

líder está voltada para as tarefas e não para as relações humanas

de seu grupo. Baseia seu poder geralmente na posição (cargo) que

ocupa.

- O líder democrático busca compartilhar suas decisões e atividades

com os outros membros do grupo. Podemos dizer que ele possui

outra visão do ser humano e de si. Caso acredite que todos devam

participar do planejamento e execução da tarefa, podemos supor

que não acredita ser o dono da verdade e que todos possuem

condições de agir com autonomia e responsabilidade. Sua atenção

está voltada principalmente para as relações interpessoais e vê seu

poder baseado na credibilidade que o grupo lhe atribui.

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- O líder liberal ou laissez-faire é aquele que, simplesmente, não

toma conhecimento dos problemas existentes, não busca soluções

não orienta, não toma decisões, deixando que as coisas ocorram

naturalmente sem sua interferência. Esta expressão de origem

francesa significa “deixa como está para ver como é que fica”.

Geralmente o líder que adota este estilo tem medo de assumir

responsabilidade.

Quando saímos da teoria, podemos observar que raramente um líder

possui apenas um estilo, que seja sempre autocrático ou sempre democrático.

Ou ainda que, embora seja predominantemente democrático, não possa

também possuir uma grande atenção para a tarefa.

Esta “mescla” de estilos na mesma pessoa pode ser extremamente

benéfica. Como já dissemos anteriormente, a defesa de apenas um estilo como

sendo o mais adequado é praticamente impossível, já que existem inúmeras

situações pelas quais um grupo pode estar passando e que exigirá uma forma

ou outra de liderança. Fatores como a maturidade dos membros do grupo, o

relacionamento grupal, as crenças e valores pessoais, as diferentes tarefas que

serão cumpridas e os prazos para execução, entre outros, deverão certamente

influenciar no comportamento do líder.

5.2 Estilos de liderança e reações da equipe

A liderança autocrática é aquela em que mesmo com as melhores das

intenções, o líder dá ordens, dita normas, impõem critérios, não solicita

opiniões e é o único responsável por todos os trabalhos. É o centralizador de

todas as informações e conhecimentos, suas ordens devem ser cumpridas sem

discussão, reduz a comunicação entre os membros do grupo ao nível mínimo,

não se importando em saber o que seus subordinados pensam. Assim, os

componentes de seu grupo passam a desenvolver hostilidade,

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descontentamento, competição e desconfiança, reduzindo a motivação, a

iniciativa e a criatividade. Essa forma de liderar costuma tornar seus

subordinados muito dependentes e seu afastamento do órgão, ocasiona uma

queda no rendimento da organização. Os subordinados podem desenvolver

agressividade, gerando um clima social de constrangimento e opressão.

A liderança democrática é aquela em que o líder confia na capacidade

do grupo, cria oportunidade para discussões, pede e leva em consideração as

opiniões de todos os envolvidos, antes de firmar uma resolução. Embora a

decisão final seja de sua responsabilidade, ele solicita a máxima participação

dos membros na determinação dos objetivos e na realização de todos os

planos, desencadeando um aumento da motivação, da iniciativa e da

criatividade, aproveitando o potencial de todos os talentos sob seu comando e

liderança são informados das etapas subsequentes, as relações interpessoais

são mais abrangentes, melhorando a comunicação e confiança, diminuindo as

hostilidades. Existe um grande espírito de cooperação, não sendo alterado o

rendimento do trabalho, quando o líder se ausenta. Ele dirige e lidera apoiado

na participação espontânea e boa vontade das pessoas alocadas no órgão.

Neste estilo de liderança o clima social é de confiança e compreensão mútua.

A liderança laissez-faire faz com que seus subordinados fiquem

entregues à própria sorte e passam a trabalhar por trabalhar, sem objetivos

claros a serem alcançados. Não existe cooperação nem motivação, tão

necessários para o sucesso de qualquer empresa. A sua atuação gera atritos e

desorganização entre seus funcionários. O clima social é, de uma maneira

geral, de displicência e anarquia.

White e Lippitt fizeram um estudo em 1939 para verificar o impacto

causado por esses três diferentes estilos de liderança em meninos de 10 anos,

orientados para a execução de tarefas. Os meninos foram divididos em quatro

grupos e a direção de cada grupo era desenvolvida por líderes que utilizavam

três estilos diferentes: a liderança autocrática, democrática e liberal.

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Os resultados dessa experiência tiveram um entusiástica repercussão

nos EUA, pois os meninos se comportam da seguinte forma aos diferentes

tipos de liderança a que foram submetidos:

- Liderança autocrática: O comportamento dos grupos mostrou forte

tensão, frustração e, sobretudo, agressividade, de um lado, e, de

outro, nenhuma espontaneidade nem iniciativa, nem formação de

grupos de amizade. Embora aparentemente gostassem das tarefas,

não demonstraram satisfação com relação à situação. O trabalho

somente se desenvolvia com a presença física do líder. Quando

este se ausentava, as atividades paravam e os grupos expandiam

seus sentimentos reprimidos, chegando a explosões de indisciplina

e de agressividade.

- Liderança democrática: Houve formação de grupos de amizade e

de relacionamentos cordiais entre os meninos. Líder e subordinados

passaram a desenvolver comunicações espontâneas francas e

cordiais. O trabalho mostrou um ritmo suave e seguro sem

alterações mesmo quando o líder se ausentava. Houve um nítido

sentido de responsabilidade e comprometimento pessoal.

- Liderança liberal: Embora a atividade dos grupos fosse intensa, a

produção foi simplesmente medíocre. As tarefas se desenvolviam

ao acaso, com muitas oscilações perdendo-se muito tempo com

discussões mais voltadas para motivos pessoais do que

relacionadas com o trabalho em si. Notou-se forte individualismo

agressivo e pouco respeito com relação ao líder.

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5.3 Liderança e processo decisório

Decisões são tomadas a todo instante nas organizações, elas

“...constituem o conteúdo do trabalho diário dos administradores” (EMMERICH,

1962, p. 161), e são uma “...atividade crucial para as organizações” (FREITAS

et al., 1997, p. 55). Morgan (1996, p. 171) ressalta que “as organizações são,

em larga escala, sistemas de tomada de decisões” e Simon (1965) cita que as

atividades nas organizações são, essencialmente, atividades de tomada de

decisão e resolução de problemas.

Por muito tempo acreditou-se no modelo de decisão racional, pelo qual

buscava-se sempre a melhor decisão, mas para isso era preciso analisar todas

as alternativas possíveis, identificadas de acordo com sua importância e

conseqüência, selecionar todas as informações necessárias e, baseado nisso,

tomar a decisão correta. Porém, devido às suas limitações, o ser humano não

consegue conceber todas as suas alternativas possíveis, nem ter acesso a

todas as informações necessárias em dado momento. Ainda, nem sempre sabe

formular corretamente os objetivos, por não saber qual é realmente o problema,

além do que a preferência por uma ou outra alternativa é influenciada pelas

convicções intrínsecas do decisor.

O processo decisório torna-se cada dia mais complexo, pois as

decisões precisam ser tomadas rapidamente, mas sem expor a organização a

riscos financeiros, de perda de mercado, qualidade ou imagem frente a seus

clientes. Para Motta (1994), os decisores decidem através de interações

diversas, quase sempre envoltas em grandes incertezas, em ambientes

turbulentos, sob grande pressão e sem tempo para levantar informações, pois

a maioria das decisões demanda soluções quase que imediatas.

Um líder deve permitir a exposição completa daquele que deseja

expressar-se; saber ouvir e ser bom ouvinte, abandonar os paradigmas e

premissas, suas verdades; limpar sua mente para abstrair a informação do eu

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interlocutor compreendendo-a antes de tudo, sem compará-las com suas

posições sobre o assunto. Desprender-se dos seus anseios e aspirações, da

sua própria liderança, sentir-se feliz ao ser superado; elogiar a mais óbvia

argumentação por estímulo ao discernimento, envolvimento e participação

daquele que o requisita e neutralizar-se para ouvir opiniões.

O processo de decisão exige do líder dinamismo, podendo o grupo

colaborar espontaneamente nas tomadas, premeditadas ou improvisadas,

sendo tratadas com paciência, tolerância e honestidade de propósitos,

procurando o líder convencer com bons exemplos e não com ordens. Essa

cooperação deverá ser consciente, não devendo o grupo ser levado a

realização de atividades a respeito da qual não possuam plena consciência e

conhecimento. O líder poderá obter bons resultados através de reuniões

periódicas, onde o andamento do trabalho poderá ser discutido e analisado. Se

possível, nenhuma decisão deverá ser precipitada para não criar no processo

decisório de administração uma imagem negativa.

5.4 O líder e o uso do feedback

Em sua maioria, as pessoas pensam que sabem em que são boas. No

entanto, Drucker (1999) relata que é mais freqüente elas saberem em que não

são boas.

Para Moscovici (2000), o feedback é um instrumento que pode mostrar

em que uma pessoa precisa melhorar, se precisa adquirir novos

conhecimentos, desenvolver novas habilidades ou aptidões; pode também

esclarecer sobre atitudes inadequadas que precisam ser modificadas ou

extintas.

No processo de desenvolvimento de competência interpessoal, o

feedback representa uma ajuda para mudanças de comportamento. O

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feedback eficaz ajuda o trabalhador a melhorar seu desempenho, facilitando a

conquista de seus objetivos.

Hersey e Blanshard (1986, p. 48) dizem que “o desejo de tais pessoas

sentem de procurar situações em que possam receber um feedback concreto

sobre seu grau de desempenho está estreitamente relacionado com a

preocupação da realização profissional.”

Moscovici (2000) ralata que o feedback é um instrumento de

comunicação interpessoal e pode ser dividido em dois processos: o dar e o

receber feedback. Segundo a autora, nenhum dos dois processos é fácil,

principalmente em situações de trabalho. As pessoas, normalmente, são muito

sensíveis a críticas e às vezes um retorno pode trazer implicações emocionais,

como apatia, ressentimentos e hostilidade.

Para superar as dificuldades, é preciso estabelecer uma relação de

confiança recíproca, e os envolvidos devem ter consciência de que o feedback

existe para promover a melhoria contínua e tão importante quanto dá-lo é saber

recebê-lo de forma construtiva.

Uma importante observação de Moscovici (2000) é que os gerentes

cometem um erro, quando acumulam informações sobre o comportamento dos

funcionários, dando o feedback somente nas esporádicas avaliações de

desempenho. Para ela, o feedback se torna mais eficaz, quando aplicado no

momento adequado e de forma equilibrada, quer seja ele positivo ou negativo.

Muitas empresas já vêm utilizando o sistema de avaliação de múltiplas

fontes, também chamado de “feedback 360º” para avaliar a competência de

seus funcionários. O feedback 360º constitui um poderoso sistema de

informação que permite conferir uma elevada fiabilidade em todas as situações

nas quais é fundamental uma perspectiva global de desempenho de um

indivíduo – encarado por diferentes perspectivas e prismas de observação. O

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sistema permite, assim, um maior auto-conhecimento e uma tomada de

consciência da expectativas que os outros têm face ao seu desenvolvimento.

A avaliação assenta em informação recolhida em torno de fenômenos

observáveis, que podem ser consistente e causalmente relacionados com os

resultados da organização. A avaliação utiliza múltiplos avaliadores, com

perspectivas diferentes sobre o desempenho do participante. A informação

recolhida permite a elaboração de relatórios que servirão de base a um plano

de melhoria individual.

Pesquisas com funcionários de organizações como Hewlett-Packard,

Disney, Monsanto, Intel, Samaritan Health Services e University of Minnesota

(Estudo Teams Inc., 2002, p.121) mostram que as principais características de

avaliação de múltiplas fontes, em comparação à avaliação de fonte única, são

as seguintes:

• Justiça: Menos notas infladas artificialmente, impacto menos adverso sobre

grupos minoritários e mais salvaguardas.

• Exatidão: Viés pessoal menor e ponto de vista mais equilibrado.

• Credibilidade: Maior credibilidade devido ao respeito pelos colegas de

trabalho – “Meu chefe pode estar errado, mas como todas essas outras

pessoas podem estar enganadas?”

• Valor: É provável que os colegas de trabalho sejam mais específicos no

feedback comportamental .

• Motivação: A pressão dos pares motiva as mudanças de comportamento.

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Dez diretrizes do feedback de 360 graus

Fonte: Estudo Teams Inc., 2002, p. 123

Em conclusão, o feedback 360º oferece excelentes oportunidades de

aumentar a percepção e consciência, melhorar a comunicação, identificar as

necessidades de aprendizagem e desenvolvimento, organizar as atividades de

aprendizagem em função das prioridades, motivar, reforçar a confiança e

avaliar programas.

Ao escolher um sistema de feedback 360º deve ponderar a questão da

rendibilidade do investimento. Será que o sistema que escolheu permite obter

resultados práticos, flexíveis e válidos de uma maneira eficaz em termos de

custos e de tempo? E será que o faz permitindo maximizar o interesse dos

participantes e a pertinência do processo, e, simultaneamente, minimizar a

ansiedade, os receios e a resistência?

1. Pesquisa com os participantes:O apoio dos participantes naspesquisas de satisfação deveultrapassar 75%.

2. Anonimato: Todos devem terconfiança de que suas notasindividuais serão absolutamenteconfidenciais.

3. Distinção: A dispersão dapontuação deve diferenciarclaramente o desempenho alto,médio e baixo.

4. Diferença válida: As distinçõesdevem representar desempenhoverdadeiramente alto, médio ebaixo.

5. Índice de respostas: Deve haverrespostas de mais de 75% dosavaliadores.

6. Custo administrativo: O tempoexigido pelos avaliadores e paraa administração do processodeve ser o menor possível.

7. Avaliadores suspeitos: Osavaliadores devem serresponsáveis por pontuaçõeshonestas; as respostassuspeitas – as que forem maisde 40% diferentes do consensodos outros – devem ser menosde 5% do total.

8. Justiça à adversidade: Osavaliadores não devemdiscriminar de forma sistemáticaas minorias existentes naempresa, sejam de sexo, raça,cor, religião etc.

9. Treinamento: Os funcionáriosdevem ser treinados parafornecer e receber feedback decomportamento.

10. Salvaguardas: As salvaguardaspara a justiça do processo, comoa pontuação inteligente , devemser compreendidas e apoiadaspor todos os participantes.

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Dar sempre feedback aos membros do grupo sobre sua performance é

outro comportamento vital da liderança. O líder raramente pode influenciar o

comportamento dos colaboradores sem dar feedback apropriado. Este ajuda de

duas maneiras. Primeiro, informa os colaboradores se estão indo bem ou não

de modo que possam corrigir, se necessário. Segundo, quando o feedback é

positivo, encoraja os colaboradores a manter um bom ritmo de trabalho.

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CAPÍTULO VI

A IMPORTÂNCIA DA MOTIVAÇÃO NAS

ORGANIZAÇÕES

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As organizações buscam cada vez mais alcançar produtos de

qualidade, com boa penetração de mercado, e com clientes satisfeitos e fiéis.

Dentre as estratégias usadas para se chegar a esse objetivo, destaca-se a

motivação, que age como fator diferenciador e competitivo. Equipe motivada,

consequentemente, produtos melhores.

Nessa busca pela qualidade, alguns fatores motivam as pessoas a se

comprometerem mais com a organização, os quais devem ser identificados e

conhecidos pela liderança. Uma vez conhecida as forças de comportamento

humano relacionado ao gerenciamento pela qualidade, caberá ao líder

examinar como essas forças dificultam ou promovem a obtenção de alta

qualidade, estabelecendo as ações gerenciais precisas para canalizar essas

forças comportamentais em direções construtivas.

Sabe-se que a motivação das pessoas tem uma relação direta na

excelência da qualidade dos produtos e serviços das organizações. As várias

correntes acerca do comportamento do homem organizacional demonstra uma

particular estratégia de comportamento individual e grupal que é o norteador da

maneira de agir da organização que defronta com os indivíduos que com ela

colaboram e interagem. A questão fundamental é descobrir como os fatores

motivacionais contribuem para a excelência da qualidade de produtos e

serviços.

Podemos nos basear em autores conceituados como Baró e Drucker.

Baró (1983) acredita que o trabalhador se motiva quando conhece a

importância do próprio trabalho para a organização. Drucker (1999, p. 27), por

sua vez, comenta que os trabalhadores de conhecimento “precisam, acima de

tudo, de desafios, de conhecer a missão da organização e nela acreditar, de

treinamento contínuo e ver resultado.”

Maslow apresentou uma teoria segundo a qual as necessidades

humanas estão dispostas em níveis de importância e influencia. O homem faz

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o que faz por causa das suas necessidades e as enumera de forma

hierárquica, conhecida como a Pirâmide de Maslow:

Dessa forma, houve uma mudança nas organizações quanto a sua

visão das pessoas: antes as pessoas eram vistas simplesmente como

recursos, dotadas de habilidades, capacidades, destreza e conhecimentos para

a execução de tarefas para alcançar objetivos organizacionais; hoje a visão

que se tem é que os colaboradores são dotados de características próprias de

personalidade, aspirações, valores, crenças, atitudes, motivações e objetivos

individuais. Pessoas que fazem parte da organização e significam talentos que

precisam ser desenvolvidos e mantidos, ou seja, é o capital intelectual que

movimenta a organização na direção por ela determinada.

Outro especialista em motivação foi Herzberg (1959), que em sua

Teoria dos Dois Fatores, afirma existirem dois grupos para a motivação das

equipes:

NECESSIDADES DEAUTO-REALIZAÇÃO

NECESSIDADES DE ESTIMA

NECESSIDADES DE PARTICIPAÇÃO

NECESSIDADES DE SEGURAÇA

NECESSIDADES FISIOLÓGICAS

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FATORES DE HIGIENE FATORES MOTIVACIONAIS

Condições de trabalho O trabalho em si

Pagamento Responsabilidade

Segurança no trabalho Senso de realização

Relações no trabalho Reconhecimento

Práticas de supervisão e

administração

Perspectivas de evolução

Política e administração da empresa

Segundo Herzberg, os fatores de higiene não estimulam a motivação,

mas se tornam causa de desmotivação das pessoas se não forem satisfatórios.

Um ambiente de trabalho seguro e saudável, por si só, não irá motivar os

funcionários o trabalharem melhor, porém deixa-os satisfeitos o bastante para

que outros fatores possam motivá-los. Mas, se as condições de trabalho

causam insatisfação as pessoas tornam-se desmotivadas.

A motivação é um fator intrínseco e acontece apenas nos níveis mais

elevados da hierarquia de Maslow – estima e auto-realização. Salário,

condições de trabalho, recreações e lazer não geram motivação, apenas

servem para prevenir a insatisfação. É preciso, entretanto, primeiro prevenir a

insatisfação para depois gerar a motivação. Atender os fatores higiênicos é,

portanto um aspecto necessário, porém não suficiente, à motivação.

A busca da auto-realização passa pela construção da vida em torno de

um ideal, de um sentido. O trabalho, sendo uma parte importante para este

crescimento, precisa representar um caminho para o alcance deste ideal. O

homem sente-se realizado quando encontra sentido naquilo que faz. O homem

sente-se motivado quando enxerga no trabalho um caminho para a realização

de seu sentido.

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Quando o ser humano encontra um significado importante em seu

trabalho, o atendimento dos fatores higiênicos deixa de ser um pré-requisito à

motivação. Para tanto, é preciso que a organização proporcione ao trabalho

espaço para a criatividade, a autonomia e a participação.

As empresas modernas procuram levar as pessoas talentosas a

contribuir ao máximo possível de seus esforços em benefício da empresa,

tentando levá-las a produzir melhores resultados. Ter uma equipe motivada

não é uma tarefa das mais fáceis, não há uma fórmula mágica para motivar,

por isso é necessário combinar uma série de atitudes essenciais ao

comportamento humano e que pode trazer motivação aos trabalhadores e

estimulá-los a contribuir com qualidade para os melhores resultados das suas

empresas.

6.1 – O líder como um agente motivacional nas organizações

O fator de relacionamento da empresa com o funcionário e do

funcionário com a empresa é de extrema importância para o item motivação,

sendo que dentro desse fator à atuação do líder influi decididamente na

motivação dos funcionários.

O papel da liderança na motivação dos colaboradores nas

organizações modernas é bastante significativo. Liderança é a influência

interpessoal exercida numa situação e dirigida por meio do processo de

comunicação humana à consecução de objetivos específicos.

Nesse contexto, um líder pode ser o grande diferencial, pois seu perfil,

suas habilidades e sua capacidade de liderança, muito provavelmente irão

influenciar, estimular e envolver trabalhadores positivamente (Hersey e

Blanchard, 1986). Os líderes de sucesso têm certos atributos (conhecimentos,

técnicas e outras características que as pessoas trazem para a função, que

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lhes permitem exercer as tarefas de liderança) pessoais em comum:

capacidade de pensamento estratégico, iniciativa, grande energia, sabem lidar

com as pessoas e lideram seu pessoal sem nenhuma pressão. São leais a

equipe e demonstram confiança nas pessoas, deixando que elas cumpram com

suas tarefas sem interferência. Conduzem a organização num clima saudável,

gerando os melhores resultados.

Atributos mais citados

Fonte: Estudo Cambria consulting, 2002, p. 16)

É importante observar que a eficácia da liderança em relação a

motivação está condicionada à adoção de medidas concretas no cotidiano das

organizações, e isto inclui ter políticas, regras, valores e objetivos claramente

definidos. A transparência e a objetividade facilitam a atuação individual, geram

padrões de comportamento coerentes e promovem a integração de todos os

envolvidos.

Ou seja, deve haver, por parte do líder, um trato pessoal com os

colaboradores e clientes, coordenar o envolvimento de toda equipe nas

sugestões, na definição de objetivos e metas. É preciso dar oportunidade às

pessoas para que elas digam o que pensam, e assim poder participar do

Principais atributos Integridade/sinceridade/ética 77% Capacidade de realização 76% Habilidade de lidar com as pessoas 73% Orientação para o aprendizado 73% Capacidade de direcionar e controlar 66% Capacidade de influenciar pessoas 64% Raciocínio estratégico 64% Compreensão de conceitos 63% Flexibilidade/adaptabilidade 61% Autoconfiança/coragem 60%

Outros atributos importantes Iniciativa/orientação para a ação 58% Capacidade de comunicação 52% Energia/entusiasmo 50% Habilidade política 50% Cooperação 48% Raciocínio analítico 48% Responsabilidade/ comprometimento 48% Capacidade de julgamento 44% Capacidade de tomar decisões 44% Conhecimento do negócio 40%

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processo. O progresso deve ser reconhecido. Os elogios não devem ser

economizados, mas devem ser sinceros, fazendo com que as pessoas sintam

que deram uma contribuição de valor.

Os fatores motivacionais têm uma contribuição direta com a qualidade

devida as pessoas e com a qualidade dos produtos, é a força motriz que

impulsiona a participação do colaborador e desenvolve um compromisso

duradouro com responsabilidade e um relacionamento frutífero e produtivo,

satisfazendo os interesses de ambas as partes, organização e indivíduo.

Há uma correlação imediata entre os índices favoráveis de clima

interno e a saúde dos resultados empresariais. Ou seja, os fatores

motivacionais contribuem para que haja qualidade de produtos, serviços e

qualidade de vida dentro das organizações e uma pessoa motivada, além de

gerar qualidade produz um clima de trabalho em que as pessoas se sentem

bem e há interação social na equipe.

6.2 – Fatores de sucesso e fracasso nas equipes

O número de equipes está crescendo à medida que as empresas vêem

as vantagens de uma abordagem multidisciplinar e aprendem a ser eficazes. A

vantagem das equipes está em vários aspectos, como a agilização do processo

e a prevenção de problemas no decorrer dos acontecimentos, até um melhor

serviço de atendimento ao cliente e qualificação conjunta proveniente de fontes

diversas. Gordon apud Parker (1995), de acordo com os resultados de uma

pesquisa de opinião realizada pela revista Training, informa que:

“as pessoas sentem que as equipes têm gerado melhorias

significativas nas organizações, ou seja, melhoraram o

moral do empregado e da administração, a qualidade dos

produtos e serviços, o nível do serviço de atendimento ao

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cliente, a produtividade, e contribuíram para gerar maiores

lucros”.

Uma equipe pode ser facilmente definida. Para Robbins e Finley (1997,

p. 7), “são pessoas fazendo algo juntas... O algo que uma equipe faz não é o

que torna uma equipe; é o juntos que interessa”. Heller (1998, p. 6) afirma que:

“uma equipe de verdade é uma força dinâmica, mutante,

viva, formada por pessoas que se reúnem para trabalhar,

que discutem objetivos, avaliam idéias, tomam decisões e

buscam alcançar juntas suas metas”.

Moscovici (1994, p. 5) define equipe como “um grupo que compreende

seus objetivos e está engajado em alcançá-los de forma compartilhada”.

Segundo ela, nas equipes deve haver: a verdadeira comunicação entre as

partes; o estímulo de opiniões divergentes; a grande confiança; os riscos

assumidos; as habilidades complementares dos membros que possibilitam

alcança resultados; os objetivos compartilhados que determinam seu propósito

e direção; a cooperação e o investimento constante do grupo em seu próprio

crescimento.

O trabalho em equipe é cada vez mais importante, qualquer que seja a

atividade a ser desempenhada. Todos os tratados de administração

desenvolvem capítulos especiais sobre a importância das pessoas, homens e

mulheres, no desenvolvimento harmônico dos trabalhos, que levam a um

aumento da produtividade com a satisfação de todos.

Robbins e Finley (1997, p. 8) descrevem as vantagens das equipes de

alto desempenho: aumentam a produtividade; melhoram a comunicação;

realizam tarefas que grupos comuns não podem fazer; fazem melhor uso de

recursos; são mais criativas e eficientes na resolução de problemas; significam

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decisões de alta qualidade; significam melhores produtos e serviços; significam

processos melhorados; e diferenciam enquanto integram.

Segundo Chang (1999, p. 15), uma equipe de sucesso possui alto

desempenho e produção graças à sua energia própria. É uma equipe confiante,

cujos membros estão cientes do seu potencial e utilizam-no para atingir seus

objetivos. Eles confiam uns nos outros para obter auxílio, feedback e

motivação. Uma equipe de sucesso: deixa sua missão e suas metas metas

claras; funciona de maneira criativa; concentra-se nos resultados; esclarece

funções e responsabilidades; é bem organizada; baseia-se nas potencialidades

individuais; apoia a liderança e cada um dos membros; desenvolve um trabalho

em equipe; soluciona as discordâncias; comunica-se francamente; toma

decisões objetivas; e avalia sua própria eficiência.

Para Heller (2000, p.6), as equipes bem sucedidas apresentam sete

características fundamentais:

1. Têm liderança firme que faz acontecer;

2. Estabelecem objetivos precisos;

3. Tomam decisões baseadas em fatos;

4. Comunicam-se livremente;

5. Dominam as habilidades e técnicas necessárias para executar os projetos

em pauta;

6. Definem metas mensuráveis por alcançar; e

7. Mantém o equilíbrio entre seus membros, comprometidos a trabalhar juntos

em benefício de todo o grupo.

Heller (2000, p. 8-11) estabelece, ainda, uma série de considerações

que influenciam o desempenho do trabalho em equipe:

• Praticar a comunicação aberta e o livre trânsito de informações;

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• É vital para gerar bons resultados, estimular o potencial de cada envolvido

de modo que venham a colaborar para que se tire vantagem total da força

coletiva;

• Seguir regras e procedimentos da empresa para grupos formais, com

relatórios e apresentação de resultados obtidos periodicamente;

• Seguir processos elásticos para equipes informais, pois idéias e soluções

podem ser geradas de forma mais casual e os métodos usados são menos

rigorosos.

Heller (2000, p. 9) acrescenta que:

“a liderança sempre tem de ser voltada para resultados,

qualquer que seja o tipo de equipe. Grupos formais às

vezes precisam de elementos informais para estimular e

renovar o trabalho”.

Todavia, Mário Marques que, há quinze anos, ajuda empresas a

montar times de sucesso pela consultoria Fator incremental, de SP expõe a

lista bem humorada dos maiores erros cometidos por líderes e membros de

equipe:

1º pecado: “Espelho, espelho meu, existe alguém mais genial do que eu?”

Ocorre quando alguém se acha a estrela do time.

2º pecado: Guerra das estrelas. O que não falta nesse time são estrelas.

3º pecado: Os 3 Mosqueteiros em versão reduzida. Em vez do famoso um por

todos e todos por um, nesse grupo só acontece o todos por um. O líder só está

interessado nos próprios objetivos.

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4º pecado: Síndrome do Pinóquio. Ninguém mais acredita no que o líder fala.

Ele (a) perdeu completamente a credibilidade.

5º pecado: Os cavaleiros da Idade Média. No passado, eles usavam armadura

por razões de segurança. Numa equipe, esse é o líder que se protegeu tanto a

ponto de se tornar intangível.

6º pecado: Os adeptos de Noé, não é comigo. Vale para líderes e membros de

equipe que não assumem responsabilidades.

7º pecado: Missão impossível. É típico das equipes que não acreditam que

podem atingir os objetivos.

Pode-se perceber que as equipes estão ocupando lugares destacados

nas organizações. Chang (1999, p.37) afirma que uma equipe tem que superar

obstáculos difíceis para ter sucesso. Alguns processos de liderança essenciais

incluem: consenso construído ao redor de um objetivo compartilhado;

organização das atividades da equipe; assegurar que as decisões da equipe ou

grupo são compatíveis com as necessidades dos clientes externos e internos; e

ajudar a manter a coesão. Estabelece quatro funções para a liderança de

equipes: visão: proporcionar uma visão que inspira compromisso; organização:

planejar e programar atividades; integração social: encorajar confiança mútua,

aceitação, cooperação; e avaliação do ambiente externo: monitorar o ambiente

externo. Isto é, é fundamental que os líderes saibam como funcionam e

conheçam certos conceitos fundamentais, que os ajudem a compreender o que

se passa em torno de si e dos trabalhos e atividades que devem realizar.

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CONCLUSÃO

As mudanças que estão ocorrendo na sociedade, nas pessoas e nas

organizações neste final de século, fazem com que nos preocupemos em

repensar o estilo gerencial presente nestas organizações em constante

processo de transformação. Pode-se dizer que o uso da tecnologia da última

geração identificando e solucionando problemas emergirá da era da informação

para a era do conhecimento e a valorização de qualidades como criatividade,

rapidez de pensamento, flexibilidade e socialização será intensa.

O exercício da liderança será desenvolvido em equipe e o líder deverá

ser aquele que leva-la-á para um lugar em que todos queiram ir. É muito

importante que o líder possa dar autonomia, para que aflore o talento e

inteligência dos liderados, desenvolvendo missões em conjunto com a equipe,

mesclando os objetivos e missões individuais à missão organizacional. Deverá

ser um organizador do processo promovendo mudanças e desafiando as

mentalidades existentes.

E, por fim, este líder de que estará atuando nas organizações deverá

ser um solucionador de problemas, assegurando que a estrutura

organizacional, sistemas e processos operacionais contribuam para realizar a

missão e a visão de atender às necessidades de clientes e de outros grupos de

interesse. Pois o processo de mudança exige pessoas capazes de liderar todo

o processo. Portanto, os líderes deste milênio deverão estar preparados para

dar respostas aos desafios de um mundo em transformação.

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ANEXOS

COMPROVANTES 1. Teatro: “O castiçal”

2. Exposição: “Amar o outro mar”

3. Palestra: “As motivações internas e os conflitos de personalidade”

4. Museu do Índio

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 02

AGRADECIMENTOS 03

DEDICATÓRIA 04

RESUMO 05

METODOLOGIA 06

SUMÁRIO 07

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I

TEORIAS SOBRE LIDERANÇA 12

1.1. Teoria dos traços 13

1.2. Teoria dos estilos 14

1.3. Teoria situacional 15

CAPÍTULO II

COMPETÊNCIAS NAS LIDERANÇAS ATUAIS 18

CAPÍTULO III

QUEM É O GERENTE E QUEM É O LÍDER? 24

CAPÍTULO IV

LIDERANÇA NAS MODERNAS ORGANIZAÇÕES 30

CAPÍTULO V

FORMAS DE SURGIMENTO DOS LÍDERES 34

5.1. Analisando os estilos de liderança 36

5.2. Estilos de liderança e reações da equipe 38

5.3. Liderança e processo decisório 41

5.4. O líder e o uso do feedback 42

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CAPÍTULO VI

A IMPORTÂNCIA DAS MOTIVAÇÕES NAS ORGANIZAÇÕES 48

6.1. O líder como um agente motivacional nas organizações 51

6.2. Fatores de sucesso e fracasso nas equipes 53

CONCLUSÃO 58

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 59

ANEXOS 62

ÍNDICE 65

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Cândido Mendes

Título da Monografia: O Líder como impulsionador de pessoas

Autor: Aline Rodrigues de Mattos

Data da entrega: 30/08/2003

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Avaliado por: Conceito:

Conceito Final: