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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O USO DA VOZ PROFISSIONAL NO ENSINO SUPERIOR
Patrícia de Souza Riscado Werneck
Orientadora
Profª Maria Esther Araújo Oliveira
Niterói
2004
II
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
PROJETO A VEZ DO MESTRE
O USO DA VOZ PROFISSIONAL NO ENSINO SUPERIOR
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como condição prévia para a conclusão do
Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Docência
do Ensino Superior.
Por: Patrícia de Souza Riscado Werneck
III
AGRADECIMENTOS
A todas as pessoas que me
ajudaram a construir um novo
conhecimento, contribuindo
com os profissionais da área da
voz.
IV
DEDICATÓRIA
Agradeço a minha família que
esteve ao meu lado,
principalmente meus filhos Erick e
Julia e meu marido André.
V
RESUMO
Este trabalho descreve alguns aspectos relacionados à voz de
profissionais que utilizam para melhor desempenho em suas áreas de atuação.
Faz uma breve revisão do aparelho fonador. Em seguida, compara os
diferentes transtornos vocais. Aborda então alguns hábitos vocais que
prejudicam o bom desempenho profissional. Destacamos como referência em
suas teorias e práticas a autora Mara Behlau e o autor Daniel Boone entre
outros.
Finalmente descreve qual a melhor opção para estar preservando e
utilizando a voz como instrumento de trabalho, e também defendendo a idéia de
uma disciplina nas universidades que tiverem como cursos profissionais da área
de comunicação.
VI
METODOLOGIA
Desenvolver este estudo é mergulhar nos conceitos e na necessidade
que um profissional da voz precisa saber para melhor preservar sua voz que é
sua arma de trabalho. E para saber mais sobre o assunto muitas pesquisas
foram feitas através de literaturas bibliográficas no intuito de novos saberes.
Pegamos como base os autores Mara Behlau e Daniel Boone entre
outros que com seus conhecimentos contribuíram para a realização desta
monografia.
Sentimos que a nossa estrada não acaba por aqui, mas caminhos vão
desvendar, e o acabado se torna inacabado porque o conhecimento e o saber
são inesgotáveis.
VII
SUMÁRIO INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I - Aparelho fonador 10
CAPÍTULO II – Diferentes tipos de transtornos vocais 15
CAPÍTULO III – Hábitos vocais 21
CAPÍTULO IV – O uso da voz profissional 26
CONCLUSÃO 31 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 32 BIBLIOGRAFIA CITADA 34 ÍNDICE 35 FOLHA DE AVALIAÇÃO 37
VIII
INTRODUÇÃO
O indivíduo cuja voz deteriora é um indivíduo emocionalmente afetado
quer o distúrbio vocal seja a causa ou a conseqüência de seu estado
psicológico. É um indivíduo que dramaticamente procura reencontrar sua
própria afirmação.
Através da voz são expressos nossos sentimentos, emoções e aspectos
de nossa personalidade, o que caracteriza e identifica cada indivíduo. Além
disso, a voz é uma das formas de transmitir informação e conhecimentos, e
muitas vezes, é um importante instrumento de trabalho para profissionais como
cantores, locutores, radialistas, professores, etc.
Quanto mais progride o estudo da personalidade do homem mais
aparece a importância dos problemas da voz, e um maior número de pacientes
com alterações vocais são encaminhados para o tratamento fonoterápico, como
comunhão profissional reconhecendo a terapia vocal como uma verdadeira
psicoterapia, pois assim como a voz altera o comportamento este se modifica
com as mudanças na voz.
É nesse momento que a fonoaudióloga se destaca e se reafirma como
ciência num desejo ilimitado de investir nessa área de pesquisa e trabalho com
a voz. (Mello1995).É a conscientização, a visão holística desse ser tão
complexo quanto o homem que nos possibilita uma abordagem ampliada de
tratamento.
O presente trabalho tem como objetivo descrever os principais aspectos
do uso abusivo, correlacionando-os com aspectos dos profissionais que
depende dela como instrumento para o trabalho, são todos aqueles ligados as
áreas de comunicação em geral, são profissionais que tem uma excessiva
carga horária de trabalho.
IX
Com investimento em fonoterapia, disciplina dentro das grades
curriculares do ensino superior e a conscientização do mau uso da voz
diminuiriam os transtornos acometidos por estes profissionais.
X
CAPITULO I
Aparelho Fonador
‘’A voz é o eco da alma.’’
(Pitágoras)
XI
Produção do Som “O ar inspirado passa pelas cordas vocais em posição aberta, enchendo os pulmões. Na expiração é que ocorre a fonação. O ar é aspirado pelos pulmões passa pelas cordas vocais em posição fechada”. (Boone,1991,p.15)
1.1- Voz e Linguagem
Para nos comunicarmos precisamos sempre de algo que possa
expressar aquilo que estamos querendo passar. Desde o começo da
humanidade o homem teve que se comunicar com seu semelhante para poder
caçar, mandar na comunidade, evoluir, passar seus conhecimentos para seus
descendentes e continuarem sua luta pela sobrevivência.
A linguagem, como um meio de comunicação, surgiu não como
conhecemos hoje, através de palavras, mas sim através de gritos e tentativas
de palavras que podiam ser entendidas pelas entonações com que o
comunicante se expressava. Hoje em dia, mesmo com as palavras já
especificadas podemos mudar o que queremos dizer, ou o modo como
queremos, através das entonações que usamos, ou do modo como nossa voz
vai expressar a emoção que estamos sentindo na hora da fala. Se estamos com
raiva, ela vai sair de um jeito, se estamos triste, de outro, e por ai vai.
Segundo Edmee Brandi (1988,p.28)
XII
‘’O sistema de comunicação humano é tão rico e versátil
que, ao falarmos, utilizamos a voz para produzir palavras e,
ao expressarmos o pensamento, vamos acompanhando e
sublinhando o que se manifestam através do
comportamento vocal.’’
Todo o sentido e o significado do que queremos dizer vai depender muito
de como o som que vai sair de dentro de nós expressará o que estamos
sentindo. Muitas vezes não se pode entender o que o outro está falando, mas
pelo tom de voz já se consegue saber com quem está falando, se é sobre amor
ou briga, se está feliz ou triste. Quando estamos falando, não é apenas nossa
voz que vai expressar, nosso corpo inteiro vai passar nossa expressão para o
outro. Se estamos discutindo com alguém, ficamos inquietos e tensos e, se
tomamos a dianteira nessa discussão, nosso corpo age como se também
estivesse no domínio do outro, ou muitas vezes tentamos demonstrar calma
para deixar o outro mais irritado ainda.
A linguagem sempre procura saídas para chegar ao mundo, para que
outros tomem conhecimento dela. Na voz ela encontrou uma dessas saídas,
que no mundo atual significa expressar muito de nós e que, por mais que
tentemos esconder nossas emoções, não conseguiremos. Mas por outro lado
quando se usa a voz profissionalmente essas emoções podem ser controladas
e inseridas de acordo com nossos interesses, como por exemplo, um ator
emprestando suas emoções para uma personagem, um dublado, e mesmo nos
noticiários quando o apresentador muitas vezes não pode deixar se influenciar
pela notícia que está sendo passada, não deixando as emoções serem
expressas.
O ser humano não possui nenhum aparelho destinado exclusivamente à
produção do som. Segundo Piccolatto(1992), a laringe aparece na escala
animal quando é necessário proteger o aparelho respiratório contra a entrada
de sólidos ou líquidos que pudessem causar asfixia.
XIII
A produção do som envolve vários órgãos que conjuntamente fazem,
como resultado, soar nossa voz. São eles: aparelho respiratório, a laringe, as
cavidades der ressonância e os articuladores.
É necessário um controle neurofisiológico bastante integrado para uma
produção vocal normal.
As pregas vocais devem estar
aduzidas na linha média,
mantendo um equilíbrio perfeito,
balanceado e simétrico da
musculatura adutora e abdutora.
Isto quer dizer que mecanismo de
abertura e fechamento devem
ocorrer em um tempo preciso,
com a adução no início da
produção de vogais e de fonemas
sonoros e a abdução na produção
de fonemas surdos.
Caso as pregas vocais realizem uma adução mais intensa, a corrente
aérea será obstruída e perceberemos uma qualidade vocal tensa e uma quebra
da sonoridade. Mas se a adução for incompleta, a voz apresentará uma
qualidade soprosa.BOMPET, R. & SARVAT,(1998).
Os músculos tiroaritenoideo (T. A.) e cricotireoideo (C.T.) devem estar
em perfeito estado, a fim de realizar a tensão exata à fonação.
XIV
A musculatura extrínseca da laringe também apresenta sua importância,
já que sem a mesma, a voz irá apresentar uma qualidade monótona, pois os
músculos extrínsecos são responsáveis pela elevação e depressão da laringe.
PINHO (1998).
A realização destes movimentos pode-se emitir sons graves e agudos,
dando prosódia e naturalidade à fala. Para toda a estrutura vibrar, não se pode
esquecer da função pulmonar, da pressão exata de ar necessária para que se
possa produzir uma voz mais forte ou mais fraca.
Com este tipo de descrição acima relata, basicamente, o funcionamento
muscular e aerodinâmico que ocorre em todo o sistema.
Um ponto que muitas vezes é esquecido é o que há por trás desta
estrutura para que ocorra uma produção tão perfeita? A resposta é um controle
muito refinado realizado pelo sistema nervoso central.
Caso este sistema não esteja trabalhando de forma precisa para enviar
os estímulos necessários para controlar a função de cada músculo, e até
mesmo no controle de substâncias químicas no organismo, as pregas vocais
podem aduzir muito cedo ou muito tarde e chegar até mesmo a não realizar o
fechamento adequado.
XV
Capitulo II
Diferentes Tipos de Transtornos Vocais
“A voz é a expressão do
momento emocional da
personalidade”.
XVI
TIPOS DE TRANSTORNOS
Algumas vezes, no entanto, a voz pode dar sinais de estar sofrendo
alguma alteração merecedora de cuidados e atenção. Vários desses sinais
servem como alerta: rouquidão; aspereza; emissão com muito esforço; cansaço
vocal; falhas na voz; perda da voz no final ou meio da frases; enfraquecimento
da voz; sensação de aperto na garganta; dor na garganta; respiração curta
enquanto fala; secura na garganta e pigarro constante.
Pessoas que apresentam mais de três desses sintomas, podem
apresentar um desequilíbrio na voz levando a um desgaste e redução no
rendimento vocal.
A maior parte dos distúrbios de fonação pode ser classificada como
funcional. Um distúrbio funcional, em geral, é uma alteração da voz. Usam-se e
abusamos mal a voz por tempo suficiente, ela pode produzir mudanças reais de
tecido na laringe.
2.1 - Distúrbios Vocais e Disfonias
Existem relações entre a saúde vocal, os distúrbios da voz (disfonias) e
as condições de trabalho. Segundo Behlau (1997) “Uma disfonia representa
qualquer dificuldade na emissão vocal que impeça a produção natural da voz”.
XVII
Essa dificuldade pode se
manifestar por meio de uma
série de alterações:
• Esforço à emissão da voz
• Dificuldade em manter a voz
• Cansaço ao falar
• Variações na freqüência habitual
• Rouquidão
• Falta de volume e projeção
• Perda da eficiência vocal
• Pouca resistência ao falar
Segundo a teoria de Boone (1991,p.76):
“A disfonia é, na verdade, apenas é um
sintoma presente em vários e diferentes
distúrbios, ora se manifestando como sintoma
secundário, ora como principal”.
O indivíduo que padece de um distúrbio vocal sofre limitações de ordens
física, emocional e profissional.
2.2 – A Síndrome de Burnout
Para Boone, “Burnout é a reação final do indivíduo em face das
experiências estressantes que se acumulam ao longo do tempo”.
XVIII
A ocorrência do estresse ocupacional tem sido observado em todas as
partes do mundo, como fator causal de mortalidade, morbidade e ruptura na
saúde mental e bem-estar dos trabalhadores.
O impacto dos fatores
estressantes sobre profissões que
requerem grau elevado de contato
com o público, recebe o nome de
Síndrome de Burnout. De origem
inglesa, este termo significa:
queimar, ferir, estar excitado,
ansioso.
Trata-se de uma resposta ao estresse emocional crônico, sentimentos relativos ao desempenho da profissão, representado por:
• Exaustão física e emocional (contrastes entre tensão e tédio)
• Diminuição da realização pessoal no trabalho (competência, sucesso,
esforços falhos, depressão).
• Despersonalização (distanciamento, separação, insensibilidade, cinismo).
• Envolvimento (pessoas, proximidade, atenção diferenciada).
As situações de estresse contribuem para as condições de mal-uso e abuso
da voz, que geram esforços e adaptações do aparelho fonador, deixando o
profissional mais propenso ao desenvolvimento de uma disfonia.
2.2.1 - As principais causas da Síndrome de Burnout:
• Excesso de trabalho
• Sobre esforço (que leva a estados de ansiedade e fadiga)
• Desmoralização e perda de ilusão
XIX
• Perda de vocação, decepção com superiores, etc.
2.2.2 - Principais sintomas da Síndrome de Burnout
a) Psicossomáticos: fadiga crônica, dor de cabeça, distúrbios do sono, úlceras
e problemas gástricos, dores musculares, perda de peso;
b) Comportamentais: faltam ao trabalho, vícios (fumo, álcool, drogas, café);
c) Emocionais: irritabilidade falta de concentração, distanciamento afetivo;
d) Relativos ao trabalho: menor capacidade, ações hostis, conflitos, etc.
2.3 - Tipos de Lesões
Os principais tipos de lesões orgânicas resultantes das disfonias
funcionais são: nódulos, pólipos e edemas das pregas vocais.
Estas três alterações da mucosa da prega vocal têm como característica
comum, o fato de representarem uma resposta inflamatória da túnica mucosa a
agentes agressivos, quer sejam de natureza externa, quer sejam decorrentes
do próprio comportamento vocal.
2.3.1 – Nódulos
Os nódulos resultam de: fatores anatômicos predisponentes (fendas
triangulares), personalidade (ansiedade, agressividade, perfeccionismo) e do
comportamento vocal inadequado (uso excessivo e abusivo da voz).
O tratamento dos nódulos é fonoterápico. A indicação cirúrgica, todavia,
pode ser feita quando os mesmos apresentam característica esbranquiçada,
dura e fibrosada, ou ainda quando existe dúvida diagnóstica.
XX
2.3.2 - Pólipos
São inflamações decorrentes de traumas em camadas mais profundas
da lâmina própria da laringe, de aparência vascularizada.
O tratamento é cirúrgico. A voz típica é rouca.
As causas podem ser: abuso da voz ou agentes irritantes, alergias, infecções agudas, etc. (Médicas Sul Ltda., 1999).
2.3.3 - Edemas das Pregas Vocais
Relacionam-se com o uso da voz. Normalmente são localizados e
agudos. O tratamento é medicamentoso ou através de repouso vocal.
Os edemas generalizados e bilaterais representam a laringite crônica,
denominada Edema de Reinke. É encontrada em pessoas expostas a fatores
irritantes externos, especialmente o tabagismo (fumo) e o elitismo, sendo o
mais importante fator associado ao uso excessivo e abusivo da voz.
Quando discretos, os edemas podem ser tratados com medicamentos e
fonoterapia, assegurando-se a eliminação de seu fator causal; quando
volumosos, necessitam de remoção cirúrgica, seguida de reabilitação
fonoaudiológica.
XXI
Capitulo III
Hábitos vocais
“A melhoria da voz ou a terapia vocal
não pode ser bem sucedida se os
pacientes continuam a abusar ou usar
mal suas vozes”
(Boone, 1991).
XXII
A VOZ PODE MELHORAR
Algumas vezes os problemas
referidos estão relacionados
apenas ao uso inadequado da
voz, a abuso vocal e,
principalmente, ao
desconhecimento do
profissional de como adequar o
seu potencial vocal à sua
atividade profissional.
3.1- Higiene Vocal
Para Mara Behlau (1997), Higiene Vocal define o termo como sendo
“algumas normas básicas que auxiliam a preservar a saúde vocal e a prevenir o
aparecimento de alterações se doenças".
XXIII
Esses são cuidados para poupar a laringe de esforços desnecessários
que muitas vezes são feitos e trazem prejuízo à voz e desconforto ao falante. A
higiene vocal deve ser seguida por adultos e crianças, mas principalmente por
profissionais que usam a voz como meio de trabalho.
Hidratação do organismo é fundamental. Beba de 7 a 8 copos de água
por dia, em temperatura ambiente. Pode ser substituído por suco cítrico natural
e não açucarado. O refrigerante, por conter grande quantidade de gases pode
prejudicar a movimentação do diafragma, por isso deve ser evitado.
Evite ambiente com ar condicionado, que resseca as mucosas. Neste
caso, intensifique a hidratação.
Não grite sem suporte respiratório. O grito deve ser sempre evitado, mas
em situações esporádicas em que ele é necessário (principalmente em certas
profissões), o indivíduo deve gritar com técnica: corpo ereto, inspirar
profundamente sentindo a expansão do abdome e das costelas e falar em forte
intensidade, com ataque vocal suave.
Ataque Vocal é o encontro das pregas vocais quando começamos a
falar uma palavra ou frase. Se o ataque vocal for brusco, o atrito entre as
pregas vocais será muito forte, podendo causar inchaço e nódulos. Assim, o
mais aconselhável é o ataque vocal suave.
Tossir ou pigarrear excessivamente provoca um atrito intenso nas pregas
vocais, podendo feri-las. Como mecanismo de proteção há um aumento do
muco para protegê-las do impacto, isso se torna um ciclo vicioso, pois a
secreção atrapalha a emissão vocal, forçando o indivíduo a pigarrear
novamente. O melhor é controlar a vontade de pigarrear, aumentar a
hidratação, fazer exercícios de vibração de língua. Quando for imprescindível
eliminar o pigarro, sugere-se a realização voluntária e precoce do fechamento
XXIV
glótico, como se estivesse realizando um esforço físico, seguido de uma
liberação repentina do fluxo de ar.
Utilizar tom grave ou agudo demais também é considerado um abuso. O
tom mais apropriado para a fala é o tom médio ou de uma a duas notas acima
deste. O tom levemente agudo, apesar de não ser natural é o que exige menos
esforço para ser produzido, Por isso é o ideal para profissionais que usam a voz
o dia todo.
Falar excessivamente durante quadros gripais ou crises alérgicas pode
causar danos irreversíveis, pois os tecidos que revestem a laringe estão
inchados e o atrito das pregas vocais durante a fala passa a ser uma forte
agressão. Deve-se falar o mínimo possível nessas ocasiões, e beber água em
abundância.
Praticar exercícios físicos falando pode gerar sobrecarga, pois durante o
esforço físico ocorre um aumento no fechamento das pregas vocais.
Fumar ou falar muito em ambientes de fumantes. O cigarro é altamente
irritante às mucosas do trato vocal, além de ressecá-las e dificultar sua
vibração.
Utilizar álcool em excesso. O álcool também é irritante às pregas vocais
e tem um efeito anestésico que mascara a dor de garganta, propiciando abusos
vocais.
Cantar ou falar abusivamente em período pré-menstrual não é
aconselhável, pois nesse período várias regiões do corpo sofrem inchaço,
inclusive as pregas vocais O uso de pílulas anticoncepcionais pode causar o
mesmo efeito.
XXV
Falar demasiadamente logicamente causa sobrecarga vocal. As pregas
vocais são músculos como qualquer outro, e também sofrem fatiga.
Falar muito após ingerir grandes quantidades de Aspirinas, calmantes ou
diuréticos. A Aspirina causa aumento da circulação sangüínea na periferia das
pregas vocais. Coma associação do atrito de uma prega contra a outra há um
aumento da fragilidade capilar. Os diuréticos e calmantes ressecam as
mucosas.
Cantar inadequada ou abusivamente e fazer parte de corais sem preparo
vocal. Cantar é um ótimo exercício laríngeo, mas o indivíduo precisa ter preparo
e técnicas vocais, caso contrário podem surgir sérios distúrbios orgânicos.
Alimentações com excesso de condimentos trazem azia, má digestão e
refluxo de secreções gástricas, que podem banhar as pregas vocais causando
irritações nas mesmas. A maçã e o salsão são recomendados, pois são
adstringentes, deixando a saliva mais fininha. Já os derivados do leite e
chocolate engrossam a saliva e dificultam a articulação das palavras e a
vibração das pregas vocais.
XXVI
CAPITULO IV
O Uso da Voz Profissional
“A tua voz fala amorosa....
Tão meiga fala que me esquece
Que é falsa a sua branda prosa.
Meu coração desentristece ““.
XXVII
(Fernando Pessoa)
VOZ
A voz do professor é vulnerável ao tempo e ao uso inadequado, sem
cuidados especiais, devendo ser tratada como voz profissional, as condições de
sua rotina de vida e trabalho, apresentam situações estressantes e fatores de
risco para a sua saúde vocal e geral.
4.1- Profissionais da voz
A voz é o instrumento de trabalho de aproximadamente 25% da
população economicamente ativa, que dela depende todos os dias para
alcançar o sucesso em suas ocupações.
4.1.1-Usuários da voz em diversas profissões
XXVIII
Os professores constituem um grupo que merece especial atenção, visto
que, apresenta uma intensa demanda vocal, além de estarem expostos,
constantemente, a situações de estresse físico e mental. Para esses
profissionais, a voz é um dos principais recursos de trabalho.
Destaca - se o cantor, o ator, o advogado, o político, o jornalista, o
radialista, o vendedor, o professor, entre outros tantos.O cantor com um
soberbo controle do seu instrumento vocal proporciona grande prazer ao
ouvinte. A voz do ator, ressonante e cheia de significado, pode, acrescentar
significativamente a mensagem e a intensidade da emoção, podendo se fazer
mais atraente para o ouvinte do que as próprias palavras articuladas. O político
e o advogado com sua oratória eloqüente transmitem credibilidade e segurança,
expressando com sua voz a capacidade de persuasão.
4.1.2-Desgaste vocal
Uma voz saudável é aquela que atende plenamente as necessidades
profissionais e/ou pessoais do falante e se mantém sem dificuldades no
decorrer da vida. A voz recebida pelo ouvinte deve transmitir a intenção do
falante e ser ao mesmo tempo clara e limpa a fim de fazer da comunicação uma
situação agradável.
O sujeito que faz uso da voz profissionalmente precisa ter um bom
conhecimento da sua voz e, ficar atento ao perceber que algo não vai bem. A
voz muda com o passar dos anos, e o profissional fazendo o uso demasiado da
voz, sofre um desgaste maior das estruturas relacionadas com a fonação.
Necessita estar informado de como é sua voz e o que é possível fazer para
aprimorá-la. Deve cuidar da estética vocal, prevenir problemas vocais, estar
atento para o que faz mal e o que faz bem para voz e, principalmente manter
XXIX
exercícios vocais, o que vai lhe propiciar um maior tempo de uso da voz
profissional.
Os professores são os mais visados quando se fala de desgaste vocal,
com sua carga horária excessiva, as salas super lotadas ou com pouca acústica
e como já foi abordado o uso inadequado da voz, faz com que os profissionais
abandonem suas salas de aula ocorrendo aposentadoria por invalidez ou
substituição de função, prejudicando o profissional.
4.2- A importância do fonoaudiólogo estar inserido nos cursos
de graduação.
Todo comunicador sabe que precisa contar com sua voz para ter um
bom desempenho de sua profissão. Entretanto, para alguns profissionais, essa
conscientização somente acontece quando percebem que a voz está com
algum problema. Queixas de cansaço para falar, falhas na voz e rouquidão
após o uso profissional da voz são comumente relatadas. Os cantores
apresentam queixas relacionadas ao canto, não conseguem mais alcançar as
notas agudas e referem que a voz perdeu o vigor. O ator de teatro manifesta
que a sua performance está comprometida. A voz não apresenta a mesma
plasticidade para responder a formação do personagem. O ator empresta a sua
voz ao personagem, necessita ter um grande preparo vocal, pois é um imitador,
conseqüentemente, sua integridade vocal é essencial. O advogado relata que
sua voz não está coerente com seu discurso, está fraca e instável, não sendo
possível sustentar um debate.
Algumas vezes os problemas referidos estão relacionados apenas ao
uso inadequado da voz, a abuso vocal e, principalmente, ao desconhecimento
do profissional de como adequar o seu potencial vocal à sua atividade
XXX
profissional. Devido a todas estas informações, faz-se necessário à inclusão do
profissional de fonoaudiologia nos cursos que precisam basicamente da voz, ou
seja, colocando em sua grade curricular uma disciplina que venha estar
esclarecendo aos profissionais como utilizar sua voz, sendo beneficiados no
decorrer da sua vida.
Existem vários cursos que formam profissionais que vão precisar da voz,
mas vou destacar dois cursos que precisam basicamente da voz, é o de
docência do ensino superior e o de direito. O curso de docência do ensino
superior forma profissionais que vão estar atuando diretamente em sala de
aula, este grupo são de profissionais de áreas diversificadas, que ao termino do
curso irão estar atuando em sala de outras universidades, por isso a
importância de uma disciplina neste curso, já que nele temos profissionais da
tecnologia, humanas, saúde, administração, etc. E o curso de direito, que todo
tempo vem utilizando da voz nas suas atividades diárias de advocacia.
Não só estes, mas como outros profissionais não tem conhecimento de
como a voz acontece, quais recursos de ressonância, respiração, inflexão vocal
e plasticidade vocal poderiam ser realizadas para melhorar a performance vocal
nas suas atividades.
Por este motivo à importância das universidades oferecer em seus
cursos que envolvam a comunicação como disciplina que aborde a importância
do uso da voz adequadamente para que no futuro seus profissionais não
venham ser prejudicados e afastados do seu trabalho causando um prejuízo
maior para todos.
XXXI
Contudo que foi abordado neste estudo ainda tem a carga horária que é
grande, o ambiente de trabalho não é favorável, prejudicando cada vez o
profissional que precisa da voz para trabalhar.
CONCLUSÃO
Vivemos numa busca incessante de melhorar o perfil dos profissionais da
área de comunicação no que se refere na voz destes profissionais que a
utilizam algumas vezes de forma tão errônea. E é por este motivo que a
pesquisa foi realizada encima destes profissionais enfocando primeiramente o
seu aparelho fonador de forma ampla, passamos para tipos de transtornos que
vem prejudicando o bom desempenho desses profissionais, hábitos que são
XXXII
utilizados que muitas vezes não damos conta como são agressivos a voz e
finalmente chegamos nos profissionais que usam a voz como instrumento de
trabalho e que por falta de conhecimento vem prejudicando a sua saúde vocal
porque muitas vezes desconhecem a melhor forma de utiliza-la e protege-la.
E nesta pequena amostra de pesquisa, venho estar defendendo dentro
das universidades, especificamente dentro das grades curriculares dos cursos
que são voltados para os profissionais que vão utilizar a voz, uma disciplina que
venha estar esclarecendo as duvidas, os abusos vocais, a forma adequada
para estar utilizando a voz em todos os seus aspectos, em fim, alertar as
pessoas que, sem a voz elas estão fora do mercado de trabalho.
Contudo que foi abordado, a pesquisa não acaba aqui, este é somente
um ponto de partida para outros saberes e descobertas que virão.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
BEHLAU, M. & PONTES, P. - Avaliação e tratamento das disfonias. São Paulo, Lovise, 1995. BEHLAU, M. & PONTES, P. - In: Ferreira, L. P. Um pouco de nós sobre voz, São Paulo, Pró-Fono, 1992, p.61-86. BEHLAU, M; REHDER, M.I. – Higiene Vocal para o canto Coral. Rio de Janeiro, Livraria e Editora Reinverter Ltda., 1997. 44p. BEHLAU. M.S., Laringologia e Voz Hoje - Temas do IV Congresso Brasileiro de Laringologia e Voz, Rio de Janeiro, Revinter Ltda, 1998. P. 345-7.
XXXIII
BOMPET, R. & SARVAT, M.A. – Importância do trabalho integrado na área de voz. In. Pinho, S.M.R. Fundamentos em Fonoaudiologia R.J. Guanabara Koogan, 1998. P.44-8. BOONE, D.R. & Mc FARLANE, S.C. - A voz e a terapia vocal. 5 ed. Porto Alegre, Artes Médicas, 1994. BOONE, DANIEL R. – Sua voz está traindo você?. Porto Alegre, Artes Médicas, 1996. 197p. BOONE, R.D; PLANTE, E. – Comunicação Humana e seus distúrbios. Porto Alegre, Artes Médicas, 1994. 402p. BRANDI, E.S.M- Educação da voz falada.3º edição, Rio de janeiro, Livraria Atheneu 1988. COLTON, R.H. CASPER, J.K. – Compreendendo os problemas de voz.Porto Alegre, Artes Médicas, 1996. 386p. GREENE, M.C.L. – Distúrbios da voz. São Paulo, Manole Ltda., 1989. P.64- 5p. HUCHE, FRANÇOIS LE & ALLALI, ANDRÉ. – A Voz. Porto Alegre, Artes Médicas Sul Ltda., 1999. 274p. MENALDI, J. – La voz normal. capítulo 5, Buenos Aires, Médica Panamericana, 1992.p. 182-4. PINHO, S. M. R. – Fundamentos em Fonoaudiologia, PARTE I, Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1998. 128p. PICCOLATTO, l. - A avaliação da voz: O sentido poderia ser outro? 1° edição. São Paulo Pró Fono Divisão Editorial. 1992
XXXIV
BIBLIOGRAFIA CITADA
1. BOONE, R.D. PLANTE, E. – Comunicação Humana e seus distúrbios. Porto Alegre, Artes Médicas, 1991. 402p.
2. BRANDI, E.S. M- Educação da voz falada.3º edição, Rio de janeiro,
Livraria Atheneu 1988. 3. PICCOLATTO, l. - A avaliação da voz: O sentido poderia ser outro? 1° edição. São Paulo Pró Fono Divisão Editorial. 1992. 4. BOMPET, R. & SARVAT, M.A. – Importância do trabalho integrado na área
de voz. In. Pinho, S.M.R. Fundamentos em Fonoaudiologia R.J. Guanabara Koogan, 1998. P.44-8.
XXXV
5. PINHO, S. M. R. – Fundamentos em Fonoaudiologia, PARTE I, Rio de
Janeiro, Guanabara Koogan, 1998. 128p. 6. BEHLAU, M. REHDER, M.I. – Higiene Vocal para o canto Coral. Rio de
Janeiro, Livraria e Editora Reinverter Ltda., 1997. 44p. 7. BOONE, D.R. & Mc FARLANE, S.C. - A voz e a terapia vocal. 5 ed. Porto
Alegre, Artes Médicas, 1994. 8. HUCHE, FRANÇOIS LE & ALLALI, ANDRÉ. – A Voz. Porto Alegre, Artes
Médicas Sul Ltda., 1999. 274p. 9. BOONE, DANIEL R. – Sua voz está traindo você?. Porto Alegre, Artes
Médicas, 1996. 197p. 10. BOONE, R.D. PLANTE, E. – Comunicação Humana e seus distúrbios.
Porto Alegre, Artes Médicas, 1991. 402p.
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I 10
APARELHO FONADOR 10
PRODUÇÃO DO SOM 11
1.1- Voz e Linguagem 11
XXXVI
CAPITULO II 15
DIFERENTES TIPOS DE TRANSTORNOS VOCAIS 15
TIPOS DE TRANSTORNOS
16 2.1 - Distúrbios Vocais e Disfonias 16
2.2 - A Síndrome de Burnout 17
2.2.1 - As principais causas da Síndrome de Burnot 18
2.2.2 - Principais sintomas da Síndrome de Burnout 18
2.3 - Tipos de Lesões 19
2.3.1 – Nódulos 19
2.3.2 – Pólipos 19
2.3.3 - Edemas das Pregas Vocais 20
CAPITULO III 21
HÁBITOS VOCAIS 21
A VOZ PODE MELHORAR 22 3.1- Higiene Vocal 22
CAPITULO IV 26
O USO DA VOZ PROFISSIONAL 26
VOZ 27
4.1- Profissionais da voz 27
4.1.1-Usuários da voz em diversas profissões 4.1.2-Desgaste vocal
4.2- A importância do fonoaudiólogo estar inserido nos cursos de graduação.
CONCLUSÃO 31
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 32
BIBLIOGRAFIA CITADA 34
ÍNDICE 35
XXXVII
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes
Título da Monografia: O Uso da voz Profissional no Ensino Superior
Autor: Patrícia de Souza Riscado Werneck
Data da entrega: 24/07/04
Avaliado por: Conceito:
Avaliado por: Conceito:
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Conceito Final: