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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA E O PAPEL DA MOTIVAÇÃO NAS ESCOLAS Por: Danielle de Almeida Vianna Orientador Prof. Mario Luiz Rio de Janeiro 2012

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO … · À Deus, primeiramente, pois sem ele esta minha trajetória não seria possível; ao meu esposo Fernando, por entender as ... uso

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA E O PAPEL DA MOTIVAÇÃO NAS

ESCOLAS

Por: Danielle de Almeida Vianna

Orientador

Prof. Mario Luiz

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

A IMPORTÂNCIA DA LIDERANÇA E O PAPEL DA MOTIVAÇÃO NAS

ESCOLAS

Apresentação de monografia à Universidade Candido

Mendes como requisito parcial para obtenção do grau

de especialista em Gestão Empresarial

Por: Danielle de Almeida Vianna

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AGRADECIMENTOS

À Deus, primeiramente, pois sem ele esta

minha trajetória não seria possível; ao

meu esposo Fernando, por entender as

minhas ausências; aos meus amigos-

irmãos Aline e Luis, por contribuírem com

o meu crescimento erudito, através de

nossas insaciáveis discussões e,

finalmente ao pessoal da Biblioteca

Nacional por me aturarem por todo este

tempo em que conduzi a minha pesquisa.

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DEDICATÓRIA

À minha mãe, pessoa iluminada, que antes

de partir, fez o possível e o impossível para

me ver feliz e se hoje cumpro parte desta

trajetória, devo tudo a ela. Carregarei comigo

esta saudade até o dia em que nos

encontrarmos...

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RESUMO

O presente trabalho busca analisar a importância de uma boa liderança e

motivação na gestão de uma escola, vista não somente como um espaço de

produção e divulgação de saber, mas também como uma empresa que precisa ser

muito bem gerida, onde há prestação de serviço.

Nosso questionamento principal é até que ponto uma educação de má

qualidade constitui uma consequência da desmotivação dos profissionais e, por

conseguinte a execução de um plano de ação permitirá que mude o status quo da

instituição?

O objetivo do presente trabalho é buscar conhecer algumas teorias a

respeito do que significa ser uma boa liderança, dos processos e das demandas

motivacionais. Ao mesmo tempo, buscar compreender quais são estas demandas

num ambiente escolar, o que atenderia às diversas reclamações dos funcionários,

mais especificamente professores, se tais reivindicações possuem fundamento e

enfim, aplicar um plano de ação.

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METODOLOGIA

Procuramos tecer a construção deste trabalho, primeiramente a partir de

fontes secundárias – submetidas à posterior interpretação – encontradas

principalmente na Biblioteca Nacional, instituição esta que possui um vastíssimo

acervo e que será de importante contribuição para a execução deste trabalho.

Assim sendo, utilizaremos a hermenêutica de forma a exercer uma maior

imparcialidade em nosso estudo, a fim de torná-lo o mais cientifico possível, como

já apontamos. De acordo com José D’Assunção Barros1, um texto (discurso) pode

ser analisado sob três dimensões: o intratexto (aspectos internos do texto); o

intertexto (relacionamento do texto com outros textos); e Contexto (a relação do

texto com a realidade em que foi produzido).

Duas obras de suma importância para a construção do nosso trabalho são

Motivação e Motivação nas organizações, ambas de Cecília Bergamini, por tecer

uma análise profunda a respeito da complexidade e sutileza do comportamento

organizacional.

Em Motivação no trabalho, Tomás de Vilanova Monteiro Lopes, traça um

panorama acerca das diversas teorias no que tange a administração no trabalho e

o processo motivacional.

Já Saul Neves Jesus, nos é de grande valia por discutir e esclarecer

aspectos da profissão docente e por aliar rigor e seriedade da investigação

científica, objetivando atuar na baixa motivação dos professores e prevenir o mal-

estar docente. Embora seu objeto de estudo seja os professores portugueses,

muito nos auxilia, considerando as devidas especificidades culturais.

_______________________________ 1 Para maiores esclarecimentos ver: BARROS, José D’Assunção. O campo da história – especialidades e abordagens. Petrópolis: Vozes, 2004. Páginas 136 e 137.

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Desta forma, estes, serão os principais norteadores da construção de

nossa análise, porém não serão os únicos e ao decorrer do texto, buscaremos

dialogá-los com outras obras a fim de melhor embasar nossas ideias e afirmações.

A aplicação de um plano de ação que permita modificar o status quo,

buscando um ambiente de trabalho prazeroso e incentivador. Porém, antes de

qualquer aplicabilidade, se faz necessário entender quais são as demandas

destes profissionais através de uma avaliação de desempenho individual do

funcionário, com o objetivo de colher informações.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I - ENTENDENDO A MOTIVAÇÃO E A IMPORTÂNCIA DA

LIDERANÇA EM PROL DA PRÁXIS 12

CAPÍTULO II - O PAPEL DA ESCOLA E O OFÍCIO DO EDUCADOR 22

CAPÍTULO III – MOTIVANDO OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO: UM FATOR

POSSÍVEL 31

CONCLUSÃO 42

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 44

SITES DA WEB 48

ANEXOS 49

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INTRODUÇÃO

Sabemos que nos dias atuais, a motivação no trabalho configura-se como

um grande desafio dentro das empresas. Por outro lado, percebemos uma ênfase

na importância e valorização ao material humano e este, em geral, encontra-se

mais consciente de seus direitos, buscando maior qualidade de vida.

Embora se dê importância à questão da motivação em muitas

organizações, pouco se faz a respeito, o que gera uma atmosfera de desânimo e

desmotivação no ambiente de trabalho. Os efeitos da desmotivação podem vir a

gerar transtornos tanto para o trabalhador quanto para a empresa. Para esta, há

perda na produtividade e uma redução na qualidade do serviço prestado. Já para

os trabalhadores, há desgaste físico e/ou mental, falta de comprometimento.

Os processos envolvidos no dia-a-dia de uma organização que busca

eficácia e eficiência requerem um comportamento participativo e motivado por

parte das pessoas que fazem parte da empresa. O indivíduo motivado direciona

mais tempo à atividade para a qual está motivado, aperfeiçoando seu

desempenho. Podemos estimar quão motivado está o indivíduo através da

observação do seu comportamento.

O grande desafio das organizações é saber não só como manter o

indivíduo motivado, mas, sobretudo, satisfeito e uma das ferramentas acessíveis

aos líderes é agir sobre os fatores externos, evitando que possam ocorrer fatores

que tornem o indivíduo desmotivado.

Podemos definir a motivação como uma automotivação movida pela

necessidade, portanto, é de natureza intrínseca. Ela nasce das necessidades

humanas e não do que satisfaz tal necessidade. Porém, fatores externos podem

afetar o grau de motivação do indivíduo.

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Atualmente, a escola ocupa um espaço deveras importante, representando

papel significativo na preservação da ordem social, na perpetuação dos valores

culturais e na preparação para o desenvolvimento do indivíduo.

Num ambiente educacional, acreditamos que professores desmotivados

não exercem seu trabalho de forma a contribuir para a propagação de um bom

processo ensino-aprendizagem, pois este constitui sua última preocupação,

comprometendo assim a função sócio-política-cultural da escola. Contudo,

buscamos modificar tal quadro através da implementação de práticas

motivacionais.

No caso da escola, tal ocorrência compromete principalmente um dos

pilares mais importantes para a educação – a relação interpessoal, a fluência de

um clima emocional positivo, interferindo, portanto, no processo educacional.

Cada vez mais ouvimos e vemos professores questionando salários, benefícios, a

falta de respeito por parte dos alunos e de seus pais, falta de infraestrutura para o

trabalho, falta de reconhecimento por parte de seus superiores, entre outros.

Sendo assim, justificamos a relevância do presente trabalho, na medida em que

ao entendermos tal problemática, nos seja permitido senão sanar, ao menos

contribuir para as políticas e práticas motivacionais num ambiente escolar.

No primeiro capítulo – de cunho contextual - a fim de nos intimidarmos com

tema, enfocaremos a história da motivação, bem como as diversas teorias acerca

do tema. Não deixaremos de abordar a questão da liderança, como esta é

discutida nos dias atuais e as qualidades que um líder deve acumular para exercer

se trabalho de forma plena.

No segundo capítulo traçaremos uma análise acerca do ambiente escolar, a

práxis educacional e a forma como o material humano é utilizado na escola.

Finalmente, no terceiro capítulo discutiremos o cerne do nosso trabalho que

é como um bom exemplo de liderança e incentivos motivacionais podem modificar

a realidade empresarial, sobretudo no que diz respeito ao plano educacional,

contribuindo para a propagação de uma educação libertadora e transformadora da

sociedade, tal qual pregava Paulo Freire.

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Assim sendo, buscaremos um olhar o mais científico possível, procurando

não tecer nenhum juízo de valor, a fim de explicitarmos tal problema, apontando

suas implicações e os possíveis caminhos que possam orientar os

administradores a lidar com o profissional desmotivado.

Destarte, acreditamos que o presente trabalho possa orientar líderes

educacionais na construção de uma boa relação com seus colaboradores,

motivando-os quando a realidade é contrária, em prol de vê-los motivados e

integrados de forma a atingir o máximo da produtividade e consequentemente na

difusão de uma educação de qualidade.

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CAPÍTULO I

ENTENDENDO A MOTIVAÇÃO E A IMPORTANCIA DA

LIDERANÇA EM PROL DA PRÁXIS

“Alguma coisa incendiou-se em minh’alma

Febre ou asas esquecidas

E segui meu próprio caminho

Decifrando aquele fogo ardente

(Pablo Neruda)

1.1 Motivação: um breve histórico

Não só o mundo, mas as empresas vivem a era da mudança e o grande

desafio é saber como dominá-la. Espera-se de um bom líder, que ele possa

vencer tais processos de mudança, apesar das condições adversas. De acordo

com Chiavenato:

“ O mundo está mudando com uma rapidez incrível. E com

intensidade cada vez maior. A mudança sempre existiu na

história da humanidade, mas não com o volume e a rapidez

com que ocorre hoje. Vários fatores contribuem para isto: as

mudanças econômicas, tecnológicas, sociais, culturais,

legais, politicas, demográficas e ecológicas que atuam de

forma conjugada e sistêmica num campo de forças que

produz resultados inimagináveis, trazendo a imprevisibilidade

e a incerteza para as organizações” ( CHIAVENATO, 1999 p.

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A era industrial cedeu lugar à era da informação, caracterizada pelos

intangíveis – riquezas que envolvem o intelecto e a capacidade para reunir,

analisar, transmitir e sintetizar informações ( SONNENBERG, 1994 ).

As mais recentes tecnologias de informática e comunicação delinearam

uma realidade na qual, muitos trabalhadores veem-se eliminados diariamente do

processo econômico ativo e com isto, as pessoas precisam comprovar seu valor

pessoal. “Não há dúvida que o tipo de vínculo que as pessoas mantêm com suas

organizações, bem como aquele que estas organizações estabelecem com o

mundo de forma mais ampla, esteja sendo delineado de maneira muito diferente

do que foi há uma década” (BERGAMINI, 2006, p. 13).

Observa-se que os funcionários de uma empresa estão cada vez menos

preocupados com o sucesso da organização a qual pertencem do que com suas

vontades e anseios. Neste sentido, “o fator principal na eficácia de toda ação

individual é a motivação e no ambiente de trabalho este fator assume importância

crucial” (BERGAMINI, 200, p. 13).

Antes da Revolução industrial, a principal maneira de motivar consistia no

uso de punições – física, psicológica e social - criando um ambiente onde o medo

predominava.

Com a industrialização maciça, surgiu a necessidade de produção em larga

escala, e esta preocupação com a produtividade, exigiu novas maneiras de

uniformizar as atividades, impactando na relação com o indivíduo nas fábricas,

que passaram a ser recompensados financeiramente, e consequentemente,

induzidos a trabalhar mais rápido e melhor. Bergamini corrobora nossa afirmação:

“Passou-se a exigir que o papel a ser desempenhado pelos

gerentes e administradores fosse o de encontrar pessoas

mais adequadas, mas também treina-las no uso de

ferramentas e métodos mais produtivos” (BERGAMINI, 2006

p. 19)

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A partir do pensamento de Taylor, em 1911, passou-se a defender o

controle sobre os subalternos para que estes conseguissem atingir altos níveis de

produtividade, racionalizando a produção e economizando tempo. “As operações

de trabalho foram se tornando cada vez mais simples e rotinizadas, começando,

em especial pelo fracionamento dos cargos nas linhas de montagem”

(BERGAMINI, 1993, p. 20). De acordo com Chiavenato:

“Para Taylor, o operário não tem capacidade, nem formação,

nem meios para analisar cientificamente seu trabalho e

estabelecer racionalmente qual o método ou processo mais

eficiente. Porém, com a administração científica ocorre uma

repartição de responsabilidades: a administração (gerência)

fica com o planejamento (estudo minucioso do trabalho do

operário e o estabelecimento do método de trabalho) e a

supervisão (assistência contínua ao trabalhador durante a

produção e o trabalhador fica com a execução do trabalho,

pura e simplesmente)” (CHIAVENATO, 2006)

A partir do século XX, com o surgimento do capitalismo à grande crise

econômica dos anos trinta, começou-se a questionar a racionalidade Taylorista na

organização do trabalho e os indivíduos passaram a reformular suas crenças a

respeito do papel que o trabalho desempenhava em suas vidas. Existe uma

tendência natural na qual o individuo se torna consciente de cada uma delas (atos

de sentimentos de proteção e segurança, atos de pertencer, estima, e no final

autorrealização), motivados por eles em ordem decrescente. (MASLOW apud

MONTANA, 1999, p. 228) .

Começa-se a identificar – através da teoria de Maslow - que a motivação

para a realização de qualquer atividade, se dá pelo fato de que o indivíduo tem

consciência de todos os sentimentos relativos às necessidades dos seres

humanos, atingindo seu grau de motivação, conforme o momento de sua vida.

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Concomitantemente, surgem diversas teorias que discutem e explicam a

questão da motivação e os líderes devem ter conhecimento destas, pois precisam

entender os colaboradores que estão alocados na organização, levando em

consideração o contexto, as razões de seus comportamentos, e qual a melhor

maneira de motiva-los para serem mais produtivos e entenderem o apelo da

organização.

1.2 Motivação: conceitos e teorias

Em razão do destaque que este assunto levou na literatura administrativa,

existem várias conceituações e aplicações da motivação no ambiente de trabalho,

O conceito mais comum é que “a palavra motivação deriva do latim motivus,

movere, que significa mover. O seu sentido original fundamenta-se no processo no

qual o comportamento é motivado, estimulado ou energizado por algum motivo ou

razão” (MAXIMINIANO, 2004 p. 14).

Um motivo é o estado interno que dá energia, torna ativo, move e dirige a

pessoa, canalizando o comportamento em direção a objetivos. (BERELSON e

STEIN, 1964)

A motivação seria a mola propulsora que contribui para a realização de um

determinado desejo, sendo o motivo e a emoção o segredo do entusiasmo na

realização de um determinado objetivo. Neste sentido corroboramos com

Bergamini:

A motivação é um aspecto intrínseco às pessoas, pois

ninguém pode motivar ninguém. A mesma passa a ser

entendida como fenômeno comportamental único e natural e

vem da importância que cada um dá ao seu trabalho, do

significado que é atribuído a cada atividade desse trabalho e

que cada pessoa busca o seu próprio referencial de

autoestima e auto-identidade. (BERGAMINI, 1997, p. 54)

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Já para Montana, a motivação é o “processo de estimular o indivíduo para

que tome ações que irão preencher uma necessidade ou realizar uma meta

desejada” (MONTANA, 1999, p. 203).

Para (FARIA, 1982, p. 101) “o homem é um animal permanentemente

insatisfeito, lutando sempre para conseguir algo mais que julga imprescindível à

sua satisfação”. Sendo assim, o homem está sempre em busca do “algo mais”

conforme suas necessidades vão sendo satisfeitas e a motivação, neste sentido,

precisa ser estimulada “a fim de liberar todo o potencial das pessoas que

compõem a organização e em consequência, maximizar a eficácia destas”

(BERGAMINI, 2006)

Portanto, entendemos que motivação é de caráter pessoal e o ser humano

precisa de algo que o motive para agir em busca de um determinado objetivo,

porém, por envolver seres humanos e o seu comportamento, personalidade,

predisposições e emoções, torna-se muito complexa a explicação da motivação e

deve-se ter muito cuidado para não nos deixarmos levar por reducionismos.

Pois conforme afirma Chiavenato (1995) as necessidades não só variam de

indivíduo - produzindo diversos padrões de comportamentos e diversas

capacidade de atingir um determinado objetivo – como variam no mesmo indivíduo

conforme o tempo.

Além da teoria científica de Taylor – que enfatizava a questão monetária, no

século XX também surgiram as teorias Clássica (1906) e burocrática (1909). O

precursor da primeira foi Henri Fayol, que enfatizava a necessidade de manter a

autoridade e hierarquias bem definidas. Já na abordagem burocrática, Max Weber,

seu maior precursor, achava que a burocracia era a forma mais eficiente de

administração “porque operava em uma base hierárquica comumente aceita sem

estar sujeita a caprichos pessoais e com o aval de especialistas” (KWASNICKA,

2003).

Estas teorias sofreram muitas críticas, pois se verificou que embora o

dinheiro fosse importante, não era a único fator motivacional do trabalhador,

surgindo assim a Teoria das Relações humanas, de considerável influência no

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problema da motivação no trabalho, que passou a ser uma questão social e não

mais monetária, como se pensava (LOPES, 1980).

A teoria das relações humanas baseou-se em grande parte nos

experimentos de Elton Mayo que estudou as variações do ambiente de trabalho

sobre a produtividade na fábrica da Western Eletric Company . Fundamentada no

principio de que a remuneração não era o fator crucial para manter os

empregados motivados e sim a manutenção da moral, sendo de suma importância

manter um ambiente agradável nas organizações. Este estudo ficou conhecido

como efeito “Hawthorne”. Pois:

Os especialistas em produtividade “sabiam”, na época, que a

melhor forma de aumentar a produção seria encontrar a

medida ideal de luminosidade, temperatura, ventilação e a

altura da bancada de produção, entre outras condições

ambientais, e estimular as pessoas por meio da

remuneração. Assim formaram na Western Eletric um grupo

experimental para o qual seriam melhoradas as

condições de trabalho e, ao mesmo tempo, um grupo

de controle, para o qual essas condições seriam mantidas

inalteradas. (LACOMBE E HEILBORN, 2003 p. 318).

Para Chiavenato (2000), o administrador deve primar por um bom clima

organizacional em que as pessoas acreditem em si mesmas e tenha motivação

suficiente para produzir e, neste sentido, o trabalho repetitivo faz com que ocorra a

queda da produtividade, por diminuir a satisfação e a eficiência.

Outra teoria igualmente importante no campo da motivação é a teoria da

hierarquia das necessidades de Maslow, onde afirma que as necessidades

humanas estão organizadas e dispostas em níveis, numa hierarquia de

importâncias e influências. Tal hierarquia é representada por uma pirâmide, cuja

base está no patamar das necessidades mais baixas (fisiológicas) e no topo da

pirâmide, está as mais elevadas (conquistas pessoais) (VER ANEXO I). Maslow

(2000, p. 15) complementa que “as necessidades vão se tornando mais

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sofisticadas à medida em que mudamos de nível”. Segundo ele, também o

indivíduo pode descer e subir de hierarquia de acordo com a necessidade do

momento.

Uma das críticas feita a esta teoria é que além de não ter sofrido

“praticamente nenhuma comprovação que testasse sua validade na prática”

(BERGAMINI, 2006), ela desconsidera o fato de que as necessidades variam de

cultura (VERGARA, 2006). Para KWASNICKA (2003), “nenhuma necessidade é

sempre totalmente satisfeita; além disso, as necessidades de nível mais baixo

terão sempre influência no comportamento”.

Na teoria ERC de Alderfer, reduziu-se a pirâmide de Maslow a três níveis

de necessidades de motivação: necessidade de existência, de relacionamento e

de crescimento e se diferencia da teoria de Maslow quanto à flexibilidade existente

nas escalas, ou seja, pode haver migração de uma para outra sem que a anterior

tenha sido satisfeita.

A teoria dos dois fatores, ou seja, dos fatores motivacionais e higiênicos de

Herzberg e para ele, estes dois fatores explicam o comportamento das pessoas no

trabalho.

Fatores higiênicos referem-se às condições que rodeiam a pessoa

enquanto trabalha e são extrínsecos a ela. Tais fatores, quando presentes, deixam

de causar insatisfação, mas não garantem que as pessoas ficarão satisfeitas. No

entanto, se ausentes, são capazes de causar insatisfação e segundo Bergamini :

“É bom que se diga, logo de início, que fatores extrínsecos

ao trabalhador tais como salario, segurança, politicas

organizacionais, relacionamento interpessoal, condições do

ambiente de trabalho, fazem apenas com que as pessoas se

movimentem para busca-los, ou se disponham a lutar por

eles quando os perderam. Não é sua presença que motiva”.

(BERGAMINI, 2006 p. 84).

A expressão higiene serve para identificar seu caráter preventivo e mostrar

que se destinam a evitar fontes de insatisfação. Assim sendo, ninguém trabalha

com mais esmero porque a empresa decide incluir como benefício o plano de

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saúde, porém, há necessidade deste, uma vez que o trabalhador precisa estar

mais saudável e a falta de saúde é um fator desmotivador. Para Chiavenato

(1995) também podem ser destacados: condições de trabalho e conforto; políticas

da organização e administração; relação com os superiores; salários; segurança

no cargo; benefícios sociais e modelos de gestão.

Já os fatores motivacionais são intrínsecos e referem-se aos sentimentos

de autorrealização e reconhecimento, ao conteúdo do cargo, tarefas e aos

deveres relacionados com o cargo em si e segundo Chiavenato (1995) também

envolve sentimentos de realização, de crescimento e de reconhecimento

profissional, manifestados por meio de exercícios das tarefas e atividades que

oferecem suficiente desafio e significado para o trabalho.

Sendo assim, os fatores motivacionais têm um aporte direto na influência da

qualidade de vida das pessoas, e consequentemente na qualidade dos

produtos e serviços oferecidos pelas mesmas, colaborando para que haja

qualidade das organizações. O colaborador motivado além de trabalhar com

excelência, ainda produz um clima de trabalho em que as pessoas se sentem bem

e há interação social na equipe.

Podemos observar como algo comum as três ultimas teorias, a

autorrealização e a satisfação pessoal como metas importantes para manter o

empregado motivado.

Neste processo, o líder possui papel fundamental, pois sua conduta estará

implicitamente ligada à questão da motivação. Assim sendo:

"Um líder motiva sim, deve motivar. (...) É obrigação do líder,

fazer aflorar em seu colaborador os motivos que ele tem para

agir, que estão lá dentro dele, mas adormecidos. E isto não é

no geral, é no particular, é um a um. Pessoas não são iguais,

têm motivos diferentes. (...) Manter um empregado motivado

é uma MISSÃO DIÁRIA, do empresário ou do líder e o

resultado de vários fatores. Manter o empregado motivado,

vestindo a camisa da empresa requer conhecimentos de

LIDERANÇA do empresário (ou do líder), dar o exemplo –

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fazer o que fala ser educado, gentil, cortês, cordial, empático

sem ser piegas ou falso". (CARVALHO, consultado em

12/06/12.)

1.3 O papel do líder na questão motivacional

Um líder motivado e motivador é fundamental na organização. Seu papel é

de extrema importância e sua função é estratégica, para que os objetivos

organizacionais sejam atingidos. Assumir um cargo de liderança, não é tarefa fácil;

exige muita competência e muita dedicação, pois as pressões por resultados são

grandes, e para atingir esse resultado, depende-se dos componentes da equipe.

Um dos conceitos de liderança é a capacidade de influenciar um grupo em

direção ao alcance de um objetivo. E Robbins complementa:

“A origem desta influência pode ser formal, como a conferida

a um alto cargo na organização, ou não. A liderança não

sancionada é aquela capacidade de influenciar os outros que

emerge fora da estrutura formal da organização é geralmente

tão importante quanto à influência formal, ou até mais

(ROBBINS, 2000, p 168).

E mais:

(...) apesar da escala e extensão da ação do líder poder

variar de um contexto ao outro, de acordo com a tradição

cultural, religião, costumes, problemas sociais e econômicos

específicos de sua região, forte ênfase deve ser colocada

nas tecnologias de comunicação e habilidades motivacionais

e organizacionais dos futuros líderes, para capacitá-los a agir

como "formadores de equipes", animadores e mediadores de

conflitos. (RATTNER,1998, p. 49).

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Líderes autênticos desejam servir aos outros com sua liderança. Estão mais

interessados em delegar aos liderados para que estes façam da diferença do que

propriamente em poder, dinheiro ou prestígio. Não nascem prontos e embora

possuam dons de liderança, precisam desenvolvê-las, reconhecem suas

limitações e buscam superá-las.

Segundo Chiavenato (2005) são características principais do líder: foco nos

objetivos; orientação para ação; autoconfiança; bom relacionamento interpessoal;

criatividade e inovação; flexibilidade; tomada de decisão; padrões de desempenho

e visão de futuro.

No que concerne à motivação, o papel do líder é de identificar os impulsos

e as necessidades dos empregados, canalizando o comportamento deles para o

desempenho de tarefas. Para isto, se faz necessário conhecer as forças

motivacionais, para que entendam os comportamentos de cada trabalhador,

podendo trabalhar as particularidades.

Quando pensamos na escola como instituição, geralmente esquecemos

que ela é uma empresa, e como tal, necessita de um gestor competente, pessoas

motivadas, mobilizadas na mesma direção, totalmente envolvidas no projeto de

educação proposto pela escola.

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CAPÍTULO II

O PAPEL DA ESCOLA E O OFÍCIO DO EDUCADOR

“O homem não pode participar ativamente na história, na

sociedade, na transformação da realidade se não for

ajudado a tomar consciência da realidade e da sua própria

capacidade para transformar. (...) Ninguém luta contra

forças que não entende, cuja importância não meça, cujas

formas e contornos não discirna; (...) Isto é verdade se se

refere às forças da natureza (...) Isto também é assim nas

forças sociais (...) A realidade não pode ser modificada

senão quando o homem descobre que é modificável e que

ele o pode fazer. “ ( FREIRE, 1977 p. 48 ).

2.1 A função da escola e sua existência como empresa

A sociedade tem avançado em vários aspectos, e mais do que nunca é

imprescindível que a escola acompanhe essas evoluções, que esteja conectada a

essas transformações, favorecendo o acesso à aprendizagem. Neste sentido, a

escola precisa ter objetivos bem definidos, para que possa desempenhar bem seu

papel social, onde a maior preocupação deve ser o crescimento intelectual,

emocional, espiritual do aluno, e para que este avanço venha fluir é necessário

que o canal esteja desobstruído.

De acordo com MORAN (2005), “a função social da escola é organizar os

processos de aprendizagem dos alunos, de forma que eles desenvolvam as

competências necessárias para serem cidadãos plenos e contribuam para

melhorar nossa sociedade.” Neste sentido, “o ser cidadão, é o ser político, capaz

de questionar, criticar, reivindicar, participar, ser militante e engajado, contribuindo

para a transformação de uma ordem social injusta e excludente” FREIRE (2007)

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A esse respeito, Libâneo (1998), afirma que a escola na qual sonhamos

deve assegurar a todos a formação que ajude o aluno a transformar-se em um

sujeito pensante, capaz de utilizar seu potencial de pensamento na construção e

reconstrução de conceitos, habilidades e valores.

Complementando, Rios afirma:

O papel da escola passa a ser mais significativo ainda, uma

vez que lida com um saber que muitas vezes precisa ser

repensado, reavaliado e reestruturado. Infelizmente, nem

sempre ou quase sempre a escola “não tem cumprido o

objetivo da educação que desejamos, de cunho democrático,

socializando o saber e os meios para aprendê-lo e

transformá-lo” (RIOS, 1995, p.32).

Sendo assim, se faz necessária a implantação de uma escola cidadã, onde

os alunos tenham acesso a uma educação de qualidade, onde faça do aluno um

ser pensante, devendo, sobretudo, ser um espaço de formação e informação.

Apesar de sabermos que a escola não é a principal fonte de transformações

sociais, entendemos que possui grande potencial na luta por uma sociedade mais

justa e democrática.

Todavia a escola além deste papel social possui o caráter de uma empresa

prestadora de serviço, lidando diretamente com o elemento humano. Segundo

Parol:

Aí, o aluno, não é apenas o beneficiário dos serviços que ela

presta, mas também participante de sua elaboração. É

evidente que essa matéria-prima peculiar, que é o aluno,

deve receber um tratamento todo especial, bastante diverso

do que recebem os elementos materiais que participam do

processo de produção, no interior de uma empresa industrial

qualquer. [...] (PARO, 2005, p.126)

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Apesar das transformações, nas quais a escola não pode estar alheia, ela

precisa preservar sua missão, seu caráter, seus valores. Para PESTANA (2003),

“uma escola moderna não precisa abdicar do seu rosto, de sua identidade”. E ele

acrescenta o que vê como essencial para que a escola sobreviva num mercado

altamente competitivo e exigente:

[...] É fundamental que o corpo diretor da escola (empresa)

entenda que os seus alunos (clientes) representam a razão

da existência da sua escola, que o seu maior patrimônio são

funcionários e professores. E principalmente, na condição de

prestadores de serviços, precisam investir continuamente em

recursos humanos, científicos e tecnológicos. Nenhuma

organização, seja ela política ou econômica, pode fechar os

olhos a essas mudanças. A empresa de hoje não se limita

mais ao seu tamanho físico ou poder econômico. A estrutura

jurídica que quiser ultrapassar os próximos dez anos deve

estar comprometida com a sua rua, o seu bairro, a sua

cidade, o seu país. (PESTANA, 2003 p.22)

Enquanto empresa, a escola precisa atender aos interesses de uma política

que prioriza as demandas do mercado, no qual a modernidade educacional está

atrelada ao universo do mundo do trabalho. O grande desafio do sistema

educacional, nos dias atuais, é o tratamento das escolas como empresas

prestadoras de serviços, fator deveras esquecido. Segundo PESTANA, o erro foi

justamente este:

“A visão era diletante, amadora ou simplesmente

ortodoxa e baseada no conceito de troca aula / aluno. Os

resultados não poderiam ser diferentes. Criamos dois grupos

dentro da mesma escola (empresa). O grupo administrativo

(secundário) e o grupo pedagógico (principal). A partir da

formação desses dois times com níveis de importância

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diferentes ficou configurado que a canoa iria ter dois grupos

e cada grupo remaria para um lado. Depois de várias

tentativas, ainda não saímos do lugar. (PESTANA, 2003,

p.92)

O aluno é o beneficiário imediato do processo de produção pedagógica,

portanto, é possível afirmar que o trabalho de prestação de serviços, que ocorre

nas escolas, é caracterizado pela presença permanente do seu principal

consumidor - -o aluno- no ato de produção e a aula, neste sentido, é somente um

dos processos da qual se busca determinados resultados.

Os responsáveis pela administração escolar devem conhecer, entre outros:

o perfil do seu consumidor, do seu público alvo; a atuação dos seus diversos

departamentos; o comportamento da concorrência; a qualidade dos serviços

oferecidos; a interação com alunos, pais, professores e comunidade na qual está

inserida; as tendências e expectativas do mercado e; parâmetros para ações

presentes e planejamento para o futuro.

A escola é uma empresa feita por e para pessoas, é um organismo

dinâmico e está em permanente transformação. Ela é um importante instrumento

que pode e deve ser utilizado na busca de uma transformação social, enaltecendo

os interesses humanos e suas necessidades. A escola precisa criar o seu time,

zelar por ele e o mesmo precisa estar ciente do seu papel, trabalhando e prol do

mesmo objetivo.

O desafio educacional hoje é concatenar suas funções sociais com as

empresariais, desenvolvendo práticas pedagógicas que capacitem os discentes a

bem viver neste mundo de grandes transformações voláteis, onde os referenciais

estão em constantes mudanças, construindo cidadãos críticos e conscientes do

mundo em que vivem. Mas ao mesmo tempo, não esquecendo que para tal,

precisa focar suas atenções nos atores que farão com que tal objetivo se

concretize.

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2.2 O papel social do professor e o contexto da profissão docente

O exercício de qualquer ofício pressupõe que o seu realizador domine os

processos que lhe são inerentes e seja capaz de executá-los de maneira mais

coerente e correta possível. Também cria uma identidade entre os indivíduos e os

objetos por eles manipulados, as ferramentas que manuseiam e os processos com

os quais interagem. E isto não seria diferente no caso do professor, que deve

conhecer amplamente a linha educacional da escola na qual trabalha e dominar os

conteúdos e tecer um bom relacionamento com seu aluno. Segundo Moisés:

Mas, para isso, o professor deve ter clareza de sua missão

de educador, de agente facilitador do ensino-aprendizagem e

de profissional responsável pelo sucesso de seus alunos fora

da escola. É claro que o professor, por si só, não é capaz de

transformar a realidade que ultrapassa a escola e tem suas

origens no econômico e sociopolítico, mas sua competência

como profissional da educação é, com certeza, um dos

fatores de grande peso quando pensamos na melhoria da

qualidade do ensino (MOISÉS, 1999 p. 74).

Ainda segundo MOISÉS (1999), competente é o professor que não mede

esforços na formação de um aluno cidadão, crítico e informado, capaz de

compreender e atuar na sua realidade. PIAGET também reforça a valorização do

papel transformador do professor:

“O papel do mestre deve ser aquele de incitar à pesquisa, de

fazer tomar consciência dos problemas e não aquele de ditar

a verdade. Não podemos nos esquecer de que uma verdade

imposta não é uma verdade: compreender é inventar e

reinventar, e dar uma lição prematuramente é impedir a

criança de reinventar e de redescobrir as soluções por si

mesmas” (PIAGET, apud SALTINE, 2008 p. 101)

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Ao professor também compete usar de criatividade para tornar seus alunos

capazes de refletir criticamente sobre qualquer temática, relacionando-as com

problemas de suas vivências, fazendo-os entender a sua posição no mundo.

Segundo FERACINE (1990) “não educa para a criatividade quem não aprende a

ser criativo”.

Para que isto aconteça, o professor deve ter uma atitude interdisciplinar,

porém segundo LIBÂNEO (1998) “a atitude interdisciplinar requer uma mudança

no pensamento e na prática do professor, visto que os alunos não conseguirão

pensar de forma interdisciplinar se o professor oferecer um saber fragmentado e

descontextualizado”.

Vygotsky (2001) atribui grande importancia ao papel que outra pessoa ( o

professor ou outros alunos) tem na aprendizagem de um aluno. Estas pessoas

têm a responsabilidade de auxiliar o aprendiz a realizar aquilo que não consegue

fazer sozinho. A interação, portanto, é elemento fundamental para as situações

escolares, assim como para identificar de quanto e de que tipo de ajuda os alunos

precisam. É a partir da interação que é possível indicar o potencial de

desenvolvimento do aprendiz.

Vygostky (2001) também defende que o professor é um profissional

cientificamente instruído, devendo ter seu comportamento mediado por conceitos

informados e críticos. Ele ainda sugere que o professor assuma o papel de

organizador do meio social para que os alunos possam estabelecer relações com

o meio que age sobre eles e desenvolver funções mentais superiores, o que não

seria possível desenvolver e acessar, sem a ajuda da escola.

Na interação professor-aluno, estabelecida na escola, a afetividade e a

cognição exercem influência decisiva, posto que cada parceiro busca o

atendimento de alguns de seus desejos. Por meio desta interação, tanto os alunos

quanto o professor vão construindo imagens um do outro, atribuindo-lhes certas

características, intenções e significados.

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Contudo, atualmente a imagem social do professor está em declínio, pois

há uma perda de prestígio no ofício. Além disto, os próprios pais desencorajam os

seus filhos a ingressarem na profissão.

Diversos fatores têm sido apontados para justificar esta diminuição do

prestigio da profissão docente, destacando-se a massificação do ensino, a

desvalorização do saber escolar, o baixo salário, o elevado número de

professores, a baixa qualificação acadêmica de muitos deles (NÓVOA, 1991).

Cada vez mais a família relega a educação de seus filhos à escola, que

destina tal responsabilidade ao professor, que, por sua vez, acaba tendo que

assumir mais uma função social. Podemos considerar que os professores, em

certos momentos, assumem o papel de psicólogos, médicos, enfermeiros,

assistentes sociais, e mesmo de pai e mãe. Assumir a profissão docente hoje é

um desafio, pois além desta indefinição em suas funções, SACRISTÁN apud

NÓVOA (1991) destaca que o professor não detém a exclusividade na

responsabilidade de suas ações educativas, devido às influências políticas,

econômicas, culturais e à desprofissionalização do professorado.

2.3 A gestão escolar e sua ingerência na motivação do corpo

docente

Dirigir uma escola era considerado uma tarefa rotineira, cabendo ao diretor

zelar pelo bom funcionamento da escola. Atualmente esta situação mudou,

cabendo ao gestor estabelecer na instituição uma orientação transformadora.

Para que a prática do trabalho do professor apresente bases sólidas, é

essencial que ele trabalhe em conjunto com os demais integrantes da comunidade

escolar e o gestor possui um papel primordial neste processo, contribuindo para

um bom relacionamento entre professores e alunos.

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Visando não perder o sincronismo e brilho indispensáveis ao

sucesso do ensino-aprendizagem, as escolas precisam ser

mais bem organizadas e administradas para melhorar a

qualidade do ensino, levando os alunos a se sentir

envolvidos nas aulas e nas atividades escolares. (LIBANEO,

2OO5 p. 301)

A administração pedagógica da escola juntamente com o conselho escolar,

enquanto gestão democrática possuem papel fundamental na motivação dos

envolvidos neste trabalho. Buscando através de atividades participativas, oferecer

instrumentos de suporte pedagógico e tecnológicos, a fim de incentivar o trabalho

docente, valorizando este profissional e consequentemente fazendo a diferença no

processo ensino-aprendizagem de nossos alunos.

Cada vez mais se faz necessária a implantação de uma gestão

democrática, possibilitando a participação de todos os envolvidos no processo de

ensino-aprendizagem, com foco na transparência e na democracia, conforme

sustenta o art. 14 da Lei de Diretrizes a Bases da Educação de 1996.

Para GADOTTI (2001) há duas razões que justificam a implantação de um

processo de gestão democrática:

“A primeira destas razões é porque a escola deve formar

para a cidadania e a segunda razão consiste no fato de que

a gestão democrática pode melhorar o que é específico da

escola: o ensino. A participação pertence à própria natureza

do ato pedagógico.” (GADOTTI, 2001, p. 46)

A função primordial do gestor escolar, baseada na liderança e competência,

é manter a harmonia na escola, a participação e a produção, delegando e exigindo

tarefas com autenticidade e ponderação, transformando o discurso em ação. É

primordial que saibam ouvir, levando em consideração ideias, opiniões e

pensamentos divergentes.

Realmente alguns fatores tais como remuneração insatisfatória, falta de

benefícios e a indisciplina dos alunos contribuem para a falta de envolvimento do

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corpo docente. Porém, “o envolvimento de fato decorre de uma dinâmica interna

que tem a ver com o sentido que os homens dão às próprias ações" (CHARLOT,

apud REVISTA NOVA ESCOLA).

Para ele, não há desejo se o indivíduo não vê sentido no que faz: "As

pessoas conseguem trabalhar juntas quando estão envolvidas no mesmo

propósito, mesmo que cada uma atribua um sentido diferente ao que realiza." Ou

seja, para mobilizar a equipe, o gestor precisa descobrir qual o aspecto do

trabalho que desperta o desejo em cada professor e em cada funcionário. Para

alguns, talvez seja se sentir inserido em um grupo. Para outros, o desafio de

melhorar o mundo por meio da Educação. (REVISTA NOVA ESCOLA).

Na maioria das vezes a insatisfação dos professores é fruto da insatisfação

dos gestores ou mesmo de uma gestão completamente autocrática, sem

comunicação interna, desconsiderando as ideias dos professores e as

especificidades de sua clientela. Ao mesmo tempo a falta de motivação dos

professores contagia os alunos, que por sua vez, tem o seu desempenho

educacional prejudicado. Para MADEIRO (2011), “alunos motivados, apresentam

melhores desempenhos: professores motivados comprovam maior envolvimento”.

Destarte, o educador assume suma importância no processo de motivação

do educando, visto que pode transmitir segurança, reconhecimento e afetividade

e, a partir de suas criatividade, sensibilidade e habilidade, implementar práticas

educativas que promovam a participação do aluno, valorizando seu empenho. Mas

para isto há de ocorrer interação e integração entre todos os envolvidos no

processo e cabe ao gestor dar um correto direcionamento no mesmo.

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CAPÍTULO III

MOTIVANDO OS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO: UM

FATOR POSSÍVEL

...os professores do mundo todo estão adoecendo

coletivamente. Os professores são cozinheiros do

conhecimento, mas preparam o alimento para uma plateia

sem apetite. Qualquer mãe fica um pouco paranoica quando

seus filhos não se alimentam. Como exigir saúde dos

professores se seus alunos têm anorexia intelectual? É por

causa da saúde deles e de seus alunos que a educação tem

que ser reconstruída ( CURY, 2003 p. 154)

3.1 A crise na profissão docente e os fatores

desmotivacionais

Para LEBOYER ( ) há atualmente uma crise nas motivações que afeta

todas as categorias profissionais. Há sobretudo a perda dos valores tradicionais e

a inexistência de uma consciência profissional, que enfraquece o significado do

trabalho limitando-o às vantagens materiais que ele proporciona.

A realidade escolar para o professor hoje, se encontra repleta de desafios e

ao mesmo são imputadas a eles diversas responsabilidades, tais como, a

demanda de conhecimentos e a bagagem pedagógica necessária à construção do

conhecimento do aluno e este, na maioria das vezes, não possui o mínimo

interesse no que o professor propõe.

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“A massificação contribuiu para que muitos alunos

frequentassem a escola encarando-a não como um direito,

um espaço de desenvolvimento pessoal e interpessoal, mas

como uma obrigação, um dever, uma fonte de insatisfação e

de incertezas, manifestando em relação a ela desinteresse,

traduzindo frequentemente em comportamentos que

dificultam a atividade do professor na sala de aula e que

contribuem para sua falta de motivação profissional”

( JESUS, 2004, p. 195).

Ainda segundo ele:

“Por seu turno, a promoção e a facilitação do acesso ao

‘conforto’ ou ‘prazer’, proporcionado pelas atividades de lazer

na ‘sociedade de consumo’ em que vivemos, também

contribui para que o sujeito diminua a importância da

profissão na sua escala de valores pessoais” (JESUS, 2004,

p. 195).

A identidade pessoal se vincula a identidade profissional e está estritamente

ligada ao sentimento de pertencimento ao um determinado grupo social. E a

identidade docente permite ao professor construir sentido para seu trabalho

cotidiano. Tal identidade está ligada à satisfação do professor e o grau de

motivação na realização do seu trabalho e para PIMENTA:

“A identidade profissional se constrói a partir da significação

social da profissão [...] constrói-se também, pelo significado

que cada professor, enquanto ator e autor confere à

atividade docente de situar-se no mundo, de sua história de

vida, de suas representações, de seus saberes, de suas

angústias e anseios, do sentido que tem em sua vida: o ser

professor. Assim, como a partir de sua rede de relações com

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outros professores, nas escolas, nos sindicatos, e em outros

agrupamentos.” (PIMENTA, 1997, p. 07).

Há uma crise de identidade na profissão docente e os professores

desempenham funções que ultrapassam o ensino na sala de aula, e esta

realidade incide sobre a sua satisfação e motivação, com consequências para o

seu trabalho educacional.

Para JESUS (2004) a crise de identidade da profissão docente surgiu com

as mudanças sociais e econômicas ocorridas atualmente, as quais implicaram

novas demandas para a profissão, sendo os professores confrontados com novos

deveres, exigências e funções.

Inúmeras pesquisas corroboram que a profissão docente assume hoje, de

maneira geral, sinais de precarização, gerando crises de identidade profissional

associadas a péssimas condições de trabalho, a salários pouco atraentes, à não-

valorização do profissional, além de outros problemas, ocasionando frustrações

diante da atividade exercida.

[...] a profissão docente sempre foi de grande complexidade.

Hoje, os professores têm que lidar não só com alguns

saberes, como era no passado, mas também com a

tecnologia e com a complexidade social, o que não existia no

passado. [...] e essa incerteza, muitas vezes, transforma o

professor num profissional que vive numa situação

amargurada, que vive numa situação difícil e complicada pela

complexidade do seu trabalho, que é maior do que no

passado. (NÓVOA, 2001)

Tal nível de exigência acarreta uma diminuição no tempo de lazer e

entretenimento dos professores, que precisam estar em constante atualização

além de possuírem quantidade de trabalho que ultrapassa a sala de aula, tal como

elaboração de trabalhos, provas, bem como sua correção.

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HUBERMAN (1992) atribui fases de desenvolvimento à carreira profissional

docente, afirmando que há a interferência da vida pessoal na vida profissional.

Afirma também que “as motivações de seus determinantes variam conforme os

indivíduos e evoluem na mesma pessoa ao longo de sua carreira”. ( HUBERMAN

apud JESUS, 2004, p. 44 ).

Ao contrário de HUBERMAN (1992), outros autores defendem que há

etapas de maior motivação e etapas de menor motivação comum a muitos

professores. Para BURKE, CHRISTENSEN, FESSLER, MCDONNEL e PRICE

(2004) o estágio em que se encontra o indivíduo determinará sua relação com a

escola e os alunos.

HUBERMAN (1992) verificou - em consonância com os demais autores -

que os professores com idade entre 35 e 45 anos de idade são os que mais

pensam em abandonar o magistério, fazendo um balanço negativo do seu

passado profissional, considerando a possibilidade de mudar para outra carreira.

Porém, ele desconsidera que a maior parte dos professores que abandonam a

carreira está no seu início. Conforme refere CAVACO (1993, p. 114), “os primeiros

anos parecem efetivamente deixar marcas profundas na maneira como se pratica

a profissão”.

Neste sentido, parece-nos que os professores podem ter maior ou menor

motivação em diferentes períodos da carreira, embora a fase de ingresso na

profissão docente seja potencialmente a mais problemática e a mais marcante no

percurso profissional do professor.

Segundo Martins (2008), a profissão docente foi classificada pela

Organização Internacional do Trabalho, em 1981, como uma profissão de alto

risco físico e mental. Lapo e Bueno (2003) evidenciaram, através de pesquisa, que

os baixos salários, a precariedade das condições de trabalho, a insatisfação e o

desprestígio profissional estão entre os fatores que promovem o desencanto com

a profissão e, em muitos casos, ocasionam o abandono do magistério num

processo lento e sofrido para todos os envolvidos. Também Oliveira e Alves

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(2005) analisam que o mal estar docente traz repercussões na interação do

professor com os alunos.

KNÜPPE (2006) percebeu através de seus estudos que as professoras de

ensino fundamental quando estão cansadas ou desmotivadas percebem que seus

alunos também são. Um dos principais aspectos que a autora encontrou para a

desmotivação destes profissionais diz respeito ao número excessivo de alunos em

classe, que tem repercussões sobre o processo ensino aprendizagem,

desmotivando as professoras e também os alunos.

As classes superlotadas favorecem a desorganização, as conversas

paralelas, dificultando o trabalho do professor, a identificação de um eventual

problema de aprendizagem, gerando um maior cansaço e desmotivação no

docente.

OLIVEIRA E ALVES (2005) relatam situações em que os alunos não

respeitam os professores, não obedecem às suas ordens, desafiam sua

autoridade, brigam entre si, fazem pichações e depredações, sem contar o

eventual uso de armas e drogas na escola (nas escolas particulares em menor

proporção, porém não impossível) e as ameaças que fazem aos professores. Tais

ocorrências geram tensão e medo nos profissionais:

.”..apresentando atitudes que têm origem na falta de recursos

materiais e de condições de trabalho, acúmulo de exigências

que levam à sobrecarga, o encontro com uma prática

distante dos ideais pedagógicos assimilados durante o

período de formação; [estes] são fatores que incidem

diretamente sobre a ação docente, gerando tensões em sua

prática cotidiana e que não são apenas questões de cunho

pessoal.” (OLIVEIRA E ALVES, 2005, p. 228).

O baixo salário – apesar de não ser o fator principal desmotivador –

também contribui para a insatisfação, pois para conseguir uma boa qualidade de

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vida, o professor precisa ter mais de um emprego, levando-o a ter uma carga

horária de trabalho excessiva. Podem até conseguir viver bem financeiramente,

mas não com qualidade de vida. Sem contar que, trabalhando em várias escolas,

o professor também é chamado a atender a diferentes demandas das direções

dos estabelecimentos, cada qual com normas, projetos e interesses próprios, o

que intensifica ainda mais as suas dificuldades e enfrentamentos.

“o professor brasileiro de primário é o que mais sofre com os

baixos salários. Os salários dos professores do Brasil é o

terceiro maior do mundo, mostra pesquisa feito em 40 países

pela Organização Internacional do trabalho (OIT) e a

Organização das Nações Unidas para a educação, Ciência e

Cultura (UNESCO) divulgada ontem, em Genebra, na Suiça.

A situação dos brasileiros só não é pior que a dos

professores do Peru e da Indonésia” (Fonte: Jornal do

Commercio. RJ, 03/10/2002.

Para FREITAG (1989), uma das soluções possíveis para que o professor

seja reconhecido é valorizar sua figura e seu trabalho a partir de melhores

salários.

Outro fator que gera insatisfação é a falta de apoio por parte dos gestores

escolares, a cobrança excessiva e a burocracia imposta por eles. Outrossim, o

descaso dos pais com os estudos e a educação dos filhos, pois muitos pais nem

sabem quem são os professores de seus filhos. Esta falta de apoio também gera

desmotivação.

Ora, não há dúvidas de que tudo isto colabora diretamente para o mal estar

docente e favorece a fadiga e esgotamento extremo. Como coloca JESUS (2004)

não há dúvida de que tais condições estão relacionadas com a crise de identidade

docente. Muito além disto, tais fatores contribuem para decretar a falência da

educação e do sistema educacional se não for tomada nenhuma atitude a

respeito.

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3.2 Motivação gera motivação: práticas motivacionais

propiciadoras de uma educação de qualidade.

Para CHIAVENATO (2000) são fatores motivacionais entre outros:

• Trabalho interessante que gera desafio, autonomia e variedade de tarefas.

• Auto-Realização que se configura como um sentimento que brota de dentro

das pessoas quando elas reconhecem a utilidade e os resultados do próprio

trabalho, cabendo aos gestores de mostrar ao colaborador que o trabalho foi

realizado a contento.

• O reconhecimento é de suma importância e extremamente valorizado pelos

colaboradores. Ao gestor cabe ter sabedoria para externar quando um trabalho

fora realizado de forma plena e correta. Elogiar nunca é demais.

• Promoção e crescimento na organização gera no colaborador a vontade de

galgar uma posição melhor na empresa.

• Uma boa condição de trabalho é um ponto crucial gerador de motivação.

• A empresa não pode obrigar pessoas a serem amigas, mas deve promover

um ambiente saudável e disponibilizar áreas de lazer para que estas amizades

sejam cultivadas e aprofundadas.

• Deve-se manter aberta a comunicação, e os membros da equipe devem

poder expressar suas opiniões, pensamentos e sentimentos sem receio das

consequências.

• Benefícios concedidos hoje em dia são extremamente importantes, pois

auxiliam na qualidade de vida e a mesma gera profissionais motivados e prontos

para exercer seu trabalho de forma plena.

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Para alguns autores, o problema da desmotivação inicia-se nos cursos de

formação dos professores, que lhes fornece expectativas irrealistas ou uma

imagem idealizada sobre o que o professor deve ser e fazer, sem os preparar para

o confronto das situações reais do exercício profissional. Para ESTEVE (1992), a

formação inicial tende a fomentar o estereótipo do professor ideal e normativo,

contribuindo para o desenvolvimento de uma identidade profissional que não

coincide com a realidade escolar.

Sendo assim, a formação inicial de professores deveria procurar

desenvolver nos potenciais professores expectativas realistas sobre as condições

do trabalho docente. Inclusive tal conduta serve para minimizar o choque com a

realidade, ajudando o professor a ter mais resistência aos efeitos do mal estar

profissional.

Outra face do bem-estar e da constituição da resiliência das professoras

são as relações que se estabelecem com os pares no interior da escola, estas

marcadas pela força da sinceridade, da amizade, do companheirismo e da

solidariedade que desestabilizam o mal-estar e minimizam o desgaste emocional

provocado pelo estresse. Para Fullan e Hargreaves (2001) , a colaboração de uns

em favor de outros e a união no trabalho coletivo são fatores de bem-estar que

ajudam a quebrar as barreiras do isolamento e do privatismo, realçando a

importância do trabalho coletivo.

O bem-estar, que renova o equilíbrio das docentes, é também vivenciado

nas relações de respeito e confiança no interior da escola. Receber o

reconhecimento de quem está no dia a dia da escola, seja o aluno, os colegas, o

gestor ou a comunidade escolar, pelo trabalho desenvolvido revigora os ânimos.

Ser lembrado, ser valorizado especialmente pelas pessoas de dentro da escola,

que sabem e participam das dificuldades que envolvem o ensino, é bastante

recompensador. KNÜPPE (2006) constatou haver ligação entre a expectativa e

receptividade dos alunos e a motivação dos professores.

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Neste sentido é prioritária a diminuição do número de alunos por turma,

permitindo que o professor possa exercer melhor seu trabalho, a fim de que

construa uma relação quase personalizada, podendo identificar as reais

necessidades de cada um dos seus alunos. Para JESUS (2004) isto facilita a

empatia necessária colocada sobre o professor. Ele acrescenta ainda, que são

necessários melhores equipamentos, meios audiovisuais e informáticos que

condigam com a realidade tecnológica atual, fazendo os alunos terem mais

interesse pela sala de aula, que deve também ser mais espaçosa.

No caso dos profissionais de educação, além da relação com a sociedade e

com a família, alguns estudiosos apontam para a importância de se repensar o

estatuto profissional dos docentes como uma saída para o enfrentamento da

desvalorização profissional. Para CAVACO (apud NÓVOA 1991) há de se ter uma

revalorização profissional, uma relação de confiança, sensibilidade e respeito

entre sociedade e professores.

Para que se exerça um trabalho de qualidade é preciso investimento em

formação continuada. O educador desinstruído não fará de sua docência um

exercício eficaz, o que gera a queda da autoestima, não se sentindo realizado em

sua função. Para WERNECK (2007) isto gera um círculo vicioso, pois o professor

sem boa autoestima, não busca uma formação continuada e a falta desta

compromete a docência.

“para evitar o fracasso escolar e a frustação dos professores,

o bom senso aponta para a exigência do saber fazer

entendido como domínio dos conteúdos do saber e dos

métodos adequados para transmitir este conteúdo do saber

as crianças que não apresentam as condições idealmente

estabelecidas para sua aprendizagem” (MELLO apud

SAVIANI, 2008 p. 37).

Para que o professor tenha acesso a uma formação continuada e uma

constante atualização, é imprescindível que reduza sua carga horária e para que

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isto ocorra é necessário que haja um reajuste salarial. Para JESUS (2004) por

muito tempo se atribuiu ao professor uma vocação sacerdotal e atribui a este fator

a má remuneração, porém, há que se conciliar este espirito missionário com o

reconhecimento deste esforço através de uma remuneração condizente e justa.

Assim como um salário condizente, ao professor deve se conceder

benefícios, muito comuns em colaboradores de outras empresas, tais como plano

de saúde. O bem estar do professor é imprescindível para que o trabalho seja

efetuado de forma plena.

Por parte dos professores, há a necessidade de se reavaliar como pessoa e

profissional, questionando suas atitudes perante a realidade da escola e

concluindo se realmente é isto que almeja para sua vida, se quer continuar na

profissão. Para Paulo Freire (1992) é na construção de si mesmo que o ser

humano projeta sua vida, cabendo ao professor reconhecer quem ele é e que

profissional deseja ser, conscientes de suas responsabilidades, objetivos e das

influências positivas e negativas que sofrerá ao longo de sua carreira profissional.

O professor deve estar ciente do seu papel transformador da sociedade, de

que sua contribuição na vida do aluno extrapola a construção do conhecimento,

constituindo um cidadão moral, consciente politicamente e com uma relação social

positiva.

A escola deve redimensionar o seu papel, revisando o seu processo de

ensino-aprendizagem e a relação pedagógica, que não pode se concebida

segundo o modelo transmissor-receptor. Para JESUS (2004), a educação deve ter

em conta o ritmo das alterações sociais, a velocidade em que a informação circula

e a sua validade, devendo dar lugar a um ensino centrado nos objetivos e nos

processos de aprendizagem.

A implementação destas medidas é fundamental para proporcionar aos

professores condições apropriadas para a sua realização profissional,

possibilitando a construção de um percurso profissional caracterizado pelo bem

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estar docente. Todos ganham professores, gestores, donos de escolas, os alunos,

a família e a sociedade.

“Que o cidadão saiba e repita que está diante de um artífice

do nosso futuro, que merece respeito. Que o Estado saiba

que este é um trabalhador especial, que deve ser tratado de

forma especial. Que os sindicatos saibam que existem mais

dramas entre o professor e os alunos do que imaginam as

lutas salariais. E que o educador ouça: Parabéns professor,

você tem um trabalho completo, cuidado professor, você tem

um trabalho completo demais”. (CODO, 1999, p. 192)

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CONCLUSÃO

Podemos identificar que a remuneração não é um fator motivador crucial,

porém isto não implica em considerar que ela não tenha influência na motivação,

pois constitui um fator da necessidade humana, tendo em vista que por seu

intermédio é possível alcançar diversas necessidade internas, tais como

necessidades de poder, realização, status, fisiológicas, reconhecimento social e

de segurança.

Consideramos igualmente que a motivação é um fator intrínseco,

constituindo uma força interior do indivíduo. Sendo assim, uma pessoa não

consegue motivar outra e sim estimulá-la e para isto se faz deveras necessário

criar um ambiente de trabalho que estimule a ação, favorecendo o enriquecimento

psicológico do colaborador.

A motivação advém do modo como a pessoa percebe a relação entre o

trabalho que executa, suas habilidades e aquilo que o trabalho traz em troca,

como reconhecimento, prestígio ou dinheiro. O indivíduo precisa além de tudo,

gostar da atividade que executa, estando interessado, atribuindo valor positivo a

ele.

Além de tudo, por se tratar de seres humanos e sua complexidade, pode

existir duas pessoas fazendo o mesmo trabalho, estando numa mesma posição

profissional e desigualmente motivadas. Assim como podem existir sujeitos

satisfeitos mas desmotivados e vice e versa.

No caso especifico da profissão docente, satisfação e motivação figuram

como condições imprescindíveis, não apenas para o bem estar docente, mas

sobretudo, para a qualidade do trabalho pedagógico que estes realizam

cotidianamente nas escolas.

Um professor ao longo de sua carreira passa por várias fases, sentindo-se

mais ou menos motivados, variando seu grau de satisfação de acordo com o

tempo, com as condições de trabalho e com sua remuneração.

Cabe ao gestor inferir sobre os fatores extrínsecos – a satisfação – e esta

terá relação direta com o grau de motivação. A partir do momento que propicie um

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ambiente de trabalho adequado, com políticas organizacionais claras, qualidade

na supervisão, comunicação - que deve ser aberta em todos os níveis – e

segurança.

É imprescindível que o gestor escolar esteja atento às reinvindicações dos

professores, pois estas serão de suma importância para a qualidade do trabalho.

É de suma importância também que identifique os impulsos necessários dos

colaboradores, canalizando o comportamento deles para o desenvolvimento das

tarefas.

O mundo tecnológico e sua dinâmica cada vez mais efêmera contribuem

para que o professor tenha que estar em constante atualização e por sua vez,

seduz os jovens que estão cada vez mais ligados a ela e ao seu imediatismo. A

educação, por sua vez continua atrelada a um conceito mais tradicional, onde o

aluno tem que estar sentado.

Com base em nossa pesquisa, percebemos que muitos docentes se

desmotivam e sofrem com os baixos salários, desprestígio social, crise de

identidade profissional, superlotação em salas de aula, ausência no

reconhecimento do seu trabalho, falta de autonomia, sobrecarga de atividades que

se estendem para casa além de suas atividades na escola. Além de problemas

como a indisciplina na escola, pais omissos, cobranças dos gestores, violência,

drogas, falta de segurança, etc. Neste cenário, muitos professores adoecem ou

desencantam com a profissão, sentindo-se desmotivados e insatisfeitos com o

trabalho.

Destarte, concluímos que uma mudança no sentido da educação, no que a

escola propõe para seus alunos, na forma como eles e seus professores são

tratados, influência diretamente na relação entre educando e educador, gerando

um ambiente de trabalho prazeroso. Juntamente à valorização profissional e uma

boa remuneração, pode-se modificar a realidade de insatisfação que paira na

prática do magistério. Não podemos esquecer que a escola também é uma

empresa e deve constantemente zelar por seus clientes internos (profissionais e

professores) e externos ( alunos) que são os que contribuem para que ela cresça

e tome lugar de destaque no mercado.

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ANEXO I