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1 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES INSTITUTO A VEZ DO MESTRE PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” MOTIVAÇÃO E DESMOTIVAÇÃO: UM DESAFIO PARA A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E PEDAGÓGICA. SIMONE DE SOUZA MARIA AZEVEDO Orientadora: Geni de Oliveira Lima Rio de janeiro 2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

MOTIVAÇÃO E DESMOTIVAÇÃO: UM DESAFIO PARA

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E PEDAGÓGICA.

SIMONE DE SOUZA MARIA AZEVEDO

Orientadora: Geni de Oliveira Lima

Rio de janeiro

2009

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATU SENSU”

PROJETO A VEZ DO MESTRE

MOTIVAÇÃO E DESMOTIVAÇÃO: UM DESAFIO PARA

A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E PEDAGÓGICA.

CURSO: ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E PEDAGÓGICA

Apresentação de monografia ao

Instituto A Vez do Mestre – Universidade

Candido Mendes como requisito parcial para

obtenção do grau de graduação em

Orientação Educacional.

Por: Simone de Souza Maria Azevedo.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por ter me proporcionado esta graça.

A minha família, pelo carinho e compreensão para com a

concretização desta vitória. A professora Geni Lima, pela

paciência, dedicação com minha monografia. Passando para

nós alunos segurança e perseverança no que fazemos.

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DEDICATÓRIA

Dedico esta imensurável dádiva a Deus minha família.

Que muito me ajudaram a vencer está batalha difícil e

árdua. Que me motivo a concluir este objetivo. Aos amigos e

parentes dedico o meu muito obrigada, pela paciência e

dedicação.

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RESUMO

Tal tema tem o objetivo de relatar de forma crítica a evolução da

educação brasileira, apontando acontecimentos históricos de amplitude

informativa e questionativa sobre a educação atual. E o paradoxo desta

educação relacionada diretamente com a motivação que possibilita ao

professor e ao aluno elementos fundamentais para a construção de uma

identidade. O papel do orientador neste contexto é mostrar os elementos

que possibilitam a motivação como algo determinante para o estimulo do

aluno a ir desenvolvendo suas potencialidades, na medida em que ele se

torna mais crítico e consciente de seu papel na sociedade. Assim tal tema

atua junto ao processo pedagógico, colaborando na formação dos alunos. A

orientação parte para a discussão e analise dos problemas que afetam os

alunos e professores no seu processo de desenvolvimento pessoal e social,

assim como os problemas que se relacionam com a educação em geral.

Mostrando que a educação em nossas escolas passa por um processo de

transição e de adaptação em relação aos acontecimentos atuais. No

confronto das praticas apresentadas com as teorias que respaldam tais

atividades, nos demos conta que estamos indo em direção a uma prática

coletiva que, acreditamos, possibilita oferecer aos alunos um referencial das

metodologias propostas pelo orientador, mostrando caminhos viáveis para

se fazer orientador educacional numa perspectiva critica e questionadora de

suas reais funções e atribuições. Este pesquisa pretende mostrar que a

motivação possibilita mecanismos de qualidade de vida para professores e

alunos que passam horas nas salas de aula sendo apenas ouvintes, e o

professor o locutor, deixando evidente que falta na educação a troca de

conhecimento entre professor e alunos e professor e orientador.

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METODOLOGIA

Quais os fatores que interferem no processo ensino-aprendizagem,

que levam o aluno e consequentemente o professor a se desmotivarem? Em

um mundo onde o conhecimento está explodindo, a tecnologia está

transformando e o interesse em conquistar a harmonia nunca foi tão grande,

as escolas não podem pretender simplesmente transmitir o que a geração

anterior aprendeu. Aprender para o futuro de modo a motivar os alunos no

processo ensino-aprendizagem, inclui aprender a pensar criativamente,

aplicar o conhecimento de modo flexível em situações variadas, formular e

resolver problemas desconhecidos, colaborar efetivamente com outras

pessoas e utilizar novas tecnologias de forma fluente como ferramentas de

investigação e comunicação. De que maneira o professor pode induzir os

seus alunos, através do Orientador, a ficarem motivados e mostrarem seus

conhecimentos? Através de Pesquisas bibliográficas, revistas, reportagens e

livros, podem evidenciar os meios de motivar nossos alunos.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I - HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO 10

CAPÍTULO II-AÇÕES E ESTRAGÉGIAS DA ORIENTAÇÃO

EDUCACIONAL PEDAGÓGICA DA CONQUISTA DA MOTIVAÇÃO DOS

ALUNOS E PROFESSORES. 19

CAPÍTULO III-A INTERVENÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL PARA

POSSÍVEIS SOLUÇÕES NO QUE DIZ RESPEITO À DESMOTIVAÇÃO DO

EDUCADOR. 29

CONSIDERAÇÕES FINAIS 36

ANEXOS 38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40

ÍNDICE 41

FOLHA DE AVALIAÇÃO 42

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INTRODUÇÃO

No presente trabalho procuramos discutir como a motivação

desempenha papel determinante na construção da identidade do individuo (

professor e aluno). Tendo como caminho a troca de vivências, retratadas em

sala de aula. Transformando o ambiente escolar em um lugar, mas prazeroso

e agradável. Neste contexto observamos que a motivação caminha lado a lado

com a desmotivação, fruto de um sistema político e social que segrega nossos

alunos impulsionando-os para abandonar nossas salas de aula. Pesquisas

mostram que os adolescentes estão chegando às escolas cada vez mais

desmotivados com os estudos, o que gera a repetência e muitas vezes a

evasão escolar. O jovem hoje em dia vive em um mundo cercado de

tecnologias e aparatos que o fascina. A mídia também desperta mais interesse

do que a escola, pois a mesma não oferece atrativos e gera certos

desinteresses e falta de motivação pelos estudos.

Mostrando que o educador tem de ser vivo em classe, porque transmite

a vida, a cultura e os saberes vivos da humanidade. O docente deve ter

consciência de que exerce o papel de um intelectual. A cultura não se

transmite hoje da mesma forma que há alguns anos, pois o que passa na

televisão não é cultura.

A argumentação sobre o papel formativo de nossos professores Esbarra

na má remuneração e também no ambiente de trabalho onde de forma

precária esses profissionais trabalham em salas superlotadas, apresentando

um ensino totalmente bancário aos seus alunos sem modificações estruturas.

Outro fato que passa por nossos olhos é debatido no primeiro capítulo

mostrando a adversidade, social e cultural, como um dos elementos

desmotivação fruto do sistema político, oriundo dos resquícios historiográficos

onde violência, fome, miséria são fatores determinantes neste contexto

educacional o retrato vivo da sociedade brasileira.

Já o segundo capítulo faz uma análise crítica da educação brasileira e

dos elementos geradores da ausência de motivação entre alunos e

professores no processo ensino-aprendizagem.

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Se preocupado em explicar as ações e estratégias da orientação

educacional e pedagógica na conquista da motivação dos alunos e

professores, perdida ao longo dos anos, mostrando que esse trabalho é árduo,

mas não impossível.

Seguindo esta linha de pensamento, o terceiro capítulo mostra os

mecanismos para intervenção do Orientador Educacional para possíveis

soluções no que diz respeito à desmotivação do Educador.

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CAPÍTULO I

HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO

A educação e os educadores têm mudado com o decorrer de cada

século, cada década e cada ano. Passamos por diversas mudanças,

mudanças essas que vem cooperando para o desenvolvimento de uma

educação de qualidade, e cada ano que se passa se espera muito mais do

profissional da educação, profissional esse que iremos traçar no decorrer desta

monografia, cita o Orientador Educacional e o Pedagógico.

Estamos tão acostumado com a escola que, às vezes, nos parece

estranho o fato de que essa instituição nem sempre existiu, em todas as

sociedades. É o caso das sociedades tribais, esse foi o primeiro modelo de

educação que surgiu no planeta. Era um modelo de educação que as crianças

aprendiam imitando os gestos dos adultos nas atividades diárias e nos rituais.

Fica claro que o primeiro educador dessa sociedade foi o próprio adulto, esse

mesmo adulto nem sabia que sua lida diária e seus afazeres serviam de

modelo para os futuros homens daquela tribo.

Nas atividades tribais as crianças aprendem imitando os gestos

dos adultos nas atividades diárias e nos rituais. Tanto nas tribos

nômades como naquelas que já se sedentarizaram, para se

ocupar com a caça, a pesca, o pastoreio ou a agricultura, as

crianças aprende para vida e por meio da vida, sem que ninguém

esteja especialmente destinado para a tarefa de ensinar.1

(ARANHA, 2006. p.35)

1 ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo, Moderna, 2006, p.35.

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Na educação egípcia, pelo forte teor religioso, as informações eram

muito práticas, como o cálculo da ração das tropas em campanha, o número

de tijolos necessários para uma construção e complicados problemas de

geometria destinados à agrimensura.

Externas listas de animais indicavam significativo conhecimento de

botânica, zoologia, mineralogia e geografia. Provavelmente, desde 3500 a.C.

os egípcios faziam inscrições em “hieróglifos”2. Conforme nos ressalta

Aranha (2006):

Escritas como os hieróglifos egípcios, os caracteres cuneiformes

da Mesopotâmia e os ideogramas chineses são ideográficos,

ainda quando passaram por etapas anteriores de registro

pictográfico, mais preso à imagem. 3 (Idem p. 45)

As escolas eram freqüentadas por pouco mais de vinte alunos cada

uma, segundo as raras informações de que dispomos. Apesar de já se

perceber a institucionalização das escolas, elas não funcionavam em prédios

especialmente construídos para essa função, mas sim nos templos e em

algumas casas. Os mestres sentavam-se em uma esteira e os alunos ao

redor dele, muitas vezes ao ar livre, “sob uma fogueira”, como atesta a rica

iconografia egípcia.

A educação grega se ressalta por ser tratar de um grande pilar

educacional, embora desgastada pelo uso, a frase que batiza Grécia como o

berço da civilização merece sempre ser repartida, pois resume toda uma

verdade, o berço grego, grande parte das origens das nossas mais

avançadas atividades culturais. E o setor educacional também não faz

exceção a esta regra.

2 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Miniaurélio Século XXI.2000,p.364. 3 ARANHA, Maria Lúcia de Arruda.op.cit,.45.p.

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Situada entre as mais desenvolvidas civilizações da Antiguidade, a

Grécia possuía, como suporte deste desenvolvimento, um notável acumulo

de saber, guardado na mente dos homens de sua sociedade.

Todo conhecimento humano adquirido, que é base do progresso

social, estaria destinado a um rápido desaparecimento se não fosse

preservado ao longo dos anos, transmitido de geração em geração, através

do processo educacional.

A educação se iniciava aos sete anos. A criança do sexo feminino

permanecia no gineceu, local da casa onde as mulheres se dedicavam aos

afazeres domésticos, menos importantes em um mundo essencialmente

masculino. Se fosse menino, desligava-se da autoridade materna para iniciar

a alfabetização e a educação física e musical. Era sempre acompanhado por

um escravo, conhecido como Pedagogo. “A palavra pedagogos significava

literalmente “aquele que conduz a criança” (pais, paidós, “criança”; agogós,

“que conduz”)4. (CAMBI, 1999, p.107).

Para a educação musical, extremamente valorizada, o pedagogo

conduzia a criança ao citarista, ou professor de cítara. A música, de

significado muito amplo, abrangia a educação em geral.

1.1 O SURGIMENTO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL.

O Orientador Educacional é o único especialista da área pedagógica

reconhecido pelo MEC, ele surge na década 30 e vai ganhando força no

decorrer dos anos, o mesmo não aconteceu com a Supervisão Educacional

e nem com a Gestão. A área de Orientação Educacional, a saber, se firma

nas seguintes Leis Orgânicas do Ensino na Constituição de 1937; a LDB/61;

a LDB/71; a LDB/96.

4 CAMBI, Franco. História da Pedagogia. UNESP. São Paulo.1999.107.p.

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As Leis Orgânicas do Ensino Industrial, Secundário, Comercial,

Primário, Normal e Agrícola (formuladas entre 1942 e 1946), dão conta do

perfil do Orientador Pedagógico, no âmbito geral, nos seguintes termos: o

orientador assume funções de caráter terapêutico, preventivo, psicometrista,

identificando dons, aptidões e inclinações dos indivíduos.

Na LDB de 1961, o Orientador ganha status de Orientador

Educativo (OE) e Vocacional, identificando aptidões individuais,

com um trabalho estendido a todos os alunos, não somente aos

alunos-problema, e lançando mão de todos os elementos da

escola para o desenvolvimento de seu trabalho. O Orientador

Educacional ofereceria orientação escolar, psicológica,

profissional, da saúde, recreativa, familiar. Em 1969, dada à

conjuntura político-social brasileira, uma nova função é atribuída

ao OE: guiar os jovens em sua formação moral, cívica e religiosa. 5(LEI 4024 de 20 de Dezembro de 1961)

Na LDB de 1971, o orientador educacional utiliza seu

trabalho como mecanismo auxiliar da tarefa educativa cometida à

escola como um todo, assim, a OE é interpretada como um

esforço entre orientador, professores, administradores e família. 6(LEI 5692 de 11 de Dezembro de 1971)

Na LDB de 1996, a orientação educacional não aparece

explicitamente, mas o artigo 64 diz que a formação de profissionais

de educação para orientação educacional na educação básica será

feita em cursos de graduação em pedagogia ou em nível de Pós-

Graduação, garantindo nessa forma a base comum nacional. 7 ( LEI

9394 de 20 de Dezembro de 1996)

Quem foi o orientador Educacional nesse período? Um profissional de

educação que por décadas transitou entre funções generalistas e

aglutinadoras, mas sempre responsável por ajudar a manter a unidade

escolar e sócio-educacional. 5 LEI 4024 de 20 de Dezembro de 1961 6 LEI 5692 de 11 de Dezembro de 1971

7 LEI 9394 de 20 de Dezembro de 1996

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Dessa forma, podemos dizer que o Orientador Educacional é um

profissional que procura assistir o orientando, considerando o seu

ajustamento pessoal e social e relaciona-se com todos os envolvidos no

processo educativo, como mediador.

A Escola, hoje, tem um papel muito mais complexo do que antes, pois

tem que educar com as novas formas de educação impostas pela prática

social, como a questão da mídia e a questão das representações sociais e

do imaginário, que estão presentes quando se fala em educar o sujeito.

A Orientação Educacional, hoje, também passa por esse processo de

atuação, pois, atua diretamente com professores, alunos e comunidade

escolar. Dessa forma, surge o interesse em pesquisar e analisar qual o

papel da orientação educacional? E qual a importância do Orientador

Educacional nas unidades de ensino? Com o objetivo de observar a atuação

do profissional de orientação educacional.

Nas concepções tradicionais, caracterizadas como liberais, a

Orientação Educacional tinha o papel de ajustar o aluno à escola, à família e

à sociedade, levando em consideração um modelo de homem, de

sociedade, de escola e até de Orientação. Na pedagogia tradicional o

orientador tinha a responsabilidade de aplicar testes e instrumentos de

medida. Já na pedagogia renovada o orientador tinha o papel de consultor,

identificando as mudanças no desenvolvimento do aluno através de

atividades de estimulo.

Nas concepções progressistas, a orientação trabalha com a realidade

social do aluno, diante as contradições e conflitos, fazendo a mediação entre

individuo e sociedade. O indivíduo é construído no processo histórico e

social da vida humana. Segundo GRINSPUN: “O orientador educacional

dialetiza as relações e vê o aluno como um ser real, concreto e histórico”. 8(GRINSPUN,2008.p.55)

8GRINSPUN. Zippin.P. S. Mirian. A Prática dos Orientadores Educacionais. São Paulo. 2008. p.55.

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Dessa forma, ele assume uma postura política, percebendo que a

educação faz parte de um contexto sócio-econômico-político-cultural e que o

aluno é o principal sujeito desse contexto onde, o mesmo está inserido em

uma determinada sociedade. Por isso, o Orientador Educacional é um

profissional de grande importância na escola, pois, ele vai articular/orientar e

clarificar as contradições e confrontos, e nesse meio, buscar ajudar o aluno

a compreender as redes de relações que na sociedade se estabelecem.

Hoje, torna-se necessário que o Orientador Educacional, tenha uma

boa formação política-pedagógica, psicológica e cultural, pois o sujeito/aluno

hoje, não é o mesmo de ontem. Assim, é preciso nos questionar: Quem é o

sujeito/aluno, hoje? Como ele se forma? O que é preciso para se educar

para o futuro, neste novo século em que vivemos?

Os elementos agregativos que dicotomizam a educação brasileira

descrevem a motivação como elemento fundamental para a construção da

identidade do ser social. Observa-se neste contexto que a história do

passado se mistura com a atual onde vale ressaltar que o ensino passa por

transformações importantes e determinantes na construção da educação

atual.

1.2 MOTIVAÇÃO: UM DESAFIO PARA O COTIDIANO ESCOLAR.

“Motivação: sf.1-Ato ou efeito de motivar(se).2-Exposição de motivos ou

causas.3-Interesse espontâneo ou estimulado por determinado

assunto.”9(FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda.2000,p.473.) Atualmente as

pessoas de modo geral, procuram algo que desperte a sua motivação. O

progresso está aí, o tempo parece voar. Se as pessoas não estiverem

motivadas, seus objetivos jamais serão alcançados.

9 FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda.op. cit.p.473.

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Através da observação como Orientadora Pedagógica, pude perceber

a ausência de motivação tanto da parte dos professores quanto da parte dos

alunos. Esse será mais um desafio no âmbito escolar. No processo ensino-

aprendizagem acredita-se que a motivação deve estar presente em nosso

cotidiano. O professor deve se encarregar de ser o facilitador na construção

do processo de formação, influenciando o educando no desenvolvimento da

motivação da aprendizagem. Para tal processo, os professores precisam

motivar seus alunos, para o ensino, e para isso necessitam estar motivados;

realizar atividades criativas e envolventes para despertar o interesse do

aluno. Tudo que é significativo e interessante para o aluno, permanece mais

tempo na memória e pode ser recordado com facilidade. Um estudante

motivado concentra-se no trabalho, não se dispersa nem interrompe o

estudo, porém sem motivação, aprende-se pouco e esquece-se depressa.

Segundo Huertas:

Motivação é entendida como um processo psicológico, ou

seja, ela é proporcionada por meio dos componentes afetivos e

emocionais. As pessoas criam metas em suas vidas, sua carreira

profissional ou até mesmo em viagens, e são essas metas que as

motivam a continuar seus objetivos e propósitos. A motivação é a

energia psíquica do ser humano.10( HUERTAS,J.A. 2001,p.65.)

De acordo com os estudos de FITA” a motivação é um conjunto

de variáveis que ativam a conduta e a orientam em determinado sentido

para alcançar um objetivo”11(FITA, E. C, 1999.p.77). Assim a motivação

consiste em determinadas ações que levam as pessoas a alcançar seus

objetivos.

10 HUERTAS,J.A.Motivação. Querer aprender. Buenos Aires. 2001,p.65. 11 FITA, E.C. O Professor e a motivação dos alunos. São Paulo. Loyola, 1999.p.77.

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É possível que a motivação explique porque alguns educandos se

sintam bem e gostam da escola, mostrando atitudes apropriadas,

alcançando habilidades e conseguindo desenvolver seu potencial, enquanto

outros se mostram desligados, pouco interessados, muitas vezes não

acreditam em si mesmo, a sua auto-estima acabava ficando baixa.

1.3 ELEMENTOS GERADORES DA AUSÊNCIA DE MOTIVAÇÃO ENTRE

ALUNOS E PROFESSORES NO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM.

Qualquer coisa que se faça na vida, é necessária primeira vontade de

realizá-la, senão nada acontece. Se as pessoas não se encontram

motivadas a fazer algo com que se identifiquem ou a alcançar uma meta,

podem ser persuadidas a tomar atitudes que preferiram não tomar, o que as

condicionará a um comportamento indeciso. Há muito tem visto estudo feito

por vários profissionais sobre dificuldades de aprendizagem e a falta de

interesse por parte dos alunos, esta é uma preocupação que vem se

estendendo. Alguns estudiosos já chegaram à conclusão que muitas destas

dificuldades se dão pela falta de motivação dentro do contexto escolar.

Se o aluno não se interessa pela disciplina seja pela

pessoa do professor ou pela exposição das aulas, ele sente

grande dificuldade em aprender e a mesma o desmotiva. Seu

desinteresse e o seu problema em assimilar a matéria, crescem

acabando por se criar um ciclo vicioso envolvendo a

desmotivação e o não aprendizado. 12 (FITA, op. cit.p 123)

12 FITA, E.C. op.Cit.p.123.

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Os professores se angustiam e não entendem o porquê da falta de

aprendizagem dos alunos, sendo cobrados pelos pais e pressionados pelo

sistema educacional que só querem resultados, mas não oferece subsídios

para alcançá-los, ficando sem saber como agir e que métodos devem ser

adotados, e como frutos destes problemas surgem à evasão escolar e a

repetência. Outros fatores que geram a ausência de motivação entre alunos

e professores são:

- salas de aula com o número elevado de alunos; tanto para o aluno

como para o professor.

-falta de recursos didáticos e tecnológicos;

-impedimento, por parte da instituição de ensino, de realizar atividades

diferenciadas, como passeios, por exemplo. Falta de apoio familiar. A família

deve trabalhar em parceria com os professores e assim os filhos se sentirão

protegidos e levados a sério.

-as condições de trabalho, como por exemplo, o salário, o próprio ambiente

de trabalho (iluminação, espaço, relacionamento intergrupal e etc.);

-falta de atividades esportivas, passeios, projetos envolvendo atividades extra

classes. Cobrança muito grande aos profissionais da Educação, pois a ordem

é; seja show, psicólogo, babá, médico, especialista, artista. Carga horária

muito acima das oito horas previstas em lei. 13(FITA,op. Cit, p.125)

A desmotivação também está associada a uma crise de valores, através

de qual relaciona a desconsagração do trabalho à questão das mudanças na

ambiente cultural e nas bases éticas do comportamento. Sendo assim, para

resgatar o processo de motivação, é preciso analisar os interesses tanto dos

educadores quanto dos educandos, isto é, que nas tarefas podem

proporcionar-lhes em termos de autorrealização, fazendo com que cada

tarefa seja percebida pelo Orientador como um desafio.

13 FITA, E.C. op.Cit. p.125.

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CAPÍTULO II

AÇÕES E ESTRAGÉGIAS DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E

PEDAGÓGICA NA CONQUISTA DA MOTIVAÇÃO DOS ALUNOS E

PROFESSORES.

O segundo capitulo pretende descrever a Motivação como chave do

sucesso; é o que nos apontam os estudos sobre aprendizagem desenvolvidos

por Dörnyei 1998. Está é também a opinião de muitos professores que

dedicam grande parte do seu tempo e esforço planejando atividades que

julgam ser do interesse doa alunos. Mas, o que seria exatamente a

motivação?Brown afirma que ao longo de décadas, têm existido vários

conceitos de motivação que representam teorias diversas:

Behaviorismo – a motivação advém do reconhecimento e do reforço

positivo de comportamentos bem sucedidos estando, portanto ao

sabor de influências externas. 14(BROWN, 2000.p.40)

Cognitivismo – a motivação parte do nosso interior, de nossas

decisões sobre quais experiências ou objetivos iremos realizar ou

evitar e o nível de esforço que iremos despender na realização

desse trabalho. Alguns psicólogos cognitivos entendem que, por trás

de nossas decisões existe uma força que nos impele a agir,

baseando-se nos nossos desejos e necessidades. 15(Ibidem, p.45)

14 BROWN,H.Douglas. Princípios de ensino e Aprendizagem. Nova York, Longman, 2000.p.40. 15 Ibidem, p.45.

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Ausubel (1968, apud Brown, 2000), por exemplo, identificou seis

necessidades: a de exploração – ir à busca do desconhecimento; a de

manipulação – para atuar no meio ambiente e mudá-lo; a de atividade –

para se exercitar tanto fisicamente quanto mentalmente; a de estímulo – ser

estimado pelo ambiente, por outras pessoas, por idéias, pensamentos e

sentimentos; de conhecimento.

Processar e internalizar os resultados da exploração, manipulação,

atividade e estimulação para solucionar problemas e buscar para si mesmo,

sistemas de conhecimento sólido; de melhoria do ego - para que a pessoa

se torne conhecida e tenha o reconhecimento e aceitação dos outros.

Construtivismo – levam em conta as escolhas individuais

enfatizando o contexto social. Cada pessoa é motivada

diferentemente e, por isso, suas ações no meio ambiente

obedecem ás especificidades e características de cada indivíduo,

interligadas ao contexto sociocultural do qual essa pessoa faz

parte.16( Ibidem, p.56)

Em 1070, Abraham Maslow definiu motivação como um construto

no qual a obtenção dos objetivos mais importantes só é possível ao se

passar por uma seqüência hierárquica de necessidades, três dá quais estão

relacionadas á comunidade, ao sentimento de que faz parte de alguma coisa

e ao status social.

O conceito de motivação baseado em necessidades refere-se, de

certo modo, ás três escolas de pensamento supramencionadas, pois a

satisfação de necessidades é gratificante (behaviorismo); requer a tomada

de decisões (cognitivismo); e, em muitos casos, tem de ser interpretada

num contexto social (construtivismo).

16 Ibidem, p.56.

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Além de possuir uma variedade de conceitos, a motivação pode ser

também classificada de acordo com perspectivas diferentes. Segundo

Gardner e Lambert, a motivação pode ser: integrativa – quando se deseja

aprender uma língua para fazer parte da cultura estrangeira, participando de

interações sociais e instrumentais – quando se aprende uma língua por

necessidades específicas relacionadas ao estudo ou profissão.

É importante salientar que, em estudos posteriores, Gardner e

MacIntyre (1991, apud Brown, 2000) referiam-se aos propósitos integrativos

e instrumentais não mais como tipos de motivação, mas como orientações

do contexto de aprendizagem: acadêmico ou relacionado á profissão

(instrumental) ou com objetivos sociais ou culturais (integrativo).

A relevância de se distinguir motivação de orientação é o

fato de que pode haver níveis de motivação diferentes em cada

tipo de orientação. A motivação pode ser também dividida em

dois outros tipos: intrínseca – a decisão de aprender parte de

incentivo externo. 17(Ibidem. p.78)

Brown classifica a motivação em global (interesse geral pelo

estudo de um idioma estrangeiro); situacional (diz respeito ao contexto de

aprendizagem: sala de aula, ambiente); tarefa (refere-se á maneira pela qual

o aluno aborda uma determinada tarefa).

Dos três tipos de motivação, a tarefa é o que mais depende do

investimento do professor para despertar ou aumentar o interesse do

educando em aprender uma língua estrangeira. Portanto, se o professor

adota uma abordagem colaborativa, baseada em tarefas, a possibilidade de

o aluno executá-las de maneira mais adequada aumentará, porque ele

poderá contar com o auxílio do próprio mestre ou de um colega como

mediadores da sua aprendizagem.

17 Ibidem, p.78.

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22

A abordagem colaborativa pode contribuir muito para uma maior

motivação do aluno porque lhe proporciona apoio emocional através do

processo de troca de conhecimento entre mediadores e medianos.

Esse intercâmbio de idéias favorece a tolerância ás diferenças

individuais e o respeito aos outros indivíduos, podendo auxiliar no

desenvolvimento da auto-estima que, por sua vez produz maior desejo de

ousar, descobrir coisas novas e, consequentemente aprender.

Despertada a chama que impele o aluno á aprendizagem, cabe ao

professor mantê-la ao envolver o educando nas decisões, negociando

procedimentos e construindo sentidos em sala de aula.

O professor deve ainda se concentrar no potencial do aluno e não

em um nível demonstrado do rendimento e compreensão, para possibilitar a

sua intervenção enquanto mediador. Para tanto, o ensino deve ser suficiente

desafiador e promover a autonomia do aluno por meio do uso de técnicas e

atividades que estimulem as operações intelectuais do educando.

Dessa forma, o mediador estará facilitando o

desenvolvimento do aprendiz e desestimulando sua passividade

e submissão, através de uma abordagem conteudista que visa a

uma mera transmissão de conhecimento. Por este motivo, o

professor deve desenvolver no educando o espírito de iniciativa e

autoconfiança, a fim de que os aprendizes se sintam capazes de

iniciar a mediação espontaneamente, sempre que possível essa

responsabilidade com o professor.18( Ibidem p.80)

Deve o educador observar, também, o nível de envolvimento e

participação doa alunos nos grupos, para evitar que o trabalho cooperativo

se transforme em um mero aglomerado de pessoas dispostas em círculo,

preocupando-se apenas com suas necessidades e interesses individuais.

18 Ibidem, p.80.

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23

2.1- MOTIVAÇÃO E SUA IMPORTÂNCIA PARA A APRENDIZAGEM

O Orientado deverá ter sempre em conta que, para que a

aprendizagem seja significativa, o professor deverá ter uma atitude positiva e

favorável, ou seja, tem de estar motivado para acrescentar o que está a

aprender ao que já conhece. São desta forma que se modificam as

estruturas cognitivas já existentes.

Numa escola podem surgir três tipos de formandos:

Os que estão motivados;

Aqueles cuja motivação é nula;

E ainda os desmotivados (que é sinônimo de estarem contra

a formação).

Motivar é:

Criar vontade de...

Predispor para...

Chamar a atenção para...

Para os que estão motivados o professor tem que arranjar

estratégias para mantê-los motivados, para os outros, terá de

encontrar estratégias que os motivem para a aprendizagem. 19(POZO, J.L. 2002, p.45)

Motivação inicial – mostrar interesse pelos motivos que levaram

os alunos a freqüentarem aquele curso, saber o que esperam aprender,

saber das suas experiências anteriores; estar motivado – ninguém consegue

motivar se não estiver motivado, isto implica: mostrar domínio do assunto

(autoconfiança e segurança); ser expressivo – capacidade de comunicação,

haver sintonia entre a expressão verbal e a não verbal (palavras e gestos), a

voz com inflexão; distribuir o olhar por todos os participantes (troca de

olhares).

19 POZO, J. L. Aprendizes e Mestres: A nova cultura da aprendizagem. Porto alegre: Aetmed.2000.p.45.

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O olhar não deve ser nem persistente nem fugidio, deve olhar

mostrando mais interesse na pessoa do que no que ela diz; apelo à

participação – implica e responsabiliza os formandos pela sua própria

aprendizagem, ao mesmo tempo em que demonstra interesse por saber o

que pensam ou sabem sobre o assunto; a linguagem usada deve ser

adequada aos destinatários – se o grau de escolaridade for baixo, a

linguagem deve ser simples e com alguns cuidados no uso de siglas,

estrangeirismos ou expressões muito técnicas; se pelo contrário o grau de

escolaridade for elevado, a linguagem deve ser técnica; usar o humor –

desde que usado moderadamente e devidamente contextualizado, facilita a

evocação do assunto que estava a ser tratado. Para, além disto, começam

agora a emergir teorias de ensino-aprendizagem baseadas não só no

conhecimento de que estes dois processos estão intimamente ligados, mas

também dos mecanismos neles intervenientes. As novas perspectivas

sintetizam uma série de princípios psicopedagógicos comuns a todas as

tarefas de ensino-aprendizagem e chama a atenção para a existência de

diferentes tipos de aprendizagem consoante a natureza da tarefa a

aprender.

Estes princípios básicos são um esforço de conciliação

entre as várias teorias, funcionando também como estratégias

de motivação dos formandos: estabelecer a idéia de conjunto

da tarefa a aprender; relacionar os conhecimentos e as

habilidades a adquirir com os já adquiridos; orientar a atenção

dos educandos para os elementos novos da tarefa a aprender;

fomentar a participação dos educandos; nos primeiros

momentos da aprendizagem orientá-los mas retirar

progressivamente essa orientação, a fim de permitir que se

responsabilizem pela sua própria aprendizagem; criar

condições que desenvolvam a capacidade de transferência de

conhecimentos e habilidades a novas situações; dar feedback

desenvolvendo nos educandos a capacidade de se auto-

avaliarem; criar um clima afetivo conducente à aprendizagem;

avaliar as aprendizagens dos educandos e a eficácia do

desempenho do professor.20 ( Idem, p. 49)

20 Ibidem, p. 49

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Assim, para aumentar o grau de motivação dos educandos,

existem alguns princípios que devem nortear a planificação das sessões de

formação: definir os objetivos gerais de aprendizagem. Esta definição deve

ser suficientemente flexível de modo a permitir a ocorrência de

aprendizagens não previstas nos objetivos; desdobrar os objetivos gerais em

objetivos específicos, tendo em conta a estrutura do sujeito. A estrutura da

tarefa e o tipo de aprendizagem exigida por estes dois fatores; decidir quais

os conhecimentos ou habilidades de base que os sujeitos já devem possuir

para poderem iniciar a tarefa de aprendizagem; seqüencial a aprendizagem

de forma a que os sujeitos sintam que estão a fazer progressos; pensar em

algumas atividades que professor e aluno possam desenvolver no decurso

da sessão.

2.2 MÉTODOS DE MOTIVAÇÃO (MOTIVAR)

Pretende-se com esta seção que o professor conheça as

diversas técnicas de motivação existentes e que consiga identificar a melhor

forma para motivar os seus alunos. O comportamento humano está inerente

às múltiplas e diferenciadas atividades, que todas as pessoas desenvolvem

no seu quotidiano, como por exemplo, andar, conversar, dormir, trabalhar,

etc. É possível mesmo realizar várias atividades em simultâneo. Podemos

observar está afirmativa no trecho abaixo.

Será que o indivíduo tem sempre consciência daquilo que o leva

a agir? O que leva os indivíduos a envolverem-se mais numas

atividades do que noutras? Por que mudam as pessoas de

atividade, no decurso da vida?

POR QUE

Todo o comportamento é uma atividade dirigida. Todo o

comportamento tende para a consecução de objetivos. Motivação

Humana é a força geradora do comportamento, é o que

predispõe o indivíduo para uma determinada atividade.21

(Ibidem,.p.56)

21 Ibidem, p.56

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A motivação de cada sujeito pode ser condicionada por três fatores

descritos por Pozo como:

1º)Expectativas – antecipação subjetiva do que irá

acontecer;

2º)Valências – cada indivíduo revela tendências para

valorizar um determinado tipo de resultados. Depende do objetivo

e do valor que cada sujeito atribuiu ao resultado final e à

satisfação proporcionada;

3º)Instrumentalidade – é a relação causal entre o esforço

intermediário e o resultado final (se o sujeito verificar que o

resultado final não depende do esforço a fazer, pode optar por

não se esforçar).22 (Ibidem, p. 78.)

Há muitos indivíduos que apesar de revelarem uma boa

capacidade intelectual e de aprendizagem, obtêm resultados muito baixos no

seu desempenho escolar. O que falta a estes indivíduos não é a capacidade,

mas a motivação. A relação entre a motivação e a aprendizagem é evidente,

pois sem motivação não há aprendizagem, o que equivale a dizer, que a

motivação é condição necessária para haver aprendizagem.

A aprendizagem acontece quando o indivíduo está realmente

interessado em aprender; aprende-se aquilo que corresponde a uma

necessidade ou a um interesse.

A motivação desempenha três funções no processo de aprendizagem:

1º)Função seletiva: a atenção da pessoa centra-se no campo

específico do interesse dominante;

2º)Função energética: a pessoa intensifica a sua atividade,

aumentando a sua energia e poder de concentração, para atingir os fins a

que se propôs;

3º)Função direcional: a pessoa orienta os seus atos em direção à

meta que pretende atingir.

22 Ibidem, p. 78.

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Neste contexto pode-se afirmar que os incentivos têm um valor

motivacional relativo. É o mesmo que dizer que um mesmo incentivo pode

provocar respostas distintas ou nem sequer encontrar eco em alguns

formandos. Especificamente, existem diversas estratégias que os

professores podem utilizar para motivar os seus alunos para as tarefas

escolares.

manifestar-se entusiasmado pelas atividades realizadas com os alunos, constituindo um modelo ou exemplo de motivação para

eles; clarificar, logo no início do ano letivo, o “por quê?” da

seqüência dos conteúdos programáticos da disciplina que leciona,

levando os alunos a aperceberem-se da coerência interna entre as

matérias a aprender e a adquirirem uma perspectiva global dessas

aprendizagens; explicitar o “para quê?” das matérias do programa

da disciplina que leciona em termos da sua ligação à realidade fora

da escola e da sua relevância para o futuro dos alunos; alargar a

perspectiva temporal de futuro dos alunos, levando-os a valorizar

certas metas para cujo alcance a escola constitui um meio ou

instrumento, contribuindo para que eles não se limitem a uma

atitude imediatista e consumista face às alternativas facultadas pela

sociedade atual. 23 ( Ibidem.p.98)

Aproveitar as diferenças individuais na sala de aula, levando os

alunos mais motivados, com mais conhecimentos ou que já compreenderam

as explicações do professor a apresentarem os conteúdos aos outros alunos

com mais dificuldades, contribuindo para uma maior compreensão e

retenção da matéria por parte dos primeiros e para a modelação dos últimos.

23 ( Ibidem.p.98)

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Incentivar diretamente a participação dos alunos menos

participativos, através de “pequenas” responsabilidades que lhes

possam permitir serem bem sucedidos; fomentar o

desenvolvimento pessoal e social dos alunos, através de

estratégias de trabalho autônomo e de trabalho de grupo; utilizar

metodologias de ensino diversificadas e que tornem a explicação

das matérias mais clara, compreensível e interessante para os

alunos; criar situações de aprendizagem significativas para os

alunos, contribuindo para uma retenção das aprendizagens a

médio/longo prazo; evitar levar os alunos a estudar apenas na

perspectiva do curto prazo porque vão ser avaliados sobre as

matérias em causa. (Ibidem, p. 100.)

Reconhecer e evidenciar tanto quanto possível o esforço e

a capacidade dos alunos, não salientando, sobretudo os erros

cometidos por estes; ter confiança e otimismo nas capacidades

dos alunos para a realização das tarefas escolares, explicitando-o

verbalmente; contribuir para que o aluno seja bem sucedido nas

tarefas escolares, aumentando a sua autoconfiança, nível de

excelência e “brio” na realização escolar; promover a realização

de tarefas de um nível de dificuldade intermédio aos alunos, pois

as tarefas demasiado fáceis ou demasiado difíceis não fomentam

o envolvimento do aluno, nem a percepção de competência

pessoal na sua realização; levar os alunos a atribuir os seus

fracassos a causas instáveis (por exemplo, falta de esforço) e não

a causas estáveis (por exemplo, falta de capacidade), de forma a

que aumentem as expectativas de sucesso e o empenhamento

em situações futuras;24( Ibidem, p.101.)

24 Ibidem, p.101.

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CAPÍTULO III

A INTERVENÇÃO DO ORIENTADOR EDUCACIONAL PARA

POSSÍVEIS SOLUÇÕES NO QUE DIZ RESPEITO À DESMOTIVAÇÃO DO

EDUCADOR.

O terceiro capítulo descreve a intervenção do orientador educacional

como um meio fundamental para a construção da identidade perdida pelos

professores, que trabalham de forma exaustiva para obterem seu sumo bem

(interesse pessoal). Assim contrariando este discurso capitalista podemos

apontar a crítica de Fabiana Kauark, que mostra a educação como:

Faz-se necessário um estudo da prática educativa diante da

heterogeneidade dos alunos na construção do conhecimento,

abordando a ética profissional como motivadora de uma plural e rica

gama de potencialidades sem, no entanto, incorrer no risco de

integrar, estereotipar e desta forma, homogeneíza-la. 25(Fabiana

Kauark,2008,p.15)

O processo que visa a explicitar as virtualidades do indivíduo, em

contato com a realidade, a fim de levá-lo a atuar dessa mesma maneira

consciente, eficiente e responsável, tendo em vista atender a necessidade

pessoal, social e transcendental da criatura humana. A motivação e a

incentivação representam duas maneiras diferentes de encaminhar o indivíduo/

professor por uma trilha comum.

25 KAUARK, Fabiana. Motivação no Ensino e na Aprendizagem. Rio de janeiro, 2008.p.15.

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É impulso que vem diretamente de dentro do indivíduo que o impele

para algo. É como que uma força interior que provoca interesse por alguma

coisa.

Neste discurso entram em destaque as oficinas e exercícios de

motivação realizados em algumas escolas para motivar seus professores a

desenvolver seu sumo bem interesse pessoal. A motivação, em nossas

escolas, tem mais considerado como inicial, tanto assim que os planos de aula,

antes de apresentarem o desenvolvimento da matéria, trazem o item;

motivação. Assistindo a aula nota-se que, de inicio, há o trabalho de tentativa

de motivação. Logo a autora Maria Isabel da Cunha diz:

A verbalidade que fizeram os professores sobre como

desenvolvem a sua prática pedagógica constitui um dos matérias

ricos desta investigação. A prática pedagógica foi aqui delimitada

como sendo a descrição do cotidiano do professor na preparação e

execução de seu ensino. Onde as relações de prazer, entusiasmo,

exigência, princípios e valores.26(Maria Isabel da Cunha,1992,p.106)

A motivação deve estar presente durante toda a aula, deve ser

preocupação constante do professor manter a motivação da turma e a sua

própria motivação no prazer de ensinar com amor.

A motivação neste contexto sai do campo professor e aluno e adentra

ao campo professor e orientador. Que se torna o mediador da motivação.

Aplicando dinâmicas que tornam a aula dos professores mais agradáveis.

Neste momento podemos descrever os meios mais viáveis sobre o insucesso

da educação brasileira, todavia seria repetitivo e desgastante, pois as

dificuldades existem, mas se abraçamos esta profissão, devemos nos

capacitar e tornar as aulas mais agradáveis e prazerosas, para os dois

grupos (professor/aluno).

26 CUNHA, Maria Isabel da. O Bom Professor e sua Prática. 1992,p.106.

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Esta motivação pode ser inicial e de desenvolvimento. O mais

apropriado nome para motivação de desenvolvimento deveria ser

incentivação.

Motivação Inicial quando empregada no inicio da aula, em que o

professor procura predispor os alunos para os trabalhos que vão ser

realizados. Motivação de desenvolvimento (incentivação) Quando

empregada durante o transcurso da aula, que deve ser planejada ou

aproveitar os incidentes de todos os seus momentos, para reavivar o

interesse dos educandos.27( Ibidem,p.107)

3.1 FONTES E TÉCNICAS DE MOTIVAÇÃO

As fontes de motivação representam elementos, fatores ou

circunstâncias que despertam no educador algum motivo ou atitude favorável

para certas atividades, porque lhe aguçam necessidades. As principais fontes

são:

1. Necessidades do educador, podendo ser de natureza

biológica, psicológica ou social.

2. Curiosidade

3. Vida social, acontecimentos da atualidade.

4. Ambiente escolar adequado

5. Ludicidade

6. Necessidade de conhecimento

7. Desejo de ser eficiente

8. Tendência à experimentação28( ROGERS, C.R, 1975.p. 158.)

As fontes em anexo descrevem um dos fios condutores responsáveis

pela viabilidade da motivação do professor sobre o elemento fundamental da

educação. Cunha Maria Isabel, viabiliza as fontes como algo determinante

para mobilizar a curiosidade perdida ao longo do tempo. 27 Ibidem, p. 107. 28 ROGERS, C.R. Liberdade Para Aprender. Rio de Janeiro, Interlivros, 1975.p. 158.

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Outro elemento também debatido por Cunha Maria Isabel e Rogers C.R,

mostram as fontes como algo fundamental e presente no cotidiano dos

professores. Trabalhando a relação mundo externo e interno como um só

elemento. (escola e realidade).

Assim a técnica de motivação procura aproveitar as possibilidades

energéticas das fontes, para indicar e orientar os esforços do educador no

processo de aprendizagem se tornado neste momento educando.

O resultado positivo ou não de determinada técnica depende do

educador (professor), e das diferenças individuais. É fácil perceber como é

difícil motivar nossos professores em uma sala de aula, onde é mais fácil

aplicar o ensino tradicional do que apresentar a educação positiva. Que

prioriza o constante estudo do professor para aplicar em sala de aula,

conteúdos relativos com a realidade atual. Fragmentada no conteúdo

programático do bom profissional.

A motivação possibilita no professor a viabilidade de atuação onde

aliando a motivação, temos outros elementos determinantes como:

Computador, televisão, jornal, revista que viabilizam a relação da escola com o

mundo atual resgatando a identidade do professor como:

Material didático é todo e qualquer recurso físico, além do professor,

utilizado no contexto de um método ou técnica de ensino, a fim de auxiliar o

professor, a transmitir a sua mensagem e o educando a mais eficientemente

realizar a sua aprendizagem. “Assim o material didático, seja qual for a sua

modalidade, é aquele que incentiva, facilita ou possibilita o processo ensino e

aprendizagem.”29 O papel do material didático é destacado no ensino de todas

as disciplinas. Quadro, giz e apagador são elementos indispensáveis e básicos

em qualquer sala de aula. Outros recursos também são utilizados como, meio

facilitador de ensino como: Computador, jornal, revista, aparelho de projeção,

gravadores.

29 GADOTTI, Moacir. Comunicação Docente. São Paulo. Loyola. 1975.p.101.

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3.2 A CLASSIFICAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO

Hamilton Werneck apresenta uma classificação, em forma de cone, em

que a base é expressa por experiências diretas e o ápice, por símbolos

verbais, na seguinte seqüência, do menos para o mais concreto:

1. Símbolos verbais

2. Símbolos visuais

3. Imagens fixas, rádios, gravações.

4. Filmes

5. televisão

6. exposições

7. Visitas e excursões

8. demonstrações

9. Dramatizações30(1 WERNECK, Hamilton,2008.p.65.)

A classificação Brasileira de recursos Audiovisuais apresenta a seguinte

seqüência:

Som, cinema, televisão, revistas, jornais.

Fonte: Revista nova escola

30 WERNECK, Hamilton, Professor agente da transformação. Rio de janeiro,2008.p.65.

Recursos auditivos

Música, Cd, Rádios

Recursos Visuais

Quadro, cartazes, gravuras, museus, filmes, fotografias, exposições

Transparências.

Recursos audiovisuais

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Em suma, o papel do Orientador em todo contexto escolar é de

mediador entre a aplicabilidade do conteúdo didático sobre uma gama de

professores presos às dificuldades de aplicabilidade do conteúdo, passado

para seus alunos em sala de aula. O Orientador possibilita mecanismos

ligados diretamente a contextualizar a verdadeira importância do bom

profissional na escola.

O estudo da prática educativa diante da heterogeneidade dos alunos na

construção do conhecimento, abordando a ética profissional como motivação

de uma plural e rica idéia de potencialidades, sem, no entanto, correr o risco

de integrar estereotipar, desta forma, homogeneizá-la. Nesse sentido, as

questões levantadas anteriormente perpassam por uma idéia de mecanismo

que possibilitam a motivação e o resgate da identidade do professor que deixa

de lado o ensino tradicional, enveredando pelo campo do desafio.

Onde ensinar é a troca de conhecimento entre professor e

aluno, possível através dos jogos didático que são um dos

recursos utilizados para possibilitar o interesse dos alunos e dos

professores neste contexto podemos abrilhantar esta afirmativa

com a analise da aplicabilidade do ensino crítico sem amarras.31

(KISHIMOTTO,T.M,1997.p.57)

KISHIMOTTO Afirma que o jogo além de possibilitar maior interesse

(professor e aluno) dentro e fora da sala de aula. Mostrando que o ensino da

matemática assim como outras disciplinas vai além dos muros da escola.

31 KISHIMOTTO,T.M. Jogos e brinquedo e a educação. São Paulo. Cortez.1997.p.57.

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3.2-1 PLANO DE CURSO PARA A APRESENTAÇÃO DO JOGO:

Objetivos:

*Desenvolver procedimentos de leitura crítica para analisar e compreender

através do jogo a assimilação do conteúdo dado em sala de aula.

* Incentivar a reflexão da matemática como algo fundamental para o

desenvolvimento intelectual dos alunos.

Recursos auxiliares:

• Livros didáticos

• Revistas especializadas

• Jogos educativos

Ao longo do ensino fundamental os conhecimentos numéricos são

construídos e assimilados pelos alunos num processo dialético, em que

intervem como instrumento eficaz para resolvê-lo determinados problemas e

como objeto fundamental para recuperar a vivacitude dos alunos, que está tão

desvalorizada e discriminada pelas classes elitistas. Nesse processo, o aluno

percebe que a existência de diversas categorias numéricas criadas em função

de diferentes problemas que a humanidade teve que enfrentar números

naturais, números inteiros, positivos e negativos números racionais com

representações fracionárias e decimais. Á medida que se depara com

situações problemas envolvendo adição, subtração, multiplicação, divisão,

potenciação e radiciação. Ele irá ampliar seu conhecimento gradativamente.

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CONSIDERAÇÃO FINAL

Ao pesquisar sobre o tema observamos que muitos profissionais da

educação, estão tão saturados com as condições propostas pela instituição de

ensino, que acabam se tornando tradicionais. Utilizando recursos comuns

como quadro, giz. Sem explorar outros meios para tornar sua aula mais

prazerosa e agradável.

Sabemos que a escola caminha lado a lado com as inovações do mundo

contemporâneo e o professor e o fio condutor da motivação que leva para sala

de aula, apresentando recursos como: (Jogos educativos, passeios, filmes,

teatros) como meios de resgate da motivação e também assimilação de

conteúdos didáticos. A motivação está ligada a bons profissionais que amam o

que fazem independente do capital (dinheiro), vivem e respiram a educação

como algo fundamental para a construção de uma nova sociedade, constituída

com bases sólidas respaldadas na lei.

Não cabe neste momento apontar o que está certo ou errado sobre o tema

apresentado o que tentamos passar nesta monografia é uma crítica feroz

sobre o futuro de nossa educação, estruturada de forma alheia à realidade dos

nossos professores que lidam diariamente com falta de recursos didáticos,

violência, desinteresse dos alunos e paralelamente dos profissionais.

O orientador consciente proporcionará reflexões éticas, porque é ele

mesmo o sujeito ético e suas ações se respaldam em condutas morais, que

viabilizam uma orientação precisa sobre os mecanismos de resgate social.

Somos seres atuantes estamos em constante modificação, “o mundo não

para,” assim dizia Cazuza em sua música. E mesmo assim existem

professores que vivem e respiram o ensino tradicional, como verdade absoluta,

e não aceitam as propostas pedagógicas de sua escola.

A orientação proposta pela motivação está baseada nos PCNS, que

apresentam princípios construtivistas, apóia-se em um modelo de

aprendizagem que reconhece a participação construtiva do aluno.

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A intervenção do professor nesse processo e a escola como um espaço

de formação e informação em que a aprendizagem de conteúdos e o

desenvolvimento de habilidade operatórias favoreça a inserção do aluno na

sociedade que o cerca e, progressivamente, em um universo cultural mais

amplo. Para que essa orientação se transforme em uma realidade concreta é

essencial à intervenção do sujeito professor e aluno.

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ANEXO 1:

BINGO TABUADA

1 4

7

2

5

8

3 6

9

1º ETAPA: A apresentação da tabela com os números da tabuada sem as

devidas multiplicações: Será confeccionado com cartolina na cor Branca, que

ficou ficçada no quadro de giz sobre a orientação da professora.

2º ETAPA:

Em uma caixa foi colocado todo o múltiplo, só os resultados exemplo:

Múltiplos de 2: 2, 4 ,6 ,8 ,10 ,12 ,14 ,16 ,18 ,20.

Múltiplos de 3: 3, 6, 9, 12, 15, 18, 21, 24, 27,30.

Múltiplos de 4: 4 ,8 ,12 ,16 ,20 ,24 ,28 ,32 ,36 ,40.

Entre outros como: 5, 6, 7, 8, 9.

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ANEXO 2 :

3º ETAPA:

Foi distribuída para todos os alunos a cartela, sem os resultados da

multiplicação. (Cada cartela apresenta um calculo diferente onde o aluno,

presta atenção ao resulta e vão calculadas mentalmente as respostas e

marcando na cartela corretamente. Ganha que completa toda a cartela).

Exemplos de cartelas:

Exemplo 1:

3X6=

9X9= 8X6= 2X9=

7X9=

5X6= 4X9= 9X9=

Exemplo 2:

2X2=

6X9= 3x3= 5X10=

4X4=

6X5= 4X10= 2X2=

Material para a confecção das cartelas:

1. Cartolina

2. canetinha

3. tesoura

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ü ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo,

Moderna, 2006.

ü BROWN,H.Douglas. Princípios de ensino e Aprendizagem. Nova

York, Longman, 2000.

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ÍNDICE:

FOLHA DE ROSTO ........................................................................................2

AGRADECIMENTO ....................................................................................... 3

DEDICATÓRIA ...............................................................................................4

RESUMO ........................................................................................................5

METODOLOGIA..............................................................................................6

SUMÁRIO .......................................................................................................7

INTRODUÇÃO ................................................................................................8

CAPÍTULO I...................................................................................................10

1.1 O surgimento do Orientador Educacional................................................12

1.2 MOTIVAÇÃO: Um Desafio para o Cotidiano Escolar..............................15

1.3 Elementos Geradores da ausência de Motivação entre Alunos e

Professores no Processo Ensino Aprendizagem..........................................17

CAPÍTULO II..................................................................................................19

2.1 Motivação e sua importância para a Aprendizagem..............................23

2.2 Métodos de Motivação (MOTIVAR).........................................................25

CAPÍTULO III- ...............................................................................................29

3.1 Fontes e Técnicas de Motivação.............................................................31

3.2 A Classificação do Material Didático.......................................................33

3.2-1 Plano de Curso para a apresentação do Jogo. ..................................35

CONSIDERAÇÃO FINAL..............................................................................36

ANEXOS .....................................................................................................38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS . .........................................................40

ÍNDICE .....................................................................................................41

FOLHA DE AVALIAÇÃO ..........................................................................42

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Universidade Candido Mendes

Curso: orientação Educacional e Pedagógica

MOTIVAÇÃO E DESMOTIVAÇÃO: UM DESAFIO PARA A

ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E PEDAGÓGICA.

Por: Simone de Souza Maria Azevedo

Orientadora: Geni de Oliveira Lima

Avaliado por: ______________________________________

Conceito: _________________________________________