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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO MARIA DE LOURDES RIBEIRO SIQUEIRA DIFICULDADES ENFRENTADAS NO TRÂNSITO DE MANAUS PELOS CONDUTORES NA TERCEIRA IDADE MACEIÓ - AL 2014

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UNIP UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM PSICOLOGIA DO TRÂNSITO

MARIA DE LOURDES RIBEIRO SIQUEIRA

DIFICULDADES ENFRENTADAS NO TRÂNSITO DE MANAUS

PELOS CONDUTORES NA TERCEIRA IDADE

MACEIÓ - AL

2014

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MARIA DE LOURDES RIBEIRO SIQUEIRA

DIFICULDADES ENFRENTADAS NO TRÂNSITO DE MANAUS PELOS

CONDUTORES NA TERCEIRA IDADE

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito. Orientador: Prof. Dr. Manoel Ferreira do Nascimento Filho

MACEIÓ - AL

2014

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MARIA DE LOURDES RIBEIRO SIQUEIRA

DIFICULDADES ENFRENTADAS NO TRÂNSITO DE MANAUS PELOS

CONDUTORES NA TERCEIRA IDADE

Monografia apresentada à Universidade Paulista/UNIP, como parte dos requisitos necessários para a conclusão do Curso de Pós-Graduação “Lato Sensu” em Psicologia do Trânsito.

APROVADO EM ____/____/____

____________________________________

PROF. DR. MANOEL FERREIRA DO NASCIMENTO FILHO

ORIENTADOR:

____________________________________

PROF. DR. LIÉRCIO PINHEIRO DE ARAÚJO

BANCA EXAMINADORA

____________________________________

PROF. ESP. FRANKLIN BARBOSA BEZERRA

BANCA EXAMINADORA

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DEDICATÓRIA

Á meu filho Matheus Ribeiro,

a melhor parte de mim.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus.

A meu filho, razão de todas as minhas conquistas.

A toda minha família, por compreenderem este momento.

A minha colega Waldileya Caldas Rocha, cuja contribuição foi fundamental

para a realização desta pesquisa.

A meu orientador, professor Dr. Manoel Ferreira do Nascimento Filho, por

toda a compreensão e apoio.

A todos que contribuíram com os resultados deste estudo.

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O menino sonha, o adulto realiza, o idoso vive do que já realizou.

(Paulo Roberto Avelino de Oliveira)

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RESUMO

O presente estudo apresenta um debate sobre o processo de envelhecimento e as limitações que este processo trás para todos nós. Destaque dado aos aspectos que interferem no ato de dirigir e no trânsito. Assim, pretende identificar do ponto de vista do condutor idoso, as dificuldades enfrentadas no trânsito por ser um condutor na terceira idade. Para a realização da pesquisa serão aplicados formulários, com condutores idosos que frequentam Centros de Convivência da Família e que espontaneamente aceitaram participar da pesquisa. A análise dos dados foi feita com abordagem quali-quantitativa. Os resultados deste estudo mostram que os idosos podem mesmo ser sujeitos ativos na sociedade e contribuir com a dinâmica familiar. Reconhecem que tem problemas como qualquer motorista e que há outros aspectos no trânsito que interferem na sua atuação. Destacam que preferem ter sua experiência valorizada ao preconceito pela idade. Aceitam que é preciso reconhecer o momento de parar de dirigir, mas que isto é relativo a cada pessoa. Percebe-se que a visão sobre o idoso mudou muito nos últimos tempos e hoje já valorizamos mais a experiência de nossa população. Isso incluir o ato e o tempo de dirigir. Esperamos contribuir para a valorização do idoso e principalmente para o condutor idoso, além de minimizar o preconceito social com o motorista na terceira idade. Palavras-chave: Trânsito; Idoso; Condutor

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ABSTRACT

This paper presents a discussion of the aging process and the limitations that this process behind us all. Emphasis on factors related to the act of driving and traffic. We intend to identify the point of view of the elderly driver, the difficulties faced in traffic by being a driver in old age. To conduct the survey forms will be applied, with older drivers who attend Social Centers Family and spontaneously agreed to participate. Data analysis was performed with qualitative and quantitative approach. The results of this study show that the elderly may even be active in society and contribute to the family dynamics. Recognize that have problems like any driver and traffic there are other aspects that interfere with its operations. Emphasize that prefer to have their valued experience prejudice by age. Accept that it is necessary to recognize when to stop driving, but this is relative to each person. Realize that vision on the elderly has changed a lot in recent times and today has more value the experience of our population. This includes the act and the time of driving. We hope to contribute to the enhancement of the elderly and especially for the elderly driver, while minimizing social prejudice with the driver in the elderly. Keyword: Transit; Elderly; Conductor

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LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Gráfico 01 – Sexo dos Entrevistados ........................................................................ 36

Gráfico 02 – Estado Civil dos Entrevistados.............................................................. 37

Gráfico 03 – Idade dos Entrevistados ....................................................................... 37

Gráfico 04 – Profissão dos Entrevistados ................................................................. 38

Gráfico 05 – Tempo com Motorista ........................................................................... 38

Gráfico 06 – Categoria da Habilitação ....................................................................... 39

Gráfico 07 – Avaliação sobre seu Modo de Dirigir .................................................... 39

Gráfico 08 – Dificuldades ao Dirigir ........................................................................... 40

Gráfico 09 – Problemas no Trânsito de Manaus ....................................................... 41

Gráfico 10 – Avaliação da Atuação dos Outros Condutores ..................................... 41

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................. 12

2.1 O Idoso: Conceito e Atualidades ..................................................................... 12

2.2 O Sistema de Trânsito Brasileiro ..................................................................... 17

2.3 Motorista Idoso no Brasil ................................................................................. 19

3 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 34

3.1 Ética .................................................................................................................... 34

3.2 Tipo de Pesquisa ............................................................................................... 34

3.3 Universo ............................................................................................................. 34

3.4 Sujeitos da Amostra .......................................................................................... 35

3.5 Instrumentos de Coleta de Dados ................................................................... 35

3.6 Plano para Coleta dos Dados ........................................................................... 35

3.7 Plano para a Análise dos Dados ...................................................................... 35

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 36

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 44

APÊNDICE ................................................................................................................ 50

ANEXOS ................................................................................................................... 52

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1 INTRODUÇÃO

A visão da sociedade sobre os idosos mudou muito nos últimos tempos. Hoje

as pessoas da terceira idade tem um papel mais ativo na sociedade. Praticam

esportes, estudam, trabalham e dirigem, entre outras coisas.

Bem diferente da visão anterior do idoso que tricotava e contava estórias para

os netinhos. Mas o paradoxo ainda existe e nesse aspecto. Muitos idosos ainda são

vítima de violência e até mesmo agressões por pessoas preconceituosas que ainda

os consideram incapazes.

Este é o comportamento da população no Brasil que até pouco tempo era

considerado um país de jovens, mas esta realidade está mudando felizmente e esta

mudança merece uma atenção especial para não pegarmos o caminho errado.

Com base no exposto esta pesquisa pretende identificar do ponto de vista do

condutor idoso, as dificuldades enfrentadas no trânsito por ser um condutor na

terceira idade, tendo por base a realidade de Manaus.

Para o desenvolvimento do tema iniciamos a discussão apresentando o

conceito de idoso e como este conceito evoluiu até o considerado atualmente.

Posteriormente falaremos sobre o sistema de transito brasileiro com enfoque nos

aspectos direcionados a esta demanda. Por ultimo retomamos o debate sobre o

processo de envelhecimento identificando as dificuldades enfrentadas pelo idoso ao

dirigir a partir da visão destes condutores em Manaus.

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2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 O Idoso: Conceito e Atualidades

Faz-se necessário refletir acerca do envelhecimento no Brasil, a fim que se

possa aperfeiçoar e elevar reflexões sobre a temática, como o crescimento e as

projeções da população de idosos no país. Mas antes que se analisem os números

é importante situar o envelhecimento, em conceituações e definições legais a

respeito desta etapa da vida.

Zimerman (2000, p. 21) destaca que “envelhecer pressupõe alterações

físicas, psicológicas e sociais no individuo”, e isto necessita de certos cuidados

principalmente dos familiares, que na maioria das vezes é quem passa a maior parte

do tempo com o mesmo.

A Política Nacional do Idoso “reconhece o idoso como sujeito portador de

direitos, define princípios e diretrizes que assegurem os direitos sociais e as

condições para promover sua autonomia, integração e participação dentro da

sociedade, na perspectiva da inter-setorialidade e compromisso entre o poder

público e a sociedade civil” (BRUNO, 2003, p. 78).

Segundo Ramos et al (2003)., a previsão para o ano 2000 é de que o

crescimento da população de 60 anos será de 107% e ainda que "iniciaremos o

próximo século com a população idosa crescendo proporcionalmente quase oito

vezes mais que a jovem e quase duas vezes mais que a população em geral".

Na sociedade brasileira, segundo Serro Azul et al. (1981), são encontrados

diferentes padrões de comportamento familiar, visto que são constituídos de

diferentes subculturas. Enquanto nas regiões rurais ainda prevalecem valores

culturais relativos à existência de grupos familiares, nas regiões urbano

industrializadas já existe uma tendência ao predomínio da família nuclear.

Embora ciente do processo de envelhecimento demográfico, a sociedade

contemporânea tem encarado a questão dos idosos como secundária, assim como

enfrenta os problemas relativos às categorias sociais ditas inativas. A exclusão

social do idoso deve-se a vários fatores que assumem características peculiares de

acordo com os valores culturais de cada país, tendo como pano de fundo o sistema

de produção econômica.

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Alguns estudos na área da Sociologia demonstram que a perda de status e

prestígio do indivíduo idoso na sociedade contemporânea está relacionada ao

sistema de produção desta sociedade. Nas sociedades industriais, é priorizada a

produção de bens, sendo desvalorizadas as atividades humanas não ligadas à

produtividade e lucratividade. Desta forma, os segmentos sociais não diretamente

relacionados a este sistema são marginalizados socialmente.

Assim, as alterações físicas e psíquicas naturais do idoso, passaram a ser

encaradas como uma restrição à sua participação no processo produtivo onde a

exigência é o desenvolvimento econômico acelerado. Os idosos passaram, então, a

ser estigmatizados com preconceito de que a velhice é uma etapa da vida de

"enfermidades, inutilidade, isolamento e segregação".

Segundo o IBGE, uma pessoa é considerada idosa aos 65 anos nos países

desenvolvidos e 60 anos nos países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil.

Nas últimas décadas, o número de pessoas com 60 anos ou mais tem

aumentado consideravelmente em todo o mundo. O processo de envelhecimento da

população brasileira é recente, mas intenso e irreversível. Hoje, a expectativa de

vida do brasileiro está em torno de 73 anos de idade.

De acordo com o IBGE, no ano de 2025, os idosos representarão 14% da

população brasileira e a pirâmide populacional triangular será substituída por uma

estrutura mais cilíndrica em 2025.

O envelhecimento da população é um dos maiores triunfos da humanidade e

também um dos seus maiores desafios. Esse fenômeno exige, com certa urgência,

alterações relacionadas à manutenção da saúde, manutenção das habilidades

físicas, cuidados médicos e de enfermagem, bem como alterações ambientais,

visando sempre aumentar a qualidade de vida da terceira idade.

O envelhecimento é um processo natural que certamente desperta medo e

fantasias. É um processo irreversível, que se inscreve no tempo. Não tem como

evitá-lo ou fugir dele.

De acordo com Rodrigues (2000), o envelhecimento é um processo

multidimensional, que depende de todas as vivências do indivíduo, ou seja, como

cada pessoa, em seu processo individual, enfrentará as alterações que ocorrem com

o aumento da idade.

As diferentes capacidades de enfrentamento do envelhecer determinam os

diferentes modelos de velhice.

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Beauvoir (1976) afirma que a velhice é um assunto vergonhoso, um tabu que

ainda incomoda a cultura moderna. Para esse autor, a sociedade vive uma

contradição entre a busca de uma sempre maior longevidade e uma crescente

situação de marginalização da pessoa idosa, a busca constante pela imortalidade e

a redução do idoso à inutilidade.

A esse respeito Moragas (1997), destaca que o aumento da população idosa

não contribuiu para a valorização desse segmento populacional. Apesar das ciências

preocuparem-se em melhorar qualitativamente a vida dos idosos, a mentalidade da

sociedade atual valoriza, cada vez mais, o ideal da juventude e ainda vê a terceira

idade como um estorvo e como fator de gastos previdenciários.

Assim, o envelhecimento da população é, por um lado, uma questão

demográfica que aponta para uma crescente melhoria quantitativa e qualitativa da

vida dos idosos, e por outro lado, é uma questão que incomoda e cria mal-estar, um

problema com o qual não se sabe lidar.

Contrariando os autores mencionados, Minayo e Coimbra Jr. (2002),

acreditam que a preocupação atual com a transição demográfica e com a melhoria

da qualidade de vida dos idosos teve como consequência a revisão dos estereótipos

relacionados à terceira idade e, assim, um novo modelo de envelhecer é estimulado.

Esse novo modelo de envelhecer vai ao encontro das ideias de Rodrigues e

Soares (2006) ao afirmarem que ações no sentido de participar, questionar e evoluir

quando adotadas nessa fase da vida faz com que o idoso ocupe uma posição ativa

dentro do seu processo de envelhecimento e diante da vida, tornando-o responsável

pelas suas escolhas. Nesse novo modelo, o idoso lida melhor com as limitações

impostas pela idade, sendo capaz de vislumbrar possibilidades e buscar novas

alternativas de adaptação às perdas ou compensação das mesmas.

Para Debert (1999) pode-se verificar duas formas de compreensão da velhice.

Na primeira, essa fase é vista como um momento de perdas, inutilidade e

incapacidade, na segunda, a velhice é uma fase de realizações e qualidade de vida.

Na sociedade brasileira atual, essas duas concepções podem ser

observadas, a velhice enquanto um período dramático associado à pobreza e

invalidez e a velhice enquanto vida ativa e saudável.

A compreensão histórica do idoso na sociedade ocidental tem sido permeada

de discursos focalizados em considerar um processo de declínio físico e mental

destinando o relegado ao exílio social e marginalizado por sua incapacidade. As

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mudanças nessa visão marginalizada em idoso ativo encontram reforço na mídia, ao

divulgar e estimular práticas independentes, capazes de encontrar atividades

prazerosas nessa etapa da vida, como consideram Bagnato e Renovato (2009).

Nesse sentido Messy (1999), afirma que o termo envelhecimento vai sempre

remeter-se a duas noções antagônicas. Sendo assim, o termo envelhecimento vai

carregar sempre consigo duas noções antitéticas. De um lado a ideia de desgaste,

enfraquecimento e diminuição e, do outro lado a ideia de produtividade, maturação e

acréscimo. Exprime, ao mesmo tempo, uma ideia de perda e déficit e outra de

aquisição e progresso.

Contudo, pode- se apresentar como definição de envelhecimento “um

processo que se inscreve na temporalidade do indivíduo, do começo ao fim da vida

(...) feito de uma sucessão de perdas e aquisições” (MESSY, 1999).

O aparecimento de rugas, na lentidão dos movimentos, nos cabelos brancos,

na queda da energia corporal e na proximidade da morte expressam ao mesmo

tempo, o acúmulo de experiência pessoal e construção de história e o processo de

envelhecimento.

Numa primeira percepção, a velhice é vista e experimentada como a fase da

vulnerabilidade, das dificuldades e das perdas pois a pessoa idosa passa a viver

incomodada, enfrentando dificuldades para aceitar uma característica nata da

existência humana, a velhice. A pessoa começa a sentir-se com menos energia que

antes e a ser tratada pelos outros como criança diante da vida, como um ser frágil

diante de situações do quotidiano. A pessoa forte e independente vai cedendo lugar

a um indivíduo debilitado e vulnerável, marginalizado pela família e pela sociedade.

A vida vai deixando através do corpo suas marcas, desenhando traços firmes

que contornam os rostos, como marcas indeléveis que se multiplicam e se acentuam

ao longo dos anos. Os cabelos ficam ralos e grisalhos. Como se a vida fosse

escrevendo nossa história no corpo. O rosto envelhecido é história. Envelhecer é

perceber esse passar da vida, constante e intenso, como se a gente pudesse se

olhar no espelho e ver o resultado dos anos. (GEBARA cit. In JUNGES, 2004, p.

130).

De acordo com Bagnato e Renovato (2009), a compreensão histórica do

idoso na sociedade ocidental é dominantemente marcada pela ideia do declínio do

corpo e da mente, relegado a exclusão social e marginalizado pela sua incapacidade

enquanto força de trabalho.

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A velhice é remitida, ao processo de desgaste de diversas partes importantes

do corpo humano que não podem ser reparadas ou substituídas pelo organismo. O

funcionamento do organismo vai tornando-se problemático até deteriorar-se. Assim,

a terceira idade foi tradicionalmente associada à aposentadoria, doença e

dependência.

O contexto atual exige um novo paradigma, uma nova visão acerca do

envelhecimento e do idoso propriamente dito, já que, hoje, a maioria das pessoas

permanece independente na idade mais avançada, continuando a participar da força

de trabalho.

Atualmente são criadas políticas no sentido de encorajar estilos de vida

saudáveis e consequentemente um envelhecimento saudável, permitindo que as

pessoas continuem produtivas por mais tempo.

De acordo com Ramos (2003, p. 794), o envelhecimento saudável pode ser

definido como “(...) a resultante da interação multidimensional entre saúde física,

saúde mental, independência na vida diária, integração social, suporte familiar e

independência econômica”.

No entanto, faz-se necessário atentar-se ao fato de que a noção de

envelhecimento saudável não significa ausência de problemas.

Para Freire (cit. In MONTEIRO et. al.2006), a velhice bem sucedida está

ligada aos valores morais e cognitivos ou a auto-estima e ao estilo de vida

escolhidos pelo idoso. É um processo influenciado pela heterogeneidade e cultura.

A ideia trás, basicamente, o fato do indivíduo, ao longo de sua vida, adotar

práticas saudáveis como uma forma de adiar as incapacidades e os déficits

desencadeados pelo envelhecer. Na velhice colhem-se os frutos plantados na

juventude.

A abordagem do envelhecimento ativo baseia-se, segundo a OMS, no

reconhecimento dos deveres e direitos humanos dos idosos e nos princípios de

independência, participação, dignidade, assistência e auto-realização.

Os mais velhos assumem a responsabilidade no exercício de suas

participações nos processos políticos e na vida em comunidade.

O idoso passivo e marginalizado começa a ceder espaço ao idoso ativo,

capaz de fazer suas escolhas porque é dotado de autonomia e liberdade. A velhice

começa a ser divulgada como momento de realização pessoal. O cenário do mundo

atual exige essa mudança.

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Pesquisas atuais, como por exemplo, o estudo de Moraes e Witter (2007)

sobre a qualidade de vida na velhice, revelam a emergência de um novo

comportamento por parte dos próprios idosos. O idoso passivo, incapaz e sedentário

tem, hoje, a atividade física, intelectual e laboral como parte do seu cotidiano,

buscando garantir um envelhecimento saudável.

As pessoas procuram ajustarem-se as perdas, mudanças na aparência física,

limitações de diversos tipos, inclusive na vida sexual, nas relações e aproveitam

mais as oportunidades de sentir prazer, encontrando saídas criativas para aproveitar

o lado positivo da vida. (Moraes e Witter, 2007)

2.2 O Sistema de Trânsito Brasileiro

De acordo com Rozestraten (1988), “o trânsito é um conjunto de

deslocamentos de pessoas e veículos nas vias públicas, dentro de um sistema

convencional de normas, com a finalidade de assegurar a integridade de seus

participantes”.

Esse conjunto é formado por três eixos principais:

a) Homem: pedestre, motociclista, condutor. É aquele responsável também

pela legislação;

b) Via: rodovias, cruzamentos. É o ambiente que circunda o veículo;

c) Veículo: carro, motocicleta, caminhão, ônibus. É a massa em movimento.

Dentro desse sistema denominado trânsito, as pessoas interagem

constantemente, nas vias, por meio de seus veículos. O trânsito pode ser separado

em classes: motorizado e não-motorizado (bicicletas, carroças e pedestres).

É um ambiente que envolve acessibilidade, já que os participantes do trânsito

pretendem sempre chegar a algum destino; fluidez, esse objetivo precisa ser

atingido de forma rápida e, por último, envolve segurança e qualidade de vida, na

medida em que tudo precisa ser feito mantendo a integridade física, social e

emocional do indivíduo.

Para isso o trânsito exige, geralmente, organização. Portanto, há necessidade

dos usuários negociarem a ocupação das vias a partir das normas de circulação e

conduta, da educação e do bom senso.

Dessa forma, o trânsito configura-se como um conjunto de relações humanas

carregadas de interesses e prioridades diferentes que, muitas vezes, transformam-

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se em conflitos de tráfego ou ainda acidentes de trânsito. Tipicamente, a

organização reduz o tempo dos deslocamentos e os acidentes, por conseguinte

evita congestionamentos e conflitos entre os motoristas.

O homem é o principal elemento desse sistema, é o agente principal desse

conjunto. Tem em suas mãos a capacidade de fazer do trânsito um ambiente

potencialmente estressante e conflituoso ou um ato coletivo de cidadania, na medida

em que pode ser o maior causador de acidentes, mas também o maior colaborador

para se construir um trânsito melhor e mais seguro.

O CTB, em seu artigo primeiro, segundo parágrafo, diz:

O trânsito, em condições seguras, é um direito de todos e dever dos órgãos e

entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito, a estes cabendo, no

âmbito das respectivas competências, adotar as medidas destinadas a assegurar

esse direito.

É fundamental, portanto, garantir e proteger o direito dos idosos de conduzir

veículos, desde que tenham capacidade comprovada para fazê-lo.

Nessa direção, o CTB não determina a idade máxima para requerer ou

renovar a carteira de habilitação. Porém, a Resolução nº 007/98 do CONTRAN

estabelece períodos menores para a renovação da habilitação de condutores com

mais de 65 anos de idade.

A renovação da carteira de motorista é obrigatória de cinco em cinco anos até

completar-se 65 anos, e de três em três anos após essa idade. O processo de

renovação deve se dar através de exames de aptidão física e mental, aplicados e

analisados por profissionais das ciências médicas e psicológicas devidamente

credenciados junto ao DETRAN.

O quarto parágrafo do artigo 147 da lei 9.503 de 23 de setembro de 1997,

destaca que: havendo indícios de deficiência física, mental ou de progressividade de

doença que possa diminuir a capacidade para conduzir o veículo, o prazo previsto

no parágrafo segundo, poderá ser diminuído por proposta do perito examinador.

Para o idoso portador da CNH categoria profissional a lei exige visão máxima

em ambos os olhos, como condição para não ser rebaixado à categoria de motorista

amador.

No Brasil, alguns estados, como o Rio de Janeiro, oferecem aos motoristas

com mais de 65 anos de idade, no momento da renovação da CNH, a opção por um

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curso de direção defensiva e primeiros socorros substituindo a atual prova de

conhecimentos sobre os dois temas.

Essa decisão foi tomada devido às dificuldades encontradas pelos idosos com

a realização da prova eletrônica. É uma opção também para quem é reprovado na

prova. No entanto, o curso tem um custo para o idoso, em torno de R$ 75,00.

Já no estado de São Paulo, o deputado Edson Giriboni, apresentou à

Assembleia o projeto de lei 70/2008 que isenta os maiores de 65 anos do

pagamento de quaisquer taxas relativas à renovação da CNH emitida pelo DETRAN

de São Paulo.

Segundo o deputado, em entrevista a ALESP no dia 29/01/2009, as despesas

com a renovação da CNH muitas vezes representam um pesado ônus aos idosos e,

assim, muitos continuam a dirigir com a carteira de motorista vencida, conduta que

pode provocar acidentes.

Outros estados, como Minas Gerais, Pará, já aprovaram a isenção no

pagamento de taxas relativas à renovação da carteira de habilitação para os idosos.

Em São Paulo a lei ainda está em tramitação na Assembleia.

Como a proporção de pessoas idosas aumentou, os motoristas da terceira

idade e os acidentes de tráfego envolvendo esse segmento populacional também

aumentaram.

Pelo fato de não existir um grau etário que possibilite determinar a

incapacidade de um indivíduo para dirigir e como o ato de conduzir um automóvel

pode representar a superação de dificuldades próprias do envelhecer, a atualidade

exige, a rigor emergencial, a tarefa de estabelecer condições mais seguras para a

inserção do idoso no trânsito.

2.3 Motorista Idoso no Brasil

No Brasil, observa-se uma grande dificuldade na obtenção de um perfil

estatístico de acidentes de trânsito da terceira idade. Geralmente os dados não

incluem faixa etária ou se os dados são referentes a motoristas, acompanhantes ou

pedestres. O que as torna pouco consistentes e não permitem informações

conclusivas sobre a magnitude do problema.

Segundo dados do Ministério da Saúde (2001), no conjunto de causas

externas, os acidentes de transporte são responsáveis por 30% dos eventos (mortes

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e ferimentos). Dentre os grupos vulneráveis, o documento destaca a população

idosa, principalmente nas áreas urbanas.

Pesquisa realizada pelo Centro Latino-Americano de Estudos sobre Violência

e Saúde/CLAVES (2002), da Fundação Oswaldo Cruz, mostra que, no conjunto de

mortalidade por causas externas específicas em idosos no Brasil, no período de

1980 a 1998 (nas capitais de regiões metropolitanas), os acidentes de trânsito/ e

transportes corresponderam a 33,2%, e as quedas a 13,7%. Ressalta-se o declínio

dos acidentes de trânsito e transporte em 1998, talvez em virtude da implementação

do Código de Trânsito Brasileiro, em 1997.

Dados do Ministério da Saúde mostram que, no Distrito Federal, a taxa de

mortalidade por causas externas, incluindo acidentes de trânsito, no grupo etário de

60 anos ou mais cresceu 250% no período de 1979 a 1996.

No município de Maringá - Paraná, pesquisas realizadas sobre mortalidade

por acidentes de trânsito identificou a população com mais de 64 anos como a mais

exposta ao risco de envolvimento em acidentes fatais, incluindo pedestres e

motoristas.

Segundo informações da Secretaria de Saúde do Município do Rio de

Janeiro, o crescimento da taxa de mortalidade de idosos por acidentes de trânsito. O

número de acidentes no trânsito por cada 100.000 habitantes varia bastante quando

se comparam algumas faixas etárias de idosos. Por exemplo na faixa etária entre

60-69 anos é de 10,7 e cresce para 16,9 (aumento de 58%) quando se avalia a faixa

etária entre 70-79 anos. Acima de 80 anos verifica-se que este valor é de 18,9

mortos por 100.000 habitantes, o que significa um aumento de 12% em relação à

faixa etária anterior.

Em pesquisa sobre mortalidade de idosos por causas violentas, realizada em

8 macrorregiões do Estado do Rio de Janeiro no período de 1979 a dentre os

indicadores epidemiológicos mais significativos destacam-se: (1) a mortalidade por

causas externas (responsáveis por 3,5% da mortalidade geral de idosos do estado,

ocupando o sexto lugar na mortalidade geral.

Pesquisa realizada por Malaquias et al (1999), sobre a mortalidade por

acidentes de transportes no Brasil, mostrou que os idosos são o grupo etário com

maior risco de morte por acidente de trânsito.

Outra pesquisa qualitativa de caráter exploratório realizada por Yabiku (2001)

no Município de São Paulo verificou que cerca de 35% da população com mais de

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60 anos possuem carteira de habilitação. Esta pesquisa identificou também as

principais condições não amigáveis da direção veicular para os motoristas da

terceira idade: a velocidade de outros veículos é apontada como a principal delas;

entrar no fluxo de alta velocidade; mudar de faixa; atravessar um cruzamento; entrar

e sair de vaga de estacionamento.

O Código de Trânsito Brasileiro, Lei 9.503 de 23 de setembro de 1997, no

artigo 147 estabelece períodos menores para a renovação da habilitação de

condutores com mais de 65 anos de idade, através de exame de aptidão física e

mental. No seu parágrafo 4º, destaca que "Quando houver indícios de deficiência

física, mental, ou de progressividade de doença que possa diminuir a capacidade

para conduzir o veículo, o prazo previsto no parágrafo 2º poderá ser diminuído por

proposta do perito examinador".

A Resolução nº 80, de 19 de novembro de 1998, estabelece que após 65

anos de idade, a carteira de habilitação deve ser renovada a cada três anos.

Podendo ser considerado apto, apto com restrições, inapto temporariamente ou

inapto. Conforme a indicação pode ter restrições como: ser vedado dirigir em

rodovias, dirigir após o pôr-do-sol, além de limitar o tempo de validade do exame.

Estas restrições possibilitam ao motorista idoso com problemas na definição de

contrastes claro-escuro, ou que não pode dirigir por longo tempo, sob pena de

diminuição da atenção em função da fadiga, manter sua autonomia e independência.

Existem críticas à esta resolução relacionadas ao rigor da anamnese no

diagnóstico das demências e na avaliação mais ampla e dinâmica das deficiências

funcionais associados ao processo de envelhecimento.

No entanto, o diagnóstico pode envolver uma multiplicidade de déficits cuja

compensação é mais complexa e, portanto, mais difícil de ser realizada. Neste

sentido, Laks et al (1999) enfatizam a importância de uma abordagem

multidisciplinar no desenvolvimento e na validação de testes de direção e testes

cognitivos, além de pesquisas e obtenção de dados estatísticos que permitam

conhecer o perfil do motorista idoso brasileiro.

As discussões que envolvem a análise de risco dos motoristas idosos se

concentram em dois focos principais: a vulnerabilidade dos idosos envolvidos em

acidentes, onde a ênfase é no aumento da segurança desses motoristas, seja

através da melhoria das estradas e tecnologias veiculares, seja nas campanhas

educativas que visam à adoção de comportamentos seguros nessa faixa etária.

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E o segundo foco, o risco que eles representam para os outros motoristas e

pedestres, que envolve questões relativas ao direito de dirigir, permissão concedida

pelo poder público.

Surgem questões relevantes que envolvem o direito individual, questões

éticas e a garantia de que o padrão de mobilidade não seja alterado, o que significa

um transporte público adequado às necessidades desse grupo.

Um grande debate está se desenvolvendo em diferentes países sobre os

desafios de lidar com essas questões de forma adequada, enfatizando pesquisas

que aumentem a compreensão desse fenômeno com vistas à proposição de ações

que garantam a mobilidade e a segurança no trânsito dos motoristas idosos. Essas

pesquisas indicam que quando envolvidos em acidentes, os idosos apresentam

maior índice de ferimentos graves ou mortes (OECD, 2001).

Comparados com outras faixas etárias adultas, os idosos são considerados

como um grupo de risco no ambiente viário pois um acidente que causa ferimento é

seis vezes mais provável de ser fatal em alguém com idade igual ou superior a 80

anos do que em alguém mais novo, principalmente em virtude de ferimentos

internos.

Analisando os fatores biológicos envolvidos no processo de envelhecimento

humano, pode-se destacar, como principais características, as perdas progressivas

nas capacidades fisiológicas dos órgãos, dos sistemas e de adaptação a certas

situações de estresse, com redução da capacidade física e intelectual. Esses déficits

associados ao envelhecimento causam diferentes impactos no desempenho do

idoso enquanto pedestre, mas principalmente na condição de motorista. As

principais limitações estão ligadas a: condições visuais (glaucoma, catarata,

acuidade visual), condições cardiovasculares, condição vascular-cerebral,

hipoglicemia (isulino-dependentes), habilidades e processos cognitivos, demências

do tipo Alzheimer e Parkinson, rigidez muscular e esquelética (incluindo artrite),

diminuição da flexibilidade do pescoço e da parte superior do corpo, desordens

neurológicas (incluindo epilepsia e esclerose múltipla).

Outros déficits importantes envolvem deficiências na atenção, aumento no

tempo de reação, deficiência em processar informações associadas ao tempo e a

manobras necessárias, como leitura de painéis ou placas (TRB, 1988; LAKS 1999;

LOURENS et al, 1999; MCKNIGHT & MCKNIGHT, 1999; ELSLANDE & FLEURY,

2000; JOSEPH, 2000; HAKAMIES-BLOMQVIST, 1996, 1998, 2000; LUI, 2000;

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PARKER et al, 2000; ZHANG et al, 2000; AAA, 2001; OECD, 2001; LYMAN, et al,

2001; PIRITO, 2001; BANISTER & BOWLING, 2004).

Motoristas idosos tendem a cometer maior número de erros do que motoristas

mais jovens, em algumas manobras específicas como entrar em faixa de trânsito,

cruzar uma faixa, trocar de faixa, entrar no fluxo principal, dobrar à esquerda.

Segundo o US Federal Highway Administration – FHWA, uma das principais

dificuldades dos motoristas idosos ocorre em interseções envolvendo tomada de

decisão ao cruzar a interseção; reação às indicações do semáforo e às placas de

sinalização vertical; problemas de percepção de determinadas condições físicas da

via.

Uma variável merece atenção, a distração do motorista/desatenção ao dirigir,

definida como ocorrendo quando o motorista é retardado na tarefa de reconhecer a

informação necessária para completar uma tarefa ao volante, devido a algum

evento, atividade, objeto ou pessoa dentro ou fora do veículo que o induz a desviar

sua atenção.

No programa europeu DRIVE II, equipamentos ITS (Sistemas Inteligentes de

Transportes) usados por motoristas idosos foram avaliados. Um caso não

apresentou resultados positivos: na medida em que a complexidade de displays no

painel aumentava, os motoristas idosos apresentaram pior desempenho ao volante

do que os mais jovens. Sinais ou mensagens audíveis foram consideradas

extremamente úteis para os motoristas idosos, pois reduziram o tempo gasto

olhando o display. "A conclusão mais importante diz respeito aos dispositivos

advertindo sobre possível risco de colisão, no sentido de que a regulagem da

„brecha segura‟ deve ser feita de acordo com cada indivíduo e não de forma

universal"; no entanto, o desenvolvimento de auxílios à navegação pode vir a ser

valioso para esses motoristas (OECD, 2001).

Outro aspecto destacado nas pesquisas sobre desempenho do motorista

idoso no trânsito está relacionado com as demências. As principais síndromes

demenciais que interferem com a capacidade de dirigir são: a doença de Parkinson

(DP) que se caracteriza por uma rigidez muscular, dificuldade de iniciar e manter

movimentos, tremor rítmico nas extremidades (braços e mãos) e uma lentidão ao

executar movimentos e a doença de Alzheimer (DA), que se caracteriza por perda

progressiva das funções intelectuais (CAVALCANTI, 1975).

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Outro fator de risco é o uso de alguns medicamentos. No Brasil, a utilização

de medicamentos pela população idosa é muito alta, representando cerca de 25%

dos medicamentos vendidos.

Segundo Azevedo (2000), um fato agravante é a tendência de automedicação

nesta faixa etária e também o uso concomitante dos medicamentos, sem obedecer a

qualquer critério médico.

De acordo com Pirito (2001), dentre os medicamentos frequentemente usados

por idosos que apresentam efeitos adversos sobre a direção veicular destacam-se:

os benzodiazepínicos e outros ansiolíticos e hipnóticos; os antidepressivos; os anti-

histamínicos e os hipoglicemiantes.

Tais medicamentos agem direta ou indiretamente sobre o sistema nervoso

central, afetando a função psicomotora e consequentemente o ato de dirigir.

Pesquisa realizada por McGwin et al (2000a) associou o risco de acidentes com o

uso de alguns medicamentos - benzodiazepínicos, anticoagulantes, anti-

inflamatórios - e algumas doenças específicas - artrite, Alzheimer e problemas

cardíacos. O resultado dessa pesquisa indicou que o uso desses medicamentos e as

doenças estudadas contribuem para uma maior tendência de exposição ao risco de

motoristas idosos.

Com base no Banco de Dados Canadense de Acidentes de Tráfego (TRAID)

sobre acidentes fatais em colisões com veículos automotores (1984-1993), Zhang et

al (2000) estudaram os padrões de acidentes de tráfego por faixa etária (16-24, 25-

64, 65 anos ou mais) numa pesquisa que envolveu 49.035 motoristas. No grupo de

motoristas idosos, 79% dos envolvidos em acidentes foram reportados como em

condições normais no momento do acidente, 4,11% apresentavam riscos

relacionados com incapacidade médica/física ou doença, 9,06% com desatenção e

0,38% usando drogas prescritas. Embora pouco significativo estatisticamente, o uso

de drogas prescritas foi elevado entre motoristas idosos se comparado às demais

faixas etárias.

Dentre as características típicas do envelhecimento que estão relacionadas

com o desempenho do motorista, destacam-se os problemas relacionados com a

visão, o aumento da sensibilidade a reflexos, a visão noturna deficiente e a

sensibilidade ao contraste. Outros aspectos são a redução da habilidade de

processar informação e a diminuição da flexibilidade do pescoço e da parte superior

do corpo (JOSEPH, 2000).

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Pesquisa desenvolvida por McGwin Jr et al (2000b) relaciona a função visual

(acuidade visual, contraste sensitivo e campo de visão) às dificuldades relatadas por

motoristas na tarefa de dirigir. O estudo confirmou a hipótese inicial de que

dificuldades ao dirigir estão associadas com deficiências visuais.

Assim, o grupo de motoristas idosos deve ser alvo de estratégias específicas

visando a aumentar a segurança no tráfego.

Brayne et al (2000) realizaram pesquisas durante nove anos com um grupo

de 546 motoristas idosos de 84 anos ou mais, para identificar as causas que levaram

os motoristas a parar de dirigir. As principais razões apontadas foram: 28,6%

estavam relacionadas com motivos de saúde; 17,9% com a perda da autoconfiança;

33,3% desistiram porque foram aconselhados a não dirigir.

Os motoristas acima de 84 anos que ainda dirigiam apresentaram um bom

nível de saúde física e mental, embora com alguma perda sensorial. Os autores

concluíram que existe um processo natural de auto-seleção para parar de dirigir.

Na Inglaterra, foi realizada pesquisa com 395 motoristas (1997-1998) que já

haviam participado de levantamento anterior envolvendo um total de 1780 motoristas

(1994-1995). Os dados mostraram que o aumento da idade, associado à percepção

do declínio das condições de saúde, altera a confiança dos motoristas na própria

competência, e limita o quanto estas pessoas dirigem.

A pesquisa também sugere que fatores socioeconômicos relativos a

aposentadoria, como a redução de renda e da necessidade de dirigir, tem um

impacto negativo na qualidade de vida e na manutenção da saúde. No que diz

respeito à atitude desses motoristas com relação à propriedade de veículo, a

comparação entre as duas pesquisas indica: 90,4% da primeira amostra (94/95) e

92,4% da segunda (97/98) concordam com a afirmação de que "dirigir reforça a

independência da pessoa"; 76,2% da primeira e 82,0% da segunda, concordam com

a afirmação de que "dirigir é de importância vital para a maioria das pessoas"; 92,7%

da primeira e 93,4% da segunda concordam que " deixar de dirigir restringirá a

mobilidade" (RABBITT et al , 2002).

As mudanças físicas e mentais associadas com outros processos

relacionados ao envelhecimento acabam afetando as habilidades necessárias à

direção segura. No entanto, diversos fatores contribuem para que os motoristas

idosos continuem dependentes do carro.

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No Brasil o transporte público pouco eficiente e ruas pouco seguras

contribuem para aumentar a angustia nos idosos que querem parar de dirigir, mas

não aceitam perder sua mobilidade. A redução na mobilidade leva à diminuição da

interação social e, consequentemente, compromete a qualidade de vida.

Alguns países vêm desenvolvendo estratégias que visam à manutenção da

segurança e da mobilidade do idoso Além do desenvolvimento de pesquisas e de

informações sobre o tema, o Reino Unido tem priorizado programas de auxílio

prático aos motoristas idosos em nível local. São geralmente cursos de um dia onde

são tratadas questões que envolvem habilidades físicas e desempenho ao volante.

Os instrutores recebem treinamento específico (WHO, 2002).

Nos Estados Unidos, o American Institute for Public Safety – AIPS (AIPS,

2002), tem um curso em vídeo para motoristas maduros („Mature Driver‟) que inclui

informações relativas a tempo de reação, perda de visão e outros fatores que dizem

respeito ao processo de envelhecimento. A maioria dos estados americanos oferece

programas educativos para motoristas com 55 anos ou mais. Estes cursos podem

ser compulsórios, no caso do motorista ter cometido infração grave. Uma vez

concluído o curso com êxito (em sala de aula, por video ou web-sites), o motorista

pode obter abatimento do prêmio do seguro do automóvel.

Os idosos que utilizam estratégias que compensem suas deficiências na

capacidade de dirigir se envolvem menos em acidentes do que os demais motoristas

da mesma faixa etária que não usam nenhum tipo de estratégia. Essas estratégias

de compensação estão relacionadas com a percepção da sua redução de

capacidade e consequentemente, uma maior exposição ao risco (DE RAEDT &

PONJAERT-KRISTOFFERSEN, 2000).

O Departamento de Transportes dos Estados Unidos vem adotando

programas de assistência a familiares e amigos dos motoristas idosos. São

informações sobre dados e pesquisas recentes relativas aos riscos dos motoristas

idosos, evitando os mitos e preconceitos comuns. O objetivo é auxiliar a família a

intervir de forma adequada, ajudando o idoso a refletir e tomar decisões importantes

como reduzir o número de viagens de carro e outras medidas compensatórias até

que ele decida parar de dirigir.

Objetivando atender as necessidades específicas dos motoristas idosos,

diversas tecnologias estão sendo desenvolvidas. Dentre elas, destacam-se: painel

mais baixo para ajudar na leitura com óculos bifocais (General Motors), faróis para

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ajudar a reduzir reflexos da via (Mercedes-Benz), controle de som e ar condicionado

duplo, instalados no painel e no volante (Lincoln Town), maçanetas e câmbios de

forma a acomodar mãos com artrite, faróis com lâmpadas cujo reflexo nas placas

são semelhantes à luz do dia e ajudam na diferenciação de cor (por exemplo,

vermelho e laranja) (JOSEPH, 2000).

Kanouse (apud TRB, 1998) considera que o aumento da segurança para os

motoristas idosos pode se dar através da difusão de informação e força do mercado

(produtos diferenciados para este segmento).

Esse autor destaca uma série de aspectos do veículo que devem ser

considerados na questão da segurança dos motoristas idosos: posição dos espelhos

retrovisores, posição dos limpadores de para-brisas, posição das colunas,

disposição do painel de instrumentos, desenho dos acentos e velocímetro com

números maiores.

Existem ainda algumas soluções tecnológicas mais sofisticadas, envolvendo

modernos dispositivos que auxiliam na redução de acidentes (sensores instalados

nos para-choques dos veículos).

As políticas voltadas para a habilitação variam nos países europeus, o que

torna difícil identificar se o controle na emissão (ou renovação) da carteira de

habilitação pode causar impactos significativos na segurança de trânsito. No caso

específico de países como o Canadá e os Estados Unidos, a habilitação é restritiva.

Após avaliação médica, o idoso pode ser liberado com ou sem restrições (por

exemplo, não utilizar rodovias, não dirigir desacompanhado, não conduzir veículos à

noite) (HAKAMIES-BLOMQVIST, 2000).

O idoso deve ser um participante ativo no trânsito como condutor, como

passageiro e como pedestre. Os principais motivos de deslocamento da terceira

idade como condutores ou usuários de transportes públicos são para compras, fazer

visitas, se hospedar na casa de um parente, ir ao médico, viagens de recreação,

esportes e passeios.

De acordo com Pirito (1999), dirigir um veículo motorizado é uma atividade

complexa que exige integração rápida e contínua de habilidades cognitivas,

sensório-perceptivas e motoras. A participação ativa no trânsito exige do idoso,

portanto, algumas funções físicas e mentais imprescindíveis: visão e audição para

reconhecer as situações; julgamento e reação para analisar e reagir às situações.

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No entanto, todas essas funções diminuem em alguma extensão, com o

avanço da idade, comprometendo a habilidade necessária para dirigir com

segurança.

A partir de um estudo realizado com um grupo de motoristas idosos,

Sant‟Anna et. al (2004) também analisou a condução de motoristas idosos e afirma

que condutores com mais de 75 anos de idade demonstram acentuadas dificuldades

para desempenharem com segurança o ato de dirigir, devido às deficiências próprias

do envelhecimento.

Na medida em que as capacidades físicas e mentais diminuem, os idosos

apresentam maiores problemas durante a condução nas vias expressas. Segundo

ele, “o acesso é a manobra mais difícil (entrada no fluxo principal, embora a

manobra de saída da via expressa também apresente dificuldades)”.

Outras dificuldades relatadas foram: manter a headway constante, reagir às

placas de sinalização, tendência ao pânico e a desorientação com consequente

perda da autoconfiança. (SANT‟ANNA et. al., 2004).

Sobre os prejuízos das habilidades motoras na terceira idade podemos

afirmar que os músculos e os movimentos também envelhecem. O ato de dirigir

pressupõe força, amplitude de movimento das extremidades, percepção da posição,

movimento do corpo e mobilidade do tronco e pescoço.

As pessoas idosas têm maiores dificuldades para movimentar a cabeça e a

cintura, o que impede uma direção suave e rápida. As fraturas nos idosos também

acabam sendo mais comuns e graves, em função dos ossos mais frágeis.

A velocidade dos movimentos diminui porque as fibras de contração rápida

sofrem grande perda de tecido muscular. Já a força muscular diminui devido,

principalmente, a redução da massa muscular total, diminuição da atividade da

miosina ATPase e da sensibilidade ao estímulo elétrico. A fraqueza motora afeta a

estabilidade do tronco, a resistência e a coordenação.

Osteoporose, artrites e outros distúrbios crônicos associados à fraqueza

limitam a capacidade de dirigir do indivíduo.

Sobre as mudanças sensório-perceptivas observamos que a visibilidade no

trânsito se faz importante no momento de identificação das placas, na orientação

espacial, na definição do contraste claro-escuro, no momento de dirigir durante a

noite, sob neblina, na coordenação visuo-espacial, na observação de referências no

trajeto, entre outras.

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No entanto, a acuidade visual estática, dinâmica e noturna diminuem na

chegada da terceira idade. Os idosos demoram mais para se adaptarem às

mudanças de luminosidade e enfrentam maior dificuldade para reconhecer a

distância de objetos em movimento.

Uma grande dificuldade do motorista idoso é dirigir durante a noite, já que,

com a idade, acontecem várias alterações óticas que têm efeitos determinantes

sobre a formação da imagem na retina, prejudicando a visão, especialmente a

noturna. A perda dos bastonetes do sistema nervoso autônomo, utilizados

principalmente para a visão noturna, também contribui para essa alteração.

A visão periférica fica prejudicada, na medida em que o decaimento da

pálpebra limita o campo visual superior e, assim, a atenção difusa, fundamental para

a identificação de indícios de perigo, fica comprometida.

A pessoa idosa apresenta, ainda, dificuldade na percepção de pequenos

detalhes desse ambiente altamente complexo que é o trânsito.

Com o envelhecimento se dá a diminuição na velocidade do processamento

visual, ou seja, a recepção da informação sensorial utilizada no ato de dirigir vai

tornando-se lenta.

O processo de ajuste visual a diferentes níveis de iluminação ambiental

também sofre alterações com a idade, fazendo com que o idoso precise de um

tempo maior para se ajustar à mudança de claridade ou escuridão. Isso explica a

dificuldade dos motoristas da terceira idade para lidar com os faróis de um carro no

sentido contrário.

Além dessas modificações oculares advindas com o passar do tempo,

algumas patologias são características dessa idade e podem afetar gravemente a

visão central, periférica ou ambas. Trata-se da catarata, glaucoma, retinopatia

diabética, degeneração macular e doenças da córnea.

Quanto à capacidade auditiva, aos 65 anos, 30% dela é perdida, dificultando

ainda mais o reconhecimento das informações. As principais alterações são o

aumento na produção de cera e alterações na condução e na percepção do som.

A deficiência auditiva aumenta os riscos de acidentes de tráfego, já que a

audição é uma função importante na direção defensiva, na medida em que faz-se

essencial o motorista manter-se sempre atento aos sons do seu veículo e dos

demais, sons do ambiente, buzinas, etc.

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Já nas doenças crônicas destacamos de acordo com Sant‟Anna et. al. (2004),

a utilização de medicamentos pela população idosa brasileira é muito alta,

representando cerca de 25% do total dos medicamentos vendidos.

Sobre isso Azevedo (cit. in. SANT‟ANNA et. al. 2004), destaca como fator

agravante a tendência de automedicação nesta faixa etária e ainda o uso

concomitante dos medicamentos sem obedecer a qualquer critério médico.

Para Pirito (2001), os medicamentos mais usados pela terceira idade e que

apresentam efeitos sobre a direção veicular são os benzodiazepínicos, ansiolíticos e

hipnóticos, antidepressivos, anti-histamínicos e hipoglicemiantes.

Esses medicamentos têm ação direta ou indireta sobre o sistema nervoso

central, comprometendo a função psicomotora e, consequentemente, o ato de dirigir.

Entre as suas principais reações adversas estão a alteração da visão,

sonolência e sedação.

Com todos esses fatores observamos algumas vantagens e desvantagens do

idoso no trânsito. Apesar de todos os problemas trazidos pelo envelhecimento,

grande parte dos estudos realizados mostra que os motoristas idosos não oferecem

maiores riscos ao trânsito que outros condutores mais jovens. No entanto, se

acidentam e se ferem mais, geralmente de forma fatal, devido às deficiências

biológicas adquirias ao longo da idade.

De acordo com Sant‟Anna et. al. (2004), a terceira idade é vista como grupo

de risco no ambiente viário devido a sua típica fragilidade. “Um acidente que causa

ferimento é seis vezes mais provável de ser fatal em alguém com idade igual ou

superior a 80 anos do que em alguém na faixa dos40”.

Sobre isso, Yabiku (1999) afirma que com o aumento da população idosa, os

acidentes de tráfego tornaram-se mais frequentes. O problema, para essa autora,

está na reduzida capacidade de recuperação dos idosos quando comparados aos

mais jovens.

Os acidentes envolvendo motoristas da terceira idade podem não ser graves,

mas a recuperação física destas pessoas é que pode ser demorada, quando não

fatal. Para um mesmo tipo de lesão, quando o tempo médio de internamento de um

jovem é de cinco dias, para a pessoa idosa é de 16 dias (YABIKU, 1999).

Monteiro et. al. (2006) trás a seguinte análise quanto aos riscos causados por

motoristas idosos ao restante da população. Motoristas com idade entre 65 e 74

anos oferecem menos riscos aos outros; os que têm 75 a 84 anos, ligeiramente mais

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riscos; e os que têm mais de 85 anos de idade apresentam taxas mais altas, porém,

dirigem menos e, consequentemente, expõem menos a si mesmo se aos outros aos

riscos.

Segundo Mori e Mizohata (cit. In MONTEIRO et. al. 2006), a maioria dos

acidentes envolvendo idosos acontece nas intersecções, situações que exigem

julgamento e reação mais complexa e acuidade visual mais ajustada.

Sant‟Anna et. al. (2004), pontua as principais situações de risco em

intersecções enfrentadas pelos idosos.

a) Tomada de decisão ao cruzar a intersecção: dificuldade de passar pelo

cruzamento (especialmente aqueles com grande volume de tráfego), dificuldade de

fazer conversão à esquerda. Essas dificuldades aumentam durante a noite quando a

iluminação é reduzida;

b) Reação às placas de sinalização vertical e às indicações do semáforo: os

idosos têm um tempo maior de reação ao semáforo, causando impaciência nos

demais motoristas. Eles têm dificuldades para a leitura das sinalizações verticais;

c) Aspectos físicos da via: dificuldade em perceber muretas de canalização de

tráfego e meio fio que não estejam bem sinalizados, bem como sinalização

horizontal pouco visível.

Para Lyman et al. (cit. In MONTEIRO et. al. 2006), as situações mais difíceis

para os motoristas mais maduros são: neblina, chuva, grande fluxo de veículos,

mudança de pista, ultrapassagens, pista de alta velocidade curvas à esquerda em

intersecções, dirigir sozinho, presença de crianças no carro ou a ocorrência

concomitante dessas situações.

Um aspecto bastante grave para a conduta do motorista idoso é que os

fatores de risco para os idosos no trânsito se manifestam de forma lenta e gradual,

sem sintomas muito evidentes, fazendo com que o condutor idoso não tenha

consciência muito clara de suas deficiências e dos riscos envolvidos.

As principais características da direção veicular de motoristas idosos, de

acordo com Mori e Mizohata (cit. In MONTEIRO et. al. 2006) são: manter um espaço

grande entre o seu veículo e o da frente, manter baixa velocidade, assumir mais a

posição da direita na pista, manter posicionamento instável em curvas, não

apresentar direção flexível, pisar no freio repentinamente e ter maior respeito às leis

e sinalizações do trânsito.

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Dessa forma, percebe-se que na literatura internacional encontram-se alguns

autores, como por exemplo, Lyman, Mc Gwin Jr. e Sims; Mcknigth e Mcknigth (cit. In

MONTEIRO et. al. 2006), que afirmam que as demências, as perdas nas

capacidades visual e auditiva e algumas condições médicas como ansiedade,

cansaço, insônia, depressão e uso de polifármacos, estão fortemente relacionados

aos acidentes de trânsito envolvendo idosos, principalmente motoristas.

Já para outros autores, como Mori e Mizohata (cit. In MONTEIRO et. al.

2006), o declínio nessas funções exigidas no ambiente do trânsito não indica

necessariamente desvantagem dos idosos em relação aos mais jovens.

Essas perdas podem ser compensadas por características adquiridas a partir

da experiência dos idosos. Possuem maior estabilidade e discernimento quando

comparados a juventude, têm um comportamento mais seguro no volante, dirigindo

mais devagar e com menor frequência no período noturno, em horários de maior

fluxo de carros e em ambientes desconhecidos.

Complementando a ideia desses autores, Yabiku (1999, p. 10 e 11), afirma

que o idoso Imbuído dos benefícios da direção defensiva, adquiridos ao longo de

sua vida, procura compensar as reduções de suas capacitações, fazendo periódicas

manutenções dos veículos, escolhendo roteiros e horários a fim de conduzir-se

seguramente. A ameaça que representam estes motoristas, na segurança de

tráfego, é muito pequena, em relação aos jovens de até 24 anos, que representam

34% dos motoristas envolvidos em acidentes fatais.

Ainda em defesa dos motoristas da terceira idade, a literatura pontua que o

idoso é educado e cuidadoso no trânsito, é atencioso, é tolerante e observador da

urbanidade. São mais experientes e prudentes quando na direção de um veículo.

Seguem sistematicamente as datas de manutenção do automóvel, utilizam o

cinto de segurança com mais frequência que os demais condutores e dificilmente

cometem infrações conscientemente.

Pesquisas sobre motoristas idosos revelam, também, que os mais velhos têm

menor tendência a causar acidentes envolvendo o abuso de álcool e outras

substâncias ilícitas.

De acordo com Sabbag, diretor da ABRAMET, em entrevista concedida a

Marcelo Ramos, Jornal Hoje em Dia, em 28/02/2009, com o avanço da idade, o

corpo humano vai se cansando, o que pode provocar retardos de estímulos.

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Na velhice a percepção se torna lenta e a pessoa vai perdendo seus reflexos

que, no trânsito, se reverte em respostas também mais lentas e dificuldades de

interação com os outros motoristas. Por outro lado, o motorista idoso, por dirigir a

mais tempo, tem maiores experiência e treino, fazendo com que ele tenha uma

atitude mais defensiva, evitando provocações. Seus problemas se resumem,

basicamente, a pequenos esbarrões e buzinadas dos apressados.

Portanto, os estudos realizados confirmam que determinadas condições

médicas predispõem fundamentalmente a acidentes de trânsito, principalmente

envolvendo a terceira idade.

No entanto, muitos idosos mantêm a habilidade de dirigir de maneira

competente e com segurança, apesar das perdas sofridas. Basear-se unicamente na

idade cronológica para impedir que um idoso dirija não é prática que tenha

sustentação no conhecimento científico atual.

O que importa mesmo é a idade funcional, isto é, a capacidade para realizar

de forma plena as demandas do dia-a-dia, o senso subjetivo de idade, como o

indivíduo se sente do ponto de vista funcional, social e psicológico.

Fatores como sexo, classe social, saúde, educação, fatores de personalidade,

história individual e contexto sócio-econômico mesclam com a idade cronológica.

Por isso, a velhice é uma experiência heterogênea.

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3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Ética

A presente pesquisa segue as exigências éticas e científicas fundamentais

conforme determina o Conselho Nacional de Saúde – CNS nº 196/96 do Decreto nº

93933 de 14 de janeiro de 1987 – a qual determina as diretrizes e normas

regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos:

A identidade dos sujeitos da pesquisa segue preservada, conforme apregoa a

Resolução 196/96 do CNS-MS, visto que, não foi necessário identificar-se ao

responder o questionário. Todos assinaram o Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido (TCLE). Foram coletados dados a respeito da visão dos idosos sobre

sua atuação como motoristas e os demais agentes do trânsito de Manaus, para que

se possam obter maiores informações sobre a população pesquisada.

3.2 Tipo de Pesquisa

Do tipo aplicada que segundo Silva (2004), objetiva gerar conhecimentos para

aplicação prática dirigida à solução de problemas específicos. Envolve verdades e

interesses locais.

O método escolhido foi o monográfico, segundo o qual qualquer caso

estudado em profundidade pode ser representativo a outros semelhantes, como

afirma Lakatos (2010).

3.3 Universo

O presente estudo abrangeu idosos de ambos os sexos que são condutores

em Manaus que frequentam atividades em Centros de Convivência da Família.

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3.4 Sujeitos da Amostra

A amostra é composta de 100% dos idosos que de forma espontânea

concordaram com a proposta da pesquisa ao serem abordados na saída das

atividades em dois Centros de Convivência da Família de Manaus.

3.5 Instrumentos de Coleta de Dados

Para a realização da pesquisa de campo foram aplicados formulários com os

idosos condutores sujeitos da amostra citada.

3.6 Plano para Coleta dos Dados

Na oportunidade, o formulário foi entregue pessoalmente aos motoristas, num

total de 12 participantes, que concordaram em responder e participar da pesquisa.

Foram respondidos 12 formulários nos meses de maio e junho de 2013.

3.7 Plano para a Análise dos Dados

Os dados foram tabulados e tratados de forma estatística. Quanto a parte

qualitativa recorreu se a análise de apresentados.

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4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados deste estudo mostram que os idosos podem mesmo ser

sujeitos ativos na sociedade e contribuir com a dinâmica familiar. No entanto, antes

de analisarmos sua atuação como condutores, vamos apresentar um breve perfil

dos entrevistados.

Na maioria foram identificados homens (gráfico 1), correspondendo a 67%

dos entrevistados, o que é reflexo também de nossa história onde por muito tempo a

mulher foi direcionada mais para atividades domésticas e que algumas coisas como

dirigir era papel de homem. Este dado foi verbalizado por várias participantes da

pesquisa e é reforçado quando observamos que a maioria das mulheres tirou

carteira recentemente (75% tem carteira a menos de 10 anos) e preferem dirigir

mesmo tendo marido e filhos que poderiam fazer isso por elas.

Gráfico 01 – Sexo dos Entrevistados

Fonte: Dados da Pesquisa. Manaus/AM. 2013

Dentre os entrevistados 50% são viúvos o que não impediu alguns de ter

outros relacionamentos, apesar de ainda considerar este seu estado civil como

mostra o gráfico 2.

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Gráfico 02 – Estado Civil dos Entrevistados

Fonte: Dados da Pesquisa. Manaus/AM. 2013

A maioria é de considerados jovens idosos que estão na faixa etária entre 60

e 65 anos (42%), seguidos de 25% que estão entre 65 e 70 anos, mas encontramos

idosos condutores até com 80 anos de idade, um senhor que dirige há mais de trinta

anos.

Gráfico 03 – Idade dos Entrevistados

Fonte: Dados da Pesquisa. Manaus/AM. 2013

Observa-se que a maioria (75%) dos entrevistados quando perguntados sobre

sua profissão responderam aposentados e 25% outras profissões mostrando a

diversidade de profissões de nosso público onde, no entanto, a maioria sobrevive da

aposentadoria. Em alguns casos os entrevistados relataram inclusive que mantem a

família com o dinheiro de sua aposentadoria.

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Gráfico 04 – Profissão dos Entrevistados

Fonte: Dados da Pesquisa. Manaus/AM. 2013

A grande maioria dos entrevistados (33%) dirige há mais de 20 anos e 17%

há mais de 30 anos. Se considerarmos a idade média dos participantes deste estudo

podemos afirmar que está metade da amostra passou quase a metade da vida como

condutor. Destacamos ainda dois entrevistados que adquiriram suas habilitações

quase aos 60 anos.

Gráfico 05 – Tempo com Motorista

Fonte: Dados da Pesquisa. Manaus/AM. 2013

Quando questionados sobre a frequência com que dirigem a metade dos

entrevistados afirmaram que dirigem com frequência. A utilização do veículo,

segundo eles, é feita muito para atividades de lazer e saúde além de atividades com

os netos.

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Já no que se refere ao tipo de habilitação observa-se no gráfico 6 que a

maioria possui carteira C. Vale destacar que dos 20% que afirmaram possuir

habilitação do tipo A todos são homens e destes 83% possui a habilitação A

associada com outra categoria.

Gráfico 06 – Categoria da Habilitação

Fonte: Dados da Pesquisa. Manaus/AM. 2013

Foi perguntado sobre a avaliação dos condutores em relação a sua atuação

atribuindo notas de 1 a 10 onde 84% atribuíram nota acima de sete a sua atuação.

Gráfico 07 – Avaliação sobre seu Modo de Dirigir

Fonte: Dados da Pesquisa. Manaus/AM. 2013

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Apesar dessa avaliação a metade dos entrevistados confirma já ter tido

alguma dificuldade para dirigir ou enquanto estavam dirigindo.

Gráfico 08 – Dificuldades ao Dirigir

Fonte: Dados da Pesquisa. Manaus/AM. 2013

Considerando a maior dificuldade ao dirigir, a maioria (33%) apontou com

maior destaque o tempo de resposta. Percebem isso principalmente nos semáforos

onde frequentemente são buzinados pelos carros de trás assim que o sinal abre,

mas justificam isso também com a impaciência dos outros condutores.

Neste sentido foi perguntado sobre a avaliação que fazem do trânsito em

Manaus. Um dos entrevistados chegou a afirmar que “quem dirige em Manaus dirige

em qualquer lugar”. Os principais problemas apontados foram a atitude de outros

motoristas (33%) e as condições da via (25%). Citaram também atitude dos

pedestres (17%) e falta de sinalização adequada (17%).

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Gráfico 09 – Problemas no Trânsito de Manaus

Fonte: Dados da Pesquisa. Manaus/AM. 2013

Foi perguntado também sobre a avaliação que os entrevistados fazem dos

outros condutores e foram atribuídas notas de 1 a 10 onde apontaram notas de

cinco a oito e a maioria (25%) recebeu nota sete, como mostra o gráfico 10.

Gráfico 10 – Avaliação da Atuação dos Outros Condutores

Fonte: Dados da Pesquisa. Manaus/AM. 2013

Sobre a avaliação dos condutores da terceira idade 59% dos entrevistados

consideram que o condutor na terceira idade é um condutor como qualquer outro.

Tem dificuldades como os demais, no entanto, tem mais experiência e nenhum

considerou que os idosos atrapalham no trânsito.

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Apesar desta avaliação 89% dos entrevistados reconhecem que são vítimas

de preconceito no trânsito onde conta mais sua aparente idade do que sua idade

biológica, sua perícia ou experiência no trânsito.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos resultados apresentados na pesquisa observa-se que o idoso

está cada vez mais presente e atuante em nossa sociedade. Como condutor o idoso

é vítima de preconceito assim como em outras áreas de sua vida. Sua experiência

pode ajudar muito outros condutores e os problemas que tem são passíveis a

qualquer condutor.

O problema é que quando estamos conduzindo um veículo somos

responsáveis não só por nós como pelas demais pessoas, por isso é importante ser

sincero e justo consigo e com os demais na decisão do momento de parar de dirigir.

O trânsito de Manaus apresenta vários problemas que dificultam a atuação de

todos envolvidos não processo, assim como todos são responsáveis por isso. Assim

é injusto atribuir essa dificuldade a uma categoria específica ou a um único motivo.

O importante é o compromisso coletivo de um trânsito melhor onde cada um

faça sua parte e todos pensem mais no próximo.

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APÊNDICE

FORMULÁRIO AOS MOTORISTAS

Sexo:___________ Idade: ____________ Profissão: _______________________________________ Estado civil: ___________________ Escolaridade: ___________________________ 1. Há quanto tempo você dirige? a) de 01 a 10 anos b) de 10 a 20 anos c) de 20 a 30 anos d) mais de 30 anos 2. Qual a categoria de sua CNH – Carteira Nacional de Habilitação? a) A b) B c) C d) D e) E 3. Sente dificuldade atualmente ao dirigir? a) Frequentemente b) Raramente c) Nenhuma 4. Como avalia o trânsito em Manaus? a) Organizado b) Confuso c) Complicado d) Desorganizado e) Descomplicado 5. Que nota daria de 0 a 10 ao seu modo de dirigir, normalmente?

a)10 b)9 c)8 d)7 e)6 f)5 g)4 h)3 i)2 j)1 l)0 6. Especifique uma nota ao modo de dirigir dos outros motoristas.

a)10 b)9 c)8 d)7 e)6 f)5 g)4 h)3 i)2 j)1 l)0 7. Em sua opinião, quais os principais problemas do Trânsito em Manaus? a) Falta de sinalização b) Ação dos motoristas c) Condições da Via d) Atitudes do pedestre e) Fluxo de trânsito f) outros 8. Qual sua avaliação do Condutor da Terceira Idade do Brasil? a) Participa como os demais b) Atrapalha o trânsito c) Auxilia o trânsito d) É indiferente

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9. Já sofreu preconceito no trânsito por ser idoso? a) Sim b) Não 10. Com que frequência dirige? a) Diariamente b) Frequentemente c)Esporadicamente d)Raramente 11. Quais as principais dificuldades enfrentadas ao dirigir? a) Tempo de resposta b) Conduta dos outros motoristas c) Problemas de visão d) Cansaço e) Dirigir a noite f) Orientar-se no trânsito g) Reflexos h) Outros 12. Já sofreu acidente de trânsito? a) Sim b) Não

13. Já provocou algum acidente de trânsito? a) Sim b) Não

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ANEXOS

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