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Tüäãífiü RURÀL: GS HÔTÉlS=FAZÊNÊÀ EM LÂGÉS (ÊÉ)

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Tüäãífiü RURÀL: GS HÔTÉlS=FAZÊNÊÀ EM LÂGÉS (ÊÉ)

Monografia submetida ao Departamento de Ciências Econômicas para obtenção de carga horária na disciplina CNM 5420 -I li/lonografia.

Por DANIELA BURlGO CGLOMBO

Orientador: PROF. LAURO MATTEI

Área de Pesquisa: Economia Rural

Palavras - Chaves: 1. Turismo Rural 2. Hotel-Fazenda

Florianopolis, setembro de 2002

uwiveaeêmee Feoeaâa e SANTA eâmaiàââ oueso oe eRAoUÀçÃo Em oiâweiâe Eooi~.âeMioÀs

A Banca Examinadora resolveu atribuir a nota ao aiuno DANIELA BURiGC> CQLOMBO na ciiscipiina CNM 5420 - Monografia, peia apresentação deste trabaiho.

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Membro

AGRABEÇÊMENTQ

Ao Giovani Canoia Teixeira pato incentivo, carinho, compreensão, dedicação e paciência-

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À' Adriana Cláudia Turmine e Êtiana, pelo apoio e amizade. Aos professores do Centro de Ciências Econômicas que repassaram

parte de seus conhecimentos, em especiai ao professor Lauro Matte-i pela orientação esugestões.

Aos proprietários dos hotéis-fazenda, peia oportunidade do espaço de aprendizagem e por todas as informações cedidas para a reatizaçâo de meu trabaiho.

E finaimente, agradeço a todos que de forma direta e indireta,

contribuiram e apoiaram para concretizar minha formação pessoal e sprofissionai.

suMÁRio

L!$TA DE TABELAS

LISTA QE QUÀDRÚS

1 O PRGELEMA .................................................................................................. ._ 09 1.1 introdução ............................................................................................... ._ O9 1.2 A Situação~Probiema ............................................................................... _. 10

1.3 Qbjetivos .................................................................................................. __ 11

1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................. ._ 11

1.3.2 Objetivos Específicos ....................................................................... _. 11

1.4 Metocioiogia .............................................................................................. _. 12

2 TURESMQ RURAL ............................................................................................ _. 13

2.1 Conceitos de Turismo Rurai ..... ............................................................ _. 13

2.2. As Diferentes Modaiiciades de Turismo Rural ..................................... _. 16

2.2.1 Ecoturismo ....................................................................................... __ 16

2.2.2 Agroturismo ...................................................................................... ._ 18

2.2.3 Hotéis-Faz.enda___.,._ ............................................................................. _. 19

2.24. Fazendas-hotel ................................................................................ __ 19

2.2.5 Turismo Cultural .... ......................................................................... _. 19

2.2.6 Turismo de Aventura ........................................................................ __ 20

2.2.7 Turismo Esportivo 20

2.3 O Uesenvoivimento do Turismo Rura! no Brasil .................................. _. 21

2.3.1 Região Sui .................................................................................... 21

2.3.2 Região Sudeste ................................................................................ ._ 21

2.3.3 Região Centro-Oeste ....................................................................... ._ 23

2.3.4 Região Nordeste .............................................................................. ._ 24

2.3.5 Região Norte .................................................................................... ._ 26

2.4 O Turismo Rurai em Santa Catarina ...................................................... .. 26 2.4.1 Região Node .................................................................................... __ 27

2.4.2 Região Sui ........................................................................................ ._ 27 2.4.3 Região Deste ................................................................................... _. 27 2.4.4 Região Serrana ................................................................................. .. 28 2.4.5 Região Litoral Centro .................................................................... .. 28 2.4.6 Região \/ale do ltaiai. 29

3 A Çiü/-KDE DE LAGES .................................................................................... _. 30 3..1.A. Região Serrana ..................................................................................... ._ 30

3-1.1 Aspectos Históricos de Região ........................................................ _. 30 3.1-2 Aspectos. Físico-Geográficos ................................................................ _. 32 3.1.3 Aspectos Sociais. ........... .......... ..................................................... .. 34

3.1.3.1 Evoiução de Popuiaçâo de 1940 a 1991 ............................ .. 35

3.1.4 Aspectos Econômicos ...................................................................... ._ 36 3.1.4.1 Setor Primário ..................................................................... .. 36 3.1.4.2 Setor Secundário ................................................................ .. 37 3.1.4.3 Setor Terciário .................................................................... _. 37 3.1.4.4 Turismo ............................................................................... .. 38

3.2 A Cidade “Lages” 39 3.2.1 Aspectos Históricos de Lages .......................................................... .. 39 3.2.2 Locaiizaçäoe Acessos ...................................... ..... ...... ............. .... 41

3.2.3 Aspectos Geográficos e Demográficos (Censo de 2000) ........... 41

3.2.4 Economia ......... ........................ ........ .... ........... ................. _. 42 3.2.5 O Turismo Rurai na Cidade de Lages ................................... 42

4 os Horáes-FAZENDA. .................................................................................... _. 45 4.1 Fazenda Pedras Brancas ........................................................................ 45 4.2 Fazenda do Barreiro ................................................................................ 46 4.3 Fazenda Cicione ...................................................................................... ._ 49 4.4 Hotei-Fazenda Eoqueirão ....................................................................... _. » 49 4.5 Fazenda Aza Verde .................................................................................. .. 51

4.6 Fazenda Refúgio do Lago ....................................................................... _. 52

4.7 Fazenda Dourado Turismo Rura! Ltda ...................................... ..

4.8 Fazenda Nessa. âenhofê de Lourdes ......................................... .. 4.9 Fazenda Pousada da Bataiha (.§-lote!-Fazenda Ca§äoBQnito) 4.19 SESC Pousada Rural .... ....... ,,,,

5 PR¡NCBPAlS'RESULTADGS DG ES-TUDG EMPÍRICQ. ...................... ._ 5,1 Caracterização das Empreendimentos Pesquisados .......... ..

5.2 Histórico da šmpiantaçäo da.Af¿ävidade ,

5.3 Características da Atividade 5.4 Gcupaçâo da Mão-de-QbralGeraçã_o de Empregu na Atividade 5.5 Formas de Geração de Renda ................................. ................. ..

5.5 Ccndições.Atua.ãs dos Empreendimantas ................................ ._

5 CONCLUSÃO ....................................................................................... ..

REFERÊNCEAS ....................................................................................... ..

ÊEBLEOGRÀFRÀ ....................................................................................... ..

ÀNEXQ ........ ......... ............................................................................... V.

ANEXQ A: Questionário .................................................................... ..

G:_ossÁR¡o ........................................................................................... _.

LISTA BETAEEQS.

TABELA 01. Origem do Pâlibiico Visitante (% média no ano) .............................. ._ 60 TABELA 02. Categoria Profissionai do Público Visitante (% média no ano) ...... ._ 61

TABELA G3. Forma de Chegada do Púbiico Visitante (% média no ano) ...... 62 TABELA 34. Empregos Gerados (% anuai) ........................................................ .. 62 TABELA U5. Composição da Renda no Empreendimento Anuai (%) ................. .. 65 TABELA 06. Renda Famiiiar Totai Anual (%) ..................................................... _. 66

LISTA QE QUAERQS

QUADRO 01. Categoria de Empregos Gerados .......... ._

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'Ê G PRÔBLEMA

1.1 introdução

O trabalho em questão desenvolve uma analise sobre a configuração do Turismo Rural em Lages, privilegiando conhecer alguns aspectos fundamentais que justificam a concentração de vários hotéis-fazenda em uma mesma localidade. De uma perspectiva econômica, esta atividade se constitui em uma importante

alternativa, devido ao fato de aliar mão-de-obra familiar à qualificação profissional. Sob o aspecto ambiental parece ser um fator positivo de valorização do espaço natural onde estes estabelecimentos estão inseridos, bem como a sua preservação.

A questão social, se assim pode ser denominada, recai no movimento cada vez maior daqueles que procuram esses locais como forma de descanso e encontro com o meio ambiente, face a rotina “cimentada” do cotidiano urbano.

Assim, falar em turismo rural é falar de uma nova concepção de estrutura de organização do turismo que envolve aspectos econômicos, sociais e ambientais.

O trabalho procura explicitar, pelo menos em parte, a história dos hotéis- fazenda em Lages que, num primeiro momento, parece ia existirem ha muito tempo, quando a realidade mostra que esta historia é recente.

No Brasil, ao contrário do que ocorre na Europa, a historia das fazendas- hoteis ainda e muito recente. Teve início em Lages, Santa Catarina, e é justamente esse Estado que apresenta hoje maior número de estabelecimentos, secundado agora por Minas Gerais. Quem procura esse tipo de hotel, não faz tanta questão de conforto, Mas a autenticidade de uma velha sede colonial muitas vezes é decisivo na escolha. (SlLVA e BALDlNl, 1997).

A economia lageana baseou-se inicialmente na pecuária, mas atualmente esta se apoiando, entre outros setores econômicos, aparecendo o turismo como fonte alternativa de geração de trabalho e renda.

Em 1984, na Cidade de Lages, Adonis Zimmermann descobriu que o produto turístico do municipio era o turismo rural, ai então iniciou-se esta atividade. A descoberta foi após uma reunião feita por Julio César Ramos e Sônia da Fazenda Pedras Brancas, Vilson Urbano do MAP Hotel, Adonis e Lilian, onde descobriram que para este turismo realizanse precisariam-:de fatores como hospitalidade, clima frio, gastronomia diversificada, paisagem e diversificação cultural, segurança e ar puro, Então Júlio César, ofereceu sua Fazenda para fazerem uma experiência, convidaram, através de uma empresa que operava pacotes turisticos na região, um grupo oferecendo um

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almoço na fazenda, sem custos, para então pesquisarem sua impressões. Aí então, 96% do grupo indicaram esta atividade como a melhor programação do pacote. (ZtMlVlERMAl\iN, 1996):

Lages tem a oferta de negócios turísticos concentrada em seus atrativos naturais e culturais, mais precisamente no turismo rural. G município oferece serviço de hospedagem diferenciado, através dos hotéis-fazenda, onde o ambiente natural e suas atividades campeiras atraem pessoas de diversas idades, que buscam tranqüilidade e lazer, '

Os hotéis-fazenda que mais sobressaem na cidade são: Fazenda Pedras Brancas (1985), Hotel-Fazenda do Barreiro (1987), Ciclone (1989), l-iotel-Fazenda

Boqueirão (1990) e Aza Verde. Estes hotéis destacam-se pela oferta de produtos naturais, havendo expressiva demanda de fluxos durante o ano todo. Os fluxos são

” originários, principalmente, dos Estados de SC, PR, SP e RS

Os serviços ao estilo carnpeiro oferecidos aos turistas aism da hospitalidade säo: o conhecido cafe camargo* no galpão; uma culinaria versiflcada; bar com apresentações de shows nativistas com música ao vivo; museu histórico; salão de eventos; sala de jogos; abastecimento de água mineral em toda fazenda; piscinas com água mineral; descida de bote pelo rio da divisa entre Painel e Urupema; banhos em cachoeiras e cascatas; pescarias em rios e açudes; passeios a cavalo; passeios de barco, de charrete, de bondinho e de trenzinho pelo interior da fazenda; caminhadas-pelas trilhas ecológicas com orientação visual de flora e dos animais silvestres como iontras, capivaras, tatus, grelhas e outros passaros.

1.2 A Situação-Problema

O turismo rural conforme o Sebrae (1997), significa a oferta, no meio rural, de atividades recreativas, alojamento e serviços afins. Principaimente dirigida aos habitantes das cidades, que buscam férias no campo, para ter contato com a natureza e com as pessoas da área rural.

Segundo Tagliari e Franco (1994), no Brasil, o turismo rural adquire várias conotações. Vem sendo chamado de turismo interior, turismo doméstico, turismo

I Camargo: café torrado 'em casa. bem forte, bem quente, adoçado à gosto e o leite tirado diretamente na caneca do café, deixando-o bem espumoso.

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integrado, turismo endógeno, turismo alternativo, agroturismo e turismo verde. Na verdade, tudo isso pode ser incluido na conceituação dessa atividade porque ela é tudo isso. Voltada para um tipo especial de turista, essa atividade se destaca pela proposta de voita as raizes de grande parte da população mundial e os ex-rurais. Como a concentração urbana em muitos paises é recente, milhões de pessoas sempre que podem mergulham de volta ao interior, ainda que por aigurnas horas para fugir da vida corriqueira urbana. Além de estar no interior, revivendo situações especificas de meio, o turista tem a oportunidade de, encontrar uma diversidade cultural muito grande.

O turismo rural surge a partir de uma especie de resgate das origens (próximas ou distantes), onde o apelo da natureza (fauna, flora, paisagem, espaços ambientalmente limpos) exerce um grande fascínio junto a sociedade contemporânea. “O sentido do turismo rural é deixar o hóspede viver a fazenda e não um hotel” afirma Júlio César Ramos, proprietário da Fazenda Pedras Brancas, em Lages {STEGEl\/IANN, 1992).

Cabe, neste momento, pesquisar a importância econômica da atividade “turismo rural” para a região de Lages, diante dos serviços prestados e dos niveis de empregos gerados pela atividade. isto porque, nos últimos anos, o turismo rural vem sendo apontado oomo umadas alternativas aos problemas econômicos do estado, especialmente, no que se diz respeito a geração de emprego e renda.

1.3 Gbjetivos

1.3.1 Objetivo Geral

Analisar a dinamica econômica na Cidade de Lages/SC.

1.3.2 Qbietivos Específicos

‹› Caracterizar a atividade “Turismo Rural” no Estado e na Região de Lages.

e Verifioar quais são os serviços prestados nos hotéis-fazenda. s Analisar o volume de empregos gerados nesses estabeiecimentos.

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12

1.4 Metodologia r

Para que os objetivos deste trabalho fossem aicançados, foi utilizado o método dedutivo, baseado na busca de uma bibliografia que forneça duma base teórica sobre o turismo rurai, a região de Lages e a atividade nesta região, para melhor entendimento do terna.

Além da base teórica, foi utilizada aplicação de questionário (Anexo A), aos proprietários dos hotéis-fazenda, nos dias 18 e 19 de julho de 2002, no município de Lages. Após a realização da pesquisa de campo foram apurados, analisados e interpretados os dados coletados, para verificação dos serviços

prestados e do volume de empregos gerados pelos empreendimentos visitados.

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2 TURESMG RURAL

2.1 Conceitos de Turismo Rural

O turismo rural caracteriza-se por oferecer aos visitantes atividades

tipicas do homem do campo, bem como fazer com que o visitante busque suas origens culturais, o contato com a natureza e a valorização da cultura local. Já para o homem do campo significa um meio para aumentar a sua renda mensal, de forma harmônica, valorizando sua propriedade e o seu estilo de vida.

Os serviços oferecidos podem ser amplos e variados, contemplando desde a hospedagem, a alimentação, as atividades recreativas e de lazer, até a comercialização de produtos típicos da fazenda, tais como doces e artesanatos.

O turismo rural é importante na revitalização da zona rural, na melhoria da qualidade-de vida e intercâmbio entre a população urbana e rural, como mecanismo de conservação dos recursos naturais e reabilitação do patrimônio sócio- cultural de diversificação da oferta turística e de compreensão entre os habitantes de diferentes regiões.

Hoje é uma atividade bem desenvolvida em algumas partes do mundo, como nos Estados Unidos, Nova Zelândia, Espanha, irlanda, Reino Unido, Portugal e França. Na América do Sul, especialmente, Argentina, Uruguai e Brasil, ia existem estâncias de pecuária, onde o turista pode passar horas em contato com os peões, com os animais, cavalgando ou caminhando entre árvores e rios, cachoeiras e lagos, ouvindo a música e vendo as danças campesinas ou consumindo uma infinidade de pratos típicos da região.

O Brasil, por suas inúmeras propriedades rurais, demarcadas por enorme riqueza cultural e de paisagens naturais, tem desenvolvido atividades ligadas ao Turismo Rural. Esta forma de turismo, tem como fundamento o contato e a interação do homem dos grandes centros urbanos com o meio rural. É imensa a riqueza das propriedades rurais existentes, além dos atrativos históricos e culturais, fazendas da época dos escravos e do aureo periodo da cafeicultura paulista e brasileira.

(EMBRATUR, 20026)

O turismo rural pode transformar-se em uma importante alternativa de renda da propriedade rural, desde que implantada com criterios e de forma

1.4

planejada. A implantação pode começar de forma gradual e com baixos investimentos. Assim, o proprietário pode começar abrindo suas portas para um almoço típico, ou para venda de seus sub-produtos da atividade agropecuária (doces, mel, derivados do leite, etc.) ou ainda para atendimento diário com passeios de cavalo, por trilhas e pelas instalações rurais Oferecer pacotes para escolas pode ser um bom começo. (SALVATI, 2t)G2)

- Conforme Salvati (2002), o Manual Operacional do Turismo Rural da Embratur adota um conceito múltiplo, referindo-se a

um turismo diferente, turismo interior, turismo doméstico, turismo integrado, turismo endógeno, alternativo, agroturismo, turismo verde. O Turismo Rural

‹ inclui todas essas variedades. E o turismo do Pais, um turismo concebido por e com os habitantes desse Pais, um turismo que respeita a sua identidade, um turismo de zona rural em todas as suas formas (EMBRATUR, 1994).

_

Zimmermann (1998) define Turismo Rural como “um produto que atende a demanda de uma clientela Turística, atraída pela produção e consumo de bens e serviços no ambiente rural produtivo". Coloca ainda, que, “o turismo rural no Brasil é como um mosaico, cuja expressão cênica está diretamente ligada aos insumos e recursos disponiveis, a sensibilidade e a criatividade de quem o implementa."

Vale ressaltar que as atividades de turismo rural em outros paises, notadamente na Espanha, Portugal e França, nao podem ser comparadas ao que o Brasil tem para oferecer. Quer pela geomorfologia, cultura ou conceito de rural. Os múltiplos insumos e fatores que compõe os diferentes cenários rurais do país o tornam impar e versátil. A diversidade cultural do anfitrião, a dinâmica da produção rural no país e a riqueza dos recursos naturais que integram o espaço rural brasileiro é que fazem do turismo rural no Brasil um modelo próprio, (ZlMlVlERl\/IANN, 1998)

Para que uma propriedade rural adeque seu empreendimento para o atendimento de visitantes interessados em turismo rural, ela deve oferecer: a) beleza natural da propriedade com áreas preservadas; b) ter atividades agropecuárias

produtivas que caracterizam a propriedade; c) atendimento familiar e competente; d) instalações rústicas, porém confortáveis; e) oferecer atividades que promovam a

integração à natureza; f) oferecer contato com a cultura e as tradições locais; g) oferecer uma gastronomia tipica; h) comercialização de produtos típicos da fazenda; i) autenticidade com a arquitetura e cultura local; i) atividades de acompanhamento da produção agropecuária; k) facilidade de acesso.

Algumas atividades praticadas pelo turismo' rural são: a) caminhadas e trekkings por trilhas e cachoeiras; b) passeios de cavalo e charrete; c) pesca esportiva e amadora; d) esportes náuticos em rios e represas; e) areas para

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esportes e recreação; f) observação e/ou participação dos trabalhos de rotina da produção agropecuária; g) programas de Educação Ambientai; h) produção e venda de artesanato; i) produção e venda de doces, biscoitos, chocolates, vinho, compotas, mel etc. ; j) observação do patrimônio histórico-cultural.

Teixeira (2002) define turismo rural como:

propriedades que mantém o padrão de fazenda dentro de sua tradição, nao operando com uma infraestrutura parecida com a do meio urbano, oferecendo tão somente uma hospedagem alternativa, e as vezes com ocupação de hospedagem limitada, e mantém a atividade agricola e/ou pecuária como principal meio de subsistência. Nesse tipo de empreendimento, tem no turismo uma fonte de renda complementar e as vezes com significativo resultado que pela limitação da oferta, existe a possibiiiolade de selecionar uma demanda pelos valores das diarias disponiveis.

O turismo rural e definido como toda a atividade turística implantada ou vivenciada no meio rural, em ambientes de areas naturais e, em alguns casos, até mesmo junto a áreas litorâneas. O turismo rural pode ser dividido em sustentável e não sustentável. O turismo rural sustentável implica no ato de permanência, numa ação conjunta, integrada ao meio ambiente, que visa um meihor aproveitamento "Ótimo" dos recursos naturais disponiveis, a integração das pessoas que vivem ou atuam profissionalmente no proieto, a comunidade local, bem como enfatiza a preservação e a melhoria do próprio local. Enfim, proporciona tudo que permita um processo sustentável e duradouro, em contraposição ao modelo ou conceito da maxima rentabilidade em espaço e tempo, correspondendo a um claro processo de "

especulação" e que, na maioria dos casos se identifica com o chamado modelo convencional de sol e praia, ou seja, de turismo não sustentável, Entendemos que todo e qualquer projeto de turismo rural deveria, obrigatoriamente, ser auto-

sustentável, capaz de gerar recursos, beneficios para os empreendedores e comunidade, transmitindo confiabiiidade e satisfação plena a todos que desfrutam de suas benesses. Não sendo assim, não deveria receber autorização oficial para sua implantação, sob risco de tornar-se mais um elemento de exploração negativa do meio ambiente e do bem estar comunitário. (ABN-l, 2002) `

No meio rural existem diversas moclaiidades de turismo: ecoturismo,

agroturismo, hotel-fazenda, fazenda-hotel, turismo cultural, turismo aventura, turismo

religioso.

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2.2 As Biferentes Modaiidades de Turismo Rural

2.2.1 Ecoturismo

Turismo Ecológico ou Ecoturismo é o turismo voltado a natureza, de deslumbramento, de contemplação e estudos da natureza: sua fauna e flora e formações geográficas e histórica. É muito praticado em regiões onde a natureza e exuberante. Normalmente essa classificação cabe quando a hospedagem fica

localizada na cidade ou em um complexo especialmente feito como base do Ecoturismo e a região do turismo ecológico serve apenas para a contemplação, estudos e pesquisas da natureza, ficando intocavei, mantendo sua pureza original, sem nenhuma atividade humana a não ser a visitação dos turistas e estudiosos. (TElXElRA, 2002)

Para o Sebrae (1996), trata-se da pratica da atividade turística nos espaços ambientalmente limpos, onde os efeitos derivados da ação antropica não comprometem a qualidade da vida associada. Em função da grande concentração populacional em espaços urbanos, existe uma demanda crescente por parte dos fluxos turisticos para locais ambientalmente preservados dotados de intra-estrutura que permitam a sua visitação.

Conforme Campanhola e Graziano da Silva apud Almeida e Riedl (2900), ecoturismo é atividade realizada em áreas naturais que se encontram preservadas, com o objetivo especifico de estudar, admirar e desfrutar a flora e a fauna, assim como qualquer manifestação cultural (passada ou presente) que ocorra nessas áreas.

Para que uma atividade se classifique como ecoturismo, são necessárias quatro condições básicas: respeito às comunidades locais; envoivimento econômico efetivo das comunidades locais; respeito as condições naturais e conservação do meio ambiente e interação educacional - garantia de que o turista incorpore para a

sua vida o que aprende em sua visita, gerando consciência para a preservação da natureza e dos patrimônios histórico, cultural e étnico. O caminho ideal para o

ecoturismo é o que se chama desenvolvimento sustentável. Este conceito propõe a

integração da comunidade locai com atividades que possam promover a

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conservação e o uso sustentável dos recursos naturais e culturais. (EMBRATUR, 2002b)

O chamado ecoturismo é uma atividade que, em primeiro lugar, promove o reencontro do homem com a natureza de forma a compreender as ecossistemas que mantêm a vida. As atividades são desenvolvidas através da observação do ambiente natural, da transmissão de informações e conceitos ou ainda, pela simples contemplação da paisagem., No.turista., este processo auxiliao desenvolvimento da consciencia da propria existência em eotiilibrio com a natureza, visando ainda, a

manutenção daqualidade de vida das geraçõesatuais e..fut.u.ras.. Esse. aprendizado permite que o turista tenha a possibilidade de transformar e renovar seu comportamento cotidiano, A. realidade urbana, com a qual o turista convive

rotineiramente, passa a ser questionada gerando reflexões sobre poluição destes grandes centros, manutenção de áreas verdes, destinação e reciclagem de lixo e qualidade de vida. Objetiva-se, assim, a incorporação e tradução destas reflexões na forma de comportamento e posturas no seu ambiente de origem. As atividades de ecoturismo procuram promover programas sérios e infra-estrutura segura e profissional, oferecendo e praticando' a educação ambiental de forma multidisciplinar com guias especializados. O desenvolvimento de roteiros e programas diferenciados a várias tipos de ambientes, associadas à transmissão de informações e conceitos, levam com relativa facilidade ao aprendizado. l\/ias o grande legado deixado no turista é a compreensão e a consciência da importância de se preservar o ambiente natural, a história e a cultura dos lugares de visitação. (SALA/ATi, 200.2)

O turismo ecologico esta voltado para .ambientes nativos, onde a atividade se caracteriza, principalmente, pela interação entre o homem e a natureza. É também compreendido popularmente como o turismo natureza, indo além da simples observação, que propicia ao turista um entendimento ecologico e cientifico do meio ambiente natural. Esse tipo de turismo utiliza, de forma sustentável, o

patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista, através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar da população envolvida.

O turismo ecológico torna-se uma opção atraente para as regiões em desenvolvimento, já que utiliza os recursos naturais e a mão-de-obra local. isso se traduz em entrada de divisas externas, viabilizando projetos adequados ao meio ambiente, assim como engajamento dos moradores da região na exploração da

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atividade turística. Localidades ricas em áreas naturais, mas em situação

desfavorável nas questões de produtividade, são locais prioritários para o desenvolvimento do turismo ecológico. No turismo ecológico, o foco principal está em seu atrativo, composto pela paisagem e elementos naturais. Além do envolvimento com o meio ambiente, esta atividade possibilita que o turista interaja com a região visitada, (GOlDANiCH, 1998)

2.2.2 Agroturismo

Uma das diversas categorias de turismo no meio rural é o agroturisrno que, segundo Graziano da Silva apud Campanhola (2002a):

às atividades internas à propriedade, que geram ocupações complementares às atividades agrícolas, as quais continuam a fazer parte do cotidiano da propriedade, em menor ou maior intensidade. Devem ser entendidas como parte de um processo de agregação de serviços aos produtos agrícolas e bens não-materiais existentes nas propriedades rurais (paisagem, ar puro, etc.) a partir do "tempo livre" das familias agrícolas, com eventuais contratações de mão-de»obra externa.

O agroturismo surgiu na Europa, na década de 60, em função de um processo inverso ao êxodo rural, ou seja, com o crescimento exagerado das grandes metrópoles formou-se um grupo imenso de consumidores que desejariam voltar às suas raizes, resgatar o passado, ter um maior contato com a vida rural e seus processos de produção, alimentar-se de comidas naturais sem a presença de agrotóxicos ou até mesmo comprar diretamente do produtor artigos tais como doces, compotas, queijos, iogurtes, coalhada, ricotas, requeijão, vinho, licores e cachaça caseira, pães, biscoitos e massas domésticas, ou ainda carnes bovina, suína,

caprina e ovina. (MELO, 1999) O Agroturismo é o turismo no meio agrícola. É pouco praticado no Brasil,

destacando-se alguns exemplos no Espirito Santo, Distrito Federal, São Paulo e Santa Catarina. No modelo Europeu, o visitante participa da atividade da lida da terra, plantandolcolhendo produtos agrícolas, ou participa da ordenha das vacas, enfim, vive como um membro da propriedade ofertando seu serviço, que não e remunerado. Na Europa, a oferta de poucos recursos naturais, fez surgir o turismo na forma de Agroturismo onde o homem procura a natureza junto a área rural,

vivendo a atividade do campo. (TElXEiRA, 2002)

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Conforme o Sebrae (1996): “e a oferta de alojamentos em casas de agricultores. Normalmente é uma extensão do turismo rural, sendo possível

participar da prática do plantio junto aos moradores”.

2.2.3 Hoteis-Fazenda

Hosken et al (1997) define como uma propriedade inserida no meio rural construída com mais de 30 acomodações e com objetivo de oferecer aos hóspedes, lazer, turismo ecológico, esportivo, cultural, etc. Eles não exercem, no entanto, atividades produtivas e a lucratividade vêm da hotelaria, principalmente.

Hotéis-Fazenda são praticados em grandes fazendas onde é ofertado uma gama de serviços que as vezes parecem com os do meio urbano (piscina, apartamentos luxuosos, estrutura de entretenimentos próprio de cidade), mas também, é ofertando serviços ambient-ais tais como passeios a cavalos, charretes, passeios em trilhas ecológicas e outras atividades e não mantém relativa atividade da lida do campo como principal meio de subsistência e fica disponivel o espaço fisico para a atividade do turismo. (TEIXEIRA, 2002)

Conforme Almeida, et al (2000) trata-se de hotéis localizados na zona rural, implantados deliberadamente para a exploração do turismo rural, valorizando a cultura e as atividades rurais, como o folclore, a gastronomia, cavalgadas, esporte rural e outros.

2.2.4 Fazendas-hotel

Conforme Hosken et al (1997), é uma propriedade produtiva, cuja sede é transformada numa acomodação aconchegante para receber os visitantes. O número de apartamentos não deve ultrapassar a 20, pois, pode perder uma das principais caracteristicas que é a hospitalidade, ou seja, os turistas são recebidos pelos próprios proprietários o que os faz sentirem-se em casa.

2.2.5 Turismo Cultural

Zimmermann (2002), define como atividade turística, embasada na utilização dos recursos culturais de um território em área rural, recursos artísticos,

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históricos, costumes, entre outros, orientando-se sempre para a preservação dos l'Tl6SmOS.

2.2.6 Turismo de Aventura

Para Zimmermann (2002), Turismo de Aventura é a modalidade de turismo que utiiiza o entorno rural ou meio natural como recurso para produzir nos participantes, sensações de descobrimento e emoção, necessitando-se para estes objetivos, espaços pouco explorados turisticamente.

2.2.7. Turismo Esportivo

Nesta modalidade, a essência e a prática de qualquer atividade esportiva. O espetáculo Business Show e as sensações de risco, são fundamentais como apelo turístico. Utiliza-se normalmente nos espaços rurais ou naturais: vela,

windsurf, tiro com arco, canoagem, raft, baloriismo, esqui, rapel, pesca esportiva, hipismo, entre outros. Evidentemente. cada atividade possui características proprias, mas que a depender das características geomorfológicas do espaço, estas

atividades podem estar juntas sob denominação genérica de Turismo Rural. Vale ressaltar que cada atividade pode apresentar diferentes derivações ou tipologias. (ZIMMERMANN, zooz)

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2.3 Q Desenvotvimento do Turismo Rural no Brasilz

2.3.1 Região Sul

O Estado de Santa Catarina por ter sido o estado pioneiro e por oferecer esta atividade desde 1986, é o local com a maior concentração de leitos de Turismo Rural do país; A região de Lages conta com cerca de 75% dos 1.300 leitos, outros 10% estäo localizados na região da Grande Florianópolis, 5% na região Sul

(Urussanga e arredores) e 10% no Vale do Itajai e Meio Oeste. A ABRATURR - Associação Brasileira de Turismo Rural, foi criada em Lages, em 1996. Hoje a entidade tem sua sede em Brasilia /DF.

No Rio Grande do Sul o turismo rural, teve seu inicio aproximadamente em 1993. Esta atividade adota, no estado, diferentes caracteristicas, quer por culturas regionais, quer pela dinâmica dos insumos e fatores que compõe cada projeto. A classificações para identificação do produto turístico no meio Rural deste estado, são: a) Casas de Fazenda; b) Casas de Colónia; c) Fazenda e Hospedarias e; d) Hospedarias Coioniais e Programas especiais de Turismo Rural. As Casas de Fazenda estäo concentradas na região de Lavras do Sul, São Francisco de Paula, São José dos Ausentes, entre outros, somando cerca de 15 fazendas. As Casas de Colônia estão concentradas na Serra Gaúcha, na região de Flores da Cunha, Gramado, Forquilha entre outros e somam 8 unidades.

Já o Paraná iniciou o turismo rural, oficialmente, em 1991/92 com o apoio da PARANATUR, através de uma série de Seminários, palestras de conscientização e diagnósticos realizados. A partir dai, surgiram diversas iniciativas em diferentes municípios paranaenses. Foram implantados circuitos do turismo rural nas cidades de Colombo, Bocaiúva do Sul, Almirante Tamandaré e Araucária. Há também a presença de hotéis-fazenda nos municípios de São Luiz do Purunã, Balsa Nova, ao

I

norte de Curitiba e próximos à Serra do Mar.

2.3.2 Região Sudeste

No Estado de São Paulo a atividade teve início, oficialmente, em 1996, através de um programa chamado “Volta ao Campo". Num trabalho desenvolvido por

2 Item baseado em Zimtnermann (2002) c Campanhoia (20022))

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técnicos das Regionais do Sebrae, foram realizados trabalhos de conscientização e motivação, diagnósticos de viabiiidade para produtores rurais' interessados. Os dois primeiros projetos implantados foram nos municípios de Fernandópoiis e Pontes Gestal. No ano de 1997, o Sebrae-SP ofereceu um programa de desenvolvimento do Turismo rural a todas as regiões do estado. Em um ano foram realizadas

palestras de conscientização para cerca de 1000 produtores, elaborado cerca de 80 diagnósticos de viabilidade e desenvolvido cerca de 15 projetos de adequação, dos quais 10 já se encontram em operação. A partir deste cenário, com diversos projetos nas diferentes regiões do estado, o processo de implantação do Turismo Rural vem se concretizando de forma geométrica. O. sucesso da proposta motivou Universidades a apoiaram a ideia. Hoje diversas faculdades de Agronomia e Veterinária e de Turismo estão adotando o Turismo. Rural como forma de agregar novas receitas ao produtor rural. Recentemente, foi editado pela Secretaria de Esportes e Turismo um catálogo de empreendimentos de Turismo Rurai. Estima-se que existe no estado cerca de 100 propriedades aproximando-se da casa das 1000 camas.

Em Minas Gerais o turismo rural, iniciou timidamente em algumas propriedades rurais, a partir de 1994. Com a criação da AMETUR- Associação Mineira de Turismo Rurai e o apoio da MINASTUR o processo teve um crescimento rapido A característica basica das propriedades esta centralizada na preservação da arquitetura e costumes rurais das grandes fazendas. A AMETUR conta com cerca de 20 associados que ,oferecem cerca de 800 leitos. Um dos destaqties do turismo Rural no estado, é o-"Roteiro da Cachaça", criado para .valorizar o produto fabricado em pequenas propriedades e de forma artesanal. C) contato direto do turista com a

fabricação da cachaça, deu uma nova dimensão de valor ao produto. Um programa de qualidade também foi implementado ao projeto.

No Rio de Janeiro até 1983, a região possuia somente duas pensões. Em um período de 14 anos, o número de pousadas passou para aproximadamente 35. A maioria das pousadas - 27 - pertence a pessoas de origem urbana. Existem dois tipos de turismo na região, o fixo e o de fluxo, sendo o primeiro representado por pessoas urbanas que têm propriedade na região ou alugam casas por longos períodos, e o segundo refere-se às pessoas que vão apenas visitar a região nos finais de semana e feriados. Embora haja diversas iniciativas de sucesso em Hoteis Fazenda, as iniciativas de turismo rural (conceito) ainda são poucas. O Sebrae-RJ,

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em parceria com entidades e prefeituras vem apoiando novas iniciativas, Os dados estatísticos encontram~se em fase de pesquisa.

Já no Espirito Santo o turismo rural iniciou na região de Montanha (Afonso Cláudio e região), com o objetivo de melhorar a ocupação de hotéis do municipio nos diais de semana e oferecer uma renda complementar aos produtores rurais através da comercialização de seus produtos (vinhos. queijos, embutidos, doces etc). A denominação da atividade leva o nome de Agroturismo, aos moldes da italia. O programa recebe o fomento do Sebrae-ES e do Governo do Estado do Espirito Santo, além das Associações regionais.

No início, não se previa a hospedagem nas propriedades, somente a

visitação. A partir de 1999, algumas propriedades já passaram a oferecer também a hospedagem, por questões lógicas de resultado econômico e mercado. Um exemplo bem sucedido de agroturismo está sendo desenvolvido no município de Venda Nova do imigrante. Já existiam na região algumas pousadas e hotéis instalados no meio rural, no final da década de 80. Alguns agricultores começaram a receber visitas espontâneas dos turistas, que queriam conhecer suas propriedades, em sua maioria voltadas para a produção de café. Aos poucos foram percebendo que havia

oportunidades de ampliar o seu negócio e começaram a se organizar para isso. Foi uma ação comunitária, pois entenderam os agricultores que

isoladamente não teriam força e poder para reivindicar iunto ao setor público a

melhoria de infra-estrutura. Atualmente, 51 propriedades compõem o roteiro turístico disponível, com 12 restaurantes regionais. i-la a oferta de visitas praticamente o ano todo, em função dos diferentes cultivos praticados.

2.3.3 Região Centro~Oeste

No Estado do Mato Grosso do Sul, estado privilegiado pelos recursos naturais, elementos básicos para o exercício do turismo nos espaços Rural e Natural., em especial o Ecoturismo, Turismo Rural, Turismo Aventura, Turismo Cultural e Esportivo. O Turismo Rural no estado teve seu inicio no final de 1995 quando o Sebrae-MS, em parceria com o Governo do Estado, iniciou o processo de fomento desta atividade. Os resultados são bastante animadores, quer pelo

crescente número de propriedades que vem aderindo à proposta, quer pela

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mudança dos equipamentos que eram destinados ao cliente de pesca, agora reformulados para o cliente com familia (Turismo Rural). Há no estado 50 propriedades com cerca de 450 camas, das quais 60% são Pousadas Pesqueiras. São desenvolvidos trabalhos de conscientização, diagnóstico de viabilidade turística e projetos de adequação de propriedades para o exercicio da atividade turística, além de assessoria em empreendimentos turísticos já consolidados.

Em Goiás, estado que vem ocupando destaque no cenário turístico

nacional, fruto do programa de Turismo adotado pelo Sebrae-GO. No Turismo Rural, o Sebrae-GO tem liderado o processo de fomento atraves dos seus diferentes Programas. Os programas de fomento iniciaram-se em 1998, e já vem apresentando bons resultados.

No Distrito Federal o turismo rural teve início em 1996, através de iniciativas de pequenas propriedades rurais, que buscavam agregar valores aos seus produtos. inicialmente com o apoio do Sindicato Rural e posteriormente, com a parceria do Sebrae-DF, o agroturismo como é chamado por alguns e turismo rural por outros, tem sua essência, baseada na agregação de valores a produção rural dos pequenos proprietários rurais, localizados na periferia do Distrito Federal. A demanda reprimida por lazer nos finais de semana na capital Brasileira, associada às necessidades dos pequenos produtores em obter novas fontes de renda,

provocou um rápido crescimento do turismo rural. Hoje, o turismo rural é oferecido por cerca de 50 pequenos produtores rurais, através das mais diferentes tipologias e atividades. O. sucesso obtido, por muitos produtores com a atividade vem promovendo também a oferta de pequenas pousadas e hoteis-fazenda na região.

2.3.4 Região Nordeste

Na Bahia, o turismo rural teve seu início em 1997 através da fazenda Primavera em Ilheus. Fazenda centenária, detentora de um acervo de documentação que data da época do Império. Em meados .de 1998, com a

realização de um Seminário sobre Turismo Rural, e posteriormente com o apoio da BAHIATURSA e as faculdades de Turismo e Agronomia de Salvador, foi dado início ao fomento da atividade. Hoje o estado conta com cerca de 30 propriedades rurais que exercem as mais diferentes formas de turismo no espaço rural e natural. As

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ofertas de propriedades que desenvolvem o Turismo no Espaço Rural, estavam distribuídas em 1999 da seguinte forma: Costa do Cacau (10 propriedades);

Recôncavo (10 propriedades); Costa dos Coqueiros (05 propriedades); Chapada Diamantina (04 propriedades). Com isso, o estado baiano dispõe de 800 leitos em equipamentos do espaço rural no estado.

No Ceara, há cerca de 4 anos a SETUR (Secretaria de Turismo) vem implantando um plano estratégico de interiorização do turismo no estado. Os projetos de Turismo Rural no estado estão distribuídos, basicamente, em quatro polos: Periferia de Fortaleza, Sertão Central, Região do Cariri e Serra da Biapaba. A Setur vem fomentando a expansão do Turismo Rural, através de Seminários,

palestras técnicas, diagnósticos de viabilidade turística, cursos de qualificação de mão-de-obra e auxilio na elaboração de projetos de adequação.

No Estado de Pernambuco, o processo de implantação do Turismo Rural no estado iniciou na região de Garanhuns há cerca de 5 anos, através de algumas iniciativas particulares. A partir de 1999 o Sebrae-PE, através do PRQDER-PE, detectou um forte potencial para a atividade turística em diversos municípios

contemplados pelo programa. Numa segunda iniciativa do Sebrae-PE, foram

visitados cerca de 10 municípios na periferia de Recife, onde foi constatado que muitos destes municípios são detentor de potencial para a atividade do Turismo Rural. O Governo do estado, através da EMPETUR, esta realizando um cadastro dos Engenhos, para instituir um programa de fomento da atividade do turismo rural no estado.

Na Paraiba, os primeiros movimentos para ao desenvolvimento da atividade do turismo rural no estado foram realizados através de um seminario sobre o tema promovido pela Faculdade de Turismo de João Pessoa em 1999. Até o momento não se conhece qualquer programa de fomento.

Já no Rio Grande do Norte, os primeiros passos para fomentar a atividade no estado foram dados de uma palestra técnica promovida pelo Governo do Estado e pelo Sebrae-RN, em Natal, no finai de 1999. A partir de 2000, em parcerias com Sebrae-RN e faculdade de Turismo (UNP), a Secretaria de Turismo do Estado desenvolveu um programa de fomento da atividade do turismo no espaço rural.

Nestas oportunidades, foram detectadas pequenas iniciativas, isoladas no interior do estado do RN.

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E, no Maranhão e Alagoas - desconhecido qualquer programa de fomento à atividade turismo rural, bem como iniciativas de sucesso nestes dois estados.

2.3.5 Região Norte

No Estado do Pará, a partir de meados 2000, teve início um movimento cujo interesse vem sendo liderado pelo Sindicato Rural e Associação de Municipios do Araguaia e Tocantins.

No Amapa - É mais um estado que começou a se interessar pelo

assunto. O Sebrae vem mantendo alguns contatos para fomentar a atividade do turismo no espaço rural, através de concorrência para a execução de cinco Planos de Desenvolvimento Turístico.

E, na Amazônia - Um estado, de excelente potencial, para o exercicio da atividade turística no espaço rural, em especial, no espaço natural. Diversas

iniciativas ligadas ao Ecoturismo tem sido implementadas. E um dos estados que tem muitas experiências para mostrar na área do Ecoturismo.

2.4 Q Turismo Rurat em Santa Catarinaa

Santa Catarina tem muito a oferecer para aqueles que procuram o Turismo Rural. Em todo o estado, o que não faltam são opções de bons roteiros para o turista aproveitar as beleza naturais, se divertir e descansar. Neste Estado, o Turismo se apresenta de muitas maneiras. Dependendo da região, o turista pode estar pescando trutas na encosta de uma montanha nevada, ou cavalgando por uma praia deserta. As características proprias de cada uma das seis regiões do Estado (Norte, Sul, Oeste, Região Serrana, Litoral Centro e Vale do ltajaí) são descritas a

seguir, para que o turista possa ter uma noção em relação às atrações,

hospedagens, paisagens e gastronomia que vai encontrar no seu passeio.

3 Item baseado em Santur (2002)

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2.4.1 Região Norte

Devido a proximidade da Serra do Mar, esta região apresenta roteiros variados. A escolha pode ser tanto pelas pousadas e hotéis-fazenda perto das belas praias e enseadas da Baia de Babitonga, até os encantos da Serra do Mar e da Serra geral. Em cidades como Joinville, São Bento do Sul e l\/iassaranduba, a diversão tem tempero da colonização alemã. Subindo em direção a Campo Alegre, Canoinhas e Mafra, a atmosfera muda completamente. O clima serrano e

a cultura da erva mate dão um sabor especial ao passeio. Ja em São Francisco do Sul, o turista descansa no melhor estilo açoriano e ainda aproveita para uma volta ao passado nesta histórica cidade.

2.4.2 Região Sul

O Turismo Rural na região Sul tem tempero italiano. Todo passeio pode terminar numa vinícola ou cantina tradicional para degustação das delícias

produzidas pelos próprios fazendeiros. Perto do mar, o turista vai encontrar cidades

como imaruí, Laguna, Jaguaruna, Araranguá e os Balneãrios Gaivota e Arroio do Silva, lugares especiais para quem gosta de uma boa pescaria, se divertir nos

parques aquáticos e ainda passear a cavalo pelas dunas da praia. Partindo da *BR

101 ruma à serra, estão as localidades de Urussanga e Lauro Muller, famosas pela paisagem no pé da serra do Rio do Rastro e pelo sabor de seus vinhos, que deram origem à Festa do Vinho de Urussanga. O turismo rural aparece também, no

município de São lvlartinho.

2.4.3 Região Oeste ›

O Oeste catarinense é conhecido por suas estâncias termais e por abrigar na mesma região culturas com características campeira e européia. Extensas

fazendas no estilo colonial dão o tom bucólico do turismo na região, onde os campos abertos pedem longos passeios a cavalo ou charrete e matas com muito verde ainda fazem parte da paisagem. A cidade de Treze Tílias é um capitulo à parte.

Colonizada por imigrantes provenientes da Áustria, a tradição e a cultura do Tirol

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foram ricamente preservadas, fazendo do passeio do turista uma volta ao passado e aos Alpes. Os costumes da vida na fazenda podem ser apreciados na íntegra. Nesta região é possivel comer uma das melhores maçãs do Brasil direto do pomar, já que Fraiburgo é a capital nacional dessa fruta. Se o turista quiser desfrutar a riqueza das estâncias termais, poderá fazer uma trilha ecológica até a nascente de uma das muitas e belas cachoeiras da região e tomar banho em suas águas,

2.4.4 Região Serrana

A paisagem da região serrana aliada às baixíssimas temperaturas fazem o turista se sentir em outro país. Neste local, o turismo rural ganha um ar rústico e introspectivo e a tradição campeira pode ser observada em todos os cantos. No estilo das acomodações dos hotéis-fazenda, na paisagem da serra, na mata das araucárias, na culinária, e principalmente, nos costumes do dia-a-dia das pessoas. Quando o inverno cnega o frio é a atração, É nesta epoca, que a paisagem da região se transforma, pois a cada frente fria, podem ser registradas temperaturas abaixo de zero e durante varios dias, é comum ver geadas intensas e o espetáculo da neve, que tem na cidade de São Joaquim seu palco principal. Para aqueles que gostam de se aquecer com emoção, a região permite desfrutar das belas paisagem da Serra do Rio do Rastro ao mesmo tempo que oferece condições para a prática de esportes ecológicos Os aventureiros encontrarão opções para trekking, escaladas, rafting, trilhas para montain bike e passeios a cavalo.

2.4.5 Região Litoral Centro

O Litoral Centro e uma das mais diversificadas regiões de turismo rural de Santa Catarina. A facilidade de locomoção pela Rodovia BR 101 permite que se mude de cenário rapidamente. Em poucas horas você pode sair dos encantos da ilha de Santa Catarina, para as delicias das águas termais de Santo Amaro da imperatriz e Águas Mornas. Nesta região, o turismo ru-ral concilia perfeitamente o mar e a, montanha. Os municípios que circundam a capital catarinense são cidades pequenas e pacatas com localização no pé da Serra do Mar, tendo o clima perfeito para o seu descanso, onde as pousadas e hotéis-fazenda das cidades de Antônio

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Carlos e São Pedro de Alcântara guardam preciosos tesouro como cachoeiras e belos campos. Em Angelina ainda é possível fazer um retiro, já que a cidade abriga um mosteiro de irmãs Carmelitas e um Santuário formado pela gruta Nossa Senhora de Lourdes e igreja Matriz.

2.4.6 Região Vale do ltajaí

Muito conhecido por suas festas de outubro, o vale do Itajaí oferece boas opções de turismo rural o ano inteiro. Alem das atrações já conhecidas como as cidades de arquitetura germânica, centro de compras e de deliciosos cafés coloniais, esta região ainda guarda belíssimos segredos. O turista pode encontrar incontáveis cascatas e trilhas no meio da floresta. paredões para os amantes dos esportes radicais como escalada ou as emoções de fazer rafting nas corredeiras do no Itajaí- Açu. As bucólicas paisagens do Vale do Itajaí também são uma excelente terapia para quem procura paz e sossego, com uma pitada da cultura alemã.

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3 À CEDABE DE LAGES

O Planalto Catarinense tem um grande potencial turístico, graças as suas belezas naturais, e especialmente, seu clima.

Ao focalizarmos nosso estudo na Cidade de Lages consideramos importante, em primeiro lugar, contextualizarmos a Região Serrana, visando mostrar que a cidade de Lages figura como “Pólo de desenvolvimento Regional”.

3.1 A Regiao Serrana”

3.1.1 Aspectos Históricos da Região

Para se estudar a problemática das migrações no território do Planalto Catarinense é necessário que se discute, mesmo que resumidamente, o seu processo de ocupação. Na época da coionizaçao, o planalto pertencia ao sertao de Curitiba, que era dominado pela Capitania de São Paulo. A necessidade de levar o gado das planícies do sul do Brasil e do Uruguai para o Paraná e São Paulo, fez surgir o “caminho das tropas", cruzando o solo catarinense.

Os primeiros exploradores foram, portanto, os paulistas, atraves das entradas e bandeiras. Essas expedições tinham, basicamente, duas missões: a do reconhecimento do território e a de definir os limites entre os domínios de Portugal e Espanha. Estes fatos ocorreram no início do seculo Xvll. Descobriram-se, desse modo, as “Vacarias del mar e del piñai”, cujos nomes indicam onde se concentravam grandes quantidades de gado “vacum”, dispersos dos aldeamentos jesuítas das margens do Rio Paraná. e Uruguai e que se tornaram xucros. Essas “Vacarias” estavam situadas' na Região da “mata araucaria”, portanto, nos altos territórios do sul do Brasil e na beira-mar, na Região do Rio da Prata, onde hoje se situa a República Oriental do Uruguai. Nesse momento, surgiu a exploração aurífera em Minas Gerais e o início da lavoura canavieira em São Paulo. O gado “vacum”, cavalar e muar, era

4 Item baseado em Secretaria do Estado do Desenvolvimento Urbano c Meio Ambiente. Plano Básico de Desenvolvimento Ecológico-Econômico - Associação dos Municípios da Região Serrana - AMURES (1999). Região Se1frana.- é composta por .l.5 municípios: Lages, São Joaquim, Bom Retiro, Urubici, Campo Belo do Sul, Anita Garibaldi, São José do Cerrito, Ponte Alta, Bom Jardim da Serra, Otacílio Costa, Correia Pinto, Ump¢.ma, Celso Ramos, Rio Rufino e Cerro Negro.

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indispensável, tanto para as lidas agrícolas como nas mineradoras, tendo uso como animais de tração e consumo alimentar, além da diversidade de utilização nas indústrias do curtume e do charque.

Laguna funcionou como ponto de partida para a conquista do cobiçado território. Os lagunenses se dedicavam a criação de gado, que era enviado ao porto de Laguna para ser transportado, por embarcações, para São Vicente ou São Paulo, de onde parte seguia para Minas Gerais.

,Foi esse o primeiro itinerário do gado sulino, mas com a descoberta do caminho do Morro dos Conventos, na segunda década do seculo Xvltl, que atingia o Planalto de Lages, tornou-se possível e mais econômico o transporterdo gado de São Paulo por via terrestre. Laguna, como entreposto perdeu a importância. A rota terrestre conduzia o gado aos campos de Curitiba e dali à feira de Sorocaba, em São Paulo. Um outro caminho na direção de Lages, através dos campos de Vacarias, substituiu o do Morro dos Conventos. A importância de Lages cresceu. Fundou-se a

sua Vila, em 1766, pelo Bandeirante António Correia Pinto de Macedo. O Planalto Serrano passou a ser também área de criação. Lages se tornou centro pecuário e de expansão na ocupação do Planalto.

As pastagens naturais da região funcionavam, a principio, como áreas de invernadas. Mas logo «a organização das estâncias consolidaria as bases de ocupação criatória, muito complexas do ponto de vista de seus ocupantes. Dentro deste complexo, uma atividade se desenvolveu particularmente: o tropeirismo. E, ao lado do tropeiro, o vaqueiro, o agregado, o fazendeiro ou estancieiro, se tornaram figuras humanas caracteristicas do Planalto Serrano, com certa afinidade

sociocultural em relação ao Rio Grande do Sul. Essa é a razão de existir, até hoje, os elementos do contexto cultural gaúcho, quer no vestuário, alimentação ou na própria organização social dos estabelecimentos pecuários.

Do ponto de vista geo-econômico, verifica-se, portanto, que Lages se ligava mais às coxilhas gaúchas e aos campos gerais de Curitiba do que ao litoral catarinense, concretizando-se a cisão entre a área planaltina e a litorânea. Daí,

conclui-se que, de inicio, o território do Planalto Serrano foi povoado em função da atividade pecuária por correntes migratórias vindas, inicialmente, de Laguna e,

posteriormente, de São Paulo e também do Rio Grande do Sul. O primeiro censo oficial da população de Lages foi efetuado pelo seu

fundador Antônio Correia Pinto de Macedo, em 1777, contando com um total de 371

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pessoas, entre brancos, negros, escravos, pardos e indios. Posteriormente, outro

fator que influi no povoamento de Lages foi a abertura da estrada ou picada, da ilha do Desterro à Vila de Lages, em 1787. Este fato fortaleceu a idéia da ligação do litoral com o Planalto e, a partir de 1829, foram colocados colonos europeus, alemães, ao longo desta via, o que contribuiu, também, para o aparecimento de novos elementos na sociedade serrana.

No ano de 1848, a Vila de Lages possuía cerca de 6.000 habitantes; Em 1872, go Império determinou que se fizesse um censo e Lages contou então com 14.374 habitantes sendo: 8.809 Brancos; 4.144 Pardos; 1.421 Pretos.

Segundo o Plano Básico de Desenvolvimento Ecológico-Econômico - Secretaria (1999), desse total, 185 eram estrangeiros. Naquela época, Lages sofreu alguns desmembramentos: o primeiro, em 1854, quando se criou a freguesia de São João dos Campos Novos e, em 1875, a de Curitibanos. Mais tarde, em 1886, emancipou-se a freguesia de São Joaquim da Costa da Serra.

3.1 .2 Aspectos Físico-Geográficos

Relevo O Planalto de Lages5, na periferia do Planalto Basáltico, é formado por

terrenos paleozóicos, possuindo uma topografia dissecada com altitude superior a 1000m, onde se destaca o Morro do Tributo, com 1260m.

Pelos seus limites, observa-se que o Planalto de Lages caracteriza-se em quase toda sua extensão como um degrau entre os patamares do Alto Rio Itajai e o Planalto dos Campos Gerais, exceção feita apenas à área das nascentes do Rio Canoas. É caracterizado, em sua maior parte, também por um relevo de dissecação homogênea que configura em formas de colinas. Esta homogeneidade de formas é quebrada pela presença de alguns relevos residuais, mapeados como Morro Testemunho, onde se destaca o Morro do Tributo que corresponde a uma intrusão alcalina. Em alguns trechos observa-se a presença de ressaltos topográficos,

geralmente com frente voltada para sudeste. Esta unidade geomorfológica é drenada pela bacia do alto e parte do

médio Rio Canoas, que corresponde ao principal canal de drenagem da área. O

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Canoas corre na direção geral SE-NO apresentando curso sinuoso com pequenos trechos retilíneos. Este rio apresenta faixa de acumulação fluvial correspondendo a planície e terraço que mostrou maior expressividade em seu alto curso, a montante da localidade de Canoas. Este trecho situa-se na parte sudeste da unidade, onde o relevo forma um patamar. Neste ponto as vertentes que ladeiam seu vale são muito abruptas, dando um desnível do topo para o fundo do vale de aproximadamente 200m.

Geologia Localizam-se nesta região os sedimentos carboniferos e permianos,

devido a intrusão de rochas ígneas alcalinas que arquearam, em cerca de 500m,. É limitado ao norte, oeste e sul pela escarpa. de basalto e a lestepela.. Serra Geral, formada na Região por sedimentos da série Passa Dois. Tem formato circular com uma extensão de, mais ou menos, 2800Km2 e as elevações, no centro do Domo, foram da ordem de 1100 a 1200m. A fase efusiva inicial «e o conseqüente extravasamerito do magna aloalino, um “stock” fonolitico com irradiação de numerosas “sills” entre as camadas, ocorreu após a deposição do permiano e antes da deposição do mesozóico. Foi a mesma, acompanhada de fraturas e falhas, destacando-se a Falha do Canoas, delimitadora do arqueamento ao norte e' da direção Leste-Oeste. As intrusivas acham-se misturadas com' sedimentos da série Tubarão, mas o trabalho erosivo não fez distinção estrutural. Todo o planalto de Lages acha-se trabalhado pela erosão, resultando numa topografia suavemente ondulada que se mantém entre as altitudes de 900 a 1000m com mergulho leve sempre para fora da estrutura; o relevo apresenta-se em grau de maturidade avançada.

Destaca-se o Morro do Tributo com cerca de 1200 m nas proximidades da cidade de Lages e constituído de fonolitos. A drenagem atual, efetuada pela Bacia Superior do Rio Canoas, tem caracteristicas da juventude inserida em um relevo de maturidade avançada; o rio apresenta-se acomodado -à estrutura, principalmente, no que se refere a pequenas falhas produzidas pela intrusão.

5 Planalto de .Lages - composto pelo municipio de Otacílio Costa e parte dos municípios de Correia Pinto. Lages, Bom .Retiro e Urubici.

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3.1.3 Aspectos Sociais

Conforme dados da Secretaria (1999), a Região Serrana possui uma área total de 16.271,90 Kmz, sendo a maior Região do Estado ocupando 17,04% da area. Sua população representa 6,04% da população do Estado. Nela residem 274.077 habitantes, distribuidos em 15 municípios. A maior parte da população (151 mil

pessoas) reside no município pólo que é Lages, sendo que residem na área urbana 138.445 habitantes. Quanto aos outros municípios, a população varia entre 2000 a 22000 habitantes.

Quanto à ocupação do território analisado sob o ponto de vista de densidade demográfica, a Região Serrana tem 16,85- halo/Km2, uma densidade baixa, considerando que no Estado de Santa Catarina a densidade é de 47,53 hasb/Kmz. Qloservando a densidade por município, notamos que a maior esta em Lages, com 28,58 hablKm2 e_ a. menor em Rio Rufino, com 4,37 hab/Kmz.

A população rural apresenta taxas geométricas de crescimento-negativas em quase todos os municípios da Região Serrana, com exceção de Correia Pinto com 3,06%, e de Urupema com 0,9%. A mão-de-obra que abandona o campo, para trabalhar na cidade é cada vez maior. Isso faz com que não encontrem atividade na cidade, incorporando-se aos desempregados. A alternativa é o trabalho de vigia, doméstica, na construção civil e em algumas madeireiras. O êxodo rural é um dos fatores mais preocupantes na Região Serrana. Verifica-se, por exemplo, que os homens bem sucedidos no meio urbano compram pequenas propriedades, como uma opção de investimento (especulação imobiliária) ou então transformando-as em áreas de lazer. Os proprietários minifundiários ao vender suas propriedades mudam- se para as periferias das cidades. Lá chegando, constroem uma casa simples e aplicam o saldo do dinheiro no mercado financeiro, no qual vão servindo-se até obter algum emprego. Após algum tempo, sem conseguir colocação, e os rendimentos não sendo mais suficientes para seu sustento, devido à descapitalização, tornam-se pessoas sem futuro, sujeitando-se a qualquer atividade, que vai desde lavador de carro nas ruas, jardinagem, vendedor ambulante, até a marginalização e prostituição, ocasionando sérios problemas sociais.

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3.1.3.1 Evolução da Popuiação de 1940 a 1991.

Observando-se a evolução da população de 1940 a 1991, extraída do Relatório de Tendências Econômicas da Região, nota-se que em 1940, quando a Região Serrana era modelo de desenvolvimento econômico para o Estado de Santa Catarina, 86% da população residia no meio rural, enquanto que 14% residia no meio urbano. O maior municipio da Região na época era Bom Retiro, com 26,93% da população regional. A população total da região era de 103.415 habitantes, dos quais 15.075 residiam na area urbana contra 88.340 na area rural. A maior taxa de urbanização era de Lages com 31,32%. Até 1950 a situação pouco se modificou tendo, 19% da população nas áreas urbanas e 81% nas áreas rurais. Em 1970, 49% da população residia na área urbana e 51% na área rural. A maior taxa de urbanização concentrava-se em Lages com 74,63%, enquanto nos demais municípios essas taxas variavam de 6,40%a 44,98%. A menor taxa de urbanização nesta época era de São José do Cerrito com 6,40% enquanto que a maior era de Otacílio Costa com 44,98% (não incluindo Lages).

Em 1980, 62,40% da população residia na área urbana, mantendo a tendência crescente de urbanização, contra 37,60% na área rural. Em 1991, 73,77% residia na área urbana, 26,23% na área rural. Observa-se que, além disso, 55,13% da população total da Região residia no município de Lages. Se permanecer tal tendência de evolução demográfica, no censo do ano de 2.000 teremos 298.743 hab. Dos quais 238,596 (79,86%) residirão na área urbana., enquanto que. 60.147

(20,14%) residirão no meio rural. Analisando a evolução histórica e econômica da Região, observa-se uma

forte relação com o extrativismo da araucãria. A população foi modificando-se

conforme se apresentava a reserva de araucárias. As primeiras áreas esgotadas, foram os locais escolhidos para se urbanizarem, enquanto que na região mais a oeste do Planalto, à medida que se abriam o campo para a extração da araucária, e buscava alternativas de substituição do extrativismo pela agricultura. Na região, mais a leste, há ainda equilíbrio, pois a extração da araucária ocorreu 20 anos mais tarde, visto que as reservas deixaram de ser exploradas praticamente na década de 80. Nas décadas de 70, 80 e 90, já surgiram alternativas como, por exemplo, a fruticultura. Conclui-se que na região mais central a exploração da araucária foi

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mais rápida, não sendo encontradas alternativas econômicas com a mesma velocidade necessária, gerando-se, assim, os desequilíbrios sócio-econômicos.

O problema econômico da Região não é somente capital mas também a proporção do capital de giro. Se a materia prima que a, região tem potencial de produzir fosse transformada ali mesmo, ao invés de exportar o pouco colhido, o giro mínimo do capital estaria gerando riqueza, renda, emprego e desenvolvimento econômico.

3.14 Aspectos Econômicos

3.1.4.1 Setor Primário

L_J_tj1izagão, de terras Dos 1.627.190 ha da. Região Serrana, 161338 ha são de áreas

urbanizadas enquanto 1.465.852 ha são utilizados no setor primário. Destes, cerca de 8%, são de lavouras; 839.399 ha, cerca de 57%, de pastagens; 371,670 ha, cerca de 25%, ocupadas por matas e florestas; 20.967 ha, cerca de 1%, são terras produtivas não utilizadas e 108.451 ha, cerca de 7,39%, são terras inaproveitáveis. Observa-se na utilização da terra com lavouras, que 3,83% dessa área é ocupada por lavouras permanentes, pouco mais de 68% com lavouras temporárias e quase 28% de lavouras temporárias em descanso. Da utilização de áreas para pastagens, cerca de 91% e ocupada por pastagens naturais, o restante são pastagens plantadas. Quanto a matas e florestas, 77% são permanentes e 23% são temporárias.

Estrutura Fundiária

Nos municípios de Bom Retiro, Otacílio Costa e Lages, mais da metade da área total (1.465.852 ha) é ocupada por estabelecimentos com mais de 500 ha. Em Otacílio Costa 52,9% das propriedades são ocupadas por matas e florestas, sendo que 34,69% com florestas temporárias. No caso de Bom Retiro, 32,63% da área é ocupada por matas e florestas, sendo que 25,36% com matas e florestas permanentes (áreas de preservação permanente). No caso de Lages, cerca de 64% da área utilizada por pastagens naturais. Grande parte dessa área fica na Região de

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Coxilha Rica. Ainda, nos municípios de Lages e Bom Retiro cerca de 7% e 11% das terras, respectivamente, são inaproveitáveis para a produção.

3.1.4.2 Setor Secundário

Segundo o censo industrial de Santa Catarina de 1985 realizado pelo lBGE, o número de estabelecimentos industriais na região que compreende a AMURES e de 512, representando 4,19% dos estabelecimentos do Estado. O pessoal ocupado nestes estabelecimentos são 10.087 pessoas, 3,25% do pessoal ocupado no Estado. O maior número de estabelecimentos está em Lages com 50,20% dos estabelecimentos regionais, seguido de Urubici com 16,21%, São Joaquim, com 8,20% e Anita Garibaldi, com 7,23%. Quanto ao número de pessoal ocupado em percentual, temos novamente Lages com 63,24%, seguido de Correia Pinto com 10,43% e Otacílio Costa com 7,71%. O valor da transformação industrial (VTl) da .região têm participação apenas com 3,30% do VTI estadual. Apesar -da baixa participação no VTI estadual, têm-se uma produção ligeiramente superior, produtividade essa que é bem elevada em alguns municípios da região.

3.1.4.3 Setor Terciário

Estabelecimentos Comerciais O setor terciário divide-se basicamente em estabelecimentos comerciais e

estabelecimentos prestadores de sen/iços. Segundo o censo de comércio e serviços do lBGE de 1985, o número de estabelecimentos comerciais da região estava concentrado no municipio de Lages (55,59%), que detém 73,47% do pessoal ocupado e 83,04% da receita total gerada no comércio. lsto significa dizer que o comércio nos municípios satélites é fraco, não permitindo assim a circulação da riqueza gerada. Observa-se que 83,04% dos gastos com consumo regional são providos pelo comércio do municipio de Lages.

Não podemos esquecer, porém, que em Lages há dois centros comerciais distintos: O centro comercial do próprio centro da cidade, que atende basicamente a consumidores locais e regionais, e o centro comercial atacadista do Coral (Bairro de Lages) que atende a consumidores locais, regionais e sul brasileiros. Quanto à

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situação dos serviços não e muito diferente. O grande prestador de serviços é Lages. Salienta-se apenas o caso do município de Correia Pinto que detém 5% dos estabelecimentos, 13% do pessoal ocupado e 12% da receita regional.

Estabelecimentos Bancários A Região que compreende a AMURES tem 42 estabelecimentos

bancários. Desses, 17 no município de Lages e 25 nos municípios satétites.

Destaca-se a presença do Banco do Estado de Santa Catarina em todos os municípios satélites e com duas agências em Lages, a do Centro e a do Coral ( além de diversos “postos de serviços” - instalados pela cidade e periferia).

Quanto às operações de credito, destacam-se os seguintes aspectos: 86% dos empréstimos e títulos descontados da Região estão concentrados em Lages; .94% dos financiamentos com recursos próprios do sistema financeiro

regional concentram-se em Lages; 58% dos financiamentos rurais agrícolas

destinados para custeio estão em São Joaquim; 45% dos financiamentos rurais e pecuários para custeio estão em Lages; 78% dos financiamentos rurais para agricultura estão em São Joaquim. Buscar mecanismos que tornem mais paritárias essas operações de crédito é uma necessidade.

A rede bancária de Lages, obtém 54% das cadernetas de poupança e depósitos a prazo fixo, em relação a Região Serrana. Destaca-se, porém, que embora a região tenha a maior poupança do Estado, não indica ter o maior número de cadernetas de poupança ou de depósitos a prazo fixos. A Região destaca-se por ter a maior poupança imobilizada do Estado. A receita da produção, em grande parte, é imobilizada.

3.1 .4.4 Turismo

O turismo já é uma atividade importante em todos os municípios da região. Entretanto, esta atividade desenvolve-se deforma tímida e espontânea. Essa lacuna deveria ser sanada com uma maior atenção do setor público. O turista permaneceria mais tempo nessas cidades. Ha espaços para mais fazendas com esse potencial na região, sem contar os atrativos das belezas naturais. Faz-se

necessário uma politica de planejamento turístico que vise principalmente orientar e

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racionalizar o aproveitamento compatível das potencialidades turísticas da Região, programação da oferta turística e da infra-estrutura de apoio, incentivos para empreendimentos turísticos e propostas para fortalecer a organização turística.

O turismo apresenta uma rede hoteleira bem equipada, e diversas opções de lazer. Entretanto, Lages possui ainda um grande potencial a ser explorado na área de turismo. Este funciona como forma de agregar novas atividades à indústria e comércio existente. No primeiro trimestre de 2001, foram desenvolvidos projetos de implantação de novas unidades industriais, expansão e modernização de empresas já instaladas, dando assim, novo impulso na economia lageana.

3.2 A Cidade “Lages”

3.2.1 Aspectos Históricos de Lages

Data do início do século XVlll a chegada dos primeiros europeus que se fixaram no município. 0 povoamento dos “Campos de laiens” decorreu da necessidade de abrir caminhos para atingir as Campinas do Rio Grande do Sul, ricas em gado, o que despertava nos paulistas e mineiros a ambição de estabelecer intenso comércio com os estancieiros gaúchos.

A região de Lages era conhecida como a continuação dos famosos campos das Vacarias, onde existia enorme quantidade de gado Vacum selvagem, oriunda das missões guaranísticas.

Os chamados “Campos de iajens”, um vasto território que hoje

compreende vários municípios de Santa Catarina, originalmente pertencia à Espanha, consoante o Tratado de Tordesilhas, firmado em 1494, entre espanhóis e portugueses.

Com a Colonização do Brasil, na disputa pelas terras, a partir do Tratado de Tordesilhas, Portugal precisava ocupar a região de Lages, que poderia ser reivindicada pelos espanhois. Gs campos de Lages pertenciam à Capitania de São Paulo, que atingia o Rio Pelotas e dividia a Capitania de Santa Catarina mais ou menos no Tributo, perto de Bom Retiro.

Quem viu primeiro os “Campos de Lajens” e deles deu notícia foi

Francisco de Souza Faria, em 1727, que abriu a estrada dos Conventos de

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Araranguá, por ordem do Governador de São Paulo, quando encontrou, na Região, grande quantidade de gado que provavelmente pertencia aos padres espanhóis das missões. Em 1732 o famoso tropeiro Cristóvão Pereira de Abreu fez o mesmo trajeto de Souza Faria, alterando e melhorando em muito a Estrada dos Conventos, também chamada Estrada das Tropas.

Os documentos históricos mencionam a paragem chamada “L.ajens", um pouso de tropeiros que viajavam para São Paulo ou Sorocaba (fundada em 1661), levando mulas, cavalos e bovinos. O Bandeirante Paulista, Antônio Correia Pinto de Macedo, que, em 1976 fundou o povoado, era tropeiro e conduzia tropas de bois de Lajens para São Paulo.

Os tropeiros primitivos, mesmo os residentes no povoado, não eram lajeanos, mas na sua maioria, portugueses e açorianos. Somente mais tarde foi que tropeiros, já nascidos em Lajes, exerceram esta tradicional profissão. O historiador sorocabano Cônego-Aluísio de Almeida estima que, de 1730 a 1776 já haviam passado peia Estrada dos Conventos do Sul rumo a Sorocaba, cerca de 80 mil muares e alguns milhares de cavalos. A 22 de novembro de 1766, deu-se início a um novo povoamento sob a inovação de Nossa Senhora dos Prazeres das Lajens. A 22 de maio de 1771, esse povoado é elevado à categoria de Vila. Somente por Alvará Real de 09 de setembro de 1820, Lages passou a pertencer a Capitania de Santa Catarina e a 25 de maio de 1860 é elevada a categoria de cidade, chamada Campos de Lajens, devida à abundância de Pedra Laje (arenito) em certos pontos da região. Em 1960, pôr decreto assinado pelo Sr. Prefeito Vidal Ramos Júnior, ficou estabelecido o nome de Lages com

Economicamente, Lages ficou conhecida inicialmente pelas suas tradições na pecuária. Seus primeiros ciclos econômicos, no princípio do século XX, foram os do couro, carne e erva-mate. Hoje ainda o município tem o maior rebanho bovino do Estado, com cerca de 170.000 cabeças. O ciclo econômico que se seguiu foi o da madeira, cujo auge ocorreu entre 1950 e 1960. Continua sendo o maior parque madeireiro do Estado e a indústria madeireira. sua maior atividade. Mais de 100 indústrias no setor beneficiam e industrializam a madeira, desenvolvendo com isso a indústria moveleira e de artefatos de madeira.

Possuindo uma bela paisagem natural, Lages tem alguns trunfos no setor turístico, sobretudo, no turismo rural. A tradição e a cultura do lageano estimuiaram,

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há 12 anos, os fazendeiros a abrirem as porteiras de suas propriedades. Engatinhava então, a hotelaria rural que hoje conta com oito hotéis-fazenda.

Lages conta ainda com festas tipicas como: Festa da Tradição Gaúcha dos Campos de Lages, a Expolages e a Feimp. Entretanto o maior evento popular da região, é a FESTA NACIONAL DO PlNHÃO, tendo como principais atrações a Sapecada da Canção Nativa, corn. festival de música e concurso de danças gaúchas, poesias, churrasco, rodeios, além da oportunidade de degustar os pratos à base de pinhão. Acontece, também, de O5 a 25 de dezembro o evento Brilho de Natal, com apresentações de concertos e shows na praça da catedral. A beleza da igreja de Lages iluminada encanta Iageanos e turistas. Neste período Lages recebe visitantes de todo o Estado e também de outras regiões do País devido a magnitude do Brilho de Natal. 1

Pólo econômico de 12 municípios do planalto serrano, Lages é a maior cidade da região, com uma população superior a 160 mil habitantes. Além das diversas indústrias, o Turismo Rural aparece como atividade economicamente importante. Existem diversos hotéis-fazenda, onde o turista pode andar a cavalo, pescar, jogar futebol suiço, ou simplesmente caminharjunto da natureza.

3.2.2 Localização e Acessos

Lages localiza-se como ponto central de Santa Catarina entre o Leste e Oeste do Estado. De fácil acesso, pois é um entroncamento rodoviário, onde se cruzam a BR 116 (sentido norte-sul) e a BR 282 (leste-oeste), Lages está localizada a 223 Km da Capital do Estado, Florianópolis , a 350 Km de Curitiba e igualmente de Porto Alegre. Tem área de 2.651,4 Kmz.

3.2.3 Aspectos Geográficos e Demográficos (Censo de 2000)

População: 156.966 habitantes Urbana: 152.880 habitantes Rural: 4.086 habitantes Densidade Demográfica: 53,28 hab/km2 Taxa de Crescimento Populacional: 1,38

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Área; 2.õ51,4 Kmz Área Urbana: 222,4 Km2 Área Rural: 2.429 Kmz Altitude: 916 m Ponto mais alto: 1.200 m no Morro do Tributo Latitude: 27° e 48°, 58 min. Sul Longitude: 59, 19° e 34° min. Oeste Clima: subtropical

Temp. Média Anual: 15,6° Precip. Pluviom.: 1.479,48 anual

Umidade Relativa do Ar anual: 80,03%

3.2.4 Economia

Toda a economia de Lages era praticamente apoiada durante meio século, na indústria extrativa da madeira (até 1960). Nos últimos anos estava se esgotandc lentamente as reservas de pinheiro nativo (Araucaria), a economia lageana entra em processo de readaptaçäo, buscando outras fontes de riquezas e se apoiando novamente na produção tradicional, a agricultura e pecuária (e também na indústria sem chaminé como é conhecido o turismo). O desenvolvimento industrial na região vem sendo estimulado, principalmente com matéria prima própria, produzindo celulose, papel, embalagens, laminados e madeiras em geral para construções, esquadrias e. móveis. Lacticínios: carne, avicultura, apicultura e recentemente vem se despcntandc com muito entusiasmo e alto padrao de qualidade à indústria do vestuário. Destaca~se. ainda a instalação da Cia Cervejaria Catarinense, que trouxe para o municipio um aumento na oferta de empregos e desenvolvimento econômico, através de sua produção e das atividades paralelas como as decorrentes do transporte de bebidas e insumos consumidos pela

cervejaria.

3.2.5 O Turismo Rural na Cidade de Lages

No Brasil, a experiência mais antiga de turismo em áreas rurais, é a do municipio de Lages, em Santa Catarina, que nasceu como uma alternativa ao

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aproveitamento da estrutura existente nas fazendas e estâncias de criação de gado de corte e leiteiro, predominantes na Região. (SILVA, VILARINHO e DALE, 1998)

O turismo rural em Lages desenvolve-se principalmente nos hotéis-

fazenda, uma modalidade que integra hospedagem, gastronomia e lazer e que vem alcançando um desenvolvimento surpreendente nos últimos anos. A atividade

aproveita a idéia de contato com a natureza e, em .especial,. com a tradição gaúcha que diferencia. a região do restante de Santa Catarina. São fazendas antigas,

algumas centenárias, que adaptaram suas instalações e oferecem seu próprio dia-a- dia como fonte de diversão.

Cada hotel possui o seu perfil e o seu mercado. Existem aquelas que ingressaram no mercado das excursões fechadas e aquelas que preferem os grupos familiares de cerca de cinco pessoas, viajando de automóvel. E existem as mistas, que atendem de tudo um pouco, conforme a demanda. No fundo, o seu grande movimento ocorre em fins-de-semana e nos feriadões. A Aza Verde, por exemplo, é a que mais recebe excursões da terceira idade provindas do centro do pais,

enquanto que as demais pousadas têm o seu maior filão de mercado entre os catarinenses das regiões Litoral Norte -e Vale do ltajaí. No geral, o mês de julho e o mais movimentado, ficando janeiro em segundo lugar e março em último. O público do próprio Estado responde por mais de 70% da lotação dos hotéis, vindo o Paraná em segundo lugar. (TAGL|ARl e r=RANco, 1994). .

E

A necessidade de aumentar a permanência dos turistas na Região Serrana, levou em 1984, a criação do “TURlSlVlO RURAL", um Turismo inédito e inovador, que levaria as Fazendas tradicionais da Região a uma nova postura e direcionamento de atividades. O seu lançamento obteve ótima aceitação epleno êxito no meio turístico. Envolvendo a estrutura de uma Fazenda e sua dinâmica diária, este turismo, inédito até então, trouxe uma possibilidade que ainda não havia sido explorada pela “Indústria sem Chaminé”. A primeira Fazenda a operar com o turismo rural foi a “Pedras Brancas”, a qual distingue-se das demais por suas formações rochosas de arenito (que assemelham-se as características de Vila

Velha, no Paraná). '

Lages, é hoje chamada de Capital Nacional do Turismo Rural. Entretanto, começou a desenvolver seu potencial nesta área em 1983 com a criação de uma entidade para cuidar do assunto. Cientes de que a natureza não havia presenteado a região com pontos turisticos tradicionais, buscou-se o potencial existente nas

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centenárias fazendas locais que deram abrigo aos tropeiros gaúchos que se dirigiam às feiras de gado de São Paulo no século passado, através da famosa estrada do Viamão. Atualmente existem no município oito hotéis-fazenda que receberam, em 1996, cerca de 30 mil visitantes, o que proporcionou um volume de negócios da ordem de R$ 2 milhões. Os serviços oferecidos incluem cavalgadas, passeios em trilhas na mata, contato com as atividades desenvolvidas nas fazendas e pescarias. (SILVA, VlLARlNHO e DAl.tš, 1998)

V

V Situada estrategicamente no Planalto Catarinense, Lages é uma das mais importantes cidades do Estado, possuindo uma estrutura de atrativos naturais,

culturais, climáticos e de eventos. Possui um grande potencial de desenvolvimento econômico em todas as áreas, tendo como base em sua economia desde os primórdios a pecuária e a extração da madeira.

Em 1985, a Fazenda Pedras Brancas, resolveu fazer uma experiência juntamente com a Comissão Municipal de Turismo (hoje o Órgão SERRATUR). Foi oferecendo um Fan-tur à agentes de viagens, jornalistas de turismo e transportadoras de São Paulo, para passar um dia na Fazenda, sendo que os visitantes podiam participar de atividades tais como: ordenha, caminhada até as formações rochosas de arenito, passeios a cavalo, fazer degustação de licores

caseiros, caipirinha, vinhos, aperitivos de frescal, salame, queijo, costelas de ovelha. Além disso, foi oferecido um almoço com churrasco no moquem, salgado com sal grosso de cocho, uma variedade de pratos campeiros quentes e frios, sobremesas caseiras, cafezinho e chás de ervas medicinais. Durante o almoço houve apresentações de músicas e danças nativistas do CTG (Centro de Tradição Gaúcha) Barbicacho Colorado. '

À tarde foi servido a café colonial e ao final da tarde o grupo voltou ao hotel na cidade e a noite retornaram à Fazenda Pedras Brancas, continuando o roteiro do passeio. Depois foi sen/ido um jantar com galinha caipira, polenta, massa caseira, saladas, vinhos e novamente apresentação do grupo nativista. Como fato curioso, observou-se que o grupo, que deveria retornar aos seus locais de origem (SP) no dia seguinte, resolveu permanecer por mais um dia e uma noite, devido a satisfação e o sucesso do dia anterior.

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4 os l~ioTÉis»FAzENoÀ

O que predomina em Lages é o “Turismo Rural”, que se desenvolve principalmente, nos hotéis-fazenda, onde há uma interação entre hospedagem, gastronomia e lazer. Os “hotéis” são fazendas antigas que adaptaram suas instalações e oferecem seu próprio cotidiano como fonte de diversão: ordenha das vacas, trabalho dos peões, passeios a cavalo, passeios de charretes, pescarias, passeios ecológicos, banhos de rio e de cachoeira, chimarrão, churrasco à moda gaúcha e ainda muita hospitalidade. V

'

4.1 Fazenda Pedras Brancas

A Fazenda Pedras Brancas surgiu em 1985, quando o casal Sônia Gamborgi e Júlio César Ramos lançou o turismo rural em SC, abrindo esta fazenda para receber, alimentar e oferecer pernoites aos excursionistas que se deslocavam, principalmente, do centro do país rumo à Serra Gaúcha, pela BR 116. Esta fazenda se dedica ao turismo rural com capricho e coloca para os turistas os seus serviços ao estilo campeiro: cavalgadas, passeios de charrete, pesca, caminhadas e uma variadíssima culinária campeira.

- A Fazenda pertence a família de Sônia Gamborgi, desde 1897. E no ano de 1985, ela recebe o primeiro grupo para o Turismo Rural , sendo a pioneira para esta modalidade turística. Na época os turistas eram recebidos na casa sede, com capacidade de pernoite para 10 pessoas, alimentação para 40 pessoas, sendo os pratos preparados por receitas próprias da fazenda, costume campeiro da gastronomia familiar e serrana.

O fluxo de turista interestadual é originário do PR, RS e, principalmente, de São Paulo. Ja o 'fluxo estadual é originário de todas as regiões, principalmente do Litoral Catarinense. O hotel dispõe, também, de sala de refeições para 108 lugares, bar, sala de TV, jogos de mesa, piscinas (uma térmica e outra fria), sauna, salas de massagem e ginástica, palco para apresentações, cancha de bocha, play-ground, campo de futebol, açude e refeitório (recém construído) para 70 pessoas. Oferece ainda a seus turistas visita ao museu da fazenda com documentos e objetos de

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época, ao oratório com a cruz do Monge São João Maria, fogo de chão, trilhas

ecológicas, banhos de cachoeira, apresentações nativistas e gastronomia, formada por pratos irresistíveis, como o Entreveiro de pinhão, que foi invenção das Pedras Brancas e destaque quando ganhou um troféu de melhor prato no Globo Rural no ano de 1990. Também oferece o pinhão do amor, tatu recheado, trutas, frescal

(carne seca no sol e no sereno), como não poderia faltar um belo churrasco e o indispensável chimarrão.

Dentre as atividades agropecuárias como fonte econômica destacam-se: bubalinos, eqüinos, aves, gado de corte e leite, ovinos, pôneis, e cultura de milho, feijão, aveia e também pastagens. Essas atividades continuam fazendo parte da fazenda paralelamente ao turismo rural.

Com extensão de 1.800 ha e 1.000 mz de área construida, atualmente a estrutura para hospedagem possui um hotel com 48 leitos, 08 apartamentos e 01 albergue com 20 leitos. Para receber os turistas, (média de 3000 turistas/ano), a Fazenda Pedras Brancas precisa fazer, constantesampliações e melhorias, de acordo com as exigências e o fluxo de turistas observados no decorrer da demanda. A Fazenda é conhecida pelas formações rochosas de arenito semelhantes aos de Vila Velha no Paraná, chamada também de Parques das Pedras Brancas.

4.2 Fazenda do Barreiro

A Fazenda do Barreiro, está localizada na rodovia SC 438 (sentido Lages - Painel), com entrada no quilômetro 41, seguindo por estrada de terra por mais 4 Km, até a sede.

A Fazenda do Barreiro foi fundada em 1782 pelo Capitão Português José Joaquim Pereira, suas construções originais foram feitas de pedras e estão desafiando o tempo com paredes intactas preservadas pelos atuais proprietários que são da sétima e oitava gerações. _

A Fazenda teve uma grande importância para a história de São Joaquim, pois foi nela que funcionou durante 28 anos a intendência do municipio, sendo que para este cargo foi nomeado o Coronel Cesário Joaquim do Amarante (1901-1929).

Em 1975 foi encontrado no interior de uma parede da última casa construída na Fazenda uma carta com data de 31 de dezembro de 1899. Esta carta

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conta a história da construção da Fazenda bem como os antepassados que iniciaram a sua construção. A carta encontra-se no Museu da Fazenda além de vários objetos, roupas e máquinas do século passado e do início deste século que mostram como vivia o homem do campo.

A Fazenda do Barreiro, uma das percursoras do turismo rural (1986),

conta com infra-estrutura de uma autêntica fazenda dos Campos de Lages. Começou suas atividades em 1987, quando decidiu abrir para o público este espaço, que além da belíssima paisagem mostra a cultura e a hospitalidade do homem serrano. A partir desta data, criou-se um novo estilo de turismo, aquele onde as pessoas são hospedadas como se estivessem passando férias na fazenda dos parentes. Ainda atividade secundária, com apenas 18 apartamentos e acolhia um público de 70 pessoas. Esta Fazenda recebeu os turistas durante dois anos apenas para programas de “passar o dia". Os primeiros quatro apartamentos, em estilo rústico, foram construídos “por imposição dos clientes, que desejavam ficar mais tempo para conhecer melhor a fazenda”. Em 1990 foram construídos outros seis apartamentos. Pela sua extensão (1500 ha de área), a Fazenda do Barreiro tem o privilégio de poder mostrar aos seus visitantes a sede da fazenda erguida em 1790 e os animais silvestres como Iontras, capivaras, tatus, gralhas e outros pássaros, todos em seu habitat. Em 1998 a Fazenda possuía 2 suítes com hidromassagem e frigobar, 23 apartamentos (com opção de TV, calefação e aquecimento central), todos abastecidos com água mineral da própria fonte, restaurante para 150 pessoas. O restaurante de chão batido, repleto de utensílios típicos da fazenda, originou-se de um galpão de gado. Atualmente consta com 102 leitos - 28 apartamentos.

O proprietário mantém um verdadeiro ritual em tudo que faz, conquistando seus turistas como uma grande família. Antes das refeições é sempre servido alguns aperitivos como: licores ou cachaça acompanhado de costeletas de ovelhas, frescal de sereno com pinhão cozido (na época) e/ou lingüiçinha e farinha. Conversa-se muito e quando ao toque dos sinos, a refeição esta servida. No jantar, o charme é ainda maior, muitas vezes sen/indo à luz de velas. .Já na chegada, tem-se um grande espanto, pois o rio da divisa de municípios (Painel e Urupema), envolve a sede e as instalações como uma ilha, e para chegar lá, somente passando de carro pelo rio ou a pé pela ponte pênsil. O que parecia assustador, vira logo uma brincadeira divertida principalmente para as crianças. Neste rio correm águas límpidas e cristalinas, característica da região dos Campos de Lages, onde os

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hóspedes podem descer as corredeiras praticando o esporte chamado rafting, até uma cachoeira. Os hóspedes que acordam cedo, tem o prazer de tomar o “camargo” ali mesmo no curral, e ainda passam o dia como se estivessem voltando as suas raízes, participando da lidacampeira: cercando gado, tosquia de ovelhas, castração, vacinação, de torneios de laço e cavalgadas em busca do gado e ovelhas.

Na Fazenda do Barreiro a ênfase está no contato com a natureza e com a vida simples do homem do campo. Longe do relógio e das preocupações, pode-se desfrutar da tranqüilidade e das atividades desta fazenda: caminhadas pelas trilhas ecológicas admirando os animais silvestres; cavalgadas; pescaria em rios e açudes; descida de bote pelo rio da divisa entre Painel e Urupema; banho de cachoeira; sala de jogos com mesa de sinuca, tênis de mesa, torneios de canastra, cacheta, truco, bingo e dominó; bar com música ao vivo, shows folclóricos e videokê; fogo de chão; passeio com a transbarreiro (espécie de trem puxado por um trator); passeios de charrete; play-ground; loja de conveniência e produtos artesanais; museu com peças da própria familia que contam a história da fazenda. O museu da Fazenda contém vários objetos e apetrechos usados desde sua fundação em 1782. Ali os proprietários resgatam peças de valor histórico, como por exemplo: salvo conduta de guerra. ~

O grupo "Tropeiros de Entre Rios" assim batizados pelo proprietário,

composto por músicos que fazem parte do quadro de peões e capatazes da fazenda, que em horários pre determinados fazem apresentações de shows, música, dança e seresta; que na seqüência, transformam-se num verdadeiro conjunto

musical convertendo o espetáculo em um baile de galpão... Q maior número de turistas vem do Litoral Catarinense no periodo de

inverno e verão. A Fazenda do Barreiro é uma autêntica fazenda com mais de duzentos

anos de história que proporciona ao turista a oportunidade de conviver com o ar puro do campo. Faz-se caminhadas, passeios de charrete ou cavalo, possui uma piscina, pescaria de caniço no rio e/ou açude, e ainda canoagem. O hóspede também irá

presenciar a ordenha de vacas e conferir como vive o homem do campo.

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4.3 Fazenda Ciclone

Pertencente à família Ramos Vieira desde 1945, a Fazenda Ciclone, passou a ser administrada pelo Dr. Galeno Rogério Ramos Vieira e sua família em 1975. Fazenda tipica de agropecuária, destaca-se na criação de animais (gado de corte, leite e ovinos) e também na agricultura com o cultivo de milho, feijão, alfafa, pastagens de inverno e outras.

A Fazenda Ciclone, iniciou suas atividades com turismo rural em 1989, apenas para visitações nos finais de semana, funcionado o restaurante com capacidade de alimentação para 110 pessoas, e oferecendo ao turista o prazer no desfrute das cavalgadas, das trilhas ecológicas, dos passeios de bondinho pelos campos da fazenda e banhos de cachoeira. Abriu as portas para os turistas, com a

observância de quatro princípios básicos: hospitalidade, gastronomia, programação e instalação. integrou.-se ao turismo rural para transmitir aos turistas oseu maior legado “a liberdade do homem no campo”. Localizada na BR 116, Km 286, a 38 Km da cidade de Lages, com 1.250 ha de área total e aproximadamente 1.500 mz, -dispõe de 16 unidades habitacionais e 64 leitos, com taxa média anual de ocupação de 81%. Oferece comidas típicas, atividades campeiras, café colonial, passeios de bondinho, restaurante com buffet, pesca artesanal, banhos de cascata, passeios à cavalo e shows artísticos.

Estão disponíveis também, salas de estar, de jogos, jogos de mesa, para reuniões, salão de refeições, “fogo de chão”, cancha de bocha, play-ground, áreas para prática de vôlei e futebol, espaços para apresentações artísticas, açude e outros atrativos, como: piqui-niqui no mato, café tropeiro embaixo das árvores, sapecada de pinhão, jogos, parque infantil e a pesca em açudes e rios.

A fazenda diferencia-se das demais, por utilizar somente em finais de semana a hospedagem, recebe em média cerca de 1000 turistas/ano. O maior número de turistas quevisitam a Fazenda vem do Litoral Catarinense.

4.4 Hotel-Fazenda Boqueirão

A Fazenda Boqueirão pertence a familia Gamborgi desde 1896, quando foram adquiridas as primeiras glebas de terra pelo Cel. Vicente Gamborgi, que já em

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1906 possuía, na localidade de Boqueirão - Município de Lages/SC, uma área de aproximadamente 3000 hectares. f

Em 1940 foi herdada pelo filho Silvio Gamborgi que aprimorou as condições de pecuária extensiva, construindo sede e adquirindo mais algumas glebas de terra de tradicionais familias da região. Em 1960 a fazenda, foi dividida

entre os herdeiros, cabendo a Ernani Gamborgi uma bela área onde, em 1964, iniciou a construção da nova sede, mais próxima da BR 282, Km 2,25, onde está localizado a Fazenda Boqueirão, que em 1990 abriu para pernoites aos visitantes.

A estrutura da fazenda écomposta por: a) Atividade principai: Pecuária de corte e leiteira, agricultura de milho e feijão, equinocultura; b) instalações: galpão completo para manejo do gado com mangueiras em taipa, brete, banheiro, balança, embarcador, estrebarias, sala de montarias, etc., galpão de semi-confinamento e maquinarias como trator e implementos agrícolas. 02 (duas) casas sede; cozinha de fogo de chão; açudes para pesca de variados tipos -de peixes; eqüinos reprodutores (mangalarga -machador); eqüinos para serviço; eqüinos para passeios; criação de gado da mais alta linhagem européia; área de 750 ha.

A estrutura de hospedagem no turismo rural é composta por: a)

Acomodações: 23 apartamentos com calefação, aquecimento central de agua, televisão à cores, colchão ortopédico e ventilador de -teto; um total de 105 leitos;

restaurante típico com capacidade para 120 pessoas; salão de eventos; serviço de quarto e lavanderia; b) Atividades Turístico - Cultural, Lazer e Esportivas, Salão de. jogos, play-ground com teleférico, canclna para vôlei com iluminação e futebol de areia, cancha de Bocha coberta, o, famoso café “camargo” no galpão, cavalgadas com oportunidade de participação das atividades da fazenda como: tropeadas entre invernadas, vacinação, marcação e supervisão de gado, etc. Passeios de trenzinho pelo interior da fazenda, passeios de carro de mola, de charrete, banhos em cachoeiras, pescarias em rios e açudes, pescaria e passeios de barco na represa do Rio Caveiras, local de rara beleza com mais de 35 Km navegáveis e bons pesqueiros, apresentações de shows nativistas com música ao vivo, trilhas para

caminhadas e piscinas com água mineral, piscina térmica coberta, hidromassagem, sauna, recreação infantil em ambiente climatizado; sala de ginástica; c) Ecoturismo- (programa de meio ambiente) - caminhada em 3 trilhas ecológicas: Trilha da Gralha Azul, do Tatu e das Águas, sinalizadas e com orientação visual das principais

I

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espécies de fauna 'e flora da região, percorrendo diversos ambientes naturais da fazenda, coleta seletiva de lixo e tratamento de resíduos, entre outros.

No restaurante típico, podem ser saboreadas as delicias da cozinha campeira, em panela de ferro, fogão à lenha e assistir a shows e apresentações artísticas, com a autêntica música regional. Todo o abastecimento da fazenda é feito com água mineral.

4.5 Fazenda Aza Verde

A Fazenda Aza Verde dispõe de 80 ha de área total, localiza-se as margens da antiga BR 2 (atual BR 116), a O6 Km da cidade, no sentido Sul. Iniciou as atividades do Turismo Rural em 1991, oferecendo restaurante, parque esportivo com quadras de diversos esportes (basquete, futebol de salão, vôlei), play-ground, piscinas (adulto e infantil), sala de jogos, açudes para pescaria.

Na sede, onde se encontra a maior parte da sua estrutura, há uma bela varanda com redes, alguns chalés e casa para hospedagem, ao todo são 34 apartamentos com 132 leitos. Existe ainda, a parte com chalés retirados, onde hóspedes que preferem privacidade e o silêncio podem optar por estes aposentos. A taxa de ocupação gira em torno de 80% em média, ao ano. O maior fluxo de visitantes vêem do Vale do Itajaí e concentram-se nos meses do inverno e primavera.

Ao transformar a fazenda para atender o turismo, o proprietário fez

questão de não cortar nenhuma árvore e manter a agricultura cultivando o milho, o feijão, a moranga, o pepino, a melancia, a gila em geral hortifrutigrangeiros.

Dispõe de atrativos como o carrinho para as crianças, trenzinho para

passeio (sobre a carreta do trator), teleférico, casinha do Tarzan estufa para

destilação de frutas e plantas, na fabricação de chás e também um biodigestor, que utiliza dejetos de animais na transformação para gás de consumo.

Esta Fazenda, em 1994, era a que mais recebia excursões da terceira idade provindas do centro do país, enquanto as demais pousadas tinham o maior filão do mercado entre os catarinenses das regiões Litoral Norte e Vale do ltajaí. Em geral, o mês dejulho é o mais movimentado.

\ 52

A Fazenda Aza Verde conta ainda com 12 açudes para pesca, 350 marrecos de Pequim, passeios ecológicos a cavalo, de charrete, carruagem e caminhadas ecológicas e um charme especial fica com o "fogo de chão", que e o local onde, durante o frio do inverno, são contados os "causos e piadas", em volta desse "fogo de chão" as pessoas ficam sentadas, bebendo vinhos, licores caseiros, chimarrão, leite quente, cachaça e comendo pinhão. A Fazenda produz doces caseiros, chás, ervas e hortifrutigranjeiros. Seus pomares de frutas atraem centenas de pessoas e pássaros nativos. Sua gastronomia é tipica serrana e enriquecida com pratos da culinaria italiana. Os produtos além de serem degustados na fazenda podem ser adquiridos pelos turistas, na cantina.

4.6 Fazenda Refúgio do Lago

Em 1950, Domingos Valente, adquire a fazenda Refúgio do Lago. Logo monta uma serraria com a finalidade de produzir matéria-prima para construção de residências e galpões para avicultura, mais tarde monta uma olaria para melhoria e uma maior durabilidade das construções.

Durante 44 anos, a principal atividade agropecuária era a criação de frangos, pintos de um dia, criação de cavalos e pôneis. Ao final de 1994, são ampliadas as estruturas da fazenda para gerar uma nova fonte de renda: o Turismo Rural. Surge naquele momento, a necessidade de desapropriar os galpões da avicultura, as encubadoras e' a desapropriação da olaria, dando lugar a novas instalações como: o restaurante, a cozinha, sala de recreação e o bar. E na parte externa açudes para pesca, camping, trilhas ecológicas, play-ground, piscina natural, cancha de bocha, cabanas e outras benfeitorias.

As criações de cavalos e pôneis continuaram na fazenda e tornaram-se atrativos de passeios para os hóspedes, sendo que os pôneis são o maior atrativo para as crianças que além dos passeios se divertem ajudando no manejo dos animais.

Nesta fazenda encontra-se uma reserva de araucárias. Como não poderia faltar, as caminhadas, as cavalgadas, as pescarias e os jogos como vôlei e futebol suíço, são algumas das opções que o Refugio do Lago oferece a seus visitantes e turistas.

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A infra-estrutura para o turismo rural é de 40 leitos distribuídos na sede e casa de hóspedes, uma área de camping e canoagem, que tem o prestígio do Rio Caveiras, o quai dá também a opção de praticar o esporte radical, chamado de rafting. Nas noites frias de inverno são acesas fogueiras nas quais o turista além de se aquecer, pode saborear uma sapecada de pinhão, contando e ouvindo causos.

A gastronomia do local é formada por comida campeira: churrasco, trutas, verduras da própria horta, um bom chimarrão e degustar uma cachacinha temperada com frutas silvestres e ervas. Localizada na SC 438 -Km 10, sentido Lages - São Joaquim, proxima ao Parque Pedras Brancas, na região onde acontecem vários eventos como: motocross, montanbike, gipraid.

O maior número de turistas vem da cidade de Curitiba (PR) e acontece nos meses de inverno. O hóspede da Refúgio do Lago tem a oportunidade de fazer uma visita à estação de Trutlcultura do lBAMA, que fica próximo ã fazenda.

4.7 Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda

Essa fazenda fica distante 14 km do perímetro urbano, no sentido Lages - Morrinhos, tendo como uma de suas. principais atrações justamente a fauna regional. São incontáveis as espécies selvagens existentes: bugio, tatus, veados, lagartos,

ouriços, lebres, lobos guarás, mão-pelada, porcos alçados, capivaras, pacas, tamanduás, jaguatiricas, gralha azul, gambá, raposas e muitos outros.

Com a pecuária de corte, fundada em 1913, continua trabalhando até os dias atuais. Com a introdução do Turismo Rural, em 1985 o proprietário diz: "aqui o hóspede participa das atividades da fazenda vivendo num clima de alegria e descontração em harmonia com a natureza".

A Fazenda Dourado oferece restaurante típico de comida campeira com capacidade de alimentação para 90 pessoas; 16 apartamentos com TV e aquecimento com capacidade de pernoite para 40 pessoas; pomar com frutas de clima temperado e silvestre; produção própria de hortifrutigrangeiros; passeio de trenzinho pelos campos, mostrando ao turista a região da primeira fundação de Lages, o antigo caminho das Tropas; saia com lareira; música ao vivo nos finais de semana; teatro regionai; cavalgadas; trilhas ecológicas; açude para pesca; jogos e piscina. Oferece ainda passeio com visita a uma fazenda fundada em 1865,

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revivendo a história visita a localidade de Taipas, onde aconteceu a primeira

fundação de Lages. A fazenda recebe o maior número de turistas no inverno e no mês de

dezembro, turistas estes vindos, em cerca de 90%, do Litoral de Santa Catarina.

4.8 Fazenda Nossa Senhora de Lourdes

Localizada na região de Santo Cristo, interior de Lages, na BR 116, Km 292, sentido Lages - Vacaria, sua construção original em madeira é um tributo à valorização do antigo e das tradições.

A Fazenda, datada em 1839, pertence à escritora Lelia de Camargo desde 1975. Nela existe uma ampla biblioteca -com exemplares raros.

Em seus 163 anos de existência, a Fazenda Nossa Senhora de Lourdes, proporciona paz, descanso e sabedoria, sempre com a atividade econômica de agropecuária, criação de gado de corte, ovinos, eqüinos, aves caseiras; e na agricultura: milho, feijão e outras. Em 1995 iniciou as atividades do Turismo Rural, ampliando suas instalações sem alterar as característicasoriginais.

Na sala de pedras, de teto baixo, há poltronas aconchegantes, lareira

sempre acesa, música suave, mesa grande para as refeições e muitos livros. “Não queria nada parecido com hotel. Gosto de receber poucas pessoas, porque assim elas acompanham de perto a rotina da casa, do estábulo, do curral, sem tumulto”, diz a proprietária, -que geralmente não hospeda crianças já que a casa é decorada com muitas peças históricas. (SILVA, 1999)

A fazenda conta com os seguintes atrativos: sala de fogo-de-chão, um belo jardim (com um número infinito de pássaros silvestres de variadas espécies, local muito utilizado para meditação), piscina, cascata, açude para pesca, passeio de cavalo e charrete, caminhadas ecológicas pelas trilhas, aves domésticas como os marrecos de Pequim e gansos. Ainda conta também com a gastronomia que é a base de comida campeira, com uma grande diversidade de pratos quentes e frios, salgados e doces. -

A

A grande peculiaridade de dona Lélia e, fazer o Turismo Rural, com hospedagem somente para 12 pessoas, onde essas 12 pessoas têm o prazer de sentir-se como se fossem da família, podendo participar das atividades tanto

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campeiras como domésticas da fazenda.

4.9 Fazenda Pousada da Batalha (Hotel-Fazenda Capao Bonito)

A Fazenda Batalha, foi adquirida por António Batalha em 1946 e a principal atividade econômica sempre foi a pecuária, como o gado leiteiro e de corte.

Em 1998, Suzana Batalha, tomou a iniciativa de implantar em paralelo à pecuária, o Turismo Rural, dando início a uma reestruturação visual da propriedade. No local onde funcionava a lavanderia, o aviário, a cunicultura (coelho) e o galpão, construíram aposentos rústicos mas confortáveis. Onde era o estábulo e garagem passou a funcionar um restaurante e saia de recreação. Possui hospedagens na casa sede, churrasqueira, piscina, local para ordenha, açude para pesca, canoagem, cavalgadas, pomar de frutas de clima temperado, frutas silvestres, reserva de araucárias, mata nativa, fauna com diversas espécies, trilhas ecológicas, play~

ground e outros. Sua gastronomia, oferece ao turistas e visitantes, um diversificado cardápio, desde pratos típicos campeiros até os mais sofisticados, (na época- paçoca de pinhão, pinhão assado, cozido, sapecado) e bebidas em geral. A Fazenda conta com música ambiente no restaurante e acomoda 40 pessoas.

Em 2001, a propriedade foi vendida para o casal Lúcio Atilio Ampesam e lndiamara Ampesan, que a administram, cujo nome passou a ser “Hotel-Fazenda Capão Bonito”.

4.10 SESC Pousada Rural

Situado no Distrito de Índios, a 15 km da cidade de Lages, o turista pode tomar chimarrão, ouvir “causos” à beira do fogo no Espaço da Tradição e participar de programação integrada à cultura campeira. A Pousada está em um ambiente composto pela beleza dos campos nativos, matas de araucárias, riachos de água cristalina e a tradicional lida campeira.

Além de apresentações artísticas, caminhadas ecológicas, passeios de charrete, parque infantil, cavalgadas e pescarias, aquecida pelos chás de ervas nativas, oferece também o fascinante fogo de-chão no Espaço da Tradição. É no Espaço da Tradição que os hóspedes podem tomar um chimarrão, ouvir uma roda

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de viola e encontrar uma biblioteca com referências literária sobre a vida no campo. Caminhando pelo SESC Pousada Rural, encontra-se um pequeno bosque, quiosques para descanso de frente a um lago, flores, área de mata nativa e uma araucária de 250 anos - árvore que é símbolo da região, mas que hoje encontra-se em extinção. Os hóspedes poderão acompanhar o vôo da Gralha Azul (pássaro da serra lageana), outro simbolo praticamente extinto.

Com mais de 30 ha, o SESC Pousada Rural foi idealizado para oferecer aos seus freqüentadores conforto, lazer e recreação. Tudo tendo como cenario o meio rural. As atividades vão, desde caminhadas em trilhas ecológicas até a participação de ordenha. Os hóspedes podem colher frutas em um pomar e regar hortaliças em uma horta agroecológica.

O SESC Pousada Rural possui 60 apartamentos básicos. São 20 cabanas com apartamentos duplos conjugados, totalizando 40 apartamentos triplos com varandas num bloco único junto ao pomar. Um apartamento é especial: abriga deficientes físicos. Todos possuem TV com antena parabólica sintonizando 7 emissoras abertas, telefone com discagem direta, ar condicionado, banheiro privativo, frigobar e aquecedores portáteis. São decorados, arejados e com atendimento baseado na dinâmica hoteleira de serviços.

Há um restaurante com 150 lugares, uma lanchonete para 30 pessoas, um bar externo para atender 15 churrasqueiras. O estacionamento tem capacidade para 164 automóveis e 4 ônibus leitos. Além disso, sala de jogos, quadra de futebol suíço, sala de estar com lareira, área de esportes, pedalinhos, estábulos com cavalos, mini-vacas e pôneis e muito mais.

Na Pousada, os hóspedes acordam pela manhã, tomam um bom café e saem para passear pela trilha ecológica. Podem também, acompanhar desde o trabalho na horta, oficinas temáticas e reciclagem de lixo, até a roda de viola à noite, com chimarrão, cantoria e fogo de chão, aproveitando todos os momentos de sua viagem ao campo.

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tn “ÚW ENÇÊPAÊS RESULTAQGS QQ ESTUBQ EMPÊREÇQ A

A aplicação do questionário (ANEXO A), foi realizada no período de 18 a 19 de julho de 2002, em 06 (seis) empreendimentos: Hotel-Fazenda Boqueirão. Hotel~Fazenda Capão Bonito, Aza Verde Turismo Rural, Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda, Refúgio do Lago e SESC Pousada Rural. Embora tendo sido contactado a Fazenda Pedras Brancas, sua proprietária, recusou-se a responder o questionário.

De acordo -com os depoimentos e opiniões dos proprietários dos empreendimentos de Turismo Rural na cidade de Lages, foram levantados dados e informações que serão identificadas e avaliadas neste capítulo.

Alguns hotéis-fazenda mencionados no capítulo 4 não participaram desta pesquisa, apesar de sua importância no quadro do Turismo Rural em Lages. Esta exclusão deve-se ao fato deque estas propriedades pertencem, atualmente, aos novos municípios como Painel e Urupema (Fazenda do Barreiro) e Capão Alto (Fazenda Ciclone e Fazenda Nossa Senhora de Lourdes).

V

5.1 Caracterização dos Empreendimentos Pesquisados

Os hotéis-fazenda estudados possuem área total do terreno variada de pequenas propriedades (36 ha) até grandes propriedades (950 ha), sendo que a área construida para o turismo rural varia entre 550 mz e 10.000 mz.

Dentre os seis hotéis-fazenda pesquisados, três não desenvolvem atividades agropecuárias comercialmente (Aza Verde Turismo Rural, Refúgio do Lago e SESC Pousada Rural), um desenvolve na metade da (propriedade (Hotel- Fazenda/ Capão Bonito) e os outros dois (Hotel-Fazenda Boqueirão e Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda) desenvolvem a atividade em todo o terreno do empreendimento. Em dois .hotéis-fazenda a construção da sede é em alvenaria (Hotel-Fazenda Boqueirão e SESC Pousada Rural); em dois em madeira (Aza Verde Turismo Rural e Refúgio do Lago); e os outros mista (Hotel-Fazenda Capão Bonito e Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda). Em termos do número de leitos, vão desde 15 'no menor empreendimento (Hotel-Fazenda Capão Bonito), até 139 no maior (SESC Pousada Rural).

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Em geral, a distância média entre os hotéis-fazenda e o centro da cidade fica ao redor de 10 km, sendo que o mais próximo é o Hotel Capão Bonito (4 Km) e o mais distante é o SESC Pousada Rural (16 Km). A maior parte da estradas de acesso a estes empreendimentos é asfaltada. O percurso mais longo em estrada de terra é para a Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda (10 Km) , seguido pelo Aza Verde Turismo Rural (4 Km). Estas estradas de terra apresentaram um bom estado de conservação no momento da pesquisa, embora tenham sido consideradas como “estradas de má qualidade” pelos entrevistados.

Todas as propriedades têm energia eletrica de rede pública. A água encanada provém do subsolo em 04 hotéis-fazenda, 'e nos demais provém da rede pública. O sistema de esgoto é feito através de fossa séptica e sumidouro em 5 hotéis-fazenda e em apenas um (Hotel-Fazenda Capão Bonito), é feito através de despejo direto nos rios. Há separação de lixo (orgânico/inorgânico) em todos os empreendimentos, o que demonstra uma preocupação ambiental destes empreendimentos. A linha telefônica individual existe em todos os hotéis-fazenda, sendo que em quatro destes, há também linha celular.

:L

5.2 Histórico da implantação da Atividade '

A motivação para a implantação da atividade do “Turismo Rural” nos empreendimentos pesquisados deve-se, basicamente, a três fatores: o aproveitamento do potencial paisagístico; o aproveitamento da infra-estrutura

existente e a vocação do empreendedorista. A implantação da atividade na Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda foi motivada pela baixa 'remuneração da ativida/de agropecuaria, pela necessidade de gerar emprego na família ou região e também pelo empreendedorismo. No SESC Pousada Rural a implantação da atividade, dentre outros motivos, foi também porque a atividade turismo rural é promissora e de crescente interesse geral. I

Nenhum tipo de apoio foi obtido para a implantação de três hotéis-

fazenda (Hotel-Fazenda Boqueirão, Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda e Refúgio do Lago). Os outros três (Hotel-Fazenda Capão Bonito, Aza Verde Turismo Rural e SESC Pousada Rural), tiveram apoio de parentes e de Órgãos municipais.

O treinamento/capacitaçäolassessoria técnica para a implantação da atividade não foi realizada em 03 hotéis-fazenda (Hotel-Fazenda Capão Bonito, Aza

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Verde Turismo Rural e Refúgio do Lago). No Hotel-Fazenda Boqueirão, houve treinamento para o proprietário através de cursos ligados ao turismo, realizados pelo Sebrae, Embratur, Universidades e Empresas privadas do ramo. O proprietário da Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda realizou cursos oferecidos pelo Sebrae." O treinamento realizado aos funcionários do SESC Pousada Rural foi através do Senac. .

Os recursos financeiros para a implantação da atividade turísticaem todos os empreendimentos originaram de recursos proprios, portanto não foi

utilizado nenhum tipo de financiamento e nem agregação.-de novo(s) sÓcio(s). As dificuldades para a implantação da atividade turística mais citadas

entre os 06 hotéis-fazenda foram: ° Falta de recursos próprios (50%) ‹› Estradas de má qualidade (50%) o Dificuldades de obtenção de financiamento (33,3%) v Custos de tinanciamentos (33,3%) ‹› Falta de divulgação (33,3%) ~ Deficiências na infra-estrutura de apoio (comunicação, energia,

sinalização, etc.) (33,3%)

5.3 Características da Atividade

Os principais serviços prestados nos hotéis-fazenda, citados pelos

entrevistados são:

~ Hospedagem (100% dos hotéis) ø Restaurante (83,3%) ~

‹ Çavaigadaslhipismo (83,3%) ø Trilhas ecológicas/caminhadas (83,3%) ~ Passeios diversos (charrete, carroça, barco, etc.) (50%) ‹› Pescaria (33,3%) ‹› Visitação e participação na produção agropecuária (33,3%) ‹› Área para prática de esporte (quadra de esportes, bocha, etc.) (33,3%) A atividade turística é desenvolvida em caráter comercial há apenas um

ano no Hotel-Fazenda Capão Bonito e no SESC Pousada Rural; há sete anos na

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Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda e no Refúgio do Lago; há dez anos no Hotel- Fazenda Boqueirão e, há doze anos na Aza Verde Turismo Rural.

O número de pessoas que os empreendimentos conseguem atender, simultaneamente, na principal atividade turística e: 250 pessoas no SESC, 150

pessoas no Aza Verde Turismo Rural, 100 pessoas no Hotel-Fazenda Boqueirão, 60 pessoas no Refúgio do Lago, 38 pessoas na Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda e 25 no ̀ Hotel~Fazenda Capão Bonito.

Os períodos considerados como “alta temporada” pelos entrevistados, são os meses de dezembro, janeiro, fevereiro e julho, embora alguns dos empreendimentos. considerem também os meses de abril e junho, o que demonstra que a atratividade não se limita apenas aos meses mais frios do ano, como geralmente é divulgado.

O sistema de divulgação utilizado pelos hotéis-fazenda são: revista,

televisão, Órgãos de turismo, internet, lista telefônica e, principalmente, folder, jornal

e contato “boca-a-boca”. Os dados da Tabela 01, referem-se ao público visitante, em termos de

seu local de origem. '

.

TABELA 01. Origem do Público Visitante (% média no ano) Outras

Empreendimento Município Região Regiões ÚUÍWS 0Uf"°$ do Estado Estados Paises

Hotel-Fazenda Boqueirão 0 O 00 35 5 Hotel-Fazenda Capão Bonito O O 80 10 10 Aza Verde Turismo Rural ' 10 20 `§O 9 1

Étadzšae-nda Dourado Turismo Rural 5 10 70 W 5

Refúgio do Lago 30 O 60 9 1

SESC Pousada Rural 9 20 50 20 1

Íonte: Pesquisa de campo (2002).

De acordo com informações prestadas pelos entrevistados, a maioria dos visitantes vêem de outras regiões do Estado, sendo que deste número grande parte é do litoral catarinense. Há. uma minoria que é originária de outros paises, como por exemplo Argentina e Uruguai.

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› Através destes números é possível descrever alguns aspectos importantes, tais como: a quantidade de turistas originários de outras regiões do estado é significativa, o que demonstra a busca da tranqüilidade serrana, mesmo na epoca da alta temporada litorânea. Ja a pequena quantidade de turistas originários de outros países mostra que, ao contrário do turismo do litoral catarinense, estes

empreendimentos são pouco dependentes do turismo de outros países,

principalmente daqueles países pertencentes ao Mercosul.

TABELA 02. Categoria Profissional do Público Visitante (% média no ano) Funcionário

Empreendimento Funcionário prgvadøz Profissional Aposentado Empresários Públifii) Cgmefciáfio LÍb9i'8|

Hotel-Fazenda Boqueirão Hotel-Fazenda Capão Bonito Aza Verde Turismo Rural Fazenda Dourado Turismo Rurai Ltda Refúgio do Lago 25 O 25 25 25 SESC Pousada Rural

10 20 40 0 30

50 0 O 0 50

15 25 10 5‹ 45

25 0 50 O 25

5 50 1 0 5 30

Fonte: Pesquisa de campo (2002).

Os dados da tabela O2 mostram que a categoria profissional

predominante dos visitantes é, em primeiro lugar, a dos empresários, seguida pelos profissionais liberais, funcionários públicos, funcionários privadoslcomerciários e finalmente, os aposentados. »

Não existe grande diferença entre as categorias profissionais, com exceção dos aposentados, o que indica uma falta de direcionamento das atividades

. , . . _ 1 - . em marketing, para o crescente publico da terceira idade, ou entao, os tipos de atrativos oferecidos pelos hotéis-fazenda, que não são adequados para este tipo de público, como por exemplo cavalgadas, caminhadas pelas trilhas, entre outros.

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TABELA 03. Forma de Chegada do Público Visitante (% média no ano) Empreendimento ' individual Família Grupo Excursão

Hotel-Fazenda Boqueirão O 95 0 5 Hotel-Fazenda Capão Bonito 0 50 50 0 Aza Verde Turismo Rural 5 60 10 25 Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda 0 65 20 15 Refúgio do Lago 10 60 20 10 SESC Pousada Rural O 80 10 10 Fonte; Pesquisa de campo (2002).

Conforme os dados coletados, verifica-se que a grande maioria dos visitantes chegam aos hotéis-fazenda com a família.. Já a forma de chegada individual obteve o menor percentual em todos os empreendimentos pesquisados.

bs dados mostram que o pequeno número relativo de excursões e grupos de turistas, podem demonstrar a falta de propaganda em agências de turismo ou até mesmo a falta de estrutura para suportar um grande volume de pessoas. Este

número mostra novamente que é dado pouca importância para os grupos e excursões deterceira idade, onde esta forma de chegada é a mais utilizada por esta faixa de clientes.-

i

'

v

5.4 Ocupação da Mão-de-Obra/Geração de Emprego na Atividade

Atualmente, a geração de emprego familiar é caracterizado no Hotel- Fazenda Boqueirão, no Hotel~Fazenda Capão Bonito e na Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda. Nos demais locais pesquisados, não existe a caracterização de emprego familiar. Lembrando que o SESC Pousada Rural é um caso especial por se tratar de um empreendimento vinculado a um Órgão nacional.

TABELA 04. Empregos Gerados Empreendimento Permanente Temporário

Hotel-Fazenda Boqueirão 28 6 Hotel-Fazenda Capão Bonito O 6 Aza Verde Turismo' Rural 6 Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda 2 Refúgio do Lago 4 SESC Pousada Rural 20

OCHOOCQ

' E

'roTAL se 23 Fonte: Pesquisa de cam\po (2002).

63

Nota-se que 80% do montante da mão-de-obra dos empreendimentos Hotel-Fazenda Boqueirão e SESC Turismo Rural é permanente e com origem no município, o que demonstra uma polaridade dos empreendimentos, enquanto que os demais empreendimentos pouco contribuem para a geração de emprego no município.

O Hotel-Fazenda Capão Bonito. utilizaapenas. mão-de-olziratemporária, em função do baixo fluxo de turistas, não demandando a mão-de-obra permanente na propriedade. '

A Podemos observar - que, do total de__ empregos gerados nos empreendimentos pesquisados, 60 são permanentes e 23 temporários. O Quadro O1 mostra as diferentes categorias ocupacionais geradas.

QUADRO 01. Categoria dos Empregos Gerados Categoria Permanente Temporário Recepcionista 9 2 Camareira NJ 6

...›. 03 Cozinheira 8 Garçom

A

(D

U1 Músico 3N Motorista

E

-Â Guia turístico 4% Animador 1

U1 Auxiliar Administrativo ._k Administrador A

Í

Administrador (Turismo e ,

1 Hotelaria)

Auxiliar de Serviços 5 agropecuáriosÍ

2

Outros (Sen/iços gerais) ,i

1 1

sem l eo 23 t

Fonte: Pesquisa de campo (2002).

Observa-se também, que as categorias “recepcionista", “camareira” e “cozinheira”, são as mais importantes nos empreendimentos, por estarem nos setores ligados ao atendimento direto aos visitantes.

64

Conforme dados dos entrevistados, o custo da mão-de~obra da atividade “turismo rural" em relação ao custo total do empreendimento é apresentado da seguinte forma: no Aza Verde Turismo Rural é de 30%, na Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda e de 70% e no Refúgio do Lago é de 40%. No Hotel-Fazenda Boqueirão este custo é de 100%, em função da atividade agropecuária ser de uma empresa independente. O Hotel-Fazenda Capão Bonito e o SESC Pousada Rural não forneceram este dado.

O custo da mäo~de-obra na atividade "turismo rural” em relação ao custo total da atividade nos empreendimentos é apresentado como segue: 20% no Hotel- Fazenda Boqueirão; 50% no Hotel-Fazenda Capão Bonito; 30% no Aza Verde Turismo Rural; 30% na Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda; 30% no Refúgio do Lago. O SESC Turismo Rural não forneceu este dado.

A forma de contratação dos empregados nestes empreendimentos pesquisados é através de carteira de trabalho assinada em 05 empreendimentos e em apenas um (Hotel-Fazenda Capão Bonito) é atraves de contrato temporário.

A jornada de trabalho média dos empregados é de 8 horas diárias. No caso da Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda, os empregados trabalham até 10 horas diárias, sendo remunerados com horas extras.

- Os empreendimentos contratam serviços terceirizados especializados

como por exemplo: médico veterinário (em todos os empreendimentos, exceto no Hotel-Fazenda Capão Bonito); segurança (Hotel»Fazenda Boqueirão e SESC Pousada Rural); jardinagem (Hotel-Fazenda Boqueirão e Refúgio do Lago);

assistência medica (Hotel-Faz,enda.t?›oo,ueirão e Aza Verde Turismo Rural); grupo artístico (Aza Verde Turismo Rural)_e, .limpeza (SESC Pousada Rural).

No processo de seleção para admissão, exige-se os seguintes graus de escolaridade: 1° grau completo em um empreendimento; 2° grau incompleto ou completo em dois empreendimentos; e nos outros três empreendimentos não há exigência mínima de escolaridade.

A respeito da capacitação da mão-de-obra, observou-se que, de um modo geral, os empregados estão aptos e qualificados para exercer suas funções. No Hotel-Fazenda Boqueirão, o aprendizado é adquirido pelos empregados, no próprio

hotel. Já no Aza Verde Turismo Rural, nem todos os empregados do setor da agropecuária estão aptos e qualificados para suas funções. E no Refúgio do Lago,

65

no setor de limpeza e arrumação, os empregados estão parcialmente aptos e qualificados.

Há prática de treinamentos para os empregados em todos os hotéis- fazenda. O setor prioritário para estes treinamentos é, principalmente, a cozinha (realizado em 06 hoteis-fazenda), seguido pelarecepção (4), limpeza e arrumação. (3), promoção de atividades recreativas (2), acompanhamento e informações sobre as atividades produtivas (2), agropecuaria (2), departamentos administrativo,

financeiro e de recursos humanos (1).

5.5 Formas de Geração de Renda

O "turismo rural” nas propriedades, apesar de ser uma atividade

inicialmente alternativa, assumiu um grande papel na composição da renda dos empreendimentos.

A composição da renda anual dos empreendimentos é mostrada na tabela 05, a seguir:

TABELA 05. Composição da Renda Anual no Empreendimento (°/z) Comercialização de

¡ t. Empreendimento Agropecuária Turismo pmduggs pmçegsadgs “Yes 'm*Ê“t°

e artesanato Financeiro

Hotel~Fazenda Boqueirão 0 95 5 O Hotel-Fazenda Capão Bonito Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda Refúgio do Lago 30 70 0 O SESC Pousada Rural O 90 10 O

80 20 O O

40 60 O 0

Fonte: Pesquisa de campo (2002).

O empreendimento Aza Verde Turismo Rural não forneceu dados. A renda vinda da agropecuária no Hotel-Fazenda Boqueirão e um

empreendimento independente do turismo, por este motivo temos 95% da renda vinda do turismo e 5% da comercialização de produtos processados e artesanato. A agropecuária não participa da renda do empreendimento hoteleiro, embora tenha

uma participação na renda familiar, como veremos na tabela 06.

66

Notamos também que o SESC Pousada Rural não desenvolve atividades agropecuárias, então sua renda no empreendimento é composta, principalmente do turismo (90%).

Os dados mostram que em duas propriedades a agropecuária continua sendo uma importante fonte de renda do empreendimento (o Hotei-Fazenda Capão Bonito com 80%. e a Fazenda,Dourado Turismo Rural Ltda com 40%).

Outro aspecto importante observado, na composição da renda no empreendimento, é a baixa participação dos produtos processados. e artesanais comercializados, o que indica uma subestimação do potencial deste tipo de produto.

TABELA os. Renda Familiar Tala: Anual (°/0) Atividades P _ A ¡. _

Empreendimento Agropecuária Turismo nã;-,_ °"s°°5¡ _

_P'°a9É*°5 agršcølas Aposentadoria Financeiras

Hotel-Fazenda Boqueirão 50 50 O 0 0 Hotel-Fazenda Capão 100 0* O O 0 Bonito Fazenda Dourado 40 60 0 0 0 Turismo Rural Ltda Refúgio do Lago 30 70 O O O Fonte: Pesquisa de campo (2002). * Este valor foi informado pela entrevistada, pois a renda obtida do turismo é investida no próprio turismo, entao ela considera igual a zero.

O Aza Verde Turismo Rural não forneceu dados.e.o.SESC Turismo Rural não é considerado empreendimento familiar (dados igual a zero).

A composição da renda familiar no Hotel-Fazenda Capão Bonito é

composta somente pela agropecuária. A Fazenda Boqueirão apresenta a renda familiar dividida entre agropecuária e o turismo, sendo que .a agropecuária atua

independente do setor turístico no empreendimento. A Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda e a Refúgio do Lago apresentaram a mesma proporção da renda familiar total versus renda do empreendimento (Tabela 5). A renda proveniente de atividades näoagricoias, pensões/aposentadoria e aplicações financeiras inexistern

comprovando a obtenção de renda dos empreendimentos diretamente da propriedade tanto no turismo como na agropecuária.

67(

5.6 Condições Atuais dos Empreendimentos ,

A capacidade de atendimento simultâneo nos empreendimentos, atualmente, para a atividade “turismo rural" ocorre da seguinte forma:

. O Hotel-Fazenda Boqueirão atende: 95 pessoas nos passeios diversos (charrete, carroça, barco, etc), 20 pessoas na visita e participação na produção agropecuária, 130 no restaurante, '95 para hospedagem e 17 nas cavalgadas/hipismo.

A '

f

_

(_

D Hotel-Fazenda Capão Bonito atende: 5 pessoas nas trilhas

ecológicas/caminhadas, 05 na visita e participação na produção agropecuária, 10 na pescaria, 30 no restaurante, 25 para hospedagem e 300 em eventos folclóricos.

O Aza Verde Turismo Rural atende: 20 pessoas, no máximo, nas trilhas ecológicas/caminhadas, 20 nos passeios diversos (charrete, carroça, barco, etc),

120 no restaurante, 120 para hospedagem e 18 nas cavalgadas/hipismo. A Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda atende: 50 pessoas na área para

prática de esporte (quadra de esporte, bocha, etc), de 40 até 100 pessoas nas trilhas ecológicas/caminhadas, 80 no restaurante, 38 para hospedagem e 12 nas cavalgadas/hipismo.

O Refúgio do Lago atende: 2000 pessoas nos eventos de esportes radicais (rafting, canoagem, rappel, asa delta, etc), 200 nas atividades aquáticas (piscinas, rios, cachoeiras, toboagua, etc), 50 nas trilhas ecologicaslcaminnadas, 100 no turismo cuiturat (museu, ruínas, pontos históricos, etc.), 60 para

hospedagem, 100 no turismo religioso e 15 nas cavalgadas/hipismo. O SESC Pousada Rural dispõe de 250 refeições diariamente por período

e 139 leitos. A realização de pacotes promocionais ocorre? No Hotel-Fazenda Boqueirão - em baixa temporada, quando há maior

quantidade de diárias ou para grupos. A divulgação é através de anúncios em revistas ou jornais (municipais, estaduais e nacionais) ou através da internet.

No Hotel-Fazenda Capão Bonito - em baixa temporada, e a divulgação é

diretamente com os clientes; ' No Aza Verde Turismo Rural - tanto em baixa como em alta temporada,

os pacotes promocionais (são, geralmente, feitos para grupos (desconto) e é

ós

informado via telefone (quando as pessoas interessadas ligam para pedir

informações).

Na Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda - em baixa temporada e a

divulgação é feita através de mala direta para os clientes. No Refúgio do Lago - A realização de pacotes promocionais é feita,

geralmente, nos finais de ano, para as empresas, escolas e grupos de pessoas da 3*

idade. A divulgação é atraves de anúncios em revistas ou jornais (municipais,

estaduais e nacionais). .

No SESC Pousada Rural - Não são realizados pacotes promocionais neste empreendimento.

H

Os principais fatores que dificultam a .atividade “turismo rural”, atualmente, são: a) deficiência na infra-estrutura de apoio (comunicação, energia, sinalização, etc.), estrada de má qualidade, falta de recursos próprios (cada fator foi indicado em 03 hoteis-fazenda); b) pequeno número de clientes, falta de divulgação, falta de apoio do setor público (cada fator foi indicado em 02 hotéis-fazenda); c) falta de capacitação ou treinamento, legislação restritiva ou ausente, dificuldade de obtenção de financiamento, falta de mão-de-obra qualificada (cada fator foi indicado em 01 hotel-fazenda).

O municipio concede benefícios fiscais (Ex. ISS - imposto Sobre Serviço), para 03 empreendimentos (Hotel-Fazenda Boqueirão, Hotel-Fazenda Capão Bonito, Aza Verde 'Turismo Rural). Nos demais não há nenhum tipo de beneficios fiscais.

A informação que os entrevistados passaram sobre as perspectivas

futuras com reiação. a.capaciciade.d.e atendimento nas. atividades turísticas dos empreendimentos, é de “permanecer como esta”, no Hotel-Fazenda Capão Bonito e “aumentar” nos demais hote.is¬faze_nda,. oque demonstra boas perspectivas para a

atividade. - Quanto às possibilidades de serem oferecidos novos serviços turísticos

nos proximos 02 anos (diferentes dos já existentes), observou-se o seguinte quadro:

a) Hotel-Fazenda Boqueirão: acrescentar roteiros locais, ampliação de atividades, visitas a Coxilha Rica, -rafting, entre outros; b) Aza Verde Turismo Rural: piscina

térmica, sala de TV e bar; c): Fazenda Dourado Turismo Rural Ltda: piscina térmica; d) Refúgio do Lago: melhorar a hospedagem, acrescentar parque aquático (mini); e) SESC Pousada Rural: acrescentar um centro de eventos para 300 pessoas. O Hotel- Fazenda Capão Bonito não pretende oferecer novos serviços.

69

Essas informações demonstram que as atividades desenvolvidas no turismo rural ainda são frágeis no sentido de incrementar o setor. Talvez o “pouco ânimo" se deva, em parte, aos investimentos necessários às propriedades para que tenham sua estrutura adequada para desenvolver tal atividade.

70

s coivcLusÃo

Ao finalizar este trabalho conclui-se que o turismo rural abre um leque de possibilidades no setor econômico. Apesar da multiplicidade dos conceitos de turismo rural, há uma convergência que busca implantar e adequar os estabelecimentos dentro de -um mesmo objetivo: atrair turistas e ampliar os serviços oferecidos. O turismo rural, da maneira como está sendo apresentado à sociedade, tem-se revelado em um fator de mudança na cultura das pessoas. Estar de férias,

__ por exemplo, não significa mais veranear no litoral e em suas. praias. A transformação no estilo de vida das familias das grandes cidades rompe

a idéia de que o rural e o urbano sejam tão distantes um do outro. Assim, cada vez mais os hotéis-fazenda e pousadas têm inovado e criado novas formas de divertimento paraatrair os turistas. Amidia, em vários momentos, tem-se mostrada como uma forte. aliada na disputa dos turistas a nível local.

Nessa Ótica, o turismo rural tem servido como uma alternativa de.trabalho que tem explorado o arnloierite local e se voltado a agregar a mão-de-obra familiar. Ao passo queos hotéis-faze.nda vão se firmando. e ganhando espaço, o que surge e que a mão-de-obra familiar já se most-ra insuficiente para dar conta do processo instituído. Surgeentäo, e as entrevistas mostramisso, a necessidadede se contratar. pessoas qualificadas e de fora do escopo familiar, para poder suprir uma demanda que tem se mostrado crescente, apesar de ainda- pouco representativa.

Os questionamentos sobre a dificuldade de se. empregar pessoas com algum conhecimento sobreo setor parece ser notório em toda a região. O setor turístico, como um todo, tem sentido essa dificuldade.

Neste sentido, algumas questões podem ser ievantadas. Primeiro, de que os empresários ligados ao turismo rural podem, de forma coletiva, organizar uma comissão para reivindicar junto a Órgãos municipais e estaduais, cursos de capacitação e aperfeiçoamento entre outros.

Emsegundo lugar, o turismo rural ainda não tem se transformado emum importante setor gerador de empregos. l-la duas situações aqui: de um lado, é um pouco a voita da familia ao campo, ia que também. são desenvolvidas atividades agrícolas nas propriedades e, de outro, traz do meio urbano mais pessoas para o rural. Esse resgate é importante por valorizar novamente o campo. Várias cidades

71

possuem potencial turístico nas áreas rurais e isso traria, além de maior incentivo as propriedades de se estabilizarem economicamente, um incremento às cidades do interior do Estado, que sofrem com o êxodo rural e também com os jovens que vem em busca de alternativas de emprego, em outras cidades e regiões.

Uma terceira questão que se coloca é o problema de investimento nos hotéis-fazenda.,/X pesquisa revelou que apesar de se primar pelo turismo, muitas propriedades sobrevivem mesmo de outras atividades agropecuárias. Esse quadro poderia se reverter com a organização dos empresários ao buscarapoio junto à

Órgãos como a Santur e Embratur, que podem entrar no processo como facilitadores e intermediários, estimulando o potencial da região, bem comozincentivando outros Órgãos com financiamentos e-investimentos no setor.

E por último, uma quarta questão é o fluxo de turistas. No litoral a sazonalidade predomina quando se fala em turismo, mas o setor sobrevive porque outras alternativas estão postas, como é o caso, do turismo de eventos que tem sustentado o setor. Mas no que se refere aos hotéis-fazenda, isso ainda não acontece. Apenas o SESC Turismo Rural tem trabalhado com este foco, mas o objetivo além do turismo é dar conta de uma demanda que é própria por funcionar atendendo aos associados do setor do comércio. Apesar do número de turistasre-star crescendo, ainda é insuficiente para que os estabelecimentos sobrevivem exclusivamente da atividade. O que se sugere é que o turismo de eventos seja pensado. dentro da organização anual do setor-como uma maneira de captar e expandir a clientela, Essa é uma alternativa perfeitamente. viável, tendo em vista que muitas empresas procuram locais tranquilos para cursos, muitas vezes, no final de semana.

s

1

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AN EXC

ANEX-Q A: QL5E$T§1G§\šÁR§Q

78

ouasriomaio

CARÀCTERÍZAÇÀO B0 ENEPREENDÍMENTO 1. EDENTRFICAÇÃO :me do Empreendimento (mzâó social ou fantasia): ............ ..

oprietário: .................................................... ..

ãciost ............................................................ ._

Formante: ................................................................... .. Cargo: .......................................................................... ._

ssinatura: .................................................................. .. Data: ............................................................................ ..

2. LOCALBZAÇAOi

,lã (estrada)I .................................................... _.

›CailC|3d€ (bairro, comunidade, etc)1 ..................... ._

aferência de Localização: ............................ ..

unicípio: ...................................................................... ..

aiefone: ( '

) .................................................... ..CeluIar: ( ) .................................. ._ Fax: ( ) ........................ ..

.............................................................. .. N°: *

-mail: .............. .L .......................................................... .. Home-Page: ....... ..

UF: .................................... _. CEP: ..................................... ._ .

3._ASPECTOS DA PROPRIEDADE 'ea total do terreno: ha. 'ea total construída para o turismo: .

esenvolve atividade agropecuária comercial? ( )Sim, em: ha. ( )Nao.

........................ ...l_--.M).{ë_l.§¿.*i>.!3.§.!í:'=.l__ i Mafielra. N? L<~>i*°S1 .

4. \I!AS DE ACESSQlDlSTÃNClA$ (CENTRE) DE E...AGE$ - SEDE). odovia asfaltada: . .Í ....... ._ Km strada pavimentada: ...... .. Km strada de terra: ............. ._ Km 5. SERVHÇÕÊ ÊÍÉYINFRA-ESTRUTÍÊÃ

H

_ _ __Í

!§¿j¿Énergia Elétrica T Ú

) da Rede Pública ) Própria , ( ) Na Sede .? ÇÊÊf3ÉÊ9f._(f.9.ÚÊÍ9.ÚÊ“'?1ÊE*fšE_Ê?$ às

(

(

) Nos alojamentos (' ) Nas demais dependências

. . ..

5.2. Água Encanada i ma Rede Públiššá Í '

) na Sade ) Cisterna com litros

) Caixas dágua elevadas» com ________ litros

( )do Subsolo ( )do Rio/RepresalAçude ( )Alojan¬.e-ntos ( )Cozinha

Êâã-1S¡5ÍF?.'T?.?,<?¡Êʧ92t°S W.. _-_ ) Despeje direto no sistema pluvial ) Fossa Séptioa e Sumidouro

( )Esgoto Sanitário ( )Bio‹.:ligestor ( )l-Esgoto da Gordura

5.4. Tratamento do Lixo ) Separação do lixo (orgânlcolinorgânico) ) Compostagem de resíduos orgânicos ) Sem seletividade de residuos ) Enterrio

) Fogo 5.5. Telefone

) Comunitário (ramal) ( ) Individual

uantas Linhas? ( ) Celular Rural

l

~ HISTÓRÍCO DA SNIPLANTAÇAO DA ATIVIDADE 79

1. O QUE MOTIVOU A IMPLANTAÇÃO DA ATIVIDADE "TURISMO RURAL"? (âssinâlarââ 3 principais) _. z

) Baixa remuneraçao da atividade agropecuaria ) Necessidade de gerar emprego na família ou região ) Aproveitamento do potencia! paisagístico ) Aproveitamento da infra-estrutura existente ) Empreendedorismo ) OUIFO (especificar)I

2. RECEBEU ALGUM TIPO DE APOIO? )s¡m

E E

( mas Jal aorigem?

) Parentes ( ) ONG`s I Associações )Amigos ( )Governo ( )Municipal (

) QUÍYO (especificar)I ) Estadual ( ) Federal

, _ ,

3. TREINAMENTO I CAPACITAÇÃO I ASSESSORIA TECNICAl

3.1. Alguem, ligado _a_a_tividade turística, recebeu capacitação especifica na área?

) Sim ( ) Não 3.2. indique a instituição Capacitadora )Epagri ( )Senar/Senac

`

( )Prefeiiura ( )Universidade )lT-Lmbratur ( )8ebrae, ( )ONG ( )Profissionalautônomo

) Empresa privada (do ramo) ( ) OutroslNão sabe (sspszsfizar):

.4. ORIGEM DOS RECUR$OS FINANCEIROS PARA A IMPLANTAÇAO DA ATIVIDADE TURISTICA ssinalar as 3 principais)

) Recursos proprios ( ) Contribuição/doação de entidades ou pessoas

) Financiamento em instituição financeira ( )Agregação de novo(s) sócio(s) ) Financiamento em particuiar ( ÚUÍFO (específicar)1

_...__...._...__............. , ..._ .__._...... ._ . . . . _ ..._ . ....,..__,_. .....,.,...... ._... '

.5. oii=icui.oAoas PARA A imetânrâç/to oa Arivioitoa Tueisricp. lzzsinzizrrçg, principais) |

) Falta recursos próprios (

`) Dificuldade de obtenção de financiamento (

) Falta de capacitação ou treinamento ) Custo de financiamento ) Falta de divulgação )~ Falta de mäo-de~obra familiar (

f`×-`/-\

) Pequeno núnieo de clientes ) Legislação restritiva ou ausente ) Falta Assessoria Técnica

) Estrada de ma qualidade ) F alta de apoio do setor público ) Falta de mäo~de-obra apta

) Deficiencia na infra-estrutura de apoio ( comunicaçao, energia, sinalização, etc.) ) Quim (especitlcar)1 _

_ cAeAc'rERisricAs QA Arivimtoe .1 . SERVIÇQ$- E ATWI-DADE$ 0FERECIDO$ PELG EMPREENDIMENTO (assinalar ass principais)

) Área pi prática de esporte (quadra de esporte, bocha, sm.) ) ESDOTÍGS r8dIC8iS (rafting, canoagem, rappel, asa delta, etc.)

) Atividades aquáticas (piscinas, rios, cachoeiras, toboágua, etc.)

) Trilhas ecológicaslcaminhadas ) PãS$€IOS dIVêl'SOS (charrete, carroça, barco, etc.)

) Refeições servidas na casa do produtor ) Comércio de alimentos da indústria caseira ) Turiâmü Cultufäl (museu, ruinas. pontos históricos, etc.) ) Comercio de artesanto ) Visita e participação na produção agropecuaria ) 0UÍf0 lespeflifisafií c E c ._ z - ,_

(

l

/~./`./-\/\/-f"¢-`.z-\/\

) Águas terrnais ) Pescaria

) Restaurante ) Bar/lanchonete

) Café colonial ) Hospedagem ) Turismo religioso ) Turismo de conhecimento ) Eventos folclóricos ) Cavalgadas/hipismo )Visita à indústria rural

2. TEMPC) DE ATNIDADE E CAPAUDADE DE ATENDEMENTOV

2.1. Há quanto tempo desenvolve atividade turística, em caráter comercial: anos completosl

l

.

l

2.2. Número de pessoas (clientes) que consegue atender, simultaneamente, na atividade turística principal: lSSOãS

2.. Peeuco vieimure (°/.. média no ano) 5.1. origem

ii Í A Í

JHÍCÍQÍÚ (sede do empreendimento) 1 .............................. _. ________

šglãú (municípios próximos) 2 ........................................ ._ ______

mas regiões do Estado : .......................................... _. WWW Jtros Estados : .......... ............................................ ._ mm .rtros Países 1 ........... ............................................... ._ ______

itai: ............................................................................ ._ 100%

e9££$<\°

3.2. Categoria Profissional W fi 4 H lncionário Público: ...................................................... ._

lncionário Privado/Comerciário: ................................ ..

'ofissional Liberal: ..................................................... ,_

>osentaclo: ................................................................ _.

TÍPÍÉSGÍIOSÍ _ . _ . _ . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . _ . . . . . . . . . . . . . . . _.

JÍFO (especificar)I ......................................................... _ _

)lalí ................ ..................................................... _.100%

$$a3$$z§

3.3. Forma de Chegada dividual: ..................................................................... __ _____ amilia: ......................................................................... _.í rupo: .......................................................................... _. ______

‹cursâo: .................................................................... ._ ________

ull'O (especificar): ......................................................... ._

§°$eÊ$$

l

Jtali .............................................................................. ._ 100% 3.4. Qual o periodo considerado "Alta Temporacla"'?

,4. SÍSTEMÂS HE DIVULGÁÇÃÚ (assinalar as 3 principais) l

l

) Folder ) Jornal ) Revista ) Rádio

( ) Televisão ( ) Agéncia de Viagem

) Órgãos de Turismo z‹`

fx ) ÔUÍFOS (espeoificar)I _ V H

.ocuPAçÃo MÃO-o;E~oeR,A1eeRAÇÃo os Ervlpeeeo NA Arivlmoe mizrrzà

_

_) _ _ __ __ _ _ _

uantos? ernunerados? ' (___)Sim ( )Nâo_

.2. EMPREGOSGERADOS €% no ano) emporário: ..................... ._ % i

ermanente: .................... ._ % l

.3. TEPQS DE EMPREGOS ÀT*)EoiÕ'Rl¿\›

M

l eAixA TEr¢liáoRAo/¿\);qlz¿z¿llzúaó¿› lAl__jrA 1_Elv|PoRAoA rquznzâóaóe __

ecepcionisla amareira ozinheira

___ ___g1 _

arçom Jsico áloriâiái

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iimador ixiliar Administrativo lministrador

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íeiaria) _ _;

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JÍFO (espeoíficar)I

ÃÍöUš?'OÍZ fiÃ"iiü"Ã'ö'Ã'ÕE-QBRA (R$) M____._fIflII.:;m§au‹-›‹««-IDflM_«¬__.__z.7_ __._.._.___..____ _ _ __ ____ ______ __ __ _ _ _ ___ ._ __ __ ___ _ _ _ ____ ___ __ _ _ __ _ __ ___ _ _______v_ __ ___ __

‹1.1. Custo da Mão-de-Obra (na atividade Turismo Rural) em relaçäo ao Custo Total do Emproendimanto (Turismo + gropecuária + _) (em R$)

4.2. Custo da Mão-de~Ol:ira (ria atividade) em relação ao Custo Total da Atividade Turismo Rural (em R$)

5. CONTRATAÇÃO DE MÃO~BE-OBRA-. 5.1. Qual a forma da contratação dos-empregados?

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l.

) Estágio

) Carteira de Trabalho )OUÍl`0 (espe‹;ificar)I V

_ _ _ _

5.2. Jornada. de trabalhoimédiadiaria dos empregados. l

) 4 horas ( )6~horas. ( ) 8-horas

) OUÍF8 (especificar)í' __ _

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.ô. o Eivi;r_›_REE_i~ioiiifisi~iiifo ooluragrâ ssiyiços Espsciâgigâoos Taaoaiaizâoos? __

) Sim ( ) Não UAtS:

) Eng. Agrônomo ( ) Segurança ( ) Assistência Médica )_Í_\;¡¡_éd¡°° VeÍÊÚ_'ÍÊr¡° ( _)_*Ê'_dÊÍÊ9em Í _ _)_9ut'r°5 (9SP°Ê¡fiÊÊQÉ__..___.. _ ---- -

.1.axis¬i“a sxisêucui wiiiiiiwios asooi..Aaii:iâoa PARA Àoi\.rêissÃoÍoÉ Emaaaoâoos? G"

) Sim ( ) Não UÂLZ

) 1° Grau incompleto ( )

2° Grau completo ) 1° Grau completo ( )

3° Grau incompleto ) 2° Grau incompleto ( )

3° Grau compietoi

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.8. CAPACYFAÇAO DA MAO-DE-OBRA

.8.'l. Pessoal apto e qual_ii_Fioado para:_

)~Reoepção ) Cozinha ) Limpeza e arrumação ) Promoção de atividades recreativas ) Acompanhamento e informações sobre as atividades produtivas ) Agropecuária ) Depto Administrativo. ) Depto Financeiro ) Depto de Recursos Humanos ) OUÍTO (especifi‹:ar)I

3.2. Ha prática de treinamentos para os empregados? ) Sim ( ) Não

3.3. Quais os setores prioritários (âssânziar até 3 prinzipziâi

) Recepção ) Cozinha ) Limpeza e arrumação ) Promoção de atividades recreativas

'

) Acompanhamento e informações sobre as atividades produtivas ) Agropecuária ) Depto Administrativo ) Depto Financeiro ) Depto de Recursos Humanos ) ÚUÍTO (especificar)Í

FQRMAS DE GERAÇÃQ DE RENDA í;"coeiPosiÇÃoÍ BARENDA No Emeaeewoiiviewro ANUAL ‹%) ;ropecuária: ......................................................................................................... .. "___ irismo: ................................................................................................................... ._ ___ omerciaiizaçäo de produtos processados e artesanato: ..................................... .. ___ vestimento financeiro (recursos do turismo): ............................................................ _. ______

JÍFOS (especificaf)I ..................................................................................................... ..`

Ylaií ........................................................................................................................ .. 100%

âšâââ

2. RENUA- FAMILIAR TOTAL ANUÀL«(%) gropecuáriaí .................................................................................................. .. ___ irismo Rural: .......................................................................................................... ._ ___ ividades não-agricoias: ........................................................................................ .. ______

ensõeslAposentadoria: ........................................................................................ .. ______

ciiioações financeiras: ............................................................................................

UÍFDS (especificar): ................................................................................................... ,.

ef9$$.>°âä3

:itaiá ........................................................................................................................ .. 100%

. CONLMÇÕES ÀTUAES

.Í . CAPÂCÊBÀUE ÂTUÀL QQ EMPREENÚÍMENTÔ (quanto a atividade comporta atualmente das aitemativas assinaladas no -m'3.i)

il RÉAi.izA PAco'ras eaomociowâisfê 83 i F

) Sim ( ) Não .le ÍÍPO? (especificar) Je período?

) Alta Temporada ( ) Baixa Temporada ) Feriados ( ) Finais de Semana ( ) Durante a semana ) OUÍFO {aspecificar)I

a que forma? ) Através de Agência de Viagens ) Através de mala direta para os Clientes ) Através de Divulgação em revistas ou jornais Municipais, Estaduais e Nacionais ) Qulrü (especificar)I

3. PRINCÊPÀIÊ FÀTQRÉS QUE DÍFÉÇULTÁM À ÀTÉVÊDÀÚE (assinalar as 3 principais) if Flàiià lieéúràióàiššäiššiöélf"to

F `*

"( i5éz§L1ënó"núfifziéi¿>lólé ¿iiéhiéé`

) Dificuldade de obtenção de financiamento ( ) Legislação restritiva ou ausente )~ Falta de capacitação ou treinamento ) Falta Assessoria Tecnica

) Custo de financiamento V ) Estrada de má qualidade

) Falta de divulgação ) Falta de apoio do setor público ) Falta de mão-de-obra familiar ( ) Falta de mão-de-obra apta ) Deficiência na infra-estrutura de apoio ( comunicação, energia, sinalização, etc.) )Ou'tr0 (especiflcar)I H Y

4. EXISTE BENEFKIEOS F}ÉSCAlS'?

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)Sim ( )Não UAL:

* )l\/lunicipal { )Estadual ( )Federal

is. ouâss As Peasascrivâs Furuaâs com RELAÇÃQ À sua cârmcioàoa DE Àranoimamo As Arivieàoasfruaisrieàsa

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)mAumentar Í “Í

( )DiminuirV

lPefma“e°erÇ9ÊÚÊ,.Ê_5Êá _ _,.m,-_( l___ÍÍÊÉha' .D os ._ i H

is. HÁ.»PaRsPacfriv.â oe oFEaecaR»i~ievos.seRviçes Tuaisric-os Em 2 anos roiaaaawras V

os JÁ Exisraiiârasye ffi,-,-z4,_,,

) sim UÀIÊ (especificar) 2

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84

l ot.ossÁaio

Agroturismo: é a oferta de alojamentos em casas de agricultores. Normalmente é uma extensão do turismo rural, sendo possivel participar da pratica do plantio junto aos moradores.

Ecoturismo: e a prática da atividade turística nos espaços ambientalmente limpos, onde os efeitos derivados da ação antrópica não comprometem a qualidade da vida associada. Em função da gran-de concentração populacional em espaços urbanos, existe uma demanda crescente por parte dos fluxos turisticos para locais ambientalmente preservados

dotados de infra-estrutura que permitam a sua visitação.

Excursionista: é toda pessoa ou grupo que se desloca para local diferente daquele onde reside, por periodo inferior a 24 horas, sem efetuar. pernoite.

Oferta turística: é o conjunto de recursos turisticos - atrativos naturais e culturais, dos equipamentos 'e da infra.-estrutura de apoio turístico.

Taxa de ocupação: é a relação existente entre o número de leitos ocupados num determinado período, e o total de leitos disponíveis.

Turismo rural: é a oferta de atividades recreativas, alojamento e serviços afins,

situado no meio rural, dirigida principalmente aos habitantes das cidades, os quais buscam ferias no campo, para ter contato com a natureza e com as pessoas residentes na área rural.

Unidade Habitacional: é o número de compartimentos (quartos) disponiveis nos

meios de hospedagem;