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MARINHA DO BRASIL DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS ENSINO PROFISSIONAL MARÍTIMO TÉCNICA DE TRANSPORTE MARÍTIMO II (TTM-2) 1ª edição Belém-PA 2011

TTM-2 navios tanques

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  • MARINHA DO BRASIL DIRETORIA DE PORTOS E COSTAS ENSINO PROFISSIONAL MARTIMO

    TCNICA DE TRANSPORTE MARTIMO II (TTM-2)

    1 edio Belm-PA

    2011

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    2011 direitos reservados Diretoria de Portos e Costas

    Autor: Arlindo Nazareth Carvalho Santos

    Reviso Pedaggica: Erika Ferreira Pinheiro Guimares Suzana Reviso Gramatical: Esmaelino Neves de Farias Designer Grfico: Fernando David de Oliveira

    Coordenao Geral: CF Maurcio Cezar Josino de Castro e Souza

    ____________ exemplares

    Diretoria de Portos e Costas

    Rua Tefilo Otoni, no 4 Centro

    Rio de Janeiro, RJ

    20090-070

    http://www.dpc.mar.mil.br

    [email protected]

    Depsito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto no 1825, de 20 de dezembro de 1907

    IMPRESSO NO BRASIL / PRINTED IN BRAZIL

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    SUMRIO

    1 NAVIOS-TANQUES .....................................................................................................5 1.1 Tipos de navios-tanques................................................................................................................51.2 Termos usados nos navios-tanques..........................................................................................81.3 Itens de segurana considerados na interface navio x terminal......................................111.4 Principais operaes de um navio-tanque............................................................................. 141.5 Certificados utilizados nos navios-tanques ........................................................................... 151.6 Tipos de cdigos utilizados nos navios-tanques ................................................................. 171.7 Instrumentos utilizados na medio da atmosfera de um compartimento de um

    navio-tanque.............................................................................................................181.8 Itens que devem ser cumpridos por ocasio da entrada num ambienteconfinado..251.9 Peso da carga com aplicao das tabelas de correo, considerando banda,

    compasso, volume, densidade e temperatura..........................................................29 2 NAVIOS-PETROLEIROS...........................................................................................40 2.1 Tipos de navios-petroleiros.........................................................................................................402.2 Tipos de tanques SBT e CBT de lastro de um navio-petroleiro.......................................402.3 Tipos de carga transportados num navio-petroleiro............................................................412.4 Estgios de limpeza dos tanques de carga que devem ser cumpridos aps a

    descarga de um produto escuro ou claro...............................................................................442.5 Operao COW de limpeza num navio-petroleiro...............................................................502.6 Operao LOAD ON TOP LOT.............................................................................................522.7 Tipos de operaes de carga e lastro num navio-petroleiro.............................................542.8 Plano de carga de um petroleiro...............................................................................................55 3 NAVIOS QUMICOS...................................................................................................59 3.1 Tipos de navios transportadores de produtos

    qumicos....................................................59593.2 Tipos de tanques e seus revestimentos..................................................................................623.3 Certificados de conformidade e

    inibio.................................................................................6663.4 Polimerizao de um produto qumico e das substncias inibidoras.............................67

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    3.5 Plano de carga de um navio transportador de produto

    qumico......................................6884. NAVIOS TRANSPORTADORES DE GS..............................................................766 4.1 Tipos de navios transportadores de gs

    liquefeito..............................................................7664.2 Tipos de tanques e seus

    revestimentos..................................................................................8334.3 Estgios de limpeza dos tanques de carga...........................................................................894.4 Vapor e

    gs...............................................................................................................9334.5 Processos de liquefao e a planta de

    liquefao...............................................................9444.6 Quantidade de carga a ser transportada e nvel mximo de

    carga................................9554.7 Plano de carga de um navio transportador de gs..............................................................99

    REFERNCIAS.........................................................................................................1033

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    1 NAVIOS-TANQUES

    1.1 Tipos de navios-tanques Navios-tanques so navios destinados a transportar carga lquida a granel, a

    qual pode ser petrleo bruto e seus derivados, alm de produtos qumicos, leos

    vegetais e animais, vinho, sucos, produtos de gs liquefeito de petrleo e gs natural

    liquefeito.

    Estes navios podem ser classificados:

    - de acordo com o tipo de carga a transportar: a) de leo cru: em geral um navio de grande porte, tipo VLCC (Very Large

    Crude Carrier), destinado ao transporte de leo cru, em grandes lotes, dos terminais de

    produo at os portos onde esto localizadas as grandes refinarias. Os VLCCs so,

    de acordo com Tanker Handbook navios de 160.000 a 320.000 toneladas de porte

    bruto j os ULCCs (Ultra Large Crude Carrier) so navios de mais de 320.000

    toneladas de porte bruto.

    b) de produtos claros ou limpos: so navios menores, dedicados ao transporte de produtos destilados como, por exemplo: gasolina, querosene, leo diesel; ou seja, cargas que contm poucos resduos, da a expresso claros ou limpos. Estes navios

    comumente so construdos com a devida aprovao para o transporte simultneo de

    diferentes cargas.

    c) de produtos escuros ou sujos: so navios similares, em tamanho, aos de produtos claros e se destinam ao transporte de leos combustveis pesados e outros

    produtos residuais.

    Os navios transportadores de produtos claros e escuros podem alternar seu tipo

    de carga, e at mesmo transport-los simultaneamente, desde que sejam adotados

    procedimentos corretos de limpeza dos tanques.

    importante ter em mente que segundo a Conveno MARPOL, navio- tanque

    designado no Certificado IOPP (International Oil Pollution Prevention Certificate) como

    transportador de produtos claros ou escuros, proibido de transportar leos crus.

    Assim como, o navio transportador de leo cru, somente poder transportar produtos

    claros ou escuros, se em seu IOPP estiver claramente identificado como transportador

    destes produtos.

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    d) dedicados: so aqueles empregados apenas para o transporte de um determinado tipo de produto, como por exemplo, o betume (substncia natural escura,

    pegajosa e inflamvel, constituda por hidrocarbonetos naturais, muito usado como

    fixador de vidraas ou tapar juno entre as pedras). Outro bom exemplo a de navio

    empregado exclusivamente para alvio ou estocagem nos poos petrolferos das

    plataformas continentais.

    especiais ou especializados: nesta categoria esto includos os navios qumicos e os transportadores de gases qumicos ou de origem petrolfera.

    - de acordo com a tonelada de porte bruto (TPB)

    CLASSIFICAO DO NAUTICAL & TANKER HANDBOOK

    ULCC mais de 320.000 TPB

    VLCC 160.000 a 320.000 TPB 2.000.000 barris

    SUEZMAX 140.000 TPB 1.000.000 barris

    AFRAMAX 80.000 a 100.000 TPB

    PANAMAX 60.000 a 70.000 TPB

    PRODUCT 45.000 TPB 50.000 m3

    PARCEL 20.000 a 45.000 TPB

    Os navios-produtos, tambm conhecidos por Large Range 1 (LR1), so

    transportadores de produtos claros, com capacidade de menos que 50.000 TPB e

    podem possuir tanques revestidos por tintas epoxy e sistema de carga que permitem o

    carregamento de at doze produtos diferentes.

    Os navios produtos Large Range 2 (LR2), com mais de 100.000 TPB, so

    normalmente utilizados para transportar leo cru, podendo alternar para produtos

    escuros desde que equipados com adequado sistema de limpeza de tanques.

    Os VLCCs e os ULCCs tm suas atividades Iigadas diretamente ao transporte

    de enormes quantidades de leo cru; os demais grupos, por serem menores e com

    menor calado, tm maior flexibilidade em seus empregos.

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    Os VLCCs esto divididos em dois tipos:

    a) navios tranportadores de leo cru: so navios petroleiros convencionais de grande porte, exclusivamente para o transporte de leo cru em tanques

    centrais e laterais;

    b) navios combinados: so navios-tanques projetados para transportar leo cru ou carga slida. Os dois tipos principais so os Ore/Bulk/Oil (OBO) e os Ore/Oil (O/O).

    Os Ore/Bulk/Oil possuem pores que se estendem de um bordo a outro, ocupando toda a boca do navio, nos quais podem ser transportados tanto leos quanto

    minrios a granel e tambm so classificados para transportar outros tipos de carga

    seca, tais como gros e carvo. Possuem tanques elevados inclinados que o tornam

    autorrechegveis (top side tanks), tanques inferiores em forma de rampa que os tornam autoestivveis e ambos projetados exclusivamente para lastro. So equipados

    com bombas e podem ser identificados pelas redes de carga para petrleo, e pelos

    aparelhos de fora para posicionamento dos mangotes.

    Os Ore/Oil so projetados e equipados para o transporte em seu mximo deadweight, quando aplicado no comrcio como um navio-tanque e tambm quando carregando minrio de alta concentrao. Os minrios so carregados somente nos

    pores centrais e o petrleo pode ser carregado tanto nos pores centrais como nos

    tanques laterais. Os pores so construdos sempre sobre duplos fundos e possuem

    escotilhas inteiras, as quais possibilitam o carregamento e a descarga de minrio

    quando retirados por meio de caambas (grabs).

    Alm disso, os graneleiros podem ser diferenciados dos petroleiros por

    possurem, os primeiros, altas escotilhas.

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    Figura 1 Poro de navio OBO autorrechegveis e autoestivveis.

    1.2 Termos usados nos navios-tanques Acolchoamento. Introduo e manuteno do tanque de carga e sistema de

    redes associadas com gs inerte, outro gs, vapor ou lquido, o qual separa a carga

    do ar atmosfrico. rea de carga. Aquela parte do navio que contm o sistema de armazenamento

    da carga, casa de bombas de carga e de compressores.

    rea de risco. rea em terra que, para fins de instalao e uso de equipamentos eltricos, considerada perigosa.

    rea perigosa. rea num petroleiro que, para os fins de instalao e uso de um equipamento eltrico, considerada perigosa.

    Aterramento. A bordo de um navio, a ligao feita estrutura metlica principal do navio, que est com o mesmo potencial da terra devido condutividade do

    mar.

    BLS (Bow Loading System). Sistema de carregamento pela proa. BTW (Butterworth). Um dos fabricantes das mquinas de jatos rotativos. BOIL-OFF. Vapor produzido acima da superfcie da carga lquida devido

    evaporao causada por ingresso de calor, ou ento o vapor produzido acima da

    superfcie de um lquido em ebulio.

    Carga inibida. Carga que contm inibidor. Catalizador. Substncia que inicia ou varia a velocidade de uma reao sem

    que seja quimicamente alterada.

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    CCC. Centro de controle de carga. COW (Crude Oil Washing). Limpeza de tanques com a prpria carga.

    Desgaseificao. Introduo de ar fresco em um tanque, compartimento ou recipiente para remover gs txico, inflamvel ou inerte, ao nvel exigido para um

    determinado propsito especfico.

    Detentor de chamas (tela corta-chamas). Dispositivo usado nas redes de suspiros a fim de impedir a passagem das chamas para dentro de espaos fechados.

    Explosmetro. Instrumento para medir o percentual de mistura explosiva, dando o resultado sob a forma de percentual do limite inferior de inflamabilidade.

    FISPQ. Folha de Informao de Segurana de Produtos Qumicos. GLP (Gs Liquefeito de Petrleo). Consiste principalmente de butano e

    propano, que podem ser embarcados separadamente ou como mistura de ambos.

    GNL (Gs Natural Liquefeito). Gs cujo principal constituinte o metano. ISGOTT (International Safety Guide for Oil Tankers & Terminals). Guia

    Internacional de Segurana para Petroleiros e Terminais.

    IPVS (Imediatamente Perigosa para Vida ou Sade). quando a atmosfera num compartimento no puder ser aferida ou se no houver certeza de que segura,

    deve ser considerada IPVS e um equipamento de respirao autnoma deve ser

    utilizado.

    Limite de tolerncia (TLV). a concentrao mdia ponderada em tempo de uma determinada substncia qual trabalhadores em geral podem ficar expostos,

    repetidamente, dia aps dia, numa jornada normal de trabalho de oito horas ou 40

    horas semanais, sem sofrer consequncias prejudiciais sade.

    LOT (Load on Top). Sistema convencional de conservar a bordo os resduos da descarga, de lastro, da limpeza dos tanques, e carregar sobre esses remanescentes.

    Lastro limpo. Significa o lastro de um tanque que, desde que transportou leo pela ltima vez, foi submetido a tal limpeza que, se esse lastro fosse descarregado de

    um navio que estivesse parado em guas limpas e tranquilas, em dia claro, no

    deixaria traos visveis de leo na superfcie da gua ou no litoral adjacente nem

    produziria borra ou emulso sob a superfcie da gua ou sobre o litoral adjacente. Se o

    lastro for descarregado por meio de um sistema de controle e monitoragem de

    descarga de leo aprovado pela Administrao, a indicao, baseada em tal sistema,

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    de que o contedo de leo do efluente no excede 15 partes por milho (ppm)

    constituir prova de que o lastro est limpo, no obstante a presena de traos visveis.

    Lastro segregado. Significa a gua de lastro introduzida num tanque a qual completamente separada da carga de leo e do sistema de leo combustvel e

    permanentemente destinado ao transporte de lastro ou de lastro e cargas outras que

    no sejam leo ou substncias nocivas como definidas nos Anexos da Conveno

    MARPOL.

    Manifold. Conjunto de tubulaes para recebimento de carga dos terminais e distribuio nos tanques do navio. Tambm por onde a carga dos tanques

    bombeada para os terminais nas operaes de descarregamento.

    MARVS. Significa o ajustamento mximo permissvel para as vlvulas de alvio de um tanque de carga.

    Mistura oleosa. Significa uma mistura com qualquer contedo de leo. MSDS (Material Safety Data Sheet). Ficha de informao de segurana do

    produto. leo. Qualquer forma de petrleo incluindo leo cru, borra, leo combustvel,

    resduo de leo e produtos refinados.

    leo combustvel. Qualquer leo usado como combustvel relativo s mquinas de propulso e auxiliares de um navio.

    ODME (Oil Discharge Monitoring Equipment). Equipamento de monitorao da descarga de mistura oleosa, ou simplesmente monitor de lastro.

    Petroleiro. Navio construdo ou adaptado principalmente para transportar leo a granel nos compartimentos de carga e inclui transportador

    combinado, e qualquer navio tanque de produtos qumicos, como definido no anexo II

    da presente Conveno, quando estiver transportando uma carga, ou parte da carga, de leo a granel.

    Planta de gs inerte. Equipamento instalado especialmente para produzir, resfriar, purificar, pressurizar, monitorar e controlar o fornecimento de gs inerte para o

    sistema dos tanques de carga.

    PVS. Presso de vapor saturado a presso absoluta exercida quando o lquido est em equilbrio com o seu prprio vapor, em uma determinada temperatura.

    SGI (Sistema de Gs Inerte). Planta de gs inerte um sistema de distribuio de gs inerte, juntamente com os dispositivos para evitar fluxo regressivo dos gases da

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    carga para os compartimentos de mquinas, de forma a manter o ar do compartimento

    de carga com menos de 8% de oxignio.

    SMPEP (Ship Marine Pollution Emergency Plan). Plano de emergncia do navio para combate poluio por leo.

    SOPEP (Ship Oil Pollution Emergency Plan). Plano de emergncia do navio para combate a poluio por leo.

    STS (Ship to Ship Transfer). Transferncia de navio para navio. Transportador combinado. Significa um navio projetado para transportar leo

    ou cargas slidas a granel.

    Tanque. Significa um compartimento fechado, formado pela estrutura permanente de um navio e que projetado para o transporte de lquido a granel.

    Tanque lateral. Significa qualquer tanque adjacente s chapas do costado. Tanque central. Significa qualquer tanque entre anteparas longitudinais. Tanque de resduo. Significa um tanque designado especificamente para

    coletar as drenagens de tanques, lavagens dos tanques e outras misturas oleosas.

    Tanque de lastro segregado (SBT). So definidos como tanques completamente separados dos sistemas de leo de carga e de leo combustvel, e que

    so permanentemente designado para o transporte de lastro. Eles so servidos por

    bombas e tubulaes prprias.

    Tanques de lastro limpo (CBT). So definidos como tanques de carga dedicados ao transporte de lastro e no necessitam de bombas e tubulaes

    separadas para o manuseio do mesmo.

    TOP (Topping Off). Operao de completar o carregamento de um tanque at uma ulagem determinada.

    ULAGEM (Ullage). Distncia vertical entre a superfcie de um lquido e o teto (ou uma marca de referncia) do tanque em que ele est contido.

    1.3 Itens de segurana considerados na interface navio x terminal Antes do incio de operaes que envolvam o manuseio de carga, devero ser

    trocadas informaes entre o navio e o terminal, dentre as quais podemos destacar os

    itens de segurana fornecidos pelo ISGOTT:

    1. distribuio da carga e lastro na chegada, se a carga inclui ou no petrleo

    cido;

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    2. quantidade, densidade e temperatura de cada produto a ser manuseado;

    3. caractersticas das cargas tais como: ponto de fulgor, presso de vapor, toxidade e deve ser solicitada a MSDS (Material Safety Data Sheet Ficha de

    Informao de Segurana do Produto) ao terminal;

    4. tanques de bordo que sero carregados ou descarregados, bem como as

    sequncias das operaes;

    5. tanques de terra que sero carregados ou descarregados, bem como as

    sequncias das operaes;

    6. conexes, redues, redes e mangotes que devem ser utilizados nas

    operaes. Em caso de operaes simultneas de cargas, devem ser

    providenciadas as identificaes apropriadas nas tomadas de carga do navio

    e do terminal. Requisitos para o alvio de gs dos tanques;

    7. qualquer limitao ao movimento de mangotes e braos de carregamento.

    As faces dos flanges devem estar limpas, sem deformaes e os apertos dos

    parafusos dos flanges devem ser feitos de maneira uniforme. No caso de

    conexo com mangotes, devem ser instalados todos os parafusos e porcas

    adequadamente;

    8. vazo inicial para bombeamento de cada produto;

    9. vazo mxima de bombeamento de cada produto;

    10. tempo de stand-by para a parada normal das bombas;

    11. presso mxima para bombeamento de cada produto, medida no manifold; 12. precauo para evitar o acmulo de eletricidade esttica. Caso o terminal

    utilize cabo-terra, este deve ser conectado o mais longe possvel do

    manifold. Antes de efetuar o aterramento, deve ser confirmado com o terminal se a chave do cabo-terra encontra-se desligada;

    13. sistema de suspiros de tanques que sero utilizados, levando-se em

    considerao as caractersticas da carga, vazo e legislao vigente

    (aberto/fechado);

    14. sequncia e intervalo de tempo necessrio s operaes de lastro e

    deslastro;

    15. tempo de bombeamento para cada produto, bem como tempo total previsto

    para a operao;

    16. procedimento por ocasio de mudana de tanques;

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    17. recursos para evitar a contaminao da carga e/ou do lastro;

    18. mtodos de limpezas de linhas quando da mudana de carga (flushing, ar

    comprimido, etc.);

    19. operaes ou situaes que possam interferir nas vazes de bombeamento;

    20. necessidade de COW ou de outros tipos de limpeza de tanques;

    21. deve-se testar manualmente a abertura das vlvulas de vcuo-presso e

    inspecionar as telas corta-chamas dos tanques de carga;

    22. sistema de comunicao navio/terminal (normal e de emergncia);

    23. procedimento para parada de emergncia;

    24. procedimento para situaes de emergncia;

    25. outras operaes correlatas que estejam em andamento;

    26. nome dos responsveis pelas operaes a bordo e no terminal;

    27. o formulrio deve ser assinado pelo representante do terminal e pelo

    Imediato, devendo ser anexado documentao da carga.

    1.3.1 Informaes do navio ao terminal Antes de iniciar o manuseio da carga, o oficial responsvel deve informar ao

    terminal o arranjo geral dos tanques de carga, de lastro e de combustvel, e deve ter

    disponveis as informaes referentes preparao para o carregamento e

    abastecimento de combustvel a seguir:

    - detalhes sobre a ltima carga transportada, o mtodo de limpeza dos tanques

    (se houve) e o estado dos tanques e das redes de carga;

    - se o navio tem cargas parciais a bordo, a distribuio por tipo, volume e

    tanques;

    - vazes mximas admissveis para o carregamento e para a fase de tops; - presso mxima admissvel na conexo de carga navio/terminal durante o

    carregamento;

    - quantidades de cargas aceitveis pelo navio dentro do nomeado pelo terminal;

    - distribuio proposta para carga nomeada e sequncia de carregamento;

    - temperatura mxima admissvel para a carga;

    - mxima presso de vapor verdadeira (PVV) aceitvel;

    - quantidade, qualidade e distribuio de slop tanks; - qualidade do gs inerte (se aplicvel).

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    1.4 Principais operaes de um navio-tanque Visando diminuir os riscos de incndios e exploses a bordo de navios-tanques

    fundamental que seja evitada a presena, simultnea, de fontes de ignio e atmosferas inflamveis, em um mesmo local. Como nem sempre isto possvel, os esforos devem ser dirigidos de forma a excluir pelo menos uma delas.

    A presena de gases inflamveis normal na rea dos tanques de carga, convs

    principal e casa de bombas, de forma que, por razes bvias imperativo excluso

    de todas as fontes de ignio possveis. Nas acomodaes, cozinha e compartimentos de mquinas, inevitvel a

    presena de fontes de ignio provenientes de equipamentos eltricos, caldeiras, etc. Neste caso, a principal preocupao deve ser a de evitar o ingresso ou a presena de

    gases inflamveis nestes locais; o que poder ser conseguido, mantendo-se as aberturas existentes nas superestruturas de um navio-tanque, por questes de

    segurana, fechadas.

    Os preparativos e procedimentos efetuados antes da chegada devem assegurar

    que a operao transcorra de maneira eficaz e segura. O Comandante deve ter sua

    disposio informaes exigidas pelo terminal. Devem ser consultados o Guide to Port

    Entry e cumprido o check-list SGF PET CL 001 Operao de Carga Antes da Chegada, registrando-se o seu cumprimento no Bandalho de Operaes.

    As operaes previstas que devem ser planejadas antecipadamente e

    aprovadas pelo Comandante, e que devem ser tambm discutidas com todos os

    tripulantes, so as seguintes:

    a) carregamento; b) descarga; c) lastreamento e deslastreamento; d) limpeza dos tanques; e) cow (crude oil washing - limpeza com a prpria carga); f) operaes em tanques de resduos (slop tanks); g) lot (load on top - carregamento sobre carga remanescente); h) desgaseificao; i) sistema de gs inerte; e j) purgao.

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    1.5 Certificados utilizados nos navios-tanques O transporte de petrleos, produtos qumicos e gases liquefeitos so

    regulamentados, internacionalmente, observando-se critrios de segurana e

    preveno da poluio, com a finalidade de que no ocorram acidentes que possam

    acarretar leso s pessoas, danos propriedade, poluio ao meio ambiente e

    interrupes. Dentre as convenes adotadas pela Organizao Martima Internacional

    (IMO), as seguintes so de fundamental importncia para o transporte martimo:

    a) SOLAS 74/78 e Emendas (International Convention for the Safety of Life at Sea) (Conveno Internacional para Salvaguarda da Vida Humana no Mar);

    b) MARPOL 73/78 e Emendas (International Convention for the Prevention of Pollution from Ships) (Conveno Internacional para a Preveno da Poluio por Navios);

    c) STCW 78 e Emendas (Standards of Training Certification and Watchkeeping) (Conveno Internacional sobre Normas de Treinamento de Martimos, Expedio de Certificados e Servio de Quarto).

    O navio, ao receber o Certificado de Segurana de Construo, o Certificado de

    Segurana de Equipamento e o Certificado de Segurana Rdio, expedidos pela

    Sociedade Classificadora, fica de posse de um documento que atesta que ele foi projetado e construdo obedecendo fielmente s determinaes da SOLAS 74/78.

    A Conveno MARPOL 73/78 estabelece regras para a preveno do meio ambiente dos mares e costas contra a poluio, atravs da eliminao completa da

    poluio internacional do ambiente martimo por leo ou outras substncias nocivas e a

    minimizao dos despejos acidentais ou no, de tais substncias. Esta Conveno

    constitui-se de seis Anexos, tratando cada um de assunto especfico, a saber: Anexo I Regras para a preveno da poluio por leo;

    Anexo II Regras para o controle da poluio por substncias lquidas nocivas a

    granel;

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    Anexo III Regras para a preveno da poluio por substncias prejudiciais

    transportadas por via martima em embalagens, contineres, tanques portteis,

    caminhes-tanques e vages cisternas;

    Anexo IV Regras para a preveno da poluio por esgotos sanitrios dos

    navios;

    Anexo V Regras para a preveno da poluio por lixo dos navios; e

    Anexo VI Regras para a preveno da poluio do ar pelos navios.

    Os navios-tanques devem cumprir rigorosamente o que determina a MARPOL 73/78 em seus Anexos I, II, IV, V e VI.

    ANEXO I Trata especificamente de regras antipoluio por leo. Estabelece normas para a construo e equipamentos dos navios transportadores de petrleo e

    seus derivados; e procedimentos a serem adotados em operaes que envolvam o

    manuseio de leos de origem petrolfera.

    O Estado, normalmente por meio de Sociedades Classificadoras, fiscaliza o cumprimento das normas para construo e equipamentos, enquanto que os procedimentos so fiscalizados pelas autoridades porturias do Estado. A bordo do navio, a responsabilidade pelo fiel cumprimento das regras estabelecidas no Anexo I,

    do Comandante, inteiramente.

    IOPP (International Oil Pollution Prevention Certificate) ou (Certificado Internacional de Preveno da Poluio por leo) o atestado de que o navio obedece fielmente aos requisitos referentes construo e equipamentos

    estabelecidos na MARPOL 73/78 e suas Emendas.

    CLC 69 (International Convention on Civil Liability for Oil Pollution Damage, 1969) ou (Conveno Internacional sobre Responsabilidade Civil por Danos causados por Poluio por leo, 1969). Estabelecida em Bruxelas, criou um mecanismo de carter internacional capaz de assegurar compensao adequada e

    acessvel s vtimas de danos por poluio, resultantes de escapamento ou descarga

    de leo proveniente de navios. Esta compensao ficou limitada em 2.000 francos por

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    toneladas brutas de arqueao do navio poluidor, no podendo o valor total ultrapassar

    o de 210 milhes de francos.

    1.6 Tipos de cdigos utilizados nos navios-tanques Os cdigos adotados para o transporte seguro de petrleo, cargas qumicas e

    gases liquefeitos por navios so:

    ISM CODE (International Safety Management Code) ou (Cdigo Internacional de Gerenciamento de Segurana), que parte integrante da Conveno Solas, compondo

    o Captulo IX, determina que todos os navios de 500 GRT (toneladas brutas de

    arqueao) ou superior, devem cumprir o Cdigo ISM. Navios para os quais o Cdigo

    ISM no se aplica so encorajados a desenvolver um sistema de gerenciamento que

    fornea um padro equivalente de operao segura. O cdigo exige que os operadores

    de navios devem:

    proporcionar prticas seguras nas operaes do navio e um ambiente de trabalho seguro;

    estabelecer salvaguardas contra todos os riscos identificados; aperfeioar continuamente o conhecimento do gerenciamento de segurana do

    pessoal em terra e a bordo dos navios, incluindo a preparao para

    emergncias relacionadas segurana e proteo ambiental.

    IBC CODE (International Code for the Construction and Equipment of Ships Carrying Dangerous Chemicals in Bulk) ou (Manual Internacional para a Construo e

    Equipamento de Navios que Transportam Produtos Qumicos Perigoso a Granel),

    adotado pelo Conselho de Segurana Martima da Organizao pela Resoluo MSC

    4(48). De acordo com os dispositivos do Captulo VII da SOLAS 74, emendada em

    1983, os navios-tanques qumicos construdos em ou aps 1 de julho de 1986, devero

    atender aos requisitos do IBC Code, que significa serem construdos, equipados e

    usados para o transporte a granel de qualquer produto qumico listado no captulo 17

    do mencionado manual.

    De acordo com a MARPOL 73/78 os navios-tanques qumicos construdos antes

    de 1 de julho de 1986 devero atender aos dispositivos do Manual de Construo e

  • 18

    Equipamento de Navios que Transportam Produtos Qumicos Perigosos a Granel

    (Manual BCH) emitido em uma publicao separada.

    IGC CODE (International Code for the Construction and Equipment of Ships Carrying Liquefied Gs in Bulk) ou (Manual Internacional para Construo e

    Equipamentos de Navios Transportadores de Gases Liquefeitos a Granel), como

    adotado pelo Comit de Segurana Martima da Organizao, pela Resoluo MSC

    4(48). O navio-tanque transportador de produtos gasosos significa um navio construdo

    ou adaptado e usado para o transporte a granel de qualquer gs liquefeito ou outro

    produto listado no Captulo 19 deste manual.

    1.7 Instrumentos utilizados na medio da atmosfera de um compartimento de um navio-tanque

    Vrias entidades e sociedades tcnicas tm testado a capacidade humana,

    verificando o comportamento da sade em face de agresso de concentrao de

    vapores, gases, nvoas, fumos e poeiras de diversas substncias. Tais estudos

    resultaram nos ndices de concentrao chamada de Concentraes Mximas

    Permissveis (CMP).

    O Brasil possui legislao e dados tcnicos publicados nesse sentido, a maior

    parte tomando por base os ndices da American Conference of Governamental

    Industrial Hygienists.

    De qualquer forma, essas CMP so computadas levando-se em conta oito horas

    de trabalho para o homem exposto atmosfera agressiva. Podendo-se aceitar trabalho

    em concentraes maiores desde que seja reduzido o tempo de exposio.

    Portanto, de posse da quantidade de gs ou vapor existente na mistura com o

    ar, podemos determinar a possibilidade ou no do trabalho no local, o tipo de proteo individual a ser usado e as medidas para corrigir a atmosfera.

    O limite de tolerncia representa a mxima concentrao de gases ou vapores a que uma pessoa pode continuamente estar exposta durante uma jornada de trabalho

    de oito horas, sem lhe causar danos. O ndice comumente utilizado para a

    determinao do valor de toxidade dos produtos o Valor Limite de Tolerncia

    (Threshold Limite Value TLV).

  • 19

    O TLV a concentrao mxima em volume no ar que a grande maioria dos

    trabalhadores pode permanecer exposta continuamente, durante as oito horas de

    trabalho, repetidamente, durante a semana, sem que venha sofrer danos sade,

    desde que respeitadas as quarenta horas de trabalho semanal.

    Para efeito prtico, de 300 ppm a TLV de vapores e/ou gases de petrleo. O sulfeto de hidrognio ou gs sulfdrico, presente em certos leos crus, tem um TLV = 10 ppm.

    TABELAS DO EFEITO SOBRE O ORGANISMO HUMANO PROVOCADO POR CONCENTRAES DE VAPORES

    E/OU GASES DE DETERMINADAS SUBSTNCIAS TABELA DE CONCENTRAES PARA GASOLINA E PARA OS GASES DE

    PETRLEO ACIMA DO LIMITE DE TOLERNCIA EM VOLUME TLV = 300 ppm

    CONCENTRAO EM % EM PPM

    CONCENTRAO%LEL ou LIE

    OBSERVAO

    0,1 1.000 10% Irritao dos olhos em uma hora.

    0,2 2.000 20% Irritao dos olhos, nariz e garganta, tonteira e desequilbrio em uma hora.

    0,7 7.000 70% Sintoma de embriaguez em 15 minutos.

    2,0 20.000 200% Paralisia e morte, muito rapidamente. LEL Lower Explosive Limite LIE Limite Inferior de Explosividade

    O TLV e os efeitos da tabela acima no se aplicam para petrleo contendo gs

    sulfdrico e composto aromticos, como por exemplo, o benzeno, para os quais devem ser observados os valores especificados na MSDS (Ficha de Informao de Segurana

    de cada Produto) e utilizados os equipamentos de medio apropriada, tais como o

    minidetector de H2S e os tubos Dragger.

    Como forma de garantir que no ser ultrapassado o Limite de Tolerncia, o ingresso em espaos com presena de gases de hidrocarbonetos s deve ser efetuado aps a medio com toxmetro, que indicar valor abaixo de 300 ppm ou medio com explosmetro que indicar valor abaixo de 1% do LEL ou LIE.

  • 20

    TABELA DE CONCENTRAES DE GASES DE PETRLEO CIDO (OLO CRU CONTENDO APRECIVEL QUANTIDADE DE SULFETO DE

    HIDROGNIO TAMBM CONHECIDO POR GS SULFDRICO) TLV = 10 ppm

    NUNCA ESQUEA: AUSNCIA DE CHEIRO NO SIGNIFICA AUSNCIA DE GS.

    IMPORTANTE! EM CASO DE INGESTO DE GASOLINA, NUNCA TENTE INDUZIR A VTIMA

    AO VMITO. A GASOLINA LQUIDA NO ESTMAGO NO TO DANOSA. ENTRETANTO, MILMETROS CBICOS DESSE PRODUTO NO PULMO PODEM FACILMENTE CAUSAR A MORTE.

    O TRATAMENTO INDICADO PARA QUEM INGERIU GASOLINA OU

    PETRLEO DE FORMA GERAL MANTER A VTIMA EM REPOUSO E DAR-LHE BASTANTE SORVETE, COLHERADAS DE LEO DE OLIVA OU QUALQUER OUTRO LEO DE COZINHA PARA RETARDAR A ABSORO DOS VAPORES DO PRODUTO PELO ORGANISMO.

    Os equipamentos de medio podem ser pessoais, portteis ou fixos. A utilizao dos equipamentos de medio de gases a nica maneira de se conhecer a

    composio da atmosfera do tanque. O equipamento Detector Multigs, compe-se de

    CONCENTRAO EM ppm OBSERVAO

    50 100 Irritao dos olhos e do trato respiratrio em uma hora.

    200 300 Irritao marcante dos olhos e do trato respiratrio depois de uma hora.

    500 700 Tonteira, dor de cabea, nuseas, etc., em 15 minutos; perda de conscincia e possvel morte aps 30 a 60 minutos de exposio.

    700 900 Rpida perda de conscincia, morte em alguns minutos.

    1.000 2.000 Colapso instantneo e parada respiratria.

  • 21

    indicadores portteis de limite inferior de explosividade; gs combustvel, oxignio e gs sulfdrico.

    Figura 2 Detector Multigs (%LIE; CO ppm; %O2; H2S ppm).

    Fonte: Manual do Curso Especial de Familiarizao em Navios-Tanques. DPC, 2007.

    LPM Servios Martimos Ltda CLC Anjos Figura 3 Minidetectores para oxignio, gs combustvel e gs sulfdrico.

    Fonte: Manual do Curso Especial de Familiarizao em Navios-Tanques. DPC, 2007.

  • 22

    O explosmetro em geral calibrado para medir LIE entre 0% - 100%. Mistura

    pobre (LIE) apresenta poucas molculas de gs/vapor inflamvel diluda no oxignio do

    ar (elas no explodem). Mistura rica (LSE) apresenta excesso de molculas de gs/vapor diluda no oxignio do ar (elas tambm no explodem).

    Exemplos: - etano: 3% a 12%;

    - etanol: 4% a 19%;

    - n butanol: 1,4% a 11,2%;

    - ter dietlico: 1,9% a 48%; e

    - petrleo: 1% a 10%.

    Os percentuais de oxignio no ambiente devem estar no mnimo com 21% para a completa segurana das pessoas. Abaixo de 16%, o fogo apaga; porm, a plvora, a

    celulose com menos de 16% queima, assim como o carvo com 9% tambm queima.

    O aparelho que mede a presena de gases inflamveis dentro de uma atmosfera

    inertizada o TANKSCOPE GAS INDICATOR. Navios-tanques exigem, para sua segurana, menos de 5% de oxignio.

    O detetor de gs dragger (toxmetro) avalia a concentrao de gases em ppm. Composto de dois elementos que formam o sistema completo: a bomba e os tubos

    Dragger. As ampolas so especficas para cada tipo de produto.

    Nos navios da Transpetro, o equipamento utilizado para a medio da

    concentrao de gs sulfdrico (H2S) o minidetector de H2S. O sulfeto de hidrognio ou gs sulfdrico mais pesado que o ar, incolor e com odor caracterstico e

    desagradvel do ovo podre, que rapidamente pode inibir o sentido do olfato;

    altamente txico e corrosivo, podendo ser letal mesmo quando inalado em baixa

    concentrao. importante diferenciar a concentrao de gs sulfdrico na atmosfera

    na fase de vapor, expressa em ppm por volume da concentrao na fase lquida, que a concentrao de H2S dissolvido no leo, expressa em mg de H2S/kg ou ppm por

    peso. Um leo cru contendo 70 ppm por peso (ou 70mg/kg) pode produzir uma

    concentrao de at 7.000 ppm (por volume) no fluxo de vapor proveniente de uma

    boca de ulagem. Sendo assim, a fase lquida adotada pela Transpetro de 100 ppm por peso (ou 100 mg/kg).

  • 23

    Os efeitos do H2S no ser humano so geralmente reversveis, desde que a pessoa seja rapidamente removida para uma atmosfera de ar puro. Porm, dependendo do tempo de exposio ao gs, podem ocorrer sequelas permanentes no crebro da vtima.

    As guas associadas produo de petrleo, tambm denominadas guas de

    formao, podem conter altos teores de H2S, requerendo, portanto, cuidados especiais

    no manuseio. O respirador purificador de ar utilizado para proteo das vias respiratrias

    contra gases emanados de produtos qumicos. So mscaras com filtros substituveis

    acoplados, capazes de filtrar os contaminantes respiratrios de determinada atmosfera

    onde exista oxignio suficiente para as pessoas, em concentrao superior a 18% ao

    nvel do mar, e que funcionam durante a respirao normal do usurio. O tipo de filtro

    deve ser escolhido de acordo com a concentrao IPVS (Imediatamente Perigosa para

    Vida ou Sade). Para isso, existem filtros para um nico tipo de gs ou para mais de

    um tipo de gs. Esses filtros so adequados somente para concentraes de gs

    relativamente baixas e, uma vez utilizados, no h meio seguro de se avaliar a

    capacidade restante do filtro. Exemplos:

    Mscara industrial com cartucho

    GMA GMB GMC GMD GMK GML GMP GMV

    Vapores

    Orgnicos

    Gases

    cidos

    Vapores

    orgnicos

    e gases

    cidos

    amnia cido

    cian-

    drico

    Cloro

    Pesticida,

    gs lacri-

    mognio

    e gases

    cidos

    Fluoreto

    sulfuroso

    (Vikame)

  • 24

    Figura 4 Mscara facial inteira com filtro, para mais de um tipo de gs txico.

    Fonte: Manual do Curso Especial de Familiarizao em Navios-Tanques. DPC, 2007.

    MSCARA AUTNOMA DE CIRCUITO ABERTO OU FECHADO uma

    mscara utilizada para a proteo das vias respiratrias em atmosferas com

    concentrao IPVS e em ambientes confinados. A sua autonomia depende da

    capacidade do cilindro de ar. O indicador e o alarme so em geral os dispositivos que

    iro alertar quanto a diminuio do suprimento de ar.

    Figura 5 Equipamento autnomo de proteo respiratria.

    Fonte: Manual do Curso Especial de Familiarizao em Navios-Tanques. DPC, 2007.

  • 25

    RESPIRADOR DE FUGA utilizado para a proteo das vias respiratrias contra agentes qumicos em condies de escape de atmosfera IPVS ou com

    concentrao de oxignio menor que 18% em volume. um aparelho de respirao de

    curta durao, podem ser fornecidos nas acomodaes para cada tripulante ou para

    inspeo de espaos confinados no contaminados e isentos de gs, como segurana

    contra uma eventual atmosfera impura. Estes conjuntos consistem em um pequeno

    cilindro de ar comprimido e um capuz de polietileno que pode ser rapidamente

    colocado sobre a cabea. Sua durao est limitada h 15 minutos, com pouco

    esforo, e os conjuntos devem ser usados unicamente para fins de fuga.

    Figura 6 Respirador de fuga.

    Fonte: Manual do Curso Especial de Familiarizao edm Navios-Tanques. DPC, 2007.

    1.8 Itens que devem ser cumpridos por ocasio da entrada num ambiente confinado Durante o transporte e depois da descarga de petrleo voltil, deve-se sempre suspeitar da existncia de gs de petrleo em compartimentos vazios, pelas seguintes

    razes:

    I. Riscos de gs de hidrocarboneto - pode ter vazado petrleo para dentro de compartimentos, como em praa de

    bombas, os coferdams, tanques de lastro permanentes e tanques adjacentes queles que tenham levado carga;

  • 26

    - pode ter petrleo nas anteparas, amuradas e no fundo dos tanques que tenham sido descarregados e mesmo depois de limpos e ventilados;

    - borra e incrustaes em um tanque que tenha sido considerado como desgaseificado podem desprender gs, se forem remexidos ou sujeitos a aumento da

    temperatura;

    - pode permanecer petrleo nas linhas de carga e lastro e nas bombas que so

    abertas para substituio de gaxetas, juntas, e outras.

    II. Deficincia de oxignio Deve-se sempre suspeitar de falta de oxignio em compartimentos que

    estiveram fechados por algum tempo, principalmente se contiveram gua, se foram

    sujeitos a vapores ou umidades, se contiveram gs inerte ou se estiveram interligados

    com outros tanques inertizados. O ingresso nunca pode ser permitido sem

    equipamento de proteo respiratria, at que tais compartimentos tenham sido

    completamente ventilados e que a leitura do teste indique, em todo o compartimento,

    um nvel de oxignio de 21% em volume.

    III. Outros riscos Riscos de toxidez, por exemplo, benzeno e sulfeto de hidrognio, para o que

    devem ser feitos testes e tomadas as precaues apropriadas. O risco de acidentes

    devido iluminao inadequada, superfcie escorregadia, abertura sem proteo no

    deve ser esquecido e precaues apropriadas devem ser tomadas. Em uma atmosfera

    livre de oxignio, onde esteja presente o gs sulfdrico (H2S) ou, especificamente,

    quando a concentrao de gs sulfdrico ou sulfeto de hidrognio exceder de

    oxignio, os xidos de ferro, comumente conhecidos como ferrugens, podem estar

    presentes.

    Quando o sulfeto de ferro exposto ao ar, ele se oxida, voltando condio de

    xido de ferro, com a formao de enxofre livre ou de gs dixido de enxofre (SO2).

    Essa oxidao pode ser acompanhada por uma considervel gerao de calor, de tal

    forma que algumas partculas podem tornar-se incandescentes. Essa oxidao

    exotrmica (que libera calor), acompanhada de incandescncia, denominada de

  • 27

    oxidao pirofrica. O sulfeto de ferro pirofrico pode produzir calor suficiente para

    causar a ignio de misturas inflamveis de hidrocarbonetos.

    Antes da introduo de plantas de gs inerte em navios, esse risco no era

    considerado, uma vez que a atmosfera dos tanques de carga de navios convencionais,

    sem sistema de gs inerte, possuia oxignio suficiente para evitar a formao do

    sulfeto de ferro pirofrico.

    O emprego de sistema de gs inerte em navios petroleiros aumentou a

    possibilidade da formao de depsitos pirofricos, porm, enquanto os tanques

    permanecerem inertizados, no haver perigo de ignio causada por reao

    exotrmica pirofrica. O perigo reside em permitir o ingresso de ar em atmosferas

    inertizadas de forma no controlada. Dessa forma, imperativo que os tanques sejam

    mantidos inertizados e, quando for necessria a sua desgaseificao, essa operao

    deve ser realizada de forma controlada, no admitindo a passagem da atmosfera do

    tanque pela faixa de mistura inflamvel.

    IV. Entrada em espao confinado Dentre os espaos confinados mais utilizados a bordo e de entradas mais

    frequentes, podemos citar: casa de bombas, tanques de carga, duplos-fundos,

    coferdames, etc. A seguir sero mostrados os cuidados e procedimentos para os

    principais espaos confinados.

    Casa de bombas No caso deste espao, todo o empenho deve concentrar-se no sentido de evitar

    a presena de vapores de petrleo e de fontes de ignio e, para isto, as seguintes

    precaues devem ser tomadas:

    os pores devem ser mantidos limpos e secos; as redes e tubulaes por onde passa o leo devem ser inspecionadas

    frequentemente e quaisquer vazamentos por ventura existentes devem ser corrigidos o

    mais rapidamente possvel;

    o sistema de ventilao e os dutos de exausto de gases devem ser mantidos funcionando de forma a permitirem o escoamento total de gases existentes no fundo da

    casa de bombas;

  • 28

    os dispositivos de alagamento da casa de bombas com CO2 devem ser permanentemente revisados, a fim de no permitirem vazamentos para seu interior;

    todos os dispositivos de segurana relativos a este compartimento, como cabos e cintos de segurana, aparelhos de respirao e ressuscitao, equipamentos

    de combate a incndio, devem ser mantidos em boas condies, prontos para uso e

    em local de fcil acesso;

    havendo necessidade de reparos em bombas, vlvulas ou equipamentos, os seguintes procedimentos devem ser seguidos:

    a) checar a existncia da presena de gs de hidrocarboneto e gs txico;

    b) obter a permisso para o trabalho dada pelo oficial responsvel. Esta

    permisso deve ser limitada a um perodo nunca superior a doze horas; e

    c) o sistema de carga deve ser bem lavado com gua e as superfcies devem ser

    limpas antes do incio dos trabalhos, para eliminar ao mximo a presena de resduos

    de leo;

    havendo necessidade da entrada de qualquer pessoa, os seguintes procedimentos devem ser observados:

    a) obter permisso de entrada junto ao oficial de servio, conforme determina o

    aviso afixado na entrada da casa de bombas;

    b) fazer a monitorao e controle de vapores inflamveis ou txicos;

    c) a ventilao deve ser ligada bem antes da entrada e deve permanecer em

    funcionamento at que todas as fainas tenham sido realizadas e no mais permanea

    ningum em seu interior;

    d) cabo guia, cinto de segurana, equipamentos ressuscitadores e de proteo

    aprovados devem estar prontos para uso imediato, em local de fcil acesso;

    verificar a integridade do sistema de iluminao e, caso haja necessidade de iluminao adicional, usar equipamentos aprovados; nunca desligar a iluminao

    enquanto houver dvida sobre sua integridade e somente faz-lo com o compartimento

    bem ventilado e aps a aferio da concentrao de gs inflamvel.

    Tanques de carga Nestes, os vapores inflamveis da carga estaro sempre presentes; portanto,

    resta-nos evitar:

  • 29

    a presena de oxignio, o que pode ser conseguido pela inertizao dos tanques.

    Embora a inertizao seja considerada como eliminador de riscos de incndio, no podemos esquecer que uma atmosfera inertizada pode, com facilidade, tornar-se

    inflamvel. Para que isso no ocorra; necessrio o monitoramento e controle

    peridico da mesma, e tomar cuidados para no permitir a entrada acidental de ar

    atmosfrico nesse ambiente.

    A presena de fonte de ignio pode ser minimizada pelo uso correto de equipamentos, telas corta-chamas, materiais e ferramentas, de acordo com as

    exigncias para o trabalho em ambiente inflamvel.

    Trabalho a quente em tanques de carga A aprovao para o trabalho a quente deve ser precedida pelas seguintes

    averiguaes:

    ausncia de gs inflamvel ou txico no ambiente (desgaseificao); concentrao de oxignio deve ser de 21% em volume (ventilao e

    exausto);

    inexistncia no local de trabalho de cascalhos ou outros materiais que, impregnados de leo, sejam capazes de liberar gs inflamvel ou txico quando

    aquecidos (retirada de resduos); e

    inexistncia, nas vizinhanas ou em compartimentos adjacentes, de qualquer material inflamvel.

    1.9 Peso da carga com aplicao das tabelas de correo, considerando banda, compasso, volume, densidade e temperatura.

    Em um navio petroleiro, uma das tarefas de maior importncia a determinao

    da quantidade de carga a bordo, pois as cargas devem ser entregues aos seus

    consignatrios nas mesmas condies de qualidade e quantidades como foram

    entregues a bordo pelos embarcadores.

    Normalmente, o processo empregado aquele que, por meio de medio do

    nvel do tanque, atravs da ulagem, e com auxlio das tabelas de calibragem do navio,

    serve para determinar-se o volume de carga em cada tanque.

  • 30

    Sabemos que as variaes de temperatura afetam o comportamento de todas as

    substncias. Os lquidos, quando aquecidos, expandem-se em grau maior ou menor. O

    aumento de temperatura no afeta o peso conhecido de um lquido, porm faz com que

    seu volume aumente. Inversamente, uma diminuio de temperatura far com que o

    lquido ocupe um volume menor. A densidade, por ser o elo entre peso e volume,

    calculada e tabelada para uma temperatura considerada padro.

    Os densmetros usados a bordo so geralmente calibrados a 20oC / 4oC, isto ,

    so calibrados para indicar densidade relativa a 20oC / 4oC quando mergulhados em

    lquidos a 20oC.

    Em geral, para slidos e lquidos, a substncia tomada como padro a gua

    pura a 60oF (15,56oC). No Brasil usada tambm como padro gua pura, porm

    com a temperatura de 4oC, isto porque, nesta temperatura, 1 cm3 de gua corresponde

    a aproximadamente uma grama; portanto, o nmero que mede a massa dgua mede

    tambm o seu volume. Sempre que o produto encontrar-se em temperaturas diferentes

    da temperatura padro, sero necessrias correes para o ajuste da densidade,

    utilizar a tabela 1, a seguir.

    TABELA 1

    Quadro de coeficiente de correo de densidade

    DENSIDADE BSERV. TEMP. DE ENSAIO

    COEF.COR. POR 1C

    DENSIDADE OBSERV TEMP. DE ENSAIO

    COEF.COR. POR 1C

    0,610 - 0,612 0,00101 0,735 - 0,741 0,00081

    0,613 - 0,617 0,00100 0,742 - 0,747 0,00080

    0,618 - 0,622 0,00099 0,748 - 0,753 0,00079

    0,623 - 0,628 0,00098 0,754 - 0,759 0,00078

    0,629 - 0,633 0,00097 0,760 - 0,765 0,00077

    0,634 - 0,639 0,00096 0,766 - 0,771 0,00076

    0,640 - 0,643 0,00095 0,772 - 0,777 0,00075

    0,644 - 0,648 0,00094 0,778 - 0,783 0,00074

    0,649 - 0,654 0,00093 0,784 - 0,790 0,00073

    0,655 - 0,661 0,00092 0,791 - 0,799 0,00072

    0,662 - 0,667 0,00091 0,800 - 0,808 0,00071

    0,668 - 0,674 0,00090 0,809 - 0,818 0,00070

  • 31

    0,675 - 0,681 0,00089 0,819 - 0,828 0,00069

    0,682 - 0,688 0,00088 0,829 - 0,838 0,00068

    0,689 - 0,696 0,00087 0,839 - 0,852 0,00067

    0,697 - 0,703 0,00086 0,853 - 0,870 0,00066

    0,704 - 0,711 0,00085 0,871 - 0,890 0,00065

    0,712 - 0,719 0,00084 0,891 - 0,970 0,00064

    0,720 - 0,726 0,00083 0,971 - 1,000 0,00063

    0,727 - 0,734 0,00082

    A tabela acima nos d os coeficientes de correo a cada 1C para diversas

    densidades, embora, muitas vezes, nos sejam fornecidas tabelas com as respectivas

    densidades das cargas em relao s temperaturas, em outras ocasies, o

    embarcador nos fornece a densidade para uma determinada temperatura e o fator de

    correo de densidade em funo da variao da temperatura.

    Correo de densidade A seguir, utilizando a tabela 1 quadro de coeficiente de correo de

    densidade efetuaremos exerccios para determinao da densidade a 20oC.

    Exemplo 1. Ao se tomar a amostra de um produto achou-se: densidade 0,786 tm/m3 e temperatura de 26oC. Qual ser a densidade a 20oC ?

    a) diferena de temperatura entre 20o 26o = 6o;

    b) coeficiente de correo para cada 1oC na densidade entre 0,784 0,790

    na tabela 1 0,00073;

    c) se em um grau 0,00073 em seis sero 0,00073 x 6 = 0,00438; d) como a temperatura a 20oC 26o logo a densidade a 20oC 26oC (+); e) dens. 20oC = 0,786 + 0,00438 = 0,79038 tm/m3 a densidade a 20oC.

    Exemplo 2. Ao se tomar a amostra de uma produto achou-se: densidade 0,768 tm/m3 e temperatura de 12oC. Qual ser a densidade a 20oC?

    a) diferena de temperatura entre 20oC 12oC = 8oC;

    b) coeficiente de correo para cada 1oC na densidade entre 0,766 0,771

    na tabela 1 0,00076;

  • 32

    c) se em um grau 0,00076 em oito ser 0,00076 x 8 = 0, 00608; d) como a temperatura a 20oC 12oC logo a densidade a 20oC 26oC (-); e) dens. 20oC = 0,768 0,00608 = 0,76192 tm/m3 a densidade a 20oC.

    Nas grandes variaes de temperatura, deve-se, para evitar erros, assim proceder:

    1. passar da densidade da temperatura inicial dada para a densidade da

    temperatura a 20oC (encontrando nessa uma correo mdia); e

    2. em seguida, da densidade da temperatura inicial para a densidade da

    temperatura desejada.

    Exemplo 3. Determinado produto tem sua densidade a 5oC igual a 0,749 tm/m3. Qual ser sua densidade a 55oC ?

    1a etapa: a) diferena entre as temperaturas de 20oC e 5oC = 15oC;

    b) coeficiente de correo para 1oC na densidade de 0,749 0,00079;

    c) se em 1oC 0,00079, em 15oC ser 0,00079 x 15oC = 0,01185;

    d) como a temperatura a 20oC 5oC, logo, a densidade a 20oC 5oC (-); e) dens. a 20o = 0,749 0,01185 = 0,73715 tm/m3.

    2a etapa:

    a) diferena entre as temperaturas de 55oC e 5oC = 50oC;

    b) coeficiente de correo para 1oC na densidade 20oC=0,73715 0,00081;

    c) se em 1oC 0,00081, em 50oC ser 0,00081 x 50oC = 0,0405;

    d) como a temperatura a 55oC 5oC, a densidade a 55oC ser menor que a densidade a 5oC (-); e

    e) densidade a 55oC = 0,749 0,0405 = 0,7085tm/m3, a densidade a 55oC.

  • 33

    Correo de volume

    So os nmeros que nos permitem: conhecidos um volume a determinada

    temperatura, fazer a correo daquele para qualquer outra temperatura. Ao

    aumentarmos de 1oC a temperatura ter um aumento do produto proporcional a essa

    temperatura. Se diminuirmos de 1oC teremos uma diminuio do produto proporcional

    a esta temperatura. Assim, todo volume diretamente proporcional temperatura. A variao da unidade de volume, no caso de 1 litro, sofrida pela alterao de 1oC do

    produto, o que chamaremos de coeficiente de expanso para 1oC. Para efetuarmos a correo de volume, necessitamos do coeficiente de expanso, fornecido pela tabela

    2, a seguir.

    Tabela 2 Coeficiente de expanso

    DENSIDADE TEMP OBSERVADA.

    COEF. EXP. P/1C

    DENSIDADE A TEMP. OBSERVADA

    COEF. EXP. P/1C

    0,640 - 0,642 0,00150 0,768 - 0,770 0,00101

    0,643 - 0,646 0,00148 0,771 - 0,773 0,00100

    0,647 - 0,650 0,00146 0,774 - 0,776 0,00099

    0,651 - 0,654 0,00144 0,777 - 0,778 0,00098

    0,655 - 0,658 0,00142 0,779 - 0,781 0,00097

    0,659 - 0,663 0,00140 0,782 - 0,784 0,00096

    0,664 - 0,667 0,00138 0,785 - 0,788 0,00095

    0,668 - 0,672 0,00136 0,789 - 0,791 0,00094

    0,673 - 0,677 0,00134 0,792 - 0,794 0,00093

    0,678 - 0,683 0,00132 0,795 - 0,798 0,00092

    0,684 - 0,689 0,00130 0,799 - 0,801 0,00091

    0,690 - 0,694 0,00128 0,802 - 0,805 0,00090

    0,695 - 0,700 0,00126 0,806 - 0,810 0,00089

    0,701 - 0,704 0,00124 0,811 - 0,815 0,00088

    0,705 - 0,707 0,00123 0,816 - 0,819 0,00087

    0,708 - 0,710 0,00122 0,820 - 0,823 0,00086

    0,711 - 0,712 0,00121 0,824 - 0,828 0,00085

  • 34

    0,713 - 0,715 0,00120 0,829 - 0,833 0,00084

    0,716 - 0,717 0,00119 0,834 - 0,838 0,00083

    0,718 - 0,720 0,00118 0,839 - 0,843 0,00082

    0,721 - 0,723 0,00117 0,844 - 0,848 0,00081

    0,724 - 0,726 0,00116 0,849 - 0,854 0,00080

    0,727 - 0,729 0,00115 0,855 - 0,859 0,00079

    0,730 - 0,732 0,00114 0,860 - 0,866 0,00078

    0,733 - 0,735 0,00113 0,867 - 0,874 0,00077

    0,736 - 0,738 0,00112 0,875 - 0,882 0,00076

    0,739 - 0,741 0,00111 0,883 - 0,891 0,00075

    0,742 - 0,744 0,00110 0,892 - 0,902 0,00074

    0,745 - 0,747 0,00109 0,903 - 0,912 0,00073

    0,748 - 0,750 0,00108 0,913 - 0,923 0,00072

    0,751 - 0,753 0,00107 0,924 - 0,937 0,00071

    0,754 - 0,756 0,00106 0,938 - 0,951 0,00070

    0,757 - 0,758 0,00105 0,952 - 0,964 0,00069

    0,759 - 0,761 0,00104 0,965 - 0,975 0,00068

    0,762 - 0,764 0,00103 0,976 - 0,986 0,00067

    0,765 - 0,767 0,00102 0,987 - 1,000 0,00066

    Utilizando a tabela 2 Coeficiente de expanso efetuaremos exerccios para determinao do volume a 20oC.

    Exemplo 4. Um tanque carregado com um produto contm 1.200 litros a

    26oC, e sua densidade a essa temperatura 0 736 tm/m3. Qual ser o volume a 20oC?

    a) diferena de temperaturas entre 20oC e 26oC = 6oC;

    b) coeficiente de expanso para 1oC na densidade de 0,736 0,00112;

    c) se em 1oC 0,00112 em 6oC ser 0,00112 x 6 = 0,00672; d) como a temperatura a 20oC 26oC, o volume tambm ser menor (-); e) 1,00000 0,00672 = 0,99328 (FCV); f) Para 1.200 litros teremos: 1.200 x 0,99328 = 1.191,9 litros.

  • 35

    Resposta: o volume a 20oC ser 1.191,9 litros; ou seja, cada litro a 26oC ficar reduzido a 0,99328 do litro, quando estiver a 20oC.

    Exemplo 5. Um tanque carregado com um produto contm, 1.200 litros a 12oC, e sua densidade a essa temperatura 0,783 tm/m3. Qual ser o volume a 20oC?

    a) diferena de temperaturas entre 20oC e 12oC = 8oC;

    b) coeficiente de expanso para 1oC na densidade de 0,783 0,00096;

    c) se em 1oC 0,00096, 8oC ser 0,00096 x 8oC = 0,00768; d) como a temperatura a 20oC 12oC, o volume tambm ser maior ( + ); e) 1,0000 + 0,00768 = 1,00768 (FCV); f) para 1.200 litros teremos: 1.200 litros x 1,00768 = 1.209,2 litros.

    Resposta: O volume a 20oC ser 1.209,2 litros; ou seja, cada litro a 26oC

    aumentar para 1,00768 litro, quando estiver a 20oC.

    Exemplo 6. Um produto ocupando um volume de 1.200 litros, estando com a temperatura de 5oC, na densidade de 0,783 tm/m3. Qual o seu volume a 55oC?

    a) na tabela 1 o coeficiente de correo de densidade para 1oC na densidade de

    0,783 tm/m3 0,00074;

    b) diferena de temperaturas entre 20oC e 5oC = 15oC;

    c) se em 1oC 0,00074, em 15oC ser 0,00074 x 15oC = 0,0111; d) como a densidade a 20oC 5oC, teremos uma reduo;

    densidade a 20oC = 0,783 0,0111 = 0,7719;

    e) com a densidade a 20oC = 0,7719, entrando na tabela 2, encontramos o

    coeficiente de expanso para 1oC, que 0,00100;

    f) diferena entre as temperaturas de 55oC e 5oC = 50oC;

    g) se o volume em 1oC 0,001, em 50oC ser 0,001 x 50oC = 0,05; h) como o volume a 55oC 5oC, teremos um aumento ( + ); i) 1,000 + 0,05 = 1,05 litros (FCV); e j) para 1.200 litros teremos: 1.200 litros x 1,05 = 1.260 litros.

  • 36

    Resposta: o volume a 55oC ser 1.260 litros; ou seja, cada litro a 5oC aumentar para 1,05 litros, quando estiver a 55oC. Clculo de quantidade

    A medio dos tanques e o uso das tabelas so de grande importncia para o

    clculo das quantidades de petrleo existentes nos tanques de carga. Os clculos se processam: 1. com a medio indireta (ULAGEM) entra-se na tabela prpria de cada

    tanque e encontra-se o volume ocupado pelo produto; 2. conforme normas brasileiras esse volume expresso em metros cbicos

    ou litros ambientes; 3. com a densidade e temperatura da amostra, na tabela 1 de correo de

    densidade, encontra-se a densidade a 20oC; 4. com a densidade a 20oC e a temperatura encontrada no tanque, na tabela

    2 de correo de expanso para 1oC, encontra-se o fator corretor de volume (FCV);

    5. com o volume em litros ambientes ou metros cbicos e o fator corretor de volume, encontramos volume a 20oC; e

    6. com o volume a 20oC, multiplicado pela densidade a 20oC, teremos quilos e assim toneladas mtricas.

    Utilizando a tabela 1 de Correo de densidade e a tabela 2 de

    Coeficiente de expanso, a seguir efetuaremos exerccios de clculos de quantidades de petrleo e seus derivados carregados nos tanques dos navios tanques.

    Exemplo 7. O tanque de um navio foi carregado com um determinado produto, e encontramos a seguinte medio e amostragem:

    Ulagem = 0,70 m

    temperaturas.no tanque = 28oC

    Amostra: temperatura = 25oC e densidade = 0,791 tm/m3

  • 37

    1. Entrando na tabela de ulagem do navio com a ulagem encontrada de 0,70 m, encontramos o volume de 900.000 litros.

    2. Com a amostra a 25oC e densidade de 0,791 tm/m3, encontramos densidade a 20oC.

    a) diferena de temperatura entre 20oC e 25oC = 5oC; b) fator de correo encontrado na tabela 1 = 0,00072; c) se 1oC 0,00072, em 5oC ser 0,00072 x 5o = 0,0036; e d) na temperatura de 20oC a densidade maior que a 25oC, portanto,

    somamos 0,791 + 0,0036 = 0,7946 tm/m3 a densidade a 20oC.

    3. Com a densidade a 20oC = 0,7946 e a temperatura encontrada no tanque 28oC, na tabela 2, encontramos o fator corretor de volume.

    a) diferena de temperatura entre 20oC e 28oC = 8oC; b) fator de correo encontrado na tabela 0.00092; c) 8oC x 0,00092 = 0,00736; d) como o volume a 20oC menor que a 28oC, teremos uma reduo (-); e) 1,0000 0,00736 = 0,99264 (FCV); f) com o volume ambiente e o fator corretor de volume (FCV), teremos o

    volume a 20oC. 900.000 la x 0,99264 = 893.376 l a 20oC; g) com o volume a 20oC, multiplicado pela densidade a 20oC, teremos o

    resultado em quilos. 893.376 l x 0,7946 tm/m3 = 709.877 quilos ou 709,877 tm

    Resposta: O tanque do navio est com 709,877 toneladas mtricas.

    Exemplo 8. A capacidade do tanque de carga do N/T CARMPOLIS no 1

    central de 914.800 litros ambiente. Num carregamento prvio, pretende-se carregar

    875.000 litros de determinado produto cuja densidade a 5oC de 0,799 tm/m3. O que

    ocorrer se o navio for para um porto cuja temperatura de 52oC e, se ferir as normas

    de segurana para carregamento de um navio petroleiro, qual a soluo?

    1a Etapa:

    a) diferena de temperatura entre 20oC 5oC = 15oC;

    b) coeficiente de correo para 1oC na densidade de 0,799 0,00072

  • 38

    c) 15oC x 0,00072 = 0,0108;

    d) T20oC T5oC logo densidade a 20oC que a densidade a 5oC ( - ); e) dens. a 20oC = 0,799 0,0108 = 0,7882 tm/m3.

    2a Etapa:

    a) diferena de temperatura entre 52oC 5oC = 47oC;

    b) coeficiente de expanso para 1oC na densidade de 0,7882 0,00095;

    c) 47 x 0,00095 = 0,04465;

    d) T52oC T5oC logo o volume a 52oC que o volume a 5oC ( + ); e) 1,00000 + 0,04465 = 1,04465 (FCV); f) 875.000 litros ambiente x 1,04465 = 914.06875 litros a 20oC.

    Resposta: quando chegar ao porto em que a temperatura 52oC, o tanque

    estar com 914.06875 litros, cerca de 0,08% de ulagem. Para manter a segurana e evitar o perigo de poluio, de acordo com as normas de segurana, podemos carregar no porto de embarque, um mximo, de forma a chegar ao porto cuja temperatura estar em 52oC, com uma ulagem de 1%; como demonstramos abaixo: tanque 1 central = 914.800 litros ulagem 1% = 9.148 litros inagem 99% = 905.652 litros 905.652 litros: 1,04465 = 866.942 litros

    NOTA: Ao embarcarmos 866.942 litros no porto cuja temperatura est em 5oC, chegaremos ao porto de destino cuja temperatura estar em 52oC, com 905.652 litros no tanque um central, correspondendo a 1% de ulagem. Exerccios

    Exerccio 1. A capacidade do tanque de carga do N/T CARMPOLIS no 2 central 926,0 m3 ou 926.000 litros ambiente. Num carregamento prvio, pretende-se

    carregar 888.960 litros de determinado produto cuja densidade a 5oC de 0,722 tm/m3.

    O que ocorrer se o navio for para um porto cuja temperatura de 50oC?

  • 39

    Resposta: FCV = 1,0549 Com a temperatura de 50oC, o tanque central no 2 estaria com 937.764 litros, ou seja, transbordaria em cerca de 11.764 litros.

    Exerccio 2. A capacidade do tanque de carga do N/T CARMPOLIS no 4 central 926,0 m3 ou 926.000 litros ambiente. Num carregamento prvio, pretende-se

    carregar 851.474 litros de produto cuja densidade a 5oC de 0,725 tm/m3. O que

    ocorrer se o navio for para um porto cuja temperatura de 50oC, e qual a ulagem na

    chegada?

    Resposta: FCV = 1,0549 Com a temperatura de 50oC o tanque no 4 central estaria com 898.220 litros, correspondendo a uma ulagem de 3%.

    Exerccio 3. Conforme a tabela de capacidade dos tanques de carga anexa, o volume do tanque 8 central 936,0 m3 ou 936.000 litros ambiente. Qual o total mximo

    de determinado produto cuja densidade 0,659t/m3 na temperatura de 5oC pode ser

    carregado neste tanque, considerando que o navio vai para um porto cuja temperatura

    ser 45oC?

    Resposta: 874.849 litros.

    Exerccio 4. Pretendemos carregar 869,030 m3 ou 869.030 litros ambiente no Tanque no3 central, cuja capacidade 926,0 m3 ou 926.000 litros ambiente, de

    determinado produto cuja densidade a 5oC de 0,722 t/m3. Qual a ulagem nesse

    tanque, quando o navio chegar em um porto cuja temperatura prevista for 50oC? Resposta: 1% de ulagem

  • 40

    2 NAVIOS-PETROLEIROS

    2.1 Tipos de navios-petroleiros Os navios-petroleiros, construdos para o transporte de petrleo ou seus derivados em grandes quantidades, podem ser classificados, de acordo com a

    natureza da carga a transportar, nas modalidades a seguir mencionadas.

    Navio-tanque ou navio-petroleiro. Navio de construo especial, adequado ao transporte de carga lquida, tais como: petrleo bruto, leo combustvel, gasolina,

    diesel, querosene, nafta, e outros.

    Navio propaneiro ou navio gaseiro. Navio de construo especial, adequado ao transporte de gases liquefeitos de petrleo, tais com: propano, butano, etc. Existem

    dois tipos principais:

    os que transportam gases na temperatura ambiente e sob presso

    atmosfrica; e

    aqueles que transportam a baixas temperaturas.

    Navio graneleiro combinado (ORE-OIL). Navio destinado ao transporte de granis slidos e lquidos, a fim de evitar viagens em lastro. Em adio s instalaes

    do graneleiro comum, h um sistema de bombas e redes para a operao de carga

    lquida, bem como um sistema adequado para a limpeza e desgaseificao dos

    tanques.

    Navio OBO (ORE-BULK-OIL). Navio destinado ao transporte de minrio, gros e leo, com a finalidade de evitar viagens em lastro. 2.2 Tipos de tanques SBT e CBT de lastro de um navio-petroleiro Tanques de lastro segregado (SBT) so tanques projetados exclusivamente para o transporte de lastro limpo e lavagem com leo bruto, de acordo com a MARPOL

    73, Regra 13; e assim, podemos defini-los como tanques completamente separados

    dos sistemas de leo de carga e de leo combustvel, que so permanentemente

  • 41

    designados para o transporte de lastro. Eles so servidos por bombas e tubulaes

    prprias para atender as suas finalidades.

    Tanques de lastro limpo (CBT) so tanques que desde que transportaram leo pela ltima vez, foram submetidos a tal processo de limpeza que, se esse lastro fosse

    descarregado de um navio que estivesse parado em guas limpas e tranquilas, em dia

    claro, no deixaria traos visveis de leo na superfcie da gua ou no litoral adjacente,

    nem produziria borra ou emulso sob a superfcie da gua; assim, podemos defini-lo

    como um tanque de carga dedicado ao transporte de lastro e no necessita de bomba

    e tubulao separada para o manuseio do mesmo. Os navios-petroleiros operando com

    CBT devem ter equipamento para a medio do teor de leo, de maneira a

    supervisionar o contedo de leo na gua de lastro descarregado. A desvantagem do

    sistema CBT a perda de cerca de 15% de capacidade de carga, pois uma vez

    selecionados para lastro limpo, os tanques no podem voltar a receber leo. Tanto o sistema de SBT como de CBT contribuem para reduzir a poluio do meio ambiente marinho, o que no acontece no caso da utilizao de lastro sujo; este,

    quando descarregado no mar, libera considervel quantidade de leo. A principal

    diferena entre os sistemas SBT e CBT est relacionada ao uso de bombas e

    tubulaes. Ao contrrio do sistema SBT, o sistema CBT no requer linhas e bombas

    exclusivas para o carregamento e a descarga de lastro. Os navios petroleiros com

    sistema SBT podem ter que fazer uso das bombas e redes de carga para o

    lastreamento de outro tanque, dando lugar a uma considervel limpeza de linhas e

    bombas para o tanque de resduos (slop tank), visando prevenir a contaminao da

    gua de lastro.

    2.3 Tipos de carga transportados num navio-petroleiro Os granis lquidos mais empregados no comrcio mundial pertencem a cinco grupos que so:

    1) Base petrolfera petrleo e seus derivados; 2) Base carbonfera da destilao da hulha, o alcatro, e deste o

    creosoto e xisto (benzol); 3) Base vegetal leo de rcino, de mamona, de semente de babau, de

    algodo, de linhaa e de outros; 4) Base animal marinho leo de peixe, de baleia, de tubaro, e outros;

  • 42

    5) Base animal terrestre leo de gordura de porco, de mocot.

    O petrleo uma mistura de compostos orgnicos que so constitudos, em sua

    maioria, de hidrocarbonetos associados a pequenas quantidades de nitrognio,

    enxofre, oxignio e impurezas diversas, mas que no alcanam 5%. Hidrocarboneto

    o nome comum dado s substncias compostas de elementos de hidrognio e

    carbono.

    encontrado em jazidas terrestres e nas plataformas continentais. Dependendo

    do tipo de petrleo, os leos bsicos extrados tero composies qumicas diversas e

    caractersticas bem definidas e sua classificao varia segundo a formao geolgica

    do solo ou subsolo do qual extrado; da sua denominao.

    Parafnicos: constitudos, em sua maior parte por hidrocarbonetos de cadeia aberta.

    Naftnicos: predomina em sua composio o ciclopentano, que, como hidrocarboneto em cadeia fechada, constitui a matria prima ideal para a composio

    de lubrificantes. Aromticos: cuja caracterstica a predominncia do benzeno em sua

    composio. O benzeno, cujo nome comercial benzina, produto da destilao do

    petrleo usado para tirar ndoas.

    O processo inicial utilizado nas refinarias para separao dos componentes da

    frao de leo cru a destilao. Esse processo se aplica para separar os

    hidrocarbonetos mais leves dos mais pesados, obtendo-se a gasolina automotiva,

    gasolina de aviao, o querosene, querosene de aviao, leo diesel, e outros. Para

    um composto com um grande nmero de tomos de carbono, utiliza-se um processo

    denominado craqueamento.

    Tendo em vista os perigos que oferecem e, portanto, os cuidados que exigem

    para seu manuseio, os granis lquidos transportados nesses navios pertencem, em

    quase totalidade, a duas classes:

    Inflamveis: aqueles que desprendem vapores inflamveis a menos de 27oC; e

  • 43

    Combustveis: os que desprendem vapores inflamveis quando aquecidos a mais de 27oC.

    Assim, os inflamveis e os combustveis esto distribudos em cinco grupos:

    a) Lquidos inflamveis GRAU A: aqueles que na escala reid tm presso de vapores de 1kg/cm2 ou

    mais (nafta);

    GRAU B: aqueles que na escala reid tm presso de vapores de menos de

    1kg/cm2 e mais de 1,3 kg/cm2 (maioria das gasolinas comerciais; ponto de fulgor deste

    grupo abaixo de 30oC).

    GRAU C: aqueles que na escala reid tm presso de vapor de 1,3 kg/cm2 ou

    menos, e ponto de fulgor de 27oC, ou menos (ocorre na maioria dos leos).

    b) Lquidos combustveis GRAU D: tm ponto de fulgor abaixo de 65oC (querosene, leos combustveis

    leves e alguns leos crus muitos pesados).

    GRAU E: tm ponto de fulgor de 65,6oC ou mais (combustveis pesados, leos

    diesel, lubrificantes).

    De acordo com sua volatilidade, o petrleo (petroleum), o leo cru ou petrleo

    bruto e seus derivados lquidos so assim definidos:

    a) VOLTEIS (volatiles petroleum): cujo ponto de fulgor, determinado pelo

    mtodo de teste em vaso fechado, menor que 60oC.

    b) NO VOLTEIS (non volatiles petroleum): cujo ponto de fulgor,

    determinado pelo mtodo de teste em vaso fechado, igual ou maior do que 60oC.

    Temos ainda o petrleo cido (sour crude oil) que contm aprecivel quantidade de sulfeto de hidrognio (gs sulfdrico) e/ou mercaptans. Nos manuais de

    segurana da Petrobras, o leo considerado cido quando o teor de H2S superior a

    5,4 g/m3 ou excede 6.000 ppm.

  • 44

    O pessoal que trabalha na indstria e comrcio de combustveis lquidos, e na operao de terminais e de navios-petroleiros, utiliza ainda a seguinte classificao:

    Produtos escuros. Assim chamados por seu aspecto, sua cor. Tambm so chamados de sujos, devido aos resduos e sedimentos que deixam nas anteparas e

    fundos dos tanques. Dos principais produtos escuros transportados pelos navios-

    petroleiros, alguns necessitam de aquecimento para facilitar a fluidez e outros no

    necessitam aquecimento, pois so carregados e descarregados temperatura

    ambiente.

    Produtos claros. Assim chamados por seu aspecto e sua cor. Tambm so chamado de limpos por no deixarem sedimentos e praticamente nenhum resduo.

    No so aquecidos, so sempre descarregados temperatura ambiente. Os principais

    problemas so ligados segurana e contaminao. Os produtos claros comumente

    transportados so: os diversos tipos de gasolina automotiva; os diversos tipos de

    gasolina de aviao; o querosene; o querosene de jato; o diesel; a nafta.

    Os navios, conforme estejam sendo empregados no transporte de um ou outro

    desses grupos, so chamados navios de escuros ou navios de claros, e so mantidos o maior tempo possvel num ou noutro grupo, s se fazendo a mudana

    quando absolutamente indispensvel; o motivo: a passagem de um grupo para outro

    requer tratamento especial, principalmente de escuro para claro.

    2.4 Estgios de limpeza dos tanques de carga que devem ser cumpridos aps a descarga de um produto escuro ou claro As limpezas de tanques so feitas com a utilizao de mquinas de jatos rotativos. Essas mquinas podem ser fixas ou portteis, podem utilizar gua ou leo

    cru, dependendo do tipo de limpeza que se pretende fazer. Quando utiliza leo cru,

    caracteriza uma operao conhecida como COW, na qual somente podem ser

    utilizadas as mquinas fixas.

    Para se executar, de modo eficaz, a faina de limpeza dos tanques de carga de

    um navio transportador de granis lquidos, de extrema importncia, providenciar:

    a preparao para o carregamento de nova carga;

  • 45

    a preparao para o transporte de lastro limpo;

    a preparao para mudana de carga, produtos escuros para claros ou

    inversos;

    o acesso ao tanque para reparos; e, finalmente,

    a preparao para docagem.

    As limpezas de tanques que so realizadas para troca de produtos, para lastro

    limpo, ou para docagem, requerem a desgaseificao do tanque. Algumas vezes, nas lavagens com gua, so acrescentados produtos qumicos para aumentar a eficincia das limpezas; entretanto, a prpria gua quente poder ser

    empregada. Essa gua obtida de um aquecedor de gua que parte integrante do

    sistema de limpeza de tanques

    As mquinas de jatos rotativos so movimentadas pelo acionamento das

    bombas quando recebem o lquido pressurizado, o que faz com que as mquinas girem

    em movimentos de rotao e translao e, desse modo, o lquido que est sendo

    empregado, aps um ciclo completo, atinge todos os espaos do tanque. O tempo para

    um ciclo completo cerca de 60 minutos e o tempo total de uma lavagem depende do

    tamanho do tanque e do tipo de resduo nele contido. O rigoroso controle das atmosferas dos diversos tanques a serem limpos, visando preveno de incndios e exploses, outro aspecto de extrema importncia

    a ser considerado. A lavagem dos tanques faz com que os resduos oleosos no interior

    dos mesmos sejam agitados, causando a formao de gs de hidrocarboneto, alm de

    apresentar perigos eletrostticos resultantes do impacto da gua nas anteparas dos

    tanques, da neblina de gua em alta velocidade e da introduo de mquinas portteis

    de lavagem.

    Por questo de segurana, importante que o tanque seja desgaseificado e

    assim mantido antes e durante a lavagem; entretanto, caso isso no seja possvel,

    podemos empregar como alternativa, se o navio assim for equipado, o processo de

    limpeza pode ser efetuado em atmosfera no-explosiva, motivo pelo qual a atmosfera

    deve estar inertizada, muito rica ou muito pobre.

    Para os navios equipados com gs inerte, a lavagem dever ser realizada numa

    atmosfera inerte, com um teor mximo de oxignio de 8%, e com presso positiva no

  • 46

    interior do tanque. Para o navio sem sistema de gs inerte instalado, a lavagem do

    tanque, preferencialmente, dever ser realizada numa atmosfera muito pobre, quando

    a ventilao prvia do tanque dever ser realizada para essa finalidade.

    Navios que no tm sistema de gs inerte instalado utilizam mquinas de jato

    rotativo portteis, que so conectadas a uma das extremidades de mangueira

    especfica. A outra extremidade dessa mangueira ser conectada rede de lavagem

    ou rede de incndio. Somente depois de conectada na rede escolhida que a

    mquina poder ser introduzida no tanque, atravs da porta de visita, como forma de

    evitar eletricidade esttica. Para melhor eficincia, a mquina trabalhar em trs

    posies distintas: prximo ao fundo, no meio e prximo ao topo do tanque; manobra

    esta realizada manualmente pela tripulao.

    Exemplo: Em um tanque de 16 metros de altura, o posicionamento da mquina de jato rotativo em trs posies distintas, ser: 16m : 4 = 4 metros, ou seja, do topo do tanque at o primeiro degrau: 4 metros; at ao meio do tanque no segundo degrau: 8 metros; at prximo ao fundo do tanque no terceiro degrau: 12 metros. Lavagem de tanques com gua resulta em mistura oleosa que, ser transferida para o tanque de resduos de bombordo - sujo (port side slop tank - dirty). Depois de decantada, essa mistura poder ser descarregada para o mar, atravs do tanque de

    resduos de boreste limpo (starbord side slop tank clean), aferido pelo monitor de lastro (ODME Oil Discharge Monitoring Equipment), ou ser descarregada para os terminais, os quais devem possuir instalaes de recepo de mistura oleosa.

    A limpeza de tanques pode ser realizada em circuito aberto ou em circuito

    fechado. No circuito aberto, a gua de limpeza aspirada diretamente do mar e, aps

    jateada no tanque atravs da mquina rotativa, drenada para o tanque de resduos

    de bombordo sujo (p/s slop tank - dirty) para posterior descarga, normalmente para o mar atravs do tanque de resduos de boreste - limpo (stb/s slop tank clean), monitorada a 15 ppm.

    No circuito fechado, a gua aspirada do slop de boreste e jateada no tanque

    atravs das mquinas rotativas, e simultaneamente drenada para o slop de bombordo.

    Os dois tanques de resduos so interligados por uma rede de nivelamento (balance

  • 47

    valve), situada na parte inferior dos tanques, para garantir que a gua aspirada do slop de boreste no contenha leo, j que o leo, por ser mais leve que a gua, ficar na

    superfcie da mistura oleosa.

    Preparao para o carregamento de nova carga Quando o navio transporta somente produtos claros, a limpeza ser mais fcil, visto que os produtos claros praticamente no deixam resduos. Para melhorar ainda

    mais as condies de limpeza dos tanques desses navios, atualmente todos eles so

    revestidos com tinta epxi.

    Mudana de carga para um produto similar. Neste caso a limpeza dever

    obedecer ao seguinte critrio:

    a) vaporizar o tanque, com vapor da rede de abafamento (queima com vapor vivo);

    b) baldeao com mquina de jato rotativo com gua quente; e c) ventilar o tanque.

    Exemplos de troca de carga

    1o. tanque que estava carregado de diesel pode, sem lavagem carregar gasolina, desde que sejam drenados os resduos. No caso contrrio torna-se necessrio uma limpeza completa, conforme tabela de limpeza de

    produtos derivados de petrleo;

    2o. tanque que vai carregar querosene deve sempre ter limpeza completa, j que o querosene muito fcil de contaminar-se;

    3o. tanque que estava com querosene: fazer limpeza completa, antes de carregar outros derivados;

    4o. tanques que vo carregar querosene de jato (QAV) e gasolina de aviao: devem sempre ser lavados e secos (eliminar a gua).

    Mudana de produtos escuros para claros. Neste caso a limpeza dever sempre

    ser completa e feita em cinco estgios principais:

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    1. vaporizar o tanque com vapor da rede de abafamento (queima com vapor

    vivo);

    2o. utilizar um produto qumico adequado, em quantidade de acordo com a

    orientao do fabricante;

    3o. fazer lavagem com mquina de jato rotativo, usando gua quente;

    4o. ativar ventilao para desgaseificao;

    5o. drenar e retirar todos os resduos e ferrugens.

    Quando o navio transporta produtos escuros Para fins de melhor eficincia, as temperaturas das solues de limpeza so definidas como:

    a) temperatura ambiente at 37,8oC (100oF); b) temperatura moderada at 65,6oC (150oF); c) temperatura quente acima de 65,6oC (150oF).

    Limpeza dos tanques rotina a bordo dos navios-petroleiros, e dever ser efetuada de acordo com a necessidade do servio a ser executado.

    leos parafnicos: as solues quentes tm tendncia a oxidar e formar gomos

    nos leos de petrleo parafinados. Ento, ser mais eficiente lav-los para remover o

    mximo de parafina possvel; com gua na temperatura ambiente no comeo da

    lavagem.

    leos secativos: as solues de temperaturas elevadas no devem ser usadas

    para leos secativos, de vez que o calor liberado por soluo de limpeza ter uma

    tendncia de acelerar a polimerizao ou secagem dos leos, formando pelculas.

    Ento, sem exceo, devem ser limpos imediatamente aps a descarga, antes de o

    resduo haver tido tempo de endurecer ou secar.

    Para se remover leos secativos endurecidos, o seguinte procedimento

    recomendado:

    1o. no usar gua quente, porque ela tender a secar os resduos;

  • 49

    2o. fazer uma limpeza completa nos tanques, ventil-los para permitir a entrada

    de homens;

    3o. borrifar a superfcie endurecida com um produto qumico adequado. Aps um

    tempo de espera, os depsitos duros estaro suficientemente amolecidos;

    4o. lavar o tanque com mquina de jato rotativo, com a gua numa temperatura

    moderada (at 65,6oC), drenando-o continuamente para o tanque de resduo de

    bombordo.

    A limpeza completa, segura e eficaz exige a seguinte rotina: 1o. deve-se colocar gua no tanque ou tanques a serem lavados, at cobrir as

    serpentinas;

    2o. colocar um produto qumico adequado a cada caso junto com a gua,

    obedecendo proporcionalidade indicada pelo fabricante para a mistura gua e

    produto. Aquecer a mistura durante doze horas no mnimo;

    3o. pela rede de abafamento, vaporizar o tanque mantendo-o fechado (queima

    de vapor vivo) cerca de trinta minutos. Com isso, os resduos das anteparas cairo no

    fundo do tanque e sero mantidos em estado lquido na mistura gua/produto qumico;

    4o. drenar para o slop tank de bombordo os resduos de cada tanque;

    5o. baldear o tanque com a mquina de jato rotativo, que descer

    gradativamente, sendo mantido em cada altura programada cerca de 20 a 30 minutos.

    Essa limpeza feita, em mdia com quatro horas para cada tanque. Durante a

    baldeao, a bomba de dreno estar sempre funcionando, enviando os resduos da

    lavagem para o slop tank de bombordo. No deixar que as quantidades de gua vindas

    dos jatos rotativos ultrapassem no fundo do tanque, a capacidade da bomba de dreno

    com edutor;

    6o. aps completamente limpo, abrir a tampa do domo do tanque, para

    ventilao. Se for necessrio entrar no tanque, deve-se fazer uma desgaseificao total

    com ventiladores e exaustores portteis (sirocos), que tornaro a atmosfera no

    inflamvel, no menor tempo possvel;

    7o. com um explosmetro, acompanhar a desgaseificao, at que a

    percentagem marcada no aparelho fique dentro dos limites permissveis;

    8. a entrada de homens no tanque s deve ser autorizada pelo Comandante,

    sendo conveniente manter funcionando a ventilao.

  • 50

    2.5 Operao COW de limpeza num navio-petroleiro A tcnica de lavagem de tanques de carga com leo cru vem sendo desenvolvida e colocada em prtica pelos armadores de navios petroleiros. um

    processo de lavagem que proporciona importantes benefcios, tanto de ordem

    comercial quanto relativos preservao do meio ambiente, sendo importante que

    todos os que participam desta operao com navios petroleiros saibam das vantagens

    advindas da sua adoo.

    Para a segurana da operao e os perigos da poluio, os navios so

    equipados com sistema de gs inerte (SGI) e sistema de dreno com edutor (self stripping). A inertizao dos tanques necessria devido ao perigo de produo de

    centelha atravs da energia esttica gerada pelo atrito do leo cru com o bocal da

    mquina de lavar, na presena de gases inflamveis. Com a utilizao do sistema de

    dreno com edutor, evita-se a emulso com gua, de forma a eliminar totalmente a gua

    do mar do ciclo de lavagem.

    Segundo experincias feitas por vrios armadores, considerando navios-

    tanques de 70.000 TPB a 250.000 TPB, o sistema COW (Crude oil washing) aumenta a quantidade de leo descarregado de 1.200 tm, em mdia. Com isto, fica minimizado

    o problema de perda e os trabalhos de preparao para docagem so facilitados pela

    ausncia quase total de resduos slidos incrustados nas anteparas dos tanques.

    A limpeza dos tanques com leo cru efetuada ao mesmo tempo em que o

    navio petroleiro desca