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Três dias para seguir avançando V Congresso SEMAPI reúne delegados para discutir a questão sindical frente à realidade atual do país e do Estado

Três dias para seguir avançando - SEMAPI-RS … · Moção de Repúdio FASE e FPE Nós, trabalhadores da Base do SEMAPI Sindicato, presentes no 5° Congresso desta entidade repudiamos

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Três dias para seguir avançandoV Congresso SEMAPI reúne delegados para discutir

a questão sindical frente à realidade atualdo país e do Estado

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Há muito não se via uma ameaça tão concreta aos direitos adquiridos pela classe trabalhadora no Rio Grande do Sul como nos últimos dois anos. De propostas de retroces-sos em questões como estabilidade dos servidores e extinção de órgãos tradicionais e mesmo essenciais para o Estado, até direitos básicos, como pagamento em dia de salários e do 13º, o quadro que se desenha é de acirra-mento das medidas até o final do governo Sartori, em 2018.

Contando com a anuência de uma maioria na Assembleia Legislativa, o governador – que se disse “da massa” durante a eleição – vem tomando medidas em que privilegia exata-mente quem não faz parte do slogan de cam-panha: o empresariado e o capital. Nesse cenário, o trabalhador – que já vem despresti-giado de governos anteriores, nos quais o investimento em infraestrutura e melhores condições de atuação foi negligenciado – só pode contar com as entidades representativas de classe para garantir que suas demandas não sejam esquecidas.

No entanto, há que se comemorar um importante ganho que a situação atual trouxe: a união de sindicatos em torno de uma agenda comum, que é resguardar um estado baseado no respeito aos servidores e seguir avançando nas pautas de seus representados.

Esse espírito combativo ditou as discus-sões do 5º Congresso SEMAPI, que aconte-ceu na praia de Imbé, em dezembro de 2015. O que se viu entre os delegados foi vontade de construir propostas que liguem ainda mais o SEMAPI a sua base, criando pontes que propiciem informar e mobilizar por causas fundamentais. O alinhamento entre direção e associado é a melhor arma que uma entidade pode ter no combate à exploração do trabalha-dor e à retirada de direitos, e poder debater isso com quem está na ponta da cadeia de comunicação foi uma das grandes vitórias do evento.

Queremos também agradecer a participa-ção de nossos convidados, que abrilhantaram

o Congresso trazendo informação e pontos de vista próprios, que nos ajudam a pensar e criar novas formas de lidar com antigos problemas. Agora, é hora de baixar a cabeça e começar a articular a aplicação dos resultados, para que, em três anos, possamos nos reencontrar e avaliar a diferença que fizemos na nossa vida profissional e de outros trabalhadores do país. Até lá, seguimos buscando avanços.

Forte abraço.

Direção Colegiada SEMAPI

DIRETORIA COLEGIADA SEMAPIGESTÃO 2013-2016

TitularesArtur V. Vargas da SilvaEdgar Costa SperrhakeGeni Veiga CoimbraJoão Gabriel Rosa dos SantosJuliano Pörsch Luis Alberto TrindadeNadia Maria PachecoNeusa Maria Alves BittencourtRafael Paz GonçalvesSabrina Suterio PavaniSandro Donadel Moscardini

SuplentesAdriana Bittencourt Pereira Berenice Pereira de LucaCarmen Regina de Lima AbrahãoCristiane Niederauer KilcaEstevão SegallaIsair Barbosa AbrãoMara Luzia FeltesMaria Helena de OliveiraPaulo Roberto Pereira RochaRosane Fatima Cauz Terezinha Fatima de Vargas da Rocha

Fotos, criação, edição e diagramação:Própria ComunicaçãoJornalista responsável:Graziela Trajano (MTB15039)

EDITORIAL

A GARANTIA DE DIREITOSPOR UM FIO

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Conhecer a realidade atual do Estado e criar maneiras para que a categoria possa manter seus direitos e propor soluções que contemplem a recuperação econômica e o avanço social. Quando os primeiros partici-pantes do 5º Congresso SEMAPI chegaram ao Hotel Fazenda Três Figueiras, em Imbé, no dia 2 de dezembro de 2015, esses objetivos já começaram a aparecer na expectativa das discussões.

Entre a delegação de 160 pessoas – con-tando delegados, observadores, conferencis-tas e equipe de apoio –, o que se via era animação com a possibilidade de transformar os três dias seguintes em um tempo de cons-trução, troca de ideias e alinhamento de posições, representados ao final no plano de ação para o próximo triênio. “Apesar de uma conjuntura desfavorável – as ameaças do governador, as dificuldades nas negociações coletivas –, tivemos a ousadia de promover este evento. É em momentos de crise que temos que oportunizar discussões”, comentou a diretora colegiada Mara Feltes.

Os temas abordados passaram da conjun-tura sociopolítica e econômica regional e nacional à necessidade de democratização da comunicação, tangenciando temas como a necessidade de organização diante da reali-dade atual. Os painelistas convidados vieram de entidades parceiras do Sindicato, de institutos de pesquisa renomados no país, e também de veículos de comunicação alterna-tivos, tudo com o intuito de criar um cenário diverso e referendado para os participantes.

A expectativa de boas apresentações começou a se concretizar já na abertura. Além disso, o evento ganhou contornos ainda mais políticos com o anúncio da aceitação do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, comentado com lucidez por Marcelo Carlini, representante da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS) (confira mais na página 6). Foco e comprometimento permea-ram o Congresso a partir do início das apre-sentações, e, como resultado, foi possível chegar ao final dos três dias com sensação de dever cumprido e sucesso.

MOTIVAÇÃO PARA AVANÇARClima contagiou delegados e painelistas durante os três dias do evento

DOCUMENTOSConfira a íntegra das moções aprovadas

Moção Impeachment

Os trabalhadores reunidos no 5° Congresso do SEMAPI, em Mariluz/RS, no dia 04 de dezembro de 2015, manifestam seu apoio incondicional à democracia, ao respeito às instituições públicas e o mandato da Presidência Dilma Rousseff. Manifestam ainda sua indignação e repúdio à tentativa de golpe à nossa Constituição, promovida pelo Presidente da Câmara dos Deputados, Deputado Eduardo Cunha, pela Grande Mídia e por setores da elite nacional descontentes

com a inclusão de milhões de pessoas que alcançaram o direito de viver com dignidade e principalmente com o resultado das eleições do último pleito.

Na página 7, serão transcritas as outras duas moções aprovadas no 5º Congresso do SEMAPI.

Todos os três textos podem ser baixados e impressos do site do semapi:http://www.semapisindicato.org.br/Noticias/se m a p i - e n t r e g a - m o c o e s - d e - r e p u d i o -aprovadas-no-5-congresso

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Painelistas apresentaram dados para subs-tanciar discussões no CongressoA conjuntura econômica no país e no Estado foi tema das falas de grande parte dos confe-rencistas que se apresentaram durante o 5º Congresso SEMAPI. Já na abertura, o público soube que a crise não é grave como aparenta, e os motivos que comprovam esta afirmação. O presidente do Sindicato dos Técnicos do Tesouro do RS (AFOCEFE), Carlos de Martini, levou números que demonstram uma perda de arrecadação de ICMS em torno de R$ 7,14 bilhões em 2015, por conta de sonegação fiscal. “A crise tem saída sim, senhor: combate ao contrabando e à sonegação. Para isso, temos obrigação de apontar o caminho”, acredita.Já Marcelo Carlini, representante da CUT/RS, defendeu que o governador tem um discurso que não leva em conta as necessidades da sociedade, tomando decisões de acordo com sua própria agenda. “Ele despreza a opinião do povo gaúcho e, portanto, também a demo-cracia.”A necessidade de encontrar meios alternati-vos de informação, que divulguem o outro lado das histórias, também foi comentada. Temas como o terrorismo feito pela grande mídia e a falta de profissionalismo de veículos margina-is também apareceram nas falas dos convida-dos. Técnica do DIEESE, Iara Welle ressaltou a tendência que a grande mídia tem de dar destaque a dados negativos, mesmo quando não são os mais expressivos. “Eles não fazem um comparativo com 10 ou 15 anos atrás, quando as coisas estavam muito piores, e não se tinha um clima de 'fim do mundo', como agora. Tivemos coisas muito positivas nos últimos tempos, e estamos longe do fim do mundo.” Marcos Weissheimer, repórter especial do Jornal Sul21, afirmou que ainda falta convergência dos veículos alternativos. “Ainda temos muito que avançar.”Outro tema abordado foi a importância dos movimentos sociais na educação política da população. Paulo Jagger, economista do

DIEESE, salientou que esta é a única forma de se fazer um contraponto ao interesse do capital. “Os movimentos estão organizados e são capazes de construir uma outra narrativa, informando de maneira correta não só sua base, como também seu entorno e a socieda-de em geral. Se não for espontâneo, não irá acontecer.”

CONJUNTURA

A VERDADE DOS FATOS

Golpe nademocracia

Durante a realização do Congresso, os

participantes foram pegos de surpresa

com a atitude do presidente da Câmara

dos Deputados, Eduardo Cunha, que

aceitou o pedido de impeachment de

Dilma Rousseff. Para Marcelo Carlini,

representante da CUT/RS, existem dois

pesos e duas medidas no Brasil, e isso é

definitivo para entender a situação.

“Tenho certeza que este projeto (de

Eduardo Cunha) está a serviço de um

ataque brutal à classe trabalhadora”,

avalia, considerando que, por trás do

ped ido , há pro je tos como o da

Terceirização, da retirada da estabilida-

de dos servidores, e uma série de outras

ações que ainda encontram resistência

graças a um governo com verve mais

social.Carlini ainda afirmou que, para a CUT, a

saída passa por uma mudança de políti-

ca por parte da presidente. “Ela não foi

eleita pelo povo para recessão, ataque a

direitos e desemprego; antes, o povo a

escolheu para aumentar o emprego e

fazer as reformas estruturais que o Brasil

precisa (política e fiscal),temas que vão

na estrutura para mudar o país.” O

sindicalista alertou que a CUT não

aceitará o golpe.

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Foram três dias intensos de discussões e construções coletivas. Ao final deles, os 160 participantes do Congresso SEMAPI deixa-ram o litoral gaúcho com a certeza de ter criado novos laços e encurtado distâncias entre os trabalhadores e seus objetivos.

A comissão organizadora, embora ocupada com todos os detalhes do evento, também pode aproveitar algumas atividades, o que foi importante para que os trabalhadores da equipe do Sindicato também ficassem por dentro dos temas abordados. “São poucos os momentos, mas a gente consegue adquirir conhecimento sobre o que é o Congresso e como ele faz parte da nossa vida”, avalia Benhur Borges da Silva, que atua no SEMAPI.

Uma das vitórias conquistadas se apresen-tou nos números das participações. Esta foi a edição com a maior quantidade de delegados

OUSADIA E NOVOS RUMOSEvento termina com aprovação de três moções

do Setor Privado em toda a história do Sindicato (15), e foram muitos os que estive-ram no evento pela primeira vez. Carlos Daniel Boeira, representante da FGTAS, ressaltou o caráter pertinente das informações apresenta-das. “Gostei muito, foi bem importante.”

Já a representante da FPE, Graziele Ramos, comentou que o evento é um momen-to de formação. “É uma troca de experiências, tanto de vida quanto de lutas.” Para Beth Arruda, aposentada da FPE, estar fora do dia-a-dia não é estar fora do embate. “O que está acontecendo não é novidade, e só é possível reverter a situação com unidade.” Leonel Rodrigues, da FASE, ressaltou a peculiarida-de do SEMAPI de realizar um evento para discussão política de conjuntura. “Fazer isso descolado do momento eleitoral traz um ganho no avanço do debate.”

DOCUMENTOSConfira a íntegra das moções aprovadas

Moção de Repúdio FASE e FPE

Nós, trabalhadores da Base do SEMAPI Sindicato, presentes no 5° Congresso desta entidade repudiamos a proposta apresentada pelo Governo Sartori, na negociação da data de base 2015, que busca a retirada de direitos conquistados pelos trabalhadores da FASE e FPE, após anos de luta.Queremos deixar claro ao Governo, aos gestores e a sociedade, que não admitimos a retirada da estabilida-de da jornada de trabalho dos trabalhadores, pois tal instituto poderá ser usado como instrumento para constranger, assediar e ameaçar os trabalhadores, como já ocorreu no passado quando o instituto teve vigência.Também não aceitamos a proposta que prevê o não pagamento das horas de intervalo dos trabalhadores dos plantões do dia, já que isto representa, de um lado, a criação de grande risco a segurança dos trabalhado-res, crianças e adolescentes atendidos, devido a redução do número de agentes nas unidades de atendimento e núcleos residenciais, de outro, prejuízos econômicos e a saúde dos trabalhadores, tendo em vista que, as unidades de atendimento não dispõem de espaço adequado ao descanso, o que resultaria na

permanência dos trabalhadores no local de trabalho, ficando à disposição do empregador, sem o recebimen-to da remuneração devida.Além disso, não admitimos o estabelecimento de requisitos que violem ou reduzam direitos já garantidos como critério para o gozo de folga mensal, pois tal direito foi conquistado após muitos anos de lutas dos trabalhadores.Por isso, manifestamos nosso repúdio e colocamos que os trabalhadores estão mobilizados para barrar essa proposta que criou por parte do Governo um grande impasse a negociação.

Moção de Agravo - Governo Sartori

Os trabalhadores reunidos no 5º Congresso do SEMAPI, em Mariluz/RS, no dia 04 de dezembro de 2015, manifestam seu agravo ao Governo Sartori, pela forma desrespeitosa com quem vem tratando as relações de Governo com os trabalhadores do setor público e com a sociedade gaúcha. Suas ameaças de extinções, incorporações e redução de atividades estão produzindo, em muitas destas, um processo desgas-tante que levam nossas instituições à solução de continuidade, colocando em risco vidas, pesquisas e serviços prestados a sociedade.

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