8
FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA tribunadoplanalto.com.br Redação: [email protected] - Departamento Comercial: [email protected]Telefone: (62) 3226-4600 Goiás se prepara para as mudanças no ensino médio Governadores discutem reforma da Previdência Destaque da 2ª reunião do ano do Fórum de Governadores do Brasil Central, a Reforma da Previdência dominou a coletiva de imprensa dos governadores, liderados por Marconi Perillo. Eles defenderam uma reunião com o presidente Michel Temer para discutir o tema. Pág. 6 Polêmica desde que foi anunciada pelo ministro da Educação, Mendonça Filho, a reforma do ensino médio sancionada em fevereiro pelo presidente Michel Temer já está aos poucos sendo implantada na rede estadual de ensino. A flexibilização da grade curricular e mais espaço para o ensino profissionalizante são algumas das mudanças que estão sendo discutidas no Conselho Estadual de Educação de Goiás. ANO 30 - Nº 1.575 ENTREVISTA/ FELISBERTO TAVARES Secretário Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Goiânia, o vereador Felisberto Tavares (PR) faz uma radiografia da pasta e afirma que encontrou o órgão sucateado. Porém, em três meses ele já contabiliza alguns avanços. “Está caminhando ainda lentamente, faltando pouca coisa para que consigamos aumentar a velocidade. Já estamos finalizando o processo licitatório de sinalização, ou seja, vamos revitalizar a sinalização de trânsito de praticamente toda Goiânia”, diz, otimista. “Encontramos a SMT toda desmontada, deteriorada mesmo” Desde 2008, torres, pontes, estátuas iluminam-se de azul, a cor que simboliza o autismo, no mês de abril. A data serve para dar visibilidade às necessidades de autistas e familiares. O repórter Yago Sales conta como a fonoaudióloga Carolina Attux Jardim recebeu o diagnóstico de que o filho Lorenzo, hoje com 4 anos, era portador do transtorno do espectro autista. Página 7 Após consolidar sua carreira de parlamentar com uma grande votação ao Senado em 2014, Ronaldo Caiado (foto), do Democratas, que já concorreu à Presidência da República e representa a bancada ruralista no Congresso Nacional, trabalha para se tornar o candidato da oposição na sucessão do governador Marconi•Perillo (PSDB). A seu favor, conta as posições claras e a conjuntura política nacional. Mas antes ele precisa convencer o PMDB a apoiar seu nome. Página 4 Página 5 PAULO JOSÉ R$ 2,00 GO I Â NIA, 9 A 15 DE ABRIL DE 2017 ELEIÇÕES Os trunfos de Ronaldo Caiado para 2018 Carolina Attux e o pequeno Lorenzo: depois do diagnóstico de TEA aos 2 anos de idade, terapia ajudou no desenvolvimento comportal do filho A necessária conscientização a respeito do autismo

Tribuna do Planaltotribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2017/04/09...2017/04/09  · FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA tribunadoplanalto.com.br Redação:

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Tribuna do Planaltotribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2017/04/09...2017/04/09  · FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA tribunadoplanalto.com.br Redação:

FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA tri bu na do pla nal to.com.br

Redação: [email protected] - Departamento Comercial: [email protected] – Telefone: (62) 3226-4600

Goiás se prepara para asmudanças no ensino médio

Governadoresdiscutemreforma daPrevidênciaDestaque da 2ª reunião do ano doFórum de Governadores do BrasilCentral, a Reforma da Previdênciadominou a coletiva de imprensa dosgovernadores, liderados porMarconi Perillo. Eles defenderamuma reunião com o presidenteMichel Temer para discutir o tema.Pág. 6

Polêmica desde que foi anunciada pelo ministro da Educação,Mendonça Filho, a reforma do ensino médio sancionada em fevereiropelo presidente Michel Temer já está aos poucos sendo implantada narede estadual de ensino. A flexibilização da grade curricular e maisespaço para o ensino profissionalizantesão algumas das mudanças que estãosendo discutidas no Conselho Estadualde Educação de Goiás.

ANO 30 - Nº 1.575

ENTREVISTA/ FELISBERTO TAVARES

Secretário Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Goiânia, o vereador Felisberto Tavares (PR)faz uma radiografia da pasta e afirma que encontrou o órgão sucateado. Porém, em três meses ele jácontabiliza alguns avanços. “Está caminhando ainda lentamente, faltando pouca coisa para queconsigamos aumentar a velocidade. Já estamos finalizando o processo licitatório de sinalização, ou seja,vamos revitalizar a sinalização de trânsito de praticamente toda Goiânia”, diz, otimista.

“Encontramos a SMTtoda desmontada,deteriorada mesmo”

Desde 2008, torres, pontes,estátuas iluminam-se de azul, acor que simboliza o autismo,no mês de abril. A data servepara dar visibilidade àsnecessidades de autistas efamiliares. O repórter YagoSales conta como afonoaudióloga Carolina AttuxJardim recebeu o diagnósticode que o filho Lorenzo, hojecom 4 anos, era portador dotranstorno do espectro autista. Página 7

Após consolidar suacarreira de parlamentarcom uma grande votaçãoao Senado em 2014,Ronaldo Caiado (foto), doDemocratas, que jáconcorreu à Presidência

da República e representaa bancada ruralista noCongresso Nacional,trabalha para se tornar ocandidato da oposição nasucessão do governadorMarconi•Perillo (PSDB). A

seu favor, conta asposições claras e aconjuntura políticanacional. Mas antes eleprecisa convencer oPMDB a apoiar seu nome.Página 4

Página 5

PAULO JOSÉ

R$ 2,00GO I Â NIA, 9 A 15 DE ABRIL DE 2017

ELEIÇÕES

Os trunfos deRonaldo Caiadopara 2018

Carolina Attux e o pequeno Lorenzo: depois do diagnóstico de TEA aos 2 anos de idade, terapia ajudou no desenvolvimento comportal do filho

A necessáriaconscientizaçãoa respeito doautismo

Page 2: Tribuna do Planaltotribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2017/04/09...2017/04/09  · FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA tribunadoplanalto.com.br Redação:

2

Opinião CENA URBANAFLAGRANTE DO DIA A DIA DA CAPITAL, ESTADO, BRASIL E MUNDO

CARTA AO LEITOR

MANOEL MESSIAS RODRIGUES – EDITOR EXECUTIVO

Em algum momento da vida, você, certamente, já sefez a seguinte pergunta: “devo insistir em algo ou desistire começar de novo?”. É preciso ser persisten te, dedicado,comprometido e paciente quando se tem um bom pro-cesso em andamento – e isso vale para um relaciona-mento afetivo, aplicações financeiras, estudo, emprego,carreira e amizades. No entanto, também há o outro ladoda moeda, o de insistir em apostas erradas para tentarrecuperar o prejuízo.

Uma boa carreira costuma demorar pelo menos dezanos para dar resultados consistentes. Não se consegueum ótimo emprego sem merecimento e, quando con-quistado, precisa de manutenção diária para gerar bonsfrutos (promoção, au mento de salário, reconhecimento)no futuro. Mesmo um bom relaciona mento afetivo de-manda tolerância com as diferenças alheias e precisa serconstruído aos poucos.

Agora, quantas vezes você já insistiu em algo só porteimosia, medo de ficar sem nada ou vergonha de admi-tir o erro? Às vezes, mantemos posições equivocadaspara tentar reverter uma tomada de decisão infeliz, econtinuar investindo tempo, dinheiro e energia em situa-ções das quais deveríamos desistir só piora o prejuízo.

Falando especificamente da vida profissional, muitasvezes, o problema não está no emprego, pois a pessoaestá na carreira ou profissão errada. Outras vezes, a car-reira é ótima, mas o emprego é ruim. Em outras, ainda,a vida afetiva atrapalha tanto na carreira quanto no em-prego.

Se gosta do que faz na carreira, tem perspectivas deevolução nos próximos anos, consegue usar seus talentoscom frequência, está motivado para continuar apren-dendo, não se vê fazendo outra coisa, você está no ca-minho certo, com uma carreira promissora, e deveinvestir toda sua energia para que fique ainda melhor.

Agora, se você odeia o que faz,tem pouca perspectiva de evolução,usa pouco seus talentos, seus pontos fracos atrapalhammuito, acha a profissão desagradável, sente-se desmoti-vado a maior parte do tempo, seu dia a dia profissionalé monótono, pensa com frequência em fazer outra coisae nunca recebe novas propostas de trabalho, é hora derepensar sua carreira. O que está errado? É uma faseruim (conjuntura, economia fraca, cansaço, empregoruim) ou um problema mais grave? É possível melhoraralguns desses itens?

Ao analisar esses prós e contras, você pode ter en-trado em um dilema ainda maior. Nesse caso, sugiro queconcentre seus esforços na parte positiva e tente ajustar,dentro do pos sível, a parte negativa. Mudança de car-reira é coisa séria e complexa, por isso você deveria fazero máximo para ajustá-la antes de tomar uma drásticadecisão de mudar. Não existe carreira perfeita, pois sem-pre haverá dificulda des, fases ruins, decisões equivoca-das e gente desagradável. Mas também haverá fasesótimas, boas decisões, gente inte ressante e resultados po-sitivos.

Faz parte do jogo conviver com altos e baixos. Entre-tanto, tome cuidado com excesso de indecisão: é muitoruim ficar dividido por um tempo pro longado, pois a dú-vida paralisa, trava a tomada de decisões e prejudica osresultados. Logo, não fique em cima do muro. Siga emfrente com sua carreira e melhore um pouco a cada diaou desenvolva um plano B para começar em uma novaprofissão, mais próxima de seus ideais.

* Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoashá mais de 25 anos e autor do recém-lançado “Genteque convence”, pela Editora Planeta.

GOIÂNIA, 9 A 15 ABRIL DE 2017

X

A insegurança chega às escolasA ocorrência de crimes dentro de órgãos públicos não chega a ser raridade,

mas deveria ser exceção, pois, de modo geral, ali estão guardados móveis, ob-jetos, automóveis e, mais importantes, pessoas que trabalham ou estão sendoatendidas. A escola, como fonte do saber e da educação por excelência, semprefoi considerado um local seguro. Assim, quando dizemos que deixamos o filhona escola, por trás dessa afirmativa repousa a certeza de que estará bem atéo pegarmos novamente. Infelizmente, essa certeza de segurança – até esta –parece que não a temos mais. Agora, até os colégios públicos estão se tor-nando alvo da criminalidade e da violência que assolam o país.

No último dia de março, terça-feira, 31, três criminosos armados invadi-ram, roubaram objetos de alunos e professores no Colégio Estadual Nova Ci-dade, em Aparecida de Goiânia. Estudantes foram ameaçaram e umaadolescente chegou a desmaiar. Nesse caso, os assaltantes pularam o muronos fundos da escola, por volta das 8h da manhã, entraram em uma das salasem que estavam cerca de 30 estudantes e um professor. Exigiram todos os per-tences e ameaçaram as vítimas e fugiram após 10 minutos no local.

Evidentemente, o fato é dos mais graves. Mas o pior é que não se trata defato isolado. Ao menos dois casos semelhantes foram registrados em Goiásem dias anteriores ao assalto no Colégio Estadual Nova Cidade.

Quatro dias antes, no dia 27, cerca de 300 estudantes faziam provas noColégio Estadual José Alves de Assis, no Setor dos Afonsos, também em Apa-recida de Goiânia, quando foram surpreendidos por um grupo de criminosos.Os assaltantes levaram sacos cheios de celulares, joias e até roupas e calçadosde alunos e professores.

No dia seguinte, 28 de março, as vítimas foram estudantes do Colégio Es-tadual Manoel Libânio da Silva, localizada na cidade de Abadia de Goiás,também na Região Metropolitana de Goiânia. Nesse caso, a ação dos crimi-nosos foi registrada por câmera de segurança da escola. Alunos foram revis-tados e tiveram os objetos de valor roubados. Um dos assaltantes, com o rostocoberto por uma máscara, abordou os alunos dentro da sala de aula, revistoucada um e roubos objetos de valor. Um segundo assaltante aparece nas fil-magens mandando todos os alunos abaixarem a cabeça sobre as carteiras es-colares.

Em todos os casos, os estudantes e toda a comunidade escolar ficaramapavorados, porque a escola é local onde eles convivem quotidianamente. Asensação de insegurança, naturalmente, se expande rapidamente para toda acomunidade, pais, amigos e conhecidos dos estudantes da escola.

Em todos os casos, fica patente a falta de segurança que é obrigação doestado no ambiente escolar. Não é possível, em pleno ano de 2017, com tantatecnologia disponível, que criminosos entrem livremente em ambientes cole-tivos como escolas, cometam crimes e permaneçam impunes. A polícia precisadar uma resposta rapidamente. E a Secretaria Estadual de Educação tem aobrigação de tomar medidas severas para garantir a segurança em todas asunidades escolares.

Um operário, que preferiu não se identificar, ganhou as redes sociais na semana passada ao pintar um"Fora Temer" na fachada do Museu Nacional. Funcionário de uma empresa terceirizada contratada pelaSecretaria de Cultura para pintar o prédio, ele foi suspenso por um dia do serviço como punição.

Jorge Antônio Monteiro de Lima

Analfabeto de metáforas

Insistir na carreira ou começar tudo de novo?

Dias atrás eu dialogava com uma jovem que apre-sentava profunda dificuldade de compreensão sobre osfatos de sua vida. Não conseguia entender seu fracassoafetivo, o insucesso de sua carreira, por que tinha dívi-das, o motivo de vários aspectos que a envolvem nãodarem certo. Obstinada, imponderada, cheia de teoriase racionalismo evidenciava uma dificuldade de apren-dizagem, pois não entendia figuras metafóricas, ana-logia e tinha subjetividade reduzida, distante de suaprópria afetividade. Um ser humano duro, revoltado,cheio de discursos prontos reproduzidos como umdisco riscado. Nem parábolas ou mitos, apenas o con-creto em poesia, sem abstração com a subsequenteanulação da poesia da existência. Era a algema do ma-terialismo e positivismo personificada. Mas qual seriaa razão de tanto sofrimento e de tudo não dar certo?

Errar é humano, mas persistir no erro é fatal se nasentranhas do processo um indivíduo anula a chance deaprendizado pelo amor. Para que pensar? Para que re-fletir? Para que perder tempo em ter momentos de in-trospecção?

A referida mulher ignorava todos os sinais dadospor amigos, por pessoas com quem convivia, pela vida.Um analfabetismo metafórico, cuja crise de subjetivi-dade implica diretamente na anulação da criatividade,da liderança. Um autoboicote que engessa o ego e fazda ilusão um preceito de identidade, mas preceito pa-tético. A inevitável crise de individuação, advinda dodistanciamento da própria afetividade, em um oceanoneurótico, na possessão pelo instinto de poder. Criti-cava tudo e, para ela, todos não prestam. Revolta e lávai a vida presa, sem sair do lugar. Já viu isto, leitor?

Este cenário é parte comum hoje em dia em todosos fundamentalismos, em militantes, em pessoas que

transformam o estereótipo em atri-buto de identidade, rompendo comseu ego. É a base de todo pensa-mento rígido do fanatismo, comausência de percepção das coisas edo diálogo, atributos de uma psicose que nos circundana pós-modernidade.

A referida criatura não pode amar, ter compaixão,caridade, tolerância. Distancia-se do amor próprio, dosque a cercam porque amor como atributo subjetivo,metafórico exige da pessoa a vivência de afetos. Masisso não cabe bem no mundo das oportunidades e ne-gócios. Amor para essas pessoas é absurdo (Camus,um estrangeiro teórico não vivencial). Porém, como ne-gociar com esse capeta/amor ? (Goethe) E assim segueo drama da existência na pós-modernidade com oavanço de seres sem subjetividade, analfabetos em me-táforas, com parcos recursos de subjetividade, espe-lhando sua vida em um vazio que não tem fim.

Nada de metáforas: religião, política, direitos, pa-péis sociais. Tudo sem essência. Vazio preso apenas aum esteio de estética. O belo oco.

Mais que um problema educacional, em minha per-cepção como analista e psicólogo clínico, falta a visãointerior, o olhar para dentro, perceber-se e tomar cons-ciência real do que somos, do que queremos. Faltaamor por si mesmo e pelos que nos cercam – falta com-paixão, cordialidade, gentileza que deve iniciar com areflexão sobre a vida. É possível lapidar a pedra bruta,caso ela tenha humildade para querer aprender.

Jorge Antonio Monteiro de Lima é deficiente visual(cego), analista (C. G. Jung), psicólogo clínico, pesquisadorem saúde mental, escritor, cronista e músico.

Eduardo Ferraz

ESFERA PÚBLICAESPAÇO PARA FOMENTAR O DEBATE, OS ARTIGOS PUBLICADOS NESTA SEÇÃO NÃO TRADUZEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO JORNAL

Rua An tô nio de Mo ra is Ne to, 330, Setor Castelo Branco, Go i â nia - Go i ás CEP: 74.403-070 Fo ne: (62) 3226-4600

Edi ta do e im pres so porRede de Notícia Planalto Ltda-ME

Fun da do em 7 de ju lho de 1986

Di re tor de Pro du ção Cleyton Ataí des Bar bo sacleyton@tri bu na do pla nal to.com.br

Fun da dor e Di re tor-Pre si den teSe bas ti ão Bar bo sa da Sil vase bas ti ao@tri bu na do pla nal to.com.br

De par ta men to Co mer cialco mer cial@tri bu na do pla nal to.com.br

62 99977-6161

Redaçãoredacao@tri bu na do pla nal to.com.br

tri bu na do pla nal to.com.br

Edi to ra

Edi to r-Executivo

Daniela [email protected]

Manoel Messias [email protected]

Paulo José (Fotografia)[email protected]

Marcione Barreira

Fabiola Rodrigues [email protected]

Yago [email protected]

[email protected]é Deusmar Rodrigues

[email protected]

RepórteresFotografia

Diagramação

Page 3: Tribuna do Planaltotribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2017/04/09...2017/04/09  · FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA tribunadoplanalto.com.br Redação:

2

Opinião CENA URBANAFLAGRANTE DO DIA A DIA DA CAPITAL, ESTADO, BRASIL E MUNDO

CARTA AO LEITOR

MANOEL MESSIAS RODRIGUES – EDITOR EXECUTIVO

Em algum momento da vida, você, certamente, já sefez a seguinte pergunta: “devo insistir em algo ou desistire começar de novo?”. É preciso ser persisten te, dedicado,comprometido e paciente quando se tem um bom pro-cesso em andamento – e isso vale para um relaciona-mento afetivo, aplicações financeiras, estudo, emprego,carreira e amizades. No entanto, também há o outro ladoda moeda, o de insistir em apostas erradas para tentarrecuperar o prejuízo.

Uma boa carreira costuma demorar pelo menos dezanos para dar resultados consistentes. Não se consegueum ótimo emprego sem merecimento e, quando con-quistado, precisa de manutenção diária para gerar bonsfrutos (promoção, au mento de salário, reconhecimento)no futuro. Mesmo um bom relaciona mento afetivo de-manda tolerância com as diferenças alheias e precisa serconstruído aos poucos.

Agora, quantas vezes você já insistiu em algo só porteimosia, medo de ficar sem nada ou vergonha de admi-tir o erro? Às vezes, mantemos posições equivocadaspara tentar reverter uma tomada de decisão infeliz, econtinuar investindo tempo, dinheiro e energia em situa-ções das quais deveríamos desistir só piora o prejuízo.

Falando especificamente da vida profissional, muitasvezes, o problema não está no emprego, pois a pessoaestá na carreira ou profissão errada. Outras vezes, a car-reira é ótima, mas o emprego é ruim. Em outras, ainda,a vida afetiva atrapalha tanto na carreira quanto no em-prego.

Se gosta do que faz na carreira, tem perspectivas deevolução nos próximos anos, consegue usar seus talentoscom frequência, está motivado para continuar apren-dendo, não se vê fazendo outra coisa, você está no ca-minho certo, com uma carreira promissora, e deveinvestir toda sua energia para que fique ainda melhor.

Agora, se você odeia o que faz,tem pouca perspectiva de evolução,usa pouco seus talentos, seus pontos fracos atrapalhammuito, acha a profissão desagradável, sente-se desmoti-vado a maior parte do tempo, seu dia a dia profissionalé monótono, pensa com frequência em fazer outra coisae nunca recebe novas propostas de trabalho, é hora derepensar sua carreira. O que está errado? É uma faseruim (conjuntura, economia fraca, cansaço, empregoruim) ou um problema mais grave? É possível melhoraralguns desses itens?

Ao analisar esses prós e contras, você pode ter en-trado em um dilema ainda maior. Nesse caso, sugiro queconcentre seus esforços na parte positiva e tente ajustar,dentro do pos sível, a parte negativa. Mudança de car-reira é coisa séria e complexa, por isso você deveria fazero máximo para ajustá-la antes de tomar uma drásticadecisão de mudar. Não existe carreira perfeita, pois sem-pre haverá dificulda des, fases ruins, decisões equivoca-das e gente desagradável. Mas também haverá fasesótimas, boas decisões, gente inte ressante e resultados po-sitivos.

Faz parte do jogo conviver com altos e baixos. Entre-tanto, tome cuidado com excesso de indecisão: é muitoruim ficar dividido por um tempo pro longado, pois a dú-vida paralisa, trava a tomada de decisões e prejudica osresultados. Logo, não fique em cima do muro. Siga emfrente com sua carreira e melhore um pouco a cada diaou desenvolva um plano B para começar em uma novaprofissão, mais próxima de seus ideais.

* Eduardo Ferraz é consultor em Gestão de Pessoashá mais de 25 anos e autor do recém-lançado “Genteque convence”, pela Editora Planeta.

GOIÂNIA, 9 A 15 ABRIL DE 2017

X

A insegurança chega às escolasA ocorrência de crimes dentro de órgãos públicos não chega a ser raridade,

mas deveria ser exceção, pois, de modo geral, ali estão guardados móveis, ob-jetos, automóveis e, mais importantes, pessoas que trabalham ou estão sendoatendidas. A escola, como fonte do saber e da educação por excelência, semprefoi considerado um local seguro. Assim, quando dizemos que deixamos o filhona escola, por trás dessa afirmativa repousa a certeza de que estará bem atéo pegarmos novamente. Infelizmente, essa certeza de segurança – até esta –parece que não a temos mais. Agora, até os colégios públicos estão se tor-nando alvo da criminalidade e da violência que assolam o país.

No último dia de março, terça-feira, 31, três criminosos armados invadi-ram, roubaram objetos de alunos e professores no Colégio Estadual Nova Ci-dade, em Aparecida de Goiânia. Estudantes foram ameaçaram e umaadolescente chegou a desmaiar. Nesse caso, os assaltantes pularam o muronos fundos da escola, por volta das 8h da manhã, entraram em uma das salasem que estavam cerca de 30 estudantes e um professor. Exigiram todos os per-tences e ameaçaram as vítimas e fugiram após 10 minutos no local.

Evidentemente, o fato é dos mais graves. Mas o pior é que não se trata defato isolado. Ao menos dois casos semelhantes foram registrados em Goiásem dias anteriores ao assalto no Colégio Estadual Nova Cidade.

Quatro dias antes, no dia 27, cerca de 300 estudantes faziam provas noColégio Estadual José Alves de Assis, no Setor dos Afonsos, também em Apa-recida de Goiânia, quando foram surpreendidos por um grupo de criminosos.Os assaltantes levaram sacos cheios de celulares, joias e até roupas e calçadosde alunos e professores.

No dia seguinte, 28 de março, as vítimas foram estudantes do Colégio Es-tadual Manoel Libânio da Silva, localizada na cidade de Abadia de Goiás,também na Região Metropolitana de Goiânia. Nesse caso, a ação dos crimi-nosos foi registrada por câmera de segurança da escola. Alunos foram revis-tados e tiveram os objetos de valor roubados. Um dos assaltantes, com o rostocoberto por uma máscara, abordou os alunos dentro da sala de aula, revistoucada um e roubos objetos de valor. Um segundo assaltante aparece nas fil-magens mandando todos os alunos abaixarem a cabeça sobre as carteiras es-colares.

Em todos os casos, os estudantes e toda a comunidade escolar ficaramapavorados, porque a escola é local onde eles convivem quotidianamente. Asensação de insegurança, naturalmente, se expande rapidamente para toda acomunidade, pais, amigos e conhecidos dos estudantes da escola.

Em todos os casos, fica patente a falta de segurança que é obrigação doestado no ambiente escolar. Não é possível, em pleno ano de 2017, com tantatecnologia disponível, que criminosos entrem livremente em ambientes cole-tivos como escolas, cometam crimes e permaneçam impunes. A polícia precisadar uma resposta rapidamente. E a Secretaria Estadual de Educação tem aobrigação de tomar medidas severas para garantir a segurança em todas asunidades escolares.

Um operário, que preferiu não se identificar, ganhou as redes sociais na semana passada ao pintar um"Fora Temer" na fachada do Museu Nacional. Funcionário de uma empresa terceirizada contratada pelaSecretaria de Cultura para pintar o prédio, ele foi suspenso por um dia do serviço como punição.

Jorge Antônio Monteiro de Lima

Analfabeto de metáforas

Insistir na carreira ou começar tudo de novo?

Dias atrás eu dialogava com uma jovem que apre-sentava profunda dificuldade de compreensão sobre osfatos de sua vida. Não conseguia entender seu fracassoafetivo, o insucesso de sua carreira, por que tinha dívi-das, o motivo de vários aspectos que a envolvem nãodarem certo. Obstinada, imponderada, cheia de teoriase racionalismo evidenciava uma dificuldade de apren-dizagem, pois não entendia figuras metafóricas, ana-logia e tinha subjetividade reduzida, distante de suaprópria afetividade. Um ser humano duro, revoltado,cheio de discursos prontos reproduzidos como umdisco riscado. Nem parábolas ou mitos, apenas o con-creto em poesia, sem abstração com a subsequenteanulação da poesia da existência. Era a algema do ma-terialismo e positivismo personificada. Mas qual seriaa razão de tanto sofrimento e de tudo não dar certo?

Errar é humano, mas persistir no erro é fatal se nasentranhas do processo um indivíduo anula a chance deaprendizado pelo amor. Para que pensar? Para que re-fletir? Para que perder tempo em ter momentos de in-trospecção?

A referida mulher ignorava todos os sinais dadospor amigos, por pessoas com quem convivia, pela vida.Um analfabetismo metafórico, cuja crise de subjetivi-dade implica diretamente na anulação da criatividade,da liderança. Um autoboicote que engessa o ego e fazda ilusão um preceito de identidade, mas preceito pa-tético. A inevitável crise de individuação, advinda dodistanciamento da própria afetividade, em um oceanoneurótico, na possessão pelo instinto de poder. Criti-cava tudo e, para ela, todos não prestam. Revolta e lávai a vida presa, sem sair do lugar. Já viu isto, leitor?

Este cenário é parte comum hoje em dia em todosos fundamentalismos, em militantes, em pessoas que

transformam o estereótipo em atri-buto de identidade, rompendo comseu ego. É a base de todo pensa-mento rígido do fanatismo, comausência de percepção das coisas edo diálogo, atributos de uma psicose que nos circundana pós-modernidade.

A referida criatura não pode amar, ter compaixão,caridade, tolerância. Distancia-se do amor próprio, dosque a cercam porque amor como atributo subjetivo,metafórico exige da pessoa a vivência de afetos. Masisso não cabe bem no mundo das oportunidades e ne-gócios. Amor para essas pessoas é absurdo (Camus,um estrangeiro teórico não vivencial). Porém, como ne-gociar com esse capeta/amor ? (Goethe) E assim segueo drama da existência na pós-modernidade com oavanço de seres sem subjetividade, analfabetos em me-táforas, com parcos recursos de subjetividade, espe-lhando sua vida em um vazio que não tem fim.

Nada de metáforas: religião, política, direitos, pa-péis sociais. Tudo sem essência. Vazio preso apenas aum esteio de estética. O belo oco.

Mais que um problema educacional, em minha per-cepção como analista e psicólogo clínico, falta a visãointerior, o olhar para dentro, perceber-se e tomar cons-ciência real do que somos, do que queremos. Faltaamor por si mesmo e pelos que nos cercam – falta com-paixão, cordialidade, gentileza que deve iniciar com areflexão sobre a vida. É possível lapidar a pedra bruta,caso ela tenha humildade para querer aprender.

Jorge Antonio Monteiro de Lima é deficiente visual(cego), analista (C. G. Jung), psicólogo clínico, pesquisadorem saúde mental, escritor, cronista e músico.

Eduardo Ferraz

ESFERA PÚBLICAESPAÇO PARA FOMENTAR O DEBATE, OS ARTIGOS PUBLICADOS NESTA SEÇÃO NÃO TRADUZEM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DO JORNAL

Rua An tô nio de Mo ra is Ne to, 330, Setor Castelo Branco, Go i â nia - Go i ás CEP: 74.403-070 Fo ne: (62) 3226-4600

Edi ta do e im pres so porRede de Notícia Planalto Ltda-ME

Fun da do em 7 de ju lho de 1986

Di re tor de Pro du ção Cleyton Ataí des Bar bo sacleyton@tri bu na do pla nal to.com.br

Fun da dor e Di re tor-Pre si den teSe bas ti ão Bar bo sa da Sil vase bas ti ao@tri bu na do pla nal to.com.br

De par ta men to Co mer cialco mer cial@tri bu na do pla nal to.com.br

62 99977-6161

Redaçãoredacao@tri bu na do pla nal to.com.br

tri bu na do pla nal to.com.br

Edi to ra

Edi to r-Executivo

Daniela [email protected]

Manoel Messias [email protected]

Paulo José (Fotografia)[email protected]

Marcione Barreira

Fabiola Rodrigues [email protected]

Yago [email protected]

[email protected]é Deusmar Rodrigues

[email protected]

RepórteresFotografia

Diagramação

POLÍTICA 3GOIÂNIA, 9 A 15 DE ABRIL DE 2017

XMarcione Barreira

[email protected] DIRETALimpezaA prefeitura de Goiânia iniciou no final

da última semana, pelo Jardim Atlântico, alimpeza dos lotes baldios na capital. Os pro-prietários destes lotes foram notificados viaedital e aqueles que não providenciaram alimpeza no prazo de oito dias terão agora depagar a multa e os serviços.

Dor no bolsoOitenta lotes já foram vistoriados e seus

proprietários serão multados pelos fiscais daAgência Municipal do Meio Ambiente (Am-ma). No caso de quem não limpou, a Co-murg fará a roçagem, remoção e destinaçãofinal dos resíduos. Mas será cobrada umataxa de R$ 2.32 (por metro quadrado) pelosserviços prestados.

Dor no bolso IIAlém da taxa, o proprietário arca com

multa no valor de R$ 1.000 para os imóveislocalizados na 1ª e 2ª zonas fiscais, de R$500 para os imóveis da 3ª Zona Fiscal e deR$ 250 para os imóveis da 4ª Zona Fiscal.

Goiás Sem FronteiraChegou à Assembleia no final da última se-

mana o projeto de lei que institui as bases doprograma Goiás Sem Fronteira. A matéria foienviada pelo governador Marconi Perillo(PSDB) e tem como objetivo proporcionareducação e capacitação a estudantes do ensinomédio, superior, pós-graduação, pesquisadorese pessoas com iniciativas empreendedoras emáreas tidas como prioritárias para o Estado deGoiás.

TramitaçãoO projeto está na Comissão Mista da Casa

e as discussões devem ser iniciadas até o fimdesta semana. O projeto de lei estabelece aindaos critérios gerais para a participação no Pro-grama, modalidades, duração e procedimentode seleção, a partir da atuação conjunta de al-gumas secretarias do Governo.

Assoprou e mordeuO deputado estadual José Nelton

(PMDB) fez um pedido rigoroso ao presiden-te da Casa José Vitti (PSDB). Antes de pedir,porém, teceu elogios ao comandante do poderlegislativo ao reforçar sua lisura por interferirnos direitos parlamentares da bancada deoposição. Depois solicitou que a Assembleiaacabasse com artigo 39 da Constituição Esta-dual.

RÁPIDASO governo de Goiás arrecadou este ano com

tributos do IPVA cerca de R$ 190 milhões...

Este ano a expectativa de arrecadação estána casa de R$ 1 bilhão e 300 milhões

O consorcio que administra o BRT disse estásemana que entregará as obras em dois anos

...

Consorcio e prefeitura entraram em acordo naúltima semana e a previsão é para Março de 2019

Gustavo defende protagonismo dosmunicípios para país superar a crise

O prefeito de Aparecida deGoiânia, Gustavo Mendanha(PMDB) realizou, na últimasexta-feira, 7, o lançamento re-gional do IV Encontro da FrenteNacional de Prefeitos. Na opor-tunidade, Gustavo conclamouos colegas gestores a reafirma-rem o discurso de protagonismodos municípios e ressaltou que,para o País sair de fato da criseeconômica, o governo federalprecisa enxergá-los como os ali-cerces da retomada do desenvol-vimento.“A pauta municipalista é di-

nâmica. As demandas não ces-sam, a busca por soluções paranossos problemas é frequente.Não há como o governo federalfalar em crescimento, em recu-peração da economia e em reto-mada de investimentos semconsiderar a importância dos

nossos municípios”, disse o pre-feito durante o evento realizadona sede Associação Comercial eIndustrial de Aparecida deGoiânia (Aciag).Gustavo ainda falou sobre o

respeito à autonomia dos muni-cípios. “Precisamos unir esforçospara que o projeto que tramita naAssembleia Legislativa e que pre-vê a reconfiguração da RegiãoMetropolitana não conceda aterceiros a legitimidade que noscabe para a tomada de decisões.Temas como uso do solo, trans-

porte coletivo e saneamento bá-sico não podem ser delegados auma espécie de conselho. Issocompete a nós, prefeitos”.O IV Encontro da FNP está

previsto para ocorrer no EstádioMané Garrincha, em Brasília(DF), entre os dias 24 e 28 deabril. O lançamento regionalcontou com as presenças do se-cretário executivo da Frente, Gil-berto Perre; do presidente daAssociação Goiana dos Municí-pios (AGM) e prefeito de Hidro-lândia, Paulo Sérgio Rezende;

do presidente da FederaçãoGoiana dos Municípios (FGM)e prefeito de Campos Verdes,Haroldo Naves Soares; além delideranças políticas da Capital edo interior . Em discurso, o prefeito e os

demais que o antecederam men-cionaram a importância deaquela reunião servir para que ogrupo de prefeitos, vereadores egestores de Goiás que viesse aparticipar da grande reunião daFrente, no final do mês, enume-rasse demandas, compartilhasse

ENCONTRO NACIONAL DE PREFEITOS

“Não há como promover crescimentoeconômico equilibrado sem simplificaro sistema tributário”

Deputado federal Giuseppe Vecci (PSDB), em seu twitter ao defender a Reforma Trabalhista

Artigo 39?O artigo 39 da Constituição Estadual esta-

belece a necessidade de autorização, por votode dois terços dos deputados estaduais, paraque o governador seja processado por crimecomum. Hoje, o Supremo Tribunal de Justiçaprecisa pedir autorização da Casa para qual-quer processo que se encaixe nessa tipificaçãode crime.

HomenagemNa última sexta-feira (07/04) foi comemo-

rado o Dia do Jornalista e a Câmara Munici-pal prestou homenagem a algumas figuras domeio. O legislativo abriu sessão especial, quefoi realizada às 19h30, e homenageou dezenasde profissionais. Entre eles alguns que já pas-saram pela Tribuna do Planalto, como RubensSalomão e Larissa Quixabeira.

UniãoEm evento realizado na Câmara de verea-

dores de Aparecida de Goiânia na última se-mana, o senador Ronaldo Caiado (DEM) de-clarou que não haverá racha na oposição. Ro-naldo reforçou o desejo de se candidatar aogoverno, mas deixou claro que não será a qual-quer custo.

Em BrasíliaO governador Marconi Perillo se encontrou

com o ministro da Saúde, Ricardo Barros, emBrasília na semana passada. Marconi pediuaumento de recursos federais para o custeio doHospital de Urgências Governador Otávio La-ge (Hugol). Solicitou ainda ajuda para a con-clusão dos hospitais Águas Lindas e Santo An-tônio do Descoberto.

PresençasO senador Wilder Morais (PP), o secretá-

rio de Saúde, Leonardo Vilela (foto), e o se-cretário Extraodiário, Lucas Calil (PSL) esti-veram presentes. Hoje o valor repassado pelogoverno federal ao Hugol é de R$ 2,5 mi-lhões, mas segundo o governo, havia umcompromisso de aumentar o repassa para R$7 milhões.

Prefeitos e secretáriosparticiparam de reunião,promovida em Aparecidade Goiânia, com o intuitode debater as necessidadesdos municípios e mobilizarseus gestores para oencontro nacional, queestá previsto para serrealizado em Brasília

De pires na mão, prefeitos vão a Brasília Administradores municipais de todo o Brasil se preparam para realizar manifestação em

Brasília na segunda quinzena do mês de maio. A mobilização faz parte da vigésima edição daMarcha a Brasília em Defesa dos Municípios e é uma realização da Confederação Nacionaldos Municípios. A Agência Goiana dos Municípios faz parte dogrupo que ira a capital federal com objetivo de discutir,estabelecer e apresentar a pauta prioritária para asautoridades federais para que os municípiosvoltem a ser grandes. A mobilização que épacífica é realizada uma vez por ano e estáprevista para ocorrer nos dias 15 e 18 dopróximo mês. A AGM através do presi-dente Paulo Sérgio vai aproveitar o even-to para entregar da carteira de prefeitosaos integrantes da agência. Além disso,uma equipe técnica da entidade estará dis-ponível para orientaros prefeitos em termosfinanceiros quanto a finanças dos municí-pios em temáticas que evolve previdênciaprópriadas administrações municipais e ou-tros temas. O presidente da AGM que tam-bém é prefeito da cidade e Hidrolândia res-saltou a importância da realização do eventoe a presença dos prefeitos de todo o Brasil noencontro. “A presença de todos os pre-feitos é muito importante, principal-mente os goianos. Nessa mobilizaçãovamos levar para Brasília todas as de-mandas dos municípios, por isso preci-samos estar juntos”, disse o presidentePaulo Sérgio de Rezende. Está previstapara ocorrer durante o evento a libera-ção de R$ 1 bilhão para pavimentação esaneamento dos municípios durante.

Prefeito de Aparecida, Gustavo Mendanha defendeu autonomia dos municípios

Gestores debateram temas que serão levados ao EncontroNacional

experiências de sucesso e agluti-nasse ideias e propostas paraimpulsionar ainda mais o de-senvolvimento dos municípios.Em outras palavras, na prática,o lançamento regional do IVEncontro tinha como objetivo amobilização para o evento deBrasília.O secretário executivo da

FNP, Gilberto Perre, detalhoucomo será o evento na CapitalFederal, destacando os pontosprincipais da programação, ecomo será feita, por exemplo, a“agenda de reivindicações”. Elelembrou ainda que lançamentossemelhantes como este, em Apa-recida, ocorrerão, ao todo, em28 diferentes regiões do País. Em vários momentos o no-

me do prefeito Gustavo Menda-

nha foi mencionado como futu-ro integrante da Diretoria daFrente Nacional dos Prefeitos.Ele recebeu apoio público inclu-sive do presidente da Associa-ção Goiana dos Municípios,Paulo Rezende. A assembleia deeleição da nova diretoria (biênio2017-2019) está programadapara 26 de abril, também noevento em Brasília, e a posse se-rá no mesmo dia.“É uma honra ser seu ami-

go. Tenho orgulho do que vocêfez como vereador, como presi-dente da Câmara e sei que mui-to fará como prefeito”, disse aGustavo o presidente da AGM.O prefeito de Aparecida deGoiânia, por sua vez, agradeceudiscretamente os apoios ali ma-nifestados.

Page 4: Tribuna do Planaltotribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2017/04/09...2017/04/09  · FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA tribunadoplanalto.com.br Redação:

POLÍTICA4 GOIÂNIA, 9 A 15 DE ABRIL DE 2017

X

ELEIÇÕES 2018

Senador traz umarsenal de história nabagagem e querdisputar, pelasegunda vez, ogoverno do estado

Marcione Barreira

Ao conquistar uma cadeirapara o Senado, Ronaldo Caia-do (DEM) deu continuidade àlonga história política de suafamília. De origem portuguesa,os Cayado ancoraram em solobrasileiro no século XVIII e noséculo seguinte ganharam no-toriedade na política se tornan-do uma das famílias maisinfluentes do cenário nacional.

Hoje, Ronaldo Caiado en-saia candidatura ao governo doEstado e tem o desafio de man-ter firme a saga da família emGoiás. Grande parte de seus fa-miliares já ocupou cadeiras emdiversos órgãos da política noestado. Cargos como senador,deputado, governador e atépresidente, embora por curtoperíodo, foram algumas dasconquistas.

Nascido em Anápolis em 25

de setembro de 1949, RonaldoCaiado teve sua formação entreos mais influentes políticos da-quela época. Seu avô, AntônioTotó Ramos Caiado, foi depu-tado federal de 1909 a 1921,além de senador de 1921 a1930. Neste período ele foi umdos mais temidos coronéis deGoiás. Totó liderou a oligarquiados Caiados até ser findada porGetúlio Vargas na revolução de1930, e em Goiás liderada porPedro Ludovico Teixeira.

No entanto, mesmo em ber-ço político, o início na políticapartidária começou em meadosda década de 1980, quando sesolidarizou com as causas doagronegócio. Antes disso, in-gressou na Faculdade de Medi-cina da Universidade Federaldo Rio de Janeiro, onde se for-mou em 1974.

De lá até aqui, tem sido umdos parlamentares mais in-fluentes no Congresso Nacio-nal, a ponto de ser eleitovencedor na categoria “MelhorSenador” do prêmio Congressoem Foco, em 2015. Do Demo-cratas, ele é considerado umdos poucos políticos no Con-gresso Nacional imunes às de-núncias de corrupção que temassombrado figuras públicas

em Brasília.Genuinamente de direita e

com discurso que se notabili-zou por críticas contundentesao PT, Caiado vislumbra con-quistar o governo de Goiás e é,entre os nomes colocados, omais conhecido nacionalmente.Muito por constar em seu cur-rículo uma candidatura à Presi-dência da República (1989) eatuação de destaque em defesado agronegócio brasileiro, fato-res que o fizeram ganhar proje-ção nacional.

Hoje aliado ao PMDB, Ro-naldo Caiado foi por muitosanos adversário contundente dalegenda. Mas em 2014, sem es-paço na base governista e com odesejo de concorrer ao Senado,aliou-se a Iris Rezende, entãocandidato a governador, dequem herdou durante a campa-nha a capilaridade do PMDBque o fez conquistar votos pre-ciosos para chegar ao Senado.Após cinco mandatos comouma das principais liderançasda bancada ruralista na Câmarados Deputados, Caiado con-quistou em 2014 a única vagaentão disponível para senador,com 47,57% dos votos, contra37,52% de seu principal adver-sário, Vilmar Rocha (PSD).

Com sobrenome de peso e larga experiência política, Ronaldo Caiado quer desbancar oprovável candidato da base governista, José Eliton, e chegar ao Palácio das Esmeraldas

O afastamento de RonaldoCaiado da base do governoMarconi Perillo, sacramentadoem 2014, teve início oito anosantes, quando o Democratasainda não existia e o partido deCaiado era o PFL. Nas eleiçõesde 2006, Marconi Perillo(PSDB) se candidataria ao Se-nado e bancaria o seu vice, Al-cides Rodrigues, para governodo estado. Componente da ba-se aliada, Caiado lançou a can-didatura do senadorDemóstenes Torres ao governo,que terminou a disputa emquinto lugar.

Naquela ocasião, o rachaentre os dois líderes políticosfez com que o PFL sofressegrande baixa em seus quadros.Embora não tenha deixado o

partido, alguns de seus funda-dores seguiram com MarconiPerillo, isolando Caiado. Entreeles, o atual secretário de Cida-des e Meio Ambiente (Secima)do governo do Estado, VilmarRocha, que posteriormente sefiliou ao PSD.

Em 2010, Marconi Perilloretornou ao governo estadual eformou sua base de apoio como DEM. Entretanto, RonaldoCaiado – apesar de ter indicadoJosé Eliton, à época filiado noDEM, para a vice de Marconi –não subiu ao palanque de Peril-lo, fazendo campanha pratica-mente sozinho. Como prova desua força, Caiado foi reeleitopara o quinto mandato à Câ-mara dos Deputados como ter-ceiro mais votado, alcançando

167 mil votos.Naquela eleição, Ronaldo

Caiado conseguiu fortalecer opartido com a reeleição de De-móstenes Torres para o Senadocom mais de dois milhões devotos. Conseguiu também am-pliar o número de deputadosfederais da legenda, que conta-va apenas com ele e elegeu umdeputado para a AssembleiaLegislativa.

Foram eleitos em 2010 osdeputados Heuler Cruvivel eVilmar Rocha para a Câmarados Deputados e Hélio de Sou-sa para a Assembleia Legislati-va, ambos à época filiados aoDemocratas. O partido teve umcrescimento de mais de 50% emrelação à eleição anterior, ocor-rida em 2006.

Aproximação e distanciamentode Marconi Perillo

Aliança com Iris é ameaçadapela ascensão de Daniel Vilela

Com a imprecisão na oposi-ção que hoje conta com dois no-mes fortes, Daniel Vilela eRonaldo Caiado, o jogo políticopara 2018 aponta para o nomemais conhecido entre os oposi-cionista: Ronaldo Caiado. Tra-dicional e que traz consigo umeleitor fiel, ele é tido como al-guém que pode encarar de frentequalquer candidato, segundoanalistas.

Forte até mesmo na terceiravia, se for o caso. Segundo o pro-fessor, cientista político e historia-dor Itami Campos, oDemocratas é forte e poderá dis-putar a eleição com quem querque seja. Segundo ele, o fato de asituação estar sem unidade, dife-rentemente dos tempos em queMarconi era candidato, facilitapara os oponentes.

Itami ressalta o fato de o no-me de Ronaldo Caiado ser reco-nhecido nacionalmente, o que

aglutina força a uma eventualcandidatura.

“Acho que ele está no páreo.A base aliada está dividida. Ro-naldo Caiado tem tido um de-sempenho reconhecidonacionalmente”, destaca o cien-tista político.

Ainda conforme Itami, há

uma tendência nacional que aju-da no discurso de Caiado. Ascríticas à esquerda alimentam osargumentos de que candidatosfirmes como Caiado podem terbenefícios.

“A questão nacional pode aju-dar. Estamos presenciando o es-vaziamento da esquerda ecandidatos com discursos des-toantes podem levar vantagem”,argumenta.

Observada como difícil, apossibilidade de o PMDBapoiar o DEM como cabeça dechapa não está descartada, se-gundo avalia Itami. Na opiniãodele, vai depender do desempe-nho do governo do presidenteda República, Michel Temer.

“O papel do PMDB vai de-pender de como será a sucessãode Michel Temer. A gestão deTemer deve ter reflexo direto nosestados em termos políticos”,analisa Campos.

A hora e a vez deRonaldo Caiado

Com capilaridade e força política,Caiado está no páreo, diz cientista

1974 - Forma-se em medicina pela Faculdade de Me-dicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

1985 - Entra na política. Cria a União Democrática Ru-ralista (UDR) para defender os interesses dos proprie-tários rurais.

1989 - Filia-se ao Partido Social Democrático (PSD) ecandidata-se à presidência da República

1990 - No PSD, se elege deputado federal pela pri-meira vez com a maior votação do estado, 98.256 vo-tos.

1991 - Filia-se ao PDC, após deixar o PSD por ser con-siderado figura destoante dentro do partido.

1992 - Vota contra o impeachment de Fernando Col-lor, a quem apoiou em segundo turno em 1990.

1993 - Filia-se ao Partido da Frente Liberal (PFL). Ain-da neste ano deixa o PFL e filia-se ao Partido Progres-sista Reformador (PPR).

1994 - Filia-se ao PFL e se candidata ao governo deGoiás. Fica em terceiro lugar em eleição vencida porMaguito Vilela (PMDB).

1998 - No PFL, é eleito deputado federal pela segundavez com 100.446 votos, a segunda maior do estado.

2002 - Eleito para o terceiro mandato à Câmara Fede-ral, com atuação destacada na defesa do agronegócio.

2006 - Eleito deputado federal para o quarto manda-do com 152.895 votos sendo a segunda maior do es-tado.

2007 - Legenda na qual se filiou em 1994 e ganhoutrês eleições, o PFL passa a se chamar Democratas(DEM).

2010 - No DEM, foi eleito para o quinto mandato dedeputado federal se tornando o terceiro mais votadonaquela eleição.

2014 - Eleito para o Senado federal com 1.283.6655

votos derrotando Vilmar Rocha, antigo rival no PFL.

2015 - Eleito líder do Democratas no Senado e reelei-to em 2017.

2017 – Declara a veículos da imprensa nacional o so-nho de governar Goiás

Se por um lado RonaldoCaiado se afastou de um líderpolítico, Marconi, compensou odesligamento com a parceria en-tre ele e Iris Rezende. Ensaiadaem 2004, quando apoiou Irispara prefeitura de Goiânia emsegundo turno, a união alcan-çou êxito formal em 2014, aomenos para Caiado.

Tentando até o último mo-mento uma vaga na chapa ma-joritária da base aliada,Ronaldo Caiado fracassou natentativa. Mesmo após diálo-gos entre Aécio Neves (PSDB-MG) e Marconi Perillo noesforço de convencer Perillo asacar Vilmar Rocha e colocar

Caiado em seu lugar.Não obtendo glória em

suas tentativas, Caiado se aco-plou a Iris Rezende e aoPMDB, sigla que, de certa for-ma, havia sido deixado de ladopelo PT, que bancou o entãoprefeito de Anápolis AntônioGomide (PT) em chapa purapara o governo do Estado.

Essas articulações a longoprazo trouxeram benefícios aoDEM e a Ronaldo Caiado. Naoposição, ele foi o único quevenceu, derrotando seu antigocompanheiro de legenda Vil-mar Rocha. Sem o PMDB,Caiado dificilmente consegui-ria se eleger, pelo fato de o

DEM no interior do estadonão ter grande representativi-dade após sucessivas defecçõespara a base aliada.

A união formal sacramenta-da em 2014 continua e Iris eCaiado trabalharam juntos nacampanha que elegeu Iris pre-feito de Goiânia no ano passa-do. Agora, parecia tudo maissimples para Caiado se não fos-se o crescimento do deputadofederal Daniel Vilela, que ali-menta o desejo de se candidatarpelo PMDB, partido do qual épresidente estadual. Analistasavaliam que dificilmente oPMDB vai deixar de bancar Da-niel Vilela para apoiar Caiado.

Fatos da carreira de Ronaldo Caiado

Itami Campos: ”A questãonacional pode ajudar Caiado”

Ronaldo Caiado contou com a força do PMDB de Iris Rezende para chegar ao Senado

BLOG DO VELAME

FOTOS: PAULO JOSÉ

Page 5: Tribuna do Planaltotribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2017/04/09...2017/04/09  · FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA tribunadoplanalto.com.br Redação:

ENTREVISTA / FELISBERTO TAVARES

Daniela Martins e Manoel Messias Rodrigues

Tribuna do Planalto – Emjaneiro, quando o sr. assumiu asecretaria, revelou que a pastaestava com muitas dívidas,equipamentos sucateados e umquinto dos agentes cedidos aoutros órgãos. Como está asituação agora, o que já foipossível fazer?

Felisberto Tavares – A situa-ção ainda não está das melho-

res, haja vista que do ponto devista estrutural ainda não recu-peramos muita coisa, só conse-guimos negociar os contratosque estavam vencendo para quenão suspendessem a prestaçãode serviço. Isso que havia ocor-rido com a empresa Dataprom,que é responsável pela sincroni-zação dos semáforos de Goiâ-nia, lembrando que Goiânia é aprimeira capital que tem todosos seus cruzamentos sincroniza-dos. Neste aspecto, o trânsito dáuma fluidez muito grande, só

que o pagamento das parcelasvencidas de junho do ano pas-sado até janeiro estavam emaberto, e aí houve a suspensão.Negociamos com a empresa eela fez o religamento e normali-zou o trabalho. Temos uma de-ficiência grande com relação àterceirizada que faz a fiscaliza-ção eletrônica.

A população por enquanto nãoterá esse serviço, que é umaforma de dar mais segurança egarantia para todos que usam otrânsito?

Inclusive é o que dá condiçãopara que o recurso venha para a

secretaria. A fiscalização eletrô-nica é ininterrupta, além de darsegurança, que é o principal ob-jetivo, ainda tem a questão dorecurso que estamos ficandosem ele.

Que irregularidades maisgraves o sr. encontrou naSMT?

O mais grave, do ponto devista da gestão, é o inadimple-mento com os fornecedores im-portantes. A empresa que fazia asinalização não recebeu, a em-presa que fornecia água não re-cebeu, os Correios nãoreceberam. Agora do ponto de

vista da conduta voltada a atosde improbidade, vejo aquisiçõescom notas atestadas de mate-riais, compraram, atestaram orecebimento e não deu entradano almoxarifado e não tem omaterial. Então isso é um fatoextremamente grave.

Tudo isso já foi levantado?Por outros motivos, fiz uma

radiografia de como eu peguei asecretaria, está tudo ali [mostraum livro grosso sobre sua mesa].Encontramos os veículos todosbaixados [estragados, no pátio],a máquina que faz sinalização,estragada, ou seja, a secretaria

toda desmontada, deteriorada,faltando esses materiais que, emtese, fizeram aquisição.

E o secretário anterior nãopassou essa situação para o sr.?

Não. Ninguém. Eu assumiaqui sozinho. Todos tinham sidoexonerados e todos foram em-bora.

Não houve transição?Não houve. Encontramos

nosso arquivo jogado, docu-mentos, tudo deteriorado, umcaos.

Qual o tamanho do déficit deagentes para fiscalização dotrânsito em Goiânia?

Hoje temos 313 agentes,sendo que o ideal seria um paracada mil carros. Como temoshoje uma frota de pouco mais de1 milhão, então seriam necessá-rioa mil agentes. Temos um terçodo que seria ideal.

Há previsão de concurso?A depender da gente, vamos

fazer esse pedido ao chefe doExecutivo. Porém, todos sabemdas dificuldades. Até por forçada Lei de Responsabilidade Fis-cal, que determina um limite degasto com a folha, e, conside-rando que a economia brasileiraestá em declínio e o nível de ar-recadação da prefeitura dimi-nuiu, é certo que estamos bempróximos do limite prudencial.

Secretário Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidadede Goiânia, o vereador Felisberto Tavares é bacharel emDireito, com licenciatura em Geografia e especialização emMeio Ambiente, Trânsito, Transporte, Política e Estratégia. Jápresidiu o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais pordois mandatos e foi um dos fundadores da Central SindicalForça Sindical de Goiás, em 2007. Filiado ao PR, desdejaneiro ele tem a espinhosa missão de administrar o trânsitoda capital. E pelo jeito não está sendo nada fácil, já que,conforme deixa claro na entrevista, recebeu a secretariasucateada, faltando combustível para veículos, máquina depintura de faixa estragada, contratos suspensos por falta depagamento. Porém, em três meses ele já contabiliza algunsavanços. “Era uma estrutura que, além de parada, estavadesmontada. Então aí o trabalho é maior, já que tivemos quemontá-la e fazê-la caminhar. Ela está caminhando aindalentamente, faltando pouca coisa para que consigamosaumentar a velocidade. Já estamos finalizando o processolicitatório de sinalização, ou seja, vamos revitalizar asinalização de praticamente toda Goiânia”, diz, otimista,apesar dos grandes desafios.

“Há uma série de fatores externosque talvez estejam fazendo com quea administração [municipal] não

tenha aquele salto que a populaçãomerecia”

POLÍTICA 5GOIÂNIA, 9 A 15 DE ABRIL DE 2017

X

Como está a discussão sobrealterações de horários deentrada e saída nas escolas,para melhorar o trânsito nasproximidades dosestabelecimentos?

Não só de escolas, tem deser de vários segmentos. As es-colas querem mais alunos e ospais querem chegar todos nomesmo horário para deixar osfilhos no mesmo lugar. Então, éum desafio para a física. Tem-se que pensar como fazer paraque este segmento e aquelesque dependem deste segmentopossam conviver harmoniosa-mente. Há os que moram, osque trabalham, os que estãopassando ali temporariamente,atem ainda os que passam porali quotidianamente. Então, agente vai fazendo as interven-ções. Muda o sentido de via,permitindo o estacionamentoem ambos os lados. Se precisar,tiramos o estacionamento deum lado. Se precisar, tiramos oestacionamento de ambos oslados. Mas chega um pontoque não há mais o que fazer. Aúnica medida é construir umviaduto, um túnel, uma passa-rela, e aí a gente esbarra na faltade recursos e também de com-petência. Às vezes, a gente in-dica que se faça isso, mas quemvai fazer é a Secretaria de Infra-estrutura.

Mas essa discussão sobremudanças de horários têmavançado?

Não tem outro jeito, você

não tem outro mecanismo, nãotem mágica. Está insuportável,não dá mais. Os pais estão che-gando atrasados, os alunosestão chegando atrasados.Então, uma discussão que foiiniciada é que alterne os horá-rios de entrada. Que seja demeia em meia hora, e assim su-cessivamente.

Aparentemente pareceinteressante... mas

Da nossa parte parece umacoisa muito simples, mas elesagem como sendo de uma com-plexidade muito grande. Láadiante, na logística deles, elesdão lá suas razões, o segmentoda escola. E da mesma formatem que estender isso ao co-mércio, à indústria, a todos ossetores que demandam impactono trânsito.

Ao longo dos anos, houve aliberação de construções semestudos ou ignorando oimpacto no trânsito local? Issodificulta a solução dosgargalos no trânsito?

Para se obter o alvará deconstrução, quando é um em-preendimento que exige um es-tudo de impacto de trânsito, agente não é favorável se esse es-tudo demonstra que vai darmuito problema. Demonstra-mos “olha, aqui não cabe maisescolas, empreendimentos”,mas não quer dizer que eles res-peitam. De repente eles fazem aobra sem o parecer favorávelnosso. Isso é fato.

Demonstramos (o impactono trânsito), mas fazem aobra sem parecer favorávelnosso. Isso é fato”

Após três meses de gestão deIris Rezende, a impressão quese tem é que a administraçãodele, da qual o ar. é parte, aindanão decolou. Já tem vereadorfalando em renúncia. Como osr. vê essas críticas?

Olha, é preocupante. Mas eunão posso concordar com essacrítica, porque eu, que já era par-lamentar, não imaginava o caosque estava aqui na SMT…Quando eu cheguei aqui eu pen-sava uma coisa e ao chegar vique era outra totalmente dife-rente. Se a SMT, que é uma pastarelativamente pequena, masmuito importante, está nessa si-tuação, fico pensando: e a prefei-tura? Como peguei todos oscontratos de prestadores, forne-cedores, vencidos, todos cominadimplência, hoje eu ainda nãoconsegui decolar, porque o pró-prio mecanismo não deixa, eupreciso fazer funcionar o pilar dafiscalização eletrônica, para opilar da educação funcionar e opilar da engenharia funcionar.Preciso de um meio que faça en-trar recursos. Temos que lutarmuito pra chegar ao zero, pra de-pois do zero a gente começar aavançar, mas isso não é fácil,pois temos um cenário mundialdeteriorado, o cenário nacionaldeterioradíssimo. Isso tudo re-flete na secretaria, na prefeitura.

Então há uma série de fatores ex-ternos que talvez estejam fa-zendo com que a administraçãonão tenha aquele salto que a po-pulação merecia.

O sr. acha que o prefeito devedar uma resposta a essascríticas, vir a público e mostrarque a máquina estáfuncionando?

O prefeito Iris, pela experiên-cia de gestão que ele tem, eu achoque ele não vai perder tempodando respostas a coisas demenor relevância. Eu acredito queele até mês de junho, ou de maioem diante, dará uma grande sur-presa positiva para Goiânia. Sem-pre que converso com ele, perceboessa estratégia de que, primeiro,você te que diagnosticar o pro-blema, depois fazer um prognós-tico das soluções. Mas praresolver é necessária uma concen-tração de recursos. Eu estouaprendendo com ele e acreditoque, nessa linha, vai dar certo.

O sr. tem encontrado com elesemanalmente?

Semanalmente, não, massempre que há necessidade eletem nos atendido, ele tem semprenos orientado nessas questões degrande impacto na cidade, comoa regulamentação do Uber, doscontratos, dos pagamentos, até

porque todos os pagamentos, atépor força de decreto, têm que pas-sar por ele. Ele está sempre nosrecebendo, nos orientando.

Mudanças feitas no trânsitodurante a gestão passada, comoimplantação de ciclovias, daZona 40 no Centro de Goiânia ede faixas exclusivas para ônibus,serão revistas?

Algumas não. Porque as im-plementações das ciclovias, ciclo-faixas, ciclorrotas, eixos exclusivosfazem parte de um plano de mo-bilidade feito pela prefeitura emconvênio com o Ministério dasCidades. Inclusive, grande partedo recurso vem do governo fede-ral. Então, isso não tem como.Agora, a implantação da Zona40, algumas travessias com faixasde pedestres transversais, essassão suscetíveis de alteração, tendoem vista que não foi ouvida a so-ciedade. Há um número muitogrande de reclamações por partedas pessoas que lidam ali no Cen-tro por ter uma zona 40 que estácausando um certo transtorno eela não foi feita com base em es-tudo técnico. Isso é fato, e deve serrevisto, depois de passarmos poruma exaustiva discussão com aspessoas envolvidas.

Há muita reclamação decomerciantes sobre como foi

implantada a faixa exclusiva paraônibus em alguns pontos dacidade. Isso também serárediscutido?

Sim, como esse não é um pro-jeto exclusivo da SMT, mas umprojeto mais amplo, inclusive en-volve a Secretaria de Planeja-mento e recursos de outrosministérios para implantar essescorredores exclusivos, talvezforam planejados e dimensiona-dos sem ouvir aqueles comercian-tes. Se ouvisse, e chegasse a umconsenso, ainda que eles ficassemprejudicados, não estariam con-trários ao projeto como foi defi-nido.

“De maio em diante, Iris dará umagrande surpresa positiva para Goiânia”

O episódio envolvendo dis-cussão e agressão física do ve-reador Paulo Magalhães contrao sr., o que virou?

Isso está a cargo da Justiça.Há casos menos graves, que,mesmo sem agressão, acabamna Justiça. No meu caso houve[agressão]. A audiência estámarcada para o dia 5 de maio,às 9h. Fiz todos os procedimen-tos e agora vai pra decisão daJustiça, um Juizado EspecialCriminal. Toda pessoa que co-mete um crime precisa ser res-ponsabilizado, porque essevereador foi reincidente; eu fuio terceiro [agredido] por ele. In-clusive o Conselho de Ética daCâmara foi omisso, quando da

injúria qualificada dele contra avereadora Dra. Cristina, que re-presentou contra ele no Conse-lho. O Conselho de Ética daCâmara de Goiânia é irrespon-sável, merecedor de uma açãode prevaricação. O vereador foide vias de fatos contra o verea-dor Denício Trindade e agres-são física a mim. Ou seja, aconduta dele foi cada vez maisgravosa. Então, se não houveruma punição, a próxima serálesão corporal grave e, depois,homicídio. E ele é reincidente, aficha criminal dele é longa, ele étruculento. Ele já levou tiro, doex-deputado Misael Oliveira.Então a Justiça tem de ser rigo-rosa nessa decisão.

“Ele (Paulo Magalhães) é reincidente,a ficha criminal dele é longa”

PAULO JOSÉ

“Encontramos a secretariatoda desmontada, deteriorada”

Felisberto Tavares:“Temos hoje 313agentes de trânsito,um terço do necessáriopara Goiânia”

“O Conselho de Ética da Câmara éirresponsável, merecedor de uma

ação de prevaricação”

“A Zona 40 não foifeita com baseem estudostécnicos. Há

muitareclamação e elapode ser revista”

Page 6: Tribuna do Planaltotribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2017/04/09...2017/04/09  · FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA tribunadoplanalto.com.br Redação:

ENTREVISTA / FELISBERTO TAVARES

Daniela Martins e Manoel Messias Rodrigues

Tribuna do Planalto – Emjaneiro, quando o sr. assumiu asecretaria, revelou que a pastaestava com muitas dívidas,equipamentos sucateados e umquinto dos agentes cedidos aoutros órgãos. Como está asituação agora, o que já foipossível fazer?

Felisberto Tavares – A situa-ção ainda não está das melho-

res, haja vista que do ponto devista estrutural ainda não recu-peramos muita coisa, só conse-guimos negociar os contratosque estavam vencendo para quenão suspendessem a prestaçãode serviço. Isso que havia ocor-rido com a empresa Dataprom,que é responsável pela sincroni-zação dos semáforos de Goiâ-nia, lembrando que Goiânia é aprimeira capital que tem todosos seus cruzamentos sincroniza-dos. Neste aspecto, o trânsito dáuma fluidez muito grande, só

que o pagamento das parcelasvencidas de junho do ano pas-sado até janeiro estavam emaberto, e aí houve a suspensão.Negociamos com a empresa eela fez o religamento e normali-zou o trabalho. Temos uma de-ficiência grande com relação àterceirizada que faz a fiscaliza-ção eletrônica.

A população por enquanto nãoterá esse serviço, que é umaforma de dar mais segurança egarantia para todos que usam otrânsito?

Inclusive é o que dá condiçãopara que o recurso venha para a

secretaria. A fiscalização eletrô-nica é ininterrupta, além de darsegurança, que é o principal ob-jetivo, ainda tem a questão dorecurso que estamos ficandosem ele.

Que irregularidades maisgraves o sr. encontrou naSMT?

O mais grave, do ponto devista da gestão, é o inadimple-mento com os fornecedores im-portantes. A empresa que fazia asinalização não recebeu, a em-presa que fornecia água não re-cebeu, os Correios nãoreceberam. Agora do ponto de

vista da conduta voltada a atosde improbidade, vejo aquisiçõescom notas atestadas de mate-riais, compraram, atestaram orecebimento e não deu entradano almoxarifado e não tem omaterial. Então isso é um fatoextremamente grave.

Tudo isso já foi levantado?Por outros motivos, fiz uma

radiografia de como eu peguei asecretaria, está tudo ali [mostraum livro grosso sobre sua mesa].Encontramos os veículos todosbaixados [estragados, no pátio],a máquina que faz sinalização,estragada, ou seja, a secretaria

toda desmontada, deteriorada,faltando esses materiais que, emtese, fizeram aquisição.

E o secretário anterior nãopassou essa situação para o sr.?

Não. Ninguém. Eu assumiaqui sozinho. Todos tinham sidoexonerados e todos foram em-bora.

Não houve transição?Não houve. Encontramos

nosso arquivo jogado, docu-mentos, tudo deteriorado, umcaos.

Qual o tamanho do déficit deagentes para fiscalização dotrânsito em Goiânia?

Hoje temos 313 agentes,sendo que o ideal seria um paracada mil carros. Como temoshoje uma frota de pouco mais de1 milhão, então seriam necessá-rioa mil agentes. Temos um terçodo que seria ideal.

Há previsão de concurso?A depender da gente, vamos

fazer esse pedido ao chefe doExecutivo. Porém, todos sabemdas dificuldades. Até por forçada Lei de Responsabilidade Fis-cal, que determina um limite degasto com a folha, e, conside-rando que a economia brasileiraestá em declínio e o nível de ar-recadação da prefeitura dimi-nuiu, é certo que estamos bempróximos do limite prudencial.

Secretário Municipal de Trânsito, Transportes e Mobilidadede Goiânia, o vereador Felisberto Tavares é bacharel emDireito, com licenciatura em Geografia e especialização emMeio Ambiente, Trânsito, Transporte, Política e Estratégia. Jápresidiu o Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais pordois mandatos e foi um dos fundadores da Central SindicalForça Sindical de Goiás, em 2007. Filiado ao PR, desdejaneiro ele tem a espinhosa missão de administrar o trânsitoda capital. E pelo jeito não está sendo nada fácil, já que,conforme deixa claro na entrevista, recebeu a secretariasucateada, faltando combustível para veículos, máquina depintura de faixa estragada, contratos suspensos por falta depagamento. Porém, em três meses ele já contabiliza algunsavanços. “Era uma estrutura que, além de parada, estavadesmontada. Então aí o trabalho é maior, já que tivemos quemontá-la e fazê-la caminhar. Ela está caminhando aindalentamente, faltando pouca coisa para que consigamosaumentar a velocidade. Já estamos finalizando o processolicitatório de sinalização, ou seja, vamos revitalizar asinalização de praticamente toda Goiânia”, diz, otimista,apesar dos grandes desafios.

“Há uma série de fatores externosque talvez estejam fazendo com quea administração [municipal] não

tenha aquele salto que a populaçãomerecia”

POLÍTICA 5GOIÂNIA, 9 A 15 DE ABRIL DE 2017

X

Como está a discussão sobrealterações de horários deentrada e saída nas escolas,para melhorar o trânsito nasproximidades dosestabelecimentos?

Não só de escolas, tem deser de vários segmentos. As es-colas querem mais alunos e ospais querem chegar todos nomesmo horário para deixar osfilhos no mesmo lugar. Então, éum desafio para a física. Tem-se que pensar como fazer paraque este segmento e aquelesque dependem deste segmentopossam conviver harmoniosa-mente. Há os que moram, osque trabalham, os que estãopassando ali temporariamente,atem ainda os que passam porali quotidianamente. Então, agente vai fazendo as interven-ções. Muda o sentido de via,permitindo o estacionamentoem ambos os lados. Se precisar,tiramos o estacionamento deum lado. Se precisar, tiramos oestacionamento de ambos oslados. Mas chega um pontoque não há mais o que fazer. Aúnica medida é construir umviaduto, um túnel, uma passa-rela, e aí a gente esbarra na faltade recursos e também de com-petência. Às vezes, a gente in-dica que se faça isso, mas quemvai fazer é a Secretaria de Infra-estrutura.

Mas essa discussão sobremudanças de horários têmavançado?

Não tem outro jeito, você

não tem outro mecanismo, nãotem mágica. Está insuportável,não dá mais. Os pais estão che-gando atrasados, os alunosestão chegando atrasados.Então, uma discussão que foiiniciada é que alterne os horá-rios de entrada. Que seja demeia em meia hora, e assim su-cessivamente.

Aparentemente pareceinteressante... mas

Da nossa parte parece umacoisa muito simples, mas elesagem como sendo de uma com-plexidade muito grande. Láadiante, na logística deles, elesdão lá suas razões, o segmentoda escola. E da mesma formatem que estender isso ao co-mércio, à indústria, a todos ossetores que demandam impactono trânsito.

Ao longo dos anos, houve aliberação de construções semestudos ou ignorando oimpacto no trânsito local? Issodificulta a solução dosgargalos no trânsito?

Para se obter o alvará deconstrução, quando é um em-preendimento que exige um es-tudo de impacto de trânsito, agente não é favorável se esse es-tudo demonstra que vai darmuito problema. Demonstra-mos “olha, aqui não cabe maisescolas, empreendimentos”,mas não quer dizer que eles res-peitam. De repente eles fazem aobra sem o parecer favorávelnosso. Isso é fato.

Demonstramos (o impactono trânsito), mas fazem aobra sem parecer favorávelnosso. Isso é fato”

Após três meses de gestão deIris Rezende, a impressão quese tem é que a administraçãodele, da qual o ar. é parte, aindanão decolou. Já tem vereadorfalando em renúncia. Como osr. vê essas críticas?

Olha, é preocupante. Mas eunão posso concordar com essacrítica, porque eu, que já era par-lamentar, não imaginava o caosque estava aqui na SMT…Quando eu cheguei aqui eu pen-sava uma coisa e ao chegar vique era outra totalmente dife-rente. Se a SMT, que é uma pastarelativamente pequena, masmuito importante, está nessa si-tuação, fico pensando: e a prefei-tura? Como peguei todos oscontratos de prestadores, forne-cedores, vencidos, todos cominadimplência, hoje eu ainda nãoconsegui decolar, porque o pró-prio mecanismo não deixa, eupreciso fazer funcionar o pilar dafiscalização eletrônica, para opilar da educação funcionar e opilar da engenharia funcionar.Preciso de um meio que faça en-trar recursos. Temos que lutarmuito pra chegar ao zero, pra de-pois do zero a gente começar aavançar, mas isso não é fácil,pois temos um cenário mundialdeteriorado, o cenário nacionaldeterioradíssimo. Isso tudo re-flete na secretaria, na prefeitura.

Então há uma série de fatores ex-ternos que talvez estejam fa-zendo com que a administraçãonão tenha aquele salto que a po-pulação merecia.

O sr. acha que o prefeito devedar uma resposta a essascríticas, vir a público e mostrarque a máquina estáfuncionando?

O prefeito Iris, pela experiên-cia de gestão que ele tem, eu achoque ele não vai perder tempodando respostas a coisas demenor relevância. Eu acredito queele até mês de junho, ou de maioem diante, dará uma grande sur-presa positiva para Goiânia. Sem-pre que converso com ele, perceboessa estratégia de que, primeiro,você te que diagnosticar o pro-blema, depois fazer um prognós-tico das soluções. Mas praresolver é necessária uma concen-tração de recursos. Eu estouaprendendo com ele e acreditoque, nessa linha, vai dar certo.

O sr. tem encontrado com elesemanalmente?

Semanalmente, não, massempre que há necessidade eletem nos atendido, ele tem semprenos orientado nessas questões degrande impacto na cidade, comoa regulamentação do Uber, doscontratos, dos pagamentos, até

porque todos os pagamentos, atépor força de decreto, têm que pas-sar por ele. Ele está sempre nosrecebendo, nos orientando.

Mudanças feitas no trânsitodurante a gestão passada, comoimplantação de ciclovias, daZona 40 no Centro de Goiânia ede faixas exclusivas para ônibus,serão revistas?

Algumas não. Porque as im-plementações das ciclovias, ciclo-faixas, ciclorrotas, eixos exclusivosfazem parte de um plano de mo-bilidade feito pela prefeitura emconvênio com o Ministério dasCidades. Inclusive, grande partedo recurso vem do governo fede-ral. Então, isso não tem como.Agora, a implantação da Zona40, algumas travessias com faixasde pedestres transversais, essassão suscetíveis de alteração, tendoem vista que não foi ouvida a so-ciedade. Há um número muitogrande de reclamações por partedas pessoas que lidam ali no Cen-tro por ter uma zona 40 que estácausando um certo transtorno eela não foi feita com base em es-tudo técnico. Isso é fato, e deve serrevisto, depois de passarmos poruma exaustiva discussão com aspessoas envolvidas.

Há muita reclamação decomerciantes sobre como foi

implantada a faixa exclusiva paraônibus em alguns pontos dacidade. Isso também serárediscutido?

Sim, como esse não é um pro-jeto exclusivo da SMT, mas umprojeto mais amplo, inclusive en-volve a Secretaria de Planeja-mento e recursos de outrosministérios para implantar essescorredores exclusivos, talvezforam planejados e dimensiona-dos sem ouvir aqueles comercian-tes. Se ouvisse, e chegasse a umconsenso, ainda que eles ficassemprejudicados, não estariam con-trários ao projeto como foi defi-nido.

“De maio em diante, Iris dará umagrande surpresa positiva para Goiânia”

O episódio envolvendo dis-cussão e agressão física do ve-reador Paulo Magalhães contrao sr., o que virou?

Isso está a cargo da Justiça.Há casos menos graves, que,mesmo sem agressão, acabamna Justiça. No meu caso houve[agressão]. A audiência estámarcada para o dia 5 de maio,às 9h. Fiz todos os procedimen-tos e agora vai pra decisão daJustiça, um Juizado EspecialCriminal. Toda pessoa que co-mete um crime precisa ser res-ponsabilizado, porque essevereador foi reincidente; eu fuio terceiro [agredido] por ele. In-clusive o Conselho de Ética daCâmara foi omisso, quando da

injúria qualificada dele contra avereadora Dra. Cristina, que re-presentou contra ele no Conse-lho. O Conselho de Ética daCâmara de Goiânia é irrespon-sável, merecedor de uma açãode prevaricação. O vereador foide vias de fatos contra o verea-dor Denício Trindade e agres-são física a mim. Ou seja, aconduta dele foi cada vez maisgravosa. Então, se não houveruma punição, a próxima serálesão corporal grave e, depois,homicídio. E ele é reincidente, aficha criminal dele é longa, ele étruculento. Ele já levou tiro, doex-deputado Misael Oliveira.Então a Justiça tem de ser rigo-rosa nessa decisão.

“Ele (Paulo Magalhães) é reincidente,a ficha criminal dele é longa”

PAULO JOSÉ

“Encontramos a secretariatoda desmontada, deteriorada”

Felisberto Tavares:“Temos hoje 313agentes de trânsito,um terço do necessáriopara Goiânia”

“O Conselho de Ética da Câmara éirresponsável, merecedor de uma

ação de prevaricação”

“A Zona 40 não foifeita com baseem estudostécnicos. Há

muitareclamação e elapode ser revista”

POLÍTICA6 GOIÂNIA, 9 A 15 ABRIL DE 2017

X

FÓRUM BRASIL CENTRAL

Principal assunto aser tratado é areforma daPrevidência. Marconideclarou que “quemnão tiver coragem deenfrentar essedebate e de outrasreformasnecessárias, é quevai perder a eleição”

Inserida na pauta da 2ªreunião do ano do Fórum deGovernadores do BrasilCentral, que ocorre emCuiabá (MT) desde quinta-feira, dia 6, como tema dedestaque do encontro, aReforma da Previdência domi-nou a coletiva de imprensados governadores. MarconiPerillo, governador de Goiás epresidente do consórcio degovernadores, Pedro Taques(MT), Marcelo Miranda(TO), Rodrigo Rollemberg(DF), Confúcio Moura (RO),Rose Modesto, vice-governa-dor (MS) e Carlos Brandão,vice-governador (MA) dedica-ram os quase 30 minutos daentrevista para defender uma

reunião com o presidenteMichel Temer para discutir areforma previdenciária noBrasil e que eles defendem.

Marconi Perillo disse que asituação fiscal dos estados épreocupante. Em Goiás, segun-do ele, o principal problema é aprevidência.

“Nosso déficit previdenciá-rio este ano é de R$ 1,96bilhão, com a previsão de umdéficit financeiro de R$ 1bilhão. Ou seja, se nós nãotivéssemos esse déficit previ-denciário, o Estado teria R$ 1bilhão para investir”, pontuou.

Para exemplificar a distorçãoexistente no sistema previdenciá-rio goiano, Marconi lembrouque hoje sete milhões de goianosestão pagando aposentadorias esalários para 106 mil pessoas.

“Isso que acontece em Goiásacontece em todo o Brasil. Odéficit previdenciário no Brasilcresce em proporção geométricae não mais em proporção arit-mética. Já acendeu a luz verme-lha”, alertou.

Na concepção de Marconi,o Brasil não está discutindoessa questão da previdência deforma racional.

“Eu vejo uma discussãomuito emocional. O que está emjogo é o pagamento das aposen-tadorias. Daqui a pouco os

governos não vão ter dinheiropara pagar as aposentadorias. Odever cívico nosso é o de enfren-tar essa discussão como brasilei-ros”, salientou.

Ao ser indagado se nãotemia uma reação de cunhopolítico por parte dos servidorespúblicos contrários a reforma,Marconi disse que “quem nãotiver coragem de enfrentar essedebate sobre a reforma da previ-dência e de outras reformasnecessárias, é que vai perder aeleição. Eu prefiro perder eleiçãodo que deixar de lado uma ques-tão tão séria como esta”.

“Ou nós assumimos a res-ponsabilidade cívica para enca-rar as coisas como elas são ouo Brasil vai falir. Alguns estadosjá estão em colapso e outrosestão entrando. Se os servido-res efetivamente perceberemque o que está em jogo é o futu-ro deles, eles devem nos apoiare pedir que façamos a refor-ma”, declarou.

Determinado a levar a dis-cussão sobre a necessidade de oEstado promover uma profun-da reforma no seu sistema pre-videnciário a todos os setoresda sociedade e, principalmenteno meio da classe política e dosservidores, o governador disseestar disposto a ir para aAssembleia Legislativa para

HUMBERTO SILVA

Governadoresquerem reuniãocom Temer

Marconi Perillo, durante reunião com governadores em Cuiabá: “Eu prefiro perder eleiçãodo que deixar de lado uma questão tão séria como esta”

defender as medidas que fazemparte do projeto apresentadopelo governo.

“Nós somos passageiros. Osfuncionários vão permanecer. Ese eles não tiverem consciênciade que o Brasil está se transfor-mando em uma Grécia, daqui apouco eles é que ficarão semseus salários. O meu devercomo governador é fazer onecessário para corrigir as dis-torções e os equívocos. Se preci-so vou para a AssembleiaLegislativa debater isso de cabe-ça erguida”, acrescentou.

Por fim, Marconi lembrouque se nada for feito agora, “ofuturo será sombrio. Esse não éum problema que vai arrebentarna minha mão. Mas, se nada forfeito, vai acabar estourando namão de outro governador”.

Rodrigo Rollemberg, gover-nador do Distrito Federal, tam-bém considera que a reformada Previdência é de absolutanecessidade. “Se não o fizer-mos agora, no futuro as pes-soas não terão a possibilidadede receber as suas aposentado-rias”, considerou.

Ele lembrou que os gover-nadores já marcaram uma reu-

nião com o presidente daCâmara e estão tentando mar-car também com o presidentedo Senado e com o presidenteMichel Temer para estreitar odiálogo sobre a reforma da pre-vidência “para que tenhamosuma proposta de consenso queresolva a questão sem penalizaras futuras gerações”.

O governador do MatoGrosso, Pedro Taques, por suavez, declarou que nada é maisimportante no Brasil hoje doque o debate sobre a Reformada Previdência.

“Nós estamos falando defuturo e para que possamos che-gar lá vivos, nós precisamos demedidas conjunturais agora, sobpena de estarmos todos mortoslá no longo prazo, quando oBrasil se transformar em umaGrécia. Precisamos de um deba-te concreto”.

A mudança de posição doGoverno Federal em relação àinclusão dos funcionários públi-cos estaduais e municipais noprojeto da reforma em debateno Congresso Nacional, noentendimento do governador doMato Grosso, precisa sermelhor debatida.

“Nós governadores temosfeito o nosso dever de casa,muitos estados já fizeram ajus-te fiscal. Não aguentamos maisajudar a União no seu superá-vit primário. Portanto, precisa-mos que, no momento da crise,estejamos juntos. Já levamosisso ao presidente Temer. Nãoadianta ficarmos com populis-mo, precisamos de responsabi-lidade nesse momento”, afir-mou Taques.

Confúcio Moura, governa-dor de Rondônia, pediu que osdeputados federais, a quemcaberá votar a reforma da previ-dência, o façam pensando noBrasil e não na próxima eleição.Segundo ele, “de 75 a 80% dosdeputados serão derrotados naspróximas eleições por causa dadesconfiança que a sociedadetem da classe política, saindo ounão a reforma”.

Marcelo Miranda, governa-dor do Tocantins, disse que seuEstado, por ser novo, ainda nãotem déficit na previdência:“Mas não posso deixar de reco-nhecer que, a continuar comoestá, daqui a 15 anos os funcio-nários públicos não receberãomais os seus salários”.

Page 7: Tribuna do Planaltotribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2017/04/09...2017/04/09  · FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA tribunadoplanalto.com.br Redação:

COMUNIDADES 7

X

GOIÂNIA, 9 A 15 DE ABRIL DE 2017

Transtorno doEspectro Autista(TEA) atinge cerca dedois milhões depessoas no Brasil

Yago Sales

O mês de abril começa azul.Desde 2008, torres, pontes, es-tátuas, iluminam-se de azul, acor que simboliza o autismo. Adata serve para dar visibilidadeàs necessidades de autistas efamiliares. O dia certo para esteevento é 2 de abril, quandoações se desenvolvem sobre oDia Mundial da Conscientiza-ção do Autismo, ainda per-meado de preconceito. EmGoiânia, entre os dias 5 e 8ocorreu, por exemplo, o 2º En-contro Goiano de Autismo,para discutir as formas de tra-tamento e como lidar com odiagnóstico. No dia, times goianos ado-

taram camisetas com dizeressobre o autismo como forma deconscientização. O jogadoresdo Goiás Esporte Clube grava-ram um vídeo, que incluía di-versas crianças que têm oTranstorno do Espectro Autista(TEA). Em uma partida do dia26 de março, Goiás e VilaNova, que se enfrentariam emum clássico, entraram no está-dio Serra Dourada vestidoscom camisetas estampadassobre o Dia Mundial de Cons-cientização do Autismo. Alémdas estrelas do futebol, árbitroe bandeirinhas também entra-ram nessa jogada do combateao preconceito. O autismo é uma condição

do neurodesenvolvimento.Pode ser catactarizado por dé-ficits na comunicação e intera-ção social e também porcomportamentos repetitivos eestereotipados.Lidar com o diagnóstico

não é fácil. É o que conta a fo-noaudióloga Carolina AttuxJardim, de 40 anos, mãe de Lo-renzo, 4 . Durante os dois anosde casamento com Bruno Jar-dim Cabral, 34 anos, o casal ialevando a vida, sem muitapreocupação com filhos. Masno terceiro ano, eles decidiramter uma criança. Mas o tempoia passando e nada de a Caro-lina engravidar. Temendo que o

tempo passasse, ela desafiou omarido a procurarem um espe-cialista. “Depois de descobrir um

problema com o Bruno, fize-mos a inseminação”, lembraCarolina.Saber do resultado positivo

na segunda tentativa foi umaalegria imensa. Até o quartomês, ela teve enjoo. Nenhumproblema permeou a gestaçãoque durou 38 semanas e findounum parto normal. Quandonasceu, Lorenzo chorou e emo-cionou a mãe. “Ele se sentava sozinho, en-

gatinhou, como qualquer outracriança”, lembra a Carolina. Sete meses após o nasci-

mento de Lorenzo, um bebêquietinho, insuspeito, Carolinateve uma baita surpresa: estavagrávida do segundo filho. “Co-mecei a perceber a diferença nodesenvolvimento de Lorenzopor volta de um ano e trêsmeses”, recorda. É que Lo-renzo não dava muito trabalhoaos pais. Sempre muito quieto,

silencioso, ficava em qualquerlugar que o colocassem, princi-palmente quando, na televisão,passava o desenho da GalinhaPintadinha. “Percebi a dificuldade na

fala e percepção do mundo emvolta”.Lorenzo, com jeitinho

meigo, pronunciava “papa” e“mama”, mas depois não dissemais nada. As palavras surgiamem sons indecifráveis. O me-nino não se preocupava comnenhum barulho a sua volta,nem mesmo aos chamados dospais. Enquanto isso, o irmãozi-nho, Benjamin, vinha cres-cendo e aprendendo as coisasrapidamente. “Eu suspeitava do autismo

de Lorenzo, mas meu maridotinha dificuldades em enxergar.Ele até falava que eu estavaconfundido com o meio profis-sional. Mudei de tática e come-cei a mostrar o que os filhosdos nossos amigos faziam”.Quando Lorenzo completaradois anos, os pais o levaram ao

neuropediatra. “No dia da con-sulta, nosso bebê foi diagnósti-cado com o espectro doautismo. Chorei e soube queteria uma longa jornada pelafrente”. Em silêncio e atenciosoao que o médico lhe fincavacom força, o dignóstico azu-lado, Bruno resistiu. Mas aforça durou pouco. No carro,Bruno se desesperou. Seuchoro durou cerca de umahora. Carolina tentava consolaro marido, logo ela que teria um“luto bem maior”. Esse luto do diagnóstico

não é raro quando familiaressaem de consultórios com seusfilhos. É o que reafirma a psi-cóloga Elaine Luzia de JesusTeixeira, psicóloga da clínica deIntelectual, Centro de Reabili-tação e Readaptação Dr Henri-que Santillo (Crer). Ela atendecerca de 12 pacientes e seus fa-miliares. “Eles gostam bas-tante. Mas reconhecem que otempo é curto. Cada famíliatem uma reação diferenciadaem relação ao diagnóstico. Eles

trazem suas queixas, muitasdas quais relacionadas aoscomportamentos dos filhos”,explica Eliane. “Mesmo sofrendo, procurei

as terapias para Lorenzo. Meufilho passa por uma terapiacomportamental que aplica oABA. Ainda temos duas acom-panhantes terapêuticas, cadauma de duas horas por dia, te-rapeuta ocupacional e fonoau-dióloga duas vezes porsemana”, relata. Há dois anos, Lorezeno era

uma criança apática, isolada,sem qualquer interesse em inte-ração com outras pessoas.Alheio, ele evitava ter contatovisual. “Hoje, depois dos tratamen-

tos, ele socializa, tem percepçãode tudo e está atento quandoconversamos com ele. Nossavida não é diferente da de ou-tras famílias, frequentamosqualquer lugar”. Atualmente, o maior desafio

de Lorenzo é a fala. De acordocom Carolina, descobriu-se queele tem apraxia, que é uma con-dição neurológica em que apessoa é incapaz de realizarmovimentos motores, no caso

de Lorezeno isso o prejudica afalar. “É um grave distúrbio

motor na fala, afeta a habili-dade da criança produzir corre-tamente as sílabas e aspalavras. Crianças com apraxiatêm dificuldades em movimen-tar seus lábios, boca, língua emandíbula, para emitir os sonsdas palavras. Elas compreen-dem suficientemente bem, masnão conseguem planejar o mo-vimento no tempo certo paraque as palavras saiam correta-mente”. Com o diagnóstico do filho,

Carolina decidiu se aprofundarsobre o Transtorno do EspectroAutista (TEA). “Fiz vários cur-sos. Hoje atendo só criançascom TEA. O autismo não éuma sentença. Temos dias difí-cies, mas temos muito mais dealegrias e conquistas”, termina. Dados coletados pelo CDC

(Center of Diseases Controland Prevention, Centro deControle e Prevenção de Doen-ças), entidade norte-americana,estimam que existam pelomenos 70 milhões de pessoascom autismo no mundo. Doismilhões somente no Brasil.

FAMÍLIA

Abril, o mês Mundial daConscientização do Autismo

Lorenzo, 4 anos: tratamento trouxe a socialização e a percepção do mundo ao seu redor

Projeto foi idealizado pela primeira dama, Íris de Araújo

A fonoaudióloga Carolina Attux com o filho Lorenzo:“O autismo não é uma sentença. Temos dias difícies, mastemos muito mais de alegrias e conquistas”

A Horta Modelo implantadapela Prefeitura de Goiânia noPaço Municipal será a sala deaula para formação oferecidapela Secretaria Municipal deDesenvolvimento Econômico,Trabalho, Ciência e Tecnologia(Sedetec), via Diretoria de Abas-tecimento e Agricultura Familiar.Local sediará o Curso de HortasUrbanas, do Programa HortaPara Todos, que é gratuito e dis-ponibilizado para pessoas acimade 16 anos. O projeto foi ideali-zado pela primeira dama, Íris deAraújo, que desenvolveu essashortas em 1982, quando Iris Re-zende governava o Estado. A data para ocorrer a forma-

ção ainda não foi definida e de-pende da demanda deinscrições. Assim que as 16

vagas forem preenchidas, o dire-tor de Abastecimento e Agricul-tura Familiar, Rodrigo MirandaRibeiro, fará a devida divulgaçãode quando acontecerá o curso.“Repassaremos todo conteúdoprogramático em três dias. A du-ração é de 24 horas, sendo oitohoras por dia, das 8 às 12h e das14 às 18h”, explica Rodrigo.Os interessados devem efeti-

var a inscrição presencialmentena própria Diretoria de Abaste-cimento e Agricultura Familiar,localizada na Avenida do Cer-rado, nº 999, Park Lozandes,Bloco B, sede da Sedetec. Paragarantir a participação no curso,devem ser apresentados os do-cumentos de Identidade, CPF ecomprovante de endereço.Segundo o diretor Rodrigo

Miranda, o conteúdo do cursoserá ministrado pelo Serviço Na-cional de Aprendizagem Rural(Senar). Durante repasse deorientações, o aluno deve usarroupas que o protejam do sol,além de botina, chapéu ou boné.A possibilidade de abrir

novas turmas para realização doCurso de Hortas Urbanas é ava-liada por Rodrigo Miranda. Eleassegura que, dependendo daprocura nesta edição, estudaampliar a formação por todaCapital. “Esta, na verdade, nãoé a primeira atividade que faze-mos na área de hortas. Entre osdias 6 e 9 de março, oferecemoseste mesmo a curso a 15 pessoasem situação de rua. A ideia é ini-ciar uma turma a cada semana”,destacou Rodrigo.

Sobre a importância de serfazer hortas urbanas na ci-dade, Rodrigo Miranda afirmaque há inúmeros motivos paraque o goianiense seja adeptodesta prática. “Há a questãode se cultivar alimentos saudá-veis e livres de agrotóxicospara famílias em situação devulnerabilidade social e riscoalimentar. Além disso, é umaação que favorece o meio am-biente, visto que a intenção élevar essas hortas a terrenosque não estão sendo devida-mente aproveitados. Promoveainda o embelezamento domunicípio, a purificação do are a cooperação social entre aspessoas que têm acesso a umahorta comunitária”, finaliza odiretor.

PROGRAMA HORTA PARA TODOS

Curso Hortas Urbanasestá com inscrições abertas

PAULO JOSÉ

Page 8: Tribuna do Planaltotribunadoplanalto.com.br/wp-content/uploads/2017/04/09...2017/04/09  · FUNDADOR E DIRETOR-PRESIDENTE: SEBASTIÃO BARBOSA DA SILVA tribunadoplanalto.com.br Redação:

COMUNIDADES8 GO I Â NIA, 9 A 15 DE ABRIL DE 2017

X

BazarDaniela Martins - [email protected]

En tre em con ta to com es ta co lu na tam bém pe lo email: [email protected] ou car ta - Rua An tô nio de Mo ra is Ne to, 330, St. Castelo Branco, Go i â nia-Go i ás - CEP: 74.403-070

Concerto de Bandas SinfônicasA coordenação de Bandas do Ciranda da Ar-

te/Seduce e a Banda Sinfônica do Estado deGoiás realizam o Concerto Bandas Goianas nodia 11, às 20 horas, no Teatro Goiânia, com en-trada gratuita. Vão se apresentar a Banda Mar-cial do Colégio Estadual Francisco MariaDantas, a Banda Sinfônica do Estado de Goiáse os solistas André Luiz Oliveira (trombone –Seduce) e Elielson Paulo (tuba – Orquestra Sin-fônica de Goiânia).

Paralamas eDado Villa Lobos

A edição deste mês de abrildo Flamboyant In Concert es-tá imperdível. Dia 25 tem Pa-ralamas do Sucesso comparticipação especial de DadoVilla Lobos, da Legião Urba-na. É um encontro imperdível.Os ingressos são limitados e jápodem ser adquiridos median-te troca por notas fiscais decompras feitas no shopping.Este ano, o Flamboyant aindatrará a Goiânia Arnaldo Antu-nes, Paulla Toller, Samuel Ro-sa, Léo Jaime entre outrosgrandes nomes do cenáriomusical nacional.

Exposição Centenário Confaloni na PUCA exposição Centenário Confaloni, com parte do acervo do artista e religioso italiano con-

siderado um divisor de águas na história das artes em Goiás, foi prorrogada. O público po-derá visitar a mostra até o dia 30 de abril, na Galeria PUC, na Área 3. A visitação ocorre das8h às 12 horas e das 13h às 17 horas, de segunda a sexta-feira. O espaço recebe também es-colas do município. As visitas devem ser agendadas pelo fone 3946-1361.

Confaloni veio da Europa para Goiás na década de 1950, quando já era um artista e trou-xe uma nova fronteira para as artes plásticas. Ainda na mesma década, ajudou a fundar a Es-cola de Belas Artes de Goiás, que depois se tornou parte da Universidade de Goiás, hoje PUCGoiás. Os desenhos, além da inspiração religiosa, trouxeram novos conceitos para a repre-sentação artística no Estado. Estão expostas 51 pinturas a óleo e 20 reproduções de desenho.

Chegou a hora de ‘botecar’Em 2017, o Comida di Buteco completa 10

anos de realização na capital goiana. E traz no-vidades: este ano o evento contemplará botecosde Goiânia e de Aparecida de Goiânia. Outranovidade é a temática. Os petiscos concorrentesdeverão trazer algum cereal incorporado na re-ceita. O concurso será realizado de 14 de abril a14 de maio e elegerá o melhor boteco da regiãometropolitana. Os nomes dos participantes po-dem ser conferidos no site do concurso: www.co-midadibuteco.com.br

12º Festival Gastronômico de São Simão

A 12ª edição do Festival Gastronômico Es-portivo e Cultural de São Simão, um dos maistradicionais de Goiás, será realizada de 13 a 16de abril com o tema Um paraíso recheado deoportunidades. O festival contempla a regionali-zação da comida goiana sob os olhares dasChefs Emiliana Azambuja e Beth Alves, showsartísticos de Bruno e Marrone, Chrystian e Ralf,e Capital Inicial. Na programação ainda tem es-paço para o esporte, com práticas de peteca, vô-lei de praia, mountain bike e futevôlei.

O Boticário adere ao nudeSeguindo uma das gran-

des tendências da perfuma-ria internacional, O Boticáriotraz o conceito nude tambémpara a perfumaria com o lan-çamento da fragrância Gla-mour Love Me. A novidadetraz um toque de sensualida-de ao nude, misturando pé-talas de rosa e baunilha.Além da fragrância a loçãohidratante com a mesma fragrância completa aperfumação.

Madero em promoção até 8 de maioA rede de restaurantes Madero, em parceria

com a Heineken, lança promoção que irá sortearduas viagens para assistir à final do maior cam-peonato europeu de clubes. A promoção serárealizada até 8 de maio e o jogo da grande finalserá no dia 3 de junho, na cidade de Cardiff, noPaís de Gales, Reino Unido. Para participar,basta o cliente consumir dois chopes ou cerve-jas, solicitar a inclusão do CPF na nota fiscal ese cadastrar no site da promoção: www.restau-rantemadero.com.br/promo.

Legados da Grécia no FlamboyantOs visitantes do Shopping Flamboyant po-

dem conferir, até 30 de abril, a exposição Lega-dos da Grécia. A mostra promove umaverdadeira e fascinante viagem por 4.000 anos dehistória. Com entrada franca, a exposição trazdiversos elementos que mostram porque a Gré-cia é chamada de berço da civilização ocidental.

Frederico RibeiroEspecial para a Tribuna do Planalto

É o assunto do momento. E não sóporque é o assunto do momento quemerece comentário. Até porque nestes‘tempos rápidos’, assuntos do mo-mento mudam depressa. É porque otema diz muito do mundo em que vi-vemos agora, 2017.

Não sei se a mãe dele é viva, mascreio que até ela haveria de recriminar oque seu filho fez. José Mayer errou e er-rou feio. Merece o desprezo público ecom certeza teve sua carreira compro-metida, senão arruinada. Imagino que oator não contava com tamanha reper-cussão de suas ações. E, sejamos since-ros, até pouco tempo atrás o que ele feznão teria sido considerado tão horrendocomo foi. Porque, para além da atitudedesprezível em si, as atitudes de Mayerocorreram em um época de forte como-ção anti-machista. Ele foi o homem er-rado na hora. Foi arrebatado pela“tempestade perfeita”.

A expressão que, creio, já é usadapor aqui, vem da inglesa “perfect storm”e não tem a ver com o filme homônimonem com meteorologia. Pode ter comessa última, porém, é mais usada no

sentido figurado referindo-se a um “si-tuação na qual um evento, em geral nãofavorável, é agravado pela ocorrência deuma rara combinação de circunstân-cias, transformando-se em algo de pro-porções maiores do que se poderiaprever”.

Cabe notar, como aparte, que JoséMayer, desde minha adolescência (in-fância?) é considerado “galã” e atuoucomo protagonista em várias novelas daRede Globo. Durante todos esses anos,nunca foi acusado de nada. Diferente devários colegas globais, ele não apareceem colunas de fofoca; também, se nãome falha a memória, não é de figura emrevistas de celebridades. Comparadocom muitos – com a maioria, talvez –dos atores de destaque da TV brasileira,podemos dizer que ele sempre foi dis-creto. Uma pergunta, que dificilmenteserá respondida, surge inevitavelmente:por que, agora, aos 67 anos de idade?

Voltando ao ponto, ao que ele fezcom a moça e a repercussão que isso te-ve. Houve abuso físico inaceitável, de-pois de recorrentes assédios verbais, quesão por si só um crime. Mas a vítima, afigurinista Susllem Tonani, só decidiutornar pública a situação depois de serchamada, na frente de várias pessoas (e

isto deve ter sido decisivo), de “vaca”.Então vejamos. Mesmo depois de

meses de assédio verbal e do abuso físi-co, quando Mayer pegou em suas “par-tes íntimas”, ela ficou calada a respeitoe provavelmente teria continuado assimnão fosse a humilhação pública (“va-ca!”). Isso mostra sim o machismo in-crustrado em nossa sociedade.

Ora, já havia motivos mais que sufi-cientes para ela acusá-lo antes. Mas nãoo fez. Não fez porque sabia que muitagente acharia que o galã-estrela tinhauma espécie de direito de fazer o que fez(e vinha fazendo verbalmente). Portan-to, aqui, temos um exemplo sim dechauvinismo machista, e não só. Talvezna mesma intensidade (impossível me-dir isto) temos o exemplo também doabuso de classe, de hierarquia. Quem éela, uma “simples figurinista”, para re-clamar do comportamento de um “as-tro” da casa? O direito do macho porser macho somou-se ao direito de umchefe sobre sua subalterna.

Para azar de José Mayer, o crimeque ele cometeu aconteceu em um mo-mento da história no qual, diferente deoutros tempos, não havia como ele ou aGlobo varrerem a coisa para debaixo dotapete. Aconteceu em tempos extrema-

mente politicamente corretos, quando otópico “direito feminino” está muito emvoga. Ocorreu menos de um mês depoisdo Dia Internacional da Mulher (quan-do houve uma mobilização nacional einternacional muito grande). Por fim, sedeu na era da internet, onde o grito deSusllem foi divulgado, espalhado, eachou acolhida nos ouvidos de suascongêneres, que se mobilizaram, até fa-zendo campanhas que viralizaram, co-mo a da frase: “Mexeu com uma mexeucom todas.” A hashtag #chegadeassé-dio. Etc. Percebem, então, os fatores quecriaram a “tempestade perfeita?”

Acho relevante comentar algo que,acredito, passou despercebido por mui-ta gente. A carta de desculpas do atorfoi muito bem pensada e escrita, indoao ponto, ao cerne da questão. Mas fal-tou uma coisa importante nessa carta:ele não pediu desculpas diretamente aSusllem Tonani. Ele pediu desculpas àsociedade e às mulheres em particular.Mas e a vítima, a pessoa Susllem, nãomerece pedido de desculpas?

*Frederico Ribeiro é escritor, jorna-lista e colaborador da Tribuna do Pla-nalto. Cinéfilo e cineasta. Email:[email protected]

José Mayer,seu erro e a“tempestadeperfeita”

COTIDIANO

“A carta do ator foimuito bem pensadae escrita, indo aocerne da questão.Mas faltou umacoisa importante:ele não pediudesculpas

diretamente aSusllem Tonani.Pediu desculpas àsociedade e àsmulheres em

particular. Mas evítima?”